Urbanização Brasileira
Urbanização Brasileira
Urbanização Brasileira
1940 31,24
1950 36,16
1960 44,67
1970 55,92
1980 67,59
1991 75,59
2000 81,23
2007 83,48
2010 84,36
Assim, segundo o órgão, atualmente mais de 80% da população no país vivem nas
áreas urbanas. E desse total populacional, 28% concentra-se na região Sudeste, mais
especificamente em São Paulo (13%), Rio de Janeiro (10%) e Belo Horizonte (5%).
Sendo assim, é possível afirmar que o processo de urbanização ocorre de maneira
desigual no país.
A Região Sudeste é, portanto, a que mais concentra população, cerca de 92% dessa
vivem em áreas urbanas. E isso se deve aos inúmeros fatores atrativos, como a
presença de indústrias e a consequente oferta de emprego. A região Centro-
Oeste vem em segundo lugar, com cerca de 88,8% da população vivendo nas zonas
urbanas. A região Sul concentra, aproximadamente, 92% dos habitantes nas cidades.
As regiões Norte e Nordeste apresentam as menores taxas de urbanização, 73,53% e
73,13%, respectivamente.
Projeções da ONU apontam que, no ano de 2050, a população urbana brasileira pode
chegar a 93,6%, o que corresponde a, aproximadamente, 237 milhões de
habitantes vivendo nas cidades em todo o país.
Consequências
O processo de urbanização, além de ocorrer de forma desigual, não só no Brasil, mas
em diversas partes do mundo, dá-se de forma desordenada, apontando então a falta
de planejamento. Isso acarreta diversos problemas urbanos de ordem social e
ambiental. São alguns deles:
A urbanização das cidades brasileiras se concentrou principalmente nas últimas décadas, mas o processo
teve início ainda no final do século XIX (Foto: Daniel Hunter/WRI Brasil)
Que imagens vêm à nossa cabeça quando pensamos nas grandes cidades do país e
na urbanização brasileira? Talvez de congestionamentos, poluição, falta de segurança,
ruídos. Talvez de pessoas indo e vindo. Pedestres. Bicicletas. Ônibus. Afinal, oito em
cada dez de nós, brasileiros e brasileiras, vivemos em áreas urbanas. Áreas essas
que passaram por uma urbanização acelerada: nas últimas seis décadas, passamos
de 70,2 milhões para 209,3 milhões, e a população urbana subiu de 44% para os
atuais 85%.
A ideia de que as cidades brasileiras não foram planejadas é falsa. As cidades foram,
sim, planejadas. O que vimos ao longo da história, porém, foi um crescimento da
população urbana que não foi acompanhado no mesmo ritmo por infraestruturas e
serviços capazes de atender a esse contingente. Ao mesmo tempo, o
desenvolvimento se deu em alguns momentos sem a devida prioridade ao que deve
ser o foco do planejamento urbano: o uso e a ocupação do território urbano de forma
eficiente e sustentável.
A maior parte das médias e grandes cidades concentrou seu crescimento entre as
décadas de 1950 e 1980, fazendo dos últimos 60 anos o grande período de
urbanização no Brasil. O processo, contudo, teve início muito tempo antes, ainda no
final do século XIX. Até o momento que vivemos hoje, o planejamento urbano no Brasil
percorreu uma trajetória variada: desde modelos de inspiração europeia, passando por
documentos extensos e tecnocratas, até planos que sequer apresentavam mapas da
cidade.
Conheça a seguir, conforme a divisão de Flávio Villaça*, as fases da urbanização
brasileira.
Os planos passam a olhar para a cidade de forma mais ampla, preocupando-se com
diretrizes válidas para todo o território e não apenas determinadas regiões. Entram
aqui os zoneamentos, a legislação sobre uso e ocupação do solo e a articulação dos
bairros com o centro a partir de sistemas de transporte.
É quando começa a se falar em “caos urbano”, crescimento desordenado e a
necessidade de planejar as cidades de forma mais consistente. Surgem iniciativas
como o Plano de Avenidas, de São Paulo, e o Plano Agache, no Rio de Janeiro, que
abordam diversos aspectos do ambiente urbano, como legislação urbanística,
habitação, ordenamento territorial.
Nesta fase, os planos começam a incorporar outros aspectos além dos relacionados
ao território, como os econômicos e sociais. Tornaram-se documentos cada vez mais
densos e complexos, tocando em questões sociais distantes dos interesses da classe
dominante, o que passou a dificultar o processo de aprovação.
Nesse momento, entram em jogo as questões metropolitanas e o planejamento não
restrito somente aos limites de um município. O que acontecia, porém, é que muitas
vezes acabavam surgindo planos descolados da realidade, excessivamente técnicos e
longos.
Como resposta à fase anterior, aqui os planos passam a abrir mão de diagnósticos
técnicos muito extensos e até mesmo dos mapas que ilustravam as medidas
propostas. Apresentam apenas diretrizes e objetivos gerais, ocultando conflitos de
interesses em relação ao espaço urbano. A busca por simplificar o conteúdo errou a
mão, e os planos acabaram reduzidos quase a cartas de intenções.
E hoje?