Fundamentos Da Psicopedagogia
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FUNDAMENTOS DE PSICOPEDAGOGIA
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Sumário
1. O QUE É PSICOPEDAGOGIA? ................................................................................................................................. 4
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................................... 43
Para Bossa (1994), a Psicopedagogia, ainda está construindo seu corpo teórico,
portanto se constituindo como ciência. Assim sendo, a Psicopedagogia é uma área de
estudos muito nova, portando pode ser vista com desconfiança por alguns. Por outro lado,
o fato de ser jovem, permite que se construa para atender os problemas enfrentados no
processo de ensino-aprendizagem
São crescentes os problemas referentes às dificuldades de aprendizagem no
Brasil. A Pedagogia embasada em teóricos conceituados como Piaget, Vygotsky, Freinet,
Ferreiro, Teberosky e outros, tem sido insuficiente para prevenir ou intervir nas dificuldades
de aprendizagem. Para tanto, a Psicopedagogia surge para auxiliar na intervenção e
prevenção dos problemas de aprendizagem.
possível com uma formação que os oriente sobre três pilares: prática clínica, construção
teórica e tratamento psicopedagógico-didático. No trabalho clínico, conceber o sujeito que
aprende como um sujeito epistêmico-epistemofílico implica procedimentos diagnósticos e
terapêuticos que considerem tal concepção. Para isso, é necessária uma leitura clínica na
qual, através da escuta psicopedagógica, possa-se decifrar os processos que dão sentido
ao observado e norteiam a intervenção. Ainda conforme Fernández (1991), faz-se
necessário incorporar conhecimentos sobre o organismo, o corpo, a inteligência e o
desejo, estando esses quatro níveis basicamente relacionados ao aprender. Considerando-
se o problema de aprendizagem na interseção desses quatro níveis, as teorias que se
ocupam do organismo, do corpo, da inteligência e do inconsciente, separadamente, não
conseguem resolvê-lo. Ou seja, é imperioso ter-se uma teoria psicopedagógica
fundamentada em conhecimentos de outros corpos teóricos que, ressignificados, sustentem
essa prática.
De modo sistêmico, essas teorias possibilitam meios mais eficazes para refletir
e operar no campo psicopedagógico, cujo conhecimento não se cristaliza em uma
delimitação fixa, nem nos déficits e alterações subjetivas do aprender, mas avalia a
possibilidade do sujeito, a disponibilidade afetiva de saber e de fazer, reconhecendo que o
saber é próprio do sujeito.
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Conforme Júlia Eugênia Gonçalves1 (apud UTÓPICO, 2008, p.1), é preciso que
seja feita uma ressalva quanto a maneira como a Psicopedagogia encara a aprendizagem
humana, vista sempre como uma feição própria do indivíduo se relacionar com o
conhecimento gerado e armazenado pela cultura, bem como os problemas de
aprendizagem como oriundos de fraturas ocorridas nessa relação, vínculos mal
estabelecidos entre aprendentes e ensinantes, seja por fatores de natureza orgânica,
cognitiva ou emocional. O trabalho psicopedagógico, portanto, não se apresenta como
reeducativo, mas, sim, como terapêutico (uma terapia centrada na aprendizagem); não se
dirige para um público específico, porque aprendentes somos todos nós, humanos:
crianças, jovens, ou velhos que nos mantemos vivos e atuantes, enquanto aprendemos e
ensinamos e podemos contribuir com a nossa marca para a evolução da humanidade.
aí deve atuar o psicopedagogo, por ser o profissional cuja formação o habilita para
compreender e atender tais solicitações.
Os versos abaixo, de autoria da pedagoga Júlia Eugênia Gonçalves (apud
UTÓPICO, 2008, p.1), tenta responder à pergunta “o que é Psicopedagogia?”:
2. A HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA
3 Lev Semenovitch Vygotsky (1896-1934) foi um psicólogo bielorrusso, descoberto nos meios acadêmicos ocidentais depois da sua
morte, causada por tuberculose, aos 37 anos. Pensador importante, foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das
crianças ocorre em função das interações sociais (e condições de vida). As obras de Vygotsky incluem alguns conceitos que se
tornaram incontornáveis na área do desenvolvimento da aprendizagem. Um dos conceitos mais importantes é o de Zona de
Desenvolvimento Proximal, que se relaciona com a diferença entre o que a criança consegue realizar sozinha e aquilo que, embora não
consiga realizar sozinha, é capaz de aprender e fazer com a ajuda de uma pessoa mais experiente. Vygotsky enfatiza a relação entre
quem aprende e aquele que ensina, como partícipes de um mesmo processo chamado mediação, como um pressuposto da relação eu-
outro social. A relação mediada não se dá necessariamente pelo outro corpóreo, mas pela possibilidade de interação com signos,
símbolos culturais e objetos. Para Vygotsky a aprendizagem relaciona-se ao desenvolvimento desde o nascimento, sendo a principal
causa para o desabrochar do desenvolvimento.
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de sua existência, a ABPp tem promovido vários encontros e congressos visando dentre
outras coisas refletir sobre: a formação do psicopedagogo, a atuação psicopedagógica
objetivando melhorias da qualidade de ensino nas escolas, a identidade profissional do
psicopedagogo, o campo de estudo e atuação do psicopedagogo, o enfoque
psicopedagógico multidisciplinar.
Todas estas idéias favorecem o pensar, agir e refletir para as questões relativas
à aprendizagem em nosso tempo. Se o aprendente se faz sujeito desejante de modo
gradativo, a construção do seu saber deve ser investigada e analisada. Cabe a todo
educador ser ponto de referência, suporte colaborativo e atencioso, observando
expectativas e necessidades e valorizando, cada vez mais, as construções e descobertas
de seus aprendentes.
3. O PERFIL DO PSICOPEDAGOGO
mesmo, sobre os outros e sobre a realidade que o cerca. Desde os tempos de Filon, os
terapeutas eram hermeneutas habilitados na arte da interpretação dos textos sagrados,
dos sonhos e dos eventos da existência. Aqueles que Fílon de Alexandria chamava de
terapeutas tinham uma maneira de viver bem diferente daquela que vivenciam os que hoje
levam esse nome. Mas será o psicopedagogo um terapeuta? Terapia é, sem dúvida
nenhuma, a “arte da interpretação“. Efeitos e afetos modificam-se em direção a um melhor
ou a um pior, de acordo com o sentido que se dá a um sofrimento, um evento, um sonho
ou um texto . Os acontecimentos são o que são o que se faz deles depende do sentido
que se lhes dá.
1) cuidar do corpo: não o corpo compreendido como organismo, não um corpo objeto,
mas um corpo sujeito, que “fala“. Cuidar do corpo é prestar atenção ao sopro que o anima e
que possibilita a aprendizagem. É preciso um movimento para que ocorra aprendizagem.
Caberá ao terapeuta a função de dialogar com este corpo, desatando os nós que se
colocam como impeditivos à vida e à inteligência criativa.
2) cuidar do ser: uma escuta e um olhar dirigido para aquele que é, ou seja, para aquilo
que não se apresenta como doentio e mortal. Cuidar do ser é não estar voltado
primeiramente para a doença, ou para o doente, mas para aquilo que se acha fora do
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alcance da doença e que mantém o sujeito vivo. É olhar em primeiro lugar para aquilo que
vai bem, para o ponto de luz que pode dissipar as trevas. É cuidar no homem aquilo que
escapa ao homem, abrindo espaços para modificações, para mudanças; um espaço onde o
homem possa se recolher e descansar, encontrando seus próprios caminhos para aprender.
Não é ensinar, é possibilitar aprendizagens.
3) cuidar do desejo: uma palavra que ocorre muitas vezes na obra de Fílon é “equilíbrio”.
Cuidar do desejo não é percorrer um caminho de excessos, mas um caminho do meio. O
desejo é “o do outro e o meu”. No trabalho psicopedagógico não existe professor e aluno,
mas ensinante e aprendente que interagem sem possuírem papéis fixos ou
predeterminados. Não se trata de querer a todo custo fazer compreender, querer que o
outro compartilhe as nossas mais íntimas convicções. Isso de nada serve e denota uma
vontade de poder. Melhor é respeitar o ritmo do outro como se respeita o próprio ritmo.
Cuidar do desejo é atentar para as próprias necessidades, é procurar supervisão e terapia
para a melhoria de nossa escuta e de nosso olhar, que se direciona tanto para o outro
como para nós mesmos.
comumente chamada de inclusão social. Colocar o aluno com NEE em sala de aula e não
criar estratégias para a sua permanência e sucesso escolar inviabiliza todo o movimento
nas escolas. Faz-se premente a necessidade de um acompanhamento e estimulação do
aluno com NEE para que a sua aprendizagem seja efetiva.
5 Jacques-Marie Émile Lacan (1901-1981), nasceu na França e formou-se em Medicina, atuando como
neurologista e psiquiatra. Considerado um psicanalista freudiano, para o Dr. Lacan a psicanálise não era
uma ciência, uma visão de mundo ou uma filosofia que pretendia dar a chave do universo, mas uma prática
onde, através do método da livre associação, chegaria-se ao núcleo do ser. Lacan propunha a divisão do
sujeito, pois o inconsciente seria autônomo com relação ao Eu, defendendo que, no registro do inconsciente,
é que deveria situar a ação da psicanálise.
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REFERÊNCIAS
ABPp. Código de Ética. In: Revista Psicopedagogia, v. 12, nº. 25. São Paulo: ABPp, 1993.
BAREMBLITT, G. Nunca más. In: GOLINI, J. (org.). Derechos Humanos en el final del
milenio. Buenos Aires: Ediciones Instituyente, 1998.
LINHARES, M. B. M. Avaliação Assistida. Psicologia: Teorias e Pesquisa, vol. 11, nº. 1. Brasília,
1995.
MERY, J. Pedagogia curativa escolar e Psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
NOFFS, N. A. O papel social da psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, v.19, nº. 53. São Paulo:
ABPp, 2000.
SILVA, E. B. (Org.). A educação básica pós-LDB. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2003.
A) processos que ocorrem na sua forma natural sem a interferência dos processos
intencionais de ensino aprendizagem.
B) processos formados através de experimentações mecanicizadas.
C) processos que utilizam autotreinamento objetivo.
D) processos psíquicos formados de maneira planejada e intencional.
B) I, II e III, apenas.
C) I, II, III e V, apenas.
D) todos os itens.