Plano de Aula - Idade Média - Sociedade Feudal (Parte I)

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Idade Média.

prof. Bruno P. Terlizzi


Problematização.
• o que está implícito quando utilizamos o termo Idade Média?
• os imaginários em torno da Idade Média são mais valorativos ou depreciativos?
• na sua opinião, qual a pertinência em se estudar o período medieval?

Observação preliminar.
• por Idade Média compreende-se arbitrariamente um período de 1000 anos entre o séc.
V e o séc. XV.
• nesse período de 1000 anos houve a convivência, pacífica ou não, de três grandes
sociedades em suas respectivas regiões que foram herdeiras diretas ou indiretas da
sociedade e civilização romana antiga.
• Sociedade Bizantina: na Grécia e região da Ásia menor (Império Bizantino).
• continuação da sociedade e da cultura romana antiga, agregada da cultura do
cristianismo.
• Sociedade Feudal: reinos cristãos na Europa ocidental e central (Feudalismo).
• fusão da herança romana com as tradições "bárbaras" germânicas que conformaram
a sociedade cristã ocidental.
• Sociedade Islâmica: no Oriente Médio e Norte da África (Civilização muçulmana).
• surgimento e expansão de uma nova religião monoteísta, que vai avançar tanto
sobre a sociedade bizantina, como sobre parte da sociedade feudal cristã européia.

I. Sociedade Feudal.
• subdivisão em Alta Idade Média feudal (séc. V ao XII); e Baixa Idade Média feudal (séc.
XII ao XV).
• Igreja Católica Romana (Cristianismo católico romano) como principal força
hegemônica, após a ruína da estrutura política do Estado imperial romano.

Sociedade:
• sociedade estamental, dividida em ordens (ou estamentos), que se estruturavam a partir
do feudo e de relações sociais de fidelidade e servidão.
• componentes:
• oratores: “os que oram” – clero.
• bellatores: “os que guerreiam” – nobreza.
• laboratores: “os que trabalham” – servos.
• relações sociais: dois tipos de relações baseados na troca.
• Fidelidade Militar: Suserania e Vassalagem – concessão de terras por parte de um
suserano em troca de auxílio e apoio militar por parte do vassalo.
• Servidão: relação entre senhores feudais e servos, baseadas na troca de trabalho por
proteção militar; exploração da terra e cumprimento de obrigações por parte dos
servos;
• corveia – trabalho devido pelo servo no manso senhorial;
• talha – entrega de parte da produção agrícola ao senhor feudal;
• banalidade – uso de propriedades do manso senhorial como moinho, forno etc;
• dízimo – 10% da produção destinada à igreja).
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Economia:
• fundamentalmente agrícola, com tendência à autossuficiência, a partir da exploração
das terras aráveis que compunham os feudos.
• baixa intensidade do comércio durante o auge da sociedade feudal; e retomada
significativa das atividades mercantis a partir das modificações das relações feudais.

obs: o que é um feudo, então?


• unidade de organização econômica e social da sociedade feudal na Europa Ocidental;
porção de terras cedida e administrada por um senhor feudal (nobre) a outro nobre.
• origens: fusão de heranças romanas e “bárbaras” germânicas.
• colonato romano: colônia rural; fixação dos plebeus no campo durante o baixo
Império.
• commitatus: relações de fidelidade e honra entre guerreiros germânicos e seu chefe
militar, o qual concedia benefícios na forma de terras e territórios.
• elementos presentes em um feudo: manso senhorial - terras de uso exclusivo do senhor;
manso servil - terras de uso dos servos; terras comunais - terras comuns tanto ao senhor
feudal quanto aos servos; áreas eclesiásticas - igreja, cemitério, paróquia;
• ex: cidade de Carcassone, na França e as imagens encontradas no livro As ricas horas
do Duc. du Berry.

Alta Idade Média (entre o séc. V e XII)


• processo simultâneo de organização dos reinos cristãos “bárbaros”, a partir dos legados
e heranças romanas e germânicas.
• aprofundamento do feudalismo e das relações feudais na Europa Ocidental.
• processo de fragmentação e interiorização do poder – ruralização da sociedade
européia (êxodo urbano).
• simplificação da vida material e cultural, se comparada com à intensidade do mundo
romano antigo.

Fatos e sucessões históricas da Alta Idade Média.


• Reino dos francos e o Império Carolíngeo.
• origens: povos de origem germânica que ocupavam as fronteiras do antigo Império
Romano na região da Germânia e Gália (fronteira entre a atual França e Alemanha).
• processo de cristianização dos francos, a partir da conversão do rei Clóvis ao
cristianismo.
• desorganização político administrativa dos reis da dinastia merovíngia - “reis
indolentes"; e delegação da autoridade política ao major domus; ex: Carlos Martel e
sua atuação na batalha de Poitiers (732) contra os árabes.
• estreitamento das relações entre Pepino, o Breve, e a Igreja Católica; ex: concessão
de terras à Igreja Católica - Patrimônio de Pedro (centro da península itálica)
• com o apoio da Igreja, ocorreu o fim da dinastia merovíngia e o início da dinastia
carolíngia, cujo principal representante foi Carlos Magno.
• reinado de Carlos Magno e a conformação do Império Carolíngeo.

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• a partir de 768, processo de expansão territorial na região da Europa Ocidental e
Central; formação do Império Carolíngio.
• organização administrativa do império: divisão do território em condados (regiões
mais centrais administradas por um conde) e marcas (regiões mais fronteiriças
administradas por um marquês).
• reflexos na cultura: desenvolvimento cultural - Renascimento Carolíngio; incentivo à
produção artístico-cultural; organização de escolas (scriptorium) sob o controle da
Igreja; preservação do conhecimento e da herança greco-romana.
obs: a expansão do império carolíngio permitiu a expansão e a conversão de inúmeros
povos de origem germânica ao Cristianismo católico, ampliando a hegemonia e o domínio
da Igreja.

• crise do Império Carolíngeo:


• a partir a partir de 841, início do processo de desagregação política e territorial.
• novas ondas de invasões “bárbaras” (ex: vikings ao norte; magiares a leste;
muçulmanos ao sul).
• disputas internas pelo trono entre os netos de Carlos Magno; fragmentação e
desagregação do Império Carolíngio a partir do Tratado de Verdun.
obs: com o colapso do Império Carolíngio, houve o empoderamento da nobreza local
detentora de terras (senhores feudais) e o fortalecimento das relações de troca baseados
na servidão e na fidelidade militar; ou seja, o aprofundamento da sociedade feudal.

vídeo síntese: https://www.youtube.com/watch?v=gDJ6vG6HmGo

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