2020 ThaísCorrêaCabral

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Universidade de Brasília

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo


Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

NO PARQUE COM A TERCEIRA IDADE:


o papel do espaço público como suporte ao envelhecimento ativo

Thaís Corrêa Cabral


Orientadora: Profa. Dra. Gabriela de Souza Tenorio

Brasília, outubro de 2020.


Thaís Corrêa Cabral

NO PARQUE COM A TERCEIRA IDADE:


o papel do espaço público como suporte ao envelhecimento ativo

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de Brasília, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Arquitetura e Urbanismo, na área de
concentração de Projeto e Planejamento Urbano
e Regional.

Orientadora: Profa. Dra. Gabriela de Souza Tenorio

Brasília, outubro de 2020.


Universidade de Brasília
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Folha de Aprovação

Mestranda: Thaís Corrêa Cabral


Título da Dissertação: NO PARQUE COM A TERCEIRA IDADE:
o papel do espaço público como suporte ao envelhecimento ativo

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e


Urbanismo da Universidade de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Arquitetura e Urbanismo, na área de concentração de Projeto e Planejamento
Urbano e Regional.

Trabalho apresentado e aprovado em 30 de outubro de 2020.

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Gabriela de Souza Tenorio


Programa de Pós-graduação – PPGFAU-UnB, Orientadora.

Prof. Dr. Frederico Rosa Borges de Holanda


Programa de Pós-graduação – PPGFAU-UnB, Examinador Interno.

Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou Neto


Programa de Pós-graduação – PPU-UFPR, Examinador Externo.

Suplente: Profa. Dra. Maria Cecília Filgueiras Lima Gabriele


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU-UnB, Membro Suplente.

Brasília, 30 de outubro de 2020.


Na juventude somos atraídos por aquilo que é chamado de
interessante; na idade madura, pelo que é bom.
Hugo von Hofmannsthal
Dedico este trabalho a minha família:

Em especial aos meus queridos pais e irmão que estão


sempre prontos a me ajudar.
A João Bosco que me incentiva e acredita em meu potencial.
e
A você que se preocupa com as pessoas idosas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha Família, que sempre me apoiou no transcorrer da vida. À minha mãe, por
me incentivar sempre e pelo cuidado comigo, sem o qual nenhuma vitória seria possível; ao
meu Pai, com quem tanto aprendi e por contribuir em todas as minhas conquistas; ao meu
queridíssimo irmão que tanto admiro, pelo apoio incondicional; e aos meus avós – José Irismar
Cabral (in memorian), Luzimar Cabral, Edila Corrêa e João Corrêa– pelos ensinamentos e
cuidados.

À minha orientadora Gabriela Tenorio, que desde a época de aluna da graduação me


proporcionou diversos momentos de aprendizagem e reflexões.

Aos idosos que fizeram parte e tornaram possível esta pesquisa.

Às pessoas que direta e indiretamente ajudaram no processo deste trabalho.

Ao João Bosco, meu namorado, sou infinitamente grata. Agradeço por estar presente em
todas as etapas deste trabalho e de minha vida. Por me dar forças para seguir em frente e por
podermos celebrar juntos nossas vitórias.
RESUMO
Esta dissertação foi desenvolvida com a intenção de verificar como os parques do Distrito
Federal, em suas diferentes inserções urbanas, promovem a inclusão social dos idosos. A
pesquisa possibilita a compreensão da configuração dos espaços internos dos parques e de
como eles se integram à cidade e à sociedade. Busca permitir, também, o entendimento de
como os idosos se apropriam dos espaços e interagem socialmente com as pessoas da mesma
idade e com os outros indivíduos. Para isso, estudou-se como a população está envelhecendo,
as características dos idosos, as legislações internacionais e nacionais envolvendo os idosos e
como a cidade os influencia, além dos benefícios que a arquitetura pode trazer aos espaços
públicos e como se dá a apropriação social nesses locais. Como abordagem multimetodológica
para a coleta dos dados de campo adaptou-se o Sistema de Observação de Atividades Físicas
e Recreativas na População (SOPARC) com a técnica de registro das atividades nos mapas
comportamentais das áreas previamente selecionadas. Atreladas às técnicas realizou-se
entrevistas semiestruturadas e registros fotográficos. A avaliação da vida pública e do espaço
público deu-se por meio de tabelas de análise de cada aspecto. Tais técnicas foram aplicadas
em três parques do Distrito Federal integrados à malha urbana e pertencentes a diferentes
grupos de renda domiciliar:

 Parque Ecológico Olhos d’Água – Região Administrativa Plano Piloto;


 Parque Ecológico dos Jequitibás – Região Administrativa Sobradinho; e
 Parque Distrital de São Sebastião – Região Administrativa São Sebastião.

Assim, pôde-se propor recomendações para cada um dos parques, levando em consideração
a perspectivas de inclusão social dos idosos, com contribuições para cada cidade onde se
inserem. O trabalho conta, ainda, com um estudo extra sobre a influência do Ponto de
Encontro Comunitário como atrativo para o público idoso. Ao fim da pesquisa, é possível dizer
que os parques funcionam de maneira improvisada, sem um plano de inclusão à população
idosa, e que a qualidade dos serviços de apoio ao funcionamento destes espaços piora à
medida que diminui a renda da população. Também se nota que as discussões sobre a
apropriação dos espaços públicos pelos idosos se encontram estagnadas, sem agregar
assuntos vitais para a qualidade de vida dos mais velhos no mundo contemporâneo.

Palavras-chave: idoso, parque, Distrito Federal, espaço público e inclusão social.


ABSTRACT
The intent of this essay is to verify how the parks of the Federal District, in its different urban
contexts, promote the social inclusion of the elderly. The research helps to comprehend the
internal space configuration of the parks and the integration between then, the city and the
society. It also allows the understanding of how older people use the space and interact with
others. To do it, it was studied how the population grow old, the characteristics of the elderly,
national and international legislation regarding the elderly and how the city influences them,
in addition to the benefits that architecture can bring to public spaces and the social
appropriation of these places. As the multimethod field data collection, the System for
Observing Play and Recreation in Communities (SOPARC) was adapted with the registry of
activities in the behavior map of areas previously selected. Semi structured interviews and
photographs were also taken. The evaluation of the public life and space were made using
tables analyzing each one of these aspect. These techniques were applied in three parks in the
Federal District integrated in the urban mesh and belonging in different social economic
groups:

 Ecological Park Olhos d’Água – Administrative Region of Plano Piloto;


 Ecological Park Jequitibás – Administrative Region of Sobradinho; and
 Ecological Park of São Sebastião – Administrative Region of São Sebastião.

Thus, this research was able to propose recommendations for each one of the parks, taking in
consideration the social inclusion of older people, with contribution for which city where they
locate. This essay also has an extra study about the influence and appeal of the Community
Point of Encounter (PEC) for the elderly. At the end of the research, it was able to affirm that
the parks works in an improvised way, without any plan of inclusion for the elderly population,
and that the quality of the support services of these spaces decrease as the income of the
population decreases. It was also found that the talkings about the appropriation of public
spaces by the elderly are stale, without considering vital subjects of lifestyle of older
generation in a contemporary world.

Keywords: elderly, park, Federal District, public space and social inclusion.
LISTA DE FIGURAS1

Figura 1. Pirâmide etária da população do Brasil, em 2010, 2020, 2031 e 2043. ................. 29

Figura 2. Pirâmide etária da população do Distrito Federal, em 2010, 2020, 2032 e 2043. . 30

Figura 3. Tirinha pai da Mafalda. ............................................................................................ 33

Figura 4. Gráfico da perspectiva da capacidade funcional no curso de vida. ....................... 36

Figura 5. Arquitetura como variável dependente e independente. ...................................... 55

Figura 6. Legenda dos símbolos adotados. ............................................................................. 64

Figura 7. Mapa representativo do período da manhã, às 7h30 de sábado, do PEJ. ............. 66

Figura 8. Mapa representativo do período da manhã, às 8h de sábado, do PEJ. ................. 66

Figura 9. Mapa representativo do período da manhã (soma dos horários) de sábado, do PEJ.
.................................................................................................................................................. 67

Figura 10. Contagem representativa da pista de caminhada, do dia de sábado, do PEJ. .... 68

Figura 11. Distribuição da população idosa do Distrito Federal por faixa etária, 2018........ 75

Figura 12. Infraestrutura urbana nas proximidades dos domicílios. ..................................... 76

Figura 13. Localização dos parques. ........................................................................................ 81

Figura 14. Área e contexto imediato dos parques. ................................................................ 81

Figura 15. Ponto de Encontro Comunitário, PEJ. .................................................................... 82

Figura 16. Circuito Inteligente de Ginástica, PEJ. ................................................................... 84

Figura 17. Distribuição da população por faixa de idade e sexo, Asa Norte. ........................ 85

Figura 18. Distribuição do rendimento domiciliar por faixas de salário mínimo, Asa Norte.
.................................................................................................................................................. 86

1
Figuras sem indicação de fonte são da autora deste trabalho.
Figura 19. Infraestrutura urbana na rua de acesso e nas proximidades dos domicílios, Asa
Norte. ....................................................................................................................................... 86

Figura 20. Parque Ecológico Olhos d’Água. ............................................................................ 87

Figura 21. Espaços no Parque Olhos d’Água. Da esquerda para a direita: PEC, circuito
inteligente de ginástica, quiosque de madeira, pista de caminhada, área dos pergolados e
espaço com espreguiçadeiras. ................................................................................................ 88

Figura 22. Distribuição da população por faixa de idade e sexo – Sobradinho. ................... 90

Figura 23. Distribuição do rendimento domiciliar por faixas de salário mínimo, Sobradinho.
.................................................................................................................................................. 90

Figura 24. Infraestrutura urbana na rua de acesso e nas proximidades dos domicílios,
Sobradinho............................................................................................................................... 91

Figura 25. Parque Ecológico dos Jequitibás. ........................................................................... 92

Figura 26. Espaços no Parque dos Jequitibás. Da esquerda para a direita: PEC, circuito
inteligente de ginástica, quiosque de madeira, pista de caminhada e ciclofaixa, parque
infantil e sede administrativa. ................................................................................................ 93

Figura 27. Distribuição da população por faixa de idade e sexo, São Sebastião Tradicional.
.................................................................................................................................................. 94

Figura 28. Distribuição do rendimento domiciliar por faixas de salário mínimo, São Sebastião
Tradicional. .............................................................................................................................. 95

Figura 29. Infraestrutura urbana na rua de acesso e nas proximidades dos domicílios, São
Sebastião Tradicional. ............................................................................................................. 96

Figura 30. Parque Distrital São Sebastião. .............................................................................. 96

Figura 31. Espaços no Parque São Sebastião. Da esquerda para a direita: PEC, circuito
inteligente de ginástica, quiosque de madeira, pista de caminhada, parque infantil e
anfiteatro. ................................................................................................................................ 97
Figura 32. Infraestrutura urbana nas proximidades dos domicílios para as áreas estudadas.
................................................................................................................................................ 100

Figura 33. Áreas-Alvo do Parque Ecológico Olhos d’Água. .................................................. 101

Figura 34. Idosos entrevistados – PEOA. .............................................................................. 106

Figura 35. Estado atual de emprego – PEOA. ....................................................................... 106

Figura 36. Estado de saúde – PEOA....................................................................................... 107

Figura 37. Nível de escolaridade – PEOA. ............................................................................. 107

Figura 38. Forma de moradia – PEOA. .................................................................................. 108

Figura 39. Quantitativo de moradores – PEOA. ................................................................... 108

Figura 40. Local de moradia – PEOA. .................................................................................... 108

Figura 41. Meio de locomoção – PEOA. ................................................................................ 108

Figura 42. Equilíbrio de gênero – PEOA. ............................................................................... 110

Figura 43. Grupos de idade dos idosos – PEOA. ................................................................... 110

Figura 44. Distribuição pessoas idosas – PEOA (%). ............................................................. 111

Figura 45. Idosa e Idoso distr. no tempo- PEOA (%)............................................................. 111

Figura 46. Idosos nas áreas-alvo e pista de caminhada – PEOA (%) .................................... 112

Figura 47. Tipos de atividades realizadas pelos idosos – PEOA. .......................................... 115

Figura 48. Mapa de edificações – PEOA................................................................................ 116

Figura 49. Mapa de integração global (HH Rn), 2015, Asa Norte. ....................................... 117

Figura 50. Estrutura para ciclistas na Asa Norte................................................................... 120

Figura 51. Recorte subdivisão Asa Norte. Da esquerda para a direita: Mapa de integração
global (HH Rn), 2015 e Mapa de integração global (HH R3), 2015. ..................................... 121
Figura 52. Tipos edilícios, PEOA. Da esquerda para a direita: Bloco comercial 413 norte e
edifício residencial da 213 norte. .......................................................................................... 122

Figura 53. Acesso e circulação - Parque Olhos d’Água. ........................................................ 125

Figura 54. Tipos de assentos PEOA. Da esquerda para a direita: PEC, área do pergolado,
parque infantil, lagoa dos Sapos, pista de caminhada e banco do quiosque. .................... 128

Figura 55. Posição das pessoas idosas – PEOA (%) ............................................................... 128

Figura 56. Tipos edilícios. Da esquerda para a direita: administração do parque e edifícios
integrados à paisagem. ......................................................................................................... 129

Figura 57. Acessos aos equipamentos. Da esquerda para a direita: PEC, pavimentação do
PEC, lagoa dos Sapos e academia PCD. ................................................................................. 131

Figura 58. Iluminação à noite. Da esquerda para a direita: pista de caminhada e PEC...... 132

Figura 59. Mapas e totens. Da esquerda para a direita: mapa ilustrativo PEOA e totem
orientativo de trilha. ............................................................................................................. 133

Figura 60. Da esquerda para a direita: área espreguiçadeira, pista de caminhada, área dos
pergolados, trilha pavimentada. ........................................................................................... 136

Figura 61. Áreas-Alvo do Parque Ecológico dos Jequitibás. ................................................. 138

Figura 62. Idosos entrevistados – PEJ. .................................................................................. 144

Figura 63. Estado atual de emprego – PEJ. ........................................................................... 144

Figura 64. Estado de saúde – PEJ. ......................................................................................... 144

Figura 65. Nível de escolaridade – PEJ. ................................................................................. 144

Figura 66. Forma de moradia – PEJ. ...................................................................................... 145

Figura 67. Quantitativo de moradores – PEJ. ....................................................................... 145

Figura 68. Local de moradia – PEJ. ........................................................................................ 145

Figura 69. Meio de locomoção – PEJ..................................................................................... 145


Figura 70. Equilíbrio de gênero – PEJ (%).............................................................................. 147

Figura 71. Variedade de faixas etárias – PEJ......................................................................... 147

Figura 72. Distribuição das pessoas idosas – PEJ (%). .......................................................... 148

Figura 73. Idosa e Idoso distribuídos tempo – PEJ (%). ........................................................ 148

Figura 74. Relação de idosos nas áreas-alvo e pista de caminhada – PEJ (%)..................... 149

Figura 75. Tipos de atividades realizadas pelos idosos – PEJ............................................... 152

Figura 76. Mapa de edificações – PEJ. .................................................................................. 153

Figura 77. Mapa de integração global (HH Rn), 2015, RA Sobradinho. ............................... 154

Figura 78. Estrutura para ciclistas na RA Sobradinho. ......................................................... 157

Figura 79. Recorte RA Sobradinho. Da esquerda para a direita: Mapa de integração global
(HH Rn), 2015 e Mapa de integração global (HH R3), 2015. ................................................ 158

Figura 80. Tipos edilícios, PEJ. Da esquerda para a direita: Residências da face sul e SESI
SENAI. ..................................................................................................................................... 159

Figura 81. Acesso e circulação – Parque dos Jequitibás. ...................................................... 163

Figura 82. Tipos de assentos PEJ. Da esquerda para a direita: área do quiosque, banco do
quiosque, bancos da arena, área do parque infantil e PEC, área do parque infantil, vista para
a quadra poliesportiva. ......................................................................................................... 166

Figura 83. Posição das pessoas idosas – PEJ (%). ................................................................. 166

Figura 84. Edificações existentes - PEJ. Da esquerda para a direita: quiosque e sede
administrativa. ....................................................................................................................... 167

Figura 85. Pavimentação PEJ. Da esquerda para a direita: acesso ao PEC, pavimentação do
PEC, pavimentação trilha interna de caminhada, e desnível entre o parque infantil e a mata.
................................................................................................................................................ 169

Figura 86. Árvore Jequitibá, tronco Jequitibá e semente do Jequitibá. .............................. 172
Figura 87. Da esquerda para a direita: quadra poliesportiva e parque infantil, PEC e floreira,
pista de skate e circuito de ginástica, e arena e quiosque................................................... 173

Figura 88. Área sem e com Ponto de Encontro Comunitário. .............................................. 175

Figura 89. Mapa de edificações – PDSS. ............................................................................... 181

Figura 90. Mapa de integração global (HH Rn), 2015. .......................................................... 182

Figura 91. Estrutura para ciclistas na subdivisão São Sebastião Tradicional. ..................... 185

Figura 92. Subdivisão São Sebastião. Da esquerda para a direita: Mapa de integração global
(HH Rn), 2015 e Mapa de integração global (HH R3), 2015. ................................................ 186

Figura 93. Tipos edilícios. Da esquerda para a direita: residências, comércio, posto de saúde.
................................................................................................................................................ 187

Figura 94. Acesso e circulação – Parque de São Sebastião. ................................................. 190

Figura 95. Tipos de assentos PDSS. Da esquerda para a direita: conjunto de bancos de
madeira na pista de caminhada, unidade de banco de madeira na pista de caminhada, banco
em concreto no parque infantil, tronco de árvore na arena, banco de madeira no PEC,
arquibancada em concreto na quadra poliesportiva. .......................................................... 192

Figura 96. Acessos aos equipamentos. Da esquerda para a direita: ciclovia que adentra o
parque, caminho leste-oeste, campo de futebol e PEC. ...................................................... 194

Figura 97. Da esquerda para a direita: circuito de ginástica e estrutura de pérgolas, quadra
poliesportiva, a esquerda caminho dividindo a área cercada da livre e a direita quiosque de
madeira, e ao fundo terrão. .................................................................................................. 198

Figura 98. Gráficos resumo das variáveis sujeitos, atividades, atributos globais e atributos
locais. ..................................................................................................................................... 200

Figura 99. Fronteira do Parque Bryant, Nova Iorque, Estados Unidos. ............................... 204

Figura 100. Lagoa dos Sapos. ................................................................................................ 205


LISTA DE TABELAS2

Tabela 1. Correlação das dimensões com as legislações internacionais. .............................. 46

Tabela 2. Correlação das dimensões com as legislações nacionais. ...................................... 53

Tabela 3. Paradigma Formalidade x Paradigma Urbanidade. ............................................... 57

Tabela 4. Grupos de RAs.......................................................................................................... 74

Tabela 5. População de idosos do grupo de renda domiciliar, DF, 2018. .............................. 75

Tabela 6. Categorias de unidade de conservação. ................................................................. 77

Tabela 7. Catalogação dos parques do DF conforme dimensão e grupo de renda domiciliar.


.................................................................................................................................................. 79

Tabela 8. População de idosos por período do dia – PEOA. ................................................ 102

Tabela 9. Níveis de atividades da população de idosos – PEOA. ......................................... 103

Tabela 10. População de idosos nas áreas-alvo – PEOA. ..................................................... 104

Tabela 11. População de idosos na pista de caminhada – PEOA......................................... 105

Tabela 12. População de idosos por período do dia – PEJ. .................................................. 139

Tabela 13. Níveis de atividades da população de idosos – PEJ............................................ 140

Tabela 14. População de idosos nas áreas-alvo – PEJ. ......................................................... 141

Tabela 15. População de idosos na pista de caminhada – PEJ. ........................................... 142

Tabela 16. População de idosos por período do dia sem e com PEC. ................................. 176

Tabela 17. Níveis de atividades da população de idosos nos dias sem e com PEC. ............ 177

Tabela 18. Tabela para aplicação do método: avaliação dos sujeitos em um espaço público.
................................................................................................................................................ 232

2
Tabelas sem indicação de fonte foram elaborados pela autora deste trabalho.
Tabela 19. Tabela para aplicação do método: avaliação das atividades em um espaço
público.................................................................................................................................... 232

Tabela 20. Tabela para aplicação do método: avaliação dos atributos globais de um espaço
público.................................................................................................................................... 234

Tabela 21. Tabela para aplicação do método: avaliação dos atributos locais em um espaço
público.................................................................................................................................... 235
LISTA DE SIGLAS
AAL – Academia ao Ar Livre

AIGG – Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria

ATI – Academia da Terceira Idade

AVDs – Atividades da Vida Diária

CNDI – Conselho Nacional dos Direitos do Idoso

CNDPI – Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa

CODEPLAN – Companhia de Planejamento do Distrito Federal

DER – Departamento de Estradas de Rodagens

DF – Distrito Federal

DIRUC – Diretoria da Unidade de Conservação

e-SIC – Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão

FUNAP – Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso

GDF – Governo do Distrito Federal

HH Rn – Integração Global

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRAM – Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos

IDHAB – Instituto de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LODF – Lei Orgânica do Distrito Federal

Novacap – Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONG – Organização Não Governamental

ONU – Assembleia Geral das Nações Unidas

OPAS/OMS – Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde

PCD – Pessoa com Deficiência

PDL – Plano Diretor Local de Sobradinho

PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal


PDSS – Parque Distrital de São Sebastião

PEC – Ponto de Encontro Comunitário

PEJ – Parque Ecológico dos Jequitibás

PEOA – Parque Ecológico Olhos d’Água

PLC – Projeto de Lei Complementar

PMDF – Polícia Militar do Distrito Federal

PNI – Política Nacional do Idoso

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPCUB – Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília

RAs – Regiões Administrativas

S.A.P.O. – Associação dos Amigos Protetores do Parque Olhos d’Água

SDUC – Sistema Distrital de Unidades de Conservação da Natureza

SEFP – Secretaria de Estado de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito


Federal

SEMARH – Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI – Serviço Social da Indústria

SOPARC – System for Observing Play and Recreation in Communities. Tradução: Sistema de
Observação de Atividades Físicas e Recreativas na Comunidade

SQN – Superquadra Norte

SZH – Subzona Habitacional

UPT – Unidade de Planejamento Territorial


SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS..................................................................................................................... 6

RESUMO ..................................................................................................................................... 7

ABSTRACT ................................................................................................................................... 8

LISTA DE FIGURAS....................................................................................................................... 9

LISTA DE TABELAS..................................................................................................................... 15

LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................................ 17

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 22

CAPÍTULO 1 – NORTE TEÓRICO ................................................................................................ 28

1.1 Idosos no Brasil e Distrito Federal ............................................................................. 28

1.1.1 Envelhecimento, idoso, velhice e terceira idade ............................................... 31

1.1.2 Características funcionais dos idosos ................................................................. 33

1.2 Legislação................................................................................................................... 38

1.2.1 Legislação Internacional ..................................................................................... 38

1.2.2 Legislação Nacional ............................................................................................ 46

1.2.3 Análise Prática das Legislações .......................................................................... 53

1.3 Arquitetura e Apropriação Social .............................................................................. 54

CAPÍTULO 2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 61

2.1 Critérios de seleção ................................................................................................... 61

2.2 Levantamento de campo ........................................................................................... 63

2.2.1 Da vida pública ................................................................................................... 63

2.2.2 Dos lugares ......................................................................................................... 70


2.3 Avaliação .................................................................................................................... 71

2.3.1 Da vida pública ................................................................................................... 72

2.3.2 Do espaço público .............................................................................................. 72

2.4 Discussão dos resultados ........................................................................................... 73

CAPÍTULO 3 – ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 74

3.1 Contextualização ao objeto de estudo ...................................................................... 74

3.2 Escolha dos parques .................................................................................................. 76

3.2.1 Equipamentos de ginástica ao ar livre ............................................................... 81

3.3 Estruturas das RAs e dos Parques ............................................................................. 84

3.3.1 RA Plano Piloto ................................................................................................... 85

3.3.2 RA Sobradinho .................................................................................................... 89

3.3.3 RA São Sebastião ................................................................................................ 94

3.3.4 Síntese dos dados apresentados das RAs .......................................................... 99

3.4 Dados da pesquisa ................................................................................................... 100

3.4.1 Parque Ecológico Olhos d’Água........................................................................ 100

3.4.2 Parque Ecológico dos Jequitibás ...................................................................... 138

3.4.3 Parque Distrital de São Sebastião .................................................................... 179

CAPÍTULO 4 – RECOMENDAÇÕES........................................................................................... 200

4.1 Parque Olhos d’Água ............................................................................................... 201

4.2 Parque dos Jequitibás .............................................................................................. 205

4.2.1 Influência do PEC .............................................................................................. 209

4.3 Parque de São Sebastião ......................................................................................... 210


CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 215

ANEXO 1 - Questionário do grupo focal do Protocolo de Vancouver.................................... 225

ANEXO 2 - Modelo de entrevista ........................................................................................... 229

ANEXO 3 - Modelo de formulário de informações do participante ....................................... 231

ANEXO 4 - Tabelas de avaliação da vida pública .................................................................... 232

ANEXO 5 - Tabelas de avaliação do espaço público ............................................................... 234

ANEXO 6 - Mapa comportamental do Parque Ecológico Olhos d’Água ................................ 238

ANEXO 7 - Mapa comportamental Parque Ecológico dos Jequitibás .................................... 255

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 267


22

INTRODUÇÃO

Brasília, assim como todo o Brasil, passa por um momento de intensa mudança demográfica.
O número de jovens e crianças vem se tornando menos expressivo, ao passo que a população
idosa cresce, devido aos avanços em saúde e bem-estar.

Levando em consideração as informações do Censo de 2010, tanto no Brasil quanto no Distrito


Federal (DF), a proporção de pessoas acima dos 60 anos deve atingir um quarto dos habitantes
por volta de 2043.

O grupo de idosos acima de 80 anos terá um aumento ainda mais expressivo. No Brasil, essa
população ficará quatro vezes maior entre 2010 e 2043, e sete vezes maior neste mesmo
período no DF3.

O fato de haver crescente aumento da faixa etária idosa permite maior visibilidade social a
este grupo. O avanço no campo da saúde, de conhecimentos científicos e tecnológicos, a
preocupação em incluir os idosos em políticas governamentais são fatores que influenciam
esse crescimento, ao passo que há maior conscientização dos profissionais de todas as áreas
em incluir os idosos em seus estudos e pesquisas, onde antes eram esquecidos.

Hoje é possível adiar o declínio físico e mental além da perda da autonomia, prolongando a
qualidade de vida por meio da melhora da saúde e exercendo-se novas atividades
significativas de contribuição para a sociedade, capazes de proporcionar expansão de projetos
para o futuro.

O indivíduo idoso sente a mudança do seu papel social quando se aposenta, é como se fosse
um “rótulo da velhice”. É nessa época que o indivíduo escolhe entre repousar após uma longa
vida de trabalho ou continuar trabalhando, retomar algum projeto antigo ou iniciar algo novo.

No entanto, esta concepção vem mudando. A partir dos anos 60, alguns países passam a criar
políticas públicas e culturais que consideram o idoso um ser ativo que se realiza no exercício

33
(IBGE, 2018)
23

de suas habilidades mentais, afetivas, físicas e sociais, resultando em uma condição de


extensão de suas capacidades4.

É preciso que tenham um envelhecimento ativo5, otimizando as oportunidades de saúde,


participação e segurança, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida6. Uma vida ativa
melhora a saúde mental e frequentemente promove contatos sociais. Vale frisar também, que
os

ambientes físicos adequados à idade podem representar a diferença entre a


independência e a dependência para todos os indivíduos, mas especialmente para
aqueles em processo de envelhecimento. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, p.
28).

Assim, a população de idosos precisa de atenção no sentido de obter meios para facilitar suas
atividades diárias. Estes meios perpassam o seu cotidiano, desde possuir independência e
autonomia para caminhar pela cidade até decidir sobre sua rotina. Em todas estas situações,
faz-se necessário melhorar as formas de interação dos idosos com o meio em que vivem,
integrando-os à sociedade e elevando seus padrões de vida. Cada modificação fisiológica pode
acarretar uma limitação diferente, frente ao uso do espaço e de equipamentos. Por outro
lado, o processo de envelhecimento não impede que os idosos procurem conhecer novos
lugares e desenvolver atividades de lazer, sendo indispensável que tais lugares sejam
acessíveis, confortáveis, seguros e que proporcionem seu bem-estar.

Se os adultos mais velhos são em número cada vez maior e habitam principalmente
as cidades, mapear e entender o que influencia seu bem-estar nesses espaços é
fundamental. (INSTITUTO DE LONGEVIDADE, 2017).

As cidades necessitam ser repensadas para melhor apoiar as pessoas dessa crescente faixa
etária, e os espaços de lazer devem ser reestruturados para recebê-las, permitindo que elas
sejam autônomas, independentes7, tragam diversidade aos espaços públicos e contem com o

4
(SILVA e ELALI, 2015, p. 392)
5
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o envelhecimento ativo um processo contínuo, determinado
por vários fatores que, isolados ou em conjunto, contribuem para a saúde, a participação e a segurança, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2005, p. 13)
6
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, p. 14)
7
O documento Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa esclarece os conceitos de autonomia como a “capacidade
individual de decisão e comando sobre as ações, com a qual o sujeito estabelece e segue as próprias convicções”,
e independência como a “capacidade de realizar algo com os próprios meios, elementos que permitem que o
indivíduo cuide de si e de sua vida”. (ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE, et al., 2018, p. 23)
24

suporte comunitário. Ao estudar e propor melhorias voltadas para os idosos, considerados


usuários vulneráveis, todos os demais grupos serão concomitantemente beneficiados. Para os
arquitetos e urbanistas o desafio é entender as necessidades e especificidades dessa
população para possibilitar melhor bem-estar e integração social.

Tarefas simples como caminhar ao ar livre, subir e descer da calçada e usar de forma adequada
os equipamentos comunitários podem se transformar em verdadeiros desafios para essa
parcela da população em especial. É necessário que se encontrem soluções para ampliar as
oportunidades de convivência e usufruto das áreas de lazer de modo a torná-las mais
acessíveis para que o idoso possa realizar suas atividades com tranquilidade e sem medo de
sofrer quedas, ou ainda, exigindo esforço excessivo de atenção para desviar-se de
equipamentos mal localizados ou lidar com desníveis mal sinalizados.

Independentemente das razões que levam as pessoas a estarem no espaço público


(necessidade ou vontade), há atividades que decorrem da copresença, vinculadas à interação
entre as pessoas: as chamadas atividades sociais, ou resultantes8. Gehl, esclarece que um
espaço público de boa qualidade é aquele que favorece as três atividades: necessárias,
opcionais e sociais9. Os parques, praças, ruas e outros locais abertos presentes nas imediações
das residências são os espaços urbanos públicos de livre acesso que promovem encontros
sociais e permitem a realização de atividades físicas, recreativas, culturais e de lazer.

Silva & Elali apontam que as praças são locais propícios para que os idosos possam usufruir do
lazer ativo e passivo. Essa observação também pode ser estendida para os parques. Os
parques são meios importantes na promoção da vida ativa e da saúde geral em amplos
segmentos da população, mas a capacidade deles de aumentar os níveis de atividade física
não é totalmente realizada.

Além de possibilitar acesso gratuito e irrestrito de qualquer indivíduo, os parques


proporcionam às pessoas de terceira idade o contato com a natureza, facilitam a interação
com outras pessoas, promovem bem-estar físico, permitem a prática esportiva ao ar livre, e
propiciam recreação e contato com o sol. Com o crescimento continuado dos espaços

8
(TENORIO, 2012, p. 36)
9
(GEHL, 2011, p. 11)
25

urbanos, tem-se observado uma crescente frequência da população que visita esses lugares.
No entanto, em algumas situações há uma desvalorização desses sítios e um esquecimento
dos governos quanto à manutenção e quesitos de segurança e acessibilidade nas áreas do
entorno, comprometendo os parques.

A arquitetura possui papel atuante nas condições de vida dos idosos. Uma decisão projetual
pode impactar beneficamente ou não a qualidade de vida diária dos mais velhos. Os espaços
públicos devem ser pensados e configurados de forma a incluir essa parcela da polução, como
difundido pela gero-arquitetura, “a qual procura destacar as práticas projetuais voltadas à
população mais velha e suas decorrentes implicações espaciais.” 10

Nesse contexto, compartilho o meu interesse em estudar os espaços públicos, em especial os


parques, que foi instigado ao realizar um exercício para a disciplina Estudos especiais em
Projeto e Planejamento 2 – Ergonomia, da Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de Brasília (PPG-FAU-UnB), onde pude perceber que os idosos
frequentadores dos parques estudados visitavam regularmente apenas lugares específicos,
nem sempre sendo possível percebê-los por toda a sua extensão. Assim, despertou em mim
o interesse em entender melhor como essa parcela da população se apropria de seus espaços
e como se relaciona com as pessoas da mesma idade e com os outros indivíduos. Também
me interessou ser capaz de identificar como o parque pode ser mais amigável com os idosos
e como são integrados à cidade e à sociedade. Nesta dissertação, decidi buscar esses
objetivos por meio do estudo comparativo entre três parques situados no DF.

O estudo foi realizado no:

 Parque Ecológico Olhos d’Água (PEOA) – Região Administrativa Plano Piloto;


 Parque Ecológico dos Jequitibás (PEJ) – Região Administrativa Sobradinho; e
 Parque Distrital de São Sebastião (PDSS) – Região Administrativa São Sebastião.

10
(CASTELNOU NETO, 2019, p. 17)
26

A dissertação está estruturada em quatro partes, além desta introdução e considerações


finais.

O capítulo 1 trata sobre o norte teórico. Expõe projeções a partir dos dados censitário de
2010, tanto do Brasil como do Distrito Federal, e faz comparações da faixa etária de pessoas
acima dos 60 anos e do grupo acima de 80 anos. Apresenta os aspectos considerados
relevantes para a compreensão do envelhecimento em nível biológico, psicológico e social, o
entendimento da definição do indivíduo idoso e, ainda, o tema velhice, ou seja, quais as
expectativas que a sociedade tem em relação à pessoa de idade e como essa realmente se
sente. Aborda ainda a temática da terceira e quarta idades.

O primeiro capítulo traz também as características funcionais dos idosos, classificadas em


atividades de vida diária básica, instrumental e avançada, além de informações para uma
compreensão maior das características dos pedestres idosos. Estuda-se ainda o traçado
evolutivo das principais legislações internacionais e nacionais referentes às pessoas idosas, as
características que influenciam os espaços públicos e, ao final da apresentação das
normativas, usa-se um quadro síntese para melhor correlacioná-las.

Por fim, aborda a teorização da arquitetura, trata sobre como ela afeta as pessoas e traz os
aspectos da teoria da Sintaxe Espacial utilizados na pesquisa que auxiliaram na análise dos
parques, objetos de estudo.

O capítulo 2 apresenta as ferramentas multimetodológicas utilizadas para análise dos parques


e as sintetiza em um modelo metodológico passo a passo. Primeiro expõe os critérios de
seleção utilizados para a escolha dos parques. Em seguida, detalha como foi realizado o
levantamento de campo da vida pública, utilizando o instrumento SOPARC de Thomas L.
McKenzie e Deborah A. Cohen (2006), associado a mapas comportamentais difundidos por
Jan Gehl e sua equipe (2018), e por meio de entrevistas semiestruturadas, e o levantamento
de campo dos lugares. Por fim, apresenta como se dá a avaliação da vida pública e do espaço
público por meio da metodologia de Gabriela Tenorio (2012).

O capítulo 3 trata dos estudos de caso. Primeiramente contextualiza os objetos de estudo,


com abordagem na organização administrativa do Distrito Federal, conforme os diferentes
grupos de renda domiciliar. Em seguida, contextualiza os parques do DF, comenta as
27

características que levaram à escolha dos objetos de estudo e apresenta os dois grupos de
equipamentos de ginástica ao ar livre mais utilizados nos parques.

Analisa também as características das três Regiões Administrativas (RAs), em correlação com
suas localizações e trata das particularidades dos parques definidos. Por fim, expõe os dados
obtidos pela pesquisa de campo em cada um dos parques. No item sobre os dados de pesquisa
do parque dos Jequitibás, acrescentou-se um estudo sobre a influência do Ponto de Encontro
Comunitário11 (PEC) como atrativo para o público idoso, fato de grande impacto nesta
dissertação notado durante a pesquisa de campo.

O capítulo 4 aprofunda as discussões dos resultados obtidos durante a pesquisa tendo em


vista o quadro traçado nos capítulos anteriores, e traz recomendações a respeito das
perspectivas de inclusão social dos idosos nos parques estudados, além de debater sobre sua
configuração e integração com a cidade. Há, também, recomendações quanto à questão da
influência dos PECs.

As considerações finais abordam reflexões sobre os dados apresentados e sobre a bibliografia


e legislação existentes sobre o tema. Tratam da forma como os órgãos responsáveis
disponibilizam informações sobre o sistema de parques do DF e apontam situações comuns a
todos os parques que ocorreram durante a pesquisa e poderiam ser melhoradas para facilitar
um bom uso dos espaços pelos idosos e outros frequentadores.

11
Os Pontos de Encontro Comunitário são espaços ao ar livre, fornecidos pelo Governo do Distrito Federal,
compostos por um kit de aparelhos de ginástica, destinados a população de forma gratuita para que possa
realizar exercícios físicos, socializar e melhorar a qualidade de vida. (RABELO e SECOM UNB, 2018)
28

CAPÍTULO 1 – NORTE TEÓRICO

1.1 Idosos no Brasil e Distrito Federal

A população brasileira fica cada vez mais longeva. Segundo os dados do Censo de 2010
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pirâmide populacional
brasileira adotou forma de gota, indicando em modelo gráfico que a quantidade de indivíduos
idosos aumentou em relação aos mais jovens. Segundo os dados do Censo de 2010, a
população de idosos correspondia a cerca de 10,7% da população brasileira. A partir de então,
foram feitas projeções que indicam, por exemplo, que a faixa etária de pessoas acima dos 60
anos de idade atingirá, em 2020, um contingente de aproximadamente 30,1 milhões, cerca de
14,26% da população brasileira.12

A redução na taxa de fecundidade, conexa à forte redução da taxa de mortalidade infantil e o


aumento da expectativa de vida13 são os motivos principais desse perfil de envelhecimento
contínuo. Espera-se que, em 2031, os idosos correspondam a cerca de 19,17% da população
e passem a projeção de crianças de 0 a 14 anos com 18,74%. A previsão é de que, em 2043
(Figura 1), a população brasileira atinja 232,8 milhões de habitantes, sendo 58,4 milhões de
idosos, representando um quarto da população (25,07%).

Segundo o Censo de 2010, o número de pessoas acima dos 80 anos do país passará de 1,53%
da população brasileira para 2,1% em 2020. Em 2031, estima-se que essa proporção seja de
3,18% da população brasileira. Em 2043, essa faixa etária atingirá 5,24% da população
brasileira, o que corresponde a um quinto da população de idosos. Isso significa que, em 2043,
essa população deve quadruplicar em relação à 2010, passando de 2,9 milhões para 12,2
milhões.

12
(IBGE, 2018)
13
(MORAES, 2012, p. 9)
29

Figura 1. Pirâmide etária da população do Brasil, em 2010, 2020, 2031 e 2043.

Fonte: adaptado de (IBGE, 2019).

Segundo dados do IBGE sobre o perfil da população idosa do Distrito Federal, em 2010 o DF
tinha 200.181 pessoas acima de 60 anos, o que corresponde a 7,59% de sua população. A
projeção para 2020 é que a população idosa passe a ser 11,34% do total de habitantes. Em
2032, os idosos do DF equivalerão a 17,75% da população e também superarão a faixa etária
de crianças de 0 a 14 anos com 17,08%. Assim como no Brasil, em 2043 (Figura 2), a população
de 930.386 idosos do DF também atingirá um quarto do total de seus habitantes.

Conforme dados do Censo de 2010, a faixa etária acima dos 80 anos do DF era de 0,87% de
sua população. Em 2020, a projeção de idosos acima dos 80 anos é de 1,39% do total de
habitantes. Para 2032, estima-se que essa proporção seja de 2,58% da população. Já em 2043,
30

essa faixa etária atingirá 4,49% da população brasilense, o que corresponderá a 17,8% da
população de idosos do DF. Isso significa que este grupo de idosos deve aumentar em sete
vezes, de 22.912 mil em 2010 para 165.981 em 2043.

Figura 2. Pirâmide etária da população do Distrito Federal, em 2010, 2020, 2032 e 2043.

Fonte: adaptado de (IBGE, 2019).

O crescente aumento da parcela idosa dá margem para que se desenvolvam políticas


governamentais específicas para os idosos e estimula todos os profissionais a apontarem
novos caminhos, melhorando a qualidade de vida dessa população que tende a aumentar nos
próximos anos.
31

1.1.1 Envelhecimento, idoso, velhice e terceira idade

O processo natural da vida é nascer, crescer, envelhecer e morrer. Como ocorrerá esse
progresso dependerá de alguns fatores, como condições socioeconômicas, doenças crônicas,
herança genética, ambientes de convívio e estilo de vida, o que varia de pessoa para pessoa e
das condições sociais em que vive.

Ao pensar no processo do envelhecimento e da velhice e na definição do indivíduo idoso, na


maioria das vezes a primeira ideia que vem à mente é a dimensão física, ou seja, as restrições
e modificações que ocorrem no corpo. Além da característica física deve-se lembrar que com
o passar dos anos há uma mudança na forma de pensar, sentir e agir. Em síntese, as alterações
biológicas, psicológicas e sociais são um reflexo das modificações do organismo da pessoa
idosa causada pelo processo de envelhecimento14.

As transformações do processo de envelhecimento em nível biológico estão associadas ao


acúmulo de uma grande variedade de danos moleculares e celulares15, que são as
transformações morfológicas, como o aparecimento de rugas e cabelos brancos. Há também
as alterações bioquímicas e a perda gradual nas reservas fisiológicas. As modificações
psicológicas ocorrem quando o indivíduo idoso precisa se adaptar a novas situações de seu
cotidiano, da falta de motivações, da dificuldade de mudanças rápidas, das perdas afetivas e
orgânicas16. Em contrabalanço, pode haver ganhos de sabedoria, conhecimento e
experiência17. O envelhecimento social modifica a forma como o idoso se relaciona com as
pessoas e as suas funções sociais. A sociedade estabelece certos status que devem ser
desempenhados pelo indivíduo de cada idade, como ser estudante, casado, trabalhador,
aposentado e outros. As modificações sociais do idoso são percebidas quando há diminuição
da produtividade, do poder físico, econômico e dos contatos sociais; crise de identidade;
mudanças de papeis; aposentadoria; e perdas diversas18.

14
(SANTOS, 2010, p. 1036)
15
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2015, p. 12)
16
(FECHINE e TROMPIERI, 2012, p. 126)
17
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, p. 26)
18
(FECHINE e TROMPIERI, 2012, p. 127)
32

O critério cronológico é um dos mais utilizados para se ter um padrão na heterogeneidade da


definição do indivíduo idoso e pela facilidade de sua verificação19. O Brasil conceitua idoso a
pessoa “com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos”,20 como descrito no Estatuto do
Idoso, publicado em outubro de 2003, pela Lei 10.741 e como será considerado neste
trabalho.

A velhice é um estado que caracteriza a condição do ser humano (Figura 3) e é reconhecida


por ser a última fase do processo de envelhecer humano.21 A pessoa é considerada “velha”
quando começam a aparecer sinais de incapacidade física, cognitiva ou mental22
característicos a partir de uma determinada faixa etária. Não é possível determiná-la pelas
alterações físicas, pois nem sempre uma pessoa que apresenta cabelos grisalhos, calvície,
rugas, diminuição dos reflexos e outras características é considerada velha, ou ainda, é
possível mascarar a idade com o uso de cremes rejuvenescedores, plásticas, tintura de cabelo
e ginásticas específicas. É mais fácil reconhecer a velhice no outro indivíduo do que em si. A
partir do momento que o idoso se reconhece, se aceita e se integra à sua família e
comunidade, ele poderá progressivamente ampliar seus limites. Há, também, aqueles que
consideram a velhice como sendo o ponto mais alto da sabedoria, bom senso e serenidade23.

19
(CAMARANO, 2013, p. 11)
20
(BRASIL, 2003, p. 7)
21
(SANTOS, 2010, p. 1037)
22
(CAMARANO, 2013, p. 10)
23
(FECHINE e TROMPIERI, 2012, p. 107)
33

Figura 3. Tirinha pai da Mafalda.

Fonte: (QUINO, 1993)24.

O termo terceira idade aparece no início dos anos 1960, e é a fase entre a aposentadoria e o
envelhecimento, com mais qualidade de vida e com maiores cuidados voltados à saúde25. Para
Birman26, o termo terceira idade surge quando se inicia uma inversão da conceituação da
velhice, que passa a receber um reconhecimento simbólico e a ter maior relevância na esfera
social e cultural, já que antes a velhice era tida de forma negativa, como declínio físico, sem
qualquer relação com o futuro. Já o termo quarta idade27, bastante recente, é utilizado para
definir a população com faixa etária acima dos 80 anos, e tem como sinônimos os termos
“grande idoso”, “muito idoso” e “idosos longevos”.

1.1.2 Características funcionais dos idosos

Os sistemas funcionais principais representados pela cognição, humor, mobilidade e


comunicação devem funcionar de maneira integrada e harmoniosa, uma vez que estão

24
Cartunista argentino conhecido pela personagem de tirinhas em quadrinhos Mafalda. Morreu em 30 de
setembro de 2020, aos 88 anos, tendo sido produtivo e criativo durante sua velhice.
25
(MANZARO, 2014)
26
(BIRMAN, 1994, p. 11)
27
(SILVA e BRASIL, 2016, p. 3631)
34

relacionados à independência e à autonomia do indivíduo. Segundo a Política Nacional de


Saúde da Pessoa Idosa, “o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua
condição de autonomia e independência que pela presença ou ausência de doença
orgânica”28. As atividades da vida diária (AVDs), são as tarefas necessárias do cotidiano para
que a pessoa cuide de si e sua própria vida. As AVDs podem ser classificadas em básica,
instrumental e avançada,29 de acordo com seu grau de complexidade. O declínio funcional
inicia-se pelas AVDs mais complexas - avançada e a instrumental -, e se agrava
hierarquicamente até comprometer a AVD básica, o autocuidado.

As atividades básicas estão relacionadas às tarefas do cuidado com o corpo ou


autopreservação, podendo ser dividida em funções complexas, influenciadas pela cultura e
aprendizado, como: banhar-se, vestir-se e usar o banheiro. Há também as funções vegetativas
simples, mais difíceis de serem perdidas: transferência, continência30 e alimentar-se sozinho.
A classificação hierárquica do grau de dependência dos idosos nas AVDs básicas é:

• Independente: realiza todas as atividades básicas de vida diária de forma


independente;
• Semi-dependente: apresenta comprometimento de uma das funções
influenciadas pela cultura e aprendizado (banhar-se e/ou vestir-se e/ou usar o
banheiro);
• Dependente incompleto: apresenta comprometimento de uma das funções
vegetativas simples (transferência e/ou continência), além de, por decorrência
lógica, ser dependente para banhar-se, vestir-se e usar o banheiro. A presença
isolada de incontinência urinária não deve ser considerada, pois é uma função e não
uma atividade;
• Dependente completo: apresenta comprometimento de todas as funções
influenciadas pela cultura e aprendizado e, também, das funções vegetativas
simples, incluindo a capacidade de alimentar-se sozinho. Representa o grau máximo
de dependência funcional. (MORAES, PEREIRA, et al., 2017, p. 22).

As AVDs instrumentais estão relacionadas ao domicílio ou atividades domésticas e à


automanutenção e indicam se o idoso é capaz de viver sozinho na comunidade. São atividades
influenciadas pelo gênero e pela cultura, como o preparo de alimentos, compras, controle

28
(BRASIL, 2006, p. 2)
29
(MORAES, 2012, p. 11)
30
O Sistema funcional principal possui os seguintes domínios funcionais: cognição, humor, mobilidade e
comunicação. A transferência é um subsistema funcional da mobilidade e a sua independência ocorre quando o
indivíduo se deita e sai da cama sozinho, se senta e se levanta da cadeira sozinho (pode estar usando objeto de
apoio). A independência da continência esfincteriana ocorre quando a micção e evacuação são inteiramente
autocontrolados. É considerada como um subdomínio da mobilidade, pois a sua ausência (incontinência
esfincteriana) é capaz de interferir na mobilidade e restringir a participação social do indivíduo. (MORAES,
PEREIRA, et al., 2017, p. 11 e 43)
35

financeiro, uso telefônico, trabalhos domésticos, uso correto dos medicamentos e sair de casa
sozinho. Para as AVDs instrumentais, os idosos podem ser independentes ou dependentes
parciais, quando ainda são capaz de realizar algumas tarefas, ou dependentes completos,
quando são dependentes para todas elas31.

As atividades relacionadas à integração social referentes às atividades produtivas, recreativas


e sociais são as AVDs avançadas. São extremamente individualizadas e de difícil generalização,
como trabalho formal ou não, gestão financeira, direção veicular, participação em atividades
religiosas, serviços voluntários, organização de eventos, uso de tecnologias e outros. Vale
frisar que a presença de declínio funcional não pode ser atribuída ao envelhecimento normal
e sim às incapacidades mais frequentes no idoso.32 Para as AVDs avançadas, os idosos podem
ser independentes ou dependentes parciais ou completos.33

Conforme o ciclo de vida de cada pessoa e à medida que envelhecem, as diversidades


individuais se acentuam. A capacidade funcional está presente em todas as fases de nossas
vidas. Inicia-se no nascimento, aumentando durante a infância, atinge o seu ápice no início da
vida adulta e em um determinado momento, entra em declínio. Se a pessoa possui um estilo
de vida sedentário haverá um declínio de sua capacidade funcional, o que culminará em um
indivíduo com problemas de saúde e dependente. Porém, se essa mesma pessoa, em qualquer
fase da vida, puder mudar o seu estilo positivamente, poderá reduzir ou até reverter o seu
declínio funcional tornando-se uma pessoa mais ativa, autônoma, independente (Figura 4).
Os fatores de mudança comportamentais podem partir de medidas individuais e legislativas,
assim como de fatores externos sociais e ambientais.

31
(MORAES, PEREIRA, et al., 2017, p. 22)
32
(MORAES, 2012, p. 14)
33
(MORAES, PEREIRA, et al., 2017, p. 84)
36

Figura 4. Gráfico da perspectiva da capacidade funcional no curso de vida.

Fonte: adaptado (ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, et al.,
2018, p. 20).

Características dos pedestres idosos

As deficiências que a cidade apresenta para o deslocamento dos pedestres podem ser
facilmente superadas por uma pessoa ágil e com capacidade física, mesmo que idealmente
deva acomodar diferentes grupos de pedestres com distintas necessidades e capacidades.
Contudo, uma cidade amiga dos pedestres torna-se muito importante a partir do momento
em que o processo de envelhecimento ou as deficiências funcionais reduzem a mobilidade,
visão e/ou audição.

A habilidade de caminhada dos pedestres idosos é diferente daquela das crianças e dos
adultos. Na maioria das vezes, apresentam condições físicas que limitam suas habilidades para
avaliar com precisão a situação no trânsito. Tendem a caminhar mais, por ter mais tempo livre,
para a realização de atividade física ou terem a renda reduzida e, portanto, nenhum carro. Em
comparação com os mais jovens, os pedestres idosos respeitam mais as leis de trânsito e na
hora de atravessar a rua, confiam demasiadamente nos motoristas e semáforos.

Os pedestres idosos, muitas das vezes, enfrentam dificuldades ao atravessar a rua devido aos
tempos de sinais serem curtos para realizar travessias seguras e por terem pouco espaço de
passagem que permitam que outras pessoas possam passar em torno deles sem os atrapalhar.
37

O tempo de travessia de pedestres é calculado considerando a distância da faixa de pedestres


e uma velocidade de caminhada de 1,2m/s34, padrão internacional. A velocidade de
caminhada de pedestres varia de 0,6m/s a 1,3m/s, mas o Instituto de Engenheiros de
Transporte dos Estados Unidos publicou que a velocidade de caminhada pode chegar até
2,4m/s35. Porém, para pedestres mais velhos recomenda-se considerar a velocidade de
caminhada de 0,9m/s. Já o tempo médio de inicialização – início do sinal de permissão para
caminhar até o momento que o pedestre sai do meio-fio – é de 1,9 segundos para pedestres
mais jovens e 2,5 segundos para os pedestres mais velhos.

Porém, a pesquisa realizada na cidade de São Paulo,36 com pedestres idosos aponta que a
velocidade média de caminhada é de 0,75m/s, ainda menor do que a calculada pelo estudo
norte americano. Como as ruas de São Paulo funcionam com o cálculo de deslocamento de
1,2m/s, não há segurança para que os idosos as atravessem no seu ritmo habitual, já que cerca
de 98% dos mais velhos não conseguem se deslocar a essa velocidade.

Como é necessário equilibrar os graves problemas de trânsito das grandes cidades brasileiras
com a necessidade das pessoas que têm um deslocamento reduzido, podem-se seguir
soluções inovadoras, como ocorre em Hong Kong, que “adotou uma medida inovadora:
sensores instalados em semáforos reconhecem um “cartão inteligente” transportado por
idosos e pessoas com deficiência, e prolongam o tempo de travessia”37.

A maioria dos idosos apresenta pelo menos algumas das seguintes restrições:

 Redução do equilíbrio, estabilidade postural, velocidade, força e visão (principalmente


sob condições de pouca luz e à noite);
 Tempo de reação mais lento;
 Déficit na percepção e nas habilidades cognitivas;
 Agilidade reduzida para aqueles que usam bengalas ou muletas;
 Problemas com audição, concentração e visão (muitas em grau severo);
 Tendência a superestimar suas habilidades; e

34
(DUIM, LEBRÃO e ANTUNES, 2017, p. 2)
35
(U.S. DEPARTAMENT OF TRANSPORTATION, 2006, p. 6-7)
36
(DUIM, LEBRÃO e ANTUNES, 2017)
37
(DUIM, LEBRÃO e ANTUNES, 2017, p. 6)
38

 Mecanismos de atenção seletiva, como dificuldade de localizar informações relevantes


em ambientes complexos e dificuldade em ouvir os veículos chegando por trás.38

As cidades devem ser mais acessíveis, no sentido de suas ruas e calçadas não possuírem
nenhuma mudança rápida na inclinação cruzada que possa fazer com que pessoas com
andadores tropecem, nenhuma grade, rachadura ou buraco durante o trajeto que possa
prender ou atrapalhar o auxílio para caminhar e possuir fácil comunicação visual que abranja
ampla gama de pessoas. “Cada idoso é um usuário único, pois cada alteração fisiológica pode
ocasionar uma restrição distinta em cada pessoa”39, mas os espaços urbanos projetados para
atender às necessidades de pedestres deficientes geralmente beneficiam toda a
movimentação de pedestres, então essa pode ser uma solução para maioria.

1.2 Legislação

Este item tem como finalidade o estudo das leis, resoluções e documentos no âmbito
internacional e nacional, em ordem cronológica. O propósito é o de demonstrar a evolução
das discussões e assuntos tratados nas normativas referentes às pessoas idosas, com
destaque para as características da cidade que influenciam os idosos.

1.2.1 Legislação Internacional

Em sua resolução 2599, de dezembro de 1969, a Assembleia Geral das Nações Unidas lamenta
não ter sido capaz de analisar questões relativas aos idosos e decide dar prioridade a esse
tema posteriormente. Somente na resolução 2842 de 1971, retoma o assunto sobre o
envelhecimento e alerta para a necessidade de políticas adequadas voltadas à interação dos
idosos com a sociedade, a lidar com suas demandas, a garantir a participação dessa população
na vida nacional e a contribuir para o desenvolvimento de suas comunidades, uma vez que a

38
(U.S. DEPARTAMENT OF TRANSPORTATION, 2006, p. 4-5)
39
(CASTELNOU NETO, 2019, p. 25)
39

população está envelhecendo, e os idosos de países industrializados e em desenvolvimento


são marginalizados.

Em 1973, na resolução 3137, a Assembleia Geral observa que o status dos idosos na sociedade
varia em cada país. Considerando as recomendações do relatório do Secretário Geral sobre o
crescimento dos problemas dos idosos, acompanhado pelas mudanças na estrutura etária das
sociedades, e o consequente aumento da proporção dessa faixa etária em um número
crescente de países, podem-se tomar medidas apropriadas quanto à necessidade de se ter
políticas e programas bem concebidos para o seu bem-estar, saúde, proteção e integração
social. Ainda na mesma sessão, sob a resolução 3138, recomenda que os governos realizem
medidas de segurança social que procurem assegurar, no planejamento e construção urbana
e arquitetônica, ou ainda na renovação de instalações existentes, atenção adequada à
acessibilidade aos idosos.

Convencidos da necessidade de intercâmbio de experiências, exploração de soluções,


elaboração de programas e revisão internacional de alternativas políticas que afetam os
idosos, a Assembleia Geral, em sua resolução 32/132 de 1977, convida todos os países a
comunicarem sua opinião e a conhecerem o ponto de vista da Organização das Nações Unidas
(ONU) a respeito do assunto.

Recordando as resoluções anteriores, a Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua


resolução 33/52 de 1978, decidiu que convocaria para 1982 uma Assembleia Mundial sobre
o Envelhecimento em consulta com os Estados Membros, agências especializadas e
organizações interessadas, como um fórum para lançar programas de ação internacional
destinados a garantir a segurança social aos idosos, chamar atenção sobre os problemas
enfrentados e contribuir para o desenvolvimento nacional.

A Primeira Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento aconteceu em Viena, na Áustria, em


1982, e teve como resultado o Plano de Ação Internacional de Viena sobre o Envelhecimento.
O documento dá prioridade à investigação para a formulação, avaliação e execução de
políticas e programas relacionados ao envelhecimento. Aborda problemas que afetam os
idosos como indivíduos, além daqueles relacionados ao envelhecimento da população.
Desdobra-se também em subtemas como melhoria na saúde, ambiente físico, família, bem-
estar social, políticas e prevenção da deterioração funcional.
40

Quanto aos aspectos humanitários inerentes ao envelhecimento, o documento afirma que a


presença dos idosos em casa, na vizinhança e no convívio social é uma lição insubstituível para
a humanidade, pois os mais velhos podem transmitir valores e educar os mais jovens. O Plano
tem como objetivo uma sociedade integrada, no sentido das diferentes gerações, eliminando
a discriminação e a segregação devido às diferenças de idade, quesitos importantes para o
desenvolvimento social e econômico.

O Plano de Ação propõe diretrizes amplas e estabelece princípios gerais sobre como os países
e comunidades podem enfrentar os diversos temas que envolvem o envelhecimento. De
acordo com o documento, intervenções setoriais em áreas como a saúde, habitação,
atividades sociais, culturais e de lazer são importantes para os idosos, por isso, devem
responder a suas necessidades e limitações particulares, bem como devem ser realizadas em
cada país de acordo com os meios disponíveis. Os efeitos prejudiciais do envelhecimento
prematuro podem ser evitados caso a pessoa adote um estilo de vida saudável, consiga um
equilíbrio entre tempo de lazer, exercício e de trabalho. Com o avanço da idade é comum que
surjam patologias e problemas funcionais negativos, mas se desde a juventude houver uma
prevenção focada na saúde, exercícios físicos e atenção aos fatores ambientais, podem-se
postergar esses efeitos.

O documento cita que uma residência e um ambiente físico adequados são importantes para
que haja bem-estar da população e proporciona aos idosos uma vida digna e segura. Deve-se
levar em conta a capacidade funcional, de mobilidade e comunicação aos idosos para que se
tenha um espaço público que seja familiar e que prolongue a participação dos mais velhos na
sociedade. Os pedestres idosos enfrentam problemas no tráfego e nos meios de transporte
que limitam sua mobilidade e seu desejo de participar de forma ativa na vida da comunidade.
Por isso as vias de circulação devem ser adaptadas para que as pessoas idosas se sintam
seguras em deslocar-se. É importante ainda combater a crescente incidência de criminalidade
envolvendo os idosos, pois estes acabam acuados e com medo de deixar seus lares. Segundo
a 20ª recomendação do Plano de Ação: “A legislação e o planejamento em matéria de
41

desenvolvimento e reconstrução urbana deverão dar especial atenção aos problemas do


envelhecimento, auxiliando na garantia de sua integração social”40.

Trata também do bem-estar social que pode ser atingido por meio de políticas e programas
nacionais, com o objetivo de ampliar o convívio dos idosos na sociedade de maneira mais
independente e mantê-los cidadãos ativos e funcionais. Essas políticas devem proporcionar
um maior e mais fácil acesso a instituições culturais, estimular a participação dos idosos em
atividades de lazer, em aprender a aproveitar de maneira útil o tempo livre, de forma
desempenhem um papel ativo tanto como expectador quanto como participante. Ao nível
internacional, a Assembleia Mundial, onde foi concebido o Plano, busca proporcionar de
maneira efetiva o intercâmbio de informações e experiências, além de estimular a adoção de
medidas e políticas voltadas a atender as necessidades dos idosos.

Ainda em 1982, a Assembleia Geral, na resolução 37/51, reconhece que a população idosa
crescente é um sinal de progresso, sendo um bem para a sociedade devido ao incalculável
acúmulo de conhecimento e experiências. Atenta, no entanto, que a qualidade de vida não é
menos importante que a longevidade e, por conseguinte, as pessoas de idade devem
desfrutar em suas famílias e comunidades uma vida plena, saudável, segura e satisfatória,
sendo parte integrante da sociedade.

Em 1991, foi adotado pela Assembleia Geral, na resolução 46/91 o Princípio das Nações
Unidas em Favor das Pessoas Idosas, onde a ONU encoraja os governos, sempre que possível,
a incorporar os princípios da independência, participação, assistência, realização pessoal e
dignidade das pessoas idosas em seus programas nacionais. Vale destacar que os idosos
devem ter a possibilidade de viver com dignidade em ambientes favoráveis a suas funções,
seguros e adaptáveis a suas transformações. Devem permanecer integrados à comunidade,
compartilhar suas experiências, vivências e habilidades com as outras gerações e participar
cada vez mais no planejamento e execução de políticas relacionadas ao seu bem-estar. Ter
acesso a recursos culturais, recreativos e de saúde para manter o bem-estar físico, mental e
emocional no combate e prevenção de patologias.

40
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1982, p. 10)
42

Em comemoração aos dez anos do Plano de Ação Internacional do Envelhecimento, a


Assembleia Geral convocou, em 1992, a Conferência Internacional sobre o Envelhecimento, e
adota na resolução 47/5 a Proclamação do Envelhecimento. Acredita que com a contribuição
dos idosos para as próximas décadas haverá um desenvolvimento econômico, social e
cultural. Reconhece que o envelhecimento é um processo contínuo e que devemos ter essa
consciência desde a infância. Incentiva, por fim, a celebração do Dia Internacional do Idoso
em 1º de outubro e declara o ano de 1999 como o Ano Internacional das Pessoas Idosas.

Em abril de 2002 foi realizada a Segunda Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento em


Madrid, Espanha, com o objetivo de desenvolver políticas internacionais, mudanças de
atitudes e práticas em todos os níveis para o envelhecimento do século XXI. Adotou-se então,
uma Declaração Política e o Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento.

Em seu primeiro artigo, a Declaração Política informa que o Plano de Ação adota medidas
relacionadas aos idosos e o desenvolvimento de uma sociedade para todas as idades;
promoção da saúde e bem-estar na velhice; e criação de um ambiente propício e favorável.
“Reconhecemos também que as pessoas, à medida que envelhecem, devem desfrutar de uma
vida plena, com saúde, segurança e participação ativa na vida econômica, social, cultural e
política de suas sociedades.”41.

O objetivo do Plano é oferecer um instrumento prático para as autoridades responsáveis e


envolvidas no assunto, o compromisso em proporcionar um envelhecimento digno e seguro
para a população e que os mais velhos possam continuar fazendo parte de sua comunidade
em plenos direitos. Leva em conta também que, para se ter uma velhice sadia, os cuidados
devem ser tomados desde o início da vida.

O tema participação ativa na sociedade e no desenvolvimento salienta que os idosos devem


continuar contribuindo para que haja uma sociedade para todas as gerações e que sejam
erradicadas todas as formas de discriminação para com essas pessoas. Reconhece a
contribuição social, cultural das pessoas idosas, respeita seu direito de viver de maneira digna,

41
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2003, p. 20)
43

e promove a participação dessa faixa etária na sociedade e na cultura com a premissa de tirá-
los do isolamento de casa.

Outra medida é sobre a promoção da saúde e bem-estar na velhice, onde “a Organização


Mundial da Saúde – OMS define a saúde como um estado de completo bem-estar físico,
mental, e social e não meramente como ausência de doenças ou sofrimentos”42. É importante
que ao longo da vida a pessoa se esforce para ter uma boa saúde e bem-estar, o ambiente
físico, apoio social e a cultura também influenciam notavelmente na promoção do modo de
vida saudável.

A promoção de ambiente propício e favorável para os idosos está atrelada ao fato de ser
acessível e seguro, o que pode trazer benefícios para a saúde e bem-estar. Áreas edificadas
residenciais e o transporte adequado para a população idosa também são questões com
crescente importância para países desenvolvidos, uma vez que as novas moradias são
planejadas pensando em famílias jovens que contam com meio de transporte particular. É
importante que haja uma melhoria nos projetos urbanos e garantia de facilidade de acesso a
edificações e locais públicos. Esses novos espaços públicos devem ser livres de obstáculos à
mobilidade e ao acesso e devem ser pensados de maneira que atendam a todas as gerações.

Em 2007, a OMS elaborou o Protocolo de Vancouver43 que foi utilizado em 33 cidades amigas
das pessoas idosas44 ao redor do mundo, sendo uma delas o Rio de Janeiro, em específico no
bairro de Copacabana. Essas cidades foram escolhidas devido aos esforços de governos,
organizações não-governamentais e grupos acadêmicos.

A premissa do projeto é que uma cidade amiga do idoso propicie o envelhecimento ativo e
permita às pessoas mais velhas viverem com segurança, boa saúde e continuem a participar
totalmente da sociedade. O objetivo do protocolo foi o de orientar grupos focais de pesquisa

42
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2003, p. 51)
43
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007)
44
Amã, Jordânia; Cancún, México; Dundalk, Irlanda; Genebra, Suíça; Halifax, Canadá; Himeji, Japão; Islamabad,
Paquistão; Istanbul, Turquia; Kingston e Montego Bay (em conjunto), Jamaica; La Plata, Argentina; Londres,
Inglaterra; Mayaguez, Porto Rico; Melbourne, Austrália; Melville, Austrália; Cidade do México, México; Moscou,
Federação Russa; Nairobi, Quênia; Nova Deli, Índia; Ponce, Porto Rico; Portage La Prairie, Canadá; Portland,
Oregon, Estados Unidos da América; Rio de Janeiro, Brasil; Região metropolitana do Ruhr, Alemanha; Saanich,
Canadá; San José, Costa Rica; Xangai, China; Sherbrooke, Canadá; Tóquio, Japão; Trípoli, Líbano; Tuymazy,
Federação Russa; Udaipur, Índia; Udine, Itália.
44

para que empregassem a mesma abordagem ao realizar a dinâmica e identificar as áreas de


atuação.

A pesquisa foi realizada em abordagem local e pelo método bottom-up – de baixo para cima–
que começa com a experiência de vida dos idosos e conta com o conhecimento e experiência
dos prestadores de serviço público, voluntários, cuidadores e comerciantes locais. O
questionário empregado nos grupos focais era composto por perguntas de aquecimento, oito
tópicos e pergunta de encerramento.

A presente dissertação considerou o questionário do Protocolo (ANEXO 1) para a elaboração


das perguntas utilizadas em entrevistas semiestruturadas próprias (ANEXO 2).

Especial atenção deve ser dada ao tópico de número 1, que aborda espaços ao ar livre e
pergunta sobre projeto e manutenção de calçadas; espaços verdes e áreas de passeio;
iluminação pública; proteção contra sol, chuva ou vento; bancos e áreas de descanso, e
sensação de segurança física. O tópico 4 é fundamental por tratar de respeito e inclusão social,
de que maneira a comunidade mostra ou não mostra respeito pela pessoa mais velha e de
que maneira a comunidade inclui ou não inclui o idoso nas atividades e eventos. Já o tópico 5
aborda atividades sociais e de lazer, e com que facilidade o idoso pode socializar em sua
comunidade.

As respostas adquiridas foram correlacionadas e pôde-se identificar pontos positivos,


negativos e sugestões para a obtenção de uma comunidade e cidade mais entrosada com
relação à idade. Os resultados obtidos podem ser comparados com a lista de verificação que
se encontra no Guia Global das Cidades Amigas das Pessoas Idosas.

O Guia Global das Cidades Amigas das Pessoas Idosas da OMS foi concebido em junho de
2005, na sessão inaugural do XVIII Congresso da Associação Internacional de Gerontologia e
Geriatria (AIGG), no Rio de Janeiro. Porém, sua publicação oficial aconteceu somente em 2007.
O guia é o documento obtido a partir dos estudos realizados nas 33 cidades amigas dos idosos
e é um ponto de partida para ações que tornem a comunidade mais acolhedora ao idoso.

Uma cidade amiga possui estruturas e serviços acessíveis e adaptáveis aos idosos,
independentemente de suas necessidades e capacidades, e proporciona o envelhecimento
ativo, seguro, saudável.
45

O guia aponta que a cidade deve ser amiga de todas as pessoas, independentemente de sua
idade. Deve possuir edifícios e vias de circulação livres de obstáculos de maneira a aumentar
a independência, mobilidade e evitar danos físicos às pessoas. Deve também proporcionar
uma vizinhança segura, permitindo que os idosos se sintam mais confiantes para saírem à rua,
praticar atividades de lazer e participar da vida na urbe e na sociedade, como atividades
recreativas, de socialização e culturais. Por conseguinte, as famílias das pessoas mais velhas
sofrem menos estresse quando existe um apoio comunitário e serviços de saúde e transporte
adequados.

Quadro resumo

A Assembleia Geral das Nações Unidas possui importante papel ao introduzir a temática sobre
políticas adequadas à interação dos idosos com a sociedade. Ao incentivar os países a
discutirem, desenvolverem políticas, programas de ações e expor opiniões, contribuiu para o
desenvolvimento internacional e para que a parcela idosa da população fosse favorecida.

Nota-se que a discussão sobre a população idosa é recente, uma vez que se tornou um assunto
mundial em 1982, muito tempo depois da criação da Organização, em 1945. Os Planos de
Ações Internacionais resultantes das Assembleias Mundiais sobre o Envelhecimento, que
ocorrem a cada 20 anos, são documentos que abrangem o maior número de dimensões
relacionadas aos idosos para a obtenção de uma sociedade integrada. São observações que
apontam desde o convívio familiar até a extensão da sociedade como comunidade, abrange
temáticas sobre a qualidade de vida, saúde, segurança, acessibilidade, família, habitação,
cultura, lazer, exercício físico, transporte, além do mais importante para esta pesquisa:
espaços públicos.

O Protocolo de Vancouver serviu de orientação para que grupos de pesquisas ao redor do


mundo se alinhassem e ajudassem na obtenção de sugestões para que as cidades sejam mais
entrosadas e amigáveis com os idosos, o que resultou no Guia Global das Cidades Amigas das
Pessoas Idosas. Além de uma abordagem global, o Protocolo é um dos documentos base desta
pesquisa no direcionamento das perguntas realizadas nas entrevistas semiestruturadas com
a temática dos espaços ao ar livre, inclusão social e as atividades sociais e de lazer.
46

O quadro resumo (Tabela 1) apresenta uma síntese da cronológica dos documentos


estudados, onde se pode verificar de maneira ágil a evolução e o aparecimento de algumas
dimensões nas normativas internacionais com relação à temática idoso e o espaço público.

Tabela 1. Correlação das dimensões com as legislações internacionais.

Bem-estar | Qualidade de vida


Integrado à sociedade
Documento Ano

Espaço público

Exercício físico
Acessibilidade

Transporte
Segurança

Habitação
Cultura
Família
Saúde

Lazer
Resolução 2842 1971 ●
Resolução 3137 1973 ● ● ● ●
Resolução 3138 1973 ● ●
Resolução 33/52 1978 ●
I Assembleia Mundial- Plano de Ação
1982 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Internacional de Viena sobre o Envelhecimento
Resolução 37/51 1982 ● ● ● ● ●
Resolução 46/91-
Princípio das Nações Unidas em Favor das 1991 ● ● ● ● ● ● ●
Pessoas Idosas
Resolução 47/5-
1992 ● ● ● ● ● ●
Proclamação do Envelhecimento
II Assembleia Mundial- Declaração Política-
Plano de Ação Internacional de Madrid sobre o 2002 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Envelhecimento
Protocolo de Vancouver 2007 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Guia Global das Cidades Amigas das Pessoas
2007 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Idosas

1.2.2 Legislação Nacional

A Constituição Federal do Brasil45, de 1988, estabelece diretrizes e ações de governo que


visam à assistência social ao idoso. Os principais tópicos da Carta Magna que tratam do tema
estabelecem que cabe à família, à sociedade e ao Estado o dever de amparar, assegurar a
participação da pessoa idosa na comunidade, defender a dignidade, bem-estar e garantir-lhes
o direito à vida; também instruem que os programas de amparo serão executados

45
(BRASIL, 1988)
47

preferencialmente em seus lares; e instituem aos maiores de 65 anos a garantia a gratuidade


dos transportes coletivos urbanos.

A lei no 8.842 de 1994, dispõe sobre a Política Nacional do Idoso (PNI) criada em resposta a
primeira Assembleia Mundial da ONU, de 1982, e oficializa a preocupação do governo
brasileiro com a temática, reconhecendo a importância da atenção ao envelhecimento
populacional do Brasil. Conforme descrito no art. 1º, o objetivo da PNI é assegurar os direitos
sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação
efetiva na sociedade. É importante que haja uma participação, ocupação e convívio do idoso
com as demais gerações. A família, sociedade e Estado devem assegurar o direito à cidadania,
participação comunitária, defender a dignidade, bem-estar e direito à vida do idoso. Aos
ministérios compete a elaboração de propostas orçamentárias que vise o financiamento de
programas nacionais compatíveis com o documento, nas áreas de saúde, educação, cultura,
esporte, lazer, entre outras. Cabe aos órgãos e entidades públicas na área de habitação e
urbanismo diminuir as barreiras arquitetônicas e urbanas; e, na área de cultura, esporte e
lazer, incentivar os idosos a desenvolverem atividades culturais, incentivar e criar programas
de lazer, esporte e atividades físicas que propiciem a melhora na qualidade de vida e estimule
a participação do idoso na comunidade.

Não poderia deixar de citar que, em maio de 2002, pelo decreto nº4.227, foi criado o Conselho
Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI), vinculado à Secretaria Especial de Direitos Humanos
da Presidência da República. Inicialmente com caráter consultivo, o Conselho se tornou
deliberativo em 2004.

Considerado uma conquista para os idosos brasileiros, o Estatuto do Idoso, criado pela Lei nº
10.741, em 1º de outubro de 2003, determina ser dever do Estado garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e à saúde, mediante políticas públicas que permitam um envelhecimento
saudável e em condições de dignidade. O Estatuto institui que a pessoa idosa é aquela com
idade igual ou superior a 60 anos e cita direitos fundamentais como a saúde, cultura, lazer,
transporte, habitação. De acordo com o Estatuto, o Estado e a sociedade têm a obrigação,
conforme consta na Constituição e nas leis, de assegurar ao idoso a liberdade, o respeito e a
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais. O
documento aponta o direito à liberdade como a faculdade de ir, vir e estar nos logradouros
48

públicos e espaços comunitários; prática de esportes e de diversão; participação na vida


familiar e comunitária; e outros aspectos.

A 1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (1ª CNDPI) ocorreu em Brasília, em
maio de 2006, sob o tema: Construindo a Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa
(RENADI), que teve como referência Plano de Ação Internacional de Viena para o
Envelhecimento proposto pela Organização das Nações Unidas, a Política Nacional do Idoso e
o Estatuto do Idoso. As deliberações finais constam em um documento separadas por eixos
temáticos.

Um dos eixos mais importantes para esse estudo é o quinto, que trata da assistência social à
pessoa idosa. Ele discorre que ações nessa esfera devem ser desenvolvidas em articulação
com órgãos governamentais e também não governamentais, como trabalhos com a família e
sociedade civil, abrangendo aspectos socioeducativos, econômicos, culturais e de lazer. Já o
sétimo eixo versa sobre a garantia de todos os idosos, de todos Municípios e sem limitação de
idade terem acesso às práticas de atividades educativas, culturais, esportivas e de lazer. Deve-
se implementar políticas públicas e adequar os espaços existentes, bem como construir novos
espaços. Instrui também a adaptação e utilização dos espaços públicos e centros de
convivência para realização de atividades programadas, com acompanhamento médico e de
profissionais de educação física. A implantação dos Conselhos de Esporte e Lazer, Turismo e
Cultura deve ser estimulada e garantir a representação da parcela idosa. Nos Municípios onde
não existem as devidas Secretaria de Desporto e Lazer, Educação e Assistência Social devem-
-se desenvolver ações voltadas para os mais velhos, garantir que as atividades física, cultural
e de lazer sejam desenvolvidas de forma regular, contínua, intergeracional e assistidas por
profissionais.

A 2ª Conferência regional intergovernamental sobre envelhecimento na América Latina e


no Caribe, realizada em Brasília, em dezembro de 2007, resultou na formatação da Declaração
de Brasília, cujo objetivo é o de promover uma sociedade para todas as idades e o de
responder às oportunidades e aos desafios que o envelhecimento da população enfrentará
nas próximas décadas. É importante que a sociedade e os governos obtenham uma
consciência sobre a evolução da estrutura populacional quanto ao ritmo de envelhecimento
demográfico e seu resultado na economia, saúde, sociedade e cultura. Uma das considerações
49

da Declaração é a promoção da implementação de iniciativas voltadas para a melhora da


acessibilidade do espaço público.

Em resposta a 1ª CNDPI, com o objetivo de avaliar a implementação da RENADI, realizou-se,


em março de 2009, em Brasília, a 2ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (2ª
CNDPI), que teve como tema: Avaliação da Rede Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos
da Pessoa Idosa: Avanços e Desafios. Pautada pela universalidade, interdependência e
indivisibilidade dos Direitos Humanos em busca de estratégias para garantir o envelhecimento
digno e saudável, e a valorização do idoso46. A 2ª Conferência propõe que os editais de
licitação de serviço público devam contemplar temas como transporte e saúde que visem e
respeitem as normas de ergonomia e acessibilidade em atendimento às pessoas idosas. Uma
das propostas do eixo temático sobre a atenção à saúde é o de estimular, por meio dos
profissionais da área, a permanência dos idosos na comunidade, junto à família,
desempenhando papel social ativo, respeitando sua autonomia e independência. O item
direito ao esporte e lazer pertencente ao 6º eixo nessa conferência, e descreve alguns
programas específicos oferecidos pelo governo para as pessoas idosas que promovem acesso
a atividades esportivas e de lazer que visam a melhora na qualidade de vida. A fim de que as
pessoas com mais de 60 anos possam se favorecer dessas políticas e ações, é necessário que
se criem condições de acessibilidade para as diferentes deficiências e mobilidades e também
aumentem a oferta de esportes e lazer. Um quesito citado como problema é “a ausência de
equipamentos públicos, como praças e parques acessíveis, bem como de segurança pública
que possibilite a interação intergeracional”47. Tem-se como propostas desse eixo
desenvolver ações entre as várias gerações nas áreas do esporte, cultura, lazer e educação,
garantir o acesso simultâneo para todos à prática dessas atividades, valorizar as experiências
das pessoas idosas, de maneira que ofereça um envelhecimento digno, saudável e com
melhora na qualidade de vida. O sétimo eixo temático aborda transporte, cidades e meio
ambiente. Menciona que, para as pessoas da terceira idade obterem um envelhecimento
digno, deve-se garantir o direito de ir, vir e estar nos espaços públicos e comunitários
permitindo autonomia, o que acaba por contribuir com os seus Direitos Humanos. A
acessibilidade é um direito indispensável para essa parcela da população, e pode ser obtida

46
(CNDI, SEDH/PR e GF, mar. 2009, p. 8)
47
(CNDI, SEDH/PR e GF, mar. 2009, p. 97)
50

em parte pela retirada de barreiras arquitetônicas e ambientais e a eliminação de construções


irregulares e ilegais, como nos estabelecimentos comerciais. Além disso, deve-se garantir o
livre acesso às áreas urbanas, por meio da execução de calçadas e rampas antiderrapantes,
corrimãos e instalação de mobiliário conforme as diretrizes normativas. A conferência
relembra também a implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados para os
idosos como mencionado no art. 38 do Estatuto do Idoso. Propõe o cumprimento do Decreto
de Acessibilidade nº 5.296/04 em consonância com as normas da ABNT, de modo a permitir
acessibilidade para os idosos na adequação das vias públicas, semáforos, mobiliário, espaços
de lazer, transporte entre outros de uso individual ou coletivo. Por fim admite que, a despeito
dos progressos, ainda há muito a se fazer em prol das pessoas mais velhas, como acesso ao
lazer e à plena mobilidade, promover campanhas educativas e criar medidas punitivas ao
descumprimento da legislação.

A 3ª Conferência Nacional de Direitos da Pessoa Idosa (3ª CNDPI) aconteceu em novembro


de 2011, em Brasília e teve como tema central: O Compromisso de Todos por um
Envelhecimento Digno no Brasil. Entende-se como “todos” – os idosos, sociedade, gestores
das políticas e conselheiros. Os direitos dos idosos estão contemplados em várias leis e atos
normativos. Para a realização da conferência tem-se como como fundamentos: a Constituição
Federal de 1988, a Política Nacional do Idoso de 1994 e o Estatuto do Idoso de 2003. O
documento lista 26 propostas prioritárias, entre as quais está a exigência de se cumprir a
legislação vigente quanto à acessibilidade das pessoas idosas nas áreas de infraestrutura.
Propõe a promoção de ações integradas, como por exemplo: Habitação e Políticas da Cidade,
e Cultura, Lazer e Turismo, entre poder público e sociedade civil organizada, com o intuito de
fortalecer as políticas de atendimento ao idoso, uma vez que o assunto diz respeito a toda
sociedade.

A Carta de Brasília é o documento resultado do I Seminário Internacional sobre Políticas de


Cuidado de Longa Duração para Pessoas Idosas no Brasil que ocorreu em outubro de 2015,
na capital federal. Pode-se constatar do documento que o grupo que tem crescido mais
significativamente no país é o de idosos longevos, que são as pessoas com idade igual e acima
dos 80 anos. Os fatores determinantes de como uma pessoa idosa fica velha dependem das
51

condições de vida de cada um, do contexto socioeconômico e cultural.48 A carta aponta que a
família é a principal responsável em relação ao cuidado com o idoso dependente, mas com as
mudanças na estrutura familiar, esse cuidado está diminuindo, o que implica uma nova divisão
de trabalho com a participação mais presente da sociedade e do Estado fornecendo apoio
social e saúde.

O tema da 4ª Conferência Nacional de Direitos da Pessoa Idosa (4ª CNDPI), realizada em abril
de 2016, em Brasília, foi: Protagonismo e Empoderamento da Pessoa Idosa – Por um Brasil de
Todas as Idades. A conferência ofereceu um espaço de debate e articulação para as diretrizes
de diversas políticas públicas, tais como esporte, cultura, turismo, lazer e saúde. O 1º eixo
temático sobre gestão (programas, projetos, ações e serviços), explana que o governo passou
a adotar uma forma intersetorial de execução de políticas públicas, com a chegada do Estatuto
do Idoso, permitindo a inclusão de novos atores sociais no processo de gestão dos espaços
públicos.

Contando com o auxílio da Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da


Saúde – OPAS/OMS e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, o
Brasil lançou, em abril de 2018, a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa. O documento
busca dar diretrizes para a melhora da vida dos idosos brasileiros de maneira ativa, saudável,
cidadã e sustentável, com foco na população idosa inscrita no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal e, futuramente, toda a população idosa. A avaliação e o
desenvolvimento dos Planos de Ação foram ajustados segundo as recomendações da OMS à
nossa realidade, com vista a adaptar as cidades às necessidades dos idosos. Os domínios da
vida urbana, que são: espaços ao ar livre e edifícios; transportes; habitação; respeito e inclusão
social; participação social; comunicação e informação; participação civil e emprego; e apoio
comunitário e serviços de saúde, estão presentes no Plano e são a principal influência na saúde
e qualidade de vida dessa população.

A 5ª Conferência Nacional de Direitos da Pessoa Idosa havia sido convocada pelo Decreto nº
9.620/2018, para novembro de 2019, em Brasília. Porém o Decreto nº 10.043/2019 alterou o
decreto anterior convocando a 5ª CNDPI para o ano de 2020, a ser realizado em Brasília, com

48
(OPAS/OMS e MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015, p. 1)
52

data a ser estabelecida com antecedência mínima de sessenta dias, por ato do Ministro de
Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mas até o momento não ocorreu
provavelmente por conta da pandemia de COVID 19, doença provocada pelo vírus SAR-CoV-2
(Novo Coronavírus), que impôs restrições aos eventos coletivos. Tema previsto para a 5ª
CNDPI: Os Desafios de Envelhecer no Século XXI e o Papel das Políticas Públicas. O primeiro
eixo temático abordaria os direitos fundamentais na construção e na efetivação de políticas
públicas relacionadas com os seguintes subeixos: saúde; assistência social; previdência;
moradia; transporte; e cultura, esporte e lazer.

Quadro resumo

A temática da pessoa idosa ganhou espaço na discussão nacional por meio da Política Nacional
do Idoso (1994), 20 anos após o início da discussão no âmbito internacional, reforçando o
previsto seis anos antes na Constituição Federal e com o objetivo de assegurar os direitos
sociais dos idosos e criar condições para promover sua autonomia, integração e participação
efetiva na sociedade. O Estatuto do Idoso (2003) foi um marco para os idosos no Brasil ao
regular os direitos fundamentais e instituir quem é a pessoa idosa.

A partir de 2006, o Brasil busca melhorar o desenvolvimento e promoção de ações e


discussões relacionadas à temática da pessoa idosa, por meio das Conferências Nacionais dos
Direitos das Pessoas Idosas. Dentre as deliberações discutidas nas leis e atos normativos, vale
ressaltar as relacionadas aos espaços públicos. Deve-se fazer cumprir o acesso ao lazer e à
plena mobilidade e acessibilidade nos espaços públicos para permitir a autonomia dos idosos
e prover mobiliários e equipamentos urbanos adequados que possibilitem a interação
intergeracional.

Fez-se, também, um quadro resumo (Tabela 2) com as normativas nacionais correlacionadas


cronologicamente com as dimensões que abarcam a temática idoso e espaço público.
53

Tabela 2. Correlação das dimensões com as legislações nacionais.

Bem-estar | Qualidade de vida


Integrado à sociedade

Segurança | Proteção
Documento Ano

Espaço público

Exercício físico
Acessibilidade

Transporte
Habitação
Cultura
Família
Saúde

Lazer
Constituição Federal do Brasil 1988 ● ● ● ● ●
Política Nacional do Idoso 1994 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Estatuto do Idoso 2003 ● ● ● ● ● ● ●
1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa
2006 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Idosa
2ª Conferência regional intergovernamental
sobre envelhecimento na América Latina e no 2007 ● ● ● ● ● ●
Caribe- Declaração de Brasília
2ª Conferência Nacional de Direitos da Pessoa
2009 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Idosa
3ª Conferência Nacional de Direitos da Pessoa
2011 ● ● ● ● ● ● ● ●
Idosa
Carta de Brasília 2015 ● ● ● ● ●
4ª Conferência Nacional de Direitos da Pessoa
2016 ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Idosa
Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa 2018 ● ● ● ● ● ●

1.2.3 Análise Prática das Legislações

O envelhecimento faz parte do processo de vida e deve ser reconhecido como tal. Para isso,
são necessárias políticas bem estabelecidas e que permitam o desenvolvimento social e
econômico, para que se tenha uma sociedade integrada com enfoque no envelhecimento.

Os Planos de Ações divulgados pela OMS são documentos que propõem diretrizes,
estabelecem princípios de maneira ampla diante do aumento populacional relativo dos mais
velhos e são voltados aos problemas e necessidades relacionadas aos idosos em todo o
mundo. Os programas de ações devem ser adaptados à realidade de cada país conforme suas
prioridades, possibilidades materiais e valores culturais.

O Protocolo de Vancouver e o Guia Global são documentos que incentivam outras pesquisas
a seguirem a mesma linha de raciocínio até para que se obtenham mais respostas e ampliem
o arcabouço teórico relacionado as cidades mais amigas dos idosos.
54

Nacionalmente, até a 2ª CNDPI (2009), percebe-se uma preocupação na busca por novas
respostas com relação às temáticas que envolvem os idosos. As Conferências realizadas depois
remetem sempre às mesmas leis, sem demonstrar grandes avanços.

Sabe-se que as legislações, planejamentos e reconstruções urbanas devem considerar os


problemas enfrentados pelos mais velhos e garantir sua integração social. As diretrizes e
problemas que aparecem nessas Conferências foram levantados e estão explícitas para que
possamos nos aprofundar e avançar nessas questões. Essas políticas são atendidas em parte
pelos governantes e isso se reflete nas cidades, em seus espaços públicos e na própria
população idosa.

Como citado na 2ª CNDPI, há muito a se fazer em prol das pessoas mais velhas, como acesso
ao lazer e à plena mobilidade, e outro problema é a ausência de espaços públicos, como
praças e parques acessíveis, tal como de segurança pública que viabilize a interação entre
gerações. Esta dissertação mostra a realidade de três parques no Distrito Federal, suas
relações com as cidades onde se inserem e suas configurações internas. A intenção é a de
apresentar recomendações aos presentes problemas e que essas soluções possam ser
utilizadas por diferentes parques, inspirar novas diretrizes de governo e proporcionar
qualidade de vida ao idosos por meio de espaços públicos acessíveis, seguros e amigáveis.

1.3 Arquitetura e Apropriação Social

Essa pesquisa considera a arquitetura como lugar que tem efeitos49. As práticas sociais que
ocorrem nesses espaços são percebidas como atividades e os agentes destas práticas são seus
sujeitos. Com isso, tem-se a vida pública que são as ações desenvolvidas pelas pessoas nos
espaços públicos. Este item trata da relação da configuração física dos espaços públicos em
conjunto à apropriação social.

A arquitetura é identificada, dentro de seu ethos, como sendo variável dependente e


independente, concomitantemente50. Quando a arquitetura é definida pelo ambiente

49
(TENORIO, 2012, p. 25)
50
(HOLANDA, 2006, p. 2)
55

socionatural em que atua, como nos ambientes naturais (relevo, hidrografia e clima) e nos
ambientes sociais (conhecimento científico-tecnológico e interesses econômico-político-
ideológicos) estuda-se o aspecto dependente. Já o aspecto independente é o efeito que a
arquitetura causa nas pessoas e seu impacto no meio ambiente do qual usufruímos.

Esta dissertação considerará o aspecto independente e como a arquitetura afeta as pessoas.

Para Holanda,51 são oito os efeitos da arquitetura sobre as pessoas, que podem ser
classificados como aspectos, dimensões ou faces. Esses efeitos estão subdivididos em impacto
prático, os quatro primeiros – funcionais, econômicos, bioclimáticos e sociológicos –, e
impacto expressivo, os quatro últimos – topoceptivos, simbólicos, afetivos e estéticos. Esta
dissertação considera as oito dimensões de Holanda, uma vez que as características de um
lugar podem se correlacionar de diferentes maneiras aos diversos aspectos da arquitetura
(Figura 5).

Figura 5. Arquitetura como variável dependente e independente.

Um dos aspectos que merece atenção por afetar a arquitetura como variável independente é
a dimensão sociológica, que é analisada pela teoria da Sintaxe Espacial.

Abordar arquitetura pelos aspectos sociológicos é focar as relações arquitetura x


sociedade especificamente quanto às relações entre configurações de edifícios,
cidades e da paisagem natural entendida como arquitetura e as maneiras pelas quais
as pessoas fazem o quê, como, onde, quando e com quem: como se estruturam
encontros interpessoais, de forma mais ou menos planejada, mais ou menos casual,
concentrados (ou não) no espaço ou no tempo. (HOLANDA, 2015, p. 84).

51
(HOLANDA, 2015, p. 71)
56

Castelnou frisa que “a arquitetura desempenha papel fundamental na busca por qualidade de
vida”52 e que deve garantir soluções espaciais para que as pessoas possam acessar e
permanecer nos espaços de maneira adequada, confortável, segura e universal.

A arquitetura abriga práticas sociais em um sistema que abrange barreiras e permeabilidades


ao movimento dos corpos; transparências, translucidez e opacidades à visão, e cheios
(elementos-meio da arquitetura) e vazios (elementos-fim). Quanto ao sistema social, este
implica a organização de grupos de pessoas no espaço e no tempo, promovendo encontros e
esquivanças, e concentração e dispersão.

É por meio dos volumes – cheios nos prédios e vazios nas praças e parque – que é possível
sabermos onde estamos situados. Os cheios formam um meio que nos permite compreender
e usar os lugares. Os vazios, elementos artificiais que favorecem o convívio e o encontro das
pessoas, conectam-se com áreas gramadas e livres de construção.

Por meio da teoria da Sintaxe Espacial, estuda-se as relações entre a configuração do lugar e
sua apropriação pelas pessoas. O livro fundador da Teoria da Lógica Social do Espaço ou Teoria
da Sintaxe Espacial53 fui publicado em Londres, em 1984, pelos ingleses Bill Hillier e Julienne
Hanson. A teoria procura entender as relações entre a configuração urbana e suas implicações
ao funcionamento da sociedade, entendendo que um exerce interferência sobre o outro. Seu
fundamento é de que há uma lógica social no espaço, assim como há uma lógica espacial na
sociedade.

É um conjunto de métodos e ferramentas para análise espacial e quantitativa, que


mede a eficiência dos espaços públicos a partir da forma urbana e relaciona esses
resultados com práticas sociais. A Sintaxe Espacial analisa sob um contexto
sistêmico, ou seja, como uma parte da cidade (uma rua, por exemplo) se relaciona
com o todo. As medidas resultantes da análise quantificam o potencial de
acessibilidade espacial da cidade. (CASTRO, 2016).

Dentre as diversas ferramentas utilizadas pela Sintaxe Espacial, esta dissertação se utilizará de
mapa axial para o entendimento das relações dos parques com suas respectivas cidades, ou
seja, serão analisados os aspectos na escala global (integração, HH Rn) e na escala local
(integração, HH R3).

52
(CASTELNOU NETO, 2019, p. 23)
53
(HILLIER e HANSON, 1984)
57

O aspecto global é a análise do efeito que a cidade como um todo ou da área onde se situa o
espaço público em questão desempenha no local, visando as faces sociológicas e funcionais.
Portanto, o aspecto local considera as características físicas do espaço público e os elementos
de sua fronteira para que seja bem-sucedido. As variáveis estudadas relacionam-se às oito
dimensões de Holanda, aprofundando-se mais uma vez nos efeitos sociológicos e funcionais.

Hillier e Hanson atribuem a base teórica da Sintaxe Espacial à organização do espaço em


função da forma como as pessoas se encontram no espaço público, a solidariedade social.
Esses encontros são promovidos de duas formas: solidariedade mecânica ou solidariedade
orgânica. A primeira forma é programada, em grupos homogêneos. Já a segunda é de maneira
aleatória, em grupos variados.

Em O Espaço de Exceção (2018), ao estudar a lógica da forma espacial dos assentamentos


humanos dos Maias comparados aos dos Hopis, Holanda extrai dois paradigmas: o da
formalidade e o da urbanidade54. O paradigma da formalidade está alinhado aos preceitos da
solidariedade mecânica e o paradigma da urbanidade aos da solidariedade orgânica. A Tabela
3, expõe de maneira prática as características de ambos os paradigmas.

Tabela 3. Paradigma Formalidade x Paradigma Urbanidade.


Paradigma Formalidade Urbanidade
(Maias) (Hopis)
Solidariedade Mecânica Orgânica
(encontros de forma programada, (encontros de maneira aleatória, em
em grupos homogêneos) grupos variados)
Civilização Altamente desenvolvida Igualitária e organização de nível
tribal
Assentamentos Muito populosos, porém Pequenos, porém muito densos
humanos rarefeitos (baixa densidade)
Organização Forte hierarquização, Baixa hierarquização,
segmentação social, dispersão, complementares,
especialização e segregação interdependentes, integradas.
Sociedades Menos democráticas, com Mais democráticas, com grupos
historicamente grande desigualdade social grandes e heterogêneos

Os paradigmas são estudados em três níveis analíticos, sendo o da vida social, da vida espacial
e dos padrões espaciais. Para Holanda, formalidade e urbanidade “comunicam

54
(HOLANDA, 2018, p. 127)
58

simultaneamente ideias relativas ao espaço físico – e, portanto, a padrões espaciais – e ideias


relativas a comportamentos humanos – e, portanto, à vida espacial e à vida social. ”55

O paradigma da formalidade impõe certo distanciamento social devido a sobriedade do


espaço, os indivíduos encontram-se de forma programada e estão fortemente hierarquizados,
organizados em grupos homogêneos. É caracterizado espacialmente por possuir grandes
dimensões, o que implica predominância de vazios (grande percentual de espaço aberto), má
definição de seus limites, que são pouco legíveis, e baixa densidade.

Apresenta também edifícios isolados, forte separação entre o interior e o exterior, espaço
cego quando não há portas abrindo para o local e ocorrência de espaços residuais. Por sua
vez, a utilização desses lugares convexos maiores é simbólica e predomina, assim, a paisagem
de objetos.

Espaços convexos56 são aqueles com formato bem definido, com limites contíguos, claros e
precisos. Holanda traz uma conceituação que nos ajuda a entender melhor o significado de
espaço convexo:

um espaço convexo corresponde ao que entendemos por "lugar" numa pequena


escala: a de um trecho distinto de uma rua, a de uma praça. Ao caminhar pelo espaço
aberto da cidade, sabemos intuitivamente que frequentemente cruzamos transições
(invisíveis) entre dois lugares (entre dois espaços convexos), ao dobrarmos uma
esquina, ao penetrarmos numa praça. A técnica de convexidade permite explicitar
essa intuição: as fronteiras invisíveis entre esses lugares se transformam em
segmentos de linha reta no mapa de convexidade. (HOLANDA, 2018, p. 90)

Já o paradigma da urbanidade é constituído por características opostas. O espaço urbano


possui mais pessoas, proporciona encontros aleatórios, é mais igualitário, com grupos grandes
e heterogêneos. Seus espaços são menores, havendo predominância dos cheios (alta
densidade), seus limites são bem definidos por haver contiguidade dos edifícios e por
consequência o espaço convexo é mais facilmente legível.

Caracteriza-se pela permeabilidade entre o interior e exterior, o percentual de portas que


abrem para o espaço é grande, o que proporciona mais pessoas passando pelo local e mais
gente na rua. No que lhe concerne, os lugares convexos menores são historicamente

55
(HOLANDA, 2018, p. 120)
56
Sua origem vem da definição de espaços exteriores positivos e negativos de Alexander et al. (CHRISTOPHER,
ISHIKAWA, et al., 1977, p. 518)
59

identificados com utilização secular57 (dia a dia). Pode-se referir a este paradigma como
paisagem dos lugares.

Segundo Tenorio, pode-se extrair que tanto a presença de espaços convexos grandes quanto
de espaços convexos menores é importante para a cidade, porém este último é o mais
favorável à vida cotidiana. A cidade deve oferecer mais desses espaços seculares para que
haja mais pessoas nas ruas58. Deve-se pensar o mesmo para os parques. Estes precisam situar-
-se em locais com características semelhantes às do paradigma da urbanidade. É preferível
que as cidades ofereçam mais espaços públicos verdes menores e bem estruturados do que
espaços públicos verdes residuais, desde que o objetivo de preservação ambiental seja
mantido.

A verdadeira função do parque público59 é a de ser um espaço livre público e dedicado ao lazer
dos cidadãos, formado por vegetação e em constante processo de recodificação. Os parques
públicos pertencentes às cidades brasileiras devem atender cada vez mais às solicitações
diversificadas de lazer, tanto esportivas como culturais. O lazer contemplativo é uma
característica necessária para que a população possa encontrar um ambiente tranquilo e livre
do estresse do trabalho e agitação da cidade.

Hoje, podemos partir do princípio de que a maioria dos parques situados em meio urbano são
locais carentes que precisam da dádiva da vida e da aprovação da população. Segundo Jane
Jacobs, “os parques, por si sós, não são nada”60. Ao serem utilizados pelas pessoas os parques
ganham vida e se tornam um sucesso; quando não são usados, acabam condenados ao
fracasso e são alvo de vandalismo. É apropriado que os parques ofereçam espaços de convívio
de menores dimensões para proporcionar maior integração social e características
relacionadas à urbanidade. Outro fator que influencia na vida dos parques é a sua vizinhança.

A diversidade de usos edilícios, com diversidade econômica e social, situados no entorno do


parque são ideais para proporcionar uma variedade de usuários que o utilizem em horários

57
(HOLANDA, 2018, p. 93)
58
(TENORIO, 2012, p. 168)
59
(MACEDO e SAKATA, 2010, p. 13)
60
(JACOBS, 2011, p. 100)
60

diferentes. Para que um parque situado na urbe tenha vida é importante que sua vizinhança
seja diversificada, capaz de utilizá-lo e mantê-lo, e que haja integração entre eles.

Os parques urbanos não conseguem de maneira alguma substituir a diversidade


urbana plena. Os que têm sucesso nunca funcionam como barreira ou obstáculo ao
funcionamento complexo da cidade que os rodeia. Ao contrário, ajudam a alinhavar
as atividades vizinhas diversificadas, proporcionando-lhes um local de confluência
agradável; ao mesmo tempo, somam-se à diversidade como um elemento novo e
valorizado e prestam um serviço ao entorno. (JACOBS, 2011, p. 110).

Assim como as cidades pulsantes, os parques precisam de diversidade de uso e usuários ao


longo do dia para que o seu sucesso se reflita na sociedade. A integração com a vizinhança e
cidade, e a permeabilidade interna e externa são características típicas da urbanidade que
devem ser pensadas em favor aos parques. Assim, teriam mais vida, seriam mais acessíveis e
atenderiam melhor aos idosos, que estão entre os grupos que possuem menor mobilidade,
como também a toda sociedade.

Baseados nos conceitos discutidos até aqui, no próximo capítulo será discutido quais foram as
ferramentas utilizadas para ajudar a entender como os parques – objetos de estudo – podem
causar efeitos no uso, apropriação e interação dos idosos e como esses espaços públicos se
relacionam em termos globais e locais.
61

CAPÍTULO 2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O capítulo anterior foi dedicado à pesquisa teórica de revisão bibliográfica, com a função de
traçar um norte para a pesquisa, aprofundando-se na temática dos idosos, alicerçada em
legislações internacionais e nacionais e no entendimento de conceitos relacionados à
arquitetura e à apropriação social. Essa fase foi fundamental para que se chegasse ao método
que norteia a pesquisa e as diversas ferramentas necessárias para que atendessem aos
objetivos da dissertação, questões essas que serão analisadas a partir de agora.

Já os resultados obtidos por meio da estrutura de análise abordada neste capítulo serão
apresentados nos capítulos subsequentes.

2.1 Critérios de seleção

Para que a pesquisa pudesse ser realizada de maneira investigativa e comparativa, usou-se
como critério de classificação os diferentes grupos de renda domiciliar das Regiões
Administrativas. Correlacionou-se a população de idosos conforme cada grupo e entendeu-se
o quantitativo de infraestrutura urbana localizada próxima aos domicílios conforme as
diferentes rendas.

Em seguida, pôde-se partir para o processo de escolha dos parques. Identificou-se todos os
parques ecológicos, distritais e urbanos existentes no DF. Conceituou-se as três classificações
de parques existentes conforme a atual normativa, e estabeleceu-se os critérios de escolha e
classificação dos parques.

Catalogou-se os parques em ordem crescente conforme suas dimensões, informou-se a


localização e usou-se cores distintas para os diferentes grupos de renda domiciliar para
identificar a escolha de maneira fácil e visual. Este último critério ajuda na definição do
quantitativo de parques a serem estudados.

Foram estabelecidos os critérios básicos fundamentais para seleção dos parques que seriam
os objetos de estudo, nesse caso suas semelhanças, tendo em mente o público-alvo a ser
estudado, que são os idosos. Considerou-se suas dimensões, localização, infraestruturas
construídas e se a forma de inserção na malha urbana é de fácil acesso à população. Para a
62

seleção dos dois últimos critérios utilizou-se as ferramentas da Sintaxe Espacial, os mapas
axiais e foi feita uma breve visita virtual utilizando os serviços de pesquisa e visualização:
Google Earth ou Google Maps, no modo street view.

Em relação à Integração Global (HH Rn), o mapa axial resultante representa em cores quentes
– vermelho, laranja – as vias mais fáceis de serem topologicamente acessadas, em média, a
partir de todas as demais do sistema, isto é, percorre-se, em média, um menor número
mínimo de inflexões de percurso entre todas as linhas do sistema e as mais integradas. A
variável integração reflete o grau de acessibilidade da malha urbana, pois é uma medida
relacionada às centralidades61. Vias mais integradas concentram maior circulação de pessoas
e localizam-se nas áreas da cidade com maior inserção no tecido urbano. O mapa é composto
por linhas representativas dos eixos de vias da malha urbana, que são resumidas em um
número menor de retas que representam as vias, com o objetivo de simplificar os percursos
da cidade, produto das barreiras e permeabilidades (cheios e vazios).62

Ao final foram escolhidos 3 parques para o estudo.

Uma vez definido os objetos de pesquisa, explanou-se sobre os equipamentos de ginástica ao


ar livre mais utilizados pela população alvo. Foi feito o levantamento geral das informações
das RAs referentes aos parques, como habitantes, quantitativo da população e infraestrutura
urbana. Também foram apuradas as informações gerais dos parques, como decretos de
criação, terreno, equipamentos de lazer, infraestrutura, segurança e vizinhança.

Com o levantamento geral das informações realizado, fez-se uma visita in loco para validar a
escolha final. Foram também acrescentados e corrigidos os dados levantados, explorou-se o
parque por meio de caminhadas, tirou-se fotografias e conversou-se com alguns usuários e
funcionários. Foram feitos ainda mapas dos parques com riqueza de detalhamentos
necessários para a realização da pesquisa.

61
(COELHO, 2017, p. 124)
62
(COELHO, 2017, p. 81)
63

2.2 Levantamento de campo

2.2.1 Da vida pública


2.2.1.1 Por meio da observação

A pesquisa de campo utilizou-se de uma abordagem multimetodológica que incluiu a


adaptação do Sistema de Observação de Atividades Físicas e Recreativas na Comunidade,
conhecido pela sigla em inglês SOPARC63, desenvolvida por Thomas L. McKenzie e Deborah A.
Cohen, associado a mapas comportamentais feitos de acordo com os parâmetros difundidos
por Jan Gehl e sua equipe64, técnicas essas utilizadas em áreas previamente selecionadas
(áreas-alvo) pela pesquisadora, além de entrevistas semiestruturadas, formulário base e
registros fotográficos.

A metodologia empregada permitiu a obtenção dos dados quantitativos e qualitativos de


forma a focalizar no que era essencial e preciso. Para a realização do levantamento da vida
pública tinha-se em mente o que Jacobs propagava “observar mais de perto, com o mínimo
de expectativa possível, as cenas e os acontecimentos mais comuns, tentar entender o que
significam e ver se surgem explicações entre eles”.65

Os resultados obtidos por meio da ferramenta de contagem nos permitem identificar a vida
pública em uma cidade. A contagem fornece dados quantitativos que podem ser utilizados
para se comparar o antes e o depois de um determinado local e ao longo de um período. Foi
para essa função que se utilizou a ferramenta SOPARC, empregada em parques para a
obtenção de informações diretas sobre o uso do parque, suas características e de seus
usuários. O sistema fornece uma avaliação dos níveis de atividades física desenvolvidos pelos
usuários, quantitativo de pessoas, gênero, tipos de atividade físicas e a faixa etária estimada.

O método consiste na divisão espacial do parque por setores previamente identificados e


mapeados, no qual em cada área-alvo haverá um ponto fixo e estratégico que permitirá a
realização da varredura visual e uma avaliação momentânea do tempo pelo pesquisador para
o registro dos usuários e suas atividades. São realizadas duas varreduras em um mesmo

63
SOPARC - System for Observing Play and Recreation in Communities (MCKENZIE e COHEN, 2006)
64
(GEHL e SVARRE, 2018, p. 26)
65
(JACOBS, 2011, p. 12-13)
64

período, a segunda rodada iniciando-se meia hora depois do início da primeira, para que no
final sejam somados o quantitativo de pessoas e obtenha-se a estimativa daquele período.

Adaptando-se para esta pesquisa, o instrumento SOPARC que cataloga em fichas as


informações referentes aos usuários e parque, a coleta das informações específicas das áreas
previamente selecionadas foi registrada diretamente em mapas comportamentais.

O mapeamento comportamental, instituído por Gehl, foi adotado nesta dissertação por
facilitar a leitura do registro das atividades, pessoas e locais de permanência, podendo assim
associar de maneira imediata quem está fazendo o quê, com quem, onde e em qual posição.
O método consiste em registrar os usuários como símbolos em uma planta da área a ser
estudada, e identificar o que está acontecendo no momento do registro.

Para facilitar a contagem foram escolhidos símbolos geométricos em diferentes cores que
representassem: crianças (até 12 anos), adolescentes (de 13 a 20 anos), mulheres e homens
(de 21 a 59 anos) e idosas e idosos (com 60 anos ou mais), e a posição em que se encontravam:
em pé, sentado, deitado e agachado (Figura 6). É interessante que se distinga o local onde a
pessoa se encontra sentada. No mapa tomou-se nota também das atividades que estavam
sendo realizadas e se as pessoas estavam interagindo, representadas ao circunscrever os
elementos. Diferente do método SOPARC, para a pesquisa não se mostrou necessário
classificar os usuários quanto ao grupo étnico pertencente e foi realizada uma única varredura
para registro das mulheres e homens.

Figura 6. Legenda dos símbolos adotados.


65

Como no SOPARC, as atividades foram classificadas em três níveis: atividade sedentária


(indivíduo deitado, sentado ou parado em pé, com frequência cardíaca baixa), atividade
moderada (indivíduo caminhando em ritmo tranquilo) e atividade vigorosa (indivíduo muito
ativo, com frequência cardíaca aumentada). Também foram inseridos no mapa dados de data,
hora de início de cada área verificada, nome do parque e se era supervisionada ou possuía
algum funcionário do estabelecimento.

Os parques estudados foram divididos em áreas-alvo, conforme leiaute do parque, lugares


relevantes para a pesquisa e facilidade de contagem. As áreas foram observadas na mesma
ordem rotacional, da esquerda para a direita, de maneira padrão para todos os dias em que
foram realizadas a contagem. Quando se mostrou necessário, uma área-alvo com alta
densidade de usuários ou atividade física com rápida movimentação era subdividida para
maior precisão das medidas. As observações foram realizadas para a obtenção da estimativa
do quantitativo de usuários durante as semanas e finais de semanas, realizadas em dias sem
chuva que não representassem datas especiais. Para isso, o ideal no Brasil é executar o
levantamento entre os meses de março e junho ou agosto e novembro 66, em um dia de
semana típico, normalmente de terça-feira a quinta-feira e em dia de final de semana,
normalmente no sábado.

Os dados foram colhidos em dias de terça-feira, quinta-feira e sábado, em dias não chuvosos,
para obter um retrato mais fiel do cotidiano dos parques. Além disso, não foram feitos
levantamentos em feriados.

Os períodos em que foram realizadas as observações são: manhã (7h30 e 8h) (Figura 7, Figura
8 e Figura 9), almoço (11h30 e 12h) e tarde (15h30 e 16h) conforme os descritos no
instrumento SOPARC67. Porém, o período noturno (18h30 e 19h) foi realizado no Parque Olhos
d’Água, mas não pôde ser realizado no Parque dos Jequitibás devido ao horário de
fechamento do parque, que ocorre às 18h. Por esse motivo optou-se por realizar uma
contagem antes de seu fechamento (17h e 17h30).

66
No caso de se querer conhecer o fluxo durante as férias, no Brasil, o ideal é realizar o levantamento nos os
meses de dezembro a fevereiro, ou julho. (TENORIO, 2012, p. 127)
67
(MCKENZIE e COHEN, 2006, p. 2)
66

Figura 7. Mapa representativo do período da manhã, às 7h30 de sábado, do PEJ.

Figura 8. Mapa representativo do período da manhã, às 8h de sábado, do PEJ.


67

Figura 9. Mapa representativo do período da manhã (soma dos horários) de sábado, do PEJ.

Realizou-se também a contagem de usuários na pista de caminhada, que foi feita pela
pesquisadora ao caminhar ao longo do circuito principal por uma volta completa e registrando
todas as pessoas que passavam pelo mesmo sentido e ao contrário.

Como instrui o SOPARC, o procedimento de registro foi realizado ao final de cada período de
observação: manhã, almoço, tarde e noturno ou fechamento, resultando um total de quatro
vezes. A trajetória da pista iniciava-se sempre no mesmo local assim que se finalizava a última
contagem da área-alvo de cada período, e procurou-se manter a mesma duração de tempo.
Optou-se por realizar a volta completa ao invés de fixar um local padrão para que todas as
pessoas idosas que realizavam a caminhada pudessem ser registradas durante o percurso,
uma vez que sua marcha é mais lenta.

Para facilitar a contagem, o registro dos usuários foi feito em uma tabela com a separação dos
diferentes grupos etários e de gênero, conforme os períodos. Foram inseridos também dados
de data, horário de início e fim da caminhada e nome do parque. Cada vez que se passava por
alguém, marcava-se a tabela com um traço no local correspondente, formando-se quadrados
68

de até cinco linhas, para que no final fossem somados o quantitativo de pessoas e obtivesse-
se a estimativa de usuários que utilizavam a pista de caminhada naquele período (Figura 10).

Figura 10. Contagem representativa da pista de caminhada, do dia de sábado, do PEJ.

Os resultados obtidos foram representados por meio de gráficos, tabelas e mapas que deram
origem a diferentes informações, como o quantitativo de pessoas, sua variação ao longo das
horas do dia, os lugares mais ou menos utilizados, quais os horários mais frequentes, as
atividades estacionárias e se há grupos dominantes.

2.2.1.2 Por meio de entrevistas

Foram realizadas entrevistas semiestruturadas (ANEXO 2) neste estudo, nos mesmos dias,
entre os intervalos de contagem em campo, para compreender mais a fundo as questões de
acessibilidade ao local, segurança, iluminação, mobiliário, equipamentos, a autonomia dos
idosos nos espaços, impressões pessoais, desejos e arranjos sociais. Algumas das perguntas
presentes no modelo de entrevista (ANEXO 2) foram retiradas e adaptadas dos tópicos 1, 2 e
5 do questionário do grupo focal (ANEXO 1) do Protocolo de Vancouver.68

Para cada pessoa idosa entrevistada foi preenchido um formulário base (ANEXO 3) para a
obtenção do perfil do entrevistado, com perguntas relacionadas ao gênero, faixa etária,

68
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007, p. 11-15)
69

estado atual de emprego, escolaridade e moradia. Para isso, foi aplicado o formulário de
informações do participante utilizado na pesquisa do Protocolo de Vancouver.

As entrevistas foram gravadas com a permissão do participante, para auxílio da transcrição


dos dados coletados nos questionamentos. A pesquisa qualitativa ajudou a criar uma base de
conhecimentos que foram quantificados em tabelas e planilhas eletrônicas, sendo analisados
segundo estatísticas descritivas.

O filtro utilizado na coleta foi que o entrevistado fizesse parte do grupo de pessoas idosas.
Primeiro observou-se as características físicas das pessoas (cabelo, rugas, o caminhar...) para
que se pudesse fazer a aproximação. No momento da abordagem, foram apresentados os
objetivos da pesquisa aos respondentes e omitido, em primeiro momento, que a pesquisa
possui como público-alvo os idosos. Tomou-se essa decisão ao notar, nos testes prévios, que
as pessoas se sentiam ofendidas, mesmo sendo idosas. Então, realizava-se a entrevista e,
quando oportuno ou ao final, para o preenchimento do formulário base, perguntava-se a
idade do entrevistado e revelava-se que a pesquisa tem como foco os idosos.

Saber a exata idade e não somente que possuía mais que 60 anos foi necessário para
enquadrá-los nos nove diferentes grupos de idade classificados de acordo com o IBGE, quais
sejam: 60 a 64 anos, 65 a 69 anos, 70 a 74 anos, 75 a 79 anos, 80 a 84 anos, 85 a 89 anos, 90
a 94, 95 a 99 anos e mais de 100 anos.

As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com os idosos frequentadores do parque


com a intenção de se obter informações advindas da sua perspectiva. Foi possível identificar
os aspectos positivos e negativos, o perfil dos usuários, suas críticas e sugestões. Dessa forma,
pôde-se complementar as observações realizadas durante os dias de pesquisa.

Tanto as entrevistas semiestruturadas quanto os formulários base foram aplicados pela


pesquisadora. Optou-se por esse procedimento uma vez que alguns idosos possuem
dificuldades de ler e escrever. Com isso, evitou-se fazer comentários durante as entrevistas a
fim de não influenciar as respostas. Assim o resultado obtido por meio das conversas foi mais
preciso.
70

Foram realizados testes prévios com a finalidade de ajustar o questionário para que, durante
a aplicação, as perguntas fossem claras. Houve necessidade de correção em alguns
questionamentos para que as respostas fossem mais precisas.

As pessoas idosas foram abordadas de maneira aleatória quanto ao sexo e deu-se preferência
para os que não estivessem realizando exercícios ou interagindo entusiasticamente com
outras pessoas.

2.2.2 Dos lugares

O levantamento dos lugares dos parques foi feito para melhor compreensão da temática
discutida por meio de visitas programadas, anotações de campo e registros fotográficos das
áreas-alvo escolhidas, infraestrutura e impressões dos parques estudados
concomitantemente aos dias de contagem e entrevistas.

As áreas definidas foram as mesmas escolhidas para a realização da contagem de cada parque.
As informações obtidas ajudaram no entendimento da ocupação do solo, se as pessoas se
integram ao local, se apropriam-se dele como espaço público útil, e como se dá a fluidez nos
espaços.

As dimensões da arquitetura, tratadas por Holanda, conforme visto no item 1.3 dessa
dissertação, foram investigadas por meio das entrevistas semiestruturadas (ANEXO 2) com
os idosos frequentadores dos parques. As dimensões foram utilizadas para tratar do
favorecimento da presença das pessoas no espaço público.

As informações obtidas advindas de comentários e impressões foram registradas, organizadas


e processadas. As entrevistas semiestruturadas e formulário base aplicados são formas
complementares que auxiliam a pesquisa, porém os dados obtidos por meio da metodologia
SOPARC atrelada aos mapeamentos são os mais precisos.
71

2.3 Avaliação

A metodologia desenvolvida por Tenorio69 foi utilizada para a avaliação da vida pública e dos
espaços públicos. Tem como base a teoria da Sintaxe Espacial, analisa como se dão as relações
dos espaços públicos e se elas favorecem a presença e a permanência de pessoas nesses
ambientes. O método, distribuído de acordo as dimensões da arquitetura, dando mais ênfase
para as dimensões sociológica e funcional, advém da concatenação dos estudos realizados
sobre os espaços públicos e urbanidade por Jane Jacobs, Jan Gehl, Christopher Alexander,
William Whyte e PPS, Allan Jacobs e Donald Appleyard, Frederico de Holanda e o Congresso
para o Novo Urbanismo.

A ferramenta desenvolvida por Tenorio são as tabelas de análise para a verificação dos
sujeitos, atividades, atributos globais e atributos locais. As tabelas são graduadas em cinco
níveis, indo dos indesejáveis/inaceitáveis, na coloração vermelha aos desejáveis/ideais na
coloração verde. Os itens que não possuem gradação são estruturados como listas de
verificação. Os tópicos da tabela são avaliados e comentados um por um para melhor
entendimento. Após a análise, o método segue para a etapa de recomendações, que também
será considerada neste trabalho.

Somaram-se à ferramenta de análise aspectos relacionados aos elementos paisagísticos


acrescentados por Alice Cardoso70, referentes a barreiras e permeabilidades ao movimento e
transparências e opacidades. Esta dissertação contribui também com o acréscimo de itens,
subitens, renomeações e com a separações de itens para facilitar a análise por meio da
ferramenta, além de um conjunto de gráficos resumo realizados a partir dos resultados das
avaliações das variáveis sujeitos, atividades, aspectos globais e aspectos globais de cada
parque estudado.

69
(TENORIO, 2012)
70
(CARDOSO, 2019)
72

2.3.1 Da vida pública

O objetivo da avaliação foi identificar se o espaço público atende de maneira adequada ou


não à vida pública, a partir das informações das pessoas e de suas atividades. Para isso, é
importante se ter em mente que “sempre pode haver mais pessoas no lugar, as pessoas
sempre podem ser mais variadas, e que elas sempre podem fazer mais atividades, por mais
tempo, de melhor maneira”71. Para a avaliação da vida pública, por meio das tabelas, foram
consideradas as variáveis sujeitos (Tabela 18, ANEXO 4) e atividades (Tabela 19, ANEXO 4),
relacionadas aos seus atributos. No caso desta dissertação levou-se em conta a parcela idosa
da população. Ao concluir a avaliação da vida pública foi possível dizer se o lugar é ou não
capaz de gerar, atrair e reter vida pública.

2.3.2 Do espaço público

Após a avaliação da vida pública deve-se realizar a avaliação do espaço para entender as
razões pelas quais o espaço possui bom ou mau desempenho. Para a avaliação do espaço
público, por meio das tabelas, foram consideradas as variáveis relacionadas aos atributos
globais (Tabela 20, ANEXO 5) – relaciona o lugar à cidade – e aos atributos locais (Tabela 21,
ANEXO 5) – relaciona as características do próprio lugar –, organizadas por dimensões. O
preenchimento das tabelas se deu pelo levantamento de campo, entrevistas
semiestruturadas, questionários e elaboração dos mapas axiais. Para esta dissertação
considerou a subdivisão ou região onde se situa o parque pesquisado.

Ao concluir a avaliação dos espaços públicos, foram relacionados os dados obtidos com a
avaliação da vida pública, identificadas suas correspondências e discrepâncias, e, por fim
discorreu-se sobre as necessidades de intervenção no lugar.

71
(TENORIO, 2012, p. 181)
73

2.4 Discussão dos resultados

O objetivo da pesquisa foi reunir dados que permitissem propor sugestões de projeto
objetivas. O produto resultou da visão global do sistema, levando em consideração as
resultantes quantitativas e qualitativas dos dados coletados. A compreensão do contexto dos
idosos inseridos nos parques públicos urbanos de lazer contribui para a definição da sua
singularidade, abrindo oportunidades para novas propostas de transformações.

Além da natureza da tarefa, da organização do trabalho, do mobiliário e dos


equipamentos, outros componentes dos espaços de trabalho podem influenciar
diretamente na segurança, no conforto e na produtividade: a qualidade da
iluminação ambiente, a quantidade de ruído e a temperatura/ventilação. (ABRAHÃO
e ET AL, 2009, p. 118).

A partir daí, foram formuladas e desenvolvidas alternativas para a validação de um diagnóstico


apontando problemas nas áreas frequentadas e possíveis melhorias para estes parques, para
que se adequem conforme as normativas estudadas. Por fim, foram apresentadas propostas
e recomendações, que podem ser utilizadas para demais parques da cidade e do Brasil.
74

CAPÍTULO 3 – ESTUDO DE CASO

3.1 Contextualização ao objeto de estudo

O DF é regido pela Lei Orgânica do Distrito Federal (LODF)72, e tem competência cumulativa,
ou seja, possui atribuições legislativas reservadas aos Estados e Municípios em virtude de sua
característica de entidade sui generis. Cabe-lhe exercer, em seu território, todas as
competências que não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal.

A organização administrativa do DF é disposta em 33 Regiões Administrativas73. Conforme a


Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios74 (PDAD) de 2018, as RAs foram definidas em
quatro diferentes grupos e caracterizadas conforme a renda domiciliar média (Tabela 4)*.

Tabela 4. Grupos de RAs.


GRUPO CARACTERÍSTICA RAs POPULAÇÃO RENDA DOMICILIAR MÉDIA
RA I- Plano Piloto;
RA XXVII- Jardim Botânico;
RA XVIII- Lago Norte;
Grupo 1 Alta renda 384.913 R$ 15.635
RA XVI- Lago Sul;
RA XXIV- Park Way; e
RA XXII- Sudoeste/ Octogonal.
RA XX- Águas Claras;
RA XIX- Candangolândia;
RA XI- Cruzeiro;
RA II- Gama;
RA X- Guará;
Grupo 2 Média-alta renda 916.651 R$ 7.321
RA VIII- Núcleo Bandeirante;
RA V- Sobradinho;
RA XXVI- Sobradinho II;
RA III- Taguatinga; e
RA XXX- Vicente Pires.
RA IV- Brazlândia;
RA IX- Ceilândia;
RA VI- Planaltina;
RA XVII- Riacho Fundo;
Grupo 3 Média-baixa renda RA XXI- Riacho Fundo II; 1.269.601 R$ 3.123
RA XXIX- SIA;
RA XII- Samambaia;
RA XIII- Santa Maria; e
RA XIV- São Sebastião.
RA XXXI- Fercal;
RA XXVIII- Itapoã;
RA VII- Paranoá;
Grupo 4 Baixa renda 310.689 R$ 2.476
RA XV- Recanto das Emas;
RA XXV- SCIA–Estrutural; e
RA XXIII- Varjão.

72
(BRASIL, 1993)
73
(GDF, 2020)
74
(CODEPLAN, SEFP e GDFA, 2019)
75

*A RA XXXII- Sol Nascente/ Pôr do Sol e a RA XXXIII- Arniqueira tornaram-se oficialmente Regiões Administrativas
no ano de 2019, não fazendo parte da última PDAD (2018).

Para 2018, a estimativa da população para o Distrito Federal, de acordo com os dados da PDAD
2018, é de 2.881.854 habitantes, sendo 303.017 habitantes idosos, o equivalente a 10,5% da
população do DF. Extraiu-se dos dados que, do total de moradores idosos do DF, 57,9% são
mulheres e 42,1% são homens. Verificou-se ainda, conforme Tabela 5, o quantitativo e
porcentagem de idosos do sexo feminino, masculino e seu total correspondente nos grupos
de renda, utilizando-se os mesmos padrões de renda da tabela anterior.

Tabela 5. População de idosos do grupo de renda domiciliar, DF, 2018.

População Soma % idosos do


Idosa Idoso
total idosos grupo
Grupo 1 384.913 38.779 28.162 66.941 17,39%
Grupo 2 916.651 66.287 45.730 112.017 12,22%
Grupo 3 1.269.601 60.231 45.388 105.619 8,32%
Grupo 4 310.689 10.183 8.257 18.440 5,94%

A maior parcela da população idosa do Distrito Federal é composta por pessoas de 60 a 64


anos de idade, que representam 34,2% desse grupo, como é possível verificar na Figura 11.

Figura 11. Distribuição da população idosa do Distrito Federal por faixa etária, 2018.

A PDAD 2018 expõe a porcentagem de infraestrutura urbana (Figura 12) localizada nas
proximidades dos domicílios nos diferentes grupos de renda. Os dados apresentados são
sobre a existência de parques e jardins nas proximidades, a existência de quadras esportivas,
se há ciclovia ou ciclofaixa e a existência de Ponto de Encontro Comunitário.
76

Figura 12. Infraestrutura urbana nas proximidades dos domicílios.

Pode-se extrair das tabelas apresentadas que o grupo 1, com maior faixa de renda, é o que
possui maior percentual de idosos e de infraestrutura urbana nas proximidades dos
domicílios, seguido sucessivamente dos demais grupos. O grupo 4, com menor renda
domiciliar, é o que possui menor número de idosos e menor percentagem de equipamentos
próximos às residências.

Tal situação indica um problema social grave, uma vez que os idosos pertencentes ao grupo
de baixa renda, em comparação com os de alta renda, tendem a depender muito mais do que
a cidade oferece em termos de infraestrutura que proporcione o envelhecimento ativo,
porém a cidade não os está favorecendo neste quesito.

3.2 Escolha dos parques

O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (IBRAM) administra hoje no Distrito
Federal 51 parques ecológicos e parques distritais e conta com outras 33 Unidades de
Conservação de proteção integral ou de uso sustentável. Existe ainda em Brasília outros 15
parques urbanos cuja gestão é realizada pela sua respectiva Região Administrativa e pela
Secretaria de Esportes, e alguns outros que se encontram em processo de transferência75. O

75
(IBRAM, 2020)
77

Parque Nacional de Brasília está sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade76.

O Sistema Distrital de Unidades de Conservação da Natureza (SDUC), instituído pela Lei


Complementar n°827, de 2010, divide em dois grupos as Unidades de Conservação do DF, com
características específicas e graus diferenciados de restrição, sendo elas: a Unidade de
Proteção Integral e a Unidade de Uso Sustentável (Tabela 6). A primeira é voltada à
preservação da natureza, admite-se apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com
exceção dos casos previstos em Lei e cria a categoria de Parque Distrital. Já a Unidade de Uso
Sustentável objetiva compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de
parcela dos seus recursos naturais e constitui o Parque Ecológico.

Tabela 6. Categorias de unidade de conservação.

Unidade de Proteção Integral Unidade de Uso Sustentável

I - Estação Ecológica; I - Área de Proteção Ambiental;


II - Reserva Biológica; II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
III - Parque Distrital; III - Floresta Distrital;
IV - Monumento Natural; IV - Parque Ecológico;
V - Refúgio de Vida Silvestre. V - Reserva de Fauna;
VI - Reserva Particular do Patrimônio Natural.

O Parque Distrital tem como objetivo

a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza


cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico. (BRASIL, 2010, p. 3)

No Brasil, o parque ecológico tornou-se popular na década de 1980. Tem como propósito a
conservação do bioma, como um banhado ou um bosque, e integra concomitantemente áreas
concentradas de lazer ativo (esportes e recreação) e de lazer passivo (caminhadas por trilhas
bucólicas, descanso) 77.

76
(ICMBIO, 2020)
77
(MACEDO e SAKATA, 2010, p. 13)
78

O objetivo do Parque Ecológico no DF é

conservar amostras dos ecossistemas naturais, da vegetação exótica e paisagens de


grande beleza cênica; propiciar a recuperação dos recursos hídricos, edáficos e
genéticos; recuperar áreas degradadas, promovendo sua revegetação com espécies
nativas; incentivar atividades de pesquisa e monitoramento ambiental e estimular a
educação ambiental e as atividades de lazer e recreação em contato harmônico com
a natureza. (BRASIL, 2010, p. 4)

Percebe-se que os Parques Distritais são mais restritos em relação ao acesso e à presença de
atividades de lazer em seu interior. A própria SDUC deixa clara essa diferença, instituindo um
percentual de preservação mínimo de 50% da área total da unidade para os Parque Distritais,
enquanto os Parques Ecológicos têm um percentual um pouco menor de conservação
obrigatória, de 30%.

No DF, existem ainda alguns parques que não possuem atributos ecológicos significativos que
justifiquem sua inclusão no SDUC, que são os Parques de Uso Múltiplo, categorizados pela Lei
Complementar n°265, de 1999, hoje revogada. São áreas que proporcionam o lazer e o bem-
-estar da população e foram recategorizadas como Parques Urbanos, enquadrando-se na
atual Lei Complementar n°961, de 201978. Estes espaços, se adequadamente recuperados e
manejados, poderão enquadrar-se na SDUC, em uma de suas Unidades de Conservação.

Os Parques Urbanos devem ser de fácil acesso à população e devem situar-se dentro ou
imediatos à malha urbana. As Administrações Regionais são as responsáveis pela sua
implantação e gestão. Os objetivos dos parques urbanos são:

I - garantir espaços para as atividades de esporte, recreação e lazer em contato


harmônico com a natureza, próximos aos locais de moradia;
II - estimular o desenvolvimento de manifestações e atividades culturais,
educacionais, de socialização e convívio das comunidades;
III - promover a permeabilidade do solo;
IV - promover a melhoria da qualidade do ar, do microclima local e da umidade do
ar;
V - promover a arborização e o tratamento adequado da vegetação como elemento
integrador na composição da paisagem urbana;
VI - conservar atributos naturais da paisagem urbana. (BRASÍLIA, 2019, p. 1)

Pensando no público idoso, no seu deslocamento até o parque e em algum item de


classificação objetiva para comparar e obter dados entre os locais escolhidos, estabeleceram-
-se dois critérios essenciais na escolha dos parques a serem estudados: eles deveriam estar

78
(BRASIL, 2019)
79

primeiramente integrados à malha urbana e pertencerem a diferentes grupos de renda


domiciliar. Com esses dois pontos em vista, o próximo passo era o de verificar se os parques
possuíam infraestruturas semelhantes, se possuíam ponto de encontro comunitário, se suas
dimensões eram equivalentes e se era possível percorrer toda a sua extensão para fazer as
análises. Com base no último Guia de Parques do Distrito Federal (IBRAM, 2013), catalogaram-
se em ordem crescente (Tabela 7)* os 33 parques considerados em condições de receber
visitantes para a realização de atividades físicas, de lazer ou contemplação. Foi levada em
consideração sua dimensão e foram coloridos conforme os diferentes grupos de renda
domiciliar. Isto posto, a escolha dos parques foi uma consequência dos critérios estabelecidos.

Tabela 7. Catalogação dos parques do DF conforme dimensão e grupo de renda domiciliar.


RENDA ÁREA DE VISITAÇÃO (ha) PARQUES IMPLANTADOS RA
A 7,88 Parque Urbano Bosque do Sudoeste Sudoeste
A 10,14 Parque Vivencial do Anfiteatro Natural do Lago Sul Lago Sul
A 10,5 Parque Ecológico das Garças Lago Norte
MA 11,2 Parque dos Jequitibás79 Sobradinho
A 14,43 Parque Ecológico Península Sul Lago Sul
80
MB 18,7 Parque Ambiental do Bosque São Sebastião
81
A 21,54 Parque Ecológico e de Uso Múltiplo Olhos D’Água Asa Norte
A 21,73 Parque de Uso Múltiplo Asa Sul Asa Sul
MA 23,78 Parque Ecológico Canela da Ema Sobradinho
A 28,02 Parque de Uso Múltiplo do Lago Norte Lago Norte
MA 34,34 Parque Ecológico Saburo Onoyama Taguatinga
B 41,79 Parque Urbano do Paranoá Paranoá
MA 52,91 Parque Areal, Taguatinga
MA 56,35 Parque Lago do Cortado Taguatinga
MB 57 Parque Ecológico Veredinha82 Brazlândia
MB 66,53 Parque Três Meninas Samambaia
MA 86,1 Parque Ecológico Águas Claras Águas Claras
A 131,14 Parque Ecológico Dom Bosco Lago Sul
MA 139,7 Jardim Zoológico de Brasília Candangolândia
MA 227,11 Parque Recreativo do Gama Gama
MA 306,44 Parque Ecológico Ezechias Heringer Guará
A 322,75 Parque Ecológico do Tororó Jardim Botânico83
B 354,01 Parque Ecológico e Vivencial Recanto das Emas Recanto das Emas
A 420 Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek Plano Piloto

79
Parque recategorizado como Parque Ecológico dos Jequitibás.
80
Parque recategorizado como Parque Distrital de São Sebastião.
81
Parque recategorizado como Parque Ecológico Olhos d’Água e possui área restrita de 7 ha.
82
https://jornaldebrasilia.com.br/cidades/parque-ecologico-de-brazlandia-esta-de-cara-nova/
83
No guia veio como RA Santa Maria, porém o parque localiza-se na RA Jardim Botânico.
80

A 500 Jardim Botânico de Brasília84 Lago Sul


MB 783,16 Parque Ecológico dos Pequizeiros Planaltina
A 42.380 Parque Nacional de Brasília Plano Piloto

RENDA ÁREA DE VISITAÇÃO (ha) PARQUE EM IMPLANTAÇÃO RA


B 1,6 Parque Urbano Vila Estrutural85 Vila Estrutural
MB 13 Parque Recreativo do Setor O86 Ceilândia
MA 52 Parque Urbano e Vivencial do Gama87 Gama
MA 83 Parque dos Pássaros88 Candangolândia
MB 229,8 Parque Recreativo Sucupira89 Planaltina
MB 530 Parque Ecológico e Vivencial do Riacho Fundo Riacho Fundo

Legenda A- Alta renda


MA- Média-alta renda
MB- Média-baixa renda
B- Baixa renda

*Os dados catalogados não referenciados foram retirados do Guia de parques do DF.90 Sabe-se hoje que o nome
de alguns parques foram modificados (ver: http://www.ibram.df.gov.br/parques-sob-gestao-do-ibram/), porém
os nomes encontrados na tabela foram descritos conforme os da época do Guia, 2013.

O Parque Ecológico Península Sul não cumpre todos os critérios de avaliação estabelecidos,
por não possuir infraestrutura semelhante aos demais parques, por este motivo optou-se por
estudar o próximo parque do quadro, que é o Parque Ecológico Olhos d’Água. Não será
estudado nenhum parque pertencente ao grupo de baixa renda por não possuírem
infraestrutura semelhante e por terem a dimensão maior que os demais parques.
O resultado final da catalogação dos parques escolhidos foi (Figura 13 e Figura 14):
 Parque Ecológico Olhos d’Água – 21,52ha – Grupo alta renda;
 Parque Ecológico dos Jequitibás – 11,2 ha – Grupo média-alta renda e
 Parque Distrital de São Sebastião – 18,7 ha – Grupo média-baixa renda.

84
O Jardim Botânico possui área de preservação de 4.500 ha.
85
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2016/07/09/parque-urbano-da-estrutural-recebe-projeto-de-
revitalizacao-neste-sabado-9/
86
https://www.youtube.com/watch?v=sJbw6kRCpo4
87
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2017/05/27/parque-urbano-e-vivencial-do-gama-recebe-
equipamentos-publicos/
88
http://www.3c.arq.br/013_pda/
89
http://www.wikiparques.org/wiki/Parque_Ecol%C3%B3gico_Sucupira
90
(INSTITUTO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSO HÍDRICOS, 2013)
81

Figura 13. Localização dos parques.

Fonte: adaptado de Google Earth Pro, 2018.

Figura 14. Área e contexto imediato dos parques.

Fonte: adaptado de Google Earth Pro, 2018.

3.2.1 Equipamentos de ginástica ao ar livre

Os parques são frequentados pelos idosos por disponibilizarem equipamentos esportivos e


proporcionarem segurança, acessibilidade, integração social e momentos de contemplação.
Dentre os equipamentos oferecidos para a prática de exercícios físicos, existem dois que são
mais utilizados pelos idosos. Um deles é o Ponto de Encontro Comunitário (PEC) –
82

denominação adotada ao longo desta dissertação –, também conhecido nacionalmente como


Academia ao Ar Livre (AAL), ou como Academia da Terceira Idade (ATI), no Distrito Federal. A
influência do uso do PEC é tão determinante para que o público mais velho utilize o parque
que no item 3.4.2.3 será abordado mais a fundo o assunto. O outro equipamento muito
utilizado é o Circuito Inteligente de Ginástica, também nominado como Kit Malhação,
conjunto de equipamentos fixos para exercícios, diferente dos PECs que se caracterizam por
equipamentos articulados.

Ponto de Encontro Comunitário

Os PECs (Figura 15) são espaços não cobertos compostos por um conjunto de aparelhos de
musculação, com informações sobre os equipamentos, disponibilizados de forma gratuita à
população, para que possa realizar exercícios físicos, socializar e melhorar a qualidade de vida.

Figura 15. Ponto de Encontro Comunitário, PEJ.

No Brasil, as academias ao ar livre começaram a ser instaladas em 2005 a partir do Programa


Brasil Saudável, lançado pelo Ministério da Saúde para o cumprimento das diretrizes e ações
previstas na Estratégia Global de Alimentação e Atividade Física- 2004, proposta pela OMS91.
As academias são compostas por 10 equipamentos multifuncionais de ginástica com cores
vibrantes, feitos para cumprir funções de alongar, fortalecer e desenvolver a musculatura,
trabalhar a capacidade aeróbica e coordenação motora92. Os aparelhos comumente

91
(PIERI, 2015, p. 24)
92
(SECRETARIA DE EDUCAÇÃO GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2014, p. 10)
83

instalados são: esqui, rotação dupla diagonal, surf, simulador de caminhada, pressão das
pernas, alongador, simulador de cavalgada, multiexercitador, rotação vertical, remada
sentada. Os aparelhos são instalados em cima de uma base em concreto estrutural usinado.
Os equipamentos de musculação utilizam do peso do corpo do próprio indivíduo para
desenvolver os exercícios.

As academias foram previstas para o público a partir dos 12 anos, mas são normalmente
utilizadas por pessoas acima dos 60 anos, como citado pelo presidente da Companhia
Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Candido Teles: “A prática de atividades
físicas em áreas abertas foi adotada como rotina pelos brasilienses, que fazem uso maciço de
equipamentos públicos em seu dia a dia, principalmente os idosos”93.

No Distrito Federal, a Novacap e as administrações são responsáveis pela instalação dos PECs.
Segundo a Novacap,94 para a instalação dos aparelhos são necessários 8 dias, e em caso de
manutenção, 3 dias. O preço de cada conjunto de equipamentos é de R$ 26.329,20, o valor
da base é R$ 71.665,70, e o custo da manutenção por cada aparelho é de R$ 3.000,00.

Circuito Inteligente de Ginástica

Os Circuitos Inteligentes de Ginástica (Figura 16) são espaços diferentes dos PECs, mas
também destinados à prática de exercícios ao ar livre que exigem esforço físico e técnica. O
conjunto é instalado sobre uma base de concreto usinado ou piso composto por blocos de
bloquete. Os equipamentos são fixos, compostos por jogo barras e equipamento de paralelas,
em tubo de metal, e pranchas de madeira, que são utilizados para a realização de abdominais,
flexões e alongamentos. No circuito também estão disponíveis placas orientativas de
exercícios e o uso é recomendado para adultos.

93
(AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020)
94
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 47461230.
84

Para a instalação do conjunto95 são necessários 8 dias, e em caso de manutenção, 3 dias. O


valor dos equipamentos básicos é de R$14.900,00, a base é de R$ 37.695,00, e a manutenção
– cada equipamento e mão de obra – é de R$ 3.000,00.

Figura 16. Circuito Inteligente de Ginástica, PEJ.

3.3 Estruturas das RAs e dos Parques

O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal96 (PDOT) tem por finalidade
regular a localização dos assentamentos humanos e das atividades econômicas e sociais da
população urbana e rural de todo o seu território. O PDOT estabelece sete Unidade de
Planejamento Territorial (UPT) para melhor ordenamento e gestão de seu território.

Os dados a seguir sobre as Regiões Administrativas foram extraídos da pesquisa da Companhia


de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), Secretaria de Estado de Fazenda,
Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal (SEFP) e Governo do Distrito Federal
(GDF) referentes aos documentos PDAD 2018: Plano Piloto; PDAD 2018: Sobradinho; e PDAD
2018: São Sebastião. Os dados referentes à estrutura dos parques foram checados por
levantamento de campo.

95
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 47461230.
96
(BRASÍLIA, 2009)
85

3.3.1 RA Plano Piloto

O Parque Ecológico Olhos d’Água pertence à Região Administrativa Plano Piloto – RA I97,
denominada assim pela lei nº 1.648 de 1997, que está inserida na UPT Central. A PDAD 2018:
Plano Piloto fornece dados referente à RA I como um todo e faz recortes territoriais mais
específicos, sendo eles: Noroeste, Asa Sul, Asa Norte e Demais. Para esta dissertação os dados
da subdivisão Asa Norte são os mais significativos, por seus resultados serem os de maior
relevância para a pesquisa devido à localização e imediata influência no parque ecológico.

A população da subdivisão Asa Norte é composta por 111.142 moradores e o quantitativo de


idosos é de 16.512, cerca de 14,9% da população, sendo 67,7% (11.180) idosas e 32,3% (5.332)
idosos. A faixa etária de 60 a 64 anos é a que possui mais idosos, com 6.004, cerca de 36,4%
(Figura 17).

Figura 17. Distribuição da população por faixa de idade e sexo, Asa Norte.

Idosos

Fonte: adaptada de (CODEPLAN, SEFP e GDFB, 2019, p. 12).

A renda domiciliar estimada da RA I é de R$ 15.021,2, o que resulta em um valor médio por


pessoa de R$ 6.749,8. No que tange à desigualdade, o índice de Gini da renda domiciliar foi
de 0,46, enquanto para a renda por pessoa foi de 0,48. O valor do salário mínimo de 2018
considerado é de R$ 954,00.

97
A RA I é composta por: Asa Norte, Asa Sul, Setor Militar Urbano, Setor de Clubes, Setor de Garagens e Oficinas,
Setor de Indústrias Gráficas, Área de Camping, Setor Habitacional Noroeste, Setor de Armazenagem e
Abastecimento Norte, Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios, Setor de Embaixadas Sul e Norte, Vila
Planalto, Granja do Torto, Vila Telebrasília e Setor de áreas Isoladas Norte (GDF, 2019)
86

Quanto à distribuição do rendimento domiciliar por faixas de salário mínimo da subdivisão


Asa Norte, 28,7% responderam ter mais de 10 a 20 salários mínimos (Figura 18).

Figura 18. Distribuição do rendimento domiciliar por faixas de salário mínimo, Asa Norte.

Fonte: (CODEPLAN, SEFP e GDFB, 2019, p. 54)

Sobre as questões referentes à infraestrutura urbana nas proximidades dos domicílios na Asa
Norte, 88,5% dos moradores confirmaram a existência de ciclovias ou ciclofaixas nas
proximidades, para 84,6% há parques e jardins nas proximidades, para 79,2% existe quadras
esportivas e para 68,3% existe PEC (Figura 19). Quanto à questão de segurança, 52,4%
respondentes confirmaram a existência de policiamento regular.

Figura 19. Infraestrutura urbana na rua de acesso e nas proximidades dos domicílios, Asa Norte.

Fonte: (CODEPLAN, SEFP e GDFB, 2019, p. 71)


87

3.3.1.1 Parque Ecológico Olhos d’Água

O parque está localizado entre a Superquadra Norte (SQN) 412 e a SQN 415. Foi criado pelo
Decreto nº 15.900, de 12 de setembro de 1994, possui 21,54 hectares e mais 7 hectares de
área restrita localizados entre a SQN 212 e SQN 213 (Figura 20). A partir do decreto nº 33.588,
de 22 de março de 2012, o parque foi recategorizado como Parque Ecológico Olhos d’Água.
Um dos objetivos do decreto de criação do parque é a preservação das nascentes, do córrego,
da lagoa dos Sapos98, da mata de galeria e da fauna associada a esse tipo de vegetação99.

Figura 20. Parque Ecológico Olhos d’Água.

Fonte: adaptado de GeoPortal DF, 2020.

O parque possui academia ao ar livre voltada para o público da terceira idade, circuito
inteligente de ginástica, estação de ginástica ao ar livre para pessoas com deficiência,

98
A lagoa possui esse nome em homenagem à Associação dos Amigos Protetores do Parque Olhos d’Água
(S.A.P.O.), criada em 1993 e finalizada entre 1995-1999. A associação era formada por moradores da SQN 415 e
amigos dos fundadores, todos moradores da Asa Norte. A intenção da ONG era mobilizar a comunidade local a
preservar a área para conseguir por meio de mecanismos legais a criação efetiva do parque. O motivo oficial que
levou à criação do parque, em 1994, foi a presença de invasões causadoras de degradação ambiental. Porém,
em 1995, o Instituto de Desenvolvimento Habitacional do DF (IDHAB) manifestou intenção de reaver a área, que
lhe competia, para a construção de 34 habitações das SQN 413/414 e, em 2000, conseguiu. Na área do parque,
ainda era prevista a construção de dois postos de gasolina, lotes pertencentes à PETROBRAS desde 1977. Com a
pressão da comunidade local em manter a área como parque, o GDF atendeu ao apelo, e a Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos do DF (SEMARH) acordou com a IDHAB, adquirindo a responsabilidade da área.
(GOMES, 2004, p. 19-32)
99
(GANEM e LEAL, 2000, p. 23)
88

quiosque de madeira, sede administrativa, banheiros públicos, bebedouro, hidrante, área com
bancos e pergolados, parque infantil, biblioteca, galpão de serviços, mirante, espaço com
espreguiçadeiras, parque ecopedagógico, barracas de massagem, estação de tratamento de
resíduos orgânicos, minhocário, lago originário de uma nascente, duchas, relógio de sol,
espaço para feira orgânica, trilhas e pista de caminhada com 2km de extensão (Figura 21).
Todo o seu perímetro é cercado por alambrado e possui três portões de acesso, sendo um
principal e dois laterais. Seu horário de funcionamento se dá pela abertura do portão principal,
das 5h30 até as 20h, e pelos portões laterais, das 6h até as 18h30, com vigilância ostensiva.

Figura 21. Espaços no Parque Olhos d’Água. Da esquerda para a direita: PEC, circuito inteligente de ginástica,
quiosque de madeira, pista de caminhada, área dos pergolados e espaço com espreguiçadeiras.

O parque não possui plano de manejo, porém, segundo o IBRAM, o documento técnico está
em andamento. Apesar disso é possível observar placa orientativa nos portões de entrada,
com informação sobre horário de funcionamento e também proibições, como a presença de
animais domésticos, consumo de bebida alcóolica, fumar, fazer churrasco, acender fogueiras,
andar de skate, patins, patinetes e bicicletas, alimentar os animais, jogar lixo no chão, retirar
frutos e folhas, e abandonar animais. Ao longo do parque também é possível observar placas
indicativas com nome e espécie das plantas, mapa do parque e totens orientativos com
curiosidades e história.

O parque possui ampla variedade de equipamentos e diversas opções de lazer que são
usufruídas pelos moradores da vizinhança. Alguns desses equipamentos foram doados pela
iniciativa privada, com painéis de propaganda das empresas que realizaram as doações. A
89

academia de ginástica ao ar livre é bastante frequentada pelo público idoso e são oferecidas
aulas de ginástica gratuitas para a terceira idade durante as segundas, terças e quintas-feiras
pelas manhãs, das 8h às 9h e das 9h30 às 10h30, pelo grupo de atividades físicas Vô, Vó!
Malhar é no parque100. O quiosque de madeira é utilizado para apresentações, encontros
religiosos, aulas de alongamento e de ginástica.

O terreno do parque é bastante acidentado, com muitos altos e baixos. Suas pistas de
caminhadas acompanham o relevo, são interligadas com as trilhas e bastante sombreadas.
Sobre a manutenção é possível dizer que há cuidado com o parque e não foi percebida a
presença de entulho ou lixo espalhados pelo local. Há postes de iluminação por toda extensão
da pista de caminhada e em algumas áreas de convivência. Com relação à segurança, foi
possível observar vigias do patrimônio apenas na área da entrada principal e sede
administrativa. Foi possível observar idosos por toda extensão do parque, assim como na
academia de ginástica e quiosque, onde interagiam com pessoas da mesma idade, e no parque
infantil e pista de caminhada, interagindo com pessoas mais jovens.

3.3.2 RA Sobradinho

O Parque Ecológico dos Jequitibás pertence à RA Sobradinho, que foi fundada em 13 de maio
de 1960 e oficializada pelo Decreto nº 571, de 1967101. Hoje é reconhecida como sendo a RA
V e está inserida na UTP Norte. Seu objetivo era o de abrigar a população que participava da
construção de Brasília e de ampliar a produção agrícola do DF.

A pesquisa PDAD 2018: Sobradinho aponta que a população é de 60.077 pessoas. Desse total,
8.305 são idosos (cerca de 13,8%), com 60,60% (5.033) do sexo feminino e 39,40% (3.272)

100
Em 2009, o professor de educação física Fernando Barreira e o então administrador do parque Olhos d’Água,
Carlos Esequias Vasconcelos, idealizaram o projeto com aulas de circuito, alongamentos e atividades físicas
voltadas para a população de idosos. São realizados também cafés da manhã mensais para aniversariantes,
viagens e passeios em grupo. O projeto conta com a parceria do Instituto SABIN, Drogaria Brasil, Acvida
Cuidadores, Espaço Videiras Life, Herbalife loja 213N, Academia de Cross Fit Waya, RM Clínica, Park Idiomas e
Du Bom Brownies.
101
(GDF, 2019)
90

masculino (Figura 22). A faixa etária de 60 a 64 anos é a que possui mais idosos, com 2.554,
cerca de 30,8%.

Figura 22. Distribuição da população por faixa de idade e sexo – Sobradinho.

Idosos

Fonte: adaptado de (CODEPLAN, SEFP e GDFD, 2019, p. 11).

Na RA Sobradinho, o valor da renda domiciliar estimada é de R$ 5.902,8, que resulta em um


valor médio por pessoa de R$ 2.128,4. No que tange à desigualdade, o índice de Gini da renda
domiciliar foi de 0,49; enquanto para a renda por pessoa foi de 0,51. O valor do salário mínimo
de 2018 considerado é de R$ 954,00. Sobre a distribuição do rendimento domiciliar por faixas
de salário mínimo 35,8% responderam ter mais de 2 a 5 salários mínimos (Figura 23).

Figura 23. Distribuição do rendimento domiciliar por faixas de salário mínimo, Sobradinho.

Fonte: (CODEPLAN, SEFP e GDFD, 2019, p. 30)


91

No quesito infraestrutura urbana nas proximidades dos domicílios, 62,6% dos respondentes
confirmaram a existência de quadras esportivas, para 60,2% existe PEC, para 57,5% há
parques e jardins nas proximidades e para 32% existe ciclovias ou ciclofaixas nas proximidades
(Figura 24). Sobre a questão de segurança, 52,2% respondentes confirmaram a existência de
policiamento regular.

Figura 24. Infraestrutura urbana na rua de acesso e nas proximidades dos domicílios, Sobradinho.

Fonte: (CODEPLAN, SEFP e GDFD, 2019, p. 39)

3.3.2.1 Parque Ecológico dos Jequitibás

O parque está localizado entre a margem esquerda do Ribeirão Sobradinho e a Avenida


Contorno, na altura das Quadras 10 e 11, entre o Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o antigo clube Sodeso (Figura 25). Foi criado
pelo Decreto nº 16.239102, de 28 de dezembro de 1994, e possui 11,20 hectares de área. A
partir do decreto nº 38.368, de 26 de julho de 2017, ele passa a ser denominado Parque
Ecológico dos Jequitibás.

102
https://acervo.socioambiental.org/acervo/documentos/decreto-n-16239-de-281294-cria-o-parque-dos-
jequitibas
92

Figura 25. Parque Ecológico dos Jequitibás.

Fonte: adaptado de GeoPortal DF, 2020.

O extenso espaço gramado que antecede a mata, com árvores de grande porte como os
Jequitibás, é o local onde foram implantadas as estruturas de atendimento ao público. Abriga
área de mata ripária parcialmente preservada, por onde flui o Ribeirão Sobradinho. O parque
possui área destinada ao lazer e desporto da comunidade (Figura 26), como o PEC, circuito
inteligente de ginástica, quiosque de madeira, sede administrativa, banheiros públicos,
bebedouro, pergolado, parque infantil, quadra poliesportiva, anfiteatro, pista de skate
construída conforme as normas da Federação do Skate do DF e Entorno103, ducha, pista de
caminhada com piso intertravado que interliga os espaços e trilhas de terra que adentram a
mata. Na área externa há uma pista de caminhada e ciclofaixa paralelas à Av. Contorno. O
perímetro do parque é cercado parcialmente por alambrado, porém no lado Norte, vizinho as
chácaras, é quase inexistente a cerca de arame. Possui uma entrada principal para pedestres
e uma entrada lateral para carros que dá acesso ao estacionamento interno. Seu horário de
funcionamento é das 6h às 18h, com vigilância ostensiva.

103
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2012/04/28/parque-dos-jequitibas-e-inaugurado/
93

Figura 26. Espaços no Parque dos Jequitibás. Da esquerda para a direita: PEC, circuito inteligente de
ginástica, quiosque de madeira, pista de caminhada e ciclofaixa, parque infantil e sede administrativa.

O parque ainda não possui plano de manejo para estabelecer as normas que devem presidir
o uso da área, porém possui algumas placas orientativas, como no portão principal, onde é
informado o horário de funcionamento e placas proibitivas no PEC proibindo crianças no local.
O parque é bastante frequentado pela população local e vizinha. Pôde-se perceber a presença
de idosos por quase toda a sua extensão e até na pista de caminhada da área externa. Foi
possível observar a integração dos idosos com os mais jovens no parque infantil, quiosque e
também no gramado fazendo piquenique.

Na área mais frequentada, o terreno do parque possui poucos desníveis. Já na área da mata,
seu terreno é bastante acidentado. A pista principal de caminhada da área interna, que
adentra a mata, possui cerca de 400 m de extensão, é bastante sombreada, não possui circuito
fechado e acaba abruptamente antes da ponte de travessia do Ribeirão Sobradinho.

A manutenção e a limpeza dos banheiros e da área mais visitada pela população são
adequadas, e existem pontos de coleta seletiva de metal, papel, vidro, plástico e resíduos
perigosos. Porém, nos dias da visita, pôde-se perceber a presença de lixo nas trilhas e que a
poda do parque não estava em dia. Há pouquíssimos postes de iluminação no parque, o que
impossibilita a realização de atividades no período noturno.

Por mais que haja vigias do patrimônio na área dos equipamentos, algo que ajuda a transmitir
uma sensação de segurança aos usuários do parque, em conversas com os vigias e
frequentadores do local me foi recomendado não adentrar as trilhas da mata sozinha,
94

principalmente nos finais de semana, por ser o período com relatos de maior ocorrência de
assaltos no local. Em um dos dias de visita ao parque foi possível presenciar uma ocorrência
de assalto a duas mulheres que caminhavam nas trilhas.

3.3.3 RA São Sebastião

O Parque Distrital pertence à RA de São Sebastião – RA XIV104, inserida na UPT Leste. A RA XIV
foi oficialmente criada em 25 de junho de 1993, por meio da lei nº 467. A PDAD 2018: São
Sebastião fornece dados referente à RA XIV como um todo e faz recortes territoriais mais
específicos, sendo estes: São Sebastião Tradicional e Mangueiral. Os dados do estrato São
Sebastião Tradicional105 serão considerados nesta dissertação devido à sua localização e
imediata influência no parque distrital de São Sebastião.

A população da subdivisão São Sebastião Tradicional é de 96.647 moradores e o quantitativo


de idosos é de 3.248 (cerca de 3,4% do total), sendo 52,6% (1.707) do sexo feminino e 47,4%
(1.541) do sexo masculino (Figura 27). A faixa etária de 60 a 64 anos é a que possui mais idosos,
com 2.029.

Figura 27. Distribuição da população por faixa de idade e sexo, São Sebastião Tradicional.

Fonte: adaptado de (CODEPLAN, SEFP e GDFC, 2019, p. 12).

104
Compreende desde 2009 o Setor Habitacional Mangueiral, além dos bairros: Tradicional, Central, Residencial
Oeste, Morro Azul, Parque, São Bartolomeu e Bom Sucesso.
105
A PDAD 2018: São Sebastião e os microdados não disponibilizaram os dados populacionais referentes às
pessoas acima de 70 anos. Por isso os dados apresentam distorções com a realidade e em comparação com as
demais RAs presentes na dissertação.
95

A renda domiciliar estimada para a RA XIV é de R$ 3.687, que resulta em um valor médio por
pessoa de R$ 1.374,5. No que tange à desigualdade, o coeficiente de Gini da renda domiciliar
é de 0,47, enquanto para a renda por pessoa foi de 0,5. O valor do salário mínimo de 2018
considerado é de R$ 954,00.

No estrato São Sebastião Tradicional constatou-se no quesito distribuição do rendimento


domiciliar por faixas de salário mínimo 45,9% dos moradores responderam ter mais de 2 a 5
salários mínimos (Figura 28).

Figura 28. Distribuição do rendimento domiciliar por faixas de salário mínimo, São Sebastião Tradicional.

Fonte: (CODEPLAN, SEFP e GDFC, 2019, p. 48)

Quanto à infraestrutura urbana nas proximidades dos domicílios em São Sebastião


Tradicional, 49,4% dos respondentes confirmaram a existência de quadras esportivas,
também para 49,4% existe PEC, para 42,5% há parques e jardins nas proximidades e para
26,1% existem ciclovias ou ciclofaixas nas proximidades (Figura 29). Sobre a questão de
segurança, 43,3% respondentes confirmaram a existência de policiamento regular.
96

Figura 29. Infraestrutura urbana na rua de acesso e nas proximidades dos domicílios, São Sebastião Tradicional.

Fonte: (CODEPLAN, SEFP e GDFC, 2019, p. 65)

3.3.3.1 Parque Distrital de São Sebastião

O parque está situado entre os bairros Vila Nova e Residencial do Bosque. O decreto de criação
é o nº 15.898, de 12 de setembro de 1994, e sua área é de 18,7 hectares (Figura 30). A partir
do decreto nº 40.116, de 19 de setembro de 2019, foi recategorizado como Parque Distrital
de São Sebastião.

Figura 30. Parque Distrital São Sebastião.

Fonte: adaptado de GeoPortal DF, 2020.


97

A parte norte do parque é de livre acesso e é onde está concentrada a maioria dos
equipamentos, como circuito inteligente de ginástica, parque infantil, quadra poliesportiva,
campo de futebol de terra (terrão), anfiteatro, quiosque de madeira (escola da natureza), pista
de caminhada. A parte sul é cercada por alambrado para preservação da fauna e flora, e seu
perímetro externo é composto por pista de caminhada/ciclovia, PEC, parque infantil e
estrutura coberta com bancos (Figura 31).

Figura 31. Espaços no Parque São Sebastião. Da esquerda para a direita: PEC, circuito inteligente de ginástica,
quiosque de madeira106, pista de caminhada, parque infantil e anfiteatro.

O parque também não possui plano de manejo, porém, segundo o IBRAM, o documento
técnico está em andamento, com conclusão prevista para dezembro de 2020. No início houve
invasão da área do parque por algumas residências. Essa questão está contida desde 2009,
mas as construções irregulares permaneceram no lugar e ocupam a margem leste107. Desde
2017, com o intuito de diminuir a criminalidade no local e nas proximidades, o grupo
Movimento Cultural Supernova, formado por moradores de São Sebastião, organiza eventos
culturais e de artes que ocorrem todo terceiro domingo do mês. O quiosque de madeira
conhecido como Escola da Natureza é um espaço utilizado pelos moradores para a realização
de palestras e aulas de conscientização ambiental.

106
Atualmente o ripado vertical de madeira é inexistente, e as lixeiras de plásticos de lixo seletivo foram
substituídas por uma de metal. Fonte da foto: (BRASÍLIA DE FATO, 2017).
107
(GOVSERV, 2017)
98

No dia da visita ao parque pôde-se perceber a baixa presença da comunidade, mas foi possível
avistar idosos por toda extensão da pista de caminhada externa que o circunda. Na área norte,
os mais velhos estavam presentes no parque infantil e socializando com outras pessoas nos
bancos situados na entrada oeste. O caimento do terreno é bem sutil e possui áreas de
descanso sombreadas.

O estado de conservação e manutenção do parque é precário. Pôde-se observar bancos


quebrados, falta das coberturas de madeira do que seriam pergolados e equipamentos do
PEC, circuito de ginástica e campos de futebol degradados pelo uso e vandalismo, como
também a inexistência de um parque infantil localizado no perímetro do parque ao lado da
cobertura com bancos. Os moradores vizinhos ao parque relataram que o local é bastante
frequentado pelo período da manhã, das 6h às 9h, também no final da tarde, a partir das 17h,
e aos domingos, com os campeonatos de futebol.

Os idosos relataram que é comum para eles capinarem e realizarem a poda das árvores.
Quanto à limpeza, foi percebida a presença de entulho e lixo espalhado pelo local, apesar de
haver muitas latas de lixo em toda a sua extensão. Há postes de iluminação no parque ao
longo das pistas de caminhada e nos equipamentos urbanos. Observou-se também que a
população lindeira destina parte do parque, logo em frente à casa onde residem, para plantio
de horta. Quanto à segurança, os próprios vizinhos do parque relataram que já estão
acostumados com os assaltos pelas manhãs. Ao realizar a visita ao local foi observado o uso
de drogas e fumo por jovens e um aviso em um muro com a seguinte pichação “Cuidado com
os assassinos! VN”.

A preocupação com a segurança durante a realização da pesquisa de campo foi um fator que
pesou na decisão de não continuar com o estudo no local. Antes de tomar essa decisão,
conversei com a Polícia Civil com a finalidade de checar os dados sobre a segurança no parque.
Fui aconselhada a não realizar a pesquisa sozinha por se tratar de uma área insegura devido
às inúmeras ocorrências de tráfico, porte de drogas e roubos. Conversei também com
funcionário do IBRAM que trabalhava na equipe de manutenção do parque, e ele também
orientou a não realização da pesquisa sozinha no local, uma vez que o próprio funcionário
presenciou um assassinato no parque e foi coagido a não fazer o reparo dos buracos por
grupos dominantes que ficam dentro da área cercada, enquanto realizava o conserto da cerca.
99

Por conta dessas questões, não foi possível fazer a pesquisa de campo completa neste parque.
Portanto, as análises aqui contidas são referentes ao reconhecimento do local, sem que haja
uma base maior de dados para que se tirem outras conclusões.

Infelizmente, os outros parques de renda média-baixa não possuem parâmetros comparáveis


com os outros dois parques escolhidos, pois não possuíam infraestruturas semelhantes, ou
seja, não possuíam os equipamentos necessários para atrair o público idoso ou esses se
encontravam muito espaçados. Além disso, os outros parques possuem dimensões que
inviabilizam uma contagem precisa sem a presença de uma grande equipe, não sendo possível
percorrer toda a sua extensão sozinha para fazer as análises.

Por isso, não foram coletados dados utilizando a abordagem multimetodológica SOPARC,
mapas comportamentais e entrevistas semiestruturadas. Com isso, a avaliação da vida pública
não pôde ser analisada, mas pôde-se realizar a avaliação do espaço público, obter o panorama
geral de utilização do parque.

3.3.4 Síntese dos dados apresentados das RAs

Ao se levar em consideração o estudo na RA Sobradinho e estratos Asa Norte e São Sebastião


Tradicional, correlacionando-os com seus respectivos grupos de renda domiciliar, pode-se
concluir que o percentual de idosos é maior na população da Asa Norte, onde essa parcela
compõe quase 25% da população total de seu grupo. Os menores percentuais aparecem para
a RA Sobradinho com 7,4%, e São Sebastião Tradicional, onde a parcela de idosos é de apenas
3,1%.

A maior parcela da população idosa das áreas escolhidas é composta por pessoas de 60 a 64
anos de idade. As mulheres compõem a maioria da população idosa. Chega a ser mais que o
dobro da população masculina para a Asa Norte com 67,7% idosas.

Com relação à infraestrutura urbana – parques e jardins, quadras esportivas, ciclovias e


ciclofaixas e PEC – pode-se verificar que a subdivisão Asa Norte pertencente ao grupo 1 possui
as maiores porcentagens de equipamentos urbanos próximos, todas acima de 68,3%. Já as
100

porcentagens da infraestrutura urbana do estrato São Sebastião Tradicional não chegam a


50% (Figura 32).

Figura 32. Infraestrutura urbana nas proximidades dos domicílios para as áreas estudadas.

Desse modo, podemos extrair que as Regiões Administrativas que possuem maior percentual
de idosos são as com renda mais elevada e mais consolidadas, com maiores percentuais de
infraestrutura urbana. Já as RAs de menor renda possuem parques quase sempre com grandes
dimensões, porém mal equipados, estrutura urbana deficiente e menor percentual de idosos
na região.

Para garantir igualdade nos níveis de longevidade de toda a população, principalmente na


parcela idosa, é preciso investir nos aspectos que compõem a qualidade de vida. Hoje, a
população de baixa renda não tem opções, por não haver infraestrutura suficiente e adequada
perto de suas residências, o que deveria acontecer de forma equitativa para todas as regiões
independente do grupo de renda.

3.4 Dados da pesquisa

3.4.1 Parque Ecológico Olhos d’Água

A coleta de dados utiliza a abordagem multimetodológica SOPARC em conjunto com mapas


comportamentais, e, no Parque Ecológico Olhos d’Água, ocorreu em dias típicos
representativos da semana e do final de semana, sem chuva, que foram a quinta-feira
101

14.11.2019 e o sábado 16.11.2019. O parque foi dividido em onze áreas-alvo de interesse para
a pesquisa (Figura 33). Os períodos em que foram realizadas as contagens são: manhã (7h30
e 8h), almoço (11h30 e 12h), tarde (15h30 e 16h) e noite (18h30 e 19h), que resultou em 88
observações utilizadas na pesquisa (ANEXO 6). As entrevistas semiestruturadas foram feitas
entre os intervalos das observações em campo.

Figura 33. Áreas-Alvo do Parque Ecológico Olhos d’Água.

ÁREAS-ALVO

Durante os dois dias de observações do parque foram contabilizadas 645 pessoas, sendo 108
pessoas idosas. Pôde-se observar também que o quantitativo absoluto da população de
idosos108 foi maior no sábado (65) em relação à quinta-feira (43), e o quantitativo total de
pessoas frequentadoras no sábado foi de 396 e de 249 na quinta-feira, o que acaba por
corresponder a um percentual de pessoas idosas frequentadoras do parque semelhante no
sábado (16%) e na quinta-feira (17%). O período matutino foi o mais frequentado pela
população de idosos durante a semana, com 47% das pessoas de mais idade indo neste

108
O termo idosos refere-se a população masculina acima dos 60 anos. Já o termo população de idosos refere-
se a soma de idosos e idosas.
102

período. Já durante o final de semana o período do almoço foi o mais frequentado, com 38%
dos idosos (Tabela 8).

Tabela 8. População de idosos por período do dia – PEOA.


QUINTA-FEIRA
14.11.2019 Quantidade População
Período Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 12 8 20 47%
Almoço 4 6 10 23%
Tarde 0 2 2 5%
Noite 4 7 11 26%
TOTAL 20 23 43 100%

SÁBADO
16.11.2019 Quantidade População
Período Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 10 13 23 35%
Almoço 11 14 25 38%
Tarde 0 4 4 6%
Noite 5 8 13 20%
TOTAL 26 39 65 100%

No parque, ao considerar uma ocupação média de pessoas a cada período de contagem no


sábado, dia de maior movimento, teríamos 99 pessoas, e uma média de pessoas idosas por
período de 16,25. Já na quinta-feira a ocupação média do total de pessoas é de 62,25 e a da
população de idosos é de 10,75.

Os mapas referentes ao período da tarde de sábado e noturno de quinta-feira (ANEXO 6)


representam bem o quantitativo aproximado da média de pessoas que frequentam o parque,
o que pode ser considerado um número razoável de visitantes para ambos dias de pesquisa.

A atividade mais realizada pelos mais velhos durante a semana foi a sedentária (47%, reduzida
para 40% no final de semana). A atividade moderada foi a mais frequente durante o final de
semana (43%, diminuindo para 28% durante a semana). Durante a semana, 26% da população
de idosos realizaram atividades vigorosas, enquanto apenas 17% no fim de semana (Tabela
9).
103

Tabela 9. Níveis de atividades da população de idosos – PEOA.


QUINTA-FEIRA
14.11.2019 Quantidade População
Atividade Idosa Idoso Soma Perc.
Sedentária 10 10 20 47%
Moderada 2 10 12 28%
Vigorosa 8 3 11 26%
TOTAL 20 23 43 100%

SÁBADO
16.11.2019 Quantidade População
Atividade Idosa Idoso Soma Perc.
Sedentária 9 17 26 40%
Moderada 12 16 28 43%
Vigorosa 5 6 11 17%
TOTAL 26 39 65 100%

A presença de idosas no parque foi inexistente nos períodos da tarde e a porcentagem de


idosos, neste mesmo período, foi de 9% na quinta-feira e de 10% no sábado, no qual
realizaram apenas atividades sedentárias, como ler um livro, mexer no celular, se alongar e
ficar sentado.

Em geral, as atividades moderadas foram proporcionalmente mais realizadas pela população


de idosos do que as atividades vigorosas, à exceção do período da manhã de quinta-feira.
Ainda assim, observou-se que a proporção do número de pessoas mais velhas que realizam
atividades sedentárias é normalmente maior do que às que realizam atividades moderadas,
com exceção do sábado pela manhã e almoço.

Apesar de a pesquisa PDAD 2018: Plano Piloto109 apontar que na população da subdivisão Asa
Norte exista mais idosas 74,5% (9.889) do que idosos 25,5% (3.385), dentro do parque havia
mais idosos do que idosas, tanto no dia de semana (53%), quanto no final de semana (60%).
Além disso, os idosos são mais ativos – realizam atividades moderadas e vigorosas – em
comparação às idosas durante a semana (57%, para 50% das idosas) e no final de semana são
as idosas as mais ativas (65%, para 56% dos idosos).

A respeito das áreas-alvo, a presença da população de idosos foi maior na área do Ponto de
Encontro Comunitário tanto na quinta-feira (47%), quanto no sábado (31%). As idosas utilizam

109
(CODEPLAN, SEFP e GDFB, 2019)
104

mais a área do PEC do que os idosos, tanto na quinta-feira (60%, para 35% dos idosos) quanto
no sábado (35%, para 28% dos idosos). Porém são os idosos que utilizam mais o circuito de
ginástica, tanto na quinta-feira (26%, para 0% das idosas) como no sábado (10%, para 4% das
idosas), e a academia para pessoa com deficiência (PCD), já que na quinta-feira foi inexistente
a presença da população de idosos, e no sábado foi de 8% de idosos para 4% das idosas.
Quanto às áreas de descanso, as idosas permanecem mais na área dos pergolados, na quinta-
feira (20%, para 9% dos idosos) e no sábado (27%, para 13% dos idoso). Já na área do quiosque
encontram-se mais idosos, na quinta-feira (13%, para 5% das idosas) e no sábado (8%, para
4% das idosas). A área do parque infantil foi mais frequentada por idosas, na quinta-feira (5%,
para 0% dos idosos), mas no sábado a proporção foi semelhante, de 8%. Na quinta-feira, no
momento das contagens, não houve população de idosos frequentadores das áreas da
administração, do parque pedagógico e da academia PCD, porém durante o dia de pesquisa
foi possível observar alguns poucos idosos nessas regiões em horários distintos (Tabela 10).

Tabela 10. População de idosos nas áreas-alvo – PEOA.


QUINTA-FEIRA
14.11.2019 Quantidade População
Áreas-alvos Idosa Idoso Soma Perc.
Circuito de Ginástica 0 6 6 14%
Administração 0 0 0 0%
Pergolados 4 2 6 14%
Quiosque 1 3 4 9%
Mirante 1 1 2 5%
Espreguiçadeiras 1 2 3 7%
Parque ecopedagógico 0 0 0 0%
Academia PCD 0 0 0 0%
PEC 12 8 20 47%
Entrada lateral 0 1 1 2%
Parque infantil 1 0 1 2%
TOTAL 20 23 43 100%

SÁBADO
16.11.2019 Quantidade População
Áreas-alvos Idosa Idoso Soma Perc.
Circuito de Ginástica 1 4 5 8%
Administração 0 2 2 3%
Pergolados 7 5 12 18%
Quiosque 1 3 4 6%
Mirante 1 2 3 5%
Espreguiçadeiras 2 1 3 5%
Parque ecopedagógico 1 2 3 5%
Academia PCD 1 3 4 6%
PEC 9 11 20 31%
Entrada lateral 1 3 4 6%
Parque infantil 2 3 5 8%
TOTAL 26 39 65 100%
105

PISTA DE CAMINHADA

O procedimento de contagem na pista de caminhada foi realizado após cada ciclo de período
de contagem nas áreas-alvo. Os horários dos períodos em que foram realizadas as caminhadas
são: manhã (8h20), almoço (12h20), tarde (16h20) e noite (19h20), no que resultou em 8
voltas completas de 2km cada, cerca de 25 min cada volta, para os dois dias de pesquisa.

Em todos os períodos de contagem dos dois dias foi possível observar pessoas idosas
caminhando pela pista. Extraiu-se que a população de idosos frequenta mais a pista no
período da manhã. Durante a semana, os idosos e idosas utilizaram quase sete vezes mais a
pista no período matutino (75%) em relação ao próximo período mais frequentado, o noturno
(11%). No final de semana, a diferença entre o período matutino (63%) e o segundo período
mais frequentado, o do almoço (20%), foi de mais de três vezes.

No período da manhã, durante a semana, as idosas utilizaram mais a pista de caminhada (89%,
para 63% doas idosos), mas durante o final de semana foram os idosos (65%, para 61% das
idosas) (Tabela 11).

Tabela 11. População de idosos na pista de caminhada – PEOA.


QUINTA-FEIRA
14.11.2019 Quantidade População
Pista de caminhada Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 24 19 43 75%
Almoço 0 4 4 7%
Tarde 2 2 4 7%
Noite 1 5 6 11%
TOTAL 27 30 57 100%

SÁBADO
16.11.2019 Quantidade População
Pista de caminhada Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 11 11 22 63%
Almoço 3 4 7 20%
Tarde 3 0 3 9%
Noite 1 2 3 9%
TOTAL 18 17 35 100%

3.4.1.1 Entrevistas semiestruturadas – PEOA

As entrevistas duraram em média 12 minutos, mas alguns idosos gostavam de prolongar um


pouco mais a conversa. Os períodos em que havia mais idosos disponíveis no parque para
106

conversa eram da manhã, as 11h, depois da tarde, a partir das 15h (próximo do horário de
contagem da tarde), e em seguida entre 17h e 18h30. Não houve nenhuma recusa em realizar
as entrevistas, mas havia desconfianças. Por exemplo, um senhor que, no meio da entrevista,
perguntou se eu realmente não lhe iria oferecer nenhum cartão de crédito.

Foram realizadas 25 entrevistas semiestruturadas, mas três tiveram que ser


desconsideradas110 devido à idade menor que 60 anos, totalizando 22 entrevistas adequadas
para a pesquisa. Dessas, 12 foram realizadas na quinta-feira e 10 no sábado, o que
corresponde aproximadamente a 28% na quinta-feira e 15% no sábado, do total diário de
idosos frequentadores do parque.

Do total de entrevistados, 14 eram idosas e 8 idosos (Figura 34). A idade média dos
participantes era de 75 anos, tendo a mais nova 61 anos e, a mais velha, 88 anos. Quanto ao
estado atual de emprego, 18 entrevistados eram aposentados (sendo 1 idosa aposentada
rural), 2 com trabalho integral, nenhum com trabalho parcial e 2 pensionistas (Figura 35). As
ocupações atuais dos entrevistados variavam entre trabalhadoras do lar, voluntários, síndica,
trabalho no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), contador e advogado. Quanto
às ocupações anteriores à aposentadoria, variavam entre: funcionários públicos, professores,
plantadora de soja, psicóloga, cabelereira, bancários, engenheiro eletricista e geógrafos.

Figura 34. Idosos entrevistados – PEOA. Figura 35. Estado atual de emprego – PEOA.

Sobre o julgamento da saúde atual, 9 responderam que a consideram excelente, 9 consideram


boa, 4 a consideram satisfatória e nenhum julga possuir saúde precária (Figura 36). Embora
um dos respondentes tenha informado que não possuía problema de saúde, observou que
precisava perder peso. Os problemas de saúde apontados foram câncer, ponte de safena,

110
Das entrevistas desconsideradas uma foi por estar acompanhando e ser a cuidadora de uma idosa
entrevistada e as outras duas foi devido à idade próxima, mas inferior, aos 60 anos.
107

stent, uso de marcapasso, hérnia de disco, pressão alta, diabetes, colesterol alto, rinite,
labirintite, falta de memória, artrose e hipertensão.

Sobre a consideração de se possuir algum problema de saúde que limite a capacidade de


realizar as atividades diárias normais ou não, deu empate, com 11 idosos considerando ter
problemas e 11 dizendo não ter problema nenhum. Quanto ao mais alto nível de escolaridade
concluído, 15 possuem formação universitária, 2 fizeram curso técnico, 3 concluíram o ensino
médio e 2 finalizaram a escola primária (Figura 37).

Figura 36. Estado de saúde – PEOA. Figura 37. Nível de escolaridade – PEOA.

Foi registrado que 18 dos respondentes possuem residência própria, três moram de aluguel e
uma idosa mora na residência de sua filha (Figura 38). Sobre a questão de quem mora junto
com o idoso, sete responderam morar sozinhos, mas alguns falaram que não residiam só e
sim junto com Deus, 11 moram com o/a cônjuge, três com criança (netos), sete com parentes
(filhos e genro) e três com não parentes (doméstica, caseiro e cuidador) (Figura 39). Ainda
assim, dois idosos fizeram questão de falar que moravam com seus animais de estimação,
como cachorro e gato. É preciso ressaltar que ocorrem sobreposições quanto aos indivíduos
que residem com os idosos, como um idoso que reside com sua esposa, netas (criança) e filha
(parente). Pôde-se extrair da conversa que, em média, em cada imóvel moram, em média, o
idoso e mais uma pessoa.
108

Figura 38. Forma de moradia – PEOA. Figura 39. Quantitativo de moradores – PEOA.

A respeito do bairro onde residem, 16 entrevistados informaram que moram próximo ao


parque, na própria Asa Norte, e outros responderam que residem no Lago Norte (6 km de
distância), Noroeste (5 km de distância), Granja do Torto (6 km de distância), Samambaia (31
km de distância) e Águas Formosas no estado de Minas Gerais111 (1.278 km de distância)
(Figura 40). Quanto ao meio de locomoção utilizado pelos idosos entrevistados para chegar
ao parque, sete responderam ir a pé, três de bicicleta, um de ônibus e 11 de carro (Figura 41).

Figura 40. Local de moradia – PEOA. Figura 41. Meio de locomoção – PEOA.

3.4.1.2 Avaliação - PEOA

Os dados coletados por meio de observações, SOPARC, mapas comportamentais e entrevistas


permitiram aplicar o método de avaliação da vida pública e do espaço público no Parque
Ecológico Olhos d’Água, a fim de compreender se os espaços oferecidos são bem-sucedidos
em apoiar seu uso e apropriação por parte do público idoso. Os itens das tabelas serão
avaliados e comentados um a um. Para isso, foram consideradas onze áreas-alvo estudadas

111
A idosa estava de visita na casa do filho. A ideia de visitar o parque partiu dos netos que queriam levar a avó
para conhecer o local e passear um pouco.
109

no parque. Para a avaliação da vida pública, levou-se em conta a parcela idosa da população
e, para os atributos globais, foi considerada a subdivisão Asa Norte.

AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA- SUJEITOS

1 População de idosos

Conforme PDAD 2018: Plano Piloto, a população de idosos que vive na subdivisão Asa Norte
é de 12,3% do total de habitantes. Ao analisar o parque, o percentual de idosos
frequentadores foi semelhante em ambos os dias de pesquisa, 16% no sábado e 17% na
quinta-feira, o que mostra uma propensão maior dos idosos a visitar o parque em relação à
parcela de idosos na RA de cerca de 5%.

o lugar está
1. não há ninguém 2. 3.
1 Número de pessoas cheio de gente
4. 5. 6. 7.

2 Variedade de pessoas idosas

Sobre a variedade de pessoas idosas, pode-se dizer que há equilíbrio de gênero durante a
semana e que os idosos preferem frequentar o parque um pouco mais que as idosas durante
o final de semana (Figura 42). Há boa variedade de faixa etárias, foram levadas em
consideração a idade dos idosos entrevistados classificando-os conforme os nove grupos de
idade de acordo com o IBGE, observou-se que não foram entrevistados idosos acima dos 90
anos (Figura 43).

O único grupo de idosos visto no parque foi o pertencente ao Vô, Vó! Malhar é no parque,
quando realizavam atividades física no PEC, no período da manhã de quinta-feira. É natural
que, ao pertencerem ao mesmo grupo de ginástica de idosos, eles se socializem mais e inibam
outras pessoas, de diferentes faixas etárias, a frequentarem o espaço no mesmo período em
que realizam suas atividades orientadas. Não que eles façam isso de propósito, são bastante
receptivos e até me convidaram a participar do alongamento que estava sendo realizado.
Acredito que as pessoas se sintam inibidas, não por se sentirem ameaçadas pelo grupo, mas
sim para não atrapalhar a aula e dar mais espaço para que os idosos possam realizar suas
110

atividades com tranquilidade. Fora esse horário, pôde-se observar pessoas pertencentes a
outros grupos etários no PEC. Também se notou a presença de pessoas idosas por toda a
extensão do parque.

*O subitem sobre variedade de faixas etárias foi modificado para abranger o grupo de idade dos idosos conforme
classificação do IBGE, uma vez que o foco da pesquisa é direcionado a ele. O subitem sobre variedade de classes
sociais não foi analisado por não ter sido abrangido pelo questionário e ficha base, impossibilitando sua
classificação.

muito muito
equilíbrio de desequilibrado equilibrado
2.1
gênero
não há há grande
grupos de idade variedade variedade
2.2*
dos idosos
não há há grande
variedade de variedade de variedade variedade
2 2.3*
pessoas classes sociais
não há
há predominância
predominância
de grupos
predominância de grupos
2.4
de grupos
A população de idosos pertencente ao mesmo grupo de ginástica
predomina o PEC pelas manhãs, nos dias de aula (seg., ter. e qui.)

Figura 42. Equilíbrio de gênero – PEOA. Figura 43. Grupos de idade dos idosos – PEOA.

3 Distribuição das pessoas idosas no tempo

A distribuição da população de idosos ao longo do dia não é muito equilibrada (Figura 44).
Durante a semana o período mais frequentado foi o da manhã por larga diferença, tendo um
equilíbrio entre os períodos do almoço e fechamento e poucos frequentadores durante o da
tarde. Já no final de semana, o período do almoço (mais frequentado) e o da manhã foram os
mais equilibrados, seguidos do noturno e por fim, o período da tarde também com menos
111

frequentadores. Pode-se perceber que o período da tarde possui praticamente a mesma


proporção de pessoas idosas durante a semana e final de semana.

Ao analisar os idosos e as idosas separadamente (Figura 45), em ambos os dias, percebe-se a


inexistência de idosas no período da tarde e a baixa frequência dos idosos, o que corrobora as
respostas dos idosos de que à tarde é muito quente e seco para realizar exercícios. Na quinta-
feira, os dois gêneros preferem frequentar o parque no período da manhã, sendo a presença
das idosas mais significativa que dos idosos, durante este período.

Durante o final de semana, a proporção de idosas e idosos é bem parecida e ambos preferem
o período do almoço. Esses dados podem ser confirmados com as entrevistas realizadas, em
que durante a semana preferem cuidar da saúde logo pela manhã para ter o restante do dia
livre. Já durante o final de semana não precisam ser tão rígidos com o horário e podem dormir
um pouco mais.

péssima ótima
distribuição das distribuição das
distribuição das pessoas no tempo pessoas no tempo pessoas no tempo
3

Figura 44. Distribuição pessoas idosas – PEOA (%). Figura 45. Idosa e Idoso distr. no tempo- PEOA (%).

AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA- ATIVIDADES

4 Passagem de pessoas idosas

*O item sobre passagem não se aplica na pesquisa, devido ao parque ser cercado e não ser utilizado como local
de passagem.

não há gente há muita gente


4* passagem passando passando
112

5 Permanência de pessoas idosas

Pela própria natureza do parque de ser um local de destino, há boa permanência de pessoas
idosas para realização de atividades física, caminhada, lazer e interação com outras pessoas.
O tempo observado de permanência para a realização de exercícios é cerca de 40 minutos a 1
hora. Os idosos normalmente realizam uma caminhada de 20 minutos, fazem mais 40 min de
exercícios nos aparelhos do PEC e depois vão embora, como citado por Sr. Hylton Pereiro, de
78 anos. Os locais mais frequentados de permanência relacionados à conversa e ao lazer são
as áreas do pergolado, quiosque e espreguiçadeiras, onde ficam por cerca de 1h (Figura 46).

não há gente há muita gente


permanecendo permanecendo
5.1 número
as pessoas as pessoas
5 permanência
permanecem por permanecem por
5.2 duração muito pouco tempo um longo tempo

Figura 46. Idosos nas áreas-alvo e pista de caminhada – PEOA (%)

6 Encontros de pessoas idosas

Observou-se alguns encontros casuais de idosos que cumprimentavam outros conhecidos ao


realizarem caminhada e também nas áreas de atividades, onde começavam uma conversa ou
até mudavam de aparelho para ficar mais próximos. Também foram notados encontros
programados, como o do grupo de ginástica para idosos, pelas manhãs e de idosas amigas que
marcam de se encontrar para realizar atividades de caminhada e exercícios juntas. Além dos
encontros, há ainda os idosos que chegam acompanhados ao parque, como 11 dos 22
entrevistados.
113

não há gente há muita gente


6.1 ocorrência se encontrando se encontrando

6 encontros [x] os encontros são casuais


6.2 tipo
[x] os encontros são programados

7 Manutenção e vigilância do parque

O parque possui funcionários de limpeza terceirizados que ficam concentrados nas


proximidades da entrada principal, administração e banheiros. Os vigilantes do patrimônio,
normalmente dois por turno, também terceirizados, são os responsáveis pelo patrimônio
construído e ficam concentrados na entrada principal, administração e quiosque. São eles os
responsáveis por abrir e fechar o parque.

O IBRAM é o órgão que administra o parque como um todo. São feitas parcerias com a
Novacap, a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (FUNAP) e Administrações Regionais
ou voluntários parceiros para a realização de limpeza, roçagem, poda, supressões de espécies
arbóreas e manutenção dos equipamentos.

Pôde-se observar viatura da Polícia Militar do DF (PMDF) estacionada no período da tarde na


área externa do parque. Há indício de vigilância informal por parte da comunidade
frequentadora do parque e dos vendedores de água de coco localizados próximos às entradas,
no perímetro externo do parque.

*Recomenda-se analisar separadamente os itens de manutenção e de vigilância.

não há gente há muita gente


7.1 manutenção mantendo o lugar mantendo o lugar

7.2 tipo [x] o local é mantido por pessoas contratadas para isso
manutenção e não há gente há muita gente
7 vigiando o lugar vigiando o lugar
vigilância* 7.3 vigilância

[x] o local é vigiado por pessoas contratadas para isso


7.4 tipo
[x] há indício de vigilância informal

8 Demais atividades realizadas pelos idosos

As atividades acontecem de maneira dispersa no local e nos períodos do dia. Além das
atividades ativas mais recorrentes de caminhada, exercícios nas áreas de equipamentos e
114

alongamento, foram vistos idosos socializando tanto com pessoas da mesma idade, bem como
com pessoas de outras gerações, fazendo ioga, corrida, brincando, jogando frescobol e tirando
fotos. Das atividades passivas, estão a de: mexer no celular, ficar sentado, observar, ler, beber
água, descansar, guardar pertences na bolsa, esperar, tomar banho de sol e chamar aves
silvestres112 (Figura 47).

Há atividades tradicionalmente programadas113, gratuitas, como ginástica para a melhor


idade, aulas de ioga e chorinho aos domingos. Esporadicamente ocorrem eventos
protagonizados por grupo de observadores de aves, participantes de constelação familiar e
benzedeiras.

Há algumas atividades motivadas pela presença de pessoas, no perímetro externo do parque,


como a venda de água de coco, saladas de frutas e castanhas, onde os idosos compram e
gostam de socializar com os vendedores ou outros fregueses.

há muitas
não há atividades
atividades
8.1 número ocorrendo
ocorrendo

[x] há atividades ocorrendo no próprio lugar


[x] há atividades ocorrendo nas fronteiras do lugar
8.2 origem [ ] há atividades ocorrendo motivadas pela presença de pessoas no lugar
[x] o lugar costuma abrigar atividades programadas:
ginástica para idosos, ioga e chorinho.
[x] há presença de atividades passivas
demais
8 [x] há pessoas observando outras
atividades
[x] há pessoas aproveitando os efeitos positivos do clima, descansando,
dormindo
Atividades passivas: descansar, observar, ler, pegar sol, beber água,
8.3 tipo mexer no celular, guardar pertences na bolsa e chamar aves silvestres.
[x] há presença de atividades ativas
[x] há pessoas interagindo
[x] há pessoas demonstrando afeto e alegria
Atividades ativas: caminhar, exercitar, alongar, socializar, ioga, correr,
brincar, jogar frescobol, tirar fotos.

112
Para poder apreciar de perto as aves, o Sr. João Inácio, de 65 anos, gosta de ficar sentado em silêncio, no meio
da mata e colocar para tocar em seu celular o canto das aves, como fez com a galinha-d’angola que se aproximava
do local ao escutar seu chamado.
113
Dessas atividades, somente a ginástica para a melhor idade é voltada para os idosos, as demais são abertas
para todas as idades e os idosos também as frequentam.
115

Figura 47. Tipos de atividades realizadas pelos idosos – PEOA.

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO – ATRIBUTOS GLOBAIS

O trecho de análise da avaliação do espaço público em relação aos atributos globais será a
subdivisão Asa Norte.

9 Espaço livre público

Temos bastantes espaços livres em detrimento dos espaços construídos, o que acaba por
refletir na denominação de Brasília como cidade parque. Além dos cinturões verdes de 20m
de largura que circundam as superquadras com dimensão de 240 x 240m, há diversos espaços
ociosos entre as superquadras114, áreas de proteção ambiental e vazios urbanos, como a
localizada a leste do parque, depois da via L2 Norte, conhecida como Parque Arboreto da
Universidade de Brasília. Assim, o percentual de espaço livre público sobre a área total é
grande (Figura 48). O parque em si é um grande espaço convexo, sendo representativo no seu
trecho. Entretanto o tamanho médio dos espaços convexos é relativamente consoante com o
papel da área no contexto da cidade.

114
Na confluência de quatro superquadras deveriam existir equipamentos comunitários, como escolas
secundárias, cinemas igrejas e áreas de lazer. Hoje grande parte desses terrenos estão vazios.
116

Dimensão Sociológica
o percentual de espaço
o percentual de espaço livre
livre público sobre a
público sobre a área total é muito
9.1 quantidade área total é muito
grande
pequeno

espaço livre
9 o tamanho médio dos o tamanho médio dos
público espaços convexos não é consoante espaços convexos é
9.2 dimensões com o papel da área no contexto consoante com o papel da
da cidade área no contexto da cidade

Figura 48. Mapa de edificações – PEOA.

Fonte: adaptado de Geoportal, 2020.

10 Integração global

Pode-se observar no mapa axial da subdivisão Asa Norte que a via Eixo Rodoviário Norte,
localizada na área central, é de coloração vermelha, ou seja, é muitíssima bem irrigada por
linhas integradas. Quanto mais dentro das quadras residenciais mais descontínua se torna a
área, nota-se nestes pontos a predominação da coloração azul. A área como um todo possui
integração regular (Figura 49).

o lugar é mal irrigado por o lugar é bem irrigado


integração global linhas integradas por linhas integradas
10
117

Figura 49. Mapa de integração global (HH Rn), 2015, Asa Norte.

Fonte: adaptado de (COELHO, 2017, p. 139)

11 Atividades

A distribuição das atividades no tempo é boa, e há muita variedade de atividades na área:


residências, comércios, serviços, escritórios, hospitais, órgãos públicos, escolas,
universidades, igrejas, estação de tratamento de esgoto, espaço de lazer Norte, terminal
rodoviário, hotéis. A atividade residencial é a que predomina. As atividades são reunidas por
setores, não havendo uma boa distribuição no espaço de forma que se complementem.
118

Dimensão Funcional
não há variedade há muita variedade
de atividades de atividades
11.1 variedade
atividades estão atividades estão
mal distribuídas bem distribuídas
11.2 distribuição
as atividades se
as atividades não se
complementam muito
11 atividades complementarida complementam
11.3 bem
de
há ótima
há péssima
distribuição das
distribuição das
distribuição atividades no tempo
atividades no
11.4 tempo
temporal

12 Habitação

A área tem a função habitacional como principal. Nas superquadras, a organização interna é
feita de forma livre e variada, com gabarito de no máximo seis pavimentos com pilotis. Os
tipos de edificações são distribuídos de forma setorial115, característica que transmite ideia de
uniformidade para a área, mesmo com as variações de forma, dimensões e revestimentos
utilizados. A partir dos dados censitários, foi possível contabilizar, dentro de um raio de 500m,
uma população de 5.583116 habitantes, havendo densidade de 71,08 hab/ha, considerada
média117, para assegurar concentração de pessoas.

há muito pouca variedade há grande variedade


12.1 variedade de tipos edilícios de tipos edilícios

os tipos edilícios estão os tipos edilícios estão


12.2 distribuição muito mal distribuídos muito bem distribuídos

12 habitação
não há densidade há densidade suficiente
suficiente para assegurar para assegurar uma ótima
12.3 densidade concentração de pessoas concentração de pessoas

[ ] há excessiva densidade

115
As Superquadras 100, 200 e 300 são constituídas, em sua maioria, por 11 edifícios, de seis andares mais pilotis.
As Superquadras 400 são duplas e constituídas por edifícios de três pavimentos, com ou sem pilotis e possuem
caráter mais popular. As quadras 700 formam o Setor de Habitações Individuais Geminadas (SHIGS), ocupação
por sequência de casas geminadas, há também edifícios com dois ou três pavimentos sobre pilotis. As quadras
500 são os comércios residenciais ou serviços, constituída por blocos geminados com até três pavimentos. As
quadras 600 são o Setor de Grandes Áreas e, por fim, as 900, conhecidas como o Setor de Edifícios de Utilidade
Pública, destinadas a igrejas, escolas, hospitais e etc.
116
Dados contabilizados da página geoportal.seduh.df.gov.br, baseados no Censo 2010.
117
Parâmetros extraídos da Codeplan: baixa de 0 a 50 hab/ha, média 51 a 100 hab/ha, alta 101 a 150 hab/ha
(JATOBÁ, 2017, p. 15)
119

13 Mobilidade

A área é dotada de calçadas, porém muitas vezes a faixa livre para pedestres é compartilhada
com a faixa de serviços ou há descontinuidade do caminho. São poucos os trajetos
sombreados, não há uniformidade da pavimentação e grande parte das calçadas encontram-
se malconservadas. O sistema de ciclovia existente não é totalmente integrado, a sinalização
é falha e há momentos em que o ciclista precisa partilhar de ruas e calçadas para realizar
travessias ou continuar seu trajeto, quando a ciclovia não acaba abruptamente (Figura 50).

O sistema de transporte público do Plano Piloto não é conhecido por ser eficiente. A Asa Norte
possui 106 paradas de ônibus. O trajeto dos ônibus se dão no sentido norte-sul, não havendo
circulação no sentido leste-oeste, e isso faz com que o pedestre tenha que caminhar longos
percursos para chegar até o local desejado. A estrutura da cidade prioriza o uso do transporte
particular devido às grandes distâncias que os pedestres devem percorrer, por tudo ser
setorizado e pela facilidade de estacionamentos gratuitos oferecidos, como dentro das
quadras residenciais e em frente aos blocos comerciais.

a área está muito


a área não está
bem estruturada
estruturada para
13.1 pedestres para atender aos
atender aos pedestres
pedestres

a área não está a área está muito


estruturada para bem estruturada para
13.2 ciclistas atender aos ciclistas atender aos ciclistas

13 mobilidade a área não está a área está muito bem


transporte estruturada para o uso estruturada para o uso
13.3 do transporte público do transporte público
público

a estrutura da
a estrutura da
área não prioriza o
transporte área prioriza o
transporte
13.4 transporte particular
particular particular
120

Figura 50. Estrutura para ciclistas na Asa Norte.

Fonte: adaptado de Geoportal, 2020.

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO – ATRIBUTOS LOCAIS

14 Localização

Em termos globais, o parque está localizado próximo ao Eixo Rodoviário Norte, uma das vias
de trânsito rápido mais importantes da cidade, e a via que dá acesso ao parque também é de
coloração vermelha. Nas laterais mais extensas, tem-se a via arterial L2 Norte e a via coletora
L1 Norte, eixos em amarelo, e nas extremidades mais estreitas têm-se vias locais com
coloração verde-água e azul. Conclui-se que a localização do parque com relação ao sistema é
boa.

Com relação à integração local, sua escolha é regular, uma vez que a rua que dá acesso
permanece na cor vermelha, mas as vias ao redor das entradas para o parque são de cor ciano
e azul, consideradas medidas ruins de escolha (Figura 51). Mesmo assim, o parque ocupa uma
área em meio às residências, sendo bem frequentado pelos moradores da região.

Dimensão Sociológica
8. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.1
integração global
14 localização 9. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.2
integração local
121

Figura 51. Recorte subdivisão Asa Norte. Da esquerda para a direita: Mapa de integração global (HH Rn),
2015 e Mapa de integração global (HH R3), 2015.

Fonte: adaptado de (COELHO, 2017, p. 139 e 151)

15 Limites e dimensões

Os limites do parque são impostos pelo alambrado, seguido das calçadas externas e vias que
o circundam, o que representa um único espaço convexo. Sua dimensão é condizente com
suas características ecológicas e de oferecer lazer para a população.

*Os subitens sobre contiguidade dos limites e separação público/privado não se aplicam à pesquisa, uma vez
que o perímetro do parque é completamente cercado por alambrado e não possui fachadas configurando o
espaço, o que impede a avaliação de contiguidade; e separação público/privado não se aplica, pois tanto sua
área externa como interna são de uso público, apesar de esta última possuir restrições de conduta e horário.

os limites do lugar os limites do lugar


clareza dos não estão claros estão muito claros
15.1 limites
os limites do lugar têm os limites do lugar têm
contiguidade dos baixa contiguidade alta contiguidade
15.2* limites
limites e
a separação público/privado a separação
15 separação não é clara público/privado é clara
dimensões 15.3* público/privado
o tamanho do lugar o tamanho do lugar
não é condizente é condizente com suas
dimensões com suas características características
15.4

16 Tipos edilícios

No entorno do parque há pouca variação de tipos edilícios. Há presença de blocos comerciais


com três pavimentos e das edificações residenciais de três e de seis pavimentos mais pilotis.
Na lateral leste não há edificações (Figura 52).
122

não há variedade há grande variedade


tipos edilícios de tipos edilícios de tipos edilícios
16

Figura 52. Tipos edilícios, PEOA. Da esquerda para a direita: Bloco comercial 413 norte e edifício residencial
da 213 norte.

17 Portas e janelas

O parque possui três portões de entrada. Próximo a esses acessos têm-se edifícios comerciais
e residenciais que totalizam 37 portas que abrem diretamente para o parque. Seu perímetro
é de aproximadamente 2050,13m, desconsiderando-se o lado leste por ser um espaço
convexo cego. Tem-se cerca de 2 portas abrindo a cada 100m, o que é considerado monótono.

Há um bom número de janelas dos edifícios comerciais e residenciais voltadas para a área,
mas as mais baixas possuem a vista impedida pela densa vegetação do parque.

*Os subitens sobre relação público/privado e fronteiras suaves não se aplicam à pesquisa, pois o parque é
cercado por alambrado.

a proporção de espaços
não há espaços
espaços convexos convexos cegos
convexos cegos
17.1 é muito alta
cegos

não há portas há muitas portas


número de abrindo para o lugar abrindo para o lugar
17.2
portas
todas as relações todas as relações
10. portas e
relação público/privado público/privado
17 janelas 17.3* são indiretas são diretas
público/privado

não há presença há grande presença


fronteiras de fronteiras suaves de fronteiras suaves
17.4
suaves
não há janelas há muitas janelas
17.5 janelas voltadas para o lugar voltadas para o lugar
123

18 Nivelamento

Apesar do parque possuir desníveis em seu interior e a pista de caminhada interna


acompanhar esse relevo, sua relação com o exterior é muito positiva. Os acessos ao parque
são nivelados e resolvidos por meio de uma pequena rampa, como na entrada norte.

*Sugere-se a troca do título de Piso para Nivelamento.

o lugar não está o lugar está


18 Nivelamento* no nível do solo no nível do solo

19 Barreiras e permeabilidade ao movimento

A vegetação existente não cria barreiras que atrapalhem o fluxo de pessoas e fornecem
sombra de maneira adequada nos espaços de estar e convívio. Existem assentos em lugares
sombreados, assim como em lugares expostos ao sol favorecendo a permanência de pessoas
no parque. Contudo, algumas raízes de árvores tornaram-se obstáculos aos idosos na área de
ginástica e na pista de caminhada, e o excesso de folhas no chão torna a caminhada perigosa
e escorregadia. Existem alguns caminhos improvisados para acesso a alguns equipamentos do
parque que levam à área de mata densa.

a implantação dos elementos a implantação dos elementos


paisagísticos não colabora com a paisagísticos colabora com a
passagem ou permanência de passagem e permanência de
barreiras e 19.1 ocorrência pessoas e configura barreira ao pessoas e não configura barreira
permeabili- acesso ao acesso
19
dades ao
movimento [x ] há indícios de caminhos improvisados (linhas de desejo)
19.2 tipo [ ] há caminhos ou estares urbanizados e subutilizados

20 Transparências e opacidades à visão

Por se tratar de um parque ecológico, é natural que o lugar tenha vegetação densa, e é
obrigatório que tenha, no mínimo, 30% de área de preservação permanente. Nas áreas-alvo
estudadas, a vegetação não atrapalha a visualização. A maior parte das árvores são adultas, e,
junto da mata densa, rodeiam os espaços de lazer, estando mais próximas da lagoa e do
córrego. Ainda assim, alguns trechos da pista de caminhada adentram essa mata fechada,
havendo opacidade na visão do todo.
124

o conjunto paisagístico não


o conjunto paisagístico permite a
permite a ampla visualização do
20.1 Ocorrência ampla visualização do espaço
transparências espaço
20 e opacidades à
visão [ x] o local é mantido/vigiado por pessoas contratadas para isso
20.2 Tipo [ x] há indício de manutenção voluntária/vigilância informal

21 Acesso e circulação

O acesso ao parque por pedestres é regular, pois apesar de haver calçadas acessíveis em todo
o seu perímetro e conectadas com as quadras residenciais vizinhas, a entrada lateral ao sul
não é acessível, porque não existe conexão contínua entre a pista de caminhada e a calçada
externa. Só existem três portões de entrada, nenhum situado no trecho da via L2 norte. É
proibido pedalar dentro do parque, mas existe bicicletário logo na entrada principal para
apoio aos ciclistas, e há ciclovias que dão acesso ao local.

Próximo ao parque existem cinco paradas de ônibus, quatro na via L2 Norte (distância de
350m e 460m até o acesso do parque) e uma na via L1 Norte perto de um dos acessos. Existem
ainda mais duas paradas localizadas no eixinho L Norte (distância de 550m até o acesso do
parque) e mais uma no eixinho W Norte (distância de 700m até o acesso do parque) (Figura
53).

O parque não possui estacionamento, mas algumas pessoas deixam os carros em recuos
localizados próximos às rotatórias, local proibido de estacionar. Caso necessário, existem
estacionamentos de fácil acesso e gratuitos dentro das quadras residenciais e em frente aos
blocos comerciais que absorvem bem os frequentadores do parque que estão com carro. O
fato de não existir nenhum estacionamento de apoio e área de embarque e desembarque no
parque é ruim para os idosos, pois eles costumam ir de carona em carro de familiares ou usar
serviços de aplicativo para chegar ao parque por não poderem mais dirigir, morar longe e levar
toda a família ao local, e necessitariam de um local mais próximo para descer.

Suas conexões com as quadras vizinhas ao norte e ao sul são regulares. Os portões de entrada
do parque não são bem sinalizados. A conexão com os limites à frente é interrompida por uma
rua que possui duas faixas em cada sentido. A conexão com a área do Parque Arboreto é a
mais problemática, interrompida por uma rua com três faixas em cada sentido e sem nenhum
acesso direto ao parque. Em seu perímetro existem cinco faixas de pedestre, que dão suporte
125

para travessia de seus frequentadores. Mesmo com algumas irregularidades no piso, no geral,
a circulação a pé é favorável.

*Recomenda-se analisar separadamente o acesso por pedestres do de ciclistas. Sugere-se o acréscimo de


subitens em caráter complementar à tabela original, inserindo o conceito de acesso por transporte particular,
complementar à dimensão funcional, e neste caso, focando no acesso e circulação.

Dimensão Funcional
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por acessível por pedestres acessível por pedestres
21.1*
pedestres
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por acessível por ciclistas acessível por ciclistas
21.2*
ciclistas
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por
acessível por acessível por
21.3 transporte transporte público transporte público
público
o lugar é facilmente o lugar não é facilmente
acesso e acesso por
acessível por acessível por
21 21.4* transporte transporte particular transporte particular
circulação particular
o lugar não se conecta o lugar se conecta
adequadamente adequadamente
21.5 conexões com seus limites com seus limites

o lugar tem obstáculos o lugar não tem


ou barreiras e não atende obstáculos ou barreiras e
21.6 circulação aos requisitos atende aos requisitos
de acessibilidade de acessibilidade

Figura 53. Acesso e circulação - Parque Olhos d’Água.

Fonte: adaptado de GeoPortal, 2020.


126

22 Atividades nos limites e arredores do lugar

Nos arredores do parque há residências, escritórios e comércio, como bares, restaurantes,


sorveteria e mercadinhos, tornando-se boa a distribuição das atividades no tempo. No limite
do parque existem vendedores de água de coco, saladas de frutas e castanhas. As atividades
são reunidas por setores, porém estão bem distribuídas ao redor do parque, se
complementando, menos na face leste, que é um grande vazio urbano.

não há variedade há grande variedade


de atividades de atividades

[ x ] há presença de moradias
22.1 variedade [ x ] há presença de estabelecimentos que comercializem comida
listar/descrever as atividades existentes: restaurantes, bares, sorveteria,
mercadinhos, barraca de coco, venda de saladas de frutas e castanhas.
atividades nos
as atividades estão as atividades estão
limites e mal distribuídas bem distribuídas
22 Distribuição
arredores do 22.2
espacial
lugar
as atividades não se as atividades se
complementarida complementam complementam muito bem
22.3
de
há péssima há ótima
distribuição das distribuição das
distribuição atividades no tempo atividades no tempo
22.4
temporal

23 Apoio às atividades no lugar

O espaço oferece variados lugares para a prática de exercícios, como academia própria para
idosos, para deficientes físicos e circuito de ginástica. Há áreas cobertas e descobertas para a
realização de atividades passivas e ativas, como o quiosque de madeira, o gramado da área
das espreguiçadeiras e um espaço, com base em bloquete, para receber feira de orgânicos.

Dentro das áreas-alvo estudadas, e ao longo da pista de caminhada, pôde-se verificar um bom
número de bancos, com altura e encosto adequados para os mais velhos e locais de
permanência (Figura 54 e Figura 55). Existem lixeiras espalhadas pelo parque. Os banheiros
ficam localizados próximos à entrada principal.

Existem somente 2 bebedouros localizados próximo à entrada principal, sendo um deles de


água gelada e o outro natural, porém o natural se encontra mais próximo da pista de
caminhada e não é agradável nos dias mais quentes. Há três pontos de ducha ao ar livre,
127

espalhados pelo parque. Como elementos d’água têm-se também a lagoa dos Sapos e o
córrego que corta o terreno.

A maioria das atividades estão distribuídas próximas às entradas principal e lateral norte,
praticamente não havendo atividades nas áreas sul e leste, a não ser pela presença da pista
de caminhada que circunda o parque. Há boa complementaridade nas atividades disponíveis,
independentemente do horário, dia de semana e estação do ano.

Outras atividades identificadas por pessoas de diferentes idades e que também podem ser
praticadas pelo público idoso, como jogar cartas, xadrez, meditar, ler e jogar futebol, precisam
de apoio para que mais pessoas de idades variadas possam permanecer por mais tempo no
local.

*Sugere-se a troca do título, de atividades no lugar para apoio às atividades no lugar.

não há variada oferta há variada oferta


de atividades de atividades

[x] há locais para sentar


[x] os locais para sentar são em bom número
[x] os locais para sentar são poucos variados
[ ] há bancas e quiosques que comercializem comida
23.1 variedade
[x] há presença de elementos com água (fontes, espelhos)
[x] os elementos com água são nada acessíveis
[x] há espaço para atividades improvisadas ou programadas
Apoio às [ ] o espaço oferece apoio às atividades identificadas no levantamento
23 atividades no listar/descrever as demais atividades existentes: comprar, jogar cartas,
lugar* xadrez, meditar e jogar futebol.
as atividades estão as atividades estão
distribuição mal distribuídas bem distribuídas
23.2
espacial
as atividades não se as atividades se
complementarida complementam complementam muito bem
23.3
de
há ótima distribuição
há péssima distribuição
das atividades no
distribuição das atividades no tempo
tempo
23.4
temporal
128

Figura 54. Tipos de assentos PEOA. Da esquerda para a direita: PEC, área do pergolado, parque infantil, lagoa
dos Sapos, pista de caminhada e banco do quiosque.

Figura 55. Posição das pessoas idosas – PEOA (%)

24 Edificações existentes

A variedade de tipos edilícios é praticamente inexistente, uma vez que as edificações são
destinadas a atividades administrativas e recreativas, como o quiosque de madeira com os
banheiros públicos. Ambas as edificações são térreas com revestimento aparente de tijolinhos
129

que se integram à paisagem e permitem que a natureza domine o local. Os edifícios


encontram-se em ótimo estado de manutenção (Figura 56).

*Sugere-se o acréscimo do item em caráter complementar à tabela original, inserindo o conceito de edificações
existentes, complementar à dimensão funcional, e neste caso, focando na variedade e manutenção das
edificações.

não há variedade há grande variedade de


24.1 variedade de tipos edilícios tipos edilícios

edificações os tipos edilícios se encontram os tipos edilícios se encontram


24*
existentes em péssimo estado de em ótimo estado de
24.2 manutenção manutenção manutenção

Figura 56. Tipos edilícios. Da esquerda para a direita: administração do parque e edifícios integrados à
paisagem.

25 Pavimentação do local

O terreno é bastante acidentado, com variações de nível de até 12m. A pista de caminhada
que circunda o parque acompanha seu relevo, sendo incômodo para alguns idosos, mas
estimulante para outros. A pista é asfaltada e suas laterais e eixo são demarcados por pintura,
o que ajuda alguns idosos a enxergar seus limites. Alguns trechos possuem rachaduras que
merecem atenção, mas no geral a pista é adequada e contínua, dá até para andar de costas,
como faz o Sr. Jarbas, de 75 anos, para “aguçar a atenção e esticar outros músculos”.

Diferentes caminhos intermediários, pavimentados com materiais distintos, dão acesso à pista
principal de caminhada:

 Pista de bloquete dá acesso ao PEC, área das espreguiçadeiras e alguns bancos;


130

 Pista feita de placas de concreto dá acesso à administração, área dos pergolados e


quiosque; e
 Pista feita de pedra Pirenópolis dá acesso ao relógio de sol e lagoa dos Sapos.

Não há conexão para o parque infantil, academia PCD e circuito de ginástica, o que constitui
falha grave, uma vez que o público PCD, que mais necessita de facilidade de acesso, encontra
uma barreira ao uso do equipamento (Figura 57).

As trilhas internas de caminhada possuem pavimentação em bloquetes e alguns trechos em


terra batida, mas são bastante acidentadas e não possuem corrimão, como lamentou a Sra.
Maria Evangelista, de 69 anos.

A pavimentação do PEC é de bloquete, seu piso não é totalmente nivelado devido às


ondulações provenientes das raízes das árvores, tornando-a perigosa para os idosos. Uma
solução adotada no passado foi a de pintar os trechos elevados, alertando os idosos para o
risco de queda, porém é necessária manutenção da pintura, sendo melhor uma reforma no
piso para que fique totalmente nivelado. O ideal seria que todos os caminhos intermediários
fossem do mesmo material, para criar uniformidade e ser acessível a todos.

*Sugere-se o acréscimo do item em caráter complementar à tabela original, inserindo o conceito de


pavimentação do local, complementar à dimensão funcional, e neste caso, focando no nível do solo,
continuidade de caminhos e material de acabamento.

o lugar não está o lugar está


25.1 nível do solo no nível do solo no nível do solo

os caminhos não são


os caminhos são
contínuos, muitas
Pavimentação 25.2 contínuo contínuos, fluidos
25* interrupções
do local
pavimentação com pavimentação com
material de material não acessível material acessível
25.3
acabamento
131

Figura 57. Acessos aos equipamentos. Da esquerda para a direita: PEC, pavimentação do PEC, lagoa dos
Sapos e academia PCD.

26 Conforto

O parque possui ótimo desempenho higrotérmico. Há bastantes pontos de sombra advindas


das árvores, pergolados e quiosque. Há também uma lagoa, nascente e córrego que corta o
terreno. A maioria dos equipamentos ficam em locais sombreados, com exceção do circuito
de ginastica. Há boa ventilação, e próximo a lagoa o ar é mais fresco. A iluminação artificial é
existente por toda a pista de caminhada, mas nem todos os equipamentos possuem postes
de luz para iluminação direta, como no PEC (Figura 58), e à noite o centro do parque é
totalmente escuro. O desempenho sonoro é bom e a qualidade do ar nos dias em que foram
realizadas as contagens não era agradável no entardecer devido ao morro de fertilizante que
estava sendo preparado e pela quantidade de moscas que sobrevoavam o parque.
132

Dimensão Bioclimática
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
26.1 higrotérmico desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


desempenho desempenho
26.2 luminoso
[ x ] o lugar é razoavelmente iluminado à noite
26 conforto
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
26.3 sonoro desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


26.4 qualidade do ar desempenho desempenho

Figura 58. Iluminação à noite. Da esquerda para a direita: pista de caminhada e PEC.

27 Dimensões econômicas

Os materiais utilizados no parque, como os pavimentos em asfalto e bloquetes, bancos de


concreto com madeira e construções em tijolo são materiais de baixo custo que sugerem baixo
custo de implantação e manutenção. Os aparelhos de ginástica e parque infantil foram frutos
de doação.

O IBRAM não sabe informar118 os gastos de implantação e manutenção anual dos parques. Diz
que a maioria deles foram criados com algumas edificações existentes e que recebem apoio
da administração pública para instalação de equipamentos. A manutenção é realizada
corretivamente, pela equipe do IBRAM, sem custo fixo anual. Cada unidade de conservação
possui individualidades nas demandas.

118
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 47474467.
133

Dimensão Econômica
os custos de implantação os custos de implantação
27.1 implantação do lugar são muito altos do lugar são muito baixos

27 custos os custos de manutenção os custos de manutenção


27.2 manutenção do lugar são muito altos do lugar são muito baixos

28 Orientabilidade e identificabilidade

Ao longo da pista de caminhada, próximos às entradas e perto de alguns equipamentos,


existem mapas com ilustrações representativas dos atrativos do parque, totens orientativos
com ilustrações de suas trilhas e informações sobre a vegetação existente (Figura 59). É muito
fácil de se localizar no parque devido aos seus espaços e elementos componentes que fazem
parte do todo identificáveis, porém no seu interior a orientabilidade fica um pouco
prejudicada devido à densa vegetação, mas nada que dificulte muito a orientação logo quando
se sai da mata. Os edifícios construídos na área externa e as pistas próximas ao parque
também ajudam na sua orientação interna. Os idosos entrevistados não acham a estrutura do
parque confusa e citam a boa sinalização existente. O lugar tem forte identidade por ser um
grande espaço com densa mata e pelos seus elementos componentes, os equipamentos
comunitários.

Dimensão Topoceptiva
é difícil orientarmo-nos é fácil orientarmo-nos
28.1 orientabilidade nele nele
orientabilidade
e
28 o lugar tem fraca o lugar tem forte
identificabilida identidade identidade
28.2 identificabilidade
de

Figura 59. Mapas e totens. Da esquerda para a direita: mapa ilustrativo PEOA e totem orientativo de trilha.
134

29 Significado e simbolização

O parque foi efetivamente criado devido à mobilização da comunidade local e da Organização


Não Governamental (ONG) S.A.P.O., com a preocupação de preservar a vegetação nativa, suas
nascentes, lago e Bacia Paranoá e o intuito de proteger a área contra invasores, depósito de
lixo e especulação imobiliária. Hoje, atende a seu objetivo de ser um lugar de proteção
ambiental.

Ao conversar com os idosos, pôde-se perceber que o significado do parque é o de manter o


contato com a natureza, respirar melhor, proporcionar saúde, oferecer lugares para se
exercitar para não “enferrujar”, e a paz que o local proporciona. Não há nenhum elemento
que o simbolize, nenhum marco representativo do local. Não houve um consenso nas
respostas apresentadas pelos idosos entrevistados, apesar de alguns citarem elementos da
natureza como símbolo.

Dimensão Simbólica
o lugar não contém elementos o lugar contém elementos
que remetem a valores, que remetem a valores,
29.1 significado ideias, história etc. caros ideias, história etc. caros
à sua população à sua população
significado e
29
simbolização o lugar não contém o lugar contém
elementos que o façam elementos que o
29.2 simbolização memorável. façam memorável.

30 Afetos

A presença dos vigias do patrimônio próximos a entrada principal e o fluxo de pessoas ao


longo da pista de caminhada provoca sensação de segurança no parque. A poda e ausência de
lixo no chão do parque transmitem impressão de zelo. Observou-se também a sensação de
pertencimento, pelo semblante relaxado de seus usuários e pelo cuidado com seus
equipamentos. Por fim, o parque evoca afetos positivos em seus frequentadores, como
observado nas entrevistas: transmite a sensação de paz, relaxamento, tranquilidade, é
gratificante, possui ar puro, contato com a natureza, pássaros e árvores.

Dimensão Afetiva
o lugar evoca o lugar evoca
afetos negativos afetos positivos

afetos
30 [x] o lugar traz sensação de segurança
[x] o lugar traz sensação de que alguém zela por ele
[x] o lugar traz sensação de pertencimento
135

31 Beleza e conservação/ manutenção

O parque como um todo tem a sua beleza por sua natureza, pelos diversos tons de verdes da
vegetação, por alguns coloridos pontuais de florações, pela existência da nascente d’água e
pelos pássaros, mas em si, não é belo (Figura 60). Nove dos 12 entrevistados responderam
achar o parque belo, porém alguns observaram que na época da seca é difícil achá-lo bonito
e que poderiam existir mais flores. Seus elementos constituintes são bem desenhados, como
a arquitetura das edificações e o pergolado existente.

O parque passou por uma extensa manutenção em junho de 2019 e encontra-se em ótimo
estado. Recebeu melhorias em uma ação conjunta de vários órgãos do GDF como: as
secretarias de Meio Ambiente, de Segurança Pública, de Obras e de Cidades, Administração
Regional do Plano Piloto, Novacap, SLU, Caesb, CEB, FUNAP, Detran, DER, DF Legal, além de
lideranças comunitárias e da iniciativa privada. Foram realizados reparos nos alambrados,
capina da vegetação, troca de luminárias, e recuperação da pista de caminhada e das pontes
e construção de espaço para realização de feira orgânica119.

Dimensão Estética
o lugar como o lugar como
31.1 beleza do lugar um todo é feio um todo é belo

os elementos os elementos
beleza e beleza dos seus constituintes do constituintes do
31.2 elementos lugar são feios/ lugar são belos/
conservação/ mal desenhados bem desenhados
31 manutenção constituintes

o lugar e seus elementos o lugar e seus elementos


se encontram em se encontram em
conservação/ péssimo estado de ótimo estado de
31.3
manutenção conservação/manutenção conservação/manutenção

119
(AGÊNCIA BRASÍLIA e BARBOSA, 2019)
136

Figura 60. Da esquerda para a direita: área espreguiçadeira, pista de caminhada, área dos pergolados, trilha
pavimentada.
137

Variáveis Dimensão funcional


nº nome nº categoria 21.1 pedestres
SUJEITOS 21.2 ciclistas
1 número de pessoas acesso e 21.3 transporte público
21
2.1 gênero circulação 21.4 transp. particular
variedade de 2.2 faixas etárias 21.5 conexões
2
pessoas 2.3 classes sociais 21.6 circulação
2.4 grupos 22.1 variedade
3 distribuição das pessoas no tempo atividades limites 22.2 distrib. espacial
22
ATIVIDADES e arredores 22.3 complementaridade
4 passagem 22.4 distrib. temporal
5.1 número 23.1 variedade
5 permanência
5.2 duração atividades no 23.2 distrib. espacial
23
6 encontros 6.1 ocorrência lugar 23.3 complementaridade
manutenção e 7.1 manutenção 23.4 distrib. temporal
7
vigilância 7.3 vigilância edificações 24.1 variedade
8 demais atividades 8.1 número 24
existentes 24.2 manutenção
ATRIBUTOS GLOBAIS 25.1 nível do solo
Dimensão sociológica 25 pavimentação 25.2 contínuo
espaço livre 9.1 quantidade 25.3 acabamento
9
público 9.2 dimensões Dimensão bioclimática
10 integração global 26.1 higrotérmico
Dimensão funcional 26.2 luminoso
11.1 variedade 26 conforto
26.3 sonoro
11.2 distribuição 26.4 qualidade do ar
11 atividades
11.3 complementaridade Dimensão econômica
11.4 distribuiç. temporal 27.1 implantação
12.1 variedade 27 custos
27.2 manutenção
12 habitação 12.2 distribuição Dimensão topoceptiva
12.3 densidade orientabilidade e 28.1 orientabilidade
13.1 pedestres 28
identificabilidade 28.2 identificabilidade
13.2 ciclistas Dimensão simbólica
13 mobilidade
13.3 transp. público significado e 29.1 significado
13.4 transp. particular 29
simbolização 29.2 simbolização
ATRIBUTOS LOCAIS Dimensão afetiva
Dimensão sociológica 30 afetos
14.1 integração global Dimensão estética
14 localização
14.2 integração local 31.1 lugar
15.1 clareza limites beleza e conserv./
31 31.2 elementos
limites e 15.2 contiguidad. limites manutenção
15 31.3 conserv/ manut.
dimensões 15.3 separ. públ/priv.
15.4 dimensões Resumo da avaliação do Parque Ecológico Olhos
16 tipos edilícios
17.1 espaços cegos d’Água.
17.2 núm.de portas
17 portas e janelas 17.3 relaç. públ/priv. *Itens não classificados por cor (6.2; 7.2; 7.4; 8.2; 8.3;
17.4 fronteiras suaves
17.5 janelas
19.2; 20.2) foram suprimidos da tabela.
18 nivelamento
barreiras e *Os itens que não se aplicam à pesquisa
19 19.1 ocorrência
permeabilidades
transparências e permanecerão em branco (2.3; 4; 15.2; 15.3; 17.3;
20 20.1 ocorrência
opacidades 17.4).
138

3.4.2 Parque Ecológico dos Jequitibás

No Parque Ecológico dos Jequitibás, a coleta de dados realizada pela abordagem


multimetodológica SOPARC e mapas comportamentais aconteceu em dias típicos
representativos da semana e final de semana, sem chuva, na terça-feira 26.11.2019 e no
sábado 14.12.2019. O parque foi dividido em dez áreas-alvo de interesse para a pesquisa
(Figura 61). Os períodos em que foram realizadas as contagens são: manhã (7h30 e 8h),
almoço (11h30 e 12h), tarde (15h30 e 16h) e fechamento (17h e 17h30), devido ao horário de
encerramento das atividades voltadas ao público, que ocorre às 18h, que resultou em 80
observações utilizadas no estudo (ANEXO 7). As entrevistas semiestruturadas foram
realizadas entre os intervalos das observações em campo.

Figura 61. Áreas-Alvo do Parque Ecológico dos Jequitibás.

ÁREAS-ALVO

Foram contabilizadas 934 pessoas durante os dois dias de observações do parque, sendo 95 a
população de idosos120. O quantitativo absoluto de pessoas idosas foi maior no sábado (50)

120
O termo idosos refere-se a população masculina acima dos 60 anos. Já o termo população de idosos refere-
se a soma de idosos e idosas.
139

em relação à terça-feira (45), e o quantitativo total de pessoas frequentadoras no sábado foi


de 598 e de 336 na terça-feira, o que acaba por corresponder a um porcentual de população
idosa frequentadora do parque maior na terça-feira (13%) do que no sábado (8%). O período
mais frequentado pelos idosos durante a semana foi o matutino com 42%, e no final de
semana foi o vespertino com 36% (Tabela 12).

Tabela 12. População de idosos por período do dia – PEJ.


TERÇA-FEIRA
26.11.2019 Quantidade População
Período Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 10 9 19 42%
Almoço 2 2 4 9%
Tarde 1 7 8 18%
Fechamento 6 8 14 31%
TOTAL 19 26 45 100%

SÁBADO
14.12.2019 Quantidade População
Período Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 4 9 13 26%
Almoço 2 3 5 10%
Tarde 9 9 18 36%
Fechamento 4 10 14 28%
TOTAL 19 31 50 100%

Ao considerar uma ocupação média de pessoas a cada período de contagem no sábado, dia
de maior movimento, teríamos 149,5 pessoas, e a média da população de idosos por período
é de 12,5. Na terça-feira, a ocupação média do total de pessoas é de 84 e a das pessoas idosas
é de 11,25.

Os mapas referentes ao período de fechamento e tarde de terça-feira (ANEXO 7) são os que


mais se aproximam do quantitativo da ocupação média de pessoas que visitam o parque, o
que pode ser considerado um bom número de frequentadores para ambos dias de pesquisa.

A atividade mais realizada pelos mais velhos durante a semana foi a moderada (42%, reduzida
para 32% no final de semana). A atividade sedentária foi a mais praticada durante o final de
semana (42%, diminuindo para 38% durante a semana). Durante o final de semana 26% do
total de idosos realizaram atividades vigorosas, enquanto 20% durante a semana (Tabela 13).
140

Tabela 13. Níveis de atividades da população de idosos – PEJ.


TERÇA-FEIRA
26.11.2019 Quantidade População
Atividade Idosa Idoso Soma Perc.
Sedentária 6 11 17 38%
Moderada 8 11 19 42%
Vigorosa 5 4 9 20%
TOTAL 19 26 45 100%

SÁBADO
14.12.2019 Quantidade População
Atividade Idosa Idoso Soma Perc.
Sedentária 9 12 21 42%
Moderada 7 9 16 32%
Vigorosa 3 10 13 26%
TOTAL 19 31 50 100%

A presença da população de idosos foi constante nos dias de contagem em todos os períodos
do dia. Em geral, as atividades moderadas foram proporcionalmente mais realizadas pelas
pessoas idosas do que as atividades vigorosas, à exceção do período da manhã e almoço de
sábado.

Apesar de a pesquisa PDAD 2018: Sobradinho121 apontar que existam mais idosas 60,60%
(5.033) do que idosos 39,40% (3.272) na RA, dentro do parque havia mais idosos do que
idosas, tanto nos dias de semana (58%), quanto no final de semana (62%). No entanto, as
idosas são mais ativas durante a semana - realizaram atividades moderadas e vigorosas - (68%,
para 58% dos idosos). Já no final de semana foram os idosos os mais ativos (61%, para 53%
das idosas).

Quanto às áreas-alvo, a presença da população de idosos foi maior na área do Ponto de


Encontro Comunitário tanto durante a semana (36%) quanto no final de semana (30%). As
idosas utilizam mais o espaço do PEC em relação aos idosos, durante a semana a relação chega
a ser 3 vezes mais (58%, para 19% dos idosos) e no final de semana a relação é de 37%, para
26% dos idosos.

No entanto, é inexistente a presença das idosas na área do circuito de ginástica, sendo a


presença dos idosos durante a semana de 8% e no final de semana de 19%. Quanto à área do

121
(CODEPLAN, SEFP e GDFD, 2019)
141

quiosque, encontram-se mais idosos durante a semana (12%, para 0% das idosas) e final de
semana (29%, para 11% das idosas).

No parque infantil foram contabilizados mais idosos, na terça-feira (23%, para 16% das idosas).
Já no sábado foram as idosas que mais frequentaram o local (16%, para 3% dos idosos).
Durante os dias de pesquisa notou-se também a inexistência da população de idosos na área
dos skatistas, por se tratar de uma área em que a presença de adolescentes é dominante. Na
arena, durante os períodos de contagem, não foram computadas pessoas idosas, porém foi
possível observar população de idosos utilizando a área durante outros horários. (Tabela 14).

Tabela 14. População de idosos nas áreas-alvo – PEJ.


TERÇA-FEIRA
26.11.2019 Quantidade População
Áreas-alvos Idosa Idoso Soma Perc.
Estacionamento 3 5 8 18%
Administração 1 2 3 7%
Arena 0 0 0 0%
Quiosque 0 3 3 7%
PEC 11 5 16 36%
Entrada 1 1 2 4%
Parque infantil 3 6 9 20%
Skate 0 0 0 0%
Quadra poliesportiva 0 2 2 4%
Circuito de ginástica 0 2 2 4%
TOTAL 19 26 45 100%

SÁBADO
14.12.2019 Quantidade População
Áreas-alvos Idosa Idoso Soma Perc.
Estacionamento 2 5 7 14%
Administração 3 0 3 6%
Arena 0 0 0 0%
Quiosque 2 9 11 22%
PEC 7 8 15 30%
Entrada 1 2 3 6%
Parque infantil 3 1 4 8%
Skate 0 0 0 0%
Quadra poliesportiva 1 0 1 2%
Circuito de ginástica 0 6 6 12%
TOTAL 19 31 50 100%

PISTA DE CAMINHADA

Ao final de cada período de contagem foi realizada a caminhada na pista externa para a
contagem de pessoas. Considerou-se o percurso de ida e volta, totalizando 2km, somente ao
longo do trecho do parque. Os períodos contabilizados foram o da manhã (8h15), do almoço
142

(12h15), da tarde (16h15) e do fechamento (17h45), no que resultou em 8 voltas completas,


cerca de 24 min cada volta, para os dois dias de pesquisa.

No período do almoço, durante a semana, não foram contabilizadas pessoas idosas


caminhando na pista, e no sábado foram observados somente os idosos (19%). A população
de idosos frequenta mais a pista no período matutino e o segundo período mais frequentado
é o do fechamento, tanto durante a semana como no final de semana. Durante a semana, a
proporção foi de 47% dos idosos indo pela manhã para 43% indo à tarde, e no sábado foi de
43%, para 39%.

São as idosas que frequentam proporcionalmente mais a pista de caminhada. Nas terças-
feiras pela manhã, 54% das idosas contadas no dia frequentam a pista, para 39% dos idosos.
No mesmo período do sábado, 47% das idosas frequentavam o local, para 41% dos idosos.

No período do fechamento, na terça-feira, a proporção de idosas e idosos era quase igual,


com 43% das idosas frequentando a pista nesse período para 42% dos idosos. A diferença
também foi pequena no sábado, com 41% de idosas para 38% dos idosos (Tabela 15).

Tabela 15. População de idosos na pista de caminhada – PEJ.


TERÇA-FEIRA
26.11.2019 Quantidade População
Pista de caminhada Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 19 13 32 47%
Almoço 0 0 0 0%
Tarde 1 6 7 10%
Fechamento 15 14 29 43%
TOTAL 35 33 68 100%

SÁBADO
14.12.2019 Quantidade População
Pista de caminhada Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 8 15 23 43%
Almoço 0 7 7 13%
Tarde 2 1 3 6%
Fechamento 7 14 21 39%
TOTAL 17 37 54 100%

3.4.2.1 Entrevistas semiestruturadas - PEJ

A média de duração das entrevistas semiestruturadas foi de 11 minutos, mas alguns idosos
gostavam de conversar um pouco mais sobre outros assuntos e convidar para enturmar com
143

as outras pessoas que os acompanhavam. Os horários em que tinham mais idosos disponíveis
no parque para conversa eram no período da manhã até às 11h, depois no período da tarde,
a partir das 15h, próximo ao horário da contagem da tarde, e em seguida o de fechamento.
Houve uma recusa de um senhor em realizar a entrevista, alegou não conhecer o parque e
não frequentar o local.

Foram realizadas 25 entrevistas semiestruturadas, mas 6 tiveram que ser descartadas122


devido à idade menor que 60 anos. Dois destes entrevistados que foram desconsiderados
confessaram no final e foram desmentidos pelos familiares que não possuíam 60 anos, mas
sim 58 anos e 59 anos, e que queriam muito participar da entrevista, pois já se sentiam idosos.
Portanto, 19 foram as entrevistas consideradas para a pesquisa. Das entrevistas válidas, 7
foram realizadas na terça-feira e 12 no sábado, o que corresponde aproximadamente a 16%
do total diário de idosos frequentadores do parque na terça-feira e 24% no sábado.

Dentre os entrevistados aprovados, 4 eram idosas e 15 eram idosos (Figura 62). Esse
demonstrativo reflete os valores inferidos pela contagem realizada. A proporção de idosos
frequentadores do parque é cerca de 20% maior do que a proporção de idosas.

A média de idade da população idosa entrevistada foi de 65 anos, com variação com mínimo
de 60 anos e máximo de 74 anos. Sobre o estado atual de emprego 15 são aposentados, 5
trabalham em tempo integral e 1 trabalha em tempo parcial, dando aulas de muay thai e
nenhum pensionista (Figura 63). Dois dos idosos que já possuíam aposentadoria continuam
trabalhando em tempo integral e parcial. Um dos idosos que trabalha em tempo integral
possui dois empregos, de músico e administrador de empresa. As demais profissões atuais são
de advogado, do lar, comerciante e servidor público. Já as profissões anteriores à
aposentadoria são de funcionários públicos, bancário, bombeiro militar, administrador,
auditoria tributária, serviços gerais no SESI SENAI e frentista.

122
Das entrevistas descartadas quatro possuíam idade próxima, mas inferior, aos 60 anos e os outros dois
estavam na companhia de idosos.
144

Figura 62. Idosos entrevistados – PEJ. Figura 63. Estado atual de emprego – PEJ.

Quanto as respostas do atual estado de saúde, 7 entrevistados julgam ser excelente, 8 bom,
4 satisfatório e nenhum julgou possuir saúde precária (Figura 64). Sobre possuir algum
problema de saúde que limite sua capacidade de realizar atividades diárias normais, 11 foram
os que responderam não possuir nenhum problema e são 8 os que possuem algum problema.
Foi curioso observar que um dos idosos considera seu atual estado de saúde excelente mesmo
ele já havendo sofrido alguns problemas de saúde, como 7 infartos e 2 pontes de safena.
Outros problemas relatados foram de diabetes, pressão alta, hérnia de disco, doença no
coração, hipertenso, artrose, cateterismo, gordura no fígado, nervo ciático e doença na
tireoide. O nível mais alto de escolaridade concluído foi de que 10 idosos finalizaram a
universidade, 8 o ensino médio e 1 a escola primária (Figura 65).

Figura 64. Estado de saúde – PEJ. Figura 65. Nível de escolaridade – PEJ.

Quanto à casa onde residem, 15 responderam possuir moradia própria, 2 moram de aluguel
e 2 moram com a família ou no lote familiar (Figura 66). Sobre as pessoas que residem com os
idosos, 2 responderam morar sozinhos, 14 com seus cônjuges, 1 com crianças (netos), 11 com
parentes (filhos, irmã, cunhado, sobrinhos, sogro e sogra) e 1 com não parente (namorada da
afilhada) (Figura 67). Sete idosos informaram que possuem cachorro como animal de
estimação. A média de pessoas que residem em casa com os idosos é próxima de 2, além do
idoso.
145

Figura 66. Forma de moradia – PEJ. Figura 67. Quantitativo de moradores – PEJ.

Da população de idosos entrevistados, 14 residem nas quadras em Sobradinho e os demais


moram no Setor de mansões (5 km de distância), Sobradinho II (5 km de distância) e
Condomínio Residencial RK, Região dos Lagos (11 km de distância) (Figura 68). Dos
entrevistados, 11 vão a pé para o parque, um vai de bicicleta e sete vão de carro (Figura 69).

Figura 68. Local de moradia – PEJ. Figura 69. Meio de locomoção – PEJ.

3.4.2.2 Avaliação - PEJ

Os dados coletados por meio de observações, SOPARC, mapas comportamentais e entrevistas


semiestruturadas permitiram aplicar o método de avaliação da vida pública e do espaço
público no Parque Ecológico dos Jequitibás a fim de compreender se os espaços oferecidos
são bem-sucedidos em apoiar seu uso e apropriação por parte do público idoso. Os itens das
tabelas serão avaliados e comentados um a um. Para isso, foram consideradas dez áreas-alvo
estudadas no parque. Para a avaliação da vida pública levou-se em conta a parcela idosa da
população e para os atributos globais foi considerada a RA Sobradinho.
146

AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA- SUJEITOS

1 População de idosos

Segundo a PDAD 2018: Sobradinho, 13,8% das pessoas que vivem na RA Sobradinho são
idosas. Ao analisar o parque, o percentual de idosos frequentadores variou durante os dias de
pesquisa, de 8% no sábado para 13% na terça-feira, o que mostra uma propensão mais baixa
dos idosos a visitar o parque em relação à parcela de idosos na RA de até 5% menor.

o lugar está
11. não há ninguém 12. 13.
1 Número de pessoas cheio de gente
14. 15. 16. 17.

2 Variedade de pessoas idosas

Sobre a variedade de pessoas idosas pode-se dizer que há grande disparidade entre os
gêneros, em torno de 20% (Figura 70). Para a análise da variedade de faixa etária foram
levadas em consideração a idade dos idosos entrevistados, classificando-os conforme os nove
grupos de idade de acordo com o IBGE, observou-se pouquíssima variação, sendo
entrevistados idosos somente de três faixas etárias, até a de 70 a 74 anos (Figura 71).

Não foi visto nenhum grupo de idosos com um professor orientador, mas pôde-se perceber
que boa parte dos idosos se conheciam, devido aos cumprimentos, sorrisos e por sempre irem
no mesmo horário ao parque. Sabe-se que a comunidade idosa do parque é bastante ativa,
incluindo outras faixas etárias, e que fazem encontros mensais para estreitar as relações.
Pôde-se perceber que pessoas de diferentes faixas etárias utilizam o espaço do ponto de
encontro comunitário. Observou-se também que os idosos frequentam as outras áreas-alvo
estudadas no parque, menos a área da pista de skate devido a um grupo dominante de
adolescentes.

*O subitem sobre variedade de faixas etárias foi modificado para abranger o grupo de idade dos idosos conforme
classificação do IBGE, uma vez que o foco da pesquisa é direcionado a ele. O subitem sobre variedade de classes
sociais não foi analisado por não ter sido abrangido pelo questionário e ficha base, impossibilitando sua
classificação.
147

muito muito
equilíbrio de desequilibrado equilibrado
2.1
gênero
não há há grande
variedade de variedade variedade
2.2*
faixas etárias
não há há grande
variedade de variedade de variedade variedade
2 2.3*
pessoas classes sociais
não há
há predominância
predominância
predominância de grupos
2.4 de grupos
de grupos
Não há grupo de idosos dominante

Figura 70. Equilíbrio de gênero – PEJ (%). Figura 71. Variedade de faixas etárias – PEJ.

3 Distribuição das pessoas idosas no tempo

A distribuição da população de idosos ao longo do dia não é equilibrada (Figura 72). Durante
a semana o período da manhã foi o mais frequentado, caindo a frequência no período do
almoço e aumentando a frequência progressivamente até o fechamento. No final de semana,
o período mais frequentado foi o da tarde, seguido do fechamento, manhã e almoço. Pode-se
perceber que o período do almoço e fechamento a proporção de frequentadores é
praticamente a mesma durante a semana e final de semana.

Quanto à distribuição das idosas e idosos percebe-se que a frequência durante o período do
almoço é bem regular (Figura 73). Durante a semana, ambos os gêneros preferem frequentar
o parque durante o período da manhã, em especial as idosas, cuja metade do total vai ao
parque durante este período. O segundo período mais frequentado é o fechamento.

No final de semana, as idosas preferem ir ao parque no período da tarde e os idosos no


período do fechamento. Esses dados se confirmam nas conversas realizadas com os idosos,
que disseram preferirem realizar suas atividades físicas no período da manhã durante a
148

semana e terem a tarde para ir ao médico. Já no final de semana podem dormir um pouco
mais e ir mais tarde ao parque.

péssima ótima
distribuição das distribuição das
distribuição das pessoas no tempo pessoas no tempo pessoas no tempo
3

Figura 72. Distribuição das pessoas idosas – PEJ (%). Figura 73. Idosa e Idoso distribuídos tempo – PEJ (%).

AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA- ATIVIDADES

4 Passagem de pessoas idosas

*O item sobre passagem não se aplica na pesquisa, devido ao parque ser cercado e não ser utilizado como local
de passagem.

não há gente há muita gente


4* passagem passando passando

5 Permanência de pessoas idosas

O parque tem como natureza ser um local de destino. Os idosos normalmente realizam suas
caminhadas na pista externa, entram para fazer os exercícios no PEC, cerca de 40 min, ou para
descansar um pouco, beber água, e vão embora. Como revelou o Sr. Rubens, de 60 anos, gosta
de caminhar, entra para ver córrego e sai, vai embora, hoje aproveitou para dar uma teclada
no celular, diz: “-não tem muito o que fazer”. Os locais mais frequentados de permanência
relacionados ao descanso e conversa são no quiosque, na região de tocos de árvores,
utilizados como banco, ao lado do quiosque e ao lado do PEC. Há também alguns idosos que
vão ao parque para fazer piquenique no gramado da região do parque infantil e vigiar os netos
e filhos pequenos, estes permanecem cerca de 1 hora e meia no parque, como comentou o
149

Sr. Afonso Martins, de 63 anos: “-não tô fazendo nada, só fico olhando o povão, estou
aposentado, não tenho nada pra fazer, então trago a criança pra brincar na areia” (Figura 74).

não há gente há muita gente


permanecendo permanecendo
5.1 número
as pessoas as pessoas
5 permanência
permanecem por permanecem por
5.2 duração muito pouco tempo um longo tempo

Figura 74. Relação de idosos nas áreas-alvo e pista de caminhada – PEJ (%).

6 Encontros de pessoas idosas

Observou-se alguns encontros casuais de idosos que cumprimentavam outros conhecidos


durante a caminhada, nas áreas de atividades, e na região do quiosque, como comentou
alegremente o Sr. Benedito Barbosa, de 62 anos, que gosta de cumprimentar os colegas de
estrada, tem horas que para de caminhar só para conversar e “conversa mais do que
caminha”. Notou-se encontros programados de idosos esperando seus amigos para
começarem as atividades ou somente para colocar o papo em dia. Há ainda os idosos que
chegam acompanhados ao parque, como 8 dos 19 entrevistados. Alguns idosos frequentam
também os grupos de corredores de marcha atlética, de ciclistas que costumam usar o parque
como ponto de encontro no início e fim de suas atividades e os grupos de orações que
acontecem aos sábados no final da tarde.

não há gente há muita gente


6.1 ocorrência se encontrando se encontrando

6 encontros [x] os encontros são casuais


6.2 tipo
[x] os encontros são programados
150

7 Manutenção e vigilância do parque

O parque possui funcionária de limpeza terceirizada que trabalha na limpeza da sede


administrativa, banheiros e de algumas lixeiras próximas a sede. Os vigilantes do patrimônio,
normalmente dois por turno, também terceirizados, são os responsáveis pelo patrimônio
construído. Ficam concentrados na sede administrativa, no segundo pavimento, de onde
possuem uma visão ampla do parque. Nos dias de pesquisa foi possível vê-los realizando
algumas rondas até a área do circuito de ginástica, e são eles os responsáveis por abrir e fechar
o parque nos horários de funcionamento.

O IBRAM é o órgão que administra o parque como um todo. Em parceria com o órgão a
Novacap, FUNAP e Administrações Regionais ou voluntários parceiros realizam a limpeza
geral, roçagem, retirada de árvores mortas, poda e consertos no geral, como a manutenção
dos equipamentos. Foi possível observar indícios de vigilância informal por parte da
comunidade do parque, como quando chega alguma pessoa que não faz parte da comunidade
habitual do parque e os frequentadores mais assíduos observam discretamente seus passos,
ou quando alguma pessoa adentra a mata e os frequentadores tendem a informar os vigias
do patrimônio.

No entanto, algumas partes da cerca que controla a entrada no parque apresentam sinais de
vandalismo, o que causa certa insegurança nos frequentadores. Além disso, o interior das
trilhas não possui nenhuma vigilância e já foi palco de algumas ocorrências, e verificou-se
durante os dias de pesquisa, realizada em época de chuva, que não houve poda adequada da
mata. Ela estava alta e facilitava a ação de pessoas mal-intencionadas, além de dar ao parque
um aspecto de abandono.

*Recomenda-se analisar separadamente os itens de manutenção e de vigilância.

não há gente há muita gente


7.1 manutenção mantendo o lugar mantendo o lugar

7.2 tipo [x] o local é mantido por pessoas contratadas para isso
manutenção e não há gente há muita gente
7 vigiando o lugar vigiando o lugar
vigilância* 7.3 vigilância

[x] o local é vigiado por pessoas contratadas para isso


7.4 tipo
[x] há indício de vigilância informal
151

8 Demais atividades realizadas por idosos

As atividades acontecem em alguns pontos mais concentrados no parque, mas pode ser vista
por toda sua extensão e ocorrem de maneira dispersa nos períodos do dia. Além da atividade
ativa mais recorrente de caminhada foram vistos idosos realizando exercícios nas áreas de
equipamentos, socializando, alongando, correndo, comendo e tocando instrumento musical.
Quanto as atividades passivas estão a de observar, mexer no celular, descansar, esperar e
arrumar o lençol para poder sentar-se no chão (Figura 75).

Aos finais de semana, no final da tarde, acontece atividade tradicionalmente programada123


de um grupo de orações que se reúne e convida os frequentadores do parque para orarem
juntos. No último domingo de cada mês acontece aulas de meditação. Há também os cafés da
manhã que acontecem uma vez ao mês organizado pela “Magrela”, uma pessoa da
comunidade muito ativa nos assuntos relacionados ao parque, nos quais todas as pessoas são
convidadas a participar e levar alguma contribuição para o café, mas que, em sua maioria, são
os idosos os mais participativos.

Também são realizadas comemorações relacionadas a datas festivas, e até a volta dos
aparelhos PEC motivou uma comemoração. O objetivo desses encontros são os de
socialização e união da comunidade. Existe atividade motivada pela presença de pessoas, no
perímetro externo do parque, como a venda de dindim124, água e refrigerante. Recentemente
aconteceu um evento de plantio de árvores no parque e a presença de um parque de sons
itinerante, voltado para crianças, mas que incentivou a ida de alguns idosos ao local. Porém,
uma grande insatisfação dos idosos foi quanto à inexistência de aulas gratuitas de ginástica
localizada e condicionamento físico.

há muitas
não há atividades
atividades
8.1 número ocorrendo
ocorrendo

demais [x] há atividades ocorrendo no próprio lugar


8
atividades [x] há atividades ocorrendo nas fronteiras do lugar
8.2 origem [x] há atividades ocorrendo motivadas pela presença de pessoas no lugar
[x] o lugar costuma abrigar atividades programadas:
cafés da manhã, ioga e encontro religioso.

123
Das atividades programadas, não existe nenhuma específica só para a terceira idade, mas é possível
contemplar os idosos frequentando-as.
124
Também conhecido como sacolé, geladinho e chupa-chupa, é um picolé de suco de frutas servido dentro de
um saquinho plástico.
152

[x] há presença de atividades passivas


[x] há pessoas observando outras
[x] há pessoas aproveitando os efeitos positivos do clima, descansando,
dormindo
Atividades passivas: observar, mexer no celular, descansar e esperar.
8.3 tipo
[x] há presença de atividades ativas
[x] há pessoas interagindo
[x] há pessoas demonstrando afeto e alegria
Atividades ativas: caminhar, exercitar, socializar, alongar, correr,
comer e tocar instrumento musical.

Figura 75. Tipos de atividades realizadas pelos idosos – PEJ.

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO – ATRIBUTOS GLOBAIS

O trecho de análise da avaliação do espaço público em relação aos atributos globais será a RA
Sobradinho.

9 Espaço livre público

As quadras residenciais de Sobradinho são compostas por conjuntos de lotes cuja área varia
de 300m² a 525m². Estes conjuntos possuem amplas faixas verdes públicas em frente aos
lotes. O resultado é de que o percentual de espaço livre público sobre a área total é mediana
(Figura 76). Com isso, o tamanho médio dos espaços convexos é consoante com o papel da
área no contexto da cidade.
153

Dimensão Sociológica
o percentual de espaço
o percentual de espaço livre
livre público sobre a
público sobre a área total é muito
9.1 quantidade área total é muito
grande
pequeno

espaço livre
9 o tamanho médio dos o tamanho médio dos
público espaços convexos não é consoante espaços convexos é
9.2 dimensões com o papel da área no contexto consoante com o papel da
da cidade área no contexto da cidade

Figura 76. Mapa de edificações – PEJ.

Fonte: adaptado de Geoportal, 2020.

10 Integração global

A configuração da cidade é de forma regular, constituindo uma malha ortogonal. Tendo em


vista o mapa axial da RA Sobradinho, observa-se que a via BR 20, que dá acesso à cidade, é
mais acessível por ser de coloração vermelha. A cidade possui boas conexões, com o sistema
irrigado por linhas integradas de coloração predominantemente amarela e verde (Figura 77).

o lugar é mal irrigado por o lugar é bem irrigado


integração global linhas integradas por linhas integradas
10
154

Figura 77. Mapa de integração global (HH Rn), 2015, RA Sobradinho.

Fonte: adaptado de (COELHO, 2017, p. 139).

11 Atividades

A cidade é dividida em setores funcionais: residencial comercial (lotes residenciais, projeções


destinadas à habitação coletiva e lotes comerciais localizado nas laterais das quadras),
comercial (setor destinado ao comércio central, setor administrativo, setor hoteleiro, setor de
serviços), industrial (oficinas em geral, pequenas fábricas e depósitos) e áreas isoladas
(destinada a postos de gasolina, áreas especiais para indústria, depósitos, serviços públicos e
clubes recreativos). A distribuição no tempo não é muito boa, a cidade funciona no horário
comercial. A variedade de atividades na área é boa.
155

Dimensão Funcional
não há variedade há muita variedade
de atividades de atividades
11.1 variedade
atividades estão atividades estão
mal distribuídas bem distribuídas
11.2 distribuição
as atividades se
as atividades não se
complementam muito
11 atividades complementarida complementam
11.3 bem
de
há ótima
há péssima
distribuição das
distribuição das
distribuição atividades no tempo
atividades no
11.4 tempo
temporal

12 Habitação

A função urbana predominante é a de uso residencial. Na subzona habitacional (SZH-1) é


permitido residências unifamiliares de até três pavimentos e multifamiliar, com pilotis e mais
seis pavimentos, o que mantém uma ideia de uniformidade para a subzonas.

Na extensão ao sul do parque, ao longo da Avenida Contorno, predomina o uso residências


unifamiliares de até três pavimentos e na extensão norte estão situadas as chácaras.

A partir dos dados censitários foi possível contabilizar, dentro de um raio de 500m, uma
população de 3.232125 habitantes, havendo baixa126 densidade urbana de 41,15 hab/ha para
assegurar concentração de pessoas.

há grande
há muito pouca variedade
variedade
12.1 variedade de tipos edilícios
de tipos edilícios

os tipos edilícios
os tipos edilícios estão estão
12.2 distribuição muito mal distribuídas muito bem
distribuídas
12 habitação
há densidade suficiente
não há densidade
para assegurar uma
suficiente para assegurar
ótima concentração de
12.3 densidade concentração de pessoas
pessoas

[ ] há excessiva densidade

125
Dados contabilizados da página geoportal.seduh.df.gov.br, baseados no Censo 2010.
126
Parâmetros extraídos da Codeplan: baixa de 0 a 50 hab/ha, média 51 a 100 hab/ha, alta 101 a 150 hab/ha
(JATOBÁ, 2017, p. 15)
156

13 Mobilidade

A área é dotada de calçadas estreitas, com descontinuidade do caminho e malconservadas.


Há trajetos onde o pedestre deve disputar espaço com os carros para poder continuar seu
percurso. Nas quadras residenciais, a pavimentação não é uniforme, e são raros os trechos
sombreados.

Há um único trecho de ciclofaixa na área, ao longo da Av. Contorno, que se inicia no Parque
dos Jequitibás e finaliza um pouco antes do balão que dá acesso a Sobradinho II, cerca de 3km
(Figura 78). Antes de renovarem a calçada em frente ao parque a ciclofaixa era muito utilizada
pelos pedestres, e os ciclistas precisavam tomar cuidado ao utilizar a única faixa destinada a
eles.

Sobradinho possui 80 paradas de ônibus que atendem à cidade. As linhas de ônibus passam
pelas quadras pares ou ímpares, e por toda extensão da Av. Contorno não há paradas de
ônibus. Esse fato atrapalha o acesso dos pedestres no transporte coletivo dependendo de
onde moram e para onde vão.

A estrutura da área foi feita para que as pessoas priorizem o transporte particular devido à
extensa dimensão das quadras residenciais, cerca de 400 m. Apesar de nos seus extremos
haver comércio, os fundos das edificações estão voltados para as quadras residenciais. O fato
de a cidade ser estruturada por setores, não havendo uma mistura de atividades, favorece
ainda mais a utilização do transporte particular.

a área está muito


a área não está
bem estruturada
estruturada para
13.1 pedestres para atender aos
atender aos pedestres
pedestres

a área não está a área está muito


estruturada para bem estruturada para
13.2 ciclistas atender aos ciclistas atender aos ciclistas

13 mobilidade a área não está a área está muito bem


transporte estruturada para o uso estruturada para o uso
13.3 do transporte público do transporte público
público

a estrutura da
a estrutura da
área não prioriza o
transporte área prioriza o
transporte
13.4 transporte particular
particular particular
157

Figura 78. Estrutura para ciclistas na RA Sobradinho.

Fonte: adaptado de Geoportal, 2020.

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO – ATRIBUTOS LOCAIS

14 Localização

O parque está localizado na extremidade final da cidade. As vias que dão acesso ao parque
são: a Avenida Central, que é uma das vias que interliga a rodovia BR020 com o parque, e a
Avenida Contorno, via coletora paralela ao parque que também dá acesso a Sobradinho II.
Considerando o nível global, ambas as vias indicam ser bem acessíveis e integradas ao tecido
urbano.

No quesito integração local, a integração das vias da região é regular. A entrada principal do
parque está voltada para a Avenida Contorno de cor verde, assim como as vias que levam até
o parque perpendiculares à Av. são de coloração esverdeada (Figura 79).

Dimensão Sociológica
18. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.1
integração global
14 localização 19. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.2
integração local
158

Figura 79. Recorte RA Sobradinho. Da esquerda para a direita: Mapa de integração global (HH Rn), 2015 e
Mapa de integração global (HH R3), 2015.

Fonte: adaptado de (COELHO, 2017, p. 139 e 151)

15 Limites e dimensões

Nem todos os limites do parque estão claros. A parte frontal é delimitada pelo alambrado,
seguido do calçadão externo, ciclofaixa e via. A cerca possui buracos por onde invasores
adentram a mata, e há trechos onde o cercado caiu devido à queda de algumas árvores
queimadas provenientes de incêndios no interior do parque. Os fundos eram delimitados por
cerca de arame farpado, hoje inexistente, o que acaba prejudicando a preservação ambiental
do parque devido à ocupação ilegal dos chacareiros e de invasores, o que resulta em baixa
contiguidade dos limites do lugar e na inexatidão da separação público/privado. Há ainda uma
estrada de terra batida que corta a ponta oeste do parque para dar acesso às chácaras
localizadas a norte. A área pode ser dividida em três espaços convexos, considerando a área
dos equipamentos, a da mata e o trecho a oeste da estrada de terra. Sua dimensão é
condizente com suas características ecológicas e de oferecer lazer para a população.

os limites do lugar os limites do lugar


clareza dos não estão claros estão muito claros
15.1 limites
os limites do lugar têm os limites do lugar têm
contiguidade dos baixa contiguidade alta contiguidade
15.2 limites
limites e
a separação público/privado a separação
15 separação não é clara público/privado é clara
dimensões 15.3 público/privado
o tamanho do lugar o tamanho do lugar
não é condizente é condizente com suas
dimensões com suas características características
15.4
159

16 Tipos edilícios

Não há praticamente variedade de tipos edilícios ao redor do parque. As edificações existentes


na face sul são predominantemente residências com dois pavimentos ou térreas. Na lateral
leste situa-se o SESI SENAI, com ginásio e edificação de dois pavimentos semienterrado. Na
face norte há poucas chácaras com edificações térreas e na face oeste o clube Sodeso, com
edificações térreas (Figura 80).

não há variedade há grande variedade


tipos edilícios de tipos edilícios de tipos edilícios
16

Figura 80. Tipos edilícios, PEJ. Da esquerda para a direita: Residências da face sul e SESI SENAI.

17 Portas e janelas

A face norte do parque pode ser considerada como espaço convexo cego, na lateral leste há
2 portas laterais que abrem diretamente para o parque, e na fachada sul há 66 portas que
abrem diretamente para o parque. Considerando 1km de extensão da fachada sul têm-se
cerca de 6 portas abrindo a cada 100 m, o que é considerado regular. Devido à inexistência de
cerca no lado norte, a relação público/privado é direta, mas a ocupação ilegal dos chacareiros
e de invasores no parque não é interessante por prejudicar a preservação ambiental. A
fronteira no lado norte é considerada pouco suave devido a presença de mata fechada e pelo
ribeirão Sobradinho. Por toda extensão de onde ficam situados os equipamentos e na parte
da pista externa de caminhada que é paralela ao parque, o público externo consegue interagir
com os frequentadores. Nos demais trechos de mata densa, a visão fica bloqueada. Há um
bom número de janelas voltadas para a área, mas as residências estão distantes do parque
160

cerca de 45m, e somente as que ficam em frente à área de lazer conseguem visualizar o
movimento do parque, nas demais a vista é impedida pela densa vegetação.
a proporção de espaços
não há espaços
espaços convexos convexos cegos
convexos cegos
17.1 é muito alta
cegos

não há portas há muitas portas


número de abrindo para o lugar abrindo para o lugar
17.2
portas
todas as relações todas as relações
1720. portas e janelas relação público/privado público/privado
17.3 são indiretas são diretas
público/privado

não há presença há grande presença


fronteiras de fronteiras suaves de fronteiras suaves
17.4
suaves
não há janelas há muitas janelas
17.5 janelas voltadas para o lugar voltadas para o lugar

18 Nivelamento

O parque encontra-se no nível do solo, com acessos integrados à pavimentação externa. A


área dos equipamentos comunitários pode ser considerada nivelada, porém ao se aproximar
do Ribeirão Sobradinho, adentrando a mata, há diferença de nível.

*Sugere-se a troca do título de Piso para Nivelamento.


o lugar não está o lugar está
18 Nivelamento* no nível do solo no nível do solo

19 Barreiras e permeabilidade ao movimento

Na área dos equipamentos, a vegetação existente não cria barreiras que atrapalhem o fluxo
de pessoas e fornecem sombra de maneira adequada nos espaços de estar e convívio, menos
na área da arena. Existem assentos em lugares sombreados, assim como em lugares expostos
ao sol. Alguns caminhos improvisados foram traçados por pessoas para acessar de maneira
mais rápida alguns equipamentos, como o circuito de ginástica. A área da arena por estar
completamente exposta ao sol é subutilizada.

a implantação dos elementos a implantação dos elementos


paisagísticos não colabora com a paisagísticos colabora com a
passagem ou permanência de passagem e permanência de
barreiras e 19.1 ocorrência pessoas e configura barreira ao pessoas e não configura barreira
permeabili- acesso ao acesso
19
dades ao
movimento [x ] há indícios de caminhos improvisados (linhas de desejo)
19.2 tipo [x ] há caminhos ou estares urbanizados e subutilizados
161

20 Transparências e opacidades à visão

O parque ecológico possui mata densa e parece seguir mais que o mínimo legal de 30% de sua
área de preservação permanente. Na área de convívio da comunidade, o conjunto paisagístico
permite ampla visualização do espaço, porém, ao redor do espaço e próximo ao Ribeirão,
estão situadas as árvores adultas e mata fechada, configurando opacidade a visão.

o conjunto paisagístico não


o conjunto paisagístico permite a
permite a ampla visualização do
20.1 ocorrência ampla visualização do espaço
transparências espaço
20 e opacidades à
visão [ x] o local é mantido/vigiado por pessoas contratadas para isso
20.2 tipo
[ x] há indício de manutenção voluntária/vigilância informal

21 Acesso e circulação

O parque está localizado próximo às quadras residenciais 10, 11 e 13, e com a nova calçada,
construída no final de 2019, o acesso ficou mais fácil para os moradores da quadra 9. Porém,
quem mora mais distante é prejudicado pelo fato de haver uma única entrada, voltada para
as quadras acima citadas. A única ciclofaixa existente em Sobradinho está situada em frente
ao parque, porém as bicicletas precisam disputar espaço com os carros ou pedestres, para
conseguirem chegar ao parque. Os ciclistas gostam muito de pedalar nas trilhas de dentro do
parque, como informado pelo Sr. Ivan, de 60 anos, que mora em Sobradinho II, vai pedalando
ao parque, percorre umas trilhas por dentro, descansa e aprecia o visual.

Em frente ao parque, na Av. Contorno, não há paradas de ônibus, apenas em frente ao SESI
SENAI é que existe uma parada, com distância de 190m até o acesso principal. A Rua 4,
paralela à Av. Contorno e a Rua 3/ Av. Central, perpendicular ao parque, possuem paradas de
ônibus, as mais próximas a entrada principal do parque estão situadas a 750m de distância
(Figura 81).

O parque possui estacionamento para poucos carros e, quando está cheio, as pessoas
costumam utilizar o estacionamento do SESI SENAI que é de fácil acesso e gratuito. O motivo
das pessoas idosas irem de carro são: pela saúde debilitada, levar crianças, carregar
instrumentos de música, a volta para casa ser subida e por morar longe. Para os idosos
debilitados é vantajoso ter estacionamento na área do parque.
162

A conexão do parque com as chácaras é direta, só havendo o Ribeirão que cruzar. Sua conexão
com as residências a frente é interrompida pela rua que possui duas faixas, em sentidos
opostos, mais uma ciclofaixa e área verde de 45m de comprimento. A conexão com o lado
oeste é obstruída por uma rua com duas faixas, em sentidos opostos, mais bolsão de
estacionamento. Em seu perímetro existe uma faixa de pedestre próxima à entrada principal
conectada com a nova calçada, que só possui esse único acesso. Caso um cadeirante queira
acessar a calçada mais à frente terá dificuldades.

*Recomenda-se analisar separadamente o acesso por pedestres do de ciclistas. Sugere-se o acréscimo de


subitem em caráter complementar à tabela original no quesito dimensão funcional, inserindo o conceito de
acesso por transporte particular.

Dimensão Funcional
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por acessível por pedestres acessível por pedestres
21.1*
pedestres
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por acessível por ciclistas acessível por ciclistas
21.2*
ciclistas
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por
acessível por acessível por
21.3 transporte transporte público transporte público
público
o lugar é facilmente o lugar não é facilmente
acesso e acesso por
acessível por acessível por
21 21.4* transporte transporte particular transporte particular
circulação particular
o lugar não se conecta o lugar se conecta
adequadamente adequadamente
21.5 conexões com seus limites com seus limites

o lugar tem obstáculos o lugar não tem


ou barreiras e não atende obstáculos ou barreiras e
21.6 circulação aos requisitos atende aos requisitos
de acessibilidade de acessibilidade
163

Figura 81. Acesso e circulação – Parque dos Jequitibás.

Fonte: adaptado de GeoPortal DF, 2020.

22 Atividades nos limites e arredores do lugar

A atividade que predomina nos arredores do parque é a residencial. No lado oeste existe o
clube Sodeso, que está fechado desde 2012, e no lado leste situa-se o SESI SENAI, que funciona
durante a semana das 6h30 às 22h40 e no sábado das 6h30 às 17 h, somente para alunos de
aulas de natação, hidroginástica, curso técnico e escola do ensino médio. Há quatro anos, a
comunidade não pode mais usufruir da área de lazer do clube. No limite do parque, no portão
principal, fica situado um vendedor ambulante de bebidas e dindim, que aparece nos dias de
movimento, nos finais da manhã e finais de tarde. Sendo assim, não há praticamente
variedade de atividades e sua distribuição espacial é ruim, por ser setorizada. Portanto, as
atividades existentes na área são pouco complementares e mal distribuídas no tempo.
não há variedade há grande variedade
de atividades de atividades

[ x ] há presença de moradias
22.1 variedade
[ x ] há presença de estabelecimentos que comercializem comida
atividades nos listar/descrever as atividades existentes: vendedor de bebidas e dindim.
limites e
22
arredores do as atividades estão as atividades estão
lugar distribuição mal distribuídas bem distribuídas
22.2
espacial
as atividades não se as atividades se
complementarida complementam complementam muito bem
22.3
de
164

há péssima há ótima
distribuição das distribuição das
distribuição atividades no tempo atividades no tempo
22.4
temporal

23 Apoio às atividades no lugar

O parque oferece lugares para a prática de exercícios, como o ponto de encontro comunitário,
o circuito de ginástica, a pista de skate e a quadra poliesportiva. Têm-se ainda área coberta e
descoberta para a realização de atividades passivas e ativas.

Dentro das áreas-alvo estudadas pôde-se verificar diferentes tipos de assentos, como bancos
de concreto sem encosto na área da arena e diversos troncos de árvores, em diferentes
posições, que são utilizados como assentos. A maioria dos assentos encontra-se expostos ao
sol. Esses assentos, porém, não são adequados para os idosos e dificultam sua permanência
no local, uma vez que não possuem encosto, apoio para braço, não são confortáveis, puxam
os fios das roupas e são muito baixos (Figura 82 e Figura 83).

Como o número de assentos às vezes é insuficiente, na área do parque infantil, há pessoas


que levam cadeiras de praia, bancos de plástico, e alguns se sentam na mureta da quadra
poliesportiva ou no balanço. Alguns ainda se sentam na grama, em toalhas, lençóis e cangas.

A região a partir do parque infantil precisa de mais atenção. Há poucos bancos, lugares
cobertos, lixeiras, e o próprio parquinho precisa de mais brinquedos para entreter as crianças
de diferentes faixas etárias. Os banheiros estão situados no pavimento térreo da sede
administrativa.

Há apenas uma ducha próxima ao parque infantil, porém não funciona, pois, os próprios
funcionários do parque retiraram a alavanca de funcionamento, alegando uso excessivo.
Porém, a falta da ducha prejudica a comunidade, sendo uma ação educativa a melhor solução.
Uma torneira próxima ao quiosque acaba sendo utilizada como ponto de apoio pela
comunidade. Existe somente um bebedouro localizado próximo ao quiosque. Como
elementos d’água natural tem-se o Ribeirão Sobradinho.

A comunidade mais velha sente falta de equipamentos de apoio para que eles possam
permanecer por mais tempo no local, como lamentou a Sra. Estelita, de 70 anos, “só fico nos
165

aparelhos e vou embora, não tem um ambiente para mim, no caso”, “faltam atividades,
mesinha fixa, lugar com baralho, diversão, dominó, alguém para incentivar, tem que fazer
atividades, trabalhar a mente”. O Sr. João Manoel, de 68 anos, também comentou que sente
falta de lanchonete, locais apropriados para se sentar, para ler, para confraternizar, ambientes
aconchegantes e mesas.

Todas as atividades estão localizadas na região sudeste do parque, próxima à entrada


principal, não havendo boa distribuição das atividades ao longo do terreno, a não ser pela
pista de caminhada externa a área e trilhas que adentram a mata. Há certa
complementaridade nas atividades e distribuição das atividades no tempo.

Foram identificadas outras atividades que precisam de apoio e que são realizadas por pessoas
de outras idades, mas que poderiam ser praticadas pelos mais velhos como: piquenique,
dormir, jogar basquete, jogar jogo de tabuleiro, jogar cartas, dançar, ler, banho de sol,
meditação, orar, comprar.

*Sugere-se a troca do título, de atividades no lugar para apoio às atividades no lugar.

não há variada oferta há variada oferta


de atividades de atividades

[x] há locais para sentar


[ ] os locais para sentar são em bom número
[ ] os locais para sentar são poucos variados
[ ] há bancas e quiosques que comercializem comida
23.1 variedade [x] há presença de elementos com água (fontes, espelhos)
[x] os elementos com água são nada acessíveis
[x] há espaço para atividades improvisadas ou programadas
[ ] o espaço oferece apoio às atividades identificadas no levantamento
Apoio às
listar/descrever as demais atividades existentes: piquenique, dormir,
23 atividades no
jogar basquete, jogar jogo de tabuleiro, jogar cartas, dançar, ler, banho
lugar* de sol, meditação, orar, comprar.
as atividades estão as atividades estão
distribuição mal distribuídas bem distribuídas
23.2
espacial
as atividades não se as atividades se
complementarida complementam complementam muito bem
23.3
de
há ótima distribuição
há péssima distribuição
das atividades no
distribuição das atividades no tempo
tempo
23.4
temporal
166

Figura 82. Tipos de assentos PEJ. Da esquerda para a direita: área do quiosque, banco do quiosque, bancos
da arena, área do parque infantil e PEC, área do parque infantil, vista para a quadra poliesportiva.

Figura 83. Posição das pessoas idosas – PEJ (%).

24 Edificações existentes

As edificações existentes são destinadas a atividades administrativas e recreativas, como o


quiosque de madeira, havendo baixíssima variedade de tipos edilícios. A sede administrativa
possui estrutura em madeira e acabamento externo em pintura na cor amarela, possui dois
pavimentos, sendo o térreo destinado aos banheiros para o público e depósito, e o pavimento
superior para a administração, pequena copa e deque coberto, voltado para os equipamentos
167

comunitários, onde os vigias costumam ficar. A sede administrativa precisa de nova pintura e
troca de algumas telhas e vedação do telhado. O quiosque também é estruturado em madeira,
com laterais abertas e possui somente dois troncos de árvore em forma de banco para se
sentar (Figura 84).

*Sugere-se o acréscimo do item em caráter complementar à tabela original no quesito dimensão funcional,
inserindo o conceito de edificações existentes, e neste caso, focando na variedade e manutenção das edificações.

não há variedade há grande variedade de


24.1 variedade de tipos edilícios tipos edilícios

edificações os tipos edilícios se encontram os tipos edilícios se encontram


24*
existentes em péssimo estado de em ótimo estado de
24.2 manutenção manutenção manutenção

Figura 84. Edificações existentes - PEJ. Da esquerda para a direita: quiosque e sede administrativa.

25 Pavimentação do local

Na área destinada aos equipamentos e lazer, o terreno possui poucos desníveis. Ao se


aproximar do Ribeirão Sobradinho e mais para o lado oeste do parque adentrando a mata é
que a diferença de nível chega a ser até de 11m. O calçamento que interliga os espaços
destinados a comunidade são em bloquete intertravado, alguns trechos precisam de
manutenção e seria interessante pintura para demarcar seus limites ao contrastar com o
terreno, auxiliando os idosos na percepção dos trajetos. Não há conexões fluidas entre a pista
e o PEC, falta acessibilidade à quadra poliesportiva por estar mais elevada que a pavimentação
comum do parque e é inexistente pavimentação ao redor da ducha. Os trechos iniciais das
168

trilhas internas de caminhada são em bloquete intertravado, estão em péssimo estado,


acabam abruptamente e para dar continuidade ao caminho só há trilhas de terra batida.

Os trajetos com desníveis, como da administração para a arena, do quiosque para o PEC e as
escadas de acesso para o circuito inteligente de ginástica deveriam ter corrimãos para dar
suporte aos idosos. Outro lugar que merece cuidado é o desnível entre o parque infantil e a
mata, que poderia receber pintura diferenciada para chamar a atenção (Figura 85). Os espaços
existentes precisam ser acessíveis a todos, a pista de conexão deve ser contínua e com
dimensões adequadas conforme fluxo.

O desenho de pavimentação no PEC não é adequado para os idosos, pois os equipamentos


estão localizados em áreas com piso que varia entre concreto, grama e terra, portanto não é
nivelado, tornando-se perigoso para os mais velhos, como citado pela Sra Nilsa, de 66 anos:
“A calçada do PEC é ruim, cheia de buracos e quando chove fica com água”. O piso deveria ser
demarcado com coloração diferente, conectado à pista e nivelado para transmitir mais
segurança e acessibilidade ao caminhar dos idosos.

*Sugere-se o acréscimo do item em caráter complementar à tabela original no quesito dimensão funcional,
inserindo o conceito de pavimentação do local, e neste caso, focando no nível do solo, continuidade de caminhos
e material de acabamento.

o lugar não está o lugar está


no nível do solo no nível do solo
25.1 nível do solo
os caminhos não são
os caminhos são
contínuos, muitas
pavimentação contínuos, fluidos
25* 25.2 contínuo interrupções
do local
pavimentação com pavimentação com
material de material não acessível material acessível
25.3
acabamento
169

Figura 85. Pavimentação PEJ. Da esquerda para a direita: acesso ao PEC, pavimentação do PEC,
pavimentação trilha interna de caminhada, e desnível entre o parque infantil e a mata.

26 Conforto

O desempenho higrotérmico do parque é razoável. Existem muitos pontos de sombra


advindas das árvores, pergolado e quiosque, porém não existe mobiliário adequado para as
pessoas poderem permanecer por mais tempo na sombra. Há também o Ribeirão Sobradinho
que percorre o terreno. A maioria dos equipamentos comunitários ficam em locais
sombreados, com exceção da arena. Há boa ventilação e, próximo ao córrego, o ar é mais
fresco. A iluminação artificial dentro do parque é precária, talvez seja esse o motivo de o
parque fechar cedo, às 18h. Também não existe iluminação destinada aos pedestres para
realizarem caminhada à noite na calçada externa, os postes de iluminação ficam localizados
do outro lado da rua, favorecendo o trajeto dos carros. O desempenho sonoro e a qualidade
do ar são bons.
170

Dimensão Bioclimática
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
26.1 higrotérmico desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


desempenho desempenho
26.2 luminoso
[x ] o lugar é mal iluminado à noite
26 conforto
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
26.3 sonoro desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


26.4 qualidade do ar desempenho desempenho

27 Dimensões econômicas

Os materiais utilizados no parque, como os pavimentos em bloquetes, bancos de concreto e


toras de madeira, construções em madeira e floreiras de pneus são materiais de baixo custo
que sugerem baixo custo de implantação e manutenção.

Como explicado no mesmo item do PEOA, o IBRAM não sabe informar os gastos de
implantação e manutenção anual do parque. O órgão comunica que atualmente está sendo
realizada revitalização no parque em parceria com outros órgãos do GDF127.

Dimensão Econômica
os custos de os custos de
implantação do lugar implantação do lugar
27.1 implantação são muito altos são muito baixos

27 custos os custos de os custos de


manutenção do lugar manutenção do lugar
27.2 manutenção são muito altos são muito baixos

28 Orientabilidade e identificabilidade

O local onde estão instalados os equipamentos comunitários é de fácil leitura, pela sua área
de abrangência ser compreensível ao olhar, ser praticamente plano e ter relação com o
entorno bastante clara e legível. Porém, dentro da mata, a orientação fica prejudicada devido

127
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 47318550.
171

à densa vegetação. Os idosos entrevistados não acham a estrutura do parque confusa, mas
citam a falta de sinalizações e orientações.

Faltam no parque mapas com ilustrações dos atrativos do local, mapas com suas trilhas
indicando a vegetação existente, espécies de animais e insetos, placas proibitivas e placas
orientativas sobre a história do parque e educação ambiental. Sua identidade é forte devido
à presença de seus elementos componentes, os equipamentos comunitários e pela sua
extensa área arborizada contrastando com as residências ao redor.

Dimensão Topoceptiva
é difícil orientarmo-nos é fácil orientarmo-nos
28.1 orientabilidade nele nele
orientabilidade
e
28 o lugar tem fraca o lugar tem forte
identificabilida identidade identidade
28.2 identificabilidade
de

29 Significado e simbolização

O local atende a seu objetivo de ser um lugar de proteção ambiental. O significado do parque
para seus frequentadores mais velhos é o de paz, saúde, alegria, ser um local onde possa
encontrar com os amigos e conhecer gente, benção, descanso, lazer, contato com a natureza,
relembrar as origens, gastar a energia do filho.

No entanto, não há um consenso na resposta quanto ao seu símbolo. Uma parte respondeu
ser os Jequitibás (Figura 86) devido ao nome do parque, porém não sabem identificar a árvore,
outros falaram ser a natureza, as árvores e até a frequentadora conhecida como Magrela, não
havendo de fato nenhum marco representativo no local.

Dimensão Simbólica
o lugar não contém elementos o lugar contém elementos
que remetem a valores, que remetem a valores,
29.1 significado ideias, história etc. caros ideias, história etc. caros
à sua população à sua população
significado e
29
simbolização o lugar não contém o lugar contém
elementos que o façam elementos que o
29.2 simbolização memorável. façam memorável.
172

Figura 86. Árvore Jequitibá, tronco Jequitibá e semente do Jequitibá.

30 Afetos

A presença dos vigias do patrimônio na sede administrativa e o fluxo de pessoas ao longo dos
equipamentos comunitários transmitem sensação de segurança no parque, menos ao se
entrar na mata. A sensação de zelo e pertencimento é clara, devido à forte presença da
comunidade com os cuidados com seus equipamentos, as frequentes visitas ao parque,
cuidado com as plantas nas jardineiras e limpeza dos banheiros. O parque evoca afetos
positivos em seus frequentadores, como registrado nas entrevistas: tranquilidade, contato
com a natureza, agradável, descanso, lazer, renovação, sensação de paz e ficar na companhia
dos amigos.

Dimensão Afetiva
o lugar evoca o lugar evoca
afetos negativos afetos positivos

Afetos
30 [x] o lugar traz sensação de segurança
[x] o lugar traz sensação de que alguém zela por ele
[x] o lugar traz sensação de pertencimento

31 Beleza e conservação/ manutenção

Pelo fato de as pessoas gostarem das árvores, do verde, dos pássaros, ou seja, da natureza em
geral, acabam por achar o parque bonito, mas o parque em si não é belo, não possui
paisagismo de destaque e nenhuma arquitetura marcante. Quando tudo está verde e a
vegetação florida, dona Nilsa, de 66 anos, diz gostar do parque. O Sr. Iderval, de 66 anos, gosta
do colorido dos aparelhos, brinquedos e floreiras, das crianças brincando e de todo material
173

utilizado (Figura 87). No final de 2019, o parque mandou para manutenção os equipamentos
de ginástica do PEC, e a Caesb arrumou e pintou o bebedouro, mas circuito de ginástica,
quadra poliesportiva, parque infantil, ducha, cercado, bancos, iluminação e pavimentação
precisam ser revitalizados.

Dimensão Estética
o lugar como o lugar como
31.1 beleza do lugar um todo é feio um todo é belo

os elementos os elementos
beleza e beleza dos seus constituintes do constituintes do
31.2 elementos lugar são feios/ lugar são belos/
conservação/ mal desenhados bem desenhados
31 manutenção constituintes

o lugar e seus elementos o lugar e seus elementos


se encontram em se encontram em
conservação/ péssimo estado de ótimo estado de
32.3
manutenção conservação/manutenção conservação/manutenção

Figura 87. Da esquerda para a direita: quadra poliesportiva e parque infantil, PEC e floreira, pista de skate e
circuito de ginástica, e arena e quiosque.
174

Variáveis Dimensão funcional


nº Nome nº categoria 21.1 pedestres
SUJEITOS 21.2 ciclistas
1 número de pessoas acesso e 21.3 transporte público
21
2.1 gênero circulação 21.4 transp. particular
variedade de 2.2 faixas etárias 21.5 conexões
2
pessoas 2.3 classes sociais 21.6 circulação
2.4 grupos 22.1 variedade
3 distribuição das pessoas no tempo atividades limites 22.2 distrib. espacial
22
ATIVIDADES e arredores 22.3 complementaridade
4 passagem 22.4 distrib. temporal
5.1 número 23.1 variedade
5 permanência
5.2 duração atividades no 23.2 distrib. espacial
23
6 encontros 6.1 ocorrência lugar 23.3 complementaridade
manutenção e 7.1 manutenção 23.4 distrib. temporal
7
vigilância 7.3 vigilância edificações 24.1 variedade
8 demais atividades 8.1 número 24
existentes 24.2 manutenção
ATRIBUTOS GLOBAIS 25.1 nível do solo
Dimensão sociológica 25 pavimentação 25.2 contínuo
espaço livre 9.1 quantidade 25.3 acabamento
9
público 9.2 dimensões Dimensão bioclimática
10 integração global 26.1 higrotérmico
Dimensão funcional 26.2 luminoso
11.1 variedade 26 conforto
26.3 sonoro
11.2 distribuição 26.4 qualidade do ar
11 atividades
11.3 complementaridade Dimensão econômica
11.4 distribuiç. temporal 27.1 implantação
12.1 variedade 27 custos
27.2 manutenção
12 habitação 12.2 distribuição Dimensão topoceptiva
12.3 densidade orientabilidade e 28.1 orientabilidade
13.1 pedestres 28
identificabilidade 28.2 identificabilidade
13.2 ciclistas Dimensão simbólica
13 mobilidade
13.3 transp. público significado e 29.1 significado
13.4 transp. particular 29
simbolização 29.2 simbolização
ATRIBUTOS LOCAIS Dimensão afetiva
Dimensão sociológica 30 afetos
14.1 integração global Dimensão estética
14 localização
14.2 integração local 31.1 lugar
15.1 clareza limites beleza e conserv./
31 31.2 elementos
limites e 15.2 contiguidad. limites manutenção
15 31.3 conserv/ manut.
dimensões 15.3 separ. públ/priv.
15.4 dimensões Resumo da avaliação do Parque Ecológico dos
16 tipos edilícios
17.1 espaços cegos Jequitibás.
17.2 núm.de portas
17 portas e janelas 17.3 relaç. públ/priv. *Os itens que não são classificados por cor (6.2;
17.4 fronteiras suaves
17.5 janelas
7.2; 7.4; 8.2; 8.3; 19.2; 20.2) foram suprimidos da
18 nivelamento tabela.
barreiras e
19 19.1 ocorrência
permeabilidades
transparências e Os itens que não se aplicam à pesquisa
20 20.1 ocorrência
opacidades permanecerão em branco (2.3; 4)
175

3.4.2.3 Influência do PEC como atrativo para o público idoso

Por conta das circunstâncias que ocorreram durante a pesquisa de campo no Parque Ecológico
dos Jequitibás foi possível analisar o impacto que a presença do ponto de encontro
comunitário tem como atrativo para a população idosa no parque.

No primeiro dia de contagem, notou-se que os equipamentos haviam sido retirados para
manutenção. Porém, observou-se uma oportunidade de pesquisa ao poder comparar os dias
sem e com a presença dos aparelhos.

O parque Jequitibás foi analisado nas mesma dez áreas-alvo da Figura 61. Os dados a seguir
são comparativos aos dias de observações sem e com a presença do PEC (Figura 88). Foram
escolhidas para representar os dias de semana típico as terças-feiras dos dias 12.11.2019 (sem
PEC) e 26.11.2019 (com PEC). Já os sábados 09.11.2019 (sem PEC) e 14.12.2019 (com PEC)
representaram os dias típicos de final de semana.

Figura 88. Área sem e com Ponto de Encontro Comunitário.

As 160 observações utilizadas para o estudo foram resultado das contagens feitas nos quatro
períodos diários, manhã (7h30 e 8h), almoço (11h30 e 12h), tarde (15h30 e 16h) e fechamento
(17h e 17h30), pelas 10 áreas-alvo selecionadas, nas terças-feiras e sábados sem e com o PEC.
Durante os quatro dias de observações foram contabilizadas 1.788 pessoas frequentadoras
do parque Jequitibás, sendo 137 pessoas idosas.

Durante o dia de semana, o número de pessoas mais velhas presentes no parque mais que
dobrou ao comparar o dia sem PEC (5%), em relação ao com PEC (13%). Quanto ao final de
semana a proporção da população de idosos aumentou, passando de 5% (sem PEC) para 8%
176

(com PEC). Durante a semana o período da manhã foi o mais frequentado pelos idosos, sendo
sem PEC (56%) e com PEC (42%). Já nos finais de semana, no dia sem o PEC o período do
fechamento (46%) foi o mais frequentado e com o PEC foi o período da tarde (36%) (Tabela
16).

Tabela 16. População de idosos por período do dia sem e com PEC.
TERÇA-FEIRA sem AAL TERÇA-FEIRA com AAL
12.11.2019 Quantidade População 26.11.2019 Quantidade População
Período Idosa Idoso Soma Perc. Período Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 2 8 10 56% Manhã 10 9 19 42%
Almoço 0 0 0 0% Almoço 2 2 4 9%
Tarde 3 0 3 17% Tarde 1 7 8 18%
Fechamento 3 2 5 28% Fechamento 6 8 14 31%
TOTAL 8 10 18 100% TOTAL 19 26 45 100%

SÁBADO sem AAL SÁBADO com AAL


09.11.2019 Quantidade População 14.12.2019 Quantidade População
Período Idosa Idoso Soma Perc. Período Idosa Idoso Soma Perc.
Manhã 2 6 8 33% Manhã 4 9 13 26%
Almoço 2 3 5 21% Almoço 2 3 5 10%
Tarde 0 0 0 0% Tarde 9 9 18 36%
Fechamento 4 7 11 46% Fechamento 4 10 14 28%
TOTAL 8 16 24 100% TOTAL 19 31 50 100%

Quanto à classificação das atividades realizadas pelos mais velhos, durante os dias sem a
academia, prevaleceram as atividades sedentárias (terça-feira 83% e sábado 79%).
Comparados aos dias com equipamentos, as atividades sedentárias diminuíram de 83% (sem
PEC) para 38% (com PEC), nas terças-feiras e de 79% (sem PEC) para 42% (com PEC), nos
sábados. Nos dias com a academia, durante a semana, dominaram as atividades moderadas
(42%) e no final de semana predominaram as atividades sedentárias (42%). Ainda assim,
nesses dias houve aumento das atividades moderadas (nas terças-feiras, de 17% para 42% e
nos sábados, de 13% para 32%) e das vigorosas (terças-feiras 0% para 20% e sábados 8% para
26%). Verifica-se então que a presença dos equipamentos estimula o aumento tanto das
atividades vigorosas como de outras atividades como a caminhada (moderada) (Tabela 17).
177

Tabela 17. Níveis de atividades da população de idosos nos dias sem e com PEC.
TERÇA-FEIRA sem AAL TERÇA-FEIRA com AAL
12.11.2019 Quantidade População 26.11.2019 Quantidade População
Atividade Idosa Idoso Soma Perc. Atividade Idosa Idoso Soma Perc.
Sedentária 6 9 15 83% Sedentária 6 11 17 38%
Moderada 2 1 3 17% Moderada 8 11 19 42%
Vigorosa 0 0 0 0% Vigorosa 5 4 9 20%
TOTAL 8 10 18 100% TOTAL 19 26 45 100%

SÁBADO sem AAL SÁBADO com AAL


09.11.2019 Quantidade População 14.12.2019 Quantidade População
Atividade Idosa Idoso Soma Perc. Atividade Idosa Idoso Soma Perc.
Sedentária 6 13 19 79% Sedentária 9 12 21 42%
Moderada 2 1 3 13% Moderada 7 9 16 32%
Vigorosa 0 2 2 8% Vigorosa 3 10 13 26%
TOTAL 8 16 24 100% TOTAL 19 31 50 100%

Durante os dias sem o PEC houve períodos sem população de idosos no parque, como no
horário do almoço de terça-feira e da tarde de sábado. Já nos dias com equipamentos, a
presença das pessoas idosas era constante em todos os períodos do dia. Em geral, a proporção
de pessoas idosas realiza mais atividades moderadas do que vigorosas no parque, à exceção
do período do sábado pela manhã e almoço, quando o PEC estava disponível. No entanto,
nota-se que a presença do PEC aumenta consideravelmente o número de pessoas mais velhas
que realizam atividades vigorosas.

Embora a pesquisa PDAD 2018128 aponte que na RA Sobradinho existam mais idosas 60,60%
(5.033) do que idosos 39,40% (3.272), a população idosa masculina mostrou-se mais
frequentadora do parque, tanto nos dias sem equipamentos (56% na terça-feira e 67% no
sábado), quanto nos dias com PEC (58% na terça-feira e 62% no sábado). Comparando-se os
dias sem e com os equipamentos essa proporção permaneceu praticamente igual.

Porém, a população feminina é mais ativa- realiza atividades moderadas e vigorosas-, nos dias
sem PEC, durante a semana (25% das idosas realizavam alguma atividade em comparação a
10% dos homens) e no final de semana (são 25% as idosas ativas em comparação a 19%
idosos), e no dia com PEC, durante a semana (68% das idosas ativas em relação aos 58% dos
idosos), contudo no final de semana, com PEC, são os idosos os mais ativos (61% para 53% das
idosas).

128
(CODEPLAN, SEFP e GDFA, 2019)
178

As idosas utilizam proporcionalmente mais a área dos aparelhos nos dias com PEC, durante a
semana (58% para 19% dos idosos) e no final de semana (37% para 26% dos idosos). Por meio
da contagem e mapas comportamentais pode-se comprovar a presença dos idosos por quase
todo o parque, excluindo a área dos skatistas, em que em nenhum momento estiveram
presentes, por se tratar de uma área em que prevalece a presença de adolescentes. Nos dias
sem PEC era possível observar uma maior concentração de idosos em outros pontos do parque
como na área do quiosque de madeira (44%), no dia de semana e na área do parque infantil
(50%), no final de semana. Nos dias com o ponto de encontro comunitário a presença era
maior nos próprios equipamentos tanto durante o dia de semana (36%) como durante o final
de semana (30%).

Foi importante observar a importância que a presença do PEC exerce no Parque Ecológico dos
Jequitibás, em Sobradinho-DF, para a população acima dos 60 anos, quanto à promoção da
inclusão social entre os idosos e as demais gerações e na difusão do envelhecimento ativo.

O parque é bastante frequentado pela população local e vizinha como a de Sobradinho II


(5km), Rota do Cavalo (13km) e Fercal (15km), para a realização de atividades físicas,
recreativas, encontros sociais, descanso, momentos de contemplação e oração. Durante os
dias com a academia, os mais velhos procuravam o parque em busca de atividades físicas para
a melhora da qualidade de vida e saúde, e nos finais de semana o parque se tornou um lugar
mais voltado para o descanso e contemplação, não deixando de lado as atividades físicas.
Quanto aos dias sem o PEC, foi possível perceber que os idosos permaneceram pouco tempo
no parque por não existir um atrativo.

A pesquisa partiu do pressuposto de que, com a retirada dos equipamentos ao ar livre, os


idosos iriam buscar alternativas de exercícios, como caminhada ou alongamentos. Os
resultados revelaram que nos dias sem a academia o total de idosos sedentários é mais que o
dobro em relação aos dias com aparelhos, sendo a diferença nos dias de semana de 38% para
83% e durante a semana de 42% para 79%. Ainda nos dias sem os equipamentos há uma
discrepância de proporção entre as atividades sedentárias e as moderadas e vigorosas. Pelas
entrevistas, foi possível perceber a falta que os aparelhos de ginástica fizeram, como relatou
a Sra. Leni, de 65 anos: “Faz falta para os exercícios e para as conversas”. Em todos os dias de
pesquisa foi possível perceber que os encontros e as conversas prevaleciam no parque, como
179

confirmou Dona Anísia Gomes, de 66 anos, que gosta de ir ao parque para se movimentar, ver
os outros e dar bom dia, para poder iniciar uma conversa.

É interessante observar que a população relativa de idosos permaneceu a mesma durante os


dias de semana e final de semana sem PEC (5%) e que nos dias com a presença da academia
esse percentual tenha aumentado (sábado 8% e terça-feira 13%), mostrando como os
equipamentos são um atrativo para a população mais velha.

Nos dias com o PEC a atividade que foi mais observada dentre os idosos foi a caminhada,
seguida de exercícios físicos nos aparelhos de ginástica. O parque não proporciona pista de
caminhada, apenas um trecho calçado mais extenso que adentra a mata e logo vira trilha,
possui 400m, feitos em blocos de concreto intertravado, assim como alguns outros pequenos
caminhos existentes. Já a pista externa de caminhada, local onde a maioria dos idosos
efetivamente realiza seus exercícios, é de concreto e possui cerca de 1 km paralela à entrada
do parque e ao longo de seu comprimento, ainda que se estenda bastante fora deste
perímetro. Muitas pessoas idosas realizam as atividades física na área do PEC na terça-feira
(58% das idosas e 19% dos idosos) e no sábado (37% das idosas e 26% dos idosos) e somente
alguns idosos do sexo masculino foram contabilizados na área do circuito inteligente de
ginástica (terça-feira - 8% e sábado - 19%).

3.4.3 Parque Distrital de São Sebastião


3.4.3.1 Avaliação - PDSS

A partir da visita de reconhecimento de campo, conversas com moradores locais e análises,


pôde-se obter informações referentes ao local, a configuração dos espaços e seu desempenho
como espaço público. Como não foi possível realizar o levantamento sistemático de campo, a
avaliação da vida pública dos sujeitos e das atividades não pôde ser realizada. Avaliou-se os
atributos globais e locais referentes ao Parque Distrital de São Sebastião, levando em
consideração a subdivisão São Sebastião Tradicional.
180

AVALIAÇÃO DA VIDA PÚBLICA- ATIVIDADES

7 Manutenção e vigilância do parque

O IBRAM é o órgão responsável pela administração do parque e como não existe uma sede
administrativa no local, cabe a Diretoria Regional de Unidades de Conservação I (DIRUC I) a
responsabilidade das atribuições técnicas, administrativas e operacionais do parque129.

Alguns moradores vizinhos ao parque realizam a poda de algumas árvores, capinam e


recolhem entulhos e lixo do local por sentirem a necessidade de manter a visibilidade e a
limpeza da área, porém esses atos são considerados ilegais. Cabe ao IBRAM, em parceria à
Novacap, FUNAP e Administrações Regionais ou voluntários parceiros manter a limpeza e
realizar a roçagem da grama, bem como a manutenção dos equipamentos e poda das árvores.

Não existem vigilantes do patrimônio e nem vigilância informal no local. Os visitantes contam
apenas com as rondas realizadas pela PMDF. Próximo ao parque, 200 m de distância, existe
um posto da PMDF que dá assistência ao local quando necessário.

*Recomenda-se analisar separadamente os itens de manutenção e de vigilância.

não há gente há muita gente


7.1 manutenção mantendo o lugar mantendo o lugar

7.2 tipo [ ] o local é mantido por pessoas contratadas para isso


manutenção e não há gente há muita gente
7 vigiando o lugar vigiando o lugar
vigilância* 7.3 vigilância

[ ] o local é vigiado por pessoas contratadas para isso


7.4 tipo
[ ] há indício de vigilância informal

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO – ATRIBUTOS GLOBAIS

9 Espaço livre público

O bairro Vila Nova, situado à esquerda do parque, começou a se consolidar a partir de 1986,
com ocupações espontâneas e lotes unifamiliares de tamanhos e formatos irregulares130. O
bairro Residencial do Bosque, localizado à direita do parque, é originário da década de 1990,

129
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 46271602.
130
(DEURA, 2018, p. 10)
181

resultante de venda e parcelamento irregular do solo por particulares131. Como resultado a


relação percentual de espaço livre público da subdivisão São Sebastião sobre a área total é
considerada muito pequena para a região. O parque é uma enorme área convexa, bastante
expressiva em relação à cidade (Figura 89). O tamanho médio dos espaços convexos
existentes na RA é pequeno no contexto de seu papel na cidade.

Dimensão Sociológica
o percentual de espaço
o percentual de espaço livre
livre público sobre a
público sobre a área total é muito
9.1 quantidade área total é muito
grande
pequeno

espaço livre
9 o tamanho médio dos o tamanho médio dos
público espaços convexos não é consoante espaços convexos é
9.2 dimensões com o papel da área no contexto consoante com o papel da
da cidade área no contexto da cidade

Figura 89. Mapa de edificações – PDSS.

Fonte: adaptado de Geoportal, 2020.

10 Integração global

Por meio da análise do mapa axial, nota-se que não houve um planejamento prévio da malha
viária da subdivisão São Sebastião Tradicional, uma vez que os moradores foram se
apropriando livremente do espaço. Pode-se observar também que a via de trânsito rápido DF

131
(ARAUJO, 2009, p. 83)
182

473, de coloração vermelha, é bem integrada. Predomina-se no mapa as vias com coloração
amarelo e ciano, o que indica ser uma cidade regularmente irrigada por linhas integradas
(Figura 90).

o lugar é mal irrigado por o lugar é bem irrigado


integração global linhas integradas por linhas integradas
10

Figura 90. Mapa de integração global (HH Rn), 2015.

Fonte: adaptado de (COELHO, 2017, p. 139)

11 Atividades

Há boa variedade de atividades na região: residências, comércios, serviços, postos de saúde,


supermercados, escolas, universidades, igrejas, terminal rodoviário, clubes e parque de
exposições e de vaquejada. A atividade residencial é predominante na área. O comércio e os
183

serviços ficam situados ao longo das grandes avenidas, havendo média distribuição no espaço
de forma que se complementem bem. A cidade funciona quase exclusivamente no horário
comercial, não havendo boa distribuição das atividades no tempo.

Dimensão Funcional
não há variedade há muita variedade
de atividades de atividades
11.1 variedade
atividades estão atividades estão
mal distribuídas bem distribuídas
11.2 distribuição
as atividades se
as atividades não se
complementam muito
11 atividades complementarida complementam
11.3 bem
de
há ótima
há péssima
distribuição das
distribuição das
distribuição atividades no
11.4 atividades no tempo
temporal tempo

12 Habitação

A função habitacional é considerada como sendo a principal. As residências variam até três
pavimentos, sendo sua grande maioria térrea. Os tipos de edificações da região transmitem
ideia de uniformidade. A partir dos dados censitários, foi possível contabilizar, dentro de um
raio de 500m, uma população de 14.120132 habitantes, havendo elevada densidade urbana133
de 179,78 hab/ha, o que configura uma grande concentração de pessoas.

há muito pouca variedade há grande variedade


12.1 variedade de tipos edilícios de tipos edilícios

os tipos edilícios estão os tipos edilícios estão


12.2 distribuição muito mal distribuídos muito bem distribuídos

12 habitação
não há densidade há densidade suficiente
suficiente para assegurar para assegurar uma ótima
12.3 densidade concentração de pessoas concentração de pessoas

[ x ] há excessiva densidade

132
Dados contabilizados da página geoportal.seduh.df.gov.br, baseados no Censo 2010.
133
Parâmetros extraídos da Codeplan: baixa de 0 a 50 hab/ha, média 51 a 100 hab/ha, alta 101 a 150 hab/ha
(JATOBÁ, 2017, p. 15)
184

13 Mobilidade

A região é dotada de calçadas, porém os pedestres precisam disputar espaço com os carros
estacionados em cima do passeio, interrompendo seu trajeto. Também há descontinuidade
de caminho.

São pouquíssimas as calçadas sombreadas e não há uniformidade da pavimentação. Os


equipamentos de serviços como postes de iluminação, lixeiras e placas são locados na faixa
livre para pedestres e grande parte dos passeios encontram-se malconservados.

A área não está estruturada para atender aos ciclistas. Há pouquíssimos trechos de ciclovia na
RA (Figura 91), não integrados e com sinalização falha. A ciclovia existente ao redor do parque
é utilizada em conjunto com os pedestres, não havendo definição de usos.

A região conta com 65 paradas de ônibus localizadas ao longo das ruas e avenidas principais.
Isso faz com que o pedestre tenha que caminhar longos percursos de suas residências até as
paradas.

A estrutura da cidade é média integrada, os pedestres precisam percorrer grandes distâncias


para acessar os serviços e o comércio da cidade, o que dá margem para o uso do transporte
particular. Os carros estacionam em frente ao comércio, muitas das vezes em cima das
calçadas, ao longo das ruas e nos estacionamentos gratuitos localizados nos canteiros
centrais.

a área está muito


a área não está
bem estruturada
estruturada para
13.1 pedestres para atender aos
atender aos pedestres
pedestres

a área não está a área está muito


estruturada para bem estruturada para
13.2 ciclistas atender aos ciclistas atender aos ciclistas

13 mobilidade a área não está a área está muito bem


transporte estruturada para o uso estruturada para o uso
13.3 do transporte público do transporte público
público

a estrutura da
a estrutura da
área não prioriza o
transporte área prioriza o
transporte
13.4 transporte particular
particular particular
185

Figura 91. Estrutura para ciclistas na subdivisão São Sebastião Tradicional.

Fonte adaptado de Geoportal, 2020.

AVALIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO – ATRIBUTOS LOCAIS

14 Localização

O parque está localizado no meio de bairros residenciais e a coloração das vias ao seu redor é
predominantemente ciano e esverdeada. A via mais integrada próxima ao parque é a DF 473,
com coloração vermelha, a 1,4 km de distância. Tendo em vista a integração global, a
localização do parque com relação à cidade pode ser considerada pouco acessível.

Quanto à integração local, levando em consideração o cálculo de cada elemento com os três
níveis mais próximos, a possibilidade de escolha é boa. As ruas que dão acesso ao parque são
de coloração amarela e verde e próximo ao local situam-se vias de coloração laranja e
vermelha (Figura 92).

Verifica-se, em visita presencial, que o parque possui caminhos para pedestres entre dois
bairros, com potencial para se tornar uma via de passagem e não ponto isolado da cidade,
fator importante para ampliar a integração entre o espaço e a comunidade.
186

Dimensão Sociológica
21. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.1
integração global
14 localização 22. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.2
integração local

Figura 92. Subdivisão São Sebastião. Da esquerda para a direita: Mapa de integração global (HH Rn), 2015 e
Mapa de integração global (HH R3), 2015.

Fonte: adaptado de (COELHO, 2017, p. 139 e 151)

15 Limites e dimensões

Os limites do parque são bem definidos pelo alambrado que circunda a zona de mata densa
ao sul, pelas vias e ciclovia que o circunda por completo e pela contínua faixa de residências
situadas a nordeste. Pode-se considerá-lo como duas grandes áreas convexas, sendo uma a
área cercada e a outra a área livre ao norte, a dos equipamentos. A análise da separação
público/privado pode ser realizada para a área ao norte, que é bem clara, mesmo com alguns
moradores se apropriando da área para plantio particular. Sua dimensão é condizente com
suas características de parque distrital e pela possibilidade de oferecer lazer para a população.

os limites do lugar os limites do lugar


clareza dos não estão claros estão muito claros
15.1 limites
os limites do lugar têm os limites do lugar têm
contiguidade dos baixa contiguidade alta contiguidade
15.2 limites
limites e
a separação público/privado a separação
15 separação não é clara público/privado é clara
dimensões 15.3 público/privado
o tamanho do lugar o tamanho do lugar
não é condizente é condizente com suas
dimensões com suas características características
15.4
187

16 Tipos edilícios

A variedade de tipos edilícios no perímetro do parque é praticamente inexistente. As


edificações residenciais são as que predominam no entorno do parque com até dois
pavimentos sendo sua maioria térrea. Há também construções térreas de comércio, creche,
igreja e posto de saúde (Figura 93) e duas construções de uso misto, com comércio e
residência, de três pavimentos.

não há variedade há grande variedade


16.1 variedade de tipos edilícios de tipos edilícios
16 tipos edilícios

Figura 93. Tipos edilícios. Da esquerda para a direita: residências, comércio, posto de saúde.

17 Portas e janelas

Considerando o espaço livre do parque, a face nordeste, a ponta norte e a face sul desta área
do parque podem ser consideradas como espaço convexo cego, pois esses trechos são
murados e cercados. Há 112 portas abrindo diretamente para o parque. Seu perímetro é de
aproximadamente 1.528m, desconsiderando as faces cegas. Com isso, têm-se 7 portas
abrindo diretamente para o parque a cada 100 m, o que é considerado regular.

Ao analisar a área livre do parque, com os equipamentos, pode-se considerar a relação


público/privado quase indireta. Seus equipamentos estão situados mais ao centro da área e
ficam pouco visíveis para que o público externo possa interagir e se aproximar. Suas fronteiras
são consideradas pouco suaves devido à presença de vegetação densa no perímetro da área
impedindo que se tenha uma visão do que está acontecendo no interior do parque. São
pouquíssimas as janelas voltadas para o parque, no entanto a maioria encontrava-se fechada.
188

a proporção de espaços
não há espaços
espaços convexos convexos cegos
convexos cegos
17.1 é muito alta
cegos

não há portas há muitas portas


número de abrindo para o lugar abrindo para o lugar
17.2
portas
todas as relações todas as relações
23. portas e janelas relação público/privado público/privado
17 17.3 são indiretas são diretas
público/privado

não há presença há grande presença


fronteiras de fronteiras suaves de fronteiras suaves
17.4
suaves
não há janelas há muitas janelas
17.5 janelas voltadas para o lugar voltadas para o lugar

18 Nivelamento

A variação de nível no terreno do parque é de 36 m da ponta norte até a sul e seu piso é
totalmente nivelado com o seu entorno. A pista de caminhada externa que circunda o parque
acompanha seu relevo chegando a ser suave a diferença de nível, no trecho norte-sul, devido
à extensa distância de 792 m, o que resulta uma diferença média de 4,5cm a cada metro.

*Sugere-se a troca do título de Piso para Nivelamento.

o lugar não está o lugar está


18 Nivelamento* 18.1 nível do solo no nível do solo no nível do solo

19 Barreiras e permeabilidade ao movimento

Na área dos equipamentos, a vegetação cria alguns pontos de barreiras que atrapalha o fluxo
de pessoas. As áreas de sombra são vastas, porém a maioria dos bancos existentes estão
expostos ao sol, o que prejudica a permanência de pessoas por mais tempo no parque. A
maioria dos caminhos do parque são improvisados, tanto para acesso aos equipamentos como
para a travessia leste-oeste, a que delimita a área com alambrado da área não cercada.

a implantação dos elementos a implantação dos elementos


paisagísticos não colabora com a paisagísticos colabora com a
passagem ou permanência de passagem e permanência de
barreiras e 19.1 ocorrência pessoas e configura barreira ao pessoas e não configura barreira
permeabili- acesso ao acesso
19
dades ao
movimento [x ] há indícios de caminhos improvisados (linhas de desejo)
19.2 tipo [x ] há caminhos ou estares urbanizados e subutilizados
189

20 Transparências e opacidades à visão

Por se tratar de um parque distrital, deve-se preservar o ecossistema natural e é obrigatório


que tenha, no mínimo, 50% de área de preservação permanente, o que parece seguir mais
que o mínimo legal. A área com cercado possui vegetação intensa com acesso restrito, já na
área dos equipamentos, há alguns pontos com opacidade à visão. Não há no local vigias do
patrimônio e a manutenção do parque não é adequada. Sabe-se que alguns moradores
vizinhos realizam a roçagem e poda das árvores, porém esse serviço cabe à Novacap e à
FUNAP.
o conjunto paisagístico não
o conjunto paisagístico permite a
permite a ampla visualização do
transparências 20.1 ocorrência ampla visualização do espaço
espaço
20 e opacidades à
visão [ ] o local é mantido/vigiado por pessoas contratadas para isso
20.2 tipo
[ x] há indício de manutenção voluntária/vigilância informal

21 Acesso e circulação

O parque está localizado em meio a bairros de residências, o que torna o acesso mais fácil
para os pedestres. Porém a pista de caminhada que circunda o parque não é de tão fácil
acesso, uma vez que existe canteiro gramado entre as vias e a pista de caminhada, sem trechos
de conexão pavimentado e com raríssimos rebaixamentos de calçada, na maioria criado pela
comunidade. A ciclovia existente não possui sinalização adequada, precisa de manutenção em
alguns trechos e é utilizada pela população como pista de caminhada.

Na lateral leste do parque situam-se cinco paradas de ônibus. Já na extremidade sul, a 100m
de distância, localiza-se o terminal rodoviário de São Sebastião. Caso o pedestre desça em
alguma parada situada na Avenida Central, a oeste do parque, precisará percorrer uma
distância de 500 m para chegar ao destino (Figura 94).

Há dois pontos de estacionamento no limite do parque, um próximo ao PEC e outro próximo


à entrada principal. No entanto, esses estacionamentos não possuem sinalização adequada,
nem placas de estacionamento exclusivo para idosos ou PCDs.

A conexão com o posto de saúde ao norte e com os lotes a noroeste é indireta, devido ao
alambrado e ao muro, respectivamente. A conexão do parque com as quadras vizinhas é
direta, há apenas uma rua que circunda o local, que possui duas faixas em sentidos opostos,
190

com baixo fluxo de carros. Não existem faixas de pedestres em seu perímetro, mas na rua à
direita do parque, em que há circulação de ônibus, há vários quebra-molas. Apesar disso, há
regular conexão com seus limites.

*Recomenda-se analisar separadamente o acesso por pedestres do de ciclistas. Sugere-se o acréscimo de


subitem em caráter complementar à tabela original no quesito dimensão funcional, inserindo o conceito de
acesso por transporte particular.
Dimensão Funcional
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por acessível por pedestres acessível por pedestres
21.1*
pedestres
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por acessível por ciclistas acessível por ciclistas
21.2*
ciclistas
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por
acessível por acessível por
21.3 transporte transporte público transporte público
público
o lugar é facilmente o lugar não é facilmente
acesso e acesso por
acessível por acessível por
21 21.4* transporte transporte particular transporte particular
circulação particular
o lugar não se conecta o lugar se conecta
adequadamente adequadamente
21.5 conexões com seus limites com seus limites

o lugar tem obstáculos o lugar não tem


ou barreiras e não atende obstáculos ou barreiras e
21.6 circulação aos requisitos atende aos requisitos
de acessibilidade de acessibilidade

Figura 94. Acesso e circulação – Parque de São Sebastião.

Fonte: adaptado de GeoPortal DF, 2020.


191

22 Atividades nos limites e arredores do lugar

A atividade predominante na área é a residencial. Há também comércio nas faces leste, oeste
e sul com bares, sorveteria, mercadinho e cabeleireiro e outras atividades como: igrejas,
escola, creche e posto de saúde, o que torna boa a distribuição das atividades no tempo. As
atividades estão mescladas com as moradias, sendo complementares, o que torna bastante
positivo este quesito, porém não há presença de comércio na face oeste do parque.

não há variedade há grande variedade


de atividades de atividades

22.1 variedade [ x ] há presença de moradias


[ x ] há presença de estabelecimentos que comercializem comida
listar/descrever as atividades existentes: bares, sorveteria, mercadinho.
atividades nos as atividades estão as atividades estão
distribuição mal distribuídas bem distribuídas
limites e 22.2 espacial
22
arredores do
as atividades não se as atividades se
lugar
complementarida complementam complementam muito bem
22.3
de
há péssima há ótima
distribuição das distribuição das
distribuição atividades no tempo atividades no tempo
22.4
temporal

23 Apoio às atividades no lugar

O parque oferece diferentes espaços para a prática de exercícios como o PEC, o circuito de
ginástica, quadras poliesportivas e campos de futebol. Há áreas cobertas e descobertas para
a realização de atividades passivas e ativas. O PEC e o parque infantil encontram-se no
perímetro externo da área cercada e afastados da maioria dos equipamentos, não sendo
positivo no quesito de segurança e com visíveis ações de vândalos.

Ao longo da pista de caminha puderam-se ver bancos com encosto, alguns formando área de
convivência com mesa ou apenas uma unidade voltada para a rua. Há bancos próximos aos
espaços de atividades, alguns com encosto outros sem encosto, uns de concreto outros em
madeira e há troncos de árvores sendo utilizados como assento. Na quadra poliesportiva há
uma pequena arquibancada de concreto, porém na área do terrão há poucos bancos que
sirvam de apoio para a população, ainda mais por ser onde acontecem os campeonatos de
futebol aos domingos (Figura 95).
192

Há lixeiras metálicas espalhadas pelo parque e ao longo da pista de caminhada. Não existe
elementos com água no parque.

*Sugere-se a troca do título, de atividades no lugar para apoio às atividades no lugar. Os subitens de
complementaridade e distribuição temporal não puderam ser avaliados devido à falta de dados mais precisos.

não há variada oferta há variada oferta


de atividades de atividades

[x] há locais para sentar


[ ] os locais para sentar são em bom número
23.1 variedade [x] os locais para sentar são poucos variados
[ ] há bancas e quiosques que comercializem comida
[ ] há presença de elementos com água (fontes, espelhos)
[ ] os elementos com água são nada acessíveis
apoio às [x] há espaço para atividades improvisadas ou programadas
23 atividades no as atividades estão as atividades estão
lugar* distribuição mal distribuídas bem distribuídas
23.2
espacial
as atividades não se as atividades se
complementarida complementam complementam muito bem
23.3*
de
há ótima distribuição
há péssima distribuição
das atividades no
distribuição das atividades no tempo
23.4* tempo
temporal

Figura 95. Tipos de assentos PDSS. Da esquerda para a direita: conjunto de bancos de madeira na pista de
caminhada, unidade de banco de madeira na pista de caminhada, banco em concreto no parque infantil,
tronco de árvore na arena, banco de madeira no PEC, arquibancada em concreto na quadra poliesportiva.

24 Edificações existentes

A única construção existente no parque é o quiosque de madeira destinado às atividades de


educação e recreativas. A edificação possui um pavimento e é elevada do chão, seu acesso se
193

dá por uma enorme rampa, porém é bastante integrado à natureza ao seu redor. O quiosque
precisa de manutenção e não apresenta mais a vedação no corrimão proporcionada pelos
ripados verticais.

*Sugere-se o acréscimo do item em caráter complementar à tabela original no quesito dimensão funcional,
inserindo o conceito de edificações existentes, e neste caso, focando na variedade e manutenção das edificações.

não há variedade há grande variedade


24.1 variedade de tipos edilícios de tipos edilícios

os tipos edilícios se os tipos edilícios se


edificações
24* encontram em encontram em
existentes péssimo estado de ótimo estado de
24.2 manutenção
manutenção manutenção

25 Pavimentação do local

A área dos equipamentos destinada a comunidade é nivelada. A ciclovia que adentra e corta
o parque no sentido leste-oeste é asfaltada, mas falta pintura para demarcar seus limites, guia
de balizamento para que a terra não avance na pista na época de chuva e uma pavimentação
completa, pois há trechos de terra batida. A pista é o principal caminho que serve como guia
para chegar aos equipamentos, porém apenas o quiosque de madeira e o PEC são interligados
a ela. Não há conexões pavimentadas e nem acessibilidade para chegar aos demais espaços,
impossibilitando o uso de todas as pessoas. Os outros caminhos utilizados para passagem pelo
parque no sentido leste-oeste são de terra batida.

A área da arena não possui pavimentação e seus assentos estão locados diretamente na
grama. A pavimentação do PEC necessita de manutenção. O piso deveria ser de material
permeável com possibilidade de drenagem pelo solo, como o bloquete, com pintura adequada
e guia de balizamento para que a lama não tome o local (Figura 96).

*Sugere-se o acréscimo do item em caráter complementar à tabela original no quesito dimensão funcional,
inserindo o conceito de pavimentação do local, e neste caso, focando no nível do solo, continuidade de caminhos
e material de acabamento.
194

o lugar não está o lugar está


25.1 nível do solo no nível do solo no nível do solo

os caminhos não são


os caminhos são
contínuos, muitas
Pavimentação 25.2 contínuo interrupções
contínuos, fluidos
25*
do local
pavimentação com pavimentação com
material de material não acessível material acessível
25.3
acabamento

Figura 96. Acessos aos equipamentos. Da esquerda para a direita: ciclovia que adentra o parque, caminho
leste-oeste, campo de futebol e PEC.

26 Conforto

O parque possui desempenho higrotérmico regular. Há muitos pontos de sombra


provenientes das árvores e quiosque. A maioria dos equipamentos ficam expostos ao sol, com
exceção do parque infantil localizado na área norte, quiosque de madeira, anfiteatro e
estrutura coberta com bancos situado no perímetro do parque.
195

Há postes de iluminação ao longo da pista de caminhada voltados para o caminho do pedestre


e na área dos equipamentos há postes iluminando os caminhos e outros o espaço no geral.
Não há iluminação artificial dentro da área cercada ao sul. O desempenho sonoro, a qualidade
do ar e a ventilação são ótimos.

Dimensão Bioclimática
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
26.1 higrotérmico desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


desempenho desempenho
26.2 luminoso
[ x ] o lugar é razoavelmente iluminado à noite
26 conforto
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
26.3 sonoro desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


26.4 qualidade do ar desempenho desempenho

27 Dimensões econômicas

Os materiais utilizados no parque, como o pavimento em asfalto, bancos de madeira e


concreto e construção em madeira são materiais de baixo custo que sugerem baixo ônus de
implantação e manutenção.

Conforme o mesmo item analisado nos parques anteriores, o IBRAM não sabe informar sobre
os gastos de implantação e manutenção anual do parque. Porém, está previsto para os anos
de 2020/2021 revitalização com custo estimado de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) 134.

Dimensão Econômica
os custos de implantação os custos de implantação
27.1 implantação do lugar são muito altos do lugar são muito baixos

27 custos os custos de manutenção os custos de manutenção


27.2 manutenção do lugar são muito altos do lugar são muito baixos

134
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 47318550.
196

28 Orientabilidade e identificabilidade

A área onde estão localizados os equipamentos é fácil de se orientar por não haver muitas
barreiras que atrapalhem a visão, uma vez em seu interior. A estrutura do parque não é
confusa, porém com a inexistência de mapas e sinalizações fica difícil de saber da existência
do PEC, parque infantil e cobertura com bancos situados no perímetro do parque.

Devido à dimensão do parque, por ser uma extensa área arborizada que se destaca em meio
às construções, com elementos componentes e equipamentos comunitários o parque possui
forte identidade.

Dimensão Topoceptiva
é difícil orientarmo-nos é fácil orientarmo-nos
28.1 orientabilidade nele nele
orientabilidade
e
28 o lugar tem fraca o lugar tem forte
identificabilida identidade identidade
28.2 identificabilidade
de

29 Significado e simbolização

Em certa medida, o parque atende a seu objetivo de preservar o ecossistema natural de


grande relevância ecológica. Porém, esse objetivo não é cumprido por completo, uma vez que
há furos nas grades de proteção e não há nenhuma fiscalização quanto ao controle do
desmatamento.

Em relação aos seus objetivos sociais, o parque fracassa quase completamente. Com os
equipamentos em más condições e uma grande sensação de insegurança, apenas alguns
poucos moradores próximos utilizam os equipamentos. Por ser um grande espaço convexo
em uma área muito habitada, poderia ser muito mais bem aproveitado.

Não há no parque nenhum elemento simbólico arquitetônico ou natural que o represente.

Dimensão Simbólica
o lugar não contém elementos o lugar contém elementos
que remetem a valores, que remetem a valores,
29.1 significado ideias, história etc. caros ideias, história etc. caros
à sua população à sua população
significado e
29
simbolização o lugar não contém o lugar contém
elementos que o façam elementos que o
29.2 simbolização memorável. façam memorável.
197

30 Afetos

Apenas uma pequena parcela da vizinhança do parque se preocupa com ele, realizando
roçagem, poda e até cultivando uma horta na área, o que remete à sensação de zelo e
pertencimento ao local, mas não corresponde ao sentimento geral da comunidade. Porém, a
quantidade de equipamentos quebrados e falta de manutenção geral dão o aspecto de
abandono por parte da comunidade. Por não haver sede administrativa, nem vigias do
patrimônio, pela baixa presença de pessoas e por haver usuários de drogas no local a sensação
de insegurança é presente.

Dimensão Afetiva
o lugar evoca o lugar evoca
afetos negativos afetos positivos

afetos
30 [ ] o lugar traz sensação de segurança
[ ] o lugar traz sensação de que alguém zela por ele
[ ] o lugar traz sensação de pertencimento

31 Beleza e conservação/ manutenção

Por se tratar de natureza, o parque é belo, porém não há nenhum tratamento paisagístico ou
arquitetônico que reforce essa beleza (Figura 97). A estrutura do quiosque e seus bancos em
madeira são interessantes. Existe ainda resquícios de como o parque era belo e bem-
composto, há esqueletos das estruturas do que seriam pérgolas na entrada do parque e na
área do PEC e existiam placas indicativas em madeira com o nome do parque e de seus
ambientes. A falta de manutenção e conservação dos equipamentos e das áreas de
convivência é visível.

Dimensão Estética
o lugar como o lugar como
31.1 beleza do lugar um todo é feio um todo é belo

os elementos os elementos
beleza e beleza dos seus constituintes do constituintes do
31.2 elementos lugar são feios/ lugar são belos/
conservação/ mal desenhados bem desenhados
31 manutenção constituintes

o lugar e seus elementos o lugar e seus elementos


se encontram em se encontram em
conservação/ péssimo estado de ótimo estado de
31.3
manutenção conservação/manutenção conservação/manutenção
198

Figura 97. Da esquerda para a direita: circuito de ginástica e estrutura de pérgolas, quadra poliesportiva, a
esquerda caminho dividindo a área cercada da livre e a direita quiosque de madeira, e ao fundo terrão.
199

Variáveis Dimensão funcional


nº nome nº categoria 21.1 pedestres
SUJEITOS 21.2 ciclistas
1 número de pessoas acesso e 21.3 transporte público
21
2.1 gênero circulação 21.4 transp. particular
variedade de 2.2 faixas etárias 21.5 conexões
2
pessoas 2.3 classes sociais 21.6 circulação
2.4 grupos 22.1 variedade
3 distribuição das pessoas no tempo atividades limites 22.2 distrib. espacial
22
ATIVIDADES e arredores 22.3 complementaridade
4 passagem 22.4 distrib. temporal
5.1 número 23.1 variedade
5 permanência
5.2 duração atividades no 23.2 distrib. espacial
23
6 encontros 6.1 ocorrência lugar 23.3 complementaridade
manutenção e 7.1 manutenção 23.4 distrib. temporal
7
vigilância 7.3 vigilância edificações 24.1 variedade
8 demais atividades 8.1 número 24
existentes 24.2 manutenção
ATRIBUTOS GLOBAIS 25.1 nível do solo
Dimensão sociológica 25 pavimentação 25.2 contínuo
espaço livre 9.1 quantidade 25.3 acabamento
9
público 9.2 dimensões Dimensão bioclimática
10 integração global 26.1 higrotérmico
Dimensão funcional 26.2 luminoso
11.1 variedade 26 conforto
26.3 sonoro
11.2 distribuição 26.4 qualidade do ar
11 atividades
11.3 complementaridade Dimensão econômica
11.4 distribuiç. temporal 27.1 implantação
12.1 variedade 27 custos
27.2 manutenção
12 habitação 12.2 distribuição Dimensão topoceptiva
12.3 densidade orientabilidade e 28.1 orientabilidade
13.1 pedestres 28
identificabilidade 28.2 identificabilidade
13.2 ciclistas Dimensão simbólica
13 mobilidade
13.3 transp. público significado e 29.1 significado
13.4 transp. particular 29
simbolização 29.2 simbolização
ATRIBUTOS LOCAIS Dimensão afetiva
Dimensão sociológica 30 afetos
14.1 integração global Dimensão estética
14 localização
14.2 integração local 31.1 lugar
15.1 clareza limites beleza e conserv./
31 31.2 elementos
limites e 15.2 contiguidad. limites manutenção
15 31.3 conserv/ manut.
dimensões 15.3 separ. públ/priv.
15.4 dimensões Resumo da avaliação do Parque Distrital de São
16 tipos edilícios
17.1 espaços cegos Sebastião.
17.2 núm.de portas
17 portas e janelas 17.3 relaç. públ/priv. *Os itens que não são classificados por cor (6.2; 7.2;
17.4 fronteiras suaves
17.5 janelas
7.4; 8.2; 8.3; 19.2; 20.2) foram suprimidos da tabela.
18 nivelamento
barreiras e *Os itens que não se aplicam à pesquisa
19 19.1 ocorrência
permeabilidades
transparências e permanecerão em branco (1-6; 8; 23.3; 23.4).
20 20.1 ocorrência
opacidades
200

CAPÍTULO 4 – RECOMENDAÇÕES

Fez-se, também, um conjunto de gráficos resumo (Figura 98) com os resultados das avaliações
de acordo com as principais variáveis da metodologia de Tenorio (2012).

Figura 98. Gráficos resumo das variáveis sujeitos, atividades, atributos globais e atributos locais.

No parque Olhos d’Água, o primeiro que aparece nos gráficos, possui os melhores resultados
em relação aos outros parques. No entanto, verifica-se que é o parque que possui pior
avaliação quanto aos atributos globais.

Já o parque Jequitibás, cujos resultados são apresentados na parte central dos gráficos, possui
a avaliação “razoável” como a mais comum. Isso se deve muito ao fato de ser uma das poucas
opções de lazer da cidade, que acaba por atender algumas das necessidades mais básicas de
recreação e contato com a natureza da população, porém nota-se que há grande espaço para
melhorias que poderiam elevar o nível do essencial para a excelência.

Quanto ao parque São Sebastião, o último de cada gráfico, não foi possível avaliar a vida
pública – as variáveis sujeitos e atividades – devido à insegurança do local, o que já demonstra
um grave problema para a comunidade e seus visitantes. Ao verificar os atributos globais e
locais, notou-se que há uma variação muito grande entre os resultados “excelente e boa” e
201

“ruim e péssima”, com predominância das avaliações ruins e menos indicações de “razoável”
do que os outros parques.

Isso se deve ao fato de o PDSS apresentar resultados precários em todos os quesitos que se
referem a infraestrutura, segurança e manutenção, sejam nas questões relacionadas à
infraestrutura de apoio da cidade ao parque (aspectos globais), sejam nas questões
relacionadas às características do próprio local (atributos locais).

No entanto, quando se avalia a integração e a localização do parque dentro da malha urbana


de São Sebastião, nota-se que os resultados são os melhores entre os três objetos de estudo
avaliados, o que demonstra que o PDSS é um projeto com grande potencial de melhoria da
vida da sociedade em seu entorno, mas que necessita de um maior apoio governamental para
que este potencial se concretize.

As recomendações a seguir se baseiam nos itens de pior desempenho nas avaliações feitas
através das tabelas resumo de análise, da experiência vivida nos parques e do entendimento
do que é o parque para a Região onde se situam.

4.1 Parque Olhos d’Água

Pode-se extrair dos dados apresentados que o parque Olhos d’Água é um local de destino,
proporciona contato com a natureza, silêncio e paz. Oferece segurança, variadas atividades e
está em bom estado de conservação, sendo bem frequentado pelo público idoso. É um parque
com características locais, em que a maioria de seus frequentadores são vizinhos,
permanecem por bom tempo e é possível presenciar encontros programados de pessoas.

Portanto são necessários alguns ajustes, principalmente os relacionados aos atributos globais,
para que o parque possa atingir sua excelência.

O Plano Piloto é tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade, título concedido pela
Unesco, o que ocasiona alguns empecilhos quanto à mudança, mas com alterações, por meio
de Projeto de Lei Complementar (PLC), do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de
Brasília (PPCUB), a norma regulamentadora para a região, é possível reaver algumas ações
que prejudicam o funcionamento da cidade.
202

Como exemplo, pode-se repensar os atributos globais quanto à questão do zoneamento da


cidade, que implicam variedade de atividades, tipos de uso e densidade. A região poderia
abrigar atividades variadas, que se complementem, com densidade maior de habitantes e
tipos edilícios diversificados. A presença de outros tipos de moradias na região do parque
também ajudaria com relação aos atributos locais, no acréscimo de portas e janelas voltados
para a área. Os enormes vazios urbanos poderiam receber diferentes usos, permitindo assim
que mais pessoas variadas usufruíssem do local em diferentes horários.

A região como um todo precisa melhorar no quesito mobilidade. Poderiam existir mais linhas
de ônibus que fizessem o trajeto leste-oeste para minimizar as distâncias que os mais velhos
precisam percorrer até o parque e diminuir o tempo de viagem. O parque poderia oferecer
acesso direto para a via L2, assim as pessoas que utilizam ônibus poderiam acessá-lo de
maneira rápida e até utilizar o espaço como passagem, aumentando o fluxo no local.

No portão principal, deveria existir uma área de embarque e desembarque para facilitar e
fornecer segurança à descida dos mais velhos. O parque poderia oferecer uma pequena área
de estacionamento para apoio aos mais velhos, uma vez que a maioria dos idosos
frequentadores vão de carro ao parque. Hoje os dois recuos existentes nas rotatórias
localizados na via L1 são utilizados como estacionamento, mas legalmente são áreas proibidas
de estacionar. A administração poderia entrar em consenso com os órgãos competentes e
regularizar a área com horários convenientes para fornecer vagas para o público idoso.

Recomenda-se que as calçadas da área onde se situa o parque sejam reformadas para
melhorar a acessibilidade para todos os pedestres, com trajetos contínuos, pavimentação e
dimensões adequadas. As ciclovias deveriam receber o mesmo tratamento, com continuidade
e segurança nos seus caminhos. As faixas de pedestres deveriam se manter no mesmo nível
das calçadas, permitindo que o trajeto seja na mesma superfície, o que é mais seguro para a
população de idosos.

Sobre os atributos locais, há variedade de atividades que ocorrem nas fronteiras do parque,
que funcionam em diferentes horários e se complementam. Esse fato permite que sempre
haja fluxo de pessoas ao seu redor, um fator positivo por transmitir sensação de segurança.
Hoje, o parque ajuda os vendedores de água de coco ao permitir que guardem seus carrinhos
203

dentro de seus limites, porém poderia oferecer quiosque para comércio de alimentos no local,
o que seria mais um fator a estimular a permanência de pessoas.

O parque é o local que os idosos frequentam para realização das atividades físicas, caminhada
e lazer. Apesar de possuir lugares de permanência, como a área dos pergolados, quiosque e
espreguiçadeiras, esses mobiliários poderiam ser mais bem distribuídos, para que houvesse
mais pessoas circulando por toda a área.

Quanto aos sujeitos, a vida cotidiana no parque poderia ser mais bem distribuída. Deveriam
existir aulas de ginástica funcional ministradas por professores de educação física à tarde,
além daquelas que existem pela manhã, pois esse é o período em que os idosos menos
frequentam o parque, e as aulas poderiam aumentar esse número e estimular os mais velhos
a ter uma vida mais ativa e com qualidade.

A não variedade de tipos edilícios dentro do parque não é um fator negativo para o local, uma
vez que este oferece diversos equipamentos de lazer e atrativos para seus frequentadores.
Como se trata de um parque ecológico, é importante que a arquitetura se integre à paisagem,
dando espaço para a natureza ser a protagonista, o que já acontece na área.

Falta no parque uma quadra poliesportiva para atrair pessoas de outras idades e até mesmo
despertar o interesse nos idosos de permanecer mais tempo no local para assistir a alguns
jogos, ou ainda, praticar esportes. Mesas com bancos para apoio também são um mobiliário
urbano que atrairiam os mais velhos para jogar carteado ou simplesmente confraternizar. É
necessário também mais bebedouros próximos aos equipamentos dos idosos, do parque
infantil e em outros pontos, assim como de outro conjunto de banheiros no extremo oposto
ao parque.

A pavimentação como um todo deveria ser acessível, segura e sinalizada. Os caminhos


intermediários deveriam ser fluidos e contínuos, com pavimentação adequada, que dessem
acesso aos equipamentos. O piso da área do PEC mereceria atenção especial, deveria ser
totalmente nivelado para evitar quedas no local.

O fato de haver várias proibições no parque, como andar de bicicleta, é favorável para o
público idoso se sentir seguro ao caminhar. O horário de funcionamento é adequado para a
204

população, mas a iluminação noturna poderia ser mais amigável nas áreas de atividades e no
PEC.

Seus limites poderiam ser mais suaves e amigáveis, com espaços intermitentes para instalação
de assentos por todo o perímetro do parque e que mantenha a permeabilidade visual interna-
externa do local. O parque Bryant, situado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, segue esse
conceito (Figura 99).

Figura 99. Fronteira do Parque Bryant, Nova Iorque, Estados Unidos.

Fonte: Google Street View 2020, captura da imagem nov. 2019.

Apesar de receber o nome Olhos d’Água, a lagoa dos Sapos e seus córregos não recebem o
tratamento adequado (Figura 100). Esses componentes poderiam ser recuperados de maneira
a se tornarem um símbolo representativo do parque, além de serem mais um atrativo para o
local e favorecerem a sua beleza.
205

Figura 100. Lagoa dos Sapos.

4.2 Parque dos Jequitibás

Diante do apresentado anteriormente, vê-se que o parque dos Jequitibás é um grande espaço
público representativo de sua área por oferecer algumas atividades, espaços de lazer e pela
presença de árvores. É um local de destino muito importante para sua comunidade, uma vez,
que a cidade carece de espaços para interação. Seus frequentadores são moradores da área
e muito ativos nas questões que envolvem cuidado com o local.

Porém, o parque precisa de algumas adequações para que possa atender mais pessoas de
maneira eficaz e segura.

Sobre os quesitos de avaliação da vida pública, o parque é pouco frequentado pela parcela de
idosos da cidade. Alguns fatores poderiam melhorar essa questão, como a implementação de
aulas orientadas, lugares de permanência, assentos confortáveis e segurança.

A RA possui boa integração e variedade de atividades, mas precisaria passar por uma
reestruturação para melhorar seus atributos globais. O ideal seriam quadras residenciais mais
curtas, para permitir maior circulação de pedestres. As atividades poderiam estar mais bem
distribuídas pela cidade. Assim, ajudaria a desestimular o uso do transporte particular. Deveria
206

haver uma reformulação nos trajetos realizados pelos ônibus locais para melhor atender à
população, e a Av. Contorno deveria ser incluída na rota com parada de ônibus.

A cidade Sobradinho é pouco amigável com os pedestres, devendo adequar toda a área para
que as pessoas possam usufruir com segurança, acessibilidade e continuidade de trajeto.
Deveriam existir mais faixas de pedestres ao longo da Av. Contorno para permitir que as
pessoas cheguem até a pista de caminhada e ao parque de maneira segura, com trajeto
contínuo e nivelado. A iluminação das calçadas deve ser destinada aos pedestres. Os ciclistas
precisam ser atendidos de maneira imediata.

Em relação aos atributos locais, na questão das atividades que ocorrem nos arredores do
parque, é permitida pela Lei Complementar nº 56, de 1997, sobre o Plano Diretor Local de
Sobradinho (PDL), de 1997, edificações residenciais com pilotis mais seis pavimentos. Se esta
possibilidade fosse adotada, possibilitaria a área mais variedade nas edificações existentes,
das atividades e aumento da densidade de pessoas, o que contribuiria na distribuição
temporal, com mais pedestres circulando pelas ruas.

O ideal seria que o clube Sodeso voltasse a funcionar e o SESI SENAI voltasse a abrir as portas
para a comunidade durante todos os dias da semana. Também seria interessante que a área
tivesse a presença de comércio de bens varejista, permitido pelo PDL, com algumas atividades
que funcionasse no período noturno para que o fluxo de transeuntes na Av. Contorno
aumentasse, principalmente nos horários mais ociosos do parque, para que a região se torne
viva, diversa e interessante.

Essas modificações contribuiriam na questão dos atributos globais, nos quesitos de atividades
e habitação.

O parque é considerado como área de destino para os mais velhos, e é possível aumentar a
permanecia dos idosos, mas faltam elementos de apoio às atividades. A falta de diferentes e
interessantes espaços também é um motivo de alguns idosos permanecerem por pouco
tempo no local.

Ao longo de sua área, o parque poderia proporcionar regiões com mesas para jogos, área
apropriada para piqueniques, redário, bicicletário e quadra de futebol. Além disso, é essencial
207

a presença de bebedouro próximo ao circuito de ginástica e um espaço amplo e gramado para


a prática de diversas atividades, com o acréscimo de quiosque com venda de alimentos.

A área do parque infantil merece atenção, com instalação de novos brinquedos que abranjam
diversas faixas etárias, além de lugares adequados para se sentar. Assim, as crianças poderão
ficar entretidas por mais tempo, e os mais velhos, que levam seus netos e filhos, se sentirão
mais confortáveis e permanecerão por mais tempo no local.

O parque poderia dotar bancos com encosto, apoio de braço, altura adequada e confortáveis
para que os mais velhos possam ficar por mais tempo no local. Os bancos devem ser situados
em diferentes locais como: expostos ao sol, debaixo de árvores e protegidos por cobertura. É
interessante que sejam alocados com diferentes arranjos: sozinho ou em conjunto, assento
individual ou em grupo, para que os mais velhos se sintam à vontade de escolher a
configuração que mais os agrade.

A sede administrativa poderia ser reformada para abrigar área de vestiário em apoio aos
grupos frequentadores de ciclistas e corredores, área com biblioteca e espaço para
exposições. Seu desenho arquitetônico poderia ser sutil, integrado à paisagem e manter os
dois pavimentos com um deck completando a volta no andar, para favorecer a vigilância.

Sobre a manutenção e vigilância, o contrato dos funcionários terceirizados de limpeza deveria


abranger as áreas dos equipamentos de lazer de todo o parque. Deveriam ser realizadas
rondas nas trilhas com o intuito de proporcionar segurança aos visitantes do parque, ao invés
de somente alertá-los que é perigoso adentrar a mata. Pode-se perceber demora dos órgãos
competentes em responder aos chamados de limpeza e poda do parque, o que transmite
sensação de descaso e abandono do local, devendo ser mudado tal tratamento.

Outra possibilidade que ajudaria na variedade de atividades, na segurança e na proteção


ambiental seria o governo adquirir a área do clube Sodeso e a incorporar ao parque. Assim, a
infraestrutura existente do clube, como quadras poliesportivas, piscina, campo de futebol,
ginásio, banheiros e outros, poderia ser reformada para usufruto da comunidade. Poderia ser
criada uma pista de caminhada interna que circundasse toda a área, com trilhas pavimentadas
e adaptadas. Com essas ações, além de se preservar parte do Ribeirão Sobradinho, fauna e
208

flora, se atrairia mais público para o parque e se aumentaria o fluxo de pessoas entre as duas
áreas de atividades, inibindo invasores e pessoas mal-intencionadas.

Assim como recomendado para o parque Olhos d’Água, os limites do parque devem ser
permeáveis visualmente e possuir lugares para que as pessoas possam se sentar ao longo da
fachada, na face frontal e lateral leste. Os assentos, além de darem apoio à população idosa
para descansar durante o percurso da caminhada, também apoiariam as atividades que
acontecem aos domingos, quando a Avenida Contorno é fechada para os carros e
transformada em rua do lazer. Nas demais fachadas, basta fechamento com permeabilidade
visual para delimitar e deixar clara a separação público/privado.

É aconselhável repensar a estrutura viária da cidade de forma a demarcar todo o parque com
uma via pública. Isso evidenciaria a separação público/privado na face norte, que hoje são
fundos de propriedade privada, e impediria qualquer invasão que possa vir acontecer, ficando
evidente e sendo fácil de ser debelada. Ajudaria também na segurança dos frequentadores e
no acesso dos bombeiros à mata, na ação contra as queimadas e a atuar de forma imediata
na região.

O horário de funcionamento deveria ser estendido, das 6h às 20h, mas para isso o parque
precisaria de iluminação adequada para seus visitantes. A falta do plano de manejo é
perceptível, e sua existência poderia auxiliar várias medidas protetivas, proibitivas e eficazes
para o bom uso do parque.

A distribuição de pessoas idosas no tempo é bastante variada. Apesar de haver um bom


movimento durante o período da manhã, seria interessante que o programa do governo
Ginástica nas Quadras135 fosse ministrado no parque e ofertasse aulas, nos períodos da manhã
e à tarde, para instruir e orientar adequadamente os idosos na realização de exercícios físicos.
A administração do parque poderia se envolver mais, divulgando e ajudando seus
frequentadores durante a época das inscrições para participação do programa.

A pavimentação interna do parque precisa ser contínua, interligada aos espaços de lazer e
necessita se estender até as trilhas. Deve ser acessível, com corrimãos quando necessário,

135
O programa, conhecido como Ginástica nas Quadras, tem como objetivo promover a melhoria da qualidade
de vida da comunidade, prioritariamente dos idosos, com professores da Secretaria de Estado e Educação.
209

pintura demarcando seus limites e dimensões adequadas. Seria interessante a implantação


de uma pista interna de caminhada que acompanhasse o perímetro do parque. As trilhas
existentes precisam de tratamento adequado, com rotas claras e acessíveis para todas as
pessoas. Seria importante ter placas orientativas com as espécies de plantas e animais da
região, placas direcionais, caminhos claros e seguros. Ao melhorar a infraestrutura das trilhas,
mais pessoas circularão pela mata, o que a tornará mais segura devido à constância de
visitantes e à inibição das pessoas mal-intencionadas.

O piso do PEC precisa ser remodelado para que seja nivelado e seguro aos mais velhos. A
pavimentação deveria ser contínua, em material antiderrapante e, se possível, que amenize
os danos de uma possível queda.

No parque, não existe nenhum elemento simbólico, mas como seu próprio nome se refere às
árvores que se encontram no local, os Jequitibás, essas deveriam receber tratamento especial.
Poderiam ser catalogados, ganhar placa indicativa, pavimentação de destaque e iluminação
adequada para dar jus ao nome do parque e reforçar sua beleza.

4.2.1 Influência do PEC

Os resultados indicam que os parques com os aparelhos ao ar livre são muito mais atrativos
aos idosos e ajudam na promoção do envelhecimento ativo do que quando não possuem esses
equipamentos. Isso vai ao encontro da pesquisa de Presidente Prudente, onde “as “academias
da terceira idade” instaladas ao longo do Parque do Povo destacavam-se pela presença deles
(idosos) ao longo das observações”136. Além da questão física, há o estímulo ao convívio social,
geracional e intergeracional, proporcionado pelo espaço, pois ao realizar os exercícios as
pessoas presentes no local acabam por trocar algumas palavras de saudação, ideias e boas
conversas. Nos dias com aparelhos pôde-se observar pessoas de todas as idades na área do
PEC, o local mais frequentado pelos idosos.

Apesar dos equipamentos serem previstos para uso acima dos 12 anos, a presença de placas
proibitivas com dizeres “proibido crianças” presentes no PEC não são bem vistas, pois ao

136
(XAVIER, FELIPE e ARANA, 2018, p. 92)
210

afastar as crianças do convívio com os mais velhos acaba por se perder um estímulo à presença
das duas gerações e uma oportunidade valiosa de aprendizado aos mais jovens. Já quando o
convívio é permitido, ajuda-se na promoção de crianças mais conscientes com os cuidados
com os idosos e no aprendizado da própria cultura.

Não foram observadas ações governamentais de promoção à saúde dos idosos nos dias de
pesquisa. As políticas são importantes quesitos para orientação aos mais velhos quanto à
realização dos exercícios de maneira correta e na promoção de uma vida mais ativa. Como
comentou o Sr. Flávio Nunes, de 63 anos: “não tem nenhum profissional para orientar o uso
(dos aparelhos de ginástica). A pessoa pode se machucar e se distender e nem sabe o porquê
de ter acontecido”.

Sobre o quesito acessibilidade no PEC, foram poucos os idosos que reclamaram sobre o
assunto. No geral, a maioria diz-se satisfeita com o que possui. Porém, a pavimentação local
não é adequada para o público em questão, uma vez que é composta por pequenos desníveis
entre blocos de concreto e o piso com desenhos geométricos em grama e terra. Vale alertar
para a falta de barras de apoio próximas aos equipamentos para auxílio dos idosos no ato de
sentar e levantar e para chegar até outro equipamento. Seria interessante também que a área
possuísse bancos na altura adequada e com encosto para que os idosos possam descansar,
conversar e permanecer por mais tempo no parque.

A pesquisa amostral com 33 idosos entrevistados aponta a importância do PEC e sua relação
espaço-sociedade, por mais que os usuários alertem quanto à manutenção e que várias
melhorias são necessárias. Observou-se também que a comunidade está aberta para receber
os idosos e que a própria comunidade mais velha se apodera do parque como sendo
realmente seu.

4.3 Parque de São Sebastião

A partir da análise realizada, entende-se o parque de São Sebastião como um enorme espaço
arborizado de destaque na subdivisão São Sebastião Tradicional. Porém, fica abaixo das
expectativas em proporcionar lazer e incentivar a vida pública no local. Para criar as condições
211

necessárias para que o parque se torne funcional para a comunidade, é preciso que se
promova mais encontros e que seja densamente utilizado, que pulse vida.

Para que essa situação se reverta, é necessário tomar algumas medidas e realizar intervenções
no parque.

Apesar de o parque oferecer alguns equipamentos, poucas pessoas foram observadas


utilizando o local como passagem, permanência e encontros. Os grupos que permanecem no
local são de pessoas aparentemente perigosas. Como confirmado também em um relato pelo
líder comunitário, Lippe Viana137, por haver pouco acesso dos moradores ao parque, atos de
violência acabam se tornando mais comuns, por isso é preciso ocupar os espaços.

O fato de não existir uma sede administrativa no parque relaciona-se à questão da


manutenção e da segurança. A implantação de uma sede no local seria uma medida vital, pois
haveria funcionários do IBRAM e vigias do patrimônio, transmitindo sensação de segurança
para os visitantes, já que seria mais uma barreira a evitar novas invasões. Os administradores
locais também verificariam mais facilmente a necessidade de manutenção dos equipamentos.

Sobre os atributos globais, a subdivisão São Sebastião precisa de mais conexões,


principalmente na região onde se situa o parque, para que tenha mais opções de trajetos,
quadras residenciais mais curtas e melhor distribuição das atividades pela cidade, resultando
em uma maior circulação de pessoas e mais vida pública. Com isso, o sistema de transporte
público poderia ser implementado em outros locais além das vias mais importantes da cidade,
e, assim, derivaria em um uso menor do transporte particular. As calçadas e ciclovias precisam
ser implementadas na cidade para dar apoio aos seus moradores, com sinalizações adequadas
e trajetos nivelados e acessíveis.

Essas alterações contribuiriam também na questão dos atributos locais, na relação do parque
com a RA. Apesar de a cidade oferecer diferentes atividades, é necessário que ocorram além
da jornada comercial, para que se tenha mais pessoas em diferentes horários e com atividades
variadas nos diferentes turnos, evitando o movimento pendular. Deve-se prever para a área
diferentes tipos de moradia, com a inclusão de edifícios de apartamentos, para que não haja

137
(São Sebastião, 2019)
212

padronização das unidades residenciais e para que a população local seja menos homogênea.
As edificações ajudariam também no quesito de ter mais janelas voltadas para o parque,
promovendo a vigilância informal, além de aumentar a densidade populacional ao redor do
parque, ampliando o número de seus potenciais usuários.

Os órgãos responsáveis pela limpeza, roçagem e poda do parque deveriam realizar esses
serviços com mais frequência. Seria interessante também que a área dos equipamentos, sem
a cerca, tivesse suas fronteiras mais suaves, com menos vegetação densa na borda, para que
as pessoas que estão fora do parque consigam enxergar o que está acontecendo dentro dele.

A calçada ao redor do parque precisa de rampa para dar acesso universal e conexões
pavimentadas interligando a rua ao parque. Seria importante separar a pista de caminhada da
ciclovia com sinalizações. O melhor seria que esses usos fossem em caminhos distintos. A
pavimentação no geral precisa de manutenção e continuidade, principalmente as conexões
até os equipamentos e a pavimentação onde eles se inserem. Os caminhos devem ser
nivelados, acessíveis e contínuos, para que possam atender a todas as pessoas.

É necessário implementar faixas ao redor do parque para que os pedestres possam realizar a
travessia segura, principalmente o público idoso, que necessita de mais tempo para cruzar a
rua. Os estacionamentos existentes devem ser sinalizados e destinar vagas exclusivas para os
idosos e PCD. Com ruas mais conectadas, o transporte público poderá atender melhor à cidade
e, com isso, poderão existir paradas de ônibus na Rua do Bosque, a oeste do parque, para
melhor atender à população.

O parque deveria oferecer equipamentos de apoio, além da sede administrativa, como


banheiros públicos, bebedouros, ducha, quiosque com comercialização de comida, quiosque
com área coberta para atividades de meditação e anfiteatro digno para as reuniões ao ar livre.
Caberia também a implementação de uma minibiblioteca. Já que a população utiliza um
pequeno trecho próximo às residências como horta particular e o parque possui um quiosque
nomeado “oficina da natureza”, seria interessante a regularização deste hábito e a
implantação de atividades que favoreçam a educação ambiental, como a presença de um
minhocário e estação de resíduos orgânicos, por exemplo, que existem no parque Olhos
d’Água.
213

Hoje, o PEC encontra-se parcialmente vandalizado, e está localizado longe do principal fluxo
de pessoas do parque. Sugere-se que sua instalação seja próxima aos demais equipamentos
comunitários, uma vez que os idosos, frequentadores mais assíduos desses espaços, gostam
de conviver com pessoas de outras idades e se sentiriam mais seguros perto de onde há mais
vida pública. Outros equipamentos voltados para grupos específicos, como uma pista de
skate, também são interessantes para que se aumente o fluxo e a permanência de pessoas no
interior do parque.

Pontos com pergolados próximos aos equipamentos e ao PEC são bem-vindos como forma
alternativa de sombreamento. O interior do parque poderia possuir mais bancos, de
preferência com encosto e descanso de braço para facilitar o repouso dos mais velhos.
Assentos próximos uns aos outros e lugares com mesas e bancos, como os existentes ao redor
do parque, promovem pontos de convívio social e é importante mantê-los.

Os parques do DF vão ganhar placas indicativas padronizadas que obedecem ao manual de


sinalização do IBRAM e serão viabilizadas pelo Departamento de Estradas de Rodagens (DER-
DF), por meio de compensação ambiental138. No entanto, no caso do Parque de São Sebastião,
para que a população se sinta mais integrada ao parque, pode ser feito concurso voltado à
comunidade para se definir uma linguagem visual a ser utilizada, tanto na parte da sinalização,
quanto nos desenhos dos mobiliários e equipamentos urbanos, como bancos, bebedouro,
lixeiras, banheiros públicos, quiosque, arena, sede administrativa. Hoje o parque não possui
nenhuma sinalização, o que aumenta a sensação de abandono.

O plano de manejo é imprescindível para definir seu zoneamento e as normas que norteiam
o uso do parque e seus recursos naturais, incluindo a implantação de estruturas físicas. Com
este documento técnico, o parque poderia fornecer informações e proibições a seus visitantes
por meio de placas orientativas.

Hoje, os quesitos sobre os desempenhos afetivo e simbólico do parque parecem ser fracos,
uma vez que grande parte da população se sente muito insegura para frequentar o local. A
adoção das medidas recomendadas nos parágrafos anteriores acabaria por criar uma cultura

138
(AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020 b)
214

de uso pela população que eventualmente poderia vir a criar símbolos do parque por meio
das vivências da população local.

A ausência do poder público atuante no parque prejudica os moradores e visitantes e tem


como consequência a crescente segregação socioespacial. É necessária uma requalificação do
espaço público que abranja um planejamento amplo, seja no âmbito físico-territorial, seja no
âmbito social. Esses desdobramentos são apenas algumas sugestões que poderiam dar vida
imediata ao local, mas é recomendado que se faça nova análise para que medidas possam ser
tomadas e ajustadas. Por isso, para futuros desdobramentos desta pesquisa, recomenda-se
uma análise mais aprofundada do Parque Distrital de São Sebastião, infelizmente com o auxílio
das forças de segurança, algo que não foi realizável durante o cronograma desta pesquisa.
215

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização desta pesquisa foi motivada pela busca da resposta à seguinte questão: serão os
parques públicos ambientes que atraem os idosos e proporcionam uma melhor qualidade de
vida e oportunidades de socialização, cada vez mais raras com o passar do tempo? Os dados
da dissertação apontam que sim, os parques são locais de grande interesse dos mais velhos,
porém há muitas barreiras para que eles tenham acesso a estes ambientes, e não parece haver
grande interesse dos gestores públicos em resolver o problema.

Durante a pesquisa, o Ponto de Encontro Comunitário pareceu ser um equipamento vital para
atrair e manter os idosos no parque. Então, este equipamento deveria ser uma prioridade em
políticas públicas voltadas para essa idade. No entanto, mesmo com esta importância, muitas
vezes não se dá a devida atenção aos cuidados necessários para que este equipamento seja
plenamente funcional.

Em nenhum dos parques estudados observou-se o cuidado com a pavimentação, uma vez que
o PEC é bastante utilizado pela população mais velha e ela possui problemas de mobilidade e
visão. Além disso, deve-se implantar junto ao conjunto de equipamentos uma área com
bancos para proporcionar descanso e interação social, quesitos importantes aos idosos e que
só são integralmente cumpridos no Parque Olhos d’Água, uma vez que em São Sebastião os
equipamentos se encontram deteriorados e que não existem no Jequitibás, havendo apenas
assentos improvisados feitos de troncos de árvore.

A questão de disponibilizar professores de educação física para a realização de aulas e


orientações quanto ao uso dos equipamentos é uma prática que deveria ser implementada
em todos os parques e fazer parte de ações governamentais, pois os idosos se sentem mais
seguros com um profissional presente no local. O fato de haver aulas no período da manhã no
Parque Olhos d’Água é um fator que estimula e fideliza a ida do idoso ao parque, além de
facilitar a socialização, pois a aula dá um pretexto para uma conversa inicial entre os idosos e
muitas vezes também com aqueles que os acompanham. Foi relatado inclusive que os grupos
montados durante essas aulas acabaram por viajar juntos e realizar eventos em datas
especiais.
216

É louvável que os PECs dos três parques estejam localizados em áreas de fácil acesso aos
idosos, como nas entradas e em locais sombreados, mas deve-se atentar quanto à
manutenção dos aparelhos como fator de atração aos parques. Em São Sebastião, por
exemplo, o PEC está degradado, e, assim, sem a presença de idosos.

Mas não é só de PEC que um parque precisa. Parece não haver um planejamento prévio
anterior à construção dos parques no DF, como indica o histórico dos parques estudados.
Primeiro, surgiu a necessidade de proteger tais áreas e para isso elas foram cercadas, porém,
em relação às instalações dos equipamentos existentes, parece não ter havido um estudo
prévio detalhado do que era necessário para cada comunidade.

Ambientes mais integrados, com equipamentos comunitários dispostos próximos uns aos
outros facilitam a compreensão do local além de permitirem que os idosos frequentem mais
outras áreas, interajam com pessoas de diferentes idades e se sintam mais seguros. Este fato
pôde ser percebido no Parque dos Jequitibás, onde os idosos frequentavam mais outros
espaços além do PEC e Circuito de Ginástica e se sentiam mais à vontade comigo para
conversar sobre diversos assuntos.

Essa integração de áreas, no parque de Sobradinho, motiva os idosos a ficarem por mais
tempo no parque para a realização de outras atividades além dos exercícios, como levar seus
netos e filhos ao parque infantil, realizar piquenique, ficar observando a movimentação ou
conversando com outras pessoas enquanto aguardam a brincadeira dos pequenos. Isso
demonstra que não é somente a academia ao ar livre que incentiva a ida dos idosos ao parque.
Equipamentos destinados para outras idades é motivo, também, para impulsionar à
participação social e estreitar os laços com a comunidade.

Espaços de esportes projetados para a terceira idade são locais que desenvolvem
sociabilidade e não somente interação, como quadras poliesportivas, pistas de bocha, xadrez
gigante139 e áreas livres para jogos de peteca, bola, corda, aro e dança. Esses espaços devem
se situar em áreas planas e acessíveis. Além disso, locais e elementos de culto religioso são
atrativos para os idosos, como marco ecumênico, capela aberta e local de orações. A

139
O jogo de xadrez gigante não utiliza mesa, o tabuleiro fica localizado no chão e as pessoas carregam as peças
gigantes, a mais alta com cerca de 70 cm, para realizarem as jogadas.
217

existência de espaços assim permite a socialização e atrai os idosos, inclusive aqueles que
frequentam igrejas e templos.

Outra questão a ser melhorada é a falta de quiosques com venda de alimentos nos três
parques estudados. Segundo o IBRAM140, é possível ter esse tipo de comércio em quiosques
nos parques. Cabe à administração da unidade uma análise quanto ao interesse público de tal
medida, que poderá ser estabelecida de acordo com os tramites licitatórios previstos na Lei
nº 8.666/93. Diz também ser possível ter o comércio por meio de ambulantes, desde que
obedeça às normas de Vigilância Sanitária e os critérios de cobrança de preço público pela
utilização das áreas dos parques, instituídos pela Lei nº 26.298/2005, alterada pela Lei nº
27.219/2006.

Há, no entanto, uma divergência jurídica dentro do próprio órgão quanto à questão de
comércio de alimentos por meio de quiosque e ambulante nos parques, pois o IBRAM
informou não ser possível tal comércio para o Parque Olhos d’Água141. Esta resposta não
condiz com as informações obtidas para os outros dois parques, sendo que um deles também
é Parque Ecológico, e ainda com a existência de uma área destinada à realização de feira
orgânica no PEOA.

A presença de um comércio de alimentos no parque poderia ser um fator de retenção de


idosos que estimularia uma maior interação entre as pessoas e também entre as pessoas e o
ambiente. Isso, aumentaria a vitalidade urbana do parque e geraria uma apropriação positiva
do espaço. Para o Parque São Sebastião, a existência dessa atividade seria vital para agregar
pessoas no espaço por mais tempo, aumentar o fluxo de transeuntes e trazer mais segurança
aos idosos, com a existência de olhos para a rua, no caso, com olhos voltados para o parque,
como defende Jane Jacobs.

Também foi constatado que a presença de sede administrativa nos parques estudados
melhora bastante o fluxo de pessoas dentro do perímetro, pois o fato de haver
administradores e vigias de patrimônio aumenta a sensação de segurança dos usuários. Por
isso, uma sede local deve ser implantada no Parque de São Sebastião, assim haveria um

140
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 46271602.
141
Informações obtidas pelo processo SEI/GDF. Despacho nº 47474467.
218

movimento constante de pessoas, inibindo ações ilícitas que hoje são realizadas no local e
estimulando a participação da comunidade no cuidado com o parque.

Todo este planejamento poderia ser feito mais facilmente se os parques já fossem idealizados
com seus respectivos Planos de Manejo. Em 2020, dos 51 Parques Ecológicos e Parques
Distritais142, sob gestão do IBRAM, somente dez143 parques possuem de fato Plano de Manejo,
um número baixo e que prejudica a conservação dos demais 41 parques. Em outros 12
parques, o órgão informa que o documento está sendo elaborado, mas não disponibiliza uma
data limite para publicação do documento.

A raridade de tal documento demostra menor atenção das autoridades quanto à proteção dos
recursos naturais, à utilização da área e à população. A Lei Complementar nº 827, de 2010,
que trata do assunto, em seu artigo 25, § 4º, é clara ao dizer que “As unidades de conservação
que não dispuserem de Plano de Manejo terão o prazo de cinco anos para elaborá-lo, a partir
da data de publicação desta Lei Complementar”. Há também o artigo 26, que diz que todas as
unidades de conservação deverão ter um Conselho Gestor Consultivo. Todos os três parques
foram criados em 1994, ou seja, antes da lei complementar, que é de 2010. Ainda assim, tal
documento e conselho deveriam ter sido criados até 2015, ou seja, deveriam ter sido
publicados há pelo menos 5 anos.

A falta de um planejamento inicial também prejudica as relações entre os parques e suas


respectivas cidades. Nas três cidades estudadas, o meio de transporte prioritário é o
automóvel, o que não é saudável e nem sustentável para a vida na cidade. Para incentivar o
uso de transporte alternativo ao carro, algumas medidas de rápido impacto deveriam ser
tomadas.

O transporte público e não motorizado precisa ser eficiente. É vital um sistema eficaz de
ciclovias, separados das calçadas e das faixas de automóveis. As ciclovias e as calçadas devem
ser contínuas, sinalizadas, seguras e acessíveis a todos. Para o acesso ao parque é importante

142
(IBRAM, 2020)
143
Parque Ecológico da Asa Sul (antes: Parque de Uso Múltiplo da Asa Sul), Parque Distrital Bernado Sayão (antes:
Parque Ecológico Bernado Sayão), Parque Ecológico Burle Marx (em revisão), Parque Distrital Copaíbas (antes:
Parque Ecológico Copaíbas), Parque Distrital Ezechias Heringer (antes: Parque Ecológico Ezechias Heringer),
Parque Distrital do Gama (antes: Parque Recreativo do Gama), Parque Ecológico de Santa Maria (antes: Parque
Recreativo de Santa Maria), Parque Ecológico Varjão-Taquari (antes: Parque Ecológico Taquari), Parque Ecológico
Veredinha e Parque Ecológico Vila Varjão (antes: Parque Ecológico da Vila Varjão). Fonte: (IBRAM, 2020)
219

ter um estacionamento ou área de embarque e desembarque que dê apoio à população mais


velha, mas desde que o acesso ao automóvel privado não prepondere sobre o acesso por
qualquer outro meio de transporte.

Deve-se levar em conta também que os parques estudados são grandes espaços convexos
representativos de seus trechos, e que os parques Olhos d’Água e dos Jequitibás são
considerados locais de destino. Mas eles podem ser mais do que isso, tornando-se pontos
mais integrados à cidade. Ao mesmo tempo em que se manteriam como locais de respiro,
poderiam se tornar também locais de passagem que permitisse o ir e vir livre.

O parque de São Sebastião, por ter uma área livre de cercas, permite essa conexão na cidade,
mas seu espaço deveria ser mais bem explorado. Em 2010, o parque foi parcialmente
requalificado, quando foram entregues vários equipamentos. Hoje o parque encontra-se
degradado, vários dos equipamentos estão destruídos e, como espaço público que deve
favorecer a vida, o parque falha. É preciso envolver a comunidade no processo de reforma e
entender que o investimento não pode ser apenas esporádico, que é necessário cuidado,
manutenção e acompanhamento constantes, com acompanhamento de perto das
autoridades responsáveis, para que o parque se torne efetivamente parte da cidade.

Deve-se romper com o paradigma de que espaços residuais e áreas de proteção ambiental
com acesso ao público, ao serem cercados, se transformam em parques. Estes devem ser
tratados, planejados, prover identidade ao local e cumprir seu papel de manutenção da
biodiversidade e social. Como reforçado por Tenorio, “os espaços públicos existem para servir
ao público.”144 Porém, os parques do DF são espaços públicos verdes que muitas das vezes
não cumprem o seu papel de função social e de lazer.

Utilizando como norte as recomendações do Guia Global das Cidades Amigas das Pessoas
Idosas, obtêm-se recomendações para que se faça um projeto que atenda às necessidades
dessa parcela da população quais sejam:

144
(TENORIO, 2012, p. 351)
220

(...) deveria ser normal para uma cidade amiga do idoso que o ambiente natural e o
construído considerassem usuários de diferentes graus de capacidade, ao invés de
se planejar para uma pessoa “comum” mítica (isto é, jovem). Uma cidade amiga do
idoso enfatiza a capacidade, e não a incapacidade; ela é amiga de todas as idades, e
não apenas do idoso. Deve haver bancos e banheiros públicos em número suficiente,
meios-fios rebaixados e rampas de acesso a prédios, sinais de trânsito em
cruzamentos de pedestres com tempo suficiente para a travessia. (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, OMS, 2008, p. 63)

O DF possui grande desigualdade de renda domiciliar. É a sétima unidade da federação mais


desigual pelo rendimento médio mensal real domiciliar per capita entre as 27 unidades
federativas e está empatado em segundo lugar levando-se em consideração o rendimento
médio mensal real recebido de todos os trabalhos.145 É notável a diferença de tratamento
entre os três parques da pesquisa. O Parque Ecológico Olhos d’Água, localizado no Plano
Piloto, região cuja população se encontra na faixa de alta renda, é o único que possui
profissional que leciona atividades gratuitas voltadas para os mais velhos. Além disso, o
parque oferece academia ao ar livre para as pessoas com deficiência e atividades diferentes
das relacionadas com esporte, como biblioteca, serviços de massagem, minhocário e estação
de tratamento de resíduos orgânicos. A diferença de tratamento também pode ser notada
pela manutenção e limpeza do parque que estão em dia.

Possui, também, patrocinadores que fizeram doações dos conjuntos de equipamentos de


ginástica e parque infantil. Essa prática deveria ser incentivada em todos os parques, uma vez
que melhora as opções de interação de todas as faixas etárias com o parque sem custos
adicionais para a administração pública. Porém, para isso é necessário que o parque seja
organizado e frequentado a ponto de atrair o interesse da iniciativa privada, como é o caso do
PEOA.

145
Pelo rendimento médio mensal real domiciliar per capita, ano de 2019, o pior Índice de Gini é o de Sergipe
(0,580), seguido de Pernambuco (0,573), Ceará (0,561), Paraíba (0,559), Bahia (0,556), Rio Grande do Norte
(0,555) e Distrito Federal (0,553), engloba o rendimento de todas as fontes, o que inclui o rendimento do trabalho
e de outras fontes: aposentadoria e pensão, aluguel e arrendamento, pensão alimentícia, doação e mesada,
programas de transferências de renda, rentabilidade de aplicações financeiras e outros rendimentos. Pelo
rendimento médio mensal real recebido de todos os trabalhos, ano de 2019, o pior Índice de Gini é o de Sergipe
(0,552), o Piauí e o DF estão em segundo (0,551), com base em todos os trabalhos, com base na renda de todos
os que trabalham. (SIGNORI, 2020)
221

Já o Parque Ecológico dos Jequitibás, localizado em zona habitacional com renda média-alta,
apresenta bons cuidados na área de convívio, mas é possível notar descaso em pontos mais
periféricos, com grades derrubadas e lixo acumulado. Essa questão se acentua no setor de
trilhas, cuja falta de roçagem e de algum tipo de vigilância fazem estes pontos deixarem de
ser visitados por muitos frequentadores.

A pior situação, no entanto, certamente, é a do parque São Sebastião, localizado em zona


habitacional de renda média-baixa. A maior parte dos equipamentos do parque se encontra
deteriorada. Há lixo espalhado por toda sua extensão e, mesmo havendo um posto policial
próximo, parece não haver nenhuma vigilância, com diversos tipos de crimes sendo relatados
pelos moradores e confirmados por meio de contatos com a Polícia Civil do DF, entre eles
tráfico e homicídio. O grande descaso das autoridades públicas faz com que um parque feito
há uma década, com diversas características promissoras, torne-se um espaço pouco utilizado
por sua comunidade, que tem medo de frequentá-lo. A configuração do parque também
precisa ser melhorada para atrair, reter a população local e facilitar a segurança pelas
autoridades, conforme já explicado no capítulo anterior.

Há, portanto, uma atenção muito maior das autoridades e empresários nos espaços públicos
voltados às zonas de maior renda, o que prejudica ainda mais a camada da população que
necessita de maior apoio social. Isso é sentido pela própria comunidade, como foi o caso da
Dona Maria Evangelista, 69 anos, que mora em Samambaia e decidiu passear com sua filha no
parque Olhos d’Água, distante 32 km de sua residência, porque não se sente segura ao
caminhar no parque disponível em sua cidade, distante 4,2 km.

Esse exemplo ilustra uma realidade verificada durante a pesquisa, em que grupos que mais
possuem infraestrutura são os que possuem mais renda, e que o parque que recebeu mais
atenção é aquele que está localizado na região mais rica. Na verdade, os espaços públicos que
deveriam receber mais investimentos são os pertencentes à baixa renda, pois esta população
normalmente carece de opções de lazer, e que mais conta com a infraestrutura da cidade e
os serviços públicos para isso.

Como custo de implementação e manutenção dos parques é relativamente baixo, as cidades


poderiam proporcionar espaços melhores principalmente à população mais carente, o que
possibilitaria um envelhecimento ativo para todos.
222

Também em relação às autoridades públicas, é preciso apontar que durante a pesquisa tive
muitas dificuldades para achar informações sobre os parques. É possível notar a falta de
organização e de conhecimento dos funcionários do IBRAM, o órgão responsável por esses
equipamentos. O órgão oferece informações desencontradas e desatualizadas em seu site,
sem que haja uma organização na apresentação dos dados. Muitas das vezes é preciso ir até
o local para saber o que se passa ou entrar com processos no Sistema Eletrônico do Serviço
de Informação ao Cidadão (e-SIC), uma vez que as informações não são disponibilizadas no
site do órgão.

Além disso, o órgão não soube precisar os custos de implantação e manutenção do parque,
alegando que estes foram construídos há muito tempo e por vezes com recursos do GDF, e
que a manutenção é feita pelo próprio IBRAM e outros parceiros de acordo com demandas
específicas, não havendo um custo fixo por período. Questiona-se, no entanto, a capacidade
de se planejar um orçamento e plano de gastos ideais para estes espaços sem que se saiba os
custos de tais ações.

Para compensar a dificuldade no acesso às informações, a utilização dos diferentes métodos


e técnicas de pesquisa em campo foram assertivas para obtenção dos resultados. Durante o
estudo, os espaços foram divididos em partes menores, áreas-alvo, para tornar a obtenção de
resultados que, analisados em conjunto, representam o todo. Acredita-se que essa
metodologia contribua para outras pesquisas que pretendam investigar as mesmas variáveis
e espaços públicos com características semelhantes aos parques.

Entende-se que as recomendações apresentadas aqui não significam que são perfeitamente
adequadas para qualquer parque. Deve-se estudar sua vizinhança, seus aspectos locais, colher
dados e realizar entrevistas para se ter um panorama melhor para recomendar mudanças.
Espera-se que as contribuições sugeridas para esses parques os tornem mais convidativos,
atraindo mais pessoas as mais variadas possível, sejam espaços agradáveis para o lazer, prática
de esportes, descanso, contemplação, seguros e acessíveis.

Outra questão que pôde ser analisada a fundo durante esta pesquisa e que necessita voltar a
ter maior ímpeto renovador é a legislação que trata de políticas públicas para os idosos.
223

A preocupação com a temática idoso apareceu no Brasil com cerca de duas décadas de atraso
em relação aos países do primeiro mundo. Como disse Birman, apesar da evolução lenta no
nosso país, as discussões sobre um envelhecimento mais ativo iniciaram “um processo que
indica uma reviravolta importante na relação da nossa cultura com a velhice”146. Mesmo com
esse atraso, as mudanças promovidas por meio das alterações de legislação advindas destes
debates foram importantes porque deram maior visibilidade social a esse grupo, além de
aumentar a permanência dos idosos na comunidade com papel social ativo.

Mesmo sendo um tema relativamente novo, no Brasil há uma estagnação nos assuntos
abordados nas conferências a partir da 2ª CNDPI de 2009, pois remetem sempre às mesmas
leis, sem grandes avanços e sem aprofundar em questões que também poderiam contribuir
para um envelhecimento ativo e saudável.

Exemplos de temas novos que poderiam entrar na esfera de discussão são a possibilidade de
integrar os idosos às novas tecnologias, principalmente no setor de comunicação, e por meio
disso manter este público com as ferramentas necessárias para continuarem ativos no
mercado de trabalho, já que sua experiência é muito importante em vários setores.

Também pode-se citar a integração entre os espaços públicos – em especial parques, praças,
jardins, calçadas e ruas –, com a cidade para melhor uso dos idosos. Deve-se propor soluções
de adaptação dos transportes públicos, lazer, cultura e segurança de acordo com as diferentes
realidades econômicas do país e estudar as atividades coletivas que mais favorecem os idosos
e poderiam ser incentivadas pelo governo.

Isso acaba por se refletir nas políticas públicas, na cidade e nos idosos. O Estado deve
favorecer o envelhecimento ativo. A cidade deve favorecer o encontro, a permanência, a
atividade física, a contemplação e o contato social do idoso. As políticas e programas devem
ser bem idealizados de maneira a proporcionar qualidade de vida aos mais velhos e assim,
permitirem o desenvolvimento social e econômico favorável a toda a nação, mas estas
questões não devem ficar somente no papel.

146
(BIRMAN, 1994, p. 9)
224

Dito isso, espera-se que se abram caminhos para discussões de como os espaços públicos
existentes precisam ser melhorados e adaptados para abranger o maior número de pessoas
das mais variadas idades e gêneros. Eles existem para servir à comunidade. Pondera-se que,
ao se construir e pensar em espaços que atendam ao público mais velho, não se está
segregando essa parcela da sociedade, mas permitindo que todas as pessoas possam usufruir
de um espaço público melhor, para que as cidades explorem ao máximo seus potenciais e
sejam mais amigáveis com os mais velhos.
225

ANEXO 1 - Questionário do grupo focal do Protocolo de Vancouver147.

Tópicos e perguntas abertas Comandos

QUESTÃO DO AQUECIMENTO Pergunte ...

Como é viver em (nome da cidade / distrito) • bons recursos?


como uma pessoa mais velha?
• Problemas?

Tópico 1. Perguntar sobre...

ESPAÇOS E EDIFÍCIOS EXTERNOS • projeto e manutenção de calçadas e guias?

Vamos falar sobre espaços ao ar livre e • cruzamentos de rua e faixas de pedestres?


edifícios. Eu quero ouvir sobre suas
experiências positivas, suas experiências • volume de tráfego, ruído?
negativas, e eu quero saber suas ideias para
• determinadas horas do dia, como a noite?
melhorias.
• condições do tempo?
Como é sair de casa para dar um passeio para
tomar ar fresco, executar tarefas ou visitas? • espaços verdes? áreas de passeio?

Como é entrar em edifícios, como escritórios • iluminação pública?


públicos ou lojas?
• proteção contra sol, chuva ou vento?

• bancos, áreas de descanso?

• sensação de segurança física?

• sensação de segurança da vitimização


criminal?

• Em edifícios: escadas, portas, dispositivos


de elevador, corredores, pisos, iluminação,
sinalização, portas, banheiros, áreas de
descanso

Tópico 2. Perguntar sobre…

TRANSPORTE São ônibus públicos, bondes ou trens do


metrô…
A próxima área é o transporte em sua
comunidade. Eu quero ouvir sobre suas • Preço acessível?
experiências positivas, suas experiências
negativas, e eu quero saber suas ideias para • Fácil de pegar?
melhorias.
• Fácil de embarcar?

147
As perguntas do questionário na coloração cinza foram utilizadas como referencial para a formulação do
modelo de questionário desta dissertação. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007, p. 11-15), tradução nossa.
226

Descreva sua experiência usando o • Frequente o suficiente quando você utiliza


transporte público - ônibus, bonde ou metrô, o serviço?
em sua comunidade.
• Pontual?
Como é dirigir na sua comunidade?
• Extensas rotas para ir aonde quer que
alguém queira?

• Áreas de espera e paradas com bancos,


iluminação, proteção contra os elementos?

• Seguro de crime?

• Transporte adaptado para pessoas com


deficiência?

Para motoristas:

• placas de rua legíveis

• números de ruas legíveis

• Iluminação nos cruzamentos

• Fácil de entender os sinais de trânsito

• estacionamento suficiente e perto

• Estacionamento reservado para deficientes

• Permissão para deixar sair e pegar


passageiro

• Cursos de atualização de motoristas

Tópico 3. Perguntar sobre...

HABITAÇÃO Aceitabilidade..

Habitação é o próximo tópico que iremos • custo?


tratar.
• Conforto
Eu quero ouvir sobre suas experiências
positivas, suas experiências negativas e quero • Fisicamente seguro?
saber suas ideias para melhorias:
• Segurança contra o crime?
Conte-me sobre a casa ou o apartamento
• Proximidade de serviços?
onde você mora.
Mobilidade e independência no lar:
Se as suas necessidades mudarem, quais são
as suas escolhas para moradia na • mover-se facilmente?
comunidade?
• Alcance e armazene as coisas com
facilidade?
227

• fazer tarefas domésticas e trabalho


cotidiano?

Tópico 4. Perguntar sobre..

RESPEITO E INCLUSÃO SOCIAL • Cortesia?

A próxima área trata de como a comunidade • Ouvinte?


demonstra respeito e inclui pessoas mais
velhas. • Gentileza?

Quero ouvir sobre suas experiências • Capacidade de resposta às necessidades em


positivas, suas experiências negativas e quero serviços e programas?
saber suas ideias para melhorias.
• Consulta?
De que maneiras a sua comunidade mostra,
• Escolhas oferecidas?
ou não mostra, respeito por você como uma
pessoa mais velha? • Reconhecimento público das contribuições
dos idosos?
De que maneira sua comunidade inclui ou
não inclui você como pessoa mais velha em • Atividades intergeracionais?
atividades e eventos?

Tópico 5. Perguntar sobre…

PARTICIPAÇÃO SOCIAL As atividades sociais e de lazer ...

Vamos agora falar sobre atividades sociais e • Disponíveis?


de lazer…
• Acessíveis?
Quero ouvir sobre suas experiências
positivas, suas experiências negativas e quero • frequentes?
saber suas ideias para melhorias
• Localização conveniente?
Com que facilidade você pode socializar em
• tempos convenientes?
sua comunidade?
• Oferecem opções?
Conte-me sobre sua participação em outras
atividades, como educação, cultura, • Interessantes?
recreação ou atividades espirituais?

Tópico 6. Perguntar sobre…

COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO A informação é

O tópico a seguir iremos explorar ofertas de • Acessível?


informações. Mais uma vez, quero ouvir
sobre suas experiências positivas, suas • Útil?
experiências negativas e quero saber suas
• Oportuna?
ideias para melhorias
• Fácil de entender?
Qual sua experiência em obter as
informações necessárias em sua • Dificuldades com sistemas automatizados,
comunidade, por exemplo, sobre serviços ou formato de impressão e tamanho?
eventos?
228

Esta informação pode ser obtida por


telefone, rádio, TV, impressa ou
pessoalmente.

Tópico 7. Perguntar sobre…

PARTICIPAÇÃO CIVIL E EMPREGO • Disponibilidade de informações sobre


oportunidades
Quero saber sobre suas experiências de
voluntariado ou trabalho remunerado e • oportunidades acessíveis
sobre sua participação em assuntos públicos.
Quero ouvir sobre suas experiências • Variedade de oportunidades
positivas, suas experiências negativas e quero
• Atratividade
saber suas ideias para melhorias
• Reconhecimento fornecido
Conte-me sobre sua participação no trabalho
voluntário? • Remuneração (trabalho remunerado)
Conte-me sobre sua participação no trabalho • Ajuste às habilidades dos idosos
remunerado, se você está empregado agora
ou se está procurando trabalho remunerado. • Ajuste às preferências das pessoas idosas

Conte-me sobre sua participação em • Formas utilizadas para motivar a


assuntos da comunidade pública, como participação de idosos
associações comunitárias ou conselhos
municipais?

Tópico 8. Perguntar sobre…

APOIO COMUNITÁRIO E • Tipos de serviços disponíveis

SERVIÇOS DE SAÚDE • Acessibilidade

Quero saber mais sobre os serviços sociais e • Disponibilidade


de saúde em sua comunidade que ajudam
pessoas idosas que moram em casa. • Capacidade de resposta dos serviços às
necessidades individuais
Quero ouvir sobre suas experiências
positivas, suas experiências negativas e quero
saber suas ideias para melhorias

Qual a sua experiência com os serviços da


comunidade para ajudar pessoas idosas?

PERGUNTA DE ENCERRAMENTO Sem comandos

Antes de terminarmos, há outras questões ou


áreas que não discutimos e que você quer
levantar?
229

ANEXO 2 - Modelo de entrevista148

Este roteiro de entrevista compõe a dissertação A inclusão social do idoso nos parques
públicos urbanos de lazer. Serve como parâmetro para outras entrevistas em parques
urbanos.

Entrevista nº ___________ Data:___/___/______ Horário:____:____

Parque:__________________ Local:_____________ Idade:______ Gênero:_________

1. Qual é o bairro em que reside?


2. Acha que o parque é de fácil acesso?
3. Como avalia sua localização ou a relação com a vizinhança?
4. Qual o meio de locomoção que utilizou para chegar até o parque?
A pé: Como são as calçadas e guias de balizamento? Existem cruzamentos de rua, como são? Existem
faixas de pedestres? Como é a iluminação pública? Existe proteção contra o sol, chuva ou ventos?
Existem bancos ou áreas de descanso durante o trajeto? Há sensação de segurança?
Transporte: O transporte possui acessibilidade? É fácil de embarcar e desembarcar? Qual é o tempo
médio de espera? Qual é o tempo médio de viagem?

5. Quanto tempo de deslocamento leva da sua residência até o parque?


6. Vem sozinho ou acompanhado? Com quem? Por quê?
7. Qual é o período que utiliza o espaço? (Diurno, vespertino, noturno)
8. Com que frequência vem ao parque?
9. Quais são os espaços que utiliza?
10. O que te motiva a visitá-lo? O que mais gosta do parque?
11. Interage com pessoas da mesma idade que estão no parque? E de outras idades?
12. Faz alguma atividade física? Quais?
13. Frequenta a academia de ginástica para a terceira idade ou PEC? Por quê?
14. Acha o espaço adequado para a realização das atividades? Por quê?
15. Ao circular pelo parque tem algum lugar que evita? Por quê?
16. Acha que a infraestrutura de lazer do parque é suficiente? Caso não, o que você acha que
deveria ser acrescentado/melhorado?

148
Levaram-se em consideração as perguntas do questionário do grupo focal do Protocolo de Vancouver.
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007, p. 7)
230

17. Com relação ao clima, como o considera no parque?


18. A estrutura do parque é muito confusa? Dá para se orientar bem nele?
19. Ao pensar no parque qual é a primeira coisa que lhe vem à cabeça, qual é o símbolo que
representa o parque?
20. Sobre a beleza, como considera o parque?
21. Como se sente em relação à segurança?
22. Como se sente com relação à iluminação natural e artificial?

Me desculpe pelo incômodo e muito obrigada pela sua contribuição.


231

ANEXO 3 - Modelo de formulário de informações do participante149

Entrevista nº ___________ Data:___/___/______ Horário:____:____

Parque:__________________ Local:_____________

1. Idade _________

2. Sexo: ☐ Masculino ☐ Feminino

3. Estado atual de emprego: ☐ Aposentado ☐ Trabalho integral ☐ Trabalho tempo parcial

4. Ocupação atual ou, se aposentado, ocupação maior de pré-aposentadoria:


___________________________________________________________________________

5. Seu julgamento da sua saúde atual: ☐ Excelente ☐ Bom ☐ Satisfatória ☐ Precária

6. Você tem algum problema de saúde que limita sua capacidade de realizar suas atividades
diárias normais? ☐ Não ☐ Sim__________________________________________________

7. Qual é o nível mais alto de escolaridade concluído:

☐ Escola primaria ☐ Ensino Médio ☐ Colégio ou universidade _____________________

8. Você aluga ou possui a casa onde mora? ☐ Aluguel ☐ Próprio

9. Quem mora em sua casa com você? (marque todos que se aplicam)

☐ Ninguém mais além de mim ☐ Cônjuge ou parceiro ☐ Crianças (Número)_____________

☐ Outros parentes (Número) Relacionamento (por exemplo, mãe, irmã)_________________

☐ Não parentes (Número:) Relação (por exemplo, pensionista, empregada doméstica)_____

Número total de pessoas em sua casa:_________

9. Bairro e cidade onde você mora:_______________________________________________

149
O formulário de informações do participante é o mesmo utilizado na pesquisa do Protocolo de Vancouver.
232

ANEXO 4 - Tabelas de avaliação da vida pública

Tabelas de avaliação da vida pública levando-se em consideração as variáveis: sujeitos (Tabela


18) e atividades (Tabela 19), relacionadas aos seus atributos.

Tabela 18. Tabela para aplicação do método: avaliação dos sujeitos em um espaço público.
SUJEITOS
Variáveis Atributos
nº nome nº categoria
o lugar está
24. não há ninguém 25. 26.
cheio de gente
1 Número de pessoas 27. 28. 29. 30.
[ ] o lugar possui pessoas acima de sua capacidade
muito muito
equilíbrio de desequilibrado equilibrado
2.1
gênero
não há há grande
variedade de variedade variedade
2.2
faixas etárias
não há há grande
variedade de variedade de variedade variedade
2 2.3
pessoas classes sociais
não há
há predominância
predominância
predominância de grupos
2.4 de grupos
de grupos
grupos:
péssima ótima
distribuição das distribuição das
distribuição das pessoas no tempo pessoas no tempo pessoas no tempo
3

Fonte: Tenorio, 2012, p.361.

Tabela 19. Tabela para aplicação do método: avaliação das atividades em um espaço público.
ATIVIDADES
Variáveis Atributos
nº nome nº categoria
não há gente há muita gente
passagem passando passando
4
não há gente há muita gente
permanecendo permanecendo
5.1 número
as pessoas as pessoas
5 permanência
permanecem por permanecem por
5.2 duração muito pouco tempo um longo tempo

não há gente há muita gente


6.1 ocorrência se encontrando se encontrando

6 encontros [ ] os encontros são casuais


6.2 tipo
[ ] os encontros são programados
há muita gente
não há gente mantendo/
mantendo/
manutenção e 7.1 ocorrência vigiando o lugar
7 vigiando o lugar
vigilância
233

[ ] o local é mantido/vigiado por pessoas contratadas para isso


7.2 tipo
[ ] há indício de manutenção voluntária/vigilância informal
há muitas
não há atividades
atividades
8.1 número ocorrendo
ocorrendo

[ ] há atividades ocorrendo no próprio lugar


[ ] há atividades ocorrendo nas fronteiras do lugar
8.2 origem [ ] há atividades ocorrendo motivadas pela presença de pessoas no
lugar
[ ] o lugar costuma abrigar atividades programadas. Listar.
[ ] há presença de atividades passivas
demais
8 [ ] há pessoas observando outras
atividades
[ ] há pessoas aproveitando os efeitos positivos do clima, descansando,
dormindo
listar/descrever as atividades passivas:
8.3 tipo
[ ] há presença de atividades ativas
[ ] há pessoas interagindo
[ ] há pessoas demonstrando afeto e alegria
listar/descrever as atividades ativas:

Fonte: Tenorio, 2012, p.361-362.


234

ANEXO 5 - Tabelas de avaliação do espaço público

Tabelas de avaliação do espaço público levando-se em consideração as variáveis relacionadas


aos atributos globais (Tabela 20) – relaciona o lugar à cidade – e aos atributos locais (Tabela
21) – relaciona as características do próprio lugar –, organizadas por dimensões.

Tabela 20. Tabela para aplicação do método: avaliação dos atributos globais de um espaço público.
ATRIBUTOS GLOBAIS
Variáveis Atributos
nº nome nº categoria
Dimensão Sociológica
o percentual de espaço livre o percentual de espaço
público sobre a área total é muito livre público sobre a área
9.1 quantidade grande total é muito pequeno

espaço livre o tamanho médio dos o tamanho médio dos


9
público espaços convexos não é consoante espaços convexos é
9.2 dimensões com o papel da área no contexto consoante com o papel da
da cidade área no contexto da cidade

o lugar é mal irrigado por o lugar é bem irrigado por


integração global linhas integradas linhas integradas
10
Dimensão Funcional
não há variedade há muita variedade
de atividades de atividades
11.1 variedade
atividades estão atividades estão
mal distribuídas bem distribuídas
11.2 distribuição
as atividades não se as atividades se
11 atividades complementam complementam muito bem
complementarida
11.3
de
há péssima há ótima
distribuição das distribuição das
distribuição atividades no tempo atividades no tempo
11.4
temporal
há muito pouca variedade há grande variedade
12.1 variedade de tipos edilícios de tipos edilícios

os tipos edilícios estão os tipos edilícios estão


12.2 distribuição muito mal distribuídos muito bem distribuídos

12 habitação
não há densidade há densidade suficiente
suficiente para assegurar para assegurar uma ótima
12.3 densidade concentração de pessoas concentração de pessoas

[ ] há excessiva densidade
a área não está a área está muito
estruturada para bem estruturada para
13.1 pedestres atender aos pedestres atender aos pedestres

a área não está a área está muito


estruturada para bem estruturada para
13.2 ciclistas atender aos ciclistas atender aos ciclistas
13 mobilidade

a área não está a área está muito bem


transporte estruturada para o uso estruturada para o uso
13.3 do transporte público do transporte público
público
235

a estrutura da a estrutura da
transporte área prioriza o área não prioriza o
13.4 transporte particular transporte particular
particular

Fonte: Tenorio, 2012, p.362-363.

Tabela 21. Tabela para aplicação do método: avaliação dos atributos locais em um espaço público.
ATRIBUTOS LOCAIS
Variáveis Atributos
nº nome nº categoria
Dimensão Sociológica
31. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.1
integração global
14 localização 32. o lugar está distante de o lugar está próximo de
com relação à uma linha integrada uma linha integrada
14.2
integração local
os limites do lugar os limites do lugar
clareza dos não estão claros estão muito claros
15.1 limites
os limites do lugar têm os limites do lugar têm
contiguidade dos baixa contiguidade alta contiguidade
15.2 limites
limites e
a separação público/privado a separação público/privado
15 separação não é clara é clara
dimensões 15.3 público/privado
o tamanho do lugar o tamanho do lugar
não é condizente é condizente
dimensões com suas características com suas características
15.4

não há variedade há grande variedade


tipos edilícios de tipos edilícios de tipos edilícios
16
a proporção de espaços não há espaços
espaços convexos convexos cegos é muito alta convexos cegos
17.1
cegos
não há portas há muitas portas
número de abrindo para o lugar abrindo para o lugar
17.2
portas
todas as relações todas as relações
relação público/privado público/privado
33. portas e janelas 17.3 são indiretas são diretas
17 público/privado

não há presença há grande presença


fronteiras de fronteiras suaves de fronteiras suaves
17.4
suaves
não há janelas há muitas janelas
17.5 janelas voltadas para o lugar voltadas para o lugar

o lugar está
o lugar não está no nível do solo
piso no nível do solo
18
a implantação dos elementos a implantação dos elemen-tos
paisagísticos não colabora com a paisagísticos colabora com a
barreiras e
passagem ou permanência de passagem e perma-nência de
19 permeabili- 19.1 ocorrência pessoas e configura barreira ao pessoas e não configura barreira
150 dades ao acesso ao acesso
movimento

150
Item complementar à tabela original por (CARDOSO, 2019, p. 210)
236

[ ] há indícios de caminhos improvisados (linhas de desejo)


19.2 tipo [ ] há caminhos ou estares urbanizados e subutilizados
o conjunto paisagístico não
o conjunto paisagístico permite a
permite a ampla visualização do
20.1 ocorrência ampla visualização do espaço
transparências espaço
20
151 e opacidades à
visão [ ] o local é mantido/vigiado por pessoas contratadas para isso
20.2 tipo [ ] há indício de manutenção voluntária/vigilância informal
Dimensão Funcional
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por
acessível por acessível por
21.1 transporte transporte público transporte público
público
o lugar não é o lugar é facilmente
acesso por
acessível por acessível por
21.2 pedestres e pedestres e ciclistas pedestres e ciclistas
ciclistas
acesso e
o lugar não se conecta o lugar se conecta
21
adequadamente adequadamente
circulação 21.3 conexões com seus limites com seus limites

o lugar tem obstáculos o lugar não tem


ou barreiras e não atende obstáculos ou barreiras e
21.4 circulação aos requisitos atende aos requisitos
de acessibilidade de acessibilidade

não há variedade há grande variedade


de atividades de atividades

22.1 variedade [ ] há presença de moradias


[ ] há presença de estabelecimentos que comercializem comida
listar/descrever as atividades existentes:
atividades nos as atividades estão as atividades estão
distribuição mal distribuídas bem distribuídas
limites e 22.2
22 espacial
arredores do
lugar as atividades não se as atividades se
complementarida complementam complementam muito bem
22.3
de
há péssima há ótima
distribuição das distribuição das
distribuição atividades no tempo atividades no tempo
22.4
temporal
não há variada oferta há variada oferta
de atividades de atividades

[ ] há locais para sentar


[ ] os locais para sentar são muitos/ em bom número/ poucos
[ ] os locais para sentar são muitos/ em bom número/ poucos
23.1 variedade [ ] há bancas e quiosques que comercializem comida
[ ] há presença de elementos com água (fontes, espelhos)
[ ] os elementos com água são muito/pouco/nada acessíveis
atividades no [ ] há espaço para atividades improvisadas ou programadas
23
lugar [ ] o espaço oferece apoio às atividades identificadas no levantamento
listar/descrever as demais atividades existentes:
as atividades estão as atividades estão
distribuição mal distribuídas bem distribuídas
23.2
espacial
as atividades não se as atividades se
complementarida complementam complementam muito bem
23.3
de
há péssima distribuição há ótima distribuição

151
Item complementar à tabela original por (CARDOSO, 2019, p. 210)
237

das atividades no tempo das atividades no tempo


distribuição
23.4
temporal
Dimensão Bioclimática
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
24.1 higrotérmico desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


desempenho desempenho
24.2 luminoso
[ ] o lugar é mal/razoavelmente/bem iluminado à noite
24 conforto
o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo
24.3 sonoro desempenho desempenho

o lugar tem péssimo o lugar tem ótimo


24.4 qualidade do ar desempenho desempenho

Dimensão Econômica
os custos de os custos de
implantação do lugar implantação do lugar
25.1 implantação são muito altos são muito baixos

25 custos os custos de os custos de


manutenção do lugar manutenção do lugar
25.2 manutenção são muito altos são muito baixos

Dimensão Topoceptiva
é difícil orientarmo-nos é fácil orientarmo-nos
26.1 orientabilidade nele nele
orientabilidade
e
26 o lugar tem fraca o lugar tem forte
identificabilida identidade identidade
26.2 identificabilidade
de
Dimensão Simbólica
o lugar não contém elementos o lugar contém elementos
que remetem a valores, que remetem a valores,
27.1 significado ideias, história etc. caros ideias, história etc. caros
à sua população à sua população
significado e
27
simbolização o lugar não contém o lugar contém
elementos que o façam elementos que o façam
27.2 simbolização memorável. memorável.

Dimensão Afetiva
o lugar evoca o lugar evoca
afetos negativos afetos positivos

afetos
28 [ ] o lugar traz sensação de segurança
[ ] o lugar traz sensação de que alguém zela por ele
[ ] o lugar traz sensação de pertencimento
Dimensão Estética
o lugar como o lugar como
29.1 beleza do lugar um todo é feio um todo é belo

os elementos os elementos
beleza dos seus constituintes do constituintes do
beleza e 29.2 elementos lugar são feios/ lugar são belos/
conservação/ constituintes mal desenhados bem desenhados
29 manutenção
o lugar e seus elementos
o lugar e seus elementos
se encontram em
se encontram em
conservação/ péssimo estado de
ótimo estado de
29.3 conservação/manutençã
manutenção conservação/manutenção
o

Fonte: Tenorio, 2012, p.363-365.


238

ANEXO 6 - Mapa comportamental do Parque Ecológico Olhos d’Água

Para um entendimento mais detalhado, serão apresentados em documento independente


desta dissertação (com título “Anexo 6 e 7”) mapas comportamentais associados à ferramenta
SOPARC para contagem, com símbolos e atividades referentes a cada usuário, do Parque
Ecológico Olhos d’Água, nos dias 14.11.2019, quinta-feira, e 16.11.2019, sábado, conforme os
distintos horários de cada período de observação: manhã (7h30 e 8h), almoço (11h30 e 12h),
tarde (15h30 e 16h) e noturno (18h30 e 19h).

A seguir, tem-se os mapas representativos comportamentais com a soma de todos os períodos


de cada um dos dois dias de pesquisa e com a relação a parte das atividades de cada usuário.

Mapa-chave do PEOA.
239
240
241
242
243

NÍVEIS DE ATIVIDADES: Sedentária Moderada Vigorosa

MANHÃ
criança adolescente mulher homem idosa idoso
caminhando pé, P alongando caminhando caminhando pé, P alongando
pé, P pé, P alongando, prof pé, P alongando deitada, banho de sol pé, P alongando
pé, P alongando pé, P alongando pé ex caminhando
pé, P alongando pé, P alongando pé ex caminhando
sent chão, cel caminhando pé ex caminhando
sent, cel caminhando pé ex pé, alongando
pé, ex sent banco, guardando coisa na mochila sent ex caminhando
caminhando caminhando sent , aguardando sent equip, P
caminhando pé, along sent, observando
caminhando deitado, ex pé, alongando
sent chão, meditando, prof caminhando pé, alongando
sent chão, meditando jogando futebol pé, exercício
sent chão, meditando jogando futebol
deitada espreguiçadeira, banho de sol pé, P meditando
P exercício pé, P obs
P exercício
P alongando
sent banco, guardando coisa
pé, alongando, prof
244

ALMOÇO
criança adolescente mulher homem idosa idoso
sent banco, conv caminhando deitado equip, ex deitado equip, along sent banco, cel caminhando
sent banco, conv caminhando sent banco, lendo jogando frescobol sent banco, P jogando frescobol
caminhando pé, P agachado, P caminhando sent, ex
caminhando agachada, P pé, along sent banco, conv caminhando
caminhando caminhando c/ bike pé, P, cel pé, P, ex
caminhando deitada toalha grama, banho de sol, cel agachado, conv agachado, conv, cel
caminhando sent espreguiçadeira, banho de sol sent banco, cel
caminhando pé, P sent banco, cel
caminhando sent brinquedo, P
caminhando pé, along
caminhando pé, P, cel
pé, P caminhando
pé, P sent banco, comendo
pé, P deitada toalha grama, banho de sol
pé, P caminhando
agach, brinc pé, P
pé, P sent banco, conversando
caminhando
caminhando
correndo
caminhando
subindo
pé, P
sent balanç
sent balanç
sent brinquedo, brinc
sent brinquedo, brinc
sent brinquedo, brinc
245

TARDE
criança adolescente mulher homem idosa idoso
sent banco, obs sent banco, P sent banco, conversando pé, along pé, along
sent colo caminhando sent banco, cel sent banco, conversando sent banco, cel
sent colo caminhando deitada espreguiç, banho de sol, comendo sent banco, obs
agachado, engatinhando caminhando caminhando sent banco, comendo
sent balanço pé, comendo sent banco, cuidando caminhando c/ colo
sent balanço pé, jogando RPG caminhando, bebendo café caminhando c/ colo e carrinho
sent brinq, conv pé, jogando RPG pé, cel caminhando
sent brinq, conv pé, jogando RPG agachada, tirando foto caminhando
caminhando pé, jogando RPG pé, sendo fotografada agachado, empurrando balanço
sent chão, P caminhando, jog RPG sent equip, ex sent banco, obs, vigilante
correndo sent banco, jog RPG sent banco, obs pé, P
correndo sent banco, jog RPG pé, obs P sent banco, cel
sent chão, brinc sent grama, conv
sent balanço sent grama, conv
engatinhando sent banco, conv
sent banco, conv
sent banco, jog RPG
sent banco, jog RPG
pé, jogando RPG
pé, jogando RPG
pé, jogando RPG
pé, jogando RPG
pé, jogando RPG, cel
sent grama, conv
sent grama, conv
sent banco, conv
sent banco, conv
246

NOITE
criança adolescente mulher homem idosa idoso
caminhando pé, conv caminhando caminhando sent banco lendo livro caminhando
sent balanço pé, conv caminhando pé, ex sent grama, ioga caminhando
pé, conv pé, P, esperando pé, ex pé balançando sent banco, P
pé, conv sent grama, ioga pé, ex pé, ex caminhando
pé, conv sent grama, ioga sent equip, cel caminhando
caminhando sent grama, ioga deitando banco, P pé, along
caminhando caminhando caminhando pé, along
caminhando caminhando caminhando
caminhando caminhando pé, roçando
sent equip, cel caminhando
sent balanço caminhando
pé, ex sent equip, ex
pé, along caminhando
caminhando caminhando
sent banco, cel pé, P
caminhando deitado, ex
sent grama, P caminhando
pé, pulando corda
caminhando
caminhando
pé, along
247
248
249
250
251

NÍVEIS DE ATIVIDADES: Sedentária Moderada Vigorosa

MANHÃ
criança adolescente mulher homem idosa idoso
caminhando sent banco, conv pé, ex caminhando sent banco, conv
caminhando caminhando sent equip, bebendo água caminhando
pé, along caminhando sent equip, ex pé, along
pé, ex pé, along caminhando sent banco, cel
caminhando pé, ex caminhando pé, ex
caminhando caminhando caminhando caminhando
caminhando caminhando caminhando pé, along
pé, ex caminhando caminhando caminhando
sent equip, P caminhando, empurrando carrinho caminhando caminhando
caminhando sent banco, banho de sol sent banco, P ioga
caminhando correndo sent banco, cel, chamando galinha da angola
caminhando caminhando sent banco, conv
caminhando pé alongando cam, conv
caminhando, faxina
ioga
caminhando
deitada banco, banho de sol
caminhando
pé, ioga
caminhando
252

ALMOÇO
criança adolescente mulher homem idosa idoso
pé, brinc caminhando caminhando caminhando caminhando caminhando
caminhando caminhando deitada equip, ex pé, along sent banco, P caminhando, cel
sent colo pé, brinc caminhando pé, conv sent banco, obs pé, obs
sent grama, obs, conv caminhando pé, conv pé, conv sent banco, obs
sent grama, obs, conv caminhando pé, conv pé, ex sent equip, ex
pé grama, obs, conv caminhando pé, conv caminhando caminhando
sent colo caminhando caminhando caminhando caminhando
caminhando sent banco, cel pé, P sent banco, guardando coisa bolsa correndo
pé, segurando estrutura caminhando deitado banco caminhando correndo
sent carrinho caminhando sent banco, xadrez sent equip, ex caminhando
pé, brinc cam c/ colo sent banco, xadrez sent grama, descansando caminhando
caminhando sent grama, obs, conv caminhando sent equip, ex
pé, ex cam c/ colo, empurr carrinho caminhando caminhando
pé, ex caminhando caminhando pé, tirando foto
caminhando caminhando cam, empurr carrinho, c/ cri
caminhando pé, tirando foto pé, obs
caminhando pé, conv caminhando
pé, ex pé, conv caminhando
pé, ex pé, conv cam, empurr carrinho, c/ cri
sent carrinho caminhando caminhando
caminhando pé, P pé, P
caminhando sent equip, cel pé, along
caminhando caminhando pé, bebendo água
pé, P caminhando caminhando
sent banco caminhando pé, conv, seg
brinc sent banco sent, conv, seg
pé, P caminhando caminhando
pé, P caminhando sent banco, obs
sent colo pé, c/ colo caminhando
sent banco, P sent equip, cel
caminhando caminhando
sent brinq, P caminhando
pé, brinc sent banco, comendo
pé, brinc caminhando
sent balanço caminhando
caminhando sent banco, obs
caminhando pé equip, ex
sent banco, calçando tênis
253

TARDE
criança adolescente mulher homem idosa idoso
sent colo cam, c/ guarda-chuva sent banco, conv bebendo água sent banco, idoso
cam, comendo banana cam, c/ guarda-chuva sent banco, conv caminhando sent equip, P
sent colo caminhando caminhando, conv caminhando, c/ bike sent banco, lendo
cam caminhando cam, lendo caminhando pé, cel
sent balanço caminhando deitada espreguiçadeira, conv pé, P
sent balanço deitada grama, banho de sol sent banco, vigia
sent balanço caminhando caminhando, conv
sent balanço caminhando caminhando, conv
sent carrinho caminhando, cel deitado espreguiçadeira, cel, conv
caminhando deitada grama, P sent banco, banho de sol
caminhando cam, comendo banana cam, c/ colo
pé, obs caminhando brinc
pé, obs caminhando pé, acorrentando a bike
caminhando sent banco, c/ colo pé, cel
sent areia, brinc sent banco, tirando foto caminhando
sent areia, brinc pé, cel deitado grama, P
sent areia, brinc deitada grama, banho de sol caminhando
sent, balanço deitada grama, banho de sol pé, P
sent, balanço deitada grama, banho de sol cam
sent colo caminhando sent moto, Ibram
pé, P caminhando deit espreguiç, descansando
pé, obs sent grama, meditando, along, escut música
pé, c/ colo sent grama, banho de sol
caminhando trab, empurr carrinho adubo
sent banco, obs caminhando
caminhando
deit grama, P
sent banco, obs
pé, obs
sent banco, cel
agachado, P
254

NOITE
criança adolescente mulher homem idosa idoso
correndo caminhando pé, P deit equip, ex sent banco, obs, cel caminhando
caminhando caminhando caminhando deit equip, ex pé equip, conv, P pé, along
sent equip, P caminhando caminhando pé, ex sent equip, conv, P
caminhando caminhando caminhando sent equip, ex sent equip, ex
caminhando caminhando caminhando caminhando caminhando
caminhando caminhando caminhando pé, conv
sent colo caminhando pé, cel cami, conv
correndo sent banco, conv pé, conv, vigia caminhando
sent areia, brinc sent banco, conv pé, conv, vigia
sent areia, brinc caminhando caminhando
caminhando sent grama, conv, bebendo caminhando
sent escorregando sent grama, conv caminhando
cami, conv sent grama, conv sent banco, guardando coisa mochila
sent banco, obs deit espreguiç, obs caminhando
pé, obs deit espreguiç, tablet caminhando
deit espreguiç, lendo caminhando
sent grama, conv caminhando
pé, along caminhando
caminhando sent grama, conv
caminhando sent banco, cel
pé, ex caminhando
sent equip, P caminhando
sent equip, P caminhando
caminhando caminhando
caminhando caminhando
caminhando caminhando
caminhando caminhando
caminhando deitado equip, ex
sent grama, conv deitado equip, ex
sent grama, conv pé, ex
pé, c/ colo caminhando
sent banco, obs caminhando
pé, comendo caminhando
caminhando caminhando
pé, conv caminhando
caminhando pé, conv
cami, conv pé, esperando, P
pé, conv pé, obs, vigia
pé, bebendo água caminhando
sent banco, conv sent banco, P
sent banco, conv sent banco, conv
sent banco, conv sent banco, conv
caminhando sent banco, conv
caminhando pé, ex
pé, ex
sent banco, conv
sent banco, conv
255

ANEXO 7 - Mapa comportamental Parque Ecológico dos Jequitibás

Para um entendimento mais detalhado, serão apresentados em documento independente


desta dissertação (com título “Anexo 6 e 7”) mapas comportamentais associados à ferramenta
SOPARC para contagem, com símbolos e atividades referentes a cada usuário, do Parque
Ecológico dos Jequitibás, nos dias 26.11.2019, terça-feira, e 14.12.2019, sábado, conforme os
distintos horários de cada período de observação: manhã (7h30 e 8h), almoço (11h30 e 12h),
tarde (15h30 e 16h) e fechamento (17h e 17h30).

A seguir, tem-se os mapas representativos comportamentais com a soma de todos os períodos


de cada um dos dois dias de pesquisa e com a relação a parte das atividades de cada usuário.

Mapa-chave do PEJ.
256
257

NÍVEIS DE ATIVIDADES: Sedentária Moderada Vigorosa

MANHÃ
criança adolescente mulher homem idosa idoso
sent equip, ex pé, com caminhando pé, conv caminhando
caminhando deitado chao meditando caminhando caminhando
deitada chao, meditando pé, ex pé, ex pé, along
sent chao, cel pé, obs, conv pé, ex pé, along
pé, along pé, obs, conv caminhando sent equip, ex
sent equip, ex sent banc concr, cel pé, ex caminhando
caminhando caminhando pé, ex sent equip, P
sent equip, ex pé, cel caminhando caminhando
sent equip, P pé, ex caminhando caminhando
sent equip, P pé, along caminhando
pé esperando deit equip, ex
caminhando
caminhando
pé, along
pé, ex
pé, ex
pé, ex
sent equip, ex
caminhando
caminhando

ALMOÇO
criança adolescente mulher homem idosa idoso
caminhando sent banc madeira, cel caminhando seg cri sent banc concr, cel- func sent tronco, obs, conv caminhando
sent chao comendo sent banc madeira, cel sent chao, comendo sent banc concr, obs- func sent tronco, obs, conv sent chão, descansando- func SLU
pé, conv caminhando caminhando, obs pé, ex
caminhando caminhando pé, lendo quadro aviso agachado, conv
caminhando skate pé, cel
sent balanço caminhando
caminhando
caminhando
caminhando
pé, conv
pé, conv
sent equip, conv
pé, P
258

TARDE
criança adolescente mulher homem idosa idoso
sent chao, P sent banc concr, obs caminhando- func pé, conv-func sent equip, ex caminhando
sent chao, brinc sent banc concr, cel pé, conv pé, conv-func sent banc madeira, obs
agachad, brinc sent banc concr, cel pé, conv pé, conv-seg deit chao, cel
pé brinc pé enchendo garrafa d'água sent banc madeira, conv caminhando- func caminhando
sent balanço pé, conv sent chao, cel pé, conv pé, conv
sent balanço pé, conv sent chao, comendo pé, conv, guardando tênis carro deitado chao, cel
sent colo sent chao, obs sent tronco, brinc pé, conv, guardando tênis carro pé, conv
sent colo pé, obs caminhando caminhando
caminhando sent tronco, P caminhando c/ colo pé, conv- func
caminhando sent tronco, P caminhando sent banc madeira, conv
caminhando sent tronco, esperando sent chao, obs caminhando- func
pé, conv sent guarda corpo, cel sent chao, obs caminhando c/ colo
pé, brinc sent chao, obs sent chao, cel pé, ex
pé, brinc pé, esperando pé, brinc caminhando
correndo skate deitada chao, P caminhando
agachad, brinc caminhando sent tronc, obs caminhando
agachad, brinc sent tronc, obs pé, empur balanço caminhando
pé, P sent tronc, obs pé, conv- seg
caminhando sent tronc, obs pé, conv- seg
sent balanço caminhando caminhando- func
sent balanço pé, P caminhando
pé, dançando, cantando caminhando
pé, dançando, cantando agachado, bebendo água
caminhando
caminhando
sent banco madeira, cel, segurando dog
deitado chão, P
pé, conv
sent chão cel
pé, conv
pé, conv
259

FECHAMENTO
criança adolescente mulher homem idosa idoso
sent colo pé, obs caminhando caminhando sent tronco, obs pé, conv
caminhando pé, obs sent banc concret, seg dog pé, conv, c/ colo sent grama, comendo pé, ex
sent chao, comendo pé, obs caminhando caminhando pé, cel pé, ex
agachado, agitado pé, obs sent tronco, cel pé, ex caminhando pé, ex
sent chao, comendo pé, obs sent equip, P, conv caminhando caminhando caminhando
pé, obs pé, obs sent equip, P, conv pé, P caminhando pé, obs
pé, obs pé, obs caminhando sent na árvore, conv caminhando
pé, conv correndo sent banc madeira, conv sent meio fio, conv caminhando
pé, conv sent chao, obs sent banc madeira, conv, obs sent meio fio, comendo
sent chao, P sent chao, obs sent chao, conv pé, conv, bebendo
correndo sent chao, obs sent chao, P pé, obs
sent chao, brinc sent chao, obs sent chao, comendo basquete
agachado, brinc skate sent chao, P basquete
sent balanço skate deitada banco concr, cel caminhando
sent balanço pé, esperando pé, along sent equip, cel
sent brinq, P agachado, bebendo água caminhando pé, conv, along
sent escorrega pé, obs sent banco madeira, obs pé, conv
pé, obs pé, esperando caminhando pé, P
correndo pé, esperando sent banc madeir, obs caminhando
pé, abraçando pé, esperando sent banc madeir, obs caminhando
pé, conv pé, conv sent banc madeira, esperando caminhando
basquete pé, obs pé, conv caminhando
pé, P sent chao, P pé, conv sent carro, cel
pé, P pé, conv, obs pé, cel pé, cel
caminhando pé, conv, obs pé, P pé, ex
caminhando pé, conv, obs sent equip, conv caminhando
caminhando skate caminhando
pé, P skate caminhando
sent chao, brinc pé, obs sent chao, conv
sent chao, brinc pé, P
sent chao, brinc pé, empurr balanço
sent chao, brinc sent chão, conv
sent triciclo, andando sent chão, conv
sent balanço pé, ex
sent escorrega pé, ex
pé, P caminhando
caminhando pé, conv
sent balanço
sent coloc e balanço
pé, P
sent chao, brinc
sent chao, brinc
caminhando, brinc
caminhando, brinc
pé, P
pedalando triciclo
sent equip, bebendo água
260
261

NÍVEIS DE ATIVIDADES: Sedentária Moderada Vigorosa

MANHÃ
criança adolescente mulher homem idosa idoso
sent colo sent na bike pé, conv sent equip, ex sent equip, ex
caminhando pé, conv sent banc estac, conv pé, ex pé, ex
caminhando pé, conv caminhando caminhando caminhando
sent colo sent equip, conv sent na bike caminhando, cel caminhando
caminhando caminhando c/ colo sent na bike pé, conv, c/ bike
caminhando caminhando pé, conv correndo
sent balanç pé, conv sent na bike caminhando
sent chao, brinc pé, esc música pé, P sent equip, ex
sent chao, brinc caminhando c/ dog pé, cel pé, obs
caminhando sent banc concr, obs
deit banc madeira, banho de sol
correndo
caminhando
pé, along
sent equip, ex
pé, along
pé, cel
pé, conv
sent meio fio conv
pé, c/ colo
pé, conv
pé, conv
sent na bike, conv
sent banc madeira, esperando
sent equip, ex
caminhando c/ dog
pé, ex
pé, ex
262

ALMOÇO
criança adolescente mulher homem idosa idoso
caminhando sent banc concr, conv sent banc estac, conv, obs sent banc estac, conv sent tronco, cel pé, ex
sent balanç sent banc concr, conv, amarrando cadarço pé emp balanç, falando cel pé, conv, c/ bike pé, ex sent banco madeira, cel
caminhando, conv sent banc concr, conv, amarrando cadarço sent banc concr, conv pé, conv, c/ bike pé, along, agitad, conv
correndo pé, bebendo água sent tronco, obs sent na bike, conv
sent equip, ex caminhando sent chao caminhando cel
sent equip, ex sent chao, conv deita chao sent banc concr, conv
sent chao, brinc sent chao, conv sent tronco, dando comida sent banco plastico vendedor
caminhando skate pé, obs, conv pé, cel
sent carrinho, comendo skate andando bike sent tronco, conv
caminhando sent chao, cel sent banc concret, conv caminhando, conv
caminhando pé, esperando sent chao, obs pé, conv
caminhando pé, obs sent chao, obs pé, conv, agitado
caminhando pé, obs pé, obs sent tronco
sent chao, brinc basquete, conv caminhando
sent chao, brinc basquete, conv pé, cuidando, conv
sent escorrega basquete, conv sent balanço, obs
pé, obs basquete, conv andando bike
pé, conv pé, empurrando balanço caminhando
pé, conv caminhando andando bike
pé, conv pé, cel pé, conv
pé, conv pé, obs pé, cel
pé subindo escada skate sent meio fio, conv
sent chao, brinc skate sent banc concret, conv
sent chao, brinc skate pé, segurando cri
pé, brinc basquete, obs pé, cuidando, conv
correndo basquete, esperando pé, cel
pé, brinc basquete, corr pé, cel
pé, brinc basquete, corr pé, cuidando
pé, brinc pé, ex, conv
sent chao, obs
caminhando
correndo
correndo
sent escorrega
pé, brinc
pé, brinc
sent, balanço
sent, balanço
pé, obs
263

TARDE
criança adolescente mulher homem idosa idoso
pé, conv sent banc concr, conv, obs pé, conv pé, conv sent banc concr, esperando caminhando
caminhando sent banc concr, conv, obs pé, conv pé, conv caminhando pé, ex
caminhando sent banc concr, obs deitad colo, banco concrte caminhando caminhando sent grama, conv
pé, brinc bola sent banc concr, obs sent banc concrt sent banc madeira, cel caminhando caminhando
sent guarda corpo caminhando, cel sent banc concr, agitada sent chao, conv sent balanço, conv pé, tocando saxofone
caminhando, conv pé, esperando sent chao, comendo caminhando sent banc madeira, obs pé, obs
caminhando, conv skate sent chao, obs pé, vend sent banc madeira, conv sent equip, ex
sent chao, obs skate sent cadeira praia, cel sent chao, obs sent grama, conv pé, arrumando lençol
sent banco madeira, conv skate sent banco madeira, conv sent chao, conv sent tronc, obs pé, conv
sent chao, brinc sent chao, conv sent banco madeira, conv sent cadeira praia
sent chao, brinc sent chao, conv, fumando sent banco madeira, conv sent tronco, cel
sent chao, brinc sent chao, conv, fumando sent chao, conv sent tronc, obs
sent chao, brinc sent chao, conv, cel caminhando, conv pé, conv
sent chao, brinc andando bike caminhando, conv pé, conv
sent escorrega pé, pegando coisas sent chao, conv pé, conv
correndo sent, tronco, conv caminhando pé, P
correndo sent, tronco, conv pé, carregando coisas pé, conv
caminhando sent, tronco, conv sent balanço, conv pé, conv
sent balanço, conv sent, andando bike sent banc madeira, comendo sent chao, conv, toc violão
caminhando pé, obs pé, comendo caminhando
pé, comendo pé, obs pé, arrumando lençol sent moto
caminhando pé, obs pé, comprando caminhando, empurrando carrinho c/ cri
caminhando pé, obs pé, comprando sent banc concr, obs, c/ bike
caminhando, bola sent chao, cel, conv sent chao, obs sent banc concr, conv
caminhando, bola sent chao, cel, conv sent chao, cel sent banc madeira, conv
caminhando, bola pé, esperando sent cadeira praia sent banc madeira, comendo
caminhando, bola skate sent banco madeira, cel, conv pé, arrumando lençol
pé, brincando skate sent chao, conv pé, vendendo
caminhando, conv sent chao, conv sent banc madeira, conv
caminhando, conv sent banc madeira, cel
caminhando, conv sent tronco, cel
caminhando, conv caminhando c/ carrinho
pé brinc sent cadeira praia, escut musica
pé brinc sent tronco, cel
caminhando pé, empurr balanç
caminhando pé, obs
sent carrinho sent chao, conv
sent banc concr, conv sent chao, conv, c/ colo
sent banc concr, conv sent equip, conv
caminhando sent chao, conv, toc violão
caminhando
pé, comendo
caminhando
correndo
264

sent no carrinho
sent tronco, cel
sent tronco
sent chao, brinc
sent chao, brinc
pé, brinc
pé, brinc
pé, brinc
caminhando
caminhando
sent chao, brinc
sent chao, brinc
sent escorrega
caminhando
sent balanço
sent balanço
pé, esperando
pé, brinc
pé, bola
pé, obs
caminhando
caminhando
sent colo
265

FECHAMENTO
criança adolescente mulher homem idosa idoso
caminhando, conv sent chao, conv pé, conv andando bike pé, obs caminhando
caminhando, conv sent chao, conv caminhando caminhando-seg sent grama, conv sent banco plastico, conv
caminhando, conv pé, conv caminhando caminhando-seg caminhando sent banco plastico, conv
caminhando sent tronco, cel caminhando, cel, fumando pé, conv sent degrau quadra, obs caminhando
caminhando caminhando caminhando c/ dog caminhando, conv sent equip, ex
pé, comendo caminhando sent, equip, P caminhando, cel sent equip, obs
pé, ex sent tronco, toc violao sent meio fio, conv sent banc plastico, conv deitado equip, ex
sent colo pé, esperando pé, conv pé, ex sent banco plastico, obs
sent chao, cel pé, esperando sent chao, conv sent equip, cel sent banco plast, conv
caminhando pé, esperando deitada sent equip, cel deitado equip, descansando
sent colo pé, esperando sent chao, conv pé, vend
sent chao, brinc skate sent banco madeira, obs sent meio fio, conv
agachad, brinc pé, filmando sent banco madeira, orando sent chao, conv
pé, comendo sent chao, obs sent banco madeir, cel sent cadeira praia, cel
pé, comendo sent chao, obs sent obs sent banco madeira, orando
agachad, brinc sent chao, obs caminhando c/ dog sent banco madeira, cel
agachad, brinc pé, cel pé c/ colo agachado, orando
sent colo pé, cel agachad, brinc pé, obs
caminhando sent guarda corpo, obs agachad, brinc sent tronco, obs
sent chao, brinc sent guarda corpo, obs pé, conv deitado colo, chao
sent chao, brinc sent guarda corpo, obs caminhando, bola caminhando
sent balanço sent guarda corpo, obs sent tronco, escut musica caminhando
caminhando sent guarda corpo, obs sent chao, conv pé, c/ carrinho
pé, brinc sent chao, obs sent chao, cel sent banco plastico
sent, escorr sent chao, obs sent banc concr, conv sent tronco, obs, seg dog
sent chao, brinc caminhando sent banco plastico, orando pé, conv
pé, conv caminhando, conv sent equip, ex pé, conv
pé, c/ colo caminhando, conv sent equip, conv pe, c/ colo
sent colo caminhando, conv, cel sent chao, meditando pé, obs
pé subindo sent tronco, c/ violão sent meio fio sent chao, conv
pé subindo caminhando deitada colo, chao sent chao, conv
pé, obs pé, obs sent cadeira praia, cel pé, obs, c/ colo
deitado chao, brinc sent chao, conv sent chao obs sent chao, conv
sent chao, brinc sent chao, conv sent banc madeira, obs pé, esct musica
agachado chao, brinc sent chao, descansando caminhando deitado chao, ex
pé, obs sent chao, conv, jogando pé, conv
sent guarda corpo, obs sent tronc, cel pé, conv
caminhando, bola sent chao, cel caminhando
jogando bola caminhando sent chao, cel
jogando bola pé, emp balanç sent banc concr, obs
jogando bola sent banc concr, conv
266

jogando bola sent caixa, tocando


caminhando sent equip, ex
sent colo pé, ex
sent chao deitado chao
caminhando caminhando
sent equip, conv caminhando
sent equip pé- vend
sent equip sent chao
andando bike sent cadeira praia, cel
sent banco madeira, obs pé, cel
sent chao, bebendo sent banco madeira, obs
pé, bebendo pé, bebendo água
sent chao, comendo pé, obs
sent chao, comendo sent chao, conv, jogando
sent chao, brinc sent banco plastico, guardando bolo
caminhando sent tronco c/ dog colo
caminhando pé, cel, empurr balanç
caminhando caminhando
sent balanço sent chao, obs
sent balanço pé, obs
caminhando pé, obs
pé, brinc, conv pé, conv, c/ colo
pé, brinc, conv pé, esc música
pé, brinc, conv caminhando
pé, brinc, conv caminhando
pé subindo escada pé, ex
pé, brinc pé, ex
sent, obs
sent, escorregando
sent chao, brinc
sent chao, brinc
sent chao, brinc
pé, conv
pé, obs
sent chao, brinc, conv
sent chao, brinc
pé, brinc
skate
skate
correndo
correndo
correndo, bola
sent colo
agachado, amarrando cadarço
267

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