Comunicacao e Sinalizacao Celular

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1.

INTRODUÇÃO

A sinalização faz parte de um complexo sistema de comunicação que

governa e coordena as atividades e funções celulares. As células


modulam sua

atividade para se adaptar a mudanças de condições do meio. A


habilidade que

as células possuem em perceber e corretamente responder ao seu


ambiente

envolvente forma a base do desenvolvimento da reparação de tecidos,


da

imunidade e de outras funções de homeostasia em tecidos. Erros


existentes no

processamento de informação celular são responsáveis por doenças


como a

autoimunidade e diabetes.

Alguns tipos de comunicação célula a célula requerem que estas

estejam em contacto direto. Algumas células formam junções


comunicantes

que fazem a conexão entre os seus citoplasmas. No músculo cardíaco,


estas

junções permitem a propagação do potencial de ação até outras regiões


do

coração, fazendo com que o órgão se contraia coordenadamente.

Os animais possuem um conjunto de genes que codificam proteínas


sinalizadoras que interagem especificamente com os receptores que
estimulam

uma resposta em células que possuam estes receptores na sua


superfície. As

moléculas que ativam, ou em alguns casos inibem, os receptores podem


ser

classificados como hormônios, neurotransmissores, citoquinas ou fatores


de

crescimento, mas todas elas são chamadas de ligados de receptores.

O estímulo é frequentemente um ligante químico que se liga um

receptor e o ativa. Um receptor ativo transduz o estímulo em um sinal


químico

dentro da célula (mudança de concentração ou de atividade de uma


molécula

mensageira). A transdução converte um tipo de sinal (estímulo) em outro


sinal

(mensageiro).

COMUNICACAO E SINALIZACAO CELULAR


“Do simples para o complexo, moléculas organizadas formam as células,
que unidas formam os tecidos, que unidos formam os órgãos, os quais
unidos formam os sistemas orgânicos que criam e mantém a vida.”
“A vida de todos os organismos pluricelulares baseia-se na comunicação e
nas interações entre as células que os
compõem”
Assim pensando, a vida depende basicamente do bom funcionamento de
suas células, tanto de forma individual como de forma coletiva. De forma
individual as células devem ter aparatos que permitam garantir a
normalidade estrutural e bioquímica, e de forma coletiva deverão se
relacionar através de sistemas de comunicação e sinalização. Essa
comunicação poderá ocorrer por contato direto ou por intermédio de
moléculas de sinalização.
Comunicação por Contato direto:
Junções comunicantes => Permitem a passagem direta de moléculas
pequenas (<1500Da) entre as células tais como os eletrólitos e os 2º
mensageiros.

Moléculas de aderência => São glicoproteínas transmembrana que


pertencem a cinco grandes famílias:
1- Integrinas
2- Caderinas
3- Selectinas
4- Imunoglobulinas
5- Moléculas ricas em leucina
As moléculas de aderência celular desempenham papéis importantes
tanto durante o desenvolvimento embrionário quanto nos fenômenos de
reparação tecidual e combates a invasões tumorais na vida adulta.
Comunicação por Moléculas de sinalização: As moléculas de sinalização
de origem celular podem pertencer a várias famílias de substâncias
bioquímicas e atuarão como mensageiras entre duas células mais ou
menos distantes entre si.
Famílias das moléculas de sinalização
•Neurotransmissores
• Hormônios e neuro-hormônios
• Citocinas
• Imunoglobulinas
• Eicosanóides (derivados do ác. aracdônico)
• Gases (ON, CO)
Dentre os diferentes tipos de comunicação celular que envolvem
moléculas de sinalização destacam-se:
Comunicação endócrina – Torna possível a ligação de células distantes
através de sinais químicos. As moléculas sinalizadoras são os hormônios.
Atingem a célula alvo através da circulação sanguínea.

Comunicação parácrina – Comunicação entre células vizinhas que não


utiliza a circulação. Ex: células endoteliais-musculatura lisas vascular, onde
o óxido nítrico atua como modulador do tônus.
Comunicação neurócrina – Semelhantemente à parácrina, essa
comunicação ocorre entre células próximas. A diferença existe no tipo de
ligação, tendo em vista que a comunicação neurócrina somente liga uma
célula nervosa a outra, ou a uma célula muscular. O mecanismo básico é a
sinapse (neuro-neuronal ou neuro-muscular).
Comunicação autócrina – Ocorre quando o sinal age sobre a célula que o
emitiu. Muito utilizado com a intenção de amplificar sinais, como a
retroalimentação positiva. Pode também atuar na retroalimentação
negativa, inibindo sua própria síntese. Vale ressaltar, que há necessidade
de que a célula que produz a substância, também possua receptor para a
mesma.
Comunicação intrácrina – Forma especializada de comunicação autócrina.
Visa atuação dentro da própria célula, não chegando a haver
exteriorização do sinal. Faz-se necessário um receptor intracelular.
Comunicação justácrina – As moléculas sinalizadoras participantes
possuem baixo peso molecular, além das moléculas de aderência. A
proximidade no contato entre moléculas de aderência vizinhas na
superfície celular, possibilita a transmissão.
As trocas de informações entre as células condicionam e regulam o
funcionamento dos órgãos e determinam a homeostase de todo o
organismo. As informações são transmitidas de célula a célula sob a forma
de moléculas. De acordo com a natureza química das moléculas de
sinalização ocorrerão respostas celulares diferentes em diferentes locais.
As moléculas podem ser classificadas em:
Hidrossolúveis – São pequenas moléculas derivadas dos aminoácidos, as
catecolaminas, ou peptídeos, moléculas de grande peso. São os
neurotransmissores ou hormônios.
Lipossolúveis – Moléculas de pequeno tamanho, cuja capacidade de
difusão através da membrana celular as caracteriza. Podem ser derivadas
do colesterol (esteróides), derivadas de aminoácidos(tireóideos) ou
compostos gasosos (ON e CO).
Para que haja resposta a uma determina na molécula sinalizadora a célula
deverá ter a capacidade de reconhecer a substância. Este reconhecimento
é feito através dos receptores localizados na membrana celular, no citosol
ou no núcleo.
Os mecanismos de homeostase envolvem ação de diversos receptores
distribuídos nos vários compartimentos orgânicos.
Moléculas sinalizadoras e seus receptores
A - Moléculas de sinalização ativas nos receptores da membrana
1 - Hormônios peptídicos
- Hipotalâmicos (TRH, CRH, GH-RH, GnRH, etc)
- Adeno-hipofisários (GH, TSH, ACTH, prolactina, LH, FSH)
- Neuro-hipofisários (ADH, ocitocina)
- Tireóideos (Calcitonina)
- Paratormônio (PTH)
- Pancreáticos (Insulina e glucagon)
- Fatores endoteliais (endotelina)
2 - Citocinas
3 - Eicosanóides (prostaglandinas e tromboxanos)
4 - Neurotransmissores (norepinefrina, acetilcolina, serotonina, etc) e
neuropeptídeos
B - Moléculas de sinalização ativas nos receptores intracelulares
(citosólicos e/ou nucleares)
1 - Hormônios esteróides
- Glicocorticóides e mineralocorticóides
- Sexuais (testosterona, estrogênios, progesterona)
- Vitamina D
2 - Hormônios tireóideos (T3/T4)
3 - CO, ON

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