International Criminal Law Wallacecalmonrozetti 10.02.2024.PDF-report
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arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador (para "Pesquisa em arquivos locais"). A
quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo
comparados. Quanto maior a quantidade de termos comuns, maior a similaridade entre os arquivos. É
importante destacar que o limite de 3% representa uma estatística de semelhança e não um "índice de
plágio". Por exemplo, documentos que citam de forma direta (transcrição) outros documentos, podem ter
uma similaridade maior do que 3% e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio. Há sempre a
necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou
não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências
bibliográficas. Para cada par de arquivos, apresenta-se uma comparação dos termos semelhantes, os
quais aparecem em vermelho.
Veja também:
Analisando o resultado do CopySpider
Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio?
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Arquivo 2: https://www.fdcl.com.br/revista/site/download/fdcl_athenas_ano7_vol1_2018_artigo02.pdf
(3778 termos)
Termos comuns: 1872
Similaridade: 45,39%
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Resumo:
Vemos que cada vez mais a utilização Pacto de San Jose da Costa Rica ? a Convenção
Americana de Direitos Humanos, nas cortes brasileiras, em especial o Supremo Tribunal
Federa. Vemos as disposições dos art. 5º, § 2º e § 3º da Constituição Federal, principalmente
no tocante à consignação de tratados de direito internacional e a sua aplicação no ordenamento
pátrio, é importante a consolidação dos conceitos basilares da temática. Neste sentido, partindo
do método dedutivo, o presente trabalho busca elucidar a natureza normativa do Pacto de San
Jose da Costa Rica ? a Convenção Americana de Direitos Humanos ? frente ao ordenamento
jurídico brasileiro, de modo a destacar sua força cogente em meio às leis domésticas.
Abstract
We see that Costa Rica's San Jose Pact ? the American Convention on Human Rights ? is
increasingly being used in Brazilian courts, especially the Federal Supreme Court. We see the
provisions of art. 5th, § 2nd and § 3rd of the Federal Constitution, mainly regarding the
consignment of international law treaties and their application in the national order, it is
important to consolidate the basic concepts of the subject. In this sense, starting from the
deductive method, the present work seeks to elucidate the normative nature of the Pact of San
2
Jose in Costa Rica ? the American Convention on Human Rights ? in relation to the Brazilian
legal system, in order to highlight its cogent force in the midst of domestic laws. .
1 Introdução
O analise deste trabalho tem por propósito identificar a posição hierárquica ocupada
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) no
ordenamento jurídico brasileiro.
A discussão acerca da natureza jurídica das normas internacionais parecia ter sido
encerrada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 (BARRETO, 2014, p.67), a
qual acrescentou ao artigo 5º da Carta Magna um terceiro parágrafo, onde se lê:
O questionamento foi tratada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que objetivando
dar maior relevância aos tratados que versavam sobre questões humanitárias, entendeu, por
4
05 (cinco) votos a 04 (quatro), por dar aos tratados anteriormente assinados um caráter
supralegal, isto é, abaixo da Constituição Federal mas acima das demais normas. Ocorre que
a orientação atualmente majoritária no Supremo Tribunal Federal brasileiro é contrária a
maior parte da doutrina, que defende o status de norma constitucional aos tratados sobre
direitos humanos.
No tocante a força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, muitos
juristas especialista no Direito Internacional defendem que tais instrumentos possuíam caráter
constitucional
Concedendo aos Direitos Humanos uma maior importância e tendo como pressuposto o
fato de que a Assembleia Nacional Constituinte fez constar entre os princípios fundamentais, a
dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e a prevalência dos direitos humanos (artigo
4º, inciso II).
Isso porque a rigor do que consta no artigo 5º, § 2º da Constituição da República de
1988, esse Diploma Legal não tinha o poder de excluir direitos e garantias decorrentes de
tratados internacionais dos quais o Brasil fosse integrante.
Artigo 5º, (...) § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
No que pese, que em votos pretéritos, o Ministro Celso de Mello entendeu que todo e
qualquer tratado internacional, independentemente da matéria nele contida, carregava
consigo uma natureza jurídica que lhe garantiria posição hierárquica equivalente às leis
ordinárias. Entretanto, confirmando as tendências doutrinárias, o Ministro mudou seu
posicionamento, optando por atribuir aos tratados internacionais acerca de direitos humanos
um caráter especial em razão de sua própria natureza.
O Ministro Celso de Mello em seu voto esclarece que seu entendimento de diversos
estudiosos que também vislumbram conteúdo materialmente constitucional nos tratados
internacionais que tratam acerca dos direitos humanitários, independentemente do quórum
de votação. Assim, embasando-se nos ensinamentos da doutrina, entende o Ministro que o
teor daqueles dispositivos aprovados em momento anterior às modificações trazidas pela
Emenda Constitucional de número 45 ? como é o caso do Pacto de San Jose da Costa Rica
? compõem aquilo que fora batizado de bloco de constitucionalidade.
(...) por força do § 2° do art. 5°, (...) as normas destes tratados são materialmente
constitucionais. Integram, como diria Bidart Campos, o bloco de constitucionalidade,
ou seja, um conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores que, no
caso, em consonância com a Constituição de 1988, são materialmente constitucionais,
ainda que estejam fora do texto da Constituição documental. O bloco de
constitucionalidade é, assim, a somatória daquilo que se adiciona à Constituição
escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados. O bloco de
constitucionalidade imprime vigor à força normativa da Constituição e é por isso
parâmetro hermenêutico, de hierarquia superior, de integração, complementação e
ampliação do universo dos direitos constitucionais previstos, além de critério de
preenchimento de eventuais lacunas. Por essa razão, considero que os tratados
internacionais de direitos humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
a partir da vigência da Constituição de 1988 e a entrada em vigor da Emenda
Constitucional n. 45 não são meras leis ordinárias, pois têm a hierarquia que advém de
sua inserção no bloco de constitucionalidade. Faço estas considerações porque
concebo, na linha de Flávia Piovesan, que o § 2° do art. 5°, na sistemática da
7
Constituição de 1988, tem uma função clara: a de tecer ?a interação entre a ordem
jurídica interna e a ordem jurídica internacional?.
condão de paralisar a eficácia jurídica de qualquer outra norma infraconstitucional que com
ele se confrontasse.
O Ministro Gilmar Mendes, em seu voto referente ao RE 466.343, optou por conferir
aos tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária, porém abaixo das normas constitucionais. Em seus dizeres:
Necessário consignar, a princípio, que é certo que os fundamentos por ele defendidos
apresentaram uma mudança de paradigma no Direito Brasileiro. Isso porque o modelo da
pirâmide normativa adotada em nosso país, mais precisamente aquele arquétipo proposto
por Hans Kelsen, não trazia consigo nenhuma espécie de regramento que se sobrepusesse à
9
Assim, uma vez reconhecido o Pacto de San Jose da Costa Rica como sendo norma
supralegal ou mesmo materialmente constitucional, poderá ser usado como paradigma para
controle de convencionalidade.
4 Considerações Finais
O objetivo deste trabalho foi cumprido, na medida em que analisou, no plano concreto,
qual a força normativa exercida pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos) no ordenamento jurídico brasileiro.
Federal que confere aos referidos instrumentos internacionais um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária mas abaixo da Constituição Federal.
Importante salientar, que em análise sobre a hierarquia dos tratados internacionais frente
ao nosso ordenamento jurídico, podemos dizer que tais normas possuem capacidade de paralisar
a eficácia de normas infraconstitucionais que as contrariem. Assim, em que pese os argumentos
dos quais lançaram mão os defensores da supralegalidade, entende-se que a discussão encontra
pouca relevância prática, na medida em que os direitos humanos, por sua própria natureza,
merecem posição de maior destaque em nossa legislação (Princípio Pro Homine).
5 Referências Bibliográficas
BARRETTO, Rafael. Direitos humanos. 4.ed. Salvador: JusPodvm, 2014.
BRASIL. Decreto 678. Promulgação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
Jose da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Disponível em 18 jan. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo STF, n. 531, 1º a 8 dez 2008. Disponível em . Acesso em
12 de mai.2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus no 72.131-1. Relator: Ministro Marco Aurélio. Diário
de Justiça, Brasília, DF, 23 nov. 1995b. Disponível em: . Acesso em: 14 jan. 2018.
11
KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do direito (versão
condensada pelo próprio autor). Tradução de J. Cretella Júnior e Agnes Cretella. 7. ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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Arquivo 1: INTERNATIONAL CRIMINAL LAW_WALLACECALMONROZETTI_10.02.2024.pdf (2218
termos)
Arquivo 2:
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=595444&pgI=131&pgF=135 (1195
termos)
Termos comuns: 309
Similaridade: 9,95%
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termos)
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Resumo:
Vemos que cada vez mais a utilização Pacto de San Jose da Costa Rica ? a Convenção
Americana de Direitos Humanos, nas cortes brasileiras, em especial o Supremo Tribunal
Federa. Vemos as disposições dos art. 5º, § 2º e § 3º da Constituição Federal, principalmente
no tocante à consignação de tratados de direito internacional e a sua aplicação no ordenamento
pátrio, é importante a consolidação dos conceitos basilares da temática. Neste sentido, partindo
do método dedutivo, o presente trabalho busca elucidar a natureza normativa do Pacto de San
Jose da Costa Rica ? a Convenção Americana de Direitos Humanos ? frente ao ordenamento
jurídico brasileiro, de modo a destacar sua força cogente em meio às leis domésticas.
Abstract
We see that Costa Rica's San Jose Pact ? the American Convention on Human Rights ? is
increasingly being used in Brazilian courts, especially the Federal Supreme Court. We see the
provisions of art. 5th, § 2nd and § 3rd of the Federal Constitution, mainly regarding the
consignment of international law treaties and their application in the national order, it is
important to consolidate the basic concepts of the subject. In this sense, starting from the
deductive method, the present work seeks to elucidate the normative nature of the Pact of San
2
Jose in Costa Rica ? the American Convention on Human Rights ? in relation to the Brazilian
legal system, in order to highlight its cogent force in the midst of domestic laws. .
1 Introdução
O analise deste trabalho tem por propósito identificar a posição hierárquica ocupada
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) no
ordenamento jurídico brasileiro.
A discussão acerca da natureza jurídica das normas internacionais parecia ter sido
encerrada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 (BARRETO, 2014, p.67), a
qual acrescentou ao artigo 5º da Carta Magna um terceiro parágrafo, onde se lê:
O questionamento foi tratada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que objetivando
dar maior relevância aos tratados que versavam sobre questões humanitárias, entendeu, por
4
05 (cinco) votos a 04 (quatro), por dar aos tratados anteriormente assinados um caráter
supralegal, isto é, abaixo da Constituição Federal mas acima das demais normas. Ocorre que
a orientação atualmente majoritária no Supremo Tribunal Federal brasileiro é contrária a
maior parte da doutrina, que defende o status de norma constitucional aos tratados sobre
direitos humanos.
No tocante a força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, muitos
juristas especialista no Direito Internacional defendem que tais instrumentos possuíam caráter
constitucional
Concedendo aos Direitos Humanos uma maior importância e tendo como pressuposto o
fato de que a Assembleia Nacional Constituinte fez constar entre os princípios fundamentais, a
dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e a prevalência dos direitos humanos (artigo
4º, inciso II).
Isso porque a rigor do que consta no artigo 5º, § 2º da Constituição da República de
1988, esse Diploma Legal não tinha o poder de excluir direitos e garantias decorrentes de
tratados internacionais dos quais o Brasil fosse integrante.
Artigo 5º, (...) § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
No que pese, que em votos pretéritos, o Ministro Celso de Mello entendeu que todo e
qualquer tratado internacional, independentemente da matéria nele contida, carregava
consigo uma natureza jurídica que lhe garantiria posição hierárquica equivalente às leis
ordinárias. Entretanto, confirmando as tendências doutrinárias, o Ministro mudou seu
posicionamento, optando por atribuir aos tratados internacionais acerca de direitos humanos
O Ministro Celso de Mello em seu voto esclarece que seu entendimento de diversos
estudiosos que também vislumbram conteúdo materialmente constitucional nos tratados
internacionais que tratam acerca dos direitos humanitários, independentemente do quórum
de votação. Assim, embasando-se nos ensinamentos da doutrina, entende o Ministro que o
teor daqueles dispositivos aprovados em momento anterior às modificações trazidas pela
Emenda Constitucional de número 45 ? como é o caso do Pacto de San Jose da Costa Rica
? compõem aquilo que fora batizado de bloco de constitucionalidade.
(...) por força do § 2° do art. 5°, (...) as normas destes tratados são materialmente
constitucionais. Integram, como diria Bidart Campos, o bloco de constitucionalidade,
ou seja, um conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores que, no
caso, em consonância com a Constituição de 1988, são materialmente constitucionais,
ainda que estejam fora do texto da Constituição documental. O bloco de
constitucionalidade é, assim, a somatória daquilo que se adiciona à Constituição
escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados. O bloco de
constitucionalidade imprime vigor à força normativa da Constituição e é por isso
parâmetro hermenêutico, de hierarquia superior, de integração, complementação e
ampliação do universo dos direitos constitucionais previstos, além de critério de
preenchimento de eventuais lacunas. Por essa razão, considero que os tratados
internacionais de direitos humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
a partir da vigência da Constituição de 1988 e a entrada em vigor da Emenda
Constitucional n. 45 não são meras leis ordinárias, pois têm a hierarquia que advém de
sua inserção no bloco de constitucionalidade. Faço estas considerações porque
Constituição de 1988, tem uma função clara: a de tecer ?a interação entre a ordem
jurídica interna e a ordem jurídica internacional?.
condão de paralisar a eficácia jurídica de qualquer outra norma infraconstitucional que com
ele se confrontasse.
Mendes, que optou por conferir ao Pacto de San Jose da Costa Rica um caráter supralegal.
O Ministro Gilmar Mendes, em seu voto referente ao RE 466.343, optou por conferir
aos tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária, porém abaixo das normas constitucionais. Em seus dizeres:
Necessário consignar, a princípio, que é certo que os fundamentos por ele defendidos
apresentaram uma mudança de paradigma no Direito Brasileiro. Isso porque o modelo da
pirâmide normativa adotada em nosso país, mais precisamente aquele arquétipo proposto
por Hans Kelsen, não trazia consigo nenhuma espécie de regramento que se sobrepusesse à
9
Assim, uma vez reconhecido o Pacto de San Jose da Costa Rica como sendo norma
supralegal ou mesmo materialmente constitucional, poderá ser usado como paradigma para
controle de convencionalidade.
4 Considerações Finais
O objetivo deste trabalho foi cumprido, na medida em que analisou, no plano concreto,
qual a força normativa exercida pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção
Federal que confere aos referidos instrumentos internacionais um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária mas abaixo da Constituição Federal.
Importante salientar, que em análise sobre a hierarquia dos tratados internacionais frente
ao nosso ordenamento jurídico, podemos dizer que tais normas possuem capacidade de paralisar
a eficácia de normas infraconstitucionais que as contrariem. Assim, em que pese os argumentos
dos quais lançaram mão os defensores da supralegalidade, entende-se que a discussão encontra
pouca relevância prática, na medida em que os direitos humanos, por sua própria natureza,
merecem posição de maior destaque em nossa legislação (Princípio Pro Homine).
5 Referências Bibliográficas
BARRETTO, Rafael. Direitos humanos. 4.ed. Salvador: JusPodvm, 2014.
BRASIL. Decreto 678. Promulgação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
Jose da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Disponível em 18 jan. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo STF, n. 531, 1º a 8 dez 2008. Disponível em . Acesso em
12 de mai.2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus no 72.131-1. Relator: Ministro Marco Aurélio. Diário
de Justiça, Brasília, DF, 23 nov. 1995b. Disponível em: . Acesso em: 14 jan. 2018.
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KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do direito (versão
condensada pelo próprio autor). Tradução de J. Cretella Júnior e Agnes Cretella. 7. ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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Termos comuns: 272
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Resumo:
Vemos que cada vez mais a utilização Pacto de San Jose da Costa Rica ? a Convenção
Americana de Direitos Humanos, nas cortes brasileiras, em especial o Supremo Tribunal
Federa. Vemos as disposições dos art. 5º, § 2º e § 3º da Constituição Federal, principalmente
no tocante à consignação de tratados de direito internacional e a sua aplicação no ordenamento
pátrio, é importante a consolidação dos conceitos basilares da temática. Neste sentido, partindo
do método dedutivo, o presente trabalho busca elucidar a natureza normativa do Pacto de San
Jose da Costa Rica ? a Convenção Americana de Direitos Humanos ? frente ao ordenamento
jurídico brasileiro, de modo a destacar sua força cogente em meio às leis domésticas.
Abstract
We see that Costa Rica's San Jose Pact ? the American Convention on Human Rights ? is
increasingly being used in Brazilian courts, especially the Federal Supreme Court. We see the
provisions of art. 5th, § 2nd and § 3rd of the Federal Constitution, mainly regarding the
consignment of international law treaties and their application in the national order, it is
important to consolidate the basic concepts of the subject. In this sense, starting from the
deductive method, the present work seeks to elucidate the normative nature of the Pact of San
2
Jose in Costa Rica ? the American Convention on Human Rights ? in relation to the Brazilian
legal system, in order to highlight its cogent force in the midst of domestic laws. .
1 Introdução
O analise deste trabalho tem por propósito identificar a posição hierárquica ocupada
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) no
ordenamento jurídico brasileiro.
A discussão acerca da natureza jurídica das normas internacionais parecia ter sido
encerrada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 (BARRETO, 2014, p.67), a
qual acrescentou ao artigo 5º da Carta Magna um terceiro parágrafo, onde se lê:
O questionamento foi tratada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que objetivando
dar maior relevância aos tratados que versavam sobre questões humanitárias, entendeu, por
4
05 (cinco) votos a 04 (quatro), por dar aos tratados anteriormente assinados um caráter
supralegal, isto é, abaixo da Constituição Federal mas acima das demais normas. Ocorre que
a orientação atualmente majoritária no Supremo Tribunal Federal brasileiro é contrária a
maior parte da doutrina, que defende o status de norma constitucional aos tratados sobre
direitos humanos.
No tocante a força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, muitos
juristas especialista no Direito Internacional defendem que tais instrumentos possuíam caráter
constitucional
Concedendo aos Direitos Humanos uma maior importância e tendo como pressuposto o
fato de que a Assembleia Nacional Constituinte fez constar entre os princípios fundamentais, a
dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e a prevalência dos direitos humanos (artigo
4º, inciso II).
Isso porque a rigor do que consta no artigo 5º, § 2º da Constituição da República de
1988, esse Diploma Legal não tinha o poder de excluir direitos e garantias decorrentes de
tratados internacionais dos quais o Brasil fosse integrante.
Artigo 5º, (...) § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
No que pese, que em votos pretéritos, o Ministro Celso de Mello entendeu que todo e
qualquer tratado internacional, independentemente da matéria nele contida, carregava
consigo uma natureza jurídica que lhe garantiria posição hierárquica equivalente às leis
ordinárias. Entretanto, confirmando as tendências doutrinárias, o Ministro mudou seu
posicionamento, optando por atribuir aos tratados internacionais acerca de direitos humanos
O Ministro Celso de Mello em seu voto esclarece que seu entendimento de diversos
estudiosos que também vislumbram conteúdo materialmente constitucional nos tratados
internacionais que tratam acerca dos direitos humanitários, independentemente do quórum
de votação. Assim, embasando-se nos ensinamentos da doutrina, entende o Ministro que o
teor daqueles dispositivos aprovados em momento anterior às modificações trazidas pela
Emenda Constitucional de número 45 ? como é o caso do Pacto de San Jose da Costa Rica
? compõem aquilo que fora batizado de bloco de constitucionalidade.
(...) por força do § 2° do art. 5°, (...) as normas destes tratados são materialmente
constitucionais. Integram, como diria Bidart Campos, o bloco de constitucionalidade,
ou seja, um conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores que, no
caso, em consonância com a Constituição de 1988, são materialmente constitucionais,
ainda que estejam fora do texto da Constituição documental. O bloco de
constitucionalidade é, assim, a somatória daquilo que se adiciona à Constituição
escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados. O bloco de
constitucionalidade imprime vigor à força normativa da Constituição e é por isso
parâmetro hermenêutico, de hierarquia superior, de integração, complementação e
ampliação do universo dos direitos constitucionais previstos, além de critério de
preenchimento de eventuais lacunas. Por essa razão, considero que os tratados
internacionais de direitos humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
a partir da vigência da Constituição de 1988 e a entrada em vigor da Emenda
Constitucional n. 45 não são meras leis ordinárias, pois têm a hierarquia que advém de
sua inserção no bloco de constitucionalidade. Faço estas considerações porque
Constituição de 1988, tem uma função clara: a de tecer ?a interação entre a ordem
jurídica interna e a ordem jurídica internacional?.
condão de paralisar a eficácia jurídica de qualquer outra norma infraconstitucional que com
ele se confrontasse.
Mendes, que optou por conferir ao Pacto de San Jose da Costa Rica um caráter supralegal.
O Ministro Gilmar Mendes, em seu voto referente ao RE 466.343, optou por conferir
aos tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária, porém abaixo das normas constitucionais. Em seus dizeres:
Necessário consignar, a princípio, que é certo que os fundamentos por ele defendidos
apresentaram uma mudança de paradigma no Direito Brasileiro. Isso porque o modelo da
pirâmide normativa adotada em nosso país, mais precisamente aquele arquétipo proposto
por Hans Kelsen, não trazia consigo nenhuma espécie de regramento que se sobrepusesse à
9
Assim, uma vez reconhecido o Pacto de San Jose da Costa Rica como sendo norma
supralegal ou mesmo materialmente constitucional, poderá ser usado como paradigma para
controle de convencionalidade.
4 Considerações Finais
O objetivo deste trabalho foi cumprido, na medida em que analisou, no plano concreto,
qual a força normativa exercida pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção
Federal que confere aos referidos instrumentos internacionais um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária mas abaixo da Constituição Federal.
Importante salientar, que em análise sobre a hierarquia dos tratados internacionais frente
ao nosso ordenamento jurídico, podemos dizer que tais normas possuem capacidade de paralisar
a eficácia de normas infraconstitucionais que as contrariem. Assim, em que pese os argumentos
dos quais lançaram mão os defensores da supralegalidade, entende-se que a discussão encontra
pouca relevância prática, na medida em que os direitos humanos, por sua própria natureza,
merecem posição de maior destaque em nossa legislação (Princípio Pro Homine).
5 Referências Bibliográficas
BARRETTO, Rafael. Direitos humanos. 4.ed. Salvador: JusPodvm, 2014.
BRASIL. Decreto 678. Promulgação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
Jose da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Disponível em 18 jan. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo STF, n. 531, 1º a 8 dez 2008. Disponível em . Acesso em
12 de mai.2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus no 72.131-1. Relator: Ministro Marco Aurélio. Diário
de Justiça, Brasília, DF, 23 nov. 1995b. Disponível em: . Acesso em: 14 jan. 2018.
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KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do direito (versão
condensada pelo próprio autor). Tradução de J. Cretella Júnior e Agnes Cretella. 7. ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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juridico-brasileiro (7698 termos)
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Resumo:
Vemos que cada vez mais a utilização Pacto de San Jose da Costa Rica ? a Convenção
Americana de Direitos Humanos, nas cortes brasileiras, em especial o Supremo Tribunal
Federa. Vemos as disposições dos art. 5º, § 2º e § 3º da Constituição Federal, principalmente
no tocante à consignação de tratados de direito internacional e a sua aplicação no ordenamento
pátrio, é importante a consolidação dos conceitos basilares da temática. Neste sentido, partindo
do método dedutivo, o presente trabalho busca elucidar a natureza normativa do Pacto de San
Jose da Costa Rica ? a Convenção Americana de Direitos Humanos ? frente ao ordenamento
jurídico brasileiro, de modo a destacar sua força cogente em meio às leis domésticas.
Abstract
We see that Costa Rica's San Jose Pact ? the American Convention on Human Rights ? is
increasingly being used in Brazilian courts, especially the Federal Supreme Court. We see the
provisions of art. 5th, § 2nd and § 3rd of the Federal Constitution, mainly regarding the
consignment of international law treaties and their application in the national order, it is
important to consolidate the basic concepts of the subject. In this sense, starting from the
deductive method, the present work seeks to elucidate the normative nature of the Pact of San
2
Jose in Costa Rica ? the American Convention on Human Rights ? in relation to the Brazilian
legal system, in order to highlight its cogent force in the midst of domestic laws. .
1 Introdução
O analise deste trabalho tem por propósito identificar a posição hierárquica ocupada
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) no
ordenamento jurídico brasileiro.
A discussão acerca da natureza jurídica das normas internacionais parecia ter sido
encerrada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 (BARRETO, 2014, p.67), a
qual acrescentou ao artigo 5º da Carta Magna um terceiro parágrafo, onde se lê:
O questionamento foi tratada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que objetivando
dar maior relevância aos tratados que versavam sobre questões humanitárias, entendeu, por
4
05 (cinco) votos a 04 (quatro), por dar aos tratados anteriormente assinados um caráter
supralegal, isto é, abaixo da Constituição Federal mas acima das demais normas. Ocorre que
a orientação atualmente majoritária no Supremo Tribunal Federal brasileiro é contrária a
maior parte da doutrina, que defende o status de norma constitucional aos tratados sobre
direitos humanos.
No tocante a força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, muitos
juristas especialista no Direito Internacional defendem que tais instrumentos possuíam caráter
constitucional
Concedendo aos Direitos Humanos uma maior importância e tendo como pressuposto o
fato de que a Assembleia Nacional Constituinte fez constar entre os princípios fundamentais, a
dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e a prevalência dos direitos humanos (artigo
4º, inciso II).
Isso porque a rigor do que consta no artigo 5º, § 2º da Constituição da República de
1988, esse Diploma Legal não tinha o poder de excluir direitos e garantias decorrentes de
tratados internacionais dos quais o Brasil fosse integrante.
Artigo 5º, (...) § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
No que pese, que em votos pretéritos, o Ministro Celso de Mello entendeu que todo e
qualquer tratado internacional, independentemente da matéria nele contida, carregava
consigo uma natureza jurídica que lhe garantiria posição hierárquica equivalente às leis
ordinárias. Entretanto, confirmando as tendências doutrinárias, o Ministro mudou seu
posicionamento, optando por atribuir aos tratados internacionais acerca de direitos humanos
um caráter especial em razão de sua própria natureza.
O Ministro Celso de Mello em seu voto esclarece que seu entendimento de diversos
estudiosos que também vislumbram conteúdo materialmente constitucional nos tratados
internacionais que tratam acerca dos direitos humanitários, independentemente do quórum
de votação. Assim, embasando-se nos ensinamentos da doutrina, entende o Ministro que o
teor daqueles dispositivos aprovados em momento anterior às modificações trazidas pela
Emenda Constitucional de número 45 ? como é o caso do Pacto de San Jose da Costa Rica
? compõem aquilo que fora batizado de bloco de constitucionalidade.
(...) por força do § 2° do art. 5°, (...) as normas destes tratados são materialmente
constitucionais. Integram, como diria Bidart Campos, o bloco de constitucionalidade,
ou seja, um conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores que, no
caso, em consonância com a Constituição de 1988, são materialmente constitucionais,
ainda que estejam fora do texto da Constituição documental. O bloco de
constitucionalidade é, assim, a somatória daquilo que se adiciona à Constituição
escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados. O bloco de
constitucionalidade imprime vigor à força normativa da Constituição e é por isso
parâmetro hermenêutico, de hierarquia superior, de integração, complementação e
ampliação do universo dos direitos constitucionais previstos, além de critério de
preenchimento de eventuais lacunas. Por essa razão, considero que os tratados
internacionais de direitos humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
a partir da vigência da Constituição de 1988 e a entrada em vigor da Emenda
Constitucional n. 45 não são meras leis ordinárias, pois têm a hierarquia que advém de
sua inserção no bloco de constitucionalidade. Faço estas considerações porque
concebo, na linha de Flávia Piovesan, que o § 2° do art. 5°, na sistemática da
Constituição de 1988, tem uma função clara: a de tecer ?a interação entre a ordem
jurídica interna e a ordem jurídica internacional?.
condão de paralisar a eficácia jurídica de qualquer outra norma infraconstitucional que com
ele se confrontasse.
O Ministro Gilmar Mendes, em seu voto referente ao RE 466.343, optou por conferir
aos tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária, porém abaixo das normas constitucionais. Em seus dizeres:
Necessário consignar, a princípio, que é certo que os fundamentos por ele defendidos
apresentaram uma mudança de paradigma no Direito Brasileiro. Isso porque o modelo da
pirâmide normativa adotada em nosso país, mais precisamente aquele arquétipo proposto
por Hans Kelsen, não trazia consigo nenhuma espécie de regramento que se sobrepusesse à
9
Assim, uma vez reconhecido o Pacto de San Jose da Costa Rica como sendo norma
supralegal ou mesmo materialmente constitucional, poderá ser usado como paradigma para
controle de convencionalidade.
4 Considerações Finais
O objetivo deste trabalho foi cumprido, na medida em que analisou, no plano concreto,
qual a força normativa exercida pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos) no ordenamento jurídico brasileiro.
Federal que confere aos referidos instrumentos internacionais um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária mas abaixo da Constituição Federal.
Importante salientar, que em análise sobre a hierarquia dos tratados internacionais frente
ao nosso ordenamento jurídico, podemos dizer que tais normas possuem capacidade de paralisar
a eficácia de normas infraconstitucionais que as contrariem. Assim, em que pese os argumentos
dos quais lançaram mão os defensores da supralegalidade, entende-se que a discussão encontra
pouca relevância prática, na medida em que os direitos humanos, por sua própria natureza,
merecem posição de maior destaque em nossa legislação (Princípio Pro Homine).
5 Referências Bibliográficas
BARRETTO, Rafael. Direitos humanos. 4.ed. Salvador: JusPodvm, 2014.
BRASIL. Decreto 678. Promulgação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
Jose da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Disponível em 18 jan. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo STF, n. 531, 1º a 8 dez 2008. Disponível em . Acesso em
12 de mai.2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus no 72.131-1. Relator: Ministro Marco Aurélio. Diário
de Justiça, Brasília, DF, 23 nov. 1995b. Disponível em: . Acesso em: 14 jan. 2018.
11
KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do direito (versão
condensada pelo próprio autor). Tradução de J. Cretella Júnior e Agnes Cretella. 7. ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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Arquivo 1: INTERNATIONAL CRIMINAL LAW_WALLACECALMONROZETTI_10.02.2024.pdf (2218
termos)
Arquivo 2: https://jus.com.br/artigos/71961/natureza-juridica-interna-dos-tratados-internacionais (3637
termos)
Termos comuns: 188
Similaridade: 3,31%
O texto abaixo é o conteúdo do documento INTERNATIONAL CRIMINAL
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juridica-interna-dos-tratados-internacionais (3637 termos)
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Resumo:
Vemos que cada vez mais a utilização Pacto de San Jose da Costa Rica ? a Convenção
Americana de Direitos Humanos, nas cortes brasileiras, em especial o Supremo Tribunal
Federa. Vemos as disposições dos art. 5º, § 2º e § 3º da Constituição Federal, principalmente
no tocante à consignação de tratados de direito internacional e a sua aplicação no ordenamento
pátrio, é importante a consolidação dos conceitos basilares da temática. Neste sentido, partindo
do método dedutivo, o presente trabalho busca elucidar a natureza normativa do Pacto de San
Jose da Costa Rica ? a Convenção Americana de Direitos Humanos ? frente ao ordenamento
jurídico brasileiro, de modo a destacar sua força cogente em meio às leis domésticas.
Abstract
We see that Costa Rica's San Jose Pact ? the American Convention on Human Rights ? is
increasingly being used in Brazilian courts, especially the Federal Supreme Court. We see the
provisions of art. 5th, § 2nd and § 3rd of the Federal Constitution, mainly regarding the
consignment of international law treaties and their application in the national order, it is
important to consolidate the basic concepts of the subject. In this sense, starting from the
deductive method, the present work seeks to elucidate the normative nature of the Pact of San
2
Jose in Costa Rica ? the American Convention on Human Rights ? in relation to the Brazilian
legal system, in order to highlight its cogent force in the midst of domestic laws. .
1 Introdução
O analise deste trabalho tem por propósito identificar a posição hierárquica ocupada
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) no
ordenamento jurídico brasileiro.
A discussão acerca da natureza jurídica das normas internacionais parecia ter sido
encerrada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 (BARRETO, 2014, p.67), a
qual acrescentou ao artigo 5º da Carta Magna um terceiro parágrafo, onde se lê:
O questionamento foi tratada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que objetivando
dar maior relevância aos tratados que versavam sobre questões humanitárias, entendeu, por
4
05 (cinco) votos a 04 (quatro), por dar aos tratados anteriormente assinados um caráter
supralegal, isto é, abaixo da Constituição Federal mas acima das demais normas. Ocorre que
a orientação atualmente majoritária no Supremo Tribunal Federal brasileiro é contrária a
maior parte da doutrina, que defende o status de norma constitucional aos tratados sobre
direitos humanos.
No tocante a força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, muitos
juristas especialista no Direito Internacional defendem que tais instrumentos possuíam caráter
constitucional
Concedendo aos Direitos Humanos uma maior importância e tendo como pressuposto o
fato de que a Assembleia Nacional Constituinte fez constar entre os princípios fundamentais, a
dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e a prevalência dos direitos humanos (artigo
4º, inciso II).
Isso porque a rigor do que consta no artigo 5º, § 2º da Constituição da República de
1988, esse Diploma Legal não tinha o poder de excluir direitos e garantias decorrentes de
tratados internacionais dos quais o Brasil fosse integrante.
Artigo 5º, (...) § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
No que pese, que em votos pretéritos, o Ministro Celso de Mello entendeu que todo e
qualquer tratado internacional, independentemente da matéria nele contida, carregava
consigo uma natureza jurídica que lhe garantiria posição hierárquica equivalente às leis
ordinárias. Entretanto, confirmando as tendências doutrinárias, o Ministro mudou seu
posicionamento, optando por atribuir aos tratados internacionais acerca de direitos humanos
um caráter especial em razão de sua própria natureza.
O Ministro Celso de Mello em seu voto esclarece que seu entendimento de diversos
estudiosos que também vislumbram conteúdo materialmente constitucional nos tratados
internacionais que tratam acerca dos direitos humanitários, independentemente do quórum
de votação. Assim, embasando-se nos ensinamentos da doutrina, entende o Ministro que o
teor daqueles dispositivos aprovados em momento anterior às modificações trazidas pela
Emenda Constitucional de número 45 ? como é o caso do Pacto de San Jose da Costa Rica
? compõem aquilo que fora batizado de bloco de constitucionalidade.
(...) por força do § 2° do art. 5°, (...) as normas destes tratados são materialmente
constitucionais. Integram, como diria Bidart Campos, o bloco de constitucionalidade,
ou seja, um conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores que, no
caso, em consonância com a Constituição de 1988, são materialmente constitucionais,
ainda que estejam fora do texto da Constituição documental. O bloco de
constitucionalidade é, assim, a somatória daquilo que se adiciona à Constituição
escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados. O bloco de
constitucionalidade imprime vigor à força normativa da Constituição e é por isso
parâmetro hermenêutico, de hierarquia superior, de integração, complementação e
ampliação do universo dos direitos constitucionais previstos, além de critério de
preenchimento de eventuais lacunas. Por essa razão, considero que os tratados
internacionais de direitos humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
a partir da vigência da Constituição de 1988 e a entrada em vigor da Emenda
Constitucional n. 45 não são meras leis ordinárias, pois têm a hierarquia que advém de
sua inserção no bloco de constitucionalidade. Faço estas considerações porque
concebo, na linha de Flávia Piovesan, que o § 2° do art. 5°, na sistemática da
7
Constituição de 1988, tem uma função clara: a de tecer ?a interação entre a ordem
jurídica interna e a ordem jurídica internacional?.
condão de paralisar a eficácia jurídica de qualquer outra norma infraconstitucional que com
ele se confrontasse.
O Ministro Gilmar Mendes, em seu voto referente ao RE 466.343, optou por conferir
aos tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária, porém abaixo das normas constitucionais. Em seus dizeres:
Necessário consignar, a princípio, que é certo que os fundamentos por ele defendidos
apresentaram uma mudança de paradigma no Direito Brasileiro. Isso porque o modelo da
pirâmide normativa adotada em nosso país, mais precisamente aquele arquétipo proposto
por Hans Kelsen, não trazia consigo nenhuma espécie de regramento que se sobrepusesse à
9
Assim, uma vez reconhecido o Pacto de San Jose da Costa Rica como sendo norma
supralegal ou mesmo materialmente constitucional, poderá ser usado como paradigma para
controle de convencionalidade.
4 Considerações Finais
O objetivo deste trabalho foi cumprido, na medida em que analisou, no plano concreto,
qual a força normativa exercida pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos) no ordenamento jurídico brasileiro.
Federal que confere aos referidos instrumentos internacionais um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária mas abaixo da Constituição Federal.
Importante salientar, que em análise sobre a hierarquia dos tratados internacionais frente
ao nosso ordenamento jurídico, podemos dizer que tais normas possuem capacidade de paralisar
a eficácia de normas infraconstitucionais que as contrariem. Assim, em que pese os argumentos
dos quais lançaram mão os defensores da supralegalidade, entende-se que a discussão encontra
pouca relevância prática, na medida em que os direitos humanos, por sua própria natureza,
merecem posição de maior destaque em nossa legislação (Princípio Pro Homine).
5 Referências Bibliográficas
BARRETTO, Rafael. Direitos humanos. 4.ed. Salvador: JusPodvm, 2014.
BRASIL. Decreto 678. Promulgação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
Jose da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Disponível em 18 jan. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo STF, n. 531, 1º a 8 dez 2008. Disponível em . Acesso em
12 de mai.2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus no 72.131-1. Relator: Ministro Marco Aurélio. Diário
de Justiça, Brasília, DF, 23 nov. 1995b. Disponível em: . Acesso em: 14 jan. 2018.
11
KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do direito (versão
condensada pelo próprio autor). Tradução de J. Cretella Júnior e Agnes Cretella. 7. ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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Arquivo 1: INTERNATIONAL CRIMINAL LAW_WALLACECALMONROZETTI_10.02.2024.pdf (2218
termos)
Arquivo 2: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm (64537 termos)
Termos comuns: 160
Similaridade: 0,24%
O texto abaixo é o conteúdo do documento INTERNATIONAL CRIMINAL
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Os termos em vermelho foram encontrados no documento
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Resumo:
Vemos que cada vez mais a utilização Pacto de San Jose da Costa Rica ? a Convenção
Americana de Direitos Humanos, nas cortes brasileiras, em especial o Supremo Tribunal
Federa. Vemos as disposições dos art. 5º, § 2º e § 3º da Constituição Federal, principalmente
no tocante à consignação de tratados de direito internacional e a sua aplicação no ordenamento
pátrio, é importante a consolidação dos conceitos basilares da temática. Neste sentido, partindo
do método dedutivo, o presente trabalho busca elucidar a natureza normativa do Pacto de San
Jose da Costa Rica ? a Convenção Americana de Direitos Humanos ? frente ao ordenamento
jurídico brasileiro, de modo a destacar sua força cogente em meio às leis domésticas.
Tribunal Federal.
Abstract
We see that Costa Rica's San Jose Pact ? the American Convention on Human Rights ? is
increasingly being used in Brazilian courts, especially the Federal Supreme Court. We see the
provisions of art. 5th, § 2nd and § 3rd of the Federal Constitution, mainly regarding the
consignment of international law treaties and their application in the national order, it is
important to consolidate the basic concepts of the subject. In this sense, starting from the
deductive method, the present work seeks to elucidate the normative nature of the Pact of San
2
Jose in Costa Rica ? the American Convention on Human Rights ? in relation to the Brazilian
legal system, in order to highlight its cogent force in the midst of domestic laws. .
1 Introdução
O analise deste trabalho tem por propósito identificar a posição hierárquica ocupada
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) no
ordenamento jurídico brasileiro.
A discussão acerca da natureza jurídica das normas internacionais parecia ter sido
encerrada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 (BARRETO, 2014, p.67), a
qual acrescentou ao artigo 5º da Carta Magna um terceiro parágrafo, onde se lê:
O questionamento foi tratada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que objetivando
dar maior relevância aos tratados que versavam sobre questões humanitárias, entendeu, por
4
05 (cinco) votos a 04 (quatro), por dar aos tratados anteriormente assinados um caráter
supralegal, isto é, abaixo da Constituição Federal mas acima das demais normas. Ocorre que
a orientação atualmente majoritária no Supremo Tribunal Federal brasileiro é contrária a
maior parte da doutrina, que defende o status de norma constitucional aos tratados sobre
direitos humanos.
No tocante a força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, muitos
juristas especialista no Direito Internacional defendem que tais instrumentos possuíam caráter
constitucional
Concedendo aos Direitos Humanos uma maior importância e tendo como pressuposto o
fato de que a Assembleia Nacional Constituinte fez constar entre os princípios fundamentais, a
dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e a prevalência dos direitos humanos (artigo
No que pese, que em votos pretéritos, o Ministro Celso de Mello entendeu que todo e
qualquer tratado internacional, independentemente da matéria nele contida, carregava
consigo uma natureza jurídica que lhe garantiria posição hierárquica equivalente às leis
ordinárias. Entretanto, confirmando as tendências doutrinárias, o Ministro mudou seu
posicionamento, optando por atribuir aos tratados internacionais acerca de direitos humanos
um caráter especial em razão de sua própria natureza.
O Ministro Celso de Mello em seu voto esclarece que seu entendimento de diversos
estudiosos que também vislumbram conteúdo materialmente constitucional nos tratados
internacionais que tratam acerca dos direitos humanitários, independentemente do quórum
de votação. Assim, embasando-se nos ensinamentos da doutrina, entende o Ministro que o
teor daqueles dispositivos aprovados em momento anterior às modificações trazidas pela
Emenda Constitucional de número 45 ? como é o caso do Pacto de San Jose da Costa Rica
? compõem aquilo que fora batizado de bloco de constitucionalidade.
(...) por força do § 2° do art. 5°, (...) as normas destes tratados são materialmente
constitucionais. Integram, como diria Bidart Campos, o bloco de constitucionalidade,
ou seja, um conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores que, no
caso, em consonância com a Constituição de 1988, são materialmente constitucionais,
ainda que estejam fora do texto da Constituição documental. O bloco de
constitucionalidade é, assim, a somatória daquilo que se adiciona à Constituição
escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados. O bloco de
constitucionalidade imprime vigor à força normativa da Constituição e é por isso
parâmetro hermenêutico, de hierarquia superior, de integração, complementação e
ampliação do universo dos direitos constitucionais previstos, além de critério de
preenchimento de eventuais lacunas. Por essa razão, considero que os tratados
internacionais de direitos humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
a partir da vigência da Constituição de 1988 e a entrada em vigor da Emenda
Constitucional n. 45 não são meras leis ordinárias, pois têm a hierarquia que advém de
sua inserção no bloco de constitucionalidade. Faço estas considerações porque
concebo, na linha de Flávia Piovesan, que o § 2° do art. 5°, na sistemática da
7
Constituição de 1988, tem uma função clara: a de tecer ?a interação entre a ordem
jurídica interna e a ordem jurídica internacional?.
condão de paralisar a eficácia jurídica de qualquer outra norma infraconstitucional que com
ele se confrontasse.
O Ministro Gilmar Mendes, em seu voto referente ao RE 466.343, optou por conferir
Necessário consignar, a princípio, que é certo que os fundamentos por ele defendidos
apresentaram uma mudança de paradigma no Direito Brasileiro. Isso porque o modelo da
pirâmide normativa adotada em nosso país, mais precisamente aquele arquétipo proposto
por Hans Kelsen, não trazia consigo nenhuma espécie de regramento que se sobrepusesse à
9
Assim, uma vez reconhecido o Pacto de San Jose da Costa Rica como sendo norma
supralegal ou mesmo materialmente constitucional, poderá ser usado como paradigma para
controle de convencionalidade.
4 Considerações Finais
O objetivo deste trabalho foi cumprido, na medida em que analisou, no plano concreto,
qual a força normativa exercida pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos) no ordenamento jurídico brasileiro.
Federal que confere aos referidos instrumentos internacionais um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária mas abaixo da Constituição Federal.
Importante salientar, que em análise sobre a hierarquia dos tratados internacionais frente
ao nosso ordenamento jurídico, podemos dizer que tais normas possuem capacidade de paralisar
a eficácia de normas infraconstitucionais que as contrariem. Assim, em que pese os argumentos
dos quais lançaram mão os defensores da supralegalidade, entende-se que a discussão encontra
pouca relevância prática, na medida em que os direitos humanos, por sua própria natureza,
merecem posição de maior destaque em nossa legislação (Princípio Pro Homine).
5 Referências Bibliográficas
BARRETTO, Rafael. Direitos humanos. 4.ed. Salvador: JusPodvm, 2014.
BRASIL. Decreto 678. Promulgação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
Jose da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Disponível em 18 jan. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo STF, n. 531, 1º a 8 dez 2008. Disponível em . Acesso em
12 de mai.2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus no 72.131-1. Relator: Ministro Marco Aurélio. Diário
de Justiça, Brasília, DF, 23 nov. 1995b. Disponível em: . Acesso em: 14 jan. 2018.
11
KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do direito (versão
condensada pelo próprio autor). Tradução de J. Cretella Júnior e Agnes Cretella. 7. ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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Arquivo 1: INTERNATIONAL CRIMINAL LAW_WALLACECALMONROZETTI_10.02.2024.pdf (2218
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Arquivo 2: https://www.venice.coe.int/webforms/documents/default.aspx?pdffile=CDL-STD(1993)006-e
(7610 termos)
Termos comuns: 11
Similaridade: 0,11%
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Resumo:
Vemos que cada vez mais a utilização Pacto de San Jose da Costa Rica ? a Convenção
Americana de Direitos Humanos, nas cortes brasileiras, em especial o Supremo Tribunal
Federa. Vemos as disposições dos art. 5º, § 2º e § 3º da Constituição Federal, principalmente
no tocante à consignação de tratados de direito internacional e a sua aplicação no ordenamento
pátrio, é importante a consolidação dos conceitos basilares da temática. Neste sentido, partindo
do método dedutivo, o presente trabalho busca elucidar a natureza normativa do Pacto de San
Jose da Costa Rica ? a Convenção Americana de Direitos Humanos ? frente ao ordenamento
jurídico brasileiro, de modo a destacar sua força cogente em meio às leis domésticas.
Abstract
We see that Costa Rica's San Jose Pact ? the American Convention on Human Rights ? is
increasingly being used in Brazilian courts, especially the Federal Supreme Court. We see the
provisions of art. 5th, § 2nd and § 3rd of the Federal Constitution, mainly regarding the
consignment of international law treaties and their application in the national order, it is
important to consolidate the basic concepts of the subject. In this sense, starting from the
deductive method, the present work seeks to elucidate the normative nature of the Pact of San
2
Jose in Costa Rica ? the American Convention on Human Rights ? in relation to the Brazilian
legal system, in order to highlight its cogent force in the midst of domestic laws. .
1 Introdução
O analise deste trabalho tem por propósito identificar a posição hierárquica ocupada
pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) no
ordenamento jurídico brasileiro.
A discussão acerca da natureza jurídica das normas internacionais parecia ter sido
encerrada com a aprovação da Emenda Constitucional nº 45/2004 (BARRETO, 2014, p.67), a
qual acrescentou ao artigo 5º da Carta Magna um terceiro parágrafo, onde se lê:
O questionamento foi tratada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que objetivando
dar maior relevância aos tratados que versavam sobre questões humanitárias, entendeu, por
4
05 (cinco) votos a 04 (quatro), por dar aos tratados anteriormente assinados um caráter
supralegal, isto é, abaixo da Constituição Federal mas acima das demais normas. Ocorre que
a orientação atualmente majoritária no Supremo Tribunal Federal brasileiro é contrária a
maior parte da doutrina, que defende o status de norma constitucional aos tratados sobre
direitos humanos.
No tocante a força normativa dos tratados internacionais sobre direitos humanos, muitos
juristas especialista no Direito Internacional defendem que tais instrumentos possuíam caráter
constitucional
Concedendo aos Direitos Humanos uma maior importância e tendo como pressuposto o
fato de que a Assembleia Nacional Constituinte fez constar entre os princípios fundamentais, a
dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III) e a prevalência dos direitos humanos (artigo
4º, inciso II).
Isso porque a rigor do que consta no artigo 5º, § 2º da Constituição da República de
1988, esse Diploma Legal não tinha o poder de excluir direitos e garantias decorrentes de
tratados internacionais dos quais o Brasil fosse integrante.
Artigo 5º, (...) § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
No que pese, que em votos pretéritos, o Ministro Celso de Mello entendeu que todo e
qualquer tratado internacional, independentemente da matéria nele contida, carregava
consigo uma natureza jurídica que lhe garantiria posição hierárquica equivalente às leis
ordinárias. Entretanto, confirmando as tendências doutrinárias, o Ministro mudou seu
posicionamento, optando por atribuir aos tratados internacionais acerca de direitos humanos
um caráter especial em razão de sua própria natureza.
O Ministro Celso de Mello em seu voto esclarece que seu entendimento de diversos
estudiosos que também vislumbram conteúdo materialmente constitucional nos tratados
internacionais que tratam acerca dos direitos humanitários, independentemente do quórum
de votação. Assim, embasando-se nos ensinamentos da doutrina, entende o Ministro que o
teor daqueles dispositivos aprovados em momento anterior às modificações trazidas pela
Emenda Constitucional de número 45 ? como é o caso do Pacto de San Jose da Costa Rica
? compõem aquilo que fora batizado de bloco de constitucionalidade.
(...) por força do § 2° do art. 5°, (...) as normas destes tratados são materialmente
constitucionais. Integram, como diria Bidart Campos, o bloco de constitucionalidade,
ou seja, um conjunto normativo que contém disposições, princípios e valores que, no
caso, em consonância com a Constituição de 1988, são materialmente constitucionais,
ainda que estejam fora do texto da Constituição documental. O bloco de
constitucionalidade é, assim, a somatória daquilo que se adiciona à Constituição
escrita, em função dos valores e princípios nela consagrados. O bloco de
constitucionalidade imprime vigor à força normativa da Constituição e é por isso
parâmetro hermenêutico, de hierarquia superior, de integração, complementação e
ampliação do universo dos direitos constitucionais previstos, além de critério de
preenchimento de eventuais lacunas. Por essa razão, considero que os tratados
internacionais de direitos humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
a partir da vigência da Constituição de 1988 e a entrada em vigor da Emenda
Constitucional n. 45 não são meras leis ordinárias, pois têm a hierarquia que advém de
sua inserção no bloco de constitucionalidade. Faço estas considerações porque
concebo, na linha de Flávia Piovesan, que o § 2° do art. 5°, na sistemática da
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Constituição de 1988, tem uma função clara: a de tecer ?a interação entre a ordem
jurídica interna e a ordem jurídica internacional?.
condão de paralisar a eficácia jurídica de qualquer outra norma infraconstitucional que com
ele se confrontasse.
O Ministro Gilmar Mendes, em seu voto referente ao RE 466.343, optou por conferir
aos tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária, porém abaixo das normas constitucionais. Em seus dizeres:
Necessário consignar, a princípio, que é certo que os fundamentos por ele defendidos
apresentaram uma mudança de paradigma no Direito Brasileiro. Isso porque o modelo da
pirâmide normativa adotada em nosso país, mais precisamente aquele arquétipo proposto
por Hans Kelsen, não trazia consigo nenhuma espécie de regramento que se sobrepusesse à
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Assim, uma vez reconhecido o Pacto de San Jose da Costa Rica como sendo norma
supralegal ou mesmo materialmente constitucional, poderá ser usado como paradigma para
controle de convencionalidade.
4 Considerações Finais
O objetivo deste trabalho foi cumprido, na medida em que analisou, no plano concreto,
qual a força normativa exercida pelo Pacto de San Jose da Costa Rica (Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos) no ordenamento jurídico brasileiro.
Federal que confere aos referidos instrumentos internacionais um caráter supralegal, isto é,
acima da legislação ordinária mas abaixo da Constituição Federal.
Importante salientar, que em análise sobre a hierarquia dos tratados internacionais frente
ao nosso ordenamento jurídico, podemos dizer que tais normas possuem capacidade de paralisar
a eficácia de normas infraconstitucionais que as contrariem. Assim, em que pese os argumentos
dos quais lançaram mão os defensores da supralegalidade, entende-se que a discussão encontra
pouca relevância prática, na medida em que os direitos humanos, por sua própria natureza,
merecem posição de maior destaque em nossa legislação (Princípio Pro Homine).
5 Referências Bibliográficas
BARRETTO, Rafael. Direitos humanos. 4.ed. Salvador: JusPodvm, 2014.
BRASIL. Decreto 678. Promulgação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
Jose da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Disponível em 18 jan. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Informativo STF, n. 531, 1º a 8 dez 2008. Disponível em . Acesso em
12 de mai.2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus no 72.131-1. Relator: Ministro Marco Aurélio. Diário
de Justiça, Brasília, DF, 23 nov. 1995b. Disponível em: . Acesso em: 14 jan. 2018.
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KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do direito (versão
condensada pelo próprio autor). Tradução de J. Cretella Júnior e Agnes Cretella. 7. ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 10. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.