2019 - TCC - EF - ENERG - GER - FOT - SOBRAL

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 120

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CAMPUS SOBRAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

YOLANDA LORENA MOREIRA GOMES

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA:


ESTUDO DE CASO NA PREFEITURA DE SOBRAL-CE

SOBRAL
2019
YOLANDA LORENA MOREIRA GOMES

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA: ESTUDO DE


CASO NA PREFEITURA DE SOBRAL-CE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Engenharia Elétrica
do Campus Sobral da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial à obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Adson Bezerra


Moreira

SOBRAL
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

G618e Gomes, Yolanda Lorena Moreira.


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA: ESTUDO DE
CASO NA PREFEITURA DE SOBRAL-CE / Yolanda Lorena Moreira Gomes. – 2019.
119 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Campus


de Sobral, Curso de Engenharia Elétrica, Sobral, 2019.
Orientação: Prof. Dr. Adson Bezerra Moreira.

1. Eficiência energética. 2. Qualidade de Energia. 3. Sistema fotovoltaico. 4. Edificações


públicas. I. Título.

CDD 621.3
YOLANDA LORENA MOREIRA GOMES

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA: ESTUDO DE


CASO NA PREFEITURA DE SOBRAL-CE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Engenharia Elétrica
do Campus Sobral da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial à obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Elétrica.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Adson Bezerra Moreira (Orientador)


Universidade Federal do Ceará (UFC)

Profa. Dra. Vanessa Siqueira de Castro Teixeira


Universidade Federal do Ceará (UFC)

Prof. Me. Erasmo Saraiva de Castro


Universidade Federal do Ceará (UFC)
Dedico este trabalho a Deus e à minha família,
principalmente à minha mãe e às minhas irmãs,
por todo o apoio, todo o amor e toda a força.
E a todos os meus amigos, pelo incentivo, pela
torcida e pelo companheirismo.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as bençãos concedidas em todas as etapas da minha vida,
e especialmente na acadêmica.
À minha mãe, Ediná Antônia, pelo apoio em todos os momentos e por me proporci-
onar todas as condições possíveis para possibilitar a minha formação e por ser a mulher mais
incrível de toda a minha vida.
Às minhas irmãs, Ester Ágape e Maria Eduarda, que são minhas motivações e a
causa de minha força.
Aos meus avós, Raimunda Moreira e Francisco Moreira, por todo o amor, que
resultou nessa família maravilhosa.
Às minhas tias, Neide Moreira, Benedita Moreira, Elinete Moreira, Eliane Moreira e
Claudina Moreira, que são minhas segundas mães, por estarem presentes em todos os momentos
de minha vida, sempre me incentivando.
Aos meus primos, e em especial a Jayane Darla, que me encorajou e ajudou, princi-
palmente nessa etapa final do curso.
Ao meu padrasto, Manoel Brito, por cuidar das mulheres da minha vida, e por toda a
ajuda quando necessário.
À minha amiga, Lygia Matos, que foi fundamental na minha trajetória acadêmica,
minha companheira de noites viradas, minha incentivadora e uma das pessoas mais iluminadas.
À minha amiga, Selmara Queiroz, por todos os momentos vividos, todos os conselhos
dados e todo o companheirismo.
Às minhas amigas, Nicolly Tavares, Janayna Soeiro, Nayra Albuquerque, Larisse
Ribeiro, Keite Stephany e Arinne Tavares, por todo o carinho, por torcerem sempre pelo meu
sucesso e sempre estarem presentes, mesmo quando longe, sei que são pessoas que posso contar.
Aos amigos que a universidade me deu, Francinildo Costa, Iara Barbosa, Heitor
Vasconcelos, Leonardo Pires, Gustavo Melo, Ítalo Vasconcelos, Erasmo Pacheco, Clévia Alves e
Saulo Queiroz, por compartilharem essa caminhada comigo, por todo o incentivo e apoio durante
esse percurso, por deixarem tudo mais leve e feliz e por todo "no final vai dar certo".
Ao meu supervisor de estágio, Airton Carneiro, por proporcionar todo o apoio
quando necessitei, ajudando com o possível para a realização desse trabalho.
Ao meu professor, Adson Bezerra, por aceitar ser meu orientador nessa etapa final
do curso, me direcionar e auxiliar da melhor maneira possível.
“Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos
do seu coração.”
(Salmos 37:4)
RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo das medidas de eficiência energética que são aplicáveis na
Prefeitura Municipal de Sobral. As ações foram propostas com base nos dados coletados na visita
técnica, no levantamento de cargas e nas faturas de energia, em que estimou-se uma redução
média mensal no consumo de 61,62%. Para isso, realizou-se a análise das contas de energia
e dos sistemas atuais de iluminação e de climatização, buscando potenciais de melhorias que
resultem na redução do consumo, a partir da implementação de novos sistemas com aparelhos
mais eficientes. Também foi realizado o estudo da implementação de um sistema fotovoltaico de
geração de energia elétrica e através deste, é previsto uma energia gerada de 35%. Foi realizado o
estudo da viabilidade econômica para os novos sistemas propostos, de iluminação, climatização
e fotovoltaico, através dos índices financeiros payback, valor presente líquido e taxa interna de
retorno, constatando que todos os projetos são economicamente viáveis. Verificou-se a qualidade
de energia elétrica do sistema e de suas instalações, por meio dos estudos de parâmetros elétricos
que podem ocasionar distúrbios que afetam o desempenho do sistema ou dos equipamentos, e por
intermédio de uma inspeção termográfica para determinar os pontos que precisam de manutenção
e classificá-los de acordo com sua prioridade.

Palavras-chave: Eficiência energética. Qualidade de energia. Sistema fotovoltaico. Edificações


públicas.
ABSTRACT

This work presents a study of the energy efficiency measures applicable in Sobral City Prefecture.
The actions were proposed based on the data collected during the technical visit, the lifting of
loads and the energy bills, where an average monthly consumption reduction of 61.62% was
estimated. For this, an analysis was carried out of energy bills and current lighting and air
conditioning systems, seeking to reduce energy consumption, from the implementation of new
systems with more efficient appliances. The study of the implementation of a photovoltaic system
for electricity generation was also carried out and, through this, 35 % of generated energy is
expected. A study was carried out of the economic feasibility study for the proposed new systems
of lighting, air conditioning and photovoltaic, through the index of financial results, payback,
net present value and internal rate of return and, with this, it was verified that all projects are
economically viable. The quality of system and facility energy was verified by the study of
electrical parameters that can cause disturbances that affect the performance of the system or the
equipment and by means of a thematic inspection to determine the points that need maintenance
and to carry out their classification of according to its priority.

Keywords: Energy efficiency. Energy quality. Photovoltaic system. Public buildings.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Consumo de energia elétrica no Brasil por setor. . . . . . . . . . . . . . . . 18


Figura 2 – Vertentes desenvolvidas no projeto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 3 – ENCE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 4 – Divisão do consumo em edificações públicas. . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 5 – Intensidade luminosa, fluxo luminoso e iluminância. . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 6 – Valor do IRC por lâmpada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 7 – Reprodução da cor da lâmpada por temperatura. . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 8 – Curva de distribuição luminosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 9 – Diagrama do conforto térmico humano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 10 – Representação do desequilíbrio das tensões Vab, Vbc e Vca. . . . . . . . . . 34
Figura 11 – Composição de uma forma de onda quadrada a partir de suas harmônicas. . 35
Figura 12 – Triângulo retângulo das potências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 13 – Tetraedro das potências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 14 – Módulo solar com orientação incorreta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 15 – Curva característica VxI do módulo solar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 16 – Curva IxV de duas células conectadas em série e em paralelo. . . . . . . . . 41
Figura 17 – Prefeitura Municipal de Sobral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 18 – Analisador de energia da Minipa ET 5060-C. . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 19 – Representação da instalação do analisador de energia. . . . . . . . . . . . . 46
Figura 20 – Instalação do analisador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 21 – Inspeção termográfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 22 – Termovisor Flir i5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 23 – Luxímetro Minipa MLM-1011. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 24 – Luminária Intral LSE - 100. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 25 – Lâmpada Philips. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 26 – Área de instalação dos painéis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 27 – Comparação das moralidades tarifárias horo sazonal verde e azul. . . . . . . 64
Figura 28 – Demanda faturada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Figura 29 – Custo anual com energia elétrica x demanda contratada. . . . . . . . . . . . 65
Figura 30 – Tensão nas fases A, B e C do quadro de iluminação e força. . . . . . . . . . 66
Figura 31 – Tensão nas fases A, B e C do quadro de climatização. . . . . . . . . . . . . 67
Figura 32 – Variação da frequência no quadro de iluminação. . . . . . . . . . . . . . . . 68
Figura 33 – Variação da frequência no quadro de climatização. . . . . . . . . . . . . . . 68
Figura 34 – Desequilíbrio de tensão no quadro de iluminação. . . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 35 – Desequilíbrio de tensão no quadro de climatização. . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 36 – Distorção harmônica total de tensão no quadro de iluminação. . . . . . . . . 70
Figura 37 – Distorção harmônica total de tensão no quadro de climatização. . . . . . . . 70
Figura 38 – Distorção harmônica total das correntes do quadro de iluminação. . . . . . . 71
Figura 39 – Correntes das fases A, B, C e do neutro do quadro de iluminação. . . . . . . 72
Figura 40 – Distorção harmônica total das correntes do quadro de climatização. . . . . . 72
Figura 41 – Correntes das fases A, B, C e do neutro do quadro de climatização. . . . . . 73
Figura 42 – Potência aparente, ativa e reativa do quadro de iluminação. . . . . . . . . . 74
Figura 43 – Potência aparente, ativa e reativa do quadro de climatização. . . . . . . . . . 75
Figura 44 – Potência ativa (PA), reativa (PR) e fator de potência (FP) do quadro de
iluminação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Figura 45 – Potência ativa (PA), reativa (PR) e fator de potência (FP) do quadro de
climatização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Figura 46 – Comparação do fator de potência no quadro de iluminação. . . . . . . . . . 78
Figura 47 – Comparação do fator de potência no quadro de climatização. . . . . . . . . 78
Figura 48 – Inspeção termográfica no quadro de climatização. . . . . . . . . . . . . . . 79
Figura 49 – Inspeção termográfica no quadro de iluminação. . . . . . . . . . . . . . . . 80
Figura 50 – Inspeção termográfica no quadro do segundo pavimento. . . . . . . . . . . 80
Figura 51 – Inspeção termográfica no quadro do terceiro pavimento. . . . . . . . . . . . 81
Figura 52 – Disposição de luminárias no segundo pavimento. . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 53 – Simulação da edificação completa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 54 – Simulação do terceiro pavimento visto pela lateral. . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 55 – Redução média estimada de consumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação do IRC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27


Tabela 2 – Temperatura de cor das lâmpadas e suas características. . . . . . . . . . . . 28
Tabela 3 – Faixa de tensão para pontos de conexão em tensão nominal de 220V. . . . . 32
Tabela 4 – Limites de desequilíbrio de tensão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Tabela 5 – Valores de referência da DHT de tensão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Tabela 6 – DDT de corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Tabela 7 – Características do termovisor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Tabela 8 – Critérios para avaliação das anomalias térmicas. . . . . . . . . . . . . . . . 49
Tabela 9 – Condições luminosas por ambiente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Tabela 10 – Determinação do nível de eficiência energética. . . . . . . . . . . . . . . . 51
Tabela 11 – Características das lâmpadas Philips. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Tabela 12 – Características técnicas de ar condicionados da Consul. . . . . . . . . . . . 54
Tabela 13 – Áreas marcadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Tabela 14 – Irradiância solar diária média mensal do ano de 2018. . . . . . . . . . . . . 56
Tabela 15 – Temperatura média mensal da cidade de Sobral. . . . . . . . . . . . . . . . 56
Tabela 16 – Escolha do ângulo de inclinação do módulo. . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Tabela 17 – Características do painel fotovoltaico Canadian cs6k. . . . . . . . . . . . . 57
Tabela 18 – Quantidade de painéis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Tabela 19 – Parâmetros dos inversores SUNNY. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Tabela 20 – Divisão dos inversores no sistema FV. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Tabela 21 – Distribuição dos módulos por inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Tabela 22 – Consumo e demanda da prefeitura no ano de 2018. . . . . . . . . . . . . . 63
Tabela 23 – Valor pago por reativos no ano de 2018. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Tabela 24 – Tensões máximas e mínimas registradas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Tabela 25 – Distorção harmônica de tensão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Tabela 26 – Distorção harmônica de corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Tabela 27 – Levantamento de carga do sistema de iluminação. . . . . . . . . . . . . . . 81
Tabela 28 – Nível de eficiência energética do sistema atual de iluminação. . . . . . . . . 83
Tabela 29 – Cargas do novo sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Tabela 30 – Comparação entre os sistemas atual e projetado. . . . . . . . . . . . . . . . 85
Tabela 31 – Comparação entre os sistemas de climatização atual e projetado. . . . . . . 87
Tabela 32 – Taxas referentes a viabilidade econômica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ASHRAE American Society of Heating and Ventilating Engineers (Associação Americana
de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado)
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
COP Coefficient Of Performance (Coeficiente de Desempenho)
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito
DDT Distorção de Demanda Total
DHT Distorção Harmônica Total
DPI Densidade de Potência de Iluminação
ENCE Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
FDI Fator de Dimensionamento do Inversor
IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
IRC Índice de Reprodução de Cor
MPPT Maximum Power Point Tracker (Rastreador de Ponto de Máxima Potência)
NBR Norma Brasileira
PBE Programa Brasileiro de Etiquetagem
PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
RTQ-C Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de
Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas
TIR Taxa Interna de Retorno
UGR Unified Glare Rating (Índice de Ofuscamento Unificado)
VPL Valor Presente Líquido
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3 Organização do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.1 Análise tarifária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.1.1 Grupos tarifários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.1.2 Energia ativa e reativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1.1.3 Demanda contratada, faturada e de ultrapassagem . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1.1.4 Horários de ponta e fora de ponta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2 Iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2.1 Lâmpada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2.2 Fluxo luminoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1.2.3 Iluminância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.2.4 Intensidade luminosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.2.5 Índice de reprodução de cor (IRC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.2.6 Temperatura de cor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.1.2.7 Luminária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.1.2.8 Curva de distribuição luminosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.1.2.9 Índice de ofuscamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1.3 Climatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1.3.1 Carga térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1.3.2 Conforto térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1.3.3 Coeficiente de desempenho (COP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.2 Qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.2.1 Parâmetros que afetam a qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . 32
2.2.1.1 Tensão em regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.2.1.2 Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.1.3 Desequilíbrio de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.1.4 Harmônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.1.5 Fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.2.2 Termografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.2.2.1 Emissividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3 Sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3.1 Energia solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3.2 Componentes do sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.2.1 Painel fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.2.2 Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.1 Análise das faturas de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.1.1 Enquadramento tarifário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.1.2 Demanda contratada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.1.3 Fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.2 Qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2.1 Instrumentação de medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2.2 Procedimentos da instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.3 Termografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.3.1 Instrumentação de medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.3.2 Classificação das anomalias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.4 Sistema de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.4.1 Iluminância do ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.4.2 Nível de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.4.3 Proposta de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.4.3.1 Luminária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.4.3.2 Lâmpada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.5 Sistema de climatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.5.1 Nível de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.5.2 Dimensionamento da carga térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.5.3 Proposta de eficiência energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.6 Sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.6.1 Local de instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.6.2 Dados meteorológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.6.3 Inclinação e orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.6.4 Painel fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.6.5 Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.6.6 Layout do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.6.7 Energia produzida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.7 Viabilidade econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.7.1 Payback . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.7.2 Valor presente líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.7.3 Taxa interna de retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.1 Análise da fatura de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2 Qualidade de energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.2.1 Tensão em regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.2.2 Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.2.3 Desequilíbrio de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
4.2.4 Distorção harmônica total de tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.2.5 Distorção harmônica total de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.2.6 Potência ativa, reativa e fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.3 Termografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.4 Sistema de iluminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.4.1 Condições atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.4.2 Sistema proposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
4.5 Sistema da climatização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.5.1 Condições atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.5.2 Sistema proposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.6 Sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.7 Viabilidade econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.1 Sugestão para trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
APÊNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
APÊNDICE A – Parâmetros medidos e calculados dos ambientes da Pre-
feitura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
APÊNDICE B – Parâmetros do novo projeto de iluminação. . . . . . . . . 99
APÊNDICE C – Aparelhos de ar condicionados atuais. . . . . . . . . . . 104
APÊNDICE D – Dimensionamento dos a parelhos de ar condicionados. . 106
APÊNDICE E – Lista de materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
ANEXO A – Datasheet do Painel Solar Canadian cs6k. . . . . . . . . . . 109
ANEXO B – Datasheet do inversor sunny highpower. . . . . . . . . . . . 112
ANEXO C – Datasheet do inversor sunny tripower. . . . . . . . . . . . . . 116
18

1 INTRODUÇÃO

A produção de energia elétrica cresceu continuamente ao longo dos anos, devido à


necessidade de suprir o consumo proveniente do aumento da população e do desenvolvimento
industrial e tecnológico. O que resultou em maiores impactos ambientais, visto que, a matriz
elétrica mundial é formada, em sua maioria, por fontes energéticas não renováveis, que emitem
gases poluentes no meio ambiente (EPE, 2019).
No Brasil, em 2016, apesar da predominância da fonte elétrica renovável hídrica, as
atividades de geração de eletricidade causaram a emissão de 108 milhões de toneladas de dióxido
de carbono equivalente (CO2 e). Esse valor ainda aumenta quando o nível de água armazenada
nos reservatórios hidrelétricos diminui, causado pelas condições climáticas e hidrológicas desfa-
voráveis, tornando necessário o acionamento das usinas térmelétricas de combustíveis fósseis
para suprir a demanda de energia, como auxílio ás hidrelétricas (SEEG, 2018).
O gráfico da Figura 1 apresenta a divisão setorial do consumo de energia elétrica no
Brasil. O setor industrial é responsável pela maior parcela de energia consumida do país, seguido
do residencial, do comercial e do público. Logo, torna-se imprescindível a inserção de medidas
que reduzam o consumo desses setores.

Figura 1 – Consumo de energia elétrica no Brasil por setor.

Fonte: EPE (2018).


19

A eficiência energética surge como uma alternativa para auxiliar na diminuição do


consumo de energia elétrica. Essa atividade, juntamente com a geração de eletricidade por fontes
limpas, por exemplo, como eólica, solar e outras, também ajudam a atender a crescente demanda
de energia e combater os problemas ambientais a ela relacionados.
Entretanto, às medidas de eficientização geralmente são elaboradas desconsiderando
os problemas de qualidade de energia que ocorrem no sistema elétrico, em decorrência ao
uso de aparelhos mais eficientes (SANTOS et al., 2006). Deste modo, a implementação da
eficiência energética também deve garantir a qualidade do sistema para evitar problemas em seu
desempenho, e assim, aos consumidores.

1.1 Objetivos

Este trabalho tem como objetivos gerais verificar o potencial de redução de consumo,
analisar a qualidade das instalações elétricas e a possibilidade de inserção de um sistema de
geração própria de energia na Prefeitura Municipal de Sobral.
Como objetivos específicos, propôs-se:
• Analisar os sistemas de iluminação e de climatização da Prefeitura Municipal
de Sobral, apontando suas potencialidades de melhorias com o uso de aparelhos
eficientes;
• Analisar a situação em que se encontra esses sistemas em relação a qualidade de
energia, verificando a presença de distúrbios e suas possíveis causas;
• Exibir os pontos dos quadros elétricos gerais que necessitam de manutenção;
• Mostrar o estudo da implementação de um sistema fotovoltaico;
• Apresentar os resultados financeiros, mostrando o tempo de retorno e a redução
estimada do consumo para todos os novos sistemas propostos.

1.2 Justificativa

As medidas de eficiência energética são pouco aplicadas no setor público, em


decorrência às barreiras burocráticas presentes para conseguir incentivo financeiro, pois possuem
um custo inicial elevado.
Esses setores geralmente tendem a apresentar uma má gestão energética, devido
a carência de conhecimento na área, resultado da falta de conscientização dos usuários sobre
20

o desperdício de energia. Pela ausência de manutenção nas instalações elétricas, resultado da


falta de conscientização dos administradores sobre a importância desse serviço para prevenir
problemas elétricos e evitar perdas.
A eficiência energética nas edificações públicas também apresenta uma importância
social, visto que trabalha com o investimento do dinheiro público, ocasionando a redução
dos gastos com insumos energéticos, uma economia que pode ser destinadas a outros setores
econômicos.

1.3 Organização do trabalho

Este trabalho está dividido em 5 capítulos:


O capítulo 1 apresenta a introdução, juntamente com os motivos e objetivos da
realização desse estudo.
O capítulo 2 mostra uma visão geral dos sistemas estudados em relação a eficiência
energética, a qualidade de energia e a implementação do sistema fotovoltaico, apresentando um
breve contexto e a explanação teórica dos conceitos utilizados.
O capítulo 3 aborda os métodos que foram utilizados para realizar os estudos e como
foram desenvolvidos.
O capítulo 4 mostra os resultados das análises, exibindo a situação dos sistemas
estudados e os pontos suscetíveis a manutenção, apresentando os novos sistemas propostos, com
seu potencial de redução de consumo e seu estudo de viabilidade econômica.
Por fim, o capítulo 5 aborda as conclusões dos estudos realizados através desse
trabalho e sugestões para trabalhos futuros.
21

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são apresentados os conceitos fundamentais para o desenvolvimento


deste trabalho, abordando a teoria referente às vertentes que o integram. Que são voltadas
às atividades que abordam melhorias tanto para o meio ambiente, quanto para o consumidor,
realizadas através da inserção de alternativas que visam a redução do consumo de energia elétrica,
de uma forma que não afete o desempenho dos seus sistemas, como pode ser visto na Figura 2.

Figura 2 – Vertentes desenvolvidas no projeto.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

2.1 Eficiência energética

Segundo Jannuzzi (2014), a eficiência energética consiste em formas de reduzir o


consumo de energia elétrica ao realizar a mesma quantidade de serviço, ou seja, diminuir a
energia primária destinada a um uso final sem perder seu desempenho. Oliveira (2011) afirma
que essa técnica também abrange a redução de perdas por danos e falhas de equipamentos, por
desperdício e por má qualidade de energia.
Essas ações podem ocorrer na área de gestão de energia, com o gerenciamento e
o direcionamento de medidas de conservação em uma instalação, na utilização de aparelhos
mais eficientes e na conscientização das pessoas para evitar desperdícios com consumo (OLI-
VEIRA, 2011). Para desenvolver essas atividades, foram instituídos programas, que vão desde a
conscientização da mudança de hábitos do consumidor, até a ajuda com incentivos financeiros.
22

O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), que tem como


objetivo promover o uso racional da energia, alcançou uma economia estimada em 21,2 bilhões
de kWh em 2017, correspondendo a 4,57% do consumo nacional de eletricidade daquele ano
(ELETROBRAS, 2018). Esse programa foi dividido em subprogramas para áreas específicas, o
setor de edificações foi inserido no PROCEL Edifica que desenvolve atividades com vertentes
em capacitação humana, tecnologia no desenvolvimento de aparelhos elétricos, disseminação
da importância da eficiência, regulamentação de leis e regulamentos voltados para esse meio,
habitação, introduzindo políticas de etiquetagem e marketing dos resultados obtidos com essas
ações (MME, 2011).
Outra estratégia com grande repercussão é o Programa Brasileiro de Etiquetagem
(PBE), que informa aos consumidores o nível de eficiência energética de equipamentos eletrodo-
mésticos. Dessa forma, o consumidor pode avaliar e selecionar os produtos de uma forma simples
e de fácil entendimento, a classificação dos aparelhos é realizada pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), através da Etiqueta Nacional de Conservação
de Energia (ENCE), mostrada na Figura 3.

Figura 3 – ENCE

Fonte: MME (2011).

A edificação também pode ser classificada com etiquetagem, quanto à sua eficiência
energética, através dos Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética
de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas (RTQ-C), para isso são analisados os sistemas
23

de iluminação, climatização e envoltória (INMETRO, 2010). Esses sistemas podem receber


selos com a letra A, que representam a classificação mais eficiente, até a letra E, menos eficiente.
A Figura 4 apresenta a divisão típica do consumo em repartições do setor público.
Verifica-se que, os aparelhos eletrodomésticos são a maior fonte de energia consumida, desta
forma, a utilização de equipamentos mais eficientes pode resultar em um grande impacto na
redução do consumo.

Figura 4 – Divisão do consumo em edificações públicas.

Fonte: Magalhães (2001).

Os conceitos dos termos necessários utilizados para o desenvolvimento das técnicas


de eficiência energética aplicadas em edificações públicas, que é o objeto deste estudo, são
apresentados nos tópicos seguintes.

2.1.1 Análise tarifária

A análise das contas de energia é inserida na eficiência energética como uma estraté-
gia sem custos que resulta na otimização e na redução do consumo de energia elétrica, realizada
através das características de consumo e demanda ativa e reativa referentes ao perfil da unidade
consumidora.

2.1.1.1 Grupos tarifários

Os consumidores são classificados conforme sua tensão de fornecimento, podendo


estar inserido no grupo A ou no B. O grupo B é formado por consumidores com fornecimento de
tensão inferior a 2,3 kV , classificados como de baixa tensão (PROCEL, 2011). Este consumidor
paga uma tarifa monômia, referente ao seu consumo de energia elétrica.
24

Conforme PROCEL (2011), o grupo A é constituído por consumidores que são


atendidos em média e alta tensão, ou seja, com tensão superior a 2,3 kV , e são divididos nos
subgrupos:
• Subgrupo A1 para o nível de tensão igual ou superior a 230 kV ;
• Subgrupo A2 para o nível de tensão de 88 a 138 kV ;
• Subgrupo A3 para o nível de tensão de 69 kV ;
• Subgrupo A3a para o nível de tensão de 30 a 44 kV ;
• Subgrupo A4 para o nível de tensão de 2,3 a 25 kV ;
• Subgrupo AS para sistema subterrâneo.
Esse grupo é caracterizado por possuir tarifa binômia, referente ao consumo e a
demanda, além disso, pode ser enquadrado em três modalidades tarifárias, a convencional, a
horo-sazonal verde e a horo-sazonal azul.
Na modalidade convencional binômia, o consumidor paga tarifas únicas ao longo
de todo o dia, independente do horário, uma referente ao consumo e a outra, a demanda. Na
modalidade horo sazonal verde, o consumidor paga tarifas diferentes de consumo no horário
de ponta e no fora de ponta, e a mesma tarifa para a demanda ao longo de todo o dia. E na
modalidade horo sazonal azul, o consumidor paga tarifas diferentes de consumo e demanda em
horários de ponta e fora de ponta (PROCEL, 2011).

2.1.1.2 Energia ativa e reativa

A energia elétrica é composta por duas parcelas, a energia elétrica ativa e a energia
elétrica reativa. O consumo da energia ativa é tarifado, já a energia reativa, quando utilizada,
pode resultar em pagamento de multas, causando prejuízos ao consumidor.
A energia ativa é a potência ativa, que produz trabalho, consumida durante qualquer
intervalo de tempo, enquanto a energia reativa circula entre os campos elétricos e magnéticos
dos sistemas de corrente alternada. (SANTOS et al., 2006).

2.1.1.3 Demanda contratada, faturada e de ultrapassagem

A demanda é o valor médio das potências ativas e reativas que são solicitadas pelo
sistema através da carga instalada do consumidor em operação (SANTOS et al., 2006). A
demanda contratada é a potência ativa que obrigatoriamente deve ficar disponível ao consumidor
de forma contínua durante o período de vigência determinado por contrato, que deverá ser
25

integralmente paga, independente da sua utilização. A demanda faturada é o valor máximo


de potência ativa registrada a ser tarifado e a demanda de ultrapassagem, o valor excedente a
demanda contratada, sujeito a pagamento de multa (PROCEL, 2011).

2.1.1.4 Horários de ponta e fora de ponta

São horários definidos pela concessionária de energia elétrica em virtude de sua


capacidade, o horário de ponta compreende 3 horas do dia, excluindo os fins de semanas e
feriados, o horário fora da ponta é referente às demais horas do dia (SANTOS et al., 2006). A
tarifa paga pelo consumo difere nesses horários, sendo maior no horário de ponta.

2.1.2 Iluminação

Um projeto luminotécnico eficiente associa o baixo consumo do sistema de ilumi-


nação ao conforto visual adequado às características do ambiente e as tarefas as quais ele se
destina, evitando desperdícios e considerando a qualidade da iluminação.
A eficiência do projeto depende dos componentes que o constitui, como lâmpadas
e luminárias, e também, da forma como são distribuídas, em que se obtém uniformidade no
clareamento. Para o dimensionamento correto de um sistema luminotécnico é necessário entender
as características e conceitos dos elementos relativos ao sistema de iluminação.

2.1.2.1 Lâmpada

A lâmpada é um componente que converte a energia elétrica em luz visível (SANTOS


et al., 2006). O tipo de lâmpada utilizada em um ambiente depende de suas características. Os
parâmetros mais importantes para a escolha das lâmpadas que compõem o sistema luminotécnico,
com a finalidade de garantir sua eficiência são: a potência consumida, o fluxo luminoso e o
tempo de vida útil. Outros fatores encontrados que dependem das atividades executadas do
ambiente são: a temperatura e o Índice de Reprodução de Cor (IRC).

2.1.2.2 Fluxo luminoso

O fluxo luminoso representa a potência luminosa emitida em todas as direções por


segundo, sua unidade de medida é o lúmen (lm) (CEPEL, 2015). Essa grandeza determina
a quantidade de luz no ambiente, quanto maior o fluxo luminoso, melhor será a iluminação
26

do ambiente. A eficiência luminosa relaciona o fluxo luminoso com a potência consumida da


lâmpada.

2.1.2.3 Iluminância

A iluminância relaciona o fluxo luminoso incidente em uma superfície por unidade


de área, sendo medida em lux (CEPEL, 2015). A distribuição do sistema de iluminação é
realizado, de acordo com os valores de iluminância necessários para a execução de determinadas
tarefas, esse valores são definidos pela Norma Brasileira (NBR) ISO / CIE 8995-1.

2.1.2.4 Intensidade luminosa

Essa grandeza determina a intensidade do fluxo luminoso, proveniente de uma fonte,


em uma dada direção, sua unidade de medida é a candela (cd) (SANTOS et al., 2006). A Figura
5 mostra a representação da intensidade luminosa, do fluxo luminoso e da iluminância.

Figura 5 – Intensidade luminosa, fluxo luminoso e iluminância.

Fonte: AVANT (2019).

2.1.2.5 Índice de reprodução de cor (IRC)

O IRC é a medida entre a cor real do objeto e a sua sensação de aparência quando
exposto a uma determinada fonte de luz (CEPEL, 2015), varia de 0 a 1 e é estabelecido pela
NBR ISO / CIE 8995-1. Quanto maior esse índice, melhor será a reprodução da cor real do
27

objeto. A Tabela 1 apresenta o IRC classificado de acordo com o ambiente. A Figura 6 mostra a
aparência dos objetos quando expostos a diferentes níveis de IRC de diversas lâmpadas.

Tabela 1 – Classificação do IRC.


Classificação Nível IRC Aplicações
Excelente 1a 0,9 <IRC < 1 Testes de cor, floriculturas
Muito bom 1b 0,8 <IRC < 0,89 Escritório, residências, lojas
Bom 2a 0,7 <IRC < 0,79 Escadas, circulação
Razoável 2b 0,86 <IRC < 0,69 Oficinas, ginásios
Regular 3 0,4 <IRC < 0,59 Depósitos, postos de gasolina
Insuficiente 4 0,2 <IRC < 0,39 Vias de tráfego, estacionamentos
Fonte: Adaptado de CEPEL (2015).

Figura 6 – Valor do IRC por lâmpada.

Fonte: VOITILLE (2018).

Observa-se que as cores dos objetos expostos às lâmpadas com baixo IRC, como de
mercúrio e sódio, são mais difíceis de identificar, diferentemente do que ocorre com a exposição
às lâmpadas incandescentes e halógenas, que possuem um IRC mais elevado. Apesar disso,
essas lâmpadas estão em desuso, e foram substituídas por lâmpadas fluorescentes e de LED
que, embora possuam um IRC mais baixo, em torno de 0,8, proporcionam mais economia ao
consumidor.

2.1.2.6 Temperatura de cor

A temperatura de cor expressa a aparência da cor da luz, sua medida é em Kelvin (K)
(CEPEL, 2015). A escolha dessa temperatura é de acordo com a atividade executada no ambiente.
A Tabela 2 apresenta as faixas de temperatura encontradas relacionadas às suas tonalidades. A
Figura 7 mostra a reprodução da cor da lâmpada por temperatura.
28

Tabela 2 – Temperatura de cor das lâmpadas e suas características.


Temperatura de cor (T ) Cor característica Tonalidade de cor Ambiente
T > 5000K Branca Fria Azul Industriais
3300K 6 T 6 5000K Branca Neutra Branca Comerciais
T < 3300K Branca Morna Amarela Domésticos
Fonte: Adaptado de CEPEL (2015).

Figura 7 – Reprodução da cor da lâmpada por temperatura.

Fonte: VOITILLE (2018).

Em ambientes em que se deseja a permanência de pessoas, utiliza-se lâmpadas com


temperatura de cor mais quente, para locais como restaurantes, e mais neutras, para escritórios
de trabalho, como mostrado a esquerda na Figura 7. Já em ambientes onde se necessita uma
maior rotatividade das pessoas, como supermercados, utiliza-se lâmpadas com temperaturas de
cor mais frias, como pode-se ver à direita na Figura 7.

2.1.2.7 Luminária

As luminárias direcionam o fluxo luminoso para uma determinada superfície. São


escolhidas de acordo com as atividades executadas no ambiente a serem instaladas. A eficiência
da luminária, que determina o aproveitamento do fluxo luminoso da lâmpada, e sua curva de
distribuição são as principais características para e considerar na escolha desse componente.

2.1.2.8 Curva de distribuição luminosa

Representa a intensidade luminosa de uma fonte de luz em todos os ângulos que ela
é direcionada. Trata-se de um diagrama polar que indica a distribuição da luz e da luminária
(CEPEL, 2015). A Figura 8 apresenta a representação polar de uma curva de distribuição
luminosa.
29

Figura 8 – Curva de distribuição luminosa.

Fonte: Philips (2019).

A determinação dessa curva é realizada a partir da medição da luz em vários ângulos


ao redor da fonte, em que é determinada a intensidade luminosa nos planos longitudinal e
transversal, mostrados em azul e preto na Figura 8, respectivamente. Quando essas curvas
são projetadas em um só plano, formam a curva fotométrica, que determina a iluminância do
ambiente em determinadas distâncias e a uniformidade da luz.

2.1.2.9 Índice de ofuscamento

É o efeito de uma luz intensa no campo de visão do olho humano CEPEL (2015).
Esse índice possui limite estabelecido pela NBR ISO / CIE 8995-1, de acordo com o tipo de
ambiente. Se esse valor for inferior ao determinado, pode provocar desconforto visual e interferir
na execução da atividade de trabalho da pessoa, pode ser evitado através do uso de luminárias
com proteção e do seu posicionamento correto.

2.1.3 Climatização

O sistema de climatização tem como função manter o nível de temperatura e umidade


de um ambiente, para garantir o conforto térmico aos usuários e suprir as necessidades do
processo produtivo (MARQUES et al., 2007). A implementação de técnicas de eficiência
30

energética, vão desde o dimensionamento correto da carga térmica necessária para o ambiente,
evitando um sub ou superdimensionamento, até a escolha do tipo de aparelho utilizado, que deve
ser conforme a classificação do PBE.

2.1.3.1 Carga térmica

Consiste na quantidade de calor latente ou sensível que deve ser retirada do ambiente
para garantir condições de conforto térmico aos usuários (LOPES, 2013). É determinada de
acordo com a NBR 16401-1: 2008. Esse parâmetro é fundamental para a escolha do aparelho
condicionador de ar a ser utilizado no sistema de climatização. As características climáticas da
região, os aspectos construtivos da edificação, a quantidade de pessoas, de aparelhos elétricos e
de iluminação interferem diretamente no valor dessa grandeza.

2.1.3.2 Conforto térmico

Essa medida está relacionada com o estado em que o indivíduo expressa satisfação
com a temperatura do ambiente que o rodeia, depende de vários fatores estruturais e climáticos e
de cada pessoa. Um bom projeto de climatização deve garantir o conforto térmico dos usuários
(ASHRAE, 2013). A Figura 9 apresenta um diagrama do conforto térmico humano, que relaciona
a temperatura do ar do ambiente com sua escala de umidade relativa.

Figura 9 – Diagrama do conforto térmico humano.

Fonte: INMET (2017).


31

Verifica-se que uma temperatura abaixo de 8 ◦ C, mostrada em azul, configura uma


sensação de muito frio e acima de 33 ◦ C, mostrado em rosa, uma sensação de muito calor. Em
relação a umidade relativa, quando seu valor está abaixo de 30%, mostrado em laranja, configura
uma sensação de ambiente muito seco, e acima de 80%, uma sensação de ambiente muito
úmido, como mostrado em verde, essas situações normalmente causam desconforto térmico ao
indivíduo.
A área de conforto térmico está compreendida entre as temperaturas de 8 ◦ C e 30 ◦ C,
com umidade relativa entre 30% e 80%, como mostrado em branco. Porém, dentro desta
área, há circunstâncias que precisam de determinadas condições para se obter a sensação de
conforto térmico, como em temperaturas abaixo de 20 ◦ C e com umidade de 30%, que resulta na
necessidade de insolação para chegar ao conforto, outra situação ocorre quando a temperatura
está acima de 26 ◦ C e com umidade de 80%, em que há a necessidade de ventilação.

2.1.3.3 Coeficiente de desempenho (COP)

É um índice que avalia o nível de eficiência energética do aparelho de ar condicionado,


relacionando a capacidade de remoção de calor desse equipamento (Putil ) com a potência requeria
pelo seu compressor (Pcomp ), como mostrado na equação (2.1). Quanto maior esse índice,
melhor é o rendimento do aparelho. É utilizado pelo INMETRO para realizar a classificação por
etiquetagem dos aparelhos condicionadores de ar.

Putil
COP = (2.1)
Pcomp

2.2 Qualidade de energia elétrica

A qualidade de energia elétrica é caracterizada pela ausência relativa de distúrbios no


sistema elétrico, como variações de tensão, provocadas pelo sistema da concessionária, flutuações
de tensão, surtos e harmônicos, medidos no ponto de entrega de energia, que resulta, pelo lado
do consumidor no funcionamento contínuo, seguro e adequado dos equipamentos elétricos e
processos associados (BRONZEADO et al., 1997).
32

Essa questão tem se tornado importante a todos os setores elétricos, visto que sua
falta interfere nos modernos processos industriais produtivos, implicando em perdas econômicas
e também, na perda de equipamentos sensíveis aos distúrbios originários no sistema elétrico
(SANTOS et al., 2006).
Os distúrbios podem ser causados por fenômenos como descargas atmosféricas,
curtos-circuitos, entrada ou saída de operação de grandes blocos de cargas, chaveamento de
bancos de capacitores, e até mesmo características das próprias cargas presentes na instalação,
causando distorções na forma de onda de tensão e corrente elétrica.

2.2.1 Parâmetros que afetam a qualidade de energia elétrica

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), através da Procedimentos de


Distribuição de Energia Elétrica (PRODIST), estabelece métodos relativos à qualidade da energia
elétrica, abordando a qualidade do produto, do serviço prestado e do tratamento de reclamações
(ANEEL, 2018). As seções a seguir apresentam os parâmetros relacionados a qualidade do
produto.

2.2.1.1 Tensão em regime permanente

A regulação da tensão de atendimento realizada pela PRODIST está apresentada na


Tabela 3, exibindo os níveis aceitáveis da variação da tensão adequada, precária e crítica. Os
equipamentos que são expostos aos limites críticos e precários de tensão podem ter seu tempo de
vida útil reduzido.

Tabela 3 – Faixa de tensão para pontos de conexão em ten-


são nominal de 220V.
Classificação Faixa de variação da TL - tensão de leitura (V)
Adequada 202 6 TL 6 231
Precária 191 6 TL < 202 ou 231 < TL 6 233
Crítica TL < 191 ou ou TL > 233
Fonte: Adaptado de ANEEL (2018).

Caso as medições apresentem níveis de tensão considerados críticos ou precários,


deve-se calcular o índice de duração relativa da transgressão para tensão precária (DRP) e para
tensão crítica (DRC), mostradas nas equações (2.2) e (2.3).
33

nl p
DRP% = .100 (2.2)
1008

nlc
DRC% = .100 (2.3)
1008

Onde nl p e nlc representam o maior valor entre as fases do número de leituras


situadas nas faixas precária e crítica, respectivamente. O valor limite de CRP não pode ultrapassar
3%, e o de DRC 0,5% (ANEEL, 2018). Caso isso aconteça, deve-se tomar as providências para
a normatização da tensão para os níveis aceitáveis.

2.2.1.2 Frequência

O sistema de distribuição e suas instalações de geração devem operar, em condições


nominais, na faixa de frequência de 59,9 Hz a 60,1 Hz. Caso esses valores sejam ultrapassados,
o sistema tem 30 segundos para retornar a faixa de 59,5 Hz a 60,5 Hz, para assim garantir a
continuidade do sistema elétrico e permitir a recuperação do equilíbrio carga-geração (ANEEL,
2018).
Em casos extremos, a variação na frequência pode ocasionar instabilidade no sistema
elétrico como um todo. A atuação das proteções do sistema, sensibilizadas por frequências
fora da faixa de operação, acarretam o corte de grandes blocos de cargas e consequentemente
aumenta o desequilíbrio entre carga e geração, causando uma reação em cadeia de desligamentos,
podendo chegar a um colapso total do sistema (BATISTA, 2018).

2.2.1.3 Desequilíbrio de tensão

O desequilíbrio de tensão é caracterizado por alterações no padrão trifásico do sis-


tema, consequente da mudança da amplitude da tensão e da desigualdade das fases, causado pela
conexão desigual de cargas monofásicas, bifásicas e trifásicas desbalanceadas (DECKEMANN;
POMILIO, 2018). A Figura 10 exibe a representação gráfica de tensões desequilibradas.
O fator de desequilíbrio da tensão (FD) é o parâmetro que mede o desequilíbrio
através relação da tensão eficaz de sequência negativa (V− ) e a tensão eficaz de sequência positiva
(V+ ), como mostra a equação (2.4).
34

Figura 10 – Representação do desequilíbrio das tensões Vab,


Vbc e Vca.

Fonte: Deckemann e Pomilio (2018).

V−
FD% = × 100 (2.4)
V+

Os limites aceitáveis para o desequilíbrio de tensão são classificados de acordo com


a tensão de alimentação do consumidor, como exposto na Tabela 4.

Tabela 4 – Limites de desequilíbrio de tensão.


Tensão nominal (V n)
Indicador
Vn <1,0 kV 1 kV <Vn <230kV
FD95% 3,0% 2,0%
FD95% - Valor do indicador FD% que foi superado em apenas 5% das leituras válidas
Fonte: ANEEL (2018).

2.2.1.4 Harmônicos

Os distúrbios que causam distorções nas formas de onda da tensão e da corrente


fazendo com que apresentem frequências múltiplas a frequência fundamental de operação do
sistema, são chamados de componentes harmônicos. São causadas por cargas com características
não lineares conectadas ao sistema, presentes principalmente em dispositivos de eletrônica de
potência (SANTOS et al., 2006). A Figura 11 traz a representação de uma forma de onda
quadrada composta por harmônicos de várias frequências.
35

Figura 11 – Composição de uma forma de onda quadrada a partir de suas


harmônicas.

Fonte: Deckemann e Pomilio (2018).

Os harmônicos das formas de ondas da tensão e da corrente são quantificados através


do indicador de Distorção Harmônica Total (DHT), que relaciona o valor eficaz dos harmônicos
com o valor eficaz da componente fundamental, como mostrado nas equações (2.5) e (2.6).

q
2
∑∞
h=2 Vh
DHTv % = × 100 (2.5)
V1

q
2
∑∞
h=2 Ih
DHTi % = × 100 (2.6)
I1
Onde DHTv e DHTi equivalem as distorções harmônicas totais de tensão e corrente,
Vh e Ih aos componentes harmônicos de ordem h da tensão e da corrente e V1 e I1 aos componentes
fundamentais da tensão e da corrente.
O PRODIST determina os limites de variação da DHT de tensão, como mostrado na
Tabela 5, admitindo que esses limites sejam ultrapassados em 5% das leituras realizadas.

Tabela 5 – Valores de referência da DHT de tensão.


Tensão nominal (V n)
Indicador
V n 6 1,0 kV 1,0 kV < V n < 69 kV 69 kV 6 V n < 230 kV
DHTv 95% 10,0% 8,0% 5,0%
FD95% - Valor do indicador FD% que foi superado em apenas 5% das leituras válidas
Fonte: ANEEL (2018).

Para a DHT de corrente não existe regulamentação nacional, por isso, utilizou-se
como referência, a recomendação 519 - 2014 do Institute of Electrical and Electronic Engineers
36

(IEEE), que calcula o parâmetro de Distorção de Demanda Total (DDT) de corrente, que
corresponde ao DHT quando a fundamental da corrente estiver em seus valores nominais de
demanda, relacionando a corrente de curto-circuito (Icc ) com a da carga (IL ), conforme a tensão
de fornecimento, nesse caso, para tensões entre 127 V e 69 kV como mostrado na Tabela 6.

Tabela 6 – DDT de corrente.


Icc /IL 3 6 h < 11 11 6 h < 17 17 6 h < 23 23 6 h < 35 35 6 h < 50 DDT
<20 4,0 2,0 1,5 0,6 0,3 5%
20 <50 7,0 3,5 2,5 1,0 0,5 8%
50 <100 10,0 4,5 4,0 1,5 0,7 12%
100 <1000 12,0 5,5 5,0 2,0 1,0 15%
>1000 15,0 7,0 6,0 2,5 1,4 20%
Fonte: IEEE (2014).

2.2.1.5 Fator de potência

O fator de potência ( f p) é um indicativo de quanto de potência ativa (P) e reativa


(Q) há em um sistema. O triângulo retângulo da Figura 12 mostra as relações dessas grandezas,
através dele, pode-se chegar a equação (2.7), referente ao fator de potência, em que ϕ é o ângulo
de defasagem entre a tensão e a corrente do sistema.

Figura 12 – Triângulo retângulo das potências.

Fonte: WEG Automação S.A. (2009).

P
f p = cosϕ = p (2.7)
P + Q2
2

O fator de potência deve apresentar, de acordo com a ANEEL (2018), valores entre
0,92 e 1,00, apresentando características indutivas ou capacitivas conforme a regulação vigente.
37

Um valor fora do estabelecido resultará no pagamento de multas, além de limitar a capacidade


do transformador e a disponibilidade de potência ativa.
A presença de harmônicas nas instalações elétricas pode afetar no valor do fator de
potência desse sistema, pois são consideradas também, além das componentes fundamentais
de tensão e corrente e seu ângulo de defasagem, as componentes harmônicas e suas defasagens
(WEG AUTOMAçãO S.A., 2009). Então, quando há distorção harmônica no sistema, é adi-
cionado uma terceira dimensão, referente a distorção da potência aparente, no triângulo das
potências da Figura 12, resultando no tetraedro que pode ser visto na Figura 13.

Figura 13 – Tetraedro das potências.

Fonte: WEG Automação S.A. (2009).

A DHT de corrente altera o valor final do fator de potência registrado pela concessio-
nária, como mostrado na equação (2.8), onde f pr é o fator de potência considerando a presença
de DHT de corrente.

fp
f pr = q (2.8)
1 + DHTi2

2.2.2 Termografia

Um dos objetivos do estudo da qualidade de energia elétrica é garantir ao consumidor


a continuidade do serviço. Para isso, também é importante assegurar a qualidade da parte física
das instalações elétricas, realizando ações de manutenção, que previnem o surgimento de
problemas que possam ocorrer nas instalações e causar falhas no sistema de energia.
A inspeção termográfica é enquadrada como uma forma de manutenção preventiva
dos sistemas de energia. É realizada através da detecção da temperatura por irradiação infraver-
melha para retratar o perfil térmico de um corpo, com o objetivo de localizar os pontos quentes
38

e os sobreaquecimentos do sistema que são suscetíveis a causar falhas e até interrupção na


operação (OLIVEIRA, 2012). A temperatura de um corpo é determinada pela intensidade da
radiação emitida por sua superfície, depende da excitação das moléculas, quanto maior esse fator,
maior será a temperatura (SANTOS, 2012).

2.2.2.1 Emissividade

Outro fator que influencia no valor da radiação infravermelha é a emissividade, que


consiste na razão entre a radiação emitida por uma superfície e a emitida por um corpo negro,
submetidos à mesma temperatura, pode-se dizer então que é capacidade que um corpo tem de
emitir energia. Cada corpo, dependendo da sua composição, vai possuir uma emissividade dife-
rente. Para realizar a inspeção termográfica, deve-se considerar o valor correto de emissividade
de cada material, caso o contrário, os resultados serão incoerentes.

2.3 Sistema fotovoltaico

A necessidade pela busca de ações para mitigar os impactos ambientais causados


por fontes poluentes de geração de energia elétrica, aumenta continuamente com a elevação do
consumo. Para combater esses problemas, estão sendo utilizadas alternativas como a geração de
energia elétrica através do sistema fotovoltaico, aliada à eficiência energética.

2.3.1 Energia solar

O sol é uma fonte inesgotável de energia, que é transmitida através da radiação solar
e pode ser aproveitada para gerar eletricidade de forma limpa e sustentável, essa radiação pode
ser quantificada através da irradiação solar, medida em (W /m2 ) que representa a propagação da
energia em um intervalo de tempo, por uma unidade de área.
O ângulo de orientação dos raios solares, em relação ao norte geográfico, chamado
de azimutal, é fundamental na hora de posicionar os módulos fotovoltaicos para obter o melhor
aproveitamento do sistema (VILLALVA; GAZOLI, 2012). A Figura 14 mostra um módulo solar
instalado em uma orientação incorreta, verifica-se que, por isso, há uma elevada perda na geração
de energia em um determinado período do dia.
39

Figura 14 – Módulo solar com orientação incorreta.

Fonte: Villalva e Gazoli (2012).

2.3.2 Componentes do sistema fotovoltaico

Os principais componentes do sistema fotovoltaico são: o módulo solar, que possui


etiquetas de classificação da INMETRO quanto a seu nível de eficiência energética e o inversor.
O dimensionamento desses elementos é realizado de acordo com seus parâmetros elétricos.

2.3.2.1 Painel fotovoltaico

O módulo fotovoltaico é composto por células fotovoltaicas que realizam a conversão


de luz em eletricidade, geralmente compostas por silício mono ou policristalinos. Suas curvas
características de tensão, corrente e potência, para quando o módulo está submetido a condições
de ensaio padrão, com irradiação de 1000 (W /m2 ) e temperatura de 25 ◦ C, estão mostradas na
Figura 15.
Verifica-se que, para a tensão de circuito aberto (Voc ), o módulo apresenta seu valor
de tensão máxima, que ocorre quando ele não está conectado ao sistema. Á medida que a
corrente se eleva, quando o sistema é conectado, sendo submetido a diferentes níveis de tensão,
a corrente chega a seu ponto de curto-circuito (Icc ). Entre esses intervalos, a curva apresenta seu
ponto ótimo (Pmp ), o valor em que a máxima potência é gerada (PINHO; GALDINO, 2014).
40

Figura 15 – Curva característica VxI do módulo solar.

Fonte: Pinho e Galdino (2014).

Os painéis podem ser associados em série e em paralelo conforme os parâmetros


elétricos de corrente e tensão requeridos. Quando os módulos são conectados em série, as tensões
individuais de todos eles se somam, mantendo a mesma corrente, já quando são ligados em
paralelos, acontece o oposto, o valor da tensão permanece o mesmo para toda a ligação, enquanto
as correntes de todos os painéis conectados se somam.
A Figura 16 mostra a curva IxV de duas células fotovoltaicos com os mesmos parâ-
metros elétricos, em que são representadas suas conexões em série e em paralelo, considerando
que são submetidos as mesmas condições de irradiância e temperatura. Observa-se o compor-
tamento relatado no parágrafo anterior. É importante ressaltar que esses conexões idealmente
devem ser realizadas em módulos com as mesmas características elétricas.
41

Figura 16 – Curva IxV de duas células conectadas em série e em paralelo.

Fonte: Pinho e Galdino (2014).

2.3.2.2 Inversor

O inversor é um aparelho eletrônico que fornece energia elétrica em corrente alter-


nada através de uma fonte de corrente contínua, tendo como função realizar a sincronização
da tensão e da frequência de operação em conformidade com à rede conectada (PINHO; GAL-
DINO, 2014). Os painéis fotovoltaicos são conectados em série e em paralelo de acordo com os
parâmetros elétricos de tensão e corrente do inversor, para que não haja nenhum problema no
sistema, além disso, é interessante que esses parâmetros sejam dimensionados de forma que o
sistema opere com sua máxima potência de geração.
42

O dimensionamento do inversor é realizado a partir da capacidade de potência


instalada do sistema fotovoltaico, mas, além disso, outros parâmetros são essenciais para a
determinação desse aparelho, como sua eficiência e seu impacto na qualidade de energia. Dessa
forma, o inversor deve garantir uma boa eficiência, para que não ocorra perdas de energia e
deve ter componentes que mitiguem seus harmônicos, para não causarem danos em nenhum
equipamento elétrico.
43

3 METODOLOGIA

Neste capítulo é desenvolvida a análise dos sistemas elétricos pertencentes ao edifício


da Prefeitura Municipal de Sobral, mostrada na Figura 17, que está localizada na Rua Viriato
de Medeiros, 1250, Centro, Sobral/ CE, com latitude e longitude de 3, 68 ◦ S e 40, 36 ◦ O. São
descritos os métodos empregados em estudos de qualidade da energia elétrica e utilização desses
sistemas, assim como de fatores que podem influenciar no seu consumo, com a finalidade de
identificar oportunidades para a implementação de técnicas de uso eficiente da energia, que
podem reduzir o consumo e minimizar os custos com o faturamento de energia elétrica.

Figura 17 – Prefeitura Municipal de Sobral.

Fonte: Tribuna do Ceará (2018).

Este estudo foi dividido em três etapas: levantamento e análise dos dados, com
o objetivo de mostrar a situação atual da instalação e do consumo elétrico, e apresentação
de propostas que visam determinar o potencial de redução nesse consumo, juntamente com a
viabilidade econômica para desenvolvimento desses projetos.
Os dados do estabelecimento foram coletados com o acesso a informações sobre
seu consumo, a partir de contas de energia e através de visitas técnicas, com a realização de
entrevistas com os funcionários para o conhecimento do horário e perfil do trabalho, e com a
utilização de aparelhos para efetuar as medições necessárias para o estudo. Esses dados são
apresentados nos tópicos seguintes de acordo com seu tipo de análise e sistema.
44

3.1 Análise das faturas de energia

Segundo Batista (2012) existem ações de baixo custo que podem reduzir o gasto
com a energia elétrica, que envolvem tanto a mudança de hábitos referentes ao consumo, quanto
a análise de contas de energia. Logo, realizou-se um estudo das faturas de energia seguindo os
critérios do Manual de Tarifação de Energia Elétrica do PROCEL.

3.1.1 Enquadramento tarifário

Como o estabelecimento pertence ao Grupo A, com modalidade tarifária horo sazonal


verde, realizou-se uma simulação da categoria horo sazonal azul, com a finalidade de comparar
as modalidades e verificar qual a melhor se enquadra ao perfil de consumo. Para isso foram
analisadas as variáveis de consumo ativo, demanda contratada, demanda faturada e valor da tarifa
de energia, tanto no horário da ponta, quanto no horário fora da ponta, referentes aos meses de
Janeiro a Dezembro de 2018.

3.1.2 Demanda contratada

Também é importante observar outros fatores que podem elevar o valor das contas de
energia. Verificou-se então se existem gastos com demanda de ultrapassagem e assim, realizou-se
um estudo para identificar uma provável readequação da demanda contratada pois, de acordo com
Marques et al. (2007), esse valor de demanda deve ser estipulado atendendo as reais necessidades
da unidade consumidora, evitando gastos com seu sub ou superdimensionamento.

3.1.3 Fator de potência

Se o fator de potência estiver fora ao estabelecido pela ANEEL, o consumidor terá


despesas com o pagamento de multa. Essa verificação é realizada, segundo PROCEL (2011),
com a análise, nas faturas de energia, da existência de gastos com demanda e consumo de reativos
excedentes. Se for constatado despesas com esse fator, necessita-se buscar alternativas para
minimizar esses custos, localizando os pontos que causam esses reativos e tomando as medidas
cabíveis para a correção do fator de potência, que podem ser desde a instalação de banco de
capacitores até o dimensionamento correto de motores e outros equipamentos.
45

3.2 Qualidade de energia elétrica

A análise da qualidade de energia das instalações elétricas do prédio estudado foi


realizada em conformidade ao Módulo 8 da PRODIST, que estabelecem a metodologia e a
instrumentação do estudo a serem utilizados e definem os limites e os valores de referência dos
parâmetros elétricos analisados (ANEEL, 2018).

3.2.1 Instrumentação de medição

As medições dos parâmetros elétricos foram feitas utilizando o analisador de energia


elétrica da Minipa ET 5060-C, exibido na Figura 18. Conforme Minipa (2009), esse aparelho
realiza a análise de parâmetros do sistema elétrico a que está conectado, como tensão, corrente,
potência ativa e reativa, fator de potência, assimetria das fases, assim como suas formas de ondas,
e também mostra, se houver, distúrbios como, flutuações, elevações, interrupções, tremulação na
tensão e harmônicos.

Figura 18 – Analisador de energia da Minipa ET 5060-C.

Fonte: (UNIR).

3.2.2 Procedimentos da instalação

A instalação do equipamento foi realizada conforme mostra o diagrama esquemático


da Figura 19, alocando as garras, representadas em vermelho, e os cabos que formam anéis,
representados em azul na Figura 18, aos condutores da rede elétrica, com a finalidade de executar
as medições das tensões e correntes de cada fase e neutro, respectivamente. Deve-se considerar
o sentido da corrente ao conectar os cabos.
46

Figura 19 – Representação da instalação do analisador de energia.

Fonte: Minipa (2009).

O analisador de energia foi instalado nos dois quadros gerais de energia existentes.
O primeiro foi referente ao sistema de iluminação e força, como está exposto na Figura 20, e o
segundo, ao sistema de refrigeração. O período de análise para o primeiro quadro foi entre os
dias 10 e 23 de abril de 2019, e para o segundo foi entre os dias 25 de abril e 03 de maio de 2019.
As leituras foram programadas para ocorrerem a cada 7 minutos, totalizando 2674 registros para
o primeiro caso e 1851 para o segundo.

Figura 20 – Instalação do analisador.

Fonte: Elaborado pelo Autor.


47

A partir dos dados extraídos do analisador de energia, realizou-se uma análise das
instalações elétricas, verificando o consumo de cada sistema e analisando os parâmetros elétricos
e os distúrbios relacionados a eles, apresentando as possíveis causas e consequências.

3.3 Termografia

A inspeção termográfica foi realizada nos quadros de distribuição gerais do prédio e


nos quadros de distribuição de todos os pavimentos. Essa medida tem como finalidade identificar
e classificar pontos quentes na instalação elétrico, ou seja, pontos de sobreaquecimento que
podem ocasionar falhas na operação desse sistema, através das imagens geradas pelo aparelho
de medição, como mostrado na Figura 21.

Figura 21 – Inspeção termográfica.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

3.3.1 Instrumentação de medição

O aparelho utilizado para essa medição foi o termovisor da marca Flir, modelo i5,
mostrado na Figura 22. Segundo FLIR Systems (2010), esse equipamento detecta a radiação
infravermelha emitida pelos objetos, calculando assim, sua temperatura, que são representadas
nas imagens por meio das cores.
48

Figura 22 – Termovisor Flir i5.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

A temperatura medida pelo equipamento depende de alguns fatores como foco,


distância, faixa de temperatura, e principalmente de emissividade, que é um parâmetro que muda
de acordo com o tipo de material estudado e as condições as quais ele está exposto. A Tabela 7
apresenta as características do termovisor utilizado.

Tabela 7 – Características do termovisor.


Faixa de temperatura 0 ◦ C a 250 ◦ C
Precisão 2 ◦C
Distância de Focagem mínima 0,6 m
Campo de visão 17 ◦ x 17 ◦
Focagem Livre
Sensibilidade térmica < 0, 1 ◦ C
Emissividade 0,1 a 1,0
Fonte: FLIR Systems (2010).

3.3.2 Classificação das anomalias

A identificação das anomalias pode ocorrer, de acordo com NBR 15866:2010,


através de três fatores: pelas especificações dos valores nas condições nominais de temperatura
estabelecidos pelo fabricante do equipamento, pela similaridade dos elementos adjacentes, que
se possuírem as mesmas características, devem operar nas mesmas faixas de temperaturas, e por
um valor estabelecido pelo usuário final conforme o histórico operacional do equipamento. A
Tabela 8 estabelece a classificação das anomalias de acordo com a similaridade dos elementos
49

adjacentes.

Tabela 8 – Critérios para avaliação das anomalias térmicas.


Prioridade Variação de temperatura Período das medidas corretivas
4 1 ◦ C até 10 ◦ C Próxima manutenção periódica
3 >10 ◦ C até 20 ◦ C Com agendamento
2 ◦
>20 C até 40 C ◦ Assim que possível
1 >40 ◦ C Imediatamente
Fonte: Adaptado de Infraspection Institute (2008).

3.4 Sistema de iluminação

Para realizar o estudo do sistema de iluminação foram coletados os dados listados


abaixo e, a partir deles, foram estimados o consumo desse sistema, as condições luminosas do
ambiente de trabalho e o nível de eficiência energética.
• Tipo de lâmpada;
• Potência das lâmpadas;
• Quantidade de lâmpadas por ambiente;
• Horário de funcionamento;
• Perfil de trabalho do ambiente;
• Área do ambiente;
• Iluminância do ambiente;
• Densidade de potência instalada.

3.4.1 Iluminância do ambiente

As condições luminosas de um ambiente são estabelecidas pela Associação Brasileira


de Normas Técnicas (ABNT) através da NBR ISO/CIE 8995-1, que determina valores mínimos,
de acordo com o perfil de trabalho executado no local, de iluminância média (Em), do Unified
Glare Rating (Índice de Ofuscamento Unificado) (UGR) e do Índice de Reprodução de Cor (Ra ),
como mostrado na Tabela 9.

Tabela 9 – Condições luminosas por ambiente.


Tipo de Ambiente, tarefa ou atividade Em (lux) UGRL Ra
Escritórios
Escrever, teclar, ler, processar dados 500 19 80
Fonte: Adaptado de ABNT (2013).
50

O método de verificação da iluminância é prescrito pela NBR 15215:2005, assim


como o tipo de instrumento a ser utilizado, que deve calcular a luminosidade do ambiente através
de um sensor fotométrico, composto por fotocélulas. Com isso, foi utilizado o Luxímetro Digital
MLM-1011 da Minipa, exibido na Figura 23.

Figura 23 – Luxímetro Minipa MLM-


1011.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

De acordo com a ABNT (2005) esse aparelho deve ser colocado na altura do plano
de trabalho da atividade executada no ambiente, e em paralelo à superfície. A quantidade de
pontos a serem medidos é determinada a partir das dimensões do local.

3.4.2 Nível de eficiência energética

O nível de eficiência energética desse sistema é estimado de acordo com o RTQ-C,


que faz essa classificação em três sistemas da edificação (iluminação, condicionadores de ar e
envoltória), podendo ser catalogados do nível A (mais eficiente), até o nível D (menos eficiente).
Segundo INMETRO (2010), essa classificação pode ser feita a partir de dois métodos:
o da área do edifício e o das atividades do edifício. Para a condição estudada foi aplicado o
método da área do edifício pois a edificação possui apenas uma atividade principal. Essa técnica é
definida a partir da Densidade de Potência de Iluminação (DPI) máxima que relaciona a potência
total instalada (Pi) de cargas referentes à iluminação com a área total da edificação (A), conforme
mostra a equação (3.1).
51

Pi
DPI = (3.1)
A

A partir dessa relação, foi determinado o nível de eficiência energética desse sistema,
que é associado a um valor máximo de DPI, dependendo do tipo de trabalho executado no
edifício, como mostra a Tabela 10.

Tabela 10 – Determinação do nível de eficiência energética.


Densidade de potência de iluminação limite (W /m2 )
Função do Edifício
Nível A Nível B Nível C Nível D
Escritório 9,7 11,2 12,6 14,1
Fonte: Adaptado de INMETRO (2010).

3.4.3 Proposta de eficiência energética

Posteriormente ao levantamento, análise dos dados e da situação do sistema de


iluminação do edifício, realizou-se a simulação de um novo sistema luminotécnico, que oferece
uma maior economia no consumo de energia e melhores condições de trabalho aos funcionários
em relação ao atual.
A simulação dessa alternativa foi feita no software DIALux que, segundo Souza
(2012), desenvolve projetos luminotécnicos em qualquer tipo de cenário e sob qualquer fonte de
luz, estando conforme as normas internacionais de iluminação, como a ISO 8995. Pode-se fazer
alterações nos parâmetros de acordo com as necessidades do projeto.
Para a realização da simulação, é necessário inserir as dimensões e especificar o
perfil de trabalho do ambiente estudado. Após isso, precisa-se escolher o tipo de luminária e
lâmpada com a qual se deseja trabalhar, considerando seus parâmetros, tais como, potência, fluxo
luminoso, índice de reprodução de cor, temperatura de cor e eficiência. Com essas informações,
o programa faz o dimensionamento das luminárias, mostrando simulações em 3D da distribuição
luminosa do local.

3.4.3.1 Luminária

Para o novo sistema de iluminação foi proposta a troca das luminárias nos ambientes
que funcionam como escritórios, para garantir que os índices de ofuscamento não provoquem
52

desconforto visual aos funcionários. A luminária escolhida foi a LSE-100, da Intral, mostrada na
Figura 24, juntamente com sua curva de distribuição luminosa. Esse aparelho possui chapas de
aço e aletas de alumínio adonizado, apresenta rendimento de 79% e comporta duas lâmpadas
tubulares de LED.

Figura 24 – Luminária Intral LSE - 100.

Fonte: Intral.

3.4.3.2 Lâmpada

As lâmpadas propostas para substituir as existentes são as tubulares de LED, exibida


na Figura 25, da marca Philips, modelo Essential LEDtube e MasterLEDtube GA. Esses modelos
proporcionam uma redução considerável no consumo e tem maior tempo de vida útil, comparadas
às atuais, que são tubulares fluorescentes. A Tabela 11 apresenta as características das lâmpadas
escolhidas.

Figura 25 – Lâmpada Philips.

Fonte: Philips (2019)


.
53

Tabela 11 – Características das lâmpadas Philips.


Potência Tamanho Temperatura Fluxo Tempo de
Modelo
(W) (m) de cor (K) luminoso (lm) vida (h)
Essential LEDtube 18 1,2 4000 1850 25000
Master LEDtube 18 1,2 4000 2100 25000
Master LEDtube 10 0,6 4000 1050 25000
Fonte: Philips.

3.5 Sistema de climatização

Para realizar a análise das características do sistema de climatização, foram coletados


os seguintes dados:
• Quantidades de aparelhos de ar condicionados;
• Potência elétrica dos aparelhos;
• Marca;
• Tipo;
• Selo;
• Horário de funcionamento;
• Quantidade de pessoas por ambiente;
• Quantidade de equipamentos.

3.5.1 Nível de eficiência energética

O nível de eficiência energética do sistema de climatização, conforme a INMETRO


(2010), é realizado através do nível de eficiência apresentado na ENCE dos aparelhos de ar
condicionados regulados pelo INMETRO, disponibilizadas no site do órgão, que apresenta os
requisitos mínimos de eficiência energética para as categorias de ar condicionado de janela e
split.
Para equipamentos não regulamentados, o INMETRO especifica os requisitos míni-
mos das características que esses aparelhos devem apresentar, para cada nível, de acordo com o
tipo de equipamento, de capacidade de refrigeração e Coefficient Of Performance (Coeficiente
de Desempenho) (COP), com isso, é determinado seu nível de eficiência energética.
54

3.5.2 Dimensionamento da carga térmica

O sistema de refrigeração é dimensionado através da carga térmica de cada ambiente


do edifício, conforme a metodologia apresentada na NBR 16401:2008. Esta norma pondera que,
para sistemas de climatização mais complexos, o cálculo da carga térmica deve ser realizado
por intermédio da utilização de um software com métodos baseados na American Society of
Heating and Ventilating Engineers (Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento,
Refrigeração e Ar Condicionado) (ASHRAE).
Os programas utilizados foram: o EnergyPlus e o DesignBuilder. Segundo Inacio
(2014), o software EnergyPlus é utilizado para simular o desempenho energético e o dimensiona-
mento do sistema de climatização de um ambiente, mantendo suas condições dentro do padrão
de conforto térmico. Já o software DesignBuilder realiza a modelagem do edifício inserindo suas
características em forma de variáveis, tais como dimensões, localização, aspectos construtivos,
ocupação, equipamentos utilizados, iluminação e outros, e a partir disso, juntamente com o
EnergyPlus simula o comportamento energético da edificação, assim como sua carga térmica.

3.5.3 Proposta de eficiência energética

Através do dimensionamento descrito na Seção 3.5.2, foi proposto um sistema de


climatização composto por aparelhos de ar condicionados split inverter. Esse tipo de equipamento
contém um inversor de frequência que, através da velocidade do motor elétrico, possibilita
a variação da rotação do compressor, permitindo que o ar condicionado permaneça ligado,
mantendo a temperatura desejada, e assim, o conforto térmico. O aparelho inverter proporciona
uma maior economia no consumo de energia elétrica, comparado aos aparelhos convencionais.
Os condicionadores de ar escolhidos foram da marca Consul, algumas de suas
especificações técnicas são mostradas na Tabela 12. Verifica-se, através do valor do COP, que
esses equipamentos são classificados pela INMETRO como de nível A.

Tabela 12 – Características técnicas de ar condicionados da Consul.


Capacidade de Potência Eficiência energética
Modelo
refrigeração (BTU\h) elétrica (W) (COP) (W/W)
CBJ09DBBNA 9000 814 3,24
CBJ12DBBNA 12000 1085 3,24
CBJ18DBBNA 18000 1628 3,24
CBJ22DBBNA 22000 1989 3,24
Fonte: Adaptado de Consul.
55

3.6 Sistema fotovoltaico

O dimensionamento de um sistema fotovoltaico conectado a rede é realizado a partir


de algumas condições meteorológicas, de parâmetros de consumo e do local da instalação dos
painéis. Por intermédio desses dados, pode-se determinar a quantidade de módulos fotovoltaicos
a serem instalados, assim como sua energia produzida estimada e outros componentes necessários
para o sistema.

3.6.1 Local de instalação

Um sistema fotovoltaico é dimensionado a partir da energia que ele irá produzir, para
isso, segundo Villalva e Gazoli (2012), deve-se considerar três fatores, que são, a quantidade de
energia consumida pelo estabelecimento, a área disponível para a instalação dos painéis solares
e o investimento que o consumidor está disposto a realizar.
Neste estudo, o fator mais relevante é a área disponível para a instalação dos módulos.
Analisando o local, foi verificado a existência de três pontos em que o sistema pode ser instalado:
em cima da edificação, marcado com 1 na Figura 26, em cima do auditório, marcado com 2, e
em cima do almoxarifado, marcado com 3. A Tabela 13 traz o valor correspondente das áreas
desses locais destacados.

Figura 26 – Área de instalação dos


painéis.

Fonte: Elaborado pelo Autor.


56

Tabela 13 – Áreas marcadas.


Local marcado Área (m2 )
1 393,25
2 263,03
3 235,41
Total 891,69
Fonte: Elaborado pelo Autor.

3.6.2 Dados meteorológicos

Através dos dados de latitude e longitude, foram obtidos os valores de irradiância


solar diária média mensal, referente ao ano de 2018, mostrados na Tabela 14, para uma inclinação
de 6 ◦ , no site do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito (CRESESB).

Tabela 14 – Irradiância solar diária média mensal do ano de 2018.


Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
I (kwh/m2 .dia) 5,09 5,25 5,26 4,95 5,1 5,03 5,32 5,97 6,42 6,25 6 5,33
Fonte: CRESESB (2019).

A temperatura do local de instalação do sistema também é um fator importante para o


dimensionamento de um sistema fotovoltaico conectado a rede. As temperaturas médias mensais
da cidade de Sobral, necessárias para este estudo, referente a média dos anos de 2000 a 2009
estão apresentadas na Tabela 15.

Tabela 15 – Temperatura média mensal da cidade de Sobral.


Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

T ( C) 27,7 27,5 27,2 27 27,3 26,8 26,9 27,1 27,5 27,9 28,1 28,2
Fonte: Meternorm.

3.6.3 Inclinação e orientação

Segundo Villalva e Gazoli (2012), os módulos fotovoltaicos devem ser inclinados na


posição que tenha melhor captação dos raios solares em todo o ano, para assim, maximizar a
produção de energia elétrica. A partir dessas informações, o ângulo de inclinação foi proposto
de acordo com a Tabela 16.
57

Tabela 16 – Escolha do ângulo de inclina-


ção do módulo.
Latitude Geográfica Ângulo de Inclinação
0 ◦ a 10 ◦ α = 10 ◦

11 a 20 ◦ α = latitude
21 ◦ a 30 ◦ α = latitude + 5 ◦
31 ◦ a 40 ◦ α = latitude + 21 ◦

41 ou mais α = latitude + 15 ◦
Fonte: Villalva e Gazoli (2012).

Portando, de acordo com a latitude do local, a inclinação proposta para o módulo


fotovoltaico é de 10 ◦ , com sua face orientada para o norte geográfico.

3.6.4 Painel fotovoltaico

A determinação do painel solar foi realizada através da verificação das características


das placas, como preço, eficiência, potência e certificado do INMETRO. O painel escolhido foi
do tipo monocristalino, da marca Canadian Solar, modelo CS6K, que possui 10 anos de garantia.
A Tabela 17, apresenta suas especificações, retiradas do Anexo A.

Tabela 17 – Características do painel fotovoltaico Canadian cs6k.


Dados elétricos, mecânicos e térmicos do painel solar
Potência máx. nominal (Pmax) 300W Eficiência do módulo 18,33%
Tensão de operação (Vop) 32,5V Tolerância de potência 0a5W
Corrente de operação (Iop) 9,24A Ligação das células 6 x 10
Tensão de circuito aberto (Vca) 39,7V Dimensões 1650 x 992 x 40 mm
Corrente de curto circuito (Icc) 9,83A Temp. nominal da célula 45 +/_ 2 ◦ C
Fonte: Canadian Solar
.

Através dessas informações, foi calculada a área do painel, que equivale a 1,6368
m2 . Dividindo a área disponível para a instalação dos painéis pela área de um módulo, obteve-se
a quantidade de placas a serem instaladas, como pode ser visto na Tabela 18.

Tabela 18 – Quantidade de painéis.


Local marcado Quantidade de painéis
1 240
2 160
3 140
Total 540
Fonte: Elaborada pelo Autor.
58

3.6.5 Inversor

Foram escolhidos dois inversores para compor o sistema fotovoltaico, que pertencem
a marca SMA. O primeiro do modelo SUNNY HIGHPOWER com 75 kVA de potência nominal
e o segundo do modelo SUNNY TRIPOWER, com 60 kVA de potência nominal. A Tabela 19
apresenta as caraterísticas desse equipamento.

Tabela 19 – Parâmetros dos inversores SUNNY.


Parâmetros do Inversor STP-75 STP-60
Potência Atribuída (CC) 76500 W 61240 W
Tensão Máx. de Entrada 1000 V 1000 V
Intervalo de Tensão MPPT 570 a 800 V em 400 Vac 570 a 800 V em 400 Vac
Corrente Máx. de Entrada 140 A 110 A
Corrente Máx. de CC 210 A 150 A
Potência Nominal CA 75000 W 60000 W
Tensão Nominal CA 400 V 400 V
Eficiência 98,8% 98,8%
Fonte: SMA (2017).

A escolha desse inversor foi realizada considerando dois fatores: a potência total
instalada do sistema fotovoltaico e o Fator de Dimensionamento do Inversor (FDI). A potência
total instalada depende da quantidade de painéis instalados e da potência máxima gerada por
painel (Pf v.max ), como pode ser visto na equação (3.2).

Pins = qtd paineis × Pf v.max (3.2)

O FDI, segundo PEREIRA e GONÇALVES (2008), relaciona a potência nominal do


inversor (Pin.nom ) e a potência instalada dos painéis (Pinst ) , como é mostrado na equação (3.3).
Esse fator determina a capacidade de operação do inversor, que pode ser igual ou maior que 0,6,
em que o subdimensionamento do aparelho não acarreta perdas consideráveis ao sistema.

Pin.nom
FDI = (3.3)
Pins

O sistema possui uma capacidade de potência instalada total de 162 kW . A divisão


dos inversores foi realizada de acordo com o local, um inversor ficou referente ao local 1 e o
outro referente aos locais 2 e 3, como mostra a Tabela 20. Observa-se que o FDI possui valor de
0,83 para os dois casos, ou seja, os inversores operarão com 83% da sua capacidade nominal.
59

Tabela 20 – Divisão dos inversores no sistema FV.


Local Qtd Painel FV Pot. Instalada Pot. Inversor FDI
1 240 72 kW 60 kW 0,83
2e3 300 90 kW 75 kW 0,83
Fonte: Elaborado pelo Autor.

3.6.6 Layout do sistema

A disposição do sistema fotovoltaico depende das características de seus componen-


tes. Para realizar a ligação das placas em série foi observado o valor da tensão de operação e
da tensão de circuito aberto do painel solar, mostrado na Tabela 17 e a faixa de operação dos
inversores, mostrado na Tabela 19. Através da quantidade de painéis solares determinada na
Seção 3.6.4, calculou-se o quantitativo da conexão em série, conforme as relações mostradas nas
equações (3.4) e (3.5).

Vinv.min Vinv.max
6 NM 6 (3.4)
Vop Vop

Vinv.min Vinv.max
6 NM 6 (3.5)
Vca Vca

Onde Vinv.min é o valor da tensão de entrada mínima do inversor, Vinv.max , o valor da


tensão máxima, Vop , a tensão de operação do módulo solar, Vca , a tensão de circuito aberto e NM
o número de placas ligadas em série.
A temperatura também influencia na tensão dos painéis, por isso é importante verifi-
car o quanto essa tensão varia quando submetida aos valores mínimo e máximo de temperatura
do local de instalação, que estão apresentados na Tabela 15. Essa averiguação é realizada através
da equação (3.6).

Vop (T ) = Vop.std − Ns .β .(T − 25) (3.6)

Onde Vop.std é a tensão de operação do painel, Ns é o número de células conectadas


em séries presentes na placa, T é a temperatura ambiente e β é o coeficiente de variação da
tensão da placa solar.
A quantidade de strings ligadas em paralelo em cada inversor, é determinada pela
corrente de operação (Iop ) e de curto circuito (Icc ) do painel, e pela corrente máxima de entrada
60

(Iinv.max ) e máxima de curto circuito (Iinv.cc ) do inversor, como é mostrado na relação das equações
(3.7) e (3.8).

Iinv.max
Narran jo. f v 6 (3.7)
Iop

Iinv.cc
Narran jo. f v 6 (3.8)
Icc

Logo, foi verificado que os inversores suportam uma quantidade de placas conectadas
em série que varia entre 15 e 25. A maior temperatura ambiente registrada no local fornece uma
variação de tensão de 0,2%, o que não interfere no número de módulos em série calculados.
Também foi constatado que pode ser efetuada a ligação de até 15 desses arranjos em paralelo
para o inversor de 75 kVA e e até 11 para o inversor de 60 kVA.
Com esses parâmetros definidos, foi escolhido a melhor distribuição dos paineis
solares, considerando a faixa de operação em que o Maximum Power Point Tracker (Rastreador
de Ponto de Máxima Potência) (MPPT) do inversor atua. A Tabela 21 mostra como o sistema
fotovoltaico foi dividido.

Tabela 21 – Distribuição dos módulos por inversor.


Inversor Ligação Quantidade Ligação Quantidade
60 kVA Painéis por string 24 Strings por inversor 10
75 kVA Painéis por string 20 Strings por inversor 15
Fonte: Elaborado pelo Autor.

3.6.7 Energia produzida

Por fim, a energia gerada diariamente pelo sistema fotovoltaico foi calculada através
da equação (3.9). Onde Eg é a energia gerada diária pelos painéis FV, A é a área do painel
solar, η painel é a eficiência do painel, ηinv é a eficiência do inversor e I é a irradiância global
diária. E assim, foi estimado o quanto do consumo do estabelecimento será suprido pelo sistema
fotovoltaico.

Eg = A × η painel × ηinv × I × qnt.paineis (3.9)


61

3.7 Viabilidade econômica

A viabilidade econômica é uma das partes mais importantes do projeto e que mais
interessa ao consumidor, visto que, traz como informações, os custos iniciais e o tempo de
retorno dos investimentos. Através disto, pode-se avaliar se é viável a execução do projeto.
As ferramentas financeiras utilizadas nesse trabalho para a análise foram: o payback, o Valor
Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).

3.7.1 Payback

O payback indica o momento em que o dinheiro investido em determinado projeto


se iguala ao lucro obtido por ele, ou seja, indica o tempo de retorno do investimento, a partir
desse momento o investidor obterá os lucros com seu investimento. A equação (3.10) mostra
como esse indicador é calculado.

Investimento.Inicial
Payback = (3.10)
Retorno.Anual

3.7.2 Valor presente líquido

O VPL tem com função avaliar quanto um investimento vai oferecer de retorno
baseado nos valores investidos no presente, através do fluxo de caixa e considerando uma taxa de
desconto adequada (VIEIRA et al., 2016). Os valores de VPL indicam a viabilidade do projeto,
caso seja negativo, o projeto não é economicamente viável, se for igual a zero, é indiferente,
pois não haverá lucros com o projeto e nem perdas, e caso seja positivo, o projeto é considerado
viável economicamente. A equação (3.11) calcula o valor desse indicativo.

N
FCn
V PL = ∑ (3.11)
n (1 + T MA)n

Onde FC significa o fluxo de caixa, n é a quantidade de períodos considerados no


cálculo e TMA é a taxa mínima de atratividade do projeto.
62

3.7.3 Taxa interna de retorno

Essa taxa relaciona o investimento realizado no projeto com seu valor final, fazendo
com que o valor presente líquido seja igual a zero, igualando os fluxos de caixa de saída e entrada
(VIEIRA et al., 2016), é calculada a partir da equação (3.12).

N
Ft
V P = investimento + ∑ t
(3.12)
t=1 (1 + i)

Onde VP é o valor presente, N é a quantidade de períodos considerados para o


cálculo, Ft é a entrada de capital no período t e i é a taxa interna de retorno. Essa taxa pode ser
relacionada com a TMA para classificar o projeto quanto a sua viabilidade, se TIR for maior que
TMA significa que o projeto é viável, se for igual, não haverá lucros ou perdas, e se for menor, o
projeto é inviável.
63

4 RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados das análises realizadas e dos projetos
desenvolvidos, mostrando as condições atuais em que a edificação se encontra e o potencial
de redução no consumo, através de formas de uso eficiente da energia e com recomendações
de soluções para as inadequações encontradas na instalação elétrica. Também é exposta a
viabilidade econômica dessas propostas.

4.1 Análise da fatura de energia elétrica

O histórico de consumo e demanda, no horário de ponta e fora de ponta, referentes


ao ano de 2018, estão apresentados na Tabela 22.

Tabela 22 – Consumo e demanda da prefeitura no ano de 2018.


Consumo Fora Consumo Hora Demanda Fora Demanda Hora
Mês
de Ponta (kW h) Ponta (kW h) de Ponta (kW ) Ponta (kW )
Janeiro 61081 9137 288,73 238,32
Fevereiro 58842 8391 289,44 209,52
Março 59361 8665 280,00 216,00
Abril 53275 6577 291,60 218,88
Maio 59216 8546 280,00 224,64
Junho 63437 9041 280,00 218,88
Julho 52841 7375 285,84 264,96
Agosto 70416 10054 288,00 239,04
Setembro 66448 8268 281,52 221,04
Outubro 64787 4564 292,32 203,04
Novembro 62534 4102 298,08 128,88
Dezembro 53033 3125 293,76 102,24
Média 60439,25 7320,42 287,46 207,12
Fonte: Elaborado pelo Autor.

Utilizando esses dados, foram simulados os gastos com energia elétrica para as
modalidades tarifárias horo sazonal azul e verde, com um valor de demanda contratada de 280
kW no horário fora de ponta, e um valor de 250 kW na ponta, para o caso da modalidade horo
sazonal azul. Os resultados foram comparados e estão exibidos na Figura 27.
Verificou-se que a modalidade tarifária horo sazonal verde, atualmente contratada
para o estabelecimento, proporciona menor custo ao consumidor, pois para a azul o valor da
fatura é maior em todos os meses, totalizando um gasto de cerca em R$30.730,00 anualmente,
sem considerar gastos com excedentes de reativos e com iluminação pública.
64

Figura 27 – Comparação das moralidades tarifárias horo sazonal verde e azul.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Em relação a demanda faturada, constatou-se que, na maioria dos meses, há ultrapas-


sagem do valor contratado de 280 kW , como pode ser visto na Figura 28.

Figura 28 – Demanda faturada.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Para saber qual o valor ideal a ser contratado, foram simulados os custos, refe-
rente ao ano de 2018, para diferentes valores de demanda, considerando 5% de tolerância da
ultrapassagem aceito pela concessionária. O resultado é mostrado na Figura 29.
65

Figura 29 – Custo anual com energia elétrica x demanda contratada.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

A simulação exibe que o valor de demanda contratada de 285 kW é o que resulta em


um menor valor gasto, porém a diferença em relação ao custo com o valor contratado atualmente
é inexpressiva, cerca de R$113,00 por ano.
A fatura também mostra que há gastos com demanda e consumo de reativos exceden-
tes, em que o fator de potência está fora do estabelecido pela ANEEL. Para a correção desse fator,
necessita-se da instalação de um banco de capacitores, pois os existentes não são suficientes para
realizar a correção completa. O custo das multas comparado ao valor total da tarifa, representa
uma pequena parcela, em média 3% do total mensal, como mostrado na Tabela 23. A análise
mais detalhada desse fator está apresentada na subseção 4.2.6.

Tabela 23 – Valor pago por reativos no ano de 2018.


Valor total Valor pago Percentual
Mês
da fatura por reativos pago por multa
Janeiro R$ 47.267,93 R$ 1.059,01 2%
Fevereiro R$ 43.188,78 R$ 1.488,67 3%
Março R$ 44.198,48 R$ 1.647,97 4%
Abril R$ 39.262,06 R$ 1.514,35 4%
Maio R$ 46.219,80 R$ 1.608,03 3%
Junho R$ 51.918,49 R$ 1.657,09 3%
Julho R$ 47.005,44 R$ 1.460,92 3%
Agosto R$ 58.328,14 R$ 1.624,37 3%
Setembro R$ 52.638,31 R$ 1.517,12 3%
Outubro R$ 48.886,86 R$ 1.305,81 3%
Novembro R$ 43.993,33 R$ 1.187,40 3%
Dezembro R$ 32.538,91 R$ 866,51 3%
Fonte: Elaborado pelo Autor.
66

4.2 Qualidade de energia elétrica

Neste tópico são desenvolvidas as análises realizadas com o estudo dos parâmetros
elétricos, obtidos através do analisador de energia elétrica, e que podem influenciar na qualidade
de energia elétrica da edificação.

4.2.1 Tensão em regime permanente

As Figuras 30 e 31 apresentam o comportamento da tensão nas fases A, B e C, dos


quadros de iluminação e climatização, respectivamente.
A Figura 30 exibe a medição realizada no dia 12 de abril de 2019, em que a tensão
registrou sua maior variação, dentre os dias que o analisador ficou conectado, com valor de
213,32 V na fase A, que representa 3,04% de seu valor nominal. Essa medição está dentro do
limite aceitável estabelecido pelo PRODIST, mostrado na Tabela 3.

Figura 30 – Tensão nas fases A, B e C do quadro de iluminação e força.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

A maior variação registrada para o quadro de climatização foi de 3,91%, em que a


tensão alcançou um valor de 211,39V na fase A, estando dentro do estabelecido pelo PRODIST,
como é mostrado na Figura 31. Essa medição é referente ao dia 2 de maio de 2019.
67

Figura 31 – Tensão nas fases A, B e C do quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Os valores máximos e mínimos das tensões, registrados durante o período em que o


analisador esteve conectado ao sistema, estão expostos na Tabela 24. Observa-se que, em todas
as fases, as tensões não ultrapassaram o limite aceitável.

Tabela 24 – Tensões máximas e mínimas registradas.


Tensão medida (V) Faixa de tensão
Quadro Fase A Fase B Fase C adequada (V)
mín. máx. mín. máx. mín. máx. mín. máx.
Iluminação 213,32 231,9 225,65 226,27 214,57 226,55
202 231
Climatização 211,39 227,24 211,98 227,76 212,3 228,23
Fonte: Elaborado pelo Autor.

4.2.2 Frequência

As variações apresentadas nos gráficos relacionados a frequência indicam que as


variáveis estão em conformidade aos limites aceitáveis, como mostrado na Figura 32, relativa à
medição feita no dia 19 de abril de 2019, no quadro de iluminação e força, em que os valores de
frequência registrados alcançaram um valor máximo e mínimo de 60,06 Hz e 59,9 Hz.
A medição realizada no quadro de climatização, referente ao dia 2 de maio de 2019,
é exibida na Figura 33, em que os valores de frequência máxima e mínima foram de 60,06 Hz e
58,89 Hz, respectivamente. Verifica-se que a frequência registrou um valor mínimo abaixo do
limite estabelecido pelo PRODIST, no horário de 06:12, porém, esse valor retornou ao limite
aceitável em um curto intervalo de tempo, não causando assim, nenhuma perturbação no sistema.
68

Figura 32 – Variação da frequência no quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Figura 33 – Variação da frequência no quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

4.2.3 Desequilíbrio de tensão

A Tabela 4 mostra a variação aceitável de desequilíbrio de tensão nas fases para a


tensão nominal com valor igual ou inferior a 1 kV . A Figura 34 apresenta o registro realizado
no dia 14 de abril de 2019, referente ao quadro de iluminação e força, em que o valor máximo
registrado de desequilíbrio de tensão foi de 0,48%.
A Figura 35 expõe o registro do dia 02 de maio de 2019, referente ao quadro de
climatização, que também apresentou variação máxima de 0,48%. Os valores de desequilíbrio
de tensão registrados estão dentro do limite de variação de 3% estabelecido pela PRODIST, logo,
69

esse parâmetro não apresenta nenhum potencial para causar problemas no sistema .

Figura 34 – Desequilíbrio de tensão no quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Figura 35 – Desequilíbrio de tensão no quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

4.2.4 Distorção harmônica total de tensão

Os gráficos das Figuras 36 e 37 apresentam a taxa de DHT de tensão nas fases


A, B e C dos quadros gerais de iluminação e de climatização, respectivamente. As medidas
registradas não ultrapassam o limite estabelecido pela PRODIST, como é exibido na Tabela 25,
70

portanto esse valor não é considerado de risco, que possa trazer algum problema a instalação e
aos equipamentos elétricos.

Figura 36 – Distorção harmônica total de tensão no quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Figura 37 – Distorção harmônica total de tensão no quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Tabela 25 – Distorção harmônica de tensão.


DHT de Tensão Limite aceitável
Quadro
Fase A Fase B Fase C pela PRODIST
Iluminação 2,33% 2,67% 2,55%
10%
Climatização 2,22% 2,32% 2,30%
Fonte: Elaborado pelo Autor.
71

4.2.5 Distorção harmônica total de corrente

Para a DHT de corrente, o PRODIST não especifica o valor limite aceitável, por isso
foi utilizado o parâmetro definido pelo IEEE 519 - 2014, exibido na Tabela 6.
O valor máximo que a DHT de corrente atingiu no quadro de iluminação e força
foi de 46,86% na fase A, no dia 11 de abril de 2019, como exposto na Figura 38. Essa taxa
está acima do limite aceitável pela IEEE 519 - 2014, constatando que há "poluição harmô-
nica"considerável no sistema. Esses harmônicos são causados pela presença de uma grande
quantidade de cargas monofásicas não-lineares, como lâmpadas tubulares fluorescentes, reatores
eletrônicos e aparelhos de computadores.

Figura 38 – Distorção harmônica total das correntes do quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Os harmônicos, de acordo com Santos et al. (2006), podem gerar diminuição da


vita útil de certos aparelhos, aquecimento em motores elétricos, capacitores e condutores, erro
em dispositivos de proteção, erro em medições da energia elétrica e um aumento na corrente
no neutro. Esse último fator é mostrado na Figura 39, que apresenta os valores registrados das
correntes nas fases A, B, C e no neutro do quadro de iluminação e força, observa-se que o neutro
apresenta um valor máximo de 67,55 A no período de operação da maior parte das cargas, que
compreende os horários de 07:00 as 17:00, esse valor representa mais da metade dos valores das
correntes nas fases.
72

Figura 39 – Correntes das fases A, B, C e do neutro do quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

As medidas de DHT de corrente do quadro de refrigeração podem ser vistas na


Figura 40. O valor máximo registrado foi de 17,30% na fase A, referente ao dia 02 de maio de
2019, que também é acima do limite aceitável.

Figura 40 – Distorção harmônica total das correntes do quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

A taxa de DHT, por possuir valores bem menores comparados aos do quadro de
iluminação, exibida na Figura 38, não gera uma corrente elevada no neutro, apresentado na
Figura 41, mostrando que o valor máximo registrado por esse condutor é de 3,54 A, causado
pelo pequeno desbalanceamento das fases.
73

Figura 41 – Correntes das fases A, B, C e do neutro do quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

A Tabela 26 exibe os valores máximos e mínimos medidos de DHT nas três fases
dos quadros de distribuição. Verifica-se que apenas as fases B e C, do quadro de climatização,
não ultrapassam o limite máximo estabelecido pelo IEEE.

Tabela 26 – Distorção harmônica de corrente.


DHT de corrente Limite aceitável
Quadro
Valores Fase L1 Fase L2 Fase L3 pelo IEEE
Máximo 46,86% 36,95% 31,78%
Iluminação
Mínimo 12,45% 17,36% 15,63%
15%
Máximo 17,30% 12,93% 8,57%
Climatização
Mínimo 2,67% 2,32% 1,25%
Fonte: Elaborado pelo Autor.

Através desses resultados, constatou-se que no intervalo de tempo em que a maioria


das cargas está desligada, das 00:01 às 07:30, a DHT de corrente apresenta seus valores máximos.
O quadro de iluminação e força tem valores médios registrados de 33%, que é acima do limite
estabelecido. Já o quadro de climatização, os valores médios alcançam 10% e estão dentro do
limite aceitável. No período de funcionamento do estabelecimento, em que a maior parte das
cargas está ligada, a DHT de corrente chega a seu valor mínimo. O quadro de iluminação e
força atinge valor médio de cerca de 21%, que está fora do limite estabelecido e, no quadro de
climatização, o valor médio chega a cerca de 3%, bem inferior ao limite mínimo aceitável.
Quando comparadas as Figuras 38 e 40 com as Figuras 39 e 41, observa-se que suas
formas de onda possuem uma relação inversamente proporcional, ou seja, à medida que as cargas
74

são acionadas, as correntes dos sistemas se elevam e as DHT sofrem reduções significativas
em seu valores, já no período que as cargas estão desligadas, acontece o processo inverso. Isso
ocorre porque, no horário de funcionamento, cada sistema opera com a maior parte das cargas
acionadas, apresentando medidas de correntes fundamentais eficazes mais altas, logo, esses
valores se sobressaem quando comparados às harmônicas presentes, resultando em medidas
inferiores de DHT de corrente. Já quando as cargas vão sendo desligadas, os valores das correntes
fundamentais diminuem, afetando menos as harmônicas presentes e assim, elevando a taxa de
DHT de corrente. A equação (2.6) mostra essa relação, através dela, pode-se verificar que valores
eficazes menores da corrente fundamental, resultarão em maiores taxas de DHT de corrente e,
valores maiores, em menores taxas.

4.2.6 Potência ativa, reativa e fator de potência

A Figura 42 expõe os gráficos das potências aparente (S), ativa (P) e reativa (Q)
do quadros de iluminação, realizada no dia 16 de abril de 2019. Esses gráficos possuem
comportamento padrão nos dias de funcionamento da edificação. Nesse caso, a potência aparente
apresentou valor máximo de 69,2 kVA às 11:04, sabendo que o transformador conectado a esse
quadro possui valor nominal de 150 kVA, logo, ele está operando com 46,1% da sua capacidade
nominal. Observa-se que a potência aparente sempre está com valores próximos a potência ativa,
ou seja, há pouca potência reativa circulando pelo sistema, o que caracteriza um fator de potência
próximo a um.

Figura 42 – Potência aparente, ativa e reativa do quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.


75

No quadro de climatização, mostrado na Figura 43, referente ao dia 26 de abril de


2019, há uma diferença significante no valor da potência aparente e da potência ativa, e um valor
de potência reativa acentuada, o que caracteriza um fator de potência mais baixo. A máxima
potência aparente registrada, com valor 186,35 kVA, foi no horário de 09:09, como a potência do
transformador referente a esse quadro possui valor de 300 kVA, constata-se que ele está operando
com 62,1% da sua capacidade nominal.

Figura 43 – Potência aparente, ativa e reativa do quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Para uma melhor análise do fator de potência desses sistemas foram plotados os
gráficos das potências ativa, reativa e do fator de potência das fases A, B e C dos quadros gerais
de iluminação e climatização. Nos quadros já existem bancos de capacitores estáticos conectados
com valor total de 60 kVAr, porém algumas de suas células estão danificadas.
Na figura 44, referente ao quadro de iluminação e força, no período em que a maioria
das cargas estão deligadas, a energia reativa que circula nesse sistema está causando um fator de
potência abaixo dos 0,92 determinado pela ANEEL, com valor médio de 0,85, resultando em
despesas com multas. Enquanto que no período em que a maior parte das cargas estão ligadas,
de 08:00 às 18:00, que contempla o horário de funcionamento, o fator de potência possui valor
médio de 0,94.
76

Figura 44 – Potência ativa (PA), reativa (PR) e fator de potência (FP) do quadro de
iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Na Figura 45, que apresenta as medições do quadro de climatização, o fator de


potência médio registrado durante todo o dia foi 0,85. Verifica-se que, mesmo com as cargas
sendo similares em todas as fases, possuindo valores parecidos de potência ativa e reativa, o fator
de potência tem um comportamento diferente na fase B, quando comparado as outras fases, isso
ocorre devido as células danificadas no banco de capacitores.
O período em que o fator de potência está de acordo com o padrão é das 22:00 às
7:00, para as fases A e C, enquanto na B esse valor está em torno de 0,42. Constata-se que é
necessário realizar uma correção do fator de potência, pois o banco de capacitores existente não
está realizando a correção completa.
77

Figura 45 – Potência ativa (PA), reativa (PR) e fator de potência (FP) do


quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Ao analisar o fator de potência, deve-se também levar em consideração a presença


da DHT de corrente na instalação elétrica que, dependendo do seu valor, pode afetar o valor do
fator de potência registrado pela concessionária.
As Figuras 46 e 47 exibem a média, nas fases A, B e C, do quadro de iluminação e
climatização, do fator de potência medido pelo analisador de energia (FPM ), do fator de potência
(FP) calculado através da equação (2.7) e do fator de potência de distorção (FPr ), calculado pela
equação (2.8), que considera a presença de DHT de corrente na instalação elétrica.
78

Figura 46 – Comparação do fator de potência no quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Na Figura 46, a taxa DHT de corrente presente no quadro de iluminação, mostrada


na Figura 38, causa uma redução do fator de potência, visto que, o fator de potência medido
(FPm ), possui o mesmo valor do fator de distorção (FPr ) e é menor do que o valor calculado
real (FP). Nesse caso, medidas de mitigação de harmônicos resultarão no aumento do fator de
potência, apesar disso, ainda haverá a necessidade da instalação de um banco de capacitores para
correção completa do fator de potência.

Figura 47 – Comparação do fator de potência no quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

A partir da comparação realizada para o quadro de climatização, exposto na Figura


79

47, observa-se que os valores de fator de potência são praticamente iguais, ou seja, os harmônicos
presentes nesse sistema, não afetaram no fator de potência registrado.

4.3 Termografia

Neste tópico são exibidos os resultados que apresentam características anormais


do padrão da inspeção termográfica, com a finalidade de mostrar pontos quentes que podem
ocasionar problemas na instalação elétrica. Realizou-se a medição da temperatura nos quadros
elétricos com a maior parte das cargas ligadas, comparando os resultados com seus valores
máximos de operação e verificando seu limite de elevação admissível, conforme a ABNT (1998),
também foi considerado a similaridade dos elementos adjacentes, de acordo com a Tabela 8.
A Figura 48 ilustra o quadro de climatização e sua imagem termográfica, com
seus disjuntores gerais de todos os pavimentos em evidência. Verificou-se uma variação de
temperatura de 41, 5 ◦ C entre esses equipamentos. O terceiro disjuntor, referente ao segundo
pavimento, apresenta a situação mais crítica, com uma temperatura de 76, 5 ◦ C, e o penúltimo
disjuntor, do quarto pavimento, alcançou uma temperatura de 62, 7 ◦ C.

Figura 48 – Inspeção termográfica no quadro de climatização.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

As anomalias encontradas foram classificadas, de acordo com a Tabela 8, como de


grau 1, em que a manutenção dos equipamentos deve ser feita imediatamente, para a aplicação
das medidas corretivas cabíveis, evitando algum incidente. Os demais disjuntores devem ser
checados em período de manutenção. Como a edificação não possui nenhum sistema de manu-
tenção, é importante realizar a conscientização sobre a implementação dessa ação preventiva
periodicamente.
80

O quadro geral de iluminação também apresentou anomalias em alguns de seus


disjuntores, como exibido na Figura 49. No terceiro aparelho, referente ao segundo pavimento, a
temperatura atinge um valor de 44, 5 ◦ C, esse valor foi classificado como de grau 2, em que é
necessário realizar um agendamento para a checagem do equipamento, pois não há risco de falha
eminente, mas requer atenção.

Figura 49 – Inspeção termográfica no quadro de iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Outras anomalias também foram encontradas em alguns quadros de distribuição


individuais dos pavimentos. No quadro do segundo pavimento, observou-se uma elevação na
temperatura de alguns disjuntores, como é exibido na Figura 50, em que o valor alcança 52, 3 ◦ C,
essa anomalia foi classificada como de grau 3, em que a manutenção deve ser realizada assim
que possível. Os disjuntores do terceiro pavimento, referente a Figura 51, chegaram a uma
temperatura de 49 ◦ C, sendo classificada como de grau 2.

Figura 50 – Inspeção termográfica no quadro do segundo pavimento.

Fonte: Elaborado pelo Autor.


81

Figura 51 – Inspeção termográfica no quadro do terceiro pavimento.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

4.4 Sistema de iluminação

Esse estudo foi realizado no subsolo e em quatro pavimentos da edificação, o quinto


pavimento não fez parte do projeto por ter sido construído mais recentemente, por já apresentar
iluminação com lâmpadas de LED e também por possuir difícil acesso.

4.4.1 Condições atuais

O levantamento das cargas do sistema atual de iluminação é exibido na Tabela 27,


dividido por pavimentos.

Tabela 27 – Levantamento de carga do sistema de iluminação.


Tipos de Lâmpadas
Local Fluorescente + Reator Incand. LED VP
143 W 52 W 46,8 W 41,6 W 26 W 150 W 150 W 100 W 18 W 150 W
Subsolo 0 42 0 2 58 3 0 1 6 0
1o Pavimento 57 121 8 2 24 4 2 2 82 10
2o Pavimento 72 24 0 0 21 2 0 3 0 0
3o Pavimento 72 20 0 0 25 2 0 0 0 0
4o Pavimento 72 20 0 0 25 2 0 0 0 2
Total 273 227 8 4 145 13 2 6 88 12
Fonte: Elaborado pelo Autor.

Por intermédio dos dados da Tabela 27, calculou-se a potência instalada, apresentada
no Apêndice A, juntamente com o consumo mensal calculado e as iluminâncias dos ambientes
medidas. Pode-se observar que existem lâmpadas instaladas que tem um consumo elevado, e que
82

também estão em desuso, como a incandescente.


A partir da visita técnica foi constatado que a edificação apresenta, em praticamente
quase todos os ambientes que funcionam como escritório, uma iluminância inadequada para o
desempenho das atividades dos funcionários. Esse problema pode ser causado pelo tempo de
vida útil das lâmpadas e pela falta de manutenção, pois a eficiência vai reduzindo com esses
fatores.
Outro fator relevante é a distribuição das luminárias. Como os pavimentos consistem
em saguões que são repartidos por divisórias para formar as salas, em muitos casos, as luminárias
ficam dispostas de forma inadequada para os ambientes, causando um mal aproveitamento
do seu fluxo luminoso. A Figura 52 mostra a disposição de algumas luminárias no segundo
pavimento. Todos os pavimentos, retirando o subsolo e o quinto, possuem a mesma distribuição
de luminárias.

Figura 52 – Disposição de luminárias no segundo pavimento.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Os únicos lugares que possuem interruptores são banheiros, salas de climatização,


escadas, sala de cabos e copa, nos demais ambientes, a iluminação é acionada diretamente no
disjuntor, sendo responsabilidade de um funcionário realizar o acionamento e o desligamento
desse equipamento em horários estabelecidos. Isso resulta em desperdício no consumo, pois
mesmo que não esteja sendo executado nenhum trabalho em algum ambiente, a iluminação
83

estará ligada desnecessariamente.


Observou-se também que as luminárias encontradas nos saguões principais não
possuem uma boa eficiência, pois não direcionam o fluxo luminoso das lâmpadas, causando uma
dispersão em sua volta e gerando perdas, como pode ser visto na Figura 52. Para suprir o fluxo
perdido e a iluminância se tornar adequada, é necessário a instalação de mais lâmpadas.
O nível de eficiência energética da edificação foi calculado conforme a Tabela 10,
através da área total iluminada, que é de 3569,18 m2 . Por meio desses valores, chegou-se ao
valor da potência máxima para cada nível de eficiência do sistema de iluminação, utilizando a
equação (3.1). A Tabela 28 expõe o resultado.

Tabela 28 – Nível de eficiência energética do sistema atual de iluminação.


DPI - Densidade de potência de iluminação limite (W /m2 )
Função do Edifício
Nível A Nível B Nível C Nível D
Escritório 34621 39975 44972 50325
Fonte: Elaborado pelo Autor.

A DPI possui valor de 58430 W /m2 , não atendendo a nenhum valor especificado na
Tabela 28. Este resultado indica que o sistema de iluminação da edificação não se enquadra nos
requisitos mínimos para obter uma etiqueta de determinação do nível de eficiência energética.

4.4.2 Sistema proposto

O novo projeto para o sistema de iluminação foi realizado de acordo com o novo
layout que será implementado na edificação. Foi proposta também a substituição de luminárias e
feita uma nova distribuição, com um melhor aproveitamento do espaço, do fluxo luminoso e com
a iluminância ideal para cada tipo de ambiente. O projeto foi realizado no software DIALux.
Além disso, também foi proposto instalar interruptores em todas as salas, para evitar
desperdícios no consumo. As Figuras 53 e 54 exibem a simulação da parte exterior da edificação
e do interior do terceiro pavimento, respectivamente.
84

Figura 53 – Simulação da edificação completa.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Figura 54 – Simulação do terceiro pavimento visto pela lateral.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

As cargas referentes ao novo sistema projetado estão apresentadas, dividias resumi-


damente por pavimentos, na Tabela 29. A distribuição por ambiente, assim como valores de área,
iluminância e características das lâmpadas são mostradas no Apêndice B.
85

Tabela 29 – Cargas do novo sistema.


LED
Local
10 W 18 W 60 W
Subsolo 20 122 0
1o Pavimento 30 488 10
2o Pavimento 38 176 3
o
3 Pavimento 36 204 0
4o Pavimento 38 202 0
Total 162 1192 10
Fonte: Elaborado pelo Autor.

O consumo desse projeto foi estimado e comparado com o atual, como está apresen-
tado na Tabela 30. O Apêndice B exibe detalhadamente o horário e os dias de funcionamento
das cargas que foram utilizadas para calcular esse valor de consumo mensal.

Tabela 30 – Comparação entre os sistemas atual e projetado.


Atual Projetado
Local Economia
Consumo Consumo
Potência Potência
Quantidade Mensal Quantidade Mensal
(kW) (kW)
(kWh) (kWh)
Subsolo 108 4,17 580,45 142 2,4 404,71 30%
1o Pavimento 312 17,02 2693,94 528 9,68 1633,88 39%
2o Pavimento 122 12,69 2598,79 217 3,85 740,70 71%
3o Pavimento 115 12,29 2473,77 240 4,03 805,86 67%
4o Pavimento 119 12,29 2455,40 240 4,02 803,53 67%
Total 776 58,46 10802,35 1363 23,98 4388,68 59%
Fonte: Elaborado pelo Autor.

Observa-se que o consumo mensal atual estipulado representa 16% do consumo


médio total, apresentado na Tabela 22. O quantitativo de lâmpadas propostas para o novo sistema
praticamente dobra, porém o consumo apresenta uma redução de 59%. Esse valor representa
aproximadamente 9% do consumo total da edificação.
As lâmpadas de LED propostas, além de possuírem melhor eficiência e maior tempo
de vida útil, também apresentam valores bem inferiores de DHT de corrente, quando comparadas
as lâmpadas tubulares fluorescentes, atualmente usadas, como relatado nos ensaios realizados
por (MONTEIRO, 2015), ou seja, a implementação desse projeto resultará em uma redução da
taxa DHT de corrente.
86

4.5 Sistema da climatização

Esta seção apresenta as características de consumo do sistema de climatização da


prefeitura e exibe a proposta de um projeto mais eficiente, assim como o comparativo do sistema
atual e projetado.

4.5.1 Condições atuais

O quantitativo, a potência consumida, a marca, o selo, que determina o nível de


eficiência energética, e o tipo dos aparelhos condicionadores de ar presentes na prefeitura estão
expostos no Apêndice C.
A maior parte das cargas instaladas nesse sistema são referentes aos sistemas centrais
de ar. Cada pavimento, exceto o subsolo e o quinto, possuem essas centrais constituídas de
aparelhos self contained, que apresentam uma eficiência bastante reduzida e acabam não suprindo
a carga térmica necessária para o ambiente, tanto por serem aparelhos bem antigos, com muito
tempo de uso, quanto pela falta de manutenção. Esse fato causou a necessidade de instalar mais
aparelhos de ar condicionado para fornecer conforto térmico adequado aos funcionários.

4.5.2 Sistema proposto

O novo sistema foi proposto de acordo com a carga térmica adequada para cada
ambiente, levando em consideração a quantidade de pessoas, aparelhos e cargas de iluminação
presentes em cada sala, e também as características construtivas e meteorológicas do local.
A simulação foi realizada referente ao mês de dezembro, que apresentou temperaturas mais
elevadas no local estudado.
Não foi contemplado no novo projeto o auditório, pois seus aparelhos não apresentam
problemas e dificilmente são utilizados, então é mais viável realizar a substituição quando esses
equipamentos não apresentarem condições de operação. Também não foi feito projeto para o
quinto pavimento, que apresenta aparelhos de ar condicionados mais eficientes, do tipo inverter.
O Apêndice D mostra a carga térmica simulada para cada ambiente, a quantidade
e potência elétrica dos aparelhos propostos para substituição. Com os resultados obtidos, foi
realizada a comparação entre os sistemas, como exposto na Tabela 31.
87

Tabela 31 – Comparação entre os sistemas de climatização atual e projetado.


Atual Projetado
Local Economia
Consumo Consumo
Potência Potência
Quantidade Mensal Quantidade Mensal
(kW) (kW)
(kW) (kW)
Subsolo 7 12,72 2797,52 7 7,05 1551,00 45%
1o
Pavimento 18 51,79 11393,80 16 19,62 4316,40 62%
2o
Pavimento 16 22,40 4927,78 14 18,54 4078,80 17%
3o
Pavimento 7 27,96 6151,20 18 21,43 4714,60 23%
4o
Pavimento 2 21,00 4619,34 14 16,36 3599,20 22%
Total 50 135,86 29889,64 69 83,00 18260,00 39%
Fonte: Elaborado pelo Autor.

O projeto estipula uma economia em 39% no sistema de climatização em relação ao


atual. Com o valor do consumo mensal, observa-se que as cargas de refrigeração correspondem a
mais de 44% do consumo total. Logo, a redução representa aproximadamente 17% do consumo
médio mensal.

4.6 Sistema fotovoltaico

A energia gerada estipulada diariamente pelo sistema fotovoltaico foi calculada con-
forme a equação (3.9). Para o valor da irradiação global diária no ano de 2018, foi considerado o
mês em que essa medida apresentou o seu menor valor médio registrado, 4,95 kW h/m2 .dia, como
apresentado na Tabela 14. O valor estimado calculado foi de 792,34kWh diários, mensalmente
esse valor chega a 23770,33 kW h.
Comparando esse resultado com o valor médio do consumo mensal atual do esta-
belecimento, mostrado na Tabela 22, observa-se que a energia estipulada gerada pelo sistema
fotovoltaico será capaz de suprir cerca de 35% da energia consumida mensalmente.
A Figura 55 exibe a redução do consumo mensal estimada com os sistemas projetados
de climatização e iluminação, e da energia estimada gerada pelo sistema fotovoltaico, em
comparação ao consumo médio mensal atual da edificação. Verifica-se que a implementação
de todos os projetos propostos, implicariam em uma redução estimada de 61,62% do consumo
médio atual mensal.
88

Figura 55 – Redução média estimada de consumo.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

4.7 Viabilidade econômica

Os indicadores foram calculados para os sistemas de iluminação, de climatização e o


fotovoltaico, individualmente, e por fim, também foi realizada a análise para a implementação de
todos os projetos juntos. A Tabela 32 apresenta o resultado.

Tabela 32 – Taxas referentes a viabilidade econômica.


Tempo Investimento Retorno Payback
Sitema Taxa VPL TIR
(ano) Inicial Anual (ano)
Climatização 10 6,26% R$155.363,69 R$108.825,30 1,43 R$635.825,30 70%
Iluminação 3 6,26% R$107.483,18 R$49.110,91 2,19 R$23.185,87 18%
Fotovoltaico 10 6,26% R$561.955,15 R$195.327,47 2,88 R$858.127,74 33%
Completo 10 6,26% R$858.127,74 R$353.272,68 2,33 R$1.743.584,74 42%
Fonte: Elaborado pelo Autor.

A taxa mínima de atratividade utilizada foi de 6,26% para todos os casos, que
equivale a taxa base para os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Os valores de custo de investimento foram cotados e estão
apresentados no Apêndice E, foi acrescentado 20% do valor total, levando em consideração
outros gastos, como mão de obra.
Para o sistema de climatização foi estipulado um período de 10 anos, equivalente a
um período médio de vida útil dos aparelhos condicionadores de ar. O investimento nesse sistema
89

implicará em um payback de 1 ano e 5 meses, apresentando valores de VPL de R$635.825,32 e


TIR de 70%, que o classificam como viável.
No sistema de iluminação foi realizada a análise para o período de 3 anos, constatou-
se que, para o investimento cotado em R$107.483,18, o tempo de retorno é de 2 anos e 2 meses.
Levando em consideração que o novo sistema propõe além das trocas das lâmpadas, também
as das luminárias, que tem um tempo maior de vida útil, ao passar do período estipulado, a
substituição ocorreria somente nas lâmpadas, diminuindo os custos do projeto. O VPL maior
que zero e a TIR maior que o valor da TMA mostram que o projeto para esse sistema é viável.
O sistema com custo inicial mais elevado foi o fotovoltaico, apesar das especificações
técnicas do módulo apresentarem um tempo de vida útil de 25 anos, foi considerado um tempo
de 10 anos para o projeto, equivalente ao tempo de vida do inversor. Vale salientar que, após esse
período, estipula-se que será necessário apenas a troca desses aparelhos, com isso, o payback
estimado é de 2 anos e 9 meses, o sistema também se classifica como viável, pois possui valores
de VPL de R$858.127,74 e TIR de 33%.
Implementando todas as melhorias propostas e levando em consideração um tempo
de 10 anos, os índices financeiros comprovaram a viabilidade econômica dos projetos, apresen-
tando o payback, com valor de, aproximadamente de 2 anos e 4 meses, o VPL, com valor de
R$1.743.584,74 e o TIR de 42%, trazendo um retorno anual de R$353.272,68.
90

5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

Este estudo mostrou o potencial de aprimoramento do sistema elétrico da Prefeitura


Municipal de Sobral, através da redução de seu consumo, da análise qualidade de energia e das
instalações elétricas. Foram realizadas ações que envolvem a eficiência energética, a verificação
de fatores que podem afetar o desempenho da instalação e um projeto de geração própria de
energia para suprir uma parte da energia elétrica consumida.
Para as análises foram coletados dados, a partir das faturas de energia, do levanta-
mento de cargas, do diálogo com funcionários, da utilização de aparelhos para a medição dos
parâmetros elétricos e da inspeção da instalação elétrica. Como resultado, pode-se entender o
perfil da unidade consumidora, estimar o consumo da edificação, identificar hábitos de desper-
dício de consumo e verificar a possibilidade da implementação de um sistema fotovoltaico e
estimar sua energia gerada.
O estudo das contas de energia mostrou que a edificação está enquadrada na modali-
dade tarifária correta, com valor de demanda contratada praticamente ideal, porém apresenta
consumo excedente de reativos, que resulta em gastos.
A inspeção dos sistemas de iluminação e climatização apresentou o mau estado de
conservação dos equipamentos, devido a falta de manutenção e o tempo de vida útil, ponderando
a importância da realização da manutenção preventiva nesses sistemas, e da conscientização dos
funcionários para evitar desperdícios no consumo. Verificou-se que os níveis de iluminância dos
ambientes que funcionam como escritórios, não alcançam o limite estabelecido pela norma NBR
ISO/ CIE 8995-1. Foi desenvolvido um novo projeto luminotécnico, com níveis de iluminância
adequados, constituído de lâmpadas tubulares de LED. Assim como na iluminação, um novo
projeto de climatização foi realizado, empregando aparelhos de ar condicionado com tecnologia
inverter.
Os sistemas propostos resultaram em um potencial de redução no consumo de 16%
para o sistema de iluminação e 44% para o de climatização, em relação aos atuais. A viabilidade
econômica para a implementação desses sistemas foi realizada através de índices financeiros,
como payback, VPL e TIR, que comprovaram que ambos os sistemas são economicamente
viáveis, com um payback, um VPL e um TIR, de 1 ano e 5 meses, de R$635.825,30 e de 70%
para o sistema de climatização, e de 2 anos e 2 meses, de R$23.185,87 e de 18% para o de
iluminação, respectivamente.
91

A implementação de um sistema fotovoltaico implicará em uma redução de 35% da


energia consumida pela edificação, em relação ao consumo médio atual. Esse sistema também
foi classificado como economicamente viável, apresentando um tempo de retorno de 2 anos
e 9 meses, um VPL de R$858.127,74 e um TIR de 33% . A execução dessas práticas juntas
necessitaria de um investimento inicial de, aproximadamente, R$824.800,00, com retorno anual
em cerca de R$353.270,00, resultando em um payback de 2 anos e 4 meses, um VPL de
R$1.743.584,74 e um TIR de 42%.
Através da análise da qualidade de energia, verificou-se os parâmetros elétricos que
são sujeitos a prejudicar o desempenho da instalação. Constatou-se que a tensão, a frequência
e a DHT de tensão estão em conformidade ao estabelecido pela PRODIST. Os distúrbios
encontrados foram referentes a DHT de corrente e ao fator de potência. A DHT de corrente do
quadro de iluminação apresentou um valor acima do limite aceitável, em consequência das cargas
monofásicas não lineares que compõem esse sistema, o que causa um aumento do corrente do
neutro, uma redução do fator de potência e compromete a vida útil de aparelhos elétricos mais
sensíveis. O fator de potência registrado apresentou valores abaixo do 0,92 recomendado. Para
a sua correção, no quadro de iluminação, é necessário implementar medidas de mitigação de
harmônicos, pois a DHT é responsável por uma redução do fator de potência, para o quadro de
climatização, que apresenta os valores mais baixos de fator de potência, a DHT de corrente não
afeta esse valor e o fator de potência pode ser corrigido pela instalação de banco de capacitores.
A inspeção termográfica apresentou os pontos suscetíveis a causar problemas nos
quadros gerais elétricos, identificando os que necessitam de manutenção imediata, pois são mais
suscetíveis a causar algum problema na instalação elétrica.

5.1 Sugestão para trabalhos futuros

Após conclusão deste trabalho, foram sugeridas melhorias que podem ser exploradas
em trabalhos futuros.
• Implementação de um sistema de controle do fluxo luminoso emitido pelas
lâmpadas;
• Realização a análise aprofundada de formas para a mitigação dos harmônicos de
correntes presentes na instalação;
• Implementação de um sistema de gerenciamento de energia, que monitore o
funcionamento das principais cargas e permita o controle de seu acionamento.
92

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Procedimentos de Distribuição de


Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional - PRODIST: Módulo 8 - qualidade de energia
elétrica. [S.l.], 2018. 88 p.

AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-CONDITIONING


ENGINEERS. Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy. Rio de Janeiro,
2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 60947-2: Disjuntores. Rio de


Janeiro, 1998. 80 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15215: Verificação


experimental das condições de iluminação interna de edificações - método de medição. Rio de
Janeiro, 2005. 13 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/CIE 8995-1: Iliminância


de ambienes de trabalho. parte 1: Interior. Rio de Janeiro, 2013. 46 p.

AVANT. Informações luminotécnicas. 2019. Disponível em: <http://avantlux.com.br/


luminotecnica/>. Acesso em: 14 jun.2019.

BATISTA, H. S. Análise de contingências em Sistemas elétricos de potência. Dissertação


(Graduação em EnGenharia Elétrica) — Faculdade de Tecnologia – UNB, Brasília, 2018.

BATISTA, O. E. Medidas de gestão energética de baixo custo como estratégia para redução de
custos com energia elétrica. Revista GEPROS. Gestão de Produção, Operação e Sistemas,
v. 7, n. 4, p. 117–134, 2012.

BRONZEADO, H. S.; RAMOS, A. J. P.; OLIVEIRA, J. C.; ABREU, J. P. G.; ARRUDA, A.


A. C.; BRANDÃO, A. C. Uma proposta de nomenclatura nacional de termos e definições
associados à qualidade da energia elétrica. Seminário Brasileiro De Qualidade da Energia
Elétrica (SBQEE), 1997.

CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELéTRICA. Guia para Eficiência Energética nas


Edificações Públicas. Rio de Janeiro, 2015.

CENTRO DE REFERêNCIA PARA ENERGIA SOLAR E EóLICA SéRGIO DE SALVO


BRITO. Potencial Solar. 2019. Disponível em: <http://http://www.cresesb.cepel.br/index.php#
data>. Acesso em: 10 mar.2019.

DECKEMANN, S. M.; POMILIO, J. A. Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica.


Dissertação (Mestrado) — FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINAS,
CAMPINAS, 2018.

ELETROBRAS. Resultados PROCEL 2018:: Ano base 2017. [S.l.], 2018. 62 p.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGéTICA. Balanço Energético Nacional: Ano base 2017.


Rio de Janeiro, 2018.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGéTICA. Matriz Energética e Elétrica. 2019. Disponível


em: <http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica>. Acesso em: 18 mar.2019.
93

INACIO, W. S. Dimensionamento da carga térmica de resfriamento de ambientes: Estudo


de caso no Instituto Federal Fluminense Campus Itaperuna. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) — Universidade Cândido Mendes - UCAM, Rio de Janeiro, 2014.
INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONIC ENGINEERSA. IEE 519 -
Recommended Practices and Requirements for Harmonic Control in Electric Power
Systems. [S.l.], 2014.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Conforto térmico humano. 2017.
Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/confortoTermicoHumano>.
Acesso em: 13 jun.2019.
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL. RTQ-C: Regulamento técnico da qualidade para o nível de eficiência energética
de edificações comerciais, de serviços e públicas. Rio de Janeiro, 2010. 96 p.
JANNUZZI, G. D. M. Eficiência energética. Caderno Adenauer, p. 107–118, 2014.
LOPES, C. F. M. Análise comparativa de carga térmica entre dois métodos de cálculo para
um auditório. Dissertação (Graduação em Engenharia Mecânica) — Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
MAGALHãES, L. C. Orientações Gerais para Conservação de Energia Elétrica em
Prédios Públicos. Brasília: Procel, 2001. 53 p.
MANUAL do Utilizador: Flir i3, flir i5, flir i7, extech irc30. USA, 2010. 190 p.
MARQUES, M. C. S.; HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. Eficiência Energética: Teoria e
Prática. [S.l.]: Itajubá: FUPAI, 2007.
MINIPA, I. e. C. L. Manual de Operação para ET-5060C/ ET-5060 Power Quality Analyser.
[S.l.], 2009. 78 p.
MINISTéRIO DE MINAS E ENERGIA. Plano Nacional de Eficiência Energética: Premissas
básicas e diretrizes. [S.l.], 2011. 136 p.
MONTEIRO, R. V. A. Lâmpadas Tubulares LED x Fluorescentes - Estudos de Viabilidade
na Perspectiva da Qualidade da Energia e Eficiência Elétrica. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Edificações e Ambiental) — Universidade Federal de Mato Grosso, Mato Grosso,
2015.
OLIVEIRA, A. A. N. Qualidade da Energia em Projetos de Eficiência Energética.
Dissertação (Pós-Graduação em Engenharia Elétrica) — Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2011.
OLIVEIRA, T. D. Análise de Sistemas de Energia e Máquinas Elétricas com Recurso a
Termografia. Dissertação (Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores) —
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, jan. 2012.
PEREIRA, O. L. S.; GONÇALVES, F. F. Dimensionamento de inversores para sistemas
fotovoltaicos conectados à rede elétrica: Estudo de caso do sistema tubarão-sc. Revista
Brasileira de Energia, v. 14, n. 1, p. 25–45, 2008.
PHILIPS. Master LEDTube GA. [S.l.], 2019.
94

PINHO, J. T.; GALDINO, M. A. Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. Rio


de Janeiro: CEPEL/CRESEB, 2014. 530 p.

PLANO NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA. Manual de Tarifação de Energia


Elétrica. [S.l.], 2011. 56 p.

SANTOS, A. H. M.; SIMõES, A. A.; MARTINS, A. R. S.; C., V. A. N. Conservação de


Energia: Eficiência energética de equipamentos e instalações. Itajubá: Eletrobrás/Procel, 2006.

SANTOS, L. Classificação e Modelagem de Fatores de Influência sobre inspeções


Termográficas em Ambientes Desabrigados. Dissertação (Doutor em Engenharia Elétricas) —
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ, out. 2012.

SISTEMA DE ESTIMATIVAS DE EMISSõES E REMOçõES DE GASES DE EFEITO


ESTUFA. Emissões dos setores de energia, processos industriais e uso de produtos. [S.l.],
2018.

SOUZA, D. F. Dialux: Uma ferramenta em constante evolução. Rev. Lume Arquitetura, p. 6,


2012.

STANDARD for Infrared Inspection of Electrical Systems Rotating Equipment. [S.l.], 2008.
18 p.

VIEIRA, S. A.; PIRES, A. D. S.; MACHADO, A. A.; LIMA, A. C.; BITELHO, J. C. AvaliaÇÃo
de retorto de investimento de uma empresa de materiais de construÇÃo por meio da anÁlise de
sensibilidade. XIXXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção, João Pessoa, out.
2016.

VILLALVA, M. G.; GAZOLI, J. R. Energia Solar Fotovoltaica: Conceitos e Aplicações:


Sistemas isolados e conectados à rede. São Paulo: Érica, 2012.

VOITILLE, N. O que é Índice de Reprodução de Cores (IRC)? 2018. Disponível em: <https:
//www.cliquearquitetura.com.br/artigo/o-que-e-indice-de-reproducao-de-cores-(irc)?.html>.
Acesso em: 11 jun.2019.

WEG AUTOMAçãO S.A. Manual para Correção de Fator de Potência. [S.l.], 2009. 40 p.
95

APÊNDICE A – PARÂMETROS MEDIDOS E CALCULADOS DOS AMBIENTES DA


PREFEITURA.

Área Ilumin. Potência Funcionamento Consumo


Ambiente
(m2 ) (lux) Inst. (kW) Horas Dias Mensal (kWh)

Subsolo

Cabos 2,66 - 0,15 0,5 22 1,65


Entrada Gerador 5,18 - 0,30 1 22 6,64
Gerador 10,23 354 0,10 0,5 22 1,14
Subestação 45,32 438 0,10 1 22 2,29
Recepção 23,80 246 0,42 10 22 91,52
Reparos 12,40 287 0,21 10 22 45,76
Bancada 7,35 416 0,14 10 22 29,83
Comissão 27,14 467 0,42 10 22 91,52
Arquivo 8,77 204 0,05 1 22 1,14
Diário Oficial 41,37 431 0,42 10 22 91,52
WC Feminino 7,12 219 0,05 1 22 1,14
Corredor WC’s 5,31 243 0,10 1 22 2,29
WC Masculino 13,73 321 0,10 1 22 2,29
Corregedoria 37,60 538 0,62 10 22 137,28
Garagem 103,12 378 0,59 3 22 39,07
Motor Bomba 5,26 - 0,15 0,5 22 1,65
Hall Elevador 6,86 212 0,05 6 22 6,86
Corredor Elevador 6,32 286 0,10 6 22 13,73
Escadas 24,57 427 0,09 5 22 9,68

Potência Total (kW) 4,17 Cons. Total (kWh) 580,45

1◦ Pavimento

Cabos - 1,69 0,15 0,5 22 1,65


Central de Ar 1 - 3,42 0,15 0,5 22 1,65
Controladoria 448 11,82 0,29 10 22 62,92
Reunião 469 12,25 0,29 1 22 6,29
Coordenação Jurídica 412 11,02 0,16 10 22 34,32
Hall de Entrada 231 33,92 0,10 10 22 22,88
Corredor 1 285 40,45 0,19 10 22 41,18
Caixa Eletrônico 237 22,53 0,21 5 22 22,88
Arquivo Jurídico 398 6,65 0,10 10 22 22,88
Coordenação 482 51,57 1,05 10 22 229,94
96

Hall Coordenação 213 18,42 0,16 10 22 34,32


Procuradoria Geral 327 81,23 3,29 10 22 725,58
Corredor 2 232 24,56 0,31 10 22 69,64
WC 236 11,46 0,10 1 22 2,29
Almoxarifado 22 1 13,7 0,10 10 22 22,88
Central de Ar 2 - 6,42 0,15 0,5 22 1,65
Corredor 3 276 11,55 0,34 10 22 74,36
Corredor Principal 296 43,72 1,57 10 22 346,06
Participação Popular 325 11,18 0,29 10 22 64,92
Ouvidoria Geral 359 35,88 0,47 10 22 104,10
Recepção ODP 344 15,11 0,43 10 22 94,38
Central Telefônica 196 7,29 0,14 10 22 31,46
No-Break 322 11,98 0,43 10 22 94,38
Copa 243 7,35 0,10 2 22 4,58
Wc Masculino 265 13,83 0,10 2 22 4,58
WC Feminino 267 13,06 0,10 2 22 4,58
Hall Privado 208 6,67 0,05 10 22 11,44
Cor. Privado 243 19,51 0,10 10 22 22,88
Central de Ar 3 - 3,42 0,10 0,5 22 1,10
Escadas 311 22,02 0,40 2 22 1,58
Cobertura Térreo 425 550,78 2,81 4 22 247,10
Almoxarifado Térreo 239 280,35 2,24 1 22 491,92
Escada Entrada 418 - 0,11 4 22 9,50
Central de Gás 454 - 0,15 0,5 22 1,65
Postes - - 1,50 4 22 132,00
Refletores - - 0,40 12 22 105,60
Auditório - 178,22 1,21 1 3 26,53
WC Auditório - 20,5 0,07 1 3 1,58
Som Auditório - 17,32 0,05 1 3 1,19

Potência Total (kW) 17,02 Cons. Total (kWh) 2693,94

2◦ Pavimento

Saguão 278 232,58 6,58 10 22 1447,16


Cofim 289 30,66 1,00 10 22 220,22
Secretário 301 23,82 0,72 10 22 157,30
Codepe 295 11,23 0,10 10 22 22,88
Lado Copede 289 9,48 0,1 10 22 22,88
Arquivo 1 103 3,72 0,05 10 22 11,44
97

Arquivo 2 74 4,54 0,10 10 22 22,88


Arquivo 3 89 4,67 0,10 10 22 22,88
Corredor WC’s 90 8,22 0,13 10 22 28,60
Coveg 218 19,15 0,57 10 22 125,84
Cojur/ Coplan 199 24,99 0,72 10 22 157,30
Coati 219 5,11 0,43 10 22 94,38
Copa 245 6,1 0,10 10 22 22,88
WC Masculino 227 8,72 0,10 2 22 4,58
WC Feminino 231 8,03 0,10 2 22 4,58
Hall Entrada 267 21,09 0,05 10 22 11,44
Hall Privado 209 2,5 0,05 10 22 11,44
Cor. Privado 189 6,44 0,05 10 22 11,44
Central de Ar 2 - 2,8 0,05 0,5 22 0,57
Refletores - - 0,30 5 22 33,00

Potência Total (kW) 12,69 Cons. Total (kWh) 2598,79

3◦ Pavimento

Cabos - 1,25 0,15 10 22 33,00


Central de Ar 1 - 5,82 0,15 10 22 33,00
Recepção 240 18,47 0,29 10 22 62,92
Secomp Juríd. 468 25,11 0,57 10 22 125,84
Sec. De Obras 631 23,91 0,57 10 22 125,84
UPG 345 24,32 0,57 10 22 125,84
Sec. Seuma 478 24,84 0,57 10 22 125,84
Seuma Juríd. 221 20,88 0,05 10 22 11,44
Saguão 283 324,03 8,22 10 22 1807,52
Arquivo 1 - 3,09 0,10 10 22 22,88
Arquivo 2 - 3,32 0,10 10 22 22,88
Arquivo 3 - 4,01 0,21 10 22 45,76
Corredor WC’s 187 12,32 0,13 10 22 28,60
Copa 267 6,10 0,10 10 22 22,88
WC Masculino 235 8,72 0,10 10 22 22,88
WC Feminino 243 8,03 0,10 10 22 22,88
Hall Privado 342 8,08 0,13 10 22 28,60
Central de Ar 2 - 2,99 0,05 10 22 11,44
Escadas 598 20,13 0,10 10 22 22,88

Potência Total (kW) 12,29 Cons. Total (kWh) 2473,77


98

4◦ Pavimento

Cabos - 1,25 0,15 0,5 22 1,65


Central de Ar 1 - 5,82 0,15 1 22 3,30
Tesouraria 547 23,27 0,57 10 22 125,84
Secretário 589 23,5 0,57 10 22 125,84
Controladoria 489 35,44 0,64 10 22 140,14
Safin 378 48,2 1,14 10 22 251,68
Arquivo 1 176 3,09 0,05 10 22 11,44
Arquivo 2 158 3,32 0,05 10 22 11,44
Arquivo 3 134 21,9 0,36 10 22 80,08
Saguão 309 202,34 5,58 10 22 1226,94
Arquivo 4 192 4,36 0,10 10 22 22,88
Copa 234 6,10 0,10 2 22 4,58
WC Masculino 256 8,72 0,10 2 22 4,58
WC Feminino 287 8,03 0,10 2 22 4,58
Licitação 328 83,25 2,29 10 22 503,36
Cor. Privado 293 21,97 0,16 10 22 34,32
Central de Ar 2 - 2,99 0,05 0,5 22 0,57
Escadas 478 19,13 0,10 2 22 4,58
Potência Total (kW) 12,29 Cons. Total (kWh) 2455,40
99

APÊNDICE B – PARÂMETROS DO NOVO PROJETO DE ILUMINAÇÃO.

Ambiente Área Ilumi. Qtd Pot. lâmp. Pot. tot. Funcionamento Cons. mensal
(m2 ) (lux) (W) (kW) Horas Dias (kWh)
Subsolo
Garagem 57,96 140 8 18 0,144 3 22 9,50
WC Masculino 8,72 246 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Feminino 8,03 264 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Deficiente 2,64 285 2 10 0,020 1 22 0,44
Copa 6,30 235 2 18 0,036 1 22 0,79
Suporte Téc. 18,71 600 12 18 0,216 10 22 47,52
Set. Compras 20,76 566 12 18 0,216 10 22 47,52
Arquivo 1 56,50 234 12 18 0,216 1 22 4,75
Gab. Motorista 6,31 245 2 18 0,036 5 22 3,96
Arquivo 2 34,00 251 4 18 0,072 1 22 1,58
Circulação 1 16,63 224 10 18 0,180 10 22 39,6
Circulação 2 1,80 224 2 10 0,020 10 22 4,40
Eventos 13,35 538 8 18 0,144 10 22 31,68
Corregedoria 13,21 537 8 18 0,144 10 22 31,68
Ouvidoria 15,60 546 8 18 0,144 10 22 31,68
Diário Ofic. 27,98 501 12 18 0,216 10 22 47,52
TI 20,75 538 10 18 0,180 10 22 39,60
Circulação 3 31,43 235 10 18 0,180 10 22 39,60
Recepção 15,00 235 8 10 0,080 10 22 17,60
Subestação 45,32 418 4 20 0,080 1 22 1,76
TOTAL 421,00 142 2,404 404,71
1◦ Pavimento
WC Masculino 8,72 261 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Feminino 2,64 256 2 10 0,020 1 22 0,44
WC Deficiente 8,03 276 4 10 0,040 2 22 1,76
Copa 6,10 321 2 18 0,036 2 22 1,58
Refrig. 1 5,62 287 2 18 0,036 0,5 22 0,40
Caixas 8,72 208 2 18 0,036 10 22 7,92
Arquivo 1 7,15 237 2 18 0,036 1 22 0,79
Escadas 21,13 75,5 4 10 0,040 2 22 1,76
Celic 78,43 619 38 18 0,684 10 22 150,48
Licitação 21,70 537 12 18 0,216 10 22 47,52
Presidente 11,45 592 8 18 0,144 10 22 31,68
100

Gestão 1 70,11 581 32 18 0,576 10 22 126,72


Central Tel. 19,50 539 12 18 0,216 10 22 47,52
Secretário 20,35 563 12 18 0,216 10 22 47,52
Jurídico 19,65 570 12 18 0,216 10 22 47,52
Data Center 14,20 507 8 18 0,144 10 22 31,68
Recepção 1 18,01 328 6 18 0,108 10 22 23,76
Observatório 10,60 570 6 18 0,108 10 22 23,76
Part. Popular 8,36 566 6 18 0,108 10 22 23,76
Gestão 2 73,49 557 34 18 0,612 10 22 134,64
Recepção 2 51,25 346 16 18 0,288 10 22 63,36
Circulação 1 30,23 168 6 18 0,108 10 22 23,76
Circulação 2 14,95 154 4 18 0,072 10 22 15,84
Circulação 3 14,07 154 6 10 0,060 10 22 13,2
Circulação 4 6,93 176 2 18 0,036 10 22 7,92
Refrig. 2 2,99 365 4 10 0,040 0,5 22 0,44
Cobertura Térreo - - 108 18 1,944 6 22 256,61
Almoxarifado - - 84 18 1,512 10 22 332,64
Refrig. 3 - 289 2 10 0,020 0,5 22 0,22
Escadas Aces. - 342 4 10 0,040 8 30 9,60
Postes - - 10 60 0,600 8 30 144
Auditório - 74 18 1,330 1 10 13,32
TOTAL 554,38 528 9,684 1633,88
2◦ Pavimento
WC Masculino 8,72 225 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Feminino 2,64 264 2 10 0,020 1 22 0,44
WC Deficiente 8,03 200 4 10 0,040 2 22 1,76
Copa 6,10 313 2 18 0,036 2 22 1,58
Cabos 1,25 302 2 10 0,020 0,5 22 0,22
Refrig. 1 2,99 414 4 10 0,040 0,50 22 0,44
Refrig. 2 5,82 313 2 18 0,036 0,5 22 0,40
Escadas 21,13 96,9 4 10 0,040 2 22 1,76
Circulação 1 8,27 187 2 18 0,036 10 22 7,92
Gestão 92,75 524 44 18 0,792 10 22 174,24
Arquivo 1 7,59 212 2 18 0,036 1 22 0,79
Ed. Infantil 16,59 510 8 18 0,144 10 22 31,68
Ed. Fundamental 35,21 564 18 18 0,324 10 22 71,28
Arquivo 2 6,58 289 2 18 0,036 1 22 0,79
101

Arquivo 3 6,58 275 2 18 0,036 1 22 0,79


Coord. Financ. 27,06 542 12 18 0,216 10 22 47,52
Reunião 1 21,64 570 12 18 0,216 10 22 47,52
Circulação 2 13,90 195 8 10 0,080 10 22 17,60
Circulação 3 30,89 268 8 18 0,144 10 22 31,68
Circulação 4 15,90 268 10 10 0,100 10 22 22
Atendimento 10,70 574 6 18 0,108 10 22 23,76
Coord. Adm. 65,52 555 30 18 0,540 10 22 118,80
Recepção 1 16,77 417 8 18 0,144 10 22 31,68
Recepção 2 17,22 342 6 18 0,108 10 22 23,76
Reunião 2 22,06 613 12 18 0,216 10 22 47,52
Refletors - - 3 100 0,300 5 22 33
TOTAL 471,91 217 3,848 740,70
3◦ Pavimento
WC Masculino 8,72 224 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Deficiente 2,64 264 2 10 0,020 1 22 0,44
WC Feminino 8,03 237 4 10 0,04 2 22 1,76
Copa 6,10 314 2 18 0,036 0,5 22 0,40
Cabos 1,25 290 2 10 0,02 0,5 22 0,22
Refrig. 1 2,99 386 4 10 0,04 0,5 22 0,44
Refrig. 2 5,82 279 2 18 0,036 0,5 22 0,40
Escadas 21,13 78,5 4 10 0,040 2 22 1,76
Circulação 1 8,27 179 2 18 0,036 10 22 7,92
Desenvolvim. 91,46 557 44 18 0,792 10 22 174,24
Arquivo 1 7,59 198 2 18 0,036 1 22 0,80
Arquivo 2 6,58 253 2 18 0,036 1 22 0,80
Reunião 21,54 524 12 18 0,216 10 22 47,52
Procurador Adj. 20,71 512 12 18 0,216 10 22 47,52
Circulação 2 13,90 162 8 10 0,080 10 22 17,60
Atendimento 10,70 532 6 18 0,108 10 22 23,76
Arquivo 3 6,58 230 2 18 0,036 1 22 0,792
Coord. Financ. 11,35 573 8 18 0,144 10 22 31,68
Coord. Júridica 10,92 595 8 18 0,144 10 22 31,68
Secretário 21,75 575 8 18 0,144 10 22 31,68
Contenc. Trabal. 10,91 619 8 18 0,144 10 22 31,68
Contenc. Cível 12,56 526 8 18 0,144 10 22 31,68
Contenc. Adm. 11,25 568 8 18 0,144 10 22 31,68
102

Arquivo 4 8,20 206 2 18 0,036 1 22 0,80


Prodesol 20,10 514 6 18 0,108 10 22 23,76
UGP 33,40 506 18 18 0,324 10 22 71,28
As. Técnica 35,68 518 18 18 0,324 10 22 71,28
Recepção 1 17,28 316 6 18 0,108 10 22 23,76
Recepção 2 18,72 280 6 18 0,108 10 22 23,76
Recepção 3 15,38 325 6 18 0,108 10 22 23,76
Circulação 3 13,90 202 8 10 0,080 10 22 17,6
Circulação 4 30,89 202 8 18 0,144 10 22 31,68
TOTAL 516,30 240 4,032 805,86
4◦ Pavimento
WC Masculino 8,72 203 4 10 0,040 2 22 1,76
WC Deficiente 2,64 243 2 10 0,020 1 22 0,44
WC Feminino 8,03 208 4 10 0,040 2 22 1,76
Copa 6,10 289 2 18 0,036 2 22 1,584
Cabos 1,25 299 2 10 0,020 0,5 22 0,22
Refrig. 1 2,99 366 4 10 0,040 0,5 22 0,44
Refrig. 2 5,82 281 2 18 0,036 0,5 22 0,396
Escadas 21,13 78,4 4 10 0,04 2 22 1,76
Circulação 1 8,27 179 2 18 0,036 10 22 7,92
Mob./ Serv. 91,46 553 44 18 0,792 10 22 174,24
Arquivo 1 7,59 198 2 18 0,036 1 22 0,792
Arquivo 2 6,58 237 2 18 0,036 1 22 0,792
Arquivo 3 6,58 253 2 18 0,036 1 22 0,792
Reunião 21,54 603 12 18 0,216 10 22 47,52
Secretário 20,71 513 12 18 0,216 10 22 47,52
Coord. Financ. 11,35 573 8 18 0,144 10 22 31,68
Secretário 21,75 575 8 18 0,144 10 22 31,68
Coord. Júrid. 10,92 586 8 18 0,144 10 22 31,68
Recepção 1 18,77 288 6 18 0,108 10 22 23,76
Atendimento 1 10,70 532 6 18 0,108 10 22 23,76
Atendimento 2 10,39 539 6 18 0,108 10 22 23,76
Planej. 44,83 583 22 18 0,396 10 22 87,12
Hall 2,13 151 2 10 0,020 10 22 4,40
Arquivo 4 10,67 213 2 18 0,036 1 22 0,80
Tesouraria 18,65 576 10 18 0,180 10 22 39,60
Coord. Jur. 26,52 505 12 18 0,216 10 22 47,52
103

Tesoureiro 18,55 586 12 18 0,216 10 22 47,52


Recepção 2 15,74 309 6 18 0,108 10 22 23,76
Recepção 3 13,27 396 8 18 0,144 10 22 31,68
Circulação 2 11,11 325 8 10 0,080 10 22 17,60
Circulação 3 29,87 325 8 18 0,144 10 22 31,68
Circulação 4 14,07 162 8 10 0,080 10 22 17,60
TOTAL 508,70 240 4,016 803,53
104

APÊNDICE C – APARELHOS DE AR CONDICIONADOS ATUAIS.

Potência Potência Potência


Ambiente Marca Classe Qtd
(BTU/h) (TR) Elétrica(W)
Subsolo
Controle de Mat. 7.000 CONSUL A 1 817
TI - Sala de Repara 9.000 AGRATTO A 1 1.050
Diário Ofic. 12.000 LG A 1 1.400
Sala de Apoio 12.000 LG A 1 1.400
Corregedoria 18.000 CONSUL A 1 2.100
Informática 22.000 CONSUL A 1 2.566
Diário Oficial 29.000 PHILCO C 1 3.383
TOTAL 7 12.715
1◦ Pavimento
Ouv. Geral 9.000 AGRATTO A 1 1.050
Sec. Gestão 9.000 AGRATTO A 1 1.050
Sec. Ouvid. 9.000 AGRATTO A 1 1.050
P.G.M. Procurador 9.000 AGRATTO A 1 1.050
O.D.P.1 12.000 ELETROLUX A 1 1.400
O.D.P.2 12.000 SPRING-M A 1 1.400
Part. Popular 12.000 CONSUL A 1 1.400
PGM 12.000 CONSUL A 1 1.400
Controladoria 18.000 LG A 1 2.100
Terminais Bancários 18.000 CARRIER Xpower B 1 2.100
Ouv. Control. 36.000 ELETROLUX A/C 1 4.199
Procuradoria Geral 36.000 SPRING CAR. D 1 4.199
O.D.P. 3 48.000 MIDEA C 1 5.599
O.D.P. 4 48.000 HITACHI C 1 5.599
Almoxarifado 18.000 CONS. JANELA C 1 2.100
Rh Almoxarifado 18.000 CONSUL B 1 2.100
TOTAL 18 51.79
2◦ Pavimento
Coord. Desenv. 12.000 CONSUL A 1 1.400
Coord. Gestão 12.000 CONSUL A 1 1.400
Coord. Educação Infantil 12.000 CONSUL A 1 1.400
Coord. Fundamental 12.000 CONSUL A 1 1.400
Coord. Adm. 12.000 CONSUL A 1 1.400
Sec. Educação 12.000 YANG A 1 1.400
105

Educ. Infantil 12.000 YANG A 1 1.400


Gestão Pedag. 12.000 ELETROLUX A 1 1.400
Sec. Educação 12.000 PHILCO A 1 1.400
Coord. Planejamento 18.000 LG B 1 2.100
Coord. Financeira 18.000 ELGIN B 1 2.100
Saguão 48.000 MIDEA C 2 5.599
TOTAL 16 22.397
3◦ Pavimento
Arquivo 9.000 LG A 1 1.050
Sec. Urbanismo 10.500 12.000 MIDEA A 1 1.225
Sec. Obras 10.500 12.000 MIDEA A 1 1.225
Sala Jur. e Adm. 24.000 LG B 1 2.800
60.000 5 CARRIER 1 6.999
Saguão
120.000 10 CARRIER 2 13.998
TOTAL 7 27.962
4◦ Pavimento
120.000 10 CARRIER 1 13.998
Saguão
60000 5 CARRIER 1 6999
TOTAL 2 21.000
106

APÊNDICE D – DIMENSIONAMENTO DOS A PARELHOS DE AR CONDICIONADOS.

Carga Potência (Btu/h) Potência


Ambiente Área (m2 )
Térmica (Btu/h) 9000 12000 18000 22000 (W)
Subsolo
Suporte Téc. 18,71 10441,15 1 1,085
Set. Compras 20,76 8905,69 1 0,814
Eventos 13,35 6960,77 1 0,814
Corregedoria 13,21 6107,73 1 0,814
Ouvidoria 15,60 6483,07 1 0,814
Diário Ofic. 27,98 14330,99 1 1,628
TI 20,75 9929,33 1 1,085
Total 4 2 1 0 7,054
1◦ Pavimento
Celic 78,43 49544,30 1 1 1 4,702
Licitação 21,70 11771,89 1 1,085
Presidente 11,45 4094,57 1 0,814
Gestão 1 70,11 41696,37 2 1 3,798
Secretário 20,35 4128,69 1 0,814
Jurídico 19,65 8803,33 1 0,814
Observatório 10,60 6994,89 1 0,814
Part. Popular 8,36 4401,66 1 0,814
Gestão 2 73,49 65786,09 1 3 5,969
Total 5 5 5 1 19,624
2◦ Pavimento
Coord. Jur. 23,53 11225,95 1 1,085
Secretário 20,71 11832,66 1 1,085
Gestão 92,75 27297,13 1 1 2,713
Ed. Infantil 16,59 9383,39 1 1,085
Ed. Fundamental 35,21 27877,20 1 1 2,713
Coord. Financ. 27,06 10918,85 1 1,085
Reunião 1 21,64 16992,47 1 1,628
Atendimento 10,70 4640,51 1 0,814
Coord. Adm. 65,52 44289,60 1 2 4,341
Reunião 2 22,06 20268,12 1 1,989
Total 1 7 5 1 18,538
3◦ Pavimento
Desenvolvim. 91,46 59985,45 2 2 5,426
107

Reunião 21,54 11504,29 1 1,085


Procurador Adj. 20,71 11058,28 1 1,085
Atendimento 10,70 4845,24 1 0,814
Coord. Financ. 11,35 4538,15 1 0,814
Coord. Júridica 10,92 5561,79 1 0,814
Secretário 21,75 10890,10 1 1,085
Contenc. Trabal. 10,91 6619,55 1 0,814
Contenc. Cível 12,56 6483,07 1 0,814
Contenc. Adm. 11,25 7472,59 1 0,814
Prodesol 20,10 9758,73 1 1 3,074
UGP 33,40 21871,83 1 1,989
Assist. Técnica 35,68 30470,42 1 1 2,803
Total 7 6 2 3 21,431
4◦ Pavimento
Mob./ Serv. Inf. 91,46 59785,33 2 2 5,426
Secretário 20,71 11687,83 1 1,085
Coord. Financ. 11,35 4867,56 1 0,814
Secretário 21,75 11340,98 1 1,085
Coord. Júridica 10,92 5876,79 1 0,814
Atendimento 1 10,70 4467,21 1 0,814
Atendimento 2 10,39 6619,55 1 0,814
Contab./ Planej. 44,83 21632,98 1 1,989
Tesouraria 18,65 15764,09 1 1,628
Coord. Jur./Fin. 26,52 9042,18 1 1,085
Tesoureiro 18,55 7574,95 1 0,814
Total 5 5 3 1 16,368
108

APÊNDICE E – LISTA DE MATERIAIS.

Preço Preço
Item Descrição Qtd
Unitário Total
Sistema de Climatização
1 Ar Condicionado Consul CRB09DBBNA 22 R$1.499,00 R$32.978,00
2 Ar Condicionado Consul CRB12DBBNA 25 R$1.649,00 R$41.225,00
3 Ar Condicionado Consul CRB18DBBNA 16 R$2.283,26 R$36.532,16
4 Ar Condicionado Consul CRB22DBBNA 6 R$3.122,43 R$18.734,58
Total Climatização R$129.469,74
5 Lâmpada Philips Master LEDTube 18W 376 R$54,50 R$20.492,00
6 Lâmpada Philips Master LEDTube 10W 162 R$37,50 R$6.075,00
7 Lâmpada Philips Essential LEDTube 18W 742 R$26,90 R$19.959,80
8 Luminária Intral LS-100 1200mm 333 R$106,32 R$35.404,56
9 Luminária Lumepetro 600mm 81 R$3,16 R$255,96
10 Luminária Tubular Led Elgin Slin 120mm 126 R$41,90 R$5.279,40
11 Lâmpada Philips LED 20W 4 R$18,90 R$75,60
12 Luminária LED Smd 60W 10 R$202,70 R$2.027,00
Total Iluminação R$89.569,32
Sistema de Fotovoltaico
13 Módulo Solar Canadian cs6k 540 R$679,00 R$366.660,00
14 Inversor Solar Sunny 60kW 1 R$46.312,26 R$46.312,26
15 Inversor Solar Sunny 75kW 1 R$55.817,98 R$55.817,98
Total Fotovoltaico R$468.790,24
Total R$687.829,30
109

ANEXO A – DATASHEET DO PAINEL SOLAR CANADIAN CS6K.


SUPERPOWER
CS6K- 290|295|300MS
Canadian Solar‘s new SuperPower modules with
Mono-PERC cells significantly improve efficiency
and reliability. The innovative technology offers
superior low irradiance performance in the mor-
ning, in the evening and on cloudy days, increa-
sing the energy output of the module and the
overall yield of the solar system. linear power output warranty

KEY FEATURES

product warranty on materials


11 % more power than con-
and workmanship
ventional modules

Excellent performance at low irradiance: MANAGEMENT SYSTEM CERTIFICATES*


97.5 % ISO 9001:2008 / Quality management system
ISO 14001:2004 / Standards for environmental management system
OHSAS 18001:2007 / International standards for occupational health & safety
High
High PTC rating of up to 91.87 %
PRODUCT CERTIFICATES*
IEC 61215 / IEC 61730: VDE / CE / MCS / CEC AU
UL 1703 / IEC 61215 performance: CEC listed (US)
Improved energy production due to low
UL 1703: CSA / IEC 61701 ED2: VDE / IEC 62716: VDE / Take-e-way
temperature coefficients
UNI 9177 Reaction to Fire: Class 1

IP67 junction box for long-


term weather endurance * As there are different certification requirements in different markets, please contact
your local Canadian Solar sales representative for the specific certificates applicable to
the products in the region in which the products are to be used.

Heavy snow load up to 5400 Pa,


wind load up to 2400 Pa
CANADIAN SOLAR INC. is committed to providing high quality
solar products, solar system solutions and services to customers
around the world. As a leading PV project developer and
manufacturer of solar modules with over 15 GW deployed around
the world since 2001, Canadian Solar Inc. (NASDAQ: CSIQ) is one of
the most bankable solar companies worldwide.

CANADIAN SOLAR INC.


2430 Camino Ramon, Suite 240 San Ramon, CA, USA 94583-4385 | www.canadiansolar.com/na | [email protected]
ENGINEERING DRAWING (mm) CS6K-295MS / I-V CURVES
A A

Rear View Frame Cross Section A-A 10 10

9 9
180 35
8 8
180

7 7

6 6

8-14x9 5 5

40
Mounting
Hole 4 4

3 3
1155
1650

990

2 2
11
1 1
Mounting Hole 0 0
V V
9
6-Φ5 5 10 15 20 25 30 35 40 5 10 15 20 25 30 35 40
A A R
Grounding
Hole 1000 W/m2 5°C
800 W/m2 25°C
14

941 600 W/m2 45°C


40 992 400 W/m2 65°C

ELECTRICAL DATA | STC* MECHANICAL DATA


CS6K 290MS 295MS 300MS Specification Data
Nominal Max. Power (Pmax) 290 W 295 W 300 W Cell Type Mono-crystalline, 6 inch
Opt. Operating Voltage (Vmp) 32.1 V 32.3 V 32.5 V Cell Arrangement 60 (6 ˣ 10)
Opt. Operating Current (Imp) 9.05 A 9.14 A 9.24 A Dimensions 1650 ˣ 992 ˣ 40 mm (65.0 ˣ39.1 ˣ 1.57 in)
Open Circuit Voltage (Voc) 39.3 V 39.5 V 39.7 V Weight 18.2 kg (40.1 lbs)
Short Circuit Current (Isc) 9.67 A 9.75 A 9.83 A Front Cover 3.2 mm tempered glass
Module Efficiency 17.72 % 18.02 % 18.33 % Frame Material Anodized aluminium alloy
Operating Temperature -40°C ~ +85°C J-Box IP67, 3 diodes
Max. System Voltage 1000 V (IEC) or 1000 V (UL) Cable 4 mm2 (IEC) or 4 mm2 & 12 AWG
Module Fire Performance TYPE 1 (UL 1703) or 1000 V (UL) , 1000 mm (39.4 in)
CLASS C (IEC 61730) Connector T4 (IEC/UL)
Max. Series Fuse Rating 15 A Per Pallet 26 pieces, 520 kg (1146.4 lbs)
Application Classification Class A Per container (40‘ HQ) 728 pieces
Power Tolerance 0~+5W

* Under Standard Test Conditions (STC) of irradiance of 1000 W/m2,


spectrum AM 1.5 and cell temperature of 25°C.

ELECTRICAL DATA | NOCT* TEMPERATURE CHARACTERISTICS


CS6K 290MS 295MS 300MS Specification Data
Nominal Max. Power (Pmax) 210 W 213 W 216 W Temperature Coefficient (Pmax) -0.39 % / °C
Opt. Operating Voltage (Vmp) 29.0 V 29.2 V 29.4 V Temperature Coefficient (Voc) -0.30 % / °C
Opt. Operating Current (Imp) 7.25 A 7.30 A 7.35 A Temperature Coefficient (Isc) 0.053 % / °C
Open Circuit Voltage (Voc) 36.2 V 36.4 V 36.6 V Nominal Operating Cell Temperature 45±2 °C
Short Circuit Current (Isc) 7.74 A 7.83 A 7.92 A
* Under Nominal Operating Cell Temperature (NOCT), irradiance of 800 W/m2,
spectrum AM 1.5, ambient temperature 20°C, wind speed 1 m/s.

PERFORMANCE AT LOW IRRADIANCE PARTNER SECTION


Excellent performance at low irradiance, average
relative efficiency of 97.5 % from an irradiance of 1000
W/m2 to 200 W/m2 (AM 1.5, 25°C).

The specification and key features described in this datasheet may deviate slightly
and are not guaranteed. Due to on-going innovation, research and product
enhancement, Canadian Solar Inc. reserves the right to make any adjustment
to the information described herein at any time without notice. Please always
obtain the most recent version of the datasheet which shall be duly incorporated
into the binding contract made by the parties governing all transactions related
to the purchase and sale of the products described herein.

Caution: For professional use only. The installation and handling of PV modules
requires professional skills and should only be performed by qualified professionals.
Please read the safety and installation instructions before using the modules.

CANADIAN SOLAR INC. September 2016. All rights reserved, PV Module Product Datasheet V5.52P1_NA
112

ANEXO B – DATASHEET DO INVERSOR SUNNY HIGHPOWER.


116

ANEXO C – DATASHEET DO INVERSOR SUNNY TRIPOWER.

Você também pode gostar