Trabalho de Sônia

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Estágio de Latência

Após a Fase Fálica, meninos e meninas modificam a forma de se


relacionar afetivamente com os pais, e focalizam suas energias nas interações
sociais que começam a estabelecer com outras crianças, e nas atividades
esportivas e escolares. Com a superação ou suspensão do “Complexo de
Édipo e de Electra”.
Etimologicamente, latência significa estado do que se acha encoberto,
incógnito, não-manifesto, adormecido. Seria o tempo entre o estímulo e a
reação do indivíduo. Neste período, a libido é impelida de se manifestar e os
desejos sexuais não-resolvidos da fase fálica não são atendidos pelo ego e são
reprimidos pelo superego. Freud afirma que o período de latência se prolonga
até a puberdade.
Janus e Bess (1984), fizeram interessante experiência sobre a
sexualidade e prática sexual durante a fase de latência. Solicitaram que os
alunos de várias faixas etárias escrevessem ou, quando não soubessem
escrever, ditassem para o professor uma composição com os seguintes temas:
por que não se deve deixar as crianças verem filmes pornográficos ou, então, o
que existe nos filmes pornográficos que as crianças não devem saber?
Pela análise das composições e das narrações feitas pelas crianças,
ficou evidenciado que as crianças, na fase de latência, têm grande curiosidade
sexual e que não só se interessam em saber sobre esse assunto como
também praticam uma série de atividades, tais como: beijos, abraços, contatos
físicos, leitura de revistas eróticas, etc. Os pesquisadores observaram que, à
medida que as crianças se aproximam da adolescência, o interesse e as
atividades sexuais se tornam mais efetivas.
Erick Erikson, em sua teoria sobre o desenvolvimento da personalidade,
acredita que a característica principal dessa fase é o impacto que a educação
pode exercer sobre a criança, na formação de seu autoconceito. O
autoconceito em sua acepção ampla engloba a autoestima e o sentimento da
identidade, este refere-se à organização das percepções que o indivíduo tem a
respeito de si mesmo, constituindo-se como a soma de tudo o que a pessoa
acha que ela é, incluindo os papéis, os desejos, esperanças, os valores e
ideias.
A família e a escola são instituições que irão influenciar de maneira
decisiva a formação do autoconceito das crianças. A família propicia à criança
as suas experiências iniciais e, por isso mesmo, as mais importantes e mais
marcantes. Os pais, mães, irmãos, parentes e mais tarde, a vizinhança e a
escola propiciarão as primeiras estimulações sociais que também influenciarão
o desenvolvimento do autoconceito da criança.
Assim, experiências positivas e auto definições positivas gerarão, na
criança, o sentimento de segurança e adequação e, vice-versa, experiência
negativas, frustações, negligências gerarão, na criança, sentimento de
inadequação e insegurança. A escola, por isso mesmo, exerce um papel
significativo nesse processo, uma vez que o sucesso ou fracasso escolar, as
exigências escolares razoáveis ou não, o relacionamento grupal satisfatório ou
não, podem determinar, respectivamente, uma auto percepção de adequação
ou inadequação de competência ou de inferioridade.
As relações sócio afetivas na família, na fase de latência, serão de
fundamental importância na construção da auto estima e do sentimento de
identidade, que caracterizam, essencialmente, o autoconceito. Este, ao mesmo
tempo que é produto da experiência porque é o resultado da interação da
pessoa com seu meio social, é produtor de experiências, ou seja, é um dos
determinantes importantes do comportamento.
Concluindo então, se a criança não tiver completado as fases anteriores,
o período de latência será complexo podendo trazer à tona uma agressividade
na criança. Já se os conflitos anteriores foram satisfeitos a criança irá lançar
suas energias nas novas atividades e relações. E já com o superego
desenvolvido a criança irá adquirir um maior senso de justiça, igualdade,
aprendendo a compartilhar e desejar que seus tenham as mesmas coisas que
ela.
Fase Genital

A quinta fase do desenvolvimento psicossexual é denominada, pela


psicanálise, de genital. Em Três ensaios sobre a sexualidade ( 1905), Freud
procura articular as bases biológicas e psicológicas da sexualidade genital,
segundo ele, a característica essencial da puberdade – período que indica, do
ponto de vista biológico, o início da adolescência. É o crescimento observável
dos órgãos sexuais externos, acompanhado do desenvolvimento dos órgãos
genitais internos, responsáveis pela produção de hormônios sexuais ligados à
reprodução.
O comportamento sexual do adolescente é movido por três fontes: o
mundo exterior, o interior do organismo e a vida mental. A excitação sexual se
dá em decorrência da articulação dessas três fontes, que resultam, em tensões
de natureza sexual e em alterações nos órgãos genitais. Esse processo, do
ponto de vista funcional, é que explica o surgimento de uma conduta sexual
diferente da que ocorre nas fases pré-genitais.
As pulsões sexuais, até então marcada por uma forma auto erótica de
obtenção de prazer, encontram, graças a combinação daquelas três fontes,
finalmente, um objeto sexual que ultrapassa o próprio corpo do adolescente.
Freud, por isso mesmo, interpreta como altruístico o comportamento sexual do
jovem, já que, nessa fase genital, o caráter auto erótico da sexualidade é
substituído pelo compartilhamento do prazer com um outro indivíduo.
Erikson, mediante seus estudos sobre a conduta do adolescente nessa
fase, enfatiza que uma das metas evolutivas da conduta sócio afetiva na
adolescência é o estabelecimento de sinceras de amizade com outras pessoas,
o que requer não somente um sentimento de identidade, como também o
atravessar, com êxito, as etapas anteriores do desenvolvimento.
Implicações Pedagógicas da Apropriação da Teoria Psicanalítica
Pela Educação- O Papel da Escola no Desenvolvimento Sócio
Afetivo e Psicossexual do Aluno

O nascimento biológico da criança é marcado por um estado de


dependência primaria, uma vez que o recém-nascido, mesmo após o corte do
cordão umbilical, continua a depender biologicamente da mãe. Além desse tipo
de dependência primaria e biológica da criança em relação à mãe, há que se
registrar um outro tipo de dependência, também primaria – a dependência
psicológica – que não cessa com o simples amadurecimento biológico d
criança ao longo da infância.
A passagem de um estado de dependência para o estado de
independência marcará o nascimento psicológico da criança, que, em hipótese
alguma, coincide com o nascimento biológico no tempo. O nascimento
biológico é um evento bem delimitado, dramático e observável, uma vez que se
configura com o corte do cordão umbilical. O nascimento psicológico é um
processo intrapsíquico de desdobramento muito lento, constituindo-se como
um processo de separação individuação, podendo ocorrer, muitas vezes, numa
idade acima da infância.
Ao nascer, a criança é movida pelo que Freud denominou “Princípio do
Prazer”, toda a sua atividade é impulsionada por instintos de sobrevivência que
buscam, antes de tudo, a satisfação, ou seja, redução das tensões. Para usar a
expressão psicanalítica, a criança é movida, inicialmente, pelo Id. Entretanto,
muito cedo ela começa a reconhecer uma autoridade exterior a ela que tem o
poder de lhe propiciar ou restringir a satisfação de seus desejos e
necessidades. As primeiras experiências vivenciadas pela criança, nesse
sentido, suas primeiras frustações, se dão, em grande parte, com os que mais
de perto se relacionam com ela: seus pais, amigos e professores.
A fragilidade da criança, característica biológica típica do ser humano ao
nascer, existe independente de sua origem e classe social, a forma como a
criança reage, psicologicamente, a essa fragilidade ou a impotência, a essa
dependência quase total do adulto, provavelmente, terá características comuns
em qualquer ambiente social, tão inevitavelmente quanto a própria presença da
fragilidade. Essa fragilidade é que faz com que a criança comece, desde cedo,
a sentir a diferença essencial entre ela e o adulto, muito especialmente na
capacidade que este tem de satisfazer suas necessidades.
Enquanto o Ego infantil é, ainda, demasiadamente fraco e incapaz de
controlar as exigências imperativas do Id, uma parte dele se torna identificada
com aquele que representa a autoridade e a lei e, na forma de Superego,
procura regular os impulsos do Id, obrigando o Ego a reprimir aqueles impulsos
que lhe parecem censuráveis. Nesse processo, a criança é levada a introjetar a
vontade do pai (primeiro Superego infantil), vontade essa expressa por valores,
normas e limites, que regulam, de modo não crítico, a sua ação. Somente a
partir do desenvolvimento do julgamento moral autônomo é que, a criança se
tornará mais apta a avaliar e questionar as normas, leis e proibições paternas.
Desde a pré-escola, o que se tem observado é que a aprendizagem de
submissão pelas crianças tem se constituído como a tônica máxima da relação
professor-aluno. O autoritarismo dessa relação, também presente nas relações
entre pais e filhos, faz com que o aluno só possa expressar suas ideias e
opiniões em situações especiais e programadas. Um dos critérios para se
avaliar um bom professor, por exemplo, ainda é o da manutenção de uma
classe a mais comportada e silenciosa possível.
A voz do professor deve ser o carro-chefe da organização do grupo-
classe, seguida, das respostas organizadas pelos alunos. O professor, por sua
vez, tende frequentemente, a punir o comportamento do aluno que expresse
um enfrentamento à sua autoridade, assumindo o papel de pai repressor e
fazendo isso com muito rigor que aquele o faria. O resultado desse processo é
o fortalecimento, no aluno, de um Superego inflexível e irracional e o
desenvolvimento de um Ego acrítico e também irracional.
Do ponto de vista do desenvolvimento sócio afetivo, um dos papéis da
escola é, o de ajudar o aluno a ser capaz de equilibrar as exigências do Id e do
Superego com as exigências da realidade. Numa visão psicanalítica, trata-se
de fortalecer o Ego na sua função de conciliador racional das exigências
inconscientes do Id e do Superego levando a inteligência às emoções.
Concluindo então, é fundamental que a escola seja capaz de educar a
partir da conscientização do aluno quanto à importância de um relacionamento
flexível e democrático, no qual direitos e deveres possam ser conciliados,
contribuindo, dessa maneira, para o crescimento e fortalecimento de um Ego
crítico e saudável, que não se subordine ao irracional controle do Id e do
Superego, de modo que os lados racional e emocional disponham, cada vez
mais, de um maior controle sobre a personalidade. Nessa perspectiva, educar
é, antes de tudo, procura fazer com que as pessoas atuem e pensem de modo
mais racional e mais prazeroso.

Explicando o que é o Id:


“O Id contém tudo o que é herdado, que se acha presente no
nascimento e está presente na constituição, acima de tudo os instintos que se
originam da organização somática e encontram expressão psíquica sob formas
que nos são desconhecidas. O Id é a estrutura da personalidade original,
básica e central do ser humano, exposta tanto às exigências somáticas do
corpo às exigências do ego e do superego. O Id seria o reservatório de energia
de toda a personalidade.” “O Ego é a parte do aparelho psíquico que está em
contato com a realidade externa. O Ego se desenvolve a partir do Id, à medida
que a pessoa vai tomando consciência de sua própria identidade, vai
aprendendo a aplacar as constantes exigências do Id. Como a casca de uma
árvore, o Ego protege o Id, mas extrai dele a energia suficiente para suas
realizações. Ele tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da
personalidade. Uma das características principais do Ego é estabelecer a
conexão entre a percepção sensorial e a ação muscular, ou seja, comandar o
movimento voluntário. Ele tem a tarefa de autopreservação. O ego é
originalmente criado pelo Id na tentativa de melhor enfrentar as necessidades
de reduzir a tensão e aumentar o prazer. O Ego tem de controlar ou regular os
impulsos do Id, de modo que a pessoa possa buscar soluções mais
adequadas, ainda que menos imediatas e mais realistas. Esta última estrutura
da personalidade se desenvolve a partir do Ego.
O Superego atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos
do Ego, é o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos
parâmetros que constituem as inibições da personalidade.
Freud descreve três funções do Superego: consciência, auto-observação
e formação de ideais. Enquanto consciência pessoal, o Superego age tanto
para restringir, proibir ou julgar a atividade consciente, porém, ele também
pode agir inconscientemente. As restrições inconscientes são indiretas e
podem aparecer sob a forma de compulsões ou proibições. O id é inteiramente
inconsciente, o ego e o superego o são em parte. "Grande parte do ego e do
superego pode permanecer inconsciente e é normalmente inconsciente. Isto é,
a pessoa nada sabe dos conteúdos dos mesmos e é necessário despender
esforços para torná-los conscientes"

Você também pode gostar