REVISÃO DE FENOMENOLOGIA – 2° BIMESTRE
- Fenomenologia: É uma metodologia que vem como a terceira força da Psicologia, em
contraste com a Psicanálise e a Terapia Cognitiva Comportamental, é dessa forma um outro
método de se fazer ciência, para além do positivismo e do empirismo. Ela tem como foco
descrever e compreender os fenômenos, tais quais se revelam. O fenômeno não é
compreendido como a coisa em si, mas como o encontro das coisas com as coisas. Tudo
que podemos saber sobre o mundo e nós mesmos resume-se a esses fenômenos através
do processo de redução fenomenológica (epoché) pelo qual tudo que é informado pelos
sentidos é mudado em uma experiência de consciência. Isso significa que o pesquisador
precisa suspender seus preconceitos, pois assim o seu subconsciente não vai interferir nas
análises. É importante que um fenômeno só acontece se houver uma consciência para ele,
a consciência é intencional, pois acontece por meio de uma correlação entre a consciência
e o mundo, que visa às coisas dando significações, enquanto que as coisas são visadas
pela consciência e recebem sentidos.
- Existencialismo: A Psicologia Existencialista é uma das abordagens que se originam da
Fenomenologia, portanto, os dois se entrelaçam por serem correntes de pensamento que
questionam a objetividade da ciência positivista. A Fenomenologia é um método de se
entender as pessoas subjetivamente em seus modos de ser. Trata-se de uma abertura para
compreensão sobre o modo como construímos a nossa percepção dos fenômenos. Já o
Existencialismo busca compreender a existência humana partindo da própria existência
concreta e singular, refletindo sobre o modo como fazemos escolhas e nos
responsabilizamos (ou não) por elas. Alguns dos principais temas do Existencialismo são a
liberdade de ser, a responsabilidade, a angústia, o sentido da vida, a finitude, a
autenticidade e o tédio. A base da proposta existencialista é analisar o ser humano em seu
todo incluindo questionamentos quanto o conceito de essência, para o existencialismo não
existe uma natureza humana que determine o que o indivíduo será. Ou seja, sua essência
só é formada após existir. Ela é formada através de suas vivências e experiências, da sua
liberdade e responsabilidade de fazer escolhas. Desta forma, acredita que a pessoa não
deve ser tratada como uma figura passiva, o terapeuta deve ajudá-la a se perceber como
responsável por suas escolhas e ações.
- Humanismo: Foi um movimento filosófico com o foco na valorização do ser humano e na
condição humana, é uma postura democrática e ética, que afirma que os seres humanos
têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas. Na
Psicologia a abordagem humanista tem como principal foco a experiência subjetiva do
indivíduo enquanto ser único e multifacetado, dessa forma enfatizando as relações
interpessoais e a construção da personalidade do mesmo, introduzindo, um novo modo de
se conhecer e trabalhar com o ser humano. O Humanismo tem suas origens na
Fenomenologia, mas é voltado para a capacidade de auto aperfeiçoamento da humanidade
com uma visão positiva das pessoas, sendo sua crença principal de que as pessoas são
naturalmente boas e que os problemas sociais e mentais resultam de desvios dessa
tendência natural a bondade. Psicólogos humanistas acreditam que a construção e a
preservação do bem-estar levam, naturalmente, a auto realização. Para eles, as pessoas
são espontâneas e criativas, além de livres para tomar decisões e escolher como se
comportar.
- Maslow: Um dos principais teóricos da Psicologia Humanista, acreditava na tendência
individual da pessoa para, pelas sucessivas necessidades satisfeitas, se tornar auto
realizadora, sendo este o nível mais alto da existência humana. Ou seja, as pessoas são
seres ativos com a capacidade e instinto básico de se desenvolverem. Possivelmente sua
teoria mais famosa na pirâmide de Maslow (ou hierarquia das necessidades de Maslow) ele
criou uma escala de necessidades a serem satisfeitas e, a cada conquista, nova
necessidade se apresentava. A cada necessidade satisfeita o indivíduo chegaria mais
próximo da auto realização. As necessidades são:
- Rogers: Para ele, o ser humano dispõe de vastos recursos para se desenvolver e
gerenciar seu próprio processo de desenvolvimento e, portanto, cabe ao psicoterapeuta
oferecer condições relacionais que facilitem o acesso das pessoas ao seu próprio potencial
de desenvolvimento. Rogers rompeu com a herança da lógica médica na qual identifica-se
um problema/adoecimento para então oferecer um tratamento. Para ele, o campo
psicológico não poderia seguir a mesma lógica. O processo psicoterapêutico mostrou-se
mais promissor quando a relação terapêutica envolvia três atitudes do terapeuta: a
consideração positiva incondicional, a compreensão empática e a congruência do
psicoterapeuta. Essa era a base da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Uma
perspectiva que faz parte da Psicologia Humanista, a terceira força na Psicologia. A filosofia
de vida ACP se tornou a base para o desenvolvimento de um jeito de ser, que Rogers
acreditava ser propício para a adaptação às mudanças que esperavam o humano no futuro.
A psicoterapia elaborada por Carl Rogers seguirá a tendência de olhar o homem como
pessoa e, por isso, centrará seus esforços no cliente. Assim, tal tipo de terapia dependerá
menos da aquisição de conhecimentos do terapeuta e mais da relação do terapeuta com o
cliente e, sobretudo, do cliente consigo mesmo. Rogers discorda da opinião, importada da
biologia, de muitos psicólogos, que afirmam que o homem, como muitos outros seres vivos,
tenderia a um estado de equilíbrio, de satisfação de suas necessidades básicas a todo
custo. Ao contrário, o que define o homem, tanto em termos gerais como individualmente, é,
muito mais, o enriquecimento de suas experiências, buscando cada vez mais se
complexificar, de modo a satisfazer a sua necessidade fundamental de auto realização.
Essa necessidade é a sua motivação principal, e é isso que o terapeuta fará que seja
revelado para o cliente. Os três pilares da abordagem centrada na pessoa são elementos
essenciais para o sucesso da busca por autoconhecimento que apontam para a solução
natural dos problemas, encorajada pelo psicólogo. É importante ser autêntico e genuíno
para que as incertezas sejam dissipadas e as experiências ruins, ressignificadas.
Empatia: Na abordagem de Carl Rogers, a empatia exerce uma função fundamental, que
corrobora a criação da atmosfera calorosa idealizado pelo psicólogo. O psicólogo deve
buscar se aproximar da percepção do paciente para aprofundar a avaliação dos seus
incômodos. Isso facilita a relação entre o psicólogo e o paciente.
Congruência: Pode ser descrita como a coerência entre as ações, os pensamentos, as
emoções e as palavras. A pessoa que está em congruência consigo próprio é genuína e
pratica a auto aceitação e o amor-próprio diariamente. De acordo com Rogers, ao aceitar-se
como é, o paciente não apenas vive com autenticidade, mas também aprende a aceitar os
outros.
Aceitação Incondicional Positiva: O psicólogo deve aceitar os pacientes como eles são e
recebe-los com afetividade independente de suas queixas emocionais. Não cabe a ele fazer
julgamentos ou críticas a respeito de quem o paciente é. Do mesmo modo, os pacientes
precisam ter essa mesma postura consigo mesmos e os outros.
Assim como em tudo na Abordagem Centrada na Pessoa, é valorizada além da
aceitação e do acolhimento e autenticidade, ou seja, ou o psicoterapeuta dentro da sua
autenticidade partilha dos princípios centrados na pessoa, ou não. Não existe meio termo.
Para a ACP o conhecimento do psicoterapeuta tem importância, mas a sabedoria tem um
peso especial na relação de ajuda. Isso significa que, muitas vezes o psicoterapeuta através
de seu conhecimento cria uma relação vertical, entre si e a pessoa que busca ajuda e
naturalmente construa uma barreira perdendo a disponibilidade real em ouvir o outro
desprovido de técnica.
- Gestalt: A terapia Gestalt é uma das abordagens consideradas humanistas, que por sua
vez, faz uso dos princípios do humanismo no fundamento de seu conceito de pessoa. Uma
das principais características do humanismo que servem de passe pra Gestalt-terapia é a
admiração e o apreço pelo ser humano, uma visão positiva deste ser, como alguém que
sempre busca progredir e se aperfeiçoar. Este princípio também fundamenta a visão da
patologia na GT, onde se compreende as “doenças” como ajustamentos que o indivíduo
encontrou para melhor lidar com determinada situação, que passa a ser patológico quando
provoca sofrimento. O sofrimento ocorre quando esse ajustamento passa a ser
desatualizado ou cristalizado, ou seja, foi útil no passado, mas deixou de ser. A GT não
nega o trágico da vida, mas privilegia o belo e positivo do ser humano, enfatizando seu
potencial criativo e transformador, o considerando um ser de possibilidades. Desta forma, a
visão humanista enfatiza a condição do homem, de ser inacabado e imperfeito, entretanto
destacando sua capacidade de se aperfeiçoar.
No campo da psicologia, a Gestalt é mais descrita como um padrão ou configuração.
Nesse contexto, a Gestalt abrange a mente e os comportamentos humanos como um todo.
A Psicologia da Gestalt é uma corrente que se baseia no estudo da percepção onde a
pessoa classifica suas percepções como um todo e não apenas como a soma das partes. A
teoria da Gestalt destaca as representações mentais que nós seres humanos criamos e
reuni percepções através das quais somos expostos. Não existe uma tradução direta para a
palavra “Gestalt”, porém tem uma conotação como “estrutura configuracional”, isso
direciona ao fato de que a Teoria da Gestalt busca explicar a percepção humana e a
maneira como tomamos decisões com base em como percebemos as coisas na nossa
mente. Levando em consideração essa teoria, podemos dizer que suas considerações são
de que a percepção que temos das formas, se configuram por meio da soma de peças de
imagem, tato, som e memória. Psicologia de Gestalt e Gestalt-terapia não significam a
mesma coisa a Gestalt-terapia está voltada para o campo clínico, com teorias e técnicas
que visam dar ao homem condições para o seu crescimento, já a Psicologia de Gestalt se
refere ao campo de pesquisa, que trouxe uma série de novas perspectivas para entender a
maneira com a qual o homem percebe o mundo.
- Estudo dirigido:
1) Descreva como você entende a relação entre a Fenomenologia, o Humanismo, a ACP e
a Gestalt-terapia
R: A Fenomenologia é uma metodologia que vem como a terceira força na Psicologia, em
contraste com a Psicanálise e a TCC (Terapia Cognitiva Comportamental). Tem foco em
estudar os fenômenos, tais quais se revelam. Na Psicologia o Humanismo se origina da
Fenomenologia, mas é voltado para a subjetividade de cada indivíduo como ser único e
multifacetado e sua capacidade de auto aperfeiçoamento com uma visão otimista das
pessoas. A ACP (Abordagem Centrada na Pessoa) é uma filosofia criada pelo psicólogo
humanista Carl Rogers que se desenvolveu em seu próprio método terapêutico, é
caracterizado por colocar a pessoa como ponto central de sua própria história. A
Gestalt-terapia também usa como base o Humanismo, uma das características humanistas
que ela usa são o apreço e admiração pelo ser humano, uma visão positiva deste ser.
Dessa forma, a Gestalt-terapia usa de teorias e técnicas para ajudarem as pessoas no
processo de desenvolvimento próprio.
2) Fale sobre a Psicologia da Gestalt e a Gestalt-terapia.
R: A Psicologia da Gestalt se refere ao campo de pesquisa focado no estudo da percepção
do homem sobre o mundo, a Gestalt-terapia está voltada para o campo clínico, com teorias
e técnicas que visam dar ao homem condições para o seu crescimento.
3) Sobre a postura do terapeuta em Gestalt-terapia, podemos dizer.
R: Na Gestalt-terapia o terapeuta deve ter uma postura ativa, empática, acolhedora e
disponível para o encontro genuíno e autêntico.
4) Quais os princípios básicos da psicoterapia centrada na pessoa de Carl Rogers?
R: Consideração Empática se refere a como o psicoterapeuta deve criar uma atmosfera
calorosa e acolhedora para o paciente e tentar aproximar sua percepção o mais próximo
possível da dele para melhor abordar as questões trazidas para a terapia. A Congruência se
refere a coerência entre os pensamentos, falas, atos e emoções do paciente; sendo que
uma pessoa com congruência vive de forma mais autêntica e prático o amor-próprio
diariamente. A Aceitação Incondicional Positiva é a forma como o psicólogo deve se
relacionar com o paciente sem julgamentos, aceitando-o como ele realmente é; dessa forma
o paciente pode manter essa mesma postura consigo mesmo e com os outros.
5) Como se dá a relação terapêutica com o cliente de acordo com Rogers?
R: Para Rogers a terapia deve ser centrada no cliente, olhando ele como pessoa e
buscando compreende-lo profundamente. Essa abordagem é menos dependente da
aquisição de conhecimentos do terapeuta, apesar destes também serem importantes, e
mais da sabedoria do terapeuta para estabelecer uma boa relação com o cliente, e dessa
forma, melhorar a relação do cliente consigo mesmo.
6) Qual a principal motivação para o ser humano, segundo Maslow?
R: De acordo com Maslow, o ser humano é motivado pela busca à auto realização.
7) Quais os pressupostos do movimento do humanismo?
R: O Humanismo é caracterizado por sua visão holística e otimista das pessoas, com foco
em suas experiências subjetivas.