Resolução Cne - CP #4, de 29 de Maio de 2024 - Resolução Cne - CP #4, de 29 de Maio de 2024 - Dou - Imprensa Nacional

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03/06/2024, 19:17 RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 4, DE 29 DE MAIO DE 2024 - RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 4, DE 29 DE MAIO DE 2024 - DOU - Imprensa Nacional

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 03/06/2024 | Edição: 104 | Seção: 1 | Página: 26
Órgão: Ministério da Educação/Conselho Nacional de Educação/Secretaria Executiva

RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 4, DE 29 DE MAIO DE 2024

Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Formação Inicial em Nível Superior de Profissionais do
Magistério da Educação Escolar Básica (cursos de licenciatura,
cursos de formação pedagógica para graduados não
licenciados e cursos de segunda licenciatura).

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, no uso das atribuições que lhe


confere a Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, na Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, no Decreto nº 3.276, de 6 de dezembro de
1999, e no Parecer CNE/CP nº 4, de 12 de março de 2024, resolve:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Ficam instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível
Superior de Profissionais do Magistério para a Educação Escolar Básica (cursos de licenciatura, cursos de
formação pedagógica para graduados não licenciados e cursos de segunda licenciatura), definindo
fundamentos, princípios, base comum nacional, perfil do egresso, estrutura e currículo a serem observados
nas políticas, na gestão e nos programas e cursos de formação, bem como no planejamento, nos
processos de avaliação e de regulação das Instituições de Educação Superior - IES que as ofertam.

§ 1º As IES que ofertarem formação inicial em nível superior de profissionais do magistério da


educação escolar básica devem concebê-la atendendo a legislação vigente, as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação Inicial e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - Sinaes, de
forma a promover o avanço das políticas públicas de educação, em consonância com as metas do Plano
Nacional de Educação - PNE, manifestando organicidade entre o seu Plano de Desenvolvimento
Institucional - PDI, seu Projeto Pedagógico Institucional - PPI e seu Projeto Pedagógico de Curso - PPC.

§ 2º As IES que ofertarem formação inicial em nível superior dos profissionais do magistério da
educação escolar básica deverão fazê-lo em regime de colaboração com os entes federativos nos
respectivos sistemas de ensino, de forma a contribuir para o atendimento das especificidades de cada uma
das etapas e modalidades da Educação Básica, observando as normas definidas pelo Conselho Nacional
de Educação - CNE para cada uma delas, nos termos do art. 62, §1º, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de


Profissionais do Magistério para a Educação Escolar Básica aplicam-se à formação de professores para o
exercício das funções de magistério na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e nas
respectivas modalidades de educação (Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação
Profissional e Técnica de Nível Médio, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação a
Distância, Educação Escolar Quilombola e Educação Bilíngue de Surdos), nas diferentes áreas do
conhecimento e com integração entre elas, podendo abranger mais de um campo específico e/ou
interdisciplinar.

§ 1º A formação inicial de profissionais de magistério de que trata o caput deve garantir a


compreensão ampla e contextualizada da educação escolar, visando assegurar a produção e difusão de
conhecimentos de determinada área e a participação na elaboração e implementação da proposta
pedagógica das instituições de Educação Básica, com a finalidade de garantir os direitos e objetivos de

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aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes, a gestão democrática da escola e dos sistemas de


ensino e os processos de avaliação institucional orientados para a melhoria contínua da qualidade da
oferta educativa.

§ 2º Compreende-se o exercício da docência como ação educativa, a partir da condução de


processos pedagógicos intencionais e metódicos, os quais baseiam-se em conhecimentos e conceitos
próprios da docência e das especificidades das diferentes áreas do conhecimento, incluindo o domínio e
manejo de conteúdos e metodologias, diferentes linguagens, tecnologias, evidências científicas e
inovações.

§ 3º A formação inicial de profissionais do magistério da Educação Básica deverá considerar a


integralidade do sujeito em formação e do próprio fenômeno educativo, articulando as dimensões
científica, estética, técnica e ético-política inerentes aos processos pedagógicos.

§ 4º A formação inicial de profissionais do magistério da Educação Básica deverá ser organizada


de forma a assegurar a socialização profissional inicial, mediante a construção e apropriação dos
conhecimentos necessários ao exercício da docência e a capacidade de participar de modo ativo e crítico
nos processos de inovação educacional concernentes à profissão docente.

Art. 3º Para os fins desta Resolução, considera-se:

I - educação: processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência


humana, no trabalho, nas instituições de ensino, pesquisa e extensão, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas relações criativas entre natureza e cultura, nos termos do art. 205 da
Constituição;

II - educação escolar básica: a que se efetiva, de modo sistemático e sustentável, nas


instituições de Educação Básica, em processos pedagógicos mediados pelos profissionais de magistério
em interação com estudantes, tanto nas áreas de conhecimento específico, quanto nas articulações entre
disciplinas e áreas de conhecimento, por meio de didática e de conhecimento pedagógico, nos diferentes
níveis, etapas e modalidades da Educação Básica, assim como nas políticas, na gestão, nos fundamentos e
nas teorias sociais e pedagógicas para a formação ampla e cidadã;

III - formação inicial dos profissionais do magistério da educação escolar básica: processo
dinâmico e complexo, que possui articulação intrínseca e indissociável à valorização de profissionais de
educação, às políticas de formação continuada e de gestão das carreiras do magistério, e condição
necessária para a garantia da melhoria permanente da qualidade social da educação, devendo ser
planejada e realizada por IES devidamente credenciadas em articulação permanente com os sistemas de
ensino dos entes federativos; e

IV - profissionais do magistério da educação escolar básica: aqueles que exercem atividades de


docência e demais atividades pedagógicas, incluindo a gestão educacional dos sistemas de ensino e das
unidades escolares de Educação Básica, em todas as suas etapas e modalidades, e que possuem a
formação mínima exigida pela legislação.

CAPÍTULO II

FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR BÁSICA:

DOS FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS

Art. 4º A formação dos profissionais do magistério da educação escolar básica, de modo a


atender as especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas
e modalidades da Educação Básica, tem os seguintes fundamentos:

I - o reconhecimento da importância do domínio dos conhecimentos da Educação Básica que


serão objetos de ensino nos diferentes componentes curriculares e áreas do conhecimento, considerando
as etapas e modalidades nas quais o futuro profissional do magistério atuará;

II - a presença de sólida formação que propicie o conhecimento dos fundamentos


epistemológicos, técnicos e ético-políticos das ciências da educação e da aprendizagem e que permita ao
futuro profissional do magistério o desenvolvimento das capacidades de análise e reflexão sobre as
práticas educativas e sobre a progressão e os processos de aprendizagem e o aprimoramento constante
de suas competências de trabalho;

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III - a associação entre teorias e práticas pedagógicas, mediante o desenvolvimento de


atividades práticas, orientadas a partir das realidades educacionais em que o futuro profissional do
magistério atuará e vinculadas aos diferentes componentes curriculares do curso de licenciatura e ao
estágio curricular supervisionado; e

IV - a presença de conteúdos, atividades formativas e processos pedagógicos que permitam ao


futuro profissional do magistério a compreensão das múltiplas formas de desigualdade educacional que
se manifestam nas escolas, redes e sistemas de ensino, associadas às dinâmicas macroestruturais da
sociedade brasileira e a apropriação de conhecimentos profissionais necessários ao seu enfrentamento.

Parágrafo único. Na formação dos profissionais do magistério da educação escolar básica, a


presença dos conhecimentos produzidos pelas ciências para a educação é fundamental para a
compreensão dos processos de ensino e aprendizagem, devendo-se adotar as estratégias e os recursos
pedagógicos neles alicerçados, que favoreçam o aprendizado do conjunto do corpo discente e o
desenvolvimento dos saberes, eliminando as barreiras de acesso ao conhecimento.

Art. 5º São princípios da Formação de Profissionais do Magistério da Educação Escolar Básica:

I - a garantia da oferta de formação de profissionais do magistério para todas as etapas e


modalidades da Educação Básica como compromisso público de Estado, que assegure o direito das
crianças, jovens e adultos à educação de qualidade, construída em bases científicas, sociais e técnicas
sólidas e em consonância com as diretrizes dos documentos nacionais e marcos normativos de orientação
curricular específicos de cada etapa e de cada modalidade;

II - a colaboração constante entre os entes federativos, suas escolas e seus sistemas de ensino
e destes com as IES que formam professores na consecução dos objetivos da política nacional de
educação, sob articulação e coordenação do Ministério da Educação - MEC;

III - a garantia de parâmetros de qualidade dos programas e cursos destinados à formação dos
profissionais do magistério, orientados para assegurar o adequado desenvolvimento das capacidades
profissionais definidas no perfil do egresso e a socialização inicial na profissão, à luz dos fundamentos e
princípios definidos nesta Resolução;

IV - a articulação indissociável entre a teoria e a prática no processo de formação dos


profissionais do magistério, fundamentada no exercício crítico e contextualizado das capacidades
profissionais, a partir da mobilização de conhecimentos científicos, pedagógicos, estéticos e ético-políticos,
assegurados pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e pela inserção dos licenciandos
nas instituições de Educação Básica, espaço privilegiado da práxis docente;

V - o reconhecimento das instituições de Educação Básica como instituições formadoras


indispensáveis à formação do licenciando e de seus profissionais como agentes fundamentais no processo
de socialização profissional;

VI - o reconhecimento, por parte dos licenciandos, dos múltiplos contextos e formas de


exercício do magistério na Educação Básica;

VII - a existência de um projeto formativo nas IES estruturado a partir de bases teórico-
epistemológicas, estéticas, ético-políticas, metodológicas e técnico-pedagógicas com caráter
transformador, emancipador e humanizador e que reflita a especificidade e a multidimensionalidade da
formação dos profissionais do magistério da educação escolar básica, assegurando organicidade ao
trabalho das diferentes unidades que concorrem para essa formação;

VIII - a equidade no acesso e na permanência dos licenciandos nos programas e cursos de


formação inicial de profissionais do magistério, contribuindo para a redução das desigualdades sociais,
regionais, étnico-raciais, de gênero e de qualquer outra natureza;

IX - a compreensão de que profissionais do magistério da educação escolar básica são agentes


motivadores e impulsionadores de formação e transformação das identidades, sociabilidades e dos
repertórios culturais dos seus estudantes e o reconhecimento desta relevância nos PPC das licenciaturas,
prevendo estratégias de ampliação, e diversificação do acesso dos licenciandos às informações, vivências
e experiências culturais diversificadas;

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X - o compromisso de que a formação dos profissionais do magistério busque contribuir para a


consolidação de uma nação soberana, democrática, justa, laica, inclusiva e que promova a emancipação
dos indivíduos e grupos sociais, atenta ao reconhecimento e à valorização da diversidade e, portanto,
contrária a toda forma de discriminação;

XI - educação para a construção de um mundo sustentável, abordando questões que ameaçam


o futuro, tais como, a pobreza, o consumo predatório, a deterioração urbana, o conflito e a violação dos
direitos humanos, sempre respeitando a pluralidade e a diversidade cultural; e

XII - a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte, o


saber e o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.

CAPÍTULO III

BASE COMUM NACIONAL E PERFIL DO EGRESSO DA FORMAÇÃO INICIAL

Art. 6º A formação inicial de profissionais do magistério da educação escolar básica deve


assegurar uma base comum nacional, pautada pela:

I - pela concepção de educação como processo emancipatório e permanente;

II - pelo reconhecimento da especificidade do trabalho docente, organizado a partir da práxis


como expressão da articulação entre teoria e prática; e

III - pela necessidade de assegurar a socialização profissional inicial dos licenciandos,


considerando às múltiplas realidades e contextos sociais em que estão inseridas as instituições de
Educação Básica, suas diversificadas formas de organização e as caracterísicas, necessidades e
singularidades dos estudantes.

Art. 7º As IES responsáveis pela oferta de cursos e programas de formação inicial em nível
superior de profissionais do magistério da educação escolar básica devem assegurar a integração da base
comum nacional ao seu PPC, articulado com PPI e com o PDI, de modo a garantir:

I - a coerência curricular, dando significado e relevância aos conhecimentos e vivência da


realidade social e cultural, consoantes às exigências da Educação Básica e da Educação Superior para o
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho;

II - a construção do conhecimento sobre o ensino, a aprendizagem, a avaliação e o conteúdo


específico de sua formação, valorizando a pesquisa e a extensão como princípios pedagógicos essenciais
ao exercício e aprimoramento dos profissionais do magistério e ao aperfeiçoamento da prática educativa;

III - o acesso às fontes nacionais e internacionais de pesquisa e aos materiais pedagógicos


apropriados ao desenvolvimento do currículo, ao tempo de estudo e produção acadêmico-profissional;

IV - processos formativos que visem contribuir para o exercício e o desenvolvimento dos


profissionais para o magistério, a partir de uma visão ampla e sistêmica do ensino, da aprendizagem e da
avaliação que possibilitem, nos licenciandos, o desenvolvimento de condições para:

a) o exercício do pensamento crítico, a resolução de problemas, o desenvolvimento da


comunicação efetiva, o trabalho coletivo e interdisciplinar, a criatividade, a inovação, a liderança e a
autonomia; e

b) o reconhecimento dos diferentes ritmos, tempos e espaços do futuro estudante da educação


escolar básica, considerando as dimensões psicossociais, histórico-culturais, afetivas, relacionais e
interativas que permeiam a ação pedagógica.

V - cursos e programas de formação dos profissionais do magistério da educação escolar básica


construídos em consonância com as mudanças educacionais e sociais, acompanhando as transformações
gnosiológicas e epistemológicas do conhecimento;

VI - o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação - TDIC, possibilitando o


desenvolvimento de competências digitais docente, para o aprimoramento da prática pedagógica, e a
ampliação da formação cultural dos professores e licenciandos;

VII - a incorporação de espaços virtuais de aprendizagem para aprimoramento das práticas de


ensino, permitindo dinamicidade e interatividade para exploração de métodos inovadores de ensino que
se adaptem às necessidades diversificadas dos alunos, desenvolvendo o pensamento crítico e a
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habilidade de navegar eficazmente no vasto universo da informação digital;

VIII - oportunidades para a reflexão crítica sobre as diferentes linguagens e seus processos de
construção, disseminação e uso, incorporando-os ao processo pedagógico, com a intenção de possibilitar
o desenvolvimento da criticidade e da criatividade;

IX - a consolidação da educação inclusiva, por meio do respeito às diferenças, reconhecimento


e valorização da diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, etária, entre outras;

X - a aprendizagem e o desenvolvimento de todos os licenciados durante o percurso


educacional por meio de oferta de currículo atualizado, fortemente compromissado com as práticas
pedagógicas de forma que favoreçam a formação e estimulem o aprimoramento pedagógico das
instituições;

XI - o uso de diferentes espaços de aprendizagem, como salas de aula, laboratórios, bibliotecas,


espaços digitais, espaços recreativos e desportivos, ateliês, museus, secretarias entre outros, necessários
ao pleno desenvolvimento das atividades escolares;

XII - o planejamento e execução de atividades integradas e coerentes nos espaços formativos,


instituições de Educação Básica e de Educação Superior, agregando outros ambientes culturais, científicos
e tecnológicos, físicos e virtuais que ampliem as oportunidades de construção de conhecimento,
desenvolvidas em níveis crescentes de complexidade em direção à autonomia do licenciando em
formação;

XIII - a conexão do currículo de formação com conteúdos que fundamentam e balizam as


diretrizes curriculares para a Educação Básica;

XIV - o desenvolvimento, a execução, o acompanhamento e a avaliação de projetos


educacionais, incluindo o uso de tecnologias educacionais e diferentes recursos e estratégias didático-
pedagógicas;

XV - o acompanhamento do desenvolvimento dos licenciandos por meio de estratégias


avaliativas com caráter formativo, que utilizem diferentes formas de registro da aprendizagem apropriadas
à avaliação dos saberes e práticas necessários ao desenvolvimento da docência, incluindo a consolidação
destes registros pelo uso de portfólios;

XVI - a realização de estágio curricular supervisionado, com a colaboração de professores


supervisores das instituições de Educação Básica, em cooperação com os docentes das IES;

XVII - o registro do desenvolvimento do licenciando no estágio curricular supervisionado em


documentação adequada, seja em portfólio ou recurso equivalente de acompanhamento, onde
observações sejam anotadas, bem como as reflexões críticas, os planejamentos didáticos, os relatos de
experiência, dentre outras evidências das aprendizagens do licenciando requeridas para a docência;

XVIII - o registro do desenvolvimento do licenciando nas atividades acadêmicas de extensão em


documentação adequada, que permita o acompanhamento do processo formativo, por meio de
observações críticas, relatos de experiência, dentre outras evidências das aprendizagens do licenciando; e

XIX - o estabelecimento e a formalização de parcerias entre as IES e as redes/sistemas de


ensino e instituições que ofertam a Educação Básica para assegurar o planejamento, a execução e a
avaliação conjunta das atividades práticas e do estágio curricular obrigatório previstos na formação do
licenciando, garantindo:

a) a presença dos licenciandos nas instituições de Educação Básica ao longo de sua formação
inicial, para a realização das atividades práticas e do estágio curricular obrigatório, acompanhada pelos
profissionais da IES e das escolas, redes/sistemas de ensino;

b) o reconhecimento das características próprias do contexto educacional em que se realizam


as atividades práticas e o estágio curricular obrigatório, bem como a articulação necessária entre essas
atividades e a proposta curricular das redes/sistemas de ensino e a proposta pedagógica da escola;

c) o apoio permanente das IES para a melhoria contínua do trabalho desenvolvido pelas
escolas, redes e sistemas de ensino que acolhem os licenciandos nas atividades práticas e de estágio
curricular obrigatório, em atividades de formação, desenvolvimento contínuo de materiais e metodologias
de ensino e aprimoramento dos processos de avaliação institucional e da aprendizagem, entre outros;
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d) a ampliação da competência leitora e escritora e o aperfeiçoamento do uso da Língua


Portuguesa e da comunicação oral e escrita, do raciocínio lógico-matemático, como elementos
fundamentais da formação docente e do exercício profissional do magistério;

e) a ampliação das aprendizagens de elementos básicos comunicativos da Língua Brasileira de


Sinais - Libras em contextos educativos;

f) a compreensão crítica de questões socioambientais, éticas, estéticas, políticas e relativas à


diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional e sociocultural e o
reconhecimento dos princípios de equidade como organizador do tratamento dessas questões nos
contextos de exercício profissional; e

g) a participação dos licenciandos nas atividades de estudo, reflexão e elaboração da proposta


pedagógica das instituições de Educação Básica, nas reuniões pedagógicas, nos momentos de
planejamento e reflexão sobre as práticas pedagógicas e nas atividades desenvolvidas nos órgãos e
colegiados de gestão democrática existentes na escola.

Art. 8º Os cursos de formação inicial de profissionais do magistério da educação escolar básica


para a Educação Escolar Indígena, a Educação Escolar do Campo e a Educação Escolar Quilombola serão
ministrados com base nas seguintes diretrizes:

I - a formação inicial de profissionais do magistério para a educação escolar básica da Educação


Escolar Indígena deverá considerar as normas e marcos curriculares e o ordenamento jurídico próprios,
com ensino intercultural e bilíngue, visando à valorização plena das culturas dos povos indígenas e à
afirmação e manutenção de sua diversidade étnica; e

II - A formação inicial de profissionais do magistério para a educação escolar básica da


Educação Escolar do Campo e da Educação Escolar Quilombola deverá considerar a diversidade étnico-
cultural de cada comunidade.

Art. 9º Nos cursos presenciais ou a distância destinados à formação inicial dos profissionais do
magistério da Educação Básica, as IES deverão garantir o atendimento aos critérios e orientações
expressos na legislação e nas regulamentações em vigor:

I - no planejamento, oferta, desenvolvimento e avaliação das atividades, cursos e programas;

II - na estruturação das matrizes curriculares e da progressão dos conhecimentos específicos de


cada campo disciplinar, dos conhecimentos de natureza interdisciplinar, dos conhecimentos pedagógicos
e dos fundamentos epistemológicos que subsidiam a compreensão mais ampla dos fenômenos
educativos; e

III - na estruturação e articulação dos saberes específicos concernentes à didática e às práticas


de ensino, às vivências pedagógicas e às vivências culturais.

Art. 10. Ao final do curso de formação inicial em nível superior o egresso deverá estar apto a:

I - demonstrar conhecimento e compreensão da organização epistemológica dos conceitos, das


ideias-chave, da estrutura da(s) área(s) e componentes curriculares para os quais está sendo habilitado
para o exercício da docência;

II - compreender criticamente os marcos normativos que fundamentam a organização curricular


de cada uma das etapas e modalidades da Educação Básica e, em particular, das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Básica e da Base Nacional Comum Curricular;

III - atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime,
igualitária e de relações democráticas na escola;

IV - reconhecer os contextos sociais, culturais, econômicos e políticos das escolas em que atua
e, também os contextos de vidas dos estudantes, propiciando assim, aprendizagens efetivas;

V - identificar questões e problemas socioculturais e educacionais, com postura investigativa,


integrativa e propositiva em face de realidades complexas, a fim de contribuir, por meio do acesso ao
conhecimento, para a superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas,
políticas, de gênero, sexuais e outras;

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VI - compreender como as ideias filosóficas e as realidades e contextos históricos influenciam a


organização dos sistemas de ensino, das instituições de Educação Básica e das práticas educacionais;

VII - demonstrar conhecimento sobre o uso da linguagem e do pensamento lógico-matemático


no desenvolvimento do conteúdo específico de ensino;

VIII - demonstrar conhecimento sobre diferentes formas de apresentar os conteúdos dos


componentes e das áreas curriculares para os quais está habilitado à docência, utilizando esse
conhecimento para selecionar recursos de ensino adequados que contemplem o acesso ao conhecimento
para um grupo diverso de estudantes;

IX - aplicar estratégias de ensino e atividades didáticas diferenciadas que promovam a


aprendizagem dos estudantes, incluindo aqueles que compõem a população atendida pela Educação
Especial na perspectiva da educação inclusiva, e levando em conta seus diversos contextos culturais,
socioeconômicos e linguísticos;

X - estruturar ações pedagógicas e ambientes educativos que promovam a aprendizagem dos


estudantes a respeito:

a) das relações étnico-raciais estabelecidas na sociedade brasileira no presente e no passado e


que garantam a apropriação dos conhecimentos relativos à história e cultura africana, afrobrasileira e dos
povos originários do Brasil, bem como de valores e atitudes orientados à desconstruir e combater todas as
expressões do racismo, com a devida valorização da diversidade cultural e étnico-racial brasileiras; e

b) das múltiplas formas de participação e atuação das mulheres na sociedade brasileira, no


passado e no presente, bem como de conhecimentos, valores e atitudes orientados à prevenção e
combate a todas as formas de violência contra a mulher.

XI - construir ambientes de aprendizagens que incentivem os estudantes a solucionar


problemas, tomar decisões, aprender durante toda a vida e colaborar para uma sociedade em constante
mudança;

XII - planejar e organizar suas aulas de modo que se otimize a relação entre tempo, espaço e
objetos do conhecimento, considerando as características dos estudantes e os contextos de atuação dos
profissionais do magistério da educação escolar básica;

XIII - recontextualizar a linguagem dos meios de comunicação à educação, nos processos


didático-pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias digitais de informação e comunicação para
o desenvolvimento da aprendizagem;

XIV - conhecer e utilizar os diferentes tipos de avaliação educacional, bem como os limites e
potencialidades de cada instrumento para dar devolutivas que apoiem o estudante na construção de sua
autonomia como aprendiz e replanejar suas práticas de ensino de modo a assegurar que as dificuldades
identificadas nas avaliações sejam superadas por meio de sua atuação profissional em suas aulas;

XV - reconhecer e utilizar em sua prática as evidências científicas advindas de diferentes áreas


de conhecimento, atualizadas e aplicáveis aos ambientes de ensino onde atua profissionalmente, de forma
que possa favorecer os processos de ensino e aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes;

XVI - demonstrar conhecimento sobre o desenvolvimento físico, socioemocional e intelectual


dos estudantes das etapas da Educação Básica para as quais está habilitado a atuar, utilizando esses
saberes para:

a) construir compreensão quanto ao perfil dos estudantes com os quais atua; e

b) para selecionar estratégias de ensino adequadas e levantar hipóteses sobre como


determinadas características presentes em seu grupo de estudantes potencialmente podem afetar a
aprendizagem e assim, tomar decisões pedagógicas mais adequadas;

XVII - demonstrar conhecimento sobre os mecanismos pelos quais crianças, jovens e adultos
aprendem, utilizando esse conhecimento para:

a) planejar as ações de ensino; e

b) selecionar estratégias pedagógicas e recursos que sejam adequados à etapa da Educação


Básica a qual seus alunos pertencem;

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XVIII - manter comunicação e interação com as famílias para estabelecer parcerias e


colaboração com a instituição de Educação Básica, de modo que favoreça a aprendizagem dos estudantes
e o seu pleno desenvolvimento;

XIX - dominar conhecimentos relativos à gestão das escolas de Educação Básica, contribuindo
para a elaboração, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação da proposta pedagógica;
e

XX - demonstrar conhecimento e, sempre que possível, colaborar com o desenvolvimento de


pesquisas científicas no campo educacional de maneira a refletir sobre sua própria prática docente e
aplicar tal conhecimento em sua prática.

Parágrafo único. Os professores indígenas e aqueles que venham a atuar em escolas indígenas,
professores da Educação Escolar do Campo e da Educação Escolar Quilombola, dada a particularidade
das populações com que trabalham e da situação em que atuam, deverão, em complementação ao
disposto no caput:

I - promover diálogo entre a comunidade escolar em que atuam e os outros grupos sociais
sobre conhecimentos, valores, modos de vida, orientações filosóficas, políticas e religiosas próprias da
cultura local; e

II - atuar como agentes interculturais para a valorização e o estudo de temas específicos


relevantes.

CAPÍTULO IV

DA FORMAÇÃO INICIAL DO MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR BÁSICA EM NÍVEL SUPERIOR:


ESTRUTURA E CURRÍCULO

Art. 11. Os cursos de formação inicial para os profissionais do magistério para a educação escolar
básica, em nível superior, compreendem:

I - cursos de graduação de licenciatura;

II - cursos de formação pedagógica para bacharéis e tecnólogos; e

III - cursos de segunda licenciatura.

§ 1º A instituição formadora definirá no seu projeto institucional as formas de desenvolvimento


da formação inicial dos profissionais do magistério da educação escolar básica articuladas às políticas de
valorização desses profissionais e à base comum nacional de que trata o Capítulo III desta Resolução.

§ 2º A formação inicial para o magistério e para a gestão na Educação Básica implica a formação
em nível superior adequada aos conhecimentos atinentes à sua área de atuação e às etapas
correspondentes da Educação Básica.

§ 3º A formação inicial de profissionais do magistério da educação escolar básica será ofertada,


preferencialmente, de forma presencial.

§ 4º As etapas e modalidades da Educação Básica em que os licenciados das diversas áreas do


conhecimento poderão atuar são determinadas pelas respectivas diretrizes específicas, articuladas às
políticas de valorização desses profissionais, à base comum nacional de que trata o Capítulo III desta
Resolução e à base nacional comum para a Educação Básica de que trata o o art. 26 da Lei nº 9.394, de
1996.

Art. 12. A formação inicial destina-se àqueles que pretendem exercer o magistério da educação
escolar básica em suas etapas e modalidades de educação e em outras situações nas quais sejam
previstos conhecimentos pedagógicos, teóricos e práticos.

Parágrafo único. As atividades do magistério também compreendem a atuação e participação


na organização e gestão de sistemas de Educação Básica e suas instituições de ensino, englobando:

I - planejamento, desenvolvimento, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos, do


ensino, das dinâmicas pedagógicas e experiências educativas; e

II - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico das áreas para as quais recebeu


formação e as do campo educacional.

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Art. 13. Os cursos de formação inicial, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia


pedagógica das instituições, serão constituídos dos seguintes núcleos:

I - Núcleo I - Estudos de Formação Geral - EFG: composto pelos conhecimentos científicos,


educacionais e pedagógicos que fundamentam a compreensão do fenômeno educativo e da educação
escolar e formam a base comum para todas as licenciaturas, articulando:

a) princípios e fundamentos sociológicos, filosóficos, históricos e epistemológicos da educação;

b) princípios, valores e atitudes comprometidos com a justiça social, reconhecimento, respeito e


apreço à diversidade, promoção da participação, da equidade e da inclusão e gestão democrática;

c) observação, análise, planejamento, desenvolvimento e avaliação de processos educativos,


experiências pedagógicas e de situações de ensino e aprendizagem em instituições de Educação Básica;

d) conhecimento multidimensional e interdisciplinar sobre o ser humano e práticas educativas,


incluindo conhecimento de processos de desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos,
nas dimensões física, cognitiva, afetiva, estética, cultural, lúdica, artística, ética e biopsicossocial;

e) diagnóstico e análise das necessidades e aspirações dos diferentes segmentos da sociedade,


relativas à educação, sendo capaz de identificar diferentes forças e interesses, de captar contradições e de
considerá-los nos planos pedagógicos, no ensino e, consequentemente, nos processos de aprendizagem;

f) pesquisa e estudo da legislação educacional, dos processos de organização e gestão do


trabalho dos profissionais do magistério da educação escolar básica, das políticas de financiamento, da
avaliação e do currículo;

g) pesquisa e estudo das relações entre educação e trabalho, educação e diversidade,


educação e comunicação, direitos humanos, cidadania, educação ambiental, entre outras problemáticas
centrais da sociedade contemporânea;

h) estudos de aspectos éticos, didáticos e comportamentais no contexto do exercício


profissional, articulando o saber acadêmico, a pesquisa, a extensão e a prática educativa; e

i) conhecimento sobre diferentes estratégias de planejamento e avaliação das aprendizagens,


centradas no desenvolvimento pleno dos estudantes da Educação Básica.

II - Núcleo II - Aprendizagem e Aprofundamento dos Conteúdos Específicos das áreas de


atuação profissional - ACCE: composto pelos conteúdos específicos das áreas, componentes, unidades
temáticas e objetos de conhecimento definidos em documento nacional de orientação curricular para a
Educação Básica e pelos conhecimentos necessários ao domínio pedagógico desses conteúdos.

III - Núcleo III - Atividades Acadêmicas de Extensão - AAE, realizadas na forma de práticas
vinculadas aos componentes curriculares: envolvem a execução de ações de extensão nas instituições de
Educação Básica, com orientação, acompanhamento e avaliação de um professor formador da IES.

IV - Núcleo IV - Estágio Curricular Supervisionado - ECS: componente obrigatório da


organização curricular das licenciaturas, deve ser realizado em instituição de Educação Básica e tem como
objetivo atuar diretamente na formação do licenciando, sendo planejado para ser a ponte entre o currículo
acadêmico e o espaço de atuação profissional do futuro professor, o estágio deve oferecer inúmeras
oportunidades para que progressivamente o licenciando possa conectar os aspectos teóricos de sua
formação às suas aplicações práticas, inicialmente por meio da observação e progressivamente por meio
de sua atuação direta em sala de aula.

§ 1º O estágio curricular supervisionado não é uma atividade laboral, é um dos componentes da


formação do futuro profissional de magistério e, portanto, deve ser desenhado para assegurar que seja
uma experiência de aprendizagem e socialização inicial na profissão.

§ 2º O licenciando em situação de estágio curricular supervisionado não será o principal


responsável pela regência das aulas, e quando assumir essa função, deverá ser acompanhado do
professor regente e supervisionado pelo docente da IES.

§ 3º Os conteúdos de que trata o inciso II do caput serão definidos de acordo com a área da
licenciatura escolhida, priorizados conforme o PPC das IES, em sintonia com os sistemas de ensino, que
oportunizarão, entre outras possibilidades:

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I - compreensão dos fundamentos epistemológicos, conceituais e procedimentais da área de


conhecimento específico;

II - compreensão do Conhecimento Pedagógico do Conteúdo - CPC necessário para o


planejamento, realização e tematização de situações de ensino e aprendizagem, com a mobilização de
vivências práticas dos licenciados em atividades que os aproximem do exercício profissional docente;

III - conhecimento de diferentes referenciais teórico-metodológicos em sua área de formação


disciplinar, com particular ênfase no repertório sobre o CPC;

IV - vivências de articulação entre os conhecimentos específicos e práticas de ensino;

V - conhecimento das relações entre a área de formação e outros campos do conhecimento,


favorecendo a construção de um conhecimento interdisciplinar;

VI - conhecimentos sobre processos de aquisição da língua materna e sua relação com a


aprendizagem específica do campo de formação;

VII - investigações sobre processos educativos, organizacionais e de gestão na área


educacional; e

VIII - conhecimento, avaliação, criação e uso de textos, materiais didáticos, e outros


instrumentos de aprendizagem que contemplem a diversidade social e cultural da sociedade brasileira.

§ 4º Os atividades de que trata o inciso III do caput são direcionadas à implementação de


projetos integradores de práticas educativas, visando fomentar a integração e o diálogo entre os
licenciandos, que estão em formação, e os diversos participantes da comunidade escolar; essas iniciativas
devem dar prioridade a projetos que:

I - fomentem o protagonismo dos licenciandos, incentivando sua participação ativa em


interações com a instituição de Educação Básica;

II - promovam atividades que estimulem a interação entre os membros da comunidade


acadêmica, com o objetivo de compreender a complexidade da prática docente;

III - iniciem diálogos formativos acerca da docência, das realidades escolares e dos desafios
enfrentados pela educação;

IV - encorajem a interdisciplinaridade dentro do contexto escolar, através da criação de


materiais didáticos que possam ser adaptados às necessidades pedagógicas;

V - apoiem a integração entre a formação inicial e a formação continuada dos professores das
instituições de Educação Básica;

VI - estabeleçam interações com estudantes da Educação Básica e seus familiares,


promovendo uma relação mais próxima entre a instituição de Educação Básica e a comunidade; e

VII - analisem a instituição de Educação Básica em seu contexto territorial, incentivando a


realização de ações coordenadas entre a IES e a sociedade local.

§ 5º O estágio de que trata o inciso V do caput, para que cumpra seu objetivo, deverá:

I - ter suas horas distribuídas ao longo do programa de formação, iniciando desde o primeiro
semestre do curso;

II - considerar uma progressão cuidadosa das atividades desenvolvidas, iniciando com


atividades de observação acompanhadas de protocolos claros e, progressivamente, incorporando
atividades nas quais o licenciando assuma ações docentes;

III - estar claramente articulado às disciplinas que envolvem a prática de ensino e estabelecer
focos claros para cada um dos semestres letivos;

IV - contar com a supervisão de membro do corpo docente do curso de licenciatura, cuja área
de formação ou experiência profissional seja compatível com as atividades a serem desenvolvidas pelo
estagiário, que atuará em articulação com a instituição de Educação Básica no acompanhamento das
experiências de aprendizagem do licenciando;

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V - contar com o apoio e a mediação de profissionais de referência, integrantes dos quadros


docentes das escolas, redes e sistemas de ensino, com a tarefa de acolhimento, orientação e diálogo
formativo com os licenciandos nas atividades de estágio, a partir de programas e projetos estruturados nos
PPCs de seus cursos; e

VI - oferecer múltiplas oportunidades estruturadas para que o licenciando aprenda práticas


específicas relacionadas ao ensino e à condução dos processos educativos, por meio da observação,
discussão, e atuação direta, com múltiplas oportunidades de receber devolutivas sobre sua atuação.

Art. 14. Os cursos de formação inicial de profissionais do magistério para a educação escolar
básica em nível superior, em cursos de licenciatura, organizados em áreas especializadas, por componente
curricular ou por campo de conhecimento e/ou interdisciplinar, considerando-se a complexidade dos
estudos que os englobam, bem como a formação para o exercício integrado e indissociável da docência
na Educação Básica, estruturam-se por meio da garantia da base comum nacional e suas orientações
curriculares.

§ 1º Os cursos de que trata o caput terão, no mínimo, 3.200 (três mil e duzentas) horas de efetivo
trabalho acadêmico, em cursos com duração de, no mínimo, 4 (quatro) anos, compreendendo:

I - 880 (oitocentas e oitenta) horas dedicadas às atividades de formação geral, de acordo com o
Núcleo I, de que trata o art. 13, inciso I, desta Resolução, conforme o PPC da instituição formadora;

II - 1.600 (mil e seiscentas) horas dedicadas ao estudo de aprofundamento de conhecimentos


específicos, na área de formação e atuação na educação, de acordo com o Núcleo II, de que trata o art. 13,
inciso II desta Resolução e conforme o PPC da instituição formadora;

III - 320 (trezentas e vinte) horas de atividades acadêmicas de extensão conforme Núcleo III, de
que trata o art. 13, inciso III desta Resolução, desenvolvidas nas instituições de Educação Básica, lugar
privilegiado para as atividades dos cursos de licenciatura; essa carga horária, vinculada aos componentes
curriculares desde o início do curso, deve estar discriminada no PPC da instituição formadora; e

IV - 400 (quatrocentas) horas dedicadas ao estágio curricular supervisionado, conforme Núcleo


IV de que trata o art. 13, inciso IV desta Resolução, distribuídas ao longo do curso, desde o seu início, na
área de formação e atuação na Educação Básica, realizadas em instituições de Educação Básica, segundo
o PPC da instituição formadora.

§ 2º Os cursos de formação inicial deverão garantir nos currículos conteúdos específicos da


respectiva área de conhecimento ou interdisciplinares, seus fundamentos e metodologias, bem como
conteúdos relacionados aos fundamentos da educação, formação na área de políticas pública e gestão da
educação, seus fundamentos e metodologias, direitos humanos, diversidades étnico-racial, de gênero,
sexual, religiosa, de faixa geracional, Libras e Educação Especial.

§ 3º Deverá ser garantida, ao longo do processo, efetiva e concomitante relação entre teoria e
prática, ambas fornecendo elementos básicos para o desenvolvimento dos conhecimentos e habilidades
necessários à docência.

§ 4º Os critérios de organização da matriz curricular, bem como a alocação de tempos e


espaços curriculares, se expressam em Núcleos em torno dos quais se articulam dimensões a serem
contempladas, nos termos do art. 13 desta Resolução.

§ 5º O estágio curricular supervisionado deve ser realizado, integralmente, de forma presencial


tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos ofertados na modalidade a distância.

§ 6º As 320 (trezentas e vinte) horas destinadas às atividades de extensão devem ser realizadas,
integralmente, de forma presencial tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos ofertados na
modalidade a distância.

§ 7º Nos cursos de licenciaturas ofertados na modalidade a distância, pelo menos, 880


(oitocentas e oitenta) horas da carga horária do Núcleo II de que trata o art. 13, inciso II, desta Resolução,
devem ser realizadas de forma presencial.

Art. 15. Os cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados (bacharéis e
tecnólogos), ofertados a portadores de diplomas de curso superior formados em cursos relacionados à
habilitação pretendida, com sólida base de conhecimentos na área estudada, devem ter carga horária total

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de 1.600 (mil e seiscentas) horas, com duração de, no mínimo, 2 (dois) anos.

§ 1º Os cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados não se destinam à


formação de pedagogos, mas à formação de professores para atuarem nas disciplinas que integram os
quatro anos finais do Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a Educação Profissional em nível médio.

§ 2º No prazo máximo de 5 (cinco) anos, o MEC, em articulação com os sistemas de ensino,


procederá à avaliação do desenvolvimento dos cursos de formação pedagógica para graduados não
licenciados, buscando seu aperfeiçoamento contínuo.

§ 3º A carga horária de 1.600 (mil e seiscentas) horas deve respeitar a seguinte distribuição:

I - 400 (quatrocentas) horas dedicadas às atividades de formação geral, de acordo com o


Núcleo I, de que trata o art. 13, inciso I desta Resolução, conforme o PPC da instituição formadora;

II - 740 (setecentas e quarenta) horas dedicadas ao estudo de aprofundamento de


conhecimentos específicos, na área de formação e atuação na educação, de acordo com o Núcleo II de
que trata o art. 13, inciso II, desta Resolução e conforme o PPC da instituição formadora;

III - 160 (cento e sessenta) horas de atividades acadêmicas de extensão conforme Núcleo III de
que trata o art. 13, inciso III, desta Resolução, desenvolvidas nas instituições de Educação Básica, lugar
privilegiado para as atividades dos cursos de licenciatura; essa carga horária, vinculada aos componentes
curriculares desde o início do curso, deve estar discriminada no PPC da instituição formadora; e

IV - 300 (trezentas) horas dedicadas ao estágio curricular supervisionado, conforme Núcleo IV


de que trata o art. 13, inciso IV, desta Resolução, distribuídas ao longo do curso, desde o seu início, na área
de formação e atuação na Educação Básica, realizadas em instituições de Educação Básica, segundo o
PPC da instituição formadora.

§ 4º O estágio curricular supervisionado deve ser realizado integralmente, de forma presencial,


tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos ofertados na modalidade a distância.

§ 5º As 160 (cento e sessenta) horas de atividades acadêmicas de extensão devem ser


realizadas, integralmente, de forma presencial tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos ofertados
na modalidade a distância.

§ 6º Nos cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados ofertados na


modalidade a distância, pelo menos 340 (trezentas e quarenta) horas da carga horária do Núcleo II de que
trata o art. 13, inciso II, desta Resolução, devem ser realizadas de forma presencial.

§ 7º Cabe à IES ofertante do curso verificar, antes do aceite da matrícula, a compatibilidade


entre a formação do candidato e a habilitação pretendida e para isso as IES deverão no ato da matrícula,
descrever os critérios e requisitos curriculares que utilizaram para a aceitação à habilitação pretendida,
encartando-os em documento próprio.

§ 8º A oferta dos cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados poderá ser
realizada por IES, preferencialmente universidades, que ofertem curso de licenciatura na habilitação
pretendida reconhecido pelo MEC e com CPC de pelo menos 4 (quatro), sendo dispensada a emissão de
novos atos autorizativos.

§ 9º Os cursos de formação pedagógica para graduados deverão ser avaliados quando dos
processos de avaliação do curso de licenciatura mencionado no parágrafo anterior.

§ 10. Os cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados são equivalentes a
cursos de licenciatura na área cursada e a comprovação dos estudos realizados pelos seus egressos se
dará por meio de diploma que deverá observar o disposto na legislação pertinente.

§ 11. Os egressos dos cursos de formação pedagógica deverão participar do Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes - Enade.

Art. 16. Os cursos de segunda licenciatura terão carga horária mínima variável de 1.200 (mil e
duzentas) horas a 1.800 (mil e oitocentas) horas, dependendo da equivalência entre a formação original e a
nova licenciatura.

§ 1º A definição da carga horária deve respeitar a seguinte distribuição:

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I - quando o curso de segunda licenciatura pertencer à mesma área do curso de origem, a carga
horária deverá ter, no mínimo, 1.200 (mil e duzentas) horas, com duração de, no mínimo, 1 (um) ano e meio,
que devem ser assim distribuídas:

a) 880 (oitocentas e oitenta) horas dedicadas ao estudo de aprofundamento de conhecimentos


específicos, na nova área de formação e atuação na educação, de acordo com o Núcleo II de que trata o
art. 13, inciso II, desta Resolução e conforme o PPC da instituição formadora;

b) 120 (cento e vinte) horas de atividades acadêmicas de extensão conforme Núcleo III de que
trata o art. 13, inciso III, desta Resolução, desenvolvidas nas instituições de Educação Básica, lugar
privilegiado para as atividades dos cursos de licenciatura; essa carga horária, vinculada aos componentes
curriculares desde o início do curso, deve estar discriminada no PPC da instituição formadora; e

c) 200 (duzentas) horas dedicadas ao estágio supervisionado conforme Núcleo IV de que trata o
art. 13, inciso IV, desta Resolução, distribuídas ao longo do curso, desde o seu início, na área de formação e
atuação na Educação Básica, realizadas em instituições de Educação Básica, segundo o PPC da instituição
formadora.

II - quando o curso de segunda licenciatura pertencer a uma área diferente do curso de origem,
a carga horária deverá ter, no mínimo, 1.800 (mil e oitocentas) horas, com duração de, no mínimo, 2 (dois)
anos e meio, que devem ser assim distribuídas:

a) 1.420 (mil, quatrocentas e vinte) horas dedicadas ao estudo de aprofundamento de


conhecimentos específicos, na nova área de formação e atuação na educação, de acordo com o Núcleo II
definido no inciso II do artigo 13 desta Resolução e conforme o PPC da instituição formadora;

b) 180 (cento e oitenta) horas de atividades acadêmicas de extensão, conforme Núcleo III de
que trata o art. 13, inciso III, desta Resolução, desenvolvidas nas instituições de Educação Básica, lugar
privilegiado para as atividades dos cursos de licenciatura que deverá estar vinculada aos componentes
curriculares desde o início do curso e estar discriminada no PPC da instituição formadora; e

c) 200 (duzentas) horas dedicadas ao estágio curricular supervisionado, conforme Núcleo IV de


que trata o art. 13, inciso IV, desta Resolução, distribuídas ao longo do curso, desde o seu início, na área de
formação e atuação na Educação Básica, realizadas em instituições de Educação Básica, segundo o PPC
da instituição formadora.

§ 2º Caso o licenciado comprove exercício no magistério, seja em período anterior ao curso de


segunda licenciatura, seja de forma concomitante à realização do curso de segunda licenciatura, pode ter
redução de 100 (cem) horas no estágio curricular supervisionado.

§ 3º O estágio curricular supervisionado deve ser integralmente realizado de forma presencial,


tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos ofertados na modalidade a distância.

§ 4º Nos cursos de segunda licenciatura - pertencentes à mesma área do curso de origem - as


120 (cento e vinte) horas de atividades acadêmicas de extensão devem ser integralmente realizadas de
forma presencial, tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos ofertados na modalidade a distância.

§ 5º Nos cursos de segunda licenciatura - pertencentes à área diferente do curso de origem - as


180 (cento e oitenta) horas de atividades acadêmicas de extensão devem ser integralmente realizadas de
forma presencial, tanto nos cursos presenciais quanto nos cursos ofertados na modalidade a distância.

§ 6º Nos cursos de segunda licenciatura - pertencentes à mesma área do curso de origem -


pelo menos, 280 (duzentas e oitenta) horas da carga horária do Núcleo II, de que trata o art. 13, inciso II,
desta Resolução, devem ser realizadas de forma presencial tanto nos cursos presenciais quanto nos
cursos ofertados na modalidade a distância.

§ 7º Nos cursos de segunda licenciatura - pertencentes à área diferente do curso de origem -


pelo menos 520 (quinhentas e vinte horas) da carga horária do Núcleo II, de que trata o art. 13, inciso II,
desta Resolução, devem ser realizadas de forma presencial tanto nos cursos presenciais quanto nos
cursos ofertados na modalidade a distância.

§ 8º Os cursos descritos no caput poderão ser ofertados a portadores de diplomas de cursos de


graduação em licenciatura, independentemente da área de formação, com exceção da licenciatura em
Pedagogia.

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§ 9º Cabe à IES ofertante do curso verificar a compatibilidade entre a formação do candidato e a


habilitação pretendida, de acordo com as tabelas constantes do anexo desta Resolução.

§ 10. A oferta dos cursos de segunda licenciatura poderá ser realizada por IES que oferte curso
de licenciatura na habilitação pretendida, reconhecido pelo MEC, com CPC de pelo menos 4 (quatro),
sendo dispensada a emissão de novos atos autorizativos.

§ 11. A oferta de cursos de segunda licenciatura deverá ser considerada quando dos processos
de avaliação do curso de licenciatura mencionado no parágrafo anterior.

§ 12. Os cursos de segunda licenciatura para professores em exercício na Educação Básica


pública, coordenados pelo MEC em regime de colaboração com os sistemas de ensino e realizados por
instituições públicas e comunitárias de Educação Superior, obedecerão às diretrizes estabelecidas na
presente Resolução.

§ 13. Os egressos dos cursos de segunda licenciatura deverão participar do Enade.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 17. Os cursos de formação de professores que se encontram em funcionamento deverão se


adaptar aos termos desta Resolução no prazo de 2 (dois) anos, a contar da data de sua publicação.

Parágrafo único. Os pedidos de autorização para funcionamento de curso em andamento serão


restituídos aos proponentes para que sejam feitas as adequações necessárias, nos termos de ato da
Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC.

Art.18. Os processos de avaliação dos cursos de licenciatura serão realizados pelo órgão próprio
do sistema e acompanhados por comissões próprias de cada área.

Art. 19. Ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep compete
elaborar um instrumento de avaliação in loco dos cursos de formação de professores, que considere o
disposto nesta Resolução.

Art. 20. Ao Inep compete elaborar o novo formato avaliativo do Enade para os cursos de
formação de professores, em consonância ao que dispõe esta Resolução.

Art. 21. Os cursos de formação inicial de professores para a Educação Básica em nível superior,
em cursos de licenciatura, organizados em áreas interdisciplinares, serão objeto de regulamentação
suplementar.

Art. 22. Os licenciandos matriculados nas licenciaturas até a data da homologação desta
Resolução terão o direito assegurado de concluir seu curso sob a orientação curricular pela qual o
iniciaram.

Art. 23. Ficam revogadas:

I - a Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015;

II - a Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019; e

III - a Resolução CNE/CP nº 1, de 27 de outubro de 2020.

Art. 24. Esta Resolução entra em vigor na data de 1º de julho de 2024.

LUIZ ROBERTO LIZA CURI


ANEXO I

QUADROS DE ORGANIZAÇÃO DE ÁREAS EQUIVALENTES ENTRE A FORMAÇÃO ORIGINAL E A


SEGUNDA LICENCIATURA:

ÁREAS CURSOS
Ciências Humanas História
Geografia
Sociologia
Antropologia

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Filosofia
Ciência da Religião
Outras formações análogas

ÁREAS CURSOS
Linguagens Língua Portuguesa
Língua Estrangeira Moderna
Artes
Outras formações análogas

ÁREAS CURSOS
Ciências da Natureza Biologia
Ciências
Educação Física
Outras formações análogas

ÁREAS CURSOS
Ciências Exatas Matemática
Física
Química
Outras formações análogas

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.

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