Aula 05

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Temas emergentes

em Psicologia

Profª. Fernanda do
Nascimento Pereira

fernanda.n.pereira@educadores.net.br
Cronograma da disciplina

UNIDADES DE ENSINO

UNIDADE 1 –Teorias e práticas contemporâneas em


Psicologia

UNIDADE 2 – Os fazeres contemporâneos em Psicologia

UNIDADE 3 - Atuação do psicólogo em interface com


outros saberes
UNIDADE 4 – Práticas psicológicas: desconstrução de pré-
conceitos, atualizações e limites
AULA 05

PSICOLOGIA EM
EMERGÊNCIAS E
DESASTRES
Nesta aula, iremos abordar sobre o histórico da
Psicologia das Emergências e Desastres e as
possibilidades de atuação profissional nesse campo,
bem como veremos a importância da saúde
emocional do psicólogo das emergências e
desastres. Por fim, vamos falar das contribuições da
Psicologia sobre o luto e a morte, temas importantes
para a humanidade.
PSICOLOGIA EM EMERGÊNCIAS E DESASTRES
• Vivemos constantemente sujeitos a nos acidentarmos;
podemos passar por emergências mesmo sem estar em
vulnerabilidade, pois sabemos que estamos suscetíveis
dependendo dos riscos em que nos colocamos ou somos
colocados no cotidiano.
• Nunca estamos preparados para um acidente, mas este
pode acontecer.
• As causas desses acidentes podem ser diversas, e
podemos ficar expostos a riscos devido a uma série de
fatores: insatisfação social, mudanças climáticas,
aumento do uso da tecnologia, crescimento
populacional, acidentes aéreos, ferroviários e
rodoviários.
PSICOLOGIA EM EMERGÊNCIAS E DESASTRES
• Eventos adversos que levam a emergências e
desastres, têm sido crescentes em nosso País e no
mundo.

• Precisamos de uma mínima organização para criar


mecanismos de proteção pessoal e social, além de
qualificar as ações, otimizar recursos públicos para
reduzir os efeitos desses eventos para a população.

• Lembre-se que esse tema está diretamente ligado à


garantia de direitos, das políticas públicas.
EMERGÊNCIA X DESASTRE

• Emergência: ocorrência de grande perigo; situação


crítica e imprevista que demanda atenção imediata;
urgência.

• Desastre: acontecimento fatal, geralmente inesperado,


que provoca danos graves de qualquer ordem; ex
acidente que envolve meios de transporte. Qualquer
acontecimento lamentável que ocorre com alguém ou
que é praticado por alguém de maneira involuntária;
PSICOLOGIA EM EMERGÊNCIAS E DESASTRES
• CFP contribui para o processo de gestão de riscos e de
desastres, pautando em ações e aportes teóricos
alinhados às políticas públicas existentes englobando
Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, SUS, SUAS, Educação,
comunidades em áreas de risco e gestores – Comissão da
de Psicologia na Gestão Integral de Riscos e Desastres.
PSICOLOGIA EM EMERGÊNCIAS E DESASTRES
• CFP: a atuação dos psicólogos ainda está vinculada ao
pós-desastre, em intervenções voltadas para a avaliação
acerca da existência de transtornos mentais e a
psicoterapia (individual ou grupal), a fim de diminuir o
sofrimento psíquico da população afetada.

• A Comissão defende o envolvimento em todo o processo


de prevenção, mitigação, preparação, resposta e
recuperação – Lei 12.608/2012 – Política Nacional de
Proteção e Defesa Civil.
HISTÓRICO DA PSICOLOGIA DAS
EMERGÊNCIAS E DESASTRES
• Inserção recente da Psicologia nessa área.
• Primeiros estudos sobre desastres foi desenvolvido pelo
médico psiquiatra Edward Stierlin, em 1909 –
compreensão das emoções envolvidas em desastres.
• Déc 60 e 70 a Psicologia entra nesse campo,
direcionando suas análises para as reações individuais
no pós desastre.
• 1970: Associação de Psiquiatria Americana publicou um
manual de “Primeiros auxílios psicológicos em casos de
catástrofes”: descreve tipos de reações clássicas e
princípios para identificar pessoas emocionalmente
perturbadas.
HISTÓRICO DA PSICOLOGIA DAS
EMERGÊNCIAS E DESASTRES
• 1974: primeira lei de atuação e ajuda em desastres –
Instituto de Saúde Mental do Departamento de Saúde
dos EUA – orientação psicológica ao atingidos.

• 1991: a Cruz Vermelha criou o Centro de Copenhague de


Apoio Psicológico.

• 2002: I Congresso de Psicologia das Emergências e dos


Desastres em Lima (Peru), criando a Federação Latino-
Americana de Psicologia das Emergências e dos
Desastres.
HISTÓRICO DA PSICOLOGIA DAS
EMERGÊNCIAS E DESASTRES
➢Brasil:

• 1987, com o acidente do césio-137.

• 2006: I Seminário Nacional de Psicologia das


Emergências e dos Desastres.

• 2009: Profissionais da Associação Brasileira de


Psiquiatria (ABP) realizaram capacitações para
indivíduos envolvidos no atendimento aos afetados
pelas inundações do ano anterior em Santa Catarina.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL

A atuação profissional deve ser


feita de forma muito sensível,
ressaltando a importância de
acolher as demandas de forma
diversa. Os desastres devem ser
vistos de forma multifatorial, fruto
de fatores sociais, ambientais,
políticos e econômicos.
A atuação do psicólogo deve ser
compreendida como
Maria Helena Pereira Franco multiprofissional – atuar de forma
integral – “fazer com”.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
• O Psicólogo deve considerar que em situações de larga
escala de destruição e sofrimento humano, as
perspectivas de reparação são demoradas, e que por
maior que seja a experiência profissional, lidar com
sofrimento em emergências requer uma forma
particular de atuação.

• Requer constante estudo e aprofundamento para


responder às demandas que são singulares a cada
evento.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
• Objetivo: solucionar situações de grande pressão em
um período de tempo reduzido e intervindo de modo
focal e direto por meio de instrumentos psicológicos,
para que as pessoas atingidas possam desenvolver
novas estratégias de adaptação.

• Ações coletivas e intervenções comunitárias são +


eficazes e preferidas nos momentos de emergências.

• “Para cada afetado por um desastre, há, no mínimo,


quatro traumatizados psicologicamente!”
ATUAÇÃO PROFISSIONAL

• Profissionais que atuam no SUAS e SUS têm papel


importante no processo de sensibilização e
comunicação comunitária que precisa ser
desenvolvido nas áreas de risco.

• As intervenções psicossociais produzem certa


diminuição do dano em situações em que há a
possibilidade de ocorrência de desastres –
mobilização da comunidade em busca da garantia
de direitos e a educação para a redução de riscos.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
• Em situações de desastres, as pessoas perdem
elementos que fazem parte da sua história (casa, meio
de trabalho, documentos, familiares, pessoas
conhecidas, animais, etc.).
• Essas perdas provocam mudanças significativas em seu
cotidiano e na forma de estar em sociedade.

• As intervenções tem como foco restaurar e aumentar a


capacidade adaptativa do indivíduo. Para isso, devemos
oferecer oportunidades para que os afetados utilizem a
ajuda e apoio da família, comunidade, profissionais,
além de informar e esclarecer sobre perspectivas
futuras, para que possam se organizarem psiquicamente.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
• “Debriefing”: intervenções imediatas após um trauma,
mantidas por um período de até 3 dias, e procuram
aliviar o estresse com o objetivo de evitar patologias de
longa duração. → reconstrução narrativa da
experiência e ventilação catártica dos impactos da
situação.

- Literatura não é bem definida.


- Alguns autores a consideram ineficaz – ênfase deve ser
dadas à triagem de pacientes com reações patológicas.
FASES/ESTÁGIOS DE INTERVENÇÃO EM
SITUAÇÃO DE CRISE

• 1) Estabelecer contato psicológico


• 2) Analisar o problema
• 3) Analisar as possíveis soluções
• 4) Assistir para executar ações concretas
• 5) Seguimento para verificar o progresso
CUIDANDO DE QUEM CUIDA
• A saúde mental precisa ser pensada de forma
multiprofissional. Várias são as possibilidades diante de
um desastre, inclusive a morte.
• Os profissionais de resgate ou socorristas que atuam
diretamente, estão expostos a constantes riscos,
exigindo de sua atuação respostas rápidas e assertivas,
além da pressão por parte da população.
• Isso pode levar ao adoecimento dos profissionais,
tornando-os vulneráveis ao desenvolvimento do
Transtorno do Estresse Pós-Traumático.
• Atuação em grupo, troca de experiências e supervisão
são ferramentas importantes no processo de reparação
e cuidado de quem cuida.

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