Apostila Petrobras - Ênfase 8 - Operação (2024)

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Há 17 anos, o Curso BR é referência nacional


na preparação para Concursos Públicos e
Exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Pensando na praticidade e acessibilidade de uma


nova ferramenta de ensino, o Curso BR oferece um novo
material em formato Digital.

Aproveite a praticidade do material digital e


estude onde e quando quiser.

“Muito obrigado pela preferência e bons estudos.”

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escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação ou quaisquer outros.

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SUMÁRIO

4 LÍNGUA PORTUGUESA
82 MATEMÁTICA
161 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados

O hábito da leitura é fundamental durante a preparação para qualquer concurso público. Mas para uma
disciplina específica é ponto chave para que os candidatos consigam o maior número de acertos.

A interpretação de textos, tão comum em provas de Português, sempre foi um tópico de grande dificuldade
para os candidatos a concursos públicos ou vestibulares.

As pessoas têm pouca disposição de mergulhar no texto, conseguem lê-lo, mas não aprofundam a leitura,
não extraem dele aquelas informações que uma leitura superficial, apressada, não permite.

Ao tentar resolver o problema, as pessoas buscam os materiais que julgam poder ajudá-las.

Caem, então, no velho vício de ler teoria em excesso, estudar coisas que nem sempre dizem respeito à
compreensão e interpretação dos textos e no final, cansadas, não fazem o essencial: ler uma grande
quantidade de textos — e tentar interpretá-los.

Interpretar um texto é penetrá-lo em sua essência, observar qual é a ideia principal, quais os argumentos
que comprovam a ideia, como o texto está escrito e outras nuanças. Em suma, procurar interpretar
corretamente um texto é ampliar seus horizontes existenciais.

Compreensão

A base conceitual da interpretação de texto é a compreensão. A etimologia, ainda que não seja um recurso
confiável para estabelecer o significado das palavras, pode ser útil aqui, para mostrar a diferença entre
compreender e interpretar. “Compreender” vem de duas palavras latinas: “cum”, que significa “junto” e
“prehendere” que significa “pegar”.

Compreender é, portanto, “pegar junto”.

Essa ideia de juntar é óbvia em uma das principais acepções do verbo compreender: ser composto de dois
ou mais elementos, ou seja, abarcar, envolver, abranger, incluir.

Vejamos alguns exemplos para ilustrar essa acepção:

• O ensino da língua compreende o estudo da fala e da escrita.

• A gramática tradicional compreende o estudo da fonologia, da morfologia, da sintaxe e da


semântica.

• A leitura compreende o contato do leitor com vários textos.

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Saber ler corretamente

Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou combinações linearmente
ordenadas em sentenças. O interessado deve aprender a “enxergar” todo o contexto denotativo e
conotativo. É preciso compreender o assunto principal, suas causas e consequências, críticas, argumentações,
polissemias, ambiguidades, ironias, etc.

Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de fatores: os propriamente


linguísticos e os contextuais ou situacionais, que podem ser de natureza bastante variada. Bom leitor,
portanto, é aquele capaz de integrar estes dois tipos de fatores.

Erros de Leitura

Extrapolar

Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto, acrescentando-lhe ideias que não
estão presentes no texto. A interpretação fica comprometida, pois passamos a criar sobre aquilo que foi lido.
Frequentemente, relacionamos fatos que conhecemos, mas que eram realidade em outros contextos e não
naquele que está sendo analisado.

Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção apenas a uma parte ou aspecto
do texto, esquecendo a totalidade do contexto. Privilegiamos, desse modo, apenas um fato ou uma relação
que podem ser verdadeiros, porém insuficientes se levarmos em consideração o conjunto das ideias.

Contradizer
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos a uma conclusão que se opõe ao texto. Associamos
ideias que, embora no texto, não se relacionam entre si.

Nas provas de concursos públicos, o candidato deve ter o hábito de fazer leituras diárias, pois é através dela
que o indivíduo terá um vocabulário mais amplo e um conhecimento aprimorado da língua portuguesa.
Praticar a leitura, faz com que a interpretação seja mais aguçada e o concurseiro possa entender os
enunciados de outras questões no decorrer de sua prova. Ao estudar, se houverem palavras não entendidas,
procure no dicionário. Ele será seu companheiro na hora das dúvidas.

Em questões que cobram a interpretação de textos como, por exemplo, aquelas que existem textos de
autores famosos ou de notícias, procure entender bem o enunciado e verificar o que está sendo cobrado,
pois é preciso responder o que exatamente está sendo cobrado no texto e não aquilo que o candidato
pensa.

Ao ler um texto procure atingir dois níveis de leitura: leitura informativa e de reconhecimento e leitura
interpretativa.

No primeiro caso, deve-se ter uma primeira noção do tema, extraindo informações importantes e verificando
a mensagem do escritor.

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No segundo tipo de leitura, é aconselhável grifar trechos importantes, palavras-chaves e relacionar cada
parágrafo com a ideia central do texto.

Geralmente, um texto é organizado de acordo com seus parágrafos, cada um seguindo uma linha de
raciocínio diferente e de acordo com os tipos de texto, que podem ser narrativo, descritivo e dissertativo.
Cada tipo desses, possui uma forma diferente de organização do conteúdo.

Tipos de textos

A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num
determinado espaço à medida que o tempo passa.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos
são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
– Apresentação;
– Complicação ou desenvolvimento;
– Clímax;
– Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas: A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a
importância dos personagens na construção do texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua
contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes,
esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.
Narração e Narratividade: Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou ouvimos
histórias o tempo todo. Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados
narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito. Podemos dizer que
nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.
Os Elementos da Narrativa: Os elementos que compõem a narrativa são:
– Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
– Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
– Narrador (narrador- personagem, narrador observador).
– Tempo (cronológico e psicológico);
– Espaço.

Exemplo de Texto Narrativo:

Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava e implorava para o
seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do premio o faria realizar todos seus desejos e
vontades. Assim passavam os dias, as semanas, os meses e anos.E nada acontecia. Até que no dia do Santo,
de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva
gritou:

Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!

Descritivo

“Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos
seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o distinguem.”

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Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares,
mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção
do autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição.
Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções na história, para
apresentar melhor um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar
mais consistência ao texto.
Texto descritivo é, então, desenhar, pintar, usando palavras em vez de tintas. Um bom exercício para levar a
criança a vivenciar o texto descritivo e pedir que ela olhe em volta e escreva ou fale o que está vendo,
descrever objetos como, sua mochila, estojo, etc. Ou que ela conte como é o coleguinha ao lado, (nessa é
bom ter cuidado, pois elas costumam achar defeitos horrorosos).
Algumas das características que marcam o texto descritivo são:
•presença de substantivo, que identifica o que está sendo descrito.
•adjetivos e locuções adjetivas.
•presença de verbos de ligação.
•há predominância do predicado verbal, devido aos verbos de ligação e aos adjetivos.
•emprego de metáforas e comparações, para auxiliar na “visualização” das características que se deseja
descrever.
Essa é a explicação básica e resumida de “como ensinar texto descritivo para crianças”. Lembrando que ao
descrever seres vivos, as características psicológicas e comportamentais, também fazem parte da descrição.

Exemplo de texto descritivo:

“A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de cores, pois tem o marrom, o verde, o
vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com suas águas barrentas desliza lento
por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.

Dissertativo

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo
pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente ao texto de apresentação científica, o relatório, o texto
didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e
sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.
Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista
do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e
modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo. O texto dissertativo
argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.

Introdução (1o parágrafo): Apresenta a ideia principal da dissertação, podendo conter uma citação, uma ou
mais perguntas (contanto que sejam respondidas durante o texto), comparação, pensamento filosófico,
afirmação histórica, etc.
Desenvolvimento (2o aos penúltimos parágrafos): Argumentação e desenvolvimento do tema, na qual o
autor dá a sua opinião e tenta persuadir o leitor, sem nunca usar a primeira pessoa (invés de “eu sei”, use
“nós sabemos” ou “se sabe”).
Conclusão (último parágrafo): Resumo do que foi dito no texto e/ou uma proposta de solução para os
problemas nele tratados.
Exemplo de texto dissertativo:

Uma nova ordem

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Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se sucedem, os
escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis da administração pública
exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o País.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos os males. As
instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em descrédito. Os governantes,
eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, acabam
comprometendo seus programas de gestão.
Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de trabalhadores na rua,
ampliando os bolsões de insatisfação e amargura.
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que vêem e sentem, procurem
manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em branco. Convenhamos, nenhuma
democracia floresce dessa maneira.
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao castigo da
história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena chama de esperança.
O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da fé e da crença, da esperança e do futuro necessita,
urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova
ordem na ética e na moral.

Lembre-se

Não existe texto difícil, existe texto mal interpretado.


O texto é como uma colcha de retalhos. O candidato deve dividi-lo em partes, ver as ideias mais importantes
em cada uma e enxergar a coerência entre elas.

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Questões de Concursos

1 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Prazer sem humilhação

O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe para
humilhar ninguém". Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso
escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar ninguém",
entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e
inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no
terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina.
Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em
condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo
de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar:
houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado
pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as
canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os
incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está
vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende porque é bom, é
bom porque vende"?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é
importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um “batidão" se já
ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores
clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e
Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música
dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso
antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém.

(João Cláudio Figueira, inédito)

A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifestam

• a) representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com uma inata e especial
sensibilidade.

• b) obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam respeitar tal diversidade.

• c) não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências artísticas mais revolucionárias.

• d) constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo com o próprio gosto.

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• e) cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um de nós aprimora seu gosto
pessoal.

2 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em geral e ao da música clássica em
particular. A tese que articula esses três casos e justifica o título da crônica é a seguinte:

• a) É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos extrair prazer de todos os
níveis de cultura que se oferecem ao nosso desfrute.

• b) Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas escolhas culturais são feitas
sem qualquer critério ou disciplina.

• c) A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da linguagem e das artes não deve
constranger, mas estimular nosso prazer.

• d) Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são reveladores do mau gosto de
quem desconsidera o prazer verdadeiro dos outros.

• e) Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem culta e da música clássica está
em condições de sentir um verdadeiro prazer.

3 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Considere as seguintes afirmações:

I. Têm significação equivalente, no 2° parágrafo, estes dois segmentos: estimular e desenvolver nossa
sensibilidade e separem e hierarquizem as pessoas.
II. O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para ilustrar o caso de quem, diante
de tantas opções reais, fez uma escolha de gosto discutível.
III. O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós todas as opções possíveis, para
que a partir delas escolhamos a que de fato mais nos apraz.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

• a) II e III.

• b) III.

• c) II.

• d) I e III.

• e) I.

4 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

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Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

• a) clássicos que lhe digam algo (4º parágrafo) = eruditos que lhe transmitam alguma coisa.

• b) instrumentos de tortura ou depreciação (1º parágrafo) = meios de aviltamento ou rejeição.

• c) ritmo mecânico e hipnótico (3º parágrafo) = toque automático e insone.

• d) alardeia os infernais decibéis (3º parágrafo) = propaga os pérfidos excessos.

• e) alimentando o círculo vicioso (3º parágrafo) = nutrindo a esfera pecaminosa.

5 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Pátrio poder

Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo


chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A
questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se
fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é
"provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a
influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que
não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e se dá por
vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa
hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final dos anos 90.
Para Harris, os jovens vêm programados para ser
socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e
nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças
com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que ela usa
para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não
terminam falando com a pronúncia dos genitores, mas sim com
a dos jovens que os cercam.
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram
um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por
bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças
era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de várias idades.
Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a)
garoto(a) tende a socializar-se mais com coleguinhas do mesmo
sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com
a exacerbação de características mais marcantes. Meninas se
tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno
encontra outros maus alunos, que constituirão uma subcultura
onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O mesmo
vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir
meios que valorizem a leitura e a aplicação nos estudos.

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Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de


influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e
a escola que frequentará.
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo,
7/12/2014)

À pergunta O investimento faz sentido? o próprio autor responde: “provavelmente sim”. Essa resposta se
justifica, porque

• a) as grandes concentrações humanas estimulam características típicas do que já foi nosso ambiente
ancestral.

• b) a escola particular, mesmo sendo cara, acaba por desenvolver nos alunos uma subcultura crítica
em relação ao ensino.

• c) a escola, ao contrário do que se imagina, tem efeitos tão poderosos quanto os que decorrem da
convivência familiar.

• d) as influências dos pares de um educando numa escola pública são menos nocivas do que os
exemplos de seus pais.

• e) a qualidade do convívio de um estudante com seus colegas de escola é um fator determinante


para sua formação.

6 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Com a frase O resultado é formação de nichos com a exacerbação de características mais marcantes (3º
parágrafo) o autor está afirmando que a socialização nas escolas se dá de modo a

• a) criar grupos fortemente tipificados.

• b) dissolver os agrupamentos perniciosos.

• c) promover a competitividade entre os grupos.

• d) estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.

• e) incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.

7 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Considere as seguintes afirmações:


I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith Harris é a de que os estudantes migrantes são menos sensíveis
às influências dos pais que às de seus professores.
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela amizade de outro mau aluno prova que as deficiências da
vida familiar antecedem e determinam o mau aproveitamento escolar.
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, podem ser positivos ou negativos os traços de afinidade que
levam os estudantes a se agruparem.

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Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

• a) I e III.

• b) I.

• c) III.

• d) II e III.

• e) I e II.

8 - FGV - 2015 - TJ-BA - Analista Judiciário

Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por pessoas bem-
intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas e acabaram sendo responsáveis por
grandes tragédias. Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas
egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” (As piores decisões da história, Stephen Weir)

A primeira frase do texto 1, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel:

• a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos períodos seguintes;

• b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto;

• c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir;

• d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões explicitadas a seguir;

• e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes.

GABARITO

1-D 2-C 3-B 4-A 5-E 6-A 7-C 8-B

Domínio da ortografia oficial

A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está
relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos
fonemas representados). É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de
grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua
portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre
que houver dúvida.

A nova ortografia

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Alfabeto
O alfabeto, que antes se compunha de 23 letras, agora se compõe de 26 letras. Há muito tempo as letras
“k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em unidades de
medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como:

km – quilômetro,
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
O alfabeto, graficamente, se apresenta:

A–B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–T–U–V–W–X–Y–Z

Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bundchen não vai deixar de usar o trema em seu
nome, pois é de origem alemã. (neste caso, o “u” lê-se “i”)

Quanto à classificação da sílaba, as palavras podem ser:

•Átonas – quando não há ênfase na pronúncia de uma sílaba.


•Tônicas – quando há ênfase na pronúncia de uma sílaba.
Ex. A palavra “mato” tem duas sílabas: a primeira “ma” – é tônica; a segunda “to” – é átona.

Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser:

•Oxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na última sílaba de uma palavra.


Ex. saci, funil, parabéns, café, calor, bombom.

•Paroxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na penúltima sílaba.


Ex. escola, sossego, dormindo, amável.

•Proparoxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na antepenúltima sílaba.


Ex. pêndulo, lâmpada, rápido, público, cômico.

Quanto à classificação dos encontros vocálicos:

•Ditongo: encontro de duas vogais numa só sílaba.


Ex. céu, véu, coi-sa, i-dei-a.

•Hiato: encontro de duas vogais em sílabas separadas.


Ex. fa-ís-ca, i-dei-a, pa-pa-gai-o, ba-i-nha.

* a palavra "ideia" possui ditongo E hiato.

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Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser:

•Monossílabas – com apenas uma sílaba.


Ex. mau, mês, vi, um, só

•Dissílabas – com duas sílabas.


Ex. Ca-fé, Ca-sa, mui-to, li-vro, rou-pa, rit-mo

•Trissílabas – palavras com três sílabas.


Ex. Eu-ro-pa, cri-an-ça, ma-lu-co, tor-na-do

•Polissílabas – palavras com quatro ou mais sílabas.


Ex. Pa-ra-pei-to, es-tu-dan-te, u-ni-ver-si-da-de, la-bi-rin-ti-te.

As gramáticas costumam ainda classificar os monossílabos (palavras com apenas uma sílaba) em dois tipos:

•Monossílabo átono: palavras de uma sílaba fraca, ou seja, pronunciada sem ênfase. Estes podem ser:
Artigos: o, a, um...

Pronomes Pessoais Oblíquos: se, te, ti, lhe, o, a...

Pronome relativo: que

Conjunção: e, ou, mas, nem...

Preposição: dos, de, à, na...

•Monossílabo tônico: palavras de uma sílaba tônica, ou seja, pronunciadas com ênfase, que podem
ser:
Verbos: li, vi, ter, ser, dê...

Substantivos: sol, mar, flor, dor, mel...

Adjetivos: mau, bom, má...

Pronomes: eu, tu, nós, mim...

Advérbios: lá, cá, bem, já...

Uso hífen ou não?

A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não tem som; em "Hollywood”, tem som
de “R”. Portanto, não deve aparecer encostado em prefixos:
•pré-história
•anti-higiênico
•sub-hepático
•super-homem

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Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
Anti-inflamatório neoliberalismo
Supra-auricular extraoficial
Arqui-inimigo semicírculo
sub-bibliotecário superintendente

Quanto ao "R" e o "S", se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá ser dobrada:
suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
minissaia antisséptico
contrarregra megassaia
Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito nenhum.
•Sub-reino
•ab-rogar
•sob-roda

ATENÇÃO!
Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras iguais, SEPARA.
super-requintado super-realista
inter-resistente

Continuamos a usar o hífen


Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:
Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , Vizo-rei

Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.


pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore
pró-africano, pró-europeu, pós-graduação
Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais.
Pan-americano, circum-escola

OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.


NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.

ATENÇÃO!
Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)

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Coordenar reedição preestabelecer


Coordenação refazer preexistir
Coordenador reescrever prever
Coobrigar relembrar
Cooperação reutilização
Cooperativa reelaborar

O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo menos uma palavra de cada prefixo.
Quando bater a dúvida numa palavra, compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa
você usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas vai te parecer mais familiar.

REGRA GERAL (Resumindo)


Letras iguais, separa com hífen(-).
Letras diferentes, junta.
O “H” não tem personalidade. Separa (-).
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se juntam com consoantes.

Emprego das letras

Emprego das letras K, W e Y

Utilizam-se nos seguintes casos:

a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.

c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional.

Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

Emprego de X e Ch

Emprega-se o X:

1) Após um ditongo.

Exemplos: caixa, frouxo, peixe

Exceção: recauchutar e seus derivados

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2) Após a sílaba inicial "en".

Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca

Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-"

Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados
(enchente, enchimento, preencher...)

3) Após a sílaba inicial "me-".

Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão

Exceção: mecha

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.

Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu

5) Nas seguintes palavras:

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo,
vexame, xadrez,xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.

Emprega-se o dígrafo Ch:

1) Nos seguintes vocábulos:

bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada,
fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.

Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que ocorre de acordo
com a origem da palavra. Veja os exemplos:

gesso: Origina-se do grego gypsos


jipe: Origina-se do inglês jeep.

Emprega-se o G:

1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem

Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem

Exceção: pajem

2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio

Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio

3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g

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Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)

4) Nos seguintes vocábulos:

algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera,
monge, rabugento, vagem.

Emprega-se o J:

1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear

Exemplos:

arranjar: arranjo, arranje, arranjem


despejar:despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem

2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica

Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji

3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j

Exemplos:

laranja- laranjeira loja- lojista lisonja - lisonjeador nojo- nojeira


cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer jeito- ajeitar

4) Nos seguintes vocábulos:

berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento

Emprega-se o Z:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical

Exemplos:

deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar


raiz- enraizar cruz-cruzeiro

2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos

Exemplos:

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inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez rígido- rigidez


frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- surdez

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos

Exemplos:

civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização


colonizar- colonização realizar- realização

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita

Exemplos:

cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

5) Nos seguintes vocábulos:

azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.

6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z

Exemplos:

cozer (cozinhar) e coser (costurar)


prezar( ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)

Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os exemplos:

exame exato exausto exemplo existir exótico inexorável

Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs

Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. Observe:

Emprega-se o S:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender", "verter" e "pelir"

Exemplos:

expandir- expansão pretender- pretensão verter- versão expelir- expulsão


estender- extensão suspender- suspensão converter - conversão repelir- repulsão

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Emprega-se Ç:

Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"

Exemplos:

ater- atenção torcer- torção


deter- detenção distorcer-distorção
manter- manutenção contorcer- contorção

Emprega-se o X:

Em alguns casos, a letra X soa como Ss

Exemplos:

auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe

Emprega-se Sc:

Nos termos eruditos

Exemplos:

acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio, imprescindível,


miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.

Emprega-se Sç:

Na conjugação de alguns verbos

Exemplos:

nascer- nasço, nasça


crescer- cresço, cresça
descer- desço, desça

Emprega-se Ss:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir"

Exemplos:

agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão discutir- discussão


progredir- progressão transmitir- transmissão exceder- excesso repercutir- repercussão

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Emprega-se o Xc e o Xs:

Em dígrafos que soam como Ss

Exemplos:

exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

Observações sobre o uso da letra X

1) O X pode representar os seguintes fonemas:

/ch/ - xarope, vexame

/cs/ - axila, nexo

/z/ - exame, exílio

/ss/ - máximo, próximo

/s/ - texto, extenso

2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-

Exemplos: excelente, excitar

Emprego das letras E e I

Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i / pode não ser nítida. Observe:

Emprega-se o E:

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar

Exemplos:

magoar - magoe, magoes

continuar- continue, continues

2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)

Exemplos: antebraço, antecipar

3) Nos seguintes vocábulos:

cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc.

Emprega-se o I :

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir

Exemplos:

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cair- cai

doer- dói

influir- influi

2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)

Exemplos:

Anticristo, antitetânico

3) Nos seguintes vocábulos:

aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc.

Emprego das letras O e U

Emprega-se o O/U:

A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas palavras. Veja os exemplos:

comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização)

soar (emitir som) e suar (transpirar)

Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque.

Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua

Emprego da letra H

Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por
força da etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta forma devido a sua
origem na forma latina hodie.

Emprega-se o H:

1) Inicial, quando etimológico

Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio

2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh

Exemplos: flecha, telha, companhia

3) Final e inicial, em certas interjeições

Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.

4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico

Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.

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Observações:

1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que nos substantivos derivados como
baiano, baianada ou baianinha ele não é utilizado.

2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra "h" na sua composição. No entanto,
seus derivados eruditos sempre são grafados com h. Veja:

herbívoro, hispânico, hibernal.

Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas

1) Utiliza-se inicial maiúscula:

a) No começo de um período, verso ou citação direta.

Exemplos:

Disse o Padre Antonio Vieira: "Estar com Cristo em qualquer lugar, ainda que seja no inferno,
é estar no Paraíso."

"Auriverde pendão de minha terra,


Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra
As promessas divinas da Esperança…"
(Castro Alves)

Observações

- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o uso da letra maiúscula.

Por Exemplo:

"Aqui, sim, no meu cantinho,


vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
e esquecer o mundo inteiro."

- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula.

Por Exemplo:

"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira)

b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.

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Exemplos:
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.

c) Nos topônimos, reais ou fictícios.

Exemplos:
Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.

d) Nos nomes mitológicos.

Exemplos:
Dionísio, Netuno.

e) Nos nomes de festas e festividades.

Exemplos:
Natal, Páscoa, Ramadã.

f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.

Exemplos:
ONU, Sr., V. Ex.ª.

g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou nacionalistas.

Exemplos:
Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, União, etc.

Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula quando são empregados em sentido geral ou
indeterminado.

Exemplo:
Todos amam sua pátria.

Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:

a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.

Exemplos:
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário

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2) Utiliza-se inicial minúscula:

a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.

Exemplos:
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.

b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.

Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc.
segunda, sexta, domingo, etc.
primavera, verão, outono, inverno

c) Nos pontos cardeais.

Exemplos:
Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste.

Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os pontos cardeais são grafados com letra
maiúscula.

Exemplos:
Nordeste (região do Brasil)
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático)

Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:

a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.

Exemplos:
Crime e Castigo ou Crime e castigo
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido

b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em nomes sagrados e que designam crenças
religiosas.

Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor

c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e disciplinas.

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Exemplos:
Português ou português
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas modernas
História do Brasil ou história do Brasil
Arquitetura ou arquitetura

Emprego das classes de palavras: substantivos, adjetivos, verbos, conjunções, preposições, pronomes,
advérbios

A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo),
ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o
contexto em que são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da
palavra.

São 10 classes de palavras: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo,
numeral e pronome.

Vamos aos estudos!

Colômbia, bola, medo, trovão, paixão, etc. Essas palavras estão dando nome a lugar, objeto, sensação física,
fenômenos da natureza, emoções, enfim as coisas em geral. Esses nomes são chamados SUBSTANTIVOS.

Assim, podemos dizer que substantivo é a palavra que dá nome aos seres. Eles podem ser classificados da
seguinte forma:

Concretos
Quando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.
homem, menino, lobisomem, fada.

Abstratos
Quando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.
vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

Simples
Quando formados por um só radical.
flor, tempo, chuva...

Compostos
Quando possuem mais de um radical.
couve-flor, passatempo, guarda-chuva...

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Primitivos
Quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedra, ferro, porta...

Derivados
Quando derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria...

Comuns
Quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.
país, cidade, pessoa...

Próprios
Quando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos sempre com inicial maiúscula.
Brasil, Santos, João, Deus...

Coletivos
Quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.
álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis)...
Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos. (quanto aos seres inanimados a classificação é
convencional).

Masculino
Quando podem ser precedidos dos artigos o ou os.

Feminino
Quando podem ser precedidos dos artigos a ou as.
Existem ainda substantivos que são uniformes em gênero:

Epicenos
Quando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.
jacaré (macho ou fêmea)...

Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.
a criança (tanto menino quanto menina)

Comuns de dois gêneros


Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
o artista, a artista, o dentista, a dentista...
Flexionam-se em número para indicar a quantidade (um ou mais seres).

Singular
Quando se refere a um único ser ou grupo de seres.
homem, povo, flor...

Plural
Quando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.
homens, povos, flores...

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Existem ainda substantivos que só se empregam no plural.


férias, pêsames, núpcias...
Flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar significado pejorativo, afetivo, etc.
Normal: gente, povo...
Aumentativo: gentalha, povão (com sentido pejorativo)
Diminutivo: gentinha, povinho (com sentido pejorativo)

Adjetivos
Adjetivos são palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes qualidades, estados, aparência, etc.
Quanto à classificação podem ser:

-Simples
Quando formados por apenas um radical.
claro, escuro...

- Compostos
Quando formados por dois ou mais radicais.
amarelo-claro, azul-escuro...

-Primitivos
Quando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.
bom, feliz...

-Derivados
Quando derivados de outros substantivos ou verbos.
bondoso, amado...

Existem ainda os adjetivos pátrios, que se referem à origem ou nacionalidade.


brasileiro, paulistano, santista...

Os adjetivos flexionam-se um gênero, número e grau.

Quanto ao gênero, podem ser:

- Uniformes
Quando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos masculinos quanto com femininos.
menino feliz, menina feliz...

-Biformes
Quando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.
menino bonito, menina bonita...

Quanto ao número, podem ser singular ou plural para acompanhar o substantivo que qualificam.

menina bonita - meninas bonitas


pessoa feliz - pessoas felizes

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Flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do substantivo ao qual se referem.

Quanto ao grau, podem ser comparativos ou superlativos.

O grau comparativo pode designar:

igualdade: Sou tão bonita quanto ela.

superioridade: Sou mais bonita que ela.

inferioridade : Ela é menos bonita do que eu.

O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.

absoluto analítico: Ela é muito bonita.

absoluto sintético: Ela é belíssima.

relativo de superioridade

analítico: Ela é a mais bonita de todas.

sintético: Esta vila é a maior de todas.

relativo de inferioridade: Ela é a menos bonita de todas nós.

Pronomes
Pronome é a classe de palavras que substitui uma frase nominal. Inclui palavras como ela, eles e algo. Os
pronomes são reconhecidos como uma parte do discurso distinta das demais desde épocas antigas.
Essencialmente, um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma mais longa), com pouco ou
nenhum sentido próprio, que funciona como um sintagma nominal completo.

O pronome é a palavra que acompanha ou substitui o substantivo, relacionando-o com uma das pessoas do
discurso.

Quando um pronome substitui o substantivo ele é chamado de pronome substantivo.

Os pronomes classificam-se em vários tipos.

PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem para representar
os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:

1ª pessoa............a que fala

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2ª pessoa............com quem se fala


3ª pessoa............de quem se fala

Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?
Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:

São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.

Singular Plural Exemplo


1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.
2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?
3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?

São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto).
Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e oblíquos tônicos
( acompanhados de preposição):
Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.
Desejo-te boa sorte...
Faça-me o favor...
Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s),
la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s), na(s).
Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.
A mim pouco importa o que dizem...
Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as pessoas do discurso.

PRONOMES POSSESSIVOS - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com algo que lhe
pertence.

Singular Plural
1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em relação às pessoas do discurso.


1ª pessoa este(s), esta(s), isto.................se refere a algo que está perto da pessoa que fala.
2ª pessoa esse(s), essa(s), isso................se refere a algo que esta perto da pessoa que ouve.
3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo...se refere a algo distante de ambos.

Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante.


Estes - perto de quem fala
essas - perto de quem ouve
naquela - distante de ambos

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PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do discurso.


Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.
São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s), muita(s),
pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s),
quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer...
São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..
Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.

PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas. Podem ser
variáveis ou invariáveis.
Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).
Invariáveis: que, onde, quem...
Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?

PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa. Também se
classificam em variáveis e invariáveis.
Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).
Invariáveis:que, quem, onde.
Conseguiu o emprego que tanto queria.

Verbos
Verbo é a palavra que exprime um fato (geralmente uma ação, estado ou fenômeno da natureza) e localiza-o
no tempo, usados também para ligar o sujeito ao predicado. Mas o verbo é identificado principalmente por
ser a classe de palavras que mais admitem flexões em número, pessoa, modo, tempo e voz.

Estrutura das Formas Verbais

Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:

a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.

Por exemplo:

fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo.

Por exemplo:

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fala-r

São três as conjugações:

1ª - Vogal Temática - A - (falar)

2ª - Vogal Temática - E - (vender)

3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo.

Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)

d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número
(singular ou plural).

Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)

Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª
conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desaparecido do
infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação tônica,
percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino,
aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na
terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificam-se em:

a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca
alterações no radical.

Por exemplo:

canto cantei cantarei cantava cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências.

Por exemplo:

faço fiz farei fizesse

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c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se


em impessoais,unipessoais e pessoais.

Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
principais verbos impessoais são:

a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).

Por exemplo:

Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)


Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)

Por exemplo:

Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.


Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar,
gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-
humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal,
empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.

Por exemplo:

Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)


Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

d) São impessoais, ainda:

1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta
detolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica
bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por exemplo:

Não deu para chegar mais cedo.


Dá para me arrumar uns trocados?

Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, se conjugam apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
plural.

Por exemplo:

A fruta amadureceu.

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As frutas amadureceram.

Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:

Teu irmão amadureceu bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns:

bramar: tigre

bramir: crocodilo

cacarejar: galinha

coaxar: sapo

cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).

Observe os exemplos:

Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)


Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.

Observe os exemplos:

Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)

Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos.

Por exemplo:

verbo falir

Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

Por exemplo:

verbo computar

Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o
uso efetivo de formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar,

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que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos,
modos e pessoas.

d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse
fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido,
surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).

Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo

Dispersar Dispersado Disperso

Eleger Elegido Eleito

Envolver Envolvido Envolto

Imprimir Imprimido Impresso

Matar Matado Morto

Morrer Morrido Morto

Pegar Pegado Pego

Soltar Soltado Solto

e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.

Por exemplo:

Ir Pôr Ser Saber

vou ponho sou sei


vais pus és sabes
ides pôs fui soube
fui punha foste saiba
foste seja

f) Auxiliares

São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou
particípio.

Por exemplo:
Vou espantar as moscas.

(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

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Está chegando a hora do debate.

(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os


presentes.

(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

g) Pronominais

São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma
pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São
poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais
essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo.

Por exemplo:

Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai
sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é
apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o
pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.

Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):

Eu me arrependo

Tu te arrependes

Ele se arrepende

Nós nos arrependemos

Vós vos arrependeis

Eles se arrependem

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2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o
objeto representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que
recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser
conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva.

Por exemplo: Maria se penteava.

A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa.

Por exemplo: Maria penteou-me.

Observações:

1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não
possuem função sintática.

2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são
essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se
encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas.

Por exemplo:

Eu me feri. ----- Eu (sujeito)-1ª pessoa do singular


me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em Português,
existem três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora, menino.

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes
(substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e
função de substantivo.

Por exemplo:

Viver é lutar. (= vida é luta)

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É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta).

Por exemplo:

É preciso ler este livro.


Era preciso ter lido este livro.

b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular,


não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte
maneira:

2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)


1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo:

Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.

Por exemplo:

Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)

Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)

Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída.

Por exemplo:

Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.

Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente
o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.

Por exemplo:

Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
função de adjetivo (adjetivo verbal).

Por exemplo:

Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.

Tempos Verbais

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Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em
diversos tempos. Veja:

1. Tempos do Indicativo

Presente - Expressa um fato atual.

Por exemplo:

Eu estudo neste colégio.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi
completamente terminado.

Por exemplo:

Ele estudava as lições quando foi interrompido.

Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi
totalmente terminado.

Por exemplo:

Ele estudou as lições ontem à noite.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se
prolongar até o momento atual.

Por exemplo:

Tenho estudado muito para os exames.

Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado.

Por exemplo:

Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta)

Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples)

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com
relação ao momento atual.

Por exemplo:

Ele estudará as lições amanhã.

Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento
atual, mas já terminado antes de outro fato futuro.

Por exemplo:

Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste.

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Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um


determinado fato passado.

Por exemplo:

Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um
determinado fato passado.

Por exemplo:

Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.

Por exemplo:

É conveniente que estudes para o exame.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido.

Por exemplo:

Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição
ou desejo.

Por exemplo:

Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado.

Por exemplo:

Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.

Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado.

Por exemplo:

Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames.

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao
atual.

Por exemplo:

Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo.

Por exemplo:

Se ele vier à loja, levará as encomendas.

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Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já terminado antes de
outro fato futuro.

Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.

Formação dos Tempos Simples

Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em primitivos e derivados.

Primitivos:
presente do indicativo
pretérito perfeito do indicativo
infinitivo impessoal

Derivados do Presente do Indicativo:


Presente do subjuntivo
Imperativo afirmativo
Imperativo negativo

Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo:


Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo

Derivados do Infinitivo Impessoal:


Futuro do presente do indicativo
Futuro do pretérito do indicativo
Imperfeito do indicativo
Gerúndio
Particípio

Tempos Compostos
São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal,
qualquer verbo no particípio. São eles:

01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no
particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente.

Por exemplo:

Eu tenho estudado demais ultimamente.

02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal no
particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido.

Por exemplo:

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Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.

03) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal
no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples.

Por exemplo:

Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.

04) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.

Por exemplo:

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

Obs.: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase Se eu
estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.

05) Futuro do Presente Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do Indicativo e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo.

Por exemplo:

Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo.

Por exemplo:

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

07) Futuro Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal
no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.

Por exemplo:

Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.

Veja os exemplos:

Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.

Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.

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Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso,
esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro praticarei a minha.
Por isso o uso do advérbio "já".

Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir::

Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.

Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.

08) Infinitivo Pessoal Composto:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o principal no
particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala.

Por exemplo:

Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.

Locuções Verbais

Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locuções verbais,
constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos que, numa frase,
desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal,
surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos
verbos auxiliares. Observe os exemplos:

Estou lendo o jornal.

Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.

Ninguém poderá sair antes do término da sessão.

A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por meio delas
os mais variados matizes de significado. Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locuções verbais
que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a potencialidade
ou a necessidade de que determinado processo se realize ou não. Veja:

Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.

Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.

Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo.

Por exemplo:

Quero ver você hoje.

Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se
a, ir, vire estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.

Aspecto Verbal

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No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é possível perceber diferenças entre o
pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. A diferença entre esses tempos é uma diferença
deaspecto, pois está ligada à duração do processo verbal. Observe:

- Quando o vi, cumprimentei-o.

O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído.

- Quando o via cumprimentava-o.

O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros, prolongando-se por período impreciso de
tempo.

O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto imperfeito, pois não impõem
precisos ao processo verbal:

- Faço isso sempre.

- É provável que ele faça isso sempre.

Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta aspecto perfeito em suas várias
formas do indicativo e do subjuntivo, pois traduz processos já concluídos:

- Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara (ou havia fincado) dois
dias antes.

- Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame.

Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito pode fornecer diz respeito à
localização do processo no tempo. Os tempos perfeitos podem ser usados para exprimir processos
localizados num ponto preciso do tempo:

- No momento em que o vi, acenei-lhe.

- Tinha-o cumprimentado logo que o vira.

Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos:

- Sempre que saía, trancava todas as portas.

O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a duração do processo verbal. Veja:

- Tenho encontrado problemas em meu trabalho.

Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do indicativo, indica um processo repetido ou
frequente, que se prolonga até o presente.

- Estou almoçando.

A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal indica um processo que se
prolonga. É largamente empregada na linguagem cotidiana, não só no presente, mas também em outros
tempos (estava almoçando, estive almoçando, estarei almoçando, etc.).

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As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como futuro do presente e futuro
do pretérito compostos do indicativo, exprimem processo concluído - é a ideia do aspecto perfeito - ao qual
se acrescenta a noção de que os efeitos produzidos permanecem, uma vez realizada a ação.

- Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o dia.

Nas duas locuções destacadas, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a indicação do término e do
início do processo verbal.

- Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo.

As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se prolongam.

- Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis.

As locuções destacadas exprimem o início de um processo interrompido e a interrupção de outro,


respectivamente.

Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal

Infinitivo Impessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido genérico
ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se apenas o
processo verbal.

Por exemplo:

Amar é sofrer.

O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa.

Veja:

Eu
falar -es Tu
vender Ele
partir -mos Nós
-des Vós
-em Eles

Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são iguais às do
infinitivo impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que será esclarecido
apenas pelo contexto da frase).

Por exemplo:

Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa)


Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

Note: as regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não são todas
perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal mais

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preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for necessário dar à frase maior clareza
ou ênfase.

Observações importantes:

O infinitivo impessoal é usado:

1. Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado;

Por exemplo:

Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.

2. Quando tiver o valor de Imperativo;

Por exemplo:

Soldados, marchar! (= Marchai!)

3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adjetivo ou


verbo da oração anterior;

Por exemplo:

Eles não têm o direito de gritar assim.


As meninas foram impedidas de participar do jogo.
Eu os convenci a aceitar.

No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo (verbo
auxiliar) deve ser flexionado.

Por exemplo:

Eram pessoas difíceis de serem contentadas.


Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.

4. Nas locuções verbais;

Por exemplo:

Queremos acordar bem cedo amanhã.


Eles não podiam reclamar do colégio.
Vamos pensar no seu caso.

5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior;

Por exemplo:

Eles foram condenados a pagar pesadas multas.


Devemos sorrir ao invés de chorar.
Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.

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Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da oração
principal (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e também para se enfatizar o
sujeito (agente) da ação verbal.

Por exemplo:

Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.


Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.

6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus sinônimos que não formam locução
verbal com o infinitivo que os segue;

Por exemplo:

Deixei-os sair cedo hoje.

7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se também deixar o infinitivo
sem flexão.

Por exemplo:

Vi-os entrar atrasados.


Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

Observações:

a) É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos de verbos como "pedir", "dizer",
"falar" e sinônimos;

Pediu para Carlos entrar. (errado)


Pediu para que Carlos entrasse. (errado)
Pediu que Carlos entrasse. (correto)

b) Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração "Este trabalho é para eu fazer",
pede-se o emprego do pronome pessoal "eu", que se revela, neste caso, como sujeito.

Outros exemplos:

Aquele exercício era para eu corrigir.


Esta salada é para eu comer?
Ela me deu um relógio para eu consertar.

Atenção:

Em orações como "Esta carta é para mim!", a preposição está ligada somente ao pronome, que deve se
apresentar oblíquo tônico.

Infinitivo Pessoal

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Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao processo
verbal, flexionando-se.

O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;

Por exemplo:

Se tu não perceberes isto...


Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós)

2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;

Por exemplo:

O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a prova.
Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.

O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural);

Por exemplo:

Faço isso para não me acharem inútil.


Temos de agir assim para nos promoverem.
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.

4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;

Por exemplo:

Vi os alunos abraçarem-se alegremente.


Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza.
Mandei as meninas olharem-se no espelho.

Nota: como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o
agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.

DICAS:

a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas as outras formas.

Por exemplo:

Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, contudo,


que o substantivo ferrugem é grafado com "g".)

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Viajar: viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com o
substantivo viagem) viajarão, viajasses, etc.

b) Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este "g" deverá ser trocado por um "j"
apenas na primeira pessoa do presente do indicativo.

Por exemplo:

eu dirijo/ eu ajo

c) O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.

- Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.

- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. "Parece" é o verbo de
uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo "elas
mentirem". Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração "Parece que elas mentem."

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou
paciente da ação. São três as vozes verbais:

a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.

Por exemplo:

Ele fez o trabalho.


sujeito agente ação objeto (paciente)
b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo.

Por exemplo:

O trabalho foi feito por ele.


sujeito paciente ação agente da passiva
c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a
ação.

Por exemplo:

O menino feriu-se.

Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade.

Por exemplo:

Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

Formação da Voz Passiva

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A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica

Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal.

Por exemplo:

A escola será pintada.


O trabalho é feito por ele.

Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
construção com a preposição de.

Por exemplo:

A casa ficou cercada de soldados.

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.

Por exemplo:

A exposição será aberta amanhã.

- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a
transformação das frases seguintes:

a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal
da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:

O vento ia levando as folhas. (gerúndio)


As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem
eventualmente funcionar como auxiliares.

Por exemplo:

A moça ficou marcada pela doença.

2- Voz Passiva Sintética

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A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome
apassivador SE.

Por exemplo:

Abriram-se as inscrições para o concurso.


Destruiu-se o velho prédio da escola.

Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.

Por exemplo:

Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)


Sujeito da Ativa Objeto Direto

A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)


Sujeito da Passiva Agente da Passiva

Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e
overbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais exemplos:

- Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.

Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.

- Eu o acompanharei.

Ele será acompanhado por mim.

Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na passiva.

Por exemplo:

- Prejudicaram-me.
Fui prejudicado.

Saiba que:

1) Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, são chamados neutros.

Por exemplo:

O vinho é bom.
Aqui chove muito.

2) Há formas passivas com sentido ativo:

Por exemplo:

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É chegada a hora. (= Chegou a hora.)


Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

3) Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:

Por exemplo:

Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)


Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)

4) Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados
passivos, logo o sujeito é paciente.

Por exemplo:

Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
Vacinaram-se contra a gripe.

Advérbios

Advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
Raramente modifica um substantivo. É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação
verbal.

Tipos de Advérbios
DE MODO: Ex.:Sei muito BEM que ninguém deve passar atestado da virtude alheia.
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa,
à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a
lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:calmamente, tristemente,
propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente,
generosamente

DE INTENSIDADE: Ex.:Acho que, por hoje, você já ouviu BASTANTE.


Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem (quando
aplicado a propriedades graduáveis)

DE TEMPO: Ex.: Leia e depois me diga QUANDO pode sair na gazeta.


Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente,
entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de
manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
em breve, hoje em dia

DE LUGAR: Ex.: A senhora sabe AONDE eu posso encontrar esse pai-de-santo?


Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo,

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externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em
volta

DE NEGAÇÃO :Ex.: DE MODO ALGUM irei lá


Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum

DE DÚVIDA: Ex.: TALVEZ ela volte hoje


Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe

DE AFIRMAÇÃO: Ex.: REALMENTE eles sumiram


Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
indubitavelmente

DE EXCLUSÃO:
Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente

DE INCLUSÃO:
Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência. Ainda, até, mesmo,
inclusivamente, também

DE ORDEM:
Depois, primeiramente, ultimamente

DE DESIGNAÇÃO: Eis

DE INTERROGAÇÃO:
Ex.: E então?QUANDO é que embarca?
onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço e intensidade), para que?
(finalidade

Palavras Denotativas
Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a advérbios. A Nomenclatura Gramatical
Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas palavras, por isso elas são chamadas
simplesmente de palavras denotativas.

ADIÇÃO: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais


Ainda, além disso

AFASTAMENTO: Ex.: Foi embora daqui.


embora

AFETIVIDADE: Ex.: Ainda bem que passei de ano


Ainda bem, felizmente, infelizmente

APROXIMAÇÃO:
quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de

DESIGNAÇÃO: Ex.: Eis nosso novo carro


eis

EXCLUSÃO: Ex.: Todos irão, menos ele.


Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer, senão,

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EXPLICAÇÃO: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias.


isto é, por exemplo, a saber, ou seja

INCLUSÃO: Ex.: Até ele irá viajar.


Até, inclusive, também, mesmo, ademais

LIMITAÇÃO: Ex.: Apenas um me respondeu.


só, somente, unicamente, apenas

REALCE: Ex.: E você lá sabe essa questão?


é que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.

RETIFICAÇÃO: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro


aliás, isto é, ou melhor, ou antes

SITUAÇÃO: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele?


então, mas, se, agora, afinal

Grau dos Advérbios


Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem apresentar variações com
relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau comparativo e no superlativo.

- GRAU COMPARATIVO: quando a circunstância expressa pelo advérbio aparece em relação de comparação.
O advérbio não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas tão...quanto,
mais...que, menos...que. Pode ser:

comparativo de igualdade:
Ex.; Chegarei tão cedo quanto você.

comparativo de superioridade:
Ex.: Chegarei mais cedo que você.

comparativo de inferioridade:
Ex.: Chegaremos menos cedo que você.

- GRAU SUPERLATIVO: nesse caso, a circunstancia expressa pelo advérbio aparecerá intensificada. O grau
superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como pelo
processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).

superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo.


Ex.:Cheguei tardíssimo.

superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxilio de um advérbio de intensidade.


Ex.:Cheguei muito tarde.

Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se acrescentar o sufixo apenas
no ultimo.
Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.

Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo.


Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.

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Numeral

Numeral é toda palavra que encerra a ideia de número.


Exemplos:
- Andei por duas quadras.
- Fui a segunda colocada no concurso.
- Comi um quarto da pizza.
- Tenho triplo da idade de meu filho.

Classificação do numeral: cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.

CARDINAL
Indica quantidade, serve para fazer a contagem.

ORDINAL
Expressa ordem.

MULTIPLICATIVO
Indica multiplicação.

FRACIONÁRIO
Expressa divisão, fração e partes.

COLETIVO
Indica um conjunto. Exemplo: centena, dúzia, dezena, década e milheiro.
*Observação: "zero" e "ambos" são considerados como numerais.
Diferença entre um artigo e o um numeral, um artigo indica indefinição do substantivo e o um numeral
indica quantidade do substantivo.
Flexão dos numerais:
Alguns variam em gênero e número.
Dois – duas
segundo – segunda
Com funções adjetivas são variáveis.
- Ficou em coma por tomar doses triplas de veneno.
Números fracionários.
É meio-dia e meia (hora).

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo

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oito oitavo óctuplo oitavo


nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao
primeiro, ou seja, o regente e o regido. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo a
substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a substantivo, etc.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições.

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A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro
de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições.
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é
uma delas.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente
a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer
concordância em gênero ou em número.
Ex: por + o = pelo
por + a = pela
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela se
une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde

2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.


Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)

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Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo

O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um
substantivo singular e feminino.
- A dona da casa não quis nos atender.
- Como posso fazer a Joana concordar comigo?
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre
eles.

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- Cheguei a sua casa ontem pela manhã.


- Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
- Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família
- Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.

Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:


Destino
Irei para casa.
Modo
Chegou em casa aos gritos.
Lugar
Vou ficar em casa;
Assunto
Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo
A prova vai começar em dois minutos.
Causa
Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade
Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento
Escreveu a lápis.
Posse
Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria
Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia
Estarei com ele amanhã.
Matéria
Farei um cartão de papel reciclado.
Meio
Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem
Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo
Quebrei dois frascos de perfume.

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Oposição
Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço
Essa roupa sai por R$ 50 à vista.

Conjunção

Conjunção é uma das classes de palavras definidas pela gramática general. As conjunções são palavras
invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo
entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação.

CLASSIFICAÇÃO
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em:

- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.

Observe os exemplos:

- Ela foi ao cinema e ao teatro.


- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.

- ADVERSATIVAS
Expressam ideias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:

- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.


- Ela trabalha muito mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.

ALTERNATIVAS
Expressam ideia de alternância.

- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.


- Minha cachorra ora late ora dorme.
- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.

Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já.

CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

- Estudei muito por isso mereço passar.


- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.

Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.

EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão:

- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.


- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS


CAUSAIS
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:

- Não pude comprar o CD porque estava em falta.


- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.

COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que.

- Ela fala mais que um papagaio.

CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.

Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma ideia de “apesar de”.

- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)


- Apesar de ter chovido fui ao cinema.

CONFORMATIVAS

Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante

- Cada um colhe conforme semeia.


- Segundo me disseram a casa é esta.

Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.

CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência.

Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).

- Falou tanto que ficou rouco.


- Estava tão feliz que desmaiou.

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FINAIS
Expressam ideia de finalidade, objetivo.

- Todos trabalham para que possam sobreviver.


- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.

Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),

PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.

- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.


- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.

TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.

- Quando eu sair, vou passar na locadora.


- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.

Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que".

O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.

Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.

Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e consequência. Realmente, às vezes, fica difícil
diferenciá-las.

Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.

“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma consequência.
Ficaram cansados porque correram muito.

“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.

Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira
definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.

Classificação dos Artigos

Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as.

Por exemplo:

Eu matei o animal.

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Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas.

Por exemplo:

Eu matei um animal.

Combinação dos Artigos

É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este quadro apresenta
a forma assumida por essas combinações:

Preposições Artigos
o, os a, as um, uns uma, umas
a ao, aos à, às - -
de do, dos da, das dum, duns duma, dumas
em no, nos na, nas num, nuns numa, numas
por (per) pelo, pelos pela, pelas - -
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é
conhecida por crase.

- As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com a forma per, equivalente
a por.

Interjeição

Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir
sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso
de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:

Droga! Preste atenção quando eu estou falando!

No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!

Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a
interjeição Droga!

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus
elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma
espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Veja os exemplos:

1.Bravo! Bis!

bravo e bis: interjeição

sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"

2.Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...

ai: interjeição

sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"

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A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica,
como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de
uma situação particular, um momento ou um contexto específico.

Exemplos:

1.Ah, como eu queria voltar a ser criança!

ah: expressão de um estado emotivo = interjeição

2.Hum! Esse pudim estava maravilhoso!

hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala
é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.

Exemplos:

1.Psiu!

contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua

significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"

2.Psiu!

contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital

significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"

3.Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!

puxa: interjeição

tom da fala: euforia

4.Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!

puxa: interjeição

tom da fala: decepção

As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:

a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.

Por exemplo:

- Você faz o que no Brasil?


-Eu? Eu negocio com madeiras.
-Ah, deve ser muito interessante.

b) Sintetizar uma frase apelativa

Por exemplo:

Cuidado! Saia da minha frente.

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As interjeições podem ser formadas por:

a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô

b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!

c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!

A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada; por isso,
pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.

Por exemplo:

Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)


Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)

Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:

Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!

Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!

Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!

Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!

Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!

Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!

Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!

Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!,
Basta!, Ora!

Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!

Desculpa: Perdão!

Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!

Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!

Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!,
Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!

Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!

Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!

Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!,
Socorro!, Valha-me, Deus!

Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!

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Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!

Locução Interjetiva

Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão com sentido de interjeição.

Por exemplo :

Ora bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa!


Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!

Observações:

1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.

Por exemplo:

Ué! = Eu não esperava por essa!


Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.

2) Além do contexto, o que caracteriza a interejeição é o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras
classes gramaticais podem aparecer como interjeições.

Por exemplo:

Viva! Basta! (Verbos)


Fora! Francamente! (Advérbios)

3) A interjeição pode ser considerada uma "palavra-frase" porque sozinha pode constituir uma mensagem.

Por exemplo:

Socorro!
Ajudem-me!
Silêncio!
Fique quieto!

4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que exprimem ruídos e vozes.

Por exemplo:

Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!


Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.

5) Não se deve confundir a interjeição de apelo "ó" com a sua homônima "oh!", que exprime admiração,
alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do" oh!" exclamativo e não a fazemos depois do "ó" vocativo.

Por exemplo:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

"Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!" (Olavo Bilac)


Oh! a jornada negra!" (Olavo Bilac)

6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de palavras de outras classes, podem aparecer
flexionadas no diminutivo ou no superlativo.

Por exemplo:

Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!

Reconhecimento e emprego das estruturas morfossintáticas do texto - Relações de regência entre


termos

A regência enfoca o relacionamento entre os termos da oração, verificando o nível de dependência entre
eles.

Chama-se regente o termo que exige complemento e regido o termo complementar (Ninguém assistiu –
termo regente – ao formidável enterro – termo regido).

Na regência nominal, alguns nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) podem apresentar mais de uma
regência, como acontece com os verbos (Estava ansioso para ouvi-lo./ Estava ansioso por ouvi-lo./ Estava
ansioso de ouvi-lo.).

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-
os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja
regência você conhece.

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a

Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por

Bacharel em Horror a Proeminência sobre

Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos

Acessível a Entendido em Necessário a

Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Agradável a Escasso de Paralelo a

Alheio a, de Essencial a, para Passível de

Análogo a Fácil de Preferível a

Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a

Apto a, para Favorável a Prestes a

Ávido de Generoso com Propício a

Benéfico a Grato a, por Próximo a

Capaz de, para Hábil em Relacionado com

Compatível com Habituado a Relativo a

Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por

Contíguo a Impróprio para Semelhante a

Contrário a Indeciso em Sensível a

Descontente com Insensível a Sito em

Desejoso de Liberal com Suspeito de

Diferente de Natural de Vazio de

Advérbios

Longe de
Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são
formados:paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Quanto à regência verbal, os verbos podem ser:


- Transitivo direto
- Transitivo indireto
- Transitivo direto e indireto
- Intransitivo

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Verbos que requerem uma ligação direta do complemento. São os VTD, que dispensam auxílio de preposição
(Ver filmes. Parecer cansado.);

Verbos que requerem complemento sempre com a mesma preposição. São os VTI (Depender do carro.
Incorrer em erro.);

Verbos cujo complemento pode variar de preposição, sem alterar o sentido. São também VTI (Contentar-se
de ser feliz – Contentar-se com ser feliz);

Verbos cujo sentido varia conforme o complemento – com ou sem preposição (Aspirar ao cargo – Desejar o
cargo / Aspirar o pó – Sugar o pó).

ASPIRAR
O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.
Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição.
- Ela aspirou o aroma das flores.
- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.
Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a preposição
“a”.
- O candidato aspirava a uma posição de destaque.
- Ela sempre aspirou a esse emprego.
Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por
“a ele(s)”, “a ela(s)”.
- Aspiras a este cargo?
- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).

ASSISTIR
O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.
Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com a
preposição “a”.
- Assisti a um filme. (ver)
- Ele assistiu ao jogo.
- Este direito assiste aos alunos. (caber)
Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.
- O médico assiste o ferido. (cuida)
Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.
- Assistir ao paciente.
Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.
- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)
- Eu assisto no Rio de Janeiro.

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“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.

CHAMAR
O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.
É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige complemento sem preposição.
- O professor chamou o aluno.
É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição “por”.
- Ela chamava por Jesus.
Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto ou transitivo
indireto.
Admite as seguintes construções:
- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)
- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)
- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)
- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

VISAR
Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).
Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.
- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)
- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)
Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a preposição “a”.
- Muitos visavam ao cargo.
- Ele visa ao poder.
Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não se diz:
viso-lhe.
Obs: Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é geralmente omitida.
- Ele visava atingir o posto de comando.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.
- Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São,
portanto, transitivos indiretos.
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.

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- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.


Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre
leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea , porém, é fácil encontrá-la
em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa
construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de
alguma coisa).

PREFERIR
É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento sem preposição) e um objeto
indireto (complemento com preposição)
- Prefiro cinema a teatro.
- Prefiro passear a ver TV.
Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.

SIMPATIZAR
Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição “com”.
- Não simpatizei com os jurados.

QUERER
Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto ( no sentido de “ter afeto”,
“estimar”).
- A criança quer sorvete.
- Quero a meus pais.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.
- Maria namora João.
Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a).
- Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva.
- A fila não foi obedecida.

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VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.
- Ele viu o filme.

Relações de concordância entre termos

Concordância é o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem
harmonicamente na frase.

Concordância verbal

Na concordância verbal, o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito. A concordância verbal pode
se dar com:

Sujeito simples: antecedendo ou não o seu sujeito simples, o verbo concorda com ele em número e pessoa
(E o vento forte quebra as telhas e vidraças – verbo e sujeito no singular);

Sujeito composto anteposto ao verbo: o verbo pode ir para o plural, estar no singular ou no plural (com
palavras sinônimas, ou caso os núcleos do sujeito expressem uma gradação), ou permanecer no singular
(caso os núcleos do sujeito estejam se referindo à mesma pessoa ou coisa, ou caso os núcleos do sujeito
estejam resumidos por tudo, nada, ninguém);

Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo irá para o plural (Explodem, como granadas, os arrozais e as
águas.), é admissível também a concordância do verbo com o núcleo mais próximo (Só cabe no poema o
homem sem estômago);

Sujeito composto de pessoas diferentes: o verbo vai para o plural na pessoa que prevalecer (O trabalhador e
eu plantamos muita mandioca por esse mundão);
Sujeito representado por um coletivo: o verbo concorda com o coletivo (A manada de touros tomava a
paisagem em largura);

Sujeito constituído de pronomes de tratamento: o verbo não concorda com a segunda pessoa: vai para a
terceira pessoa (Vossa Excelência se enganou).

Concordância nominal

Na concordância nominal, deve haver concordância entre os nomes (substantivos) e as palavras que com
eles se relacionam (adjetivos, artigos, numerais, pronomes adjetivos, particípios). Observe os casos gerais de
concordância nominal:

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Concordância do adjetivo com o substantivo: um só adjetivo relacionando-se com mais de um substantivo


de gênero ou número diferentes (Claros cabelos e semblante que esvaecem) ou mais de um adjetivo
referindo-se a um só substantivo (Entramos pelas terras italiana e suíça);

Concordância do predicado com o sujeito: predicado e sujeito simples (Lindas sombras ficaram opacas na
madrugada) ou predicado e sujeito composto (O ódio e o amor pareciam idênticos);

Concordância do numeral com o substantivo: os numerais cardinais devem concordar com o substantivo a
que se referem (No mercado havia vinte e duas pessoas), se aparecer antes dos numerais, o substantivo irá
para o plural (As pessoas segunda e terceira são alegres);

Concordância dos pronomes de tratamento: é obrigatória a concordância com os pronomes de tratamento


sempre em terceira pessoa e usual o adjetivo concordar com o sexo da pessoa relacionada ao pronome
citado (Vossa Majestade está bem atrasada para a cerimônia);

Concordância ideológica ou silepse: modo especial de concordar as palavras, e não a forma gramatical, pode
ser: de gênero (Extraordinária e bela Recife, Veneza brasileira), de pessoa (Os paulistanos abominados a
violência urbana) ou de número (Memórias de um sargento de milícias satiriza o Rio do tempo do rei).

Sinais de pontuação

Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam
reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as
pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;

2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;

3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

Vírgula (,)

É usada para:

a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou, esperneou e,
enfim, dormiu.

Nessa oração, a vírgula separa os verbos.

b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!

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c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.

d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:

1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado! (antecipação de
complemento verbal)

2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial)

e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois,
porém, mas, no entanto, assim, etc.

f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.

g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que esperava.

Ponto-final (.)

É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:

a) Não quero dizer nada.

b) Eu amo minha família.

E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.

Ponto de Interrogação (?)

O ponto de interrogação é usado para:

a) Formular perguntas diretas:

Você quer ir conosco ao cinema?

Desejam participar da festa de confraternização?

b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma determinada
situação:

O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)

Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)

Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino? (expectativa)

Ponto de Exclamação (!)

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Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:

a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa, súplica, ordem,
horror, espanto:

Iremos viajar! (entusiasmo)

Foi ele o vencedor! (surpresa)

Por favor, não me deixe aqui! (súplica)

Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)

Seja rápido! (ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:

Ui! que susto você me deu. (interjeição)

Foi você mesmo, garoto! (vocativo)

c) Nas frases que exprimem desejo:

Oh, Deus, ajude-me!

Observações dignas de nota:

* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o uso dos
pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:

Que que eu posso fazer agora?!

* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há problema
algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:

Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

Ponto e vírgula (;)

É usado para:

a) separar itens enumerados:

A Matemática se divide em:

- geometria;

- álgebra;

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- trigonometria;

- financeira.

b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou ao longe,
sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.

Dois-pontos (:)

É usado quando:

a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:

Ele respondeu: não, muito obrigado!

b) se quer indicar uma enumeração:

Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus colegas e não
responda à professora.

Aspas (“”)

São usadas para indicar:

a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda na edição,
os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line)

b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”.

Reticências (...)

São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao que se estava
falando:

a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,

O bem que neste mundo mais invejo?

O brando ninho aonde o nosso beijo

Será mais puro e doce que uma asa? (...)

b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...

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c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

Parênteses ( )

São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações.

Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio de
vírgulas).

Travessão (–)

O travessão é indicado para:

a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:

- Quais ideias você tem para revelar?

- Não sei se serão bem-vindas.

- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto.

b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses:

Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.

Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.

c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:

O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada.

Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

Reescritura de frases e parágrafos do texto

Provavelmente, em sua prova estará assim: "parte do texto pode ser reescrito, sem prejuízo do seu sentido
original e da correção gramatical.”

Nesse caso, basta você compreender que se trata de uma paráfrase que é a reescrita de um texto sem que
haja perda de sentido, a qual pode ocorrer com: mudança de ordem dos termos no período; o uso de
sinônimos;antônimos antepostos ou pospostos por palavras negativas; elipse de termos facilmente
subentendidos; ou ainda, pelo mecanismo da perífrase que é a reescritura por meio de um processo que
consiste em expressar por muitas palavras o que se poderia dizer em poucos termos ou vice-versa.

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Outra observação valiosa é ficar atento quanto à concordância e à regência verbal e nominal. Portanto,
resolver questões de reescritura é muito simples. Basta estudar tudo o que lhe foi cobrado no edital e mais
esses dois conteúdos que lhe mostraremos agora: paráfrase e perífrase.

Paráfrase

Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre
para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já
foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant'Anna em seu livro "Paródia, paráfrase & Cia" (p.
23):

Texto Original

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Portanto, paráfrase é sempre a reescritura de um texto já existente, uma espécie de ‘tradução’ dentro da
própria língua.

Perífrase

Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de
um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:

A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.

Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.

Exemplos:

O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.


O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

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MATEMÁTICA
Teoria dos conjuntos. Conjuntos numéricos. Relações entre conjuntos.

Conjunto é o agrupamento de elementos com características comuns.

O nome de um conjunto sempre é dado por uma letra maiúscula do nosso alfabeto.

As principais formas de representação de um conjunto são:

• por extenso: A = {0, 1, 3};

• por descrição: P = {x | x é par};

• por diagrama de Venn-Euler:

Um conjunto pode ter um número finito de


elementos (conjunto finito), como o
conjunto A ou o conjunto D acima, ou pode
ser formado por infinitos elementos
(conjunto infinito), como o conjunto P acima ou um conjunto numérico.

Além disso, um conjunto pode ser unitário, quando possui apenas um elemento:

Y = {x | x é par e é primo} = {2}.

Ou pode ser vazio, caso não haja nenhum elemento com a característica procurada:

W = {x | x é par e ímpar}.

Há ainda, na resolução de problemas e equações, o conjunto que deve conter todas as soluções possíveis,
o conjunto universo.

Relações de Pertinência e Inclusão

Quando um elemento está em um conjunto, dizemos que ele pertence a esse conjunto. Exemplos:

F = {0, 2, 4, 6, 8, ...}

- lê-se: 2 pertence a F.

- lê-se: 3 não pertence a F.

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Já entre conjuntos, é errado usar a relação de pertinência. Assim, utilizamos as relações de inclusão.

G = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}

- lê-se: F está contido em G.


- lê-se: G não está contido em F.

- lê-se: G contém F.

As principais operações com conjuntos são:

• União

Exemplo: dados A = {0, 1, 2, 3} e B = {2, 3, 4, 5}, a união é o conjunto formado pela reunião dos
elementos de A e de B.

Representação: A B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}.

• Diferença

Exemplo: dados A = {0, 1, 2, 3} e B = {2, 3, 4, 5}, a diferença entre A e B é o conjunto formado pelos
elementos exclusivos de A, isto é, retira-se de A o que for comum com B.

Representação: A - B = {0, 1}.

• Intersecção

Exemplo: dados A = {0, 1, 2, 3} e B = {2, 3, 4, 5}, a intersecção é o conjunto formado pelos elementos
comuns de A e B, isto é, pelos elementos "repetidos".

Representação: A B = { 2, 3}.

• Produto Cartesiano

Exemplo: dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5}, o produto cartesiano de A por B é o


conjunto formado por todos os pares possíveis formados com os elementos de A e de B. Esses pares
são chamados de ordenados, pois cada um é formado por um elemento de A e um elemento de B,

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nessa ordem.

Representação:

ou

ou ainda no Plano Cartesiano:

• Complementar

É uma
modalidade de
diferença de
conjuntos, que
ocorre quando
um conjunto
está contido em
outro.

Exemplo: dados
A = {0, 1, 2, 3} e
B = {2, 3}, o
complementar
de B em A é a diferença A - B.

Representação: CAB = A - B = {0, 1}.

Já o complementar de A em B é a diferença B - A.

Representação: CBA = B - A= { }.

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Conjuntos Numéricos

Números Naturais

O conjunto dos números naturais é inicialmente composto por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...

Com a utilização deste conjunto você pode enumerar brinquedos ou simplesmente registrar a sua
quantidade, por exemplo.

Este conjunto é representado pela letra N. Abaixo temos uma representação do conjunto dos números
naturais:

As chaves são utilizadas na representação para dar ideia de conjunto. Os pontos de reticência dão a ideia de
infinidade, já que os conjuntos numéricos são infinitos.

Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito, no entanto podemos ter a representação de apenas um
subconjunto dele. A seguir temos um subconjunto do conjunto dos números naturais é formado pelos
quatro primeiro múltiplos de sete:

Para representarmos o conjunto dos números naturais, ou qualquer um dos outros quatro conjuntos
fundamentais, utilizamos o caractere asterisco após a letra, veja:

Números inteiros

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Os números inteiros são números reais e representamos pela letra Z, escrevemos assim:

Z={..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

É importante ressaltar que os números inteiros são “fechados”, para as operações de adição, multiplicação e
subtração, ou seja, a soma, produto e diferença de dois números inteiros ainda é um número inteiro.

Há subconjuntos de Z:

•Z* = Z-{0}

•Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = {0,1,2,3,4,5,...}

•Z- = conjunto dos inteiros não positivos = {... -5, -4, -3, -2, -1, 0}

Números Racionais

Os números racionais são números reais que podem ser expressos como relação de dois números inteiros.

Por exemplo:

•-2

•-5/4

•-1

•3/5

•1

•3/2

.. são números racionais.

O conjunto dos números racionais é representado pela letra Q

A realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre dois


números racionais quaisquer terá como resultado também um número racional, obviamente no caso da
divisão, o divisor deve ser diferente de zero. Sejam a e b números racionais, temos:

Números Irracionais

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Os números irracionais são os números reais que não são racionais, isto é, o conjunto de números
irracionais é o complemento do conjunto de números racionais. Exemplos de números irracionais são:

√2 = 1,4142135 ...
√3 = 1,7320508 ...

Um número irracional bastante conhecido é o número π (PI)

(pi) p = 3,1415926535...

Números Reais

O conjunto de números reais e suas propriedades é chamado de sistema de número real. Uma das
propriedades fundamentais dos números reais é poder representá-las por pontos numa linha reta. Conforme
verificamos na figura abaixo:

Números a direita de o (zero),


são chamados números positivos e os números a esquerda de 0 são chamados números negativos.

Observação

O número 0 não é nem positivo nem negativo.

Este conjunto é representado pela letra "R".

R = números racionais + números irracionais + números inteiros + números naturais

Abaixo temos um exemplo de conjunto contendo números reais:

Funções exponenciais, logarítmicas e trigonométricas

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Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada por uma lei
da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e a 0.

Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo


constante.

Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:

f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3
f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
f(x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Gráfico

O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax + b, com a 0, é uma reta oblíqua aos eixos Ox e
Oy.

Exemplo:

Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:


Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus pontos e ligá-los com o auxílio de uma régua:

a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 - 1 = -1; portanto, um ponto é (0, -1).

b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, e outro ponto é .

Marcamos os pontos (0, -1) e no plano cartesiano e ligamos os dois com uma reta.

x y

0 -1

Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta.


O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da reta e, como veremos adiante, a está ligado à
inclinação da reta em relação ao eixo Ox.

O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta. Para x = 0, temos y = a · 0 + b = b. Assim, o


coeficiente linear é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo Oy.

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Zero e Equação do 1º Grau

Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau f(x) = ax + b, a 0, o número real x tal que f(x) =
0.

Temos:

Vejamos alguns exemplos:

Crescimento e decrescimento

Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamos atribuir valores cada vez maiores a x e observar o que
ocorre com y:

Notemos que, quando aumentos o valor de x, os correspondentes


valores de y também aumentam. Dizemos, então que a
função y = 3x - 1 é crescente.
Observamos novamente seu
gráfico:

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Regra geral:

a função do 1º grau f(x) = ax + b é crescente quando o coeficiente de x é positivo (a > 0);


a função do 1º grau f(x) = ax + b é decrescente quando o coeficiente de x é negativo (a < 0);

Justificativa:

•para a > 0: se x1 < x2, então ax1 < ax2. Daí, ax1 + b < ax2 + b, de onde vem f(x1) < f(x2).

•para a < 0: se x1 < x2, então ax1 > ax2. Daí, ax1 + b > ax2 + b, de onde vem f(x1) > f(x2).

Sinal

Estudar o sinal de uma qualquer y = f(x) é determinar os valor de x para os quais y é positivo, os valores de
x para os quais y é zero e os valores de x para os quais y é negativo.
Consideremos uma função afim y = f(x) = ax + b vamos estudar seu sinal. Já vimos que essa função se
anula pra raiz . Há dois casos possíveis:

Conclusão: y é positivo para


valores de x maiores que a raiz; y é
negativo para valores de x menores
que a raiz

Conclusão: y é positivo para


valores de x menores que a
raiz; y é negativo para
valores de x maiores que a
raiz.

Função do 2º grau

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Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR dada por uma
lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:

1.f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1

2.f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1

3.f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5

4.f(x) = - x2 + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 0

5.f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

Gráfico

O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma curva chamada
parábola.

Exemplo:

Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:


Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e, em seguida,
ligamos os pontos assim obtidos.

x y

-3 6

-2 2

-1 0

0 0

1 2

2 6

Observação:

Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:

•se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;

•se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

91
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Zero e Equação do 2º Grau

Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c , a 0, os números reais x
tais que f(x) = 0.

Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0, as
quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

Temos:

Observação

A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o

radicando , chamado discriminante, a saber:

•quando é positivo, há duas raízes reais e distintas;

•quando é zero, há só uma raiz real (para ser mais preciso, há duas raízes iguais);

•quando é negativo, não há raiz real.

Coordenadas do vértice da parábola

Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a
parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são

Veja os gráficos:

92
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Imagem

O conjunto-imagem Im da
função y = ax2 + bx + c, a 0,
é o conjunto dos valores que y
pode assumir. Há duas
possibilidades:

1ª - quando a > 0,

2ª quando a < 0,

Construção da Parábola

É possível construir o
gráfico de uma função do 2º
grau sem montar a tabela de
pares (x, y), mas seguindo
apenas o roteiro de
observação seguinte:

1.O valor do
coeficiente a define a
concavidade da
parábola;

2.Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x;

3.O vértice V indica o ponto de mínimo (se a > 0), ou máximo (se a< 0);

4.A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola;

5.Para x = 0 , temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo


dos y.

Sinal

93
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Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores de x para os quais
y é negativo e os valores de x para os quais y é positivo.
Conforme o sinal do discriminante = b2 - 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos:

1º - >0
Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais distintos (x1 x2). a parábola intercepta o eixo Ox
em dois pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

2º - =0

3º - <0

Função exponencial

Função exponencial é toda


função

94
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Neste tipo de função como podemos observar em , a variável independente x está no expoente,
daí a razão da sua denominação. É importante também observar que a base a é um valor real constante, isto
é, um número real.

Note que temos algumas restrições, visto que temos

Se teríamos uma função constante e não exponencial, pois 1 elevado a qualquer x real sempre
resultaria em1. Neste caso

que é uma função constante.

E para , por que tal restrição?

Ao estudarmos a potenciação sabemos que é indeterminado, então seria indeterminado


quando .

No caso de não devemos nos esquecer de que não existe a raiz real de um radicando negativo e

índice par, portanto se tivermos, por exemplo, e o valor de não será um número
real, pois teremos:

Para representarmos
graficamente uma função exponencial, podemos fazê-lo da mesma forma que fizemos com a função
quadrática, ou seja, arbitrarmos alguns valores para x, montarmos uma tabela com os respectivos valores
de f(x), localizarmos os pontos no plano cartesiano e traçarmos a curva do gráfico.

Para a representação gráfica da função arbitraremos os seguintes valores para x:

-6, -3, -1, 0, 1 e 2.

Montando a tabela temos:

x y = 1,8x
-6 y = 1,8-6 = 0.03
-3 y = 1,8-3 = 0.17
-1 y = 1,8-1 = 0.56

95
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0 y = 1,80 = 1
1 y = 1,81 = 1.8
2 y = 1,82 = 3.24

Abaixo temos o gráfico desta função exponencial, onde localizamos cada um dos pontos obtidos da tabela e
os interligamos através da curva da função:

Função Crescente e Decrescente

Assim como no caso


das funções afim, as funções
exponenciais também podem ser classificadas como função crescente ou função decrescente.

Isto se dará em função da base a ser maior ou menor que 1. Lembre-se que segundo a definição da função
exponencial

Função Exponencial Crescente

Se temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.

No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y.
Graficamente vemos que a curva da função é crescente.

Função Exponencial
Decrescente

Se temos
uma função exponencial
decrescente em todo
o domínio da função.

Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos
que a curva da função é decrescente.

96
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Note também que


independentemente de a
função ser crescente ou
decrescente, o gráfico da
função sempre cruza
o eixo das ordenadas no
ponto (0, 1), além de nunca cruzar o eixo das abscissas.

Logarítmicas

Toda função definida pela lei de formação f(x) = logax, com a ≠ 1 e a > 0 é denominada função logarítmica
de base a. Nesse tipo de função o domínio é representado pelo conjunto dos números reais maiores que
zero e o contradomínio, o conjunto dos reais.

Exemplos de funções logarítmicas:

f(x) = log2x
f(x) = log3x
f(x) = log1/2x
f(x) = log10x
f(x) = log1/3x
f(x) = log4x
f(x) = log2(x – 1)
f(x) = log0,5x

Determinando o domínio da função logarítmica

Dada a função f(x) = log(x – 2) (4 – x), temos as seguintes restrições:

1) 4 – x > 0 → – x > – 4 → x < 4


2) x – 2 > 0 → x > 2
3) x – 2 ≠ 1 → x ≠ 1+2 → x ≠ 3

Realizando a intersecção das restrições 1, 2 e 3, temos o seguinte resultado: 2 < x < 3 e 3 < x < 4.

97
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Dessa forma, D = {x ? R / 2 < x < 3 e 3 < x < 4}

Gráfico de uma função logarítmica

Para a construção do gráfico da função logarítmica devemos estar atentos a duas situações:

?a>1

?0<a<1

Para a > 1, temos o gráfico da seguinte forma:

Função crescente

Para 0 < a < 1, temos o gráfico da


seguinte forma:
Função decrescente

Características do gráfico da
função logarítmica y = logax

O gráfico está totalmente à direita


do eixo y, pois ela é definida para x
> 0.

Intersecta o eixo das abscissas no


ponto (1,0), então a raiz da função é x = 1.

Note que y assume todos as soluções reais, por isso dizemos que a Im(imagem) = R.

Através dos estudos das funções logarítmicas, chegamos à conclusão de que ela é uma função inversa da
exponencial. Observe o gráfico comparativo a seguir:

98
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Podemos notar que (x,y) está no gráfico da função logarítmica se o seu inverso (y,x) está na função
exponencial de mesma base.

Trigonométricas

Função Seno

Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função seno à função que associa a
cada x ∈ R o número (senx) ∈ R. Indicamos essa função por:

f(x) = sen(x)

O gráfico da função seno, no plano cartesiano, será uma curva denominada senóide. Atribuindo valores ao
arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Propriedades:
- Domínio:
- Imagem: [-1;1]
- Período: 2πrad

Função Co-seno

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Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função co-seno à função que associa a
cada x ∈ R o número (cosx) ∈ R. Indicamos essa função por:

f(x) = cos(x)

O gráfico da funcão co-seno, no cartesiano, será uma curva denominada co- senóide. Atribuindo valores ao
arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Propriedades:
- Domínio:
- Imagem: [-1;1]
- Período: 2πrad

Função Tangente

Dado um ângulo
cuja medida é dada
em radianos é x,
chamamos de função
tangente à função que associa a cada x ∈ R/x ≠ π/2+kπ o número (tg x) ∈ R. Indicamos essa função por:

f(x) = tg(x)

O gráfico da função tangente, no cartesiano, será uma curva denominada tangentóite. Atribuindo valores ao
arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Equação do 1º Grau

Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igualdade. A palavra equação tem
o prefixo equa, que em latim quer dizer "igual". Exemplos:

100
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2x + 8 = 0

5x - 4 = 6x + 8

3a - b - c = 0

Não são equações:

4 + 8 = 7 + 5 (Não é uma sentença aberta)

x - 5 < 3 (Não é igualdade)

(não é sentença aberta, nem igualdade)

A equação geral do primeiro grau:

onde a e b são números conhecidos e a diferente de 0, se resolve de maneira simples: subtraindo b dos dois
lados, obtemos:

dividindo agora por a (dos dois lados), temos:

Considere a equação 2x - 8 = 3x -10

A letra é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa " desconhecida".

Na equação acima a incógnita é x; tudo que antecede o sinal da igualdade denomina-se 1º membro, e o
que sucede, 2ºmembro.

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Qualquer parcela, do 1º ou do 2º membro, é um termo da equação.

Termo da Equação

Resolução de equações do 1° grau com uma incógnita

Para solucionarmos a equação 2x + 10 = 100 iremos recorrer aos conceitos de equações


equivalentes, princípio aditivo da igualdade e princípio multiplicativo da igualdade, vistos no tópico Equação.
Resumindo, iremos obter equações equivalentes sucessivamente através da aplicação destes princípios, até
que a raiz da equação seja encontrada.

Primeiramente vamos lembrar que o oposto de um número real é igual a este mesmo número com o sinal
trocado. O oposto de 2 é igual a -2. Obviamente o oposto de -2 voltará ao número 2 inicial. Note ainda que
a soma de um número pelo seu oposto sempre resultará em 0.

Precisamos também lembrar o que vem a ser o inverso de um número real diferente de zero. De antemão
sabemos que um número real diferente de zero multiplicado pelo seu inverso resultará sempre em 1.

Segundo este conceito, o inverso de 2 é 1/2, já que 2 . 1/2 = 1. Obviamente o inverso de 1/2 é 2 pelo mesmo
motivo.

O inverso de 3/5 é 5/3, pois 3/5 . 5/3 = 1.

102
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Simplificando, se a for um número real inteiro e diferente zero, o seu inverso será 1/a. No caso de frações, o
inverso multiplicativo da fração a/b será b/a, com a e b diferentes de zero.

A partir deste conceito podemos começar a solucionar a equação.

Vejamos:

A ideia é deixarmos a incógnita x isolada no primeiro membro à direita do sinal de igualdade e a raiz no
segundo membro, à esquerda. Gradualmente iremos passando os números do primeiro membro para o
segundo membro.

Para passarmos o número 10 no primeiro membro, para o segundo membro, iremos recorrer ao princípio
aditivo da igualdade. Vamos subtrair 10 dos dois membros da equação:

Ao subtrairmos 10 nos dois membros da equação, na verdade estamos somando o oposto de 10, que é -
10 em ambos os membros como vemos abaixo, de sorte que o 10 saia do primeiro membro, pois como já
vimos, ao somarmos um número real ao seu oposto o resultado sempre será igual a zero:

Ao realizarmos as operações chegaremos à equação:

Que é equivalente a:

103
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Para tirarmos o coeficiente 2 do primeiro membro, iremos recorrer ao princípio multiplicativo da igualdade,
dividindo ambos os membros por 2:

Na verdade o que estamos fazendo é multiplicando ambos os membros pelo inverso multiplicativo do
coeficiente 2 que é1/2, para que ele saia do primeiro membro, já que será reduzido ao número 1. Na
realidade o cálculo seria este:

Realizando os cálculos em qualquer um dos dois casos encontramos a raiz procurada:

Passando para o outro lado

Depois de adquirido tais conhecimentos, podemos ver uma forma mais simples de solucionarmos este tipo
de equação. Vejamos:

104
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A ideia agora é passar o termo 10 do primeiro para o segundo membro. Como ele está sendo somado,
passará para o outro lado sendo subtraído, já que a subtração é a operação inversa da adição:

Que se resume a:

Passamos agora o coeficiente 2 para o segundo membro. Como ele está multiplicando, do outro lado ele
estará dividindo. Isto porque a divisão é a operação inversa da multiplicação:

Realizando a divisão encontramos a raiz 45 encontrada anteriormente:

Apenas a título de verificação, vamos substituir a incógnita x por 45 para confirmarmos que este valor torna
a equação verdadeira:

Considere a equação: 2x - 6 = 5 - 3y

105
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Trata-se de uma equação com duas variáveis, x e y, pode ser transformada numa equação
equivalente mais simples. Assim:

2x + 3y = 5 + 6

2x + 3y = 11 ==> Equação do 1º grau na forma ax + by = c .

Na equação ax + by = c, denominamos:

x + y - variáveis ou incógnita b - coeficiente de y

a - coeficiente de x c - termo independente

Exemplos:

x + y = 30 -3x - 7y = -48

2x + 3y = 15 2x- 3y = 0

x - 4y = 10 x-y=8

Solução de uma equação de 1º grau com duas variáveis

Quais os valores de x e y que tornam a sentença x - 2y = 4 verdadeira?

Observe os pares abaixo:

x = 6, y = 1

x - 2y = 4

6-2.1=4

6-2=4

4 = 4 (V)

x = 8, y = 2

x - 2y = 4

8-2.2=4

8-4=4

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4 = 4 (V)

x = -2, y = -3

x - 2y = 4

-2 - 2 . (-3) = 4

-2 + 6 = 4

4 = 4 (V)

Verificamos que todos esses pares são soluções da equação x - 2y = 4.

Assim, os pares (6, 1); (8, 2); (-2, -3) são algumas das soluções dessa equação.

Uma equação do 1º grau com duas variáveis tem infinitas soluções - infinitos (x, y) - , sendo, portanto, seu
conjunto universo

Podemos determinar essas soluções, atribuindo-se valores quaisquer para uma das variáveis, calculando a
seguir o valor da outra.

Exemplo:

•Determine uma solução para a equação 3x - y = 8.

Atribuímos para o x o valor 1, e calculamos o valor de y. Assim:

3x - y = 8

3 . (1) - y = 8

3-y=8

-y = 5 ==> Multiplicamos por -1

y = -5

O par (1, -5) é uma das soluções dessa equação.

V = {(1, -5)}

Gráfico de uma equação de 1º grau com duas variáveis

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Sabemos que uma equação do 1º grau com duas variáveis possui infinitas soluções.

Cada uma dessas soluções pode ser representada por um par ordenado (x, y).

Dispondo de dois pares ordenados de uma equação, podemos representá-los graficamente num plano
cartesiano, determinando, através da reta que os une, o conjunto da solução dessa equação. Exemplo:

•Construir um gráfico da equação x + y = 4.

Inicialmente, escolhemos dois pares ordenados que solucionam essa equação.

1º par: A (4, 0)

2º par: B (0, 4)

A seguir, representamos esses pontos num plano cartesiano

Finalmente, unimos os pontos A e B, determinando a reta r, que contém todos os pontos soluções da
equação.

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A reta r é chamada reta suporte do gráfico da equação.

Equações polinomiais reduzidas ao 2º grau

Denomina-se equação do 2º grau na incógnita x, toda equação da forma: ax2 + bx + c = 0, onde x é a


incógnita e a, b e c são números reais, com a ≠ 0. a, b e c são coeficientes da equação. Observe que o maior
índice da incógnita na equação é igual a dois e é isto que a define como sendo uma equação do segundo
grau.

Exemplo:

•x2 - 5x + 6 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = -5 e c = 6.

•6x2 - x - 1 = 0 é um equação do 2º grau com a = 6, b = -1 e c = -1.

•7x2 - x = 0 é um equação do 2º grau com a = 7, b = -1 e c = 0.

•x2 - 36 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = 0 e c = -36.

Resolução de equações do 2° grau

A resolução de uma equação do segundo grau consiste em obtermos os possíveis valores reais para a
incógnita, que torne a sentença matemática uma equação verdadeira. Tais valores são a raiz da equação.

Fórmula Geral de Resolução

Para a resolução de uma equação do segundo grau completa ou incompleta, podemos recorrer à fórmula
geral de resolução:

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Esta fórmula também é conhecida como fórmula de Bhaskara.

O valor b2 -4ac é conhecido como discriminante da equação e é representado pela letra grega Δ. Temos
então que Δ = b2 -4ac, o que nos permitir escrever a fórmula geral de resolução como:

Resolução de equações do 2° grau incompletas

Para a resolução de equações incompletas podemos recorrer a certos artifícios. Vejamos:

Para o caso de apenas b = 0 temos:

Portanto para equações do tipo ax2 + c = 0, onde b = 0, podemos utilizar a fórmula


simplificada para calcularmos as suas raízes. Observe no entanto que a equação só possuirá
raízes no conjunto dos números reais se .

Para o caso de apenas c = 0 temos:

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Portanto para equações do tipo ax2 + bx = 0, onde c = 0, uma das raízes sempre será igual a zero e a outra
será dada pela fórmula

Para o caso de b = 0 e c = 0 temos:

Podemos notar que ao contrário dos dois casos anteriores, neste caso temos apenas uma única raiz real, que
será sempre igual a zero.

Discriminante da equação do 2° grau

O cálculo do valor do discriminante é muito importante, pois através deste valor podemos determinar o
número de raízes de uma equação do segundo grau.

Como visto acima, o discriminante é representado pela letra grega Δ e equivale à expressão b2 - 4ac, isto
é:Δ = b2 - 4ac.

Discriminante menor que zero

Caso Δ < 0, a equação não tem raízes reais, pois :

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Discriminante igual a zero

Caso Δ = 0, a equação tem duas raízes reais e iguais, pois :

Discriminante maior que zero

Caso Δ > 0, a equação tem duas raízes reais e diferentes, pois :

Conjunto Verdade de equações do 2° grau

A partir do estudado acima, podemos esquematizar o conjunto verdade das equações do segundo grau
completas e incompletas como a seguir:

Para o caso das equações completas temos:

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Para o caso das equações incompletas onde somente b = 0 temos:

Para o caso das equações incompletas onde somente c = 0 temos:

E no caso das equações incompletas onde tanto b = 0, quanto c = 0 temos:

Equações exponenciais, logarítmicas e trigonométricas

Conceitualmente, uma equação é chamada de exponencial se as variáveis se encontram no expoente de uma


expressão. Para melhor compreensão deste conteúdo, é necessário recordar os conceitos de potenciação e
de radiciação. Sendo assim, vamos dar alguns exemplos do que podem ser equações exponenciais:

5x=125
36x+1=6x−−√
(12)x=4–√3
A ideia para resolver equações exponenciais se resume em transforma-las em uma igualdade de potencias
de mesma base, ou seja, assumir a forma:

ax=ay⇒x=y
Vamos exemplificar:

1) Vamos resolver a equação 4x+1=64.


Como devemos igualar as bases de ambos os lados da identidade, podemos dizer que:

4x+1=43
Agora:

x+1=3⇒x=2

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2) Agora, resolveremos 36x+1=6x−−√.


Utilizando algumas propriedades básicas de potências, podemos igualar as bases dessa forma:

(62)x+1=6x2
Continuando, temos:

62x+2=6x2
O que nos dá:

2x+2=x2
2(2x+2)=x
4x+4=x
4x−x=−4
3x=−4
x=−43
3) Agora, 0,75x=916.
Note na transformação do número decimal para uma fração:

(34)x=3242
Logo:

(34)x=(34)2
Portando,

x=2
4) Agora, um exemplo um pouco menos intuitivo que também pode ser uma introdução aos logaritmos.
Vamos resolver:

32x=3x+12
Note que podemos escrever a equação, pela propriedade de potencias, desta maneira:

(3x)2=33+12
Se fizermos a seguinte substituição 3x=y, podemos reescrever a equação na forma de uma equação do
segundo grau:
y2=y+12
Resolvendo esta equação, temos que existem duas raízes possíveis:

{y1=4y2=−3
Mas, atenção! Quando substituímos as raízes possíveis na identidade 3x=y nós precisamos verificar se ambas
as raízes são válidas, ou seja:
y1=3x=4
y2=3x=−3
No caso da primeira raiz, é possível que exista 𝑥 que satisfaça a igualdade, que no caso será:

x=log34
Mas, a segunda raiz não é possível pois, não existe um número que quando elevado a qualquer outro nos
retorne um valor negativo:

3x=−3⇒•x

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Equações Logarítmicas

Toda equação deve possuir uma igualdade e uma variável qualquer. Aquelas em que a variável se encontra
no logaritmando ou na base serão chamadas de equações logarítmicas.

Observe alguns exemplos:

log2(x + 1) = 10
log5(x + 100) = 3
log3x = 2

Vamos considerar duas situações gerais:

logbx = logby, onde x = y

logbx = a, onde x = ba

Exemplos Resolvidos

1) log4(x+3) = 1
x + 3 = 41
x=4–3
x=1

2) log 1/5 (log1/2x) = – 1


log1/2x = (1/5) –1
log1/2x = 5
x = (1/2)5
x = 1/32

3) log4(x – 3) = log4(– x + 7)
x–3=–x+7
x+x=7+3
2x = 10
x = 10/2
x=5

4) log0,2(3x – 2) = – 1
3x – 2 = 0,2–1
3x – 2 = (2/10)–1
3x – 2 = (10/2)1
3x – 2 = 51
3x = 5 + 2
3x = 7
x = 7/3

Equações trigonométricas

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Uma equação trigonométrica é aquela onde a incógnita aparece na forma da medida de arcos ou nos
ângulos de uma função trigonométrica. São exemplos de equações
trigonométricas: sen(x)=sen(30∘), cos(x)=14 e tg(x)=3–√.

Vejamos as principais formas das equações trigonométricas e algumas formas de resolvê-las, através de
exemplos.

Equações da forma sen(x) = a, cos(x) = a e tg(x) = a


Para resolver esse tipo de equação precisamos lembrar que temos duas opções possíveis: quando o
problema nos fornece o intervalo e quando ele não oferece. No primeiro caso, apenas verificamos no
intervalo fornecido no circulo trigonométrico quantos ângulos têm aquele seno, cosseno ou tangente. No
segundo caso, precisamos apresentar a resposta de maneira geral, para n voltas no circulo trigonométrico.

Exemplo

1) Resolva a equação sen(3x)=1, para n voltas e para o intervalo 0≤x≤π.

Solução:

Começamos encontrando um ângulo conhecido que sabemos ter seno = 1, ou seja, π2. Em seguida,
igualamos a variável a esse ângulo:* Para o intervalo 0≤x≤π (ou para 1 volta no ciclo trigonométrico, nesse
caso é o mesmo) no ciclo trigonométrico: 3x=π2↔x=3π2.* Para n voltas no ciclo
trigonométrico: 3x=π2+2πn↔x=π6+2πn3 para nϵZ.
Logo temos: S={x∈R∨x=π6+2πn3,para n ϵ Z}.
Observação: Se tivéssemos dois ângulos onde isso é verdade, então a solução seria dada em função dos
dois.

116
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Equações da forma sen(x) = sen(a), cos(x) = cos(a) e tg(x) = tg(a)

Aqui a ideia é quase a mesma, porém agora vamos igualar diretamente a variável ao arco desejado.

Exemplo

1) Resolva a equação cos(7x)=cos(7π36).


Solução:

Vamos iniciar descobrindo em qual quadrante o ângulo 7π36 está. Para isso basta converter isso de radianos
para graus, onde encontraremos 7π36=35∘, ou seja, ele está no 1° quadrante.
Vamos lembrar que no 1° quadrante seno e cosseno são positivos, então não precisamos mudar nenhum
sinal. Com isso temos que:* Para 1 volta no ciclo trigonométrico: 7x=7π36↔x=π36* Para n voltas no ciclo
trigonométrico: 7x=7π36+2πn↔x=π36+2πn7,para n ϵ Z.
Logo temos: S={x∈R∨x=π36+2πn7,para n ϵ Z}.

Análise combinatória: permutação, arranjo, combinação. Eventos independentes.

O estudo da análise combinatória nos permite descobrir quais são as diferentes possibilidades de uma
combinação de variáveis.

A explicação dessa matéria é muito mais fácil quando utilizamos exemplos.

Então, supondo que um restaurante "À la carte" tenha disponível 2 tipos de bifes, 2 tipos de arroz, 2 tipos de
feijão e 3 tipos de bebidas.

O dono do restaurante queira servir pratos contendo 1 elemento de cada tipo de comida.

Nomeando os tipos de comida da forma "bife 1, arroz 1, arroz 2 ... bebida 1, bebida 2, etc", montamos o
esquema:

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Se formos seguir os caminhos descritos pelas linhas, encontraremos 24 caminhos, que são o total de
possibilidades de pratos diferentes. Perceba que quanto mais opções de comidas, maior e mais complexo

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fica o esquema. Então, imagine como seria descobrir as possibilidades das placas de carro no sistema
brasileiro? (três letras, 4 algarismos).

Podemos calcular de forma diferente.

Basta multiplicar todas as opções de comida disponíveis: 2 . 2 . 2 . 3 = 24

Arranjos e permutações

Arranjos

São agrupamentos formados com p elementos, (p<m) de forma que os p elementos sejam distintos entre sí
pela ordem ou pela espécie. Os arranjos podem ser simples ou com repetição.

Simples

Não ocorre a repetição de qualquer elemento em cada grupo de p elementos.

Fórmula: As(m,p) = m!/(m-p)!

Cálculo para o exemplo: As(4,2) = 4!/2!=24/2=12

Exemplo: Seja Z={A,B,C,D}, m=4 e p=2. Os arranjos simples desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 12 grupos
que não podem ter a repetição de qualquer elemento mas que podem aparecer na ordem trocada. Todos os
agrupamentos estão no conjunto:

As={AB,AC,AD,BA,BC,BD,CA,CB,CD,DA,DB,DC}

Com repetição

Todos os elementos podem aparecer repetidos em cada grupo de p elementos.

Fórmula: Ar(m,p) = mp

Cálculo para o exemplo: Ar(4,2) = 42=16

Exemplo: Seja C={A,B,C,D}, m=4 e p=2. Os arranjos com repetição desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 16
grupos que onde aparecem elementos repetidos em cada grupo. Todos os agrupamentos estão no
conjunto:

Ar={AA,AB,AC,AD,BA,BB,BC,BD,CA,CB,CC,CD,DA,DB,DC,DD}

Condicional

Todos os elementos aparecem em cada grupo de p elementos, mas existe uma condição que deve ser
satisfeita acerca de alguns elementos.

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Fórmula: N=A(m1,p1).A(m-m1,p-p1)

Cálculo para o exemplo: N=A(3,2).A(7-3,4-2)=A(3,2).A(4,2)=6×12=72

Exemplo: Quantos arranjos com 4 elementos do conjunto {A,B,C,D,E,F,G}, começam com duas letras
escolhidas no subconjunto {A,B,C}?

Aqui temos um total de m=7 letras, a taxa é p=4, o subconjunto escolhido tem m1=3 elementos e a taxa
que este subconjunto será formado é p1=2. Com as letras A,B e C, tomadas 2 a 2, temos 6 grupos que estão
no conjunto:

PABC = {AB,BA,AC,CA,BC,CB}

Com as letras D,E,F e G tomadas 2 a 2, temos 12 grupos que estão no conjunto:

PDEFG = {DE,DF,DG,ED,EF,EG,FD,FE,FG,GD,GE,GF}

Usando a regra do produto, teremos 72 possibilidades obtidas pela junção de um elemento do conjunto
PABC com um elemento do conjunto PDEFG. Um típico arranjo para esta situação é CAFG.

Permutações

Quando formamos agrupamentos com m elementos, de forma que os m elementos sejam distintos entre sí
pela ordem. As permutações podem ser simples, com repetição ou circulares.

Simples

São agrupamentos com todos os m elementos distintos.

Fórmula: Ps(m) = m!

Cálculo para o exemplo: Ps(3) = 3!=6

Exemplo: Seja C={A,B,C} e m=3. As permutações simples desses 3 elementos são 6 agrupamentos que não
podem ter a repetição de qualquer elemento em cada grupo mas podem aparecer na ordem trocada. Todos
os agrupamentos estão no conjunto:

Ps={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}

Com repetição

Dentre os m elementos do conjunto C={x1,x2,x3,...,xn}, faremos a suposição que existem m1 iguais a x1, m2
iguais a x2, m3 iguais a x3, ... , mn iguais a xn, de modo que m1+m2+m3+...+mn=m.
Fórmula: Se m=m1+m2+m3+...+mn, então

Pr(m)=C(m,m1).C(m-m1,m2). C(m-m1-m2,m3) ... C(mn,mn)

Anagrama: Um anagrama é uma (outra) palavra construída com as mesmas letras da palavra original
trocadas de posição.

Cálculo para o exemplo: m1=4, m2=2, m3=1, m4=1 e m=6, logo:

r(6)=C(6,4).C(6-4,2).C(6-4-1,1)=C(6,4).C(2,2).C(1,1)=15

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Exemplo: Quantos anagramas podemos formar com as 6 letras da palavra ARARAT. A letra A ocorre 3 vezes,
a letra R ocorre 2 vezes e a letra T ocorre 1 vez. As permutações com repetição desses 3 elementos do
conjunto C={A,R,T} em agrupamentos de 6 elementos são 15 grupos que contêm a repetição de todos os
elementos de C aparecendo também na ordem trocada. Todos os agrupamentos estão no conjunto:

Pr={AAARRT,AAATRR,AAARTR,AARRTA,AARTTA,
AATRRA,AARRTA,ARAART,ARARAT,ARARTA,
ARAATR,ARAART,ARAATR,ATAARA,ATARAR}

Circulares

Ocorre quando obtemos grupos com m elementos distintos formando uma circunferência de círculo.

Fórmula: Pc(m) = (m-1)!

Cálculo para o exemplo: P(4)=3!=6

Exemplo: Seja um conjunto com 4 pessoas K={A,B,C,D}. De quantos modos distintos estas pessoas poderão
sentar-se junto a uma mesa circular (pode ser retangular) para realizar o jantar sem que haja repetição das
posições?

Se considerássemos todas as permutações simples possíveis com estas 4 pessoas, teríamos 24 grupos,
apresentados no conjunto:

Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB,BACD,BADC,
BCAD,BCDA,BDAC,BDCA,CABD,CADB,CBAD,CBDA,
CDAB,CDBA, DABC,DACB,DBAC,DBCA,DCAB,DCBA}

Acontece que junto a uma mesa "circular" temos que:

ABCD=BCDA=CDAB=DABC
ABDC=BDCA=DCAB=CABD
ACBD=CBDA=BDAC=DACB
ACDB=CDBA=DBAC=BACD
ADBC=DBCA=BCAD=CADB
ADCB=DCBA=CBAD=BADC

o que significa que existem somente 6 grupos distintos, dados por:

Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB}

Combinações

Enquanto os arranjos são caracterizados pela natureza e pela ordem dos elementos escolhidos, as
combinações são caracterizadas pela natureza dos elementos.

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Veja:

Em uma festa de aniversário será servido sorvete aos convidados. Serão oferecidos os sabores de morango
(M), chocolate (C), baunilha (B) e ameixa (A) e o convidado deverá escolher dois entre os quatro sabores.
Notemos que, não importa a ordem em que os sabores são escolhidos.

Se o convidado escolher morango e chocolate {MC} será a mesma coisa que escolher chocolate e morango
{CM}.

Nesse caso, podemos ter escolhas repetidas, veja: {M,B} = {B,M}, {A,C} = {C,A} e assim sucessivamente.

Portanto, na combinação os agrupamentos são caracterizados somente pela natureza dos elementos.

Exemplo

Lucas vai realizar uma viagem e quer escolher quatro entre nove camisetas. De quantos modos distintos ele
pode escolher as camisetas?
Temos nove camisetas tomadas quatro a quatro.

Progressão aritmética. Progressão geométrica.

Denomina-se progressão aritmética (PA) a sequência em que cada termo, a partir do segundo, é obtido
adicionando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da progressão
aritmética.

A sequência (2,7,12,17) é uma progressão aritmética finita de razão 5 pois:

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a1 = 2
a2 = 2+5 = 7
a3 = 7 +5 = 12
a4 = 12 + 5= 17

As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo com o valor da razão r.

Se r > 0, então a PA é crescente.


Se r = 0, então a PA é constante.
Se r < 0, a PA é decrescente

Termo geral da PA

A partir da definição, podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an ) da seguinte forma:

a1 = a1
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r

O termo an geral de uma PA é dado, portanto, pela fórmula:

an = a1+(n-1)r

Propriedades de uma PA

Em uma PA qualquer, de n termos e razão r, podemos observar as seguintes propriedades:

- Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média aritmética entre o anterior e o posterior.

Observe a propriedade na PA (2,5,8,11)

- A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.

Na PA
(1,3,5,7,9,11,13,15,17,19,21,23), temos:

3+21 = 1+23 = 24
5+19 = 1+23 = 24
7+17 = 1+23 = 24

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9+15 = 1+23 = 24
11+13 = 1+23 = 24

Se ocorrer que uma PA tenha número de termos ímpar, existirá um termo central que será a média aritmética
dos extremos desta PA.

Veja por exemplo que na PA (1,4,7,10,13,16,19) tem 7 termos e que o termo central é 10 logo:

Soma dos termos de uma PA finita

É dada pela fórmula:

Veja alguns exemplos:

Sabendo que o 1º termo de uma PA é igual a 2 e que a razão equivale a 5, determine o valor do 18º termo
dessa sequência numérica.

a18 = 2 + (18 – 1) * 5
a18 = 2 + 17 * 5
a18 = 2 + 85
a18 = 87

UFBA - Um relógio que bate de hora em hora o número de vezes correspondente a cada hora, baterá , de
zero às 12 horas x vezes. Calcule o dobro da terça parte de x.

Teremos que:
0 hora o relógio baterá 12 vezes. (Você não acha que bateria 0 vezes, não é?).
1 hora o relógio baterá 1 vez
2 horas o relógio baterá 2 vezes
3 horas o relógio baterá 3 vezes
....................................................

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....................................................
12 horas o relógio baterá 12 vezes.

Logo, teremos a seguinte sequência:


(12, 1, 2, 3, 4, 5, ... , 12)

A partir do segundo termo da sequência acima, temos uma PA de 12 termos, cujo primeiro termo é igual a 1,
a razão é 1 e o último termo é 12.

Portanto, a soma dos termos desta PA será:


S = (1 + 12).(12/2) = 13.6 = 78

A soma procurada será igual ao resultado anterior (a PA em vermelho acima) mais as 12 batidas da zero
hora. Logo, o número x será igual a x = 78 + 12 = 90.
Logo, o dobro da terça parte de x será: 2. (90/3) = 2.30 = 60, que é a resposta do problema proposto.

Podemos definir progressão geométrica, ou simplesmente P.G., como uma sucessão de números reais obtida,
com exceção do primeiro, multiplicando o número anterior por uma quantidade fixa q, chamada razão.

Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente evidente, dividindo entre si dois
termos consecutivos.

Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q = 2.

Cálculos do termo geral

Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por definição, a partir do primeiro, da
seguinte maneira:

a1 a2 a3 ... a20 ... an ...

a1 a1xq a1xq2 ... a1xq19 a1xqn-1 ...

Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também chamado enésimo termo, para
qualquer progressão geométrica.

an = a1 x qn-1

Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então:

an = 2 x (1/2)n-1

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Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na fórmula, obtemos:

a5 = 2 x (1/2)5-1 = 2 x (1/2)4 = 1/8

A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é aparentemente grande. Porém,


encontramos a primeira diferença substancial no momento de sua definição. Enquanto as progressões
aritméticas formam-se somando-se uma mesma quantidade de forma repetida, nas progressões
geométricas os termos são gerados pela multiplicação, também repetida, por um mesmo número. As
diferenças não param aí.

Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r > 0, cada termo seu é maior
que o anterior. Portanto, trata-se de uma progressão crescente. Ao contrário, se tivermos uma progressão
aritmética com razão negativa, r < 0, seu comportamento será decrescente.

Observe, também, a rapidez com que a progressão cresce ou diminui. Isto é conseqüência direta do valor
absoluto da razão, |r|. Assim, quanto maior for r, em valor absoluto, maior será a velocidade de crescimento e
vice-versa.

Soma dos n primeiros termos de uma PG

Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros termos Sn, vamos considerar o
que segue:

Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an

Multiplicando ambos os membros pela razão q vem:


Sn.q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q

Conforme a definição de PG, podemos reescrever a expressão como:


Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q

Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem:


Sn . q = Sn - a1 + an . q

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Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da soma:

Se substituirmos an = a1 . qn-1 , obteremos


uma nova apresentação para a fórmula da soma, ou seja:

Exemplo:

Calcule a soma dos 10 primeiros termos da PG (1,2,4,8,...)


Temos:

Observe que neste caso a1 = 1.

Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada

Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas condições, podemos considerar que
no limite teremos an = 0. Substituindo na fórmula anterior, encontraremos:

Exemplo:
Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100
O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo, substituindo na fórmula, vem:

Dessa equação encontramos como resposta x


= 50.

Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares.

Para se entender matriz é importante observar primeiramente como as mesmas são formadas. Nas matrizes
existem o que é chamamos de linha (os valores ordenados na horizontal) e o número delas é representado
pela letra “n”. E o que chamamos de coluna (os valores ordenados na vertical), onde o número delas é
representado pela trela “m”.

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Então se nos é dado uma sequência de valores, eles devem ser convertidos de cima para baixo nas colunas e
da esquerda para a direita nas linhas. Como mostram as setas azuis e verde na figura.

Quando se é dado um valor para por na tabela, identificamos sua posição na matriz observando os números
que estão no lugar do “i” e “j”. ou seja, “i” significa o número da linha e “j” o número da coluna.

O elemento pode ser apresentado das seguintes formas: ai,j ou a[ i, j ].

Ex: se nos é dado o seguinte elemento => a[ 2 , 4 ], significa que eles estará localizado na 2ª linha, na 4ª
coluna.

Tipos de matrizes

Matriz quadrada

Dizemos que uma matriz A de ordem m x n é quadrada, quando m = n. Isso significa que o número de linhas
será igual ao número de colunas. Podemos representar este tipo de matriz por An.

Exemplos:

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Matriz triangular

Uma matriz de ondem n (quadrada) é triangular quando todos os elementos acima ou abaixo da diagonal
principal são nulos (iguais à zero).

Exemplos:

Observação: O enunciado diz que os elementos acima OU abaixo da diagonal principal, na matriz quadrada,
são nulos, ou seja, somente uma dessas partes (acima ou abaixo) deverá estar nula para caracterizar uma
matriz quadrada. Quando estas duas partes são nulas, temos outro tipo de matriz, a diagonal, como veremos
em seguida.

Matriz diagonal

A matriz, de ordem n (quadrada), diagonal é aquela em que todos os elementos acima e baixo da diagonal
principal são nulos.

Matriz identidade

Matriz identidade é uma matriz quadrada de ordem n cujos elementos da diagonal principal são iguais a 1 e
os elementos acima e abaixo desta diagonal são nulos (iguais a zero). Podemos representar esta matriz por
In.

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Matriz nula

Numa matriz nula, todos os elementos são iguais à zero. Podemos representar uma matriz nula m x n por 0m
x n; caso ela seja quadrada, indica-se por 0n.

Matriz linha

É toda matriz que possui apenas uma linha. Numa matriz linha m x n, m = 1.

Matriz coluna

É toda matriz que possui apenas uma coluna. Numa matriz coluna m x n, n = 1.

Responda

1 - CESGRANRIO - 2012 - Petrobras - Técnico de Exploração de Petróleo Júnior

A matriz é tal que

130
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O determinante da matriz é igual a

• a) - 6

• b) 0

• c) 6

• d) 10

• e) 42

GABARITO

1-B

Sistemas lineares

Um Sistema de Equações Lineares é um conjunto ou uma coleção de equações com as quais é possível lidar
de uma única vez.

De maneira geral, um Sistema de Equações Lineares pode ser definido como um conjunto de m equações,
sendo m ≥ 1, com n incógnitas x1, x2, x3, ... xn, de forma que:

a11x1 + a12x2 + ... + a1nxn = b1

a21x1 + a22x2 + ... + a2nxn = b2

...

am1x1 + am2x2 + … + amnxn = bm

Sendo que: a1, ..., an e b são números reais. Os números aij são os coeficientes angulares e bi é o termo
independente e quando este é nulo a equação linear é chamada homogênea.

Exemplo:

131
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O sistema linear acima possui três equações, três incógnitas (x, y, z) e os termos independentes, que são – 7,
3 e 0. Além disso, no sistema acima há uma equação homogênea (4x + y + z = 0).

Um sistema linear também pode ser escrito em forma matricial. A seguir, a função apresentada no exemplo
anterior será exposta em forma de matriz:

Percebe-se que a forma matricial de um sistema linear é igual ao produto matricial entre a matriz formada
pelos coeficientes angulares e a matriz formada pelas incógnitas, cujo resultado é a matriz formada pelos
termos independentes.

Solução de um Sistema Linear

A solução de um sistema linear é um conjunto de valores que satisfaz ao mesmo tempo todas as equações
de um sistema linear, ou seja, a ênupla ordenada (sequência ordenada de n elementos) é solução de um
sistema linear S, se for solução de todas as equações de S.

Exemplo:

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Os valores que satisfazem as duas equações são x = 2 e y = 1, logo, a solução do sistema é o par ordenado
(2,1), como mostra a representação gráfica do sistema linear apresentado como exemplo.

Quando um ocorre um Sistema Linear Homogêneo, aquele que possui todas as equações com termos
independentes nulos, ele admite uma solução nula (0, 0, ... , 0) chamada de solução trivial. Mas, um sistema
linear homogêneo pode ter outras soluções além da trivial.

O sistema linear acima é homogêneo, portanto, a priori, já temos a solução trivial dada pelo conjunto (0, 0,
0). Contudo, também se admite como solução desse sistema o conjunto (0, 1, – 1).

A partir de agora, serão apresentados dois métodos para a obtenção do conjunto verdade de um sistema: a
Regra de Cramer e o Escalonamento.

Regra de Cramer

É aplicável na resolução de um sistema n x n incógnitas, no qual o determinante diferente de zero (D ≠ 0).

Ou seja: (x1 = D1 / D, x2 = D2 / D, ... , xn = Dn / D).

Sendo que, ao considerar o sistema:

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Percebe-se que os coeficientes a1 e a2se relacionam com a incógnita x, enquanto b1 e b2 e se relacionam


com a incógnita y. Agora, a partir da matriz incompleta:

É possível obter o determinante (D) desta matriz e substituindo os coeficientes de x e y que o compõe pelos
termos independentes c1e c2 é possível encontrar os determinantes Dx e Dy para que se aplique a Regra de
Cramer. Abaixo estão os referidos determinantes:

Exemplo:

Então: x = Dx/D = -10/-5 = 2 e y = Dy/D = -5/-5 = 1, portanto, como foi mostrado anteriormente, inclusive
graficamente, o par ordenado (2,1) é o resultado do sistema linear acima.

Escalonamento

Um sistema está escalonado quando de equação para equação, no sentido de cima para baixo, houver
aumento dos coeficientes nulos situados antes dos coeficientes não nulos. Exemplo:

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O sistema acima está escalonado e substituindo as incógnitas das equações pelos seus respectivos é possível
encontrarmos o conjunto solução (1,1,1).

Para escalonar um sistema é necessário que se coloque como primeira equação aquela que tenha o
coeficiente de valor 1 na primeira incógnita. Caso não haja nenhuma equação assim, será necessário dividir
membro a membro aquela que está como primeira equação pelo coeficiente da primeira incógnita. Nas
demais equações, é necessário que se obtenha zero como coeficiente da primeira incógnita, somando cada
uma delas com o produto da primeira equação pelo oposto do coeficiente dessa incógnita, até que se
possam verificar os valores de cada uma das incógnitas e, por fim, encontrar o conjunto solução.

Responda

1 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal

Considere o sistema de equações lineares dado por:

Sabendo-se que o sistema tem solução única para r ≠ 0 e r ≠ 1, então o valor de x é igual a

• a) 2⁄r.

• b) -2⁄r

• c) 1⁄r

• d) -1⁄r

• e) 2r.

GABARITO

1-D

Trigonometria

135
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No triângulo retângulo existem algumas importantes relações, uma delas é o Teorema de Pitágoras, que diz
o seguinte: “A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa”. Essa relação é muito
importante na geometria, atende inúmeras situações envolvendo medidas.

As relações trigonométricas existentes no triângulo retângulo admitem três casos: seno, cosseno e tangente.

O seno de um ângulo no triângulo retângulo é a razão entre o cateto oposto e a hipotenusa.

O cosseno de um ângulo no triângulo


retângulo é a razão entre o cateto adjacente e a hipotenusa.

A tangente de um ângulo no triângulo


retângulo é a razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente.

Vamos determinar as relações de


acordo com o triângulo BAC com lados medindo a, b e c.

senoB = b/a
cossenoB = c/a
tangenteB = b/c
senoC = c/a
cossenoC = b/a
tangenteC = c/b

Exemplo

A rua Tenório Quadros e a avenida Teófilo Silva, ambas retilíneas, cruzam-se conforme um ângulo de 30º. O
posto de gasolina Estrela do Sul encontra-se na avenida Teófilo Silva a 4 000 m do citado cruzamento.
Portanto, determine em quilômetros, a distância entre o posto de gasolina Estrela do Sul e a rua Tenório
Quadros?

136
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Geometria plana

Conhecer sobre área é conhecer sobre o espaço que podemos preencher em regiões poligonais convexas –
qualquer segmento de reta com extremidades na região só terá pontos pertencentes a esta.

O quadrado

O quadrado é uma
figura geométrica plana regular em que todos os seus lados e ângulos são iguais. Veja um exemplo de
quadrado na figura a seguir:

Para calcular a área de


um quadrado basta que
se multipliquem dois dos
seus lados l entre si.

Exemplo 1
Para pavimentar a sala de sua casa D. Carmem comprou 26 m2 de piso. Sabendo que a sala
tem o formato quadrangular e que um dos lados mede 5 m, diga se o piso comprado por
D. Carmem será suficiente para pavimentar a sua sala.

•A sala tem o formato quadrangular;

•O seu lado mede 5 m;

•A área do quadrado é A = l 2.

Com base nos dados acima temos:

O retângulo

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O retângulo é uma figura geométrica plana cujos lados opostos são paralelos e iguais e todos os ângulos
medem 90º. Confira o retângulo abaixo:

Para calcular a
área do
retângulo, basta que se multipliquem seu comprimento c pela largura l.

Exemplo 2

Num campeonato de futebol a equipe organizadora do evento está providenciando o gramado que será
plantado em toda área do campo. Para comprar as gramas, a equipe precisa saber a área do campo, pois a
grama é vendida por metro quadrado. Sabendo que o campo tem 115 m de comprimento por 75 m de
largura e ainda que o campo tem o formato retangular, ajude a equipe a solucionar o problema, diga
quantos metros quadrados de área tem o campo de futebol?

O triângulo

O triângulo é uma figura geométrica plana formada por três lados e três ângulos. A soma dos seus ângulos
internos é igual 180º.

Para calcular a área


do triângulo
multiplica-se a
base b pela altura h e divide o resultado por 2 (metade da área do retângulo).

138
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Exemplo 3

Encontre a área de um triângulo cuja base mede 8,2 cm e a altura 3,6 cm.

O trapézio

O trapézio é uma
figura plana com
um par de lados
paralelos (bases) e
um par de lados
concorrentes.

Para calcular a área


do trapézio
adiciona-se a base maior c à base menor a, ao resultado da soma multiplica-se a altura, e por fim, divide-se
o resultado final por 2.

Exemplo 4

Um fazendeiro quer saber a área de um lote de terra que acabara de comprar. O lote tem o formato de um
trapézio. Sabendo que a frente mede 1020 m, o fundo, 815 m e a distância da frente ao fundo é de 510 m.
Determine a área do lote.

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Geometria espacial

A geometria espacial é a análise de sólidos no espaço, ou seja, é a geometria para objetos tridimensionais,
diferente da geometria plana, que é o estudo de figuras bidimensionais. Assim como esta, aquela surge com
base em conceitos primitivos, sendo eles: ponto, reta, plano e espaço.

Prismas

Consideremos o prisma como um sólido geométrico formado pelos seguintes elementos: base, altura,
vértices, arestas e faces laterais. Os prismas podem apresentar diversas formas, mas algumas características
básicas definem esse sólido geométrico. Por exemplo, o número de faces do prisma será exatamente igual
ao número de lados do polígono que constitui suas bases (superior e inferior), dessa forma, sua classificação
quanto ao número de lados pode ser:

Triangular – base constituída de triângulos.


Quadrangular – base constituída de quadriláteros.
Pentagonal – base constituída de pentágonos.
Hexagonal – base constituída de hexágonos.
Heptagonal – base constituída de heptágonos.
Octogonal – base constituída de octógonos.

Os prismas também podem ser classificados como retos ou oblíquos. Os prismas retos são aqueles em que a
aresta lateral forma com a base um ângulo de 90º, os oblíquos são aqueles em que as arestas formam
ângulos diferentes de 90º.

140
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Todos os prismas possuem área da base, área lateral, área total e volume. Todas essas medidas dependem do
formato do polígono que se encontra nas bases; por exemplo, os prismas acima possuem em sua base um
pentágono, portanto, para calcularmos a área dessa base devemos determinar a área do pentágono. No
caso do prisma pentagonal reto, as faces laterais constituem retângulos e a do prisma oblíquo é formada por
paralelogramos.
A área total de um prisma é calculada somando a área lateral e o dobro da área da base. E o volume é
determinado calculando a área da base multiplicada pela medida da altura.

Observe alguns exemplos de prismas:

Ao procurarmos a área de um prisma


qualquer, estamos determinados a
descobrir a quantidade de material
utilizada em sua criação.

Para encontrar a área de um prisma,


devemos calculá-la em etapas.
Primeiramente devemos encontrar o
valor da área da base. Para isso, basta
um só calculo, pois as bases são idênticas. A área da base deve ser multiplicada por dois, pois sempre haverá
duas bases em um prisma. Feito isso, devemos encontrar a área lateral, verificando as medidas de um
retângulo da lateral para calcular sua área. Então, multiplicamo-la pela quantidade de retângulos que
compõem a lateral. Dessa forma, a área de um prisma será dada por:

At = Al + 2.Ab,

At é a área total do prisma;


Al é a área lateral;
Ab é a área da base.

Vamos aplicar a fórmula encontrada na resolução de um exemplo. “Calcule a área de um prisma triangular
reto de 15 cm de altura cuja base é um triângulo equilátero com 4 cm de lado.”

A base é um triângulo equilátero de 4 cm de lado. Então, sua área é dada por:

141
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

A lateral é composta por três


retângulos cujas dimensões são 4 cm e 15
cm. Portanto, a área lateral é dada por:

Mas a área total é dada por At = Al + 2.Ab,


temos então:

A área total do prisma triangular é


193,84 cm².

Pirâmides

Dada uma região poligonal de n vértices e um ponto V fora da região (outro plano), ao traçarmos segmentos
de retas entre os vértices da região poligonal e o ponto V, construímos uma pirâmide que será classificada
de acordo com o número de lados do polígono da base.

Os segmentos AV, BV e CV são as arestas


laterais da pirâmide.
Os pontos A, B, C e V são os vértices.
Os triângulos VAB,VBC e VCA são as faces
laterais.
O triângulo ABC é outra face da pirâmide e constitui a base.
A distância do ponto V ao centro da base constitui a altura da pirâmide.

A classificação de uma pirâmide depende do número de arestas da região da área da base.

Base é um triângulo
Nome: pirâmide triangular

142
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Número de faces: três faces laterais mais face da base, portanto, quatro faces.

Base é um quadrado
Nome: pirâmide quadrangular
Número de faces: quatro faces laterais mais face da base, portanto, cinco faces.

Base é um pentágono
Nome: pirâmide pentagonal
Número de faces: cinco faces laterais mais face da base, portanto, seis faces.

Base é um hexágono
Nome: pirâmide de base hexagonal
Número de faces: seis faces laterais mais face da base, portanto, sete faces.

Altura,
apótema da
base e
apótema da
pirâmide

h: altura da
pirâmide
m’: apótema da pirâmide
m: apótema da base

Pelo teorema de Pitágoras temos:


m’² = h² + m²

Área da base

A área da base de uma pirâmide depende da área do polígono em questão, sendo calculada pela expressão:

onde P: perímetro do polígono e a: apótema do


polígono.

143
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Área lateral
É a soma de todas as áreas laterais.

Área total
Soma da área lateral com a área da base.
At = Al + Ab

Volume

O volume de uma pirâmide é dado pela expressão:

Planificação de uma pirâmide

Cilindros

Sejam α e β
dois planos
paralelos
distintos, uma
reta s secante a esses planos e um círculo C de centro O contido em α. Consideremos todos os segmentos
de reta, paralelos a s, de modo que cada um deles tenha um extremo pertencente ao círculo C e o outro
extremo pertencente a β.

A reunião de todos esses segmentos de


reta é um sólido chamado de cilindro
circular, limitado de bases C e C’ ou
simplesmente cilindro circular.

Cilindro circular reto

144
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No cilindro circular reto a geratriz forma com o plano da base um ângulo de 90º. No cilindro circular reto a
medida h de uma geratriz é a altura do cilindro.

O cilindro circular reto também é


conhecido por cilindro de revolução, pois
pode ser obtido pela revolução de 360º
de uma região retangular em torno de
um eixo.

Cilindro equilátero

O cilindro que possui as seções


meridianas quadradas é chamado
de cilindro equilátero.
No cilindro equilátero a altura é
igual ao diâmetro da base: h = 2r.

Área Lateral e Área total de


um cilindro circular reto

A superfície de um cilindro
reto de altura h e raio da base
r é equivalente à reunião de uma região retangular, de lados 2πr e h, com dois círculos de raio r. Observe a
planificação do cilindro.

A área do retângulo
equivalente à superfície
lateral do cilindro é a
área lateral Aℓ do

145
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cilindro, ou seja:

Aℓ = 2*π*r*h

A área total At do cilindro é igual à soma da área lateral Aℓ com as áreas das duas bases, ou seja:

At = 2*π*r*h + π*r2 + π*r2 → At = 2*π*r*h + 2π*r2

Volume do cilindro circular

O volume V de um cilindro circular de altura h e raio da base r é igual ao produto da área da base, πr2, pela
altura h, isto é:

V = π*r2*h

Cones

Dado um círculo de centro O e raio R no plano B, e um ponto P fora do plano. O cone será formado por
segmentos de reta unindo o ponto P aos pontos do círculo.

Outra forma de construir o cone é através da revolução do triângulo retângulo sobre um eixo vertical.

Elementos do cone

Classificação do cone

146
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No cone reto
podemos aplicar
a relação de
Pitágoras para o
cálculo da
geratriz (g), do
raio da base (r) e
da altura (h), pois
vimos que o cone pode ser formado através da revolução do triângulo retângulo. Comparando os elementos
do cone aos do triângulo retângulo temos:

Geratriz no cone, hipotenusa no triângulo.


Altura no cone, cateto no triângulo.
Raio da base no cone, cateto no triângulo.

Uma importante relação no cone é dada por: r² + h² = g², observe a figura:

Áreas no cone

Área da base
Por ser uma circunferência, a área da base de um cone é dada pela seguinte expressão:

Área da lateral
A área lateral do cone é dada pela seguinte expressão:

Área total
É dada somando-se a área lateral e a área da base.
At = Al + Ab
At = Πr(g+r)

Volume do cone

O volume do cone é dado pelo produto da área da base pela altura divido por três.
V = (Πr²h)/3

147
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Planificação

Superfície esférica, esfera e


partes da esfera

A esfera é obtida através da revolução da semicircunferência sobre um eixo. Podemos considerar que a
esfera é um sólido.

Alguns conceitos básicos estão


relacionados à esfera, se
considerarmos a superfície esférica
destacamos os seguintes elementos
básicos:

 Polos
 Equador
 Paralelo
 Meridiano

Área de uma superfície


esférica

Temos que a área de uma


superfície esférica de raio r é
igual a:

Posição relativa entre plano e esfera

Plano secante à esfera

148
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O plano intersecciona a esfera formando duas partes, se o plano corta a esfera passando pelo centro temos
duas partes de tamanhos iguais.

Plano tangente à esfera

O plano tangencia a esfera em


apenas um ponto, formando um
ângulo de 90º graus com o eixo de simetria.

Plano externo à esfera

O plano e a esfera não possuem pontos em comum.

Volume

Os cálculos matemáticos, envolvendo área e volume de uma esfera, abrangem a medida do raio que é a
distância entre o centro da esfera e sua extremidade e o valor constante do número irracional π (pi), dado
por aproximadamente 3,14. Veja a esfera e seus elementos:

Exemplo:

Uma esfera de plástico possui raio


medindo 20 centímetros. Determine a
área dessa região esférica.

Outro exemplo

Um reservatório possui a forma esférica


com 15 metros de raio. Calcule a capacidade total de armazenamento desse reservatório.

149
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Temos que 1 m³ corresponde a 1000


litros. Então 14.130 m³ equivalem a 14.130
000 litros de capacidade de
armazenamento.

Geometria analítica: equação da reta, parábola e círculo.

Dois pontos definem uma reta. Desta forma, podemos encontrar a equação geral da reta fazendo o
alinhamento de dois pontos com um ponto (x,y) genérico da reta.

Sejam os pontos A(xa,ya) e B(xb,yb), não coincidentes e pertencentes ao plano cartesiano.

Três pontos estão alinhados quando o determinante da matriz associada a esses pontos é igual a zero. Assim

devemos calcular o determinante da seguinte matriz:

Desenvolvendo o determinante encontramos a seguinte equação:

(ya - yb) x + (xb - xa) y + xayb - xbya = 0

Vamos chamar:

a = (ya - yb)

b = (xb - xa)

c = xayb - xbya

A equação geral da reta é definida como:

ax + by + c = 0

Onde a, b e c são constantes e a e b não podem ser simultaneamente nulos.

Exemplo

Encontre uma equação geral da reta que passa pelos pontos A(-1, 8) e B(-5, -1).

150
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Primeiro devemos escrever a condição de alinhamento de três pontos, definindo o matriz associada aos

pontos dados e a um ponto genérico P(x,y) pertencente a reta.

Desenvolvendo o determinante, encontramos:

(8+1)x + (1-5)y + 40 + 1 = 0

A equação geral da reta que passa pelos pontos A(-1,8) e B(-5,-1) é:

9x - 4y + 41 = 0

Equação reduzida da reta


Coeficiente angular

Podemos encontrar uma equação da reta r conhecendo a sua inclinação (direção), ou seja o valor do ângulo

θ que a reta apresenta em relação ao eixo x.

Para isso associamos um número m, que é chamado de coeficiente angular da reta, tal que:

m = tg θ

O coeficiente angular m também pode ser encontrado conhecendo-se dois pontos pertencentes a reta.

Como m = tg θ, então:

151
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Exemplo

Determine o coeficiente angular da reta r, que passa pelos pontos A(1,4) e B(2,3).

Sendo,

x1 = 1 e y1 = 4

x2 = 2 e y2 = 3

Conhecendo o coeficiente angular da reta m e um ponto P0(x0,y0) pertencente a ela, podemos definir sua

equação.

Para isso vamos substituir na fórmula do coeficiente angular o ponto conhecido P0 e um ponto P(x,y)

genérico, também pertencente a reta:

Exemplo

Determine uma equação da reta que passa pelo ponto A(2,4) e tem coeficiente angular 3.

Para encontrar a equação da reta basta substituir os valores dados:

y - 4 = 3 (x - 2)

y - 4 = 3x - 6

-3x + y + 2 = 0

Coeficiente linear

O coeficiente linear n da reta r é definido como o ponto em que a reta intercepta o eixo y, ou seja o ponto

de coordenadas P(0,n).

Utilizando esse ponto, temos:

y - n = m (x - 0)

152
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y = mx + n (Equação reduzida da reta).

Exemplo

Sabendo que a equação da reta r é dada por y = x + 5, identifique seu coeficiente angular, sua inclinação e o

ponto em que a reta intercepta o eixo y.

Como temos a equação reduzida da reta, então:

m=1

Sendo m = tg θ ⇒ tg θ = 1 ⇒ θ = 45º

O ponto de interseção da reta com o eixo y é o ponto P(0,n), sendo n=5, então o ponto será P(0,5)

Parábola

Considere no plano cartesiano xOy, uma reta d (diretriz) e um ponto fixo F (foco) pertencente ao eixo das
abcissas (eixo dos x), conforme figura abaixo:
Denominaremos PARÁBOLA, à curva plana formada pelos pontos P(x,y) do plano cartesiano, tais que
PF = Pd onde:
PF = distância entre os pontos P e F
PP' = distância entre o ponto P e a reta d (diretriz).

Importante: Temos portanto, a seguinte relação notável: VF = p/2

Equação reduzida da parábola de eixo horizontal e vértice na origem

Observando a figura acima, consideremos os pontos: F(p/2, 0) - foco da parábola, e P(x,y) - um ponto
qualquer da parábola. Considerando-se a definição acima, deveremos ter: PF = PP'

153
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Daí, vem, usando a fórmula da distancia entre pontos do plano cartesiano:

Desenvolvendo convenientemente e simplificando a expressão acima, chegaremos à equação reduzida da


parábola de eixo horizontal e vértice na origem, a saber:
y2 = 2px onde p é a medida do parâmetro da parábola.

Parábola de eixo horizontal e vértice no ponto (x0, y0)

Se o vértice da parábola não estiver na origem e, sim, num ponto (x0, y0), a equação acima fica:
(y - y0)2 = 2p(x-x0)

Parábola de eixo vertical e vértice na origem

Não é difícil provar que, se a parábola tiver vértice na origem e eixo vertical, a sua equação reduzida
será: x2 = 2py

Parábola de eixo vertical e vértice no ponto (x0, y0)

Analogamente, se o vértice da parábola não estiver na origem, e, sim, num ponto (x0, y0), a equação acima
fica: (x - x0)2 = 2p(y – y0)

Exercícios resolvidos

1 - Qual a equação da parábola de foco no ponto F(2,0) e vértice na origem?

Solução: Temos p/2 = 2 \ p = 4


Daí, por substituição direta, vem:
y2 = 2.4.x \ y2 = 8x ou y2 - 8x = 0.

2 - Qual a equação da parábola de foco no ponto F(4,0) e vértice no ponto V(2,0)?

Solução: Como já sabemos que VF = p/2, vem, 2 = p/2 \ p = 4.


Logo, (y - 0)2 = 2.4(x - 2)2 \ y2 = 8(x-2) \ y2 - 8x + 16 = 0, que é a equação da parábola.

3 - Qual a equação da parábola de foco no ponto F(6,3) e vértice no ponto V(2,3)?

Solução: Como VF = p/2, vem: 4 = p/2 \ p = 8.


Daí, vem: (y - 3)2 = 2.8(x - 2) \ y2 - 6y + 9 = 16x - 32 \ y2 - 6y - 16x + 41 = 0, que é a equação procurada.

4 - Qual a equação da parábola de foco no ponto F(0,4) e vértice no ponto V(0,1)?

154
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Solução: Como VF = p/2, vem: 3 = p/2 \ p = 6. Logo,


(x - 0)2 = 2.6(y - 1) \ x2 = 12y - 12 \ x2 - 12y + 12 = 0, que é a equação procurada.

Exercício proposto

Determine a equação da parábola cuja diretriz é a reta y = 0 e cujo foco é o ponto F(2,2).
Resposta: x2 - 4x - 4y + 8 = 0

Circunferência, círculo e cálculo de áreas

De acordo com a Geometria Euclidiana, circunferência é o espaço geométrico de uma região circular que
compreende todos os pontos de um plano, localizados a uma determinada distância, denominada raio, de
um ponto chamado centro. Podemos definir o círculo como a região interna da circunferência.

Para calcular o
comprimento de qualquer
circunferência, precisamos
conhecer a medida
do raio (r). Conhecido o
valor do raio, o
comprimento da
circunferência é dado pelo dobro do produto do raio por π(número irracional cujo valor aproximado é 3,14).
Seja C o comprimento da circunferência, temos a seguinte fórmula:

C = 2·π·r

Mas se multiplicarmos o raio da circunferência por 2, encontraremos a medida do diâmetro (segmento de


reta que intercepta dois pontos da circunferência passando pelo centro). Seja d o diâmetro, também
podemos utilizar a seguinte fórmula para calcular o comprimento da circunferência:

C = π·d

Como já dissemos, o círculo é uma figura plana, por isso podemos calcular sua área. Diferentemente das
áreas limitadas por polígonos, não temos um valor para medidas de base ou de altura em um círculo. Por
isso, para calcular a sua área, utilizamos a única informação que temos a seu respeito: o raio. A área de um
círculo é dada pelo produto de π e do quadrado do raio. Seja A a área do círculo, temos a seguinte fórmula:

A = π·r²

Se o comprimento da circunferência for dado em cm, a área do círculo será dada em cm²; se o comprimento
da circunferência for dado em m, a área do círculo será dada em m² e assim sucessivamente.

Determine a área de uma circunferência de raio medindo 20 cm. (Use π = 3,14)

155
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Solução: Temos que


r = 20 cm
π = 3,14
A=?
A = 3,14∙202
A = 3,14∙400
A = 1256 cm2

e uma circunferência tem 43,96 cm de comprimento, qual será o tamanho de sua área? (Use π = 3,14)

Solução: Note que não temos a medida do raio da circunferência. Através do comprimento que foi dado,
vamos encontrar a medida do raio. A fórmula do comprimento da circunferência é:

C = 2πr
Assim,
43,96 = 2∙3,14∙r
43,96 = 6,28∙r
r = 43,96/6,28
r = 7 cm
Conhecendo o valor do raio podemos calcular a área.
A=3,14∙72
A=3,14∙49
A=153,86 cm2

Matemática financeira: capital, juros simples, juros compostos, montante.

Juros

Constitui-se na remuneração de um capital aplicado ou emprestado, ou ainda no aluguel que se paga, ou


que se cobra, pelo uso do dinheiro. Pode-se chamar também de juros, a diferença entre o valor resgatado
em uma aplicação financeira e o seu valor inicial.

Capital/Principal

Capital ou Principal é o valor de uma quantia em dinheiro "na data zero", ou seja, no inicio de uma aplicação.
Capital poder ser o dinheiro investido em uma atividade econômica, o valor financiado de um bem, ou de
um empréstimo tomado.

O Capital pode ser apresentado sob várias siglas e sinônimos: C (de Capital); P (de Principal); VP (de Valor
Presente); PV (de Present Value); C_0 (Capital Inicial).

Montante

156
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Dizemos que montante é o capital inicial adicionado aos juros do período.

Juros Simples

O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o valor principal. Sobre os
juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou simplesmente principal é o valor
inicial emprestado ou aplicado, antes de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:

J=P.i.n

Onde:

J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos

Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo regime de juros
simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:

J = 1000 x 0.08 x 2 = 160

Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.

Montante = Principal + Juros


Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número de períodos )

M=P.(1+(i.n))

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.

SOLUÇÃO:
M = P . ( 1 + (i.n) )
M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42

Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter
dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial possui 360 dias.

157
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Mais Exemplos:

Determine o valor do capital que aplicado durante 14 meses, a uma taxa de 6%, rendeu juros de R$ 2.688,00.

J=C*i*t
2688 = C * 0,06 * 14
2688 = C * 0,84
C = 2688 / 0,84
C = 3200

O valor do capital é de R$ 3.200,00.

Qual o capital que, aplicado a juros simples de 1,5% ao mês, rende R$ 3.000,00 de juros em 45 dias?

J = 3000
i = 1,5% = 1,5/100 = 0,015
t = 45 dias = 45/30 = 1,5

J=C*i*t
3000 = C * 0,015 * 1,5
3000 = C * 0,0225
C = 3000 / 0,0225
C = 133.333,33

O capital é de R$ 133.333,33.

Qual o valor do montante produzido por um capital de R$ 1.200,00, aplicado no regime de juros simples a
uma taxa mensal de 2%, durante 10 meses?

Capital: 1200
i = 2% = 2/100 = 0,02 ao mês (a.m.)
t = 10 meses

J=C*i*t
J = 1200 * 0,02 * 10
J = 240

M=C+j
M = 1200 + 240
M = 1440

158
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O montante produzido será de R$ 1.440,00.

Juros Compostos

O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais útil para cálculos de
problemas do dia a dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao principal para o cálculo dos
juros do período seguinte.

Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal.

Após três meses de capitalização, temos:

1º mês: M =P.(1 + i)
2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i)
3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)

Simplificando, obtemos a fórmula:

M = P . (1 + i)n

Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês
para n meses.

Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante ao final do período:

J=M-P

Exemplo:

Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de
3,5% ao mês.
(use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)

Resolução:

P = R$6.000,00
t = 1 ano = 12 meses
i = 3,5 % a.m. = 0,035
M=?

Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:

159
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M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12


Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:

log x = log 1,03512 => log x = 12 log 1,035 => log x = 0,1788 => x = 1,509

Então M = 6000.1,509 = 9054.

Portanto o montante é R$9.054,00

Confira mais alguns exemplos:

Qual o montante produzido por um capital de R$ 7.000,00 aplicados a uma taxa de juros mensais de 1,5%
durante um ano?

C: R$ 7.000,00
i: 1,5% ao mês = 1,5/100 = 0,015
t: 1 ano = 12 meses

M = C * (1 + i)t
M = 7000 * (1 + 0,015)12
M = 7000 * (1,015)12
M = 7000 * 1,195618
M = 8369,33
O montante será de R$ 8.369,33.

Calcule o valor do capital que, aplicado a uma taxa de 2% ao mês, rendeu em 10 meses a quantia de R$
15.237,43?

M: R$ 15.237,43
t: 10
i: 2% a.m. = 2/100 = 0,02

M = C * (1 + i)t
15237,43 = C * (1 + 0,02)10
15237,43 = C * (1,02)10
15237,43 = C * 1,218994
C = 15237,43 / 1,218994
C = 12500,00

O capital é de R$ 12.500,00.

160
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

BLOCO 1

Ácidos, bases, sais e óxidos

Também chamadas de álcalis, os ácidos e bases são costumeiramente lembrados como substâncias químicas
perigosas, corrosivos capazes de dissolver metais como se fossem comprimidos efervescentes. Mas a
presença dos ácidos e base na nossa vida cotidiana é bem mais ampla e menos agressiva do que se imagina.

Quem nunca experimentou uma fruta cítrica e teve a sensação de acidez na boca?
Uma das características mais comuns nos ácidos é o sabor azedo. Essa propriedade está presente em
inúmeros alimentos, para descobrir quais são ácidos, é só observar quais deles produzem salivação na boca.
Esse fato se explica pela presença do cátion H+, que diante das células da língua produz mais saliva.

Veja a lista dos ácidos mais comuns e onde podem ser encontrados:
Ácido acético = vinagre.
Ácido tartárico = uva.
Ácido málico = maçã.
Ácido cítrico = laranja, acerola, limão.
Ácido fosfórico = usado na fabricação de refrigerantes à base de cola.

Mas existe uma classe de ácidos muito perigosos, que se forem ingeridos podem levar o indivíduo à morte.
São os chamados ácidos inorgânicos, nesta categoria podemos encontrar o ácido sulfúrico que é encontrado
na solução de bateria dos carros.

Outros exemplos:
Ácido nítrico = usado na identificação de amostras de ouro e ainda na fabricação de dinamites.
Ácido carbônico = sob a forma de gás carbônico, é um dos constituintes das águas minerais gaseificadas e
dos refrigerantes.
Ácido sulfídrico= quando se apresenta na forma de gás sulfídrico tem cheiro de ovo podre.
Ácido cianídrico = pode liberar um gás extremamente tóxico.

Segundo a definição de Arrhenius, ácido é toda substância que se ioniza em presença de água e origina,
como um dos íons, o cátion H+.

161
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Assim, quando diluído em água, o cloreto de hidrogênio (HCl) ioniza-se e define-se como ácido clorídrico,
como segue:

Já o hidróxido de sódio, a popular soda cáustica, ao se ionizar em água, libera uma hidroxila OH-, definindo-
se assim como base:

Um desdobramento da definição de Arrhenius é a regra de reação para ácidos e bases entre si, segundo a
qual:

Se reagirmos os já citados ácido clorídrico e soda cáustica, teremos:

Sendo o NaCl, o cloreto de sódio, o nosso velho conhecido sal de cozinha.

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Identificação dos ácidos e bases

Os ácidos possuem sabor azedo, como o encontrado nas frutas cítricas ricas no ácido de mesmo nome. Já as
base tem gosto semelhante ao do sabão (sabor adstringente). Mas, felizmente, há modos mais eficazes e
seguros de identificar ácidos e bases do que o paladar.

É possível medir a concentração de hidrogênio iônico em uma solução a partir de uma


escala logarítmica inversa, que recebeu o nome de potencial hidrogeniônico, ou simplesmente, escala de pH.
Esta escala vai de zero a 14, sendo o pH 7 considerado neutro. Os valores menores que sete classificam a
solução medida como ácida e os maiores que sete, como alcalinos (bases).

Escala de pH:

Para se medir o pH, usam-se combinações de substâncias indicadoras, como a fenolftaleína, que mudam de
cor conforme a posição da substância testada na escala acima.

Também são usados instrumentos como os medidores de pH por eletrodo indicador, que mede as diferenças
de potencial elétrico produzidas pelas concentrações de hidrogênio e indica o resultado dentro da escala de
0 a 14.

Sais

São compostos capazes de se dissociar na água liberando íons, mesmo em pequena porcentagem, dos quais
pelo menos um cátion é diferente de H3O1+ e pelo menos um ânion é diferente de OH1-.

O mais comum é muito importante para a saúde do corpo humano, o sal de cozinha. E não apenas ele, mas
outros sais tem grande valor na nossa vida cotidiana, o bom desenvolvimento das plantas, por exemplo,
depende de alguns sais presentes no solo. A formação dos dentes e ossos e a produção das hemácias do
sangue também dependem de alguns sais especiais presentes no nosso organismo.

Sais são compostos resultantes da reação de um ácido com uma base, pois todo ácido ao reagir com uma
base produz sempre sal e água.

Exemplos:
NaCl → Na1+ + Cl1-

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Ca(NO3)2 → Ca2+ + 2NO31-

(NH4)3PO4→ 3 NH4+1 + PO43-

Óxidos

Óxidos são compostos binários, isto é possuem dois elementos químicos, sendo o oxigênio o elemento mais
eletronegativo.

Exemplos: CaO, CO2 , H2O , H2O2

Então, lembre-se: os óxidos sempre possuem dois elementos químicos e um deles é obrigatoriamente o
oxigênio, o qual aparece do lado direito da fórmula, pois é o átomo mais eletronegativo.

Veja as seguintes substâncias binárias: OF2 , O2F2 elas não são óxidos, pois apesar de possuírem apenas dois
elementos e sendo um deles o oxigênio, o átomo de flúor (F) é o elemento mais eletronegativo e por isso
aparece à direita da fórmula.

Os óxidos ocorrem de forma abundante na Terra e podem ser encontrados nas rochas, na água do mar e no
ar. Atividades extrativas de minérios acontecem no mundo desde a mais remota época. A obtenção industrial
de um óxido pode acontecer por métodos de extração natural, pois muitos deles ocorrem naturalmente. Às
vezes são necessários procedimentos químicos para a obtenção deste compostos que geralmente requerem
altas temperaturas, em reações de decomposição, ou exposição ao oxigênio do ar, em reações de síntese.
Um dos mais importantes óxidos para a indústria é o óxido de cálcio, CaO, conhecido como CAL, que é
obtido pela decomposição térmica do carbonato de cálcio, CaCO3.
Esta reação pode ser descrita assim:

CaCO3 → CaO + CO2 (sob alta temperatura)

Tal como os sais, a classificação dos óxidos é baseada no comportamento químico destas substâncias:
-Óxido ácido: reage com a água formando ácido, como CO2 e SO3

CO2 + H2O → H2CO3

SO3 + H2O → H2SO4

-Óxido básico: reage com a água formando base, como MgO e CaO.

MgO + H2O → Mg(OH)2

CaO + H2O → Ca(OH)2

Reações de óxido-redução

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A oxidação e a redução são fenômenos que ocorrem simultaneamente em reações em que há transferência
de elétrons entre os átomos. Esses fenômenos também são chamados de oxirredução, oxidorredução ou
redox.

A oxidação ocorre quando o elemento perde elétrons e o seu número de oxidação (Nox) aumenta.
Número de Oxidação (Nox), é a carga elétrica que o elemento adquire quando faz uma ligação iônica ou o
caráter parcial que ele adquire quando faz uma ligação predominantemente covalente.

Já a redução ocorre quando o elemento ganha elétrons e o seu número de oxidação diminui.
Veja um exemplo: na formação do sal de cozinha (cloreto de sódio – NaCl), o sódio cede definitivamente um
elétron para o cloro, formando o cátion Na+, ou seja, ele sofre oxidação, pois perdeu um elétron e seu Nox
aumentou de zero para +1. Simultaneamente, o cloro recebe um elétron, formando o ânion cloreto (Cl-), ou
seja, sofre redução, pois seu Nox passou de zero para -1.

Nesse exemplo, o sódio é


chamado de agente redutor, pois foi ele quem forneceu o elétron para o cloro, provocando a sua redução. Já
o cloro é o agente oxidante, pois ele provocou a oxidação do sódio, recebendo o elétron dele.

Regras para determinação do nox: essas regras ajudam a entender as relações de ganhos e perdas de
elétrons em uma reação de óxido-redução.

Classificação das reações e dos agentes em reações de óxido-redução: se houver uma perda de elétrons
a reação será chamada de reação de oxidação; quando há ganho de elétrons é chamada de reação de

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redução.

O elemento que sofre oxidação é chamado de agente redutor e o que sofre redução é chamado de agente
oxidante.

Balanceamento de equações de óxido-redução: a regra é que o número de elétrons perdidos seja igual ao
número de elétrons ganhos.

Embora a quantidade
de elementos está balanceada o número de elétrons não está. Há um núcleo de alumínio no primeiro
membro da reação e um de cobre no segundo; porém, enquanto o cobre recebe 2 elétrons passando de nox
+2 para 0, o alumínio perde 3 elétrons passando de nox 0 para nox +3. Para balancear a equação e igualar o
número de elétrons perdidos e ganhos devemos multiplicar os alumínios por 2 e os cobres por 3 em ambos
os lados, ficando a equação, então:

Estequiometria e equilíbrio químico.

Estequiometria é a parte da Química que estuda as proporções dos elementos que se combinam ou que
reagem.

MASSA ATÔMICA (u)

É a massa do átomo medida em unidades de massa atômica (u).

A massa atômica indica quantas vezes o átomo considerado é mais pesado que do isótopo C12.

Na natureza, quase todos os elementos são misturas dos seus isótopos com diferentes porcentagens em
massa. Estas porcentagens são chamadas de abundâncias relativas.

Veja a abundância relativa do cloro:

Isótopo Abundância Relativa Massa Atômica

Cl35 75,4% 34,969 u

Cl37 24,6% 36,966 u

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A massa atômica do cloro que aparece na Tabela Periódica dos Elementos é a média ponderada destas
massas. O cálculo é feito desta maneira:

Veja a porcentagem dos


isótopos do hidrogênio na natureza:

1H1 1H² 1H³

99,9% 0,09% 0,01%

Hidrogênio Deutério Trítio

Antigamente, utilizava-se o termo "peso atômico". Mas deve-se evitar este termo. Para determinar as massas
atômicas dos elementos é utilizado um aparelho chamado espectrômetro de massas.

MASSA MOLECULAR (MM)

É a massa da molécula medida em unidades de massa atômica. Para cálculos estequioméricos, utliza-se a
unidade gramas (g).
O cálculo da massa molecular é feito a partir das massas atômicas dos elementos e a soma dos seus átomos
na molécula.
Assim:

H2O (água)

O = 1x 16 = 16
H=2x1=2
MM = 16 + 2 = 18g ou 18u

Na fórmula da água há 1 átomo de O que é multiplicado pela sua massa atômica (16), resultando em 16.
Há dois átomos de H que é multiplicado pela sua massa atômica (1), resultando em 2.
Estes resultados são somados e desta forma encontramos o valor da massa molecular, 18g ou 18u.

Veja outros exemplos:

CO2 (dióxido de carbono)

O = 2 x 16 = 32
C = 1 x 12 = 12
MM = 32 + 12 = 44g ou 44u

C12H22O11 (sacarose)

O = 11 x 16 = 176
H = 22 x 1 = 22

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C = 12 x 12 = 144
MM = 176 + 22 + 144 = 342g ou 342u

Mg(OH)2 (hidróxido de magnésio)

H=2x1=2
O = 2 x 16 = 32
Mg = 1 x 24 = 24
MM = 2 + 32 + 24 = 58g ou 58u

Ca(NO3)2 (nitrato de cálcio)

O = 6 x 16 = 96
N = 2 x 14 = 28
Ca = 1 x 40 = 40
MM = 96 + 28 + 40 = 164g ou 164u

CuSO4.5H2O (sulfato cúprico penta-hidratado)

O = 5 x 16 = 80
H = 10 x 1 = 10
O = 4 x 16 = 64
S = 1 x 32 = 32
Cu = 1 x 63,5 = 63,5
MM = 80 + 10 + 64 + 32 + 63,5 = 249,5g ou 249,5u

Fórmula Mínima

É uma fórmula que fornece o número relativo entre os átomos da substância.


Mostra a proporção em número de átomos dos elementos expressa em número inteiros e os menores
possíveis.

Veja a fórmula mínima de algumas substâncias e sua fórmula moleculares:

Substância Fórmula Molecular Fórmula Mínima

Água Oxigenada H2O2 HO

Glicose C6H12O6 CH2O

Ácido Sulfúrico H2SO4 H2SO4

Geralmente, as fórmulas mínimas são uma “simplificação matemática” da fórmula molecular. A água
oxigenada pode ser dividida por 2 formando a fórmula mínima acima. Na glicose, a fórmula molecular foi
dividida por 6 e no ácido sulfúrico, não é possível dividir por um número inteiro, então a fórmula mínima fica
igual à fórmula molecular.

Composição Centesimal ou Análise Elementar

A fórmula centesimal fornece o percentual dos átomos que compõe a substância.


Representa a proporção em massa que existe na substância. É sempre constante e segue a Lei de Proust.

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Exemplo:

C: 85,6%
H: 14,4%

Veja como calcular a fórmula centesimal a partir de dados obtidos da análise da substância:

A análise de 0,40g de um certo óxido de ferro revelou que ele possui 0,28g de ferro e 0,12g de oxigênio.
Qual é a sua fórmula centesimal?

Então, neste óxido possui


70% de Fe e 30% de O.

MOL

A palavra mol foi utilizada


pela primeira vez pelo químico Wilhem Ostwald em 1896. Em latim, esta palavra significa mole, que
significa”monte”, “quantidade”. A partir desta palavra também originou molécula, que quer dizer pequena
quantidade.
Algumas mercadorias são vendidas em quantidades já definidas, como por exemplo a dúzia (6), a resma
(500) e etc.
O mol também determina quantidade. Pode determinar também massa e volume. Veja o esquema a seguir:

O mol indica quantidade. Um mol de qualquer coisa possui 6,02.1023 unidades. É utilizado em química para
referir-se à matéria microscópica, já que este número é muito grande. Pode ser usado para quantificar
átomos, moléculas, íons, número de elétrons, etc.

O número
6,02.1023 é a
constante de Avogadro.

Exemplos:

1 mol de átomos de H tem 6,02.1023 átomos.


2 mol de átomos de H tem 2 x 6,02.1023 átomos = 12,04.1023 átomos de H

O mol indica massa. Um mol de um elemento é igual a sua massa molecular em gramas (g).

Exemplos:

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1 mol de água tem 18g


2 mol de água tem 2 x 18 = 36g

O mol indica volume. Na realidade, indica o volume ocupado por um gás nas CNTP (condições normais de
temperatura e pressão). Para gases que estão nestas condições, o valor de um mol é 22,4L (litros).

CNTP:
T=0°C = 273K
P = 1atm = 760mmHg

Exemplos:

1 mol de CO2 ocupa que volume nas CNTP? 22,4L


2 mol de CO2 ocupa que volume nas CNTP? 2 x 22,4L = 44,8L

Para gases que não estão nestas condições, utiliza-se a fórmula do Gás Ideal ou Equação de Clapeyron:

P.V = n.R.T

Onde:
P = pressão do gás (atm)
V = volume do gás (L)
n = número de mols do gás (mol)
R = constante de Clapeyron = 0,082atm.L/mol.K
T = temperatura do gás (K)

Os cálculos estequiométricos são cálculos que relacionam as grandezas e quantidades dos elementos
químicos. Utiliza-se muito o conceito de mol nestes cálculos.
É muito importante saber transformar a unidade grama em mol. Pode-se usar a seguinte fórmula:

Onde:
n = número de mol (quantidade de matéria)
m = massa em gramas
MM = massa molar (g/mol)

Exemplo:

Quantas gramas existem em 2 mol de CO2?

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Para os cálculos com regra de três, sempre devemos colocar as unidade iguais uma embaixo da outra, como
no exemplo acima.

Outros exemplos de cálculos estequiométricos envolvendo apenas a fórmula química:

1.Quantos mols há em 90g de H2O?

5 mol = x

1.Quantas moléculas de água


há em 3 mol de H2O?

x = 3 . 6,02.1023
x = 18,06. 1023 ou
1,806.1024 moléculas

3) Qual o volume ocupado por 4 mol do gás Cl2 nas CNTP?

x = 4 x 22,4
x = 89,6L

4) Quantos mols existem em 89,6L do gás CO2 nas CNTP?

x = 4 mol

Os cálculos estequiométricos que envolvem uma reação química consiste em encontrar as quantidades de
certas substâncias a partir de dados de outras substâncias que participam da mesma reação química.
Estes cálculos são feitos através de proporções. Deve-se levar em conta os coeficientes, que agora serão
chamados de coeficientes estequiométricos.

Veja alguns passos que podem ser seguidos para montar e calcular:

1. fazer o balanceamento da equação química (acertar os coeficientes estequiométricos);


2. fazer contagem de mol de cada substância;
3. ler no problema o que pede;

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4. relacionar as grandezas;
5. calcular com regra de três (proporção).

Exemplos:
1) 108g de metal alumínio reagem com o ácido sulfúrico, produzindo o sal e hidrogênio, segundo a reação
abaixo:

Isto quer dizer que 2 mol de


Al reage com 3 mol de
H2SO4 reagindo com 1 mol
de Al2(SO4)3 e 3 mol de H2

b) a massa o ácido sulfúrico necessária para reagir com o alumínio:

x = 588g de H2SO4

Relacionar a massa
de ácido com a
massa de alumínio,
como no 3° passo.
Antes, no 1° e no
2°passo, transformar
o número de mol
em gramas.

O cálculo de pureza
é feito para determinar a quantidade de impurezas que existem nas substâncias.
Estes cálculos são muito utilizados, já que nem todas as substâncias são puras.

Exemplo:

Uma amostra de calcita, contendo 80% de carbonato de cálcio, sofre decomposição quando submetida a
aquecimento, de acordo com a reação:

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x = 358,4g de CaO

Rendimento

É comum, nas reações químicas, a quantidade de produto ser inferior ao valor esperado. Neste caso, o
rendimento não foi total. Isto pode acontecer por várias razões, como por exemplo, má qualidade dos
aparelhos ou dos reagentes, falta de preparo do operador, etc.
O cálculo de rendimento de uma reação química é feito a partir da quantidade obtida de produto e a
quantidade teórica (que deveria ser obtida).
Quando não houver referência ao rendimento de reação envolvida, supõe-se que ele tenha sido de 100%.

Exemplo:

Num processo de obtenção de ferro a partir do minério hematita (Fe2O3), considere a equação química não-
balanceada:

Utilizando–se 480g do minério e


admitindo-se um rendimento de 80% na reação, a quantidade de ferro produzida será de:

Equação Balanceada:

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Dados: 1Fe2O3 =
480g
2Fe = x (m) com 80% de rendimento
MM Fe2O3 = 160g/mol
MM Fe = 56g/mol

x = 268,8g de Fe

Para garantir que a reação ocorra e


para ocorrer mais rápido, é
adicionado, geralmente, um excesso
de reagente. Apenas um dos
reagentes estará em excesso. O outro
reagente será o limitante.
Estes cálculos podem ser identificados
quando o problema apresenta dois
valores de reagentes. É necessário
calcular qual destes reagentes é o
limitante e qual deles é o que está em
excesso. Depois de descobrir o
reagente limitante e em excesso, utiliza-se apenas o limitante como base para os cálculos estequiométricos.

Exemplos:

1) Zinco e enxofre reagem para formar sulfeto de zinco de acordo com a seguinte reação:

Reagiu 30g de zinco e 36g de enxofre. Qual é o regente em excesso?

Balancear a reação química:

Dados:
Zn = 30g
S = 36g

Transformar a massa em gramas para mol:

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Pela proporção da
reação 1mol de Zn
reage com 1mol de S.
Então 0,46mol de Zn
reage com quantos
mols de S?
Pode ser feita uma regra de três para verificar qual regente está em excesso:

x = 0,46mol de S

Então 1mol de Zn precisa de 1mol de S para reagir. Se temos 0,46mol de Zn, precisamos de 0,46mol de S,
mas temos 1,12mol de S. Concluímos que o S está em excesso e, portanto o Zn é o regente limitante.

2) Quantos gramas de ZnS será formado a partir dos dados da equação acima?

Para resolver esta pergunta, utiliza-se somente o valor do reagente limitante.

x = 44,68g de ZnS

Soluções aquosas

Tecnicamente, uma solução é uma


mistura homogênea de uma ou mais substâncias, sendo que a substância em maior quantidade é chamada
de solvente (no caso, a água); e a substância em menor quantidade, de soluto. Quando uma pequena
quantidade de sal de cozinha é adicionada a uma considerável quantidade de água, a água é o solvente - e o
sal, o soluto.

Soluções eletrolíticas

Falamos da propriedade da água dissolver substâncias. Esse fato proporciona algumas peculiaridades às
soluções, por conta do material que é dissolvido. Entre as peculiaridades, a que mais se destaca é a formação
de soluções eletrolíticas. Por exemplo, duas soluções límpidas e incolores, uma com água e açúcar
(sacarose) e a outra com água e sal de cozinha (cloreto de sódio): uma assume características eletrolíticas e a

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outra não. A solução com sal de cozinha é condutora de eletricidade, enquanto que a solução com açúcar,
não.

A água não é boa condutora de eletricidade, então o que faz acender a lâmpada é a presença
dos íons (partículas eletricamente positivas e negativas) em solução. Ou seja, os íons transportam as cargas
elétricas de um terminal (eletrodo) para o outro, fechando o circuito. Veja a representação da liberação dos
íons do sal de cozinha (NaCl):

Nessa
representação, o
cloreto de sódio
sólido tem seus íons liberados na forma do cátion Na+ e do ânion Cl-, na presença de água. Isso não ocorre
com a sacarose (C12H22O11), pois suas moléculas em água não formam íons:

A água que
bebemos
contém concentrações (quantidades) pequenas de muitos íons, e a maioria deles resulta da dissolução de
materiais sólidos presentes nos ambientes com os quais a água interage.

A dissolução do sólido iônico resulta da separação dos íons de cargas opostas do material, sendo a água
especialmente boa para dissolver os compostos iônicos, pois cada molécula de água tem uma extremidade
positivamente carregada e outra negativamente carregada.

Assim, uma molécula de água pode atrair um íon positivo (cátion) à sua extremidade negativa e outro
negativo (ânion) à sua extremidade positiva. Quando um composto iônico se dissolve em água, cada ânion
fica cercado por moléculas de água com suas extremidades positivas em direção ao íon, e cada cátion fica
cercado por extremidades negativas de diversas moléculas de água.

Soluções boas condutoras de eletricidade são consideradas eletrólitos fortes, pois têm uma grande
quantidade de íons livres em solução. Outras substâncias, que se solubilizam apenas parcialmente - e que,
portanto, são más condutoras -, são eletrólitos fracos. Então, nem todos os compostos iônicos dissolvem-se
completamente em água.

Reações de precipitação

Os eletrólitos das soluções aquosas possibilitam a ocorrência de muitas reações químicas. Isso é muito
importante, pois esses tipos de reações ocorrem na terra, nas plantas e nos animais.

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Por exemplo: alguns testes sobre a natureza química dos solos são realizados por meio de reações de
precipitação. Estas são reações em que íons de duas substâncias (ou mais) consideradas eletrólitos fortes
reagem entre si, formando um composto insolúvel (pouquíssimo solúvel) em água.
Uma solução incolor de iodeto de potássio (KI), ao interagir com uma outra, de nitrato de chumbo
(Pb(NO3)2, forma um precipitado amarelo de iodeto de chumbo PbI2. Pode-se representar essa reação de
precipitação com as seguintes equações:

Os termos (aq.)
na equação
significam
"aquoso"; e o (s),
"sólido". Logo, a
substância KI, por exemplo, é representada com íons K+ e I- em solução. Os outros componentes da
equação, o reagente (Pb(NO3)2 e o produto formado KNO3, também devem ser representados nas suas
respectivas formas iônicas. Mas o outro composto formado, o PbI2, é praticamente insolúvel, e por esse
motivo é representado como PbI2(s).

Reações de neutralização
Como vimos com a sacarose, existem soluções compostas por substâncias moleculares, ou seja, não iônicas.
Quando um composto molecular se dissolve em água, normalmente as moléculas ficam intactas; em outras
palavras, não são eletrólitos.

Entretanto, existem algumas substâncias moleculares quando se formam íons em soluções aquosas. As mais
importantes delas são as ácidas. Podem, então, existir reações que ocorrem em soluções com materiais
ácidos. Nesses casos, destacam-se as reações ácido-base, mais conhecidas como reações de neutralização.
Por exemplo, a reação entre ácido nítrico (HNO3) e hidróxido de potássio (KOH):

Nessa reação
não há a
formação de
precipitado, mas,
sim, de nitrato
de potássio (KNO3), um sal iônico, portanto solúvel, e água. Para verificar essas reações utilizam-se
indicadores ácido-base.

Concentrações

O comportamento das soluções depende também das suas concentrações. Os químicos adotam o
termo concentração para designar a quantidade de soluto dissolvida em uma determinada quantidade de
solvente ou solução. Quanto maior a quantidade de soluto, maior a concentração da solução.

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As concentrações, em termos de cálculos, podem ser determinadas em gramas por litro (g/L) - denominada
concentração comum -, ou em quantidade de matéria (mol) - determinada em mol por litro (mol/L). Existem
também outras formas de determinar as concentrações, como, por exemplo, em partes por milhão (ppm),
em porcentagem, etc.

Mas este artigo abordará as concentrações em g/L e mol/L, pois são as mais estudadas no ensino médio.

A concentração comum (g/L) expressa a massa de soluto em 1 litro de solução. Por exemplo, se
adicionarmos 4 g de sulfato de sódio (Na2SO4), um sal utilizado em diversas aplicações industriais, em 100
ml de água, teremos uma concentração desse sal igual a 40 g/L. Veja o raciocínio matemático:
4 g (sal) ---------------- 0,1 L (conversão de 100mL de água em litros)

X g (sal)----------------- 1 L

X = 4 / 0,1

X = 40 g/L (concentração comum, C)


C = 40 g/L
Esse valor pode ser convertido em mol/L, outra forma de cálculo de concentrações largamente utilizada na
química.

Para tanto, deve-se começar tendo em mãos a massa molar dos elementos que compõem o sulfato de
sódio, ou seja, a massa equivalente a um mol do sal. Essa massa é determinada a partir dos valores das
massas dos átomos do sulfato de sódio (Na2SO4) encontradas na Tabela Periódica dos elementos químicos.

Então encontramos: Na = 23 g/mol, S = 32 g/mol, O =16 g/mol.

De acordo com a fórmula Na2SO4 tem-se: (23 x 2) + 32 + (16 x 4) = 142, ou seja 142 g/mol.
Agora podemos determinar a concentração em mol/L das 4 g de sulfato de sódio em 100 mL de água. A
partir da concentração 40 g/L podemos descrever o raciocínio matemático:

142 g (fórmula)............................ 1 mol

40 g.............................................. X mol

X = 40/142

X = 0,28 mol/L
Como X corresponde a mol/L, ou seja, à molaridade (M), e 40 g é a quantidade do sal em 1 L de solução,
temos: M = 0,28 mol/L

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Os cálculos envolvendo as concentrações são importantíssimos, pois servem de base para o químico (ou
outro profissional afim) calcular as quantidades envolvidas nas reações químicas em soluções. E servem,
principalmente, para esses profissionais: (a) saberem quanto devem utilizar de materiais (reagentes), a fim de
que não ocorram desperdícios, e (b) preverem as quantidades dos materiais a serem produzidos.

Dispersões

Dispersões são sistemas nos quais uma substância está disseminada, sob forma de pequenas partículas,
numa segunda substância. A primeira substância chama-se disperso ou fase dispersa e a segunda substância
chama-se dispersante ou fase de dispersão.

Classificação Geral das Dispersões

É feita de acordo com o tamanho médio das partículas dispersas. Veja tabela abaixo.

Na tabela acima
observa-se que as
partículas dispersas de
soluções coloidais são
maiores que as da
solução, mas menores
que as de suspensão.

Exemplos de soluções
coloidais são o leite
(pois consiste em
glóbulos de gordura
dispersos em água), a neblina (líquido em um gás) e a espuma (gás em um líquido).

Natureza elétrica da matéria

Michael Faraday em 1834 , mostrou que uma transformação química podia ser causada pela passagem de
eletricidade através de soluções aquosas de compostos químicos. G. J. Stoney, 40 anos mais tarde, com base
nas experiências de Faraday propôs a existência de partículas de eletricidade a que chamou elétrons.

Tubo de descarga de Gás: feitos de vidros, totalmente vedados e com um eletrodo em cada extremidade.

Eletrodo: condutor usado para estabelecer contato elétrico dentro de um circuito

Descarga elétrica: quando uma alta voltagem é aplicada através do eletrodo dentro do tubo de vidro e o ar é
parcialmente removido, observa-se uma descarga elétrica e o ar residual de dentro do tubo ilumina-se.

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Quando todo o gás é virtualmente removido, não havia mais produção de luz, mas a descarga elétrica
continua.

Raios Catódicos: se for colocado entre os eletrodos um anteparo coberto com sulfeto de zinco fluorescente
este brilha do lado que está voltado para o eletrodo negativo. Isto demonstra que a descarga se origina no
cátodo(eletrodo negativo) e flui para o ânodo (eletrodo positivo). Características dos raios catódicos:

•caminham em linha reta


•delineiam sombras
•são formados por partículas
•são partículas eletricamente carregadas, e sua carga é negativa
•aquecem uma folha metálica colocada entre os eletrodos
•independem da natureza do material que os compõem.

Partículas Fundamentais: são partículas energéticas, carregadas negativamente que fazem parte da
constituição de todas as substâncias conhecidas.

Coulomb: unidade de carga elétrica SI

Ampere: quantidade de carga elétrica que passa por um determinado ponto de um fio.

Modelo Atômico de Thomson

Em 1859 descobriu-se os raios catódicos. Surgiam então, técnicas mais controladas no estudo de passagem
de corrente, com a substituição de líquidos por gases a baixa pressão. Se em um tubo fechado (ampola de
vidro), contendo dois eletrodos e tendo uma das paredes revestidas com o elemento químico fósforo, for
feito vácuo, ao se aplicar uma diferença de potencial elétrico entre os eletrodos, aparecerá uma
fluorescência. Esta fluorescência é causada pelos raios catódicos.
Mas John Thomson se debatia quanto à questão:

Raios catódicos são partículas carregadas ou são ondas no éter?

Os experimentos de Thomson foram realizados tendo como "pano de fundo" a controvérsia da natureza
dos raios catódicos e todo o seu estudo foi realizado para esclarecer esta dúvida.

Em 1897, Thomson decidiu medir a razão carga/massa dos raios catódicos para identificar se os raios
catódicos eram íons (se a razão carga/massa não fosse constante) ou se eram uma partícula carregada
universal (se a razão carga/massa fosse constante para todos os gases).

Thomson, em sua famosa experiência de 1897, utilizando um tubo de raios catódicos (Fig.1) para
aplicar simultaneamente campos elétricos e magnéticos aos raios, comprovou que os raios catódicos se
comportavam como partículas negativamente carregadas. Equilibrando o efeito do campo elétrico e o do
campo magnético, e com as leis básicas da eletricidade e do magnetismo, Thomson pôde calcular a razão
entre a carga e a massa das partículas no feixe. Demonstrou que a razão numérica entre carga elétrica (e) e
massa (m) - em unidades do Sistema Internacional (SI), Coulomb (C) para a carga e quilograma (Kg) para a
massa - era da ordem de 1,7 x 1011 para todas as substâncias por ele investigadas. Assim, concluiu que os
raios catódicos eram constituídos por partículas carregadas e que essas partículas (depois chamadas de
elétrons) eram universais, ou seja, eram as mesmas, qualquer que fosse a substância investigada.

Thomson não pôde, porém, determinar, independentemente uma da outra, a massa e a carga.

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Coube ao físico americano Robert Andrews Millikan (1868-1953) medir a carga de um elétron e assim
possibilitar o cálculo de sua massa.

O fato de serem produzidos raios consistindo de partículas negativamente carregadas num tubo de
descargas de gás sugeria que raios de partículaspositivamente carregadas também eram formados. Raios
deste tipo foram descobertos por Goldstein (1886), que observou que, quando o cátodo de um tubo de
descargas era perfurado por pequenos buracos, pontos de luz apareciam atrás dele. Ele concluiu que a
luminosidade era causada por raios que se moviam em direção contrária às dos raios catódicos e passavam
através dos furos no cátodo. Estes raios, que eram chamados de raios canal, eram desviados por campos
elétricos e magnéticos, e a partir das direções das deflexões conclui-se que eles consistiam de partículas
positivamente carregadas. Tal resultado deu origem à expressão geralmente mais usada de raios positivos.

A descoberta da radioatividade, a prova da existência independente do elétron dada por Thomson,


juntamente com a descoberta dos raios positivos, forneceu um ponto de partida para as teorias sobre a
estrutura atômica. A partir daí, Thomson começou a se indagar sobre a estrutura do átomo. Inicialmente,
pensou que um átomo típico tivesse milhares de elétrons para dar conta da massa (considerando que a
massa do elétron é aproximadamente 1,7 vezes menor que a massa do átomo de hidrogênio e tomando por
hipótese que a massa da carga positiva fosse da mesma ordem de grandeza que a massa do elétron). Porém,
os resultados experimentais não davam suporte a essa hipótese.

Na ausência de informações sobre a maneira pela qual as cargas positivas e negativas estão distribuídas
num átomo, Thomson propôs um modelo simples. Em 1904, Thomson propôs seu modelo atômico, mais
conhecido como “pudim de passas”. Thomson admitia que o átomo era uma esfera com carga positiva
distribuída de forma uniforme, não tendo um caráter de partícula. Dessa forma, os elétrons, fazendo papel
das passas, ficavam espalhados dentro dessa “massa positiva” e permeável, daí o nome do modelo, com o
qual não era mais necessário o átomo ter muitos elétrons para dar conta da massa, sendo, então, o material
positivo a parte mais massiva do átomo.

Modelo atômico de Rutherford

O físico neozelandês Ernest Rutherford (1871 - 1937) realizou em 1911 um conjunto de experiências e
chegou à conclusão que o átomo é constituído por um núcleo positivo pequeno envolto por uma região
mais extensa, na qual está dispersa a carga negativa. A experiência mais relevante se baseou na
radioatividade: consistia em lançar contra uma finíssima lâmina de ouro, um feixe de partículas de carga
positiva emitidas por uma fonte radioativa. Certos elementos são radioativos e emitem radiação de alta
energia em forma de partículas alfa, partículas beta e raios gama.

Rutherford lançou um fluxo de partículas alfa emitidas pelo elemento radioativo Polônio (Po) em finas
lâminas de ouro, e observou que as partículas alfa atravessavam a lâmina em linha reta, mas algumas se
desviavam e se espalhavam. Daí você pode se perguntar: Por que somente algumas partículas se desviam
enquanto as outras atravessam a lâmina em linha reta?

Essas partículas têm massa quase dez mil vezes maior do que a dos elétrons, e sua velocidade é da ordem de
um décimo da velocidade da luz. Quase todas as partículas alfa conseguem atravessar a lâmina, como se ela
fosse transparente, sendo interceptadas mais a frente por uma placa fluorescente. A chegada de cada
partícula alfa à placa provoca um pequeno lampejo de luz.

Através dessas observações, Rutherford criou seu próprio modelo atômico que acabou substituindo o

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modelo de Thompson.

Conceito do modelo atômico de Rutherford

Um átomo é composto por um pequeno núcleo carregado positivamente e rodeado por uma grande
eletrosfera, que é uma região envolta do núcleo que contém elétrons. No núcleo está concentrada a carga
positiva e a maior parte da massa do átomo.

Modelo de Rutherford-Bohr

O estudo dos espectros eletromagnéticos dos elementos pelo físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962)
permitiu adicionar algumas observações ao modelo

de Rutherford, por isso, o seu modelo passou a ser conhecido como modelo atômico de Rutherford-Bohr:

Só é permitido ao elétron ocupar níveis energéticos nos quais ele se apresenta com valores de energia
múltiplos inteiros de um fóton.

É importante ressaltar que as ideias sobre o que compõe o átomo continuam progredindo e existem outros
modelos atômicos mais modernos. Entretanto, o modelo de Rutherford-Bohr explica a grande maioria dos
comportamentos do átomo que estudados.

Leis de Newton

Primeira lei de Newton - a lei da inércia

Segunda lei de Newton - o princípio fundamental da dinâmica

Terceira lei de Newton - a lei da ação e reação

A primeira lei de Newton - a lei da inércia

Na natureza, todos os corpos apresentam certa resistência a alterações no seu estado de equilíbrio, seja ele
estático ou dinâmico. Imagine que você tenha que chutar duas bolas no chão: uma de vôlei e uma de
boliche. É claro que a bola de vôlei será chutada com mais facilidade que a de boliche, que apresenta uma
maior resistência para sair do lugar. maior tendência em se manter em equilíbrio, ou ainda, apresenta uma
maior inércia. Define-se inércia como uma resistência natural dos corpos a alterações no estado de
equilíbrio.

A primeira lei de Newton trata dos corpos em equilíbrio e pode ser enunciada da seguinte forma:

Quando as forças atuantes em um corpo se anulam, ele permanecerá em repouso ou em movimento

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retilíneo uniforme.

Um objeto que repousa sobre sua mesa, por exemplo, está em equilíbrio estático, e tende a ficar permanecer
nessa situação indefinidamente. No caso dos corpos em movimento, podemos imaginar um carro em
movimento que freia bruscamente. Os passageiros serão lançado para frente porque tendem a continuar em
movimento.

Força Resultante
No nosso cotidiano, é impossível encontrar um corpo sobre o qual não existam forças atuando - só o fato de
vivermos na Terra já nos submete à força da gravidade. Muitas vezes essas forças se anulam, o que resulta
em equilíbrio. Em outros casos, a resultante das forças que atuam sobre um corpo é diferente de zero.
Quando isso ocorre, o resultado dessas forças é definido como força resultante.

A determinação de uma força resultante não é algo simples, já que se trata de uma grandeza vetorial. Isso
quer dizer que uma força é definida por uma intensidade, uma direção e um sentido. Como a força se trata
de uma grandeza vetorial, não podemos determinar a força resultante utilizando a álgebra com que estamos
acostumados. É preciso conhecer um processo matemático chamado de soma vetorial.
A seguir, estão ilustrados os casos mais conhecidos para a determinação da força resultante de duas forças
aplicadas em um corpo.

A Segunda lei de Newton

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Quando diversas forças atuam em um corpo e elas não se anulam, é porque existe uma força resultante. E
como se comporta um corpo que está sob a ação de uma força resultante? A resposta foi dada por Newton
na sua segunda lei do movimento. Ele nos ensinou que, nessas situações, o corpo irá sofrer uma aceleração.
Força resultante e aceleração são duas grandezas físicas intimamente ligadas.

A segunda lei de Newton também nos mostra como força e aceleração se relacionam: essas duas grandezas
são diretamente proporcionais. Isso quer dizer que, se aumentarmos a força, a aceleração irá aumentar na
mesma proporção. A relação de proporção entre força e aceleração é mostrada a seguir.

Onde é o símbolo de proporção. Para que


possamos trocar a proporção por uma igualdade, precisamos inserir na equação acima uma constante de
proporcionalidade. Essa constante é a massa do corpo em que é aplicada a força resultante. Por isso, a
segunda lei de Newton é representada matematicamente pela fórmula

A segunda lei de Newton também nos ensina


que força resultante e aceleração serão vetores sempre com a mesma direção e sentido.

A terceira Lei de Newton

A terceira lei de Newton nos


mostra como é a troca de forças
quando dois corpos interagem
entre si, seja essa interação por
contato ou por campo.
Segundo a terceira lei, se um
corpo faz uma força em outro, imediatamente ele receberá desse outro corpo uma força de igual
intensidade, igual direção e sentido oposto à força aplicada, como é mostrado na figura a seguir.

Eletrostática

A eletrostática é a parte da Física responsável pelo estudo das cargas elétricas em repouso.

Dois são os métodos de eletrização mais conhecidos e utilizados: eletrização por condução (ou por "fricção")
e eletrização por indução.
A eletrização por condução se dá quando friccionamos entre si dois materiais isolantes (ou condutores

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isolados) inicialmente descarregados, ou quando tocamos um material isolante (ou condutor isolado)
inicialmente descarregado com outro carregado. Durante o contato, ocorre uma transferência de elétrons
entre os dois objetos.
Suponhamos que carreguemos desta forma um bastão de borracha atritado com pele de animal e uma
barra de vidro atritada com seda. Se suspendermos o bastão de borracha por um fio isolante e dele
aproximarmos outro bastão de borracha carregado da mesma maneira, os bastões repelir-se-ão. O mesmo
acontece para dois bastões de vidro, nesta situação.
Por outro lado, se aproximarmos a barra de vidro ao bastão de borracha, ocorrerá uma atração entre eles.
Evidentemente constatamos que a borracha e o vidro têm estados de eletrização diferentes, e pela
experiência concluímos que;

- cargas iguais se repelem;

- cargas diferentes se atraem.

Franklin convencionou que a carga da barra de vidro é positiva e a do bastão de borracha é negativa.
Assim, todo o corpo que for atraído pelo bastão de borracha (ou repelido pelo bastão de vidro) deve ter
carga positiva. Da mesma forma, todo o corpo que for repelido pelo bastão de borracha (ou atraído pela
barra de vidro) deve ter carga negativa.

No processo de eletrização por indução não há contato entre os objetos. Através da indução podemos
carregar os materiais condutores mais facilmente. Vejamos como isto é possível.

Suponhamos que aproximemos o bastão de borracha (carga negativa) de uma barra metálica isolada e
inicialmente neutra. As cargas negativas (elétrons) da barra metálica serão repelidas para regiões mais
afastadas e a região mais próxima ao bastão ficará com um excesso de cargas positivas. Se agora ligarmos
um fio condutor entre a barra metálica e a terra (o que chamamos de aterramento), os elétrons repelidos
pelo bastão escaparão por este fio, deixando a barra carregada positivamente tão logo o fio seja removido.
Se, por outro lado, fosse a barra de vidro (carga positiva) aproximada da barra metálica, esta última ficaria
carregada negativamente, pois pelo fio condutor aterrado seriam atraídos elétrons da terra.
Observe que, em ambos os processos, os bastões carregados (indutores) não perderam carga alguma.
Situação parecida ocorre quando aproximamos objetos carregados dos isolantes. Novamente as cargas
serão separadas no material isolante e, uma vez afastado o bastão indutor, as cargas não retornam às suas
posições iniciais devido à pouca mobilidade que possuem no isolante. Dizemos então que o isolante ficou
polarizado. O fenômeno da polarização será estudado em detalhes quando estudarmos os dielétricos.

Quanto a capacidade de conduzirem cargas elétricas, as substâncias podem ser caracterizadas


como isolantes e condutores.
Isolantes são substâncias nas quais as cargas elétricas não podem se mover livremente com facilidade.
Como exemplos, podemos citar a borracha, o vidro, o plástico e a água pura, entre outros.
Por outro lado, os condutores são aqueles materiais nos quais a movimentação das cargas (negativas, em
geral) pode ocorrer livremente. Exemplos: metais, água da torneira, o corpo humano.

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Mais recentemente, surgiram duas novas categorias para os materiais.

Os semicondutores apresentam-se agora como uma terceira classe de materiais. Suas propriedades de
condução elétrica situam-se entre as dos isolantes e dos condutores. Os exemplos mais típicos são o silício e
o germânio, responsáveis pelo grande desenvolvimento tecnológico atual na área da microeletrônica e na
fabricação de microchips.

Por fim, temos os supercondutores, materiais que a temperaturas muito baixas não oferecem resistência
alguma a passagem de eletricidade. Foi descoberta 1911 por Kammerlingh ONNES que a observou no
mercúrio sólido (à temperatura de 4,2 K). Atualmente já estão sendo desenvolvidas ligas (à base de Nióbio)
que sejam supercondutoras a temperaturas mais elevadas facilitando, assim, sua utilização tecnológica

Cargas em movimento

O movimento das cargas elétricas ocorre quando existe uma diferença de potencial elétrico entre dois
pontos, seguindo as cargas do ponto de maior para o de menor potencial. Esta diferença de potencial
elétrico é o que cotidianamente chamamos de voltagem, por ela ser medida em Volts.

Corrente elétrica
A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./ tensão). E ela é explicada pelo
conceito de campo elétrico, ou seja, ao considerar uma carga A positiva e outra B, negativa, então há um
campo orientado da carga A para B. Ao ligar-se um fio condutor entre as duas os elétrons livres tendem a se
deslocar no sentido da carga positiva, devido ao fato de terem cargas negativas, lembrando que sinais
opostos são atraídos.

Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido oposto ao campo elétrico, e este é
chamado sentido real da corrente elétrica. Embora seja convencionado que a corrente tenha o mesmo
sentido do campo elétrico, o que não altera em nada seus efeitos (com exceção para o fenômeno chamado
Efeito Hall), e este é chamado o sentido convencional da corrente.

Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção transversal de um condutor se considera o
módulo da carga que passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja:

Considerando |Q|=n e

A unidade adotada para a intensidade da corrente no SI é o ampère (A), em homenagem ao físico francês
Andre Marie Ampère, e designa coulomb por segundo (C/s).

Sendo alguns de seus múltiplos:

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Suponhamos um condutor pelo qual esteja circulando corrente elétrica. Seja S uma secção transversal do
condutor e a carga elétrica que passa por essa secção durante o intervalo de tempo . Por definição,
chama-se intensidade média de corrente elétrica durante o intervalo de tempo ao quociente, por ,
da carga elétrica que passa pela secção durante esse intervalo de tempo. Representaremos por . Então,

A intensidade média da corrente elétrica não é sempre a mesma, em geral. Exemplo: durante 5 segundos
pode passar, por uma secção transversal uma carga elétrica igual a 10 (avaliada com certa unidade); a
intensidade média de corrente será então 2 (avaliada com certa unidade). Mas, durante os 5 segundos
seguintes, pela mesma secção transversal pode passar uma carga elétrica diferente de 10, por exemplo, 30; a
intensidade média de corrente, nesses outros 5 segundos será então 6, e não mais 2.

Se a intensidade média é constante para qualquer valor do intervalo de tempo , significa que a
carga que passa por uma secção transversal do condutor é diretamente proporcional ao tempo de
passagem. . Neste caso chamamos simplesmente intensidade de corrente, em vez de intensidade média.
Sendo t o tempo necessário à passagem da carga q, e i a intensidade de corrente, temos:

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Na última fórmula, considerando-se , resulta numericamente. Isto é, a intensidade de corrente


elétrica, constante numa secção transversal do condutor, é numericamente igual à carga elétrica que passa
pela secção durante a unidade de tempo.

Eletromagnetismo

Os geradores são aplicações práticas dos princípios do eletromagnetismo. Basicamente, um gerador elétrico
é constituído de um enrolamento de fio condutor e de um imã. A diferença de potencial é gerada pelo
movimentação dos pólos norte e sul do campo magnético em relação ao enrolamento, conforme a figura
que segue:

Estruturalmente, não existe


diferença entre motores e
geradores elétricos. Podemos
dizer que um gerador elétrico é
um motor elétrico invertido e
vice-versa.

No gerador, fornecemos movimento às partes móveis para que a rotação do enrolamento elétrico entre os
pólos magnéticos produza uma diferença de potencial e uma corrente elétrica.

No motor elétrico, formado pelos mesmos componentes, fornecemos uma diferença de potencial e uma
corrente, obtendo como resultado o movimento fornecido pelo motor.

Radiação eletromagnética

Praticamente toda a troca de energia entre a Terra e o resto do Universo ocorre por radiação, que é a única
que pode atravessar o relativo vazio do espaço. O sistema Terra-atmosfera está constantemente absorvendo
radiação solar e emitindo sua própria radiação para o espaço. Numa média de longo prazo, as taxas de
absorção e emissão são aproximadamente iguais, de modo que o sistema está muito próximo ao equilíbrio
radiativo. A radiação também tem papel importante na transferência de calor entre a superfície da Terra e a
atmosfera e entre diferentes camadas da atmosfera.

A radiação eletromagnética pode ser considerada como um conjunto de ondas (elétricas e magnéticas)
cuja velocidade no vácuo é

As várias formas de radiação, caracterizadas pelo seu comprimento de onda, compõem o espectro
eletromagnético

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O comprimento de onda é a distância entre cristas (ou cavados) sucessivos; a freqüência de onda é o
número de ondas completas (1 ciclo) que passa por um dado ponto por unidade de tempo. A relação
entre l , u e a velocidade c é

Embora o
espectro

eletromagnético seja contínuo, nomes diferentes são atribuídos a diferentes intervalos porque seus efeitos,
geração, medida e uso são diferentes. Por exemplo, as células da retina do olho humano são sensíveis a uma
radiação num estreito intervalo chamado luz visível, com

entre

A maior parte da energia radiante do sol está concentrada nas partes visível e próximo do visível do
espectro. A luz visível corresponde a ~43% do total emitido, 49% estão no infravermelho próximo e 7% no
ultravioleta. Menos de 1% da radiação solar é emitida como raios X, raios gama e ondas de rádio.

Apesar da divisão do espectro em intervalos, todas as formas de radiação são basicamente iguais.
Quando qualquer forma de energia radiante é absorvida por um objeto, o resultado é um crescimento do
movimento molecular e um correspondente crescimento da temperatura.

Noções de Instrumentação

Um aparelho capaz de indicar a presença de corrente elétrica em um circuito elétrico é denominado de


galvanômetro. Se for possível graduar a escala desse aparelho ele receberá o nome de amperímetro, o qual
possibilita a medição da intensidade da corrente elétrica. Existem tanto amperímetros digitais quanto
amperímetros analógicos, ambos são muito utilizados, no entanto o digital permite maior precisão nos
resultados.

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Amperímetro analógico

Para medir a corrente em um circuito elétrico deve-se ligar o amperímetro em série com o circuito. Contudo,
esse aparelho possui em seu interior uma resistência elétrica, cujo valor deve ser acrescido à resistência do
circuito ao realizar os cálculos. De forma a tornar desprezível a resistência do amperímetro, esse aparelho é
construído com a menor resistência interna possível.

A medida de voltagem

A medida de voltagem é mais conhecida como medida de diferença de potencial. Para realizar a medida de
voltagem utilizamos aparelhos denominados de voltímetros. Assim como no caso do amperímetro, existem
também voltímetros analógicos e digitais. Ambos são muito utilizados, porém o voltímetro digital possibilita
a melhor leitura do valor da ddp como também a certeza do que está sendo medido.

Voltímetro analógico

Para medir a ddp entre as extremidades de um resistor, por exemplo, deve-se conectar o voltímetro em
paralelo com a resistência. Esse aparelho, assim como o amperímetro, também possui uma resistência
interna. Assim é desejável que a corrente que se desvia para o voltímetro seja a menor possível, de forma
que ao introduzir o voltímetro a perturbação causada seja desprezível. Sendo assim, os voltímetros são
construídos com uma resistência interna mais alta possível.

A medida de resistência

Para medir o valor de uma resistência utiliza-se um aparelho chamado ohmímetro, no entanto, se tivermos
um multímetro, aparelho que tem capacidade de medir valores de voltagem, corrente elétrica e também a
resistência do resistor, podemos medir o valor da resistência de um resistor. Para realizar essa medida basta
conectar as ponteiras do multímetro nos terminais do resistor.

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Multímetro

Química orgânica: hidrocarbonetos e polímeros

Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados unicamente por carbono e hidrogênio unidos
tetraedricamente por ligação covalente assim como todos os compostos orgânicos. Os hidrocarbonetos são
a chave principal da química orgânica, visto que são eles que fornecem as coordenadas principais para
formação de novas cadeias e posteriormente para nomenclatura de outros compostos. Praticamente todos
os alcanos ocorrem naturalmente no gás natural do petróleo, enquanto que os mais pesados, alcenos e
alcinos são obtidos no processo de refinação. Podendo também ser sintetizados em laboratório.

O estado físico dos hidrocarbonetos geralmente é gasoso ou líquido, em virtude de seu baixo ponto de
fusão e ebulição, por ser apolares, e unidos por forças intermoleculares fracas, são pouco solúveis em água,
ou seja, seu grau de dissociação é bastante pequeno até que seja atingido o equilibrio. Os hidrocarbonetos
são subdivididos em alcanos, alcenos e alcinos, podendo ser de cadeias ramificadas, cíclicos ou acíclicos,
saturados e insaturados e aromáticos onde:

Ramificadas: possuem ramificações, que são radicais ligados ao carbono.

Cíclicos: formam ciclos representados através de formas geométricas.

Acíclico: são hidrocarbonetos que possuem cadeias abertas

Saturados: possuem somente ligações simples (σ) sendo saturado de hidrogênios (alcanos e cicloalcanos).

Insaturados: possuem ligações duplas (σπ) e triplas (σππ), em função destas subtrai-se o hidrogênio (alcenos
e Alcinos).

Aromáticos: são os hidrocarbonetos que possuem o anel benzênico.

Hidrocarbonetos Saturados

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Alcanos

São hidrocarbonetos saturados que possuem somente simples ligações em sua formula estrutural. O alcano
mais comum é o metano CH4, estando presente não só no gás natural, mas também é produzido
bioquimicamente pelos seres microscópicos e que podem viver na ausência de oxigênio, denominados
“metanogênios”, presentes no estômago de bovinos e em lamas oriundas de valas oceânicas, sendo capazes
de produzir o metano a partir do CO2 e do H2. Exemplos de alcanos:

Nº de C Hidrocarboneto Cadeia carbônica


1 Metano CH4

2 Etano CH3CH2

3 Propano CH3 CH2CH3

4 Butano CH3 CH2 CH2CH3

5 Pentano CH3 CH2 CH2 CH2CH3

6 Hexano CH3 CH2 CH2 CH2 CH2CH3

7 Heptano CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2CH3

8 Octano CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2CH3

9 Nonano CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2CH3

10 Decano CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH3

Exemplos de alcanos:

3-metil-heptano
Cicloalcanos
São hidrocarbonetos cíclicos,
de cadeia fechada, cujo
os átomos de carbono estão
ligados entre si e mais 2
hidrogênios.

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Hidrocarbonetos insaturados
Alcenos
São hidrocarbonetos insaturados que além das ligações simples possuem também ligações duplas, os mais
importantes alcenos são o eteno e o propeno, e a produção mundial desses compostos supera os 20
milhões de toneladas anuais. O eteno é encontrado na natureza como hormônio de plantas, além de estar
presente em frutas e legumes, está ligado ao amadurecimento destes. O eteno é usado na síntese de
diversos outros compostos químicos tais como etanol, óxido de etileno e acetona. É importante lembrar que
todo alceno que possui 2 duplas ligações em seu esqueleto carbônico é chamado de alcadieno.

Alcinos

Etino ou Acetileno
São hidrocarbonetos insaturados que possuem ligações triplas (σ π π), em sua fórmula estrutural. O mais
simples dos alcinos é o etino conhecido como acetileno amplamente utilizado na síntese de
anticoncepcionais, antifúngicos e como gás de combustão em maçaricos, é um gás altamente inflamável e
com odor de alho. Ocorrem naturalmente como hormônios, porém a maioria é sintetizada a partir do
petróleo.

Hidrocarbonetos Aromáticos

São cíclicos e insaturados, que possuem três duplas ligações alternadas no esqueleto carbônico, cujo
representante principal e mais simples é o benzeno. Esses hidrocarbonetos são chamados de aromáticos em
virtude de possuírem um odor pronunciável. O benzeno é um produto químico muito utilizado, mas vem
sendo substituído por outros com devido a seu potencial cancerígeno.

Nomenclatura dos
hidrocarbonetos

Hidrocarboneto Prefixo de acordo com a quantidade de carbonos. Terminação

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Alcano 1-Met, 2-Et, 3-Prop, 4-But, 5-Pent, 6-Hex, 7-Hept, 8- ano


Oct, 9-Non, 10-Dec, 11-Undec, 12-Dodec, 13-Tridec,
Alceno eno
14-Tetradec, 15-Pentadec, 16-Hexadec, 17-Heptadec,
Alcino 18-Octadec, 19-Nonadec, 20-Icos, 21-Heneicos, 22- ino
Docos, 23-Tricos, 30-Triacont, 31-Hentriacont, 40-
Tetracont, 50-Pentacont, 60-Hexacont, 70-Heptacont,
80-Octacont, 90-Nonacont, 100-Hect ...
No caso de ciclos: Ciclo + prefixo + terminação

Nomenclatura dos aromáticos

Um sistema antigo de nomenclatura sugere que a posição 1,2(o – orto), 1,3(m- meta e 1,4(p-para)
acompanhada de xileno, é usada em função da adição de 2 grupos metila ao anel benzênico
origina isômeros (compostos idênticos só diferindo na posição dos radicais).

A nomenclatura comum a todos os aromáticos é:


Numero indicativo de posição dos radicais + nome dos radicais + benzeno

Noções de Metrologia

Metrologia é a ciência que abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer
que seja a incerteza em qualquer campo da ciência ou tecnologia.

Nesse sentido a Metrologia Científica e Industrial é uma ferramenta fundamental no crescimento e inovação
tecnológica, promovendo a competitividade e criando um ambiente favorável ao desenvolvimento científico
e industrial em todo e qualquer país.

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A metrologia dimensional é um ramo da metrologia que estuda e analisa a metodologia dos sistemas de
medição de comprimento, compreendendo assim a determinação da distância mais curta entre dois pontos.

A Metrologia Legal é parte da metrologia relacionada às atividades resultantes de exigências obrigatórias,


referentes às medições, unidades de medida, instrumentos e métodos de medição, que são desenvolvidas
por organismos competentes.

Tem como objetivo principal proteger o consumidor tratando das unidades de medida, métodos e
instrumentos de medição, de acordo com as exigências técnicas e legais obrigatórias.

Com a supervisão do Governo, o controle metrológico estabelece adequada transparência e confiança com
base em ensaios imparciais. A exatidão dos instrumentos de medição garante a credibilidade nos campos
econômico, saúde, segurança e meio ambiente.

No Brasil as atividades da Metrologia Legal são uma atribuição do Inmetro, que também colabora para a
uniformidade da sua aplicação no mundo, pela sua ativa participação no Mercosul e na OIML - Organização
Internacional de Metrologia Legal.

A Organização Internacional de Metrologia Legal - OIML descreve o termo "Metrologia Legal" como: parte
da metrologia que trata das unidades de medida, métodos de medição e instrumentos de medição em
relação às exigências técnicas e legais obrigatórias, as quais têm o objetivo de assegurar uma garantia
pública do ponto de vista da segurança e da exatidão das medições.

A Metrologia Legal permeia todos os níveis e setores de uma nação desenvolvida. Durante a sua vida as
pessoas terão contato com um grande número de instrumentos de medição sujeitos a regulamentação
metrológica. As ações governamentais no campo da metrologia legal objetivam, por um lado, a
disseminação e manutenção de medidas e unidades harmonizadas, e de outro, a supervisão e exame de
instrumentos e métodos de medição.

O principal objetivo estabelecido legalmente no campo econômico é proteger o consumidor enquanto


comprador de produtos e serviços medidos, e o vendedor, enquanto fornecedor destes. A exatidão dos
instrumentos de medição, especialmente em atividades comerciais, dificilmente pode ser conferida pela
segunda parte envolvida, e que não possui meios técnicos para fazê-lo.

Em geral os instrumentos de medição estão na posse de um dos parceiros comerciais o qual tem acesso a
eles, mesmo na ausência da outra parte. É tarefa do controle metrológico estabelecer adequada
transparência e confiança entre as partes, com base em ensaios imparciais.

Atualmente, não só atividades no campo comercial são submetidas à supervisão governamental em países
desenvolvidos, mas também, instrumentos de medição usados em atividades oficiais, no campo médico, na
fabricação de medicamentos, bem como nos campos de proteção ocupacional, ambiental e da radiação são
submetidos, obrigatoriamente, ao controle metrológico.

A exatidão das medições assume especial importância no campo médico face aos vários efeitos negativos
que resultados de menor confiabilidade podem provocar à saúde humana.

A credibilidade da medição é, portanto, especialmente necessária onde quer que exista conflito de interesse,
ou onde quer que medições incorretas levem a riscos indesejáveis aos indivíduos ou à sociedade.

A Metrologia Legal originou-se da necessidade de assegurar um comércio justo e uma de suas mais
importantes contribuições para a sociedade é o seu papel de aumentar a eficiência no comércio mantendo a
confiança nas medições e reduzindo os custos das transações.

195
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A Metrologia Legal atende tais necessidades principalmente através de regulamentos, os quais são
implementados para assegurar um nível adequado de credibilidade nos resultados de medição. Em todas as
suas aplicações, a metrologia legal cobre unidades de medida, instrumentos de medição e outras matérias
tais como os produtos pré-medidos.

Com respeito aos instrumentos de medição, a Metrologia Legal especifica exigências de desempenho,
procedimentos de verificação, meios para assegurar a correta utilização das unidades de medida legalmente
definidas e prescrições obrigatórias para uso.

Medição

Medir é a procedimento experimental pelo qual a valor momentâneo de uma grandeza física (grandeza a
medir) é determinado como um múltiplo e/ou uma fração de uma unidade, estabelecida por um padrão.

A grandeza a medir (GM) pode ser a temperatura, força, umidade, intensidade luminosa, ph, comprimento,
etc.. A operação de medição é realizada, genericamente, por um sistema de medição (SM). Vários outros
nomes podem ser encontrados para designar um sistema de medição, tais como máquina de medir,
medidor, instrumento de medição, aparelho de medir, equipamento de medição.

Obtém-se da operação instrumentada a chamada leitura (L) que é caracterizado por um número (lido pelo
operador) acompanhado da unidade da leitura.

A medida (M) é o valor correspondente ao valor momentâneo da grandeza a medir no instante da leitura e
obtida pela aplicação dos parâmetros do sistema de medição a leitura e expressa por um número
acompanhado da unidade da grandeza a medir. A transformação da leitura em medida obedece os
parâmetros do SM que podem ser:

 fator multiplicativo;
 fator aditivo;
 fator aditivo e multiplicativo;
 correlação analítica;
 correlação tabular;
 correlação gráfica e outros.

Resumindo:
M=L. (parâmetros do SM) + unidade da medida

Para o leigo o trabalho de medição, terminaria aqui, afinal, tem-se um número. Para que se pudesse afirmar
isto duas hipóteses deveriam ser cumpridas:

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a) a medida é relativa a uma dimensão perfeita;


b) o SM é perfeito.

Efetivamente nada é perfeito, portanto o trabalho de medição não termina neste ponto, na verdade, aqui se
inicia o trabalho do metrologista. 0 metrologista deve chegar à informação denominada resultado de
medição (RM).

O RM expressa propriamente o que se conhece sobre o valor da GM e é um resultado base (RB)


acompanhado de sua indeterminacão ou incerteza da medição (IM) e da unidade da GM. Ou seja:

RM = RB ± IM (unidade da GM)

Por exemplo de uma série de medidas 50,40; 50,37; 50,39; 50,38; 50,36 mm, após um tratamento destes
dados, que podem ser de um comprimento qualquer, o resultado seria:

RM = 50,38 ± 0,04 mm

Como se pode ver não se sabe a valor exato da medida. Só se pode afirmar que o resultado, com uma certa
probabilidade, estará entre 50,34 e 50,42mm.

No RM o RB pode ser uma medida, a media de várias medidas, um valor calculado em função de diversas
outras grandezas medidas, etc.

A IM, caracterizada pelo limite superior e inferior em relação ao RB, aparece devido a:
 erros dos SMs;
 variação da GM;

Em função dos erros dos SMs e da variação da GM. o procedimento de determinação do RM deverá ser
realizado com base no:
 conhecimento do processo que define a GM;
 conhecimento do SM;
 bom senso.

A determinação do RM não é uma coisa trivial. E necessário que o pessoal envolvido em metrologia esteja
devidamente treinado e dominando estatística básica, conhecer sobre qualificação de sistemas de medição e
ter pleno domínio sobre métodos. Somente assim se pode fazer uma metrologia dimensional correta e com
confiabilidade.

Sistemas de medição

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Um sistema de medição é a coleção de instrumentos ou dispositivos de medição, padrões, operações,


métodos, dispositivos de fixação, software, pessoal, ambiente e premissas usadas para quantificar a unidade
de medição ou corrigir a avaliação da característica sendo medida; o processo completo utilizado para obter
medições. Desta definição conclui-se que um processo de medição pode ser visto como um processo de
manufatura que produz dados.

Atualmente, os dados provenientes de medições são utilizados mais freqüentemente e de maneiras bem
distintas do que eram usados antigamente para a tomada de decisões, como por exemplo, de ajustar ou não
um processo de manufatura. Resultados de medições de características predefinidas de um processo, ou
valores estatísticos calculados a partir deles, são comparados com os limites de controle estatístico do
processo e, se a comparação indica que o processo tende ou está fora de controle algum tipo de ajuste é
então realizado para sanar o problema evitando com isto que o processo continue de uma forma indesejada.

A qualidade dos dados de medições é definida pelas propriedades estatísticas das múltiplas medições
obtidas a partir de um sistema de medição operado sob condições estáveis, como por exemplo, um sistema
de medição sendo utilizado para obter valores de medições de uma dada característica.

Se as medições desta característica estão bem próximas umas das outras do valor considerado como padrão
mestre, podemos dizer que a qualidade destes dados é elevada. Em contrapartida se os resultados das
medições de uma outra característica apresenta valores distantes uns dos outros em relação ao valor padrão
mestre, então podemos inferir que a qualidade destes dados de medição é insatisfatória.

Sistema generalizado de medição

Apesar da metrologia ocupar-se, em princípio, do SM como caixa preta, é importante, neste ponto, analisar
sua constituição básica. Em muitos casos torna-se interessante caracterizar em módulos estes SMs, de forma
independente ou para formar um novo SM pelo acoplamento de módulos diversos. Pode-se caracterizar da
seguinte forma:

 Transdutor: transforma a GM em um sinal proporcional (mecânico, pneumático, elétrico ou outro)


segundo uma função transferência, baseada em um ou mais fenômenos físicos.

 Tratamento do sinal: necessário pois na maioria dos casos Os transdutores oferecem um sinal de
baixa amplitude. Além da função de amplificação pode também ter filtros, processamento, etc.

 Indicador: recebe a sinal tratado e transforma em dados inteligível para a usuário.

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Instrumentos de Medição

É o dispositivo utilizado para realizar uma medição. No âmbito da Metrologia Legal, os instrumentos de
medição são utilizados no comércio, nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente e na definição ou
aplicação de penalidades (efeito fiscal).

Exite uma ampla gama de instrumentos de medição e de acordo com o seu princípio de trabalho podem ser
classificados em:

Paquímetros

Micrômetros

Relógios comparadores

Relógios apalpadores

Rugosímetros

Goniômetros

O paquímetro e o traçador de altura utilizam-se do nônio para ampliar a leitura, o micrômetro utiliza-se do
passo de uma rosca e um tambor graduado e os relógios utilizam-se de um mecanismo de engrenagens e
alavancas.

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O paquímetro associa uma escala, como padrão de comprimento a dois bicos de medição, como meio de
transporte de medidas, sendo um ligado à escala e o outro ao cursor e a um nônio (escala menor), como
interpolador para leitura entre traços da escala principal.

O paquímetro é um instrumento simples, compacto, robusto e fácil de utilizar. A figura 1, a seguir, mostra um
paquímetro com seus elementos constituintes.

Relógios
apalpadores:
Relógios
apalpadores são
instrumentos de
medição
utilizados na
indústria para diversos fins, como a excentricidade de peças, o alinhamento e centragem de peças nas
máquinas, o paralelismos entre faces, medições internas e medições de detalhes de difícil acesso.
Seu funcionamento consiste basicamente num mecanismo que transforma o deslocamento radial de uma
ponta de contato em movimento axial transmitido a um relógio comparador, no qual pode-se obter a leitura
da dimensão.

Relógios comparadores: O relógio


comparador é um medidor de deslocamentos
lineares por medição diferencial. Isto significa
que o instrumento mede a diferença entre
duas referências quaisquer. Os medidores de
deslocamentos transformam um pequeno
deslocamento captado por um sensor de medição em um deslocamento amplificado num ponteiro, que
possa ser lido numa escala, ou mesmo ser indicado diretamente em um indicador digital.

Os relógios comparadores são muito utilizados para medir características geométricas específicas das peças,
tais como cilindricidade, ovalização, conicidade e para alinhamentos diversos. Também podem ser utilizados
de forma ampla para medição de peças associado a um padrão de comprimento.

O relógio comparador é um instrumento muito delicado. Choques mecânicos, umidade, ambientes ácidos e
temperaturas elevadas podem causar danos invisíveis a olho nu, mas causadores de elevados erros de
medição. Qualquer travamento ou dificuldade de avanço ou retorno do fuso indicam a necessidade de
manutenção e calibração urgentes.

200
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Micrômetro: O micrômetro
funciona por um parafuso
micrométrico e é muito mais
preciso que a craveira, que
funciona por deslizamento
de uma haste sobre uma
peça dentada e permite a
leitura da espessura por
meio de um nônio ou de um
mecanismo semelhante ao
de um relógio analógico.

O princípio de funcionamento do micrômetro baseia-se no deslocamento axial de um parafuso micrométrico


com passo de elevada exatidão dentro de uma porca ajustável. Girando-se o parafuso micrométrico, este
avança proporcionalmente ao passo que normalmente é de 0,5 m (0,025”). A circunferência da rosca (que
corresponde ao tambor, pois este é fixado firmemente ao parafuso por encaixe cônico), é dividida em 50
partes iguais (ou 25 partes nos instrumentos de polegada), possibilitando leituras de 0,01 m ou .001”.

Assim, uma volta completa do tambor corresponde ao passo da rosca, meia volta cor- responde à metade do
passo da rosca e assim por diante.

Rugosímetro: Utilizado para


inspeção de rugosidade de
um material, ou seja verifica-
se no caso em uma aréa plana qual o nível de saliências a mesma tem, o mesmo tem como padrão a medida
RZ.

Goniômetros: goniômetro é um
instrumento de medida em forma
semicircular ou circular graduada em 180º
ou 360º, utilizado para medir ou
construir ângulos. Entre os goniômetros
está o transferidor, um semicírculo de
plástico transparente ou um círculo graduado utilizado para medir ou construir ângulos, e o teodolito. Mais
especificamente, um goniômetro é um instrumento que mede o ângulo entre as superfícies refletoras de
um cristal ou prisma.Os dois raios de luz provenientes de um colimador (um sistema de lentes e fendas

201
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projetado para criar feixes paralelos de luz) são dirigidos sobre duas superfícies adjacentes do cristal: os
feixes são refletidos pelas duas faces e o ângulo entre os dois feixes refletidos (duas vezes o ângulo entre a
superfície do cristal ou prisma) é medido. Um goniômetro é também um dispositivo utilizado juntamente
com transmissores de rádio ou radar. Ele permite que um sinal seja emitido em qualquer direção ou que a
direção de um sinal que chega ao receptor seja determinada sem o apoio de uma antena fisicamente
giratória. É também um instrumento utilizado por fisioterapeutas para mediar a amplitude articular.

Calibração de Sistemas de
Medição

Calibração é um
procedimento experimental através do qual são estabelecidas, sob condições específicas, as relações entre
os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição ou valores representados por
uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes
das grandezas estabelecidos por padrões.

Como exemplos, através de uma calibração é possível estabelecer:


Ø a relação entre temperatura e tensão termoelétrica de um termopar;
Ø uma estimativa dos erros sistemáticos de um manômetro;
Ø o valor efetivo de uma massa padrão;
Ø a dureza efetiva de uma placa "padrão de dureza";
Ø o valor efetivo de um "resistor padrão".
O resultado de uma calibração permite tanto o estabelecimento dos valores do mensurando para as
indicações, como a determinação das correções a serem aplicadas. Uma calibração também pode determinar
outras propriedades metrológicas como, por exemplo, os efeitos das grandezas de influência sobre a
indicação, ou o comportamento metrológico de sistemas de medição em condições adversas de utilização
(em temperaturas elevadas ou muito baixas, na ausência de gravidade, sob radiação nuclear, etc).

O resultado da calibração geralmente é registrado em um documento específico denominado certificado de


calibração ou, algumas vezes, referido como relatório de calibração. O certificado de calibração apresenta
várias informações acerca do desempenho metrológico do sistema de medição analisado e descreve
claramente os procedimentos realizados. Frequentemente, como seu principal resultado, apresenta uma
tabela, ou gráfico, contendo, para cada ponto medido ao longo da faixa de medição:
a) estimativas da correção a ser aplicada e b) estimativa da incerteza associada à correção. Em função dos
resultados obtidos, o desempenho do SM pode ser comparado com aquele constante nas especificações de
uma norma técnica, ou outras determinações legais, e um parecer de conformidade pode ser emitido.

A calibração pode ser efetuada por qualquer entidade, desde que esta disponha dos padrões rastreados e
pessoal competente para realizar o trabalho. Para que uma calibração tenha validade oficial, é necessário que
seja executada por entidade legalmente credenciada. No Brasil, existe a Rede Brasileira de Calibração
(RBC), coordenada pelo INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

202
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Esta rede é composta por uma série de laboratórios secundários, espalhados pelo país, ligados a
Universidades, Empresas, Fundações e outras entidades, que recebem o credenciamento do INMETRO e
estão aptos a expedir certificados de calibração oficiais.

Hoje, com as tendências da globalização da economia, a competitividade internacional das empresas é uma
questão crucial. A qualidade dos serviços e dos produtos da empresa têm que ser assegurada a qualquer
custo. As normas da série ISO 9000 aparecem para disciplinar a gestão das empresas para melhorar e
manter a qualidade de uma organização. A calibração tem o seu papel de grande importância neste
processo, uma vez que um dos requisitos necessários para uma empresa que se candidate à certificação
pelas normas ISO 9000, é que os sistemas de medição e padrões de referência utilizados nos processo
produtivo, tenham certificados de calibração oficiais.

Métodos de Calibração

Calibração Direta
O mensurado é aplicado sobre o sistema de medição por meio de medidas materializadas, cada qual com
seu valor verdadeiro convencional suficientemente conhecido. São exemplos de medidas materializadas:
blocos padrão (comprimento), massas padrão, pontos de fusão de substâncias puras, entre outras.
É necessário dispor de uma coleção de medidas materializadas suficientemente completa para cobrir toda a
faixa de medição do instrumento. As indicações dos sistemas de medição são confrontadas com cada valor
verdadeiro convencional e a correção e sua incerteza são estimadas por meio de medições repetitivas.

Calibração Indireta
Não seria fácil calibrar o velocímetro de um automóvel utilizando a calibração direta. O conceito de medida
materializada não se aplica à velocidade. As constantes físicas naturais, como a velocidade de propagação do
som no ar ou nos líquidos, ou mesmo a velocidade da luz, são inapropriadas para este fim. A solução para
este problema passa pela calibração indireta.
O mensurado é gerado por meio de um dispositivo auxiliar, que atua simultaneamente no sistema de
medição a calibrar (SMC) e também no sistema de
medição padrão (SMP), isto é, um segundo sistema de medição que não apresente erros superiores a 1/10
dos erros do SMC. As indicações do SMC são comparadas com as do SMP, sendo estas adotadas como VVC,
e os erros são determinados.

Para calibrar o velocímetro de um automóvel pela calibração indireta, o automóvel é posto em movimento.
Sua velocidade em relação ao solo, além de indicada pelo velocímetro, é também medida por meio de um
sistema de medição padrão, cujos erros sejam 10 vezes menores que os erros do velocímetro a calibrar.
Este SMP pode ser, por exemplo, constituído por uma quinta roda, afixada na parte traseira do automóvel,
ou, hoje é comum a utilização de sensores que usam um raio laser dirigido ao solo e, pela análise do tipo de
sinal que retorna, determinar a velocidade real do automóvel com baixas incertezas. Neste exemplo o
próprio automóvel é o gerador da grandeza padrão, isto é, da velocidade, que é simultaneamente submetida
a ambos os sistemas de calibração. Para levantar a curva de erros, o automóvel deve trafegar em diferentes
patamares de velocidade repetidas vezes.

Algumas vezes não se dispõe de um único sistema de medição padrão que englobe toda a faixa de medição
do SMC. Neste caso, é possível utilizar diversos SMPs de forma complementar. Por exemplo:

- deseja-se calibrar um termômetro entre 20 e 35 °C;


- não se dispõe de um padrão que, individualmente, cubra esta faixa completamente;
- dispõe-se de um termômetro padrão para a faixa 20 a 30 °C e outro para 30 a 40 °C;
- o termômetro a calibrar é parcialmente calibrado para a faixa de 20 a 30 °C contra o primeiro padrão;
- o restante da calibração, entre 30 e 35 °C, é completado contra o segundo padrão.

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Métodos de Calibração - FIGURA

Padrões para Calibração

Para que o valor da medida materializada, ou o indicado pelo SMP, possa ser adotado como valor verdadeiro
convencional (VVC), é necessário que seus erros sejam sensivelmente menores que os erros esperados no
SMC. Tecnologicamente, quanto menores os erros do padrão melhor. Economicamente, quanto menores os
erros do padrão, mais caro este é. Procurando buscar o equilíbrio técnico-econômico, adota-se como padrão
um elemento que, nas condições de calibração e para cada ponto de calibração, apresente incerteza não
superior a um décimo da incerteza esperada para o sistema de medição a calibrar.
Assim:

Na equação acima, U representa a


incerteza expandida, que corresponde
à faixa de dúvidas que resultam
das medições efetuadas com os respectivos sistemas de medição.

Desta forma, o SMP apresentará ao menos um dígito confiável a mais que o SMC, o que é suficiente para a
determinação dos erros deste último. Excepcionalmente, em casos onde é muito difícil ou caro de se obter
um padrão 10 vezes superior ao SMC, usa-se o limite de 1/5 ou até mesmo 1/3 para a razão entre as
incertezas do SMP e o SMC. Este últimos devem ser analisados com cuidado para que a incerteza da
calibração não venha a ser muito elevada.
Em função da mudança do comportamento do instrumento com a velocidade de variação do mensurado,
distinguem-se a calibração estática e a dinâmica. Apenas nos instrumentos de ordem zero a calibração
estática coincide com a dinâmica. Nos demais casos, é necessário determinar a resposta do SM para diversas
freqüências de variação do mensurado.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Qualquer sistema de medição deve ser calibrado periodicamente. Este período é, algumas vezes,
especificado por normas, ou fabricantes de instrumentos, ou outras fontes como laboratórios de calibração,
porém são influenciados pelas condições e/ou freqüência de uso. Para a calibração de um SM em uso na
indústria, são geralmente usados padrões dos laboratórios da própria indústria. Entretanto, estes padrões
precisam ser calibrados periodicamente, o que é executado por laboratórios secundários da RBC. Mas
também estes padrões precisam ser calibrados por outros que, por sua vez, também necessitam de
calibração e assim por diante... Estabelece-se assim uma hierarquia que irá terminar nos padrões primários
internacionais, ou mesmo, na própria definição da grandeza. A calibração periódica dos padrões garante a
rastreabilidade internacional, o que elimina o risco do "metro francês" ser diferente do "metro australiano".
Como exemplo, cita-se a figura, onde se exemplifica a correlação entre os padrões. Isto garante a coerência
das medições no âmbito mundial.

Hierarquia de calibração - FIGURA

Calibração Parcial

Normalmente objetiva -se determinar o comportamento operacional e metrológico do sistema de medição


na sua integralidade, isto é, do conjunto formado pelos módulos sensor/transdutor, transmissão ou
tratamento de sinal, dispositivo mostrador e demais, que compõem a cadeia de medição. Este sistema de
medição pode apresentar-se de forma independente (ex: manômetro, máquina de medir por coordenadas)
ou pode estar integrado a um sistema composto de vários elementos interligáveis fisicamente (ex: célula de
carga + amplificador da máquina de ensaio de materiais, termômetro de um reator nuclear, formado por
termopar + cabo de compensação + voltímetro).

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Não é raro, especialmente nas fases de desenvolvimento e fabricação de módulos, ser inviável a calibração
do sistema de medição como um todo. Esta dificuldade pode surgir em função do porte e complexidade do
sistema ou da dificuldade tecnológica de se obter uma grandeza padrão com a qualidade necessária ou de
se manter todas as variáveis influentes sob controle.

Nestes casos, é comum efetuar calibrações separadamente em alguns módulos do sistema, tendo sempre
em vista que estes devem apresentar um sinal de saída definido (resposta) para um sinal de entrada
conhecido (estímulo). A análise do desempenho
individual de cada módulo possibilita a determinação das características de desempenho do conjunto.

Freqüentemente um módulo isolado não tem condições de operar plenamente. É necessário acrescentar
elementos complementares para formar um SM que tenha condições de operar. Para que estes elementos
complementares não influam de forma desconhecida sobre o módulo a calibrar, é necessário que o erro
máximo introduzido por cada elemento não seja superior a um décimo do erro admissível ou esperado para
o módulo a calibrar.

Supondo que o sistema de medição normal (0) tenha módulos com incertezas relativas da ordem de 1% e
desejando-se efetuar a calibração do sensor transdutor isoladamente, é necessário compor um outro sistema
de medição, o SM1. Neste sistema, são empregados uma unidade de tratamento de sinais e um dispositivo
mostrador (1), com incerteza relativa máxima de 0,1%. Garantido estes limites, pode-se afirmar que os erros
do SM1 são gerados exclusivamente no transdutor (0), visto que os demais módulos contribuem com
parcelas de incerteza significativamente menores.

No caso em que se deseje calibrar isoladamente a unidade de tratamento de sinais (0), deverá ser composto
o SM2, formado por um sensor/transdutor e um dispositivo mostrador que apresentem incertezas
insignificantes. Neste caso, em geral, o sensor transdutor é substituído por um gerador de sinais
equivalente. Este sinal, no entanto, não deve estar afetado de um erro superior a um décimo do admitido na
operação da unidade de tratamento de sinais.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Na prática, existem alguns sistemas de medição que fornecem, para grandezas vetoriais, diversas indicações
(ex: as três componentes cartesianas de uma força, as três coordenadas da posição de um ponto apalpado).
A calibração deste sistema é normalmente efetuada para cada uma destas componentes do vetor
isoladamente, da forma usual. Deve-se adicionalmente verificar se há influência da variação de uma das
componentes sobre as demais, ou seja, os coeficientes de influência.

Procedimento Geral de Calibração

A calibração de sistemas de medição é um trabalho especializado e exige amplos conhecimentos de


metrologia, total domínio sobre os princípios e o funcionamento do sistema de medição a calibrar (SMC),
muita atenção e cuidados na sua execução e uma elevada dose de bom senso. Envolve o uso de
equipamento sofisticado e de alto custo.

Recomenda-se sempre usar um procedimento de calibração documentado, segundo exigências de normas


NBR/ISO. Quando tais procedimentos de calibração não existirem, devem ser elaborados com base em
informações obtidas de normas técnicas, recomendações de fabricantes e informações do usuário do SM em
questão, complementados com a observância das regras básicas da metrologia e no bom senso.

Normas gerais de medição

Medição é uma operação simples, porém só poderá ser bem efetuada por aqueles que se preparam para tal
fim. É dever de todos os profissionais zelar pelo bom estado dos instrumentos de medição, mantendo-se
assim, por maior tempo, sua real precisão.

As normas gerais de medição são:

1- Tranquilidade
2- Limpeza
3- Cuidado
4- Paciência
5- Senso de responsabilidade
6- Sensibilidade
7- Finalidade de posição medida
8- Instrumento adequado
9- Domínio sobre o instrumento

Quadro geral de unidades de medida: resolução CONMETRO nº 12/88

Adotam-se no Brasil, obrigatória e exclusivamente as unidades de medida baseadas no Sistema Internacional


de Unidades (SI), aprovadas nas Conferências Gerais de Pesos e Medidas (CGPM).

Serão usadas, para medir as grandezas indicadas, as seguintes unidades de base:

I para comprimento: o metro (símbolo m);

207
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II para massa: o quilograma (símbolo kg);

III para o tempo: o segundo (símbolo s);

IV para corrente elétrica: o ampére (símbolo A);

V para temperatura termodinâmica: o kelvin (símbolo K);

VI para quantidade de matéria: o mol (símbolo mol);

VII para intensidade luminosa: a candela (símbolo cd).

Para as demais grandezas serão obrigatórias:

a) unidades derivadas e suplementares do SI, ou aquelas aceitas pela CGPM;

b) os múltiplos e submúltiplos das referidas unidades, formados com “prefixos SI”.

Método, Instrumento e Operador

Um dos mais significativos índices de progresso, em todos os ramos da atividade humana, é a perfeição dos
processos metrológicos que neles se empregam. Principalmente no domínio da técnica, a Metrologia é de
importância transcendental.

O sucessivo aumento de produção e a melhoria de qualidade requerem um ininterrupto desenvolvimento e


aperfeiçoamento na técnica de medição; quanto maiores são as necessidades de aparatos, ferramentas de
medição e elementos capazes.

Na tomada de quaisquer medidas, devem ser considerados três elementos fundamentais: o método,
o instrumento e ooperador.

Método

a) Medição Direta

Consiste em avaliar a grandeza por medir, por comparação direta com instrumentos, aparelhos e máquinas
de medir.

Esse método é, por exemplo, empregado na confecção de peças-protótipos, isto é, peças originais utilizadas
como referência, ou, ainda, quando o número de peças por executar for relativamente pequeno.

b) Medição Indireta por Comparação

Medir por comparação é determinar a grandeza de uma peça com relação a outra, de padrão ou dimensão
aproximada; daí a expressão: medição indireta.

208
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Os aparelhos utilizados são chamados indicadores ou comparadores-amplificadores, os quais, para


facilitarem a leitura, amplificam as diferenças constatadas, por meio de processos mecânicos ou físicos
(amplificações mecânicas, óticas, pneumáticas, etc.).

Instrumentos de Medição

A exatidão relativa das medidas depende, evidentemente, da qualidade dos instrumentos de medição
empregados. Assim, a tomada de um comprimento com um metro defeituoso dará resultado duvidoso,
sujeito a contestações. Portanto, para a tomada de uma medida, é indispensável que o instrumento esteja
aferido e que a sua aproximação permita avaliar a grandeza em causa, com a precisão exigida.

Operador

O operador é, talvez, dos três, o elemento mais importante. É ela a parte inteligente na apreciação das
medidas. De sua habilidade depende, em grande parte, a precisão conseguida. Uns bons operadores,
servindo-se de instrumentos relativamente débeis, conseguem melhores resultados do que um operador
inábil com excelentes instrumentos.

Deve, pois, o operador, conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza, ter iniciativa para adaptar às
circunstâncias o método mais aconselhável e possuir conhecimentos suficientes para interpretar os
resultados encontrados.

Laboratório de Metrologia

Nos casos de medição de peças muito precisas, torna-se necessário uma climatização do local; esse local
deve satisfazer às seguintes exigências:

1 - temperatura constante;

2 - grau higrométrico correto;

3 - ausência de vibrações e oscilações;

4 - espaço suficiente;

5 - boa iluminação e limpeza.

Temperatura, Umidade, Vibração e Espaço

A Conferência Internacional do Ex-Comite I.S.A. fixou em 20ºC a temperatura de aferição dos instrumentos
destinados a verificar as dimensões ou formas.

Em conseqüência, o laboratório deverá ser mantido dentro dessa temperatura, sendo tolerável à variação de
mais ou menos 1ºC; para isso, faz-se necessária a instalação de reguladores automáticos. A umidade relativa

209
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

do ar não deverá ultrapassar 55%; é aconselhável instalar um higrostato (aparelho regulador de umidade); na
falta deste, usa-se o CLORETO DE CÁLCIO INDUSTRIAL, cuja propriedade química retira cerca de 15% da
umidade relativa do ar.

Para se protegerem as máquinas e aparelhos contra vibração do prédio, forra-se a mesa com tapete de
borracha, com espessura de 15 a 20mm, e sobre este se coloca chapa de aço, de 6mm.

No laboratório, o espaço deve ser suficiente para acomodar em armários todos os instrumentos e, ainda,
proporcionar bem-estar a todos que nele trabalham.

Iluminação e Limpeza

A iluminação deve ser uniforme, constante e disposta de maneira que evite ofuscamento. Nenhum
dispositivo de precisão deve estar exposto ao pó, para que não haja desgastes e para que as partes óticas
não fiquem prejudicadas por constantes limpezas. O local de trabalho deverá ser o mais limpo e organizado
possível, evitando-se que as peças fiquem umas sobre as outras.

Normas Gerais de Medição

Medição é uma operação simples, porém só poderá ser bem efetuada por aqueles que se preparam para tal
fim.

O aprendizado de medição deverá ser acompanhado por um treinamento, quando o aluno será orientado
segundo as normas gerais de medição.

Normas gerais de medição:

1 - Tranqüilidade.

2 - Limpeza.

3 - Cuidado.

4 - Paciência.

5 - Senso de responsabilidade.

6 - Sensibilidade.

7 - Finalidade da posição medida.

8 - Instrumento adequado.

9 - Domínio sobre o instrumento.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Recomendações

Os instrumentos de medição são utilizados para determinar grandezas. A grandeza pode ser determinada
por comparação e por leitura em escala ou régua graduada.

É dever de todos os profissionais zelar pelo bom estado dos instrumentos de medição, mantendo-se assim
por maior tempo sua real precisão.

Evite: 1 - choques, queda, arranhões, oxidação e sujeita;

2 - misturar instrumentos;

3 - cargas excessivas no uso, medir provocando atrito entre a peça e o instrumento;

4 - medir peças cuja temperatura, quer pela usinagem quer por exposição a uma fonte de calor, esteja fora
da temperatura de referência;

5 - medir peças sem importância com instrumentos caros.

Cuidados: 1 - USE proteção de madeira, borracha ou feltro, para apoiar os instrumentos.

2 - DEIXE a peça adquirir a temperatura ambiente, antes de tocá-la com o instrumento de medição.

Unidades Dimensionais Lineares

Unidades Dimensionais

As unidades de medidas dimensionais representam valores de referência, que permitem:

•Expressar as dimensões de objetos (realização de leituras de desenhos mecânicos);

•Confeccionar e, em seguida, controlar as dimensões desses objetos (utilização de aparelhos e instrumentos


de medida).

Exemplo:

A altura da torre EIFFEL é de 300 metros; a espessura de uma folha de papel para cigarros é de 30
micrômetros.

•A torre EIFFEL e a folha de papel são objetos.

•A altura e a espessura são grandezas.

211
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

•300 metros e 30 micrômetros são unidades.

Unidades Dimensionais Lineares

Sistema Métrico Decimal

O metro é definido por meio da radiação correspondente à transição entre os níveis “2 p 10” e “5 d 5” do
átomo de criptônio 86 e é igual, por convenção, a 1.650.763,73 vezes o comprimento dessa onda no vácuo.

O “2 p 10” e “5 d 5” representa a radiação por usar na raia-vermelho- laranja do criptônio 86. Seu
comprimento de onda é de 0.6057 micrômetros.

Metro
Padrão
Universal

O metro-
padrão
universal é a
distância

materializada pela gravação de dois traços no plano neutro de uma barra de liga bastante estável, composta
de 90% de platina e 10% de irídio, cuja secção, de máxima rigidez, tem a forma de um X

Múltiplos e Submúltiplos do Metro

Terâmetro - Tm – 10 - 1 000 000 000 000m

Gigâmetro - Gm - 10 9 - 1 000 000 000m

Megâmetro - Mm - 10 6 - 1 000 000m

Quilômetro - Km - 10 3 - 1 000m

Hectômetro - Hm - 10 2 - 100m

Decâmetro - Dam - 10 1 - 1m

METRO (unidade) - m - 1m

decímetro - dm - 10 -1 - 0,1m

212
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

centímetro - cm - 10 -2 - 0,01m

milímetro - mm - 10 -3 - 0,001m

micrômetro - μm - 10 -6 - 0,000 001m

nanômetro - nm - 10 -9 - 0,000 000 001m

picômetro - pm - 10 -12 - 0,000 000 000 001m

fentômetro - fm - 10 -15 - 0,000 000 000 000 001m

attômetro - am - 10 -18 - 0,000 000 000 000 000 001m

Unidades Não Oficiais

Sistemas Inglês e Americano

Os países anglo-saxãos utilizam um sistema de medidas baseado na farda imperial (yard) e seus derivados
não decimais, em particular a polegada inglesa (inch), equivalente a 25,399 956mm à temperatura de 0ºC.

Os americanos adotam a polegada milesimal, cujo valor foi fixado em 25,400 050mm à temperatura de 16
2/3ºC.

Em razão da influência anglo-saxônica na fabricação mecânica, emprega-se freqüentemente, para as


medidas industriais, à temperatura de 20ºC, a polegada de 25,4mm.

Nota: Muito embora a polegada extinguiu-se, na Inglaterra, em 1975, a mesma será aplicada em nossa
apostila, em virtude do grande número de máquinas e aparelhos utilizados pelas indústrias no Brasil
obedecerem a esses sistemas.

Confiabilidade
Metrológica

Confiabilidade
Metrológica constitui-se
em pré-requisito no
desenvolvimento de
qualquer atividade que
envolva medição, não
apenas pela necessidade
de se dispor de números
confiáveis que possam
descrever um determinado

213
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

fenômeno físico ou químico, mas também pela relevância econômica e social associada ao processo de
medição.

Quando a medição passa a ser visualizada como um processo sujeito à variabilidade e, portanto, a
incertezas, percebe-se a necessidade de quantificar as fontes de variação associadas à medição após a
respectiva validação do método.

Então, Confiabilidade Metrológica é a probabilidade que um produto, sistema ou ação em obter


performance aceitável, sob condições ambientais especificadas e por um período de tempo prescrito, ou
para o número de ciclos de operação requerido para a sua missão ou tarefa.

Confiabilidade envolve três conceitos distintos:

1. Enquadramento em um nível específico de performance


2. Probabilidade de obtenção do nível desejado
3. Manutenção deste nível por um determinado tempo

A confiabilidade de um resultado é avaliada com base em sua incerteza quando comparada com os
requisitos estabelecidos para o uso final. Se os resultados têm consistência e sua incerteza é pequena
quando comparada com os requisitos, são considerados de qualidade adequada; quando variam
excessivamente, ou o nível de incerteza excede as necessidades, são ditos de qualidade inadequada. A
avaliação da qualidade de resultados é, então, uma determinação relativa. O que é considerado como
qualidade adequada em uma determinada situação, pode ser considerado como de qualidade inadequada,
em outra.

A confiabilidade de resultados pode ser avaliada com base em dois aspectos: a acurácia da identificação do
parâmetro medido e a acurácia do valor numérico obtido. A identificação qualitativa deverá estar fora de
qualquer suspeita. O analista deve especificar, precisamente, o que foi medido e ser capaz de provar isto. Os
resultados obtidos em medições empíricas estabelecidas por um dado equipamento ou metodologia,
podem ser úteis em algumas situações, porém devem ser especificados como tal e utilizados com as devidas
considerações de suas limitações.

Medições quantitativas são sempre estimativas do valor da medida e envolve certo nível de incerteza. As
medições devem ser realizadas de modo que os limites de incerteza possam ser encontrados, dentro de
probabilidades pré-estabelecidas. Sem esta incerteza assinalada, nenhuma utilização racional poderá ser
feita com esse resultado, principalmente na tomada de decisão. Para se determinar essa incerteza, as
medições devem ser realizadas de tal modo a prover previsão estatística. A experiência dos metrologistas
tem demonstrado que a incerteza pode ser mais bem encontrada por meio de programas para garantia da
qualidade bem desenvolvidos e consistentemente implementados.

Os aspectos da confiabilidade metrológica de um processo metrológico estão ilustrados na figura abaixo. Os


procedimentos de controle da qualidade são usados para se obter e manter o sistema em um estado de
controle estatístico, no qual pode ser considerado como capaz de gerar um infinito número de medições, em
qualquer material. Os procedimentos para a garantia da qualidade são, então, utilizados para avaliar a
qualidade dos dados produzidos.

214
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Geralmente é
impossível
avaliar a
qualidade de
resultados
obtidos em
materiais

desconhecidos. Entretanto, se o sistema de medição é mantido em estado de controle estatístico, amostras


conhecidas como materiais de referência, as quais simulam as amostras a serem ensaiadas, podem ser
medidas paralelamente e os resultados comparados com os valores de referência. Tal comparação pode ser
usada para avaliação do desempenho do sistema de medição, permitindo inferências a serem feitas na
qualidade dos resultados das amostras a serem ensaiadas.

A produção de resultados com qualidade não ocorre automaticamente e não é garantida simplesmente
seguindo-se os procedimentos preestabelecidos. A qualidade é alcançada quando houver: entendimento do
processo metrológico; entendimento do que é necessário ser medido, e entendimento do que é necessário
ser feito para se obter medições confiáveis.

Na verdade, todos os processos estão sujeitos a variabilidade. Esta variabilidade é proveniente da interação
entre máquinas, métodos, mão de obra, materiais, mensuração e meio-ambiente, de forma que nem sempre
se consegue obter o resultado desejado. O ajuste destas variáveis é o problema básico do controle de
processo.

Embora as variáveis de processos sejam numerosas, é comum pensar que uma delas é dominante, isto é, é
mais importante do que todas as outras juntas. No planejamento de um controle de processo é importante
identificar a variável dominante.

Sobre o que foi dito, as medições devem ser relevantes. Com base em medições confiáveis pode-se dizer
que se está trabalhando corretamente. Obter medidas é, em si, um processo que envolve máquina
(instrumento), mão de obra (operador) e materiais (unidade a ser medida). O produto é o resultado da
medida. Portanto, além de ser relevante, o processo de medição deverá, também, ser estável e capaz
(adequado).

Um processo de medição estável é freqüentemente chamado de reprodutível. As medições não devem


mudar ao longo do tempo. As medições não devem ser afetadas, adversamente, por mudanças em
operadores e meio ambiente.

Um processo de medição capaz requer precisão (a variação ao redor da média deverá ser pequena
relativamente aos limites de especificação ou variação do processo) e exatidão (a média deve estar próxima
do valor verdadeiro). Para processos de medição o alvo é o valor verdadeiro da característica que está sendo
medida. A distância entre a média dos valores obtidos e o seu valor verdadeiro é chamada polarização. Parte
da obtenção de um processo de medição capaz é a redução desta polarização. Um processo de medição é
dito ser exato se, esta polarização for pequena (figura abaixo). Exatidão é requerida quando se toma decisão

215
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para aceitação ou rejeição. Entretanto, em situações onde o objetivo é detectar variações, a exatidão não é
requerida.

A outra parte da
obtenção de um
processo de
medição capaz é
reduzir a variação
ao redor da média.
Esta variação é
frequentemente
chamada de
precisão da
medição ou repetibilidade. Uma dificuldade sempre encontrada é a determinação do limite de precisão: não
existem limites de especificação explícitos. Entretanto, existe sempre um requisito implícito: a variação em
um processo de medição deverá ser pequena quando comparada com a variação do processo produtivo. De
outra forma o processo de medição será inadequado para investigar e controlar o processo produtivo.
Quando não são fornecidos limites explícitos de especificação, a adequabilidade do processo de medição é
determinada comparando-se a variabilidade do processo de medição com a variabilidade do processo
produtivo.

Uma maneira de determinar a adequabilidade do processo de medição é comparar a precisão do processo


de medição com os limites de especificação do produto. Por exemplo, suponha que eixos estejam sendo
retificados na medida 6,35 +/-0,02 mm. Se o desvio padrão do processo de medição for 0,005 mm, então, a
capacidade do processo de medição será:

Portanto, o Cp é 1,33, baseado somente na variação do processo metrológico. Somando-se a variabilidade


do processo produtivo, somente decrescerá o Cp. A variação do processo metrológico é grande o suficiente
para causar problemas, quando se procura obter um processo produtivo capaz. Para prevenir que a variação
do processo metrológico dificulte a obtenção da capacidade seis sigma, o Cp baseado somente na variação
do processo de medição deverá ser 4 ou maior (figura abaixo).

216
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Como regra, o desvio padrão do processo metrológico deve ser menor que metade do desvio padrão do
processo produtivo. Isto assegura que menos de 20 % da variação total é proveniente do processo de
medição. É com base nisto que o Cp para processos metrológicos de 4 ou maior são recomendados para
processos nos quais se deseja obter Seis Sigma de capacidade.

Em suma, um processo de medição deve ser relevante, estável (reprodutível), e capaz. Capaz significa exato
(pequena polarização) e preciso (pequena variação) quando comparado com os limites de especificação ou
com a variação do processo produtivo. Por fim, leia quais as regras básicas da rastreabilidade de John K.
Taylor:

• É imprescindível saber que um dado processo metrológico está sob controle, para se ter confiança
nas medições efetuadas por este processo. O objetivo é a maximização da confiança
simultaneamente com a minimização das repetições do processo.
• Em essência, medições envolvem comparação do mesurando (o que vai ser medido) incógnito, com
padrão apropriado. A conclusão sob controle pode ser evidenciada, por meio de repetições de
medições no padrão, no mesurando incógnito ou por combinações dessas medições.
• Técnicas de confiabilidade metrológica podem recomendar a combinação de resultados, de modo a
relacioná-los em seqüência temporal. Desse modo um resultado qualquer é comprovado por meio
de outros, feitos na mesma ocasião ou, então, em ocasiões diferentes.
• Comparação com padrão certificado, por laboratório reconhecido ao nível nacional, constituí a
rastreabilidade metrológica em si. A incerteza é a do próprio processo.
• Comparação com padrão secundário, isto é, certificado por comparação com padrão primário,
também constituí rastreabilidade metrológica. A incerteza é a combinação das incertezas dos
processos.
• Comparação de propriedade medida com a apropriada, de material certificado, permite obter
rastreabilidade por inferência estatística. A validade dessa rastreabilidade depende da validade da
inferência.
• Somente é rastreável a propriedade medida. Qualquer propriedade, que seja inferida a partir desse
resultado, deve ser corroborada por evidências adicionais que, ainda assim, podem não ser
suficientes para garantir a rastreabilidade.
• A responsabilidade do laboratório certificador, em todos os casos, estende-se apenas ao padrão que
foi certificado. Laboratórios que usam esses padrões ou materiais certificados são responsáveis por
seus próprios processos e em consequência devem assumir as respectivas responsabilidades técnicas
e legais.
• Toda e qualquer medição é valida apenas na ocasião em que é feita. Prolongamento dessa validade,
ao longo do tempo, requer outros tipos de evidências.
• Nenhum resultado é mais confiável do que o operador que o obteve.

Hierarquia Metrológica

E fácil imaginar os inúmeros problemas que podem ocorrer a partir de várias fontes de resultados
incompatíveis. Sabe-se, porém, que a harmonização interna elimina parcialmente os problemas, pois há pelo
menos uma referência. No entanto um único laboratório mestre não tem condições de atender a todos os

217
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interessados, o que indica que um serviço de harmonização é bastante complexo, tanto mais quanto mais
refinada for a medição. Requer-se, portanto, cuidados especiais com a aplicação de uma hierarquia
metrológica.

Surge, imediatamente, a idéia uma hierarquia com um laboratório mestre, primário, que indicará os
laboratórios compatibilizados com ele, fato que garantirá uma confiabilidade metrológica mais distribuída.
Tais laboratórios, por sua vez, efetuarão serviços de compatibilização para terceiros, garantindo a referência a
valores desse laboratório.A figura abaixo mostra uma hierarquia metrológica.

O diagrama abaixo fornece um exemplo detalhando uma estrutura mais industrial, onde há uma
especificação adicional que indica a diferença entre as precisões obtidas nos vários escalões ou então, as
diferenças de qualidade metrológica.Embora deva sempre existir um harmonizador interno ou externo para
estabelecer correções,referindo os resultados a um certo padrão, os valores devem ser tomados como
corretos somente após essa harmonização.

218
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Principais fatores que afetam um resultado

RESPONSABILIDADE -A integridade e o senso de responsabilidade do operador são imprescindíveis, pois


não há sistema que resista a falhas humanas, especialmente de caráter não acidental.

TREINAMENTO -Está intimamente associado ao anterior, sendo que um operador consciente da importância
do assunto terá o máximo cuidado para não se aventurar em terreno desconhecido.

PROCEDIMENTO PADRAO -Uma metodologia deve ser fornecida ao operador a fim de minimizar a
ocorrência de erros e diferenças entre medições quase iguais.

Noções de eletricidade e eletrônica

Uma das principais atividades do técnico “eletrônico” (nossa intenção não é torná-lo um e sim dar as noções
básicas) é analisar circuitos. Analisar um circuito consiste em determinar as tensões e correntes presentes nos
componentes deste circuito, assim, quando estiver frente a um equipamento com defeito, o primeiro passo

219
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para consertar este equipamento é entender como ele funciona, para isto o técnico deverá abrir o diagrama
e analisar o circuito do equipamento, depois de entendido o circuito o técnico deverá escolher os melhores
pontos de medição do circuito em função do sintoma apresentado pelo equipamento a fim de determinar a
peça defeituosa. Concluímos que: para consertar um equipamento eletrônico o técnico precisa do diagrama
do equipamento, do instrumento correto e do conhecimento para análise do circuito. Esta apostila aborda
exatamente a questão da análise do circuito.

Sabendo as três leis básicas (Lei de Ohm , Leis de Kirchhoff – Lei das Malhas e Lei dos Nós) o restante do
estudo da eletrônica consiste em conhecer os diversos tipos de componentes e a sua influência no circuito,
que significa o seu comportamento com respeito a tensão e a corrente.

Resistência elétrica:

Como o nome está dizendo, resistência elétrica é a grandeza elétrica daquele componente que se opões
(resiste) a passagem da corrente elétrica. Quanto maior a resistência, maior a oposição a passagem da
corrente, menor a corrente.

Em eletrônica o componente, com resistência elétrica, mais usado é o resistor. A função do resistor é
controlar a corrente elétrica no circuito.

A unidade de resistência elétrica é o ohm e o seu símbolo é a letra grega Ômega: .

Esse fenômeno de transformação é conhecido como Efeito Joule e é resultado de choques entre os elétrons
que constituem a corrente elétrica e os átomos, o que ocasiona um aquecimento do condutor. Existem
alguns eletrodomésticos que possuem como função básica a transformação de energia elétrica em energia
térmica, tais como: ferro elétrico, chuveiro elétrico, aquecedores, etc.

Em eletrônica a maioria das resistências é da ordem de quilo ohms (k ) ou mega ohms (M ), assim em
nossos exemplos vamos procurar usar resistores de K .

O símbolo da resistência é mostrado abaixo, na figura (a) temos o símbolo da resistência e que ainda é
usado em alguns livros para representar o resistor, o símbolo do resistor descrito na norma brasileira é
mostrado na figura (b).

Tensão ou diferença de potencial

O conceito de tensão é mais difícil de


entender, por isto, vou usar uma analogia prática, vamos comparar o circuito elétrico a uma instalação
hidráulica. Uma instalação hidráulica simples possui uma caixa de água, uma torneira e os canos que servem
para conduzir a água da caixa de água até a torneira. Em eletrônica a caixa de água é a gerador, o cano é o
condutor elétrico (fio) e a torneira é a resistência, assim quanto mais aberta a torneira menor a resistência a
passagem da água. A corrente elétrica é representada pelo fluxo de água, a água é a carga elétrica.

220
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Para a água fluir pela torneira, não basta termos a caixa de água é preciso que esta caixa esteja posicionada
acima da torneira, para que haja pressão suficiente para empurrá-la para baixo, quanto mais alta a caixa,
maior a pressão que empurra a água. A pressão é proporcional a diferença de altura entre a caixa de água e
a torneira.

Em eletrônica tensão é a grandeza equivalente a pressão, é uma espécie de pressão elétrica que empurra os
elétrons! A caixa de água é a fonte de tensão em eletrônica. Em eletrônica a tensão é proporcional a
diferença de potencial elétrico, que é na verdade a diferença de número de cargas elétricas entre os pólos da
fonte de tensão. Assim a tensão é a diferença de potencial entre os pólos da fonte de tensão. Note que a
diferença de potencial é essencial para que haja corrente elétrica, mas, não é o suficiente, assim como no
circuito hidráulico só a caixa de água alta não basta. Para que haja corrente elétrica (fluxo de elétrons) é
preciso que haja um caminho entre o pólo positivo e o pólo negativo.

A tensão está associada à energia potencial, que é uma energia que está presente pronta para ser usada,
mas, somente será aproveitada quando o circuito for fechado.

A corrente está associado a energia cinética, isto é, a energia do movimento dos elétrons livres.

Circuito elétrico

Um circuito elétrico é composto por uma fonte de energia elétrica e por elementos que irão utilizar esta
energia elétrica, a interligação entre a fonte de energia e o elemento será feito através de condutores
elétricos.

O diagrama elétrico é a representação gráfica do circuito elétrico. A figura abaixa mostra o diagrama de um
circuito com uma fonte e uma resistência. A fonte deve ter a indicação do pólo positivo, para permitir
determinar a sentido da corrente elétrica. A corrente elétrica é indicada por uma seta indicando o
sentido convencional e a direção. Em eletrônica o sentido da corrente elétrica é do pólo positivo para o pólo
negativo.

Lei de Ohm

Esta é a primeira das três Leis


básicas, você usará muito esta lei
para determinar a corrente, tensão
e resistência em circuito simples.
Esta lei ainda ajudará a determinar estas grandezas quando estiver analisando circuitos usando a lei das
malhas e lei dos nós.

221
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Você pode entender a Lei de Ohm usando a analogia com a instalação hidráulica, respondendo a seguinte
questão: O que você pode fazer para aumentar o fluxo de água na sua torneira?

Você deve ter notado que existe uma relação entre a corrente, a resistência presente no circuito e a tensão
da fonte de alimentação. A corrente é diretamente proporcional a tensão isto significa que se você aumentar
a tensão da fonte de energia elétrica em um circuito sem alterar a resistência presente neste circuito,
a corrente irá aumentar também. E também que a corrente é inversamente proporcional a resistência, isto
significa que se você aumentar a resistência de um circuito, mantendo a mesma fonte de energia, a corrente
irá diminuir.

Assim ele descreveu este conceito na forma de uma equação, como é mostrado abaixo:

V=RxI

Onde:

V é a Tensão elétrica - volt (V)

I é a Corrente elétrica - ampère (A)

R é a Resistência elétrica - ohm (Ω)

Potência Elétrica

A transformação da energia elétrica em outro tipo de energia pode ser medida e é denominada de Potência
elétrica e a sua unidade de medida é o watt (W) e está relacionado à energia elétrica total no circuito, no
caso do resistor à energia térmica.

Note então que a energia elétrica entregue pela fonte em um circuito elétrico é o produto da tensão pela
corrente, que são na verdade as formas de energia elétrica presente no circuito.

A Potência elétrica presente em um circuito é dada pela equação abaixo, que você não deve esquecer, ela é
tão importante quanto a Lei de Ohm.

P=V x I

Onde: V  tensão elétrica – volt (V)

I  corrente elétrica – ampère (A)

P  potência elétrica – watt (W)

2a Lei de Ohm

222
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Um aspecto importante, levantado por Ohm, foi a descoberta de fatores que influem no valor da resistência
elétrica de um resistor, são eles: a dimensão do resistor (área e comprimento) e o material que constitui este
resistor. Consideremos um fio condutor de comprimento L e área de seção transversal A.

Através da realização
de vários ensaios e
usando
resistências construíd
as com fio, deduziu
que:

O valor da resistência aumenta com o comprimento do fio.


O valor da resistência diminui com o aumento da seção.
Fios idênticos geometricamente, porém de materiais diferentes, dão valores diferentes de
resistência.

Logo podemos escrever que:

Associação de Resistores

Até agora aprendemos a trabalhar com apenas um resistor. Na prática teremos circuitos com vários resistores
ligados entre si, constituindo o que chamamos de uma associação de resistores. Portanto a partir de agora
iremos trabalhar com dois tipos básicos de associação: a associação em série e a associação em paralelo.

223
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Após o estudo minucioso desses dois tipos passaremos a resolver problemas com associações mistas (série
mais paralelo).

Associação de Resistores em Série

Um grupo de resistores está associado em série quando estiverem ligados de tal forma que sejam
percorridos pela mesma corrente

elétrica.

Consideremos três resistores, associados em série:

Os três resistores serão


percorridos pela mesma corrente
elétrica e, portanto cada resistor possuíra uma ddp correspondente ao valor de sua resistência.

Para determinarmos a
resistência equivalente Req, ou
seja, aquela que submetida a
mesma tensão V é atravessada pela mesma corrente i, devemos proceder da seguinte maneira:

Portanto para associações em série,


calculamos a resistência equivalente
da seguinte forma:

224
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Saiba que na associação série a intensidade de corrente elétrica é igual nos três resistores ou seja: I = I1 =
I2 = I3 e a tensão elétrica é a soma das tensões em cada resistor ou seja: V = V1 + V2 + V3

Associação de Resistores em Paralelo

Um grupo de resistores está associado em paralelo quando todos eles estiverem submetidos a uma mesma
diferença de potencial elétrico (ddp).

Consideremos 3 resistores associados em paralelo:

A intensidade de corrente elétrica


é dividida para cada resistor de
acordo com o valor de cada
resistência elétrica, mas a ddp é
igual para todos os resistores.

A resistência equivalente Req,


seria a representada abaixo:

Saiba que na associação em


paralelo a intensidade de corrente
elétrica total no circuito é a soma
da corrente elétrica em cada resistor, ou seja:

I = I1 + I2 + I3 e as tensões V1, V2, V3 correspondem às resistências R1, R2 e R3, respectivamente,


portanto: V = V1 = V2 = V3

225
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Portanto para associações em paralelo, calculamos a resistência

equivalente da seguinte forma:

Associação de Resistores Mista

Na maioria dos exercícios e na


prática do dia-a-dia encontraremos associações em série e paralelo no mesmo circuito, este tipo de
associação é chamada mista.Para resolução do circuito faremos a resolução das associações conforme cada
caso.

Exemplo de associação de resistores mista:

Note que [(R1//R2 +R3) //


(R4 + R5)]+ R6

GERADORES

O Gerador é um dispositivo elétrico que possui a função de transformar energia qualquer em energia
elétrica, como exemplo podemos citar a pilha que transforma energia química em energia elétrica.

É importante dizer que o Gerador como sendo um dispositivo elétrico está sujeito a resistência elétrica, ou
seja, energia dissipada. Até agora não considerávamos esta dissipação.

A ddp realmente criada dentro do gerador é chamada de força eletromotriz (ε). Para sabermos quanto é
liberada para fora do Gerador devemos descontar a parte dissipada pela resistência interna (r), logo teremos:

U =  - ri

Esta equação é chamada de Equação Característica do Gerador, onde:

NOMENCLATURA:

U → ddp fornecida pelo gerador


 → força eletromatriz do gerador (fem)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

r → resistência interna do gerador


i → corrente elétrica que atravessa o gerador.

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TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS

Uma forma de onda de um sinal de tensão ou corrente alternada é aquela onde a intensidade e a polaridade
alteram-se ao longo do tempo. Em geral são sinais periódicos como as formas de onda apresentadas:

A forma de onda periódica mais importante e de maior interesse é a alternada senoidal de tensão e de
corrente, porque a energia gerada nas usinas das concessionárias e a maioria dos equipamentos usam
tensão e corrente alternadas senoidais.

A maior parte da energia elétrica consumida é gerada e distribuída na forma de tensão e corrente alternadas
para os consumidores que são as residências, o comércio e principalmente, as indústrias.

A principal razão pela qual a energia elétrica gerada e distribuída em grande escala ser em tensão e corrente
alternadas é que ela apresenta uma facilidade tanto na geração como na transformação dos níveis de tensão

230
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

(elevação ou redução). Para transportar a energia a longas distâncias é necessário elevar atensão a níveis que
chegam a 500kV, para reduzir as perdas no transporte (principalmente por Efeito Joule). Nos centros de
consumo a tensão é novamente reduzida e distribuída aos consumidores.

Os motores de corrente alternada são construtivamente menos complexos que os motores de corrente
contínua. Isto é uma grande vantagem, pois reduz custos e cuidados com a manutenção. Por isso são os
mais baratos e os mais usados nos equipamentos.

Além disso, os sinais senoidais de tensão e de corrente são muito estudados porque são, em muitos casos, a
base para vários outros sinais. Isto quer dizer que muitos sinais podem ser analisados pela combinação de
mais de um sinal senoidal.

O objetivo é apresentar o processo de geração da corrente alternada senoidal e especificar as suas


características, parâmetros e terminologias.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA.

Um gerador de corrente alternada funciona com base na indução de força eletromotriz num condutor em
movimento dentro de um campo magnético.

Abaixo a tensão
gerada:

Tensão ou Corrente
Alternada Senoidal é
aquela cuja forma de
onda é representada por
uma senóide. Dizemos
que é um sinal senoidal.

231
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Composição da Onda

A região mais alta da onda, isto é, o maior valor de amplitude é denominado de crista ou pico da onda. A
região mais inferior da onda, isto é, o menor valor de amplitude é denominado de vale.

Acima do eixo do tempo, a amplitude é positiva e abaixo do mesmo, a amplitude é negativa. Portanto,
também está correto determinar que a onda tem picos positivos e negativos, que correspondem à crista e ao
vale respectivamente.

Comprimento de Onda

A distância entre dois picos, sejam eles positivos


ou negativos, é denominado de comprimento da
onda.

Amplitude da Onda

O eixo vertical do gráfico abaixo


representa o valor da amplitude da
onda, cuja unidade é o Volt, logo a amplitude da onda representa a tensão do sinal elétrico.Durante um
ciclo, a corrente e a tensão tomam valores diferentes de instante a instante: esses são ditos valores
momentâneos ou instantâneos, dentre os quais cumpre destacar o valor máximo (I máx.).

Entretanto, na prática, não é o valor máximo o empregado, e sim o valor eficaz. Pôr exemplo, um motor
absorve uma corrente de 5A, que é o valor eficaz. Define-se como valor eficaz de uma corrente alternada o
valor de uma corrente contínua que produzisse a mesma quantidade de calor na mesma resistência.

232
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Esse valor é
expresso pôr:

Ciclos da Onda

Em uma onda alternada, temos picos positivos e negativos, os quais também são chamados de fases
positivas e negativas da onda. Um ciclo de onda é determinado por um trecho da onda. Esse trecho se inicia
quando a fase positiva está com valor igual a zero e em seguida a fase positiva atinge o máximo de
amplitude positiva, depois atinge novamente o valor zero, passando a existir nesse momento a fase negativa,
que vai atingir o valor máximo de amplitude negativa e finalmente retorna novamente a zero.

Esse trajeto compõe um ciclo de onda que é caracterizado pelo traçado completo da fase positiva e da
negativa. A essa variação completa, em ambos os sentidos, sofrida pela corrente alternada, dá-se o nome de
ciclo. O número de ciclos descritos pela corrente alternada, na unidade de tempo, chama-se freqüência. Sua
unidade é o Hertz. É medida em instrumentos chamados frequencímetros.

Período da Onda
(T)

É o tempo em
segundos necessário
para se gerar em os
ciclos de onda, que

233
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

podem ser compreendidos como o intervalo de tempo entre o surgimento do primeiro ciclo em relação ao
surgimento do segundo ciclo de onda.

Onde : Período = 1 / freqüência


ou T = 1 / f

Freqüência (f)

É a quantidade de ciclos de onda


gerados em um espaço de tempo. Quanto mais rápida for a oscilação entre a fase positiva e a negativa,
maior será a freqüência da onda. O comprimento da onda ou o período (T) é inversamente proporcional à
freqüência da onda.

Unidade de freqüência é Hz (Hertz) e 1Hz = 1ciclo por segundo.

Freqüência é muito utilizada na


análise de performance do
computador. Há dispositivos em
que a sua velocidade é determinada através da sua freqüência de operação, como é o caso do processador,
tornando possível distinguir os mais velozes e os lentos.

Portanto: f = 1 / T [Hz] e T = 1 / f [s]

Exemplo: Tendo o gráfico abaixo:

234
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Como a freqüência da rede de energia elétrica é igual a 60 Hz. Então f =60 Hz portanto o período ( T )
desta forma de onda será de:

T = 1 / f portanto T = 1 / 60 teremos T = 0,0167 ou T = 16,7ms

BLOCO 2

Estática/Hidrostática,
Cinemática e Dinâmica

A estática é a parte da física que se preocupa em explicar questões como:

• Por que em uma mesa sustentada por dois pés, estes precisam estar em determinada posição para
que esta não balance?
• Por que a maçaneta de uma porta sempre é colocada no ponto mais distante das dobradiças dela?
• Por que um quadro pendurado em um prego precisa estar preso exatamente em sua metade?
• Por que é mais fácil quebrar um ovo pelas laterais do que por suas extremidades?

Princípio da transmissibilidade das forças

O efeito de uma força não é alterado quando esta é aplicada em diferentes pontos do corpo, desde que esta
seja aplicada ao longo de sua linha de aplicação.

235
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Nos três casos o efeito da força é o mesmo.

Equilíbrio

As situações em que um corpo pode estar em equilíbrio são:

• Equilíbrio estático: Ocorre quando o ponto ou corpo está perfeitamente parado ( ).


• Equilíbrio dinâmico: Ocorre quando o ponto ou corpo está em Movimento Uniforme .

Para que um ponto esteja em equilíbrio precisa satisfazer a seguinte condição:

A resultante de todas as forças aplicadas a este ponto deve ser nula.

Exemplos:

(1) Para que o ponto A, de massa 20kg, esteja em equilíbrio qual deve ser a intensidade da força ?

Sendo:

Mas como a força Peso e a força Normal têm sentidos opostos, estas se anulam.

E, seguindo a condição de equilíbrio:

Estática de um corpo rígido

Chamamos de corpo rígido ou corpo extenso, todo o objeto que não pode ser descrito por um ponto.

Para conhecermos o equilíbrio nestes casos é necessário estabelecer dois conceitos:

Centro de massa

236
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Um corpo extenso pode ser considerado um sistema de partículas, cada uma com sua massa.

A resultante total das massas das partículas é a massa total do corpo. Seja CM o ponto em que podemos
considerar concentrada toda a massa do corpo, este ponto será chamado Centro de Massa do corpo.

Para corpos simétricos, que apresentam distribuição uniforme de massa, o centro de massa é o próprio
centro geométrico do sistema. Como no caso de uma esfera homogênea, ou de um cubo perfeito.

Para os demais casos, o cálculo do centro de massa é feito através da média aritmética ponderada das
distâncias de cada ponto do sistema.

Para calcularmos o centro de massa precisamos saber suas coordenadas em cada eixo do plano cartesiano
acima, levando em consideração a massa de cada partícula:

Então o Centro de Massa do sistema de partículas acima está localizado no ponto (1,09 , 0,875), ou seja:

Como forma genérica da fórmula do centro de massa temos:

237
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Momento de uma força

Imagine uma pessoa tentando abrir uma porta, ela precisará fazer mais força se for empurrada na
extremidade contrária à dobradiça, onde a maçaneta se encontra, ou no meio da porta?

Claramente percebemos que é mais fácil abrir ou fechar a porta se aplicarmos força em sua extremidade,
onde está a maçaneta. Isso acontece, pois existe uma grandeza chamada Momento de Força , que
também pode ser chamado Torque.

Esta grandeza é proporcional a Força e a distância da aplicação em relação ao ponto de giro, ou seja:

A unidade do Momento da Força no sistema internacional é o Newton-metro (N.m)

Como este é um produto vetorial, podemos dizer que o módulo do Momento da Força é:

Sendo:

M= Módulo do Momento da Força.

F= Módulo da Força.

d=distância entre a aplicação da força ao ponto de giro; braço de alavanca.

sen θ=menor ângulo formado entre os dois vetores.

Como , se a aplicação da força for perpendicular à d o momento será máximo;

Como , quando a aplicação da força é paralela à d, o momento é nulo.

E a direção e o sentido deste vetor são dados pela Regra da Mão Direita.

O Momento da Força de um corpo é:

• Positivo quando girar no sentido anti-horário;

238
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

• Negativo quando girar no sentido horário;

Exemplo:

Qual o momento de força para uma força de 10N aplicada perpendicularmente a uma porta 1,2m das
dobradiças?

Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio, além de não se mover, este corpo não pode girar. Por isso
precisa satisfazer duas condições:

1. O resultante das forças aplicadas sobre seu centro de massa deve ser nulo (não se move ou se move
com velocidade constante).
2. O resultante dos Momentos da Força aplicadas ao corpo deve ser nulo (não gira ou gira com
velocidade angular constante).

Exemplo:

(1) Em um circo, um acrobata de 65kg se encontra em um trampolim uniforme de 1,2m, a massa do


trampolim é 10kg. A distância entre a base e o acrobata é 1m. Um outro integrante do circo puxa uma corda
presa à outra extremidade do trampolim, que está a 10cm da base. Qual a força que ele tem de fazer para
que o sistema esteja em equilíbrio.

Como o trampolim é uniforme, seu centro de massa é exatamente no seu meio, ou seja, a 0,6m. Então,
considerando cada força:

239
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pela segunda condição de equilíbrio:

Até agora estudamos o comportamento dos planos e corpos em um meio onde há ar ou vácuo, ou seja, o
meio não interfere no comportamento.

Mas e se aplicarmos uma força em um corpo que se encontra sobre a água ou outro fluido qualquer?

Sabemos que o efeito será diferente. Se estudarmos as propriedades de um líquido em equilíbrio estático,
estas propriedades podem ser estendidas aos demais fluidos.

Chamamos hidrostática a ciência que estuda os líquidos em equilíbrio estático.

Fluido

Fluido é uma substância que tem a capacidade de escoar. Quando um fluido é submetido a uma força
tangencial, deforma-se de modo contínuo, ou seja, quando colocado em um recipiente qualquer, o fluido
adquire o seu formato.

Podemos considerar como fluidos líquidos e gases.

Particularmente, ao falarmos em fluidos líquidos, devemos falar em sua viscosidade, que é a atrito existente
entre suas moléculas durante um movimento. Quanto menor a viscosidade, mais fácil o escoamento do
fluido.

240
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pressão

Ao observarmos uma tesoura, vemos que o lado onde ela corta, a lâmina, é mais fina que o restante da
tesoura. Também sabemos que quanto mais fino for o que chamamos o "fio da tesoura", melhor esta irá
cortar.

Isso acontece, pois ao aplicarmos uma força, provocamos uma pressão diretamente proporcional a esta força
e inversamente proporcional a área da aplicação.

No caso da tesoura, quanto menor for o "fio da tesoura" mais intensa será a pressão de uma força nela
aplicada.

A unidade de pressão no SI é o Pascal (Pa), que é o nome adotado para N/m².

Matematicamente, a pressão média é igual ao quociente da resultante das forças perpendiculares à


superfície de aplicação e a área desta superfície.

Sendo:

p= Pressão (Pa)

F=Força (N)

A=Área (m²)

Exemplo:

Uma força de intensidade 30N é aplicada perpendicularmente à superfície de um bloco de área 0,3m², qual a
pressão exercida por esta força?

Densidade

Quando comparamos dois corpos formados por materiais diferentes, mas com um mesmo volume, quando
dizemos que um deles é mais pesado que o outro, na verdade estamos nos referindo a sua densidade. A
afirmação correta seria que um corpo é mais denso que o outro.

241
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

A unidade de densidade no SI é kg/m³.

A densidade é a grandeza que relaciona a massa de um corpo ao seu volume.

Onde:

d=Densidade (kg/m³)

m=Massa (kg)

V=Volume (m³)

Exemplo:

Qual a massa de um corpo de volume 1m³, se este corpo é feito de ferro?

Dado: densidade do ferro=7,85g/cm³

Convertendo a densidade para o SI:

Pressão hidrostática

Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluidos também exercem pressão sobre outros, devido ao seu
peso.

Para obtermos esta pressão, consideremos um recipiente contendo um líquido de densidade d que ocupa o
recipiente até uma altura h, em um local do planeta onde a aceleração da gravidade é g.

A Força exercida sobre a área de contato é o peso do líquido.

242
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

como:

a massa do líquido é:

mas , logo:

Ou seja, a pressão hidrostática não depende do formato do recipiente, apenas da densidade do fluido, da
altura do ponto onde a pressão é exercida e da aceleração da gravidade.

Pressão atmosférica

Atmosfera é uma camada de gases que envolve toda a superfície da Terra.

Aproximadamente todo o ar presente na Terra está abaixo de 18000 metros de altitude. Como o ar é
formado por moléculas que tem massa, o ar também tem massa e por consequência peso.

A pressão que o peso do ar exerce sobre a superfície da Terra é chamada Pressão Atmosférica, e seu valor
depende da altitude do local onde é medida.

Quanto maior a altitude menor a pressão atmosférica e vice-versa.

Teorema de Stevin

Seja um líquido qualquer de densidade d em um recipiente qualquer.

Escolhemos dois pontos arbitrários R e T.

As pressões em Q e R são:

243
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A diferença entre as pressões dos dois pontos é:

Teorema de Stevin:

"A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto
entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades dos
pontos."

Através deste teorema podemos concluir que todos os pontos a uma mesma profundidade, em um fluido
homogêneo (que tem sempre a mesma densidade) estão submetidos à mesma pressão.

Teorema de Pascal

Quando aplicamos uma força a um líquido, a pressão causada se distribui integralmente e igualmente em
todas as direções e sentidos.

Pelo teorema de Stevin sabemos que:

Então, considerando dois pontos, A e B:

Ao aplicarmos uma força qualquer, as pressões no ponto A e B sofrerão um acréscimo:

244
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Se o líquido em questão for ideal, ele não sofrerá compressão, então a distância h, será a mesma após a
aplicação da força.

Assim:

Teorema de Pascal:

"O acréscimo de pressão exercida num ponto em um líquido ideal em equilíbrio se transmite integralmente a
todos os pontos desse líquido e às paredes do recipiente que o contém."

Prensa hidráulica

Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a prensa hidráulica.

Esta máquina consiste em dois cilindros de raios diferentes A e B, interligados por um tubo, no seu interior
existe um líquido que sustenta dois êmbolos de áreas diferentes e .

Se aplicarmos uma força de intensidade F no êmbolo de área , exerceremos um acréscimo de pressão


sobre o líquido dado por:

Pelo teorema de Pascal, sabemos que este acréscimo de pressão será transmitido integralmente a todos os
pontos do líquido, inclusive ao êmbolo de área , porém transmitindo um força diferente da aplicada:

Como o acréscimo de pressão é igual para ambas as expressões podemos igualá-las:

Exemplo:

Considere o sistema a seguir:

245
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Dados:

Qual a força transmitida ao êmbolo maior?

Empuxo

Ao entrarmos em uma piscina, nos sentimos mais leves do que quando estamos fora dela.

Isto acontece devido a uma força vertical para cima exercida pela água a qual chamamos Empuxo, e a
representamos por .

O Empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido sobre um corpo. Como tem sentido oposto à
força Peso, causa o efeito de leveza no caso da piscina.

A unidade de medida do Empuxo no SI é o Newton (N).

246
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Princípio de Arquimedes

Foi o filósofo, matemático, físico, engenheiro, inventor e astrônomo grego Arquimedes (287a.C. - 212a.C.)
quem descobriu como calcular o empuxo.

Arquimedes descobriu que todo o corpo imerso em um fluido em equilíbrio, dentro de um campo
gravitacional, fica sob a ação de uma força vertical, com sentido oposto à este campo, aplicada pelo fluido,
cuja intensidade é igual a intensidade do Peso do fluido que é ocupado pelo corpo.

Assim:

onde:

=Empuxo (N)

=Densidade do fluido (kg/m³)

=Volume do fluido deslocado (m³)

g=Aceleração da gravidade (m/s²)

Exemplo:

Em um recipiente há um líquido de densidade 2,56g/cm³. Dentro do líquido encontra-se um corpo de


volume 1000cm³, que está totalmente imerso. Qual o empuxo sofrido por este corpo? Dado g=10m/s²

Peso aparente

Conhecendo o princípio de Arquimedes podemos estabelecer o conceito de peso aparente, que é o


responsável, no exemplo dado da piscina, por nos sentirmos mais leves ao submergir.

Peso aparente é o peso efetivo, ou seja,aquele que realmente sentimos. No caso de um fluido:

247
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Força gravitacional

Ao estudar o movimento da Lua, Newton concluiu que a força que faz com que ela esteja constantemente
em órbita é do mesmo tipo que a força que a Terra exerce sobre um corpo em suas proximidades. A partir
daí criou a Lei da Gravitação Universal.

Lei da Gravitação Universal de Newton:

"Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da
distância que separa seus centros de gravidade."

Onde:

F=Força de atração gravitacional entre os dois corpos

G=Constante de gravitação universal

M e m = massa dos corpos

d=distância entre os centros de gravidade dos corpos.

Nas proximidades da Terra a aceleração da gravidade varia, mas em toda a Litosfera (camada em que há
vida) esta pode ser considerada constante, seus valores para algumas altitudes determinadas são:

Altitude (km) Aceleração da Gravidade (m/s²) Exemplo de altitude


0 9,83 nível do mar
8,8 9,80 cume do Monte Everest
36,6 9,71 maior altura atingida por balão

248
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tripulado
400 8,70 órbita de um ônibus espacial
35700 0,225 satélite de comunicação

Leis de Kepler

Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma referência para identificar as épocas de
plantio e colheita.

Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns astros descrevem um movimento regular, o
que propiciou a eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano.

Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas observados giravam em torno da Terra. Mas
este modelo, chamado de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incentivaram o estudo deste
sistema por milhares de anos.

Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol
estava no centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor.

No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem o movimento planetário, utilizando
anotações do astrônomo Tycho Brahe (1546-1601).

Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas como Leis de Kepler.

1ª Lei de Kepler - Lei das Órbitas

Os planetas descrevem órbitas elipticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse.

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2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas

O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

250
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3ª Lei de Kepler - Lei dos Períodos

O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de suas distâncias médias do sol é igual a uma
constantek, igual a todos os planetas.

Tendo em vista que o movimento de translação de um planeta é equivalente ao tempo que este demora
para percorrer uma volta em torno do Sol, é fácil concluirmos que, quanto mais longe o planeta estiver do
Sol, mais longo será seu período de translação e, em consequência disso, maior será o "seu ano".

Cinemática

A velocidade de um corpo é dada pela relação entre o deslocamento de um corpo em determinado tempo.
Pode ser considerada a grandeza que mede o quão rápido um corpo se desloca.

A análise da velocidade se divide em dois principais tópicos: Velocidade Média e Velocidade Instantânea. É
considerada uma grandeza vetorial, ou seja, tem um módulo (valor numérico), uma direção (Ex.: vertical,
horizontal,...) e um sentido (Ex.: para frente, para cima, ...). Porém, para problemas elementares, onde há
deslocamento apenas em uma direção, o chamado movimento unidimensional, convém tratá-la como um
grandeza escalar (com apenar valor numérico).

As unidades de velocidade comumente adotadas são:

m/s (metro por segundo);

km/h (quilômetro por hora);

No Sistema Internacional (S.I.), a unidade padrão de velocidade é o m/s. Por isso, é importante saber efetuar
a conversão entre o km/h e o m/s, que é dada pela seguinte relação:

A partir daí, é possível extrair o seguinte fator de conversão:

Velocidade Média

251
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Indica o quão rápido um objeto se desloca em um intervalo de tempo médio e é dada pela seguinte razão:

Onde:

= Velocidade Média

= Intervalo do deslocamento [posição final – posição inicial ( )]

= Intervalo de tempo [tempo final – tempo inicial ( )]

Por exemplo:
Um carro se desloca de Florianópolis – SC a Curitiba – PR. Sabendo que a distância entre as duas cidades é
de 300 km e que o percurso iniciou as 7 horas e terminou ao meio dia, calcule a velocidade média do carro
durante a viagem:

= (posição final) – (posição inicial)


= (300 km) – (0 km)
= 300 km
E que:
= (tempo final) – (tempo inicial)
= (12 h) – (7h)
=5h

Então:

Mas, se você quiser saber qual a velocidade em m/s, basta dividir este resultado por 3,6 e terá:

Sabendo o conceito de velocidade média, você pode se perguntar: “Mas o automóvel precisa andar todo o
percurso a uma velocidade de 60km/h?”

A resposta é não, pois a velocidade média calcula a média da velocidade durante o percurso (embora não
seja uma média ponderada, como por exemplo, as médias de uma prova).

Então, a velocidade que o velocímetro do carro mostra é a Velocidade Instantânea do carro, ou seja, a
velocidade que o carro está no exato momento em que se olha para o velocímetro.

A velocidade instantânea de um móvel será encontrada quando se considerar um intervalo de tempo ( )


infinitamente pequeno, ou seja, quando o intervalo de tempo tender a zero ( ).

252
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Movimento Uniforme

Quando um móvel se desloca com uma velocidade constante, diz-se que este móvel está em um movimento
uniforme (MU). Particularmente, no caso em que ele se desloca com uma velocidade constante em trajetória
reta, tem-se um movimento retilíneo uniforme.

Uma observação importante é que, ao se deslocar com uma velocidade constante, a velocidade instantânea
deste corpo será igual à velocidade média, pois não haverá variação na velocidade em nenhum momento do
percurso.

A equação horária do espaço pode ser demonstrada a partir da fórmula de velocidade média.

Por exemplo:
Um tiro é disparado contra um alvo preso a uma grande parede capaz de refletir o som. O eco do disparo é
ouvido 2,5 segundos depois do momento do golpe. Considerando a velocidade do som 340m/s, qual deve
ser a distância entre o atirador e a parede?

Aplicando a equação horária do espaço, teremos:

, mas o eco só será ouvido quando o som "ir e voltar" da parede.

Então .

É importante não confundir o s que simboliza o deslocamento do s que significa segundo. Este é uma
unidade de tempo. Para que haja essa diferenciação, no problema foram usados: S (para deslocamento)
e s(para segundo).

Diagrama s x t

253
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Existem diversas maneiras de se representar o deslocamento em função do tempo. Uma delas é por meio de
gráficos, chamados diagramas deslocamento versus tempo (s x t). No exemplo a seguir, temos um diagrama
que mostra um movimento retrógrado:

Analisando o gráfico, é possível extrair dados que deverão ajudar na resolução dos problemas:

S 50m 20m -10m


T 0s 1s 2s

Sabemos então que a posição inicial será a posição = 50m quando o tempo for igual a zero. Também
sabemos que a posição final s=-10m se dará quando t=2s. A partir daí, fica fácil utilizar a equação horária do
espaço e encontrar a velocidade do corpo:

Diagrama v x t

Em um movimento uniforme, a velocidade se mantém igual no decorrer do tempo. Portanto seu gráfico é
expresso por uma reta:

Dado este diagrama, uma forma de determinar o deslocamento do móvel é calcular a área sob a reta
compreendida no intervalo de tempo considerado.

254
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Velocidade Relativa

É a velocidade de um móvel relativa a outro.

Por exemplo:
Considere dois trens andando com velocidades uniformes e que . A velocidade relativa será dada se
considerarmos que um dos trens (trem 1) está parado e o outro (trem 2) está se deslocando. Ou seja, seu
módulo será dado por .

Generalizando, podemos dizer que a velocidade relativa é a velocidade de um móvel em relação a um outro
móvel referencial.

Movimento Uniformemente Variado

Também conhecido como movimento acelerado, consiste em um movimento onde há variação de


velocidade, ou seja, o móvel sofre aceleração à medida que o tempo passa.

Mas se essa variação de velocidade for sempre igual em intervalos de tempo iguais, então dizemos que este
é um Movimento Uniformemente Variado (também chamado de Movimento Uniformemente Acelerado), ou
seja, que tem aceleração constante e diferente de zero.

O conceito físico de aceleração, difere um pouco do conceito que se tem no cotidiano. Na física, acelerar
significa basicamente mudar de velocidade, tanto tornando-a maior, como também menor. Já no cotidiano,
quando pensamos em acelerar algo, estamos nos referindo a um aumento na velocidade.

O conceito formal de aceleração é: a taxa de variação de velocidade numa unidade de tempo, então como
unidade teremos:

Aceleração

Assim como para a velocidade, podemos definir uma aceleração média se considerarmos a variação de
velocidade em um intervalo de tempo , e esta média será dada pela razão:

Velocidade em função do tempo

No entanto, quando este intervalo de tempo for infinitamente pequeno, ou seja, , tem-se
aaceleração instantânea do móvel.

Isolando-se o :

255
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Mas sabemos que:

Então:

Entretanto, se considerarmos , teremos a função horária da velocidade do Movimento Uniformemente


Variado, que descreve a velocidade em função do tempo [v=f(t)]:

Posição em função do tempo

A melhor forma de demonstrar esta função é através do diagrama velocidade versus tempo (v x t) no
movimento uniformemente variado.

O deslocamento será dado pela área sob a reta da velocidade, ou seja, a área do trapézio.

Onde sabemos que:

logo:

256
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

ou

Interpretando esta função, podemos dizer que seu gráfico será uma parábola, pois é resultado de uma
função do segundo grau.

Equação de Torricelli

Até agora, conhecemos duas equações do movimento uniformemente variado, que nos permitem associar
velocidade ou deslocamento com o tempo gasto. Torna-se prático encontrar uma função na qual seja
possível conhecer a velocidade de um móvel sem que o tempo seja conhecido.

Para isso, usaremos as duas funções horárias que já conhecemos:

(1)

(2)

Isolando-se t em (1):

Substituindo t em (2) teremos:

Reduzindo-se a um denominador comum:

257
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Exemplo:

(UFPE) Uma bala que se move a uma velocidade escalar de 200m/s, ao penetrar em um bloco de madeira
fixo sobre um muro, é desacelerada até parar. Qual o tempo que a bala levou em movimento dentro do
bloco, se a distância total percorrida em seu interior foi igual a 10cm?

Apesar de o problema pedir o tempo que a bala levou, para qualquer uma das funções horárias, precisamos
ter a aceleração, para calculá-la usa-se a Equação de Torricelli.

Observe que as unidades foram passadas para o SI (10cm=0,1m)

A partir daí, é possível calcular o tempo gasto:

Movimento Vertical

Se largarmos uma pena e uma pedra de uma mesma altura, observamos que a pedra chegará antes ao chão.

Por isso, pensamos que quanto mais pesado for o corpo, mais rápido ele cairá. Porém, se colocarmos a pedra
e a pena em um tubo sem ar (vácuo), observaremos que ambos os objetos levam o mesmo tempo para cair.

Assim, concluímos que, se desprezarmos a resistência do ar, todos os corpos, independente de massa ou
formato, cairão com uma aceleração constante: a aceleração da Gravidade.

Quando um corpo é lançado nas proximidades da Terra, fica então, sujeito à gravidade, que é orientada
sempre na vertical, em direção ao centro do planeta.

O valor da gravidade (g) varia de acordo com a latitude e a altitude do local, mas durante fenômenos de
curta duração, é tomado como constante e seu valor médio no nível do mar é:

258
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

g=9,80665m/s²

No entanto, como um bom arredondamento, podemos usar sem muita perda nos valores:

g=10m/s²

Lançamento Vertical

Um arremesso de um corpo, com velocidade inicial na direção vertical, recebe o nome de Lançamento
Vertical.

Sua trajetória é retilínea e vertical, e, devido à gravidade, o movimento classifica-se com Uniformemente
Variado.

As funções que regem o lançamento vertical, portanto, são as mesmas do movimento uniformemente
variado, revistas com o referencial vertical (h), onde antes era horizontal (S) e com aceleração da gravidade
(g).

Sendo que g é positivo ou negativo, dependendo da direção do movimento:

Lançamento Vertical para Cima

g é negativo

Como a gravidade aponta sempre para baixo, quando jogamos algo para cima, o movimento será acelerado
negativamente, até parar em um ponto, o qual chamamos Altura Máxima.

Lançamento Vertical para Baixo

259
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

g é positivo

No lançamento vertical para baixo, tanto a gravidade como o deslocamento apontam para baixo. Logo, o
movimento é acelerado positivamente. Recebe também o nome de queda livre.

Exemplo

Uma bola de futebol é chutada para cima com velocidade igual a 20m/s.
(a) Calcule quanto tempo a bola vai demorar para retornar ao solo.
(b) Qual a altura máxima atingida pela bola? Dado g=10m/s².

(a)

Neste exemplo, o movimento é uma combinação de um lançamento vertical para cima + um lançamento
vertical para baixo (que neste caso também pode ser chamado de queda livre). Então, o mais indicado é
calcularmos por partes:

Movimento para cima:

Movimento para baixo:

Como não estamos considerando a resistência do ar, a velocidade final será igual à velocidade com que a
bola foi lançada.

260
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Observamos, então, que nesta situação, onde a resistência do ar é desprezada, o tempo de subida é igual ao
de decida.

(b)

Sabendo o tempo da subida e a velocidade de lançamento, podemos utilizar a função horária do


deslocamento, ou então utilizar a Equação de Torricelli.

Lembre-se de que estamos considerando apenas a subida, então t=2s

ou

Vetores

Determinado por um segmento orientado AB, é o conjunto de todos os segmentos orientados equipolentes
a AB.

Se indicarmos com este conjunto, simbolicamente poderemos escrever:

onde XY é um segmento qualquer do conjunto.

261
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O vetor determinado por AB é indicado por ou B - A ou .


Um mesmo vetor é determinado por uma infinidade de segmentos orientados, chamados
representantes desse vetor, os quais são todos equipolentes entre si. Assim, um segmento determina um
conjunto que é o vetor, e qualquer um destes representantes determina o mesmo vetor. Usando um pouco
mais nossa capacidade de abstração, se considerarmos todos os infinitos segmentos orientados de origem
comum, estaremos caracterizando, através de representantes, a totalidade dos vetores do espaço. Ora, cada
um destes segmentos é um representante de um só vetor. Consequentemente, todos os vetores se acham
representados naquele conjunto que imaginamos.

As características de um vetor são as mesmas de qualquer um de seus representantes, isto é: o módulo, a


direção e o sentido do vetor são o módulo, a direção e o sentido de qualquer um de seus representantes.

O módulo de se indica por | | .

Soma de vetores

Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a soma de v e w, por:

v + w = (a+c,b+d)

Propriedades da Soma de vetores

Diferença de vetores

Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a diferença entre v e w, por:

v - w = (a-c,b-d)

Produto de um número escalar por um vetor

Se v=(a,b) é um vetor e c é um número real, definimos a multiplicação de c por v como:

262
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c.v = (ca,cb)

Propriedades do produto de escalar por vetor

Quaisquer que sejam k e c escalares, v e w vetores:

Módulo de um vetor

O módulo ou comprimento do vetor v=(a,b) é um número real não negativo, definido por:

Vetor unitário

Vetor unitário é o que tem o módulo igual a 1.

Existem dois vetores unitários que formam a base canônica para o espaço R², que são dados por:

i = (1,0) j = (0,1)

Para construir um vetor unitário u que tenha a mesma direção e sentido que um outro vetor v, basta dividir o
vetor v pelo seu módulo, isto é:

Observação:
Para construir um vetor u paralelo a um vetor v, basta tomar u=cv, onde c é um escalar não nulo. Nesse
caso, u e v serão paralelos:

Se c = 0, então u será o vetor nulo.


Se 0 < c < 1, então u terá comprimento menor do que v.
Se c > 1, então u terá comprimento maior do que v.
Se c < 0, então u terá sentido oposto ao de v.

Decomposição de vetores em Vetores Unitários

Para fazer cálculos de vetores em apenas um dos planos em que ele se apresenta, pode-se decompor este
vetor em vetores unitários em cada um dos planos apresentados.

263
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Sendo simbolizados, por convenção, î como vetor unitário do plano x e como vetor unitário do plano y.
Caso o problema a ser resolvido seja dado em três dimensões, o vetor utilizado para o plano z é o vetor
unitário .

Então, a projeção do vetor no eixo x do plano cartesiano será dado por , e sua projeção no eixo ydo

plano será: . Este vetor pode ser escrito como:

=( , ), respeitando que sempre o primeiro componente entre parênteses é a projeção em x e o


segundo é a projeção no eixo y. Caso apareça um terceiro componente, será o componente do eixo z.

No caso onde o vetor não se encontra na origem, é possível redesenhá-lo, para que esteja na origem, ou
então descontar a parte do plano onde o vetor não é projetado.

264
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Produto escalar

Dados os vetores u=(a,b) e v=(c,d) definimos o produto escalar entre os vetores u e v, como o número real
obtido por:

u.v = a.c + b.d

Exemplos:

O produto escalar entre u=(3,4) e v=(-2,5) é:

u.v = 3.(-2) + 4.(5) = -6+20 = 14

O produto escalar entre u=(1,7) e v=(2,-3) é:

u.v = 1.(2) + 7.(-3) = 2-21 = -19

Propriedades do produto escalar

Quaisquer que sejam os vetores, u v e w e k escalar:

Ângulo entre dois vetores

O produto escalar entre os vetores u e v pode ser escrito na forma:

u.v = |u| |v| cos(x)

onde x é o ângulo formado entre u e v.

Através desta última definição de produto escalar, podemos obter o ângulo x entre dois vetores genéricos u
e v, como,

desde que nenhum deles seja nulo.

265
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Aceleração e Velocidade Vetoriais

Vetor Posição

Imagine um móvel deslocando-se em uma trajetória aleatória, com uma origem O.

Se colocarmos um plano cartesiano situado nesta origem, então poderemos localizar o móvel nesta
trajetória por meio de um vetor.

O vetor é chamado vetor deslocamento e possui módulo, direção e sentido.

=P-O

Velocidade Vetorial

Vetor Velocidade Média: Considere-se um móvel percorrendo a trajetória do gráfico acima, ocupando
posições e nos instantes e , respectivamente.

Sabendo que a velocidade média é igual ao quociente do vetor deslocamento pelo intervalo de tempo:

266
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Observação:

O vetor velocidade média tem a mesma direção e sentido do vetor deslocamento, pois é obtido quando

multiplicamos um número positivo

pelo vetor .

Vetor Velocidade Instantânea: Análogo à velocidade escalar instantânea, quando o intervalo de tempo
tender a zero ( ), a velocidade calculada será a velocidade instantânea.

então:

Aceleração Vetorial

Vetor Aceleração Média: Considerando um móvel que percorre uma trajetória qualquer com velocidade
em um instante e velocidade em um instante posterior , sua aceleração média será dada por:

Observação:

Assim como para o vetor velocidade, o vetor aceleração terá o mesmo sentido e mesma direção do vetor

velocidade, pois é resultado do produto deste vetor ( ) por um número escalar positivo, .

Vetor Aceleração Instantânea: A aceleração vetorial instantânea será dada quando o intervalo de tempo
tender a zero ( ).

267
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Sabendo esses conceitos, podemos definir as funções de velocidade em função do tempo, deslocamento em
função do tempo e a equação de Torricelli para notação vetorial:

Por exemplo:

Um corpo se desloca com velocidade , e aceleração constante , da forma como está


descrita abaixo:

(a)Qual o vetor velocidade após 10 segundos? (b)Qual a posição do móvel neste instante?

(a)Para calcularmos a velocidade vetorial em função de um tempo, precisamos decompor os vetores


velocidade inicial e aceleração em suas projeções em x e y:

Assim, podemos dividir o movimento em vertical(y) e horizontal(x):

Em x:

Em y:

268
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A partir destes valores podemos calcular o vetor velocidade:

(b)Sabendo o vetor velocidade, podemos calcular o vetor posição pela equação de Torricelli, ou pela função
horária do deslocamento, ambas na forma de vetores:

Por Torricelli:

na mesma direção e sentido dos vetores aceleração e velocidade.

Pela Função horária da Posição:

na mesma direção e sentido dos vetores aceleração e velocidade.

Movimento Oblíquo

269
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Um movimento oblíquo é um movimento parte vertical e parte horizontal. Por exemplo, o movimento de
uma pedra sendo arremessada em um certo ângulo com a horizontal, ou uma bola sendo chutada formando
um ângulo com a horizontal.

Com os fundamentos do movimento vertical, sabe-se que, quando a resistência do ar é desprezada, o corpo
sofre apenas a aceleração da gravidade.

Lançamento Oblíquo ou de Projétil

O móvel se deslocará para a frente em uma trajetória que vai até uma altura máxima e depois volta a descer,
formando uma trajetória parabólica.

Para estudar este movimento, deve-se considerar o movimento oblíquo como sendo o resultante entre o
movimento vertical (y) e o movimento horizontal (x).

Na direção vertical o corpo realiza um Movimento Uniformemente Variado, com velocidade inicial igual
a e aceleração da gravidade (g)

Na direção horizontal o corpo realiza um movimento uniforme com velocidade igual a .

Observações:

• Durante a subida a velocidade vertical diminui, chega a um ponto (altura máxima) onde ,e
desce aumentando a velocidade.
• O alcance máximo é a distância entre o ponto do lançamento e o ponto da queda do corpo, ou seja,
onde y=0.
• A velocidade instantânea é dada pela soma vetorial das velocidades horizontal e vertical, ou
seja, . O vetor velocidade é tangente à trajetória em cada momento.

Exemplo:

270
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Um dardo é lançado com uma velocidade inicial v0=25m/s, formando um ângulo de 45° com a horizontal. (a)
Qual o alcance máximo (b) e a altura máxima atingida?

Para calcular este movimento deve-se dividir o movimento em vertical e horizontal.

Para decompor o vetor em seus componentes são necessários alguns fundamentos de trigonometria:

Genericamente podemos chamar o ângulo formado de .

Então:

logo:

e:

logo:

(a) No sentido horizontal (substituindo o s da função do espaço por x):

271
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sendo

temos:

(1)

No sentido vertical (substituindo h por y):

sendo

temos:

(2)

E o tempo é igual para ambas as equações, então podemos isolá-lo em (1), e substituir em (2):

(1)

e , então:

onde substituindo em (2):

(2)

e onde o alcance é máximo . Então temos:

mas , então:

resolvendo esta equação por fórmula de Baskara:

272
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mas

então:

mas

Então

Substituindo os dados do problema na equação:

(b) Sabemos que quando a altura for máxima . Então, partindo da equação de Torricelli no
movimento vertical:

e substituindo os dados do problema na equação, obtemos:

273
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Lançamento Horizontal

Trata-se de uma particularidade do movimento oblíquo onde o ângulo de lançamento é zero, ou seja, é
lançado horizontalmente. Por exemplo, quando uma criança chuta uma bola que cai em um penhasco, ou
quando um jardineiro está regando um jardim com uma mangueira orientada horizontalmente.

Por exemplo:

(Cefet-MG) Uma bola de pingue-pongue rola sobre uma mesa com velocidade constante de 0,2m/s. Após
sair da mesa, cai, atingindo o chão a uma distância de 0,2m dos pés da mesa. Considerando g=10m/s² e a
resistência do ar desprezível, determine:

(a) a altura da mesa;

(b) o tempo gasto pela bola para atingir o solo.

(a)

, e cos0°=1, então:

, considerando a posição horizontal inicial do móvel zero, e isolando t:

Porém neste caso, a aceleração da gravidade (g) vai ser positiva, devido ao movimento ser no mesmo
sentido da aceleração.

, mas sen0°=0, então:

, considerando a posição vertical inicial zero e substituindo t:

274
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(b) Sabendo a altura da mesa é possível calcular o tempo gasto pela função horária do deslocamento:

, mas sen0°=0, então:

Movimento Circular

Grandezas Angulares

As grandezas até agora utilizadas de deslocamento/espaço (s, h, x, y), de velocidade (v) e de aceleração (a),
eram úteis quando o objetivo era descrever movimentos lineares, mas na análise de movimentos circulares,
devemos introduzir novas grandezas, que são chamadas grandezas angulares, medidas sempre em radianos.
São elas:

•deslocamento/espaço angular: φ (phi)


•velocidade angular: ω (ômega)
•aceleração angular: α (alpha)

Espaço Angular (φ)

Chama-se espaço angular o espaço do arco formado, quando um móvel encontra-se a uma abertura de
ângulo φ qualquer em relação ao ponto denominado origem.

275
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E é calculado por:

Deslocamento angular (Δφ)

Assim como para o deslocamento linear, temos um deslocamento angular se calcularmos a diferença entre a
posição angular final e a posição angular inicial:

Sendo:

Por convenção:

No sentido anti-horário o deslocamento angular é positivo.

No sentido horário o deslocamento angular é negativo.

Velocidade Angular (ω)

Análogo à velocidade linear, podemos definir a velocidade angular média, como a razão entre o
deslocamento angular pelo intervalo de tempo do movimento:

Sua unidade no Sistema Internacional é: rad/s

Sendo também encontradas: rpm, rev/min, rev/s.

Também é possível definir a velocidade angular instantânea como o limite da velocidade angular média
quando o intervalo de tempo tender a zero:

276
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Aceleração Angular (α)

Seguindo a mesma analogia utilizada para a velocidade angular, definimos aceleração angular média como:

Algumas relações importantes

Através da definição de radiano dada anteriormente temos que:

mas se isolarmos S:

derivando esta igualdade em ambos os lados em função do tempo obteremos:

mas a derivada da Posição em função do tempo é igual a velocidade linear e a derivada da Posição Angular
em função do tempo é igual a velocidade angular, logo:

onde podemos novamente derivar a igualdade em função do tempo e obteremos:

mas a derivada da velocidade linear em função do tempo é igual a aceleração linear, que no movimento
circular é tangente à trajetória, e a derivada da velocidade angular em função do tempo é igual a aceleração
angular, então:

Então:

Linear Angular
S = φR
v = ωR
a = αR

Período e Frequência

277
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Período (T) é o intervalo de tempo mínimo para que um fenômeno ciclico se repita. Sua unidade é a unidade
de tempo (segundo, minuto, hora...)

Frequência(f) é o número de vezes que um fenômeno ocorre em certa unidade de tempo. Sua unidade mais
comum é Hertz (1Hz=1/s) sendo também encontradas kHz, MHz e rpm. No movimento circular a frequência
equivale ao número de rotações por segundo sendo equivalente a velocidade angular.

Para converter rotações por segundo para rad/s:

sabendo que 1rotação = 2πrad,

Movimento Circular Uniforme

Um corpo está em Movimento Curvilíneo Uniforme, se sua trajetória for descrita por um círculo com um
"eixo de rotação" a uma distância R, e sua velocidade for constante, ou seja, a mesma em todos os pontos do
percurso.

No cotidiano, observamos muitos exemplos de MCU, como uma roda gigante, um carrossel ou as pás de um
ventilador girando.

Embora a velocidade linear seja constante, ela sofre mudança de direção e sentido, logo existe uma
aceleração, mas como esta aceleração não influencia no módulo da velocidade, chamamos de Aceleração
Centrípeta.

Esta aceleração é relacionada com a velocidade angular da seguinte forma:

Sabendo que e que , pode-se converter a função horária do espaço linear para o espaço
angular:

então:

278
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Movimento Circular Uniformemente Variado

Quando um corpo, que descreve trajetória circular, e sofre mudança na sua velocidade angular, então este
corpo tem aceleração angular (α).

As formas angulares das equações do Movimento Curvilíneo Uniformemente Variado são obtidas quando
divididas pelo raio R da trajetória a que se movimenta o corpo.

Assim:

MUV MCUV
Grandezas lineares Grandezas angulares

E, aceleração resultante é dada pela soma vetorial da aceleração tangencial e da aceleração centípeta:

Exemplo:

Um volante circular como raio 0,4 metros gira, partindo do repouso, com aceleração angular igual a 2rad/s².

(a) Qual será a sua velocidade angular depois de 10 segundos?

(b) Qual será o ângulo descrito neste tempo?

(c) Qual será o vetor aceleração resultante?

(a) Pela função horária da velocidade angular:

279
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(b) Pela função horária do deslocamento angular:

(c) Pelas relações estabelecidas de aceleração tangencial e centrípeta:

Dinâmica

Quando se fala em dinâmica de corpos, a imagem que vem à cabeça é a clássica e mitológica de Isaac
Newton, lendo seu livro sob uma macieira. Repentinamente, uma maçã cai sobre a sua cabeça. Segundo
consta, este foi o primeiro passo para o entendimento da gravidade, que atraia a maçã.

Com o entendimento da gravidade, vieram o entendimento de Força, e as três Leis de Newton.

Na cinemática, estuda-se o movimento sem compreender sua causa. Na dinâmica, estudamos a relação
entre a força e movimento.

280
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Força: É uma interação entre dois corpos.

O conceito de força é algo intuitivo, mas para compreendê-lo, pode-se basear em efeitos causados por ela,
como:

Aceleração: faz com que o corpo altere a sua velocidade, quando uma força é aplicada.

Deformação: faz com que o corpo mude seu formato, quando sofre a ação de uma força.

Força Resultante: É a força que produz o mesmo efeito que todas as outras aplicadas a um corpo.

Dadas várias forças aplicadas a um corpo qualquer:

A força resultante será igual a soma vetorial de todas as forças aplicadas:

Leis de Newton

As leis de Newton constituem os três pilares fundamentais do que chamamos Mecânica Clássica, que
justamente por isso também é conhecida por Mecânica Newtoniana.

1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia

• Quando estamos dentro de um carro, e este contorna uma curva, nosso corpo tende a permanecer
com a mesma velocidade vetorial a que estava submetido antes da curva, isto dá a impressão que se
está sendo "jogado" para o lado contrário à curva. Isso porque a velocidade vetorial é tangente a
trajetória.
• Quando estamos em um carro em movimento e este freia repentinamente, nos sentimos como se
fôssemos atirados para frente, pois nosso corpo tende a continuar em movimento.

estes e vários outros efeitos semelhantes são explicados pelo princípio da inércia, cujo enunciado é:

281
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"Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em movimento tende a permanecer
em movimento."

Então, conclui-se que um corpo só altera seu estado de inércia, se alguém, ou alguma coisa aplicar nele uma
força resultante diferente se zero.

2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica

Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas diferentes observamos que elas não
produzem aceleração igual.

A 2ª lei de Newton diz que a Força é sempre diretamente proporcional ao produto da aceleração de um
corpo pela sua massa, ou seja:

ou em módulo: F=ma

Onde:

F é a resultante de todas as forças que agem sobre o corpo (em N);

m é a massa do corpo a qual as forças atuam (em kg);

a é a aceleração adquirida (em m/s²).

A unidade de força, no sistema internacional, é o N (Newton), que equivale a kg m/s² (quilograma metro por
segundo ao quadrado).

Exemplo:

Quando um força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a aceleração adquirida por ele?

F=ma

12=2a

a=6m/s²

Força de Tração

Dado um sistema onde um corpo é puxado por um fio ideal, ou seja, que seja inextensível, flexível e tem
massa desprezível.

282
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Podemos considerar que a força é aplicada no fio, que por sua vez, aplica uma força no corpo, a qual
chamamos Força de Tração .

3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação

Quando uma pessoa empurra um caixa com um força F, podemos dizer que esta é uma força de ação. mas
conforme a 3ª lei de Newton, sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e direção iguais, e
sentido oposto a força de ação, esta é chamada força de reação.

Esta é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é:

"As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força de reação."

Força Peso

Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um conceito de aceleração da gravidade, que sempre
atua no sentido a aproximar os corpos em relação à superficie.

Relacionando com a 2ª Lei de Newton, se um corpo de massa m, sofre a aceleração da gravidade, quando
aplicada a ele o principio fundamental da dinâmica poderemos dizer que:

A esta força, chamamos Força Peso, e podemos expressá-la como:

ou em módulo:

O Peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai, podendo ser váriável, quando a gravidade variar, ou
seja, quando não estamos nas proximidades da Terra.

A massa de um corpo, por sua vez, é constante, ou seja, não varia.

Existe uma unidade muito utilizada pela indústria, principalmente quando tratamos de força peso, que é o
kilograma-força, que por definição é:

1kgf é o peso de um corpo de massa 1kg submetido a aceleração da gravidade de 9,8m/s².

A sua relação com o newton é:

283
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Saiba mais...
Quando falamos no peso de algum corpo, normalmente, lembramos do "peso" medido na
balança.

Mas este é um termo fisicamente errado, pois o que estamos medindo na realidade, é a
nossamassa.

Além da Força Peso, existe outra que normalmente atua na direção vertical, chamada Força Normal.

Esta é exercida pela superfície sobre o corpo, podendo ser interpretada como a sua resistência em sofrer
deformação devido ao peso do corpo. Esta força sempre atua no sentido perpendicular à superfície,
diferentemente da Força Peso que atua sempre no sentido vertical.

Analisando um corpo que encontra-se sob uma superfície plana verificamos a atuação das duas forças.

Para que este corpo esteja em equilíbrio na direção vertical, ou seja, não se movimente ou não altere sua
velocidade, é necessário que os módulos das forças Normal e Peso sejam iguais, assim, atuando em sentidos
opostos elas se anularão.

Por exemplo:

Qual o peso de um corpo de massa igual a 10kg:

(a) Na superfície da Terra (g=9,8m/s²);

(b) Na supefície de Marte (g=3,724m/s²).

(a)

284
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(b)

Força de Atrito

Até agora, para calcularmos a força, ou aceleração de um corpo, consideramos que as superfícies por onde
este se deslocava, não exercia nenhuma força contra o movimento, ou seja, quando aplicada uma força, este
se deslocaria sem parar.

Mas sabemos que este é um caso idealizado. Por mais lisa que uma superfície seja, ela nunca será totalmente
livre de atrito.

Sempre que aplicarmos uma força a um corpo, sobre uma superfície, este acabará parando.

É isto que caracteriza a força de atrito:

• Se opõe ao movimento;
• Depende da natureza e da rugosidade da superfície (coeficiente de atrito);
• É proporcional à força normal de cada corpo;
• Transforma a energia cinética do corpo em outro tipo de energia que é liberada ao meio.

A força de atrito é calculada pela seguinte relação:

Onde:

μ: coeficiente de atrito (adimensional)

N: Força normal (N)

Atrito Estático e Dinâmico

Quando empurramos um carro, é fácil observar que até o carro entrar em movimento é necessário que se
aplique uma força maior do que a força necessária quando o carro já está se movimentando.

Isto acontece pois existem dois tipo de atrito: o estático e o dinâmico.

Atrito Estático

É aquele que atua quando não há deslizamento dos corpos.

A força de atrito estático máxima é igual a força mínima necessária para iniciar o movimento de um corpo.

Quando um corpo não está em movimento a força da atrito deve ser maior que a força aplicada, neste caso,
é usado no cálculo um coeficiente de atrito estático: .

Então:

285
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Atrito Dinâmico

É aquele que atua quando há deslizamento dos corpos.

Quando a força de atrito estático for ultrapassada pela força aplicada ao corpo, este entrará em movimento,
e passaremos a considerar sua força de atrito dinâmico.

A força de atrito dinâmico é sempre menor que a força aplicada, no seu cálculo é utilizado o coeficiente de
atrito cinético:

Então:

Força Elástica

Imagine uma mola presa em uma das extremidades a um suporte, e em estado de repouso (sem ação de
nenhuma força).

Quando aplicamos uma força F na outra extremidade, a mola tende a deformar (esticar ou comprimir,
dependendo do sentido da força aplicada).

Ao estudar as deformações de molas e as forças aplicadas, Robert Hooke (1635-1703), verificou que a
deformação da mola aumenta proporcionalmente à força. Daí estabeleceu-se a seguinte lei, chamada Lei de
Hooke:

Onde:

F: intensidade da força aplicada (N);

k: constante elástica da mola (N/m);

x: deformação da mola (m).

A constante elástica da mola depende principalmente da natureza do material de fabricação da mola e de


suas dimensões. Sua unidade mais usual é o N/m (newton por metro) mas também encontramos N/cm;
kgf/m, etc.

Exemplo:

Um corpo de 10kg, em equilíbrio, está preso à extremidade de uma mola, cuja constante elástica é 150N/m.
Considerando g=10m/s², qual será a deformação da mola?

Se o corpo está em equilíbrio, a soma das forças aplicadas a ela será nula, ou seja:

286
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

, pois as forças tem sentidos opostos.

Força Centrípeta

Quando um corpo efetua um Movimento Circular, este sofre uma aceleração que é responsável pela
mudança da direção do movimento, a qual chamamos aceleração centrípeta, assim como visto no MCU.

Sabendo que existe uma aceleração e sendo dada a massa do corpo, podemos, pela 2ª Lei de Newton,
calcular uma força que assim como a aceleração centrípeta, aponta para o centro da trajetória circular.

A esta força damos o nome: Força Centrípeta. Sem ela, um corpo não poderia executar um movimento
circular.

Como visto anteriormente, quando o movimento for circular uniforme, a aceleração centrípeta é constante,
logo, a força centrípeta também é constante.

Sabendo que:

ou

Então:

A força centrípeta é a resultante das forças que agem sobre o corpo, com direção perpendicular à trajetória.

Exemplo:

Um carro percorre uma curva de raio 100m, com velocidade 20m/s. Sendo a massa do carro 800kg, qual é a
intensidade da força centrípeta?

Plano Inclinado

287
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Dadas duas trajetórias:

Em qual delas é "mais fácil" carregar o bloco?

Obviamente, na trajetória inclinada, pois no primeiro caso, teremos que realizar uma força que seja maior
que o peso do corpo. Já no segundo caso, Defermos fazer uma força que seja maior que uma das
componentes de seu peso, neste caso, a componete horizontal, que terá instensidade menor conforme o
ângulo formado for menor.

Por isso, no nosso cotidiano, usamos muito o plano inclinado para facilitar certas tarefas.

Ao analizarmos as forças que atuam sobre um corpo em um plano inclinado, temos:

A força Peso e a força Normal, neste caso, não tem o mesma direção pois, como já vimos, a força Peso, é
causada pela aceleração da gravidade, que tem origem no centro da Terra, logo a força Peso têm sempre
direção vertical. Já a força Normal é a força de reação, e têm origem na superfície onde o movimento ocorre,
logo tem um ângulo igual ao plano do movimento.

Para que seja possível realizar este cálculo devemos estabelecer algumas relações:

288
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

•Podemos definir o plano cartesiano com inclinação igual ao plano inclinado, ou seja, com o eixo x
formando um ângulo igual ao do plano, e o eixo y, perpendicular ao eixo x;
•A força Normal será igual à decomposição da força Peso no eixo y;
•A decomposição da força Peso no eixo x será a responsável pelo deslocamento do bloco;
•O ângulo formado entre a força Peso e a sua decomposição no eixo y, será igual ao ângulo formado
entre o plano e a horizontal;
•Se houver força de atrito, esta se oporá ao movimento, neste caso, apontará para cima.

Sabendo isto podemos dividir as resultantes da força em cada direção:

Em y:

como o bloco não se desloca para baixo e nem para cima, esta resultante é nula, então:

mas

então:

Em x:

mas

então:

Exemplo:

Um corpo de massa 12kg é abandonado sobre um plano inclinado formando 30° com a horizontal. O
coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e o plano é 0,2. Qual é a aceleração do bloco?

289
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Em y:

Em x:

Sistemas

Agora que conhecemos os princípios da dinâmica, a força peso, elástica, centrípeta e de atito e o plano
inclinado, podemos calcular fenômenos físicos onde estas forças são combinadas.

Corpos em contato

290
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Quando uma força é aplicada à corpos em contato existem "pares ação-reação" de forças que atuam entre
eles e que se anulam.

Podemos fazer os cálculos neste caso, imaginando:

Depois de sabermos a aceleração, que é igual para ambos os blocos, podemos calcular as forças que atuam
entre eles, utilizando a relação que fizemos acima:

Exemplo:

Sendo e , e que a força aplicada ao sistema é de 24N, qual é a instensidade da força


que atua entre os dois blocos?

291
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Corpos ligados por um fio ideal

Um fio ideal é caracterizado por ter massa desprezível, ser inextensível e flexível, ou seja, é capaz de
transmitir totalmente a força aplicada nele de uma extremidade à outra.

Como o fio ideal tem capacidade de transmitir integralmente a força aplicada em sua extremidade, podemos
tratar o sistema como se os corpos estivessem encostados:

A tração no fio será calculada atráves da relação feita acima:

Corpos ligados por um fio ideal através de polia ideal

Um polia ideal tem a capacidade de mudar a direção do fio e transmitir a força integralmente.

Das forças em cada bloco:

292
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Como as forças Peso e Normal no bloco se anulam, é fácil verificar que as forças que causam o movimento
são a Tração e o Peso do Bloco B.

Conhecendo a aceleração do sistema podemos clacular a Tensão no fio:

Corpo preso a uma mola

Dado um bloco, preso a uma mola:

Dadas as forças no bloco:

293
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Então, conforme a 2ª Lei de Newton:

Mas F=kx e P=mg, então:

Assim poderemos calcular o que for pedido, se conhecermos as outras incógnitas.

Trabalho

Na Física, o termo trabalho é utilizado quando falamos no Trabalho realizado por uma força, ou seja, o
Trabalho Mecânico. Uma força aplicada em um corpo realiza um trabalho quando produz um deslocamento
no corpo.

Utilizamos a letra grega tau minúscula ( ) para expressar trabalho.

A unidade de Trabalho no SI é o Joule (J)

Quando uma força tem a mesma direção do movimento o trabalho realizado é positivo: >0;

Quando uma força tem direção oposta ao movimento o trabalho realizado é negativo: <0.

O trabalho resultante é obtido através da soma dos trabalhos de cada força aplicada ao corpo, ou pelo
cálculo da força resultante no corpo.

Força paralela ao deslocamento

Quando a força é paralela ao deslocamento, ou seja, o vetor deslocamento e a força não formam ângulo
entre si, calculamos o trabalho:

Exemplo:

294
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Qual o trabalho realizado por um força aplicada a um corpo de massa 5kg e que causa um aceleração de
1,5m/s² e se desloca por uma distância de 100m?

Força não-paralela ao deslocamento

Sempre que a força não é paralela ao deslocamento, devemos decompor o vetor em suas componentes
paralelas e perpendiculares:

Considerando a componente perpendicular da Força e a componente paralela da força.

Ou seja:

Quando o móvel se desloca na horizontal, apenas as forças paralelas ao deslocamento produzem trabalho.
Logo:

295
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Exemplo:

Uma força de intensidade 30N é aplicada a um bloco formando um ângulo de 60° com o vetor
deslocamento, que tem valor absoluto igual a 3m. Qual o trabalho realizado por esta força?

Podemos considerar sempre este caso, onde aparece o cosseno do ângulo, já que quando a força é paralela
ao deslocamento, seu ângulo é 0° e cos0°=1, isto pode ajudar a entender porque quando a força é contrária
ao deslocamento o trabalho é negativo, já que:

O cosseno de um ângulo entre 90° e 180° é negativo, sendo cos180°=-1

Trabalho de uma força variável

Para calcular o trabalho de uma força que varia devemos empregar técnicas de integração, que é uma
técnica matemática estudada no nível superior, mas para simplificar este cálculo, podemos calcular este
trabalho por meio do cálculo da área sob a curva no diagrama

Calcular a área sob a curva é uma técnica válida para forças que não variam também.

Trabalho da força Peso

Para realizar o cálculo do trabalho da força peso, devemos considerar a trajetória como a altura entre o
corpo e o ponto de origem, e a força a ser empregada, a força Peso.

Então:

296
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Potência

Dois carros saem da praia em direção a serra (h=600m). Um dos carros realiza a viagem em 1hora, o outro
demora 2horas para chegar. Qual dos carros realizou maior trabalho?

Nenhum dos dois. O Trabalho foi exatamente o mesmo. Entretanto, o carro que andou mais rápido
desenvolveu uma Potência maior.

A unidade de potência no SI é o watt (W).

Além do watt, usa-se com frequência as unidades:

1kW (1 quilowatt) = 1000W

1MW (1 megawatt) = 1000000W = 1000kW

1cv (1 cavalo-vapor) = 735W

1HP (1 horse-power) = 746W

Potência Média

Definimos a partir daí potência média relacionando o Trabalho com o tempo gasto para realizá-lo:

Como sabemos que:

Então:

Potência Instantânea

Quando o tempo gasto for infinitamente pequeno teremos a potência instantânea, ou seja:

Exemplo:

297
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Qual a potência média que um corpo desenvolve quando aplicada a ele uma força horizontal com
intensidade igual a 12N, por um percurso de 30m, sendo que o tempo gasto para percorrê-lo foi 10s?

E a potência instantânea no momento em que o corpo atingir 2m/s?

Energia Mecânica

Energia é a capacidade de executar um trabalho.

Energia mecânica é aquela que acontece devido ao movimento dos corpos ou armazenada nos sistemas
físicos.

Dentre as diversas energias conhecidas, as que veremos no estudo de dinâmica são:

• Energia Cinética;
• Energia Potencial Gravitacional;
• Energia Potencial Elástica;

Energia Cinética

É a energia ligada ao movimento dos corpos. Resulta da transferência de energia do sistema que põe o
corpo em movimento.

Sua equação é dada por:

Utilizando a equação de Torricelli e considerando o inicio do movimento sendo o repouso, teremos:

Substituindo no cálculo do trabalho:

298
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A unidade de energia é a mesma do trabalho: o Joule (J)

Teorema da Energia Cinética

Considerando um corpo movendo-se em MRUV.

O Teorema da Energia Cinética (TEC) diz que:

"O trabalho da força resultante é medido pela variação da energia cinética."

Ou seja:

Exemplo:

Qual o trabalho realizado por um corpo de massa 10kg que inicia um percurso com velocidade 10m/s² até
parar?

Energia Potencial

Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada em um sistema físico e tem a capacidade de ser
transformada em energia cinética.

Conforme o corpo perde energia potencial ganha energia cinética ou vice-e-verso.

Energia Potencial Gravitacional

299
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É a energia que corresponde ao trabalho que a força Peso realiza.

É obtido quando consideramos o deslocamento de um corpo na vertical, tendo como origem o nível de
referência (solo, chão de uma sala, ...).

Enquanto o corpo cai vai ficando mais rápido, ou seja, ganha Energia Cinética, e como a altura diminui, perde
Energia Potencial Gravitacional.

Energia Potencial Elástica

Corresponde ao trabalho que a força Elástica realiza.

Como a força elástica é uma força variável, seu trabalho é calculado através do cálculo da área do seu
gráfico, cuja Lei de Hooke diz ser:

Como a área de um triângulo é dada por:

Então:

300
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Conservação de Energia Mecânica

A energia mecânica de um corpo é igual a soma das energias potenciais e cinética dele.

Então:

Qualquer movimento é realizado através de transformação de energia, por exemplo, quando você corre,
transforma a energia química de seu corpo em energia cinética. O mesmo acontece para a conservação de
energia mecânica.

Podemos resolver vários problemas mecânicos conhecendo os princípios de conservação de energia.

Por exemplo, uma pedra que é abandonada de um penhasco. Em um primeiro momento, antes de ser
abandonada, a pedra tem energia cinética nula ( já que não está em movimento) e energia potencial total.
Quando a pedra chegar ao solo, sua energia cinética sera total, e a energia potencial nula ( já que a altura
será zero).

Dizemos que a energia potencial se transformou, ou se converteu, em energia cinética.

Quando não são consideradas as forças dissipativas (atrito, força de arraste, etc.) a energia mecânica é
conservada, então:

Para o caso de energia potencial gravitacional convertida em energia cinética, ou vice-versa:

Para o caso de energia potencial elástica convertida em energia cinética, ou vice-versa:

Exemplos:

301
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1) Uma maçã presa em uma macieira a 3 m de altura se desprende. Com que velocidade ela chegará ao
solo?

2) Um bloco de massa igual a 10kg se desloca com velocidade constante igual a 12m/s, ao encontrar uma
mola de constante elástica igual a 2000N/m este diminui sua velocidade até parar, qual a compressão na
mola neste momento?

Impulso

Como já vimos, para que um corpo entre em movimento, é necessário que haja um interação entre dois
corpos.

Se considerarmos o tempo que esta interação acontece, teremos o corpo sob ação de uma força constante,
durante um intervalo de tempo muito pequeno, este será o impulso de um corpo sobre o outro:

As características do impulso são:

• Módulo:
• Direção: a mesma do vetor F.

302
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• Sentido: o mesmo do vetor F.

A unidade utilizada para Impulso, no SI, é: N.s

No gráfico de uma força constante, o valor do impulso é numericamente igual à área entre o intervalo de
tempo de interação:

A = F.Δt = I

Quantidade de Movimento

Se observarmos uma partida de bilhar, veremos que uma bolinha transfere seu movimento totalmente ou
parcialmente para outra.

A grandeza física que torna possível estudar estas transferências de movimento é a quantidade de
movimento linear , também conhecido como quantidade de movimento ou momentum linear.

A quantidade de movimento relaciona a massa de um corpo com sua velocidade:

Como características da quantidade de movimento temos:

• Módulo:
• Direção: a mesma da velocidade.
• Sentido: a mesma da velocidade.
• Unidade no SI: kg.m/s.

Exemplo:

Qual a quantidade de movimento de um corpo de massa 2kg a uma velocidade de 1m/s?

Teorema do Impulso

Considerando a 2ª Lei de Newton:

303
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E utilizando-a no intervalo do tempo de interação:

mas sabemos que: , logo:

Como vimos:

então:

"O impulso de uma força, devido à sua aplicação em certo intervalo de tempo, é igual a variação da
quantidade de movimento do corpo ocorrida neste mesmo intervalo de tempo."

Exemplo:

Quanto tempo deve agir uma força de intensidade 100N sobre um corpo de massa igual a 20kg, para que
sua velocidade passe de 5m/s para 15m/s?

Conservação da Quantidade de Movimento

Assim como a energia mecânica, a quantidade de movimento também é mantida quando não há forças
dissipativas, ou seja, o sistema é conservativo, fechado ou mecanicamente isolado.

Um sistema é conservativo se:

304
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Então, se o sistema é conservativo temos:

Como a massa de um corpo, ou mesmo de um sistema, dificilmente varia, o que sofre alteração é a
velocidade deles.

Exemplo:

Um corpo de massa 4kg, se desloca com velocidade constante igual a 10m/s. Um outro corpo de massa 5kg
é lançado com velocidade constante de 20m/s em direção ao outro bloco. Quando os dois se chocarem
ficarão presos por um velcro colocado em suas extremidades. Qual será a velocidade que os corpos unidos
terão?

Propriedades e processos térmicos - Termodinâmica Básica - Escalas de Temperatura

Quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes em contato, podemos observar que a
temperatura do corpo "mais quente" diminui, e a do corpo "mais frio" aumenta, até o momento em que
ambos os corpos apresentem temperatura igual. Esta reação é causada pela passagem de energia térmica do
corpo "mais quente" para o corpo "mais frio", a transferência de energia é o que chamamos calor.

Calor é a transferência de energia térmica entre corpos com temperaturas diferentes.

A unidade mais utilizada para o calor é caloria (cal), embora sua unidade no SI seja o joule (J). Uma caloria
equivale a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de água pura, sob
pressão normal, de 14,5°C para 15,5°C.

A relação entre a caloria e o joule é dada por:

1 cal = 4,186J

Partindo daí, podem-se fazer conversões entre as unidades usando regra de três simples.

Como 1 caloria é uma unidade pequena, utilizamos muito o seu múltiplo, a quilocaloria.

305
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1 kcal = 10³cal

Calor sensível

É denominado calor sensível, a quantidade de calor que tem como efeito apenas a alteração da temperatura
de um corpo.

Este fenômeno é regido pela lei física conhecida como Equação Fundamental da Calorimetria, que diz que a
quantidade de calor sensível (Q) é igual ao produto de sua massa, da variação da temperatura e de uma
constante de proporcionalidade dependente da natureza de cada corpo denominada calor específico.

Assim:

Onde:

Q = quantidade de calor sensível (cal ou J).

c = calor específico da substância que constitui o corpo (cal/g°C ou J/kg°C).

m = massa do corpo (g ou kg).

Δθ = variação de temperatura (°C).

É interessante conhecer alguns valores de calores específicos:

Substância c (cal/g°C)
Alumínio 0,219
Água 1,000
Álcool 0,590
Cobre 0,093
Chumbo 0,031
Estanho 0,055
Ferro 0,119
Gelo 0,550
Mercúrio 0,033
Ouro 0,031
Prata 0,056
Vapor d'água 0,480
Zinco 0,093
Quando:

Q>0: o corpo ganha calor.

Q<0: o corpo perde calor.

306
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Exemplo:

Qual a quantidade de calor sensível necessária para aquecer uma barra de ferro de 2kg de 20°C para 200°C?
Dado: calor específico do ferro = 0,119cal/g°C.

2kg = 2000g

Calor latente

Nem toda a troca de calor existente na natureza se detém a modificar a temperatura dos corpos. Em alguns
casos há mudança de estado físico destes corpos. Neste caso, chamamos a quantidade de calor calculada de
calor latente.

A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa do corpo (m) e de uma constante de
proporcionalidade (L).

Assim:

A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de mudança de fase e se refere a quantidade de


calor que 1g da substância calculada necessita para mudar de uma fase para outra.

Além de depender da natureza da substância, este valor numérico depende de cada mudança de estado
físico.

Por exemplo, para a água:

Calor latente de fusão 80cal/g


Calor latente de vaporização 540cal/g
Calor latente de solidificação -80cal/g
Calor latente de condensação -540cal/g

Quando:

Q>0: o corpo funde ou vaporiza.

Q<0: o corpo solidifica ou condensa.

Exemplo:

307
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Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água vaporize? Dado: densidade da
água=1g/cm³ e calor latente de vaporização da água=540cal/g.

Assim:

Curva de aquecimento

Ao estudarmos os valores de calor latente, observamos que estes não dependem da variação de
temperatura. Assim podemos elaborar um gráfico de temperatura em função da quantidade de calor
absorvida. Chamamos este gráfico de Curva de Aquecimento:

Trocas de calor

Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, este é realizado dentro de um
aparelho chamado calorímetro, que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o
ambiente e com seu interior.

Dentro de um calorímetro, os corpos colocados trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Como os
corpos não trocam calor com o calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a energia térmica
passa de um corpo ao outro.

308
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Como, ao absorver calor Q>0 e ao transmitir calor Q<0, a soma de todas as energias térmicas é nula, ou seja:

ΣQ=0

(lê-se que somatório de todas as quantidades de calor é igual a zero)

Sendo que as quantidades de calor podem ser tanto sensível como latente.

Exemplo:

Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de 200g à 20°C mergulhado em um litro de
água à 80°C? Dados calor específico: água=1cal/g°C e alumínio = 0,219cal/g°C.

Capacidade térmica

É a quantidade de calor que um corpo necessita receber ou ceder para que sua temperatura varie uma
unidade.

Então, pode-se expressar esta relação por:

Sua unidade usual é cal/°C.

A capacidade térmica de 1g de água é de 1cal/°C já que seu calor específico é 1cal/g.°C.

Transmissão de Calor

309
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Em certas situações, mesmo não havendo o contato físico entre os corpos, é possível sentir que algo está
mais quente. Como quando chega-se perto do fogo de uma lareira. Assim, concluímos que de alguma forma
o calor emana desses corpos "mais quentes" podendo se propagar de diversas maneiras.

Como já vimos anteriormente, o fluxo de calor acontece no sentido da maior para a menor temperatura.

Este trânsito de energia térmica pode acontecer pelas seguintes maneiras:

• condução;
• convecção;
• irradiação.

Fluxo de Calor

Para que um corpo seja aquecido, normalmente, usa-se uma fonte térmica de potência constante, ou seja,
uma fonte capaz de fornecer uma quantidade de calor por unidade de tempo.

Definimos fluxo de calor (Φ) que a fonte fornece de maneira constante como o quociente entre a quantidade
de calor (Q) e o intervalo de tempo de exposição (Δt):

Sendo a unidade adotada para fluxo de calor, no sistema internacional, o Watt (W), que corresponde a Joule
por segundo, embora também sejam muito usada a unidade caloria/segundo (cal/s) e seus
múltiplos: caloria/minuto (cal/min) e quilocaloria/segundo (kcal/s).

Exemplo:

Uma fonte de potência constante igual a 100W é utilizada para aumentar a temperatura 100g de mercúrio
30°C. Sendo o calor específico do mercúrio 0,033cal/g.°C e 1cal=4,186J, quanto tempo a fonte demora para
realizar este aquecimento?

Aplicando a equação do fluxo de calor:

310
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Condução Térmica

É a situação em que o calor se propaga através de um "condutor". Ou seja, apesar de não estar em contato
direto com a fonte de calor um corpo pode ser modificar sua energia térmica se houver condução de calor
por outro corpo, ou por outra parte do mesmo corpo.

Por exemplo, enquanto cozinha-se algo, se deixarmos uma colher encostada na panela, que está sobre o
fogo, depois de um tempo ela esquentará também.

Este fenômeno acontece, pois, ao aquecermos a panela, suas moléculas começam a agitar-se mais, como a
panela está em contato com a colher, as moléculas em agitação maior provocam uma agitação nas
moléculas da colher, causando aumento de sua energia térmica, logo, o aquecimento dela.

Também é por este motivo que, apesar de apenas a parte inferior da panela estar diretamente em contato
com o fogo, sua parte superior também esquenta.

Convecção Térmica

A convecção consiste no movimento dos fluidos, e é o princípio fundamental da compreensão do vento, por
exemplo.

O ar que está nas planícies é aquecido pelo sol e pelo solo, assim ficando mais leve e subindo. Então as
massas de ar que estão nas montanhas, e que está mais frio que o das planícies, toma o lugar vago pelo ar
aquecido, e a massa aquecida se desloca até os lugares mais altos, onde resfriam. Estes movimentos causam,
entre outros fenômenos naturais, o vento.

Formalmente, convecção é o fenômeno no qual o calor se propaga por meio do movimento de massas
fluidas de densidades diferentes.

Irradiação Térmica

É a propagação de energia térmica que não necessita de um meio material para acontecer, pois o calor se
propaga através de ondas eletromagnéticas.

Imagine um forno microondas. Este aparelho aquece os alimentos sem haver contato com eles, e ao
contrário do forno à gás, não é necessário que ele aqueça o ar. Enquanto o alimento é aquecido há uma
emissão de microondas que fazem sua energia térmica aumentar, aumentando a temperatura.

311
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O corpo que emite a energia radiante é chamado emissor ou radiador e o corpo que recebe, o receptor.

Temperatura

Chamamos de Termologia a parte da física que estuda os fenômenos relativos ao calor, aquecimento,
resfriamento, mudanças de estado físico, mudanças de temperatura, etc.

Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um corpo ou sistema.

Fisicamente o conceito dado a quente e frio é um pouco diferente do que costumamos usar no nosso
cotidiano. Podemos definir como quente um corpo que tem suas moléculas agitando-se muito, ou seja, com
alta energia cinética. Analogamente, um corpo frio, é aquele que tem baixa agitação das suas moléculas.

Ao aumentar a temperatura de um corpo ou sistema pode-se dizer que está se aumentando o estado de
agitação de suas moléculas.

Ao tirarmos uma garrafa de água mineral da geladeira ou ao retirar um bolo de um forno, percebemos que
após algum tempo, ambas tendem a chegar à temperatura do ambiente. Ou seja, a água "esquenta" e o bolo
"esfria". Quando dois corpos ou sistemas atingem o mesma temperatura, dizemos que estes corpos ou
sistemas estão em equilíbrio térmico.

Escalas Termométricas

Para que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi desenvolvido um aparelho chamado
termômetro.

O termômetro mais comum é o de mercúrio, que consiste em um vidro graduado com um bulbo de paredes
finas que é ligado a um tubo muito fino, chamado tubo capilar.

Quando a temperatura do termômetro aumenta, as moléculas de mercúrio aumentam sua agitação fazendo
com que este se dilate, preenchendo o tubo capilar. Para cada altura atingida pelo mercúrio está associada
uma temperatura.

A escala de cada termômetro corresponde a este valor de altura atingida.

Escala Celsius

É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países, oficializada em 1742 pelo astrônomo e físico sueco
Anders Celsius (1701-1744). Esta escala tem como pontos de referência a temperatura de congelamento da
água sob pressão normal (0°C) e a temperatura de ebulição da água sob pressão normal (100°C).

Escala Fahrenheit

Outra escala bastante utilizada, principalmente nos países de língua inglesa, criada em 1708 pelo físico
alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), tendo como referência a temperatura de uma mistura de gelo
e cloreto de amônia (0°F) e a temperatura do corpo humano (100°F).

312
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Em comparação com a escala Celsius:

0°C=32°F

100°C=212°F

Escala Kelvin

Também conhecida como escala absoluta, foi verificada pelo físico inglês William Thompson (1824-1907),
também conhecido como Lorde Kelvin. Esta escala tem como referência a temperatura do menor estado de
agitação de qualquer molécula (0K) e é calculada apartir da escala Celsius.

Por convenção, não se usa "grau" para esta escala, ou seja 0K, lê-se zero kelvin e não zero grau kelvin. Em
comparação com a escala Celsius:

-273°C=0K

0°C=273K

100°C=373K

Conversões entre escalas

Para que seja possível expressar temperaturas dadas em uma certa escala para outra qualquer deve-se
estabelecer uma convenção geométrica de semelhança.

Por exemplo, convertendo uma temperatura qualquer dada em escala Fahrenheit para escala Celsius:

Pelo princípio de semelhança geométrica:

313
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Exemplo:

Qual a temperatura correspondente em escala Celsius para a temperatura 100°F?

Da mesma forma, pode-se estabelecer uma conversão Celsius-Fahrenheit:

E para escala Kelvin:

314
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Algumas temperaturas:

Escala Fahrenheit
Escala Celsius (°C) Escala Kelvin (K)
(°F)
Ar liquefeito -39 -38,2 243
Maior Temperatura na superfície da
58 136 331
Terra
Menor Temperatura na superfície da
-89 -128 184
Terra
Ponto de combustão da madeira 250 482 523
Ponto de combustão do papel 184 363 257
Ponto de fusão do chumbo 327 620 600
Ponto de fusão do ferro 1535 2795 1808
Ponto do gelo 0 32 273,15
Ponto de solidificação do mercúrio -39 -38,2 234
Ponto do vapor 100 212 373,15
Temperatura na chama do gás natural 660 1220 933
Temperatura na superfície do Sol 5530 10000 5800
Zero absoluto -273,15 -459,67 0

315
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Máquinas Térmicas e processos naturais

Para que um dado sistema realize trabalho às custas da energia retirada na forma de calor de certa fonte
térmica por um processo cíclico são necessárias duas fontes térmicas com temperaturas diferentes. Os
dispositivos que realizam tal atividade por processos cíclicos são chamados de máquinas térmicas (M, na
figura). Uma máquina térmica retira certa quantidade de energia na forma de calor (Q 2 ) da fonte quente e

transfere uma parcela desta energia (Q 1 ) para a fonte fria. Em um ciclo completo, o sistema retorna ao
estado inicial, de modo que U = 0, já que a energia interna é função de estado. Então, o trabalho realizado
em cada ciclo fica: W = Q 2 - Q 1 .

O rendimento mede a
eficiência com que uma
máquina térmica
converte o fluxo de
energia na forma de calor
em fluxo de energia na
forma de trabalho. O rendimento é definido como a razão entre o trabalho realizado no ciclo e a quantidade
de energia retirada da fonte quente na forma de calor:

= W/Q 2 ou = 1 - Q 1 /Q 2

Pelo enunciado de Kelvin para a segunda lei da Termodinâmica, Q 1 é sempre diferente de zere e daí, < 1.
Portanto, é impossível construir uma máquina térmica que transforme integralmente a energia retirada de
uma fonte térmica na forma de calor em trabalho por um processo cíclico.

Refrigeradores são dispositivos que retiram energia na forma de calor de uma fonte fria e a transferem para
uma fonte quente (R, na figura). Nesta transferência, é indispensável fornecer trabalho para realizar o ciclo.
Sendo Q 1 a energia retirada como calor da fonte fria e W, o trabalho realizado sobre o sistema, a energia
transferida como calor para a fonte quente é Q 2 = W + Q 1 . Para um refrigerador, define-se a eficiência e
pela relação:

= Q1/W

ou

= Q 1 /(Q 2 - Q 1 )

Pelo enunciado de Clausius para a segunda lei da Termodinâmica, W é sempre diferente de zero. Assim, é
impossível a um refrigerador, operando em ciclos, transferir energia na forma de calor de uma fonte fria para
uma fonte quente sem receber trabalho. O problema, agora, é descobrir qual o máximo rendimento que se

316
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

pode obter com uma máquina térmica que funcione entre duas fontes dadas. A resposta está no teorema de
Carnot:

Todas as máquinas térmicas que funcionam reversivelmente entre as mesmas temperaturas das fontes fria e
quente possuem o mesmo rendimento.

Para demonstrar o teorema, consideremos duas máquinas reversíveis A e B, com rendimentos e ',
respectivamente.

Suponhamos que < '.

Então W’ > W e Q 1 ’ < Q 1 . Como as máquinas são reversíveis, podemos acoplar uma a outra mas com a
máquina A operando como refrigerador. O resultado efetivo, então, é o seguinte:

a fonte quente fica inalterada

a fonte fria perde a quantidade (Q 1 - Q 1 ’) de energia na forma de calor

é produzido um trabalho (W’ - W).

Portanto, existe como único efeito a produção de trabalho às custas da energia retirada na forma de calor de
uma única fonte térmica. Como isto viola a segunda lei da Termodinâmica (enunciado de Kelvin), a condição
< ' é falsa.

Suponhamos, agora, que > '.

O mesmo argumento pode ser repetido, apenas trocando entre si os papéis desempenhados pelas duas
máquinas. Assim, a máquina B opera agora como refrigerador. E chegamos a conclusão de que a condição
que > h' é falsa. Como h não pode ser maior nem menor do que ', então = '. Isto demonstra o teorema de
Carnot.

Uma conseqüência imediata deste teorema é o seguinte: uma máquina térmica irreversível sempre tem um
rendimento menor do que uma máquina reversível que opere entre as mesmas temperaturas. Para
demonstrar este fato, suponhamos que a máquina B seja irreversível. Na primeira parte da demonstração do
teorema de Carnot mostramos que a condição h < ' é falsa. Mas, agora, a condição > ' não é falsa. Como
temos W’ < W e Q1’ > Q1, ao acoplar as duas máquinas como antes, o resultado efetivo é o seguinte:

a fonte quente permanece inalterada

a fonte fria recebe a quantidade (Q 1 ' - Q 1 ) de energia na forma de calor existe o consumo de uma
quantidade (W - W’) de energia na forma de trabalho.

Ou seja, existe a transformação, perfeitamente possível, de um fluxo de energia na forma de trabalho em um


fluxo de energia na forma de calor.

Assim, para que se obtenha o máximo rendimento, os processos envolvidos devem ser reversíveis.

Um argumento interessante para mostrar que o trabalho é máximo (e daí, também o rendimento) quando o
processo em questão é reversível é o seguinte. Consideremos um gás dentro de um cilindro fechado por um

317
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

pistão móvel e sem atrito, sobre o qual repousa um corpo A, de massa m. O gás está isolado termicamente e
em equilíbrio. Para descobrir que processo (adiabático) permite ao gás realizar o máximo de trabalho contra

a vizinhança, como primeira tentativa, deslocamos o corpo A horizontalmente [figura (a)]. Com isso, o pistão
dispara para cima e (depois de algumas oscilações) atinge um estado de equilíbrio a uma certa altura h.
Como o corpo A não foi deslocado verticalmente, o trabalho realizado pelo gás sobre o corpo é nulo.

Como segunda
tentativa (e partindo
do mesmo estado
inicial) deslocamos
metade do corpo A
horizontalmente [figura (b)]. Com isso, o pistão dispara para cima e alcança o equilíbrio a uma altura h/2.
Então, deslocamos horizontalmente a outra metade do corpo A e, com isso, o pistão alcança a posição de
equilíbrio final elevando-se mais h/2. Nesta segunda tentativa, o gás realizou trabalho sobre a metade do
corpo A, elevando-a a uma altura h/2. Então:

W = (m/2)g(h/2) = (1/4)mgh

Como terceira tentativa, dividimos o corpo A em três partes iguais, repetindo o procedimento feito na
segunda tentativa, deslocando-se horizontalmente uma parte de cada vez. Assim, o trabalho realizado pelo
gás fica:

W = (2m/3)g(h/3) + (m/3)g(h/3) = (1/3)mgh

A partir dos resultados destas tentativas podemos perceber que o trabalho realizado pelo gás é máximo
quando o corpo A for dividido no maior número possível de partes e estas forem, uma a uma, deslocadas
horizontalmente. Cada vez que movemos horizontalmente uma dessas partes, o gás sofre uma pequena
mudança com o pistão subindo uma pequena fração da altura h. A última parte do corpo original será
deslocada horizontalmente com o pistão quase na altura h. No final das contas, o trabalho realizado

pelo gás é equivalente ao trabalho de elevar o corpo A até uma altura h/2. E então:

W = W MAX = (1/2)mgh

O processo levado em passos infinitesimais (e sem atrito) é o que permite ao gás realizar o trabalho máximo.
O processo levado em passos infinitesimais é quase-estático e porque não existe atrito, é reversível.

Se tivéssemos considerado um processo adiabático de compressão, o processo levado a cabo


reversivelmente é o que custaria da vizinhança o trabalho mínimo sobre o sistema.

Como a condução de energia na forma de calor é irreversível, as trocas de energia na forma de calor com as
fontes quente e fria devem ser isotérmicas (cada troca à temperatura da respectiva fonte). Pela mesma razão,
os processos onde há variações de temperatura devem ser adiabáticos, sem troca de energia na forma de
calor. Em outras palavras, uma máquina reversível que funcione entre duas temperaturas deve operar

necessariamente segundo um ciclo de Carnot. Para o ciclo de Carnot, Q 1 /Q 2 = T 1 /T 2 .

318
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Então, o rendimento de uma máquina de Carnot pode ser expresso em função das temperaturas absolutas
das duas fontes:

= 1 - T 1 /T 2

independentemente da substância de operação na máquina. Assim, fica evidente que todas as máquinas
térmicas de Carnot que trabalham entre as mesmas temperaturas T1 e T 2 têm o mesmo rendimento. Uma
máquina real sempre terá um rendimento menor do que o rendimento das máquinas de Carnot que
trabalham entre as mesmas duas temperaturas.

Do mesmo modo, a eficiência de um refrigerador de Carnot pode ser expressa em função das temperaturas
absolutas das duas fontes:

= T 1 /(T 1 - T 2

Termoquímica

As transformações físicas e as reações químicas quase sempre estão envolvidas em perda ou ganho de calor.
O calor é uma das formas de energia mais comum que se conhece.
A Termoquimica é uma parte da Química que faz o estudo das quantidades de calor liberadas ou absorvidas
durante as reações químicas. A maioria das reações químicas envolve perda ou ganho de calor (energia).

Veja no quadro abaixo os tipos de reações com perda ou ganho de calor:

REAÇÕES QUE LIBERAM ENERGIA REAÇÕES QUE ABSORVEM ENERGIA

Queima do carvão Cozimento de alimentos

Queima da vela Fotossíntese das plantas, o sol fornece energia

Reação química em uma pilha Pancada violenta inicia a detonação de um


explosivo

Queima da gasolina no carro Cromagem em para-choque de carro, com


energia elétrica

As transformações físicas também são acompanhadas de calor, como ocorre na mudanda de estados físicos
da matéria.

absorção de calor

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

319
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

liberação de calor

Quando a substância passa do estado físico sólido para liquido e em seguida para gasoso, ocorre absorção
de calor.
Quando a substância passa do estado gasoso para líquido e em seguida para sólido, ocorre liberação de
calor.
Essa energia que vem das reações químicas é decorrente de rearranjo das ligações químicas dos reagentes
transformando-se em produtos. Essa energia armazenada é a ENTALPIA (H). É a energia que vem de dentro
da molécula.
Nas reações químicas não é necessário calcular a entalpia. Devemos calcular, geralmente, a variação de
entalpia (ΔH).
A variação de entalpia é a diferença entre a entalpia dos produtos e a entalpia dos reagentes.

UNIDADE DE CALOR

Tipos de Reações

As reações químicas podem ser de dois tipos:


- ENDOTÉRMICA: absorvem calor (+)
- EXOTÉRMICA: liberam calor (-)

REAÇÃO ENDOTÉRMICA

320
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Se o valor for positivo (+) a reação é endotérmica.


A reação absorveu energia para acontecer.

REAÇÃO EXOTÉRMICA

321
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Se o valor for negativo (-) a reação é exotérmica.


A reação perdeu energia para acontecer.

ENTALPIA

Tipos de Entalpias

Através de algumas reações, é possível calcular o valor da variação de entalpia.


- Entalpia de Formação
- Entalpia de Combustão
- Entalpia de Ligação
- Entalpia de Neutralização
- Entalpia de Dissolução

Entalpia de Formação ou Calor de Reação

A Entalpia de formação é a energia da reação quando forma 1 mol de substância, a partir das substâncias
químicas (elemento no seu estado padrão).

Estado Padrão: é a forma mais estável de uma substância a 25°C e a 1atm de pressão. São as substâncias
simples.
As substâncias que participam da reação de formação devem ser simples. Devem informar o estado físico.
Sua variação de entalpia de formação padrão é zero.

322
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Exemplo de substância simples:


C(grafite), O2(g), N2(g), H2(g), Na(s), S(s).

Exemplo de reação de formação:

Isto quer dizer que para formar 1 mol de NH3 a reção produz 11 kcal de energia.
Este cálculo pode ser feito utilizando a fórmula da variação de entalpia e utilizando alguns dados tabelados.

Tabela com valores de Entalpia de Formação Padrão de Algumas Substâncias

SUBSTÂNCIA H°f kJ/mol SUBSTÂNCIA H°f kJ/mol

C2H2(g) 226,8 C diamante +2,1

CH4(g) -74,8 NH3 (g) -45,9

CO(g) -110,3 NaCl (s) -412,1

CO2(g) -393,3 O3 (g) +143

H2O(v) -242 SO2 (g) -297

H2O(l) -286 SO3 (g) -396

Exemplo:
Escreva a reação de formação para cada substância abaixo, indicando o valor da entalpia de formação de
SO3(g):
1°) montar a reação de formação:

2°) Aplicar a fórmula:

Entalpia de Combustão

323
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É sempre uma reação exotérmica. É o calor liberado na reação de combustão de 1 mol de uma substância
em presença de gás oxigênio O2(g)

COMBUSTÃO COMPLETA: mais quantidade de oxigênio. Forma gás carbônico e água.

COMBUSTÃO INCOMPLETA: menos quantidade de oxigênio. Produz menos quantidade de energia. Forma
mais resíduos como monóxido de carbono (CO) e água (H2O).

Exemplo:
Qual o valor da entalpia de combustão do benzeno (C6H6)?
Dados:

Tabela de ΔH°comb de algumas substâncias

SUBSTÂNCIA FÓRMULA ΔH°comb (kcal/mol)

Hidrogênio H2(g) -68,3

Carbono Grafite C(grafite) -94,1

Monóxido de Carbono CO(g) -67,6

Metano CH4(g) -212,8

Etano C2H6(g) -372,8

Propano C3H8(g) -530,6

Butano C4H10(g) -688,0

Benzeno C6H6(g) -781,0

Etanol H3C – CH2 – OH(l) -326,5

Ácido Acético H3C – COOH(l) -208,5

324
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Glicose C6H12O6(S) -673,0

Sacarose C12H22O11(S) -1348,9

Entalpia de Ligação

Durante as reações químicas, as ligações químicas dos reagentes e produtos são alteradas. Podemos calcular
o ΔH pela análise desses novos rearranjos.

A entalpia de ligação é a variação de entalpia verificada na quebra de 1mol de uma determinada ligação
química, sendo que todas as substâncias estejam no estado gasoso, a 25° C e 1atm.

Reagentes = sempre são quebradas as ligações = ENDOTÉRMICA (+)


Produtos = sempre são formadas as ligações = EXOTÉRMICA (-)
Exemplo:

A ΔH do processo é a soma desses calores. Calcula-se utilizando dados tabelados.

ENTALPIA DE LIGAÇÃO (EM kJ/MOL)

LIGAÇÃO H°(kJ/MOL) LIGAÇÃO H°(kJ/MOL) LIGAÇÃO H°(kJ/MOL)

H–H 436 H – Br 366 N–C 305

H–O 463 H–I 299 C≡C 837

N–N 163 H–N 388 C=C 612

N=N 409 H–C 412 C–C 348

N≡N 944 O=O 496 C – Cl 338

H–F 565 O–C 360 Br – Br 193

H – Cl 431 O=C 743 Cl – Cl 242

325
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A partir desta tabela com dados das ligações de alguns elementos é possível calcular também outras
entalpias, como por exemplo a de combustão e a de formação.

Entalpia de Neutralização

É a entalpia de uma reação de neutralização (entre um ácido e uma base formando sal e água). A reação é
exotérmica.
É a variação de entalpia verificada na neutralização de 1mol de H+ do ácido por 1mol de OH-da base, sendo
todas as substâncias em diluição total ou infinita, a 25°C e 1atm.

Exemplos:

Entalpia de Dissolução

É a variação de entalpia envolvida na dissolução de 1mol de determinada substância numa quantidade de


água suficiente para que a solução obtida seja diluída.
Quando um sólido é colocado em um copo com água acontece uma dissolução. Nesta ordem acontece:

326
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LEI DE HESS

O químico e médico Germain Henry Hess (1802-1850) desenvolveu importantes trabalhos na área de
Termoquímica.
A Lei de Hess é uma lei experimental e estabelece que a variação de entalpia de uma reação química
depende apenas dos estados inicial e final da reação.

A Lei de Hess também pode ser chamada de Lei da Soma dos Calores de Reação. É uma forma de calcular a
variação de entalpia através dos calores das reações intermediárias. Podem ser infinitas variações de entalpia.

Exemplo:
Qual o valor da variação de entalpia da reação a seguir?

Dados (equações intermediárias):

Resolução:

______________________________________

327
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Observe que a ΔH1e ΔH2 são somadas, obtendo-se o valor da variação de entalpia. As equações químicas
também são somadas, obtendo-se a reação global.

Para montar as equações e aplicar a Lei de Hess, podemos fazer algumas alterações matemáticas, seguindo
as seguintes regras:
1°) as equações intermediárias devem estar de acordo com a reação global. Coloca-se as equações (dados)
na ordem que reagem ou são produzidas. Se não estiverem de acordo, troca-se o sinal da ΔH;
2°) acertar os coeficientes também de acordo com a reação global. Se a equação for multiplicada, a ΔH
também deve ser multiplicada pelo mesmo número.
3°) realizar o somatório para montar a reação global;
4°) somar os valores das ΔH das equações intermediárias para achar a ΔH da reação global.

Exemplo:

Calcule a variação de entalpia da seguinte reação pela Lei de Hess:

Dados:

Resolução:
Deve-se escrever todas as equações intermediárias (dados) de acordo com a reação global. Na primeira
equação, o que há em comum é o C(grafite). Então ele deve ser escrito da mesma forma (como reagente e
1mol).
A segunda equação tem em comum com a reação global o H2(g). Nos dados, esta esécie química não está
exatamente igual como na global. Deve-se multiplicar toda a equação por 2, inclusive a ΔH2
A terceira equação tem em comum com a reação global o CH4(g). deve-se inverter a posição desta equação
e portanto trocar o sinal da ΔH3

Veja como deve ser feito:

328
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Estudo dos Gases

Gases são fluidos no estado gasoso, a característica que o difere dos fluidos líquidos é que, quando colocado
em um recipiente, este tem a capacidade de ocupa-lo totalmente. A maior parte dos elementos químicos
não-metálicos conhecidos são encontrados no seu estado gasoso, em temperatura ambiente.

As moléculas do gás, ao se movimentarem, colidem com as outras moléculas e com as paredes do recipiente
onde se encontram, exercendo uma pressão, chamada de pressão do gás.

Esta pressão tem relação com o volume do gás e à temperatura absoluta.

Ao ter a temperatura aumentada, as moléculas do gás aumentam sua agitação, provocando mais colisões.

Ao aumentar o volume do recipiente, as moléculas tem mais espaço para se deslocar, logo, as colisões
diminuem, diminuindo a pressão.

Utilizando os princípios da mecânica Newtoniana é possível estabelecer a seguinte relação:

Onde:

p=pressão

m=massa do gás

v=velocidade média das moléculas

V=volume do gás.

Gás perfeito ou ideal

É considerado um gás perfeito quando são presentes as seguintes características:

• o movimento das moléculas é regido pelos princípios da mecânica Newtoniana;


• os choques entre as moléculas são perfeitamente elásticos, ou seja, a quantidade de movimento é
conservada;
• não há atração e nem repulsão entre as moléculas;
• o volume de cada molécula é desprezível quando comparado com o volume total do gás.

Energia cinética de um gás

Devido às colisões entre si e com as paredes do recipiente, as moléculas mudam a sua velocidade e direção,
ocasionando uma variação de energia cinética de cada uma delas. No entanto, a energia cinética média do
gás permanece a mesma.

329
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Novamente utilizando-se conceitos da mecânica Newtoniana estabelece-se:

Onde:

n=número molar do gás (nº de mols)

R=constante universal dos gases perfeitos (R=8,31J/mol.K)

T=temperatura absoluta (em Kelvin)

O número de mols do gás é calculado utilizando-se sua massa molar, encontrado em tabelas periódicas e
através da constante de Avogadro.

Utilizando-se da relação que em 1mol de moléculas de uma substância há moléculas desta


substância.

Transformação Isotérmica

A palavra isotérmica se refere a mesma temperatura, logo uma transformação isotérmica de uma gás, ocorre
quando a temperatura inicial é conservada.

A lei física que expressa essa relação é conhecida com Lei de Boyle e é matematicamente expressa por:

Onde:

p=pressão

V=volume

=constante que depende da massa, temperatura e natureza do gás.

Como esta constante é a mesma para um mesmo gás, ao ser transformado, é válida a relação:

Exemplo:

Certo gás contido em um recipiente de 1m³ com êmbolo exerce uma pressão de 250Pa. Ao ser comprimido
isotérmicamente a um volume de 0,6m³ qual será a pressão exercida pelo gás?

330
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Transformação Isobárica

Analogamente à transformação isotérmica, quando há uma transformação isobárica, a pressão é conservada.

Regida pela Lei de Charles e Gay-Lussac, esta transformação pode ser expressa por:

Onde:

V=volume;

T=temperatura absoluta;

=constante que depende da pressão, massa e natureza do gás.

Assim, quando um mesmo gás muda de temperatura ou volume, é válida a relação:

Exemplo:

Um gás de volume 0,5m³ à temperatura de 20ºC é aquecido até a temperatura de 70ºC. Qual será o volume
ocupado por ele, se esta transformação acontecer sob pressão constante?

É importante lembrarmos que a temperatura considerada deve ser a temperatura absoluta do gás (escala
Kelvin) assim, o primeiro passo para a resolução do exercício é a conversão de escalas termométricas:

Lembrando que:

Então:

331
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Transformação Isométrica

A transformação isométrica também pode ser chamada isocórica e assim como nas outras transformações
vistas, a isométrica se baseia em uma relação em que, para este caso, o volume se mantém.

Regida pela Lei de Charles, a transformação isométrica é matematicamente expressa por:

Onde:

p=pressão;

T=temperatura absoluta do gás;

=constante que depende do volume, massa e da natureza do gás.;

Como para um mesmo gás, a constante é sempre a mesma, garantindo a validade da relação:

Exemplo:

Um gás que se encontra à temperatura de 200K é aquecido até 300K, sem mudar de volume. Se a pressão
exercida no final do processo de aquecimento é 1000Pa, qual era a pressão inicial?

Equação de Clapeyron

Relacionando as Leis de Boyle, Charles Gay-Lussac e de Charles é possível estabelecer uma equação que
relacione as variáveis de estado: pressão (p), volume (V) e temperatura absoluta (T) de um gás.

Esta equação é chamada Equação de Clapeyron, em homenagem ao físico francês Paul Emile Clapeyron que
foi quem a estabeleceu.

Onde:

p=pressão;

V=volume;

n=nº de mols do gás;

332
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

R=constante universal dos gases perfeitos;

T=temperatura absoluta.

Exemplo:

(1) Qual é o volume ocupado por um mol de gás perfeito submetido à pressão de 5000N/m², a uma
temperatura igual a 50°C?

Dado: 1atm=10000N/m² e

Substituindo os valores na equação de Clapeyron:

Lei geral dos gases perfeitos

Através da equação de Clapeyron é possível obter uma lei que relaciona dois estados diferentes de uma
transformação gasosa, desde que não haja variação na massa do gás.

Considerando um estado (1) e (2) onde:

Através da lei de Clapeyron:

333
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

esta equação é chamada Lei geral dos gases perfeitos.

BLOCO 3

Noções de controle de processo

A evolução das tecnologias, equipamentos e sistemas de controle de processos industriais, sempre objetivam
a eliminação ou minimização de algum problema gerado pela implementação anterior, entretanto sempre
que se desenvolve uma nova solução buscando a obtenção de maiores vantagens, a mesma traz consigo,
algumas desvantagens intrínsecas. A definição pela utilização ou não da nova solução é sempre baseada em
uma análise da relação custo x benefício disponibilizada.

As alternativas desenvolvidas durante o desenrolar da historia da automação e controle de processos foram


sendo consolidadas ou invalidadas por essa metodologia a qual confronta as vantagens e as desvantagens
de cada implementação, considerando sempre os aspectos particulares de cada processo específico.

As plantas de processo antigas possuíam seus controladores e registradores instalados diretamente no


campo, fisicamente muito próximos aos sensores e elementos finais de controle, o que garantia simplicidade
e velocidade de comunicação entre esses elementos. Com o crescimento do número de processos
gerenciados nas plantas, necessitou-se implementar as salas de controle centralizadas, perdendo-se as
vantagens geradas pela referida proximidade entre os equipamentos. Isso gerou atrasos e dificuldades de
manutenção na planta, entretanto, as vantagens geradas compensavam essas desvantagens.

Com a evolução dos sistemas eletrônicos, os quais ficaram mais robustos, assim como, com o
desenvolvimento das comunicações digitais, pode-se retornar os elementos controladores para o campo,
diminuindo o atraso e a dificuldade de manutenção, sem contudo perder-se as funcionalidades de
monitoramento, ajuste e configuração a partir de uma localização remota, podendo-se, em alguns casos,
efetua-los via internet, inclusive utilizando-se sistemas wireless.

A implementação que permitiu essa evolução foi denominada Rede de Chão de Fábrica, sendo inicialmente
uma tecnologia proprietárias. A tecnologia atual evoluiu dessas implementações, concretizando os
chamados Protocolos Abertos de Comunicação Digital, os quais possuem normas bem definidas e de

334
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

domínio público, que se seguidas, garantem a intercomunicação entre equipamentos certificados, os quais
podem ser fornecidos por vários fabricantes diferentes.

Esses protocolos ficaram conhecidos como Barramentos de Campo ou Fieldbuses, sendo os mesmos,
classificados quanto ao tipo de dispositivo que comunicam e quanto ao formato dos dados que
transportam. Esta classificação abrange as redes Sensorbus, Devicebus e Fieldbus, sendo cada uma destas,
mais vantajosa para uma determinada aplicação específica.

O controle de processos industriais, no início de sua implantação, era totalmente executado de forma
manual, necessitando da interferência constante de um operador, o qual era responsável por monitorar suas
variáveis e intervir de forma corretiva visando à manutenção dos valores das mesmas, dentro de limites pré-
estabelecidos.

Muito rapidamente identificou-se que esse tipo de controle não era eficiente, pois existia um retardo muito
grande na correção do valor da variável, resultando em amplitudes excessivamente grandes de variação. Isso
demonstrou concretamente sua inviabilidade para o controle de processos que priorizavam a qualidade do
produto e/ou a segurança em suas instalações.

A partir dessa conclusão,


começaram os esforços
para a automatização dos
sistemas de controle,
objetivando desenvolver
dispositivos que pudessem
governar a si próprios, com
a mínima interferência
humana. Este desenvolvimento baseou-se em uma ciência denominada Instrumentação, a qual se encarrega
de desenvolver e aplicar técnicas para medição, indicação, registro e controle de processos de fabricação,
visando a sua otimização. Estes sistemas de controle utilizavam equipamentos que realizavam a medição do
valor da variável e transmitiam uma informação referente ao mesmo a um dispositivo controlador.

Esse por sua vez, efetuava comparações entre esse valor e um valor de referencia, emitindo um comando de
correção, caso os mesmos apresentassem alguma diferença. Este comando de correção era transmitido por
um determinado meio de comunicação até um atuador, o qual se responsabilizaria pela ação de correção da
variável, forçando-a a se aproximar cada vez mais do referido valor de referência.

Com isso, foram desenvolvidas estratégias que, a exemplo do controle PID (Proporcional, Integral,
Derivativo), possibilitaram a realização de um controle da variável do processo, diminuindo a amplitude de
sua variação e estabilizando-a em um tempo suficientemente curto.

335
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O desenvolvimento desse
tipo de controle trouxe várias
vantagens, a citar:

• Aumento da
produtividade;

• Diminuição do gasto com


remuneração de mão-de-
obra, a partir da diminuição o número de operadores necessários para a manutenção do controle;

• Diminuição dos acidentes de trabalho, a partir de uma menor presença humana em áreas insalubres e/ou
perigosas;

• Desenvolvimento de possibilidades para efetivação de controle em áreas inviáveis à presença humana;

• Aumento da qualidade dos produtos, a partir da diminuição do tempo necessário à correção dos
parâmetros e do aumento de precisão no ajuste dos mesmos.

Os primeiros sistemas automáticos desenvolvidos foram implementados totalmente no campo, permitindo


que os sensores, controladores e elementos finais de controle, fossem instalados bem perto uns dos outros.
Esta implementação denominada de Controle Local, permitia uma boa velocidade de comunicação,
considerando-se os padrões da época.

A primeira
metodologia de
transmissão de
informações entre os
componentes dos
sistemas de controle
utilizava, a tecnologia
pneumática, a qual
funcionava através da
emissão de um sinal analógico, modulado proporcionalmente ao valor da variável medida, sendo esta
tecnologia a primeira a receber uma faixa padronizada de valores (3 e 15 psi), podendo ainda hoje se
encontrar, em malhas de controle mais antigas, equipamentos funcionando perfeitamente com esse tipo de
metodologia.

A segunda metodologia de transmissão já utilizava sinais de corrente elétrica, os quais também eram
analógicos e modulados proporcionalmente ao valor da variável medida. Os mesmos foram padronizados na

336
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

faixa de 4 a 20 mA, possuindo como vantagem, uma velocidade de comunicação maior que o da tecnologia
anterior.

Essas metodologias de controle situadas totalmente no campo possuíam, entre outras vantagens, um projeto
simples, um custo reduzido e controle totalmente distribuído. Entretanto, tinham a grande desvantagem de
necessitar que o operador se deslocasse ao campo sempre que o mesmo tinha de efetuar algum ajuste nos
equipamentos.

Com o passar do tempo, as dificuldades no gerenciamento das plantas de processo foram gradativamente
aumentando, conforme aumentavam o tamanho e a complexidade dessas instalações. O desenvolvimento
de processo evolutivo moveu os controladores do campo para um local remoto ao processo, centralizando-
os em uma sala de controle. Essa nova disposição das instalações permitiu a execução da configuração de
vários controladores do processo a partir de um único ponto, sem a necessidade do operador deslocar-se
até o campo. Isso também possibilitou a implementação de um ambiente protegido, tanto para os
operadores quanto para os dispositivos controladores.

Foram as
características do
ambiente da sala de
controle que
possibilitaram a
implantação dos
primeiros
equipamentos
eletrônicos no
controle de processos, pois a tecnologia eletrônica da época, ainda não era capaz de conviver com os níveis
de umidade e temperatura característicos do campo. Entretanto a sala de controle poderia abrigá-los e
mantê-los em perfeitas condições de operação.

Apesar de todas as vantagens obtidas com a implantação das salas de controle, a mesma também possuía
suas desvantagens, como por exemplo: O grande número e comprimento dos cabos de interligação, os quais
acarretavam um aumento tanto na dificuldade quanto nos custos de instalação e manutenção, aumentando
também, a possibilidade de falha de comunicação devido ao rompimento de algum desses condutores.
Outra desvantagem foi o aumento do atraso na comunicação, gerado pelo distanciamento entre os
controladores instalados no interior da sala e os demais dispositivos que continuavam instalados no campo.

Outro aspecto a se considerar é que o operador, apesar da possibilidade de configuração dos controladores
sem sair da sala de controle, acabava tendo que se deslocar ao campo sempre que precisava efetuar algum
ajuste nos transmissores ou posicionadores de válvula lá instalados.

Com a continuidade do processo evolutivo, foram ocorrendo muitos avanços na tecnologia de


semicondutores e de microprocessadores, tornando os componentes eletrônicos menos suscetíveis aos
problemas de mudança de temperatura, aumentando sua confiabilidade e robustez e permitindo, aos
mesmos, serem incorporados aos transmissores que operam diretamente no campo.

337
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Com essa incorporação os transmissores de campo começaram a poder contar com algum processamento
digital e com uma certa inteligência, a qual era utilizada para melhorar e garantir o desempenho do
transmissor. Entretanto, toda comunicação entre os dispositivos continuava seguindo o padrão de 4 a 20 mA,
ou seja continuava sendo realizada analogicamente.

Um próximo passo na evolução foi a criação dos chamados SDCD (Sistemas Digitais de Controle Distribuído)
os quais se apresentaram como um dos primeiros sistemas utilizados na automação, a possuir comunicação
digital.

As vantagens desses
sistemas estavam
em sua grande
eficiência, robustez e
na possibilidade de
distribuição do
controle em diversas
placas eletrônicas
interligadas pela
rede, de forma que
se uma placa
apresentasse defeito
e não fosse
redundante perder-se-ia somente uma parte do controle da planta. Entretanto, os mesmos apresentaram-se
como uma solução proprietária, onde cada fabricante de SDCD disponibilizava toda a instalação. A
desvantagem dessa alternativa e que os equipamentos utilizados só possuíam compatibilidade de
comunicação entre si mesmos, impossibilitando a instalação de instrumentos fornecidos por outros
fabricantes na planta. Outra desvantagem é que estes sistemas possuíam preços muito elevados e exigiam
mão-de-obra extremamente especializada, o que deixava a empresa compradora em uma condição de
dependência em relação ao fabricante do sistema, implicando em um risco econômico muito grande para a
compradora.

Outro dado importante a ser considerado e que, apesar de já se utilizar a tecnologia de redes digitais para a
interligação das placas do SDCD, a comunicação com os instrumentos de campo continuava sendo analógica
(4-20 mA), utilizando um par de fios para cada instrumento.

Uma outra inovação foi a criação dos CLP´s (Controladores Lógicos Programáveis), os quais, inicialmente, se
dispunham a trabalhar somente com variáveis do tipo on/off tendo pó isso, uma grande aceitação no

338
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

mercado como uma alternativa de substituição dos controladores baseados em relés eletromecânicos.
Posteriormente, foi implementada a capacidade de se efetuar controle de variáveis analógicas, entretanto,
esse desenvolvimento de sua capacidade impôs um aumento considerável em sua complexidade e,
conseqüentemente, em seu custo.

Os fabricantes dos CLP´s seguiram


os mesmos passos dos fabricantes
de SDCD´s, também procurando
desenvolver métodos de
comunicação digital entre seus
dispositivos. Dessa forma, cada um
criou um protocolo próprio para
intercomunicação entre seus
controladores, desenvolvendo paralelamente a isso, o conceito dos módulos remotos de entrada e saída de
dados (Módulos de I/O), os quais também utilizavam protocolos proprietários para troca de informações, e
por conseguinte, possuíam as mesmas desvantagens dos SDCD’s quanto à questão da interoperabilidade
com equipamentos de outros fabricantes.

Os fabricantes dos CLP´s


seguiram os mesmos
passos dos fabricantes de
SDCD´s, também
procurando desenvolver
métodos de comunicação
digital entre seus
dispositivos.

Dessa forma, cada um


criou um protocolo próprio
para intercomunicação
entre seus controladores,
desenvolvendo paralelamente a isso, o conceito dos módulos remotos de entrada e saída de dados
(Módulos de I/O), os quais também utilizavam protocolos proprietários para troca de informações, e por
conseguinte, possuíam as mesmas desvantagens dos SDCD’s quanto à questão da interoperabilidade com

339
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

equipamentos de outros fabricantes. A mesma tendência evolutiva incidiu sobre os transmissores de campo.
A partir da

incorporação gradativa de circuitos eletrônicos, os mesmos migraram da classificação de transmissores


convencionais, nos quais todos os ajustes eram feitos através de jumper’s, micro-switch’s ou potenciômetros,
diretamente na parte físicas do equipamento instalado no campo; passando em um segundo momento, a
permitir configuração remota através de um protocolo de comunicação digital, podendo então se classificar
como transmissores Smart.

A implementação deste tipo de transmissor, constituiu um importante avanço no controle de processos, pois
o operador não necessitava mais ir ao campo para efetuar ajustes e configurações. Entretanto, apesar da
efetivação da comunicação digital, ela se restringia a transmissão de dados de configuração, não
contemplando ainda, os valores das variáveis de processo, que continuavam sendo transmitidos na forma de
um sinal analógico de 4 a 20 mA. Inicialmente, os referidos protocolos de comunicação erram proprietários,
mas no decorrer dos anos, acabaram culminando na elaboração do Protocolo HART (Highway Addressable
Remote Transducer), o primeiro padrão onde equipamentos de vários fabricantes diferentes foram capazes
de se comunicar entre si.

O Protocolo Hart, apesar de possibilitar inúmeras inovações, ainda não era o ideal para a troca de dados de
controle entre inúmeros equipamentos em um mesmo par de fios, tanto pela sua velocidade, quanto pela
sua implementação de mensagens.

Os próximos estudos evolutivos visaram à eliminação das desvantagens geradas pela implementação das
salas de controle, partindo de duas diretrizes principais: a diminuição do número de cabos de interligação, o
que aumentaria a confiabilidade do sistema e facilitaria a identificação e correção dos pontos de falha; e da
reaproximação física entre elemento controlador e os demais dispositivos de controle, o que diminuiria o
tempo gasto durante a comunicação entre os mesmos.

A conclusão obtida nesses estudos e que a solução ideal seria o retorno dos dispositivos controladores ao
campo, desde que se pudesse continuar efetuando seus ajustes e configurações remotamente, mantendo-se
a capacidade de intercomunicação entre dispositivos disponibilizados por fabricantes distintos.

A obtenção real dessa solução começou a ser permitida quando do desenvolvimento dos Transmissores
Inteligentes e dos Protocolos Abertos de Comunicação Digitais de Dados para Controle de Processos,
também conhecidos como Barramentos de Campo, Fieldbuses ou Redes de Chão de Fábrica.

Os Transmissores Inteligentes, por serem micro-processados, fornecem a possibilidade de realização de


processamento on-board, podendo executar no próprio campo, as funções do controlador, ou seja, podendo
efetuar o chamado controle local.

Outra vantagem obtida com a utilização de Transmissores Inteligentes conjuntamente com um sistema
Fieldbus é que toda a comunicação realizada é digital, incluindo a transmissão dos valores relativos às
variáveis de processo. Isso repercute em uma maior imunidade aos campos magnéticos existentes nas
proximidades do processo controlado, assim como, na possibilidade de se ter um maior número de
informações de diagnóstico circulando na rede, o que aumenta ainda mais a confiabilidade da mesma.

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Um outro aspecto importantíssimo a ser considerado é o ganho de precisão e de desempenho obtido com a
comunicação digital. Para esclarecer isso, faz-se necessário uma análise comparativa entre um sistema com
comunicação analógica e um com comunicação digital: Conforme pode ser observado na figura, em um
sistema com comunicação analógica, existe um grande número de conversões de dados analógicos para
digitais (A/D) e de digitais para analógico (D/A).

A variável controlada, vazão no caso do exemplo, possui um valor essencialmente analógico, o qual necessita
ser convertido para um valor digital (conversão A/D) de forma a ser processado pelo transmissor, pois o
mesmo funciona digitalmente. Entretanto, depois de processado pelo transmissor, necessita ser reconvertido
para um valor analógico (conversão D/A), para poder ser transmitido ao controlador, pois o método de
transmissão utilizado funciona analogicamente (4 a 20 mA).

Ao chegar ao controlador, a informação relativa ao valor da variável de processo precisa passar novamente
por uma conversão A/D, antes de ser processada, passando por outra conversão D/A para poder, finalmente,
ser enviada ao posicionador da válvula de controle.

Neste ponto o sinal, que agora representa um comando para a válvula de controle, e novamente convertido
para digital, sendo processado de forma a produzir um valor analógico de deslocamento da haste da referida
válvula.

Pode-se observar que ocorreram


3 (três) conversões A/D e 3 (três)
conversões D/A, totalizando 6
(seis). Considerando-se que, a
cada conversão perde-se, um
pouco da precisão do valor e
necessita-se de um tempo a
mais para a realização das
mesmas, pode-se concluir que o processo seria muito mais eficiente caso se minimizasse esse número de
conversões.

No caso de um sistema com comunicação digital, somente duas conversões serão executadas, uma do valor
analógico da variável controlada para um valor digital na entrada do transmissor, sendo, esse valor,
processado digitalmente, enviado neste mesmo formato pelo meio de comunicação digital, reprocessado no
posicionador da válvula e somente aí será reconvertido de digital para um valor analógico de deslocamento
da haste da válvula.

Perceba que em um sistema Fieldbus, como os elementos de campo podem executar a função de
controlador, tanto é possível se realizar o processamento do PID no transmissor quanto no posicionador da
válvula, eliminando-se assim, a necessidade de se ter um elemento a mais, única e exclusivamente para a
realização das funções de controle. Entretanto, tendo em vista que tanto o processamento quanto à
transmissão do sinal são digitais, mesmo que existisse um ou mais controladores intermediários no sistema,
nenhuma outra conversão seria realizada.

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Noções de Operações Unitárias

As Operações Unitárias são as


etapas individuais que
constituem todos processos que
transformam uma matéria-prima em produto final. As técnicas de projeto de operações unitárias são
baseadas em princípios teóricos ou empíricos de Transferência de Massa, Transferência de Calor,
Transferência de Quantidade de Movimento, Termodinâmica, Biotecnologia e Cinética Química. Desta forma,
os processos podem ser estudados de forma simples e unificada. Cada Operação Unitária é sempre a mesma
operação, independente da natureza química dos componentes envolvidos. Por Exemplo: Transferência de
calor é a mesma operação em um processo petroquímico ou em uma indústria de alimentos.

Transferência de massa

Transferência de massa é o processo de transporte onde existe a migração de uma ou mais espécies
químicas em um dado meio, podendo esse ser sólido, líquido ou gasoso. O transporte das espécies químicas
pode ser feito por dois mecanismos: difusão e/ou convecção. A difusão deve-se à diferença de potenciais
químicos das espécies, ou seja, á diferença de concentrações entre dois locais num dado sistema. A
convecção deve-se às condições de escoamento de um sistema, por exemplo, líquido em movimento sobre
uma placa.

Alguns exemplos de aplicação deste fenômeno são o endurecimento de aços, o tempo total para ocorrer
uma dada reação química em um leito reativo e a operação de filtragem utilizando membranas.

As operações unitárias podem ser classificadas de acordo com critérios variados; aqui elas foram divididas
em quatro grupos de acordo com sua finalidade dentro do processo produtivo :

• Operações preliminares

• Operações de conservação

• Operações de transformação

• Operações de separação

As operações unitárias preliminares, como já diz o próprio nome, são normalmente realizadas antes de
qualquer outra operação. Suas funções estão associadas a uma preparação do produto para o posterior
processamento ou uma melhoria das condições sanitárias da matéria-prima. As principais operações
unitárias preliminares são:

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• Limpeza

• Seleção -

• Classificação

• Eliminação

• Branqueamento

Operações envolvendo a transferência de massa

Quando se colocam em contato duas fases de composições diferentes, pode ocorrer a transferência de
componentes de uma fase a outra e vice-versa. Este transferência entre as fases ocorre até que o estado de
equilíbrio seja atingido. Dentre as principais operações de transferência de massa destacam-se:

Destilação

É o processo de separação mais amplamente utilizado nas indústrias químicas. A separação dos constituintes
está baseada nas diferenças de volatilidades entre diferentes constituintes químicos.

Na destilação ocorre o contato de uma fase vapor com a fase líquida, e há a transferência de massa da fase
líquida para o vapor e deste para aquele. O líquido e o vapor contêm, em geral, os mesmos componentes,
mas em quantidades relativas diferentes. O efeito final é a concentração maior do constituinte mais volátil no
vapor e o menos, no líquido. Em muitas situações é conveniente realizar a destilação em equipamentos
multiestágios.

Extração líquido-líquido

A extração líquido-líquido é um processo de separação que se utiliza da propriedade de miscibilidade de


líquidos. Por exemplo, em uma situação onde temos dois líquidos, A e B, miscíveis entre si, e queremos
separar A de B, podemos usar um terceiro líquido, C, que seja mais miscível com A do que com B (veja
figura). A separação entre o extrato, A e C, e o rafinado, A e B, é feita com uma ampola de decantação ou um
funil separador.

A recuperação de A a partir do extrato é geralmente feita por destilação.

Extração Sólido-Líquido

Quando preparamos um chá, um


café, ou mesmo um chimarrão, estamos fazendo uma extração sólido-líquido. Nestes casos, componentes

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que estavam na fase sólida (no pó de café ou nas ervas) passam para a fase líquida (água). Em todos os
exemplos, a extração é descontínua; isto é possível porque a solubilidade dos componentes extraídos em
água é grande. Porém, nos casos onde a solubilidade do soluto é pequena, ou quando quisermos maximizar
a extração do soluto, utiliza-se a técnica da extração contínua.

Adsorção e Absorção

A adsorção é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente); o


grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície - os sólidos porosos como o
carvão são ótimos adsorventes. As forças que atraem o adsorvato podem ser químicas ou físicas. Um
exemplo desta operação é a eliminação do odor de geladeira com o uso de carvão ativado (o odor se fixa
nas superfícies livres nos poros do carvão.

A Absorção e a fixação de um gás por um sólido ou um líquido, ou a fixação de um líquido por um sólido. A
substância absorvida se infiltra na substância que absorve. Esta operação está limitada as restrições
termodinâmicas assim como a destilação, portanto o conhecimento em termodinâmica é imprescindível para
se projetar ou operar uma coluna de Absorção. Esta operação é utilizada para purificação de gases e para
recuperação de solutos.

Aquecimento e resfriamento de fluidos

Os equipamentos industriais utilizados para troca térmica tanto no aquecimento quanto no resfriamento são
normalmente chamados de trocadores de calor. Esta é uma operação com denominação muito genérica,
assim vamos definir um trocador de calor como um dispositivo que efetua a transferência de calor de um
fluido para outro. A transferência de calor pode se efetuar de quatro maneiras principais:

• pela mistura dos fluidos;

• pelo contato entre os fluidos;

• com armazenagem intermediária; e

• através de um parede que separa os fluidos quente e frio.

Os trocadores de calor podem ser classificados de acordo com:

- A disposição das correntes dos fluidos: correntes paralelas, contracorrente, correntes cruzadas e multipasse.

- Tipo de construção: segundo a construção os trocadores podem ser de tubos coaxiais, casco e tubos e
compactos

Aplicações de Trocadores de Calor

• Torres de Refrigeração

• Condensadores

• Evaporadores

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• Leito Fluidizado

• Condicionadores de ar

• Aquecedores

• Alambique

• Radiador Automotivo

Evaporação

É usada quando há interesse somente na fase sólida, sendo liquida então desprezada.

Para produzir cloreto de sódio (Sal) a partir da água do mar, utiliza-se a técnica da evaporação.

Equipamentos industriais para evaporação nada mais são do que recipientes que concentram uma solução
pela evaporação do solvente. Entre os equipamentos há o evaporador de simples efeito e o de múltiplos
efeitos. Entre os equipamentos, têm-se o evaporador de tubos horizontais, verticais, etc.

Cristalização

Às vezes o produto de interesse deve estar na forma de partículas sólidas. Quando o processo de fabricação
leva a uma solução, o sólido pode ser obtido, de forma mais conveniente, pela concentração de uma solução
até a sua saturação e conseqüente formação de cristais. Os equipamentos mais comuns são o cristalizador
de tabuleiros, cristalizadores descontínuos com agitação, entre outros.

Secagem

A desidratação ou secagem de um sólido ou líquido, é a operação de remoção de água, ou de qualquer


outro líquido na forma de vapor, para uma fase gasosa insaturada através de um mecanismo de vaporização
térmica, numa temperatura inferior à de ebulição.

Esta desidratação é realizada através de calor produzido artificialmente em condições de temperatura,


umidade e corrente de ar cuidadosamente controladas. O ar é o mais usado meio de secagem. O mesmo
conduz calor, provocando evaporação da água, sendo também o veículo no transporte do vapor úmido
literalmente do alimento.

Fenomenologicamente ocorre então a transferência simultânea de calor e massa.

Por ser uma das operações unitárias mais antigas de que se tem conhecimento existe uma infinidade de
equipamentos (leitos fixos, fluidizados, de jorro, secadores convectivos, de estufas, fornos, liofilizadores,
spray dryer, microondas, etc.) e de técnicas de secagem (secagem solar, convectiva, por microondas, por
radiação, etc).

A técnica mais conveniente de secagem deve ser escolhida em função das características físicas, químicas e
biológicas do produto e da matéria prima, econômicas,volume de produção, tipo de pós-processamento, etc.

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Transferência de Quantidade de Movimento

Viscosidade de um fluido

A viscosidade desempenha nos fluidos o mesmo papel que o atrito nos sólidos. Este conceito é encontrado
em problemas de escoamento de fluidos e tratado como uma medida da resistência que um fluido oferece a
uma força de cisalhamento aplicada. Para apresentar a explicação da causa microscópica da força de
viscosidade, consideramos um fluido em movimento. Enquanto as moléculas de um fluido em repouso
movem-se em todas as direções com igual probabilidade, as moléculas de um fluido em movimento terão
preferência de orientar suas velocidades no sentido do fluxo, com velocidade média de arraste coincidindo
com a velocidade do fluido. Num fluido ideal as moléculas são consideradas esferas rígidas e, por hipótese,
não exercem forças umas nas outras exceto nas colisões elásticas. Como conseqüência, deveríamos esperar
que uma força de cisalhamento exercida sobre uma camada superficial de fluido, seja para colocá-lo em
movimento, seja pela presença de um meio sólido em torno do qual escorre, não pudesse ser transmitida
para as suas camadas mais internas.

Entretanto, ao passar de uma para outra camada do fluido, uma molécula transfere momentum entre essas
camadas, pois sai de uma camada que tem uma certa velocidade de arraste e chega a outra com velocidade
de arraste diferente. A transferência de momentum ocorre devido à colisão da molécula transferida com uma
molécula da camada de chegada e sua conseqüente captura por esta camada.

O resultado final da passagem ao acaso das moléculas entre as camadas do fluido é diminuir a velocidade
média das moléculas da camada que se move mais rapidamente e aumentar a da camada que se move mais
lentamente.

Noções de Processos de Refino

Os processos normalmente empregados nas refinarias modernas para o processamento do petróleo (óleo
cru) são: destilação, cracking ou craqueamento, polimerização, alquilação, dessulfurização, dessalinização,
desidratação e hidrogenação. O refino do petróleo constitui-se da série de beneficiamentos pelos quais ele
passa para a obtenção de produtos. Refinar petróleo, portanto, é separar as frações desejadas, processá-las e
industrializá-las, transformando-as em produtos vendáveis. Confira:

• O objetivo inicial das operações na refinaria consiste em conhecer a composição do petróleo a destilar, pois
são variáveis a constituição e o aspecto do petróleo bruto, segundo a formação geológica do terreno de
onde ele é extraído. Há tipos leves e claros, outros marrons, amarelos, verdes; alguns pretos e outros, ainda,
verde-escuros.

• Nas refinarias, o petróleo é submetido a diversos processos pelos quais se obtém grande diversidade de
derivados: gás liquefeito de petróleo (GLP) ou gás de cozinha, gasolina, naftas, óleo diesel, gasóleos,
querosenes de aviação e de iluminação, óleo combustível, asfalto, lubrificantes, solventes, parafinas, coque

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de petróleo e resíduos. As parcelas dos derivados produzidos variam de acordo com o tipo de petróleo
processado.

Petróleos mais leves dão maior quantidade de gasolina, GLP e naftas, que são produtos leves. Já os petróleos
pesados resultam em maiores volumes de óleos combustíveis e asfaltos. No meio da cadeia estão os
derivados médios, como diesel e querosene.

• A primeira etapa do refino é a destilação atmosférica, pela qual passa todo o petróleo a ser beneficiado. Ela
se realiza em torres de dimensões variadas, que possuem, ao longo da coluna principal, uma série de pratos
perfurados em várias alturas, um para cada fração desejada. O petróleo é pré-aquecido na retorta e
introduzido na metade da torre de fracionamento. Como a parte de baixo da torre é mais quente, os
hidrocarbonetos gasosos tendem a subir e se condensar ao passarem pelos pratos.

Nessa etapa, são recolhidos como derivados da primeira destilação, principalmente, gás, gasolina, nafta e
querosene. As frações retiradas nas várias alturas da coluna ainda precisam de novos processamentos para
ser transformadas em produtos ou servir de carga para derivados mais nobres.

• As frações mais pesadas do petróleo, que não foram separadas na primeira destilação, descem para o
fundo da torre e vão constituir o resíduo ou a carga para uma segunda destilação, onde recebem mais calor,
agora sob vácuo. Mais complexo, o sistema segue o mesmo processo dos pratos que recolhem as frações
menos pesadas, como óleo diesel e óleo combustível. Na parte de baixo, é recolhido novo resíduo, que será
usado para produção de asfalto ou como óleo combustível pesado.

• A terceira etapa do refino consiste no craqueamento, que pode ser térmico ou catalítico. O princípio desses
processos é o mesmo e se baseia na quebra de moléculas longas e pesadas dos hidrocarbonetos,
transformando-as em moléculas menores e mais leves. O craqueamento térmico exige pressões e
temperaturas altíssimas para a quebra das moléculas, enquanto no catalítico o processo é realizado com a
utilização de um produto chamado catalisador, substância que favorece a reação química, sem entrar como
componente do produto. Uma série de outras unidades de processo transforma frações pesadas do petróleo
em produtos mais leves e coloca as frações destiladas nas especificações adequadas para consumo.

Destilação atmosférica e destilação a vácuo

A primeira etapa do processo de refino é a destilação atmosférica. O petróleo é aquecido e fracionado em


uma torre que possui pratos perfurados em várias alturas. Como a parte inferior da torre é mais quente, os
hidrocarbonetos gasosos sobem e se condensam ao passarem pelos pratos.

Nessa etapa são extraídos, por ordem crescente de densidade, gases combustíveis, GLP, gasolina, nafta,
solventes e querosenes, óleo diesel e um óleo pesado, chamado resíduo atmosférico, que é extraído do
fundo da torre.

Esse resíduo é então reaquecido e levado para uma outra torre, onde o seu fracionamento ocorrerá a uma
pressão abaixo da atmosfera. Nesta torre será extraída mais uma parcela de óleo diesel e um produto
chamado genericamente de Gasóleo, que não constitui um produto pronto. Ele servirá como matéria-prima
para produção de gases combustíveis, GLP, gasolina e outros.

O resíduo de fundo da destilação a vácuo é recolhido na parte inferior da torre e será destinado à produção
de asfalto ou será usado como óleo combustível pesado.

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CRAQUEAMENTO

Este processo quebra as moléculas de hidrocarbonetos pesados, convertendo-as em gasolina e outros


destilados com maior valor comercial.

Os dois principais tipos são o craqueamento térmico e o catalítico.

O térmico utiliza calor e altas pressões para efetuar a conversão de moléculas grandes em outras menores e
o catalítico utiliza um catalisador que é uma substância que facilita essa conversão, porém em condições de
pressão mais reduzidas. Os catalisadores mais usados são: platina, alumina, bentanina ou sílica.

Em ambos os tipos de craqueamento a utilização de temperaturas relativamente altas é essencial.

POLIMERIZAÇÃO

Por meio deste processo ocorre a combinação entre moléculas de hidrocarbonetos mais leves do que a
gasolina com moléculas de hidrocarboneto de densidades semelhante.

O objetivo do processo é produzir gasolina com alto teor de octano (hidrocarboneto com oito carbonos),
que possui elevado valor comercial.

ALQUILAÇÃO

É um processo semelhante ao da polimerização. Também há conversão de moléculas pequenas de


hidrocarbonetos em moléculas mais longas, porém difere da polimerização porque neste processo pode
haver combinação de moléculas diferentes entre si.

A gasolina obtida por meio da alquilação geralmente apresenta um alto teor de octanagem, sendo de
grande importância na produção de gasolina para aviação.

DESSULFURIZAÇÃO

Processo utilizado para retirar compostos de enxofre do óleo cru, tais como: gás sulfídrico, mercaptanas,
sulfetos e dissulfetos.

Este processo melhora a qualidade desejada para o produto final.

DESSALINIZAÇÃO E DESIDRATAÇÃO

O objetivo destes processos é remover sal e água do óleo cru. Por meio dele o óleo é aquecido e recebe um
catalisador. A massa resultante é decantada ou filtrada para retirar a água e o sal contidos no óleo.

HIDROGENIZAÇÃO

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Processo desenvolvido por técnicos alemães para a transformação de carvão em gasolina. Por meio deste
processo, as frações do petróleo são submetidas a altas pressões de hidrogênio e temperaturas elevadas, em
presença de catalisadores.

PETRÓLEO

Todo petróleo, em estado natural, é uma mistura de hidrocarbonetos, que são compostos formados por
átomos de carbono e de hidrogênio. Além de tais hidrocarbonetos, o petróleo contém, em proporções bem
menores, compostos oxigenados, nitrogenados, sulfurados e metais pesados, conhecidos como
contaminantes. Conhecer a qualidade do petróleo a destilar, portanto, é fundamental para as operações de
refinação, pois a sua composição e o seu aspecto variam em larga faixa, segundo a formação geológica do
terreno de onde foi extraído e a natureza da matéria orgânica que lhe deu origem. Assim, há petróleos leves,
que dão elevado rendimento em nafta e óleo diesel; petróleos pesados, que têm alto rendimento em óleo
combustível; petróleos com alto ou baixo teor de enxofre e outros contaminantes, etc., sendo que o
conhecimento prévio destas características facilita a operação do refino.

A relação entre o tipo do petróleo e os rendimentos dos derivados obtidos é direta, pois um petróleo leve
tem maior rendimento de produtos leves (GLP, nafta, óleo diesel) e menos rendimento de produtos pesados
(óleos combustíveis e asfalto) do que um petróleo pesado, onde ocorre o inverso. A instalação de unidades
de conversão, que transformam frações pesadas em frações mais leves, pode atenuar essa diferença em
rendimentos, mas não consegue eliminá-la. Ao longo do tempo, a PETROBRÁS tem sempre procurado
instalar unidades de conversão (craqueamento catalítico, coqueamento retardado, hidrocraqueamento, etc.)
em suas refinarias, com a finalidade de diminuir a influência da natureza do petróleo nos rendimentos dos
produtos obtidos.

Na indústria de refino como um todo o principal objetivo é obter do petróleo processado o máximo possível
de derivados de maior valor de mercado, o que eqüivale a reduzir ao mínimo a produção de óleo
combustível. A PETROBRÁS, por deter o monopólio do refino no País, tem, adicionalmente, o objetivo de
atender o mercado nacional de derivados em qualquer circunstância.

A PETROBRÁS produz, em suas refinarias, mais de 80 produtos diferentes. Abaixo, uma listagem básica de
tais produtos, com a sua utilização principal.

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Refinaria

A refinaria é o nome usual para referir-se as destilarias de petróleo que realizam o processo químico de
limpeza e refino do óleo cru extraído dos poços e minas de óleo bruto, produzindo diversos derivados de
petróleo, como lubrificantes, aguarrás, asfalto, coque, diesel, gasolina, GLP, nafta, querosene, querosene de
aviação e outros. O petróleo bruto (não processado) é composto de diversos hidrocarbonetos, com
propriedades físico-químicas diferentes. Por isso, tem pouca utilidade prática ou uso.

A refinaria é o nome usual para referir-se as destilarias de petróleo que realizam o processo químico de
limpeza e refino do óleo cru extraído dos poços e minas de óleo bruto, produzindo diversos derivados de
petróleo, como lubrificantes, aguarrás, asfalto, coque, diesel, gasolina, GLP, nafta, querosene, querosene de
aviação e outros.

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O petróleo bruto (não processado) é composto de diversos hidrocarbonetos, com propriedades físico-
químicas diferentes. Por isso, tem pouca utilidade prática ou uso.

No processo de refino, os hidrocarbonetos são separados, por destilação, e as impurezas removidas.

Refino

Principais produtos

• Asfalto

• Diesel / óleo diesel

• Nafta

• Óleo combustível

• Gasolina

• Querosene e querosene de

aviação

• Gás liqüefeito de petróleo

• Óleos lubrificantes

• Ceras de parafinas

• Coque

• petróleo

Processos comumente encontrados em uma refinaria

• Dessaltação : processo de remoção de sais do óleo bruto.

• Destilação atmosférica: processo em que o óleo bruto é separado em diversas frações sob pressão
atmosférica.

• Destilação à vácuo: processo em que o resíduo da destilação atmosférica é separado em diversas frações
sob pressão reduzida.

• Hidrotratamento

• Reforma catalítica

• Craqueamento/cracking catalítico: processo em que moléculas grandes (de menor valor comercial) são
"quebradas" em moléculas menores (de maior valor comercial) através de um catalisador.

• Tratamento Merox

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• Craqueamento/cracking retardado/térmico: processo em que moléculas grandes (de menor valor


comercial) são "quebradas" em moléculas menores (de maior valor comercial) pela ação de temperaturas
elevadas.

• Alquilação / alcoilação

Noções de Equipamentos de Processo: Bombas centrífugas, Permutadores de casco/tubo, Tubulações


industriais, Segurança, Meio Ambiente e Saúde, Mecânica dos Fluidos, Transmissão e transmissores
pneumáticos e eletrônicos.

Os equipamentos de processo são a parte mais importante e a maior parcela de custo de industrias como:
refinarias, petroquímicas em geral, químicas, farmacêuticas e alimentícias. A exigência de alta performance
normalmente por períodos de longa duração e a crescente preocupação com os aspectos de segurança,
tornam necessário a adoção de metodologias de controle de falhas e da vida útil destes componentes,
implementadas normalmente através de técnicas de ensaios não destrutivos, estudos de análise de tensões e
mecânica da fratura.

A Avaliação de Integridade consiste na identificação e quantificação dos mecanismos de danos ativos que
irão limitar a disponibilidade de equipamentos industriais que tenham operado alem da metade da vida útil
projetada. Como conseqüência é avaliada a probabilidade de oferecer risco de acidente e se calcula a vida
remanescente. Esta metodologia se aplica também para recomendar e especificar as alterações necessárias
para estender a vida útil do equipamento ou a repotencialização do mesmo.

O maior índice, 41% dos acidentes ocorreram em decorrência de falhas mecânicas, passíveis de detecção
através de uma inspeção adequada.

Este é sem dúvida um dos fatores que mais impulsionam a crescente difusão dos conceitos de avaliação de
integridade e o constante desenvolvimento de técnicas de inspeção cada vez mais modernas e eficazes

A definição da estratégia, frequência e metodologia de avaliação de integridade de um determinado


equipamento ou de um conjunto de equipamentos de uma planta industrial deve levar em consideração
fatores importantes tais como:

- Importância operacional do equipamento

- Risco de explosão ou incêndio

- Probabilidade de falha a partir de mecanismos ativos conhecidos

- Histórico de falhas de equipamentos similares em outras unidades operacionais

- Regulamentações e/ou legislações em vigor

QUAL EQUIPAMENTO POSSUI O MAIOR RISCO?

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- Intuitivamente, consideramos que o reator possui maior risco e merece maior atenção
- Mas é importante procurar quantificar o risco de cada componente
- Pode haver uma inversão em relação ao que originalmente imaginamos

Diversos são os Ensaios Não Destrutivos aplicados na avaliação de integridade de equipamentos em


unidades industriais, entre os quais podemos citar:

- Ensaio Visual
- Ensaio p/ Líquido Penetrante
- Ensaio p/ Partícula Magnética
- Ensaio p/ Ultra-Som
- Radiografia
- Termografia
- Iris
- Emissão Acústica
- Flow Scan
-Réplica Metalográfica

Ensaio Visual - É a principal ferramenta para inspeção de componentes e equipamentos, na verificação da


suas condições de operação e manutenção. Um exame visual cuidadoso possibilitará a verificação de
evidências de:
√ Corrosão √ Erosão √ Deformações
√ Protuberâncias √ Empeno √ Desalinhamentos
√ Incrustações √ Superaquecimento √ Trincas de soldas
√ Trincas no metal base √ Fraturas √ Defeitos superficiais
Requisitos:
• Boa preparação de superfície
• Boa Iluminação
• Experiência profissional

Ensaio Por Líquido Penetrante


Princípio Básico:
Ação da capilaridade. O método consiste na aplicação de um líquido colorido de baixa
tensão superficial que molhe a superfície a ser ensaiada, durante um tempo suficiente
para que o líquido penetre nas descontinuidades, procedendo-se em seguida a remoção
do mesmo e aplicação de um revelador, que por absorção tornará visível os defeitos.
Finalidade:
Detecção de descontinuidades superficiais, tais como trincas resultantes de mecanismos
ativos de deterioração e falha em equipamentos.
Vantagens:
• Aplicável a materiais ferrosos e não ferrosos
• Baixo custo

Ensaio Por Partículas Magnéticas - Este ensaio é utilizado para detectar descontinuidades superficiais e
subsuperficiais em materiais ferromagnéticos fundidos, forjados, soldados, laminados, extrudados, trefilados,

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usinados e etc.. A peça é magnetizada utilizando uma corrente elétrica que cria ou induz um campo
magnético.
Se uma descontinuidade estiver no sentido perpendicular ao campo magnético, desviará este campo, que
saltará para fora da peça, criando o que chamamos de campo de fuga.
Este campo de fuga formará um dipolo magnético, pólo Norte e pólo Sul. Quando as partículas magnéticas
são aplicadas sobre a peça, os pólos irão atraí-las e uma indicação desta descontinuidade é formada na
superfície. Limitações do ensaio:
• Aplicável apenas para detectar descontinuidades superficiais e sub-superficiais (próximas da superfície),
em peças e materiais ferromagnéticos.
• Requer boa preparação superficial, pois a presença de óxidos e carepas resultam em indicações que se
confundem com descontinuidades.

Ensaio p/ Ultra Som - A principal finalidade do ensaio por ultra som é a detecção de descontinuidades
internas através da introdução de um feixe sônico com faixa de freqüência geralmente entre 0,5 MHz e 20
MHz.
Este feixe sônico se for introduzido numa direção favorável em relação a interface da descontinuidade, será
refletido por esta descontinuidade e será mostrado na tela do aparelho como um pico (eco), que será
avaliado de acordo com a sua amplitude, podendo caracterizar ou não descontinuidades relevantes de
acordo com o critério de aceitação adotado.
Vantagens:
• Permite a determinação tridimensional de descontinuidades lineares provendo dados para análise de
tensões segundo princípios da mecânica da fratura.

O princípio básico do ensaio de ultra-som é também aplicado para medição de espessuras de componentes
e seções de equipamentos, controlando a evolução do processo corrosivo e auxiliando no cálculo da vida
residual destes.
O Ultra-Som é atualmente um dos ensaios mais aplicados na pesquisa de descontinuidades internas, face a
sua facilidade de execução e custo moderado.

Ensaio Radiográfico
Técnicas:
• Radiografia (gerador de RX)
• Gamagrafia (isótopo radioativo)
• Radioscopia
Desvantagens:
Requer grandes isolamentos de área em função das radiações ionizantes emitidas, dificultando desta forma
sua aplicação em unidades operacionais.

Termografia - Utiliza-se de raios infravermelhos, para medir temperaturas ou observar padrões diferenciais
de distribuição de temperatura.
Objetivo e Vantagens:
• Obter informações relativas à condição operacional de um componente, equipamento ou processo.
• Permite realizar medições sem contato físico com a instalação, possibilitando inspeções de equipamentos
em pleno funcionamento sem interferência na produção.
• Permite a avaliação da espessura de revestimentos refratários e o cálculo de trocas térmicas.

É largamente aplicada na manutenção preditiva dos sistemas elétricos de empresas geradoras, distribuidoras
e transmissoras de energia elétrica; monitoramento de sistemas mecânicos como rolamentos e mancais;
vazamentos de vapor em plantas industriais; acompanhamento de performance de placas e circuitos
eletrônicos; etc.

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Ensaio de IRIS - Técnica ultrassônica relativamente nova para inspeção de tubos, e emprega o princípio
convencional de pulso-eco para medição de espessuras, porém com recursos mais modernos para
apresentação dos resultados das medições. Todas as medições feitas durante varredura circunferencial
completa do tubo são mostradas na tela do computador ou osciloscópio, produzindo imagens em tempo
real, que permitem informar as reais condições do tubo, auxiliando na definição de sua vida útil.
Esta metodologia permite medir espessuras remanescentes inferiores a 0,5mm.
O ensaio tem sido largamente utilizado na avaliação da integridade física de tubos de trocadores de calor.

Emissão Acústica
Baseado na detecção de ondas acústicas emitidas por um material em função de uma força ou deformação
aplicada nele. Caso este material tenha uma trinca, descontinuidade ou defeito, a sua propagação irá
provocar ondas acústicas detectadas pelo sistema.

Este método não deve ser utilizado para determinar o tipo ou tamanho das descontinuidades em uma
estrutura, mas sim, para se registrar a evolução das descontinuidades durante a aplicação de tensões para as
quais a estrutura estará sujeita, desde que as cargas sejam suficientes para gerar deformações localizadas,
crescimento do defeito, fricção, ou outros fenômenos físicos.
Aplicamos a emissão acústica quando queremos analisar ou estudar o comportamento dinâmico de defeitos,
assim como registrar sua localização.

Flow Scan - DEMAC


O DEMAC ( Detector Magnético de Corrosão ) foi projetado para detectar alvéolos de corrosão em chapas de
fundo de tanques de armazenamento.
O equipamento é baseado no método eletromagnético de geração de campos de fuga.
A magnitude dos campos de fuga, além de ser proporcional com a gravidade do defeito, é também função
principalmente da intensidade de fluxo magnético imposto ao material e a geometria da descontinuidade.

Réplica Metalográfica - Exame indireto da microestrutura que permite avaliar as propriedades dos materiais
metálicos. Aplica-se na avaliação de transformações metalúrgicas provocadas por utilização continua à
temperaturas elevadas de componentes em Caldeiras, Reatores, Fornos; Tubulações de Processo, bem como
a identificação de mecanismos de degradação, de superfícies com trincas, pittings, etc.

Vasos de Pressão
Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa.
Todo vaso de pressão deve ter afixado em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível, placa de
identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:
a) fabricante;
b) número de identificação;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) código de projeto e ano de edição.
Além da placa de identificação, deverão constar em local visível, a categoria do vaso, e seu número ou
código de identificação.

Instalação de Vasos de Pressão

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Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que todos os drenos, respiros, bocas de visita e
indicadores de nível, pressão e temperatura, quando existentes, sejam facilmente acessíveis.
Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes confinados, a instalação deve satisfazer os
seguintes requisitos:
a) dispor de pelo menos duas saídas amplas, permanentemente desobstruídas e dispostas em direções
distintas;
b) dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de manutenção, operação e inspeção, sendo que, para
guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas;
d) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
e) possuir sistema de iluminação de emergência.

Quando o vaso de pressão for instalado em ambiente aberto a instalação deve satisfazer as alíneas "a", "b",
"d" e "e" do subitem anterior.

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DE VASOS DE PRESSÃO


Os vasos de pressão devem ser submetidos a inspeções de segurança inicial, periódica e extraordinária.
A inspeção de segurança inicial deve ser feita em vasos novos, antes de sua entrada em funcionamento, no
local definitivo de instalação, devendo compreender exame externo, interno e teste hidrostático.
As válvulas de segurança dos vasos de pressão devem ser desmontadas, inspecionadas e recalibradas por
ocasião do exame interno periódico.
A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportunidades:
a) sempre que o vaso for danificado por acidente ou outra ocorrência que comprometa sua segurança;
b) quando o vaso for submetido a reparo ou alterações importantes, capazes de alterar sua condição de
segurança;
c) antes do vaso ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por mais de 12 (doze)
meses;
d) quando houver alteração de local de instalação do vaso.
A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilitado" ou por "Serviço Próprio de Inspeção
de Equipamentos".
Após a inspeção do vaso deve ser emitido "Relatório de Inspeção", que passa a fazer parte da sua
documentação.

Permutadores de Calor
Permutador de calor é um equipamento que permite trocar calor entre dois fluídos que se encontram a
temperaturas diferentes. Um permutador de calor é normalmente inserido num processo com a finalidade
de arrefecer ou aquecer um determinado fluído.
Os permutadores de calor existem em várias formas construtivas consoante a aplicação a que se destinam:
• Permutador de calor de carcaça e tubos (shell and tube heat exchanger)
• Permutador de calor de placas (plate heat exchanger)
• Permutador de calor de placas brazadas com alhetas (brazed plate fin heat
exchanger)

Consiste num equipamento integrado por diversas placas metálicas independentes e por onde circulam
fluidos que se contactam mas não se misturam. Ambos os fluxos de ar (ar fresco e ar saturado) passam pelas
placas, mas em lados diferentes, o que permite o processo de transferência de calor do lado aquecido e
saturado para o lado frio e novo.

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Caldeiras
Caldeira é um recipiente metálico
cuja função é, entre muitas, a
produção de vapor através do
aquecimento da água. As caldeiras
em geral são empregadas para
alimentar máquinas térmicas.

Tipos
Caldeiras flamotubulares
As caldeiras de tubos de fogo ou
tubos de fumaça, flamotubulares
ou ainda gás-tubulares são aquelas em que os gases provenientes da combustão "fumos" (gases quentes
e/ou gases de exaustão) atravessam a caldeira no interior de tubos que se encontram circundados por água,
cedendo calor a mesma.

Caldeiras verticais
Os tubos são colocados verticalmente num corpo cilíndrico, fechado nas extremidades por placas chamadas
espelhos . A fornalha interna fica no corpo cilíndrico, logo abaixo do espelho inferior. Os gases de combustão
sobem através de tubos, aquecendo e vaporizando a água que se encontra externamente aos mesmos. As
fornalhas externas são utilizadas principalmente para combustíveis de baixo teor calorífico. Podem ser
defornalha interna ou externa

Caldeiras horizontais
Esse tipo de caldeira abrange várias modalidades, desde as caldeiras cornuália e lancashire, de grande
volume de água, até as modernas unidades compactas. As principais caldeiras horizontais apresentam
tubulações internas, por onde passam os gases quentes. Podem ter de 1 a 4 tubos de fornalha. As de 3 e 4
são usadas na marinha.

Caldeiras escocesas
Esse tipo de caldeira foi concebido para uso marítimo, por ser bastante compacta. São concepções que
utilizam tubulação e tubos de menor diâmetro. Os gases quentes, oriundos da combustão verificada na
fornalha interna, podem circular em 2,3 e até 4 passes.
Todos os equipamentos indispensáveis ao seu funcionamento são incorporados a uma única peça,
constituindo-se, assim num todo trans portável e pronto para operar de imediato.
Essas caldeiras operam exclusivamente com óleo ou gás, e a circulação dos gases é feita por ventiladores.
Conseguem rendimentos de até 83%.

Caldeiras locomotivas e locomóveis

Como o próprio nome já diz: nas caldeiras Locomotivas o vapor gerado serve para movimentar a própria
caldeira (e os vagões);praticamente fora de uso hoje em dia,por usar carvão ou lenha como combustível.
A caldeira locomóvel é tipo multitubular, apresentando uma dupla parede metálica, por onde circula a água
do próprio corpo. São de largo emprego pela facilidade de transferência de local e por proporcionarem
acionamento mecânico em lugares desprovidos de energia elétrica. São construídas para pressão de até
21kg/cm2 e vapor superaquecido.

FORNOS

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Nos processos de destilação de petróleo é necessário fornos. Os fornos tem a função de aquecer o petróleo
bruto ou reduzido a ser destilado.
Podem ser: aquecedores ou refervedores.
Refervedor - A parte inferior de uma coluna de destilação, por onde se injeta o calor necessário a cada
operação.

BOMBAS CENTRÍFUGAS
Bomba centrífuga é o equipamento mais utilizado para bombear líquidos, transferindo-os de um local para
outro.
Ela funciona da seguinte maneira: Uma fonte externa à bomba, como um motor elétrico, motor a diesel, etc.,
gira um ou mais rotores dentro do corpo da bomba, movimentando o líquido e criando a força centrífuga
que se transforma em energia de pressão.
A entrada do líquido na bomba é chamada de sucção, onde a pressão pode ser inferior à atmosférica (vácuo)
ou superior. O local de saída do líquido da bomba é conhecido como de recalque. A diferença de pressão na
sucção e no recalque da bomba é conhecido com altura manométrica total (Hman)e que determina a
capacidade da bomba em transferir líquido, em função das pressões que deverá vencer, expressa em energia
depressão.
Os principais requisitos para que uma bomba centrífuga tenha um desempenho satisfatório, sem apresentar
nenhum problema, são :
• instalação correta,
• operação com os devidos cuidados e,
• manutenção adequada

Mesmo tomando todos os cuidados com a operação e manutenção, os engenheiros freqüentemente


enfrentam problemas de falhas no sistema de bombeamento. Uma das condições mais comuns que obrigam
a substituição de uma bomba no processo, é a inabilidade para produzir a vazão ou a carga desejada.
Existem muitas outras condições nas quais uma bomba, apesar de não sofrer nenhuma perda de fluxo, ou
carga, é considerada defeituosa e deve ser retirada de operação o mais cedo possível. As causas mais
comuns, são:
• problemas de vedação (vazamentos, perda de jato, refrigeração deficiente, etc.)
• problemas relacionados a partes da bomba ou do motor:
- perda de lubrificação
- refrigeração
- contaminação por óleo
- ruído anormal, etc.
• vazamentos na carcaça da bomba
• níveis de ruído e vibração muito altos
• problemas relacionados ao mecanismo motriz (turbina ou motor)

Obviamente, nem a lista de condições de falhas mostrada acima é completa, nem as condições são
mutuamente excludentes. Freqüentemente a causa raiz da falha é amesma, mas os sintomas são diferentes.
Um pouco de cuidado, quando os primeiros sintomas de um problema aparecem, pode prevenir a bomba de
defeitos permanentes. Em tais situações, a tarefa mais importante é descobrir se houve falha mecânica da
bomba, se a deficiência é do processo, ou ambos.
Muitas vezes quando uma bomba é enviada à oficina, os encarregados da manutenção não acham nada de
errado ao desmonta-la. Assim, a decisão de retirar uma bomba de operação e envia-la para
manutenção/conserto, só deve ser tomada depois de uma análise detalhada dos sintomas e causas do
defeito. No caso de qualquer falha mecânica ou dano físico interno na bomba, o engenheiro de operação
deverá informar com detalhes à unidade de manutenção.
Qualquer engenheiro operacional, com formação típica em engenharia química, que deseje proteger suas
bombas de falhas freqüentes, além de de um bom entendimento do processo, também deverá ter um bom

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conhecimento da mecânica das bombas. A prevenção efetiva requer a habilidade para observar mudanças
no desempenho, com o passar do tempo, e no caso de uma falha, a capacidade para investigar a sua causa e
adotar medidas para impedir que o problema volte a acontecer.
Em geral, há principalmente três tipos de problemas com as bombas centrífugas:
1. erros de projeto
2. má operação
3. práticas de manutenção ineficientes

Uma bomba centrífuga é, na maioria das vezes, o equipamento mais simples em qualquer planta de
processo. Seu propósito, é converter a energia de uma fonte motriz principal (um motor elétrico ou turbina),
a princípio, em velocidade ou energia cinética, e então, em energia de pressão do fluido que está sendo
bombeado. As transformações de energia acontecem em virtude de duas partes principais da bomba: o
impulsor e a voluta, ou difusor.

• O impulsor é a parte giratória que converte a energia do motor em energia cinética.


• A voluta ou difusor, é a parte estacionária que converte a energia cinética em energia de pressão.

Geração da Força Centrífuga


O líquido entra no bocal de sucção e, logo em seguida, no centro de um dispositivo rotativo conhecido
como impulsor. Quando o impulsor gira, ele imprime uma rotação ao líquido situado nas cavidades entre as
palhetas externas, proporcionando-lhe uma aceleração centrífuga. Cria-se uma área de baixa-pressão no
olho do impulsor, causando mais fluxo de líquido através da entrada, como folhas líquidas.
Como as lâminas do impulsor são curvas, o fluido é impulsionado nas direções radial e tangencial pela força
centrífuga.
Fazendo uma analogia para melhor compreensão, esta força que age dentro da bomba é a mesma que
mantém a água dentro de um balde, girando na extremidade de um fio. A Figura abaixo, mostra um corte
lateral de uma bomba centrífuga indicando o movimento do líquido.

Conversão da Energia Cinética em Energia


de Pressão
A energia criada pela força centrífuga, é
energia cinética. A quantidade de energia
fornecida ao líquido é proporcional à
velocidade na extremidade, ou periferia, da
hélice do impulsor. Quanto mais rápido o
impulsor move-se, ou quanto maior é o
impulsor, maior será a velocidade do líquido na hélice, e tanto maior será a energia fornecida ao líquido.
Esta energia cinética do líquido, ganha no impulsor, tende a diminuir pelas resistências que se opõem ao
fluxo. A primeira resistência é criada pela carcaça da bomba, que reduz a velocidade do líquido. No bocal de
descarga, o líquido sofre desaceleração e sua velocidade é convertida a pressão, de acordo com o princípio
de Bernoulli. Então, a carga desenvolvida (pressão, em termos de altura de líquido) é aproximadamente igual
à energia de velocidade na periferia do impulsor.

Exigências Básicas para uma Operação Perfeita de Bombas Centrífugas


As bombas centrífugas são extremamente simples. Em geral, há duas exigências básicas que sempre têm que
ser satisfeitas para se ter uma operação livre de dificuldades e uma vida útil mais longa para bombas
centrífugas.
1. A primeira exigência é que nenhuma cavitação ocorra ao longo da grande faixa operacional da bomba

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2. A segunda exigência é que um fluxo contínuo mínimo seja sempre mantido, durante a operação.
A compreensão clara do conceito de cavitação, seus sintomas, suas causas, e suas conseqüências são muito
essenciais na análise efetiva e prevenção do problema de cavitação.

Como há muitas formas de cavitação, cada uma exigindo uma solução diferente, há várias condições
desfavoráveis que podem acontecer separadamente ou simultaneamente, quando a bomba é operada a
baixas vazões.

Entre elas se incluem:


• Grandes vazamentos na carcaça, no lacre, e na caixa de recheio
• Deflexão e cisalhamento de eixos
• Travamento do mecanismo interno da bomba
• Erosão de tolerâncias íntima
• Cavitação
• Degradação da qualidade do produto
• Estocadas hidráulicas excessivas
• Quebra prematura de mancais

Cada condição pode ditar uma exigência de baixo fluxo mínimo diferente. A decisão final sobre o fluxo
mínimo recomendado é tomada após cuidadosa análise "tecno-econômica" pelo usuário da bomba e o
fabricante.

As conseqüências de condições prolongadas de operação com cavitação e baixo fluxo podem ser
desastrosos para a bomba e para o processo. Tais falhas, quando se opera com hidrocarbonetos,
freqüentemente causam fogos prejudiciais que resultam em perda da máquina, da produção, e pior de tudo,
de vidas humana.
Assim, tais situações devem ser evitadas a todo custo, seja envolvendo modificações na bomba e sua
tubulação ou alterando as condições operacionais.
A seleção e dimensionamento correto da bomba e da tubulação associada, não só eliminam as chances de
cavitação e operação a baixa vazão, mas também diminui significativamente os seus efeitos prejudiciais.

PERMUTADORES CASCO/TUBOS
Os trocadores de calor sempre serão utilizados quando houver necessidade de transferir calor de um meio
de fácil transferência de calor * (água, vapor, etc...), para um meio de difícil transferência (a, gás, etc...), ou
vice versa.

O ELEMENTO TUBULAR: A realização de serviços industriais requer o uso de um grande número de


equipamentos com tubos duplos. Estes consomem uma considerável área do terreno e também garantem
um grande número de pontos através dos quais é possível ocorrer escoamento ( vazamentos ). Quando
necessitamos de grandes áreas para transmissão de calor, elas podem ser facilmente obtidas com
equipamentos multitubular fechado (Casco Tubos) que consiste de diversos tubos que passam no interior
de um invólucro ou carcaça. Estes equipamentos podem ser fabricados com diversos tipos de
configurações e materiais. (Aço, Aço Inoxidável, Cobre, Latão, Alumínio, etc... .)

Trocador de calor é o dispositivo que efetua a transferência de calor de um fluido para outro.
A transferência de calor pode se efetuar de quatro maneiras principais:
• pela mistura dos fluidos;
• pelo contato entre os fluidos;
• com armazenagem intermediária; e
• através de um parede que separa os fluidos quente e frio.

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Troca de calor pela mistura dos fluidos


Um fluido frio em um fluido quente se misturam num recipiente, atingindo uma temperatura final comum.
• Troca de calor sensível;
• De superaquecedores de caldeira ("desuperheater");
• Condensadores de contato direto ("direct contact condenser");
• Aquecedores da água de alimentação em ciclos de potência regenerativos;

Troca Térmica por Contato entre os Fluidos


• Resfriamento da água - torres de resfriamento ("cooling tower"). O ar é aquecido e umidificado em
contato com um "spray"de água fria.
• Resfriamento e desumidificação da ar - ("spray dehumidifier"). Ar quente e úmido é resfriado e
desumidificado em contato com "spray"de água fria.
• Resfriamento e umidificação da ar - ("Air washer"). Ar seco e quente, como o existente em climas
desérticos, é resfriado e umidificado.

Troca térmica com armazenagem intermediária


• A troca térmica cpom armazenagem intermediária se dá nos regenerado: neles o calor é
alternativamente fornecido e retirado das paredes e do enchimento do trocador ( "Packing" ou
"Filler") pelo escoamento sucessivo dos fluidos, geralmente gases, quente e frio. Existem dois tipos
básicos de regeneradores:

• Estacionários e Rotativos.
Troca térmica através de uma parede que separa os fluidos
Neste tipo de trocador um fluido é separado do outro por uma parede, através da qual passa o calor.
Este tipo compreende basicamente os recuperadores, além dos trocadores de calor com leito fluidizado.
neste últimoi uma das superfícies da parede está em contato com um leito de partículas sólidas fluidizadas,
como a areia po exemplo. Coeficiente de película bastante elevados são obtidos do lado do leito fluidizado.
Eles podem ser classificado quanto:
Utilização:
• Permutadores;
• Resfriadores / Aquecedores
• Condensadores
• Evaporadores
• vaporizadores

Classificação dos Recuperadores quanto ao Arranjo do Escoamento dos Fluidos


• Correntes Paralelas
• Contracorrente
• Correntes Cruzadas
Assim pode-se dizer que a aplicabilidade dos trocadores de calor é bastante diversificada e variada,
tendo utilização em amplas faixas de capacidade, desde um pequeno transistor até refinarias, caldeiras,
reatores nucleares etc.

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TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS
Conjunto de tubos e seus
acessórios
Aplicações:
- Distribuição de vapor
para força e/ou para
aquecimento;
- Distribuição de água
potável ou de processos
industriais;
- Distribuição de óleos
combustíveis ou
lubrificantes;
- Distribuição de ar
comprimido;
- Distribuição de gases e/ou líquidos industriais.
Em indústrias de processamento, indústrias químicas, refinarias de petróleo, indústrias
petroquímicas, boa parte das indústrias alimentícias e farmacêuticas, o custo das tubulações
pode representar 70% do custo dos equipamentos ou 25% do custo total da instalação.

PROCESSOS DE
FABRICAÇÃO DE TUBOS

MATERIAIS PARA
TUBOS
É muito grande a
variedade dos materiais
atualmente utilizados
para a fabricação de
tubos.
Só a ASTM especifica
mais de 500 tipos
diferentes.

A seleção e
especificação do
material mais adequado
para uma determinada
aplicação pode ser um
problema difícil cuja
solução depende de
diversos fatores.

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FATORES DE INFLUÊNCIA NA SELEÇÃO DE MATERIAIS


A seleção adequada é um problema difícil porque, na maioria dos casos, os fatores determinantes podem ser
conflitantes entre si. Caso típico é corrosão versus custo. Os principais fatores que influenciam são:
Fluido conduzido – Natureza e concentração do fluido Impurezas ou contaminantes; pH;
Velocidade; Toxidez; Resistência à corrosão; Possibilidade de contaminação.

Condições de serviço – Temperatura e pressão de trabalho. (Consideradas as condições extremas, mesmo


que sejam condições transitórias ou eventuais.)
Nível de tensões do material – O material deve ter resistência mecânica compatível com a ordem de
grandeza dos esforços presentes. ( pressão do fluido, pesos, ação do vento, reações de dilatações térmicas,
sobrecargas, esforços de montagem etc.
Natureza dos esforços mecânicos – Tração; Compressão; Flexão; Esforços estáticos ou dinâmicos; Choque s;
Vibrações; Esforços cíclicos etc.
Disponibilidade dos materiais – Com exceção do aço-carbono os materiais tem limitações de
disponibilidade.
Sistema de ligações – Adequado ao tipo de material e ao tipo de montagem.
Custo dos materiais – Fator freqüentemente decisivo. Deve-se considerar o custo direto e também os custos
indiretos representados pelo tempo de vida, e os conseqüentes custos de reposição e de paralisação do
sistema.
Segurança – Do maior ou menor grau de segurança exigido dependerão a resistência mecânica e o tempo
de vida.
Facilidade de fabricação e montagem – Entre as limitações incluem-se a soldabilidade, usinabilidade,
facilidade de conformação etc.
Experiência prévia – É arriscado decidir por um material que não se conheça nenhuma experiência anterior
em serviço semelhante.
Tempo de vida previsto – O tempo de vida depende da natureza e importância da tubulação e do tempo de
amortização do investimento. Tempo de vida para efeito de projeto é de aproximadamente 15 anos.

Segurança, Meio Ambiente e Saúde

Os requisitos gerais de segurança, meio ambiente e saúde constam como exigências no intuito de definir os
deveres e as responsabilidades cabíveis às empresas e estabelecer as orientações e procedimentos
concernentes às atividades de segurança, saúde e meio ambiente, que devem ser cumpridas, com o objetivo
de proteger pessoas, equipamentos e instalações, bem como promover a preservação do meio ambiente e a
aptidão ao trabalho dos seus colaboradores, em decorrência da execução dos serviços ora contratados.

O Manual de requisitos MRS (2010) refere-se a informações e documentos ao preenchimento das


necessidades inerentes às ações de SMS de acordo com as empresas:

• Responsável pelas ações de SMS da CONTRATADA para avaliação dos aspectos ambientais e riscos de
segurança e saúde inerentes às atividades, produtos e serviços relativas ao contrato.

• Licenciamento Ambiental, junto aos órgãos ambientais competentes, das instalações, unidades e para as
atividades pertinentes ao escopo do contrato, conforme legislação aplicável.

• Alvará do Corpo de Bombeiro para as instalações e unidades pertinentes ao escopo do contrato, conforme
legislação aplicável.

• Outorga para Captação de Água, caso a CONTRATADA utilize ou faça uso de água subterrânea ou
superficial, conforme legislação aplicável.

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• Prova de inscrição nos órgãos competentes, quando aplicável (ex.: Registro do SESMT).

• Prova de comunicação prévia à DRT de início de serviços, conforme legislação aplicável, quando
pertinentes.

• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR-09 do MTE) e, quando aplicável, Programa de
Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno – PPEOB (NR- 15 – Anexo 13 A – Benzeno) e Programa de
Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção (NR-18 – PCMAT).

• Programa de Proteção Respiratória – PPR (IN 1, do MTE, de 11 de abril de 1994), quando aplicável.

• Programa de Conservação Auditiva – PCA, quando aplicável.

• Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO (NR-07 do MTE).

• Relação nominal de cada pessoa da força de trabalho relativa à execução do objeto do contrato, bem como
a comprovação de vínculo empregatício (carteira de trabalho com contrato de trabalho).

• Atestado de Saúde Ocupacional – ASO – de cada pessoa da força de trabalho relativa à execução do objeto
do contrato.

• LAI/LPD fornecido pela empresa contratada, de acordo com as atividades previstas em contrato, no caso de
ausência do levantamento, deverá realizar conforme FOR – MSS – 0020 – Levantamento de Aspectos,
impactos, Perigos e danos, e entregue ao GMASS local.

• Documentação administrativa: CPF, Contrato Social, Alvará de Localização.

• Documentação Fiscal: GEFIP, Comprovante do SAT (Seguro de Acidente de Trabalho).

• Relação nominal dos cargos/funções de cada pessoa da força de trabalho relativa à execução do objeto do
contrato, bem como a respectiva descrição de competência, baseado em educação, experiência e
treinamento.

• Comprovação de treinamentos de cada pessoa da força de trabalho relativa à execução do objeto do


contrato, referente aos riscos das atividades (LAI/LPD), EPI’s, execução e operação dos serviços, entre outros.

• Relação dos EPI’s que serão disponibilizados para a força de trabalho relativa à execução do objeto do
contrato.

• Relação de máquinas e equipamentos utilizados na execução do objeto do contrato.

• Relação de todos os subcontratados que irão participar dos serviços, assim como a comprovação, via
entrega de cópia xerox, da documentação legal de registro trabalhista dos mesmos, bem como de todos os
contratos subcontratação, quando aplicável.

Deve-se seguir todas as determinações e orientações estabelecidas junto a empresa para desenvolvimento e
realização dos serviços, como forma de proteger as pessoas, equipamentos, instalações e preservar o meio
ambiente.

Sendo assim, a empresa deve atender as condições, cujas especificidades podem ser enumeradas como,
condições e levantamento de aspectos, impactos, perigos e danos relativos às atividades, produtos e serviços

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relativos à execução do objeto de contrato. Este levantamento deve ser apresentado segundo sua
identificação a ser realizada através da metodologia definida pela contratante. (MANUAL DE REQUISITOS
MRS, 2010)

Neste caso, cabe às empresas contratadas providenciar atividades de treinamento específico que exijam
certificado de qualificação profissional, porém é recomendado que seja por meio de instituições com
capacidade técnica reconhecida ou através de curso específico ministrado por profissional habilitado,
realizado pela empresa ou por fabricantes de equipamentos, instituições privadas ou públicas. Tais
treinamentos se darão a priore para:

Operadores de Equipamentos Móveis e Semimóveis; veículos Automotores; movimentação de Cargas;


operador de Moto Serra; operador de Caldeira; movimentação e Operação de Produtos Especiais (MOPE);
NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade - Portaria 3.214/78 do MTE para profissionais da Área Elétrica;
demais funções que exijam qualificação profissional, conforme legislação de Segurança e Saúde Ocupacional
vigente. (MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010, p. 5)

Acrescenta-se que as empresas contratadas devem providenciar ainda, treinamentos específicos para as
atividades críticas quando estiverem envolvidas com tais atividades atentando para os aspectos mínimos
estabelecidos nas instruções de atividades críticas do manual de segurança da empresa, tais como, trabalhos
em altura; veículos automotores, movimentação de carga; bloqueio e sinalização; espaço confinado;
proteção de máquinas; atividades com equipamentos geradores de calor; produtos perigosos; trabalho com
eletricidade, dentre outros.

De acordo com pesquisas realizadas por meio do endereço eletrônico, os requisitos em prol de SMS se
encaixam em um sistema de gestão integrado, ou seja, com responsabilidades em Diretoria Superior,
Diretoria Executiva e Gerência, garantindo o correto desempenho do processo e das atividades envolvidas
com o sistema assegurando, de forma coordenada, o planejamento, a implementação e o controle das ações
requeridas. (MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010)

Nesse sentido, percebe-se que as empresas no seu processo contínuo de melhoria do desempenho dos seus
produtos com relação à qualidade, meio ambiente, segurança e saúde no trabalho, têm implementado em
suas instalações e atividades o sistema de gestão integrado conforme as diretrizes propostas nas normas
NBR ISO 9001 de 2000, NBR ISO 14001 de 2004 e OHSAS 18001 de 1999. A aplicação bem sucedida da
gestão integrada promove o aprimoramento contínuo dos produtos e serviços e da satisfação total do
cliente, aumentando a produtividade e a eficiência, reduzindo custos e consequentemente expandindo sua
participação no mercado. (MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010)

Neste enfoque, vê-se como pertinente citar que empresas exemplos de implantação de sistema de gestão
integrado, descrevem como sistema de gerenciamento da qualidade, ambiental e segurança e saúde no
trabalho devem atender aos requisitos normativos descritos a seguir:

Quanto aos requisitos gerais, esses, incluem-se nas empresas como colaboradores na busca da excelência
em todas as suas atividades e serviços. O sistema de gestão integrado deve estar pautado numa
administração que verse por superar as expectativas dos clientes internos e externos e proporcionar aos seus
funcionários um ambiente de trabalho que assegure qualidade de vida incentivando respeito e confiança.
(MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010)

Os processos necessários para o sistema de gestão integrado podem ser definidos com suas interações em
processos de gerenciamento, ou seja, o processo de gestão do sistema com auditoria e análise crítica; o
processo de realização do produto com processo de controle e execução de projetos; o processo de
planejamento com execução e controle da produção; o processo de compras, o processo de vendas; o
processo de medição; e o Processo de tratamento de não conformidades e reclamação de clientes.

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(MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010)

Portanto, de acordo com o Manual de requisitos MRS (2010), observa-se as generalidades dos requisitos de
documentação das empresas, estes devem ser definidos no sentido de descrever os principais elementos do
sistema de gestão e a interação entre eles, assim como para fornecer orientação sobre documentação
relacionada.

O sistema de gestão integrado, segundo o Manual de Requisitos MRS (2010) prevê o planejamento do SIG,
tal procedimento se dá por meio de documentos emitidos quando necessário, para formalizar as práticas, os
recursos e a sequência de atividades relativas à gestão integrada de determinado produto ou serviço;
adequação de pessoal e outros aos respectivos requisitos estabelecidos nas Normas. Para tal planejamento é
preciso que seja designado um representante da direção da empresa para que sejam verificados se os
requisitos do manual de gestão integrado estão sendo implementados e mantidos, bem como seus
procedimentos e instruções, entre outros documentos.

Quanto à gestão de recursos se pode observar que a empresa deve prever sua ação no sentido de melhorar
continuamente a eficácia e aumentar a satisfação dos clientes, através do aprimoramento no atendimento
aos mesmos, objetivando capacitar funcionários envolvidos no sistema de gestão integrado buscando
desempenhar suas atividades. Para isso o treinamento deve ser realizado de acordo com as necessidades
identificadas no processo, visando manter os funcionários comprometidos e atualizados com novas técnicas,
produtos ou serviços, mas de forma adequada às suas funções. Assim, qualquer funcionário que venha a ser
incorporado às atividades que influem na gestão integrada deverá receber treinamento apropriado que
garanta seu engajamento no sistema. (MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010)

Vale sopesar acerca da análise crítica efetivada pela Direção, esta que versa por ser desempenhada com
periodicidade, a fim de propiciar a equalização do sistema de gestão integrado da empresa com as
constantes evoluções da sua estrutura organizacional.

As ações preventivas são executadas com o objetivo de inibir ocorrências de não conformidades através de
verificações periódicas nos processos e operações de trabalho da estrutura organizacional. (MANUAL DE
REQUISITOS MRS, 2010)

Ações corretivas são executadas com o objetivo de eliminar ocorrências de não conformidades através de
verificações periódicas nos processos e operações de trabalho da mesma estrutura.

A etapa da realização do produto deve ser executado segundo a metodologia definida e documentada, de
maneira prática e clara, sob condições controladas, garantindo a repetibilidade dos processos, o controle de
documentos pode estar sob a forma de cópia física, meio eletrônico e outros, visando fornecer informações
atualizadas aos envolvidos no SIG. (MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010)

Neste intere, o referido manual menciona que, no que se refere a comunicação com o cliente, as empresas
objetivam ampliar os serviços prestados aos seus clientes, mantendo um canal de comunicação provido de
pessoal qualificado, de recursos tecnológicos e de informações, tais como, posição atualizada do projeto,
retornos imediatos às possíveis solicitações, requisitos legais e complementares, acordos sobre o nível de
serviço e disponibilidade de suporte técnico durante o período acordado.

As empresas buscam ainda o contentamento de seus clientes por meio de projetos e reuniões com os
mesmos com intuito de percepção do nível de satisfação, bem como prevendo o controle de registro;
identificação e rastreabilidade; preservação do produto; aquisição; objetivos; da gestão integrada;
monitoramento de processos e produtos; controle de produto não conforme; análise de dados; melhoria
contínua; infraestrutura e ambiente de trabalho. (MANUAL DE REQUISITOS MRS, 2010)

366
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Petrobras

Com o objetivo de alcançar padrões internacionais de excelência em SMS, a Petrobras deu continuidade aos
projetos Excelência em SMS e Mudança Climática, que reúnem as principais ações corporativas da
companhia na área e constam do Plano Estratégico 2020.

Ao final, 93% das unidades certificáveis no Brasil e no exterior estavam em conformidade com as normas ISO
14001 (relativa a meio ambiente) e BS 8800 ou OHSAS 18001 (relativas a segurança e saúde), recebendo as
respectivas certificações, concedidas por organismos nacionais e internacionais. Além disso, 52 unidades
operacionais de Brasil, Argentina, Estados Unidos, Peru e Equador passaram pelo processo interno de
avaliação da gestão, que mensura a aplicação das práticas de SMS na companhia.

SEGURANÇA OPERACIONAL

Mantendo a tendência dos anos anteriores e alcançando desempenho comparável ao das referências
internacionais da indústria de petróleo e gás, a Petrobras registrou em 2008 uma redução para 0,59 na Taxa
de Frequência de Acidentados com Afastamento (TFCA), que corresponde ao número de acidentados com
afastamento para cada milhão de homens-horas de exposição ao risco, mesmo em um cenário de aumento
da atividade operacional.
Já a Taxa de Acidentados Fatais (TAF), equivalente ao número de fatalidades por 100 milhões de homens-
horas de exposição ao risco, passou de 2,28 em 2007 para 2,40 em 2008. Ocorreram 18 fatalidades na força
de trabalho, incluindo empregados próprios e terceirizados. Do total de casos, cinco estão relacionados a um
acidente aéreo e quatro a acidentes de trânsito – uma acentuada redução em relação às nove fatalidades em
acidentes de trânsito registradas em 2007, como resultado das diversas ações de prevenção feitas pela
companhia nessa área.

MEIO AMBIENTE

As ações de responsabilidade ambiental tiveram como foco o aumento da ecoeficiência de processos e


produtos, visando à redução do consumo de recursos naturais e dos impactos sobre o meio ambiente.
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS E MUDANÇA CLIMÁTICA - O principal objetivo de gestão da Petrobras quanto à
mudança climática é reduzir a intensidade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em seus processos e
produtos, de forma a alcançar os níveis considerados de excelência na indústria de energia mundial,
contribuindo para a sustentabilidade do negócio e para a mitigação da mudança climática global.
A companhia monitora suas emissões atmosféricas por meio do Sistema de Gestão de Emissões
Atmosféricas (Sigea), que faz o inventário das principais emissões, especialmente os GEE (dióxido de
carbono, metano e óxido nitroso) e poluentes regulados (monóxido de carbono, óxidos de enxofre e
nitrogênio, compostos orgânicos voláteis e material particulado), mantendo um histórico atualizado desde
2002. O acompanhamento da evolução das emissões é fundamental para o planejamento dos esforços de
redução pela Petrobras, que priorizam a eficiência energética, a redução da queima do gás associado, o uso
de fontes renováveis de energia e a pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
Em 2010, a companhia evitou a emissão de 680 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2), conforme
registrou seu indicador Emissões Evitadas de Gases de Efeito Estufa. A Petrobras pretende evitar a emissão
de 2,3 e 4,5 milhões de toneladas de CO2 em 2009 e 2013, respectivamente. As metas traçadas pela
companhia permitem atenuar a curva de crescimento do volume de emissões sem restringir a expansão dos
negócios, considerando-se um cenário de business as usual (forma habitual de condução do negócio).

367
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RECURSOS HÍDRICOS E EFLUENTES - A Petrobras tem em andamento mais de 70 projetos relacionados a


sistemas de tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento de efluentes e reúso de água em
diferentes áreas e subsidiárias. Em 2010, a companhia captou 195,2 milhões de m3 de água doce para uso
em suas operações.
Destaque para a Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, a primeira unidade da Petrobras com descarte
zero de efluentes. A Estação de Reúso de Água inaugurada na refinaria em 2008 reduzirá a captação de água
em cerca de 0,7 milhão de m3 por ano. Além disso, os efluentes da Estação poderão ser usados para fins
industriais pela Petrobras e por outras empresas da região.

Os projetos nas refinarias Henrique Lage (Revap) e Presidente Getúlio Vargas (Repar) permitiram uma
economia de mais de 7,6 milhões de m3 de água por ano.

RESÍDUOS - A Petrobras adota diversas medidas para gestão e minimização de resíduos. Em 2008,
estabeleceu um limite máximo admissível (LMA) para a geração de resíduos sólidos perigosos em seus
processos. O volume de resíduos gerados foi de 233 mil toneladas, ficando abaixo do LMA de 293 mil
toneladas definido para o ano, mesmo com o aumento da produção de óleo cru e refinados.
A companhia também investe no desenvolvimento de tecnologias inovadoras para reaproveitamento e
minimização de resíduos, e tem buscado ampliar o percentual de reciclagem e reúso em suas unidades. Em
2008, 30% dos resíduos sólidos perigosos foram reaproveitados.

BIODIVERSIDADE - A Petrobras desenvolve inúmeras iniciativas para a preservação e a recuperação da


biodiversidade. Em 2011, prosseguiu com o mapeamento de regiões sensíveis, protegidas e vulneráveis em
suas áreas de influência. Os dados mapeados alimentarão um sistema de informações geográficas (SIG) que
também abrigará outras informações sobre biodiversidade. A base de dados ajudará a companhia a prevenir
e solucionar eventuais impactos à biodiversidade do entorno de suas operações.

Além disso, a companhia mantém o Centro de Excelência Ambiental da Petrobras na Amazônia (Ceap), que
até 2012 recebeu cerca de R$ 500 milhões em investimentos. Por meio do Ceap são estabelecidas parcerias
com universidades, instituições de pesquisa, órgãos governamentais e ONGs, com o objetivo de consolidar
informações e conhecimentos que ajudem a minimizar o impacto das atividades da companhia sobre o
ecossistema da região amazônica.

ATUAÇÃO EM EMERGÊNCIAS - A política de atuação em emergências conta com dez Centros de Defesa
Ambiental (CDAs) em operação permanente, equipados com embarcações especiais, recolhedores de óleo e
barreiras de contenção e absorção, além de profissionais capacitados. Treze bases avançadas dos CDAs dão
cobertura a diversas regiões do País. A companhia também mantém em operação permanente três
embarcações para o combate a emergências na Baía de Guanabara, no litoral de São Paulo e na costa de
Sergipe e Alagoas.
Em 2008, a Petrobras promoveu sete simulados regionais, envolvendo a Marinha do Brasil, Defesa Civil,
Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, órgãos ambientais, prefeituras e comunidades locais, além de quatro
exercícios simulados de grande porte em unidades da Argentina, Colômbia, México e Uruguai.

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VAZAMENTO DE PETRÓLEO E DERIVADOS - O volume de vazamentos em 2008 ficou 40% abaixo do limite
máximo admissível (LMA) estabelecido para o ano, mantendo-se em nível compatível com os referenciais de
excelência da indústria mundial de petróleo e gás.

SAÚDE

A Petrobras desenvolve diversas ações para promover a saúde e o bem-estar de seus funcionários,
estimulando práticas organizacionais benéficas e a adoção de um estilo de vida saudável. Em 2012 2013,
organizou uma série de iniciativas para a promoção da alimentação saudável, que se somaram às de
estímulo à atividade física e de prevenção e controle do tabaco, álcool e outras drogas, já em andamento.
Definidas com base no perfil epidemiológico dos empregados, as ações incluíram avaliação nutricional
periódica individual, educação alimentar para funcionários e familiares, e orientação sobre a composição
nutricional das refeições servidas nas unidades, além de orientação sobre as exigências de controle
higiênico-sanitário em instalações da companhia e de empresas prestadoras de serviço. Essas ações se
estendem a todas as situações em que há alimentação fornecida pela Petrobras, incluindo eventos internos e
externos.
Em relação à HIV/Aids, a política da Petrobras tem como princípios a não-discriminação, a confidencialidade,
o aconselhamento e a adoção de medidas de assistência, educação para saúde e vigilância epidemiológica
da doença.

A companhia acompanha os resultados na área de saúde por indicadores como o Percentual de Tempo
Perdido (PTP), referente aos afastamentos de empregados do trabalho por doenças ou acidentes. Em 2012,
foi registrado um PTP de 2,31%.

Mecânica dos Fluidos

A mecânica dos fluidos é a parte da física que estuda o efeito de forças em fluidos. Os
fluidos em equilíbrio estático são estudados pela hidrostática e os fluidos sujeitos a
forças externas diferentes de zero são estudados pela hidrodinâmica.

Aplicações:
# Ação de fluidos sobre superfícies submersas. Ex.: barragens.
# Equilíbrio de corpos flutuantes. Ex.: embarcações.
# Ação do vento sobre construções civis.
# Estudos de lubrificação.
# Transporte de sólidos por via pneumática ou hidráulica. Ex.: elevadores
hidráulicos.
# Cálculo de instalações hidráulicas. Ex.: instalação de recalque.
# Cálculo de máquinas hidráulicas. Ex.: bombas e turbinas.
# Instalações de vapor. Ex.: caldeiras.
# Ação de fluidos sobre veículos (Aerodinâmica).

Fluido é uma substância que não tem forma própria, e que, se estiver em repouso, não resiste a tensões de
cisalhamento.

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Viscosidade absoluta ou
dinâmica

Princípio da aderência: As partículas fluidas junto ás superfícies sólidas adquirem as velocidades dos pontos
das superfícies com as quais estão em contato.

Junto à placa superior as partículas


do fluido têm velocidade diferente
de zero. Junto à placa inferior as
partículas têm velocidade nula.

Entre as partículas de cima e as de


baixo existirá atrito, que por ser

370
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uma força tangencial formará tensões de cisalhamento, com sentido contrário ao do movimento, como a
força de atrito. As tensões de cisalhamento agirão em todas as camadas fluidas e evidentemente naquela
junto à placa superior dando origem a uma força oposta ao movimento da placa superior.

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Massa específica

Peso específico

Viscosidade
cinemática

372
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Transmissão e
transmissores
pneumáticos e
eletrônicos

Como o próprio nome


indica, Pneumática
trabalha com Ar
enquanto que
Hidráulica com Óleo.
Os Circuitos
Hidráulicos e
Pneumáticos são
muito semelhantes e
funcionam da mesma
maneira, a única
diferença é que
dentro de cada um
deles corre o Ar
comprimido fornecido
pelo Compressor de
AR ou o Óleo sob pressão gerada pelas Bombas Hidráulicas.

Por finalidade última podemos dizer que quando precisamos de uma pequena força para movimentar
pequenos objetos , leves, usamos a Pneumática, enquanto que quando precisamos fazer uma grande força
para movimentar grandes objetos, pesados, usamos a Hidráulica. Este resultado final da aplicação da força é
resultante da baixa pressão encontrada nos circuitos pneumáticos e da alta pressão encontrada nos circuitos
hidráulicos. Precisamos estar sempre cientes, que tanto a pneumática quanto a hidráulica são Sistemas de
Controle de Força e Movimento.

Pneumática é a ciência que estuda as propriedades físicas do ar e dos outros gases, trata das propriedades
mecânicas dos gases. O termo pneumática é derivado grego “pneumos”ou “pneuma”, que significa
respiração, sopro, e é definido como o segmento da física que se ocupa da dinâmica e dos fenômenos físicos
relacionados com os gases e com o vácuo, bem como estuda a conversão de energia produzida pelo ar em
energia mecânica, através de seus elementos de trabalho.

- SISTEMA PNEUMÁTICO
É um mecanismo que funciona com ar comprimido. É composto de tubulações e válvulas cuja função é
transformar a pressão do fluido ali confinado, em força mecânica com movimento controlado. Os circuitos
pneumáticos normalmente são utilizados para transmitir movimento em equipamentos que não necessitam
de grande esforço de operação, pois sua principal característica é trabalhar com baixa pressão e pouca força
de movimentação. Exemplos de atuação da força pneumática: máquinas de manufaturas, abertura e
fechamento da porta de ônibus, ferramentas pneumáticas (brocas de dentista, martelo, furadeira , a

373
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parafusadeira, britadeira, dosadora, lixadeira, soldadora, etc.), freio à ar, cilindros lineares e /ou rotativos,
motores pneumáticos, válvulas de controle, injetoras, prensas de impacto, sistemas de pintura, robótica e
outras infindáveis aplicações.

Atualmente, o controle do ar suplanta os melhores graus da eficiência, executando operações sem fadiga,
economizando tempo, ferramentas e materiais, além de fornecer segurança ao trabalho.

O termo pneumática é derivado do grego Pneumos ou Pneuma (respiração, sopro) e é definido como a
parte da Física que se ocupa da dinâmica e dos fenômenos físicos relacionados com os gases ou vácuos. É
também o estudo da conservação da energia pneumática em energia mecânica, através dos respectivos
elementos de trabalho.

Vantagens:
1) - Incremento da produção com investimento relativamente pequeno.
2) - Redução dos custos operacionais.
A rapidez nos movimentos pneumáticos e a libertação do operário (homem) de operações repetitivas
possibilitam o aumento do ritmo de trabalho, aumento de produtividade e, portanto, um menor custo
operacional.
3) - Robustez dos componentes pneumáticos.
A robustez inerente aos controles pneumáticos torna-os relativamente insensíveis a vibrações e golpes,
permitindo que ações mecânicas do próprio processo sirvam de sinal para as diversas sequências de
operação. São de fácil manutenção.
4) - Facilidade de implantação.
Pequenas modificações nas máquinas convencionais, aliadas à disponibilidade de ar comprimido, são os
requisitos necessários para implantação dos controles pneumáticos.
5) - Resistência a ambientes hostis.
Poeira, atmosfera corrosiva, oscilações de temperatura, umidade, submersão em líquidos, raramente
prejudicam os componentes pneumáticos, quando projetados para essa finalidade.
6) - Simplicidade de manipulação.
Os controles pneumáticos não necessitam de operários super especializados para sua manipulação.
7) - Segurança.
Como os equipamentos pneumáticos envolvem sempre pressões moderadas, tornam-se seguros contra
possíveis acidentes, quer no pessoal, quer no próprio equipamento, além de evitarem problemas de
explosão.
8) - Redução do número de acidentes.
A fadiga é um dos principais fatores que favorecem acidentes; a implantação de controles pneumáticos
reduz sua incidência (liberação de operações repetitivas).

Limitações:
1) - O ar comprimido necessita de uma boa preparação para realizar o trabalho proposto: remoção de
impurezas, eliminação de umidade para evitar corrosão nos equipamentos, engates ou travamentos e
maiores desgastes nas partes móveis do sistema.
2) - Os componentes pneumáticos são normalmente projetados e utilizados a uma pressão máxima de
1723,6 kPa. Portanto, as forças envolvidas são pequenas se comparadas a outros sistemas.
Assim, não é conveniente o uso de controles pneumáticos em operação de extrusão de metais.
Provavelmente, o seu uso é vantajoso para recolher ou transportar as barras extrudadas.
3) - Velocidades muito baixas são difíceis de ser obtidas com o ar comprimido devido às suas propriedades
físicas. Neste caso, recorre-se a sistemas mistos (hidráulicos e pneumáticos).
4) - O ar é um fluido altamente compressível, portanto, é impossível se obterem paradas intermediárias e
velocidades uniformes.
O ar comprimido é um poluidor sonoro quando são efetuadas exaustões para a atmosfera. Esta poluição
pode ser evitada com o uso de silenciadores nos orifícios de escape.

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Propriedades Físicas do Ar
Apesar de insípido, inodoro e incolor, percebemos o ar através dos ventos, aviões e pássaros que nele
flutuam e se movimentam; sentimos também o seu impacto sobre o nosso corpo. Concluímos facilmente
que o ar tem existência real e concreta, ocupando lugar no espaço.

Compressibilidade
O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de ocupar todo o volume de qualquer recipiente,
adquirindo seu formato, já que não tem forma própria. Assim, podemos encerrá-lo num recipiente com
volume determinado e posteriormente provocar-lhe uma redução de volume usando uma de suas
propriedades - a compressibilidade. Podemos concluir que o ar permite reduzir o seu volume quando sujeito
à ação de uma força exterior.

Elasticidade
Propriedade que possibilita ao ar
voltar ao seu volume inicial uma
vez extinto o efeito (força)
responsável pela redução do volume.

Difusibilidade
Propriedade do ar que lhe permite
misturar-se homogeneamente
com qualquer meio gasoso que
não esteja saturado

Expansibilidade
Propriedade do ar que lhe
possibilita ocupar totalmente o
volume de qualquer recipiente,
adquirindo o seu formato.

375
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Peso do Ar
Como toda matéria concreta, o ar tem peso.
Atmosfera
Camada formada por gases, principalmente por oxigênio (O2 ) e nitrogênio (N2), que envolve toda a
superfície terrestre, responsável pela existência de vida no planeta.
Pelo fato do ar ter peso, as camadas inferiores são comprimidas pelas camadas superiores. Assim as camadas
inferiores são mais densas que as superiores.
Concluímos, portanto, que um volume de ar comprimido é mais pesado que o ar à pressão normal ou à
pressão atmosférica.
Quando dizemos que um litro de ar pesa 1,293 X 10-3 Kgf ao nível do mar, isto significa que, em altitudes
diferentes, o peso tem valor diferente.

Pressão Atmosférica
Sabemos que o ar tem peso, portanto, vivemos sob esse peso.
A atmosfera exerce sobre nós uma força equivalente ao seu peso, mas não a sentimos, pois ela atua em
todos os sentidos e direções com a mesma intensidade.
A pressão atmosférica varia proporcionalmente à altitude considerada. Esta variação pode ser notada.

Medição da Pressão Atmosférica


Nós geralmente pensamos que o ar não tem peso. Mas, o oceano de ar cobrindo a terra exerce pressão
sobre ela. Torricelli, o inventor do barômetro, mostrou que a pressão atmosférica pode ser medida por uma
coluna de mercúrio. Enchendo-se um tubo com mercúrio e invertendo-o em uma cuba cheia com mercúrio,
ele descobriu que a atmosfera padrão, ao nível do mar, suporta uma coluna de mercúrio de 760 mm de
altura.

A pressão atmosférica ao nível do mar


mede ou é equivalente a 760 mm de
mercúrio.
Qualquer elevação acima desse nível deve
medir evidentemente menos do que isso.
Num sistema hidráulico, as pressões acima
da pressão atmosférica são medidas em
kgf/ cm2. As pressões abaixo da pressão
atmosférica são medidas em unidade de milímetros de mercúrio.

Elementos de Produção de Ar Comprimido - Compressores


Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um certo volume de ar, admitido nas
condições atmosféricas, até uma determinada pressão, exigida na execução dos trabalhos realizados pelo ar
comprimido.

Classificação e Definição Segundo os Princípios de Trabalho


São duas as classificações fundamentais para os princípios de trabalho.

Deslocamento Positivo
Baseia-se fundamentalmente na redução de volume. O ar é admitido em uma câmara isolada do meio
exterior, onde seu volume é gradualmente diminuído, processando-se a compressão.

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Quando uma certa pressão é atingida, provoca a abertura de válvulas de descarga, ou simplesmente o ar é
empurrado para o tubo de descarga durante a contínua diminuição do volume da câmara de compressão.

Deslocamento Dinâmico
A elevação da pressão é obtida por meio de conversão de energia cinética em energia de pressão, durante a
passagem do ar através do compressor.
O ar admitido é colocado em contato com impulsores (rotor laminado) dotados de alta velocidade. Este ar é
acelerado, atingindo velocidades elevadas e consequentemente os impulsores transmitem energia cinética
ao ar. Posteriormente, seu escoamento é retardado por meio de difusores, obrigando a uma elevação na
pressão.

Rede de Distribuição
Aplicar, para cada máquina ou dispositivo automatizado,um compressor próprio, é possível somente em
casos esporádicos e isolados. Onde existem vários pontos de aplicação, o processo mais conveniente e
racional é efetuar a distribuição do ar comprimido situando as tomadas nas proximidades dos utilizadores.
A rede de distribuição de A.C. compreende todas as tubulações que saem do reservatório, passando pelo
secador e que, unidas, orientam o ar comprimido até os pontos individuais de utilização.

A rede possui duas funções básicas:


1. Comunicar a fonte produtora com os equipamentos consumidores.
2. Funcionar como um reservatório para atender às exigências locais.

Um sistema de distribuição perfeitamente executado deve apresentar os seguintes requisitos:

Pequena queda de pressão entre o compressor e as partes de consumo, a fim de manter a pressão dentro de
limites toleráveis em conformidade com as exigências das aplicações.
Não apresentar escape de ar; do contrário haveria perda de potência.
Apresentar grande capacidade de realizar separação de condensado.

Ao serem efetuados o projeto e a instalação de uma planta qualquer de distribuição, é necessário levar em
consideração certos preceitos. O não-cumprimento de certas bases é contraproducente e aumenta
sensivelmente a necessidade de manutenção.

Layout
Visando melhor performance na distribuição do ar, a definição do layout é importante.
Este deve ser construído em desenho isométrico ou escala, permitindo a obtenção do comprimento das
tubulações nos diversos trechos. O layout apresenta a rede principal de distribuição, suas ramificações, todos
os pontos de consumo, incluindo futuras aplicações; qual a pressão destes pontos, e a posição de válvulas de
fechamento, moduladoras, conexões, curvaturas, separadores de condensado, etc. Através do layout, pode-
se então definir o menor percurso da tubulação, acarretando menores perdas de carga e proporcionando
economia.

Formato
Em relação ao tipo de linha a ser executado, anel fechado (circuito fechado) ou circuito aberto, devem-se
analisar as condições favoráveis e desfavoráveis de cada uma.
Geralmente a rede de distribuição é em circuito fechado, em torno da área onde há necessidade do ar
comprimido. Deste anel partem as ramificações para os diferentes pontos de consumo.

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O Anel fechado auxilia na


manutenção de uma
pressão constante, além
de proporcionar uma
distribuição mais uniforme
do ar comprimido para os
consumos intermitentes.
Dificulta porém a
separação da umidade,
porque o fluxo não possui
uma direção; dependendo
do local de consumo,
circula em duas direções.
Existem casos em que o
circuito aberto deve ser
feito, por ex.: área onde o
transporte de materiais e
peças é aéreo, pontos
isolados, pontos distantes,
etc; neste caso, são
estendidas linhas
principais para o ponto.

Válvulas de Fechamento
na Linha de Distribuição
São de grande importância na rede de distribuição para permitir a divisão desta em seções, especialmente
em casos de grandes redes, fazendo com que as seções tornem-se isoladas para inspeção, modificações e
manutenção.

Assim, evitamos que outras seções sejam simultaneamente atingidas, não havendo paralisação do trabalho e
da produção.

As válvulas mais aplicadas até 2" são


do tipo de esfera, diafragma. Acima
de 2" são utilizadas as válvulas tipo
gaveta.

Manômetros
São instrumentos utilizados para
medir e indicar a intensidade de
pressão do ar comprimido, óleo, etc.
Nos circuitos pneumáticos e hidráulicos, os manômetros são utilizados para indicar o ajuste da intensidade
de pressão nas válvulas, que pode influenciar a força, o torque, de um conversor de energia.

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Atuadores Pneumáticos
Os atuadores pneumáticos se
dividem em duas categorias: os
lineares e os rotativos. Os lineares
convertem energia pneumática em
movimento linear, e os rotativos
convertem energia pneumática em
movimento rotativo.
Os atuadores lineares de simples
efeito e de duplo efeito são os
mais usuais, não importando se
são cilíndricos, quadrados ou com
outros formatos. Pela simbologia
adotada pela ISO 1219, esses
atuadores são assim
representados.

Tipos de sinais em instrumentação


- Analógico - inicialmente pneumático (3 a 15 psi) e depois eletrônico (4 a 20 mA e 1 a 5 Vcc)
Outro tipo de sinal analógico bastante usado é o sinal em mV, obtido em termopares. Os termopares são um
tipo de sensor de temperatura que possui uma ponta com junção de dois tipos de metais. Esta junção gera
uma milivoltagem, proporcional à temperatura a que é submetida. É comum portanto, o envio destes sinais
em cabos especiais, chamados cabos de compensação ou extensão, até à sala de controle.

Os termopares são dispositivos eletrônicos com larga aplicação para medição de temperatura. São baratos,
podem medir uma vasta gama de temperaturas e podem ser substituídos sem introduzir erros relevantes. A
sua maior limitação é a exatidão, uma vez que erros inferiores a 1 ° C são difíceis de obter. Uma termopilha é
o nome que se dá a um conjunto de termopares ligados em série. Um exemplo da aplicação de termopares e
termopilhas pode ser a medição de temperaturas em linhas de gás.

O funcionamento dos termopares é baseado neste fenômeno, que é conhecido como Efeito de Seebeck.
Embora praticamente se possa construir um termopar com qualquer combinação de dois metais, utilizam-se
apenas algumas combinações normalizadas, isto porque possuem tensões de saída previsíveis e suportam
grandes gamas de temperaturas.

Também é comum um outro tipo de sensor de temperatura, chamado termoresistência, que é constituído de
um bulbo de platina, cuja resistência a zero graus centígrados é 100 ohms. Esta resistência varia
proporcionalmente à temperatura à que é submetido o sensor. Neste caso, o cabo leva um sinal de
resistência e é constituído de 3 fios, sendo o terceiro fio usado para anular a resistência ôhmica resultante do
comprimento do cabo.

- Sinais discretos - são sinais obtidos de contatos que só tem duas possibilidades : aberto ou fechado Esses
sinais são muito comuns em alarmes e sistemas de segurança. Por exemplo : um sensor chamado
pressostato abre um contato, quando a pressão da descarga de um compressor exceder um determinado

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limite. Este sinal pode ser usado para acionar um alarme visual e sonoro (lâmpada piscando e buzina) ou
para acionar um sistema de segurança, por exemplo - desligar o compressor.

Agora estamos discutindo outra face da instrumentação - que é alarme e intertravamento. Neste caso os
sensores que monitoram a variável de processo (pressão, temperatura, vazão, nível) possui um contato, que
se abre (ou fecha), quando o valor monitorado ultrapassa um pré-determinado ponto.

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