TCC 2015 1 LFSSouza
TCC 2015 1 LFSSouza
TCC 2015 1 LFSSouza
Gerais
Departamento de Engenharia Elétrica
Engenharia Elétrica
Belo Horizonte
Departamento de Engenharia Elétrica
Julho/2015
Folha de Aprovação a ser anexada
Agradecimentos
ii
Abstract
The transmission lines, one of the components of the Electric Power System,
and responsible for moving energy from the power station to the customers of
electricity, can be mathematically modeled in such way that the parameters of this
model can be estimated.
The 𝜋 model, has four parameters: series resistance and reactance, and shunt
susceptance and conductance which is a negligible value.
Usual problems of transmission line studies, consider that these values area
already known, as well as the input and output data, making possible to calculate
output and input respectively. This paper presents an inverse problem in which
measurements from both ends of the lines are known so it is possible to calculate the
transmission line parameters. (INDULKAR; RAMALINGAM, 2007).
Input and output measurements are voltages, currents and power on the ends
of the lines. These measurements are available on Phasor Measurement Units
(PMUs), which process the data measured on the substations. In the absence of
PMUs, Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA) are responsible for the
measurements.
This case study uses measurements from the Phasor Measurement System
from CEMIG, of the line (Mesquita – Baguari), with nominal voltage of 230 kV and
67,51 km long distance. The data from June 29 and 30 of 2015 allows the estimation
of parameters and studies about it.
One of the methods used allows also the estimation of the angle between the
voltage phasors, which tells the active power flux.
The estimation is possible by manipulating historical data of electric
measurements through math methods, such as Least Square Method and Newton-
Raphson Method.
So this paper is a case study in which the parameters of transmission lines from
CEMIG are estimated.
iii
Sumário
Capítulo 1 ......................................................................................................................................................... 10
Introdução .............................................................................................................................................................................. 10
1.3. Metodologia............................................................................................................................................ 12
Capítulo 2 ......................................................................................................................................................... 13
Métodos Numéricos aplicados na estimação de parâmetros de linhas de transmissão .................... 13
Capítulo 3 ......................................................................................................................................................... 21
Linhas de transmissão: modelos, parâmetros e fluxo de potência ativa ................................................... 21
Capítulo 4 ......................................................................................................................................................... 30
Medidas disponíveis – Sistemas de medição em Sistemas Elétricos ............................................................ 30
4.5. Conclusão acerca do uso das medidas para estimação de parâmetros ............................. 37
Capítulo 5 ......................................................................................................................................................... 38
Estudo de Caso – Linha de Transmissão da CEMIG: Mesquita - Baguari .................................................. 38
iv
5.1. Newton-Raphson e a estimação do ângulo da corrente 𝑰𝒓 ..................................................... 40
Capítulo 6 ......................................................................................................................................................... 46
Análise dos Resultados – Variações dos Parâmetros da linha ....................................................................... 46
Capítulo 7 ......................................................................................................................................................... 56
Conclusão ................................................................................................................................................................................ 56
v
Lista de Figuras
Figura 1. Ajuste realizado por uma reta ................................................................................................................................... 14
vi
Figura 28. Gráfico de dispersão da reatância ....................................................................................................................... 52
vii
Lista de Tabelas
viii
Lista de Abreviações
ix
Capítulo 1
Introdução
10
Erros em parâmetros podem não só influenciar na Estimação de Estado como
na análise de contingências, curto-circuito, planejamento de transmissão, etc.
(ALBERTINI, 2010).
Este trabalho consiste na apresentação de métodos matemáticos para
estimação destes parâmetros e pelo fato destes contribuírem no processo de
Estimação de Estado é que este projeto se torna relevante. Por meio de um
considerável número de medidas foi possível a análise da influência das condições de
tempo nos parâmetros da linha e como resultado das equações utilizadas pode-se
obter também o ângulo entre as tensões dos terminais do modelo de linha utilizado.
Ou seja, foi possível analisar o fluxo de potência ativa e verificação de operação
estável da linha.
11
1.3. Metodologia
12
Capítulo 2
13
os dados experimentais do caso da figura 1 percebe-se claramente que o melhor
ajuste seria realizado por uma reta.
𝑁
𝑄= ∑ 𝑦𝑚𝑒𝑑− 𝑓(𝑥𝑖 )
𝑖=1
(2.1)
Calculando-se a soma dos quadrados encontra-se a equação 2.1 que de
acordo com o método dos mínimos quadrados lineares deve ser minimizada.
14
𝑁 2
2
𝑄 = ∑ (𝑦𝑚𝑒𝑑 − 𝑓(𝑥𝑖 ))
𝑖=1
(2.2)
A função de ajuste 𝑓(𝑥) utilizada no caso da figura 1 foi a função de uma reta,
dada por: 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏. Cada distribuição de dados permite o ajuste por diferentes
funções, podendo estas serem uma parábola, função cúbica, exponencial, etc.
Substituindo-se o ajuste por reta na equação 2.2, obtêm-se a equação abaixo:
𝑁
𝑄 2 (𝑎, 𝑏) = ∑ (𝑦𝑚𝑒𝑑 − 𝑎 − 𝑏𝑥𝑖 )2
𝑖=1
(2.3)
Para um conjunto de medidas tem que:
𝑥1
∆𝑦1 𝑦𝑚𝑒𝑑1 1 𝑥2
𝑎 ∆𝑦 𝑦 1 𝑥3
𝐴 = ( ) , ∆𝑦 = ( 2 ) , 𝑦𝑚𝑒𝑑 = ( 𝑚𝑒𝑑2 ) 𝑒 𝑋 =
𝑏 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
∆𝑦3 𝑦𝑚𝑒𝑑3 1
( 𝑥3 )
Apesar da função de ajuste não ser linear para 𝑥 observa-se que ela é linear
para os parâmetros, e desta forma:
𝑋 × 𝐴 = 𝑌𝑚𝑒𝑑
(2.4)
Aplicando-se a matriz transposta de 𝑋 nos dois lados da equação:
𝑋 𝑇 × 𝑋 × 𝐴 = 𝑋 𝑇 × 𝑌𝑚𝑒𝑑
(2.5)
Aplicando-se agora a inversa de (𝑋 𝑇 × 𝑋) dos dois lados da equação:
15
𝐼 × 𝐴 = (𝑋 𝑇 × 𝑋)−1 𝑋 𝑇 × 𝑌𝑚𝑒𝑑
(2.7)
e portanto, a matriz dos coeficientes 𝐴 é dada por:
𝐴 = (𝑋 𝑇 × 𝑋)−1 𝑋 𝑇 × 𝑌𝑚𝑒𝑑
(2.8)
Lembrando que o ajuste pode ser dado por qualquer tipo de função e
dependerá da distribuição de dados em questão.
Nesta visão, a estimação está relacionada a obtenção dos parâmetros diante
de várias amostras, as quais são as diversas entradas e saídas de um processo.
Alguns modelos proporcionam a existência de sistemas não lineares e dessa forma,
a estimação consiste na utilização de métodos iterativos para resolução de equações
não lineares. O método apresentado na seção 2.3, de Newton-Raphshon é um
exemplo de procedimento iterativo. Obviamente, os parâmetros obtidos para uma
amostra podem ser reunidos às outras amostras e assim estes podem ser tratados
também, estatisticamente.
Considerado por muitos o melhor método para encontro das raízes de uma
função real este método é atribuído a Isaac Newton e Joseph Raphson (AZEVEDO,
2013). Como citado na seção 2.3 o objetivo é encontrar valores de 𝑥 para o qual a
função 𝑓(𝑥) se anula. Ou seja, na figura 2, a solução, caso a tolerância estabelecida
16
esteja em um intervalo no qual 𝑓(𝑥𝑛+2 ) está inserido, será 𝑥𝑛+2, após realizar-se
iterações que passassem por 𝑥𝑛 e 𝑥𝑛+1 .
1 𝜕𝑓(𝑥0 ) 1 𝜕 2 𝑓(𝑥0 )
𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥0 ) + (𝑥 − 𝑥0 ) + (𝑥 − 𝑥0 )2 + ⋯
1! 𝜕𝑥 2! 𝜕𝑥 2
(2.9)
Desprezando-se os termos de ordem superior a 2 tem-se:
1 𝜕𝑓(𝑥0 )
𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥0 ) + (𝑥 − 𝑥0 )
1! 𝜕𝑥
(2.10)
E sendo Δ𝑋 = 𝑥 − 𝑥0 a equação 3.17 fica da seguinte forma:
1 𝜕𝑓(𝑥0 )
𝑓(𝑥0 + Δ𝑋 ) = 𝑓(𝑥0 ) + . ( Δ𝑋) = 𝑓(𝑥0 ) + 𝑓 ′ (𝑥0 ). Δ𝑋
1! 𝜕𝑥
(2.11)
17
Como Δ𝑋 = 𝑥 − 𝑥0 , tem-se que:
𝑓(𝑥0 + Δ𝑋 ) ≈ 𝑓(𝑥 ) = 0
(2.12)
Sendo assim:
𝑓(𝑥0 ) + 𝑓 ′ (𝑥0 ). Δ𝑋 ≈ 0
(2.13)
𝑓(𝑥0 )
Δ𝑥 ≈ −
𝑓 ′ (𝑥0 )
(2.14)
Observe que o resultado é aproximado e portanto 𝑥0 + Δ𝑋 é na verdade 𝑥1 , e
não a solução 𝑥𝑠 conforme figura 3:
18
3) Calcula-se o valor da função 𝑓(𝑥) no ponto 𝑥 𝑣 , obtendo-se 𝑓(𝑥 𝑣 );
4) Se o valor de 𝑓(𝑥 𝑣 ) for menor que a tolerância 𝜀 estabelecida: 𝑓(𝑥 𝑣 )<𝜀,
então 𝑥 𝑣 será a solução procurada. Caso contrário, deve-se continuar o
processo;
5) Calcula-se a derivada de 𝑓(𝑥 𝑣 ) e então obtêm-se o valor de Δ𝑥 a partir da
equação 3.21;
6) O novo ponto para nova iteração 𝑣 = 1 é calculado: 𝑥 𝑣+1 = 𝑥 𝑣 + ∆𝑥 𝑣 e
então o procedimento é repetido até que se encontre 𝑓(𝑥 𝑣 ) com valor abaixo
da iteração 𝜀 pré-estabelecida.
A figura 4 mostra três iterações para o encontro da solução. Repare que
𝑥 (3) não se equivale a 𝑥𝑠 porém já se encontra dentro do valor de tolerância 𝜀.
19
Repare que, para efeitos didáticos, a variável 𝑦 foi substituída por 𝑥2 .
Diferentemente do exemplo literal, o problema agora é n-dimensional e a derivada
agora é feita por meio da matriz Jacobiana 𝐽 formada pelas derivadas parciais das
funções 𝑓1 e 𝑓2 em relação a 𝑥1 e 𝑥2 . Desta forma, para o exemplo em questão:
𝜕𝑓1 (𝑥) 𝜕𝑓1 (𝑥)
𝜕𝑓(𝑥) 𝜕𝑥1 𝜕𝑥2 2 1
𝐽 = = = [ ]
𝜕𝑥 𝜕𝑓2 (𝑥) 𝜕𝑓2 (𝑥) 2 2𝑥2
[ 𝜕𝑥1 𝜕𝑥2 ]
(2.17)
A Tabela 1 mostra os resultados parciais do processo iterativo considerando-
se os passos de 1 à 6 e uma tolerância 𝜀𝑥 = 𝜀𝑦 = 0,001: (HAFFNER, 2007)
20
Capítulo 3
𝑍𝜋 .𝑌𝜋
𝑐𝑜𝑠ℎ−1 ( + 1)
2
𝛾=
𝑙
(3.1)
21
Onde 𝑍𝜋 e 𝑌𝜋 são os valores das impedâncias e admitancias do modelo π
A partir do cálculo desta é possível calcular os valores reais de 𝑍 e 𝑌 da linha
por meio das equações 3.2 e 3.3 (FERNANDES, 2014):
𝑍𝜋
𝑍=
𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾. 𝑙)
(3.2)
Onde 𝑍𝜋 é o valor calculado da impedância em série antes da correção.
𝛾
𝑌=
𝑙
(3.3)
Os valores encontrados de 𝑍 e 𝑌 estão respectivamente em 𝛺/𝑘𝑚 e
𝑚ℎ𝑜/𝑘𝑚 ou 𝑆/𝑘𝑚 e portanto devem ser multiplicados pelo comprimento 𝑙 da linha
para cálculo de seus parâmetros totais.
Por meio de uma análise de circuitos, Lei de Kirchhoff das correntes, pode-se
encontrar tensão e corrente de entrada , 𝑉𝑠 e 𝐼𝑠 em função da tensão e corrente de
saída: 𝑉𝑠 e 𝐼𝑠 . Equações 3.4 à 3.6 mostram como deduzir a equação 3.7.
A corrente 𝐼𝑥 pode ser calculada pela razão entre a diferença das tensões 𝑉𝑠 e 𝑉𝑟 e a
impedância 𝑍:
𝑉𝑠 − 𝑉𝑟
𝐼𝑥 =
𝑍
(3.4)
Como 𝐼𝑟 , pela lei de Kirchhoff das correntes é dada por:
𝐼𝑟 = 𝐼𝑥 – 𝑉𝑟 . 𝑌
(3.5)
22
Substituindo-se (3.4) em (3.5):
𝑉𝑠 − 𝑉𝑟
𝐼𝑟 + 𝑉𝑟 . 𝑌 =
𝑍
(3.6)
Desta forma, tem-se a tensão de entrada 𝑉𝑠 em função da tensão e corrente de
saída: 𝑉𝑟 (INDULKAR; RAMALINGAM ,2007):
𝑉𝑠 = 𝑍. (𝐼𝑟 + 𝑉𝑟 ). 𝑌 + 𝑉𝑟
(3.7)
A corrente 𝐼𝑥 também pode ser escrita em função de 𝑉𝑠 e 𝐼𝑠 , como representado
na equação 3.8:
𝐼𝑥 = 𝐼𝑠 – 𝑉𝑠 . 𝑌
(3.8)
E substituindo-se (3.4) e (3.7) em (3.8) pode-se obter a corrente de entrada 𝐼𝑠
em função de 𝑉𝑟 e 𝐼𝑟 .
𝐼𝑠 = (2. 𝑌 + 𝑍. 𝑌 2 ). 𝐼𝑟 + (1 + 𝑍. 𝑌). 𝐼𝑟
(3.9)
Lembrando-se que as medidas de tensão e corrente são fasoriais.
Substituindo-se os valores de 𝑍 e 𝑌 nas equações e considerando-se o diagrama
fasorial abaixo, com 𝑉𝑟 como tensão de referência, obtem-se as equações 3.10 e 3.11:
23
̅𝑠 = 𝑉𝑟 + 𝑗. 𝑅. 𝐵. 𝑉𝑟 − 𝐵. 𝑋. 𝑉𝑟 + 𝑅. 𝐼𝑟 . 𝑐𝑜𝑠𝜑𝑟 − 𝑗. 𝑅. 𝐼𝑟 , 𝑠𝑒𝑛𝜑𝑟 + 𝑗. 𝑋. 𝐼𝑟 . 𝑐𝑜𝑠𝜑𝑟 + 𝑋. 𝐼𝑟 . 𝑠𝑒𝑛𝜑𝑟
𝑉
(3.10)
24
𝜕𝑓1 𝜕𝑓1 𝜕𝑓1 𝜕𝑓1
𝜕𝑋 𝜕𝑅 𝜕𝐵 𝜕𝛿
𝜕𝑓2 𝜕𝑓2 𝜕𝑓2 𝜕𝑓2
𝐽 = 𝜕𝑋 𝜕𝑅 𝜕𝐵 𝜕𝛿
𝜕𝑓3 𝜕𝑓3 𝜕𝑓3 𝜕𝑓3
𝜕𝑋 𝜕𝑅 𝜕𝐵 𝜕𝛿
𝜕𝑓4 𝜕𝑓4 𝜕𝑓4 𝜕𝑓4
[ 𝜕𝑋 𝜕𝑅 𝜕𝐵 𝜕𝛿 ]
(3.16)
Considerando os seguintes valores de medidas (INDULKAR; RAMALINGA,
2007):
𝑽𝒔 (𝑲𝑽) 127
𝑰𝒔 (𝑲𝑨) 0,416
𝑷𝒔 (𝑴𝑾) 150
𝑸𝒔 (𝑴𝑽𝑨𝒓) 50
𝑽𝒓 (𝑲𝑽) 102
𝑰𝒓 (𝑲𝑨) 0,44
𝑷𝒓 (𝑴𝑾) 135
𝑸𝒓 (𝑴𝑽𝒂𝒓) 5,7
Observe que por meio das medidas de potência (𝑀𝑊, 𝑀𝑉𝐴𝑟) é possível obter
os valores dos fatores de potência: 𝑐𝑜𝑠𝜑𝑠 e 𝑐𝑜𝑠𝜑𝑟 . Portanto é só substituir os valores
da Tabela 2 nas equações 3.12 à 3.15. Observe que nesse caso as medidas de ângulo
de tensão e corrente não são fornecidas. Isso acontece em situações o qual não se
tem disponível as Unidades de Medição Fasorial, (PMUs), do inglês Phasor
Measurement Units. Na ausência deste, os dados coletados pelo SCADA (Sistema de
Supervisão e Aquisição de Dados), como os da Tabela 2 devem ser usados
(KATHERINE, 2013). Com as medidas fasoriais disponíveis, o problema pode se
tornar mais simples e o método dos mínimos quadrados lineares pode ser
implementado. É o que será apresentado na próxima seção.
Após implementação do Método de Newton-Raphson com código
implementado em MATLAB e tolerância 𝜀 = 0,0001 os parâmetros 𝑥 = [𝑋, 𝑅, 𝐵, 𝛿]𝑇 ,
25
foram obtidos e foram compatíveis com os valores disponíveis (INDULKAR;
RAMALINGA, 2007), conforme Tabela 3:
𝐗(Ω) 146,4181
𝐑(𝛀) 26,7484
𝑩(𝑺) 0,0005
𝜹(°) 30,9
26
Figura 7. Fluxo de potência ativa e o ângulo 𝛿
Fonte: http://slhaffner.phpnet.us/sistemas_de_energia_1/seI2.pdf
27
𝑉𝑠 − 𝑉𝑟
𝐼𝑠 = + 𝑉𝑠 . 𝑌
𝑍
(3.17)
𝑉𝑠 − 𝑉𝑟
𝐼𝑟 = + 𝑉𝑟 . 𝑌
𝑍
(3.18)
𝐼 𝑉 − 𝑉𝑟 𝑉𝑠 1
[ 𝑠] = [ 𝑠 ].[ ]
𝐼𝑟 𝑉𝑠 − 𝑉𝑟 𝑉𝑟 𝑍
𝑌
(3.19)
𝑌𝑚𝑒𝑑 é a matriz das correntes, 𝑋 a matriz das tensões e A contém os valores dos
parâmetros a serem estimados.
O estudo em questão utilizou as seguintes medidas fasoriais da linha de
BAURU-CABREUVA, 235km,440kV. (FERNANDES, 2014), apresentados na Tabela
4:
28
Tabela 4. Medidas - Linha Bauru – Cabreúva
Fonte: http://www.eps.ee.kth.se/personal/luigiv/events/brazil-
workshop2014/III%20Workshop%20PMU_Fernandes.pdf , com modificações
𝑹(Ω) 28.7648
𝑿(Ω) 75.8856
𝑩(𝑺) 0.0013
29
Capítulo 4
31
implantação a mais de 10 anos os chineses apontam algumas funções básicas dos
PMUs:
Monitoração em tempo real;
Monitoração de distúrbios;
Integração dos dados do sistema elétrico;
Monitoração da operação de geradores;
Utilização de medidas fasoriais na estimação de estados;
Aprovação de modelos para simulações;
Identificação e localização de faltas;
Na identificação e localização de faltas a estimação de parâmetros de linhas de
transmissão é utilizada e seção 4.3 explica como este processo acontece. Antes
seção 4.2 mostra a utilização do SISMEF no Brasil
32
Figura 9. Parâmetros em tempo real
Fonte: http://www.eps.ee.kth.se/personal/luigiv/events/brazil-
workshop2014/III%20Workshop%20PMU_Fernandes.pdf
33
Figura 10. Tela de monitoração em tempo real do Projeto MedFasee
Fonte: BENETTI, 2009, p. 21.
34
Técnicas de localização de faltas utilizam a estimação de parâmetros das linhas
de transmissão em tempo real. Observe, na Figura 11, que a estimação está presente
no algoritmo de Silveira (BENETTI, 2009).
35
4.4. Utilização de Unidades Terminais Remotas na aquisição de dados
do Sistema Elétrico
36
4.5. Conclusão acerca do uso das medidas para estimação de
parâmetros
37
Capítulo 5
Este estudo consiste em replicar as técnicas utilizada nas seções 4.1 e 4.2 de
forma a comparar os parâmetros calculados com os parâmetros reais de uma linha de
transmissão da CEMIG, e analisar o fluxo de potência nesta. Na seção 4.2 o método
foi implementado considerando-se um vetor de corrente e um vetor de tensão cada
um com 13 medidas. Nesta seção, os parâmetros são estimados para cada 1 minuto
no período entre dia 29 e 30 de junho de 2015 e dessa forma (com um total de 1440
amostras). A partir desta estimação, pretende-se analisar o comportamento dos
parâmetros da linha de transmissão. A linha Mesquita – Baguari possui comprimento
de 67,51 km e apesar de seu comprimento estar inserido no padrão de linhas curtas
a linha é considerada de média de distância. Os valores delimitados de 80 à 240 km
são teóricos e como pode ser visto nos casos de referência do Operador Nacional do
Sistema (ONS) Elétrico bem como nos dados disponibilizados pela CEMIG a linha
possui susceptância shunt. A linha Mesquita – Baguari possui nível de tensão igual à
230 kV e portanto é parte da chamada rede básica: sistema constituído por todas as
subestações e linhas de transmissão em tensões de 230 kV ou superior (Agência
Nacional de Energia Elétrica[ANEEL],1998). Os parâmetros disponibilizados pelo
ONS se encontram na Tabela 6. A linha de transmissão estudada é apresentada na
Figura 13:
38
Figura 13. Linha de transmissão: MESQUITA - BAGUARI
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒 2
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒 = = 529𝛺
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
(5.1)
E admitância base:
1
𝑌𝑏𝑎𝑠𝑒 = = 1,89𝑚𝑆
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒
(5.2)
Para obter os valores reais dos parâmetros, multiplica-se os valores em
porcentagem pelas bases utilizadas:
39
1,43 × 529
𝑅= = 7.5647𝛺
100
(5.3)
6,64 × 529
𝑋= = 35,1256𝛺
100
(5.4)
15,89560 × 0,00189
𝐵= = 222,831µ𝑠
100
(5.5)
Os valores reais fornecidos pela CEMIG condizem com os do NOS, conforme
Tabela 7:
41
Dessa forma, com Baguari no lado r, tem-se como referência a corrente saindo
da barra e indo para o lado s. Caso o ângulo entre 𝐼𝑟 e 𝑉𝑟 apresente comportamento
conforme situação da tabela 4 (𝜑𝑟 > 90°), a corrente tem sentido oposto ao sentido
de convenção. Para o caso da CEMIG, saindo da barra. Por esse motivo de inversão
do sentido de corrente equações 3.7 e 3.9 ficam da seguinte forma:
𝑉𝑠 = (1 + 𝑍𝑌). 𝑉𝑟 − 𝑍. 𝐼 𝑟
(5.6)
𝐼𝑠 = (2. 𝑌 + 𝑍. 𝑌 2 ). 𝑉𝑟 + (−1 − 𝑍. 𝑌). 𝐼𝑟
(5.7)
As medidas colhidas pelos PMUs mostram que entre às 18 horas do dia 29 e 2
da manhã do dia 30 𝜑𝑟 > 90° e portanto as equações 5.6 e 5.7 foram aplicadas.
Para as medições da CEMIG, ao invés da estimação do ângulo entre as
tensões preferiu-se a estimação do ângulo da corrente 𝐼𝑟 .
O ângulo entre as tensões dessa linha foi verificado como muito pequeno.
Dessa forma, para efeitos de eficiência do método escolheu-se um valor maior de
ângulo para que os parâmetros não tivessem mais de uma solução. Isso porque o
valor da Susceptância Shunt da linha é muito pequeno e no caso de duas soluções
muito pequenas as outras duas soluções poderiam assumir mais de um valor, o que
torna o estudo da seção 3.1 um pouco ineficiente. No exemplo dado, o ângulo 𝛿 entre
as tensões é quase que 10 vezes o ângulo entre as tensões da linha da CEMIG.
Tabela 8 mostra os conjuntos de soluções obtidos para as cinco primeiras medidas
representadas na tabela 9:
42
𝑿(𝑶𝒉𝒎𝒔) 56,4302 56,5304 56,8461 57,2438 57,3895
𝑹(Ohms) 23,9981 24,0747 24,0909 24,0087 24,2958
𝑩(S) 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
𝝋𝒓 (º) 197,48 197,38 197,21 197 197,05
43
𝑿(𝑶𝒉𝒎𝒔) 58,9424
𝑹(Ohms) 25,1499
𝑩(S) 0,0000
𝝋𝒓 (º) 197,52
44
Figura 18. Variação da Reatância ao longo do dia
45
Capítulo 6
46
Corrente, é a maior ocorrência de resistências altas em temperaturas altas, já que a
corrente alta aumenta a temperatura do cabo. Porém, o que se sabe, é que a
resistência calculada pode também ter seu valor associado a temperatura ambiente.
Os gráficos apresentados nas figuras 20 e 21 abaixo mostram respectivamente a
variação da resistência ao longo do dia no horário de 18:00, do dia 29, até 02:00, do
dia 30 de junho de 2015 e depois o gráfico de dispersão da resistência em função da
corrente. A correlação positiva entre maiores valores de resistência e entre maiores
valores de corrente não pode ser comprovada, porém em horários como 20:30 - 22:00
supõe-se que a resistência diminui em consequência da diminuição da temperatura
do dia. Pela variação apresentada nas Figuras 20 e 21 não se pode observar relações
diretas entre resistência e temperatura do dia.
As marcações de cores vermelha, verde e amarela associam o gráfico da figura
20 ao gráfico da figura 21. Pela marcação vermelha na Figura 20 observa-se que os
valores de resistência de 16Ω permanecem até o horário de aproximadamente 19:45
e nesse momento, de acordo com a figura 21, as correntes apresentam valores na
faixa de 100ª. Variação entre 12 e 14 Ω (marcação verde), aproximadamente, é
observada com corrente variando entre 200 A e 100 A respectivamente, o que não
era esperado. Isto porque, ressaltando novamente, altas correntes interferem na
temperatura do cabo, e consequentemente na alta resistência deste. A marcação
amarela mostra os maiores valores de resistência no período, na Figura 20, resultando
de dados estranhos às outras tendências, representados na Figura 21. Sugere-se,
diante das variações de resistência, estudos com detalhamento para investigação
desse fenômeno.
47
Figura 21. Dispersão da resistência em função da corrente
(18:00 - 02:00)
48
Figura 23. Variação da Corrente
Período:18:00 (29/06/2015) - 02:00 (30/07/2015)
Como pode ser observado, também para reatância, os valores encontrados são
maiores que os valores reais. A variação da reatância, em caso de condutores
compostos, que possuem dois ou mais fios, está relacionada a distância entre os fios
de um mesmo condutor, e a distância entre os fios de dois ou mais condutores
presentes em uma linha. Figura 26 mostra as distâncias citadas:
50
dado considerando as equações de indutância, apresentadas abaixo. As equações
consideram dois condutores inicialmente, os mesmos apresentados na Figura 26:
𝑀
𝜇 √𝐷𝑎𝐴 𝐷𝑎𝐵 𝐷𝑎𝐶 … 𝐷𝑎𝑀
𝐿𝑎 = 𝑛 𝑙𝑛 𝑛
2𝜋 √𝑟𝑎′ 𝐷𝑎𝑏 𝐷𝑎𝑐 … 𝐷𝑎𝑀
(6.3)
𝑀
𝜇 √𝐷𝑏𝐴 𝐷𝑏𝐵 𝐷𝑏𝐶 … 𝐷𝑎𝑀
𝐿𝑏 = 𝑛 𝑙𝑛 𝑛 ′
2𝜋 √𝑟𝑏 𝐷𝑏𝑎 𝐷𝑏𝑐 … 𝐷𝑏𝑛
(6.4)
51
Figura 28. Gráfico de dispersão da reatância
(18:00 - 02:00 )
(18:00 - 02:00)
52
Aproveita-se aqui para observar que os valores médios encontrados no período
entre 18 horas do dia 29 e 2 horas do dia 30, para resistência: 16 Ω e reatância 65 Ω
equivalem a aproximadamente o dobro do projeto da linha: resistência de 7,58 Ω e
reatância de 35,14. Sugerindo-se assim a empresa prestadora dos dados deste
trabalho, CEMIG, a revisão dos valores presentes
(18:00 - 02:00)
53
6.4. Métodos numéricos
54
Figura 31. Mudanças de ângulo no PMU
55
Capítulo 7
Conclusão
56
Referências Bibliográficas
57
Katherine R., Tomas J., et al. (2013). Estimation of Line Parameters from Historical Data.
46th Hawaii Internation Conference On System Sciences.
58