Flávio Floriano Entrega Final
Flávio Floriano Entrega Final
Flávio Floriano Entrega Final
Florianópolis
2003
FLÁVIO D`ÁVILA FLORIANO
Monografia apresentada a
Coordenadoria de Graduação do
Centro de Desportos da
Universidade Federal de Santa
Catarina, como requisito parcial para
a obtenção do título de Licenciado
em Educação Física.
Florianópolis
2003
2
TERMO DE APROVAÇÃO
_____________________________________
Prof. Ms. Carlos Luiz Cardoso - orientador
_____________________________________
Prof. Dr. Elenor Kunz
_____________________________________
Prof. Dr. Giovanni De Lorenzi Pires
____________________________________
Prof. Dr. Edgar Matiello Júnior - suplente
3
AGRADECIMENTOS
4
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - O PROBLEMA............................................................................ 8
5
2.7.2 - EFEITOS ADVERSOS .............................................................................. 28
2.7.2a - Endócrino e reprodutivo ......................................................................... 28
2.7.2b - Músculo esquelético ................................................................................ 29
2.7.2c - Renais ....................................................................................................... 29
2.7.2d - Imunológicos ............................................................................................ 30
2.7.2e - Dermatológicos ........................................................................................ 30
2.7.2f - Gastro-intestinal....................................................................................... 30
2.7.2g - Cardiovasculares ..................................................................................... 30
2.7.2h - Hematológicos ......................................................................................... 31
2.7.2i - Psicológicos ............................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58
ANEXOS .......................................................................................................... 62
6
RESUMO
7
CAPÍTULO I - O PROBLEMA
1.1 - INTRODUÇÃO
8
Os esteróides anabólicos androgênicos (E.A.A), muitas vezes são
empregados ilicitamente para melhorar a condição física mas, vê-se hoje em
dia, um enfoque do uso dos esteróides para a melhora da aparência física ,um
dos fatos marcado devido ao novo padrão de beleza que a sociedade está
impondo. Um padrão que se iguala ao padrão atlético e forte, com os músculos
bem torneados e um baixo percentual de gordura.
Porém, além dos efeitos físicos desejáveis, os E.A.As influenciam o
humor e o comportamento dos usuários, provocando uma série de efeitos
colaterais e complicações clínicas, as quais, na maioria das vezes,
desaparecem com a suspensão do uso. Os relatos de fatalidades entre os
usuários de esteróides anabolizantes como, suicídios, homicídios, doenças
hepáticas, câncer hepático, entre outros, são infreqüentes. Entretanto, o uso de
doses elevadas, agulhas, drogas de uso veterinário associados a outras
substâncias como insulina, GH, etc., podem aumentar os riscos indesejáveis e
complicações clínicas, principalmente para os usuários destas drogas que não
possuem nenhuma informação científica de como elas agem no organismo e
quais seus efeitos fisiológicos, psicológicos, e sociais.
Sendo o uso de Anabolizantes considerado estimadamente alto hoje
em dia, principalmente pelos praticantes de musculação em academias
brasileiras, esta pesquisa surge com o objetivo de analisar uma realidade
específica, buscando como eixo norteador o uso de esteróides anabolizantes,
para compreender as causas, conseqüências e as mudanças que esta
substância proporciona ao usuário na sua vida.
Para poder compreender um pouco essa realidade, esta pesquisa
vem por meio de uma metodologia, conhecida como história de vida, na qual
será analisado um sujeito e seu universo. Essa metodologia foi escolhida por
possibilitar um estudo aprofundado dentro de uma realidade, pois tenta
identificar e elucidar quais as relações existentes entre o sujeito (usuário de
esteróides anabolizantes) e a sociedade em que vivemos, caracterizando
assim, suas influências e tramas na tentativa de compreender então, qual a
concreta relação estabelecida entre indivíduo/sociedade/anabolizantes, e quais
os aspectos da sociedade contemporânea, que influenciam o indivíduo ao uso
dos esteróides anabolizantes.
9
Numa discussão sobre a imagem corporal, vista num viés da
sociedade, por meio da informação, da comunicação e do esporte,
encontramos um objeto de estudo necessário a uma investigação, para a
compreensão de alguns fatores responsáveis pelo aumento do uso de
esteróides anabolizantes.
1.2 - OBJETIVOS
10
Analisar qualitativamente um recorte de uma realidade do uso de
esteróides anabolizantes, verificando quais os efeitos encontrados por um
usuário;
Analisar aspectos pertinentes aos fatores que levam ao uso de
Esteróides Anabolizantes;
Fazer uma correlação entre a literatura existente sobre os efeitos
do uso de Esteróides Anabolizantes e o relato da experiência prática do uso,
pelo sujeito pesquisado.
1.3 - JUSTIFICATIVA
11
esteriotipização dos esteróides anabolizantes (que passaram a ganhar ao
longo dos anos), para uma compreensão crítica desta substância e a sua
posição diante da nossa sociedade.
12
CAPÍTULO II - REVISÃO DE LITERATURA
13
este valorizando a massa muscular delineada e a quebra de novos recordes,
principalmente de velocidade.
Causando uma generalização ao estilo esportivo e pregando a
superação do próprio corpo como meta a ser cumprida, surge o sucesso nos
comércios de vitaminas e suplementos nutricionais, principalmente aos que
ousarem amar o sucesso. Com isso surge também, um convite tentador à
utilização e ao crescimento dos esteróides anabólicos, em que, a partir desta
época começa a entrar em alta dissolução no mundo esportivo e científico.
Assim, vivemos hoje numa época que valoriza e adula o corpo tanto
quanto o explora. Por um lado somos diariamente confrontados com uma
proliferação de produtos, tecnologias e saberes que visam o embelezamento
do corpo, por outro deparamo-nos com sua exploração desenfreadas.
Tornando-se o corpo um objeto de intensas explorações comerciais,
manipulações científicas e industriais. Passando-o assim a ser um novo objeto
de mercado.
Desta forma, de acordo com SILVA (1997), nesta nova perspectiva a
corporeidade passa a ter uma nova relação na vida dos indivíduos, onde cuidar
do corpo tendo em vista uma melhor aparência a ser projetada em público, vai
se tornando uma necessidade para os indivíduos dessa nova sociedade, a
qual, passa a denotar a personalidade do indivíduo através do seu próprio
corpo, sendo que o que o indivíduo aparenta ser, é o que ele é.
14
do corpo em relação a ele próprio. Destacando o caráter ilimitado da
performance humana, priorizando assim a superação do corpo.
Desta forma, temos a visão de que no esporte não existem limites,
sendo os limites apenas metas para serem alcançadas e derrubadas. Assim, o
corpo é uma das últimas fronteiras a ser conquistada pelo homem, no qual, os
limites biológicos já não existem.
Contudo, a performance, compondo um corpo capaz de cada vez
derrubar mais barreiras, aparece em diferentes formas, podendo ela aparecer
ora sobre uma forma externa ao corpo, relacionada ao espaço e tempo, ora de
forma interna ou referente a sua própria construção, onde temos um corpo
mais magro, mais forte, com esse ou aquele músculo mais desenvolvido,
conforme as conveniências e as exigências de plantão (VAZ, 1999).
Assim, o esporte traz a visão do corpo, como um corpo-máquina. Da
separação do sujeito e objeto, da compreensão do corpo por partes, como se
acredita na ciência tradicional, a qual valoriza e reforça a idéia de rendimento.
Idéia esta vinculada à precisão de números e grandezas, na qual, o corpo
também está vinculado. Fato marcante para o desenvolvimento do
pensamento do tipo esportivo, uma sociedade esportivizada, em que, o padrão
de beleza e a busca desenfreada do que é considerado saúde (corpos
treinados), são realidades a serem vividas não somente por atletas, mas sim,
para todos que participam dessa nova sociedade. Referindo-se VAZ (1999) a
essa visão de corpo-máquina como uma das chaves para se entender o
esporte moderno em algumas de suas manifestações mais visíveis, uma
relação de violência contra o próprio corpo,e dentro disto ao uso do doping.
Ainda, de acordo com SILVA (1997), as indicações dessa ciência
sobre o movimento mecânico atribuído ao corpo, contribuem para uma
perspectiva secular da vida, reforçando a individualidade humana, além de
enfatizar o individualismo das partes do corpo.
Nunca se falou tanto do corpo como hoje, nunca se falará dele como
amanhã. Vivemos hoje uma incontestável dedicação e atenção ao nosso
15
próprio corpo. Conforme CODO e SENNE (1985), a preocupação com o corpo,
que vem marcando nosso cotidiano, é considerada em última instância uma
reapropiação de si mesmo. Surgindo a cada dia uma urgente revalorização do
prazer, tanto corporal quanto social, estruturando um verdadeiro culto ao corpo,
uma idolatria exacerbada ao corpo, denominada por CODO e SENNE (1985),
de Corpolatria.
Numa principal evidência dessa idolatria ao corpo, apresenta-se o
narcisismo, o qual passa a significar um bem-estar consigo mesmo. Porém
lembramos a identificar que o bem-estar não está relacionado somente com o
sujeito, mas sim, à situação deste em relação à sociedade. Apresentando
assim, uma ênfase pelas aparências da forma de apresentação na sociedade,
forma esta, que deve estar de acordo com o padrão de beleza imposto pela
sociedade e pelo esporte.
A Corpolatria pode ser vista como um produto da cisão do homem
consigo mesmo, produzida pelo capital e também pelo modo de produção
capitalista, na qual o corpo passa a ser também um produto de um mercado,
deixando a beleza, nessa nova sociedade do culto ao corpo, de ser uma virtude
para se tornar um direito.
“Entretanto em nossa sociedade o que ocorre hoje em dia não é
expansão desse desejo mas sua transformação em razão, fato marcado pelo
expressivo culto ao corpo”.(SANT`ANNA,1999 p. 59)
Passando a emoção corporal, o prazer e a forma física, como
fatores de legitimação do homem, tornando-se o desporto um dos fatores mais
significativos da cultura individualista narcísica centrada no êxtase do corpo.
(BRACHT, 2002).
Assim, o que podemos verificar é que a identificação do indivíduo
com a aparência, e o narcisismo, segundo SILVA (1997), vem por meio de uma
“Deificacão” das aparências, um endeusamento, onde a partir disto o homem
tudo pode e tudo deve. Está acima de tudo, tanto das coisas quanto de todos.
Fato que reforça o individualismo apresentado pelo culto narcisista do corpo, e
de uma superficialização das relações humanas.
16
2.1.2 - UMA COMERCIALIZAÇÃO DO CORPO
17
“um mecanismo estrategicamente elaborado na
modernidade que tem o objetivo de desapropriar a cultura
popular, no sentido daquela que foi transmitida
tradicionalmente no seio da comunidade, na medida em
que fabrica e impõe ao consumo um bem cultural
consumível”.
18
Educação Física, na qual, sua prática apresenta-se somente como uma
reprodução social. Deste modo, apresentaremos a seguir algumas tendências
da Educação Física que apresentam uma postura crítica a esse tipo de
ideologia e educação. Tendências essas, que analisam criticamente o contexto
social, assumindo assim, uma postura transformadora desse contexto. Ainda
segundo KUNZ (2001), a problematização do ensino tem na Educação Física
uma função interdisciplinar, pois possibilita a observação da realidade social de
uma forma crítica e sujeita a sofrer intervenções.
Partindo-se desses pressupostos, surge a necessidade de
encaminhamentos para uma estruturação pedagógica dentro de uma
perspectiva progressista, para todas áreas de atuação da Educação Física,
seja ela realizada em instituições escolares ou em outras instituições, como
nas academias de musculação ou ainda no estudo do corpo e da corporeidade.
Nesse sentido, destacamos algumas propostas que vão ao encontro a essa
necessidade, como por exemplo, a Concepção de Aulas Abertas, a Concepção
Histórico-crítica da Educação Física e a Pedagogia Crítico-emancipatória na
Educação Física escolar.
2.2 - OS ESTERÓIDES
19
2.2.1 - OS ESTERÓIDES ANABÓLICOS
20
testosterona é conhecida há bastante tempo. Keyon investigou e elucidou os
efeitos metabólicos da testosterona, em uma série de estudos que começaram
em 1938 até 1944. Foi um dos primeiros a enumerar possíveis usos clínicos
para a testosterona (KEYON e COLS apud BOMPA, 2000).
Os esteróides anabólicos obtiveram uma certa proeminência para o
uso médico no início da década de 50, para o tratamento de pacientes com
deficiência nos estrogênios naturais ou que sofriam doenças caracterizadas por
desgaste muscular (MCARDLE et al, 1998). Também se observa o tratamento
com esteróides anabolizantes para o tratamento da osteoporose, o tratamento
da perda da massa muscular e do climatério, o que é visto nos idosos. Sendo
também muito utilizado hoje em dia como medicação terapêutica para a AIDS.
Apesar dos Anabolizantes serem desenvolvidos inicialmente para
fins terapêuticos, como chave para retardar o envelhecimento, a comunidade
atlética ao saber dos potenciais da testosterona para a melhora da
performance, não demorou a por em prática o seu uso e maiores estudos
científicos sobre os esteróides relacionados ao treinamento desportivo.
O uso de drogas anabolizantes tem sido há quase 50 anos, e ainda
é, parte integrante do levantamento de peso, levantamento básico e
fisiculturismo (FLECK e KRAEMMER, 1999). Contudo, hoje sua utilização não
se restringe somente ao mundo do levantamento de peso e fisiculturismo, pois
a cada dia que passa sua utilização aumenta na maioria dos esportes de
rendimento, como por exemplo, o atletismo, natação, etc.
Atualmente, os esteróides anabólicos vêm sendo usados por
praticamente todos os atletas de potência em alguma fase do seu treinamento,
principalmente em esportes que incluem a força máxima, explosiva e o
fisiculturismo (BOMPA, 2000).
Ainda de acordo com MCARDLE et al (1999), hoje os esteróides
anabólicos fazem parte integrante do ambiente da alta tecnologia desportiva,
sendo utilizados por 90% dos fisiculturistas profissionais do sexo masculino dos
Estados Unidos, e 80% fisiculturistas profissionais do sexo feminino.
O uso de Anabolizantes nos Estados Unidos é consideravelmente
alto, em que, mais de 300.000 homens e mulheres utilizaram esteróides
21
anabolizantes durante o período de um ano (de 1992 a 1993). (MCARDLE et
al, 1999).
Assim, mesmo não existindo estatísticas brasileiras representativas
sobre o uso dos esteróides anabolizantes, o uso e abuso dos mesmos vêm
assumindo um grande destaque dentro do nosso âmbito social, acreditando-se
que hoje em dia um número cada vez maior de pessoas utilizam esses tipos de
substâncias, principalmente os considerados não-atletas que lhes fazem uso
por questões de estética e auto-afirmação.
Em Florianópolis, segundo uma pesquisa realizada por SILVA
(1999), sobre o uso de esteróides em praticantes de musculação de seis
academias, obteve-se o resultado de 13,76% de usuários, sendo que, desse
percentual, 51,68% apontaram como objetivos da prática da musculação a
melhora estética que ela proporciona.
22
doping. De acordo com DANTAS (1998), o atleta que faz uso de esteróides
viola as normas e princípios éticos das competições estabelecidas pelas
entidades de regulamentações esportivas.
A partir dessa data foi criado um controle antidoping nas competições
olímpicas, com propósito de descobrir e punir os atletas que fizessem uso
dessas substâncias, apresentando nos primeiros testes um alto índice de
exames positivos nos atletas, principalmente os casos positivos pelo uso de
esteróides anabolizantes.
Com o passar do tempo os atletas desenvolveram técnicas de burlar
os exames clínicos, diminuindo o número de atletas pegos nos exames
antidoping, o que fez com que esse também se modernizasse. Criando com o
passar do tempo uma tendência de uma guerra (doping x antidoping), na qual,
segundo GUEDES (1997), é vencida sempre pelo doping, pois é necessária a
existência de um doping para a existência do outro antidoping.
O flagrante ocorrido com o velocista canadense, Ben Johnson, nas
Olimpíadas de Seul, pode ser considerado um dos fatos mais marcantes e
conhecido sobre o problema com o doping na história contemporânea dos
esportes. Contudo, KUNZ (2001) descreve que esse fato foi na verdade um
caso de seleção entre os casos mais exagerados, para servir como uma
represália a um problema que vinha ameaçando o status educativo e
formentador de saúde que se atribui ao esporte.
Entretanto, é comprovado que o doping mais utilizado pelos atletas
atualmente é o anabólico esteróide. Não se restringindo mais às modalidades
esportivas que exigem força e resistência, aparecendo em uma gama de
modalidades consideradas mais leves.
Contudo, o esporte onde a presença dos anabólicos esteróides é
mais marcante, são as competições de fisiculturismo. Onde a musculatura
apresentada pelos competidores é tão gigantesca e definida que seria
impossível de se obtê-la sem a utilização de esteróides anabolizantes.
23
2.4 - OS TIPOS DE ESTERÓIDES
24
ainda pessoas que têm mais afinidade a certos tipos de esteróides do que
outras.
Entretanto, principalmente os esteróides derivados de testosterona,
tendem a converter-se em um componente denominado dihidrotestosterona,
ação provocada pela ação da enzima denominada 5 alpha-redutase,
provocando efeitos indesejáveis que serão abordados posteriormente, como a
perda de cabelo, aumento de crescimento de pelo no corpo, acne e aumento
da próstata.
25
Anemia causada por insuficiência renal, e por deficiência da produção
das células vermelhas do sangue. Onde o uso de certos esteróides,
como a nandrolona e a oximetolona, aumenta o número de
hemoglobinas;
Osteoporose (para o aumentar a massa e da densidade óssea, dificultar
a descalcificação e previnir fraturas, principalmente em mulheres na
menopausa);
Como estimulante do crescimento em jovens com disfunções hormonais;
No Tratamento do HIV , devido aos seus efeitos anabólicos;
No hipogonadismo;
Como estimulante do climatério sexual (libido).
*
Placebo refere-se a medicamentos inertes, com fins sugestivos, que possuem a mesma aparência do
medicamento original, a fim de se verificar até que ponto realmente o medicamento age ou é auto
sugestivo.
26
2.7.1 - OS EFEITOS ERGOGÊNICOS DOS E.E.AS
27
organismo humano, resultando em uma maior capacidade de transferir
oxigênio para os músculos em movimento. Efeito potencialmente útil, em
exercícios prolongados (aeróbicos) (GUYTON e HALL, 1997).
28
Azospermia (falta de esperma no sêmen);
Ginecomástia irreversível (aumento da mama masculina);
Carcinoma prostático (aumento no volume da próstata);
Hirsutismo (crescimento de pêlos na região pubiana, face, tórax, etc., em
mulheres);
Impotência
Esterilidade;
Alterações no ciclo da menstruação, (em mulheres);
Amenorréia (Ausência de menstruação);
Diminuição no volume das mamas (em mulheres);
2.7.2c - Renais
29
2.7.2d - Imunológicos
2.7.2e - Dermatológicos
Acnes;
estrias;
Alopecia (calvície);
2.7.2f - Gastro-intestinal
Icterícia;
Colestase;
Hepaptomas benignos (Tumores benignos no fígado);
Carcinoma hepaptocelular (Câncer no fígado);
Peliosidade hepática (bolhas de sangue no fígado);
2.7.2g - Cardiovasculares
Hipertensão;
Alterações do perfil lipídico como diminuição de HDL–colesterol
(colesterol bom) e aumento do LDL–colesterol (colesterol ruim);
Alterações do músculo cardíaco, como hipertrofia e cardiomiopatia;
30
2.7.2h - Hematológicos
Aumento do hematócrito;
Aumento da hipercoagulabilidade;
2.7.2i - Psicológicos
Agressividade;
Depressão;
Dependência;
Irritabilidade;
Oscilações do humor;
Alterações da libido;
31
hiperinsulinemia e intolerância à glicose;
carcinoma hepatocelular;
cardiomiopatia;
insuficiência cardíaca congestiva;
trombose das artérias coronárias, e infarto agudo do miocárdio;
embolia pulmonar;
tumores cerebrais;
32
CAPÍTULO III - METODOLOGIA
33
participar desta pesquisa sem nenhuma restrição, pedindo apenas sigilo sobre
seu nome e dados pessoais quepossam revelar sua identidade.
Observa-se que a que confirmação deste indivíduo como usuário de
esteróides, foi feita através de uma afirmação em conversa informal para
verificar a possibilidade da construção desta pesquisa.
34
3.3.3 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
35
CAPÍTULO IV - ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS DADOS
4. 1 ANÁLISE DA ENTREVISTA/CONVERSA
36
relação a como ele era antes da musculação, teve um bom ganho de massa
muscular. Perguntando também, sobre a quantidade desse ganho, ele
responde que ganhou uns 10 kilos em mais ou menos um ano de prática da
musculação.
Sobre antes do uso dos esteróides e como era sua vida nessa
época. Como o que fazia, quais eram suas metas, o que ele achasse
pertinente. É respondido que no início ele jogava basquete, ia para aula, não
fazia outros exercícios, sendo que o basquete ele jogava todos os dias,
considerando basicamente isso.
Já se a prática da musculação foi mudando alguma coisa na sua
vida. Se foi a partir da prática que mudou sua visão ou seus ideais e ainda se
achava interessante essa prática. O entrevistado responde que na época seu
objetivo era somente ganhar um pouco de massa muscular e parar por aí,
onde porém com a prática o interesse e seus objetivos foram mudando, ele foi
começando a estudar sobre a musculação, a se interessar sobre os
campeonatos. Começou daí a levar a musculação mais como um esporte sério.
Treinando todos os dias, realizando os descansos corretamente, tendo uma
alimentação adequada, para poder ter assim o máximo de rendimento em
seus treinos.
Sobre a preocupação com o corpo que verificamos na nossa
sociedade em relação ao entrevistado, vimos que ele começou com a prática
da musculação pelo descontentamento do corpo, ou ainda por se sentir mais
magro que os amigos. Notamos assim o desejo de não estar diferentemente
dos demais, buscando assim ficar mais parecido com o padrão corporal, do
meio em que vive, onde com a prática da musculação, começou a freqüentar
também outro meio, mudando assim juntamente seus ideais, e desejos.
Vimos assim que a procura pela prática da musculação era um
objetivo estético pelo entrevistado, procurava uma transformação corporal,
objetivando assim estar dentro do padrão de beleza idealizada, ou dentro dos
moldes da sociedade em que vive, sendo esse um dos fatores que tem
aumentado o número de praticantes de musculação em nossa sociedade.
37
Com a prática da musculação, o entrevistado entrou em um novo
meio, de uma outra dimensão social, com diferentes objetivos, desejos,
anseios, etc.
Assim, com o passar dos anos, pelo gosto da musculação, do
ambiente, conjuntamente com as pessoas que freqüentam aquele ambiente,
dos resultados obtidos pela musculação, esses resultados físicos e psíquicos,
pois com a mudança do físico o sujeito obteve a realização do seu desejo,
mudando assim também a visão do sujeito em relação ao seu meio. Os
desejos e os objetivos da prática da musculação foram mudando. O
entrevistado passou a fazer parte de um novo ambiente, agindo e interagindo
dentro desse ambiente, dentro de seus moldes.
38
com o pessoal mais velho que fazia uso dentro da academia, pela internet.
Considerando seu interesse como grande já na época.
Se alguém teve alguma influência ao uso dos esteróides
anabolizantes, por parte do entrevistado, como por exemplo amigos ou
professores, e ainda qual a participação efetiva do professor neste aspecto. O
entrevistado respondeu que o interesse foi dele mesmo, que ele não sofreu
nenhuma influência, era um ganho que ele queria ter para fins estéticos e
achava interessante. Onde o professor da academia o alertou sobre os perigos
do uso de esteróides, porém não foi contra nem a favor, deixando em aberto
para o entrevistado decidir o que queria.
Sendo que ao ir mais a fundo na relação do professor com o uso, o
entrevistado fala que foi o professor que o orientou primeiramente de como
usar os esteróides e os aplicava no começo do uso. Comentando o
entrevistado que após, começou ele a se aplicar e decidir quais tipos de
anabolizantes utilizar, comprando os esteróides na farmácia e em maior
quantidade com o professor de musculação da academia.
Assim como colocado anteriormente vimos neste bloco, que a
musculação passou a fazer parte integrante da vida do entrevistado,
juntamente com o ambiente da academia, a relação com as pessoas, etc...
Verificamos aí, o interesse do entrevistado pelos esteróides anabolizantes na
tentativa de acelerar o ganho físico obtido pela prática da musculação.
Benefício este, estético e funcional. O qual passou a se tornar um
desejo pessoal do entrevistado. Verificando assim um dos fatores que é
considerado como o principal motivo da utilização dos esteróides
anabolizantes, a antecipação e o aumento do rendimento físico, podendo ser
este rendimento de cunho estético ou esportivo.
Em relação à decisão da utilização dos esteróides, o ambiente da
academia foi considerado pelo entrevistado como um dos fatores principais
desse uso. Assim, a academia era um local no qual os esteróides anabólicos
já estavam presentes, tendo apenas o entrevistado de entrar nesse meio. Um
ambiente agora parte integrante da cultura do entrevistado, (academias de
musculação), em que o uso de esteróides anabolizantes é cada vez maior.
39
Sendo assim, mesmo o entrevistado afirmando que ninguém o
influenciou na decisão da utilização dos esteróides, ele sofreu uma influência
grande de muitos fatores, desde a sociedade que impõe padrões de beleza
estéticos necessários para o consumo. Sociedade esta que segundo BETTO
(2002) incorpora modelitos de consumo, excluindo o diferente e buscando a
semelhança, obtendo a imagem e semelhança dos atores, atrizes e atletas
como paradigmas de consumo. Além também do meio que é um forte
influenciador do sujeito.
Podemos verificar, também, o papel do professor de musculação do
entrevistado, sobre os esteróides anabolizantes, o qual alerta ao entrevistado
sobre os efeitos adversos dos esteróides, deixando em aberto ao aluno a
decisão do uso. Porém vimos após que ele foi responsável pela venda e
prescrição dos primeiros esteróides ao entrevistado. Fator identificador, que
verifica a mercadorização dos esteróides dentro da academia.
Obtendo assim o professor mais uma fonte de renda: a venda dos
esteróides anabolizantes para os alunos interessados. Infringindo assim a lei e
a ética profissional, tanto na venda de produtos controlados pelo governo,
quanto na prescrição de uma droga de controlada, a qual só pode ser prescrita
por um médico responsável.
40
ampola e ia aumentando com o tempo, chegando num topo e diminuindo o
número de ampolas após o passar do tempo.
De acordo com a utilização dos esteróides, há quanto tempo o
entrevistado utiliza, quais drogas já foi tomou e com quais doses. O
entrevistado diz que já utiliza os esteróides há mais de 4 anos , quase 5.
Tentando sempre dar um bom intervalo de tempo entre um ciclo e
outro, onde normalmente tomava dentre 8 a 10 semanas, dando um intervalo
de 5 a 6 meses para o começo de um novo ciclo. Responde ainda que os
esteróides anabolizantes que já utilizou, foram: DURATESTON (decanoato de
testosterona, fenilpropiato de testosterona, isocapropato de testosterona e
propionato de testosterona), DECA-DURABOLIM (decanoato denandrolona),
DIMETABOL (decanoato de nandrolona), que possui 100 mg do composto
ativo, DECA-GREGA (decanoato de nandrolona), possuindo 200 mg por
ampola, TESTEX (não encontrado na literatura pesquisada), PRIMOBOLAM
(mentelona), AGOVERIM, WISTROL (stanozolol), WINSTROL ORAL
(stanozolol), ANAVAR (oxandrolone), PRIMOBOLAN (mentelona),
HEMOGENIM (oximetolona), EQUIPOISE (undecilenato de boldenone),
ANTATO (não encontrado na literatura pesquisada).
Dentre os esteróides descritos acima, o chamado de EQUIPOISE é
uma droga para uso veterinário, sendo as restantes de uso humano. Ainda,
pouca destas drogas são fabricadas no Brasil, as quais são compradas fora do
país no chamado comércio negro, existindo muito anabolizantes à venda
fabricados em laboratórios clandestinos, os quais na maioria são falsificadas,
ou misturadas a outras drogas, sendo ainda acondicionadas em ampolas não
esterilizadas, o que pode ser um risco potencial à saúde humana, pela falta de
higiene na fabricação. (SANTAREM, 2001); (GUIMARÃES NETO, 1999);
(BOMPA, 2000).
Consumiu ainda outros farmacológicos que não são considerados
esteróides Anabolizantes, como o CYNOMEL (L-triiodotironina sódica) que é
uma produção sintética do hormônio T3, utilizado normalmente para acelerar o
metabolismo e principalmente aumentar a lipólise (queima de gordura), sendo
que sua utilização por um longo período de tempo pode ocasionar o
41
fechamento da produção natural do hormônio T3, ocasionando assim a doença
conhecida como hipotiroidismo (GUIMARÃES NETO, 1999); (BOMPA, 2000).
O CLEMBUTEROL, um composto beta-2 agonista, utilizado pelos
asmáticos para abrir as vias aéreas obstruídas, nos quais os fisiculturistas
utilizam pelos seus efeitos anti-catabólicos e lipotrófico, eficaz na queima de
gordura; e ainda, a INSULINA, uma droga utilizada por diabéticos, na qual a
principal função é de transportar proteínas (aminoácidos) e carboidratos
(glicose) para dentro da célula, tendo assim uma ação benéfica para os
fisiculturistas. Porém esta droga pode ser considerada mais perigosa se mal
administrada, pois se o usuário não aumentar drasticamente o nível de
ingestão de carboidratos, ela ocasionará uma hipoglicemia, num quadro que
se caracteriza por sudorese, falta de ar e tremores, podendo ocasionar um
coma e até mesmo a morte (GUIMARÃES NETO, 1999); (BOMPA, 2000).
Sobre os motivos do uso dos esteróides e como foram mudando
esses motivos com o passar do tempo. É respondido que no começo, o motivo
do uso era para um ganho estético pequeno, mas cada vez foi aumentando
mais. Onde no começo o entrevistado disse que queria chegar aos 40
centímetros de braço e parar por aí. Porém isso não aconteceu, ao chegar aos
40, queria aumentar mais, sendo as metas aumentadas até não ter limites.
Hoje o entrevistado comenta estar cada vez maior.
Nesta parte, por já conhecer o entrevistado, e sabendo que ele
participa de campeonatos de fisiculturismo, pergunto qual o principal motivo
que ele acha que tem levado ao uso dos esteróides, se a maioria das pessoas
que utilizam, os fazem para fins estéticos ou para competições esportivas.
Onde por sua opinião, o entrevistado responde que acha que cerca de 80% a
90%, utilizam os esteróides para fins estéticos, comentando que no verão, é
uma correria para a compra de esteróides.
Pois segundo o entrevistado, muitos utilizam os esteróides achando
que eles vão fazer milagres, dizendo que não é bem assim, que o resultado é
uma combinação de fatores como, treinamento alimentação e descanso, onde
os esteróides servem apenas como um complemento destes fatores.
42
4.1.4 BLOCO 4 - Os efeitos fisiológicos, psicológicos do uso.
43
etc. O entrevistado comenta que sentia muita motivação com o uso. Sendo
que antes mesmo dos anabolizantes começarem a dar efeito, ele já sentia um
ânimo a mais para os treinos, aumentava sua irritação, nervosismo e de vez
em quando sentia um pouco mais de dor de cabeça.
Contudo esses efeitos dependiam muito das drogas que estava
utilizando, ocorrendo que algumas apresentavam mais efeitos adversos e
outras menos.
Perguntando se ele já teve alguma crise de agressividade, responde
que não, pois sabe controlar seu nervosismo. Ao parar de utilizar os
anabolizantes, comenta que se sente um pouco mais desanimado, perdendo a
motivação dos treinos, mas apesar disso passa por cima, para não afetar seu
treinamento.
Afirmando que possui o conhecimento e a cabeça, de não utilizar
novamente os anabolizantes antes de dar um período bom de intervalo para o
organismo se recuperar. Comentando que possui muitos amigos que não
conseguem ficar um mês sem fazer uso. Referindo-se às necessidade deles,
como uma bebida para um alcoólatra.
Referindo-se que em muitos casos os anabolizantes chegam a
dependência. Mas no seu caso, ainda não chegaram, e se ele quiser parar,
comenta que para com o uso tranqüilamente.
Assim pode ser caracterizada a motivação como um fator benéfico
para o usuário, pois aumenta a dedicação e a vontade do treino. Já a
agressividade apesar de ter um lado positivo durante o treinamento, pode
ocasionar sérios problemas sociais, ocasionando um distanciamento das
pessoas de convivência, onde a agressividade deve ser considerada um fator
de grande risco, não somente para o usuário como para os que o cercam,
principalmente conforme o perfil psicológico do usuário.
No que se refere à dependência, não se reconhece dependência
fisiológica dos esteróides, mas conforme MELLION (1997 p.151), “há
sugestões em casos isolados, de sintomas da síndrome de privação, como
depressão, queda da energia e cefaléias”. Caracterizando assim casos
aparentes de dependências, muitos semelhantes com os observados com
outras drogas.
44
Pode-se verificar, que o relato do entrevistado como dependência
pelos seus amigos, na maioria dos casos é uma dependência psicológica, onde
ao parar o uso, o usuário não se conforma com a perda da performance. Já de
acordo com o entrevistado, ele diz que não é dependente. Porém, segundo
Mellion (1997), a relutância de mesmo sabendo os malefícios dos
anabolizantes, não deixar de usá-lo, juntamente com a forma de percepção de
seus riscos, vantagens e a racionalização de seu uso, pode ser considerado
como comportamentos consistentes com a dependência psicológica.
Neste bloco, o entrevistado diz que algo pode ter mudado na sua
vida em relação à família, conhecidos e amigos após a utilização dos
esteróides anabolizantes, comentando o entrevistado, que muitos amigos
acharam que ele já estava grande demais, passando do ponto, o qual não
precisava. Em que ainda alguns conhecidos começaram a olhá-lo com outros
olhos, um olhar de reprovação.
É dito pelo entrevistado que uns amigos o criticavam, enquanto
outros o incentivavam, o qual comenta, que muitos dos que o criticam às vezes
fazem isso por inveja, pois no fundo querem estar do seu tamanho . Dizendo
ainda, que alguns destes, realçam os malefícios do uso, mas não possuem
muito conhecimento sobre o assunto.
Onde o entrevistado refere o uso dos anabolizantes, em uma
relação risco-benefício, na qual não acha grandes os riscos, reforçando que
estes são diminuídos pelo uso correto. Colocando assim, que os benefícios
são muitos e compensam o risco.
Pode-se notar então, que o físico avantajado do entrevistado não é
admirado por todos, porém se o mesmo não trouxesse algum benefício para
ele, sua busca desenfreada não seria a mesma. Fato confirmado pela visão de
hoje, na qual o corpo malhado é uma espécie de passaporte para o sucesso.
Em relação ao risco benefício colocado pelo entrevistado, é possível analisar
uma série de riscos, efeitos adversos causados pelos esteróides anabolizantes,
principalmente os de longo prazo, daí devemos analisar se algum risco a saúde
45
pode ser considerado compensatório. E quando esse pode ser algum risco a
saúde considerado compensatório, caso possa ser compensatório.
Em relação à família o entrevistado responde que os irmãos sabem
que ele faz uso dos anabolizantes, sendo que eles o alertam bastante. Já os
pais, ele diz que desconfiam, porém não possuem a certeza que ele utiliza.
Assim acha que os pais pensam que ele não faz uso. Perguntando daí, sobre
qual a reação ele acha que os pais teriam se soubessem que utiliza
Anabolizantes, o entrevistado diz que não seria de proibir, mas sim de alertar
sobre os perigos que ele diz que até mesmo sabe. Sendo que o entrevistado
comenta que sempre conversa com os pais sobre esse perigo.
Sobre a namorada, ele responde que ela sabe que ele utiliza, porém
não sabe a quantidade que é utilizada, pensando que ele já tomou mas não
toma mais. Perguntado o entrevistado comenta que com o uso dos
anabolizantes, sente uma diferença do apetite sexual, mas após o uso volta ao
normal, principalmente com o uso de DURATESTOM e DECA DURABOLIM,
pois estes anabolizantes aumentam muito a libido. Verificamos aqui mais um,
dos vários efeitos adversos dos esteróides apresentado na bibliografia
consultada nessa pesquisa.
Ainda comenta o entrevistado que toma muitos produtos para a
regularização da produção hormonal após o uso, ficando após um ciclo
bastante tempo sem tomar, o que faz com que seu corpo volte ao normal
rapidamente. Relatando assim que sua namorada sentia uma alteração no seu
comportamento mas não associava essa alteração ao uso dos esteróides
anabolizantes.
Contudo, em relação às relações sociais, o indivíduo relata uma
grande mudança principalmente por parte dos amigos, mas pode ser
observado que os esteróides causam mudanças nas relações sociais, tanto
para melhores quanto para piores, podendo ser elas também maiores ou
menores, dependendo assim da pessoa e de suas relações sociais.
Em relação ao trabalho e estudos, o entrevistado responde que
quando fazia o uso dos anabolizantes e estava em dieta para campeonatos,
sentia um pouco mais de nervosismo e inquietação, dificultando assim sua
concentração para os estudos, relacionando esses fatores mais pela dieta em
46
si do que a utilização dos anabolizantes. Já no trabalho a utilização dos
anabolizantes não interfere em nada comenta o entrevistado, afirmando que
trabalha em casa e faz os seus horários, assim os esteróides não interferem
nessa questão.
Novamente verificamos a presença de efeitos adversos causados
pelos anabolizantes, como nervosismo, inquietação, etc.. sendo atribuídos
estes efeitos pelo usuário também como efeitos da dieta. Porém verificamos
que estes efeitos também são caracterizados como efeitos adversos do uso
dos anabolizantes pela literatura consultada.
Enfim, por conhecer o entrevistado, já possuindo um certo
conhecimento sobre seu trabalho, pergunto-lhe um pouco mais sobre seu
trabalho, fazendo com que ele se abrisse e falasse com o que realmente
trabalha. Respondendo assim o entrevistado que hoje em dia trabalha na
venda dos próprios esteróides, onde com o passar do tempo foi em busca de
alguns fornecedores nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, além das
pessoas começarem a associar o seu corpo aos anabolizantes. O entrevistado
diz que começou a comprar primeiramente para os amigos, o que acabou se
tornando hoje uma profissão, dizendo também que hoje não vende somente
Bomba (anabolizantes), vende também suplementos alimentares e artigos
esportivos. Só que a procura pelos esteróides diz que é muito maior.
Aprofundando um pouco sobre seu trabalho, o entrevistado
responde que os compradores dão mais credibilidade ao seu conhecimento,
devido o seu tamanho. Afirmando que vende os anabolizantes, somente para
quem vêm procurá-lo. Caracterizando os professores de academias e
revendedores como seus principais compradores, dizendo que vende mais em
grande quantidade, sendo poucos os alunos, ou usuários isolados que o
procuram.
É notado aqui um dos fatos mais marcantes da entrevista com o
usuário, onde ele passa de um consumidor para um vendedor, verificando aqui
a questão tão implícita da mercadorização do corpo, passando os esteróides
anabolizantes a ser diagnosticados como bem de consumo. Uma nova relação
trabalhista observada pela sociedade é vista neste instante, passando o corpo
como objeto de comércio, e os produtos que o modifiquem como bens de
47
consumo, verificando aqui também um novo tipo de mercado corporal, um
mercado individualista, onde o indivíduo é o proprietário da sua “firma”, o
prestador de serviço, empregado e a própria propaganda. Fato observado
principalmente pelos profissionais de academias de musculação, onde nas
academias vê-se somente professores com corpos definidos e musculosos,
sendo caracterizado muitas vezes seu conhecimento pela sua aparência,
observamos então uma certa esteriotipizacão dos professores.
Pode ser feita a pergunta, quem confiaria na capacidade de um
profissional de musculação ou de Educação Física gordo ou sem massa
muscular? Não estou afirmando aqui que um professor de academia não
precise malhar, ou cuidar do corpo, é claro que a figura do professor sempre
vai servir como um espelho, uma motivação, precisamos aqui é analisar até
que ponto o profissional da área influi na afirmação dos padrões de beleza.
Pois como professor de musculação atuante em academias, vejo
hoje uma gama de profissionais que são valorizados pelo seu corpo, onde
muitos fazem uso de anabolizantes para melhorar o seu físico com o intuito de
serem mais valorizados e credibilizados pela sociedade.
Finalizando esse bloco, pergunto então sobre qual o principal motivo,
que leva o pessoal à procura dos esteróides com ele. Responde o entrevistado
que dentre 80 a 90% é para fins estéticos, e poucos o procuram para algum
campeonato de força, de atletismo e Jiu-Jitsu. Dizendo que até mesmo vem
pessoas a procurá-lo por causa de testes que normalmente possuem prova
física, como os concursos da polícia, exército, marinha etc... Afirmando o
entrevistado que não existe teste antidoping nesses concursos. E ainda nas
competições esportivas poucas o possuem, existindo teste antidoping somente
em competições importantes, as quais são na maioria de nível mundial.
O entrevistado afirma que tem muita gente utilizando anabolizantes.
Onde em porcentagem, acredita que de quem já treina há um tempo e sério
na academia em torno de uns 60 a 70% utiliza, colocando em torno de 10% de
utilização dentre a população geral das academias musculação. Sendo esse
índice muito mais alto pelos praticantes de jiu-jitsu.
É verificado neste ponto da entrevista, pela afirmação de um
vendedor, que o principal motivo do uso dos esteróides anabolizantes é o
48
estético. Podendo ser considerado que a maioria dessa utilização é para
aumentar o resultado obtido pela prática da musculação, a hipertrofia muscular,
e ainda antecipar esse efeito. Nota-se ainda até onde chega a utilização dos
esteróides anabolizantes, sendo relatado pelo entrevistado que até para
concursos públicos se utilizam deles. Podemos analisar até onde a utilização
dos esteróides podem chegar.
De acordo com a porcentagem relatada pelo entrevistado de
utilização, pode-se notar um perfil alto de utilização dos esteróides na
sociedade, sendo observado ainda nas poucas pesquisas índices maiores de
uso, como observado na parte da revisão bibliográfica deste trabalho, como por
exemplo a pesquisa realizada por SILVA (1999), que obteve o resultado de
13,76% de usuários. Ou ainda muito mais alto como a pesquisa realizada pelo
Programa de Prevenção e Tratamento do Uso de Drogas na USP (PRODUSP),
que apresentou 25% de uso numa população de quase 1500, jovens de 18 a
25 anos. Notando-se aqui que o uso dos anabolizantes está aumentando cada
vez mais.
49
Confirmando o entrevistado que os efeitos colaterais que mais sente,
são os efeitos psicológicos, como desmotivação para o treino, fato ocasionado
pela perda da força muscular. Entretanto, tenta sempre passar por cima disto.
O entrevistado ainda coloca que às vezes sofre algumas lesões, pois as
articulações não suportam o aumento da força repentinamente, e com isso vem
o aumento rápido de peso nos exercícios. Além disso, já teve ginecomastia, e
relata que nunca teve impotência. Finalmente em relação com a sua fertilização
diz ele que fez exames e apresentaram todos normais.
Perguntando se ele acha que é a prática da musculação um dos
principais fatores que influenciam para o uso de esteróides anabolizantes, o
entrevistado responde que sim, que acha que a musculação influencia, porém
diz que vai muito da cabeça de cada pessoa, dos seus objetivos, desejos, etc.
Afirmando que hoje utiliza os anabolizantes com o objetivo de
participar de campeonatos de fisiculturismo. Porém tem muitas pessoas que
utilizam por influência de amigos, sem nenhuma prescrição e objetivos
concretos, o que ele coloca que assim acaba por trazer o uso mais malefício
do que benefício, apesar de se tomar em pouca quantidade, colocando o
entrevistado assim que o uso acaba fazendo mais mal do que quem toma em
grande quantidade, de uma forma científica e com objetivos pré-definidos.
Sobre o mundo das competições, perguntando se é possível entrar
em competições de fisiculturismo sem o uso de esteróides anabolizantes. O
entrevistado coloca que isso não existe, muitos campeões dizem que nunca
utilizaram, mas isso não é verdade, onde a maioria diz que não faz uso, mas
isso é em questão de uma ética esportiva. Além de que muitos atletas são
patrocinados por loja de suplementos, e se falassem a verdade perderiam o
patrocínio, comenta o entrevistado.
A nível profissional o entrevistado coloca que todo mundo utiliza,
sendo uns mais outros menos, mas o percentual é de 100%. Perguntando
ainda se nessas competições existe exame antidoping, ele responde que sim.
Existe mais a nível nacional, contudo esses exames facilmente são ineficazes,
Pois existem muitas maneiras de burlar esses exames.
.Assim, diante dessas respostas, pode-se afirmar que para o
entrevistado os esteróides lhe trouxeram algum benefício, podendo esse ser
50
prestigio, dinheiro, ou até mesmo fama. E que não lhe trouxeram “ainda” efeitos
prejudiciais ao organismo que colocassem sua saúde ou vida em risco, a não
ser o fato da utilização da insulina, fato visto a seguir. Entretanto devemos
analisar que os malefícios do uso dos esteróides são piores com a prolongação
do tempo de uso, apesar de pesquisas nessa área serem poucas. É visto que o
entrevistado está colocando sua saúde em risco.
Em relação ao uso dos esteróides pelos competidores é confirmado
que o número de usuários de esteróides nessa esfera é cada vez maior, e não
somente no mundo das competições de força e fisiculturismo. Considera-se
que esse aumento é uma coisa oriunda do próprio objetivo do esporte, que
VAZ (1999) coloca como o ultrapassamento do limite fisiológico do corpo. Em
relação ao comentado pelo entrevistado sobre os exames antidoping é
observada a guerra (doping x antidoping), confirmando que o doping sempre
acaba por vencer como é citado por GUEDES, (1997).
Sobre a questão se a sociedade teve alguma influencia para ele, na
utilização dos esteróides anabolizantes, o entrevistado descreve que não, que
foi uma opção pessoal dele, sendo que ele vê que a sociedade reprime um
pouco o fisiculturismo, achando os atletas muito exagerados, achando muita
massa muscular a aparência . Porém coloca que muitas pessoas utilizam os
anabolizantes devido a pressão de estar bem para o verão, de ir para a praia,
para a academia, etc. Achando que os anabolizantes vão proporcionar isso a
eles.
Em questão de como o entrevistado se sente em relação ao seu
corpo, ele coloca que a musculação lhe proporciona uma sensação boa, porém
afirma que cada vez quer mais, não se sente que está bem hoje, quer a cada
dia estar melhor e com mais massa muscular. Buscando cada vez mais
melhorar seu nível de competição.
De acordo com a saúde e como o entrevistado se sente, ele coloca
que no seu caso vale a pena colocar a saúde em risco, mas fora pelo objetivo
de competição, acha que não vale a pena. Afirmando que fora do esporte o
esteróide é desnecessário. Relatando que sem o uso dos anabolizantes, não é
possível ser um campeão dentro das competições.
51
O entrevistado coloca ainda que existem muitas substâncias
perigosas, que mesmo tendo um controle severo continuam sendo perigosas,
como o caso da insulina, que apesar de não ser um esteróide é muito utilizado
em companhia deles. Sendo que o entrevistado relata ainda, que há pouco
tempo foi parar no hospital. Dizendo ele foi por culpa própria. Pois sabendo que
é necessário aumentar a ingestão de carboidratos após o uso desta
substancia, não o fez, causando assim uma hipoglicemia severa que o deixou
desmaiado por três horas. Analisamos aqui até que ponto o uso dos esteróides
não é prejudicial à saúde, não somente o uso dos esteróides mas de todo o
arsenal necessário para ser um campeão esportivo, até que ponto a medalha
está acima da vida. Verificando aqui a questão da deificacão das aparências
apresentado por SILVA (1997), onde o “cuidado” com o corpo (para obtenção
de um padrão corporal), está acima de tudo, até mesmo da vida, ainda
apresentado por BRACH (2002), como “egobuilding” ou “um ser mais, sempre
mais”, onde o indivíduo se constrói “à la carte” com o propósito de um status
próprio.
Ao perguntar se ele acha que os esteróides, são substâncias
benéficas para o esporte, coloca que não, pois ainda não existe um esteróide
sem riscos colaterais.
De acordo com a opinião do entrevistado sobre a legitimidade dos
esteróides. Ele coloca que os considera legítimos a nível de competição
somente. Colocando que se fosse hoje em dia, para fins estéticos como ele
acabou começando não o utilizaria. Sendo que para esse objetivo ele não
recomenda na verdade, onde após ele coloca que até recomenda por outro
lado pois ele também vende. Recomendando assim como um fator financeiro.
Sendo que o entrevistado coloca que, sempre para quem vende ele
alerta sobre os riscos, e deixa claro que não só os esteróides o deixaram com o
corpo que ele possui hoje.
Já em relação ao futuro, o entrevistado responde que deseja
continuar competindo e utilizando os esteróides, até quando o organismo
suportar, chegando até os 60-65 anos, comenta ele. Já com o serviço de venda
dos esteróides ele relata que não pretende fazer isso pela vida toda, que é uma
coisa mais para agora, para poder competir, se sustentar, etc, no futuro busca
52
abrir uma loja de suplementos alimentares, com uma coisa mais natural,
reforça o entrevistado.
Por finalizar, é visto neste ponto que o entrevistado não considera o
esteróide benéfico para o esporte pelo fato deles possuírem efeitos colaterais,
o que podemos analisar como uma verdade, pois se o objetivo do esporte é a
quebra do limite fisiológico do corpo, os esteróides vêm fazer isso, eles estão
indo ao encontro da ideologia do esporte, o único fator que interfere nisso é o
mal que ele pode causar para a saúde.
Vimos também após a questão da mercadorização dos esteróides e
do corpo, fator incluso dentro da nossa sociedade capitalista, em que o que
importa é o sucesso e o capital (dinheiro). Estar preocupado com a saúde ou
não, é uma mera questão de ética profissional.
Contudo podemos caracterizar outro ponto importante de visão da
sociedade, o tempo. Podemos analisar assim que vivemos numa sociedade do
tempo presente, onde o que importa é o presente, o agora. Onde o futuro é
desprezado cada vez mais. Só se tem preocupação com o futuro quando este
chegar. Fato que podemos ampliar para outros fatores da sociedade,
principalmente o ambiental, apresentando à nossa sociedade nenhuma, ou
muito pouco uma preocupação com o futuro ambiental.
Fato que pode ser considerado como uma credibilidade do
crescimento da ciência. Onde acreditasse que ela tudo pode e tudo consegue,
até mesmo recuperar o que foi degradado, entrando aqui a natureza e a vida.
53
CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES
54
somente a musculação a responsável por esse fato. Onde, na verdade, ele já
vinha a ser influenciado, e a musculação e o ambiente da academia de
musculação, causou uma nova influência, proporcionando ao entrevistado a
obtenção e a utilização dos anabolizantes.
Em relação ao professor de musculação do entrevistado e sua
participação no uso dos esteróides, vimos aqui uma figura de um profissional
que também vem por sofrer uma grande influência dos aspectos que
promovem o uso dos esteróides. Principalmente no caso deste a questão
comercial, pois para esse professor de musculação a venda dos anabolizantes
é uma fonte de lucro, onde o maior interesse para ele é o financeiro, não a
formação e a saúde dos seus alunos, Pois é sabedor de todos os malefícios
que a utilização dos esteróides anabolizantes causam ao organismo humano.
Fato que nos alerta a julgar esse profissional por uma conduta ética e moral,
além de abrirmos os olhos para qual vêm a ser a formação dos profissionais
que atuam nesse campo da Educação Física.
Conforme a análise dos efeitos obtidos pelo entrevistado com o uso
dos esteróides anabolizantes, podemos verificar que apesar das literaturas
apresentarem pesquisas contraditórias sobre os efeitos dos esteróides
anabólicos, em relação ao desempenho, vimos diante dos dados apresentados
na entrevista, que como o entrevistado era antes do uso dos esteróides e a
nossa observação do entrevistado hoje, qualquer limite biológico foi superado.
Onde, sem a utilização dos anabolizantes, nenhuma pessoa conseguiria se
transformar de como ele era, para a “montanha” de músculos que ele é hoje.
Contudo devemos analisar, até quando seu organismo vai suportar essa carga
de hormônios e quais as conseqüências que eles podem causar no seu
organismo. Podendo-nos assim perguntar, até que ponto a estética corporal
prevalece sobre a saúde hoje em dia? E o porquê disso ocorre em nossa
sociedade?
Ainda, em relação aos efeitos psicológicos, podemos verificar que o
entrevistado relata muitos efeitos como mudanças de comportamento,
irritabilidade e segundo ele, principalmente a motivação. Contudo, devemos
verificar que alguns desses efeitos não estão relacionados somente com o uso
dos esteróides anabolizantes. Há também uma grande relação com o meio do
55
usuário e sua interação com esse (sociedade). Assim, verificamos que a
sociedade influencia, até um certo ponto, na motivação do usuário. E que
muitos desses efeitos também estão relacionados com um conjunto de fatores,
não somente o uso de anabolizantes, como a dependência, esta química
(esteróides) e psicológica (social).
Por finalizar, cremos que ao analisarmos a relação comercial
apresentada pelo usuário e os esteróides, como visto anteriormente, devemos
nos preocupar com a questão da extrema valorização e comercialização do
corpo em nossos dias, criticando e refletindo sobre esse novo tipo de comércio
e relações trabalhistas, um “comércio corporal”. Comércio esse individualista e
exacerbado, onde o único interesse é o consumismo. Comércio este criado e
sustentado pelo capitalismo e a indústria cultural, a qual influencia e padroniza
padrões corporais de um super-atleta.
Contudo, ao refletirmos sobre os esportes, hoje podemos verificar
(conforme o entrevistado), que para ser um campeão, todos ou quase todos
utilizam esteróides anabolizantes ou outras substâncias afins, principalmente
nos esportes que exigem força muscular. Assim, ao analisarmos o esporte
vimos uma ideologia que promove uma superação e uma competição
exacerbada onde o principal é ser o melhor, “um campeão”, passando isso por
cima de tudo e de todos.
Assim, através da história da vida desse sujeito, podemos refletir
sobre a sociedade em que vivemos, sociedade esta que utiliza esteróides
anabolizantes até mesmo para a aprovação de um concurso público, onde o
status, fama e dinheiro prevalecem acima da saúde.
Por analisar o apresentado pelo entrevistado como expectativa de
futuro, identificamos uma trama perfeita entre o comércio e o corpo, onde aqui
entra o uso dos esteróides anabolizantes. Assim, vimos hoje, a utilização dos
esteróides pelo entrevistado como uma maneira de ganhar fama e confiança na
sua profissão, ocorrendo isso num ciclo vicioso. Onde ele, num futuro, quando
seu organismo não suportar mais os esteróides, abre uma loja de suplemento e
contrata uma pessoa para lhe substituir.
Finalizando, creio que não há como analisar os esteróides
anabolizantes, sem analisar sua relação num todo. Devemos julgar e criticar os
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esteróides anabolizantes através de um conhecimento específico, juntamente
por uma análise e reflexão sobre a sociedade em que vivemos e qual sua
influência sobre seu uso. Contudo, vejo assim, uma maior necessidade de
estudos para a compreensão e entendimento dessa realidade. Sendo preciso
que todo o profissional que atue nessa área possa ter uma base desse
conhecimento e posse passar a seu aluno, uma postura crítica da realidade
observada e sobre esse tema em questão.
57
REFERÊNCIAS
58
CODO, W. SENNE, W.A. O que é corpo(latria). São Paulo: Editora
Brasiliense, 1985.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1991.
59
KOSTMAN, A. “Bombas” que são uma bomba. Revista Veja. n. 1728. p. 132-
133, Novembro. 2001.
SALZANO JR. I. Drugs in sports and doping control. in: Internacional School
of Sports Nutricion and Human Performance. São Paulo, 1991.
60
SILVA. R. O uso de esteróides anabolizantes andróginos em academias de
Florianópolis. Florianópolis, 1999. 61f. Monografia (Curso de Graduação em
Educação Física)- Centro de Desportos, UFSC.
61
Anexos
62
A entrevista/conversa (Roteiro)
63
Quando você começou a pensar sobre o uso, porque motivos, e
objetivos? A prática da musculação teve alguma influencia?
Você possuía na época algum conhecimento científico sobre os
esteróides anabolizantes, como efeitos, utilização, tipos...
Alguém, te influenciou ao uso dos esteróides anabolizantes, e seu
professor de musculação, soube ou qual a participação dele nisto?
O que você começou a utilizar, como era o uso, e se foi indicado por
alguém?
Conte como foi sua experiência de uso com dos anabolizantes? O
que você utilizou, quais doses, como era a utilização, quanto
tempo? Etc... tentando fazer uma retrospectiva, do início do uso
até a hoje em dia?
E sobre os motivos com a utilização, conte como foi mudando com o
passar dos anos e do uso?
64
50 bloco de tópicos: Os efeitos sociais - O cotidiano familiar,
namorada, emprego, estudo etc...
65
Comente um pouco a questão da sociedade e estética ideal, o
padrão de beleza imposto pela sociedade atual, teve ou tem
algo a ver com a sua idéia de utilizar esteróides anabolizantes?
Como você considera que está sua saúde, você acha que vale
arriscar a saúde com a utilização dos esteróides?
O que você acha dos esteróides anabolizantes? Comente sua
opinião pessoal sobre o uso? Você acha legítimo o uso de
esteróides? Com quais objetivos, e quando?
Qual sua Expectativa para o futuro? E qual a expectativa em
relação aos esteróides no futuro?
Comente um pouco sobre fatores, ou sugestões que você ache
pertinente para a construção deste trabalho?
66