Apostila Aplicada À Nutrição de Não Ruminantes
Apostila Aplicada À Nutrição de Não Ruminantes
Apostila Aplicada À Nutrição de Não Ruminantes
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SUMÁRIO
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Figura 1.2: O tubo digestivo e suas principais estruturas. Anatomia do esôfago. Fonte:
SALADIN, 2023. p. 1250.
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Tabela 1.1: Capacidade (em volume) das diferentes partes do aparelho digestório das
principais espécies domésticas
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No processo de digestão, o alimento entra pela boca ou bico e é conduzido por todo
trato gastrointestinal sofrendo ação de enzimas e hormônios, até a formação das fezes,
conforme o resumo ilustrado na Figura 1.4.
Figura 1.4: Trajeto das grandes funções do sistema digestivo: motilidade, digestão, secreção,
absorção e excreção. Fonte: Slideplayer.com.br/sistemadigestivo.
Digestão na boca
• Principalmente mecânica, devido aos movimentos mastigatórios. Em algumas
espécies como aves (ausência de dentes) e cães (rápida deglutição) não têm importância. A
Į-amilase presente na saliva começa a digestão enzimática (ausentes no cavalo, cão e gato).
Esta enzima hidrolisa as ligações Į1-4 dos polissacarídeos (amido, glicogênio etc.).
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Digestão no estômago
• O estômago secreta o suco gástrico, constituído de água, sais inorgânicos, muco,
pepsinogênio, lipase, quimosina (renina) e ácido clorídrico a 0,1N. Inicialmente a presença do
alimento seria o estímulo para a secreção do suco gástrico. A concentração de HCl varia
conforme a dieta. Este último ativaria o pepsinogênio transformando-o na enzima proteolítica
pepsina, que ataca ligações peptídicas.
• A quimosina tem ação coaguladora do leite (importante em filhotes).
• A lipase estomacal, se comparada à pancreática, tem pouca importância na digestão
das gorduras.
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Figura 1.6: Estrutura do fígado e vesícula biliar de um suíno (face visceral). Fonte: KONIG
& LIEBICH, 2016. p. 336.
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Figura 1.7: Trato intestinal do suíno (representação esquemática). Fonte: KONIG &
LIEBICH, 2016. p. 356.
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Para concluir, a digestão descreve a quebra dos nutrientes obtidos da dieta. Tal quebra
pode ser física ou mecânica, desenvolvida por meio de processos como a mastigação ou a
motilidade ao longo do sistema gastrintestinal. Também pode ser classificada como
digestão química, quando a ação de secreções desenvolve efeito de redução de
partículas obtidas da dieta. Entende-se que partículas devidamente reduzidas após os
eventos mecânicos e químicos estão aptas a se deslocar do lúmen do sistema digestório
para o sangue por meio de mecanismos específicos de transporte. Esse processo é
conhecido como absorção (Figura 1.8).
Figura 1.8: Os quatro processos básicos do sistema digestório. Fonte: CINTRA, 2016.
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cárdia, com morte rápida do animal). A digestão no intestino delgado se faz de modo
semelhante a outros monogástricos, embora mais rápida. O cavalo não possui vesícula biliar,
mas a secreção biliar hepática é contínua. No intestino grosso o bolo alimentar permanece por
cerca de 24 horas, e os microrganismos presentes são semelhantes aos ruminantes. No cólon e
ceco ocorrem fermentações da fibra com produção de AGV que são absorvidos pela mucosa
intestinal. O principal sítio de fermentação seria o cólon. Na falta da fibra na dieta ocorre uma
alteração do trânsito intestinal, com permanência excessiva da digestão no cólon e ceco. Isto
acarretaria uma grande produção de gases e formação de aminas tóxicas, levando as cólicas.
Na Figura 1.9 observamos os órgãos que compreendem o aparelho digestivo de um equino.
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O TGI das aves difere em vários aspectos daqueles dos mamíferos monogástricos. Nas
aves, os lábios e bochechas estão substituídos pelo bico, e os dentes estão ausentes. O esôfago
diferencia-se em um saco piriforme - o inglúvio ou papo, cuja função é o de reservatório dos
alimentos ingeridos.
A moela ou ventrículo é um órgão muscular oco, cornificado, que através de
contrações, tritura e mistura os alimentos. A moela não secreta enzimas, mas o suco gástrico
continua agindo. A presença de pedriscos na moela, embora não essencial, pode ajudar na
trituração dos alimentos.
O intestino delgado tem todas as seções dos mamíferos com as mesmas funções.
Como nos mamíferos, a alça duodenal abraça o pâncreas e os ductos pancreáticos e biliar.
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Todas as enzimas das aves e sua atividade são similares à dos mamíferos, no entanto a lactase
encontra-se ausente. A Į-amilase salivar ocorre na maioria das espécies e continua agindo no
inglúvio. As aves possuem dois cecos, ao contrário dos mamíferos que possuem somente um.
Estes funcionam como órgãos de absorção de água, não sendo essenciais as aves, desde que
sua remoção cirúrgica não a afete. O trânsito da digesta é muito rápido e a fermentação
microbiana no IG das aves tem pouca importância.
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Figura 1.14: Anatomia do TGI do suíno. Fonte: Aula de anatomia digestiva de suínos.
Figura 1.15: Aparelho digestivo da tilápia. Fonte: Adaptação de OKHUTE & BHOMELA,
2020.
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As figuras 1.16 apresenta o esquema do trato digestivo do cão, enquanto que a figura
1.17 apresenta sucintamente a anatomia do sistema digestivo do gato.
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Capítulo 2
DA SILVA & FONTAIN (2023, p. 3-5) estima que diariamente o efetivo de aves no
Brasil consome cerca de 153,8 milhões de L/dia, representando 2,45% dos gastos de água da
produção pecuária; o efetivo suíno consome cerca de 375,2 milhões de L/dia o que representa
5,9%; e o rebanho equino consome cerca de 85,5 milhões de L/dia o que representa 1,3%.
Ainda segundo os autores, diariamente com o efetivo pecuário do país (aves, suínos, equinos,
bubalinos, bovinos, caprinos, ovinos etc.) gasta-se cerca de 6,4 bilhões de litros, enfatizando a
essência da existência de uma fonte de água limpa e fresca disponível à vontade para os
animais.
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1°C sem que haja mudança de estado físico. Devido ao alto calor específico da água, os seres
vivos não sofrem variações bruscas de temperatura.
3. CALOR DE VAPORIZAÇÃO: É a quantidade de calor necessária para que uma
substância passe de estado líquido para o estado de vapor. Devido ao elevado calor de
vaporização da água, uma superfície se resfria quando perde água na forma de vapor.
4. CAPILARIDADE: Quando a extremidade de um tubo fino de paredes hidrófilas é
mergulhada na água, as moléculas dessa substância literalmente “sobem pelas paredes”
internas do tubo, graças a coesão e a adesão entre as moléculas de água.
䙜 Transporte de substâncias
䙜 Facilita reações químicas
䙜 Termorregulação
䙜 Lubrificante
䙜 Reações de hidrólise
䙜 Equilíbrio osmótico
䙜 Equilíbrio ácido base
TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS:
a) A presença de água permite a difusão nos seres mais primitivos.
b) Organismos mais evoluídos apresentam sistemas circulatórios (hemolinfa, sangue e
seiva vegetal).
c) A urina é uma maneira de eliminar toxinas.
d) As células apresentam-se em estado coloidal (rico em água) o que facilita o
transporte de substâncias.
TERMORREGULAÇÃO:
a) Seres vivos só podem existir em uma estreita faixa de temperatura.
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LUBRIFICANTE:
a) Nas articulações e entre os órgãos a água exerce um papel lubrificante para diminuir
o atrito entre essas regiões.
b) A lágrima diminui o atrito das pálpebras sobre o globo ocular.
c) A saliva facilita a deglutição dos alimentos.
SAIS MINERAIS
䙜 Encontram-se imobilizados em estruturas com função esquelética e de proteção.
a) Podem aparecer de diversas formas:
o Dissolvidos na água do corpo
o Formando cristais (como carbonato de cálcio no osso)
o Unido a moléculas orgânicas como o Ferro à hemoglobina.
b) Cálcio – forma o esqueleto, atua na contração dos músculos e na coagulação do
sangue.
c) Fósforo – Atua na transferência de energia, ligada a ácidos nucléicos.
d) Sódio – Ajuda no equilíbrio osmótico do corpo, funcionamento dos nervos e das
membranas celulares.
e) Cloro – Atua junto com o sódio e forma o ácido clorídrico do estômago.
f) Potássio – Mesmas funções do cálcio
g) Magnésio – Forma a clorofila, atua com várias reações enzimáticas.
h) Ferro – Participa da hemoglobina e da respiração celular, sua falta causa anemia
ferropriva.
i) Iodo – faz parte dos hormônios da tireóide, controlando a taxa de metabolismo.
j) Flúor – forma ossos e dentes;
k) Cobre – Participa da produção de hemoglobina, melanina e participa da respiração
celular.
Funções especiais
• Fluído cerebroespinhal: protege o sistema nervoso, amortecendo choques;
• Fluído sinovial: lubrificando as juntas;
• Fluído auricular: transportando os sons;
• Fluido intra-ocular: importante no processo da visão;
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Eliminação de água
• Excreção renal
• Excreção fecal
• Evaporação
• Respiração
• Sudorese
Ex.: Suínos com 75 kg perdem 1 kg de vapor de água/dia; e.marrãs com 182 kg
perdem 2,32 kg de vapor de água/dia.
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• 10 a 15 litros /dia
• Gestação; 20 litros /dia
• Lactação: 25 litros /dia
• O fornecimento deverá ser contínuo, na razão de duas vezes mais água que MS do
alimento. Normalmente, o consumo de água tende a diminuir com o fornecimento de
alimentos verdes. A falta de água leva a uma diminuição no consumo de alimentos e, em
casos graves, à impactação cecal
• Recomendação: 90 g/água PV0,75
• Coelhas em lactação podem chegar a 4,5 litros
• Calcular 200 a 300 ml por animal (como um todo). A temperatura deve ser
adequada, não podendo ser extremamente fria.
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Figura 2.3: Eventos renais e extra-renais para a secreção de Aldosterona para a regulação da
reabsorção de NaCl e secreção de K+.
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Capítulo 3
CARBOIDRATOS
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3. Carboidratos
- Amido animal:
a) Glicogênio
- Amido vegetal:
a) Amilose (locais limitados p/ ação amilase, + demorada digestão);
b) Amilopectina (amido + rapidamente hidrolisado; > IG).
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䚔 Açúcares:
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䚔 Não açúcares:
Figura 3.5: Classificação dos carboidratos pela presença nos alimentos. Fonte: SAKOMURA
et al., 2014. p. 51.
Os carboidratos ingeridos começam a ser umedecidos na boca pela saliva onde a água
embebe as partículas que facilita a digestão. No estômago ocorre a paralisação da digestão
devido ao pH ácido, sendo continuada no intestino delgado, pela ação de sacaridases
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específicas, com a produção final de monossacarídeos, que são absorvidos por transporte
ativo, com exceção da frutose que pode ser absorvida por difusão facilitada. Existem dúvidas
sobre a absorção e isomerização da manose ao nível da parede intestinal.
A absorção é dada por difusão e transporte ativo. A maior fração de todo carboidrato
absorvido por aves e suínos é metabolizado na forma de lipídios, que representa a reserva
energética animal.
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Figura 3.9: Enzimas da digestão do amido e dissacarídeos e seus produtos finais. Fonte:
SAKOMURA et al., 2014. p. 56.
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Figura 3.11: Esquema da absorção dos carboidratos pela borda em escova e enterócito do
intestino delgado. Fonte: SAKOMURA et al., 2014. p. 57.
Rotas metabólicas:
- Glicólise: é o processo de oxidação da glicose a piruvato e lactato, também chamada
de via glicolítica ou de Embden – Meyerhof Parnas. Esta rota representa a maneira mais
rápida de fornecimento de energia para o organismo.
- Glicogenólise: representa a quebra do glicogênio hepático, com liberação de
unidades de glicose, em resposta à necessidade de recuperação dos níveis séricos de glicose.
- Glicogênese: haverá glicogênese para recuperar os pequenos depósitos de glicogênio
no músculo e fígado, a partir da glicose 6-P, tendo a glicogênio sintetase como importante
enzima no processo.
- Gliconeogênese: é a formação de glicose ou mesmo glicogênio, a partir de
compostos que não são carboidratos.
- Ciclo das pentoses: é uma rota alternativa da via glicolítica, mais rápida e tem a
finalidade básica, de produzir NADPH + H+ para a biossíntese dos ácidos graxos, durante a
lipogênese.
- Ciclo de Krebs (CK): Este ciclo atua na rota final da oxidação dos carboidratos e
produzirá a maior quantidade de ligações de alta energia (ATP), via cadeia respiratória
acoplada.
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3.4 Fibra
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- A maioria dos autores dizem: 5 - 30% das necessidades energéticas de mantença são
cobertas pelos AGV’s.
- Nas Aves a contribuição dos AGV’s produzidos no ceco é de somente 2 - 3 % da
exigência energética.
Acético e butírico ĺ Acetil CoA ĺ CK ou síntese de gorduras
Propiônico ĺ precursor da glicose
Proporções ĺ Acético - 60 - 77%, Propiônico - 17 - 21% e Butírico - 5 - 17%.
Ainda que ocorram fermentações no papo e ceco das aves, a contribuição dos AGV´s
para as aves não é relevante. Os AGV’s produzidos no intestino grosso do suíno representam
uma contribuição útil para sua economia energética. Nos suínos, os AGV’s representam um
suprimento de 19 a 25% dos requisitos de mantença, enquanto a eficiência de utilização destes
ácidos produzidos pode chegar a 67%. A utilização do acetato chega a 75% da eficiência de
utilização da glicose; entretanto, a infusão intracecal de celulose (para aumentar a produção
de acetato) não aumenta o ganho de peso de leitões submetidos a dietas baixas em energia.
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- Moagem;
- Celulose;
- Lignificação.
Os níveis de fibra bruta que poderiam ser utilizados pelos suínos dependem de uma
série de fatores como: tipo e níveis de fibra na ração; níveis dos outros nutrientes na ração; e
idade e/ou peso dos animais.
Papel físico da fibra:
1) Ĺ volume;
2) volume e consumo de energia;
3) Ação laxativa.
• Efeitos positivos:
- Manutenção da microflora gastrointestinal normal;
- Efeito de tamponamento através de troca de cátions.
• Efeitos negativos:
- Redução da digestibilidade dos demais nutrientes, ligado a taxa de passagem do bolo
alimentar e de atuar como uma barreira ao ataque enzimático (dependente do tipo da fibra);
- Diluidor de energia
Características da fibra nos alimentos:
Fibra solúvel em água – polissacarídeos não-amídicos solúveis (ȕ-glucanos da cevada,
arabinoxilanos do centeio, e pectinas metiladas das frutas, galactomananas de leguminosas.
Fibra insolúvel em água – celulose, hemicelulose, substâncias pécticas e lignina.
Função dos alimentos fibrosos:
Ɣ Manutenção do trânsito intestinal;
Ɣ Movimentos peristálticos;
Ɣ Volume da massa fecal;
Ɣ Controle do consumo de ração;
Ɣ Controle de peso dos animais.
Equinos Ceco-cólon 34 - 40
Suínos Ceco-cólon 3 - 25
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Coelhos Ceco 16 - 18
Cães Ceco-cólon 10 - 30
Aves Cecos 20 - 30
Fonte: NUNES, 1998. p. 64.
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4. Lipídios
- São componentes estruturais das membranas das células e das organelas; atuam
como formas de armazenamento e transporte de combustível metabólico;
- Servem como uma película protetora sobre a superfície de muitos organismos;
- Servem como componentes da superfície celular incumbidos do reconhecimento de
células, da especificidade das espécies e da imunidade dos tecidos.
- Algumas substâncias classificadas entre os lipídios possuem intensa atividade
biológica; elas incluem algumas vitaminas e hormônios.
Gorduras são compostos mais reduzidos que açúcares e proteínas, ou seja, têm mais
hidrogênio (e menos oxigênio). É por isso que fornecem mais do dobro da energia (9 kcal por
grama) que açúcares (4 kcal/g) e proteínas (4 kcal/g). Por outro lado, por ser apolar, a gordura
pode ser estocada de forma anidra - o glicogênio hidrata-se numa base de 3 g de H2O para
cada 1 g de glicogênio. As gorduras fornecem, na prática, 9 (nove) vezes mais energia
metabólica que o mesmo peso de glicogênio hidratado, já que:
1 g glicogênio (peso seco) = 4 kcal
4 g glicogênio (hidratado) = 4 kcal
1 g gordura (peso seco) = 9 kcal
4 g gordura (anidra) = 36 kcal (9 vezes mais que 4 g de glicogênio hidratado)
Essa característica é tão importante que os animais possuem uma linhagem celular
específica - os adipócitos, organizados na forma de um panículo adiposo contido no tecido
celular subcutâneo - para armazenar os excedentes calóricos da dieta sob forma de gordura.
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Sintomas de deficiência:
Aves ĺ crescimento retardado, fígado gorduroso, Ļ tamanho do ovo, Ļ taxa de
postura, Ļ eclodibilidade dos ovos, Ĺ mortalidade embrionária.
Suínos ĺ perda de pêlo, dermatite escamoso, pêlo seco e quebradiço, Ļ produção de
bile, atrofia dos testículos, Ļ ou falta de espermatogênese.
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4.3 Digestão
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Tabela 4.2: Níveis de colesterol medidos na pele e nos músculos do peito e coxa de acordo
com os diferentes fontes de óleo
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Capítulo 5
ENERGIA
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5. Energia
5.1 Conceito
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estes níveis energéticos estarem compreendidos em torno da exigência dos coelhos em energia
(2500 kcal de ED/kg). Se estiver abaixo (2138 kcal de ED/kg) deste nível de 2500 kcal de
ED/kg, a quantidade de ED ingerida será muito baixa, onde o aumento no consumo alimentar
não chegará a manter constante a quantidade de ED ingerida.
Hipótese Termostática ĺ Quente - Ļ consumo.
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3) Calcule a energia bruta consumida (EB consumida), energia bruta excretada nas fezes
(EB excretada nas fezes), ED (Energia digestível) e EMA (Energia Metabolizável
Aparente) de uma ração para suínos em crescimento. Complete a tabela abaixo antes
de determinar a energia:
Dados na MS Valores
Ração
Consumo de ração (g) 4338
EB da ração (kcal/g) 4,135
EB consumida -
Fezes/Urina
Produção de fezes (g) 448
EB fezes (kcal/g) 3,758
EB excretada nas fezes (kcal) -
EB excretada na urina 96,6
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Valor energético
ED da ração (kcal/kg) -
EMA da ração (kcal/kg) -
Fórmulas:
ԳՋՖ՛՝ՕՑՌՉࡠԳՍՠՋ՚Ս՜ՉՌՉՎՍբՍ՛ ԳՋՖ՛ࡠԳՍՠՋՎՍբՍ՛ࡠԳՍՠՋ՝՚ՑՖ
ԳԲ ࡦ ԱՖ՛՝ՕՌՍ՚Չ
ԳԻԯ ࡦ ԱՖ՛՝ՕՌՍ՚Չ
Resultados:
Dados na MS Valores
Ração
Consumo de ração (g) 4338
EB da ração (kcal/g) 4,135
EB consumida 17.937,6
Fezes/Urina
Produção de fezes (g) 448
EB fezes (kcal/g) 3,758
EB excretada nas fezes (kcal) 1.683,6
EB excretada na urina 96,6
Valor energético
ED da ração (kcal/kg) 3.746,9
EMA da ração (kcal/kg) 3.724,6
4) Calcule a energia bruta consumida (EB consumida), energia bruta excretada nas fezes
(EB excretada nas fezes), ED (Energia digestível) e EMA (Energia Metabolizável
Aparente) de um determinado alimento para suínos em crescimento que substituiu a
dieta referência em 30%. Complete a tabela abaixo antes de determinar a energia.
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Fórmulas:
ԳՋՖ՛՝ՕՑՌՉࡠԳՍՠՋ՚Ս՜ՉՌՉՎՍբՍ՛ ԳՋՖ՛ࡠԳՍՠՋՎՍբՍ՛ࡠԳՍՠՋ՝՚ՑՖՉ
ԳԲ ࡦ ԱՖ՛՝ՕՌՍ՚Չ
ԳԻԯ ࡦ ԱՖ՛՝ՕՌՍ՚Չ
ԳԲՀՂࡠԳԲՀՀ ԳԻԯՀՂࡠԳԻԯՀՀ
ԳԲԯՔՑՕՍՖ՜ ࡦ ԳԲՀՀ ʍ՛՝Պ՛՜Ց՜՝Ց
ԳԻԯԯՔՑՕՍՖ՜ ࡦ ԳԻԯՀՀ ʍ՛՝Պ՛՜Ց՜՝Ց
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Valor energético
ED da ração (kcal/kg) 3.735,2 3.532,1
EMA da ração (kcal/kg) 3.713,3 3.499,8
ED do alimento (kcal/kg) 3.058,2
EMA do alimento (kcal/kg) 3.001,6
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Capítulo 6
PROTEÍNAS
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6. Proteínas
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Figura 6.1: Classificação de acordo com a essencialidade ou não dos aminoácidos. Fonte:
SAKOMURA et al., 2014. p. 98.
A essencialidade de alguns aminoácidos pode variar de acordo com a espécie e em
função da idade; no caso dos suínos e aves.
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Tabela 6.3: Escore químico (EQ) de uma dieta contendo 16% de proteína bruta a base de
milho / farelo de soja para suínos com 15 kg de peso vivo
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Exigência de Proteínas/Aminoácidos:
1. Idade do animal;
2. Nível de energia da ração;
3. Temperatura ambiente;
4. Sexo.
Tabela 6.6: Composição das dietas de acordo com os ingredientes utilizados e a análise
químico-bromatológica ou calculada (Experimento 1)
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sendo assim, a síntese proteica acontecerá até o nível daquele aminoácido presente em menor
quantidade, enquanto o excesso dos demais será desaminado e excretado.
As limitações por deficiência culminam quando um ou mais aminoácidos não são
fornecidos na dieta e limitam a síntese proteica. Aquele AA causador da interrupção da
síntese proteica é considerado o limitante. Uma vez suplementado via dieta, pode surgir um
segundo ou terceiro AA limitante.
Em certos casos, os AA podem ser convertidos e atender parte da necessidade de outro
AA. A metionina pode atender até 50% das necessidades de cistina, uma vez que se converte
em tal AA.
Figura 6.3: L-a-aminoácidos essenciais e não essenciais. Fonte: SAKOMURA et al., 2014.
p. 100.
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DL-metionina (98 - 99%), L-Lisina-HCl (99% de pureza e 78% eficiência), L-treonina (98%)
e L-triptofano (98%).
Os aminoácidos ocorrem na natureza numa configuração L. O organismo animal tem a
capacidade de transformar a forma D de alguns aminoácidos na forma L. Para que isto ocorra,
D-aminoácidos oxidases específicos deverão estar presentes no fígado para esta conversão.
Por não haver esta enzima, para os aminoácidos como lisina e treonina, as suas formas
dietéticas deverão ser na forma L.
䚉 DL-Metionia = 98 a 99% de pureza;
䚉 L-Lisina = 99% de pureza e 78% de eficiência;
䚉 L-Treonina = 98% de pureza;
䚉 L-Triptofano = 98% de pureza.
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A proteína da dieta começa a ser digerida no estômago pela ação do suco gástrico
(figura 6.4), no entanto, no intestino delgado encontra-se o principal sítio de digestão e
absorção dos aminoácidos e peptídeos. A fração de aminoácidos absorvidos pode seguir
vários destinos metabólicos. A principal utilização dos aminoácidos ocorre na síntese protéica
orgânica, no entanto em caso de deficiência energética, esses aminoácidos poderão ser
desaminados e o esqueleto de carbono entrar no metabolismo energético para produção de
ATP. E o grupamento amino, também em excesso, será eliminado via urina, na forma de uréia
ou ácido úrico (aves).
A hidrólise da proteína da dieta ocorre por enzimas proteolíticas, que são secretadas
inicialmente como precursores inativos (zimogênios), por exemplo, o pepsinogênio passa para
forma ativa a pepsina, no estômago, com a presença de um meio ácido (presença de HCl). O
ataque às ligações peptídicas é iniciado pela ação da pepsina, e continuado no intestino
delgado pela tripsina, quimotripsina e elastase (figura 6.5). As enzimas proteolíticas são
classificadas como endopeptidases (que atacam ligações peptídicas no interior da cadeia
peptídica), e em exopeptidases, que atacam as ligações terminais ou “externas”. As enzimas
endopeptidases são a pepsina, tripsina e quimotripsina; e as enzimas exopeptidases são a
carboxipeptidase e peptidases.
Figura 6.4: Esquema simplificado da digestão parcial das proteínas no estômago de animais
não ruminantes. Fonte: Adaptado pelo autor através de SAKOMURA et al., 2014.
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Figura 6.4: Esquema simplificado da digestão das proteínas no intestino delgado de animais
não ruminantes. Fonte: Adaptado pelo autor através de SAKOMURA et al., 2014.
Figura 6.5: Relação das enzimas proteolíticas e suas características na digestão de proteínas
em não ruminantes. Fonte: SAKOMURA et al., 2014. p. 103.
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passam para o IG onde haverá atuação das bactérias transformando o NNP em proteína
microbiana como também em aminoácidos através do processo de fermentação microbiana. A
diferença entre as espécies não ruminantes está na quantidade de proteína microbiana
formada.
A absorção dos produtos ocorre na forma de aminoácidos livres, peptídeos e de
oligopeptídeos (2 – 6 aminoácidos). Os peptídeos e oligopeptídeos são desdobrados por
peptidases (enzimas intracelulares), indo para o sangue somente aminoácidos livres, nos quais
cada aminoácido segue sua rota metabólica. A absorção ocorre por transporte ativo. Os
aminoácidos se movem ao lado da membrana da célula intestinal contra um gradiente de
concentração, exigindo suplemento de energia pelo metabolismo celular.
Os AA são absorvidos por transporte ativo secundário dependente da bomba Na/K,
cada molécula de Na que entra também entra 1 AA. Após sua absorção vai para a síntese de
proteína corporal, consequentemente o animal terá maior desenvolvimento e produção. Os
AA que sobram serão desaminados, processo que trata da separação do grupo amina do
esqueleto de C. O grupo amino vai para os rins sintetizar ureia (mamíferos) ou ácido úrico
(aves) do qual serão excretados na urina do animal, e o esqueleto de C vai para a formação de
algum metabólito do ciclo de Krebs produzindo, assim, energia.
A eficiência que ocorre na hidrólise determina o grau de absorção dos aminoácidos
individualmente, e contribui para o valor nutricional. O outro importante fator que contribui
com o valor nutricional é o balanço de aminoácidos essenciais absorvíveis. As proteínas
podem ser caracterizadas nutricionalmente em base da digestibilidade e absorção.
O animal tem capacidade limitada de estocagem de aminoácidos livres, somente por
poucas horas, para depois irem aos seus destinos:
1. São utilizados para síntese protéica;
2. Para a síntese de aminoácidos não-essenciais por transaminação;
3. Servem como precursores de compostos nitrogenados, como ácidos nucléicos,
creatina, colina e tiroxina;
4. São convertidos em gordura (corpos cetônicos);
5. São utilizados para síntese da glicose;
6. São desaminados, e o esqueleto de carbono é degradado a CO2 e H2O e energia, e o
radical nitrogenado é transformado em uréia ou ácido úrico.
Para ocorrer a síntese proteica (anabolismo) é necessário:
- Que os aminoácidos estejam presentes em quantidade e qualidade;
- Os aminoácidos devem ser ativados;
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- Deve estar presente o código genético (DNA e RNA) – é o que determina a posição
dos aminoácidos.
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a) Aves e Suínos
As proteínas são essenciais para as aves e suínos, sob o aspecto metabólico, pois estão
relacionadas aos processos vitais do organismo, tais como a formação de tecidos, de enzimas
e de hormônios. As proteínas provenientes das dietas constituem a maior fonte de
aminoácidos necessários para o metabolismo dos frangos de corte. As proteínas microbianas
do ceco são pouco relevantes.
As formulações de rações antigamente eram baseadas na proteína bruta do alimento
(Nitrogênio x 6,25), resultando em dietas com teores de aminoácidos acima da exigência do
animal. Com a disponibilidade de aminoácidos sintéticos, as dietas passaram a ser formuladas
com níveis inferiores de proteína e com a suplementação de aminoácidos, porém, as reais
necessidades de aminoácidos ainda não estão sendo levadas em consideração.
O excesso de proteína deprime a eficiência de utilização dos primeiros aminoácidos
limitantes (Lisina e Metionina), por isso o surgimento do conceito proteína ideal que oferece
uma perspectiva promissora para redução dos níveis de proteína bruta na dieta de aves e
suínos.
A proteína ideal tem como proposta que cada aminoácido essencial seja expresso com
relação ou porcentagem a um aminoácido referência, isto possibilita determinar a exigência de
todos os aminoácidos essenciais e permite manter a proporcionalidade entre os aminoácidos.
Geralmente a Lisina é utilizada com o aminoácido referência pelas seguintes razões segundo
(Pack, 1995 e Zaviezo, 2000):
• Primeiro aminoácido limitante dos suínos e segundo das aves;
• Estritamente essencial;
• Análise relativamente simples;
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b) Equinos
c) Peixes
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d) Coelhos
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1) Qual aminoácido importante, que não pode estar em falta, que pode proporcionar
melhor bem estar ao animal?
ĺ Um aminoácido importante que não pode estar em falta e que pode proporcionar melhor
bem-estar ao animal é o triptofano. O triptofano é um aminoácido essencial que desempenha
um papel crucial na produção de serotonina, um neurotransmissor relacionado ao humor, sono
e bem-estar geral. A deficiência deste aminoácido pode levar a problemas de humor,
ansiedade, insônia e outros distúrbios relacionados ao bem-estar emocional do animal.
2) Uma proteína pode mudar sua conformação se o ingrediente ou a ração passar por um
processo térmico em excesso. Como chamamos este processo prejudicial que ocorre
com a proteína e que consequências isso pode trazer para os animais em relação a
digestibilidade e disponibilidade dos aminoácidos pelos animais, ou seja, ao valor
biológico desta proteína? Quais as análises podemos fazer para verificar se o farelo de
soja foi bem processado sem interferir na qualidade protéica e se destruiu o fator
antinutricional?
ĺ O processo prejudicial que ocorre com a proteína devido ao excesso de calor é chamado de
desnaturação. A desnaturação da proteína resulta em uma alteração na sua estrutura
tridimensional, o que afeta sua digestibilidade e a disponibilidade dos aminoácidos pelos
animais. Isso pode levar a uma diminuição no valor biológico da proteína, ou seja, a
capacidade da proteína de fornecer os aminoácidos necessários para o crescimento e
manutenção do animal.
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Para verificar se o farelo de soja foi bem processado sem interferir na qualidade
proteica e destruiu o fator antinutricional, podem ser realizadas várias análises. Alguns testes
comumente utilizados incluem:
3) Digamos que uma ração para aves de postura (de acordo com o exemplo da aula) foi
formulada em relação a quantidade de ingredientes e composição de proteína bruta e
aminoácidos mostrado de acordo com a tabela abaixo:
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ĺ Quando há déficit de algum elemento na ração, faz-se necessário sua suplementação por
meio dos aminoácidos sintéticos, nesse caso, para suprir a deficiência de metionina usa-se
DL-metionina e de lisina L-lisina-HCl.
d) Porque devemos formular ração para não ruminantes à base de aminoácidos, não
somente de PB, e mais especificamente aminoácidos digestíveis?
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sendo supridos, então a utilização de aa digestíveis é de suma importância, uma vez que serão
completamente absorvidos e utilizados pelo animal para as funções específicas.
e) Na ração acima, se por acaso reduzirmos o teor de PB, o que ocorrerá com o primeiro
e segundo aminoácidos limitantes? E os demais aminoácidos essenciais, se fossem
considerados na ração, o que poderá ocorrer?
4) Faça um comentário sobre a relação entre os aminoácidos ideais para dietas de não
ruminantes (Consulte a tabela do Rostagno et al., 2017). Consulte como é a relação entre os
aminoácidos essenciais em suínos e em aves.
ĺ Os aminoácidos são expressos como uma relação com um aminoácido limitante, por
exemplo, para suínos e aves, os aminoácidos são melhor expressos como uma proporção em
relação à lisina. Esse conceito segue o padrão de proteína ideal e expõe que os aa serão
atendidos se seguir os parâmetros de relação com a lisina que é o aa de melhor, fácil e barata
determinação. A proteína ideal tem total disponibilidade de digestão, sendo capaz de atender,
sem excessos nem deficiências, as necessidades absolutas de todos os aa requeridos para
manutenção e produção. ROSTAGNO et al., (2017) apresenta a relação aminoácido/lisina
ideal para determinar as exigências de frangos de corte, poedeiras e suínos em crescimento,
gestação e lactação.
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ĺ Usando os dados da tabela supra, vamos a um exemplo: exigência de uma porca com 180
kg PV em lactação.
Ɣ Necessidade de lisina = 1,075
Ɣ Pela relação da tabela: 1,075 x 28% = 0,301 que é igual a exigência de metionina
segundo os autores.
Ɣ 1,075 x 56% = 0,602 que é a exigência de Metionina + Cistina digestível. E assim por
diante.
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Capítulo 7
VITAMINAS
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7. Vitaminas
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Figura 7.1: Esquema da participação das vitaminas nas vias metabólicas. Fonte: Elaborado
pelo autor.
Figura 7.2: Comparativo entre os grupos vitamínicos. Fonte: Elaborado pelo autor.
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colina, pela grande quantidade utilizada na ração, tem sido questionada como vitamina, assim
como o ácido nicotínico, pelo fato de poder ser originado do triptofano, também tem sido
questionado como vitamina.
Em geral, buscamos fornecer o mínimo de vitamina necessária para propiciar o
máximo desempenho e lucro, acrescido de uma margem de segurança. As vitaminas
representam 0,05% do peso e 1,5% do custo das rações de não ruminantes. Não obstante, uma
série de fatores pode afetar as exigências vitamínicas. Por exemplo, seleção para crescimento
rápido e sistemas intensivos de produção impõem maiores estresses metabólicos, o que pode
aumentar as necessidades vitamínicas. Sendo assim, dentro da nutrição de não ruminantes,
suplementamos as rações com vitaminas de acordo com alguns fatores, dentre eles:
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Antes de 1950, a maior parte das vitaminas era fornecida pela administração de óleo
de fígado de peixes, subprodutos industriais e pelos ingredientes naturais. Hoje, todas as
vitaminas estão disponíveis no mercado, seja para adição direta aos alimentos ou a água de
bebida, seja para fins terapêuticos. Embora todas as vitaminas estejam presentes nos
alimentos (vegetais e animais), tornou-se rotina a suplementação de rações comerciais. Como
os riscos de intoxicação são relativamente pequenos é mais seguro adicionar vitaminas em
excesso do que não adicioná-las.
Muitos autores recomendam uma margem de segurança na adição de vitaminas a
rações de monogástricos, pois há inúmeras razões para isto, e as dez mais comumente
relacionadas são:
- A formulação de rações de custo mínimo ĺ reduziu o número de ingredientes ĺ
removendo com isto muitas fontes naturais;
- Os níveis de vitamina nos ingredientes naturais variam com a localização do cultivo,
estações do ano, adubações, genética, etc;
- As vitaminas podem ser destruídas durante o processamento dos ingredientes e
durante armazenamento;
- A criação confinada e o uso de gaiolas com piso de arame (este por não possibilitar a
reciclagem) exigem a suplementação vitamínica;
- Os animais mais atuais, particularmente suínos e aves, crescem mais rápidos e com
menos alimentos, dessa forma requerem níveis mais altos de vitaminas na alimentação;
- Condições de estresse podem reduzir a ingestão de alimentos, exigindo aumento de
concentração dos níveis de vitaminas na ração;
- A oferta comercial de vitaminas destinadas à suplementação de alimentos permite
suplementar com margem de segurança e de forma econômica.
Estabilidade das Vitaminas - é afetada pela: temperatura, pH, minerais, oxidação, luz,
solubilidade, tamanho da partícula, tempo de estocagem e umidade.
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Os premix vitamínicos são adicionados aos poucos aos alimentos, sofrendo uma
pré-mistura em pequena quantidade, sendo posteriormente adicionados aos demais
ingredientes em um misturador, para obtenção da fórmula final. Este procedimento implica
em que quantidades muito pequenas de vitaminas sejam dispersas em grande volume de
alimento.
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d) Exigências:
As tabelas abaixo apresentam as exigências de tiamina e riboflavina das
espécies não ruminantes de interesse zootécnico.
e) Deficiências:
AVES
- atraso no crescimento
- anorexia
- polineurites
- baixa taxa respiratória
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SUÍNOS
- baixo crescimento
- cianose (cor azulada por má oxigenação)
- coração dilatado
- temperatura subnormal
EQUINOS
- pior conversão alimentar
- animal mais nervoso, assustado
- incoordenação, manqueira
COELHOS
- falta de apetite
- paralisia muscular
OBS: Os sintomas de deficiência, incluindo lesões no coração, podem resultar do acúmulo de
ácido pirúvico e ácido láctico.
As fotos subsequentes apresentam os distúrbios relacionados à deficiência de tiamina
em diferentes espécies.
Polineurite em um pintinho com deficiência de Sinais neurológicos, como ataxia, patas dianteiras
tiamina. A paralisia muscular causa extensão das abertas, observação de estrelas, tremores e
pernas e retração da cabeça. Fonte: hiperestesia, foram observados em suínos. Fonte:
MCDOWELL, 2012. p. 291. HOUGH et al. 2015. p. 144.
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- conjuntivite
- lacrimejamento
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- encurtamento do bico
SUÍNOS
- baixo crescimento
- pelos eriçados
- anemia
COELHOS
Existindo quantidades suficientes de Co há síntese pelos seus microorganismos ĺ
senão haverá anemia.
EQUINOS
Existindo quantidades suficientes de Co há síntese pelos seus microorganismos no IG.
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- redução consumo
- diarreias
Encontrada tanto alimento animal como vegetal, sendo cereais pobres, mas o milho
apresenta boa disponibilidade. A raspa integral de mandioca é isenta.
a) Funções: Atua nas reações de carboxilação: - síntese ácido oxalacético, a partir do
ácido pirúvico - síntese de malonil CoA ĺ para dar início a síntese de lipídios -
síntese de carbamil-P
b) Deficiências:
AVES
- dermatite
- deformação óssea das pernas e crânio
- membrana entre os dedos dos pés
SUÍNOS
- dermatite nas orelhas, pescoço e dorso
- lesões dérmicas, perda de pêlos e fissuras nas patas
- Ļ crescimento e Ļ reprodução
- espasmos pernas traseiras.
COELHOS
- dermatite
- perda de peso.
CAVALOS
- muito difícil, porém têm efeito positivo, em doses altas, (15 mg biotina/animal/d em
animais de casco mole ou com rachaduras.
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SUÍNOS
- Ļ crescimento
- anemia
- problemas reprodutivos
CAVALOS
- Ļ crescimento
- anemia
7.4.9 Colina
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7.5.1 Vitamina A
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- Reprodução
Tabela 7.1: Concentração de Beta-caroteno encontrado nos alimentos usados para ração
animal
Tabela 7.3: Consumo (CONS), Conversão Alimentar (CA), Peso Corporal (PC), Ganho
Médio Diário (GMD) e Índice de Eficiência Produtiva (IEP) em Frango de Corte de 1 a 42
dias, suplementados com níveis alto, baixo e médio de Vitamina A1
c) Deficiências:
AVES
• Anorexia (queratinização do trato digestivo)
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• Incoordenação motora
• Enfraquecimento geral
• Acúmulo de uratos nos ureteres e túbulos renais
• Aumento da mortalidade
• Infecções secundárias (aves adultas)
• Cegueira noturna
• Queda na produção de ovos
SUÍNOS
• Redução da resistência a doenças (trato respiratório)
• Incoordenação motora, podendo chegar a ataxia total
• Problemas reprodutivos (porcas)
• Cegueira noturna
EQUINOS
• Queda na resistência orgânica
• Distúrbios de fertilidade (morte embrionária)
• Casco quebradiço com aparecimento de fendas
• Afeta formação óssea
• Cegueira noturna (tardia)
COELHOS
• Retardo no crescimento
• Lesões neurais
• Ataxia
• Paralisia espasmática
• Xeroftalmia
• Reprodução prejudicada
• Falta de apetite
• Elasticidade anormal do pulmão e da aorta associada com redução do conteúdo de
elastina.
7.5.2 Vitamina D
a) Natureza Química:
• Nome químico: ergocalciferol (D2 - plantas) e colecalciferol (D3 – animais)
• Estabilidade à oxidação: D2 e D3 > A ; D3 > D2
• Vitamina D3 : sensível à temperatura, oxigênio, umidade e pH ácido
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Figura 7.7: Rota metabólica mostrando a produção da forma hormonal ativa da vitamina D3.
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EQUINOS
• Raquitismo
• Perda do apetite, menor mineralização do esqueleto e troca dental retardada em
potros
• Osteomalácia em animais velhos
COELHOS
• Calcificação óssea prejudica, podendo ocorrer raquitismo nos animais em
crescimento.
f) Excesso:
Todas as espécies: • Deposição de cálcio em certos tecidos como os músculos
cardíacos, vasos sangüíneos, pulmões, túbulos renais e em outros tecidos moles •
Devido a esta deposição de cálcio podem ocorrer osteoporoses.
Tabela 7.4: Valores médios das características de consumo de ração (g/ave/dia), produção de
ovos (%ovos/ave/dia), peso dos ovos (g), massa dos ovos (g/ave/dia) e CA (g ração/ g massa
de ovos) em poedeiras suplementadas com três níveis de Vit. D em três faixas etárias, 33, 46,
66 semanas de idade.
7.5.3 Vitamina E
a) Natureza química:
• Nome químico: alfa-tocoferol, beta-tocoferol, gama-tocoferol e sigma-tocoferol
• Alfa-tocoferol: nutricionalmente mais importante
• Beta-tocoferol, gama-tocoferol e sigma-tocoferol: 35, 1, 1% da potência biológica
relativa do alfa-tocoferol, respectivamente
• Das Vit. Lip. é a mais susceptível à destruição por oxidação
• Sensível à umidade, luz e pH alcalino
b) Fontes
• Fração lipídica dos vegetais
• Forragens verdes: boas fontes de alfa-tocoferol
• Fontes primárias de beta - tocoferol, gama-tocoferol e sigma- tocoferol: germe de
trigo, milho e soja, respectivamente
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Tabela 7.5: Concentrações de tocoferol nos principais alimentos para rações de suínos e aves
c) Funções:
• Atua no metabolismo dos carboidratos
• Atua no metabolismo muscular
• Regula as reservas de glicogênio
• Desenvolvimento e função das glândulas
• Estimula a formação de anticorpos
• Efeito antitóxico no metabolismo celular
• Antioxidante biológico
IMPORTANTE: Inter-relação Vit. E/Selênio: Mantém a integridade das membranas
celulares. COMO?
• Vit. E: evita a peroxidação (formação de peróxidos) dos tecidos, destruindo radicais
livres.
• Selênio: ativa enzima glutationa peroxidase, destruindo os peróxidos formados.
Figura 7.10: Relação entre vitamina E e selênio. Fonte: SAKOMURA et al., 2014.
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Tabela 7.6: Efeito da adição de níveis de vitamina E sobre as necessidades de selênio na dieta
de frangos de corte
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o Decúbito permanente
• Hepatose Dietética
• Microangiopatia dietética
EQUINOS
• Distúrbios de permeabilidade das membranas
• Processos degenerativos no músculo
• Depressão da resposta imunitária
• Lipodistrofia em potros
Coelhos
• Distrofia muscular e morte dos recém-nascidos
• Infertilidade nos reprodutores
• Degeneração do esqueleto e músculo cardíaco
• Fígado gorduroso
e) Excesso:
Não há comprovações de problemas com excesso de vitamina E nos não ruminantes.
7.5.4 Vitamina K
a) Natureza química:
• Três formas ativas. São as séries das:
o Filoquinona – plantas (K1)
o Menaquinona – fibra bacteriana intestinal (K2)
o Menadiona – formas sintéticas (K3)
• Menadiona: utilizada nas rações.
• Menadiona: molécula incompleta 䋻 fígado 䋻 + cadeia carbônica isoprênica.
• Relativamente estável a temperaturas extremas, porém é rapidamente destruída
quando exposta à luz solar.
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b) Fontes:
• Folhagens verdes (inclusive pastos): boas fontes
• Produtos de origem animal: fontes pobres, exceto fígado e gema de ovo
• K2: sintetizada por bactérias no trato gastrointestinal.
• Maioria das forragens: < 1mg de vitamina K/kg
c) Funções:
• Atua no mecanismo complexo de coagulação sanguínea
• A vitamina K: cofator para a c-carboxilase que catalisa a conversão de resíduos de
ácido L-Glutâmico (L-Glu) a c-carboxi-glutâmico (Gla). Algumas proteínas do tecido
ósseo, osteocalcina e Gla-proteína da matriz, possuem resíduos Gla. Apesar da função
biológica dessas proteínas não ser conhecida, acredita-se que elas desempenham
função importante no metabolismo ósseo.
d) Deficiências:
Em geral provocam:
• Pontos hemorrágicos na pele e no trato gastrintestinal
• Anemia
e) Observações:
• Poedeiras em gaiolas: suplementação de vitamina K
• Leitões pós-desmame: distúrbios digestivos associados a hemorragias, podendo levar
a morte: suplementação
f) Fatores antivitamina K: Os três primeiros são drogas antimicrobianas.
• Sulfonamidas
• Sulfaquinoxalina
• Warfarin
• Dicumarol – “trevo mofado”
SINAIS DE
VITAMINA FONTE AÇÃO
DEFICIÊNCIA
Visão, tecidos Cegueira, infecção
A, retinol Óleo de fígado de peixe
epiteliais epitelial
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Figura 7.11: Fontes comerciais de vitaminas para não ruminantes. Fonte: BERTECHINI,
2012. p. 205.
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Capítulo 8
MINERAIS
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8. Minerais
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8.2 Macrominerais
a) Funções comuns aos dois: formação do tecido ósseo (99% do Ca e 80% do P estão no
tecido ósseo; na síntese do leite (0,12% Ca e 0,10% P); na produção de ovos (3,60%
Ca e 0,18% P).
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8.2.2 Magnésio
a) Absorção e Distribuição
São solúveis em ácido, portanto sem problemas de absorção. Este elemento
está extremamente associado ao cálcio e ao fósforo, tanto na sua distribuição como no
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e) Sintomas de deficiência do K
- fraqueza muscular
- fraqueza no músculo cardíaco (lesões cardíacas)
8.2.4 Enxofre
8.3 Microminerais
8.3.1 Ferro
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8.3.2 Cobre
a) Absorção
São bem absorvidos nas formas de nitrato, sulfato, cloreto, carbonato e citrato.
Sendo pouco absorvido na forma de óxido, e não absorvido na forma de sulfeto.
Níveis altos de carbonato de cálcio prejudicam a absorção, e níveis altos de Mo ou
sulfato também prejudicam.
b) Distribuição
O fígado é o principal órgão armazenador de Cu, na forma de metaloproteína.
A ceruloplasmina é a principal proteína ligadora do Cu, que funciona com uma enzima
a ferroxidase no metabolismo do ferro (ajuda no transporte do ferro).
c) Funções do Cu
- participa indiretamente na síntese da hemoglobina, através da ativação da
ferroxidase, mantendo os níveis de ferro no plasma.
- essencial na formação óssea
- essencial na manutenção da mielina do SNC
- envolvido na síntese de queratina, principal componente do pelo
d) Sintomas de deficiência
- anemia
- crescimento retardado do osso, afetando a calcificação dos ossos (osteoblastos)
- despigmentação do pelo e peles
- ataxia enzoótica em suínos (dorso curvado), devido à desmielinização da área do
dorso (membro posterior fica paralisado)
- poedeiras reduzem a produção de ovos e sua eclodibilidade
- em coelhos sua deficiência causa anemia, redução da quantidade de pelos,
degeneração da pele
e) Fontes
Sulfato, cloreto, carbonato. Dentre os alimentos temos: farelo de fígado,
farinha de carne, melaço.
8.3.3 Manganês
a) Absorção
Pode-se considerar com % de absorção 10%, níveis altos de carbonato de Ca e
fosfato tricálcico prejudicam a absorção.
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b) Distribuição
A maior concentração ocorre no fígado, estando presente também nos ossos,
pele e no músculo. Quando se quer testar o nível de manganês utilizamos o osso.
c) Funções
- Essencial para o desenvolvimento da matriz orgânica óssea, na qual é composta por
mucopolissacarídeos;
- Ativador de várias enzimas (arginase, fosfatase, tiaminase, desoxiribonuclease,
enolase, glicosiltransferase)
- Essencial para a reprodução e funcionamento normal do SNC.
d) Sintomas de deficiência
- Perose em aves – é caracterizada pelo engrossamento e mal formação da junta
tíbio-tarsal, que provoca a saída do tendão de Aquiles da sua posição normal
- Encurtamento e má formação dos ossos das pernas, provocando arqueamento e
rigidez óssea
- Os suínos ficam com patas curtas e curvas
- Em poedeiras reprodutoras reduz a produção de ovos e eclodibilidade
8.3.4 Zinco
a) Absorção
Sais e óxidos são bem absorvidos. Excesso de Ca e fitatos prejudica a
absorção.
b) Distribuição
Está distribuído em todos os tecidos orgânicos, porém as maiores
concentrações são encontradas no fígado, pele e pelos.
c) Fontes
Em fontes proteicas de origem animal, como a farinha de carne, contém de 100
a 150 ppm (disponível), o farelo de soja e o milho contém de 50 e 5 ppm,
respectivamente, porém, grande parte indisponível devido a quelatos insolúveis.
d) Recomendações
Aves e suínos em torno de 40 – 50 ppm. Coelhos – 50 – 200 ppm
e) Funções
- participa de vários sistemas enzimáticos (anidrase carbônica, desidrogenases,
peptidases, fosfatases)
- envolvido em todo o processo de multiplicação celular.
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f) Interação Zn x Ca e P
Ĺ Ca e P no intestino delgado interferem na absorção do Zn, formando compostos
insolúveis
g) Sintomas de deficiência
- paraqueratose (suínos) – hiperqueratinização que se inicia ao redor dos olhos e
extremidades das patas, que atingem estágios de rachaduras na pele e cascos,
debilitando os animais
- problemas reprodutivos
- baixo desempenho
- emplumagem pobre
8.3.5 Selênio
8.3.6 Iodo
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Capítulo 9
ADITIVOS
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9. Aditivos
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• Não ser tóxico aos animais e ao ser humano nas dosagens e recomendadas;
• Não ser mutagênico ou carcinogênico;
• Não ter efeitos deletérios ao ambiente.
Independentemente do nome que possa vir a ser adotado para esses produtos no
futuro, é relevante ressaltar as importantes funções que os aditivos têm, quais sejam:
Figura 9.1: Classificação dos aditivos para uso na alimentação de não ruminantes. Fonte:
SAKOMURA et al., 2014. p. 462.
Figura 9.2: Classificação dos aditivos para utilização na alimentação animal. Fonte:
SAKOMURA et al., 2014. p. 488.
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9.2.1 Aglutinantes
9.3.1 Acidificantes
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Tabela 9.1: Efeito do ácido fumárico e da inclusão de derivados lácteos na ração de leitões
desmamados (23 aos 42 dias de idade)
9.3.2 Enzimas
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Resultados:
Com esse trabalho, concluiu-se que a redução de energia não afetou o desempenho das
poedeiras. A suplementação enzimática das dietas não foi capaz de influenciar o desempenho
das poedeiras, no segundo ciclo de postura. O custo com alimentação para a produção de 1 kg
de ovo foi mais elevado nas dietas suplementadas com enzimas.
A tabela 9.3 apresenta as principais enzimas e seu benefício de utilização na nutrição
de não ruminantes.
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9.3.3 Antibióticos
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9.3.4 Arsenicais
9.3.5 Fungicidas
9.3.6 Probióticos
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Figura 9.5: Resultados encontrados por autores quanto ao uso de probiótico em rações para
leitões na fase de creche em relação ao antibiótico promotor de crescimento (APC). Fonte:
SAKOMURA et al., 2014. p. 493.
Mecanismo de ação:
1. Inibição da proliferação de bactérias patogênicas E. coli, de produção de toxinas,
anticorpos, eficiência
2. Síntese de enzimas digestivas (amilase e protease) e vitaminas (complexo B);
3. Produção de metabólitos que neutralizam ou inibem as toxinas das bactérias
patogênicas;
4. Aumento da imunidade da mucosa intestinal;
5. Colonização e restauração da flora intestinal normal (Bifidobacterium,
Lactobacillus).
9.3.7 Prebióticos
São ingredientes alimentares não digeríveis que beneficiam o animal por estimular
seletivamente o crescimento (tabela 9.6).
Oligossacarídeos: a) frutooligossacarídeos (FOS); b) galactooligossacarídeos (GOS) c)
mananoligossacarídeos (MOS)
FOS ĺ naturais (derivados de plantas) ĺ sintéticos (polímeros de frutose). GOS e
MOS ĺ obtidos de parede celular de levedura.
Figura 9.6: Resultados encontrados por autores quanto ao uso de prebiótico em rações para
leitões desmamados em relação ao (APC). Fonte: SAKOMURA et al., 2014. p. 500.
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9.3.9 Antioxidantes
A vit. E, porém, é mais cara. BHA, BHT, etoxiquim e endox ĺ 300 g/ton de ração.
9.5 Hormônios
Tabela 9.1: Efeito dos hormônios sobre o metabolismo, especialmente síntese protéica nos
músculos
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Capítulo 10
EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS E
ESTRATÉGIAS DE MANEJO ALIMENTAR
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10.1 Introdução
10.2.1 Idade
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O NRC de cães e gatos (2006) discorre bem sobre a idade como influência direta nas
necessidades nutricionais destas espécies quando recomenda, por exemplo, níveis de proteína
maiores para filhotes em crescimento em comparação com cães adultos.
A tabela 10.2 enfatiza como a idade é um fator direto sobre as exigências nutricionais
em proteína, energia metabolizável, cálcio, fósforo disponível e o aminoácido limitante de
frangos de corte e fêmeas suínas. Note que as exigências são maiores nas primeiras fases de
vida do animal, onde a demanda de nutrientes para o crescimento é maior em relação aos
animais que vão amadurecendo e, posteriormente, depositando apenas gordura corporal.
Tabela 10.2: Efeito da idade sobre as exigências nutricionais de frangos de corte e suínos
Frangos de Corte
Nutrientes Idade (dias)
1-7 8 - 21 22 - 33 34 - 42 43 - 46
PB (%) 22,5 21,93 20,45 17,67 16,01
EM (kcal/kg) 3000 3100 3200 3250 3300
Ca (%) 1,01 0,91 0,82 0,66 0,58
Pd (%) 0,482 0,432 0,384 0,309 0,272
Met + Cis (%) 0,989 0,966 0,914 0,79 0,716
Fêmeas suínas
Nutrientes Idade (dias)
49 - 63 70 - 91 98 - 112 119 - 140 147 - 168
PB (%) 17,23 15,1 13,65 12,4 11,4
EM (kcal/kg) 3350 3350 3350 3350 3350
Ca (%) 0,872 0,728 0,634 0,573 0,545
Pd (%) 0,431 0,360 0,313 0,283 0,269
Lisina Dig. (%) 1,206 1,066 0,964 0,882 0,811
Fonte: ROSTAGNO et al., 2017.
10.2.2 Espécie
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10.2.3 Genética
Tabela 10.4: Efeito da variação de níveis de lisina dietética para suínos machos castrados de
dois genótipos de crescimento médio e alto de tecido magro
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10.2.5 Sexo
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Tabela 10.6: Efeito do sexo na exigência de proteína bruta e energia metabolizável para
frangos de corte em diferentes idades
Tabela 10.7: Efeito do sexo na exigência de proteína bruta e energia metabolizável para
suínos
Em virtude do menor consumo causado pela menor exigência de energia das aves,
criadas sob temperaturas superiores a 21ºC (até 27ºC), foi estimado um fator de correção para
estimar estas exigências para frangos de corte:
- 22 aos 42 dias de idade – aumento de 0,83% para cada aumento de 1ºC acima de 21ºC
- 43 aos 49 dias de idade - aumento de 1,09% para cada aumento de 1ºC acima de 21ºC
Suínos:
Aumentam 0,72% para cada 1ºC das temperaturas ótimas – FASES CRESCIMENTO
E TERMINAÇÃO
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A muda das penas é um processo natural que acontece em todas as espécies de aves e
em ambos os sexos. Ocorre devido a um período de descanso onde a ave cessa o seu ciclo de
produção e passa por modificações fisiológicas (internas e externas):
Existem dois tipos de mudas:
a) muda natural;
b) muda forçada.
Na muda natural as aves perdem e renovam suas penas antes do início do inverno,
porém a época da muda varia individualmente. A muda forçada é utilizada em todo o mundo
como uma estratégia econômica. É realizada em aves domésticas selecionadas para a
produção de ovos comerciais ou de pintos onde o plantel é forçado (ou induzido) ao descanso
reprodutivo num período de tempo determinado através do método escolhido pelo avicultor.
Os métodos para a muda forçada nas aves classificam-se em:
Ɣ Métodos clássicos ou de manejo: Se baseiam na privação total ou na restrição de
alimento durante um período variável de tempo, seguida de um consumo limitado de
energia e proteína durante um período mais ou menos prolongado; mesmo assim, pode
haver jejum ou restrição de água e manipulações do fotoperíodo.
Ɣ Métodos nutricionais: Consiste na utilização de dietas com carência ou excesso de
algum nutriente específico, por exemplo, baixos níveis de Ca ou Na, níveis muito
elevados de Zn, I, Cu ou Al, para voltar, posteriormente, para a dieta normal.
Ɣ Métodos farmacológicos: A muda é prontamente alcançada com a administração de
substâncias anovulatórias, como, por exemplo, progesterona, corticosterona etc.
Como observado, existem diferentes métodos, sendo os de manejo nutricional os mais
indicados e viáveis. A tabela 10.8 apresenta um programa de muda forçada para poedeiras
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Capítulo 11
11.1 Introdução
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EXIGÊNCIA em UI
VITAMINA
ou mg/kg de ração
A 9000 UI
D3 2400 UI
E 12 UI
K3 2,16
B1 1,80
B2 4,80
B6 2,10
B12 0,016
Ácido Pantotênico 12
Niacina 30
Ácido Fólico 0,60
Biotina 0,06
Colina 270
Fonte: ROSTAGNO et al., 2017. p. 440.
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4º Passo: devido a sua estabilidade ser afetada por fatores como temperatura, pH, luz etc., é
necessário aumentar a exigência para 1 kg de premix em 10%, para isso basta multiplicar cada
valor para 1 kg por 1,1. Por exemplo: Vit. A = 1.800.000 x 1,1 = 1.980.000, e assim por
diante:
EXIGÊNCIA em
Multiplicar Exigência para 1
VITAMINA UI ou mg/kg de 10% a mais
pelo fator 200 kg de premix
ração
A (UI) 9000 X 200 = 1.800.000 x 1,1 = 1.980.000
D3 (UI) 2400 X 200 = 480.000 x 1,1 = 528.000
E (UI) 12 X 200 = 2.400 x 1,1 = 2.640
K3 2,16 X 200 = 432 x 1,1 = 475,2
B1 1,80 X 200 = 360 x 1,1 = 396
B2 4,80 X 200 = 960 x 1,1 = 1056
B6 2,10 X 200 = 420 x 1,1 = 462
B12 0,016 X 200 = 3,2 x 1,1 = 3,52
Ácido Pantotênico 12 X 200 = 2.400 x 1,1 = 2.640
Niacina 30 X 200 = 6.000 x 1,1 = 6.600
Ácido Fólico 0,60 X 200 = 120 x 1,1 = 132
Biotina 0,06 X 200 = 12 x 1,1 = 13,2
Colina 270 X 200 = 54.000 x 1,1 = 59.400
5º Passo: transformar os 10% a mais das vitaminas em mg/kg para grama, para isso basta
dividir cada valor de 10% a mais por 1000. Por exemplo: vitamina K3 10% a mais = 475,2 /
1000 = 0,4752 g/kg de premix, e assim por diante:
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B1 396/1000 = 0,396
B2 1056/1000 = 1,056
B6 462/1000 = 0,462
B12 3,52/1000 = 0,00352
Ácido Pantotênico 2.640/1000 = 2,64
Niacina 6.600/1000 = 6,6
Ácido Fólico 132/1000 = 0,132
Biotina 13,2/1000 = 0,0132
Colina 59.400/1000 = 59,4
a) Vitamina A:
1 g de Rovimix A - - - - - - 500.000 UI
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X - - - - - - 1.980.000 UI
X = 3,96 g de Rovimix A
b) Vitamina D3:
1 g de Rovimix D - - - - - - 500.000 UI
X - - - - - - 528.000 UI
X = 1,06 g de Rovimix D3
c) Vitamina E:
1 g de Rovimix E - - - - - - 500 UI
X - - - - - - 2.640 UI
X = 5,28 g de Rovimix E
d) Vitamina K3:
100 g de Menadiona B. - - - - - - 52 g de K3
X - - - - - - 0,4752 g/kg
X = 0,914 g de Menadiona Bissulfito
e) Vitamina B1:
100 g de Cloreto de Tiamina - - - - - - 91 g de B1
X - - - - - - 0,396 g/kg
X = 0,44 g de Cloreto de Tiamina
f) Vitamina B2:
100 g de Riboflavina - - - - - - 97 g de B2
X - - - - - - 1,056 g/kg
X = 1,09 g de Riboflavina
g) Vitamina B6:
100 g de Cloridrato de P. - - - - - - 82 g de B6
X - - - - - - 0,462 g/kg
X = 0,56 g de Cloridrato de Piridoxina
h) Vitamina B12:
100 g de Cianocobalamina - - - - - - 0,1 g de B12
X - - - - - - 0,00352 g/kg
X = 3,52 g de Cianocobalamina
i) Ácido Pantotênico:
100 g de Ácido P. - - - - - - 90 g de Ácido Pantotênico
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X - - - - - - 2,64 g/kg
X = 2,93 g de Ácido Pantotênico
j) Niacina:
100 g de Ácido N. - - - - - - 97 g de Niacina
X - - - - - - 6,6 g/kg
X = 6,8 g de Ácido Nicotínico
k) Ácido Fólico:
100 g de Ácido F. - - - - - - 90 g de Ácido Fólico
X - - - - - - 0,132 g/kg
X = 0,15 g de Ácido Fólico
l) Biotina:
100 g de BIOS II - - - - - - 2 g de Biotina
X - - - - - - 0,0132 g/kg
X = 0,66 g de BIOS II
m) Colina:
100 g de Cloreto de C. - - - - - - 52 g de Colina
X - - - - - - 59,4 g/kg
X = 114,2 g de Cloreto de Colina
8º Passo: montar uma tabela com a quantidade de cada fonte, somar as fontes e encontrar a
quantidade de veículo que se deve utilizar:
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O veículo é milho ou farelo de soja, utilizados para dar volume e quantidade para a
mistura de premix, o que facilita a mistura na máquina.
1º Passo: determinação das exigências microminerais dos animais e das fontes comerciais de
microminerais disponíveis no mercado com a concentração:
EXIGÊNCIA CONCENTRAÇÃO
MINERAL FONTE COMERCIAL
(mg/kg) (%)
Cu 9 Sulfato de Cobre 25
Fe 36 Sulfato Ferroso 20
Mn 36 Carbonato de Manganês 46,7
Se 0,09 Selenito de Sódio 45
Zn 36 Sulfato de Zinco 22,2
I 0,315 Iodato de Cálcio 62,8
Fonte: CINTRA, 2016. Fonte: BERTECHINI, 2012.
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3º Passo: calcular a exigência em mg/kg de premix. Basta multiplicar cada micromineral pelo
fator 250, encontrado no passo 2:
4º Passo: transformar a exigência em mg/kg de premix para g/kg de premix dividindo mg/kg
de premix por 1000:
EXIGÊNCIA EXIGÊNCIA
MINERAL (mg/kg de (g/kg de
premix) premix)
Cu 2.250/1000 = 2,25
Fe 9.000/1000 = 9
Mn 9.000/1000 = 9
Se 22,5/1000 = 0,0225
Zn 9.000/1000 = 9
I 78,75/1000 = 0,07875
a) Cobre:
100 g de Sulfato de Cu - - - - - - 25 g de Cu
X - - - - - - 2,25 g/kg
X = 9 g de Sulfato de Cobre
b) Ferro:
100 g de Sulfato de Fe - - - - - - 20 g de Fe
X - - - - - - 9 g/kg
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X = 45 g de Sulfato de Fe
c) Manganês:
100 g de Carbamato de Mn - - - - - - 46,7 g de Mn
X - - - - - - 9 g/kg
X = 19,27 g de Carbonato de Manganês
d) Selênio:
100 g de Selenito de Na - - - - - - 45 g de Se
X - - - - - - 0,0225 g/kg
X = 0,05 g de Selenito de Sódio
e) Zinco:
100 g de Sulfato de Zn - - - - - - 22,2 g de Zn
X - - - - - - 9 g/kg
X = 40,54 g de Sulfato de Zinco
f) Iodo:
100 g de Iodato de Ca - - - - - - 62,8 g de I
X - - - - - - 0,07875 g/kg
X = 0,13 g de Iodato de Cálcio
6º Passo: montar uma tabela com a quantidade de cada fonte, somar e encontrar a quantidade
de veículo que se deve utilizar:
O veículo é milho ou farelo de soja, utilizados para dar volume e quantidade para a
mistura de premix, o que facilita a mistura na máquina.
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Capítulo 12
12.1 Introdução
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Gelatinização do amido
Extrusoras
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O processo de extrusão
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Existem vários métodos para balancear uma ração, alguns mais simples e outros mais
complexos. Para o balanceamento de rações, pode-se realizar cálculos manuais, utilizando
modelos matemáticos, ou executar através de programas de computador.
Os cálculos manuais servem para casos práticos e simples podendo empregar o
método da tentativa e erro, o quadrado de Pearson ou as equações algébricas com duas ou
mais incógnitas, dependendo do número de ingredientes para o balanceamento.
Os softwares ou programas de computadores, programação linear, são usados em
situações de complexidade e, geralmente, otimizando uma função. Porém deve-se ter cuidado
uma vez que um software de formulação de rações possui vantagens e facilidades, no entanto
os resultados obtidos têm que ser analisados cuidadosamente, já que o programa se baseia em
uma solução ao problema alicerçado no custo mínimo dos alimentos sujeitos às restrições de
ingredientes e nutrientes estabelecidas pela pessoa que insere os dados e, nesse sentido, os
resultados obtidos podem cumprir com as condições matemáticas estabelecidas, entretanto
não necessariamente as biológicas, aquelas observadas na resposta animal ao consumir a
ração.
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Nesse método, as proporções dos ingredientes para a obtenção de uma mistura com
uma determinada porcentagem de um nutriente (PB), podem ser obtidas mediante o
estabelecimento de equações algébricas e a resolução desse sistema. Nesse sistema, os
alimentos são representados por variáveis (x, y etc.), cuja solução determina a ração
balanceada. Esse sistema é uma ferramenta simples de calcular uma mistura de alimentos.
Existem diferentes métodos para solucionar sistemas de equações. Um deles, mais
básico e de fácil compreensão, baseia-se na obtenção de termos das equações de uma mesma
incógnita com o mesmo coeficiente. Por exemplo, se tivermos uma equação (1) dada por x +
y = 100 e uma equação (2) dada por 0,09x + 0,45y = 20, teremos que construir uma terceira
equação procurando-se obter uma incógnita (y) com o mesmo coeficiente (0,09) para eliminar
uma das incógnitas, achar a outra variável e, substituindo na equação, determinar a outra.
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Nesse exemplo citado, basta multiplicar todos os termos da primeira equação por 0,09,
obtendo uma equação (3) dada por 0,09x + 0,09y = 9 ou 0,09.
Para aclarar melhor, vamos apresentar exemplos de diferentes problemas, bem como
de alguns problemas anteriores que foram solucionados pelos métodos das tentativas e pelo
quadrado de Pearson.
1. Deseja-se uma mistura de 15% PB utilizando grãos de milho com 8,8% de PB e
farelo de soja com 45% PB.
Expressando os valores por kg de dieta, vamos obter o sistema:
X + Y = 1,00 (1)
0,088x + 0,45y = 0,15 (2)
Onde:
X = grãos de milho (GM) na mistura
Y = farelo de soja (FS) na mistura
0,088x é a quantidade de proteína do milho
0,45 é a quantidade de proteína no farelo de soja
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Figura 12.4: Exemplo de planilha formuladora de ração elaborada pelo autor. Note que os
valores calculados no final bateram com exatidão com as exigências do animal do exemplo.
Figura 12.5: Tela inicial do SuperCrac, programa de computador que formula ração de
custo mínimo com programação linear.
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Ɣ Balancear uma ração à base de milho, farelo de trigo e farelo de soja para
galinhas poedeiras semipesadas de desempenho médio-superior em fase de
postura, com média de 1,850 kg de peso corporal. Neste exemplo prático,
balancearemos os principais minerais e aminoácidos digestíveis. Usar 0,5% para
premix mineral e vitamínico.
M+C
PB dig. EM Pd Ca Na Lis. dig. Treo. dig.
dig.
(%) (kcal/kg) (%) (%) (%) (%) (%)
(%)
13,61 2850 0,318 3,889 0,179 0,756 0,741 0,582
Fonte: ROSTAGNO et al., 2017. p. 329.
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Agora temos outros ingredientes além do milho e farelo de soja para balancear a ração.
Assim, dentro dos 100% da mistura, é necessário deixar um espaço reserva (ER), no qual
poderemos ajustar déficits de nutrientes e acrescentar os ingredientes correspondentes para
suprir essa deficiência existente, caso houver. Neste exemplo, deixaremos um ER de 14%
para ajustes de microingredientes. Dessa forma, a soma de milho e farelo de soja na ração será
de 86%.
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Ɣ Proteína bruta:
1. Milho: 2. Farelo de Soja:
7,86% - - - - - - 100% 45,4% - - - - - - 100%
X% - - - - - - 67,74% X% - - - - - - 18,26%
X = 5,32% X = 8,29%
5,32 + 8,29 = 13,61% PB BALANCEADA.
Ɣ Energia metabolizável:
1. Milho: 2. Farelo de Soja:
3364 kcal/kg - - - - - - 100% 2258 kcal/kg - - - - - - 100%
X kcal/kg - - - - - - 67,74% X kcal/kg - - - - - - 18,26%
X = 2279 kcal/kg X = 412 kcal/kg
2279 + 412 = 2691. A exigência é 2850, faltam 159 kcal.
3. Adicionar óleo de soja:
8790 kcal/kg - - - - - - 100%
159 kcal/kg - - - - - - X%
X = 1,81% de óleo
Conferir EM final: 2279 do M + 412 do FS + 159 do OS = 2850 kcal/kg de EM
BALANCEADA.
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X = 0,041% X = 0,035%
0,041 + 0,035 = 0,076. A exigência é 0,318, faltam 0,242%.
3. Adicionar fosfato bicálcico:
18,5% - - - - - - 100%
0,242% - - - - - - X%
X = 1,31% de FB
Conferir Pd final: 0,041 do M + 0,035 do FS + 0,242 do FB = 0,318% de Pd
BALANCEADO.
No entanto, o FB possui cálcio em sua composição, logo em 1,31% de FB contém:
24,5% - - - - - - 100%
X% - - - - - - 1,31%
X = 0,321% de Ca
Ɣ Cálcio (Ca):
1. Milho: 2. Farelo de Soja:
0,02% - - - - - - 100% 0,34% - - - - - - 100%
X% - - - - - - 67,74% X% - - - - - - 18,26%
X = 0,014% X = 0,062%
0,014 M + 0,062 FS + 0,321 FB = 0,397. A exigência é 3,889, faltam 3,492%.
3. Adicionar calcário:
37,7% - - - - - - 100%
3,492% - - - - - - X%
X = 9,26% de calcário
Conferir Ca final: 0,014 do M + 0,062 do FS + 0,321 do FB + 3,492 do calcário = 3,889% de
Ca BALANCEADO.
Ɣ Sódio:
1. Milho: 2. Farelo de Soja:
0,01% - - - - - - 100% 0,02% - - - - - - 100%
X% - - - - - - 67,74% X% - - - - - - 18,26%
X = 0,007% X = 0,004%
0,007 M + 0,004 FS = 0,011. A exigência é 0,179%, faltam 0,168%.
3. Adicionar sal comum:
39,7% - - - - - - 100%
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0,168% - - - - - - X%
X = 0,423% de sal
Conferir Na final: 0,007 do M + 0,004 do FS + 0,168 do sal = 0,179% de Na
BALANCEADO.
Ɣ Lisina digestível:
1. Milho: 2. Farelo de Soja:
0,18% - - - - - - 100% 2,54% - - - - - - 100%
X% - - - - - - 67,74% X% - - - - - - 18,26%
X = 0,122% X = 0,464%
0,122 M + 0,464 FS = 0,586. A exigência é 0,756%, faltam 0,170%.
3. Adicionar L-Lisina-HCl:
78% - - - - - - 100%
0,170% - - - - - - X%
X = 0,218% de L-Lisina-HCl
Conferir Lisina digestível final: 0,586 + 0,170 = 0,756% de Lisina dig. BALANCEADA.
Ɣ Treonina digestível:
1. Milho: 2. Farelo de Soja:
0,24% - - - - - - 100% 1,54% - - - - - - 100%
X% - - - - - - 67,74% X% - - - - - - 18,26%
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X = 0,163% X = 0,281%
0,163 M + 0,281 FS = 0,444. A exigência é 0,582%, faltam 0,138%.
3. Adicionar L-Treonina:
98,5% - - - - - - 100%
0,138% - - - - - - X%
X = 0,143% de L-Treonina
Conferir Treonina digestível final: 0,444 + 0,138 = 0,582% de Treo. dig. BALANCEADA.
6º Passo: montar a tabela com a composição final da ração, a exigência e se está balanceada:
Treon.
% PB EM Pd Ca Na Lis. dig. M+C
Ingredientes dig.
Mistura (%) (kcal/kg) (%) (%) (%) (%) dig. (%)
(%)
Milho 67,74 5,32 2279 0,041 0,014 0,007 0,122 0,196 0,163
Farelo de soja 18,26 8,29 412 0,035 0,062 0,004 0,464 0,212 0,281
Óleo de soja 1,81 - 159 - - - - - -
Fosfato bicálcico 1,31 - - 0,242 0,321 - - - -
Calcário calcítico 9,26 - - - 3,492 - - - -
Sal comum 0,423 - - - - 0,168 - - -
L-Lisina-HCl 0,218 - - - - - 0,170 - -
D-L Metionina 0,336 - - - - - - 0,333 -
L-Treonina 0,143 - - - - - - - 0,138
Premix Poedeiras 0,5 - - - - - - - -
TOTAL 100 13,61 2850 0,318 3,889 0,179 0,756 0,741 0,582
EXIGÊNCIA 100 13,61 2850 0,318 3,889 0,179 0,756 0,741 0,582
DÉFICIT - - - - - - - - -
Ɣ Formular uma ração para suínos machos castrados na fase de terminação (70 a
100 kg) com uma dieta a base de milho e farelo de soja, com fixação de 16% de
farelo de trigo e 9% de espaço reserva, ou seja, 91% para milho, farelo de soja e
farelo de trigo. Utilizar 0,5% de premix na ração.
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3º Passo: determinar a composição fornecida pela fixação de 16% de farelo de trigo (FT):
Para cada nutriente a base do cálculo é a mesma: Em 100% existe X% do nutriente,
em 16% existe Y, por exemplo:
PBFT: 100% — 15,1%
16% — X, logo: X = 16 x 15,1/100 = 2,42% de PB
Realize o mesmo raciocínio para os demais nutrientes e o aporte de FT será:
4º Passo: ajuste da PB, subtraindo a necessidade pelo aporte do FT: 11,31% - 2,42% = 8,89,
depois, dividir o valor encontrado pela razão da ração composta por milho (M) e farelo de
soja (FS), ou seja, 100% - 16% FT - 9% ER = 75% para M e FS, então dividir por 0,75:
8,89 / 0,75 = 11,85% nova PB
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Ɣ Proteína bruta:
1. Milho: 2. Farelo de Soja:
7,86% - - - - - - 100% 45,4% - - - - - - 100%
X% - - - - - - 67% X% - - - - - - 8%
X = 5,27% X = 3,63%
5,27 do milho + 3,63 do FS + 2,42 do FT = 11,32% PB BALANCEADA.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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POND, W. G. et al. Basic animal nutrition and feeding. 5 ed. Hoboken: John Wiley & Sons,
2004.
ROSTAGNO, H. S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos. 4ª ed. Viçosa, UFV, 2017.
SAKOMURA, N. K. et al. (Eds). Nutrição de não ruminantes. 1ª ed. Jaboticabal: Funep,
2014.
SAKOMURA, N. K.; ROSTAGNO, H. S. Métodos de pesquisa em nutrição de
monogástricos. 2ª ed. Jaboticabal: Funep, 2016.
SALADIN, K. S.; PORTH, C. Anatomy and physiology: the unity of form and function.
10ª ed. New York: McGraw-Hill, 2023.
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