Eureka 27

CONTEDO
AOS LEITORES 2

XVIII OLIMPADA DE MATEMTICA DO CONE SUL 3
Enunciados e resultado brasileiro

XIX OLIMPADA DE MATEMTICA DO CONE SUL 11
Enunciados e resultado brasileiro

ARTIGOS

JOGOS E FEIJOADA NO SO PAULOS 13
Emanuel Carneiro

SUBSTITUIES ENVOLVENDO NMEROS COMPLEXOS 17
Diego Veloso Ucha

INTEGRAIS DISCRETAS 25
Eduardo Poo

PRODUTOS NOTVEIS 32
Onofre Campos

OLIMPADAS AO REDOR DO MUNDO 38

COMO QUE FAZ 48

SOLUES DE PROBLEMAS PROPOSTOS 50

PROBLEMAS PROPOSTOS 58

AGENDA OLMPICA 61

COORDENADORES REGIONAIS 62

Sociedade Brasileira de Matemtica
EUREKA! N27, 2008
2
AOS LEITORES

com grande alegria que comemoramos em 2008 os 10 anos da Revista
EUREKA! e transmitimos aos leitores a nossa satisfao pela acolhida recebida
neste perodo. Durante estes 10 anos de existncia temos procurado atender ao
leitor mais exigente, apresentando uma publicao especfica que alm de
fornecer material atualizado e de alto nvel acadmico, tem tornado o estudo da
matemtica olmpica muito mais interessante e acessvel a professores e jovens
olmpicos de todo o Brasil.

Neste nmero especial da revista apresentamos quatro artigos, cujos
autores so todos ex-olmpicos de grande destaque, alm de um bom nmero de
novos problemas propostos por nossos leitores, que esto cada vez mais
inspirados. Agradecemos tambm a valiosa ajuda dos alunos que trabalharam na
reviso deste nmero da Eureka!: lvaro Lopes Pedroso, Ana Lusa de Almeida
Losnak, Custdio Moreira Brasileiro Silva, Elder Massahiro Yoshida, Guilherme
Phillippe Figueiredo Hanon Guy Lima Rossi, Henrique Pond de Oliveira Pinto,
Illan Feiman Halpern, Marco Antonio Lopes Pedroso, Rafael Horimoto de
Freitas, Renan Henrique Finder, Talita Alessandra da Silva, Thiago Saksanian
Hallak e Thiago da Silva Pinheiro, e particularmente ao Prof. Carlos Yuzo Shine,
que coordenou a reviso e que foi responsvel pela seo Como que faz deste
nmero.

Continuaremos contando com o entusiasmo e a colaborao dos nossos
leitores para que a EUREKA! continue sendo um instrumento til formao
matemtica e preparao olmpica do nosso pblico. Esperamos que gostem
deste nmero. Divirtam-se!

Os editores

EUREKA! N27, 2008
3
XVIII OLIMPADA DE MATEMTICA DO CONE SUL
Enunciados e Resultado Brasileiro

A XVIII Olimpada de Matemtica do Cone Sul foi realizada na cidade
de Atlntida, Uruguai no ms de junho de 2007. A equipe brasileira foi liderada
pelos professores Yuri Gomes Lima e Samuel Barbosa Feitosa, ambos da cidade
de Fortaleza CE.

RESULTADOS DA EQUIPE BRASILEIRA

BRA1 Renan Henrique Finder Medalha de Ouro
BRA2 Marcelo Tadeu de S Oliveira Sales Medalha de Prata
BRA3 Grazielly Muniz da Cunha Medalha de Prata
BRA4 Thiago Ribeiro Ramos Medalha de Prata

PRIMEIRO DIA

PROBLEMA 1
Achar todos os pares de inteiros (x, y) que satisfazem

3 2
2 . x y x y xy xy + + = +

SOLUO DE MARCELO TADEU DE S OLIVEIRA SALES (SALVADOR BA)
De
3 2
2 x y x y xy xy + + = + temos:
3 2 2 2
2 ( 1 2 ) | x y x xy xy y x x y y y y x y + = + =
2 3 3
2 ( 2 1 ) | xy xy y x y x y x xy x x y x + = + =
Ento | x y e | y x com exceo de x = 0 ou y = 0. Nesses dois casos temos que
ambos tm que ser 0. Assim (x, y) = (0, 0) a nossa primeira soluo. Se | x y
ento x y (eu j desconsiderei x = 0 e y = 0) e se | y x ento , y x da
. x y = Assim temos dois casos:
Primeiro caso: x = y
Substituindo temos
4 2 3
2 2 . x x x x + = + Como 0 x e 0 y ento podemos
simplificar. Assim,
3 2
2 2 x x x + = + e da | 2 x , ento { 2, 1,1, 2}. x Desses
valores, o nico que no admite soluo x = 2 ento para esse caso
( , ) ( 1, 1);(1,1);(2, 2). x y =
EUREKA! N27, 2008
4
Segundo caso: x = y.
Substituindo temos
4 2 3
2 . x x x = +
Como 0 x temos
4 2 3 2
2 1 2 x x x x x = + = + e da
2 8
2
x

= que no
inteiro, ento no h soluo para esse caso.
Assim as solues so ( , ) ( 1, 1);(0, 0);(1,1) x y = e (2, 2).

PROBLEMA 2
Considere 100 inteiros positivos tais que sua soma igual ao seu produto.
Determinar a quantidade mnima de nmeros 1 que podem existir entre os 100
inteiros.

SOLUO DE RENAN HENRIQUE FINDER (JOINVILLE SC)
Seja K o nmero de 1s que aparecem. Sejam
1 2 100
, ... a a a os nmeros, com
1 2
... 1.
K
a a a = = = =
1 2 100 1 2 100
... ... a a a a a a + + + =
1 100 1 2 100
... ...
K K K
K a a a a a
+ + +
+ + + =
Vamos minimizar
1 2 100 1 2 100
... ... .
K K K K
a a a a a a
+ + + +
Para isso, suponha
2.
j
a
Note que
1 100 1 100 1 1 100 1
... ... ... ... 2 ... ... 2 ...
K j K j K j j K
a a a a a a a a a a a
+ + + +

1 1 100 1 100 1 1 1 100
... ... ... 2 ... ... 2
j j K j j K j j
a a a a a a a a a a a
+ + + +

1 1 1 100
... ... ( 2) 2,
K j j j j
a a a a a a
+ +
o que ocorre de fato. Ento, a diferena
mnima quando
1 2 100
... 2.
K K
a a a
+ +
= = = = Logo,
100 100
1 2 100 1 100
... ... 2 2 (100 ) 0 2 200
K K
K K K
K a a a a a K K

+ + +
= +
100
2 200 .
K
K
Se 93 200 107 K K e
100 7
2 2 128,
K
= o que obriga
94. K Note que h um exemplo para K = 95:
1 2 45
... 1 a a a = = = =
96 95
2 a a = =
98 99 100
3 a a a = = =
A soma 195 2 2 3 3 95 4 9 108 + + = + + = e o produto
2 3
2 3 108. = Resta o
caso K = 94, isto , o caso 94 . a b c d e f abcdef + + + + + + = Supondo , 3, a b
minimizemos . abcdef a b c d e f Temos
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5
3 3 ( 3) 3, abcdef a b c d e f bcdef b c d e f a bcdef a
o que ocorre. Alm disso,
2 2 ( 2) 2, abcdef a b c d e f abcde a b c d e abcde f f
o que ocorre, pois 1, f logo 2. f
Conclumos que a expresso mnima se a = 3 e f = 2. Analogamente, ela
mnima quando b = 3 e c = d = e = 2. Ento,
2 4
3 2 4 2 3 2 144 14 130 94. abcdef a b c d e f = = >
Ento, impossvel 94 abcdef a b c d e f = se duas das variveis
forem 3 . J se s uma for 3 (digamos que a, teremos b = c = d = e = f = 2,
logo
5
2 10 94 31 104, a a a = = absurdo, pois 31 | 104. / Se todas as variveis
forem iguais a 2, obtemos tambm 31 104 31 2 104, a = = absurdo. Ento
K = 95 o mximo que podemos obter.

PROBLEMA 3
Seja ABC um tringulo com todos os seus ngulos agudos, de alturas AD, BE e
CF (com D em BC, E em AC e F em AB). Seja M o ponto mdio do segmento
BC. A circunferncia circunscrita ao tringulo AEF corta a reta AM em A e X. A
reta AM corta a reta CF em Y. Seja Z o ponto de encontro entre as retas AD e BX.
Demonstrar que as retas YZ e BC so paralelas.

SOLUO DA BANCA
Observemos que AFHE inscritvel, pois 90 . AEH AFH = =
Da que 90 . AXH =
Seja A um ponto sobre a semireta AM tal que AM = MA. O quadriltero ABAC
um paralelogramo, onde

A BH A BC CBH = +
(90 ) ACB ACB = +
90 =
, A XH =
Ou seja que o quadriltero BHXA inscritvel. Alem disso BHCA tambm
inscritvel j que

(180 ) 180 . BHC BAC BAC BAC + = + =

Desta forma os pontos B, H, X, C so concclicos, onde
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6
XBM XBC XAC BAM = = = (1)

Seja . T AB XH = Notemos que H tambm o ortocentro do tringulo ATY,
uma vez que TY AY e . YF AT Da que , AH TY ento // . TY BC
Se provamos que , Z TY o problema estar terminado. Seja ento . Z AD TY =
Vamos mostrar que . Z Z = Agora, 90 HZ Y HXY = = ento HXYZ
inscritvel, e portanto,

XZ Y XHY FAX BAM = = (2)

Das relaes (1) e (2) segue-se que , XZ Y XBM = ou seja, que os pontos B, Z
e X so colineares. Porm ento Z AD BX Z = e assim Z Z = , como
queramos.
B
A
E
F
H
X
Y
D M
Z
C

PROBLEMA 4
Considere um tabuleiro 2007 2007. So pintadas algumas casas do tabuleiro.
Dizemos que o tabuleiro charrua se nenhuma linha est totalmente pintada e
nenhuma coluna est totalmente pintada.

a) Qual o nmero mximo k de casas pintadas que um tabuleiro charrua pode
ter?
b) Para tal nmero k, calcular o nmero de tabuleiros charruas distintos que
existem.

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SOLUO DE GRAZIELLY MUNIZ DA CUNHA (FORTALEZA CE)
a) Note que todas as colunas tm que ter no mximo 2006 casas pintadas. Como
so 2007 colunas ento o nmero de casas pintadas no mximo
2007 2006, nmero que atingido pintando todas as casas, exceto uma
diagonal, como na figura abaixo
2007
2007

b) como para k no mximo iremos pintar 2006 casas em cada coluna, ento temos
que escolher qual casa ficar sem ser pintada. E note que no podemos ter duas
casas sem serem pintadas em uma mesma linha, pois se no ter uma linha que
ficar toda preenchida. Logo para a primeira coluna poderemos escolher qualquer
uma das 2007 casas para no ser pintada, na segunda coluna podemos escolher
qualquer uma de 2006 casas, pois no podemos escolher uma casa que esteja na
mesma linha qua a que foi escolhida na primeira coluna, na terceira coluna temos
2005 escolhas, na quarta 2004 escolhas e assim sucessivamente, logo so
2007 2006 2005... 2007! = maneiras de escolher, logo so 2007! tabuleiros
charruas distintos, com o nmero k.

PROBLEMA 5
Seja ABCDE um pentgono convexo que satisfaz as seguintes condies:
Existe uma circunferncia tangente a cada um de seus lados.
As medidas de todos os seus lados so nmeros inteiros.
Ao menos um dos lados do pentgono mede 1.
O lado AB mede 2.
Seja P o ponto de tangncia de com o lado AB.

a) Determinar as medidas dos segmentos AP e BP.
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b) Dar um exemplo de um pentgono que satisfaz as condies estabelecidas.

SOLUO DE RENAN HENRIQUE FINDER (JOINVILLE SC)
a) Sejam Q, R, S e T os pontos de tangncia de em BC, CD, DE e EA,
respectivamente, como a seguir:
E
D
C B Q
R P
S T
A

Seja AP = x. Temos:
AB = 2 BP = 2 x
QB = BP QB = 2 x
QC = BC QB = BC 2 + x
CR = QC CR = BC 2 + x
DR = CD CR = CD BC + 2 x
DS = DR DS = CD BC + 2 x
ES = DE DS = DE C D + BC 2 + x
ET = ES ET = DE CD + BC 2 + x
AE = AT + TE = x + DE CD + BC 2 + x 2x = AE DE + CD BC
*
2
+
+ Z
Como 2 2 4, x AB x < = < pode-se ter 2 3, 2 2 x x = = ou 2 1. x = O item b)
mostra uma configurao para
3
2
x = e o caso
1
2
x = obviamente anlogo
(troque A por B e C por E). Resta ver o que acontece se x = 1.
Temos 1 1. AT AE = > Ento 2, AE porque AEZ. Como 1, ET AE =
vale que e 1. ET ET Z
Assim, 1, SE pois . SE TE = Desse modo, 2. DE SE DE > Como
DS DE SE = tem-se 1, DS mas ento 1 1. DR DC > Logo 2, DC uma
vez que . DCZ Mas ento 1, CR j que . CR DC DR DC DS = = Z E
tambm 1 CQ e , CQZ j que . RC QC = Deste modo, 1. BC CQ BC > > E
1. AB AP > = Ento todos os lados so maiores que 1: absurdo.
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9
Obs. No desenho do item b), de fato
3
,
2
AP = pois
1 3
1
2 2 2
w
AP x = + = + = (o
ponto P bissecta o segmento de medida w pois esse segmento o lado de um
hexgono regular). Por outro lado, na verdade j provamos que s podamos ter
3
2
AP = ou
1
.
2
AP = Isso mostra que
3
2
AP = e
1
2
BP = uma possibilidade (e
que, analogamente,
3
2
BP = e
1
2
AP = tambm ).

b) Tome um hexgono regular de lado 1, seu incrculo , dois de seus lados no
opostos e no adjacentes e os prolongue. Seja A a interseco obtida. O
pentgono ABCDE o fecho convexo da unio dos pontos do hexgono e do
ponto A, como a seguir:
A
C D
B E
P
w
x
z
y
120 120

Note que o tringulo de lados x e y, com vrtice em A, tem dois ngulos de
180 120 60 , = logo eqiltero, e de lado 1 (seu terceiro lado lado do
hexgono L)! Como w e z so lados do hexgono, w = x = y = z = 1. Ento:
ABCDE circunscrvel
BC = CD = DE = 1
AB = EA = w + x = y + z = 1 + 1 = 2
Todos os lados so inteiros, como queramos.

PROBLEMA 6
Demonstrar que, para cada inteiro positivo n, existe um inteiro positivo k tal que a
representao decimal de cada um dos nmeros k, 2k,..., nk contm todos os
dgitos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.

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SOLUO DE MARCELO TADEU DE S OLIVEIRA SALES (SALVADOR BA)
Lema: Para todo , n existe
*
k
+
Z tal que nk contm todos os dgitos 0, 1, 2, ..., 9,
onde
*
. n
+
Z
Demonstrao: Ao fatorarmos n temos que n da forma 2 5
a b
q onde q o
produto dos outros fatores primos de n. Seja c = mx (a, b).
Vou mostrar que para 10
c
n q = o lema vlido. Temos que 2 5
a b
q divisor
de 10 ,
c
q e por Bzout existe um x tal que
1
10 10 (mod 10 )
c c c
qx
+
, pois
( ,10) 1 mdc q =
Assim, se multiplicarmos 10
c
qx por 2, 3, ..., 9 ele dar restos 2 10 ,..., 9 10
c c
,
ou seja, aparecerem os dgitos que ns quisermos na base decimal. Considere
2 8
10 ( 2 10 3 10 ... 9 10 )
c p p p
qx qx qx qx + + + + onde x o nmero tal que
1
10 10 (mod 10 )
c c c
qx
+
e p um inteiro tal que 10 9 10 .
p c
qx >
Ento k
2 8
10( 2 10 3 10 ... 9 10 )
p p p
x x x x = + + + + satisfaz as nossas condies
pois ao multiplicarmos k por 10
c
q temos o seguinte:
Em 10
c
q x vai aparecer um dgito 1 porque
1
10 10 (mod10 ).
c c c
q x
+
Em
10 2
c p
q x
+
vai aparecer um dgito 2.
Em
8
10 9
c p
q x
+
vai aparecer um dgito 9 e eu multipliquei tudo por 10 para
aparecer o 0. Assim k o que queramos.
Agora vou terminar o problema por induo
Casos iniciais 1 n = e 1234567890 k =
n = 2 e
1234567890617283945
ou 6172839450
k =

Passo indutivo suponha que at n verdadeira ento existe um k tal que k, 2k,
3k,...,nk tm todos os dgitos 0,1,...,9. Observe que se multiplicarmos k por
10
/
para
*
+
/ Z continua sendo verdade para , 2 , caso, . k k nk
Pelo lema, temos que existe um r tal que (n + 1)r tem todos os dgitos 0,1,...,9.
Assim, fazendo 10 s k r = +
/
, onde / um inteiro tal que 10 ( 1) , n r > +
/
esse s
satisfaz as condies do enunciado para 1 at (n + 1) pois de 1 at n teremos que
, 2 ,..., s s ns tero todos os dgitos porque 10 ,...,10 k nk
/ /
tm (e porque / grande o
suficiente para que 10 ). nr <
/

E para n + 1 temos que ( 1) 10 n r + <
/
ter todos os dgitos. Assim s satisfaz as
condies. Portanto para todo n inteiro positivo existe tal inteiro k.

EUREKA! N27, 2008
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XIX OLIMPADA DE MATEMTICA DO CONE SUL
Enunciados e Resultado Brasileiro

A XIX Olimpada de Matemtica do Cone Sul foi realizada na cidade de
Temuco, Chile no ms de maio de 2008. A equipe brasileira foi liderada pelos
professores Ccero Thiago Magalhes e Bruno Holanda, ambos da cidade de
Fortaleza CE.

RESULTADOS DA EQUIPE BRASILEIRA

BRA1 Gustavo Lisba Empinotti Medalha de Bronze
BRA2 Marcelo Tadeu de S Oliveira Sales Medalha de Prata
BRA3 Matheus Arajo Marins Medalha de Bronze
BRA4 Matheus Secco Torres da Silva Medalha de Prata

PRIMEIRO DIA

PROBLEMA 1
Defina I(n) como o resultado de inverter os nmeros de um algarismo. Por
exemplo, (123) 321, I = etc. Calcule todos os inteiros 1 10000 n tais que
( ) .
2
n
I n
(
=
(
(

PROBLEMA 2
Seja ABC um tringulo, P um ponto em seu interior e X, Y e Z pontos em BC, AC
e AB respectivamente tais que . PZB PXC PYA = = Considere os pontos U,
W e V sobre BC, AC e AB (ou seus prolongamentos, se necessrio) tais que PV =
2PY; PU = 2PX e PW = 2PZ. Sabendo que a rea de XYZ 1, calcule a rea de
UVW.

PROBLEMA 3
Dois amigos A e B devem resolver a seguinte adivinha: cada um deles recebe um
nmero do conjunto {1, 2, ..., 250} mas no v o nmero que o outro recebeu. O
objetivo que cada amigo descubra o nmero do outro. O procedimento que
devem seguir anunciar, por turnos, nmeros inteiros positivos no
necessariamente distintos: primeiro A diz um nmero, em seguida B diz um
nmero, depois novamente A, etc., de modo que a soma de todos os nmeros
EUREKA! N27, 2008
12
anunciados seja 20. Demonstrar que existe uma estratgia de modo que, atravs
de um acordo prvio A e B possam atingir o objetivo, sem importar quais
nmeros cada um receba no comeo da adivinha.

SEGUNDO DIA

PROBLEMA 4
Qual o maior nmero de casas que se pode colorir num tabuleiro 7 7 de
maneira que todo subtabuleiro 2 2 tenha no mximo 2 casas coloridas?

PROBLEMA 5
Seja ABC um tringulo issceles de base AB. Uma semicircunferncia C com
centro no segmento AB e tangente aos lados iguais AC e BC. Considera-se uma
reta tangente a C que corta os segmentos AC e BC em D e E, respectivamente.
Suponha que as retas perpendiculares a AC e BC, traadas respectivamente por D
e E, se cortam em P interior ao tringulo ABC. Seja Q o p da perpendicular
reta AB que passa por P. Demonstrar que
1
.
2
PQ AB
CP AC
=

PROBLEMA 6
Dizemos que um nmero capicua se ao inverter a ordem de seus algarismos
obtivermos o mesmo nmero. Achar todos os nmeros que tem pelo menos um
mltiplo no-nulo que seja capicua.

EUREKA! N27, 2008
13
JOGOS E FEIJOADA NO SO PAULOS
Emanuel A. S. Carneiro

Nvel Iniciante

Bem prximo ao Robert Lee Moore hall, sede do Departamento de
Matemtica da Universidade do Texas em Austin, fica o celebrado restaurante
brasileiro So Paulos. Comida muito boa (definitivamente a melhor feijoada da
cidade), alm do velho e bom guaran Antrtica so apenas alguns dos fatores
que nos levam (a comunidade brasileira aqui em Austin) a almoar regularmente
no So Paulos.
Certo dia eu estava a almoar com dois professores do departamento e
algo me fez lembrar dos meus tempos de olimpada de Matemtica. Fernando
Rodriguez-Villegas, argentino, professor na rea de teoria dos nmeros e Tams
Hausel, hngaro, que trabalha nas reas de geometria algbrica e topologia.
Enquanto saborevamos as nossas feijoadas (eu e o Tams, o Fernando no bob
de camaro), conversvamos sobre jogos matemticos. Dr. Rodriguez-Villegas,
um matemtico extraordinrio e super simptico, que alm de fazer pesquisa do
mais alto nvel em teoria dos nmeros bastante interessado em jogos e puzzles
matemticos, nos explicava tpicos do curso que estava a ensinar nesse semestre
(Math, Puzzles and Computers) alm de outras idias de jogos que ele prprio
havia inventado.
Entre as torres de Hani, Nim, Resta um, e coisas do tipo escritas em
guardanapos do So Paulos, Tams lembrou-se de algo e me perguntou:

Emanuel, voc conhece o jogo do 15 out of 3 (15 de 3)?
Respondi que no. Ele ento me deu a formulao do jogo:

(O jogo 15 out of 3) os nmeros de 1 a 9 esto sobre a mesa. Dois jogadores
alternadamente escolhem nmeros para si (sem repetio) e ganha quem primeiro
completar 15 somando trs de seus nmeros.
(sugiro agora que os leitores joguem um pouquinho antes de prosseguir e
desvendar o mistrio).
Pensei comigo mesmo: Hummm... isso no me parece estranho.... Eu disse:
Bem, minha intuio me leva a crer que o primeiro jogador est em melhor
situao para negociar do que o segundo, pois vai receber mais nmeros ao
final...

Toms foi adiante e disse:
EUREKA! N27, 2008
14
Sim, voc est correto. Vamos jogar! Voc comea, escolha o seu primeiro
nmero.

Est bem. Eu escolho o 5.
Nesse momento ele parou e me olhou curioso. Por que voc escolheu o 5?
perguntou. Eu disse:

No sei exatamente o que , mas algo me faz lembrar um quadrado mgico, e
como o 5 sempre est no meio, achei que tinha mais chances de ganhar...

Sua intuio mais uma vez est correta. Muito bem. Naturalmente, voc deve
saber qua a menos de rotaes e reflexes a configurao do quadrado mgico
nica. Por que a gente no desenha um quadrado mgico 3 3 aqui e tenta jogar
olhando para ele?

Aps um minuto tentando lembrar como se faz um quadrado mgico,
desenhamos no guardanapo:

6 7 2
1 5 9
8 3 4

Quando vi os nmeros na mesa matei a charada. Um quadrado mgico de 3 3
como visto acima uma disposio dos nmeros 1, 2, 3, ..., 9, sem repetio, de
modo que cada linha, coluna ou diagonal some a mesma quantidade. Nesse caso a
soma comum ser 15 e o que vemos acima so todas as maneiras possveis de se
escrever 15 como soma de 3 nmeros:

15 = 9 + 1 + 5 = 9 + 2 + 4 = 8 + 1 + 6 = 8 + 2 + 5 =
= 8 + 3 + 4 = 7 + 2 + 6 = 7 + 3 + 5 = 6 + 5 + 4.

Se pensarmos ento que o primeiro jogador marca X sobre os nmeros do
quadrado mgico e o segundo marca O, o objetivo do jogo passa a ser completar
uma linha, coluna ou diagonal com seus smbolos. O jogo 15 out of 3 que ele me
props nada mais do que uma formulao equivalente, belssima e engenhosa,
EUREKA! N27, 2008
15
do milenar jogo da velha (em ingls tic-tac-toe). Fiquei pasmo, havia ganho o
meu dia. Por alguns momentos no consegui parar de pensar na beleza e no poder
da matemtica, presente at nos mnimos detalhes da nossa vida. Senti-me
orgulhoso de poder ser um pesquisador que tenta compreender essa cincia e
pequenos fatos como esse me fazem, a cada dia, ter mais conscincia de que ela
muito maior do que ns.

Observamos: A histria acima se passou no dia 02 de maio de 2007. Fiquei com o
guardanapo como recordao. O jogo 15 out of 3 um belo exemplo para se
mostrar como uma pessoa que sabe matemtica realmente pode levar vantagem
sobre uma pessoa menos interessada pelo assunto. Todos sabemos que o jogo da
velha no admite estratgia vencedora, mas mesmo assim o professor Tams
Hausel jogava o 15 out of 3 com seus alunos e ganhava na maioria das vezes.
Naturalmente, ele sempre tinha seu quadrado mgico para consultas. At que um
dia ele esqueceu-se do quadrado mgico em casa e foi derrotado por uma aluna.

Guardanapo da discusso no So Paulos

No verso do guardanapo acima, h outras discusses tambm belssimas sobre as
torres de Hani e verses relacionadas (de formas mais engenhosas do que a
EUREKA! N27, 2008
16
analogia acima) inventadas pelo Dr. Rodrguez-Villegas. Ele ainda est buscando
a melhor formulao para seu jogo para poder patente-lo e disponibiliz-lo ao
pblico em geral. Isso ento vai ficar para uma outra histria.

PROBLEMA 1: Prove que em um quadrado mgico 3 3, como foi descrito acima:
(a) a soma comum deve ser 15.
(b) o nmero do centro deve ser 5.

PROBLEMA 2: Usando o problema anterior, prove que s existe um quadrado
mgico 3 3 (a menos de rotaes e reflexes). Verifique tambm que no h
estratgia vencedora para o jogo da velha, em outras palavras, se os dois
jogadores jogam certo, sempre d empate.

REFERNCIAS:

[1] Para ver outras discusses sobre jogos e invariantes, h outras listas em minha pgina
pessoal: http://www.math.utexas.edu/users/ecarneiro na seo math olympiads.
[2] Para mais informaes sobre os trabalhos e o curso (Math, Puzzles and Computers) do
Dr. Rodriguez-Villegas sua pgina pessoal www.math.utexas.edu/users/villegas/S07.
Um dos jogos que ele criou est descrito no paper: Rodriguez Villegas, F.; Sadun, L.:
Voloch, J.F. Blet: a mathematical puzzle. Amer. Math. Monthly 109 (2002), no. 8, 729-
740.
[3] URL: pgina pessoal do Dr. Hausel http://www.math.utexas.edu/users/hausel

EUREKA! N27, 2008
17
SUBSTITUIES ENVOLVENDO NMEROS COMPLEXOS
Diego Veloso Ucha

Nvel Avanado

bastante til em problemas de olimpada onde temos igualdades ou
queremos encontrar um valor de um somatrio fazermos substituies por
nmeros complexos aliada a outras ferramentas. Para alguns problemas que
possuam equaes com funes seno e co-seno importante saber a frmula de
Euler que escreve um nmero complexo na forma polar o que simplifica quando
fazemos multiplicaes ou somatrios.
Um nmero complexo pode se escrever na sua forma trigonomtrica
(cos sen ) i + ou na sua forma polar
i
e de onde temos que
cos sen
i
i e
+ = (Frmula de Euler).
Segundo essa equao podemos fazer
=
ou
=
, de onde
temos:
cos sen
i
e i
= + (I)
cos sen
i
e i
= (II)
Somando I com II, temos:
2
cos

i i
e e

+
=
Subtraindo I de II, temos:
sen
2
i i
e e
i

=
Segundo a frmula de Euler podemos verificar imediatamente a frmula de De
Moivre:
Para todo n natural temos que ( ) cos sen cos( ) sen( )
n
i n i n + = + .
No seguinte problema da OIMU, quais idias imediatas poderamos ter sem
conhecer a frmula de Euler?

PROBLEMA 1: (OIMU 2001)
Calcule:

=
(
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
1
cos
) 1 (
cos ...
2
cos cos
n
n
n
n
n
n n

EUREKA! N27, 2008
18
SOLUO: Seja
(
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
|
.
|
\
|
=
n
n
n
n
n n
P
n

cos
) 1 (
cos ...
2
cos cos
, observe
de imediato que se 2 n k = ento
2
0
k
P = pois
0
2
cos = |
.
|
\
|

k
k
. Portanto
considere 2 1 n k = + ento

(
|
.
|
\
|
+
+
|
.
|
\
|
+
|
.
|
\
|
+
|
.
|
\
|
+
=
+
1 2
) 1 2 (
cos
1 2
2
cos ...
1 2
2
cos
1 2
cos
1 2
k
k
k
k
k k
P
k

Observe que
2 1
cos cos
2 1 2 1
i k i
k k

+ | | | |
=
| |
+ +
\ . \ .

1
2
1 2
) 1 (
1 2
cos ...
1 2
2
cos
1 2
cos
+
+

(
|
.
|
\
|
+
|
.
|
\
|
+
|
.
|
\
|
+
=
k
k
k
k
k k
P

,

Considere

(
|
.
|
\
|
+
|
.
|
\
|
+
|
.
|
\
|
+
|
.
|
\
|
+
= +
1 2
cos
1 2
) 1 (
cos ...
1 2
2
cos
1 2
cos 1 2
~
k
k
k
k
k k
P k

Fazendo
2 1
i
k
w e

+
= ento
j
j j j
w
w w w
k
j
2
1
2 1 2
cos
2
+
=
+
= |
.
|
\
|
+

portanto
2 4 2
~
2 1
2
1 1 1
... .
2 2 2
k
k
k
w w w
P
w w w
+
( | || | | |
+ + +
=
( | | |
( \ .\ . \ .
Faa ento a seguinte multiplicao no
numerador e no denominador

2 4 2 3 2 1
~
2 1
2 3 2 1
1 1 1 ( 1)( 1)...( 1)
... ,
2 2 2 ( 1)( 1)...( 1)
k k
k
k k
w w w w w w
P
w w w w w w
+

| || | | || | + + + + + +
=
| | | |
+ + +
\ .\ . \ .\ .

agrupando no numerador os termos tais que

j k j j j k k j k j
w w w w w w w
2 1 2 2 2 2 1 2 1 2 2 1 2 2
) 1 ( ) 1 )( 1 (
+ + + +
+ = + + + = + + , j que
1
1 2
=
+ k
w , com j variando de 1 at k. Agrupando agora os termos do
denominador podemos ver que
EUREKA! N27, 2008
19
2 2 1 4 2 3 2
~
2 1
2 2 2 1 1
1 ( )( )...( )
,
2 ( )( )...( )
k k k
k
k k k k k
w w w w w w
P
w w w w w w

+
+
+ + +
=
+ + +
e usando que 1
1 2
=
+ k
w
podemos simplificar a expresso para
2 2 4 4 2 2
~
2 1
1 2 2
1 ( )( )...( )
.
2 ( )( )...( )
k k
k
k k k
w w w w w w
P
w w w w w w

+

=
+ +
Agora, olhando para o
numerador, podemos escolher os termos ) (
2 2 j j
w w

tais que 2 j k > que so
m termos (para algum m) e substitu-los por
2 1 2 (2 1 2 )
( 1)( )
k j k j
w w
+ + +
de forma
que o numerador e o denominador sero iguais a menos de um sinal (e do fator
k
2 ), i.e,
k
m
k
m
k k
k k
k
k P
w w w w w w
w w w w w w
P
2
1
) 1 ( ) 1 (
) )...( )( (
) )...( )( (
2
1
1 2
~
2 2 1
2 2 1
1 2
~
=
+ +
+ +
= +

+
Portanto temos que
2
~
1 1 1
2 1
2 1
2
1 1
( 1) ( 1) ( 1) ,
2 4
k k k
k
k
k k
P P
+ + +
+
+
| |
= = =
|
\ .
e ento
como 0
n
P = para todo n par,
2 1
1 0 1
1 1 1
1 ...
4 4 16
k
n k
n k k
P P

+
= = =
| |
= = = + +
|
\ .

(soma de P.G infinita), e assim
1
1 4
.
1
5
1
4
n
n
P
= =
+

Observao: Esse problema pede para demonstrarmos um resultado relacionado
aos polinmios de Chebyshev do segundo tipo.

PROBLEMA 2: (OBM U 2001)
Seja
senx e x f
x
=

) (
. Calcule
(2001)
(0) f . (Denotamos por
( )
( )
n
f x a
derivada de ordem n no ponto x; assim,
(2) ''
( ) ( ) f x f x = ).
SOLUO: = =

senx e x f
x
) (
i
e e
e
ix ix
x
2

=
+
i
e
i
e
x i x i
2 2
) 1 ( ) 1 (
aps
n

derivaes teremos
EUREKA! N27, 2008
20

( ) ( 1) ( 1)
1
( ) ( 1) ( 1 )
2
n n x i n i x
f x i e i e
i
+
(
=

; para n = 2001 e x = 0, temos
que
(2001) 2001 2001
1
(0) ( 1) ( 1 )
2
f i i
i
(
=

sendo que
4 4
( 1) ( ( 1)) 4. i i = + =
Assim
( ) ( )
500
500 500
(2001) 4 4 1000
1 4
(0) ( 1) ( 1) ( ( 1)) ( 1 ) (2 ) 2 .
2 2
f i i i i i
i i
(
= + = =
(

Ou
tro caminho possvel para a soluo desse problema seria: aps 4 derivaes de f
perceber um ciclo e assim calcular
(2001)
(0) f , mtodo esse mais trabalhoso do que
o apresentado.

PROBLEMA 3: (IMO 1963)

Prove que
2
1
7
3
cos
7
2
cos
7
cos = |
.
|
\
|
+ |
.
|
\
|
|
.
|
\
|

SOLUO: Fazendo 7
i
e w=
o problema se torna equivalente a demonstrar que:

=
+
+
+
+
=
+
+
+
+

1
1 1 1
2
1
2 2 2
3
6
2
4 2 3 3 2 2 1
w
w
w
w
w
w w w w w w w

0 1 ) 1 ( ) ( ) (
2 3 4 5 6 3 6 5 2 4
= + + + = + + + + w w w w w w w w w w w w
.
Veja que isso a soma dos termos de uma P.G cujo primeiro termo 1 e a razo

w
.
Somando a P.G:
0
1
1 1
1
1 ) (
7
=

=

=
w w
w
S
PG
. Lembre que
7
7
1
i
w e w
= =
e portanto a igualdade realmente verdadeira.

O seguinte resultado (muito conhecido) tem por objetivo mostrar a
importncia dos nmeros complexos em problemas de alto grau de dificuldade e
que aparentemente no tm nenhuma conexo com nmeros complexos.

EUREKA! N27, 2008
21
PROBLEMA 4: Prove que
6
1
2
1
2

=
= n
n

SOLUO: Sabemos que para
2
0

< < x
a desigualdade
x x senx tan < <

verdadeira. De onde segue que
x
x
x
2
2
2
cot 1
1
cot + < <
. Agora fazendo
1 2 +
=
m
k
x

com
m k ,..., 2 , 1 =
e somando de
1 = k
at
m k =
ns obtemos

(i)

= = =
+
+
+
+
m
k
m
k
m
k
m
k
m
k
m
m
k
1
2
1
2 2
2
1
2
1 2
cot
1 ) 1 2 (
1 2
cot

Observe que essa inequao est prxima da desejada, a idia agora tentar
mostrar que quando m o termo central fica imprensado entre dois limites
que convergem para um mesmo valor.
Para isso vamos usar um truque que usa nmeros complexos. Pela lei de De
Moivre e usando binmio de Newton temos :
0
cos( ) ( ) (cos ) (cot( ) ) cot ( )
n
n n n n k n k
k
n
nt isen nt t sent sen t t i sen t i t
k

=
| |
+ = + = + =
|
\ .

Fazendo 2 1 n m = + e igualando as partes imaginrias, temos:

2 2 1
2 1
2 1 2 1
((2 1) )
(cot ) (cot ) ... ( 1)
1 3
m m m
m
m m
sen m t
t t
sen t

+
+ + | | | | +
= + +
| |
\ . \ .
. (*)
Agora podemos tratar essa igualdade por meio de um polinmio
1
2 1 2 1
( ) ... ( 1)
1 3
m m m
m
m m
P x x x

+ + | | | |
= + +
| |
\ . \ .

Substituindo
1 2 +
=
m
k
t

em (*) para 1 k m nos d
0 )
1 2
(cot
2
=
+ m
k
P
m

,
pois sen (2 1) 0
2 1
k
m
m
| |
+ =
|
+
\ .
e sen 0.
2 1
k
m
| |

|
+
\ .
Ento,
EUREKA! N27, 2008
22
m k
m
k
x
k
,..., 1 ,
1 2
cot
2
=
+
=

so as m razes de
m
P
cuja soma
3
) 1 2 (
1
1 2
3
1 2
1 2
cot
1
2

=
|
|
.
|
\
| +
|
|
.
|
\
| +
=
+
=
m m
m
m
m
k
m
k
(ii)
De (i) e (ii) segue
3
) 1 2 ( 1 ) 1 2 (
3
) 1 2 (
1
2 2
2
+
+
=
m m
m
k
m m m
m
k

Multiplicando essas desigualdades por
2
2
) 1 2 ( + m
e fazendo m chegamos
ao resultado desejado.

Exerccios para treinamento:

PROBLEMA 5: (IME 1990/1991)
Prove que
(2 1)
sen
1 2
cos( ) cos(2 ) ... cos( )
2
2sen
2
n
n
+ | |
|
\ .
+ + + + =
| |
|
\ .

PROBLEMA 6: (IME-2000/2001) Dois nmeros complexos so ortogonais se suas
representaes grficas forem perpendiculares entre si. Prove que dois nmeros
complexos
1
Z e
2
Z so ortogonais se e somente se:
0
2
1 2
1
= + Z Z Z Z

PROBLEMA 7: Prove que
1
sen cot
2
n
k
k
n n

=
| | | |
=
| |
\ . \ .

PROBLEMA 8: Prove a identidade trigonomtrica:
( )
1
1
cos ( ) cos ( 2 ) .
2
n
n
n
k
n
n k
k

=
| |
=
|
\ .

PROBLEMA 9: (IME 2005/2006)
Sejam as somas 0
S
e
1
S
definidas por
EUREKA! N27, 2008
23
] 3 / [ 3 9 6 3 0
0
...
n
n n n n n
C C C C C S + + + + + =

1 ] 3 / ) 1 [( 3 10 7 4 1
1
...
+
+ + + + + =
n
n n n n n
C C C C C S

Calcule os valores de 0
S
e
1
S
em funo de n, sabendo que [r] representa o maior
inteiro menor ou igual ao nmero r.

PROBLEMA 10: (Putnam 1970)
Prove que a srie de potncias de ) cos(bx e
ax
(com a e b positivos) ou no tem
nenhum coeficiente zero ou possui infinitos zeros.

PROBLEMA 11: Ache uma frmula geral para:
1
0
2
( 1) cos .
n
k
k
k
n
=
| |
+
|
\ .

PROBLEMA 12: (OBM Nvel U 2004)

Calcule o valor de
0
1
.
(3 1)(3 2)(3 3)
k
k k k
=
+ + +

PROBLEMA 13: (IMO 1974) Prove que o nmero
3
1
2 1
2
2 1
n
k
K
n
k
=
+ | |
|
+
\ .
no divisvel
por 5 para qualquer inteiro
0 n
.
PROBLEMA 14: Calcule o valor de
2(mod3)
.
k
n
k
| |
|
\ .

PROBLEMA 15: (IMC 99) Atiramos um dado (com faces de nmero 1, 2,..., 6) n
vezes. Qual a probabilidades de que a soma dos valores obtidos seja mltiplo de
5? Admita que as faces sejam igualmente provveis.
Dica: Use a funo
2 3 4 5 6
( ) .
6
n
x x x x x x
f x
| | + + + + +
=
|
\ .

PROBLEMA 16: Mostre que dados n pontos no crculo unitrio sempre existe um
outro ponto no crculo unitrio tal que o produto de suas distncias aos n pontos
dados maior ou igual a 2.

PROBLEMA 17: (OBM Nvel U 2007)
EUREKA! N27, 2008
24
Dados nmeros reais
1 2
, ,...,
n
a a a no todos nulos, encontre o (menor) perodo da
funo
1
( ) cos( ).
n
k
k
f x a kx
=
=

PROBLEMA 18: (Mikls Schweitzer-1956)
Ache o mnimo de { }
2
1 , 1 z z mx + + se z percorre todos os nmeros
complexos.

PROBLEMA 19: (IMO 1995)
Seja p um primo mpar. Ache o nmero de subconjuntos A de { } p 2 ,..., 2 , 1 tais
que
a) A tem exatamente p elementos
b) A soma de todos elementos de A divisvel por p
Dica: Use o polinmio
2 2
( , ) (1 )(1 )...(1 ).
p
f x y xy x y x y = + + +

BIBLIOGRAFIA

[1] E. Lozansky. C. Rousseau, Wining Solutions, Springer Velrlag, New York, 1996.
[2] Contests in Higher Mathematics, Hungary 19491961: in memoriam Mikls
Schweitzer, eds.: G. Szsz, L. Gehr, I. Kovcs and L. Pintr, Akadmiai Kiad,
Budapest, 1968.
[3] URL: http://www.ime.eb.br (Site do Instituto Militar de Engenharia)
[4] URL : http://www.obm.org.br (Site da Olimpada Brasileira de Matemtica)

EUREKA! N27, 2008
25
INTEGRAIS DISCRETAS
Eduardo Poo
Nvel Avanado

Integral discreta: dizemos que ( ) F n integral discreta de ( ) f n se e somente se:

( 1) ( ) ( ) F n F n f n + = , para n inteiro (a princpio).

Da mesma forma, dizemos que ( ) f n a derivada discreta de ( ) F n .
Notao: ( ) ( )
n
f n F n =

Utilidade: conhecida a integral discreta ( ) F n da funo ( ) f n , temos condies de
fazer o somatrio:
( ) ( 1) ( )
b
k a
f k F b F a
=
= +
, a e b inteiros

A integral discreta transforma uma soma em soma telescpica.
Sabendo de algumas propriedades, possvel trabalhar dinamicamente com
integrais discretas para obter frmulas novas a partir de outras conhecidas. Aqui,
no queremos provar que uma funo dada integral discreta de outra, pois essa
verificao simples. Queremos obter ferramentas que nos possibilitem ACHAR
integrais discretas de forma rpida, para no final poder calcular o valor de um
somatrio que tenha surgido de algum problema. Em alguns casos, suficiente
saber a cara da integral discreta (ou seja, se um polinmio, exponencial etc).

Algumas integrais discretas (o exerccio de verificao simples):

n
c cn =
. ! !
n
n n n =

1
n n
n
q
q
q
=
( ) log log 1 !
n
a a
n n =

EUREKA! N27, 2008
26
cos
2
sen
2sen
2
n
k
kn
kn
k
| |

|
\ .
=
| |
|
\ .

sen
2
cos
2sen
2
n
k
kn
kn
k
| |
|
\ .
=
| |
|
\ .

( )
2
sen 2 1
sen
2 4sen1
n
n n
n

=

( )
2
sen 2 1
cos
2 4sen1
n
n n
n

= +

1
n
n n
k k
| | | |
=
| |
+
\ . \ .

1
n
n k n k
n n
+ + | | | |
=
| |
\ . \ .

Propriedades

1) Assim como integrais contnuas (as primitivas), existem vrias integrais
discretas para uma dada funo, e todas elas diferem por uma constante.

Exemplo: 2
n
e 2 1
n
+ so integrais discretas de ( ) 2
n
f n = . Verifique pela
definio!

2) Integrao discreta uma transformao linear:

| | . ( ) . ( ) ( ) ( )
n n n
a f n b g n a f n b g n + = +

, para constantes a e b.

A igualdade nos fornece uma integral discreta para a funo do lado esquerdo,
lembre-se que podemos somar constantes do lado direito e continuar com uma
integral discreta.

3) Integral discreta do produto (por partes): sendo ( ) ( )
n
f n F n =
e
( ) ( )
n
g n G n =
, ento:
EUREKA! N27, 2008
27
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( 1)
n n
F n g n F n G n f n G n = +

Exemplo: Calcule sen
n
n n
e
2
sen
n
n n
, comparando com o clculo de

sen x xdx
e
2
sen x xdx

4) Sendo ( , ) f x n uma funo das variveis x e n, derivvel na varivel x, ento:

( , ) ( , )
n n
f x n f x n
x x

=

Podemos usar a prpria varivel n, se a funo tiver derivada nessa varivel:

( ) ( )
n n
d d
f n f n
dn dn
=

Exemplo: Calcule
n
n
nx
, com x uma constante em relao a n.

5) Seguindo um caminho anlogo, temos que:

( )
( , ) ( , )
n n
f x n dx f x n dx Cn
| |
= +
|
\ .

Para alguma constante C. Essa constante encontrada atravs de valores iniciais
conhecidos das funes.

Exemplo: Prove que
0 1
1
1
( 1)
ln 2
1
k n n
k
x
dx
k x
+
=

= +

Aplicao: Soma de potncias consecutivas.

Seja a seguinte funo:
EUREKA! N27, 2008
28
1
( ) 1 2 ...
n
m m m m
m
k
S n k n
=
= = + + +

H uma frmula recursiva em que podemos calcular ( )
m
S n a partir de valores
anteriores (tente prov-la como exerccio):

1
1
0
1
( 1) ( ) ( 1) 1 ( )
m
m
m k
k
m
m S n n S n
k
+
=
+ | |
+ = +
|
\ .

O problema dessa frmula a praticidade: precisamos de todas as funes
anteriores, e ainda assim faremos um trabalho algbrico grande. Com integrais
discretas, conseguimos obter ( )
m
S n a partir de
1
( )
m
S n
apenas com um trabalho

aritmtico.
Inicialmente, se queremos ( )
m
S n , queremos sua integral discreta
n
m
n
. Usando
a propriedade que nos permite trocar a integral discreta com a contnua
(escolhendo a prpria varivel n como varivel de integrao contnua):

( )
1 1
n n
m m
n dn n dn Cn

| |
= +
|
\ .

A integral contnua pode ser realizada sem problemas:

1
m n n
m
n
n dn Cn
m

| |
= +
|
\ .

Renomeando a constante a ser encontrada:

1
n n
m m
n m n dn Cn
| |
= +
|
\ .

Essa constante pode ser encontrada pela diferena entre integrais discretas
quando 0 n = , fornecendo o oposto da soma dos outros coeficientes j obtidos
pela integrao contnua. Resumindo:

EUREKA! N27, 2008
29
Se
1 1 2
1 2 1
...
n
m m m
m m
n a n a n a n a n

= + + + +
, ento:

1 2
1 2 1
...
n
m m m
m m
n b n b n b n b n
+
+
= + + + +

Com
1 k k
m
b a
k

= , para 1, 2,..., 1 k m = + , e
1
0
1
m
k
k
b b
+
=
=
.

Alguns valores:

1
n
n =

2
2 2
n
n n
n =

3 2
2
3 2 6
n
n n n
n = +

4 3 2
3
4 2 4
n
n n n
n = +

5 4 3
4
5 2 3 30
n
n n n n
n = +

Aplicao: Soma de potncias multiplicadas por progresso geomtrica
Agora procuraremos
n
m n
n x
, com x uma constante em relao a n. Observe:

( )
1 1
ln ln
n n n n
m n m n m n m n m n
d
n x mn x n x x m n x x n x
dn

= + = +

Das formas iniciais de
n
m n
n x
, encontramos uma funo da forma:

( )
1 1 2 2
1 2 2 1
...
n
m n n m m
m m
n x x a n a n a n a n

= + + + +

com as constantes
k
a sendo funes de x, mas no dependendo de n. natural
procurar uma integral discreta com a seguinte forma:

EUREKA! N27, 2008
30
( )
1 2
1 2 1
...
n
m n n m m
m m
n x x b n b n b n b n
= + + + +

Essa forma pode ser encontrada, e os coeficientes satisfazem
1 k k
m
b a
k

= ,
1, 2,..., i m = e
0
1
1
m
k
k
x
b b
x
=
=

.
Alguns valores:
( )
( ) ( )
( )
1
2 2
1
1
1 1
n n n n
n
n x nx x
nx x n x
x x
+

= = (

, 1 x
( ) 2 2 2
n
n n
n n =

( )
2 2
2 2 4 6
n
n n
n n n = +

( )
3 3 2
2 2 6 18 26
n
n n
n n n n = +

( )
4 4 3 2
2 2 8 36 104 150
n
n n
n n n n n = + +

Problemas

1- Calcule as seguintes integrais discretas:

a)
2
3
n
n
n
| |
|
\ .
e)
2 ( 1)
( 1)!
n n
n
n

+

b) 3
2
n
n
n | |
|
\ .
f)
2
1
n
n n +

c)
1
( 2) !
n
n n +
g)
1
1
n
n n + +

d)
2
2
n
n | |
|
\ .
h)
1
cos cos( 1)
n
n n +

EUREKA! N27, 2008
31
2- Calcule:
2
1
sen
lim
n
n
k
k
n

3- Calcule
4
1
3
1
.2
lim
.2
n
k
k
n
n
n
k
k
k
=

4- Calcule
1
1
1
lim
m n
m
k
m
n
n
k
m
n
+
=
, com m inteiro positivo.

5- Prove que
( )
2 3
2
1 1
2 1 1
n
n n
n
h
n
n n

= =
+
=
+

, sendo
1
1
n
n
k
h
k
=
=
.

6- Ache a derivada (contnua) da funo gama ( ) n para n inteiro positivo,
sabendo que '(1) = , a constante de Euler (um valor conhecido) e (1) 1 = . A
funo gama satisfaz ( 1) ( ) x x x + = , para todo x real, assim ( ) ( 1)! n n =
para n inteiro positivo.

7- (OBM2002) O dimetro de um conjunto S R definido como sendo
( ) max( ) min( ) D S S S = . O conjunto vazio, por definio, tem dimetro igual a
zero. Calcule a soma dos dimetros de todos os subconjuntos de { } 1, 2, 3,..., A n = ,
em funo de n.

REFERNCIAS:

[1] Uma referncia sobre somatrios e algumas consideraes histricas sobre o
raciocnio humano e implementao de algoritmos em computadores: A = B,
Marko Petkovsek, Herbert S. Wilf, Doron Zeilberger.

EUREKA! N27, 2008
32
PRODUTOS NOTVEIS
Uma lista de problemas
Onofre Campos
Nvel Iniciante

1. Se x um nmero real tal que tal que
1
5, x
x
+ = determine o valor de
2
2
1
. x
x
+
Soluo: Elevando ambos os membros da equao
1
5 x
x
+ = ao quadrado,
obtemos:
2
2
1 1
2 25, x x
x x
+ + =
e da,
2
2
1
23. x
x
+ =

2. Fatore a expresso
3 2
5 5. E x x x = +

Soluo: Temos
3 2
5 5 E x x x = +

2
( 5) ( 5) x x x =

2
( 5)( 1) x x =
( 5)( 1)( 1). x x x = +
3. Simplifique a expresso
2 2 2
.
( )( ) ( )( ) ( )( )
x y z
A
x y x z y z y x z x z y
= + +

Soluo: Note que podemos escrever a expresso acima da seguinte forma:
2 2 2
.
( )( ) ( )( ) ( )( )
x y z
A
x y x z x y y z x z y z
= +

Assim, reduzindo a expresso ao mesmo denominador comum vem:
2 2 2
( ) ( ) ( )
.
( )( )( )
x y z y x z z x y
A
x y y z x z
+
=

Por outro lado, desenvolvendo o denominador, obtemos:
2
( )( )( ) ( )( ) x y y z x z xy xz y yz x z = +
2 2 2
x y xyz x z xz = +
2 2 2
xy y z xyz yz + +
2 2 2
( ) ( ) ( ). x y z y x z z x y = +
EUREKA! N27, 2008
33
Portanto:
2 2 2
2 2 2
( ) ( ) ( )
1.
( ) ( ) ( )
x y z y x z z x y
A
x y z y x z z x y
+
= =
+

4. Se 0, x y z + + = mostre que
3 3 3
3 . x y z xyz + + =

Soluo: Observe que
3 3 3 3
0 ( ) 3( )( )( ). x y z x y z x y y z x z = + + = + + + + + +
Como , x y z y z x + = + = e , x z y + = ento:
3 3 3 3 3 3
3( )( )( ) 0 3 . x y z y x y x y z xyz + + + = + + =

5. Calcule o valor da expresso
3 3 3
(2004) (1003) (1001)
.
2004 1003 1001
S
| |
=
|

\ .

Soluo: Vamos tomar x = 1003 e y = 1001. Dessa forma, a expresso S se reduz
a:
3 3 3
( )
.
( )
x y x y
S
xy x y
+
=
+

Mas, como sabemos,
3 3 2 2 3
( ) 3 3 . x y x x y xy y + = + + +
Dessa forma, obtemos:
2 2
3 3 3 ( )
3.
( ) ( )
x y xy xy x y
S
xy x y xy x y
+ +
= = =
+ +

6. Sabendo que x, y e z so reais satisfazendo xyz = 1, calcule o valor da
expresso:
1 1 1
.
1 1 1
A
x xy y yz z xz
= + +
+ + + + + +

Soluo: Como xyz = 1, ento 0, x 0 y e 0. z
Assim,

1
(1 ) (1 ) 1
z x
A
z x xy x y yz z xz
= + +
+ + + + + +

1
1
z x
z xz xyz x xy xyz z xz
= + +
+ + + + + +

EUREKA! N27, 2008
34
1
1 1 1
z x
z xz x xy z xz
= + +
+ + + + + +
1
1 1 1
z xz
z xz z xz z xz
= + +
+ + + + + +

1
1
z xz
z xz
+ +
=
+ +
1. =
7. Se ab = 1 e
2 2
3, a b + = determine
2 2
2 2
2.
a b
b a
+ +
Soluo: Temos:
2 2 4 2 2 4
2 2 2 2
2
2
a b a a b b
b a a b
+ +
+ + =
2 2 2
2
( )
( )
a b
ab
+
= 9. =

8. Prove que se 1
x y z
a b c
+ + = e 0,
a b c
x y z
+ + = ento
2 2 2
2 2 2
1.
x y z
a b c
+ + =
Soluo: Elevando a equao 1
x y z
a b c
+ + = ao quadrado, obtemos:
2 2 2
2 2 2
2 1,
x y z x y y z x z
a b c a b b c a c
| |
+ + + + + =
|
\ .

ou seja,
2 2 2
2 2 2
2 1.
x y z xyc xzb yza
a b c abc
+ + | |
+ + + =
|
\ .

Por outro lado, da equao 0,
a b c
x y z
+ + = temos 0. xyc xzb yza + + = Logo,
2 2 2
2 2 2
1.
x y z
a b c
+ + =
9. Se a, b e c so trs nmeros distintos e satisfazem as equaes:
3
3
3
0
0
0,
a pa q
b pb q
c pc q
+ + =
+ + =
+ + =

calcule a + b + c.

Soluo: Multiplicando a segunda equao por 1 e somando com a primeira,
obtemos:
3 3
( ) 0, a b p a b + =
ou ainda,

EUREKA! N27, 2008
35
2 2
( )( ) ( ) 0, a b a ab b p a b + + + =
2 2
( )( ) 0. a b a ab b p + + + =
Como 0, a b pois os nmeros so distintos, obtemos:
2 2
0. (*) a ab b p + + + =
Analogamente, multiplicando a terceira equao por 1 e somando com a
primeira equao, obtemos:
2 2
0. (**) a ac c p + + + =
Agora, multiplicando (**) por 1 e somando com (*), obtemos:
2 2
0, ab ac b c + =
( ) ( )( ) 0, a b c b c b c + + =
( )( ) 0. b c a b c + + =
Da, como 0, b c segue que a + b + c = 0.

10. Sejam a, b e c nmeros reais distintos e no nulos. Se a + b + c = 0, mostre
que
9.
a b b c c a c a b
c a b a b b c c a
| || |
+ + + + =
| |

\ .\ .

Soluo: Faamos , e .
a b b c c a
x y z
c a b

= = =
Assim, devemos provar que
1 1 1
( ) 9, x y z
x y z
| |
+ + + + =
|
\ .

ou seja,
9,
x y z x y z x y z
x y z
+ + + + + +
+ + =
ou ainda,
1 1 1 9
y z x z x y
x y z
+ + +
+ + + + + = 6.
y z x z x y
x y z
+ + +
+ + =
Mas,
x y a b b c b
z c a c a
+ | || |
= +
| |
\ .\ .
2 2
a ab bc c b
ac c a
+
=
2 2
( ) ( ) a c b a c b
ac c a

=
( )( ) ( ) a c a c b a c b
ac c a
+
=

EUREKA! N27, 2008
36
( )( ) a c a c b b
ac c a
+
=
( ) b b b
ac

=
2
2
.
b
ac
=
Analogamente, conclumos que
2
2 y z c
x ab
+
= e
2
2
.
x z a
y bc
+
= Logo, pelo exerccio
4, segue que
2 2 2
2 2 2 y z x z x y a b c
x y z bc ac ab
+ + +
+ + = + +
3 3 3
2
a b c
abc
| | + +
=
|
\ .
3
2
abc
abc
| |
=
|
\ .
6, =
como queramos provar.

Exerccios Propostos

1. Fatore a expresso
4 2
1. S x x = + +
2. Determine a expresso que deve ser multiplicada por
3 3
2 2 x x + para
obtermos
2
2 ( 4). x x +
3. Calcule o valor da expresso
2 2
2 2 2 2 2 2
3 2 3 2
( 1) ( 1) ( 1) ( 1)
.
( 1) ( 1)
x x x x x x
S
x x
| | | | + + + + +
=
| |
+
\ . \ .

4. Se
2 2
3 , x y xy + = calcule 1 1 .
x y
y x
| |
| |
+ +
| |
\ .
\ .

5. Simplifique
( ) ( ) ( )
2
2
2 2 2 2 2 2
. x y z xy yz xz x y z x y z + + + + + + + + +
6. Fatore as seguintes expresses:
(a)
3 2
5 3 9; x x x + +
(b)
3 3 3
( ) ( ) ( ) ; x y z x z y y z x +
(c)
2 2
( 3)( 4) 12; x x x x + + + +
(d)
4 4
4 ; x y +
(e)
3 3 3
( ) ( ) ( ) ; x y y z z x + +
(f)
3 3 3 3
( ) ; x y z x y z + +
(g)
3 3 3
( 2 3 ) ( 2 3 ) ( 2 3 ) . a b c b c a c a b + + + + +

7. Simplifique as expresses:
(a)
2 4 8
1 1 1 1 1
;
1 1 1 1 1 x x x x x

+

EUREKA! N27, 2008
37
(b)
1 1 1
;
( )( ) ( )( ) ( )( ) x y x z y x y z z x z y
+ +

(c)
2 2 3 2 2 3 2 2 3
3 3 3
( ) ( ) ( )
.
( ) ( ) ( )
x y y z z x
x y y z z x
+ +
+ +

8. Prove que se 0,
x y z
y z z x x y
+ + =

ento
2 2 2
0.
( ) ( ) ( )
x y z
y z z x x y
+ + =

9. Para que os valores de aN a expresso
4
4 a + um nmero primo?
10. Prove que se a + b + c = 0 ento
5 5 5 3 3 3 2 2 2
.
5 3 2
a b c a b c a b c + + + + + +
=
11. Mostre que
7 7 7 2 2 2
( ) 7 ( )( ) . a b a b ab a b a ab b + = + + +
12. Prove que se a + b + c = 0, ento
7 7 7 5 5 5 2 2 2
.
7 5 2
a b c a b c a b c + + + + + +
=
13. Se a, b e c so reais no nulos que satisfazem a + b + c = 0, calcule
3 3 3 2 4 4 4
5 5 5 2
( ) ( )
.
( )
a b c a b c
a b c
+ + + +
+ +

14. Prove que se x, y e z so racionais distintos ento a expresso
2 2 2
1 1 1
( ) ( ) ( ) y z z x x y
+ +

um quadrado perfeito.
15. Fatore
3 3 3 3
8( ) ( ) ( ) ( ) . x y z x y y z x z + + + + +

EUREKA! N27, 2008
38
OLIMPADAS AO REDOR DO MUNDO

Apresentamos, como sempre, questes que no so encontradas
facilmente na Internet. Divirtam-se e enviem as suas solues.
Continuamos disposio na OBM para aqueles que estiverem
interessados na soluo de algum problema particular. Para tanto, basta contactar
a OBM, atravs de carta ou e-mail.
Bruno Holanda
Carlos Augusto David Ribeiro

Primeiramente vamos aos problemas propostos deste nmero

224.(Balcnica Junior - 2007) Seja a um real positivo tal que
3
6( 1). a a = + Prove
que a equao
2 2
6 0 x ax a + + = no possui soluo real.

225.(Bulgria - 2007) Ache todos os inteiros positivos x, y tais que o nmero
2 2
( )( ) x y y x + + a quinta potncia de um primo.

226.(Inglaterra - 2007) Seja ABC um tringulo acutngulo com AB AC > e
60 . BAC = Seja O o circuncentro e H o ortocentro. A reta OH encontra AB
em P e AC em Q. Prove que PO = HQ.

227.(Austria - 2007) Sejam
0 1 669
0 , ,..., 1 x x x < < reais distintos. Mostre que
existem , {0,1,..., 669} i j para os quais
1
0 ( ) .
2007
i j j i
x x x x < <
228.(Bulgria - 2008) Para cada inteiro positivo n, seja ( ) n a quantidade de
divisores de n maiores que 2008. Defina 0
n
a = se ( ) n par e 1
n
a = caso
contrrio. O nmero
1 2
0, ... ...
n
a a a = racional?

229.(Bielorrssia - 2001) No losango ABCD, 60 . A =
Os pontos F, H, e G esto sobre os segmentos AD, DC e AC de modo que DFGH
um paralelogramo. Prove que FBH um tringulo eqiltero.
EUREKA! N27, 2008
39
230.(Rssia - 2007) Sejam a, b, c nmeros reais. Prove que pelo menos uma das trs
equaes
2
( ) ( ) 0, x a b x b c + + =
2
( ) ( ) 0, x b c x c a + + =
2
( ) ( ) 0, x c a x a b + + =
possui soluo real.

231.(Bulgria - 2007) No tringulo , ABC com 60 , ACB = sejam
1
AA e
1
BB
1 1
( , ) A BC B AC as bissetrizes de BAC e . ABC A reta
1 1
AB encontra o
circuncrculo do tringulo ABC nos pontos
2
A e
2
. B
(a) Sejam O e I o circuncentro e o incentro do ABC , respectivamente,
prove que OI paralelo a
1 1
AB .
(b) Se R o ponto mdio do arco AB, no contendo o ponto C, P e Q so
os pontos mdios de
1 1
AB e
2 2
A B , respectivamente, prove que RP = RQ.

232.(Romnia - 2007) Encontre todos os conjuntos A de pelo menos dois inteiros
positivos, tais que para quaisquer dois elementos distintos , x y A tenhamos
.
( , )
x y
A
mdc x y
+
Aqui mdc(x, y) denota o mximo divisor comum de x e y.

233.(Romnia - 2007) Determine todas as progresses aritmticas infinitas de
inteiros positivos, com a seguinte propriedade: existe , N N tal que para
qualquer primo p, p > N, o p-simo termo da seqncia tambm primo.

234.(Bulgria - 2007) O incrculo do tringulo acutngulo ABC toca os lados AB,
BC e CA nos pontos P, Q e R respectivamente. O ortocentro H do tringulo
ABC est sobre o segmento QR.
(a) Prove que . PH QR
(b) Sejam I e O o incentro e o circuncentro do ABC , respectivamente,
e N o ponto comum entre o lado AB e ex-incrculo relativo a este lado.
Prove que os pontos I, O e N so colineares.

235.(Olimpada Checa e Eslovaca 2007) Se x, y, z so nmeros reais no intervalo (1,
1) satisfazendo xy + yz + zx = 1, mostrre que:
2 2 2 2
3
6 (1 )(1 )(1 ) 1 ( ) . x y z x y z + + +
EUREKA! N27, 2008
40
236.(Romnia 2007) Um conjunto de pontos no plano livre se no existe
tringulo eqiltero cujos vrtices esto entre os pontos do conjunto. Mostre que
qualquer conjunto de n pontos no plano contm um subconjunto livre com pelo
menos n pontos.

SOLUO DE PROBLEMAS PROPOSTOS NOS NMEROS ANTERIORES:

211. (Baltic Way 2004) Uma seqncia a
1
, a
2
, ... de nmeros reais no-negativos
satisfaz, para n = 1, 2, ..., as seguintes condies:

(a) a
n
+ a
2n
3n.
(b) ) 1 ( 2
1
+ +
+
n a n a
n n
.
(i) Prove que a
n
n para todo n = 1, 2, ...
(ii) D exemplo de uma tal seqncia.

SOLUO DE ESTILLAC LINS MACIEL BORGES FILHO (BELM PA)
(i) Utilizando a desigualdade das mdias, temos:
1 1
2
1
2 ) 1 ( 2
1 1 1
+ + + +
+ +
+ +
+ + + n n n n
n
n n
a a n a n a
n a
n a n a
Supondo vlido que k a a
n k n
+
+
, temos que:
1 1
1
+ + +
+ + +
k a a a
n k n k n

E como a desigualdade vale para 1 = k , fica provado por induo que
k a a
n k n
+
+
, k N .
Em particular, para n k = , temos:
n a a a n a a
n n n n n
+ + + 2
2 2

Finalmente, como n a a
n n
3
2
+ , temos:
n a n a n a a a n
n n n n n
+ + 2 2 2 3
2

(ii) Uma seqncia que satisfaz as condies 1 + = n a
n
. De fato, temos:
(1) n n n n a a
n n
3 2 3 1 2 1
2
+ = + + + = +
(2) ) 1 ( 2 ) 1 ( 2 ) 1 )( 1 ( 2 ) 1 ( 2 2 2
1
+ + = + + = + = + = +
+
n a n a n n n n n a
n n n

212. (Baltic Way 2004) Seja P um polinmio com coeficientes no-negativos. Prove
que se P(1/x)P(x) 1 para x = 1, ento tal desigualdade se verifica para todo real
positivo x.

EUREKA! N27, 2008
41
SOLUO DE GELLY WHESLEY (FORTALEZA CE)
Para 0 x > temos ( ) 0. P x >
Da condio dada, temos
2
( (1)) 1. P
Agora, denote
1
0 1
( ) ... .
n n
n
P x a x a x a
= + + +
Ento:
( )
1
1
0 1 0 1
1 1 1
( ) ... ...
n n
n n
n n
P x P a x a x a a a a
x x x
| |
| | | | | |
= + + + + + +
|
| | |
|
\ . \ . \ .
\ .

(Por Cauchy-Schwarz)
2
1 0 1
0 1
1
...
n n
n n
n n
a a
a x a x a a
x x

| |
+ + + =
|
|
\ .
2 2
0 1
( ... ) ( (1)) 1.
n
a a a P + + + =

213. (Baltic Way 2004) Ache todos os conjuntos X, consistindo de ao menos dois
inteiros positivos, tais que para todos m, n X, com n > m, exista um elemento k
de X tal que n = mk
2
.

Suponha que o nmero 1 . X Logo, seja 1 com , > p X p , temos que deve
existir X k , tal que
2
k p = , isto , p quadrado perfeito. Obviamente,
1 > k e com raciocnio anlogo, conclumos que k tambm deve ser quadrado
perfeito e sua raiz quadrada deve pertencer a X . Ou seja, estendendo o
raciocnio, todas as potncias de p da forma
n
p
2
1
, com nN tambm devem
pertencer a X , o que impossvel, dado que
1
2n
p N para algum valor de n .
Logo, X 1 .
Vamos ento tentar montar o conjunto X . Para tal, vamos supor, inicialmente
que X possua somente dois elementos
1
p e
2
p , com 1
1 2
> > p p . Desta
forma, temos que deve existir X k , tal que
2
1 2
k p p = . Obviamente,
2
p k <
e, portanto, a nica alternativa
1
p k = e, portanto,
3
1 2
p p = . De fato, todo
conjunto { }
3
, n n X = , com N n e 1 > n , satisfaz as condies do problema e
somente tais conjuntos de dois elementos satisfazem, conforme verificado.
Vamos ento supor que o conjunto X tenha mais do que dois elementos, isto ,
{ }
r
p p p p p X ,..., , , ,
4 3 2 1
= , com N p p
r
,...,
1
. Suponha, sem perda de
EUREKA! N27, 2008
42
generalidade, que 1 ...
1 2 3 1
> > > > > >

p p p p p
r r
. Com um raciocnio
anlogo ao pargrafo anterior, conclumos que
3
1 2
p p = . Seguindo o raciocnio,
temos que:
(1)
2
1 1 3
k p p =
(2)
2
2
3
1 3
k p p =
onde X k k
2 1
, .
Obviamente, temos que
3 1
p k < ,
3 2
p k < e
2 1
k k . Portanto, como
3
p o
terceiro menor elemento do conjunto, s restam as possibilidades
=
=
3
1 2
1 1
p k
p k
ou
=
=
1 2
3
1 1
p k
p k
. Porm, no primeiro caso, temos que
2
3
1 3
p p p = = : absurdo! J no
segundo caso, temos que:
(1)
7
1
2 3
1 1 3
) ( p p p p = =
(2)
5
1
2
1
3
1 3
p p p p = =
Portanto, temos que 1 ou 0
1 1
7
1
5
1
= = = p p p p . Absurdo!
Logo, no possvel que o conjunto X possua mais de 2 elementos. E assim,
todos os conjuntos que satisfazem o enunciado so:
{ }
3
, n n X = , com nN e 1 > n .

223. (Bielorssia 2005) Seja H o ponto de interseo das alturas BB
1
e CC
1
do
tringulo acutngulo ABC. Seja / uma reta passando por A, tal que . AC /
Prove que as retas BC, B
1
C
1
e / possuem um ponto em comum se e somente se
H for o ponto mdio de BB
1
.

EUREKA! N27, 2008
43
SOLUO DE DAVI LOPES ALVES DE MEDEIROS (FORTALEZA CE)
A
M
C
1

B
1

B
/
C
P

Seja P o ponto de interseo de BC e / . suficiente mostrarmos que
1 1
, , B C P
so colineares
1
. BM MB =
i)
1
, , C M C colineares por Menelaus no
1 1
1
1 1
: 1,
CB AC BM
BAB
AC C B MB
= (I)
ii)
1
BB AC e
1
// AC BB / / e da
1
, ACP BCB donde
1
1
AB PB
BC CB
= (II) e
1
PC CB
AC CB
= (III)
iii)
1
, P B e
1
C so colineares
1 1
1 1
1
AB C B PC
PB CB AC
= (IV)
Multiplicando (I) e (IV) membro a membro, temos que
1
, P B e
1
C so colineares
1 1 1 1 1
1 1 1 1 1
1 1
CB AC AB C B AB BM PC BM PC
AC C B MB PB CB AC MB AC PB
| |
= =
|
\ .
(V)
Mas de (II) :
1 1
AB CB
PB BC
= e multiplicando este resultado por (III)
1 1
1
1
AB CB PC CB
AC PB CB CB
= = (*)
EUREKA! N27, 2008
44
Substituindo (*) em (V), temos que
1 1
, , P B C so colineares
1
1
1 .
BM
BM MB
MB
= = c.q.d.

224. (Bielorssia 2005) Ache todas as funes f : N N satisfazendo

) ( ) ( )) ( ( n f m f n f n m f + = + ,
para todos m, n N.

Primeiramente, seja k N. Fazendo k n m = = , temos:
) ( 2 )) ( ( ) ( ) ( )) ( ( k f k f f k f k f k f k k f = + = + , k N
Em seguida, faamos 0 = m e ) (k f n = , temos:
) ( 2 ) 0 ( )) ( 2 ) ( ( )) ( ( ) 0 ( ))) ( ( ) ( ( k f f k f k f f k f f f k f f k f f + = + + = +
0 ) 0 ( ) ( 2 ) 0 ( )) ( ( = + = f k f f k f f
Agora, seja xN, tal que ) 1 ( f x = . Tomando 1 + = k m e 1 = n , temos:
) 1 ( ) ( + + = + k f x x k f , k N
Seja t N , com 1 t . Substituindo sucessivamente na equao anterior k por
) 1 ( ) ( + j x j t , com t j 1 , temos:
) 1 ) 1 (( ) ( + + = x t f x tx f
) 2 ) 2 (( ) 1 ) 1 (( + + = + x t f x x t f
) 3 ) 3 (( ) 2 ) 2 (( + + = + x t f x x t f
.
) ) (( ) 1 ) 1 (( j x j t f x j x j t f + + = + +
.
) 1 ( ) 2 2 ( + + = + t x f x t x f
) ( ) 1 ( t f x t x f + = +

Somando as equaes anteriores, temos:
) ( ) ( t f tx tx f + = , t N
Com este resultado em mos, vamos provar, por induo, que kx k f = ) ( ,
k N . De fato, temos:
(1) Se 0 = k , temos kx f k f = = = 0 ) 0 ( ) (
(2) Se 1 = k , temos kx x f k f = = = ) 1 ( ) (
EUREKA! N27, 2008
45
(3) Se tx t f = ) ( , para t N , temos:
( 1 ) ( ) ( 1) ( ( )) (( ) ) ( 1) ( 1) f t x x f t x tx t x f f t i x f t i x t x f t + = + = + = + + = + = + + +
2 ( 1 ) ( 1) ( 1) f t x t x f t + = + + +
x t t f x t t f x t ) 1 ( ) 1 ( ) 1 ( 2 ) 1 ( ) 1 ( + = + + = + + +
Portanto, nos resta descobrir quais os valores possveis para ) 1 ( f x = . Para isso,
vamos utilizar o ltimo resultado encontrado na relao inicial proposta no
problema, para 0 n :
2
) ( )) ( ( nx nx mx x nx n m n f n m f + = + = +
nx mx n f m f + = + ) ( ) (
2 2 2
0
2 2 ou
2
x
mx nx nx mx nx nx nx x x
x
=
+ = + = =

Logo, as funes possveis so: 0 ) ( = y f e y y f 2 ) ( = . fcil ver que ambas
satisfazem as condies e, portanto, so todas as funes procuradas.
227. (Bulgria 2005) Ivo escreve todos os inteiros de 1 a 100 (inclusive) em cartas
e d algumas delas para Iana. Sabe-se que para quaisquer duas destas cartas, uma
de Ivo e outra de Iana, a soma dos nmeros no est com Ivo e o produto no est
com Iana. Determine o nmero de cartas de Iana sabendo que a carta 13 est com
Ivo.

Primeiramente, notamos que a carta de nmero 1 deve estar com Iana. De fato, se
a carta 1 estivesse com Ivo, para qualquer carta y de Iana, o produto dos
nmeros tambm estaria com Iana, contradizendo a hiptese. Isso implica que ou
a carta 1 pertence a Iana ou Iana no possui cartas, o que no verdade por
hiptese. Sendo assim, Iana possui a carta 1 e, dada qualquer carta x de Ivo,
temos que Iana dever possuir a carta 1 + x .
Continuando o raciocnio, temos que Iana tambm dever possui as cartas
1 2 + x , 1 3 + x , ..., 1 + kx , com 1 100 kx + e k N.
Alm disso, Iana tambm deve possuir a carta 1 x , pois caso contrrio, Iana
deveria possui a carta x x = + 1 1 , o que no verdade. E logo, Iana tambm
deve possuir as cartas 1 2 x , ..., 1 kx , com 1 100 kx e k N.
Assim, sabendo que Ivo possui a carta de nmero 13, j sabemos que Iana possui
as cartas:
92 , 90 , 79 , 77 , 66 , 64 , 53 , 51 , 40 , 38 , 27 , 25 , 14 , 12 , 1
EUREKA! N27, 2008
46
Notemos agora que a carta nmero 2 deve pertencer Iana. De fato, se a carta
pertencesse a Ivo, teramos pelo raciocnio anterior que Iana deveria possuir todas
as cartas mpares, o que no possvel, j que Ivo possui a carta nmero 13.
Como a carta 2 pertence a Iana e a carta 13 pertence a Ivo, temos que a carta
26 deve pertencer a Ivo e, conseqentemente, a carta 52 tambm. Portanto, at
o momento, temos:
Ivo: 52 , 26 , 13
Iana: 92 , 90 , 79 , 77 , 66 , 64 , 53 , 51 , 40 , 38 , 27 , 25 , 14 , 12 , 2 , 1
Novamente, temos que a carta 3 deve pertencer a Iana, pois caso pertencesse a
Ivo, a carta 6 3 2 = tambm pertenceria a Ivo, assim como a carta 12 6 2 = , o
que no verdade. Analogamente, a carta 4 tambm pertence a Iana, pois se
pertencesse a Ivo, tambm pertenceria a Ivo a carta 12 4 3 = . Isso implica que as
cartas 39 e 78 pertencem a Ivo. Portanto, at o momento:
Ivo: 78 , 52 , 39 , 26 , 13
Iana: 92 , 90 , 79 , 77 , 66 , 64 , 53 , 51 , 40 , 38 , 27 , 25 , 14 , 12 , 4 , 3 , 2 , 1
Se Ivo possusse o nmero 5, tambm deveria possuir o nmero 10 5 2 = e
assim, deveria possuir o nmero 40 10 4 = , o que no verdade. Logo Iana
possui o nmero 5.
J os nmeros 6 e 7 tambm no podem estar com Ivo, pois neste caso, os
nmeros 12 6 2 = e 14 7 2 = no poderiam estar com Iana, o que no acontece.
Logo, Iana tambm possui os nmeros 6 e 7 .
Assim, at o momento:
Ivo: 78 , 52 , 39 , 26 , 13
Iana: 92 , 90 , 79 , 77 , 66 , 64 , 53 , 51 , 40 , 38 , 27 , 25 , 14 , 12 , 7 , 6 , 5 , 4 , 3 , 2 , 1
Analogamente, temos que se 11 e 10 , 9 , 8 pertencessem a Ivo, 40 8 5 = ,
27 9 3 = , 40 10 4 = e 77 11 7 = tambm deveriam pertencer a Ivo, o que no
verdade. Logo, 11 e 10 , 9 , 8 tambm pertencem a Iana.
Neste momento, temos que:
Ivo: 78 , 52 , 39 , 26 , 13
Iana: 92 , 90 , 79 , 77 , 66 , 64 , 53 , 51 , 40 , 38 , 27 , 25 , 14 , 12 , 11 , 10 , 9 , 8 , 7 , 6 , 5 , 4 , 3 , 2 , 1
Agora notamos que Ivo possui todos os mltiplos de 13 menores que 100.
Todos os demais nmeros menores que 100 devem ento ter a forma t k + 13 ,
com , k t N e 13 0 < < t . Como Iana possui todos os nmeros t N com
13 0 < < t , temos que todos os nmero menores que 100 que no so mltiplos
de 13 devem pertencer a Iana, pois k 13 pertence a Ivo e a soma no pode
pertencer a Ivo.
EUREKA! N27, 2008
47
Logo, Ivo possui apenas 7 nmeros e Iana possui os 93 restantes.

230. (Eslovnia 2005) Denote por I o incentro do tringulo ABC. Sabe-se que AC +
AI = BC. Encontre a razo entre as medidas do ngulos BAC e CBA.

SOLUO DE RAFAEL ALVES DA PONTE (FORTALEZA CE)
Denote por I o incentro do tringulo ABC. Sabe-se que AC + AI = BC. Encontre a
razo entre as medidas dos ngulos BAC e . CBA
I
C
B
A
I

Construa AI em AC
,,
de modo que AI AI = , conforme a figura acima.
Sejam BAI IAC = = e . IBA IBC = = Note que BI C issceles,
e sendo , I BA = BI A mede 2 + e, pelo teorema do ngulo externo,
2 2 , BAC = + donde vem = + [*]. Veja que 180 , I AI = e
visto que I BI = (por [*]), I BIA inscritvel. Como as cordas AI e AI
so congruentes, , = da
2 2 2 2 2 2
BAC
BAC CBA
CBA

= = = =

EUREKA! N27, 2008
48
COMO QUE FAZ?

PROBLEMA PROPOSTO POR WILSON CARLOS DA SILVA RAMOS (BELM PA)
Dado um tringulo ABC com incentro I, considere uma reta varivel l passando
por I que intersecta o lado AB em P, o lado AC em N e a reta suporte do lado BC
em M. Prove que o valor de
AB AC BC
PA PB NA NC MB MC
+

independe da escolha de l.
SOLUO:
Suponha, sem perda de generalidade, que B est entre M e C.
/2
A
B C
N
P
M
I
/2
/2

/2
/2
/2

Primeiro, note que
PB PA PB PA
PB PA
PB PA
AB 1 1
+ =
+
=
,
NC NA NC NA
NC NA
NC NA
AC 1 1
+ =
+
=
e
MC MB MC MB
MB MC
MC MB
BC 1 1
=
, de
modo que queremos provar que
MC MB NC NA PB PA
1 1 1 1 1 1
+ + + +
no depende da reta l.
Isso um trabalho para a lei dos senos! De fato, nos tringulos AIP e AIN, e
lembrando que, sendo r o inraio de ABC,
2
sen

r
AI = ,
EUREKA! N27, 2008
49
( )
( )
sen
sen sen
1
sen sen
2 2
2
r PA
AI AP
+
=
+
= e
( )
( )
sen
sen sen
1
sen sen
2 2
2
r NA
AI NA

=
=
Somando
PA
1
e
NA
1
, obtemos
( ) ( ) ( )

sen
sen sen sen
1 1
2 2 2
r NA PA
+ +
= +
Utilizando a frmula de Prostafrese ( ) ( )
2 2
cos sen 2 sen sen
y x y x
y x
+
= + ,
( ) ( ) ( ) ( )
( )
r r r NA PA

sen
sen
cos sen 2 sen
sen
2
cos
2
sen 2 sen
1 1
2 2
2 2 2 2
2
= =
|
|
.
|
\
|
|
|
.
|
\
| +
|
|
.
|
\
| + +
= +
Sorte grande! Esse valor no depende da escolha de l, j que r e s dependem
do tringulo ABC. Podemos concluir, analogamente, que
r MC NC
sen 1 1
= +
tambm no depende de l.
J o caso de
MB PB
1 1
, como era de se esperar, um pouquinho diferente, mas
s um pouquinho: pela lei dos senos nos tringulos MIB e PIB,
( )
( )
sen
sen sen
1
sen
sen
2 2
2
r MB
BI MB

=
= e
( )
( )
sen
sen sen
1
sen
sen
2 2
2
r PB
BI PB
+
=
+
=
Note a mudana de sinal de
2
para

2
: destrocando o sinal, obtemos
( )

sen
sen sen
1
2 2
r MB

= e a podemos trabalhar como nos demais casos, obtendo
r PB MB
sen 1 1
= +
A soma pedida , ento, igual a
r
sen sen sen + +
, que no depende de l.
EUREKA! N27, 2008
50
SOLUES DE PROBLEMAS PROPOSTOS
Publicamos aqui algumas das respostas enviadas por nossos leitores.

110) Um conjunto finito de inteiros positivos chamado de Conjunto DS se cada
elemento divide a soma dos elementos do conjunto.
Prove que todo conjunto finito de inteiros positivos subconjunto de algum
conjunto DS.

SOLUO DE ZOROASTRO AZAMBUJA NETO (RIO DE JANEIRO RJ)
Basta provar que, para todo n inteiro positivo, existe um conjunto DS que contm
{1,2,...,n}. Para 3 n , isso segue do fato de {1,2,3} ser um conjunto DS.
Vamos mostrar, por induo em n, que, para todo 3 n , existe um conjunto DS,
1 2 ( )
{ , ,..., },
n k n
X a a a = com
j
a j = para 1 . j n Note que a soma dos seus
elementos
( )
1
k n
n j
j
S a
=
=
par (pois
2
2 2 | ).
n n
a X S =
Dado 3 n e um conjunto
n
X como acima, podemos tomar
1 2 3 ( )
( 1)( 2) ( 1)( 2) ( 1)( 2)
1, 2, 3,..., , 1, , ,...,
2 2 2
n k n
n n n n n n
X n n a a a
+
+ + + + + +
= +
`
)
A soma de seus elementos
( )
1 1
2
1
( 1)( 2) ( 1)( 2) ( 1)( 2)
1 2 ... ( 1) ( )
2 2 2
( 1)( 2)
, pois 1.
2
k n
n j n
j
n
n n n n n n
S n n a S a
n n
S a
+
=
+ + + + + +
= + + + + + + = + =
+ +
= =
Como
n
S par,
1 n
S
+
mltiplo de n + 1. Como
n
S mltiplo de
j
a para todo j,
1
( 1)( 2)
2
n n
n n
S S
+
+ +
= mltiplo de
( 1)( 2)
2
j
n n
a
+ +
para todo j, e logo
1 n
X
+
um conjunto DS.

111) Prove que existem infinitos mltiplos de 7 na seqncia ( )
n
a abaixo:
1 1
1999, ( ), 2
n n
a a a p n n
= = + , onde p(n) o menor primo que divide n.

EUREKA! N27, 2008
51
SOLUO DE JOS DE ALMEIDA PANTERA (RIO DE JANEIRO RJ)
Seja N um nmero da forma 510510 2 3 5 7 11 13 17 , r r = onde r um
inteiro positivo. Temos ento ( 2) 2, p N + = ( 3) 3, p N + = ( 4) 2, p N + =
( 5) 5, p N + = ( 6) 2, p N + = ( 7) 7, p N + = ( 8) 2, p N + = ( 9) 3, p N + =
( 10) 2, p N + = ( 11) 11, p N + = ( 12) 2, p N + = ( 13) 13, p N + =
( 14) 2, p N + = ( 15) 3, p N + = ( 16) 2, p N + = e ( 17) 17. p N + = Assim,
2 1 3 1
2(mod7), 5(mod7),
N N N N
a a a a
+ + + +
+ +
4 1
(mod7),
N N
a a
+ +
5 1
5(mod7),
N N
a a
+ +
+
6 1
(mod7),
N N
a a
+ +
7 1
(mod7),
N N
a a
+ +
8 1
2(mod7),
N N
a a
+ +
+
9 1
5(mod7),
N N
a a
+ +
+
10 1
(mod7),
N N
a a
+ +
11 1
4(mod7),
N N
a a
+ +
+
12 1
6(mod7),
N N
a a
+ +
+
13 1
5(mod7),
N N
a a
+ +
+
14 1
(mod7),
N N
a a
+ +
15 1
3(mod7),
N N
a a
+ +
+
16 1
5(mod7)
N N
a a
+ +
+ e
17 1
1(mod7),
N N
a a
+ +
+ e portanto sempre h um mltiplo de 7 em
1 2 3 11 12 15 17
{ , , , , , , },
N N N N N N N
a a a a a a a
+ + + + + + +
pois
1
,
N
a
+ 2
,
N
a
+ 3
,
N
a
+ 11
,
N
a
+ 12
,
N
a
+

15
,
N
a
+ 17 N
a
+
percorrem todas as classes de congruncia mdulo 7.
112) Determine todos os inteiros positivos n tais que existe uma matriz n n com
todas as entradas pertencentes a { 1, 0, 1} tal que os 2n nmeros obtidos como
somas dos elementos de suas linhas e de suas colunas so todos distintos.

SOLUO DE ASDRBAL PAFNCIO SANTOS (BOTUCATU SP)
Vamos mostrar que existe uma matriz como no enunciado se e somente se n
par. Se n par, digamos n = 2k, podemos construir uma matriz
1 , 2
( )
ij i j k
A a

=
com 1
ij
a = se 1 , , 1
ij
i j k a = se 1 , 2 , 1
ij
k i j k a + = se i k e
, j k i + 0
ij
a = se i k e 1 , 1
ij
k j k i a + < + = se 1, i k j k + e
, j k i + > e 0
ij
a = se 1 i k + e . j k i + fcil ver que os 2n nmeros obtidos
como somas dos elementos das linhas e das colunas de A
{ , 1, 2,...,1, 0, 1,..., ( 2), ( 1)}. n n n n n
Suponha agora que exista uma matriz
1 ,
( )
ij i j n
A a

= como no enunciado, com
{ 1, 0,1}, , .
ij
a i j n Claramente permutar linhas ou colunas no altera as
propriedades do enunciado. Como h 2 1 n + elementos em
{ , ( 1),..., 1, 0,1,..., 1, }, n n n n um desses elementos, digamos c, no
valor da soma dos elementos de nenhuma linha ou coluna de A. Podemos supor
(trocando o sinal de todos os elementos de A, se necessrio) que esse elemento c
EUREKA! N27, 2008
52
que falta menor ou igual a 0. Podemos supor (permutando linhas e colunas, se
necessrio) que os valores 1, 2,..., n 1, n so obtidos como somas dos elementos
das primeiras k linhas e das primeiras n k colunas de A, para certo . k n Sejam
1
1
,
ij
i k
j n k
x a

=

1
,
ij
i k
n k j n
y a

<
=

1
ij
k i n
j n k
z a
<

=

e

.
ij
k i n
n k j n
w a
<
<
=

Temos ento
( 1)
1 2 ... ( ) ( ) 2 ,
2
n n
n x y x z x y z
+
= + + + = + + + = + + e
( 1)
2
n n
c
+
=
( ) ( ) 2 . z w y w w y z = + + + = + + Portanto,
2
2 2 ( 1) , x w n n c n = + + pois
, c n e, como claramente temos ( ) x k n k e ( ), 4 ( ) w k n k k n k
2 2 2 2
2 2 0 4 4 ( 2 ) , x w n n kn k n k + = donde 2 0, n k = e
portanto n par. Note que, nesse caso, o elemento c que falta deve ser
necessariamente igual a n (ou n, se for positivo).

114) Sabendo que 0 sen x sen y sen z sen w + + + = e
cos cos cos cos 0, x y z w + + + = mostre que
2003 2003 2003 2003
0. sen x sen y sen z sen w + + + =

SOLUO BASEADA NAS SOLUES ENVIADAS POR SAMUEL LIL ABDALLA E
DOUGLAS RIBEIRO SILVA
De cos cos cos cos 0 x y z w + + + = e sen sen sen sen 0, x y z w + + + =
obtemos
(cos sen ) (cos sen ) (cos sen ) (cos sen ) 0.
ix iy iz iw
e e e e x i x y i y z i z w i w + + + = + + + + + + + =
Vamos supor sem perda de generalidade 0 2 . x y z w < Temos
y x e , w z seno os quatro nmeros complexos , ,
ix iy iz
e e e e
iw
e
pertenceriam a um mesmo semicrculo do crculo unitrio, e sua soma no
poderia ser 0. Temos (cos cos ) (sen sen )
ix iy
e e x y i x y + = + + + =
2
2cos cos 2cos .
2 2 2 2
x y
i
y x x y x y y x
sen i e
+ | |
|
\ .
| + + | | | | | | | | |
= + =
| | | | |
\ . \ . \ . \ . \ .

Analogamente,
2
2cos .
2
w z
i
iz iw
w z
e e e
+ | |
|
\ .
| |
+ =
|
\ .

Como
( )
,
ix iy iz iw
e e e e + = + obtemos
EUREKA! N27, 2008
53
2 2
2cos 2cos .
2 2
x y w z
i i
y x w z
e e
+ + | | | |
| |
\ . \ .
| | | |
=
| |
\ . \ .
Temos ainda 0
2 2
y x
e
0
2 2
w z
, donde cos 0
2
y x | |

|
\ .
e cos 0.
2
w z | |

|
\ .
Temos agora dois
casos:
i) cos 0.
2
y x | |
=
|
\ .
Nesse caso, devemos ter tambm cos 0,
2
w z | |
=
|
\ .
e,
portanto , y x w z = = sen sen y x = e sen sen , w z = donde segue
imediatamente o resultado.
ii) cos 0.
2
y x | |
>
|
\ .
Nesse caso, devemos ter cos cos 0
2 2
w z y x | | | |
= >
| |
\ . \ .
e
2 2
,
x y w z
i
e e
+ + | | | |
| |
\ . \ .
= donde
2 2
w z x y
+ +
= + e .
2 2
w z y x
= Somando,
obtemos w y = + e, substraindo, obtemos . z x = + Assim, senw seny = e
senz senx = , donde segue o resultado, como antes.

116) Seja ABC um tringulo e sejam X, Y e Z as reflexes de A, B e C em
relao s retas BC, CA e AB, respectivamente. Prove que x, y e z so colineares
se e somente se cos cos cos 3 8. A B C =

SOLUO ENVIADA POR DOUGLAS RIBEIRO SILVA COM CONTRIBUIES DE CARLOS
EDDY ESAGUY NEHAB E MARCIO COHEN
Construam o tringulo ABC e as reflexes X, Y e Z de seus vrtices A, B e C.
Se, dados U, V, W no plano, (UVW) denota a rea (orientada) do tringulo UVW,
temos S(XYZ) = [S(ABC) + S(CBX) + S(ACY) + S(BAZ)] S(AZY) S(BXZ)
S(CYX). (*) Ver nota abaixo.
Temos S(ABC) = S(CBX) = S(ACY) = S(BAZ), por construo.
As reas de AZY, BXZ e CYX podem ser somadas ou subtradas, dependendo de
os ngulos

3 , 3 YAZ A ZBX B = = e
3 XCY C = (onde A, B e C denotam

os ngulos internos do tringulo ABC) serem maiores ou menores que 180 graus.
Valer a igualdade se usarmos as expresses S(AZY) = bc sen(3A)/2, S(BXZ) =
ac sen(3B)/3 e S(CYX) = ab sen(3C)/2.
Ento a relao passa a ser S(XYZ) = 4S(ABC) bc sen(3A)/2 ac sen(3B)/3
ab sen(3C)/2.
EUREKA! N27, 2008
54
Agora substitumos sen(3 ) = 4(sen( ))
3
+ 3 sen( ) para = A, B, C e
substitumos tambm bc/2 ac/2 e ab/2 respectivamente por S(ABC)/senA,
S(ABC)/senB e S(ABC)/senC, devido frmula de rea em funo dos lados e do
ngulo para o tringulo original.
Fazendo as devidas substituies acima, simplificamos os senos e basta trocar
(sen( ))
2
por 1 (cos( ))
2
para = A, B, C para chegar em S(XYZ) = S(ABC)
[7 4((cosA)
2
+ (cosB)
2
+ (cosC)
2
)].
Para que os trs pontos estejam alinhados, a rea do tringulo XYZ deve ser igual
a zero, donde 7 4((cosA)
2
+ (cosB)
2
+ (cosC)
2
) = 0
Faamos z = (cosA)
2
+ (cosB)
2
+ (cosC)
2
Dai, como cos2x = 2(cosx)
2
1 temos
z = (1 + cos2A)/2 + (1+cos2B)/2 + (cosC)
2
= 1 + (cos(2A) +cos(2B))/2 +
(cosC)
2
.
Mas cos(2A) + cos(2B) = 2cos(A + B)cos(A B) = 2cosC cos(A B).
Substituindo em z:
z = 1 cosC [cos(A B) cosC] = 1 cosC [cos(A B) + cos(A + B)]. Da
temos:
z = 1 cosC. [2cosA.cosB] = 1 2cosA.cosB.cosC.
Substituindo este z na expresso anterior, chegamos na desejada expresso do
enunciado:
0 = 7 4 ((cosA)
2
+ (cosB)
2
+ (cosC)
2
) = 7 4 (1 2cosA.cosB.cosC) =
3+8cosA.cosB.cosC.
Logo, chegamos na esperada relao cosAcosBcosC = 3/8.
Nota: A igualdade(*) pode ser mostrada por meio de algumas figuras,
considerando alguns casos, mas daremos a seguir uma prova algbrica dela. A
rea (orientada) de um tringulo UVW no plano
2
R igual metade do
determinante det (V U , W U) da matriz cujas linhas coincidem com os vetores
V U e W U. Se identificarmos cada vetor
2
( , ) x y R com
3
( , , 0) , x y R o
produto vetorial (V U) (W U) igual ao vetor (0,0, det (V U, W U)) =
(0,0, 2 S (UVW)).
Basta provar ento que (Y X) (Z X) = (B A) (C A) + (B C) (X C) +
(C A) (Y A) + (A B) (Z B) (Z A) (Y A) (X B) (Z B)
(Y C) (X C), mas o lado direito igual a
(B A) (C A) + (B Y) (X C) + (C Z) (Y A) + (A X) (Z B),
que, desenvolvendo (e usando a desigualdade U V = V U, para quaisquer U,
V), igual a B C B A A C + B X B C Y X + Y C + C Y
C A Z Y + Z A + A Z A B X Z + X B = Y X Z Y X Z
= Y Z Y X X Z = (Y X) (Z X).

EUREKA! N27, 2008
55
117) Sejam r e s duas retas reversas (i.e., no contidas num mesmo plano) e A,
B, C, D,
` ` ` `
, , , A B C D pontos tais que
` ` ` `
, , , , , , , , A B A B r C D C D s
` `
AB AB = e
``
. CD CD = Prove que os tetraedros ABCD e
` ` ``
ABCD tm o mesmo volume.

SOLUO DE DOUGLAS RIBEIRO SILVA (RECIFE - PE)
Note que o que o problema pede equivalente demonstrar que o volume do
tetraedro s depende da medida de duas arestas reversas e da distncia entre
as retas-suporte dessas duas arestas. Na figura que segue, as arestas
reversas so AB e CD. A distncia entre as retas suporte EF.

O volume do tetraedro ser calculado a partir da rea da base ABC e a altura
relativa a D

V = (rea (ABC) HD)/3

Note que a rea de ABC pode ser definida como AB EC/2, pois como EC est no
mesmo plano de EF e EF perpendicular a AB, EC tambm (Teorema das 3
perpendiculares).

V = ((AB EC/2) HD)/3

Conservando a rea do triangulo retangulo EFC temos: EF FC/2 = EC FG/2.
Logo
FG = EF FC/EC
Pela semelhana dos triangulos FGC e DHC tiramos o valor de HD:

HD/CD = FG/FC Logo HD = FG CD/FC = (EF FC/EC) (CD/FC)

Logo HD = EF CD/EC

Finalizando, temos que V = (AB EC/2) (EF CD/EC)/3
Logo V = AB CD EF/6
Assim, provamos que o volume de um tetraedro no depende da posio dos
segmentos AB e CD nas suas retas-suporte, mas sim, unicamente dos tamanhos
dos segmentos e da distncia entre as retas-suporte dos mesmos.

EUREKA! N27, 2008
56
D
F
G
H
A
E
B
C

118) Considere a seqncia
1
( )
n n
a

dada por
1
1 a = e
1
2 9
, 1.
3 9
n
n
n
a
a n
a
+
+
=
+

Prove que ( )
n
a converge e calcule o seu limite.

Primeiramente, iremos provar que
3
3 1+
>
n
a , para todo nN, utilizando
induo. De fato:
(1)
3
3 1
1
1
+
> = a
(2) Supondo
3
3 1+
>
n
a , temos 3 2 3 1 + > +
n
a . Portanto:
3
3 1
)
3 2
1
(
3
1
1 )
3 1
1
(
3
1
1
9 3
9 2
1
+
=
+
>
+
=
+
+
=
+
n n
n
n
a a
a
a
Em seguida, provaremos que, se
3
3 1+
>
n
a , temos que
n n
a a <
+1
. De fato:
3 ) 1 3 ( 3 1 3
3
3 1
2
> >
+
>
n n n
a a a
EUREKA! N27, 2008
57
Portanto,
0
9 3
) 1 3 ( 3
9 3
9 2
2
1
<
+

=
+
+
=
+
n
n
n
n
n
n n
a
a
a
a
a
a a
Logo, ) (
n
a uma seqncia estritamente decrescente limitada inferiormente por
3
3 1+
, o que garante sua convergncia. Vamos mostrar agora que
3
3 1
lim
+
=
n
a . Seja
1
lim lim .
n n
x a a
+
= =
Temos ento
1
2 9 2 9
lim lim ,
3 9 3 9
n
n
n
a x
x a
a x
+
+ +
= = =
+ +
donde
2
9 6 2 0. x x = Como 0, x devemos ter
3 27 1 3
.
9 3
x
+ +
= =

Obs: a soluo acima bastante artificial. Ela construda j se sabendo de
antemo qual o provvel limite da seqncia. Este provvel limite obtido
facilmente fazendo x a a
n n
= =
+1
e resolvendo a equao
3
3 1
9 3
9 2 +
=
+
+
= x
x
x
x , pois 0. x

Continuamos aguardando as solues dos problemas a seguir:

113)
1 2 3
, , ,... a a a formam uma seqncia de inteiros positivos menores que 2007
tais que
m n
m n
a a
a
+
+
inteiro, para quaisquer inteiros positivos m, n.
Prove que a seqncia (a
n
) peridica a partir de um certo ponto.

115) Suponha que ABC um tringulo com lados inteiros a, b e c com
60 BCA = e ( , ) ( , ) ( , ) 1. mdc a b mdc a c mdc b c = = = Prove que

1(mod6) c .

EUREKA! N27, 2008
58
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar solues dos problemas propostos e sugestes de novos
problemas para prximos nmeros.

119. Mostre que no existem inteiros positivos a e b tais que tais que
(36 )(36 ) a b b a + + seja uma potncia de 2.

120. Sejam a, b, c nmeros reais e soma
n
S definida como ,
n n n
n
S a b c = + + para
qualquer n inteiro no negativo, Sabe-se que
1
2, S =
2
6 S = e
3
14, S = mostre que
2
1 1
8
n n n
S S S
+
= para todo inteiro n > 1.

121. Na figura abaixo o lado do quadrado vale 4, obter o valor da altura h para que
a rea da regio 1 seja igual a rea da regio 2.

h
4
4 4
4
1
2

122. Dado um tringulo ABC tal que AB AC a b = = + e BC a = , traa-se uma
ceviana partindo de B determinando em AC um ponto D tal que DA a = e
DC b = . Sabendo que
10 ABD = , determine os ngulos internos desse tringulo.

123. Determine todas as funes : * * f N N tais que
2 2 3 2 2
2 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) , f m n f m f n f m f n + = + para quaisquer , * m nN distintos.
Obs. * {1, 2, 3,...} = N o conjunto dos inteiros positivos.

EUREKA! N27, 2008
59
124. Considere a seqncia
1
( )
n n
a

definida por
1 2 3 4
1 a a a a = = = = e
2
1 3 2
4
, 5.
n n n
n
n
a a a
a n
a

+
=
Prove que
n
a um inteiro positivo, para todo inteiro positivo n.

125. Considere dois naturais 2 m e 2, n e as seqncias
0 1 2
( , , ,..., ), {0,1}.
mn i
a a a a a
As seqncias de tipo m satisfazem as condies:
0,
k k m
a a
+
= para todo k;
Se
1
1
k k
a a
+
= ento m divide k
As seqncias de tipo n so definidas analogamente. Prove que existem tantas
seqncias do tipo m quanto do tipo n.

126. As circunferncias , 0 5,
i
i so tangentes a uma circunferncia nos
pontos
i
A . Alm disso,
i
tangente a
1 i +
para 0 5 i e
5
tangente a
0
.
Prove que
0 3 1 4 2 5
, , A A A A A A so concorrentes.

127. Determine todos os inteiros positivos k tais que existem inteiros positivos x,
y, z com
2 2 2
.
x y z
k
xyz
+ +
=
128. Barango Joe era um sapo de mtiplos talentos que habitava a Terra das
Chances Diminutas, localizada no alto de uma montanha.
Aps sua maioridade, Barango Joe decidiu tentar a vida no Reino das Grandes
Oportunidades, localizado no cume da montanha vizinha.
Para isso, ele atravessaria a extensa ponte de madeira por cima do Desfiladeiro da
Morte. Entretanto, a ponte era guardada pela Esfinge Vegas, exmia jogadora que
sempre desafiava os viajantes para algum jogo. O viajante vitorioso tinha a
passagem franqueada; e o perdedor era lanado ao abismo.
Assim chegando cabeceira da ponte, Barango Joe foi desafiado a uma partida de
Pachang jogo que lembra o Black Jack ou Vinte e um, mas jogado por 2
oponentes da seguinte maneira:
Os jogadores, designados por banca e apostador, utilizam um dado gerador
de nmeros aleatrios reais uniformemente distribudos no intervalo [0,1]
Inicialmente, a banca sorteia um nmero X. Se no estiver satisfeita com o
nmero obtido, pode descart-lo e ento sortear um novo nmero. Este
procedimento pode ser executado 2 vezes, Isto , pode haver at 3 sorteios na
definio do nmero X da banca.
EUREKA! N27, 2008
60
Ento, o apostador sorteia quantos nmeros forem necessrios at que a soma de
seus nmeros ultrapasse o nmero X da banca. Neste momento, se esta soma for
inferior a 1, o apostador ganha; caso contrrio, perde.

Ou seja, para ganhar, o apostador precisa chegar mais prximo de 1 que a
banca, sem no entanto estourar o limite de 1.

Aps explicar as regras do Pachang, a Esfinge Vegas deu uma opo ao sapo:
- Voc prefere ser a banca ou o apostador?
O que o Barango Joe deveria responder?

Obs. Utilize lpis, papel, e uma calculadora cientfica simples.

129. Um coelho est numa rua infinita dividida em quadrados numerados pelos
inteiros, e comea no quadrado 0. Se num dado momento ele est no quadrado k,
ele escolhe, com probabilidade
1
2
, pular para o quadrado k + 2 ou, tambm com
probabilidade
1
2
, pular para o quadrado k 1. Ele continua esse processo
indefinidamante. Dado mZ , determine a probabilidade de, em algum momento,
o coelho pisar no quadrado m.

Problema 119 proposto por Adriano Carneiro, problemas 120 e 121 proposto por Samuel
Lil Abdalla, de Sorocaba SP, problema 122 proposto por Renan Lima Novais, do Rio de
Janeiro RJ, problema 123 proposto por Wilson Carlos da Silva Ramos, de Belm PA,
problemas 124, 125, 126 e 127 propostos por Anderson Torres, de So Paulo SP, problema
128 proposto por Rogrio Ponce da Silva, do Rio de Janeiro RJ, problema 129 proposto
por Nicolau Coro Saldanha e Zoroastro Azambuja Neto, do Rio de Janeiro RJ.

Agradecemos tambm o envio das solues e a colaborao de:
Gelly Whesley Fortaleza CE
Evandro A. dos Santos Campinas SP
Davi Lopes Alves de Medeiros Fortaleza CE
Rafael Alves da Ponte Fortaleza CE
Andr Felipe M da Silva Rio de Janeiro RJ
Carlos Alberto da Silva Victor Nilpolis RJ

EUREKA! N27, 2008
61
AGENDA OLMPICA

XXX OLIMPADA BRASILEIRA DE MATEMTICA

NVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase Sbado, 14 de junho de 2008
Segunda Fase Sbado, 13 de setembro de 2008
Terceira Fase Sbado, 25 de outubro de 2007 (nveis 1, 2 e 3)
Domingo, 26 de outubro de 2008 (nveis 2 e 3 - segundo dia de prova).

NVEL UNIVERSITRIO
Primeira Fase Sbado, 13 de setembro de 2008
Segunda Fase Sbado, 25 e Domingo, 26 de outubro de 2008

XIV OLIMPADA DE MAIO
10 de maio de 2008

XIX OLIMPADA DE MATEMTICA DO CONE SUL
Temuco Chile
18 a 23 de junho de 2008

XLIX OLIMPADA INTERNACIONAL DE MATEMTICA
10 a 22 de julho de 2008
Madri Espanha

XIV OLIMPADA INTERNACIONAL DE MATEMTICA UNIVERSITRIA
25 a 31 de julho de 2008
Blagoevgrad, Bulgria

XXIII OLIMPADA IBEROAMERICANA DE MATEMTICA
18 a 28 de setembro de 2008
Salvador, Bahia Brasil

XI OLIMPADA IBEROAMERICANA DE MATEMTICA UNIVERSITRIA

EUREKA! N27, 2008
62
COORDENADORES REGIONAIS

Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora MG
Amrico Lpez Glvez (USP) Ribeiro Preto SP
Amarsio da Silva Arajo (UFV) Viosa MG
Andreia Goldani FACOS Osrio RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlndia MG
Ali Tahzibi (USP) So Carlos SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paran) Pato Branco - PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa Mara RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado RS
Cleonor Crescncio das Neves (Inst. de Tec. e Educ. Galileo da Amaznia) Manaus AM
Cludio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bag RS
Edson Roberto Abe (Colgio Objetivo de Campinas) Campinas SP
lio Mega (Faculdade Etapa) So Paulo SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias TO
Fbio Brochero Martnez (UFMG) Belo Horizonte MG
Florncio Ferreira Guimares Filho (UFES) Vitria ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) So Joo del Rei MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) Joo Pessoa PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPEC) Chapec SC
Joo Bencio de Melo Neto (UFPI) Teresina PI
Joo Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belm PA
Jos Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianpolis SC
Jos Vieira Alves (UFPB) Campina Grande PB
Jos William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo Andr SP
Krerley Oliveira (UFAL) Macei AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianpolis SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador BA
Mrio Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belm PA
Marcelo Mendes (Colgio Farias Brito, Pr-vestibular) Fortaleza CE
Newman Simes (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) So Luis MA
Osvaldo Germano do Rocio (U. Estadual de Maring) Maring PR
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colgio Anglo) Atibaia SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goinia GO
Rogrio da Silva Igncio (Col. Aplic. da UFPE) Recife PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Tcnica Federal de Roraima) Boa Vista RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguau RJ
Srgio Cludio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro BA
Toms Menndez Rodrigues (U. Federal de Rondnia) Porto Velho RO
Valdenberg Arajo da Silva (U. Federal de Sergipe) So Cristovo SE
Vnia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET GO) Jata GO

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CONTEDO

, comparando com o clculo de

, com x uma constante em relao a n.

apenas com um trabalho

, com x uma constante em relao a n. Observe:

, encontramos uma funo da forma:

, com m inteiro positivo.

= = + , onde p(n) o menor primo que divide n.

3 XCY C = (onde A, B e C denotam

60 BCA = e ( , ) ( , ) ( , ) 1. mdc a b mdc a c mdc b c = = = Prove que

10 ABD = , determine os ngulos internos desse tringulo.

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