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Estratégias De Aprendizagem Para Casos De Autismo

Poliene Cilene da Silva Nascimento¹


Marcele Cruz²

RESUMO
O Transtorno do Espectro Autista é uma disfunção neurológica e vem sendo constantemente
mencionado na literatura. A sociedade precisa lidar da melhor forma com pessoas portadoras
de TEA inclusive no ambiente escolar na fase da infância onde alguns alunos portadores de
transtorno apresentam dificuldades na aprendizagem. As estratégias e os métodos de ensino são
muito importantes para que durante seu período escolar essas crianças tenham uma qualidade
de vida melhor e isso resultará também na interação social, no comportamento, na
comunicação, nas habilidades motoras e nos aspectos cognitivos. Os pais também precisam
estar alinhados com a instituição escolar, fornecendo para a criança as terapias adequadas o
acompanhamento com a equipe multidisciplinar, pois eles têm um papel muito importante na
evolução do aprendizado.

Palavras-chave: TEA. Estratégias. Acompanhamento.

1. INTRODUÇÃO

O processo de aprendizagem tem várias faces e podem apresentar para o professor


diariamente diversos desafios. Se faz necessário que o processo de aprendizagem não se resuma
apenas ao processo cognitivo e neste caso quando estudante apresenta algum déficit ou
transtorno do neurodesenvolvimento os desafios se tornam mais intensos.
Sabemos que o índice de crianças com TEA tem crescido ultimamente e de acordo
com pesquisas científicas a tendência é que o número aumente cada vez mais.
Para isto é necessário que a comunidade escolar esteja preparada para receber essas crianças. No
caso do Filme Como estrelas na terra, a primeira escola em que o Ishaan estudava não estava
preparada para ampará-lo com toda a sua dificuldade comportamental e didática também.
Através deste estudo iremos compreender melhor quais os métodos e estratégias podem
ser utilizados para que o ensino e aprendizagem se tornem efetivos em crianças.
Será definido qual o conceito do transtorno do espectro autista quais suas características e quais
métodos podem ser aplicados estrategicamente.

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso Licenciatura em Psicopedagogia (FLC9149LPS) –
Prática do Módulo V – 03/12/2023.
2

2. Fundamentação Teórica
Apesar de muitos estudos na área do neurodesenvolvimento voltados para crianças
autistas, até os dias atuais, sabe-se que o transtorno do espectro autista pode ser diagnosticado
em qualquer criança que apresenta níveis maiores ou menores de suporte. O transtorno pode vir
acompanhado de alteração no desenvolvimento da linguagem e interação social. As
estereotipias, a inabilidade na comunicação e interação social são algumas manifestações
comportamentais em crianças com transtorno, algumas delas também tem seu intelecto
comprometido por causa da linguagem, a comunicação fica reduzida tanto na conversa verbal
quanto na conversa não verbal, e na maioria das vezes para criança, é difícil manter e
compreender os relacionamentos. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5):

O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação


social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade
social, em comportamentos não verbais de comunicação usados para interação social e
em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos
déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a
presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
(APA, 2014, p. 31).

No filme Como estrelas na terra, apesar de o irmão e da mãe do garoto Ishaan


perceberem que ele é diferente, a convivência na escola e até mesmo em família se torna
comprometida justamente pelo fato de a comunicação do garoto não estar totalmente
estabelecida como as demais crianças.
O Ishaan não é diagnosticado com TEA, apesar de apresentar algumas estereotipias,
agressividade e dificuldade de se relacionar com os colegas da vizinhança e da escola e com os
seus professores. O filme retrata os perigos de um ensino tradicionalmente igualitário onde todos
os alunos são medidos com a mesma régua e os professores não se dispõem a desenvolver ou
aplicar métodos já existentes para facilitar o aprendizado do aluno.
Neves (2018, p.39) salienta que “Os recursos utilizados pelo professor podem
possibilitar a acessibilidade daquela criança com deficiência para a realização da sua verdadeira
inclusão, interação social e desenvolvimento.”
Independente do transtorno do espectro autista ou de qualquer outro transtorno do
neurodesenvolvimento, para o aprendizado de qualquer criança em vários aspectos que podem
ser cognitivos, psicomotores, emocionais entre outros, se faz necessário que os pais e a
comunidade escolar esteja atenta ao desenvolvimento dessa criança, para que se busca um
diagnóstico e o acompanhamento adequado. É necessário que os profissionais entendam que
nenhuma criança é igual a outra e por isso se faz necessário adotar métodos e estratégias
diferenciados fugindo um pouco do tradicional para que as crianças atinjam seu potencial.
Na visão de Garcez e Finato (2022, p.26) quando compreendemos a criança para além
do diagnóstico e passamos a enxerga-lo a partir de um estilo cognitivo diferente do nosso,
podemos avaliar com mais clareza e intervir de maneira mais precisa, podendo assim atingir
níveis de desenvolvimento que permitem a ele ou ela adquirir maior funcionalidade,
independência e autonomia de vida.
3

Os professores precisam estar a par dos métodos e se faz necessário que haja uma
formação continuada para que se tenha acesso à novas estratégias e materiais.
Nóvoa (2009, p. 3) defende que:
Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa
profissão, aprender com os colegas mais experientes. É na escola e no diálogo com os
outros professores que se aprende a profissão. O registro das práticas, a reflexão sobre o
trabalho e o exercício da avaliação são elementos centrais para o aperfeiçoamento e a
inovação. São estas rotinas que fazem avançar a profissão.

Para (SÁ et al 2017), existem alguns métodos e estratégias que podem ser utilizados de
maneira eficaz no ensino e aprendizagem de crianças com TEA. De acordo com Associação de
Amigos Autistas (AMA) os tratamentos e intervenções para o TEA mais conhecidos e mais
utilizados e que apresentam comprovação científica são: Tratamento e Educação para Crianças
Autistas e com Distúrbios Correlatos(TEACCH), Sistema de Comunicação através da Troca de
Figuras (PECS)e a Análise Aplicada do Comportamento(ABA).

O método ABA já vem sendo utilizado há algum tempo. Nomeado de Análise Aplicada
do Comportamento, propõe atividades conforme as habilidades já adquiridas pela criança.
Sendo um dos métodos mais procurados principalmente nos Estados Unidos, o ABA
“busca desenvolver as potencialidades gradativamente durante a utilização da técnica na rotina
do TEA, permitindo que seja treinado conforme as habilidades da criança, (...)Utiliza-se da
recompensa para reforçar comportamentos corretos instigando-a a repetir a mesma resposta”
(MATOS; FREITAS, 2018 p.7)

No filme, o professor Shankar ao detectar a dislexia de seu aluno, utiliza vários métodos
para ajuda-lo no seu aprendizado inclusive a apresentação de figuras e sons. Este método é bem
parecido como PECS que vem sendo utilizado para melhorar a comunicação e compreensão da
linguagem.

Ney E Hunter descrevem a utilização do PECS dessa maneira:

O PECS, além de auxiliar na comunicação entre professor-aluno, de maneira geral,


também ajuda na aquisição da linguagem escrita. O professor pode criar um material
com figuras e/ou fotografias de acordo com o repertório lexical do aluno, inicialmente,
para construção de significado, ou seja, com palavras que fazem parte da rotina dele.

Para Matos e Freitas (2018) é necessário que que a escola se instrumentalize e prepare
os professores bem como o corpo docente através de recursos como palestras e cursos cedidos
por profissionais da saúde, esclarecendo as dúvidas e direcionando como lidar com a demanda
crescente dos casos de TEA. Percebe-se que muitos se encontram despreparados e sem suporte
estrutural e emocional para trabalhar com as características que esses alunos apresentam.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográficas, observação e análise


do Filme Como Estrelas na Terra e artigos publicados que possibilitaram a construção deste.

Figura 1: poster do Filme Como Estrelas na Terra.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
. Baseando-me no filme, busquei entender a mensagem principal do mesmo que critica e
soluciona a questão do despreparo das instituições educacionais e das famílias com relação às
crianças com transtornos e necessidades especiais.
Procurei encontrar nas publicações, evidências que me deixassem a par do assunto,
apontado as dificuldades dos professores em sala de aula, e os métodos disponíveis para facilitar
na aprendizagem.

Figura 2: A diversidade de métodos utilizados na aprendizagem do aluno TEA.


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5. CONCLUSÃO
O interesse do professor em ajudar o aluno retratado no filme, nos inspira a cada dia
mais romper a barreira do tradicionalismo e mergulhar nas possibilidades e métodos que vão
ajudar os nossos alunos a se desenvolverem. Há a necessidade de um acompanhamento
especializado para o ensino aprendizagem, e a diversidade de métodos e estratégias que podem
ser adotados, como é o caso da ABA, estão aí para nos auxiliar no avanço e desenvolvimento
em diversos aspectos que podem proporcionar à criança interação social e crescimento
cognitivo através de adaptações que considerem sua a realidade e gosto.
Contudo, é sabido o quão desafiador é para um professor lidar com os alunos que
possuem TEA, até pelo fato de que muitos se encontram despreparados e sem suporte estrutural
e emocional para trabalhar com as características que esse aluno apresenta. Os investimentos e o
preparo dos professores, bem como a participação da família para que o aluno possa disfrutar
como plenitude do direito de aprender.

REFERÊNCIAS

APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

Como estrelas na Terra. https://youtu.be/Ql1lexvIkcc?si=sUmzNY287dqeS1SA

GAERCEZ, Fabiana M.G; FINATO, Mariele - Diretrizes Dos Centros De Atendimento


Educacional Especializado Do Estado De Santa Catarina. Disponível em>>
file:///C:/Users/eduar/Downloads/FCEE%20-%20Diretrizes%20-%20Autismo%20-%20eletr
%C3%B4nico.pdf

NEVES, P. F. de A. C. Descortinando os propósitos da educação para as crianças com transtorno


do espectro autista: em cena os serviços de apoio. 2018. 135 f. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2018.

NEY, T.; HUBNER, L. C. Linguagem oral e escrita no autismo -TEA: perspectivas teóricas e
pedagógicas. The Especialist, [S. l.], v. 43, n. 2, p. 18-35, 2022. DOI: 10.23925/2318-
7115.2022v43i2a2.Distribuído sobLicença Creative Commons

SÁ;Fernanda Alves, SOUSA ; Alcilene Dalília de, JÚNIOR; Everaldo Barbosa da Silva,Silva;
Romuere Rodrigues Veloso.Teamat: um jogo educacional no auxílio da aprendizagem e crianças
com autismo baseado no método aba Universidade Federal do Piauí, Picos alcilene@ufpi.edu.br .
2017. Disponível em:

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