Analise Reichiana e Analise Bioenergetica Breve e Focal Aplicada A Pratica Clinica VOLPI Jose Henrique VOLPI Sandra
Analise Reichiana e Analise Bioenergetica Breve e Focal Aplicada A Pratica Clinica VOLPI Jose Henrique VOLPI Sandra
Analise Reichiana e Analise Bioenergetica Breve e Focal Aplicada A Pratica Clinica VOLPI Jose Henrique VOLPI Sandra
A proposta desse artigo é abordar a Análise Reichiana e a Análise Bioenergética como formas
de tratamento que buscam compreender as funções da mente e do corpo, bem como libertá-los
de suas couraças. Quando falamos em análise breve e focal, estamos nos referindo a uma
forma de intervenção mais imediatista e pontual, trabalhando especificamente sobre a
demanda do paciente e num curto espaço de tempo. Acreditamos ser um recurso que
podemos utilizar em várias situações para abrandar momentaneamente o conflito neurótico do
paciente.
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COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO
José Henrique; VOLPI, Sandra Mara. Análise reichiana e Análise Bioenergética
breve e focal aplicada à prática clínica. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra
Mara (Org.) CONGRESSO BRASILEIRO e ENCONTRO PARANAENSE DE
PSICOTERAPIAS CORPORAIS, XXII, 2017. Anais. Curitiba: Centro Reichiano,
2017. [ISBN – 978-85-69218-02-9]. Disponível em:
<www.centroreichiano.com.br/artigos_anais_congressos.htm.> Acesso em:
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momento atual, são registrados em nossa mente e em nosso corpo, bloqueando dessa
forma nossa energia, impedindo a pulsação do organismo e por consequência,
respondendo pelas neuroses.
Muitos desses registros podem vir à mente numa terapia de base verbal em forma
de lembranças e que podem ser relatadas, mas a grande maioria desses registros ficam
guardados apenas em forma de sensações e, nesse caso, não se tem lembranças do
ocorrido. Esses registros são gravados na memória celular, respondendo pelo que Reich
(1995) chamou de couraça, que aprisiona a energia e por consequência o “trauma”.
Mas, o objetivo da Análise Reichiana e da Análise Bioenergética breve e focal não é
alcançar a mudança comportamental e caractereológica do paciente em todos os seus
aspectos, e sim mobilizar os conteúdos emergentes para que o paciente possa se sentir
mais seguro para dar continuidade à sua vida. É uma técnica que trabalha no aqui e no
agora.
Buscamos levar o paciente a perceber, identificar e entender melhor seus conflitos,
buscando ampliar essas situações, corrigindo e dando um novo sentido aos mesmos de
forma a aliviar sua tensão. Portanto, é uma “viagem conjunta” onde terapeuta e paciente
avaliam os melhores caminhos a serem seguidos, considerando para isso o tempo e a
disponibilidade interna por parte do paciente para resolver rapidamente suas questões.
Caso contrário, a desmotivação irá aparecer. Assim, a duração do tratamento é
estabelecida de acordo com a gravidade da queixa apresentada.
Nessa prática, seja ela convencional ou breve e focal, devemos considerar que
cada paciente tem um tempo interno para processar as informações, agir e reagir perante
estímulos que lhes são apresentados no dia a dia. Mas alguns pacientes tem um limite de
tempo bastante estrito, o que os angustia e os coloca numa situação de extrema
ansiedade em ter que “esperar”, agitação essa que está ligada a uma questão
temperamental. São para esses pacientes que o recurso da análise breve e focal acaba
tendo um resultado bastante satisfatório, porque se não agirmos de acordo com essa
“pressa”, o paciente não suporta permanecer em análise. Portanto, nesses casos
recomendamos iniciar o tratamento com a análise breve e focal e depois, caso o paciente
permaneça em análise, podemos dar sequência ao processo de forma convencional e mais
profunda.
Nesse tipo de análise breve e focal, o papel do terapeuta é muito mais ativo e
diretivo. Ainda assim, não podemos esquecer de nossa postura de terapeuta junto ao
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paciente, que dá bons resultados, quando de início atuamos como um terapeuta que faz a
função de “útero”, quente, acolhedor, e que não representa risco, estimulando medo no
paciente. Essa postura de terapeuta faz o acolhimento e fortalece o vínculo. Conforme o
tratamento progride, passamos a atuar numa postura mais parecida com a “mãe”, que
sabe ouvir e respeitar os limites do paciente. Mais tarde, passamos a atuar como um
terapeuta “pai”, que pode apontar alguns limites e chamar a atenção do paciente para
aquilo que ele não enxerga. E finalmente passamos a atuar como um terapeuta “amigo”,
que mostra ao paciente os caminhos que ele pode seguir sozinho.
Logicamente, devemos considerar que essa proposta não tem bons resultados com
pacientes mais comprometidos, que não conseguem ter uma boa percepção de si mesmos
e de seus problemas e estarem disponíveis ao tratamento.
Para a aplicação prática, fazemos uso de alguns dos actings da Vegetoterapia,
propostos por Navarro (1996) e criados por nós mesmos, exercícios da Bioenergética de
Lowen (1982) e outros de nossa autoria, e várias outras técnicas, respeitando sempre a
proposta de Reich para o desbloqueio das couraças no sentido céfalo-caudal (do primeiro ao
sétimo segmento), porém sem seguir rigidamente essa ordem num primeiro momento como
veremos mais à frente.
Não se descarta de forma alguma o apoio de outros profissionais, exames e terapias
convergentes como Florais, Acupuntura, massagens, fitoterapia e até mesmo psicofármacos,
Homeopatia, etc., que irão contribuir com a melhora do paciente. Todo conhecimento e ajuda
profissional são bem vindos e daí a importância da interdisciplinaridade com outras áreas.
Nada funciona sozinho ou é mais difícil. É útil que se busque ajuda para complementar o
tratamento. Não se deve deixar que o narcisismo tome conta e considerar que se resolve.
Por outro lado, o paciente precisa estar inteiramente disponível ao tratamento. Sem
isso, não há melhora, principalmente quando não se tem tempo hábil.
Quando fazemos um trabalho psicocorporal, temos que levar em conta alguns
aspectos importantes:
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podemos nos esquecer de buscar a relação desta com a história traumática do paciente.
Perguntas do tipo “Desde quando?”, “Quando isso começou?”, “Como você era antes
disso?”, etc., são fundamentais. Da mesma forma, é preciso ter ideia de como o paciente
funcionava antes e a partir da queixa.
2 - ANAMNESE
3 - LEITURA ENERGÉTICA
Observar o nível de energia geral do paciente, por meio de seu tom de voz, postura,
etc., e da energia em cada segmento de couraça, é importante. Essa energia, conforme
indica Navarro (1995), pode estar normal, desorganizada (desorgonótica), baixa
(hipoorgonótica) ou alta (hiperorgonótica). É a partir da compreensão energética do paciente
que iremos desenvolver nosso projeto terapêutico.
4 - LEITURA CORPORAL
É feita por meio de observação dos gestos, movimentos, posturas, etc., que nos
indicarão os traços de caráter e, por consequência, de funcionamento do paciente.
Na leitura corporal devemos perceber a respiração do paciente – se superficial,
profunda... – bem como suas tensões. Podemos perguntar ao paciente como percebe seu
corpo e suas tensões. Alguns têm consciência das tensões e inclusive da localização das
mesmas, mas outros não, e acham que estão bem e relaxados. Para esses devemos apontar
suas tensões, tocando nos pontos tensos (massagem).
Devemos prestar atenção no corpo, na cor da pele, nos cheiros, texturas, gestos,
vestimenta, etc.
É importante observar o corpo do paciente em pé, de frente e costas e deitado. Quando
deitado, em decúbito dorsal, perceber se sua respiração é ampla ou curta, se move o corpo
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todo ou apenas peito ou barriga. Isso mostra o quanto o paciente está preso, tenso, rígido ou
mais flexível.
5 – MASSAGEM
A massagem tem vários objetivos que vão desde favorecimento do vínculo até a
identificação das couraças musculares.
Ao mesmo tempo em que tocamos as tensões, podemos pedir ao paciente que vá
entrando em contato com o toque, a dor, etc., e relate imagens, lembranças ou sensações que
possam surgir. Podemos ir falando a respeito disso. É um trabalho de tomada de consciência.
Aqui vamos levar em conta o quanto o paciente sente dores no mínimo toque, é
hipersensível ao toque (um traço muito característico do núcleo psicótico e do esquizoide, que
têm dificuldade de contato, e essa dificuldade aparece como defesa sentindo dores), ou o
toque é forte e o paciente não reclama (como é o caso do masoquista).
6 - CONTRATO TERAPÊUTICO
É importante deixar claro ao paciente que o tempo pode ser um fator limitante ao
tratamento e em qualquer situação, jamais devemos prometer a cura.
A ideia é que se reforce a necessidade de ser pontual nas sessões, já estar com roupa
confortável para o trabalho (sem precisar subtrair tempo da sessão para se trocar), não faltar,
etc., além de, claro, se entregar ao máximo ao processo para que possa dele tirar o maior
proveito possível.
7 - PROJETO TERAPÊUTICO
Somando todos os itens expostos anteriormente, é que iremos programar um projeto
terapêutico para cada paciente considerando principalmente a quantidade de sessões que o
paciente poderá frequentar para o tratamento. Logicamente, se for uma quantidade reduzida, o
projeto deve ser bastante reduzido. É comum alguns pacientes desejarem trabalhar várias
questões, mas não haver disponibilidade para realizar várias sessões. Nesse caso, é
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importante junto com o paciente traçar as prioridades. Além do mais, reforça-se sempre a
questão de quem “nem tudo é mágico” e não se promete a resolução dos problemas em um
curto espaço de tempo. São tentativas que podem, ou não, dar resultados porque cada caso é
um caso, cada paciente é um paciente e até mesmo a técnica nem sempre dá resultado por
igual a todos.
REFERÊNCIAS
LOWEN, A. Bioenergética. São Paulo: Summus, 1982.
AUTORES e APRESENTADORES
José Henrique Volpi / Curitiba / PR / Brasil
Psicólogo (CRP-08/3685), Analista Reichiano, Especialista em Psicologia Clínica, Anátomo-
Fisiologia, Hipnose Eriksoniana e Psicodrama. Mestre em Psicologia da Saúde (UMESP),
Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). Diretor do Centro Reichiano-
Curitiba/PR.
E-mail: [email protected]
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