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PPGO

Apostila PPGO.

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Jônatas David
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POLÍCIA

PENAL GO
Vigilante Penitenciário
Temporário - VPT
DISCIPLINAS:
Conhecimentos Gerais:
- Língua Portuguesa;
- Realidade Étnica, Social, Histórica, Geográfica,
Cultural, Política e Econômica do Estado de
Goiás e do Brasil;

Conhecimentos Gerais:
- Ética no Serviço Público;
- Direitos Humanos;
- Crimes Contra a Administração Pública;
- Noções da Lei Nº 7.210/1984 –
Lei de Execução Penal.

NÍVEL MÉDIO
M Edição elaborada conforme o Edital nº 004/2024 –
SEAD/DGPP - Vigilante Penitenciário Temporário

CURSO ONLINE
Brinde: Curso Online de Redação
Discursiva com a Prof. Marilza de Oliveira
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POLÍCIA
PENAL-GO
Vigilante Penitenciário
Temporário - VPT

Brasília/DF
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Título: Apostila Polícia Penal - GO - Vigilante Penitenciário Temporário - VPT

Autores: Diversos
DIRETORIA EXECUTIVA
Ivanildo Nunes/Tiana Adília
PRODUÇÃO EDITORIAL
Gessié Correia

CAPA/ILUSTRAÇÃO
Josué Correia

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Souza Nunes
Tiana Adília
Josué Correia

DISTRIBUIÇÃO
Benícia Antunes
Brasília/DF

Setor Norte AC 219 Conjunto C, Lote 21 - Loja 02


Santa Maria - Brasília-DF, CEP: 72549-315
Fone: (61) 3046-8844
www.grupoapcon.com.br
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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)

LÍNGUA
PORTUGUESA
SUMÁRIO:
Compreensão e interpretação de textos ................................................................................ 03
Emprego das classes de palavras .......................................................................................... 13
Concordância verbal e nominal ............................................................................................ 32
Ortografia ............................................................................................................................. 34
Pontuação ............................................................................................................................. 39

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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)

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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE Observe outro exemplo:
TEXTOS.
Cristovam Buarque é honesto, apesar de ser políti-
Introdução co.
A interpretação de textos é bastante comum em A partir da frase, é possível afirmar que:
provas de concursos e de vestibulares. A grande dificul-
a) para ser honesto, é preciso ser político.
dade vem da falta de treinamento. As pessoas têm pouca
b) político não é honesto.
disposição em mergulhar no texto; elas conseguem, ob-
c) para ser político, é preciso ser honesto.
viamente, lê-lo, mas não aprofundam a leitura, não ex-
d) Cristovam Buarque é honesto, mas não é político.
traem dele aquelas informações que uma leitura superfi-
cial apresenta.
Não há uma “teoria” infalível ou uma “técnica” ERROS CLÁSSICOS
precisa para se interpretar um texto, tampouco há “mace-
Interpretar um texto significa compreender as ideias
tes” ou “fórmulas mágicas”. O importante mesmo é a
nele contidas, para chegar à mensagem que ele nos pro-
prática: a leitura atenta, procurando buscar a ideia cen-
tral, os argumentos de apoio, a percepção do encadea- põe. Quando não observamos, atentamente, a proposta
mento de informações, o domínio vocabular, o conheci- do examinador ou quando não entendemos algumas in-
formações do texto, podemos cometer três tipos de erros
mento do significado das palavras.
na interpretação: extrapolação, redução e contradição.
Não tenha medo da interpretação de textos. Como
EXTRAPOLAÇÃO: dizer mais que o texto, genera-
qualquer outra atividade intelectual, ela pede paciência e
lizar o que é particular.
boa vontade. Não tente fazê-la apressadamente, pois isso
prejudicará o seu estudo. Ex.: Suponha que o texto traga a seguinte assertiva:
ENTENDENDO O TEXTO Os jogadores brasileiros Romário, Ronaldinho e
ANÁLISE: consiste na capacidade de desdobra- Ronaldão são grandes craques.
mento do material, percebendo-se as inter-relações e os Agora, suponha que uma questão traga a seguinte
modos de organização, compreendendo a percepção da afirmativa:
estrutura do texto, das partes que o compõem (parágrafo,
estrofes), a relação de ideias básicas e os tipos de racio- Os jogadores brasileiros são craques.
cínio, a verificação do tipo de linguagem. A afirmativa é falsa, porque o texto diz que aqueles
INTERPRETAÇÃO: pressupõe a compreensão três jogadores são craques. A questão diz que todos os
atenta do texto, tendo a noção do conjunto, a compreen- jogadores brasileiros são craques. Portanto houve extra-
são das relações entre os textos. polação.
INTELECÇÃO: é a compreensão, o entendimento
do que, realmente, está escrito. REDUÇÃO: particularizar o que é geral, ou seja,
SÍNTESE: é a capacidade de colocar, em ordem, os ater-se, apenas, a uma parte, esquecendo outras impor-
pensamentos do autor, de resumir as ideias, de identificar tantes.
a ideia central ou os tópicos. Ex.: No texto, ocorre a seguinte afirmativa:
O esporte dá prazer, por isso deve ser praticado.
INFERIR E AFIRMAR Na questão, ocorre a seguinte afirmativa:
INFERÊNCIA: é uma possibilidade que não, neces- Quando se pratica bem, o esporte dá prazer.
sariamente, se confirma e que depende, para ser válida,
de um indício, de uma pista, de fatos subentendidos. É A afirmativa de questão é falsa, visto que o texto
uma certeza relativa. Por exemplo, se ouço um latido, diz que o esporte dá prazer e não condicionou isso a um
infiro a existência de um cão, mesmo que não o veja. determinado modo de praticá-lo. Portanto ocorreu redu-
ção.
AFIRMAÇÃO: é uma certeza absoluta que, sempre,
se confirma e que só depende de fatos explícitos ou de CONTRADIÇÃO: é o mais comum dos erros, pois
pressupostos. Por exemplo, para afirmar que um latido é consiste no entendimento oposto às informações do tex-
de um cão, é preciso vê-lo, latindo. to, ou seja, chegamos a uma conclusão que se contrapõe
ao texto, associando ideias que não se relacionam entre
Analise o seguinte exemplo: si. Contrariando o texto, omitindo passagens importan-
- Nossa! Como você ficou bonita! tes, fugindo do sentido original do texto.

A partir do texto julgue os itens. Ex.: O texto diz:

a) Podemos afirmar que ela não era bonita. O homem ateu, na hora do perigo, lembra-se de
b) É possível inferir que ela estava feia. Deus.
c) Pode-se afirmar que ela estava feia.
d) O texto permite afirmar que ela não estava boni-
ta.

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A questão diz: palavra-chave, a que traga o núcleo da ideia apresentada
pelo autor.
O homem é ateu, porque, na hora do perigo, se
lembra de Deus. A COERÊNCIA E A COESÃO
A afirmativa da questão é falsa, uma vez que o texto A unidade de sentido que chamamos de texto é
diz que o homem, embora ateu, na hora do perigo se composta por palavras interligadas em uma sequência de
lembra de Deus. A questão diz que o homem é ateu, ideias e de relações linguísticas, ou seja, um texto é uma
porque, se lembra de Deus. Portanto ocorreu contradi- unidade de sentido resultante de um mecanismo de arti-
ção. culação.
Ao pensar em articulação, devemos perceber o texto
como uma estrutura com diversos segmentos relaciona-
COMO LER E ENTENDER O TEXTO
dos, ligados uns aos outros. Essas relações se estabele-
Sugerimos que, ao interpretar um texto, procure fa- cem em dois planos: o de conteúdo (ideias) e o da amar-
zer dois tipos de leitura. ração (relações linguísticas).
LEITURA INFORMATIVA: primeira leitura, cor- Coesão é a conexão linguística que permite a amar-
rente, sem interpretação, para que se tenha o conheci- ração das ideias. Na organização do texto, as palavras
mento do conteúdo do conjunto textual, sem a preocupa- amontoadas ganham sentido pelas relações de dependên-
ção com os pormenores do texto, com a finalidade de cia que estabelecem entre si. Assim, o esqueleto grama-
tomar conhecimento do assunto como um todo. tical sustenta o texto como um todo significativo.
LEITURA INTERPRETATIVA: leitura detalhada, A coesão faz uso dos conectivos ou dos elementos
em que se busca associar ideias, em que se procura reco- de coesão, que permitem a ligação das partes do texto.
nhecer à capacidade de compreensão, a análise, a síntese Gramaticalmente, esses elementos de coesão são classi-
das informações. A leitura interpretativa divide-se em: ficados como pronomes, como preposições, como advér-
bios, como conjunções, etc. Eles ligam palavras, orações,
a) leitura seletiva: é aquela em que procuramos
frases, parágrafos ao longo do texto, estabelecendo dife-
identificar, dentro de cada parágrafo, a palavra-chave,
rentes tipos de relações.
pois é, em torno dela, que o autor, normalmente desen-
volve a ideia principal. A palavra-chave situa-se na sen- A coerência diz respeito ao encadeamento organi-
tença-tópico, que, quase sempre, é a primeira frase do zado e lógico das ideias do texto. Ela decorre da har-
parágrafo. monia estabelecida entre as significações, evitando, as-
sim, as contradições.
b) leitura crítica: é um tipo de leitura que exige do
leitor uma visão abrangente em torno do assunto que está PARÁFRASE
sendo focalizado. Ler criticamente significa reconhecer a
A paráfrase é um texto que procura tornar, mais cla-
pertinência dos conteúdos apresentados, tendo, como ba-
ro e objetivo, aquilo que se disse em outro texto. Portan-
se, o ponto de vista do autor e a relação entre este e as
to é, sempre, a reescritura de um texto já existente – com
sentenças-tópico. Essa pertinência é que permite estabe-
outra ordem, com outro discurso, com outra voz, com
lecer uma hierarquia entre a ideia mais abrangente e as
outras palavras. É uma espécie de “tradução” dentro da
que a subsidiam.
própria língua.
CAMPO SEMÂNTICO
Ex.: a) Grande parte de nossas vidas transcorre
O campo semântico é constituído de palavras que em locais de trabalho.
pertencem ao mesmo universo de significação. Pode–se
b) Em locais de trabalho, grande parte de nossas
depreender que o campo semântico está ligado, direta-
vidas transcorre.
mente, à significação das palavras e expressões do texto.
PERÍFRASE
O contexto, em muitas vezes, às ajudará você a
identificar os sinônimos de tais palavras, por isso procu- Perífrase consiste no uso de palavras ou de frases
re buscar a acepção que melhor se encaixe no contexto. que se empregam em lugar do termo próprio: ou por não
haver esse termo ou por qualquer motivo de convergên-
CAMPO LEXICAL
cia. A perífrase, em síntese, caracteriza-se como um cir-
É o conjunto de vocábulos empregados, para desig- cunlóquio, ou seja, um rodeio de palavras e de informa-
nar, para qualificar, para caracterizar, para dar significa- ções, para dizer ou definir algo.
do a uma noção, a uma atividade, a uma técnica, a uma
Ex.: Só estarei entregando o livro a você amanhã,
pessoa.
em vez de Só entregarei..
Observações:
1. No campo semântico: destaque as palavras cujo
SIGNO LINGUÍSTICO
significado, inicialmente, seja desconhecido. O contexto,
em muitas vezes, ajudará você na identificação dos sinô- O signo linguístico (palavra), além de uma parte so-
nimos dos antônimos dessas palavras. nora, deve conter um significado, deve comportar uma
2. No campo lexical: busque, em cada parágrafo, a ideia.
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Portanto o signo linguístico constitui-se de duas penetrando de luz as almas circunstantes; o queixo, se-
partes: veramente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a
lisura das consciências limpas. A própria estatura, na
a) significante: o lado material do signo, formado
imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples esta-
de sons (na língua falada) ou de letras (na língua escrita).
tura dizia dele: aqui está um grande homem...”
b) significado: o lado imaterial do signo, a ideia
que aqueles fonemas ou letras transmitem. Você deve ter observado, nesse texto, que o narra-
dor descreve o personagem a partir de um ponto de vista
POLISSEMIA
pessoal, ou seja, ele procura apresentar-nos a impressão
Dá-se o nome de polissemia à capacidade de a pa- que tem dele. Trata-se, portanto, de uma descrição sub-
lavra assumir vários sentidos, ou seja, um significante jetiva ou impressionista.
remete-nos a vários significados.
O fato de o narrador apresentar sua visão pessoal do
Exemplo: personagem, emitindo juízos de valor (daí o caráter sub-
jetivo da descrição), não é um defeito, já que a descrição
A palavra linha (significante) pode ter vários signi-
não deve, apenas, fornecer ao leitor um retrato frio e sem
ficados:
vida daquilo que é descrito.
• Fio usado na costura; Descrição técnica
• Trilho de trem;
• Riscos no caderno ou no livro; Um tipo especial de descrição objetiva é a descrição
• Meio de comunicação (linha telefônica); técnica, que procura transmitir a imagem do objeto atra-
• Trajeto (linha de ônibus). vés de uma linguagem técnica, com vocabulário preciso,
normalmente ligado a uma área da ciência ou da tecno-
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO logia. É o caso da descrição de peças e de aparelhos, de
experiências e de fenômenos, do funcionamento de me-
DENOTAÇÃO: consiste em utilizar o signo no seu canismos, da redação de manuais de instrução e de arti-
sentido próprio e único, que não permite mais de uma in- gos científicos.
terpretação.
Narração
CONOTAÇÃO: consiste em atribuir novos signifi-
cados ao valor denotativo do signo. A narração é um relato centrado num fato ou num
acontecimento. Há personagem(ns) atuando e um narra-
Ex.: Tiana ganhou do marido uma aliança de ouro. dor que relata a ação. É um tipo de texto marcado pela
A palavra ouro está empregada como metal, ou se- temporalidade, ou seja, como seu material é o fato e a
ja, foi usada em sentido próprio, denotativo. ação que envolve personagens, a progressão temporal é
essencial, para o seu desenrolar: as ações direcionam-se
Ex.: Tiana tem um coração de ouro. para um conflito que requer uma solução, o que nos
permite concluir que chegaremos a uma situação nova.
O que se quer dizer é que Tiana tem um bom cora-
Portanto a sucessão de acontecimentos leva a uma trans-
ção, é uma pessoa generosa. A palavra ouro está, pois,
formação, a uma mudança, e a trama que se constrói com
empregada em seu sentido conotativo.
os elementos do conflito desenvolve-se, necessariamen-
TIPOLOGIA TEXTUAL te, numa linha de tempo e num determinado espaço.
Gramaticalmente, percebe-se o predomínio de frases
Os fatos, os pensamentos, os sentimentos, as paisa-
verbais, indicando um processo de ação.
gens, as pessoas, enfim, tudo pode ser expresso por meio
da escrita, e aquilo que se escreve é uma redação. Porém Relato e narrativa ficcional
o que está escrito encaixa-se, sempre, em, pelo menos,
Um texto narrativo caracteriza-se pela sucessão de
um dos três tipos de redação: descrição, narração e dis-
acontecimentos numa linha temporal. Assim, contar a
sertação. Ao estudo dos tipos de textos dá-se o nome de
alguém como foi o nosso passeio, o que aconteceu co-
Tipologia Textual.
nosco e com outras pessoas, como as coisas terminaram,
Descrição caracteriza-se como um texto narrativo. Mas distingue-se
da narrativa ficcional, por ser relato de fatos reais. Des-
A descrição caracteriza-se por ser o “retrato verbal”
sa forma, podemos definir relato como a representação
de pessoas, de objetos, de cenas ou de ambientes. Traba-
de experiências vividas (relatos de viagens, de aconteci-
lha com imagens, permitindo uma visualização do que
mentos históricos, de testemunhos, de reportagens, de
está sendo descrito. Um recurso comum às descrições é
autobiografia, etc.
a comparação (para que o interlocutor tenha mais ele-
mentos, para montar a imagem do ser descrito. Daí, o A narrativa ficcional é fruto da imaginação criado-
emprego constante do conectivo como. ra, sempre mantendo pontos de contato com o real, recria
a realidade, baseando-se nela ou dela se distanciando.
Leia, agora, o seguinte texto:
Elementos da narrativa ficcional:
“ Aristarco todo era um anúncio. Os gestos calmos,
soberanos, eram de um rei [...]; o olhar fulgurante, sob • Enredo;
a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, • Narrador;

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• Personagens; Ex.: “Lembrei-me de que era segunda-feira”, dis-
• Ambiente; se-me [a mãe].
• Tempo. “É como o cinema”, dissera-me certa vez [Santia-
go].
Enredo: é a estrutura da narrativa, o desenrolar dos
acontecimentos; como o próprio nome indica, enredar Entretanto os travessões incorporam falas com mais
significa “tecer”, “entrelaçar os fatos”. vivacidade, falas que parecem recuperar quadros vivos,
diálogos entre personagens, como, por exemplo, a fala da
Narrador: como já vimos, é aquele que narra os mãe dirigida ao filho:
acontecimentos.
- Nem sequer descerá do navio – disse-lhe. – Dará
Personagens: são os seres que atuam, que vivem os uma benção de obrigado, como sempre, e voltará pelo
acontecimentos. O personagem principal é o protagonis- mesmo caminho. Odeia este povoado.
ta; aquele que se opõe ao protagonista é chamado de an-
tagonista (ou de vilão). Normalmente, as aspas introduzem citações; e os
travessões, diálogos.
Ambiente: é o espaço, o cenário por onde transitam
os personagens e se desenrolam os acontecimentos. Além das marcas gráficas, as vozes do discurso di-
reto vêm acompanhadas dos verbos de elocução (ou des-
Tempo: é a época, o momento em que os fatos cendi, ou declarativos). Esses verbos identificam a ma-
acontecem. neira de exprimir a fala. Os mais comuns são: dizer,
Dissertação afirmar, perguntar, falar, comentar, gritar, retrucar,
ponderar, etc.
Muitos dos textos que produzimos, sejam eles escri-
tos ou falados, são motivados pela nossa necessidade de Entretanto alguns autores modernos têm dispensado
expor um ponto de vista, de defender uma ideia ou de o emprego de marcas gráficas e de verbos de elocução
questionar um fato. São os chamados textos dissertati- como acompanhamento das vozes do discurso direto,
vos. como faz José Saramago neste trecho de O conto da ilha
desconhecida (São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
Em geral, para se obter maior clareza na exposição p. 17-8):
do ponto de vista, distribui-se a matéria em três partes:
“E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim
• Introdução: em que se apresenta a ideia ou o aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, para que eu
ponto de vista que será defendido; to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste
• Desenvolvimento ou argumentação: em que reino, e os barcos do reino pertencem-me todos [...].”
se desenvolve o ponto de vista (para convencer O escritor português utiliza, apenas, vírgulas na
o leitor, é preciso usar uma sólida argumenta- pontuação do diálogo entre o súdito e o rei. Para diferen-
ção, citar exemplos, recorrer a opiniões de es- ciar as falas de um e de outro personagem, indicando a
pecialistas, fornecer dados, etc.); mudança de voz, ele utiliza as maiúsculas.
• Conclusão: em que se dá um fecho coerente O discurso indireto
com o desenvolvimento, com os argumentos
apresentados. O discurso indireto é a reprodução da fala de ou-
trem, elaborada pela voz do locutor principal. As falas,
Parágrafo: o tópico frasal no discurso indireto, dispensam a vivacidade, dando ên-
Na estrutura da dissertação, os parágrafos desempe- fase ao pensamento ou à ideia que elas podem transmitir.
nham papel, extremamente, relevante. Portanto é funda- Observe:
mental refletir sobre eles. Veja o que diz Othon M. Gar- ...a mãe pensou que ele se enganara de dia quando
cia. o viu vestido de branco.
“O parágrafo é uma unidade de composição, cons- (em discurso direto teríamos: - Ele se enganou de
tituída por um ou mais de um período, em que se desen- dia – pensou a mãe.)
volve determinada ideia central, ou nuclear, a que se O discurso indireto também apresenta marcas gra-
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas maticais típicas: por um lado, a ausência de aspas ou de
pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” travessões; por outro, o verbo de elocução seguido de
Garcia, Othon M. Comunicação em prosa moderna. uma oração subordinada substantiva objetiva (essa ora-
7. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978. p. 203. ção subordinada é a fala do outro).

TIPOS DE DISCURSOS O discurso indireto livre

Discurso direto Este estilo associa características dos discursos dire-


to e indireto. É um estilo misto.
Discurso direto é a reprodução fiel de algo que al-
guém disse. É uma citação literal. Para sua introdução,
geralmente, são utilizadas marcas gráficas como as aspas
ou o travessão.

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Exemplo: O emprego da LINGUAGEM CULTA FORMAL
deve ser visto como algo muito estratégico em muitos ti-
“Volto à moça: o luxo que se dava era tomar um
pos de texto. Com tal emprego, afirmamos nossa autori-
gole frio de café antes de dormir. Pagava o luxo tendo
dade (= "Eu sei escrever. Eu domino a língua! Eu sou
azia ao acordar.
culto!") e, com isso, reforçamos, damos maior credibili-
Ela era calada (por não ter o que dizer), mas gos- dade ao nosso texto. Imagine, está, um advogado escre-
tava de ruídos. Eram vida. Enquanto o silêncio da noite vendo mal ... ("Ele não sabe nem escrever! Seus conhe-
assustava: parecia que estava prestes a falar uma pala- cimentos jurídicos também devem ser precários!").
vra fatal. [...]. Vagamente pensava de muito longe e sem
Em outros contextos, o emprego da LINGUAGEM
palavras o seguinte: já que sou, o jeito é ser. Os galos
FORMAL e, até mesmo, POPULAR poderá ser estraté-
avisavam mais um repetido dia de cansaço. Cantavam o
gico, pois, com isso, consegue-se, mais facilmente, atin-
cansaço. E as galinhas, que faziam elas? Indagava-se a
gir o ouvinte/leitor de classes menos favorecidas.
moça. Os galos, pelo menos, cantavam. Por falar em ga-
linhas, a moça, às vezes, comia, num botequim, um ovo O TÍTULO ou o INÍCIO do texto (escrito/falado)
duro.” devem ser utilizados como estratégias ... como estratégia,
para captar a atenção do ouvinte/leitor imediatamente.
No trecho acima, em dois momentos, temos a re-
De nada valem nossos argumentos, se não são ouvi-
produção literal da fala da personagem, mas essa fala
dos/lidos.
vem inserida na fala do narrador (observe que não temos
a estrutura típica do diálogo), caracterizando o discurso A utilização de vários argumentos, sua disposição
indireto livre. ao longo do texto, o ataque às fontes adversárias, as an-
tecipações ou prolepses (quando o escritor/orador prevê
O TEXTO ARGUMENTATIVO a argumentação do adversário e a responde), a qualifica-
TEXTO ARGUMENTATIVO é o texto em que ção das fontes, a utilização da ironia, da linguagem
defendemos uma ideia, uma opinião ou um ponto de vis- agressiva, da repetição, das perguntas retóricas, das ex-
ta, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com clamações, etc. são alguns outros exemplos de estraté-
que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela. gias.
Num texto argumentativo, distinguem-se três com-
ponentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumen- TEXTUALIDADE
tativas. Chamamos textualidade tudo aquilo que organiza-
TESE, ou proposição, é a ideia que defendemos, damente, leva um texto a ser um texto. O sentido de um
necessariamente polêmica, pois a argumentação implica texto não advém da soma das frases que o constituem,
divergência de opinião. mas decorre do todo, numa organização macrotextual
(coerência) e microtextual (coesão).
A palavra ARGUMENTO tem uma origem curio-
sa: vem do latim ARGUMENTUM, que tem o tema O texto escrito processa-se segundo algumas nor-
ARGU , cujo sentido primeiro é "fazer brilhar", "ilumi- mas, e o nosso conhecimento linguístico prepara-nos, pa-
nar", a mesma raiz de "argênteo", "argúcia", "arguto". ra captarmos o máximo possível, já que é muito difícil,
talvez impossível, absorvermos a totalidade. Para a com-
Os argumentos de um texto são facilmente localiza-
preensão, contribuem o nosso conhecimento lexical (das
dos: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: palavras), o sintático (da gramática, das relações entre as
o autor é contra a pena de morte (tese). Porque ... (argu- palavras) e o sintático-semântico (da construção dos elos
mentos). coesivos). Um texto deve apresentar uma correlação ló-
As ESTRATÉGIAS não se confundem com os gica das ideias (coerência) e dos termos de ligação (coe-
ARGUMENTOS. Estes, como se disse, respondem à são).
pergunta por quê (o autor defende uma tese tal, POR-
QUE ... - e aí vêm os argumentos). INTERTEXTUALIDADE
ESTRATÉGIAS argumentativas são todos os re- É a relação que se estabelece entre dois textos,
cursos (verbais e não-verbais) utilizados, para envolver o
quando um deles faz referência a elementos existentes no
leitor/ouvinte, para impressioná-lo, para convencê-lo me-
outro. Esses elementos podem dizer respeito ao
lhor, para persuadi-lo mais facilmente, para gerar credi-
conteúdo, à forma, ou mesmo, à forma e ao conteúdo. Na
bilidade, etc. literatura brasileira, temos um exemplo significativo de
Os exemplos a seguir poderão dar melhor ideia intertextualidade. O poeta romântico Gonçalves Dias
acerca do que estamos falando. escreveu, em meados do século XIX, a famosa "Canção
A CLAREZA do texto - para citar um primeiro do exílio", desde então, vários outros poetas produziram
exemplo - é uma estratégia argumentativa, na medida em intertextos, ou simples imitação, para repensá-la.
que, sendo claro, o leitor/ouvinte poderá entender e con- Observe os retomados (os textos retomam outros
cordar com o que está sendo exposto. Portanto, para textos).
conquistar o leitor/ouvinte, quem fala ou escreve procu- "Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá".
rará, por todos os meios, ser claro, isto é, utilizar-se da (Gonçalves Dias)
ESTRATÉGIA, da clareza. A CLAREZA não é, pois,
"Minha terra tem palmares, onde gorjeia o mar".
um argumento, mas é um meio (estratégia) imprescindí- (Oswald de Andrade)
vel, para obter adesão das mentes, dos espíritos.
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"Minha terra tem Palmeiras, Corínthians e outros D) indicar as consequências das Cruzadas para o mun-
times". (Eduardo Alves da Costa) do moderno.
E) revelar as modificações ocorridas nos trajetos das
Grandes Navegações.
Gêneros Textuais
Gêneros textuais são tipos específicos de texto de 2. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP -
qualquer natureza, literários ou não (Swales, 1990). Tan- Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen-
to na forma oral, como na escrita, os gêneros textuais são tal)
caracterizados por funções específicas e organização re-
tórica, mais ou menos, típica. São reconhecíveis pelas Os textos são normalmente estruturados em pará-
características funcionais e organizacionais que exibem e grafos, que possuem objetivos estruturais e temáticos.
pelos contextos onde são utilizados. Gêneros textuais são Assinale a opção em que a finalidade básica do pa-
formas de interação, de reprodução e de possível altera- rágrafo destacado é indicada corretamente.
ção sociais que constituem, ao mesmo tempo, processos A) Parágrafo 1 – resumir o conteúdo do texto.
(Kress, 1993) e ações sociais (Miller, 1984), e envolvem B) Parágrafo 2 – mostrar uma consequência do pará-
questões de acesso (quem usa quais textos) e poder’ grafo anterior.
(MEURER, no prelo). C) Parágrafo 3 – apresentar um personagem histórico
*********************************************** aos leitores.
EXERCÍCIOS D) Parágrafo 4 – revelar a maior importância das nave-
gações lusitanas.
Para as questões de 01 a 28, marque uma única al- E) Parágrafo 5 – indicar um erro historicamente impor-
ternativa correta conforme pede seu comando. tante de Colombo.
Texto 1
Índio 3. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP -
Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen-
Uma das consequências das Cruzadas (séculos XI a tal)
XIII) foi a descoberta das riquezas do Oriente: tecidos,
pedras e metais preciosos, especiarias. Na evolução estrutural dos parágrafos, há sempre
palavras que se prendem aos anteriores – exceção evi-
Tudo isso passou a ter um valor extraordinário para dente feita ao parágrafo inicial –, produzindo o que cha-
os europeus do século XV (a canela chegou a valer mais mamos de coesão.
do que o ouro!). E assim as grandes navegações para a
Ásia se tornaram financeiramente atrativas. Os parágrafos do texto que são totalmente indepen-
dentes dos anteriores, em termos formais, são os parágra-
O genovês Cristóvão Colombo, o que botou o ovo fos
em pé (como se fosse uma grande coisa: as galinhas já
faziam isso muito antes dele), consegue, na Espanha, em A) 1 e 2.
1492, o patrocínio dos reis Fernando II e Isabel I para B) 2 e 3.
uma viagem à Índia. C) 1 e 3.
D) 4 e 5.
Para chegar lá, os portugueses desciam até o final E) 3 e 5.
da África e dobravam à esquerda. Colombo, que sempre
adorou viver na contramão da História, sai da Espanha, 4. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP -
no dia 3 de agosto, e dobra à direita, convencido de que a Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen-
Terra era redonda. tal)
Acertou na forma, mas errou no cálculo do diâme- “Uma das consequências das Cruzadas (séculos XI
tro. Colombo chega às Bahamas, em 12 de outubro, e a XIII) foi a descoberta das riquezas do Oriente: tecidos,
acha que alcançou a Índia. Por isso, ao ver uns selvagens pedras e metais preciosos, especiarias.”
locais, Colombo os chama de índios. Pronto, o nome fi-
cou e o erro se consagrou: a partir daí, todo selvagem, nu Sobre os componentes desse parágrafo, assinale a
ou seminu, passou a ser chamado de índio. afirmação inadequada.
(PIMENTA, R. Casa da Mãe Joana, curiosidade na origem das palavras, frases e marcas. Ed. Campus.
Rio de Janeiro-RJ. 2002)
A) “riquezas” contém uma valorização do que é enu-
merado a seguir.
1. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP - B) O termo entre parênteses indica a época da ocorrên-
Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen- cia das Cruzadas.
tal) C) A palavra “descoberta” mostra a revelação de algo
desconhecido antes.
Todo texto pretende alcançar um objetivo; no caso D) Ao dizer “Uma das consequências”, o autor do texto
do texto, o objetivo fundamental é sugere que há outras.
A) tentar corrigir um erro histórico de designação. E) Os termos após os dois pontos (:) mostram o con-
B) dar a conhecer a origem significativa do vocábulo junto completo das riquezas descobertas.
índio.
C) mostrar o valor de Cristóvão Colombo para nossa
História.

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5. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP - Sobre os componentes desse segmento do texto, as-
Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen- sinale a afirmação inadequada.
tal) A) O trecho “o que botou o ovo em pé” indica um fato
Ao escrever “tecidos, pedras e metais preciosos, es- que notabilizou Cristóvão Colombo.
peciarias”, o autor do texto quer mostrar que o adjetivo B) O trecho “como se fosse uma grande coisa” mostra
“preciosos” se refere a certo desprezo pelo fato aludido anteriormente.
A) pedras, somente. C) O trecho “as galinhas já faziam isso muito antes de-
B) metais, somente. le” alude ao fato de as galinhas porem os ovos de
C) tecidos, pedras e metais, somente. modo que fiquem de pé no ninho.
D) pedras e metais, somente. D) A expressão “botar o ovo em pé” possui dois signi-
E) tecidos, pedras, metais e especiarias. ficados, um dos quais pode dar um tom humorístico
ao texto.
6. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP - E) A forma verbal “consegue”, no presente do indica-
Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen- tivo, traz mais dinamismo ao fato narrado.
tal)
9. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP -
“Tudo isso passou a ter um valor extraordinário pa- Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen-
ra os europeus do século XV (a canela chegou a valer tal)
mais do que o ouro!).”
“Para chegar lá, os portugueses desciam até o final
Nesse segmento textual, o que está entre parênteses da África e dobravam à esquerda. Colombo, que sempre
tem a finalidade de adorou viver na contramão da História, sai da Espanha,
A) justificar o preço da canela no mercado atual. no dia 3 de agosto, e dobra à direita, convencido de que a
B) comprovar o que foi afirmado anteriormente. Terra era redonda.”
C) mostrar a relativização dos valores na economia. Depreende-se corretamente desse segmento do texto
D) exemplificar um dos produtos de valorização extra- que
ordinária.
E) indicar uma causa da valorização extraordinária dos A) os portugueses já conheciam um trajeto para a Ín-
produtos orientais. dia.
B) Colombo contrariou a tradição, apoiado em fatos
7. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP - equivocados.
Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen- C) a História mostrou que Colombo estava errado na
tal) direção que tomou.
D) o caminho percorrido por Colombo já era conhecido
O texto apresenta uma série de conectores que mos- dos portugueses.
tram ligações lógicas entre os termos, com variados con- E) estar convencido da redondeza da Terra mostra a
teúdos semânticos. ignorância de Colombo.
Assinale a opção em que o valor semântico do co-
nector sublinhado está corretamente indicado. 10. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP -
A) “Tudo isso passou a ter um valor extraordinário pa- Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen-
ra os europeus do século XV (a canela chegou a va- tal)
ler mais do que o ouro!)” / finalidade. “E assim as grandes navegações para a Ásia se tor-
B) “E assim as grandes navegações para a Ásia se tor- naram financeiramente atrativas.”
naram financeiramente atrativas” / modo. Assinale a opção que apresenta a forma de reescre-
C) “O genovês Cristóvão Colombo, o que botou o ovo ver essa frase que modifica o seu sentido original.
em pé (como se fosse uma grande coisa: as galinhas
já faziam isso muito antes dele)” / conformidade. A) E assim se tornaram financeiramente atrativas as
D) “Acertou na forma, mas errou no cálculo do diâme- grandes navegações para a Ásia.
tro. Colombo chega às Bahamas, em 12 de outubro, B) E as grandes navegações para a Ásia se tornaram
e acha que alcançou a Índia” / oposição. assim financeiramente atrativas.
E) “Por isso, ao ver uns selvagens locais, Colombo os C) E assim, para a Ásia se tornaram financeiramente
chama de índios” / conclusão. atrativas as grandes navegações.
D) E assim as grandes navegações para a Ásia se torna-
8. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP - ram atrativas financeiramente.
Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen- E) Tornaram-se, assim, atrativas financeiramente as
tal) grandes navegações para a Ásia.
“O genovês Cristóvão Colombo, o que botou o ovo 11. (FGV - 2022 – Pref. de Santo André - SP -
em pé (como se fosse uma grande coisa: as galinhas já Agente de Políticas Públicas e Gestão Governamen-
faziam isso muito antes dele), consegue, na Espanha, em tal)
1492, o patrocínio dos reis Fernando II e Isabel I para
uma viagem à Índia.” O texto que acabamos de analisar pertence ao gêne-
ro

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A) informativo. A afirmação incorreta sobre um dos elementos sub-
B) publicitário. linhados nesse pequeno fragmento do texto 2 é:
C) didático. A) o vocábulo “sobre” equivale a “a respeito de” e in-
D) normativo. dica o tema do livro.
E) ficcional. B) a expressão ”mais importante” mostra uma opinião
do autor do texto.
Atenção: use o Texto 2 para responder às questões C) o termo “a ideia do alfabeto” especifica qual é a
de 12 a 19. ideia citada anteriormente.
Texto 2 D) o termo “você” indica um leitor indeterminado, já
Este livro é sobre uma das ideias mais importantes que indica qualquer um que esteja lendo o livro.
da humanidade – a ideia do alfabeto – e a sua forma mais E) o demonstrativo “neste” indica o momento em que
difundida: o sistema de letras que você está lendo neste foi escrito o texto.
momento. Três características dessa ideia se destacam:
sua singularidade, sua simplicidade e sua adaptabilidade. 14. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis-
A partir da primeira manifestação do alfabeto, há 4000 tente)
anos, todos os demais alfabetos o tomaram como exem- O segundo parágrafo do texto começa pela frase
plo; e todos eles refletem a sua simplicidade fundamen- “Não se trata da simplicidade do projeto perfeito”.
tal. Tal frase desempenha o papel textual de
Não se trata da simplicidade do projeto perfeito. A
A) indicar uma ressalva em relação à afirmação anteri-
força do alfabeto como ideia reside na sua virtual imper-
or de que a simplicidade é uma marca destacada do
feição. Embora não se adapte com perfeição a qualquer
alfabeto.
idioma, pode, com alguma adequação, adaptar-se a todos
B) mostrar uma contradição com algo dito anterior-
eles. Assim como a nossa própria espécie, de cérebro mente.
mais desenvolvido, que pode ser superada por outras es-
C) destacar uma característica que se soma às três ante-
pécies em diversas atividades, mas não no campo do
riormente indicadas.
pensamento, o alfabeto é um generalista. Em termos de
D) apresentar um argumento na defesa da ideia de que
software, seu sucesso reside em sua maleabilidade. Mas
o alfabeto mostra uma perfeita simplicidade.
de onde teria surgido essa ideia do alfabeto? Como e on- E) explicar o que significam a simplicidade, a singula-
de se disseminou ao transformar-se no sistema de letras ridade e a adaptabilidade do alfabeto.
romanas que é hoje a escrita mais conhecida do mundo?
É preciso um bom tempo para examinar essas ques- 15. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis-
tões, porque as raízes do alfabeto ainda continuam vindo tente)
à tona.
“Não se trata da simplicidade do projeto perfeito. A
(MAN, Jofin. História do Alfabeto.)
força do alfabeto como ideia reside na sua virtual imper-
12. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis- feição.”
tente)
Esse segmento do texto mostra dois períodos com
O Texto 2 corresponde ao prefácio de um livro e um ponto entre os dois. Se substituíssemos, de forma
uma de suas funções é atrair o leitor para a leitura da adequada, esse ponto por um elemento de ligação, o co-
obra. nectivo mais adequado para isso seria:
A principal estratégia usada para isso é A) “Não se trata da simplicidade do projeto perfeito,
A) aludir a uma série de mistérios estranhos, cuja res- pois a força do alfabeto como ideia reside na sua
posta vai ser dada na continuação do livro. virtual imperfeição.”
B) prometer, implicitamente, respostas para um con- B) “Não se trata da simplicidade do projeto perfeito,
junto de perguntas formuladas a respeito do tema da porque a força do alfabeto como ideia reside na sua
obra. virtual imperfeição.”
C) mostrar que o livro vai dar esclarecimentos definiti- C) “Não se trata da simplicidade do projeto perfeito, no
vos sobre pontos até hoje não revelados. entanto, a força do alfabeto como ideia reside na
D) criar suspense sobre aspectos curiosos que envol- sua virtual imperfeição.”
vem o tema, cuja revelação será feita no texto do li- D) “Não se trata da simplicidade do projeto perfeito,
vro. embora a força do alfabeto como ideia resida na sua
E) comprometer-se a informar, com base segura e ci- virtual imperfeição.”
entífica, sobre a história indicada no título do livro. E) “Não se trata da simplicidade do projeto perfeito,
caso a força do alfabeto como ideia resida na sua
13. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis- virtual imperfeição.”
tente)
“Este livro é sobre uma das ideias mais importantes 16. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis-
da humanidade – a ideia do alfabeto – e a sua forma mais tente)
difundida: o sistema de letras que você está lendo neste A “virtual imperfeição” do alfabeto, citada no se-
momento.” gundo parágrafo, se refere à

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A) maleabilidade, podendo transformar-se no sistema continuavam vindo à tona.
de letras romanas hoje usado. C) porque as raízes do alfabeto ainda continuam vindo
B) capacidade de, mesmo imperfeitamente, ser original à tona, é preciso um bom tempo para examinar es-
em sua expressão. sas questões.
C) capacidade de facilmente adaptar-se qualquer idio- D) é preciso um bom tempo para examinar essas ques-
ma, embora de forma imperfeita. tões, porque ainda continuam vindo à tona as raízes
D) singularidade de criar palavras em todos os idiomas, do alfabeto.
ainda que deficientemente. E) é preciso um bom tempo para que se examine essas
E) possibilidade de permitir a expressão de todos os questões, porque as raízes do alfabeto ainda conti-
pensamentos, mesmo que de forma inadequada. nuam vindo à tona.

17. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis- Atenção: use o Texto 3 para responder às questões
tente) de 20 a 23.
O autor do texto define o alfabeto como “generalis- Texto 3
ta”. “O alfabeto? É um pouco difícil saber exatamente o
Isso quer dizer que ele que o ‘o’ significa, porque existem vários assim chama-
A) registra conhecimentos especializados. dos alfabetos que não começam por a e b. Ogham, o sis-
B) facilita a comunicação de ideias gerais. tema do irlandês antigo, começava com BLF; a escrita
C) mostra uma grande amplitude de usos. medieval alemã, o rúnico, cujos caracteres se chamavam
D) demonstra uma excelente organização interna runas, começavam com seis letras que lhe deram o nome.
E) pode registrar todas as ideias, gerais ou especializa- O etíope começava com h-l. (....) Porém, apesar das mo-
das. dificações, persistia um ideal comum: captar os sons da
fala por meio de um conjunto de duas ou três dúzias de
18. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis- sinais únicos, cada um dos quais correspondendo a um
tente) som falado. Na verdade, como veremos, trata-se de uma
vã esperança.”
Observe o segundo parágrafo do texto 2:
“Não se trata da simplicidade do projeto perfeito. A 20. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis-
força do alfabeto como ideia reside na sua virtual imper- tente)
feição. Embora não se adapte com perfeição a qualquer O tema básico desse Texto 3 é o de
idioma, pode, com alguma adequação, adaptar-se a todos
eles. Assim como a nossa própria espécie, de cérebro A) demonstrar a utilidade do alfabeto.
mais desenvolvido, que pode ser superada por outras es- B) indicar a diversidade de alfabetos no mundo.
pécies em diversas atividades, mas não no campo do C) destacar uma marca básica de todos os alfabetos.
pensamento, o alfabeto é um generalista. Em termos de D) informar o leitor sobre a história dos alfabetos.
software, seu sucesso reside em sua maleabilidade. Mas E) mostrar a inutilidade dos alfabetos criados.
de onde teria surgido essa ideia do alfabeto? Como e on-
de se disseminou ao transformar-se no sistema de letras 21. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis-
romanas que é hoje a escrita mais conhecida do mundo?” tente)
Sobre a estruturação geral desse parágrafo, assinale “Na verdade, como veremos, trata-se de uma vã es-
a única afirmativa verdadeira. perança.”
A) O terceiro período mostra uma incoerência. O autor do texto considera uma vã esperança a
B) O quarto período se apoia em uma analogia. A) necessidade de se criarem mais letras a fim de que
C) O quinto período estabelece uma relativização. os alfabetos possam fazer uma escrita perfeita.
D) O sexto período se refere a algo desconhecido. B) criação de alfabetos que se iniciem pelas mesmas
E) O último período contradiz o anterior. letras.
C) possibilidade de haver um só alfabeto universal.
19. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis- D) existência de um alfabeto que se adapte adequada-
tente) mente a todas as línguas.
“É preciso um bom tempo para examinar essas E) tentativa de reproduzir os variados sons da fala por
questões, porque as raízes do alfabeto ainda continuam meio de poucas letras.
vindo à tona.”
22. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assis-
As opções a seguir mostram maneiras de reescrever tente)
corretamente essa frase, à exceção de uma, que apresen-
ta um erro gramatical. Assinale-a. A falta de correspondência perfeita entre os sons e
as letras aparece em nossa língua numa série de pontos.
A) é preciso um bom tempo para o exame dessas ques-
tões, porque as raízes do alfabeto ainda continuam Assinale a opção em que isso não aparece compro-
vindo à tona. vado nos exemplos.
B) foi preciso um bom tempo para que se examinassem A) a presença do H mudo em alguns vocábulos: honra,
essas questões, porque as raízes do alfabeto ainda herói.
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B) a possibilidade de duas letras representarem o mes- Texto 4
mo som: asa, azar. Leia o texto abaixo e responda as questões de 27 e
C) a existência de sons que podem ser representados de 28.
formas diferentes: roupa, carro. Fundação diz que não há risco na polpa industrializa-
D) a dupla grafia de uma mesma palavra: alevan- da.
tar/levantar.
O açaí que é consumido em boa parte do Brasil não
E) a presença de uma grafia única para diferentes pro-
corre o risco de estar contaminado. É o que afirma a Funed
núncias como nas de Brasil e Portugal; fazê (BR), (Fundação Ezequiel Dias), referência nacional no diagnósti-
fazeire (PT). co de doença de Chagas.
“O que é consumido (fora do Norte e Nordeste) é a
23. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assistente) polpa industrializada, que sofre o processo de pasteuriza-
Os exemplos citados no Texto 3 têm a finalidade de ção”, diz a chefe do serviço de doenças parasitárias da fun-
dação, Eliana Furtado Moreira.
A) abrir caminho para novas discussões.
No processo de pasteurização, a polpa do açaí é aque-
B) mostrar o conhecimento do autor sobre o tema.
cida durante alguns segundos a temperaturas entre 80ºC e
C) enriquecer a informação do texto.
D) comprovar uma afirmação anterior. 90ºC, e depois é imediatamente resfriada. Esse processo
E) demonstrar a existência de vários alfabetos. elimina o agente causador da doença de Chagas. Além dis-
so, a polpa vendida é congelada, o que elimina a possibili-
24. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assistente) dade de o protozoário Trypanosoma cruzi estar presente na
fruta. O Pará é o principal produtor da fruta no país. Além
Num célebre texto sobre o alfabeto, Millôr Fernandes de abastecer o mercado interno, exporta parte da produção.
escreveu: “O A é uma letra com sótão. Chove sempre um Folha de S. Paulo, 18 ago, 2007
pouco sobre o à craseado. O B é um l que se apaixonou por
um 3. O b minúsculo é uma letra grávida. Ao C só lhe resta 27. (IBFC - 2023 - UFPB - Assistente de Alunos).
uma saída. O Ç cedilha, esse jamais tira a gravata.” De acordo com a leitura do texto, assinale a alternativa cor-
reta.
Esse pequeno texto se baseia
A) A Fundação Ezequiel Dias pasteuriza o açaí consumi-
A) no significado de cada letra citada. do em boa parte do Brasil.
B) na semelhança visual de letras e outras realidades. B) A chefe do serviço da Funed explica que a polpa in-
C) na possibilidade cômica de ridicularizar o alfabeto. dustrializada não deve ser consumida.
D) na criatividade dos autores dos desenhos das letras. C) A polpa do açaí é aquecida e não deve ser vendida
E) na explicação histórica de cada formato das letras. congelada.
D) O protozoário da doença de Chagas é encontrado após
25. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assistente) a pasteurização da fruta.
Um dicionário ensina o seguinte sobre o vocábulo al- E) A pasteurização é um processo de aquecimento e res-
fabeto: empréstimo do latim, composto de alfa e beta, as friamento da polpa.
duas primeiras letras do alfabeto grego.
Esse tipo de dicionário nos dá dos vocábulos 28. (IBFC - 2023 - UFPB - Assistente de Alunos).
Leia as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou
A) a formação histórica. Falso (F).
B) as marcas gramaticais.
C) a origem espacial. ( ) O açaí é uma fruta venenosa.
D) a origem temporal. ( ) A polpa do açaí não deve ser consumida fora das regi-
E) a relação entre as línguas. ões Norte e Nordeste.
( ) O protozoário Trypanosoma cruzi é o causador da do-
26. (FGV - 2022 - MPE-GO - Secretária Assistente) ença de Chagas.
( ) O Estado do Pará exporta açaí.
Um texto do mesmo livro de onde foram retirados os
textos 2 e 3, diz o seguinte: Assinale a alternativa que apresenta a sequência corre-
“Com essa inovação intelectual [o alfabeto], os gregos ta de cima para baixo.
podiam registrar os seus próprios processos de pensamento, A) V-F-V-V
desenvolver seu autoconhecimento, aperfeiçoar ideias, ela- B) F-F-V-V
borando-as, criar sistemas de ética, filosofia e ciência, de- C) V-V-V-F
senvolver novas formas de poesia, tornar-se pioneiros em D) F-V-F-V
história e biografias.” E) V-V-F–F
Segundo esse texto, entre as possibilidades do alfabe-
to, não está incluída: GABARITO OFICIAL
A) dar início ao conhecimento humano. Conferidos
B) criar novas formas de expressão. 01-B 07-D 13-E 19-E 25-A
C) possibilitar o desenvolvimento da inteligência. 02-B 08-C 14-A 20-C 26-A
D) ampliar as possibilidades de conhecimento. 03-C 09-A 15-A 21-E 27-E
E) tornar possível a criação de novas formas literárias. 04-E 10-C 16-C 22-D 28-B
05-D 11-A 17-C 23-D
06-D 12-B 18-B 24-B

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EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS Note a importante observação, a seguir, feita por
HILDEBRANDO A. de ANDRÉ, em sua Gramática
Todas as palavras da língua portuguesa têm finali-
Ilustrada:
dades específicas: umas dão nome aos seres; outras indi-
cam ações e qualidades desses seres; outras apenas esta- “A forma dos seres designados pelos substantivos
belecem ligações entre termos de uma frase; etc. De abstratos não é captada pela imaginação, é entendida
acordo com essas finalidades, as palavras dividem-se em pela inteligência. A forma dos seres designados pelos
CLASSES GRAMATICAIS. substantivos concretos é apreendida pela imaginação,
pois os seres concretos possuem forma física ou apre-
Existem na língua portuguesa dez classes gramati-
sentam-se com forma física fictícia.
cais divididas em dois grupos distintos:
Julgamos que Deus, alma, anjo, demônio devam
* Variáveis: são as palavras que podem mudar de
ser incluídos entre os substantivos concretos reais, por-
forma e de classe, conforme seu emprego na frase. São
que, quando empregamos tais nomes, no ato da fala, re-
elas: Substantivo, Adjetivo, Verbo, Pronome, Artigo e
ferimo-nos a seres que existem por si realmente, muito
Numeral.
embora não tenham forma física (suas representações
* Invariáveis: São as palavras que não apresentam materiais são meros símbolos convencionais)”.
mudança em sua forma. São elas: Advérbio, Preposi-
5. Substantivo simples – nome formado de um só
ção, Conjunção e Interjeição.
elemento (radical).
SUBSTANTIVO
Ex.: espada, pedra, joia, guarda, moleque, pé, etc.
É palavra que dá nome aos seres em geral. Nor-
6. Substantivo composto – nome formado de dois
malmente exerce função sintática diretamente relaciona-
ou mais elementos (radicais).
da com o verbo, atuando como núcleo do sujeito, dos
complementos verbais e do agente da passiva. Pode, ain- Ex.: peixe-espada, pedra-pome, guarda-joia, pé de
da, funcionar como núcleo do complemento nominal ou moleque, passatempo, etc.
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do
7. Substantivo primitivo – nome que não deriva,
objeto ou como núcleo do vocativo.
em português, de outra palavra:
➢Classificação
Ex.: flor, âncora, café, pedra, livro, máquina, etc.
Os substantivos classificam-se em:
8. Substantivo derivado – nome que deriva de ou-
1. Substantivo próprio – dá nome a um ser especí- tra palavra portuguesa:
fico, individualizando-o entre os outros da mesma espé-
Ex.: florista, ancoradouro, cafezal, pedreira, denta-
cie.
dura, livreiro, maquinaria, etc.
Ex.: Manuel, Adriana, Jaci, Brasil, São Paulo, Terra
9. Substantivo coletivo – nome que expressa, es-
(planeta em que habitamos), Sol (astro que é o centro do
tando no singular, um grupo de seres da mesma espécie:
nosso sistema planetário), Lua (satélite da Terra), Deus,
Praça do Buriti, Polícia Militar, Ministério da Marinha, Ex.: exército (soldados), rebanho (ovelhas), código
“Dom Casmurro”, Jornal de Brasília, etc. (leis), fornada (pães), cardume (peixes), etc.
Obs.: Não confundir alguns nomes próprios, com
nomes comuns: terra (solo, local, região) sol (astro que é
FLEXÃO NOMINAL DO SUBSTANTIVO
centro de um sistema planetário), deus (divindade, ído-
lo), medicina (remédio), etc. É o estudo das variações do substantivo quanto ao
gênero, número e grau.
2. Substantivo comum – nome que serve para de-
signar os seres de uma mesma espécie. GÊNERO
Ex.: homem, mulher, menino, casa, escola, igreja, Os substantivos podem variar em gênero (masculi-
muro, cão, pedra, caneta, rio, etc. no ou feminino).
3. Substantivo concreto – nome do ser que existe * São do gênero masculino os substantivos a que se
por si (concreto real) ou que se apresenta em nossa ima- podem antepor os artigos o ou os.
ginação, como se existisse por si (concreto fictício):
o gato, os alunos, o candidato, os garotos, etc.
Ex.: de concretos reais: homem, casa, José, etc.
* São do gênero feminino os substantivos a que se
de concretos fictícios: saci, bruxa, lobisomem, mu- podem antepor os artigos a ou as.
la-sem-cabeça, fada, etc.
a gata, as alunas, a candidata, as garotas, etc.
4. Substantivo abstrato – nome do ser que só tem
existência dependente de outro ser, ou seja, nome de uma Formação do gênero
característica, de um estado, de uma ideia, de uma ação: Quanto ao gênero, os substantivos dividem-se em
Ex.: beleza, crueldade, saúde, crença, ciúme, viva- biformes e uniformes.
cidade, esperança, pulo, coroação, pensamento, etc.
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* Biformes - são os substantivos que apresentam 5. Há, ainda, alguns substantivos que distinguem o
uma forma para o masculino e outra para o feminino. A masculino do feminino através de um radical distinto pa-
oposição entre essas duas formas pode ser indicada de ra cada gênero. São os Heterônimos ou Desconexos,
várias maneiras. Vejamos: que apresentam radicais diferentes, não se distinguindo
pela terminação.
 Regra geral:
Alguns exemplos
Não existe uma regra específica para a formação do
gênero do substantivo. Em geral, substitui-se a termina- bode cabra genro nora
ção “o”, pela terminação “a”, para designar o feminino. cão cadela veado cerva
boi vaca homem mulher
Ex.: menino / menina, gato / gata, aluno / aluna, pai mãe padrinho madrinha
candidato / candidata, etc. cavalo égua compadre comadre
 Regras especiais: * Uniforme - são os substantivos que apresentam
1. Alguns substantivos terminados em “e” formam uma única forma para o masculino e para o feminino. A
o feminino, substituindo-se esse “e” por “a”. oposição entre as duas formas pode ser indicada pela
classificação dada a eles:
Ex.: mestre / mestra, infante / infanta, presidente /
presidenta, etc.  comuns-de-dois gêneros: O gênero é indicado pe-
lo artigo, adjetivo, pronome ou numeral que acompanha
2. Outros, quando terminados em consoante, for- o substantivo.
mam o feminino acrescendo-se a desinência a.
Ex.: o acrobata - a acrobata
Ex.: freguês / freguesa, bacharel / bacharela, pro- aquele mártir - aquela mártir
fessor / professora, embaixador / embaixadora, etc. belo artista - bela artista
3. Os substantivos masculinos, terminados em ão,
 Sobrecomuns: O gênero apresenta a mesma forma
formam o feminino substituindo-se o ão por ã, oa ou (tanto para o masculino, como para o feminino), não va-
ona. riando nem mesmo as palavras que os acompanham.
Ex.: Ex.: o cônjuge (tanto pode ser o esposo, como a esposa).
– Ã cirurgião - cirurgiã
a criança (pode ser o menino ou a menina)
cidadão - cidadã
anão - anã a vítima (pode ser do sexo masculino ou feminino)
– OA leão - leoa  Epicenos: São substantivos que designam outros
leitão - leitoa animais que não o ser humano. Seu gênero é indicado
hortelão - horteloa com o acréscimo dos termos MACHO ou FÊMEA.
– ONA folião - foliona
Ex.: a girafa macho a girafa fêmea
figurão - figurona
o tatu macho o tatu fêmea
castelão - castelona
a cobra macho a cobra fêmea
4. Alguns substantivos formam o feminino pelo
CUIDADO!!!
acréscimo de um sufixo feminino.
1) Há alguns substantivos cuja mudança de gênero
Ex.:
acarreta mudança de significado. Tal sentido varia con-
– ESA/ESSA camponês - camponesa forme o artigo que o antecede. Essas palavras são ho-
prior - prioresa mônimas pois são iguais na forma, porém de origem,
duque - duquesa gênero e significado diferente. Observe:
abade - abadessa
o águia = espertalhão
– ISA papa - papisa a águia = ave
poeta - poetisa o cabeça = chefe
profeta - profetisa a cabeça = parte do corpo
– TRIZ embaixador - embaixatriz o capital = conj. de bens
imperador - imperatriz a capital = cidade sede do Estado
ator - atriz o cura = pároco
– INA herói - heroína a cura = restabelecimento
maestro - maestrina o grama = medida de peso
czar - czarina a grama = vegetal
o moral = coragem
– ORA cantor - cantora
a moral = ética
pastor - pastora
o praça = soldado raso
senhor - senhora
a praça = lugar público

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2) O gênero é uma classificação gramatical, não c) troca-se o ÃO por ÃES:
existindo correspondência necessária entre o gênero
cão cães tabelião tabeliães
(masculino/feminino) e o sexo (macho/fêmea) dos seres
capitão capitães alemão alemães
a que se referem os substantivos.
escrivão escrivães pão pães
Ex.: a mesa é do gênero feminino e não do sexo femini-
d) há, alguns que admitem duas e até três formas de
no.
plural:
o banco é do gênero masculino e não do sexo mas-
anão = anãos e anões
culino.
ancião = anciãos, anciões e anciães
3) Como não existe necessariamente uma relação ermitão = ermitãos, ermitões e ermitães
entre o gênero e o sexo, muitos substantivos apresentam
gênero incerto e oscilante, mesmo na língua culta. Neste
caso, a gramática registra como correto o gênero fixado Terminados em AL, EL, OL, UL, trocam o L por
pelo uso culto. Assim, são: IS:
MASCULINOS- FEMININOS canal = canais caraco=caracóis
Papel = papéis Paul =pauis
o ágape a cal
o apêndice a cataplasma Terminados em IL
o champanha a comichão
o eclipse a motocicleta – Oxítonos: trocam o "L" por "S":
o guaraná a faringe funil = funispro jétil =projetis
o milhar a dinamite
4) Quando o próprio uso culto da língua não fixar o
gênero do substantivo, a gramática aceita ambos os gêne- – Paroxítonos: trocam o "IL" por "EIS":
ros. fóssil = fósseis projétil=projéteis
réptil = répteis
o / a diabete o / a personagem
o / a manequim o / a sabiá
o / a pijama o / a suéter Terminados em R ou Z: recebem ES:
5) O substantivo quando usado como adjetivo fica cor = cores cocar = cocares
invariável. dólar = dólares nariz = narizes
Ex.: Uma recepção monstro. Terminados em S:
* Monossílabos e Oxítonos: recebem ES:
NÚMERO mês = meses gás = gases
Quando falamos em número, estamos referindo-nos adeus = adeuses ás = ases
ao singular e ao plural. * Paroxítonos e Proparoxítonos: variam somente
Seguem regras com exemplos, porém o mais impor- o indicador de número:
tante é você fixar estas palavras, não se colocando a de- o lápis = os lápis o pires =os pires
corar as regras em si. o ourives = os ourives o ônibus =os ônibus
Exemplos comuns, com o acréscimo de "S" final: Terminados em M: trocam o M por NS:
Substantivos terminados em vogal ou em ditongo dom = dons armazém = armazéns
(exceto ão): item = itens vintém = vinténs
nuvem = nuvens som =sons
cajá – cajás céu – céus
irmã – irmãs boi – bois
paletó – paletós pai – pais Atenção especial para os seguintes substantivos:
abdômen = abdomens ou abdômenes
Substantivos terminados em – ÃO: cânon = Cânones
a) recebem o "s": espécime = espécimens ou especímenes
bênção bênçãos grão grãos hífen = hifens ou hífenes
cristão cristãos órgão órgãos
Os substantivos terminados em X ficam invariáveis.
b) troca-se o ÃO por ÕES:
Ex.: as fênix, os tórax, os ônix.
balão balões coração corações
caixão caixões folião foliões Alguns substantivos são usados somente no plural:
canção canções limão limões os arredores as férias (tempo de descanso)

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as fezes os víveres destrôço = destróços porco = pórcos
fogo = fógos povo = póvos
PLURAL DOS COMPOSTOS
Obs.: O acento é ilustrativo, uma vez que serve
Como regra geral, pode ser tomado o seguinte:
apenas para indicar a tonicidade.
Flexionam-se os elementos que são substantivos, ar-
Alguns que continuam com o ô (fechado) no plural:
tigos, adjetivos, numerais e pronomes; os demais perma-
necem invariáveis. acordo esgoto globo
almoço gosto bolo
Observe os princípios:
estojo rolo ferrolho
1. Recebe plural apenas o 1° elemento: soro esboço transtorno
a) substantivo + preposição + substantivo
pés de moleque mãos-de-obra O GRAU DO SUBSTANTIVO
b) quando o segundo elemento limita ou determina 1. Aumentativo: exprime o aumento do ser em re-
o primeiro. lação ao seu tamanho normal.
canetas-tinteiro guardas-marinha 1.1. Analítico: forma-se por meio de adjetivos.
amigos-urso peixes-boi Exs.: casa grande, pedra enorme, estátua colossal.
2. Recebe plural só o 2° elemento: 1.2. Sintético: forma-se com o auxílio de sufixos,
como: ão, az, alhão, alhona, ázio, ona, etc.
a) verbo + substantivo: beija-flores;
garrafão fatacaz papelão poetastro
b) palavra composta sem hífen: girassóis, pontapés; barbaça mulherona vagalhão gatázio
c) elemento invariável + palavra variável: ave- copázio mocetona (de moça)
marias, sempre-vivas, alto-falantes;
Atenção: Há casos em que o aumentativo expressa
d) palavras repetidas: ruge-ruges, quero-queros. desprezo. Serão chamados, assim, de pejorativo ou de
depreciativo.
3. Recebem plural os dois elementos:
2. Diminutivo: Exprime a diminuição do ser em re-
a) substantivo + substantivo = couves-flores, abe- lação ao seu tamanho normal. Também pode ser:
lhas-mestras.
2.1. Analítico: formado com o auxílio dos adjeti-
b) substantivo + adjetivo = obras-primas, amores- vos.
perfeitos, capitães-mores.
Ex.: lápis pequeno , inseto minúsculo.
c) adjetivo + substantivo = públicas-formas, boas-
vidas. 2.2. Sintético: formado com o auxílio de sufixos,
como: inho, zinho, acho, culo, ejo, ete, icho, ico, ucho,
Exceção: grã-cruzes etc.
4. Casos especiais: filhinho florzinha cãozito fogacho
os louva-a-deus os joões-ninguém lugarejo burrico festim espadim
os bem-te-vis os diz-que-diz Obs.: Há casos em que o diminutivo expressa pie-
os bem-me-queres dade, desprezo, antipatia, etc.
Obs.: irmãozinho mãezinha dedinho (ternura)
1. Se o 1º elemento for a palavra GUARDA (ver- livreco padreco papelucho (pejoração)
bo), esta ficará invariável. Vejamos como reconhecer is-
to. * Plural dos diminutivos em zinho e zito: colo-
cam-se os dois no plural e corta-se o "S" do substantivo:
Verbo: se o 2º elemento for substantivo:
animalZINHO = animais + zinhos = animaizinhos
guarda-roupa =guarda-roupas (subst.) coraçãoZINHO = corações + zinhos = coraçõezinhos
guarda-comida = guarda-comidas
Substantivo: se o 2º elemento for adjetivo: SUBSTANTIVO COLETIVO
guarda-noturno = guardas-noturnos (adj.) Coletivo é o substantivo do tipo comum que, embo-
guarda-florestal = guardas-florestais ra empregado no singular, indica um conjunto de seres
2. Alguns substantivos que apresentam ô (fechado) da mesma espécie.
no singular e ó (aberto) no plural: Embora a NGB não dê nenhuma classificação dos
caroço = caróços osso = óssos coletivos, a maioria dos gramáticos classificam-nos em:
coro = córos ovo = óvos

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coletivos específicos: são os que determinam professor jovem : professora jovem
uma só espécie de seres. homem otimista : mulher otimista
Ex.: Arquipélago = conjunto de ilhas. Outros: leve, nômade, paulista, contente, ruim, ante-
Banda = conjunto de músicos. rior, simples, veloz, amável, etc.
Colméia = conjunto de abelhas.
Biformes (duas formas): Apresentam uma forma
coletivos indeterminados: são os que podem de- para o masculino e outra para o feminino. Alguns exem-
terminar mais de uma espécie de seres. Necessita, pois, plos:
de um determinante para sua identificação.
moço camponês : moça camponesa
Ex.: Bando = Bando de criança - Bando de aves - embaixador francês : embaixatriz francesa
etc. garoto sofredor : garota sofredora
Junta = Junta de médicos, Junta de bois, de exami-
nadores, etc.
• Formação do plural
Manada = Manada de bois - Manada de búfalos -
Manada de elefantes, etc. Quanto ao número, podem ser:

coletivos numéricos: são os que determinam um Adjetivos simples – seguem as mesmas regras dos
número exato de seres. substantivos simples.

Ex.: semana, dezena, dúzia, mês, centena, etc. Adjetivo composto – há uma regra geral, apenas o
último elemento varia em gênero e em número.
blusa azul-amarela
ADJETIVO = blusas azul-amarelas
ADJETIVO é a palavra que expressa qualidade, relação franco-americana
propriedade ou estado do ser. Os adjetivos dividem-se = relações franco-americanas
em:
• O adjetivo composto ficará INVARIÁVEL quan-
1. Adjetivo explicativo – que diz qualidade essen-
do:
cial do ser.
a) um dos elementos for SUBSTANTIVO
Ex.: pedra dura, gelo frio, leite branco, etc.
olhos verde-mar gravatas rosa-ouro
2. Adjetivo restritivo: que expressa qualidade ou saias azul-pavão lenços branco-gelo
estado acidental do ser.
b) houver no composto a preposição DE:
Ex.: pedra preciosa, gelo útil, leite caro, livro velho,
blusas cor-de-rosa olhos cor-de-anil
bela casa, alto muro, etc.
Observações:
3. Adjetivo pátrio: quando expressa nacionalidade
ou lugar de origem do ser. 1. substantivos simples, indicando cor, são invariá-
veis.
Ex.: brasileiro, árabe, japonês, português, etc.
meias gelo camisas rosa
* Locução Adjetiva: expressa o valor de adjetivo, gravatas cinza muros laranja
constituída de preposição + substantivo
2. São invariáveis:
Ex.: corpo sem sangue = corpo anêmico
perímetro da cidade = perímetro urbano azul-marinho azul-celeste
agilidade de gato = agilidade felina
3. Variam os dois elementos:
surdo-mudo novo-rico
FLEXÕES DO ADJETIVO
2. Grau
1. Gênero e Número
Quanto ao grau, os adjetivos podem ser:
O adjetivo concorda em gênero e número com o Comparativo: compara-se a mesma qualidade entre
substantivo ao qual se refere. dois seres.
menino preguiçoso : meninas preguiçosas João é mais estudioso que Paulo .
mulher má : mulheres más
COMPARATIVO
• Formação do gênero:
Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser UNI- de igualdade Pedro é tão alto como João
FORMES ou BIFORMES: de superioridade Pedro é mais alto do que João
Uniformes apresenta uma só forma para indicar os De inferioridade Pedro é menos alto do que João
dois gêneros. Vejamos exemplos: Note bem: igualdade : tão... como (quanto)

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superioridade : mais...que (do que) VERBOS
inferioridade : menos...que (do que) – o
Verbo é a palavra que exprime ação, fenômeno na-
“do”, na conjunção “do que”, é partícula expletiva.
tural, estado ou mudança de estado, situando tais fatos
* Há adjetivos que apresentam formas irregulares no tempo.
para o comparativo de superioridade; são eles:
CANTAR, IR (AÇÃO);
GRAU COMPARATIVO DE TROVEJAR, NEVAR (FENÔMENO);
NORMAL SUPERIORIDADE ESTAR, PERMANECER (ESTADO).
BOM Melhor
MAU Pior Conjugação é o uso sistemático de todas as formas
PEQUENO Menor em que o verbo pode ser conjugado. Os verbos em Por-
tuguês são distribuídos por quatro conjugações, cuja
Quando comparamos duas qualidades de um mes- terminação é formada do -r, desinência do infinitivo im-
mo ser, podemos empregar as formas "mais grande", pessoal, precedido de uma vogal que caracteriza a conju-
"mais mau", "mais bom". gação, a saber:
Ex.: Esta casa é mais grande do que pequena. * a para a primeira:cantar, estar.
Pedrinho é mais mau do que bom. * e para a segunda:ver, crescer.
Superlativo: apresenta a qualidade em grau mais * i para a terceira: dirigir, seguir, possuir.
elevado; não se fazendo comparação com qualidade de * o para a quarta: pôr, repor, propor, supor, etc.
outroser. Essas vogais, chamadas vogais temáticas, apare-
Divide-se em: cem sistematicamente em várias formas de conjugação,
ANALÍTICO: A estátua é muito bela. seja o verbo regular ou não. Para cada uma dessas conju-
a) Absoluto gações, há uma forma - o paradigma - que indica as
SINTÉTICO: A estátua é belíssima. formas a serem assumidas pelas flexões verbais.
De acordo com a relação estabelecida pelo para-
DE SUPERIORIDADE digma, os verbos podem ser classificados em:
regulares: obedecem precisamente ao paradigma
Analítico: A estátua é a mais bela
de todas. da respectiva conjugação.
b) Relativo irregulares: o verbo é irregular quando sofre al-
Sintético: A casa é a maior de teração no radical ou nas desinências não seguindo o pa-
todas. radigma da respectiva conjugação.
defectivo: são aqueles que não possuem forma
DE INFERIORIDADE: A estátua é menos
bela de todas. certa. Eufonia ou homofonia são dadas como a causa
principal desse problema. Por isso mesmo não são con-
Para fixar melhor, observe que o ABSOLUTO não jugados em determinadas formas.
apresenta RELAÇÃO do ser com qualquer outro, en- abundantes: verbo abundante é aquele que pos-
quanto que o RELATIVO (de relação) relaciona o SER sui mais de uma forma para determinada conjugação ou
(A casa é a mais bela de todas) a outros. dois particípios.
Como segunda observação, notamos que ambos Elementos estruturais do verbo:
possuem aspectos: ANALÍTICO e SINTÉTICO. Aqui, 01. Radical: encerra a significação básica do verbo.
também, torna-se fácil distinguir:
AM (-AR), FAZ (-ER), PART (-IR)
– ANALÍTICO: (lembra análise, decomposição) –
02. Tema: radical + vogal temática
apresenta duas palavras:
CANT + A = CANTA (tema)
muito bela, mais bela
* São as seguintes as vogais temáticas:
– SINTÉTICO: sempre uma só palavra:
A - vogal temática da 1ª conjugação;
belíssima, maior E - vogal temática da 2ª conjugação;
Veja, agora, algumas formas do superlativo absolu- I - vogal temática da 3ª conjugação;
to sintético = adjetivo + sufixos - íssimo, imo ou rimo: O - vogal temática da 4ª conjugação.
Assim, os verbos CANTAR, VENDER, PARTIR e
amargo amaríssimo ágil agílimo
PÔR têm como temas:
antigo antiguíssimo doce dulcíssimo
bom boníssimo dócil docílimo - CANTA =(cantar)
Feliz felicíssimo frágil fragílimo - VENDE =(vender)
Feroz ferocíssimo humilde humílimo - PARTI =(partir)
Frio frigidíssimo semelhante simílimo - PO =(pôr)
Parco parcíssimo acre acérrimo
sagrado sacratíssimo célebre celebérrimo
Sério seriíssimo livre libérrimo

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03. Desinências modo-temporais: indicam o tem- –A– indica o presente do subjuntivo da segunda e
po e o modo. Observe os elementos em destaque, aqui da terceira conjugação.
apresentados, e, facilmente, você identificará em que
vend-A part-A
tempo e modo o verbo estará sendo usado.
vend-A-s part-A-s
A seguir, os verbos paradigmas das três conjuga- vend-A part-A
ções apresentados em todos os seus tempos e modos. vend-A-mos part-A-mos
–VA– indica o pretérito imperfeito do indicativo da vend-A-is part-A-is
primeira conjugação. vend-A-m part-A-m
canta-VA cantá-VA-mos –SSE– caracteriza o pretérito imperfeito do subjun-
canta-VA-s cantá-VE-is (desinência -VE) tivo de qualquer conjugação.
canta-VA canta-VA-m
canta-SSE vende-SSE parti-SSE
–IA– caracteriza o pretérito imperfeito do indicati- canta-SSE-s vende-SSE-s parti-SSE-s
vo da segunda e terceira conjugações. canta-SSE vende-SSE parti-SSE
vend-IA part-IA cantá-SSE-mos vendê-SSE-mos
vend-IA-s part-IA-s partí-SSE-mos
vend-IA part-IA cantá-SSE-is vende-SSE-m parti-SSE-m
vend-ÍA-mos part-ÍA-mos –R– indica o futuro do presente do subjuntivo e
vend-ÍE-is (desin. E) part-ÍE-is (desin. -IE) também o infinitivo de qualquer conjugação.
vend-IA-m part-IA-m
infinitivo
–RA– identifica o mais-que-perfeito do indicativo
canta-R vende-R parti-R
de qualquer conjugação.
futuro do subjuntivo
canta-RA vende-RA parti-RA
canta-RA-s vende-RA-s parti-RA-s canta-R vende-R parti-R
canta-RA vende-RA parti-RA canta-R-es vende-R-es parti-R-es
cantá-RA-mos vendê-RA-mos partí-RA-mos canta-R vende-R parti-R
cantá-RE-is vendê-RE-is partí-RE-is canta-R-mos vende-R-mos parti-R-mos
canta-RA-m vende-RA-m parti-RA-m canta-R-des vende-R-des parti-R-des
canta-R-em vende-R-em parti-R-em
Obs.: Na segunda pessoa do plural a desinência é -RE-

–RA e –RE– apontam o futuro do presente do indi- FLEXÃO VERBAL


cativo de qualquer conjugação.
É o estudo das variações do verbo quanto as suas
canta-RE-i vende-RE-i parti-RE-i flexões que podem variar em: número, pessoa, tempo,
canta-RÁ-s vende-RÁ-s parti-RÁ-s modo e voz.
canta-RÁ vende-RÁ parti-RÁ a) Número e Pessoa
canta-RE-mos vende-RE-mos parti-RE-mos
O verbo pode referir-se a um único ser ou a mais de
canta-RE-is vende-RE-is parti-RE-is
um. No primeiro caso, dar-se-á no singular; no segundo,
canta-RÃ-o vende-RÃ-o parti-RÃ-o
no plural. Essa indicação de número é sempre acompa-
–RIA– caracteriza o futuro do pretérito do indicati- nhada pela indicação da pessoa objeto do verbo.
vo de qualquer conjugação. Quanto à pessoa, o verbo flexiona-se em três pesso-
canta-RIA vende-RIA parti-RIA as:
canta-RIA-s vende-RIA-s parti-RIA-s * primeira - é aquela que fala: eu (no singular) /
canta-RIA vende-RIA parti-RIA nós (no plural);
canta-RÍA-mos vende-RÍA-mos parti-RÍA-mos * segunda - é aquela com quem falamos: tu ou vo-
canta-RÍE-is vende-RÍE-is parti-RÍE-is cê (no singular) / vós ou vocês (no plural);
canta-RIA-m vende-RIA-m parti-RIA-m * terceira - é aquela de quem falamos: ele ou ela
(no singular) / eles ou elas (no plural)
Obs.: Na 2ª pessoa do plural, a desinência é -RIE.
Ex.: A conjugação do verbo pensar no presente do
–E– indica o presente do subjuntivo da primeira indicativo é:
conjugação. singular plural
cant-E cant-E-mos 1ª pessoa: eu penso → nós pensamos
cant-E-s cant-E-is tu pensas → vós pensais
2ª pessoa:
cant-E cant-E-m você pensa vocês pensam
3ª pessoa: ele pensa → eles pensam
ela pensa elas pensam

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Obs.: * Estão sempre associados à indicação do tempo, ou
seja, a expressão da atitude da pessoa do verbo está inti-
* O pronome informal você e os informais (prono-
mamente ligada ao tempo da ocorrência do fato. Veja-
mes de tratamento) o senhor, a senhora, Vossa Senho-
mos:
ria, etc. por tratar-se da pessoa com quem se fala, são
considerados da 2ª pessoa do singular. Quando no plural, O MODO INDICATIVO
vocês, os senhores, as senhoras, Vossas Senhorias, etc.
Exprime um fato certo, positivo:
vão para a 2ª pessoa do plural.
Chegamos muito tarde.
Ex.: Você é bonita
Vocês são bonitas Tempos do indicativo
O senhor é o líder.
01. O presente enuncia um fato como atual.
Os senhores são os líderes
Sou o galã, as garotas adoram-me.
* Quando vós se refere a uma só pessoa, indica sin-
gular apesar de tomar a flexão plural. 02. O pretérito imperfeito apresenta o fato como an-
terior ao momento atual, mas ainda não-concluso no
Ex.: Senhor, vós que sois todo poderoso, ouvi mi-
momento passado a que nos referimos.
nha prece.
* Na linguagem do dia a dia, utiliza-se com fre- Eu era o galã, as garotas adoravam-me.
quência a forma a gente como pronome (no lugar de Saía sempre que meus pais permitiam .
NÓS), o que não é aceito pela norma culta. Neste caso, o 03. O pretérito perfeito diz um fato já concluso, em
verbo deve permanecer na terceira pessoa do singular. época passada.
Ex.: A gente apanha mas sempre acredita nos polí-
ticos. Fui um galã, as garotas adoraram-me.
04. O pretérito mais-que-perfeito expressa um fato
b) Tempos e Modos anterior a outro fato que, também, é passado.

Os tempos Quando cheguei à estação, o trem já partira.


"cheguei" = fato passado.
Indicam o momento em que ocorre o fato expresso "partira" = fato passado, anterior ao pri-
pelo verbo. São eles: meiro fato.
Fui para ver se ainda salvava alguma coisa, mas
* presente – expressa um acontecimento que ocor-
a enchente já arrastara tudo.
re no momento da fala. (estudo, estudas, estuda, etc.)
* pretérito – expressa um fato ocorrido num mo- 05. O futuro do presente diz um fato que deve reali-
mento anterior ao da fala. Subdivide-se em: zar-se num tempo vindouro, com relação ao momento
presente.
 pretérito perfeito: denota ação completa, plena-
mente realizada. (Fiz a prova - Trabalhei naquela empre- Serei milionário, comprarei um arranha-céu,
sa.) viverei folgadamente.
 pretérito imperfeito: denota ação incompleta ou - Viajaremos pelo Brasil.
interrompida no momento da fala. (Pensava na Hélia, - Conquistarei o prêmio cobiçado.
enquanto fazia a prova.)
06. O futuro do pretérito expressa um fato posterior
 pretérito mais-que-perfeito: denota ação anterior com relação a outro fato já passado. Frequentemente, o
a outra ação também passada. (Quando o resultado da outro fato já passado é dependente do primeiro e inclui
prova saiu, João aprendera a lição.) uma condição.
* futuro – expressa um fato que está por vir, poste- Ganharíamos o prêmio se tivéssemos feito um
rior ao momento da fala. Subdivide-se em: preparo físico adequado.
 futuro do presente: denota uma ação posterior. "ganharíamos" = fato posterior
(Farei a prova no menor tempo. - Serás um funcionário "tivéssemos feito" = fato passado, de-
competente.) pendente do primeiro e inclui condição.
 futuro do pretérito: denota uma ação posterior
relacionado a outra já passada. Geralmente a segunda
ação é dependente da primeira e inclui uma condição. O MODO SUBJUNTIVO
(Estaria trabalhando se tivesse um padrinho) Exprime fato possível, hipotético ou duvidoso.
Os modos Ex.: Talvez, sejas aprovado.
* Indicam as diferentes maneiras de um fato reali- Tempos do subjuntivo
zar-se. São três: indicativo, subjuntivo e imperativo
* Situam a época ou o momento em que se verifica 01. O presente traduz uma ação subordinada a ou-
o fato. tra, e que se desenvolve no momento atual. Expressa dú-
vida, possibilidade, suposição.

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Supões que sejam eles os prisioneiros? Estudando (função de advérbio), venceremos o
Pode bem ser que o colega te passe a perna. concurso.
Deixe de estudar e você verá. * Particípio
02. O pretérito imperfeito diz uma ação passada, No particípio, o verbo é empregado na formação
mas posterior e dependente de outra ação passada. dos tempos compostos; fora disso, é verdadeiro adjetivo
(chamado "adjetivo verbal"), devendo ser flexionado,
O professor receou que eu desistisse.
como adjetivo, em gênero, número e grau.
receou = ação passada
Estudadas as lições, fizemos as provas.
desistisse = ação passada, mas posterior e
dependente da primeira. LOCUÇÃO VERBAL
Eu duvidava (ação passada) que ele fizesse a
A locução verbal é uma expressão formada por ver-
viagem (ação passada, mas posterior e dependente da
bo auxiliar + verbo principal.
primeira).
Observe as locuções verbais nas orações a seguir:
03. O futuro expressa ação vindoura – condicional,
temporal ou conformativa – dependente de outra ação, Letícia acabou de chegar.
também, futura. Buscamos encontrar uma solução.
Não consegui falar direito.
Quando se esgotarem todos os recursos, apelaremos
Costuma chegar tarde.
ao presidente.
Desejamos examinar a batalha.
Se for preciso, nós te ajudaremos. Hei de vencer a batalha.
Faremos como julgarmos melhor. Temos de achar uma solução.
Vínhamos insistindo nisso há muito tempo.

O MODO IMPERATIVO
O imperativo expressa ordem, conselho, pedido. Note que, quando houver desdobramento do infini-
tivo (2º verbo), não haverá locução verbal:
Vai para fora.
O aluno finge entender o assunto.
Não sejam amolantes.
- finge entender = finge que entende
Conduza o carro atentamente.
Espero achar uma solução.
* Obs.: Deixe de lado a preocupação em decorar
conceitos quanto aos tempos verbais. Procure, antes de - Espero achar = Espero que eu ache.
tudo, a prática constante. Obs.: O verbo parecer, quando anteposto a infiniti-
vo, formará com ele uma locução verbal, embora seja
FORMAS NOMINAIS DO VERBO
possível o desdobramento do infinitivo.
São o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍ-
Ex.: Denise e Célia pareciam gostar da brincadeira.
PIO, assim denominados porque têm função de nomes:
Rosângela parece querer um doce.
INFINITIVO = SUBSTANTIVO
GERÚNDIO = ADJETIVO c) Vozes verbais
PARTICÍPIO = ADVÉRBIO
Voz do verbo é a forma que o verbo assume para
* Infinitivo indicar que a ação verbal é praticada ou recebida pelo su-
jeito. São três: ativa, passiva e reflexiva.
No infinito, os verbos podem ser:
1. Voz ativa: o sujeito pratica a ação verbal.
01. Infinitivo impessoal: enuncia a significação do
verbo de modo inteiramente vago. É o nome do verbo: O inimigo sitiou a cidade.
(cantar, vender, partir, etc.). Nós fomos à feira.
02. Infinitivo pessoal: é o infinitivo ligado às pes- Observe que o sujeito (o inimigo e nós) pratica a
soas do discurso. Na primeira e na terceira pessoas do ação, é chamado sujeito agente.
singular não apresenta flexão ou terminação; nas demais,
2. Voz passiva: o sujeito sofre a ação verbal.
diz-se infinitivo flexionado, por apresentar terminação;
número-pessoal: cantar (eu), cantares, cantar (ele), can- Joãozinho foi castigado pelo professor.
tarmos, cantardes, cantarem. A ponte fora construída por hábil engenheiro.
* Gerúndio Observe que o sujeito (Joãozinho) recebe a ação de
castigar, por isso é chamado sujeito paciente, assim co-
No gerúndio, o verbo funciona como adjetivo ou
mo A ponte.
como advérbio.
Vi a menina chorando. (função de adjetivo)

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a) passiva analítica, com um dos auxiliares ser, es- cant-amos (arrizotônica) cant-emos (arrizotônica)
tar, ficar, seguidos do particípio do verbo que se quer cant-ais (arrizotônica) cant-eis (arrizotônica)
apassivar. cant-am (rizotônica) cant-em (rizotônica)
O soldado foi morto pelo inimigo. Irregulares
Eles estão cercados pelos guardas.
Verbos em -GUAR- tomado como modelo o verbo
A sala ficará ocupada por nós.
AGUAR.
b) passiva pronominal, com um verbo transitivo di-
Observe as duas maneiras de empregá-lo.
reto acompanhado do pronome apassivador se.
PRES. DO IMPERATIVO PRES. DO IMPERATIVO
Dá-se terra para plantio.
INDICATIVO AFIRMATIVO SUBJ. NEGATIVO
Alugam-se casas.
águo águem
3. voz medial: a pessoa do sujeito pratica e, ao águas água tu águes não águes
mesmo tempo, sofre a ação verbal. Subdivide-se em: água águe você águe não águe
aguais aguai vós agueis não agueis
a) reflexiva: quando só houver um ser envolvido na águam águem vocês águem não águem
ação.
Maria penteou-se. * O modelo acima é seguido por desaguar, enxa-
O menino machucou-se. guar e minguar. Não obstante, os verbos "apaziguar" e
"averiguar" têm sempre o "-u-" tônico nas rizotônicas.
b) recíproca: quando houver dois ou mais seres en-
volvido na ação. Obs.: O pronome “nós”, por representar o falante,
não pode ser incluso nos imperativos.
Os vizinhos ofendiam-se.
Os lutadores esmurravam-se. A maioria das irregularidades dos verbos encontra-
se nas formas rizotônicas. Por exemplo: os verbos em
A voz medial é a combinação da voz ativa com o EAR são irregulares, apenas nas formas rizotônicas, nas
pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito: eu quais recebem um "i" eufônico. (Ex.: passeio - passeias -
me lavo, tu te lavas, ele se lava, nós nos lavamos, vós passeia - passeiam). Passeamos e passeais são formas ar-
vos lavais, eles se lavam. O pronome oblíquo átono fun- rizotônicas.
ciona como objeto que "reflete" a pessoa do sujeito.
O mesmo, no subjuntivo presente e na 2ª pessoa do
imperativo. Os verbos em IAR são regulares com exce-
VERBOS REGULARES E IRREGULARES ção de:
– Regulares: conservam o mesmo radical em toda a M ediar
conjugação, em relação à fala, não em relação à escrita. A nsiar
R emediar
cantar, amar, vender, bater, partir, aplaudir. I ncendiar
O diar
– Irregulares: apresentam variações no radical ou
nas flexões ou em ambas simultaneamente (em relação à Nesses verbos, a irregularidade consiste num "E"
fala). acrescido ao radical, nas formas rizotônicas.
dar, odiar, passear, crer, dizer, perder, querer, valer, Mais irregulares, com aspectos que nos interessam:
acudir, aderir, agredir, despir, mentir, pedir, etc.
PEDIR
* Vimos há pouco a conjugação completa dos ver-
PRES. DO IMPERATIVO PRES. DO IMPERATIVO
bos regulares tomados como modelo. INDICATIVO AFIRMATIVO SUBJ. NEGATIVO
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas peço peça
pedes pede tu peças não peças tu
Em algumas formas verbais, o acento tônico incide pede peça você peça não peça você
no radical; noutras, na terminação. As primeiras cha- Pedis pedi vós peçais não peçais vós
mam-se RIZOTÔNICAS; as últimas, ARRIZOTÔNI- Pedem Peçam vocês peçam não peçam vocês
CAS.
Veja: “Pedir” apresenta variação no radical da primeira
pessoa do singular do presente do indicativo e nas for-
VENDO (acento tônico no radical -VEND - rizotô- mas derivadas. O mesmo ocorre com os verbos desim-
nica); pedir, expedir, impedir e medir.
VENDERÁ (acento tônico fora do radical - RÁ -
arrizotônica). Abrimos parênteses para uma observação sobre a
formação do imperativo. Note que o mesmo é formado
Examine o Modelo: do presente do subjuntivo, com exceção apenas das 2 as
cant-o (rizotônica) cant-e (rizotônica) pessoas (do singular e do plural) do imperativo afirmati-
cant-as (rizotônica) cant-es (rizotônica) vo.
cant-a (rizotônica) cant-e (rizotônica)

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Segundas pessoas do imperativo afirmativo - retira- Ex.:
das do presente do indicativo sem o S.
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
TU PEDES : PEDE TU VERBO REGULAR IRREGULAR
VÓS PEDIS : PEDI VÓS aceitar aceitado aceito
entregar entregado entregue
SAIR
expulsar expulsado expulso
PRES. DO IMPERATIVO PRES. DO IMPERATIVO pegar pegado pego
INDICATIVO AFIRMATIVO SUBJ. NEGATIVO salvar salvado salvo
saio saia soltar soltado solto
sais sai tu saias não saias tu acender acendido aceso
sai saia você saia não saia você suspender suspendido suspenso
saís saí vós saiais não saiais vós imprimir imprimido impresso
submergir submergido submerso
saem saiam vocês saiam não saiam vocês
Observe a regra para o emprego do particípio:
Obs.: pelo modelo "sair”, conjugam-se: cair, decair,
descair, recair, sobressair, trair, abstrair, atrair, distrair, * As formas regulares são empregadas, na voz ati-
retrair, extrair, subtrair, etc. va, com os auxiliares (particípio -do) "ter" ou "haver".
O Verbo com Pronomes Oblíquos (O, A, OS, – O caçador havia matado o leão.
AS). – O vigário teria benzido a beata.
Os pronomes O, A ,OS, e AS não são reflexivos. * As formas irregulares são usadas, na voz passiva,
Quando empregados após a forma verbal, modificam-se com os auxiliares “ser”, “estar”, “ficar”, “continuar” e
conforme o final do verbo: “permanecer”.
Se o verbo terminar por vogal ou ditongo oral, em- – O leão foi morto pelo caçador.
pregamos, sem qualquer alteração: -o, -a, -os, -as. – A beata estava benta pelo vigário.
tenho-o, amo-a, ajudou-as, traga-as, etc. Obs.: As formas regulares "ganhado", "gastado" e
"pagado" são evitadas na língua culta. Diga-se: "ganho",
Se a forma verbal terminar por -R, -S ou -Z, essas "gasto" e "pago" com qualquer auxiliar.
consoantes caem e empregamos as formas -lo, -la, -los, -
las.
Com o final R: amar + o = amá-los; vender + a = DEFECTIVO
vendê-la; Defectivo é o verbo cuja conjugação não é comple-
Com o final S: fazeis + o = fazei-lo; amamos + os = ta. As formas ausentes são rejeitadas por motivos de eu-
amamo-los; fonia.
Com o final Z: faz + as = fá-las; diz + o = di-lo.
Vejamos alguns exemplos:
Se a forma verbal terminar por nasal (-AM, -EM, -
ABOLIR REAVER
ÃO, -ÕE), os pronomes o, a, os e as, devem vir precedi-
PRESENTE DO IN- PRESENTE DO IN-
dos de um "-N-" eufônico: -no, -na, -nos, -nas. DICATIVO DICATIVO
amam + o = amam-no; dizem + a = dizem-na;
aboles
pões + os = põe-nos; dão + as = dão-nas. abole
Obs.: As formas átonas objetivas indiretas me, te, abolimos reavemos
abolis reaveis
lhe, lhes, nos e vos, vistos no caso anterior, podem com-
binar-se com as objetivas diretas o, a, os e as: abolem

me + o = mo; te + o = to; VERBOS DE DIFÍCIL CONJUGAÇÃO


lhe + o = lho; nos + o = no-lo;
a) FALIR, ESBAFORIR, FLORIR, ESPAVORIR –
vos + o = vo-lo; lhes + o = lhos.
Grupo de verbos da 3ª conjugação que só são conjugados
Ex.: O colega enviou o livro a mim. = O colega nas formas onde apareça "-i" depois do radical.
enviou-mo.
b) COLORIR, ABOLIR, BANIR, RUIR, ESCUL-
O duplo particípio em alguns verbos PIR, DEMOLIR – Grupo de verbos da 3ª conjugação
que rejeita as formas terminadas em "-o" ou em "-a".
Há verbos que apresentam duas ou mais formas de
igual valor e função. São chamados verbos abundantes c) PRECAVER – Só é conjugado nas formas arrizo-
(ex.: ele constrói ou ele construi; comprazi ou comprou- tônicas. Não possui, então, as pessoas do singular e a 3ª
ve, entopes ou entupes, vamos ou imos, etc.). pessoa do plural do presente do indicativo; não possui o
presente do subjuntivo. Pretérito Perfeito - precavi, pre-
Entretanto, é no particípio que mais encontramos caveram, precaveu, precavemos, precavestes.
formas duplas e mesmo triplas, uma regular e a outra ou
as outras irregulares.

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d) REAVER (re + haver) – Só é conjugado nas crê creu cria
formas em que o verbo HAVER apresenta a letra "v". cremos cremos críamos
credes crestes críeis
PRESENTE DO INDICATIVO
crêem creram criam
HAVER REAVER
ANÔMALO
hei –
Anômalo é o verbo que apresenta muitos radicais.
hás –
São anômalos os verbos SER, IR e PÔR.
há –
havemos reavemos SER somos, éramos, fomos...
haveis reaveis IR vamos, íamos, fomos...
hão – PÔR pomos, púnhamos, pusemos

PRETÉRITO PERFEITO
PRONOMES
HAVER REAVER
Pronome é a palavra que substitui ou modifica um
houve reouve nome.
houveste reouveste
houve reouve Ela chegou tarde.
houvemos reouvemos Minha avó faleceu aos 90 anos.
houvestes reouvestes
houveram reouveram Sintaticamente os pronomes podem desempenhar as
mesmas funções desempenhadas pelos substantivos e pe-
e) PRAZER – Só é conjugado na 3ª pessoa do sin- los adjetivos. Servem pois:
gular e na 3ª pessoa do plural: praz/prazem, prazia/
praziam, prouve/prouveram, prazerá/prazerão. a) para representar um substantivo. São os pro-
nomes substantivos:
f) APRAZER e COMPRAZER – São verbos irregu-
lares. Variam no radical e nas desinências. “Invejava os homens e copiava-os”
b) para acompanhar um substantivo, determi-
nando-lhe a extensão do significado – São os pronomes
PRES. IND. PRET. PERFEITO adjetivos:
aprazo aprouve “Vi terras de minha terra,
aprazes aprouveste Por outras terras andei,
apraz aprouve No meu olhar fatigado
aprazemos aprouvemos Foram terras que inventei.”
aprazeis aprouveste
aprazem aprouveram Há sete tipos de Pronomes
g) PROVER – Conjuga-se como o verbo ver, exce- pessoais, possessivos, demonstrativos, relati-
to no pretérito perfeito e seus derivados, em que é regu- vos, interrogativos, indefinidos e exclamativos
lar.
Pretérito Perfeito: provi, proveste, proveu, prove- PESSOAIS
mos, provestes, proveram.
Os pronomes pessoais caracterizam-se:
h) REQUERER – Verbo irregular. Não se conjuga
como QUERER. 1º) por denotarem as três pessoas gramaticais, isto
é, por terem a capacidade de indicar a pessoa no diálogo:

PRES. IND. PRET. PERF. eu (singular),


quem fala 1ª pessoa
nós (plural)
requeiro requeri
requeres requereste tu (singular),
com quem se fala 2ª pessoa
requer (e) requereu vós (plural)
requeremos requeremos ele (singular),
de quem se fala 3ª pessoa
requereis requerestes eles (plural)
requerem requereram
i) CRER – Verbo irregular. Varia no radical e nas 2º) por poderem representar, quando na 3ª pessoa,
desinências. uma forma nominal anteriormente expressa:

PRES. IND. PRET. PERF. PRET. IMP. IND. “A costureira trabalhava dobradamente, ela mesma
adiantando a compra dos aviamentos, escolhendo os fi-
creio cri cria gurinos.”
crês creste crias

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3º) por variarem de forma, segundo: * Esses pronomes são de 2ª pessoa.
* Quando o interlocutor se referir a uma 3ª pessoa,
a) a função que desempenham na oração.
usará o possessivo sua: Sua Excelência, Sua Majestade,
b) a acentuação que nela recebem. Quanto à acen-
etc.
tuação, distinguem-se, nos pronomes pessoais, as formas
tônicas das átonas. POSSESSIVOS
Veja a seguir a correspondência entre essas formas: Os pronomes possessivos são aqueles que substitu-
em as pessoas e, ao mesmo tempo, dão ideia de posse.
Pronomes Pronomes Pessoais Oblíquos
Quando digo “meu livro”, estou afirmando que eu
Núme- Pessoas Retos Átonos Tônicos (1ª pessoa) sou dono do livro. Portanto, meu substitui um
ro
1ª pessoa EU me mim, comigo
nome e indica posse.
Singular 2ª pessoa TU te ti, contigo Os principais pronomes possessivos são estes:
3ª pessoa ELE, ELA se, o , a, lhe si, consigo
1ª pessoa NÓS nos nos, conosco
Plural 2ª pessoa VÓS vos vos, convos- meu (e variações),
1ª pessoa
3ª pessoa ELES, ELAS se, os, as, lhes co nosso (e variações)
si, consigo
teu (e variações),
2ª pessoa
vosso (e variações)
Com exceção de o, a, os, as, lhe e lhes, os demais
pronomes oblíquos podem ser reflexivos, isto é, podem 3ª pessoa seu (e variações)
se referir ao sujeito da oração, sendo da mesma pessoa
que este. DEMONSTRATIVOS
Ex.: Carlos só pensa em si. São aqueles que demonstram, apontam. Quando di-
Eu me machuquei na escada go “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra
Tu não te enxergas? perto de mim, a pessoa que fala. Por outro lado, “esse li-
A mãe trouxe as crianças consigo. vro” indica que o livro está longe da pessoa que fala e
próximo da que ouve. “Aquele livro” indica que o livro
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS está longe de ambas as pessoas.
01. Eu e tu são pronomes que só funcionam como Os principais pronomes demonstrativos são estes:
sujeito e como predicativo do sujeito.
02. A correspondência entre os pronomes se, si e 1ª pessoa este (e variações), isto
consigo e o sujeito deve ser rigorosa (só podem ser re- 2ª pessoa esse (e variações), isso
flexivos). 3ª pessoa aquele (e variações), aquilo
03. Você e vocês são pronomes pessoais de trata- mesmo (e variações), próprio (e variações)
mento da 2ª pessoa. Levam o verbo para a 2ª pessoa, tal (e variações), semelhante (e variação)
como todos os pronomes de tratamento.
04. Quando se faz referência à pessoa, usa-se o pos- INDEFINIDOS
sessivo sua em vez de vossa.
Os pronomes indefinidos são aqueles que se refe-
05. Na linguagem coloquial, utiliza-se, com fre-
rem à 3ª pessoa, dando sentido vago ou expressando
quência, a forma a gente como pronome (no lugar de
quantidade indeterminada.
NÓS), o que não é aceito pela norma culta. O verbo deve
permanecer na terceira pessoa do singular. (Ex.: A gente Os principais pronomes indefinidos são estes:
apanha, mas sempre acredita nos políticos).
INVARIÁVEIS VARIÁVEIS
Pessoais de Tratamento
algum (e variações)
algo
Os pronomes pessoais e as locuções pronominais outros (e variações)
pessoais de tratamento são usados no trato cortês e ceri- nenhum (e variações)
monioso. Eis alguns deles: alguém
quanto (e variações
pronome de todo (e variações)
abreviatura usado para se dirigir a nada
tratamento tanto (e variações)
Vossa Alteza V. A. príncipes, princesas e duques
muito (e variações)
Vossa Eminência V. Ema. cardeais ninguém
Vossa Excelência V. Exa. altas autoridades e Of. Generais qual (e variações)
Vossa Magnificência V. Maga. reitores de universidades
pouco (e variações)
Vossa Majestade V. M. reis, rainhas e imperadores tudo
Vossa Santidade V. S. papa qualquer (e variações)
Vossa Senhoria V. Sa. tratamento cerimonioso
diverso (e variações)
Senhor / Senhora Sr. / Sra. tratamento de respeito cada
Você V. tratamento familiar ou íntimo um (e variações e quando isolado)
Senhorita Srta. mulher jovem e solteira vários (e variação)
Madame mulheres com certa idade
outrem
Dona Dª. mulheres com certa idade que
quem

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* Quem é sempre regido de preposição e refere-se a
Existem, também, as locuções pronominais inde- pessoas ou a uma coisa personificada.
finidas.
Ex.: A funcionária por quem fui atendido é uma ga-
Ex.: cada um, cada qual, todo aquele que, quem ta.
quer que seja, seja qual for, seja quem for, etc.
Esse é o livro a quem prezo como companhei-
ro.
INTERROGATIVOS * Onde é pronome relativo quando tem o sentido
Os pronomes interrogativos são os pronomes inde- aproximado de em que. Deve ser usado, portanto, na in-
finidos que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quan- dicação de lugar.
tos, e quantas usados em frases interrogativas. Ex.: Buscamos uma cidade onde possamos passar
Ex.: Que ideia é essa? nossas férias.
Quem fez isso? Quero mostrar-lhe a casa onde morei.
“Quanta mentira não há num beijo? * Quanto e suas flexões são pronomes relativos
Quanto veneno? Quanta traição!!” quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou
RELATIVOS todas.

São os que representam nomes já mencionados an- Ex.: Esqueci tudo quanto foi dito na aula passada.
teriormente, isto é, têm relação (RELATIVOS) direta Vocês podem confiar em todos quantos estão
com os mesmos. inscritos no concurso.
Ex.: Conheço o livro que estás lendo. Os pronomes relativos são peças fundamentais à
Fiz o (aquilo) que me mandou. boa articulação de frases e textos. Sua dupla capacidade
Estranhei a maneira como ele procedeu. de atuar como pronome e conectivo simultaneamente fa-
Os pronomes relativos e as locuções pronomi- vorece a síntese e evita a repetição de termos.
nais relativas da língua portuguesa são:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
EXCLAMATIVOS
masculino feminino
o qual os quais a qual as quais quem Os pronomes exclamativos são aqueles que excla-
cujo cujos cuja cujas que mam algo, ditas em frases que exprimem emoção.
quanto quantos quanta quantas onde Ex.: Que mulher!
Quanto te arriscas com esse procedimento!
EMPREGO DO PRONOME RELATIVO
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
* Que é o relativo mais usado, por isso é chamado
de relativo universal. Pode ser usado como referência a A colocação pronominal está intimamente ligada à
pessoa ou coisa, no singular ou no plural. harmonia da frase.

Ex.: Eis o velho amigo de que lhe falei. Os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se,
nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as) atuam basicamente como
Há coisas que aprendemos tarde. complementos verbais e, nessa condição, podem ocupar
três posições em relação ao verbo:
* O qual e suas flexões, são exclusivamente pro-
nomes relativos e são usados para substituir o pronome – antes (Próclise)
que principalmente quando regido de preposição. – no meio (Mesóclise)
Ex.: Eis o magno problema por que (ou pelo qual) – depois (Ênclise)
me bato. USO DA PRÓCLISE
Ele participou da reunião realizada na noite an- * Próclise por atração – é usada, quando o verbo
terior, a qual deu origem ao novo partido. (o uso de que vem precedido das seguintes palavras atrativas:
neste caso geraria ambiguidade).
1. com as negativas em geral (jamais, nada, não,
* Cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual nem, nunca, ninguém, nenhum, etc.).
e de quem. Estabelecem normalmente uma relação de
posse entre o antecedente e o termo que especificam. Não o vejo há dias - Nada me preocupa.

Ex.: O cavalo é um animal cujo pêlo é liso. (= o pê- 2. com os advérbios (já, ainda, sempre, antes, agora,
lo do qual é liso) talvez, acaso, porventura, etc.)

Devemos eleger candidatos cujo passado seja Já te avisaram disso? Ainda não me avisaram nada.
garantia de boas intenções. (= o passado desses candida- Sempre me lembrei de você. Antes me procurava;
tos deve ser garantia) agora me evita.

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3. com os pronomes, exceto com os possessivos e Eu lhe queria dizer muita coisa. (próclise ao verbo
com os pessoais: auxiliar)
Algo te aconteceu? Eu queria-lhe dizer muita coisa. (ênclise ao verbo
Aquilo me aborreceu. auxiliar)
Tudo se transforma.
Eu queria dizer-lhe muita coisa. (ênclise ao verbo
4. com as conjunções subordinativas (integrantes e principal)
adverbiais).
* Se houver palavra “atrativa”, o pronome deverá
Soube que me dariam a autorização. ficar assim:
Ela não os quis, embora lhe servissem bem.
Eu não lhe queria dizer isso. (próclise ao verbo auxi-
5. com os substantivos em frases optativas (as que liar).
exprimem desejo):
Eu não queria dizer-lhe isso. (ênclise ao verbo prin-
Deus lhe pague! Macacos me mordam! cipal).
Deus me livre! Raios o partam!
* Havendo preposição entre o verbo auxiliar e o
6. com a preposição expletiva (dispensável) em an- verbo principal (no infinitivo não-flexionado), a próclise
tes de gerúndio. ou a ênclise serão facultativas.
Em se tratando de negócios, é melhor não bobear. Ex.: As cobras começaram a se movimentar.
Em se ausentando-se, complicou-se. As cobras começaram a movimentar-se.
7. com a palavra denotativa de exclusão só (= so- 2. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
mente, apenas). cipal (no gerúndio):
Só Marta me viu no cinema. Eu lhe estava dizendo muita coisa ontem. (próclise
Só ele apareceu, para trabalhar. ao verbo auxiliar)
Eu estava-lhe dizendo muita coisa ontem. (ênclise
MESÓCLISE ao verbo auxiliar)
Eu estava dizendo-lhe muita coisa ontem. (ênclise
A mesóclise ocorre:
ao verbo principal)
1. com o verbo iniciando a oração, estando ele no
Obs.: Note que o gerúndio possui as mesmas 3 pos-
futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito
sibilidades de colocação pronominal do infinitivo.
do indicativo.
* Se houver palavra "atrativa", a colocação será es-
Vê-la-emos amanhã.
ta:
Contar-lhe-ia tudo o que sei.
Eu não lhe estava dizendo muita coisa ontem. (pró-
2. com o substantivo iniciando a oração, sendo ele
clise ao verbo auxiliar).
seguido de verbo, estando este no futuro do presente do
Eu não estava dizendo-lhe muita coisa ontem. (ên-
indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
clise ao verbo principal).
Gildete manter-se-á atenta para o que der e vier.
Obs.: Do mesmo modo, o gerúndio possui as mes-
Luís irritar-se-ia, se não passasse no vestibular.
mas 2 possibilidades de colocação pronominal do infini-
ÊNCLISE tivo
Ocorre a ênclise quando a oração se inicia pelo ver- 3. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin-
bo, estando ele no presente do indicativo, no pretérito cipal (no particípio):
perfeito do indicativo, no pretérito imperfeito do indica-
Eu lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise ao
tivo, no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, no in-
verbo auxiliar)
finitivo, no gerúndio ou no imperativo afirmativo.
Eu tinha-lhe dito muita coisa ontem. (ênclise ao
Quero-lhe muito, Teresa! verbo auxiliar)
Deram-te o recado, Alcebíades?
* Havendo palavra atrativa, a colocação pronominal
Surdo, era-o demais.
será:
Justo, fora-o pouco.
As moças deixaram o restaurante, queixando-se da Eu não lhe tinha dito muita coisa ontem. (próclise
comida. ao verbo auxiliar)
Telefone-nos amanhã.
Obs.: Note que, nos dois casos, o particípio possui
COLOCAÇÃO PRONOMINAL COM AS LO- uma possibilidade a menos que o infinitivo e que o ge-
CUÇÕES VERBAIS rúndio.
1. Locução verbal = verbo auxiliar + verbo prin- * Condena-se o pronome oblíquo após o particípio.
cipal (no infinitivo):
O aluno foi apresentado-me ontem.

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– As formas corretas são: Ex.: - Estamos a bordo do submarino “Civil”.
O aluno me foi apresentado ontem. OU - Os marinheiros chegaram a terra sãos e sal-
O aluno foi-me apresentado ontem. vos.

ARTIGO NUMERAL
É a classe gramatical que especifica ou que genera- Numeral é a palavra que dá a ideia de número.
liza o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número.
Ex.: cinco, dez, quinto, décimo, quíntuplo, terço,
Artigos definidos são os que especificam o subs- ambos, etc.
tantivo de modo particular e preciso. São eles: o, a, os e
as. Tipos de Numerais
Ex.: Os Estados Unidos são o país mais rico do Existem quatro tipos de numerais: os cardinais, os
mundo. ordinais, os multiplicativos e os fracionários.
A Bélgica é um país europeu. Os numerais cardinais indicam a quantidade exata
* Antes dos nomes de pessoas, o artigo definido de- de algo: um, dois, três quatro, etc.
nota familiaridade ou intimidade. Os numerais ordinais indicam a ordem ou a posi-
ção de algo numa sequência: primeiro, segundo, terceiro,
Ex.: A Leila participará da equipe? quarto, etc.
Diga à Rosa que papai a procura.
Ela sempre sai com o Márcio? Os numerais multiplicativos indicam o aumentati-
vo do cardinal numa determinada ordem: duplo (duas
Artigos indefinidos são os que generalizam o subs- vezes), cêntuplo (cem vezes), etc.
tantivo. São eles: um, uma, uns e umas.
Os numerais fracionários indicam a divisão de
Ex.: Comprei um apartamento em julho. uma determinada quantidade: meio, terço, quarto, quinto,
Procurou um advogado pela manhã. doze avos, etc.
* O artigo indefinido denota aproximação, quando Alguns exemplos:
se antepõe ao numeral.
Romanos Arábicos Cardinais Ordinais
Ex.: - Teria ela uns vinte anos.
I 1 um primeiro
- Já a espero aqui há umas duas horas.
V 5 cinco quinto
* Deve ser evitado o uso do artigo indefinido antes IX 9 nove nono
dos pronomes indefinidos “certo”, “outro” e “qual-
LXXX 80 oitenta octogésimo
quer”.
CD 400 quatrocentos quadringentésimo
Ex.: - A jovem encontrou certo colega, que a cha- DCC 700 setecentos setingentésimo
mou... (Incorreto: A jovem encontrou um certo colega,
M 1000 mil milésimo
que a chamou.)
- Falarei disso em outra ocasião. (Incorreto: Os únicos numerais multiplicativos, existentes em
Falarei disso em uma outra ocasião.) português, a par dos cardinais correspondentes, são os
constantes da tabela seguinte:
- Não deves falar sobre isso em qualquer lu-
gar. (Incorreto: Não deves falar sobre isso em um qual- Arábicos Cardinais Multiplicativos
quer lugar.) 1 um -
Omite-se o artigo (definido ou indefinido) nos se- 2 dois duplo ou dobro
guintes casos: 3 três triplo ou tríplice
4 quatro quádruplo
– Antes das locuções pronomonais pessoais 5 cinco quíntuplo
de tratamento: Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa
6 seis sêxtuplo
Excelência, Vossa Senhoria, etc.
7 sete sétuplo
Ex.: V. Exa. apoiará nosso plano? (correto) 8 oito óctuplo
A V. Exa. apoiará nosso plano? (errado) 9 nove nônuplo
Uma V. Exa. apoiará nosso plano? (errado) 10 dez décuplo
– Antes da palavra "casa", no sentido de “lar pró- 11 onze undécuplo
prio”. 12 doze duocétuplo
100 cem cêntuplo
Ex.: Cheguei a casa cedo. (a = preposição)
Voltamos a casa cansados. (a = preposição) Emprego dos Numerais
01. Quando se fala de papas, reis, príncipes, anos e
– Antes das palavras “bordo” e “terra”, quando fo-
séculos, empregamos, de 1 a 10, os ordinais.
rem antônimas.
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Ex.: João Paulo I (primeiro); Luiz X (décimo); ano I quando, a tempo, às vezes, de quando em quando, de
(primeiro); século II (segundo). longe em longe, etc.
* De 11 em diante, empregamos os cardinais. 03. Locuções adverbiais de modo: à vontade, à
toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de mansinho,
Ex.: Leão XIII (treze); ano XI (onze).
de chofre, de rigor, de preferência, em geral, a cada pas-
02. Se o numeral aparece em posição proclítica, é so, às avessas, ao invés, às claras, às pressas, de repente,
lido como ordinal. a olhos vistos, de propósito, de súbito, de soslaio, por um
triz, etc.
Ex.: XX Salão do Automóvel (vigésimo); IV Bienal
do Livro (quarta). 04. Locuções adverbiais de meio ou de instru-
mento: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a tinta, a paula-
03. A título de brevidade, usamos constantemente da, a mão, a pauladas, às pauladas, a facadas, a picareta,
os cardinais pelos ordinais. etc.
Ex.: Página número trinta e dois. 05. Locuções adverbiais de afirmação: na verda-
de, de fato, de certo, com certeza, etc.
Por isso, deve-se dizer ou escrever também: a folha
vinte e um. 06. Locuções adverbiais de negação: de modo al-
gum, de modo nenhum, em hipótese alguma, etc.
* Na linguagem forense, vemos o numeral flexio- 07. Locuções adverbiais de dúvida: por certo,
nado: as folhas vinte e uma, as folhas trinta e duas. quem sabe, etc.
Chamam-se advérbios interrogativos as palavras:
ADVÉRBIO onde?, aonde?, donde?, quando?, como?, pelo fato de in-
Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adje- troduzirem uma oração interrogativa direta ou interroga-
tivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstân- tiva indireta.
cia. Dividem-se em: Ex.: - Quando voltarás? (interrogativa direta)
01. Advérbios de lugar: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, - Quero saber quando voltarás. (interrogativa indire-
além, aquém, algures (em algum lugar), alhures (em ou- ta)
tro lugar), nenhures (em nenhum lugar), atrás, fora, den-
tro, perto, longe, adiante, diante, etc. NOTA - Os advérbios interrogativos indicam: lugar
(onde?), tempo (quando?), modo (como?).
02. Advérbios de tempo: hoje, amanhã, depois, an-
tes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, logo, cedo, tar- PREPOSIÇÃO
de, ora, outrora, então, brevemente, raramente, imedia-
tamente, etc. Preposição é a palavra invariável que liga dois ter-
mos de naturezas diferentes.
03. Advérbios de modo: bem, mal, assim, depres-
sa, devagar, como, debalde, pior, melhor, suavemente, A seguir, algumas relações estabelecidas pelas pre-
tenazmente, etc. posições:
04. Advérbios de intensidade: muito, pouco, assaz, Preposição "de":
mais, menos, tão, bastante, demasiadamente, meio, com-
pletamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, casa de Aparecida (posse)
mal, etc. piano de cauda (classificação)
caixa de joia (finalidade)
05. Advérbios de afirmação: deveras, certamente,
acontecimentos do Vietnã (lugar)
realmente, efetivamente, etc.
espera de um mês (tempo)
06. Advérbio de negação: não, nunca, jamais, tam- copo de vidro (matéria)
pouco, etc. copo de pinga (conteúdo).
07. Advérbio de dúvida: talvez, quiçá, provavel-
Preposição "a":
mente, possivelmente, etc.
ir à cidade (lugar)
LOCUÇÃO ADVERBIAL
ir à noite (tempo)
Expressão que tem valor de advérbio. tocar à missa (finalidade)
vender a cem reais (preço), etc.;
Vejamos a classificação de algumas locuções:
Preposição "até":
01. Locuções adverbiais de lugar: à esquerda; à
direita, à tona, à distância, à frente, à entrada, à saída, ao caminhar até o mar (limite máximo alcançado)
lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, por fora, em dormir até dez horas por noite (período de tempo)
frente, por perto.
Preposição "com":
02. Locuções adverbiais de tempo: em breve, hoje
em dia, de tarde, à tarde, à noite, à noitinha, ao entarde- voltar com o noivo (companhia)
cer, de manhã, por ora, por fim, de repente, de vez em trabalhar com capricho (modo)
lutar com as paixões (oposição), etc.

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Preposição "em": CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
estar em casa (lugar) As conjunções coordenativas são as que ligam duas
viver em paz (modo) orações ou dois termos (dentro da mesma oração), sendo
avaliar em mil reais (preço) que ambos os elementos ligados permanecem entre si in-
chegaremos em duas horas (tempo) dependentes.
pedir em casamento (finalidade), etc.
[Maria estuda] e [Pedro trabalha]
Preposição "para": [João] e [Pedro] são bons amigos.
ir para o Norte (lugar)
estudar para vencer (finalidade) As conjunções coordenativas subdividem-se em:
deixar para o dia seguinte (tempo), etc.
01. Aditivas, que ligam pensamentos similares ou
Preposição "por": equivalentes: e, nem.
andar por um lugar (lugar) - “A menina largou disfarçadamente os talheres e
comunicar-se por gesto (meio) sumiu”.
comer gato por lebre (troca) - “O médico não veio, nem me telefonou”.
comprar por duzentos reais (preço)
lutar por alguém (em favor de) 02. Adversativas, que ligam pensamentos que con-
permanecer por muitos anos (tempo) trastam entre si: mas, porém, contudo, entretanto, toda-
via, etc.
Preposição "sobre": - “Serve aos opulentos com altivez, mas aos indi-
gentes com carinho”.
colocar um sobre o outro (posição superior) - Minha tarefa foi intensa, não me queixo, porém.
falar sobre leis (assunto) 03. Alternativas, que ligam pensamentos que se
excluem ou se alternam: ou, ou...ou, ora...ora, já...já,
LOCUÇÃO PREPOSITIVA quer...quer, etc.
É uma expressão que tem função de preposição. - “A Justiça que corrige ou castiga, deve ser inspi-
rada pela Bondade”.
As mais comuns são: abaixo de, cerca de, acima de,
- "Ora pega na orelha, ora no lado..."
a fim de, em cima de, antes de, através de, ao lado de, ao
- “Quer você queira, quer não, você fará isto!
longe de, a par com, à roda de, a respeito de, dentro de,
dentro em, em favor de, à frente de, junto a, até a, detrás 04. Conclusivas, ligam duas orações, sendo que a
de, para com, de conformidade com, na conta de, de segunda encerra a dedução ou conclusão de um raciocí-
acordo com, por meio de, diante de, em vez de, etc. nio: logo, portanto, pois (após o verbo da oração), etc.
Obs.: As locuções prepositivas sempre terminam - Bem dizia Descartes: Penso, logo existo.
por preposição, distinguindo-se bem das adverbiais. - Pedro aprendeu as lições, portanto pode fazer os
exames.
CONJUNÇÃO 05. Explicativas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda se apresenta justificando a anterior: pois,
Conjunção é a palavra invariável que liga duas ora- porque, que, porquanto, etc.
ções entre si, ou que, dentro da mesma oração, liga dois
termos de mesma natureza. - O exame era difícil, pois nem sequer havíamos es-
tudado.
Exemplos: - Essa desculpa não serve, porque, afinal de contas,
Ligando orações: teus negócios vão bem.
“Vestia uma cueca preta e calçava enormes taman- CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
cos.” Conjunções subordinativas são as que ligam duas
“Sua majestade entende que este dia já foi bastante orações, sendo que uma é parte ou função sintática da
desgraçado”. outra.
Ligando termos: As conjunções subordinativas são:
Adriana e Lea viajaram. I. Conjunções subordinativas integrantes
São as que ligam duas orações, sendo que a segunda
Quero que você compre um romance ou um livro de é sujeito ou complemento da primeira: que, se.
versos.
- “O Brasil espera que cada um cumpra com o seu
As conjunções dividem-se em coordenativas e em dever”. (Tamandaré)
subordinativas. - O examinador verificará se o aluno está preparado.

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II. Conjunções subordinativas adverbiais LOCUÇÔES CONJUNTIVAS
São as que ligam duas orações, sendo que a segunda É o conjunto de duas ou de mais palavras com o va-
é adjunto adverbial da primeira, ou seja, a segunda ex- lor de uma conjunção.
pressa circunstância de finalidade, modo, comparação,
proporção, tempo, condição, concessão, causa ou conse-
quência. ➢COORDENATIVAS
Subdividem-se em: a) Adversativas: no entanto, não obstante;
b) Explicativas: visto que, já que, uma vez que;
01. Conformativas, que ligam duas orações, sendo
c) Conclusivas: por conseguinte, por isso, de modo
que a segunda expressa circunstância de conformidade
que, em vista disso.
ou acordo: como, segundo, conforme, consoante.
➢SUBORDINATIVAS
- Tudo se realizou, conforme havia previsto o astró-
logo. Integrantes: que, se
- “Mais baixo estavam os outros deuses todos as-
sentados, como a razão e a ordem concertavam”. Adverbiais:
- Causais: pois que, por isso que, já que, uma vez
02. Comparativas, que ligam duas orações, sendo
que, visto que, visto como;
que a segunda contém o segundo termo de uma compa-
ração: como, (tal)... qual, (tal)... tal (menos)... que, - Comparativas: do que, assim como, bem como,
(mais)... etc. como se, que nem;
- Concessivas: ainda que, mesmo que, posto que, se
- “Os sonhos, um por um, céleres voam, como vo- bem que, por mais que, por menos que, apesar de que,
am as pombas dos pombais”. nem que, por menor que, por maior que, por pior que,
- Aquela jovem é mais bela que sua irmã. por melhor que, por muito que, por pouco que;
- Condicionais: contanto que, salvo se, sem que,
03. Temporais, que ligam duas orações, sendo que
desde que, a menos que, dado que, a não ser que, exceto
a segunda expressa circunstância de tempo: quando, en-
se;
quanto, enquanto apenas, mal, etc.
- Consecutivas: de forma que, de maneira que, de
- Quando a vejo, bate-me o coração mais forte. modo que, de sorte que;
- Ela dormia, enquanto brincávamos. - Finais: para que, a fim de que;
- Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao
04. Condicionais, que ligam duas orações, sendo
passo que, quanto mais, quanto menos, quanto melhor,
que a segunda expressa uma hipótese ou condição: se e
quanto pior;
caso.
- Temporais: antes que, depois que, até que, logo
- Se o pai consentisse, Manuel continuaria namo- que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes
rando Paula. que, cada vez que.
- O passeio será realizado, caso sobrevenha um
temporal.
INTERJEIÇÃO
05. Concessivas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda contém um fato que não impede a realiza- Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
ção da ideia expressa na oração principal, embora seja ção ou estado repentino: ah!, oh!, puxa!, raios!, opa!,
contrária àquela ideia: embora e conquanto. etc.

- Embora o pai não consentisse, Manuel continua- As interjeições são sempre finalizadas pelo sinal de
va a fazer a corte a Elisete. exclamação ( ! )
- Não consigo ouvir a voz de Silvana, conquanto Os principais tipos de interjeição são aqueles que
me esforce. indicam:
06. Causais, que ligam duas orações, sendo que a * Advertência: cuidado!, sentido!, atenção!
segunda contém a causa; e a primeira, o efeito: porque, * Alegria: eta!, ah!, oh!, oba!
pois, porquanto, como, etc. * Alívio: arre!, ufa, ah!
- Maneco, o galã, foi reprovado, porque só estuda- * Animação: coragem!, força!, eia!
va nas horas vagas. * Aplauso: apoiado!, viva!, bis!.
- Márcia, como estudou, foi aprovada. * Admiração: ah!, puxa!, céus!, uau!
* Agradecimento: grato!, obrigado!
07. Consecutivas, que ligam duas orações, sendo
que a segunda diz a consequência de uma intensidade * Chamamento: ei!, olá, alô, ô!, ó!
expressa na primeira: (tão)... que, (tal)... que, (tama- * Desejo: tomara!, oxalá!
nho)... que, (tanto)... que, etc. * Dor: ai!, ui!.
* Espanto: ué!, uai!, caramba!
- “Rosilene chorou tanto, que ficou doente dos * Indignação: fora!, morra!, abaixo!
olhos”. * Pena: coitado!, pobre dele!
- Choveu, choveu, que inundou a várzea.
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* Saudação: salve!, adeus!, viva! c) a outro termo da oração que não é o determinado:
* Terror: ui!, cruzes!, Jesus!
– Tudo são flores.
Obs.: A entonação diferente dada a uma mesma in-
O verbo (são) concorda com o predicativo do sujei-
terjeição pode levá-la a ter mais de um sentido, isto é,
to (flores).
pode representar mais de um sentimento ou estado.
Ideológica ou silepse – consiste em adequar o
Oh! que história estranha! (desagrado)
vocábulo determinante ao sentido do vocábulo determi-
Oh! que feliz coincidência! (alegria)
nado e não à forma como se apresenta:
Locução Interjetiva
– O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram.
É um grupo de palavras com valor de interjeição.
O verbo (aplaudiram) concorda com a ideia da pa-
Meu Deus!; Ai Jesus!; Alto lá!; Ó de casa!; Quem lavra povo (plural) e não com sua forma (singular).
me dera!; etc.
2. CLASSIFICAÇÃO
Cuidado!!!
A concordância classifica-se em: nominal e verbal.
Não se deve confundir a interjeição de apelo ou
a) NOMINAL
chamamento (ó) com a interjeição de alegria, admiração
ou tristeza (oh!). Faz-se uma pausa depois desta e não a 1) Quando se refere a um único substantivo, o adje-
fazemos depois daquela. Vejamos: tivo concorda com ele em gênero e em número.
“Oh! [pausa] Essa menina é linda!” – Não deixe as portas abertas.
“Oh, [pausa] trágicas novelas!” – O livro está sujo.
“Deus, ó Deus! Porque me respondes?
2) Quando o adjetivo vem antes dos substantivos:
“Ó natureza! Ó mãe piedosa e pura!
* O adjetivo concorda em gênero e número com o
substantivo mais próximo.
CONCORDÂNCIA
– Encontramos abandonadas as cidades e os vilare-
1. NOÇÕES GERAIS jos.
É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua – Encontramos abandonada a cidade e o vilarejo.
terminação para se adequarem harmonicamente na frase. – Encontramos abandonado o vilarejo e a cidade.
A concordância pode ser feita de três formas: * Quando os substantivos são nomes de pessoas ou
de parentescos, o adjetivo vai sempre para o plural.
Lógica ou gramatical – é a mais comum no por-
tuguês e consiste em adequar o determinante (acompa- – Encontramos os cuidadosos tio e tia.
nhante) à forma gramatical do determinado (acompanha- – Lemos essas afirmações nos talentosos Machado
do) a que se refere. de Assis e Euclides da Cunha.
Exemplos: 3) Quando o adjetivo vem depois dos substantivos:
– A maioria dos professores faltou. * Se os substantivos forem de gêneros diferentes e
estiverem no singular, o adjetivo geralmente concorda
O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito com o mais próximo.
(maioria)
Roubaram a camisa e o paletó branco.
– Escolheram a hora adequada.
* Se os substantivos forem de gêneros diferentes e
O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram estiverem no plural, o adjetivo, geralmente, concorda
com o substantivo (hora). com o gênero do substantivo mais próximo e vai para o
Atrativa – é a adequação do determinante: plural.

a) a apenas um dos vários elementos determinados, Pesquisei o assunto em livros e em revistas antigas.
escolhendo-se aquele que está mais próximo: * Se os substantivos forem de gêneros e números
– Escolheram a hora e o local adequado. diferentes, o adjetivo, geralmente, vai para o masculino
plural.
O adjetivo (adequado) está concordando com o
substantivo mais próximo (local) – Comprei esta revista e estes livros antigos.
– Comprei estas revistas e este livro antigos.
b) a uma parte do termo determinado que não cons-
titui gramaticalmente seu núcleo: 4) Nas expressões formadas pelo verbo SER +
ADJETIVOS .
– A maioria dos professores faltaram.
* O adjetivo ficará no masculino singular, se o subs-
O verbo (faltaram) concordou com o substantivo tantivo não for acompanhado de nenhum modificador.
(professores) que não é o núcleo do sujeito.
Limonada é bom para a saúde.

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* O adjetivo concorda com o substantivo, se este for Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
modificado por um artigo ou por qualquer outro deter-
1) Quando o sujeito é simples:
minante.
* Se for constituído por um substantivo coletivo, o
Esta limonada é boa para a saúde.
verbo irá para o singular.
5) O adjetivo concorda em gênero e em número
Ex.: O batalhão refugiou-se no velho castelo.
com os pronomes pessoais a que se refere:
* Se o substantivo coletivo for seguido de palavra
Eu as vi ontem muito aborrecidas.
que especifique os elementos que os compõem, o verbo
6) Anexo, obrigado, mesmo, incluso, próprio, leso e poderá ir para o singular ou para o plural, conforme se
quite são palavras adjetivas e concordam, normalmen- queira realçar a ação do conjunto ou de cada elemento.
te, com os substantivos ou com os pronomes a que se re-
Ex.: Um grupo de estudantes invadiu (ou invadi-
ferem.
ram) o salão.
– Anexas à carta, irão as listas de preços.
* Se for constituído por uma expressão que indica
– A menina disse: muito obrigada.
quantidade aproximada, o verbo, geralmente, irá para o
– Ela mesma presidirá a reunião.
plural.
Obs.: A palavra Anexo, após a preposição em, não
Ex.: Perto de mil atletas prestaram juramento on-
varia.
tem.
Em anexo à carta, irão as listas de preços.
* Se for constituído por uma expressão que indique
7) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem parte de um todo, o verbo poderá ir ou não para o plural.
função adjetiva e concorda, normalmente, com o nome a A decisão depende, antes, de uma ação estilística.
que se refere.
Ex.: A maior parte dos candidatos desistiu (ou
– Ela saiu só. desistiram) do concurso.
– Elas saíram sós.
* Se for constituído pela expressão mais de um +
* Quando equivale a “somente” ou a “apenas”, tem substantivo, o verbo ficará no singular, a não ser que
função adverbial, ficando, portanto, invariável. expresse ideia de reciprocidade.
Ele só quer resolver o problema. Ex.: Mais de um aluno foi aprovado no teste.
Mais de um candidato se ofenderam nas
Eles só querem resolver o problema
propagandas eleitorais.
8) A palavra bastante, quando for empregada como
2) Quando o sujeito é composto:
advérbio, não se flexionará.
* Se vier depois do verbo, este, geralmente, concor-
– Eles falaram bastante durante a reunião.
dará com o núcleo mais próximo.
– Recebi projetos bastante interessantes.
Ex.: Amedrontou-nos o silêncio e a escuridão do
* Quando for empregada como adjetivo, flexionar-
lugar.
se-á normalmente.
* Se os núcleos do sujeito constituem uma grada-
Ex.: Recebemos bastantes projetos nesta semana.
ção, o verbo, geralmente, fica no singular.
9) As palavras alerta e menos são invariáveis.
Ex.: A indignação, a raiva, o ódio tomou conta
– Os guardas estão sempre alerta. do seu coração.
– Desta vez, recebemos menos encomendas do que
* Se os núcleos do sujeito são sinônimos ou têm
vocês.
sentidos próximos, o verbo fica no singular.
10) A palavra meio, quando for empregada como
Ex.: Sua calma e tranquilidade sempre nos
adjetivo, concordará, normalmente, com o nome a que se
transmitia segurança.
refere.
* Se os núcleos do sujeito estão resumidos por um
– Ele comeu meia maçã.
pronome indefinido (tudo, nada, ninguém, etc.), o verbo
– Tomamos meia garrafa de cerveja.
fica no singular.
* Quando for empregada como advérbio (modifi-
Ex.: Aflição, dores, tristezas, nada o fazia aban-
cando um adjetivo) permanecerá invariável.
donar seu objetivo.
Ex.: A moça está meio abatida.
* Se o sujeito é composto por um ou outro ou nem
b) VERBAL um nem outro, o verbo geralmente fica no singular.
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar Ex.: Um ou outro aluno será escolhido.
com o seu sujeito. Nem um nem outro será eliminado.
Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser.

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* Se os núcleos do sujeito estão representados por ORTOGRAFIA
pronomes pessoais do caso reto, o verbo faz a seguinte
É o uso correto das letras, bem como das iniciais
concordância:
maiúsculas e minúsculas nas palavras.
– eu e tu; eu, tu e ele (s); eu e ele (s) = nós
1ª PARTE: palavras escritas por convenção.
– tu e ele (s) = vós (ou vocês)
Ex.: monge, jiló, graxa, flecha, sósia, proeza, he-
Ex.: Eu, Célia e Renata faremos esta viagem.
resia, obcecar, maçarico, variz, extasiar, pretensão,
Tu e teus amigos ireis (ou irão) à fazenda.
acessar, discernir, excetuar, exsudar, etc.
3) Verbo Ser:
PALAVRAS ESCRITAS POR CONVENÇÃO
O verbo SER concorda com o predicativo:
G
* Quando o sujeito é um dos pronomes isto, isso, algema algibeira angélico apogeu
aquilo ou tudo. auge bugiganga digerir drágea
Ex.: Tudo eram alegrias naquela casa. efígie estrangeiro evangelho falange
Isto são os ossos do ofício. faringe frigir geada gêiser
geleia gêmeo gengibre gengiva
* Quando o sujeito é constituído de uma expressão gesso gesto gim girafa
de sentido coletivo. gíria higiene ligeiro megera
monge mugir ogiva rígido
Ex.: A maioria dos presentes eram jovens. rugir sugerir tangente tangerina
* Quando o predicativo é um pronome pessoal. tigela vagina

Ex.: O herdeiro destas terras serás tu. J


* Em orações impessoais, indicando distância, tem- berinjela cafajeste canjica hoje
po ou data. injetar jeca jegue jeito
jejum jenipapo jequitibá jérsei
Ex.: São três horas da tarde. jesuíta jiboia jiló jirau
Eram sete de setembro de 1822. jiu-jitsu majestade manjedoura manjericão
Daqui ao sítio são dois quilômetros. objeto projeto rejeitar sujeito
4) Verbos Bater, Soar e Dar:
X
* Quando forem empregados com referência às ho-
abacaxi almoxarife bexiga broxa
ras do dia, os verbos bater, soar e dar (ou seus sinôni- bruxa capixaba caxumba coaxar
mos) concordarão com o número de horas. coxa coxo elixir esdrúxulo
Ex.: Já soaram dez horas no relógio da sala. faxina graxa haxixe lagartixa
Acabaram de dar quatro horas. lixa lixo luxar luxo
maxixe muxoxo orixá oxalá
* Quando o sujeito desses verbos está explícito, a pexote pixaim praxe puxar
concordância é feita normalmente. relaxar rixa roxo taxa
vexame vexar xadrez xale
Ex.: O relógio da sala bateu dez horas. xampu xangô xará xarope
5) Haja vista: xavante xaxim xepa xeque
xereta xerife xi! xícara
A expressão haja vista admite três construções di- xiita xilofone xingar xis
ferentes: xô! xodó xucro
* invariáveis (seguidas ou não de preposição). CH
Ex.: Haja vista os exemplos dados por ele. arrochar bochecha boliche brecha
Haja vista aos fatos explicados por essa te- brocha broche bucha cachaça
oria. cachimbo cartucho chá chácara
* variável (desde que não seja seguida de preposi- chafariz chalé charco chuchu
chucrute chumaço churrasco cocha
ção), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
coche cochichar cochilar colcha
Ex.: Hajam vista os exemplos de sua dedicação. concha coqueluche debochar despachar
encher espichar estrebuchar fachada
Obs.: A construção haja visto é errônea, devendo fantoche fechar ficha flecha
ser sempre evitada. guache inchar linchar machucar
mecha mochila pechincha piche
rachar salsicha tacha tocha

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S paz prazer prazo prejuízo
prezar primazia produzir proeza
abusar aceso acusar adesão
quartzo raiz rapaz razão
aliás amnésia analisar ananás
reduzir rezar seduzir simpatizar
anestesiar após artesão ás
sintetizar talvez topázio tornozelo
asa Ásia asilo asteca
traduzir trapézio trazer variz
avisar basalto base basílica
vazio verniz vez voz
besouro bisão bisonho blusa
zangão zangar zebra ziguezague
brasa brasão brisa camisa
casaca casimira caso catalisar Ç
cesária coesão colisão concisão
conclusão cós coser crase açafrão açaí aço açúcar
crisálida crisântemo crise decisão açucena açude alça alçapão
defesa demasia designar desistir almaço almoço ameaçar arregaçar
Deus diocese diurese divisa arruaça babaçu bagaço baço
dose eclesiástico empresa ênclise balança boçal cabaça caçar
escusar esposa esquisito eutanásia caçoar caçula calça camurça
evasão exclusão extasiar fantasia caniço carapaça carapuça carcaça
fase framboesa frase freguês chouriço chumaço cobiçar coçar
friso fusão fuselagem fusível conjunção couraça dançar disfarçar
fuso gás gasolina gênese endereço enguiçar erupção exceção
groselha heresia hesitar improvisar feitiço hortaliça laço licença
incisão inclusão intruso invasão linguiça maçã maçaneta maçar
isolar lesar lilás liso maçarico maço maçom março
lisonja losango luso manganês miçanga mordaça mormaço muçulmano
maresia mariposa masoquismo medusa muçurana orçar ouriço paço
mesa mesóclise mesquita misantropo paçoca palhaço pança piaçava
miséria mosaico musa obeso pinça poço quiçá rechaçar
obséquio obtuso parafuso paraíso roça roçar ruço saçaricar
paralisar parmesão peso pesquisar soçobrar tapeçaria terço terçol
preciso presente presépio preservar traça trança trapaça troço
presídio presidir prosa pus viço vidraça
querosene quesito raposa raso
rasurar reclusão recusar represália C
reprisar requisitar rês resenhar
acelga acender acento acepção
reservar residir resíduo resignar
acervo acessar agradecer alicerce
resina resistir resolver resultar
aparecer aquecer cacete cacimba
resumir retesar riso risoto
cacique carecer carroceria cédula
rosa sinestesia siso sósia
ceia ceifar cela celeiro
suserano tese tesoura tesouro
celibato celta cem cemitério
tosar transar trás turquesa
cena cenoura censo censura
usina usar usurar usurpar
centavo centopeia centro cepa
vaso vesícula visar
céptico cera cerca cerda
cereal cerebelo cérebro cereja
Z cerimônia cerne cerrar certo
cerveja cervo cerzir cesariana
agonizar alazão albatroz alfazema cessar cesta cetim cetona
algazarra algoz amazona amizade cetro cevada chacinar chance
antipatizar apaziguar armazém arroz cicerone ciciar ciclo ciclone
assaz atroz avestruz azar cicuta cidra cifra cigano
azedo azeitona azêmola azia cigarro cilada cílio cima
azul balizar batizar bazar cimento cinema cínico cinta
bezerro bizarro buzina búzio cintilar cintura cinza cio
cafezal cafuzo capataz capuz cipó cipreste ciranda circo
cartaz catequizar cicatriz coalizar circuito circundar cirrose cirurgia
conduzir coriza cozer cozinha cisco cismar cisne cissiparidade
cruz cuscuz czar deduzir cisterna citar cítara ciúme
deslizar dizer dizimar economizar cócegas concertar concílio corcel
fazer feliz fezes foz decepcionar docente esquecer falecer
fuzil fuzuê gaze gazela focinho incipiente lince lúcido
gazeta giz gozar granizo maciço macio magricela marcial
guizo hipnotizar horizonte induzir mencionar morcego obcecar parecer
introduzir jazida juiz lambuzar penicilina percevejo pocilga recender
lazer luz magazine matiz resplandecer sobrancelha súcia tecer
matriz mazela meretriz nariz tecido vacilar vacina você
nazismo noz ojeriza ozônio

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H 3ª PARTE: regras convencionais.
hábil habitar hachurar hálito
handebol hangar hanseníase hantavírus G J X CH Ç C SS S Z H K W Y
harém harmonia harpa haste 5 1 4 0 2 1 1 7 2 2 3 : 28
havana haver haxixe hebreu regras
hectágono hectare hediondo hégira
helicóptero hélio hem! hemácia G
hematita hemisfério hemorragia hepatite 1. Emprega-se g:
heptaedro hera herdar heresia
hermafrodita hérnia hertz hesitar a) nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio e -úgio;
hetero heureca hexacampeão hiato Ex.: adágio, colégio, prodígio, relógio, refúgio, etc.
hibernar híbrido hidra hidroavião
hiena hierarquia hieróglifo hífen b) nas terminações –agem, -igem e –ugem;
higienizar hímen hindu hino Ex.: viagem, fuligem, rabugem, garagem, ver-
hipérbole hipófise hipopótamo hipoteca tigem, ferrugem, etc.
histeria história hoje homem
homofilia homogêneo homologar honesto Exceções: lajem, pajem e lambujem.
honra hóquei hora horda
c) nas terminações –ege e –oge;
horizonte hormônio horóscopo horror
horta hortelã hortênsia hosana Ex.: frege, herege, sege, doge, paragoge, etc.
hospedar hospital hóstia hostil
hulha humano humilde humilhar d) depois de r:
humor húmus Ex.: alergia, energia, imergir, surgir, etc.
Exceções: alforje, caborje e interjeição.
2ª PARTE: palavras derivadas.
e) após a inicial de palavra.
Em geral, as palavras derivadas mantêm as mesmas
Ex.: ágio, agir, ágil, agenda, agitar, etc.
letras iniciais das suas respectivas palavras primitivas.
Ex.: rabugento (de rabugem); J
viajem (de viajar); 2. Emprega-se j:
almoxarifado (de almoxarife);
a) nas terminações -aje e -ajé.
pichar (de piche);
catálise (de catalisar); Ex.: laje, traje, acarajé, pajé, etc.
sintetizado (de sintetizar);
exultante (de exultar);
intercessão (de interceder); X
disfarçado (de disfarçar); 3. Emprega-se x:
ascensão (de ascender);
a) após ditongo;
exsudação (de exsudar);
assessor (de assessorar); etc. Ex.: baixo, caixa, faixa, feixe, madeixa, peixe,
frouxo, rouxinol, trouxa, etc.
Exceções: angélico e angelical (de anjo);
extensão, extensibilidade, extensidade, Exceções: caucho e guache.
extensível, extensividade, extensivo, ex- b) após en inicial de palavra;
tenso e extensor (de estender).
Ex.: enxada, enxertar, enxoval, enxugar, enxame,
Obs.1: Viajem (forma verbal do verbo viajar, no enxerido, enxofre, etc.
presente do subjuntivo).
Exceções: encher e enchova.
Ex.: Espero que eles viajem bem.
c) após me e mé iniciais de palavra;
Viagem (substantivo: ação de viajar). Ex.: mexer, mexilhão, México, etc.
Ex.: A viagem foi maravilhosa. Exceções: mecha e mechoacão.
Obs.2: Palavra Primitiva: é aquela que não vem d) após e inicial de palavra.
de nenhuma outra da própria língua.
Ex.: exalar, Exército, exílio, êxodo, exumar,
Ex.: casa, água, pedra, terra, ar, etc. examinar, exercer, exímio, exoterismo, etc.
Obs.3: Palavra derivada: é aquela que vem de ou-
Exceções: esôfago e esoterismo.
tra da própria língua.
Ex.: caseiro, aquático, pedrada, terreno, aé- CUIDADO: encharcar (de charco);
reo, etc. enchente (de encher);
enchumaçar (de chumaço);
recauchutar (de caucho).

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b) os adjetivos terminados em –oso e em -osa, deri-
Ç vados de substantivos;
Ex.: dengo + -oso = dengoso;
4. Grafa-se com ç: + -osa = dengosa.
a) os sufixos –aça, -aço, -ção, -iço, -iça, -nça, -uço, teima + -oso = teimoso;
-açu e –oça; + -osa = teimosa.
gás + -oso = gasoso;
Ex.: barca + aça = barcaça; + -osa = gasosa.
rico + aço = ricaço;
navegar + ção = navegação; c) os adjetivos pátrios terminados em -ês e em -esa;
sumir + iço = sumiço; Ex.: campo + n + ês = camponês;
carne + iça = carniça; + n + esa = camponesa.
cria + nça = criança;
dente + uço = dentuço; Paquistão + ês = paquistanês;
igu + açu = Iguaçu; + esa = paquistanesa.
carro + oça = carroça. Pequim + n + ês = pequinês;
b) após ditongo. + n + esa = pequinesa.

Ex.: caução, feição, etc. d) os títulos de nobreza femininos terminados em


-esa;
C Ex.: baronesa, duquesa, marquesa, princesa.
5. Grafa-se com c: e) após ditongo;
a) após ditongo. Ex.: causa, coisa, gêiser, lousa, maisena, náusea,
Ex.: coice, foice, etc. Cleusa, Neusa, Sousa, etc.
f) as formas verbais de pôr (e dos derivados) e de
SS querer.
6. Grafa-se com ss: Ex.: pôs, pus, puser, puseram, pusesse; depôs,
a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver- depus, depuser, depuseram, depusesse; quis,
bos cujos radicais terminam em: ced, gred, prim, met, quiser, quiseram, quisesse, etc.
mit e cut. g) os sufixos gregos -ase, -ese, -isa, -ise, -isia e
Ex.: -ose.

CED > CESS : suceder - sucessão, sucessivo; Ex.: metástase, prófase, catequese, síntese, papi-
GRED > GRESS : progredir - progresso, progressivo; sa, poetisa, pesquisa, análise, catálise, ele-
PRIM > PRESS :imprimir - impressão, impresso; trólise, paralisia, hipnose, metamorfose, os-
MESS mose, etc.
MET > : prometer - promessa, promissor;
MISS Z
MIT > MISS : permitir - permissão, permissivo;
CUT > CUSS :discutir - discussão. 8. Grafa-se com z:
a) os verbos terminados em -izar, derivados de
substantivos e de adjetivos.
S
Ex.: colônia + -izar = colonizar;
7. Grafa-se com s:
sinal + -izar = sinalizar;
a) os substantivos e os adjetivos derivados de ver- ágil + -izar = agilizar;
bos cujos radicais terminam em: nd, rg, rt, pel, corr e fértil + -izar = fertilizar; etc.
nt;
Obs.: Se o verbo for a palavra primitiva, sua termi-
Ex.: nação –izar (ou –isar) poderá ser escrita com z ou com
s, dependendo do seu tipo.
ND > NS: expandir - expansão, expansivo;
Ex.: analisar, catalisar, eletrolisar, improvisar,
RG > RS: submergir - submersão, submerso; paralisar, pesquisar, batizar, catequizar,
RT > RS: inverter - inversão, inverso; deslizar, hipnotizar, sintetizar, etc.

PEL > PULS: expelir - expulsão, expulso; b) os substantivos abstratos terminados em -ez e em
-eza, derivados de adjetivos.
CORR > CURS: discorrer - discurso, discursivo; Ex.: ácido + -ez = acidez;
NT > NS: sentir - sensação, sensível. pequeno + -ez = pequenez;
delicado + -eza = delicadeza;
rico + -eza = riqueza; etc.

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H 4. POR QUE:
9. Grafa-se com h: a) é usado no início do período (simples ou compos-
to) em perguntas e em afirmações.
a) o final de algumas interjeições;
Ex.: ah!, eh! e oh! Ex.: Por que você fez isso?
Por que construí Brasília (título de um dos
b) os dígrafos ch, lh e nh. livros de JK)
Ex.: chave, palha, unha, chique, alho, banho, etc. Por que Adriana acha que é melhor, do que
Henrique?
Obs.: Bahia (nome de estado) possui essa grafia
(com h e sem acento agudo) por tradição e por incoerên- b) é usado no meio do período composto ( = pelo
cia dos nossos gramáticos, já que ela é a própria palavra qual, pela qual, pelos quais e pelas quais).
baía (acidente geográfico), que não possui h e que pos-
sui acento agudo. Ex.: Este é o caminho por que passaram.
Esta é a resposta por que aguardava.
K, W e Y
10. Grafa-se com k, com w ou com y: c) idem letra b ( = por que motivo).
a) as abreviaturas e os símbolos de termos científi- Ex.: Não se sabe por que chove tanto, naquela
cos de uso internacional; região do país.
Ex.: km (quilômetro), kg (quilograma), k (potás-
sio), w (watt), W (oeste), yd (jarda), etc. II. Onde/ Aonde:
b) as palavras estrangeiras não aportuguesadas. 1. Emprega-se aonde com os verbos de movimento
com a preposição a.
Ex.: kart, kibutz, smoking, show, watt, play-
ground, playboy, hobby, etc. Ex.: Aonde você irá?
Aonde nos leva?
c) os nomes próprios estrangeiros não aportuguesa-
dos (e seus derivados). 2. Emprega-se onde, naturalmente, com os verbos es-
táticos e com os de movimento sem a preposição a.
Ex.: Kant, Franklin, Shakespeare, Wagner, Ken-
nedy, Mickey, Newton, Darwin, Hollywood, Ex.: Onde estão os livros?
Washington, Kremlin, Byron, Walt Disney, Não sei onde te encontro.
kantismo byroniano, shakespeariano, Até onde, você irá?
kartista, parkinsonismo, Disneylândia, etc. De onde, ele vem?
III. Mau / Mal:
EMPREGO DE PALAVRAS 1. Mau é, sempre, um adjetivo (seu antônimo é bom).
Refere-se, pois, a um substantivo.
I. EMPREGO DOS PORQUÊS:
Ex.: Escolheu um mau momento.
1. PORQUE: é usado em respostas e em explica- Era um mau aluno.
ções.
2. Mal pode ser advérbio de modo (antônimo de bem)
Ex.: Por que parou? (pergunta) e substantivo.
Porque estou cansado. (resposta)
Ex.: Ele se comportou mal.
Raquel não veio à faculdade, porque está Seu argumento está mal-estruturado.
doente. (explicação) Ela não sabe o mal que me faz.
2. PORQUÊ: é o único dos quatro porquês que IV. HÁ / A:
exige, diretamente, antes dele, artigo, adjetivo, numeral
ou pronome masculinos. 1. Há (verbo haver), para indicar tempo passado ou
Ex.: Não sei o porquê disto. para significar existe (m).
Ela me deu um belo porquê. Ex.: Há dois meses, ele não aparece.
Ofereceram três porquês para o problema. No mundo, há muitos fãs do futebol.
Este porquê não serve.
2. A (preposição), para indicar tempo futuro e dis-
3. POR QUÊ: é usado no final do período (simples tância.
ou composto), em perguntas e em afirmações.
Ex.: Daqui a dois meses, ele aparecerá.
A Terra fica a milhões de quilômetros do Sol.
Ex.: Você fez isso por quê?
Susana agiu assim e não sabe por quê.

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V. MAS / MAIS / MÁS: Ex.: O agente falou uma coisa e outra, depois saiu.
1. Mas é conjunção adversativa, que indica uma opo- 08. para separar as orações coordenadas sindéticas
sição (ou um contraste). Pode ser substituída por com a conjunção e, quando têm sujeitos diferentes;
outra conjunção adversativa (porém, contudo, to- Ex.: A vontade popular dividira-se entre nomes con-
davia, entretanto, etc.). tundentes, e o Congresso, de antemão, firmava...
Ex.: Eu iria ao cinema, mas choveu. 09. para isolar as conjunções adversativas e as con-
clusivas intercaladas na frase;
2) Mais pode ser um advérbio de intensidade ou um
pronome indefinido. É antônimo de menos. Ex.: Não se podia negar, porém, que era um pro-
gresso.
Ex.: Sem dúvida, é a garota mais simpática da sa-
la! 10. para separar as orações correlatas aditivas, con-
Atualmente, tenho mais sabedoria e mais secutivas e comparativas de igualdade;
conhecimento. Ex.: Tal fora o pai, tal é o filho. (comparativa)
Falou tanto, que ficou rouco. (consecutiva)
3) Más é adjetivo (antônimo de boas).
11. para separar as orações reduzidas de gerúndio,
Ex.: Ela tem atitudes más. de particípio ou de infinitivo.
Eles são pessoas más.
Ex.: O cachorro pagava as carícias de Rubião, latin-
do, pulando, beijando-lhe as mãos.

SINAIS DE PONTUAÇÃO 12. para separar (ou para isolar) as palavras conclu-
sivas, explicativas, retificativas ou enfáticas da oração
VÍRGULA ( , ) (ou da frase).
Usa-se a vírgula: Ex.: Passamos, isto é, pulamos uma vala.
01. para separar termos de mesma função sintática, Aliás, não lhe pede nada.
desde que as conjunções e e ou não apareçam na oração; Obs.: Não se usa a vírgula, para separar o sujeito do
predicado, nem o verbo de seu complemento.
Ex.: Casa, mesa, convivas, tudo desapareceu. –
aqui, as vírgulas separam os núcleos do sujeito. Ex.: O jogador pediu ao preparador para fazer testes
de capacidade física.
Hás de volver ao corpo que és, órgão por órgão, fi-
bra por fibra, artéria por artéria. – aqui, a vírgula separa A BR-116, que, em Santa Catarina, atravessa
objetos diretos. a região do chamado Planalto Serrano,...
Ele que encanta as crianças, as mães, os tristes e os
amantes. – aqui, a vírgula separa objetos diretos.
PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
02. para isolar o aposto explicativo.
O ponto-e-vírgula denota uma pausa mais longa que
Ex.: Jesus, sábio infeliz, mestre dos grandes mestres a vírgula e emprega-se principalmente:
e Rei dos grandes reis, Jesus, Mártir sublime, vieste ao
mundo... 01. para destacar, separadamente, cada um dos seres
de um período composto.
03. para separar (ou isolar) o vocativo;
Ex.: Ora, mano, deixe essas coisas... Ex.: Márcia é enfermeira; Carlos é professor; e Te-
resa é aeromoça.
04. para separar o adjunto adverbial deslocado (de
duas ou de mais palavras) do resto da oração; 02. Para separar os considerandos de um decreto,
Ex.: Na manhã seguinte, Teresa estava jubilosa em sentença, petição, etc.
seu mirante. Ex.: É função de todo político:
Obs.: Diz-se que o adjunto adverbial está deslocado,
a) roubar;
quando precede o verbo ou os objetos ou ainda o predi-
b) mentir;
cado nominal. Se o adjunto é um mero advérbio, a vírgu-
c) ficar à toa;
la é, muitas vezes, dispensável.
d) ser mau-caráter.
Ex.: Hoje amanheceu chovendo.
Hoje, amanheceu chovendo. DOIS-PONTOS ( : )
05. para substituir o verbo subentendido.
Emprega-se este sinal de pontuação:
Ex.: Fomos à Europa; eles, à Oceania.
01. para anunciar a fala dos personagens nas histó-
06. para isolar orações ou termos intercalados;
rias de ficção;
Ex.: Não conheço negócios de justiça, pensava ele,
mas parece que não tenho nada com isso. Ex.: O baixinho retomou o leme, dizendo: – Olha,
menino, veja a Bahia.
07. para separar as orações coordenadas assindéti-
cas;

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Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz: – O duplo travessão sempre substitui o duplo parênte-
Podemos avisar sua tia, não? se e, às vezes, a dupla vírgula.
02. antes de uma citação direta; Ex.: Uma das glórias – e tantas são elas! da ordem
Ex.: Repetia as palavras do pai: Beneditina no Brasil, é D. Frei Antônio do Desterro.
– O mundo, sem a selva, será triste e mau.
O pessoal do extremo norte tem um slogan:
– Amazônia também é Brasil !!! ASPAS DUPLAS ( “...” )
03. antes do aposto enumerativo. 01. Usam-se antes e depois de uma citação textual
(palavra, expressão, frase ou trecho);
Ex.: Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes,
geadas, insetos, daninhos, bichos, etc. Ex.: Disse Apeles ao sapateiro que o criticara:
“Sapateiro, não passes além da sandália!”
Duas coisas lhe davam superioridade: o saber e
“A bomba não tem endereço certo.”
o prestígio.
02. Costuma-se aspear expressões ou conceitos que
Existem, na esgrima, três modalidades de ar- se desejam pôr em evidência:
mas: florete, sabre e espada.
Ex.: Miguel Ângelo, “o homem das três almas” ...
04. antes de orações subordinadas substantivas apo-
sitivas; Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de
“menino diabo”.
Ex.: A verdadeira causa das guerras é esta: os ho-
mens se esquecem do Decálogo. NOTA: Põe-se entre aspas ou, então, grifam-se pa-
lavras estrangeiras ou termos da gíria, títulos de obras li-
Só ponho uma condição: terárias ou artísticas, jornais, revistas; enfim, toda ex-
– Almoçarás comigo. pressão que deva ser destacada: ... ao som dessa horren-
É triste dizer: da música denominada “jazz-band”... (C. L.). Vem cá,
“chiquito”, não sejas assim desconfiado comigo... (M.
– O velho, às vezes, embriagava-se.
A.). Assim contou-me o “tira”... (A. Machado). O “Li-
05. para indicar um esclarecimento, um resultado ou berdade” nunca foi o que ora se chama uma folha
um resumo do que se disse. “amarela” (C. L.)
Ex.: Afinal, a casa não caíra do céu por descuido: PONTO ( . )
fora construída pelo major.
O ponto é um sinal que marca fim de período. No
Resultado: no fim de algum tempo, tinha o princípio, os iniciantes em redação, em geral, procuram
que se chama “dinheiro no Banco”. evitá-lo. É aconselhável que cada assunto represente um
TRAVESSÃO ( – ) período, o que não quer dizer que todos os períodos de-
vam ser curtos.
O travessão (–) é um traço maior que o hífen e é
usado: O uso adequado do ponto leva à três qualidades do
estilo, que são: a correção, a elegância e a simplicida-
01. nos diálogos, para indicar mudança de interlocu- de.
tor, ou, simplesmente, no início da fala de um persona-
gem; O ponto é usado, ainda, em quase todas as abrevia-
turas:
Ex.: – Você é daqui mesmo? Perguntei.
– Sou, sim senhor, respondeu o garoto. Ex.: Cia. (Companhia), Sr. (Senhor), Sra. (Senhora),
pág. (página), Exmo. (Excelentíssimo).
02. para separar expressões ou frases explicativas
ou apositivas; Se a palavra abreviada estiver em final de pe-
ríodo, só usaremos um ponto.
Ex.: Berço de um mundo novo – o promontório
dorme. PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
E, logo, me apresentou à mulher – uma estimá-
Usa-se:
vel senhora – e à filha.
01. em final de frase exclamativa;
03. para isolar palavras ou orações para as quais se
deseja chamar a atenção do leitor; Ex.: Como te pareces com a água, ó alma humana!
Que espetáculo é este quadro!
Ex.: Acresce que chovia – peneirava – uma chuvi-
nha miúda, triste e constante... 02. nas interjeições e nas locuções interjetivas;

04. para ligar palavras em cadeia de um itinerário. Ex.: Ah! / Psiu! / Meu Deus!

Ex.: A via férrea São Paulo – Sorocaba. 03. para substituir a vírgula num vocativo enfático;
A linha aérea Brasil – Estados Unidos. Ex.: Paula! onde estiveste?
A estrada Belém – Brasília.

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04. costuma-se repetir o ponto de exclamação EXERCÍCIOS
quando a intenção é marcar um reforço na duração ou na
Para as questões de 01 a 48, marque uma única al-
intensidade da voz.
ternativa correta conforme pede seu comando.
Ex.: Quantas mulheres!!! / Viva eu!!!
Exercícios sobre Classe e emprego de palavras.
Obs.: A exemplo do ponto de interrogação, não se
01. (GUALIMP - 2020 - Câmara de Divino - MG
usa inicial maiúscula após o ponto de exclamação que
– Recepcionista). As classes de palavras se dividem em
não indique final de período.
varáveis e invariáveis. Qual das classes de palavras abai-
xo é invariável?
PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? ) A) Substantivo.
B) Verbo.
Principais casos de uso:
C) Adjetivo.
01. nas orações interrogativas diretas; D) Interjeição.
Como vai você? 02. (IDECAN - 2013 - CREFITO - 8ª Região(PR)
Onde estás? - Assistente Administrativo). Assinale a alternativa em
02. em ordens, pedidos ou instruções; que os vocábulos pertençam, respectivamente, às classes
de palavras: pronome, verbo, substantivo.
Você poderia explicar essa estória direito?
Posso contar com sua colaboração? A) nós – dessa – gripe

03. entre parênteses, para indicar incerteza ou dúvi- B) o que – pegar – dessa
da sobre a frase ou o termo antecedente. C) se – cuidar – governo

Ele saiu à meia-noite (?). D) até – vamos – dengue


Todos afirmaram que a festa foi ótima (?). E) isso – cuidou – dengue

RETICÊNCIAS ( ... )
03. (FUNCAB - 2015 - Faceli – Motorista). No
Usam-se principalmente nos seguintes casos: trecho, “Tem sido sábado, mas já não me perguntam
mais.”, encontram-se as seguintes classes de palavras:
01. para indicar suspensão ou interrupção de pen-
samento; A) adjetivo, advérbio, preposição, substantivo e verbo.
A vida é punição, sonho, mentira... B) artigo, advérbio, pronome, substantivo e verbo.
E eu pensando que...
C) advérbio, conjunção, pronome, substantivo e verbo.
02. para sugerir certo prolongamento da ideia no
D) advérbio, conjunção, preposição, pronome e verbo.
fim de um período gramaticalmente completo;
E) advérbio, preposição, pronome, substantivo e verbo.
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu
também...
Como as rosas, são todas as mulheres: quem colher 04. (IBFC - 2022 - AFEAM - Especialista de Fo-
a rosa também colhe o espinho... mento – Administração). Em relação ao tópico “Em-
prego das classes de palavras”, leia os conceitos abaixo e
03. para indicar hesitação ou breve interrupção de assinale a alternativa que preencha correta e respectiva-
pensamento; mente as lacunas com as suas denominações.
Eu não a beijava porque ... porque ... eu tinha ver- ______ é uma classe de palavras, a qual, geralmen-
gonha. te, vem acompanhada de outras palavras, as quais a de-
04. para realçar uma palavra ou expressão; terminam. Daí dizermos que ela frequentemente se en-
contra acompanhado de determinantes.
Hoje em dia, mulher casa com “pão” e ... passa fo-
me. ______ é a classe de palavra variável que interfere
na extensão semântica de outra classe de palavras. Pode-
05. para indicar pausa maior que aquela sugerida se afirmar que ela serve para destacar de uma classe um
pela vírgula. ou mais indivíduos.
A existência é surgir ... passar ... morrer. ______ é a palavra variável que, acompanhando ou
substituindo uma outra classe de palavras, transmite uma
noção de quantidade ou de ordem numérica.
______ pode ser flexionado em modo, tempo, nú-
mero e pessoa, isto é, a palavra variável que apresenta o
maior número de flexões na língua portuguesa.

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A) substantivo - artigo - numeral - verbo. bios, indicando o modo como é feito o trabalho do
B) verbo - artigo - numeral - substantivo. profissional.
C) substantivo - numeral - artigo - verbo. B) Em “A fotografia há muito é um recurso de memó-
D) verbo - substantivo - numeral - artigo. ria, seja de cunho coletivo, histórico, registro do-
cumental ou pessoal”, a palavra destacada é um ad-
05. (IBFC - 2019 - Prefeitura de Vinhedo - SP - jetivo no contexto, pois caracteriza o tipo de memó-
Professor de Educação Básica I). De acordo com os es- ria sobre a fotografia
tudos morfológicos da Língua Portuguesa, que analisa a C) Em “Hoje, um peso que vem ganhando notoriedade
classe gramatical de cada uma das palavras que formam é o da autocontemplação”, a palavra destacada é um
uma frase, existem 10 classes de palavras: substantivo, substantivo simples.
artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, pre- D) Em “Trabalhar com público e padrões fica mais in-
posição, conjunção e interjeição. Analise as afirmativas teressante quando a proposta é ir além do senso co-
abaixo e dê valores Verdadeiros (V) ou Falsos (F) . mum”, a palavra destacada é um verbo conjugado
no infinitivo, perceptível pela terminação “r”.
( ) Na frase “As fores são lindas demais.”, o termo sub-
E) Em “Com o surgimento da fotografia digital, a pro-
linhado é um substantivo.
ximidade dela com a população ganhou uma nova
( ) Adjetivo é a palavra que caracteriza o verbo, que
perspectiva”, os termos destacados são ambos arti-
indica as circunstâncias que se dá a ação verbal.
gos definidos femininos, designando cada qual o
( ) Na frase “João comprou todos os livros.”, o termo
seu complemento.
sublinhado é um verbo.
( ) Preposição é a palavra ou expressão que relaciona
09. (INSTITUTO AOCP - 2019 - UFRB - Assis-
duas orações ou dois termos de mesmo valor sintá-
tente em Administração). Assinale a alternativa correta
tico.
em relação às classes de palavras dos termos destacados
e suas funções no texto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência
correta de cima para baixo. A) Em “Essa expressão da língua inglesa, traduzida li-
vremente ao Português, significa “serviço próprio”
A) V, F, V, F.
ou “autosserviço”.”, o termo destacado é um verbo
B) V, V, F, F.
no particípio com função de advérbio, já que carac-
C) F, V, V, V.
teriza a palavra “expressão”.
D) F, V, V, F.
B) Em “...esse tipo de serviço foi se expandindo a di-
versos outros estabelecimentos...”, o termo em des-
06. (IBFC - 2016 - Câmara Municipal de Arara-
taque é uma preposição, com a função de unir as
quara - SP - Assistente de Departamento Pessoal).
orações.
Leia a alternativa abaixo e assinale a alternativa que in-
C) Em “Mesmo que não percebamos com muita clare-
dica a classe da palavra destacada: Portanto, o conceito
za, está implícito aí um engrandecimento do eu em
de sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
detrimento do nós.”, o termo destacado é pronome
A) Adjetivo; pessoal com função de substantivo, visto que está
B) Substantivo; determinado pelo artigo “o”, presente na contração
C) Artigo; com a preposição “de” que o antecede.
D) Advérbio. D) Em “O que os pais estão buscando, no entanto, é
uma ‘escola self-service’...”, o elemento destacado
07. (IBFC - 2019 - FSA-SP - Advogado I). Anali- é uma locução prepositiva que significa adversida-
sando morfologicamente as palavras destacadas na pri- de.
meira estrofe da canção, identifique, respectivamente,
qual a classe de palavras de cada uma delas e assinale a 10. (INSTITUTO AOCP - 2017 - EBSERH -
alternativa correta. Técnico em Enfermagem (HUJB – UFCG)). As pala-
vras destacadas em “Os resultados mostraram que pesso-
“Quando você me deixou, meu bem Me disse “pra”
as preferem fazer atividades práticas sozinhas e ativida-
ser feliz e passar bem Quis morrer de ciúme, quase en-
des hedônicas [...]” pertencem, respectivamente, a quais
louqueci Mas depois, como era de costume, obedeci”
classes de palavras?
A) Pronome / Advérbio / Preposição / Preposição.
A) Artigo indefinido, pronome e substantivo.
B) Substantivo / Substantivo / Preposição / Conjunção.
C) Pronome / Substantivo / Conjunção / Preposição. B) Artigo definido, pronome e substantivo.
D) Substantivo / Advérbio / Conjunção /Conjunção.
C) Artigo definido, pronome e adjetivo.
08. (INSTITUTO AOCP - 2018 - IPM - SP - D) Artigo indefinido, pronome e adjetivo.
Agente Administrativo). Em relação à Morfologia e às
E) Artigo definido, conjunção e adjetivo.
classes de palavras na Língua Portuguesa, assinale a al-
ternativa correta.
A) Em “Um trabalho sensível, delicado, que exige tato
do profissional”, os termos destacados são advér-

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11. (IBADE - 2019 - Prefeitura de Vilhena - RO - I. Há quatro advérbios: três de modo e um de nega-
Professor Nível III - Língua Portuguesa). As sequên- ção.
cias de palavras a seguir contêm diversas classes grama- II. Há dez substantivos comuns e três verbos.
ticais. Qual das sequências contém APENAS substanti- III. São pronomes: qualquer, sua.
vos? IV. São conjunções: que, e, ou.
A) Ji-Paraná, Vilhena, Porto Velho
Quais estão corretas?
B) Roraima, Além, Entardecer
C) Pará, Portaria, Perceber A) Apenas I e II.
D) Biologia, Matemática, Advertidamente B) Apenas I, II e III.
E) Concurso, Discursar, Crase C) Apenas I, III e IV.
D) Apenas II, III e IV.
12. (IBADE - 2017 - Prefeitura de Rio Branco - E) I, II, III e IV.
AC - Cuidador Pessoal). A classe gramatical das pala-
vras destacadas em: “TODAS as RESIDÊNCIAS de co-
housing devem cumprir os requisitos de um AMBIENTE Exercícios sobre Concordância nominal e verbal
tradicional PARA idosos.” foi correta e respectivamente 16. (IBADE - 2022 - Faceli - Técnico em Tecno-
identificada em: logia da Informação e Comunicação). “A concordân-
A) advérbio - verbo - substantivo - preposição. cia é o processo sintático segundo o qual certas palavras
B) pronome - substantivo - substantivo - preposição. se acomodam, na sua forma, às palavras de que depen-
C) adjetivo - substantivo - advérbio - conjunção. dem. Essa acomodação formal se chama flexão e se dá
D) pronome - advérbio - substantivo - verbo. quanto a gênero e número (nos adjetivos – nomes ou
E) adjetivo - advérbio - adjetivo - conjunção. pronomes), números e pessoa (nos verbos).”
Marque abaixo quais são os processos sintáticos de
13. (FGV - 2014 - TJ-RJ - Técnico de Atividade concordância.
Judiciária). Considerando os dois termos sublinhados, é
correto afirmar que temos diferentes classes de palavras A) Concordância nominal e concordância verbal.
na seguinte opção: B) Concordância entre sujeitos e concordância dos in-
divíduos.
A) “consomem de 30 a 50 vezes mais água que as dos C) Concordância social e concordância capital.
países pobres. Mas as camadas mais ricas da popu- D) Concordância das cores presentes e concordância
lação...”; das cores aparentes.
B) “o ideal é substituí-las por outros modelos. O ba- E) Concordância numeral e concordância atlética.
nho é outro problema”;
C) “quem opta por uma ducha gasta até 3 vezes mais 17. (IBADE - 2022 - Prefeitura de Acrelândia -
do que quem usa um chuveiro convencional”; AC – Procurador). A concordância das palavras no tre-
D) “cerca de 40% da água captada e tratada para distri- cho “É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades
buição se perde no caminho até as torneiras, devido exercidas quanto das impossibilidades vividas”, está de
à falta de manutenção das redes, à falta de gestão acordo com as regras de concordância nominal, o que
adequada...”; NÃO acontece em:
E) “cerca de 40% da água captada e tratada para distri-
buição se perde no caminho até as torneiras, devido A) Corrida é bom para a saúde.
à falta de manutenção das redes, à falta de gestão B) A paciência é necessário para a convivência.
adequada do recurso e ao roubo”. C) Segue em anexo a solicitação da reunião.
D) Entregamos bastantes pedidos hoje.
14. (FCC - 2018 - ALESE - Técnico Legislativo – E) Atrasado, tomou meio copo de cerveja e foi embo-
Taquigrafia). A alternativa em que os elementos desta- ra.
cados pertencem à mesma classe de palavras é:
18. (IBADE - 2022 - Prefeitura de Acrelândia -
A) muito aguado / de forma fingida.
AC – Procurador). As normas de concordância verbal,
B) Tão apagado / alguém lento.
considerado o padrão da norma culta, estão plenamente
C) Eu vou de camelo / ou seja.
observadas no trecho “Afinidade é ficar longe pensando
D) Qualquer coisa / Famoso por fazer parte.
parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam,
E) um manteiga-derretida / lá corre o seguinte “agá”.
comovem ou mobilizam”, assim como na alternativa:
15. (FUNDATEC - 2022 - CEASA-RS - Analista A) vende-se carros de luxo.
– Administrador). Considere o que se afirma sobre B) Marcos ou Gustavo ganharão a faixa de Mister
classes de palavras do seguinte fragmento do texto: Universo.
“Teoricamente, racismo ambiental é qualquer polí- C) precisa-se de calígrafos para os convites.
tica, prática ou direção que afeta ou prejudica diferente- D) devem haver mais situações como essas.
mente (intencionalmente ou não) indivíduos, grupos ou E) os Emirados Árabes Unidos está situado no sudeste
comunidades, com base em sua raça e/ou sua cor”. da península Arábica.

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19. (IBADE - 2022 - Prefeitura de Barra de São 22. (FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA -
Francisco - ES - Guarda Civil Municipal). Assinale a Analista - Engenharia Civil). Assinale a opção em que
alternativa que completa corretamente a seguinte frase: a frase mostra erro de concordância nas expressões per-
centuais.
________________ alguns dias que foi publicado o
Edital de Concurso Público daquela prefeitura. A) No Brasil, apenas 1% têm tudo.
_______________ muitas candidatas para o cargo de B) Apenas 10% das prostitutas caem na vida.
guarda civil, mas ________________ poucas vagas. C) Mais valem 10% de mil do que 100% de dez.
D) O Brasil é o único país do mundo com 110% de
A) Fazem – haviam – existem.
corrupção.
B) Fazem – havia – existem.
E) Havia 50% de bons ladrões no tempo de Cristo.
C) Faz – haviam – existem.
D) Faz – havia – existe.
23. (FGV - 2018 - AL-RO – Advogado). Assinale
E) Faz – havia – existem.
a frase a seguir em que a concordância verbal com por-
centagens está incorreta.
20. (CESGRANRIO - 2022 - Eletrobras-
Eletronuclear – Administrado). A concordância verbal A) 25,7% do total de calouros se matricularam.
está de acordo com a norma-padrão da Língua Portugue- B) 30% da imprensa mostraram esse mesmo dado.
sa em: C) 1,7% do jornal se ocuparam dessa notícia.
D) 5,8% do público leitor comentou os dados forneci-
A) Devido à baixa qualidade dos aparelhos, precisam-
dos.
se de leis que obriguem os fabricantes a ressarcir os
E) 1,3% dos leitores se interessaram pela notícia.
consumidores insatisfeitos com suas compras na in-
ternet.
24. (FGV - 2017 - ALERJ - Especialista Legisla-
B) De acordo com os estudiosos da área de tecnologia
tivo - Registro de Debates). Considerando a concordân-
e consumo, dividem-se os tipos de obsolescência
cia nominal, a frase correta é:
em perspectiva e programada.
C) Em função do tipo de lixo eletroeletrônico, consta- A) A professora mesmo advertiu o aluno;
taram-se, nos últimos anos, pelos tipos de apare- B) Os uniformes das garçonetes eram cinzas;
lhos descartados, o hábito dos consumidores de C) Foi muito comentado pelos jornais a fala do Presi-
substituir aparelhos celulares todo ano. dente;
D) Nas lojas virtuais de grandes empresas de varejo, D) Os imigrantes trabalharam bastante dias na obra;
atendem-se a consumidores de todas as regiões do E) A cor rosa-clara da parede ficou bem.
país, tendo em vista a facilidade de acesso e de en-
trega. 25. (IBFC - 2018 - Câmara Municipal de Arara-
E) Com base nas estatísticas de reclamações nas insti- quara - SP - Condutor de Veículos). De acordo com as
tuições de proteção aos consumidores, avaliam-se regras da gramática normativa da Língua Portuguesa,
que as empresas de telefonia estejam à frente nas sobre concordância verbal e nominal, assinale a alterna-
listas de insatisfação. tiva correta.
A) Haviam dois anos que eu não reencontrava minha
21. (CESGRANRIO - 2022 - Banco da Amazônia
filha.
- Técnico Bancário). De acordo com a norma-padrão da
B) Os dois meninos errou na escolha da brincadeira.
língua portuguesa, a concordância nominal está correta
C) Tem muitas mentiras sendo ditas pela falta de in-
na palavra destacada em:
formação das pessoas.
A) A agricultura sustentável e os cuidados com o meio D) O sucesso têm relação com parar de escutar a opini-
ambiente são extremamente proveitosas para a pre- ão de todos.
servação do planeta. E) Eu já não escuto rádio há muito tempo.
B) O desmatamento generalizado e a monocultura são
inadequadas do ponto de vista ambiental. Exercícios sobre Ortografia
C) O uso predatório do solo pode acarretar consequên-
26. (FCC - 2019 - SABESP - Programa de
cias como a desertificação e a arenização, que são
Aprendizagem de Assistente Administrativo). Todos
considerados prejudiciais à natureza.
os vocábulos estão grafados corretamente em:
D) A região amazônica e o pantanal mato-grossense
são conhecidas internacionalmente como patrimô- A) Jornalista renomado, Ruy Castro já produziu textos
nios ambientais. para diversos veiculos da emprensa brasileira.
E) Os cuidados com o solo e as pesquisas em técnicas B) Além de jornalista, Ruy Castro é ezímio biografo.
de plantio são necessários para que a produção de Seus livros sobre Nelson Rodrigues e Garrincha são
alimentos seja sustentável. famosos.
C) Grande parte da produção jornalística de Ruy Cas-
tro foi eternisada em livros, os quais são elogiados
pelos criticos.

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D) Em seu livro Chega de Saudade, Ruy Castro con- E) Para reinvindicar novos suprimentos, é preciso assi-
clue uma reconstituição historica do período da nalá-los com asterísticos nesta lista.
Bossa Nova no Brasil.
E) Ruy Castro fala de seus hábitos como jornalista 30. (IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Edu-
desde a época em que redigia os textos à máquina cação Profissional). Ao final daquela noite, Eric Clap-
de escrever. ton chamou os garçons ______ e lhes deu ______ quan-
tia como ______. Assinale a alternativa que preencha
27. (FCC - 2019 - Prefeitura de Recife - PE - As-
correta e respectivamente as lacunas.
sistente de Gestão Pública). Todas as palavras estão
grafadas corretamente em: A) as pressas / vultuosa / gorjeta.
B) às pressas / vultosa / gorjeta.
A) Talvez restem poucas reminiscências no imaginário
C) às pressas / vultósa / gôrjeta.
coletivo dos males de algumas doenças evitadas pe-
D) às pressas / vultosa / gorgeta.
la vacinação.
E) as pressas / vultuosa / gorgeta.
B) Os médicos reinvindicam uma maior aderencia dos
pacientes às campanhas esclarecedoras sobre a va- 31. (CESPE / CEBRASPE - 2020 – Pref. de Bar-
cinação. ra dos Coqueiros - SE - Ajudante de Pedreiro). Assi-
nale a opção que apresenta a frase correta do ponto de
C) O medo de que as vacinas façam mau às crianças vista gramatical e ortográfico.
tem levado o Ministério da Saúde a rever suas estra-
tegias. A) Há pessoas no mundo que precisa usar óculos para
enxergar o amor-próprio.
D) A ignorancia quanto aos riscos das vacinas se ex-
B) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos pa-
tende das camadas mais pobres às mais abastadas
ra enxergar o amor-próprio.
da população. C) Há pessoas no mundo que precisam usar óculos pa-
E) O ideal é que os responsáveis vacinem seus filhos ra enchergar o amor-próprio.
expontaneamente, visando protege-los e colaboran- D) Hão pessoas no mundo que precisam usar óculos
do com o coletivo. para enxergar o amor-próprio.
E) Há pessoas no mundo que precizam usar óculos pa-
ra enxergar o amor-próprio.
28. (FCC - 2018 - SABESP - Agente de Sanea-
mento Ambiental). A frase em que todas as palavras es- 32. (CESPE / CEBRASPE - 2020 – Pref. de Bar-
tão grafadas em conformidade com a norma-padrão da ra dos Coqueiros - SE - Ajudante de Pedreiro). Assi-
língua é: nale a opção em que a palavra apresentada está correta-
A) Júlio Verne idealisou um objeto usado pelos repór- mente grafada.
teres com o proposito de capiturar sons e imagens. A) atravéz
B) Os cidadãos de Nantes sempre tiveram orgulho de B) obedescer
pertencer à terra em que nasceu o escritor Júlio C) projeto
Verne. D) meza
E) sintonisar
C) Na obra de Júlio Verne, a ciencia deteem papel de
destaque e até hoje escita a imaginação de seus lei- 33. (CESPE - 2011 - Correios - Agente de Cor-
tores. reios - Atendente Comercial). No tempo em que se an-
D) Há muitas analises das obras de Júlio Verne, e todas dava a cavalo para entregar cartas, era preciso pôr arreios
são unânemes quando discrevem a capacidade cria- no cavalo, ou seja, era preciso
tiva do escritor. A) arriar-se o cavalo.
E) Júlio Verne tinha curiozidade em saber como as B) arreiar o cavalo.
pessoas viverião em um tempo futuro à sua própria C) arreiar-se no cavalo.
epoca. D) arrear o cavalo.
E) arriar no cavalo.
29. (FCC - 2018 - ALESE - Técnico Legislativo - 34. (CESGRANRIO - 2021 - Banco da Amazônia
Taquigrafia). Todas as palavras estão grafadas em con- - Técnico Científico). A frase em que a palavra ou ex-
formidade com a ortografia vigente em: pressão destacada respeita as regras ortográficas e gra-
A) Foram registradas paralizações no transporte inter- maticais da norma padrão é:
municipal. A) As crianças querem estar aonde a fantasia está.
B) Está claro que a reação a essa impopular medida é B) Queremos saber por que a ideia de eternidade nos
iminente. fascina.
C) Cada seção plenária da câmara bahiana terá duas C) O gosto adocicado do chicle mau acaba e queremos
horas de debate. outro.
D) Se vierem falar com agente, diga que não temos na-
da haver com o assunto.
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D) Nada como balas e chicletes durante uma seção de 39. (CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-
cinema. ELETRONUCLEAR - Especialista em Proteção Ra-
E) A ideia de viver para sempre persegue o homem a diológica). Considerando-se o emprego da vírgula, a fra-
séculos. se que está de acordo com o padrão formal escrito da
língua é
35. (CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Con-
A) Eu que era frágil, sentia-me seguro, em sua presen-
ferente I). A seguinte frase está escrita de acordo com as
ça.
normas da ortografia vigente:
B) Todos os dias, Maria José lia poemas para seu filho.
A) Eu me sinto mais vunerável quando viajo à noite. C) Seu desejo, era sempre, estar por perto para me pro-
B) Preciso que vocês viagem para o Perú imediatamen- teger.
te. D) Maria José era uma mulher terna e, ao mesmo tem-
C) Alguns roteiros tem um acúmulo grande de deslo- po firme.
camentos. E) Nem ela, nem o médico, nem eu, esperávamos
D) Fiz um voo gratuito porque ganhei uma passagem aquele desfecho, triste.
num sorteio.
E) Fizemos um multirão para arrumar as malas, mas 40. (CESGRANRIO - 2022 - Banco da Amazônia
conseguimos. - Técnico Bancário). De acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa, o emprego adequado da vírgula está
36. (CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Con- plenamente atendido em:
ferente I). Assim como a palavra desfecho se escreve
A) A criação de animais para a produção de alimentos,
com ch, a seguinte dupla de palavras se escreve correta-
é de grande importância para o sustento de milhares
mente com esse dígrafo:
de famílias.
A) tóchico; fichinha B) A floresta Amazônica, apesar de parecer homogê-
B) coachar; achatar nea, possui muitas diferenças na sua vegetação.
C) cheirosa; inchado C) A melhor maneira de proteger as povoações situa-
D) machismo; chaveco das nas margens dos rios, é procurar soluções que
E) cocheira ; deichar impeçam o comércio ilegal.
D) O estado do Amazonas apresenta, a maior popula-
37. (CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Moto- ção indígena do Brasil com aproximadamente trinta
rista de Caminhão Granel I). O grupo em que todas as mil habitantes.
palavras estão grafadas de acordo com a norma-padrão E) O número de estudiosos preocupados com o futuro
da língua portuguesa é: do planeta, aumentou devido ao aquecimento glo-
bal.
A) admissão, infração, renovação
B) diversão, excessão, sucessão
41. (CESGRANRIO - 2022 - Banco da Amazônia
C) extenção, eleição, informação
- Técnico Científico - Tecnologia da Informação). De
D) introdução, repreção, intenção
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em-
E) transmissão, conceção, omissão
prego adequado da vírgula está plenamente atendido em:
Exercícios sobre Pontuação. A) O outono que o Rio nos oferece, tem um ar fino,
quase frio.
38. (CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-
B) Uma senhora de cabelos muito brancos, ficava sen-
ELETRONUCLEAR – Administrador). O emprego
tada, em uma cadeira.
da vírgula está plenamente de acordo com as exigências
C) Ele se incomodou, com as grades do Rio.
da norma-padrão da Língua Portuguesa em:
D) Todos os dias que passo pelo Aterro vejo, as árvo-
A) Caso sejam priorizadas medidas de proteção ao res cada vez mais crescidas.
meio ambiente, a substituição dos lixões por uma E) O porteiro, que prende passarinhos em gaiolas, não
forma adequada para tratar o lixo será benéfica. vê que o outono fica mais lindo quando estamos li-
B) Em todo o mundo há uma preocupação com a ma- vres.
neira de descartar o lixo por isso, é sempre preferí-
vel corrigir nossos hábitos. 42. (CESGRANRIO - 2021 - Caixa - Técnico
C) O aterro sanitário apresenta inúmeras vantagens, Bancário Novo). As vírgulas estão plenamente empre-
como a redução da poluição porém, há desvanta- gadas de acordo com o padrão formal da língua escrita
gens, como o seu alto custo. em:
D) O lixo eletrônico encontrado, em televisores, rádios,
A) Há algumas décadas, se alguém falasse, em educa-
geladeiras, celulares, pilhas compromete a saúde
ção financeira, causaria um certo estranhamento.
pública.
B) Relacionar-se bem com o dinheiro de acordo com
E) O lixo hospitalar decorrente do atendimento médico
os especialistas, é uma forma de levar uma vida
a seres humanos ou animais, acarreta muitos pro-
mais saudável, sem percalços.
blemas de saúde pública.

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Língua Portuguesa (Prof. Marcelo Pimentel)


C) É preciso criar uma cultura de discutir, na família, B) Balanço referente ao primeiro semestre de 2018, re-
na escola, com os amigos, sobre como usar melhor vela que, 630 atendimentos foram realizados via e-
os recursos financeiros. mail.
D) A educação financeira, apesar de não resolver o C) Conforme balanço realizado pelo CAU/MT 135
problema da falta de dinheiro pode auxiliar, com atendimentos foram realizados presencialmente no
um controle maior, de seu gasto. primeiro semestre de 2018.
E) Não gastar em demasia, não acumular dívidas, re- D) Via SICCAU foram realizados, 101 atendimentos,
fletir sobre seus ganhos, e gastos, poupar são estra- no primeiro semestre de 2018.
tégias para gerir melhor suas finanças. E) No primeiro semestre de 2018, foram atendidas pe-
lo CAU/MT, mais de mil pessoas.
43. (CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil -
Escriturário - Agente Comercial - Prova C). O perío- 46. (IBFC - 2023 - SEC-BA – Prof. da Educação
do em que o sinal de dois pontos é empregado para in- Básica - Língua Portuguesa). Analise o emprego da
troduzir uma enumeração, como no trecho que segue pontuação nas estruturas a seguir e assinale a alternativa
“demanda garantida” (parágrafo 2), é: correta.
A) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos de I. Uma manhã, depois de um grande silêncio de Basí-
um prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos lio, recebeu da Bahia uma longa carta, que começa-
auferidos pela pessoa compõem sua remuneração. va: “Tenho pensado muito e entendo que devemos
B) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saú- considerar a nossa inclinação como uma “crianci-
de podem fazer parte da remuneração: muitos traba- ce”…” (Eça de Queiroz).
lhadores escolhem seus empregos com base nessas II. O fato de ter cultivado tantos amigos e granjeado o
vantagens. respeito de todos, é prova suficiente de que ele teve
C) O gerente informou aos candidatos como seria a uma vida digna.
remuneração pelos serviços: “O valor mensal vai III. Nessa altura, entrava em detalhes secretos da vida
depender de diversos itens, a serem combinados.” feminina e aduzia: “foi uma grande tristeza em sa-
D) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, ber que o doutor R. S. sabe de teus particulares mo-
usado até hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, uti- ral”, sic, (Lima Barreto).
lizada no Brasil colonial, e o bacalhau, antes usado
na Escandinávia. Assinale a alternativa correta.
E) O tabaco também já foi usado como moeda de tro-
A) O emprego da pontuação está correto apenas na es-
ca: no século XVIII, o estado americano de Virginia
trutura I.
adotou esse método.
B) O emprego da pontuação está correto apenas na es-
trutura II.
44. (CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil -
C) O emprego da pontuação está correto apenas na es-
Agente de Tecnologia). De acordo com a norma-padrão
trutura III.
da língua portuguesa, o emprego adequado da vírgula es-
D) O emprego da pontuação está correto nas estruturas
tá plenamente atendido em:
I, II e III.
A) O ensino remoto, com a pandemia de Covid-19 pas- E) O emprego da pontuação está incorreto nas estrutu-
sou a fazer parte do processo de escolarização em ras I, II e III.
todo o Brasil.
B) A melhor fase do ensino on-line tem sido vivida, 47. (IBFC - 2023 - SEC-BA – Mediador). Observe
atualmente embora permaneça a dúvida se é possí- o excerto: “Geralmente é servido champanhe e todos
vel ensinar às crianças de forma remota. comem, bebem, dançam e comemoram por muitas ho-
C) Como o país não tinha experiências significativas ras”. Agora aponte a alternativa correta em relação ao
no ensino remoto, precisou aderir à prática de forma uso das vírgulas na estrutura entre aspas.
emergencial.
A) Tem por finalidade marcar a oração adjetiva restri-
D) A qualidade do ensino remoto era questionada, no
tiva: “Geralmente é servido champanhe”.
passado porém o aprendizado conta com tecnologi-
B) Para separar termos coordenados assindéticos (sem
as que garantem ótimos resultados.
ligação por conectivo), de mesma função sintática,
E) Um grande número de pesquisadores tem procurado
que formam, muitas vezes, enumerações: comem,
avaliar, quais são as vantagens e desvantagens da
bebem, dançam e comemoram.
educação a distância.
C) Tem por objetivo isolar os vocativos: “bebem”,
“dançam” e “comemoram”.
45. (IADES - 2019 - CAU-MT - Assistente Admi-
D) A fim de separar o sujeito “todos” do verbo “co-
nistrativo). Quanto ao uso da vírgula, assinale a alterna-
mem”.
tiva correta.
E) Para o leitor ter tempo de respirar entre as sequên-
A) No primeiro semestre de 2018, foram realizados, cias de palavras apresentadas.
segundo balanço do CAU/MT, 561 atendimentos
via telefone.

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48. (IBFC - 2019 - FSA-SP - Auxiliar de Recur-
sos Humanos). Os sinais de pontuação garantem boa
parte da coesão e coerência dos enunciados. Eles são
também uma das qualidades da comunicação escrita. As-
sinale a alternativa incorreta quanto ao uso da vírgula.
A) “Deixar de passar filtro solar ao redor dos olhos po-
de aumentar risco de câncer, diz estudo. Pesquisa-
dores do Reino Unido mostram que pessoas tendem
a deixar área ao redor dos olhos desprotegida.”
B) “A área ao redor dos olhos, é uma das mais sensí-
veis do corpo ao efeito maléfico da luz do Sol. O
hábito de não passar lá o filtro solar, pode estar ex-
pondo pessoas ao risco de câncer de pele, de acordo
uma nova pesquisa.”
C) “Cientistas descobriram que as pessoas têm hábitos
diferentes na hora de aplicar no rosto o filtro solar.
Uma área maior de pele costuma ficar desprotegida
com o hidratante, especialmente ao redor dos olhos,
justamente onde a pele é mais fina e vulnerável ao
câncer.”
D) “Óculos escuros com fator de proteção ultravioleta
(UV) podem ajudar a proteger essas áreas, segundo
os especialistas. Muitos hidratantes são vendidos
como tendo o fator de proteção solar (FPS) de 30 a
50, similar ao do filtro solar tradicional.”

GABARITO OFICIAL
Conferido
01-D 09-C 17-B 25-E 33-D 41-E
02-E 10-E 18-C 26-E 34-B 42-C
03-C 11-A 19-E 27-A 35-D 43-D
04-A 12-B 20-B 28-B 36-C 44-C
05-A 13-A 21-E 29-B 37-A 45-A
06-A 14-E 22-A 30-B 38-A 46-E
07-C 15-B 23-C 31-B 39-B 47-B
08-D 16-A 24-E 32-C 40-B 48-B

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Realidade Étnica, Social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica de Goiás


)

REALIDADE ÉTNICA
SOCIAL HISTÓRICA
GEOGRÁFICA CULTURAL
POLÍTICA E ECONÔMICA
DO ESTADO DE GOIÁS
E DO BRASIL
SUMÁRIO:
Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agropecuária nos séculos
XIX e XX, a estrada de ferro e a modernização da economia goiana, as transformações
econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, industrialização, infraestrutura e plane-
jamento .............................................................................................................................. 03
Aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia, clima e relevo ................... 15
Aspectos da história política de Goiás: os bandeirantes e a colonização, o coronelismo e a
oligarquia na República Velha, a Revolução de 1930, aspectos políticos e administrativos
de 1930 até os dias atuais .................................................................................................. 17
Aspectos da história sociocultural de Goiás: o povoamento branco, os grupos indígenas, a
escravidão e a cultura negra, os movimentos sociais no campo e a cultura popular goi-
ana ..................................................................................................................................... 25
Atualidades ........................................................................................................................ 27

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)

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


1. FORMAÇÃO
) ECONÔMICA DE GOIÁS: A tabeleceu, com ele, o ajuste de uma bandeira para a loca-
MINERAÇÃO NO SÉCULO XVIII, A AGROPE- lização e exploração da mina de ouro descoberta por seu
CUÁRIA NOS SÉCULOS XIX E XX, A ESTRADA pai. Em para a pouco tempo, Bueno arregimentou uma
DE FERRO E A MODERNIZAÇÃO DA ECONO- poderosa bandeira, que partiu de São Paulo, em 3 de se-
MIA GOIANA, AS TRANSFORMAÇÕES ECO- tembro de 1722, que tomou o rumo do rio Grande e que
NÔMICAS COM A CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA caminhou, sem encontrar tropeços, até o rio Paranaíba.
E BRASÍLIA, INDUSTRIALIZAÇÃO, INFRAES- Feita a travessia, desviou-se para o nordeste, pelo espi-
TRUTURA E PLANEJAMENTO gão do rio São Marcos, e atingiu a lagoa Mestre d'Ar-
mas, a poucos quilômetros acima do local onde, hoje, se
1.1. FORMAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA
ergueu Brasília. Em seguida, rompeu o divisor das
DE GOIÁS. 1.1.1. AS BANDEIRAS E A EXPLO-
águas, teve às margens do rio Maranhão, ponto onde se
RAÇÃO DO OURO.
cindiu a bandeira: parte dos seus integrantes desceu pelo
Quase um século após o descobrimento do Brasil, grande rio, enquanto Bartolomeu Bueno e seus seguido-
os colonizadores portugueses trilharam, pela primeira res caminharam para o sudoeste, à procura da região dos
vez, as terras de Goiás. Ficaram famosas, entre outras, as goiases.
expedições de Domingos Rodrigues (1596), Belchior
Em 21 de outubro de 1723, após mais de três anos
Dias Carneiro (1607), Antônio Pedroso de Alvarenga
nos chapadões, nas serras e nas matas, quando o governo
(1615) e Manuel Campos Bicudo (1673), além da mais
paulista já cogitava mandar uma expedição em seu so-
famosa, a de Bartolomeu Bueno da Silva, com seu filho
corro, Bueno regressou e exibiu, a D. Rodrigo amostras
de igual nome, então, com, apenas, 12 anos de idade.
de ouro de várias minas descobertas.
Bueno encontrou, em pleno sertão, a bandeira de Manuel
Campos Bicudo, que conduzia presos índios da nação Febre do ouro.
dos araés, cuja área parecera ao bandeirante, extraordina-
A notícia de façanha do Anhanguera levou milhares
riamente, rica em minas de ouro. De acordo com as indi-
de brasileiros a enveredarem sertão adentro. Imediata-
cações de Bicudo, para ali seguiu Bartolomeu Bueno,
mente, o capitão-general de São Paulo comunicou o fato
que aprisionou os silvícolas restantes e colheu muitas
a D. João V, que respondeu com carta régia de 29 de
pepitas de ouro.
abril de 1726, na qual deferia todos os pedidos formula-
Parece datar dessa época o episódio segundo o qual dos pelos descobridores. Como decorrência, D. Rodrigo
Bueno pedira aos índios que lhe mostrassem o lugar de César de Meneses passou a Bueno e a seu cunhado João
onde retiravam o ouro empregado em seus adornos. Di- Leite Ortiz a carta de sesmaria de 2 de julho de 1726,
ante da negativa, o bandeirante despejou aguardente num dando-lhes o direito das passagens de vários rios existen-
recipiente e queimou-o, dizendo aos selvagens que o tes no itinerário feito, bem como seis léguas de terras de
mesmo faria com a água de todos os rios e das nascentes, testada, à margem dos mesmos rios.
matando-os de sede, se não lhe fosse mostrada a mina.
Munido de tais privilégios, Bueno retornou, em se-
Apavorados, os índios levaram-no à jazida e passaram a
guida, a Goiás e parou num sítio próximo à serra Doura-
chamá-lo de Anhanguera, que significa “diabo velho”,
da, onde encontrou diversas minas e fundou o primeiro
nome com que Bueno e seu filho passaram à História.
povoado em terras goianas, com o nome de Barra, atu-
Depois disso, graças ao sucesso da expedição do Anhan-
almente, Buenolândia. Achadas depois, a pouca distân-
guera e de novas iniciativas dos reis portugueses, para a
cia, minas mais copiosas, para lá se transportaram os
descoberta das riquezas do subsolo brasileiro, foram
moradores de Barra e fundaram, em 26 de julho de 1727,
muitas as bandeiras que cortaram, em todas as direções,
o arraial de Sant'Ana, que, mais tarde (1739), tomaria o
as paragens goianas, algumas delas provenientes do Ma-
nome de Vila Boa, corruptela de Vila Bueno, núcleo da
ranhão.
cidade de Goiás, sede do governo da capitania.
O objetivo das bandeiras era, unicamente, o desco-
Em 1728, Bartolomeu Bueno assumiu as funções de
brimento e a cata do ouro e de outros metais preciosos,
superintendente-geral das minas de Goiás, cabendo-lhe a
pois, na época, um breve Papal condenara a escravização
administração da justiça civil, criminal e militar. Ficava,
do índio, talvez, por influência das inúmeras expedições
assim, constituída a primeira organização político-
religiosas que penetraram o solo goiano, a começar pela
administrativa das terras, até então, habitadas pelos sel-
do frei Cristóvão de Lisboa, que fundou uma missão re-
vagens. À medida que se descobriram outras regiões au-
ligiosa na área de Tocantins (1625). As entradas e as
ríferas, novos povoados erguiam-se: Meia Ponte (atual-
bandeiras culminaram com a expedição de Bartolomeu
mente, Pirenópolis), Ouro Fino, Santa Rita de Anta, San-
Bueno da Silva, o segundo Anhanguera, que, em 1720,
ta Cruz, Crixás, São José, Água Quente e Traíras.
juntamente, com seus cunhados João Leite Ortiz e Do-
mingos Rodrigues do Prado, requereu a Dom João V li- No final de 1733, em virtude de intrigas políticas
cença, para penetrar os altos sertões e para avançar pelos entre o governo de São Paulo e o reino, Bueno foi desti-
centros da América, em busca de minas de ouro, de prata tuído de suas funções e substituído por Gregório Dias da
e de pedras preciosas. Pedia, em troca, a munificência Silva. A chegada do novo superintendente a Goiás coin-
real das passagens dos rios que encontrassem. cidiu com o descobrimento de importantes jazidas, mas a
implantação do imposto por capitação, em vez dos anti-
No ano seguinte, o capitão-general de São Paulo, D.
gos quintos, deu motivo a graves motins e a revoltas, so-
Rodrigo César de Meneses, mandou chamar Bueno e es-
bretudo nas minas do norte.

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


Domínio
) paulista: aberta a navegação daquele grande rio da bacia amazôni-
ca.
Durante meio século (1730-1782), houve um só
caminho para Goiás, o das bandeiras paulistas. Estabele- Já, no primeiro século da colonização do Brasil, di-
ceu-se, em 1736, comunicação regular de Vila Boa com versas expedições percorreram parte do território do atu-
o litoral sul, através de Paracatu e de São João Del Rei, al estado de Goiás. Estas expedições, organizadas, prin-
em Minas Gerais, até o Rio de Janeiro. cipalmente, na Bahia, centro, então, da colonização,
eram umas de caráter oficial, destinadas a explorar o in-
A exploração das minas foi entregue aos paulistas,
terior e a buscar riquezas minerais; e outras empresas
que dominaram a região e que se estabeleceram no alto
comerciais de particulares, organizadas para a captura de
de Tocantins, predominando no médio Tocantins os con-
índios. De São Paulo, saíam as bandeiras, que, buscando
tingentes humanos oriundos do Norte. A interrupção da
índios, cada vez mais escassos, chegavam, com frequên-
navegação acarretou o truncamento das relações entre o
cia até o extremo norte de Goiás, região do Estreito.
centro e o Norte, e a decadência de grande parte das po-
voações surgidas na zona dos afluentes de Tocantins. A primeira bandeira que, partindo de São Paulo,
possivelmente, chegou até os sertões de Goiás no leste
A sociedade que se estruturou nas minas caracteri-
de Tocantins, foi a de Antônio Macedo e Domingos Luís
zou-se pelo relaxamento dos costumes e pela violência.
Grau (1590-1593). Depois, seguiram-se a de Domingos
Fugitivos por dívidas ou por passado criminal, ali, se re-
Rodrigues (1596-1600), que desceu até a confluência de
fugiaram. Eram raros os casamentos e predominavam, ao
Tocantins com o Araguaia; a de Afonso Sardinha (1598-
longo do período colonial, as ligações livres. O grande
?) a de Belchior Carneiro (1607-1609), que passou, ain-
número de escravos, calculado entre 13.000 e 14.000 no
da, mais, para o norte; a de Martins Rodrigues (1608-
ano de 1736, e a falta de mulheres brancas conduziram à
1613); a de André Fernandes (1613-1615); a de Pedroso
natural miscigenação com as negras. Assim, no final do
de Alvarenga (1615-1618); a de Francisco Lopes Buena-
século XVIII, os brancos representavam a minoria no
vides (1665-1666); a de Luís Castanho de Almeida e a
contexto populacional (7.200, num total de cinquenta mil
expedição familiar de Antônio Paes (1671); e a de Sebas-
habitantes), enquanto os mulatos constituíam 31%; e os
tião Paes de Barros (1673). Esta bandeira, a maior das
escravos, 41%. A população mameluca era inexpressiva,
saídas de São Paulo para Goiás, contava com uns 800
em consequência das restrições legais ao amancebamen-
membros e se fixou na região da confluência de Tocan-
to entre brancos e indígenas e porque o ódio e o ressen-
tins e do Araguaia, dedicada, preferencialmente, à mine-
timento gerados pela resistência do nativo à escravização
ração. Outro tipo de expedição eram as “descidas” dos
impediram a miscigenação.
jesuítas do Pará. Os jesuítas tinham criado, na Amazô-
Capitania de Goiás: nia, um sistema bem estruturado de “aldeias” de alcutu-
ração indígena. Buscando índios para estas aldeias, os je-
Só em 9 de maio de 1748, D. João V desmembrou suítas organizaram diversas expedições fluviais, que, su-
do governo de São Paulo o território goiano e instituiu a bindo o Tocantins, chegaram a Goiás. Mas nem bandei-
capitania, para a qual nomeou, como governador, D.
rantes, nem jesuítas vinham, para fixar-se em Goiás.
Marcos de Noronha, ex-governador de Pernambuco e fu-
turo conde dos Arcos. Por esse tempo, já se esgotavam Descobrimento de Goiás:
as jazidas de ouro, que, se, antes, era encontrado quase à
O descobridor de Goiás foi Anhanguera. Isto não
superfície, agora recuava para o subsolo e para as corren-
significa que ele tenha sido o primeiro a chegar a Goiás,
tes fluviais, tornando-se de captação difícil. Decaía, des-
mas, sim, que ele foi o primeiro a vir a Goiás com a in-
sa forma, a atividade mineira, que, durante vinte anos,
tenção de se fixar aqui (1690 1718).
dera lucros fabulosos à coroa portuguesa. Com o objeti-
vo de disciplinar a mineração e evitar o esgotamento das Bartolomeu Bueno da Silva, o pai, experiente serta-
jazidas, D. Marcos instituiu novo sistema de arrecada- nista, era cego de um olho. Talvez, deste defeito físico,
ção, restringiu as despesas e construiu as casas de fundi- venha o apelido “Anhanguera”, de origem e de significa-
ção das Vilas de Goiás e de São Félix. do discutido. Quase todos os sertanistas eram apelidados
pelos índios. Quanto ao fato de haver ateado fogo num
Em 1754, sucedeu-lhe na administração José Xavier
prato de aguardente, para amedrontar os índios, a fim de
Botelho Távora, conde de São Miguel; e, em seguida,
que lhes mostrassem as minas, não se tratava de fato ori-
João Manuel de Melo, que governou de 1759 a 1770 e
ginal. Era um ardil comum, próprio dos exploradores.
deu os primeiros passos para a franquia da navegação
Segundo Pedro Tanques, linhagista paulistano, o primei-
dos rios Araguaia e Tocantins, como meio de ligar ao
ro bandeirante que usou este método foi Francisco Pires
resto do Brasil a capitania de Goiás. Em 1772, assumiu o
Ribeirão, sobrinho do Caçador das Esmeraldas. A ban-
governo José de Almeida Vasconcelos Soveral e Carva-
deira era uma expedição organizada militarmente e, tam-
lho, barão de Mossâmedes e visconde da Lapa, o primei-
bém, uma espécie de sociedade comercial. Cada um dos
ro a se preocupar, menos, com o problema da mineração
participantes entrava com uma parcela de capital, que
e a atentar, mais, para a administração da capitania. Es-
consistia, ordinariamente, em certo número de escravos.
timulou a transferência de trabalhadores para as ativida-
Os principais financiadores da bandeira foram João Leite
des agrícolas, a catequese dos índios e a instrução públi-
da Silva Ortiz, genro do próprio Anhanguera, proprietá-
ca e edificou, no Araguaia, o presídio São Pedro do Sul.
rio de Lavras em Minas, e João de Abreu, irmão de Or-
Sua linha administrativa foi seguida por Luís da Cunha
tiz.
Meneses, que lhe sucedeu em 1778, em cujo governo foi

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


Viagem
) da Bandeira de Anhanguera: De acordo com Borges (1990), a expansão do capi-
talismo em Goiás esbarrou na falta de meios de comuni-
A bandeira saiu de São Paulo em 3 de julho de
cação aqui presente, dificultando sua ligação com o resto
1722. O caminho já não era tão difícil, como nos primei-
do país, principalmente com a região Centro-Sul. A eco-
ros tempos. Mas a bandeira descaminhou-se quase, des-
nomia se estrangulava por conta da ausência de um sis-
de o início. Surgiram muitas inimizades entre os chefes
tema viário adequado. Portanto, a presença dos trilhos
paulistas e os componentes da bandeira, quase todos
aqui serviu para definir os rumos desse sistema.
“emboabas”. O roteiro, se já existia, não ajudou a encon-
trar o caminho. Muitos foram morrendo de fome. Outros Surge então, já no século XX, a necessidade de se
preferiam voltar em pequenos grupos para São Paulo. O incorporar novas terras à estrutura produtiva do Brasil,
Anhanguera era um homem obstinado: disse que preferia com a marcha do café em São Paulo e Minas Gerais.
a morte, a voltar fracassado. No fim, acabou tendo sorte. Goiás responde a esse problema nacional, por possuir
Numa das voltas da bandeira, quando já lhe restavam uma vasta extensão territorial com grande potencial eco-
poucos companheiros, descobriu ouro nas cabeceiras do nômico. Bastava, portanto, criar as condições indispen-
rio Vermelho, na atual região da cidade de Goiás. Em 21 sáveis de transporte, para que a economia goiana aten-
de outubro de 1725, após três anos, voltaram triunfantes desse à demanda nacional. Logo, nos primeiros anos do
a São Paulo, propalando que tinham descoberto cinco século XX os trilhos da estrada de ferro provocaram mu-
córregos auríferos, umas minas tão ricas, como as de danças na economia regional gerando um aumento na
Cuiabá, com ótimo clima e fácil comunicação. produção agropecuária e consequente expansão do co-
mércio no estado. Contudo, essa riqueza foi gerada, prin-
Povoamento de Goiás: cipalmente, na parte sul de Goiás, onde se localizavam as
A primeira região ocupada foi a região do rio Ver- principais cidades, tornando assim o seu processo de de-
melho. Fundou-se o arraial de Sant’Ana, que, depois, se- senvolvimento bastante heterogêneo.
ria chamado Vila Boa e, mais tarde, Cidade de Goiás, A Agropecuária e a Pecuária nos séculos XIX e
sendo, durante 200 anos, a capital do território. O povo- XX
amento determinado pela mineração de ouro é povoa-
mento mais irregular e mais instável, sem nenhuma or- O setor agropecuário tem sido, tradicionalmente, a
dem. Quando o ouro se esgota, os mineiros mudam-se base da economia goiana. Nas três últimas décadas do
para outro lugar, e a povoação definha ou desaparece. século XX, Goiás foi uma das regiões de fronteira agrí-
Três zonas povoaram-se assim, durante o século XVIII, cola mais expressivas do país. Em muitas culturas, como
com uma relativa densidade; uma zona no centro-sul, na a da soja, a do milho, a do arroz, a do feijão, tornou-se,
“região de Tocantins”. E, por fim, o verdadeiro norte da naquele período, um dos maiores produtores do país. A
Capitania, ficava, ainda, sem nenhuma povoação; o sul e principal área agrícola e pastoril do estado é a região de
o sudoeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto Naci- Mato Grosso de Goiás, onde se pratica uma agricultura
onal até o Estreito. A ocupação humana destas zonas diversificada com arroz, com milho, com soja, com fei-
processar-se-iam com a extensão da pecuária e da lavou- jão, com algodão e com mandioca.
ra, durante os séculos XIX e XX. Apesar de possuir o segundo rebanho do país, Goiás
observa uma tradição de baixa produtividade, tanto em
1.2. FORMAÇÃO ECÔNOMICA DE GOIÁS nível de fertilidade, quanto de idade de abate dos ani-
XIX E XX: mais, idade de primeira parição e de produção leiteira. A
Formação econômica de Goiás bovinocultura de corte representa um segmento de im-
Entre 1726 e 1778, na primeira metade do século portância fundamental para a economia do estado, tanto
XVIII, a economia de Goiás se identificou, basicamente, como fonte de divisas, pelos excedentes exportáveis,
com a exploração mineral, com grande destaque para a quanto pelo expressivo contingente de mão-de-obra ocu-
produção de ouro. Para Palacin e Moraes (1986), de cur- pado nessa atividade. Nos pastos plantados em antigos
ta duração, quase nada dessa riqueza ficou no território terrenos florestais (invernadas), engordam-se bovinos,
goiano. A maior parte foi enriquecer a corte portuguesa. criados nas áreas de cerrado, e mantém-se um rebanho
Além do ouro, se fizeram presentes outras atividades de gado leiteiro. O vale do Paranaíba é a segunda região
econômicas na região: um comércio insignificante restri- econômica de Goiás e a maior produtora de arroz e de
to às minas, uma agricultura de subsistência e uma pecu- abacaxi. Cultivam-se, também, milho, soja, feijão e
ária que atendia a outros mercados consumidores além mandioca. É grande o rebanho de leite e de corte.
desse. A soja é o principal produto agrícola do estado:
Com a crise da atividade mineradora, a economia
Introduzida em 1980, a cultura foi aperfeiçoada pela
goiana entra no século XIX com os olhos voltados para a
obtenção de sementes adaptadas ao cerrado e pela apli-
agropecuária. Acontece a ruralização dessa economia. A
cação de calcário e de outros elementos, para combater a
agricultura tinha na ausência de um sistema viário ade-
acidez do solo. Com o lançamento de novas variedades
quado um de seus problemas mais sérios. O gado, por se
de grãos mais resistentes à armazenagem e às pragas, re-
auto-transportar, sofria menos de tal mal, rompendo o
gistrou-se forte aumento de produtividade. A cultura do
seu isolamento territorial em busca de mercados consu-
milho é, geralmente, associada à criação de suínos e ao
midores.
plantio de feijão. A cana-de-açúcar e a mandioca têm ca-
ráter de lavouras de subsistência e servem à fabricação

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de farinha,
) de aguardente e de rapadura. O extrativismo Transporte e comunicações:
vegetal inclui babaçu, casca de angico, pequi e explora-
Na década de 1970, em consonância com as diretri-
ção de madeira, principalmente de mogno.
zes federais, o estado de Goiás iniciou a implantação dos
Energia e mineração: primeiros corredores de exportação, conceito que definiu
rotas de transporte destinadas a ligar as áreas produtivas
A produção e a distribuição de energia elétrica no
a algum porto, com prioridade para os excedentes agríco-
estado estão a cargo das Centrais Elétricas de Goiás
las. Posteriormente, essas diretrizes foram aplicadas ao
(CELG). As principais usinas hidrelétricas do estado são:
abastecimento, visando a articular os sistemas de arma-
Cachoeira Dourada, São Domingos, (ambas da CELG),
zenagem e de escoamento de uma determinada área geo-
Serra da Mesa, Corumbá I e Corumbá IV (em fase de
gráfica, de forma a adequar os fluxos das fontes de pro-
conclusão). Parte da energia produzida por Serra da Me-
dução até os centros de consumo ou até os terminais de
sa e por Corumbá I e IV supre o Distrito Federal e a re-
embarque, com destino ao mercado externo ou a outras
gião Sudeste.
regiões do país. No estado de Goiás, estabeleceu-se uma
No subsolo de todo o estado, existem importantes rede rodoviária capaz de dar sustentação ao transporte
jazidas de calcário, já medidas e em condições de abas- das regiões produtoras de grãos e de minerais para os
tecer todos os municípios goianos, seja qual for o ritmo pontos de captação de cargas ferroviárias de Goiânia, de
de crescimento do mercado de corretivos do solo. Há, Anápolis, de Brasília, de Pires do Rio e de Catalão.
ainda, jazidas consideráveis de ardósia, de amianto, de
Tal como ocorreu no restante do país, o transporte
níquel, de cobre, de pirocloro, de rutilo e de argila, além
ferroviário e fluvial em Goiás foi relegado a segundo
de quantidades menores de manganês, de dolomita, de
plano, devido à opção pelo transporte rodoviário. Na
estanho, de talco e de cromita. Encontram-se, ainda, ou-
área de influência do corredor de exportação goiano, os
ro, cristal-de-rocha, pedras preciosas (esmeraldas) e pe-
principais troncos utilizados, para atingir os pontos de
dras semipreciosas. O estado possui excelente infraestru-
transbordo ferroviário, sobretudo, para a soja e para o fa-
tura para a extração de minerais não ferrosos, principal-
relo, são:
mente o ouro, as gemas, o fosfato e o calcário, além de
minérios estratégicos, como o titânio e as terras raras.  a BR 153, principal eixo de escoamento do norte
de Goiás e de Tocantins, interligado ao ponto de trans-
Indústria:
bordo rodoferroviário de Anápolis;
Para tirar partido de sua vocação agrícola e de seus  a GO 060, que liga Aragarças a Goiânia, numa
recursos minerais, a indústria goiana concentrou suas distância de 388 km;
atividades, inicialmente, em bens de consumo não durá-  a BR 020, que liga o nordeste de Goiás à região
veis e, a partir da década de 1970, nos bens intermediá- oeste da Bahia e a Brasília, onde está instalado outro
rios e na indústria extrativa. Em meados da década de ponto de transbordo;
1990, o desenvolvimento industrial goiano era, ainda, in-  a BR 060, que liga Santa Rita do Araguaia/Rio
cipiente, vulnerável aos constantes impactos negativos Verde a Goiânia;
da conjuntura econômica nacional. Tal fragilidade redu-  a BR 452, que liga Rio Verde a Itumbiara, impor-
zia, significativamente, o dinamismo do setor secundá- tante centro produtor e beneficiador de grãos, que segue
rio, incapaz de beneficiar-se, devidamente, das vantagens até Uberlândia MG, onde está instalada uma rede de ar-
proporcionadas pela agropecuária e pelas imensas reser- mazenagem de grande capacidade; e
vas minerais. Observava-se, porém, uma tendência à di-  a BR 364-365, que liga Jataí a Uberlândia e que
versificação, principalmente em setores da siderurgia. atravessa a cidade de São Simão, outra opção para o es-
coamento da produção do sudoeste goiano.
Aumentaram, consideravelmente, os setores da in-
dústria extrativa e da produção de minerais não metáli- Os jornais de maior circulação são: O Popular, a
cos, de bens de capital e de bens de consumo duráveis. Tribuna de Goiás, o Diário Oficial do Estado e o Diário
Um dos principais ramos industriais do estado, que, no do Município, em Goiânia. Em Anápolis, circulam A
entanto, não acompanhou a tendência ascendente dos ou- Imprensa e Tribuna de Anápolis; na antiga capital, Goi-
tros setores, nas três últimas décadas do século XX, foi o ás, circula o da Cidade de Goiás.
da produção de alimentos – fabricação de laticínios, be-
Há várias emissoras de rádio em AM e em FM. A
neficiamento de produtos agrícolas e abate de animais –
principal emissora de televisão é a TV Anhanguera, per-
concentrado nas cidades de Goiânia, de Anápolis e de
tencente à Organização Jaime Câmara.
Itumbiara. Setores novos dinamizaram-se nesse mesmo
período, como as indústrias metalúrgica, química, têxtil,
1.3. ECONOMIA DO OURO EM GOIÁS:
de bebidas, de vestuário, de madeira, editorial e gráfica.
Um elemento coadjuvante de grande importância ao a) Goiás dentro do sistema colonial:
crescimento econômico foi a implantação dos distritos
Era o pacto colonial, uma espécie de pacto implícito
industriais, nos municípios de Anápolis, de Itumbiara, de
entre a metrópole e suas colônias, em que ambas as par-
Catalão, de São Simão, de Aparecida de Goiânia, de Mi-
tes davam e recebiam numa troca de benefícios que se
neiros, de Luziânia, de Ipameri, de Goianira, de Posse,
supunha vantajosa para todos. A metrópole dava, em
de Porangatu, de Iporá e de Santo Antônio do Descober-
primeiro lugar, proteção; a ela, correspondia o dever de
to.
manter a ordem interna da colônia e de defendê-la dos

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inimigos) exteriores. A colônia, em troca, devia integrar- gor por 16 anos, de 1736 51; depois foi abolido, pois os
se, como uma parte subordinada no sistema político- mineiros reclamavam que era injusto que todos pagas-
econômico da metrópole. A colônia especializava-se em sem o mesmo: o dono de uma lavra muito rica, em que o
produzir “matérias-primas” e os exportava para a metró- rendimento do escravo era alto, e o que trabalhava uma
pole. data pobre ou meio esgotada, que mal dava, para pagar o
custo do escravo. Voltou-se, então, ao pagamento direto
As capitanias de Minas foram, durante o século
do quinto. O ouro em pó retirado das minas corria, como
XVIII, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Era interesse
moeda, na Capitania. Tudo se comprava ou se vendia
do governo, dentro da mentalidade mercantilista de es-
não com moeda cunhada, mas com ouro em pó, pesado
pecialização para a exportação, concentrar todo esforço
em pequenas balanças.
na produção do ouro; com essa finalidade, proibia ou di-
ficultava outros ramos de produção. Poderíamos citar, d) A produção do ouro em Goiás:
como exemplo, a proibição de engenhos de açúcar em
Quanto ouro era produzido nas minas de Goiás?
Goiás. Durante os cinquenta primeiros anos, todos os es-
Não é possível dizê-lo com certeza, pois não se conser-
forços de capital de mão-de-obra deveriam concentrar-se
vam registros das lavras, nem de sua produção. Tampou-
na mineração. Tal sistema não se devia, exclusivamente,
co são completos os registros do quinto: entre 1726 e
aos desejos e à política dos dirigentes: era, também, de-
1751, faltam muitos anos. Mas, suprindo os anos que fal-
corrente da mentalidade do povo. Aqui, em Goiás, tradu-
tam pelos dados conhecidos, podemos afirmar que o
ziu-se na supervalorização do “mineiro” e na pouca es-
quinto, nos cem anos que vão até a independência, subiu,
tima das outras profissões, especialmente do “roceiro”.
aproximadamente, a 20.000 Kg. Sendo, portanto, a pro-
Mineiro, naquele tempo, significava, não, como hoje,
dução declarada de 100.000 Kg. Mais grave era a deca-
aquele que trabalha na mina, mas o proprietário de lavras
dência da produtividade, isto é, da produção de ouro por
e de escravos que as trabalhassem, assim como roceiro
homem dedicado à mineração; a diminuição da produti-
não significava o que trabalhava na roça, mas o proprie-
vidade iniciou-se já nos primeiros anos, mas começou a
tário de terras e de escravos dedicados à lavoura, algo,
tornar-se um problema grave depois de 1750; nos dez
assim, como o fazendeiro de hoje. Ser mineiro era a pro-
primeiros anos, um escravo podia produzir até perto de
fissão mais honrosa, significava “status” social. Isto ex-
400 gramas de ouro por ano; nos 15 anos seguintes
plica que, fora da mineração, não se desenvolviam outras
(1736-1750), já produzia menos de 300; a partir de 1750,
formas importantes de economia durante o século XVIII
não chegava a 200; e, mais tarde, em plena decadência, a
e que só fossem ocupadas as áreas.
produção era semelhante à dos garimpeiros de atualmen-
b) A mineração em Goiás: te: pouco mais de 100 gramas. Esta curva da produtivi-
dade nos explica que a mineração foi um negócio prós-
Dois tipos de jazidas auríferas foram explorados no
pero até 1750, um empreendimento arriscado, mas, ain-
Brasil: 1. as jazidas sedimentares davam lugar ao que se
da, rendoso entre 1750 e 1770, um negócio ruinoso de-
chamava “mineração de cascalho de ouro de aluvião” e
pois desta data.
2) as formações rochosas com veios auríferos na pedra.
e) A riqueza do ouro em Goiás:
As jazidas sedimentares davam lugar ao que se
chamava “mineração de cascalho”. Nela, o trabalho do Não podemos comparar a produção das épocas an-
mineiro consiste em arrancar o cascalho e peneirá-lo, pa- tigas com a de atualmente, pois a técnica tem multiplica-
ra que o ouro, mais pesado que a areia, fique depositado do, em muitas vezes, a produção e a produtividade. Goi-
no fundo. Para retirar o cascalho aurífero, às vezes, reco- ás foi o segundo produtor de ouro do Brasil, bastante in-
berto por outras camadas sedimentares, costumava-se ferior a Minas, aproximadamente 1/6, e um pouco supe-
cercar e secar uma parte do rio, ou desviar a corrente ou, rior a Mato Grosso, talvez 10/7. A produção e a renda
em formas mais elementares, retirar o cascalho do fundo “per capita” não foram muito elevadas durante o período
da água. da mineração. O ouro parecia uma grande riqueza que
enganou os contemporâneos, mas tendo, em conta, a po-
A “mineração de morro”, como era chamada a
pulação e os capitais empregados, os rendimentos não
mineração na rocha primitiva, era muito mais cara e, tec-
eram grandes. Pouco deste ouro ficou no Brasil, nada fi-
nicamente, mais difícil. Ela era praticada de duas formas:
cou em Goiás. Em virtude do “pacto colonial”, como,
ou por meio de túneis e galerias – “mineração de mina”
antes, explicamos, os produtos do Brasil iam para Portu-
ou cortando a montanha perpendicularmente – “talho
gal, que os vendia para o exterior. Portugal, em troca,
aberto”.
enviava para o Brasil homens, administradores, exérci-
c) O quinto em Goiás: tos, produtos comerciais, sobretudo, produtos manufatu-
rados. Em Goiás, em 1800, além dos antigos índios, ha-
De duas formas, foi cobrado o imposto do quinto
via mais de 50.000 habitantes, havia cidades construídas,
em Goiás: a “capacitação” e o quinto, propriamente, dito.
estradas e caminhos, fazendas em produção. O capital
A capacitação foi uma forma de cobrar o quinto, institu-
que pagou tudo isto foi o couro, e isto é o que ficou para
ída, precisamente, por temor ao contrabando. As autori- Goiás da época do ouro.
dades pensaram que era mais fácil ocultar o ouro que os
escravos e determinaram que, em vez de pagar-se pelo
ouro extraído, se pagaria o imposto pelo número de es-
cravos. Este sistema de cobrança do quinto esteve em vi-

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1.4.) A SOCIEDADE GOIANA DA ÉPOCA DO custos e, resultava mais barato, e, sobretudo, mais segu-
OURO: ro, o trabalho assalariado ou semiassalariado.
a) Quadro administrativo: a Capitania de Goiás: d) A sociedade mestiça:
Goiás fora descoberto por paulistas e era um terre- Ao mesmo tempo em que se diminuía o número de
no, teoricamente, pertencente à Capitania de São Paulo. escravos, aumentava-se, como é lógico, o número de pre-
Por isso, de início, foi considerado um território de Mi- tos livres ou (“forros”).
nas dentro da Capitania de São Paulo. Depois de vinte
Na capitação de 1745, os negros forros que pagaram
anos, Goiás tinha crescido tanto, em população e em im-
capitação foram 120, enquanto o número de escravos
portância, que não podia continuar sendo governado, à
chegava quase a 11.000. No recenseamento de 1804, os
distância, por São Paulo. A Corte portuguesa decidiu
negros livres eram 7.936, 28% do total de pretos. Maior
tornar Goiás independente de São Paulo, elevando-o à
era, ainda, a progressão dos mulatos. A ausência de mu-
categoria de Capitania. O território goiano passou, então,
lheres brancas nas minas foi a determinante de uma mes-
a ser denominado Capitania de Goiás, título que conser-
tiçagem, em grande escala, entre branco e preto, até, en-
varia até a independência, quando se tornou Província.
tão, desconhecida no Brasil. Em Goiás, pretos livres e
b) A população de Goiás: mulatos só trabalhavam o indispensável, para não morre-
rem de fome. Os brancos, por costume inveterado, fazi-
A primeira informação sobre a população de Goiás
am o mesmo. Depois de algum tempo, havia mulatos em
são os dados da capitação de 1736. Dez anos, portanto,
todos os níveis da sociedade: no exército, no sacerdócio,
depois do início da mineração, havia em Goiás mais de
entre os grandes proprietários. Mas nem o negro livre,
10.000 escravos adultos. O total da população? Menos
nem o mulato eram, socialmente bem aceitos. Escravos,
de 20.000, pois os escravos deviam constituir mais da
negros e mulatos apareciam, em muitas vezes, equipados
metade da população. Os dez primeiros anos de minera-
nas expressões correntes e, mesmo, nos documentos ofi-
ção instalaram em Goiás quase 20.000 pessoas que abri-
ciais, como a ralé da sociedade.
ram caminhos, cidades, colocando, em atividade, grande
parte do território. Em 1750, ao tornar-se Goiás, capita- e) Classes Dirigentes:
nia, os habitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A
Os brancos foram, sempre, uma minoria, mas com a
população continuou aumentando-se, embora, já, em
decadência da mineração, esta minoria foi-se tornando,
rítmico inferior: em 1783, havia em Goiás quase 60.000
cada vez mais, exígua. Ao acentuar-se a decadência,
habitantes; um aumento de mais de 50%. Entre esta data
muitas famílias brancas migraram para outras regiões.
e 1804, parece que a decadência da mineração se tradu-
Em 1804, os brancos constituíam pouco menos de 14%
ziu numa diminuição da população. Não se importavam
da população.
mais escravos, para suprir as mortes: bastantes brancos e
livres emigravam para outros territórios. O censo de Os dias de apogeu da mineração foram breves. En-
1804 deu 50.000 habitantes a Goiás. Uma diminuição de tão, ser rico, “mineiro poderoso”, era possuir 250 escra-
quase 20%. vos ou mais. Não faltaram mineiros que, em Goiás, pos-
suíam este número de escravos. Com a decadência, tor-
c) A sociedade em Goiás, durante a colônia: naram-se raros os que tinham 12 escravos. Mesmo entre
os brancos, a pobreza era geral, mas ser branco continu-
A que se devia esta tendência à diminuição do nú-
ava sendo uma honra e um privilégio.
mero relativo de escravos nos territórios de mineração?
Das várias causas, decorrentes todas da própria decadên- f) Os índios:
cia da mineração, podemos analisar como as mais impor-
Ao tempo de descoberta, eram numerosas as tribos
tantes: Em Goiás, deixaram de importar escravos a partir
de índios em Goiás, cobrindo todo o seu território. Po-
de 1775, pois a decadência na produção e na produtivi-
demos citar, entre as mais importantes: Caiapó, Xavante,
dade das minas fazia com que os mineiros tivessem per-
dido todo o crédito juntamente às companhias importa- Goiá, Crixá, Araés; Xerente, Carajá, Acroa... Durante a
doras de escravos. Não entrando novos escravos e sendo época da mineração, as relações entre índios e mineiros
foram, exclusivamente, guerreiras e de mútuo extermí-
a taxa de natalidade, entre eles, bastante inferior à do res-
nio. Aldear os índios consistia em reuni-los em povoa-
to da população, é lógico que no longo prazo, a propor-
ções fixas, chamadas aldeias, onde, sob a supervisão da
ção da população escrava tenderia a diminuir-se.
uma autoridade leiga ou religiosa, deviam cultivar o solo
 a compra da liberdade: e aprender a religião cristã. Em 1754, deu D. Marcos re-
 o regime de trabalho do escravo nas minas era, gimento a estas aldeias, submetendo os índios a um rigo-
realmente, duro e desumano, mas tinha algumas com- roso regime militar, que gerou os piores resultados.
pensações com o respeito ao escravo destinado a outras
ocupações. O escravo poderia trabalhar para si, em dias 1.5. A ESTRADA DE FERRO E A MODERNI-
feriados e em horas extras. ZAÇÃO DA ECONOMIA GOIANA.
 a diminuição da produtividade do trabalho es-
As primeiras manifestações contundentes em favor
cravo:
de dotar o Estado de Goiás de um meio de transporte fer-
Ao diminuir a produtividade, chegava um momento roviário, à altura das necessidades locais, aconteceram,
em que o trabalho escravo quase não pagava os próprios na verdade, em 1890. O Decreto n. 862 de 16/10/1890

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concretizou
) o primeiro Plano Ferroviário com as rotas a genheiro Balduíno, Vianópolis, Leopoldo de Bulhões,
serem construídas. Anápolis e Goiânia.
Ao discorrer a respeito das alterações no comércio
Em 1896, o Triângulo Mineiro recebeu os trilhos da
regional, provocadas pela chegada dos trilhos da estrada
Estrada de Ferro Mogiana, ficando acertado que a cidade
em território goiano, fica evidenciado o seu importante
de Araguari seria a sede do que anos depois viria a ser a
papel econômico. As cidades de Goiás, servidas pelos
“Goiás”, facilitando-se a integração econômica entre os
trilhos, substituíram Araguari no domínio da economia
estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Assim, a
local, tornando-se significativos centros comerciais do
Cia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação foi uma
estado e controlando, assim, o comércio regional. Ara-
das componentes da malha ferroviária estendida na regi-
guari, que passara a dominar o comércio do estado a par-
ão do Triângulo Mineiro, ainda nos últimos anos do sé-
tir de 1896, é alcançada pelos trilhos da Mogiana, mas
culo passado (1896). Dentro de outro processo e após di-
depois de 1915 perdeu grande parte deste domínio para
vergências políticas, foi determinado, pelo Decreto n.
as cidades do sudeste goiano.
5.394, de 18/10/1904, que o ponto inicial daquela que
Atualmente, o território goiano é servido por 685
viria a ser, então, a Estrada de Ferro Goiás, seria na ci-
km de trilhos, pertencentes à Ferrovia Centro-Atlântica
dade de Araguari e, o seu terminal, na capital de Goiás.
(FCA), subsidiária da VALE e sucessora da antiga Es-
Para Goiás, a presença da Estrada de Ferro em seu trada de Ferro Goiás e da Rede Ferroviária Federal. Essa
solo é também o resultado de um grande esforço feito concessionária ferroviária percorre com seus trilhos a re-
por alguns representantes da classe política e intelectual gião sudeste do estado, passando por Catalão, Ipameri,
da região. Todavia, é preciso assinalar que a ferrovia cor- Leopoldo de Bulhões, chegando até Anápolis, Senador
tava o cerrado goiano em função dos interesses do siste- Canedo e indo até a Capital Federal. A Centro-Atlântica
ma capitalista de produção, ou seja, ela nasceu de fora promove o escoamento de boa parte da produção eco-
para dentro do estado. Nesse sentido, os principais apoi- nômica goiana, embora tenha sua capacidade de trans-
adores políticos locais foram os Srs. porte limitada. A Ferrovia Centro-Atlântica, em seus
7.080 km de linhas, abrange os estados de Sergipe, Ba-
Henrique Silva, Leopoldo de Bulhões e o Marechal
hia, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais
Urbano Coelho de Gouvea. A formação da Companhia e o Distrito Federal. A FCA interliga-se as principais fer-
Estrada de Ferro Goiás, em 3 de março de 1906, tinha rovias brasileiras e os importantes portos marítimos de
caráter privado e era apoiada pelo Governo Federal, pelo
Salvador (BA), Aratu (BA) e Angra dos Reis (RJ), além
Decreto n. 5.949, do então Presidente da República, Ro-
de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), no Rio São Francis-
drigues Alves. A Estrada de Ferro surgiu como uma al-
co. A frota atual compõe-se, aproximadamente, de
ternativa para romper o estrangulamento da economia
12.000 vagões e 500 locomotivas.
goiana quanto à sua demanda por um meio de transporte Os principais produtos transportados pela FCA são
que viesse atender as necessidades de escoamento de sua álcool, derivados de petróleo, calcário, produtos siderúr-
produção. Em 28 de março de 1906, a Estrada recebeu
gicos, soja, farelo de soja, concreto, bauxita, ferro gusa,
esse nome – Estrada de Ferro Goiás – através do Decreto
clinquer, fosfato, cal e produtos petroquímicos. A FCA
Federal n. 5.949, pois até então ela se denominava Estra-
tornou-se uma concessionária do transporte ferroviário
da de Ferro Alto Tocantins, autorizada para construir e
de cargas em setembro de 1996, a partir do processo de
explorar o trecho de Catalão a Palmas, objetivando ligar, desestatização da Rede Ferroviária Federal (RFFSA).
então, a capital de Goiás a Cubatão, e estas à Rede Fer- Em Goiás o transporte rodoviário é o responsável
roviária do país. pelo volume mais expressivo de cargas, contando com
Os trabalhados de construção da Estrada de Ferro uma malha de 89.000 km onde, aproximadamente
Goiás, em solo goiano, tiveram início em 27 de maio de 11.400 km são pavimentados. Em face desse total de vi-
1911, dois anos após o começo da implantação do trecho as, os trilhos representam menos de 1%, o que demonstra
localizado na cidade de Araguari, no marco zero da fer- a pouca expressão que as ferrovias têm em Goiás, embo-
rovia. Já em 1912, as obras avançaram 80 quilômetros, ra seja reconhecida a sua importância para o crescimento
chegando, dessa cidade mineira, muito próximas à cida- e o escoamento da produção da economia local. Por se
de goiana de Goiandira. Em função de problemas de ca- tratar de um meio de transporte com um custo de opera-
ráter financeiro e administrativo, a Companhia Estrada ção inferior ao transporte rodoviário, a ferrovia propor-
de Ferro Goiás, por meio do Decreto n.13.936 de ciona um significativo ganho comercial para os produtos
05/01/1930, obteve concessão para explorar os serviços de Goiás, tornando-os mais competitivos tanto no mer-
ferroviários no Triângulo Mineiro e em Goiás, passando cado interno como no externo.
sua administração à União, a qual levou adiante todas as Quanto ao histórico da Ferrovia Norte-Sul, desde
obras de construção. Assim, a Linha Araguari – Ronca- 1985, no Governo do Presidente José Sarney, a ideia bá-
dor, com 234 km de extensão, formou a nova Estrada de sica era construir uma ferrovia ligando os Estados do
Ferro Goiás. Maranhão, Tocantins e Goiás; o seu traçado inicial pre-
Até 1952, a “Goiás”, percorria com os seus trilhos, via a construção de 1.550 km. Entre inícios e paralisa-
aproximadamente, 480 km, chegando ao seu ponto mais ções da obra, já se passaram mais de 16 anos. Todo esse
distante em Goiânia. No total, 30 estações serviam à Es- quadro de incerteza provocou um prejuízo ao processo
trada, onde se destacavam as de Araguari, Amanhece, de desenvolvimento das regiões envolvidas, pois a faci-
Ararapira, Anhanguera, Goiandira (ponto de ligação com lidade de escoamento de suas produções, especialmente
a Rede Mineira), Ipameri, Roncador, Pires do Rio, En- a do agronegócio, a um custo menor irá resultar em sig-

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nificativos
) ganhos de competitividade, tornando esses extensão, e na Ferrovia de Integração Oeste – Leste, en-
produtos atrativos no mercado doméstico e no mercado tre Ilhéus e Correntina, perfazendo 700 km de extensão.
internacional. Com a Lei n. 11.297 de 09/05/2006, a Pre-
Em Goiás a Ferrovia Norte-Sul terá 540 km de ex-
sidência da República incorporou o trecho Açailândia –
tensão. Com os trilhos dessa estrada, será possível trazer
Belém (norte do Maranhão e o Estado do Pará) e poste-
para o estado os mesmos benefícios socioeconômicos já
riormente os trechos Anápolis – Estrela D´Oeste (Estado
gerados no Maranhão, como, por exemplo, a criação de
de São Paulo) e Figueirópolis – Ilhéus (leste do Tocan-
empregos, diretos e indiretos, a promoção do desenvol-
tins e Estado da Bahia).
vimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida
A Ferrovia Norte-Sul foi projetada para promover a
das populações locais, além de integrar as diversas regi-
integração nacional, minimizando custos de transporte de
ões goianas ao seu processo de desenvolvimento regio-
longa distância e interligando as regiões Norte e Nordes-
nal.
te às Sul e Sudeste, através das suas conexões com 5.000
km de ferrovias privadas. A integração ferroviária das Nota-se que a estrada de ferro em Goiás de início
regiões brasileiras é o grande agente uniformizador do teve seus entraves financeiros e políticos até que se esta-
crescimento autossustentável do país na medida em que belecesse a concessão para finalmente se estabelecer. Es-
possibilitará a ocupação econômica e social do cerrado te “veio” modernizador permitiu saltos de desenvolvi-
brasileiro com uma área de, aproximadamente, 1,8 mi- mento econômico, social, urbano, inserindo assim o es-
lhões de quilômetros, correspondendo a 21,84% da área tado, mais precisamente, o Sudeste Goiano, na dinâmica
territorial do país, onde vivem 16% da população brasi- econômica do centro dinâmico do país, a economia pau-
leira, ao oferecer uma logística adequada à concretização lista. Em cidades da região Sudeste Goiano que faziam
do potencial de desenvolvimento dessa região, fortale- fronteira com o estado de Minas Gerais o desenvolvi-
cendo a infraestrutura de transporte necessária ao escoa- mento se deu de forma intensa devido à necessidade de
mento da sua produção agropecuária e agroindustrial do uma via de acesso ao centro dinâmico da economia naci-
cerrado setentrional brasileiro. onal com maior rapidez. Como é sabido de muitos, a ma-
lha férrea brasileira teve seu início no litoral mais inten-
Inúmeros benefícios sociais estão surgindo com a
sivamente na região Sudeste do país. Originaram-se em
Ferrovia Norte-Sul. A articulação de diferentes ramos de
grande maioria no estado de São Paulo e permearam
negócios proporcionada por sua implantação contribuirá
adentro na região central do território nacional. Na regi-
para o aumento da renda interna e para o aproveitamento
ão Centro-Oeste, mais especificamente no estado de
e melhor distribuição da riqueza nacional, a geração de
Goiás, a estrada teve seu traçado delimitado e delineado
divisas e abertura de novas frentes de trabalho, permitin-
por Minas Gerais.
do a diminuição de desequilíbrios econômicos entre re-
giões e pessoas, resultando na melhoria significativa da A partir daí Goiás e, sobretudo, o Sudeste Goiano,
qualidade de vida da população da região. inseria-se na divisão territorial do trabalho no Brasil de
forma complementar, tributária e dependente do Sudeste
A Ferrovia Norte-Sul é uma Concessão outorgada à
brasileiro que se industrializava. Somente a partir desta
VALEC-Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., em-
articulação entre as companhias que geriam as estradas
presa controlada pela União e supervisionada pelo Mi-
de ferro: Mogiana e Goiás, o estado de goiano ganha
nistério dos Transportes. O primeiro trecho da Norte-Sul
destaque frente ao mercado nacional de comércio de
já está concluído e em operação comercial. Esses 226 km
bens e produtos.
de linha ferroviária, ligando as cidades maranhenses de
Açailândia, Imperatriz e Estreito, se conectam com a Es- Com a Estrada de Ferro Goiás cada vez mais ga-
trada de Ferro nhando espaço frente ao mercado de transporte, e após a
construção da ponte Epitácio Pessoa sobre o Rio Corum-
A Ferrovia Norte-Sul é uma Concessão outorgada à
bá, os trilhos finalmente adentram o território destinado
VALEC-Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., em-
à cidade que se emergiria em meio ao cerrado, promo-
presa controlada pela União e supervisionada pelo Mi-
vendo e ampliando não apenas a malha férrea, mas tam-
nistério dos Transportes. O primeiro trecho da Norte-Sul
bém gerando enorme alvoroço dando início a um proces-
já está concluído e em operação comercial. Esses 226 km
so de intensa migração e imigração para a região desti-
de linha ferroviária, ligando as cidades maranhenses de
nada à nova cidade goiana. O processo modernizador
Açailândia, Imperatriz e Estreito, se conectam com a Es-
desta cidade, cujo fenômeno indutor foi a penetração dos
trada de Ferro Carajás, permitindo assim o acesso ao
trilhos da Estrada de Ferro Goiás, nas proximidades do
Porto de Itaqui na Ponta da Madeira em São Luiz. O sub-
Porto de Roncador, e, posteriormente nos arredores da
trecho seguinte entre Estreito (MA), Guaraí e Palmas, no
pequena estação ferroviária, lentamente edifica-se. Esta
Estado do Tocantins, com 570 km de extensão também
que surgiria planejada e viria a atender interesses diver-
está concluído e concedido à VALE.
sos do capital. O gérmen criador e desenvolvimentista
O subtrecho entre Palmas e Anápolis perfazendo chega ao local das terras doadas onde se daria início a Pi-
750 km, passando por Gurupi (TO), Porangatu, Uruaçu, res do Rio.
Jaraguá e Ouro Verde de Goiás, no Estado de Goiás, de-
A Estrada de Ferro Goiás foi o primeiro meio de
verá ser concluído em abril de 2012. As obras já foram
transporte moderno a instalar-se em Goiás, permitindo
iniciadas na Extensão Sul da Ferrovia Norte-Sul, entre
conexão com o centro dinâmico do país. “a ferrovia ace-
Ouro Verde de Goiás e Estrela D´Oeste, com 600 km de
lerou as mudanças socioeconômicas e políticas em Goi-

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ás, a partir
) de 1915, os impostos arrecadados sobre as néis e a mudança da capital era parte importante dessa
exportações de mercadorias via ferroviária passaram a se estratégia política.
constituir uma das principais fontes de divisas do erário
A Construção de Goiânia em 1933, é considerada o
estadual (...) a ferrovia despertava Goiás de séculos de
marco da modernidade da Era Vargas.
isolamento”.
Fatores para a construção de Goiânia
Podemos concluir que o nascimento da Estrada de
Ferro Goiás serviu aos interesses e desejos dos goianos • Integração do interior com o litoral (Marcha pa-
que tiveram, nessa ferrovia, um dos alicerces para os ra o Oeste)
seus processos de crescimento. Os trilhos colaboram pa- • Geografia plana, diferente de Vila Boa que tem
ra o aumento significativo da produção econômica das relevo irregular
regiões, expandindo suas relações comerciais, por meio • Possibilidade de crescimento
de um forte incremento nas importações e exportações. • Estratégia política para enfraquecer o corone-
Contudo, esta Estrada nasceu de fora para dentro, intei- lismo, na época representado pelo Caiadismo. A mudan-
ramente identificada com o sistema capitalista de produ- ça do centro administrativo da área de influência dos
ção, fruto, então, da divisão internacional do trabalho. Caiado.
1.6 AS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS Pedro Ludovico Teixeira
COM A CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA E DE BRA- Nasceu na cidade de Goiás em 1891. Cursou medi-
SÍLIA: INDUSTRIALIZAÇÃO, INFRAESTRUTU- cina na Universidade do Brasil. Engajou-se na revolução
RA E PLANEJAMENTO. de 1930 em Rio Verde onde morava e exercia a profissão
1.6.1. A construção de Goiânia de médico. Com o movimento vitorioso, ele, que havia
sido preso e estava sendo conduzido para a cidade de
Na realidade, a ideia de mudar a capital de Goiás Goiás, formou a junta governativa com três membros.
não era um desejo só de Pedro Ludovico Teixeira - fun-
dador de Goiânia. Em 1830, o segundo governador de Logo em seguida, foi nomeado interventor federal
Goiaz no Império, Marechal de campo Miguel Lino de pela primeira vez. Idealizou a construção de Goiânia e a
Morais já manifestava, pela primeira vez, esse desejo. 33 mudança da Capital, cuja pedra fundamental foi lançada
anos depois, o 16º governador do Estado, José Vieira dia 24 de outubro de 1933. A Capital foi transferida em
Couto Magalhães, volta a falar na necessidade dessa mu- março de 1937. Pedro foi um dos fundadores do PSD em
dança em seu livro Primeira Viagem ao Araguaia. "De- Goiás. Foi eleito Senador em 1968. Morreu, em Goiânia
caímos desde que a indústria do ouro desapareceu, a si- no dia 17 de agosto de 1979, de ataque cardíaco.
tuação da cidade de Goiás era excelente quando a Pro- Projeto de Goiânia
víncia era aurífera. Hoje, porém, que está demonstrado
que a criação de gado e a agricultura valem mais do que
tantas minas de ouro que existam pela Província, conti-
nuar a Capital aqui é condenar-nos à morte por inanição,
assim como morreu a indústria que indicou a escolha
deste lugar. Uma população de cinco mil almas, coloca-
da em lugar desfavorável, não pode nada mais produzir
para a sua nutrição".

Obra do urbanista Atílio Correia Lima, o projeto de


Goiânia consistia de uma organização geral do traçado
da cidade, partindo de um núcleo central e se desenvol-
vendo em torno dele, com um plano diretor, compreen-
dendo sistema de logradouros públicos; zoneamento da
cidade; esgoto, luz e força; sistema de parques, jardins
ruas e avenidas; áreas para serviço de limpeza e regula-
mento das construções. Atílio Correia Lima ainda rece-
beu a incumbência de projetar os edifícios do Centro Cí-
Depois dele, a ideia foi sustentada por legisladores
vico: Palácio do Governo, Secretaria Geral do Estado,
goianos. A constituição do Estado de 1891, inclusive sua
Diretoria Geral da Segurança e Assistência Pública, Pa-
reforma de 1898, e a de 1918 previam taxativamente a
lácio da Justiça, Palácio da Instrução e Quartel da Força
transferência da sede do governo, havendo disposto esta
Pública.
última, em seu artigo 5º: "A cidade de Goiás continuará a
ser a capital do Estado, enquanto outra coisa não liberar A cidade que nasceu da prancheta de Atílio Correia
o Congresso". Mas, a concretização da mudança da capi- Lima e transformou- se na metrópole de hoje, com mais
tal de Goiás só veio acontecer mesmo com o então inter- de 1.200.000 habitantes, foi plantada nos campos do
ventor destinado a vir para Goiás, Pedro Ludovico Tei- município de Campinas.
xeira. Pedro tinha o objetivo de tirar o poder dos coro-

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Pedra
) fundamental cuja ausência absoluta se ressente a cidade de Goiás, te-
remos andado meio caminho na direção da grandeza des-
ta maravilhosa unidade central.
“O governo não considerava a construção de uma
nova capital um gasto, mas um investimento necessário
para o desenvolvimento.”
Nenhum obstáculo foi capaz de impedir a constru-
ção: nem a forte oposição política, nem a dificuldade de
construir uma cidade num lugar tão afastado, com pouco
A pedra fundamental de Goiânia foi lançada a 24 de dinheiro, e sem contar com uma infraestrutura industrial.
outubro de 1933, com o comparecimento de diversas ca- A 24 de outubro – como homenagem à revolução – teve
ravanas chegadas do interior do Estado. Houve a missa lugar o lançamento da primeira pedra. A partir deste
solene, realizada pelo padre Agostinho Foster e celebra- momento, a construção progrediu rapidamente. A 7 de
da com acompanhamento do coro de Santa Clara, em novembro de 1935, realizou-se a “mudança provisória”:
pleno altiplano, no local onde deveria ser construída a o governador Pedro Ludovico deixou Goiás para fixar
Praça Cívica. Após a missa, foi dado início à roçagem do sua residência em Goiânia. Em Goiás, ficaram ainda a
lugar. E foi naquele momento que num vibrante discur- Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva, ocorreu em
so, Pedro Ludovico enfatizou: "Prevejo que, dentro de 1937, quando os principais edifícios públicos já estavam
cinco anos, grande porção desta área destinada à futura concluídos. Cinco anos depois, em julho de 1942, foi re-
cidade estará coberta de luxuosas e alegres vivendas. alizado o “batismo cultural” de Goiânia, com grandes
A 20 de novembro de 1935, em meio a uma grande festas e a celebração de vários congressos de ordem na-
festa instalou-se o Município de Goiânia, onde Pedro cional. A cidade contava com mais de 15.000 habitantes,
Ludovico já residia e afirmava: " Para melhor e mais rá- o dobro que a cidade de Goiás com seus 200 anos.
pido adiantamento das obras de construção da nova me- Goiânia e Desenvolvimento de Goiás
trópole, transferi para cá a sede do Governo do Estado,
trazendo comigo logo, a Secretaria-Geral que ficará tam- O problema do desenvolvimento é muito mais com-
bém definitivamente". plexo e de muito mais lenta solução do que supunham os
homens da Revolução de 30. Em 1942, com efeito, Goi-
Nome e instalação ânia, “chave do desenvolvimento geral de todo o Esta-
"Petrônia". Este foi o nome escolhido através de do”, era uma cidade perfeitamente estabelecida, e o or-
concurso em homenagem a Pedro Ludovico. Porém, pelo çamento estadual subia já a 26.000 contos (mais de cinco
decreto de número 237, de 2 de agosto de 1935, que cri- vezes o orçamento de 1930), mas o desenvolvimento do
ou o município e a comarca da nova Capital, ela recebeu Estado estava longe de ser satisfatório. Para tomar um
o nome de Goiânia. único índice: o censo de 1940 constatou que entre
563.262 pessoas de mais de 10 anos, só 148.937 sabiam
História da Art. déco ler e escrever. As comunicações, a saúde, a instrução, a
carência de indústria, a baixa produtividade na agricultu-
O Art. déco é o termo atual para definir o estilo ra e na pecuária, a descapitalização da economia, a estru-
formalizado na Exposição Internacional de Artes Deco- tura da propriedade etc., etc., eram problemas ainda in-
rativas e Industriais Modernas realizada em Paris em tactos, trabalho para várias gerações. A Revolução de 30,
1925, a partir de quando se expande por cidades de todos e sua obra principal em Goiás, a construção de Goiânia,
os continentes urbanizados. podem considerar-se começo de uma nova etapa pelos
O estilo Art déco, vertente decorativa do Moder- rumos que marcaram mais que pelas realizações imedia-
nismo, busca inspiração na arte mesopotâmica e egípcia tas. A construção de Goiânia, uma das grandes obras do
de antes de Cristo, na arte cretense, etrusca e greco- Brasil na época, devolveu aos goianos a confiança em si
romana, na arte dos índios americanos (maias, astecas e mesmos. Em vez de pensar-se na grandeza do passado,
marajoaras), no gótico medieval. começou a pensar-se na grandeza do futuro. Ao mesmo
tempo, a construção de Goiânia significava um primeiro
Posteriormente, expressões estéticas do século XX grande impulso para a transformação da economia e da
foram incorporadas ao estilo, como Cubismo, Construti- política econômica. O governo, até então preocupado
vismo, Futurismo, Neo-plasticismo, Streamline. quase unicamente em manter a ordem, promoveu, pela
primeira vez em Goiás, uma obra de grande envergadura,
A principal característica do estilo Art. déco é a ex-
que mobilizou as energias latentes.
plícita geometrização dos volumes e dos temas decorati-
vos, sejam figurativos ou abstratos. A partir de 1940, Goiás passa a crescer em ritmo
acelerado também em virtude do desbravamento do Ma-
Etapas da Construção de Goiânia
to Grosso Goiano, da campanha nacional de “Marcha pa-
A mudança da capital não era apenas um problema ra o Oeste” e da construção de Brasília. A população do
na vida de Goiás. Era também a chave, o começo de so- Estado se multiplicou, estimulada pela forte imigração,
lução de todos os demais problemas. Mudando a sede do oriunda principalmente dos Estados do Maranhão, Bahia
governo para um local que reunia todos os requisitos de e Minas Gerais.

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A Construção
) de Goiânia, promoveu a abertura de – Em 1821, José Bonifácio de Andrade e Silva faz
novas estradas, tornando-se centro de ligação dentro do uma Proposta à carta de Lisboa para que a capital fosse
Estado e com outros Estados: favoreceu a imigração, e transferida para o interior, justificando que a capital do
consequentemente o povoamento, acelerando a coloniza- País teria que estar no interior para ficar livre de ataques
ção do Mato Grosso goiano, zona de grande riqueza e centralizar o poder, mas foi rejeitada;
agrícola; criou o primeiro centro-urbano, que se não che-
– Proclamada a Independência do Brasil é instalada
gou a constituir-se em centro industrial – como esperava
no dia 3 de maio de 1823 a Assembleia Geral Constituin-
os construtores. Por isso, a Revolução de 30 e a constru-
te e Legislativa do Império do Brasil, já no dia 9 do mês
ção de Goiânia, podem ser tomados como marco de uma
seguinte, José Bonifácio de Andrada e Silva, sendo o
nova etapa histórica para Goiás.
presidente da sessão, entrega ao Deputado França, para
1.6.2. A Construção de Brasília ser lida, uma “Memória sobre a necessidade e meios de
edificar, no interior do Brasil, uma nova Capital”, suge-
A história da construção de Brasília, que levou ape-
rindo os nomes PETRÓPOLE ou BRASÍLIA. Novamen-
nas 41 meses, tem origens na época do Brasil Império
te a proposta foi rejeitada.
(meados do século XVIII) quando surgiram os primeiros
movimentos pela mudança da capital do País para o inte- – Em 1877, o historiador Francisco Adolfo de Va-
rior, e teve a seguinte evolução: nhagen, o Visconde de Porto Seguro, faz um estudo e
passa a desenvolver uma campanha para a interiorização
– A cidade de Salvador foi a primeira capital do
da capital, chegando a indicar a Vila de Formosa da Im-
Brasil quando, em 1763, esta foi transferida para o Rio
peratriz, atual cidade de Formosa – GO, como sendo o
de Janeiro, onde permaneceu por 197 anos.
local ideal;
Várias pessoas defenderam a mudança da Capital
– Em 1883, em 30 de agosto, São João Bosco, tem
do litoral para o interior, apontando os seguintes aspec-
o sonho-visão que virou símbolo da epopeia para a cons-
tos:
trução de Brasília.
• Necessidade de maior espaço geográfico; “De repente, estava no meio de uma multidão, em
• Segurança (menos exposição, principalmente uma estação ferroviária”.
com relação a ataques marítimos);
• Interiorização (necessidade de desenvolvimento Então surgiram aos olhos de Dom Bosco as selvas
do interior do País). amazônicas, os rios caudalosos e extensos.
– Em 1765 o Marquês de Pombal, sugere a transfe- No sonho, Dom Bosco via as montanhas por dentro
rência da capital para o interior do Reino, alegando, in- e o fundo das planícies, viu minas de metais preciosos e
clusive lucro para o Imperador; o que foi negado. depósitos de petróleo, e mais:
– Em 1789, os inconfidentes mineiros, liderados por “Entre os paralelos 15 e 20 graus, havia uma ense-
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, sugerem a ada bastante extensa e bastante larga, partindo de um
mudança da Capital do Brasil, do Rio de Janeiro para a ponto onde se formava um lago. Então, repetidamente,
Vila de São João Del Rei, em Minas Gerais, objetivando uma voz assim falou: Quando se vierem a escavar as
fortalecer os ideais de independência; minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá
aqui a terra prometida, de onde correrá leite e mel. Se-
– Em 1808, Hipólito José da Costa fundou, em rá uma riqueza inconcebível.”
Londres, o Correio Braziliense. Nesse jornal ele defendia
a ideia da transferência da Capital achando perigosa sua (Profecia do padre italiano Dom Bosco)
permanência no litoral e de difícil comunicação com os – Em 1891, a primeira constituição da República es-
diversos pontos do País. Em 1813 publica um artigo com tabelece em seu art. 3º: "Fica pertencendo à União, no
o seguinte teor: “O Rio de Janeiro não possui nenhuma Planalto Central da República, uma área de 14.400
das qualidades que se requerem na cidade que se desti- km2 que será oportunamente demarcada para nela es-
na a ser a Capital do Império do Brasil e se os cortesãos tabelecer-se a futura capital federal", a partir daí, a ideia
que para ali foram de Lisboa tivessem assaz patriotismo da transferência passou a ter respaldo legal;
e agradecimento pelo País que os recolheu, nos tempos
de seus trabalhos fariam um generoso sacrifício das co- – Em 1892, o Presidente Floriano Peixoto, fazendo
modidades, e tal qual luxo, que podiam gozar no Rio de valer a Constituição, constituiu uma Comissão Explora-
Janeiro, e se iriam estabelecer em um País do interior, dora do Planalto Central, sob a chefia do cientista Luiz
central e imediato às cabeceiras dos grandes rios, edifi- Cruls. Esta Comissão, chamada Missão Cruls, estudou,
cariam ali uma cidade nova, começariam por abrir es- demarcou e elaborou o primeiro mapa da área do futuro
tradas, que se dirigisse a todos os portos do mar, remo- Distrito Federal;
veriam obstáculos naturais que tem os diferentes rios – 1922, em comemoração à independência do Bra-
navegáveis e lançariam assim os fundamentos do mais sil, a 7 de setembro, foi lançada a Pedra Fundamental da
externo, ligado, bem defendido e poderoso Império, que nova capital do País, no morro do centenário, a nove qui-
é possível que exista na superfície do globo no estado lômetros da cidade de Planaltina;
atual das nações que o povoam...” (Trecho extraído do
artigo de Hipólito); A ideia da transferência da Capital crescia lenta-
mente, até que Juscelino Kubitschek, aspirando às elei-
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ções presidenciais
) de 1956, tomou para si essas aspira- me de CATETINHO em homenagem a sede do governo
ções, que já constavam das constituições de 1891, 1934 e no Rio de Janeiro, chamado de Palácio do Catete.
1946. O Catetinho foi construído em 10 dias, sendo sua
Foi a indagação do funcionário Antônio Soares Ne- obra concluída no dia 31/10/1956 e a inauguração reali-
to, da Companhia de Seguros, em um comício do interior zada no dia 10/11/1956. No dia da inauguração disse
de Goiás, ao então candidato a Presidência da República, Juscelino: “Se meus amigos fizeram esse palácio de ma-
que levou J.K a pensar na tarefa que, de início, parecia deira em 10 dias, porque outros construtores que tem
impossível. Era abril de 1955. máquinas e conforto, não vão fazer Brasília?”.
- Em 19 de setembro do mesmo ano, foi lançado o
– Em 1955, o então candidato à Presidência da Re-
edital para o concurso do projeto urbanístico de Brasília.
pública Juscelino Kubitschek, durante campanha na ci-
Aos candidatos era dado um prazo de 120 dias para que
dade goiana de Jataí, falava sobre o Propósito de se cons-
apresentassem seus projetos. Foram 63 inscritos, no en-
truir uma nova capital do País: "Cumprirei, em toda sua
tanto, apenas 26 apresentaram projetos.
profundidade, a Constituição e as Leis. A Constituição
– Em 1957, a 16 de março, um Júri Internacional
consagra a transferência, é necessário que alguém ou-
escolheu o Projeto do urbanista Lúcio Costa, dentre os
se iniciar o empreendimento, e eu o farei";
trabalhos apresentados;
– Em 1955, o Presidente Café Filho aprovou o sítio, – Em 1957, a 3 de maio, foi celebrada, por Dom
conhecido como "Sítio Castanho" entre o Riacho fundo Carlos Carmelo, Cardeal de São Paulo, a Primeira Missa
e o Ribeirão Bananal, situada entre os rios Preto e Des- da Cidade, no local onde atualmente fica a Praça do Cru-
coberto e os Paralelos de 15°30'00'' e 16°03'06'', abran- zeiro, no eixo monumental oeste;
gendo as terras de Planaltina, Formosa e Luziânia; – Em 1957, em outubro, o Presidente Juscelino Ku-
bitschek sanciona a lei que define o dia 21 de abril de
– Em 18 de abril de 1956, Juscelino, já Presidente,
1960 para a transferência da capital da união para o novo
encaminha ao Congresso Nacional a “Mensagem de
Distrito Federal;
Anápolis”, propondo a criação da NOVACAP (Compa-
– 1960, a 21 de abril, em homenagem a Tiradentes,
nhia Urbanizadora da Nova Capital) e o nome de Brasí-
foi transferida oficialmente a Capital Federal para Brasí-
lia para a nova cidade. O nome Brasília foi em homena- lia. Juscelino Kubitschek concretizou o sonho de todos
gem a José Bonifácio pela luta que travou em prol da aqueles que sonharam com este feito, inaugurando a no-
construção da nova Capital; va Capital no interior do país.
– Em setembro do mesmo ano, o Congresso Nacio-
Ao se dirigir a todos os brasileiros, em seu discurso
nal aprova a “Mensagem de Anápolis”, propondo a
de inauguração da nova capital, o presidente Juscelino
transferência da Capital do País para o Planalto goiano, o
Kubitschek concluiu:
Presidente Juscelino Kubitschek, em visita às obras da
Barragem de Três Marias, diz aos jornalistas sobre a no- “Daqui, do centro da Pátria, levo o meu pensa-
tícia da aprovação da mudança da Capital: “foi recebida mento a vossos lares e vos dirijo a minha saudação.
com entusiasmo, sobretudo no interior do País”. E, co- Explicai a vossos filhos o que está sendo feito agora. É
mo chefe do Governo, “cumpre-me executar a nova Lei, sobretudo para eles que se ergue esta cidade-síntese,
o que farei com o maior prazer”. Não desejando reper- prenúncio de uma revolução fecunda em prosperidade.
cussão para o fato, o Presidente da República sancionou Eles é que nos hão de julgar amanhã.”
em 19 de setembro de 1956, a Lei que dispunha sobre a Brasília, que segundo o urbanista Lúcio Costa, nas-
mudança da Capital para o Planalto Central e cria a ceu “do gesto primário de quem assinala um lugar onde
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, pa- dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo re-
ra a execução das obras. A lei sancionada foi a de núme- to, ou seja, o próprio sinal da cruz", concebida pela
ro 2.874. O engenheiro Israel Pinheiro foi indicado e "curva livre e sensual, a curva que encontro nas monta-
aceito como o 1º Presidente da NOVACAP (Companhia nhas, na mulher preferida, nas nuvens do céu e nas on-
Urbanizadora da Nova Capital) e o Arquiteto Oscar das do mar", de acordo com o arquiteto, Oscar Nieme-
Niemeyer nomeado como chefe do Departamento de Ur- yer.
banização e Arquitetura.
A Capital que Lúcio Costa desenhou é setorizada.
- No dia 17 de outubro de 1956 no Juca’s Bar, do De um lado e de outro do Eixo Rodoviário, à direita e à
Ambassador Hotel, no Rio de Janeiro, um grupo de ami- esquerda do Eixo Monumental, dispõem-se as quadras
gos de Juscelino decidiu construir o catetinho. Coube, residências – a Asa Norte e a Asa Sul.
então, a Oscar Niemeyer fazer o projeto de uma casa de
As cidades que contornam o Plano Piloto já foram
madeira sobre pilotis com sala, quatro quartos e banhei-
chamadas cidades-satélites e se comunicam por largas
ros no primeiro piso, e sala de jantar e cozinha no térreo.
vias de acesso. O Plano, como região administrativa, é
Realizou-se um empréstimo no valor de Quinhentos
quem leva, oficialmente o nome de “BRASÍLIA”.
Contos no Banco de Minas Gerais, assinado por Nieme-
yer, garantindo as despesas de tal construção. É interes- Brasília é considerada a obra mais importante das
sante ressaltar que Juscelino já havia visitado a Fazenda que foram influenciadas pelo arquiteto suíço naturaliza-
do Gama, a primeira a ser desapropriada, e se encantou do francês LE CORBUSIER, um dos arquitetos mais ex-
com as nascentes do lugar, que foi escolhido para abrigar pressivo do século XX. “A casa é uma máquina de mo-
provisoriamente o palácio presidencial, recebendo o no- rar” é uma de suas frases mais conhecidas.

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No)dia 07 de dezembro de 1987, Brasília é declara- naíba e de Tocantins. É a mais elevada unidade de relevo
da pela UNESCO, uma organização da ONU, com o títu- de toda a região Centro-Oeste. O planalto cristalino do
lo de Patrimônio Cultural da Humanidade. Na época, Araguaia-Tocantins ocupa o norte do estado. Tem altitu-
com 27 anos, Brasília passou a figurar ao lado de cidades des mais reduzidas, em geral, de 300m a 600 m. O pla-
milenares como Cairo e Jerusalém. O tombamento asse- nalto sedimentar do São Francisco, representada pela
gurou que premissas urbanísticas do Plano Piloto não serra geral de Goiás (no passado dito “Espigão Mestre”),
fossem mudadas. O Status de patrimônio da humanidade vasto chapadão arenítico, caracteriza a região nordeste
possibilitou ao governador José Aparecido de Oliveira do estado, na região limítrofe com a Bahia. O planalto
pleitear verbas no Fundo do Patrimônio Mundial da sedimentar do Paraná, extremo sudoeste do estado, é
UNESCO para preservar a cidade. constituído por camadas sedimentares e basálticas, ligei-
ramente, inclinadas, de que resulta um relevo de grandes
planuras escalonadas. A planície aluvial do médio Ara-
2. ASPECTOS FÍSICOS DO TERRITÓRIO guaia, na região limítrofe de Goiás e de Mato Grosso,
GOIANO: VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA, CLI- tem o caráter de ampla planície de inundação, sujeita à
MA E RELEVO deposição periódica de aluviões.

2.1. ASPECTOS GERAIS: Clima:

O estado de Goiás, situado a Leste da região Cen- O clima goiano é predominantemente tropical, com
tro-Oeste, possui uma área de 340.086 km², correspon- a divisão marcante de duas estações bem definidas du-
dendo 3,99% da área do território nacional e 21,17% da rante o ano: verão úmido, nos meses de dezembro a mar-
área da região Centro-Oeste, sendo, assim, o segundo ço, e inverno seco, predominante no período de junho a
maior estado da região. Tem como Capital a cidade de agosto. De acordo com o Sistema de Meteorologia e Hi-
Goiânia. drologia da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Si-
mehgo/Sectec), a temperatura média varia entre 18ºC e
De acordo com o censo de 2022, realizado pelo IB- 26ºC, com amplitude térmica significativa, variando se-
GE, a população do estado está, assim, distribuída: gundo o regime dominante no Planalto Central.
• total: 7.055.228 habitantes; Estações
• densidade demográfica: 20,74 hab/km².
No mês de setembro, com o início da primavera, as
O estado encontra-se subdividido em 246 municí- chuvas passam a ser mais intensas e frequentes, marcan-
pios, em 18 microrregiões e em 5 mesorregiões. do o período de transição entre as duas estações protago-
nistas. As pancadas de chuva, no final da tarde ou noite,
Tem como limites geográficos,
ocorrem em decorrência do aumento do calor e da umi-
 ao norte: o estado do Tocantins; dade que se intensificam e que podem ocasionar raios,
 a leste: o estado da Bahia; ventos fortes e queda de granizo.
 a leste e sudeste: o estado de Minas Gerais;
No verão, coincidente a alta temporada de férias no
 ao sul com os estados de Minas Gerais e de Ma-
Brasil, há a ocorrência de dias mais longos e mudanças
to Grosso do Sul;
rápidas nas condições diárias do tempo, com chuvas de
 a sudoeste: o estado de Mato Grosso do Sul;
curta duração e forte intensidade, acompanhadas de tro-
 a oeste: o Estado de Mato Grosso.
voadas e rajadas de vento. Há ainda o registro de verani-
Dentro do polígono geográfico do seu território en- cos com períodos de estiagem com duração de 7 a 15 di-
contra-se o Distrito Federal. as. Há registros do índice pluviométrico oscilando entre
1.200 e 2.500 mm entre os meses de setembro a abril.
No outono, assim como na primavera, há o registro
2.2. ASPECTOS FÍSICOS: de transição entre estações o que representa mudanças
Geologia e relevo. rápidas nas condições de tempo com redução do período
A maior parte do território goiano caracteriza-se pe- chuvoso. As temperaturas tornam-se mais amenas devi-
lo relevo suave das chapadas e dos chapadões, entre do à entrada de massas de ar frio, com temperaturas mí-
200m e 1.200 m de altitude. Consistem de grandes su- nimas variando entre 12ºC e 18ºC e máximas de 18ºC e
perfícies aplainadas, talhadas em rochas cristalinas e se- 28ºC. A umidade relativa do ar é alta com valores alcan-
dimentares. Cinco unidades compõem o quadro morfo- çando até 98%.
lógico goiano: Já o inverno traz o clima tipicamente seco do Cer-
 o alto planalto cristalino; rado, com baixos teores de umidade, chegando a valores
 o planalto cristalino do rio Araguaia-Tocantins; extremos e níveis de alerta em algumas partes do Estado.
 o planalto sedimentar do São Francisco; Há o registro da entrada de algumas massas de ar frio
 o planalto sedimentar do Paraná; e que, dependendo da sua trajetória e intensidade, provo-
 a planície aluvial do médio Araguaia. cam quedas acentuadas de temperatura, especialmente à
noite, apesar dos dias serem quentes, propícios à alta
O alto planalto cristalino situa-se na porção leste de temporada de férias no Rio Araguaia.
Goiás. Com mais de mil metros de altitude, em alguns
pontos, forma o divisor de águas entre as bacias do Para-

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Hidrografia:
) ção de Brasília e da descoberta dos cerrados, como nova
fronteira econômica, em etapas diferentes, dirigiram-se
A rede hidrográfica divide-se em duas bacias: uma
para Goiás grandes fluxos de migrantes, sobretudo das
delas é formada pelos rios que drenam para o rio Paraná;
cidades muito populosas ou das regiões mais pobres do
a outra, pelos que escoam para o Tocantins ou para seu
país, em busca de ocupação ou de novas opções de vida.
afluente, o Araguaia. O divisor de águas entre as duas
A ocupação de mão-de-obra na montagem da infraestru-
bacias passa pelo centro do estado e o atravessa de leste
tura do estado – rodovias e hidrelétricas – e na instalação
a oeste. O limite oriental de Goiás segue o divisor de
de novas indústrias permitiu que essa ocupação se desse
águas entre as bacias dos rios Tocantins e São Francisco;
de maneira mais organizada, sem formar os bolsões de
e o divisor de águas entre as bacias do Tocantins e do
miséria e de populações marginais, típicos das grandes
Paranaíba. Todos os rios apresentam regime tropical,
capitais brasileiras. Com o desmembramento que deu
com cheias no semestre de verão, estação chuvosa.
origem ao estado de Tocantins, em 1988, a população de
Flora e fauna: Goiás reduziu-se, mas manteve suas taxas de crescimen-
A maior parte do território de Goiás é recoberta por to e de densidade demográfica. Verifica-se uma maior
vegetação característica do cerrado. As matas, embora concentração populacional na região central do estado, a
pouco desenvolvidas, espacialmente, têm grande impor- oeste do Distrito Federal.
tância econômica para o estado, uma vez que constituem A palavra Goiás, originada do tupi, que designa a
as áreas preferidas para a agricultura, em virtude da mai- noção de “pessoas iguais, da mesma raça, parentes”, bem
or fertilidade do solo, em comparação com os solos do se aplica à solidariedade e ao espírito comunitário do po-
cerrado. vo goiano, comprovados pelas obras sociais abundantes
A principal mancha florestal do estado encontra-se em, praticamente, todas as cidades do estado, destinadas
no centro-Norte, na região chamada de Mato Grosso de a socorrer a população carente.
Goiás, situada a oeste de Anápolis e de Goiânia. Essa
área florestal é de grande relevância econômica porque
apresenta solos férteis, derivados de rochas efusivas. En- ASPECTOS ECONÔMICO ATUAL
tre as espécies vegetais predominantes estão: o jatobá, a
Uma grande diversidade de segmentos compõe a
palmeira guariroba, que fornece um palmito amargo,
economia de Goiás. Nos últimos anos, as áreas que têm
muito apreciado no estado, o óleo vermelho ou copaíba,
impulsionado o setor industrial são as produções sucro-
o jacarandá; e a canela.
alcooleira e automotiva. A indústria tem ganhado mais
Outras manchas florestais ocorrem nos vales dos espaço no Estado devido à localização privilegiada de
rios Paranaíba, ao sul; Tocantins, a leste; e Araguaia, a Goiás dentro do território nacional e à exploração de al-
oeste. Boa parte dessas matas, especialmente, no vale do gumas matérias-primas.
rio Araguaia, assume uma forma de transição entre o cer-
Em relação à agricultura, Goiás está entre os maio-
rado e a floresta denominada cerradão. Ocorrem aí espé-
res produtores em nível nacional de soja, sorgo, milho,
cies arbóreas frequentes na área de Mato Grosso de Goi-
feijão, cana-de-açúcar e algodão. A modernização agrí-
ás e outras, como o angico, a aroeira e a sucupira-
cola, a partir dos anos 1980, foi um dos fatores que esti-
vermelha. Nas áreas dominadas pelo cerrado, ocorrem as
mulou o desenvolvimento da agricultura goiana.
espécies típicas: lixeira, lobeira, pau-terra, pequi, pau-de-
colher-de-vaqueiro, pau-de-santo, barbatimão, quineira- A pecuária também é um dos destaques na produ-
branca e mangabeira. ção de rebanho bovino, suíno, equino, leite e ovos, além
do abate de bovinos, suínos e aves. Conforme dados de
A fauna de Goiás tem diversas espécies ameaçadas 2017 do Instituto Mauro Borges, 75% das exportações
de extinção, quer pela ação predatória dos caçadores, goianas são compostas por produtos ligados à soja, carne
quer pelas queimadas e pelo envenenamento do solo com e minérios.
os agrotóxicos. Estão, entre elas, o lobo-guará, o cachor-
No entanto, o setor que mais gera emprego e renda
ro-do-mato-vinagre, o tamanduá-bandeira, o veado-
em Goiás é o de serviços. Em evidência estão os servi-
campeiro, o tatu-canastra, a ariranha e o cervo. Outras
ços prestados às famílias; de alojamento e alimentação;
espécies são: a paca, a anta, o tatu-peludo, o tatu-galinha,
atividades culturais, recreativas e esportivas; atividades
o tamanduá-mirim, a lontra, o cachorro-do-mato, a rapo-
de ensino continuado; serviços de informação e comuni-
sa-do-campo, a capivara, a onça, a suçuarana, a onça-
cação; serviços prestados às empresas; transportes; cor-
pintada, o bugio, a jaguatirica e diversos tipos de serpen-
reios e outras atividades de entrega.
tes, como a sucuri e a jiboia. Também, entre as aves, há
espécies em extinção, como: o tucano-rei, o urubu-rei e a O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de
arara-canindé. Há, ainda, várias espécies de tucanos e de Goiás é o 8º no ranking nacional, com 0,735, de acordo
araras, além de perdizes, de emas, de codornas, de patos- com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
selvagens, de pombas-de-bando, de pombas-trocazes, de tística (IBGE), de 2010. Também segundo o IBGE,
jaós, de mutuns e seriemas. Goiás tem a 7ª maior arrecadação do Brasil.

População:
A região Centro-Oeste caracteriza-se pela baixa
concentração demográfica. No entanto, a partir da cria-

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3. ASPECTOS
) DA HISTÓRIA POLÍTICA DE 3.2. A COLONIZAÇÃO
GOIÁS: OS BANDEIRANTES E A COLONIZA-
A colonização do estado de Goiás, localizado na re-
ÇÃO, O CORONELISMO E A OLIGARQUIA NA
gião Centro-Oeste do Brasil, está profundamente ligada
REPÚBLICA VELHA, A REVOLUÇÃO DE 1930,
ao ciclo do ouro e à expansão territorial portuguesa no
ASPECTOS POLÍTICOS E ADMINISTRATIVOS
século XVIII. A região, rica em recursos naturais e habi-
DE 1930 ATÉ OS DIAS ATUAIS
tada por diversos povos indígenas, foi palco de intensa
3.1. OS BANDEIRANTES atividade de bandeirantes e garimpeiros. Neste artigo,
abordaremos os principais aspectos da colonização em
Antes da colonização do Brasil, a região onde atu-
Goiás, incluindo os desafios enfrentados, a exploração de
almente está situado o estado de Goiás, era povoada
minérios e o desenvolvimento socioeconômico e cultural
predominantemente pelos índios Avás-canoeiros (Tronco
do estado.
Linguístico: Tupi-Guarani) e Tapuias.
Descoberta e ocupação inicial:
A descoberta de ouro em Minas Gerais foi o primei-
ro passo para o desbravamento da região do estado de A história da colonização de Goiás começou no
Goiás. No fim do século XVII e início do século XVIII, início do século XVIII, quando bandeirantes pau-
expedições de Bandeirantes descobriram as primeiras listas e garimpeiros vindos de outras regiões do
minas de ouro no território de Goiás. Os Bandeirantes ti- Brasil, atraídos pela perspectiva de riquezas mi-
nham como objetivo explorar, em busca de ouro, o inte- nerais, iniciaram a exploração do território goia-
rior do país e as margens do rio São Francisco. As pri- no. Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como
meiras expedições saíram de São Paulo em direção noro- Anhanguera, foi um dos pioneiros na descoberta
este, seguindo uma trilha de índios, chamada de “Cami- de ouro na região, o que atraiu uma onda de
nho dos Goiases”. No mesmo período, chegaram a regi- aventureiros e colonos.
ão os missionários vindos do norte do país.
Fundação de núcleos urbanos:
Bartolomeu Bueno da Silva foi um dos primeiros
À medida que a extração de ouro aumentava, fo-
Bandeirantes a chegar à região. Acompanhado de seu fi-
ram fundados diversos núcleos urbanos, como
lho de 12 anos, de nome igual ao do pai, Bartolomeu ob-
Vila Boa (hoje Cidade de Goiás), em 1727, que
teve sucesso em sua primeira expedição ao sertão, ca-
viria a ser a primeira capital da Capitania de Goi-
çando muitos índios e encontrando várias pepitas de ou-
ás, criada em 1744. Outras vilas e cidades foram
ro. O sucesso de Bartolomeu atraiu outros Bandeirantes
fundadas ao longo dos anos, como Pirenópolis
a região. Em 1720, Bartolomeu, o filho, chega a Lagoa
(1727), Meia Ponte (hoje Pirenópolis) e Corumbá
Mestre d’Armas, situada próxima de onde foi construída
de Goiás (1734).
a cidade de Brasília. Nessa expedição, foram coletadas
muitas pepitas de diferentes minas, o que acabou por Relações com os indígenas:
atrair milhares de aventureiros para a região.
A chegada dos colonizadores portugueses e ban-
Bartolomeu, o filho, fundou o primeiro povoado na deirantes gerou diversos conflitos com os povos
região, chamado de Barra (atualmente, é o município de indígenas locais, como os Kayapó, Xavante e
Buenolândia), e fundou o Arraial de Sant’Ana, que em Caiapó. A política de catequese e aldeamento, le-
1739 passou a se chamar Vila Boa, e posteriormente de vada a cabo pelos missionários jesuítas, não foi
Cidade de Goiás, capital do território. A Capitania foi suficiente para evitar a escravização e a dizima-
instituída em 1748. A formação inicial do território mu- ção de muitas comunidades indígenas.
da em 1809, quando Goiás é obrigada a ceder áreas de
terras para o Maranhão e para Minas Gerais. Economia e sociedade:
A economia da região, durante a colonização, ba-
A partir de 1930, a região já se tornou prospera,
seou-se principalmente na mineração e na agri-
graças principalmente a agricultura e a expansão das fer-
rovias. Como resultado, em 1932 foi iniciado a constru- cultura. A extração de ouro e outros minérios im-
ção da nova capital do estado, Goiânia, inaugurada em pulsionou o crescimento de Goiás, enquanto a
agricultura e a pecuária garantiam a subsistência
1942. A escolha do Planalto Central para a construção da
e o comércio regional. A sociedade goiana era
capital da Federação também contribuiu com o desen-
fortemente hierarquizada, com uma elite de gran-
volvimento da região.
des proprietários de terras e mineradores no topo,
Em 1988, com a promulgação da constituição do seguida por uma classe média de comerciantes e
Brasil, Goiás perdeu cerca de 40% de seu território para pequenos proprietários e, finalmente, uma cama-
a formação do estado de Tocantins. da mais baixa de escravos, indígenas e trabalha-
dores pobres.
Referências:
GOIÁS: HISTÓRIA. Disponível em: Declínio do ouro e mudanças socioeconômicas:
http://www.brasilchannel.com.br/estados/index.asp?nome=Goi%E1s&area=histo
ria. Acesso em 01 fev. 2011. O esgotamento das minas de ouro, no final do sé-
culo XVIII e início do século XIX, levou a um
declínio na economia goiana. Isso impulsionou
uma maior diversificação econômica, com a agri-

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cultura
) e a pecuária assumindo um papel ainda a) O processo da independência do Brasil e seus
mais importante. reflexos em Goiás
Houve várias razões para esse declínio, incluin- Após a volta de D. João VI para Portugal, o Brasil
do: viveu um período de profunda crise política, pois suas
conquistas econômicas e administrativas estavam sendo
• Esgotamento dos depósitos de ouro: os ameaçadas pelas Cortes Portuguesas. Em Goiás a popu-
principais veios de ouro foram explorados lação rural permaneceu alheia a essas crises. Mas, ele-
até a exaustão, tornando-se cada vez mais mentos ligados à administração, ao exército, ao clero e a
difícil e caro extrair o metal precioso. algumas famílias ricas e poderosas, insatisfeitos com a
administração, fizeram germinar no rincão goiano o re-
• Centralização do poder: a Coroa Portuguesa
instituiu o sistema de casas de fundição, flexo das crises nacionais. A atuação dos capitães gene-
obrigando os mineiros a entregar o ouro ex- rais, às vezes prepotentes e arbitrários, fez nascer na ca-
traído para fundição e cobrança de impos- pitania ojeriza pelos administradores.
tos, o que desencorajou a exploração e mi- A causa maior dos descontentamentos encontrava-se
neração. na Estrutura da administração colonial. Os empregados
públicos eram os mais descontentes: a receita não salda-
• Concorrência de outras regiões: a descober- va as despesas e os seus vencimentos estavam sempre
ta de jazidas de ouro mais lucrativas em em atraso. Encontravam-se também entre estes elemen-
Minas Gerais e Mato Grosso fez com que tos do clero, os mais intelectualizados da Capitania.
muitos mineiros e exploradores se deslocas-
b) Primeiras manifestações contra a administra-
sem para essas áreas em busca de melhores
ção colonial
oportunidades.
As insatisfações administrativas existiam, mas rara-
mente se manifestavam. Foram as Câmaras que se mani-
As mudanças socioeconômicas que ocorreram devi- festavam em primeira linha contra os Capitães Generais,
do ao declínio da mineração de ouro em Goiás foram representantes diretos da metrópole. Em 1770 por ocasi-
significativas. Algumas delas incluem: ão da morte do Capitão General João Manoel de Melo, a
Câmara elegeu uma junta governativa para substituí-lo.
• Diversificação econômica: a população co- Em 1803 desentendeu-se com o Capitão General e pre-
meçou a se voltar para outras atividades, tendeu destituí-lo do poder. Nos dois casos, o Governo
como a agricultura, a pecuária e o comércio. Metropolitano repreendeu severamente estas atitudes,
A pecuária, em particular, tornou-se uma sob a justificativa de que, “para se fazer eleições seme-
das principais atividades econômicas de lhantes, são sempre necessárias ordens terminantes, e po-
Goiás, com a criação de gado bovino, suíno sitivas de Sua Majestade”. Tempos depois (1820) por
e equino, contribuindo para o desenvolvi- ocasião da escolha dos representantes goianos à Consti-
mento de rotas comerciais e intercâmbio tuinte Portuguesa, apareceram nas esquinas da cidade de
com outras regiões. Goiás proclamações insubordinativas contra a ordem
• Urbanização: com o declínio da mineração constituída, sob a liderança do Padre Luiz Bartolomeu
de ouro, muitos núcleos urbanos experimen- Márquez.
taram um processo de estagnação ou retra- c) Constituição das Juntas Governativas e a Pro-
ção populacional. Entretanto, outras cida- clamação da Independência
des, como Anápolis e Goiânia, surgiram e se
desenvolveram como centros comerciais e Apesar da ação repressora do governador Sampaio,
administrativos. que se colocou contra a idéia de criação de uma junta
Governativa, foi esse mesmo Governador obrigado pelas
• Transformações sociais: a sociedade goiana pressões de grupos políticos locais a ordenar à Câmara a
passou por mudanças significativas, com a eleição de uma junta Governativa, em cumprimento ao
diminuição da importância dos mineiros e a decreto de 18 de abril de 1820. Nesta primeira eleição,
ascensão de fazendeiros e comerciantes. Sampaio trabalhou para ser eleito presidente da junta, o
que de fato conseguiu: grupos políticos locais, insatisfei-
tos com a sua administração, desejavam, afastá-lo, Surgi-
3.3. A INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS ram desentendimentos, brigas, que culminaram com sua
Assim como no Brasil, o processo de independência renúncia e retirada da Província. Elegeu-se nova junta
em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas Governativa. Foram seus integrantes: Álvaro José Xavier
administrativas, que representam um dos primeiros pas- – Presidente, José Rodrigues Jardim, – Secretário, e os
sos neste sentido, deram oportunidade às disputas pelo membros, Joaquim Alves de Oliveira, João José do Cou-
poder entre os grupos locais. Especialmente sensível em to Guimarães e Raimundo Nonato Hyacinto, pe Luiz
Goiás foi a reação do Norte que, se julgando injustiçado Gonzaga de Camargo Fleury e Inácio Soares de Bulhões.
pela falta de assistência governamental, proclamou sua Processada a Independência do Brasil – 1822, esta não
separação do sul. trouxe transformações, quer sociais, quer econômicas pa-
ra Goiás. Operou-se teoricamente a descolonização. No
dia 16 de dezembro, fez-se juramento solene à aclama-
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ção do Imperador
) Constitucional do Brasil – D. Pedro I. as que se sucedem até 1930. Dentre eles podemos citar:
O primeiro Presidente de Goiás, nomeado por D. Pedro, José Leopoldo de Bulhões Jardim, José Xavier de Al-
foi Dr. Caetano Maria Lopes Gama, que assumiu o cargo meida, Eugênio Rodrigues Jardim e Antônio Ramos Cai-
a 14 de setembro de 1824. ado. O personalismo desses chefes, que se sobrepunham
aos poderes legislativo e judiciário, e as relações de vas-
d) Movimento Separatista do Norte de Goiás
salagem pelo voto caracterizam a política da época.
O movimento separatista do Norte representou uma
O poder da primeira república brasileira se apoiou
continuação do movimento revolucionário da capitania
em grandes proprietários de terra, culpa da própria estru-
de Goiás sob a liderança do mesmo Padre Luis Bartolo-
tura fundiária do Brasil desde o período colonial (lati-
meu Márquez, cognominado “O Apóstolo da Liberda-
fúndios). Esses proprietários apoiaram os militares no
de”. Os grandes proprietários afirmavam que apesar de
advento da proclamação e depois foi no seu poder que se
pagar os impostos, os benefícios do governo lá não che-
assentou o Estado Brasileiro.
gavam. O povo vivia em completa miséria.
O presidente era escolhido de forma indireta pelos
e) Um movimento nacionalista
deputados e senadores. Assim para perpetuar determina-
Após a independência política do Brasil, processou- dos grupos no poder faziam-se acordos de apoio a de-
se uma luta surda entre brasileiros e portugueses pelo terminados candidatos. As oligarquias estaduais em troca
poder político e econômico do Brasil; D. Pedro I, como de favorecimentos do poder central apoiavam esse can-
era português de nascimento, começou a ser favorável didato e manipulavam as eleições através do voto de ca-
aos portugueses, inclusive colocando-os nos melhores bresto (voto aberto).
cargos públicos e postos de confiança de seu governo. Os coronéis eram os chefes políticos locais, normal-
Em Goiás como vimos, não houve mudanças marcantes mente grandes proprietários, que através dos seus jagun-
de Colônia para o Império. No aspecto econômico conti- ços, "convenciam" a população a votar nos candidatos
nuou o mesmo marasmo já registrado com a decadência dessas alianças políticas e escusas. Esse jogo politiqueiro
da mineração, somente mais tarde vai a pecuária oferecer era chamado “política dos governadores”.
ligeiras modificações. No aspecto político, as transfor-
A oligarquia dos Bulhões mantinha vínculos estreitos
mações foram pequenas. Os goianos os identificavam
com os chefes políticos locais, feitos geralmente através
com os detestáveis Capitães Generais de um passado
de seu líder principal, Leopoldo Bulhões, políticos então
próximo, que não se apagara. O segundo presidente de
já de projeção nacional. A representação se fortalecia
Goiás, foi o português Miguel Lino de Moraes (1827-
com a presença de coronéis, como Antônio José Caiado,
1831), homem inteligente e que provocou fazer uma boa
antigo tropeiro e então poderoso fazendeiro, membro do
administração. Impulsionou o ensino, lutou pelo renas-
“Centro Republicano”. Também ligado aos Bulhões es-
cimento da mineração, criou uma empresa de exploração
tava o coronel Hermenegildo Lopes de Moraes, próspero
de minérios (Companhia dos Seis Amigos) na cidade de
fazendeiro e comerciante no sudeste do Estado. Tão
Goiás, fundou, também na mesma cidade uma fábrica de
grande era sua influência que nenhuma decisão política
tecelagem (1828), incentivou a agricultura e a pecuária.
importante se tomava em Goiás sem que ele se pronunci-
De seu governo datam “as primeiras grandes exportações
asse antes.
de rebanhos, sobretudo de gado vacum e cavalar”. Com a
abdicação de D. Pedro I, rebentou em Goiás um movi- A existência desta articulação da oligarquia dos Bu-
mento de caráter nitidamente nacionalista, que alcançou lhões com o governo federal e com os chefes políticos do
vitória pelas condições da política geral do Brasil. Os lí- interior parece confirmar em Goiás a “teoria piramidal”
deres deste movimento foram o Bispo cego, D. Fernando discutida por vários autores: no topo desta pirâmide, en-
Ferreira, pe Luís Bartolomeu Marquez e Coronel Felipe contrava-se o governo federal; na base, os coronéis, do-
Antônio Cardoso. Recebendo adesão e apoio das tropas, minando os municípios e fornecendo sustentação eleito-
o movimento de 13 de agosto de 1831 alcançou seu obje- ral às oligarquias. Estas, funcionavam como um elo de
tivo, que era depor todos os portugueses que ocupavam ligação entre os dois polos – federal e municipal – con-
cargos públicos em Goiás. A conseqüência deste movi- trolando os cargos políticos e moldando a situação esta-
mento de rebeldia foi a nomeação de três goianos para a dual à federal.
presidência de Goiás, embora a Regência de início ofici- Em Goiás parece não ter existido o chamado “siste-
almente o desaprovasse. Foram estes os seguintes presi- ma coronelístico não institucionalizado”. Goiás, na rea-
dentes Goianos: José Rodrigues Jardim, (1831-1837), pe lidade embora fosse um estado atrasado economicamente
Luiz Gonzaga de Camargo Fleury (1837-1839) e José de e com pouca expressão política a nível nacional, apresen-
Assis Mascarenhas (1839-1845). tava internamente partidos políticos relativamente nume-
rosos e solidamente estruturados, através dos quais se
3.4. O CORONELISMO NA REPÚBLICA VE- canalizavam e realizavam as articulações e movimentos
LHA, AS OLIGARQUIAS. da sua vida pública. Nenhum político em Goiás, na épo-
ca, tinha condições de projetar-se fora do sistema parti-
Os clãs que se formaram ao longo do império, já en-
dário, tão importante e envolvente era este; o partido
tão depositários do poder econômico, dominam a política
dominante representava o único canal possível de defesa
e ascendem junto com a república. Os vícios eleitorais e
e manutenção dos interesses de classe.
o coronelismo somados à "política dos governadores",
implantada por Campos Salles, dão origem às oligarqui-

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Consequentemente,
) nenhum coronel goiano estabele- mente controladas pelo Governo (o que tirava toda espe-
cia comunicação direta com o poder central, passando rança de derrubar o governo por meios legais). E a ação
por cima dos partidos políticos estaduais. O caso do co- da polícia militar, tornando a vida difícil para os oposici-
ronelismo em Goiás, portanto, não parece se enquadrar onistas mais recalcitrantes, completam a explicação da
em muitas classificações. Trata-se de um estado econô- inexistência de uma oposição consistente em Goiás. A
mico e politicamente frágil, mas solidamente estrutura- crise do 29, que foi o catalisador de todos os desconten-
do, dentro de suas fronteiras, em termos políticos parti- tamentos para fazer eclodir a revolução, não fez sentir
dários. efeitos aqui por falta de uma economia organizada e de-
A organização e manutenção de um sistema político pendente de um ativo comércio. Por todas estas razões, a
sólido, ao invés de representar necessariamente uma rea- participação efetiva de Goiás na revolução limitou-se à
lidade socioeconômica heterogênea, rica e multifacetada, ação pessoal do Dr. Pedro Ludovico. Ao explodir a revo-
pode ser, ao contrário, expressão de uma sociedade sim- lução, a 4 de outubro de 1930, reuniu um grupo de 120
ples em sua composição interna, com poder econômico, Voluntários no triângulo Mineiro, com que intentou in-
social e político altamente concentrado. Este poder polí- vadir a região do Sudoeste de Goiás. Pedro Ludovico foi
tico concentrado em Goiás, entretanto, apesar de ainda preso. Logo depois a revolução triunfava no resto do Pa-
muito forte, começará, a partir de 1901, a ter dificulda- ís. Uma coluna procedente de Paracatu, comandada pelo
des em juntar os diversos setores emergentes da socieda- coronel Quintino Vargas chegou até a cidade de Goiás e
de goiana, especialmente, os representantes das novas o médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o po-
áreas economicamente importantes do estado. der.
A partir de 1901 o sistema político em Goiás come- b) Governo revolucionário
çará a sofrer mudanças. O lento declínio da oligarquia
A revolução colocou em Goiás um governo provisó-
dominante aliado à política dos governadores, praticada
rio composto de três membros: entre eles estava, o Dr.
a nível nacional, abrirão uma brecha à maior articulação
Pedro Ludovico. Três semanas depois, foi nomeado in-
das forças políticas de Goiás.
terventor. A revolução não provocou nenhuma mudança
A oposição se estruturou em função das contradições social, no campo político um movimento moralizador: a
interpartidárias, da reação no plano nacional, pelos mo- comissão. A comissão de sindicância devia apurar os
vimentos de 1922 e 1924 e do contato com o tenentismo crimes contra o patrimônio do Estado, a coação contra os
do sudoeste goiano. Sua liderança foi assumida por inte- “elementos Liberais”, a violência e abuso de autoridade e
lectuais e liberais aliados aos políticos dissidentes. Coli- fraude nas eleições. Com respeito a este objetivo, a revo-
garam-se os movimentos aliancistas, e, com a vitória da lução trouxe para Goiás uma revolução política. Muitos
revolução de 1930, a máquina eleitoral e administrativa jovens, politicamente novos, mais desinteressados e an-
cheia de falhas, que dominava o estado havia mais de siosos em trabalhar pelo progresso do Estado, passaram
trinta anos, começou a ser desarticulada. A intensificação a ocupar os cargos de governo. Mas os longos anos de
da interiorização e a dinamização econômica caracteriza- ditadura, haveria de seguir-se. Há um aspecto, contudo,
ram o período posterior a 1930. em que as transformações foram profundas e decisivas: o
estilo de governo. O governo passou a propor-se como
3.5. A REVOLUÇÃO DE 30 objetivo primeiro de sua gestão: a solução dos problemas
A revolução de 30, não se operou, imediatamente, no do Estado em todas as ordens, dando especial ênfase ao
campo social, mas no campo político. O governo passou problema do desenvolvimento, exemplos: transporte,
a propor como objetivo primordial o desenvolvimento do educação, saúde pública, exportação. O grande empreen-
Estado. A construção de Goiânia, pelas energias que dimento do Estado, foi a construção de Goiânia.
mobilizou, pela abertura de vias de comunicação que a
acompanhavam e pela divulgação do estado no país, foi 3.6. A ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA DE 1930
o ponto de partida desta nova etapa histórica. ATÉ OS DIAS ATUAIS.

a) Revolução de 30 em Goiás a) A População

A revolução de 30 foi uma revolução importada em A alta taxa de natalidade da população do Estado e o
Goiás. Nem poderia ser outra maneira. Ela não foi uma aumento da imigração determinaram, neste período, que
revolução popular, nem sequer uma revolução de mino- o crescimento da população se processasse num ritmo
rias com objetivos sociais. Foi, portanto, uma revolução acelerado. A imigração, durante a década de 1940-1950,
feita por grupos heterogêneos da classe dominante des- também alcançou um elevado índice, que determinou,
contente (Minas e Rio Grande do Sul), de militares somado ao aumento vegetativo, um crescimento global
(Grupos tenentista) e das classes médias, sem uma ideo- da população de 3,9 % anual. Mais rápido ainda foi o
logia determinada. Em Goiás, a revolução teve como crescimento da população na década seguinte, alcançan-
ponto de apoio parte da classe dominante descontente. A do a taxa de 4,9 %. Os fatores que influíram fortemente
falta de comunicações acentuava a impossibilidade do foram: a construção de Brasília e a diminuição do índice
surgimento de uma oposição organizada. Os pequenos de natalidade.
núcleos de oposição, que se tinham formado durante a Em 1970 a população de Goiás se aproximava já dos
última década (em Rio Verde, em Inhumas e em Anápo- três milhões. Estes dados indicam que a população de
lis), eram mais expressão de personalidades descontente Goiás se multiplicou por seis nos últimos cinquenta
que uma verdadeira oposição. As eleições eram total- anos. Este crescimento rápido da população, estimulado
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pela forte
) migração, embora a longo prazo se traduza em e) Governo: Administração
maior desenvolvimento; a curto prazo pode conduzir a
A falta de capital e de uma tradição empresarial tor-
variados impasses. Segundo Otávio Lage: “As emigra-
nava a ação do governo insubstituível para por em mar-
ções trazem consigo boas e más consequências. Para a
cha e ativar os mais variados aspectos do desenvolvi-
economia da região, melhoram os índices de mão-de-
mento. O envolvimento do governo do Estado foi dando-
obra, ampliam as fontes de riquezas, etc., entretanto,
se gradualmente, a partir da construção de Goiânia; mais
contribuem para o aumento da demanda insatisfeita de
intensamente na década de 50, com a criação do Banco
serviços sociais, escolas, energia, estradas, saneamento e
do Estado e a CELG. O governo Mauro Borges foi o
habitação, sobrecarregando os governos”.
primeiro a propor-se como diretriz de ação um “Plano de
b) Distribuição da População Desenvolvimento Econômico de Goiás” abrangendo to-
das as áreas: agricultura e pecuária, transportes e comu-
Na realidade, a distribuição da população é muito de-
nicações, energia elétrica, educação e cultura, saúde e as-
sigual, quase a metade do Estado tem uma densidade en-
sistência social, levantamento de recursos naturais, tu-
tre 1 e 2 hab./Km². As regiões homogêneas formadas de
rismo, aperfeiçoamento e atualização das atividades do
Norte e Sul. Pois bem, as oito primeiras microrregiões
Estado. Em Goiás a tributação per capita multiplicou-se
com 61 % do território tem apenas 27 % da população,
por mais de seis, durante os quatro últimos anos. Gover-
enquanto o Mato Grosso Goiano, décima região, concen-
no Mauro Borges levou a cabo a Reforma Administrati-
tra mais de um terço da população do Estado com 28,69
va. Essa reforma criava, paralelamente ao corpo adminis-
hab./Km². Também apresentam uma forte concentração
trativo do Estado, propriamente dito, os serviços estatais
populacional as três regiões do extremo sul: Meia Ponte
autônomos e paraestatais. As autarquias permanecem
(7,8 hab/Km²), Sudoeste Goiano (6,4) e Paranaíba (8,79).
unidas ao governo através, das secretarias e participam
As vias de comunicação e a proximidade maior ou me-
do orçamento estatal. As mais importantes são: CERNE,
nor dos grandes centros econômicos tem determinado
OSEGO, EFORMAGO, CAIXEGO, IPASGO, SU-
uma distribuição da população totalmente diferente à
PLAN, ESEFEGO, CEPAIGO, IDAGO, DERGO, DE-
causada pela mineração no século XVIII e pela pecuária
TELGO... Os serviços paraestatais são constituídos pelas
no século XIX.
empresas públicas e sociedades de economia mista, nas
c) Urbanização quais o governo é acionista majoritário. Entre elas en-
contram-se a METAGO, CASEGO, IQUEGO, etc. Ou-
O processo de urbanização foi acelerado com a revo-
tro empreendimento importante que nasceu do governo
lução industrial. A concentração de mão-de-obra para as
de Mauro Borges foi a tentativa de reforma agrária.
indústrias determina o crescimento rápido das cidades.
Em Goiás, o censo de 1940, que foi o primeiro em fazer f) Governo da Revolução.
a distinção entre população urbana e rural, dava para o
Em primeiro lugar uma das razões da queda do go-
Estado 14,6% de população urbana 85,4% rural. Deve-
vernador foi porque ele tocou o ponto crucial, ele criou a
mos notar, contudo, que o índice de ruralidade era ainda
Metago. A Metago foi entregue ao Capitão Marcus
bastante mais elevado, pois o critério adotado pelo IBGE
Fleury, antigo chefe do SNI em Goiás e braço direito da
de considerar população urbana a residente na sede dos
Repressão no Estado.
municípios computa como urbana a população de peque-
nas cidades e vilas. Apesar disto, havia municípios, co- O que fizeram os Governos da Revolução em Goiás?
mo Goiatuba, onde o índice de ruralidade subia até Visando eleger o sucessor, Ribas Júnior fez um governo
97,12%. Só quatro cidades passavam dos 7 mil habitan- visando o empreguismo e aumento do funcionalismo.
tes (Goiânia, 15 mil, Anápolis, 9.500, Goiás, 8 mil e Nomeou praticamente todo mundo em Goiás. Foi a últi-
Ipameri 7 mil) e outros quatro (Rio Verde, Silvânia, Ca- ma vez que o magistério recebeu verdadeiramente no Es-
talão e Piracanjuba) excediam em poucos os três mil. tado. Talvez reconhecendo as suas limitações, não inter-
feriu na estrutura deixada pelos governos anteriores.
d) Economia: Predomínio do Setor Rural Otávio Lage de Siqueira, construiu postos de saúde e es-
Da população economicamente ativa, 83,69% esta- colas no interior. Na capital ele foi ofuscado pela bri-
vam ocupados em 1950 no “setor primário”, em sistema lhante Administração do então prefeito da capital o Sr.
de trabalho rudimentar: 4,17% no “setor secundário”, e Íris Resende Machado, que remodelou Goiânia. Como o
ainda incipiente: e 12,14% no “setor terciário”. A indús- presidente gostava de estádios foi a época em que quase
tria continua sendo de pouca expressão em Goiás para a todos os governadores construíram seus estádios. Aqui
formação de riqueza e oferecimento de empregos: sua foi construído o ESTÁDIO SERRA DOURADA e o
participação na renda estadual é quatro vezes menor que AUTÓDROMO, dinheiro desviado da Educação e obras
a média nacional. A agricultura e a pecuária, represen- assistenciais. O professor passa a ganhar salários, os
tam, 57% e 40% respectivamente do setor primário. mais capazes vão se evadindo da profissão. Era secretá-
rio de Educação neste período o Sr. Hélio Mouro.
A agropecuária concentra 69% da mão-de-obra total.
Duas medidas importantes do governo Otávio Lage:
A agricultura do Estado se baseia em três produtos prin- o Goiás rural e a Lei de Incentivos Fiscal, para as indús-
cipais: arroz, milho e feijão. trias pioneiras em Goiás; a construção do CEASA, que
com seu sistema de intermediários, contribuiu para ele-
var o custo de vida em Goiás. Irapuan Costa Júnior
(1975 – 1979). Obras: Ginásio Rio Vermelho, Incentivo

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à ginástica
) e competições esportivas; ponte sobre o Rio Agenor Rodrigues de 2 de abril de 1994 a 1 de janeiro
Tocantins, devendo também ser mencionada a restaura- Rezende de 1995
ção do Teatro Goiânia. Maguito Vilela 1 de janeiro de 1995 a 4 de maio
de 1998
Ary Ribeiro Valadão (1979 – 1983). Foi o último dos Naphtali Alves de Sousa 4 de maio de 1998 a 3 de no-
governos escolhidos indiretamente pelo planalto. Eco- vembro de 1998
nomicamente o governo procurou fazer obras de incenti- Helenês Cândido 3 de novembro de 1998 a 1 de
vo no setor primário através dos projetos Rio Formoso, janeiro de 1999
Rio do Sono, Rio dos Bois e Alto Paraíso. No projeto Marconi Perillo 1 de janeiro de 1999 a 31 de de-
Rio Formoso o capital monopolista atuou em detrimento zembro de 2002
do pequeno proprietário. Era um projeto ousado, objeti- Marconi Perillo 1 de janeiro de 2003 a 31 de
vando fazer de Goiás um celeiro do Brasil. No setor edu- março de 2006
cacional, A única obra foi a construção do faraônico Alcides Rodrigues 31 de março de 2006 a 31 de
“Colégio de Líderes” ou Colégio Hugo de Carvalho Ra- dezembro de 2006
Alcides Rodrigues 1 de janeiro de 2007 a 31 de de-
mos. Dado o seu caráter elitista e irreal no contexto goi-
zembro de 2010
ano, o novo governo modificou a orientação do colégio e
Marconi Perillo 1 de janeiro de 2011 a 31 de de-
o inseriu na realidade educacional do Estado. zembro de 2014
Governo Íris Resende Machado (1982). Eleito majo- Marconi Perillo 1 de janeiro de 2015 a 31 de de-
ritariamente pelo voto direto, popular e universal, con- zembro de 2018
tando com o apoio de uma “frente” de aposição ao ofici- Ronaldo Caiado 1 de dezembro de 2019 a 31 de
alismo. É um governo de conciliação entre o capital e o dezembro de 2026.
trabalho. Socialmente, tem se caracterizando pelo apoio
às reivindicações populares, Destacam neste sentindo a 3.7. DITADURA MILITAR EM GOIÁS E A
instituição do comodato, a integração do sudeste goiano TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA.
através da Rodovia JK e de outras vias, desejo antigo dos O golpe militar de 1964 marcou o início de um dos
produtores etc. Projeto de peso no governo Íris é a tenta- capítulos mais polêmicos da história do Brasil, o qual
tiva de resolver o problema dos marginalizados sociais, perdurou de 1964 a 1985. Durante os 21 anos de ditadu-
frutos do êxodo rural. Contado com o apoio das prefeitu- ra, a nação assistiu cenas de desrespeito aos direitos
ras e dos proprietários. Inicialmente, o governo baixa o constitucionais e humanos, perseguição política e censu-
chamado “Decretão” uma medida extrema. Com maior ra. Os discursos que circularam por todo país antes da
critério, o Estado volta a absorver os funcionários, refor- instauração do golpe foram decisivos para a formação de
çando a função do “Estado de Obras”. O Estado torna-se alianças políticas e divulgação dos posicionamentos das
responsável pelo emprego, ainda que com altos e baixos lideranças partidárias, como o Manifesto à Nação, redi-
salários. No setor da Educação, está sendo providenciada gido pelo governador do estado de Goiás, Mauro Borges,
a aprovação do Estatuto do Magistério, reconsiderou sua em 1961. Esses discursos fazem parte de um rico acervo
situação salarial e criou cursos complementares para alu- para análise e reconhecimento das marcas identitárias e
nos carentes. De maneira geral é um governo de caráter posicionamentos dos sujeitos e dos governos que marca-
reformista que tenta recolocar o Estado nas vias de cres- ram os rumos da nossa história.
cimento econômico. Melhorou a arrecadação fiscal e No dia 25 de agosto de 1961, o presidente da Repú-
propiciou a regulamentação da folha de pagamento do blica Federativa do Brasil, Jânio Quadros (PR/PL), pu-
Estado. No campo social, Goiânia hoje é uma metrópole blicou uma Carta em que renunciava seu governo, con-
com mais de 1.000.000 de habitantes, observa-se o fe- turbando o cenário político brasileiro. De acordo com a
nômeno do êxodo Rural, que criado uma população Constituição, o vice-presidente deveria assumir o poder,
marginalizada do contexto socioeconômico. O menor porém os ministros militares e políticos conservadores se
abandonado tem feito proliferar as casas de “Caridade”, opuseram à posse de João Goulart (PTB/PSD) que na
grandes construtoras, na construção de apartamentos lu- ocasião estava na China, pois acreditavam que ele man-
xuosos com o dinheiro do FGTS, no entanto é o fundo de tinha vínculos com o Partido Comunista Brasileiro
garantia deste trabalhador que está garantindo uma parte (PCB) e com o Partido Socialista Brasileiro (PSB). E is-
da construção civil. A fórmula que o governo descobriu so, segundo eles, representava uma ameaça ao país.
para absorver a mão-de-obra que emigra do campo para
as cidades. Este é rapidamente o quadro de Goiás hoje, o Como movimento contrário a esse ato inconstitucio-
que não é diferente do restante do Brasil. nal, foi criada uma rede de resistência legalista contra o
movimento golpista liderada pelo governador do Rio
Últimos 15 governadores do estado de Goiás. Grande do Sul, Leonel Brizola (PTB), e apoiada pelo en-
Nome Período tão governador de Goiás, Mauro Borges. Usando a Rádio
Íris Rezende Machado 15 de março de 1983 a 13 de fe- Brasil Central (RBC) para divulgar suas ideologias, o
vereiro de 1986 governo de Goiás passou a fazer parte do chamado Mo-
Onofre Quinan 13 de fevereiro de 1986 a 15 de vimento da Legalidade, que tinha à frente a Rádio Guaí-
março de 1987 ba de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (TEIXEIRA,
Henrique Santillo 15 de março de 1987 a 15 de 1994).
março de 1991
Iris Rezende Machado 15 de março de 1991 a 2 de Em 28 de agosto de 1961, o governador de Goiás ex-
abril de 1994 pôs sua discordância à inconstitucionalidade política dos
ministros redigindo o Manifesto à Nação, pontuando ar-
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gumentos ) contundentes a sua posição antigolpista. Como Golpe de 1964 cassa deputados e o governador
havia rumores de que a direita já armava o golpe ainda Mauro Borges
em 1961, Mauro Borges dirigiu-se ao povo com o obje-
Em 1964 a ditadura militar muda o painel político do
tivo de esclarecer sobre a real situação do país e mos-
país. Com base no Ato Institucional Nº 1, são cassados
trando à sociedade goiana e à nação brasileira o seu pa-
os deputados Walteno Cunha Barbosa (então secretário
triotismo. Teixeira (1994, p. 52-54) afirma que o Mani-
de Administração do Governo Mauro Borges), Joaquim
festo foi bastante divulgado na imprensa nacional (Ima-
Olinto de Jesus Meirelles e José Porfírio de Souza, pri-
gem 1) e repercutiu de maneira positiva através de diver-
meiro líder camponês a ser eleito deputado em Goiás. E,
sas manifestações de apoio ao governador feitas por de-
por ato do presidente Castelo Branco, é cassado o gover-
putados, vereadores, pelo PTB, pelo conselho da Maço-
nador Mauro Borges Teixeira.
naria e representantes da União Nacional dos Estudantes
(UNE). Militares extinguem partidos e reduzem poder do
legislativo
Em 1965, a Assembleia Legislativa declara vago o
cargo do governador e do vice-governador de Goiás,
após um acordo entre setores do PSD e militares. Assu-
me o governo do estado o Marechal Emílio Ribas Júnior.
Também nesse ano de 65, foram extintos os 16 partidos
políticos então existentes.
A partir de então, apenas dois partidos se fizeram
presentes no cenário político brasileiro: ARENA (Alian-
ça Renovadora Nacional) e MDB (Movimento Democrá-
tico Brasileiro). A ARENA passa a ter a hegemonia em
Imagem 1 – Repercussão do Manifesto de Mauro Borges no jornal “O Popu- todo o país. Durante o Regime Militar, de 1964 até 1984,
lar”1. o Legislativo foi mantido em funcionamento. Mas o seu
Fonte: Teixeira (1994, p. 152). poder de decisão foi drasticamente reduzido pelos Atos
Tanto o Manifesto (1961) quanto os demais Comuni- Institucionais do Poder Executivo exercido pelos milita-
cados Oficiais, articulados pelo Chefe do Estado como res.
estratégia de comunicação com seu eleitorado, são do- A constituição estadual no período da ditadura
cumentos que alcançaram repercussão nacional e os po-
sicionamentos defendidos nesses discursos foram deter- Em 1967, a Assembleia Legislativa de Goiás, com
minantes e marcaram a história da ditadura em Goiás, poderes constituintes, promulgou a nova Constituição
como podemos observar nos desdobramentos da crise Estadual, com alterações profundas no processo legisla-
em 1964. tivo e mais poderes para o Executivo. As modificações
refletiam a nova ordem implantada no país pela Revolu-
Em 26 de novembro de 1964, uma multidão de goia- ção de 1964.
nienses a favor de Mauro Borges presenciou, na Praça
Cívica, a tensão provocada pela movimentação de tropas Em fevereiro de 1969, o ato complementar n 49, da
e tanques em torno da cidade (Imagem 2) e pelos rasan- Presidência da República, suspendeu as atividades das
tes de caças a jato da Força Aérea Brasileira (FAB). Essa Assembleias Legislativas de todo o país. Em Goiás, o
ação deveu-se ao Decreto de Intervenção Federal em Parlamento estadual foi colocado em recesso até 15 de
Goiás, que colocava o interventor Carlos de Meira Mat- julho de 1970, quando suas atividades foram retomadas.
tos à frente do poder do Estado no lugar de Mauro Bor- Neste período, seis deputados estaduais foram cassados
ges, acusado de manter um governo com tendências co- com base no Ato Institucional n 5 (AI-5): Eurico Barbo-
munistas, legitimando o golpe em Goiás e em todo terri- sa dos Santos, Olympio Jaime, Heli Mesquita, Francisco
tório brasileiro. Maranhão Japiassu, Bianor Ferreira Lima e Manoel da
Silva Brandão.

Imagem 2 – Mauro Borges, aliados políticos e soldados se preparam para Imagem 3 – Mauro Borges observa a capital de Goiás, Goiânia, do alto
proteger Goiás da invasão militar. do palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica. Fonte: Teixeira (1994)
Fonte: Teixeira (1994, p. 75).

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Mauro
) Borges Teixeira nasceu em 15 de fevereiro de construtoras ou empreiteiras (Odebrecht, Camargo Cor-
1920, na cidade de Rio Verde, Goiás. Teve uma forte reia, Lopes etc.). (CHAUÍ, 2006, p. 181).
presença política na sua formação, pois era filho de Pe-
Em 1974, Geisel, encontrou o país com a economia
dro Ludovico Teixeira, fundador de Goiânia, e presenci-
em decadência e a sociedade insatisfeita, exigindo mu-
ou toda movimentação e articulação que seu pai empre-
danças, redução da violência e o fim da repressão e da
endeu durante o período da Revolução de 1930, da cons-
censura.
trução da capital do estado de Goiás e da resistência ao
movimento paulista de 1932. Tornou-se militar ingres- A pressão da oposição e da sociedade civil organiza-
sando na Escola Militar do Realengo, Rio de Janeiro, em da fez com que Geisel sinalizasse uma abertura rumos à
1938. Serviu junto à guarda presidencial de Getúlio Var- Democracia. De acordo com Chauí (2006, p. 174) “1976
gas e, em 1948, conseguiu entrar para a Escola de Co- é um momento particularmente interessante da conjuntu-
mando e Estado-Maior do Exército (Eceme) onde rece- ra nacional, porque a Ditadura dava os primeiros sinais
beu instruções teóricas e práticas de liderança para en- de fraqueza; certamente não eram seus estertores, mas
frentamento de crises, sob a ótica da organização militar. eram, sim, de debilidade”.
Anos mais tarde, então Tenente-Coronel, participou O Movimento Estudantil Goiano e as Organizações
do “golpe preventivo”, deflagrado pelo Marechal Lott, Sociais contrárias ao regime procuraram conscientizar
em favor da posse do presidente eleito Juscelino Ku- seus militantes da importância de colocar um fim à dita-
bistchek. Nessa época, sua proximidade com a política dura e retornar o estado de direito. Para Euler Ivo Vieira,
aumentou e, apoiado pelo pai, candidatou-se e foi eleito em sua entrevista; “Os comunistas eram a consciência,
deputado federal em 1958. Antes de encerrar esse man- inteligência a honra dessa época, eu acho que eu partici-
dato, conquistou, em 1961, o de governador de Goiás. À pei desse grupinho e tenho muito orgulho disso”.
frente do poder do estado, viu seu governo ser ameaçado
pelos rumores de intervenção militar após a renúncia de Para Chauí (2006, p. 183-4)
Jânio Quadros e, por meio de Manifestos e Comunicados O autoritarismo aparecia como consequência da
Oficiais, dirigiu-se à Nação e ao povo goiano como me- fraqueza do capital nacional, que precisava de um Esta-
dida de estabelecimento da ordem social e divulgação de do ditatorial para estabelecer a relação com o capital
seus ideais políticos. Foi, também, deputado federal internacional. [...] O autoritarismo, em contrapartida,
(1959-1960; 1991-1994) e senador da República (1982- não é uma ideologia; é temporário, limita algumas li-
1990). berdades, mas não todas, opera politicamente sob uma
Constituição e com o Poder Legislativo etc. Na América
A Redemocratização em Goiás
Latina, havia autoritarismo como defesa do continente
Em 1974, instalou-se uma crise de legitimidade do contra a ameaça do totalitarismo, isto é, do comunismo.
regime militar; o sistema econômico, político, o aumento (CHAUÍ, 2006, p. 183-4).
das manifestações, inflação, desemprego e as ameaças de
greve, demonstravam o enfraquecimento da Ditadura. Os tribunais militares começaram a tratar os réus de
maneira diferente no governo Geisel, que necessariamen-
A sociedade já não tinha a mesma confiança de antes te não era de condenar, mas amedrontar aqueles que po-
nos militares, a pressão popular aumentava sob o regime, diam contestar o regime.
que não conseguia conter a inflação, enquanto o MDB se
Durante o governo Geisel, houve um aumento nos
organizava para dar uma resposta nas urnas em 1976.
índices de absolvição dos tribunais com a redução das
A oposição questionava e pressionava os militares a penas em alguns estados, a pena passou a variar de acor-
tomar medidas para fazer o país voltar a crescer e dimi- do com a profissão dos réus, principalmente os de ordem
nuir os altos índices de violência. religiosa.
Após o golpe de 1964, os militares sonhavam com a A redemocratização foi um processo que começou
viabilidade de fazer o país crescer, como o ocorrido na nos primeiros meses do golpe militar em 1964, a oposi-
Europa Ocidental e nos Estados Unidos. ção já pedia o fim da ditadura e o retorno do estado de
direito, em Goiás. Essa ideia foi ganhando espaço, tor-
Os militares fizeram grandes empréstimos e abriram nando-se a bandeira de luta do movimento estudantil
as fronteiras para o capital internacional atraindo empre- goiano.
sas, especialmente as americanas.
Os direitos civis, políticos e sociais dos goianos eram
O aparato repressivo da Ditadura era mantido pelas desrespeitados pelo regime. Um conjunto de leis limitava
multinacionais que financiavam e dominavam a econo- a liberdade dos cidadãos e as organizações estudantis e
mia na década de 1970. De acordo com Chauí (2006, p. sociais eram massacradas pelos militares; os que resisti-
181): ram foram perseguidos, presos, torturados e muitos deles
assassinados nos porões da Ditadura.
Elas financiavam todas as operações da “segurança
nacional”, juntamente com esse outro campo do empre- A redemocratização ganhou força em 1973, quando
sariado, que foi decisivo no financiamento econômico da Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho participam
ditadura, sobretudo a partir do AI-5, que eram as empre- das eleições presidenciais indiretas de 1974.
sas de exploração imobiliária, ou, como se diz hoje, as A oposição queria a destituição dos militares do po-
der e, para isso, precisavam de um projeto arrojado para

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edificar )a Democracia e que estivesse firmemente com- Em Goiás, as povoações que surgiram nesse perío-
prometido e legitimado pelo povo. do foram as de São Vicente do Araguaia (Araguatins),
A redemocratização em Goiás e nos outros estados Pedro Afonso e Piabanha (Tocantínia) no norte, atual Es-
da federação provocaram inúmeras discussões e ganha- tado do Tocantins e, nas áreas meridionais, Abadiânia,
ram força política por todo o país. De acordo com a en- Bela Vista de Goiás, Capela dos Correias (Orizona),
trevista de Cícero Araújo, com o professor Marco Auré- Santa Rita do Pontal (Pontalina), Corumbaíba, Pouso Al-
lio Nogueira. (2006, p.198) to (Piracanjuba), Porto de Santa Rita (Itumbiara), Abadia
do Paranaíba (Quirinópolis) e São Sebastião da Pimenta
A ditadura foi ficando isolada, os movimentos arma-
(Itarumã). Em consequência da questão demográfica (es-
dos surgindo, frentes armadas nas cidades no interior,
pólio hereditário), das migrações e, sobretudo, do desen-
guerrilha do Araguaia e grandes greves crescendo, muita
volvimento da economia agropecuária houve o aumento
articulação sindical.
do número de fazendas.
A volta da democracia – Constituição Estadual de
1989 Esses descobridores de Goiás eram oriundos da Vila
Parnaíba e de Pitangui (MG). Os colonos migraram para
O processo de redemocratização se intensifica a par- as terras mais férteis do território goiano tomando-as dos
tir de 1982, com a volta das eleições diretas para gover- indígenas. Em um segundo momento, solicitavam o re-
nadores de Estado. Em 1988, o movimento atinge seu conhecimento das autoridades régias sobre suas posses
ponto alto com a promulgação da nova Constituição Bra- sesmariais. As Cartas de Sesmarias eram concedidas pe-
sileira, que devolve poder ao Legislativo. A Constituinte los Capitães Generais e Governadores das Capitanias,
Estadual foi instalada solenemente em 22 de novembro posteriormente reconhecida pelo rei e o seu Conselho
de 1988. Em 5 de outubro de 1989, Goiás ganhava a sua Ultramar, desde que cumprida todas as exigências de re-
nova Constituição. gularização, constituindo-se em documentos jurídicos
Referências legítimos que auferiam o direito de posse. Essa Institui-
https://portal.al.go.leg.br/instituicao/poderlegislativo
ção foi criada em Portugal em 1375, pelo Rei D. Fernan-
ALBUQUERQUE, Jose Augusto Guilhon. Movimento Estudantil e Consciência Social na América Latina:
Teoria e Método Sociológico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
do (SILVA, 1995).
ALMEIDA, Maria Zeneide Carneiro Magalhães de. A Extensão Universitária: Uma Terceira Função. Dis-
sertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. Goiânia, 1991.
ALVES, Célia Maria. CÔRTES, Vera. Memórias Transcritas Depoimentos. Ed. CEGRAF/UFG, Goiânia,
A obtenção dos títulos (Cartas de Sesmarias) asse-
2013.
ALVES, Laurenice Noleto. Flores no quintal: memórias de sonhos e de lutas. Ed. Kelps, Goiânia, 2013.
gurava o sustento para as numerosas famílias e para o ca-
ARANTES, Aldo. Alma em Fogo: Memórias de um Militante Político. São Paulo. Ed. Livraria Anita; Fun-
dação Maurício Grabois. 2013.
tiveiro indígena.
ARAUJO, Maria Paula. Memórias Estudantis. Da Fundação da UNE aos Nossos Dias. Rio de Janeiro. Ed.
EDIOURO Publicações S.A. 2007. A Legislação das Sesmarias, a exemplo das demais
regiões brasileiras, permitiu a ocupação do Centro-Oeste.
Silva (1995) afirma que esses colonizadores, dos territó-
4. ASPECTOS DA HISTÓRIA SOCIAL DE rios centrais do Brasil, eram radicados em São Vicente
GOIÁS: O POVOAMENTO BRANCO, OS GRU- (SP), homens de origem europeia, principalmente portu-
POS INDÍGENAS, A ESCRAVIDÃO E CULTURA guesa. Eram conhecidos e temidos pela sua experiência
NEGRA, OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAM- em expedições pelas várias regiões brasileiras (agentes
PO E A CULTURA POPULAR da penetração), fazendo-se notar pela específica atuação
na preia dos índios brasileiros, conjugada com a tomada
O povoamento de Goiás
de suas terras
O povoamento em Goiás, iniciou-se pelas descober- O início da ocupação das terras e do povoamento de
tas de Bartolomeu Dias Bueno o Anhanguera, o ouro em Goiás ocorreu nas primeiras décadas do século XVIII,
Goiás foi, o motivo da conquista do sertão pelas bandei-
com a introdução da exploração do ouro como atividade
ras e sua fixação no território. Na região da cidade de
principal. Os colonos levavam de um a cinco anos para
Goiás, fundou-se o arraial de Sant’Ana e uma diversida-
estabelecer seus marcos de posse, consolidados pelas
de de garimpos as margens dos rios. Com a divulgação construções de moradias rudimentares, roças de manti-
do ouro em Goiás, possibilitou um povoamento rápido e mentos e outras estruturas necessárias à sua fixação. Já
sem planejamento, da mesma forma os povoados surgi-
em 1780, essa atividade encontrava-se em decadência e a
ram e seguiam as margens dos rios, e logo o ouro se es-
população local, que não retornou para o litoral, dedicou-
gotou e população migrou.
se a uma agricultura de subsistência e à formação das
A decadência econômica em Minas Gerais e no grandes fazendas para prática da pecuária extensiva.
Nordeste brasileiro, regiões associadas a uma forte ex- Economicamente a pecuária era a atividade mais viável
pansão demográfica e de ocupação antiga, fomentou para a região, por exigir, apenas, pastagens naturais,
contínuos deslocamentos populacionais para o Centro- pouca mão-de-obra, instalações rústicas e reduzido in-
Oeste, contribuindo para a ampliação do sistema econô- vestimento de capital.
mico agrícola, pecuarista e comercial, desde o começo
A decadência do ciclo da mineração desencadeou
do século XIX. Os primeiros núcleos populacionais de
fluxos e refluxos de correntes migratórias e de capital em
Goiás foram constituídos por duas frentes colonizadoras, escravos. Dá-se início ao povoamento do campo e o des-
uma pelo sul, através dos bandeirantes paulistas que povoamento das vilas o que sugere uma herança do sis-
atravessaram o Rio Paranaíba e outra pelo norte, formada
tema mercantil colonial, na qual a decadência do sistema
pelos migrantes da Bahia, Pará e Maranhão, que se des-
mercantil possibilitou o surgimento de uma nova eco-
locaram pelo vale do Rio Tocantins.

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nomia agropecuária.
) Uma produção diversificada de danças político-institucionais após 1930 e a construção
produtos agrícolas exportáveis, que fortaleceu as ativida- de duas capitais (Goiânia e Brasília) deram sustentação
des comerciais. para a expansão da fronteira agrícola no Estado.
A transição da economia mineradora para a agrope-
A sociedade mestiça
cuária representa a inserção de Goiás ao sistema capita-
lista em desenvolvimento. Tais mudanças refletiram, Ao mesmo tempo que diminuía o número de escra-
também, na natureza do trabalho escravo empregado na vos, aumentava, como é lógico, o número de pretos li-
mineração. A atividade motora dos espaços sub- vres ou “forros”. Na capitação de 1745, os negros “for-
regionais passa a ser, num primeiro momento, a agricul- ros”, que pagaram capitação, foram 120, e o número de
tura, e posteriormente, a pecuária. A pecuária, conside- escravos chegava quase a 11.000. No recenseamento de
rada o setor produtivo de exportação, possibilitou as tro- 1804, os negros livres eram em número de 7.936, 28%
cas intra-regionais em face de ser uma mercadoria auto- do total de pretos.
transportável, que abastecia marginalmente os sertões da Maior era, ainda, a progressão dos mulatos. A au-
Bahia e de Minas Gerais. Essa atividade não se desen- sência de mulheres brancas nas minas foi a determinante
volveu na intermediação urbana, devido à extensão do de uma mestiçagem, em grande escala, entre branco e
espaço rural, o que também proporcionou o desenvolvi- preto, até então desconhecida no Brasil.
mento do escambo mercantil entre as fazendas da região.
Depois de algum tempo, havia mulatos em todos os
Uma vez que, a relação entre preço e custo de transporte
níveis da sociedade: no exército, no sacerdócio, entre os
dificultava a expansão mercantilista para outras regiões.
grandes proprietários. Mas nem o negro livre, nem o mu-
As atividades agrícolas foram responsáveis pelas lato eram socialmente bem aceitos. Escravos, negros e
trocas intra-regionais e pela economia de subsistência, na mulatos apareciam muitas vezes equipados nas expres-
qual prevalecia o mercantilismo em todas as relações. O sões correntes e mesmo nos documentos oficiais, como
dinamismo do setor agrícola impulsionou a transforma- formando a ralé da sociedade.
ção socioespacial entre a mineração e a pecuária. A pro-
Classes Dirigentes - O povoamento branco
dução agrícola promoveu a substituição das antigas im-
portações de café, algodão, açúcar, arroz, aguardente e Os brancos foram sempre uma minoria, mas com a
trigo. Desenvolveu-se, também, o setor artesanal para a decadência da mineração, esta minoria foi-se tornando
transformação desses produtos, como a fiação, a tecela- cada vez mais exígua. Ao acentuar-se a decadência, mui-
gem e os engenhos de cana-de-açúcar. Essas ocupações tas famílias brancas migraram para outras regiões. Em
eram domésticas e secundárias e faziam uso de baixos 1804, os brancos constituíam pouco menos de 14% da
recursos técnicos. população.

O revigoramento da ocupação e povoamento de Os dias de apogeu da mineração foram breves. En-


Goiás deu-se com a expansão do transporte ferroviário tão, ser rico, “mineiro poderoso” era possuir 250 escra-
pelo Triângulo Mineiro. Em 1917, os trilhos da Compa- vos ou mais. Não faltaram mineiros que em Goiás possu-
nhia Paulista chegaram às margens do Rio Grande, na íam este número de escravos. Com a decadência, torna-
fronteira entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. ram-se raros os que tinham 12 escravos.
A companhia construiu portos e estradas de terra o que Mesmo entre os brancos a pobreza era geral, mas
facilitou o intercâmbio entre Goiás e Minas Gerais com ser branco continuava sendo uma honra e um privilégio,
São Paulo. contam os historiadores.
Até 1910, a agricultura goiana voltava-se às neces-
sidades do autoconsumo local. O gado bovino represen- Os índios
tava uma das principais fontes de renda. O sul de Goiás Ao tempo da descoberta, eram numerosas as tribos
contribuía com a exportação do fumo. À medida que de índios em Goiás, cobrindo todo o seu território. Po-
ocorria melhoria dos meios de transporte dava-se a di- demos citar entre as mais importantes: Caiapó, Xavan-
versificação e o aumento da produção. te, Goiá, Crixá, Araés, Xerente, Carajá, Acroa...
O transporte de mercadorias em todo o sul de Goiás Durante a época da mineração as relações entre ín-
fazia-se em carros de bois e tropas de muares. Até a dé- dios e mineiros foram exclusivamente guerreiras e de
cada de 1920, a ferrovia estendia-se por um pequeno tre- mútuo extermínio.
cho (176km em território goiano), da margem direita do
Rio Paranaíba à margem esquerda do Rio Corumbá. Em
1921 deu-se a retomada dos trabalhos de construção da Os movimentos sociais no campo e a cultura po-
Estrada de Ferro Goiás. Segundo Bertran (1988), apenas pular
os municípios de Catalão, Ipameri e Corumbaíba eram
cortados pelos trilhos da Goiás Railway. Essa pequena O desenrolar da história de Goiás propiciou o apa-
área exportava arroz, boi gordo, fumo, charque, couro, recimento de diversas atividades culturais no Estado, das
suíno, toucinho e borracha. quais originaram legítimas manifestações do folclore
O avanço da fronteira agrícola do Sudeste promo- goiano. Apesar de boa parte delas estar relacionada ao
veu o crescimento e a especialização da agropecuária em legado religioso introduzido pelos portugueses, o movi-
Goiás, a partir das primeiras décadas do século XX. A mento cultural que floresceu no Estado agregou tradições
implantação de uma infraestrutura de transporte, as mu- indígenas, africanas e europeias de maneira a abrigar um

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sincretismo
) não apenas religioso, mas de tradições, rit- xos do Sudeste do país têm demarcado cada vez mais seu
mos e manifestações que tornaram a cultura goiana um espaço dentro do território goiano. Bons exemplos são a
mix de sensações que vão da batida do tambor da Con- cena alternativa e do rock, divulgados em peso por festi-
gada e dos mantras entoados nas orações ao Divino, até a vais de renome como o Bananada e o Vaca Amarela, en-
cadência da viola sertaneja ou o samba e o rock que por quanto que, por outro lado, rodas de samba e apresenta-
aqui também fizeram morada. ções de chorinho também têm angariado novos adeptos,
dentre outros tantos ritmos encontrados na cultura goia-
As Cavalhadas talvez sejam uma das manifestações
na.
populares mais dinâmicas e expressivas do Estado de
Goiás. A encenação épica da luta entre mouros e cristãos
na Península Ibérica é apresentada tradicionalmente por
diversas cidades goianas, tendo seu ápice no município 5. ATUALIDADES
de Pirenópolis, quinze dias após a realização da Festa do
Divino. Toda a cidade se prepara para a apresentação,
travestida no esforço popular em carregar o estandarte
que representa sua milícia. O azul cristão trava a batalha Prezado(a) candidato(a)
contra o rubro mouro, ornados ambos de luxuosos man-
tos, plumas, pedras incrustadas e elmos metálicos, dese-
nhando, por conseguinte, símbolos da cristandade como
o peixe ou a pomba branca – símbolo do Divino – e do
lado muçulmano o dragão e a lua crescente. Paralela- Grande parte dos órgãos responsáveis pela elabora-
mente, os mascarados quebram a solenidade junto ao ção de provas de concursos públicos costumam cobrar
público, introduzindo o sarcástico e profano, em meio a como conteúdo programático em “CONHECIMENTOS
um dos maiores espetáculos do Centro-Oeste. GERAIS / ATUALIDADES” tópicos relevantes e atuais
de diversas áreas, tais como política, economia, socieda-
As Congadas dão outro show à parte. Realizadas de, educação, tecnologia, energia, desenvolvimento sus-
tradicionalmente no município de Catalão, reúnem mi- tentável, ecologia, segurança, artes e literatura e suas
lhares de pessoas no desenrolar do desfile dos ternos de vinculações históricas e geográficas.
Congo que homenageiam o escravo Chico Rei e sua luta
pela libertação de seus companheiros, com o bônus da Por se tratar de um assunto amplo, o que torna im-
devoção à Nossa Senhora do Rosário. Ao toque de três possível a catalogação de tais acontecimentos numa
apitos, os generais dão início às batidas de percussão dos apostila, aconselhamos você a rever jornais e revistas
mais de 20 ternos que se revezam entre Catupés- que versem sobre os assuntos-tema solicitados no pro-
Cacunda, Vilão, Moçambiques, Penacho e Congos, cada grama.
qual com suas cores em cerca de dez dias de muita festa. Para ajudá-lo(a), selecionamos alguns assuntos com
A raiz e o sertanejo temas de ATUALIDADES dos quais as bancas exami-
nadoras costumam sempre cobrar nas provas de concur-
Nem só de manifestações religiosas vive a tradicio- sos públicos.
nal cultura goiana. Uma dança bastante antiga e muito
representativa do Estado também faz as vezes em apre- Boa sorte!
sentar Goiás aos olhos dos visitantes. A Catira que tem
seus primeiros registros desde o tempo colonial não tem
origem certeira. Há relatos de caráter europeu, africano e
até mesmo indígena, com resquícios do processo cate-
quizador como forma de introduzir cantos cristãos na
possível dança indígena. No entanto, seu modo de repro-
dução compassado entre batidas de mãos e pés, permea-
dos por cantigas de violeiros perfaz a beleza cadenciada
pela dança.
A viola, aliás, está presente em boa parte do cancio-
neiro popular goiano, especialmente nos gêneros caipira
e sertanejo, que em conjunto com sanfonas e gaitas têm
sido bastante divulgados, geralmente por duplas de can-
tores. Diferenças, no entanto, podem ser notadas quanto
à temática, uma vez que o sertanejo tem se apresentado
majoritariamente enquanto produto da indústria cultural
e a música de raiz ou caipira se inspirado nas belezas do
campo e do cotidiano do sertanejo.
Pluralidade de ritmos
Nem só de sertanejo vive o Estado de Goiás. Na
verdade, ritmos antes considerados característicos de ei-

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5.1.) DICAS IMPORTANTES! • Pratique com Exames Anteriores: Esta é uma
das melhores formas de se preparar para um
Em provas de concursos públicos, especialmente
exame. Ao fazer exames anteriores, você pode
aquelas que têm um componente significativo de atuali-
familiarizar-se com o formato da prova e com o
dades, é comum que sejam abordados uma série de tópi-
tipo de perguntas que são feitas.
cos que refletem as questões críticas e emergentes do
mundo de hoje. Alguns desses temas incluem: • Estude de Forma Holística: Tente ligar dife-
1. Recursos Hídricos: Isso envolve a compreensão rentes temas. Por exemplo, uma discussão sobre
da gestão dos recursos de água, disputas sobre a água, energia pode estar ligada a questões de política,
escassez, e iniciativas para a conservação da água. economia e meio ambiente. Estudar de forma
holística ajuda a desenvolver uma compreensão
2. Segurança: Este tema pode abordar tudo, desde mais profunda.
a segurança interna de um país até a segurança cibernéti-
ca, conflitos globais e terrorismo. • Faça Notas: Resumir as informações em suas
próprias palavras ajuda a reter a informação e a
3. Transportes: Aqui, você pode se deparar com torna mais fácil de revisar mais tarde.
questões relacionadas à infraestrutura de transporte, polí-
tica de transporte, mobilidade urbana, transporte susten- Lembre-se, a chave é a consistência. Esses temas
tável, entre outros. são amplos e complexos, então, estude um pouco todos
os dias em vez de tentar aprender tudo de uma vez.
4. Política e Economia: Estes são tópicos amplos
que abordam desde as eleições e políticas governamen-
tais até questões macroeconômicas, microeconômicas e 5.2. PRINCIPAIS FATOS E ACONTECIMEN-
internacionais. TOS NACIONAIS
5. Sociedade, Educação, Saúde e Cultura: Esses ❖ O Novo Governo Lula;
temas cobrem uma variedade de questões sociais, desde ❖ O Governo Jair Bolsonaro;
a desigualdade até a reforma educacional e do sistema de ❖ A “Chuva” de Escândalos no Governo Federal;
saúde, e a preservação da cultura e diversidade. ❖ As Crises no Senado Federal e na Câmara dos
6. Tecnologia: Este é um tópico em constante evo- Deputados;
lução, que abrange desde a inteligência artificial até a ❖ As Eleições para as Mesas Diretoras do Senado
privacidade de dados e a cibersegurança. Federal e da Câmara dos Deputados;
❖ O Julgamento dos envolvidos no Escândalo do
7. Energia: As discussões aqui estão muitas vezes “Mensalão”;
ligadas à energia renovável, políticas de energia, segu- ❖ Os Acordos Políticos pela Governabilidade;
rança energética e a transição energética. ❖ O Congresso Nacional e as Comissões Parlamen-
8. Relações Internacionais: Este tópico examina a tares de Inquéritos (CPIs);
interação entre nações, conflitos internacionais, acordos ❖ A atuação do Ministério Público e da Polícia Fe-
de comércio e organizações internacionais. deral nos vários escândalos “estourados”;
❖ O Supremo Tribunal Federal e suas decisões;
9. Desenvolvimento Sustentável e Ecologia: Este ❖ A questão da Liberdade de Imprensa no Brasil;
tema aborda as questões de mudança climática, conser- ❖ A questão dos Grampos Telefônicos nas Investi-
vação, biodiversidade, desenvolvimento sustentável e gações Policiais;
economia verde. ❖ Os processos de Cassação dos Parlamentares en-
volvidos em Esquemas de Corrupção;
❖ As Renúncias de Parlamentares envolvidos em
Para estudar efetivamente esses temas: Denúncias de Corrupção;
❖ Os problemas partidários no Sistema Político
• Esteja atualizado: Leia notícias diariamente de
Brasileiro;
fontes confiáveis. Isso ajudará a manter-se atua-
❖ A prisão de membros da Alta Magistratura;
lizado sobre os acontecimentos mundiais e a
❖ As reformas Previdenciária, Judiciária e Tributá-
compreender as questões atuais em todos os tó-
ria;
picos mencionados.
❖ Em debate, a Reforma Política;
• Contextualize: Quando aprender sobre um no- ❖ O Brasil na frente dos Biocombustíveis;
vo evento ou desenvolvimento, tente colocá-lo ❖ As Novas Descobertas Petrolíferas no Brasil;
no contexto. Entender as causas e as implica- ❖ A polêmica dos Arquivos Secretos do Regime
ções de um evento pode ajudar a compreender Militar;
melhor a questão. ❖ A Crise Econômica Mundial e seus efeitos no
Brasil;
• Use Materiais de Estudo: Há muitos recursos ❖ O Brasil no Grupo dos Credores do FMI;
online e livros que podem ajudar a estudar para ❖ As Projeções para a Retomada do Crescimento da
provas de concursos. Use-os para aprofundar o Economia;
seu conhecimento e compreensão. ❖ O Dólar e seus Reflexos na Economia;

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❖ O) Programa de Aceleração do Crescimento – ❖ O Turismo Sexual e a Prostituição Infantil;
PAC; ❖ A Luta Brasileira por uma Vaga no Conselho de
❖ Risco-Brasil Frente à Crise Econômica; Segurança da ONU;
❖ A Crescente Demanda das Exportações; ❖ O Nordeste Brasileiro e seus problemas (antes
❖ A Febre aftosa e seus Reflexos na Economia; seca; hoje, chuva em excesso);
❖ A Criminalidade nos principais centros; ❖ A Seca que assola o Sul do país;
❖ A Violência Policial Brasileira; ❖ A Violência no Rio de Janeiro;
❖ Os Crimes que chocaram o país; ❖ As Mudanças Climáticas: aumento da temperatu-
❖ Os Problemas Ambientais e Ecológicos; ra, chuvas e destruição em diversos estados brasi-
❖ O Desmatamento na Amazônia; leiros;
❖ O Problema da Água no Brasil; ❖ Os Casos de Pedofilia no Brasil;
❖ A Transposição do rio São Francisco; ❖ O calor intenso e o problema das queimadas;
❖ O Efeito Estufa e suas consequências para o Bra- ❖ A lei Ficha Limpa;
sil; ❖ Onda de ataques a Caixas Eletrônicos em todo
❖ A Guerra dos Transgênicos; país;
❖ A Globalização Econômica e seus efeitos no Bra- ❖ A Copa do Mundo de futebol 2022;
sil; ❖ A divisão dos royalties do petróleo;
❖ A Queda nos Lucros das Principais Empresas ❖ O programa Ciências sem Fronteiras
Brasileiras; ❖ Onda de protestos em todo o país;
❖ As Fusões no Mercado Econômico; ❖ As PECs e suas votações;
❖ As Fusões no Mercado Financeiro; ❖ As Crises Hídricas
❖ As Tragédias com Aviões de grandes proporções; ❖ A Pedofilia
❖ As Tragédias Naturais Ocorridas nos Últimos ❖ Corrução na Petrobrás;
Anos (como as decorrentes das enchentes provo- ❖ A Operação Lava Jato;
cadas pelas chuvas); ❖ A crise econômica no Brasil;
❖ As Principais Doenças de Massa como Aids, ❖ A crise política no Brasil;
Dengue, Febre Amarela e a Gripe Suína/Zica/ ❖ O Juiz Sérgio Moro;
chikungunya; ❖ As manifestações em todo o país.
❖ A Propagação da Gripe H1N1(Suína) e suas Va- ❖ Os Acordos de Leniências;
riantes; ❖ Mudanças na CLT (Reforma trabalhista);
❖ O Novo Código Civil e suas Implicações na So- ❖ Novo surto de Febre amarela em vários estados
ciedade Brasileira; brasileiros.
❖ A Questão da Menoridade Penal; ❖ Greve dos caminhoneiros para o Brasil;
❖ A Questão do “Aborto”; ❖ A polêmica envolvendo STF
❖ A Questão do Uso da “Célula-Tronco” ❖ As decisões Alexandre de Moras no STF e TSE
❖ As Relações Diplomáticas entre o Brasil e Países ❖ Reforma da Previdência;
da América Latina; ❖ Crise na Amazônia;
❖ A Disputa Comercial entre Brasil e Argentina; ❖ Tragédia Ambiental (derramamento de petróleo
❖ A Questão Migratória entre o Brasil e os Países no mar)
da Europa; ❖ O caso Marielle Franco;
❖ O Comércio Informal; ❖ A Reforma Administrativa;
❖ O Comércio Externo do Brasil. ❖ Brasil inaugura o Sirius, o maior acelerador de
❖ O Esporte e suas Influências; partículas de luz síncrotron do mundo;
❖ A Máfia Envolvendo o Futebol Brasileiro; ❖ O aumento de Feminicídio no Brasil;
❖ A Música, a Arte, a Literatura e o Cinema Nacio- ❖ A demissão do Ministro Mandetta do governo
nal; Jair Bolsonaro;
❖ O Roubo no Museu de Arte de São Paulo ❖ A saída de Sérgio Moro do Governo Jaír Bolso-
(MASP); naro;
❖ O Roubo na Petrobrás (caso de espionagem???); ❖ A Pandemia do Covid-19 no Brasil e suas conse-
❖ As Revoluções Tecnológicas; quências;
❖ O Brasil na Era da TV digital; ❖ As polêmicas e controvérsias do governo Bolso-
❖ A Violência no Trânsito; naro;
❖ A Polêmica da Lei-Seca nas Estradas Federais ❖ As investigações sobre as Fake News envolvendo
❖ O Trabalho Infantil e do Maior Escravo; o governo Bolsonaro;
❖ A Situação Carcerária e seus Efeitos; ❖ O Auxílio Emergencial
❖ A Reforma Agrária e os Sem-Terra; ❖ O início da vacinação contra Covid-19 no Brasil;
❖ Os Conflitos pelas Demarcações das Terras Indí- ❖ A prisão do deputado federal Daniel Silveira;
genas; ❖ A CPI da Covid;
❖ A Miséria nas Favelas; ❖ Liberação do porte de armas no Brasil;
❖ A Proposta de Unificação das Polícias Civil e ❖ O julgamento da Suspeição de Moro;
Militar; ❖ Lula elegível.
❖ A União Civil entre Pessoas do mesmo Sexo;

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❖ O) Pix - um novo meio de pagamento criado pelo ❖ O Fechamento do Centro Prisional de Guantâna-
Banco Central do Brasil; mo;
❖ Queimadas no Pantanal; ❖ Katrina – O Furacão que destruiu Nova Orleans;
❖ O fim da operação Lava-jato; ❖ Rita e Wilma – Furacões que Deixaram suas
❖ CPI da Covid; Marcas;
❖ PEC do voto impresso; ❖ As Tragédias de Homicídios nas Escolas e Uni-
❖ As ofensas do Governo Federal direcionada ao versidades dos EUA;
STF e TSE; ❖ Outras Tragédias Naturais Ocorridas nos Últimos
❖ O desfile com carros blindados na Esplanada dos Anos;
Ministérios; ❖ O Problema da Gripe do Frango, da Vaca-Louca
❖ As Eleições 2022 e os Ataque do Governo Fede- e da mais recente, a Gripe Suína e suas variantes,
ral ao TSE; como H1N1, H1N2, H3N1, H3N2 e H2N3;
❖ Assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira no ❖ A Pneumonia Asiática e demais Doenças Moder-
Amazonas; nas;
❖ O aumento dos combustíveis e a crise na Petro- ❖ As Disputas Comerciais entre os Países;
brás; ❖ Os Estados Unidos e a Corrida Espacial;
❖ Governo Lula, eleito novo Presidente da Repú- ❖ A Última Missão da Nave Espacial Discovery;
blica; ❖ A Corrida e a Conquista Espacial;
❖ A Morte de Gal Costa; ❖ O Choque entre os Satélites Americano e Russo;
❖ STF dar fim ao Orçamento Secreto; ❖ A Música, a Arte, a Literatura e o Cinema Atual;
❖ A aprovação da PEC da transição; ❖ O Esporte no Mundo;
❖ A posse de Lula; ❖ O Mundo e suas Celebridades;
❖ Os atentados terrorista contra os três poderes; ❖ A Crise Econômica Globalizada e seus Efeitos;
❖ A morte do Rei Pelé; ❖ O Desemprego como Consequência da Crise
❖ O rombo nas Lojas Americanas; Econômica;
❖ A Intervenção Federal na Segurança Pública do ❖ A União Europeia;
DF; ❖ O Euro – a nova Moeda na Comunidade Euro-
❖ O afastamento do Governador do Distrito Federal peia;
(DF), Ibaneis Rocha (MDB, por 90 dias). ❖ O NAFTA;
❖ A prisão de Anderson Torres, ex-ministro de ❖ A ALCA;
Bolsonaro; ❖ A ASEAN;
❖ CPMI dos atos antidemocráticos; ❖ O MERCOSUL;
❖ O Julgamento de Bolsonaro no TSE; ❖ O FMI;
❖ Bolsonaro inelegível; ❖ O BIRD;
❖ CPI sobre manipulação de resultado; ❖ Os Grupos G8 e G20 frente aos Principais Pro-
❖ Indicação de Zanin ao STF; blemas Mundiais;
❖ Protestos indígenas; ❖ A China, como Potência Econômica no Mundo;
❖ Explosão de casos de dengue em todo o Brasil; ❖ As Fusões das Grandes Empresas Mundiais;
❖ Tragédia no Rio Grande do Sul. ❖ Outros Organismos de Créditos Multilaterais;
❖ O Protocolo de Kioto e a Preocupação Mundial
1.2. PRINCIPAIS FATOS INTERNACIONAIS com o Meio Ambiente;
❖ O Desequilíbrio Ecológico e suas Influências no
❖ Atentados Terroristas;
Mundo;
❖ O Eterno Conflito Armado entre os Povos do
❖ A Procura por Água em outros Planetas;
Oriente Médio, principalmente entre Israel e Pa-
❖ A Clonagem Humana;
lestina;
❖ A Polêmica pelo uso das Células-Tronco;
❖ O Irã – uma nova ameaça à paz mundial;
❖ As Grandes Conquistas da Medicina;
❖ Coreia do Norte – outra ameaça à paz mundial;
❖ Internet – a Rede que Envolve o Mundo;
❖ O Fim da Luta Armada pelo Grupo Separatista
❖ As Inovações Tecnológicas e Nucleares;
IRA;
❖ A Eutanásia e o Direito de Morrer;
❖ O Terrorismo e a Segurança Mundial;
❖ O Caso da jovem Italiana que adquiriu o direito
❖ Os Principais Conflitos entre Povos e Nações na
de morrer;
Atualidade;
❖ Os Conflitos Étnicos no Mundo;
❖ A Crise entre o Paquistão e a Índia;
❖ A Miséria na África e Países Subdesenvolvidos;
❖ A Crise Política e Econômica do Haiti;
❖ A Globalização e o Risco do Desemprego;
❖ A Morte de Personalidades do Mundo Artístico,
❖ A Luta dos Ambientalistas para Proteger a Terra;
Político, Econômico e de outras áreas (Michael
❖ O Derretimento de Gelo na Antártida;
Jackson, Luciano Pavarotti, e outros);
❖ As Tragédias que marcaram os últimos Meses;
❖ A Bolívia e sua Política de Estatização;
❖ A Luta pela Preservação da Fauna e da Flora;
❖ A FARCs na América Latina e a Libertação de
❖ As várias ONGs e suas Bandeiras de Lutas;
Ingrid Betancourt e outros Líderes Prisioneiros;
❖ Terremoto no Haiti;
❖ A situação do conflito China x Tibet;

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❖ Tragédia
) Ambiental nos Estados Unidos (vaza- ❖ Argentina Campeã Mundial da copa do Catar;
mento de petróleo no Golfo do México); ❖ Implosão do Submarino Submarino Titan
❖ Acordo Nuclear entre Brasil, Turquia e Irã; ❖ Invasão do Grupo Wagner na Rússia
❖ As Epidemias de cólera; ❖ Guerra entre Israel e Hamas;
❖ Revolta Árabe; ❖ Ataque do Irã a Israel.
❖ Crise na Líbia;
❖ Crise Europeia – Zona do Euro.
❖ A Violência na Síria; EXERCÍCIOS
❖ Coreia do Norte e suas Ameaças; Para as questões de 01 a 49, marque uma única al-
❖ Espionagem Americana; ternativa correta conforme pede seu comando.
❖ O Ebola – Na população africana;
❖ Escândalo da FIFA; 01. (Pref. de Goiânia/ GO/ Assistente Adminis-
❖ As Conferências do Clima; trativo Educacional/ UFG-CS/ 2022). A descoberta do
❖ O Terrorismo e o Estado Ismâmico; ouro foi o principal motivo de fixação de paulistas e eu-
❖ O Ataque terrorista em Paris deixou dezenas de ropeus no início do povoamento do território goiano.
mortos; Nesse período,
❖ Donald Trump e suas polêmicas; A) era explorado, praticamente, o ouro de aluvião, ex-
❖ Crise Migratória; traindo-o do cascalho do leito dos rios.
❖ A Crise Política na Venezuela; B) era encontrado ouro em montanhas, o que dificultou
❖ Brasil e Estados Unidos preiteia Acordo Comer- a mineração.
cial; C) era encontrado ouro em pepitas, sem necessidade de
❖ Mercosul fecha novo acordo comercial com qua- maiores empreendimentos por parte dos mineiros.
tro países europeus – EFTA; D) prevalecia a mineração de galerias, com a abertura
❖ Mercosul e a União Europeia assinam acordo de túneis horizontais.
comercial;
❖ O novo Coronavírus (covid-19); 02. (Pref. de Goiânia/ GO/ Assistente Adminis-
❖ EUA matam o poderoso general iraniano Solei- trativo Educacional/ UFG-CS/ 2022). A representação
mani em um ataque com drone; da luta entre mouros e cristãos na Idade Média, encenada
❖ Irã: aumenta da escalada de tensões com EUA e em algumas cidades goianas por ocasião das Festas do
seus aliados; Divino Espírito Santo, refere-se a qual festejo?
❖ Eleições Americanas 2022;
A) Congadas.
❖ Imigração nos EUA: a política de tolerância zero
e o drama das crianças na fronteira; B) Caçada da Rainha.
❖ Brexit: a saída do Reino Unido da União Euro- C) Contradança.
D) Cavalhadas.
peia
❖ A Covid-19 no mundo e suas consequências;
03. (Pref. de Goiânia/ GO/ Assistente Adminis-
❖ A corrida por uma vacina contra a Covid-19;
trativo Educacional/ UFG-CS/ 2022). No século XIX,
❖ As manifestações antirracistas que surgiram nos
Estados Unidos após a morte George Floyd espa- pouco antes da Independência do Brasil, o antigo norte
lharam-se mundo afora; de Goiás, que corresponde, aproximadamente, ao estado
do Tocantins, tentou sua emancipação, criando uma pro-
❖ A corrida em busca de uma vacina para o Covid-
víncia separada de Goiás que se chamaria província da
19.
Palma. Esse movimento de separação teve como princi-
❖ Explosão em Beirute (Líbano) devasta porto,
causa centenas de mortos e deixa milhares de pal motivo
pessoas feridas; A) a falta de pessoas para o povoamento da região.
❖ Os efeitos da Pandemia nas Economias em diver- B) a diferença cultural da população do antigo norte
sos países no Mundo (Covid 19); goiano.
❖ O início da vacinação em diversos países do C) a aplicação indevida dos impostos recolhidos na re-
mundo contra a Cóvid; gião.
❖ Governo Biden; D) o desenvolvimento maior das povoações do norte
❖ Família real britânica e as polêmicas envolvendo goiano.
Harry e Meghan;
❖ Invasão do Capitólio; 04. (Pref. de Goiânia/GO/Analista em Assuntos
❖ Retirada das tropas americanas no Afeganistão; Sociais - Pedagogo/UFG-CS/2022). Em 24 de outubro
❖ A Gerra entre Ucrânia e Russia; de 1933, houve o lançamento da pedra fundamental de
❖ Varíola dos macacos. Goiânia, a nova capital de Goiás. A 7 de novembro de
❖ A Morte Rainha Elizabeth 1935, realizou-se a “mudança provisória”, quando o go-
❖ Família real britânica e as polêmicas envolvendo vernador Pedro Ludovico Teixeira deixou Goiás, pas-
Harry e Meghan; sando a residir em Goiânia. Em 18 de março de 1937,
❖ Invasão do Capitólio; por meio do Decreto n. 1.816, determinou-se a mudança
❖ Retirada das tropas americanas no Afeganistão; definitiva da sede administrativa do estado, da Cidade de
❖ A Copa do Mundo do Catar Goiás para Goiânia. Porém, a inauguração da cidade e

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sua apresentação
) para o país se daria cinco anos depois, C) Romeiros.
em 1942, quando se realizou o D) Peregrinos.
A) batismo cultural, com grandes festas, e realização
de vários congressos de ordem nacional em Goiâ- 09. (Pref. de Goiânia/GO/Agente de Apoio Edu-
nia. cacional/UFG-CS/2022). Observe a imagem a seguir.
B) ato de nomeação de Venerando de Freitas Borges
para prefeito de Goiânia.
C) lançamento da pedra fundamental do Palácio das
Esmeraldas.
D) descerramento da placa de inauguração do Lago das
Rosas, cartão postal da nova capital.

05. (Pref. de Goiânia/GO/Analista em Assuntos


Sociais - Pedagogo/UFG-CS/2022). No século XVIII,
em Goiás, o ouro era levado para a Casa de Fundição,
O pequi faz parte da alimentação tradicional do po-
onde se retirava o quinto para o rei e a parte restante era
vo goiano. Ele pode ser comido em separado, com arroz
devolvida ao minerador, sendo fundido em barras, ca-
ou de muitos outros modos. O pequi é fruto de uma árvo-
rimbado, recebendo uma guia para poder ser exportado.
re presente na vegetação do bioma
Em Goiás, foram criadas duas casas de fundição, uma no
Sul, na sede administrativa das minas goianas, e outra A) da Mata Atlântica.
em um arraial, mais ao Norte. Essas casas de fundição B) do Pampa.
ficavam em C) da Caatinga.
A) Vila Boa e Traíras. D) do Cerrado.
B) Vila Boa e Crixás.
C) Vila Boa e São Félix. 10. (Pref. de Goiânia/GO/Agente de Apoio Edu-
D) Vila Boa e Meia Ponte. cacional/UFG-CS/2022). Em 1988, foi criado um novo
estado brasileiro. Formado pelo antigo norte do estado
06. (Pref. de Goiânia/GO/Analista em Assuntos de Goiás, ele recebeu o nome de
Sociais - Pedagogo/UFG-CS/2022).). O rio Paranaíba, A) Distrito Federal.
um dos maiores rios que banham o estado de Goiás, tem B) Pará.
uma extensão aproximada de 1. 170 quilômetros. Nasce C) Tocantins.
na serra da Mata da Corda, no município de Rio Parana- D) Mato Grosso do Sul.
íba, no estado de Minas Gerais. Porém, das nascentes
que formam o rio Paranaíba, a mais distante é a do seu 11. (Pref. de Goiânia/GO/Agente de Apoio Edu-
afluente rio São Bartolomeu, que nasce no Distrito Fede- cacional/UFG-CS/2022). O estado de Goiás possui di-
ral. O rio Paranaíba faz parte da bacia hidrográfica do versos atrativos naturais e históricos que são visitados
A) Amazonas. por turistas brasileiros e estrangeiros. Qual das cidades a
B) Paraná. seguir possui um importante patrimônio histórico forma-
C) Tocantins-Araguaia. do por igrejas e casas antigas?
D) São Francisco. A) Firminópolis.
B) Goianápolis.
07. (Pref. de Goiânia/GO/Analista em Assuntos C) Arenópolis.
Sociais - Pedagogo/UFG-CS/2022). O povoamento do D) Pirenópolis.
território goiano ocorreu a partir de 1726, com a vinda
dos bandeirantes e mineradores paulistas, portugueses e 12. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO
de outras regiões da colônia brasileira. A capitania de - Profissional de Educação II – Pedagogia). O povoa-
Goiás, com governo próprio, seria criada somente em mento do território goiano ocorreu a partir de 1726, com
1748. Até esse ano, a capitania pertencia ao território a vinda dos bandeirantes e mineradores paulistas, portu-
A) do Rio de Janeiro. gueses e de outras regiões da colônia brasileira. A capi-
B) de Minas Gerais. tania de Goiás, com governo próprio, seria criada somen-
C) de São Paulo. te em 1748. Até esse ano, a capitania pertencia ao territó-
D) do Mato Grosso. rio
A) do Rio de Janeiro.
08. (Pref. de Goiânia/GO/Agente de Apoio Edu- B) de Minas Gerais.
cacional/UFG-CS/2022). O povoamento do território C) de São Paulo.
goiano por paulistas e portugueses teve início há quase D) do Mato Grosso.
trezentos anos. Como eram conhecidos os primeiros des-
bravadores do território goiano?
A) Bandeirantes.
B) Caminhantes.

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13.)(CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO C) lançamento da pedra fundamental do Palácio das
- Profissional de Educação II – Pedagogia). No século Esmeraldas.
XVIII, em Goiás, o ouro era levado para a Casa de Fun- D) descerramento da placa de inauguração do Lago das
dição, onde se retirava o quinto para o rei e a parte res- Rosas, cartão postal da nova capital.
tante era devolvida ao minerador, sendo fundido em bar-
ras, carimbado, recebendo uma guia para poder ser ex- 16. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO
portado. Em Goiás, foram criadas duas casas de fundi- - Profissional de Educação II – Pedagogia). Leia o tex-
ção, uma no Sul, na sede administrativa das minas goia- to a seguir.
nas, e outra em um arraial, mais ao Norte. Essas casas de
O território Kalunga é, antes de tudo, uma convivia-
fundição ficavam em
lidade, uma espécie de relação social, política e simbóli-
A) Vila Boa e Traíras. ca que liga o homem a sua terra e, ao mesmo tempo,
B) Vila Boa e Crixás. constrói sua identidade cultural. Também é modo como
C) Vila Boa e São Félix. criam uma identidade e “enraízam-se” no território.
D) Vila Boa e Meia Ponte. ALMEIDA, M. G. Territórios De Quilombolas: pelos vãos e serras dos
Kalunga de Goiás - patrimônio e biodiversidade de sujeitos do Cerrado. Ateliê
Geográfico, Goiânia, v. 4, n. 10, p. 36-63, abr/2010.
14. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO
- Profissional de Educação II – Pedagogia). Leia o tex- Na perspectiva do texto, a institucionalização do Sí-
to a seguir. tio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga justificou-se
O estigma de terra do "atraso", da "decadência", do pela formação territorial de um povo cuja cultura se for-
marasmo e do ócio, serviu para se identificar o goiano ma a partir
por vários séculos, até que outra construção e outro es- A) das relações interpessoais.
tigma o substituísse, baseado na ideia de modernização B) dos vínculos familiares.
em forma de progresso apregoada após o movimento de C) do passado histórico.
1930. D) do espaço habitado.
Através do viés do progresso os arautos de 30 pro-
curaram reconstruir a imagem de Goiás e imprimir uma 17. (INSTITUTO AOCP - 2022 - SEAD-GO -
face mais contemporânea ao estado, o que poderia ser Analista de Gestão Governamental - Licitações e
visto como a tentativa de inserir a região na construção Contratos). Com o decaimento da mineração, surgiram
da nação. a agricultura de subsistência e a criação de gado que fo-
ram fundamentais para o desenvolvimento econômico de
CHAUL, Nasr Fayad. A identidade cultural do Goiano. Ciência e Cultura,
v. 63, n. 3, São Paulo, jul. 2011. Disponível em:
Goiás. O destaque foi para a pecuária, já que havia di-
<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php? pid=S0009- versos fatores que contribuíram para o início dessa nova
67252011000300016&script=sci_arttext&tlng=es>. Acesso em: 25 abr. 2022. atividade. Dentre esses fatores, destacam-se
(Adaptado)

No âmbito político, a reconstrução da imagem do A) a baixa necessidade de grandes hectares de terra pa-
estado foi marcada pelo alinhamento com o governo na- ra criação do gado e nenhuma mão de obra qualifi-
cional, cujo objetivo era cada.
B) a pouca cobertura vegetal e o baixo investimento
A) realizar a abertura democrática. para o confinamento do rebanho.
B) desintegrar a estrutura oligárquica. C) a necessidade de pouca experiência na criação bo-
C) ampliar as representações estaduais. vina, a baixa fertilidade do solo e pouca chuva.
D) integrar as áreas de segurança nacional. D) o baixo investimento em maquinários, os altos in-
vestimentos estatais para o setor e a grande procura
15. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO por gado de corte geneticamente modificado.
- Profissional de Educação II – Pedagogia). Em 24 de E) pouca força de trabalho, a vasta propriedade territo-
outubro de 1933, houve o lançamento da pedra funda- rial pouco explorada, a capacidade da autorreprodu-
mental de Goiânia, a nova capital de Goiás. A 7 de no- ção e a capacidade do próprio rebanho em se deslo-
vembro de 1935, realizou-se a “mudança provisória”, car.
quando o governador Pedro Ludovico Teixeira deixou
Goiás, passando a residir em Goiânia. Em 18 de março 18. (INSTITUTO AOCP - 2022 - SEAD-GO -
de 1937, por meio do Decreto n. 1.816, determinou-se a Analista de Gestão Governamental - Licitações e
mudança definitiva da sede administrativa do estado, da Contratos). Referente à Revolução de 1930 e ao estado
Cidade de Goiás para Goiânia. Porém, a inauguração da de Goiás, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
cidade e sua apresentação para o país se daria cinco anos se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequên-
depois, em 1942, quando se realizou o cia correta.
A) batismo cultural, com grandes festas, e realização ( ) Foi uma revolução popular formada pela classe tra-
de vários congressos de ordem nacional em Goiâ- balhadora que visava à defesa de seus direitos traba-
nia. lhistas.
B) ato de nomeação de Venerando de Freitas Borges ( ) Tratava-se de uma revolução política feita por gru-
para prefeito de Goiânia. pos heterogêneos da classe dominante com a finali-
dade de atender seus objetivos.

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


( ) A revolução
) estava relacionada ao desenvolvimento ora de pastagens naturais salpicadas de árvores raquíti-
do que seria a nova capital de Goiás e a atração de cas, ora exclusivamente de gramíneas, de algumas outras
pessoas para residirem naquele local. ervas e de subarbustos.
( ) Foi um movimento social que reivindicava melhori- SAINT-HILAIRE, A. Viagem à província de Goiás, 1779-1853. Belo Ho-
as políticas e crescimento da democracia e teve uma rizonte, Editora Itataia; São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, Cole-
ção Reconquista do Brasil. 1975, p. 22.
grande participação popular.
Neste trecho, Saint-Hilaire se refere à vegetação do
A) F – V – V – F. bioma
B) V – V – F – F.
C) F – F – V – F. A) Pantanal.
D) F – V – F – V. B) Cerrado.
E) V – V – V – V. C) Caatinga.
D) Mata Atlântica.
19. (INSTITUTO AOCP - 2022 - SEAD-GO -
Analista de Gestão Governamental - Licitações e 23. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO
Contratos). Sobre a hidrografia, é importante destacar - Agente Comunitário de Saúde). Analise a imagem a
que é no território de Goiás que nascem drenagens ali- seguir.
mentadoras de três importantes rios. São eles:
A) Parnaíba, Tietê e Rio Doce.
B) Tapajós, Xingú e Paraíba do Sul.
C) Jaguaribe, Paranapanema e Corumbá.
D) Jequitinhonha, Piracicaba e Paranaíba.
E) Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná.

20. (INSTITUTO AOCP - 2022 - SEAD-GO -


Analista de Gestão Governamental - Licitações e
Contratos). A procissão do Fogaréu é uma festa tradici-
onal na cidade de Goiás. Considerado uma mistura de
folclore com religiosidade, o ritual teria chegado ao Ar- O Museu Zoroastro Artiaga é um exemplo do estilo
raial de Sant’Anna – que deu origem à Cidade de Goiás arquitetônico adotado na construção dos primeiros edifí-
– durante a cios da Praça Cívica, em Goiânia. Esse estilo arquitetô-
nico, que foi inovador em Goiás, é chamado de:
A) mercantilização do diamante.
B) exploração do ouro pelos portugueses. A) estilo modernista
C) chegada dos negros escravizados. B) estilo revivalista.
D) chegada dos colonizadores franceses. C) estilo Art nouveau.
E) exploração do território para o plantio de café. D) estilo Art déco.

21. (IBFC - 2022 - SES-DF - Enfermeiro). Dentre 24. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO
os municípios integrantes da RIDE do Distrito Federal, - Agente Comunitário de Saúde). O Parque Nacional
temos Cabeceiras, situado no estado de ______, Buritis, das Emas, localizado na região sudoeste do estado de
situado no estado de ______, Cabeceira Grande, situado Goiás, foi criado pelo governo federal, em 11 de janeiro
no estado de ______ e Formosa, situado no estado de de 1961, com uma área de 132.000 hectares, abrangendo
______. partes dos municípios goianos de Mineiros e Chapadão
do Céu e do município sul-mato-grossense de Costa Ri-
Assinale a alternativa que preencha correta e res- ca. A importância do Parque das Emas se deve
pectivamente as lacunas.
A) à preservação de amostras representativas dos ecos-
A) Minas Gerais / Minas Gerais / Goiás / Goiás sistemas do Cerrado, em especial do campo limpo.
B) Minas Gerais / Goiás / Minas Gerais / Goiás B) à preservação das inúmeras cavernas encontradas
C) Goiás / Goiás / Minas Gerais / Minas Gerais naquela região do estado de Goiás.
D) Goiás / Minas Gerais / Minas Gerais / Goiás C) ao ecoturismo e à necessidade de se criar novas es-
E) Goiás / Minas Gerais / Goiás / Minas Gerais truturas para esse tipo de turismo.
D) à necessidade de conservação nas nascentes dos rios
22. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO Paranaíba e Meia Ponte.
- Agente Comunitário de Saúde). Em 1819, o botânico
francês Auguste de Saint-Hilaire viajou pela província de 25. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO
Goiás. Ao adentrar o território goiano pela região de Lu- - Agente Comunitário de Saúde). A primeira capital
ziânia, ele registrou sua impressão sobre a vegetação do goiana foi a Cidade de Goiás, povoação fundada no sé-
lugar: culo XVIII às margens do Rio Vermelho. Qual foi
Após subir a serra por alguns instantes, achei-me A) Arraial do Ouro Fino.
num planalto imenso, deserto e bastante regular, coberto B) Arraial de Meia Ponte.

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


C) Arraial
) de Santa Ana. 29. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Sol-
D) Arraial de Traíras. dado de 2ª Classe QPPM – Combatente). Leia o frag-
mento de texto a seguir:
26. (CS-UFG - 2022 - Prefeitura de Goiânia - GO
Lideradas por José Porfírio e atraídas pela política
- Agente Comunitário de Saúde). Há vinte anos, a Ci-
de expansão da fronteira agrícola do governo Getúlio
dade de Goiás recebeu da Organização das Nações Uni-
Vargas, dezenas de famílias de camponeses ocuparam,
das para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) o tí-
na década de 1940, uma região a 400 km ao norte de
tulo de Patrimônio da Humanidade. Tal escolha deveu-se
Goiânia.
A) à sua condição de primeira capital do estado, funda-
O conflito começou quando, vendo o progresso dos
da ainda no século dezoito.
posseiros, fazendeiros locais, sem nenhum direito sobre
B) à sua fundação por bandeirantes, dentre eles Barto-
as terras, passaram a exigir uma parcela da sua produção,
lomeu Bueno da Silva.
o que foi, é claro, negado. A tensão na região se agravou
C) aos seus aspectos históricos, arquitetônicos e cultu-
ainda mais com a chegada de grileiros que, forjando títu-
rais por ter sido um dos primeiros núcleos urbanos
los de propriedade, tentaram expulsar os camponeses das
do território goiano.
terras ocupadas. Estes buscaram, por diversas vezes, re-
D) aos seus habitantes célebres, personagens importan-
solver legalmente a questão, mas sem êxito.
tes na história do estado.
Este movimento ganhou força a partir de 1954,
27. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Sol- quando militantes do Partido Comunista Brasileiro
dado de 2ª Classe QPPM – Combatente). Localizada (PCB) chegaram à região com o intuito de estabelecer
na região centro-sul do Estado de Goiás, pode ser consi- contato com os camponeses e “ajudar na organização da
derada a principal bacia hidrográfica goiana por concen- resistência”, além de ampliar a área de atuação política
trar, em apenas 4,2% do território do Estado, aproxima- do partido.
damente 40% de sua população, incluindo a Região Me-
Os posseiros se armaram e passaram a se organizar
tropolitana de Goiânia e importantes municípios, polos
em grupos. Além da recém-fundada Associação dos La-
industriais e agroindustriais, que utilizam as suas águas
vradores da região, eles criaram os chamados conselhos
para diversas atividades.
de córrego, de acordo com o curso d’água onde cada
Adaptado de: https://www.meioambiente.go.gov.br/noticias/1592- grupo morava. Cada conselho discutia os seus problemas
bacia_meiaponte.html.
Acesso em: 20 abr. 2022. O texto se refere à Bacia Hidrográfica do rio e o encaminhamento da luta, além de defender o local
contra ações da polícia e dos pistoleiros.
A) Ribeiro.
B) Parnaíba. Adaptado de: http://memorialdademocracia.com.br/conflitos/go. Acesso
em: 20 abr. 2022.
C) Meia Ponte.
D) Atlântico Leste. O texto se refere à mobilização de
E) Tocantins-Araguaia. A) Trombas e Formoso.
B) Sabinada.
28. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Sol- C) Canudos.
dado de 2ª Classe QPPM – Combatente). O advento da D) Chibata.
mineração imprimiu significativa e profunda mudança E) Malês.
no espaço geográfico brasileiro. Foi um período de gran-
des transformações econômicas e sociais e que teve co- 30. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Sol-
mo consequências a dado de 2ª Classe QPPM – Combatente). A região da
A) melhoria substancial da qualidade de vida das popu- Chapada dos Veadeiros está localizada em Goiás e abar-
lações dos arraiais e das comunidades indígenas es- ca os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante,
tabelecidas no entorno dessas localidades. Teresina de Goiás e Colinas do Sul, que abrigam o Par-
B) concentração do poder político e econômico na re- que Nacional de mesmo nome. Geomorfologicamente,
gião Sudeste, alavancando o desenvolvimento in- essa chapada se encontra na região
dustrial e urbano nessa região do país. A) do Planalto Residual Norte-Amazônico e do Planal-
C) substancial expansão das capitanias da Bahia, de to dos Guimarães.
Pernambuco e de São Vicente, além da ampliação B) das Chapadas dos Cocais e do Complexo Monta-
da linha imaginária do Tratado de Tordesilhas até a nhoso Mangabeiras.
bacia do rio Prata. C) da Planície da Borborema e da Chapada do Apodi.
D) criação e a estruturação de um empreendimento D) do Planalto Central Goiano e do Complexo Monta-
comum português e flamengo, uma fusão que foi nhoso Veadeiros-Araí.
essencial para viabilizar a exportação do ouro brasi- E) das Chapadas do Araripe e das Chapadas da Bacia
leiro para a Europa. do Parnaíba.
E) multiplicação dos arraiais, o aumento populacional
considerável e a estruturação capitalista em detri-
mento do primitivismo indígena, à medida que a
mineração avançava.

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


31.) (SEDUC/GO/Professor Nível III/ PEDAGO-
GIA/ A/IADES/2022). Goiás é o 11o estado mais popu- 33. (SEDUC/GO/Professor Nível III/ PEDAGO-
loso do País, contando com 7.206.589 habitantes, o que GIA/A/IADES/2022).
corresponde a 3,4% do total de moradores do Brasil, que
Tabela – Perfil populacional por região de planeja-
é de 213.317.639 pessoas, segundo pesquisa publicada
mento (RP) em 2010
em 1o de julho de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE).
Disponível em: <https://www.empreenderemgoias.com.br/2021/08/27/>.
Acesso em: 3 jul. 2022, com adaptações.

Acerca do tema do texto, quanto à distribuição da


população goiana, assinale a alternativa correta.
A) A população goiana concentra-se, em grande parte,
na capital Goiânia e nos arredores, sendo o estado
de Goiás formado por um centro urbano macrocéfa-
lo e um número reduzido de cidades pequenas.
B) Apenas a capital Goiânia ultrapassa a cifra dos 500 CAMPOS, Flávia Rezende; BRITO DE SÁ, Ênio K. B.; CARVALHO,
Claúdia R. R. Desequilíbrios regionais em Goiás: o caso da região de planeja-
mil habitantes; as demais cidades têm entre 10 mil e mento nordeste goiano. Revista Formação, v. 26, n. 47, 2019.
200 mil habitantes.
C) O estado de Goiás possui cerca de 120 municípios, Com base nos dados da tabela apresentada, com re-
em sua maioria de pequeno porte demográfico. lação às desigualdades regionais entre as regiões goia-
D) Goiânia é uma das maiores cidades da região Cen- nas, assinale a alternativa correta.
tro-Oeste, a maior do estado de Goiás e é também a A) A região metropolitana de Goiânia detém o maior
10o maior capital brasileira. contingente demográfico do estado de Goiás, em
E) Goiânia configura uma região integrada de desen- um território relativamente menor que outras RP
volvimento que engloba as maiores cidades de Goi- desse estado.
ás, que são Goiânia, Anápolis e Caldas Novas. B) A região metropolitana de Goiânia apresenta equilí-
brio na distribuição de população rural e urbana.
32. (SEDUC/GO/ Professor Nível III/ PEDA- C) Ao analisar a distribuição da população pelo territó-
GOGIA /A/IADES/ 2022). Prado Jr. (2011), ao analisar rio goiano, verifica-se uma distribuição equilibrada
a formação do Brasil, diz que, neste País, os transportes de população entre as diversas regiões do estado.
exerceram considerável influência sobre a sua formação. D) A região do nordeste goiano tem uma densidade
Do período colonial até o início do século 19, as ativida- demográfica média em comparação com outras RP
des econômicas do País, de acordo com Ribeiro (1956), de Goiás.
eram atendidas pelo transporte marítimo de ligação com E) A RP do entorno do Distrito Federal apresenta uma
o exterior. densidade demográfica próxima de outras regiões
CASTILHO, Dênis. Modernização territorial e redes técnicas em Goiás.
Goiânia: UFG, 2014, com adaptações.
vizinhas, como o centro goiano e a região metropo-
litana de Goiânia.
A rede ferroviária teve influência no estabelecimen-
to de redes entre o estado de Goiás e outras regiões do 34. (SEDUC/GO/Professor Nível III/ PEDAGO-
País e com a economia global. No que se refere à infra- GIA/A/IADES/2022).
estrutura ferroviária goiana, assinale a alternativa corre-
ta.
A) A rede ferroviária teve pouca extensão no século 20
e no 21, com pequena influência nas dinâmicas de
modernização do território goiano.
B) Anápolis, cidade média goiana, recebeu, em 1935,
um ramal ferroviário da atual Ferrovia Centro-
Atlântica e, mais recentemente, no século 21, pas-
sou também a integrar o ramal da Ferrovia Norte-
Sul, constituindo-se em entroncamento rodoferrovi-
ário de grande importância no estado.
C) Goiânia nunca recebeu ramal ferroviário em razão
de ser a capital estadual e de ter, no setor de servi-
ços públicos, sua principal atividade econômica.
D) Brasília e Goiânia, dois principais centros urbanos
da região Centro-Oeste, são interligadas por rodovi-
as federais e estaduais, sendo o modal ferroviário
inexistente nessas duas metrópoles.
E) As ferrovias Centro-Atlântica e Norte-Sul fazem
parte de um sistema público de ferrovias brasileiras
de integração regional e nacional do País.

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Tendo
) em vista que essa figura mostra as principais 36. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Aspi-
bacias hidrográficas do estado de Goiás, no que tange à rante da Polícia Militar). Sobre a história e a cultura
configuração territorial e aos usos dessas bacias, assinale envolvendo os indígenas de Goiás, analise as assertivas e
a alternativa correta. assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).
A) O rio Araguaia consiste em um dos principais rios I. Anualmente, no estado de Goiás, acontecem dois
de Goiás e é um dos primordiais afluentes da bacia eventos importantes relacionados às culturas indí-
amazônica no Brasil Central. genas, um deles é a Aldeia Multiétnica e o outro é a
B) Os rios que compõem a bacia do rio Paranaíba inte- Semana Indígena de Serra da Mesa.
gram uma bacia hidrográfica maior que a do rio Pa- II. No período colonial, para o indígena pacificado, a
raguai. legislação previa o trabalho remunerado, o que
C) A Usina de Corumbá é uma das maiores usinas do normalmente se fazia após o pagamento de todos os
estado de Goiás e do Brasil, e localiza-se no rio Ca- gastos envolvidos na expedição de seu descimento e
nabrava, um dos principais formadores da bacia do os custos com o seu aldeamento.
Tocantins. III. O embate entre indígenas e garimpeiros no Ciclo do
D) A menor bacia hidrográfica do estado de Goiás é a Ouro resultou no que historicamente ficou conheci-
bacia das Águas Emendadas, que ocupa quase todo do como a Guerra Guaranítica.
o território do Distrito Federal e os municípios do IV. Os anseios clericais para com os indígenas se cho-
entorno goiano. cavam com os interesses dos colonos, assim como,
E) O uso hidrelétrico é expressivo na bacia do rio Pa- os interesses da própria Coroa portuguesa.
ranaíba, tanto no rio principal como em outros me-
nores, como o Corumbá e o São Marcos. A) Apenas I e II.
B) Apenas II e III.
35. (SEDUC/GO/Professor Nível III/ PEDAGO- C) Apenas I, II e IV.
GIA/A/IADES/2022). D) Apenas III.
E) Apenas IV.

37. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Aspi-


rante da Polícia Militar).
Para facilitar a compreensão do Ciclo do Ouro em
Goiás, subdividiu-se esse período em diferentes fases.
Fazem parte das fases do Ciclo do Ouro em Goiás, EX-
CETO
A) o período de 1726 a 1736, no qual ocorreu o estabe-
lecimento das minas e dos aparelhos administrati-
vos destinados a organizar a atividade mineradora.
B) os anos de 1736 a 1751, que foi um período marca-
do por mudanças administrativas, como a transfor-
A imagem apresenta um monumento da artista Neu- mação do Arraial de Santana em Vila Boa e a cria-
sa Moraes e é uma escultura, em bronze, de sete metros ção da Capitania de Goiás.
de altura, que pesa cerca de 300 quilos. Localiza-se na C) o período de 1751 a 1778, que foi marcado pelo au-
Praça Cívica, perto do Palácio das Esmeraldas (sede do ge da atividade mineradora, seguido de um esgota-
governo do estado de Goiás), desde 1968. Esse monu- mento das minas.
mento simboliza a formação socioespacial de Goiás. D) o período de 1779 a 1822, no qual cessa o fluxo de
escravos para a Capitania, a população migra para
Assinale a alternativa que indica a representativida-
outras capitanias ou se ruraliza e a economia inicia
de desse monumento.
um longo período de estagnação.
A) Reproduz os bandeirantes paulistas que ocuparam o E) o ano de 1933, em que uma nova política de valori-
território do atual estado de Goiás. zação do ouro, em âmbito federal, foi implantada
B) É uma homenagem aos trabalhadores da construção por meio da criação do Departamento Nacional do
de Goiânia. Ouro.
C) Simboliza os três principais grupos étnicos forma-
dores do povo goiano, respectivamente, negros, 38. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Aspi-
brancos e índios. rante da Polícia Militar). Há bastante variação de rele-
D) Destaca o trabalho árduo dos trabalhadores que vo no território goiano. Dentre os pontos de maior altitu-
construíram o Palácio das Esmeraldas, sede do go- de, encontra-se o/a
verno de Goiás.
A) Morro do Couto.
E) Ressalta o trabalho de garimpeiros, fazendeiros e
B) Pico da Neblina.
pecuaristas, trabalhadores especializados das pri-
C) Pico da Bandeira.
meiras atividades produtivas do território goiano.
D) Pico 31 de Março.
E) Chapada dos Veadeiros.

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


) A) o desenvolvimento interno de Goiás que acabou ge-
39. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Aspi- rando a modernização da região, através da criação
rante da Polícia Militar). Em relação à República, às de manufaturas visando o abastecimento das outras
oligarquias e à Política dos Governadores do estado de regiões do Brasil colonial;
Goiás, assinale a alternativa INCORRETA. B) o aumento da população da região, principalmente
após a decadência da atividade mineradora, a partir
A) A Coluna Caiado, composta por jagunços e coro-
da segunda metade do século XVIII;
néis correligionários da família, foi de grande repre-
C) a dificuldade no desenvolvimento da economia da
sentatividade no que concerne à hegemonia da oli-
região, em razão de o ouro extraído ter sido expor-
garquia no cenário goiano.
tado para a Europa, sem promover o crescimento in-
B) A Revolução de 1909 foi promovida pelo Partido
terno de Goiás;
Democrata e representou a queda do governo que
D) o desenvolvimento de novas atividades, comple-
representava José Xavier de Almeida e o retorno
mentares à mineradora, em Goiás, como a produção
dos Bulhões ao poder em Goiás.
de cana-de-açúcar em pequenas e médias proprie-
C) A Verificação de Poderes foi um órgão responsável
dades, baseadas no trabalho escravo;
pela organização das eleições e apuração dos resul-
E) a longevidade da produção aurífera da região de
tados. O governo federal tinha o controle desse ór-
Goiás, permitindo consolidação do comércio inter-
gão e garantia a integridade e a legitimidade das
no da província, sobretudo, com a intensa comercia-
eleições em cada Estado, possibilitando, de forma
lização da mão de obra escrava.
inquestionável, os verdadeiros resultados.
D) As crises políticas assistidas em Goiás nos momen-
42. (FGV - 2014 - TJ-GO - Analista Judiciário -
tos finais da República Velha guardam relação com
Apoio Judiciário e Administrativo). “O fenômeno cli-
as transformações sociais e econômicas verificadas
mático El Niño, que deverá atingir o Brasil com intensi-
na região; a chegada da ferrovia em Goiás, em
dade fraca a moderada nos próximos meses, provavel-
1913, constituiu o principal elemento propulsor da
mente favorecerá o desenvolvimento da nova safra de
economia da região, promovendo transformações
soja e milho no País (...). “O clima para essa safra
também na esfera social e ideológica.
2014/15 está bastante favorável, tanto para o Centro-
E) O período entre 1930 e 1937 foi marcado por inten-
Oeste como o Sul, e também para o Sudeste, embora esta
sas disputas políticas. Pedro Ludovico, Mário
região tenha um foco em outras culturas (cana e café, por
d’Alencastro Caiado e Domingos Neto Velasco des-
exemplo)”, disse o meteorologista Alexandre Nascimen-
tacaram-se como principais expoentes da Revolução
to, da Climatempo.”
de 30 em Goiás. Após a formação da junta governa-
tiva, da qual faziam parte Pedro Ludovico e Mário (Adaptado de “El Niño aquece soja”, disponível em
http://www.dm.com.br/texto/187954, acesso em 21 de agosto de 2014).
Caiado, Pedro Ludovico foi nomeado, por Vargas,
interventor em Goiás. A ocorrência do fenômeno El Niño provoca altera-
ções nas características climáticas de Goiás. O tipo cli-
40. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PM-GO - Aspi- mático predominante na região e um exemplo de altera-
rante da Polícia Militar). Em relação aos aspectos cul- ção provocada pela ocorrência do El Niño são, respecti-
turais de Goiás, existem diversos acontecimentos que re- vamente:
vivem as tradições do Estado, dentre eles está
A) tropical semiárido e ausência da estação seca;
A) o Ciclo do Marabaixo e o Frevo. B) tropical úmido e aumento da intensidade da radia-
B) o Círio de Nazaré e o Festival de Parintins. ção solar;
C) o Festival da Primavera e a Semana Farroupilha. C) subtropical úmido e expansão da estação chuvosa;
D) as Festas dos Carros de Boi e o Encontro de Mula- D) tropical semiúmido e ocorrência de chuvas acima da
deiros. média;
E) a Festa do Carneiro no Buraco e a Festa do Leitão E) equatorial e estação seca prolongada.
Fogo de Chão.
43. (FGV - 2014 - TJ-GO - Analista Judiciário -
41. (FGV - 2014 - TJ-GO - Analista Judiciário - Apoio Judiciário e Administrativo). A construção de
Apoio Judiciário e Administrativo). “(...) territórios de Goiânia está inserida em um período de alterações na po-
mineração deveriam dedicar-se quase exclusivamente à lítica nacional. O contexto histórico que envolveu o pro-
produção de ouro, não desviando esforços na produção cesso de construção da nova capital de Goiás estava inse-
de outros bens que poderiam ser importados das demais rido no momento político brasileiro:
capitanias.” (CHAIM, M. M. Sociedade Colonial. Goiás
A) da Era Vargas (1930/1945);
– 1749-1822. Goiânia: Secretaria de Cultura, 1987)
B) da República Velha (1889/1930);
O fragmento do texto acima retrata a realidade da C) do Regime Militar entre 1964 e 1985;
sociedade mineradora de Goiás durante o século XVIII. D) dos “Anos Dourados” do governo JK (1956/1960);
Em relação às consequências geradas pela produção aurí- E) da Nova República com o Governo Sarney
fera em Goiás durante o período colonial, podemos des- (1995/2000).
tacar:

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


44.)(FGV - 2014 - TJ-GO - Analista Judiciário - B) O Estado de Goiás é banhado também pelos rios Ara-
Apoio Judiciário e Administrativo). guaia, Tocantins, Corumbá, Paranã, Paranaíba.
C) O Lago da Serra da Mesa localiza-se em Goiás e é na-
tural.
D) As regiões do Sul do Estado, Metropolitana de Goiâ-
nia, Sudeste Goiano, Sul Goiano e Sudoeste Goiano
apresentam a maioria dos municípios com índice de
desenvolvimento acima da média estadual.

47. (CS-UFG - 2021 - TJ-GO - Analista Judiciário -


Área Judiciária). A última onda de expansão canavieira
verificada em Goiás, sobretudo após 2006, foi composta por
usinas que se caracterizavam essencialmente como centrais
agroenergéticas, e não apenas como destilarias de etanol e,
muito menos, como fábricas de açúcar. Nesse sentido, têm
A redução do número total de pessoas ocupadas em es- na produção de biocombustível e na cogeração energética a
tabelecimentos agropecuários em Goiás a partir da década partir da queima do bagaço da cana seus principais produ-
de 1980 está associada à: tos: por isso falar-se agora em setor sucroenergético, e não
mais sucroalcooleiro. Além de segundo maior produtor de
A) a decadência da atividade agrícola no período, em fun- cana-de-açúcar e etanol do Brasil, Goiás também ocupa a
ção da crise econômica que assolou todo o país na dé- segunda posição na geração de bioeletricidade a partir da
cada de 1990; cana-de-açúcar, conforme aponta o Banco de Informações
B) expansão das atividades rurais baseada principalmente de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica
no turismo, que emprega pequena quantidade de mão (BIG/ANEEL).
de obra;
SAMPAIO, Mateus de Almeida Prado. Goiás e suas sub-regiões canavieiras:
C) expansão da fronteira agrícola na região amazônica, Análise dos períodos recentes e atual. (1975-2019). Boletim
Goiano de Geografia. 2019, v. 39: 57794.
que atraiu muitos migrantes oriundos de Goiás;
D) expansão do processo de modernização agrícola, que Um fator que possibilitou a expansão dessa lavoura no
emprega menor quantidade de mão de obra; estado de Goiás foi
E) substituição gradual das relações de trabalho baseadas
no arrendamento pela utilização do sistema de parce- A) o desenvolvimento de políticas alimentares.
ria. B) o reaproveitamento de engenhos tradicionais.
C) a concessão de terras devolutas improdutivas.
45. (FGV - 2014 - TJ-GO - Analista Judiciário - D) a existência de fatores edafoclimáticos favoráveis.
Apoio Judiciário e Administrativo). “Após cerca de 25
anos de espera, o trecho de 855 km da Ferrovia Norte-Sul, 48. (CS-UFG - 2021 - TJ-GO - Analista Judiciário -
que liga Palmas (TO) a Anápolis, a 55 km de Goiânia, foi Área Judiciária). Leia o trecho a seguir.
inaugurado na manhã desta quinta-feira (22)”. Campanha eleitoral de 1954. Em um comício na cida-
(www.g1.globo.com, 22/05/2014). de de Pires do Rio, na primeira fila do palanque, encontra-
vam-se José Ludovico, candidato a governador, Bernardo
Quando estiver concluída, serão 3500 quilômetros de
Sayão, candidato a vice-governador, e Cônego Trindade. Na
trilhos da Ferrovia Norte-Sul, que é um importante eixo fer-
plateia, um cidadão pergunta para o outro, a seu lado:
roviário criado para:
“Aquele que é o Sayão?” apontando para o Cônego Trinda-
A) ampliar as possibilidades de transporte de passageiros de, que, como era norma na época para os sacerdotes, vestia
entre a Região Centro-Oeste e Sudeste; batina.
B) facilitar a exportação da produção de etanol do Centro- ROCHA, H. Foletim Político – historietas do folclore
político goiano. Goiânia: Kelps, 2010. p. 76.
Oeste para o exterior, através do porto de Recife;
C) ampliar a capacidade de escoamento dos automóveis O texto representa qual característica da vida cotidiana
produzidos em Goiás para os principais centros con- goiana?
sumidores da região Norte do país;
D) promover a integração ferroviária entre as indústrias A) O desprezo pela vida religiosa.
automobilísticas de Goiás e a região mineradora loca- B) O comprometimento com o laicato.
lizada no quadrilátero ferrífero em Minas Gerais; C) O messianismo como estratégia política.
E) reduzir o custo de transporte das mercadorias produzi- D) O distanciamento da política oficial.
das no Brasil, ampliando acesso e competitividade no
mercado externo.

46. (TJ-GO - 2013 - TJ-GO - Oficial de Justiça


Avaliador). Leia com atenção as afirmações e indique a as-
sertiva incorreta:
A) O Estado de Goiás localiza-se na região Centro-Oeste,
no Planalto Central brasileiro, com o clima tropical e
apresenta como vegetação natural predominante o Cer-
rado.

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Realidade étnica, social, histórica, Geográfica, Cultural e política de Goiás


)

GABARITO OFICIAL DEFINITIVO


CONFERIDO
01-A 09-D 17-E 25-C 33-A 41-C
02-D 10-C 18-A 26-C 34-E 42-D
03-C 11-D 19-E 27-C 35-C 43-A
04-A 12-C 20-B 28-E 36-C 44-D
05-C 13-C 21-D 29-A 37-E 45-E
06-B 14-B 22-B 30-D 38-E 46-C
07-C 15-A 23-D 31-D 39-C 47-D
08-A 16-D 24-A 32-B 40-D 48-D

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Ética no Serviço Público

ÉTICA NO
SERVIÇO PÚBLICO
SUMÁRIO:
1. Ética e moral .................................................................................................................... 03
2. Ética, princípios e valores ................................................................................................ 05
3. Ética e democracia: exercício da cidadania ...................................................................... 06
4. Ética e função pública ...................................................................................................... 07
5. Ética no Setor Público ...................................................................................................... 09

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Ética no Serviço Público

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Ética no Serviço Público


1. ÉTICA E MORAL questão devem aceitar e observar. Este tipo de investiga-
ção e a teoria que daí resulta (a ética kantiana e a utilita-
CONCEITO
rista são exemplos amplamente conhecidos) não descre-
Ética é "o estudo dos juízos de apreciação que se re- vem o modo como as pessoas pensam ou se comportam;
ferem à conduta humana susceptível de qualificação do antes prescrevem o modo como as pessoas devem pensar
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à de- e comportar-se. Por isso se chama ética normativa: o seu
terminada sociedade, seja de modo absoluto”. objetivo principal é formular normas válidas de conduta
e de avaliação do caráter. O estudo sobre que normas e
O Que é Ética? padrões gerais são de aplicar em situações-problema efe-
"Ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que tivos chama-se também ética aplicada. Recentemente, a
são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém expressão "teoria ética" é muitas vezes usada neste sen-
pergunta”. tido. Muito do que se chama filosofia moral é ética nor-
mativa ou aplicada.
(VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed. Bra-
siliense, 1993, p.7) A ética social ou religiosa é um corpo de doutrina
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, que diz respeito o que é carreto e incorreta, bom e mau,
ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se refe- relativamente ao caráter e à conduta. Afirma implicita-
rem à conduta humana susceptível de qualificação do mente que lhe é devida obediência geral. Neste sentido,
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à de- há, por exemplo, uma ética confucionista, cristã, etc. É
terminada sociedade, seja de modo absoluto”. semelhante à ética normativa filosófica ao afirmar a sua
validade geral, mas difere dela porque não pretende ser
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: estabelecida unicamente com base na investigação racio-
1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas nal.
específicas; A moralidade positiva é um corpo de doutrinas, a que
2. Ética é permanente, moral é temporal; um conjunto de indivíduos adere geralmente, que dizem
3. Ética é universal, moral é cultural; respeito ao que é carreto e incorreto, bom e mau, com
4. Ética é regra, moral é conduta da regra; respeito ao caráter e à conduta. Os indivíduos podem ser
5. Ética é teoria, moral é prática. os membros de uma comunidade (por exemplo, a ética
Etimologicamente falando, ética vem do grego dos índios Hopi), de uma profissão (certos códigos de
"ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o honra) ou qualquer outro tipo de grupo social. Pode-se
mesmo significado: conduta, ou relativo aos costumes. contrastar a moralidade positiva com a moralidade crítica
Podemos concluir que etimologicamente ética e moral ou ideal. A moralidade positiva de uma sociedade pode
são palavras sinônimas. tolerar a escravatura, mas a escravatura pode ser conside-
rada intolerável à luz de uma teoria que supostamente te-
Vários pensadores em diferentes épocas abordaram rá a autoridade da razão (ética normativa) ou à luz de
especificamente assuntos sobre a ÉTICA: Os pré- uma doutrina que tem o apoio da tradição ou da religião
socráticos, Aristóteles, os Estóicos, os pensadores Cris- (ética social ou religiosa).
tãos (Patrísticos, escolásticos e nominalistas), Kant, Es-
pinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc. Ao estudo a partir do exterior, por assim dizer, de um
sistema de crenças e práticas de um grupo social também
Passamos, então, a considerar a questão da ética a se chama ética, mais especificamente ética descritiva,
partir de uma visão pessoal através do seguinte quadro dado que um dos seus objetivos principais é descrever a
comparativo: ética do grupo. Também se lhe chama por vezes etnoéti-
Ética Ética Ética ca, e é parte das ciências sociais.
Normativa Teleológica Situacional
Chama-se metaética ou ética analítica a um tipo de
Ética Moral Ética Imoral Ética Amoral
investigação ou teoria filosófica que se distingue da ética
Baseia-se em princí- Baseia-se na ética dos Baseia-se nas cir- normativa. A meta-ética tem como objeto de investiga-
pios e regras morais fins: “Os fins justificam cunstâncias. Tudo é ção filosófica os conceitos, proposições e sistemas de
fixas os meios”. relativo e temporal. crenças éticos. Analisa os conceitos de carreto e incor-
reto, bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta, as-
Ética Profissional e Ética Política: Tu- sim como conceitos relacionados com estes, como, por
Ética Religiosa: As Ética Econômica: O do é possível, pois exemplo, a responsabilidade moral, a virtude, os direitos.
regras devem ser obe- que importa é o capital. em política tudo
decidas. vale.
Inclui também a epistemologia moral: o modo como a
verdade ética pode ser conhecida (se é que o pode); e a
ontologia moral: a questão de saber se há uma realidade
Em ética normativa, é a investigação racional, ou moral que corresponde às nossas crenças e outras atitu-
uma teoria, sobre os padrões do correto e incorreto, do des morais. As questões de saber se a moral é subjetiva
bom e do mau, com respeito ao caráter e à conduta, que ou objetiva, relativa ou absoluta, e em que sentido o é,
uma classe de indivíduos tem o dever de aceitar. Esta pertencem a metaética.
classe pode ser a humanidade em geral, mas podemos
também considerar que a ética médica, a ética empresa-
rial, etc., são corpos de padrões que os profissionais em
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Ética no Serviço Público


Conclusão: Por que falamos em ética hoje?
ÉTICA é algo que todos precisam ter. Não é por modismo nem por idealismo. Temos que
discutir por uma questão de sobrevivência. Anseios que
Alguns dizem que têm.
estão em jogo. São os anseios da humanidade:
Poucos levam a sério.
Ninguém cumpre à risca... 1. Dignidade humana.
2. Vida qualidade; sobrevivência; grito pela dignida-
Então, Ética enquanto forma de vida adquirida ou
de humana. É o tema mais ecumênico que existe.
conquistada pelo homem é norma, ou seja, aquilo que
3. Felicidade; realização humana. Vai além da reali-
deve ser.
zação subjetiva: Política, social, cultural, profissional,
Moral vem do latim mos ou mores, "costume" ou em nível de esperança e fé. Começamos a gritar no fundo
"costumes" no sentido de conjunto de regras adquiridas do poço: Grito por dignidade. Bioética: A saúde autênti-
por hábito. A moral se refere, ao comportamento adqui- ca a infraestrutura da felicidade.
rido ou modo de ser conquistado pelo homem.
A realidade moral varia historicamente e, com ela,
Moral – costume, realização da ação. variam os princípios e a suas normas. A pretensão de
formular princípios e normas universais, deixando de la-
Assim, portanto, originariamente, ethos e mos, "cará-
do a experiência moral histórica, afastaria da teoria pre-
ter" e "costume", assentam-se num modo de comporta-
cisamente a realidade que deveria explicar.
mento que não corresponde a uma disposição natural,
mas que é algo adquirido ou conquistado por hábito. E Ética e ideologia: muitas doutrinas éticas do passado
precisamente esse caráter não natural, mas cultural da são não uma investigação ou esclarecimento da moral
maneira de ser do homem que, na Antiguidade, lhe con- como comportamento efetivo, humano, mas justificação
fere sua dimensão moral. ideológica de determinada moral, correspondente a ne-
cessidades sociais, e, para isso, elevam seus princípios e
Existe alguma diferença entre ética e moral?
as suas normas categoria de princípios e normas univer-
A função da ética é a mesma de toda a teoria: ex- sais, válidos para qualquer moral.
plicar, esclarecer ou investigar uma determinada reali- “As relações internacionais não são éticas, são
dade, elaborando os conceitos correspondentes. ideológicas.”
Ela busca o fundamento das normas morais sendo
A palavra "moral" e as suas cognatas refere-se ao que
que elas devem valer para uma sociedade grega, medie-
é bom ou mau, carreto ou incorreto, no caráter ou condu-
val ou moderna. Portanto são fundamentos para a moral
ta humana. Mas o bem moral (ou a correção) não é o
grega ou moderna. Por exemplo: a grega é orientada para único tipo de bem; assim, a questão é saber como distin-
a virtude de polis, a medieval pressupõe uma essência guir entre o moral e o não moral. Esta questão é objeto
constante; a moderna como uma moral individual. de discussão. Algumas respostas são em termos de con-
A função teórica da ética evita exatamente de tor- teúdo. Uma opinião é que as preocupações morais são
ná-la ou reduzi-la a uma disciplina normativa ou unicamente as que se relacionam com o sexo. Mais plau-
pragmática. O valor da ética como teoria está naquilo sível é a sugestão de que as questões morais são unica-
que explica, e não no fato de recomendar ou prescrever mente as que afetam outras pessoas. Mas há teorias
com vistas à ação em situações concretas. Exemplos: Ela (Aristóteles, Hume) que considerariam que mesmo esta
não diz em que situações devemos fazer o bem, mas o demarcação é excessivamente redutora. Outras respostas
que é o bem e porque é um valor fundamental para a fornecem um critério formal: por exemplo, que as exi-
pessoa. Da mesma forma em relação à justiça, respeito, gências morais são as que têm origem em Deus, ou que
liberdade, equidade, distribuição, prudência, etc. as exigências morais são as que derrotam quaisquer ou-
tros tipos de exigências ou, ainda, que os juízos morais
A essência da ética é definir os traços essenciais ou a são universalizáveis.
essência do comportamento moral, à diferença de outras
formas de comportamento humano, como a religião, a A palavra latina "moralis", que é a raiz da palavra
política, o direito, a atividade científica, a arte, o trato portuguesa, foi criada por Cícero a partir de "mos" (plu-
social, etc. ral "mores"), que significa costumes, para corresponder
ao termo grego "ethos" (costumes). É por isso que em
O problema da essência do ato moral envia a outro muitos contextos, mas nem sempre, os termos "mo-
problema importantíssimo: o da responsabilidade. Esta ral/ético", "moralidade/ética", "filosofia moral/ética" são
questão está ligada ao problema da vontade, por isso, é sinônimos. Mas as duas palavras têm também sido usa-
inseparável da responsabilidade. das para fazer várias distinções:
Decidir e agir numa situação concreta é um problema 1. Hegel contrasta a Moralität (moralidade) com a
prático-moral; mas investigar o modo pelo qual a res- Sittlichkeit ("eticalidade" ou vida ética). Segundo Hegel,
ponsabilidade moral se relaciona com a liberdade e com a moralidade tem origem em Sócrates e foi reforçada
o determinismo ao qual os nossos atos estão sujeitos é com o nascimento do cristianismo, a reforma e Kant, e é
um problema teórico, cujo estudo é competência da éti- o que é do interesse do indivíduo autônomo. Apesar de a
ca. moralidade envolver um cuidado com o bem-estar não
apenas de si mas também dos outros, deixa muito a dese-

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jar por causa da sua incompatibilidade potencial com va- nistração pública a legalidade, a impessoalidade, a mora-
lores sociais estabelecidos e comuns, assim como com os lidade, a publicidade e a eficiência, querendo, com isso,
costumes e instituições que dão corpo e permitem a ma- afirmar que essas características ou qualidades devem ser
nutenção desse valores. Viver numa harmonia não força- buscadas ou merecem ser desejadas (ou seja, são valores
da com estes valores e instituições é a Sittlichkeit, na fundamentais, de acordo com a definição proposta aci-
qual a autonomia do indivíduo, os direitos da consciên- ma). Mas podemos também entender “princípios” de ou-
cia individual, são reconhecidos mas devidamente res- tra forma, útil também para fixarmos nosso padrão. Um
tringidos; princípio, como o próprio nome já indica, é um começo:
2. De modo análogo, alguns autores mais recentes é algo que é posto no início, como base ou fundamento.
usam a palavra "moralidade" para designar um tipo es- Há princípios de vários tipos, em vários domínios. Há
pecial de ética. Bernard Williams (Ethics and the Limits princípios matemáticos (os axiomas, por exemplo), há
of Philosophy, 1985), por exemplo, argumenta que "a princípios lógicos (o da não-contradição, por exemplo) e
instituição da moralidade" encara os padrões e normas há princípios morais. Princípios morais poderiam ser
éticas como se fossem semelhantes a regras legais, tor- descritos, genericamente, como regras de aplicação mui-
nando-se por isso a obediência ao dever a única virtude to geral.
genuína. Esta é uma perspectiva que, na sua opinião, de- Há muitos princípios morais, alguns de origem reli-
ve ser abandonada a favor de uma abordagem da vida giosa, outros de origem filosófica. A famosa “regra de
ética menos moralista e mais humana e sem restrições; ouro”, por exemplo, encontrável, em várias versões, em
3. Habermas, por outro lado, faz uma distinção que inúmeras tradições religiosas, é um princípio, no sentido
está também implícita na Teoria da Justiça de Rawls en- definido antes. Na tradição filosófica, dois princípios são
tre ética, que tem a ver com a vida boa (que não é o particularmente importantes. Um deles é o “princípio da
mesmo para todas as pessoas), e a moralidade, que tem a maior felicidade”, proposto pelos filósofos chamados de
ver com a dimensão social da vida humana e portanto “utilitaristas”, que diz que devemos agir de tal maneira a
com princípios de conduta que podem ter aplicação uni- promover a maior felicidade (entendida por eles, em ge-
versal. A ética ocupa-se da vida boa, a moralidade da ral, em termos de bem-estar) do maior número possível
conduta carreta. dos afetados por nossa ação. Outro é o “imperativo cate-
górico”, proposto pelo filósofo alemão I. Kant, que diz
2. ÉTICA – PRINCÍPIOS E VALORES
que devemos agir de tal modo que possamos querer que
O que está incluído no “padrão ético”? a regra escolhida para nossa ação possa ser uma lei uni-
Tomado em geral, um “padrão ético” a partir do qual versal e que nunca devemos tratar as outras pessoas ape-
se avalia a atuação de um grupo no sentido apontado nas como meios, mas sempre como fins. Essas são regras
compreende, fundamentalmente, valores, princípios, gerais, aplicáveis a todos os casos.
ideais e regras. Fixar o padrão ético, assim, significa ex- Os princípios, entendidos assim, como regras muito
plicitar os valores que afirmamos, os princípios que gerais, são úteis para guiar nosso raciocínio sobre ques-
guiam nossos juízos, os ideais que nos permitem cons- tões éticas. Muitas vezes, encontrar um princípio geral
truir nossa identidade como grupo e as regras que defi- que subsuma o caso particular sobre o qual julgamos jus-
nem nossas obrigações. tifica nosso juízo particular. Além desse papel de justifi-
Um valor é, genericamente, tudo aquilo que afirma- cação, os princípios funcionam também como elementos
mos merecer ser desejado. Afirmamos, em primeiro lu- de previsibilidade, servindo como barreiras contra a arbi-
gar, que determinados fins devem ser desejados ou bus- trariedade. Quando dizemos de alguém que é uma “pes-
cados. Dizemos, por exemplo, que ter saúde, ter felicida- soa de princípios”, estamos querendo dizer também que
de, ter um grau razoável de conforto material, ter uma é uma pessoa que age de forma regrada e não de forma
boa educação, etc., são coisas que merecem ser buscadas arbitrária, de tal maneira que, com ela, pode-se interagir
ou desejadas. Saúde, felicidade, conforto, educação, as- e cooperar. Finalmente, princípios também servem para
sim, são valores para nós. Também afirmamos que de- guiar nossas escolhas, funcionando como elementos de
terminadas características das pessoas ou de suas ações previsão. Assim, fixar nossos princípios, tal como fixar
merecem ser aprovadas. Dizemos, por exemplo, que uma nossos valores, é importante para orientar nossas deci-
pessoa honesta ou veraz, uma ação corajosa ou uma pes- sões e escolhas, bem como para pôr às claras as bases
soa temperante, etc, têm mérito. Honestidade, veracida- éticas de nossa convivência.
de, coragem, temperança, etc., são, para nós, também va- Ideais estão intimamente relacionados aos valores. O
lores. conjunto de valores (fins ou objetivos, características e
Os valores funcionam em geral como orientadores de traços de caráter ou “virtudes”, etc.) compõe, no conjun-
nossas escolhas e decisões. Determinando quais são to, uma concepção do que, para nós como grupo ou co-
aquelas coisas que merecem ser desejadas, podemos mo membros desse grupo, é considerado bom. Essa con-
mais facilmente estabelecer nossas preferências e, em cepção do que é bom é o que estamos chamando aqui de
função disso, escolher e decidir. Daí a importância de ter ideal, individual ou coletivo. Um “padrão ético” implica,
claro quais são nossos valores. assim, um ideal aplicável seja à totalidade do grupo a
que se refere (por exemplo, ao serviço público: o que de-
O termo “Princípios”, muitas vezes, é usado como
ve buscar alcançar, como deve fazê-lo, como os valores
sinônimo para “valores” segundo a definição proposta
se incorporam a sua estrutura, etc.), seja aos indivíduos
acima. É assim, por exemplo, na Constituição Federal,
que o compõem (que qualidades ou virtudes deve possuir
que, no art. 37, estabelece que são “princípios” da admi-
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um servidor público, por exemplo). Esses ideais, em ge- Democracia é um conjunto de princípios e práticas
ral, aparecem na forma de modelos ou exemplos a serem que protegem a liberdade humana; é a institucionalização
seguidos ou imitados. É com referência a esses ideais, ou da liberdade.
seja, dessas concepções gerais do que, para nós, constitui A democracia baseia-se nos princípios do governo
o bem, que um grupo pode definir sua identidade como da maioria associados aos direitos individuais e das mi-
grupo. norias. Todas as democracias, embora respeitem a von-
tade da maioria, protegem escrupulosamente os direitos
Finalmente, o “padrão ético” vai conter um número
fundamentais dos indivíduos e das minorias.
de regras ou normas particulares aplicáveis às várias si-
As democracias protegem de governos centrais
tuações e problemas encontráveis na vida do grupo a que
muito poderosos e fazem a descentralização do governo
se aplica. Essas regras procuram orientar mais de perto a
a nível regional e local, entendendo que o governo local
conduta, aplicando e dando maior concretude aos valores
deve ser tão acessível e receptivo às pessoas quanto pos-
afirmados.
sível.
Frequentemente, essas regras aparecem organizadas As democracias entendem que uma das suas princi-
na forma de códigos de ética ou de conduta. pais funções é proteger direitos humanos fundamentais
como a liberdade de expressão e de religião; o direito a
Valor: Genericamente, valor é tudo aquilo que afir-
proteção legal igual; e a oportunidade de organizar e par-
mamos merecer ser buscado ticipar plenamente na vida política, econômica e cultural
Valores podem ser: da sociedade.
As democracias conduzem regularmente eleições
Fins: bem-estar, felicidade, prosperidade... livres e justas, abertas a todos os cidadãos. As eleições
Características: honestidade, justiça, generosidade, numa democracia não podem ser fachadas atrás das
coragem... quais se escondem ditadores ou um partido único, mas
Princípios: Princípios morais são regras de aplicação verdadeiras competições pelo apoio do povo.
muito geral A democracia sujeita os governos ao Estado de Di-
Exemplos: reito e assegura que todos os cidadãos recebam a mesma
proteção legal e que os seus direitos sejam protegidos
A Regra de Ouro: “Não faça ao outro o que você não pelo sistema judiciário.
quer que seja feito a você” As democracias são diversificadas, refletindo a vida
O Princípio da Utilidade: “Aja de tal maneira a pro- política, social e cultural de cada país. As democracias
mover a maior felicidade do maior número de pessoas baseiam-se em princípios fundamentais e não em práti-
atingidas por sua ação” cas uniformes.
Ideais: O conjunto de valores que afirmamos compõe Os cidadãos numa democracia não têm apenas di-
um ideal ou uma concepção do que, para nós, é bom. reitos, têm o dever de participar no sistema político que,
por seu lado, protege os seus direitos e as suas liberda-
Ideais são também aqueles comportamentos que, em- des.
bora valorizados, vão além do que é estritamente exi- As sociedades democráticas estão empenhadas nos
gido pelas regras (p. ex., a solidariedade) valores da tolerância, da cooperação e do compromisso.
Regras: Enunciam obrigações ou proibições aplicá- As democracias reconhecem que chegar a um consenso
veis às várias situações e problemas encontrados na vida requer compromisso e que isto nem sempre é realizável.
do grupo a que se dirige. Em geral, procuram traduzir os Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em
valores e princípios em orientações concretas para a si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvol-
ação. vimento do verdadeiro espírito democrático”.
A origem da palavra cidadania vem do latim “civi-
Valores, princípios, ideais e regras funcionam ori-
tas”, que quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usa-
entando nossas escolhas e decisões.
da na Roma antiga para indicar a situação política de
uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia
exercer. Segundo Dalmo Dallari:
3. ÉTICA E DEMOCRACIA EXERCÍCIO DA
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que
CIDADANIA
dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da
Democracia vem da palavra grega “demos” que sig- vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania
nifica povo. Nas democracias, é o povo quem detém o está marginalizado ou excluído da vida social e da to-
poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo. mada de decisões, ficando numa posição de inferiorida-
de dentro do grupo social”.
Embora existam pequenas diferenças nas várias de-
mocracias, certos princípios e práticas distinguem o go- No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania. Da-
verno democrático de outras formas de governo. mos passos importantes com o processo de redemocrati-
zação e a Constituição de 1988. Mas, muito temos que
Democracia é o governo no qual o poder e a res- andar. Ainda predomina uma visão reducionista da cida-
ponsabilidade cívica são exercidos por todos os cida- dania (votar, e de forma obrigatória, pagar os impostos...
dãos, diretamente ou através dos seus representantes li- ou seja, fazer coisas que nos são impostas) e encontra-
vremente eleitos. mos muitas barreiras culturais e históricas para a vivên-

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cia da cidadania. Somos filhos e filhas de uma nação administrativa que o torna funcional) foi instituído com o
nascida sob o signo da cruz e da espada, acostumados a propósito de realizar determinados fins daqueles que o
apanhar calados, a dizer sempre “sim senhor?, a «engolir instituíram.
sapos”, a achar “normal” as injustiças, a termos um “jei-
Podemos imaginar que existe uma espécie de “pacto”
tinho’ para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a
(para usar, mesmo que um pouco imprecisamente, uma
pensar que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal
ideia sugerida por alguns filósofos e teóricos políticos)
e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas es-
entre aqueles que governam e administram o Estado e
tão como estão é por vontade Dele.
aqueles que, em certo sentido, concederam-lhes a autori-
Os direitos que temos não nos foram conferidos, mas dade suficiente para agir de modo a garantir a realização
conquistados. Muitas vezes compreendemos os direitos daqueles fins. Como sugerem alguns, deveríamos pensar
como uma concessão, um favor de quem está em cima que essa autoridade é concedida como que “em depósi-
para os que estão em baixo. Contudo, a cidadania não to”: os governantes e administradores da coisa pública
nos é dada, ela é construída e conquistada a partir da recebem como um depósito feito em confiança a autori-
nossa capacidade de organização, participação e inter- dade de que dispõem. Nesta maneira de ver, é essa con-
venção social. fiança que “autoriza” os governantes: sem ela, a autori-
A cidadania não surge do nada como um toque de dade desfaz-se ou torna-se arbitrária.
mágica, nem tão pouco a simples conquista legal de al-
Essa ideia é sumarizada de forma particularmente fe-
guns direitos significa a realização destes direitos. É ne-
liz (e por isso lembramos aqui o exemplo) nos Padrões
cessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os
de Conduta Ética para Funcionários do Poder Executi-
seus direitos. Simplesmente porque existe o Código do
vo, principal documento norte-americano relativo à ética
Consumidor, automaticamente deixarão de existir os
no serviço público. O princípio fundamental, do qual de-
desrespeitos aos direitos do consumidor ou então estes
corre a obrigação básica do serviço público, é que esse
direitos se tornarão efetivos? Não! Se o cidadão não se
serviço é um public trust, isto é, envolve uma espécie de
apropriar desses direitos fazendo-os valer, esses serão le-
“depósito de confiança” por parte do público. O padrão
tra morta, ficarão só no papel.
ético do serviço público, assim, deve refletir, em seus va-
Construir cidadania é também construir novas rela- lores, princípios, ideais e regras, a necessidade primária
ções e consciências. A cidadania é algo que não se de honrar essa confiança.
aprende com os livros, mas com a convivência, na vida
Da mesma forma, a necessidade do respeito a essa
social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exerci-
confiança depositada pelo público está implícita nos
tamos a nossa cidadania, através das relações que estabe-
“princípios” (ou valores fundamentais) da administração
lecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio
pública afirmados pela Constituição Federal. Afirmar o
meio ambiente. A cidadania deve ser perpassada por te-
valor da legalidade, por exemplo, implica reconhecer na
máticas como a solidariedade, a democracia, os direitos
lei uma das mais importantes condições de possibilidade
humanos, a ecologia, a ética.
da vida em comum. Em um Estado cujo ordenamento ju-
A cidadania é tarefa que não termina. A cidadania rídico pode ser minimamente caracterizado como correto
não é como um dever de casa, onde faço a minha parte, (ou seja, as normas jurídicas têm origem em um processo
apresento e pronto, acabou. Enquanto seres inacabados legítimo, estão postas em uma estrutura que as relaciona
que somos, sempre estaremos buscando, descobrindo, e lhes dá sentido, respeitam princípios gerais de justiça,
criando e tomando consciência mais ampla dos direitos. etc.), seguir as leis é garantia da liberdade no sentido po-
Nunca poderemos chegar e entregar a tarefa pronta, pois lítico. O ordenamento jurídico estabelece um sistema
novos desafios na vida social surgirão, demandando no- público de regras que, definindo direitos e deveres, torna
vas conquistas e, portanto, mais cidadania. possível que se afaste a arbitrariedade da vida em co-
mum ao mesmo tempo que garante a cada um a possibi-
lidade de realizar seus projetos de vida ao permitir um
4. ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA controle razoável dos conflitos e ao possibilitar a coope-
PADRÃO ÉTICO DO SERVIÇO PÚBLICO ração. O compromisso do serviço público com a lei é
ainda mais estreito: é o serviço público, afinal, que é res-
Posto isso, em geral, qual deve ser agora o padrão ponsável por traduzir uma boa parte desse sistema públi-
ético do serviço público? Não nos cabe aqui ditar qual co de regras em ações. Não pode, assim, deixar de orien-
seja esse padrão (só o conjunto dos servidores públicos tar-se pelo valor fundamental do respeito às leis – pelo
deve poder fixar seu padrão ético), mas podemos, em to- valor da legalidade – sem negar sua própria razão de ser,
do caso, apresentar algumas reflexões preliminares sobre sem negar o compromisso implícito que, de certa forma,
alguns aspectos desse padrão, em especial sobre os valo- presidiu sua instituição.
res associados a ele. O ponto fundamental, que deve ser
antes de mais nada bem compreendido, é que o padrão O valor da impessoalidade está ainda mais direta-
ético do serviço público decorre de sua própria natureza. mente associado ao caráter público do serviço público.
Os valores fundamentais do serviço público decorrem “Público” é também aquilo que é comum: nesse sentido,
primariamente do seu caráter público e de sua relação contrapõe-se a “privado”. Os laços que constituem a co-
com o público. De um ponto de vista normativo (ou seja, munidade no sentido público são diferentes daqueles que
do ponto de vista do “dever ser”), que é o que nos inte- constituem o domínio privado. Afirmar, então, que o
ressa aqui, podemos imaginar que o Estado (e a estrutura serviço público deve caracterizar-se pela impessoalidade

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Ética no Serviço Público


significa dizer que as relações em que está de algum mo- A esses valores foi acrescentado o da eficiência, que
do envolvido são de caráter diferente das que caracteri- decorre não tanto do aspecto público do serviço público,
zam o domínio privado. Um ponto importante é que, mas do fato de que é um serviço prestado. Em todo caso,
nesse domínio privado, as relações são frequentemente é uma obrigação do serviço público, assumida diante da-
caracterizadas pela diferença, pelas preferências: as rela- queles que o mantêm – diante do público, portanto –, ser
ções entre pais e filhos, entre irmãos ou entre amigos en- o mais eficiente possível na utilização dos meios (públi-
volvem em geral aspectos (afetivos, biográficos, etc.) cos) que são postos à sua disposição para a realização
que as tornam irrepetíveis, únicas. das finalidades que lhe cabem realizar. A confiança do
público varia também em função da eficiência do serviço
Parece natural, neste domínio privado, que um pai
que lhes é prestado.
trate de forma privilegiada seus próprios filhos ou um
amigo dê preferência a outro amigo. Dizer que o serviço
público deve ser impessoal significa dizer que essas pre- 5. ÉTICA NO SETOR PÚBLICO
ferências, esses privilégios, essas diferenças não cabem
mais no domínio público – justamente porque, nesse Afinal, para que a ética? Qual o sentido da preocupa-
domínio, trata-se daquilo que é comum, trata-se daquilo ção cada vez mais generalizada, no Brasil e no mundo,
que é devido a cada um não do ponto de vista particular com a ética na vida pública? Que razões, afinal, nós te-
de suas peculiaridades, mas do ponto de vista geral da mos para promover a ética no serviço público? Vamos
cidadania. O valor da impessoalidade, assim, vem acom- tentar responder a essas questões por duas vias. Primei-
panhado de perto pelos valores da igualdade e da impar- ramente, se aceitamos, como um postulado, que os limi-
cialidade. Todos são iguais no sentido em que todos têm tes impostos pela moralidade são uma condição sine qua
o mesmo valor como pessoas morais ou como cidadãos non da vida em sociedade, pode ser útil tentar ver, a par-
e, assim, merecem, em princípio, o mesmo tratamento. tir da própria natureza da moralidade considerada desde
Todos os casos, mesmo aqueles que, por suas caracterís- esta perspectiva, qual o sentido de afirmarmos padrões
ticas, são os mais peculiares, devem ser considerados do éticos em geral. Em seguida, é preciso ver, no contexto
ponto de vista imparcial de qualquer um. mais restrito do serviço público, por que se justifica a
preocupação com a promoção da ética.
O valor da impessoalidade, visto assim em conexão
com a ideia de imparcialidade, supõe uma distinção clara Vamos chamar aqui de moralidade o sistema de re-
entre aquilo que é público e aquilo que é privado. Um gras, valores, ideais e princípios que corresponde ao pa-
dos pontos mais enfatizados nos programas de promoção drão ético geral de uma sociedade. Tal como o ordena-
da ética pública nos mais variados países é, justamente, o mento jurídico, esse sistema de regras caracteriza-se por
do conflito de interesses – os conflitos que podem surgir ser público, isto é, comum a todos e de conhecimento de
entre o interesse comum, público, e os interesses particu- todos. Para que uma comunidade exista com o mínimo
lares dos servidores. Administrar esses conflitos – ou se- de coesão e estabilidade é necessário que exista um tal
ja, evitar que a perspectiva privada imponha-se sobre a sistema, que todos o conheçam e que todos acreditem
comum e, assim, perca-se a perspectiva imparcial a partir que pelo menos a maior parte das pessoas, na maior parte
da qual deve ser considerado o interesse público – é uma do tempo, está disposta a segui-lo. Parte substancial de
necessidade imposta também pela afirmação do valor da ambos os sistemas – o jurídico e o moral – tem a finali-
impessoalidade. dade de regular o comportamento de cada um na medida
em que suas ações afetam os interesses dos outros. Essa
O valor da moralidade impõe-se já pelo que foi dito regulação em geral aparece como uma limitação imposta
anteriormente. O padrão que define a conduta ética dos às possibilidades de agir de cada um. O ordenamento ju-
servidores públicos não pode ir de encontro ao padrão rídico e a moralidade têm a função de assinalar, dentre as
ético mais geral da sociedade. inúmeras possibilidades de ação abertas a um agente,
Esse padrão ético mais geral resume a moralidade vi- quais as que são aceitáveis, tendo em vista a forma como
gente em uma sociedade. É, tal como o ordenamento ju- essas ações afetam os interesses de outros agentes. Vista
rídico, um sistema público de valores, princípios, ideais assim, a moralidade é, substancialmente, um sistema de
e regras. E, ainda tal como o ordenamento jurídico, é ou- exigências mútuas que tem a finalidade de garantir o res-
tra condição de possibilidade da vida em comum. A falta peito aos vários interesses dos indivíduos que compõem
de respeito a esse padrão implica, portanto, uma violação uma sociedade. O objetivo é, de certa forma, diminuir o
direta da confiança depositada pelo público, uma vez que mal ou o dano que poderia ser causado a esses interesses
atenta contra aquilo mesmo que torna possível sua exis- na ausência de tais limites. A fixação e a explicitação do
tência como comunidade. padrão ético, assim, cumpre uma função geral de justifi-
cação: o padrão serve justamente para ajudar-nos a deci-
Mais do que todos, o valor da publicidade liga-se ao dir ou identificar quais são as exigências e limitações
aspecto público do serviço público. A esse valor pode- justificadas e quais não o são.
mos associar, por exemplo, a ideia de transparência e a
da necessidade de prestar contas diante do público. O que vale para o padrão ético geral (a moralidade
vigente) de uma determinada sociedade vale para o pa-
drão ético mais restrito, no sentido em que aparece no
contexto das “éticas profissionais”.

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Ética no Serviço Público


Também eles visam a possibilitar a escolha de alter-
nativas de ação dentre as várias existentes. Também 5.1. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO
cumprem uma função de justificação: é sempre em rela- SERVIÇO PÚBLICO
ção a esses padrões que podemos justificar as exigências
que erguemos uns aos outros em nossa convivência – DECRETO N.º 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
exigências que tornam mesmo essa convivência possível. Aprova o Código de Ética Profissio-
Se por “promover a ética” entendermos o esforço de fi- nal do Servidor Público Civil do Po-
xar, explicitar e tornar efetivo, nas ações, o padrão ético, der Executivo Federal.
então a promoção da ética é absolutamente necessária
para a coesão e a estabilidade do grupo a que se dirige, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri-
para a redução da possibilidade de dano e para a elimi- buições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda
nação da arbitrariedade na imposição necessária de limi- tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem
tes, em função das exigências mútuas que erguemos. como nos arts. 116 e 117 da Lei n.º 8.112, de 11 de de-
zembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n.º 8.429,
Mas no caso específico do serviço público, uma outra de 2 de junho de 1992,
série de razões reforça a preocupação com a promoção
da ética. Essa série de razões provém agora das relações DECRETA:
entre o serviço público e o público que é servido por ele Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional
e está ligada à ideia de confiança, a que já aludimos an- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
tes mais acima. que com este baixa.
Confiança tem um duplo aspecto. Liga-se, por um la- Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pú-
do, à ideia de legitimidade: a crença do público na inte- blica Federal direta e indireta implementarão, em sessen-
gridade do serviço público é um componente fundamen- ta dias, as providências necessárias à plena vigência do
tal da crença na legitimidade das instituições, em geral. Código de Ética, inclusive mediante a constituição da
Por outro lado, parece haver uma relação direta entre a respectiva Comissão de Ética, integrada por três servido-
confiança do público nas instituições e a capacidade de- res ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
las de responder adequadamente às suas necessidades. permanente.
Esses dois aspectos da confiança – o aspecto normativo Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética
da legitimidade e o aspecto da eficácia – aparecem sem- será comunicada à Secretaria da Administração Federal
pre nas tentativas mais recentes de justificar a preocupa- da Presidência da República, com a indicação dos res-
ção com a promoção da ética pública. Essa preocupação, pectivos membros titulares e suplentes.
assim, liga-se à necessidade de responder às demandas Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua pu-
dos cidadãos – demandas por integridade e correção, blicação.
exigidas em contrapartida à confiança depositada nas Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Independência
instituições, e demandas por resultados, por eficiência e e 106º da República.
eficácia dos serviços prestados. ITAMAR FRANCO
Outra razão geralmente apresentada para justificar a Romildo Canhim
preocupação crescente com a ética pública diz respeito ANEXO
às transformações pelas quais vem passando a adminis- Código de Ética Profissional do
tração pública. Para responder mais rápida e eficazmente Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
a um ambiente complexo de mudanças cada vez mais ve-
lozes, muitos países vêm adotando reformas substanciais CAPÍTULO I
em suas administrações. Uma ênfase maior nos resulta- Seção I
dos vem, em geral, nessas reformas, acompanhada por Das Regras Deontológicas
maior flexibilidade e descentralização na administração. I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons-
Essa situação, por sua vez, põe nova pressão sobre o de- ciência dos princípios morais são primados maiores que
ver dos administradores públicos de responder e prestar devem nortear o servidor público, seja no exercício do
contas, diante do público, por suas ações e resultados. cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, compor-
A fixação de um padrão de conduta para os servido- tamentos e atitudes serão direcionados para a preserva-
res públicos e sua efetiva promoção, assim, responde a ção da honra e da tradição dos serviços públicos.
imperativos de várias ordens. Responde, antes de mais II – O servidor público não poderá jamais desprezar o
nada, a um imperativo da própria moralidade: padrões elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que deci-
impõem-se na medida em que precisamos justificar nos- dir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
sas ações diante dos demais. Responde ainda a imperati- conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportu-
vos ligados às ideias de democracia e de cidadania. Por no, mas principalmente entre o honesto e o desonesto,
fim, responde aos imperativos de eficiência e eficácia. A consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4º, da
preocupação com a ética, enfim, longe de ser uma preo- Constituição Federal.
cupação acessória ou periférica, justifica-se pela própria III – A moralidade da Administração Pública não se
natureza e finalidades do serviço público. limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum.
O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta
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divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Ética no Serviço Público


do servidor público, é que poderá consolidar a moralida- público, o que quase sempre conduz à desordem nas re-
de do ato administrativo. lações humanas.
IV – A remuneração do servidor público é custeada XIII – O servidor que trabalha em harmonia com a
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada
até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapar- concidadão, colabora e de todos pode receber colabora-
tida, que a moralidade administrativa se integre no Direi- ção, pois sua atividade pública é a grande oportunidade
to, como elemento indissociável de sua aplicação e de para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
sua finalidade, erigindo-se, como consequência em fator
Seção II
de legalidade.
Dos Principais Deveres do Servidor Público
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público
XIV – São deveres fundamentais do servidor público:
perante a comunidade deve ser entendido como acrésci-
mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, inte- a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
grante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser con- função ou emprego público de que seja titular;
siderado como seu maior patrimônio b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
VI – A função pública deve ser tida como exercício rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente
profissional e, portanto, se integra na vida particular de resolver situações procrastinatórias, principalmente dian-
cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados te de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na pres-
na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão tação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribui-
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcio- ções, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
nal. c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a
VII – Salvo os casos de segurança nacional, investi- integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando
gações policiais ou interesse superior do Estado e da estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajo-
Administração Pública, a serem preservados em processo sa para o bem comum;
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a pu- d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-
blicidade de qualquer ato administrativo constitui requi- dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da
sito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão coletividade a seu cargo;
comprometimento ético contra o bem comum, imputável e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços,
a quem a negar. aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor o público;
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
interesses da própria pessoa interessada ou da Adminis- princípios éticos que se materializam na adequada pres-
tração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabili- tação dos serviços públicos;
zar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten-
opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mes- ção, respeitando a capacidade e as limitações individuais
mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. de todos os usuários do serviço público, sem qualquer
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacio-
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela nalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. moral;
Da mesma forma, causar dano a qualquer bem perten- h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor
cente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descui- de representar contra qualquer comprometimento indevi-
do ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao do da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-
os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligên- cos, de contratantes, interessados e outros que visem ob-
cia, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para ter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas
construí-los. em decorrência de ações morais, ilegais ou aéticas e de-
X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à es- nunciá-las;
pera de solução que compete ao setor em que exerça suas j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exi-
funções, permitindo a formação de longas filas, ou qual- gências específicas da defesa da vida e da segurança co-
quer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não letiva;
caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desu- l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de
manidade, mas principalmente grave dano moral aos que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,
usuários dos serviços públicos. refletindo negativamente em todo o sistema;
XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e
ordens legais de seus superiores, velando atentamente qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exi-
por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta ne- gindo as providências cabíveis;
gligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de n) manter limpo e em perfeita ordem o local de traba-
desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e carac- lho, seguindo os métodos mais adequados à sua organi-
terizam até mesmo imprudência no desempenho da fun- zação e distribuição;
ção pública. o) participar dos movimentos e estudos que se relaci-
XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu onem com a melhoria do exercício de suas funções, ten-
local de trabalho é fator de desmoralização do serviço do por escopo a realização do bem comum;

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p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade- m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
quadas ao exercício da função; âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas parentes, de amigos ou de terceiros;
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exer- n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
ce suas funções; habitualmente;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as o) dar o seu concurso a qualquer instituição que aten-
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, te contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, humana;
mantendo tudo sempre em boa ordem. p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
por quem de direito;
CAPÍTULO II
t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas
Das Comissões de Ética
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-
XVI – Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários
tração Pública Federal direta, indireta autárquica e fun-
do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
dacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser cri-
ção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao inte-
ada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e
resse público, mesmo que observando as formalidades
aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tra-
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
tamento com as pessoas e com o patrimônio público,
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação
classe sobre a existência deste Código de Ética, estimu-
ou de procedimento susceptível de censura.
lando o seu integral cumprimento.
XVII – REVOGADO
Seção III XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos
Das Vedações ao Servidor Público organismos encarregados da execução do quadro de car-
XV – E vedado ao servidor público; reira dos servidores, os registros sobre sua conduta Ética,
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para
tempo, posição e influências, para obter qualquer favore- todos os demais procedimentos próprios da carreira do
cimento, para si ou para outrem; servidor público.
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros XIX – REVOGADO
servidores ou de cidadãos que deles dependam; XX – REVOGADO
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, XXI – REVOGADO
conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou XXII – A pena aplicável ao servidor público pela
ao Código de Ética de sua profissão; Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o constará do respectivo parecer, assinado por todos os
exercício regular de direito por qualquer pessoa, causan- seus integrantes, com ciência do faltoso.
do-lhe dano moral ou material; XXIII – REVOGADO
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos XXIV – Para fins de apuração do comprometimento
ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
do seu mister; por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, preste serviços de natureza permanente, temporária ou
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal inter- excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde
firam no trato com o público, com os jurisdicionados que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do
administrativos ou com colegas hierarquicamente supe- poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas,
riores ou inferiores; as entidades paraestatais, as empresas públicas e as soci-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber edades de economia mista, ou em qualquer setor onde
qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, prevaleça o interesse do Estado.
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para XXV – REVOGADO
si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da
sua missão ou para influenciar outro servidor para o EXERCÍCIOS
mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva Nas questões de 01 a 20, marque uma única alterna-
encaminhar para providências; tiva correta conforme pede seu comando.
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite 01. (UERN/Agente Técnico Administrativo
do atendimento em serviços públicos;
/CESPE/ UnB/2010). A moralidade da administração
j) desviar servidor público para atendimento a inte-
pública não deve ser limitada tão somente à distinção en-
resse particular;
tre o bem e o mal. De acordo com o que dispõe o Código
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente
de Ética do Servidor Público, o fim almejado deve ser,
autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-
sempre,
cente ao patrimônio público;
A) o atendimento às razões do Estado.
B) a manutenção da ordem e a realização do progresso.

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Ética no Serviço Público


C) o bem comum. III. usar o cargo ou função, facilidades, amizades, tem-
D) o interesse da maioria. po, posição e influências para obter qualquer favo-
E) a preservação da estrutura corporativa do Estado. recimento, para si ou para outrem, bem como desvi-
ar servidor público para atendimento a interesse
02. (UERN/Agente Técnico Administrativo / particular.
CESPE/UnB/2010). De acordo com o respectivo Códi- IV. usar símbolos que evidenciem sua filiação religiosa
go de Ética, constitui dever fundamental do servidor pú- no ambiente de trabalho.
blico V. consumir medicamentos sem prescrição médica,
bem como dar o seu concurso a qualquer instituição
I. ter a consciência de que seu trabalho é regido por
que atente contra a moral, a honestidade ou a digni-
princípios éticos que se materializam na adequada
dade da pessoa humana.
prestação dos serviços públicos.
II. resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-
Estão certos apenas os itens
cos, de contratantes, interessados e outros que vi-
sem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens A) I e II.
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais B) IV e V.
ou aéticas. C) I, II e III.
III. abdicar dos seus interesses pessoais, bem como dos D) I, III, IV e V.
meandros da vida privada, em função dos interesses E) II, III, IV e V.
maiores da sociedade brasileira, e vivenciar a pres-
tação dos serviços públicos como um verdadeiro sa- 05. (UERN/Agente Técnico Administrativo
cerdócio. /CESPE/ UnB/2010). Maria, servidora pública no estado
IV. estimular a prática da eugenia e disseminar os valo- do Rio Grande do Norte, portadora de necessidades es-
res éticos no serviço público. peciais, necessita dirigir-se periodicamente ao banheiro
para esvaziar sua sonda. Ocorre que João, um antigo co-
Estão certos apenas os itens lega de escola, trabalha agora com Maria na mesma re-
partição e, sabendo de seu apelido de infância — Maria
A) I e II.
Caixa D’água —, frequentemente a constrange diante
B) I e III.
dos colegas e do público em geral referindo-se a ela nes-
C) II e IV.
ses termos.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV. De acordo com o que dispõe o Código de Ética do
Servidor Público e com relação à conduta de João, citada
03. (UERN/Agente Técnico Administrativo / na situação hipotética acima, assinale a opção correta.
CESPE/UnB/2010). A comissão de ética prevista no
A) Nada pode ser feito contra João, pois a regulamen-
Código de Ética do Servidor Público é encarregada de
tação ética do serviço público não pode cercear o
A) conhecer concretamente de imputação de infrações direito de expressão, por ser esse uma garantia
penais e crimes contra o patrimônio público. constitucional de todo e qualquer cidadão.
B) processar e julgar os crimes contra o Sistema Fi- B) Essa conduta não viola o referido Código, pois a
nanceiro Nacional. utilização do antigo apelido de infância de Maria é
C) processar e julgar os crimes contra a fé pública. uma forma de demonstrar carinho e aceitação. Se
D) orientar e aconselhar acerca da ética profissional do Maria sente-se constrangida, isso se deve aos seus
servidor público, no tratamento com as pessoas e bloqueios psicológicos.
com o patrimônio público. C) Essa é uma questão unicamente legal, sem qualquer
E) processar e julgar as transgressões contra a regula- repercussão de ordem ética ou moral; no entanto,
mentação ética das carreiras públicas, bem como João pode ser denunciado pela prática do crime de
aplicar as sanções penais cabíveis. constrangimento ilegal.
D) A conduta descrita é considerada gravíssima, de-
04. (UERN/Agente Técnico Administrativo / vendo João, por conseguinte, ser processado e jul-
CESPE/UnB/2010). É proibido ao servidor público gado pela Comissão de Ética no Serviço Público,
que poderá condená-lo a indenizar Maria por danos
I. pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
morais, bem como obrigá-lo à prestação de serviços
quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comunitários.
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie,
E) A conduta de João é reprovável, pois é vedado ao
para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cum-
servidor público prejudicar deliberadamente a repu-
primento da sua missão ou para influenciar outro
tação de outros servidores ou de cidadãos que deles
servidor para o mesmo fim.
dependam.
II. usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
exercício regular de direito por qualquer pessoa, de
modo a causar dano moral ou material, bem como
fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
de parentes, de amigos ou de terceiros.

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06. (UERN/Agente Técnico Administrativo / 08. (UERN/Agente Técnico Administrativo /
CESPE/UnB/2010). Carlos, servidor público, excede-se CESPE/UnB/2010). Considerando que uma servidora
na bebida aos fins de semana, quando costuma frequen- pública, insatisfeita com seu trabalho, ausente-se com
tar bares e casas noturnas de sua localidade. Nessas oca- frequência do seu local de trabalho, estendendo seu horá-
siões, Carlos costuma falar palavras de baixo calão, fazer rio de almoço indevidamente para passear, assinale a op-
gestos obscenos e dirigir impropérios contra a vida con- ção correta de acordo com o Código de Ética do Servidor
jugal de seus colegas de trabalho. Público.
Diante da situação hipotética acima e considerando A) Essa servidora está contrariando as regras de condu-
a regulamentação ética do serviço público, assinale a op- ta estabelecidas pelo referido código, pois as ausên-
ção correta. cias injustificadas de seu local de trabalho são fator
de desmoralização do serviço público, o que quase
A) Os excessos cometidos por Carlos referem-se aos
sempre conduz à desordem nas relações humanas.
períodos de folga e fora de seu local de trabalho,
B) Essa servidora pode ausentar-se, sem justificação,
portanto não afetam o serviço público.
da repartição caso a carga normal de trabalho já es-
B) Embora não haja nenhuma disposição no Código de
teja cumprida.
Ética do Servidor Público quanto aos excessos co-
C) Essa servidora está praticando o crime de apropria-
metidos por Carlos, ele praticou o crime de difama-
ção indébita ao auferir remuneração por horas de
ção contra seus colegas, podendo, em razão, disso,
serviço que não cumpre efetivamente. Ela deverá,
ser por estes processado.
portanto, ser apenada pela comissão de ética com a
C) O problema de Carlos é a propensão ao alcoolismo.
suspensão e o pagamento de multa.
Isso não é crime nem imoralidade, pois se trata de
D) O código em questão refere-se apenas às condutas
um distúrbio que deve ser devidamente tratado no
praticadas no local de trabalho. Para o caso em tela,
Sistema Único de Saúde.
o superior hierárquico dessa servidora terá de lançar
D) Ao prejudicar deliberadamente a reputação de seus
mão do Código Disciplinar do Funcionalismo Pú-
colegas e apresentar-se embriagado com habituali-
blico Federal.
dade, Carlos viola as disposições do Código de Éti-
E) Essa servidora só pode ausentar-se injustificada-
ca do Servidor Público.
mente de seu local de trabalho se ocupar cargo de
E) Carlos poderá ser exonerado do serviço público pe-
chefia.
las práticas dos crimes de atentado violento ao pu-
dor e calúnia.
9. (UERN/Agente Técnico Administrativo
/CESPE/UnB/2010). Osvaldo encontrava-se assoberba-
07. (UERN/Agente Técnico Administrativo
do pela quantidade de trabalho que devia executar. Como
/CESPE/UnB/2010). Lúcia, servidora pública, a fim de
servidor público, ele tem plena consciência de suas res-
complementar sua renda, associou-se a um grupo de vi-
ponsabilidades e atribuições, porém, em função do can-
zinhas para comercializar um milagroso chá caseiro para
saço e do estresse a que se encontra sujeito, resolveu re-
emagrecer. O produto, vendido pelo grupo, era anuncia-
tardar a prestação de contas do órgão em que está lotado.
do com a garantia de fazer os usuários perderem 20 kg
em uma semana. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção
correta.
Com base na situação hipotética apresentada, assi-
nale a opção correta. A) Se Osvaldo usou do seu poder discricionário e optou
por retardar a prestação de contas decidindo priorizar
A) Caso Lúcia comercializasse seus produtos fora de outras ações, que considerou mais importantes que es-
seu local de trabalho e em suas horas de folga, não ta, sua conduta não violou o Código de Ética do Servi-
haveria nenhum impedimento ético para sua condu- dor Público, haja vista que a prestação de contas é um
ta. encargo meramente administrativo.
B) Ao vender o referido produto, Lúcia praticou o cri- B) Osvaldo faltou com um dever fundamental do servidor
me descrito como exploração da credulidade públi- público, haja vista que este não deve jamais retardar
ca e, se condenada, perderá seu cargo. qualquer prestação de contas, porque esta é uma con-
C) Lúcia violou o código de ética, pois assumiu encar- dição essencial à gestão dos bens, direitos e serviços
gos sociais incompatíveis com o exercício do poder da coletividade a seu cargo.
político. C) Osvaldo será responsabilizado pelo crime de improbi-
D) Lúcia praticou o crime de patrocínio infiel, porém dade administrativa e irresponsabilidade fiscal, e pode
tal conduta não encontra vedações no Código de ser exonerado do cargo pelo corregedor geral da co-
Ética do Servidor Público. missão de ética.
E) Lúcia violou as regras do Código de Ética do Servi- D) A conduta de Osvaldo não feriu os dispositivos do Có-
dor Público, pois é vedado ao servidor exercer ati- digo de Ética do Servidor Público, uma vez que sua
vidade profissional aética ou ligar o seu nome a escolha foi deliberada. A conduta de Osvaldo somente
poderia ser considerada antiética se ele ignorasse suas
empreendimentos de cunho duvidoso.
responsabilidades e atribuições.
E) Osvaldo é inimputável em decorrência do estresse e
do cansaço a que estava sendo submetido.

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Ética no Serviço Público


10. (UERN/Agente Técnico Administrativo ço e passou a utilizar o próprio veículo em seu
/CESPE/UnB/2010). A funcionária pública Marina tem transporte diário.
grande dificuldade em manter a sua higiene pessoal, bem C) Janice só poderá ser responsabilizada por violar as
como a de seu local de trabalho. Marina joga papéis disposições do código de ética do servidor, se restar
amassados pelo chão; gruda pedaços de chiclete sob o provado que ela pagava Marcos, com seus próprios
tampo de sua mesa de trabalho; não consegue manter seu recursos, pelos serviços prestados.
material de trabalho organizado, perdendo documentos D) Janice não violou o referido código, mas, sim, a le-
públicos em meio à bagunça generalizada; não lava as gislação trabalhista, se não assinou a carteira de
mãos após suas refeições, sujando os documentos que Marcos e não recolheu o fundo de garantia e o
estão sob sua responsabilidade com manchas de molho e INSS.
de gordura. Além disso, ela não dá a descarga no vaso E) Janice pode dispor de seus subordinados da maneira
sanitário após utilizá-lo, tornando o banheiro feminino que julgar melhor e mais proveitosa para o bom an-
de sua repartição impróprio para o uso de suas colegas damento de seus trabalhos.
de trabalho.
12. (MDICE /Agente Administrativo /FUNRIO
Considerando essa situação hipotética à luz do Có-
/2009). Entre as assertivas abaixo, marque a que não cor-
digo de Ética do Servidor Público, assinale a opção cor-
responde aos primados maiores que devem nortear o ser-
reta.
vidor público.
A) Não há relação alguma entre hábitos de higiene e
A) Dignidade.
conduta ética. O Código de Ética do Servidor Públi-
B) Zelo.
co não possui qualquer disposição a respeito disso.
C) Consciência dos princípios morais.
B) Marina falta para com um dever fundamental do
D) Respeito à hierarquia.
servidor, qual seja: manter limpo e em perfeita or-
E) Decoro.
dem o local de trabalho, seguindo os métodos mais
adequados à sua organização e distribuição.
13. (MDICE /Agente Administrativo /FUNRIO
C) Ética é justiça, e justiça é tratar desigualmente os
/2009). Marque a alternativa incorreta consoante o De-
desiguais. Nesse sentido, o Código de Ética do Ser-
creto nº 1.171, de 1994.
vidor não só não reprova a falta de higiene de Mari-
na, como, ao contrário, sustenta tratar-se de um de- A) A função pública deve ser tida como exercício pro-
ver fundamental do servidor a tolerância e o respei- fissional, mas não se integra na vida particular de
to às diferenças. cada servidor público. Assim, os fatos e atos verifi-
D) Marina poderá causar a interdição de sua repartição cados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, mas não poderão acrescer ou diminuir o seu bom concei-
não poderá ser acusada de violação a regras e deve- to na vida funcional.
res do Código de Ética do Servidor. B) O servidor público não poderá jamais desprezar o
E) O código em questão prevê, para condutas como a elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
de Marina, penas que vão da censura à suspensão, à decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
exoneração e à frequência obrigatória em curso de injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
reciclagem condizente com a falha apresentada pelo e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto
servidor no exercício de suas atribuições. e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
11. (UERN/Agente Técnico Administrativo C) A moralidade da Administração Pública não se li-
/CESPE/UnB/2010). A servidora pública Janice encon- mita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
tra-se às voltas com uma série de dificuldades em sua vi- acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem co-
da pessoal. O motorista que fazia o transporte diário de mum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade,
seus filhos para a escola e desta para os cursos de inglês, na conduta do servidor público, poderá consolidar a
judô e reforço escolar, acabou de cumprir seu aviso pré- moralidade do ato administrativo.
vio. Sem outra opção, Janice resolveu deixar tais atribui- D) A remuneração do servidor público é custeada pelos
ções sob a responsabilidade do servidor público Marcos, tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até
que é seu subordinado, abriu mão dos serviços de moto- por ele próprio; por isso se exige, como contraparti-
rista a que tinha direito em função do cargo que ocupa e da, que a moralidade administrativa se integre no
passou a utilizar seu próprio veículo para cumprir suas Direito, como elemento indissociável de sua aplica-
obrigações diárias. ção e de sua finalidade, erigindo-se, como conse-
quência do fator de legalidade.
Acerca da situação hipotética acima e sob à luz do
E) O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe-
Código de Ética do Servidor Público, assinale a opção
rante a comunidade deve ser entendido como acrés-
correta.
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cida-
A) Janice violou a ética no serviço público, pois desvi- dão integrante da sociedade, o êxito desse trabalho
ou servidor público para atendimento a interesse pode ser considerado como seu maior patrimônio.
particular.
B) Janice não violou qualquer norma de conduta, pois
abriu mão do conforto de um motorista a seu servi-

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Ética no Serviço Público


14. (MDICE /Agente Administrativo /FUNRIO gens indevidas em decorrência de ações morais, ile-
/2009). Marque a alternativa correta, nos termos do De- gais ou aéticas e denunciá-las.
creto nº 1171/1994.
16. (DNOCS/Agente-Administrativo-E05/FCC/
A) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo de-
2010). No que concerne às Regras Deontológicas estabe-
dicados ao serviço público caracterizam o esforço
lecidas no Código de Ética Profissional do Servidor Pú-
pela disciplina e não são obrigações do servidor pú-
blico Civil do Poder Executivo Federal, é correto afirmar
blico.
que
B) Causar dano a qualquer bem pertencente ao patri-
mônio público, deteriorando-o, por descuido ou má A) o trabalho desenvolvido pelo servidor público pe-
vontade, constitui apenas uma ofensa ao equipa- rante a comunidade deve ser entendido como obri-
mento e às instalações ou ao Estado. gação, independentemente do seu próprio bem es-
C) Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não tar, já que, como funcionário público, integrante do
pode omiti-la ou falseá-la, mas poderá fazê-lo, se Poder Executivo, o êxito desse trabalho é requisito
contrária aos interesses da própria pessoa interessa- essencial à manutenção de seu cargo, não dizendo
da ou da Administração Pública. respeito ao seu patrimônio e a sua vida particular.
D) Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta B) a remuneração do servidor público é custeada pelos
ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até
E) Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre por ele próprio, e por isso se exige, como contrapar-
o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, tida, que a moralidade administrativa se integre no
ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a Direito, sendo dissociável de sua aplicação e de sua
dignidade humana quanto mais a de uma Nação. finalidade.
Entretanto, se for para trazer lucro ao Estado, pode- C) a moralidade da Administração Pública não se limi-
rá. ta à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem co-
15. (MDICE /Agente Administrativo /FUNRIO mum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade,
/2009). Marque a alternativa que não corresponde aos na conduta do servidor público, é que poderá conso-
deveres fundamentais do servidor público. lidar a moralidade do ato administrativo.
D) toda pessoa tem direito à verdade, sendo que o ser-
A) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
vidor poderá omiti-la, caso seja contrária aos inte-
função ou emprego público de que seja titular;
resses da própria pessoa interessada ou da Adminis-
exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
tração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou es-
rendimento, pondo fim ou procurando prioritaria-
tabilizar-se sobre o poder corruptivo da opressão,
mente resolver situações procrastinatórias, princi-
que sempre aniquilam até mesmo a dignidade hu-
palmente diante de filas ou de qualquer outra espé-
mana quanto mais a de uma Nação.
cie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
E) deixar o servidor público qualquer pessoa à espera
em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar
de solução que compete ao setor em que exerça suas
dano moral ao usuário.
funções, permitindo a formação de longas filas, ou
B) Ser cortês, mas não ter urbanidade, disponibilidade
qualquer outra espécie de atraso na prestação do
e atenção, respeitando a capacidade e as limitações
serviço, é comum e normal e, portanto, não causa
individuais de todos os usuários do serviço público,
dano moral aos usuários dos serviços públicos e
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de
nem mesmo configura atitude contra a ética ou ato
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cu-
de desumanidade.
nho político e posição social, abstendo-se, dessa
forma, de causar-lhes dano moral.
17. (DNOCS/Agente-Administrativo-E05/FCC/
C) Ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a
2010). Com relação às Comissões de Ética dispostas no
integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a
do Poder Executivo Federal, considere:
mais vantajosa para o bem-comum; jamais retardar
qualquer prestação de contas, condição essencial da I. Em todos os órgãos e entidades da Administração
gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
a seu cargo. cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exer-
D) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, ça atribuições delegadas pelo poder público, deverá
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato ser criada uma Comissão de Ética.
com o público; ter consciência de que seu trabalho é II. Incumbe ao servidor fornecer seu registro da sua
regido por princípios éticos que se materializam na conduta ética para a Comissão de Ética, encarrega-
adequada prestação dos serviços públicos. da da execução do quadro de carreira dos servido-
E) Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor res, para o efeito de instruir e fundamentar promo-
de representar contra qualquer comprometimento ções e para todos os demais procedimentos próprios
indevido da estrutura em que se funda o Poder Esta- da carreira do servidor público.
tal; resistir a todas as pressões de superiores hierár- III. A pena aplicável ao servidor público pela Comissão
quicos, de contratantes, interessados e outros que de Ética é a de censura e sua fundamentação consta-
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-

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Ética no Serviço Público


rá do respectivo parecer, assinado por todos os seus E) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exi-
integrantes, com ciência do faltoso. gências específicas da defesa da vida e da segurança
IV. Para fins de apuração do comprometimento ético, coletiva.
entende-se por servidor público, exclusivamente, a
pessoa que, por força de lei, preste serviços de natu-
reza permanente condicionada ao recebimento de
salário e esteja ligado direta ou indiretamente a
qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias
e as fundações públicas. GABARITO OFICIAL
CONFERIDO
Está correto o que consta APENAS em
A) I e III. 01-C 05-E 09-B 13-A 17-A
B) I e II. 02-A 06-D 10-B 14-D 18-B
C) II e III.
D) II e IV. 03-D 07-E 11-A 15-B 19-E
E) III e IV. 04-C 08-A 12-D 16-C 20-C

18. (UNIFESP/ Administrador/ INSTITUTO


CIDADES/ 2009). Nos termos do Código de Ética Pro-
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, assinale a alternativa CORRETA:
A) A moralidade da Administração Pública se limita à
distinção entre o bem e o mal.
B) O servidor não pode omitir ou falsear a verdade,
ainda que contrária aos interesses da própria pessoa
interessada ou da Administração Pública.
C) É facultado ao servidor se manter atualizado com as
instruções, normas de serviço e legislação pertinen-
tes ao órgão onde exerce suas funções.
D) É direito do servidor público o uso do cargo ou fun-
ção, facilidades, amizades, tempo, posição e in-
fluências, para obter qualquer favorecimento, para
si ou para outrem.

19. (INSS/Analista do Seguro Social – Adminis-


tração/FUNRIO/2014). Atuar como instância consulti-
va do Presidente da República e Ministros de Estado em
matéria de ética pública constitui competência da
A) Secretaria Executiva de Ética Pública.
B) Comissão de Avaliação Institucional.
C) Coordenadoria de Ética Profissional.
D) Comissão Permanente de Avaliação Ética.
E) Comissão de Ética Pública.

20. (INSS/Analista do Seguro Social – Adminis-


tração/FUNRIO/2014). Segundo o Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
vo Federal, constitui vedação ao servidor público
A) manter-se atualizado com as instruções, as normas
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções.
B) ter consciência de que seu trabalho é regido por
princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos.
C) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-
nivente com erro ou infração ao Código de Ética de
sua profissão.
D) conservar limpo e em perfeita ordem o local de tra-
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição.

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Direitos Humanos

DIREITOS
HUMANOS
SUMÁRIO:
1. Presidência da República CONSELHO NACIONAL DE COMBATE A DISCRIMI-
NAÇÃO - RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº 1, DE 15 DE ABRIL DE 2014 ............... 03
2. Declaração Universal dos Direitos Humanos .............................................................. 04
3. Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos (Regras de Man-
dela) ............................................................................................................................. 06

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Direitos Humanos

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Direitos Humanos
1. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONSE- V - Transexuais: pessoas que são psicologicamente
LHO NACIONAL DE COMBATE A DISCRIMI- de um sexo e anatomicamente de outro, rejeitando o pró-
NAÇÃO - RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº 1, DE 15 prio órgão sexual biológico.
DE ABRIL DE 2014 Artigo 2º A pessoa travesti ou transexual em priva-
ção de liberdade tem o direito de ser chamada pelo seu
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL
nome social, de acordo com o seu gênero.
DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA -
Parágrafo único. O registro de admissão no estabe-
CNPCP, DR. HERBERT JOSE ALMEIDA CARNEI-
lecimento prisional deverá conter o nome social da pes-
RO, no uso de suas atribuições legais, previstas no Art.
soa presa.
64, I, Lei nº 7.210/84, bem como no art. 39,I e II, do
Art. 3º Às travestis e aos gays privados de liberdade
Anexo I do Decreto nº 6.061, de 15 de março de 2007 e
em unidades prisionais masculinas, considerando a sua
o PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE
segurança e especial vulnerabilidade, deverão ser ofere-
COMBATE À DISCRIMINAÇÃO - CNCD/LGBT, DR.
cidos espaços de vivência específicos.
GUSTAVO BERNARDES CARVALHO, no uso de su-
§ 1º Os espaços para essa população não devem se
as atribuições legais, previstas no art. 6, III, do Decreto
destinar à aplicação de medida disciplinar ou de qualquer
no 7.388, de 09 de dezembro de 2010, Considerando o
método coercitivo.
disposto na Constituição Federal, em especial no artigo
§ 2º A transferência da pessoa presa para o espaço
5º, incisos III, XLI, XLVII, XLVIII e XLIX; Conside-
de vivência específico ficará condicionada à sua expressa
rando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a
manifestação de vontade.
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de
Art. 4º As pessoas transexuais masculinas e femini-
San José da Costa Rica), a Convenção contra a Tortura e
nas devem ser encaminhadas para as unidades prisionais
Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou De-
femininas.
gradantes e seu Protocolo Facultativo, as Regras Míni-
Parágrafo único. Às mulheres transexuais deverá ser
mas das Nações Unidas para o tratamento de presos, as
garantido tratamento isonômico ao das demais mulheres
Regras das Nações Unidas para o tratamento de mulhe-
em privação de liberdade.
res presas e medidas não privativas de liberdade para
Art. 5º À pessoa travesti ou transexual em privação
mulheres infratoras (Regras de Bangkok), e todos os ou-
de liberdade serão facultados o uso de roupas femininas
tros instrumentos internacionais aplicáveis à matéria,
ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de
bem como os Princípios de Yogyakarta (Princípios sobre
cabelos compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres
a aplicação da legislação internacional de direitos huma-
secundários de acordo com sua identidade de gênero.
nos em relação à orientação sexual e identidade de gêne-
Art. 6º É garantido o direito à visita íntima para a
ro); Considerando o disposto na Lei Federal nº 7.210, de
população LGBT em situação de privação de liberdade,
11 de julho de 1984, que instituiu a Lei de Execução Pe-
nos termos da Portaria MJ nº 1190/2008 e na Resolução
nal, em especial nos artigos 40, 41 e 45; Considerando a
CNPCP nº 4, de 29 de junho de 2011.
Lei Federal nº 12.847, de 2 de agosto de 2013, que Insti-
Art. 7º É garantida à população LGBT em situação
tuiu o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tor-
de privação de liberdade a atenção integral à saúde,
tura; cria o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à
atendidos os parâmetros da Política Nacional de Saúde
Tortura e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Com-
Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Tran-
bate à Tortura; e dá outras providências; Considerando o
sexuais - LGBT e da Política Nacional de Atenção Inte-
Decreto nº 7.626, de 24 de novembro de 2011, que esta-
gral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sis-
belece o plano estratégico de educação no âmbito do Sis-
tema Prisional - PNAISP.
tema Prisional; Considerando a Resolução CNPCP nº 4,
Parágrafo único - À pessoa travesti, mulher ou ho-
de 29 de junho de 2011, que recomenda aos Departa-
mem transexual em privação de liberdade, serão garanti-
mentos Penitenciários Estaduais ou órgãos congêneres
dos a manutenção do seu tratamento hormonal e o acom-
seja assegurado o direito à visita íntima a pessoa presa,
panhamento de saúde específico.
recolhida nos estabelecimentos prisionais, resolvem:
Art. 8º A transferência compulsória entre celas e
Art. 1º Estabelecer os parâmetros de acolhimento de
alas ou quaisquer outros castigos ou sanções em razão da
LGBT em privação de liberdade no Brasil.
condição de pessoa LGBT são considerados tratamentos
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, en-
desumanos e degradantes.
tende-se por LGBT a população composta por lésbicas,
Art. 9º Será garantido à pessoa LGBT, em igualda-
gays, bissexuais, travestis e transexuais, considerando-
de de condições, o acesso e a continuidade da sua forma-
se:
ção educacional e profissional sob a responsabilidade do
I - Lésbicas: denominação específica para mulheres
Estado.
que se relacionam afetiva e sexualmente com outras mu-
Art. 10. O Estado deverá garantir a capacitação con-
lheres;
tinuada aos profissionais dos estabelecimentos penais
II - Gays: denominação específica para homens que
considerando a perspectiva dos direitos humanos e os
se relacionam afetiva e sexualmente com outros homens;
princípios de igualdade e não discriminação, inclusive
III - Bissexuais: pessoas que se relacionam afetiva e
em relação à orientação sexual e identidade de gênero.
sexualmente com ambos os sexos;
Art. 11. Será garantido à pessoa LGBT, em igual-
IV - Travestis: pessoas que pertencem ao sexo mas-
dade de condições, o benefício do auxílio-reclusão aos
culino na dimensão fisiológica, mas que socialmente se
dependentes do segurado recluso, inclusive ao cônjuge
apresentam no gênero feminino, sem rejeitar o sexo bio-
ou companheiro do mesmo sexo.
lógico; e
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Direitos Humanos
Art. 12. Esta Resolução entrará em vigor na data de ARTIGO 1
sua publicação.
Todas as pessoas nascem livres e iguais em digni-
HERBERT JOSE ALMEIDA CARNEIRO
dade e direitos. São dotadas de razão e consciência e de-
Presidente do CNPCP
vem agir em relação umas às outras com espírito de fra-
GUSTAVO BERNARDES
ternidade.
Presidente do CNCD/LGBT
ARTIGO 2
2. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREI- Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e
TOS HUMANOS as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distin-
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) ção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de de- religião, opinião política ou de outra natureza, origem
zembro de 1948. nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer ou-
tra condição.
Preâmbulo
ARTIGO 3
Considerando que o reconhecimento da dignidade
inerente a todos os membros da família humana e de Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segu-
seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da li- rança pessoal.
berdade, da justiça e da paz no mundo, ARTIGO 4
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a
direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultra- escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em to-
jaram a consciência da Humanidade e que o advento de das as suas formas.
um mundo em que os homens gozem de liberdade de pa-
lavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo temor ARTIGO 5
e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspi- Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamen-
ração do homem comum, to ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Considerando essencial que os direitos humanos se- ARTIGO 6
jam protegidos pelo Estado de Direito, para que o ho-
mem não seja compelido, como último recurso, à rebe- Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os luga-
lião contra tirania e a opressão, res, reconhecida como pessoa perante a lei.
Considerando essencial promover o desenvolvimen- ARTIGO 7
to de relações amistosas entre as nações, Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem
Considerando que os povos das Nações Unidas rea- qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm di-
firmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos funda- reito a igual proteção contra qualquer discriminação que
mentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na viole a presente Declaração e contra qualquer incitamen-
igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que to a tal discriminação.
decidiram promover o progresso social e melhores con-
ARTIGO 8
dições de vida em uma liberdade mais ampla,
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos naci-
Considerando que os Estados-Membros se com-
onais competentes remédio efetivo para os atos que vio-
prometeram a desenvolver, em cooperação com as Na-
lem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos
ções Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e
pela constituição ou pela lei.
liberdades fundamentais e a observância desses direitos e
liberdades, ARTIGO 9
Considerando que uma compreensão comum desses Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exi-
direitos e é da mais alta importância para o pleno cum- lado
primento desse compromisso,
ARTIGO 10
A Assembleia Geral proclama A presente Decla-
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma
ração Universal dos Diretos Humanos como o ideal co-
audiência justa e pública por parte de um tribunal inde-
mum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
pendente e imparcial, para decidir de seus direitos e de-
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da
veres ou do fundamento de qualquer acusação criminal
sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se
contra ele.
esforce, através do ensino e da educação, por promover o
respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de ARTIGO 12
medidas progressivas de caráter nacional e internacional,
Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o di-
por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância
reito de ser presumida inocente até que a sua culpabili-
universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios
dade tenha sido provada de acordo com a lei, em julga-
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios
mento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas
sob jurisdição.
as garantias necessárias à sua defesa.

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Direitos Humanos
rência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir in-
formações e idéias por quaisquer meios e independente-
1. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação
mente de fronteiras.
ou omissão que, no momento, não constituíam delito pe-
rante o direito nacional ou internacional. Tampouco será ARTIGO 20
imposta pena mais forte do que aquela que, no momento
Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e as-
da prática, era aplicável ao ato delituoso.
sociação pacíficas. 1. Ninguém pode ser obrigado a fazer
ARTIGO 12 parte de uma associação.
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida ARTIGO 21
privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspon-
Toda pessoa tem o direito de tomar parte no gover-
dência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pes-
no de seu país, diretamente ou por intermédio de repre-
soa tem direito à proteção da lei contra tais interferências
sentantes livremente escolhidos.
ou ataques.
1. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao servi-
ARTIGO 13
ço público do seu país.
Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e 2. A vontade do povo será a base da autoridade do
residência dentro das fronteiras de cada Estado. governo; esta vontade será expressa em eleições periódi-
cas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto
1. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer pa-
ou processo equivalente que assegure a liberdade de vo-
ís, inclusive o próprio, e a este regressar.
to.
ARTIGO 14
ARTIGO 22
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem di-
de procurar e de gozar asilo em outros países.
reito à segurança social e à realização, pelo esforço naci-
2. Este direito não pode ser invocado em caso de
onal, pela cooperação internacional e de acordo com a
perseguição legitimamente motivada por crimes de direi-
organização e recursos de cada Estado, dos direitos
to comum ou por atos contrários aos propósitos e princí-
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dig-
pios das Nações Unidas.
nidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
ARTIGO 15
ARTIGO 23
Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre esco-
1. Ninguém será arbitrariamente privado de sua na- lha de emprego, a condições justas e favoráveis de traba-
cionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. lho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito
ARTIGO 16 a igual remuneração por igual trabalho.
Os homens e mulheres de maior idade, sem qual- 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma re-
quer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o muneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Go- como à sua família, uma existência compatível com a
zam de iguais direitos em relação ao casamento, sua du- dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessá-
ração e sua dissolução. rio, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e
1. O casamento não será válido senão com o livre e neles ingressar para proteção de seus interesses.
pleno consentimento dos noivos.
ARTIGO 24
ARTIGO 17
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive
Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em a limitação razoável das horas de trabalho e férias perió-
sociedade com outros. dicas remuneradas.
1. Ninguém será arbitrariamente privado de sua ARTIGO 25
propriedade.
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida ca-
ARTIGO 18 paz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar,
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
consciência religião; este direito inclui a liberdade de médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar segurança em caso de desemprego, doença, invalidez,
essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em subsistência fora de seu controle.
público ou em particular. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados
e assistência especiais.
ARTIGO 19 3. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do ma-
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e trimônio, gozarão da mesma proteção social.
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interfe-

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Direitos Humanos
ARTIGO 26 adequados sistemas de hoje, estabelecer os bons princí-
pios e práticas no tratamento de presos e na gestão prisi-
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução
onal.
será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fun-
damentais. A instrução elementar será obrigatória. A ins- Observação preliminar 2
trução técnico-profissional será acessível a todos, bem
1. Tendo em vista a grande variedade das condições
como a instrução superior, esta baseada no mérito.
jurídicas, sociais, econômicas e geográficas no mundo, é
2. A instrução será orientada no sentido do pleno
evidente que nem todas as regras podem ser sempre apli-
desenvolvimento da personalidade humana e do fortale-
cadas em todos os lugares. Devem, entretanto, servir
cimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liber-
como estímulo para o constante empenho na superação
dades fundamentais. A instrução promoverá a compreen-
das dificuldades práticas que se opõem a sua aplicação,
são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e gru-
na certeza de que representam, em seu conjunto, as con-
pos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das
dições mínimas aceitáveis pelas Nações Unidas.
Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
2. Por outro lado, as regras abrangem uma área na
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do
qual o pensamento está em constante desenvolvimento.
gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Não pretendem impedir experiências e práticas, desde
ARTIGO 27 que essas se coadunem com os princípios e objetivos que
emanam do texto das Regras. De acordo com esse espíri-
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremen-
to, a administração prisional central sempre poderá auto-
te da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de
rizar qualquer exceção às regras.
participar do processo científico e de seus benefícios.
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses Observação preliminar 3
morais e materiais decorrentes de qualquer produção ci-
1. A primeira parte das Regras trata da administra-
entífica, literária ou artística da qual seja autor.
ção geral dos estabelecimentos prisionais e aplica-se a
ARTIGO 28 todas as categorias de presos, criminais ou civis, em pri-
são preventiva ou condenados, inclusive os que estejam
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e inter-
em medidas de segurança ou medidas corretivas ordena-
nacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na
das pelo juiz.
presente Declaração possam ser plenamente realizados.
2. A segunda parte contém regras aplicáveis somen-
ARTIGO 29 te às categorias especiais tratadas em cada Seção. Contu-
do, as regras na Seção A, aplicáveis a presos condena-
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunida-
dos, devem ser igualmente aplicadas às categorias de
de, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua per- presos tratadas nas Seções B, C e D, desde que não con-
sonalidade é possível. flitem com as regras que regem essas categorias e condi-
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda
cionadas a serem melhores para tais presos.
pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido Observação preliminar 4
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
1. Estas Regras não buscam regular a gestão de ins-
outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da
tituições reservadas para jovens em conflito com a lei,
ordem pública e do bem-estar de uma sociedade demo-
tais como as unidades de internação e semiliberdade.
crática.
Todavia, de um modo geral, podem ser igualmente apli-
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipó-
cadas a tais estabelecimentos.
tese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos
2. A categoria de presos juvenis deve compreender
e princípios das Nações Unidas.
pelo menos todos os jovens que estão sob a jurisdição
ARTIGO 30 das cortes juvenis. Como regra, tais jovens não devem
ser condenados a penas de reclusão.
Nenhuma disposição da presente Declaração pode
ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Esta-
I. Regras de aplicação geral
do, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer ati-
vidade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de Princípios básicos
quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
Regra 1

3. REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS Todos os presos devem ser tratados com respeito,
PARA O TRATAMENTO DE PRESOS (REGRAS devido a seu valor e dignidade inerentes ao ser humano.
DE MANDELA) Nenhum preso deverá ser submetido a tortura ou trata-
mentos ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes e
Observações Preliminares deverá ser protegido de tais atos, não sendo estes justifi-
Observação preliminar 1 cáveis em qualquer circunstância. A segurança dos pre-
sos, dos servidores prisionais, dos prestadores de serviço
As seguintes Regras não pretendem descrever em e dos visitantes deve ser sempre assegurada.
detalhes um modelo de sistema prisional. Elas buscam
somente, com base no consenso geral do pensamento
contemporâneo e nos elementos essenciais dos mais
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Direitos Humanos
Regra 2 ou um livro de registro, com páginas numeradas e assi-
nadas. Devem existir procedimentos que garantam um
1. Estas Regras devem ser aplicadas com imparcia-
sistema seguro de trilhas de auditoria e que impeçam o
lidade. Não haverá discriminação baseada em raça, cor,
acesso não autorizado ou a modificação de qualquer in-
sexo, idioma, religião, opinião política ou qualquer outra
formação contida no sistema.
opinião, origem nacional ou social, propriedades, nasci-
mento ou qualquer outra condição. As crenças religiosas Regra 7
e os preceitos morais dos presos serão respeitados.
Nenhuma pessoa será admitida em um estabeleci-
2. Para que o princípio da não discriminação seja mento prisional sem uma ordem de detenção válida. As
posto em prática, as administrações prisionais devem le- seguintes informações serão adicionadas ao sistema de
var em conta as necessidades individuais dos presos, par- registro do preso quando de sua entrada:
ticularmente daqueles em situação de maior vulnerabili-
(a) Informações precisas que permitam determinar
dade. Medidas para proteger e promover os direitos dos
sua identidade única, respeitando a sua autoatribuição de
presos portadores de necessidades especiais são necessá-
gênero;
rias e não serão consideradas discriminatórias.
(b) Os motivos e a autoridade responsável pela sua
Regra 3 detenção, além da data, horário e local de prisão;
(c) A data e o horário de sua entrada e soltura, bem
O encarceramento e outras medidas que excluam
como de qualquer transferência;
uma pessoa do convívio com o mundo externo são afliti-
(d) Quaisquer ferimentos visíveis e reclamações
vas pelo próprio fato de ser retirado destas pessoas o di-
acerca de maus-tratos sofridos;
reito à autodeterminação ao serem privadas de sua liber-
(e) Um inventário de seus bens pessoais;
dade. Portanto, o sistema prisional não deverá agravar o
(f) Os nomes de seus familiares e, quando aplicável,
sofrimento inerente a tal situação, exceto em casos inci-
de seus filhos, incluindo a idade, o local de residência e o
dentais, em que a separação seja justificável, ou nos ca-
estado de sua custódia ou tutela;
sos de manutenção da disciplina.
(g) Contato de emergência e informações acerca do
Regra 4 parente mais próximo.
1. Os objetivos de uma sentença de encarceramento Regra 8
ou de medida similar restritiva de liberdade são, priorita-
As seguintes informações serão adicionadas ao sis-
riamente, de proteger a sociedade contra a criminalidade
tema de registro do preso durante seu encarceramento,
e de reduzir a reincidência. Tais propósitos só podem ser
quando aplicáveis:
alcançados se o período de encarceramento for utilizado
para assegurar, na medida do possível, a reintegração de (a) Informação relativa ao processo judicial, inclu-
tais indivíduos à sociedade após sua soltura, para que indo datas de audiências e representação legal;
possam levar uma vida autossuficiente, com respeito às (b) Avaliações iniciais e relatórios de classificação;
leis. (c) Informação relativa ao comportamento e à disci-
2. Para esse fim, as administrações prisionais e de- plina;
mais autoridades competentes devem oferecer educação, (d) Solicitações e reclamações, inclusive alegações
formação profissional e trabalho, bem como outras for- de tortura ou outros tratamentos ou sanções cruéis, de-
mas de assistência apropriadas e disponíveis, inclusive sumanos ou degradantes, a menos que sejam de natureza
aquelas de natureza reparadora, moral, espiritual, social, confidencial;
esportiva e de saúde. Tais programas, atividades e servi- (e) Informação acerca do recebimento de sanções
ços devem ser oferecidos em consonância com as neces- disciplinares;
sidades individuais de tratamento dos presos. (f) Informação das circunstâncias e causas de quais-
quer ferimentos ou morte e, no caso de falecimento, o
Regra 5
destino do corpo.
1. O regime prisional deve procurar minimizar as
Regra 9
diferenças entre a vida no cárcere e aquela em liberdade
que tendem a reduzir a responsabilidade dos presos ou o Todos os registros mencionados nas Regras 7 e 8
respeito à sua dignidade como seres humanos. serão mantidos confidenciais e acessíveis somente àque-
2. As administrações prisionais devem fazer todos les cujas responsabilidades profissionais requeiram o
os ajustes possíveis para garantir que os presos portado- acesso. Todo preso terá acesso aos seus registros, sujeito
res de deficiências físicas, mentais ou outra incapacidade às supressões autorizadas pela legislação interna, e direi-
tenham acesso completo e efetivo à vida prisional em ba- to a receber uma cópia oficial de tais registros quando de
se de igualdade. sua soltura.
Regra 10
Registros
O sistema de registro dos presos também será utili-
Regra 6
zado para gerar dados confiáveis acerca de tendências e
Deverá existir um sistema padronizado de gerenci- características da população prisional, incluindo taxas de
amento dos registros dos presos em todos os locais de ocupação, a fim de criar as bases para a tomada de deci-
encarceramento. Tal sistema pode ser um banco de dados sões fundadas em evidências.

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Direitos Humanos
Separação de categorias Regra 16
Regra 11 Devem ser fornecidas instalações adequadas para
banho, a fim de que todo preso possa tomar banho, e as-
As diferentes categorias de presos devem ser manti-
sim possa ser exigido, na temperatura apropriada ao cli-
das em estabelecimentos prisionais separados ou em di-
ma, com a frequência necessária para a higiene geral de
ferentes setores de um mesmo estabelecimento prisional,
acordo com a estação do ano e a região geográfica, mas
levando em consideração seu sexo, idade, antecedentes
pelo menos uma vez por semana em clima temperado.
criminais, razões da detenção e necessidades de trata-
mento. Assim: Regra 17
(a) Homens e mulheres devem, sempre que possí- Todos os locais de um estabelecimento prisional
vel, permanecer detidos em unidades separadas. Nos es- frequentados regularmente pelos presos deverão ser
tabelecimentos que recebam homens e mulheres, todos sempre mantidos e conservados minuciosamente limpos.
os recintos destinados às mulheres devem ser totalmente
separados; Higiene pessoal
(b) Presos preventivos devem ser mantidos separa- Regra 18
dos daqueles condenados;
(c) Indivíduos presos por dívidas, ou outros presos 1. Deve ser exigido que o preso mantenha sua lim-
civis, devem ser mantidos separados dos indivíduos pre- peza pessoal e, para esse fim, deve ter acesso a água e ar-
sos por infrações criminais; tigos de higiene, conforme necessário para sua saúde e
(d) Jovens presos devem ser mantidos separados limpeza.
dos adultos. 2. A fim de que os prisioneiros possam manter uma
boa aparência, compatível com seu autorrespeito, devem
Acomodações ter à disposição meios para o cuidado adequado do cabe-
Regra 12 lo e da barba, e homens devem poder barbear-se regu-
larmente.
1. As celas ou quartos destinados ao descanso no-
turno não devem ser ocupados por mais de um preso. Se, Vestuário próprio e roupas de cama
por razões especiais, tais como superlotação temporária, Regra 19
for necessário que a administração prisional central faça
uma exceção à regra, não é recomendável que dois pre- 1. Todo preso que não tiver permissão de usar roupas
sos sejam alojados em uma mesma cela ou quarto. próprias deve receber roupas apropriadas para o clima e
2. Onde houver dormitórios, estes deverão ser ocu- adequadas para mantê-lo em boa saúde. Tais roupas não de-
pados por presos cuidadosamente selecionados como vem, de maneira alguma, ser degradantes ou humilhantes.
sendo capazes de serem alojados juntos. Durante a noite, 2. Todas as roupas devem estar limpas e ser mantidas
em condições adequadas. Roupas íntimas devem ser troca-
deve haver vigilância regular, de acordo com a natureza
das e lavadas com a frequência necessária para a manuten-
do estabelecimento prisional.
ção da higiene.
Regra 13 3. Em circunstâncias excepcionais, sempre que um
preso se afastar do estabelecimento prisional, por motivo
Todas os ambientes de uso dos presos e, em particu- autorizado, deverá ter permissão de usar suas próprias rou-
lar, todos os quartos, celas e dormitórios, devem satisfa- pas ou outra que seja discreta.
zer as exigências de higiene e saúde, levando-se em con-
ta as condições climáticas e, particularmente, o conteúdo Regra 20
volumétrico de ar, o espaço mínimo, a iluminação, o Se os presos tiverem permissão de usar suas pró-
aquecimento e a ventilação. prias roupas, devem-se adotar procedimentos adequados
Regra 14 na sua entrada no estabelecimento prisional para assegu-
rar que elas estejam limpas e próprias para uso.
Em todos os locais onde os presos deverão viver ou
trabalhar: Regra 21

(a) As janelas devem ser grandes o suficiente para Todo prisioneiro deve, de acordo com os padrões
que os presos possam ler ou trabalhar com luz natural e locais e nacionais, ter uma cama separada, e roupas de
devem ser construídas de forma a permitir a entrada de cama suficientes que devem estar limpas quando distri-
ar fresco mesmo quando haja ventilação artificial; buídas, ser mantidas em boas condições e ser trocadas
(b) Luz artificial deverá ser suficiente para os pre- com a frequência necessária para garantir sua limpeza.
sos poderem ler ou trabalhar sem prejudicar a visão.
Alimentação
Regra 15
Regra 22
As instalações sanitárias devem ser adequadas para
possibilitar que todos os presos façam suas necessidades 1. Todo preso deve receber da administração prisio-
fisiológicas quando necessário e com higiene e decência. nal, em horários regulares, alimento com valor nutricio-
nal adequado à sua saúde e resistência, de qualidade,
bem preparada e bem servida.

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Direitos Humanos
2. Todo preso deve ter acesso a água potável sem- contar com pessoal e equipamento apropriados para pres-
pre que necessitar. tar tratamento e atenção adequados aos presos a eles en-
caminhados.
Exercício e esporte
2. As decisões clínicas só podem ser tomadas pelos
Regra 23 profissionais de saúde responsáveis, e não podem ser
modificadas ou ignoradas pela equipe prisional não mé-
1. Todo preso que não trabalhar a céu aberto deve
dica.
ter pelo menos uma hora diária de exercícios ao ar livre,
se o clima permitir. Regra 28
2. Jovens presos, e outros com idade e condições fí-
Nas unidades prisionais femininas, deve haver aco-
sicas adequadas, devem receber treinamento físico e de
modação especial para todas as necessidades de cuidado
lazer durante o período de exercício. Para este fim, espa-
e tratamento pré e pós-natais. Devem-se adotar procedi-
ço, instalações e equipamentos devem ser providencia-
mentos específicos para que os nascimentos ocorram em
dos.
um hospital fora da unidade prisional. Se a criança nas-
Serviços de Saúde cer na unidade prisional, este fato não deve constar de
sua certidão de nascimento.
Regra 24
Regra 29
1. O provimento de serviços médicos para os presos
é uma responsabilidade do Estado. Os presos devem usu- 1. A decisão de permitir uma criança de ficar com
fruir dos mesmos padrões de serviços de saúde disponí- seu pai ou com sua mãe na unidade prisional deve se ba-
veis à comunidade, e os serviços de saúde necessários sear no melhor interesse da criança. Nas unidades prisio-
devem ser gratuitos, sem discriminação motivada pela nais que abrigam filhos de detentos, providências devem
sua situação jurídica. ser tomadas para garantir:
2. Os serviços de saúde serão organizados conjun-
(a) creches internas ou externas dotadas de pessoal
tamente com a administração geral da saúde pública e de
qualificado, onde as crianças poderão ser deixadas quan-
forma a garantir a continuidade do tratamento e da assis-
do não estiverem sob o cuidado de seu pai ou sua mãe.
tência, inclusive nos casos de HIV, tuberculose e outras
(b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem
doenças infecciosas, abrangendo também a dependência
médica, no ingresso e monitoramento constante de seu
às drogas.
desenvolvimento por especialistas.
Regra 25
2. As crianças nas unidades prisionais com seu pai
1. Toda unidade prisional deve contar com um ser- ou sua mãe nunca devem ser tratadas como presos.
viço de saúde incumbido de avaliar, promover, proteger
Regra 30
e melhorar a saúde física e mental dos presos, prestando
particular atenção aos presos com necessidades especiais Um médico, ou qualquer outro profissional de saú-
ou problemas de saúde que dificultam sua reabilitação. de qualificado, seja este subordinado ou não ao médico,
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por deve ver, conversar e examinar todos os presos, assim
equipe interdisciplinar, com pessoal qualificado suficien- que possível, tão logo sejam admitidos na unidade prisi-
te, atuando com total independência clínica, e deve onal, e depois, quando necessário. Deve-se prestar espe-
abranger a experiência necessária de psicologia e psiqui- cial atenção a:
atria. Serviço odontológico qualificado deve ser disponi-
(a) Identificar as necessidades de atendimento mé-
bilizado a todo preso.
dico e adotar as medidas de tratamento necessárias;
Regra 26 (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o preso
recém-admitido tenha sido submetido antes de sua entra-
1. Os serviços de saúde devem elaborar registros
da na unidade prisional;
médicos individuais, confidenciais e precisos e man-
(c) Identificar qualquer sinal de estresse psicológi-
tê-los atualizados para todos os presos, que a eles devem
co, ou de qualquer outro tipo, causado pelo encarcera-
ter acesso garantido, sempre que solicitado. O preso po-
mento, incluindo, mas não apenas, risco de suicídio ou
derá indicar uma terceira parte para acessar seu registro
lesões autoprovocadas, e sintomas de abstinência resul-
médico.
tantes do uso de drogas, medicamentos ou álcool; além
2. O registro médico deve ser encaminhado para o
de administrar todas as medidas ou tratamentos apropri-
serviço de saúde da unidade prisional para a qual o preso
ados individualizados;
for transferido, e estar sujeito à confidencialidade médi-
(d) Nos casos em que há suspeita de o preso estar
ca.
com doença infectocontagiosa, deve-se providenciar o
Regra 27 asilamento clínico, durante o período infeccioso, e trata-
mento adequado;
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem as- (e) Determinar a aptidão do preso para trabalhar,
segurar o pronto acesso a atenção médica em casos ur- praticar exercícios e participar das demais atividades,
gentes. Os presos que necessitem de tratamento especia-
conforme for o caso.
lizado ou de cirurgia devem ser transferidos para insti-
tuições especializadas ou hospitais civis. Se as unidades
prisionais possuírem instalações hospitalares, devem

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Direitos Humanos
Regra 31 (a) A quantidade, qualidade, preparação e forneci-
mento de alimentos;
O médico ou, onde aplicável, outros profissionais
(b) A higiene e limpeza da unidade prisional e dos
qualificados de saúde devem ter acesso diário a todos os
presos;
presos doentes, a todos os presos que relatem problemas
(c) O saneamento, temperatura, iluminação e venti-
físicos ou mentais de saúde ou ferimentos e a qualquer
lação da unidade prisional;
preso ao qual lhes chamem à atenção. Todos os exames
(d) A adequação da limpeza e das roupas dos pre-
médicos devem ser conduzidos em total confidencialida-
sos, bem como das roupas de cama;
de.
(e) O cumprimento das regras em relação a educa-
Regra 32 ção física e esportes, nos casos em que não houver pes-
soal técnico para tais atividades.
1. A relação entre o médico ou outros profissionais
de saúde e o preso deve ser regida pelos mesmos padrões 2. O diretor prisional deve levar em consideração os
éticos e profissionais aplicados aos pacientes da comuni- conselhos e relatórios fornecidos de acordo com o pará-
dade, em particular: grafo 1 desta Regra e com a Regra 33 e deve tomar me-
didas imediatas para implementação dos conselhos e re-
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do
comendações feitos. Se o conselho ou a recomendação
preso, e a prevenção e tratamento de doenças baseados
não for de sua competência ou se não concordar com es-
somente em fundamentos clínicos;
tes, deverá submeter imediatamente seu próprio relató-
(b) A aderência à autonomia do preso no que con- rio, juntamente com o conselho ou a recomendação rece-
cerne à sua própria saúde, e ao consentimento informado bido às autoridades superiores.
na relação médico-paciente;
(c) A confidencialidade da informação médica, a Restrições, disciplina e sanções
menos que manter tal confidencialidade resulte em uma
Regra 36
ameaça real e iminente ao paciente ou aos demais;
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou pas- A disciplina e a ordem devem ser mantidas, mas
sivamente, em atos que possam consistir em tortura ou sem maiores restrições do que as necessárias para garan-
tratamentos ou sanções cruéis, desumanos ou degradan- tir a custódia segura, a segurança da unidade prisional e
tes, incluindo experimentos médicos ou científicos que uma vida comunitária bem organizada.
possam ser prejudiciais à saúde do preso, tais como a
Regra 37
remoção de células, tecidos ou órgãos.
Os seguintes itens devem sempre ser pendentes de
2. Sem prejuízo do parágrafo 1 (d) desta Regra, de-
autorização por lei ou por regulamento da autoridade
ve ser permitido ao preso, por meio de seu livre e infor-
administrativa competente:
mado consentimento e de acordo com as leis aplicáveis,
participar de experimentos clínicos e outras pesquisas de (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
saúde acessíveis à comunidade, se o resultado de tais (b) Tipos e duração das sanções que podem ser im-
pesquisas e experimentos possam produzir um benefício postas;
direto e significativo à sua saúde; e doar células, tecidos (c) Autoridade competente para impor tais sanções.
ou órgãos a parentes. d) Qualquer forma de separação involuntária da po-
pulação prisional geral, como o confinamento solitário, o
Regra 33
isolamento, a segregação, as unidades de cuidado especi-
O médico deve relatar ao diretor sempre que consi- al ou alojamentos restritos, seja por razão de sanção dis-
derar que a saúde física ou mental de um preso foi ou se- ciplinar ou para a manutenção da ordem e segurança, in-
rá prejudicialmente afetada pelo encarceramento contí- clusive políticas de promulgação e procedimentos que
nuo ou pelas condições do encarceramento. regulamentem o uso e a revisão da imposição e da libe-
ração de qualquer forma de separação involuntária.
Regra 34
Regra 38
Se, durante o exame de admissão ou a prestação
posterior de cuidados médicos, o médico ou profissional 1. As administrações prisionais são encorajadas a
de saúde perceber qualquer sinal de tortura ou tratamento utilizar, na medida do possível, a prevenção de conflitos,
ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes, deve re- mediação ou qualquer outro mecanismo alternativo de
gistrar e relatar tais casos à autoridade médica, adminis- solução de disputas para prevenir infrações disciplinares
trativa ou judicial competente. Salvaguardas procedi- e resolver conflitos.
mentais apropriadas devem ser seguidas para garantir 2. Para os presos que estejam, ou estiveram separa-
que o preso ou indivíduos a ele associados não sejam ex- dos, a administração prisional deve tomar as medidas ne-
postos a perigos previsíveis. cessárias para aliviar os efeitos prejudiciais do confina-
mento provocados neles e na comunidade que os recebe
Regra 35
quando de sua soltura.
1. O médico ou o profissional competente de saúde
Regra 39
pública deve regularmente inspecionar e aconselhar o di-
retor sobre: 1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com base
nas disposições legais ou regulamentares referidas na

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Direitos Humanos
Regra 37 e nos princípios de justiça e de devido processo Regra 43
legal; e jamais será punido duas vezes pela mesma infra-
1. Em nenhuma hipótese devem as restrições ou
ção.
sanções disciplinares implicar em tortura ou outra forma
2. As administrações prisionais devem assegurar a
de tratamento ou sanções cruéis, desumanos ou degra-
proporcionalidade entre a sanção disciplinar e a infração
dantes. As seguintes práticas, em particular, devem ser
para a qual foi estabelecida e devem manter registros
proibidas:
apropriados de todas as sanções disciplinares impostas.
3. Antes de impor uma sanção disciplinar, os admi- (a) Confinamento solitário indefinido;
nistradores devem levar em consideração se e como uma (b) Confinamento solitário prolongado;
eventual doença mental ou incapacidade de desenvolvi- (c) Encarceramento em cela escura ou constante-
mento do preso possa ter contribuído para sua conduta e mente iluminada;
o cometimento de infração ou ato que fundamentou a (d) Castigos corporais ou redução da dieta ou água
sanção disciplinar. Os administradores prisionais não potável do preso;
devem punir qualquer conduta do preso que seja consi- (e) Castigos coletivos.
derada resultado direto de sua doença mental ou incapa-
2. Instrumentos de imobilização jamais devem ser
cidade intelectual.
utilizados como sanção a infrações disciplinares.
Regra 40
3. Sanções disciplinares ou medidas restritivas não
1. Nenhum preso deve ser empregado, a serviço da devem incluir a proibição de contato com a família. O
unidade prisional, em cumprimento a qualquer medida contato familiar só pode ser restringido por um prazo li-
disciplinar. mitado e quando for estritamente necessário para a ma-
nutenção da segurança e da ordem.
2. Esta regra, entretanto, não impede o funciona-
mento adequado de sistemas baseados na autoadminis- Regra 44
tração, sob os quais atividades ou responsabilidades so-
Para os objetivos destas Regras, o confinamento so-
ciais, educacionais ou desportivas são confiadas, sob su-
pervisão, aos presos, organizados em grupos, para fins litário refere-se ao confinamento do preso por 22 horas
de tratamento. ou mais, por dia, sem contato humano significativo. O
confinamento solitário prolongado refere-se ao confina-
Regra 41 mento solitário por mais de 15 dias consecutivos.
1. Qualquer alegação de infração disciplinar come- Regra 45
tida por um preso deve ser reportada prontamente à auto-
1. O confinamento solitário será utilizado somente
ridade competente, que deve investigá-la sem atraso in-
devido. em casos excepcionais como último recurso, pelo menor
2. O preso deve ser informado, sem demora e em prazo possível e sujeito a uma revisão independente, e
somente de acordo com autorização de autoridade com-
uma linguagem que compreenda, da natureza das acusa-
petente. Não deverá ser imposto como consequência da
ções contra sua pessoa, e deve-lhe ser garantido prazo e
sentença do preso.
meios adequados para preparar sua defesa.
3. O preso deve ter direito a se defender pessoal- 2. A determinação de confinamento solitário será
mente, ou por meio de assistência legal, quando os inte- proibida no caso de preso portador de deficiência mental
ou física quando essas condições possam ser agravadas
resses da justiça assim o requeiram, particularmente em
por tal medida. A proibição do uso do confinamento soli-
casos que envolvam infrações disciplinares graves. Se o
tário e de medidas similares em casos envolvendo mu-
preso não entender ou falar o idioma utilizado na audiên-
lheres e crianças, como referido em outros padrões e
cia disciplinar, devem ser assistidos gratuitamente por
um intérprete competente. normas das Nações Unidas sobre prevenção ao crime e
4. O preso deve ter a oportunidade de buscar revi- justiça criminal,29 permanece aplicável.
são judicial das sanções disciplinares impostas contra Regra 46
sua pessoa.
5. No caso de infração disciplinar ser processada 1. Os profissionais de saúde não devem ter qualquer
como crime, o preso deve ter direito a todas as garantias papel na imposição de sanções disciplinares ou outras
do devido processo legal, aplicáveis aos processos cri- medidas restritivas. Devem, no entanto, prestar especial
minais, incluindo total acesso a um defensor jurídico. atenção à saúde dos presos mantidos sob qualquer forma
de separação involuntária, com visitas diárias a tais pre-
Regra 42 sos, e providenciando pronto atendimento e assistência
médica quando solicitado pelo preso ou por agentes pri-
As condições gerais de vida expressas nestas Re-
sionais.
gras, incluindo aquelas relacionadas à iluminação, à ven-
tilação, à temperatura, ao saneamento, à nutrição, à água 2. Os profissionais de saúde devem reportar ao dire-
potável, à acessibilidade a ambientes ao ar livre e ao tor, sem demora, qualquer efeito colateral causado pelas
sanções disciplinares ou outras medidas restritivas à saú-
exercício físico, à higiene pessoal, aos cuidados médicos
de física ou mental do preso submetido a tais sanções ou
e ao espaço pessoal adequado, devem ser aplicadas a to-
medidas e devem aconselhar o diretor se considerarem
dos os presos, sem exceção.
necessário interrompê-las por razões físicas ou psicoló-
gicas.

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Direitos Humanos
3. Os profissionais de saúde devem ter a autoridade vacidade do indivíduo sob inspeção, assim como os
para rever e recomendar alterações na separação involun- princípios da proporcionalidade, legalidade e necessida-
tária de um preso, com vistas a assegurar que tal separa- de.
ção não agrave as condições médicas ou a deficiência fí-
Regra 51
sica ou mental do preso.
As revistas íntimas e inspeções não serão utilizadas
Instrumentos de restrição
para assediar, intimidar ou invadir desnecessariamente a
Regra 47 privacidade do preso. Para os fins de responsabilização,
a administração prisional deve manter registros apropri-
1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro ou
ados das revistas íntimas e inspeções, em particular da-
outros instrumentos restritivos que são inerentemente
quelas que envolvam o ato de despir e de inspecionar
degradantes ou dolorosos devem ser proibidos.
partes íntimas do corpo e inspeções nas celas, bem como
2. Outros instrumentos restritivos devem ser utiliza-
as razões das inspeções, a identidade daqueles que as
dos apenas quando previstos em lei e nas seguintes cir-
conduziram e quaisquer resultados dessas inspeções.
cunstâncias:
Regra 52
(a) Como precaução contra a fuga durante uma
transferência, desde que sejam removidos quando o pre- 1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de
so estiver diante de autoridade judicial ou administrativa; despir e de inspecionar partes íntimas do corpo, devem
(b) Por ordem do diretor da unidade prisional, se ser empreendidas apenas quando forem absolutamente
outros métodos de controle falharem, a fim de evitar que necessárias. As administrações prisionais devem ser en-
um preso machuque a si mesmo ou a outrem ou que da- corajadas a desenvolver e utilizar outras alternativas
nifique propriedade; em tais circunstâncias, o diretor de- apropriadas ao invés de revistas íntimas invasivas. As
ve imediatamente alertar o médico ou outro profissional revistas íntimas invasivas serão conduzidas de forma
de saúde qualificado e reportar à autoridade administra- privada e por pessoal treinado do mesmo gênero do indi-
tiva superior. víduo inspecionado.
2. As revistas das partes íntimas serão conduzidas
Regra 48
apenas por profissionais de saúde qualificados, que não
1. Quando a utilização de instrumentos restritivos sejam os principais responsáveis pela atenção à saúde do
for autorizada, de acordo com o parágrafo 2 da regra 47, preso, ou, no mínimo, por pessoal apropriadamente trei-
os seguintes princípios serão aplicados: nado por profissionais da área médica nos padrões de hi-
giene, saúde e segurança.
(a) Os instrumentos restritivos serão utilizados ape-
nas quando outras formas menos severas de controle não Regra 53
forem efetivas para enfrentar os riscos representados pe-
Os presos devem ter acesso aos documentos relaci-
lo movimento sem a restrição;
onados aos seus processos judiciais e serem autorizados
(b) O método de restrição será o menos invasivo
a mantê-los consigo, sem que a administração prisional
necessário, e razoável para controlar a movimentação do
tenha acesso a estes.
preso, baseado no nível e natureza do risco apresentado;
(c) Os instrumentos de restrição devem ser utiliza- Informações e direito à queixa dos presos
dos apenas durante o período exigido e devem ser retira-
Regra 54
dos, assim que possível, depois que o risco que motivou
a restrição não esteja mais presente. Todo preso, na sua entrada, deve receber informa-
ção escrita sobre:
2. Os instrumentos de restrição não devem ser utili-
zados em mulheres em trabalho de parto, nem durante e (a) A legislação e os regulamentos concernentes à
imediatamente após o parto. unidade prisional e ao sistema prisional;
(b) Seus direitos, inclusive métodos autorizados de
Regra 49
busca de informação, acesso à assistência jurídica, inclu-
A administração prisional deve buscar e promover o sive gratuita, e procedimentos para fazer solicitações e
treinamento no uso de técnicas de controle que afastem a reclamações;
necessidade de utilizar instrumentos restritivos ou que (c) Suas obrigações, inclusive as sanções disciplina-
reduzam seu caráter invasivo. res aplicáveis; e
(d) Todos os assuntos necessários para possibilitar
Revistas íntimas e inspeção em celas
ao preso adaptar-se à vida de reclusão.
Regra 50
Regra 55
As leis e regulamentos acerca das revistas íntimas e
1. As informações mencionadas na regra 54 devem
inspeções de celas devem estar em conformidade com as
estar disponíveis nos idiomas mais utilizados, de acordo
obrigações do Direito Internacional e devem levar em
com as necessidades da população prisional. Se um pre-
conta os padrões e as normas internacionais, consideran-
so não compreender qualquer desses idiomas, deverá ser
do-se a necessidade de garantir a segurança nas unidades
fornecida a assistência de um intérprete.
prisionais. As revistas íntimas e inspeções serão condu-
2. Se o preso for analfabeto, as informações devem
zidas respeitando-se a inerente dignidade humana e pri-
ser fornecidas verbalmente. Presos com deficiências sen-

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Direitos Humanos
soriais devem receber as informações de maneira apro- 2. Onde forem permitidas as visitais conjugais, este
priada a suas necessidades. direito deve ser garantido sem discriminação, e as mu-
3. A administração prisional deve exibir, com des- lheres presas exercerão este direito nas mesmas bases
taque, informativos nas áreas de trânsito comum da uni- que os homens. Devem ser instaurados procedimentos, e
dade prisional. locais devem ser disponibilizados, de forma a garantir o
justo e igualitário acesso, respeitando-se a segurança e a
Regra 56
dignidade.
1. Todo preso deve ter a oportunidade, em qualquer
Regra 59
dia, de fazer solicitações ou reclamações ao diretor da
unidade prisional ou ao servidor prisional autorizado a Os presos devem ser alocados, na medida do possí-
representá-lo. vel, em unidades prisionais próximas às suas casas ou ao
2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os presos local de sua reabilitação social.
fazerem solicitações ou reclamações, durante as inspe-
Regra 60
ções da unidade prisional, ao inspetor prisional. O preso
deve ter a oportunidade de conversar com o inspetor ou 1. A entrada de visitantes nas unidades prisionais
com qualquer outro oficial de inspeção, livremente e em depende do consentimento do visitante de se submeter à
total confidencialidade, sem a presença do diretor ou de revista. O visitante pode revogar seu consentimento a
outros membros da equipe. qualquer tempo; nesse caso, a administração prisional
3. Todo preso deve ter o direito de fazer uma solici- poderá vedar seu acesso.
tação ou reclamação sobre seu tratamento, sem censura 2. Os procedimentos de entrada e revista para visi-
quanto ao conteúdo, à administração prisional central, à tantes não devem ser degradantes e devem ser governa-
autoridade judiciária ou a outras autoridades competen- dos por princípios não menos protetivos que aqueles de-
tes, inclusive àqueles com poderes de revisão e de reme- lineados nas Regras 50 a 52. Revistas em partes íntimas
diação. do corpo devem ser evitadas e não devem ser utilizadas
4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta em crianças.
Regra serão estendidos ao seu advogado. Nos casos em
que nem o preso, nem o seu advogado tenham a possibi- Regra 61
lidade de exercer tais direitos, um membro da família do 1. Os presos devem ter a oportunidade, tempo e
preso ou qualquer outra pessoa que tenha conhecimento meios adequados para receberem visitas e de se comuni-
do caso poderá exercê-los. caram com um advogado de sua própria escolha ou com
um defensor público, sem demora, interceptação ou cen-
Regra 57
sura, em total confidencialidade, sobre qualquer assunto
1. Toda solicitação ou reclamação deve ser pronta- legal, em conformidade com a legislação local. Tais en-
mente apreciada e respondida sem demora. Se a solicita- contros podem estar sob as vistas de agentes prisionais,
ção ou reclamação for rejeitada, ou no caso de atraso in- mas não passíveis de serem ouvidos por estes.
devido, o reclamante terá o direito de levá-la à autorida- 2. Nos casos em que os presos não falam o idioma
de judicial ou outra autoridade. local, a administração prisional deve facilitar o acesso
2. Mecanismos de salvaguardas devem ser criados aos serviços de um intérprete competente e independen-
para assegurar que os presos possam fazer solicitações e te.
reclamações de forma segura e, se requisitado pelo re- 3. Os presos devem ter acesso a assistência jurídica
clamante, confidencialmente. O preso, ou qualquer outra efetiva.
pessoa mencionada no parágrafo 4 da Regra 56, não de-
Regra 62
ve ser exposto a qualquer risco de retaliação, intimidação
ou outras consequências negativas como resultado de 1. Presos estrangeiros devem ter acesso a recursos
uma solicitação ou reclamação. razoáveis para se comunicarem com os representantes
3. Alegações de tortura ou tratamentos ou sanções diplomáticos e consulares do Estado ao qual pertencem.
cruéis, desumanos ou degradantes deverão ser apreciadas 2. Presos originários de Estados sem representação
imediatamente e devem resultar em uma pronta e impar- diplomática ou consular no país e refugiados ou apátri-
cial investigação, conduzida por autoridade nacional in- das devem ter acesso a recursos similares para se comu-
dependente, de acordo com os parágrafos 1 e 2 da Regra nicarem com os representantes diplomáticos do Estado
71. encarregados de seus interesses ou com qualquer autori-
dade nacional ou internacional que tenha como tarefa
Contato com o mundo exterior
proteger tais indivíduos.
Regra 58
Regra 63
1. Os prisioneiros devem ter permissão, sob a su-
pervisão necessária, de comunicarem-se periodicamente Os presos devem ser regularmente informados so-
com seus familiares e amigos, periodicamente: bre os assuntos mais importantes dos noticiários, por
meio de leitura de jornais, de periódicos ou de publica-
(a) por correspondência e utilizando, onde houver, ções institucionais especiais, por transmissões sem fio,
de telecomunicações, meios digitais, eletrônicos e ou- por palestras ou por quaisquer meios similares autoriza-
tros; e dos ou controlados pela administração prisional.
(b) por meio de visitas.

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Direitos Humanos
Livros te a sua família, ou qualquer outra pessoa designada co-
mo seu contato, sobre seu encarceramento, ou sobre sua
Regra 64
transferência para outra unidade prisional, ou, ainda, so-
Toda unidade prisional deve ter uma biblioteca para bre qualquer doença ou ferimento graves. A divulgação
uso de todas as categorias de presos, adequadamente de informações pessoais dos presos deve estar submetida
provida de livros de lazer e de instrução, e os presos de- à legislação local.
vem ser incentivados a fazer uso dela.
Regra 69
Religião
Em caso de morte de um preso, o diretor da unidade
Regra 65 prisional deve informar, imediatamente, o parente mais
próximo ou contato de emergência do preso. Os indiví-
1. Se a unidade prisional contiver um número sufi-
duos designados pelo preso para receberem as informa-
ciente de presos de uma mesma religião, deve ser indica-
ções sobre sua saúde devem ser notificados pelo diretor
do ou aprovado um representante qualificado daquela re- em caso de doença grave, ferimento ou transferência pa-
ligião. Se o número de prisioneiros justificar tal proce- ra uma instituição médica. A solicitação explícita de um
dimento, e se as condições permitirem, deve-se adotar
preso, de que seu cônjuge ou parente mais próximo não
este procedimento em tempo integral.
seja informado em caso de doença ou ferimento, deve ser
2. Um representante qualificado indicado ou apro-
respeitada.
vado conforme o parágrafo 1 desta Regra deve ter per-
missão para realizar celebrações regulares e fazer visitas Regra 70
pastorais privadas a presos de sua religião em horário
A administração prisional deve informar imediata-
apropriado.
mente o preso sobre doença grave ou a morte de parente
3. O direito de entrar em contato com um represen-
próximo, cônjuge ou companheiro. Quando as circuns-
tante qualificado de sua religião nunca deve ser negado a
tâncias permitirem, o preso deve ser autorizado a ir ver,
qualquer preso. Por outro lado, se um preso se opuser à
sob escolta ou sozinho, o parente próximo, o cônjuge ou
visita de qualquer representante religioso, sua decisão
o companheiro, que esteja gravemente doente ou a parti-
deve ser plenamente respeitada.
cipar do funeral de tais pessoas.
Regra 66
Investigações
Todo preso deve ter o direito de atender às necessi-
Regra 71
dades de sua vida religiosa, participando de celebrações
realizadas nas unidades prisionais e mantendo consigo 1. Não obstante uma investigação interna, o diretor da
livros de prática e de ensino de sua confissão. unidade prisional deve reportar, imediatamente, a morte, o
desaparecimento ou o ferimento grave à autoridade judicial
Retenção de pertences dos presos ou a outra autoridade competente, independente da adminis-
tração prisional; e deve determinar a investigação imediata,
Regra 67 imparcial e efetiva sobre as circunstâncias e causas de tais
1. Todo dinheiro, objeto de valor, roupa e outros eventos. A administração prisional deve cooperar integral-
mente com a referida autoridade e assegurar que todas as
objetos pertencentes a um preso, que sob o regulamento
evidências sejam preservadas.
de uma unidade prisional não possam ser guardados com
2. A obrigação do parágrafo 1 desta Regra deve ser
ele ao entrar na unidade prisional, devem ser mantidos igualmente aplicada quando houver indícios razoáveis para
sob cuidados e segurança. Um inventário deve ser assi- se supor que um ato de tortura ou tratamento ou sanção
nado pelo preso e deve-se zelar para manter os pertences cruéis, desumanos ou degradantes tenha sido cometido na
em boas condições. unidade prisional, mesmo que não tenha recebido reclama-
2. Na liberação do preso, todos os artigos e dinheiro ção formal.
devem ser devolvidos a ele, exceto se tiver sido autori- 3. Quando houver indícios razoáveis para se supor
zado a gastar o dinheiro ou enviar qualquer pertence para que atos referidos no parágrafo 2 desta Regra tenham si-
fora da unidade prisional, ou tenha sido necessário des- do praticados, devem ser tomadas providências imediatas
truir qualquer peça de roupa por motivos de higiene. O para garantir que todas as pessoas potencialmente impli-
preso deve assinar um recibo referente aos artigos e di- cadas não tenham envolvimento nas investigações ou
nheiro que lhe forem devolvidos. contato com as testemunhas, vítimas e seus familiares.
3. Qualquer dinheiro ou pertence recebido de fora
da unidade prisional está submetido a essas mesmas re- Regra 72
gras. A administração prisional deve tratar o corpo de um
4. Se um preso trouxer quaisquer drogas ou medi- preso falecido com respeito e dignidade. O corpo do pre-
camentos, o médico ou outro profissional da saúde quali- so falecido deve ser devolvido ao seu parente mais pró-
ficado decidirá sobre a sua utilização. ximo o mais rapidamente possível e no mais tardar
Notificações quando concluída a investigação. A administração prisi-
onal deve providenciar um funeral culturalmente ade-
Regra 68 quado, se não houver outra parte disposta ou capaz de
Todo preso deve ter o direito, e a ele devem ser as- fazê-lo, e deve manter completo registro do fato.
segurados os meios para tanto, de informar imediatamen-

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Direitos Humanos
Remoção de presos regionais aplicáveis, as premissas que devem guiar o tra-
balho e as interações dos funcionários com os internos.
Regra 73
(b) Direitos e deveres dos funcionários no exercício
1. Quando os presos estiverem sendo removidos de de suas funções, incluindo o respeito à dignidade huma-
ou para uma unidade, devem ser expostos ao público pe- na de todos os presos e a proibição de certas condutas,
lo menor tempo possível, e devem ser adotadas as devi- em particular a prática de tortura ou tratamentos ou san-
das salvaguardas para protegê-los de insultos, curiosida- ções cruéis, desumanos ou degradantes.
de e qualquer forma de publicidade. (c) Segurança, incluindo o conceito de segurança
2. Deve ser proibido o transporte de presos em veí- dinâmica, o uso da força e instrumentos de restrição, e o
culo com ventilação ou iluminação inadequadas ou que gerenciamento de infratores violentos, levando-se em
possa submetê-los a qualquer forma de sofrimento físico. consideração técnicas preventivas e alternativas, como
3. O transporte de presos deve ter as despesas pagas negociação e mediação;
pela administração e ser feito em condições iguais para (d) Técnicas de primeiros socorros, as necessidades
todos. psicossociais dos presos e as correspondentes dinâmicas
no ambiente prisional, bem como a atenção e a assistên-
Funcionários da unidade prisional
cia social, incluindo o diagnóstico prévio de doenças
Regra 74 mentais.
1. A administração prisional deve promover seleção 2. Os funcionários que estiverem incumbidos de
cuidadosa de funcionários de todos os níveis, uma vez trabalhar com certas categorias de presos, ou que estejam
que a administração adequada da unidade prisional de- designados para outras funções específicas, devem rece-
pende da integridade, humanidade, capacidade profissio- ber treinamento específico com foco em tais particulari-
nal e adequação para o trabalho de seus funcionários. dades.
2. A administração prisional deve, constantemente,
Regra 77
suscitar e manter no espírito dos funcionários e da opini-
ão pública a convicção de que este trabalho é um serviço Todos os membros da equipe devem, a todo mo-
social de grande importância, e para atingir seu objetivo mento, portar-se e executar suas atividades de maneira
deve utilizar todos os meios apropriados para informar o que o seu exemplo seja uma boa influência sobre os pre-
público. sos e mereçam seu respeito.
3. Para garantir os fins anteriormente citados, os
Regra 78
funcionários devem ser indicados para trabalho em perí-
odo integral como agentes prisionais profissionais e a 1. Na medida do possível, a equipe prisional deve
condição de servidor público, com estabilidade no em- incluir um número suficiente de especialistas tais como
prego, sujeito apenas à boa conduta, eficiência e aptidão psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, professores e
física. O salário deve ser suficiente para atrair e reter instrutores técnicos.
homens e mulheres compatíveis com o cargo; os benefí- 2. Os serviços de assistentes sociais, professores e
cios e condições de emprego devem ser condizentes com instrutores técnicos devem ser providos de forma perma-
a natureza exigente do trabalho. nente, sem excluir a participação de trabalhadores de
tempo parcial e voluntários.
Regra 75
Regra 79
1. Os funcionários devem possuir um padrão ade-
quado de educação e receber as condições e os meios pa- 1. O diretor da unidade prisional deve ser adequa-
ra exercerem suas funções de forma profissional. damente qualificado para a tarefa no que se refere a per-
2. Antes de tomarem posse, os funcionários devem sonalidade, capacidade administrativa e treinamento e
receber treinamento em suas tarefas gerais e específicas, experiência apropriados.
que deve refletir as melhores práticas modernas, basea- 2. O diretor da unidade prisional deve dedicar-se em
das em dados empíricos, das ciências penais. Apenas os tempo integral a suas tarefas profissionais e não deve ser
candidatos que forem aprovados nas provas teóricas e indicado em tempo parcial. Deve residir nas dependên-
práticas ao final do treinamento devem ser admitidos no cias da unidade prisional ou nas imediações.
serviço prisional. 3. Quando duas ou mais unidades prisionais estive-
3. A administração prisional deve garantir a capaci- rem sob o controle de um mesmo diretor, ele deve visitar
tação contínua por meio de cursos de treinamento em cada uma delas a intervalos regulares. Em cada uma das
serviço, com o objetivo de manter e aperfeiçoar o conhe- unidades prisionais deve haver um agente responsável.
cimento e a capacidade profissional de seus funcionários,
Regra 80
depois de tomarem posse e durante sua carreira.
1. O diretor, o seu representante e a maioria dos
Regra 76
funcionários da unidade prisional devem falar o idioma
1. O treinamento a que se refere o parágrafo 2 da da maior parte dos presos ou um idioma entendido pela
Regra 75 deve incluir, no mínimo, treinamento em: maioria deles.
2. Sempre que necessário, devem-se utilizar os ser-
(a) Legislação, regulamentos e políticas nacionais
viços de intérprete qualificado.
relevantes, bem como os instrumentos internacionais e

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Direitos Humanos
Regra 81 (c) Conduzir entrevistas com os presos e com os
funcionários prisionais, em total privacidade e confiden-
1. Em uma unidade prisional para homens e mulhe-
cialidade, durante suas visitas;
res, a parte da unidade destinada a mulheres deve estar
(c) Fazer recomendações à administração prisional
sob a supervisão de uma oficial feminina responsável
e a outras autoridades competentes.
que tenha a custódia das chaves de toda aquela parte da
unidade. 2. Equipes de inspeção externa devem ser compos-
2. Nenhum funcionário do sexo masculino deve en- tas por inspetores qualificados e experientes, indicados
trar na parte feminina da unidade prisional a menos que por uma autoridade competente, e devem contar com
esteja acompanhado de uma agente. profissionais de saúde. Deve-se buscar uma representa-
3. As presas devem ser atendidas e supervisionadas ção paritária de gênero.
somente por agentes femininas. Entretanto, isso não im-
Regra 85
pede que membros homens da equipe, especialmente
médicos e professores, desempenhem suas atividades 1. Toda inspeção será seguida de um relatório es-
profissionais em unidades prisionais ou nas áreas desti- crito a ser submetido à autoridade competente. Esforços
nadas a mulheres. devem ser empreendidos para tornar os relatórios de ins-
peções externas de acesso público, excluindo-se qualquer
Regra 82
dado pessoal dos presos, a menos que tenham fornecido
1. Os funcionários das unidades prisionais não de- seu consentimento explícito.
vem, em seu relacionamento com os presos, usar de for- 2. A administração prisional ou qualquer outra auto-
ça, exceto em caso de autodefesa, tentativa de fuga, ou ridade competente, conforme apropriado, indicará, em
resistência ativa ou passiva a uma ordem fundada em leis um prazo razoável, se as recomendações advindas de
ou regulamentos. Agentes que recorram ao uso da força inspeções externas serão implementadas.
não devem fazê-lo além do estritamente necessário e de-
vem relatar o incidente imediatamente ao diretor da uni- II. Regras aplicáveis a categorias especiais
dade prisional.
A. Presos sentenciados
2. Os agentes prisionais devem receber treinamento
físico para capacitá-los a controlar presos agressivos. Princípios orientadores
3. Exceto em circunstâncias especiais, no cumpri-
Regra 86
mento das tarefas que exigem contato direto com os pre-
sos, os funcionários prisionais não devem estar armados. Os princípios orientadores a seguir objetivam mos-
Além disso, a equipe não deve, em circunstância alguma, trar o espírito sob o qual os estabelecimentos prisionais
portar armas, a menos que seja treinada para fazer uso devem ser administrados e os fins que devem almejar, de
delas. acordo com a declaração feita na Observação Preliminar
Inspeções internas e externas 1 destas Regras.
Regra 83 Regra 87
1. Deve haver um sistema duplo de inspeções regu- Antes do término do cumprimento de uma pena ou
lares nas unidades prisionais e nos serviços penais: medida, é desejável que sejam tomadas providências ne-
(a) Inspeções internas ou administrativas conduzi- cessárias para assegurar ao preso um retorno progressivo
das pela administração prisional central; à vida em sociedade. Este propósito pode ser alcançado,
(b) Inspeções externas conduzidas por órgão inde- de acordo com o caso, com a adoção de um regime de
pendente da administração prisional, que pode incluir pré-soltura, organizado dentro da mesma unidade prisio-
órgãos internacionais ou regionais competentes. nal ou em outra instituição apropriada, ou mediante li-
berdade condicional sob algum tipo de vigilância, que
2. Em ambos os casos, o objetivo das inspeções de- não deve ser confiada à polícia, mas deve ser combinada
ve ser o de assegurar que as unidades prisionais sejam com uma assistência social eficaz.
gerenciadas de acordo com as leis, regulamentos, políti-
cas e procedimentos existentes, a fim de alcançar os ob- Regra 88
jetivos dos serviços penais e prisionais, e a proteção dos 1. O tratamento dos presos deve enfatizar não a sua
direitos dos presos. exclusão da comunidade, mas sua participação contínua
Regra 84 nela. Assim, as agências comunitárias devem, sempre
que possível, ser indicadas para auxiliar a equipe da uni-
1. Os inspetores devem ter a autoridade para: dade prisional na tarefa de reabilitação social dos presos.
(a) Acessar todas as informações acerca do número 2. Todo estabelecimento prisional deve ter trabalha-
de presos e dos locais de encarceramento, bem como to- dores sociais encarregados de manter e aperfeiçoar todas
da a informação relevante para o tratamento dos presos, as relações desejáveis de um preso com sua família e
inclusive seus registros e as condições de detenção; com agências sociais reconhecidas. Devem-se adotar
(b) Escolher livremente qual estabelecimento prisi- procedimentos para proteger, ao máximo possível, de
onal deve ser inspecionado, inclusive fazendo visitas de acordo com a lei e a sentença, os direitos relacionados
iniciativa própria sem prévio aviso, e quais presos devem aos interesses civis, à previdência social e aos demais
ser entrevistados; benefícios sociais dos presos.

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Direitos Humanos
Regra 89 3. Os relatórios e demais documentos relevantes
devem ser postos em um arquivo individual. Esse arqui-
1. O cumprimento destes princípios requer a indivi-
vo deve ser mantido atualizado e classificado de maneira
dualização do tratamento e, para tal, é necessário um sis-
a possibilitar a consulta pelo pessoal responsável, sempre
tema flexível de classificação dos presos em grupos. De-
que houver necessidade.
ve-se, portanto, distribuir tais grupos em unidades prisi-
onais separadas adequadas ao tratamento de cada um. Classificação e individualização
2. Essas unidades prisionais não precisam proporci-
Regra 93
onar o mesmo grau de segurança para todos os grupos. É
recomendável que vários graus de segurança sejam dis- 1. As finalidades da classificação devem ser:
ponibilizados, de acordo com as necessidades de diferen-
(a) Separar dos demais presos aqueles que, por mo-
tes grupos. As unidades abertas, exatamente pelo fato de
tivo de seu histórico criminal ou pela sua personalidade,
não proporcionarem segurança física contra fuga, mas
confiarem na autodisciplina dos detentos, proporcionam possam vir a exercer uma influência negativa sobre os
as condições mais favoráveis para a reabilitação de pre- demais presos;
(b) Dividir os presos em classes, a fim de facilitar o
sos cuidadosamente selecionados.
tratamento, visando à sua reinserção social.
3. O número de detentos em unidades prisionais fe-
chadas não deve ser grande demais a ponto de coibir o 2. Na medida do possível, as unidades prisionais, ou
tratamento individualizado. Em alguns países, enten- setores separados de uma unidade, devem ser usadas pa-
de-se que a população de tais unidades não deve passar ra o tratamento de diferentes classes de presos.
de quinhentos detentos. Em unidades abertas, a popula-
ção deve ser a menor possível. Regra 94
4. Por outro lado, não é recomendável manter uni- Assim que possível, após a entrada e após um estu-
dades prisionais que sejam pequenas demais ao ponto de do da personalidade de cada preso sentenciado com ex-
impedirem o provimento de instalações adequadas. tensão adequada, deve-se preparar um programa de tra-
Regra 90 tamento para ele baseado no conhecimento obtido sobre
suas necessidades, capacidades e disposições.
A tarefa da sociedade não termina com a liberação
de um preso. Deve haver, portanto, agências governa- Privilégios
mentais ou privadas capazes de prestar acompanhamento Regra 95
pós-soltura de forma eficiente, direcionado à diminuição
do preconceito contra ele e visando à sua reinserção so- Toda unidade prisional deve estabelecer sistemas de
cial. privilégios adequados para as diferentes classes de pre-
sos e diferentes métodos de tratamento, a fim de incenti-
Tratamento var uma boa conduta, desenvolver o senso de responsa-
Regra 91 bilidade e assegurar o interesse e a cooperação dos pre-
sos no seu tratamento.
O tratamento de presos sentenciados ao encarcera-
mento ou a medida similar deve ter como propósito, até Trabalho
onde a sentença permitir, criar nos presos a vontade de Regra 96
levar uma vida de acordo com a lei e autossuficiente
após sua soltura e capacitá-los a isso, além de desenvol- 1. Os presos condenados devem ter a oportunidade
ver seu senso de responsabilidade e autorrespeito. de trabalhar e/ou participar ativamente de sua reabilita-
ção, sendo esta atividade sujeita à determinação, por um
Regra 92 médico ou outro profissional de saúde qualificado, de
1. Para esses fins, todos os meios apropriados de- sua aptidão física e mental.
vem ser usados, inclusive cuidados religiosos em países 2. Trabalho suficiente de natureza útil deve ser ofe-
onde isso é possível, educação, orientação e capacitação recido aos presos de modo a conservá-los ativos durante
vocacionais, assistência social direcionada, aconselha- um dia normal de trabalho.
mento profissional, desenvolvimento físico e fortaleci- Regra 97
mento de seu caráter moral. Tudo isso deve ser feito de
acordo com as necessidades individuais de cada preso, 1. O trabalho na prisão não deve ser de natureza es-
levando em consideração sua história social e criminal, tressante.
suas capacidades e aptidões mentais, seu temperamento 2. Os presos não devem ser mantidos em regime de
pessoal, o tempo da sentença e suas perspectivas para escravidão ou servidão.
depois da liberação. 3. Nenhum preso será solicitado a trabalhar para
2. Para cada preso com uma sentença de extensão beneficiar pessoal ou privativamente qualquer membro
adequada, o diretor prisional deve receber, no mais breve da equipe prisional.
possível após sua entrada, relatórios sobre todos os as- Regra 98
suntos referentes a ele mencionados no parágrafo 1 desta
Regra. Esses relatórios devem sempre incluir relatório do 1. Quando possível, o trabalho realizado deve man-
médico ou do profissional de saúde qualificado sobre a ter ou aumentar a habilidade dos presos para que possam
condição física e mental do preso. viver de maneira digna após sua liberação.

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Direitos Humanos
2. Os presos devem receber treinamento vocacional, para constituir um fundo de poupança a ser destinado ao
em profissões úteis, das quais possam tirar proveito, es- preso quando da sua liberação.
pecialmente os presos jovens.
Educação e lazer
3. Dentro dos limites compatíveis com a seleção
vocacional apropriada e das exigências da administração Regra 104
e disciplina prisional, os presos devem poder escolher o
1. Instrumentos devem ser criados para promover a
tipo de trabalho que gostariam de exercer.
educação de todos os presos que possam se beneficiar
Regra 99 disso, incluindo instrução religiosa, em países onde isso
é possível. A educação de analfabetos e jovens presos
1. A organização e os métodos de trabalho nas uni-
deve ser compulsória, e a administração prisional deve
dades prisionais devem ser os mais parecidos possíveis
destinar atenção especial a isso.
com aqueles realizados fora da unidade, para, dessa for-
2. Na medida do possível, a educação dos presos
ma, preparar os presos para as condições de uma vida
deve ser integrada ao sistema educacional do país, para
profissional normal.
que após sua liberação eles possam continuar seus estu-
2. Os interesses dos presos e de seu treinamento vo-
dos sem maiores dificuldades.
cacional, entretanto, não devem ser subordinados à ob-
tenção de lucro financeiro por uma atividade dentro da Regra 105
unidade prisional.
Todas as unidades prisionais devem oferecer ativi-
Regra 100 dades recreativas e culturais em benefício da saúde física
e mental dos presos.
1. As indústrias e explorações agrícolas, preferenci-
almente, devem ser operadas diretamente pela adminis- Relações sociais e assistência pós-prisional
tração prisional e não por contratantes privados.
Regra 106
2. Se o local onde os presos estiverem trabalhando
não estiver sob o controle da administração prisional, Atenção especial deve ser dada para a manutenção e
devem sempre permanecer sob a supervisão dos agentes o aperfeiçoamento das relações entre o preso e sua famí-
prisionais. A menos que o trabalho seja para outros de- lia, conforme apropriado ao melhor interesse de ambos.
partamentos do governo, o salário normal deve ser pago
à administração prisional pelas pessoas para as quais o Regra 107
trabalho é executado, levando em consideração a produ- Desde o início do cumprimento da sentença de um
tividade dos presos. preso, deve-se considerar seu futuro após a liberação, e
Regra 101 ele deve ser incentivado e auxiliado a manter ou estabe-
lecer relações com indivíduos ou entidades fora da uni-
1. As precauções fixadas para proteger a segurança dade prisional, da melhor forma possível, para promover
e a saúde dos trabalhadores livres devem ser igualmente sua própria reabilitação social e os seus interesses e de
observadas nas unidades prisionais. sua família.
2. Devem-se adotar procedimentos para indenizar
os presos por acidentes de trabalho, inclusive por enfer- Regra 108
midades provocadas pelo trabalho, em termos não menos 1. Os serviços e as agências, sejam governamentais
favoráveis que aqueles estendidos pela lei a trabalhado- ou não, que ajudam presos libertos a se restabelecerem
res livres. na sociedade devem assegurar, na medida do possível e
Regra 102 do necessário, que eles possuam os documentos e papéis
de identificação apropriados, que tenham casa e trabalho
1. O número máximo de horas trabalhadas, por dia e adequados, que estejam adequadamente vestidos, levan-
por semana, pelos presos deve ser fixado em lei pelo re- do em consideração o clima e a estação do ano, e que te-
gulamento administrativo, levando em consideração as nham meios suficientes para alcançar seu destino e para
normas e os costumes locais em relação ao emprego de se sustentarem no período imediatamente posterior a sua
trabalhadores livres. liberação.
2. As horas fixadas devem permitir um dia de des- 2. Os representantes autorizados de tais agências
canso por semana e tempo suficiente para o estudo e para devem ter todo o acesso necessário à unidade prisional e
outras atividades exigidas como parte do tratamento e aos presos e devem ser consultados sobre o futuro do
reinserção dos presos. preso desde o início de sua sentença.
Regra 103 3. As atividades de tais agências devem ser centrali-
zadas ou coordenadas, na medida do possível, para ga-
1. Deve haver um sistema de remuneração igualitá- rantir o melhor uso de seus esforços.
ria para o trabalho dos presos.
B. Presos com transtornos mentais e/ou com
2. Dentro do sistema, os presos deverão ter permis-
são para gastar pelo menos parte do que ganharem em problemas de saúde
artigos aprovados para uso próprio e para enviar uma Regra 109
parte de seus ganhos para sua família.
3. O sistema deve também possibilitar que uma par- 1. Os indivíduos considerados imputáveis, ou que
te dos ganhos seja reservada pela administração prisional posteriormente foram diagnosticados com deficiência

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Direitos Humanos
mental e/ou problemas de saúde severos, para os quais o mesmas proteções contidas na Seção C, Partes I e II des-
encarceramento significaria um agravamento de sua ta Regra. As disposições relevantes da Parte II, Seção A,
condição, não devem ser detidos em unidades prisionais desta Regra, devem ser igualmente aplicáveis desde que
e devem-se adotar procedimentos para removê-los a ins- contribuam para o benefício desse grupo especial de pes-
tituição de doentes mentais, assim que possível. soas sob custódia, garantindo que não sejam tomadas
2. Se necessário, os demais presos que sofrem de medidas que impliquem na reeducação ou reabilitação de
outros problemas de saúde ou deficiências mentais de- indivíduos que não foram condenados por qualquer cri-
vem ser observados e tratados sob cuidados de profissio- me.
nais de saúde qualificados em instituições especializadas.
3. O serviço de saúde das instituições penais deve EXERCÍCIOS
proporcionar tratamento psiquiátrico a todos os outros Nas questões de 01 a 38, marque uma única alterna-
prisioneiros que necessitarem. tiva correta conforme pede seu comando.
Regra 110 01. (SEGPLAN-GO - 2016 - SEAP-GO - Técnico
Caso necessário, medidas devem ser tomadas, jun- de Saúde). De acordo com o que dispõe a Resolução
tamente com entidades apropriadas, para garantir a con- Conjunta nº 1, de 15 de Abril de 2014, é correto afirmar
tinuidade do tratamento psiquiátrico e para prestar que:
acompanhamento após a liberação. A) A pessoa travesti ou transexual em privação de li-
C. Presos sob custódia ou aguardando julgamen- berdade não tem o direito de ser chamada pelo seu
to nome social, de acordo com o seu gênero.
B) Às travestis e aos gays privados de liberdade em
Regra 111 unidades prisionais masculinas, considerando a sua
1. Indivíduos presos ou detidos sob acusação crimi- segurança e especial vulnerabilidade, não deverão
nal que estejam sob custódia policial ou prisional, mas ser oferecidos espaços de vivência específicos.
que aguardem julgamento e sentença, devem ser tratados C) As pessoas transexuais masculinas e femininas de-
como “presos não julgados” doravante nestas Regras. vem ser encaminhadas para as unidades prisionais
2. Presos não condenados têm presunção de inocên- femininas.
cia e devem ser tratados como inocentes. D) À pessoa travesti ou transexual em privação de li-
3. Sem prejuízo das previsões legais para a proteção berdade será obrigatório o uso de roupas femininas
da liberdade individual ou do procedimento a ser obser- ou masculinas, conforme o gênero.
vado com relação a presos não julgados, estes presos de- E) Não é permitido o direito à visita íntima para a po-
vem ser beneficiados com um regime especial descrito pulação LGBT em situação de privação de liberda-
nas Regras a seguir somente em seus requisitos essenci- de.
ais.
02. (SEGPLAN-GO - 2016 - SEAP-GO - Analista
Regra 112 de Saúde). Para efeitos da Resolução Conjunta nº 1, de
1. Presos não julgados deverão ser mantidos sepa- 15 de abril de 2014, entende-se por LGBT a população
rados dos presos condenados. composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e tran-
2. Jovens presos não julgados devem ser mantidos sexuais, considerando-se:
separados dos adultos e, em princípio, ser detidos em I- Lésbicas: denominação específica para mulheres
unidades separadas. que se relacionam afetiva e sexualmente com outras
Regra 113 mulheres.
II - Gays: denominação específica para homens que se
Presos não julgados devem dormir sozinhos em relacionam afetiva e sexualmente com outros ho-
quartos separados, com ressalva dos diferentes hábitos mens.
locais relacionados ao clima. III - Bissexuais: pessoas que se relacionam afetiva e se-
Regra 114 xualmente com ambos os sexos.

Dentro dos limites compatíveis com o bom anda- A) Somente as assertivas I e II estão corretas.
mento da unidade prisional, os presos não julgados pode-
rão, se assim desejarem, ter a sua alimentação vinda do B) Somente as assertivas II e III estão corretas.
meio externo, por intermédio da administração, com seus C) Somente as assertivas I e III estão corretas
próprios recursos, de suas famílias ou de amigos. Caso
contrário, a administração deve providenciar a alimenta- D) Somente a assertiva I está correta.
ção. E) Todas as assertivas estão corretas.
E. Pessoas presas ou detidas sem acusação
Regra 122
Sem prejuízo das disposições contidas no artigo 9º
do Pacto Internacional sobre Direitos Políticos e Civis,30
indivíduos presos ou detidos sem acusação devem ter as
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Direitos Humanos
03. (IBFC - 2022 - TJ-MG - Oficial Judiciário - 05. (INSTITUTO AOCP - 2022 - PC-GO - Dele-
Assistente Técnico de Controle Financeiro). Sobre a gado de Polícia Substituto). Em 1948, pela Declaração
Resolução nº 217 da 3ª Assembleia Geral da ONU, de 10 Universal dos Direitos Humanos, foi reconhecida a dig-
de dezembro de 1948 (Declaração Universal dos Direitos nidade inerente a todos os membros da família humana e
Humanos), é incorreto afirmar que: seus direitos iguais e inalienáveis, sendo esses elementos
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
A) toda pessoa tem direito a receber dos tribunais naci-
Com base na teoria geral dos direitos humanos e na De-
onais competentes remédio efetivo para os atos que
claração Universal dos Direitos Humanos, assinale a al-
violem os direitos fundamentais que lhe sejam re-
ternativa correta.
conhecidos pela constituição ou pela lei
B) todo ser humano tem direito à instrução. A instru- A) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem
ção será gratuita, pelo menos nos graus elementares o direito de ser presumido inocente até que a sua
e fundamentais. A instrução técnico-profissional se- culpabilidade tenha sido demonstrada, em julga-
rá obrigatória e acessível a todos, bem como a ins- mento arbitral.
trução superior, está baseada no mérito B) Todo ser humano, quando vítima de perseguição,
C) todos são iguais perante a lei e têm direito, sem não terá o direito de procurar e de gozar asilo em
qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos outros países quando se tratar de atos contrários aos
têm direito a igual proteção contra qualquer discri- objetivos e princípios das Nações Unidas.
minação que viole a presente Declaração e contra C) O direito à liberdade de pensamento, consciência e
qualquer incitamento a tal discriminação religião deve ser relativizado quando se tratar de
D) todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a mudança de religião ou crença.
uma justa e pública audiência por parte de um tri- D) Todo ser humano tem direito à instrução, que não
bunal independente e imparcial, para decidir seus deve ter caráter de obrigatoriedade, mas deve ser
direitos e deveres ou fundamento de qualquer acu- oferecida de forma gratuita pelo menos nos graus
sação criminal contra ele elementares e fundamentais.
E) não será também feita nenhuma distinção fundada E) Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade,
na condição política, jurídica ou internacional do a qual irá acompanhar o indivíduo até o dia de sua
país ou território a que pertença uma pessoa, quer se morte, uma vez que lhe é vedada a mudança de na-
trate de um território independente, sob tutela, sem cionalidade.
governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limi-
tação de soberania 06. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2022 - Câ-
mara de Parauapebas - PA - Agente de Polícia Legis-
04. (IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário – lativa). Quanto à Declaração Universal dos Direitos
Administrador). Na conformidade com a Resolução nº Humanos, analise os casos a seguir.
217 da 3ª Assembleia Geral da ONU, de 10 de dezembro
I. No país Alfa, não há lei de proteção contra o de-
de 1948 (Declaração Universal dos Direitos Humanos), é
semprego.
incorreto afirmar que:
II. No país Beta, a instrução superior é baseada no mé-
A) a vontade do povo será a base da autoridade do go- rito.
verno; essa vontade será expressa em eleições pe- III. No país Gama, o casamento prescinde do livre con-
riódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto sentimento dos nubentes.
secreto e obrigatório ou processo equivalente que
assegure a liberdade de voto Observado o espírito lógico da Declaração Univer-
B) todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o sal dos Direitos Humanos, é correto afirmar que:
direito de ser presumido inocente até que a sua cul-
A) Os países Alfa, Beta e Gama não ofendem a Decla-
pabilidade tenha sido provada de acordo com a lei,
ração.
em julgamento público no qual lhe tenham sido as-
B) Os países Alfa e Gama estão de acordo com a De-
seguradas todas as garantias necessárias à sua defe-
claração.
sa
C) O país Beta ofende a Declaração e o país Gama está
C) ninguém será sujeito à interferência na sua vida pri-
de acordo com a Declaração.
vada, na sua família, no seu lar ou na sua corres-
D) O país Alfa ofende a Declaração e o país Beta está
pondência, nem a ataque à sua honra e reputação.
de acordo com a Declaração.
Todo ser humano tem direito à proteção da lei con-
tra tais interferências ou ataques
07. (VUNESP - 2022 - PC-RR - Delegado de Po-
D) os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer
lícia Civil). Assinale a alternativa que está expressamen-
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o
te de acordo com a Declaração Universal dos Direitos
direito de contrair matrimônio e fundar uma família.
Humanos da Organização das Nações Unidas.
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento,
sua duração e sua dissolução A) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem
E) todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direi- o direito de ser presumido inocente até que a sua
to a igual remuneração por igual trabalho culpabilidade tenha sido provada de acordo com a
lei, não podendo ser encarcerado antes do trânsito
em julgado da sentença condenatória.

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Direitos Humanos
B) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou B) que o desprezo e o desrespeito pelos direitos huma-
omissão que, no momento, não constituíam delito nos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a
perante o direito nacional ou internacional. Também consciência da Humanidade e que o advento de um
não será imposta pena mais benéfica que aquela mundo em que todos gozem de liberdade de pala-
que, no momento da prática, era aplicável ao ato de- vra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do
lituoso. temor e da necessidade não pôde ser proclamado
C) Todo ser humano tem direito à instrução, que será como a mais alta aspiração do ser humano comum.
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fun- C) que é essencial que os direitos humanos sejam pro-
damentais. A instrução elementar será obrigatória. tegidos pelo império da lei, para que o ser humano
A instrução técnico-profissional será acessível a to- seja compelido, como último recurso, à rebelião
dos, bem como a instrução superior, esta baseada no contra a tirania e a opressão.
mérito. D) que não se prevê ser essencial promover o desen-
D) No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser volvimento de relações amistosas entre as nações.
humano estará sujeito apenas às limitações determi- E) que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na
nadas pelo Poder Executivo, com o fim de assegurar Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos funda-
o respeito dos direitos e liberdades e de satisfazer as mentais, na dignidade e no valor do ser humano e
exigências da moral, da ordem pública e do bem- - na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e
estar da sociedade. que decidiram promover o progresso social e me-
E) Todo ser humano que trabalha tem direito a uma lhores condições de vida em uma liberdade mais
remuneração justa e satisfatória que lhe assegure ampla.
uma existência compatível com a dignidade huma-
na, bem como repouso e lazer, inclusive direito a fé- 11. (SEJUS/RO-FUNRIO) A Constituição Fede-
rias remuneradas com um terço a mais e décimo ral, em seu título II, capítulo I, prevê os Direitos e Ga-
terceiro salário. rantias Fundamentais e os direitos e deveres individuais
e coletivos e, assim como a Declaração Universal dos
08. (AGESP/UFG) Um dos princípios fundamen- Direitos Humanos, são enumerados os direitos que todos
tais da cidadania é o direito do cidadão de nascer livre e os seres humanos possuem, EXCETO:
igual. Esse direito está garantido em dois instrumentos
A) Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento
jurídicos adotados pelo Estado brasileiro:
ou castigo cruel, desumano ou degradante.
A) O Código Penal e a Constituição Federal. B) Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem
B) O Constituição Federal e o Código de Processo Pe- qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos
nal. têm direito a igual proteção contra qualquer discri-
C) A Declaração dos Direitos Humanos e a Constitui- minação que viole a presente Declaração e contra
ção Federal. qualquer incitamento a tal discriminação.
D) O Código Processual Penal e a Declaração dos Di- C) Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
reitos Humanos. sem o devido processo legal.
D) Todo ser humano tem direito à liberdade de loco-
09. (AGESP/UFG) Segundo a Declaração Univer- moção e residência dentro das fronteiras de cada
sal dos Direitos Humanos, toda pessoa acusada de um Estado, mas não tem o direito de deixar qualquer
ato delituoso tem algumas garantias asseguradas. Essas país, inclusive o próprio, e a este regressar.
garantias são E) Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
A) a presunção de inocência, o julgamento público e o
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegali-
direito à defesa.
dade ou abuso de poder.
B) a presunção de inocência, o direito à defesa e o foro
privilegiado.
12. (SEJUS/RO-FUNRIO) Considerando que os
C) o julgamento público e o direito de responder ao de-
Estados-Membros se comprometeram a promover, em
lito em liberdade.
cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal
D) o direito à defesa, o mandado de segurança e o foro
aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a ob-
privilegiado.
servância desses direitos e liberdades, e que uma com-
preensão comum desses direitos e liberdades é da mais
10. (SEJUS/RO-FUNRIO) A Declaração Univer-
alta importância para o pleno cumprimento desse com-
sal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos
promisso, pode-se afirmar que:
das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são
enumerados os direitos que todos os seres humanos pos- A) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é
suem. Assim, é correto afirmar que, em seu preâmbulo, a um dos documentos básicos das Nações Unidas e
Declaração Universal dos Direitos Humanos prevê: foi assinada em 1948. Nela, são enumerados os di-
reitos que todos os seres humanos possuem.
A) que o reconhecimento da dignidade inerente a todos
B) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é
os membros da família humana e de seus direitos
considerada um acordo, pois este termo é usado, ge-
iguais e inalienáveis não é o fundamento da liber-
ralmente, para caracterizar negociações bilaterais de
dade, da justiça e da paz no mundo.
natureza política, econômica, comercial, cultural,

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Direitos Humanos
científica e técnica. Acordos podem ser firmados A) Deverá promover o bem de todos, sem preconceitos
entre países ou entre um país e uma organização in- de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
ternacional. formas de discriminação.
C) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é B) Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o di-
considerada um tratado já que tratados são atos bi- reito de procurar e de gozar asilo em outros países.
laterais ou multilaterais aos quais se deseja atribuir C) Este direito poderá ser invocado mesmo em caso de
especial relevância política. perseguição legitimamente motivada por crimes de
D) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é direito comum ou por atos contrários aos objetivos
uma convenção, pois essa palavra costuma ser em- e princípios das Nações Unidas.
pregada para designar atos multilaterais, oriundos D) Rege-se pelo princípio da autodeterminação dos
de conferências internacionais e que abordem as- povos.
sunto de interesse geral. E) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
E) Declaração Universal dos Direitos Humanos é um alguma coisa senão em virtude de lei
protocolo e se designa a acordos menos formais
que os tratados. O termo é utilizado, ainda, para de- 15. (CEV/UECE) A finalidade básica dos direitos
signar a ata final de uma conferência internacional. humanos é coibir o abuso
A) do poder estatal.
13. (SEJUS/RO-FUNRIO) A Assembleia Geral
B) do poder estatal e dos indivíduos.
proclamou a Declaração Universal dos Direitos Huma-
C) dos indivíduos.
nos como o ideal comum a ser atingido por todos os po-
D) dos grupos de indivíduos.
vos e todas as nações, com o objetivo de que cada indi-
víduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em men-
16. (FGV - 2024 - AL-TO - Policial Legislativo II
te esta Declaração, se esforcem, através do ensino e da
- Polícia e Segurança). Determinado ativista dos direi-
educação, por promover o respeito a esses direitos e li-
tos humanos afirmou, em um evento, que a Declaração
berdades, e, pela adoção de medidas progressivas de ca-
Universal dos Direitos Humanos era totalmente infensa à
ráter nacional e internacional, por assegurar o seu reco-
tortura. Um debatedor, no entanto, insurgiu-se contra es-
nhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto
sa assertiva sob o argumento de que a Declaração reco-
entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto
nhecia que o indivíduo estava inserido no agregado soci-
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Assim,
al, logo, o interesse individual nem sempre sobrepujava
conforme proclamou a Declaração Universal dos Direi-
o coletivo, o que permitia a prática da tortura em situa-
tos Humanos, todo ser humano:
ções específicas.
A) Tem capacidade para gozar os direitos e as liberda-
À luz dos termos da referida Declaração, é correto
des estabelecidos nesta Declaração, sem distinção
afirmar que
de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma,
religião, opinião política ou de outra natureza, ori- A) o indivíduo não pode subsistir sem o social, logo, o
gem nacional ou social, riqueza, nascimento, com debatedor está certo.
algumas restrições. B) a tortura será admitida, ou não, conforme a natureza
B) Poderá fazer distinção fundada na condição política, do crime a ser apurado.
jurídica ou internacional do país ou território a que C) a tortura do ser humano nega sua própria condição
pertença uma pessoa, quer se trate de um território humana, logo, o ativista está certo;
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer D) a tortura não pode ser admitida quando inexistir in-
sujeito a qualquer outra limitação de soberania. dícios de autoria e prova da materialidade.
C) Tem direito à vida, à liberdade, podendo esta ser E) a Declaração não é um tratado, mas mera exortação
restringida, e à segurança pessoal a critério da ad- moral, logo, suas disposições são conselhos aos Es-
ministração pública através da polícia militar, civil tados partes, e, entre elas, não está a proscrição da
e federal. tortura.
D) Tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhe-
cido como pessoa perante a lei, salvo nos casos pre- 17. (ITAME - 2024 - Prefeitura de Palmeiras de
vistos em lei específica. Goiás - GO - Guarda Municipal). De acordo com a
E) Tem direito a receber dos tribunais nacionais com- Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e
petentes remédio efetivo para os atos que violem os proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas
direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos (resolução 217III) em 10 de dezembro de 1948. Assinale
pela constituição ou pela lei. a afirmativa correta.
A) Um dos propósitos e princípios orientadores e fun-
14. (SEJUS/RO-FUNRIO) A Declaração Univer-
damentais no preâmbulo da presente Declaração é a
sal dos Direitos Humanos preconiza em seu art. XIII que
consideração de que, o reconhecimento da dignida-
todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e
de inerente a todos os membros da família humana
residência dentro das fronteiras de cada Estado e que to-
do ser humano tem o direito de deixar qualquer país, in- e de seus direitos iguais e inalienáveis é o funda-
clusive o próprio, e a este regressar. Quanto ao asilo po- mento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
lítico previsto nesta declaração é correto afirmar que:

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Direitos Humanos
B) O artigo 3º estabelece que todo indivíduo tem direi- 20. (DEPEN-FUNRIO) A Declaração Universal
to à vida, à liberdade, devendo cada um, cuidar de dos Direitos Humanos adotada e proclamada pela Reso-
sua segurança pessoal; lução 217-A (III) – da Assembleia Geral das Nações
C) Segundo o artigo 9º, ninguém poderá ser arbitraria- Unidas, em 10 de dezembro de 1948, demonstra em seu
mente preso ou detido, todavia, poderá ser exilado item XIII que todo ser humano tem direito à liberdade de
desde que se cumpra determinação legal. locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Es-
D) Nos temos do artigo 13, todo ser humano tem direi- tado e que todo ser humano tem o direito de deixar qual-
to à liberdade de locomoção e residência dentro das quer país, inclusive o próprio, e a este regressar. Em re-
fronteiras de cada Estado, desde que, haja autoriza- lação ao asilo político previsto nessa Declaração, é cor-
ção do respectivo consulado. reto afirmar que
A) o direito ao asilo político poderá ser invocado mes-
18. (INSTITUTO CONSULPLAN - 2024 - Pre-
mo em caso de perseguição legitimamente motivada
feitura de Miracema - RJ - Cuidador Social). A De-
por crimes de direito comum ou por atos contrários
claração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi
aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
elaborada por um comitê criado pela ONU, em 1946. O
B) o direito de asilo político poderá ser invocado mes-
surgimento da DUDH se relaciona diretamente com os
mo em caso de perseguição legitimamente provoca-
acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, marcada
da por crimes de direito comum.
pelo Holocausto e as bombas atômicas. Após amplo de-
C) rege-se pelo princípio da autodeterminação dos po-
bate, o consenso da ONU deliberou para a versão, com
vos.
trinta artigos, adotada e proclamada pela Assembleia Ge-
D) o direito de asilo político poderá ser invocado mes-
ral das Nações Unidas (Resolução 217 A III), em 10 de
mo por atos contrários aos objetivos e princípios
dezembro de 1948. Sobre a DUDH, seu preâmbulo e
das nações unidas.
seus artigos, é correto afirmar que:
E) todo ser humano, vítima de perseguição, tem o di-
A) Será arbitrariamente preso, detido ou exilado. reito de procurar e de gozar asilo em outros países.
B) Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos 21. (IBADE - 2024 - CRMV-ES - Agente Fiscal).
em todas as suas formas. Segundo o Art. 1 da Declaração Universal dos Direitos
C) Todos os seres humanos nascem livres e desiguais Humanos, todos os seres humanos são dotados de razão
em dignidade e direitos. São desprovidos de consci- e consciência e devem agir em relação uns aos outros
ência e devem agir em relação uns aos outros sem com espírito de:
espírito de fraternidade.
A) fraternidade.
D) Será também feita distinção fundada na condição
B) disponibilidade.
política, jurídica ou internacional do país ou territó-
C) competitividade.
rio a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
D) perseverança.
território independente, sob tutela, sem governo
E) individualidade.
próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de
soberania.
22. (SEJUS/CE/Agente Penitenciário/UECE/
2011). De acordo com o que dispõe a Declaração Uni-
19. (DEPEN-FUNRIO) Os Direitos Humanos
versal dos Direitos Humanos, resolução aprovada em Pa-
também estão inseridos na Constituição da Republica
ris em 10 de dezembro de 1948, assinale V para a afir-
Federativa do Brasil de 1988, em seus artigos 5º ao 15.
mação verdadeira e F para a falsa.
Com relação aos Direitos Humanos, é correto afir-
( ) Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exi-
mar que
lado.
A) é inviolável a liberdade de consciência e de crença, ( ) Toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de
sendo restringido o livre exercício dos cultos reli- procurar e gozar asilo em outros países.
giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos ( ) O direito de procurar e gozar asilo em outros países
locais de culto e a suas liturgias. pode ser invocado em caso de perseguição legiti-
B) são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra mamente motivada por crimes de direito comum.
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in- ( ) Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país,
denização pelo dano material ou moral decorrente inclusive o próprio, e a este regressar.
de sua inviolação. ( ) Todos são iguais perante a lei e têm direito, mas
C) ninguém será submetido a tortura nem a tratamento nem todos têm direito a igual proteção contra qual-
desumano ou degradante. quer discriminação que viole a Declaração Univer-
D) a lei punirá algumas discriminações tipificadas por sal dos Direitos Humanos.
ela atentatória, ou não, dos direitos e liberdades
fundamentais. A sequência correta de cima para baixo é:
E) a prática do racismo constitui crime inafiançável e
A) V, V, F, V, F.
prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
B) V, F, F, V, V.
da lei.
C) F, V, V, F, F.
D) F, F, V, F, V.

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Direitos Humanos
D) discriminação
23. (IBADE - 2024 - CRMV-ES - Agente Fiscal). E) progressão
Com base nas disposições da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, assinale a alternativa correta. 27. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Quando requer
A) Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a
que a mera acusação não acarrete a condenação antes do
uma injusta e privativa audiência por parte de um
trânsito em julgado pela sociedade, e diante das frágeis
tribunal independente e imparcial, para decidir seus
provas apresentadas pelo Estado, nos termos da Declara-
direitos e deveres ou fundamento de qualquer acu-
ção Universal dos Direitos Humanos, de 1948, aprovada
sação criminal contra ele;
pela ONU, o cidadão W quer fazer valer a:
B) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem
o direito de ser presumido inocente até que a sua A) impunidade
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a B) anistia
lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido C) presunção de inocência
negadas todas as garantias necessárias à sua defesa; D) condenação prévia
C) Todo ser humano tem o direito de tomar parte no E) liberdade de imprensa
governo de seu país diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos; 28. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
D) Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre es- tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Quando o cida-
colha de emprego, a condições justas e desfavorá- dão X trabalha em jornada superior a dezesseis horas di-
veis de trabalho e à desproteção contra o desempre- árias, ocorre uma violação, consoante ao artigo 11 da
go; Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948,
E) Todo ser humano que trabalha tem direito a uma aprovada pela ONU, do direito ao seguinte aspecto:
remuneração justa e satisfatória que lhe assegure,
A) instrução
assim como à sua família, uma existência incompa-
B) repouso
tível com a dignidade humana e a que se acrescenta-
C) emprego
rão, se necessário, outros meios de proteção social.
D) sindicalização
E) segurança
24. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). De acordo com a
29. (PC-SP/Investigador de Polícia/VUNESP/
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948,
2014). Na evolução histórica dos direitos humanos, sur-
todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
gem o que se convencionou denominar de “gerações dos
direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir
direitos”, que representam a valorização de determinados
em relação umas às outras com espírito de:
direitos em momentos históricos distintos. Assim sendo,
A) amor assinale a alternativa que contempla direitos pertencentes
B) compaixão à primeira geração dos direitos humanos.
C) fraternidade A) Direitos econômicos e de igualdade.
D) felicidade
E) discriminação B) Vida e liberdade.
C) Direitos trabalhistas e previdenciários.
25. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). No que concerne D) Direitos civis e direito à paz.
à liberdade das pessoas, a Declaração Universal dos Di- E) Fraternidade e direitos sociais.
reitos Humanos, de 1948, repudia a(o):
A) escravidão 30. (PC-SP/Investigador de Polícia/ VUNESP/
B) serviçal 2014). O ano de 1948 representou um marco histórico
C) empregado mundial no tocante aos direitos humanos, pois foi nesse
D) autônomo ano que
E) trabalhador
A) foi criada a Corte Internacional dos Direitos Huma-
26. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- nos.
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Quando um ci- B) aconteceu a Independência dos Estados Unidos da
dadão é submetido a pancadas e tentativas de afogamen- América.
to em estabelecimento público vinculado ao aparelho re-
pressivo do Estado, em decorrência de atos praticados C) eclodiu a Revolução Francesa, trazendo os ideais de
por agentes policiais, ocorre, consoante o disposto na liberdade, igualdade e fraternidade.
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, D) foi outorgada a Carta Magna na Inglaterra.
aprovada pela ONU, a prática de:
E) foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos
A) exílio do Homem.
B) detenção
C) tortura

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Direitos Humanos
31. (PC-SP/Investigador de Polícia/VUNESP excepcionando-se apenas os casos de resistência fí-
/2014). Segundo a Declaração Universal dos Direitos sica ativa a uma ordem fundamentada na lei ou nos
Humanos, “toda a pessoa acusada de um ato delituoso regulamentos.
presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique E) É recomendável que, antes do término do cumpri-
legalmente provada no decurso de um processo público mento da pena, sejam tomadas providências neces-
em que todas as garantias necessárias de defesa lhe se- sárias para assegurar ao preso um retorno progressi-
jam asseguradas”. vo à vida em sociedade, como, por exemplo, liber-
tação condicional, sob vigilância não confiada à po-
Esse direito é, adequada e corretamente, representa-
lícia, compreendendo uma assistência social eficaz.
do pelo princípio
A) da igualdade. 34. (SEAPeJUS/GO/Agente de Segurança Prisi-
B) da isonomia. onal/FUNIVERSA/2015). Acerca das regras mínimas
C) democrático. para o tratamento de pessoas presas, segundo a Onu, as-
D) da dignidade humana. sinale a alternativa correta.
E) do devido processo legal.
A) Em regra, os funcionários dos estabelecimentos pri-
sionais, no cumprimento de funções que impliquem
32. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância
contato direto com os presos, deverão andar arma-
Penitenciária/VUNESP/2013). Sobre as Regras Míni-
dos.
mas para o Tratamento de Pessoas Presas, aprovadas pe-
B) O trabalho na prisão deve ser penoso, a fim de que
la ONU, analise as assertivas a seguir:
o tempo de prisão seja aproveitado para assegurar,
I. Em circunstâncias excepcionais, quando o preso ne- tanto quanto possível, que depois do seu regresso à
cessitar afastar-se do estabelecimento penitenciário sociedade, o delinquente não apenas queira respeitar
para fins autorizados, ele poderá usar suas próprias a lei e se autossustentar, mas também que seja ca-
roupas, desde que chamem atenção sobre si, a fim paz de fazê-lo.
de facilitar eventual identificação por autoridades se C) As pessoas detidas ou presas em virtude de acusa-
houver necessidade. ções criminais pendentes, assim como os demais
II. É garantido ao preso ser visto o menos possível pelo condenados, deverão trabalhar, em conformidade
público quando estiver sendo transferido para outro com as suas aptidões física e mental.
estabelecimento prisional. D) Entre os objetivos da classificação e individualiza-
III. Instrumentos como algemas e correntes podem ser ção dos presos, encontra-se a separação deles de
utilizados como instrumentos de punição apenas em acordo com seu passado criminal ou sua má dispo-
casos excepcionais. sição. Evita-se, assim, que exerçam uma influência
nociva sobre os companheiros de detenção.
Está correto o que se afirma em E) Os métodos de trabalho penitenciário dever-se-ão
assemelhar o mais possível aos que se aplicam a um
A) I e II, apenas. trabalho similar fora do estabelecimento prisional.
B) II e III, apenas. Desse modo, o interesse dos presos e de sua forma-
C) I, II e III.
ção profissional deverá ficar subordinado ao desejo
D) I, apenas.
de se auferir benefícios pecuniários de uma indús-
E) II, apenas.
tria penitenciária.
33. (SEAPeJUS/GO/Agente de Segurança Prisi- 35. (DPE-RN - Defensor Público Substitu-
onal/FUNIVERSA/2015). Com relação às regras míni- to/CESPE/2015). Assinale a opção correta relativamente
mas para o tratamento de pessoas presas, segundo a Or-
às Regras Mínimas para o Tratamento do Preso, da
ganização das Nações Unidas (Onu), assinale a alternati-
ONU.
va correta.
A) As conferências entre o preso não julgado e o seu
A) É permitido aos presos se comunicar periodicamen-
advogado podem ser vigiadas visualmente por um
te com as suas famílias e com os amigos de boa re- policial ou por um funcionário do estabelecimento
putação por meio das visitas, vedando-se, porém, as prisional, mas a conversação entre eles não poderá
correspondências, por questões de segurança do sis-
ser ouvida.
tema prisional.
B) O preso pode ser submetido à realização de serviços
B) Quando o preso ingressa no estabelecimento prisio-
que lhe sejam atribuídos em consequência de medi-
nal, o dinheiro, os objetos de valor, as roupas e ou- das disciplinares.
tros bens que lhe pertencem são transferidos para a C) Relativamente aos instrumentos de coação, o uso de
propriedade do município ou estado em que se loca-
algemas e correntes é vedado, inclusive como me-
lizar o presídio.
dida de precaução contra fuga durante uma transfe-
C) O transporte de presos será efetuado a expensas da
rência.
administração, permitindo-se o traslado de presos
D) As celas ou quartos destinados ao isolamento notur-
em transportes com iluminação deficiente. no podem, em regra, ser ocupados por até quatro
D) Os funcionários dos estabelecimentos prisionais não presos.
usarão de força nas suas relações com os presos,

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Direitos Humanos
E) Nos estabelecimentos prisionais para mulheres de- E) as diferentes categorias de presos devem ser manti-
vem existir instalações especiais para o tratamento das em estabelecimentos prisionais separados, le-
de presas grávidas e das que tenham acabado de dar vando em consideração seu sexo, idade, anteceden-
à luz, devendo constar do registro da criança que o tes criminais, razões da detenção e necessidades de
seu nascimento ocorreu no estabelecimento prisio- tratamento, não podendo diferentes categorias ser
nal. mantidas no mesmo estabelecimento, ainda que em
recintos internos distintos.
36. (SERES-PE/ Agente de Segurança Penitenci-
ária/CESPE/2017). As Regras Mínimas da ONU para o 38. (PC-SP/Delegado de Polícia/VUNESP/2018).
Tratamento de Reclusos recomendam que Nos moldes das Regras Mínimas das Nações Unidas pa-
ra o Tratamento dos Presos (Regras de Mandela), na hi-
A) o preso provisório tenha o mesmo tratamento dado
pótese de haver uma presa em estado de gravidez ou com
aos condenados, no que tange a alimentação, aloja-
filhos em determinado estabelecimento prisional,
mento e vestuário.
B) empresas privadas administrem indústrias e granjas A) após o nascimento da criança, esta poderá ficar com
penitenciárias, a fim de se assegurarem métodos de a mãe no estabelecimento prisional, no máximo, até
trabalho assemelhados ao exercido fora de estabele- completar dois anos de idade.
cimento penal. B) os exames pré e pós-natais não devem ser realiza-
C) o vestuário pessoal do preso condenado seja manti- dos no próprio estabelecimento prisional, devendo a
do como regra, para que sua individualidade seja presa ser conduzida a hospital ou clínica especiali-
preservada. zada sempre que necessitar.
D) o total da remuneração recebida pelo preso em ra- C) devem-se adotar as medidas para que o nascimento
zão de trabalho desempenhado seja reservada em ocorra em hospital fora da unidade prisional, mas se
poupança e entregue a ele depois de cumprida a pe- a criança nascer no próprio estabelecimento prisio-
na. nal, este fato deve constar de sua certidão de nasci-
E) os presos sejam separados por diferentes categorias, mento.
consideradas, entre outras, as razões da detenção. D) providências devem ser tomadas para garantir cre-
ches internas ou externas dotadas de pessoal quali-
37. (PC-SP/Delegado de Polícia/VUNESP/2018). ficado, onde as crianças poderão ser deixadas quan-
Segundo as Regras Mínimas das Nações Unidas para o do não estiverem sob o cuidado de seu pai ou sua
Tratamento dos Presos (Regras de Mandela), é correto mãe.
afirmar que E) se a mãe, após o nascimento do filho, quiser manter
a criança com ela no estabelecimento prisional, essa
A) o sistema de registro dos presos, que deve ser aberto
decisão deve se basear no melhor interesse da mãe e
a todos os interessados, será utilizado para gerar da-
deve ser tomada pelo Diretor da unidade prisional.
dos confiáveis acerca de tendências e características
da população prisional, incluindo taxas de ocupa-
ção, a fim de criar as bases para a tomada de deci-
sões fundadas em evidências.
B) as administrações prisionais e autoridades compe-
tentes devem oferecer educação, formação profissi-
onal e trabalho, e outras formas de assistência apro- GABARITO OFICIAL
priadas e disponíveis, inclusive aquelas de natureza
reparadora, moral, espiritual, social, esportiva e de Conferido
saúde. Tais programas, atividades e serviços devem 01-C 07-C 13-E 19-C 25-A 32-E
ser oferecidos em consonância com as necessidades
individuais de tratamento dos presos. 02-E 08-C 14-B 20-E 26-C 33-E
C) ao impor uma sanção disciplinar, deve ser levado 03-B 09-A 15-A 21-A 27-C 34-D
em conta se e como uma eventual doença mental ou
incapacidade do preso possa ter contribuído para 04-A 10-E 16-C 22-A 28-B 35-A
sua conduta ou ato que fundamentou a sanção. Os 05-B 11-D 17-A 23-D 29-B 36-E
administradores prisionais devem punir de forma
compatível e adequada a conduta do preso conside- 06-D 12-A 18-B 24-C 30-E 37-B
rada como resultado de sua doença mental ou inca- 31-E 38-D
pacidade intelectual.
D) todos os presos devem ser tratados com respeito e
dignidade. Nenhum preso deverá ser submetido a
tortura ou tratamentos ou sanções cruéis, desuma-
nos ou degradantes e deverá ser protegido de tais
atos, não sendo estes justificáveis, a não ser em de-
fesa da segurança dos servidores prisionais, dos
prestadores de serviço e dos visitantes.

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Crimes Contra a Administração Pública

CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
SUMÁRIO:
Título - Dos Crimes Contra a Administração Pública Artigos 312 ao 327 do Código Penal
Brasileiro - Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de Dezembro de 1940 .......................................... 03

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Crimes Contra a Administração Pública

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Crimes Contra a Administração Pública


1. TÍTULO - DOS CRIMES CONTRA A ADMI- punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
NISTRAÇÃO PÚBLICA ARTIGOS 312 AO 327 DO imposta.
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO - DECRETO-LEI
Peculato mediante erro de outrem
Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti-
Para fins penais, considera-se funcionário público
lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de ou-
aquele que, embora transitoriamente ou sem remunera-
trem:
ção, exerce cargo, emprego ou função pública, inclusive
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
quem trabalha para empresa prestadora de serviço pú-
blico que execute atividade típica da Administração Pú- Inserção de dados falsos em sistema de informa-
blica. ções (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Portanto, o propósito é proteger a Administração
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
Pública das condutas lesivas de seus servidores ou de
particulares que com ela se relacionem de alguma forma, zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevi-
visto que a objetividade jurídica está contida no interesse damente dados corretos nos sistemas informatizados ou
bancos de dados da Administração Pública com o fim de
da normalidade funcional, na probidade, no prestígio, na
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
incolumidade e no decoro estatal.
causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Muito se discute sobre o sujeito passivo dessa moda-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
lidade delituosa, que, em última análise, é a própria soci-
edade, uma vez que é praticado contra os bens e interes- (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
ses patrimoniais do próprio Estado. Modificação ou alteração não autorizada de sis-
Estão abrangidos nesses crimes (arts. 312 a 359 do tema de informações
Código Penal):
a) crimes cometidos por funcionários públicos con- Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sis-
tra a Administração Pública; tema de informações ou programa de informática sem au-
b) crimes cometidos por particulares contra a Admi- torização ou solicitação de autoridade competente: (Inclu-
nistração Pública; ído pela Lei nº 9.983, de 2000)
c) crimes cometidos por particulares contra a Admi- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
nistração Pública estrangeira; multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
d) crimes cometidos contra a Administração da Jus- Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
tiça; e terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
e) crimes cometidos contra as Finanças Públicas. dano para a Administração Pública ou para o adminis-
f) crimes contra o Estado Democrático de Direito trado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Eis o teor do Código Penal sobre a matéria: Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
documento
[...]
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer docu-
TÍTULO XI mento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo
DOS CRIMES CONTRA A ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
CAPÍTULO I constitui crime mais grave.
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Peculato diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di-
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou Concussão
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou des- Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
viá-lo, em proveito próprio ou alheio: indiretamente, ainda que fora da função ou antes de as-
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. sumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário pú- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
blico, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que Excesso de exação
lhe proporciona a qualidade de funcionário. § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição
Peculato culposo social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando de-
vido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137,
crime de outrem: de 27.12.1990)
Pena - detenção, de três meses a um ano. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a

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Crimes Contra a Administração Pública


§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio Abandono de função
ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
aos cofres públicos:
permitidos em lei:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Corrupção passiva § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para ou-
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na
trem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
faixa de fronteira:
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem inde-
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
vida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) prolongado
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em con-
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes
sequência da vantagem ou promessa, o funcionário re-
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-
tarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pra-
la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
tica infringindo dever funcional.
exonerado, removido, substituído ou suspenso:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, ce-
dendo a pedido ou influência de outrem: Violação de sigilo funcional
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
Facilitação de contrabando ou descaminho cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a
revelação:
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se
a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): o fato não constitui crime mais grave.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (In-
(Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Prevaricação I – permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-
mento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevida- acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações
mente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição ex- ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído pela
pressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pes- Lei nº 9.983, de 2000)
soal: II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (In-
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis-
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o tração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983,
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que per- de 2000)
mita a comunicação com outros presos ou com o ambiente Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Violação do sigilo de proposta de concorrência
Condescendência criminosa Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concor-
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de rência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de de-
responsabilizar subordinado que cometeu infração no vassá-lo:
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Funcionário público
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os
Advocacia administrativa efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem re-
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, inte- muneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
resse privado perante a administração pública, valendo-se § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce
da qualidade de funcionário: cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. quem trabalha para empresa prestadora de serviço contra-
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: tada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
multa. 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando
Violência arbitrária os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocu-
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função pantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
ou a pretexto de exercê-la: assessoramento de órgão da administração direta, socie-
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da dade de economia mista, empresa pública ou fundação
pena correspondente à violência. instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799,
de 1980)

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Crimes Contra a Administração Pública


§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada
CAPÍTULO II pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
DOS CRIMES PRATICADOS POR I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
EM GERAL 26.6.2014)
Usurpação de função pública II - pratica fato assimilado, em lei especial, a desca-
minho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio,
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vanta-
no exercício de atividade comercial ou industrial, merca-
gem:
doria de procedência estrangeira que introduziu clandes-
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
tinamente no País ou importou fraudulentamente ou que
Resistência sabe ser produto de introdução clandestina no território
nacional ou de importação fraudulenta por parte de ou-
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante
trem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
violência ou ameaça a funcionário competente para exe- IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
cutá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se exe- documentação legal ou acompanhada de documentos que
cuta: sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
Pena - reclusão, de um a três anos. 26.6.2014)
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem pre- § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efei-
juízo das correspondentes à violência. tos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido
Desobediência em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário 26.6.2014)
público: § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descami-
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. nho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
(Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Desacato
Contrabando
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício
da função ou em razão dela: Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proi-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. bida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Inclu-
Tráfico de Influência ído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou § 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto nº 13.008, de 26.6.2014)
de influir em ato praticado por funcionário público no exer- I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contra-
cício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) bando; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) que dependa de registro, análise ou autorização de órgão
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada 26.6.2014)
ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) III - reinsere no território nacional mercadoria brasi-
Corrupção ativa leira destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou,
a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio,
ou retardar ato de ofício: no exercício de atividade comercial ou industrial, merca-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. doria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) 13.008, de 26.6.2014)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário re- alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
tarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei
funcional. nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os
Descaminho
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo exercido em residências. (Incluído pela Lei nº 4.729, de
consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 14.7.1965)
13.008, de 26.6.2014) § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contra-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Reda- bando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou flu-
ção dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) vial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
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Crimes Contra a Administração Pública


Impedimento, perturbação ou fraude de concor- previdência social, administrativamente, como sendo o
rência mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (In-
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua fo-
pública ou venda em hasta pública, promovida pela admi-
lha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um
nistração federal, estadual ou municipal, ou por entidade
mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena
paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou li-
de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.
citante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
oferecimento de vantagem:
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do re-
além da pena correspondente à violência.
ajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se
Lei nº 9.983, de 2000)
abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem ofe-
recida.
CAPÍTULO II-A
Inutilização de edital ou de sinal (Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ES-
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário pú-
TRANGEIRA
blico; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por de- Corrupção ativa em transação
terminação legal ou por ordem de funcionário público, comercial internacional
para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indi-
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
retamente, vantagem indevida a funcionário público es-
Subtração ou inutilização de livro ou documento trangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a prati-
car, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transa-
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcial- ção comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467,
mente, livro oficial, processo ou documento confiado à de 11.6.2002)
custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de parti-
cular em serviço público: Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um
Sonegação de contribuição previdenciária terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
nário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício,
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela
previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguin- Lei nº 10467, de 11.6.2002)
tes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de Tráfico de influência em transação comercial in-
documento de informações previsto pela legislação previ- ternacional
denciária segurados empregado, empresário, trabalhador Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si
avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou pro-
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
messa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos pró-
por funcionário público estrangeiro no exercício de suas
prios da contabilidade da empresa as quantias descontadas
funções, relacionado a transação comercial internacional:
dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo to-
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
mador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fa- (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
tos geradores de contribuições sociais previdenciárias:
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
o agente alega ou insinua que a vantagem é também des-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
tinada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
10467, de 11.6.2002)
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontane-
amente, declara e confessa as contribuições, importâncias Funcionário público estrangeiro
ou valores e presta as informações devidas à previdência
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estran-
social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do
geiro, para os efeitos penais, quem, ainda que transitoria-
início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
mente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
função pública em entidades estatais ou em representa-
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
ções diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei
bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983,
nº 10467, de 11.6.2002)
de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
II – o valor das contribuições devidas, inclusive aces- estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
sórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo

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Crimes Contra a Administração Pública


Poder Público de país estrangeiro ou em organizações pú- Afastamento de licitante
blicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, de
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por
11.6.2002)
meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento
CAPÍTULO II-B de vantagem de qualquer tipo: (Incluído pela Lei nº
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS 14.133, de 2021)
ADMINISTRATIVOS Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) multa, além da pena correspondente à violência. (Incluído
pela Lei nº 14.133, de 2021)
Contratação direta ilegal
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à con- abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem ofere-
tratação direta fora das hipóteses previstas em lei: (Inclu- cida. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
ído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Fraude em licitação ou contrato
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pública, licitação ou contrato dela decorrente, mediante:
Frustração do caráter competitivo de licitação (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de ob-
com qualidade ou em quantidade diversas das previstas no
ter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudi-
edital ou nos instrumentos contratuais; (Incluído pela Lei
cação do objeto da licitação, o caráter competitivo do pro- nº 14.133, de 2021)
cesso licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e mercadoria falsificada, deteriorada, inservível para con-
multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) sumo ou com prazo de validade vencido; (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)
Patrocínio de contratação indevida III - entrega de uma mercadoria por outra; (Incluído
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, inte- pela Lei nº 14.133, de 2021)
resse privado perante a Administração Pública, dando IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade
causa à instauração de licitação ou à celebração de con- da mercadoria ou do serviço fornecido; (Incluído pela Lei
trato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Ju- nº 14.133, de 2021)
diciário: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) V - qualquer meio fraudulento que torne injusta-
mente mais onerosa para a Administração Pública a pro-
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e posta ou a execução do contrato: (Incluído pela Lei nº
multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) 14.133, de 2021)
Modificação ou pagamento irregular em contrato Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e
administrativo multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qual- Contratação inidônea
quer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissi-
contratual, em favor do contratado, durante a execução onal declarado inidôneo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de
dos contratos celebrados com a Administração Pública, 2021)
sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos res- Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e
pectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
com preterição da ordem cronológica de sua exigibili- § 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional
dade: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) declarado inidôneo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Perturbação de processo licitatório § 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo
aquele que, declarado inidôneo, venha a participar de lici-
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização tação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que,
de qualquer ato de processo licitatório: (Incluído pela Lei declarado inidôneo, venha a contratar com a Administra-
nº 14.133, de 2021) ção Pública. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Impedimento indevido
Violação de sigilo em licitação Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injusta-
mente a inscrição de qualquer interessado nos registros
Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a sus-
em processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo pensão ou o cancelamento de registro do inscrito: (Inclu-
de devassá-lo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) ído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

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Crimes Contra a Administração Pública


Omissão grave de dado ou de informação por pro- Autoacusação falsa
jetista
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Admi- inexistente ou praticado por outrem:
nistração Pública levantamento cadastral ou condição de Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
contorno em relevante dissonância com a realidade, em
Falso testemunho ou falsa perícia
frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detri-
mento da seleção da proposta mais vantajosa para a Ad- Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
ministração Pública, em contratação para a elaboração de verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diá- intérprete em processo judicial, ou administrativo, inqué-
logo competitivo ou em procedimento de manifestação de rito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
interesse: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º Consideram-se condição de contorno as infor- § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço,
mações e os levantamentos suficientes e necessários para se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido
a definição da solução de projeto e dos respectivos preços com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de processo penal, ou em processo civil em que for parte en-
demanda, condições ambientais e demais elementos am- tidade da administração pública direta ou indireta. (Reda-
bientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
obrigatórios em normas técnicas que orientam a elabora- § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença
ção de projetos. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter bene- ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
fício, direto ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-se de 28.8.2001)
em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Incluído Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qual-
pela Lei nº 14.133, de 2021) quer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tra-
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes dutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou
previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradu-
prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois ção ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268,
por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com de 28.8.2001)
contratação direta. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Re-
dação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto
CAPÍTULO III
a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
prova destinada a produzir efeito em processo penal ou
DA JUSTIÇA
em processo civil em que for parte entidade da adminis-
Reingresso de estrangeiro expulso
tração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estran- nº 10.268, de 28.8.2001)
geiro que dele foi expulso:
Coação no curso do processo
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo
de nova expulsão após o cumprimento da pena. Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o
fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra auto-
Denunciação caluniosa
ridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito poli- chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
cial, de procedimento investigatório criminal, de processo nistrativo, ou em juízo arbitral:
judicial, de processo administrativo disciplinar, de inqué- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além
rito civil ou de ação de improbidade administrativa contra da pena correspondente à violência.
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um
ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada terço) até a metade se o processo envolver crime contra a
pela Lei nº 14.110, de 2020) dignidade sexual. (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Exercício arbitrário das próprias razões
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
se serve de anonimato ou de nome suposto. Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para sa-
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação tisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o
é de prática de contravenção. permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
além da pena correspondente à violência.
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comuni- Parágrafo único - Se não há emprego de violência,
cando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que somente se procede mediante queixa.
sabe não se ter verificado: Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. própria, que se acha em poder de terceiro por determina-
ção judicial ou convenção:

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Crimes Contra a Administração Pública


Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Arrebatamento de preso
Fraude processual Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do
poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de
correspondente à violência.
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou
o perito: Motim de presos
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a or-
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir
dem ou disciplina da prisão:
efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da
aplicam-se em dobro.
pena correspondente à violência.
Favorecimento pessoal
Patrocínio infiel
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procu-
pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
rador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descen- Patrocínio simultâneo ou tergiversação
dente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o ad-
Favorecimento real vogado ou procurador judicial que defende na mesma
causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-
autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
o proveito do crime:
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
de restituir autos, documento ou objeto de valor probató-
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxi-
liar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comu- rio, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
nicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº Exploração de prestígio
12.012, de 2009).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (In- Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
cluído pela Lei nº 12.012, de 2009). outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão
do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tra-
Exercício arbitrário ou abuso de poder dutor, intérprete ou testemunha:
Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019) Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um
(Vigência)
terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou uti-
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de lidade também se destina a qualquer das pessoas referidas
segurança neste artigo.
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa le- Violência ou fraude em arrematação judicial
galmente presa ou submetida a medida de segurança de-
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
tentiva:
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou lici-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
tante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofe-
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por
recimento de vantagem:
mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena
é de reclusão, de dois a seis anos. Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa,
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, além da pena correspondente à violência.
aplica-se também a pena correspondente à violência. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se suspensão de direito
o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda
está o preso ou o internado. Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autori-
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da dade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por deci-
custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três são judicial:
meses a um ano, ou multa. Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa


Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o
indivíduo submetido a medida de segurança detentiva,
usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
pena correspondente à violência.

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Crimes Contra a Administração Pública


CAPÍTULO IV Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
DOS CRIMES CONTRA AS (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
FINANÇAS PÚBLICAS
Aumento de despesa total com pessoal no último
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
ano do mandato ou legislatura
Contratação de operação de crédito
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação
acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento
de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização le-
e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legis-
gislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
latura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Inclu-
pela Lei nº 10.028, de 2000)
ído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem or-
dena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou mon-
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
tante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Fe-
pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos
deral; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou
II – quando o montante da dívida consolidada ultra-
sem que estejam registrados em sistema centralizado de
passa o limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de
Lei nº 10.028, de 2000)
2000)
Inscrição de despesas não empenhadas em restos Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Inclu-
a pagar ído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em res-
TÍTULO XII
tos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: (In-
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
CAPÍTULO I
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Assunção de obrigação no último ano do mandato DOS CRIMES CONTRA A SOBERANIA
ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) NACIONAL
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obri- Atentado à soberania
gação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do
Art. 359-I. Negociar com governo ou grupo estran-
mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga
geiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos
no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser
de guerra contra o País ou invadi-lo: (Incluído pela Lei nº
paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
14.197, de 2021) (Vigência)
suficiente de disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Incluído
nº 10.028, de 2000)
pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído
§ 1º Aumenta-se a pena de metade até o dobro, se
pela Lei nº 10.028, de 2000)
declarada guerra em decorrência das condutas previstas
Ordenação de despesa não autorizada no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.197, de
2021) (Vigência)
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
§ 2º Se o agente participa de operação bélica com o
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
fim de submeter o território nacional, ou parte dele, ao do-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Inclu-
mínio ou à soberania de outro país: (Incluído pela Lei nº
ído pela Lei nº 10.028, de 2000)
14.197, de 2021) (Vigência)
Prestação de garantia graciosa Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (In-
cluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito
sem que tenha sido constituída contragarantia em valor Atentado à integridade nacional
igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma
Art. 359-J. Praticar violência ou grave ameaça com a
da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
finalidade de desmembrar parte do território nacional para
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (In-
constituir país independente: (Incluído pela Lei nº 14.197,
cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
de 2021) (Vigência)
Não cancelamento de restos a pagar
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, além da
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de pena correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº
promover o cancelamento do montante de restos a pagar 14.197, de 2021) (Vigência)
inscrito em valor superior ao permitido em lei: (Incluído
pela Lei nº 10.028, de 2000)

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Crimes Contra a Administração Pública


Espionagem CAPÍTULO III
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Art. 359-K. Entregar a governo estrangeiro, a seus
DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO
agentes, ou a organização criminosa estrangeira, em desa-
DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
cordo com determinação legal ou regulamentar, docu-
NO PROCESSO ELEITORAL
mento ou informação classificados como secretos ou ul-
trassecretos nos termos da lei, cuja revelação possa colo- Interrupção do processo eleitoral
car em perigo a preservação da ordem constitucional ou a
Art. 359-N. Impedir ou perturbar a eleição ou a afe-
soberania nacional: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)
rição de seu resultado, mediante violação indevida de me-
(Vigência)
canismos de segurança do sistema eletrônico de votação
Pena - reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos. (Inclu-
estabelecido pela Justiça Eleitoral: (Incluído pela Lei nº
ído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
14.197, de 2021) (Vigência)
§ 1º Incorre na mesma pena quem presta auxílio a
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
espião, conhecendo essa circunstância, para subtraí-lo à
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
ação da autoridade pública. (Incluído pela Lei nº 14.197,
Art. 359-O. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
de 2021) (Vigência)
14.197, de 2021) (Vigência)
§ 2º Se o documento, dado ou informação é transmi-
Violência política (Incluído pela Lei nº 14.197, de
tido ou revelado com violação do dever de sigilo: (Inclu-
2021) (Vigência)
ído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Art. 359-P. Restringir, impedir ou dificultar, com
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 15 (quinze) anos. (In-
emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exer-
cluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
cício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de
§ 3º Facilitar a prática de qualquer dos crimes previs-
seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
tos neste artigo mediante atribuição, fornecimento ou em-
nal: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
préstimo de senha, ou de qualquer outra forma de acesso
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa,
de pessoas não autorizadas a sistemas de informações:
além da pena correspondente à violência. (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Inclu-
(VETADO) (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)
ído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
(Vigência)
§ 4º Não constitui crime a comunicação, a entrega ou
Art. 359-Q. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
a publicação de informações ou de documentos com o fim
14.197, de 2021) (Vigência)
de expor a prática de crime ou a violação de direitos hu-
manos. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência) CAPÍTULO IV
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
CAPÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência) DOS SERVIÇOS ESSENCIAIS
DOS CRIMES CONTRA AS
Sabotagem
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
Abolição violenta do Estado Democrático de Di- Art. 359-R. Destruir ou inutilizar meios de comuni-
cação ao público, estabelecimentos, instalações ou servi-
reito
ços destinados à defesa nacional, com o fim de abolir o
Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou Estado Democrático de Direito: (Incluído pela Lei nº
grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, 14.197, de 2021) (Vigência)
impedindo ou restringindo o exercício dos poderes cons- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. (Incluído
titucionais: (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigên- pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
cia)
CAPÍTULO V
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
da pena correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº
14.197, de 2021) (Vigência) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021)
(Vigência)
Golpe de Estado
Art. 359-M. Tentar depor, por meio de violência ou CAPÍTULO VI
grave ameaça, o governo legitimamente constituído: (In- (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
DISPOSIÇÕES COMUNS
cluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Art. 359-T. Não constitui crime previsto neste Título
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, além
a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a
da pena correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº
atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e ga-
14.197, de 2021) (Vigência)
rantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões,
de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de
manifestação política com propósitos sociais. (Inclu-
ído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
Art. 359-U. (VETADO).” (Incluído pela Lei nº
14.197, de 2021) (Vigência)

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Crimes Contra a Administração Pública


DISPOSIÇÕES FINAIS
04. (ICECE - 2024 - Prefeitura de Aratuba - CE -
Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os
Guarda Municipal). Qual alternativa apresenta um
crimes contra a existência, a segurança e a integridade do
exemplo da prática do crime de prevaricação:
Estado e contra a guarda e o emprego da economia popu-
lar, os crimes de imprensa e os de falência, os de respon- A) Solicitar vantagem antes de assumir função, mas em
sabilidade do Presidente da República e dos Governado- razão dela.
res ou Interventores, e os crimes militares, revogam-se as B) Aceitar vantagem indevida em razão do cargo.
disposições em contrário. C) Exercer atividade remunerada incompatível com o
Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de cargo.
janeiro de 1942. D) Atrasar intencionalmente o andamento de um pro-
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da In- cesso.
dependência e 52º da República.
GETÚLIO VARGAS 05. (ICECE - 2024 - Prefeitura de Aratuba - CE -
Francisco Campos Guarda Municipal). Conforme prevê o Código Penal, o
crime de concussão constitui-se em:
EXERCÍCIOS A) Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor
Nas questões de 01 a 27, marque uma única alterna- ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
tiva correta conforme pede seu comando. de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio.
01. (FUNATEC - 2024 - Prefeitura de Abadiânia - B) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
GO - Gestor Jurídico). Diferença principal entre corrup- ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de
ção ativa e passiva: lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
A) Na corrupção ativa, o agente público solicita vanta- C) Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
gens indevidas para si ou para outros, enquanto na indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
corrupção passiva, oferece ou promete vantagem in- assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
devida a outro. aceitar promessa de tal vantagem.
B) Na corrupção ativa, o agente público oferece ou pro- D) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta-
mete vantagem indevida, enquanto na corrupção pas- mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
siva, solicita ou recebe vantagens indevidas. la, mas em razão dela, vantagem indevida.
C) Não há diferença, ambas são similares em suas ações
e consequências. 06. (FGV - 2024 - ENAM - 1º Exame Nacional de
D) Na corrupção ativa, o agente público solicita ou re- Magistratura). Sobre o crime de corrupção passiva, ana-
cebe vantagens indevidas, enquanto na corrupção lise as afirmativas a seguir.
passiva, oferece ou promete vantagem indevida a ou- I. Quem trabalha com carteira assinada em uma socie-
tro. dade empresária privada conveniada para execução
de serviços típicos de administração pública res-
02. Imaginemos o seguinte cenário: João, um funci- ponde por corrupção passiva caso receba vantagens
onário público, desvia recursos financeiros destinados à indevidas para a prática de atos relacionado às suas
aquisição de materiais para escolas públicas e os utiliza funções.
para benefício próprio, adquirindo itens pessoais. Nesse
contexto, como se caracteriza o ato praticado por João, II. O médico não concursado, que presta serviços pelo
que configura a apropriação indébita de valores perten- SUS, responde por corrupção passiva se receber van-
centes à administração pública para fins particulares, re- tagens indevidas para acelerar o atendimento de um
sultando em prejuízo ao erário e ensejando penalidades de paciente.
acordo com as leis vigentes. III. A relação da conduta com um ato de ofício é ele-
A) Prevaricação. mento do tipo na corrupção ativa, mas não da corrup-
B) Peculato. ção passiva em seu tipo fundamental.
C) Concussão.
D) Corrupção. Está correto o que se afirma em
03. (SELECON - 2024 - Câmara de Rondonópolis A) I, apenas.
- MT - Procurador Jurídico). Thor foi acusado de apro- B) I e II, apenas.
priar-se de dinheiro sobre o qual tinha posse em decorrên- C) I e III, apenas.
cia do cargo que ocupou na administração pública, sendo
servidor efetivo. Nos termos do Código Penal, o réu co- D) II e III, apenas.
meteu crime de: E) I, II e III.
A) furto
B) roubo
C) peculato
D) sonegação
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Crimes Contra a Administração Pública


07. (CS-UFG - 2024 - TJ-AC - Analista Judiciário 11. (FGV - 2024 - TJ-AP - Técnico Judiciário -
- Oficial de Justiça). O agente que exigir vantagem inde- Área Judiciária – Administrativa). Mário, recém-apro-
vida, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vado em um concurso público, ao encontrar-se com Paulo,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em empresário e amigo de longa data, solicita a quantia de R$
razão dela, responderá pelo crime de: 1.000,00 para beneficiá-lo no exercício das funções públi-
cas, tão logo seja nomeado e empossado. No entanto, o
A) peculato.
último nega a proposta e pede que Mário não a repita.
B) concussão.
C) corrupção passiva. Nesse cenário, considerando as disposições do Có-
D) corrupção ativa. digo Penal, é correto afirmar que Mário:
A) não responderá por qualquer crime, em razão do
08. (CS-UFG - 2024 - TJ-AC - Analista Judiciário
princípio da insignificância, que afasta a ilicitude da
- Direito (Área Administrativa)). O servidor público que
conduta perpetrada;
retardar ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício
B) não responderá por qualquer crime, porquanto não
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei para satis-
havia assumido, por ocasião da conduta, o cargo pú-
fazer interesse ou sentimento pessoal responderá pelo
blico;
crime de:
C) responderá pelo crime de corrupção passiva, na mo-
A) condescendência criminosa. dalidade consumada;
B) prevaricação. D) responderá pelo crime de corrupção ativa, na moda-
C) concussão. lidade tentada;
D) peculato. E) responderá pelo crime de excesso de exação, na mo-
dalidade tentada.
09. (MPT - 2024 - MPT - Procurador(a) do Tra-
balho). Sobre os crimes contra a administração da Justiça, 12. (CS-UFG - 2024 - TJ-AC - Técnico Judiciário
assinale a alternativa CORRETA: - Agente de Polícia Judicial). Quando determinado ato
legal não se executa em virtude de oposição mediante vi-
A) No crime de denunciação caluniosa, não configura
olência ou grave ameaça ao funcionário competente para
causa de aumento da pena a circunstância de o agente
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, carac-
se servir de anonimato ou de nome suposto.
terizado está o crime de:
B) No crime de favorecimento pessoal, não há previsão
no Código Penal de isenção de pena se quem presta A) desobediência simples.
o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou ir- B) resistência qualificada.
mão do criminoso. C) desacato passivo.
C) A finalidade de favorecer interesse próprio ou alheio D) peculato culposo.
constitui elemento essencial à caracterização do
crime de coação no curso do processo. 13. (CS-UFG - 2024 - TJ-AC - Técnico Judiciário
D) Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade - Agente de Polícia Judicial). Exigir, para si ou para ou-
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intér- trem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
prete em juízo arbitral constitui conduta atípica. antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida
E) Não respondida. é um crime contra a administração pública, denominado:
A) excesso de exação.
10. (CS-UFG - 2024 - TJ-AC - Técnico Judiciário
B) corrupção passiva.
- Técnico Judiciário). Quando um serventuário se apro-
C) prevaricação.
veita de seu cargo para se apropriar de valores apreendi-
D) concussão.
dos durante uma operação que visava investigar suposta
prática de lavagem de capitais, ele pratica crime de:
14. (IDECAN - 2024 - Prefeitura de João Pessoa -
A) prevaricação, ao praticar, de ofício, e visando à satis- PB - Guarda Civil Municipal). Com base no Art. 334 do
fação de interesse ou ao sentimento pessoal, ato con- Código Penal, que trata do crime de descaminho, indique
tra disposição expressa de lei. a alternativa que descreve as condutas deste tipo de crime.
B) concussão, mediante a exigência para si, direta-
A) Usurpar o pagamento de dinheiro devido ao consumo
mente, de vantagem indevida, mesmo sem a ocorrên-
de mercadoria.
cia de coação ao então proprietário dos valores.
B) Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
C) corrupção passiva, vez que recebeu, no exercício de
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo
suas funções, vantagem indevida consistente na
consumo de mercadoria.
apropriação de valores que se encontravam sob cus-
C) Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcioná-
tódia da Justiça.
rio público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
D) peculato, caracterizado pela apropriação, em pro-
retardar ato de ofício.
veito próprio, de valores aos quais teve acesso em ra-
D) Retardar vantagem indevida para o pagamento de
zão do cargo por ele ocupado.
imposto referente à saída de mercadoria.

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Crimes Contra a Administração Pública


15. (IDECAN - 2024 - Prefeitura de João Pessoa - 18. (FAPEC - 2021 - PC-MS - Perito Papilosco-
PB - Guarda Civil Municipal). Em se tratando dos cri- pista). Lindolfo é investigador de polícia judiciária da Po-
mes contra Administração Pública, previstos no Código lícia Civil de MS, lotado na Delegacia de Polícia Civil de
Penal, aponte a alternativa correta. Três Lagoas. Após iniciar suas atividades na unidade po-
licial, aproveitando que se encontrava sozinho na sala da
A) Facilitação de contrabando ou descaminho: Partici-
escrivã Cremilda, Lindolfo abre o armário de objetos
par, sem a infração de dever funcional, a prática de
apreendidos e subtrai um aparelho celular apreendido pela
contrabando.
Polícia Civil durante uma investigação criminal.
B) Corrupção ativa: Oferecer ou prometer vantagem in-
devida a funcionário público, para determiná-lo a Com base nas informações expostas, assinale a alter-
praticar, omitir ou retardar ato de ofício, Pena – re- nativa correta.
clusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. A) A conduta de Lindolfo se amolda ao crime de con-
C) Tráfico de Influência: Iludir, no todo ou em parte, o cussão, previsto no art. 316 do Código Penal brasi-
pagamento de direito ou imposto devido pela en- leiro.
trada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. B) A conduta de Lindolfo se amolda ao crime de pecu-
D) Concussão: Extraviar livro oficial ou qualquer docu- lato, previsto no art. 312, §1º do Código Penal brasi-
mento, de que tem a guarda em razão do cargo; so- leiro.
negá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente. C) A conduta de Lindolfo se amolda ao crime de corrup-
ção passiva, previsto no art. 317 do Código Penal
16. (VUNESP - 2024 - MPE-RJ - Promotor de Jus- brasileiro.
tiça Substituto). Tendo em conta os Crimes contra a Ad- D) Lindolfo não se enquadra no conceito de funcionário
ministração Pública, é correto afirmar que público descrito no art. 327 do Código Penal brasi-
leiro.
A) não se aplica o princípio da insignificância, para
E) A conduta de Lindolfo se amolda ao crime de preva-
afastar a tipicidade material da conduta, ao crime de
ricação, previsto no art. 319 do Código Penal brasi-
contrabando, por menor que seja a ofensividade da
leiro.
conduta.
B) no crime de peculato-furto, a condição de funcioná-
19. (FGV - 2021 - PC-RN - Agente e Escrivão). Jo-
rio público não se comunica ao particular que subtrai
nas, agente policial de determinado estado, e seu primo
o bem, com a concorrência do agente público, res-
Hélio, desempregado, subtraíram da delegacia na qual o
pondendo o particular por crime de furto.
primeiro exercia suas funções, computadores que haviam
C) a importação clandestina de medicamentos configura
sido substituídos por equipamentos novos e que se encon-
o crime de contrabando, aplicando-se, excepcional-
travam guardados, tendo a dupla se aproveitado das faci-
mente, o princípio da insignificância aos casos de im-
lidades decorrentes do cargo exercido por Jonas.
portação não autorizada de pequena quantidade para
uso próprio. Ao tomar conhecimento dos fatos, a autoridade poli-
D) o crime de usurpação de função pública não se carac- cial deverá reconhecer que Jonas praticou:
teriza se o agente é funcionário público, sem prejuízo
A) crime de peculato, devendo Hélio responder pelo
de caracterizar, em tese, o crime de exercício funcio-
mesmo delito;
nal ilegalmente antecipado ou prolongado.
B) crime de furto qualificado, assim como Hélio;
E) a cobrança, pelo médico do SUS, de valores corres-
C) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por
pondentes a ressarcimento de despesas por técnica
peculato culposo;
cirúrgica não coberta pelo SUS, tipifica o crime de
D) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por
corrupção passiva.
furto qualificado;
E) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por
17. (CESPE / CEBRASPE - 2024 - PC-PE - Dele-
furto simples.
gado de Polícia). No âmbito dos crimes contra a adminis-
tração pública, o ato de solicitar para si vantagem a pre-
20. (IDECAN - 2021 - PC-CE - Inspetor de Polícia
texto de influir em ato praticado por funcionário público,
Civil). O Ministério Público denunciou Joana, servidora
insinuando o agente que a vantagem é também destinada
ocupante de função de direção de determinada autarquia,
ao funcionário público, caracteriza o crime de
por delito de peculato, mas com a incidência da causa de
A) corrupção ativa. aumento de pena prevista no parágrafo segundo do art.
327 do Código Penal, in verbis: “A pena será aumentada
B) corrupção passiva.
da terça parte quando os autores dos crimes previstos
C) tráfico de influência na modalidade comum. neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou
de função de direção ou assessoramento de órgão da ad-
D) tráfico de influência com causa de aumento de pena. ministração direta, sociedade de economia mista, empresa
E) prevaricação. pública ou fundação instituída pelo poder público.”
Acerca do caso, assinale a alternativa correta.
A) A incidência da causa de aumento está correta, pois
as autarquias podem ser equiparadas a órgãos da ad-
ministração pública direta.
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Crimes Contra a Administração Pública


B) A causa de aumento de pena descrita somente poderá A) quatro anos.
incidir se Joana tiver se aproveitado de sua condição B) oito anos.
de diretora da autarquia para praticar o delito. C) doze anos.
C) Não incide a causa de aumento de pena, pois as au- D) dezesseis anos.
tarquias não foram mencionadas em referida causa E) vinte anos.
de aumento e, com base no princípio da legalidade,
veda-se analogia in malam partem. 24. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão
D) O delito praticado por Joana não foi peculato, pois de Polícia). São crimes cometidos por funcionário pú-
diretor de autarquia não se equipara a funcionário pú- blico contra a administração em geral, EXCETO
blico para fins de aplicação da lei penal. A) peculato.
E) Não incide a causa de aumento de pena, pois estamos B) concussão.
diante de uma lei penal excepcional, que apenas será C) facilitação de contrabando ou descaminho.
aplicada subsidiariamente, ou seja, quando não hou- D) tráfico de influência.
ver nenhuma lei específica. E) advocacia administrativa.

21. (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Escrivão 25. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão
de Polícia Civil). Sobre os crimes contra a administração de Polícia). O funcionário público que se apropria de di-
pública, assinale a alternativa correta. nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
A) A reparação do dano, no peculato culposo, se precede particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou que
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade. Se desviá-lo, em proveito próprio ou alheio, responderá pelo
lhe é posterior, reduz até dois terços da pena imposta. delito de
B) Aquele que exige, para si ou para outrem, direta ou A) emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de B) peculato.
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida co- C) apropriação indébita.
mete o crime de corrupção passiva. D) prevaricação.
C) No crime de corrupção passiva, a pena é aumentada E) corrupção passiva.
de um terço, se, em consequência da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar 26. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES – Investi-
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever gador). Em relação aos crimes contra a Administração
funcional. Pública, é correto afirmar que
D) Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda
A) não se equipara a funcionário público, para os efeitos
ato de ofício, com infração de dever funcional, ce-
penais, quem exerce emprego em entidade paraesta-
dendo a pedido ou influência de outrem, ele comete
tal.
prevaricação.
B) o funcionário público que deixa de praticar, indevi-
E) Considera-se funcionário público, para os efeitos pe-
damente, ato de ofício, para satisfazer sentimento
nais, quem exerce cargo, emprego ou função pública,
pessoal, pratica o crime de condescendência crimi-
salvo se transitoriamente ou sem remuneração.
nosa.
C) no crime de corrupção passiva, a pena é aumentada
22. (FAPEC - 2021 - PC-MS - Perito Médico Le-
de um terço, se, em consequência da vantagem ou
gista). Considerando os crimes praticados por funcionário
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
público contra a Administração Pública, aquele que exigir,
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
funcional.
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
D) pratica o delito de prevaricação o funcionário público
vantagem indevida, incorre na prática do crime de:
que deixar, por indulgência, de responsabilizar su-
A) peculato-apropriação. bordinado que cometeu infração no exercício do
B) excesso de exação. cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o
C) concussão. fato ao conhecimento da autoridade competente.
D) corrupção passiva. E) não constitui crime contra a Administração Pública
E) corrupção ativa. abandonar cargo público, fora dos casos permitidos
em lei.
23. (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Dele-
gado de Polícia Civil). Analise a seguinte situação hipo- 27. (CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia
tética: Romeu, funcionário público, praticou dois crimes Civil). Com relação aos crimes contra a administração pú-
de peculato (art. 312, caput, CP), devendo o segundo, pe- blica, assinale a opção correta.
las condições de tempo, local, modo de execução e outras
semelhantes, ser considerado continuação do primeiro. A) Ser membro de poder ou exercer cargo de elevada
Foi regularmente processado e condenado, com a aplica- envergadura são circunstâncias irrelevantes para a
ção da pena privativa de liberdade no patamar mínimo. formulação da pena-base dos crimes contra a admi-
Nesse caso, considerando que ocorreu o trânsito em jul- nistração pública.
gado da sentença penal condenatória para ambas as partes, B) A corrupção ativa não pode existir na ausência de
a extinção da punibilidade pela prescrição ocorrerá em corrupção passiva, pois tais condutas são tipicamente
bilaterais.
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Crimes Contra a Administração Pública


C) O princípio da insignificância poderá ser aplicado
aos crimes contra a administração pública quando o
agente for primário e o prejuízo causado ao erário for
inexpressivo.
D) A circunstância elementar do crime de peculato se
comunica ao coautor ou partícipe, mesmo que estes
não integrem o serviço público.
E) O crime de corrupção ativa é de natureza material e
se consuma com a efetiva entrega da vantagem ofe-
recida.

GABARITO OFICIAL
Conferido
01-B 07-B 13-D 19-A 25-B
02-B 08-B 14-B 20-C 26-C
03-C 09-C 15-B 21-C 27-D
04-D 10-D 16-C 22-C
05-D 11-C 17-D 23-A
06-E 12-B 18-B 24-D

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal

NOÇÕES DA
LEI Nº 7.210/1984
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
SUMÁRIO:
Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984: ................................................................................... 03
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal ........................................................... 03
Do Condenado e do Internado .............................................................................................. 03
Dos Órgãos da Execução Penal ............................................................................................ 08
Dos Estabelecimentos Penais ............................................................................................... 11
Da Execução das Penas em Espécie ..................................................................................... 13
Da Execução das Medidas de Segurança ............................................................................. 20
Dos Incidentes de Execução ................................................................................................. 20
Do Procedimento Judicial .................................................................................................... 21
Das Disposições Finais e Transitórias .................................................................................. 21

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


1. LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984. II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos pri-
vados, dados e informações a respeito do condenado;
Institui a Lei de Execução Penal.
III - realizar outras diligências e exames necessários.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- com violência grave contra a pessoa, bem como por crime
guinte Lei: contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime se-
xual contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente,
TÍTULO I à identificação do perfil genético, mediante extração de
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica adequada e
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as
indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisi-
disposições de sentença ou decisão criminal e proporcio-
onal. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
nar condições para a harmônica integração social do con-
cia)
denado e do internado. § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar ga-
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da rantias mínimas de proteção de dados genéticos, obser-
Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será
vando as melhores práticas da genética forense (Incluído
exercida, no processo de execução, na conformidade desta
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Lei e do Código de Processo Penal.
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, po-
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao
derá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito ins-
preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou taurado, o acesso ao banco de dados de identificação de
Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à ju- perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
risdição ordinária.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéti-
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegura-
cos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de per-
dos todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela
fis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia
lei.
de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
natureza racial, social, religiosa ou política. 2019) (Vigência)
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da co-
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput
munidade nas atividades de execução da pena e da medida
deste artigo que não tiver sido submetido à identificação
de segurança.
do perfil genético por ocasião do ingresso no estabeleci-
TÍTULO II
mento prisional deverá ser submetido ao procedimento
Do Condenado e do Internado durante o cumprimento da pena. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO I 13.964, de 2019) (Vigência)
Da Classificação
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser uti-
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo
lizada para o único e exclusivo fim de permitir a identifi-
os seus antecedentes e personalidade, para orientar a indi-
cação pelo perfil genético, não estando autorizadas as prá-
vidualização da execução penal. ticas de fenotipagem genética ou de busca familiar. (In-
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Téc- cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
nica de Classificação que elaborará o programa individu-
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amos-
alizador da pena privativa de liberdade adequada ao con-
tra biológica recolhida nos termos do caput deste artigo
denado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei nº
deverá ser correta e imediatamente descartada, de maneira
10.792, de 2003)
a impedir a sua utilização para qualquer outro fim. (Inclu-
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, exis- ído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
tente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor § 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do
e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1
respectivo laudo serão realizadas por perito oficial. (In-
(um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente so-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
cial, quando se tratar de condenado à pena privativa de
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em
liberdade.
submeter-se ao procedimento de identificação do perfil
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atu- genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
ará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais cia)
do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena priva-
CAPÍTULO II
tiva de liberdade, em regime fechado, será submetido a
Da Assistência
exame criminológico para a obtenção dos elementos ne- SEÇÃO I
cessários a uma adequada classificação e com vistas à in- Disposições Gerais
dividualização da execução.
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o re-
poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da
torno à convivência em sociedade.
pena privativa de liberdade em regime semiaberto.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de Art. 11. A assistência será:
dados reveladores da personalidade, observando a ética I - material;
profissional e tendo sempre presentes peças ou informa-
II - à saúde;
ções do processo, poderá:
III -jurídica;
I - entrevistar pessoas;
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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


IV - educacional; SEÇÃO V
V - social; Da Assistência Educacional
VI - religiosa. Art. 17. A assistência educacional compreenderá a
instrução escolar e a formação profissional do preso e do
SEÇÃO II internado.
Da Assistência Material Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, inte-
Art. 12. A assistência material ao preso e ao inter- grando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
nado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com
e instalações higiênicas. formação geral ou educação profissional de nível médio,
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e será implantado nos presídios, em obediência ao preceito
serviços que atendam aos presos nas suas necessidades constitucional de sua universalização. (Incluído pela Lei
pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e nº 13.163, de 2015)
objetos permitidos e não fornecidos pela Administração. § 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-
se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será man-
SEÇÃO III tido, administrativa e financeiramente, com o apoio da
Da Assistência à Saúde União, não só com os recursos destinados à educação, mas
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado pelo sistema estadual de justiça ou administração peniten-
de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendi- ciária. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
mento médico, farmacêutico e odontológico. § 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e
§ 1º (Vetado). às presas cursos supletivos de educação de jovens e adul-
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver apa- tos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
relhado para prover a assistência médica necessária, esta § 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito
será prestada em outro local, mediante autorização da di- Federal incluirão em seus programas de educação à dis-
reção do estabelecimento. tância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mu- atendimento aos presos e às presas. (Incluído pela Lei nº
lher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, exten- 13.163, de 2015)
sivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de Art. 19. O ensino profissional será ministrado em ní-
2009) vel de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
§ 4º Será assegurado tratamento humanitário à mu- Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
lher grávida durante os atos médico-hospitalares prepara- profissional adequado à sua condição.
tórios para a realização do parto e durante o trabalho de Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto
parto, bem como à mulher no período de puerpério, ca- de convênio com entidades públicas ou particulares, que
bendo ao poder público promover a assistência integral à instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
sua saúde e à do recém-nascido. (Incluído pela Lei nº Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-
14.326, de 2022) se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de
SEÇÃO IV todas as categorias de reclusos, provida de livros instruti-
Da Assistência Jurídica vos, recreativos e didáticos.
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (In-
e aos internados sem recursos financeiros para constituir cluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
advogado. I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter ser- (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
viços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela De- II - a existência de cursos nos níveis fundamental e
fensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos pe- médio e o número de presos e presas atendidos; (Incluído
nais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxí- III - a implementação de cursos profissionais em ní-
lio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no vel de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número
exercício de suas funções, dentro e fora dos estabeleci- de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163,
mentos penais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). de 2015)
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá lo- IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu
cal apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). V - outros dados relevantes para o aprimoramento
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão imple- educacional de presos e presas. (Incluído pela Lei nº
mentados Núcleos Especializados da Defensoria Pública 13.163, de 2015)
para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita
aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus fami- SEÇÃO VI
liares, sem recursos financeiros para constituir advogado. Da Assistência Social
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 22. A assistência social tem por finalidade am-
parar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à
liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exa-
mes;

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabeleci- Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, medi-
mento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo ante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três
assistido; quartos) do salário mínimo.
III - acompanhar o resultado das permissões de saí- § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
das e das saídas temporárias; atender:
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios dis- a) à indenização dos danos causados pelo crime,
poníveis, a recreação; desde que determinados judicialmente e não reparados
V - promover a orientação do assistido, na fase final por outros meios;
do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a faci- b) à assistência à família;
litar o seu retorno à liberdade; c) a pequenas despesas pessoais;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos be- d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realiza-
nefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no das com a manutenção do condenado, em proporção a ser
trabalho; fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras an-
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família teriores.
do preso, do internado e da vítima. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depo-
sitada a parte restante para constituição do pecúlio, em
SEÇÃO VII Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado
Da Assistência Religiosa quando posto em liberdade.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de Art. 30. As tarefas executadas como prestação de ser-
culto, será prestada aos presos e aos internados, permi- viço à comunidade não serão remuneradas.
tindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no
estabelecimento penal, bem como a posse de livros de ins- SEÇÃO II
trução religiosa. Do Trabalho Interno
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade
os cultos religiosos. está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado capacidade.
a participar de atividade religiosa. Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho
não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
SEÇÃO VIII estabelecimento.
Da Assistência ao Egresso Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser leva-
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: das em conta a habilitação, a condição pessoal e as neces-
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em sidades futuras do preso, bem como as oportunidades ofe-
liberdade; recidas pelo mercado.
II - na concessão, se necessário, de alojamento e ali- § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o ar-
mentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 tesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de
(dois) meses. turismo.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão soli-
poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por citar ocupação adequada à sua idade.
declaração do assistente social, o empenho na obtenção de § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exer-
emprego. cerão atividades apropriadas ao seu estado.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Art. 33. A jornada normal de trabalho não será infe-
Lei: rior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a nos domingos e feriados.
contar da saída do estabelecimento; Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário espe-
II - o liberado condicional, durante o período de cial de trabalho aos presos designados para os serviços de
prova. conservação e manutenção do estabelecimento penal.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por funda-
com o egresso para a obtenção de trabalho. ção, ou empresa pública, com autonomia administrativa,
e terá por objetivo a formação profissional do condenado.
CAPÍTULO III § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerencia-
Do Trabalho dora promover e supervisionar a produção, com critérios
SEÇÃO I e métodos empresariais, encarregar-se de sua comerciali-
Disposições Gerais zação, bem como suportar despesas, inclusive pagamento
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei nº
e condição de dignidade humana, terá finalidade educa- 10.792, de 2003)
tiva e produtiva. § 2o Os governos federal, estadual e municipal pode-
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de tra- rão celebrar convênio com a iniciativa privada, para im-
balho as precauções relativas à segurança e à higiene. plantação de oficinas de trabalho referentes a setores de
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime apoio dos presídios. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indi-
reta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos
Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre SEÇÃO II
que não for possível ou recomendável realizar-se a venda Dos Direitos
a particulares. Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas à integridade física e moral dos condenados e dos presos
com as vendas reverterão em favor da fundação ou em- provisórios.
presa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, Art. 41 - Constituem direitos do preso:
do estabelecimento penal. I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
SEÇÃO III III - Previdência Social;
Do Trabalho Externo IV - constituição de pecúlio;
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os V - proporcionalidade na distribuição do tempo para
presos em regime fechado somente em serviço ou obras o trabalho, o descanso e a recreação;
públicas realizadas por órgãos da Administração Direta VI - exercício das atividades profissionais, intelectu-
ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as ais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatí-
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. veis com a execução da pena;
§ 1º O limite máximo do número de presos será de VII - assistência material, à saúde, jurídica, educaci-
10% (dez por cento) do total de empregados na obra. onal, social e religiosa;
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou VIII - proteção contra qualquer forma de sensaciona-
à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. lismo;
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada de- IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
pende do consentimento expresso do preso. X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser auto- amigos em dias determinados;
rizada pela direção do estabelecimento, dependerá de ap- XI - chamamento nominal;
tidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exi-
mínimo de 1/6 (um sexto) da pena. gências da individualização da pena;
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de tra- XIII - audiência especial com o diretor do estabele-
balho externo ao preso que vier a praticar fato definido cimento;
como crime, for punido por falta grave, ou tiver compor- XIV - representação e petição a qualquer autoridade,
tamento contrário aos requisitos estabelecidos neste ar- em defesa de direito;
tigo. XV - contato com o mundo exterior por meio de cor-
respondência escrita, da leitura e de outros meios de in-
CAPÍTULO IV formação que não comprometam a moral e os bons costu-
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina mes.
SEÇÃO I XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anual-
Dos Deveres mente, sob pena da responsabilidade da autoridade judici-
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações ária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V,
execução da pena. X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante
Art. 39. Constituem deveres do condenado: ato motivado do diretor do estabelecimento.
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao subme-
da sentença; tido à medida de segurança, no que couber, o disposto
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pes- nesta Seção.
soa com quem deva relacionar-se; Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico
III - urbanidade e respeito no trato com os demais de confiança pessoal do internado ou do submetido a tra-
condenados; tamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes,
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; Parágrafo único. As divergências entre o médico ofi-
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens cial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; SEÇÃO III
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; Da Disciplina
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das SUBSEÇÃO I
despesas realizadas com a sua manutenção, mediante des- Disposições Gerais
conto proporcional da remuneração do trabalho; Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; ordem, na obediência às determinações das autoridades e
X - conservação dos objetos de uso pessoal. seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o conde-
que couber, o disposto neste artigo. nado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos
e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a in- I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo
tegridade física e moral do condenado. de repetição da sanção por nova falta grave de mesma es-
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. pécie; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. II - recolhimento em cela individual; (Redação dada
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da pela Lei nº 13.964, de 2019)
execução da pena ou da prisão, será cientificado das nor- III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez,
mas disciplinares. a serem realizadas em instalações equipadas para impedir
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena pri- o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da
vativa de liberdade, será exercido pela autoridade admi- família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente,
nistrativa conforme as disposições regulamentares. com duração de 2 (duas) horas; (Redação dada pela Lei
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, nº 13.964, de 2019)
o poder disciplinar será exercido pela autoridade adminis- IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) ho-
trativa a que estiver sujeito o condenado. ras diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro)
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade re- presos, desde que não haja contato com presos do mesmo
presentará ao Juiz da execução para os fins dos artigos grupo criminoso; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. 2019)
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas
SUBSEÇÃO II com seu defensor, em instalações equipadas para impedir
Das Faltas Disciplinares o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em le- autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº
ves, médias e graves. A legislação local especificará as 13.964, de 2019)
leves e médias, bem assim as respectivas sanções. VI - fiscalização do conteúdo da correspondência;
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
correspondente à falta consumada. VII - participação em audiências judiciais preferen-
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena pri- cialmente por videoconferência, garantindo-se a partici-
vativa de liberdade que: pação do defensor no mesmo ambiente do preso. (Incluído
I - incitar ou participar de movimento para subverter pela Lei nº 13.964, de 2019)
a ordem ou a disciplina; § 1º O regime disciplinar diferenciado também será
II - fugir; aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ou estrangeiros: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
ofender a integridade física de outrem; 2019)
IV - provocar acidente de trabalho; I - que apresentem alto risco para a ordem e a segu-
V - descumprir, no regime aberto, as condições im- rança do estabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído
postas; pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de en-
V, do artigo 39, desta Lei. volvimento ou participação, a qualquer título, em organi-
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer apare- zação criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
lho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comuni- independentemente da prática de falta grave. (Incluído
cação com outros presos ou com o ambiente externo. (In- pela Lei nº 13.964, de 2019)
cluído pela Lei nº 11.466, de 2007) § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964,
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de iden- de 2019)
tificação do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, § 3º Existindo indícios de que o preso exerce lide-
de 2019) rança em organização criminosa, associação criminosa ou
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2
no que couber, ao preso provisório. (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena res- diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabe-
tritiva de direitos que: lecimento prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964,
I - descumprir, injustificadamente, a restrição im- de 2019)
posta; § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado sucessiva-
obrigação imposta; mente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e que o preso: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V, do artigo 39, desta Lei. I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso segurança do estabelecimento penal de origem ou da so-
constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da or- ciedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
dem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, II - mantém os vínculos com organização criminosa,
ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da associação criminosa ou milícia privada, considerados
sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as também o perfil criminal e a função desempenhada por ele
seguintes características: (Redação dada pela Lei nº no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a su-
13.964, de 2019) perveniência de novos processos criminais e os resultados
do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o re- faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº
gime disciplinar diferenciado deverá contar com alta se- 10.792, de 2003)
gurança interna e externa, principalmente no que diz res- Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as
peito à necessidade de se evitar contato do preso com sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.
membros de sua organização criminosa, associação crimi- (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
nosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. (Incluído Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de
pela Lei nº 13.964, de 2019) direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hi-
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste pótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada
artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio e ví- pela Lei nº 10.792, de 2003)
deo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente pe- Parágrafo único. O isolamento será sempre comuni-
nitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) cado ao Juiz da execução.
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime dis-
ciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de SUBSEÇÃO V
que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após Do Procedimento Disciplinar
prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gra- Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser ins-
vado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês taurado o procedimento para sua apuração, conforme re-
e por 10 (dez) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de gulamento, assegurado o direito de defesa.
2019) Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar
SUBSEÇÃO III o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez
Das Sanções e das Recompensas dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenci-
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: ado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato,
I - advertência verbal; dependerá de despacho do juiz competente. (Redação
II - repreensão; dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, pa- Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão
rágrafo único); preventiva no regime disciplinar diferenciado será com-
IV - isolamento na própria cela, ou em local ade- putado no período de cumprimento da sanção disciplinar.
quado, nos estabelecimentos que possuam alojamento co- (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
letivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (In- TÍTULO III
cluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Dos Órgãos da Execução Penal
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão CAPÍTULO I
aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento Disposições Gerais
e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do Art. 61. São órgãos da execução penal:
juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Peni-
2003) tenciária;
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em re- II - o Juízo da Execução;
gime disciplinar dependerá de requerimento circunstanci- III - o Ministério Público;
ado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra IV - o Conselho Penitenciário;
autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de V - os Departamentos Penitenciários;
2003) VI - o Patronato;
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em VII - o Conselho da Comunidade.
regime disciplinar será precedida de manifestação do Mi- VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº
nistério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo 12.313, de 2010).
de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom com- CAPÍTULO II
portamento reconhecido em favor do condenado, de sua Do Conselho Nacional de Política
colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao traba- Criminal e Penitenciária
lho. Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Art. 56. São recompensas: Penitenciária, com sede na Capital da República, é subor-
I - o elogio; dinado ao Ministério da Justiça.
II - a concessão de regalias. Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Parágrafo único. A legislação local e os regulamen- Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros de-
tos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de re- signados através de ato do Ministério da Justiça, dentre
galias. professores e profissionais da área do Direito Penal, Pro-
cessual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
SUBSEÇÃO IV como por representantes da comunidade e dos Ministérios
Da Aplicação das Sanções da área social.
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, le- Parágrafo único. O mandato dos membros do Conse-
var-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstân- lho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço)
cias e as consequências do fato, bem como a pessoa do em cada ano.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal g) o cumprimento de pena ou medida de segurança
e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âm- em outra comarca;
bito federal ou estadual, incumbe: h) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
I - propor diretrizes da política criminal quanto à pre- 1º, do artigo 86, desta Lei.
venção do delito, administração da Justiça Criminal e exe- i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
cução das penas e das medidas de segurança; j) a utilização do equipamento de monitoração ele-
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de trônica pelo condenado nas hipóteses legais; (Incluído
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da po- pela Lei nº 14.843, de 2024)
lítica criminal e penitenciária; VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da me-
III - promover a avaliação periódica do sistema cri- dida de segurança;
minal para a sua adequação às necessidades do País; VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica; penais, tomando providências para o adequado funciona-
V - elaborar programa nacional penitenciário de for- mento e promovendo, quando for o caso, a apuração de
mação e aperfeiçoamento do servidor; responsabilidade;
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e constru- VIII - interditar, no todo ou em parte, estabeleci-
ção de estabelecimentos penais e casas de albergados; mento penal que estiver funcionando em condições inade-
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da es- quadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
tatística criminal; IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros
meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos CAPÍTULO IV
Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às auto- Do Ministério Público
ridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução
aprimoramento; da pena e da medida de segurança, oficiando no processo
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade executivo e nos incidentes da execução.
administrativa para instauração de sindicância ou proce- Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
dimento administrativo, em caso de violação das normas I - fiscalizar a regularidade formal das guias de reco-
referentes à execução penal; lhimento e de internamento;
X - representar à autoridade competente para a inter- II - requerer:
dição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. a) todas as providências necessárias ao desenvolvi-
mento do processo executivo;
CAPÍTULO III b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio
Do Juízo da Execução de execução;
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, substituição da pena por medida de segurança;
ao da sentença. d) a revogação da medida de segurança;
Art. 66. Compete ao Juiz da execução: e) a conversão de penas, a progressão ou regressão
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de nos regimes e a revogação da suspensão condicional da
qualquer modo favorecer o condenado; pena e do livramento condicional;
II - declarar extinta a punibilidade; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento
III - decidir sobre: da situação anterior.
a) soma ou unificação de penas; III - interpor recursos de decisões proferidas pela au-
b) progressão ou regressão nos regimes; toridade judiciária, durante a execução.
c) detração e remição da pena; Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visi-
d) suspensão condicional da pena; tará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando
e) livramento condicional; a sua presença em livro próprio.
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias; CAPÍTULO V
V - determinar: Do Conselho Penitenciário
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de di- Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo
reitos e fiscalizar sua execução; e fiscalizador da execução da pena.
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de § 1º O Conselho será integrado por membros nome-
multa em privativa de liberdade; ados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos
c) a conversão da pena privativa de liberdade em res- Territórios, dentre professores e profissionais da área do
tritiva de direitos; Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a correlatas, bem como por representantes da comunidade.
substituição da pena por medida de segurança; A legislação federal e estadual regulará o seu funciona-
e) a revogação da medida de segurança; mento.
f) a desinternação e o restabelecimento da situação § 2º O mandato dos membros do Conselho Peniten-
anterior; ciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, SEÇÃO II
excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no Do Departamento Penitenciário Local
estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº Art. 73. A legislação local poderá criar Departa-
10.792, de 2003) mento Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços pe- que estabelecer.
nais; Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou ór-
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada gão similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar
ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Peniten- os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a
ciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício ante- que pertencer.
rior; Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste
IV - supervisionar os patronatos, bem como a assis- artigo realizarão o acompanhamento de que trata o inciso
tência aos egressos. VII do caput do art. 72 desta Lei e encaminharão ao De-
partamento Penitenciário Nacional os resultados obtidos.
CAPÍTULO VI (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
Dos Departamentos Penitenciários
SEÇÃO I SEÇÃO III
Do Departamento Penitenciário Nacional Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, su- Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabele-
bordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da cimento deverá satisfazer os seguintes requisitos:
Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo I - ser portador de diploma de nível superior de Di-
e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e reito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia,
Penitenciária. ou Serviços Sociais;
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenci- II - possuir experiência administrativa na área;
ário Nacional: III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execu- o desempenho da função.
ção penal em todo o Território Nacional; Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabe-
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os esta- lecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral
belecimentos e serviços penais; à sua função.
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será or-
implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta ganizado em diferentes categorias funcionais, segundo as
Lei; necessidades do serviço, com especificação de atribuições
IV - colaborar com as Unidades Federativas medi- relativas às funções de direção, chefia e assessoramento
ante convênios, na implantação de estabelecimentos e ser- do estabelecimento e às demais funções.
viços penais; Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especi-
V - colaborar com as Unidades Federativas para a re- alizado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vo-
alização de cursos de formação de pessoal penitenciário e cação, preparação profissional e antecedentes pessoais do
de ensino profissionalizante do condenado e do internado. candidato.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unida- § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como
des federativas, o cadastro nacional das vagas existentes a progressão ou a ascensão funcional dependerão de cur-
em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de sos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem
penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de ou- periódica dos servidores em exercício.
tra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a § 2º No estabelecimento para mulheres somente se
regime disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo
VII - acompanhar a execução da pena das mulheres quando se tratar de pessoal técnico especializado.
beneficiadas pela progressão especial de que trata o § 3º
do art. 112 desta Lei, monitorando sua integração social e CAPÍTULO VII
a ocorrência de reincidência, específica ou não, mediante Do Patronato
a realização de avaliações periódicas e de estatísticas cri- Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se
minais. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) a prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coorde- 26).
nação e supervisão dos estabelecimentos penais e de in- Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
ternamento federais. (Redação dada pela Lei nº 13.769, I - orientar os condenados à pena restritiva de direi-
de 2018) tos;
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitora- II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação
mento e das avaliações periódicas previstas no inciso VII de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana;
do caput deste artigo serão utilizados para, em função da III - colaborar na fiscalização do cumprimento das
efetividade da progressão especial para a ressocialização condições da suspensão e do livramento condicional.
das mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, ava-
liar eventual desnecessidade do regime fechado de cum- CAPÍTULO VIII
primento de pena para essas mulheres nos casos de crimes Do Conselho da Comunidade
cometidos sem violência ou grave ameaça. Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


representante de associação comercial ou industrial, 1 l) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
(um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advo- 1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
gados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo 2010).
Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social esco- II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
lhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de III - interpor recursos de decisões proferidas pela au-
2010). toridade judiciária ou administrativa durante a execução;
Parágrafo único. Na falta da representação prevista (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
dos integrantes do Conselho. administrativa para instauração de sindicância ou proce-
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: dimento administrativo em caso de violação das normas
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabeleci- referentes à execução penal; (Incluído pela Lei nº 12.313,
mentos penais existentes na comarca; de 2010).
II - entrevistar presos; V - visitar os estabelecimentos penais, tomando pro-
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execu- vidências para o adequado funcionamento, e requerer,
ção e ao Conselho Penitenciário; quando for o caso, a apuração de responsabilidade; (Inclu-
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e ído pela Lei nº 12.313, de 2010).
humanos para melhor assistência ao preso ou internado, VI - requerer à autoridade competente a interdição,
em harmonia com a direção do estabelecimento. no todo ou em parte, de estabelecimento penal. (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010).
CAPÍTULO IX Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública vi-
DA DEFENSORIA PÚBLICA sitará periodicamente os estabelecimentos penais, regis-
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). trando a sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular nº 12.313, de 2010).
execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no
processo executivo e nos incidentes da execução, para a TÍTULO IV
defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de Dos Estabelecimentos Penais
forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, CAPÍTULO I
de 2010). Disposições Gerais
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (In- Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
cluído pela Lei nº 12.313, de 2010). condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). provisório e ao egresso.
a) todas as providências necessárias ao desenvolvi- § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separada-
mento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº mente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e ade-
12.313, de 2010). quado à sua condição pessoal. (Redação dada pela Lei nº
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que 9.460, de 1997)
de qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído pela § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abri-
Lei nº 12.313, de 2010). gar estabelecimentos de destinação diversa desde que de-
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Inclu- vidamente isolados.
ído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua na-
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº tureza, deverá contar em suas dependências com áreas e
12.313, de 2010). serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº recreação e prática esportiva.
12.313, de 2010). § 1º Haverá instalação destinada a estágio de estu-
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio dantes universitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de
de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). 1995)
g) a aplicação de medida de segurança e sua revoga- § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulhe-
ção, bem como a substituição da pena por medida de se- res serão dotados de berçário, onde as condenadas possam
gurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo,
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei nº
suspensão condicional da pena, o livramento condicional, 11.942, de 2009)
a comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei nº § 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste
12.313, de 2010). artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela feminino na segurança de suas dependências internas. (In-
Lei nº 12.313, de 2010). cluído pela Lei nº 12.121, de 2009).
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cur-
da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de sos do ensino básico e profissionalizante. (Incluído pela
2010). Lei nº 12.245, de 2010)
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pú-
em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). blica. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta
as atividades materiais acessórias, instrumentais ou

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


complementares desenvolvidas em estabelecimentos pe- § 4o O preso que tiver sua integridade física, moral
nais, e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, de ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais
2015). presos ficará segregado em local próprio. (Incluído pela
I - serviços de conservação, limpeza, informática, co- Lei nº 13.167, de 2015)
peiragem, portaria, recepção, reprografia, telecomunica- Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação
ções, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e compatível com a sua estrutura e finalidade.
equipamentos internos e externos; (Incluído pela Lei Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política
nº 13.190, de 2015). Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de
II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza
preso. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). e peculiaridades.
§ 1o A execução indireta será realizada sob supervi- Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas
são e fiscalização do poder público. (Incluído pela Lei nº pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser execu-
13.190, de 2015). tadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão União.
compreender o fornecimento de materiais, equipamentos, § 1o A União Federal poderá construir estabeleci-
máquinas e profissionais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de mento penal em local distante da condenação para reco-
2015). lher os condenados, quando a medida se justifique no in-
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, teresse da segurança pública ou do próprio condenado.
chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
como todas as atividades que exijam o exercício do poder § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele
de polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190, poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dedi-
de 2015). quem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras oci-
I - classificação de condenados; (Incluído pela Lei nº osas.
13.190, de 2015). § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da
II - aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela autoridade administrativa definir o estabelecimento prisi-
Lei nº 13.190, de 2015). onal adequado para abrigar o preso provisório ou conde-
III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº nado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
13.190, de 2015). (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judi-
ciário, hospitais e outros locais externos aos estabeleci- CAPÍTULO II
mentos penais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). Da Penitenciária
Art. 84. O preso provisório ficará separado do con- Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à
denado por sentença transitada em julgado. pena de reclusão, em regime fechado.
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Dis-
acordo com os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei trito Federal e os Territórios poderão construir Penitenci-
nº 13.167, de 2015) árias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao
equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52
II - acusados pela prática de crimes cometidos com desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei nº Art. 88. O condenado será alojado em cela individual
13.167, de 2015) que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
III - acusados pela prática de outros crimes ou con- Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade
travenções diversos dos apontados nos incisos I e II. (In- celular:
cluído pela Lei nº 13.167, de 2015) a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fa-
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário tores de aeração, insolação e condicionamento térmico
da Administração da Justiça Criminal ficará em depen- adequado à existência humana;
dência separada. b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a
acordo com os seguintes critérios: (Incluído pela Lei nº penitenciária de mulheres será dotada de seção para ges-
13.167, de 2015) tante e parturiente e de creche para abrigar crianças maio-
I - condenados pela prática de crimes hediondos ou res de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a
equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) finalidade de assistir a criança desamparada cuja respon-
II - reincidentes condenados pela prática de crimes sável estiver presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; (In- 2009)
cluído pela Lei nº 13.167, de 2015) Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da
III - primários condenados pela prática de crimes co- creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942,
metidos com violência ou grave ameaça à pessoa; (Inclu- de 2009)
ído pela Lei nº 13.167, de 2015) I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo
IV - demais condenados pela prática de outros crimes com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e
ou contravenções em situação diversa das previstas nos em unidades autônomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942,
incisos I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) de 2009)

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


II – horário de funcionamento que garanta a melhor Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em ou-
assistência à criança e à sua responsável. (Incluído pela tro local com dependência médica adequada.
Lei nº 11.942, de 2009)
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, CAPÍTULO VII
em local afastado do centro urbano, à distância que não Da Cadeia Pública
restrinja a visitação. Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhi-
mento de presos provisórios.
CAPÍTULO III Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) ca-
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar deia pública a fim de resguardar o interesse da Adminis-
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar tração da Justiça Criminal e a permanência do preso em
destina-se ao cumprimento da pena em regime semia- local próximo ao seu meio social e familiar.
berto. Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capí-
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compar- tulo será instalado próximo de centro urbano, observando-
timento coletivo, observados os requisitos da letra a, do se na construção as exigências mínimas referidas no artigo
parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. 88 e seu parágrafo único desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das
dependências coletivas: TÍTULO V
a) a seleção adequada dos presos; Da Execução das Penas em Espécie
b) o limite de capacidade máxima que atenda os ob- CAPÍTULO I
jetivos de individualização da pena. Das Penas Privativas de Liberdade
SEÇÃO I
CAPÍTULO IV Disposições Gerais
Da Casa do Albergado Art. 105. Transitando em julgado a sentença que
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumpri- aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier
mento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de reco-
e da pena de limitação de fim de semana. lhimento para a execução.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo es-
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se crivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com
pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incum-
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma bida da execução e conterá:
Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos apo- I - o nome do condenado;
sentos para acomodar os presos, local adequado para cur- II - a sua qualificação civil e o número do registro
sos e palestras. geral no órgão oficial de identificação;
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações III - o inteiro teor da denúncia e da sentença conde-
para os serviços de fiscalização e orientação dos condena- natória, bem como certidão do trânsito em julgado;
dos. IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de
instrução;
CAPÍTULO V V - a data da terminação da pena;
Do Centro de Observação VI - outras peças do processo reputadas indispensá-
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os veis ao adequado tratamento penitenciário.
exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. recolhimento.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre
pesquisas criminológicas. que sobrevier modificação quanto ao início da execução
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em ou ao tempo de duração da pena.
unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal. § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcioná-
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Co- rio da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na
missão Técnica de Classificação, na falta do Centro de guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no
Observação. § 2°, do artigo 84, desta Lei.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento
CAPÍTULO VI de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico autoridade judiciária.
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiqui- § 1° A autoridade administrativa incumbida da exe-
átrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis refe- cução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-
ridos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal. la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que cou- ao condenado.
ber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. § 2º As guias de recolhimento serão registradas em
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames livro especial, segundo a ordem cronológica do recebi-
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os mento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-
internados. se, no curso da execução, o cálculo das remições e de ou-
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no ar- tras retificações posteriores.
tigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado
mental será internado em Hospital de Custódia e Trata- for reincidente em crime hediondo ou equiparado com re-
mento Psiquiátrico. sultado morte, vedado o livramento condicional. (Incluído
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à
outro motivo não estiver preso. progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária,
comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas
SEÇÃO II as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela
Dos Regimes Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão
no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena pri- de regime será sempre motivada e precedida de manifes-
vativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e tação do Ministério Público e do defensor, procedimento
seus parágrafos do Código Penal. que também será adotado na concessão de livramento
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os
crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a prazos previstos nas normas vigentes. (Redação dada pela
determinação do regime de cumprimento será feita pelo Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
resultado da soma ou unificação das penas, observada, § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou
quando for o caso, a detração ou remição. responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da requisitos para progressão de regime são, cumulativa-
execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo mente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
cumprida, para determinação do regime. I - não ter cometido crime com violência ou grave
Art. 112. A pena privativa de liberdade será execu- ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
tada em forma progressiva com a transferência para re- II - não ter cometido o crime contra seu filho ou de-
gime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando pendente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena
nº 13.964, de 2019) (Vigência) no regime anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado IV - ser primária e ter bom comportamento carcerá-
for primário e o crime tiver sido cometido sem violência rio, comprovado pelo diretor do estabelecimento; (Inclu-
à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, ído pela Lei nº 13.769, de 2018)
de 2019) (Vigência) V - não ter integrado organização criminosa. (Inclu-
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for ído pela Lei nº 13.769, de 2018)
reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta
grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º
gência) deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o ape- § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para
nado for primário e o crime tiver sido cometido com vio- os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto
lência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
13.964, de 2019) (Vigência) 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for § 6º O cometimento de falta grave durante a execu-
reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou ção da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para
grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- a obtenção da progressão no regime de cumprimento da
gência) pena, caso em que o reinício da contagem do requisito ob-
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado jetivo terá como base a pena remanescente. (Incluído pela
for condenado pela prática de crime hediondo ou equipa- Lei nº 13.964, de 2019)
rado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de § 7º O bom comportamento é readquirido após 1
2019) (Vigência) (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumpri-
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado mento do requisito temporal exigível para a obtenção do
for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) direito. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto
equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado supõe a aceitação de seu programa e das condições impos-
o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de tas pelo Juiz.
2019) (Vigência) Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto
b) condenado por exercer o comando, individual ou o condenado que:
coletivo, de organização criminosa estruturada para a prá- I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade
tica de crime hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela de fazê-lo imediatamente;
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) II - apresentar, pelos seus antecedentes e pelos resul-
c) condenado pela prática do crime de constituição tados do exame criminológico, fundados indícios de que
de milícia privada; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) irá ajustar-se, com autodisciplina, baixa periculosidade e
(Vigência) senso de responsabilidade, ao novo regime. (Redação
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado dada pela Lei nº 14.843, de 2024)
for reincidente na prática de crime hediondo ou equipa- Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho
rado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


Art. 115. O juiz poderá estabelecer condições espe-
ciais para a concessão de regime aberto, entre as quais, a SUBSEÇÃO II
fiscalização por monitoramento eletrônico, sem prejuízo Da Saída Temporária
das seguintes condições gerais e obrigatórias: (Redação Art. 122. Os condenados que cumprem pena em re-
dada pela Lei nº 14.843, de 2024) gime semiaberto poderão obter autorização para saída
I - permanecer no local que for designado, durante o temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos
repouso e nos dias de folga; seguintes casos:
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixa- I - visita à família;
dos; II - frequência a curso supletivo profissionalizante,
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem au- bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Co-
torização judicial; marca do Juízo da Execução;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as III - participação em atividades que concorram para
suas atividades, quando for determinado. o retorno ao convívio social.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições esta- § 1º A ausência de vigilância direta não impede a uti-
belecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Pú- lização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
blico, da autoridade administrativa ou do condenado, condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
desde que as circunstâncias assim o recomendem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do be- § 2º Não terá direito à saída temporária de que trata
neficiário de regime aberto em residência particular o caput deste artigo ou a trabalho externo sem vigilância
quando se tratar de: direta o condenado que cumpre pena por praticar crime
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; hediondo ou com violência ou grave ameaça contra pes-
II - condenado acometido de doença grave; soa. (Redação dada pela Lei nº 14.843, de 2024)
III - condenada com filho menor ou deficiente físico § 3º Quando se tratar de frequência a curso profissi-
ou mental; onalizante ou de instrução de ensino médio ou superior, o
IV - condenada gestante. tempo de saída será o necessário para o cumprimento das
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade atividades discentes. (Incluído pela Lei nº 14.843, de
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para 2024)
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o conde- Art. 123. A autorização será concedida por ato moti-
nado: vado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta a administração penitenciária e dependerá da satisfação
grave; dos seguintes requisitos:
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, I - comportamento adequado;
somada ao restante da pena em execução, torne incabível II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena,
o regime (artigo 111). se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reinci-
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto dente;
se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, III - compatibilidade do benefício com os objetivos
frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a da pena.
multa cumulativamente imposta. Art. 124. A autorização será concedida por prazo não
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4
deverá ser ouvido previamente o condenado. (quatro) vezes durante o ano.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer nor- § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá
mas complementares para o cumprimento da pena priva- ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que
tiva de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Có- entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a
digo Penal). situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010)
SEÇÃO III I - fornecimento do endereço onde reside a família a
Das Autorizações de Saída ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo
SUBSEÇÃO I do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Da Permissão de Saída II - recolhimento à residência visitada, no período
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em re- noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
gime fechado ou semiaberto e os presos provisórios pode- III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
rão obter permissão para sair do estabelecimento, medi- estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº
ante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: 12.258, de 2010)
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, compa- § 2o Quando se tratar de frequência a curso profissi-
nheira, ascendente, descendente ou irmão; onalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo tempo de saída será o necessário para o cumprimento das
único do artigo 14). atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único
Parágrafo único. A permissão de saída será conce- pela Lei nº 12.258, de 2010)
dida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída so-
preso. mente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45
Art. 121. A permanência do preso fora do estabeleci- (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (In-
mento terá a duração necessária à finalidade da saída. cluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


Art. 125. O benefício será automaticamente revo- Art. 128. O tempo remido será computado como
gado quando o condenado praticar fato definido como pena cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada pela
crime doloso, for punido por falta grave, desatender as Lei nº 12.433, de 2011)
condições impostas na autorização ou revelar baixo grau Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
de aproveitamento do curso. mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída todos os condenados que estejam trabalhando ou estu-
temporária dependerá da absolvição no processo penal, do dando, com informação dos dias de trabalho ou das horas
cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada
do merecimento do condenado. um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do esta-
SEÇÃO IV belecimento penal deverá comprovar mensalmente, por
Da Remição meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a fre-
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime quência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela Lei nº
fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por 12.433, de 2011)
estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação § 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias
dada pela Lei nº 12.433, de 2011). remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código
feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço
2011) para fim de instruir pedido de remição.
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de fre-
quência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, SEÇÃO V
inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de re- Do Livramento Condicional
qualificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 Art. 131. O livramento condicional poderá ser con-
(três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) cedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ou-
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) vidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1 o Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presen- condições a que fica subordinado o livramento.
cial ou por metodologia de ensino a distância e deverão § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional
ser certificadas pelas autoridades educacionais competen- as obrigações seguintes:
tes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se
12.433, de 2011) for apto para o trabalho;
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de c) não mudar do território da comarca do Juízo da
forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº execução, sem prévia autorização deste.
12.433, de 2011) § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condici-
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de pros- onal, entre outras obrigações, as seguintes:
seguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar- a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz
se com a remição. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) e à autoridade incumbida da observação cautelar e de pro-
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo teção;
será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do b) recolher-se à habitação em hora fixada;
ensino fundamental, médio ou superior durante o cumpri- c) não frequentar determinados lugares.
mento da pena, desde que certificada pelo órgão compe- d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
tente do sistema de educação. (Incluído pela Lei nº e) utilizar equipamento de monitoração eletrônica.
12.433, de 2011) (Incluído pela Lei nº 14.843, de 2024)
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional pode- comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sen-
rão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de tença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se
educação profissional, parte do tempo de execução da houver transferido e à autoridade incumbida da observa-
pena ou do período de prova, observado o disposto no in- ção cautelar e de proteção.
ciso I do § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
2011) apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de artigo anterior.
prisão cautelar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livra-
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, mento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as
ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela Lei providências cabíveis.
nº 12.433, de 2011) Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revo- carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2
gar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o dis- (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administra-
posto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data tiva incumbida da execução e outra ao Conselho Peniten-
da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, ciário.
de 2011)

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será Art. 143. A revogação será decretada a requerimento
realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do do Ministério Público, mediante representação do Conse-
Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está lho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o libe-
sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte: rado.
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Minis-
demais condenados, pelo Presidente do Conselho Peniten- tério Público, da Defensoria Pública ou mediante repre-
ciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo sentação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado,
Juiz; poderá modificar as condições especificadas na sentença,
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por
liberando para as condições impostas na sentença de livra- uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso
mento; I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos
III - o liberando declarará se aceita as condições. incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo. (Redação
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração pe-
ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escre- nal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conse-
ver. lho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz curso do livramento condicional, cuja revogação, entre-
da execução. tanto, ficará dependendo da decisão final.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento pe- Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do inte-
nal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do ressado, do Ministério Público ou mediante representação
que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena priva-
judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida. tiva de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem
§ 1º A caderneta conterá: revogação.
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo; Seção VI
c) as condições impostas. Da Monitoração Eletrônica
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
um salvo-conduto, em que constem as condições do livra- Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258,
mento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o de 2010)
seu retrato pela descrição dos sinais que possam identi- Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por
ficá-lo. meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído pela
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver Lei nº 12.258, de 2010)
espaço para consignar-se o cumprimento das condições I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
referidas no artigo 132 desta Lei. 2010)
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realiza- II - autorizar a saída temporária no regime semia-
das por serviço social penitenciário, Patronato ou Conse- berto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
lho da Comunidade terão a finalidade de: III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
I - fazer observar o cumprimento das condições es- 2010)
pecificadas na sentença concessiva do benefício; IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução Lei nº 12.258, de 2010)
de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de ativi- V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
dade laborativa. 2010)
Parágrafo único. A entidade encarregada da observa- Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
ção cautelar e da proteção do liberado apresentará relató- 12.258, de 2010)
rio ao Conselho Penitenciário, para efeito da representa- Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos
ção prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei. cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico
Art. 140. A revogação do livramento condicional e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de
dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Có- 2010)
digo Penal. I - receber visitas do servidor responsável pela moni-
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, toração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir
na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá adver- suas orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
tir o liberado ou agravar as condições. II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração
penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á eletrônica ou de permitir que outrem o faça; (Incluído pela
como tempo de cumprimento da pena o período de prova, Lei nº 12.258, de 2010)
sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
soma do tempo das 2 (duas) penas. 2010)
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, Parágrafo único. A violação comprovada dos deve-
não se computará na pena o tempo em que esteve solto o res previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do
liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:
pena, novo livramento. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº § 2º A execução terá início a partir da data do pri-
12.258, de 2010) meiro comparecimento.
II - a revogação da autorização de saída temporária; Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução,
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de relatório circunstanciado das atividades do condenado,
2010) bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausên-
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de cia ou falta disciplinar.
2010)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de SEÇÃO III
2010) Da Limitação de Fim de Semana
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a
Lei nº 12.258, de 2010) intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em horário em que deverá cumprir a pena.
que o juiz da execução decida não aplicar alguma das me- Parágrafo único. A execução terá início a partir da
didas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (In- data do primeiro comparecimento.
cluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, du-
VIII - a revogação do livramento condicional; (Inclu- rante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou atri-
ído pela Lei nº 14.843, de 2024) buídas atividades educativas.
IX - a conversão da pena restritiva de direitos em Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica e
pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 14.843, familiar contra a criança, o adolescente e a mulher e de
de 2024) tratamento cruel ou degradante, ou de uso de formas vio-
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser re- lentas de educação, correção ou disciplina contra a criança
vogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) e o adolescente, o juiz poderá determinar o compareci-
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; mento obrigatório do agressor a programas de recupera-
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) ção e reeducação. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a 2022) Vigência
que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará,
grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disci-
CAPÍTULO II plinar do condenado.
Das Penas Restritivas de Direitos
SEÇÃO I SEÇÃO IV
Disposições Gerais Da Interdição Temporária de Direitos
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que apli- Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à
cou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de autoridade competente a pena aplicada, determinada a in-
ofício ou a requerimento do Ministério Público, promo- timação do condenado.
verá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47,
necessário, a colaboração de entidades públicas ou soli- inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24
citá-la a particulares. (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício,
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.
Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do
penas de prestação de serviços à comunidade e de limita- Código Penal, o Juízo da execução determinará a apreen-
ção de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais são dos documentos, que autorizam o exercício do direito
do condenado e às características do estabelecimento, da interditado.
entidade ou do programa comunitário ou estatal. Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediata-
mente ao Juiz da execução o descumprimento da pena.
SEÇÃO II Parágrafo único. A comunicação prevista neste ar-
Da Prestação de Serviços à Comunidade tigo poderá ser feita por qualquer prejudicado.
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - designar a entidade ou programa comunitário ou CAPÍTULO III
estatal, devidamente credenciado ou convencionado, Da Suspensão Condicional
junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2
de acordo com as suas aptidões; (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de
II - determinar a intimação do condenado, cientifi- liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista
cando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
a pena; Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la pena privativa de liberdade, na situação determinada no
às modificações ocorridas na jornada de trabalho. artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, so-
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas sema- bre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a dene-
nais e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou gue.
em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará
de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz. as condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


fixado, começando este a correr da audiência prevista no
artigo 160 desta Lei. CAPÍTULO IV
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situa- Da Pena de Multa
ção pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória
mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação com trânsito em julgado, que valerá como título executivo
de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do judicial, o Ministério Público requererá, em autos aparta-
Código Penal. dos, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez)
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
requerimento do Ministério Público ou mediante proposta § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa,
do Conselho Penitenciário, modificar as condições e re- ou o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à
gras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado. penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, execução.
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior exe-
normas supletivas, será atribuída a serviço social peniten- cução seguirão o que dispuser a lei processual civil.
ciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os au-
beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados tos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para prosse-
pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou guimento.
ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-
das normas supletivas. á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à Lei.
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa
condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52
ocupação e os salários ou proventos de que vive. do Código Penal).
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar ime- Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da
diatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais, qual- multa se efetue mediante desconto no vencimento ou sa-
quer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a lário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do
prorrogação do prazo ou a modificação das condições. Código Penal, observando-se o seguinte:
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será I - o limite máximo do desconto mensal será o da
feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;
local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apre- II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a
sentar-se imediatamente. quem de direito;
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena III - o responsável pelo desconto será intimado a re-
for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as colher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a impor-
condições do benefício. tância determinada.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o
modificar as condições estabelecidas na sentença recor- artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz
rida. o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e su-
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional cessivas.
da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar dili-
incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, gências para verificar a real situação econômica do con-
em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória. denado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condena- de prestações.
tória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, adver- § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de
tindo-o das conseqüências de nova infração penal e do situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento
descumprimento das condições impostas. do Ministério Público, revogará o benefício executando-
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosse-
com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injus- guindo-se na execução já iniciada.
tificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumu-
sem efeito e será executada imediatamente a pena. lativamente com pena privativa da liberdade, enquanto
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada
pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na mediante desconto na remuneração do condenado (artigo
forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Pe- 168).
nal. § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de li-
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, berdade ou obtiver livramento condicional, sem haver res-
com a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que gatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Ca-
couber a execução da pena. pítulo.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos
fato averbado à margem do registro. casos em que for concedida a suspensão condicional da
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo pena.
para efeito de informações requisitadas por órgão judiciá-
rio ou pelo Ministério Público, para instruir processo pe-
nal.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


TÍTULO VI ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a ces-
Da Execução das Medidas de Segurança sação da periculosidade, procedendo-se nos termos do ar-
CAPÍTULO I tigo anterior.
Disposições Gerais Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que apli- cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for
car medida de segurança, será ordenada a expedição de aplicável, o disposto no artigo anterior.
guia para a execução. Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de libe-
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de ração (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a trata- disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
mento ambulatorial, para cumprimento de medida de se- Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz
gurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária. expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em TÍTULO VII
todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida Dos Incidentes de Execução
à autoridade administrativa incumbida da execução e con- CAPÍTULO I
terá: Das Conversões
I - a qualificação do agente e o número do registro Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior
geral do órgão oficial de identificação; a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de di-
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver reitos, desde que:
aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do I - o condenado a esteja cumprindo em regime
trânsito em julgado; aberto;
III - a data em que terminará o prazo mínimo de in- II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto)
ternação, ou do tratamento ambulatorial; da pena;
IV - outras peças do processo reputadas indispensá- III - os antecedentes e a personalidade do condenado
veis ao adequado tratamento ou internamento. indiquem ser a conversão recomendável.
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida
de recolhimento e de sujeição a tratamento. em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do ar-
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier mo- tigo 45 e seus incisos do Código Penal.
dificações quanto ao prazo de execução. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de se- será convertida quando o condenado:
gurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não
9° desta Lei. sabido, ou desatender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
CAPÍTULO II programa em que deva prestar serviço;
Da Cessação da Periculosidade c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço
Art. 175. A cessação da periculosidade será averi- que lhe foi imposto;
guada no fim do prazo mínimo de duração da medida de d) praticar falta grave;
segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa
observando-se o seguinte: de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes § 2º A pena de limitação de fim de semana será con-
de expirar o prazo de duração mínima da medida, reme- vertida quando o condenado não comparecer ao estabele-
terá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver cimento designado para o cumprimento da pena, recusar-
sobre a revogação ou permanência da medida; se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocor-
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiá- rer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do pa-
trico; rágrafo anterior.
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as di- § 3º A pena de interdição temporária de direitos será
ligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério convertida quando o condenado exercer, injustificada-
Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias mente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hi-
para cada um; póteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo.
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
agente que não o tiver; Art. 183. Quando, no curso da execução da pena pri-
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer vativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturba-
das partes, poderá determinar novas diligências, ainda que ção da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do
expirado o prazo de duração mínima da medida de segu- Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autori-
rança; dade administrativa, poderá determinar a substituição da
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº
que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua deci- 12.313, de 2010).
são, no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser con-
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do vertido em internação se o agente revelar incompatibili-
prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá dade com a medida.
o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
do Ministério Público ou do interessado, seu procurador internação será de 1 (um) ano.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-
CAPÍTULO II se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público,
Do Excesso ou Desvio quando não figurem como requerentes da medida.
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
sempre que algum ato for praticado além dos limites fixa- decidirá de plano, em igual prazo.
dos na sentença, em normas legais ou regulamentares. § 2º Entendendo indispensável a realização de prova
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a pro-
desvio de execução: dução daquela ou na audiência designada.
I - o Ministério Público; Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá re-
II - o Conselho Penitenciário; curso de agravo, sem efeito suspensivo.
III - o sentenciado;
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. TÍTULO IX
Das Disposições Finais e Transitórias
CAPÍTULO III Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da exe-
Da Anistia e do Indulto cução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a re- perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos,
querimento do interessado ou do Ministério Público, por bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade,
proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Pe- durante o cumprimento da pena.
nitenciário, declarará extinta a punibilidade. Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por decreto federal.
por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Pú- Art. 200. O condenado por crime político não está
blico, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade admi- obrigado ao trabalho.
nistrativa. Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos do- cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se
cumentos que a instruírem, será entregue ao Conselho Pe- efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
nitenciário, para a elaboração de parecer e posterior enca- Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão
minhamento ao Ministério da Justiça. da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por au-
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos toridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer no-
do processo e do prontuário, promoverá as diligências que tícia ou referência à condenação, salvo para instruir pro-
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilí- cesso pela prática de nova infração penal ou outros casos
cito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a expressos em lei.
exposição dos antecedentes do condenado e do procedi- Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da pu-
mento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre blicação desta Lei, serão editadas as normas complemen-
o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade tares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispo-
ou circunstâncias omitidas na petição. sitivos não auto-aplicáveis.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a pe- Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
tição será submetida a despacho do Presidente da Repú- projetar a adaptação, construção e equipamento de estabe-
blica, a quem serão presentes os autos do processo ou a lecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providen-
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos ciada a aquisição ou desapropriação de prédios para ins-
cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajus- talação de casas de albergados.
tará a execução aos termos do decreto, no caso de comu- § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo po-
tação. derá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de Polí-
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por in- tica Criminal e Penitenciária, mediante justificada solici-
dulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do inte- tação, instruída com os projetos de reforma ou de constru-
ressado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Con- ção de estabelecimentos.
selho Penitenciário ou da autoridade administrativa, pro- § 4º O descumprimento injustificado dos deveres es-
videnciará de acordo com o disposto no artigo anterior. tabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada
TÍTULO VIII pela União, para atender às despesas de execução das pe-
Do Procedimento Judicial nas e medidas de segurança.
Art. 194. O procedimento correspondente às situa- Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente
ções previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, re-
perante o Juízo da execução. vogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofí- nº 3.274, de 2 de outubro de 1957.
cio, a requerimento do Ministério Público, do interessado, Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência
de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descen- e 96º da República.
dente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, JOÃO FIGUEIREDO
ainda, da autoridade administrativa. Ibrahim Abi-Ackel

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


EXERCÍCIOS (B) Deverá ser aplicada sanção de recolhimento em cela
escura e individual.
Para as questões de 01 a 52, marque uma única alter- (C) Deverão ser aplicadas, coletivamente, as sanções
nativa correta conforme pede seu comando. previstas em legislação local para o cometimento de
01. (SEJUS-CE/Agente Penitenciá- faltas médias.
rio/AOCP/2017). A assistência ao preso e ao internado é (D) Deverão ser aplicadas, individualmente, as sanções
dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar previstas para o cometimento de falta grave.
o retorno à convivência em sociedade. Nesse sentido, as-
sinale a alternativa correta. 04. (SDS/TO/Técnico de Defesa Social T/FUN-
CAB/2014). A assistência ao preso, ao internado, ao
(A) Quando o estabelecimento penal não estiver apare- egresso e a seus dependentes constituem ações que con-
lhado para prover a assistência médica necessária, solidam um movimento de promoção:
esta poderá ser prestada em outro local somente me-
diante autorização do Juiz da Vara de Execuções Pe- A) do órgão público.
nais responsável pelo estabelecimento. B) dos direitos dos apenados.
(B) A assistência educacional compreenderá a instrução C) da rede de geração de renda.
escolar e a formação profissional do preso e do inter- D) do sistema penitenciário.
nado, sendo o ensino de 1º grau facultativo, inte-
grando-se no sistema escolar municipal, devendo ser 05. (SDS/TO/Técnico de Defesa Social T/FUN-
reduzida a pena do preso ou internado que optar pelo CAB/2014). Além da função de punir pelo crime prati-
estudo. cado, o ordenamento jurídico brasileiro prevê que sejam
(C) A assistência ao egresso consiste na concessão, se promovidas ao apenado condições para que ele se reestru-
necessário, de alojamento e alimentação, em estabe- ture e, ao voltar ao convívio social, não torne a delinquir.
lecimento adequado, pelo prazo de até 6 (seis) meses, Tal prática é definida como:
podendo esse prazo ser prorrogado, no máximo, por A) ressocialização.
duas vezes, sendo comprovado, por declaração do as- B) humanização.
sistente social, o empenho na obtenção de emprego. C) responsabilização.
(D) Fora dos estabelecimentos penais, serão implemen- D) mediação.
tados Núcleos Especializados da Defensoria Pública
para a prestação de assistência jurídica integral e gra- 06. (SDS/TO/Técnico de Defesa Social T/FUN-
tuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e CAB/2014). Em conformidade com a Lei de Execução
seus familiares, sem recursos financeiros para cons- Penal, a assistência ao egresso consiste na orientação e
tituir advogado. apoio para:

02. (SEJUS-CE/Agente Penitenciá- A) promover a sua reeducação.


rio/AOCP/2017). Um agente penitenciário recebe um B) inseri-lo no sistema educacional.
preso condenado por crime hediondo, cuja conduta deli- C) propiciar-lhe atividades religiosas.
tiva enseja a reprovabilidade dos outros apenados, colo- D) reintegrá-lo à vida em liberdade.
cando, assim, em risco, sua integridade física. Nesse sen-
tido, segundo os ditames da Lei nº 7.210/1984, ao classi- 07. (SDS/TO/Técnico de Defesa Social T/FUN-
ficá-lo, o agente penitenciário deverá CAB/2014). A assistência ao preso e ao internado é dever
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o re-
(A) colocar o preso em local onde haja somente apenados torno destes à convivência em sociedade. A assistência,
que cometeram crimes hediondos. de acordo com a Lei de Execução Penal, será:
(B) colocar o preso em dependência destinada a apena-
dos ex-funcionários da Administração da Justiça Cri- A) médica, odontológica, psicológica, sexual, preven-
minal. tiva e curativa.
(C) colocar o preso em local próprio, segregado dos de- B) material, à saúde, jurídica, educacional, social e reli-
mais. giosa.
(D) colocar o preso em local destinado aos apenados que C) previdenciária, orçamentária, jurídica, preventiva,
cometeram crimes de menor potencial ofensivo. social e familiar.
D) familiar, sexual, médica, previdenciária, educacional
03. (SEJUS-CE/Agente Penitenciá- e laborativa.
rio/AOCP/2017). Um grupo de presos, com o intuito de
subverter a ordem e a disciplina no estabelecimento penal, 08. (SDS/TO/Técnico de Defesa Social T/FUN-
incita os outros presos a se rebelarem. Nesse sentido, de CAB/2014). A Lei de Execução Penal estabelece que o
acordo com o que estabelece a Lei de Execuções Penais trabalho externo será admissível somente em serviço ou
(Lei n° 7.210/1984), qual medida sancionatória deverá ser obras públicas realizadas por órgãos da Administração
aplicada aos presos que incitaram a rebelião? Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que ado-
tadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina:
(A) Deverão ser aplicadas, coletivamente, as sanções
previstas para o cometimento de falta grave. A) para os presos que cumprem a pena em regime fe-
chado.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


B) exclusivamente para os apenados em regime semia- É(são) correta(s) apenas
berto.
A) I, II e III.
C) como medida punitiva por atos indisciplinares.
B) II, III, e IV.
D) independentemente do consentimento ou concordân-
C) I e II.
cia do preso.
D) III e IV.
09. (SDS/TO/Técnico de Defesa Social T/FUN-
13. (SEJUS/CE/ Agente Penitenciário/UECE/
CAB/2014). Dentre as sanções disciplinares previstas na
2006). Quanto à Lei 7.210/84, assinale a alternativa
Lei de Execução Penal, aquela cuja aplicação depende de
FALSA.
prévio e fundamentado despacho do juiz competente é a:
A) Somente os condenados que cumprem pena em re-
A) advertência verbal.
gime semiaberto e os presos provisórios poderão ob-
B) inclusão no regime disciplinar diferenciado.
ter permissão para sair do estabelecimento, mediante
C) repreensão.
escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: fale-
D) suspensão ou restrição de direitos.
cimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão; necessidade de
10. (SEJUS-CE/ Agente Penitenciá-
tratamento médico.
rio/UECE/2011). Conforme preceitua o Parágrafo Único
B) O condenado que cumpre a pena em regime fechado
do art. 41 da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP),
ou semiaberto poderá remir, pelo trabalho, parte do
dentre os direitos contidos nas opções abaixo, o único que
tempo de execução da pena. A contagem do tempo
poderá ser suspenso ou restringido mediante ato motivado
será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três)
do diretor do estabelecimento penal é o(a)
de trabalho.
A) chamamento nominal. C) Comete falta grave o condenado à pena privativa de
B) visita do cônjuge, da companheira, de parentes e liberdade que: incitar ou participar de movimento
amigos em dias determinados. para subverter a ordem ou a disciplina; fugir; possuir,
C) audiência especial com o diretor do estabelecimento. indevidamente, instrumento capaz de ofender a inte-
D) entrevista pessoal e reservada com o advogado. gridade física de outrem; provocar acidente de traba-
lho; descumprir, no regime aberto, as condições im-
11. (SEJUS-CE/ Agente Penitenciá- postas.
rio/UECE/2011). Conforme determina o art. 83, § 2º da D) O trabalho externo será admissível para os presos em
Lei 7.210/84 (LEP), os estabelecimentos penais destina- regime fechado somente em serviço ou obras públi-
dos a mulheres serão dotados de berçário, onde as conde- cas realizadas por órgãos da Administração Direta ou
nadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá- Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas
los, no mínimo, até atingirem a idade de as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
A) quatro meses.
14. (SEJUS/CE/Agente Penitenciário/ UECE/
B) seis meses.
2011). Conforme preceitua o Parágrafo Único do art. 41
C) oito meses.
da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP), dentre os
D) um ano.
direitos contidos nas opções abaixo, o único que poderá
ser suspenso ou restringido mediante ato motivado do di-
12. (SEJUS/CE/ Agente Penitenciário/UECE/
retor do estabelecimento penal é o(a)
2006). Considere as seguintes afirmativas referente à Lei
7.210/84 (Lei de Execução Fiscal). A) chamamento nominal.
B) visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
I. O condenado ao cumprimento de pena privativa de
amigos em dias determinados.
liberdade, em regime fechado, será submetido a
C) audiência especial com o diretor do estabelecimento.
exame criminológico para a obtenção dos elementos
D) entrevista pessoal e reservada com o advogado.
necessários a uma adequada classificação e com vis-
tas à individualização da execução.
15. (SEJUS/CE/Agente Penitenciário/ UECE/
II. A assistência material ao preso e ao internado con-
2011). Conforme determina o art. 83, § 2º da Lei 7.210/84
sistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
(LEP), os estabelecimentos penais destinados a mulheres
instalações higiênicas.
serão dotados de berçário, onde as condenadas possam
III. O trabalho externo não será admissível para os pre-
cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo,
sos em regime fechado, sendo permitido ao conde-
até atingirem a idade de
nado em regime semiaberto somente em serviço ou
obras públicas realizadas por órgãos da Administra- A) quatro meses.
ção Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde B) seis meses.
que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da C) oito meses.
disciplina. D) um ano.
IV. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de
reclusão, em regime fechado, bem como a de deten-
ção em regime semiaberto.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


16. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe- 20. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe-
nitenciária/VUNESP/2013). A execução penal tem por nitenciária/VUNESP/2013). Constituem deveres do con-
objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão denado:
criminal com o fim de
A) constituição de pecúlio e poupança.
A) obter a cooperação da comunidade nas atividades de B) obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa
execução da pena e da medida de segurança. com quem deva relacionar-se.
B) classificar os condenados segundo os seus antece- C) chamamento nominal do cônjuge e amigos em dias
dentes e personalidade para orientar a individualiza- determinados.
ção da execução penal. D) retribuição ao trabalho e sua remuneração.
C) aplicar-se unicamente ao preso provisório e ao con- E) assistência material, à saúde, jurídica e educacional.
denado pela Justiça Eleitoral ou Militar.
D) proporcionar condições para a harmônica integração 21. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe-
social do condenado e do internado. nitenciária/VUNESP/2013). Na execução das penas res-
E) assegurar ao condenado e ao internado todos os di- tritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido
reitos atingidos pela sentença ou pela lei.
A) pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o
condenado.
17. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe-
B) pelo juiz da condenação criminal.
nitenciária/VUNESP/2013). Incumbe ao serviço de as-
C) pela autoridade judicial a que estiver sujeito o
sistência social:
egresso.
A) estabelecer que o ensino profissional seja ministrado D) pelo juiz da execução penal.
em nível de especialização ou de formação técnica. E) pela autoridade judicial a que estiver sujeito o con-
B) acompanhar o resultado das permissões de saídas e denado.
das saídas temporárias.
C) proporcionar nos estabelecimentos penais locais 22. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe-
apropriados destinados ao atendimento pelo Defen- nitenciária/VUNESP/2013). Comete falta grave o con-
sor Público. denado à pena privativa de liberdade que
D) cuidar para que nenhum preso ou internado deixe de
A) incitar ou participar de movimento para impor a or-
participar de atividade religiosa.
dem ou a disciplina.
E) tratar da saúde do preso e do internado em caráter
B) sofrer acidente de trabalho quando em liberdade.
terapêutico e ressocializador.
C) descumprir, no regime aberto, as condições impos-
tas.
18. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe-
D) possuir, devidamente, instrumento capaz de ofender
nitenciária/VUNESP/2013). Considera-se egresso, para
a integridade física de outrem.
os efeitos da Lei de Execução Penal:
E) descumprir as regras da liberdade assistida.
A) o liberado, a contar da saída do estabelecimento, seja
condenado ou provisório, pelo prazo de 1 (um) ano. 23. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe-
B) o liberado, a contar da saída do estabelecimento, seja nitenciária/VUNESP/2013). Conforme a Lei de Execu-
condicional ou provisório, pelo prazo de 1 (um) ano. ção Penal, os estabelecimentos penais destinam-se ao con-
C) o liberado condenado, a contar da saída do estabele- denado, ao submetido à medida de segurança, ao preso
cimento e o liberado condicional, pelo prazo de 1 provisório e ao
(um) ano.
A) egresso.
D) o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a con-
B) doente mental.
tar da saída do estabelecimento e o liberado condici-
C) maior de setenta anos.
onal, durante o período de prova.
D) preso primário.
E) o liberado condicional, pelo prazo de 1 (um) ano a
E) maior de sessenta anos.
contar da saída do estabelecimento e o definitivo, du-
rante o período de prova.
24. (SEJUS/CE/Agente Penitenciário/ UECE/
2011). Conforme preceitua o Parágrafo Único do art. 41
19. (SEJUS/ES/Agente de Escolta e Vigilância Pe-
da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP), dentre os
nitenciária/VUNESP/2013). O trabalho do condenado,
direitos contidos nas opções abaixo, o único que poderá
como dever social e condição de dignidade humana, terá
ser suspenso ou restringido mediante ato motivado do di-
finalidade
retor do estabelecimento penal é o(a)
A) educativa e produtiva.
A) chamamento nominal.
B) de apoio para obtenção de alojamento e alimentação.
B) visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
C) curativa, apesar de não ser obrigatória.
amigos em dias determinados.
D) de orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em li-
C) audiência especial com o diretor do estabelecimento.
berdade.
D) entrevista pessoal e reservada com o advogado.
E) de entretenimento e apoio psicológico.

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


25. (SEJUS/CE/Agente Penitenciário/ UECE/ 30. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
2011). Conforme determina o art. 83, § 2º da Lei 7.210/84 tração Penitenciária/CEPERJ/2012). A assistência edu-
(LEP), os estabelecimentos penais destinados a mulheres cacional compreenderá, nos termos da Lei de Execução
serão dotados de berçário, onde as condenadas possam Penal, o seguinte aspecto:
cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo,
A) instrução escolar básica
até atingirem a idade de
B) formação superior geral
A) quatro meses. C) ensino especial fundamental
B) seis meses. D) pós-graduação em Direito
C) oito meses. E) formação de magistério popular
D) um ano.
31. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
26. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Considera-se
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Consoante a Lei egresso, para fins da Lei de Execução Penal, o liberado
de Execução Penal, os condenados serão classificados, se- em definitivo, a contar da saída do estabelecimento, pelo
gundo seus antecedentes e sua personalidade, para orien- prazo de:
tar a individualização da execução penal. Essa classifica-
A) seis meses
ção será feita por Comissão Técnica de Classificação pre-
B) dois anos
sidida pelo:
C) três anos
A) Diretor do estabelecimento D) um ano
B) Juiz da Execução E) cinco anos
C) Promotor de Justiça
D) Secretário de Justiça 32. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
E) Presidente do Conselho Criminal tração Penitenciária/CEPERJ/2012). O trabalho do
preso será remunerado, mediante prévia tabela, não po-
27. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- dendo ser inferior, em relação ao salário mínimo, à se-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). A assistência ma- guinte fração:
terial ao preso e ao internado, nos termos da Lei de Exe-
A) 3/5
cução Penal, consistirá no fornecimento de:
B) 1/2
A) jornais e revistas C) 1/5
B) alimentação e vestuário D) 2/4
C) remuneração e instalações higiênicas E) 3/4
D) esporte e lazer
E) educação e saúde 33. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). O trabalho ex-
28. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- terno será admissível, para presos em regime fechado, so-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). A assistência à sa- mente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos
úde do preso e do internado, nos termos da Lei de Execu- da Administração Direta ou Indireta, ou entidades priva-
ção Penal, abrangerá a: das, desde que tomadas as cautelas contra fuga e em favor
da disciplina, e nos termos da Lei de Execução Penal, po-
A) médica
derá, em relação ao total de empregados da obra, corres-
B) fisioterápica
ponder ao limite máximo de:
C) estética
D) religiosa A) 10%
E) trabalhista B) 20%
C) 30%
29. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- D) 40%
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei E) 50%
de Execução Penal, as Unidades da Federação deverão ter
serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, dentro 34. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
e fora dos estabelecimentos penais, prestados pelo se- tração Penitenciária/CEPERJ/2012). O condenado pos-
guinte órgão: sui inúmeros deveres a cumprir previstos na Lei de Exe-
cução Penal, dentre os quais não se inclui:
A) Ordem dos Advogados do Brasil
B) Assistência Jurídica municipal A) comportamento disciplinado e cumprimento fiel da
C) Defensoria Pública sentença B) obediência ao servidor e respeito a todos
D) Ministério Público estadual com quem deva relacionar-se
E) Procuradoria do Estado C) urbanidade e respeito no trato com os demais conde-
nados
D) participação dos movimentos coletivos de fuga ou de
subversão à ordem

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


E) execução do trabalho, das tarefas e das ordens rece- 40. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
bidas tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Dentre as compe-
tências do Juízo da Execução, nos termos da Lei de Exe-
35. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- cução Penal, não se inclui decidir sobre:
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). No âmbito das A) aplicação de pena disciplinar de isolamento
faltas disciplinares que podem ser cometidas pelo conde- B) detração da pena
nado preso, segundo a Lei de Execução Penal, é conside- C) suspensão condicional da pena
rado de natureza grave: D) livramento condicional
A) trabalhar voluntariamente E) incidentes da execução
B) conservar objetos de uso pessoal
C) usar de bebida alcoólica 41. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
D) não indenizar o Estado das despesas realizadas tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Ao Conselho Pe-
E) possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofen- nitenciário, órgão consultivo e fiscalizador da execução
der a integridade física de outrem da pena, incumbe, nos termos da Lei de Execução Penal,
a seguinte atividade:
36. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- A) emitir parecer sobre indulto, mesmo na hipótese de
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). No regime disci- pedido com base no estado de saúde do preso
plinar diferenciado, concorre a seguinte característica: B) inspecionar os estabelecimentos e serviços penais,
inclusive órgãos da Defensoria Pública e Ministério
A) duração máxima de setecentos e vinte dias
Público
B) recolhimento em cela coletiva
C) apresentar, ao Conselho Nacional de Política Crimi-
C) visita semanal proibida
nal e Penitenciária, em dezembro de cada ano, rela-
D) direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho
tório dos trabalhos efetuados no exercício anterior
de sol E) repetição do regime por nova falta grave
D) supervisionar os patronatos, estabelecendo regula-
não é possível
mentos para os mesmos
E) supervisionar a assistência aos egressos
37. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei
42. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
de Execução Penal, são considerados recompensas:
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). O ocupante do
A) banho de sol e visita íntima cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer
B) elogio e concessão de regalias como requisito, nos termos da Lei de Execução Penal ser
C) trabalho interno e visita dos filhos portador de diploma de nível superior em Direito ou em:
D) abatimento da pena e estudo externo
A) Pedagogia
E) regime aberto e tratamento médico
B) Filosofia
C) Contabilidade
38. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
D) Engenharia
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei
E) Letras
de Execução Penal são considerados órgãos da execução,
exceto o(a):
43. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
A) Juízo da Execução tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei
B) Conselho Penitenciário de Execução Penal, deve haver, em cada Comarca, um
C) Patronato Conselho da Comunidade composto de, no mínimo, por:
D) Defensoria Pública
A) 1 representante de associação comercial ou indus-
E) Associação das Vítimas
trial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil, 1 Defensor Público indicado
39. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
pelo Defensor Público Geral e 1 assistente social es-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). O Conselho Naci-
colhido pela Delegacia Seccional do Conselho Naci-
onal de Política Criminal e Penitenciária, nos termos da
onal de Assistentes Sociais.
Lei de Execução Penal, é integrado pelo seguinte número
B) 1 representante de associação comercial ou indus-
de membros:
trial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos
A) vinte Advogados do Brasil, 1 Defensor Público indicado
B) quinze pelo Defensor Público Geral e 1 psicólogo escolhido
C) onze pela Seccional do Conselho Federal de Psicologia
D) treze C) 1 representante de associação comercial ou indus-
E) dez trial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil, 1 Defensor Público indicado
pelo Defensor Público Geral e 1 cientista social es-
colhido pela Vara de Execução Penais
D) 1 representante de associação comercial ou indus-
trial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil, 1 Defensor Público indicado
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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


pelo Defensor Público Geral e 1 pedagogo escolhido B) doença grave
pela Secretaria Estadual de Educação. C) filho maior de idade
E) 1 representante de associação comercial ou indus- D) ensino superior
trial, 1 advogado indicado pela Seção da Ordem dos E) plano de recompensas
Advogados do Brasil, 1 Defensor Público indicado
pelo Defensor Público Geral e 1 representante das fa- 49. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
mílias dos presos, indicado em votação majoritária tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da
pelos detentos. Lei de Execução Penal, os condenados que cumprem pena
em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios
44. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- poderão obter permissão para sair do estabelecimento,
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei mediante escolta, quando ocorrer o seguinte fato:
de Execução Penal, os estabelecimentos penais destinados
A) casamento da filha única
a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas
B) batizado de neto
possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, até,
C) aniversário da esposa
no mínimo, a seguinte idade:
D) falecimento de irmão
A) doze meses E) doença grave de tio
B) dez meses
C) três meses 50. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
D) seis meses tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Os condenados
E) nove meses que cumprem pena em regime semiaberto, consoante as
regras da Lei de Execução Penal, poderão obter autoriza-
45. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- ção para saída temporária do estabelecimento, sem vigi-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei lância direta, no seguinte caso:
de Execução Penal, a penitenciária destina-se ao conde-
A) frequência a curso supletivo profissionalizante, fora
nado à pena de:
da Comarca do Juízo da Execução
A) detenção, em regime fechado B) participação de provas noturnas de vestibular para
B) reclusão, em regime fechado cursos ofertados por universidades públicas
C) detenção, em regime aberto C) frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
D) reclusão, em regime aberto congêneres
E) restritiva de direitos, em regime fechado D) atuar em atividades comunitárias desportivas diurnas
E) programação noturna festiva na casa de conhecidos
46. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei 51. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
de Execução Penal, a Colônia Agrícola, Industrial ou si- tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Para que seja pos-
milar destina-se ao cumprimento da pena em regime: sível a saída temporária por autorização judicial, nos ter-
mos da Lei de Execução Penal, devem concorrer os se-
A) fechado
guintes requisitos:
B) aberto
C) semiaberto A) cumprimento mínimo de 1/6 da pena, se o condenado
D) restritivo for primário, e de 1/4, se reincidente
E) condicional B) cumprimento mínimo de 1/2 da pena, se o condenado
for primário, e de 1/4, se reincidente
47. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis- C) cumprimento mínimo de 1/4 da pena, se o condenado
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Após o cumpri- for primário, e de 1/2, se reincidente
mento da pena, nos termos da Lei de Execução Penal, o D) cumprimento mínimo de 1/5 da pena, se o condenado
condenado será posto em liberdade, mediante o seguinte for primário, e de 1/4, se reincidente
ato: E) cumprimento mínimo de 1/2 da pena, se o condenado
for primário, e de 1/3, se reincidente
A) autorização do diretor do estabelecimento prisional
B) alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso
52. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
C) documento emitido pelo Ministério Público
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Nos termos da Lei
D) consulta à comunidade do detento
de Execução Penal, o condenado que cumpre a pena em
E) manifestação expressa da família do preso
regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho
ou por estudo, parte do tempo de execução da pena, sendo
48. (SEAP/RJ/Inspetor de Segurança e Adminis-
a contagem de tempo feita à razão de:
tração Penitenciária/CEPERJ/2012). Tem sido comum
o recolhimento de presos para cumprimento de pena em A) 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar –
residência particular. Segundo a Lei de Execução Penal, atividades de ensino fundamental, médio, inclusive
um dos requisitos para a aplicação da norma consiste em profissionalizante, ou superior, ou ainda de requali-
ter o apenado: ficação profissional - divididas, no mínimo, em 3
dias
A) mais de sessenta anos

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Noções da Lei nº 7.210/1984 – Lei de Execução Penal


B) 1 dia de pena a cada 10 horas de frequência escolar –
atividades de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requali-
ficação profissional - divididas, no mínimo, em 3
dias
C) 1 dia de pena a cada 6 horas de frequência escolar –
atividades de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requali-
ficação profissional - divididas, no mínimo, em 3
dias
D) 1 dia de pena a cada 4 horas de frequência escolar –
atividades de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requali-
ficação profissional - divididas, no mínimo, em 3
dias
E) 1 dia de pena a cada 8 horas de frequência escolar –
atividades de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requali-
ficação profissional - divididas, no mínimo, em 3
dias

GABARITO OFICIAL
Conferido
01-D 10-B 19-A 28-A 37-B 46-C
02-C 11-B 20-B 29-C 38-E 47-B
03-D 12-C 21-A 30-A 39-D 48-B
04-B 13-A 22-C 31-D 40-A 49-D
05-A 14-B 23-A 32-E 41-E 50-D
06-D 15-B 24-B 33-A 42-A 51-A
07-B 16-D 25-B 34-D 43-A 52-A
08-A 17-B 26-A 35-E 44-D
09-B 18-D 27-B 36-D 45-B

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