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FACULDADE ESTÁCIO BELÉM – PÓLO NAZARÉ

CURSO DE PSICOLOGIA
DEISE CARNEIRO
ROBERTA CARVALHO
DEIVE ARTUR
RONILDE DOS PRAZERES GONÇALVES
LETÍCIA SECCO

COMO TRABALHAR A PSICANÁLISE NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE?

B
DEISE CARNEIRO
ROBERTA CARVALHO
DEIVE ARTHUR
RONILDE DOS PRAZERES GONÇALVES
LETÍCIA SECCO

COMO TRABALHAR A PSICANÁLISE NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE?

Trabalho de extensão da Disciplina


Teoria e Técnicas Psicoterápicas,
do curso de Psicologia, ministrado
pela Professora e Dra. Lia Botega,
para fins avaliativos.

B
DIAGNÓSTICO E TEORIZAÇÃO

Introdução

Na introdução a disciplina Teorias e técnicas psicoterápicas, realizamos estudos


teóricos sobre as diversas abordagens da psicologia e psicanálise, que foram estudados
individualmente e após compartilhado em sala, por meio de rodas de conversa, os quais, nos
forneceram as bases necessárias para a elaboração desse projeto de extensão.

Como forma de aprofundamento dos conteúdos estudados, nos foi proposto pela
professora ministrante da disciplina que pudéssemos entrar em contato com um profissional
da área para uma entrevista, visando assim, aprofundar, tirar dúvidas e trazer para o âmbito
mais prático a teoria estudada.

A psicanalise, na perspectiva de seu autor, Freud, foi a temática a ser abordada pela
equipe, a qual escolheu a Professora e Dra. Jéssica Lira, professora dessa Instituição de
Ensino, profissional na área de psicanálise e de grande referência na instituição com relação a
temática.

Para a entrevista, foram elaboradas algumas perguntas previamente. Delineando


assim, a entrevista como entrevista dirigida, que partiu da contextualização, discorrendo
sobre questões práticas referentes a técnicas, manejos e lugares de atuação.

1. Identificação das partes envolvidas e parceiros

No presente trabalho, sobre a psicanálise, na perspectiva de seu criador, Freud, que


usa a análise no contexto clínico e que é conhecida com cura pela palavra, foi realizado uma
entrevista com a professora Jéssica Lira, professora da Faculdade Estácio Belém, polo
Nazaré, referência nesta área de atuação, com o objetivo de aprofundar o referencial teórico
que constituirá a base para o projeto de extensão que será uma palestra no Google Meet,
visando oferecer ao público (alunos acadêmicos de psicologia) uma visão da extensão da
atuação da psicanálise no âmbito da Atenção Básica de Saúde.

Para a elaboração desse projeto de extensão, os graduandos do curso de psicologia da


Faculdade Estácio Belém, polo Nazaré, do turno da manhã e estudantes da disciplina Teorias
e técnicas psicoterápicas, realizamos um primeiro momento de estudos teóricos sobre a
psicanálise, culminando na entrevista com a psicanalista Jéssica Lira, e na transcrição da
entrevista, que aprofundou o assunto.
O trabalho de extensão, consistirá em uma live com a profissional Sara Alonso que atua
na atenção básica de saúde a partir de um trabalho com base psicanalítica. A live
pretende alcançar, primeiramente, alunos do curso de psicologia da Faculdade Estácio,
porém, sem limitar o alcance somente a este público.

2. Problemática (s) Identificada (s)

Na saúde pública, a entrada da psicanálise ocorreu através do profissional psicólogo,


fato ainda hoje comum, pois não existe nos quadros funcionais o cargo de psicanalista. Mas a
psicanálise enfrenta desafios distintos, antes de tudo porque não pretende primariamente
ampliar a qualidade de vida dos indivíduos, mas propiciar uma escuta diferenciada a quem
está em sofrimento. E, em face dessa discordância, tampouco objetiva repensar sua base
conceitual, mas, ao contrário, fortalecê-la para intervir de maneira adequada, advertida,
interessada. A presença da psicanálise no ambulatório público de certa maneira foi prevista
por Freud em Linhas de Progresso na Terapia Psicanalítica (1919/1974), ao sustentar que,
em algum momento, a sociedade despertaria para a necessidade de oferecer a escuta analítica
a toda a população, não importando a classe social. Ele próprio cogitou de criar instituições
gratuitas compostas por analistas visando aos pacientes sem condições de bancá-los na clínica
privada.

Os ambulatórios públicos brasileiros diferem em dois aspectos fundamentais da


conjectura de Freud sobre o futuro. Em primeiro lugar, as instituições são constituídas por
equipes interdisciplinares e não somente por analistas. Em segundo, e mais importante, é que,
marcadas pelo discurso médico, essas equipes tendem a preferir terapias psicológicas focadas
no ajustamento de comportamentos e emoções do paciente, para que este responda de
maneira adequada ao tratamento médico ao qual estiver submetido. Assim como no tempo de
Freud, a psicanálise ainda difere radicalmente e talvez mais do que nunca do discurso
dominante nessas instituições, marcando um ponto de resistência à concepção do paciente
como passivo, alienado, a-histórico e desprovido de qualquer saber referente a si próprio.

Uma boa parte dos psicanalistas, talvez até inspirados no cuidado de Freud com a sua
invenção, não costuma fazer concessões a respeito da aplicação clínica da psicanálise,
aferrando-se à teoria e tornando-a rígida em relação à prática clínica. Algumas características
do trabalho do analista no serviço público, por exemplo, o fato de ele ser um servidor
público, que não recebe pagamento do paciente, além de este se apresentar como possuidor
do direito ao tratamento, bastam para que muitos psicanalistas considerem inviável a sua
prática nessas
condições. Ocorrem aí dois golpes narcísicos de uma só vez: a perda do controle sobre o
dinheiro e a relação do poder de decisão sobre assumir ou não determinado paciente
(Figueiredo, 2001).

Não é raro acontecer de o psicanalista atender algum paciente cuja demanda não seja
de um trabalho analítico. Se o fato ocorresse no consultório privado, dispensá-lo-ia sem
maiores dificuldades, mas, na instituição, esse ato requer certos cuidados, pois, munido de
seus direitos, o paciente pode alegar (lembrando sempre a inexistência da função de
psicanalista nos serviços públicos brasileiros) que lhe foi negado o atendimento pelo
psicólogo. Essa reclamação, chegando à gerência, pode culminar na determinação de que o
psicanalista atenda novamente o paciente, o que seria um complicador a mais. Outra
possibilidade é a de o fato gerar uma denúncia na ouvidoria do órgão, o que suscita um
processo administrativo no qual o psicanalista terá que fazer a sua defesa. Por isso, muitas
vezes, ele tem como saída prosseguir com os atendimentos por algumas sessões, para só
depois dar alta. Esse procedimento, aliás, que exige alguma perícia do profissional, foi
mesmo previsto por Freud (1913/1974) e está enquadrado no tópico desenvolvido sob o nome
de Entrevistas preliminares, em seu texto Sobre o início do tratamento.

Outra particularidade do trabalho institucional é a convivência com a equipe. Nas


equipes interdisciplinares, cada profissional se responsabiliza pelo que sabe e, no seu limite, é
completado pelo saber de outro profissional. Considera-se que exista um bom funcionamento
da equipe, portanto, quando vigora a lógica do conjunto, tudo pelo bom resultado do trabalho.
No caso de acontecer fracassos com os casos, ocorrem efeitos imaginários como a atribuição
da falha ao pouco saber de alguém da equipe ou, o mais comum, porque algum profissional
não fez o que deveria ter feito (Lambert, 2003). Não é difícil concluir qual membro da equipe
recebe sucessivamente críticas por não ter feito o que lhe foi atribuído: o psicanalista. Porque
a psicanálise parte de outros princípios teórico-epistemológicos e de outra ética, que supõem
a inexistência de um objeto adequado e a impossibilidade da totalidade e da completude
harmônica, o psicanalista não se encaixa muito bem nesse funcionamento de equipe, o que
produz dificuldades de trabalho. Em uma palavra, não raro a equipe tenta projetar seus
fracassos no psicanalista.

A equipe demanda um psicoterapeuta, e não um psicanalista, porque a psicoterapia


aposta na capacidade do sujeito em se instrumentalizar com os conselhos do terapeuta para
vencer suas dificuldades e angústias, em se fortalecer e responder de maneira adequada ao
tratamento de sua patologia. A psicanálise, por nada disso prometer, é tida como menos
competente que a psicoterapia (Sauret, 2006). Tal contraste se pauta na ética da psicanálise,
que serve de guia para o analista operar o seu discurso em um terreno epistemologicamente
distinto, como o ambulatório. A ética da psicanálise afirma a diferença, a singularidade, em
detrimento da normatização. Fazer esse contraponto na instituição de saúde é, muitas vezes,
arcar com o ônus da resistência da equipe, pois ressalta o estrangeirismo do discurso
analítico. Porém, os inúmeros pacientes que entram em trabalho analítico e também os
profissionais que vão, pouco a pouco, verificando os consistentes efeitos proporcionados pela
psicanálise aliviam, de certa maneira, o mal-estar que o psicanalista suporta para efetivar o
seu trabalho.

A duração do tratamento é igualmente um fator delicado para o psicanalista inserido


no campo institucional. As normas de tempo são variáveis, seja quanto ao tempo médio de
sessões, seja quanto à permanência do paciente em tratamento com os demais profissionais.
Poucas vezes são essas normas que determinam diretamente a decisão de concluir o
tratamento. Mesmo existindo uma norma, na maioria dos casos, há sempre certa margem de
flexibilidade e de manobra individual que permite ao psicanalista decidir a conclusão de
acordo com os seus próprios critérios e com as características de cada caso.

Com isso, pode-se dizer que há certa tensão entre a liberdade do profissional e a
norma institucional. Apesar de estabelecer diretrizes para os términos dos tratamentos, a
instituição conhece minimamente as diferenças das abordagens que o psicólogo pode seguir e
sabe que o profissional possui certa liberdade para encerrar seu trabalho de acordo com a
própria abordagem. Quando as normas de tempo de permanência no tratamento são mais
flexíveis, aumenta-se a responsabilidade do psicanalista, pois este sabe que nenhum paciente
na rede pública de saúde fará uma análise até o fim (Rubistein, 2005).

Não ter controle sobre o dinheiro, atender pacientes sem demanda de trabalho
analítico, enfrentar dificuldades com a equipe interdisciplinar e ter que decidir sobre a
duração do tratamento são apenas alguns dos desafios da psicanálise na instituição. Por esse
viés, ela é uma prática distinta da prática clínica do consultório particular, pois está inserida
em um campo atravessado pelo discurso científico dominante.

3. Demanda sócio comunitária e justificativa acadêmica

A psicanálise, por muito tempo, foi restrita aos consultórios privados, sendo, em
alguns momentos, duramente criticada, percebida e rotulada, por alguns, como elitista.
Segundo os
autores Moura, Farias, Laureano (2023) “O modelo hegemônico de consultório particular foi,
por muito tempo, reproduzido em nome de uma psicanálise standard, o que fortaleceu a
disseminação das críticas sobre o modelo elitista e antissocial”.

Com a expansão da psicanálise, ela passa a ser empregada em diversos contextos e


formatos de atendimento como afirma os autores citados: “ela [a psicanálise] permite ser
empregada em diversos contextos e formatos de atendimento, e pode sustentar seu
compromisso com o social se levarmos em consideração que as expressões da subjetividade e
do sofrimento são consubstanciais à cultura na qual elas são produzidas”. (p.45)

Dentro desse contexto de expansão da psicanalise, é que nos indagamos sobre a


psicanalise no âmbito da Atenção básica de saúde, tendo em vista a grande demanda de
usuários que são atendidos nesse dispositivo de saúde, seu nível de vulnerabilidade
econômica e seu contexto social. E percebemos, na contribuição dos autores aqui citados,
p.46, que Freud já trazia uma intuição com relação ao auxilio psíquico as pessoas em situação
de vulnerabilidade e que este deveria ser garantido, pelo Estado, como direito da pessoa e não
deixado a cargo do indivíduo, como relata o texto a seguir:

“No texto Caminhos da terapia psicanalítica, apresentado na ocasião do


V Congresso Psicanalítico Internacional, realizado em Budapeste, em
1918, Freud (1919/2010) já alertava sobre a necessidade de revisão dos
procedimentos terapêuticos e do processo inacabado de construção do
conhecimento psicanalítico: “Pode-se prever que em algum momento a
consciência da sociedade despertará, advertindo-a de que o pobre tem
tanto o direito a auxílio psíquico quanto hoje em dia já tem as cirurgias
vitais. E que as neuroses não afetam menos a saúde do povo do que a
tuberculose, e assim como esta não podem ser deixadas ao impotente
cuidado do indivíduo (...) Esses tratamentos serão gratuitos. Talvez
demore muito até que o Estado sinta como urgentes esses deveres”.
(Freud, 1919/2010, p. 217).

No contexto da Atenção Básica de saúde, percebemos que a psicanálise tem lugar de


atuação, porém, a partir da psicoterapia com base psicanalítica e não como análise, segundo a
entrevista com a Professora, Dra. Jéssica Lira, sendo assim, segundo os autores citados, o
psicanalista que atua no campo institucional, a partir do seu trabalho com pacientes e equipes
de saúde, deve se responsabilizar pela transmissão do saber que ali se constrói. (...) Desse
modo, é tarefa do psicanalista, que trabalha nas instituições públicas de saúde, presentificar a
psicanálise no mundo; em outras palavras, fazer a extensão da psicanálise, tal como propôs
Lacan (1967/2003)”. Ainda segundo os autores, Prado (2016) enfatiza em sua pesquisa que a
AB permanece à margem da atuação do psicanalista, pois se trata de um campo relativamente
novo, que precisa ser explorado e valorizado pela comunidade analítica. (MOURA, FARIAS,
LAURIANO, 2023, P.47)

Diante dessa constatação de Prado, apresentada pelos autores, se faz necessário


discorrer, então, sobre o trabalho do psicanalista nas equipes de saúde, onde os autores
destacam, apoiando-se em Prado (2016) que o analista-matriciador é uma estratégia potente
para que o acesso à saúde mental seja democratizado. Atuando nesse campo, o analista-
matriciador tem antes de qualquer coisa a função de agente de transformação social, e faz isto
pela sua escuta, pela sua aposta no sujeito da linguagem, pela sua crença na singularidade, na
diferença de cada invenção e na sua concepção de verdade não toda ((MOURA, FARIAS,
LAURIANO, 2023 apud Abreu, 2008, p. 80).

Percebemos a necessidade de democratizar, ainda mais, o acesso a saúde mental o que


se apresenta também como desafio à comunidade analítica, por se tratar de um campo
relativamente novo e exigente por conta das demandas diversificadas de situações, como cita
os autores afirmam por meio de Silveira (2014), pessoas com diabetes e/ou com hipertensão,
gestantes, bebês, crianças, idosos, curativos, vacinação, sofrimento psíquico etc. No que diz
respeito aos cuidados em saúde mental, comumente, os profissionais alegam não ter tempo ou
até mesmo disponibilidade para escutar a subjetividade dos pacientes, fazendo com que a
responsabilidade do atendimento seja transferida aos especialistas (psicólogos e psiquiatras)
ou para os serviços especializados (CAPS).

O que nos leva a constatar que apesar das mudanças na política pública de saúde
mental, da descentralização da saúde mental para a AB, ainda não é possível garantir o acesso
e a atenção à saúde para todos, pois as equipes de AB não entendem os cuidados em saúde
mental como parte de suas atribuições, fazendo com que o acolhimento ao sofrimento mental
no serviço seja direcionado aos especialistas ou aos serviços especializados. Os autores, em
consonância com Alves (2021), afirmam que acreditam que o matriciamento não se constitui
apenas como uma ferramenta de trabalho na AB, mas como “uma postura que tem o potencial
de atualizar e manter viva a Reforma Psiquiátrica naquilo que tem como primordial, o
tratamento da loucura no laço social.” ((MOURA, FARIAS, LAURIANO, 2023, p. 58).
Em suma, percebemos que a atuação da psicanálise, de base psicanalítica e não
analista, seria uma presença importante e necessária na AB colaborando com outros
profissionais na garantia de direito no acolhimento do sofrimento mental das pessoas que
necessitam desses serviços, mas que ainda não têm acesso. Garantindo não só a
democratização desse serviço como também a atualização e a manutenção da reforma
psiquiátrica, que prima por um olhar de contextualização sociais que causa adoecimentos.

Objetivos a serem alcançados

Este trabalho tem como meta frisar que a psicanálise de Freud tem gerado muitas
dúvidas para os alunos, que acham que precisam cursar psicologia para ser um psicanalista e
que a psicanalise só pode ocorrer no âmbito da clínica particular. Então, este trabalho tem a
finalidade de mostrar aos futuros profissionais que a psicologia e a psicanalise não são
sinônimos. Será feita uma entrevista com a profissional da área para esclarecer algumas
dúvidas aos integrantes deste trabalho, para assim, ser levado ao público.
O projeto tem como objetivo criar uma imagem à divulgação da live por meio das redes
sociais. A imagem vai ser sobre: “Como trabalhar a psicanalise nas unidades básicas de saúde
(UBS)”, contendo as informações necessárias sobre o link enviado antes da live e depois
outro link para o feedback dos participantes. E será aberto ao público de todas a idades e no
decorrer da live será permitido às perguntas do público, para que a profissional responda e às
dúvidas sejam esclarecidas. Observa-se a demanda sócio comunitária e a importância deste
trabalho aos futuros profissionais da saúde e aos clientes.

Referencial Teórico

Uma vez inserido no ambulatório ou em qualquer outro campo institucional, o


psicanalista tem sua prática atingida por tais valores contemporâneos. E sempre resistiu
justamente porque seu discurso é efetivo e transformador. Isso pode ser amplamente
verificado no ambulatório. Apesar de a clientela dessas instituições possuir baixo nível
cultural, sérios problemas econômicos e ser atravessada pelos ideais contemporâneos de
medicalização do sofrimento e por terapias breves para supressão dos sintomas, a presença do
discurso analítico cria a demanda de uma escuta analítica em muitos pacientes. E é nesse fato
que psicanálise se apoia para afirmar a sua importância nos tempos atuais. Com tudo isso o
psicanalista é constantemente desafiado a se adaptar e a se adequar. Nos ambulatórios ainda
dominados pelo discurso médico, o analista se faz presente para nada mais do que operar o
discurso analítico e oferecer aos sujeitos a possibilidade de falar do seu sofrimento. No
ambulatório público,
nenhum sujeito fará análise no sentido estrito, mas pode ter uma experiência analítica de
curta duração, de acordo com a orientação e entrevistas preliminares. Outra particularidade
do trabalho institucional é a convivência com a equipe. Nas equipes interdisciplinares, cada
profissional se responsabiliza pelo que sabe e, no seu limite, é completado pelo saber do
outro profissional, Considera-se que exista um bom funcionamento da equipe. Portanto,
quando vigora a lógica do conjunto, tudo pelo bom resultado do trabalho. É desse lugar que
há esforços para acompanhar o sujeito, em sua busca de aprender a lhe dar com os seus
sintomas. ( Sigmund, Freud. (1974). Linhas de progresso na terapia psicanalítica.

Referencial Bibliográfico:

● SIGMUND, Freud. (1974). Linhas de progresso na terapia psicanalítica. In Ediçăo Standard


Brasileira das obras psicológicas de Sigmund Freud (J. Salomăo, Trad., Vol. 17, pp. 201-
211). Rio de Janeiro: Imago (Trabalho original publicado em 1919).
● FIGUEIREDO, A. C. (2001). O que faz um psicanalista na saúde mental? In M. T.
Cavalcanti, & A.T. Venancio (Orgs.), Saúde mental: campo, saberes e discursos (pp. 73-
82). Rio de
Janeiro: IPUB/UFRJ.
● LAMBERT, A. (2003). Psicanálise no hospital. Opçăo Lacaniana, 37(9), 48-51.
● MOURA, Welker Marcelo; FARIA, Wender Rodrigo; LAUREANO, Pedro Sobrino. Uma
clínica em extensão: a psicanálise na Atenção Básica; Revista aSEPHallus de Orientação
Lacaniana. Rio de Janeiro, 18(36), 43-61, mai. 2023 a out. 2023. Disponivel em:<

http://www.isepol.com/asephallus/pdf/04%20%20WELKER%20WENDER%20PEDRO.pd
f.Acessado em 27 de mar de 2024.
● SAURET, M. (2006). Psicanálise, psicoterapias, ainda... In A. C. Figueiredo, & S. Alberti
(Orgs.), Psicanálise e saúde mental: uma aposta (pp. 19-43). Rio de Janeiro: Companhia de
Freud.
● RUBISTEIN. A. M. (2005). Algumas considerações sobre o término dos tratamentos com
orientação psicanalítica nas instituições públicas. Revista de Psicologia Plural, 21(1), 11-36.

ANEXO 1

Entrevista feita com a professora Jéssica Lira.


Alunos: Deise Carneiro, Deivi Artur, Roberta, Letícia e Ronilde.
Data da entrevista: 27/03/2024
Local: Na Clínica de psicologia da Estácio.
Horário: às 17 horas foi marcado o encontro.
Entrevista:
1: Contextualização Histórica
Entrevistada: Freud vinha de um percurso muito cientificista, ele basicamente fazia
estudos experimentais em laboratórios ainda de neurologia e psicofisiologia, estava tudo
misturado, e aquilo não estava respondendo para ele tudo que ele precisava saber em relação
as afecções humanas, porque ao mesmo tempo que ele começa a fazer experimentos nos
laboratórios, ele começa a atender nos hospitais como residente ainda e é em uma época
inclusive histórica em que havia muita repressão sexual principalmente nas mulheres, não
haviam tantos homens histéricos pelo menos não com essa expressão porque eles conseguiam
dar algum tipo de vazão sexual nos bordeis que existiam na época, porem a mulheres não,
tinham que ficar em casa cuidando da família, cuidando dos filhos e por isso a repressão era
mais voltara para elas, então essas pacientes chegavam lá nos hospitais e ninguém sabia o que
fazer com elas porque eles não sabiam basicamente do que se tratava porque elas
apresentavam inúmeras afecções somáticas sem nenhum tipo de localização somática, então
eles faziam exames e eles não conseguiam comprovar de onde que vinha aqueles sintomas e
dessa forma elas começaram a ser acusadas de falseadoras de fingidoras, dizendo que elas
queriam fugir do matrimonio por isso que elas estavam fingindo sintomas, e o Freud ali já
naquela época de residente ele se interessou naquilo pois era para ele um enigma, que é uma
marca na personalidade dele, sempre quando um enigma se apresentava ele ia afundo para
tentar encontrar a verdade, e diferentemente de todos os outros que estavam ali naquele
caminho, os professores, os amigos e outros, foi o único que realmente quis investigar do que
se tratava e quando vai investigar ele percebe que aquelas afecções que são somáticas tem
uma origem psíquica e se tem essa origem a medicina não estava dando conta delas, então é
nesse meio entre experimentos laboratoriais, pacientes que ninguém consegue descobrir
exatamente qual a doença que surge o seu interesse para entender o enigma do sofrimento
humano.
2. Como ocorre a psicoterapia para a psicanálise?
Entrevistada: são dois momentos distintos, psicanálise em si não é uma abordagem
da psicologia, inclusive ela é contemporânea a criação da própria psicologia. O primeiro
momento é chamado de psicoterápico porque o no primeiro momento o paciente não está em
análise, quando o paciente chega, primeiro será feitas as entrevistas preliminares, servem para
fazer uma avaliação do paciente para saber se ele pode se submeter a uma análise, qual a sua
demanda
e se tem capacidade de atende-lo, nesse momento acontece a psicoterapia psicanalítica, pois
tem um paciente e um analista que estão face to face como se fala, cara a cara, de fato
desenvolvendo ali a aquele momento. Após essas entrevistas, o paciente é convidado para a
análise, o setting analítico ele vai se modificar, então não terá mãos a possibilidade de o
paciente ficar cara a cara para o analista, ele será convidado para o divã e é esse convite para
o divã que é chamado de análise, de psicanálise, como se a psicoterapia psicanalítica apenas
fosse um momento para poder chegar no que interessa de fato que é a análise, então é
importante porque tem realmente uma distinção do que vai acontecer. Quando um psicólogo
se forma ele tem o direito de praticar a psicologia de base psicanalítica, mas não a psicanálise
de fato, desta forma não poderá colocar uma paciente no divã e será assim pelo resto da vida
se não fizer a formação em psicanálise.
4. A abordagem atende a que tipo de púbico, crianças, adolescentes, casais ,família,
idoso,adultos?
Entrevistada: Todos com exceção de casais, podem ter Psicólogos de base,
psicanalítica e alguns sujeitos que fizeram formação de analistas que se proponham a atender
casais especificamente. Mas não é uma prática muito comum na psicanálise. Na psicanálise
propriamente dita, Não é uma prática muito comum. quando vocês virem por aí. Profissionais
da psicanálise que atendem casais, normalmente não são analistas, de fato, são psicólogos de
base psicanalítica. Por quê? Porque a análise ela é muito individualizada nesse sentido. Então
é sempre um analista, porque se você vai fazer o dispositivo que é o divã, não tem como
colocar colocar um casal no divã. Não tem como, Então vai ser sempre uma psicoterapia
psicanalítica. O que pode acontecer também, mas não é análise de fato, porque análise ela é
sempre individualizada absolutamente . Tem dois momentos que são importantes, O Freud,
quando ele começa a criar a psicanálise, a gente tinha muitas ressalvas em relação ao
atendimento da psicanálise. Então, o Freud, por exemplo, a psicanálise não servia de
atendimento infantil, a psicanálise não servia para atendimento de pacientes psicóticos, a
psicanálise não servia para atendimento de pessoas idosas. Ele vai fazendo inúmeras ressalvas
ao longo de toda a carreira dele Psicanalítica. Quem vai modificando a psicanálise para que
ela possa se encaixar nesses outros grupos são os psicanalistas pós-freudianos , ou seja, a
galera que veio depois e que trabalhou de outras formas que não aquela ortodoxa que o Freud
vai trabalhar. E, a partir disso, eles propiciaram novos arranjos analíticos para atendimento de
outros públicos. Eles ampliaram a clínica psicanalítica Exatamente. Inclusive o mais famoso
deles é o jacques Lacan, que certamente se não tivesse tido A interferência do Lacan na
psicanálise, A gente ainda teria pessoas, por exemplo, que não acreditam que a psicanálise,
possa atender pacientes psicóticos,
porque realmente ficou muito enrijecido no entendimento de Freud. Uma premissa teórica ,
por exemplo, o Freud vai entender que a Psicose, ela é um investimento narcísico e libidinal
total no próprio sujeito, então o sujeito, ele tira todo o investimento libidinal dele do mundo
externo, investe em si próprio, por isso que ele vive numa realidade própria. Só que qual é a
grande questão em relação a isso,para você ter um processo transferencial, que é a base da
análise da psicanálise de um modo geral, clínica é o qual é a base da psicanálise clínica, a
transferência sem transferência não tem tratamento analítico. Então a transferência é
literalmente você investir libidinalmente na figura do analista. Se esses sujeitos, por Freud,
não conseguem investir a não ser no próprio eu, e não consegue investir no mundo externo,
eles não têm nem como investir libidinalmente na figura do analista. Por isso que ele entendia
que não podia terAnálise com o paciente psicótico, quem vai remodelar isso para a gente é o
lacan, e vai mostrar que é, sim, possível, só que de uma outra maneira. Claro, é um
tratamento completamente distinto do do tratamento neurótico, por exemplo. Mas é possível,
sim. É possível atender todos os tipos de público,só que tem ressalvas, por exemplo, em
relação a casais. Vai ter que ser de base psicanalítica, não vai ser análise de fato. E assim, de
maneira subsequente.Mas é sempre com a base psicanalítica, nã vai ser análise propriamente
dita. 4. Quais as principais técnicas empregadas , manejo clínico, processo de alta?
Entrevistada: Os principais mecanismos que a gente utiliza de manejo clínico é o manejo da
transferência, ele é o primeiro, inclusive. Então, o manejo da transferência é a maneira como
o paciente, vai se relacionar com você e como é que você vai manejar isso clinicamente?
Então nunca será simplesmente um encontro que nós estaremos ali. Esse encontro ele tem
uma finalidade, eu precisarei manejar essa finalidade. A psicanálise tem especificidades que
são completamente distintas de todas as outras terapêuticas, por exemplo a questão do
dinheiro pra gente, ela é muito complexa, porque o dinheiro pra gente, ele é um sintoma , a
gente não trabalha com o dinheiro de uma maneira institucionalizada como as outras
terapêuticas trabalham, inclusive para os psicólogos (as) , a cobrança tem uma base que é
instituída pelo CRP, tem o valor mínimo, um valor médio, um valor máximo. É basicamente
com isso que o psicólogo (a) vai trabalhar , podem fazer alguns arranjos pessoais, mas é
instituído por uma institucionalização da cobrança. Em psicanálise, não o dinheiro, ele
também faz parte do tratamento, por isso que a gente trabalha com ele como se fosse um
sintoma do sujeito também. Então não tem essa questão, por exemplo, institucional, em
relação ao dinheiro, qual é a média, qual é o mínimo, qual é o máximo. Não existe ,vai
depender sempre de analista para analista e de paciente para paciente. Uma coisa que a gente
trabalha muito mais que os Lacanianos , é verdade, mas a gente já está empregando isso para
todas as outras áreas. É que a gente espera
o paciente chegar no consultório e na primeira sessão a gente articula essa questão com ele
em relação ao dinheiro. Então a gente tende a não mais fazer aquela normativização , já dizer
de antemão qual e o valor da sessão. Alguns fazem de outra maneira, fala um valor somente
da primeira sessão, mas as demais diz que vai ser ajustado com o paciente, justamente porque
o que vai fazer com que eu tenha uma maneira de lidar com o dinheiro é quando eu escuto a
história do paciente e aí através disso que eu consigo realmente fazer qualquer tipo de acordo
com ele. Porque se eu deixar isso a cargo de uma instituição, eu estou tirando a subjetividade
de jogo e deixando somente pra instituição dizer como eu devo ou não trabalhar com isso.
Uma outra questão que a gente trabalha também em relação ao manejo, são algumas
premissas básicas, estou falando da transferência. A gente também tem aquilo que a gente
chama de neutralidade e abstinência, que é uma é uma outra maneira, uma outra ferramenta
de trabalho. Então, o Freud, ele deixa isso bem claro num texto chamado recomendações aos
médicos que exercem a psicanálise e os 1912 em que ele vai mostrar os princípios básicos de
como é que você deveria lidar e manejar uma sessão analítica. Por exemplo, dentre as
questões que ele vai falar é que você deveria ser o mais neutro possível, ou seja, as suas
próprias questões não deveriam interferir no processo. Então, você deveria se abdicar ao
máximo das suas próprias questões, desde vestimenta até, porta-retratos de família no
consultório, Ser o mais neutro possível e se abster de você mesmo, tirar os seus afetos do set
analítico, o paciente pode está trazendo uma coisa que você já viveu ,Você tem que entender
que aquilo é do paciente, independentemente se você já passou por uma situação similar ou
não, porque a maneira como vocês lidam com essa situação sempre será distinta. Então isso
para o Freud era abstinência. Você abstêm os seus afetos em relação ao que o paciente está
trazendo para você. Uma outra questão que a gente trabalha também que se chama associação
livre e a atenção flutuante , a atenção flutuante e uma regra fundamental da Psicanálise que
são dois conceitos distintos, atenção flutuante e a associação livre . A associação livre é você
pedir para que o paciente fale aquilo que vier à cabeça dele. Não tem nada
préprogramado,Não vai continuar falando daquilo que a gente terminou falar na última sessão
. Independentemente se está acontecendo o furacão na vida dele , ele vai falar do que vier a
cabeça é a regra fundamental. A gente não consegue trabalhar se o paciente está passando por
um processo de separação e toda sessão ele se automatiza para falar somente do divórcio, isso
não é associação livre, isso é racionalização. E isso pra a psicanálise é resistência. Se você
está racionalizando, você está resistindo. Logo, você não está fazendo um tratamento
analítico. Então eu preciso que você fale livremente, em contrapartida a isso a gente tem algo
que facilita essa essa leitura da associação livre, que é um conceito que se chama atenção
flutuante, e você enquanto analista fazer com o que o paciente
fale livremente e você está flutuando no discurso dele,e alguns pontos serão fundamentais
para que você consiga entender do que se trata o conflito dele, não ficar pré programado a
escutar somente determinados assuntos. Eu tenho que estar completamente solto para que eu
entenda a parte primordial do conflito dele naquele momento.Então são essas duas premissas
básicas que vão remodelar para o psicanálise manejo clínico. A questão da alta em alguns
textos, que é um texto de 1937, que se chama análise finita, análise infinita. Todos esses
textos. Ele inclusive, nesse que é o mais direcionado, ele não deixa direcionado Como é que
se dá a questão da alta. O que que acontece e Como é trabalhado normalmente em psicanálise
a alta, se dá a partir do momento que o sujeito não desejar mais falar sobre qualquer coisa.
Então o psicanalista tem a maneira como ele pode Se posicionar diante disso. Por isso que
Freud dizia
: "assim como você chegou aqui pelas suas próprias pernas, você vai sair também pelas suas
próprias pernas". Eu ,enquanto analista, posso considerar que não seja adequado você sair
nesse momento, porque você está passando por um processo muito doloroso, porque
estávamos resolveu muitas coisas,mas, se ele desejar sair, ele vai sair. Não tem como prendê-
lo ali dentro, Isso é uma coisa. A outra coisa é, eu considerar que o que que seria para a
psicanálise, o processo de alta?o processo de alta, seria quando o paciente ele chega num
núcleo patogênico dele e ele conseguirentender porque que ele funciona daquela maneira, de
uma maneira mais é sistematizada e a partir desse momento ele tem condições de dar
seguimento na vida dele por conta própria. O que significa dizer que , se acontecer qualquer
outra coisa na vida dele que seja extraordinária, não seja ordinária, No sentido de comum,
que ele não possa retornar pro set analítico, ele vai poder, mas agora ele tem condições,
depois de muitos anos de análise. De lidar com as coisas ordinárias da vida dele de uma
maneira completamente tranquila. Ele já vai saber como a gente diz ,se guiar, se
autoanalisando fora do set analítico. Então a alta em especificamente ela não é
predeterminada, mas a gente tem maneiras de conseguir manejar isso mais ou menos igual
para todos.
5. Existem cursos de formação do terapeuta pela abordagem?
Entrevistada: É chamado de formação em psicanálise. Por que isso é importante? O quê que
Freud diz sobre a formação de um analista? É o sujeito que se submete à análise, à supervisão
e à teoria. Se o sujeito tem esse tripé que a gente chama e ele se submete a isso. Ele é e
poderá se formar como um analista de fato. Porque pro Freud e para todos os outros pós-
freudianos mais clássicos, principalmente o Lacan, o analista ele se forma no Divan. Então
não é uma instituição de ensino, não é uma sala de aula como seria em um curso de
psicologia, que se formam psicólogos depois que vocês passam 5 anos estudando. Em
psicanálise é justamente o oposto, não é que você receberá uma carteirinha ou diploma. Mas é
que a gente sabe que não
tem como ser analista quem não foi analisado antes. Ou quem não se submete à análise antes.
Então essa é a primicia basilar, pra ser analista você tem que passar por um processo
analítico. Mas paralelo à isso também tem instituições, escolas e sociedades, normalmente
são escolas ou sociedade. Só que essas escolas elas são problemas de modo geral, porque elas
seguem linhas distintas, então a gente tem escolas Lacanianas, que são as mais conhecidas,
aqui em Belém por exemplo só tem formação de analista Lacaniano, não tem formação de
analista Freudiano. Tem as sociedades que são ortodoxas à IPA(ASSOCIAÇÃO DE
PSICANÁLISE INTERNACIONAL), que foi a que Freud fundou, então são freudianas e têm
escolas, porque a gente tem inúmeras vertentes da psicanálise. Sabendo disso, como a gente
pode pensar de modo geral? Tem formações em escolas, mas não é somente quem passa por
uma escola que se transforma em analista, de modo geral, analista é aquele que de submete a
análise. Porque ainda tem uma outra questão, vamos supor, você se submeteu à análise, mas
você nao quer atender. Logo, se você não tem paciente você não faz supervisão, por isso você
deixa de ser psicanalista? Não, você é uma psicanalista, você é uma estudioso da psicanálise,
você é uma analisando, mas você não é uma analista clínico, você não atende outras pessoas,
porque nem todo mundo é obrigado a atender outras pessoas. A gente tem grandes nomes da
psicanálise, inclusive brasileira, como o professor Luiz Alfredo Garcia Roza que ele é um
grande teórico, não existe estudar psicanálise no Brasil sem passar por Garcia Roza, mas ele
nunca atendeu uma única pessoa na vida dele. Fez análise, sabia tudo teoricamente da
psicanálise, mas nunca atendeu ninguém. Nem por isso ele deixa de ser psicanalista.
Resumindo, é uma problemática a questão da formação da psicanálise, justamente porque a
gente não tem uma formalização institucional dizendo que a gente so poderia exercer de uma
unica maneira. Pra quem é de fora, fica muito confuso isso, porque fica muito solto de fato,
você tem que ter todos os pré-requisitos e a única coisa que você precisa ter é o percurso
analítico de fato".
6. Em quais lugares é possível encontrar acompanhamento pela psicanalista, em Belém
e região metropolitana?
Entrevistada: A partir do ano de 1918 começaram as instituições , que ficaram conhecidas
como policlínica, a de Berlim, a de Viena e subsequente. O que era a policlínica? Os
psicanalistas atendiam, faziam as formações por elas e recebiam a população comum para
poder receber o atendimento gratuito ou pagar um valor social. Esse modelo ele ganhou
réplica desde aquele momento até os dias de hoje, então ate os dias de hoje a gente ainda tem
essas instituições que têm esses atendimentos mais sociais, aqui em Belém, por exemplo, o
que seriam essas instituições com valores sociais, nas escolas de formação, do corpo
freudiano, escolas de psicanálise, tem aquele atendimento clínico que os formandos têm que
fazer, que
nem vocês aqui no final da faculdade, tem que passar pela clínica. Esses formando de
psicanálise eles recebem a população comum pra passar por atendimento psicanalítico de
fato, dependendo da instituição não vai pagar nada ou vai pagar um valor social de 5 reais por
sessão. Enfim, so pra conseguir realmente ter atendimento. Esses atendimentos que a
população comum poderia procurar inclusive, como a gente também tem consultórios
participares, que pra atendimento clínico, é onde a gente vai encontrar psicanalista. Tem
psicanalista no Hospital, na organizacional? Tem psicanalista em tudo quanto é lugar, a
diferença é que ele não vai fazer a psicanálise clínico nesses lugares. Inclusive a professora
Peck é psicanalista e trabalhava no hospital, ela não fazia clínica psicanalítica, mas a escuta
dela é analítica. Então tinha ali uma analista que não fazia atendimento clínico, obviamente.
Todos esses locais o psicanalista está.
7. O que a levou a optar pela psicanálise?
Entrevistada: Foi o próprio processo de análise da mesma, aos 17 anos, após o
divórcio dos pais. Essa seria uma das duas respostas. A outra seria quando Drª Jéssica estava
no ensino médio, um professor de filosofia conversando com ela de forma mais efusiva,
sugeriu ela ler o livro “Interpretação dos sonhos” de “um cara chamado Freud”. Jéssica, ainda
não conhecia a obra deste autor, e nem tão pouco, havia sabido sobre ele. Quando Drª Jéssica
leu este livro, ela contava 15 anos, ela ficou maravilhada com a leitura, com a sugestão dos
simbolismos dos sonhos, apesar de não entender nada, segundo ela relatou, ela percebeu a
profundidade do texto de Freud e fazendo sentido para ela, então decidiu que era isso que ela
iria fazer da vida dela. Ela a partir desse marco em sua vida, decidiu que iria fazer o mesmo
que Freud fazia com seus pacientes. Iria ouvir o que eles falavam, encontrar os símbolos
implícitos dos sonhos dos mesmos e interpretar para os seus futuros analisandos, para que
estes pudessem chegar no conflito original deles. Drª Jessica ficou fascinada com a
possibilidade de tratar pessoas dessa forma e daí, já aos quinze anos teve certeza de que seria
isso que faria de sua vida. O professor de filosofia dela a informou que para isso ela deveria
cursar Psicologia e chegando na faculdade, ela descobriu que isso era uma inverdade, quando
participou de uma palestra no início da faculdade sobre saúde mental e descobriu que a
palestrante era psicanalista e Jéssica foi estudar com esta. Para Drª Jéssica a psicologia foi um
erro no percurso acadêmico dela, na verdade ela gostaria de se formar em filosofia (hoje ela
está se formando em filosofia) e ser psicanalista, descoberto segundo ela em seu próprio
processo de análise.
8: Qual seria o maior desafio em ser psicanalista?
Entrevistada: Dentre tantos desafios que Drª Jéssica poderia pontuar, olhando para o
percurso dela e de seus amigos psicanalistas, na carreira, que o maior desafio em ser um
analista
é você passar por um processo analítico e findar uma análise. Por que, por exemplo: há
muitos psicólogos que são muito competentes, mas que não passaram nunca na vida deles,
por um processo psicoterápico, porque ficam numa abstração teórico-técnica, não passam
pela experiencia psicoterápica. Drª Jéssica diz que ela não teria como fazer isso com a
psicanálise, é uma impossibilidade um psicanalista escutar sem se submeter ao processo
analítico. Só que tem um problema aí, segundo ela, se submeter a um processo analítico, não
é para qualquer um também, você tem que ter desejo de passar por isso, não é uma decisão
racional, por exemplo, diz Drª Jéssica, ela e o irmão foram levados juntos ao processo
psicoterápico, porém somente ela optou em dar continuidade as suas sessões. Ela afirma que
o que a fez permanecer no processo psicoterápico, foi o seu sintoma, citando Lacan que dizia,
só sustenta uma análise que tem um sintoma muito arraigado e findar a mesma, que também
segundo Lacan, isso seria um passe. Trazer um recorte da sua análise e apresentar para os
seus pares e estes por fim lhe autorizam a ser uma analista Lacaniana. Ela considera essa
analogia muito bonita.
9. Freud foi quem iniciou a psicoterapia breve. Pergunto: “é possível realizar
psicoterapia Breve na Psicanálise”?
Entrevistada: A psicoterapia breve nasceu da psicanálise, por Freud. Ele atendia por
alguns dias ou semanas. Eram atendimentos pontuais que teriam efeito terapêutico, mas não
têm efeito analítico. Um músico famoso pede para Freud analisa-lo. Freud analisa-o por três
dias diretos. Isso passa a ser visto como psicoterapia breve. Quem se apropria disso é um
contemporâneo de Freud, chamado Ferenze. Se o terapeuta tiver uma postura ativa tem como
diminuir o tempo de analise. Na verdade, na psicoterapia não haverá analise. Nem divã
porque o uso do divã é para tempo prolongado. Quando o paciente permanecer de fato na
analise ele é convidado para ir para o divã. No divã as sessões ficam muito mais intensas. Se
fazia uma vez por semana, vai fazer 2, 3 vezes analise. Não tem como um analista fazer
psicoterapia breve. Quem realiza é o de base psicanalítica, não analistas de fato”.
10. É possível realizar psicanalise na Atenção Básica de saúde?
Entrevistada: Sim. Também em hospitais e outras instituições organizacionais,
escolar. Ela é teórica e cientifica para atuar em todos os lugares. Os primeiros psicanalistas
atuavam em instituições. A policlínica foi criada por psicanalistas para pessoas mais
desfavorecidas socialmente. Tem hospitais na França onde atuavam psicanalistas e onde o
próprio Freud atuou. A psicanálise sempre esteve inserida em todas as instituições. É
completamente possível. A gente só não vai levar o divã nas escolas, hospitais, mas a escuta
analítica, ela está presente em qualquer lugar, porque a escuta teórico-técnica ela consegue se
efetivar. Você não vai conseguir analise lá dentro, mas você vai ter a base psicanalítica.
11. Qual o olhar da psicanálise dentro da questão de gênero?
Entrevistada: A história da psicanálise está entrelaçada com esse processo de
subjetivação social da mulher. As mulheres eram completamente encarceradas nos hospitais
ou dentro das casas, simplesmente porque elas queriam desejar. Freud tirou as amarras das
mulheres e começou a escutá-las. Renan Chaves, talvez seja o maior estudioso dessa questão
de gênero na psicanalise aqui em Belém. Quem iniciou essa questão foi os psicanalistas,
desde a época de Freud. Freud se voltou para a discursão da feminilidade, da sexualidade
feminina, desde a década de 20 até 1959. Ele passa 19 anos só discutindo questões que
envolvem a sexualidade, a feminilidade etc. E termina a vida dele dizendo que ele continua
não entendendo nada do universo feminino. E aqui vou dar um espolio, é o que ele diz no
texto que se chama feminilidade.
FACULDADE ESTÁCIO BELÉM – PÓLO NAZARÉ

CURSO DE PSICOLOGIA

DEISE CARNEIRO

ROBERTA CARVALHO

DEIVE ARTUR

RONILDE DOS PRAZERES GONÇALVES

LETÍCIA SECCO

COMO TRABALHAR A PSICANÁLISE NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE?

BELÉM / PARÁ
2024
Resumo

O projeto realizado pelo grupo foi planejado e revisado, onde originalmente seria uma
live no Instagram e se tornou uma palestra no Google Meet. Com o intuito de informar o
público usuário do sistema único de saúde sobre como funcionaria um psicólogo de base
psicanalista em seu meio, além de mostrar aos futuros formandos uma área que poderia não ser
levada em consideração, para que isso fosse realizado contamos com a supervisora do projeto
para conseguir o contato de uma psicóloga da área para a entrevista e palestra, inicialmente foi
entrevistada outra professora para ter uma base de conhecimento mais aprofundada sobre a
psicanálise. Ao fazer com que o projeto acontecer, se teve uma palestra dinâmica com
perguntas dos participantes e dos facilitadores que faziam parte do grupo organizador.
Sumário

1. Introdução 04
2. Método 05
3. Resultados 07
4. Discussão 07
5. Avaliação dos pares 08
6. Referências bibliográficas 09
7. Anexos 10
Introdução

A psicanálise, desde sua origem com Sigmund Freud no final do século XIX, tem se
consolidado como uma importante abordagem terapêutica para a compreensão e tratamento
dos transtornos mentais (Freud, 1899). Tradicionalmente associada ao ambiente clínico
particular, a psicanálise vem, nas últimas décadas, expandindo seu campo de atuação para
contextos mais amplos, incluindo a atenção básica de saúde. Este movimento reflete uma
necessidade crescente de integrar abordagens psicoterapêuticas às políticas públicas de saúde
mental, visando à promoção de um cuidado mais holístico e acessível à população (Costa-
Rosa, 2000).

A atenção básica, como porta de entrada do sistema de saúde, desempenha um papel


crucial na identificação precoce e no tratamento de problemas de saúde mental. Nesse
contexto, a inclusão de práticas psicanalíticas pode contribuir significativamente para a
melhoria da saúde mental dos pacientes, proporcionando um espaço de escuta e intervenção
qualificada (Campos, 2003). A psicanálise na atenção básica pode, portanto, funcionar como
uma ferramenta complementar às intervenções médicas tradicionais, ampliando as
possibilidades de cuidado e fortalecendo a rede de apoio aos indivíduos (Nogueira, 2011).

Além disso, a integração da psicanálise na atenção básica permite uma abordagem


mais humanizada e personalizada do paciente, respeitando sua singularidade e contexto
socioeconômico (Figueiredo, 2012). Estudos demonstram que essa integração pode resultar
em uma melhor adesão ao tratamento e em desfechos mais positivos para os pacientes (Barros
et al., 2015). Portanto, explorar as possibilidades e desafios da inserção da psicanálise na
atenção básica é essencial para o desenvolvimento de práticas de saúde mental mais
inclusivas e eficazes.

Este artigo tem como objetivo analisar a aplicação da psicanálise na atenção básica de
saúde, discutindo suas contribuições, desafios e implicações práticas. Através de uma revisão
bibliográfica e análise crítica, busca-se evidenciar como essa abordagem pode ser
efetivamente integrada ao sistema público de saúde, promovendo um cuidado integral e
humanizado.
Metodo
O objetivo deste projeto é organizar uma palestra online com uma psicóloga sobre a
atuação da psicanálise na atenção básica de saúde.

A palestra visara esclarecer o papel e a importância da psicanálise no contexto da saúde


pública, destacando suas contribuições e desafios.

Para a construção do projeto, a equipe optou em fazer uma pesquisa qualitativa exploratória.

A psicanálise, como abordagem terapêutica, tem um papel significativo na saúde


mental. No entanto, sua aplicação na atenção básica de saúde ainda é pouco discutida e
compreendida. A palestra pretende preencher essa lacuna informativa, promovendo uma
compreensão mais ampla e crítica sobre o tema.

O Instrumento utilizado neste primeiro momento do projeto será a entrevista.


Utilizaremos um roteiro de entrevista semiestruturada com uma psicóloga especialista em
psicanálise sob a orientação de Freud, que nos permitirá a análise de dados e de conteúdo
temático.

No segundo momento do projeto programamos uma palestra online com uma segunda
Psicóloga, que utiliza a abordagem psicanalista na Atenção Básica de Saúde.

Seleção da Psicóloga Palestrante

A escolha da palestrante será baseada em critérios como experiência prática na


aplicação da psicanálise na atenção básica e relevância acadêmica. A profissional convidada
deve possuir, preferencialmente, publicações na área e experiência comprovada em serviços
públicos de saúde.

A importância de compreender a atuação da psicanálise na atenção básica de saúde


se dá pela crescente demanda por serviços de saúde mental acessíveis e de qualidade. Estudos
indicam que a incorporação de abordagens psicanalíticas pode contribuir significativamente
para o bem-estar dos pacientes no sistema público de saúde (Costa, 2019; Silva & Andrade,
2020).
Planejamento da Palestra

A palestra será estruturada em três partes principais:

Introdução à Psicanálise: Explicação dos conceitos fundamentais e sua relevância.

Psicanálise na Atenção Básica: Discussão sobre a aplicação prática e teórica na saúde pública.

Estudos de Caso: Apresentação de casos clínicos e experiências pessoais da palestrante.

Ferramentas e Plataformas

A palestra será realizada através da plataforma Google Meet, permitindo


interatividade e engajamento dos participantes. Será disponibilizada uma sessão de perguntas
e respostas ao final para sanar dúvidas dos participantes.

Divulgação e Inscrição

A divulgação será feita por meio de redes sociais, sites institucionais e e-mails
direcionados a profissionais e estudantes da área de saúde. As inscrições serão realizadas via
formulário online, limitando a participação para garantir a qualidade da interação.

Coleta e Análise de Dados

Após a palestra, será enviado um questionário de avaliação aos participantes, com


perguntas sobre a clareza, relevância e aplicabilidade do conteúdo apresentado. Os dados
coletados serão analisados quantitativamente e qualitativamente para avaliar o impacto da
palestra e identificar pontos de melhoria

Esta metodologia visa garantir uma abordagem sistemática e eficaz para a


organização e realização da palestra, proporcionando uma experiência enriquecedora e
informativa para todos os participantes.

Resultados
Para uma melhor análise e um controle melhor, foi feito um formulário no Google
como forma de inscrição onde foi pego os contatos para o envio do link da sala de reunião.
Com um curto tempo de inscrição que foi por volta de 2 dias foi tido 28 inscrições de 26
pessoas diferentes, com duas inscrições duplicadas, porém nem os inscritos apareceram no dia,
o que ficou com 18 pessoas simultâneas na sala sem contar a palestrante, membros do grupo e
supervisora, desta forma conseguindo 69% de comparecimento ao evento.

Discussão

O Projeto de extensão proposto pela disciplina Teoria e técnicas psicoterápicas, foi


de muito aprendizado, por nos ter possibilitado transitar pela teoria e prática ao mesmo
tempo. Por termos entrado em contato com profissionais da área, como a professora Jéssica e
a Psicóloga Sara Alonso que, a partir de suas experiências de atuação nos abriram horizontes
de possibilidades para várias reflexões e questionamentos em torno da problemática levantada
no projeto. O intercâmbio e a troca realizada entre as regiões, sendo os alunos e público
participante de Belém e a Psicóloga de São Paulo, foi muito enriquecedor. Duas regiões
distintas, mas com desafios similares, quando se trata de fazer chegar a psicanalise na atenção
básica de saúde. Freud já levantava a questão desses serviços chegarem a população mais
carente, quando no V Congresso psicanalítico internacional, realizado em Budapeste, em
1918, disse: “Pode-se prever que em algum momento a consciência da sociedade despertará,
advertindo-a de que o pobre tem tanto direito ao auxilio psíquico quanto hoje em dia tem as
cirurgias vitais” (Moura et al, 2023 apud Freud, 1919/2010, p. 217).
O projeto também se mostrou desafiador por conta do frágil domínio da metodologia
cientifica, necessária para a elaboração do projeto; a pouca habilidade com as plataformas
requeridas para a live e elaboração de marketing de divulgação, assim como, a dificuldade de
conciliar tempo, outras atividades e por conta das situações inter-relacionais que se
manifestam na dinâmica de grupo, como já tivemos a possibilidade de estudarmos na
disciplina processos grupais. Contudo, esses desafios nos oportunizam reflexões, auto-
avaliação e possibilidades para outros processos e experiências, sobretudo, quando se pensa
em uma atuação profissional em equipe, como na UBS – Unidade Básica de Saúde.

Obtivemos como resultado, da disciplina, da elaboração e execução do projeto e da


experiência de atuação dos profissionais, sobretudo, da psicóloga Sara Alonso, que é
psicanaliica e que atua em uma UBS em São Paulo, que é possível a psicologia de base
psicanalítica, sair dos consultórios, para ser oferecida na atenção básica de saúde, nas UBS e
que a psicanalise, não se reduz ao divã, o qual não teria lugar na unidade básica, mas que,
nem por isso, deixaria de ofertar um trabalho de qualidade e com potencial crítico, assim
como as demais abordagens, no sentido de contribuir para a garantia do acesso e a atenção à
saúde mental para todos, bem como, garantir que as mudanças implementadas pela lei
10.216/2001 sejam efetivadas.

Avaliação dos pares

O presente trabalho foi desenvolvido e dividido os papéis e responsabilidades para


cada membro do grupo em relação a palestra sobre: Como a psicanálise atua na atenção
básica de saúde. Cada integrante do trabalho fez a sua parte com ordem dentro do prazo
estimado de sua responsabilidade.

Deve-se frisar as partes dos alunos de teorias e técnicas psicoterápicas, ao


coordenador do grupo e responsável da disciplina prof.ª M.ª Lia Botega, que se fez presente
na performance da palestra no Google Meet. A aluna Roberta Carvalho Silva teve como papel
pesquisar mais profundamente o assunto abordado e analisou dados relevantes à palestra. As
Alunas Ronilde Gonçalves e Letícia Secco ficaram responsáveis pela representação ao
alinhamento do trabalho com as metas e objetivos da instituição. Deivi Artur teve como
responsabilidade para facilitar o engajamento comunitário, onde atuou para participação do
público ao acessar o link para o
Google Meet e sobre a coleta de feedback aos participantes da palestra. As alunas Roberta
Carvalho, Letícia Secco e Deise Carneiro atuaram na comunicação no decorrer da palestra à
apresentação da disciplina e algumas informações sobre a palestrante, cada uma deu o suporte
necessário para a comunicação ao público participante que tinham algumas dúvidas e fizeram
perguntas sobre o tema discutido na palestra.

A realização do trabalho foi de extrema relevância aos alunos de psicologia. Contudo,


ressaltar cada responsabilidade dos discentes do projeto faz-se necessária, pois cada um
cumpriu com êxito seus tópicos, mantendo o objetivo do trabalho e alcançando as metas do
projeto de extensão.

Referências bibliográficas

● Freud, S. (1899). A Interpretação dos Sonhos. Viena: Bergmann.

● Costa-Rosa, A. (2000). Saúde Mental e Saúde Pública. Ciência & Saúde Coletiva,

5(2), 67-76.

● Campos, G. W. S. (2003). Reforma e Reorganização na Atenção Primária à Saúde.

Cadernos de Saúde Pública, 19(5), 1347-1355.

● Nogueira, M. I. (2011). Psicanálise e Política de Saúde Mental no Brasil. Revista

Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 14(2), 312-326.

● Figueiredo, L. C. (2012). A Singularidade do Paciente no Contexto da Saúde


Pública.
Psicologia em Estudo, 17(1), 15-25.

● Barros, S., Coutinho, C., & Marques, A. (2015). A Psicanálise na Atenção Básica: Um

Estudo de Caso. Revista de Psicologia da UNESP, 14(3), 243-257.

● Costa, J. (2019). Psicanálise e Saúde Pública: Desafios e Possibilidades. Revista

Brasileira de Psicologia, 35(2), 123-135.

● Silva, R. & Andrade, M. (2020). A Integração da Psicanálise na Atenção Básica de

Saúde. Saúde em Debate, 44(1), 85-97.

Anexos
RELATÓRIO INDIVIDUAL
Deise Carneiro-202209089953

O projeto da disciplina de teorias e técnicas psicoterápicas foi de suma importância aos


futuros profissionais da área. Deve-se pontuar a dificuldade, inicialmente ao planejar o trabalho. As
duas convidadas palestrantes cancelaram a primeira data para a aplicação do projeto por motivos de
saúde. Então, o projeto teve que passar por alterações, que resultou em uma convidada para
palestrar.
O grupo teve a sua particularidade em relação ao trabalho, que foi dividido em partes para
o desenvolvimento, cada um cumprindo com a sua responsabilidade. Observa-se a relevância de
desenvolver um projeto em grupo na decorrer da duração do curso, para o aprendizado profissional
quando cada integrante tiver em equipe multidisciplinar. Assim, aumentando a experiência de
planejamento e atuação seja qual for o trabalho estipulado futuramente.

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