2019 - TCC - EF - ENERG - GER - FOT - SOBRAL
2019 - TCC - EF - ENERG - GER - FOT - SOBRAL
2019 - TCC - EF - ENERG - GER - FOT - SOBRAL
CAMPUS SOBRAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
SOBRAL
2019
YOLANDA LORENA MOREIRA GOMES
SOBRAL
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
CDD 621.3
YOLANDA LORENA MOREIRA GOMES
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA
Agradeço a Deus por todas as bençãos concedidas em todas as etapas da minha vida,
e especialmente na acadêmica.
À minha mãe, Ediná Antônia, pelo apoio em todos os momentos e por me proporci-
onar todas as condições possíveis para possibilitar a minha formação e por ser a mulher mais
incrível de toda a minha vida.
Às minhas irmãs, Ester Ágape e Maria Eduarda, que são minhas motivações e a
causa de minha força.
Aos meus avós, Raimunda Moreira e Francisco Moreira, por todo o amor, que
resultou nessa família maravilhosa.
Às minhas tias, Neide Moreira, Benedita Moreira, Elinete Moreira, Eliane Moreira e
Claudina Moreira, que são minhas segundas mães, por estarem presentes em todos os momentos
de minha vida, sempre me incentivando.
Aos meus primos, e em especial a Jayane Darla, que me encorajou e ajudou, princi-
palmente nessa etapa final do curso.
Ao meu padrasto, Manoel Brito, por cuidar das mulheres da minha vida, e por toda a
ajuda quando necessário.
À minha amiga, Lygia Matos, que foi fundamental na minha trajetória acadêmica,
minha companheira de noites viradas, minha incentivadora e uma das pessoas mais iluminadas.
À minha amiga, Selmara Queiroz, por todos os momentos vividos, todos os conselhos
dados e todo o companheirismo.
Às minhas amigas, Nicolly Tavares, Janayna Soeiro, Nayra Albuquerque, Larisse
Ribeiro, Keite Stephany e Arinne Tavares, por todo o carinho, por torcerem sempre pelo meu
sucesso e sempre estarem presentes, mesmo quando longe, sei que são pessoas que posso contar.
Aos amigos que a universidade me deu, Francinildo Costa, Iara Barbosa, Heitor
Vasconcelos, Leonardo Pires, Gustavo Melo, Ítalo Vasconcelos, Erasmo Pacheco, Clévia Alves e
Saulo Queiroz, por compartilharem essa caminhada comigo, por todo o incentivo e apoio durante
esse percurso, por deixarem tudo mais leve e feliz e por todo "no final vai dar certo".
Ao meu supervisor de estágio, Airton Carneiro, por proporcionar todo o apoio
quando necessitei, ajudando com o possível para a realização desse trabalho.
Ao meu professor, Adson Bezerra, por aceitar ser meu orientador nessa etapa final
do curso, me direcionar e auxiliar da melhor maneira possível.
“Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos
do seu coração.”
(Salmos 37:4)
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo das medidas de eficiência energética que são aplicáveis na
Prefeitura Municipal de Sobral. As ações foram propostas com base nos dados coletados na visita
técnica, no levantamento de cargas e nas faturas de energia, em que estimou-se uma redução
média mensal no consumo de 61,62%. Para isso, realizou-se a análise das contas de energia
e dos sistemas atuais de iluminação e de climatização, buscando potenciais de melhorias que
resultem na redução do consumo, a partir da implementação de novos sistemas com aparelhos
mais eficientes. Também foi realizado o estudo da implementação de um sistema fotovoltaico de
geração de energia elétrica e através deste, é previsto uma energia gerada de 35%. Foi realizado o
estudo da viabilidade econômica para os novos sistemas propostos, de iluminação, climatização
e fotovoltaico, através dos índices financeiros payback, valor presente líquido e taxa interna de
retorno, constatando que todos os projetos são economicamente viáveis. Verificou-se a qualidade
de energia elétrica do sistema e de suas instalações, por meio dos estudos de parâmetros elétricos
que podem ocasionar distúrbios que afetam o desempenho do sistema ou dos equipamentos, e por
intermédio de uma inspeção termográfica para determinar os pontos que precisam de manutenção
e classificá-los de acordo com sua prioridade.
This work presents a study of the energy efficiency measures applicable in Sobral City Prefecture.
The actions were proposed based on the data collected during the technical visit, the lifting of
loads and the energy bills, where an average monthly consumption reduction of 61.62% was
estimated. For this, an analysis was carried out of energy bills and current lighting and air
conditioning systems, seeking to reduce energy consumption, from the implementation of new
systems with more efficient appliances. The study of the implementation of a photovoltaic system
for electricity generation was also carried out and, through this, 35 % of generated energy is
expected. A study was carried out of the economic feasibility study for the proposed new systems
of lighting, air conditioning and photovoltaic, through the index of financial results, payback,
net present value and internal rate of return and, with this, it was verified that all projects are
economically viable. The quality of system and facility energy was verified by the study of
electrical parameters that can cause disturbances that affect the performance of the system or the
equipment and by means of a thematic inspection to determine the points that need maintenance
and to carry out their classification of according to its priority.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Organização do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.1 Análise tarifária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.1.1 Grupos tarifários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.1.2 Energia ativa e reativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1.1.3 Demanda contratada, faturada e de ultrapassagem . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1.1.4 Horários de ponta e fora de ponta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2 Iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2.1 Lâmpada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2.2 Fluxo luminoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2.3 Iluminância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.2.4 Intensidade luminosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.2.5 Índice de reprodução de cor (IRC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.2.6 Temperatura de cor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.1.2.7 Luminária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.1.2.8 Curva de distribuição luminosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.1.2.9 Índice de ofuscamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1.3 Climatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1.3.1 Carga térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1.3.2 Conforto térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1.3.3 Coeficiente de desempenho (COP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.2 Qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.2.1 Parâmetros que afetam a qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . 32
2.2.1.1 Tensão em regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.2.1.2 Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.1.3 Desequilíbrio de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.1.4 Harmônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.1.5 Fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.2.2 Termografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.2.2.1 Emissividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3 Sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3.1 Energia solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3.2 Componentes do sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.2.1 Painel fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.2.2 Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.1 Análise das faturas de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.1.1 Enquadramento tarifário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.1.2 Demanda contratada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.1.3 Fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.2 Qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2.1 Instrumentação de medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2.2 Procedimentos da instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.3 Termografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.3.1 Instrumentação de medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.3.2 Classificação das anomalias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.4 Sistema de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.4.1 Iluminância do ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.4.2 Nível de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.4.3 Proposta de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.4.3.1 Luminária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.4.3.2 Lâmpada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.5 Sistema de climatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.5.1 Nível de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.5.2 Dimensionamento da carga térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.5.3 Proposta de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.6 Sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.6.1 Local de instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.6.2 Dados meteorológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.6.3 Inclinação e orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.6.4 Painel fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.6.5 Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.6.6 Layout do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.6.7 Energia produzida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.7 Viabilidade econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.7.1 Payback . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.7.2 Valor presente líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.7.3 Taxa interna de retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.1 Análise da fatura de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2 Qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.2.1 Tensão em regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.2.2 Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.2.3 Desequilíbrio de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.2.4 Distorção harmônica total de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.2.5 Distorção harmônica total de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.2.6 Potência ativa, reativa e fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.3 Termografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.4 Sistema de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.4.1 Condições atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.4.2 Sistema proposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
4.5 Sistema da climatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.5.1 Condições atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.5.2 Sistema proposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.6 Sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.7 Viabilidade econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.1 Sugestão para trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
APÊNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
APÊNDICE A – Parâmetros medidos e calculados dos ambientes da Pre-
feitura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
APÊNDICE B – Parâmetros do novo projeto de iluminação. . . . . . . . . 99
APÊNDICE C – Aparelhos de ar condicionados atuais. . . . . . . . . . . 104
APÊNDICE D – Dimensionamento dos a parelhos de ar condicionados. . 106
APÊNDICE E – Lista de materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
ANEXO A – Datasheet do Painel Solar Canadian cs6k. . . . . . . . . . . 109
ANEXO B – Datasheet do inversor sunny highpower. . . . . . . . . . . . 112
ANEXO C – Datasheet do inversor sunny tripower. . . . . . . . . . . . . . 116
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
Este trabalho tem como objetivos gerais verificar o potencial de redução de consumo,
analisar a qualidade das instalações elétricas e a possibilidade de inserção de um sistema de
geração própria de energia na Prefeitura Municipal de Sobral.
Como objetivos específicos, propôs-se:
• Analisar os sistemas de iluminação e de climatização da Prefeitura Municipal
de Sobral, apontando suas potencialidades de melhorias com o uso de aparelhos
eficientes;
• Analisar a situação em que se encontra esses sistemas em relação a qualidade de
energia, verificando a presença de distúrbios e suas possíveis causas;
• Exibir os pontos dos quadros elétricos gerais que necessitam de manutenção;
• Mostrar o estudo da implementação de um sistema fotovoltaico;
• Apresentar os resultados financeiros, mostrando o tempo de retorno e a redução
estimada do consumo para todos os novos sistemas propostos.
1.2 Justificativa
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 3 – ENCE
A edificação também pode ser classificada com etiquetagem, quanto à sua eficiência
energética, através dos Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética
de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas (RTQ-C), para isso são analisados os sistemas
23
A análise das contas de energia é inserida na eficiência energética como uma estraté-
gia sem custos que resulta na otimização e na redução do consumo de energia elétrica, realizada
através das características de consumo e demanda ativa e reativa referentes ao perfil da unidade
consumidora.
A energia elétrica é composta por duas parcelas, a energia elétrica ativa e a energia
elétrica reativa. O consumo da energia ativa é tarifado, já a energia reativa, quando utilizada,
pode resultar em pagamento de multas, causando prejuízos ao consumidor.
A energia ativa é a potência ativa, que produz trabalho, consumida durante qualquer
intervalo de tempo, enquanto a energia reativa circula entre os campos elétricos e magnéticos
dos sistemas de corrente alternada. (SANTOS et al., 2006).
A demanda é o valor médio das potências ativas e reativas que são solicitadas pelo
sistema através da carga instalada do consumidor em operação (SANTOS et al., 2006). A
demanda contratada é a potência ativa que obrigatoriamente deve ficar disponível ao consumidor
de forma contínua durante o período de vigência determinado por contrato, que deverá ser
25
2.1.2 Iluminação
2.1.2.1 Lâmpada
2.1.2.3 Iluminância
O IRC é a medida entre a cor real do objeto e a sua sensação de aparência quando
exposto a uma determinada fonte de luz (CEPEL, 2015), varia de 0 a 1 e é estabelecido pela
NBR ISO / CIE 8995-1. Quanto maior esse índice, melhor será a reprodução da cor real do
27
objeto. A Tabela 1 apresenta o IRC classificado de acordo com o ambiente. A Figura 6 mostra a
aparência dos objetos quando expostos a diferentes níveis de IRC de diversas lâmpadas.
Observa-se que as cores dos objetos expostos às lâmpadas com baixo IRC, como de
mercúrio e sódio, são mais difíceis de identificar, diferentemente do que ocorre com a exposição
às lâmpadas incandescentes e halógenas, que possuem um IRC mais elevado. Apesar disso,
essas lâmpadas estão em desuso, e foram substituídas por lâmpadas fluorescentes e de LED
que, embora possuam um IRC mais baixo, em torno de 0,8, proporcionam mais economia ao
consumidor.
A temperatura de cor expressa a aparência da cor da luz, sua medida é em Kelvin (K)
(CEPEL, 2015). A escolha dessa temperatura é de acordo com a atividade executada no ambiente.
A Tabela 2 apresenta as faixas de temperatura encontradas relacionadas às suas tonalidades. A
Figura 7 mostra a reprodução da cor da lâmpada por temperatura.
28
2.1.2.7 Luminária
Representa a intensidade luminosa de uma fonte de luz em todos os ângulos que ela
é direcionada. Trata-se de um diagrama polar que indica a distribuição da luz e da luminária
(CEPEL, 2015). A Figura 8 apresenta a representação polar de uma curva de distribuição
luminosa.
29
É o efeito de uma luz intensa no campo de visão do olho humano CEPEL (2015).
Esse índice possui limite estabelecido pela NBR ISO / CIE 8995-1, de acordo com o tipo de
ambiente. Se esse valor for inferior ao determinado, pode provocar desconforto visual e interferir
na execução da atividade de trabalho da pessoa, pode ser evitado através do uso de luminárias
com proteção e do seu posicionamento correto.
2.1.3 Climatização
energética, vão desde o dimensionamento correto da carga térmica necessária para o ambiente,
evitando um sub ou superdimensionamento, até a escolha do tipo de aparelho utilizado, que deve
ser conforme a classificação do PBE.
Consiste na quantidade de calor latente ou sensível que deve ser retirada do ambiente
para garantir condições de conforto térmico aos usuários (LOPES, 2013). É determinada de
acordo com a NBR 16401-1: 2008. Esse parâmetro é fundamental para a escolha do aparelho
condicionador de ar a ser utilizado no sistema de climatização. As características climáticas da
região, os aspectos construtivos da edificação, a quantidade de pessoas, de aparelhos elétricos e
de iluminação interferem diretamente no valor dessa grandeza.
Essa medida está relacionada com o estado em que o indivíduo expressa satisfação
com a temperatura do ambiente que o rodeia, depende de vários fatores estruturais e climáticos e
de cada pessoa. Um bom projeto de climatização deve garantir o conforto térmico dos usuários
(ASHRAE, 2013). A Figura 9 apresenta um diagrama do conforto térmico humano, que relaciona
a temperatura do ar do ambiente com sua escala de umidade relativa.
Putil
COP = (2.1)
Pcomp
Essa questão tem se tornado importante a todos os setores elétricos, visto que sua
falta interfere nos modernos processos industriais produtivos, implicando em perdas econômicas
e também, na perda de equipamentos sensíveis aos distúrbios originários no sistema elétrico
(SANTOS et al., 2006).
Os distúrbios podem ser causados por fenômenos como descargas atmosféricas,
curtos-circuitos, entrada ou saída de operação de grandes blocos de cargas, chaveamento de
bancos de capacitores, e até mesmo características das próprias cargas presentes na instalação,
causando distorções na forma de onda de tensão e corrente elétrica.
nl p
DRP% = .100 (2.2)
1008
nlc
DRC% = .100 (2.3)
1008
2.2.1.2 Frequência
V−
FD% = × 100 (2.4)
V+
2.2.1.4 Harmônicos
q
2
∑∞
h=2 Vh
DHTv % = × 100 (2.5)
V1
q
2
∑∞
h=2 Ih
DHTi % = × 100 (2.6)
I1
Onde DHTv e DHTi equivalem as distorções harmônicas totais de tensão e corrente,
Vh e Ih aos componentes harmônicos de ordem h da tensão e da corrente e V1 e I1 aos componentes
fundamentais da tensão e da corrente.
O PRODIST determina os limites de variação da DHT de tensão, como mostrado na
Tabela 5, admitindo que esses limites sejam ultrapassados em 5% das leituras realizadas.
Para a DHT de corrente não existe regulamentação nacional, por isso, utilizou-se
como referência, a recomendação 519 - 2014 do Institute of Electrical and Electronic Engineers
36
(IEEE), que calcula o parâmetro de Distorção de Demanda Total (DDT) de corrente, que
corresponde ao DHT quando a fundamental da corrente estiver em seus valores nominais de
demanda, relacionando a corrente de curto-circuito (Icc ) com a da carga (IL ), conforme a tensão
de fornecimento, nesse caso, para tensões entre 127 V e 69 kV como mostrado na Tabela 6.
P
f p = cosϕ = p (2.7)
P + Q2
2
O fator de potência deve apresentar, de acordo com a ANEEL (2018), valores entre
0,92 e 1,00, apresentando características indutivas ou capacitivas conforme a regulação vigente.
37
A DHT de corrente altera o valor final do fator de potência registrado pela concessio-
nária, como mostrado na equação (2.8), onde f pr é o fator de potência considerando a presença
de DHT de corrente.
fp
f pr = q (2.8)
1 + DHTi2
2.2.2 Termografia
2.2.2.1 Emissividade
O sol é uma fonte inesgotável de energia, que é transmitida através da radiação solar
e pode ser aproveitada para gerar eletricidade de forma limpa e sustentável, essa radiação pode
ser quantificada através da irradiação solar, medida em (W /m2 ) que representa a propagação da
energia em um intervalo de tempo, por uma unidade de área.
O ângulo de orientação dos raios solares, em relação ao norte geográfico, chamado
de azimutal, é fundamental na hora de posicionar os módulos fotovoltaicos para obter o melhor
aproveitamento do sistema (VILLALVA; GAZOLI, 2012). A Figura 14 mostra um módulo solar
instalado em uma orientação incorreta, verifica-se que, por isso, há uma elevada perda na geração
de energia em um determinado período do dia.
39
2.3.2.2 Inversor
3 METODOLOGIA
Este estudo foi dividido em três etapas: levantamento e análise dos dados, com
o objetivo de mostrar a situação atual da instalação e do consumo elétrico, e apresentação
de propostas que visam determinar o potencial de redução nesse consumo, juntamente com a
viabilidade econômica para desenvolvimento desses projetos.
Os dados do estabelecimento foram coletados com o acesso a informações sobre
seu consumo, a partir de contas de energia e através de visitas técnicas, com a realização de
entrevistas com os funcionários para o conhecimento do horário e perfil do trabalho, e com a
utilização de aparelhos para efetuar as medições necessárias para o estudo. Esses dados são
apresentados nos tópicos seguintes de acordo com seu tipo de análise e sistema.
44
Segundo Batista (2012) existem ações de baixo custo que podem reduzir o gasto
com a energia elétrica, que envolvem tanto a mudança de hábitos referentes ao consumo, quanto
a análise de contas de energia. Logo, realizou-se um estudo das faturas de energia seguindo os
critérios do Manual de Tarifação de Energia Elétrica do PROCEL.
Também é importante observar outros fatores que podem elevar o valor das contas de
energia. Verificou-se então se existem gastos com demanda de ultrapassagem e assim, realizou-se
um estudo para identificar uma provável readequação da demanda contratada pois, de acordo com
Marques et al. (2007), esse valor de demanda deve ser estipulado atendendo as reais necessidades
da unidade consumidora, evitando gastos com seu sub ou superdimensionamento.
Fonte: (UNIR).
O analisador de energia foi instalado nos dois quadros gerais de energia existentes.
O primeiro foi referente ao sistema de iluminação e força, como está exposto na Figura 20, e o
segundo, ao sistema de refrigeração. O período de análise para o primeiro quadro foi entre os
dias 10 e 23 de abril de 2019, e para o segundo foi entre os dias 25 de abril e 03 de maio de 2019.
As leituras foram programadas para ocorrerem a cada 7 minutos, totalizando 2674 registros para
o primeiro caso e 1851 para o segundo.
A partir dos dados extraídos do analisador de energia, realizou-se uma análise das
instalações elétricas, verificando o consumo de cada sistema e analisando os parâmetros elétricos
e os distúrbios relacionados a eles, apresentando as possíveis causas e consequências.
3.3 Termografia
O aparelho utilizado para essa medição foi o termovisor da marca Flir, modelo i5,
mostrado na Figura 22. Segundo FLIR Systems (2010), esse equipamento detecta a radiação
infravermelha emitida pelos objetos, calculando assim, sua temperatura, que são representadas
nas imagens por meio das cores.
48
adjacentes.
De acordo com a ABNT (2005) esse aparelho deve ser colocado na altura do plano
de trabalho da atividade executada no ambiente, e em paralelo à superfície. A quantidade de
pontos a serem medidos é determinada a partir das dimensões do local.
Pi
DPI = (3.1)
A
A partir dessa relação, foi determinado o nível de eficiência energética desse sistema,
que é associado a um valor máximo de DPI, dependendo do tipo de trabalho executado no
edifício, como mostra a Tabela 10.
3.4.3.1 Luminária
Para o novo sistema de iluminação foi proposta a troca das luminárias nos ambientes
que funcionam como escritórios, para garantir que os índices de ofuscamento não provoquem
52
desconforto visual aos funcionários. A luminária escolhida foi a LSE-100, da Intral, mostrada na
Figura 24, juntamente com sua curva de distribuição luminosa. Esse aparelho possui chapas de
aço e aletas de alumínio adonizado, apresenta rendimento de 79% e comporta duas lâmpadas
tubulares de LED.
Fonte: Intral.
3.4.3.2 Lâmpada
Um sistema fotovoltaico é dimensionado a partir da energia que ele irá produzir, para
isso, segundo Villalva e Gazoli (2012), deve-se considerar três fatores, que são, a quantidade de
energia consumida pelo estabelecimento, a área disponível para a instalação dos painéis solares
e o investimento que o consumidor está disposto a realizar.
Neste estudo, o fator mais relevante é a área disponível para a instalação dos módulos.
Analisando o local, foi verificado a existência de três pontos em que o sistema pode ser instalado:
em cima da edificação, marcado com 1 na Figura 26, em cima do auditório, marcado com 2, e
em cima do almoxarifado, marcado com 3. A Tabela 13 traz o valor correspondente das áreas
desses locais destacados.
Através dessas informações, foi calculada a área do painel, que equivale a 1,6368
m2 . Dividindo a área disponível para a instalação dos painéis pela área de um módulo, obteve-se
a quantidade de placas a serem instaladas, como pode ser visto na Tabela 18.
3.6.5 Inversor
Foram escolhidos dois inversores para compor o sistema fotovoltaico, que pertencem
a marca SMA. O primeiro do modelo SUNNY HIGHPOWER com 75 kVA de potência nominal
e o segundo do modelo SUNNY TRIPOWER, com 60 kVA de potência nominal. A Tabela 19
apresenta as caraterísticas desse equipamento.
A escolha desse inversor foi realizada considerando dois fatores: a potência total
instalada do sistema fotovoltaico e o Fator de Dimensionamento do Inversor (FDI). A potência
total instalada depende da quantidade de painéis instalados e da potência máxima gerada por
painel (Pf v.max ), como pode ser visto na equação (3.2).
Pin.nom
FDI = (3.3)
Pins
Vinv.min Vinv.max
6 NM 6 (3.4)
Vop Vop
Vinv.min Vinv.max
6 NM 6 (3.5)
Vca Vca
(Iinv.max ) e máxima de curto circuito (Iinv.cc ) do inversor, como é mostrado na relação das equações
(3.7) e (3.8).
Iinv.max
Narran jo. f v 6 (3.7)
Iop
Iinv.cc
Narran jo. f v 6 (3.8)
Icc
Logo, foi verificado que os inversores suportam uma quantidade de placas conectadas
em série que varia entre 15 e 25. A maior temperatura ambiente registrada no local fornece uma
variação de tensão de 0,2%, o que não interfere no número de módulos em série calculados.
Também foi constatado que pode ser efetuada a ligação de até 15 desses arranjos em paralelo
para o inversor de 75 kVA e e até 11 para o inversor de 60 kVA.
Com esses parâmetros definidos, foi escolhido a melhor distribuição dos paineis
solares, considerando a faixa de operação em que o Maximum Power Point Tracker (Rastreador
de Ponto de Máxima Potência) (MPPT) do inversor atua. A Tabela 21 mostra como o sistema
fotovoltaico foi dividido.
Por fim, a energia gerada diariamente pelo sistema fotovoltaico foi calculada através
da equação (3.9). Onde Eg é a energia gerada diária pelos painéis FV, A é a área do painel
solar, η painel é a eficiência do painel, ηinv é a eficiência do inversor e I é a irradiância global
diária. E assim, foi estimado o quanto do consumo do estabelecimento será suprido pelo sistema
fotovoltaico.
A viabilidade econômica é uma das partes mais importantes do projeto e que mais
interessa ao consumidor, visto que, traz como informações, os custos iniciais e o tempo de
retorno dos investimentos. Através disto, pode-se avaliar se é viável a execução do projeto.
As ferramentas financeiras utilizadas nesse trabalho para a análise foram: o payback, o Valor
Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).
3.7.1 Payback
Investimento.Inicial
Payback = (3.10)
Retorno.Anual
O VPL tem com função avaliar quanto um investimento vai oferecer de retorno
baseado nos valores investidos no presente, através do fluxo de caixa e considerando uma taxa de
desconto adequada (VIEIRA et al., 2016). Os valores de VPL indicam a viabilidade do projeto,
caso seja negativo, o projeto não é economicamente viável, se for igual a zero, é indiferente,
pois não haverá lucros com o projeto e nem perdas, e caso seja positivo, o projeto é considerado
viável economicamente. A equação (3.11) calcula o valor desse indicativo.
N
FCn
V PL = ∑ (3.11)
n (1 + T MA)n
Essa taxa relaciona o investimento realizado no projeto com seu valor final, fazendo
com que o valor presente líquido seja igual a zero, igualando os fluxos de caixa de saída e entrada
(VIEIRA et al., 2016), é calculada a partir da equação (3.12).
N
Ft
V P = investimento + ∑ t
(3.12)
t=1 (1 + i)
4 RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados das análises realizadas e dos projetos
desenvolvidos, mostrando as condições atuais em que a edificação se encontra e o potencial
de redução no consumo, através de formas de uso eficiente da energia e com recomendações
de soluções para as inadequações encontradas na instalação elétrica. Também é exposta a
viabilidade econômica dessas propostas.
Utilizando esses dados, foram simulados os gastos com energia elétrica para as
modalidades tarifárias horo sazonal azul e verde, com um valor de demanda contratada de 280
kW no horário fora de ponta, e um valor de 250 kW na ponta, para o caso da modalidade horo
sazonal azul. Os resultados foram comparados e estão exibidos na Figura 27.
Verificou-se que a modalidade tarifária horo sazonal verde, atualmente contratada
para o estabelecimento, proporciona menor custo ao consumidor, pois para a azul o valor da
fatura é maior em todos os meses, totalizando um gasto de cerca em R$30.730,00 anualmente,
sem considerar gastos com excedentes de reativos e com iluminação pública.
64
Para saber qual o valor ideal a ser contratado, foram simulados os custos, refe-
rente ao ano de 2018, para diferentes valores de demanda, considerando 5% de tolerância da
ultrapassagem aceito pela concessionária. O resultado é mostrado na Figura 29.
65
Neste tópico são desenvolvidas as análises realizadas com o estudo dos parâmetros
elétricos, obtidos através do analisador de energia elétrica, e que podem influenciar na qualidade
de energia elétrica da edificação.
4.2.2 Frequência
esse parâmetro não apresenta nenhum potencial para causar problemas no sistema .
portanto esse valor não é considerado de risco, que possa trazer algum problema a instalação e
aos equipamentos elétricos.
Para a DHT de corrente, o PRODIST não especifica o valor limite aceitável, por isso
foi utilizado o parâmetro definido pelo IEEE 519 - 2014, exibido na Tabela 6.
O valor máximo que a DHT de corrente atingiu no quadro de iluminação e força
foi de 46,86% na fase A, no dia 11 de abril de 2019, como exposto na Figura 38. Essa taxa
está acima do limite aceitável pela IEEE 519 - 2014, constatando que há "poluição harmô-
nica"considerável no sistema. Esses harmônicos são causados pela presença de uma grande
quantidade de cargas monofásicas não-lineares, como lâmpadas tubulares fluorescentes, reatores
eletrônicos e aparelhos de computadores.
A taxa de DHT, por possuir valores bem menores comparados aos do quadro de
iluminação, exibida na Figura 38, não gera uma corrente elevada no neutro, apresentado na
Figura 41, mostrando que o valor máximo registrado por esse condutor é de 3,54 A, causado
pelo pequeno desbalanceamento das fases.
73
A Tabela 26 exibe os valores máximos e mínimos medidos de DHT nas três fases
dos quadros de distribuição. Verifica-se que apenas as fases B e C, do quadro de climatização,
não ultrapassam o limite máximo estabelecido pelo IEEE.
são acionadas, as correntes dos sistemas se elevam e as DHT sofrem reduções significativas
em seu valores, já no período que as cargas estão desligadas, acontece o processo inverso. Isso
ocorre porque, no horário de funcionamento, cada sistema opera com a maior parte das cargas
acionadas, apresentando medidas de correntes fundamentais eficazes mais altas, logo, esses
valores se sobressaem quando comparados às harmônicas presentes, resultando em medidas
inferiores de DHT de corrente. Já quando as cargas vão sendo desligadas, os valores das correntes
fundamentais diminuem, afetando menos as harmônicas presentes e assim, elevando a taxa de
DHT de corrente. A equação (2.6) mostra essa relação, através dela, pode-se verificar que valores
eficazes menores da corrente fundamental, resultarão em maiores taxas de DHT de corrente e,
valores maiores, em menores taxas.
A Figura 42 expõe os gráficos das potências aparente (S), ativa (P) e reativa (Q)
do quadros de iluminação, realizada no dia 16 de abril de 2019. Esses gráficos possuem
comportamento padrão nos dias de funcionamento da edificação. Nesse caso, a potência aparente
apresentou valor máximo de 69,2 kVA às 11:04, sabendo que o transformador conectado a esse
quadro possui valor nominal de 150 kVA, logo, ele está operando com 46,1% da sua capacidade
nominal. Observa-se que a potência aparente sempre está com valores próximos a potência ativa,
ou seja, há pouca potência reativa circulando pelo sistema, o que caracteriza um fator de potência
próximo a um.
Para uma melhor análise do fator de potência desses sistemas foram plotados os
gráficos das potências ativa, reativa e do fator de potência das fases A, B e C dos quadros gerais
de iluminação e climatização. Nos quadros já existem bancos de capacitores estáticos conectados
com valor total de 60 kVAr, porém algumas de suas células estão danificadas.
Na figura 44, referente ao quadro de iluminação e força, no período em que a maioria
das cargas estão deligadas, a energia reativa que circula nesse sistema está causando um fator de
potência abaixo dos 0,92 determinado pela ANEEL, com valor médio de 0,85, resultando em
despesas com multas. Enquanto que no período em que a maior parte das cargas estão ligadas,
de 08:00 às 18:00, que contempla o horário de funcionamento, o fator de potência possui valor
médio de 0,94.
76
Figura 44 – Potência ativa (PA), reativa (PR) e fator de potência (FP) do quadro de
iluminação.
47, observa-se que os valores de fator de potência são praticamente iguais, ou seja, os harmônicos
presentes nesse sistema, não afetaram no fator de potência registrado.
4.3 Termografia
Por intermédio dos dados da Tabela 27, calculou-se a potência instalada, apresentada
no Apêndice A, juntamente com o consumo mensal calculado e as iluminâncias dos ambientes
medidas. Pode-se observar que existem lâmpadas instaladas que tem um consumo elevado, e que
82
A DPI possui valor de 58430 W /m2 , não atendendo a nenhum valor especificado na
Tabela 28. Este resultado indica que o sistema de iluminação da edificação não se enquadra nos
requisitos mínimos para obter uma etiqueta de determinação do nível de eficiência energética.
O novo projeto para o sistema de iluminação foi realizado de acordo com o novo
layout que será implementado na edificação. Foi proposta também a substituição de luminárias e
feita uma nova distribuição, com um melhor aproveitamento do espaço, do fluxo luminoso e com
a iluminância ideal para cada tipo de ambiente. O projeto foi realizado no software DIALux.
Além disso, também foi proposto instalar interruptores em todas as salas, para evitar
desperdícios no consumo. As Figuras 53 e 54 exibem a simulação da parte exterior da edificação
e do interior do terceiro pavimento, respectivamente.
84
O consumo desse projeto foi estimado e comparado com o atual, como está apresen-
tado na Tabela 30. O Apêndice B exibe detalhadamente o horário e os dias de funcionamento
das cargas que foram utilizadas para calcular esse valor de consumo mensal.
O novo sistema foi proposto de acordo com a carga térmica adequada para cada
ambiente, levando em consideração a quantidade de pessoas, aparelhos e cargas de iluminação
presentes em cada sala, e também as características construtivas e meteorológicas do local.
A simulação foi realizada referente ao mês de dezembro, que apresentou temperaturas mais
elevadas no local estudado.
Não foi contemplado no novo projeto o auditório, pois seus aparelhos não apresentam
problemas e dificilmente são utilizados, então é mais viável realizar a substituição quando esses
equipamentos não apresentarem condições de operação. Também não foi feito projeto para o
quinto pavimento, que apresenta aparelhos de ar condicionados mais eficientes, do tipo inverter.
O Apêndice D mostra a carga térmica simulada para cada ambiente, a quantidade
e potência elétrica dos aparelhos propostos para substituição. Com os resultados obtidos, foi
realizada a comparação entre os sistemas, como exposto na Tabela 31.
87
A energia gerada estipulada diariamente pelo sistema fotovoltaico foi calculada con-
forme a equação (3.9). Para o valor da irradiação global diária no ano de 2018, foi considerado o
mês em que essa medida apresentou o seu menor valor médio registrado, 4,95 kW h/m2 .dia, como
apresentado na Tabela 14. O valor estimado calculado foi de 792,34kWh diários, mensalmente
esse valor chega a 23770,33 kW h.
Comparando esse resultado com o valor médio do consumo mensal atual do esta-
belecimento, mostrado na Tabela 22, observa-se que a energia estipulada gerada pelo sistema
fotovoltaico será capaz de suprir cerca de 35% da energia consumida mensalmente.
A Figura 55 exibe a redução do consumo mensal estimada com os sistemas projetados
de climatização e iluminação, e da energia estimada gerada pelo sistema fotovoltaico, em
comparação ao consumo médio mensal atual da edificação. Verifica-se que a implementação
de todos os projetos propostos, implicariam em uma redução estimada de 61,62% do consumo
médio atual mensal.
88
A taxa mínima de atratividade utilizada foi de 6,26% para todos os casos, que
equivale a taxa base para os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Os valores de custo de investimento foram cotados e estão
apresentados no Apêndice E, foi acrescentado 20% do valor total, levando em consideração
outros gastos, como mão de obra.
Para o sistema de climatização foi estipulado um período de 10 anos, equivalente a
um período médio de vida útil dos aparelhos condicionadores de ar. O investimento nesse sistema
89
Após conclusão deste trabalho, foram sugeridas melhorias que podem ser exploradas
em trabalhos futuros.
• Implementação de um sistema de controle do fluxo luminoso emitido pelas
lâmpadas;
• Realização a análise aprofundada de formas para a mitigação dos harmônicos de
correntes presentes na instalação;
• Implementação de um sistema de gerenciamento de energia, que monitore o
funcionamento das principais cargas e permita o controle de seu acionamento.
92
REFERÊNCIAS
BATISTA, O. E. Medidas de gestão energética de baixo custo como estratégia para redução de
custos com energia elétrica. Revista GEPROS. Gestão de Produção, Operação e Sistemas,
v. 7, n. 4, p. 117–134, 2012.
STANDARD for Infrared Inspection of Electrical Systems Rotating Equipment. [S.l.], 2008.
18 p.
VIEIRA, S. A.; PIRES, A. D. S.; MACHADO, A. A.; LIMA, A. C.; BITELHO, J. C. AvaliaÇÃo
de retorto de investimento de uma empresa de materiais de construÇÃo por meio da anÁlise de
sensibilidade. XIXXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção, João Pessoa, out.
2016.
VOITILLE, N. O que é Índice de Reprodução de Cores (IRC)? 2018. Disponível em: <https:
//www.cliquearquitetura.com.br/artigo/o-que-e-indice-de-reproducao-de-cores-(irc)?.html>.
Acesso em: 11 jun.2019.
WEG AUTOMAçãO S.A. Manual para Correção de Fator de Potência. [S.l.], 2009. 40 p.
95
Subsolo
1◦ Pavimento
2◦ Pavimento
3◦ Pavimento
4◦ Pavimento
Ambiente Área Ilumi. Qtd Pot. lâmp. Pot. tot. Funcionamento Cons. mensal
(m2 ) (lux) (W) (kW) Horas Dias (kWh)
Subsolo
Garagem 57,96 140 8 18 0,144 3 22 9,50
WC Masculino 8,72 246 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Feminino 8,03 264 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Deficiente 2,64 285 2 10 0,020 1 22 0,44
Copa 6,30 235 2 18 0,036 1 22 0,79
Suporte Téc. 18,71 600 12 18 0,216 10 22 47,52
Set. Compras 20,76 566 12 18 0,216 10 22 47,52
Arquivo 1 56,50 234 12 18 0,216 1 22 4,75
Gab. Motorista 6,31 245 2 18 0,036 5 22 3,96
Arquivo 2 34,00 251 4 18 0,072 1 22 1,58
Circulação 1 16,63 224 10 18 0,180 10 22 39,6
Circulação 2 1,80 224 2 10 0,020 10 22 4,40
Eventos 13,35 538 8 18 0,144 10 22 31,68
Corregedoria 13,21 537 8 18 0,144 10 22 31,68
Ouvidoria 15,60 546 8 18 0,144 10 22 31,68
Diário Ofic. 27,98 501 12 18 0,216 10 22 47,52
TI 20,75 538 10 18 0,180 10 22 39,60
Circulação 3 31,43 235 10 18 0,180 10 22 39,60
Recepção 15,00 235 8 10 0,080 10 22 17,60
Subestação 45,32 418 4 20 0,080 1 22 1,76
TOTAL 421,00 142 2,404 404,71
1◦ Pavimento
WC Masculino 8,72 261 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Feminino 2,64 256 2 10 0,020 1 22 0,44
WC Deficiente 8,03 276 4 10 0,040 2 22 1,76
Copa 6,10 321 2 18 0,036 2 22 1,58
Refrig. 1 5,62 287 2 18 0,036 0,5 22 0,40
Caixas 8,72 208 2 18 0,036 10 22 7,92
Arquivo 1 7,15 237 2 18 0,036 1 22 0,79
Escadas 21,13 75,5 4 10 0,040 2 22 1,76
Celic 78,43 619 38 18 0,684 10 22 150,48
Licitação 21,70 537 12 18 0,216 10 22 47,52
Presidente 11,45 592 8 18 0,144 10 22 31,68
100
Preço Preço
Item Descrição Qtd
Unitário Total
Sistema de Climatização
1 Ar Condicionado Consul CRB09DBBNA 22 R$1.499,00 R$32.978,00
2 Ar Condicionado Consul CRB12DBBNA 25 R$1.649,00 R$41.225,00
3 Ar Condicionado Consul CRB18DBBNA 16 R$2.283,26 R$36.532,16
4 Ar Condicionado Consul CRB22DBBNA 6 R$3.122,43 R$18.734,58
Total Climatização R$129.469,74
5 Lâmpada Philips Master LEDTube 18W 376 R$54,50 R$20.492,00
6 Lâmpada Philips Master LEDTube 10W 162 R$37,50 R$6.075,00
7 Lâmpada Philips Essential LEDTube 18W 742 R$26,90 R$19.959,80
8 Luminária Intral LS-100 1200mm 333 R$106,32 R$35.404,56
9 Luminária Lumepetro 600mm 81 R$3,16 R$255,96
10 Luminária Tubular Led Elgin Slin 120mm 126 R$41,90 R$5.279,40
11 Lâmpada Philips LED 20W 4 R$18,90 R$75,60
12 Luminária LED Smd 60W 10 R$202,70 R$2.027,00
Total Iluminação R$89.569,32
Sistema de Fotovoltaico
13 Módulo Solar Canadian cs6k 540 R$679,00 R$366.660,00
14 Inversor Solar Sunny 60kW 1 R$46.312,26 R$46.312,26
15 Inversor Solar Sunny 75kW 1 R$55.817,98 R$55.817,98
Total Fotovoltaico R$468.790,24
Total R$687.829,30
109
KEY FEATURES
9 9
180 35
8 8
180
7 7
6 6
8-14x9 5 5
40
Mounting
Hole 4 4
3 3
1155
1650
990
2 2
11
1 1
Mounting Hole 0 0
V V
9
6-Φ5 5 10 15 20 25 30 35 40 5 10 15 20 25 30 35 40
A A R
Grounding
Hole 1000 W/m2 5°C
800 W/m2 25°C
14
The specification and key features described in this datasheet may deviate slightly
and are not guaranteed. Due to on-going innovation, research and product
enhancement, Canadian Solar Inc. reserves the right to make any adjustment
to the information described herein at any time without notice. Please always
obtain the most recent version of the datasheet which shall be duly incorporated
into the binding contract made by the parties governing all transactions related
to the purchase and sale of the products described herein.
Caution: For professional use only. The installation and handling of PV modules
requires professional skills and should only be performed by qualified professionals.
Please read the safety and installation instructions before using the modules.
CANADIAN SOLAR INC. September 2016. All rights reserved, PV Module Product Datasheet V5.52P1_NA
112