E.B.C. - Reusmo Do Período de 1968-99

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Resumo da E.B.C.

(67-99)

Período do Milagre Econômico (1968-73)


• Antecedentes
1. Condições favoráveis para o crescimento
- Reformas anteriores (PAEG dá certo) – Interno
- Contexto Internacional favorável – Externo
• Nova Equipe Econômica (Delfim Neto)
1. Enfoque na inflação
- Sua origem estava nos juros altos e a na ineficiência do setor
bancário
- Solução: Concentração bancária (vários bancos são adquiridos
por outros ou vão à falência)
2. Promoção das exportações
3. Minidesvalorizações cambiais periódicas que favorecem investimentos
externos
4. Políticas expansionistas (Ênfase no crescimento, convivendo com
alguma inflação de entre 20-30%)
5. Indexação geral da economia (com correção monetária)
• Endividamento externo
1. À época, as reservas internacionais (US$) estavam baixas
2. Aproveitam a alta liquidez (dão dinheiro mais fácil) Internacional para
pedirem empréstimos
3. Os empréstimos tinham o propósito de:
- Financiar projetos de empresas estatais (Infraestrutura)
- Aumentar as reservas estrangeiras
• Crédito ao consumo, incentivos fiscais e subsídios aceleram a economia
• Agricultura
1. Muito crédito (empréstimos) subsidiado
2. Aumento na exportação de soja (queda do café)
3. Mecanização da agricultura (mais produtividade)
4. Deslocamento populacional regional (mais pessoas no centro-oeste)
• Resultado Positivo:
1. Aumento do PIB (maior que o esperado pelos militares)
2. Crescimento de setores da Indústria, além do primário e terciário
3. Crescimento desigual para partes da população (“crescer para depois
dividir”)
Fim do Milagre Econômico (Geisel e Figueredo)
• Continuação da Política de Crescimento Econômico
1. Acreditavam que os juros internacionais continuariam baixos (eles
poderiam pegar mais empréstimos)
2. Não é isso que acontece (juros sobem)

• Cenário Internacional:
1. Choque da Crise do Petróleo por causa da Guerra de Yom Kippour
(quadruplica o preço do petróleo) - 1973
2. O aumento dos preços internacionais gera a queda na balança
comercial (entra menos dólares no país)
3. Fim do padrão Bretton Woods (desespero e incerteza)

Governo Geisel (74-79)


• 1974:
1. Mudança de Ministro da Fazenda – Sai Delfim; entra Simonsen
2. Retira controle de preços, aumentando a inflação
3. 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento) – Tentativa de crescer
mesmo em época de crise internacional (continua a política monetária
expansionista)
- Projetos de investimento público
- Setor produtivo público desenvolverá grandes projetos de
estatais, que serão complementados pelo setor prod. privado
- Financiamento através de endividamento externo
• 1975:
1. Queda das exportações (por causa da queda da economia mundial)
2. Quedas das reservas internacionais
3. Stop and Go – Surtos de controle de gastos e gastos exagerados
(modo de conter a crise). Gastava-se bastante e logo em seguida se
controlava os gatos. Perdurou para além de 75.
4. Queriam crescer a qualquer custo (emitem mais moeda – Pol. Monet.
Exp)
5. Havia certa tolerância com a inflação
6. Projeções otimistas
• 1976:
1. Tentativa de conter a inflação
2. Tentativa de conter a queda na balança comercial através de
racionamento das importações
3. Consequências do 2º PND
- Governo se torna devedor da iniciativa privada (antes era
credor)
- Se torna devedor durante o período de 1979 - 84
4. Necessidade de desacelerar a economia e reduzir a inflação
• 1977-78
1. Política contra inflação
2. Mas conflitos entre políticas de austeridade e as de desenvolvimento
(expansionista)
• Características gerais do governo Geisel:
1. Política Cambial
- Valorização Cambial (Valoriza o Cruzeiro), mas faz
minidesvalorizações periódicas para não pesar na balança de
pagamentos
2. Política Comercial
- Promoção das exportações através de incentivos fiscais
- Restrições e mais tarifas em importações
3. Política Fiscal e Monetária expansionista
- O fiscal era bagunçado (havia 3 orçamentos diferentes)
- Monetário: incentivos creditícios a setores da economia (Crédito
industrial, agropecuário, imobiliário e ao consumo – todas partes
fundamentais para o Milagre de 68-73)
• Origens da Dívida Externa e Inflação
1. Origem da Dívida Ext.
- 77 - Estatização da dívida externa Privada (A dívida privada em
Dólares foi paga o governo em Cruzeiros, deixando que o
governo ficasse com a dívida deles em dólares) – Política de
bem-estar empresarial (Terceirização da Dívida)
- Subsídios do governo (creditícios principalmente)
- Incentivos fiscais (menos arrecadações de impostos)
2. II PND ainda não estava consolidado (não havia gerado frutos ainda)
3. Origem da inflação
- Aumento da base monetária (imprimiram mais dinheiro para
financiar todos os gastos do governo – Pol. Monet. Exp.)
• Possível solução (Não o que o governo fez necessariamente)
1. Diminuir a absorção interna, gerando queda, mas importações e, por
consequência, deixar a Balança Comercial aumentar. Assim teriam
superávit para pagar os juros da dívida externa
2. Essa era uma proposta do FMI para solucionarem a crise e o governo
brasileiro conseguir um empréstimo.
• Conclusão
1. Bem-sucedido no crescimento (6,8% por ano em média), resultado das
políticas de estímulo fiscal, creditício e cambial
2. Aumenta as exportações e diminui as importações
3. Mas deixa a deterioração financeira, grande dívida pública e alta
inflação
Governo Figueredo (79-85)
• Acontecimentos internacionais:
1. Jimmy Carter é eleito (Democrata) com os EUA com inflação crescente
2. Banco Central dos EUA (FED) sobe a taxa de juros, desacelerando a
economia dos EUA e gerando uma recessão global (todos os outros
Banco Centrais também sobem juros)
3. Ronald Reagan é eleito em 1980 e Margaret Thatcher em 1979
(Chefes de Estado de orientação neoliberal)
4. Revolução Iraniana e 2º Choque do Petróleo (Complica a situação já
ruim do Brasil)
• 1979:
1. Sai Geisel e entra Figueredo
2. Figueredo coloca Delfim Neto na Agricultura e Simonsen na Fazenda
3. Simonsen mantém o Stop and Go, mas Delfim Neto defende o
surgimento de um novo milagre e toma o lugar de Simonsen
• 1981-82
1. 81 - Forte recessão por causa do FED (1ª queda do PIB do Brasil
desde a 2ª G.M.) que muda o discurso de “novo milagre”
2. Passa a adotar políticas fiscais e monetárias (↑ juros) restritivas com
forma de gerar excedentes exportáveis (tentativa de agradar ao FMI
para pegar outros empréstimos e parecer que não iria dar default na
dívida)
3. Política salarial para diminuir grandes salários (altos funcionários
públicos)
4. Apesar das tentativas, o cenário recessivo internacional não ajuda o
Brasil, piorando a recessão
5. Recessão gera queda nas importações e queda na necessidade por
dólares
• 1982-83
1. FMI dá empréstimo condicionado à certas medidas, pondo fim a
política externa autônoma (ajuste do setor externo)
2. Desindexação de salários, gerando inflação e perda do poder de
compra
3. Desequilíbrio doméstico (estagflação)
• 1984
1. Melhora do cenário externo puxada pela economia dos EUA (aumento
das exportações e queda das importações, derivadas do II PND)
2. Sai um pouco da recessão (recuperação do PIB)
3. Delfim Neto sai do cargo
4. Eleição de Tancredo, que morre, e Sarney assume
• Causas da Inflação alta
1. Delfim Neto prefixa o câmbio e realiza desajustes monetários
2. Muda lei de salários, prejudicando funcionários de alta faixa salarial
(81)
3. Fracasso em retomar o milagre com políticas heterodoxas
expansionistas
4. 80 – Queda das reservas internacionais e desequilíbrio do BP +
choque agrícola
5. 79-80 – Fracasso dos planos e queda na confiança do governo
• Características gerais:
1. Período de ajuste do setor externo, mas desequilíbrio do setor interno
(acelera a inflação)
2. Desajuste financeiro do setor público (por causa da defesa do setor
privado)

Tancredo Neves (1985-89)


• Crise do Padrão-Monetário
1. A moeda nacional “não é capaz” de ser usada como moeda de troca,
unidade de conta ou reserva de valor
2. O governo usa a ORTN prometendo manter o valor monetário
(indexação)
• Teoria da Inflação Inercial
1. Diagnóstico que a inflação tem caráter inercial e políticas de caráter
restritivo são ineficientes para contê-la.
2. Caso não aconteçam novos choques, dará certo
3. Propõe um choque heterodoxo
- Congelamento dos preços, salários e câmbio
- Proposta de nova moeda indexada corrigida pelo ORTN, contando a
inflação
• Períodos e Planos do Governo Sarney
1. Gradualismo Ortodoxo (Jan-Out de 85)
2. Plano Cruzado, Cruzadinho e Cruzado II (Fev. 1986 e Fev. 1987)
- Reforma monetária e congelamento (parte do choque heterodoxo)
- Congelamento de preços gera escassez de produtos
- Desequilíbrio e reindexação
- Queda do salário real
- Plano Cruzado era popular (fiscais do Sarney)
3. Plano Bresser (Jun. – Dez. de 1987)
- Volta da inflação
- Congelamento sem reforma monetária
- Contenção dos salários
4. Retorno da Ortodoxia
- Congelamento curto com ortodoxia
- Mega superávits
5. Plano Verão (Jan. 89 – Mar. 90)
- Desindexação ampla
• Características gerais
1. Crescimento pequeno em 89-90
2. Desindexação da economia
3. Reservas internacionais baixas (pagamento da dívida externa com o
superávit comercial)
4. Deixa desequilíbrio externo e interno

Collor (1990-92)
• Zélia Cardoso de Melo (Fazenda)
1. - Promoção de uma reforma monetária (Plano Collor)
2. - Plano Collor reteve a liquidez (bloqueio da poupança) para pôr fim
nas moedas indexadas que criavam o risco de inflação
3. - Bloqueio gera recessão
4. - Fazem reforma monetária (criam outra moeda, que é valorizada –
queda da inflação)
5. - Queda da produção industrial
6. - “Torneirinhas de liquidez” (acaba aumentando a liquidez e a inflação
volta)
• PRN (Plano Reconstrutor Nacional)
1. - Reforma Administrativa (Demissões e extinção de órgãos)
2. - Privatizações (BNDES é responsável pelo processo) – vende
empresas públicas falidas
3. - Abertura comercial (queda de tarifas de importações) – Objetivo de
renovar o parque industrial, aumentar o acesso à bens e aumentar a
competitividade dos produtos internos, se comparado com os externos
que entravam (Darwinismo)
4. - Abertura financeira (permite investimentos estrangeiros e brasileiros
invistam fora)
5. - Todas essas reformas neoliberais deram certo, alinhadas com o
Consenso de Washington (FMI, Tesouro Americano, Banco Mundial...)
• Novo ministro da Fazenda
1. - Subida de juros estabiliza a inflação e aumenta as reservas
internacionais

Itamar Franco (1992-95)


• FHC será o 4º Ministro da Fazenda
• Globalização financeira e aumenta reservas
1. - Renegociação das dívidas ao redor do mundo
2. - Após uma década, o financiamento privado internacional volta. Nesse
período o Brasil voltou ao mercado de capitais internacionais
• Plano de Ação Imediata e Plano Real (de FHC)
1. - Foco na política fiscal preparatória (1ª Fase do Plano Real)
2. - Lançamento de um indexador comum – O URV. Servia apenas para
unidade de valor, funcionando pela média de três cálculos de inflação
(2ª parte do Plano Real)
3. - Lançamento do Real – Política cambial sem-fixa e política monetária
de altos juros que valorizam o Real (3ª parte do Plano Real)
• A volta do Brasil para o Mercado Financeiro Mundial foi essencial para o
aumento das Reservas Internacionais e, dessa forma, conseguir fixar o
Real ao mesmo valor do Dólar (ativo externo).

FHC 1 (1994-98)

• Cenário Internacional e consequências no Brasil


1. 94 – Crise do México (poucas reservas internacionais e o mercado
percebe que o país daria default na dívida externa)
2. 94-95 – Crise gera fuga de capitais do Brasil (medo do Brasil também
não pagar a dívida externa), assim desestabilizando a fixação cambial
do Real
3. Solução: aumentar ainda mais os juros e fazer cortes fiscais (medidas
ortodoxas)
4. Em 96 ocorre uma amenização internacional e o governo afrouxa a
política fiscal rígida
5. Em 98, Crise Cambial da Rússia (Declara moratória da dívida)
6. Tal qual como no México em 94, cria-se o medo do Brasil fazer o
mesmo.
• Pacote de Resgate Mundial (Tesouro dos EUA, FMI, BID...)
1. Ajuda o Brasil a ter uma crise cambial
2. Mas pede em troca medidas mais ortodoxas
- Daí sai a “Lei de Responsabilidade Fiscal” e as “Metas de Superávit
Primário” (Obrigações financeiras – pagar juros – eram mais
importantes que o resto)
• FHC é reeleito

FHC 2 (1998-2002)

• Após a eleição, liberalizou o câmbio, desassociando-o do Dólar


1. Cria-se um medo do câmbio voltar a flutuar demais e, por
consequência, voltar a inflação
2. De fato, o Real se desvaloriza e acontece uma crise política por isso
• Políticas de Meta de Inflação (1999)
1. Não foram criadas por influência externa (do FMI ou do Banco
Mundial), mas por uma iniciativa própria do governo
2. “Cópia” de políticas semelhantes e bem-sucedidas em outros países
3. É o último pilar do “Tripé Macroeconômico”
- Câmbio Flexível
- Responsabilidade Fiscal
- Metas de Inflação

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