TESE - Corrigida - Glaucia ULTIMA VERSÃO FORMATADA

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O PAPEL DOS COMPLEXOS RESPIRATÓRIOS DA CADEIA

TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS NA SÍNTESE E ACÚMULO


DO ÁCIDO ASCÓRBICO EM MITOCÔNDRIAS DE FRUTOS

GLÁUCIA MICHELLE COSME SILVA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY


RIBEIRO – UENF

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ


MAIO – 2016
O PAPEL DOS COMPLEXOS RESPIRATÓRIOS DA CADEIA
TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS NA SÍNTESE E ACÚMULO
DO ÁCIDO ASCÓRBICO EM MITOCÔNDRIAS DE FRUTOS

GLÁUCIA MICHELLE COSME SILVA

“Tese apresentada ao Centro de Ciências e


Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
como parte das exigências para obtenção do
título de Doutor em Produção Vegetal”.

ORIENTADOR: Prof. Jurandi Gonçalves de Oliveira

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ


MAIO – 2016
FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca do CCT / UENF 147/2016

Silva, Gláucia Michelle Cosme


O papel dos complexos respiratórios da cadeia transportadora de elétrons
na síntese e acúmulo do ácido ascórbico em mitocôndrias de frutos / Gláucia
Michelle Cosme Silva. – Campos dos Goytacazes, 2016.
ix. 184 f.:il.
Tese (Doutorado em Produção Vegetal) -- Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias. Laboratório de Melhoramento Vegetal. Campos dos
Goytacazes, 2016.
Orientador: Jurandi Gonçalves de Oliveira.
Coorientador: Luís Miguel Mazorra Morales
Área de concentração: Produção vegetal.
Bibliografia: f. 149-170
1. ÁCIDO ÁSCORBICO 2. L-GALACTONA 1,4 LACTONA
DESIDROGENASE 3. MITOCÔNDRIA 4. FRUTOS I. Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias. Laboratório de Melhoramento Vegetal lI.
Título

CDD 631.52
O PAPEL DOS COMPLEXOS RESPIRATÓRIOS DA CADEIA
TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS NA SÍNTESE E ACÚMULO
DO ÁCIDO ASCÓRBICO EM MITOCÔNDRIAS DE FRUTOS

GLÁUCIA MICHELLE COSME SILVA

“Tese apresentada ao Centro de Ciências e


Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
como parte das exigências para obtenção do
título de Doutor em Produção Vegetal”.

Aprovada em 20 de maio de 2016

Comissão Examinadora

_________________________________________________________
Profa. Claudete Santa Cataria (Da.Sc.,Biotecnologia) – UENF

_________________________________________________________
Prof. Eldo campos (D.Sc., Biociências e Biotecnologia) – UFRJ

_________________________________________________________
Luis Miguel Mazorra Morales (D.Sc. Ciências Biológicas)

_________________________________________________________
Prof. Jurandi Gonçalves de Oliveira (D.Sc., Biologia Vegetal) – UENF
(Orientador)
ii

DEDICO E OFEREÇO

Aos meus pais Jair e Zelita, com todo meu amor e gratidão, por tudo que fizeram
por mim ao longo da minha vida. Desejo ter sido merecedora do esforço dedicado
por vocês.
iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por se fazer presente em todos os momentos certos ou incertos


da minha vida, pois ao longo do caminho dessa jornada pude sentir a tua mão na
minha, transmitindo-me segurança necessária para chegar até aqui.

Aos meus irmãos, Renata e Hugo; continuem assim, sendo sensacionais amigos,
companheiros, aos quais sinto um conforto e confiança para confiar minha vida.

Ao professor Jurandi Gonçalves de Oliveira, por toda orientação, ensinamentos,


compreensão, amizade e confiança demonstrados ao longo desses anos de
trabalho e convivência.

Ao Luís Miguel Mazorra Morales, por todo aprendizado, amizade, apoio e


incentivo nas minhas atividades acadêmicas durante todo o tempo da minha
formação.

Ao meu grande amigo William Batista Silva, pelo incentivo e amizade, que mesmo
de longe sempre se fez presente em minha vida.

A Lígia Renata, pela amizade e companheirismo, só nós duas sabemos as horas


que passamos juntas tentando ajustar protocolos.
iv

Ao Diederson Bortolini Santana, pela amizade por ter feito parte da minha
formação e ajuda durante todo o trabalho.

Ao André Vicente, pela amizade e ajuda durante todo o trabalho.

Ao Marcos Góes de Oliveira, que mesmo de longe sempre me ajudou quando


precisei da sua ajuda.

E a todos os meus colegas e amigos de laboratório que de uma forma ou de outra


contribuíram para a realização desse sonho, em especial ao Fábio, Ygor e o
Anderson.

Ao programa de pós-graduação em Produção Vegetal, por ter concedido a


oportunidade para a realização desse projeto.

A Caliman pelo fornecimento dos frutos de mamão durante a execução do


trabalho.

Ao pesquisador Pierre Baldet do Institut National de La Recherche Agronomique,


Universite´ Bordeaux, França, por gentilmente ter cedido as sementes de tomate.

A FAPERJ pela concessão da bolsa.

A UENF pela oportunidade da realização desse sonho.


v

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................... ix
ABSTRACT ............................................................................................................ xi
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIÓGRAFICA ................................................................................ 4
2.1. Importância e função do ácido ascórbico ......................................................... 4
2.2. Radicais livres e antioxidantes ......................................................................... 6
2.3. Cofator enzimático ........................................................................................... 9
2.4. Crescimento e desenvolvimento das plantas ................................................... 9
2.5. Processos de biossíntese, transporte, reciclagem e degradação do ácido
ascórbico AA em plantas ...................................................................................... 12
2.5.1 Biossíntese................................................................................................... 12
2.5.2 Transporte .................................................................................................... 16
2.5.3. Transporte intracelular ................................................................................ 16
2.5.4 Transporte intercelular ................................................................................. 17
2.5.5. Reciclagem ................................................................................................. 18
2.5.6. Degradação................................................................................................. 20
2.6. Interação entre a atividade da cadeia de transporte de elétrons mitocondrial e
a síntese de AA ..................................................................................................... 22
2.6.1 Oxidação da L-galactona-1,4 lactona em mitocôndrias ............................... 22
2.6.2 Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa em mitocôndrias ................. 23
2.7. L-gactona 1,4- lactona desidrogenase ........................................................... 28
vi

2.8. Processos de amadurecimento e metabolismo de AA em frutos ................... 31


2.9. Etileno ............................................................................................................ 33
2.10. Padrões respiratórios climatério e não climatério ......................................... 34
2.11. Respiração ................................................................................................... 36
2.12. Teores de AA em frutos ............................................................................... 37
3. OBJETIVOS ...................................................................................................... 39
3.1. Objetivos específicos ..................................................................................... 39
4. TRABALHOS .................................................................................................... 40
4.1. Influência da L-galactona-1,4- lactona desidrogenase na cadeia
transportadora de elétrons .................................................................................... 40
RESUMO .............................................................................................................. 40
ABSTRACT ........................................................................................................... 42
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 43
MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 45
Frutos .................................................................................................................... 45
Mamão .................................................................................................................. 45
Morango ................................................................................................................ 46
Tomate .................................................................................................................. 46
Padronização dos estádios de amadurecimento................................................... 47
Isolamento de Mitocôndrias .................................................................................. 48
Mamão .................................................................................................................. 48
Morango ................................................................................................................ 48
Tomate .................................................................................................................. 49
Determinação da integridade de membrana ......................................................... 49
Determinação da concentração de proteínas ....................................................... 50
Atividade respiratória em mitocôndrias isoladas de frutos .................................... 50
Efeito do GalL na capacidade das vias respiratórias ............................................ 51
Efeito do AA na capacidade das vias respiratórias ............................................... 52
Análises estatísticas.............................................................................................. 52
RESULTADOS ...................................................................................................... 53
Padronização dos estádios de amadurecimento................................................... 53
Atividade Respiratória em Mitocôndrias Isoladas.................................................. 57
Mamão .................................................................................................................. 57
Morango ................................................................................................................ 59
vii

Efeito do GalL e AA na capacidade das vias respiratórias .................................... 60


Efeito do GalL nas vias respiratórias em frutos de tomate com linhas transgênicas
com a GalLDH silenciada e tipo selvagem ............................................................ 77
DISCUSSÃO ......................................................................................................... 88
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 96
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 96
4.2. Influência do transporte de elétrons na capacidade de síntese e acumulação
de AA em mitocôndrias de frutos ........................................................................ 102
RESUMO ............................................................................................................ 102
ABSTRACT ......................................................................................................... 104
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 105
MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 107
Frutos .................................................................................................................. 107
Mamão ................................................................................................................ 107
Morango .............................................................................................................. 108
Tomate ................................................................................................................ 108
Padronização dos estádios de amadurecimento................................................. 109
Isolamento de Mitocôndrias ................................................................................ 110
Mamão ................................................................................................................ 110
Morango .............................................................................................................. 110
Tomate ................................................................................................................ 111
Determinação da integridade de membrana ....................................................... 112
Determinação da concentração de proteínas ..................................................... 112
Efeito dos inibidores do complexo I, III e AOX na atividade da GalLDH ............. 113
Efeito dos substratos e bloqueadores respiratórios na acumulação do AA em
mitocôndrias isoladas.......................................................................................... 113
Efeito dos substratos respiratórios na acumulação do AA em mitocôndrias
isoladas ............................................................................................................... 113
Efeito dos bloqueadores do complexo ll e AOX na acumulação do AA nas
mitocôndrias ........................................................................................................ 114
Análises Estatísticas ........................................................................................... 115
RESULTADOS .................................................................................................... 116
Padronização dos estádios de amadurecimento................................................. 116
viii

Efeito dos bloqueadores dos complexos l, lll e AOX na atividade da enzima L-


galactona-1,4-lactona desidrogenase ................................................................. 120
Efeito dos substratos e bloqueadores respiratórios na acumulação do AA em
mitocôndrias isoladas.......................................................................................... 124
DISCUSSÃO ....................................................................................................... 134
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 140
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 140
5. RESUMO E CONCLUSÕES ........................................................................... 146
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 149
ix

RESUMO

SILVA, Gláucia Michelle Cosme. D. Sc., Universidade Estadual do Norte


Fluminense Darcy Ribeiro. Maio de 2016. O papel dos complexos respiratórios da
cadeia transportadora de elétrons na síntese e acúmulo do ácido ascórbico em
mitocôndrias de frutos. Orientador: Prof.Jurandi Gonçalves de Oliveira. Co-
orientador: Luis Miguel Mazorra Morales.

A enzima L-galactona-1,4-lactona desidrogenase (GalLDH) tem participação


fundamental na síntese do AA em plantas, ao catalisar o passo final da síntese do
AA. O presente trabalho tem como objetivo verificar a atividade da enzima
GalLDH e sua relação com a atividade respiratória no metabolismo mitocondrial,
principalmente no que se refere à síntese e acumulação de AA, em função da
participação dos complexos respiratórios e a capacidade da via respiratória
alternativa (dado pela atividade da oxidase alternativa - AOX) em mitocôndrias de
frutos. A evolução do amadurecimento dos frutos foi acompanhada pelas análises
dos parâmetros de cor, luminosidade da casca (L*) e ângulo de cor hue, firmeza
do fruto e teor de sólidos solúveis (SS), juntamente com a avaliação da atividade
respiratória e atividade da GalLDH, associada ao acúmulo de AA em mitocôndrias
isoladas da polpa dos frutos. Os resultados mostraram um aumento na
participação da AOX e diminuição da COX em mitocôndrias isoladas dos frutos de
mamão, com diminuição da atividade respiratória durante a evolução no
amadurecimento dos frutos. Em frutos de morangueiro os resultados mostraram
x

que não houve atividade da AOX, sendo a taxa respiratória total resultante da
atividade da COX. Na respiração mediada pela oxidação do precursor do AA, o L-
galactono-1,4-lactona (GalL), foi possível observar que em mitocondrias pré-
tratadas com o GalL a taxa respiratória manteve-se constante não sendo
verificado bloqueio das vias COX e AOX, na presença dos seus respectivos
bloqueadores, em frutos de mamoeiro e morangueiro. Por outro lado, nas
mitocôndrias isoladas de polpa de mamão sem o pré-tratamento com o GalL,
apresentaram bloqueio da atividade respiratória na presença dos respectivos
bloqueadores das vias AOX e COX, independentemente do substrato respiratório
utilizado. Diferentemente do observado em mamão, em morango verificou-se
queda na taxa respiratória, mas não o bloqueio total da COX, sendo verificado
consumo de O2. Nas linhas transgênicas com a GalLDH silenciada, verifica-se o
bloqueio das vias COX e AOX, apresentando inibição da taxa respiratória em
mitocôndrias pré-tratadas ou sem o pré-tratamento com o GalL. Nesse material
observou-se o acúmulo de AA semelhante ao registrado para o tipo selvagem. Os
resultados mostraram que a atividade GalLDH é influenciada pela AOX, uma vez
que o bloqueio da AOX inibe a atividade da enzima, sendo isso verificado mesmo
nas linhas transgênicas com a GalLDH silenciada. Foi verificado o aumento da
síntese e acumulação de AA com a adição dos substratos respiratórios (NADH 8
mM, piruvato 20 mM, glutamato 20mM, succinato 15 mM e malato 10 mM) em
frutos de mamoeiro e morangueiro, sendo demonstrado maior acúmulo com a
utilização do piruvato em todos os tempos de incubação avaliados, seguido pelo
glutamato. Também foi verificado que o bloqueio da AOX resultou na redução do
acúmulo total de AA e atividade da GalLDH. De modo geral, este trabalho
apresenta resultados surpreendentes com a atividade GalLDH influenciando na
atividade respiratória. Outros estudos mais detalhados serão necessários a fim de
esclarecer quais os mecanismos que impedem o bloqueio das oxidases terminais,
ou a possível existência de um mecanismo ainda desconhecido capaz de
consumir O2, mesmo na presença dos bloqueadores da COX e AOX.
xi

ABSTRACT

SILVA, Gláucia Michelle Cosme. D.Sc., State University of Norte Fluminense. May
2016. The role of respiratory chain complex electron carrier in synthesis and acid
ascorbic accumulation in fruit mitochondria. Advisor: Prof.Jurandi Gonçalves de
Oliveira. Co-supervisor: Luis Miguel Mazorra Morales.

The enzyme L-galactona 1,4-lactone dehydrogenase (GalLDH) has a fundamental


role in the AA synthesis in plants, by catalyzing the final step of AA synthesis. This
study aims at determining the GalLDH enzyme activity and its relationship with the
respiratory activity in mitochondrial metabolism, especially with regard to the AA
synthesis and accumulation and the participation of the respiratory complexes and
alternative respiration pathway (given by the alternative oxidase activity - AOX) in
fruit mitochondria. Progress of fruit ripening was accompanied by analyzes of color
parameters, skin brightness, (L*) hue color angle, fruit firmness, soluble solids
(SS), together with the assessment of respiratory and GalLDH activities
associated with the AA accumulation in mitochondria isolated from fruit pulp. The
results showed an increase in the participation of AOX and decreased COX in
mitochondria isolated from papaya fruit, with decreased respiratory activity during
fruit ripening. In strawberry fruit results showed AOX activity absentand the total
respiratory rate resulted from COX activity. For the respiration mediated by L-
galactono 1,4-lactone (GalL), AA precursor oxidation, it was observed that
respiratory rate remained constant in mitochondria pre-treated with Gall, not being
xii

verifying the blocking of the COX and AOX pathways in the presence of the
respective blockers, in papaya and strawberry fruits. On the other hand,
mitochondria isolated from papaya pulp without pre-treatment with gall showed
blockage of respiratory activity in the presence of the respective blocking of AOX
and COX pathways, regardless of the respiratory substrate used. Unlike what was
observed in papaya, a decrease in respiratory rate found in strawberry, but not a
full blockage of COX, showing respiratory rate. In transgenic lines with GalLDH
silenced results showed blockage of COX and AOX pathways, showing inhibition
of respiratory rate in mitochondria pre-treated or without pretreatment with Gall. It
was observed in transgenic lines AA accumulation similar to wild type. The results
showed that the GalLDH activity is influenced by AOX, demonstrating that
blockade of AOX inhibits enzyme activity. This occurs even in the transgenic lines
with GalLDH silenced. It was found increased AA synthesis and accumulation with
the addition of respiratory substrates (NADH 8 mM pyruvate, 20 mM glutamate 20
mM succinate 15 mM malate 10mM) in papaya and strawberry fruits. , and
demonstrated greater accumulation using pyruvate at all incubation times
evaluated, followed by glutamate. It was also found that blocking the AOX resulted
in reduced total AA accumulation and GalLDH activity. Overall, this work presents
surprising results with GalLDH activity influencing the respiratory activity. More
detailed studies are needed to clarify better the mechanisms that prevent the
blocking of terminal oxidases reducing O 2 to H2O, or the possible existence of an
unknown mechanism still able to carry out this process. Blocking AOX affects the
activity and the total AA accumulation. Other work must be performed in order to
evaluate the responses and identify the types of mechanisms.
1

1. INTRODUÇÃO

O ascorbato ou ácido ascórbico (AA) desempenha funções importantes


no metabolismo vegetal com atividade antioxidante e como cofator enzimático e
no crescimento e desenvolvimento das plantas (Conklin et al., 1996; Szarka et al.,
2012).
Dentre as funções atribuídas ao AA inclui a participação em quase todos
os aspectos da biologia vegetal como, mitose e expansão celular (Tabata et al.,
2001), morte celular programada (De Pinto et al., 2006), proteção contra
estresses ambientais, incluindo o ozônio, radiação UV (Conklin et al., 1996), altas
temperaturas (Larkindale et al., 2005), alta intensidade de luz (Muller-Moule et al.,
2002). O AA tem participação no crescimento vegetal (Pignocchi e Foyer, 2003),
em respostas hormonais, na floração e senescência (Barth et al., 2006), estresse
oxidativo e exposição a poluentes (Lee e Kader, 2000) e defesa contra agentes
patogênicos (Pavet et al., 2005).
A síntese de AA é influenciada pelo metabolismo do carbono, através do
processo fotossintético e tempo de exposição ao sol. Embora a síntese do AA não
seja dependente diretamente da luz, o processo fotossintético e o tempo de
exposição, assim como a intensidade de luz, influenciam na capacidade de
síntese do AA durante o estádio de crescimento podendo sofrer alterações no
acúmulo do AA produzido (Lee e Kader, 2000). O AA é sintetizado a partir de
açúcares fornecidos através da fotossíntese em plantas. As frutas produzidas na
região externa da copa que estão expostas à luz solar máxima contêm maior
2

quantidade de AA do que aquelas produzidas no interior da copa e as que estão


sombreadas na mesma planta. Em geral, quanto menor for à intensidade da luz
durante o crescimento, menor o teor de AA nos tecidos vegetais (Harris, 1975).
As variações no teor de AA de acordo com a umidade relativa estão
relacionadas à temperatura, altas temperaturas e umidade relativa baixa podem
resultar em perdas diretas devido à perda de água, tais como sabor e qualidade
nutricional (Lee e Kader, 2000). Kader e Morris, (1978) constatou que tomates
armazenados em temperaturas de 30 e 40 ° C e umidade relativa de 60 e 50%
resultaram em uma perda de cerca de 5 e 12% no teor de AA, respectivamente.
O AA é o principal soluto dos frutos capaz de promover a solubilização
não enzimática da pectina na parede celular in vitro. Assim, o AA pode contribuir
juntamente com mecanismos mediados por proteínas que envolvem hidrolases,
transglicolases e expansinas, que influenciam no abrandamento da polpa dos
frutos (Dumville e Fry, 2003). Em frutos, o teor de AA é muito variável,
dependendo de vários fatores, como espécie, variedade e condições de cultivo e
colheita (Bartoli et al., 2005; Ishikawa et al., 2006).
Esta variação é diferente entre frutos durante a fase de amadurecimento
ou armazenamento dos mesmos. Durante o amadurecimento, o teor de AA pode
aumentar como no caso do kiwi e mamão, diminuir como no caso da acerola ou
permanecer inalterado como ocorre no morango (Lee e Kader, 2000; Cordenunsi
et al., 2002; Oliveira et al., 2009). Sendo que o teor de AA em certas frutas é
resultante da combinação de vários processos como a biossíntese, reciclagem e
transporte do AA, sendo que a contribuição de cada um destes processos no
acúmulo de AA durante o amadurecimento ainda precisa ser melhor esclarecida.
Millar et al. (2003) mostraram pela primeira vez que a respiração pode ser
controlada pela síntese do AA em plantas. A evidência para este controle da
respiração é fornecida pela localização da GalLDH, a enzima terminal da
biossíntese de AA, localizada na membrana interna da mitocôndria próximo ao
complexo l (Siendones et al., 1999; Bartoli et al., 2000).
O silenciamento do gene que codifica a GalLDH em tomate não afeta a
concentração do AA, indicando que a atividade da GalLDH não é limitante para o
acúmulo do AA no fruto (Alhagdow et al., 2007). No entanto, as plantas que
tiveram o gene da GalLDH silenciadas possuem um crescimento claramente
retardado e produzem frutos menores, além de apresentarem alterações
3

significativas no transporte de elétrons nas mitocôndrias dessas plantas.


Concluiu-se que outros processos, além da formação do AA, são regulados pela
atividade da GalLDH (Alhagdow et al., 2007).
Também já foi verificado que a GalLDH é regulada pelo transporte de
elétrons a partir do complexo I (Szarka et al., 2013), em virtude da disponibilidade
do citocromo C na forma oxidada como aceitador de elétrons (Szarka et al., 2013)
e pela via alternativa da respiração, a partir da atividade da AOX (Bartoli et al.,
2006). A via AOX também regula o estado de alta energia da membrana,
consumindo elétrons e impedindo a produção de espécies reativas de oxigênio
(ERO) na mitocôndria. A proximidade entre a síntese de AA e a atividade da AOX
sugere uma interação no âmbito da cadeia transportadora de elétrons (CTE) na
mitocôndria, possivelmente para proteger as células contra a oxidação não
controlada (Foyer e Noctor, 2005).
Em trabalho realizado com várias intensidades de luz e plantas
transgênicas de Arabidopsis thaliana com linhas antisenso da AOX, assim como
usando linhas com aumento da expressão da AOX, Bartoli et al. (2006)
mostraram que tanto em folhas inteiras como em mitocôndrias isoladas o acúmulo
e a síntese de AA foi mais elevado em plantas onde a capacidade da AOX era
mais elevada, independente da intensidade luminosa.
Em frutas, a regulação do AA é muito complexa, devido a vários
mecanismos, como a biossíntese, regulação e sua interação com a atividade
respiratória. Isso estimula uma linha de investigação que busca entender a
influência da síntese de AA na respiração e seus efeitos sobre as variações nos
níveis de AA acumulados em frutos.
Dentro dessa linha de investigação algumas hipóteses são propostas
como: i) a síntese de AA é mantida por uma rota alternativa em mitocôndrias de
frutas? ii) a atividade da enzima GalLDH influencia no fluxo de elétrons na cadeia
transportadora de elétrons mitocondrial? Essas duas hipóteses são testadas e os
dados apresentados na forma de um artigo científico apresentado como capítulo I.
Outra hipótese a ser testada é iii) qual(is) o(s) efeito(s) das alterações no
transporte de elétrons na CTE mitocondrial na capacidade de síntese e
acumulação de AA em mitocôndrias de frutas? Essa última hipótese é testada e
seus dados são apresentados na forma de outro artigo científico apresentado
como capítulo ll.
4

2. REVISÃO BIBLIÓGRAFICA

2.1. Importância e função do ácido ascórbico

O AA inicialmente era considerado um antioxidante simples ou apenas um


cofator para reações de hidroxilação. No entanto, este ponto de vista foi
radicalmente alterado por várias outras funções atribuídas ao AA que foram
descobertas nas últimas duas décadas (Szarka et al., 2013).
As primeiras evidencias da ação do AA mostravam que compostos
fisiologicamente ativos, isolados a partir de vegetais e que foram chamados de
“cristais de ácido hexurônico” (Svent-Gyorgyi, 1930), foram posteriormente
atribuídos ao AA, encontrado em isolados de suco de limão (Waugh e King,
1932).
A estrutura do AA foi determinada pela primeira vez em 1932 e a síntese
química alguns meses depois (Reichstein et al., 1933). No entanto, apenas nos
últimos 25 anos que as diversas funções biológicas do AA em animais e plantas
têm sido demonstradas.
O AA, de fórmula química, C6H8O6, cuja estrutura pode ser observada na
Figura 1 é um dos compostos químicos mais simples, sendo denominado como 2-
oxi-L-treohexônio-1,4-lactona-2,3-enediol formado a partir de um açúcar hexose,
tendo o grupo enediol nos átomos de carbono 2 e 3, o que o torna responsável
por suas propriedades ácidas e redutoras, pois pode se ionizar e doar elétrons
(Herbert et al., 1933).
5

Figura 1. Estrutura química do ácido ascórbico

De modo geral, o AA desempenha funções importantes, sendo abundante


em plantas, onde tem um papel como um tampão redox e cofator enzimático. Seu
papel na fotoproteção é bem estabelecido (Muller-Moule et al., 2002; Muller-Moule
et al., 2004), enquanto novas funções em processos redox estão relacionadas
com o crescimento celular, respostas hormonais (Pignocchi e Foyer, 2003),
respostas programadas de morte celular, de senescência e de ataque de
patógeno (Pastori et al., 2003; Barth et al., 2004; Chen e Gallie, 2004; Vacca et
al., 2004) estão se tornando evidentes.
O AA também é fortemente associado com a fotossíntese e a respiração.
A razão é que uma compreensão do metabolismo do AA na planta poderia ser útil
para melhorar os métodos de produção baseada em transformações microbianas
(Hancock e Viola, 2002, Running et al., 2004).
As plantas e a maioria dos animais podem sintetizar o AA, no entanto,
algumas espécies de mamíferos, incluindo seres humanos e primatas, perderam
esta capacidade (Nishikimi et al., 1994, Cui et al., 2011), por falta da L-gulono-1,4-
lactona oxidase, uma enzima essencial para a sua síntese. A consequência disso
para os seres humanos é que a deficiência de AA pode resultar em doenças,
como o escorbuto que é letal se não tratada (Diplock et al., 1998). Estudos
anteriores também demonstraram que o AA está envolvido na prevenção de
várias outras doenças, desencadeadas por estresse oxidativo, tais como câncer,
doenças cardiovasculares e envelhecimento precoce (Davey et al., 2000). Assim,
a fim de melhorar a qualidade de vida os seres humanos devem ingerir vitamina
C, principalmente de frutas frescas, legumes dentre outros (Li e Schellhorn, 2007).
6

2.2. Radicais livres e antioxidantes

Os organismos vivos interagem com o meio ambiente visando à


sobrevivência, o crescimento e a reprodução. O oxigênio obtido da atmosfera é
vital para organismos aeróbicos, contudo, durante o metabolismo aeróbico,
espécies reativas de oxigênio (ERO) são formadas no meio intracelular o que
pode ameaçar a integridade celular por meio da oxidação de biomoléculas,
comprometendo processos biológicos importantes (Cerqueira et al., 2007).
Os radicais livres podem ser definidos como moléculas ou átomos
capazes de possuir existência independente, contendo um ou mais elétrons não
pareados em seu orbital. São altamente instáveis, com vida curta e quimicamente
muito reativos, podendo causar danos por reagir com praticamente qualquer
molécula que entra em contato (Halliwell e Gutteridge, 1998).
O termo coletivo espécie reativa de oxigênio (ERO) é usado para
identificar radicais e alguns não radicais que se apresentam como agentes
oxidantes e, ou, são facilmente convertidos em radicais (Halliwell, 1996).
Os radicais livres e as espécies reativas de oxigênio são produtos do
metabolismo celular liberado durante o processo de redução do oxigênio (Valko et
al., 2007). Deve-se enfatizar que tanto as ERO quanto as espécies reativas de
nitrogênio (ERN) são produzidos para ajudar na manutenção da homeostase
celular ou regulação de reações de redução e oxidação (redox) em tecidos
saudáveis (Devasagayam et al., 2004). Estes radicais, em baixas concentrações,
podem atuar de maneira benéfica em defesa contra agentes infecciosos,
formação de ATP através de ADP na mitocôndria, regulação do crescimento
celular e produção de oxigenases (Devasagayam et al., 2004).
Um antioxidante é uma substância sintética ou natural que tem como
função prevenir ou retardar a deterioração das células pela ação do oxigênio
presente no ar. Os antioxidantes são enzimas ou outras substâncias orgânicas,
como o AA, vitamina E ou o β-caroteno, capazes de agir contra danos da
oxidação em tecidos celulares (Huang et al., 2005).
De acordo com Halliwell e Gutteridge (1998), os mecanismos de ação
antioxidante incluem: a) suprimir a formação de espécies reativas tanto pela
inibição enzimática ou por quelar elementos-traço envolvidos na produção de
7

radicais livres, b) eliminar espécies reativas de oxigênio e c) manter o mecanismo


antioxidante de defesa regulado e protegido.
Nas plantas, o AA é o antioxidante mais abundante e também serve como
um doador de elétrons para muitas reações importantes (Smirnoff, 2000; Jaspers
e Kangasjärvi, 2010; Foyer e Noctor, 2011). Sua forma de ação pode ser por
interação química direta com as ERO, ou a partir da reação catalisada pela
enzima ascorbato peroxidase (APX) durante a fotossíntese, ou em reação ao
estresse oxidativo induzido, por exemplo, por exposição ao ozônio (Chen e Gallie,
2005), alta luminosidade e processos oxidativos induzidos por patógenos (Pavet
et al., 2005; Foyer e Noctor, 2009; Li et al., 2009). O AA geralmente atinge uma
concentração de mais de 20 mM nos cloroplastos, podendo estar presente em
todos os compartimentos das células, incluindo a parede celular (Szarka et al.,
2012).
O AA desempenha um papel significativo nos processos de atividades
celulares eliminando as ERO que são provocadas por estresses oxidativos nas
células. O nível de AA no tecido vegetal é bastante variável diferenciando em
função da resposta a diferentes condições de estresse ambiental, dependendo do
grau do estresse causado e da sensibilidade da espécie (Venkatesh et al., 2014).
Sob condições ótimas de crescimento, ERO são produzidas em
organelas, tais como cloroplastos, mitocôndrias e peroxissomos, porém, em baixo
nível. No entanto, durante um estresse, a sua taxa de produção é elevada
drasticamente (Mittler, 2002; Gill e Tujeta, 2010; Ahmad et al., 2010).
As ERO são formas parcialmente reduzidas de oxigênio que apresentam
alto poder oxidante. O aumento no potencial de membrana na mitocôndria é
considerado um forte contribuinte para a formação das ERO. Segundo
Kadenbach et al. (2010) quando o potencial de membrana se eleva acima de 140
mV aumenta exponencialmente a produção do radical ânion superóxido (O2.-)
pelos complexos I, II e III da CTE mitocondrial.
A presença de ERO nos tecidos vegetais pode ser benéfica ou não,
dependendo de sua concentração. Portanto, se faz necessário manter uma
rigorosa homeostase, controlando a síntese e degradação destes compostos (Gill
e Tuteja, 2010).
Fatores ambientais adversos, tais como, frio, calor, seca e estresse
salino, causam respostas celulares complexas no metabolismo da planta,
8

resultando na produção excessiva de ERO, tais como peróxido de hidrogênio


(H2O2), O2- e radicais do oxigênio singleto ( 1O2) (Venkatesh et al., 2014).
Excesso de ERO produzido nas células vegetais tende a interagir com
diferentes macromoléculas resultando da oxidação de proteínas, membranas
lipídicas e ácidos nucleicos causando danos celulares, em última análise afetando
o crescimento e produtividade das plantas (Wang et al., 2003).
Para se proteger de condições adversas, as plantas desenvolveram uma
série de mecanismos de defesa celular, incluindo processos não enzimáticos a
partir da ação de antioxidantes, como o AA, glutationa e tocoferóis, bem como a
desintoxicação de ERO por enzimas como a superóxido dismutase, peroxidases e
catalases (Szarka et al., 2012).
A detoxificação de ERO de forma não enzimática ocorre por reação de
oxidação do AA à dehidroascorbato (DHA) reduzindo o O2 à H2O2. Outra forma de
detoxificação se dá pela reação da glutationa reduzida (GSH) que pode ser
oxidada (GSSG) pelo H2O2 liberando água, ou ainda, a mesma GSH pode ser
oxidada e seus elétrons doados para o DHA regenerando o AA (Foyer e Noctor,
2011).
Geralmente, plantas com baixa capacidade de síntese de AA são
bastante sensíveis a várias condições de estresse ambiental que afetam seu
crescimento e desenvolvimento (Müller-Moule et al., 2004; Huang et al., 2005;
Alhagdow et al., 2007; Gao e Zhang, 2008).
Em alguns trabalhos foi relatado que o AA desempenha um papel crucial
na proteção contra vários estresses ambientais, tais como, seca (Fotopoulos et
al., 2008; Upadhyaya et al., 2011), salinidade (Kwon et al., 2003; Huang et al.,
2005; Wang et al., 2005; Sun et al., 2010; Zhang et al., 2011; Venkatesh et al.,
2012), ozônio (Zheng et al., 2000; Sanmartin et al., 2003; Feng et al., 2010),
temperaturas estremas (Kwon et al., 2003; Larkindale et al., 2005) e alta
intensidade luminosa (Müller-Moule et al., 2004; Wang et al., 2006; Talla et al.,
2011). Estes estudos sobre plantas mutantes e, ou transgênicas com os níveis
endógenos de AA alterados, provaram que o AA desempenha um papel
significativo no crescimento e desenvolvimento das plantas, bem como na
tolerância ao estresse abiótico.
9

2.3. Cofator enzimático

Uma das funções já bem estabelecidas para o AA é como modulador para


várias reações enzimáticas, importantes tanto para o metabolismo vegetal quanto
animal. Estas enzimas moduladas pelo AA são mono ou dioxigenases, que
contêm ferro ou cobre no seu sítio ativo, necessitando de AA para sua atividade
máxima (Padh, 1990). A função do AA, neste caso, é manter os centros de íons
de metal de transição destas enzimas em uma forma reduzida, potencializando a
atividade da enzima (Davey et al., 2000).
Em plantas, podem ser citadas como enzimas que são dependentes do
AA como cofator: violaxantina de-epoxidase (VDE, participante do ciclo das
xantofilas), 1-aminociclopropano 1-carboxílico oxidase (ACO) (participante da via
de biossíntese de etileno) e as enzimas que requerem o AA como um co-
substrato na sua biossíntese (biossíntese de ácido abscísico e ácido giberélico)
(Eskling et al., 1997; Davey et al., 2000; Smirnoff, 2000).

2.4. Crescimento e desenvolvimento das plantas

O AA atua como um modulador de sinalização celular em numerosos


processos celulares incluindo a divisão celular, expansão celular e formação da
parede celular, nas fases de desenvolvimento principalmente no crescimento
(Liso et al., 1984; Conklin e Barth, 2004; Wolucka et al., 2005; Zhang et al., 2007).
O crescimento em plantas superiores é o resultado de dois processos que
se complementam, a proliferação celular e o alongamento das células. Embora
altas concentrações de AA sejam características de tecidos em crescimento
rápido, é intrigante que tais tecidos também tendem a possuir elevadas atividades
da enzima ascorbato oxidase (AO) (Lin e Varner, 1991). A atividade da AO foi
relatada pela primeira vez em células de sementes germinadas de milho (Suzuki e
Ogiso, 1973), sendo verificada também em frutos e folhas jovens de abobrinhas
(Lin e Varner, 1991). Esta enzima tem como função biológica a modulação da
expansão celular e, ou, divisão celular, por meio do controle redox da razão entre
AA e DHA (Arrigoni, 1994; Gonzalez-Reyes et al., 1995), sendo induzida por
auxina (Esaka et al., 1992). De acordo com os fatores descritos acima, pode-se
afirmar que o DHA e o monodeidroascorbato (MDHA) são também importantes na
10

expansão celular, além da já conhecida participação na síntese e acúmulo de AA


(Parsons e Fry, 2012).
Várias hipóteses têm sido propostas para explicar o papel do AA na
expansão celular (Smirnoff, 1996). O apoplasto consiste dos espaços aéreos e
paredes celulares existentes entre células adjacentes. Nesse espaço, o
deslocamento da solução aquosa de nutrientes não passa por nenhuma
membrana, ou seja, ocorre de forma contínua e não há gasto de energia, já que
ocorre por difusão simples. Assim sendo, o AA e suas formas oxidadas MDHA e
DHA o principal tampão redox do apoplasto, incluindo também a presença da
enzima a AO (Pignocchi et al., 2006; Parsons e Fry, 2010).
Segundo Smirnoff (1996) por causa da participação da enzima AO,
qualquer teoria para explicar o papel do AA na expansão da parede celular deve
incluir o MDHA e o DHA. As enzimas monodeidroascorbato redutase (MDHAR) e
deidroascorbato redutase (DHAR) não estão normalmente presentes na parede
celular, por isso deve haver outro método para manter a redução total do AA. Uma
característica adicional é um elevado potencial do citocromo b ligado à membrana
plasmática que transporta os elétrons a partir do citoplasma para a parede celular.
O citocromo b ligado à membrana plasmática atua como um doador de elétrons
para o MDHA reduzindo-o a AA. O AA é transportado através de um transportador
para o apoplasto.
O DHA formado pela reação de redução ao MDHA que não é reduzido
pelo citocromo b pode ser transportado por um transportador de alta afinidade
para o citosol, onde será reduzido pela enzima DHAR dependente da glutationa
reduzida (GSH). O resultado é o transporte de elétrons através da membrana
plasmática com NAD (P) H como o redutor e o oxigênio extracelular como o
receptor de elétrons final (Rautenkranz et al.,1994).
Pode ser feito uma ligação entre o crescimento e o motivo pelo qual o
transporte de elétrons transmembranar tem sido implicado na estimulação do
crescimento e como o MDHA também estimula o crescimento. Tem sido sugerido
que o transporte de elétrons estimula a H+-ATPase da membrana plasmática
(Carrasco-Luna et al., 1995), de acordo com a teoria do crescimento ácido (Rayle
e Cleland, 1992), em seguida, conduz a expansão celular pelo aumento e ganho
de solutos.
11

A possibilidade de que o MDHA pode atuar como um receptor de elétrons


e assim estimular o crescimento, é suportado pelos resultados de experimentos
com raízes de cebola (Allium cepa). O tratamento com MDHA causou um
aumento na taxa de crescimento por estimular a expansão de células,
vacuolização e a absorção de solutos (Hidalgo et al., 1989; Gonzalez-Reyes et al.,
1994; Gonzalez-Reyes et al.,1995). O tratamento com o MDHA também provoca
a hiperpolarização da membrana o que sugere que o tratamento aumenta a
+ -
atividade de H ATPase (Gonzalez-Reyes et al., 1995). Enquanto o controle
mostrou que as raízes não responderam a esta forma oxidada do AA.
Outra teoria para explicar a expansão celular foi descrita por Lin e Varner
(1991). Segundo esses autores o DHA formado por reações de redução do MDHA
poderia reagir com as cadeias laterais de lisina e resíduos de arginina, impedindo
assim ligações com proteínas estruturais, hemicelulose e poligalacturonato, o que
resultaria em uma parede celular mais flexível.
Outras informações são adicionadas a esta teoria como a possível
formação do oxalato a partir de DHA na parede celular. Sabe-se que o AA é um
precursor do oxalato (Loewus, 1988), mas não é claro se o precursor real é o AA
ou DHA. Lin e Varner (1991) sugerem que o DHA da parede celular é convertido
em oxalato. O oxalato pode regular o nível de cálcio ionizado na parede pela
formação de cristais de oxalato de cálcio. Segundo Lin e Varner (1991) a
diminuição no teor de íons cálcio devido ao aprisionamento na parede celular e a
formação de cristais de oxalato de cálcio seria o responsável pelo afrouxamento
da parede celular, atuando nas ligações das cadeias de poligalacturonato.
Segundo essa teoria, o oxalato regula o teor de íons de cálcio, sendo responsável
pela degradação total do AA.
Para Takahama (1993) e Otter e Polle (1994), o AA regula a expansão
celular, influenciando no afrouxamente da parece celular. Por essa teoria, o AA
pode capturar radicais envolvidos na síntese de lignina e peroxidase e inibir a
atividade responsável pela formação destes radicais, diminuindo assim a
lignificação da parede celular.
Todas essas hipóteses que relacionam o AA à expansão celular são de
grande importância, principalmente por apresentarem dados que ajudam a
explicar os processos que regulam a plasticidade da célula vegetal.
12

2.5. Processos de biossíntese, transporte, reciclagem e degradação do


ácido ascórbico AA em plantas

2.5.1 Biossíntese

A biossíntese do AA ocorre em quase todas as células e tecidos de


plantas. No entanto, o seu nível é geralmente elevado em tecidos
fotossintetizantes e em concentrações menores em tecidos meristemáticos, flores,
frutos jovens, raiz, ápices ou tubérculos (Gest et al., 2013).
A via de biossíntese do AA em plantas é diferente da via que ocorre em
animais e ainda não é completamente compreendida. A maior dificuldade na
compreensão do processo se deve às várias vias alternativas da síntese do AA
em plantas, tornando a compreensão da via ainda mais complexa. Em 1998 foi
proposta uma via em que o AA é formado a partir da D-glicose, com fosforilação,
nucleotídeos e açúcares como intermediários (Weeler e Smirnoff, 1998). Segundo
essa via, a etapa final na síntese do AA ocorre na membrana interna das
mitocôndrias (Bartoli et al., 2000).
Têm sido propostas várias vias biossintéticas para o AA, sendo a via L-
galactose a que melhor explica a biossíntese do AA (Figura 2) (Wheeler e
Smirnoff, 1998). A enzima GDP-L-galactose fosforilase é a principal enzima
responsável pela via L-galactose. Essa enzima e sua participação na via L-
galactose foram descritos por Dowdle et al. (2007). Outras rotas também são
sugeridas para a biossíntese do AA, como pode ser descrito a via a partir do ácido
galacturônico (Loewus, 1999; Agius, 2003), ou a partir da L-gulose (Wolucka e
Van Montagu, 2003 e Wolucka et al., 2007), ou ainda sendo iniciada a partir do
mio-inositol (Lorence et al., 2004).
Trabalhos com Arabidopsis thaliana utilizando mutantes dos genes VTC1
e VTC2 relacionados à via L-galactose sugerem que essa via tem pouca
expressão na síntese do AA, sendo responsável por uma proporção relativamente
pequena na acumulação do AA (Conklin et al., 1999; Linster e Clarke, 2007).
Também utilizando A. thaliana a partir de mutantes duplos dos genes VTC2 e
VTC5 da GDP-L-galactose fosforilase, verificou-se que o silenciamento desses
genes foi letal para as mudas, sendo sugerido que a via da L-galactose é a única
via significativa de AA em Arabidopisis.
13

A caracterização da baixa produção de AA em mutantes de A. thaliana o


gene VTC ajudou a compreender melhor o papel essencial das enzimas
envolvidas na biossíntese do AA (Conklin et al., 1996; Conklin et al., 2000; Huang
et al., 2005; Conklin et al., 2006; Müller-Moule, 2008). Agora é bem conhecido,
que em plantas superiores a biossíntese do AA ocorre bem caracterizada através
da via D-manose-L-galactose (via Wheeler-Smirnoff), onde a D-manose é
convertido em L-galactose por via dos açúcares intermediários do GDP (Wheeler
e Smirnoff, 1998). A L-galactose é ainda oxidada para se obter GalL, que é
convertido a AA pela enzima GalLDH que está localizada na membrana
mitocondrial interna (Siendones et al., 1999; Smirnoff, 2001), dependente do
citocromo C (Smirnoff et al., 2004). Nesta via, a conversão de alguns precursores
intermediários para a formação do AA foi verificada em mamão, goiaba e
morango (Barata-Soares et al., 2004).
Todos os genes que estão envolvidos nesta via têm sido bem
caracterizados; estes incluem genes que codificam a GDP-D-manose-
pirofosforilase (Conklin et al., 1999), GDP-D-manose-3',5'-epimerase (Wolucka e
Van Montagu, 2003; Watanabe et al., 2006), GDP-L-galactose fosforilase (Dowdle
et al., 2007; Linster e Clarke, 2008), L-galactose-1-fosfato fosfatase (Laing et al.,
2004), L-galactose desidrogenase (Gatzek et al., 2002; Laing et al., 2004) e
GalLDH (Imai et al., 1998; Siendones et al., 1999; Do Nascimento et al., 2005;
Tokunaga et al., 2005; Alhagdow et al., 2007).
O passo limitante na velocidade na via da biossíntese de AA em plantas
foi proposto entre os precursores, D-manose-1-P e L-galactose (Wheeler e
Smirnoff, 1998; Davey et al., 1999). O fornecimento exógeno do D-manose-1-P
não resultou em aumento na acumulação de AA (Wheeler e Smirnoff, 1998;
Davey et al., 1999). No entanto, quando foi fornecido exogenamente L-galactose
e GalL, verificava-se uma rápida resposta na taxa de biossíntese de AA, sendo
verificado aumento em cerca de 30 a 70 vezes (Davey et al., 1999), levando a
conclusão que o passo limitante na velocidade da biossíntese deve estar na via L-
galactose.
Em trabalhos realizados com folhas de A. thaliana verificou-se
acumulação de AA após aclimatação a alta intensidade de luz. A atividade da
enzima GDP-L galactose fosforilase e a expressão do gene VTC2 aumentaram
rapidamente em transferência para um ambiente bem iluminado, mas a atividade
14

de outras enzimas da via foi pouco afetada. Estas observações sugerem que a
GDP-L-galactose fosforilase pode desempenhar um papel importante no controle
da biossíntese do AA (Dowdle et al., 2007). Uma vez que a GDP-D-manose e a
GDP-L-galactose não são apenas utilizadas para a formação de AA, mas também
na síntese de polissacarídeos da parede celular e, ou a glicosilação de proteínas
(Smirnoff, 2000 e Reuhs et al., 2004), a reação fosforilase é o primeiro passo
comprometido na via da L-galactose. Portanto, os genes VTC2 e VTC5 são bons
alvos potenciais para a regulação da síntese de AA. Tanto o AA, como o GalL e a
L-galactose, não tiveram nenhum efeito sobre a atividade do gene VTC2,
indicando que não há realimentação na regulação da enzima por estes
metabolitos (Dowdle et al., 2007). No entanto, a suplementação de AA diminuiu a
expressão do VTC2.
15

D-glicose-6-P

Glicose-6- P isomerase

D-frutose-6-P

Mannose-6-P isomerase

D-mannose-6-P

Fosfomannose-mutase

D-mannose-1-P

GDP-mannose pirofosforilase

GDP-D-mannose

GDP-mannose-3’,5’-epimerase

Ácido ascórbico
GDP-L-galactose
L-galactono-1,4-lactono
desidrogenase
GDP-L-galactose fosforilase

L-galactose-1-P L-galactose L-galactona-1,4-lactona


L-galactose-1-P L-galactose
fosforilase desidrogenase

Figura 2. Biossíntese do ácido ascórbico em plantas (Wheeler e Smirnoff, 1998).


16

2.5.2 Transporte

Uma vez que o AA é sintetizado na membrana mitocondrial interna, este é


transportado para diferentes compartimentos celulares. Sendo bastante móvel em
plantas, podendo ser transportado intra e intercelularmente, o transporte do AA
pode impactar na acumulação total do AA. Portanto, é importante uma
consideração sobre os mecanismos de transporte nas plantas a fim de verificar
sua influência na acumulação total do AA (Ishikawa et al., 2006).
Foi proposto que o transporte de AA e DHA em plantas ocorrem por
transportadores específicos (Horemans et al., 2000b). No entanto, tanto a
proteína ou o gene associado com este tipo de transporte e a natureza dos
mecanismos de condução destas proteínas transportadoras, não são conclusivos.
Vários outros transportadores do AA estão associados com a membrana
plasmática da planta (Horemans et al., 2000a).

2.5.3. Transporte intracelular

O AA é transportado intracelularmente ao longo de toda a planta, as


alterações no seu acúmulo dependem de como uma célula ou tecido podem
alterar os seus níveis em outros compartimentos celulares ou tecidos. Apesar do
fato do último passo da via biossintética do AA ocorrer na membrana interna das
mitocôndrias (Askerlund et al., 1991; Bartoli et al., 2000), o AA é encontrada em
todo o ambiente celular, incluindo o apoplasto. Consequentemente, o AA deve ser
transportado para todos os outros compartimentos da célula em que ele está
presente (Horemans et al., 2000a; Horemans et al., 2000b).
Considerando que o AA existe carregado negativamente em pH fisiológico
(valores de pKa1= 4,17 e pKa2= 11,57) é improvável que seja permeável à
bicamadas lipídicas. Embora seja uma molécula neutra o DHA a forma oxidada do
AA é mais hidrofóbica, mas não o suficiente para que possa difundir através das
membranas celulares (Gallie, 2013).
As evidências indicam que o transporte intracelular do AA e do DHA em
células vegetais ocorre através da absorção energizada à custa da força motriz
transmembranar de prótons, sendo que o transporte energizado de AA foi
calculado como sendo de aproximadamente 650 nmol m-2 de área foliar s-1 (Heber
et al., 2003).
17

No citosol localiza-se a enzima DHAR, enzima essa que catalisa a


redução de DHA a AA, essa reação ocorre predominantemente no citosol. No
entanto, a ausência de DHAR no apoplasto significa que o AA é transportado para
fora da célula, sendo oxidado à DHA. Por isso, o DHA é a forma predominante no
apoplasto a partir do qual é eficientemente transportado de volta para o citosol
onde o mesmo é reduzido à AA (Gallie, 2013).
Embora os transportadores do AA ainda tenham que ser definitivamente
identificados, em análise do genoma de A. thaliana foram identificados doze
genes que partilham semelhança com conhecidos transportadores de outras
espécies (Maurino, 2006), sugerindo a possibilidade de que esses genes
codificam transportadores de AA.
Nos cloroplastos, o transporte ocorre por um transportador específico
(Beck et al., 1983; Foyer e Lelandais, 1996). Análises feitas em mitocôndrias de
tabaco indicaram que a absorção de DHA e glicose ocorrem por difusão facilitada
e é mediada pelo mesmo transportador. Por outro lado, a absorção de AA ocorre
nas mitocôndrias com uma baixa eficiência, portanto, é provável que atravesse a
membrana mitocondrial na sua forma oxidada (Szarka et al., 2004).

2.5.4 Transporte intercelular

O transporte intercelular do AA a longa distância, ocorre em quase todos


os tecidos vegetais. Ele tende a ser mais concentrado em tecidos
fotossintetizantes, frutas e meristemas do que em tecidos não fotossintetizantes,
tais como raízes (Davey et al., 2000).
A primeira demonstração do transporte intercelular a longa distância do
AA foi mediada pelo floema de Medicago sativa e A. thaliana, através do uso de
AA radiomarcado. Essa observação mostrou que o AA radiomarcado aplicado às
folhas é acumulado e transportado pelo floema, onde foi transportado para ápices
das raízes, parte área e órgãos florais, mas não foram transportados para folhas
maduras. Além disso, foi verificado que o aumento do teor de AA era proporcional
à quantidade do precursor aplicado exogenamente, resultando em um aumento
de até 8 vezes no acúmulo de AA na folha tratada e um aumento de até 3 vezes
de AA em tecidos fontes (Franceschi e Tarlyn, 2002). .
18

O mesmo também foi observado no floema de folhas-fonte de batata,


onde o AA foi transportado para os tubérculos. Em batata, aplicando
exogenamente o GalL ou L-galactose nas folhas-fontes, verificou-se num
aumento substancial no AA exsudato do floema, bem como em órgãos, tais como
flores e tubérculos em desenvolvimento. O acúmulo foliar de AA foi 2 vezes maior
durante o dia do que à noite, o que se refletiu no aumento do exsudato do floema,
sugerindo que o acúmulo de AA no floema é altamente sensível à mudanças na
biossíntese do mesmo nas folhas-fontes (Tedone et al., 2004).
O ácido D-galacturônico derivado da degradação da pectina durante a
maturação dos frutos, também pode ser um substrato para a síntese de AA. Foi
verificado que o gene que codifica para a enzima ácido D-galacturônico redutase
em morango é expresso apenas durante a maturação dos frutos (Agius et al.,
2003).

2.5.5. Reciclagem

A função da reciclagem do AA, ou seja, a redução das suas formas


oxidadas (MDHA e DHA) é de grande importância na manutenção de um nível
suficiente de AA nas células (Szarka et al., 2013).
O DHA é gerado a partir da reação do MDHA, sendo esse gerado a partir
da oxidação do AA, enquanto a enzima DHAR catalisa a redução do DHA a AA
utilizando glutationa (GSH) como redutor. Se o DHA não é reciclado para AA,
sofre hidrólise irreversível formando o ácido 2,3-dicetogulonato (DKG). A
reciclagem do AA pela DHAR, portanto, serve como um meio de utilização do
DHA para a geração de AA antes que o DHA seja perdido e ocorra a diminuição
do acúmulo total de AA (Gallie, 2013).
O AA oxidado pode ser reciclado, à custa da glutationa ou NADPH pelas
enzimas do ciclo do ascorbato-glutationa: ascorbato peroxidase (APX), MDHAR,
DHAR, e a glutationa redutase (GR) dependente da GSH. Os elementos desse
ciclo foram descritos pela primeira vez no cloroplasto (Zsigmond et al., 2011). O
ciclo elimina H2O2 pela transferência de elétrons cíclica sem consumir o AA ou
GSH (Figura 3) (Noctor e Foyer, 1998). Os componentes desta via estão
presentes em animais e no citosol de células de plantas, mitocôndrias,
peroxissomos e cloroplasto (Foyer e Noctor, 2011). O envolvimento do complexo
19

II, isto é, succinato desidrogenase, na reciclagem de AA, também foi


demonstrado. O DHA entra nas mitocôndrias através de um transportador de
glicose (Szarka et al., 2004) e é subsequentemente reduzido no complexo II
(Szarka et al., 2007). Portanto, as mitocôndrias de plantas sustentam não só a
biossíntese do AA, mas também a regeneração do DHA através de vários
mecanismos.

Figura 3. Ciclo ascorbato-glutationa (AA-GSH). SOD, superóxido dismutase;


PrxR, peroxirredoxina; Trx, tiorredoxina; APx, ascorbato peroxidase, MDA,
monodehidroascorbato; MDAR, MDA redutase; DHA, dehidroascorbato; DHAR,
dehidroascorbato redutase; GSH, glutationa reduzida; GSSH, glutationa oxidada;
GR, glutationa redutase (Mittler et al., 2004).

O aumento da atividade da enzima DHAR foi primeiramente conseguido


pela inserção do gene humano que possuía um aumento da expressão para essa
enzima. Esse gene foi inserido em cloroplastos de tabaco, o que resultou em um
aumento de 2 vezes nos processos redox do AA (isto é, a relação entre AA e
DHA+AA), sem qualquer alteração na acumulação total de AA (Kwon et al., 2001;
Kwon et al., 2003). As plantas também tiveram um menor processo redox em
relação à GSH.
20

No entanto, a inserção do gene que expressa a enzima DHAR obtida por


meio do citosol de trigo que foi inserido em tabaco e milho, apresentou o aumento
tanto no acúmulo total quanto nos processos redox do AA (Chen et al., 2003). A
acumulação de AA em folhas de tabaco aumentou de 2 a 4 vezes, e os processos
redox aumentaram quase 3 vezes, quando comparados com o controle. Nas
folhas e grãos de milho em desenvolvimento ocorreu o aumento do acúmulo de
AA 2 vezes superior ao controle, com um aumento de 40% nos processos redox.
Esse aumento nos processos redox foi devido ao aumento de AA e uma
diminuição em DHA, o que consiste com a função da DHAR. Foi verificado que o
processo redox do AA aumentou no apoplasto (que não possui atividade de
DHAR), bem como no simplasto, indicando que o DHAR citosólico regula ambos.
O efeito de aumentar a expressão DHAR que parecia ser específico para a
reciclagem do AA, não levou ao aumento na biossíntese do AA, embora houvesse
um aumento no processo redox em GSH (Chen et al., 2003).
Estes resultados sugerem que aumentando o teor do AA nas plantas
através da reciclagem do AA poderia limitar os efeitos deletérios das ERO. A
regulação do MDHAR e do DHAR envolvidos na reciclagem do AA também foi
investigada em acerola. Sob condições de ausência de luz, houve um declínio
acentuado e significativo nos teores totais de AA, acompanhada por uma
diminuição no nível de transcrições e atividades enzimáticas dos dois genes em
folhas de aceroleira. A transcrição para a MDHAR e para a DHAR, assim como a
atividade dessas enzimas foram significativamente reguladas nas folhas de
aceroleira sob condições de estresse de frio e salino, indicando que a expressão
de ambos os genes é regulada sob essas tensões (Eltelib et al., 2011).

2.5.6. Degradação

Embora a via de síntese do AA seja distribuída entre o citosol e as


mitocôndrias (Foyer e Noctor, 2003; Smirnoff et al., 2004), a via de degradação do
AA parece localizada no apoplasto (Green e Fry, 2005).
Na maioria das espécies vegetais, a degradação do AA pode ocorrer
através do DHA, obtendo-se treonato e oxalato, sendo este último envolvido na
osmorregulação e no controle da concentração de cálcio.Nestes trabalhos, Misteli,
(2001) e Lamond e Sleeman, (2003) demonstraram que a rota que controla a
21

concentração do cálcio atuou extracelularmente em células cultivadas de folhas


de rosas, através de vários novos intermediários e envolveu pelo menos uma
nova atividade enzimática. A rota também pode funcionar não enzimaticamente,
potencialmente pode representar as perdas do AA durante altas temperaturas.
Vários passos na rota podem gerar H2O2; isto pode contribuir para o papel do AA
como um pró-oxidante (Misteli, 2001; Lamond e Sleeman, 2003) que é
potencialmente capaz de afrouxar a parede celular da planta e ou provocar
estresse oxidativo.
No entanto, em algumas plantas o AA também pode ser degradado a
tartarato a partir do treonato, sendo esse (tartarato) o mais importante ácido
orgânico acumulado em uvas (Green e Fry, 2005). Além disso, o oxalato pode ser
oxidado pelo oxalato oxidase gerando H2O2, o que pode resultar em aumento do
estresse oxidativo celular levando ao aumento da produção de AA. Portanto,
possivelmente, a clivagem do AA em oxalato, deve ter outra função específica,
não relacionada (Davey et al., 2000).
A via de degradação do AA envolve a oxidação do DHA por via
enzimática, assim como não enzimática. O DHA que não for reciclado é
hidrolisado de forma espontânea e irreversivel formando o DKG, causando uma
diminuição no acúmulo total de AA, numa reação altamente dependente do pH.
No entanto, muitas das enzimas envolvidas nessa via de degradação do AA não
estão bem caracterizadas em plantas. Tanto o DHA, como o DKG estão
propensos a novos processos de oxidação sob as mesmas condições fisiológicas
no apoplasto (Parsons e Fry, 2012).
Já foram descritas também vias não oxidativas de degradação do AA
(Simpson e Ortwerth, 2000), no entanto, a via predominante in vivo é a oxidação,
gerando o DHA. O DHA do protoplasma pode ser reduzido de volta ao AA no ciclo
do ascorbato-glutationa (Foyer e Noctor, 2011). No entanto, o DHA pode também
ser irreversivelmente degradado in vivo (Deutsch et al., 2000) quando o AA já não
pode ser mais restaurado. Esta degradação pode ser iniciada por hidrólise ou por
oxidação.
22

2.6. Interação entre a atividade da cadeia de transporte de elétrons


mitocondrial e a síntese de AA

2.6.1 Oxidação da L-galactona-1,4 lactona em mitocôndrias

A respiração é o processo de conservação de energia fundamental a


todos os organismos vivos, gerando o ATP que é fundamental e necessário para
a manutenção e crescimento das células. Na respiração aeróbica, as etapas finais
do processo ocorrem dentro das mitocôndrias e gera a maior parte do ATP
através da fosforilação oxidativa, resultante da oxidação de ácidos orgânicos, com
a liberação de CO2 e a redução do O2 à água (Millar et al., 2011).
Trabalhos anteriores demonstraram que a respiração em plantas pode ser
controlada pela síntese do AA (Bartoli et al., 2000; Millar et al., 2003; Bartoli el al.,
2006). As evidências para isto podem ser descritas como: a) localização da
GalLDH, a enzima que catalisa a última etapa da biossíntese de AA, na
mitocôndria próximo ao complexo l; b) regulação da atividade da GalLDH pelo
transporte de elétrons através do complexo I; c) exigência absoluta do citocromo
C oxidado para a atividade da GalLDH; d) expressão da AOX na dissipação de
elétrons e e) influência do complexo lI na acumulação de AA (Nunes-Nesi et al.,
2005; Szarka et al., 2013).
Segundo Bartoli et al. (2000) a taxa de síntese de AA foi completamente
inibida na presença de cianeto de potássio (CN-), um bloqueador da citocromo C
oxidase (COX). A inibição da COX, mantém o citocromo C na forma reduzida,
inibindo a atividade da GalLDH. Por outro lado, outro inibidor da cadeia
transportadora de elétrons da mitocôndria, a antimicina A, aumentou a produção
de AA. A inibição do complexo III pela antimicina A impede a redução do
citocromo C, disponibilizando maior quantidade de citocromo C na forma oxidada,
favorecendo a atividade da GalLDH e por consequência a síntese de AA.
Os resultados apresentados por Bartoli et al. (2000) demonstram uma
relação entre a taxa respiratória no estádio 4 e a síntese de AA em folhas de A.
thaliana, contudo ainda não há informações mais detalhadas a cerca dos
mecanismos envolvidos neste processo em frutos.
A síntese de AA também é influenciada pela atividade da AOX, que regula
o estado de alta energia da membrana, consumindo elétrons e impedindo a
produção de ERO.
23

Bartoli et al. (2006) conduziram um trabalho com várias intensidades de


luz e plantas transgênicas de A. thaliana com linhas antisenso da AOX, assim
como usando linhas com aumento da expressão da AOX para verificar a
capacidade de síntese de AA. Os autores mostraram que tanto em folhas inteiras
como em mitocôndrias isoladas, o acúmulo e a síntese de AA foram mais
elevados em plantas onde a capacidade da AOX era mais elevada, independente
da intensidade luminosa, sugerindo uma relação muito próxima entre a síntese de
AA e atividade da AOX, possivelmente com a função de proteger as células
contra a oxidação não controlada (Foyer e Noctor, 2005).

2.6.2 Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa em mitocôndrias

As mitocôndrias são organelas multifuncionais envolvidas na conversão


de energia, metabolismo lipídico, produção de calor, sinalização por Ca2+,
produção de ERO e apoptose. São responsáveis não só pela respiração celular,
mas também pela síntese do AA pela GalLDH e a regeneração do AA para suas
formas oxidadas (Jimenez et al., 1997; Bartoli et al., 2000; Yabuta et al., 2000;
Chew et al., 2003).
Todas estas funções dependem da capacidade das mitocôndrias em
mover prótons através da membrana interna durante a fosforilação oxidativa,
processo pelo qual acopla a oxidação de substratos energéticos à síntese de ATP
(Santo-Domingo e Demaurex, 2012).
No entanto, as mitocôndrias são envolvidas também em outros processos
celulares importantes sendo, por exemplo, uma importante fonte de carbono e
nitrogênio no metabolismo das plantas (Westemann et al., 2002). As mitocôndrias
desempenham papéis importantes ligados à fotossíntese e a forma como as
plantas respondem ao estresse oxidativo, possuindo propriedades específicas
que refletem essa complexidade (Millar et al., 2011).
A mitocôndria possui uma CTE composta por quatro grandes complexos
proteicos (I, II, III, IV), que interagem uns com os outros através da ubiquinona
(UQ) e a proteína citocromo C (Millar et al., 2011).
Classicamente, o transporte de elétrons através da CTE na membrana
interna é visto somente através de interações aleatórias entre os complexos de
proteínas individuais, a UQ e o citocromo C. Porém, estudos recentes sobre a
24

disposição física e a organização da CTE em plantas, fungos e animais têm


desafiado este ponto de vista. Tem sido verificada a composição dos complexos
proteicos muito próximos uns dos outros, o que se denominou de
supercomplexos, sendo estes estáveis em detergentes não iônicos e propícios à
eletroforese em gel (Eubel et al., 2003; Eubel et al., 2004). Estruturas ainda
maiores compostas pelos complexos I, III, IV, além da ATP sintase têm sido
observados ou reconstituídos com base em imagens estruturais (Bultema et al.,
2009), aumentando ainda mais a complexidade estrutural da CTE.
No âmbito metabólico estes supercomplexos podem funcionar
canalizando os substratos e melhorando o transporte de elétrons que
consequentemente aumentará a eficiência do processo respiratório
(Heinemeyeret et al., 2007). Porém, ainda é preciso mais estudos para provar o
quão importante são os supercomplexos e sua influência na atividade respiratória
celular.
No âmbito macroestrutural, a estrutura icônica da membrana interna das
mitocôndrias é resultado da organização de dímeros da ATP sintase em cadeias
espirais (Stuart et al., 2008; Vonck et al., 2009), indicando que estas associações
proteína-proteína têm efeitos significativos sobre a estrutura física mitocondrial. O
próximo desafio é determinar se os supercomplexos da CTE são dinâmicos e
podem mudar de acordo com a célula ou se são características estruturais
estáticas (Millar et al., 2011).
O complexo l (CI) é composto por 44 cadeias polipeptídicas distintas,
sendo destacada uma flavoproteína (com FMN como cofator) e 8 centros de ferro-
enxofre. Destas 44 proteínas, 7 são codificadas pelo DNA mitocondrial, estando
as restantes codificadas pelo DNA nuclear. Mitocôndrias vegetais possuem 49
subunidades que podem ser separadas por eletroforese nativa e desnaturação a
partir de combinações do CI (Rasmusson et al., 1998; Heazlewood et al., 2003;
Klodmann et al., 2010).
Do ponto de vista funcional, o CI recebe os elétrons provenientes do
NADH transferindo-os para a UQ e encontra-se associado reversivelmente às
desidrogenases. O NADH formado no interior da mitocôndria pode difundir-se até
chegar ao CI, onde é oxidado doando os 2 elétrons para o CI. Os elétrons doados
pelo NADH são transferidos para uma proteína que possui FMN como cofator,
passando a FMNH2. Seguidamente os elétrons vão passando por várias proteínas
25

ferro-enxofre (Fe-S) que compõem o CI, até serem doados à UQ, que recebe os
dois elétrons oriundos da oxidação do NADH, porém, um de cada vez,
convertendo-se em ubiquinol (UQH2) (Dutilleul et al., 2003; Meyer et al., 2009;
Mailloux e Harper, 2011).
Durante o transporte de elétrons ao longo do CI, são liberadas pequenas
quantidades de energia, que individualmente não poderiam ser utilizadas para
produzir ATP. Sendo assim, o organismo conserva parte dessa energia através
da criação de um gradiente de H+. Ou seja, a energia que é liberada é utilizada
para transportar ativamente H+ da matriz mitocondrial para o espaço
intermembranar. Resumidamente para cada 2 elétrons que são transportados
pelo CI, são bombeados 4 prótons para o espaço intermembranar (Dutilleul, 2003;
Meyer, 2009; Mailloux e Harper, 2011). A rotenona é um potente inibidor do CI,
impedindo a transferência de elétrons para a UQ ao bloquear o sítio de ligação à
UQ.
O complexo II (CII), succinato desidrogenase (SDH), em todos os
organismos, é composto de quatro subunidades principais: flavoproteína (SDHI),
uma subunidade composta da proteína ferro-enxofre (SDH2) e duas subunidades
inseridas na membrana (SDH3 e SDH4) (Eube et al., 2003; Millar et al., 2004).
Na realidade, a SDH é uma das enzimas que compõem o ciclo dos ácidos
tricarboxílico (CAT, ou Ciclo de Krebs), responsável pela oxidação do succinato à
fumarato. Todas as enzimas do CAT, com exceção da SDH, estão localizadas na
matriz mitocondrial. A ação da SDH resulta na formação de FADH2, sendo este
um cofator que se associa irreversivelmente às desidrogenases. No CII os 2
elétrons do FADH2 são transferidos diretamente para a UQ, porém, sem
passarem por outros componentes do complexo (Eube et al., 2003). Os
compostos, 2-tenoiltrofluoroacetona (TTFA), carboxina e malonato são
bloqueadores do CII.
O complexo III (CIII) da cadeia respiratória mitocondrial é chamado de
complexo bc1, ou ubiquinona: citocromo c oxidorredutase. O mesmo é composto
por 10 subunidades, que são codificadas pelo genoma mitocondrial (citocromo b)
e nuclear (todas as outras subunidades, com exceção do citocromo b). O CIII
transporta os elétrons vindos da UQ para o citocromo C. No total o CIII transporta
4 elétrons provenientes de 2 moléculas de UQH2. No entanto, parte dos elétrons
recirculam dentro do CIII, concomitantemente ao transporte de H + para o espaço
26

intermembranar, antes de serem transferidos para o citocromo C, reforçando o


gradiente de H+ através da membrana interna da mitocôndria. Este processo é
muitas vezes designado de ciclo-Q (pois a ubiquinona é também chamada de
coenzima Q). Este complexo também participa da formação do gradiente
eletroquímico (Sweetlove et al., 2010). A antimicia A, um antibiótico produzido
pelo fungo Streptomyces griséus, bloqueia o transporte de elétrons no Clll entre a
subunidade bH (outro componente do CIII) e a coenzima Q, enquanto o mixotiazol,
outro bloqueador do CIII, atua no sítio Qp.
O citocromo C é uma proteína de baixo peso molecular (cerca de 12
KDa), hidrossolúvel, presente no espaço intermembranar da mitocôndria. Sua
principal função é transferir os elétrons do CIII para o complexo IV (CIV), ou seja,
não faz parte de nenhum complexo da cadeia respiratória em particular
(Sweetlove et al., 2010).
O CIV é um complexo transmembranar sendo o último complexo da CTE
mitocondrial, também chamado de citocromo C oxidase (COX). A sua função é
transferir os elétrons do citocromo C para o oxigênio molecular, reduzindo-o à
água (Millar et al., 2004).
Estruturalmente, o CIV apresenta 14 subunidades (cerca de 204 kDa),
dentre os quais destacam-se várias proteínas com cofatores metálicos, entre os
quais 2 citocromos com grupos heme (citocromos a e a3) e dois centros contendo
cobre (CuA e CuB). O citocromo a3 e o centro CuB formam juntos o local de
redução do oxigênio. Entre as 14 subunidades do CIV, apenas 3 são codificadas
pelo DNA mitocondrial (Peiffer et al., 1990).
Tal como acontece no CI e o CIII, o CIV também é responsável pela
transferência de prótons da matriz para o espaço intermembranar (Rodríguez-
Roldán et al., 2006). O CIV é bloqueado por íons CN- , azida e pelo monóxido de
carbono, que ao se ligarem ao oxigênio com maior afinidade que o centro Fe–
Cu da COX, impedem a oxidação do citocromo C e a redução do oxigênio.
Também é possível fazer associações entre a COX com o metabolismo
do AA. A maioria das enzimas da síntese do AA está localizada no citosol, exceto
a que catalisa a etapa final da sua síntese, a GalLDH. Esta se localiza na
membrana interna das mitocôndrias, contribuindo para o transporte de elétrons na
etapa de redução da COX. A GalLDH catalisa a oxidação do GalL com a redução
do citocromo C, quando o GalL é convertido a AA e a COX é reduzida. Assim,
27

indiretamente, a atividade da COX contribui para o mecanismo antioxidante não


enzimático do AA, ajudando a diminuir os níveis de ERO (Bartoli et al., 2000;
Millar et al., 2003; Szarka et al., 2007; Blokhina e Fagerstedt, 2010).
O complexo V (CV) ou ATP sintase, catalisa o passo final da fosforilação
oxidativa, usando a energia do gradiente eletroquímica através da membrana
interna para a síntese do ATP. A estrutura geral e as subunidades principais da
ATP sintase são altamente conservadas tanto em organismos procarióticos, como
em eucarióticos. A porção da enzima embebida na membrana é designada Fo,
contém 4 subunidades e 9 componentes encontrados que são codificados no
genoma mitocondrial da maioria das plantas, além do canal por onde passam os
prótons no retorno para a matriz mitocondrial. A outra porção é designada F1,
sendo o local da síntese do ATP (Unseld et al., 1997). A oligomicina inibe a ATP
sintase ao bloquear o fluxo de prótons através da subunidade Fo.
A CTE mitocondrial em vegetais possui algumas peculiaridades como a
presença de vias alternativas, tais como a AOX e as NAD(P)H desidrogenases
insensíveis à rotenona. Há várias teorias para explicar a funcionalidade fisiológica
destes componentes, entretanto alguns estudos sugerem que estejam envolvidos
na adaptação destes indivíduos a ambientes instáveis, tais como estresse ao frio,
estresse oxidativo, condições anaeróbias e variações de temperatura (Amor et al.,
2000; Calegario et al., 2003).
A AOX é um dos componentes da fosforilação oxidativa bastante
estudado em plantas, os primeiros relatos de sua atividade são datados de 1925
(Day et al., 1980; Moore e Siedow, 1991). Os componentes da AOX são
codificados pelo genoma nuclear das células sendo posteriormente exportados e
“montados” na mitocôndria. A AOX é resistente ao CN- e fornece uma via
adicional, ramificando-se da rota central (dada pela COX), para o uso dos elétrons
na CTE mitocondrial (Millar et al., 2011). A AOX recebe os elétrons diretamente
da UQH2 assim como ocorre com o CIII. Os elétrons transportados para a AOX
são usados para a redução do oxigênio à água, assim como acontece com a COX
e competindo com essa pelo destino dos elétrons vindos da UQH2 (Millar et al.,
2011).
A AOX é expressa a partir de uma família gênica. Experimentos com soja
demonstram a expressão do gene AOX1 em cotilédones, enquanto o gene AOX3
está presente em folhas. Nenhum registro mostra a expressão do gene AOX2 em
28

soja, apesar de sua expressão relevante em outras espécies, o significado desta


família de genes ainda é desconhecido. Todos os genes da AOX sequenciados
até o momento codificam uma proteína muito semelhante, possuindo uma região
C-terminal e outra N-terminal, voltadas para a matriz, indicando uma superfície
helicoidal no espaço intermembranar. A porção N-terminal conserva resíduos de
cisteína que postulam uma ponte dissulfeto lábil na AOX (Fiorani et al.,2005;
Umbach et al., 2005; Giraud et al., 2008).
O gene AOX1, assim como os demais genes, responsáveis por
codificarem a AOX, são expressos pela influência de diversas situações
estressantes para o vegetal, como também podem ser expressos por fatores que
causam inibição do fluxo de elétrons na CTE (Vanlerberghe et al., 1997). A
indução da AOX ocorre na presença de inibidores convencionais da CTE,
inibidores estes que afetam a atividade do complexo III e IV, como a antimicina A
ou o CN- (Helmerhorst et al., 2002). É importante compreender que a AOX possui
papel tanto metabólico quanto antioxidante (Papa e Skulachev, 1997;
Vanlerberghe et al., 2002) e apesar de ter sua atividade resistente ao CN- e à
antimicina A, pode ser inibida especificamente por ácido salicilhidroxâmico
(SHAM) (Schonbaum et al., 1971) e pelo n-propil galato (n-PG) (Guerrero e
Sánchez, 2005).

2.7. L-galactona 1,4- lactona desidrogenase

Desde 1954, quando a atividade da GalLDH foi relatada pela primeira vez
em plantas (Isherwood et al., 1954; Mapson et al.,1954), muitos progressos
aconteceram na compreensão das propriedades desta enzima mitocondrial.
A atividade da GalLDH e a produção de AA nas plantas foi avaliada em
diferentes espécies, incluindo feijão e morango (Baig et al.,1970), espinafre
(Hausladen e Kunert, 1990), aveia (De Gara et al., 1992), batata (Ôba et al.,
1994), milho (De Gara et al., 1994), batata doce (Ôba et al., 1995) e couve-flor
(Østergaard et al., 1997). Alguns trabalhos (Ôba et al., 1995; Østergaard et al.,
1997) concluíram em suas análises que a GalLDH contém resíduos de cisteína
que são importantes para a atividade da enzima. Enquanto os dados obtidos
sobre a cinética da GalLDH em relação a afinidade ao substrato GalL, diferiu um
pouco entre a enzima derivada da couve flor e a enzima derivada da batata doce.
29

Enquanto na GalLDH de couve-flor foi encontrado um Km de 3,3 mM para o


substrato GalL (Østergaard et al., 1997), em batata doce o Km para o mesmo
substrato foi de apenas 0,12 mM (Ôba et al., 1995). A razão para esta
discrepância não é bastante clara. Sendo a GalLDH bastante específica para o
GalL como seu substrato (Mapson e Breslow,1958; Ôba et al. ,1995; Østergaard
et al., 1997).
A GalLDH (EC 1.3.2.3) é uma flavoenzima necessária para a atividade
respiratória do complexo I das plantas (Pineau et al., 2008). Esta enzima é um
aldonolactona oxidoredutase que pertence ao grupo vanilil-álcool oxidase (VAO),
uma família de flavoproteínas (Fraaije et al., 1998).
Os membros desta família partilham de dois domínios conservados, um
de ligação ao FAD e outro domínio que define a especificidade para o substrato
(Mattevi et al., 1997). A maioria dos membros da família VAO possui um FAD
covalentemente ligado e agem como oxidases que utilizam oxigênio molecular
para reoxidar a flavina, resultando na produção de peróxido de hidrogênio
(Leferink et al., 2008b).
A GalLDH reage fracamente com oxigênio molecular e contém o FAD
ligado não covalentemente (Leferink et al., 2008b). Nenhuma estrutura cristalina
está disponível para a subfamília aldonolactona oxidoredutase, pouco é
conhecido sobre a natureza do sítio ativo e o mecanismo catalítico da GalLDH
(Leferink et al., 2008a). Estudos sobre a GalLDH revelaram que a enzima possui
apenas um polipeptídio em torno de 56-57 kDa (Ôba et al., 1994, 1995; Imai et al.,
1998).
A GalLDH de batata doce (Ôba et al., 1995; Imai et al., 1998) e de couve-
flor (Østergaard et al., 1997) já foram purificadas. A sua localização foi definida
especificamente na membrana mitocondrial interna em estudos com hipocótilos
de feijão (Siendones et al., 1999).
A localização subcelular da GalLDH poderia fornecer uma razão pela qual
a GalLDH é uma desidrogenase e não uma enzima oxidase. Esta última atividade
poderia resultar em elevados níveis de peróxido de hidrogênio mitocondrial que
promoveriam a inativação da GalLDH (Leferink et al., 2008a), levando à indução
do envelhecimento, senescência e morte celular (Noctor et al., 2007; Navrot et al.,
2007). Além disso, demonstrou-se que a interação entre a CTE e a GalLDH,
30

através do citocromo C, é essencial para o bom funcionamento das mitocôndrias


de plantas (Alhagdow, 2007).
A atividade da GalLDH é inibida na presença de rotenona, um bloqueador
do CI, complexo que utiliza como substrato respiratório o NADH, obtido a partir da
oxidação do piruvato que gera acetil-CoA e CO2. Essa reação é catalisada por um
complexo enzimático (formado por 3 enzimas) denominado piruvato
desidrogenase, com a participação da CoA e de NAD+. O NADH também pode
ser obtido pela oxidação do malato a oxalacetato pela enzima malato
desidrogenase (Millar et al., 2003). Por conseguinte, foi especulado que
subunidades do CI são importantes para a regulação da GalLDH, por controlarem
a velocidade do fluxo de elétrons através do CI a partir da oxidação do NADH
(Millar et al., 2003).
A GalLDH foi encontrada anexada a uma versão ligeiramente menor do
CI, de abundância relativamente baixa (Millar et al., 2003; Heazlewood et al.;
2003; Pineau et al., 2008). Este complexo tem uma massa molecular de cerca de
850 kDa, certamente precisa de algumas das subunidades presentes na forma
principal do CI. A identificação destas subunidades ainda não foi possível (Schertl
et al., 2012).
Alguns trabalhos ainda não definiram se a função da proteína GalLDH na
produção do AA é necessária para o funcionamento do CI (Szarka et al., 2013).
Especula-se que o AA pode ter um papel no equilíbrio dos fluxos de elétrons em
diferentes circunstâncias ambientais (Szarka et al., 2013).
Nunes-Nesi et al. (2005) verificaram em folhas de tomateiros transgênicos
(Lycopersicon esculentum cv. Moneymaker) um aumento entre 5 a 7 vezes nos
níveis de AA nas folhas destes tomateiros, em relação ao tipo selvagem, quando
o Cll da CTE mitocondrial foi suprimido. Mas, surpreendentemente, não
verificaram qualquer efeito sobre a atividade da GalLDH ou na concentração de
ácido galacturônico e ácido glucurônico. Embora a razão para este fenômeno
ainda não esteja totalmente compreendida, a partir dos resultados até aqui
obtidos sugere-se que a atividade do CAT poderia influenciar o metabolismo do
AA (Nunes-Nesi et al., 2005).
Szarka et al. (2013), demonstraram em tabaco que a adição dos
inibidores do CII, o malonato e o TTFA, aumentou a produção de AA. Ainda, a
adição de succinato, resultou em elevada e acentuada produção de AA mediante
31

adição de DHA. Com base nestes resultados, deve-se levar em consideração a


importância do CII em comparação com mecanismos dependentes de GSH na
reciclagem do AA mitocondrial, o que tem sido subestimado até agora.
O silenciamento do gene que codifica a GalLDH em tomate não afeta a
concentração do AA, indicando que a atividade da GalLDH não é limitante para a
formação do AA (Alhagdow et al., 2007). No entanto, as plantas silenciadas
possuem um crescimento claramente retardado e produzem frutos menores. Ao
mesmo tempo, o metabolismo central da mitocôndria de plantas é
significativamente alterado. Concluiu-se, portanto, que a GalLDH tem influência
sobre outros processos respiratórios e metabólicos além da formação do AA.

2.8. Processos de amadurecimento e metabolismo de AA em frutos

O amadurecimento é a fase mais estudada na pós-colheita de frutos,


principalmente por ser nessa fase que as mudanças na composição ocorrem com
maior intensidade. O amadurecimento é a etapa final da maturação, tornando
difícil separar esta fase do início da senescência (Paul et al., 2012). Apesar de a
senescência ser um processo natural, seu atraso é comercialmente desejável,
pois proporciona maior vida útil aos frutos.
O AA está presente em tecidos de plantas com o crescimento e
desenvolvimento ativo. A quantidade de AA nos tecidos varia entre as espécies e
cultivares. Uma série de observações indicam que o acúmulo de AA durante o
amadurecimento é totalmente variável (Agius et al., 2003), implicando que o
estado antioxidante celular pode desempenhar um papel fundamental neste
processo (Pateraki et al., 2004).
O AA se acumula frequentemente a concentrações extremamente
elevadas em frutas, onde a molécula parece ter funções não necessariamente
relacionadas com a atividade fotossintética. A natureza ambígua da molécula
permitiu que ela se tornasse um precursor para outros compostos, mas é claro, ao
agir como um precursor, a mesma não está mais disponível para cumprir outras
funções (Ishikawa et al., 2006). O AA pode atuar como um precursor para
moléculas tais como ácidos orgânicos encontrados em grandes quantidades em
frutos, como os ácidos oxálico, treônico e tartárico (Rassam e Laing, 2005; DeBolt
et al., 2007).
32

Durante a fase de amadurecimento dos frutos climatéricos ocorre o


aumento na produção de ERO, contudo nesta etapa há grande atividade de
enzimas antioxidantes e somente com a evolução do amadurecimento é que a
atividade destas enzimas diminui prevalecendo à ação das ERO, causando a
peroxidação de lipídios e levando os frutos à senescência (Kumar et al., 2011). As
ERO também são responsáveis pela cisão não enzimática dos polissacarídeos
ligados à parede celular (Schweikert et al., 2000; Dumville e Fry, 2003),
contribuindo assim para o processo não enzimático de afrouxamento da parede
celular durante o amaciamento da polpa dos frutos que ocorre durante o
amadurecimento (Dumville e Fry, 2003) e o alongamento das células de
ocorrência na fase de crescimento (Schopfer et al., 2002; Müller et al., 2009).
Singh et al. (2012) observaram em ameixa japonesa um declínio nas
razões AA:DHA e GSH:GSSG evidenciando a participação do sistema
antioxidante não enzimático durante o amadurecimento desses frutos. Esses
autores verificaram que o efeito do sistema antioxidante não enzimático foi mais
pronunciado na cultivar de ameixa com maior nível de emissão de etileno
Em espécies tais como uva, o tartarato é o ácido orgânico predominante,
juntamente com ácido oxálico (Hale, 1962). Em consequência, as uvas acumulam
muito pouco o AA, exceto no caso de espécies não formadoras de tartarato, onde
os níveis de AA são 3 vezes maiores (DeBolt et al., 2006). A acumulação de
ambos, AA e o tartarato, parecem ser regulados pelo desenvolvimento da uva, em
contraste com a maioria dos frutos durante o desenvolvimento, as uvas acumulam
o tartarato gradualmente (Melino et al., 2009), assim como a acumulação de
oxalato em kiwi (Rassam e Laing, 2005).
Os resultados demonstraram que as bagas imaturas têm expressão dos
genes da síntese de AA e uma rápida taxa de acumulação é regulada por esses
genes. O baixo nível na acumulação de AA durante o desenvolvimento poderia
ser devido à competição entre o metabolismo de AA e a síntese de tartarato,
sendo o tartarato um metabolito, o mesmo acumula-se gradativamente. Os
autores propõem que o fluxo de AA durante o desenvolvimento das bagas de uva
é desviado para a síntese de tartarato e oxalato e depois retorna por processo
redox (Melino et al., 2009).
33

2.9. Etileno

O amadurecimento dos frutos está sensivelmente ligado à produção de


etileno (Fabi et al., 2007; Pech et al., 2008; Bapat et al., 2010). O etileno (C2H4) é
um hormônio gasoso vegetal que participa efetivamente da modulação dos
processos que ocorrem durante o amadurecimento dos frutos climatéricos,
influenciando no tempo de armazenamento desses frutos (Paul et al., 2012;
Imahori et al., 2013).
Estudos enfocando a ação do etileno apontam que não é somente a
presença do mesmo que desencadeia as respostas nos vegetais, mas também a
sensibilidade dos tecidos ao hormônio (Johnston et al., 2009), o que estaria
diretamente ligado ao estádio de desenvolvimento do fruto (Corrêa et al., 2005).
A síntese do etileno tem como precursor inicial o aminoácido metionina
que é convertido a S-adenosil metionina (SAM) pela ação da SAM sintetase.
Nesta reação há a liberação de metil adenosina que, sob o custo de ATP, é
reciclado à metionina mantendo a via autocatalítica. Esta via autocatalítica é
conhecida como Ciclo de Yang (Yang, 1974). O SAM é convertido em 1-
aminociclopropano-1-carboxílico (ACC) pela ação da ACC sintase (ACS) e por fim
ocorre a conversão do ACC em etileno, sendo esta reação mediada pela ação da
enzima ACC oxidase (ACO) que tem como cofatores, oxigênio, AA e o Fe+3 (Lin et
al., 2009).
Nos frutos climatério há um súbito aumento na produção de etileno
durante a fase de amadurecimento. Este aumento é devido à produção
autocatalítica denominada de sistema II na síntese de etileno. O sistema II pode
também ser encontrado em tecidos vegetativos senescentes (Bouzayen et al.,
2010). No período pré climatérico ou em frutos não climatéricos há apenas o
sistema I de produção de etileno, ou seja, não se verifica a produção
autocatalítica, pois o etileno nestes casos funciona como um inibidor de sua
própria síntese (Bouzayen et al., 2010; Paul et al., 2012). Assim, a presença ou
ausência deste sistema II pode ser um bom indicativo para distinguir o padrão de
maturação dos frutos (Liu et al., 2012).
O AA é um cofator da enzima ACO que faz parte da biossíntese de etileno
(Eskling et al., 1997; Davey et al., 2000; Smirnoff, 2000). Ma et al. (2010)
avaliaram os efeitos do 1-metilciclopropeno (1-MCP), um inibidor da ação do
34

etileno, sobre o metabolismo do AA em duas cultivares de brócolis (Brassica


oleracea L. var. Italica), 'Haitsu' e 'Ryokurei', onde foram estudados os possíveis
mecanismos moleculares. Os resultados mostraram que o tratamento com 1-MCP
atrasou o amarelecimento e reduziu a produção de etileno nos floretes. Por outro
lado, o acúmulo de AA durante o armazenamento dos floretes foi maior no
controle e a redução no acúmulo de AA foi significativo nos tratamentos com 1-
MCP nas duas cultivares. A expressão gênica por análises de PCR em tempo real
mostrou que o tratamento com 1-MCP diminuiu a expressão dos genes BO-APX1,
BO-APX2, BO-DHAR e BO-GalLDH comparados com o controle. A regulação da
expressão destes genes podem ter contribuído para a redução do acúmulo de AA.
Os resultados deste estudo podem fornecer novos possíveis mecanismos, através
do qual o tratamento com 1-MCP atrasa a senescência e a produção de etileno a
partir da influência do processo redox do AA.
Em trabalhos com espinafre (Spinacia oleracea L. cv Bison) o tratamento
com etileno apresentou uma diminuição na síntese de AA e um aumento nas
formas oxidadas durante a senescência (Gergoff et al., 2009). O etileno, também
facilita o amolecimento das frutas iniciando a degradação da pectina e outros
polissacarídeos da parede celular (Balibrea et al., 2000; Nishiyama et al., 2007).
Durante este processo, a sacarose que está acumulada será mobilizada para
fornecer energia para a respiração. Todos esses fatores podem influenciar no
metabolismo do AA nos frutos de padrão climatério.

2.10. Padrões respiratórios climatério e não climatério

O processo de amadurecimento dos frutos é normalmente visto


distinguindo frutos climatéricos e não climatéricos (Biale, 1964). O termo
climatério foi inicialmente proposto para indicar o aumento súbito na respiração
dos frutos durante o amadurecimento. Frutos classificados como climatéricos
apresentam aumento na taxa respiratória mesmo após serem desligados da
planta, possibilitando que estes frutos sejam capazes de completar o processo de
maturação após ser colhidos. Os frutos climatéricos também se destacam dos
não climatéricos na capacidade de resposta à aplicação exógena do etileno (Paul
et al., 2012).
35

Como climatéricos pode-se citar o mamão (Souza et al., 2014), a banana


(Imahori et al., 2013), o tomate (Davey, 2000), o maracujá (Alves et al., 2010), a
manga (Considine et al., 2001) e o melão cantaloupe (Gonçalves et al., 2013). Por
outro lado, como exemplos de frutos não climatéricos podem ser citados, dentre
outros, os citrus de modo geral, a uva e o morango (Paul et al., 2012).
Durante o climatério, além do pico na taxa respiratória, é comumente
observado também um pico na produção de etileno. Estes dois eventos podem se
coincidir como observado por Zhang et al. (2011) em abacate. Estes autores
verificaram ainda que em condições onde a síntese de etileno foi inibida como na
presença do 1-MCP, a atividade respiratória também foi influenciada, sugerindo
que o aumento na taxa respiratória esteja intimamente ligado à produção do
etileno. Na tabela 1 observam-se alguns frutos de padrão climatério e não
climatério e seus níveis de AA.

Tabela 1. Frutos de padrão climáterio e não climatério e níveis de AA em mg/kg


(MF). Compilação de Davey et al. (2000) e Alves et al. (2002).

Frutos Teor de AA mg/kg


(MF)
Acerola madura (climatério) 1300
Abacate (climatério) 150-200
Cereja (não climatério) 50-80
Goiaba (padrão climatério) 2300-3000
Kiwi (climatério) 600
Laranja (não climatério) 500
Limão (não climatério) 500
Pera (climatério) 30-40
Morango (não climatério) 59-60
36

2.11. Respiração

O amadurecimento dos frutos é altamente dependente da respiração


celular, pois além de depender de energia proveniente do ATP, vários
intermediários do processo respiratório são demandados em rotas de síntese de
outros compostos (Conde et al., 2008).
Além disto, Centeno et al. (2011) demonstraram que o malato, um
intermediário do CAT, é um importante regulador do desenvolvimento e da
maturação de frutos de tomate, uma vez que afeta os níveis de amido, sólidos
solúveis, perda de massa e ainda a suscetibilidade à infecções. A correlação
entre a respiração e a evolução do amadurecimento dos frutos é muito alta e pode
ser explicitada pelas diferenças marcantes no processo de amadurecimento que
ocorrem em frutos climatéricos e não climatéricos depois de colhidos (Paul et al.,
2012).
Durante o amadurecimento, a participação da AOX no transporte de
elétrons na CTE pode aumentar propiciando um incremento na taxa respiratória
(Oliveira et al., 2015). De acordo com Perotti et al. (2014) a maior atividade da
AOX nesta etapa permite manter o fluxo de elétrons da CTE gerando o ATP
necessário para manter a síntese de etileno, além de prevenir contra a super
redução dos complexos e consequentemente contra a produção de ERO. No
entanto, um fato que deve ser levado em consideração é que o ATP
potencialmente inibe a respiração (Ramzan et al., 2010) e neste contexto o
aumento da atividade da AOX pode ser vista como uma alternativa para
manutenção do fluxo da CTE sem a demasiada produção de ATP e consequente
bloqueio de todo processo respiratório.
Xu et al. (2012) verificaram que frutos de tomateiro com baixa e alta
expressão da AOX produziam, respectivamente, menos e mais etileno, sugerindo
que a AOX desempenha algum papel na síntese do hormônio ou mesmo em sua
síntese auto catalítica.
Vários trabalhos têm demonstrado diferentes níveis de participação da
AOX e da COX durante o amadurecimento de frutos. Resultados comprovam a
diminuição da capacidade máxima da AOX e da COX durante o amadurecimento
de tomate (Almeida et al. 1999; Jarmuszkiewicz et al., 2000). Em contrapartida,
Considini et al. (2001) detectaram relativo aumento da capacidade AOX durante o
37

amadurecimento da manga enquanto observou-se o declínio da contribuição da


COX. Silva et al. (2015) verificaram durante o amadurecimento de dois híbridos
de mamão (Tainung01 e UENF/Caliman01) que a participação da AOX foi
crescente com uma participação decrescente da via COX. Tendência semelhante
foi verificada na cultivar de mamão ‘Golden’ por Oliveira et al. (2015).
A AOX pode aumentar ou diminuir durante o amadurecimento e este fator
pode estar implicado na regulação da síntese da GalLDH e é possível que essas
alterações estejam afetando o teor de AA durante o amadurecimento de frutos, o
que em parte incluem as mudanças da via AOX. Esta hipótese ainda não foi
testada.

2.12. Teores de AA em frutos

Nas plantas, o AA acumula-se principalmente em órgãos fotossintéticos,


mas também pode atingir altas concentrações em tecidos não fotossintéticos;
estas concentrações dependem fortemente de fatores ambientais, genótipo, órgão
e estágio de desenvolvimento (Davey et al., 2000; Dumas et al., 2003; Poiroux-
Gonord et al., 2010). O teor de AA no tecido vegetal, também é dependente da
capacidade de reciclagem do mesmo, além da capacidade de síntese do órgão.
Algumas culturas hortícolas acumulam níveis muito elevados de AA, por
exemplo, o fruto de acerola (Malpighia glabra L.), que contém mais de 1% de AA
do seu peso fresco (Loewus e Loewus, 1987). As frutas cítricas e as batatas são
conhecidas por serem as mais importantes fontes de vitamina C na dieta ocidental
por causa das grandes quantidades consumidas (Ball, 1998).
O teor de AA em manga mostrou uma grande diminuição desde a fase
inicial de desenvolvimento do fruto até a sua maturação fisiológica (ponto de
colheita). Após a colheita, o teor de AA na manga não se alterou
significativamente, apesar da tendência à diminuição ligeira no final do
amadurecimento. O teor do DHA mostrou um perfil similar, diminuindo a partir de
90 até 120 dias após a floração, seguindo inalterado. Este perfil foi intimamente
associado com a atividade da GalLDH, responsável pela etapa da síntese de AA.
Durante o amadurecimento, a atividade GalLDH diminuiu entre o 2º e o 4º dia
após a colheita e em seguida retornou aos níveis iniciais (Gomez e Lajolo, 2008).
38

Em goiaba, o teor de AA mostrou um aumento contínuo durante a


maturação, enquanto o DHA aumentou no 4° dia após a colheita, diminuindo
depois lentamente. A atividade da GalLDH seguiu um perfil próximo quando
comparado com a variação no nível de AA, exceto no ponto final da maturação,
quando o nível de AA permaneceu inalterado, enquanto ocorreu a diminuição da
atividade da enzima. A atividade da GalLDH aumentou cerca de três vezes a
partir do 2º dia até o 6° dia após a colheita, retornando ao nível inicial no 9º dia
após a colheita (Gomez e Lajolo, 2008).
Os níveis de AA em tomates foram determinados a partir do
desenvolvimento da antese até a maturação. As flores exibiram um teor muito
baixo de AA, em comparação com os frutos verdes, que apresentaram valores
mais elevados, mas ainda muito menores comparados com os frutos maduros
que apresentaram os maiores níveis de AA. Um aumento substancial no teor de
AA foi observado na transição da cor verde para a coloração rosa e persistiu nas
fases de coloração vermelha e mais madura, que é quando o fruto é tipicamente
consumido (Ioannidi et al., 2009).
O acúmulo do AA em frutos de morango cv. Camarosa aumentou durante
o desenvolvimento a partir da fase imatura (verde) até os frutos maduros
(vermelhos), alcançando uma concentração final de 50 mg/100 g de peso fresco.
Se levado em consideração o teor de AA com base no peso seco do fruto, o
aumento nos níveis de AA durante o amadurecimento é muito mais alto do que na
comparação com base no peso fresco. Nesse sentido, o acúmulo de AA passou
de 23,9 mg/100 g de peso fresco em frutos verdes para 292,5 mg /100 g de peso
seco em frutos maduros, um aumento superior a 12,2 vezes (Cruz-Rus et al.,
2011). Até o momento ainda carece de explicações mais detalhadas o efeito da
síntese e reciclagem do AA nas variações dos teores desse componente nos
frutos.
39

3. OBJETIVOS

Contribuir para maior entendimento da função da respiração e da L-


galactono-1,4-lactona desidrogenase na acumulação de AA em mitocôndrias de
frutos.

3.1. Objetivos específicos

a) Determinar o efeito da GalLDH na atividade da cadeia transportadora de


elétrons mitocondrial.
b) Determinar o efeito das alterações no transporte de elétrons na capacidade de
síntese e acumulação de AA em mitocôndrias.
c) Explorar a influência dos complexos respiratórios I, III e a via respiratória
alternativa AOX na atividade da GaLDH em mitocôndrias de frutos.
d) Determinar a influência do amadurecimento dos frutos na capacidade das
mitocôndrias para sintetizar e acumular AA.
40

4. TRABALHOS

4.1. Influência da L-galactona-1,4- lactona desidrogenase na cadeia


transportadora de elétrons

RESUMO

Este trabalho objetivou investigar a influência da atividade da L-galactona-1,4-


lactona desidrogenase (GalLDH) no funcionamento da cadeia de transporte de
elétrons (CTE) mitocondrial. Para tanto foram analisados a atividade respiratória,
a síntese de ascorbato (AA) e o transporte de elétrons dependentes da atividade
da GalLDH em mitocôndrias de polpa de mamão, morango e de tomate cereja de
duas linhagens de transgênicos com a GalLDH silenciada, confrontados com o
tipo selvagem. Além do NADH e do L-galactona-1,4-lactona (GalL) também foram
usados o piruvato, o glutamato, o succinato e o malato como substratos
respiratórios para avaliar a atividade respiratória dependente da atividade
GalLDH. Os frutos de mamoeiro foram avaliados em três estádios de maturação
(verde, intermediário e maduro), enquanto o tomate foi testado nos estádios de
maturação verde e maduro. O morango, um fruto não climatérico, foi testado
apenas no estádio maduro. O estádio de amadurecimento dos frutos foi
caraterizado pela coloração do fruto, firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis e
teor de vitamina C do extrato da polpa. Verificou-se no mamão um aumento na
41

capacidade da AOX e diminuição da participação da COX durante o


amadurecimento dos frutos, enquanto no morango o consumo de oxigênio é dado
exclusivamente pela atividade COX, não sendo verificado participação da AOX na
respiração das mitocôndrias isoladas da polpa dos frutos. Mitocôndrias isoladas
do mamão, do morango e do tomate selvagem pré-incubadas com GalL mostram-
se insensíveis aos inibidores da COX (azida) e da AOX (n-PG),
independentemente do substrato respiratório utilizado, enquanto nas linhagens
transgênicas de tomate a presença de azida e n-PG inibiu a atividade da COX e
AOX, respectivamente. Na ausência do GalL, a atividade respiratória em
mitocôndrias de mamão foi inibida pela presença de inibidores das vias AOX e
COX em todos os substratos testados, enquanto nas mitocôndrias isoladas de
morango verificou-se que a COX foi inibida sendo observado uma respiração
residual. A insensibilidade aos inibidores das vias AOX e COX parece estar ligada
a atividade da enzima GalLDH e não ao produto de sua atividade, uma vez que
na presença do AA, foi verificado a inibição da respiração após a adição da azida
e do n-PG. Os resultados aqui apresentados são inéditos e supreendentes, o que
confirma a complexidade da síntese de AA e sua ligação com a CTE mitocondrial,
assim como a influência da atividade da GalLDH na atividade respiratória. Outros
estudos mais específicos precisam ser feitos para verificar quais os mecanismos
que impedem a inibição das oxidases terminais da CTE mitocondrial quando a
GalLDH está ativa. Também será interessante para trabalhos futuros testar se
essas respostas são exclusivas para o mamão, o morango e o tomate ou se trata
de uma resposta comum para todos os frutos de padrão climatério e não
climatério.
42

Influence of L-galactono-1,4-lactone dehydrogenase in the electron transport


chain

ABSTRACT

This study aimed at investigating the influence of the L-galactona-1,4-lactone


dehydrogenase (GalLDH) activity on the mitochondrial electron transport chain
(ETC). Therefore, we analyzed the respiratory activity, the synthesis of ascorbate
(AA) and the GalLDH activity -dependent electron transport in mitochondria from
pulp of papaya, strawberry and cherry tomato. Two transgenic tomato lines with
the silenced GalLDH enzyme and the corresponding wild type genotype were
used. NADH, galactono-1,4-lactone (GalL) pyruvate, glutamate, succinate and
malate were used as respiratory substrates to evaluate the GalLDH activity-
dependent respiration. The papaya fruit were evaluated in three ripening stages
(green, intermediate and ripe) where as the tomato lines were tested in the green
and ripe ripening stages. Strawberry, a non-climacteric fruit, was tested only in the
ripe stage. The fruit ripening stage was characterized by fruit color, flesh firmness,
soluble solids and vitamin C content from the pulp extract. It was found in papaya
an increase in AOX capacity and decreased COX participation during fruit
ripening, where as the strawberry oxygen consumption was given exclusively by
COX capacity, not being detected participation of AOX in the respiration of isolated
mitochondria from fruit pulp. Mitochondria isolated from papaya, strawberry, wild
type tomato and pre incubated with GalL shown to be insensitive to COX inhibitors
(azide) and AOX (n-PG), regardless of the respiratory substrate used. In the
43

transgenic tomato lines, the presence of azide and n-PG inhibited COX and AOX
capacity, respectively. In the absence of GalL, the mitochondrial respiratory
activity of papaya was inhibited by inhibitors of AOX and COX pathways with all
substrates tested. In isolated strawberry mitochondria, COX was inhibited
observing a residual respiration. The insensitivity of AOX and COX pathways to
inhibitors seems to be related to the activity of GalLDH enzyme but not the product
of its activity, since in the presence of AA was observed inhibition of respiration
after adding azide and n-PG. The results presented here are novel and confirm the
complexity of AA synthesis and its connection with the CTE, as well as the
influence of GalLDH activity on the respiratory activity. More specific studies need
to be done to check the mechanisms that prevent the inhibition of terminal
oxidases from mitochondrial CTE when GalLDH is active. It will also be interesting
for future studies to test whether these responses are unique for papaya,
strawberry, and tomato or it is a common response to climacteric and non-
climacteric fruits.

INTRODUÇÃO

A fosforilação oxidativa está acoplada ao transporte de elétrons na


membrana interna da mitocôndria onde uma sequencia de reações de oxido-
redução transfere os elétrons de moléculas orgânicas reduzidas para o oxigênio.
O transporte de elétrons na CTE mitocondrial permite a liberação parcial e
controlada de energia, biologicamente aproveitável para a biossíntese de ATP.
Em eucariontes, a CTE mitocondrial é composta por quatro complexos principais
de proteínas que podem se associar formando supercomplexos constiuidos por
dois ou até três complexos (Millar et al., 2011).
A UQ, uma benzoquinona lipossolúvel que transporta prótons e elétrons,
faz a ligação entre o CI e o CII com o CIII, permitindo a disponibilização de parte
da energia da oxidação dos substratos na forma de gradiente de prótons através
da membrana interna mitocondrial (Millar et al., 2011). Em mitocôndrias de
vegetais, a UQ também pode transportar elétrons provenientes das vias
44

alternativas compostas pelas NAD(P)H desidrogenases e pela AOX para o CIII


(Finnegan et al., 2004; Elhafez et al., 2006)
A transferência dos elétrons entre o CIII e o CIV é feita com a participação
do citocromo C, uma pequena proteína fracamente ligada à superfície externa da
membrana interna mitocondrial, sendo fundamental na regulação da velocidade
do fluxo de elétrons na CTE (Rodríguez-Roldán et al., 2006). O citocromo C pode
receber também elétrons vindos diretamente da GalLDH, a partir da oxidação do
GalL na reação de síntese do AA (Bartoli et al., 2000).
Para que o fluxo de elétrons da CTE seja mantido é necessário que
ocorra a transferência destes elétrons ao oxigênio, o qual será reduzido à água.
Esta transferência de elétrons ocorre no CIV, denominado de via citocromo C
oxidase (COX) ou pela via da oxidase alternativa (AOX), sendo esta via insensível
ao cianeto (Gupta et al., 2009; Millar et al., 2011; Van Dongen et al., 2011).
A GalLDH, enzima localizada na membrana interna das mitocôndrias,
catalisa a etapa final da biossíntese do AA, reduzindo o citocromo C, também
sendo atriuida a ela um papel importante na estrutura do Cl (Schertl et al., 2012;
Szarka et al., 2013).
Em teoria, se o fluxo de elétrons para a via COX for maior que sua
capacidade de reduzir o O2, pode haver um aumento de UQH2, saturando a CTE.
Isto pode ocorrer devido a abundancia de substrato oxidável ou quando a
disponibilidade de energia celular está elevada. Nesse caso, a COX prevalece no
estado reduzido, restringindo a redução do O 2 e limitando o fluxo de elétrons na
CTE e a fosforilação oxidativa. Essas condições são propícias para a estimulação
da via AOX (Lambers, 1985; Vanlerberghe e McIntosh, 1997).
A atividade da GalLDH afeta o estado redox da COX, a localização da
enzima na membrana interna das mitocôndrias, contribui para o transporte de
elétrons na etapa de redução da COX. O processo de oxidação do GalL a AA
libera elétrons, tendo como aceitador dos elétrons liberados nessa reação o
citocromo C que é reduzido. A seguir, esses elétrons são transferidos para a COX
que é reduzida, em consequência o fluxo de elétrons via COX é afetado (Bartoli et
al., 2000; Millar et al., 2003; Szarka et al., 2007; Blokhina e Fagerstedt, 2010).
Segundo alguns autores (Bartoli et al., 2000; Bartoli et al., 2005), a atividade da
GalLDH pode influenciar fortemente o fluxo de elétrons na CTE, o que levanta
45

várias hipóteses sobre a atividade da enzima e a síntese de AA e os


transportadores de elétrons da CTE.
Para Alhagdow et al. (2007), a atividade da GalLDH poderia estar
influenciando na função mitocondrial, o que explicaria o atraso no alongamento
celular em folhas de tomateiro. Também segundo Alhagdow et al. (2007), o
silenciamento da GalLDH causou alterações no CAT, diminuindo os níveis dos
substratos orgânicos, o que alterou o transporte de elétrons e a taxa respiratória
em mitocôndrias isoladas de folhas de tomateiro. Este resultado é interessante,
porque demonstra uma forte ligação funcional entre a atividade respiratória e a
atividade da GalLDH e a síntese de AA.
Para investigar a influência da GalLDH no funcionamento da CTE foram
analisados o efeito da ativação da GalLDH no transporte de elétrons e de que
maneira esta enzima interfere na atividade das vias respiratórias em mitocôndrias
isoladas de polpa de frutos de mamão, morango e tomate cereja transgênicos
com a GalLDH silenciada.

MATERIAL E MÉTODOS

Frutos

Mamão

Foram utilizados frutos de mamão ‘Golden’, procedentes de pomar


comercial da empresa Caliman Agrícola S/A, localizado em 19º15´S e
39º51´70´W, na cidade de Linhares – ES. Os frutos foram colhidos e após
lavagem e seleção no packing house foram transportados para o Setor de
Fisiologia Vegetal (SFV) do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal da
UENF, em Campos dos Goytacazes (RJ), a cerca de seis horas do local da
colheita.
No laboratório os frutos foram sanitizados em solução de hipoclorito de
sódio, 100 mL L-1 por 5 min, seguido de lavagem em água deionizada. Após a
46

sanitização, os frutos foram depositados em bancadas para a secagem com


auxílio de papel toalha.
Os frutos verdes (fruto desenvolvido com 100% da casca verde) foram
armazenados em câmaras com controle de temperatura (25ºC ± 1ºC) e umidade
relativa (85% ± 5%) e amostrados em três estádios de desenvolvimento, sendo
utilizadas cinco repetições. A padronização dos estádios de desenvolvimento,
verde, intermediário e maduro, foi baseada principalmente pela coloração da
casca dos frutos, conforme apresentado na figura 1, que apresenta também os
dados da caracterização do amadurecimento dos frutos realizada pela análise dos
atributos físico-químicos, conforme descrito a seguir.

Morango

Os frutos de morango ‘Oso Grande’, foram adquiridos no comércio local,


completamente maduros (fruto desenvolvido com 100% da casca vermelha),
sendo transportados imeditamente para o SFV da UENF, em Campos dos
Goytacazes (RJ) onde foram avaliados no mesmo dia. No laboratório os frutos
foram sanitizados conforme descrito anteriormente para o mamão e foram
avaliados utilizando 5 repetições onde cada repetição era formada de 20 frutos,
sendo caracterizados quanto ao estádio de amadurecimento a partir da análise
dos atributos físico-químicos, conforme apresentado junto à figura 2.

Tomate

Sementes de tomate cereja (Solanum lycorpesum ‘West Virginia 106’)


gentilmente cedidas pelo pesquisador Pierre Baldet do Institut National de la
Recherche Agronomique, Universite´ Bordeaux, França foram plantadas em
vasos com 50 cm de altura em solo com matéria orgânica (argila 49%, matéria
orgânica 28% e areia 23%. Foram utilizadas plantas do tipo selvagem (WT) e
duas linhas transgênicas (linhas 5-13 e 8-14) com a GalLDH silenciada. As
plantas foram cultivadas em casa de vegetação, regadas 2 vezes ao dia,
diariamente, sendo os vasos adubados de acordo com as necessidades da
cultura.
47

Os frutos dos três genótipos foram colhidos na maturação fisiológica


(frutos desenvolvidos com casca 100% verde) e após lavagem foram
transportados para o SFV do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal da
UENF, em Campos dos Goytacazes (RJ). No laboratório, após sanitização como
descrito anteriormente para os demais frutos, os mesmos foram armazenados em
câmaras com controle de temperatura (25ºC ± 1ºC) e umidade relativa (85% ±
5%) e amostrados em dois estádios de desenvolvimento, sendo utilizadas cinco
repetições. A padronização dos estádios de desenvolvimento, verde e maduro, foi
baseada principalmente pela coloração da casca dos frutos, conforme
apresentado na figura 3, que apresenta também os dados da caracterização do
amadurecimento dos frutos realizada pela análise dos atributos físico-químicos,
conforme descrito a seguir.

Padronização dos estádios de amadurecimento

Coloração da casca – As medições de coloração da casca dos frutos


foram realizadas utilizando um colorímetro portátil (Croma meter, modelo CR-300,
Minolta, Japão) sendo realizadas três medições por fruto, equidistantes, sempre
na região equatorial. Foram mensuradas a luminosidade (L*) e o ângulo de cor
hue (McGuire, 1992).
Firmeza (F) – Foi obtida por meio da resistência à penetração dos frutos
utilizando um texturômetro digital (Texture analyser, modelo TA.XT Express, UK)
com sonda de 2 milímetros de diâmetro. A velocidade de penetração da sonda
nos frutos foi de 1 mm s-1 sendo o registrado os valores quando a sonda detectou
resistência igual a 0,1 Newton. Foram efetuadas duas medições em cada fruto
sempre na região equatorial e em lados opostos sendo os testes conduzidos até a
profundidade de 1 cm com o registro da maior força durante a penetração e os
resultados expressos em Newtons.
Teor de sólidos solúveis (SS) - O teor de sólidos solúveis foi quantificado
utilizado um refratômetro digital (DRBS-300, França). Foram extraídas duas gotas
do suco da polpa dos frutos usando prensa manual, sendo os resultados
expressos em ºBrix.
48

Isolamento de mitocôndrias

Mamão

As mitocôndrias foram isoladas a 4ºC, utilizando-se cerca de 300g de


polpa dos mesmos frutos utilizados para as análises físico-químicas. O tecido foi
homogeneizado em centrífuga (Juicer, modelo R16720, Walita, Brasil) em cerca
de 1,0 L de tampão de isolamento [manitol 0,35 M, MOPS 50 mM, EDTA 3 mM,
Cys 8 mM, BSA 0,1% (p/v), PVP-25 0,4% (p/v), pH 7,4] sob agitação constante. O
homogenato foi filtrado através de quatro camadas de gaze e uma de Miracloth
(Calbiochem, CA, USA) e centrifugado a 1.500 g, por 15 min. O sobrenadante foi
centrifugado a 15.000 g, por 15 min, sendo o pellet ressuspendido em tampão de
lavagem [manitol 0,35 M, MOPS 10 mM, EDTA 0.5 mM, BSA 0,1% (p/v), pH 7,2].
Esta suspensão foi centrifugada a 1.000 g por 8 min, sendo o sobrenadante
novamente centrifugado a 9.000 g por 15 min para obtenção das mitocôndrias no
precipitado.
A purificação das mitocôndrias foi feita em gradiente de percoll. O
precipitado coletado foi suspenso em 1 a 2 mL do tampão de lavagem e vertido
sobre 30 mL de tampão de purificação [percoll 22,5 % (v/v), manitol 0,6 M, MOPS
10 mM, BSA 0,5% (p/v), pH 7,2] sendo centrifugado a 12.000 g por 45 min. As
mitocôndrias purificadas foram coletadas com o auxílio de uma pipeta Pasteur, na
região basal dos tubos, sendo diluídas aproximadamente dez vezes com tampão
de lavagem e centrifugadas a 10.000 g por 15 min. O procedimento seguiu o
protocolo proposto por Oliveira et al. (2015).

Morango

As mitocôndrias foram isoladas a 4ºC, utilizando-se cerca de 600g da


polpa dos mesmos frutos utilizados para as análises físico-químicas. O tecido foi
homogeneizado em centrífuga (Juicer, modelo R16720, Walita, Brasil) em cerca
de 1,0 L de tampão de isolamento [sacarose 0,4 M, MOPS 50 mM, EDTA 3 mM,
Cys 8 mM, BSA 0,1% (p/v), PVP-25 0,2% (p/v), pH 7,4] sob agitação constante. O
homogenato foi filtrado através de quatro camadas de gaze e uma de Miracloth
(Calbiochem, CA, USA) e centrifugado a 1.000 g, por 10 min. O sobrenadante foi
49

centrifugado a 10.000 g, por 15 min, sendo o pellet ressuspendido em tampão de


lavagem [sacarose 0,4 M, MOPS 10 mM, EDTA 0.5 mM, BSA 0,1% (p/v), pH 7,2].
Esta suspensão foi centrifugada a 1.000 g por 10 min, sendo o sobrenadante
novamente centrifugado a 10.000 g, por 20 min para obtenção das mitocôndrias
no precipitado.
A purificação das mitocôndrias seguiu o mesmo protocolo descrito para a
purificação das mitocôndrias de polpa de mamão. Todo o procedimento seguiu o
protocolo proposto por Oliveira et al. (2015), com modificações descritas no texto.

Tomate

As mitocôndrias foram isoladas a 4ºC, utilizando-se cerca de 40g da polpa


dos mesmos frutos utilizados para as análises físico-químicas. O tecido foi
homogeneizado em centrífuga (Juicer, modelo R16720, Walita, Brasil) em cerca
de 200 ml de tampão de isolamento [sacarose 0,4 M, MOPS 50 mM, EDTA 8 mM,
Cys 4 mM, BSA 0,5 % (p/v), PVP-25 0,4% (p/v), pH 7,4] sob agitação constante.
O homogenato foi filtrado através de quatro camadas de gaze e uma de Miracloth
(Calbiochem, CA, USA) e centrifugado a 1.500 g, por 15 min. O sobrenadante foi
centrifugado a 15.000 g, por 15 min, sendo o pellet ressuspendido em tampão de
lavagem [manitol 0,4 M, MOPS 10 mM, EDTA 0.5 mM, BSA 0,5 % (p/v), pH 7,2].
Esta suspensão foi centrifugada a 1.000 g por 8 min, sendo o sobrenadante
novamente centrifugado a 9.000 g, por 15 min para obtenção das mitocôndrias no
precipitado.
A purificação das mitocôndrias seguiu o mesmo protocolo descrito para a
purificação das mitocôndrias de polpa de mamão. Todo o procedimento seguiu o
protocolo proposto por Oliveira et al. (2015), com modificações descritas no texto.

Determinação da integridade de membrana

A integridade da membrana mitocondrial foi avaliada medindo a atividade


da COX pela adição do citocromo C. A COX localiza-se na membrana interna da
mitocôndria e requer o citocromo C na forma reduzida. O citocromo C é uma
proteína grande, deste modo não consegue atravessar a membrana de uma
mitocondria intacta. Portanto, quando as mitocondrias intactas são incubadas com
50

o citocromo C a atividade da COX deve permanecer inalterada. Assim, por meio


da comparação da atividade da COX, na presença e na ausência de Triton X-100,
detergente empregado para romper a membrana. Desta forma uma estimativa da
integridade da membrana mitocondrial pode ser obtida (Sweetlove et al., 2007).
A COX é quantificada com o citocromo C, na presença ou ausência de
Triton X-100, por meio do consumo de oxigênio registrado pelo método
polarográfico, usando um eletrodo de O 2 tipo Clark (Hansatech, Respire 1, UK)
(Sweetlove et al., 2007).
O ensaio foi conduzido em temperatura de 25°C. Em 1 mL do meio de
reação adicionou 5-20 µL de mitocôndrias purificadas seguindo-se de: a) 20 µL de
AA 500 mM sendo registrada a taxa respiratória; b) 10µL de citocromo C 5 mM
após o qual também foi registrada a taxa respiratória e c) 5 µL Triton X-100 10%
(v/v), sendo a seguir registrada a taxa respiratória. A atividade da COX foi dada
pela diferença entre a taxa respiratória (c) e a taxa respiratória (a). A porcentagem
de integridade da membrana foi dada pela expressão a seguir, segundo
Sweetlove et al. (2007):

Determinação da concentração de proteínas

Determinado espectrofotometricamente, em 595 nm, como descrito por


Bradford (1976), utilizando BSA como proteína padrão.

Atividade respiratória em mitocôndrias isoladas de frutos

Foi utilizado 1 mg de proteína para determinação da atividade respiratória


das mitocôndrias isoladas, pelo método polarográfico, usando um eletrodo de O2
tipo Clark (Hansatech, Respire 1, UK) em 1,0 mL de meio de reação [manitol 0,35
M, tampão fosfato 10 mM, KCl 10 mM, MgCl2 5 mM, BSA 0,5% (p/v), pH 7,2] à
51

temperatura de 25ºC. Todo o ensaio foi realizado na presença de ATP 200 μM e


NADH 8 mM como substrato oxidável. Após a adição de 100 nmoles de ADP ao
meio de reação foram registrados os estados 3 e 4 da respiração, sendo
determinados o controle respiratório, evidenciando a capacidade fosforilativa das
mitocôndrias (Duque e Arrabaça, 1999; Pinheiro et al., 2004; Mariano et al., 2008;
Oliveira et al., 2015), usado como indicativo de boas preparações mitocondriais.
A capacidade da via AOX foi determinada a partir da taxa de consumo de
O2 na presença de azida 3 mM, em mitocôndrias no estado 4 (Oliveira et al.,
2015). Utilizou-se o meio de reação já descrito anteriormente, porém,
suplementado com 2,5 µg de oligomicina.mg de proteína-1 e 300 µM de
propranolol para inibir a ATP-sintase e o canal aniônico, respectivamente
(Calegario et al., 2003; Martins et al., 1993; Beavis e Vercesi, 1992). Ao meio
foram adicionados 1 mM de ditiotreitol (DTT) e 0,15 mM de piruvato para ativar a
AOX e BSA 0,5% (p/v) para inibir a atividade da proteína desacopladora (UcP).
Enquanto a adição de 20 µM de n-PG tem como objetivo a inibição da AOX.
A partir dos registros do consumo de O 2 foram calculados a taxa
respiratória total, a taxa respiratória da via COX e a taxa respiratória da via AOX
para efeito de comparação entre as duas vias de consumo de O2 seguindo o
protocolo proposto por Oliveira et al. (2015).

Efeito do GalL na capacidade das vias respiratórias

A atividade respiratória em mitocôndrias isoladas foi mensurada na


presença de GalL. As mitocôndrias (1mg de proteína) foram pré-tratadas com
GalL 5 mM e o consumo de oxigênio foi avaliado em 1,0 mL de meio de reação
[manitol 0,35 M, tampão fosfato 10 mM, KCl 10 mM, MgCl2 5 mM, BSA 0,5% (p/v),
pH 7,2] à temperatura de 25ºC, usando um eletrodo de O2 tipo Clark (Hansatech,
Respire 1, UK). Em seguida foi estimulada a respiração utilizando diferentes
substratos respiratórios: NADH 8 mM, piruvato 20 mM, malato 10mM, glutamato
20 mM e succcinato 15 mM. Para inibição das vias AOX e COX foram utilizados o
n-PG 20 μM e a azida 3 mM, respectivamente.
Todo o procedimento descrito anteriormente foi repetido, porém a
atividade respiratória foi determinada sem o pré-tratamento das mitocôndrias com
GalL.
52

Todo o ensaio foi realizado na presença de Triton X-100 5% (v/v) para o


rompimento das membranas externa e interna das mitocôndrias para facilitar o
acesso do substrato GalL a enzima GalLDH.

Efeito do AA na capacidade das vias respiratórias

A atividade respiratória em mitocôndrias isoladas foi mensurada na


presença de AA. As mitocôndrias (1mg de proteína) foram pré-tratadas com AA
nas seguintes concentrações: 0,05 mM; 0,5 mM e 5 mM. O consumo de oxigênio
foi avaliado em 1,0 mL de meio de reação [manitol 0,35 M, tampão fosfato 10 mM,
KCl 10 mM, MgCl2 5 mM, BSA 0,5% (p/v), pH 7,2] à temperatura de 25ºC, usando
um eletrodo de O2 tipo Clark (Hansatech, Respire 1, UK). Em seguida foi
estimulada a respiração utilizando o sustrato respiratório NADH 8 mM. Para
inibição das vias AOX e COX foram utilizados o n-PG 20 μM e a azida 3 mM,
respectivamente.
Todo o ensaio foi realizado na presença de Triton X-100 5% (v/v) para o
rompimento das membranas externa e interna das mitocôndrias para facilitar o
acesso do substrato GalL a enzima GalLDH.
Para as mitocôndrias isoladas de frutos de morango e tomates não foram
feitos ensaios com o pré-tratamento de AA.

Análises estatísticas

Os ensaios com o mamão e morango foram conduzidos seguindo


delineamento inteiramente casualizado (DIC).
O experimento com o tomate foi conduzido no DIC seguindo esquema
fatorial (3x2) sendo um fator composto por três genótipos: o selvagem (WT) e
duas linhagens transgênicas (GalLDH 5-13 e GalLDH 8-14) e o outro fator por
dois estádios de maturação, verde e maduro.
Após a coleta os dados foram submetidos à análise de variância e as
médias foram comparadas por meio do Teste Tukey ao nível de 5% de
probabilidade, utilizando-se o programa R.
53

RESULTADOS

Padronização dos estádios de amadurecimento

A média dos valores de luminosidade dos frutos de mamão no estádio


verde foi superior a 50, aumentando significativamente com o amadurecimento
dos frutos (Figura 1). No que diz respeito ao ângulo de cor hue, este variou de
115,9 °h nos frutos verdes, para 88,1 °h nos frutos intermediários e 81,2 °h nos
frutos maduros (Figura 1). Isto representa uma mudança na coloração da casca
dos frutos que passa de um verde mais escuro para uma tonalidade mais clara (L*
≥ 50), seguindo para a coloração verde-amarelada e finalizam em um tom
amarelado (Figura 1).
A firmeza dos frutos apresentou uma diminuição significativa desde o fruto
verde até o maduro, onde os frutos maduros apresentaram firmeza de 4,9 N
(Figura 1).
O teor SS do fruto não variou (P≤0,05) entre os diferentes estádios de
maturação, passando de 9,4 ºBrix no estádio verde para 10,0 ºBrix nos frutos
maduros (Figura 1).
54

Verde Intermediário Maduro

L* 55,0 c 72,9 b 94,9 a


Ângulo hue 115,8 a 88,1 b 81,2 c
Firmeza (N) 14,6 a 9,8 b 4,9 c
SS (°Brix) 9,3 a 9,6 a 10,0 a

As médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste
Tukey (P≤0,05).

Figura 1. Fotos ilustrativas da padronização dos frutos de mamão ‘Golden’ em


três estádios de maturação (verde, intermediário e maduro) e os respectivos
parâmetros da caracterização física e química dos frutos.

Os frutos de morangueiro foram avaliados completamente maduros, como


pode ser comprovado pelos parâmetros de cor como a luminosidade de 40,2, o
ângulo de cor hue de 38,2 °h, enquanto a firmeza do fruto foi de 1,8 N e o teor de
SS de 9,4 °Brix (Figura 2). O morango por ser um fruto não climatério deve ser
colhido no ponto de consumo apresentando as melhores características para o
consumo.
55

L* 40,2
Ângulo hue 38,6
Firmeza (N) 1,7
SS (°Brix) 9,3

Figura 2. Fotos ilustrativas da padronização dos frutos de morango ‘Oso Grande’


e os respectivos parâmetros da caracterização física e química dos frutos.

No tomate a alteração na coloração, firmeza e teor de SS mostram a


evolução do amadurecimento dos frutos. A luminosidade da casca variou de cerca
de 49 nos frutos verdes para próximo de 35 nos frutos maduros, considerando os
três genótipos (Figura 3). O ângulo de cor hue dos frutos verdes foi de 120,0°h,
118,6°h e 119,4°h, enquanto nos frutos maduros foi de 41,8°h, 35,1°h e 35,7°,
respectivamente, para os genótipos WT, 5-13 e 8-14 (Figura 3).
Não se observou diferença significativa (P≤0,05) para nenhum parâmetro
de cor entre os genótipos WT, 5-13 e 8-14, observado nos dois estádios avaliados
(Figura 3).
Nos frutos verdes foi verificada diferença significativa (P≤0,05) entre os
genótipos quanto à firmeza. Os valores de firmeza apresentados foram de 11,5 N,
8,0 N, e 8,1 N, respectivamente para os genótipos WT, 5-13 e 8-14, onde o WT
apresentou os maiores valores. A firmeza dos frutos maduros foi mais baixa com
valores médios de 3,4 N, 3,5 N e 3,6 N para o WT, 5-13 e 8-14, respectivamente,
não apresentando diferença significativa entre os genótipos (Figura 3).
O teor de SS do fruto não apresentou diferença significativa (P≤0,05)
dentre o WT e as linhas transgênicas (Figura 3).
56

Verde

WT 5-13 8-14
L* 47,4 a 51,1 a 48,9 a
Ângulo hue 120,0 a 118,6 a 119,4 a
Firmeza (N) 11,5 a 8,0 b 8,0 b
SS (°Brix) 3,5 a 3,3 a 3,8 a

As médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste
Tukey (P≤0,05).

Maduro

WT 5-13 8-14

L* 35,6 a 35,1 a 35,7 a


Ângulo hue 41,8 a 51,7 a 46,6 a
Firmeza (N) 3,3 a 3,5 a 3,6 a
SS (°Brix) 4,2 a 4,5 a 4,6 a

As médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste
Tukey (P≤0,05).

Figura 3. Fotos ilustrativas da padronização dos frutos de tomate cereja (Solanum


lycorpesum ‘West Virginia 106’) do tipo selvagem (WT) e linhas transgênicas da
GalLDH (5-13 e 8-14) em dois estádios de maturação (verde e maduro) e os
respectivos parâmetros da caracterização física e química dos frutos.
57

Atividade respiratória em mitocôndrias isoladas

Mamão

O isolamento e a purificação das mitocôndrias, por meio do gradiente em


percoll, possibilitaram a obtenção de mitocôndrias com integridade de membrana
superior a 80% em todas as preparações. Em frutos verdes, intermediários e
maduros foram registrados CR de 4,5; 3,2 e 2,5, respectivamente, indicando que
as preparações estavam boas, com bom nível de acoplamento das mitocôndrias
na oxidação do substrato (Duque e Arrabaça, 1999; Mariano et al., 2004; Pinheiro
et al., 2004; Mariano et al., 2008; Oliveira et al., 2015).
Os resultados mostraram diferença (P≤0,05) na respiração total das
mitocôndrias isoladas entre os estádios de maturação (Figura 4). A respiração
total nas mitocôndrias isoladas da polpa do mamão diminuiu com o
amadurecimento dos frutos. No fruto verde a taxa de consumo de O 2 foi de 175,5
nmol O2 min-1 mg-1, enquanto no fruto maduro foi de 111,3 nmol O2 min-1 mg-1
(Figura 4).
58

200
Aa
180
Taxa de consumo O2 160 Ab
(nmol O2 min-1 mg-1) Ba
140
120 Ca
Total
100 Bb COX
80 Cb AOX
60 Bc Ac
40 Cc
20
0
Verde Intermediário Maduro

COX 85% 65% 49%


AOX 15% 35% 51%

As médias seguidas pela mesma letra maiúsculas não diferem entre si na


comparação entre os estádios de maturação (verde, intermediário e maduro),
enquanto as médias seguidas da mesma letra minúsculas não diferem entre si na
comparação entre as taxas respiratórias para o mesmo estádio de maturação pelo
teste Tukey (P≤0,05).

Figura 4. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) total e específica para as


vias da citocromo C oxidase (COX) e oxidase alternativa (AOX) em mitocôndrias
isoladas da polpa de frutos de mamão em três estádios de maturação (verde,
intermediário e maduro). Os valores apresentados abaixo da figura representam a
participação percentual de cada uma das vias (COX e AOX) no consumo de O 2
em cada estádio de amadurecimento dos frutos. Foi utilizado como substrato
respiratório NADH 8 mM no meio de reação.

Nos frutos de mamoeiro verdes, cerca de 85% do consumo total de O2


das mitocôndrias é devido à participação da COX, enquanto o restante do
consumo de O2, cerca de 15%, se deve à participação da AOX (Figura 4). Com o
amadurecimento dos frutos a participação da COX dimunui, chegando a 49% nos
frutos maduros, enquanto a participação da AOX aumentou chegando a 51%
(Figura 4).
59

Morango

A Figura 5 mostra as taxas de consumo de O2 de frutos de morango


completamente maduros, representando a respiração total e a respiração devido a
participação da COX e da AOX. O CR apresentou valores médios de 1,8
indicando que as preparações estavam boas, com bom nível de acoplamento das
mitocôndrias na oxidação do NADH, assim como foi verificado o nível de
integridade da membrana das mitocôndrias que apresentaram valores superiores
a 80%.
A taxa respiratória total foi de 139,5 nmol O2 min-1 mg-1 sendo
praticamente toda ela dada pela atividade COX, enquanto a participação da AOX
não foi verificada (Figura 5).
60

200
180
160
a a

Taxa de consumo O2
(nmol O2 min-1 mg-1)
140
120 Total
100 COX

80 AOX

60
40
20
b
0

COX 100%
AOX 0%

As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey
(P≤0,05).

Figura 5. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1 ) total e específica para as


vias da citocromo C oxidase (COX) e oxidase alternativa (AOX) em mitocôndrias
isoladas da polpa de frutos de morango. Os valores apresentados abaixo da
figura representam a participação percentual de cada uma das vias (COX e AOX)
no consumo de O2. Foi utilizado como substrato respiratório NADH 8 mM no meio
de reação.

Efeito do GalL e AA na capacidade das vias respiratórias

A taxa respiratória total (em nmol O2 min-1mg-1) das mitocôndrias pré-


tratadas com GalL usando como substrato NADH 8 mM não mostrou diferença
significativa (P≤0,05) durante o amadurecimento dos frutos. Foram registrados
valores médios em torno de 92,0; 85,6, e 79,0 nos frutos verdes, intermediários e
maduros, respectivamente (Figura 6A). Esses resultados diferem daqueles
verificados em mitocôndrias que não foram pré-tratadas com GalL, quando foi
61

verificada diferença na taxa respiratória total e devido às participações da COX e


AOX durante o amadurecimento dos frutos (Figura 4).
Os resultados revelaram, também, que na presença do GalL a adição dos
inibidores n-PG e azida não inibiu, respectivamente, a AOX e COX, independente
do estádio de amadurecimento dos frutos, sendo observado taxa de consumo de
O2 muito similar à taxa respiratória total (Figura 6A).
Para confirmar este efeito do GalL na respiração foram verificados outros
substratos respiratórios como piruvato 20 mM, glutamato 20 mM, succinato 15
mM e malato 10 mM (Figura 6). Em todos os outros substratos testados o
consumo de O 2 foi menor do que o verificado para NADH 8 mM como substrato
(Figura 4), tanto no que diz respeito a respiração total, como na respiração
específica para a COX e AOX (Figuras 6A-E). Também verifica-se, quando foram
utilizados outros substratos diferentes do NADH, que a taxa respiratória variou
durante o amadurecimento dos frutos, sendo maior (P≤0,05) nos frutos verdes em
relação aos estádios intermediário e maduro (Figuras 6B-E).
Mitocondrias pré-tratadas com GalL e usando piruvato 20 mM como
substrato registrou taxa respiratória total nos frutos verdes com médias de cerca
de 36,1 nmol O2 min-1mg-1, enquanto nos frutos nos demais estádios de
amadurecimento o valor médio foi em torno de 22,3 nmol O2 min-1mg-1 (Figura
6B).
A taxa respiratória total em mitocondrias pré-tratadas com GalL e usando
o glutamato 20 mM como substrato apresentou valores de 43,6 nmol O2 min-1mg-1,
enquanto nos frutos intermediários e maduros registrou taxas de 32,2 nmol O2
min-1 mg-1 e 21,8 nmol O2 min-1 mg-1, respectivamente (Figura 6C).
O pré-tratamento com GalL em mitocôndrias empregando o succinato 15
mM registrou taxa respiratória total nos frutos verdes com média de 49,2 nmol O2
min-1 mg-1, nos demais estádios avaliados o valor médio registrado foi em torno de
34,5 nmol O2 min-1 mg-1 (Figura 6D). Quando utilizou-se o malato 10 mM foi
observada taxa respiratória nos frutos verdes com média de 53,5 nmol O2 min-1
mg-1, enquanto nos frutos intermediários e maduros registrou taxas de 39,3 nmol
O2 min-1 mg-1 e 26,7 nmol O2 min-1 mg-1, respectivamente (Figura 6E).
A utilização dos substratos piruvato, glutamato, succinato e malato,
também revelaram, que na presença do GalL a adição dos inibidores n-PG e
azida não houve inibição, respectivamente, da AOX e COX, independente do
62

estádio de amadurecimento dos frutos, sendo observado taxa de consumo de O2


muito similar à taxa respiratória total (Figura 6B-E).
63

A B
160
GalL+NADH
160 GalL+Piruvato
140 n-PG
Taxa de consumo de O2

140 n-PG
Azida
(nmol O2 min-1 mg-1)

120 Azida
120
100 Aa Aa Aa
Aa Aa Aa 100
Aa Aa Aa
80 80
60 60
40 40 Aa Aa Aa
Ba Ba Ba Ba Ba Ba
20 20

0 0
Verde Intermediário Maduro Verde Intermediário Maduro

C D
160 160
GalL+Glutamato GalL+Succinato
140 140
Taxa de consumo O2
(nmol O2 min-1 mg-1

n-PG n-PG
120 120
Azida Azida
100 100
80 80
60 60 Aa Aa Aa
Aa Aa Aa Ba Ba Ba
40 Ba Ba Ba Ba Ba Ba 40 Ba Ba Ba

20 20

0 0
Verde Intermediário Maduro Verde Intermediário Maduro
Estádio de maturação Estádio de maturação
64

E
160
140 GalL+Malato

Taxa de consumo de O2
(nmol O2 min-1 mg-1)
120 n-PG

100 Azida

80
60 Aa Aa Aa
Ba Ba Ba
40 Ba Ba Ba
20
0
Verde Intermediário Maduro

Estádio de maturação

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os estádios de maturação (verde,
intermediário e maduro), enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre as taxas
respiratórias para o mesmo estádio de maturação pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 6. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas da polpa de frutos de mamão em três estádios de maturação
(verde, intermediário e maduro). As mitocôndrias foram pré-incubadas em GalL 5 mM antes de serem adicionados os substratos
NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM (6B), glutamato 20 mM (6C), succinato 15 mM (6D) e malato 10 mM (6E).
65

A adição de GalL ao meio de reação durante a avaliação da atividade


respiratória em mitocôndrias isoladas mudou significativamente o padrão de
resposta, em comparação ao pré-tratamento com GalL. Nesse caso, verifica-se
efeito inibitório dos bloqueadores das vias COX e AOX, assim como diferença
significativa na atividade respiratória durante o amadurecimento dos frutos,
independentemente do substrato utilizado (Figura 7). Os resultados mostram que
a inibição sequencial da COX e da AOX reduziu (P≤0,05) o consumo de O 2
independentemente do substrato utilizado, indicando a participação de cada uma
dessas vias na respiração total das mitocôndrias isoladas (Figura 7).
O uso de NADH 8mM como substrato respiratório na presença de GalL
mostrou uma taxa respiratória nos frutos verdes em torno de 144,9 nmol O2 min-1
mg-1, superior (P≤0,05) ao registrado para os frutos nos estádios intermediário
(95,3 nmol O2 min-1 mg-1) e maduro (84,9 nmol O2 min-1 mg-1), os quais não
diferiram entre si (Figura 7A).
Os substratos respiratórios piruvato 20 mM, glutamato 20 mM, e succinato
15 mM na presença de GalL, registraram taxa respiratória nos frutos verdes de
44,9 nmol O2 min-1 mg-1; 53,2 nmol O2 min-1 mg-1 e 60,5 nmol O2 min-1 mg-1,
respectivamente, sendo essas taxas respiratórias superiores (P≤0,05) aos outros
estádios avaliados. As taxas registradas para os frutos no estádio intermediário
(31,0 nmol O2 min-1 mg-1; 43,1 nmol O2 min-1 mg-1 e 49,2 nmol O2 min-1 mg-1) e
maduro (22,2 nmol O2 min-1 mg-1; 31,3 nmol O2 min-1 mg-1 e 38,02 nmol O2 min-1
mg-1), para o piruvato, glutamato e succinato, respectivamente, apresentaram
diferença siginificativa, sendo as taxas mais elevadas verificadas nos frutos
intermediários.
O malato como sustrato respiratório na presença de GalL apresentou taxa
respiratória total nos frutos verdes de 61,9 nmol O2 min-1 mg-1, média superior
(P≤0,05) à apresentada para os frutos nos estádios intermediário (50,9 nmol O2
min-1 mg-1) e maduro (46,8 nmol O2 min-1 mg-1), os quais não diferiram entre si.
66

A B
160 NADH+GalL 160
Aa
140
Taxa de consumo de O2

140 n-PG Piruvato+GalL


(nmol O2 min-1 mg-1)

120 Azida 120 n-PG


Ba
100 Ab 100
Aa Ba Azida
80 80
60 Bb 60 Aa
Ab Ba
40 40 Ca
Bb
20 20 Cb
Ac Ab Ac Ac Ac Ac
0 0
Verde Intermediário Maduro Verde Intermediário Maduro

C D
160 160
Taxa de consumo de O2

Glutamato+GalL Succinato+GalL
(nmol O2 min-1 mg-1)

140 140
120 n-PG 120 n-PG
100 100
Azida Azida
80 80
Aa
Aa 60 Ab Ba
60 Ab Ba Ab Ca
40 Bb Ca 40
Bb
Cb 20
20 Ac Ac Ac
Ac Ac Ac 0
0
Verde Intermediário Maduro
Verde Intermediário Maduro
Estádio de maturação
Estádio de maturação
67

E
160

140 Malato+GalL

Taxa de consumo de O2
(nmol O2 min-1 mg-1)
120 n-PG

100 Azida

80
Aa
Aa Ba
60
Bb Ba
40
Cb
20
Ab Ac Ac
0
Verde Intermediário Maduro
Estádio de maturação

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os estádios de maturação (verde,
intermediário e maduro), enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre as taxas
respiratórias para o mesmo estádio de maturação pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 7. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas da polpa de frutos de mamão em três estádios de maturação
(verde, intermediário e maduro). As taxas de consumo de O2 foram registradas apenas na presença de GalL 5 Mm com os seguintes
substratos respiratórios NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM (6B), glutamato 20 mM (6C), succinato 15 mM (6D) e malato 10 mM (6E).
68

É possível que o efeito do pré-tratamento das mitocôndrias com o GalL na


respiração das mitocôndrias isoladas da polpa do mamão seja devido ao AA
produzido pela atividade GalLDH. Para testar esta hipótese foi avaliada a taxa
respiratória em mitocondrias pré-tratadas com AA.
As mitocôndrias foram pré-tratadas em três concentrações de AA na
presença de NADH. Na figura 8A estão os resultados dos testes onde as
mitocôndrias foram pré-tratadas com a concentração de AA 0,05 mM,
apresentando taxa respiratória total nos frutos verdes de 55,14 nmol O2 min-1 mg-
1
, superior (P≤0,05) à verificada nos frutos intermediários (41,4 nmol O2 min-1 mg-
1
) e maduros (36,2 nmol O2 min-1 mg-1). Entre frutos nos estádios intermediários e
maduros não foi verificada diferença significativa.
Quando foi testada a concentração de AA 0,5 mM observa-se diferença
significativa entre os diferentes estádios de amadurecimento. Os frutos verdes
apresentaram média superior (P≤0,05) registrando taxa respiratória total de 58,02
nmol O2 min-1 mg-1, enquanto nos frutos intermediários e maduros a taxa
respiratória foi de 43,2 nmol O2 min-1 mg-1 e 40,9 nmol O2 min-1 mg-1,
respectivamente, não diferindo entre si (Figura 8B).
Na figura 8C a concentração de AA 5 mM apresentou diferença
significativa entre os estádios de amadurecimento, a média superior (P≤0,05)
registrada foi para os frutos verdes com taxa respiratória total de 78,15 nmol O2
min-1 mg-1 , enquanto os frutos intermediários e maduros registrou médias de 63,5
nmol O2 min-1 mg-1 e 49,1 nmol O2 min-1 mg-1, respectivamente.
69

A B
160
160
AA 0,05 mM + NADH AA 0,5 mM +NADH
140 140
Taxa de consumo de O2

n-PG n-PG
(nmol O2 min-1 mg-1)

120 120
Azida Azida
100 100
80 80
60 Aa Aa Aa
Aa 60
Ba Ba Ba
Ba
40 Bb 40 Bb
Cb Cb
20 20
Ab Ac Ac Ab Ac Ac
0 0
Verde Intermediário Maduro Verde Intermediário Maduro
Estádio de maturação Estádio de maturação
70

C
160

140 AA 5 mM + NADH

Taxa de consumo de O2
n-PG

(nmol O2 min-1 mg-1)


120
Azida
100
Aa
80
Aa Ba
60 Bb Ba
40 Cb

20
Ab Ac Ac
0
Verde Intermediário Maduro
Estádio de maturação

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os estádios de maturação (verde,
intermediário e maduro), enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre as taxas
respiratórias para o mesmo estádio de maturação pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 8. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas de polpa de frutos de mamão em três estádios de maturaçã o
(verde, intermediário e maduro). As mitocôndrias foram pré-incubadas em AA com as seguintes concentrações 0,05 mM (8A); 0,5 mM
(8B) e 5 mM (8C) antes da adição do substrato NADH 8 mM.
71

O efeito do GalL na atividade respiratória em mitocôndrias isoladas


também foi avaliado em frutos maduros de morango, em função de diferentes
substratos respiratórios.
O consumo de O2 em mitocôndrias pré-tratadas com GalL não foi
influenciado (P≤0,05) pela adição dos bloqueadores das vias COX (azida) e AOX
(n-PG), independente do substrato respiratório utilizado (Figura 9). Mitocondrias
pré-tratadas com GalL e usando NADH 8mM como substrato registrou taxa
respiratória total de cerca de 56,9 nmol O2 min-1mg-1 (Figura 9A).
Utilizando os substratos respiratórios piruvato 20 mM, glutamato 20 mM,
succinato 15 mM e malato 10 mM em mitocôndrias pré-tratadas com GalL 5 mM,
observa-se taxas respiratórias totais de 39,1 nmol O2 min-1 mg-1; 42,5nmol O2 min-
1
mg-1, 55,2 nmol O2 min-1 mg-1 e 47,3 nmol O2 min-1 mg-1 , respectivamente
(Figuras 9B-E).
72

A B

160
GalL+NADH 160 GalL+Piruvato
Taxa de consumo de O2

140
(nmol O2 min-1 mg-1)

n-PG 140
120 Azida
n-PG
120
100 Azida
100
80
a a a 80
60
60
40 a a a
40
20
20
0
0

C D
160 160
GalL+Succinato
Taxa de consumo de O2

140 GalL+Glutamato 140


(nmol O2 min-1 mg-1)

n-PG
120 n-PG 120
Azida
100 Azida
100
80 80
60 a a a
a a a 60
40 40
20 20
0 0
73

E
160

140 GalL+Malato
n-PG

Taxa de consumo de O2
120

(nmol O2 min-1 mg-1)


Azida

100

80

60
a a a
40

20

As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 9. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas de polpa de frutos de morango. As mitocôndrias foram pré-
incubadas em GalL 5 mM antes de serem adicionados os substratos NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM (6B), glutamato 20 mM (6C),
succinato 15 mM (6D) e malato 10 mM (6E).
74

Foi também avaliado o efeito da adição de GalL ao meio de reação


durante as medidas da atividade respiratória em mitocôndrias isoladas e sua
consequência sobre as vias COX e AOX (Figura 10). Diferentemente do que havia
sido verificado com o pré-tratamento com GalL (Figura 9), verifica-se efeito
(P0,05) inibitório do bloqueador da COX, mas não do bloqueador da AOX,
independente do substrato utilizado (Figuras 10A-E). Esses resultados diferem
daquele verificado no mamão maduro (Figuras 7A-E), devido à insensibilidade ao
bloqueador da AOX e também, por apresentar uma respiração residual, mesmo
após a adição do n-PG e da azida. Esses resultados da respiração em
mitocôndrias isoladas da polpa do morango parecem indicar que nesses frutos
maduros a via AOX não está presente como foi constatado no mamão maduro.
75

A B

160 NADH+GalL
160
Taxa de consumo de O2

140 Piruvato+GalL
(nmol O2 min-1 mg-1)

n-PG 140
120 120 n-PG
Azida
100 100 Azida

80 a a 80
60 60 a a
40 40
20 b 20 b
0 0

C D
160 160
Succinato+GalL
140
Taxa de consumo de O2

140
(nmol O2 min-1 mg-1)

Glutamato+GalL n-PG
120 120
n-PG Azida
100 100
Azida
80 80
a a a a
60 60
40 40
20 b 20 b
0 0
76

E
160
140

Taxa de consumo de O2
(nmol O2 min-1 mg-1)
Malato+GalL
120 n-PG
100 Azida

80
a a
60
40
20 b
0

As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 10. Taxa de consumo de O2 (nmol min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas de polpa de frutos de morango. As taxas de consumo de O 2
foram registradas apenas na presença de GalL 5 Mm com os seguintes substratos respiratórios NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM
(6B), glutamato 20 mM (6C), succinato 15 mM (6D) e malato 10 mM (6E).
77

Efeito do GalL nas vias respiratórias em frutos de tomate com linhas


transgênicas com a GalLDH silenciada e tipo selvagem

Para explorar melhor a relação entre o pré-condicionamento das


mitocôndrias em GalL e a possível relação com a atividade GalLDH e a atividade
respiratória foram analisadas a capacidade respiratória das mitocôndrias de frutos
de tomate selvagem e transgênicos com a GalLDH silenciada na presença do
precursor GalL. Para isso foram utilizados tomates em dois estádios de
maturação (verde e maduro).
A adição dos bloqueadores n-PG e azida não inibiu o consumo de O 2 nas
mitocôndrias isoladas do tomate WT em qualquer dos substratos utilizados para
quantificar a respiração (Figuras 11A-E). Porém, resultados distintos podem ser
observados nas linhas 5-13 e 8-14, onde a adição dos bloqueadores da COX e
AOX levou a inibição das vias COX e AOX, mostrando queda na taxa respiratória
(Figuras 11A-E). Destaca-se, ainda, que quando foi utilizado o NADH 8mM como
substrato respiratório, a taxa respiratória total e a da via COX foi mais alta
(P0,05) nas linhas transgências 5-13 e 8-14 em comparação ao WT (Figura
11A). Para os demais substratos prevalece a tendência de maior atividade
respiratória total e das vias COX e AOX no WT em comparação as linhas 5-13 e
8-14 (Figuras 11B-E).
78

A B
160 160
GalL+NADH GalL+Piruvato
140 140 n-PG
Aa n-PG
Taxa de consumo de O2

120
(nmol O2 min-1 mg-1)

120 Azida Azida


Ab Ba
100 Bb 100
Ca Ca Aa 80
80
60 60
Aa Aa Aa
40 40 Ba
Bb Ba
20 Ba
20 Bc Bb
Bc Bc 0
0 WT 5-13 8-14
WT 5-13 8-14

C D
160
160
140
Taxa de consumo de O2

GalL+Glutamato
140
(nmol O2 min-1 mg-1)

120 n-PG GalL+Succinato


120
100 n-PG
Azida 100
Azida
80
80
60 60
40 Aa Aa Aa Aa Aa Aa
Aa 40 Ba
Bb Ba Ba Bb Ba
20 20 Ba
Bc Bb Bc Bb
0 0
WT 5-13 8-14 WT 5-13 8-14
79

E
160
GalL+Malato
140

Taxa de consumo de O2
n-PG

(nmol O2 min-1 mg-1)


120 Azida

100
80
60
Aa Aa Aa Aa Aa
40 Bb Bb
20
Bc Bc
0
WT 5-13 8-14

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os genótipos (WT, 5-13 e 8-14), enquanto
as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre as taxas respiratórias para o mesmo
genótipo pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 11. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas de polpa de frutos dos genótipos de tomate (WT, 5-13 e 8-14)
com o padrão de amadurecimento caracterizado como verde. As mitocôndrias foram pré-incubadas em GalL 5 mM antes de serem
adicionados os substratos NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM (6B), glutamato 20 mM (6C), succinato 15 mM (6D) e malato 10 mM
(6E).
80

Novamente foi testado o efeito da adição de GalL ao meio de reação


durante a avaliação do consumo de O2 em mitocôndrias isoladas (Figuras 12A-E).
Os resultados mostram uma mudança significativa em relação ao pré-tratamento
com GalL (Figuras 11A-E), principalmente na respiração do WT. Nesse caso,
verifica-se efeito inibitório dos bloqueadores das vias COX e AOX, no tomate WT,
o que não foi verificado quando as mitocôndrias foram pré-tratadas com GalL.
Para as duas linhas transgênicas, entretanto, não foi verificado qualquer efeito na
taxa respiratória em função da aplicação dos inibidores da COX e AOX entre
mitocôndrias pré-tratadas com GalL e aquelas onde o GalL foi adicionado ao meio
de reação durante as medidas do consumo de O 2 (Figuras 12A-E).
81

A B
160 NADH+GalL Piruvato+GalL
n-PG 160
n-PG
140
Taxa de consumo de O2

Aa Azida 140 Azida


(nmol O2 min-1 mg-1)

120 Aa 120
Ab
100 Ba ABa 100
Ba
80 80
60 60 Aa Aa
40 40 Aa
Ab
Ab Ab
20 20
Ab Ac Ab Ac Ac Ac
0 0
WT 5-13 8-14 WT 5-13 8-14

C D
160
160
140 140
Taxa de consumo de O2

Glutamato+GalL Succinato+GalL
(nmol O2 min-1 mg-1)

120 120
n-PG n-PG
100 100
Azida Azida
80 80

60 Aa 60
Aa
Ba ABa Aa Aa
40 Ab 40 Ab
Bb Ab Ab
Bb 20
20
Ac Ac Ac Ac Ac Ac
0 0
WT 5-13 8-14 WT 5-13 8-14
82

E
160
140

Taxa de consumo de O2
(nmol O2 min-1 mg-1)
Malato+GalL
120
n-PG
100
Azida
80 Aa
ABa
60 Ba
Ab Aa
40 Bb

20
Ac Ab Ac
0
WT 5-13 8-14

As médias seguidas pela mesma letra maiúsculas não diferem entre si na comparação entre os genótipos (WT, 5-13 e 8-14),
enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre as taxas respiratórias para o
mesmo genótipo pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 12. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas de polpa de frutos dos genótipos de tomate (WT, 5-13 e 8-14)
com o padrão de amadurecimento caracterizado como verde. As taxas de consumo de O2 foram registradas apenas na presença de
GalL 5 Mm com os seguintes substratos respiratórios NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM (6B), glutamato 20 mM (6C), succinato 15
mM (6D) e malato 10 mM (6E).
83

O mesmo ensaio também foi realizado em frutos de tomate maduros e os


resultados verificados mostram uma tendência muito semelhante aquela
registrada em frutos verdes (Figuras 13A-E e 14A-E). Exceto, porém, que de
modo geral nos frutos maduros as taxas respiratórias foram mais baixas que nos
frutos verdes, o que sugere que o estádio de maturação influenciou mais na
intensidade do consumo de O2, que na participação relativa entre as vias COX e
AOX. Novamente observa-se que o pré-tratamento das mitocôndrias com GalL
resultou na insensibilidade das vias COX e AOX aos seus inibidores específicos,
azida e n-PG, respectivamente, como havia sido verificado em frutos de tomate
verdes, assim como no mamão, enquanto nas linhas transgênicas apresentou
sensibilidade. Também pode-se inferir que a atividade GalLDH tem efeito no
transporte de elétrons tanto em frutos verdes (Figuras 11A-E e 12A-E) como em
frutos maduros (Figuras 13A-E e 14A-E),
84

A B
160
160 GalL+Piruvato
GalL+NADH 140
140 n-PG
Taxa de consumo de O2

n-PG 120
(nmol O2 min-1 mg-1)

120 Azida
Azida 100
100
Aa Aa 80
80 Ba Aa Aa
60
60 Bb Aa Aa Aa Aa Aa
Cb 40
40 Bb Bb
20 20
Bc Bc Bc Bc
0 0
WT 5-13 8-14 WT 5-13 8-14

C D
160 160
Taxa de consumo de O2

GalL+Glutamato GalL+Succinato
140 140
(nmol O2 min-1 mg-1)

120 n-PG n-PG


120
Azida Azida
100 100
80 80
60 60
Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa
40 Aa Aa Aa 40
Bb Bb Bb Bb
20 20
Bc Bc Bc Bc
0 0
WT 5-13 8-14 WT 5-13 8-14
85

E
160
140

Taxa de consumo de O2
(nmol O2 min-1 mg-1)
GalL+Malato
120 n-PG
100 Azida

80
60 Aa Aa Aa
Ba
40 Ca
Bb Bb
20
Bc Bc
0
WT 5-13 8-14

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os genótipos (WT, 5-13 e 8-14), enquanto
as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre as taxas respiratórias para o mesmo
genótipo pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 13. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-PG
(inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas de polpa de frutos dos genótipos de tomate (WT, 5-13 e 8-14)
com o padrão de amadurecimento caracterizado como maduro. As mitocôndrias foram pré-incubadas em GalL 5 mM antes de serem
adicionados os substratos NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM (6B), glutamato 20 mM (6C), succinato 15 mM (6D) e malato 10 mM
(6E).
86

A B
160
NADH+GalL 160
Taxa de consumo de O2 140 Piruvato+GalL
n-PG 140
(nmol O2 min-1 mg-1) 120 n-PG
Azida 120
Aa
100 Ba Azida
100
80 Ca
80
60 Ab Ab
Bb 60 Aa
40 Aa Aa
40 Ab Ab Ab
20
Ac Ac Ac 20
0 Ac Ac Ac
WT 5-13 8-14 0
WT 5-13 8-14

C D
160 160

140 Glutamato+GalL 140 Succinato+GalL


Taxa de consumo de O2
(nmol O2 min-1 mg-1)

n-PG 120 n-PG


120
Azida Azida
100 100
80 80
60 Aa 60 Aa
Aa Aa Aa Aa
40 Ab 40 Ab
Ab Ab Ab Ab
20 20
Ac Ac Ac Ac Ac Ac
0 0
WT 5-13 8-14 WT 5-13 8-14
87

E
160
140

Taxa de consumo de O2
Malato+GalL

(nmol O2 min-1 mg-1)


120
n-PG
100 Azida
80
Aa
60 Ba
Ba
40 Ab
Bb Bb
20
Ac Ac Ac
0
WT 5-13 8-14

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os genótipos (WT, 5-13 e 8-14),
enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre as taxas respiratórias para o
mesmo genótipo pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 14. Taxa de consumo de O2 (nmol O2 min-1 mg-1) em função do substrato respiratório utilizado e após as adições de n-
PG (inibidor da AOX) e azida (inibidor da COX) em mitocôndrias isoladas de polpa de frutos dos genótipos de tomate (WT, 5-13
e 8-14) com o padrão de amadurecimento caracterizado como maduro. As taxas de consumo de O2 foram registradas apenas
na presença de GalL 5 Mm com os seguintes substratos respiratórios NADH 8mM (6A), piruvato 20 mM (6B), glutamato 20 mM
(6C), succinato 15 mM (6D) e malato 10 mM (6E).
88

DISCUSSÃO

A enzima GalLDH influencia na capacidade do transporte de elétrons das


vias respiratórias em mitocôndrias de frutos. Neste trabalho, foram feitos ensaios
para a avaliação da atividade respiratória em mitocôndrias isoladas dos frutos.
Mais precisamente, no que se refere à atividade da GalLDH na síntese de AA e
seus efeitos na regulação da atividade respiratória, envolvendo as vias COX e
AOX. Para realização deste ensaio os frutos foram padronizados de acordo com
os estádios de maturação.
De acordo com o amadurecimento dos frutos de mamão houve uma
queda na taxa respiratória total. Resultado que também foi observado por
Nogueira et al. (2011) que verificaram que a maior taxa respiratória nos frutos
verdes deve-se, possivelmente, ao fato de estes terem atingido a maturidade
fisiológica e ainda estarem em fase final de crescimento. Como se sabe, a fase de
crescimento se caracteriza por intensa divisão celular e atividade respiratória
(Bregoli et al., 2002).
Com o acompanhamento da taxa respiratória durante o amadurecimento
do mamão foi possível observar uma diminuição na taxa respiratória total e na
participação da COX com consequente aumento na participação da AOX. Silva et
al. (2015) trabalhando com híbridos de mamão verificaram resultados
semelhantes, mostrando que o híbrido Tainung01 apresentou uma taxa
respiratória decrescente ao longo do amadurecimento do fruto, passando de
340,8 para 170,5 nmol O2 mg-1.min-1, o que representa a redução de cerca de
50% na taxa total, ligeriramente mais alta que a redução de 39,8% verificada aqui
nesse ensaio.
Oliveira et al. (2015) avaliando o mamão ‘Golden’ nos mesmos estádios
de maturação registraram diminuição (P0,05) na taxa respiratória total. Os
mesmos autores avaliando a capacidade da AOX em mitocôndrias isoladas
verificaram um aumento significativo entre os frutos verdes, intermediários e
maduros. Segundo Oliveira et al. (2015) a capacidade da AOX aumentou cerca de
50% entre os frutos verdes e frutos maduros, duplicando entre os frutos verdes e
frutos intermediários, o que confirma a maior contribuição da AOX durante o
amadurecimento dos frutos.
89

O mamão é considerado bastante perecível e com uma vida útil


relativamente curta devido ao seu padrão respiratório, ao alto conteúdo de água e
à intensa atividade de enzimas que degradam a parede celular (Jacomino et al.,
2002). No caso do mamão, a utilização de ácidos orgânicos como substrato
respiratório é justificada pelo fato de os teores de açúcares, que também são
substratos para a respiração, reduzirem muito pouco ao longo do
amadurecimento do fruto (Lazan et al., 1995; Fabi et al., 2007; Jacomino et al.,
2010). A expressiva participação da AOX na respiração do mamão pode ser
devido ao desacoplamento mitocondrial, o que resulta em menor resistência ao
fluxo de elétrons na CTE (Millar et al., 2011; Perotti et al., 2014), verificado a partir
da diminuição do controle respiratório registrado (4,5 a 2,5) nas medidas da
respiração em mitocôndrias isoladas (Duque e Arrabaça, 1999; Pinheiro et al.,
2004; Mariano et al., 2008; Oliveira et al., 2015).
A AOX está associada ao aumento na respiração dos frutos climatéricos
durante o amadurecimento, juntamente com a proteína desacopladora (Duque e
Arrabaça, 1999; Vercesi et al., 2006; Oliveira et al., 2015). Dessa forma, a
possibilidade de minimizar a atividade da AOX pode ser uma maneira de
influenciar no controle das transformações bioquímicas relacionadas ao
amadurecimento, possivelmente prolongando a vida útil do fruto de mamão.
A participação da AOX na respiração dos frutos climatéricos e sua
correlação com os vários processos metabólicos associados ao amadurecimento
de frutos precisam ser melhor compreendidos, podendo ser uma ferramenta útil
no desenvolvimento de métodos e procedimentos para prolongar a vida útil,
principalmente de frutos climatéricos.
A atividade da COX na respiração dos frutos de mamão diferiu
significativamente entre os estádios avaliados. Silva et al. (2015) verificaram que
a participação da COX na respiração durante o amadurecimento do mamão foi
decrescente, oscilando de 57,8% a 16,2% para o híbrido UENF/Caliman01 e
65,0% a 22,7% para o Tainung01.
A participação da COX na respiração durante o amadurecimento de frutos
climatéricos é decrescente com o tempo. Holtzapffel et al. (2002), ao investigarem
a atividade de vários componentes da cadeia respiratória mitocondrial em tomates
tratados com frio, puderam observar um aumento na expressão da AOX durante o
amadurecimento. Ainda de acordo com esses autores, houve uma diminuição na
90

expressão de algumas subunidades constituintes de determinados complexos da


CTE, principalmente pertencentes a ATP sintase e COX (Kumar e Sinha, 1992).
Considini et al. (2001), avaliando a expressão da AOX durante o período
de amadurecimento em mangas, também perceberam elevação na expressão da
AOX. Estes autores ainda sugerem que esta proteína atua facilitando a
senescência enquanto a atividade da COX encontra-se em declínio devido à
diminuição da demanda por ATP nesta fase.
O morango apesar de ser um fruto não climatério apresenta atividade
respiratória muito alta (Iannetta et al., 2006), neste trabalho em que avaliou
mitocôndrias isoladas de morango, observou-se taxa respiratória relativamente
alta principalmente por estes frutos estarem maduros (Figura 5). De acordo com a
literatura os frutos de padrão não climatério apresentam atividade da AOX
praticamente nula, o que também se observa neste ensaio, o que difere de frutos
de padrão climatério no qual observa aumento da atividade da AOX ao longo do
amadurecimento (Holtzapffel et al., 2002).
As mitocondrias de morango apresentaram controle respiratório baixo, em
torno de 1,8 uma vez que os frutos encontravam-se maduros, o que pode ser
considerado boas preparações com mitocondrias ativas (Duque e Arrabaça, 1999;
Pinheiro et al., 2004; Mariano et al., 2008; Oliveira et al., 2015).
De acordo com Wills et al. (1998), durante a fase de maturação de frutos
não climatéricos sua taxa respiratória diminui e se estabiliza não apresentando
pico ou elevação até a senescência, desta forma frutos com este padrão
amadurecem de forma mais lenta. Sendo assim, o amadurecimento só acontece
quando o fruto ainda está ligado à planta mãe, diferente dos frutos climatéricos
que completam o amadurecimento mesmo após a colheita. A fase de
amadurecimento dos frutos climatéricos é marcada pelo aumento nas taxas
respiratórias e na produção de etileno (Souza et al., 2014).
Xu et al. (2012), demonstraram que tanto a superexpressão quanto a
subexpressão dos genes da família AOX provocam mudanças perceptíveis na
maturação. O silenciamento da AOX em tomateiro prolongou a vida pós-colheita
elevando o tempo de maturação e reduzindo a mudança de cor do epicarpo. O
aumento na participação da AOX no consumo total de O2 está ligado com o
amadurecimento.
91

Em frutos não climatéricos, após a aplicação exógena de etileno, não se


pode observar aumento na produção de etileno e na taxa respiratória e a
atividade da AOX está presente de forma bastante limitada (Lurie e Klein, 1990;
Kays, 1994).
Em morango a participação da COX em relação à respiração total não
segue um padrão de frutos climatéricos, onde geralmente a atividade deste
complexo sofre redução com o amadurecimento dos frutos (Considini et al., 2001;
Holtzapffel et al., 2002). Aqui se verifica que a participação da COX na taxa
respiratória total do morango foi elevada nos frutos maduros (Figura 5).
A AOX apesar de não apresentar participação no processo respiratório
nas mitocôndrias isoladas de morango, participa de todos os outros processos
relacionados à atividade da enzima GalLDH, síntese e acumulação de AA. A
atuação dessa enzima na CTE mitocondrial de frutos não climatérios ainda
precisa ser melhor detalhada.
Pinheiro et al. (2004) não identificaram participação desta via em
tubérculos de batata armazenados em temperatura ambiente, somente foi
verificada a contribuição da AOX quando o tecido foi submetido ao estresse pelo
frio ou por envelhecimento artificial. Assim, não é possível dizer que os níveis
reduzidos da participação da AOX em morango quando comparados aos da COX
podem sofrer alterações caso as características de armazenamento mudem,
como por exemplo em condições de baixa temperatura, onde apesar de não se
conhecer o mecanismo, a atividade AOX é estimulada (Calegario et al., 2003).
Ainda, para a confirmação da atividade característica ou induzida da AOX em
morango precisaria da complementação desses resultados com análises em
outros frutos de padrão não climatério.
Sabe-se que a etapa final da síntese de AA tem como sítio a mitocôndria,
mais precisamente a membrana interna, onde a oxidação de GalL e a
consequente formação de AA tem suporte na CTE. O citocromo C é o receptor
dos elétrons provenientes desta reação, responsável por também reduzir a COX
que por fim utiliza estes elétrons para reduzir o O2 a H2O. Isso torna o AA um
importante substrato respiratório e também significativamente influente no
consumo de oxigênio, possibilitando aumentos na taxa respiratória mitocondrial
em tecidos com alto conteúdo total de AA (Bartoli et al., 2000; Millar et al., 2003).
92

Os resultados aqui apresentados em frutos de mamão mostram a


respiração sendo influenciada pela síntese de AA. Nessas condições, observa-se
menores taxas de consumo de O2, provavelmente, devido à menor disponibilidade
dos elétrons vindos apenas da oxidação do GalL na conversão à AA. Porém, o
resultado mais marcante, certamente, foi a insensibilidade das vias AOX e COX
aos seus respectivos bloqueadores, quando as mitocôndrias são pré-tratadas com
GalL (Figura 6), o que não se repete quando o GalL é fornecido durante o
estímulo à respiração e não em pré-condicionamento (Figura 7). Os resultados
verificados mostram que tal efeito se deve não à presença do GalL, mas muito
provavelmente à atividade da GalLDH. Admitindo que os bloqueadores da COX e
da AOX estão inibindo estas vias, então o que poderia estar consumindo O 2
quando as mitocôndrias foram pré-condicionadas ao GalL, seria a GalLDH? Outra
possibilidade, ainda considerando a hipótese da resposta ser devido à atividade
GalLDH, seria a ativação da GalLDH gerar algum impedimento ao bloqueio de
ambas as oxidases terminais. Em ambas as possibilidades, a influência da
GalLDH no transporte de elétrons em mitocôndrias isoladas de frutos se mostra
além da sua função até então conhecida, ou seja, de sintetizar o AA a partir do
GalL, usando os elétrons doados pelo citocromo C (Bartoli et al., 2000; Millar et
al., 2003; Bartoli et al., 2005).
Um trabalho com plantas transgênicas de Arabidopsis thaliana com linhas
antisenso da AOX, assim como usando linhas com aumento da expressão da
AOX realizado em condições de intensidades de luz variadas, Bartoli et al. (2006)
mostraram que o acúmulo e a síntese de AA, em folhas inteiras e em
mitocôndrias isoladas, foram mais elevados em plantas onde a capacidade da
AOX era maior, independente da intensidade luminosa.
Também é possível fazer associações entre a COX com a síntese de AA.
A GalLDH catalisa a oxidação do GalL tendo como aceitador dos elétrons
liberados nessa reação o citocromo C, assim o GalL é convertido em AA e por
meio desta reação a COX recebe elétrons sendo reduzida. Assim, indiretamente,
a COX contribui para o mecanismo antioxidante não enzimático do AA, ajudando
a diminuir os níveis de espécies reativas de oxigênio (Bartoli et al., 2000; Millar et
al., 2003; Szarka et al., 2007; Blokhina e Fagerstedt, 2010).
Ainda não está totalmente esclarecido se a atividade da enzima GalLDH na
produção do AA é necessária para o funcionamento do complexo I (Szarka et al.,
93

2013). Apesar desta questão, o mais interessante é que o fluxo de elétrons


através do complexo I tem um papel regulador sobre a capacidade de biossíntese
do AA (Millar et al., 2003). Assim como o AA pode, também, ter um papel no
equilíbrio do fluxo de elétrons na CTE mitocondrial sob diferentes condições
ambientais (Szarka et al., 2013).
Mais estudos ainda serão necessários para determinar o efeito da
GalLDH na atividade da CTE e sobre as vias respiratórias, principalmente a AOX
e COX, assim como avaliar se estes resultados se aplicam a outros genótipos de
mamão, bem como a outros frutos climatérios durante o período de
amadurecimento.
Assim como verificado no mamão, a ativação da GalLDH a partir do pré-
condicionamento de mitocôndrias de morango em GalL, apresentou os mesmos
resultados independente do substrato respiratório presente (Figuras 6 e 9).
Porém, as mitocondrias dos frutos de morango apresentaram resultados
diferentes e marcantes em relação ao observado nas mitocondrias de mamão.
Enquanto as mitocôndrias de mamão apresentam sensibilidade aos bloqueadores
das vias COX e AOX quando o GalL é fornecido durante o estímulo à respiração,
em mitocôndrias de morango observa-se uma completa insensibilidade da AOX
ao seu inibidor. Também, diferentemente do que foi observado no mamão, após a
adição dos bloqueadores da AOX e da COX, ainda foi verificada atividade
respiratória nas mitocôndrias isoladas da polpa do morango maduro (Figuras 7 e
10). Este padrão observado pode significar que a taxa respiratória apresentada
em mitocondrias de morango seja consequência de uma menor participação da
AOX, assim como da presença de alguma via, além da COX e AOX, responsável
por uma respiração residual. Em frutos como o morango, com apenas uma via de
respiração predominante no caso a COX, qual outra via seria capaz de consumir
O2 na presença do bloqueador da COX?
Uma possível hipótese é que a GalLDH apresente atividade oxidase. Foi
previamente demonstrada que esta enzima possui baixa atividade oxidase,
entretanto esse trabalho foi realizado com a enzima purificada (Leferink et al.,
2008). É possível aqui nesse trabalho onde a enzima GalLDH se encontra na
mitocôndria junto aos outros componentes da CTE mitocondrial, a GalLDH pode
apresentar maior atividade oxidase. Os resultados até aqui obtidos são bastante
consistentes no sentido de que há o envolvimento da GalLDH no consumo de O 2
94

na CTE, mesmo com o bloqueio das duas oxidases terminais da CTE, a AOX e a
COX, em mitocôndrias de mamão e morango. Tal afirmação também leva em
consideração o fato de este efeito inibitório não acontece em tomates mutantes
transgênicos onde a enzima GalLDH não se expressa.
Especificamente, a GalLDH está ligada ao complexo l e sua
funcionalidade está junto deste complexo mitocondrial em Arabidopsis, sendo a
mesma regulada pela atividade da CTE (Heazlewood et al., 2003; Millar et al.,
2003). A partir desta constatação, espera-se que a atividade da GalLDH influencie
sobre o resto da via respiratória, uma propriedade improvável à luz do
conhecimento atual tendo em vista a participação da enzima na etapa final da via
metabólica de biossíntese do AA (Bartoli et al., 2005).
Diante do ineditismo dos resultados obitidos e da falta de dados na
literatura a respeito dos mesmos, é natural o surgimento de algumas dúvidas. Por
exemplo, a insensibilidade das vias AOX e COX aos seus respectivos
bloqueadores quando as mitocôndrias são pré-tratadas com GalL, é devido à
ativação da GalLDH ou uma consequência do produto da oxidação do GalL, ou
seja, o AA? Os resultados mostram que esse efeito se deve à atividade da
GalLDH e não à presença do GalL. Assim como, os resultados demonstraram,
também, que a presença de AA no meio não teve o mesmo efeito sobre a
sensibilidade das vias AOX e COX aos seus bloqueadores (Figura 8).
Foram testados o efeito da ativação da GalLDH em frutos transgênicos de
tomates com a GalLDH silenciada com o propósito de observar os efeitos dessa
enzima na respiração.
A taxa respiratória mediada pelo transporte de elétrons na presença de
GalL apresentou uma diminuição quando comparados com a taxa respiratória
iniciada por qualquer outro substrato da respiração, sendo o mesmo observado
tanto em frutos verdes, quanto maduros. Alhagdow et al. (2007), trabalhando com
as mesmas linhas transgênicas obteve resultados semelhantes, utilizando o GalL
para introduzir o fluxo de elétrons ao citocromo C, a taxa de respiração em ambas
as linhas transgênicas também foi reduzida cerca de 50% em mitocôndrias
isoladas comparadas ao controle (WT).
Pineau et al. (2008) verificaram quantidades reduzidas do complexo I ao
caracterizarem um mutante de Arabidopsis thaliana que teve o gene que codifica
a GalLDH silenciada. Em contraste, as quantidades dos outros complexos
95

proteicos da CTE mitocondrial não foram alteradas. Por isso, especula-se que a
GalLDH, além de seu papel na formação do AA, representa um fator importante
para a estrutura do complexo I (Schertl et al., 2012).
Os resultados obtidos neste trabalho são interessantes, confirmando uma
forte ligação funcional entre a respiração e a síntese de AA. Esta associação
funcional pode explicar, por exemplo, porque a atividade da GalLDH é
dependente da intensidade da luz em plantas na fase de crescimento (Smirnoff,
2000; Bartoli et al, 2006).
O AOX regula o estado de alta energia na membrana mitocondrial o que
deve influenciar na síntese de AA pela localização da GalLDH, uma vez que
disponibiliza mais citocromo C oxidado, aumentando a acumulação do AA.
Porém, neste trabalho observa-se que além de influenciar o estado de alta
energia na membrana, a AOX participa juntamente com a GalLDH nos processos
de síntese do AA e respiração (consumo de O2).
O papel da AOX no metabolismo vegetal ainda não está bem
estabelecido, até o momento a única função comprovada é sua ação termogênica
em tecidos florais de algumas espécies de aráceas, onde essa enzima é
responsável pela geração de calor usado para volatilizar compostos aromáticos
capazes de atrair insetos polinizadores durante o desenvolvimento floral (Raskin
et al., 1989). Também é atribuida à AOX a capacidade de minimizar a geração de
ERO, sob condições de estresse, por consumir mais rapidamente os eletróns da
CTE, evitando-se assim que estes possam ser utilizados para a redução parcial
do O2, que formaria superóxido ou radical hidroxila (Moller, 2001). Para Siedow e
Umbach (2000), a AOX tem a função de ajustar o fluxo de elétrons da CTE
quando o metabolismo respiratório é perturbado, sendo gerado um sobrefluxo de
elétrons, nem sempre associado ao aumento na produção de energia (ATP) nas
mitocôndrias. Segundo estes autores, o sobrefluxo de elétrons é necessário para
manter a ciclagem de esqueletos carbônicos através da glicólise e do ciclo de
Krebs ou ciclo dos ácidos tricarboxilicos, quando a via COX está reprimida por
algum fator de estresse, evitando-se dessa forma a autooxidação da ubiquinona
reduzida e a subsequente formação de ERO. Ainda, de acordo com Oliveira et al.
(2015) o aumento na atividade AOX no mamão maduro seria uma consequência
do processo de amadurecimento, o que levaria ao aumento no desacoplamento
das mitocôndrias, uma consequência da ação do etileno (Mazorra et al., 2013).
96

A participação da AOX na respiração, assim como a síntese de AA e sua


correlação com os vários processos metabólicos associados ao amadurecimento
e também o controle na produção de ERO, precisam ser melhor compreendidos.
O entendimento e o controle desses processos podem ser úteis no
desenvolvimento de métodos e procedimentos para prolongar a vida de prateleira
e acumulação de AA nos frutos.
Este trabalho estabelece uma base para os futuros trabalhos sobre a
regulação da GalLDH em frutos climatérios e não climatérios e a importância da
cadeia de transporte de elétrons mitocondrial nessa regulação, juntamente com a
síntese e a acumulação de AA nos frutos.

CONCLUSÃO

A enzima GalLDH influencia na capacidade do transporte de elétrons das


vias respiratórias nas mitocôndrias de frutos.
A oxidação do GalL é sustentada por uma via alternativa redutora de O 2
resistente aos inibidores da AOX e COX.
As mitocôndrias isoladas de frutos de morango não apresentam a
atividade da AOX.

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102

4.2. Influência do transporte de elétrons na capacidade de síntese e


acumulação de AA em mitocôndrias de frutos

RESUMO

A L-galactono-1,4-lactona desidrogenase (GalLDH) catalisa o último passo na via


principal de síntese de AA em plantas. Há evidencias da influência da GalLDH
sobre o transporte de elétrons em mitocôndrias isoladas. O presente trabalho tem
como objetivo avaliar os efeitos dos substratos e bloqueadores respiratórios na
capacidade de síntese e acumulação de AA em mitocôndrias de frutas com
diferentes níveis de participação da AOX na respiração total. Os níveis da AOX
foram avaliados de acordo com os estádios de amadurecimento em frutos de
mamão ‘Golden’, morango ‘Oso Grande’ e tomate cereja (Solanum lycopersicum
‘West Virginia 106’) selvagem e com linhas transgênicas com a GalLDH
silenciada. Verificou-se também a atividade da GalLDH e a acumulação de AA em
mitocôndrias isoladas dos frutos. A acumulação de AA em mamão, morango e
tomate foram avaliadas em HPLC na presença de diferentes substratos da
respiração e tempos de incubação correspondentes. A atividade da enzima
GalLDH foi superior em frutos verdes de mamão quando comparado aos outros
estádios de amadurecimento. A adição dos bloqueadores resultou numa
diminuição da atividade podendo ser observado nos três estádios avaliados,
sendo maior expresso com a adição do bloqueador n-PG. Em mitocôndrias de
frutos de morango os resultados foram semelhantes ao mamão, a adição dos
bloqueadores diminuiu a atividade da GalLDH, com maior expressão para o
103

bloqueador n-PG. Nas mitocôndrias de tomates, as linhas transgênicas


apresentaram menor atividade da GalLDH, resultados esperados devido ao
silenciamento da GalLDH. A adição do bloqueador n-PG diminuiu a atividade da
enzima GalLDH nos dois estádios de maturação e nos três genótipos. Mas a
adição do bloqueador do complexo l (rotenona), estimulou a atividade da GalLDH
no tomate WT. A acumulação de AA na presença dos substratos respiratórios em
mitocôndrias de frutos de mamão demonstrou resultados semelhantes nos três
estádios de amadurecimento, sendo o substrato respiratório piruvato o que
promoveu o maior acúmulo de AA independente do tempo de incubação,
resultado semelhante foi observado em mitocôndrias de morango. Quando foram
testados os bloqueadores do complexo lll e AOX, a antimicina A (bloqueador do
complexo lll) estimulou o acúmulo de AA, enquanto o SHAM (bloqueador da AOX)
inibiu a acumulação de AA, a adição dos dois bloqueadores ao mesmo tempo,
também promoveu a inibição do acúmulo de AA. Em mitocôndrias de tomate foi
observada à acumulação de AA semelhante entre as linhas trangênicas e o WT. A
adição do bloqueador da AOX inibiu o acúmulo de AA nos três genótipos
avaliados. As linhas transgênicas com a GalLDH silenciada apresentaram
atividade mínima da GalLDH, mas ainda assim foram capazes de sintetizar AA.
Por outro lado, quando a via AOX foi bloqueada, houve significativa redução na
capacidade de síntese do AA, o que sugere certa influência dessa via na
atividade da GalLDH e no acúmulo de AA. Estes resultados confirmam a
complexidade do processo de síntese do AA em frutos e sua ligação com a CTE
mitocondrial, bem como a ligação da atividade da enzima GalLDH e a AOX. Além
disso, sugere fortemente que a função da GalLDH não é somente sintetizar o AA,
mas sim, regular a CTE mitocondrial.
104

Influence of electron transport changes in the capacity of synthesis and AA


accumulation in fruit mitochondria

ABSTRACT

L-galactono-1,4-lactone dehydrogenase (LGalLDH) catalyzes the final step in the


pathway of AA synthesis in plants. This study aims at evaluating the effects of
respiratory substrates and blockers on the capacity of AA synthesis and
accumulation in mitochondria from fruits with different AOX levels. Levels of AOX
were evaluated according to the ripening stages in papaya fruit 'Golden',
strawberry 'Oso Grande' and cherry tomato (Solanum lycopersicum) with
transgenic lines with GalLDH silenced. The activity of GalLDH and AA
accumulation were verified in mitochondria isolated from fruits. AA accumulation in
papaya and strawberry was evaluated by HPLC in the presence of respiratory
substrates (NADH 8 mM pyruvate, 20 mM glutamate 20 mM succinate 15 mM and
malate 10mM) and corresponding incubation times (15 min, 30 min, 1h and 2h).
Respiratory substrates increased AA accumulation, with higher accumulation
corresponding to pyruvate, the results were observed at all incubation times
evaluated. The blockers of complex l, lll and AOX, altered the AA accumulation.
Blocking AOX inhibited the AA accumulation, where as the antimycin A (blocker of
complex lll) increased the accumulation or kept it, rotenone (blocker of complex l)
showed different results. There was an inhibition of AA accumulationin papaya and
strawberry mitochondria, where as AA accumulation was increasedin tomato fruit.
Transgenic lines with silenced GalLDH showed minimal GalLDH activity and AA
105

accumulation remained even with minimal activity of the enzyme. The AOX
presented influence on the activity of GalLDH and AA accumulation in those
transgenic lines. This work confirms the complexity of AA synthesis and its link
with mitochondrial CTE in plants as well as the linkage between the GalLDH
enzyme and AOX. In addition, it strongly suggests that the function of GalLDH is
not only synthesize AA, but, regulate the mitochondrial ETC.

INTRODUÇÃO

Embora o AA desempenhe muitas funções importantes na biologia


vegetal (Arrigoni e De Tullio, 2000; Smirnoff e Wheeler, 2000; Gill e Turgeta,
2010; Foyer e Noctor, 2011), pouco se sabe sobre os fatores que controlam a sua
síntese e acumulação do AA em diferentes tecidos. Os tecidos vegetais contêm
geralmente grandes quantidades de AA, no entanto, o aumento no acúmulo e na
estabilidade do AA em frutos e outros órgãos vegetais continuam como objeto de
interesse de muitas pesquisas para a melhoria da qualidade alimentar e
nutricional (Davey et al., 2000). Os fatores que controlam a acumulação de AA em
plantas estão longe de ser totalmente compreendidos, existem vários pontos
obscuros na via de síntese de AA que ainda precisam ser elucidados (Bartoli et
al., 2005).
A via de síntese proposta por Wheeler e Smirnoff (1998) representa uma
importante via de síntese de AA em plantas. No entanto, outras vias têm sido
propostas (Davey et al., 1999) enquanto outras vias biossintéticas ainda precisam
ser comprovadas (Davey et al., 1999; Agius et al., 2003; Wolucka e Van Montagu,
2003; Lorence et al., 2004). Em todas as vias já conhecidas ou propostas,
independentemente das etapas iniciais e intermediárias na síntese de AA, há
unanimidade quanto à etapa final que é catalisada pela L-galactono-1,4-lactona
desidrogenase (GalLDH) (Ôba et al., 1995; Østergaard et al., 1997; Pallanca e
Smirnoff, 1999; Siendones et al., 1999; Bartoli et al., 2000), uma enzima
localizada na membrana mitocondrial interna. O substrato para a GalLDH é o L-
galactono-1,4-lactona (GalL), que é oxidado a AA, doando elétrons para o
106

citocromo C. Esta reação necessita do citocromo C oxidado, o que já foi


demonstrado em batata (Solanum tuberosum) (Bartoli et al., 2000) e Arabidopsis
thaliana (Millar et al., 2003).
Bartoli et al. (2000) demonstraram que a taxa de síntese de AA foi
completamente inibida pelo cianeto (CN-), que bloqueia a oxidação do citocromo
C pela COX. Mas não foi inibida por antimicina A (inibidor do complexo III), que
mantém o citocromo C oxidado e consequentemente aumenta a atividade da
GalLDH. A adição de rotenona, um inibidor especifico do complexo l, não teve
efeito sobre a síntese de AA nestas mesmas condições (Bartoli et al., 2000).
Em contrapartida, Millar et al. (2003), demonstraram em A. thaliana que a
adição de rotenona inibiu a taxa de síntese de AA com a mesma intensidade que
o CN- quando foi utilizado o piruvato e o malato para conduzir o transporte de
elétrons na atividade respiratória.
São apresentadas evidências em A. thaliana, que a capacidade de
síntese e acumulação de AA são influenciadas pela luz e pela respiração. Bartoli
et al. (2006), demonstraram que alta irradiância aumentou a capacidade das
folhas em sintetizar, acumular e regenerar o AA. Além disso, este mesmo trabalho
apresenta evidências que uma maior expressão da AOX aumenta a síntese e
acumulação de AA. Assim, a síntese de AA é influenciada por uma atividade que
também regula o estado de alta energia da membrana, drenando elétrons e
previnindo a produção de ERO. A estreita interação da síntese de AA e a
atividade da AOX fornece evidências para uma interação na cadeia
transportadora de elétrons mitocondrial, possivelmente para proteger a célula
contra a oxidação descontrolada (Foyer e Noctor, 2005).
O silenciamento da succinate-Q oxidoreductase (complexo ll) em tomates
transgênicos (Lycopersicon esculentum cv. Moneymaker) resultou no aumento de
5 a 7 vezes nos níveis de AA, sem efeito sobre a atividade da GalLDH (Nunes-
Nesi et al., 2005). Estes resultados são semelhantes aos encontrados por Szarka
et al. (2013) em tabaco, onde a adição de inibidores do complexo ll, também
resultou no aumento nos níveis de AA. O que sugere que este complexo também
controla os níveis de síntese e acumulação de AA.
Apesar do conhecimento detalhado de várias etapas da biossíntese de
AA em plantas, ainda não está totalmente elucidado como a estimulação no
transporte de elétrons e a atividade da AOX influenciam na síntese do AA.
107

Algumas evidências são apresentadas por Bartoli et al. (2006), que observaram
que a síntese de AA foi mais elevada em plantas de A. thaliana onde a expressão
da AOX foi superior.
Há uma pressuposição neste trabalho que durante a síntese de AA
poderia ocorrer uma redução excessiva do citocromo C e que por esse motivo, a
AOX aumentaria a sua participação no consumo de O 2 mitocondrial, evitando,
assim, a super-redução do citocromo C. Se esta hipótese estiver correta, é
possível que em mitocôndrias com alta atividade da AOX como por exemplo em
mamão (Oliveira et al., 2015), haveria maior potencial para a síntese de AA.
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a atividade da GalLDH e
os efeitos de alguns substratos e inibidores da respiração na capacidade de
síntese e acumulação de AA em mitocôndrias de frutas com diferentes níveis de
atividade da AOX.

MATERIAL E MÉTODOS

Frutos

Mamão

Foram utilizados frutos de mamão ‘Golden’, procedentes de pomar


comercial da empresa Caliman Agrícola S/A, localizado em 19º15´S e
39º51´70´W, na cidade de Linhares – ES. Os frutos foram colhidos e após
lavagem e seleção no packing house foram transportados para o Setor de
Fisiologia Vegetal (SFV) do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal da
UENF, em Campos dos Goytacazes (RJ), a cerca de seis horas do local da
colheita.
No laboratório os frutos foram sanitizados em solução de hipoclorito de
sódio, 100 mL L-1 por 5 min, seguido de lavagem em água deionizada. Após a
sanitização, os frutos foram depositados em bancadas para a secagem com
auxílio de papel toalha.
108

Os frutos verdes (fruto desenvolvido com 100% da casca verde) foram


armazenados em câmaras com controle de temperatura (25ºC ± 1ºC) e umidade
relativa (85% ± 5%) e amostrados em três estádios de desenvolvimento, sendo
utilizadas cinco repetições. A padronização dos estádios de desenvolvimento,
verde, intermediário e maduro, foi baseada principalmente pela coloração da
casca dos frutos, conforme apresentado na figura 1 e tabela 1, que apresenta
também os dados da caracterização do amadurecimento dos frutos realizada pela
análise dos atributos físico-químicos, conforme descrito a seguir.

Morango

Os frutos de morango ‘Oso Grande’, foram adquiridos no comércio local,


completamente maduros (fruto desenvolvido com 100% da casca vermelha),
sendo transportados imeditamente para o SFV da UENF, em Campos dos
Goytacazes (RJ) onde foram avaliados no mesmo dia. No laboratório os frutos
foram sanitizados conforme descrito anteriormente para o mamão e foram
avaliados utilizando 5 repetições (20 frutos por repetição), sendo caracterizados
quanto ao estádio de amadurecimento a partir da análise dos atributos físico-
químicos, conforme apresentado na figura 2 e tabela 2.

Tomate

Sementes de tomate cereja (Solanum lycorpesum ‘West Virginia 106’)


gentilmente cedidas pelo pesquisador Pierre Baldet do Institut National de La
Recherche Agronomique, Universite´ Bordeaux, França foram plantadas em
vasos com 50 cm de altura em solo com matéria orgânica (argila 49%, matéria
orgânica 28% e areia 23%). Foram utilizadas plantas do tipo selvagem (WT) e
duas linhas transgênicas (linhas 5-13 e 8-14) com a GalLDH silenciada. As
plantas foram cultivadas em casa de vegetação, regadas 2 vezes ao dia,
diariamente, sendo os vasos adubados de acordo com as necessidades da
cultura.
Os frutos dos três genótipos foram colhidos na maturação fisiológica
(frutos desenvolvidos com casca 100% verde) e após a lavagem foram
transportados para o SFV do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal da
109

UENF, em Campos dos Goytacazes (RJ). No laboratório, após sanitização como


descrito anteriormente para os demais frutos, os mesmos foram armazenados em
câmaras com controle de temperatura (25ºC ± 1ºC) e umidade relativa (85% ±
5%) e amostrados em dois estádios de desenvolvimento, sendo utilizadas cinco
repetições (30 frutos por repetição). A padronização dos estádios de
desenvolvimento, verde e maduro, foi baseada principalmente pela coloração da
casca dos frutos, conforme apresentado na figura 3, que apresenta também os
dados da caracterização do amadurecimento dos frutos realizada pela análise dos
atributos físico-químicos (Tabela 3), conforme descrito a seguir.

Padronização dos estádios de amadurecimento

Para padronização dos estádios de amadurecimento dos frutos foram


utilizados três atributos físico-químicos, a coloração da casca, firmeza do fruto e o
teor de sólidos solúveis.
As medições da coloração da casca dos frutos foram realizadas utilizando
um colorímetro portátil (Chroma Meter, modelo CR-300, Minolta, Japão),
registrando as variáveis de cor dentro do espaço CIELAB: a luminosidade (L*) e o
ângulo de cor hue (McGuire, 1992).
A firmeza (F) foi obtida por meio da resistência à penetração dos frutos
com o auxílio de um texturômetro digital (Texture analyser, modelo TA. XT
Express, UK) com sonda de 2 milímetros de diâmetro. A velocidade de
penetração da sonda nos frutos foi de 1 mm s -1 sendo registrado os valores
quando a sonda detectou resistência igual a 0,1 Newton. Foram efetuadas duas
medições em cada fruto sempre na região equatorial e em lados opostos sendo
os testes conduzidos até a profundidade de 1 cm com o registro da maior força
durante a penetração e os resultados expressos em Newtons.
O teor de sólidos solúveis (SS) foi determinado utilizando-se um
refratômetro portátil (DRBS-300, França) e os resultados expressos em ºBrix.
No caso do mamão foram definidos três estádios de amadurecimento
(verde, intermediário e maduro). Os frutos de morango foram avaliados de acordo
com o padrão da colheita, no qual se encontravam completamente maduros. E os
frutos de tomate foram definidos em dois estádios de amadurecimento (verde e
maduro)
110

Isolamento de mitocôndrias

Mamão

As mitocôndrias foram isoladas a 4ºC, utilizando-se cerca de 300g da


polpa dos mesmos frutos utilizados para as análises físico-químicas. O
procedimento seguiu o protocolo proposto por Oliveira et al. (2015). O tecido foi
homogeneizado em centrífuga (Juicer, modelo R16720, Walita, Brasil) em cerca
de 1,0 L de tampão de isolamento [manitol 0,35 M, MOPS 50 mM, EDTA 3 mM,
Cys 8 mM, BSA 0,1% (p/v), PVP-25 0,4% (p/v), pH 7,4] sob agitação constante. O
homogenato foi filtrado através de quatro camadas de gaze e uma de Miracloth
(Calbiochem, CA, USA) e centrifugado a 1.500 g, por 15 min. O sobrenadante foi
centrifugado a 15.000 g, por 15 min, sendo o pellet ressuspendido em tampão de
lavagem [manitol 0,35 M, MOPS 10 mM, EDTA 0.5 mM, BSA 0,1% (p/v), pH 7,2].
Esta suspensão foi centrifugada a 1.000 g por 8 min, sendo o sobrenadante
novamente centrifugado a 9.000 g por 15 min para obtenção das mitocôndrias no
precipitado.
A purificação das mitocôndrias foi feita em gradiente de percoll. O
precipitado coletado foi suspenso em 1 a 2 mL do tampão de lavagem e vertido
sobre 30 mL de tampão de purificação [percoll 22,5 % (v/v), manitol 0,6 M, MOPS
10 mM, BSA 0,5% (p/v), pH 7,2] sendo centrifugado a 12.000 g por 45 min. As
mitocôndrias purificadas foram coletadas com o auxílio de uma pipeta Pasteur, na
região basal dos tubos, sendo diluídas aproximadamente dez vezes com tampão
de lavagem e centrifugadas a 10.000 g por 15 min.

Morango

As mitocôndrias foram isoladas a 4ºC, utilizando-se cerca de 600g de


frutos, os mesmos utilizados para as análises físico-químicas. O procedimento
seguiu o protocolo proposto por Oliveira et al. (2015), com modificações descritas
no texto. O tecido foi homogeneizado em centrífuga (Juicer, modelo R16720,
Walita, Brasil) em cerca de 1,0 L de tampão de isolamento [sacarose 0,4 M,
111

MOPS 50 mM, EDTA 3 mM, Cys 8 mM, BSA 0,1% (p/v), PVP-25 0,2% (p/v), pH
7,4] sob agitação constante. O homogenato foi filtrado através de quatro camadas
de gaze e uma de Miracloth (Calbiochem, CA, USA) e centrifugado a 1.000 g, por
10 min. O sobrenadante foi centrifugado a 10.000 g, por 15 min, sendo o pellet
ressuspendido em tampão de lavagem [sacarose 0,4 M, MOPS 10 mM, EDTA 0.5
mM, BSA 0,1% (p/v), pH 7,2]. Esta suspensão foi centrifugada a 1.000 g por 10
min, sendo o sobrenadante novamente centrifugado a 10.000 g, por 20 min para
obtenção das mitocôndrias no precipitado.
A purificação das mitocôndrias seguiu o mesmo protocolo descrito para a
purificação das mitocôndrias de polpa de mamão com modificações descritas no
texto acima.

Tomate

As mitocôndrias foram isoladas a 4ºC, utilizando-se cerca de 40g de


frutos, os mesmos utilizados para as análises físico-químicas. O procedimento
seguiu o protocolo proposto por Oliveira et al. (2015), com modificações descritas
no texto. O tecido foi homogeneizado em centrífuga (Juicer, modelo R16720,
Walita, Brasil) em cerca de 200 ml de tampão de isolamento [sacarose 0,4 M,
MOPS 50 mM, EDTA 8 mM, Cys 4 mM, BSA 0,5 % (p/v), PVP-25 0,4% (p/v), pH
7,4] sob agitação constante. O homogenato foi filtrado através de quatro camadas
de gaze e uma de Miracloth (Calbiochem, CA, USA) e centrifugado a 1.500 g, por
15 min. O sobrenadante foi centrifugado a 15.000 g, por 15 min, sendo o pellet
ressuspendido em tampão de lavagem [manitol 0,4 M, MOPS 10 mM, EDTA 0.5
mM, BSA 0,5 % (p/v), pH 7,2]. Esta suspensão foi centrifugada a 1.000 g por 8
min, sendo o sobrenadante novamente centrifugado a 9.000 g, por 15 min para
obtenção das mitocôndrias no precipitado.
A purificação das mitocôndrias seguiu o mesmo protocolo descrito para a
purificação das mitocôndrias de polpa de mamão com modificações descritas no
texto acima.
112

Determinação da integridade de membrana

A integridade da membrana mitocondrial foi avaliada medindo a atividade


da COX pela adição do citocromo C. A COX localiza-se na membrana interna da
mitocôndria e requer o citocromo C na forma reduzida. O citocromo C é uma
proteína grande, deste modo não consegue atravessar a membrana de uma
mitocondria intacta. Portanto, quando as mitocondrias intactas são incubadas com
o citocromo C a atividade da COX deve permanecer inalterada. Assim, por meio
da comparação da atividade da COX, na presença e na ausência de Triton X-100,
detergente empregado para romper a membrana. Desta forma uma estimativa da
integridade da membrana mitocondrial pode ser obtida (Sweetlove et al., 2007).
A COX é quantificada com o citocromo C, na presença ou ausência de
Triton X-100, por meio do consumo de oxigênio registrado pelo método
polarográfico, usando um eletrodo de O 2 tipo Clark (Hansatech, Respire 1, UK)
(Sweetlove et al., 2007).
O ensaio foi conduzido em temperatura de 25°C. Em 1 mL do meio de
reação adicionou 5-20 µL de mitocôndrias purificadas seguindo-se de: a) 20 µL de
AA 500 mM sendo registrada a taxa respiratória; b) 10µL de citocromo C 5 mM
após o qual também foi registrada a taxa respiratória e c) 5 µL Triton X-100 10%
(v/v), sendo a seguir registrada a taxa respiratória. A atividade da COX foi dada
pela diferença entre a taxa respiratória (c) e a taxa respiratória (a). A porcentagem
de integridade da membrana foi dada pela expressão a seguir, segundo
Sweetlove et al. (2007):

ó ó
ó ó

Determinação da concentração de proteínas

Determinado espectrofotometricamente, em 595 nm, como descrito por


Bradford (1976), utilizando BSA como proteína padrão.
113

Efeito dos inibidores do complexo I, III e AOX na atividade da GalLDH

A atividade da GalLDH foi avaliada a partir da redução do citocromo C a


550 nm em presença do substrato GalL. O método enzimático foi similar ao
descrito por Ôba et al. (1995), com algumas modificações.
As mitocôndrias purificadas (1mg) foram incubadas em tampão Tris 50
mM, pH 7,8 na presença de citocromo C 5 mM, Triton X-100 5% (v/v) e azida 5
mM (para manter o citocromo C reduzido). Os bloqueadores foram adicionados
antes do início da redução do citocromo C em um volume final de 1 mL. A reação
foi iniciada com a adição de GalL 5 mM e a redução do citocromo C pelo GalL foi
monitorada espectrofotometricamente a 550 nm em intervalos de 10 segundos
durante 1 minuto.
Foram utilizados os seguintes bloqueadores: i) para o bloqueio do
complexo I, rotenona 4 mM; ii) bloqueio do complexo III, antimicina A 5 mM e iii)
para o bloqueio da AOX, n-PG 20 μM. A reação sem a presença dos
bloqueadores foi utilizada como reação controle. Uma unidade de atividade da
GalLDH foi definida como a quantidade de citocromo C reduzido durante 1
minuto.
No caso do mamão, as análises foram feitas com mitocôndrias purificadas
a partir da polpa de frutos em três estádios de amadurecimento. Para o morango
foram analisadas mitocôndrias purificadas somente em frutos completamente
maduros, enquanto nos três genótipos de tomates foram utilizadas mitocôndrias
purificadas de frutos verdes e maduros.

Efeito dos substratos e bloqueadores respiratórios na acumulação do AA


em mitocôndrias isoladas

Efeito dos substratos respiratórios na acumulação do AA em


mitocôndrias isoladas

Para verificar o efeito dos sustratos respiratórios na acumulação de AA,


as mitocôndrias purificadas foram pré-tratadas com GalL 5 mM em tampão fosfato
100 mM, pH 7,0 em presença dos substratos NADH 8 mM, ou malato 10 mM, ou
glutamato 20 mM, ou piruvato 20mM, ou succinato 15 mM com o volume final de
114

250 μL. As reações foram interrompidas após 15 min, 30 min, 1h e 2h com ácido
trifluoroacetico (TFA) 5% (v/v). Imediatamente, as amostras foram centrifugadas a
10.000 g por 5 min a temperatura de 4ºC e o sobrenadante coletado. O
tratamento controle foi avaliado somente na presença de GalL 5 mM sem os
substratos NADH, malato, glutamato, piruvato e succinato. Para a quantificação
do AA, as amostras foram condicionadas às condições neutras adicionando
tampão fosfato 100 mM, pH 13,0 (K2HPO4) e em seguida foram tratadas com 5
mM de DTT por 5 min. Em seguida, as amostras foram filtradas com filtro de nylon
em PVDF, com diâmetro de poro de 0,22 μm e 0,45 μm.
Para determinação do AA, 20 μL das amostras foram injetadas em um
cromatógrafo líquido de alta performance (HPLC), modelo LC-10AD (Shimadzu,
Japan) acoplado a um registrador/integrador – chromatopac, modelo C-R6A
(Shimadzu, Japan). A corrida foi realizada com uma coluna “Spherisorb ODS C18”
a uma velocidade do fluxo de 1 mL.min-1 e o pico de AA foi identificado aos 5 min.
Os resultados foram expressos em μmol mg-1 proteína-1.

Efeito dos bloqueadores do complexo ll e AOX na acumulação do AA


nas mitocôndrias

As mitocôndrias purificadas dos frutos foram pré-tratadas com GalL 5 mM


em tampão fosfato 100 mM, pH 7,0 na presença de NADH 8mM e dos
bloqueadores SHAM 4 mM, antimicina A 5mM e uma combinação dos dois
bloqueadores, SHAM 4 mM e antimicina A 5mM. As amostras foram incubadas
durante 2 horas. Como controle foi estabelecido uma reação sem a adição dos
bloqueadores. Após a incubação as reações foram interrompidas com TFA 5%
(v/v), sendo centrifugadas a 10.000 g por 5 min a 4º C e o sobrenadante foi
coletado para determinação do AA no HPLC, seguindo condições descritas
anteriormente.
Foram realizadas análises em mitocôndrias purificadas dos frutos de
mamão em três estádios de amadurecimento, no morango em frutos maduros e
nos três genótipos de tomates foram avaliados somente em mitocôndrias
purificadas no estádio verde. Não foram realizadas as análises em frutos maduros
devido à falta de disponibilidade dos frutos nesse estádio de amadurecimento.
115

Análises estatísticas

Após a coleta, os dados foram submetidos à análise de variância e as


médias foram comparadas por meio do Teste Tukey (P≤0,05), utilizando o
programa R.
116

RESULTADOS

Padronização dos estádios de amadurecimento

A Figura 1 mostra os frutos de mamão nos diferentes estádios de


amadurecimento, utilizados no presente trabalho. Na tabela 1 observa-se
diferença (P≤0,05) no parâmetro de luminosidade da casca, apresentando
maiores médias nos frutos maduros. Em todos os estádios de amadurecimento os
mamões apresentaram valores médios para luminosidade superiores a 50 L*, o
que correspondem a cores claras.
Os dados apresentaram diferença (P≤0,05) para o ângulo de cor hue
mostrando uma diminuição com o amadurecimento dos frutos, evoluindo para
uma coloração da casca mais amarelada (Tabela 1). As maiores médias foram
verificadas nos frutos verdes com valores de 115,9 h°, enquanto os frutos
intermediários e maduros apresentaram médias de 88,11 h° e 81,21 h°,
respectivamente.
Observou-se a rápida perda de firmeza (F) chegando a valores médios de
4,9 N, indicando o rápido amolecimento da polpa. Os frutos verdes apresentaram
médias superiores (P≤0,05) com valores de 14,6 N (Tabela 1).
O teor de SS não apresentou diferença significativa oscilando entre 9,3
ºBrix e 10,0 ºBrix (Tabela 1).

Verde Intermediário Maduro

Figura 1. Fotos ilustrativas da padronização dos frutos de mamão ‘Golden’ em


três estádios de amadurecimento, verde, intermediário e maduro.
117

Tabela 1. Parâmetros físicos e químicos da caracterização dos frutos de mamão


‘Golden’ em três estádios de amadurecimento, verde, intermediário e maduro.

Parâmetros
de cor
Estádios Ângulo
de de cor SS
maturação Luminosidade hue Firmeza (°Brix)
L* h° (F)
Verde 55,0 c 115,8 a 14,6 a 9,3 a
Intermediário 72,9 b 88,1 b 9,8 b 9,6 a
Maduro 94,9 a 81,2 c 4,9 c 10,0 a
CV 6,6 4,0 18,0 10,6

Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste
Tukey (P≤0,05).

Os frutos de morango foram avaliados quando apresentaram valores


médios nos parâmetros de luminosidade de 40,2 L*; ângulo de cor hue de 38,6 h°;
firmeza (F) de 1,7 N e teor de SS de 9,3 °Brix (Figura 2 e Tabela 2).

Figura 2. Foto ilustrativa da padronização dos frutos de morango ‘Oso Grande’.


118

Tabela 2. Médias dos parâmetros físicos e químicos da caracterização dos frutos


de morango ‘Oso Grande’.
Parâmetros de cor Firmeza Teor de SS
Luminosidade L* Ângulo de cor hue (h °) (N) (°Brix)
40,2 38,6 1,78 9,3

De acordo com a Figura 3 os frutos de tomate foram selecionados com a


coloração uniforme quando se encontravam verdes e maduros. Não há diferença
(P≤0,05) entre os genótipos que apresentaram valores médios similares de
luminosidade e ângulo de cor hue (Tabela 3).
A firmeza diferiu significativamente apenas nos frutos verdes, quando os
frutos WT apresentaram média de 11,5 N superior (P≤0,05) ao registrado para as
linhas transgênicas 5-13 e 8-14, que com médias de 8,1 N e 8,8 N,
respectivamente, não diferiram entre si (Tabela 3). Quando os frutos estavam
maduros não foi verificada diferença significativa para a firmeza entre os
genótipos (Tabela 3). Nestes frutos, a firmeza registrada foi de 3,4 N; 3,5 N e 3,7
N para o WT, 5-13 e 8-14, respectivamente.
O teor de SS não apresentou diferença (P≤0,05) entre os genótipos,
resultado que pode ser observado nos dois estádios de amadurecimento dos
frutos (Tabela 3).
119

Verde

Maduro

WT 5-13 8-14

Figura 3. Fotos ilustrativas da padronização dos frutos de tomate cereja (Solanum


lycorpesum ‘West Virginia 106’) do tipo selvagem (WT) e linhas transgênicas
(GalLDH 5-13 e GalLDH 8-14) em dois estádios de maturação (verde e maduro).

Tabela 3. Parâmetros físicos e químicos da caracterização dos frutos de tomate


cereja (Solanum lycorpesum ‘West Virginia 106’) do tipo selvagem (WT) e linhas
transgênicas da GalLDH (GalLDH 5-13 e GalLDH 8-14) em dois estádios de
amadurecimento frutos verdes e maduros.

Parâmetros de cor
Ângulo de cor
Genótipos Luminosidade Firmeza Teor de SS
hue
no estádio verde L* (N) (°Brix)
(h*)
WT 47,4 a 120,0 a 11,5 a 3,5 a
5-13 51,1 a 118,6 a 8,1 b 3,3 a
8-14 48,9 a 119,4 a 8,8 b 3,8 a
CV 4,6 7,5 7,6 11,3
Genótipos
no estádio
maduro
WT 35,6 a 41,8 a 3,4 a 4,2 a
5-13 35,1 a 51,7 a 3,5 a 4,5 a
8-14 35,7 a 46,6 a 3,7 a 4,6 a
CV 4,5 8,8 8,6 7,0
Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste
Tukey (P≤0,05).
120

Efeito dos bloqueadores dos complexos l, lll e AOX na atividade da enzima


L-galactona-1,4-lactona desidrogenase

O efeito dos bloqueadores dos complexos l, lll e a AOX na atividade da


GalLDH foi determinada a partir da adição de rotenona, antimicina A e n-PG,
respectivamente bloqueadores do complexo l, complexo lll e da AOX (Figura 4).
As mitocôndrias encontravam-se íntegras com medias de integridade
acima de 85%, valores aceitáveis e comprobatórios da integridade das
mitocôndrias que validam o método de extração utilizado na purificação.
(Sweetlove et al., 2007).
A atividade GalLDH foi maior (P≤0,05) nos frutos de mamão verde e
menor (P≤0,05) nos frutos em estádio de amadurecimento intermediário,
enquanto nos frutos maduros a mesma diferiu (P≤0,05) dos demais estádios
(Figura 4). A adição dos bloqueadores dos complexos l, lll e AOX resultou em
diminuição (P≤0,05) da atividade da GalLDH nos três estádios de
amadurecimento avaliados, sendo mais expressivo a diminuição após a adição do
bloqueador da AOX, quando a atividade GalLDH reduziu aproximadamente 94%
em relação ao controle (Figura 4). Nos frutos verdes e em estádio de
amadurecimento intermediário a atividade da GalLDH foi sempre reduzida
(P≤0,05) a cada adição dos bloqueadores acima descritos. Porém, em frutos
maduros a adição de rotenona e antimicina A tiveram o mesmo efeito na redução
(P≤0,05) da atividade GalLDH em relação ao controle (Figura 4).

.
121

1.6

1.4 Controle
Rotenona

(µmol/min-1 mg proteína-1)
1.2 Antimicina A
Atividade GalLDH 1 n-PG

0.8

0.6 Aa
Ab Ac Ca Ba
Bb Bc Cb Cb
0.4

0.2
Ad Ad Ac
0
Verde Intermediário Maduro

Estádio de maturação

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na


comparação entre os estádios de maturação (verde, intermediário e maduro),
enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na
comparação dentro do mesmo estádio de maturação pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 4. Efeito dos bloqueadores respiratórios na atividade da GalLDH


(determinada pela redução do citocromo C) em mitocôndrias purificadas de
mamão “Golden” em três estádios de amadurecimento (verde, intermediário e
maduro).

Nas mitocôndrias isoladas de morango a atividade GalLDH também


diminuiu, assim como no mamão, após a adição dos bloqueadores dos complexos
I, II e AOX (Figura 5). Aqui também, verifica-se diminuição da atividade GalLDH a
cada adição dos bloqueadores, rotenona, antimicina A e n-PG, novamente, com
maior expressividade na redução da atividade da GalLDH após a adição do
bloqueador da AOX (Figura 5). Após a adição do n-PG a atividade GalLDH caiu
cerca de 96% em relação ao controle.
122

1.6

1.4

(µmol/min-1 mg proteína-1)
1.2

Atividade GalLDH 1 Controle


Rotenona
0.8
Antimicina A
0.6 a n-PG
b
c
0.4

0.2
d
0

As médias seguidas da mesma letra não diferem entre si Tukey (P≤0,05).

Figura 5. Efeito dos bloqueadores respiratórios na atividade da GalLDH


(determinada pela redução do citocromo C) em mitocôndrias purificadas de
morango ‘Oso Grande’.

Os resultados mostraram menor atividade da GalLDH nas linhas


transgênicas 5-13 e 8-14 quando comparados com o do tipo selvagem (WT).
Resultados observados nos dois estádios de amadurecimento (Figuras 6A e B).
Estes resultados erão esperados devido ao silenciamento da GalLDH.
Na figura 6A observa-se o bloqueio da atividade da GalLDH com a adição
do n-PG no WT e nas linhas 5-13 e 8-14. Resultados semelhantes foram
observados em frutos maduros (Figura 6B).
Dois efeitos são mais marcantes em relação à atividade GalLDH em
mitocôndrias de tomate após a adição dos bloqueadores, independentemente do
estádio de amadurecimento do fruto. Primeiro, o estímulo à atividade GalLDH pela
aplicação da rotenona, inibidor do complexo I e segundo, a completa inibição da
atividade GalLDH após a adição do bloqueador da AOX (Figuras 6A e B). O
aumento na atividade GalLDH devido à adição da rotenona foi mais expressivo
nos frutos WT, apresentando aumento de cerca de 2,0 vezes em relação ao
controle em frutos verdes e maduros.
123

1.6
B
1.6 A
(µmol/min-1 mg proteína-1)

Aa 1.4
1.4 Controle
Controle
Atividade GalLDH

1.2 Aa Rotenona
1.2 Rotenona
1 Antimicina A
1 Antimicina A
n-PG
n-PG 0.8
0.8
Ab Ab 0.6
0.6 Ab
Ba Ba Ac
0.4 Bb 0.4 Ba Ba
Cb Bb Cb
0.2 Bc 0.2
Bc Ad Bc Bc Ad Bc Ac Bc Ac
0 0
WT 5-13 8-14 WT 5-13 8-14

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os genótipos (WT, 5-13 e 8-14), enquanto
as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre a atividade da GalLDH para o mesmo
genótipo pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 6. Efeito dos bloqueadores respiratórios na atividade da GalLDH (determinada pela redução do citocromo C) em mitocôndrias
purificadas de tomate cereja (Solanum lycorpesum ‘West Virginia 106’) do tipo selvagem (WT) e linhas transgênicas da GalLDH
(GalLDH 5-13 e GalLDH 8-14) em dois estádios de amadurecimento em frutos verdes (A) e maduros (B).
124

Efeito dos substratos e bloqueadores respiratórios na acumulação do AA


em mitocôndrias isoladas

A acumulação total de AA em mitocôndrias de mamão foi mensurada em


presença dos substratos respiratórios (NADH, piruvato, glutamato, succinato e
malato) de acordo com os estádios de amadurecimento (verde, intermediário e
maduro) e tempo de incubação (15 min, 30 min, 1h e 2h). Nas mitocôndrias de
frutos no estádio de amadurecimento verde, o acúmulo de AA apresentou
diferença significativa (P≤0,05) na presença dos substratos respiratórios. O
substrato piruvato aumentou o acúmulo de AA apresentando médias superiores
aos demais, com valores de 8,65 µmol mg proteína-1; 9,27 µmol mg proteína-1;
9,74 µmol mg proteína-1 e 7,84 µmol mg proteína-1 nos tempos de incubação de
15 min, 30 min, 1h e 2h, respectivamente (Figura 7A). Seguido pelo glutamato
que também estimulou o acúmulo de AA demonstrando diferença significativa
(P≤0,05) nos tempos de 30 min (1,78 µmol mg proteína-1), 1h (2,83 µmol mg
proteína-1) e 2h (3,7 µmol mg proteína-1) (Figura 7A).
Os resultados demonstrados nos frutos intermediários (Figura 7B)
apresentaram diferença significativa (P≤0,05) na presença dos substratos
avaliados, o substrato piruvato promoveu o aumento no acúmulo de AA
mostrando valores superiores aos demais substratos com médias entre 9,77-
11,91 µmol mg proteína-1 em todos os tempos de incubação avaliados.
Seguidamente observa-se o substrato glutamato incrementando o acúmulo de AA
apresentando diferença significativa (P≤0,05) apenas no tempo de incubação
correspondente a 2h, com média de 2,41 µmol mg proteína-1. Os substratos
NADH, succinato e malato não apresentaram diferença significativa.
Nos frutos maduros os substratos respiratórios apresentaram diferença
significativa (P≤0,05). As médias foram superiores para o substrato respiratório
piruvato que estimulou o acúmulo de AA nos tempos de incubação
correspondente a 15 min (42 µmol mg proteína-1), 30 min (44 µmol mg proteína-1),
1h (49,1 µmol mg proteína-1) e 2h (45 µmol mg proteína-1) (Figura 7C). Em
seguida observa-se o substrato glutamato promovendo o acúmulo de AA
apresentando diferença significativa (P≤0,05) com maiores médias para o tempo
de incubação correspondente a 2h (13,1 µmol mg proteína-1) (Figura 7C). Os
125

substratos respiratórios NADH, succinato e malato não apresentaram diferença


significativa.
Os frutos maduros apresentaram maior acumulação de AA com médias
superiores aos outros estádios de amadurecimento em presença dos substratos
respiratórios. Deste modo o substrato respiratório que mais apresentou estímulo
na acumulação de AA foi o piruvato apresentando médias superiores que
variaram de 42 - 49,1 μmol mg-1 proteína-1 em todos os tempos de incubação
avaliados. De acordo com estes resultados podemos destacar que com o
amadurecimento dos frutos ocorre um aumento na acumulação de AA em
mitocôndrias isoladas dos frutos de mamão.
126

Controle
50 A
NADH
45 Malato

Glutamato
40
Piruvato
35
Succinato
(μmol mg-1 proteína-1)
Ascorbato total

30

25

20

15

Aa Aa
10 ABa Ba

5 Ab
BCb ABb
Cb
Ab Ab Ab Ab Ac Ac Abc Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac
0
15 min 30 min 1h 2h
Tempo
127

50

45 B

40

Controle
35
(μmol mg-1 proteína-1)

NADH
Ascorbato total

30 Malato

Glutamato
25
Piruvato

20 Succinato

15
Aa
ABa ABa
Ba
10

5
Ab
Bb ABb ABb Ac
Ab Ab Ab Ab Ab Ab Ab Ab Ab Ab Ab Ab Ac Ac Ac
0
15 min 30 min 1h 2h
Tempo
128

C
50 Aa
Ba Ba
45 Ba Controle

40 NADH
(μmol mg-1 proteína-1)

35 Malato
Ascorbato total

30 Glutamato
Piruvato
25
Succinato
20
15 Ab

10 Bb
Bb Bb
5 Ac Ac Ac Ac Ac
Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac
0
15 min 30 min 1h 2h
Tempo

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre os tempos de incubação (15 min, 30 min,
1h e 2h), enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre o acúmulo do ascorbato
total para o mesmo tempo de incubação pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 7. Efeito dos substratos na acumulação de AA em mitocôndrias de polpa de mamão em quatro tempos de incubação (15 min,
30 min, 1h e 2h) avaliados em três estádios amadurecimento frutos verdes (Figura A), intermediários (Figura B) e maduros (Figura C).
129

A acumulação total de AA em presença dos substratos respiratórios


NADH, piruvato, succinato e malato, foi avaliada em mitocôndrias de frutos
maduros de morango (Figura 9). O substrato respiratório piruvato promoveu o
aumento no acúmulo de AA (38,02 μmol mg-1 proteína-1) no tempo de incubação
correspondente a 2h, apresentando diferença significativa (P≤0,05). E a menor
acumulação de AA foi em mitocôndrias no tempo de incubação correspondente a
15 min (26,83 μmol mg-1 proteína-1).
Em seguida os substratos NADH e succinato incrementaram a
acumulação de AA no tempo de incubação referente a 2h, apresentando médias
de 17,07 μmol mg-1 proteína-1 e 15,88 μmol mg-1 proteína-1, respectivamente
(Figura 9).
O malato apresentou menores médias em todos os tempos avaliados
com valores entre 0,91 - 0,98 μmol mg-1 proteína-1.
130

50
Controle
45
NADH
40 Aa
Malato
35 Ba
(μmol mg-1 proteína-1)

BCa Glutamato
30
Ascorbato total

Ca Piruvato
25
Succinato
20 Ab Ab
15
Bb
10 Bb
Bb BCb Bb Bb Ac Ac
Cb Cb Cb Bb BCb
5 Cb
Ab Ac Ad
Ab
0
15 min 30 min 1h 2h

Tempo

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na comparação entre tempos de incubação (15 min, 30 min, 1h
e 2h), enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre o acúmulo do ascorbato
total para o mesmo tempo de incubação pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 8. Efeito dos substratos na acumulação de AA em mitocôndrias de frutos maduros de morango em quatro tempos de
incubação (15 min, 30 min, 1h e 2h).
131

Foi verificada a influência dos bloqueadores dos complexos respiratórios l,


lll e AOX na acumulação de AA no tempo de incubação referente à 2h. Os
resultados apresentados em frutos de mamão demonstraram que a antimicina A,
o bloqueador do complexo lll, promoveu o aumento no acúmulo de AA
apresentando diferença significativa (P≤0,05) com médias superiores (7,43 μmol
mg-1 proteína-1) para os frutos maduros, enquanto os frutos verdes (1,02 μmol mg-
1
proteína-1) e intermediários (0,98 μmol mg-1 proteína-1) não apresentaram
diferença sigificativa. Estes resultados demonstram que a antimicina A influenciou
no aumento do acúmulo de AA em frutos de mamão (Figura 9).
Utlizando o SHAM, bloqueador especifico da AOX, observou-se a
diminuição no acúmulo de AA, foram detectados apenas valores mínimos nos
frutos verdes (0,05 μmol mg-1 proteína-1), os outros estádios de amadurecimento
não apresentaram valores na acumulação de AA, não apresentando diferença
significativa (Figura 9).
A combinação dos bloqueadores SHAM e antimicina A, não apresentou
diferença significativa, observando a diminuição no acúmulo de AA com valores
mínimos que variaram entre 0,001 - 0,38 μmol mg-1 proteína-1, nos três estádios
de amadurecimento avaliados. Resultados que demonstram que o bloqueio da
AOX interfere causando a diminuição no acumulo de AA na presença de
antimicina A (Figura 9).
132

10
Controle
9
Antimicina A
8 Aa SHAM
(μmol mg-1 proteína-1) 7 SHAM/ANT
Ascorbato total

6
5
4
3 Ab
2
Ba Ba Ba
1 Bab Ac
Ab Ab Ab Ab Ac
0
Verde Intermediário Maduro
Estádio de maturação

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na


comparação entre os estádios de amadurecimento (verde, intermediário e
maduro), enquanto as médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem
entre si na comparação entre a acumulação do ascorbato total para o mesmo
estádio de amadurecimento pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 9. Efeito dos bloqueadores na acumulação de AA em mitocôndrias


purificadas de mamão nos estádios (verde, intermediário e maduro) por um
período de incubação correspondente às 2h.

Foram feitos ensaios para determinação do acúmulo de AA em frutos de


morango. Utilizou bloqueadores do complexo l (rotenona), complexo lll (antimicina
A) e a AOX (SHAM), por um período de incubação correspondente à 2h. Estes
resultados apresentaram diferença significativa (P≤0,05), as médias observadas
com a inibição do complexo lll com o uso de antimicina A (5,1 μmol mg-1 proteína-
1
) promoveu o aumento no acúmulo de AA semelhante ao controle (4,7 μmol mg-1
proteína-1). O bloqueador da AOX (SHAM) e a combinção SHAM e antimicina
apresentaram diminuição no acúmulo de AA, com valores mínimos não
detectados (Figura 10).
133

10
9
8

(μmol mg-1 proteína-1)


7

Ascorbato total
6 Controle
a Antimicina A
5 a
SHAM
4
SHAM/ANT
3
2
1
b b
0

As médias seguidas da mesma letra não diferem entre si Tukey (p≤0,05).

Figura 10. Efeito dos bloqueadores na acumulação de AA em mitocôndrias


purificadas de morango, por um período de incubação correspondente à 2h.

Foi avaliada a capacidade de acumulação de AA nos frutos verdes de


tomates em linhas transgênicas (5-13 e 8-14) e tipo selvagem (WT). Os frutos das
linhas transgênicas 5-13 e 8-14, acumularam 16,01 e 23,2 µmol mg-1 proteina-1 de
AA, respectivamente. O WT e a linha transgênica 8-14 não diferiram. Enquanto as
linha 5-13 e linha 8-14 também não diferiram (Figura 11).
Para determinar se a acumulação de AA nas linhas transgênicas foi
influenciada pela AOX, foi utilizado o SHAM (bloqueador da AOX). O bloqueador
promoveu uma dimuição no acúmulo de AA observando valores que variaram
entre 0,00 - 0,23 μmol mg-1 proteína-1 nos genótipos, não apresentando diferença
significativa (Figura 11).
134

30
Aa
25
ABa

(μmol mg-1 proteina-1)


Ascorbato total
20
Ba
15 Controle
SHAM
10

5
Ab Ab Ab
0
WT 513 814

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula não diferem entre si na


comparação entre os genótipos (WT, 5-13 e 8-14), enquanto as médias seguidas
da mesma letra minúscula não diferem entre si na comparação entre a
acumulação de AA para o mesmo genótipo pelo teste Tukey (P≤0,05).

Figura 11. Efeito do bloqueador da AOX (SHAM) na acumulação de AA em


mitocôndrias purificadas de tomate cereja (Solanum lycorpesum ‘West Virginia
106’) do tipo selvagem (WT) e linhas transgênicas da GalLDH silenciadas (5-13 e
8-14) em frutos verdes.

DISCUSSÃO

A mudança na coloração da casca dos frutos é um evento típico que


ocorre durante a fase de amadurecimento. Alterações na pigmentação da casca
durante essa fase envolvem, entre outros, a degradação das clorofilas e a
biossíntese de carotenoides (Malgarim et al., 2014; Motta e Melo, 2015).
A mudança na coloração dos frutos de mamão está relacionada com o
amadurecimento. Os resultados mostram um aumento na luminosidade da casca,
verificado a partir do índice L e uma diminuição do ângulo hue durante o
amadurecimento dos frutos, que evidencia a evolução da cor da casca do verde
135

para o amarelo. De acordo com Bron (2006), o amadurecimento é a fase que


ocorre no final da matuação e início da senescência, composta por processos que
determinam as características de qualidade, evidenciadas por mudanças na
composição da polpa, principalmente, dada por várias transformações
bioquímicas. Entre essas transformações destacam-se a mudança na coloração,
devido à degradação das clorofilas e à síntese dos carotenoides (Jain et al.,
2003), alteração do metabolismo dos carboidratos, amolecimento da polpa,
modificação na textura e síntese de voláteis (Jain et al., 2003; Fonseca et al.,
2007; Cara e Giovannoni, 2008; Bouzayen et al., 2010).
A coloração externa dos frutos de morango apresentou valores de L*
correspondente a 40,2; indicando frutos com coloração mais clara. Em trabalho
com plantas de morangueiro, Yommi et al. (2003), em Tucumán, na Argentina,
encontraram valores semelhantes correspondentes a L* 49,30 (cv. Aromas) e
42,11 (cv. Selva).
Neste presente trabalho o valor do ângulo hue encontrado nos frutos de
morango foi de 38,6; indicando o ângulo de inclinação da coloração. Yommi et al.
(2003), encontraram valores semelhantes para Aromas 33,44 ºh e Camarosa
33,56 ºh, na Argentina. Oliveira et al. (2009) não verificaram diferenças para o
ângulo hue entre as cultivares Earlibrite (42,6 ºh e 24,4 ºh) e Camarosa (44,1 ºh e
21,1 ºh) quanto à coloração interna e externa dos frutos. Outro trabalho realizado
em Portugal, visando avaliar a qualidade de frutos das cultivares Albion,
Candonga, Gariguette e Galéxia, os autores encontraram diferenças claras entre
cultivares, onde Gariguette apresentou frutos mais coloridos (Sousa et al., 2009).
Os frutos de tomate apresentaram mudança na coloração variando da cor verde
para o vermelho, mas sem apresentarem diferença significativa entre os
genótipos de acordo com os parâmetros de coloração avaliados. A mudança na
coloração do estadio verde para o maduro (ínicio da mudança de cor) é
considerado o primeiro sintoma visual para o índice da maturação. (Sentanin e
Rodriguez-Amaya, 2007).
Outra característica que passa por transformação durante o
amadurecimento é a firmeza dos frutos, essa transformação pode ser observada
nos frutos de mamão apresentando diminuição gradativa da firmeza (Tabela 2). A
firmeza tende a diminuir devido à hidrólise de componentes da parede celular, tais
como pectina, hemicelulose e celulose devido às enzimas específicas, cuja
136

atividade torna mais pronunciada durante esta fase do desenvolvimento do fruto.


Dentre estas enzimas pode-se citar a pectinametilesterase (PME) e a
poligalacturonase (PG), contribuindo para o abrandamento da polpa (Cordenunsi
et al., 2005; Gayosso-García et al., 2010).
O aumento no acúmulo de AA pode ser consequência do aumento da
síntese de intermediários precursores da acumulação de AA (Mercado-silva et al.,
1998; Upadhyaya et al., 2010). A degradação dos polissacarídeos da parede
celular, principalmentes as pectinas sofrem alterações durante o amadurecimento
dos frutos, são solubilizadas aumentando a disponibilidade de galactose. Estas
modificações são responsáveis pelo decréscimo na firmeza do tecido (Dumville e
Fry, 2003; Fontes e Gilbert, 2010). Os teores de AA tendem a aumentar com o
amadurecimento já que a galactose é um precursor da via de síntese (Wheeler et
al., 1998; Smirnoff et al., 2001; Tezotto et al., 2011; Pinto et al., 2013). Então
podemos afirmar que o aumento no acúmulo de AA está na maioria das vezes
relacionada com a perda de firmeza dos frutos.
Sabe-se que a etapa limitante na síntese de AA está relacionada entre
esses dois precursores: a manose-1-P e a L-galactose (Wheeler e Smirnoff, 1998;
Davey et al., 1999). Neste estudo foi demonstrado que em frutos maduros ocorreu
maior acumulação de AA mitocondrial, é possível que estes frutos tenham maior
disponibilidade de galactose devido a degradação das pectinas, por essa razão os
frutos maduros apresentaram maior acumulação de AA do que os frutos verdes.
Todavia, não se tem conhecimento de estudos correlacionando estádios de
amadurecimento e teor de AA com a capacidade mitocondrial na acumulação de
AA em frutos.
Nos frutos de mamão os teores de SS sofreram poucas alterações.
Atribui-se esta pequena variação no teor de SS na pós-colheita do mamão à baixa
quantidade de amido encontrada na polpa destes frutos (Goméz et al., 2002).
Estes resultados são semelhantes àqueles observados por Oliveira et al. (2015),
que verificaram também pouca variação neste atributo durante o amadurecimento
do mamão ‘Golden’.
A atividade da enzima GalLDH apresentou respostas distintas com adição
de rotenona (bloqueador do complexo l) em mitocôndrias dos frutos avaliados.
Nas mitocôndrias de mamão e morango, o bloqueio com rotenona diminuiu a
atividade da GalLDH (Figura 4 e 5). Em frutos de tomate o bloqueio do complexo l
137

com adição de rotenona aumentou a atividade da enzima GalLDH (Figura 6).


Trabalho realizado por Bartoli et al. (2000) demonstrou que a adição de rotenona
não teve efeito sobre a síntese de AA em batatas. Todavia, Millar et al. (2003),
demonstraram que a adição de rotenona em A. thaliana inibiu a taxa de síntese
de AA. Estes resultados demonstram que o complexo I regula a atividade da
GalLDH por um mecanismo ainda desconhecido, pode-se observar a partir destes
resultados que as respostas da regulação ocorrem de formas diferenciadas em
mitocôndrias de frutos.
Trabalho realizado por Szarka et al. (2012), demonstrou que a enzima
GalLDH é importante para a estrutura do complexo I, mas essas evidencias ainda
não são conclusivas (Szarka et al., 2013). Em mutantes de A. thaliana com o
gene que codifica a GalLDH silenciado houve redução na quantidade do
complexo l. Em contraste, os outros complexos proteicos da CTE mitocondrial não
foram alterados (Pineau et al., 2008). Para elucidar melhor o papel do complexo I
seria interessante futuros trabalhos avaliando a acumulação do AA em frutos
mutantes com o complexo l silenciado.
Várias evidencias demonstram que a acumulação de AA nas mitocôndrias
pode ser independente da atividade da GalLDH. A adição de antimicina A,
diminuiu a atividade da GalLDH em mitocôndrias de frutos de mamão e morango
(Figura 4 e 5), mas os níveis de acumulação de AA nessas mesmas mitocôndrias
se mantiveram ou foram superiores. Estes resultados demonstram que o aumento
na acumulação de AA não está associado a maior atividade da GalLDH. As
linhas transgênicas com a enzima GalLDH silenciada (˃90% de inibição da
GalLDH) (Figura 11) mantiveram a capacidade de acumular AA a níveis similares
ao tipo selvagem (Figura 11).
Devido a falta de correlação entre a atividade da GalLDH e acumulação
de AA, é possível que a atividade da GalLDH não seja um bom marcador no
acúmulo de AA. Estes resultados são consistentes com estudos realizados em
folhas de trigo, onde Bartoli et al. (2005) verificaram que não há nenhuma relação
entre a quantidade de proteína, a atividade máxima da GalLDH e síntese de AA.
Em frutos de morango, a infiltração com o substrato GalL aumentou os níveis de
AA sem aumento na atividade da GalLDH (Do Nascimento et al., 2005).
Contudo, outros trabalhos mostraram que a atividade GalLDH pode
influenciar os níveis de AA. Kuźniak e Skłodowska (2004) mostraram uma
138

correlação entre o teor de AA mitocondrial e a atividade máxima da GalLDH, com


a inoculação de Botrytis cinerea em folhas de tomate. Em trabalho realizado com
batatas fatiadas, Obá et al. (1994) apresentaram a estimulação da enzima
GalLDH aumentando os níveis de AA. Tabata et al. (2001) em trabalho com o
silenciamento do gene da GalLDH mostrou a redução no acúmulo de AA em
tabaco. O aumento da expressão desta enzima em tabaco aumentou os níveis de
AA de 2 a 4 vezes e aumentou significativamente o processo redox (Chen et al.,
2003).
Bartoli et al. (2005) demonstraram em trabalho realizado com a enzima
GalLDH que a quantidade de proteína não necessariamente consiste na atividade
da mesma. Segundo esses autores as mitocôndrias podem ter grandes
quantidades de proteínas e poucas dessas proteínas ativas, ou poucas proteínas
e muitas delas ativas. A explicação consiste em que a GalLDH tem pelo menos
dois componentes redox-ativo que regulam a atividade máxima extraível da
enzima. Esses componentes podem refletir o estado da ativação da GalLDH no
momento da extração e por conseguinte não seria necessariamente proporcional
à quantidade de proteína. Neste presente trabalho não foi determinada a
quantidade de GalLDH (apenas foi quantificada proteína total) de acordo com as
avaliações apenas determinaram as proteínas ativas.
A AOX demonstrou ser necessária para manter a atividade da GalLDH.
Os resultados deste trabalho mostraram a interferência da AOX na enzima
GalLDH. O bloqueio da AOX com os seus respectivos bloqueadores, SHAM e n-
PG, influenciou na atividade da enzima GalLDH e na acumulação de AA. Em
trabalhos realizados por Alhagdow et al. (2007) com as linhas transgênicas da
GalDH silenciadas (5-13 e 8-14) foi verificado maior atividade da AOX. Tais
resultados podem confirmar os resultados obtidos aqui neste estudo, onde
demonstrou-se, que mesmo com níveis baixos da enzima GalLDH, há um grande
acúmulo do AA (Figura 11), verificando que a AOX é necessária para atividade da
GalLDH e acumulação de AA. Observou-se que na presença do bloqueador da
AOX, o SHAM, apresentou uma dimuição na acumulação de AA, mesmo em
frutos que não apresentam atividade da AOX, como neste caso específico o
morango (Figura 10)
Estes resultados pressupõe a possibilidade da AOX, mesmo
apresentando atividade mínima, tornar-se imprescindível para manter a
139

acumulação de AA em mitocôndrias de frutos independente da redução do


citocromo C. Outro resultado que confirma essa evidencia é a adição dos dois
bloqueadores do complexo lll e da AOX, a antimicina A e SHAM, respectivamente,
a antimicina A promove um aumento no acúmulo de AA, mas na presença do
bloqueador SHAM há uma dimuição no acúmulo de AA, demonstrando que o
bloqueio da AOX, com o SHAM, inibe o acúmulo de AA mesmo na presença de
antimicina A.
Com o amadurecimento dos frutos observa-se maior participação da
AOX, resultados que foram mostrados por Oliveira et al. (2015). Diante disso,
nesse trabalho observou-se que a antimicina A apresenta maior efeito na
acumulação de AA em frutos maduros de mamão (Figura 9). É provável que um
menor fluxo de elétrons esteja sendo transportado pela COX devido a maior
participação da AOX e consequentemente maior quantidade de citocromo C
oxidado estaria disponível. E com a inibição do complexo lll haveria maior
disponibilidade de citocromo C oxidado, consequentemente resultaria em maior
acumulação de AA.
Bartoli et al. (2006) mostraram em plantas transgênicas de A. thaliana,
que em folhas inteiras e em mitocôndrias isoladas o acúmulo e a síntese de AA foi
mais elevado em plantas onde a capacidade da AOX era mais elevada,
independente da intensidade luminosa.
O piruvato estimulou a acumulação de AA em mitocondrias de frutos de
mamão e morango, em todos os estádios de amadurecimento e tempos de
incubação avaliados (Figura 7 e 9). O piruvato é um ativador da AOX,
Vanlerberghe et al. (1995) demonstraram que o piruvato aumentou o fluxo de
elétrons através da AOX, reduzindo as ligações de dissulfeto ativando a forma
reduzida.
O piruvato provoca o aumento da atividade da AOX e consequentemente
aumenta a acumulação de AA. Trabalho realizado em mitocôndrias de plântulas
de soja na presença do piruvato como estimulador da AOX demonstrou atividade
máxima quando comparados com o controle (Umbach el al., 1994).
Como a AOX poderia manter a acumulação do AA sem ativar a GalLDH?
Uma possível explicação seria considerar a possibilidade de um decréscimo na
oxidação do AA. A AOX é um antioxidante e assim diminuiria a quantidade de
H2O2 produzido. O H2O2 oxida o AA a DHA, assim, com a diminuição do H2O2
140

provavelmente haveria uma dimuição das formas oxidadas do AA. Seria


interessante testar o nível de H2O2 durante a acumulação do AA.
A participação da AOX na respiração, assim como a síntese de AA e sua
correlação com os vários processos metabólicos associados ao amadurecimento
e também o controle na produção de ERO, precisam ser melhor compreendidos.
O entendimento e o controle desses processos podem ser úteis no
desenvolvimento de métodos e procedimentos para prolongar a vida de prateleira
e acumulação de AA nos frutos.

CONCLUSÃO

A acumulação de AA em mitocôndrias de frutas pode ser independente da


atividade da GalLDH.
A AOX é necessária para manter a atividade da GalLDH e a acumulação
do AA.
O substrato respiratório piruvato promove um estímulo na acumulaçao de
AA.
E o aumento da atividade da GalLDH em frutos de tomates na presença
de rotenona (inibidor do complexo l).

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146

5. RESUMO E CONCLUSÕES

A L-galactona-1,4 lactona desidrogenase (GalLDH), catalisa o último


passo na via de biossíntese de AA em plantas. Neste estudo avaliando os
mecanismos responsáveis pelas alterações nos teores de AA em frutos, onde se
avaliou a atividade da GalLDH e a sua participação na CTE mitocondrial. Durante
esse trabalho, muitos resultados foram obtidos avaliando o bloqueio dos
complexos l, lll e AOX e a influência da enzima GalLDH na síntese e acumulação
de AA em mitocôndrias isoladas, os ensaios foram realizados em diferentes frutos
e diferentes estádios de maturação. Estes resultados avaliados em conjunto
confirmam a complexidade da biossíntese de AA e a ligação com o metabolismo
do fruto.
Em frutos verdes de mamão a via predominante da respiração é a COX
que tem como receptor de elétrons o O2, sendo este reduzido à H2O (1), com o
amadurecimento dos frutos a via AOX passa a ser mais efetiva nesse processo
de redução do O2 a H2O (2). Todavia, em frutos de morango de padrão
respiratório não climatério, não foi verificada a participação da AOX durante a
avaliação da respiração.
Com o amadurecimento dos frutos ocorre a hidrólise da parede celular
disponibilizando maior quantidade de GalL, o GalL é oxidado a AA pela enzima
GalLDH (3), gerando maior acumulo de AA em frutos maduros. Esse AA pode ser
oxidado a DHA pela enzima APX reduzindo o H 2O2 a H2O (4), outra evidência
seria a participação da AOX como antioxidante, supostamente estaria realizando
147

essa função, disponibilizando menor quantidade das formas oxidadas do AA. A


longo prazo, seria interessante quantificar o H2O2 combinado com as formas
oxidadas do AA. O potencial redox do AA parece de fato desempenhar um papel
muito importante na resposta dos frutos durante as fases de amadurecimento.
A GalLDH por meio da oxidação do GalL a AA participa do transporte de
elétrons na CTE mitocondrial (3), de modo a interferir no bloqueio das oxidases
terminais. Outra estimativa é que uma pequena quantidade da proteína GalLDH é
suficiente para sintetizar e acumular o AA em mitocôndrias isoladas de frutos. A
participação da AOX na síntese de AA e na atividade da GalLDH é de suma
importância, o bloqueio da AOX diminui ou bloqueia a atividade, a síntese e
acumulação.
Durante o trabalho foi possível estabelecer um protocolo de extração de
mitocôndrias isoladas da polpa dos frutos de morango, permitindo investigar
algumas particularidades da fisiologia da mitocôndria no tecido específico,
fornecendo subsídios para ajudar a esclarecer algumas características do
funcionamento das rotas alternativas na respiração, em frutos de padrão não
climatério.
148

Parede celular

Glicose L-Galactose-1P
H2 O

APX
L-Galactose
4
H2 O 2 O2
DHA AA GalL

GalLDH IV H2 O
3
H2 O O2
CytOx CytRed
CytOx
2 AOX
III 1
UQ UQH2 UQ

II
Succinato
I
NAD+

Malato Piruvato NADH Fumarato

Figura 1. Representação das vias respiratórias, atividade da GalLH e AA durante o amadurecimento dos frutos. Água (H2O), peróxido de hidrogênio (H2O2),
deidroascorbato (DHA), L-galactona 1-4 lactona desidrogenase (GalLDH), L-galactona 1-14 lactona (GalL), citocromo C oxidado (CytOx), citocromo C reduzido
(CytRed), complexo l (l), complexo ll (ll), complexo (lll), complexo lV (lV), ascorbato peroxidase (APX), ubiquinona (UQ), ubiquinona reduzida (UQH2), oxidase
alternativa (AOX).
149

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