Jeferson Tenrio Resenha O Avesso Da Pele
Jeferson Tenrio Resenha O Avesso Da Pele
Jeferson Tenrio Resenha O Avesso Da Pele
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Em seu terceiro romance, O avesso da pele, publicado pela editora Companhia das
Letras, em 2020, Jeferson Tenório amplia suas reflexões sobre o abandono, no que
se pode considerar como uma trilogia sobre o tema que se iniciou com a obra O beijo
na parede e ganhou corpo (e força) em Estela sem Deus. O autor trouxe em seus
romances anteriores o abandono vivenciado por uma criança, João em O Beijo na
Parede, e o vivido por uma adolescente, Estela, em Estela sem Deus e, por fim, chega-
se a Pedro. Este é um sujeito que se recolhe em suas lembranças, nas vivências e
nas histórias que ouviu de e sobre seus pais para se entender e, quem sabe, ser capaz
de lidar com o abandono que o aflige da infância à vida adulta e, também, o que
assolou seu pai na maturidade. Pedro tem seu pai, Henrique, assassinado em uma
operação policial, tal fato o leva para o recolher-se e assim poder nascer para o novo
momento que irá viver. Da mesma forma como ocorre com os iniciantes no
candomblé, o narrador necessitará desabrochar para essa comunidade que se
apresenta para ele em sua vida adulta. Ao se perceber incompleto, Pedro dirige-se
aos familiares – e aos leitores – e expõe a urgente necessidade de se recolher, porque
assim conseguirá digerir todos os acontecimentos envolvidos na perda do pai e,
assim, renascer. Então, o narrador diz
Acho que vocês nunca se preocuparam em organizar uma narrativa para mim.
Sei que o tempo foi passando e o que foi dito por vocês, antes da minha
memória, foi dito em retalhos. Então precisei juntar os pedaços e inventar uma
história. Por isso não estou reconstruindo esta história para você nem para
minha mãe, estou reconstruindo esta história para mim. Preciso arrancar a tua
ausência do meu corpo e transformá-la em vida. (p. 183).
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Quando esse filho adulto cerze os retalhos desta colcha com a linha memorialística
da infância, ele consegue rasgar seu caminho, pois os vãos se transformarão em
percursos possíveis para o entender-se e apresentar-se como sujeito. O porque desta
ação se justifica, tendo como base as religiões afro-brasileiras, em especial os rituais
essenciais para se tornar um adepto. Um deles é o recolhimento para a feitura de
santo, que consiste em submeter o sujeito a práticas que o possibilitarão nascer para
a comunidade religiosa que pretende viver.
O recolher para os de candomblé (e demais religiões afro-brasileiras) trata-se de um
período de 21 dias, no qual o abiã1 se prepara para atingir o status de filho-de-santo,
mas até alcançar tal título o fiel necessita transpassar o período intermediário, o de
iâo2. Para que esse caminho? Pergunta dúbia, pois se refere à obra ou à religião? Não
se pode determinar, uma vez que tais questionamentos possuem a mesma resposta,
em que ambos necessitam deste percurso que o recolher-se prevê. Isso se deve,
porque, assim a religião e a obra poderão ser vivenciadas em sua plenitude. Tanto o
candomblé, ou qualquer outra religião de matriz africana, quanto as obras de Jeferson
Tenório requerem o recolher-se para sua compreensão.
No candomblé, ou na umbanda, este período proporciona ao abiã conhecer e
aprender os dogmas, os ritos, as cerimônias, entre outras atividades necessárias para
que possa caminhar nas práticas religiosas. O romance O avesso da pele também
requer esse processo de aprendizagem e conhecimento humano por parte de seus
leitores, que se utilizarão das fragilidades, das incertezas e dos ímpetos para se
entregarem à literatura cirúrgica do autor. O fato que desencadeia o recolhimento do
narrador é materializado de forma poética por Tenório ao resgatar o momento do
assassinato do pai, neste excerto Pedro conta que
(...) você nem percebeu quando os reflexos vermelhos de uma sirene bateram
na parede de um prédio próximo a você. Nem percebeu a aproximação de uma
viatura da polícia, e também não percebeu quando eles param o carro ao seu
lado. Você só se deu conta do que estava acontecendo quando um deles falou
mais alto e disse para você parar. Era uma abordagem. Sua cabeça ainda
estava na sala de aula, ainda estava em Dostoiévski. Ele gritou para você parar.
Gritou para você ir para a parede. Mas você não escutou ou não quis escutar.
Ele e os outros policiais estavam nervosos, era só para ser mais uma
abordagem de rotina. Só isso, vamos, porra, colabora. Mas você não estava se
importando mais com a rotina deles. Ele gritou novamente para você ir a
parede, ele já estava apontando a arma. Mas para você já não fazia diferença,
porque daquela vez eles não iam estragar tudo. Vocês tinham de estar lá.
Vocês tinham que ver a cara deles quando comecei a ler, vocês tinham que ver
o silêncio deles, vocês tinham que vê-los prestando atenção. Vocês tinham que
conhecer o Peterson, tinham de ouvir o que ele tinha para dizer sobre o livro.
Você ignorou porque agora era a sua vez. Era a sua vez de ditar as regras. E
a regra, agora, era seguir seu movimento, colocando a mão dentro da pasta. O
primeiro tiro pegou no seu ombro, e foi como se você tivesse levado uma
pedrada forte. O segundo foi no peito, dilacerante, uma dor difícil, não tão forte
como as outras dores que tocaram seu corpo, mas ainda uma dor difícil. O
terceiro foi dado por ele, pelo policial que vinha tendo pesadelos com homens
negros invadindo sua casa. Um tiro certeiro na tua cabeça. Os outros vieram
1 Abiã: Nome dado ao iniciado no Culto dos Orixás que ainda não recebeu qualquer tipo de obrigação.
Fonte: http://www.templodovaledosoledalua.org.br/pequeno-dicionario-yoruba-x-portugues/
2 Iâo: Termo que designa o noviço após a fase ritual da reclusão iniciatória. Em Yorùbá significa "esposa
Nessa cena, o autor une as narrativas de dois personagens, seu pai e o policial, de
forma magistral pois, em um determinado momento, o leitor começa a conhecer o
agente da segurança pública, que, em certa manhã, acordou atormentado por sonhos
intranquilos, ou como a esposa do policial o questiona: “Você teve outro daqueles
pesadelos, não é?”(p.166); e com essa pergunta o leitor, que se entregou à narrativa
de Jeferson, sabe que o encontro deles será inevitável. Porém, não esperam como
resultado deste encontro a morte de Henrique, pai de Pedro.
Com esse relato Tenório eterniza uma realidade que se acentuou, ou melhor, foi
escancarada nas duas primeiras décadas dos anos 2000, a de que basta ser negro
para estar fora da normalidade e não merecer a mínima possibilidade de voz. Também
toca no ponto nevrálgico da segurança pública: o despreparo das forças policiais. Este
é um dos mecanismos de extermínio da população negra e periférica, pois o racismo
estrutural baliza estas atitudes que se apoiam e se amenizam na maior inocência, a
legítima defesa. Em que ameaça Henrique parado na porta da escola? Quão
ameaçadora é essa cena? Qual seria a ameaça à vida do policial?
A fatídica situação ficcional presente em O avesso da pele é, facilmente, transportada
para a realidade contemporânea brasileira, e mundial, em que suscita o seguinte
questionamento: qual seria a ameaça, perigo ou crime que Agatha Félix, João Pedro,
Evaldo dos Santos Rosa, Jean Rodrigo da Silva Aldrovande, Hélio Ribeiro, Gleberson
Nascimento Alves, Alan de Souza Pereira, Jorge Lucas Paes, Thiago Guimarães,
Jhonata Dalber Matos Alves e George Floyd, entre outros, cometeram? O que tiveram
como elo a cor – negra – e serem periféricos. A maioria foi vítima de um engano, como
Henrique, na obra, seja por que carregavam guarda-chuva, furadeira, skate ou
qualquer objeto que lembre uma arma que, associado ao tipo físico, já se torna a
certeza de um possível delito. E em relação às crianças, o que carregavam consigo
além da inocência e da felicidade? Assim como Henrique, que estava contente com a
aula que ministrou para sua turma. Esses “enganos” justificam lançar mão da legítima
defesa? A resposta é simples: não. O que basta é serem negros e periféricos.
Algumas suposições para a motivação de atos truculentos como os do policial em O
avesso da pele seriam a felicidade com que as vítimas levavam suas vidas? Suas
brincadeiras e diversões infantis? Trabalhar e se manter? Não, nenhuma delas. A
ameaça real é simplesmente a existência de pessoas negras nas ruas. Dessa forma,
Pedro necessita se recolher para compreender a perda de seu pai e, enfim, poder
retornar para a sociedade “civilizada” após seu re-nascer e liberar seu orúko3.
Ainda sobre o racismo, a obra propõe uma reflexão importante ao expor todo o
percurso que Henrique fez até se recolher em uma letargia e se enxergar e se
entender como alguém com significado, compreender-se e se aceitar como um
professor. Pedro traz à superfície o momento que Henrique solta o seu orunkó: sou
professor. O narrador conta que
Peterson disse que a sua aula tinha sido muito boa. Você ofereceu o livro se
ele quisesse emprestado. Ele agradeceu, mas disse que precisava correr atrás
3Orúko: Expressão yorubá, empregada na liturgia dos candomblés, que significa "qual
é o teu nome?”. Ocorre na mais expressiva cerimônia pública do candomblé”, conhecido como saída-
de-santo, dia-do-nome, saída-de-iaô e muzenza.
Fonte: http://umbanda-candomble.comunidades.net/dicionario-yoruba-portugues
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Nesse encontro, Henrique percebe que todo seu esforço gerou um resultado positivo,
pois modificou a percepção que os alunos tinham de suas aulas. O racismo, latente
na sociedade, era, ou melhor, é suportado nestes pequenos momentos de satisfação
e de abertura das possibilidades para possíveis vítimas das violências sociais.
No romance, Jeferson Tenório trata o recolher-se de uma forma bastante sutil, porém
eficaz como a que ocorre com os abiãs no candomblé, ou seja, é necessário estes se
conhecerem na essência para que evoluam social, religiosa e eticamente. Para
exemplificar a dita necessidade, o autor concede a seus leitores uma cena que trata
da terapia de casais. Os pais de Pedro, Henrique e Martha, desfrutam desta
ferramenta quando o casamento passa por uma crise. Os envolvidos percebem que
conversar, refletir e analisar suas ações é a forma de conviverem em uma relação,
que Jeferson Tenório condensa na conjugal, mas que se expande para a social, como
o silêncio inicial de Henrique nesse evento.
Dessa forma, a terapia atua, metafórica e metonimicamente, espelhando as relações
sociais que estamos imersos. A representação que assume os terapeutas dos pais,
Jane e Reinaldo, sujeitos tão frágeis quanto os pacientes, sugere aos os leitores que
a fragilidade é um estado humano e quando se escuta a dor do outro, o ouvinte é
capaz de elaborar suas dores e usufruir positivamente delas. Por tanto, a
individualidade do casal expressa a coletividade das situações vividas pelos negros
na sociedade e, partindo dessa proposição, Jeferson traz a análise de Pedro, do
comportamento e da relação de seu pai e de sua mãe. E o filho a faz desta forma
Você apenas pensou que havia um problema com você, mas talvez nunca
tenha percebido que toda aquela vontade de ficar calado, que toda aquela
vontade de permanecer quieto, pudesse ter a ver com a cor da sua pele. Que
seu receio de falar, seu receio de se expor, pudesse ter a ver com as
orientações que você recebeu desde a infância: não chame a atenção dos
brancos. Não fale alto em certos lugares, as pessoas se assustam quando um
rapaz negro fala alto. Não ande por muito tempo atrás de uma pessoa branca,
na rua. Não faça nenhum tipo de movimento brusco quando um policial te
abordar. Nunca saia sem seus documentos. Não ande com quem não presta.
Não seja um vagabundo, tenha um emprego. Tudo isso passava anos
reverberando em você. Como um mantra. Um manual de sobrevivência. (p.88)
E, partindo desta fala, tem-se o recolher de Pedro, que fez toda essa digressão em
sua história buscando se entender como sujeito negro em uma Porto Alegre racista e
intolerante ao diferente. Falas como a acima citada são uma constante não no sul do
Brasil, mas em qualquer região que haja negros no mundo.
Um ponto bastante instigante é a circularidade conferida à narrativa, com ela Tenório
solidifica o recolhimento do narrador nas páginas deste romance dialógico. Ele se
inicia com a passagem
coisas. Hoje, prefiro pensar que você partiu para regressar a mim. Eu não
queria apenas a sua ausência como legado. Eu queria um tipo de presença,
ainda que dolorida e triste. E apesar de tudo, nesta casa, neste apartamento,
você será sempre um corpo que não vai parar de morrer. Será sempre o pai
que se recusa a partir. Na verdade, você nunca soube ir embora. Até o fim você
acreditou que os livros poderiam fazer algo pelas pessoas. No entanto, você
entrou e saiu da vida, e ela continuou áspera. Há nos objetos memórias de
você, mas parece que tudo que restou deles me agride ou me conforta, porque
são sobras de afeto. Em silêncio, esses mesmos objetos me contam sobre
você. É com eles que te invento e te recupero. É com eles que tento descobrir
quantas tragédias ainda podemos suportar. Talvez eu deseje chegar a algum
tipo de verdade. Não como um ponto de chegada. Mas como um percurso que
vasculhe os ambientes e dê início a um quebra-cabeça, um quebra-cabeça que
começa atrás da porta da sala, onde encontro o alguidar4 de argila alaranjada.
E, dentro dele, uma pedra, um ocutá5, enrolada em guias6 de cores vermelhas,
verdes e brancas, um orixá. Observo-a com cuidado. É assim que se adentra
numa vida que já se foi. Tiro o ocutá do alguidar. Lembro o dia em que você
me disse que sua cabeça era de Ogum7, e que isso era ter sorte, porque Ogum
era o único orixá que sabia lidar com os abismos. (p.13 -14).
E finaliza com o narrador refletindo sobre a falta que um ente querido faz na vida das
pessoas. Pedro diz que
A imagem de um pai falecido também nos mata um pouco, e talvez isso seja
uma espécie de amor. E agora, aqui no seu apartamento, tento de algum modo
me consolar. Lanço mais um olhar sobre suas coisas. Antes de sair, pego o
seu alguidar, retiro o ocutá de dentro dele, enrolo num pano, como minha tia
Luara disse para eu fazer. Saio segurando Ogum entre as mãos. (p.187).
Dessa forma, Pedro consegue compreender que o amor que traz encrustado em sua
pele é o que o estrutura, mas para compreender isso foi necessário recolher-se em si
e em sua ancestralidade, porque é apenas quando se olha para o próprio interior que
se é capaz de externar os anseios, os desejos e as questões e, assim, conseguir
encontrar a essência que o estrutura. Sobre esse encontro o narrador termina seu
relato dizendo que
Bastava dar uma olhada em volta para perceber que você não podia pertencer
àquilo, mas acontece que você insistiu. Permaneceu. Porto Alegre era um lugar
que você construiu fora de si. Você nunca esteve dentro dela. E agora caminho
por essas mesmas ruas, tenho Ogum em minhas mãos, e ainda me sinto
perdido, mas a palavra continua sendo essa. Vou em frente, na direção do
Guaíba. Tenho Ogum em minhas mãos porque agora é a minha vez. (p.187)
4 Alguidar: Bacia feita de barro muito empregada para fazer a comida destinada aos orixás, ademais
de outras finalidades, inclusive servir de depósito d'água para os trabalhos de terreiro. Fonte:
https://ticun.files.wordpress.com/2015/09/dicionacc81rio-da-umbanda-altair-pinto.pdf
5 Ocutá: Ou em Yorubá òkúta, que significa pedra.
6 Guias: Fio de contas usado nos rituais afro-brasileiros. Na maioria das vezes essas guias
nos demais. Entre os Iorubanos da Costa dos Escravos, na África, significa uma força ou poder oculto
supranatural e ultra-sensível, que pessoas e objetos podem possuir naturalmente ou por transmissão
mediante ritual apropriado. https://ticun.files.wordpress.com/2015/09/dicionacc81rio-da-umbanda-
altair-pinto.pdf
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Todo o percurso de Pedro pode ser assimilado como o recolhimento vivenciado nas
religiões de matriz africana, porque ele poderá, ou não, se conectar com sua energia
ancestral. O não se conectar jamais poderá ser um entrave, ou tirar sua calma ou
abalar seu equilíbrio, mas deverá promover o aprendizado com estes, e outros, erros
que atuarão como uma lição para experenciar uma vida de humildade, de vitórias
sobre as dificuldades. Isto posto, será com dignidade, amor e resignação, que os
sujeitos poderão compreender que se recolher é a essência que estrutura o humano.
Para vivenciar essa situação, o narrador profere a frase “tenho Ogum em minhas mãos
porque agora é minha vez”; Tenório demonstra que ser negro sujeitará Pedro a uma
trajetória, no mínimo, semelhante à de seu pai. Esta sensação se obtém apenas
quando um negro se recolhe em si, como o abiã faz em seu processo de iniciação,
pois é como ele, o recolher-se, que o iniciado se compreende como um fiel, ou melhor,
como um filho do orixá que rege seu ori8.
Partindo dessa proposição é relevante colocar em diálogo a escrita de Jeferson com
as palavras de Le Guin, quando este expõe o desejo urgente de autores que produzam
literatura a partir dos não-lugares sociais hegemônicos. Assim, que esses artistas da
linguagem sejam capazes de vislumbrar sociedades que compreendam as violações
e as dores, mas que não se tornem subservientes a elas, que sejam, sim, produtores
de espaços reflexivos possíveis. Jeferson Tenório pode ser considerado como um
autor de realidades reflexivas das atrocidades impelidas à população negra, apenas
por sua existência. Recolher-se é um exercício de liberdade para que se compreenda
que essa ação é o que estrutura a essência da sociedade. O avesso da Pele, de
Tenório, é o toque do atabaque afro-brasileiro que conduzirá aos leitores no transe
iniciático do recolher-se para se compreender como alguém capaz de pensar, refletir
e agir em busca das liberdades necessárias para a população negra contemporânea.
8Orí: Ou olori - (oni+ori = dono ou senhor da cabeça). Termo que designa a cabeça na vida litúrgica
dos candomblés. É, além disso, uma divindade doméstica yorubá guardiã do destino e cultuada por
adeptos de ambos os sexos. Também se diz que é a alma orgânica perecível, cuja sede é a cabeça e
dá inteligência, sensibilidade e prosperidade.
Fonte: http://umbanda-candomble.comunidades.net/dicionario-yoruba-portugues
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*Alen das Neves Silva é professor, graduado e Mestre em Letras, Estudos Literários, pela UFMG e
pesquisador do NEIA – Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade – desta Instituição.