Protocolo Saúde Da Mulher

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 173

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE DA MULHER

NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Lucyana Conceição Lemes Justino1,2; Nivea Lorena Torres1, Virna Liza Pereira
Chaves Hildebrand1 , Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida1,3, Sebastião Junior
Henrique Duarte1,3, Alessandra Pacheco da Silva2; Carlos Alberto da Silva Castro2;
Hérica Montenegro Braz Gomes3; Indianara de Oliveira Moraes Alexandre Leite2;
Jhully Anne Aquino Ferreira2; Karine Gomes Jarcem4; Liliane Ferreira da Silva5;
Simony Portela do Carmo Drumond2; Thays Luana da Cruz2; Edersson Viana do
Nascimento2; Aline Thomaz Martins2; Margarete Riquelme Pires2; Thauane de
Oliveira Silva3; Valéria Aranda Ventura da Silva2; Viviane Torqueti Felisberto de
Souza2

1 Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS)


2 Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande-MS
3 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
4 Ministério da Saúde / ABENFO / Coren-MS
5 Distrito Sanitário Especial Indígena – Mato Grosso do Sul
2
PLENÁRIO COREN-MS GESTÃO 2018-2020

Alisson Daniel Fernandes da Silva


Aparecido Vieira Carvalho
Carolina Lopes de Morais
Cleberson dos Santos Paião
Lucyana Conceição Lemes Justino
Gismaire Aparecida da Costa Vacchiano
Nivea Lorena Torres
Rodrigo Alexandre Teixeira
Sebastião Junior Henrique Duarte
Virna Liza Pereira Chaves Hildebrand

3
ORGANIZAÇÃO
COMISSÃO PARA A ELABORAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM DO
COREN-MS – PORTARIA N. 551 DE 7 DE DEZEMBRO DE 2018 / PORTARIA N.
184 DE 8 DE ABRIL DE 2019

INTEGRANTES
Nivea Lorena Torres, Coren-MS n. 91377 ENF (Coordenadora)
Lucyana Conceição Lemes Justino, Coren-MS n. 147399 (Membro)
Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida n. Coren-MS 181764 (Membro)
Virna Liza Pereira Chaves Hildebrand n. 96606 ENF (Membro)

4
PREFÁCIO

O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul


apresenta à sociedade uma produção elaborada por enfermeiros idealistas e
vocacionados em compartilhar experiências no campo da saúde da mulher, que visa
melhorar o processo de trabalho em enfermagem.
Os conteúdos são voltados para o cuidado centrado na mulher e
englobam seus familiares e os profissionais que prestam a assistência alicerçada em
evidências e nos princípios éticos e legais no contexto da atenção primária à saúde.
As evidências reunidas nesse material instrucional, embora robustas,
não pretendem esgotar o universo de possibilidades de melhorar o acesso das
mulheres aos serviços de saúde. É importante ressaltar a autonomia e o
compromisso da Enfermagem na efetivação de políticas públicas, em especial no
manejo às ações requeridas nas diversas fases de vida feminina.
Assim, o Protocolo de enfermagem em saúde da mulher na atenção
primária à saúde reúne boas práticas que poderão guiar o cuidado de enfermagem
baseado em princípios científicos.

Sebastião Junior Henrique Duarte

5
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABENFO Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras


ACS Agente Comunitário de Saúde
APS Atenção Primária à Saúde
BCF Batimento Cárdio Fetal
BEG Bom Estado Geral
BhCG Gonadotrofina Coriônica Humana
Bpm Batimentos por minuto
C Controle
CIAP Classificação Internacional da Atenção Primária
CIPE Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem
CNS Cartão Nacional de Saúde
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
COREN/MS Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul
CTA Câmara Técnica de Assistência
DAC Doença Arterial Coronariana
DM Diabetes Mellitus
DPP Data Provável do Parto
DSEI Distrito Sanitário Especial Indígena
DUM Data da Última Menstruação
ECM Exame Clínico das Mamas
Fator Rh Fator Rhesus
g Grama
g/dl grama por decilitro
GT-Mulher Grupo Técnico em Saúde da Mulher
h Hora
HAS Hipertensão Arterial Sistêmico
Hb Hemoglobina
hCG Gonadotrofina coriônica humana
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
HPV Vírus do Papiloma Humano
Ht Hematócrito
ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva
IG Idade Gestacional
IMC Índice de Massa Corpórea
IPED/APAE Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais
IRC Insuficiência Renal Crônica
IST Infecção Sexualmente Transmissíveis
ITU Infecção do Trato Urinário
Kg Kilograma
LES Lúpus Eritematoso Sistêmico
MAX Máximo
MIN Mínimo
mmHg milímetro de mercúrio
MS Ministério da Saúde
n° Número
6
Obs Observação
PA Pressão Arterial
PAD Pressão Arterial Diastólica
PAS Pressão Arterial Sistólica
PEC Prontuário Eletrônico do Cidadão
PEG Péssimo Estado Geral
PEP Profilaxia Pós-Exposição
RCV Risco Cardiovascular
REG Regular Estado Geral
RN Recém-nascido
SESAU Secretaria Municipal de Saúde
SISCAN Sistema de Informação do Câncer
SOAP Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano
SUS Sistema Único de Saúde
T Teste
TRG Teste Rápido de Gravidez
TRH Terapia de Reposição Hormonal
TVP Trombose Venosa Profunda
UBS Unidade Básica de Saúde
USG Ultrassonografia
VDRL Venereal Disease Research Laboratory

7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ilustração da realização e interpretação do teste rápido de gravidez


com resultados negativo e positivo, respectivamente........................................ 13

Figura 2 – Ilustração do resultado de teste rápido de gravidez com resultados


negativo, positivo e inválido, respectivamente.................................................... 14

Quadro 1 – Recomendação diante de resultados de exames citopatológicos


normais..................................................................................................................... 27

Quadro 2 – Recomendação inicial diante de resultados de exames


colpocitológicos anormais..................................................................................... 29

Quadro 3 – Sistema BI-RADIS, interpretação e condutas................................... 46

Quadro 4 – Avaliação da situação vacinal da gestante....................................... 62

Quadro 5 – Condutas diante dos resultados de exames EAS, Glicemia e


Hemograma............................................................................................................. 63

Quadro 6 - Tratamento e conduta diante de ITU em gestante............................ 70

Figura 3 – Ilustração sobre abordagem da gestante com bacteriúria


assintomática.......................................................................................................... 71

Quadro 7 – Contraindicações à Terapia de Reposição Hormonal (TRH)......... 112

Quadro 8 – Definições de direitos sexuais e direitos reprodutivos................. 124

Quadro 9 - Avaliação e determinação do risco da gestação............................. 127

Quadro 10 – Categorias dos riscos e benefícios para indicação de métodos


contraceptivos....................................................................................................... 131

Quadro 11 - Avaliação do risco e benefício conforme a condição atual da


mulher..................................................................................................................... 132

Quadro 12 – Descrição dos métodos temporários reversíveis......................... 134

Quadro 13 – Síntese de Métodos Anticoncepcionais Hormonais e Dispositivo


Intrauterino (DIU)................................................................................................... 136

Figura 4 – Posicionamento adequado do DIU de cobre em inserção


ambulatorial........................................................................................................... 147

Figura 5 – Técnica de inserção do DIU de cobre ambulatorial......................... 147

8
SUMÁRIO

1 LEGISLAÇÃO..................................................................................... 7
2 INTRODUÇÃO..................................................................................... 9
3 CONSULTA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER.............. 11
4 FASES DE VIDA DA MULHER.......................................................... 12
4.1 Atraso menstrual e amenorreias...................................................... 12
4.1.1 Consulta de Enfermagem.................................................................... 16
4.1.2 Fluxograma.......................................................................................... 17
4.1.3 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais 18
intervenções de enfermagem .............................................................
4.1.4 Atribuições (Organização do processo de trabalho)............................ 22
4.2 Prevenção do câncer de colo do útero e dor pélvica..................... 22
4.2.1 Dor pélvica........................................................................................... 23
4.2.2 Situações especiais............................................................................. 24
4.2.3 Coleta de exame colpocitológico......................................................... 25
4.2.4 Interpretação dos resultados de exames............................................. 27
4.2.5 Critérios para a não realização da coleta de material citopatológico 29
do colo de útero...................................................................................
4.2.6 Consulta de Enfermagem................................................................... 30
4.2.7 Fluxograma.......................................................................................... 32
4.2.7.1 Fluxograma em rastreamento do câncer de colo do útero.................. 32
4.2.7.1 Fluxograma para casos de queixas de dor pélvica............................. 33
4.2.8 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais 34
intervenções de enfermagem..............................................................
4.2.9 Atribuições (Organização do processo de trabalho)............................ 41
4.3 Prevenção do Câncer de Mama, Mastalgia e outros sintomas 42
mamários............................................................................................
4.3.1 Exames recomendados....................................................................... 42
4.3.2 Mastalgia e outros sintomas mamários............................................... 44
4.3.3 Exame clínico das mamas (ECM)........................................................ 45
4.3.4 Auto exame da mama.......................................................................... 45
4.3.5 Sinais de alerta.................................................................................... 46
4.3.6 Interpretação do resultado de exames com o sistema Bi-radis........... 46
4.3.7 Roteiro de consulta de Enfermagem................................................... 48
4.3.8 Fluxograma.......................................................................................... 50
4.3.8.1 Fluxograma de prevenção de câncer de mama.................................. 50
4.3.8.2 Fluxograma de mastalgia e outros sintomas mamários...................... 51
4.3.9 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais 52
intervenções de enfermagem..............................................................
4.3.10 Atribuições (Organização do processo de trabalho)............................ 55
4.4 Pré-natal.............................................................................................. 56
4.4.1 Gestação de Risco Habitual................................................................ 57
4.4.2 Gestação de Alto Risco....................................................................... 65
4.4.3 Infecção do Trato Urinário (ITU) na gestação...................................... 68
4.4.4 Consulta de Enfermagem em Pré-natal............................................... 72

9
4.4.5 Fluxograma de atendimento em pré-natal........................................... 80
4.4.6 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais 81
intervenções de enfermagem..............................................................
4.4.7 Atribuições (Organização do processo de trabalho)............................ 94
4.5 Puerpério............................................................................................ 97
4.5.1 Amamentação...................................................................................... 98
4.5.2 Principais problemas relacionados à amamentação........................... 99
4.5.3 Consulta de Enfermagem.................................................................... 101
4.5.4 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais 103
intervenções de enfermagem..............................................................
4.5.5 Atribuições (Organização do processo de trabalho)............................ 108
4.6 Menopausa e Climatério................................................................... 111
4.6.1 Terapia de Reposição Hormonal (TRH).............................................. 111
4.6.2 Anticoncepção..................................................................................... 112
4.6.3 Consulta de Enfermagem no climatério e menopausa........................ 114
4.6.4 Fluxograma.......................................................................................... 116
4.6.5 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais 117
intervenções de enfermagem..............................................................
4.6.6 Atribuições (Organização do processo de trabalho)............................ 122
4.7 Saúde Sexual e Reprodutiva............................................................. 123
4.7.1 Saúde Sexual e reprodutiva na adolescência..................................... 125
4.7.2 Assistência à preconcepção................................................................ 125
4.7.3 Inserção de DIU por profissionais de enfermagem.............................. 140
4.7.4 Instrumento de consulta de enfermagem em Saúde sexual e 153
reprodutiva...........................................................................................
4.7.5 Fluxograma.......................................................................................... 154
4.7.5.1 Fluxograma em aconselhamento pré-concepcional............................ 154
4.7.5.2 Fluxograma em anticoncepção de emergência................................... 155
4.7.5.3 Fluxograma na escolha do método contraceptivo e agendamento de 156
métodos de longa duração..................................................................
4.7.6 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais 157
intervenções de enfermagem..............................................................
4.7.7 Atribuições (Organização do processo de trabalho)............................ 166
REFERÊNCIAS................................................................................... 168

10
1 LEGISLAÇÃO
Antes de proceder à leitura do capítulo a seguir, é indispensável consultar as
legislações relacionadas ao Sistema COFEN/COREN-MS (Conselho Regional
de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) vinculadas à Atenção Básica na área
de Saúde da Mulher:

Lei nº 7.498/1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e


dá outras providências.
Decreto nº 94.406/1987. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que
dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências.
Resolução COFEN nº 195/1997. Dispõe sobre a solicitação de exames de rotina e
complementares por Enfermeiro.
Resolução COFEN nº 564/2017. Aprova a Reformulação do Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem.
Resolução COFEN nº 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de
Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes,
públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá
outras providências.
Resolução COFEN nº 429/2012. Dispõe sobre o registro das ações profissionais no
prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem,
independente do meio de suporte - tradicional ou eletrônico.
Resolução COFEN nº 487/2015. Veda aos profissionais de Enfermagem o
cumprimento da prescrição médica a distância e a execução da prescrição médica
fora da validade.
Resolução COFEN nº 509/2016. Atualiza a norma técnica para Anotação de
Responsabilidade Técnica pelo Serviço de Enfermagem e define as atribuições do
enfermeiro Responsável Técnico.
Resolução COFEN nº 514/2016. Aprova o Guia de Recomendações para os
registros de enfermagem no prontuário do paciente, com a finalidade de nortear os
profissionais de Enfermagem.
Resolução COFEN nº 627/2020. Normas para realização de ultrassonografia
obstétrica por enfermeiro obstetra.

PARECERES DO COFEN:
Parecer n. 17/2010/COFEN/CTLN: Viabilidade dos enfermeiros realizarem
procedimentos com medicamentos e insumos para planejamento familiar e
reprodutivo.
Parecer n. 33/2014/COFEN/CTLN: Legalidade da aplicação de ácido tricloacético
na concentração de 50 a 80% em lesões condilomatosas, por enfermeiro.
Parecer de Relator n. 206/2015/COFEN: Realização de ultrassonografia obstétrica
pelo enfermeiro obstetra.
Parecer n. 14/2015/ CTAS/COFEN: Tempo mínimo da consulta de enfermagem.
Parecer de Relator n. 190/2015/CTAS/COFEN: Trata da coleta de materiais para a
realização de exame Papanicolau pela enfermagem.
Parecer n, 05/2015/CTAS/COFEN: Aceitação da prescrição de medicamentos por
enfermeiros nas farmácias populares.
Decisão COFEN n. 244/2016: Competência do enfermeiro para realizar teste rápido
para detecção de HIV, Sífilis e outros agravos.
11
Parecer Normativo n. 01/2016: Parecer sobre a administração de medicamentos
fabricados e adquiridos no Paraguai a partir de consulta à ANVISA pelo Coren-MS.
Parecer de Conselheira Federal n. 229/2016: Parecer sobre solicitação da
Associação Paulista de Medicina referente às atribuições do Enfermeiro, Enfermeiro
Obstetra e Obstetriz.
Parecer n. 18/2016/CTAS/COFEN: Solicitação de parecer a respeito de atividades
de consultoria em amamentação e puerpério e solicitação de exames laboratoriais.
Parecer de Relator Vistas n. 338/2016: Homologação da decisão n. 095/2016
Coren-RS: Veda a participação de profissionais de enfermagem na realização na
Manobra de Kristeller.
Parecer de Conselheira Relatora n. 277/2017: Solicitação de orientação sobre
inserção de implante subdérmico, entre eles o Implanon®.
Parecer de Conselheira n. 278/2017: Parecer sobre viabilidade dos enfermeiros
realizarem procedimento com medicamentos e insumos para planejamento familiar e
reprodutivo.
Parecer n. 13/2018/COFEN/CTLN: Questionamento de profissional acerca de uso
de laserterapia de baixa intensidade em lesões mamilares.
Parecer n. 10/2019/CTLN/COFEN: Normatização do referenciamento de pacientes
por enfermeiros.
Parecer Técnico CNSM/COFEN n. 03/2019: Regulação e prática da enfermagem
obstétrica no espaço de parto domiciliar planejado.

PARECERES: CTA E GRUPO TÉCNICO DE SAÚDE DA MULHER / COREN-MS:


Parecer Técnico CTA/Coren-MS n. 14/2017: Transcrição de receita médica e
prescrição de medicamentos em Programas de Saúde pelo Enfermeiro na Atenção
Primária.
Parecer Técnico CTA/Coren-MS n. 04/2018: Atendimento a paciente menor de
idade desacompanhado dos pais para realização de consulta pré-natal, testes
rápidos de HIV e Sífilis e outros procedimentos de enfermagem.
Parecer Técnico GT Mulher/Coren-MS n. 04/2018: Assistência à mulher no
período gravídico e puerperal.
Parecer Normativo CTA/Coren-MS n. 01/2019: Suspensão das atividades de
enfermagem por insuficiência de recursos humanos em Unidade Básica de Saúde.

12
2 INTRODUÇÃO

No Brasil, a saúde da mulher se incorpora às políticas nacionais de saúde nas


primeiras décadas do século XX, tendo como base atender as demandas relativas à
gravidez e ao parto. Programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30, 50
e 70, traduzem uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade
biológica e no papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, educação
e cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares (BRASIL, 2011).
A política de atenção integral à saúde da mulher se desenvolve por meio de
práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de
trabalho em equipe no território delimitado, onde a mulher deve ser considerada em
sua singularidade, complexidade e inserção sociocultural.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado e do Município de Campo
Grande, em Mato Grosso do Sul, o Conselho Regional de Enfermagem, acredita no
fortalecimento de estratégias para garantir uma profunda mudança na atenção à
saúde, mais voltadas para a prevenção e promoção da saúde e a assistência da
saúde da mulher nas diferentes fases do ciclo de vida. As ações realizadas pelos
enfermeiros com enfoque na mulher consistem em um conjunto de atividades
assistenciais e educativas que se iniciam pelo acompanhamento da mulher e família,
na visita domiciliar, nos grupos educativos e na consulta de enfermagem. A equipe
de enfermagem tem como uma das suas atribuições realizar ações que levem à
promoção, prevenção e recuperação da saúde em todas as fases do ciclo de vida.
Este documento faz uso de quadros explicativos no intuito de facilitar a
visualização de condutas e atribuições da equipe de enfermagem. Os temas
abordados neste documento foram escolhidos, por um grupo do colegiado, pela
magnitude e relevância na prática da enfermagem em atenção primária, e tem a
certeza que contribuirá em muito para o aumento da resolutividade da consulta de
enfermagem. Além disso, reforçam-se os aspectos de relevância, mas que podem
passar despercebidos na prática cotidiana do enfermeiro, sempre embasados nas
evidências mais recentes. Para maiores detalhamentos ou aprofundamentos
teóricos sobre os temas aqui abordados, continuamos recomendando livros texto, os
Cadernos de Atenção Cadernos de Atenção Básica (publicação do Ministério da

13
Saúde) e/ou artigos científicos específicos, muitos desses descritos nas referências
deste protocolo.
Para efeitos legais, este documento está em acordo com a Lei Federal nº
7.498/1986, Decreto Regulamentador nº 94.406/1987 (regulamentação do exercício
da enfermagem) e com a Resolução COFEN nº 195/1997(solicitação de exames de
rotina e complementares por Enfermeiro), sendo válido como protocolo institucional.
Este protocolo tem o objetivo de direcionar as ações do enfermeiro voltadas à
saúde da mulher dentro do contexto da atenção primária, contemplando a consulta
de enfermagem, o fluxograma de atendimento, os principais diagnósticos e
intervenções (farmacológicas e não farmacológicas) de enfermagem embasados no
sistema do e-SUS.

14
3. CONSULTA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER

A consulta de enfermagem deve abordar ao perfil da mulher, aspectos


sociodemográficos, condições de saúde, fatores de risco, perspectiva de vida, queixas,
enfermidades ou situação de saúde atual, histórico gineco-obstétrico, cobertura vacinal,
entre outros.
No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) apresentamos como sugestão para
registro da atividade, o método SOAP do prontuário eletrônico do cidadão (PEC e-SUS).

Subjetivo Objetivo Avaliação Plano


CIPE Histórico de Exame Diagnóstico de Intervenções de
enfermagem Físico Enfermagem Enfermagem

Resultado de Prescrições
Enfermagem farmacológicas

CIAP Código de queixa Exames Código do Problema Código de Intervenções


principal e/ou condição e/ou procedimentos
detectada

Na sequência serão apresentados em capítulos as temáticas / fases de vida


da mulher.

15
4. FASES DE VIDA DA MULHER

4.1 Atraso menstrual e amenorreias

As queixas principais de mulheres com suspeita de gravidez são devidas ao


atraso menstrual, à fadiga, à mastalgia, ao aumento da frequência urinária e aos
enjoos/vômitos matinais, suspensão ou irregularidade do uso do contraceptivo e o
desejo de gravidez (BRASIL, 2012).
Os sinais de presunção estão presentes nas mulheres que relatam sinais e
sintomas de gravidez de acordo com Brasil (2012), como:
• Atraso menstrual;
• Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva,
mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência);
• Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade
nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo,
coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume
abdominal).
Sendo indicada a realização do teste rápido de gravidez (TRG) às mulheres
em idade fértil que apresentem atraso menstrual, o tempo de atraso para realização
do teste de acordo com a indicação do insumo disponível deve ser maior ou igual há
sete dias. Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o diagnóstico de
gravidez poderá ser feito pelo exame clínico e torna-se desnecessária a solicitação
do TRG. O diagnóstico da gravidez pode ser efetuado em 90% das pacientes por
intermédio dos sinais clínicos, dos sintomas e do exame físico em gestações mais
avançadas (BRASIL, 2013).

Procedimentos para realização do TRG de acordo com Brasil (2016):


• Orientar a cliente sobre a coleta da amostra de urina. Vasilha ou copo
descartável ou frasco coletor limpo e seco. A primeira urina da manhã
apresenta maior concentração de hCG. Entretanto pode-se utilizar amostras
de urina recolhida em qualquer momento do dia;

16
• Colocar a tira com as setas apontadas para a amostra de urina, insira a tira
verticalmente na amostra até a linha máxima (MAX), devendo manter o
contato pelo tempo de 10-15 segundos;
• Retirar a tira do contato com a amostra, e coloque a tira em uma superfície plana
não absorvente, espere por 3 minutos para realizar a leitura do teste;
• Interpretação:
1) Positivo: aparecem duas linhas coloridas distintas, uma na região do controle
(C) e outra na região de teste (T), a intensidade da cor da linha na região do
teste (T) pode variar de acordo com a concentração de hCG presente na
amostra, portanto qualquer coloração, por mais fraca que seja, deverá ser
considerada como positivo.
OBS: Após 10 minutos da realização do teste, pode aparecer uma fraca linha
na região do teste, devido uma baixa concentração de hCG presente na
amostra, porém não deve ser interpretado este resultado.
2) Negativo: aparecerá uma linha colorida apenas na região de controle (C), não
aparecendo nenhuma linha na região de teste (T).

Figura 1 – Ilustração da realização e interpretação do teste rápido de gravidez


com resultados negativo e positivo, respectivamente.

3) Inválido: quando não aparecer nenhuma linha na região de controle (C), se tal
ocorrer realize novo teste utilizando novo kit, se mantiver o resultado, não
volte a utilizar o kit de teste e contate a gestão municipal.

Figura 2 – Ilustração do resultado de teste rápido de gravidez com resultados


negativo, positivo e inválido, respectivamente.

17
OBS: O armazenamento do teste das embalagens deve ser em temperatura
ambiente (2-30ºC), devendo permanecer no envelope selado, não devendo ser
congelado, não devendo ser utilizado após a data de vencimento.
• Realizar o devido registro do exame em prontuário (físico e/ou eletrônico) contendo
informações indispensáveis ao processo devendo ser registrado de forma clara,
objetiva, cronológica, legível, completa e sem rasuras;
• Iniciar o acompanhamento do pré-natal (resultado positivo), após a confirmação da
gravidez, com consulta de enfermagem.
Na ausência de menstruação, descartada gestação, deve-se proceder com
entrevista e encaminhar para avaliação médica conforme Brasil (2016):
1) Idade da menarca e padrões menstruais desde então.
2) História gestacional, incluindo de abortos.
3) História familiar compatível com menopausa precoce ou síndrome dos ovários
policísticos.
4) Preocupações em relação ao diagnóstico e expectativas em relação ao manejo.
5) Pesquisar manifestações sugestivas de causas específicas:
• Uso atual ou recente de acetato de medroxiprogesterona de depósito secundário ao
uso de contraceptivo hormonal;
• Hiperandrogenismo (acne, hirsutismo, calvície de padrão masculino) e história de
padrão menstrual anovulatório (irregular) – síndrome dos ovários policísticos;
• Sintomas de hipoestrogenismo (fogachos, perda da lubrificação vaginal) – falência
ovariana;
• Galactorreia – hiperprolactinemia;
• Fadiga, intolerância ao frio, constipação, pele seca, depressão, queda de cabelo –
hipotireoidismo;
• Estresse situacional, exercícios físicos intensos, perda de peso, dieta excessiva –
amenorreia hipotalâmica;

18
• Ganho de peso excessivo;
• Início súbito de amenorreia, virilizarão e hirsutismo – neoplasia de ovário ou adrenal;
• História de aborto séptico, doença inflamatória pélvica, endometrite, radioterapia ou
curetagem – amenorreia por fator uterino.

19
4.1.1 Consulta de Enfermagem
Instrumento de Consulta de Enfermagem em Atraso menstrual e Amenorreias
IDENTIFICAÇÃO
Nome:___________________________________________DN: ____/____/____ Idade: ______ CNS: ______________________
Filiação (Mãe/Pai): __________________________________________________________________________________________
Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
Estado Civil: ( ) União estável ( ) Casada ( ) Solteira Parceria:_________________________________________________
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM – SUBJETIVO
Idade da Menarca: Idade do início da atividade sexual:
DATA DA ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO (DUM): ____/___/____. História do padrão menstrual: ( ) regular ( ) irregular
Faz uso de Método contraceptivo? ( ) não ( ) sim. Se sim, qual?
Parceiro fixo ( ) Múltiplos parceiros ( )
Atividade sexual ativa: ( ) não ( ) sim Uso de preservativo: ( ) não ( ) sim
Tem ou teve sangramento após relação sexual? ( ) não ( ) sim Dispareunia: ( ) não ( ) sim
Já fez tratamento de radioterapia? ( ) não ( ) sim
Antecedentes Patológicos e Agravos: ( ) DIABETES ( ) OBESIDADE ( ) TABAGISMO ( ) ETILISMO ( ) HAS ( ) USO DE
DROGAS ( ) DEFICIÊNCIA MENTAL ( ) HIPOTIREOIDISMO ( ) VIOLÊNCIA: ( ) Outros:
Faz uso de medicação de uso contínuo? (Medicamento e posologia)
Tem alguma alergia? ( ) não ( ) sim. Especifique: __________________________________
Data da última citologia oncótica: ____/___/____.
Histórico Vacinal:
DADOS OBSTÉTRICOS – OBJETIVO
Nº gestações: ___________ Nº nascidos vivos:___________ Nº abortos: _________ Nº óbitos fetais:___________
Tipo: ( ) Parto Vaginal ( ) Parto Cesárea
Histórico da Gravidez: ( ) Risco Habitual ( ) Alto Risco. Qual Comorbidade?
Término da última gravidez: ____/___/____.
EXAME FÍSICO
Queixas Principais: _______________________________
Estado Geral: BEG ( ) REG ( ) PEG ( ) Outros: _____________________
Peso (kg):________ Estatura:__________ IMC: __________ Classificação Nutricional: ( ) Baixo Peso ( ) Adequado ( )
Sobrepeso ( ) Obsesidade: Grau: ______
Frequência respiratória: ____ rpm ( ) eupneico ( ) dispneico ( ) taquipneico ( ) bradipneico Ausculta:
Frequência cardíaca: _____bpm ( ) normocárdico ( ) bradicárdico ( ) taquicárdico Pressão arterial: _____x_____mmHg
Ausculta:
Temperatura _____ºC Tem apresentado febre? ( ) não ( ) sim Intolerância ao frio: ( ) não ( ) sim
Condições da pele/mucosas: ( ) íntegra ( ) seca ( ) acne ( ) queda de cabelo ( ) lesões Tipo e Local: ___________
( ) corada ( ) pálida ( ) ictérica ( ) cianótica
Nutrição: ( ) boa ( ) regular ( ) ruim ( ) perda de peso ( ) ganho de peso
Mamas: ( ) Pequenas ( ) Médias ( ) Grandes Presença: ( ) Nódulo ( ) Lesão papilar ( ) Assimetria
Mamas: Tipo de mamilo ( ) hipertrófico ( ) protuso ( ) semi-protuso ( ) plano ( ) invertido
Abdome: ( ) inalterado ( ) distendido ( ) doloroso ( )
Urina: ( ) normal ( ) alterado ( ) não sabe informar Eliminação Intestinal: ( ) Diária ( ) Irregular __ dias sem evacuar
Higiene corporal: ( ) boa ( ) precária ( ) péssima
Genitália/Períneo/Vulva: ( ) hiperemia ( ) prurido ( ) irritação vulvar ( ) sangramento ( ) edema ( ) inalterada ( ) dor ( )
secreções , se sim: Quantidade, coloração, aspecto, odor:
Região Anal: ( ) normal ( ) alterado ( ) Outros:
Edema: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar: Varicosas: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:
Padrão do sono: ( ) normal ( ) diminuído ( ) aumentado Tem dificuldade para dormir? ( ) não ( ) sim. Especifique: __________
Vícios e hábitos: ( ) uso de drogas ( ) tabagismo ( ) alcoolismo ( ) automedicação ( ) nega vícios e hábitos
Reações/comportamentos: ( ) medo ( ) agressividade ( ) ansiedade ( ) frustação ( ) aflita/chorosa ( ) agitada ( )
incapacidade ( ) tranquila ( ) Outros: _______________
OBSERVAÇÕES:

20
4.1.2 Fluxograma
O fluxograma apresenta-se como um guia de consulta para nortear o
profissional sobre quais condutas tomar frente aos contextos que envolvem a saúde
da mulher, diante de situações de atraso menstrual e amenorreias.

21
4.1.3 Principais diagnósticos de enfermagem (CIPE e CIAP) e principais
intervenções de enfermagem.

Principais Intervenções de Enfermagem


Principais
CIAP Orientações e Prescrição Solicitação
diagnóstico CIPE
Encaminhamento farmacológica de exames
• Falta de
conhecimento sobre • Acolher a gestante conforme
gravidez; as suas necessidades;
• Adesão a teste • Encaminhar para suporte
diagnóstico; psicológico;
• Conhecimento sobre • Encorajar a verbalização,
teste diagnóstico; sentimentos, percepções e Ofertar
W02 medo de
•Ansiedade medos; testes
estar grávida;
relacionada a coleta e • Encaminhar para grupo de rápidos
W29 sinais/ Prescrever
ou resultado de apoio ao pré-natal, puerpério e para
sintomas da ácido fólico 5mg
exame; amamentação; gravidez,
gravidez, outros 1cp/dia
• Risco de gravidez, • Envolver a família/pessoa HIV, sífilis e
W79 gravidez não
não intencional; significativa nos cuidados; hepatites
desejada
• Gravidez não • Identificar rede de apoio virais.
planejada; familiar e comunitária;
• Gravidez não • Realizar visita domiciliar de
desejada; acompanhamento;
• Risco de • Encaminhar para consulta
complicações durante pré-natal conforme Protocolo.
gravidez.
• Investigar a história clínica do
casal;
• Orientar acerca dos serviços
disponíveis na rede;
•Orientar sobre fatores
relacionados à infertilidade;
• Explicar o ciclo de
reprodução feminino a usuária,
• Risco de infertilidade;
conforme necessário;
• Processo do sistema
• Auxiliar as mulheres a
reprodutivo prejudicado;
determinar a ovulação através
• Infertilidade presente;
da temperatura basal do Prescrever
• Fertilidade masculina W15 infertilidade/
corpo, mudanças na secreção ácido fólico 5mg
prejudicada; subfertilidade
vaginal e outros indicadores 1cp/dia.
• Fertilidade feminina
fisiológicos;
prejudicada;
• Apoiar a usuária pelo
• Função do sistema
histórico de infertilidade e
reprodutivo eficaz.
avaliação, reconhecendo o
estresse normalmente sentido
durante a avaliação e
obtenção de um histórico
detalhado e processos de
tratamentos longos;
•Encaminhar para avaliação
médica.
• Prevenção da
gravidez;
Utilizar capítulo de saúde
• Gravidez planejada;
sexual e reprodutiva.
• Planejamento familiar
presente.
• Risco para infecção
(IST); Utilizar protocolo de IST
• Infecção presente

22
• Promover ambiente de
privacidade e
confidencialidade;
• Processo sexual • Investigar a história clínica
prejudicado; do casal;
• Relação sexual • Orientar acerca dos serviços
prejudicado; disponíveis na rede;
• Relação sexual •Orientar sobre fatores que
ausente; P07 diminuição interferem na atividade sexual;
•Relação sexual; desejo sexual •Esclarecer dúvidas referentes
• Comportamento P08 diminuição à atividade sexual;
Ofertar
sexual inadequado; da satisfação • Identificar a importância do
Se identificar testes
• Conhecimento sobre sexual; afeto;
alguma IST, rápidos
o comportamento P09 preocupação • Encorajar a verbalização de
realizar para
sexual prejudicado; com a preferência sentimentos e percepções e
tratamento Gravidez,
• Padrão de sexual; medos;
conforme HIV, Sífilis
sexualidade ineficaz; X04 relação • Incentivar a responsabilidade
protocolo. e Hepatites
• Disfunção sexual; sexual dolorosa relativa ao comportamento
Virais.
• Impotência; na mulher; sexual;
• Comportamento X24 medo •Investigar fatores que
sexual satisfatório; disfunção sexual. interferem na relação sexual;
•Relação sexual •Orientar sobre a importância
presente; das consultas ginecológicas/
• Conhecimento sobre urológicas periódicas;
o comportamento •Estimular o diálogo sobre a
sexual melhorado. situação com parceria;
• Oferecer folder educativo
(quando disponível) sobre
atividade sexual.
Realizar
exame de
• Encorajar verbalizações, colpocitolog
Se identificar
sentimentos, percepções e ia oncótica,
alguma IST,
medo; se
realizar
• Fazer exame especular; necessário;
• Dispareunia real; X04 relação tratamento
• Investigar fatores fisiológicos Ofertar
• Dor aguda; sexual dolorosa conforme
que interferem na relação; testes
• Dor crônica; na mulher. protocolo;
• Orientar a utilizar o rápidos
Prescrever
lubrificante vaginal; para
lubrificante
• Encaminhar para avaliação gravidez,
vaginal.
médica. HIV, sífilis e
hepatites
virais.
• Cólica menstrual
• Orientar aplicação de calor
presente;
local com média intensidade,
• Cólica menstrual
em baixo ventre, enquanto
diminuída;
tiver dor;
• Controle da dor
• Relacionar a queixa com o Ibuprofeno Hemoglobi
ineficaz;
método contraceptivo utilizado; 600mg, via oral na e
• Controle da dor X02 dores
• Orientar a realizar exercício de 8/8 horas, se hematócrito
eficaz; menstruais
físico moderado e aumentar necessário. se
• Adesão ao regime
ingesta hídrica; necessário.
medicamentoso;
• Orientar sobre os riscos de
• Adesão ao regime
automedicação;
terapêutico;
• Orientar a realizar registro
•Dor melhorada.
dos sintomas e datas.

• Menstruação W06 menstruação • Orientar para não ter relação Ibuprofeno Realizar

23
anormal; excessiva sexual vaginal neste período; 600mg, via oral exame de
• Menorragia presente; X07 menstruação • Investigar quantidade e de 8/8 horas, se colpocitolog
• Menstruação normal; irregular/ duração do sangramento; necessário. ia oncótica,
• Menstruação frequente. • Monitorar sinais vitais; se
interrompida. • Orientar e agendar retorno; necessário;
• Orientar familiares para Solicitar
acompanhar usuária; hemogram
• Orientar observação do a ou
sangramento; hemoglobin
• Orientar sobre restrição as ae
atividades; hematócrito
• Encaminhar para avaliação se
médica; necessário
• Programar visita domiciliar.
• Avaliar estilo de vida e
relação com uso de álcool,
drogas e tabaco;
• Auxiliar e estabelecer um
plano de metas para redução Ofertar
do abuso de álcool, drogas e testes
tabaco; rápidos de
• Encaminhar para grupo de HIV, sífilis e
autoajuda; hepatites
• Auxiliar nas mudanças de virais;
P15 abuso hábitos; Exames
crônico de álcool; • Solicitar apoio da equipe conforme
P16 abuso agudo multiprofissional, se trimestre de
• Abuso de álcool;
de álcool; necessário; gestação e
• Abuso de drogas; .
P19 abuso de • Encaminhar para o serviço avaliar
• Abuso de tabaco.
drogas; de referência (CAPS, NASF, necessidad
P17 abuso de entre outros); e de
tabaco. • Estimular apoio familiar no solicitar
processo; exames de
• Monitorar tratamento por função
meio das visitas domiciliares; hepática e
• Avaliar estado nutricional; renal;
• Avaliar situação de Ultrassom
negligência e presença de obstétrico.
violência doméstica, se
necessário, realizar notificação
de Violência.

• Reforço positivo e práticas


saudáveis e eficientes;
• Estabelecer uma relação de
• Adesão a regime confiança;
dietético melhorado; • Estimular reflexão sobre a
• Adesão a regime importância do autocuidado;
medicamentoso; • Estabelecer hábitos diários de
A98 medicina
• Adesão a regime higiene e autocuidado;
preventiva/manut - -
terapêutico; • Identificar a rede de apoio
enção de saúde
• Autocuidado familiar e comunitária;
melhorado; • Orientar sobre os benefícios
• Autocuidado do tratamento e qualidade de
preservado. vida e pratica de atividade
física;
• Facilitar o acesso ao serviço
de saúde.
• Baixo peso; A98 medicina • Orientar plano de cuidado; Hemogram
• Ingestão de preventiva/manut • Avaliar o estado nutricional - a ou
24
Alimentos, enção de saúde; (peso, altura e cálculo do IMC) hematócrito
Insuficiente; T08 perda peso. e do ganho de peso; e
• Peso no limite • Solicitar apoio da equipe hemoglobin
normal; multiprofissional, se a, se
• Peso normal. necessário; necessário.
• Avaliar situação social e
solicitar apoio da rede, se
necessário;
• Avaliar exames quanto à
presença de infecção;
• Solicitar apoio da equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Encaminhar para o serviço
de referência (NASF, entre
outros);
• Fornecer material educativo
sobre preparo e
reaproveitamento de
alimentos.
• Orientar plano de cuidado;
• Avaliar o estado nutricional
(peso, altura e cálculo do IMC)
e do ganho de peso;
• Solicitar apoio da equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Orientar realização de
atividade física;
• Adequar dieta ao estilo de
T07 aumento de vida;
• Ingestão de
peso; • Avaliar adaptação da dieta e
alimentos, excessiva;
T82 obesidade; mudança do estilo de vida; - -
• Obesidade presente;
T83 Excesso de • Avaliar causas da ingestão
• Sobrepeso presente.
peso. nutricional prejudicada;
• Elogiar o esforço da mulher/
família em promover a
alimentação saudável;
• Solicitar apoio da equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Encaminhar para o serviço
de referência (NASF, entre
outros).

• Autoimagem, • Obter dados sobre condição


negativa; psicológica;
• Baixa autoestima; • Obter dados sobre o
• Ansiedade presente; processo familiar e serviços
• Condição; comunitários;
psicológica • Orientar família sobre
P29
prejudicada condição psicológica e
sinais/intomas
• Medo; comportamento; - -
psicológicos e
• Vergonha; •Orientar cliente e/ou família
outros.
• Comportamento quanto adesão ao
violento; planejamento familiar e
• Falta de apoio contracepção;
familiar; • Encaminhar para o serviço
• Risco de violência de referência (CAPS, NASF,
doméstica; entre outros);
25
• Risco de violência • Encorajar a verbalização de
sexual; sentimentos e medos;
• Violência doméstica • Envolver família ou pessoa
presente; significativa no apoio ao
• Violência sexual processo de aceitação;
presente; • Identificar rede de apoio
• Processo familiar familiar e comunitário;
eficaz. • Realizar visitas domiciliares;
• Adotar abordagens;
educativas para
desenvolvimento de
enfrentamento da situação
atual;
• Apoiar a mulher na resolução
de suas dúvidas em relação
ao atendimento recebido;
• Avaliar o conhecimento e as
expectativas quanto as
alterações decorrentes do
ciclo de vida;
• Encaminhar para o serviço
de referência, conforme fluxo
municipal.

4.1.4 Atribuições (Organização do processo de trabalho).

Enfermeiro
• Realizar a consulta de enfermagem;
• Avaliar resultados de exames e dar laudo dos testes rápidos de gravidez, HIV,
sífilis e hepatites virais.

Equipe de enfermagem
• Realizar os testes rápidos de gravidez, HIV, sífilis e hepatites virais;
• Realizar orientações de cuidados.

4.2 Prevenção do Câncer de colo do útero e dor pélvica


O câncer de colo do útero é uma afecção iniciada com transformações
intraepiteliais progressivas que podem evoluir para um processo invasor num
período que varia de 10 a 20 anos (BRASIL, 2013).
O rastreamento é uma tecnologia da atenção primária, e os profissionais
atuantes nesse nível de atenção devem conhecer o método, a periodicidade e a
população alvo recomendadas, sabendo ainda orientar e encaminhar para
tratamento as mulheres de acordo com os resultados dos exames e garantir
continuidade (BRASIL, 2013).
De acordo com o Ministério da Saúde/Instituto Nacional de Câncer, na última
edição das Diretrizes Brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero,
publicada em 2016. O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as

26
mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual, já o rastreamento antes dos 25
anos deve ser evitado (INCA, 2016).
Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos de idade e, naquelas
mulheres sem história prévia de doença neoplásica pré-invasiva, interrompidos
quando essas mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos
nos últimos cinco anos (INCA, 2016).
Para mulheres com mais 64 anos de idade e que nunca se submeteram ao
exame citopatológico, deve se realizar dois exames com intervalo de um a três anos.
Se ambos os exames forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de
exames adicionais (INCA, 2016).
Tal recomendação apoia-se na observação da história natural do câncer do
colo do útero, que permite a detecção precoce de lesões pré-neoplásicas e o
tratamento oportuno, graças à lenta progressão que apresenta a forma mais grave
(INCA,2016).
É atribuição da atenção básica prestar cuidado integral e conduzir ações de
promoção à saúde, rastreamento e detecção precoce, bem como acompanhar o
seguimento terapêutico das mulheres nos demais níveis de atenção, quando diante
de resultado de citopatológico de colo do útero alterado (INCA,2016).

4.2.1 Dor pélvica

A dor pélvica ou dor em andar inferior do abdome é uma queixa frequente nos
serviços de atenção à saúde. Pode ter caráter cíclico, quando associada ao ciclo
menstrual, sendo conhecida como “dor do meio” ou ovulatória apresentando padrão
de cólica ou pontada, geralmente unilateral com alternância da lateralidade nos
ciclos subsequentes. Pode apresentar-se sob formas variadas, sendo aguda quando
possui duração inferior a três meses ou crônica quando persiste por mais de seis
meses.
A dor pélvica aguda pode ter origem ginecológica, associada principalmente a
DIP, dismenorreia, torção/ruptura de cisto ovariano ou endometrite pós parto/aborto.
Dentre as causas não ginecológicas da dor pélvica aguda podem-se citar:

27
apendicite, infecção/litíase urinária; constipação intestinal; ou outras doenças
intestinais e vasculopatia abdominal.
A dor pélvica crônica pode ter origem ginecológica, associada principalmente
a endometriose ou aderências pélvicas ou não ginecológica; associada a causas
distintas, tais como: constipação intestinal; síndrome do intestino irritável; síndrome
da bexiga dolorosa; lombalgia/síndrome miofascial; e história de violência (BRASIL,
2016).

4.2.2 Situações especiais

• A presença de colpites, leucorreia ou colpocervicites pode comprometer a


interpretação do exame colpocitológico. Nesses casos, a mulher deve ser
tratada e retornar para coleta do exame.

Sem história de atividade sexual

• Não há indicação para rastreamento do câncer de colo do útero e seus


precursores nesse grupo de mulheres.

Gestantes

• Seguir as recomendações de periodicidade e faixa etária como para as


demais mulheres;
• Pode ser feito em qualquer período da gestação, preferencialmente, até o 7º
mês de gestação.

Climatério e pós-menopausa

• Devem ser rastreadas de acordo com as orientações já mencionadas;


• Na eventualidade do laudo do exame citopatológico mencionar dificuldade
diagnóstica decorrente de atrofia, realizar estrogenização pela administração
de estradiol 0,1% - creme vaginal de preferência à noite, durante 21 dias, com
pausa de 5 a 7 dias para realização da coleta.

Histerectomizadas

• Em caso de histerectomia subtotal (com permanência do colo do útero), deve


seguir rotina de rastreamento;
• Em caso de histerectomia total: não é mais necessário realizar o
rastreamento, pois a possibilidade de encontrar lesão é desprezível;
• Exceção: se a histerectomia foi realizada como tratamento de câncer de colo
do útero ou lesão precursora (ou foram diagnosticados na peça cirúrgica),
seguir o protocolo de controle de acordo com o caso (lesão precursora –
controles cito/colposcópicos semestrais até dois exames consecutivos
normais; câncer invasor – controle por cinco anos (trimestral nos primeiros
28
dois anos e semestral nos três anos seguintes); se controle normal, citologia
de rastreio anual.

Imunossuprimidas

• Alguns fatores de risco diretamente relacionados à resposta imunológica têm


sido associados à maior chance de desenvolvimento do câncer. Mulheres
infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), mulheres
imunossuprimidas por uso de imunossupressores após transplante de órgãos
sólidos, em tratamentos de câncer e usuárias crônicas de corticosteroides
constituem os principais exemplos desse grupo;
• É indispensável que, pelas características mencionadas, as mulheres
infectadas pelo HIV devem ser submetidas ao rastreamento citológico de
forma mais frequente;
• Também, considerando a maior frequência de lesões multicêntricas, é
recomendado cuidadoso exame da vulva (incluindo região perianal) e da
vagina. No caso de a citologia mostrar inflamação acentuada ou alterações
celulares escamosas reativas, realizar nova coleta citológica em três meses,
após o tratamento adequado.

4.2.3 Coleta do exame colpocitológico

O profissional que realiza a coleta deve estar preferencialmente


acompanhado durante a consulta por um técnico de enfermagem.
Para qualificar o procedimento é indispensável que a sala para a coleta do
exame apresente o material necessário, que tenha um banheiro, ou um local
apropriado e privativo para a troca da roupa da usuária/paciente.
Equipamentos necessários: preferencialmente maca ginecológica; escada de
dois degraus; mesa auxiliar; foco de luz com cabo flexível; biombo; cesto de lixo com
pedal; e hamper.
Materiais necessários: espéculo de tamanhos variados: pequeno; médio; e
grande; lâminas de vidro com extremidade fosca; espátula de Ayre; escova
endocervical; pinça de Cheron; luvas para procedimento; solução fixadora; gaze;
frasco tipo tubete; avental; lençóis: devem ser preferencialmente descartáveis;
formulários de requisição do exame colpocitológico; lápis grafite ou preto nº 2.
Antes de realizar o exame especular, orientar a usuária sobre o procedimento,
buscando esclarecer suas dúvidas e reduzir a ansiedade e medo, informar sobre a
possibilidade de discreto sangramento após a coleta, com cessação espontânea,
orientar sobre a importância de buscar o resultado do exame e agendar retorno para
avaliação do resultado.
O formulário de Requisição do Exame Citopatológico do Colo do Útero deve
ser preenchido com letra de forma, de forma legível e contendo obrigatoriamente:
• Identificação da Unidade de Saúde;
• Nome completo, data de nascimento, número do prontuário/CNS;
endereço e telefone para contato da paciente;
• Nome da mãe da paciente;
• Identificação do profissional que realizou o exame;
• Preenchimento de todos os dados da anamnese;

Preparação da lâmina:
29
A lâmina e o frasco que serão utilizados para colocar o material a ser
examinado devem ser preparados previamente:
• Identificar a lâmina escrevendo as iniciais do nome da mulher, número do
prontuário ou CNS com lápis preto nº 2 ou grafite, na extremidade fosca. Não
usar caneta hidrográfica ou esferográfica, pois leva à perda da identificação
do material, essas tintas se dissolvem durante o processo de coloração das
lâminas no laboratório;
• Identificar o frasco com o nome da Unidade de Saúde; nome completo da
mulher e número do prontuário ou CNS.

Colocação do espéculo:

• Coloca-se o espéculo, o tamanho escolhido deve levar em consideração a


história ginecológica e obstétrica e a constituição física da mulher a ser
examinada;
• Não usar lubrificante. Exceto em casos selecionados, principalmente em
mulheres climatéricas recomenda-se molhar o espéculo com soro fisiológico;
• O espéculo deve ser introduzido suavemente, em posição vertical e
ligeiramente inclinada de maneira que o colo do útero fique exposto
completamente, o que é imprescindível para a realização de uma boa coleta;
• Iniciada a introdução fazer uma rotação deixando em posição transversa, de
modo que a fenda da abertura do espéculo fique na posição horizontal;
• Uma vez introduzido totalmente na vagina, abra-o lentamente e com
delicadeza;
• Nessa fase do exame, também é importante a observação das
características do conteúdo e das paredes vaginais, bem como as do colo do
útero. Os dados da inspeção do colo do útero são muito importantes para o
diagnóstico colpocitológico. Na inspeção do colo do útero é importante
verificar e registrar suas características: colo normal; ou ausente; ou não é
visualizado; e alterado ou com a presença de secreção anormal.

Coleta do material:

A coleta do material deve ser realizada na ectocérvice e na endocérvice.


Coleta dupla em lâmina única.

30
Coleta de ectocérvice:

• Utiliza-se espátula de Ayres, do lado que apresenta reentrância;


• Encaixar a ponta mais larga da espátula no orifício externo do colo, apoiando-
a firmemente, fazendo uma raspagem na mucosa ectocevical em movimente
de 360º em torno do orifício cervical, para que toda a superfície do colo seja
raspada representada na lâmina. Procurando exercer uma pressão firme,
mas delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da
amostra;
• Estender o material de maneira uniforme, dispondo-o no sentido longitudinal
na metade superior da lâmina.

Coleta na endocérvice:

• Recolher o material introduzindo a escova endocervical e fazer um movimento


giratório de 360 graus, percorrendo todo o contorno do orifício cervical;
• Colocar o material retirado da endocérvice na metade inferior da lâmina, no
sentido longitudinal;
• Distender todo o material sobre a lâmina para a obtenção de um esfregaço
uniformemente distribuído, fino e sem destruição celular, sendo
imediatamente fixados com gotas do fixador celular.

4.2.4 Interpretação dos resultados de exames

Consta abaixo as recomendações ao Enfermeiro diante do resultado de


exame citopatológico normal (Quadro 1) e alterado (Quadro 2).

Quadro 1 – Recomendação diante de resultados de exames citopatológicos


normais
RESULTADO O QUE FAZER
Dentro dos limites da normalidade
no material examinado
✓ Seguir a rotina de rastreamento citológico;
Metaplasia escamosa imatura
Reparação;

31
Inflamação sem identificação do agente (alterações
celulares benignas reativas ou reparativas) ✓ Seguir a rotina de rastreamento citológico;
Achados microbiológicos:
➢ Lactobacillus sp;
➢ Cocos; ✓ Tratar apenas em caso de queixa clínica de
➢ Bacilos supracitoplasmáticos; corrimento vaginal.
➢ (sugestivos de Gardnerella/Mobiluncus);
➢ Candida sp.
✓ Seguir a rotina de rastreamento citológico;
✓ Na eventualidade de o laudo do exame
Atrofia com inflamação citopatológico mencionar dificuldade diagnóstica
decorrente da atrofia, encaminhar para
avaliação médica (consulta compartilhada) para
a estrogenização, devendo esta ser feita por via
vaginal.
✓ Seguir a rotina de rastreamento citológico;
Indicando radiação ✓ O tratamento radioterápico prévio deve ser
mencionado na requisição do exame.
➢ Achados microbiológicos:
➢ Chlamydia sp; ✓ Seguir a rotina de rastreamento citológico;
➢ Efeito citopático compatível com vírus do grupo ✓ Tratar com ou sem sintomatologia;
herpes; ✓ Encaminhar para avaliação médica (consulta
➢ Trichomonas vaginalis; compartilhada), caso haja necessidade de
➢ Actinomyces sp. antibioticoterapia.
Citologia com células endometriais
normais fora do período menstrual ou após a ✓ Seguir a rotina de
menopausa rastreamento citológico.

32
Quadro 2 – Recomendação inicial diante de resultados de exames
colpocitológicos anormais
Resultado O que fazer
✓ Repetição da citologia em seis meses
ou 12 meses;
✓ Se dois exames citopatológicos
subsequentes com intervalo de seis
(no caso de mulheres com 30 anos ou
mais) ou 12 meses (no caso de
mulheres com menos de 30 anos)
Provavelmente não
forem negativos, a mulher deverá
neoplásica.
Em células retornar à rotina de rastreamento
(ASC-US)
escamosas citológico trienal;
✓ Encaminhamento para ambulatório de
Atipias de referência em patologia cevical.*
significado Não se pode afastar
Indeterminado lesão de alto grau ✓ Encaminhamento para ambulatório de
(ASCUS) (ASC-H) referência em patologia cevical.*
Provavelmente não
Em células Neoplásica ✓ Encaminhamento para ambulatório de
Glandulares Não se pode afastar referência em patologia cevical.*
(AGC) lesão de alto grau
Provavelmente não
De origem Neoplásica
Indefinida ✓ Encaminhamento para ambulatório de
(AOI) Não se pode afastar referência em patologia cevical.*
lesão de alto grau.
Repetição da citologia em seis meses:
Lesão intraepitelial de baixo grau • Se dois exames negativos, seguir
(LSIL) (NIC I) rotina de rastreamento;
• Se lesão igual ou mais grave,
encaminhar para colposcopia;
• Encaminhamento para ambulatório de
referência em patologia cevical.*
Lesão intraepitelial de alto grau
(HSIL)
(NIC II e NIC III)
Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir ✓ Encaminhamento para ambulatório de
microinvasão ou carcinoma epidermoide invasor referência em patologia cervical.*
(NIC III)
Adenocarcinoma in situ ou invasor (Câncer invasivo)
(AIS)
*Indicação de Colposcopia – Seguir rotina do município.

4.2.5 Critérios para a não realização da coleta de material citopatológico do colo do


útero.

O exame colpocitológico não deve ser realizado para o diagnóstico de


corrimento vaginal e infecções sexualmente transmissíveis (IST). O diagnóstico
nesses casos é clínico e pela abordagem sindrômica - seguir capítulo de Corrimento
Vaginal e Cervicite, no tema IST.
33
4.2.6 Consulta de Enfermagem

Segue abaixo um roteiro para consulta de enfermagem à mulher para


prevenção do câncer de colo do útero.

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM / SUBJETIVO

• Idade (ver população-alvo);


• Verificar a realização prévia de exame citopatológico (data do último exame e
ocorrência de exames citopatológicos anormais;
• Questionar sobre a realização de exames intravaginais, utilização de lubrificantes,
espermicidas ou medicamentos vaginais, história de relações sexuais com
preservativo nas 48 horas anteriores ao exame citopatológico (fatores que podem
ocasionar prejuízo à leitura da amostra coletada). A presença de espermatozoides
na amostra não prejudica sua qualidade, entretanto outros fatores podem prejudicar
o diagnóstico. É importante aproveitar a presença da mulher na Unidade de Saúde e
realizar o exame preventivo compartilhando com ela os riscos de diagnóstico
alterado, além de garantir registros em prontuário físico e/ou eletrônico com a
informação do tempo da prática sexual;
• Antecedentes pessoais obstétricos, cirurgias pélvicas e antecedentes patológicos,
em especial as IST e, entre elas, a infecção pelo HPV;
• Data da última menstruação;
• Presença de queixas relacionadas a corrimentos vaginais. Embora a avaliação de
corrimentos vaginais não demande a coleta de colpocitológico, a queixa deve ser
avaliada no momento do exame e tratada quando necessário, não descartando a
oportunidade de realizar a coleta do material se o motivo de contato da mulher se
deu pelo corrimento. No entanto, em alguns casos, como na suspeita de
tricomoníase, recomenda-se tratar a mulher e reagendar a coleta do material
cervical em três meses, pelo risco de prejuízo da amostra.
• Dispareunia e sangramentos vaginais pós-coito ou anormais.

34
EXAME FÍSICO ESPECÍFICO E RESULTADO DE EXAMES/ OBJETIVO

Na primeira fase do exame inicia-se expondo somente a região a ser


examinada, som boa iluminação, observa-se atentamente, os órgãos genitais
externos, prestando-se atenção à distribuição dos pelos; à integralidade do clitóris,
do meato uretral, dos grandes e pequenos lábios, a presença de secreções vaginais,
de sinais de inflamação, varizes e outras lesões como úlceras, fissuras, verrugas e
tumorações.
Na presença de secreção vaginal anormal, friabilidade do colo, efetuar coleta
para análise laboratorial e tratar de acordo com abordagem sindrômica. Seguir a
rotina e rastreamento citológico.
Prescrição de tratamento para outras doenças detectadas, como IST, caso
presentes, na oportunidade de rastreamento (ver Capítulo de Corrimento vaginal e
cervicite no capítulo de IST).
Na presença de lesões suspeitas (vegetantes ou ulceradas no colo do útero)
e em mulheres com queixa de sangramento vaginal fora do período menstrual e/ou
desencadeada pela relação sexual, deve-se encaminhar para avaliação
especializada, visto que podem ser manifestações de doença invasora. A citologia,
nesses casos, devido à necrose tecidual, pode não identificar a presença de células
neoplásicas.
Avaliar resultados de exames prévios e registrar no prontuário.

35
4.2.7 Fluxograma

4.2.7.1 Fluxograma em rastreamento do câncer de colo do útero.

36
4.2.7.2 Fluxograma para casos de queixas de dor pélvica

37
4.2.8 Principais diagnósticos de enfermagem (CIPE e CIAP) e principais
intervenções de enfermagem

Principais Principais Intervenções de Enfermagem


diagnóstico /
resultados de CIAP Orientações e Prescrição Solicitação
enfermagem - Encaminhamento farmacológica de exames
CIPE
A98 medicina
• Orientação individual
preventiva/
e coletiva de mulheres
manutenção da
sobre o objetivo do
saúde;
exame, sua
X14 secreção
importância, fatores de
vaginal;
risco para o câncer de
X15
colo do útero:
sinais/sintomas
tabagismo, idade,
da vagina;
infecção por HPV;
X16
• Encaminhar para
sinais/sintomas
grupo de combate ao
da vulva;
tabagismo, se
X23 medo de
necessário;
• Conhecimento doença de
• Realizar exame
sobre o teste transmissão
ginecológico;
diagnostico; sexual;
• Associar a secreção
• Adesão ao teste X70 sífilis
vaginal ao ciclo
diagnóstico; feminina;
menstrual, atividade
• Acompanhamento X71 gonorreia
sexual, estado Solicitar /
de rastreamento feminina;
imunológico, aspectos realizar
iniciado; X72 candidíase
emocionais e coleta de
• Acompanhamento feminina;
condições de higiene; exame
de rastreamento X73 –
• Captar parceria(s) Papanicolau;
interrompido; tricomoníase
para o tratamento;
• Candidíase feminina; Seguir Protocolo de
• Comunicação da Realizar
presente; X74 doença IST se necessário.
alteração detectada no testes
• Prurido vaginal inflamatória
exame para a mulher rápidos de
presente; pélvica;
e realização de apoio HIV, sífilis e
• Inflamação X75 neoplasia
emocional e hepatites
presente em região maligna do colo;
esclarecimento de virais, se
vulvar e vagina; X82 lesão
suas dúvidas; necessário.
• Presença de traumática genital
• Encaminhar, se
lesão; feminina;
necessário, os casos
• Secreção vaginal X83
que necessitam de
anormal; malformações
avaliação nos serviços
• Infecção congênitas;
de referência de
presente. X84
acordo com os
vaginite/vulvite
critérios estabelecidos
X85 doença do
no protocolo de
colo;
acesso do Sistema de
X86 esfregaço de
Regulação
Papanicolau/colp
ambulatorial municipal;
ocitologia
• Realizar busca das
oncótica anormal;
mulheres faltosas com
X87 prolapso
resultado alterado ou
útero-vaginal;
com atraso na coleta,
X90 herpes
se necessário;
genital feminino;
• Estimular o
X91 condiloma
autocuidado.
acuminado

38
feminino;
X92 infecção por
clamídia;
X99 doença
genital feminina.
• Investigar causas
patológicas (e IST)
que possam causar as
dores nas relações
sexuais (DIP) – avaliar
outros sinais e
sintomas
• Investigar situações
Solicitar /
de violência;
realizar
• Encorajar
Seguir protocolo de coleta de
verbalizações,
• Dispareunia; IST se necessário; exame
sentimentos,
• Dispareunia Papanicolau;
percepções e medo;
melhorada; X04 relação Se identificar alguma
• Fazer exame
• Dor pélvica sexual dolorosa IST, realizar Realizar
especular;
melhorada; na mulher. tratamento conforme testes
• Investigar fatores
• Dor abdominal protocolo; rápidos de
fisiológicos que
melhorada. Prescrever HIV, sífilis e
interferem na relação;
lubrificante vaginal. hepatites
• Orientar a utilizar o
virais, se
lubrificante vaginal;
necessário.
• Orientar sobre os
riscos de
automedicação;
• Orientar a realizar
registro dos sintomas
e datas;
• Encaminhar para
avaliação médica.

Anti-inflamatórios
não hormonais
podem ser iniciados Solicitar /
de 2 a 3 dias antes realizar
• Orientação individual do período menstrual coleta de
X02 dores
e coletiva de mulheres (evitar uso superior a exame
menstruais;
sobre o ciclo 7 dias): Ibuprofeno Papanicolau;
X03 dores
• Dismenorreia; menstrual fisiológico e 600mg; ou se
intermenstruais;
• Dor pélvica patológico; diclofenaco 50 mg de necessário;
X09
melhorada; • Acolher, e 8/8 horas;
sinais/sintomas
• Dor abdominal tranquilizar (não é Realizar
pré-menstruais;
melhorada. patológico); Anti espasmódicos e testes
X89 síndrome
• Prescrever analgésicos se rápidos de
tensão pré-
sintomáticos se necessário: HIV, sífilis e
menstrual.
necessário. escopolamina 10mg hepatites
de 6/6 horas, virais, se
dipirona; ou necessário.
paracetamol 500mg
de 6/6 horas

39
• Nos casos de
suspeita ou
X17 sinais e
confirmação de ITU/ Solicitar /
sintomas/ pélvis
Litíase: prescrever realizar
feminina;
hidratação e coleta de
X02 dores
sintomáticos; exame
menstruais;
• Nos casos de Papanicolau;
X03 dores
constipação intestinal
intermenstruais;
e outras doenças Realizar
L03
intestinais; testes
sinais/sintomas
- Constipação: rápidos de
região lombar;
Prescrever dieta rica HIV, sífilis e
U01
• Dor pélvica em fibras, aumento da hepatites
disúria/micção
aguda ingesta de líquidos, virais, se
dolorosa; U02
• Dor pélvica atividade física Seguir protocolo de necessário;
Micção
melhorada; regular; IST se necessário Solicitar teste
frequente/urgênci
• Dor abdominal • Diarreia aguda: de gravidez
a urinária; U04
melhorada. - Prescrever
Incontinência
hidratação e ITU/ Litíase:
urinária;
sintomáticos; Solicitar
U05 outros
• Encaminhar se hemograma,
problemas
houver suspeita de EAS,
com a micção;
doenças inflamatórias urocultura;
U06 Hematúria;
intestinais. Considerar Considerar
A03 Febre;
avaliação clínica para tomografia
A04
exames; na presença
debilidade/cansaç
• Encaminhar para de
o geral/fadiga
avaliação médica nas hematúria.
demais causas de dor
pélvica aguda.
• Caracterizar a dor:
- não cíclica;
-intensidade interfere
nas atividades
habituais e/ou exige
ajuda médica;
- pode se estender
A29 outros além da pelve;
sinais/sintomas • Investigar:
Solicitar /
gerais; Constipação
realizar
X02 dores intestinal? Vida sexual
coleta de
• Dor pélvica menstruais; insatisfatória?
exame
crônica; X03 dores Cirurgias ou patologias
Papanicolau;
• Dor abdominal intermenstruais; pélvicas? Fluxo
crônica; X17 sinais e menstrual alterado? Seguir protocolo de
Realizar
• Dor pélvica sintomas/ pélvis Dismenorreia? IST se necessário
testes
melhorada; feminina; Violência sexual,
rápidos de
• Dor abdominal X74 doença doméstica,
HIV, sífilis e
melhorada. inflamatória intrafamiliar?
hepatites
pélvica; Conflitos/traumas?
virais, se
Z25 ato ou História de aborto?
necessário.
acontecimento Ansiedade/depressão?
violento. Baixo nível
sociocultural;
• Investigar causas
patológicas (e IST)
que possam causar a
dor pélvica crônica e
avaliar outros sinais e
sintomas;

40
• Investigar situações
de violência;
• Encaminhar para
avaliação médica nas
demais causas de dor
pélvica crônica.
• Investigar causa;
• Encaminhar para
consulta médica;
• Identificar situação
de emergência;
• Avaliar a
necessidade de
medicação de
urgência;
• Febre presente; • Encaminhar para Hemograma
• Hipotensão; consulta medica de completo;
A03 febre -
• Hipertensão; emergência no serviço Urina tipo I +
• Taquicardia. de referência e ou urocultura.
acionamento do
SAMU;
• Monitorar FC, e
pressão arterial;
• Aplicar compressa
fria, se necessário em
caso de febre .

• Estimular a ingesta
de líquidos;
• Estimular a ingestão
de alimentos ricos em
fibras, verduras,
legumes e frutas;
• Investigar hábitos
alimentares do usuário
e da família;
• Risco de • Investigar o uso de
Constipação ; medicação e
D12 obstipação - -
• Constipação patologias associadas;
presente; • Orientar sobre os
hábitos alimentares
saudáveis;
• Orientar a dieta
alimentar quanto a
quantidade, frequência
e qualidade;
• Encaminhar para
consulta médica
quando necessário.

41
• Orientar quanto ao
aumento da ingesta de
líquidos (água, sucos
naturais, entre outros);
• Orientar sobre
hábitos de higiene
íntima e pessoal;
• Orientar sobre os
riscos de
U01 Hemograma
automedicação;
• Infecção do Trato disúria/micção completo;
• Avaliar casos com
Urinário (ITU); dolorosa; Urina Tipo I e
resistência bacteriana,
• Disúria presente; U02 micção - urocultura
ITU de repetição ou
• Ingesta de líquido frequente/urgênci para controle
com febre, calafrios,
prejudicada. a urinária. pós
cefaleia, náuseas,
tratamento.
vômitos e
hipersensibilidade do
ângulo costo-ver-tebral
(sinal de Giordano +);
• Encaminhar para
consulta médica;
• Encaminhar para
emergência quando
necessário.
• Orientar para não ter
relação sexual vaginal
neste período;
• Investigar quantidade
Realizar
e duração do
exame de
sangramento;
colpocitologi
• Monitorar sinais
• Menstruação a oncótica,
vitais;
anormal; W06 menstruação se
• Orientar e agendar
• Menorragia excessiva; necessário;
retorno; Ibuprofeno 600mg,
presente; X07 menstruação Solicitar
• Orientar familiares via oral de 8/8 horas,
• Menstruação irregular/ hemograma
para acompanhar se necessário.
normal; frequente ou
usuária;
• Menstruação hemoglobina
• Orientar observação
interrompida. e
do sangramento;
hematócrito
• Orientar sobre
se
restrição as atividades;
necessário.
• Encaminhar para
avaliação médica;
• Programar visita
domiciliar;

42
• Orientar plano de
cuidado;
• Avaliar o estado
nutricional (peso,
altura e cálculo do
IMC) e do ganho de
peso;
• Solicitar apoio da
equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Avaliar situação
• Baixo peso; Hemograma
social e solicitar apoio
• Ingestão de ou
A98 medicina da rede, se
Alimentos, hematócrito
preventiva/manut necessário;
Insuficiente; e
enção de saúde; • Avaliar exames -
• Peso no limite hemoglobina,
T08 perda peso quanto à presença de
normais; se
infecção;
• Peso normal. necessário.
• Solicitar apoio da
equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Encaminhar para o
serviço de referência
(NASF, entre outros);
• Fornecer material
educativo sobre
preparo e
reaproveitamento de
alimentos;
• Orientar plano de
cuidado;
• Avaliar o estado
nutricional (peso,
altura e cálculo do
IMC) e do ganho de
peso;
• Solicitar apoio da
equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Orientar realização
• Ingestão de
de atividade física;
alimentos,
• Adequar dieta ao
excessiva T82 obesidade
estilo de vida;
• Obesidade T83 excesso de - -
• Avaliar adaptação da
presente peso
dieta e mudança do
Sobrepeso
estilo de vida;
presente;
• Avaliar causas da
ingestão nutricional
prejudicada;
• Elogiar o esforço da
mulher/ família em
promover a
alimentação saudável.
• Solicitar apoio da
equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Encaminhar para o

43
serviço de referência
(NASF, entre outros).
• Obter dados sobre
condição psicológica;
• Obter dados sobre o
processo familiar e
serviços comunitários;
• Orientar família sobre
condição psicológica e
comportamento;
• Orientar cliente e/ou
família quanto adesão
ao planejamento
• Autoimagem, familiar e
negativa; contracepção;
• Baixa autoestima; • Encaminhar para o
• Ansiedade serviço de referência
presente; (CAPS, NASF, entre
• Condição outros);
psicológica • Encorajar a
prejudicada; verbalização de
• Medo; sentimentos e medos;
• Vergonha; • Envolver família ou
• Comportamento pessoa significativa no
P29
violento; apoio ao processo de
sinais/sintomas
• Falta de apoio aceitação; -; -
psicológicos,
familiar; • Identificar rede de
outros.
• Risco de violência apoio familiar e
doméstica; comunitário;
• Risco de violência • Realizar visitas
sexual; domiciliares;
• Violência • Adotar abordagens
doméstica educativas para
presente; desenvolvimento de
• Violência sexual enfrentamento da
presente; situação atual;
• Processo familiar • Apoiar a mulher na
eficaz. resolução de suas
dúvidas em relação ao
atendimento recebido;
• Avaliar o
conhecimento e as
expectativas quanto as
alterações decorrentes
do ciclo de vida;
• Encaminhar para o
serviço de referência,
conforme fluxo
municipal.
• Realizar reforço
• Adesão ao regime positivo para manter
de imunização; A98 medicina esquema vacinal em
• Estado vacinal preventiva/manut dia; - -
completo para enção de saúde. • Agendar próximas
idade. doses e orientar
retono.

44
• Atualizar ou
A98 medicina encaminhar para a
• Não adesão ao
preventiva/ atualização do
regime de - -
manutenção de esquema vacinal;
imunização.
saúde. • Realizar busca ativa
dos faltosos.

4.2.9 Atribuições (Organização do processo de trabalho)

Enfermeiro
✓ Realizar a consulta de enfermagem;
✓ Requisitar o exame citopatológico no SISCAN;
✓ Realizar a coleta do material citopatológico;
✓ Realizar pesquisa no SISCAN dos resultados dos exames
coletados, identificando os resultados alterados, periodicamente
conforme rotina da unidade, sugere-se a pesquisa no sistema
após 10 dias da coleta.
✓ Convocar as mulheres com exames alterados para respectivas
condutas em tempo oportuno;
✓ Registrar as informações de seguimento no SISCAN.

Equipe de enfermagem
✓ Organizar a sala de coleta, prover materiais e insumos
necessários para a realização do exame;
✓ Acompanhar o enfermeiro na coleta do exame sempre que
solicitado;
✓ Preencher no formulário de requisição os dados relativos à
identificação da unidade e da usuária;
✓ Realizar a identificação da lâmina de ponta fosca e tubete ou
caixinha porta-lâminas;
✓ Requisitar o exame citopatológico no SISCAN;
✓ Realizar pesquisa no SISCAN dos resultados dos exames
coletados, identificando os resultados alterados, periodicamente
conforme rotina da unidade, sugere-se a pesquisa no sistema
após 10 dias da coleta;
✓ Convocar/buscar as mulheres com exames alterados para
respectivas condutas em tempo oportuno;
✓ Convocar/buscar as mulheres faltosas para respectivas condutas
em tempo oportuno.

Equipe de Saúde
✓ Agendar os exames preventivos;
✓ Requisitar o exame no SISCAN.

45
4.3 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA, MASTALGIA E OUTROS
SINTOMAS MAMÁRIOS

São fatores de risco para o câncer de mama: antecedentes familiares;


consumo de álcool e tabagismo; exposição a radiações ionizantes; grande
ingestão de gorduras saturadas; menarca precoce; menopausa tardia;
nuliparidade; primeira gestação após os trinta anos de idade; e uso
indiscriminado de preparados hormonais (INCA, 2016).
Os sintomas do câncer de mama palpável são: o nódulo ou tumor no
seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele
que recobre a mama, com abaulamentos ou retrações ou um aspecto
semelhante à casca de uma laranja. Também podem surgir nódulos palpáveis
na axila (INCA, 2016).

Para a detecção precoce do câncer de mama recomenda-se:


➢ Rastreamento bianual por mamografia, para as
mulheres com idade entre 50 a 69 anos, conforme preconiza o Ministério da
Saúde/INCA;
➢ Para mulheres fora da faixa etária recomendada
para o rastreamento é indicado avaliação médica;
➢ Garantia de acesso ao diagnóstico, tratamento e
seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados.

4.3.1 Exames recomendados

• Mamografia de rastreamento
As mamografias de rastreamento são aquelas realizadas em mulheres
sem queixas clínicas com o objetivo de diagnosticar o câncer antes que o
mesmo apresente sintomas e, assim, proporcionar diagnóstico na fase pré-
clínica da doença promovendo a diminuição nas taxas de mortalidade e
aumento de sobrevida.

• Mamografia diagnóstica

46
Mamografia realizada em mulheres com queixas ou alterações do
exame clínico, que não se enquadram no cenário de rastreamento, para
elucidação do diagnóstico da alteração clínica apresentada.
Cabe ressaltar que as mamografias com a finalidade diagnóstica podem
ser solicitadas a critério médico.

• Ultrassonografia de mamas
As principais indicações da ultrassonografia como método diagnostico são:
• Diagnóstico diferencial entre lesão sólida e lesão cística;
• Alterações no exame físico (lesão palpável), no caso de mamografia negativa
ou inconclusiva;
• Na jovem com lesão palpável;
• Nas alterações do exame clínico no ciclo grávido-puerperal;
• Na doença inflamatória e abscesso;
• No diagnóstico de coleções.
A complementação da mamografia com a ultrassonografia pode ser
considerada obrigatória e com grande benefício no diagnóstico nas seguintes
situações: quando há lesão palpável sem expressão na mamografia (pela alta
densidade do parênquima mamário ou localização em “zonas cegas”); nos
nódulos regulares ou lobulados, que possam representar cisto; e nas lesões
densificantes (assimetria difusa, área densa) que podem representar lesão
sólida, cisto ou parênquima mamário.
A complementação não está indicada nas lesões Categoria 2, nas
lesões Categoria 5, nas microcalcificações e na distorção focal da arquitetura.
A complementação pode ser dispensada nos pequenos nódulos de
aspecto benigno em mamas adiposas.
Nas mulheres assintomáticas com mama densa, a complementação não
é obrigatória, porém existe benefício no grupo de alto risco.
Os resultados de exame de ultrassonografia são classificados de acordo
com o Sistema BI-RADIS, com categorização e condutas na mesma linha da
mamografia.

47
4.3.2 Mastalgia e outros sintomas mamários

A mastalgia é uma queixa muito comum nos atendimentos de rotina.


Pode estar relacionada, na maioria das vezes, com processos fisiológicos do
organismo feminino modulados pelo sistema endócrino ou até mesmo como
sintoma de gestação. Como regra, sinais e sintomas que desaparecem
totalmente após a menstruação raras vezes são causados por processos
malignos. Em algumas situações a mastalgia pode estar relacionada ao uso de
contraceptivos hormonais (principalmente com altas dosagens de estrogênio)
ou terapias de reposição hormonal, pois o uso de hormônios pode agravar o
desconforto nas mulheres mais sensíveis, sendo contraindicados nos casos de
mastalgia mais acentuada.
As alterações funcionais benignas da mama, antes equivocadamente
denominadas “displasias mamárias”, são variações da fisiologia normal da
glândula mamária nas suas transformações evolutivas e involutivas ao longo do
ciclo de vida da mulher. Como entidade clínica, essas alterações podem ser
definidas como uma síndrome caracterizada por dor mamária e nodularidade,
que pode ser difusa ou localizada, em uma ou em ambas as mamas.
Diante da queixa de mastalgia, muitas vezes a elucidação da sua
relação com processos fisiológicos para a paciente é uma conduta suficiente
para maior tolerância à dor e desmistificação deste sintoma como indicativo de
casos de câncer. Entretanto é importante apurar a presença de alterações
mamárias por meio do ECM.
Apenas 2% dos casos de câncer de mama apresentaram-se como
mastalgia de natureza benigna, a maioria dos casos tem remissão espontânea.
Se persistir, recomenda-se reavaliar em um mês ou antes.

Mastalgia em Gestante:
• Orientar a gestante quanto à normalidade de incômodo mamário, pela fisiologia
da gestação, devido ao aumento mamário e ao desenvolvimento de suas
glândulas;
• Recomendar à gestante o uso constante de sutiã, com boa sustentação, após
descartar qualquer intercorrência mamária;

48
• Orientar a gestante sobre o colostro (principalmente nas fases tardias da
gravidez), que pode ser eliminado em maior quantidade, obrigando o
diagnóstico diferencial com anormalidades.

4.3.3 Exame clínico das mamas (ECM).

O exame clínico das mamas não tem benefício bem


estabelecido/constituído como rastreamento, devendo ser realizado no caso de
queixas mamárias, como parte inicial da investigação devendo o profissional de
saúde valorizar as queixas e percepções da paciente.
Uma rotina de exame deve ser sistematizada sendo importante examinar as
mamas por completo, avaliando-se superiormente até a clavícula, inferiormente
até o limite inferior da topografia das costelas, medialmente até o esterno e,
lateralmente, até alinha axilar média.
O exame clínico das mamas é construído pela inspeção estática, inspeção
dinâmica, palpação da mama e das cadeias ganglionares da axila e fossas
supra e intraclaviculares e expressão.
• Dor na mama de localização específica/pontual e sem história de trauma,
investigar com ultrassonografia (< 50 anos) e mamografia e ultrassonografia se
indicado (>30anos);
• Dor na mama de localização específica/pontual e com história de trauma,
recomenda-se observação, suporte adequado de calor local, medicação
analgésica, se não apresentar melhor, proceder com a orientação acima.

4.3.4 Auto exame da mama

A orientação para que a mulher realize sistematicamente o auto exame


da mama não é recomendada, pois ensaios clínicos não demonstraram a
redução da mortalidade.
Recomenda-se que os profissionais de saúde estimulem a mulher a ter
uma política de alerta, que seja orientada sobre as mudanças habituais da
mama e quais são os principais sinais da doença. A palpação ocasional da
mama pode ser realizada sempre que a mulher se sentir confortável, porém,
sem recomendação específica.

49
4.3.5 Sinais de alerta

• Nódulo ou espessamento que pareçam diferentes do tecido das mamas;


• Mudança no contorno das mamas (retração, abaulamento);
• Mudanças no mamilo (retração e desvio);
• Secreção espontânea pelo mamilo, principalmente se for unilateral.
Obs: Caso a mulher observe algum sinal de alerta, esta deve ser orientada a
procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência com urgência.

4.3.6 Interpretação do resultado de exames com o sistema Bi-radis

Conforme abaixo o quadro 3, com interpretação do Sistema BI-RADIS e


recomendações diante de resultados de exames de mamografia e
ultrassonografia de mama.

Quadro 3 – Sistema BI-RADIS, interpretação e condutas.


RISCO DE
CATEGORIA
INTERPRETAÇÃO CÂNCER RECOMENDAÇÕES
BI-RADS
CONDUTA
➢ Avaliação adicional com incidências e
manobras;
➢ Correlação com outros métodos de imagem,
conforme recomendação do médico
0 Exame inconclusivo Indeterminado radiologista, sendo a ultrassonografia de
mamas a mais comum;
➢ Comparação com mamografia feita no ano
anterior.
1 Exame negativo 0% ➢ Rotina de rastreamento conforme a faixa etária.
Exame com achado ➢ Rotina de rastreamento conforme a faixa etária,
2 0%
tipicamente benigno fora de risco.
➢ Controle radiológico por três anos, com
repetição do exame a cada seis meses no
primeiro ano e anual nos dois anos seguintes;
➢ A paciente pode ser encaminhada para
avaliação médica (consulta compartilhada) e
Exame com achado sucessivamente para o mastologia, mantendo a
3
provavelmente < 2% equipe na coordenação de cuidado, atenta às
benigno ações nos outros pontos da Rede de Atenção à
Saúde;
➢ Registrar informações de seguimento no
SISCAN.
2% a 95%, a ➢ Encaminhar para avaliação médica e
Exame com achado depender do sucessivamente encaminhada para a unidade
4
suspeito grau de de referência secundária para investigação
suspeição histopatológica;
Exame com achado ➢ Confirmado o diagnóstico, deverá ser
5 > 95% encaminhada à unidade de referência terciária
altamente suspeito

50
para tratamento;
➢ A APS deve manter a coordenação de cuidado
e garantir acesso aos procedimentos
recomendados;
➢ Registrar informações de seguimento no
SISCAN.
➢ Terapêutica específica em Unidade de
Exame com Tratamento de Câncer;
achados cuja ➢ A APS deve manter a coordenação de cuidado
6 100% e garantir acesso aos procedimentos
malignidade já está
recomendados;
comprovada ➢ Registrar informações de seguimento no
SISCAN.

51
4.3.7 Roteiro de consulta de Enfermagem

Segue abaixo sugestão de roteiro de consulta de enfermagem em


prevenção de câncer de mama, mastalgia e outros sintomas mamários.

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM / SUBJETIVO:

• Idade;
• Índice de Massa Corporal (IMC);
• Antecedentes pessoais obstétricos (menarca, nuliparidade ou primeira
gravidez acima de 30 anos);
• Antecedentes pessoais e familiares patológicos (história pregressa e/ou
familiar de câncer de mama);
• História de exposição à radiação ionizante (terapêutica ou ocupacional);
• Queixas mamárias, por exemplo: mastalgia, nódulo mamário, alterações
do mamilo, descarga papilar, assimetria da mama ou retração da pele;
• Dor: unilateral/bilateral, relação com a menstruação, tempo de dor,
progressão;
• Mudanças no aspecto da mama, nódulos, linfonodomegalia axilar ou
supraclavicular;
• História de amamentação corrente ou passada, uso de medicação,
história de trauma, febre;
• História ginecológica.

EXAME FÍSICO ESPECÍFICO/OBJETIVO

• Realizar exame clínico das mamas completo (ECM) para investigação


em caso de queixas mamárias;
• Observar presença de manifestações clínicas sugestivas de câncer de
mama: nódulo palpável, descarga papilar sanguinolenta ou em “água de
rocha”, lesão eczematosa da pele, edema mamário com pele em
aspecto de “casca de laranja”, retração na pele da mama, mudança no
formato do mamilo;
• Exame ginecológico;
• Registrar no prontuário resultados de exames anteriores, se disponível.

52
INSTRUMENTO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM QUEIXA
MAMÁRIA:
IDENTIFICAÇÃO
Nome:____________________________________DN: ____/____/____ Idade: ___ CNS: ____________________
Filiação (Mãe/Pai): ______________________________________________________________________________
Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ensino Primário ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
Estado Civil: ( ) União estável ( ) Casada ( ) Solteira Parceria:____________________________________
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM/SUBJETIVO
Tem filhos: ( ) Não ( ) Sim, se Sim Nº nascidos vivos:____ Nº abortos: _____ Nº óbitos fetais:_____
Histórico de Amamentação:
Intervalo interpartal:
Data da última menstruação: ___/___/____. Está grávida? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
Faz uso de método contraceptivo: ( ) Não ( ) Sim, Qual?
Faz uso de hormônio / remédio para tratar a Menopausa: ( ) Não ( ) Sim, Qual?
Faz uso de medicação de uso contínuo? Qual medicamento e posologia?
Já fez tratamento por radioterapia? ( ) Não ( ) Sim. Especifique: ______________________________
Tem alguma alergia? ( ) Não ( ) Sim. Especifique: __________________________________________
Data última citologia oncótica: ____/___/____. Resultado: ___________________________________
Teve suas mamas examinadas por algum profissional de saúde antes dessa consulta? ( ) Não ( ) Sim
Fez mamografia alguma vez? ( ) Não ( ) Sim, se Sim quando: ___/___/___. Resultado: __________
Histórico Vacinal:
EXAME FÍSICO/OBJETIVO
Queixas Principais: ____________________________________________________________________
Estado Geral: BEG ( ) REG ( ) PEG ( ) Outros: _____________________
Peso (kg):________ Estatura:__________ IMC: __________ Classificação Nutricional: ( ) Baixo Peso ( )
Adequado ( ) Sobrepeso ( ) Obesidade Grau: ______
Frequência respiratória: ____ rpm ( ) eupneico ( ) dispneico ( ) taquipneico ( ) bradipneico Ausculta:
Frequência cardíaca: _____bpm ( ) normocardico ( ) bradicardico ( ) taquicardico Pressão arterial:
_____x_____mmHg Ausculta:
Temperatura _____ºc Tem apresentado febre? ( ) não ( ) sim
Condições da pele/mucosas: ( ) íntegra ( ) lesões Tipo e Local: ___________ ( ) corada ( ) pálida ()
ictérica ( ) cianótica
Nutrição: ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Mamas: Tipo de mamilo ( ) hipertrófico ( ) protuso ( ) semiprotuso ( ) plano ( ) invertido
Mamas: ( ) nódulo ( ) linfonodomegalia axilar ou supraclavicular ( ) espessamento ( ) modif. na textura ( )
alteração na temperatura da pele ( ) descarga papilar ( ) trauma local ( ) cirurgia local
ECM (se necessário): ___________________________________________________________________
Abdômen: ( ) inalterado ( ) distendido ( ) doloroso ( ) sinais flogísticos ( ) presença de secreção
Urina: ( ) normal ( ) alterado ( ) não sabe informar Eliminação Intestinal: ( ) Diária ( ) Irregular ___ dias
sem evacuar Especifique:_________________________
Higiene corporal: ( ) boa ( ) precária ( ) péssima
Genitália/Períneo/Vulva: ( ) hiperemia ( ) secreções ( ) edemas ( ) lacerações ( ) inalterada Região
Anal: ( ) normal ( ) alterado ( ) Outros:
Edema: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:
Varicosas: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:
Padrão do sono: ( ) normal ( ) diminuído ( ) aumentado
Tem dificuldade para dormir? ( ) não ( ) sim. Especifique: ____________________________
Vícios e hábitos: ( ) uso de drogas ( ) tabagismo ( ) alcoolismo ( ) automedicação ( ) nega vícios e hábitos
Reações/comportamentos: ( ) medo ( ) agressividade ( ) ansiedade ( ) frustação ( ) aflita/chorosa ( ) agitada
( ) tranquila ( ) Outros: _______________
Resultados de exames anteriores:
Observações:

53
4.3.8 Fluxograma

4.3.8.1 Fluxograma de prevenção de câncer de mama.

54
4.3.8.2 Fluxograma de mastalgia e outros sintomas mamários

55
4.3.9 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais
intervenções de enfermagem:
Principais Principais Intervenções de Enfermagem
diagnóstico /
CIAP Orientações e Prescrição Solicitação
resultados de
Encaminhamento farmacológica de exames
enfermagem - CIPE
• Reforço positivo sobre a
A98 medicina iniciativa da busca pela
• Adesão ao teste
preventiva/ adesão ao teste diagnóstico - -
diagnóstico;
manutenção de saúde e orientar retorno para a
avaliação do resultado.
• Oferecer apoio e
• Acompanhamento
esclarecimento de dúvidas e
de rastreamento A98 medicina
sobre os resultados de
iniciado; preventiva/ - -
exames.
• Diagnostico e manutenção de saúde
• Encaminhar a referência,
resultado anormal.
se necessário.
- Oferecer apoio e
esclarecimento de dúvidas
sobre os resultados de
exames;
- Encaminhar para
• Sensibilidade nas
X18 mor na mama confirmação diagnóstica /
mamas;
feminina tratamento dos casos
• Trauma em mama Solicitar
X19 tumor nódulo identificados de câncer de
presente; mamografia
mama feminina mama, conforme
• Lesão presente em de
X20 sinais/sintomas necessidade e rotina local.
mama; rastreamen
mamilo mulher - Realizar busca ativa das
• Dor aguda em to, se
X21 sinais/sintomas mulheres faltosas para
mama; necessário.
mama feminina, outros rastreamento e/ou com -
• Dor crônica; Solicitar
X22 preocupação resultados alterados;
• Enfrentamento da ultrassonog
aparência mama - Orientação individual ou
dor presente; rafia de
feminina coletiva sobre estilo de vida
• Mastalgia presente; mama, se
X76 neoplasia maligna saudável, prevenção de
• Edema linfático necessário2
mama feminina câncer e principais sinais e
presente; .
X88 doença sintomas do câncer de
• Integridade da pele
fibrocística mama mama, limites e riscos das
prejudicada.
ações de rastreamento;
- Realizar consulta
compartilhada com o
profissional médico quando
identificar alterações1.
• Investigar causa;
• Encaminhar para consulta
médica;
• Identificar situação de
emergência
• Avaliar a necessidade de
• Febre, taquicardia, medicação de urgência;
hipotensão; • Encaminhar para consulta
• Inflamação em médica de emergência no
A03 febre - -
mama presente; serviço de referência e ou
• Secreção presente acionamento da equipe de
em mamilo. urgência;
• Monitorar FC, e pressão
arterial;
• Aplicar compressa fria, se
necessário em caso de
febre. Orientar sobre os
riscos da automedicação.

56
•Encorajar a mulher a
participar ativamente de seu
cuidado;
•Esclarecer sobre os exames
preventivos de câncer de
•Regime de cuidados
mama;
com mama eficaz;
•Esclarecer dúvidas quanto
• Regime de A98 medicina
ao exame das mamas sinais
cuidados com mama preventiva/
e sintomas de alarme;
prejudicado; manutenção de saúde
•Orientar sobre a
• Aceitação do
periodicidade do
estado de saúde.
acompanhamento de saúde;
•Estimular confiança do
atendimento;
• Manter autocuidado e
higiene corporal.
• Orientar plano de cuidado;
• Avaliar o estado nutricional
(peso, altura e cálculo do
IMC) e do ganho de peso;
• Solicitar apoio da equipe
multiprofissional, se Hemogram
necessário; a ou
• Avaliar situação social e Hematócrit
• Baixo peso;
T08 perda peso solicitar apoio da rede, se oe
• Ingestão de
T03 perda de apetite necessário; hemoglobin
alimentos
A98 medicina • Avaliar exames quanto à a, se
insuficiente;
preventiva/ presença de infecção; - necessário.
• Peso no limite
manutenção de saúde • Solicitar apoio da equipe Urina tipo I
normal;
multiprofissional, se e
• Peso normal.
necessário urocultura,
• Encaminhar para o serviço se
de referência (NASF, entre necessário.
outros).
• Fornecer material educativo
sobre preparo e
reaproveitamento de
alimentos.
• Orientar plano de cuidado;
• Avaliar o estado nutricional
(peso, altura e cálculo do
IMC) e do ganho de peso;
• Solicitar apoio da equipe
multiprofissional, se
necessário;
• Orientar realização de
• Ingestão de
atividade física;
alimentos excessiva;
• Adequar dieta ao estilo de
• Obesidade T82 obesidade
vida; - -
presente; T83 excesso de peso
• Avaliar adaptação da dieta
• Sobrepeso
e mudança do estilo de vida;
presente.
• Avaliar causas da ingestão
nutricional prejudicada;
• Elogiar o esforço da
mulher/família em promover
a alimentação saudável;
• Solicitar apoio da equipe
multiprofissional, se
necessário;

57
• Encaminhar para o serviço
de referência (NASF, entre
outros).
• Obter dados sobre
condição psicológica;
• Obter dados sobre o
processo familiar e serviços
comunitários;
• Orientar família sobre
condição psicológica e
comportamento;
• Autoimagem, • Orientar cliente e/ou família
negativa; quanto adesão ao
• Baixa autoestima; planejamento familiar e
• Ansiedade contracepção;
presente; • Encaminhar para o serviço
• Condição de referência (CAPS, NASF,
psicológica, entre outros);
prejudicada; • Encorajar a verbalização
• Medo; de sentimentos e medos;
• Vergonha; • Envolver família ou pessoa
• Comportamento significativa no apoio ao
violento; P29 sinais/sintomas processo de aceitação;
- -
• Falta de apoio psicológicos, outros • Identificar rede de apoio
familiar; familiar e comunitário;
• Risco de violência • Realizar visitas
doméstica; domiciliares;
• Risco de violência • Adotar abordagens
sexual; educativas para
• Violência doméstica desenvolvimento de
presente; enfrentamento da situação
• Violência sexual atual;
presente; • Apoiar a mulher na
• Processo familiar resolução de suas dúvidas
eficaz; em relação ao atendimento
recebido;
• Avaliar o conhecimento e
as expectativas quanto as
alterações decorrentes do
ciclo de vida;
• Encaminhar para o serviço
de referência, conforme fluxo
municipal.
• Adesão ao regime • Realizar reforço positivo
de imunização; A98 medicina para manter esquema
• Estado vacinal preventiva/manutençã vacinal em dia; - -
completo para idade o de saúde • Agendar próximas doses e
gestacional. orientar a retorno.
• Atualizar ou encaminhar
• Não adesão ao A98 medicina para a atualização do
regime de preventiva/ esquema vacinal; - -
imunização manutenção de saúde • Realizar busca ativa dos
faltosos.
1 Nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos; Nódulo mamário em mulheres com mais

de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual; Nódulo mamário de consistência
endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer
idade; Descarga papilar sanguinolenta unilateral; Lesão eczematosa da pele que não responde
a tratamentos tópicos; Presença de linfadenopatia axilar; Aumento progressivo do tamanho da
mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja;
Retração na pele da mama; e mudança no formato do mamilo.

58
2 As principais indicações da ultrassonografia como método diagnóstico são: Diagnóstico
diferencial entre lesão sólida e lesão cística; Alterações no exame físico (lesão palpável), no
caso de mamografia negativa ou inconclusiva; Na jovem com lesão palpável; Nas alterações do
exame clínico no ciclo grávido-puerperal; Na doença inflamatória e abscesso; e no diagnóstico
de coleções.

4.3.10 Atribuições (organização do processo de trabalho)

Enfermeiro
✓ Realizar a consulta de enfermagem;
✓ Realizar pesquisa no SISCAN dos resultados dos exames
coletados, identificando os resultados alterados, periodicamente
conforme rotina da unidade, sendo sugerido a pesquisa no sistema
após 20 dias;
✓ Realizar a convocação das mulheres com exames alterados para
respectivas condutas em tempo oportuno;
✓ Registrar as informações de seguimento no SISCAN;
✓ Realizar busca ativa das mulheres faltosas ao exame e com
resultado alterado;
✓ Realizar interpretação de resultado e conduta na mamografia de
rastreamento.

Equipe de enfermagem
✓ Organizar a sala de coleta, prover materiais e insumos
necessários para a realização do exame;
✓ Acompanhar o enfermeiro na realização do exame sempre que
solicitado;
✓ Realizar a convocação das mulheres com exames alterados para
respectivas condutas em tempo oportuno quando solicitado pelo
enfermeiro;
✓ Auxiliar na busca ativa das mulheres faltosas ao exame.

Equipe de saúde
✓ Agendar o exame de mamografia para os serviços de referência
por meio do Sistema de Regulação;
✓ Requisitar o exame no SISCAN.

59
4.4 PRÉ-NATAL

A Equipe de Saúde da Família é a responsável pelo acolhimento da


gestante de sua área. O início do pré-natal deve ocorrer preferencialmente no
1º trimestre de gestação, permitindo que as ações preventivas e terapêuticas
sejam oportunamente introduzidas (BRASIL, 2012).
Para tanto, recomenda-se o seguinte passo a passo:
1. Toda mulher da área de abrangência da Unidade de Saúde com história
de atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe
de saúde a realizar o Teste Rápido de Gravidez (TRG). Se o atraso
menstrual for maior que 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá
ser feito pelo exame clínico e torna-se desnecessária a solicitação do
TRG;
2. As mulheres com TRG negativo deverão ser inscritas no Planejamento
Reprodutivo;
3. Confirmada a gravidez, o enfermeiro(a) realiza o registro dos dados da
consulta no sistema vigente e entrega o Cartão da Gestante.
4. Nas consultas subsequentes o acompanhamento da gestante deverá ser
realizado por meio do preenchimento dos dados no sistema vigente, que
deve ser preenchida pelo profissional que realizar a consulta.
5. Entregar para a gestante: Cartão da Gestante (orientar para que a
mesma tenha o cartão sempre consigo);
6. Em toda consulta o enfermeiro(a) devem proceder à avaliação do risco
gestacional e tomar providências conforme cada situação;
7. A equipe deve desenvolver atividades educativas, orientando sobre a
importância do pré-natal e os cuidados necessários, preparando a
gestante para o aleitamento materno e para o parto, cuidados com o
bebê, entre outros;
8. Agendar o retorno da gestante à consulta pré-natal e encaminhar para
consulta odontológica;
9. A equipe deve realizar visitas domiciliares com o objetivo de monitorar a
gestante, orientar os cuidados adequados, identificar possíveis sinais de

60
risco, realizar os encaminhamentos necessários e avaliar as
vulnerabilidades;
10. Estimular a participação da mulher/família em grupos de gestantes;
11. Estimular a participação do cônjuge nas consultas e atividades
educativas (Seguir Protocolo de Saúde do Homem – Pré-natal do
parceiro).
12. Avaliar/atualizar a situação vacinal em todas as consultas, conforme
quadro 4.

4.4.1 Gestação de Risco Habitual


As gestações de risco habitual correspondem a cerca de 90% das
gestações e apresentam baixa probabilidade de intercorrências maternas e/ou
fetais.
Para o pré-natal de risco habitual, preconizam-se, no mínimo, 6
consultas, sendo que o intervalo entre as consultas seja de 4 semanas até a
gestação completar 36 semanas e, a partir deste período, que os intervalos
sejam de 15 dias. As consultas de enfermagem devem ser intercaladas com as
do(a) médico(a), preferencialmente.
Segue abaixo relação de exames laboratoriais preconizados como
rotina, estes devem ser avaliados e tomado conduta conforme cada situação.
Consta no Quadro 5 a referência para os exames de EAS, glicemia de jejum e
hemograma.

Exames laboratoriais
✓ Teste rápido para HIV, sífilis, hepatites virais: na primeira consulta e
repetir próximo à 28ª semana;
✓ Grupo sanguíneo e fator Rh;
✓ Coombs indireto, se fator Rh negativo;
✓ Dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht): na primeira consulta e
repetir próximo à 28ª semana;
✓ Glicemia em jejum: na primeira consulta e repetir próximo à 28ª
semana;
✓ Coletar a 1a fase do IPED/APAE na primeira consulta e a 2a fase
próximo à 28a semana de gestação;

61
✓ Exame sumário de urina (Tipo I): na primeira consulta e repetir a cada 3
meses e, repetir se queixa urinária;
✓ Urocultura: na primeira consulta e com 28 semanas de gestação e,
repetir se queixa urinária;
✓ Ultrassonografia obstétrica: realizar preferencialmente entre a 18ª e a
22ª semana de gestação. Repetir na presença de intercorrências;
✓ Colpocitologia oncótica – seguir as recomendações vigentes descritas
no capítulo de Prevenção do câncer de colo do útero.

Rotina de pré-natal de risco habitual no 1º trimestre (01ª a 13ª semanas de


gestação)
As consultas deverão ser realizadas, no mínimo, uma vez ao mês até a
32ª semana de gestação.
• Consulta de enfermagem, com o preenchimento da Caderneta da
Gestante;
• Iniciar a suplementação diária de sulfato ferroso e ácido fólico, para
tratamento e profilaxia de deficiência de tais substâncias no organismo;
• Solicitar/coletar a 1ª fase de exames: triagem IPED/APAE; hemograma
completo ou hemoglobina e hematócrito; glicemia de jejum; tipagem
sanguínea e fator Rh; urina Tipo I; urocultura; ultrassom obstétrico;
• Realizar as testagens rápidas de HIV, hepatite viral (B) e sífilis. Os casos
de resultado positivo para as testagens rápidas de HIV, hepatite viral
e/ou sífilis, o IPED/APAE solicita que seja coletado sangue em papel
filtro e soro para a realização de sorologias, no qual deve ser enviado
simultaneamente para evitar a solicitação de recoleta e agilizar o
resultado para início precoce do tratamento. Contudo, na impossibilidade
do envio simultâneo do sangue em papel filtro e do soro, deve-se
priorizar o envio o mais breve possível do sangue seco em papel filtro,
devendo o soro ficar acondicionado em geladeira ou em caixa térmica
com gelox e o transporte em caixa térmica com gelox;
• Em caso de testagem positiva para HIV, hepatites virais e/ou sífilis,
seguir protocolo de IST;
• Realizar a classificação de risco gestacional em todas as consultas;

62
• Iniciar ou atualizar esquema vacinal (Quadro 4);
• Encaminhar para consulta odontológica;
• Encaminhar para Participação Educativa que deverá abordar temas
variados (direitos da gestante, tipos de parto, posições de parto,
métodos não farmacológicos de alívio da dor, visita à maternidade,
paternidade e cuidado, aleitamento materno, entre outros), esta
atividade educativa pode ser realizada em parceria com o CRAS, NASF,
Academia da Saúde e outros equipamentos sociais;
• Estimular a participação do cônjuge nas consultas de pré-natal e seguir
Protocolo de Saúde do Homem – Pré-natal do parceiro;
• Encaminhar as gestantes de risco habitual nas atividades da Academia
da Saúde ou outras atividades disponíveis para esse grupo na
comunidade.

Rotina de pré-natal de risco habitual no 2º trimestre (14ª a 27ª semanas de


gestação)
As consultas deverão ser realizadas, no mínimo, uma vez ao mês até a
32ª semana de gestação.
• Solicitar ultrassom obstétrico;
• Iniciar ou atualizar esquema vacinal (Quadro 4);
• Solicitar urocultura se queixa urinária;
• Iniciar a suplementação diária de sulfato ferroso e ácido fólico, para
tratamento e profilaxia de deficiência de tais substâncias no organismo;
• Encaminhar para o exame preventivo do câncer de colo do útero,
conforme recomendação do capítulo de Prevenção do Câncer de Colo
do Útero;
• Realizar a classificação gestacional de risco em todas as consultas e
encaminhar se necessário;
• Encaminhar para Participação Educativa que deverá abordar temas
variados (direitos da gestante, tipos de parto, posições de parto,
métodos não farmacológicos de alívio da dor, visita à maternidade,
paternidade e cuidado, aleitamento materno, entre outros), esta

63
atividade educativa pode ser realizada em parceria com o CRAS, NASF,
Academia da Saúde e outros equipamentos sociais;
• Estimular a participação do cônjuge nas consultas de pré-natal e seguir
Protocolo de Saúde do Homem – Pré-natal do parceiro;
• Encaminhar as gestantes de risco habitual nas atividades da Academia
da Saúde ou outras atividades disponíveis na comunidade.

Rotina de pré-natal de risco habitual no 3º trimestre (28ª a 40ª semanas de


gestação)
• A partir da 28ª semana de gestação solicitar: hemograma completo;
glicemia de jejum; urina Tipo 1; urocultura; ultrassom obstétrico.
Realizar: as testagens rápidas de HIV, hepatites virais (B e C) e sífilis; e
coletar segunda fase da triagem do IPED/APAE. Caso tenha resultado
reagente em algum teste rápido, seguir as mesmas recomendações da
descrição da primeira fase.
• Realizar a classificação de risco em todas as consultas e encaminhar se
necessário;
• Orientar/agendar as consultas da 32ª a 36ª semana – quinzenais;
• Orientar/agendar consultas da 37ª semana em diante – semanais;
• Realizar visita à maternidade;
• Encaminhar para Participação Educativa que deverá abordar temas
variados (direitos da gestante, tipos de parto, posições de parto,
métodos não farmacológicos de alívio da dor, visita à maternidade,
paternidade, cuidado e aleitamento materno, entre outros), esta
atividade educativa pode ser realizada em parceria com o CRAS, NASF,
Academia da Saúde e outros equipamentos sociais;
• Estimular a participação do cônjuge nas consultas de pré-natal e seguir
Protocolo de Saúde do Homem – Pré-natal do parceiro;
• Encaminhar as gestantes de risco habitual nas atividades da Academia
da Saúde ou outras atividades disponíveis na comunidade.

Ações complementares para gestação de risco habitual


✓ Referenciar para o atendimento odontológico;

64
✓ Realizar a vacinação antitetânica com DTPa em todas as gestações
e atualizar calendário vacinal, conforme Quadro 4;
✓ Registrar todos os dados da consulta na Caderneta da Gestante e
no prontuário (físico e/ou eletrônico);
✓ Registrar na Caderneta da Gestante o nome da maternidade de
referência para o parto;
✓ Agendar as consultas subsequentes;
✓ Orientar sinais de alerta e a referência para atendimento.

65
Quadro 4 – Avaliação
Anexo IV da-situação vacinal
Calendário dada gestante
Gestante
Nº DOSES INTERVALO ENTRE AS DOSES
IDADE VOLUME DA VIA DE LOCAL DE
VACINA PROTEÇÃO CONTRA COMPOSIÇÃO
ESQUEMA BÁSICO REFORÇO RECOMENDADA RECOMENDADO MÍNIMO DOSE* ADMINISTRAÇÃO APLICAÇÃO

0,5 mL ou1mL a
Iniciar ou 2ª dose: 1 mês
Antígeno depender do
completar 3 2ª dose 1 mês após após 1ª. 3ª
Hepatite B recombinante de laboratório
Hepatite B doses, de - - 1ª dose, 3ª dose 6 dose 4 meses Intramuscular Músculo deltoide
(HB recombinante) superfície do vírus produtor e/ou da
acordo com meses após 1ª dose após
purificado idade que será
histórico vacinal 1ª dose
administrada

Iniciar ou A cada 10 anos.


Deltóide, vasto
Bactéria morta de completar 3 Ferimentos graves,
Difteria, Tétano (dT 60 30 lateral da coxa ,
Difteria e Tétano toxide difterico e doses, de deve-se reduzir este - 0,5 mL Intramuscular
adulto) dias dias dorsoglúteo ou
tetanico acordo com intervalo para 5
ventroglúteo
histórico vacinal anos

Toxoides diftérico e
Deltóide, vasto
tetânico purificados e Gestantes a partir
Difteria, Tétano, Pertussis Difteria Tétano 1 dose a cada lateral da coxa ,
componentes 1 dose da 20ª semana de 60 dias após dT 30 dias após dT 0,5 mL Intramuscular
acelular (dTpa adulto) (1) Coqueluche gestação dorsoglúteo ou
acelulares da gravidez
ventroglúteo
coqueluche inativada

Influenza Vírus fracionado,


Influenza 1 dose Dose anual - - - 0,5 mL Intramuscular Músculo deltoide
(2) inativado

(1)Gestantes que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante o período gestacional, administrar 1 (uma) dose de dTpa no puerpério (até 45 dias), o mais precocemente possível. A vacina dTpa também será ofertada para todos
os profissionais de saúde. Gestantes sem histórico vacinal da dT, administrar 2 (duas) doses da vacina dupla adulto (dT) e 1 (uma) dose da vacina dTpa a partir da 20ª semana de gestação
(2) É ofertada durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, administrar esta vacina em qualquer idade gestacional. Administrar no puerpério caso a vacina não tenha sido administrada durante a gestação

*Pode variar de acordo com fabricante. Verificar indicação na Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação

Fonte: Brasil, 2020.

66
Quadro 5 – Condutas diante dos resultados de exames EAS, glicemia e
hemograma

67
Gestante Indígena
Este protocolo aplica-se também à gestante indígena. Muitas mulheres
indígenas optam por parir conforme seus costumes, com ajuda de parteiras
profissionais. Os profissionais de saúde devem respeitar essa opção e,
preferencialmente, devem atuar junto às parteiras para garantir uma atenção
de qualidade.
Diante de complicação ou identificação de risco, a gestante deve ser
encaminhada ao parto na maternidade e tem o direito de ser acompanhada
pela parteira, se for sua escolha.

68
4.4.2 Gestação de Alto Risco

Os fatores de risco são as características ou as circunstâncias que


levam a uma probabilidade maior da mulher e do recém-nascido
desenvolverem alguma complicação e, como consequência, evoluírem para
óbito, necessitando, portanto de ações de maior complexidade.

EM TODAS AS CONSULTAS DO PRÉ-NATAL, A GESTANTE DEVE SER


AVALIADA QUANTO A SITUAÇÕES DE RISCO.
Desde o diagnóstico da gestação, as gestantes, seus parceiros e suas
famílias devem sempre ser tratados com gentileza, respeito e dignidade, pois o
cuidado centrado na pessoa deve ser a ferramenta principal na assistência
para os cuidados na Atenção Primária à Saúde (APS).
A avaliação e classificação do risco gestacional deve ser um processo
contínuo ao longo do acompanhamento pré-natal. Devem ser iniciadas no
momento do diagnóstico da gestação e reavaliadas a cada consulta. Portanto,
a ficha de triagem para detecção de gestantes de alto risco com a
avaliação de pontos não deve ser mais utilizada como ferramenta para a
determinação do risco gestacional das pacientes atendidas na atenção
básica.
Além de toda a avaliação clínica, social, psicológica e emocional, a
caderneta da gestante, bem como sua ficha espelho, oferece o espaço ideal
para o registro das alterações e necessidades encontradas e, desta forma,
melhora a avaliação e identificação de situações de risco desta mulher.
Durante esta avaliação de risco (que deverá ser contínua e realizada
em todas as consultas de pré-natal), o profissional encontrará determinadas
situações e fatores que podem ser manejados na atenção primária sem a
necessidade de intervenção de outros profissionais participantes da rede; ou
ainda, verificar condições em que será necessária avaliação da atenção
especializada e articulação nos diferentes níveis de atenção da rede de
assistência em saúde.

69
Fatores de risco que devem ser manejados pela Atenção Primária em
Saúde (encaminhadas para a consulta médica da própria unidade):

• Idade inferior a 15 anos ou superior a 35 anos;


• Fatores de risco ocupacionais: verificação de esforços físicos em seu
ambiente de trabalho e/ou domiciliar, tais como: levantar ou carregar
material pesado, subir e descer escadas, caminhar por longos períodos,
permanecer em pé ou sentada por muito tempo, cargas horárias em
excesso ou noturnas. Ou ainda, exposição a produtos químicos diversos
e a agentes físicos (calor, ruído e radiações) e biológicos podem ser
fatores que comprometem o desenvolvimento fetal e a saúde da
gestante;
• Situações familiares ou conjugais inseguras;
• Condições ambientais desfavoráveis;
• Baixa escolaridade (menor que 5 anos de estudo regular);
• Condições ambientais desfavoráveis, como a vulnerabilidade social;
• Baixa estatura: (altura menor que 1,45 m);
• Baixo peso, sobrepeso ou obesidade;
• Ganho ponderal inadequado;
• Infecção urinária;
• Anemia não complicada;
• Tuberculose;
• Sífilis gestacional;
• Tabagismo leve;
• Fatores relacionados à história reprodutiva anterior (com rastreio e
medidas preventivas pertinentes): CIUR, prematuridade, malformações,
macrossomia, síndromes hemorrágicas ou hipertensivas, intervalo
interpartal <2 ou >5 anos, nuliparidade ou multiparidade, cirurgia uterina
anterior, duas ou mais cesarianas anteriores.

70
Fatores de risco que devem ser manejados pela Atenção Primária em
Saúde com o apoio especializado (avaliação e parecer em conjunto com o
ginecologista/obstetra):

• Asma brônquica controlada;


• Anemia carencial com Hb menor que 8 g/dl;
• Hipo ou hipertireoidismo;
• Doenças psiquiátricas graves;
• Usuárias de drogas lícitas e/ou ilícitas;
• HAS sem lesão de órgão-alvo;
• Diabetes gestacional bem controlado (encaminhar quando houver
diabetes prévio ou diabetes gestacional sem controle satisfatório com
dieta e exercícios);
• Pré-eclâmpsia;
• Gestação múltipla;
• Placenta prévia;
• Polidramnia ou oligodramnia;
• Malformação fetal que não necessite de cirurgia imediata (fenda
palatina, hidrocefalia, polidactilia, espinha bífida);
• Má história obstétrica: antecedentes de abortamento espontâneo de
repetição (>3), natimorto de causa ignorada, DPP de causa ignorada,
pré-eclâmpsia antes de 32 semanas, cerclagem;

Critérios para encaminhamento das gestantes para acompanhamento de


obstetrícia-infectologia no Serviço de Atenção Especializada:

Quando identificado, durante as consultas de pré-natal, quaisquer umas


das comorbidades descritas a seguir, a mulher e sua(s) parceria(s) deverão ser
encaminhadas ao serviço de infectologia para acompanhamento em conjunto
com a atenção básica, e em acompanhamento com a equipe de Atenção
Primária em Saúde.

71
Quando possível, orientar a equipe da APS a iniciar o tratamento
conforme Protocolo de IST, até o momento da primeira consulta da
especialidade:
• Hepatite B;
• Hepatite C;
• Toxoplasmose;
• Portadoras de HIV assintomáticas.

Fatores de risco que devem ser encaminhados para o acompanhamento


de pré-natal de alto risco e acompanhamento com a equipe de Atenção
Primária em Saúde:

• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) com lesão de órgão-alvo: se já


diagnosticado previamente, com a descrição do quadro obstétrico
completo da paciente juntamente com as descrições das lesões
encontradas;
• Obesidade acima de 140kg ou IMC ˃ 40;
• Cardiopatia materna (valvulopatias, arritmias, Doença Arterial
Coronariana [DAC], Insuficiência Cardíaca Congestiva [ICC]);
• Nefropatias graves (Insuficiência Renal Crônica [IRC] em pacientes em
TRS);
• Doenças hematológicas (exceto anemias carenciais);
• Antecedentes de Trombose Venosa Profunda (TVP) ou embolia
pulmonar;
• Doenças autoimunes.

4.4.3 Infecção do Trato Urinário (ITU) na gestação

Por definição, a Infecção do Trato Urinário (ITU) é a presença e


replicação de bactérias no trato urinário, provocando danos aos tecidos do
sistema urinário. No entanto, durante a gravidez, o entendimento desta
definição deve ser ampliado, considerando os riscos potenciais de
complicações.

72
Aproximadamente 5 a 10% das mulheres durante a gestação tem
infecção do trato urinário inferior, com urocultura apresentando mais de
100.000 colônias de bactérias/ml. Em mais de 85% destas infecções, o
microrganismo predominante é a Escherichia coli, assim, o sistema urinário
alterado na gravidez pode estar relacionado com a alta incidência deste
microrganismo, sendo mais frequente no segundo trimestre da gestação.
Diversos fatores tornam a ITU uma relevante complicação do período
gestacional, agravando tanto o prognóstico materno quanto ao feto. O
diagnóstico precoce, seguido de terapêutica adequada e imediata, é essencial
durante a assistência pré-natal, evitando comprometer o prognóstico materno e
gestacional.
Dentre as complicações perinatais das ITU, destacam-se o trabalho de
parto e parto pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, ruptura prematura de
membranas amnióticas, restrição de crescimento intraútero, paralisia
cerebral/retardo mental e óbito materno e fetal. Outras complicações têm sido
associadas à infecção urinária, incluindo hipertensão/pré-eclâmpsia, anemia,
corioamnionite e endometrite. Alterações locais, como obstrução urinária,
abscesso e celulite perinefrética, são mais raras e associadas à litíase ou
quadros resistentes ao tratamento antimicrobiano.

Sinais, Sintomas e Diagnóstico

São sintomas comuns de infecção do trato urinário:


• Dor ao urinar;
• Dor supra púbica;
• Urgência miccional;
• Aumento da frequência urinária;
• Nictúria;
• Presença de sangramento visível na urina.
• Febre;
• Taquicardia;
• Calafrios;
• Náuseas;

73
• Vômitos;
• Dor lombar, com sinal de Giordano positivo;
• Dor abdominal em flancos ou hipocôndrios.

Apresentando o quadro clínico característico ou exame do sedimento


urinário e pela cultura de urina alterada. Diante do quadro clínico característico
de infecção urinária realizar exame de urina tipo I e urocultura, e iniciar
tratamento imediatamente com o antibiótico recomendado.
Podendo ser realizado exames complementares, como: hemograma
completo, ureia e creatinina são exames importantes para identificar a
agressividade da infecção para detecção das alterações hematológicas e
parâmetros da função renal.

Profilaxia
Incentivar o aumento da ingestão de líquidos, esvaziamento vesical
frequente e antibioticoterapia profilática nas recidivas.

Quadro 6 - Tratamento e conduta diante de ITU em gestante.

74
Figura 3 – Ilustração sobre abordagem da gestante com bacteriúria
assintomática

75
4.4.4 Consulta de Enfermagem em Pré-natal

Segue abaixo sugestão de roteiro de consulta de enfermagem para a 1 a


consulta e para as subsequentes, posteriormente, disponibiliza-se um
instrumento para impressão se o profissional desejar.

Roteiro para a 1ª consulta:

Histórico de Enfermagem/Subjetivo:

Identificação • Nome;
• Idade;
• Cor;
• Naturalidade;
• Procedência;
• Endereço atual;
• Unidade de referência.
Gestação • Data da última menstruação – DUM: dia, mês e ano (certeza
atual ou dúvida);
• Peso prévio e altura;
• Data provável do parto – DPP;
• Sinais e sintomas da gestação em curso;
• Hábitos alimentares;
• Hábitos atuais: fumo (nº de cigarros/dia), álcool e drogas
ilícitas;
• Medicamentos usados na gestação;
• Internação durante essa gestação;
• Ocupação habitual - esforço físico intenso, exposição a
agentes químicos e físicos potencialmente nocivos à
gestação, estresse;
• Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e
pela família, principalmente se for adolescente;
• Identificar gestantes com rede de suporte social insuficiente.
Antecedentes • Nº de gestações – incluindo abortamentos, gravidez ectópica
obstétricos e mola hidatiforme;
• Nº de partos – domiciliares, hospitalares, vaginais
espontâneos, fórceps, cesáreas e indicações;
• Nº de abortamentos – espontâneos, provocados, complicados
por infecções, curetagem pós-abortamento;
• Nº de filhos vivos;
• Idade da 1ª gestação;
• Intervalo entre as gestações;
• Isoimunização Rh;
• Nº de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana) ou
pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação);
• Nº de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500g) e

76
com mais de 4.000g;
• Mortes neonatais precoces – até 7 dias de vida (nº e motivo
do óbito);
• Mortes neonatais tardias – entre 7 de 28 dias de vida (nº e
motivo do óbito);
• Natimortos – morte intraútero e idade gestacional em que
ocorreu;
• Recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia,
exsanguíneo-transfusões;
• Intercorrências ou complicações em gestações anteriores
(especificar);
• Complicações em puerpérios anteriores (descrever);
• História de aleitamentos anteriores (duração e motivo do
desmame);
• Intervalo entre o final da última e o início da gestação atual.
Antecedentes • Ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade).
ginecológicos • Métodos anticoncepcionais – qual método utiliza, há quanto
tempo e motivo do abandono;
• Tratamento para infertilidade e esterilidade;
• Infecção sexualmente transmissível (IST), testes realizados,
inclusive puerpério;
• Doença inflamatória pélvica;
• Cirurgias ginecológicas – idade e motivo;
• Mamas (alteração e tratamento);
• Última citologia oncótica (Papanicolau ou “preventivo”) – data
e resultado).
Antecedentes • Hipertensão arterial;
pessoais • Cardiopatias, inclusive doença de Chagas;
• Diabetes Mellitus;
• Doenças renais crônicas;
• Anemias e deficiências de nutrientes específicos;
• Desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso,
obesidade);
• Epilepsia;
• Doenças da tireoide e outras endocrinopatias;
• Viroses (rubéola, hepatite);
• Alergias;
• Hanseníase, tuberculose ou outras doenças infecciosas;
• Infecção pelo HIV (em uso de retrovirais? Quais?);
• Infecção do trato urinário;
• Doenças neurológicas e psiquiátricas;
• Cirurgias (tipo e data);
• Transfusões de sangue.
Antecedentes • Hipertensão arterial;
familiares • Diabetes mellitus; doenças congênitas; gemelaridade;
câncer de mama e/ou colo uterino; Hanseníase;
• Tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e
o grau de parentesco);

77
• Doença de Chagas; parceiro sexual portador de infecção
pelo HIV
Sexualidade • Início da atividade sexual (idade da primeira relação);
• Dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
• Prática sexual nessa gestação ou em gestações anteriores;
• Número de parceiros da gestante e de seu parceiro, em época
recente ou pregressa;
• Uso de preservativo masculino ou feminino (uso correto? Uso
habitual?).

Exame Físico/Objetivo:

Geral • Peso e estado nutricional;


• Estatura;
• Frequência cardíaca materna;
• PA - Pressão Arterial;
• Inspeção da pele e das mucosas;
• Palpação da tireoide e de todo o pescoço, região cervical e
axilar (pesquisa de nódulos ou outras anormalidades);
• Ausculta cardiopulmonar;
• Exame do abdome;
• Palpação dos gânglios inguinais;
• Exame dos membros inferiores;
• Pesquisa de edema – face, tronco e membros.
Gineco- • Inspeção e palpação das mamas;
obstétrico • Palpação obstétrica e, principalmente no terceiro trimestre,
identificação da situação e apresentação fetal;
• Medida da altura uterina;
• Ausculta dos batimentos cardiofetais – BCF;
• Inspeção dos genitais externos;
• Exame especular e toque vaginal de acordo com a
necessidade, orientados pela história e queixas da paciente, e
quando for realizada coleta de material para exame
colpocitológico.
Resultados • Registrar os resultados de exames relevantes prévios.
de Exames

Roteiro para Consultas Subsequentes (passo a passo):

Histórico de Enfermagem/Subjetivo:

✓ Revisar a anamnese atual sucinta;


✓ Calcular e anotar a idade gestacional;
✓ Verificar o calendário de vacinação;

78
Exame físico / Objetivo:
✓ Realizar o exame físico geral e gineco-obstétrico conforme o quadro a
baixo:
Exame físico • Verificação do peso;
geral e gineco- • Calcular o IMC (Índice de Massa Corporal),
obstétrico anotar no gráfico e observar o sentido da
curva para avaliação do estado nutricional;
• Aferição da PA;
• Inspeção da pele e das mucosas;
• Inspeção das mamas;
• Pesquisa de edemas;
• Palpação obstétrica e medida da altura
uterina, anotar no gráfico e observar o
sentido da curva para avaliação do
crescimento fetal;
• Ausculta dos batimentos cardiofetais;
• Avaliação dos resultados dos exames
laboratoriais e instituição de condutas
específicas;
• Verificação do resultado do teste para HIV
e, em casos negativos, repetir próximo à
28ª semana. Em casos positivos,
encaminhar para referência;
• Solicitar glicemia de jejum, hemoglobina,
hematócrito, urina rotina, urocultura, teste
de tolerância à glicose, testes rápidos de
HIV, sífilis e hepatites virais e realizar a
coleta da 2a fase do IPED/APAE na 28ª
semana;
• Acompanhamento das condutas adotadas
em serviços clínicos especializados;
• Realização de ações e práticas educativas
individuais e em grupos.
• Registro dos dados da consulta no Cartão
da Gestante e no prontuário (físico e/ou
eletrônico);
• Todas as consultas deverão ser registradas
no Sistema Vigente;
• Agendamento das consultas subsequentes.
Resultados de • Registrar os resultados de exames na
exames caderneta da gestante e prontuário.

79
INSTRUMENTO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM 1a CONSULTA DE PRÉ-
NATAL
IDENTIFICAÇÃO
Nome:___________________________________________________________ Data da Consulta:____/____/____
DN: ____/____/____ Idade: ______ CNS: __________________________ Cor:_________________
Naturalidade:__________________________ Nacionalidade:_____________________________
Endereço atual:_________________________________________________________________ ACS:___________
Unidade de Referência:______________________________ Maternidade de Vinculação:____________________
Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ensino Primário ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Pós-Graduação
Estado Civil: ( ) União estável ( ) Casada ( ) Solteira Parceria:_______________________________________
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM/SUBJETIVO
GESTAÇÃO ATUAL
DUM:_____/_____/______ DPP:_______________ IG(DUM):______________ IG(USG):________________
( ) HAS ( ) DM ( ) Cardiopatia ( ) Doença Renal Crônica ( ) Anemias e Deficiências alimentares ( ) Desvios Nutri.
( ) Epilepsia ( ) Endocrinopatias __________________ ( ) Alergias ______________
( ) Doenças neurológicas e Psiquiátricas_______________ Cirurgias:___________________________
Outras doenças:________________________________________________________________________________
Faz uso de medicação de uso contínuo? Qual medicamento e posologia?_________________________________
Tem alguma alergia? ( ) não ( ) sim. Especifique: __________________________________
Histórico Vacinal:
Hábitos Alimentares:_____________________________________________________________________________
Hábitos de Vida: ( ) Tabagismo ( ) Etilismo ( ) Outras Drogas ( )Sedentarismo
Ocupação habitual:
( ) Esforço físico intenso ( ) Exposição a agentes químicos e físicos ( ) Estresse ( ) Outros_____________________
Gravidez planejada? ( ) Sim ( ) Não Gravidez desejada? ( ) Sim ( ) Não
Padrão do sono: ( ) normal ( ) diminuído ( ) aumentado Tem dificuldade para dormir? ( ) não ( ) sim. Especifique:
Reações/comportamentos: ( ) medo ( ) agressividade ( ) ansiedade ( ) frustação ( ) aflita/chorosa ( ) agitada ( )
incapacidade ( ) tranquila ( ) Outros: _______________
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS
Nº gestações (inclusive esta): _______ Nº nascidos vivos:_______ Nº abortos:______ Nº óbitos fetais:________
Nº de filhos vivos:_________ Idade da primeira gestação:__________ Intervalo entre as gestações:_____________
Tipagem sanguínea:__________ Tipagem sanguínea do pai do embrião/feto:___________
Isoimunização Rh: ( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece
Nº de RN pré-termo (<37 semanas):______ Nº de RN pós-termo (>42 semanas):______ Nº RN > 4000g:___________
Nº mortes neonatais precoces (<7 dias de vida):_____ Nº mortes neonatais tardias (>7 e <28 dias de vida):_______
Motivo:_______________________________________________________________________________________
Nº de Natimorto: ________ Idade gestacional em que ocorreu:____________________
RN com ( ) Icterícia ( ) Transfusão ( ) Hipoglicemia ( ) Exsanguíneo-transfusões
Intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar):___________________________________
Intercorrências ou complicações no puerpério (especificar):____________________________________________
História de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame):___________________________________
ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS
Ciclos Menstruais
Duração:_________________ Intervalo:______________________ Regularidade:_______________________
Métodos contraceptivos utilizados e motivo do abandono_____________________________________________
Desejo de inserção de DIU no pós-parto:______________________________________________________________
Tratamento de infertilidade ou esterilidade? ( ) Sim ( ) Não
Infecções Sexualmente Transmissíveis:_____________________________________________________________
Cirurgias Ginecológicas (idade e motivo):___________________________________________________________
Alteração de mamas e/ou cirurgias:_______________________________________________________________
Data última citologia oncótica: ____/___/____. Resultado: ______________________________________________
ANTECEDENTES FAMILIARES
( ) HAS ( ) DM ( ) Cardiopatia ( ) Doença Renal Crônica ( ) Doenças congênitas ( ) Gemelaridade ( ) Câncer de mama
ou de colo ( ) Hanseníase ( ) Contato de paciente com Tuberculose
SEXUALIDADE

80
Coitarca:_______________ Dispareunia atual? ( ) Sim ( ) Não
Medo de prática sexual durante gestação? ( ) Sim ( ) Não
Nº de parceiros sexuais recentes (último ano):__________
Uso habitual de preservativo? ( ) Sim ( ) Não Sabe como usar corretamente? ( ) Sim ( ) Não
EXAME FÍSICO DA GESTANTE/OBJETIVO
Peso Atual: __________ Altura:__________ IMC:_______PA:________FC: ______ FR:________ Sat O2:_________
Inspeção de pele e mucosas: Alteração? ( ) Sim ( ) Não
Palpação de pescoço, região cervical e axilar. Alteração? ( ) Sim ( ) Não
Ausculta cardiopulmonar:________________________________________________________________________
Mamas: Tipo de mamilo ( ) hipertrófico ( ) protuso ( ) semi-protuso ( ) plano ( ) invertido
Abdome: ( ) inalterado ( ) distendido Ausculta:______________________ BCF:____________ AU:___________
Palpação Obstétrica:__________________________________________________________________________
Exame especular (se necessário):__________________________________________________________________
Urina: ( ) normal ( ) alterado ( ) não sabe informar. Eliminação Intestinal: ( ) Diária ( ) Irregular ___ dias sem evacuar
Higiene corporal: ( ) boa ( ) precária ( ) péssima
Edema: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar: _____________________________________________________
Varicosas: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:______________________________________________________
GRÁFICOS

Queixas atuais:________________________________________________________________________________
Resultados de exames:

OBSERVAÇÕES

81
INSTRUMENTO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM - CONSULTAS SUBSEQUENTES

IDENTIFICAÇÃO
Nome:___________________________________________________________ Data da Consulta:____/____/____
DN: ____/____/____ Idade: ______ CNS: __________________________
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM/SUBJETIVO
GESTAÇÃO ATUAL
DUM:_____/_____/______ DPP:_______________ IG (DUM):______________ IG (USG):________________
Resultados de Exames – Data da Realização:_____/_____/______
ABO – Rh:______ Glicemia em Jejum:________ Urina EAS:_________ Urocultura:___________
Hemograma:_________________________________________________________________________________
Testes Rápidos: Sífilis______________ HIV:__________ Hepatites:_____________
EXAME FÍSICO DA GESTANTE/OBJETIVO
Peso Atual: __________ IMC:__________ P.A:____________FC: ______ FR:________ Sat O2:_________
Queixas atuais:___________________________________________________ Estado vacinal:__________________________
Inspeção de pele e mucosas: Alteração? ( ) Sim ( ) Não
Palpação de pescoço, região cervical e axilar. Alteração? ( ) Sim ( ) Não
Ausculta cardiopulmonar:________________________________________________________________________
Mamas: ______________________________________________________________________________________
Abdome: ( ) inalterado ( ) distendido Ausculta:______________________ BCF:____________ AU:___________
Palpação Obstétrica:__________________________________________________________________________
Exame especular (se necessário):__________________________________________________________________
Urina: ( ) normal ( ) alterado ( ) não sabe informar. Eliminação Intestinal: ( ) Diária ( ) Irregular ___ dias sem evacuar
Higiene corporal: ( ) boa ( ) precária ( ) péssima Edema: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar: ________________________
Varicosas: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:______________________________________________________

OBSERVAÇÕES
Passou por atendimento odontológico? ( ) Sim ( ) Não
Participou de atividade educativa? ( ) Sim ( ) Não
Realizou a visita antecipada à maternidade? ( ) Sim ( ) Não
Tem interesse no plano de parto? ( ) Sim ( ) Não
Tem interesse na inserção do DIU pós-parto? ( ) Sim ( ) Não

82
- Realizar novas testagens rápidas, bem como outros exames da triagem pré-
natal a partir de 28ª semanas;
- As ações e práticas educativas devem ser realizadas nas consultas individuais e
em grupo;
- Os registros devem estar presentes no cartão da gestante e prontuário;
- Orientar o agendamento das consultas subsequentes;
- Ofertar a oportunidade da realização do pré-natal da parceria e incentivar a
presença do acompanhante nas consultas, seguir Protocolo de Saúde do Homem
(Pré-natal do parceiro).

83
4.4.5 Fluxograma de atendimento em pré-natal

84
4.4.6 Principais diagnósticos de enfermagem (CIPE e CIAP) e principais
intervenções de enfermagem

Principais Principais Intervenções de Enfermagem


diagnóstico / Orientações e
CIAP Prescrição
resultados de Encaminhament Solicitação de exames
farmacológica
enfermagem - CIPE o
• Acolher gestante
conforme suas
necessidades;
Encaminhar para
grupo de
autoajuda;
• Encaminhar
• Gravidez não para o serviço de
desejada referência (CAPS,
• Gravidez não W02 de estar NASF, entre
planejada; grávida outros);
• Falta de apoio W29 • Encorajar a
Ácido Fólico 5
social; sinais/sintom verbalização de Ofertar testes rápidos de
mg 1cp/dia;
• Falta de apoio as da sentimentos e gravidez, HIV, sífilis e hepatites
Sulfato Ferroso
familiar; gravidez, medos; virais.
40mg 1cp/dia.
• Aceitação do outro • Envolver família
estado de saúde; W78 ou pessoa
• Aceitação do gravidez significativa no
estado de saúde apoio ao
prejudicado. processo de
aceitação;
• Identificar rede
de apoio familiar
e comunitário;
• Realizar visitas
domiciliares;
• Iniciar pré-natal.
• Realizar Ácido Fólico 5 Hemograma completo ou
consulta de mg 1cp/dia; hematócrito e hemoglobina;
enfermagem Sulfato Ferroso Tipagem sanguínea e fator Rh;
obstétrica, 40mg 1cp/dia. Coombs indireto (se for Rh
conforme roteiro negativo);
sugerido; Glicemia de jejum;
• Avaliar o estado Teste rápido de sífilis, HIV e
nutricional (peso, hepatites virais;
altura e cálculo do Urocultura + urina tipo I;
IMC); Ultrassom obstétrico (não
W29
• Gravidez normal no • Informar e obrigatório) para cálculo da IG;
sinais/sintom
primeiro trimestre; registrar no Citopatológico de colo de útero
as da
• Náuseas presentes; Cartão da (se for necessário);
gravidez,
• Gravidez desejada; Gestante o nome Exame da secreção vaginal (se
outros
• Gravidez de baixo da maternidade houver indicação clínica);
W78
risco. de referência para Parasitológico de fezes (se
gravidez
o parto; houver indicação clínica);
• Verificação da Coletar 1a Fase do IPED/APAE.
situação vacinal e
orientação sobre
a sua atualização,
se necessário;
• Encaminhar
para consulta
odontológica;
• Encaminhar

85
para Atividade
Educativa;
• Avaliar o risco
gestacional e se
necessário
realizar
encaminhamento
conforme
orientações
citadas no pré-
natal de alto risco;
• Incentivar a
participação da
parceria;
• Agendar o
retorno;
• Realizar visita
domiciliar, se
necessário.
• Exame físico
direcionado
(deve-se avaliar o
bem-estar
materno e fetal);
• Avaliar o estado
nutricional (peso,
altura e cálculo do
IMC) e do ganho
de peso
gestacional;
• Avaliação dos
resultados de
exames
complementares Teste de tolerância para glicose
e tratar alterações com 75g, se a glicemia estiver
encontradas ou acima de 85mg/dl ou se houver
encaminhamento,
fator de risco (realize este
se necessário;
Ácido Fólico 5 exame preferencialmente entre
• Realizar visitas
• Gestação normal W78 mg 1cp/dia; a 24ª e a 28ª semana);
domiciliares;
no segundo trimestre gravidez Sulfato Ferroso Coombs indireto (se for Rh
• Reforçar as
40mg 1cp/dia. negativo e deve-se repeti-lo a
orientações
apresentadas no cada 4 semanas, a partir da 24a
primeiro trimestre semana);
de gestação; Ultrassom obstétrico;
• Repetir exames Urocultura se queixa urinária.
quando
necessários;
• Realizar
encaminhamento
s conforme
resultados de
exames ou
alterações no
exame clinico;
• Avaliar o risco
gestacional e se
necessário
realizar
encaminhamento

86
conforme
orientações
citadas no pré-
natal de alto risco;
• Verificação da
situação vacinal e
orientação sobre
a sua atualização,
se necessário;
• Encaminhar
para Atividade
Educativa;
• Incentivar a
participação da
parceria;
• Agendar o
retorno.
• Exame físico
direcionado
(deve-se avaliar o
bem-estar
materno e fetal);
• Avaliar o estado
nutricional (peso,
altura e cálculo do
IMC) e do ganho
de peso
gestacional;
• Avaliação dos
resultados de
exames
complementares
e tratar alterações
Hemograma completo ou
encontradas ou
Hematócrito e Hemoglobina;
encaminhamento,
Glicemia de jejum;
se necessário;
Teste rápido de sífilis, HIV e
• Avaliar o risco
Ácido Fólico 5 hepatites virais;
gestacional e se
• Gestação normal W78 mg 1cp/dia; Urocultura + urina tipo I;
necessário
no terceiro trimestre gravidez Sulfato Ferroso Ultrassonografia obstétrica;
realizar
40mg 1cp/dia. Exame da secreção vaginal (se
encaminhamento
houver indicação clínica);
conforme
Parasitológico de fezes (se
orientações
houver indicação clínica);
citadas no pré-
Coletar 2a Fase do IPED/APAE;
natal de alto risco;
• Construção do
Plano de Parto e
orientações dos
sinais e sintomas
de parto;
• Reforçar
orientações
apresentadas no
primeiro e
segundo trimestre
de gestação;
• Orientar
gestante quanto
aos seus direitos;
• Orientar sobre

87
os cuidados com
a mama e
importância do
aleitamento
materno;
• Reforçar a
participação no
grupo de
gestante;
• Orientar quanto
a importância do
acompanhamento
das consultas
durante o
puerpério e
acompanhamento
do lactente;
• Orientar quanto
aos sinais de
trabalho de parto;
• Solicitar os
exames de rotina;
• Incentive o
aleitamento
materno exclusivo
até os seis
meses;
• Verificação da
situação vacinal e
orientação sobre
a sua atualização,
se necessário;
• Encaminhar
para Atividade
Educativa;
• Incentivar a
participação da
parceria;
• Agendar o
retorno;
• Realizar visita
domiciliar.
W71
infecções
• Risco de Para gestantes que
que
complicações • Encaminhar apresentarem RH negativo e
complicam a
durante a gravidez; para consulta parceiro Rh positivo:
gravidez
• Gestação alto risco; médica na ∙ Coombs Indireto mensalmente;
W85
• Gestação de alto unidade ou com
diabetes Ácido Fólico 5
risco no primeiro especialista na Para pacientes com hipertensão
gestacional mg 1cp/dia;
trimestre; referência, arterial, solicitar:
W99 outros Sulfato Ferroso
•Gestação de alto conforme ∙ Hemograma completo;
prob. 40mg 1cp/dia.
risco no segundo orientações no ∙ Dosagem de proteínas (urina
gravidez/
trimestre; tópico sobre 24 horas);
parto
• Gestação de alto gestação de alto ∙ Dosagem de ureia, creatinina e
W27 medo
risco no terceiro risco. ácido úrico;
de
trimestre. ∙ Ultrassom Obstétrico.
complicaçõe
s na gravidez
• Complicação W78 • Realizar Ácido Fólico 5 Solicitar conforme o trimestre
durante a gravidez gravidez orientações mg 1cp/dia; gestacional.

88
ausente pertinentes ao Sulfato Ferroso
trimestre 40mg 1cp/dia.
gestacional e
sanar dúvidas.
• Orientar
gestante sobre
falso trabalho de
parto onde há
W03
presença de
hemorragia
desconforto em
antes do
baixo ventre que
parto
imita as
W17
contrações
• Dor de falso Hemorragia
uterinas, porém
trabalho de parto; pós-parto
não aumentam de
• Desconforto W90 parto
intensidade e
presente; sem
duração, e não há
• Dor de dilatação complicaçõe
dilatação;
cervical presente; s de nascido
• Realizar
•Dor de trabalho de vivo
consulta de
parto iniciada; W91 parto
enfermagem,
•Dor de período sem - -
avaliar BCF e
expulsivo iniciada; complicaçõe
dinâmica uterina;
• Risco de s de nascido
• Encaminhar
complicações morto
para consulta
durante o processo W92 parto
médica se
trabalho de parto; com
necessário;
• Risco de complicaçõe
• Avaliar presença
complicação pós- s de nascido
de outras queixas
parto. vivo
e presença de
W93 parto
sangramento;
com
• Encaminhar
complicaçõe
para serviço de
s de nascido
referência e em
morto
caso de
emergência
acionar serviço de
urgência móvel.
• Fornecer apoio
• Bradicardia fetal; W78 emocional;
• Taquicardia Fetal; gravidez • Encaminhar ao
• Desenvolvimento W99 outros médico ou
- -
fetal prejudicado; prob. referência à
• Desenvolvimento gravidez/ urgência
fetal normal. parto obstétrica, se
necessário.
W78 • Fornecer apoio
gravidez emocional;
• Risco de aborto;
W99 outros • Avaliar gestante
• Falta de
prob. e sinais vitais;
conhecimento sobre
gravidez/ • Investigar os
desenvolvimento
parto determinantes do
fetal;
W82 aborto risco; Sulfato Ferroso
• Sangramento -
espontâneo • Investigar 40mg 1cp/dia.
presente;
W83 aborto histórico clinico;
• Abortamento
provocado • Investigar uso
espontâneo;
de alto risco de álcool e outras
• Gravidez
W03 drogas;
interrompida.
hemorragia • Orientar sobre a
antes do importância do

89
parto repouso e
diminuição de
atividades físicas;
• Relacionar o
risco de aborto
com sintomas de
infecções;
• Monitorar
gravidez por meio
de visitas
domiciliares;
• Encaminhar
para avaliação
médica ou serviço
de referência.
• Avaliar estilo de
vida e relação
com uso de
álcool, drogas e
tabaco;
• Auxiliar gestante
a estabelecer um
plano de metas
para redução do
abuso de álcool,
drogas e tabaco;
• Encaminhar
para grupo de
autoajuda;
• Auxiliar nas
mudanças de
hábitos;
P15 abuso
• Solicitar apoio
crônico de
da equipe
álcool
multiprofissional, Ofertar testes rápidos de HIV,
P16 abuso
• Abuso de álcool; se necessário; sífilis e hepatites virais.
agudo de Ácido Fólico 5
• Abuso de drogas; • Encaminhar Exames conforme trimestre de
álcool mg 1cp/dia;
• Abuso de tabaco; para o serviço de gestação e avaliar necessidade
P19 abuso Sulfato Ferroso
• Sintomas de referência (CAPS, de solicitar exames de função
de drogas 40mg 1cp/dia.
abstinência presente. NASF, entre hepática e renal.
P17 abuso
outros); Ultrassom obstétrico.
de tabaco
• Estimular apoio
W78
familiar no
aravidez
processo;
• Monitorar
tratamento por
meio das visitas
domiciliares;
• Avaliar estado
nutricional
materno;
• Avaliar situação
de negligência ao
feto e, se
necessário,
realizar
notificação de
Violência;
• Em situações de
risco, orientar que

90
o intervalo entre
as consultas é em
geral de duas
semanas até a
vigésima oitava
semana e após,
semanal;
• Avaliar o grau
de risco
gestacional e
encaminhar se
necessário.

• Orientar plano
de cuidado;
• Avaliar o estado
nutricional (peso,
altura e cálculo do
IMC) e do ganho
de peso
gestacional;
• Solicitar apoio
da equipe
multiprofissional,
• Baixo peso;
se necessário;
• Ingestão de Hemograma ou Hematócrito e
• Avaliar situação
alimentos W78 hemoglobina, se necessário.
social e solicitar -
insuficiente; gravidez Urina tipo I e urocultura, se
apoio da rede, se
• Peso nos limites necessário.
necessário;
normais.
• Avaliar exames
quanto à
presença de
infecção;
• Fornecer
material educativo
sobre preparo e
reaproveitamento
de alimentos para
gestante e
família.
• Orientar plano
de cuidado;
• Avaliar o estado
nutricional (peso,
altura e cálculo do
IMC) e do ganho
• Obesidade na de peso
gestação presente; W78 gestacional;
• Sobrepeso na gravidez • Solicitar apoio
gestação presente; T82 da equipe
- -
Ingestão de obesidade multiprofissional,
alimentos excessiva T83 excesso se necessário;
• Intolerância à de peso • Orientar
atividade física. realização de
atividade física;
• Adequar dieta
ao estilo de vida
da gestante;
• Avaliar
adaptação da

91
dieta e mudança
do estilo de vida;
• Avaliar causas
da ingestão
nutricional
prejudicada;
• Elogiar o esforço
da gestante/
família em
promover a
alimentação
saudável.
• Orientar a
retornar à
consulta de
enfermagem
conforme cartão
da gestante;
• Orientar aos
sinais e sintomas
possíveis diante
• Conhecimento
de alterações
sobre testes
durante período
diagnósticos eficaz;
W78 gestacional;
• Resultado normal - -
gravidez • Reforçar o uso
de exame;
de preservativo
• Resultado de teste
masculino e/ou
(rápido) normal.
feminino;
• Orientar sobre a
janela
imunológica;
• Orientar e
necessidade de
repetir exames
conforme
protocolo.
• Seguir protocolo Sífilis primária =
de IST diante de trate com
TR reagente; penicilina
• Coletar 1 tubete benzatina, em
de soro total para dose única de
W78 enviar junto com 2.400.000 UI
gravidez o papel filtro ao (1.200.000 em
B90 infecção IPED/APAE cada nádega).
por VIH/ (armazenar e Sífilis
• Conhecimento
SIDA transportar secundária =
sobre testes
X70 sífilis refrigerado); trate com
diagnósticos eficaz;
feminina • Solicitar exames penicilina
• Resultado de teste Se sífilis, solicitar VDRL mensal.
D72 hepatite de testagem da benzatina,
(rápido) alterado;
viral (s) parceria (s) 2.400.000 UI
• Resultado alterado
W71 sexuais; (1.200.000 UI
de exame.
infecções • Tratar gestante em cada
que e parceria (s); nádega), em
complicam a • Ofertar duas doses,
gravidez preservativo com intervalo de
masculino e/ou uma semana.
feminino; Dose total de
• Encaminhar 4.800.000 UI.
para serviço de Sífilis terciária
referência, ou latente =

92
conforme trate com
protocolo penicilina
municipal, exceto benzatina, 3
sífilis. aplicações de
• Na 2.400.000 UI
impossibilidade (1.200.000 UI
de realizar o em cada
estadiamento da nádega), com
sífilis (ausência intervalo de uma
de sintomas), semana. Dose
preferencialmente total de
realizar 7.200.000 UI.
tratamento da
gestante e
parceria como
latente.
• Realizar
prescrição de
tratamento para
casos não
W78
complicados,
• Risco de gravidez
conforme
desenvolvimento W99 outros
recomendações. - -
fetal prejudicado; prob.
• Encaminhar
• Risco de infecção. gravidez/
para consulta
parto
médica e/ou
serviço de
referência, se
necessário.
• Investigar
causa;
• Encaminhar
W78
para consulta Hemograma completo;
• Febre gravidez -
médica; Urina tipo I + urocultura.
A03 febre
• Aplicar
compressa fria,
se necessário.
• Orientar quanto
ao aumento da
ingesta de
líquidos (água,
sucos naturais, Nitrofurantoína
W78
entre outros). 100mg 1 cp de
gravidez
• Orientar sobre 6/6h por 10 dias
U01
hábitos de higiene (Evitar após a
disúria/micçã
• Infecção do Trato íntima e pessoal. 36a semana de
o dolorosa
Urinário (ITU); • Encaminhar ao IG); ou
U02 micção Hemograma completo;
• Disúria presente; médico para Cefalexina
frequente/ Urina tipo I e urocultura para
• Incontinência casos com 500mg 1 cp
urgência controle após 7 a 10 dias do
urinária; resistência 6/6h por 7 a 10
urinária tratamento.
• Ingesta de líquido bacteriana, de dias; ou
W71
prejudicada. repetição ou com Amoxicilina-
infecções
febre, calafrios, clavulanato
que
cefaleia, náuseas, 500mg 1 cp
complicam a
vômitos e 8/8h por 7 a 10
gravidez
hipersensibilidade dias.
do ângulo
costovertebral
(sinal de
Giordano +).

93
• Orientar hábitos
alimentares
saudáveis e
associados a
atividades físicas;
• Orientar quanto
ao abuso de
álcool e tabaco;
• Atentar para
sinais de
W85
• Diabetes na complicações;
diabetes
gravidez presente; • Encaminhar
gestacional - -
• Hiperglicemia; para o serviço de
W78
• Hipoglicemia. urgência, se
dravidez
necessário;
• Encaminhar
para equipe
multidisciplinar,
se necessário;
• Encaminhar ao
pré-natal de alto
risco para
acompanhamento
em conjunto.
• Incentivar
mudanças de
estilo de vida;
• Orientar ingesta
de dieta
hipossódica;
• Controlar o
excesso de peso;
• Monitorar
pressão arterial
frequentemente,
W78
inclusive no
gravidez
domicílio;
K85 pressão
• Pressão arterial • Reforçar a
arterial
alterada; prática de
elevada
• Pressão arterial atividades físicas
K86
normal; regulares;
hipertensão
• Hipotensão; • Encorajar à
sem
• Hipertensão; manutenção de
complicaçõe
• Edema periférico alimentação
s
presente; saudável;
K87
• Proteinúria • Avaliar presença
hipertensão
presente de edema
com
periférico;
complicaçõe
• Avaliar adesão
s
ao tratamento
controle de
sintomas;
• Encaminhar
para o serviço de
urgência, se PAS
> 160 e/ou PAD
>110mmHg;
• Encaminhar
para equipe
multidisciplinar,

94
se necessário;
• Encaminhar ao
pré-natal de alto
risco para
acompanhamento
em conjunto, se já
possuir lesão em
órgãos alvos.
• Orientar plano
de cuidado;
• Orientar a
paciente sobre a
importância do
autocuidado;
• Solicitar
presença da
família/parceria
durante as
consultas de
rotina;
• Avaliar situação
• Adesão a regime de negligência ao
dietético prejudicado; feto e, se
• Autocuidado necessário,
prejudicado; realizar
• Papel de mãe notificação de
prejudicado; Violência;
• Processo familiar • Solicitar apoio
complexo; W78 gavidez da equipe - -
• Ligação afetiva multiprofissional,
prejudicada pais- se necessário;
criança; • Encorajar a
• Falta de família a
conhecimento sobre participar do
cuidados com processo de
lactente. nascimento;
• Encorajar a
visita ao recém-
nascido;
• Avaliar a
dinâmica de apoio
familiar;
• Avaliar o suporte
social;
• Utilizar técnicas
que possam
melhorar o
relacionamento
familiar.
• Adesão a regime • Reforço positivo
dietético melhorado; e práticas
• Adesão a regime saudáveis e
medicamentoso; eficientes.
• Adesão a regime • Estabelecer uma
W78
terapêutico; relação de - -
gravidez
• Autocuidado confiança com a
melhorado; gestante;
• Autocuidado eficaz; • Estimular
• Processo familiar reflexão sobre a
eficaz; importância do

95
• Baixo risco para autocuidado
violência doméstica; • Estabelecer
• Baixo risco para hábitos diários de
violência sexual. higiene e
autocuidado;
• Identificar a rede
de apoio familiar
e comunitária;
• Orientar sobre
os benefícios do
tratamento e
qualidade de vida
na gravidez;
• Facilitar o
acesso da
gestante.
• Solicitar apoio
da equipe
multiprofissional,
se necessário;
• Adotar
abordagens
educativas para
desenvolvimento
de enfrentamento
da situação atual;
• Apoiar a
• Autoimagem,
gestante na
negativa;
resolução de suas
• Baixa autoestima;
dúvidas em
• Ansiedade
relação ao
presente;
atendimento
• Condição
recebido;
psicológica
• Avaliar o
prejudicada;
conhecimento e
• Medo; P29
as expectativas
• Vergonha; sinais/sintom
da gestante
• Fadiga presente; as
quanto as
•Comportamento psicológicos, - -
alterações
violento; outros
gestacionais;
• Falta de apoio W78
• Estimular
familiar; gravidez
gestante a
• Risco de violência
verbalizar
doméstica;
sentimentos,
• Risco de violência
percepções e
sexual;
medos;
• Violência doméstica
• Encaminhar
presente;
para o serviço de
• Violência sexual
referência,
presente.
decorrentes do
estado conforme
fluxo municipal;
• Obter dados
sobre condição
psicológica;
• Obter dados
sobre o processo
familiar e serviços
comunitários;
• Orientar família

96
sobre condição
psicológica e
comportamento;
• Encaminhar
para o serviço de
referência (CAPS,
NASF, entre
outros);
• Encorajar a
verbalização de
sentimentos e
medos;
• Envolver família
ou pessoa
significativa no
apoio ao
processo de
aceitação;
• Identificar rede
de apoio familiar
e comunitário;
• Realizar visitas
domiciliares;
• Adotar
abordagens
educativas para
desenvolvimento
de enfrentamento
da situação atual;
• Apoiar a
gestante na
resolução de suas
dúvidas em
relação ao
atendimento
recebido;
• Avaliar o
conhecimento e
as expectativas
quanto as
alterações
decorrentes da
gestação.
•Apoiar gestante
e família para a
• Conhecimento amamentação;
sobre amamentação • Orientar sobre
presente; mitos e crenças
• Falta de sobre a
conhecimento sobre amamentação;
amamentação; • Identificar
W78
• Disposição para pessoas que
gravidez
Amamentação podem apoiar
materna; gestantes no
• Risco de processo de
amamentação amamentação;
materna • Orientar sobre a
interrompida. importância do
aleitamento
materno exclusivo

97
ate o 6º mês de
vida do lactente;
• Orientar dos
fatores que
favorecem a
produção de leite;
• Encaminhar
para grupo de
gestantes e de
autoajuda;
• Encaminhar
para atendimento
multiprofissional
se necessário.
• Realizar ou
encaminhar para
participação de
atividade
educativa sobre
• Potencial para
W78 saúde sexual e
adesão ao
gravidez reprodutiva;
planejamento
Y14 • Orientar e
familiar;
Planejament oferecer Seguir protocolo
• Planejamento
o familiar, preservativos de Saúde
familiar eficaz; -
outros masculino e/ou Sexual e
• Planejamento
W14 feminino; Reprodutivo.
familiar prejudicado;
contracepção • Orientar e
• Falta de
/ outros oferecer demais
conhecimento sobre
métodos
contraceptivo;
contraceptivos
disponíveis para o
pós-parto,
conforme
protocolo.
• Realizar reforço
positivo para
• Adesão ao Regime A98
manter esquema
de Imunização; medicina
vacinal em dia;
• Estado vacinal preventiva/m - -
• Agendar
completo para idade anutenção
próximas doses e
gestacional. de saúde
orientar a
gestante.
• Atualizar ou
A98
encaminhar para
• Não adesão ao medicina
a atualização do
regime de preventiva/ - -
esquema vacinal;
imunização. manutenção
• Realizar busca
de saúde
ativa dos faltosos.

4.4.7 Atribuições (organização do processo de trabalho)

Enfermeiro
✓ Realizar consulta de enfermagem para gestantes de risco habitual,
intercaladas ao médico;
✓ Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-
natal, da amamentação, da vacinação e da presença da parceria;
✓ Realizar avaliação do grau de risco gestacional em todas as
consultas;

98
✓ Solicitar exames conforme esse protocolo;
✓ Prescrever medicamentos padronizados no protocolo de pré-natal
e IST;
✓ Avaliar situação vacinal;
✓ Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou
identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta
médica. Caso seja classificada como de alto risco e houver
dificuldade para agendar a consulta médica (ou demora
significativa para este atendimento), a gestante deve ser
encaminhada diretamente ao serviço de referência;
✓ Realizar a coleta do material citopatológico;
✓ Realizar coleta de exame IPED/APAE e testes rápidos de
gestante, sífilis, HIV e hepatites virais;
✓ Fornecer o laudo dos testes rápidos de gestante, sífilis, HIV e
hepatites virais;
✓ Realizar busca no sistema do IPED/APAE dos exames coletados,
identificando os resultados alterados e convocação das mulheres
para respectivas condutas em tempo oportuno;
✓ Realizar busca das mulheres para recoleta do IPED/APAE;
✓ Registrar as informações de seguimento no prontuário e caderneta
da gestante;
✓ Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame
citopatológico do colo do útero;
✓ Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos
(grupos ou atividades de sala de espera);
✓ Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à
vulnerabilidade;
✓ Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e
realizar busca ativa das gestantes faltosas;
✓ Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e
puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar a
mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.

Equipe de enfermagem
✓ Organizar o consultório e sala de coleta, prover materiais e
insumos necessários para a realização do exame;
✓ Acompanhar o enfermeiro na coleta do exame sempre que
solicitado;
✓ Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-
natal, da amamentação, da vacinação e da presença da parceria;
✓ Avaliar situação vacinal e administrar os imunobiológicos, quando
necessário;
✓ Informar ao enfermeiro e/ou médico da equipe as gestantes com
algum sinal de alarme;
✓ Realizar coleta de exame IPED/APAE e testes rápidos de
gestante, sífilis, HIV e hepatites virais;
✓ Realizar busca no sistema do IPED/APAE dos exames coletados,
identificando os resultados alterados e convocação das mulheres
para respectivas condutas em tempo oportuno;

99
✓ Realizar busca das mulheres para recoleta do IPED/APAE;
✓ Registrar as informações de seguimento no prontuário e
caderneta da gestante;
✓ Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos
(grupos ou atividades de sala de espera);
✓ Identificar as gestantes em situações de risco e vulnerabilidade e
encaminhar a gestante para consulta de enfermagem ou médica,
quando necessário;
✓ Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e
realizar busca ativa das gestantes faltosas;
✓ Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e
puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar a
mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.

Equipe de Saúde
✓ Encaminhar toda gestante ao serviço de saúde, buscando
promover sua captação precoce para a primeira consulta, e
monitorar as consultas subsequentes;
✓ Conferir o acompanhamento das gestantes na Unidade de Saúde;
✓ Acompanhar as gestantes que não estão realizando o pré-natal
na unidade básica de saúde local, mantendo a equipe informada
sobre o andamento do pré-natal realizado em outro serviço;
✓ Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e
realizar a busca ativa das gestantes faltosas;
✓ Informar o (a) enfermeiro(a) ou o (a) médico(a) de sua equipe,
caso a gestante apresente algum dos sinais de alarme: febre,
calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez,
contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos fetais,
mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar;
✓ Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a
gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando
necessário;
✓ Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e
puerperal, acompanhar o processo de aleitamento, orientar a
mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.

100
4.5 PUERPÉRIO

Segundo Brasil (2012), o puerpério se inicia imediatamente após o parto


e dura, em média, seis semanas após este, havendo variabilidade na duração
entre as mulheres. Esta variação está relacionada especialmente as mudanças
anatômicas e fisiológicas no organismo da mulher, como questões de ordem
psicossocial relacionadas a maternidade, à sexualidade, à autoestima, à
reorganização da vida pessoal e familiar que influenciam a passagem desse
período.
O puerpério pode ser dividido em: imediato (do 1º ao 10º após o parto),
tardio (11º ao 45º após o parto) e remoto (após 45º dia, com término
imprevisto) (REZENDE, 2013).
Compete à equipe da Atenção Básica (AB), garantir o acompanhamento
integral da mulher e do recém-nascido (RN) no serviço de saúde após o parto,
com ações:
• Agendamento do primeiro atendimento na AB no momento da alta da
maternidade;
• Realização de visita domiciliar na primeira semana após a alta (em três
dias em casos de RN de alto risco);
• Apoiar a mulher e sua família, reconhecendo condições de risco e
vulnerabilidade física, psíquica e social;
• Agendamento de consulta de puerpério tardio até 45 dias pós-parto.

Avaliar a loquiação:
• Lóquio sanguíneo: até o 5o dia. Apresenta volume variável semelhante à
menstruação;
• Serossanguíneo: a partir do 5o até o 10o dia;
• Seroso: a partir do 10o dia.

Avaliação no puerpério imediato:


• Atenção física e psíquica;
• Deambulação: deve ser estimulada o mais precoce possível;

101
• Higiene: encaminhar tão logo possível ao banho;
• Mamas: uso de sutiã de alça larga que proporciona conforto;
• Abdome: identificação de alterações viscerais e involução uterina;
• Genitália: especial atenção aos lóquios que não estiverem dentro do
esperado;
• Avaliar a amamentação.

Avaliação puerperal entre 7 e 10 dias:


• Avaliar o binômio mãe/RN;
• Incluir a parceria na consulta de enfermagem;
• Ouvir as queixas e realizar exame físico específico;
• Verificar presença de infecção puerperal;
• Febre;
• Calafrios;
• Loquiação com odor fétido;
• Avaliar a amamentação.

Avaliação puerperal tardia entre 30 e 45 dias:


• Ouvir as queixas sobre os principais problemas puerperais;
• Verificar possíveis problemas de amamentação;
• Completar o esquema de vacinação, caso isso não tenha sido feito;
• Orientar contracepção.

4.5.1 Amamentação

Deve-se orientar sobre a produção e descida do leite e realizar avaliação


da amamentação em todos os momentos, quanto à:
• Posição e pega;
• Mitos e ritos da amamentação;
• Detecção precoce e resolução dos problemas na amamentação;
• Manutenção da amamentação exclusiva até os 6 meses do RN e
complementada até os 2 anos minimamente;

102
• Explanar as vantagens da amamentação para a mulher, RN e
sociedade;
• Avaliar indicativos de técnica inadequada de amamentação e pega
inadequada.

4.5.2 Principais problemas relacionados à amamentação

FISSURAS NA MAMA
Ocasionado por posição e pega incorretas. Cuidados:
• Correção da pega e posição;
• Manter as mamas secas;
• Não usar sabonetes, cremes ou pomadas ajudam na prevenção;
• Tratar as fissuras com leite materno após as mamadas;
• Banho de sol.

INGURGITAMENTO MAMÁRIO
Ocorrem habitualmente, na maioria das mulheres, do 3 o ao 5o dia do
pós parto. São dolorosas, edemaciadas, e as vezes avermelhadas e a mulher
pode apresentar febre. Conduta:
• Para evitar: pega e posição corretas, ordenha do leite quando a
produção é demasiada;
• Sempre que a mama estiver ingurgitada deve-se ordenhar antes de
oferecer o seio ao bebê;
• Não utilizar compressas na mama;
• Fazer massagem delicada nas mamas;
• Uso de analgésicos;
• Não deve parar de oferecer a mama ingurgitada.

MASTITE
Processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer a partir da 2 a
semana do parto, é decorrente de ingurgitamento não corrigido. Condutas:
• Mesmas que do ingurgitamento mamário;

103
• Continuar amamentando: apesar da colonização bacteriana possível
durante a mastite, não há riscos ao recém-nascido a termo sadio;
• Antibióticos, analgésicos e antitérmicos, conforme avaliação médica.

104
4.5.3 Consulta de enfermagem.
INSTRUMENTO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PUÉRPERIO
IDENTIFICAÇÃO
Nome:___________________________________________________________DN: ____/____/____ Idade: ______ CNS:
__________________________
Filiação (Mãe/Pai): ___________________________________________________________________
Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ensino Primário ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
Estado Civil: ( ) União estável ( ) Casada ( ) Solteira Parceria:___________________________________________
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
DADOS DA GESTAÇÃO
Nº gestações (inclusive esta): _______ Nº nascidos vivos:_______ Nº abortos:______ Nº óbitos fetais:________
Gemelar: ( ) Sim ( ) Não
Gravidez: ( ) Risco Habitual ( ) Alto Risco. Qual Comorbidade?
Faz uso de medicação de uso contínuo? Qual medicamento e posologia?
Tem alguma alergia? ( ) não ( ) sim. Especifique: __________________________________
Histórico Vacinal:
Data última citologia oncótica: ____/___/____. Resultado: ______________________________________________
DESFECHO DA GESTAÇÃO / ACOMPANHAMENTO PUERPERAL
Data do Parto: ______/_____/_______ IG no Parto: ________ ( ) Pré-termo ( ) A termo ( ) Pós-termo
Local do Parto: ( ) Referência ( ) Domicílio
Tipo: ( ) Parto Vaginal ( ) Parto Cesárea
Sobre o Parto Vaginal: ( ) Episiotomia ( ) Laceração
Sobre o Parto Cesárea (condições ferida operatória):
Data do Atendimento: ___/___/___ ( ) Puerpério imediato (do 1º ao 10º dia após o parto), ( ) Tardio (do 11º ao 45º dia).
Local do Atendimento: ( ) Visita Domiciliar ( ) Unidade de Saúde
Puérpera com Parto: ( ) Nascido Vivo ( ) Natimorto/Óbito fetal
DADOS DO RECÉM NASCIDO
Peso ao nascer:_________. ( ) Baixo Peso ao nascer C: _____. PC:_______. BCG
e hepatite B: ___/___/___.
Apgar: 1º min: _____ e 5º min: _____ Teste do Pezinho: ___/___/___. Teste do Orelhinha: ___/___/___.
Teste do Reflexo Vermelho: ___/___/___.
Alimentação: ( ) leite materno ( ) leite materno e outro leite ( ) outro leite
EXAME FÍSICO DA PUÉRPERA
Queixas Principais: _______________________________
Estado Geral: BEG ( ) REG ( ) PEG ( ) Outros: _____________________
Peso (kg):________ Estatura:__________ IMC: __________ Classificação Nutricional: ( ) Baixo Peso ( ) Adequado ( )
Sobrepeso ( ) Obesidade: Grau: ______
Frequência respiratória: ____ rpm ( ) eupnéico ( ) dispneico ( ) taquipneico ( ) bradipneico Ausculta:
Frequência cardíaca: _____bpm ( ) normocardico ( ) bradicardico ( ) taquicardico Pressão arterial: _____x_____mmHg
Ausculta:
Temperatura _____ºc Tem apresentado febre? ( ) não ( ) sim
Condições da pele/mucosas: ( ) íntegra ( ) lesões Tipo e Local: _______ ( ) corada ( ) pálida ( ) ictérica ( ) cianótica
Nutrição: ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Mamas: Tipo de mamilo ( ) hipertrófico ( ) protuso ( ) semi-protuso ( ) plano ( ) invertido
Mamas: Fissuras ( ) presente ( ) ausente Ingurgitamento ( ) presente ( ) ausente Mastite ( )
presente ( ) ausente Sinal da pega ( ) boa ( ) ruim
Abdômen: ( ) inalterado ( ) distendido ( ) doloroso ( ) involução uterina ( ) incisão cirúrgica, Em caso de
cesárea ( ) sinais flogísticos ( ) presença de secreção
Urina: ( ) normal ( ) alterado ( ) não sabe informar. Eliminação Intestinal: ( ) Diária ( ) Irregular ___ dias sem evacuar
Higiene corporal: ( ) boa ( ) precária ( ) péssima
Genitália/Períneo/Vulva: ( ) hiperemia ( ) lóquios ( ) secreções ( ) edemas ( ) lacerações ( ) epsiotomia ( ) inalterada
Região Anal: ( ) normal ( ) alterado ( ) Outros:
Edema: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar: Varicosas: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:
Padrão do sono: ( ) normal ( ) diminuído ( ) aumentado Tem dificuldade para dormir? ( ) não ( ) sim. Especifique:
Vícios e hábitos: ( ) uso de drogas ( ) tabagismo ( ) alcoolismo ( ) automedicação ( ) nega vícios e hábitos
Reações/comportamentos: ( ) medo ( ) agressividade ( ) ansiedade ( ) frustação ( ) aflita/chorosa ( ) agitada ( )
incapacidade ( ) tranquila ( ) Outros: _______________

105
OBSERVAÇÕES:

106
4.5.4 Principais diagnósticos de enfermagem (CIPE e CIAP) e principais
intervenções de enfermagem.

Principais Principais Intervenções de Enfermagem


diagnósticos /
CIAP Prescrição Solicitação
resultados de Orientações e Encaminhamento
farmacológica de exames
enfermagem – CIPE
•Encorajar a mulher a participar
ativamente de seu cuidado;
•Promover apoio familiar no processo
A98 medicina de amamentação;
• Aceitação do estado preventiva/ • Manter o autocuidado apoiado;
- -
de saúde. manutenção de Estimular a autoestima da puérpera;
saúde. • Estimular a autoconfiança materna;
• Reforçar aspectos positivos;
• Explicar o processo de recomposição
da autoimagem.
• Orientar a evitar comportamentos de
riscos;
• Orientar quanto aos prejuízos do uso
de fumo, álcool e/ou drogas para mãe
e para o bebê;
Ofertar
• Realizar orientações de redução de
testes
P15 abuso crônico danos;
rápidos de
de álcool; • Orientação dietética e ingesta de
HIV, sífilis e
P16 abuso agudo líquidos; Sulfato Ferroso
• Abuso de álcool; hepatites
de álcool; • Avaliar estado nutricional da 40mg 1cp/dia
• Abuso de drogas; virais;
P19 abuso de puérpera; até 90 dias pós-
• Abuso de tabaco. Exames de
drogas; • Encaminhar para tratamento, parto.
função
P17 abuso de conforme fluxo local;
hepática e
tabaco. • Investigar histórico de IST e
renal, se
utilização de preservativos;
necessário.
• Avaliar situação de negligência ao
feto e, se necessário, realizar
notificação de Violência;
• Solicitar apoio da equipe
multiprofissional.
• Impulsionar comportamento positivo
pelo esquema de vacinação Sulfato Ferroso
A98 medicina
• Adesão ao regime de atualizado; 40mg 1cp/dia
preventiva/manuten -
imunização. • Implementar o regime de até o 3o mês
ção de saúde.
imunização, se necessário; pós-parto.
• Orientar sobre vacina.
• Realizar busca ativa aos faltosos;
• Implementar o regime de Sulfato Ferroso
A98 medicina
• Não adesão ao imunização; 40mg 1cp/dia
preventiva/manuten -
regime de imunização. • Orientar sobre vacina; até o 3o mês
ção de saúde.
• Atualizar calendário vacinal se pós-parto.
necessário.
• Orientar, estimular e apoiar a família
na amamentação exclusiva
• Amamentação eficaz;
(importância e benefícios);
• Amamentação
• Orientar cuidado com as mamas; Sulfato Ferroso
exclusiva; W19 sinais e
• Apoiar amamentação; 40mg 1cp/dia
• Conhecimento sobre sintomas da mama -
• Orientar ingestão hídrica frequente, até o 3o mês
amamentação eficaz; ou lactação.
alimentação adequada e dieta; pós-parto.
• Regime de cuidados
• Avaliar plano de amamentação;
com mama eficaz.
• Colaborar com paciente no plano de
amamentação;

107
• Encaminhar para grupo de apoio à
amamentação;
• Obter dados sobre amamentação no
pós-parto;
• Promover amamentação exclusiva;
• Observar rachaduras, dor e
endurecimento das mamas;
• Reforçar a orientação sobre os
fatores que favorecem ou prejudicam a
produção de leite.
• Aconselhamento para lactação;
• Orientar quanto à necessidade de
amamentar em local tranquilo;
• Fornecer informações sobre os
benefícios psicológicos e fisiológicos
da amamentação;
• Determinar o desejo e a motivação
da mãe em amamentar, bem como a
percepção da amamentação;
• Desfazer equívocos, desinformação
e imprecisões sobre o aleitamento
materno;
• Incentivar pessoas significantes e
próximas à mãe, familiares ou amigos
em fornecer apoio (ex. orações,
• Dificuldade para
encorajamento, confiança e tarefas
amamentar;
domésticas) e assegurar que a mãe
• Falta de
recebe descanso e alimentação
conhecimento sobre
adequados;
amamentação;
W94 mastite • Fornecer material educativo (quando
• Amamentação
puerperal; disponível), conforme necessário;
ineficaz;
W95 outros • Auxiliar como segurar de forma
• Conhecimento
problemas de adequada para amamentar (ex.
insuficiente sobre
mamas na gravidez monitorar o alinhamento adequado do Sulfato Ferroso
aleitamento materno;
e puerpério; bebê, forma de segurar e de comprimir 40mg 1cp/dia
• Dor nas mamas; -
W19 sinais e a aréola e deglutição audível); até o 3o mês
• Problema na
sintomas da mama • Orientar sobre as várias posições de pós-parto.
lactação;
ou lactação; alimentação;
• Lactação diminuída;
S01 dor/ • Orientar a mãe sobre os sinais de
• Lactação retardada;
sensibilidade transferência de leite (p. ex., o
• Risco de
dolorosa pele vazamento de leite, engolir audível e
amamentação
sensação de “queda”);
materna Interrompida;
• Discutir as formas de facilitar a
• Regime de cuidados
transferência de leite (p. ex., técnicas
com mama
de relaxamento, massagem do peito e
prejudicado.
ambiente silencioso);
• Monitorar a capacidade do bebê em
sugar;
• Encaminhar e orientar a fazer treino
de sucção, se necessário (ex, usar um
dedo limpo para estimular o reflexo da
sucção e bloqueio);
• Orientar a mãe a permitir que o bebê
termine a amamentação no primeiro
peito antes de oferecer o segundo
peito;
• Orientar sobre como interromper a
amamentação, se necessário;
• Orientar a mãe sobre os cuidados
com o mamilo;

108
• Monitorar a dor do mamilo e
integridade da pele dos mamilos;
• Discutir as técnicas para evitar ou
minimizar o regurgitamento e
desconfortos associados (p. ex.,
alimentação frequente, massagem do
peito, expressão do leite ou ordenha
manual);
• Orientar sobre os sinais, sintomas e
estratégias de manejo para obstrução
dos ductos, mastite, infecção e
candidíase;
• Discutir sobre as necessidades de
descanso adequado, hidratação e
dieta bem equilibrada;
• Auxiliar na determinação das
necessidades de alimentação
suplementar e protetores de mamilo;
• Incentivar a mãe a usar sutiã firme e
adequado;
• Orientar sobre a manutenção de
registros das sessões de
amamentação e de ordenha, se
indicado;
• Orientar sobre os padrões de fezes e
urina do bebê;
• Incentivar o aleitamento continuado
após o retorno ao trabalho ou à
escola.
• Ensinar ordenha mamária;
• Realizar a ordenha mamária
manualmente, até o esvaziamento
completo da (s) mama (s);
• Orientar a lavagem das mãos antes
de manipular as mamas;
• Observar a amamentação e a pega;
• Orientar a exposição das mamas ao
sol: 15 mi, pela manha até às 10h e à
tarde após às 16h;
• Orientar manutenção do aleitamento,
reduzindo o intervalo das mamadas;
• Ingurgitamento
• Orientar uso correto de sutiã com
mamário; W95 outros
alças largas;
• Inflamação das problemas de Sulfato Ferroso
• Verificar a presença de quadro febril,
mamas presente; mamas na gravidez 40mg 1cp/dia
intensidade da dor e outras queixas -
• Integridade da pele e puerpério; até o 3o mês
associadas;
prejudicada W94 mastite pós-parto.
• Monitorar através de visita domiciliar;
• Fissura mamilar puerperal.
• Colocar o RN para sugar primeiro na
presente.
mama menos dolorida;
• Oferecer ao bebê o leite retirado,
com uma colher pequena ou copinho
(de café);
• Agendar retorno para reavaliação;
• Encaminhar para avaliação médica
se necessário;
• Orientar o uso de antibiótico
conforme prescrição;
• Orientar a doação de leite materno,
quando tiver Banco de Leite disponível
no município da puérpera;

109
• Realizar a ordenha manual até o
esvaziamento por completo da(s)
mama(s);
• Fazer limpeza do bico do seio com o
próprio leite antes e após cada
mamada;
• Manter os mamilos e aréolas sempre
limpas, evitando o uso de pomadas,
cremes, entre outros.

• Estimular a autoestima da puérpera;


• Estimular a autoconfiança materna;
• Reforçar aspectos positivos;
• Explicar o processo de recomposição
P03 sensação de
da autoimagem;
• Baixa autoestima; depressão;
• Estimular a visita de amigos, Sulfato Ferroso
• Angústia; P29 sinais e
familiares e pessoas significativas; 40mg 1cp/dia
• Fadiga presente; sintomas -
• Avaliar crenças espirituais da família; até o 3o mês
• Sono e repouso psicológicos,
• Estimular a verbalização de pós-parto.
interrompido. outros.
sentimentos;
• Realizar visitas domiciliares;
• Envolver a família nos cuidados à
puérpera, criança e promover
momentos de repouso.
• Avaliar vulnerabilidades, riscos,
questões sociais e emocionais;
• Acionar rede de apoio, círculo social
e familiar, vínculos afetivos;
• Observar interação mãe-filho
(carícias, contato visual, expressões
não verbais);
• Sofrimento presente; • Apoiar a puérpera em suas
• Autoimagem necessidades;
negativa; • Avaliar fatores de risco para a
Sulfato Ferroso
• Ansiedade; W21 preocupação violência ao recém-nascido;
40mg 1cp/dia
• Risco de humor imagem corporal na • Favorecer vínculo e proximidade com -
até o 3o mês
deprimido, no período gravidez. a puérpera para que esta possa
pós-parto.
pós-parto; expressar suas necessidades;
• Vínculo mãe e filho • Orientar quanto às alterações
comprometido. emocionais no puerpério;
• Envolver a família nos cuidados à
puérpera, criança e afazeres
domésticos;
• Encaminhar para o serviço
especializado de saúde mental se
detectado sofrimento mental grave;
• Programar monitoramento domiciliar.
• Apoiar a puérpera em suas
necessidades;
• Vínculo mãe e filho • Identificar a necessidade de rede de
A98 medicina Sulfato Ferroso
preservado; apoio familiar e comunitário;
preventiva/manuten 40mg 1cp/dia
• Conhecimento • Reforçar orientações sobre o apoio -
ção de até o 3o mês
adequado sobre os da família na continuidade da relação;
Saúde. pós-parto.
cuidados com o bebê. • Programar monitoramento domiciliar;
• Orientar sobre as necessidades
nutricionais do bebê.
W99 outro • Acolher à puérpera conforme suas Sulfato Ferroso
problema demandas e necessidades por meio 40mg 1cp/dia
• Edema; -
gravidez/parto; de consulta ou visita domiciliar (VD); até o 3o mês
K07 tornozelos • Elevar membros inferiores; pós-parto.

110
inchados/edema • Acompanhar a terapêutica
medicamentosa, em casos de
comorbidades (como DHEG, DMG,
outros), encaminhando para avaliação
médica quando indicado.
• Acolher à puérpera conforme suas
demandas e necessidades por meio
de consulta ou visita domiciliar (VD);
• Verificar a contrarreferência,
caderneta da gestante e da criança,
obtendo informações quanto o parto e
possíveis intercorrências, dados do
RN (peso, comprimento, Apgar, teste
do pezinho, orelhinha, reflexo
vermelho, vacinas);
• Perguntar sobre o parto vaginal:
presença de lacerações, episiotomia.
W17 hemorragia • Avaliar: dor no local, presença de
pós parto; secreções, sinais flogísticos ou outras
W96 outras alterações;
complicações do • Perguntar sobre o parto cesárea;
puerpério; • Avaliar: dor no local, presença de
secreções, sinais flogísticos na ferida
W90 parto sem operatória;
complicações de • Orientar sobre os sinais de alerta:
Hemogram
• Sangramento nascido vivo febre, sangramento vaginal, dor Sulfato Ferroso
a ou
Vaginal; pélvica ou infecção, leucorreia fétida, 40mg 1cp/dia
hemoglobin
• Sangramento vaginal W91 parto sem alteração da PA, tontura muito até o 3o mês
ae
ausente. complicações de frequente, "mamas empedradas" e pós-parto.
hematócrito
natimorto doloridas. Na presença desses
sintomas, solicitar avaliação médica e
W92 parto com /ou solicitar remoção para o serviço de
complicações de urgência;
nascido vivo; • Estimular a verbalização da dor;
• Realizar medidas de alívio da dor;
W14 contracepção/ • Inspecionar características dos
outros. lóquios;
• Orientar sinais de perigo do
sangramento;
• Identificar retorno de vida sexual
• Orientar sobre sexo desprotegido
• Orientar e agendar coleta de
preventivo, quando necessário;
• Acompanhar a terapêutica
medicamentosa, em casos de
comorbidades (como DHEG, DMG,
outros), encaminhando para avaliação
médica quando indicado;
• Realizar visitas domiciliares.
• Identificar o motivo da perturbação
do sono;
• Encorajar o descanso;
• Orientar a descansar e dormir
Sulfato Ferroso
• Fadiga; enquanto o recém-nascido dorme;
* P06 perturbação 40mg 1cp/dia
• Sono prejudicado; • Orientar a delegar atividades a -
do sono. até o 3o mês
• Repouso ineficaz. outras pessoas para auxiliar no
pós-parto.
cuidado;
• Ensinar técnicas de relaxamento;
• Convocar parceria/família para
fornecer apoio à puérpera;

111
• Estimular o autocuidado corporal;
• Higiene corporal A98 medicina • Orientar a troca de absorvente Sulfato Ferroso
ineficaz; preventiva/manuten regularmente; 40mg 1cp/dia
-
• Higiene corporal ção de • Estimular o desenvolvimento de até o 3o mês
adequada; saúde. hábitos de vida saudável; pós-parto.
• Orientar hábitos de higiene.
•Orientar quanto à necessidade de
ingerir líquidos;
•Ingestão de líquidos W96 outras •Encorajar ingestão de alimentos
prejudicada; complicações do conforme necessidades nutricionais,
Sulfato Ferroso
•Ingestão de líquido puerpério; preferências alimentares e condições
40mg 1cp/dia
melhorada; A98 medicina socioeconômicas; -
até o 3o mês
•Alimentação preventiva/manuten •Incentivar aumento de ingestão
pós-parto.
inadequada; ção de hídrica;
•Constipação. saúde. •Incentivar deambulação e
caminhadas;
•Verificar hábitos alimentares.
•Orientar quanto o retorno a atividade
sexual e planejamento reprodutivo; Sulfato Ferroso
W14 contracepção/ •Explicar métodos contraceptivos; 40mg 1cp/dia
•Planejamento familiar -
outros. Ver capítulo de Saúde Sexual e até o 3o mês
Reprodutiva pós-parto.

•Avaliar ferida cirúrgica, atentando


sinais dor, rubor, calor, secreção,
edema, hiperemia, febre (TºC);
•Orientar sobre cuidados com a ferida
cirúrgica;
•Recuperação •Avaliar a evolução da ferida cirúrgica;
cirúrgica eficaz; •Tratar área conforme protocolo, Sulfato Ferroso Hemogram
•Recuperação W70 infecção evitando medidas caseiras; 40mg 1cp/dia a completo
cirúrgica prejudicada; puerperal. •Orientar o uso de antibiótico conforme até o 3o mês se
•Infecção em incisão prescrição; pós-parto. necessário.
cirúrgica. •Retirar os pontos da cesariana entre
7 a 10 dias após o parto, conforme
avaliação do enfermeiro e, em caso de
sinais flogísticos solicitar avaliação
médica;
• Realizar visitas domiciliares.

4.5.5 Atribuições (Organização do processo de trabalho).

Enfermeiro
✓ Realizar consulta de enfermagem para a puérpera e RN,
encaminhar ao médico se necessário;
✓ Realizar visita domiciliar na primeira semana após a alta do bebê.
Caso o RN tenha sido classificado como de risco, a visita deverá
acontecer nos primeiros três dias após a alta;
✓ Orientar as mulheres e famílias sobre a importância da
amamentação, cuidados com o RN e sinais de alerta;
✓ Solicitar exames conforme esse protocolo;
✓ Prescrever medicamentos padronizados;
✓ Orientar sobre planejamento familiar e prescrever método
escolhido pelo casal;
✓ Avaliar situação vacinal;
✓ Registrar as informações de seguimento no prontuário e caderneta
da criança.

112
✓ Avaliar as mamas e orientar medidas de prevenção de
complicações;
✓ Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos
(grupos ou atividades de sala de espera);
✓ Orientar as puérperas e a equipe quanto aos fatores de risco e à
vulnerabilidade;
✓ Orientar as puérperas sobre a periodicidade das consultas e
realizar busca ativa das faltosas.

Equipe de enfermagem
✓ Organizar o consultório, prover materiais e insumos necessários
para a realização do exame;
✓ Acompanhar o enfermeiro sempre que solicitado;
✓ Realizar visita domiciliar na primeira semana após a alta do bebê.
Caso o RN tenha sido classificado como de risco, a visita deverá
acontecer nos primeiros três dias após a alta;
✓ Orientar as mulheres e famílias sobre a importância da
amamentação, cuidados com o RN e sinais de alerta;
✓ Orientar sobre planejamento;
✓ Avaliar situação vacinal e administrar imunobiológicos quando
necessário;
✓ Registrar as informações de seguimento no prontuário e
caderneta da criança.
✓ Orientar cuidados com as mamas;
✓ Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos
(grupos ou atividades de sala de espera);
✓ Orientar as puérperas e a equipe quanto aos fatores de risco e à
vulnerabilidade;
✓ Orientar as puérperas sobre a periodicidade das consultas e
realizar busca ativa das faltosas.

Equipe de Saúde
✓ Promover captação precoce para a primeira consulta da
puérpera/RN, e monitorar as consultas subsequentes;
✓ Orientar as puérperas sobre a periodicidade das consultas e
realizar a busca ativa das gestantes faltosas;
✓ Informar o (a) enfermeiro(a) ou o (a) médico(a) de sua equipe,
caso a puérpera apresente algum dos sinais de alarme: febre,
calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez e
mamas endurecidas, vermelhas e quentes;
✓ Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a
gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando
necessário;
✓ Realizar visitas domiciliares durante o puerpério, a fim de
acompanhar o processo de aleitamento e cuidados com o RN, e

113
orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento
familiar.

114
4.6 MENOPAUSA E CLIMATÉRIO

O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodutivo


para o não reprodutivo, ocorre habitualmente entre os 40 e 65 anos. A
menopausa, marco do período climatérico, é a interrupção permanente da
menstruação e o diagnóstico é feito de forma retroativa, após 12 meses
consecutivos de amenorreia, ocorrendo geralmente entre os 48 e 50 anos de
idade. Mulheres que se apresentem menopausa antes dos 40 anos deverão
ser referenciadas para o médico para investigações adicionais (BRASIL, 2008).
Verifica-se que esta é uma fase onde ocorrem várias alterações
fisiológicas e os profissionais de saúde devem estar atentos a fim de identificar
tais alterações, auxiliar a paciente quanto as queixas mais comuns e
tranquiliza-las fornecendo as informações necessárias, pois além de todo o
processo fisiológico do climatério e da menopausa, há o aspecto cultural da
vinda do envelhecimento (BRASIL, 2008).
Nota-se que algumas manifestações do climatério podem ser
transitórias e estão ligadas a redução do estrogênio no corpo da mulher. A
intensidade destas manifestações podem ter caráter hereditário, sociais,
culturais e econômicos (BRASIL, 2008).
A consulta de enfermagem para mulheres nestas etapas de seu ciclo
de vida trata-se de momento oportuno para o rastreamento de risco
cardiovascular, de cânceres de colo/mama e oferta de avaliação sorológica,
preferencialmente por meio da realização dos testes rápidos (BRASIL, 2008).

4.6.1 Terapia de Reposição Hormonal (TRH).

Muitas mulheres nessa fase da vida buscam no serviço de saúde a


prescrição de Terapia de Reposição Hormonal (TRH), no entanto cabe ao
enfermeiro orientá-la sobre indicações, contraindicações e limitações no tempo
de uso (máximo de 4 anos) e idade (até no máximo 60 anos). O uso
prolongado de TRH pode aumentar o risco de câncer de mama, doenças
tromboembólicas e cardiovasculares (BRASIL, 2008).

115
O enfermeiro poderá prescrever apenas a TRH tópica por via
intravaginal, com reavaliação semestral e respeitando os limites de tempo e
idade, contanto que a mulher não apresente contraindicações absolutas e/ou
relativas ao método. Mulheres em TRH deverão aferir os níveis pressóricos
trimestralmente (COREN/SC, 2017).
Deverá ser reservada aos casos de estrogenização relacionada ao
rastreamento de câncer cérvico-uterino ou no caso de queixas relacionadas à
sexualidade e funções urinárias, cujo esquema prescrito deverá ser o sugerido
no guia para médicos e enfermeiros da atenção primária - PACK (Estriol 1mg/g
creme vaginal, 0,5g/dia inserido por 14 dias e, depois, 2x/semana)
(COREN/SC, 2017).

Quadro 7 – Contraindicações à Terapia de Reposição Hormonal (TRH)


CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS À
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS À TRH
TRH
• História de e/ou câncer de mama; • Hipertensão arterial não
• História de e/ou câncer de endométrio; controlada;
• História de e/ou doença hepática grave; • Diabetes mellitus não controlado;
• Sangramento genital não esclarecido; • Endometriose;
• História de tromboembolismo agudo e • Miomatose uterina.
recorrente;
• Porfiria.
BRASIL, 2019. p. 207

4.6.2 Anticoncepção

Neste período em questão, ocorre a redução da fertilidade, evidenciada


pela irregularidade menstrual em que muitas vezes ocorre os ciclos
anovulatórios. Quando não utilizado os métodos contraceptivos nesta fase, por
desconhecimento da mulher, do parceiro ou por escolha de ambos, ainda há
chances de ocorrer uma gestação, em que muitas vezes não é planejada. Se a
concepção ocorrer nesta fase, há grandes probabilidades de um desfecho
gestacional desfavorável: aumento do risco da mortalidade materna;
abortamentos espontâneos; e riscos de anomalias fetais (BRASIL, 2008).
Informar sobre a utilização de métodos contraceptivos nesta fase é um
direito da mulher e dever dos profissionais de saúde. Ofertar estes métodos
durante as consultas de enfermagem ou orientar sobre os encaminhamentos a

116
grupos e a outros profissionais também é de fundamental importância (BRASIL,
2008).
Verificar sobre os métodos contraceptivos viáveis no capítulo de Saúde
Sexual e Reprodutiva.

117
4.6.3 Consulta de Enfermagem no climatério e menopausa

A consulta para as mulheres nesta fase busca evidenciar e valorizar a


escuta das queixas, medos e inseguranças das pacientes, além das
necessidades físicas deste período. Realizar a verificação dos sinais vitais e
dados antropométricos (peso, estatura, PA, circunferência abdominal) poderá
auxiliar na verificação dos diagnósticos de enfermagem e das possíveis
intervenções e prescrições (BRASIL, 2016).
No quesito rastreamento, há a necessidade de solicitação de exame de
mamografia para a população alvo - 50 aos 69 anos com intervalo máximo de 2
anos e a coleta do exame citopatológico para a prevenção do câncer de colo
de útero – de 25 a 64 anos. Desta forma, incentivar a realização destes
rastreios para as mulheres que comparecem com queixa dos sintomas de
climatério e menopausa é válido para esta população, haja vista a faixa etária
deste grupo. Para as mulheres que realizam a TRH a mamografia deve ser
solicitada anualmente, para o devido controle (BRASIL, 2016).
Durante a consulta, o (a) enfermeiro(a) deverá estar apto(a) para
oferecer tratamento para as queixas relacionadas ao climatério e quando
necessário, encaminhar a paciente para os serviços de referência para
avaliação em pacientes com possíveis doenças endócrinas, pulmonares,
psiquiátricas (depressão) e/ou indicações cirúrgicas (BRASIL, 2016).

118
INSTRUMENTO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM NA MENOPAUSA E CLIMATÉRIO
IDENTIFICAÇÃO
Nome:______________________________________DN: ____/____/____ Idade: ______ CNS: __________________________
Filiação (Mãe/Pai): _______________________________________________________________________________
Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ensino Primário ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
Estado Civil: ( ) União estável / Casada ( ) Solteira Parceria:___________________________________________
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM / SUBJETIVO
Tabagista: ( ) Sim ( )Não Etilista: ( ) Sim ( )Não Sedentarismo: ( ) Sim ( )Não
Comorbidades existentes:_________________________________________________________________________
Antecedentes pessoais e familiares:_______________________________________________________________
Hábitos Alimentares:____________________________________________________________________________
Histórico de Quedas (recorrentes):_________________________________________________________________
Patologias existentes:_____________________________________________________________________________
Medicamentos de rotina:_________________________________________________________________________
Menarca: ____________________________Data da última menstruação: ____/____/____
Uso de métodos contraceptivos:_________________________________________________________________
Hábitos sexuais:
Data da última citologia oncótica: ____/___/____. Resultado: ___________________________________________
Data da última mamografia: ____/___/____. Resultado: __________________________________________
Sangramento genital pós-menopausa: ( )Não ( ) Sim: ____/____/____
Histórico Vacinal:
SINTOMAS E QUEIXAS FREQUENTES
MANIFESTAÇÕES TRANSITÓRIAS
Menstruações: ( ) intervalo aumentado ( ) intervalo diminuído/( )Quantidade aumentada ( )Quantidade diminuída
Neurogênicas: ( )Fogachos ( )Sudoreses ( )Calafrios ( )Palpitações ( )Cefaleia ( )Tonturas ( )Parestesias
( )Insônias ( )Perda de memória ( )Fadiga
Psicogênicas: ( )Diminuição da autoestima ( )Irritabilidade ( )Labilidade afetiva ( )Sintomas depressivos
( )Dificuldade de concentração ( )Dificuldades sexuais
MANIFESTAÇÕES NÃO TRANSITÓRIAS
Dificuldades visuais: ( ) Sim ( )Não
Condições musculoesqueléticas, força e equilíbrio:____________________________________________________
Urogenitais: ( )Ressecamento vaginal ( )Dispaurenia ( )Disúria ( )Aumento da frequência e urgência miccional.
Outras queixas: _________________________________________________________________________________
EXAME FÍSICO DA MULHER / OBJETIVO
Estado Geral: BEG ( ) REG ( ) PEG ( ) Outros: _____________________ P.A:__________________
Peso (kg):________ Estatura:__________ IMC: __________ Classificação Nutricional: ( ) Baixo Peso ( ) Adequado ( )
Sobrepeso ( ) Obesidade: Grau: ______ Circunferência Abdominal:________________
Frequência respiratória: ____ rpm ( ) eupnéico ( ) dispneico ( ) taquipneico ( ) bradipneico Ausculta:
Frequência cardíaca: _____bpm ( ) normocardico ( ) bradicardico ( ) taquicardico Pressão arterial: _____x_____mmHg
Ausculta:
Temperatura _____ºc Tem apresentado febre? ( ) não ( ) sim
Condições da pele/mucosas: ( ) íntegra ( ) lesões Tipo e Local: _______ ( ) corada ( ) pálida ( ) ictérica ( ) cianótica
Nutrição: ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Aparência das mamas: ( )simétricas ( )assimétricas. Edema cutâneo (casca de laranja): ( ) não ( ) sim
Retração cutânea: ( ) não ( ) sim Inversão de mamilo: ( ) não ( ) sim
Hiperemia das mamas: ( ) não ( ) sim Descamação ou ulceração dos mamilos: ( ) não ( ) sim
Genitália/Períneo/Vulva: ( ) hiperemia ( ) secreções ( ) edemas ( ) inalterada
Região Anal: ( ) normal ( ) alterado ( ) Outros:
Edema: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar: Varicosas: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:
OBSERVAÇÕES:
Data da Consulta:
Identificação e assinatura do Profissional:

119
4.6.4 Fluxograma

O fluxograma apresenta-se como um guia de consulta para nortear o


profissional sobre quais condutas tomar frente aos contextos que envolvem a
saúde da mulher no climatério e menopausa.

120
4.6.5 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais
intervenções de enfermagem

Principais Principais Intervenções de Enfermagem


diagnóstico / Prescrição
CIAP Orientações e Solicitação
resultados de farmacológi
Encaminhamento de exames
enfermagem - CIPE ca
• Realizar orientação quanto
as mudanças corporais e na
qualidade de vida que
acontecerão nesta fase;
• Estimular o autocuidado
para influenciar
• Aceitação do positivamente na melhora da
estado de saúde; autoestima e da insegurança
X11 –
• Função do sistema que pode estar presente
Sinais/sintomas - -
endócrino anormal; nesta fase;
menopausa
• Qualidade de vida • Estimular a participação em
prejudicada. atividades sociais;
• Orientar a realização de
atividades físicas para os
cuidados corporais;
• Avaliar situação social e
solicitar apoio da rede, se
necessário.
• Tranquilizar a paciente
sobre os sintomas desse
período;
• Orientar a:
- Dormir em ambiente bem
ventilado;
- Usar roupas em camadas
que possam ser facilmente
retiradas se perceber a
chegada dos sintomas;
- Usar tecidos que deixem a
pele “respirar”;
- Beber um copo de água ou
• Calafrio presente;
suco quando perceber os
• Suor; A02 Arrepios;
dos sintomas;
• Processo de A09 Problemas de
- Não fumar;
Transpiração; sudorese
• Evitar consumo de bebidas - -
• Onda de Calor (ou X11 Sinais/
alcoólicas e de cafeína;
Fogacho) atual; sintomas
• Ter um diário para anotar
• Termorregulação menopausa.
os momentos em que o
prejudicada.
fogacho se inicia e, desse
modo, tentar identificar
situações-gatilho e evitá-las;
• Praticar atividade física;
- Perder peso, caso haja
excesso de peso;
• Respirar de forma lenta e
profundamente por alguns
minutos;
• Orientar o aumento da
ingestão de líquidos frios,
banhos frios, ventilação
externa.

121
• Incentivar a realização de
Yoga como técnica de
relaxamento e assim reduzir
insônia e fogachos;
• Promover termorregulação
positiva através de uso de
fitoterápicos ou terapias
complementares;
• Encaminhar para avaliação
médica se necessário.
• Incentivar a realização das
Práticas Integrativas
Hemograma
A04 Debilidade/ Complementares (PIC) para Sulfato
• Exaustão; ou
cansaço geral/ a redução dos sintomas; ferroso 40mg
• Fadiga. hemoglobina e
fadiga. • Para tais sintomas, indicar: 1 cp/dia
hematócrito
yoga, acupuntura e técnicas
de respiração, por exemplo.
• Estimular a participação em
atividades sociais;
• Orientar a realização de
atividades físicas para os
cuidados corporais;
• Incentivar o autocuidado
com a perspectiva do
• Imagem corporal cuidado físico e com a
prejudicada; aparência para que a
• Imagem corporal A18 preocupação autoestima seja estimulada;
- -
perturbada; com aparência. • Orientar o uso de protetor
• Autoimagem solar diariamente, com base
negativa. umectante, na face, pescoço
e mãos;
• Estimular o autocuidado
para influenciar
positivamente na melhora da
autoestima e da insegurança
que pode estar presente
nesta fase.
• Incentivar a realização das
PIC para a redução dos
sintomas. Para tais sintomas,
K04 palpitações/ - ECG (anual e
indicar: yoga, acupuntura e
percepção mediante
• Taquicardia. técnicas de respiração, por -
batimentos sintomas
exemplo;
cardíacos. relatados)
• Encaminhar para avaliação
médica as mulheres com
traçados do ECG alterados.
• Orientar uso de compressa Paracetamol
fria; ou dipirona
• Enxaqueca. N01 cefaleia -
• Encaminhar para avaliação 500mg, via
médica se persistir. oral de 6/6h
N17 Vertigens/ • Orientar a sentar antes de
• Vertigem postural. - -
Tonturas se levantar da cama.
• Ansiedade; P01 Sensação de • Valorizar a presença de
Polivitaminic
• Agitação; ansiedade/ situações de estresse e a
o 1 cp. ao
• Sobrecarga ao nervosismo/ resposta a elas, como parte
dia, via oral;
estresse; tensão; da avaliação de rotina;
- Vitamina C -
• Esgotamento; P02 Reação aguda • Estimular a participação em
1cp 500mg,
• Estresse; de stress; atividades sociais;
via oral por 2
• Tristeza; P03 Sensação de •Deitar-se e levantar-se
vezes ao dia.
• Tristeza Crônica; depressão; sempre nos mesmos

122
• Humor deprimido; P04 sentir/ horários diariamente, mesmo
• Raiva. comportar forma nos fins de semana;
irritável/zangada. • Avaliar estados depressivos
especialmente em mulheres
que tenham apresentado
evento cardiovascular
recente;
• Considerar tratamento para
depressão e ansiedade a ser
prescrito pelo médico
quando necessário e/ou
encaminhamento à
psicologia.
• Praticar atividade física,
evitando 03 horas antes de
dormir;
• Evitar tirar cochilos,
principalmente depois do
almoço e ao longo da tarde;
• Escolher uma atividade
prazerosa diária para a hora
de se deitar, como ler livro
• Privação do sono;
ou tomar banho morno;
• Risco de sono
• Assegurar que a cama e o
prejudicado;
P06 perturbação do quarto de dormir estejam
• Sono prejudicado; - -
sono confortáveis;
• Sonolência;
• Não fazer nenhuma
• Hipersonia;
refeição pesada antes de se
• Insônia.
deitar e evitar bebidas à
base de cafeína no fim da
tarde;
• Se permanecer acordada
por mais de 15 minutos após
apagar as luzes, levantar-se
e permanecer fora da cama
até perceber que irá
adormecer.
• Estimular o autocuidado;
• Estimular a aquisição de
informações sobre
P07 diminuição
sexualidade (livros, revistas - Lubrificante
desejo sexual;
etc.); para uso nas
P08 diminuição
• Avaliar a presença de relações - Exame
satisfação sexual;
fatores clínicos ou psíquicos sexuais. citopatológico,
X24 medo de
• Comportamento que necessitem de - Estriol conforme
disfunção sexual;
sexual prejudicado; abordagem médica; 1mg/g creme preconizado
Z12 problema
• Relação sexual • Apoiar iniciativas da vaginal: no capítulo de
relacional com
ineficaz; mulher na melhoria da 0,5g/dia prevenção do
parceiro;
• Desempenho qualidade das relações inserido câncer de colo
X01 dor genital;
sexual prejudicado; sociais e familiares; 2x/dia por 14 do útero
X04 relação sexual
• Satisfação Conjugal • Estimular a prática de sexo dias e, - Teste rápido
dolorosa na mulher;
prejudicada; seguro durante todas as depois, de HIV, Sífilis
X82 lesão
• Dispareunia atual. relações sexuais, seja qual 2x/semana e Hepatite B e
traumática genital
for a quantidade ou o tipo de por até 3 C.
feminina;
parceria desta mulher; meses.
X29 sinais
• Esclarecer que a
sintomas aparelho
masturbação, como forma de
genital feminino.
satisfação sexual, é uma
prática normal e saudável,
independente da faixa etária;

123
• Orientar o uso de
lubrificantes vaginais à base
d’água na relação sexual;
• TRH: considerar a terapia
hormonal local;
• Orientar a realização do
exercício de Kegel para a
prevenção/redução da
incontinência urinária e
melhora do prazer sexual.
• Incentivar o uso de gel
lubrificante durante as
relações sexuais;
• Orientar sobre violência
sexual;
• Investigar redução do
desejo sexual neste período;
• Realizar avaliação
especular para identificação
de vulvovaginites;
• Incentivar o uso de
lubrificante vaginal;
• Sanar dúvidas sobre a
diminuição da libido;
• Demonstrar técnica de
relaxamento;
• Encaminhar para avaliação
psicológica;
• Encaminhar para avaliação
médica se necessário;
• Verificar níveis pressóricos
trimestralmente e atentar
para as alterações.
• Avaliar urgência miccional,
infecções urinárias de
repetição, dor e ardor ao
coito (dispareunia),
corrimento vaginal, prurido
vaginal e vulvar que podem
estar relacionados à atrofia
• Incontinência genital; - Estriol
- Urina 1 e
urinária de urgência; • Investigar necessidade de 1mg/g creme
Urocultura
• Risco de prescrever TRH: estrogênio vaginal:
(Infecção do
incontinência tópico vulvovaginal, 0,5g/dia
trato urinário,
urinária, de urgência; U02 micção (contanto que não haja inserido
comprometime
• Condição frequente/ urgência contraindicações para este 2x/dia por 14
nto da função
geniturinária urinária; método); dias e,
renal) - Se
prejudicada; U04 incontinência • Sempre investigar outras depois,
necessário,
• Frequência urinária urinária. possíveis causas; 2x/semana
mediante
aumentada; • Orientar aumentar a ingesta por até 3
queixas do
• Incontinência hídrica; meses.
aparelho
urinária; • Orientar sinais de urgência
urinário.
• Enurese presente. miccional;
• Gerenciar Incontinência
Urinária;
• Orientar realização do
exercício de Kegel para
fortalecimento do assoalho
pélvico;
• Verificar a necessidade de

124
encaminhamento para outros
profissionais, de acordo com
a gravidade de incontinência.
• Orientar a paciente sobre o - FSH1
período de climatério e - Estradiol2
• Fluxo menstrual menopausa: quanto a Sulfato - Hemograma3
diminuído; X07 menstruação redução da quantidade, ferroso 40mg ou
• Menstruação escassa/ ausente aumento do intervalo e 1 cp/dia se hemoglobina
diminuída. irregularidade do ciclo; necessário e hematócrito;
• Incentivar o uso de método - Ultrassom
contraceptivo de barreira. transvaginal.
• Orientar sobre prevenção
de osteoporose;
• Prever risco de queda no
domicílio e no ambiente de
trabalho;
• Incentivar realização de
exercícios físicos leves e
regulares: caminhadas,
natação, hidroginástica e
dança, por exemplo; Cálcio 1cp
• Hipocalcemia; X11 sinais/
• Discorrer sobre dieta rica ou 10 ml, via
• Dor óssea sintomas
em cálcio com o consumo de oral ao dia, Cálcio
presente; menopausa
laticínios e vegetais verdes; se
• Risco de Queda.
• Orientar sobre as medidas necessário.
de prevenção de quedas e
suas consequências;
• Orientar sobre a adaptação
de móveis e estrutura da
residência;
• Encaminhar para avaliação
médica se necessário;
• Realizar visitas
domiciliares.
- ALT/AST;
• Incentivar o início de
- Creatinina;
atividades físicas e
T07 aumento peso; - Ureia;
alimentação saudável;
T27 medo de outra - Colesterol
• Sobrepeso; • Encaminhar para avaliação
doença endócrina/ total e frações;
• Obesidade de equipe multiprofissional -
metabólica; - Glicemia em
presente. (médico, nutricionista,
T82 obesidade; jejum;
educador físico, psicólogo e
T83 excesso peso. - TSH;
dentre outros) conforme as
- T3;
necessidades identificadas.
- T4.
• Impulsionar comportamento
positivo pelo esquema de
A98 Medicina
• Adesão ao regime vacinação atualizado;
preventiva/manuten - -
de imunização. • Implementar o regime de
ção de saúde
imunização, se necessário;
• Orientar sobre vacina.
• Realizar busca ativa às
faltosas;
• Não adesão ao A98 medicina • Implementar o regime de
regime de preventiva/manuten imunização; - -
imunização. ção de saúde. • Orientar sobre vacina;
• Atualizar calendário vacinal
se necessário.
_ Hormônio folículo estimulante, solicita-se quando houver dúvidas em relação ao quadro

hormonal, hipofunção ou falência ovariana: > 40 mUI/ml.

125
- Quando houver dúvidas em relação ao quadro hormonal, deve-se verificar os valores de
referência indicados pelo laboratório. Baixos níveis podem indicar disfunções ovarianas e
menopausa.
- Anemia, irregularidades menstruais, processos infecciosos, alterações imunológicas.

4.6.6 Atribuições (Organização do processo de trabalho)

Enfermeiro:
• Realizar a consulta de enfermagem;
• Realizar cuidados de maior complexidade que exijam os conhecimentos
científicos para a tomada decisões;
• Realizar a coleta do exame preventivo: citologia oncótica;
• Realizar testes rápidos de gravidez, HIV, sífilis e hepatites virais e fornecer os
laudos;
• Solicitar exames e prescrever medicamentos do protocolo;
• Incentivar e realizar as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
(PICS), quando detentor de formação especializada;
• Efetuar a referência e contra referência das usuárias;
• Participar de grupos terapêuticos.

Equipe de Enfermagem:
• Assistir o enfermeiro na prestação de cuidados de maior complexidade técnica;
• Participar de atividades grupais junto aos demais profissionais da equipe de
saúde;
• Participar dos cuidados gerais das pacientes;
• Realizar testes rápidos de gravidez, HIV, sífilis e hepatites virais.

126
4.7 SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

A atenção à vida sexual e reprodutiva tem como base a Constituição


Brasileira de 1988 e a Lei do Planejamento Familiar de 1996, além do Plano
Nacional de Políticas para as Mulheres. Quando mencionamos o termo
“Planejamento Familiar” devemos levar em conta que este não aborda somente
a oferta de métodos contraceptivos, mas implica na oferta de informações a
pessoa e a comunidade para que estes tenham a livre escolha, com base nas
informações prestadas (BRASIL, 2013).
Porém, comumente as ações voltadas para a saúde sexual e reprodutiva
possuem o foco na população feminina – em especial para o ciclo gravídico
puerperal e nas ações de câncer de mama e de colo de útero - adulta e muitas
vezes não há o envolvimento do público masculino e poucas iniciativas para a
população mais jovem. Tornar o homem corresponsável na abordagem da
saúde sexual e reprodutiva é de fundamental importância e responsabilidade
dos profissionais de saúde (BRASIL, 2013).
Para esclarecimento deste capítulo, conceitua-se que a palavra sexo
refere-se a o conjunto de características biológicas e está ligado ao genótipo do
ser em questão. O termo gênero refere-se a um conjunto de características
mais ligadas a conceitos sociais, culturais, religiosos e crenças que está
intimamente ligado ao fenótipo do ser, seu contexto social, político e
econômico, sendo responsável pela definição de homem e mulher na
sociedade atual (BRASIL, 2013).
Vários grupos têm os seus direitos sexuais e reprodutivos violados, seja
por falta de informações, preconceitos e desconhecimentos. Dentre os grupos
mais vulneráveis a redução do exercício desses direitos, podemos citar:
lésbicas, gays, transexuais, travestis, bissexuais, profissionais do sexo e
pessoas vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Pessoas
idosas, pessoas portadoras de deficiências, pessoas privadas de liberdade e
até adolescentes podem considerar-se desassistidas nesta vertente, pois há
erroneamente o julgamento, por parte dos profissionais de saúde e de parte da
sociedade, devido a preconceitos, de que estes grupos não exercem sua
sexualidade a contento (BRASIL, 2013).

127
A sexualidade deve ser considerada uma importante vertente da vida
dos ser humano, não estando ligada apenas a fatores reprodutivos, mas
também aos aspectos psíquicos, sociais, afetivas e de relações amorosas
(BRASIL, 2013).
Em termos de definição, a saúde sexual contempla que os indivíduos
devem ter a vivência legal, prazerosa, segura e agradável na abordagem
positiva da sexualidade humana por meio do respeito mútuo das relações
sexuais, independente da orientação sexual e da identidade de gênero
(BRASIL, 2013).
A saúde reprodutiva aborda o quesito de se possuir uma vida sexual
segura e satisfatória com o exercício e autonomia na liberdade de escolha de
quantas vezes e de quando ter. Portanto, o acesso a este conhecimento deve
ser oferecido a toda a população para que estes possam ter acesso a escolha
de decidir por métodos eficientes e seguros que não contradigam o exposto à
Lei do Planejamento Familiar/Reprodutivo: nº 9,263/1966.
Logo abaixo, segue o quadro 8 com as definições de direitos sexuais e
direitos reprodutivos:

Quadro 8 – Definições de direitos sexuais e direitos reprodutivos


DIREITOS SEXUAIS DIREITOS REPRODUTIVOS
- O direito de viver e expressar livremente a sexualidade - O direito das pessoas decidirem,
sem violência, discriminações e imposições, e com total de forma livre e responsável, se
respeito pelo corpo do(a) parceiro(a); querem ou não ter filhos, quantos
- O direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual; filhos desejam ter e em que
- O direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, momento de suas vidas;
vergonha, culpa e falsas crenças; - O direito de acesso a
- O direito de viver a sexualidade, independentemente de informações, meios, métodos e
estado civil, idade ou condição física; técnicas para ter ou não ter filhos.
- O direito de escolher se quer ou não quer ter relação - O direito de exercer a
sexual; sexualidade e a reprodução livre
- O direito de expressar livremente sua orientação sexual: de discriminação, imposição e
heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade; violência.
- O direito de ter relação sexual, independentemente da
reprodução;
- O direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez e
de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e Aids;
- O direito a serviços de saúde que garantam privacidade,
sigilo e um atendimento de qualidade, sem discriminação;
- O direito à informação e à educação sexual e
reprodutiva.
(BRASIL, 2013).

128
4.7.1 Saúde Sexual e reprodutiva na adolescência

A fase da adolescência há a intensificação da sexualidade, resultando


no maior índice de condições de vulnerabilidade devido a maiores chances da
ocorrência do sexo desprotegido e risco de associação com o uso de drogas, o
que pode levar à contaminação por Infecções Sexualmente Transmissíveis
(IST), especialmente a infecção pelo HIV/Aids. Desta forma, a abordagem da
temática de sexualidade ao público adolescente é justificável para a prevenção
de doenças, promoção da saúde e orientação quanto aos seus direitos sexuais
(BRASIL, 2018).
Diante disso, o enfermeiro deverá realizar a investigação dos
conhecimentos atuais do adolescente e determinar um plano de cuidado a este
grupo de pacientes, por meio da disponibilização dos métodos de barreira e
envolver a família nas ações de orientação (BRASIL, 2018).
Durante a consulta de enfermagem o (a) adolescente tem direito a
privacidade e preservação do sigilo com atendimento em espaço reservado
com a garantia da confidencialidade do que foi discutido durante este momento
com o profissional de saúde, sendo assegurada que não será mencionado aos
pais e/ou responsáveis sobre o que foi discutido, sem o consentimento
informado (autorização) deste adolescente (BRASIL, 2018).

4.7.2 Assistência à preconcepção

A assistência à preconcepção tem como objetivo orientar e assistir as


mulheres/casal que queiram engravidar, com o intuito de identificar os fatores
de risco ou doenças que interferem na evolução saudável de uma futura
gestação. O profissional de enfermagem deverá, ao assistir as
mulheres/casais, prevenir, detectar e tratar fatores que possam interferir na
fertilidade e na concepção (BRASIL, 2012).
Orientações e condutas específicas na assistência pré-concepcional:
A consulta de enfermagem com a abordagem pré-concepcional deve
estar voltada para a redução de danos, em especial sobre os riscos de
tabagismo, uso rotineiro de bebidas alcoólicas, outras drogas lícitas ou ilícitas e
verificação da necessidade de assistência especializada, caso estes itens

129
sejam positivos durante esta investigação. A abordagem sobre a prevenção de
infecções sexualmente transmissíveis e outras infecções como toxoplasmose,
hepatite B e C, vírus da inclusão Citomegalica também devem ser investigadas.
A avaliação do estado vacinal, se há a atualização do mesmo, estado de
nutrição (com a investigação do peso, IMC) e hábitos de vida também devem
ser investigados. Aquelas que apresentarem desnutrição, sobrepeso ou
obesidade deverão ser encaminhados à orientação nutricional, visando à
promoção do estado nutricional equilibrado (BRASIL, 2012).
A avaliação quanto a presença de patologias crônicas que necessitem
de uso prolongado, ou mesmo esporádico, de medicação que possa
comprometer a fertilidade, a concepção e o feto não pode ser esquecida, bem
como a avaliação das condições de trabalho, verificando o risco de exposição a
tóxicos ambientais, agentes químicos e radioativos, e realizar a orientação
sobre seus efeitos deletérios na concepção e na saúde em geral (BRASIL,
2012).
Segue em quadro 9 sobre a avaliação e recomendações de
enfermagem sobre os riscos da gestação diante dos riscos e vulnerabilidades.

Quadro 9 – Avaliação e determinação do risco da gestação

130
AVALIAÇÃO E DETERMINAÇÃO DO RISCO DA GESTAÇÃO
AVALIAR CLASSIFICAR INTERVENÇÕES DE
ENFERMAGEM
Um dos seguintes sinais: • Recomendar engravidar

GESTAÇÃO NÃO RECOMENDADA OU SE RECOMENDADA,


• Menor de 15 anos; após resolução dos
• Intervalo interpartal < 2 problemas;
anos; • Prescrever ácido fólico 5
• IMC <20 ou >30; mg, VO diariamente, três
• PA > 140x90mmHg; meses antes da gravidez;
• Hb < 7g/dL ou palidez • Controlar doença prévia;
intensa; • Determinar a causa e
• Rh negativo, Coombs tratar anemia;

ADIAR A GESTAÇÃO
indireto positivo; • VCRL + e ou HIV +, tratar
• VDRL +, sem tratamento conforme protocolo de
prévio adequado; IST, investigar e tratar
• HIV +; parceiro;
• Câncer; • Vacinar contra rubéola e
• Doença prévia sem Hepatite B, se
controle necessário;
• Consumo de álcool, • Aconselhar sobre higiene
fumo ou droga; pessoal e estilo de vida
• Filho anterior com saudável;
malformação do tubo • Aconselhar sobre higiene
neural; bucal e tratamento;
• Tristeza extrema, • Encaminhar para
depressão ou violência; avaliação médica e/ou
• Doença falciforme especialidade se
necessário.
Um dos seguintes sinais: • Prescrever ácido fólico 5
• Idade:>15 e <19 anos ou mg, VO diariamente, três
>35 anos; meses antes da gravidez;
• IMC > 26 e <30; • Manejo das IST,
• Parto cesáreo anterior; conforme o protocolo;
• Parceiros múltiplos; • Profilaxia e tratamento
• Hb entre 7 e 12 g/dL ou bucal;
palidez palmar • Aconselhamento
moderada; nutricional e dieta
• Rh negativo com adequada;
Coombs indireto • Aconselhar sobre o risco
negativo; por Rh negativo;
• Sem planejamento • Aconselhar sobre a
reprodutivo; higiene pessoal e estilos
• IST antecedente ou de vida saudável;
atual; • Vacinar contra rubéola e
• Doença crônica prévia Hepatite B, se
controlada; necessário;
• Problema de saúde • Encaminhar para
bical; EM CONDIÇÕES DE avaliação médica e/ou
• Sem vacina antirrubéola ENGRAVIDAR, MAS COM especialidade se
e anti-hepatite B; FATORES DE RISCO. necessário.
• Mortes perinatais, baixo
peso ao nascer,
prematuridade e abortos
prévios;
• Fatores de risco para
malformação do tubo
neural;

131
• HTLV +
• HPV;
• Hepatite B;
• Hepatite C.
Se: • Aconselhar sobre a
• Idade entre 19 e 35 higiene pessoal e
anos; bucal;
• IMC entre 20 e 26; • Prescrever ácido
• Vacinada contra fólico 5 mg, VO
rubéola e hepatite B; diariamente, três
• Ausência dos riscos meses antes da
acima mencionados gravidez;
• Educação sexual e
EM CONDIÇÕES DE
aconselhamento em
ENGRAVIDAR
planejamento
reprodutivo;
• Aconselhar sobre
estilo d e vida
saudável: nutrição,
exercício físico,
prevenção e
exposição a tóxicos e
infecções.
Adaptado – AIDPI NEONATAL – Quadro de Procedimentos – Ministério da Saúde OPAS,
2016

O exame físico, exame ginecológico completo, o exame preventivo de


câncer de colo uterino, se idade e periodicidade preconizada, devem ser
realizados na oportunidade desta consulta.
Por fim, após toda a avaliação, deverá ser realizada a solicitação de
exames laboratoriais e a prescrição de ácido fólico 5mg, via oral, 1x/dia,
iniciando 60 a 90 dias antes da concepção estendendo até a 12ª semana
gestacional, para a prevenção de defeitos congênitos do tubo neural.
A Assistência à preconcepção tem como objetivo orientar e assistir as
mulheres/casal que queiram engravidar, com o intuito de identificar os fatores
de risco ou doenças que interferem na evolução saudável de uma futura
gestação.
O profissional enfermeiro deverá assistir as mulheres/casais para
prevenir, detectar e tratar fatores que possam interferir na fertilidade e na
concepção.

- Histórico de enfermagem, exame físico específico e condutas na


assistência pré-concepcional

132
✓ Realizar anamnese, exame físico, exame ginecológico completo,
atualização vacinal e solicitação de exames laboratoriais;
✓ Realizar avaliação do estado geral de saúde, com aferição dos sinais
vitais e do peso pré-gravídico. Aquelas que apresentarem desnutrição,
sobrepeso ou obesidade deverão ser encaminhadas à orientação
nutricional, visando à promoção do estado nutricional equilibrado.
Alterações dos sinais vitais devem ser avaliadas pela equipe
profissional;
✓ Instituir outras medidas educativas, como a orientação para o registro
sistemático das datas das menstruações.
✓ Realizar o exame preventivo de câncer de colo uterino, se idade e
periodicidade preconizada;
✓ Realizar avaliação quanto à presença de patologias crônicas que
necessitem de uso prolongado, ou mesmo esporádico, de medicação
que possa comprometer a fertilidade, a concepção e o feto;
✓ Avaliar as condições de trabalho, verificando o risco de exposição a
tóxicos ambientais, agentes químicos e radioativos, e realizar a
orientação sobre seus efeitos deletérios na concepção e na saúde em
geral;
✓ Prevenir, detectar e tratar fatores que possam interferir na fertilidade e
na concepção conforme fluxograma de aconselhamento pré-
concepcional;
✓ Realizar aconselhamento genético, esclarecendo sobre riscos como
idade materna e/ou paterna avançada; filhos (as) afetados (as) em
gestações anteriores; antecedentes de familiares com doença genética e
características étnicas especiais;
✓ Registrar no prontuário da paciente todas as informações.

• Assistência à anticoncepção
No que se refere à anticoncepção, a orientação/aconselhamento
constitui a informação correta, completa e de acordo com as necessidades
do(a) usuário(a) sobre todos os métodos anticoncepcionais disponíveis e
cientificamente comprovados, bem como reflexão sobre conhecimentos,
valores, atitudes e práticas dos(as) usuários que facilitem ou dificultem a

133
utilização de anticoncepcionais. Por meio de uma orientação efetiva o (a)
usuário(a) pode escolher o método mais adequado às suas necessidades, seu
estilo e seu momento de vida atual (BEMFAM, 2007).
As ações educativas devem ser preferencialmente realizadas em
grupo, precedendo a primeira consulta, e devem ser sempre reforçadas pela
ação educativa individual. Ela pode ser realizada em pequenos grupos, usando
metodologia participativa, tendo o objetivo de estabelecer um processo
contínuo de educação que vise trabalhar a atenção integral, focalizando outros
aspectos da saúde reprodutiva, tais como sexualidade, conhecimento do corpo,
questões de gênero, vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis,
violência, direitos sexuais e reprodutivos e, também, sobre as diferentes
opções anticoncepcionais, de maneira que a usuário seja capaz de realizar
uma escolha livre e informada. Devem ser fornecidas as informações de
maneira clara e completa sobre mecanismo de ação dos anticoncepcionais,
modo de uso, eficácia, efeitos colaterais e efeitos não contraceptivos.
A escolha de um método anticoncepcional depende de vários fatores,
como: história pessoal (idade, frequência das relações sexuais, paridade,
aleitamento); condições clínicas que possam contra indicar algum método;
vulnerabilidade a infecções de transmissão sexual; acesso ao método;
intenções reprodutivas e condições de diálogo com o (a) parceiro(a), além de
questões culturais e mitos referentes a anticoncepção.
Do ponto de vista clínico a escolha de um método anticoncepcional
está normatizada pelos critérios clínicos de elegibilidade, definidos pela
Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2002), e tem como objetivo auxiliar
os(as) profissionais de saúde na orientação das usuárias referente à escolha
dos métodos anticoncepcionais.
Esses critérios são divididos em quatro categorias, baseadas nos
riscos e benefícios do uso de cada método. Vejam no quadro 10:

134
Quadro 10 – Categorias dos riscos e benefícios para indicação de
métodos contraceptivos
CATEGORIA AVALIAÇÃO CLÍNICA PODE SER USADO?

Categoria 1 Pode ser usado em qualquer circunstância. SIM

Categoria 2 Uso permitido, em geral.


O uso geralmente não é recomendado. - Exceção feita para
quando outros métodos indicados não estejam disponíveis ou não
Categoria 3 sejam aceitáveis. NÃO
O enfermeiro não deverá prescrever quando verificada esta
categoria.
Categoria 4 Não deve ser usado (risco inaceitável).
Fonte: OMS (2009).

135
Quadro 11 – Avaliação do risco e benefício conforme a condição atual da
mulher

136
137
Legenda:
A – O DIU de cobre é categoria 2 para mulheres com idade menor ou igual a
20 anos pelo maior risco de expulsão (maior índice de nuliparidade) e por ser
faixa etária considerada de maior risco para contrair IST;
B – Ainda não há riscos demonstrados para o feto, para a mulher ou para a evolução
da gestação nesses casos quando usados acidentalmente durante a gravidez;
C – Ainda não há riscos demonstrados para o feto, para a mulher ou para a evolução
da gestação nesses casos quando usados acidentalmente durante a gravidez, mas
ainda não está definida a relação entre o uso do acetato de medroxiprogesterona na
gravidez e os efeitos sobre o feto;
D – O DIU de cobre é categoria 1 se: a) For introduzido em menos de 48 horas do
parto, com ou sem aleitamento, desde que não haja infecção puerperal (cat. 4); b) For
introduzido após quatro semanas do parto;
E – O DIU de cobre é categoria 3 se introduzido entre 48 horas e quatro semanas após
o parto;
F – Categoria 4 para colocação de DIU de cobre em casos de DIP atual, cervicite
purulenta, clamídia ou gonorreia;
G – Em quaisquer casos, inclusive DIP atual, o DIU de cobre é categoria 2, se o caso
for continuação do método (usuária desenvolveu a condição durante sua utilização), ou
se forem outras IST que não as listadas na letra.
Fonte: BRASIL (2016).

- Métodos Anticoncepcionais
Em face da anticoncepção, é de suma importância ofertar diferentes
opções de métodos contraceptivos em todas as etapas da vida reprodutiva
para que o usuário possa escolher o método mais apropriado às suas
necessidades. Diante dos crescentes e recorrentes casos de IST, é necessário
esclarecer a importância da dupla proteção (uso dos métodos contraceptivos
descritos a seguir associados ao uso do preservativo).
Os métodos contraceptivos podem ser classificados em:

Quadro 12 – Descrição dos métodos temporários reversíveis e


irreversíveis
Métodos temporários (reversíveis)
Os métodos anticoncepcionais
reversíveis adquiridos atualmente
pelo Ministério da Saúde para serem
- Combinados;
Hormonal

oferecidos à rede de serviços do


- Monofásicos;
SUS são:
Orais - Bifásicos;
- Trifásicos;
-Pílula combinada de baixa dosagem
- Minipílulas.
(etinilestradiol 0,03 mg +
levonorgestrel 0,15 mg);
-Minipílula (noretisterona 0,35 mg);

138
- Pílula anticoncepcional de
emergência (levonorgestrel 0,75 mg).
Disponível pelo SUS:
- Injetável mensal (enantato de
- Mensais; norestisterona 50 mg + valerato de
Injetáveis
- Trimestrais. estradiol 5 mg);
- Injetável trimestral (acetato de
medroxiprogesterona 150 mg).
Percutâneos - Adesivos - Verificar se o gestor local fornece.
- Comprimidos;
Vaginais - Verificar se o gestor local fornece.
- Anéis
- Diafragma;
Feminino - Espermaticida; - Verificar se o gestor local fornece.
- Preservativo feminino.
Masculino - Preservativo masculino, Disponível pelo SUS.
Barreira

Não medicados - DIU de cobre. Disponível pelo SUS.

Métodos definitivos (esterilização)


Feminino Ligadura tubária
Conforme Lei nº. 9.263, de 12/01/96.
Masculino Vasectomia

Para o estabelecimento da escolha do método contraceptivo, vários


fatores devem ser considerados para a eficácia do mesmo:
- A preferência da mulher, homem e/ou casal;
- Características do método: eficácia, efeitos secundários, aceitabilidade,
disponibilidade, facilidade do uso, desejo de reversibilidade e proteção contra
IST, HIV/AIDS.
Quando a opção da mulher/casal for à utilização do método de longa
duração, há a necessidade do estimulo e agendamento para a participação em
atividades educativas. Como a laqueadura e a vasectomia são métodos
definitivos, sua indicação deve obedecer aos critérios pré-estabelecidos,
respeitando a legislação vigente, Lei nº. 9.263, de 12/01/96.

139
Quadro 13 - Síntese de Métodos Anticoncepcionais Hormonais e Dispositivo Intrauterino (DIU)
Tipo disponível Efeitos colaterais mais
Método Como usar/ Condutas do enfermeiro
na rede comuns
• Inserção e retirada do DIU pode ser realizada por profissional • Ciclos menstruais mais intensos e
enfermeiro treinado; com fluxo aumentado podem ocorrer;
• Descartar sempre gravidez, priorizar inserção durante o quadro • Logo após a inserção, os efeitos mais
menstrual (facilidade de inserção do método e descarte de gestação ao comuns, os quais geralmente
Dispositivo DIU de Cobre mesmo tempo); desaparecem ao longo das semanas, é
intrauterino (DIU) (DIU-Cu) • Realizar preventivo, antes da inserção; o sangramento uterino de pequena a
• No caso de aumento importante do sangramento menstrual e/ou média quantidade; caso apresente
cólicas durante os 03 primeiros meses de uso, o enfermeiro deverá fluxo intenso avaliar, em conjunto com
encaminhar paciente para o médico ou solicitar avaliação conjunta. médico da equipe.
• Injeção IM a cada 12 semanas (ou 90 dias); • Amenorreia (comum);
• Pode iniciar a qualquer momento se certeza de não estar grávida ou • Ganho de peso;
nos primeiros 5 dias do ciclo menstrual (preferencialmente no primeiro • Sangramento anormal: comum nos 3
Injeção de Acetato de dia); primeiros meses*;
• Usar preservativo no mínimo nos primeiros 7 a 14 dias após • Se dor de cabeça severa ou alteração
progestágeno medroxiprogestero aplicação; da visão: encaminhe para avaliação
(trimestral) na 150 mg Em caso de atraso: médica*.
• Até 2 semanas: aplique nova injeção;
• Mais de 2 semanas: descarte primeiro a possibilidade de gravidez e,
após, aplique o método.
• Injeção IM a cada 4 semanas (ou 30 dias); • Ganho de peso;
• Iniciar entre o 1º e 5º dia do ciclo (preferencialmente no primeiro dia • Sensibilidade em mamas, náuseas,
do ciclo menstrual); tontura: tranquilizar usuária, geralmente
Enantato de • Usar preservativo nos primeiros 7 dias após a primeira aplicação do a melhora espontânea. • Alteração de
Injeção de método; humor: geralmente melhora
norestisterona/
estrogênio/ Em caso de atraso: espontânea;
Valerato de Até 7 dias: aplique nova injeção; • Sangramento anormal: comum nos 3
progestágeno
Estradiol 50/5mg • Mais que 7 dias: descarte a possibilidade de gestação e, após, inicie primeiros meses*;
novo ciclo, utilizando preservativo nos 7 primeiros dias. • Se dor de cabeça severa ou alteração
da visão: encaminhe para avaliação
médica*
• Iniciar nos primeiros 5 dias do ciclo; • Ganho de peso;
Pílula combinada Etinilestradiol/levo • Manter o uso de preservativo no mínimo por 7 dias após inicio do • Sensibilidade em mamas, náuseas,
estrogênio/ nogestre l método; tontura: tranquilizar usuária, geralmente
progestágeno 0,03/0,15 mg • Ingerir o comprimido uma vez ao dia por 21 dias, dar 7 dias de a melhora espontânea;
intervalo e reiniciar a cartela; Em caso de esquecimento: • Alteração de humor: geralmente

140
(mensal) Etinilestradiol/deso • Até 12 horas: orientar a ingestão do comprimido esquecido assim que melhora espontânea;
se lembrar; • Sangramento anormal: comum nos 3
gestrel • Acima de 12 horas: orientar a ingestão do comprimido esquecido primeiros meses*;
0,03/015mg assim que se lembrar e utilizar preservativo por 07 dias; • Se dor de cabeça severa ou alteração
Etinilestradiol/gest • Mais de 1 episódio de esquecimento na mesma cartela: utilizar da visão: encaminhe para avaliação
preservativo até o término da cartela. Em caso de vômitos: Se ocorrer médica*.
odeno no período de 4 horas após a ingestão do comprimido, orientar o uso
0,02/0,075mg de preservativo até o final da cartela.
• Escolher este método se a mulher estiver amamentando e após 6 • Sangramento anormal: comum nos
semanas do parto; primeiros 3 meses.Avaliar com médico
• Tomar na mesma hora, todo o dia e manter aleitamento materno da equipe conforme guia de prática
Pílula de exclusive. clínica (PACK)*;
Norestisterona
progestágeno • Obs: não deixar ultrapassar mais de 3 horas em relação ao horário • Dor de cabeça leve, náuseas,
0,35 mg habitual, caso ultrapasse utilizar preservativo por 2 dias. sensibilidade mamária: tranquilizar
isolado
paciente e se necessária avaliar com
médico da equipe conforme guia de
prática clínica (PACK)*
• Realizar consulta individual ou em grupo abordando aspectos éticos, • Pós-operatório com dor leve é o
legais e de direitos reprodutivos do homem e da mulher, explicando de sintoma mais comum, devendo ser
forma simplificada o procedimento cirúrgico a ser realizado, tirando manejado com orientações gerais e
assim todas as dúvidas e angústias manifestadas pelos usuários; repouso. Para os homens orienta-se
• Entregar termo de consentimento livre e esclarecimento, lendo em evitar carregar peso.
Laqueadura conjunto com o mesmo a fim de não haver dúvidas em relação ao por um período não inferior a 5 dias.
Métodos cirúrgicos processo de encaminhando, lembrando sempre ao usuário sobre o Para mulheres segue-se a orientação
tubária e risco de uma cirurgia e, que ambos os métodos são considerados na de rotina pós-cirúrgica;
(irreversíveis)
Vasectomia prática IRREVERSÍVEIS; • Presença de sinais infecciosos devem
• Solicitar exames pré-operatórios: Glicose, Hemograma, TAP, TTPa, ser avaliados prontamente pelo médico
Parcial de urina, Beta HCG e ECG para maiores de 40 anos (somente da equipe/unidade ou referenciar para
após marcação da consulta para avaliação com o especialista); serviço de urgência.
• Solicitar espermograma após 2 e 3 meses da realização da
vasectomia para verificar sucesso do procedimento cirúrgico.
Fonte: COREN/SC (2016).

141
- Assistência a anticoncepção de urgência

O acesso à contracepção de emergência é um direito das mulheres


adultas, jovens e adolescentes e deve ser amplo e livre de preconceitos e
julgamentos.
As pílulas anticoncepcionais de emergência (Levonorgestrel 0,75 mg –
pílula do dia seguinte) são métodos usados após a relação sexual
desprotegida, para evitar gravidez inoportuna ou indesejada e não deve ser
usado como método de rotina.
Para a utilização da anticoncepção de emergência, a gestação deverá
ser questionada e descartada, por meio do questionamento da Data da Última
Menstruação (DUM) e a oferta de teste rápido de gravidez se necessário.
Importante a investigação de violência sexual; oferta dos testes rápidos: HIV,
sífilis, hepatite B e C; oferta e incentivo da utilização de outros métodos
contraceptivos disponíveis e estimular a participação em atividades educativas.
Dentre as principais indicações das pílulas anticoncepcionais de
emergência, encontram-se:
- Violência sexual;
- Ruptura do preservativo;
- Deslocamento ou expulsão do DIU e diafragma;
- Relação sexual sem uso de método contraceptivo, ou uso inadequado do
método contraceptivo, como esquecimento prolongado do contraceptivo oral,
atraso na data do injetável mensal, cálculo incorreto do período fértil, erro no
período de abstinência.
A pílula de Levonorgestrel deve ser ofertada até 5 dias após a relação sexual
desprotegida (uma cartela com dois comprimidos de 0,75mg, dose única).

Consulta de retorno da mulher/casal


- Avaliar a indicação e a aceitabilidade do método, de acordo com a presença
ou não de reações adversas e efeitos colaterais, dificuldades na aplicação do
método, participação do parceiro, etc;
- Avaliar o ciclo menstrual, pressão arterial, intercorrências clínicas ou
ginecológicas;

142
- Orientar sobre a importância do retorno e a participação nas atividades
educativas;
- Agendar o retorno (a periodicidade dos retornos depende do método em uso);
- Registrar no prontuário da paciente todas as informações.

143
4.7.3 Inserção de DIU por profissionais de enfermagem

O DIU é um método contraceptivo do grupo dos LARCs, sigla em inglês


para Método Contraceptivo de Longa Duração. O DIU de cobre, quando
inserido dentro do útero, exerce ações locais que culminam por evitar a
gestação, este método é seguro para evitar a longo prazo uma gestação. Pode
ser usado em qualquer idade do período reprodutivo, sem a necessidade da
intervenção diária da mulher e sem prejudicar a fertilidade futura. A ampliação
do acesso ao DIU de cobre nas maternidades (pós-parto e pós-abortamento
imediatos – inserção em até 10 minutos) é uma estratégia compartilhada e
complementar às ações de saúde reprodutiva da Atenção Básica e demais
pontos de atenção do sistema de saúde local.
O DIU de cobre TCu 380A é constituído por um pequeno e flexível
dispositivo de polietileno em formato de T, revestido com 314 mm² de cobre na
haste vertical e dois anéis de 33 mm² de cobre em cada haste horizontal.
Principais características do DIU com cobre TCu 380A:
• Não contém hormônios – fato desejável em várias situações;
• Altamente efetivo – mais de 99%;
• Melhor custo benefício – custo baixo e disponível na rede pública;
• Praticidade – não precisa lembrar diariamente de usá-lo (livre de
esquecimentos);
• Longa ação – até 10 anos;
• Retorno rápido à fertilidade – quase que imediato, após a retirada;
• Sem efeitos sistêmicos – ação local, intrauterina;
• Não interfere na lactação;
• Altas taxas de continuidade – as maiores entre os métodos
reversíveis;
• Não aumenta o risco de contrair IST (Infecção Sexualmente
Transmissível).

MECANISMO DE AÇÃO
O DIU de cobre age provocando mudanças bioquímicas e morfológicas
no endométrio a medida que os íons são liberados na cavidade uterina,

144
levando a uma ação inflamatória e citotóxica com efeito espermicida. O cobre é
responsável pelo aumento da produção de prostaglandinas e pela inibição de
enzimas endometriais. Tal ação terá efeito tanto nos espermatozoides como
nos ovócitos secundários. Provoca também uma alteração no muco cervical,
tornando-o mais espesso. Considera-se que o DIU interfere na motilidade e
qualidade espermática, atrapalhando a ascensão dos espermatozoides, desde
a vagina até as tubas uterinas, levando também à morte dos mesmos pelo
aumento na produção de citocinas citotóxicas com posterior fagocitose.

INDICAÇÃO
O DIU de cobre é uma excelente opção para mulheres que desejam
contracepção reversível, de alta eficácia, longa duração e livre de hormônios.
A orientação sobre métodos contraceptivos e oferta de DIU pode ser
feita a qualquer momento da vida reprodutiva da mulher, por ocasião do
contato do profissional com a usuária, em consulta clínica, grupos educativos,
atividades preventivas ou visita domiciliar, intermediada ou não pelo uso de
materiais informativos.
A participação em grupos educativos deve ser estimulada, pois auxilia
na aceitação e adesão ao método. As mulheres que têm contraindicações ao
estrogênio ou mulheres que amamentam podem ser boas candidatas para o
uso do DIU de cobre. Durante o período de lactação, mostra-se um método
vantajoso por não gerar interferência na qualidade e quantidade do leite
materno. Mulheres jovens e adolescentes podem utilizar o DIU de cobre, porém
devendo-se aconselhar sempre o uso concomitante de preservativo
concomitante (masculino ou feminino).
O DIU de cobre é um dos métodos contraceptivos reversíveis de longa
ação (LARC) de maior custo efetivo para as adolescentes. Nuligestas, ou seja,
mulheres que nunca engravidaram, também podem utilizar DIU de cobre, pois
não existe diferença significativa de expulsão por idade e paridade.
Não há contraindicação para o uso do DIU de cobre em mulheres com
ectopia cervical, história de cesariana prévia ou cistos ovarianos. Quanto às
mulheres na perimenopausa, inicialmente o DIU é uma boa opção, sobretudo
naquelas que têm contraindicações, relativas ou absolutas, à contracepção
hormonal combinada, como as tabagistas, obesas, hipertensas e diabéticas,

145
pois estes fatores associados levam a maior risco cardiovascular. Naquelas
que utilizam o DIU de cobre e com menos de 50 anos, recomenda-se retirá-lo
em até dois anos após a última menstruação (menopausa). Nas mulheres com
mais de 50 anos, aguarda-se um ano de amenorreia para a sua retirada.
Entretanto, não há nenhum problema se, por qualquer razão, a mulher se
mantiver com DIU inserido por períodos prolongados após a menopausa.

CONTRAINDICAÇÕES
Anormalidades uterinas como útero bicorno, septado ou intensa
estenose cervical impedem o uso do DIU. Miomas uterinos submucosos com
relevante distorção da cavidade endometrial contraindicam o uso do DIU pela
dificuldade na inserção e maior risco de expulsão. Miomas que não distorcem
a cavidade uterina não são contraindicação ao método.
O DIU de cobre não pode ser inserido em vigência de IST (infecções
sexualmente transmissíveis), tais como clamídia, gonorreia e AIDS nos
estágios clínicos 3 e 4. Nas mulheres com sorologia positiva para sífilis (já
tratadas) e HIV assintomáticas, não há contraindicação para o uso do DIU.
Presença de infecção inflamatória pélvica aguda ou crônica, endometrite,
cervicite mucopurulenta e tuberculose pélvica contraindicam a inserção do DIU.
Nas mulheres com história de doença inflamatória pélvica (DIP) há pelo menos
três meses e adequadamente tratadas, pode efetuar a inserção do DIU.
O DIU pós parto não deve ser inserido quando houver presença de febre
durante o trabalho de parto ou ruptura de membranas há mais de 24 horas. No
pós-parto imediato é contraindicação quando há hipotonia ou atonia pós-
dequitação ou retenção placentária. Sua inserção no pós-abortamento é
contraindicada nos casos de abortamento infectado. Mulheres em uso de
anticoagulantes ou com distúrbios da coagulação não irão se beneficiar do uso
do DIU com cobre pelo provável aumento do fluxo menstrual observado nestes
casos. É contraindicado em mulheres com câncer de colo uterino.

146
EFEITOS ADVERSOS DO DIU COM COBRE

• Aumento do fluxo menstrual, observado principalmente nos três


primeiros meses de uso. Um moderado aumento pode permanecer por
períodos mais prolongados para algumas mulheres, cessando
imediatamente com a retirada.

• Aumento ou aparecimento transitório de cólicas menstruais –


especialmente nos primeiros meses e em mulheres sem filhos. Tanto o
aumento do sangramento quanto as cólicas uterinas podem ser
manejados clinicamente. Entretanto, o desejo da mulher ou a
persistência ou intensidade de sintomas que se tornem deletérios à
saúde poderão indicar a retirada do DIU.

QUANDO INSERIR O DIU DE COBRE


O DIU de cobre pode ser inserido em qualquer dia do ciclo menstrual
(desde que excluída gravidez), no pós-parto ou pós-abortamento imediatos.
Para as usuárias de DIU de cobre que desejam substituí-lo, a remoção do
antigo e inserção do novo pode ser efetuada no mesmo momento e em
qualquer dia do ciclo. Recomenda-se exame ginecológico completo (especular
e toque bimanual) antes da inserção do DIU de cobre. Com este cuidado,
pode-se avaliar o conteúdo vaginal, posição e volume uterino. Não há
indicação de profilaxia antibiótica para a inserir o DIU.

DIU DE COBRE NO PÓS-PARTO E PÓS-ABORTAMENTO IMEDIATOS


A maternidade é um espaço de atenção a saúde da mulher, no que se
refere às ações relativas a atenção ao parto e abortamento e, também, aos
cuidados de saúde sexual e saúde reprodutiva. A oferta do DIU com cobre e
sua inserção em mulheres no pós-parto e pós-abortamento imediatos nas
maternidades é uma prática que complementa as ações realizadas na Atenção
Básica e amplia o acesso a este método. A ausência de abordagem e oferta do
DIU de cobre no pós-parto e pós-aborto nas maternidades, com
encaminhamento para que esta ação seja realizada na Atenção Básica, pode

147
contribuir para a ocorrência de gestação futura não planejada. Daí, a
importância de reforçar a disponibilidade deste método nas maternidades.

TÉCNICA DE INSERÇÃO
O DIU deve ser acomodado corretamente no útero, o que torna mínimo
o desconforto para a mulher e o risco de expulsão. A inserção pode ser feita
por profissional médica (o) ou enfermeira (o) treinada (o) e não deve ser uma
prática exclusiva do especialista ou vinculada a realização de exames
complementares, como ultrassonografia de rotina.
No Brasil, como em outros países, há amparo legal para a prática do
enfermeiro no que se refere à inserção do DIU, desde que o profissional seja
devidamente capacitado para a execução da técnica. A inserção do DIU pode
ocorrer na consulta médica ou de enfermagem, desde que os critérios de
elegibilidade sejam atendidos e haja manifestação do desejo por parte da
mulher.
No caso de inserção do DIU fora do período menstrual, é recomendada,
dependendo da situação, a realização do teste rápido de gravidez antes da
inserção, como forma de excluir possibilidade de gestação. Para se ter uma
inserção bem-sucedida do DIU, é preciso:
1. Materiais necessários:
a. No ambulatório:
Os Instrumentos devem estar sob esterilização cirúrgica:
• Histerômetro;
• Pinça de Pozzi;
• Pinça Cheron (para antissepsia) - Manual técnico para
profissionais de saúde – DIU de cobre T Cu 380 A;
• Espéculo (pode ser descartável);
• Tesoura;
• Pacote de gaze;
• Luva de procedimento;
• Luva estéril;
• Foco de luz.

148
Técnica de inserção do DIU no ambulatório (DIU de intervalo – fora do período
puerperal)

• Explicar o procedimento à mulher, responder suas perguntas e


esclarecer suas dúvidas. Isto ajuda a mulher a ficar mais tranquila e
relaxada, facilitando a colocação. A manipulação do colo e passagem do
dispositivo pelo orifício interno pode ser desconfortável para algumas
mulheres. Algumas estratégias podem ser utilizadas, apesar de não
terem eficácia científica comprovada, como a administração de anti-
inflamatório não esteroide (AINE) por via oral, para controle da dor,
antes da inserção do DIU.
• Realizar exame pélvico bimanual - O exame determina o tamanho,
posição, consistência e mobilidade do útero e identifica pontos dolorosos
que possam indicar a existência de uma infecção. Um útero retrovertido,
ou seja, voltado para trás, exige a retificação com tração da pinça Pozzi
durante a inserção do DIU. Até esse momento pode ser utilizada uma
luva de procedimento.
• Introduzir o espéculo – após exposição do colo uterino com espéculo
identificar sinais de infecção do trato genital, como secreção purulenta,
sangramento fácil do colo ou lesões. A ectopia do colo não é
contraindicação para inserção do DIU. A partir de então, realizar
procedimentos de prevenção de infecções como utilização de luvas
estéreis, usar instrumentos esterilizados e realizar a limpeza do colo do
útero com um antisséptico a base de água com iodofórmio ou cloridrato
de clorexidina. Isto minimiza as chances de infecção uterina posterior à
inserção do DIU.
• Realizar pinçamento do lábio anterior do colo com pinça de Pozzi,
delicadamente.
• Fazer a histerometria de forma lenta e delicada para determinar a
profundidade e a angulação uterina. Com isso, reduz o risco de
perfuração do útero, que pode ocorrer se o histerômetro ou o DIU for
inserido de forma abrupta, muito profundamente e/ou em ângulo
incorreto.

149
• Preparação do DIU – certificar-se de que a luva permanece estéril - caso
contrário, deve-se trocá-la. Solicitar ao auxiliar a abertura da embalagem
do DIU de acordo com orientações do fabricante. Introduzir as hastes no
condutor-guia de inserção. Este procedimento também pode ser
realizado com a embalagem fechada.
• Adotar uma técnica cuidadosa, lenta e de manipulação suave durante
todas as fases da histerometria e inserção. Isto reduz o desconforto da
mulher e minimiza as chances de perfuração uterina, laceração do colo
do útero e outras complicações. Durante a inserção, mantenha as
hastes do DIU na posição horizontal, com os ramos horizontais no
mesmo sentido do diâmetro lateral do útero.
• Colocar o DIU no fundo do útero - isto reduz ao mínimo a ocorrência de
expulsão e de gravidez acidental.
• Seguir as instruções do fabricante na colocação do DIU. A maior parte
dos fabricantes do DIU orienta utilizar técnica retrátil para sua colocação.
Neste sistema, o tubo de inserção, carregado com o DIU, é inserido até
o fundo, conforme medida indicada pelo histerômetro e, em seguida, o
tubo de inserção é retirado parcialmente, enquanto o êmbolo interno é
mantido fixo. Isto libera as hastes do DIU e o coloca em posição.
Aguardar alguns segundos e, em seguida, retirar primeiramente o
êmbolo e depois o tubo-guia. Em seguida, cortar os fios deixando-os
com cerca de 2 a 3 centímetros de comprimento, em relação ao colo
uterino. Manter a mulher deitada por cerca de quinze minutos após o
procedimento. O profissional de saúde deve certificar-se de que ela está
bem antes de sentá-la. A colocação do DIU não é complicadapesar de
muitas mulheres sentirem certo desconforto, menos de 5% sentem
níveis moderados ou agudos de dor.
• As reações vasovagais, tais como suor, vômito ou desmaios breves
ocorrem em, no máximo, 0,5 a 1% das mulheres. Geralmente, estes
problemas são de duração curta e raramente exigem a remoção
imediata do DIU. Além disso, não afetam o desempenho posterior do
DIU. As mulheres que nunca deram à luz, as que tiveram apenas parto
por cesárea ou aquelas cujo o último parto tenha ocorrido há bastante

150
tempo, têm maior probabilidade de apresentar estes sintomas. Após o
término do procedimento, deve-se registrar no prontuário o comprimento
dos fios do DIU em relação ao colo uterino. Este será um parâmetro
importante para avaliar a correta localização do DIU na cavidade uterina,
na consulta de seguimento, que deverá ocorrer após o próximo ciclo
menstrual ou de 30 a 40 dias após a inserção. Caso o fio não seja
localizado ou se apresente maior do que o deixado no momento da
inserção, considerar a possibilidade de mal posicionamento ou expulsão
parcial do DIU.

Figura 4 – Posicionamento adequado do DIU de cobre em inserção


ambulatorial

Figura 5 – Técnica de inserção do DIU de cobre ambulatorial

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO PARA INSERÇÃO DO


DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU)

151
É importante que tanto a Atenção Básica quanto as maternidades
disponibilizem documento informativo sobre o procedimento realizado,
orientando de forma clara os benefícios do método escolhido e os cuidados
pós-inserção, bem como a taxa de falha, efeitos colaterais, riscos de expulsão
e sinais de alerta.
O impresso contido dentro da embalagem do DIU de cobre com
informações à paciente, lote do produto, deve ser entregue à paciente
devidamente assinado e carimbado pelo profissional que realizou a inserção.
Neste impresso, deve-se registrar, também, o comprimento do fio do DIU
em relação à cérvice uterina para controle da paciente e do profissional de
saúde em consultas subsequentes. A este documento, poderá ser anexada
cópia do termo de consentimento informado utilizado para documentar a
vontade da mulher e a autorização para o procedimento com informações,
também, quanto à consulta de seguimento que deverá ocorrer entre 30 a 40
dias após a inserção.

ORIENTAÇÕES APÓS INSERÇÃO DO DIU DE COBRE


Após a inserção do DIU de cobre, a mulher deve ser orientada a
procurar atendimento, a qualquer tempo, caso apresente algum sintoma de
alarme como febre, dor pélvica aguda e persistente, que podem ser sinal de
doença inflamatória pélvica por presença de cervicite por Clamídia,
assintomática no momento da inserção. Nesse caso, a mulher deve ser tratada
com antibiótico apropriado, não sendo necessária a remoção do DIU de cobre
se a sintomatologia regredir rapidamente. Se persistir, é preciso retirar o DIU.
Além dessa recomendação, toda usuária deve retornar para uma consulta de
revisão entre 30 a 45 dias da inserção do dispositivo intrauterino. Neste
momento, é realizado exame clínico-ginecológico e avaliação do padrão de
sangramento e da satisfação da mulher e parceiro(a) com o método. As demais
consultas de saúde da mulher com avaliação ginecológica e coleta de citologia
cérvico-vaginal devem ocorrer conforme disposto no Caderno de Atenção
Básica n° 13.
A equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família deve estar disponível
para acolhimento das mulheres no caso de apresentarem intercorrências. Não
há contraindicação para a mulher realizar suas atividades cotidianas após a

152
inserção do DIU. A usuária deve ser orientada a usar preservativo masculino
ou feminino ou outro método contraceptivo durante 7 dias após a colocação,
devido ao período de adaptação do organismo. O uso de camisinha feminina
ou masculina deve ser aconselhado, como forma de prevenção às IST.

O QUE FAZER QUANDO O FIO DO DIU DE COBRE NÃO FOR


ENCONTRADO
Quando o fio do DIU de cobre não é identificado ao toque ou ao exame
especular, atentar para as seguintes situações:
• O DIU de cobre está adequadamente posicionado e o fio está no canal
cervical;
• O DIU de cobre foi expelido;
• Houve perfuração uterina e o DIU de cobre migrou para a cavidade
abdominal;
• Ocorreu uma gravidez. O primeiro passo é excluir gravidez, solicitando
teste rápido de gravidez ou beta HCG (caso necessário). A realização de
ultrassonografia transvaginal irá determinar a presença e
posicionamento do DIU de cobre, auxiliando a conduta. Caso haja
identificação do DIU de cobre na cavidade uterina, adequadamente
implantado, nenhuma ação é necessária. Caso o DIU de cobre seja
visualizado na cavidade abdominal (através do RX de abdome ou
ultrassonografia), realiza-se videolaparoscopia ou laparotomia para
localização e extração do dispositivo.

O QUE FAZER DIANTE DE INFECÇÃO PÉLVICA


Um pequeno percentual de mulheres poderá desenvolver quadro
infeccioso após a colocação do DIU. A infecção pélvica, quando relacionada
com o uso do DIU de cobre (inserção), geralmente ocorre no primeiro mês de
uso.
O grande fator de risco para uma mulher apresentar uma doença
inflamatória pélvica (DIP) é a exposição às infecções sexualmente
transmissíveis (IST). Portanto, o aconselhamento sobre uso de preservativos
mostra-se importante para prevenção destas infecções. Destaca-se que o DIU
de cobre não está associado ao aumento do risco de infecções pélvicas.
153
Quando há o diagnóstico de DIP (ascensão de germes patógenos à cavidade
endometrial e tubária), deve-se instituir antibioticoterapia adequada ao caso,
conforme protocolos do Ministério da Saúde. Nestes casos, não há
necessidade de remoção do DIU de cobre, pois estudos com bom nível de
evidências concluem que o sucesso terapêutico não se altera pela retirada ou
manutenção do DIU de cobre in situ.
A flora vaginal não se altera pelo uso do DIU de cobre. Portanto, quando
há diagnóstico de vaginose bacteriana, deve-se iniciar o tratamento habitual.
Não há evidências de que o DIU de cobre altere a prevalência deste processo
infeccioso. Usuárias de DIU de cobre que desenvolvam vaginose bacteriana,
tricomoníase ou candidíase devem receber tratamento habitual, sem a
necessidade de remoção do DIU.

COMO PROCEDER DIANTE DA EXPULSÃO DO DIU DE COBRE

A expulsão do DIU de cobre é mais comum no primeiro ano de uso,


ocorrendo em até 4-5% das usuárias. Os fatores de risco para expulsão são:
• História de expulsão prévia de outro DIU de cobre (neste último caso, a
probabilidade de nova expulsão é de 30%).
• Aumento do fluxo menstrual e dismenorreia severa.
Estudo retrospectivo não identificou diferença nas taxas de expulsão
quanto à idade ou paridade. Suspeita-se de expulsão parcial quando há
corrimento vaginal, sangramento intermenstrual ou sinusorragia e dispareunia.
Porém, algumas mulheres não têm sintoma quando há expulsão parcial ou
total. As mulheres devem ser estimuladas a realizar o toque vaginal periódico
para verificar a presença do fio ou palpação de parte do plástico do DIU de
cobre. Não palpar o fio do DIU de cobre ou sentir parte do plástico são motivos
para comparecimento da mulher ao serviço de saúde. O DIU de cobre na
cavidade vaginal deve ser removido, não devendo ser reintroduzido. Se for do
desejo da mulher continuar com o método, realizar a inserção de um novo DIU
de cobre, após avaliação do profissional de saúde sobre a pertinência de
manutenção do método.

154
O QUE FAZER QUANDO O DIU COM COBRE ESTÁ MAL POSICIONADO

O posicionamento ideal do DIU de cobre é estar mais próximo ao fundo


uterino. Não deve ser utilizado para avaliação de posicionamento os
parâmetros métricos da ultrassonografia. O ramo longitudinal do DIU deve
estar completamente inserido na cavidade uterina, ou seja, acima do orifício
interno do colo uterino. Considera-se que o dispositivo esteja mal posicionado
quando algum segmento se encontrar no canal cervical (abaixo do orifício
interno).
O DIU de cobre localizado acima do orifício interno e que não desceu no
canal cervical tende a manter o fio do tamanho que foi cortado no momento da
inserção. A mulher que, em consulta subsequente, encontra-se assintomática e
com fio sem modificação em relação ao comprimento no momento da inserção,
entende-se estar com o DIU bem posicionado. Como cuidado adicional após a
inserção, deve-se anotar no prontuário o tamanho em que o fio foi cortado em
relação ao orifício externo do colo uterino e, também, ser ensinado à mulher o
autocuidado. Toda mulher usuária de DIU deve ser estimulada a sentir pelo
toque o seu colo uterino e identificar o fio. Isso ajudará a perceber
precocemente alterações no tamanho do fio ou a ausência do mesmo. Na
ocorrência de não identificação do fio, deve-se buscar a causa. Nem sempre a
não visualização do fio significa a expulsão. O mesmo pode ter se enrolado no
canal endocervical.
Caso o fio não esteja visível, uma escova citobrush utilizada para coleta
de Papanicolau colocada no orifício cervical poderá recuperar o fio. Um exame
ultrassonográfico irá esclarecer se o posicionamento do dispositivo está
adequado. O DIU de cobre é radiopaco podendo, também, ser observado por
exame de Rx da pelve. Confirmado o mal posicionamento do DIU, a conduta a
ser tomada é retirá-lo, podendo-se inserir novo DIU de cobre, após avaliação
do profissional de saúde sobre a manutenção ou mudança do método
contraceptivo.

REALIZAÇÃO DE ULTRASSONOGRAFIA

155
Não é obrigatória a solicitação de ultrassom anteriormente e após a
inserção do DIU de cobre; Previamente à inserção, entretanto, deverá ser
realizada em casos selecionados, como exemplo, na suspeição de má
formação uterina ou para a investigação de sangramento uterino anormal sem
diagnóstico. Se disponível, a ultrassonografia poderá ser solicitada para
confirmação do bom posicionamento do DIU após a sua inserção. Também
pode ser utilizada para identificar a presença do DIU quando da ausência de fio
visível na cérvix ou nos casos de fio com comprimento mais longo que aquele
registrado no momento da inserção.

156
4.7.4 Instrumento de consulta de enfermagem em Saúde sexual e reprodutiva
INSTRUMENTO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM – SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA
IDENTIFICAÇÃO
Nome:_____________________________________ DN: ____/____/____ Idade: ______ CNS: __________________________
Filiação (Mãe/Pai): ___________________________________________________________________
Escolaridade: ( ) Nenhuma ( ) Ensino Primário ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
Estado Civil: ( ) União estável ( ) Casada ( ) Solteira Parceria:___________________________________________
Identidade de gênero:____________________________ Orientação sexual:____________________________________
HISTÓRICO DE ENFERMAGEM/SUBJETIVO
Tabagista: ( ) Sim ( ) Não Etilista: ( ) Sim ( ) Não Sedentarismo: ( ) Sim ( ) Não
Comorbidades existentes:_________________________________________________________________________
Antecedentes de IST?________________________________________________________________________________
Antecedentes pessoais e familiares:_______________________________________________________________
Hábitos Alimentares:____________________________________________________________________________
Patologias existentes:_____________________________________________________________________________
Medicamentos de rotina:_________________________________________________________________________
Menarca: ____________________________ Data da última menstruação: ____/____/____
Uso de métodos contraceptivos:_________________________________________________________________
Histórico sexual, reprodutivo e obstétrico
Desejo de engravidar? : ( ) Sim ( ) Não
Data da última citologia oncótica: ____/___/____. Resultado: ___________________________________________
Data da última mamografia: ____/___/____. Resultado: __________________________________________
Gesta:_________ Para:_________ Aborto:
Intercorrências gestacionais:________________________________________________________________________________
Vias de Parto ( ) Normal ( ) Cesariano OBS:___________________________________________________________
Intercorrências no pós-parto:________________________________________________________________________________
Satisfação sexual pessoal ou casal – apresenta dificuldades? ( ) Sim ( ) Não
Apresenta Dispareunia? ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________________________________
Apresenta sangramento vaginal pós-coito? ( ) Sim ( ) Não
Qual o método contraceptivo que tem interesse em utilizar?_____________________________________________________-
Histórico Vacinal:
Queixas Principais: ________________________________________________________________________________________
EXAME FÍSICO/OBJETIVO
Estado Geral: BEG ( ) REG ( ) PEG ( ) Outros: _____________________
Peso (kg):________ Estatura:__________ IMC: __________ Classificação Nutricional: ( ) Baixo Peso ( ) Adequado ( )
Sobrepeso ( ) Obesidade: Grau: ______
Frequência respiratória: ____ rpm ( ) eupneico ( ) dispneico ( ) taquipneico ( ) bradipneico Ausculta:
Frequência cardíaca: _____bpm ( ) normocárdico ( ) bradicárdico ( ) taquicárdico Pressão arterial: _____x_____ mmHg
Ausculta:
Temperatura _____ºc Tem apresentado febre? ( ) não ( ) sim
Condições da pele/mucosas: ( ) íntegra ( ) lesões Tipo e Local: _______ ( ) corada ( ) pálida ( ) ictérica ( ) cianótica
Nutrição: ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Mamas: Tipo de mamilo ( ) hipertrófico ( ) protuso ( ) semi-protuso ( ) plano ( ) invertido
Mamas: Fissuras ( ) presente ( ) ausente Ingurgitamento ( ) presente ( ) ausente
Mastite ( ) presente ( ) ausente Sinal da pega ( ) boa ( ) ruim
Abdômem: ( ) inalterado ( ) distendido ( ) doloroso ( ) involução uterina ( ) incisão cirúrgica,
Em caso de cesárea ( ) sinais flogísticos ( ) presença de secreção
Urina: ( ) normal ( ) alterado ( ) não sabe informar. Eliminação Intestinal: ( ) Diária ( ) Irregular ___ dias sem evacuar
Higiene corporal: ( ) boa ( ) precária ( ) péssima
Genitália/Períneo/Vulva: ( ) hiperemia ( ) lóquios ( ) secreções ( ) edemas ( ) lacerações ( ) episiotomia ( ) inalterada
Região Anal: ( ) normal ( ) alterado ( ) Outros:
Edema: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar: Varicosas: ( ) presentes ( ) ausentes Especificar:
Padrão do sono: ( ) normal ( ) diminuído ( ) aumentado Tem dificuldade para dormir? ( ) não ( ) sim. Especifique:
Reações/comportamentos: ( ) medo ( ) agressividade ( ) ansiedade ( ) frustação ( ) aflita/chorosa ( ) agitada ( )
incapacidade ( ) tranquila ( ) Outros: _______________
Resultado de exames: _______________________________________________________________________________________
OBSERVAÇÕES:__________________________________________________________________________________________

157
4.7.5 Fluxograma

4.7.5.1 Fluxograma em aconselhamento pré-concepcional

1.Fatores de risco para malformação do tubo neural: Exposição a pesticidas e outros produtos químicos; uso de medicamentos anticonvulsivantes; diabetes materna; anemia falciforme; baixo nível socioeconômico; desnutrição materna;
deficiência de ácido fólico; hipertermia materna e fatores genéticos.

158
4.7.5.2 Fluxograma em anticoncepção de emergência

1.A eficácia da anticoncepção de emergência com o Levonorgestrel é muito grande até o 5º dia após a relação desprotegida, entretanto esta
eficácia é sempre maior quanto mais próximo da relação for utilizada. O uso repetitivo da contracepção de emergência diminui a sua eficácia, não
sendo, portanto, um método a ser adotado como de rotina.

2. O acesso à contracepção de emergência é um direito das mulheres adultas, jovens e adolescentes e deve ser amplo e livre de preconceitos e
julgamentos.

3. Para a dispensação do Levonorgestrel, não será exigida receita médica, podendo os(as) enfermeiros(as) disponibilizarem a contracepção de
emergência.

4. Profilaxia Pós Exposição (PEP) – Encaminhar para atendimento de urgência em até 72 horas. 159
4.7.5.3 Fluxograma na escolha do método contraceptivo e agendamento de métodos de longa duração

160
4.7.6 Principais diagnósticos de Enfermagem (CIPE e CIAP) e principais
intervenções de enfermagem

Principais Principais Intervenções de Enfermagem


diagnóstico/resu
Prescrição
ltados de CIAP Orientações e Solicitação
farmacológic
enfermagem - Encaminhamento de exames
a
CIPE
• Fornecer informação sobre
os métodos contraceptivos
disponíveis e proporcionar a
escolha da usuária,
considerando fatores
• Comportamento individuais e contexto de vida
sexual eficaz; dos usuários(as) no momento
• Funcionamento da escolha do método.
sexual eficaz; • Orientar individual ou
• Processo sexual coletivamente pessoas em
normal; idade fértil (10-49 anos),
• Dispositivo considerando os aspectos
contraceptivo biopsicossociais relacionados
Ofertar testes
profilático ao livre exercício da
W14 rápidos de
prescrito; sexualidade e do prazer, além
contracepção/outro Preservativo gravidez, HIV,
• Adesão ao dos aspectos culturais e
s masculino ou sífilis e
planejamento transgeracionais relacionados
Y14 planejamento feminino hepatites virais
familiar; à sexualidade e à reprodução.
familiar, outros (se
• Adesão ao • Orientar sobre o uso e
necessário).
regime formas de inserção dos
terapêutico; preservativos masculinos e
• Exposição a femininos.
contaminação • Informar sobre o uso dos
eficaz; métodos contraceptivos
• Risco de hormonais e seus riscos,
resposta alérgica dependente do estilo de vida
ao látex. da paciente.
• Discorrer sobre a utilização
da dupla proteção (além do
anticoncepcional rotineiro,
utilizar preservativo para
prevenção de IST).
• Orientar quanto à redução
de danos, em especial sobre Etinilestradiol/
os riscos de tabagismo, uso levonorgestrel
• Conhecimento rotineiro de bebidas alcoólicas, 0,03/0,15 mg;
sobre outras drogas lícitas ou ilícitas; ou
contracepção • A avaliação do estado Etinilestradiol/
eficaz; vacinal; desogestrel
Ofertar testes
• Medicamento • Avaliar a pressão arterial, o 0,03/015oumg;
rápidos de
contraceptivo W11 contracepção estado de nutrição (com a
gravidez, HIV,
profilático oral investigação do peso, IMC) e Etinilestradiol/
sífilis e
prescrito; Y14 planejamento hábitos de vida; gestodeno
hepatites virais
• Adesão ao familiar, outros • Avaliar à presença de 0,02/0,075mg.
(se
regime patologias crônicas que Prescrever
necessário).
medicamentoso; necessitem de uso 1cp/dia por 21
• Potencial para prolongado, ou mesmo dias, dar 7
exposição a esporádico, de medicação que dias de
contaminação. possa comprometer a intervalo e
fertilidade, a concepção e o reiniciar a
feto não pode ser esquecida, cartela.
bem como a avaliação das

161
condições de trabalho,
verificando o risco de
exposição a tóxicos
ambientais, agentes químicos
e radioativos;
• Iniciar nos primeiros 5 dias
do ciclo;
• Manter o uso de preservativo
no mínimo por 7 dias após
inicio do método;
• Em caso de esquecimento:
• Até 12 horas: orientar a
ingestão do comprimido
esquecido assim que se
lembrar;
• Acima de 12 horas: orientar
a ingestão do comprimido
esquecido assim que se
lembrar e utilizar preservativo
por 07 dias;
• Mais de 1 episódio de
esquecimento na mesma
cartela: utilizar preservativo
até o término da cartela. Em
caso de vômitos: Se ocorrer
no período de 4 horas após a
ingestão do comprimido,
orientar o uso de preservativo
até o final da cartela;
• Orientar sobre os efeitos
colaterais mais comuns: ganho
de peso; sensibilidade em
mamas, náuseas, tontura:
tranquilizar usuária,
geralmente a melhora é
espontânea; alteração de
humor: geralmente melhora
espontânea; sangramento
anormal: comum nos 3
primeiros meses*; se dor de
cabeça severa ou alteração da
visão: encaminhe para
avaliação médica*.
• Conhecimento • Escolher este método se a
sobre mulher estiver amamentando e
contracepção após 6 semanas do parto;
eficaz; • Tomar na mesma hora, todo
• Amamentação o dia e manter aleitamento
exclusiva; materno exclusivo. Ofertar testes
• Adesão ao • Obs: não deixar ultrapassar Noretisterona rápidos de
W11 contracepção
planejamento mais de 3 horas em relação ao 0,35 mg gravidez, HIV,
oral
familiar; horário habitual, caso 1cp/dia uso sífilis e
Y14 planejamento
• Medicamento ultrapasse utilizar preservativo contínuo (sem hepatites virais
familiar, outros
contraceptivo por 2 dias. pausa) (se
prescrito; • Orientar sobre os efeitos necessário).
• Adesão ao colaterais mais comuns:
regime sangramento anormal: comum
medicamentoso; nos primeiros 3 meses. Avaliar
• Potencial para com médico da equipe
exposição a conforme guia de prática

162
contaminação. clínica (PACK)*; e dor de
cabeça leve, náuseas,
sensibilidade mamária:
tranquilizar paciente e se
necessária avaliar com médico
da equipe conforme guia de
prática clínica (PACK)*
• Pode iniciar a qualquer
momento se certeza de não
estar grávida ou nos primeiros
• Conhecimento 5 dias do ciclo menstrual
sobre (preferencialmente no primeiro
contracepção dia);
eficaz;
• Usar preservativo no mínimo
• Medicamento
nos primeiros 7 a 14 dias após
contraceptivo Teste rápido
aplicação;
prescrito; de gravidez ou
Em caso de atraso:
• Adesão Acetato de Beta HCG.
W14 contracepção/ • Até 2 semanas: aplique nova
planejamento medroxiproges Ofertar testes
outros injeção.
familiar; terona 150 mg rápidos de
• Adesão ao
Y14 planejamento • Mais de 2 semanas: descarte IM a cada 90 HIV, sífilis e
familiar, outros primeiro a possibilidade de
regime dias hepatites virais
medicamentoso; gravidez e, após, aplique o (se
• Adesão ao método. necessário).
regime • Informar os principais efeitos
medicamentoso; colaterais: Amenorreia
• Potencial para (comum); ganho de peso;
exposição a sangramento anormal: comum
contaminação. nos 3 primeiros meses*; se dor
de cabeça severa ou alteração
da visão: encaminhe para
avaliação médica*.
• Informar a eficácia de cada
método, sua forma de uso e
possíveis efeitos adversos.
• Iniciar entre o 1º e 5º dia do
ciclo (preferencialmente no
primeiro dia do ciclo
menstrual);
• Usar preservativo nos
primeiros 7 dias após a
• Conhecimento
primeira aplicação do método;
sobre
Em caso de atraso: Teste rápido
contracepção
• Até 7 dias: aplique nova de gravidez ou
eficaz; Enantato de
injeção; Beta HCG.
• Medicamento W14 contracepção/ norestisterona/
contraceptivo outros • Mais que 7 dias: descarte a Valerato de
Ofertar testes
possibilidade de gestação e, rápidos de
prescrito; Y14 planejamento Estradiol
após, inicie novo ciclo, HIV, sífilis e
• Planejamento familiar, outros 50/5mg IM a
utilizando preservativo nos 7 hepatites virais
familiar; cada 30 dias
primeiros dias; (se
• Adesão ao
regime • Orientar os principais efeitos necessário).
medicamentoso. colaterais: ganho de peso;
sensibilidade em mamas,
náuseas, tontura: tranquilizar
usuária, geralmente a melhora
espontânea; alteração de
humor: geralmente melhora
espontânea; sangramento
anormal: comum nos 3
primeiros meses*; se dor de
cabeça severa ou alteração da

163
visão: encaminhe para
avaliação médica*.
• Informar a eficácia de cada
método, sua forma de uso e
possíveis efeitos adversos.
• Orientar sobre suas
contraindicações diante de
certos antecedentes clínicos
• Conhecimento e/ou ginecológicos.
sobre • Inserção e retirada do DIU
contracepção pode ser realizada por
eficaz; profissional enfermeiro
Teste rápido
• Dispositivo treinado;
de gravidez ou
contraceptivo • Descartar sempre gravidez,
Beta HCG;
prescrito; priorizar inserção durante o
Ultrassom
• Planejamento quadro menstrual (facilidade
transvaginal;
familiar; W12 – de inserção do método e
Colpocitologia
• Não adesão ao contracepção- descarte de gestação ao
oncótica dos
regime intrauterina mesmo tempo);
DIU de Cobre últimos 12
medicamentoso; Y14 – • Realizar preventivo até 12
meses.
• Risco de planejamento meses antes da inserção.
Ofertar testes
sangramento familiar, outros • No caso de aumento do rápidos de
vaginal; sangramento menstrual e/ou HIV, sífilis e
• Risco de cólicas durante os três hepatites virais
infecção; primeiros meses de uso, o (se
• Estigma enfermeiro deverá encaminhar necessário).
presente; paciente para o médico ou
• Potencial para solicitar avaliação conjunta.
exposição a • Informar os efeitos colaterais
contaminação. mais comuns: ciclos
menstruais mais intensos e
com fluxo aumentado nos
primeiros meses, caso
apresente fluxo intenso avaliar
em conjunto com o médico da
equipe.
• Realizar consulta individual Ofertar testes
ou em grupo abordando rápidos de
aspectos éticos, legais e de HIV, sífilis e
• Conhecimento direitos reprodutivos do hepatites virais
sobre homem e da mulher, (se
contracepção explicando de forma necessário).
eficaz; simplificada o procedimento Exames pré-
• Fertilidade cirúrgico a ser realizado, operatórios:
feminina tirando assim todas as dúvidas glicose,
interrompida; e angústias manifestadas hemograma,
• Fertilidade pelos usuários; TAP, TTPa,
W13 esterilização
masculina • Entregar termo de Vasectomia ou parcial de
Y14 planejamento
interrompida; consentimento livre e laqueadura urina, beta
familiar, outros
• Comportamento esclarecimento, lendo em HCG e ECG
sexual eficaz; conjunto com o mesmo a fim para maiores
• Conhecimento de não haver dúvidas em de 40 anos
sobre cuidados relação ao processo de (somente após
pós cirurgia; encaminhamento, lembrando marcação da
• Disposição para sempre ao usuário sobre o consulta para
tomada de risco de uma cirurgia e, que avaliação com
decisão eficaz. ambos os métodos são o especialista);
considerados na prática Solicitar
IRREVERSÍVEIS. espermogram
• Explicar os principais efeitos a após 2 e 3

164
adversos: pós-operatório com meses da
dor leve é o sintoma mais realização da
comum, devendo ser vasectomia
manejado com orientações para verificar
gerais e repouso. Para os sucesso do
homens orienta-se evitar procedimento
carregar peso por um período cirúrgico, se
não inferior a 5 dias. Para realizado a
mulheres segue-se a vasectomia.
orientação de rotina pós-
cirúrgica; presença de sinais
infecciosos devem ser
avaliados prontamente pelo
médico da equipe/unidade ou
referenciar para serviço de
urgência.
• Ofertar a anticoncepção de
emergência para casos de
violência sexual; ruptura do
preservativo; deslocamento ou
expulsão do DIU e diafragma;
relação sexual sem uso de
método contraceptivo, ou uso
inadequado do método
contraceptivo, como
esquecimento prolongado do
contraceptivo oral, atraso na
data do injetável mensal,
• Conhecimento
cálculo incorreto do período
sobre
fértil, erro no período de
contracepção
abstinência;
eficaz;
• Conhecimento • Ofertar o incentivo da
W10 contracepção utilização de outros métodos Levonorgestrel Ofertar testes
sobre
pós-coital. contraceptivos disponíveis e 0,75 mg rápidos de
contracepção
Y14 planejamento estimular a participação em 2cp/dose HIV, sífilis e
ineficaz;
familiar, outros. atividades educativas; única hepatites virais
• Relação sexual
de risco; • A pílula de Levonorgestrel
• Comportamento deve ser ofertada até 5 dias
sexual após a relação sexual
inadequado. desprotegida;
• Investigar situação de
violência sexual, se sim
realizar notificação e
encaminhamento ao serviço
de urgência para a PEP.
• Orientar sobre os principais
efeitos colaterais: alterações
no volume ou duração do fluxo
menstrual ou na data
esperada para o início do ciclo
menstrual.

• Atividade sexual
insatisfatória; • Avaliar história reprodutiva
• Comportamento P07 diminuição do anterior;
sexual desejo sexual
- -
inadequado; P08 diminuição da • Avaliar uso de
• Funcionamento satisfação sexual contraceptivos;
sexual ineficaz;
• Desempenho • Promover a pratica de sexo

165
sexual seguro com uso de
prejudicado; preservativos;
• Desconforto.
• Investigar história clínica do
casal;

• Aconselhar considerando os
aspectos culturais, sociais,
mitos e tabus;

• Ensinar técnicas alternativas


de estimulação sexual do (a)
parceiro(a);

• Ensinar técnicas de
autoestimulação sexual;

• Orientar técnicas alternativas


de satisfação da sexualidade;

• Esclarecer que situações de


estresse, adoecimento, uso de
medicamentos e processo de
envelhecimento interferem na
função sexual;

• Encaminhar para consulta


medica quando houver
necessidade;

• Monitorar por meio de visita


domiciliar.

• Orientar acerca de temas


importantes como direitos
sexuais e direitos reprodutivos,
• Papel de gênero sexo seguro, métodos
conflituoso; anticoncepcionais, papéis
• Papel de gênero sociais e projeto de vida,
em nível reprodução humana assistida,
esperado; atenção humanizada ao
• Potencial para abortamento, riscos implicados
Ofertar testes
exposição a em certas práticas sexuais.
P09 preocupação rápidos de
contaminação
com a preferência - gravidez, HIV,
ausente; • Atentar em especial para
sexual sífilis e
• Potencial para aquelas(es)
hepatites virais
exposição a desproporcionalmente
contaminação afetadas(os) pelo HIV:
presente; profissionais do sexo, homens
• Processo do que fazem sexo com homens,
sistema imune população transgênera e
ineficaz (HIV). transexual, pessoas que
utilizam substâncias
psicoativas injetáveis e
população em privação de
liberdade.
Ácido fólico 5 Testes rápidos
• Falta de W02 medo de estar • Orientar sobre o uso e mg 1 cp/dia de gravidez,
conhecimento grávida formas de inserção dos Levonorgestrel HIV, sífilis e
sobre preservativos masculinos e 0,75 mg hepatites

166
Contracepção; femininos. 2cp/dose virais.
• Risco de única se
gravidez não • Orientar sobre sua função relação
intencional; como método de barreira e a desprotegida
• Gravidez não importância da dupla proteção. nos últimos 5
desejada. dias
• Ofertar preservativos
masculinos e femininos para
as usuárias e usuários.

• Caso confirme a gestação,


iniciar o pré-natal conforme
protocolo.
• Investigar a história clínica
do casal;
• Orientar acerca dos serviços
disponíveis na rede;
• Risco de • Orientar sobre fatores
infertilidade; relacionados à infertilidade;
• Processo do • Explicar o ciclo de
sistema reprodutivo reprodução feminino a usuária,
prejudicado; conforme necessário;
• Infertilidade • Auxiliar as mulheres a
presente; determinar a ovulação através Testes rápidos
• Fertilidade da temperatura basal do Prescrever de gravidez,
W15 infertilidade/
masculina corpo, mudanças na secreção ácido fólico Hiv, sífilis e
subfertilidade
prejudicada; vaginal e outros indicadores 5mg 1cp/dia. hepatites
• Fertilidade fisiológicos; virais.
feminina • Apoiar a usuária pelo
prejudicada; histórico de infertilidade e
• Função do avaliação, reconhecendo o
sistema estresse normalmente sentido
reprodutivo durante a avaliação e
eficaz. obtenção de um histórico
detalhado e processos de
tratamentos longos;
• Encaminhar para avaliação
médica.
• Avaliar estilo de vida e
relação com uso de álcool,
drogas e tabaco; Ofertar testes
• Auxiliar e estabelecer um rápidos de
plano de metas para redução HIV, sífilis e
do abuso de álcool, drogas e hepatites
tabaco; virais.
P15 abuso crônico • Encaminhar para grupo de Exames
de álcool autoajuda; conforme
• Abuso de álcool;
P16 abuso agudo • Auxiliar nas mudanças de trimestre de
• Abuso de
de álcool hábitos; gestação e
drogas; -
P19 abuso de • Solicitar apoio da equipe avaliar
• Abuso de
drogas multiprofissional, se necessidade
tabaco.
P17 abuso de necessário; de solicitar
tabaco • Encaminhar para o serviço exames de
de referência (CAPS, NASF, função
entre outros); hepática e
• Estimular apoio familiar no renal.
processo; Ultrassom
• Monitorar tratamento por obstétrico.
meio das visitas domiciliares;
• Avaliar estado nutricional;

167
• Avaliar situação de
negligência e presença de
violência doméstica, se
necessário, realizar notificação
de violência.
• Orientar plano de cuidado;
• Avaliar o estado nutricional
• Baixo peso;
(peso, altura e cálculo do IMC)
• Ingestão de
e do ganho de peso;
alimentos,
• Solicitar apoio da equipe
insuficiente;
multiprofissional, se
• Problema
necessário;
emocional P29
• Avaliar situação social e
presente; sinais/sintomas - -
solicitar apoio da rede, se
• Problemas psicológicos, outros
necessário;
financeiros e
• Avaliar exames quanto à
habitacional
presença de infecção;
presentes;
• Fornecer material educativo
• Qualidade de
sobre preparo e
vida prejudicada.
reaproveitamento de
alimentos;
• Orientar plano de cuidado;
• Ingestão de • Avaliar o estado nutricional
alimentos (peso, altura e cálculo do IMC)
excessiva; e do ganho de peso;
• Obesidade • Solicitar apoio da equipe
presente; multiprofissional, se
• Sobrepeso; necessário;
• Conhecimento • Orientar realização de
T82 obesidade
sobre regime atividade física;
T83 excesso de - -
dietético eficaz; • Adequar dieta ao estilo de
peso
• Intolerância a vida;
atividade física; • Avaliar adaptação da dieta e
• Tolerância a mudança do estilo de vida;
atividade física • Avaliar causas da ingestão
eficaz; nutricional prejudicada;
Qualidade de vida • Elogiar o esforço da mulher/
prejudicada. família em promover a
alimentação saudável.
• Obter dados sobre condição
• Autoimagem,
psicológica;
negativa;
• Obter dados sobre o
• Baixa
processo familiar e serviços
autoestima;
comunitários;
• Ansiedade
• Orientar família sobre
presente;
condição psicológica e
• Condição
comportamento;
psicológica,
• Orientar cliente e/ou família
prejudicada;
P29 quanto adesão ao
• Medo;
sinais/sintomas planejamento familiar e - -
• Vergonha;
psicológicos, outros contracepção;
• Tristeza;
• Encaminhar para o serviço
• Sofrimento;
de referência (CAPS, NASF,
• Socialização
entre outros);
prejudicada;
• Encorajar a verbalização de
• Sono
sentimentos e medos;
prejudicado;
• Envolver a família ou pessoa
• Sobrecarga de
significativa no apoio ao
estresse
processo de aceitação;
presente.
• Identificar rede de apoio

168
familiar e comunitário;
• Realizar visitas domiciliares;
• Adotar abordagens
educativas para
desenvolvimento de
enfrentamento da situação
atual;
• Apoiar a mulher na resolução
de suas dúvidas em relação
ao atendimento recebido;
• Avaliar o conhecimento e as
expectativas quanto as
alterações decorrentes do
ciclo de vida;
• Encaminhar para o serviço
de referência, conforme fluxo
municipal.

• Abuso sexual;
• Potencial para
violência sexual;
• Violência sexual
presente;
• Negligência de
cuidado;
• Risco de
• Acolher cliente conforme
violência
suas necessidades e
doméstica;
assegurar os direitos;
• Violência
• Vigiar risco de agressão;
doméstica
• Comunicar e notificar
presente;
situações de violência para
• Risco de
autoridades competentes;
agressão;
• Encaminhar para o serviço
• Riscos de
de referência (CAPS, NASF,
ferimentos; P29 sinais/intomas
entre outros). - -
• Proteção psicológicos, outros
• Estimular o apoio familiar no
ineficaz;
processo;
• Habilidade
• Monitorar tratamento por
defensiva baixa;
meio das visitas domiciliares;
• Vítima de
• Apoiar vítima de violência;
violência de
• Evitar exposição da vítima;
parceiro íntimo;
• Realizar notificação de
• Processo
violência;
familiar
• Seguir protocolo de violência.
interrompido;
• Processo
familiar
prejudicado;
• Isolamento
social;
• Comportamento
violento;
• Risco de • Promover ambiente seguro e
P03 sensação de
suicídio; confiança;
depressão
• Risco de • Vigiar risco de suicídio;
P76 perturbações
suicídio • Encaminhar para consulta
depressivas - -
diminuído; medica e encaminhamentos a
P77
• Risco de especialidade;
suicídio/tentativa de
depressão; • Encaminhar para o serviço
suicídio
• Depressão de referência (CAPS, NASF,

169
presente; entre outros).
• Qualidade de • Estimular apoio familiar no
vida prejudicada. processo;
• Monitorar tratamento por
meio das visitas domiciliares;
• Orientar família a retirar do
ambiente domiciliar objetos
que possam oferecer risco ao
paciente e ou ser meio para o
suicídio;
• Promover hábitos saudáveis
de estilo de vida.
• Adesão a
regime dietético
melhorado;
• Adesão a
regime
medicamentoso;
• Adesão a • Reforço positivo e práticas
regime saudáveis e eficientes;
terapêutico; • Estabelecer uma relação de
• Autocuidado confiança com a mulher e ou
melhorado; adolescente;
• Autocuidado • Estimular reflexão sobre a
preservado importância do autocuidado;
ausente; A98 medicina • Estabelecer hábitos diários de
• Resposta ao preventiva/manuten higiene e autocuidado; - -
trauma ção de saúde • Identificar a rede de apoio
melhorada; familiar e comunitária;
• Resposta a • Orientar sobre os benefícios
terapia eficaz de do tratamento e qualidade de
recuperação de vida e prática de atividade
abuso eficaz; física;
• Processo • Facilitar o acesso ao serviço
familiar eficaz; de saúde.
• Condição
psicológica eficaz;
• Qualidade de
vida prejudicada
em estado de
normalidade.
• Adesão ao
• Realizar reforço positivo para
regime de
A98 medicina manter esquema vacinal em
imunização;
preventiva/manuten dia; - -
• Estado vacinal
ção de saúde • Agendar próximas doses e
completo para
orientar a cliente.
idade.
• Não adesão ao • Atualizar ou encaminhar para
regime de A98 medicina a atualização do esquema
imunização; preventiva/manuten vacinal; - -
• Potencial para ção de saúde • Realizar busca ativa dos
risco de doenças. faltosos.

4.7.7 Atribuições (organização do processo de trabalho)

Enfermeiro
✓ Realizar a consulta de enfermagem;
✓ Realizar atividades educativas individual ou em grupo.

170
Equipe de enfermagem
✓ Organizar o consultório, prover materiais e insumos necessários;
✓ Acompanhar o enfermeiro sempre que solicitado;
✓ Realizar atividades educativas individual ou em grupo.

171
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Mamografia: da


prática ao controle. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. – Rio de
Janeiro: INCA, 2007. Disponível em:
http://minhateca.com.br/INFORAD/Livros/Mamografia+da+Pr*c3*a1tica+ao+Co
ntrole+-+INCA+-+2007,1428164.pdf. Acesso em: 10 fev. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Controle dos cânceres do colo de útero e da


mama. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. 1. ed. rev.


– Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Detecção precoce


do câncer de mama. 2015. Disponível em:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=1932. Acesso em: 6 out. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das


Mulheres. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Ações Programáticas Estratégicas. Manual Técnico para Profissionais de
Saúde: DIU com Cobre TCu 380A / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção
à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário da gestante. 2020. Disponível:


https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Calendario-Vacinao-2020-
Gestante.pdf. Acesso em: 16 mai. 2020.

CIPE. Classificação Internacional de Práticas de Enfermagem. Disponível


em: https://www.icn.ch/sites/default/files/inline-files/icnp-brazil-portuguese-
translation-2017.pdf. Acesso em: 15 mai. 2020.

COREN/PB. Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba. Protocolo do


Enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família do estado da Paraíba . 2. ed.
João Pessoa, 2015.

COREN/SC. Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina. SAÚDE


DA MULHER: Acolhimento às demandas da mulher nos diferentes ciclos de
vida. Florianópolis, 2017.

COREN/SP. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Protocolo de


Enfermagem na Atenção Primária à Saúde. Módulo 1: Saúde da Mulher. São
Paulo, 2019.

172
OLEGÁRO, W. K. B.; FERNANDES, L. T. B.; MEDEIROS, C. M. R. Validação
de Diagnósticos de Enfermagem da CIPE® para assistência às mulheres
no período pós parto. Revista eletrônica de Enfermagem, v. 3, n. 17,
setembro, 2017.

PRIMO, C. C., et al. Subconjuntos terminológicos da CIPE® para


assistência à mulher e à criança em processo de amamentação.
Sistematização da Assistência de Enfermagem- SESAU. Versão 0.
Subconjunto de Terminologia Gravidez. Out. 2015.

SANTOS, K. H.; MARQUES, D. Diagnósticos de Enfermagem na Atenção


Básica: contributos da Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem. Revista da Sociedade Brasileira de Enfermagem, v. 15, n. 2, p.
108-113, dez. 2015.

UNA-SUS/UFMA. Universidade Federal do Maranhão. Saúde da mulher:


saúde sexual e reprodutiva. São Luís, 2014.

173

Você também pode gostar