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UNIDADE CURRICULAR: SOCIOLOGIA DA COMUNICAÇÃO E DA

INFORMAÇÃO

CÓDIGO: 41114

DOCENTE: Professor Doutor João Aldeia

NOME: Otília de Jesus da Silva Ferreira Pereira

N.º DE ESTUDANTE: 902556

CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 14 de novembro de 2021

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Conforme alude Subtil, F. (2006), durante o século XX a circulação da

informação tornou-se cada vez mais intensa, acompanhando o desenvolvimento

e a expansão das novas tecnologias da informação e da comunicação e dos

media. Todos os dias, quase involuntariamente, somos invadidos por várias

fontes e tipologias de informação, através da televisão, rádio, telemóvel,

outdoors nas ruas, internet e redes sociais, computador e redes internas nas

entidades empregadoras, correio eletrónico, etc. Neste sentido, analisar como

operam os meios de comunicação – e a comunicação entre as pessoas – e como

se desenrola o fluxo da informação é fulcral para compreender as dinâmicas na

sociedade. Nas primeiras décadas do século XX, os fundadores da Escola

sociológica de Chicago desenvolveram a teoria interacionista, nos termos da

qual os atores sociais interagem através de símbolos – a comunicação – que

lhes permite interpretar o mundo e a realidade social. De acordo com Subtil, F.

(2006), a Escola de Chicago, nos EUA, com William Sumner, Albion Small e

Edward Ross, foi pioneira na análise teórica acerca da comunicação, refletindo

sobre o fenómeno da industrialização dos media, da transação da informação e

consequente foco em questões económicas e comerciais. A transformação da

imprensa num negócio, e a preocupação em atingir grandes receitas em

publicidade e com a angariação de assinaturas, fizeram brotar a desconfiança

naqueles pensadores, bem como a apreensão relativamente ao desempenho e

funções da imprensa. Advogavam, que se a imprensa não estivesse subordinada

a fatores económicos, transmitiria mais livremente a informação, prestando um

serviço público, promovendo o debate e a argumentação, potenciando o espírito

cívico e democrático. Posteriormente, outra geração de pensadores daquela


Escola, entre os quais Dewey, Cooley e Park, defenderam que a imprensa,

enquanto veículo de formação da opinião pública, tinha responsabilidade

acrescida, pelo que deveria ser fonte credível de conhecimento, subordinada a

princípios éticos. Contudo, conforme refere Subtil, F. (2006), as ideias da Escola

de Chicago foram seriamente debilitadas pela conjuntura de guerra da primeira

metade do século XX, tendo os países envolvidos nas guerras mundiais recorrido

a técnicas de comunicação capazes de moldar e mobilizar a opinião pública,

potenciando o sentimento patriótico, como a propaganda. Ocorre assim a

descoberta de um trunfo político: o poder dos media e da psicologia para

persuadir, manipular, dominar e também a sua importância para combater

ideologias. Começa então a emergir a tese funcionalista, com vários autores,

entre os quais Lasswell, a qual se foca nas funções sociais da comunicação de

massas, nos seus conteúdos e fluxos, alegando que devido à complexidade cada

vez maior da sociedade, a gestão da opinião pública devia ser imputada a grupos

de peritos independentes, os quais deviam gerir adequadamente a quantidade

de informação e de censura. Até à atualidade, foram surgindo várias teses sobre

a comunicação, tais como a teoria hipodérmica, a teoria da persuasão, a teoria

empírica de campo, etc. Mais recentemente, temos a teoria da sociedade em

rede de Manuel Castells, que se debruçou na análise do efeito que o

desenvolvimento tecnológico tem na economia e na sociedade. Para Castells

(2006, p.20) “A sociedade em rede, em termos simples, é uma estrutura social

baseada em redes operadas por tecnologias de comunicação e informação

fundamentadas na microeletrónica e em redes digitais de computadores que

geram, processam e distribuem informação a partir de conhecimento acumulado

nos nós dessas redes.”. Vivemos numa sociedade baseada no desenvolvimento


tecnológico, que se verifica também ao nível dos mecanismos de transmissão

de informação, os quais têm evoluído constantemente, possibilitando a

existência de vários mecanismos capazes, simultaneamente, de facilitar a

comunicação entre as pessoas, e de disponibilizar informação diversificada de

forma cada vez mais célere (jornais, revistas ou livros, televisão, rádio, internet,

redes sociais, através de computador ou telemóvel, etc., sendo cada vez mais

utilizado o suporte digital.). É possível inclusivamente acompanhar um

acontecimento em tempo real, através de uma transmissão em direto. No

entanto, este fluxo informacional facilitado tem vantagens e prejuízos. Estes

últimos – aspetos negativos – constituem, a meu ver, os principais desafios

colocados pelos media às sociedades contemporâneas. Da mesma forma célere

que temos acesso à informação, ao que acontece ao redor do mundo, é muito

mais difícil destrinçar entre informação credível e adulterada, ou imprecisa.

Muitas vezes, por exemplo, circulam notícias falsas sobre a morte de figuras

públicas, ou são veiculadas notícias que posteriormente se verificam incorretas

ou incompletas. Por fim, há que ter em atenção, também, que muitas das

informações obtidas através dos media, das redes sociais, na internet ou outros

meios de comunicação, têm como objetivo influenciar, positiva ou

negativamente, ou manipular, condicionar opiniões e pontos de vista políticos,

ideológicos, comerciais, etc. Conforme refere Jacinto, V. (2016, p. 48), “As

notícias participam na construção da realidade social, pois, ao imporem certos

significados, definem e constroem a realidade social.”. Neste sentido, também é

importante apreender com precaução a informação disponível, tendo em

atenção a sua origem e eventual fidedignidade.


BIBLIOGRAFIA:

- Castells, Manuel (2009). A Sociedade em Rede. Lisboa: Fundação Calouste

Gulbenkian.

- Jacinto, V. (julho, 2016). Relatório de estágio DESAFIOS DO JORNALISMO

ECONÓMICO EM TELEVISÃO: O CASO DA SIC. Disponível em:

https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/31733/1/DESAFIOS%20DO%20J

ORNALISMO%20ECON%C3%93MICO%20SIC_%20vania%20jacinto.pdf.

- Subtil, F. (2006). A comunicação entre a utopia e a tecnocracia: para uma

fundamentação teórica das tecnologias da informação. Análise Social, vol. XLI

(181), 2006, p. 1075

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