Pme Revisado em 16-06-2015

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ESTADO DE ALAGOAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE VIÇOSA


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
COMISSÃO COORDENADORA E TÉCNICA DO PLANO MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE VIÇOSA


2015 – 2025

Lei: 902/2015 de 22 de junho de 2015


Manoel dos Passos Vilela
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA

Sidney Moura Brandão Vilela


CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES

Maria Adriana Teixeira Vilela


SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Rosileide Queiroz de Alencar


4ª COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO – VIÇOSA-ALAGOAS

João Paulo Lima de Melo


CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Joaquim Lira da Silva


CONSELHO DO FUNDEB

Kaio Cesar Pereira Gomes


CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Marina Cristiana da Silva


SINDICATO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DE ALAGOAS -
REGIONALVIÇOSA – AL

COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO E REVISÃO FINAL DO PLANO MUNICIPAL


DE EDUCAÇÃO
Ana Maria Silva Soares Santana
Arádia Christiana Ávila
Ciléia Honorato da Silva
Cristiane Cardoso de Oliveira
Efigênio Hortêncio de Oliveira
Fernanda Feliciano de Lima
Maria Adélia Mendes de Andrade
Maria Cícera Marques Costa
Maria Danúbia Pereira
Maria do Socorro Barbosa de Souza
Maria Isabel Borges da Silva
Maria Rosiane Ferreira Lira
Nereide Bezerra da Silva Atalaia

Formatação: Joaquim Lira da Silva


Capa: Efigênio Hortêncio de Oliveira
COMISSÃO GESTORA DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Instituída pela Portaria nº 30 de 03 de junho de 2015

EDUCAÇÃO INFANTIL
Coordenadora – Cristiane Cardoso de Oliveira
Secretária – Raniery Dias da Silva Vilela

Equipe: Fernanda Mônica Mata, Ana Maria Silva Soares, Luciano Macena,
Edelvânia Caetano Oliveira, Roseane Cavalcante, Rosa Vieira da Costa, Wagna
Alves, Maria Isabel Borges da Silva.

ENSINO FUNDAMENTAL
Coordenadora – Maria Danúbia Pereira da Silva
Secretária – Maria Lidiane dos Santos Silva Almeida

Equipe – Adelma Almeida, Nereide Bezerra da Silva, Sandra Correia de Oliveira,


Cleudja Rosa Calheiros Pinto Carvalho, Sílvio Lourenço da Silva, Marcelo Francisco
da Silva

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Coordenadora – Maria do Socorro Barbosa de Souza


Secretária – Maria Rosiane Ferreira de Lira

Equipe – Elizadréia Macário, Silvânia Maria Galdino, Maria Cilene da Silva, Ariana
Gomes

EDUCAÇÃO ESPECIAL
Coordenadora – Ciléia Honorato da Silva
Secretária – Zilda de Lima Nanes.
Equipe – Rilda Ferreira Queiróz, Andressa Carnaúba, Maria do Socorro Barbosa,
Cristiane Cardoso de Oliveira, Sandra Correia de Oliveira, Ana Maria Soares
Santana, Maria Isabel Borges da Silva

EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO


Coordenadora – Nereide Bezerra
Secretária – Alba Cléia Vieira Bezerra,

Equipe – Juliana Tamires Soares Santana, Maria do Carmo Assunção, Sandra


Maria, Albani de Melo Araújo.

EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA


Coordenador – José Francisco da Silva
Secretária – Fernanda Oliveira.

Equipe – Caroline Feitosa, Bruna Cordeiro, Adriana Henrique Lira, José Claudino

EDUCAÇÃO E SAÚDE ESCOLAR


Coordenadora – Fernanda Novais Montenegro
Secretária – Ivonete da Silva

Equipe – Antônio Sérgio da Silva, Maria Elma Canuto, José Elias Brandão Góes,
Marcilene Holanda.

FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO


Coordenador - Francisco Terto da Silva,
Secretária – Marina Cristiana da Silva

Equipe – Joaquim Lira da Silva, Maria Marta Ponte Carnaúba Santos, Kaio Cesar
Pereira Gomes, José Francisco da Silva

FINANCIAMENTO E GESTÃO
Coordenador – Kaio Cesar Pereira Gomes
Secretária – Maria Cícera Marques Costa

Equipe – José Roberto Joventino de Oliveira, Vandege Ferro da Silva, Sandro


Bonfim da Silva, Elias Lopes da Mota, Yvone Moura, Mônica Brandão, José
Claudino da Silva Filho

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO


Coordenadora – Fernanda Feliciano de Lima
Secretária – Arádia Christiana Ávila

Equipe – Maria Ferreira do Nascimento, Kaio Cesar Pereira Gomes, Maria Adélia
Mendes de Andradre

INTEGRANTES DO FÓRUM MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Secretaria Municipal de Educação
Titular – Maria Adriana Teixeira Vilela
Suplente – Maria Isabel Borges da Silva

Fórum Municipal de Educação e diversidade Étnico-Racial


Titular – José Francisco da Silva
Suplente – Fernanda Oliveira

Conselho de Alimentação Escolar


Titular – João Paulo Lima de Melo
Suplente – Elias Lopes da Mota

Gestor da Rede Pública Municipal


Titular – Zilda de Lima Nanes
Suplente – José Elias dos Santos

SINTEAL
Titular – Marina Cristiana da Silva
Suplente – Luciano Macena da Silva
Secretaria Municipal de Assistência Social
Titular – Caroline dos Santos Feitosa
Suplente – Bruna Cordeiro da Silva

Representante de Pais da Rede Privada


Titular – José Roberto Joventino de Oliveira
Suplente – Fernanda Feliciano de Lima

Representante de professor da Rede Pública Municipal


Titular – José Claudino da silva Filho
Suplente – Ana Maria Silva Soares

Conselho Municipal de Educação


Titular – Kaio César Pereira Gomes
Suplente – Maria Aparecida dos Santos

Representante da Rede Privada


Titular – Josildo Alves Rodrigues
Suplente – Martha Maria Leite de Oliveira

Gestor da Rede Privada


Titular – José Elias Brandão de Góis
Suplente – Mathilde de Aranha Falcão

4ª Coordenadoria regional de Educação


Titular – Marcelo Francisco da Silva
Suplente – Cleudja Rosa Calheiros Pinto de Carvalho

Conselho Tutelar
Titular – Possidônia Tibúrcio de Lima
Suplente – Alexandre Alves da Silva

Representante de Pais da Rede Pública Municipal


Titular – Efigênio Hortêncio de Oliveira
Suplente – Sandra de Lima

Secretaria Municipal de Saúde


Titular – Maria do Carmo Barbosa Martins
Suplente – Marcilene Silva de Holanda

Conselho Municipal da Criança e do Adolescente


Titular – Adriana Xavier da Silva
Suplente – José Claudino da Silva

Representante de aluno da Rede Privada


Titular – Ingryd Monyk Alves Valentim
Suplente – José Sávio Meira Martins

Câmara de Vereadores
Titular – José Reinaldo Pedrosa Chargas
Suplente – Elias de Albuquerque Brandão

Secretaria de Finanças
Titular – Sávio André Martins de Souza
Suplente – Maria Zelma dos Santos
PALAVRA DO PREFEITO

Chegamos ao século XXI e, com ele, grandes renovações estão


acontecendo. Vivemos um tempo de transição, marcado por mudanças de
paradigmas, conceitos e concepções. O homem, as instituições, a sociedade, vivem
constante e veloz processo de transformação nas relações sociais estabelecidas,
alimentando as desigualdades.

Faz-se necessário estabelecer a interação entre os diversos setores da


sociedade, estimulando um processo permanente de discussão que proporcione o
enfrentamento desta realidade. Para isso, é fundamental a definição de políticas
públicas nas áreas sociais, em especial na educação.

Neste sentido, é compromisso desta administração o investimento efetivo


nas pessoas, proporcionando educação de qualidade às crianças, adolescentes,
jovens, adultos e idosos, num esforço conjunto entre o Poder Público e a Sociedade
Civil Organizada. Queremos ser referência nacional no ensino público.

É intenção do Plano Municipal de Educação contribuir efetivamente para


esta realidade. É preciso concretizar as mudanças necessárias a oferta, acesso e
permanência dos educados nas unidades educativas e instituições de ensino do
nosso município.

O desafio maior na elaboração deste Plano, foi articular os vários


segmentos e instituições ligadas à Educação, visando à construção conjunta de um
documento que contemplasse as reivindicações e expectativas da sociedade em
relação à educação municipal, traduzidas em metas.

A elaboração participativa deste Plano significa que as diretrizes e metas


definidas, de forma articulada, possibilitam efetivamente concretizar a educação de
qualidade que as pessoas do nosso Município tanto merecem. Parabéns a Viçosa
por mais esta conquista.
Manoel dos Passos Vilela
Prefeito Municipal
APRESENTAÇÃO

A Secretaria Municipal de Educação consciente do seu papel de gestor e


formador, mobilizou a comunidade escolar e sociedade civil organizada para a
elaboração do Plano Municipal da Educação deste município. Esta formulação foi
elaborada dentro das normais legais estabelecidas na Constituição Federal de 1988;
na Lei nº 10.172/2001; no Plano Estadual de Educação Lei nº 6577/2006 (em
adequação) na Lei orgânica do município de Viçosa e na Lei nº 13.005/2014 do novo
Plano Nacional de Educação para o decênio 2015-2025.

Sua construção inicial se deu com a criação e sensibilização no que se


diz PME (Plano Municipal de educação). Após a criação foram convidados
representantes das redes: Estadual, Municipal e Privada; assim como os poderes
Públicos, Executivos, Legislativos, Conselho Municipal de Educação, Conselho
Tutelar, SINTEAL – AL (Sindicato dos trabalhadores de Educação Regional de
Viçosa-Al), Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Representantes das
Secretarias Municipais da: Saúde, Educação, Assistência Social, Cultura, Esporte e
Lazer.

Formado o Fórum deu-se o momento da construção onde todos tiveram


sua participação efetiva nas metas coletivas que irá nortear os segmentos:
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos, Educação
Básica do Campo, Educação Quilombola, Educação Especial, Educação e Saúde,
Financiamento e Gestão, Formação e valorização dos trabalhadores de Educação,
acompanhamento e avaliação do Plano.

Nesse contexto e compromisso firmado pelas partes integrantes e


colaboradoras, podemos adentrar pelo caminho que nos leva a uma melhoria na
garantia e qualidade de ensino, formando cidadãos participativos com senso de
criatividade capaz de multiplicar saberes, evidenciando o desenvolvimento
educacional, certos de que esse é o melhor caminho para traçar o futuro que possa
fazer efetivamente a diferença na vida da nossa sociedade.
Maria Adriana Teixeira Vilela
Secretária Municipal de Educação de Viçosa – AL
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Centro de Viçosa (1920) Fonte: Arquivo do município 25


Figura 2 – Localização do Município no mapa de Alagoas 27

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – índice de crescimento populacional de viçosa..................................... 27


Gráfico2 - Percentual da população do sexo masculino feminino ......................... 30
Gráfico 3 – Percentual da população de 0 a 03 anos que frequente a escola: 40
Brasil, Nordeste, Alagoas e viçosa........................................................................
Gráfico 4 - Percentual da população de 4 a 5 anos que frequentam a escola: 40
Brasil, Nordeste, Alagoas e Viçosa......................................................................
Gráfico 5 -porcentagem de crianças de 6 a 14 anos que frequentam a escola – 44
Brasil, Nordeste , Alagoas e Viçosa......................................................................
Gráfico 6 Percentual de pessoas de 16 anos que pelo menos o ensino 45
fundamental concluído............................................................................................
Gráfico 7 – Matrícula do Ensino Fundamental 46
Gráfico 8– resultado do ideb do ensino fundamental em Viçosa......................... 48
Gráfico 9- Taxa líquida de matrícula no ensino médio de 15 a 17 anos............... 50
Gráfico 10 - Percentual da população de 15 a 17 anos que frequentam a escola 50
Gráfico 11 - Taxa de escolarização líquida no ensino médio da população de 15 52
a 17 anos................................................................................................................
Gráfico 12 - Taxa de Analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade 55
Gráfico 13 - Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais 55
de idade..................................................................................................................
Gráfico 14 - Escolaridade média da população de 18 a 29 anos residente em 56
área rural...............................................................................................................
Gráfico 15 - percentual de matrículas de educação de jovens e adultos na forma 62
integrada profissional..............................................................................................
Gráfico 16 - Percentual da população de 4 a 17 anos com deficiência que 66
frequenta a escola..................................................................................................
Gráfico 17 - Escolaridade média da população de 18 a 29 anos residente em 67
área rural...............................................................................................................
Gráfico18 – Escolaridade média da população de 18 1 29 anos.......................... 75
Gráfico 19 – Razão entre a escolaridade média da população negra de 18 a 29 77
anos.......................................................................................................................
Gráfico 20 – Escolaridade média da população de 18 a 29 anos entre os 25% 78
mais pobres...........................................................................................................
Gráfico 21 Taxa de escolarização bruta na educação superior............................. 82
Gráfico 22- Percentual de professores da educação básica com pós-graduação 82
lato sensu ou stricto sensu.....................................................................................

LISTA DE TABELAS
Tabela 1- população do município......................................................................... 26
Tabela 2 – População Viçosa, Nordeste e Alagoas............................................... 30
Tabela 3 – População residente por faixa etária.................................................... 31
Tabela 4 - Indicadores da Educação Básica da localidade.................................... 35
Tabela 5 – Matrícula da educação infantil na rede municipal de Viçosa................ 41
Tabela 6 – Porcentagem de creches na rede pública de Viçosa.......................... 42
Tabela 7 - Matrícula do ensino fundamental anos iniciais e finais nas redes de 45
ensino de Viçosa...................................................................................................
Tabela 8 - Rendimento no Ensino Fundamental.................................................... 46
Tabela 09 - Matrícula do Ensino Fundamental....................................................... 48
TABELA 10 - Porcentagem de matrículas no Ensino Médio.................................. 51
TABELA 11 -Taxa de distorção idade-ano - Ensino Médio.................................... 52
Tabela 12-- Matrículas na Educação de Jovens e Adultos na Rede Pública......... 56
Tabela 13 - matrícula- 1° e 2° segmento EJA........................................................ 58
Tabela 14 - Matrícula EJA - 1° segmento............................................................... 60
Tabela 15 - matrícula EJA ensino fundamental diurno e noturno.......................... 60
Tabela 16 - Estudantes com necessidades educacionais especiais...................... 64
Tabela 17 - porcentagem de matrículas de alunos com deficiência, transtornos 64
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados
em classes comuns...............................................................................................
Tabela 18 - indicadores das escolas do campo.................................................... 71
Tabela 19- Formação dos docentes - Escolas do Campo- 2010........................... 72
Tabela 20 – Matrículas do ensino fundamental de áreas remanescentes de 74
quilombos...............................................................................................................
Tabela 21 - População de jovens e adultos de alunos de 18 a 29 anos por 75
localidade...............................................................................................................
Tabela 22 – População de 4 a 5 anos fora da escola da Região Nordeste, UF, 77
gênero, raça/cor e localização – 2010...................................................................
Tabela 23 - Docentes da rede municipal – formação................................... 85
Tabela 24 – Formação dos técnicos administrativo da rede municipal de 86
ensino....................................................................................................................
Tabela 25 - Porcentagem de professores por quantidade de estabelecimentos 90
em que trabalham...................................................................................................
Tabela 26 - Existência de instrumentos de Gestão Democrática no município de 92
Viçosa.....................................................................................................................
Tabela 27 – Investimento em Educação no Brasil................................................. 95
Tabela 28- Renda domiciliar per capta.................................................................. 95
Tabela 29 - Referenciais de cálculos..................................................................... 98
Tabela 30 - Recursos do PDDE e PDE................................................................. 99
Tabela 31 - Recursos do PDDE executados pela prefeitura................................. 99
Tabela 32 - Programa Nacional de Alimentação Escolar...................................... 101
Tabela 33- Financiamento da Educação - FUNDEB - exercício: 2010.................. 106
Tabela 34 - Financiamento da educação – FUNDEB - exercício: 2011................. 107
Tabela 35 - Financiamento da educação – FUNDEB - exercício: 2014................. 107
Tabela 36 -Valor anual por aluno estimado............................................................ 107
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CRE Coordenadoria Regional de Educação


IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira
MEC Ministério da Educação e Cultura
SEE Secretaria de Estado da Educação e do Esporte
SME Secretaria Municipal de Educação
UFAL- Universidade Federal de Alagoas

ADCT - Atos e disposições Constitucionais Transitórios

ANFOPE - Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da


Educação
ASCOCIDE - Associação Conjunto Cidade de Deus.
ADCT - Atos e Disposições Constitucionais Transitórios2
CAE - Conselho de Alimentação Escolar
CAQ - Conselho de Acompanhamento e Controle Social
CDI - Centro de Documentação e Informação
CEB - Câmara de Educação Básica
PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola
Eex - Entidade Executora
EJA - Educação de Jovens e Adultos
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional
FUNDEB - Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica
FUNDEF - Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental
MEC - Ministério da Educação e da Cultura
MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização
NEAB - Núcleo de estudos afrobrasileiro
OBRA KOLPING DO BRASIL - Geração de Renda – ONG ( Alemanha)
OCDE - Cooperação e Desenvolvimento Econômico
PAR - Programa de Ações Articuladas
PBA - Programa Brasil Alfabetizado
PCC - Plano de Cargos e Carreiras
PDE - Plano de Desenvolvimento Escola
PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20

1.1 – Histórico da adequação do Plano Municipal de Educação ............................................ 21


1.2 – Diretrizes Nacionais e estratégias para a Educação no Município ................................ 23

2 – ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA .............................. 25

2.1 – Caracterização Física ..................................................................................................... 29


2.2 – Aspectos Geológicos ........................................................................................................ 29
2.3 – Aspecto Populacional ...................................................................................................... 30
2.4 – Aspectos Socioeconômicos .............................................................................................. 31
2.5 – Turismo e comércio ......................................................................................................... 32
2.6 – Aspectos Culturais ........................................................................................................... 33

3 – EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA...................................... 35

4 – MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ..................................................... 38

4.1 – Educação Infantil ............................................................................................................ 39


4.2 – Ensino Fundamental ........................................................................................................ 43
4.3 – Ensino Médio ................................................................................................................... 49

5 – MODALIDADES E DIVERSIDADES EDUCACIONAIS ................................. 53

5.1 – Educação de Jovens e Adultos......................................................................................... 54


5.2 – Educação profissional ..................................................................................................... 61
5.3 – Educação Especial .......................................................................................................... 63
5.4 – Educação do Campo........................................................................................................ 67
5.6 – Educação Escolar Quilombola........................................................................................ 72
5.7 – Educação para as Relações étnico-raciais ..................................................................... 75
5.8 – Educação Ambiental ........................................................................................................ 78

6 – EDUCAÇÃO SUPERIOR ...................................................................................... 81

7 – VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ............................ 83

8 – GESTÃO .................................................................................................................. 90

9 – FINANCIAMENTO ............................................................................................... 92
9.1 – Programa Brasil Alfabetizado – PBA ........................................................................... 104

10 – METAS E ESTRATÉGIAS ............................................................................... 108

11 – ACOMPANHAMENTO/ MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PME148

12 – REFERÊNCIAS .................................................................................................. 150


1 – INTRODUÇÃO

O movimento no País pelo Plano Nacional de Educação surgiu desde


1932, através de um grupo de homens e mulheres, educadores e educadoras, que
lançaram o “Manifesto dos Pioneiros da Educação”, propondo a reconstrução
educacional. Destacaram a necessidade de se elaborar um plano amplo e
contextualizado, visando promover e desenvolver a educação no País. Esse
movimento tomou ampla dimensão, de forma que, na Constituição de 1934, foi
explicitado no Art.150 como uma das competências da União, “fixar o Plano
Nacional de Educação, compreensivo do ensino em todos os graus e ramos,
comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o
território do País”.

As Constituições posteriores de 1946, 1967 e 1969, mantiveram esse


projeto, porém, somente em 1962 foi elaborado o primeiro Plano Nacional de
Educação, na vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
Lei nº 4.024/1961, proposto na forma de um Projeto de Lei, pelo Ministério da
Educação e Cultura, proposta essa, aprovada pelo Conselho Federal de Educação.

A ideia de uma lei específica sobre o Plano Nacional de Educação


ressurgiu em 1967 pelo Ministério da Educação e Cultura, porém, não foi
concretizada. Com a redemocratização do País, surgiram vários movimentos sociais
em defesa do direito subjetivo à educação. Esse processo foi concretizado e
oficializado por força de lei no Art. 214 da Constituição Federal de 1988.

Na década de 90, entre os anos de 1993 e 1994, o Ministério da


Educação coordenou um movimento para a elaboração do Plano Decenal da
Educação para Todos, em parceria com a UNICEF e a UNESCO. Alguns estados e
municípios nesse período elaboraram os seus planos.

Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96


nos incisos I, II, III, Art. 5º; estabelece-se a competência do município quanto ao
acesso à educação, no sentido de recensear a população em idade escolar para o

20
Ensino Fundamental e para os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso; fazer-
lhes a chamada pública e zelar, juntos aos pais ou responsáveis, pela frequência à
escola. Os incisos I e II do Art.11 da referida lei, determinam que os municípios
incumbir-se-ão de: organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais
dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da
União e dos Estados; oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com
prioridade, o ensino fundamental.

Nos Arts. 9º e 87, são determinados respectivamente, que cabe à União a


elaboração do Plano em colaboração com os Estados e Municípios. E, ao instituir a
década da educação que foi iniciada um ano após a publicação da citada lei, ficou
estabelecido o encaminhamento ao Congresso, do Plano Nacional de Educação,
contendo diretrizes e metas em consonância com a Declaração Mundial sobre
Educação para Todos.

Na sequência dos fatos, temos o primeiro PL nº 4.155/98 do deputado


Ivan Valente, apresentado no Plenário da Câmara dos Deputados, o qual atendia às
proposições assumidas pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública. O
segundo PL, sob nº 4.173/98, elaborado pelo Ministério da Educação, após consulta
aos movimentos sociais, foi encaminhado ao Poder Executivo.

Em conformidade com essa concepção, será adequado e alinhado o


Plano Municipal de Educação do município de Viçosa, num esforço conjunto para as
urgentes mudanças, objetivando minimizar os problemas educacionais existentes,
estabelecendo metas e estratégias em consonância com as estabelecidas no novo
Plano, bem como a reversão do quadro ora comprovado nesse território, trazendo à
tona a Viçosa dos tempos áureos que lhe valeu títulos de nobreza cultural.

1.1 – Histórico da adequação do Plano Municipal de Educação

21
O PME de Viçosa foi aprovado pela Lei nº 845/2011 de 30 novembro
2011, portanto, o processo é de atualização das políticas educacionais
estabelecidas nessa lei a partir do diagnóstico das etapas e modalidades de ensino
na esfera municipal, traçando metas e estratégias para atender as que foram
estabelecidas no Plano Nacional de Educação, Lei nº 13.005/2014 no sentido de dar
continuidade às políticas públicas educacionais na esfera federal, estadual e
municipal, superando a prática da descontinuidade gerada em cada governo, e o
constante recomeçar da história da educação no município, sem considerar as
políticas já instituídas. A concretização de um plano orienta a política pública
educacional e fortalece o processo da implantação da gestão democrática.

Partindo desse princípio, foi planejada a primeira reunião, sobre a


adequação do plano, em 13 de novembro de 2013, com o objetivo de apresentar a
importância desse procedimento no sentido de acompanhar as metas que foram
instituídas no PNE.

A forma de condução das atividades se deu de forma participativa com a


comissão técnica representando a sociedade civil organizada. Continuando as
reuniões foram apresentadas a concepção do PME, bases legais, a estrutura do
novo plano, atores envolvidos e os aspectos que integram o plano: etapas e
modalidades de ensino, financiamento, valorização profissional e gestão.

Para o (re)conhecimento da realidade educacional do município de


Viçosa, os dados estatísticos numa série histórica são essenciais para situar-se
sobre a matrícula, aprovação, reprovação e evasão escolar do período 2007 – 2013.
O propósito, ao evidenciar esses dados, tenciona conhecer o panorama educacional
no município, para servir de parâmetro à (re)construção de metas e estratégias do
PME que está sendo alinhado.

A dinâmica para o estudo do alinhamento do PME obedeceu a uma única


estrutura para todas as subcomissões: Diagnóstico, Metas e Estratégias. As
referências para subsidiar essa construção foram estudo sobre a natureza e
identidade do PNE conforme especificidades do grupo, estudo dos dados
educacionais do município, LDB, ECA, Plano de Cargo e Carreira do Magistério

22
Público Municipal (PCC), Estatuto do Magistério do Município, Constituição Federal
e Estadual, Lei Orgânica do Município, CONAE, Resoluções Nacionais e Estaduais
da Educação Básica e das etapas e modalidades de ensino. Além desses aspectos,
foi elaborado um cronograma de estudo e uma agenda de socialização das
produções das subcomissões que foram apreciadas e aprovadas em assembleias.

1.2 – Diretrizes Nacionais e estratégias para a Educação no Município

As diretrizes a serem seguidas no PME do município de Viçosa,


encontram-se no Art. 2º da Lei 13.005/2014 e no Art. 214 da Constituição Federal de
1988 que afirma: “A Lei estabelecerá o Plano Nacional de Educação, de duração
plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos
níveis e à interação das ações do poder Público que conduzam à”:

I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento


escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase
na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de
discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação
para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e
éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio
da gestão democrática da educação pública; VII - promoção
humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII -
estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que
assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de
qualidade e equidade; IX - valorização dos (as) profissionais da
educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos
humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental

O PME estabelecerá as estratégias que assegurem a articulação das


políticas educacionais com as demais políticas sociais, particularmente as culturais;
considerando as necessidades específicas das populações do campo e das
comunidades quilombolas, asseguradas a equidade educacional e a diversidade
cultural; garantindo o atendimento das necessidades específicas na educação

23
especial, assegurando o sistema educacional inclusivo em todas as etapas e
modalidades de ensino e a promoção da articulação interfederativa na
implementação das políticas educacionais.

Ampliando essas diretrizes o PME assegurará a elevação global do nível


de escolarização da população; melhoria da qualidade do ensino em todas as
etapas; redução das desigualdades sociais e regionais quanto ao acesso e sucesso
escolar; democratização da gestão do ensino público, garantia do ensino
fundamental, a todos os que não concluíram na idade própria; ampliação do
atendimento nas demais etapas de ensino; garantia do ensino obrigatório de nove
anos, valorização dos profissionais da educação, desenvolvimento de sistemas de
informação e de avaliação nas etapas e modalidades de ensino.

Além do PNE, quanto à definição das diretrizes e prioridades, atender


também o que determina à Lei Orgânica do Município, Capítulo X das Políticas
Municipais, Seção II- da Política Educacional, Arts. 168 e 169 que definem a
responsabilidade do município:

“Ensino fundamental obrigatório, inclusive para os que não tiveram


acesso na idade própria; Atendimento educacional especializado aos deficientes
físicos e mentais, Atendimento em creche e pré-escolas às crianças de zero a cinco
anos de idade; Ensino noturno regular adequado às condições do estudante,

Atendimento ao estudante do ensino fundamental por meio de programas


suplementares de fornecimento de material didático, transporte escolar, alimentação
e assistência à saúde”.

Retomando a Lei Orgânica do Município nos Arts. 170 a 175 para a


definição de metas e estratégias os quais estão instituídos que:

o município promoverá anualmente o recenseamento da população


escolar e fará a chamada dos educandos, zelará por todos os meios
ao seu alcance, pela permanência do educando na escola,
flexibilizará o calendário escolar no município, adequando às

24
peculiaridades climáticas e às condições sociais e econômicas dos
educandos; os currículos escolares serão adequados às
peculiaridades do município, valorizando a cultura e seu patrimônio
histórico, artístico, cultural e ambiental, além da aplicação
anualmente, nunca menos de 25% da receita resultante de impostos
e das transferências recebidas do Estado e da União, na manutenção
e no desenvolvimento do ensino.

Em relação ao percentual destinado à aplicação anualmente de 25% da


receita na manutenção do desenvolvimento do ensino, mantêm-se constante
vigilância quanto às definições do novo PNE, Lei n. 13.005/2014 fazendo os
reajustes que forem determinados.

Esses procedimentos adotados pela Lei Orgânica do Município estão


corroborados nos incisos III, IV, VI e VIII, Art. 4º, nos incisos I, II e III, Art. 5º da LDB,
Lei nº 9.394/96, os quais serviram também de referências para definição de políticas
públicas no PME.

2 – ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA

Figura 1- Centro de Viçosa (1920) Fonte: Arquivo do município

Viçosa foi fundada em 1790 por Manoel Francisco, um agricultor que se


instalou na gleba para praticar a agricultura, especialmente o cultivo do algodão.

25
Antes de ser colonizado pelo homem branco, o município foi habitado por índios da
etnia Caambembes.

O topônimo inicial de Viçosa foi Riacho do Meio, como mostra a figura 1,


cuja população estava ligada ao então município de Atalaia.

Em 13 de outubro de 1831, por decreto imperial, Viçosa foi elevada à


categoria de Vila com o nome de Vila Nova de Assembleia.

Tabela 1 – população do município

Ano Habitantes
1831 6.600
1850 9.500
1860 11.000
1870 22.705
1880 25.500
1890 35.643
1900 39.821
1910 48.250
1920 55.790
1930 70.665
1940 61.335
1950 43.095
1991 23.571
1996 24.967
2000 26.263
2007 26.050
2010 25.407
2014 26.249
FONTE: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php=alagoas|vicosa

26
A tabela 1 registra a população do município no período compreendido entre as
décadas de 1831 aos dias atuais.
Gráfico 1 – índice de crescimento populacional de viçosa

Fonte: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php=alagoas|vicosa

De acordo com os dados do gráfico 1, observa-se um verdadeiro declínio


populacional de 1850 a 1991, onde o êxodo foi grande e com isso o decréscimo
populacional de 1950 aos dias atuais, em consequência da decadência dos
engenhos, fechamentos de fábricas, que ocasionou o desemprego, a falta de cultura
mecanizada, permanecendo a agricultura como meio de subsistência.

Figura 2- Fonte: https://www.google.com.br/#q=mapadeviçosa

27
Situado na Região Nordeste do Brasil, Zona da Mata Alagoana, o
município de Viçosa está localizado na Mesorregião do Leste Alagoano, mais
especificamente na Microrregião Serrana dos Quilombos, ocupando um espaço
geograficamente delimitado de 355 km². Sua sede possui as coordenadas
geográficas 9° 22’ 17’’ sul e longitude 36° 14’ 27’’ oeste, com uma altitude de 210
metros acima do nível do mar. Seus principais acessos são pela BR-316, AL-204 e a
AL-110, todas asfaltadas e a distância para a capital do Estado é de 86 quilômetros.

Viçosa torna-se cidade por força do Decreto nº 14, de 16 de maio de


1892, expedido pelo Governador do Estado Coronel Pedro Paulino da Fonseca
devido à prosperidade confirmada, a riqueza e fertilidade do seu solo.

As primeiras famílias viçosenses trabalhavam em engenhos, pequenas


fábricas de tecelagem, alvenaria e, basicamente, na agricultura. Em 1930, o
contingente populacional do lugar era de aproximadamente 70 mil pessoas. Com a
decadência do ciclo da monocultura da cana -de- açúcar, o fantasma do
desemprego se apresentou concretamente. E como meio de subsistência apenas a
agricultura, esta consolidou na base econômica dessas famílias.

Como determinante para a classificação da decadência econômica de


Viçosa, coloca-se o fechamento de usinas de açúcar e álcool, devido,
principalmente, às questões de financiamento de forma indevida aos fornecedores.
Essa política de geração de renda, atrelada ao fator cultural de baixa amplitude, vem
ocasionando o efeito denominado êxodo rural, resultando em sérias consequências
para o município.

Limita-se ao norte com Chã Preta, ao nordeste com Quebrangulo, ao sul


com Mar Vermelho e Pindoba, ao sudeste com Atalaia, ao leste com Cajueiro e
Capela, e ao oeste com Paulo Jacinto.

28
2.1 – Caracterização Física

A sede do município está localizada à margem esquerda do Rio Paraíba,


emoldurada pelos morros: Alto da Dourada, Alto Cento e Vinte, Alto Nossa Senhora
da Conceição e Alto do Cemitério. A cidade está dividida em bairros e povoados,
sendo constituída de Centro e dos conjuntos residenciais

2.2 – Aspectos Geológicos

O principal ponto geográfico é o Rio Paraíba que é, em extensão, o 3º


maior rio de Alagoas, menor apenas que o São Francisco e o Mundaú. Da nascente
até a foz, possui 180 km de curso, dentre esses, 30 km passam por Viçosa.
Nascendo na Serra do Gigante, município de Bom Conselho (PE), atravessa o
Estado de Alagoas do oeste para o leste, banhando os municípios de Quebrangulo,
Paulo Jacinto, Viçosa, Cajueiro, Capela, Atalaia e Pilar, desaguando
aproximadamente a 2 km ao sul da sede deste último município, na lagoa
Manguaba. Seu ponto máximo de concentração das águas dá-se quando atravessa
a Serra Dois Irmãos, formando então uma bela cachoeira nas proximidades da
divisa entre os municípios de Viçosa e Cajueiro.

Alguns autores afirmam que o vocábulo Paraíba origina-se de para - água


e hyba, árvore, sendo a tradução integral “árvore-d’água”. Outros autores afirmam
que Paraíba é o mesmo que para-ahyba, cuja tradução é, rio impraticável, ou seja,
não navegável. A segunda versão parece ser mais certa, levando-se em conta o fato
que os índios não costumavam fazer denominações gratuitas, e sim, baseadas em
alguma propriedade ou algum fato concreto. No Paraíba – segundo Alfredo Brandão
– o que mais lhes deve ter chamado atenção foi o fato de o rio possuir seu leito
muito pedregoso e de difícil navegação.

29
Seus principais afluentes à Margem direita: Bálsamo, Porangaba e
Riachão; à Margem esquerda, formados pelos rios, Caçamba, Limoeiro, Paraibinha,
Riacho do Meio e Gurungumba. As principais cachoeiras: Cachoeira Dois Irmãos –
formada pelo rio Paraíba, Cachoeira Grande, formada pelo rio Caçamba e Cachoeira
Pindobinha – formada pelo rio Riachão.

2.3 – Aspecto Populacional

Tabela 2 – População Viçosa, Nordeste e Alagoas


Viçosa 25.407
Alagoas 3.120.494
Região Nordeste 53.081.950
Brasil 190.755.799
FONTE: IBGE 2010
A tabela 2 registra dados populacionais do município de Viçosa, do
Estado de Alagoas, Região Nordeste e Brasil.

Gráfico2 - Percentual da população do sexo masculino feminino

Percentual da população do sexo


masculino e feminino

30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
HOMENS MULHERES TOTAL
Percentual da população do
12.410 12.997 25.407
sexo masculino e feminino

FONTE: IBGE: Resultado baseado na população estimada em 2010

30
De acordo com o gráfico 2 os dados populacionais no município de
Viçosa prevalecem o sexo feminino, com um percentual de 50,32% e 49,68% para o
sexo masculino.

Tabela 3 – População residente por faixa etária


População Residente Por Faixa Etária e sexo
Faixa Etária Masculino Feminino Total
Menor de 1 319 308 627
1a4 1.274 1.239 2.513
5a9 1.550 1.507 3.057
10 a 14 1.364 1.356 2.720
15 a 19 1.280 1.290 2.570
20 a 29 2.280 2.444 4.983
30 a 39 1.750 1.782 3.532
40 a 49 1.307 1.330 2.637
50 a 59 943 967 1.910
60 a 69 519 639 1.158
70 a 79 311 437 748
80 e + 173 200 373
Ignorada - - -
Total 13.329 13.499 26.828
FONTE: IBGE -ESTIMATIVA 2009

Com base na tabela 3, verifica-se que a população residente por faixa


etária, prevalece a população do sexo feminino.

2.4 – Aspectos Socioeconômicos

O município de Viçosa sobrevive economicamente da agropecuária com o


cultivo da terra e a criação de bovinos, suínos e aves. Na agricultura destaca-se a
produção de legumes, inhames, batata, mandioca, milho, feijão, laranja, manga,
cana-de-açúcar e outros. A pecuária é um dos pontos mais fortes da economia do

31
município, principalmente, a pecuária de corte e leite com criações de gado nelore e
holandês. O município é responsável por 30% da produção avícola e 20% da
produção suína.

2.5 – Turismo e comércio

Viçosa tem forte potencial turístico, suas belezas naturais como


cachoeiras e serras atraem muitos turistas e aventureiros. Além da rica história
viçosense que atrai muitos escritores e estudantes, o Município possui vários
prédios antigos da época de ouro da cidade onde moraram grandes personagens da
História Viçosense, como por exemplo Graciliano Ramos, Teotônio Vilela e Théo
Brandão.

O município possui três agências bancárias – Banco do Brasil, CEF –


Caixa Econômica Federal, Banco Bradesco que são bastante movimentadas e
também atendem aos municípios desta região.

O comércio é basicamente formado por pequenos supermercados, lojas,


padarias, farmácias e quitandas simples, porém organizadas.

O restante vive à mercê do desemprego sem fonte de renda formal. Não


temos emprego suficiente para atender à demanda, porém há perspectiva para a
melhoria do trabalho de geração de emprego e renda a ser desenvolvida no
município pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Prefeitura e outros órgãos
vinculados.

O mercado de trabalho não tem condições de atender à demanda


reprimida, porém o município, estrategicamente situa-se numa região de fácil acesso
que possibilita ser sede para a operacionalização de muitas ações, criando também
um elo com os municípios circunvizinhos.

32
2.6 – Aspectos Culturais

A Secretaria de Cultura vem fortalecendo a cultura com a criação de


vários grupos folclóricos, tais como: guerreiro, reisado, pastoril, grupos de dança
desde as contemporâneas a mais tradicionais. Há diversas atividades voltadas para
o resgate das atividades culturais do nosso povo.
Atualmente o município tem uma equipe que coordena as atividades
culturais com planejamento de ações que caracterizam os festejos de acordo com
cada época correlacionada aos festejos da cidade, observando-se o calendário
planejado.

A Secretaria de Cultura é a responsável pela programação cultural e é


constituída de um grupo de trabalho composto por uma Secretária e pessoal de
apoio administrativo e cultural, em que são desenvolvidas atividades como:
folguedos e/ou atrações culturais.

O município se destacou nos anos de 1920 a 1930 com a escola de


folclore. A riqueza folclórica do município é muito forte e está enraizada. Foi muito
comum em Viçosa até os anos 30 a Dança do Quilombo, dança que envolve as três
raças, negra, índia e branca, cujas apresentações se davam nos eventos das casas
grandes dos senhores de engenhos.

Viçosa está associada ao universo mágico do folclore, expressão da alma


da cidade. São vários os folguedos cultivados por sua gente: Baiana, Pastoril,
Guerreiros, Reisado, Cavalhada, Coco Alagoano, Dança da Fita, Quadrilha e
Vaquejada.

Na década de 1970, o município foi palco de festivais de folclore em que


eram realizados durante a comemoração de sua emancipação política - 13 de
outubro.

O grande idealizador desse movimento foi o Sr. José Aloisio Vilela,


considerado grande estudioso e um dos maiores folcloristas alagoanos. Outros
33
renomados folcloristas e filhos ilustres de Viçosa faziam parte da escola de folclore
do município, dentre eles, Octávio Brandão, Théo Brandão, Pedro Teixeira de
Vasconcelos.

Merece destaque na história do folclore viçosense dois grandes mestres,


a pessoa do Mestre Sebastião do Guerreiro e o Mestre Osóriodo do Reisado os
quais com suas experiências expandiram essa cultura em todo o território alagoano
deixando a sua contribuição para a história do folclore. Participaram de festivais de
folclore em outros estados do Brasil.

A Banda de Pífano Esquenta Mulher marca a cultura do município,


fundada em 16 de julho de 1952, pelo Mestre Bia, (João Galdino da Silva), um
apaixonado pela cultura popular da cidade. Mestre Bia nasceu na Fazenda Barro
Branco município de Viçosa-AL, em 04 de maio de 1932. Filho de Sebastião Galdino
e Maria Zulmira, o mestre veio dar os primeiros acordes na taboca já na década de
50. O grupo de pífano é formado por 7 jovens entre 18 e 24 anos que ensaiam sob a
orientação do Mestre.

Destaca-se hoje o poeta viçosense Sidney Wanderley, que já publicou


mais de 5 livros, entre os mais conhecidos dele estão: Nesta Calçada, Quisera Ter
Beleza e Na Pele do Lago. Escreveu uma bem humorada obra sobre a história de
Viçosa: De Riacho do Meio a Viçosa. Sua poesia foi elogiada pelo maior poeta do
século XX, Carlos Drummond de Andrade.
No mundo intelectual, Viçosa foi considerada a “Atenas de Alagoas” pela
quantidade de professores, doutores, historiadores e poetas.

Outros escritores viçosenses que merecem destaque com livros


publicados: José Maria de Melo (Os Canoés), Otávio Brandão, José Aragão, Denis
de Melo, José Aloísio Vilela, José Pimentel, Théo Vilela, Tibúrcio Nemésio, Manoel
Brandão Vilela, Isa Loureiro, Audálio Honorato, Fernando Alves, além de tantos
outros. No que se refere à cultura popular, muitos são os ilustres viçosenses que
contribuíram para que o município fosse denominado de Terra do Folclore. Entre os
ilustres, podemos citar Synfrônio Vilela, Théo Brandão, José Aloísio Vilela, José

34
Maria de Melo, José Pimentel Amorim, Pedro Teixeira, Mestre Osório Tavares,
Vivaldo Vilela e tantos mais.

3 – EDUCAÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA

Na organização do Estado brasileiro, a matéria educacional é conferida


pelas Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei nº 9.394/96, aos diversos
entes federativos: União, Distrito Federal, Estados e Municípios, sendo que a cada
um deles compete organizar seu sistema de ensino, e à União a coordenação da
política nacional de educação, articulando os diferentes níveis, etapas e
modalidades de ensino e os sistemas a função normativa, redistributiva e supletiva
(artigos 8º, 9º, 10 e 11). No tocante à Educação Básica, é relevante destacar que,
entre as incumbências prescritas pela LDB cabe aos Estados e ao Distrito Federal,
assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio a todos
que o demandarem. E ao Distrito Federal e aos Municípios cabe oferecer a
Educação Infantil em Creches e Pré-Escolas, e, com prioridade, o Ensino
Fundamental.

Tabela 4 - Indicadores da Educação Básica da localidade

Ano Estabelecimentos Matrículas Docentes Turmas

2007 37 9.553 271 345

2008 37 9.372 289 331

2009 37 9.550 299 345

2010 36 8.786 270 320

2011 36 9.080 279 327

2012 36 8.622 249 315

2013 33 8.119 244 293

2014 31 7.940 230 282


Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

35
A tabela nº 4 registra a realidade da Educação Básica no município de
Viçosa compreendido entre os anos 2007 a 2014. Comparando com os anos
anteriores, percebe-se que no ano 2014 houve um elevado declínio tanto o número
de alunos, quanto em estabelecimento de ensino.

A Rede Municipal de Ensino é composta por 18 unidades escolares


localizados em áreas distintas como: centros, periferias, povoados e sítios; 5
creches, que atendem à população infantil; 25 turmas de educação infantil, 02
centros de educação infantil, um Centro de Formação Educacional para os
encontros pedagógicos, reuniões e seminários. Atualmente o município dispõe de
dois ginásios poliesportivos, ambos financiados pelo MEC e pela Caixa Econômica
Federal.

Nas unidades escolares municipais existem várias atividades:


musicalidade na escola com bandas de música nas escolas (Escola Municipal Pedro
Carnaúba e Escola Municipal Dr. Manoel Firmino Teixeira de Vasconcelos); banda
afro primitiva “Gurungumba” (Escola Municipal São José). As danças: balé clássico
(Escola Municipal Frei Damião e Escola Municipal Dr. José Pimentel Amorim), hip
hop (Escola Municipal São José), Coral, Teatro e Circo (Escola Municipal Pedro
Carnaúba) e a Banda Mirim (Escola Nazaré Batista).

Em 2013 foi inaugurada uma escola de música denominada de Escola de


Artes e Música Antônio Barros Araújo localizada no Povoado Sabalangá,
comunidade quilombola. Este espaço atende aos estudantes das escolas públicas
municipais e que optam por essa atividade.

Essas atividades objetivam contribuir para a permanência dos estudantes


em seu percurso escolar evitando a evasão e a reprovação na perspectiva de
reversão dos índices educacionais do município.

O Ideb no município em 2007 atingiu a média de 2,7 e em 2009 a média


de 2,9, 2011 atingiu 3.2 e em 2013 3.5. A meta atingida do município é compatível
com a projeção estabelecida pelo MEC. Para melhorar cada vez mais esses dados,

36
a Secretaria Municipal de Educação está proporcionando investimentos na melhoria
da rede física, na formação de professores e aquisição de material didático como
também na implantação/implementação do ensino fundamental de nove anos.

Atualmente a Secretaria Municipal de Educação assume a implantação do


LAC (Laboratório de Aprendizagem Central) destinado aos estudantes não
alfabetizados e alfabetizados que estão em distorção/idade/escolarização e para a
oferta da progressão parcial do 6º ao 8º ano do ensino fundamental. É uma política
pública na esfera educacional destinada aos estudantes com necessidades de
aprendizagem e para a melhoria dos dados educacionais no município.

O movimento no País pelo Plano Nacional de Educação surgiu desde


1932, através de um grupo de homens e mulheres, educadores e educadoras, que
lançaram o “Manifesto dos Pioneiros da Educação” propondo a reconstrução
educacional. Destacaram a necessidade de se elaborar um plano amplo e
contextualizado, visando promover e desenvolver a educação no País. Esse
movimento tomou ampla dimensão, de forma que, na Constituição de 1934, foi
explicitado no Art.150 como uma das competências da União, “fixar o Plano
Nacional de Educação, compreensivo do ensino em todos os graus e ramos,
comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o
território do País”.

As Constituições posteriores de 1946, 1967 e 1969, mantiveram esse


projeto, porém, somente em 1962 foi elaborado o primeiro Plano Nacional de
Educação, na vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
Lei nº 4.024/1961, proposto na forma de um Projeto de Lei, pelo Ministério da
Educação e Cultura, proposta essa, aprovada pelo Conselho Federal de Educação.

A ideia de uma lei específica sobre o Plano Nacional de Educação


ressurgiu em 1967 pelo Ministério da Educação e Cultura, porém, não foi
concretizada. Com a redemocratização do País, surgiram vários movimentos sociais
em defesa do direito subjetivo à educação. Esse processo foi concretizado e
oficializado por força de lei no Art. 214 da Constituição Federal de 1988.

37
Na década de 90, entre os anos de 1993 e 1994, o Ministério da
Educação coordenou um movimento para a elaboração do Plano Decenal da
Educação para Todos, em parceria com a UNICEF e a UNESCO. Alguns estados e
municípios nesse período elaboraram os seus planos.

Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96


nos incisos I, II, III, Art. 5º; estabelece-se a competência do município quanto ao
acesso à educação, no sentido de recensear a população em idade escolar para o
Ensino Fundamental e para os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso; fazer-
lhes a chamada pública e zelar, juntos aos pais ou responsáveis, pela frequência à
escola. Os incisos I e II do Art.11 da referida lei, determina que os municípios
incumbir-se-ão de: organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais
dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da
União e dos Estados; oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com
prioridade, o ensino fundamental.

Nos Arts. 9º e 87, são determinados respectivamente, que cabe à União a


elaboração do Plano em colaboração com os Estados e Municípios. E, ao instituir a
década da educação que foi iniciada um ano após a publicação da citada lei, ficou
estabelecido o encaminhamento ao Congresso, do Plano Nacional de Educação,
contendo diretrizes e metas em consonância com a Declaração Mundial sobre
Educação para Todos.

Em conformidade com essa concepção, foi adequado o Plano Municipal


de Educação do município de Viçosa, num esforço conjunto para as urgentes
mudanças, objetivando minimizar os problemas educacionais existentes,
estabelecendo metas e estratégias em consonância com as estabelecidas no novo
Plano objetivando a reversão do quadro ora comprovado nesse território, trazendo à
tona a Viçosa dos tempos áureos que lhe valeu títulos de nobreza cultural.

4 – MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

38
4.1 – Educação Infantil

No Brasil o direito à educação para as crianças menores de 6 anos está


garantido no inciso IV, Art. 208 da Constituição Federal de 1988 que dispõe sobre o
“atendimento, em creches e pré-escolas, às crianças de 0 a 5 anos de idade”. Da
mesma forma nos artigos 53 e 54 do Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº.
8.069/90, reforçado e ampliado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
Lei nº 9.394/96 e também no inciso I, Art. 21, Resolução CEB/CNE nº 4/2010.

A educação das crianças de zero a cinco anos em estabelecimentos


específicos de educação vem crescendo no mundo inteiro de forma acelerada em
decorrência da necessidade da família de contar com uma instituição que se
responsabilize pelo cuidar e o educar principalmente quando os pais trabalham fora
de casa. Descuidar desse período significa desperdiçar um imenso potencial
humano.

O atendimento às crianças menores de 7 anos de idade ocorreu no Brasil


a partir da década de 70, sendo mais intensificado na década de 90.

Segundo dados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE) de 2003, apenas 37,7% do total de crianças com idade entre 0 a 6
anos frequentam uma instituição de Educação Infantil ou de Ensino Fundamental.
Porém, quando considerada a população de 4 a 6 anos, a taxa de frequência à
instituição formal é de 68,4 %. Ao se tratar da população de 0 a 3 anos a frequência
é de apenas 11,7%.

A Constituição Estadual de Alagoas de 1989, por sua vez, assegura


igualmente esse atendimento no inciso VII, Art. 198, Seção II, Capítulo III – Da
Educação, “Atendimento, em creches e pré-escolas, às crianças na faixa etária de
até seis anos, assegurando – lhes assistência pedagógica, médica, psicológica e
nutricional adequadas a seus diferentes graus de desenvolvimento”. Em Alagoas o
perfil da educação infantil, configura–se como precária se considerarmos o
contingente de crianças de 0 a 3 conforme tabela 5.
39
Gráfico 3 – Percentual da população de 0 a 03 anos que frequente a escola:
Brasil, Nordeste, Alagoas e viçosa.

De acordo com o gráfico 3, o percentual de crianças que frequentam a


pré-escola em viçosa e 16,9% abaixo da média nacional, do Nordeste e Alagoas, de
acordo com dados do IBGE/PNAD 2012, e a meta é alcançar 100% até 2016, em
cumprimento à Emenda Constitucional n.º 59/2009. O Plano Nacional de Educação
(2015-2025), estabelece na meta 1, a universalização da pré-escola para crianças
de 4 e 5 anos e a ampliação em 50% da oferta em creches para crianças de 0 a 3
anos. Essa meta constitui-se como um grande desafio para os sistemas municipais
de ensino.

Gráfico 4 – Percentual da população de 4 a 5 anos que frequentam a escola:


Brasil, Nordeste, Alagoas e Viçosa

O gráfico 4 mostra que no município de Viçosa o percentual de crianças


que frequentam a pré-escola está abaixo da média nacional (72,3%). Comparando

40
com os dados de Alagoas e o Nordeste, é necessário trabalhar com intensidade a
fim de atingirmos a porcentagem proposta pelo MEC.

Tabela 5 – Matrícula da educação infantil na rede municipal de Viçosa


DEPENDÊNCIAS
ESTADUAL MUNICIPAL
PRÉ- ANOS ANOS PRÉ- ANOS ANOS
Ano CRECHE CRECHE
ESCOLA INICIAIS FINAIS ESCOLA INICIAIS FINAIS
2010 0 0 402 650 139 678 2301 1867
2011 0 0 426 668 170 672 2191 1844
2012 0 0 122 555 218 744 2445 1478
2013 0 0 89 528 243 739 2396 1401
2014 0 0 66 558 145 776 2293 1343

A tabela 5 registra a matrícula da educação infantil na rede estadual e


municipal de ensino de Viçosa nas esferas estadual e municipal. Mediante dados
nesta tabela, configurara-se que o atendimento de alunos nos iniciais na rede
estadual é muito baixo.

Com a Resolução CEB/CNE nº 3, de 3 de agosto de 2005 que define normas


nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental de nove anos de duração, o
atendimento para a educação infantil será na faixa etária de até 5 anos de idade,
sendo até 3 anos de idade em Creche e 4 a 5 anos em Pré-Escola.

Considerando o IDI- Índice de Desenvolvimento Infantil que inclui o


atendimento à saúde da mãe e da criança, atendimento ao direito à creche e à pré-
escola, teremos em Alagoas um quadro bastante preocupante para o poder público
e para a sociedade alagoana. De acordo com o relatório da UNICEF/2001, Alagoas
ocupa o último lugar, com o mais baixo IDI igual a 0,426; a capital do Estado
também amarga o mais baixo indicador das capitais brasileiras. Quanto ao Estado,
detemos o maior número de municípios com os menores IDI. Alagoas possui 73
municípios com IDI que varia de 0,200 a 0,399 os mais baixos, se considerarmos
que o IDI desejável é 1.000 e 28 municípios com IDI variando entre 0,400 a 0,599,

41
não possuindo, portanto, nenhum município com IDI de 0,600 que é a média
nacional. O IDI do município de Viçosa é de 0,586.

Em consonância com a Constituição Federal em seu artigo 227, o qual


determina que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e


ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, a saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

A Secretaria Municipal de Educação vem gradativamente ampliando esse


atendimento nessa primeira etapa da educação básica tanto na zona urbana como
na zona rural. Porém, ainda existe um número expressivo de crianças que se
encontram fora do espaço formal da educação.

A Educação Infantil no município de Viçosa atualmente é de


responsabilidade da rede municipal de ensino e o atendimento dessa população se
dá em espaços e locais adequados, garantindo a acessibilidade, segurança, higiene
e recursos pedagógicos necessários.

A oferta dessa etapa de ensino na rede municipal de Viçosa vem


crescendo gradativamente com o acesso à matrícula. Há investimento na aquisição
do material didático, mobiliário, formação de professores, construção, reformas e
ampliações das escolas que atendem a essa população.

42
Tabela 6 – Porcentagem de creches na rede pública de Viçosa
CRECHE

Ano Pública Privada

2007 87% 20 13% 3

2008 87% 20 13% 3

2009 88,5% 23 11,5% 3

2010 88% 22 12% 3

2011 88,9% 24 11,1% 3

2012 96,2% 25 3,8% 1

2013 90,9% 20 9,1% 2


Fonte: MEC/Inep/Deed/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

A Tabela 6 apresenta o percentual de creches no município de Viçosa.


Podemos afirmar que a rede pública tem atingido um número expressivo
comparando com a rede privada.

4.2 – Ensino Fundamental

O Ensino Fundamental obrigatório e gratuito na escola pública é garantido


no Art. 208 da Constituição Federal de 1988 e no Art. 32 da LDB, Lei nº 9.394/96 e
tem como objetivo a formação básica do(a) cidadão(ã) mediante o pleno domínio da
leitura, da escrita e do cálculo; constitui meio para o desenvolvimento da capacidade
de aprender e de se relacionar no meio social e político. É prioridade oferecê-lo a
toda a população brasileira.

O Ensino Fundamental é tido como a Pedra angular da Educação Básica,


tem constituído o foco central da luta pelo direito à educação. Em consequência, no
Brasil, nos últimos anos, sua organização e seu funcionamento têm sido objeto de
mudanças que se refletem nas expectativas de melhoria de sua qualidade e de

43
ampliação de sua abrangência, consubstanciadas em novas leis, normas, sistemas
de financiamento, sistemas de avaliação e monitoramento, programas de formação
e aperfeiçoamento de professores e, o mais importante, em preocupações cada vez
mais acentuadas quanto à necessidade de um currículo e de novos projetos político-
pedagógicos que sejam capazes de dar conta dos grandes desafios educacionais da
contemporaneidade.

O total de unidades escolares existentes no município na esfera municipal


é de 21 escolas, na esfera estadual 05, na esfera particular 03, que atendem tanto
ao Ensino Fundamental como ao Ensino Médio.

Gráfico 5 – porcentagem de crianças de 6 a 14 anos que frequentam a escola –


Brasil, Nordeste, Alagoas e Viçosa.

A meta 2 do PNE, prevê a universalização do Ensino Fundamental para a


população de 6 a 14 anos. O gráfico 5 retrata que o percentual de crianças de 6 a 14
anos que frequentam a escola em viçosa( 94,3%). Comparando com o percentual da
região Nordeste e Alagoas, o município vem atingindo um número expressivo.

Os dados da matrícula inicial nas escolas da rede estadual, municipal e


particular das escolas localizadas no município de Viçosa conforme Censo Escolar
de 2007/2013 estão na tabela 07.

44
Gráfico 6 Percentual de pessoas de 16 anos que pelo menos o ensino
fundamental concluído

O gráfico 6 registra o percentual de pessoas com 16 anos que concluíram o Ensino


Fundamental nas esferas Brasil, Nordeste, Alagoas e Viçosa.

Tabela 7 – Matrícula do ensino fundamental anos iniciais e finais nas redes de


ensino de Viçosa
ANOS FINAIS
ANO ANOS INICIAIS TODAS AS REDES
TODAS AS REDES
200 904 351
7
200 858 326
8
200 855 300
9
201 792 325
0
201 721 298
1
201 728 222
2
201 588 178
3
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

45
A Tabela 7 apresenta a matrícula do Ensino Fundamental nos anos
iniciais e finais da rede de ensino do município de Viçosa.

Gráfico 7 – Matrícula do Ensino Fundamental

FOTE: SME 2007 a 2010

Nos dados do gráfico 7 verifica-se um acréscimo no número de


estudantes que obtiveram sucesso escolar. Com a implantação da progressão
continuada houve uma redução de reprovação escolar nos três primeiros anos do
Ensino Fundamental. Mesmo assim, as taxas de reprovação e evasão escolar estão
acima da média estabelecida pelo MEC.

Tabela 8 – Rendimento no Ensino Fundamental


ANOS INICIAIS ANOS FINAIS
ANO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO ABANDONO DISTORÇÃO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO ABANDONO DISTORÇÃO

2009 87,8 11,7 1,9 23 72,4 15,7 11,9 40


2010 87,4 10,6 3,1 21,5 71,7 13,1 15,2 46,3
2011 86,9 11,5 1,9 22,1 75,1 11,4 13,5 45,5
2012 87,9 9,7 2,5 22 79,4 11,2 9,4 37,1
2013 86,9 11,4 2 20,2 76,1 11,4 12,5 38,5
Fonte: http://www.observatoriodopne.org.br/

46
A Tabela 8 mostra a situação de aprovação, reprovação, abandono e
distorção no Ensino Fundamental nos anos iniciais e finais entre os anos 2009 a
2013. Vale ressaltar que este panorama nos reporta à necessidade de desenvolver
políticas públicas educacionais que venham a promover a equidade e a qualidade da
educação, investindo em mecanismos que promovam uma avaliação permanente,
objetivando o sucesso na trajetória da escolarização.

As sucessivas reprovações são geradoras da


distorção/idade/escolarização. E, para corrigir o fluxo escolar da Rede Municipal de
Ensino de Viçosa, optou-se pela organização de turmas para aceleração de estudos
em 2010 com os Programas Federais: Instituto Ayrton Senna: “Se Liga” destinado
aos estudantes matriculados nos anos iniciais oriundos do 2º ao 5º ano do ensino
fundamental, não alfabetizados e que estão em distorção/idade/escolaridade, na
faixa etária de 9 a 14 anos de idade e o Programa, “Acelera Brasil” destinado aos
estudantes alfabetizados do 2º e 3º ano, prioritariamente, na faixa etária de 9 a 14
anos.

Os estudantes de todas as unidades escolares em


distorção/idade/escolaridade que não foram inseridos nesses programas, foram
atendidos em 2011 no Laboratório de Aprendizagem Central, em horário contrário
aos das aulas regulares na tentativa de contribuir na alfabetização dos mesmos.

Diante do diagnóstico do Ensino Fundamental da rede municipal de


ensino, o poder público municipal é obrigado a continuar assumindo o compromisso
de garantir o acesso e a permanência dos estudantes na escola, criando a
oportunidade de melhorar a estrutura física, as condições de trabalho, investimento
na qualificação dos profissionais da educação, reelaborar o Referencial Curricular e
a implantação/implementação da Sistemática de Avaliação do processo ensino-
aprendizagem

47
Tabela 09 – Matrícula do Ensino Fundamental
AN0 MATRICULA INICIAL TAXA DE DECRESCIMO

2007 4.651
5,46%
2008 4.327
2009 4.397
2010 5.324
FONTE: SME 2007 a 2010
A tabela 09 registra o número de matrícula do Ensino Fundamental.
Comparando o percentual de matrícula do ano 2007 e 2010, nota-se um acréscimo
relevante de 5,46%

Gráfico 8 – resultado do IDEB do ensino Fundamental em Viçosa.

O Gráfico 8 apresenta o resultado do IDEB no município de Viçosa. O


Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é um indicador da qualidade
da Educação pelo Ministério da Educação. Seus valores variam de 1 a 10 e o
objetivo do MEC é que o Brasil alcance no Ensino Fundamental o IDEB 6, em 2022.

Para o Ensino Fundamental e Médio os dados do Brasil e Regiões


englobam escolas públicas (urbanas e rurais) e escolas privadas (urbanas e rurais).
Para as Unidades da Federação foram consideradas as escolas públicas (urbanas e
rurais) e escolas privadas (urbanas e rurais), com exceção dos estados da Região
Norte, em que a rede privada não foi incluída por questões amostrais.

48
Os dados por escola se referem às escolas públicas que oferecem Ensino
Fundamental regular e possuem pelo menos 20 estudantes matriculados nos anos
avaliados. ( 5º e 9º ano), conforme declaração prestada ao Censo Escolar.

4.3 – Ensino Médio

A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDBEN) proporcionou ao Ensino Médio a condição de assumir
uma função formativa como etapa de conclusão da educação básica.

A LDBEN, no art. 4º, inciso I, estabelece o dever do Estado com a


educação escolar pública mediante a garantia de educação básica obrigatória e
gratuita da população na faixa dos 4 aos 17 anos de idade, atendendo ao disposto
na Emenda Constitucional n° 59/2009, assegurando-a a todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria, com implementação até 2016.

Hoje, quatro formas configuram o oferecimento de Ensino Médio no País:


a regular ou propedêutica, a do Ensino Médio normal/magistério, a integrada à
educação profissional (no ensino regular e na Educação de Jovens e Adultos) e a
Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Assim sendo, a universalização do Ensino Médio, como meta a ser


alcançada na direção de uma sociedade igualitária ou, no mínimo, menos desigual,
há que se considerar a diversificação e a desigualdade da oferta correspondente a
essa importante etapa de ensino da educação básica.

A oferta do Ensino Médio é de competência da rede estadual de ensino e


conta com duas unidades escolares, Escola Estadual Monsenhor Machado com
oferta de curso normal e a Escola Estadual Joaquim Diégues com oferta de
educação Básica. Na Rede Privada de Ensino o Colégio São Thomás de Aquino e
Escola Santa Bárbara com oferta de Educação Básica.

49
Gráfico 9 - Taxa líquida de matrícula no ensino médio de 15 a 17 anos

Conforme dados do gráfico 9, o município de Viçosa atende 37,7% da


população de 15 a 17 anos, acima do percentual do Estado de Alagoas. No entando
enconra-se abaixo da Região Nordeste.

Gráfico 10 - Percentual da população de 15 a 17 anos que frequentam a escola

O gráfico 10 retrata o percentual da população de 15 a 17 anos que


frequentam a escola no município de Viçosa. Os dados mostram que o percentual é
satisfatório em relação o percentual de Alagoas e Nordeste.

50
TABELA 10 – Porcentagem de matrículas no Ensino Médio
Matutino Vespertino Noturno (total do indicador)

200 7,8% 12 56,5 874 35,7% 552


7 0 %

200 9,1% 13 67,3 986 23,6% 345


8 3 %

200 10,2 17 58,4 1.0 31,3% 542


9 % 7 % 10

201 10,1 15 61,4 938 28,5% 435


0 % 4 %

201 11,3 18 64,6 1.0 24% 384


1 % 1 % 33

201 12,8 20 74,9 1.1 12,3% 193


2 % 0 % 72

201 14% 21 67,1 1.0 18,8% 286


3 3 % 20

Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

A Tabela 10 mostra o percentual de matrícula do Ensino Médio em


Viçosa. De acordo com os dados, verifica-se que o turno vespertino tem atingido um
percentual elevado se comparado com o turno matutino e noturno.

51
Gráfico 11 - Taxa de escolarização líquida no ensino médio da população de 15
a 17 anos

De acordo com o gráfico 11, verifica-se que a taxa de escolarização


dessa faixa etária encontra-se muito abaixo da meta nacional. A taxa de
escolarização líquida indica o número de alagoanos entre 15 e 17 anos que estão no
Ensino Médio em Alagoas e Viçosa. Em 2013 , apenas 37,4% desses jovens
cursavam essa etapa de ensino no Estado e 37,7% no município. Esse dado salta
aos olhos quando se compara o Estado com a região e o País. Se a defasagem do
País e da região já é grande, a defasagem de Alagoas torna-se dramática.

TABELA 11 –Taxa de distorção idade-ano - Ensino Médio


Ano Todas as redes

2006 75,9

2007 73,9

2008 33,3

2009 47,8

2010 53,8

2011 52,9

2012 49,8

2013 43,3

Fonte: Mec/Inep/DEED/CSI

52
A tabela 11 retrata a taxa de distorção idade-ano do Ensino Médio em
todas as redes de ensino do município.

5 – MODALIDADES E DIVERSIDADES EDUCACIONAIS

O novo Plano Nacional de Educação tem como foco central colaborar


para que todo o sistema de ensino e as instituições educacionais em todo país
cumpram as determinações legais com vistas a enfrentar todas as formas de
preconceito, racismo e discriminação para garantir o direito de aprender e a
equidade educacional a fim de promover uma sociedade mais justa e solidária.

Ao longo do tempo, a educação tem se constituído um dos eixos básicos


na reflexão sobre o combate às desigualdades na sociedade brasileira. As análises
que vêm sendo desenvolvidas nas últimas décadas têm tentado direcioná-la para
uma ação política, libertadora e democrática.

O Parecer CNE/CP 06/2002, visa a atender os propósitos expressos na


Indicação, bem como regulamentar a alteração trazida à Lei 9394/96 de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, pela Lei 10639/2003 que estabelece a
obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na
Educação Básica. Desta forma, busca cumprir o estabelecido na Constituição
Federal nos seus Art. 5º, I, Art. 210, Art. 206, I, § 1° do Art. 242, Art. 215 e Art. 216,
bem como nos Art. 26, 26 A e 79 B na Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, que asseguram o direito à igualdade de condições de vida e de
cidadania, assim como garantem igual direito às histórias e culturas que compõem a
nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a
todos brasileiros.

No entanto, grande parte da discussão acerca da educação girou em


torno da desigualdade social, da diferença de classes e da luta contra a opressão
social e pela liberdade do aluno (SILVA, 2006). De forma que, mesmo entre as
diversas pedagogias progressistas, as propostas de igualdade social para negros

53
sempre estiveram atreladas às saídas universalistas, e as perspectivas de ascensão
social para esse grupo são vistas como processos individuais.

Embora a constituição da sociedade brasileira seja caracterizada pela


pluralidade étnico-racial, a ideia de inferioridade do negro tem estruturado as
relações sociais que aqui foram estabelecidas. De forma que a diferença foi
transformada em desigualdade e o desejo de que o país se tornasse um país branco
fez com que a população negra fosse negada e invisibilizada de formas diversas ao
longo dos séculos. A sociedade brasileira e suas instituições, inclusive a escola, vão
se constituir em sintonia com esse projeto colonial que institui o racismo anti-negro e
as práticas racistas em suas instituições.

5.1 – Educação de Jovens e Adultos

A história da Educação de Jovens e Adultos no município de Viçosa está


inserida na mesma realidade constatada no Estado de Alagoas, ou seja, esteve
também atrelada a campanhas nacionais emergenciais, cujos objetivos foram
sempre alfabetizar pessoas Jovens e Adultas, em menor espaço de tempo possível
visando à escolarização precária para atender a outros interesses. Essa
alfabetização limita-se, muitas vezes à escrita do nome e à leitura de algumas frases
e palavras. Como por exemplo, registram-se na história da educação do Brasil as
diversas campanhas, desencadeadas em diferentes momentos da história brasileira,
como a de 1974, intitulada MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização),
Fundação Educar (1987), Programa de Alfabetização Solidária (1997), Programa
Recomeço (2002), Programa Brasil Alfabetizado (2004), Projeto Saber (2006) e
Telecurso 2000 (5ª a 8ª série).

54
Gráfico 12 – Taxa de Analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade

De acordo com os dados do gráficos 12 o município necessita


desenvolver políticas públicas com o objetivo de alfabetizar a população desta faixa
etária.

Gráfico 13 – Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais


de idade

Diante de dados estatísticos, onde se evidencia o alto índice de


analfabetismo e analfabetos funcionais no Estado de Alagoas e Viçosa conforme o
gráfico 13, considera-se que a real demanda na Educação de Jovens e Adultos não
corresponde ao contingente dessa população que se encontra fora da escola.

55
Gráfico 14 – Escolaridade média da população de 18 a 29 anos residente em
área rural

Conforme dados do gráfico 14, percebe-se que é necessário desenvolver


políticas públicas educacionais voltadas para a população da área rural.

Tabela 12-- Matrículas na Educação de Jovens e Adultos na Rede Pública

Ano Total até 17 anos de 18 a 29 anos de 30 a 59 anos 60 anos ou mais

2007 979 150 439 364 26

2008 1.090 219 447 401 23

2009 1.063 148 318 545 52

2010 850 124 258 401 67

2011 1.080 116 274 593 97

2012 1.103 190 323 519 71

2013 760 110 274 326 50

Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

A Tabela 12 apresenta a matrícula de jovens e adultos na Rede de Ensino


em Viçosa, distribuídos por faixa etária.

A rede municipal de ensino de Viçosa de 2003 a 2005 firmou convênio


com o SESI, com o Programa Brasil Alfabetizado - destinado à educação de jovens
e adultos, desenvolvida em parceria com o MEC. Os objetivos do programa:

56
erradicar o analfabetismo no Estado de Alagoas, ampliar a visão de mundo em cada
alfabetizando(a), através da educação; investir na qualidade de vida dos jovens
analfabetos, propiciando-lhes uma vivência da ação educativa num processo de
ação, reflexão e ação.

Nesse programa foram atendidos 275 estudantes no primeiro ano; 250 no


segundo e 150 no terceiro, com faixa etária acima de 15 anos. O tempo de duração
do programa foi de 03 anos em três momentos de 06 meses.

Em 2009, o município foi contemplado com o Pro jovem (Programa


Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária), que
funcionou com 10 salas do Projovem Urbano numa Escola Estadual e com 03 salas
do Projovem Rural em Escolas da Rede municipal com o objetivo de capacitar
jovens de 18 a 29 anos para o mercado de trabalho e conclusão do ensino
fundamental.

Em meio a esse contexto, a Rede Municipal de Ensino de Viçosa já vinha


ofertando, de forma tímida, o ensino noturno de 1ª a 4ª série, em algumas escolas
localizadas na zona urbana e rural, na década de 80 e anos seguintes.

Com o surgimento, em 2002, do Programa de Educação de Jovens e


Adultos – o Recomeço, o município de Viçosa, preocupado com o elevado índice de
analfabetismo, adere ao referido Programa. Para o município ser contemplado com
os recursos federais, deveria fazer constar no Censo Escolar de 2001 salas de
jovens e adultos funcionando no município. Como já vinha funcionando algumas
turmas do ensino noturno, o município as informou.

Dessa forma, o município, através da SME, vem assumindo esse


compromisso com todos que procuram as escolas com o intuito de serem
alfabetizados ou darem continuidade aos seus estudos, interrompidos por diversos
motivos, quando criança ou jovem. Atualmente só a rede municipal está ofertando a
modalidade de ensino, EJA. Desde 2010 a rede municipal absorveu toda a
matrícula, para o primeiro e o segundo segmento de EJA, uma vez que a rede
estadual só absorveu-a até 2009.

57
No ano de 2013, uma nova articulação acontece na perpectiva de oferta
de cursos profisisonalziantes para atender aos estudantes de Educação de Jovens e
Adultos devido aos interesses desse público e para a permanência e
prosseguimento dos estudos. Para a conquista dessa aquisição várias reuniões
foram realizadas em parceria com a Superintendência de Políticas Educacionais da
Secretaria de Estado de Educação, através da Diretoria de Educação Profisisonal
com a Secretaria Municipal de Educação de Viçosa. Esse processo de articulação
contou com o empenho da então Secretária Municipal de Educação Ana Paula
Calazans Torres e técnicos dessa secretaria, Professoras, Ciléia, Socorro Souza e
com a participação da colaboradora professora Ângela Maria Ribeiro Holanda.

Nessa articulação foram envolvidas as instituições do sistema “S” (SENAI,


SENAC, SENAR, SESC ) e o Instituto Federal de Alagoas IFAL, Universidade
Federal de Alagoas UFAL, Secretaria da Paz (SEPAZ), Secretaria de Assistência
Social, Secretaria Municipal de Educação. A referida articulação teve como objetivo
para conhecer in loco e apresentar a proposta de oferta dos possíveis cursos a
serem ofertados no município por meio das instituições citadas em parceria com o
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC.

Tabela 13 – matrícula – 1° e 2° segmento EJA

ZONA Nº DE ESTUDANTES OBSERVAÇÃO

Urbana 75 1° Segmento
Urbana 23 1° Segmento
Urbana 28 1° Segmento
Urbana 20 1° Segmento
Urbana 24 1° Segmento
Urbana 25 1° Segmento
Rural 20 1° Segmento
Rural 23 1° Segmento
Rural 25 1° Segmento
Rural 20 1° Segmento

58
Rural 21 1° Segmento
Rural 21 1° Segmento
Rural 21 1° Segmento
Rural 20 1° Segmento
Rural 20 1° Segmento
Rural 22 1° Segmento
Rural 21 1° Segmento
Rural 21 1° Segmento
Rural 30 1° Segmento
Urbana 242 2° Segmento
TOTAL 883
FONTE: EJA/SME Viçosa/AL 2010
A Tabela 13 registra a matrícula do 1º e 2º segmento da EJA no município
na Zona Urbana e Zona Rural.

A Constituição Federal determina como um dos objetivos do Plano


Nacional de Educação a integração de ações de Poder Público que conduzam à
erradicação do analfabetismo (inciso I, Art. 214). Trata-se de tarefa que exige uma
ampla mobilização de recursos humanos e financeiros por parte dos governos e da
sociedade.

Os déficits do atendimento no ensino fundamental resultam, ao longo dos


anos, num grande número de jovens e adultos que não tiveram acesso ou lograram
terminar o ensino fundamental obrigatório.

Embora tenha havido progresso com relação a essa questão, o número


de analfabetos é ainda excessivo no país: atinge 16 milhões de brasileiros maiores
de 15 anos. O analfabetismo está intimamente associado às taxas de escolarização
e ao número de crianças fora da escola. Segundo o Censo Demográfico de 2000, o
município de Viçosa apresentou a taxa de analfabetismo de 41,90% na população
de 15 anos ou mais.

Todos os indicadores apontam para a profunda desigualdade regional na


oferta de oportunidades educacionais e a concentração de população analfabeta ou
59
insuficiente escolarizada nos bolsões de pobreza existentes no país. Cerca de 30%
da população analfabeta com mais de 15 anos está localizada no Nordeste.

Tabela 14 - Matrícula EJA - 1° segmento


MATRICUL MATRÍCULA TOTAL DE DESISTENTES E MATRICUL
ANO APROVADOS REPROVADOS
A INICIAL APÓS CENSO MATRICULAS TRANSFERIDOS A FINAL

2002 739 93 832 346 429 57 486


2003 833 136 969 293 563 113 676
2004 852 68 920 307 499 114 613
2005 797 75 872 377 340 115 455
2006 462 28 490 229 196 65 261
2007 269 06 275 109 136 30 166
2008 328 05 333 138 153 42 195
2009 631 21 652 265 296 91 387
2010 643 09 652 224 311 117 428
FONTE: Departamento de EJA (SME)

A tabela 14 apresenta o resultado da matrícula do 1º segmento da EJA


entre os anos 2002 e 2010. De acordo com dados expostos, constata-se um declínio
ano a ano na matrícula, bem como o índice abandono nessa modalidade de ensino
continua sendo alarmante.

Tabela 15 - matrícula EJA ensino fundamental diurno e noturno


Ano EJA Fundamental diurno EJA Fundamental noturno

2007 9,4% 92 90,6% 887

2008 1,8% 20 98,2% 1.070

2009 2,8% 30 97,2% 1.033

2010 5,2% 44 94,8% 806

2011 8,6% 93 91,4% 987

2012 19,8% 206 80,2% 832

2013 0% 0 100% 673


Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

60
De acordo com a Tabela 15, verifica-se um percentual muito baixo na
matrícula do turno diurno da EJA. O fato se dá por conta de não haver a demanda
suficiente para formação de turmas. O fator decorre por conta da procura de
emprego a fim de garantir o sustento.

5.2 – Educação profissional

Em 20 de dezembro de 1996, foi sancionada a Lei nº 9.394/96, que


estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), atendendo ao
mandato constitucional do inciso XXIV do art. 22 da Constituição Federal. Essa Lei
consagra a Educação Profissional e Tecnológica entre os níveis e as modalidades
de educação e ensino, situando-a na confluência de dois dos direitos fundamentais
do cidadão: o direito à educação e o direito ao trabalho, consagrados no art. 227 da
Constituição Federal como direito à profissionalização, a ser garantido com absoluta
prioridade.

O capítulo da LDB sobre a Educação Profissional foi inicialmente


regulamentado pelo Decreto nº 2.208/97. Na sequência, a Câmara de Educação
Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE), com base no Parecer
CNE/CEB nº 16/99, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Profissional de Nível Técnico pela Resolução CNE/CEB nº 4/99.

Em 23 de julho de 2004, o Decreto nº 2.208/97 foi substituído pelo


Decreto nº 5.154/2004, o qual trouxe de volta a possibilidade de integrar o Ensino
Médio à Educação Profissional Técnica de Nível, a par das outras formas de
organização e oferta dessa modalidade de Educação Profissional e Tecnológica. Em
decorrência, a Câmara de Educação Básica do CNE atualizou as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, por meio da Resolução
CNE/CEB nº 1/2005, com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 39/2004.

61
Posteriormente, a Resolução CNE/CEB nº 3/2008, que teve como base o
Parecer CNE/CEB nº 11/2008, dispôs sobre a instituição do Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos de Nível Médio, sendo que seu art. 3º determina que os cursos
constantes desse Catálogo sejam organizados por eixos tecnológicos definidores de
um projeto pedagógico que contemple as trajetórias dos itinerários formativos e
estabeleça exigências profissionais que direcionem a ação educativa das instituições
e dos sistemas de ensino na oferta da Educação Profissional Técnica de Nível
Médio. São significativas as alterações promovidas na LDB pela Lei nº 11.741/2008,
incorporando os dispositivos essenciais do Decreto nº 5.154/2004, ao qual se
sobrepôs, inserindo-os no marco regulatório da Educação Nacional. Essas
alterações ocorreram no Titulo V da LDB. Foi inserida a seção IV-A do Capitulo II,
que trata “da Educação Básica”. Assim, além da seção IV, que trata “do Ensino
Médio”, foi acrescentada a seção IV-A, que trata “da Educação Profissional Técnica
de Nível Médio”, com a inserção de quatro novos artigos: 36-A, 36-B, 36-C e 36-D.
Foi acrescentado, ainda, um novo parágrafo ao art. 37, já na seção V, que trata “da
Educação de Jovens e Adultos”. Finalmente, foi alterada a denominação do Capítulo
III do Título V, para tratar “da Educação Profissional e Tecnológica”, bem como foi
alterada a redação dos dispositivos legais constantes dos arts. 39 a 42 da LDB.

Gráfico 15 – percentual de matrículas de educação de jovens e adultos na


forma integrada profissional

De acordo com dados do Gráfico 15, o percentual de matrículas


apresentados na educação de Jovens e Adultos na forma integrada, ainda é muito

62
baixa. Para tanto, faz-se necessário desenvolver políticas públicas no sentido de
melhor atender esta faixa-etária.

5.3 – Educação Especial

O atendimento institucional público às pessoas com necessidades


educacionais especiais no Estado de Alagoas teve início no ano de 1958 com a
oferta de escolarização aos deficientes mentais. No ano de 1973 é instituída na
Secretaria Estadual de Educação a Educação Especializada, órgão que passou a
assumir a coordenação da Educação Especial em Alagoas, mas somente em 1985
são implantadas salas especiais nas áreas de deficiência mental, auditiva e visual.
Em 1994 é criado o Centro de Educação Especial Profª Wandete Gomes de Castro,
com atendimento a estudantes com necessidades especiais.

Na rede de ensino do município de Viçosa a oferta desta modalidade deu-


se em 1994, com o atendimento institucional público aos estudantes portadores de
necessidades educacionais especiais e a garantia da matrícula é efetivada no
ensino regular. No ano letivo de 2011 foi assegurado na Rede Municipal de Ensino o
Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à
escolarização ofertada em salas de recursos multifuncionais que funcionaram em
duas escolas municipais, Escola Manoel Firmino e Pedro Carnaúba. No contexto
atual do município, a Educação Especial, tem como princípio a inclusão, que
apresenta uma atitude de respeito às diferenças, obedecendo aos mesmos
fundamentos da educação básica, respeitando os valores democráticos, de
igualdade, liberdade e respeito à dignidade humana.

63
Tabela 16 – Estudantes com necessidades educacionais especiais
Educação Especial(Alunos de escolas especiais, classes especiais Incluídos.
Ano Creche Pré-escola Anos iniciais Anos Finais EJA 1,2
2008 0 02 10 0 0
2011 01 0 32 9 11
2012 01 01 44 05 18
2013 0 03 41 16 13
2014 0 02 41 16 10
Fonte: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula

Com o estudo dessa tabela 16, foi diagnosticado que na rede municipal
de ensino houve um acréscimo entre os anos 2008 e 2014 de estudantes que
necessitam de um atendimento individualizado no contraturno em uma sala de
recursos multifuncionais. Assim sendo, a Secretaria Municipal de Educação dispõe
de um profissional habilitado para o devido atendimento in loco nas escolas para que
possa ajudá-los a viverem dignamente.

Tabela 17 – porcentagem de matrículas de alunos com deficiência, transtornos


globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados
em classes comuns

Ano Classes Comuns Escolas Exclusivas Classes Especiais

2007 8,3% 1 0% 0 91,7% 11

2008 68,6% 24 0% 0 31,4% 11

2009 100% 62 0% 0 0% 0

2010 100% 89 0% 0 0% 0

2011 100% 77 0% 0 0% 0

2012 100% 76 0% 0 0% 0

2013 100% 78 0% 0 0% 0
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

64
De acordo com a tabela 17 nota-se que a porcentagem de matrículas de
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superlotação matriculados em classes comuns teve um acréscimo significante.

Diante desta realidade, a Secretaria Municipal de Educação preocupada


com a inclusão dos estudantes assumiu no segundo semestre do ano de 2011 a
centralidade das políticas públicas que asseguraram as condições de acesso,
participação e aprendizagem de todos os estudantes nas escolas regulares em
igualdade de condições. A organização desta modalidade de ensino na educação
básica atende o dispositivo na legislação que assegura o acesso de todos a um
sistema educacional inclusivo.

A Constituição Federal, Artigo 205 assegura a educação como um direito


de todos e, no Art. 208, inciso III estabelece o direito aos estudantes com
necessidades especiais, à matrícula no ensino regular. Trata-se, portanto, de duas
questões: o direito à educação, comum às pessoas, e o direito de receber essa
educação sempre que possível junto aos demais nas escolas “regulares”.

A Resolução CNE/CEB nº 4/2009, institui diretrizes operacionais para o


atendimento educacional especializado na educação básica dispondo, no artigo 3º,
que a educação especial se realiza em todas as etapas e modalidades tendo esse
atendimento como parte integrante do processo educacional. O art. 29 da Resolução
CEB/CNE nº 4/2010 assegura que a educação especial é parte integrante da
educação regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade
escolar. O § 2º determina que as escolas devam criar condições para que o
professor da classe comum possa explorar as potencialidades de todos os
estudantes, adotando uma pedagogia dialógica, interativa, interdisciplinar e
inclusiva. E na organização desta modalidade, os sistemas de ensino devem
observar as seguintes orientações fundamentais:

§ 3º incisos: I - o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes


no ensino regular; II- a oferta do atendimento educacional
especializado; III – a formação de professores para o AEE e para o
desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas; IV - a

65
participação da comunidade escolar; V- a acessibilidade
arquitetônica, nas comunicações, nos mobiliários e equipamentos e
nos transportes; VI – a articulação das políticas públicas setoriais.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90, Artigo 55,


reforça os dispositivos legais, ao determinar que os pais ou responsáveis tenham a
obrigação de matricular seus filhos na rede regular de ensino. Os documentos como
a Declaração Mundial da Educação para todos (1990) e a Declaração de Salamanca
(1994), passam a influenciar a formulação das políticas públicas para a educação
inclusiva.

Assim, a Rede Municipal de Ensino do município de Viçosa, percebendo a


Educação Especial na perspectiva de inclusão, pretende garantir o cumprimento do
direito indispensável de qualquer estudante ter acesso à Educação Infantil, ao
Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos. A intencionalidade desta
modalidade é manter uma organização pedagógica nas escolas regulares com
práticas de ensino que atendam às diferenças, sem discriminações, propiciando a
todos um convívio e crescimento na diversidade.

Gráfico 16 – Percentual da população de 4 a 17 anos com deficiência que


frequenta a escola.

De acordo com o gráfico 16 aponta um percentual expressivo da


população de 4 a 17 anos que frequentam a escola. No entanto há um desafio a ser
superado pelos sistemas públicos de ensino. Para tanto, é necessário ampliar o
atendimento a este público específico, investindo na ampliação do número de salas
de recursos multifuncionais, na formação continuada dos profissionais para o
atendimento educacional especializado nas escolas urbanas, do campo e de

66
comunidades quilombolas. É necessário ainda ampliar o atendimento educacional
especializado para educação de jovens e adultos e idosos, assegurando a atenção
integral ao longo da vida. A perspectiva educacional inclusiva evidencia o
desenvolvimento do estudante, o ensino, as formas e condições desse processo,
garantindo uma maior qualidade na aprendizagem. Portanto, deve atender aos
princípios do sistema nacional de educação com a garantia do direito a todas(os) à
educação.

5.4 – Educação do Campo

Gráfico 17 – Escolaridade média da população de 18 a 29 anos residente em


área rural.

Diante de dados estatísticos conforme o gráfico 16 , onde é evidenciado o


alto índice de analfabetismo e analfabetos funcionais no Estado de Alagoas e
Viçosa, pode-se considerar que a real demanda na Educação de Jovens e adultos,
não corresponde ao contingente dessa população que se encontra fora da escola.
Para tanto, há uma grande necessidade de buscar políticas públicas voltadas para o
ajustamento de eficácia, estabelecendo assim um estreitamento satisfatório entre a
demanda e a oferta nessa modalidade de ensino. Conforme os dados acima,
entendemos que, apesar de alguns esforços, empreendidos por parte do Estado e
município para combater o analfabetismo, Alagoas ainda lidera os piores índices
educacionais entre os estados brasileiros. Acentua-se ainda a disparidade na oferta

67
de matrícula para a modalidade da EJA, no tocante ao primeiro e segundo
segmentos, correspondentes à etapa do Ensino Fundamental.

A Educação do Campo ficou à margem das políticas públicas em


educação durante muitas décadas e como consequência até hoje enfrentamos
desafios em relação ao analfabetismo; crianças, adolescentes e jovens fora da
escola; distorção/idade/escolarização; repetências e reprovação; e um currículo que
não atende à realidade campesina.

A referida educação não foi mencionada nos textos constitucionais de


1824 a 1891. A introdução da educação rural no ordenamento jurídico brasileiro
remete às primeiras décadas do Século XX. O modelo escravocrata de exploração
brutal adotado pelos proprietários de terra no Brasil, em relação aos trabalhadores
rurais nega a estes, os direitos sociais e trabalhistas.

Com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, foi


introduzida a discussão da organização de uma escola democrática com condições
de igualdade para atender às demandas do campo e da cidade. Na década de 60, a
fim de atender aos interesses da elite brasileira, então preocupada com o
crescimento do número de favelados nas periferias dos grandes centros urbanos, a
educação rural foi adotada pelo Estado como estratégia de contenção do fluxo
migratório do campo para a cidade.

Surge então, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,


a Lei nº 4.024, de 1961, estabelecendo no art. 105 que “os poderes públicos
instituirão e ampararão serviços e entidades que mantenham na zona rural, escolas
capazes de favorecer a adaptação do homem ao meio e o estímulo de vocações
profissionais”.

Nesse mesmo período, ocorreu um movimento de educação popular,


liderado por educadores ligados a universidades, movimentos religiosos e partidos
políticos que tinham como propósito fomentar a participação política das camadas
populares, inclusive as do campo. Assim, foram instituídas alternativas pedagógicas

68
identificadas com a cultura e com as necessidades nacionais, em oposição à
importação de ideias pedagógicas alheias à realidade brasileira.

Nesse contexto de mobilização social, a Constituição Federal de 1988


consolidou o compromisso do Estado e da sociedade brasileira em promover a
educação para todos, garantindo o direito ao respeito e à adequação da Educação
às singularidades culturais e regionais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei nº 9.394/96) garante esse direito quando estabelece uma base
nacional comum a todas as regiões do país determinando a adequação do
calendário escolar às peculiaridades da vida rural e de cada região.

Desse modo, constatam-se nessas últimas décadas avanços


significativos na educação rural: a luta por uma educação rural pública e de
qualidade, estabelecida por diferentes organizações e entidades, constituindo um
movimento pedagógico rural, como nunca aconteceu na história do Brasil.

Desde então, diversas Secretarias Municipais de Educação no Brasil,


ONG’s, pastorais, escolas de formação sindical e organizações rurais vêm
desenvolvendo e gestando uma nova concepção pedagógica para as escolas rurais.
Daí ocorre à necessidade de ajustar a organização curricular da escola à realidade
das populações rurais comprometendo essa mesma escola com a construção de um
projeto de sustentabilidade Brasil Rural.

Em 1998, foi criada a “Articulação Nacional por uma Educação do


Campo” que passou a promover e gerir as ações conjuntas pela escolarização dos
povos do campo no âmbito nacional. Dentre as conquistas alcançadas por essa
Articulação estão: a realização da Conferência Nacional por uma Educação Básica
do Campo e à instituição das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas
Escolas do Campo, Resolução CNE/CEB n° 1, de 3 de abril de 2002 e a criação do
Grupo Permanente de Trabalho de Educação do Campo (GPT), no âmbito do
Ministério da Educação, conforme disposto na Portaria nº 1.374, de 3 de junho de
2003.

69
A implementação de tais diretrizes, além de ser uma reivindicação
histórica dos movimentos sociais do campo, é também uma resposta às solicitações
contidas na pauta do Grito da Terra Brasil (2003) e vem ao encontro do processo de
construção de políticas públicas inovadoras que inauguram um novo patamar na
relação Governo e demais movimentos sociais do campo no País.

A educação do campo ocorre numa realidade específica, diversificada e


heterogênea, tornando necessária a compreensão de que ela deve disponibilizar
meios que facilitem ao/à estudante do campo, a educação de qualidade social, igual
à ofertada na cidade.

Desse modo deverá ser garantido o acesso ao conhecimento universal


historicamente produzido, aos bens culturais, sem agredir as características próprias
de sua vivência, sem podá-lo no seu crescimento profissional e pessoal,
oportunizando aos cidadãos(ã) a possibilidade de optar por se fixar na terra ou viver
na cidade.

De um modo geral, tirar ou expulsar a pessoa do campo, do seu lócus,


sem que esta esteja preparada, significa uma agressão à sua história de vida,
desfigurando-a de sua cidadania. A educação do campo deve facilitar aos
estudantes a possibilidade real de abertura de horizontes, capacitando-os para
outras realidades.

Ao longo da história, a educação oferecida no campo sempre foi igual à


da escola urbana, no que se refere aos conteúdos e às metodologias. Atualmente,
busca-se construir uma educação que se dê no espaço onde os povos campesinos
vivem, partindo de uma proposta pedagógica construída de forma participativa,
vinculada à sua história, cultura e realidade, sem perder de vista o acesso aos
saberes universais historicamente construídos.

Com a Resolução CNE/CEB n° 01/2002 que trata das Diretrizes


Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, o parágrafo único,
Art. 5º estabelece que as propostas das escolas do campo devam respeitar as
diferenças e o respeito à igualdade e cumprimento do estabelecido nos Arts. 23, 26

70
e 28, da LDB, Lei nº 9.394/96, contemplando a diversidade do campo em todos os
aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, geração e etnia.

O surgimento das escolas na zona rural na rede municipal de ensino do


município de Viçosa vem desde o período de 1978. Funcionam com salas
multisseriadas e salas regulares. Essas escolas não possuem a identidade de
escolas do campo, porém, seguem as orientações dadas pelas diretrizes
operacionais no que concerne às questões de natureza curricular.

Pelas pesquisas realizadas em quase todos os municípios do Brasil e


quase em todos os municípios alagoanos constata-se que tanto o currículo como o
calendário escolar seguem os mesmos estabelecidos das escolas urbanas.

Na rede municipal de ensino de Viçosa foi implantado em 2007 o


Programa Escola Ativa, um programa do MEC, em 05 escolas da zona rural,
considerando que estas atendiam aos critérios estabelecidos pelo programa, com
turmas multisseriadas. Em 2009, foram inseridas no programa mais três escolas. E
em 2010 a proposta foi ampliada para mais duas escolas perfazendo assim, um total
de 10 escolas. As demais escolas e salas são organizadas por ano e por isso não
foram contempladas com o citado programa. A proposta pedagógica e a
metodologia do trabalho com esse programa diferem do ensino regular. A prática
pedagógica é organizada através de unidades e módulos, tanto para a formação dos
professores como para o cotidiano de sala de aula.

Tabela 18 – indicadores das escolas do campo

MATRÍCULA MATRÍCULA TOTAL DESISTENTES E MATRÍCULA


ANOS APROVADOS REPROVADOS
INICIAL APÓS CENSO MATRÍCULA TRANSFERIDOS FINAL

2009 977 19 996 81 830 85 915


2010 958 04 962 101 757 104 861
FONTE: SME/Viçosa/AL

A tabela 18 apresenta os indicadores de matrículas da educação do


campo nas 10 escolas na rede municipal localizadas na zona rural.

71
Tabela 19 – Formação dos docentes – Escolas do Campo- 2010
FORMAÇÃO
ETAPAS E MODALIDADES DE CURSANDO
MAGISTÉRIO SUPERIOR ESPECIALIZAÇÃO EFETIVO(A) CONTRATADO(A)
ENSINO SUPERIOR

Creche 09 - 01 02 03 09
Ensino Fundamental
09 06 10 07 09 23
anos iniciais
Ensinos Fundamentais
- 05 08 02 05 09
anos finais
EJA – 1º segmento 15 - - - - 15
EJA – 2º segmento - - - - - -
TOTAL 33 11 19 11 17 56
Fonte: Setor Pessoal/SME

Com base nos dados da tabela 19, verifica-se a formação docente das
escolas da Educação do Campo.

5.6 – Educação Escolar Quilombola

A implantação da Educação para as relações étnico-raciais e quilombolas


se deu a partir da promulgação do das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que altera
os artigos 26a e 79b da Lei 9304/96, que versa sobre os currículos de ensino
fundamental e médio, que propõe a inclusão no “o ensino da História do Brasil as
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
especialmente das matrizes africana, indígena e europeia”, bem como o com a
homologação da Resolução Nº 8/2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.

As Comunidades Remanescentes de Quilombos possuem dimensões


sociais, políticas e culturais com particularidades no contexto geográfico brasileiro; e,
no município de Viçosa, tanto no que diz respeito à localização quanto à sua origem.

72
A obrigatoriedade do Ensino da História e Cultura Africana, afro-brasileira
e indígena nas escolas, abre um precedente importante para que o aprendizado
quilombola, com os modos de fazer e viver dos quilombos contemporâneos seja
considerado um saber essencial para a formação de uma nova estrutura de
educação no sentido de que o país se reconheça como afrodescendente em sua
formação humana e cultural.

Em Viçosa, existem duas Comunidades Quilombolas que receberam


Certidão de Autodefinição do Ministério da Cultura - Fundação Cultural Palmares,
como Remanescentes de Quilombo conforme os termos do Processo administrativo
nº 01420.002189/2009-23, registrado no Livro de Cadastro Geral nº 012, Registro nº
1.203, fl. 18, nos termos do Decreto supra mencionado e da Portaria interna da FCP
nº 98, de 26 de novembro de 2007, publicada no Diário Oficial da União nº 228, de
28 de novembro de 2007, seção1 fl. 29, em 06 de outubro de 2009: Comunidades
Quilombolas Sabalangá e Gurgumba, situadas na zona rural do município de Viçosa,
fundadas por volta de 1700 por negros quilombolas e indígenas que lutavam por
liberdade.

As duas comunidades quilombolas localizam-se às margens do Rio


Paraíba. Sabalangá fica aproximadamente a quatorze léguas (1 légua =
aproximadamente seis quilômetros) ao sul de União dos Palmares e foi escolhido
por Zumbi. A comunidade do Gurgumba localizada na mediação histórica foi palco
de refúgio de Zumbi, devido à geografia do lugar ser favorável aos seus objetivos.
Segundo o historiador Alfredo Brandão, em seu Livro Viçosa de Alagoas, a Serra
Dois Irmãos na comunidade Gurgumba, vem a ser o local onde Zumbi morreu.

A população destas comunidades tem sua renda baseada na agricultura


de subsistência tradicional, praticada com o uso de adubo orgânico, obtido dos
próprios animais, no trabalho nas fazendas vizinhas, nos serviços domésticos, no
bolsa família e na renda dos aposentados.

O povoado Sabalangá, constitui-se de um templo religioso, um matadouro


municipal. Boa parte da população é idosa e muitos jovens destas comunidades
trabalham no centro urbano de Viçosa. O casario da comunidade quilombola

73
Gurgumba, é formado de casas de taipa, apresentando condições impróprias para
uma vida digna.

Diante desta realidade, faz-se necessário dizer, que o trabalho


pedagógico com as comunidades quilombolas, deve estar pautado na preservação
da historicidade, consolidando a sustentabilidade e a sociabilidade deste povo.

Pensar a Educação quilombola deverá ser a partir da realidade da própria


comunidade, para que as crianças, adolescentes e jovens consigam portar-se,
manter-se e situar-se dentro da sua comunidade, nas diversas etapas de ensino e,
principalmente, na luta por um projeto de sociedade mais justa, fraterna e plural.

Os estudantes remanescentes quilombolas recebem atendimento


educacional nos anos iniciais e finais do ensino fundamental nas unidades de
ensino da rede municipal.

Diante desse diagnóstico, existe a necessidade de instituir um processo


de estudo para implantação de políticas públicas que venham garantir o atendimento
dessa demanda, tornando-a direito constitucional, como exige a especificidade.

Tabela 20 – Matrícula do ensino fundamental de áreas remanescentes de


quilombos
ANO ANOS INICIAIS ANOS FINAIS
2011 56 126
2012 80 0
2013 13 01
Fonte: SME
A Tabela 20 registra a matrícula do ensino fundamental em áreas
remanescentes de quilombos em viçosa.

74
Gráfico 18 – Escolaridade média da população de 18 29 anos

O gráfico 18 dispõe da escolaridade da população de 18 a 29 anos do


Brasil, Nordeste, Alagoas e Viçosa.

Tabela 21 – População de jovens e adultos de alunos de 18 a 29 anos por


localidade

Ano Urbana Rural

2007 352 87

2008 375 72

2009 224 94

2010 183 75

2011 227 47

2012 294 29

2013 232 42

Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

A Tabela 21 discorre sobre a população de jovens e adultos de alunos de


18 a 29 anos em localidade Urbana e Rural.

5.7 – Educação para as Relações étnico-raciais

75
O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas,
visando a reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da
história dos negros brasileiros, depende necessariamente de condições físicas,
materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em
outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores,
precisam sentir-se valorizados e apoiados. Depende também, de maneira decisiva,
da reeducação das relações entre negros e brancos, o que aqui estamos
designando como relações étnico-raciais. Depende ainda, de trabalho conjunto, de
articulação entre processos educativos escolares, políticas públicas, movimentos
sociais, visto que as mudanças éticas, culturais, pedagógicas e políticas nas
relações étnico-raciais não se limitam à escola.

É importante destacar que se entende por raça a construção social


forjada nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes simuladas como
harmoniosas, nada tendo a ver com o conceito biológico de raça cunhado no século
XVIII e hoje sobejamente superado. Cabe esclarecer que o termo raça é utilizado
com frequência nas relações sociais brasileiras, para informar como determinadas
características físicas, como cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam,
interferem e até mesmo determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior
da sociedade brasileira.

O Parecer CNE/CP 003/2004 visa a atender os propósitos expressos na


Indicação CNE/CP 06/2002, bem como regulamentar a alteração trazida à Lei
9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pela Lei 10639/2003 que
estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana na Educação Básica. Desta forma, busca cumprir o estabelecido na
Constituição Federal nos seus Art. 5º, I, Art. 210, Art. 206, I, § 1° do Art. 242, Art.
215 e Art. 216, bem como nos Art. 26, 26 A e 79 B na Lei 9.394/96 de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, que asseguram o direito à igualdade de condições de
vida e de cidadania, assim como garantem igual direito às histórias e culturas que
compõem a nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da
cultura nacional a todos brasileiros.

76
Tabela 22 – População de 4 a 5 anos fora da escola da Região Nordeste, UF,
gênero, raça/cor e localização – 2010
População Sexo Cor/Raça Localização
Uf de 4 a 5
anos Feminino Masculino Branco Negro Urbano Rural

MA 31,7 14,7 17,1 5,6 25,3 13,7 18,1


PI 11,1 5,2 5,9 2,9 8,2 3,6 7,5
CE 20,7 10,1 10,6 6,4 14,3 13,7 7,1

Nordeste RN 9,9 4,8 5,1 4,0 5,9 6,2 3,7


PB 17,6 7,9 9,6 7,0 10,5 11,5 6,1
PE 47,1 22,3 24,7 15,7 31,1 28,4 18,7
AL 24,8 11,3 13,6 7,4 17,2 15,3 9,5
SE 8,6 4,1 4,5 2,6 6,0 5,2 3,4
BA 71,5 33,3 38,2 15,5 55,5 38,8 32,7
Região 242,9 113,7 129,2 66,9 174,0 136,3 106,6
Fonte: PEE/AL /

Gráfico 19 – Razão entre a escolaridade média da população negra de 18 a 29


anos

O gráfico 19 retrata a razão entre a escolaridade média da população


negra e não negra de 18 a 29 anos.

77
Gráfico 20 – Escolaridade média da população de 18 a 29 anos entre os 25%
mais pobres

Os dados estatísticos registrados no gráfico 20 revelam o percentual da


escolaridade média da população de 18 a 29 anos entre os 25% mais pobre.

5.8 – Educação Ambiental

A questão ambiental tornou-se um tema amplamente debatido em todos


os meios, pois um ambiente em equilíbrio reflete na qualidade de vida das pessoas.
O sistema legislativo brasileiro comporta diferentes diplomas legais com foco
específico na Educação Ambiental, os quais, necessariamente, balizam as Diretrizes
aqui formuladas. Primordialmente, considera-se a Constituição Federal de 1988
(CF/88), em especial, seus artigos 23, 24:

Art. 23 É competência comum da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios: I – zelar pela guarda da Constituição, das
leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência; III – proteger os documentos, as
obras e outros bens de valor histórico artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos; IV – impedir a evasão, a destruição e a
descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;

78
(...) VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas; VII – preservar as florestas, a fauna e a
flora.

Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre: (...) VI – florestas, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII – proteção ao
patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII –
responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bene
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

A vida no planeta Terra está indissociavelmente ligada à questão da


saúde ambiental. Para qualquer comunidade instalada em determinada área, o
acesso a boas condições de saneamento, que envolvem questões como distribuição
de água potável, destinação correta do resíduo sólido, sistemas de drenagem e
tratamento de esgotos, constitui condição indispensável para o estabelecimento de
uma vida saudável.

A poluição e contaminação das águas combinadas ao descaso com


resíduo sólido e esgoto são evidências de uma realidade preocupante no município
de Viçosa, especialmente quando se diz respeito às variáveis ambientais ligadas às
comunidades ribeirinhas. A referida comunidade vive em condições de grave
desatendimento sanitário, o que compromete a realização de atividades cotidianas
dentro dos padrões mínimos de dignidade sócio-ambiental. Com base no
levantamento diagnóstico outrora realizado por biólogos, graduandos em Biologia e
Farmácia, as condições de saúde da maioria das crianças são precárias,
especialmente com déficit de crescimento, nutrição e desempenho escolar.

A análise bacteriológica da água revela presença de coliformes fecais em


100% das amostras coletadas na principal fonte de água utilizada, sendo
considerada imprópria para consumo. A questão ambiental busca envolver alunos
das escolas, tanto da rede estadual e municipal, numa tendência pedagógica
progressista e altamente contextualizada, com foco técnico e integrador, encurtando
a distância entre escola, ação educativo-assistencial e sociedade, tendo em vista

79
que o grave problema sócio-ambiental aqui descrito pressupõe a intervenção nesta
realidade.

Concretizar um processo de sensibilização da comunidade do município


de Viçosa sobre a grave condição sanitária que vivem, intervir de forma técnica,
educativa e assistencial, esclarecendo os benefícios do uso de água potável na vida
da população e analisar danos sofridos pelo ambiente devido à inexistência de
condições básicas de saneamento. Busca-se ainda expor que certas condutas da
comunidade constituem atividades contrárias ao desenvolvimento sustentável e a
partir deste reconhecimento identificar as relações entre as condições de saúde da
população e as condições de saúde do ambiente onde vivem. Estes objetivos ainda
pressupõem a elaboração de projetos alternativos a ser executado pela comunidade
junto com o poder público para viabilizar a um conjunto de ações reais que efetivem
a melhoria das condições sanitárias da comunidade.

Com base nesses dados, a Secretaria Municipal baseia-se na realização


de diversas atividades desenvolvidas pelas escolas e em parceria com a Secretaria
de Saúde através dos Programas Saúde na escola com visitas à comunidade
escolar para aplicação de flúor nas crianças e realização de levantamento
populacional; realização de análise clínica de fezes em crianças a partir de dois anos
para detecção de possíveis infestações por nematóides e platelmintos para posterior
tratamento dos casos positivos.

O município de Viçosa trabalha a Educação Ambiental de forma


responsável, principalmente na semana do meio ambiente com temas para
conscientizar os alunos a importância de preservar a natureza e quais os danos
causados a saúde do homem com o excesso de poluição ambiental, e quais as
atitudes humanas que estão sendo tomadas que estão prejudicando o meio
ambiente e quais possíveis atitudes podem ser adquiridas para se obter uma
economia sustentável em todas as escolas da rede municipal, estadual e
particulares objetivando a: Conscientização ambiental dos alunos, para que eles
adotem uma vida mais sustentável e reconheçam a importância do meio ambiente.

80
A formação de nossos alunos para a conservação ambiental depende de
nossa capacidade de despertar neles a sensibilidade e a preocupação em
compreender a complexidade e as inter-relações das formas de vida do planeta.

6 – EDUCAÇÃO SUPERIOR

A educação superior foi implantada no município de Viçosa em 1974 pela


Universidade Federal de Alagoas, com os cursos de Agronomia, Bonovicultura e
Zootecnia que funcionavam no pólo de extensão da UFAL, no Centro de Ciências
Agrárias na Fazenda São Luiz sendo trasferido logo em seguida para a cidade de
Maceió.

No ano de 2006 foi reativado o pólo de extensão da UFAL, no Centro de


Ciências Agrárias (CECA), onde desde então funciona o curso de Medicina
Veterinária.

Em 2002 foi implantado o Pólo IV da UNEAL(Universidade Estadual de


Alagoas), em Viçosa com 10 turmas funcionando às sextas e sábados com 05
turmas em cursos de graduação em Pedagogia, Ciências Biológicas , Letras e
Matemática, com 198 estudantes, um curso de Pós –Graduação em Psicopedagogia
ofertado pelo CESMAC e uma clientela assistida de 510 estudantes. Todos os
professores eram da rede municipal e que estavam no exercício do magistério,
porém sem a graduação. Para efetivação dessa graduação foi firmado convênio
entre o município e a antiga FUNESA que objetivou graduar professores com
licenciatura atendendo dessa forma os dispositivos da LDB, Lei nº 9.394/96. A
conclusão dessa graduação foi em 2006 com 07 turmas, pois 03 destas turmas
foram transferidas para o município de Maribondo.

Em 2007 foi iniciado o programa de graduação, licenciatura plena para


professores com oferta de cinco cursos distintos, com a atual UNEAL, Pólo VIII. A
conclusão dos cursos foi realizado em 2011 com 180 estudantes nos seguintes
cursos: Pedagogia, Matemática, Letras e Ciências Biológicas. Existem outros

81
convênios com a UNEAL/FADURPE diretamente com 07 municípios. O município de
Viçosa pela segunda vez tornou-se Pólo.

Também existe a EAD – Educação a Distância com os cursos de


Pedagogia, Letras e Serviço Social funcionando nas dependências do Colégio São
Tomás de Aquino, as Escolas de Enfermagem Santa Juliana na Escola Municipal
Nazaré Batista e a Escola de Enfermagem Santa Bárbara funcionado na Escola
Municipal São José com curso técnico na área.

No ano de 2012 foi implantado um curso de graduação em Pedagogia e


Administração pelo IDERC Instituto de Desenvolvimento de Religião e Cultura
parceria em parceria com a FUNESO epós graduação, mestrado em Educação pelo
mesmo instituto. Estes atendem aos professores que não possuiam graduação e
nem pós graduação mestrado.

Gráfico 21 – Taxa de escolarização bruta na educação superior

O gráfico 21 retrata a taxa de escolarização bruta na educação superior


no Estado de Alagoas.

Gráfico 22- Percentual de professores da educação básica com pós-graduação


lato sensu ou stricto sensu.

82
O gráfico 22 aponta o percentual de professores da educação básica com
pós- graduação lato sensu ou stricto sensu no Brasil, Nordeste, Alagoas e Viçosa.
Comparando com percentual do Nordeste, o Estado e o município de Viçosa estão
muito abaixo da meta nacional.

7 – VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

A Valorização dos Profissionais da Educação vem sendo discutida pelos


poderes públicos há mais de duas décadas, em todos os Estados do Brasil. No
entanto, no município de Viçosa, esse debate foi intensificado, nos últimos anos com
apresentação de propostas e intervenções concretas que objetivou resgatar o valor
social dos trabalhadores e de uma educação pública comprometida com a
transformação social, através da implantação do FUNDEF (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério – Lei nº
9.424/96).

Historicamente professores (as) de diversos municípios alagoanos


enfrentam dificuldades de diversa natureza: desde as precárias condições de
trabalho refletidas nos baixos salários, sala de aula com excesso de estudantes
matriculados e até as limitações de uma formação acadêmica que não prepara
adequadamente esses profissionais para enfrentarem os desafios de conduzir o
trabalho pedagógico para atender às crianças, jovens e adultos de nossa sociedade.

Com a implantação do FUNDEF, surgiu uma nova visão de valorização


profissional e tem sido objeto de discussões de entidades da sociedade civil como a
CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), a ANFOPE
(Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação), FORUMDIR
(Fórum de Diretores das Faculdades Públicas de Educação) e a própria CUT
(Central Única dos Trabalhadores), exigindo dos gestores públicos uma redefinição
de políticas permanentes de formação inicial e continuada, valorização salarial e de
ambiente de trabalho.

83
A Constituição Federal reflete a importância da educação enquanto direito
social e o seu valor para a sociedade. O Governo Federal vem implantando, a partir
do novo Plano de Desenvolvimento da Educação, estratégias para uma educação
básica de qualidade para todos.

Uma das ações e estratégias atualmente voltadas para este fim é o Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB), que entrou em vigor a partir de 01 de janeiro
de 2007, devendo se estender por 14 anos, até final de 2020, o que o torna um
plano de longo prazo.

O FUNDEB tem como objetivo principal promover a redistribuição dos


recursos vinculados à educação. A destinação dos investimentos é feita de acordo
com o número de estudantes da educação básica, com base em dados do censo
escolar do ano anterior. Este fundo pretende, na visão de seus proponentes e
defensores, corrigir as falhas que apontaram no FUNDEF, como a exclusão da
Educação Infantil, EJA, Ensino Médio e de seus profissionais.

Nessa perspectiva de valorização profissional e de uma educação básica


de qualidade, a partir de 1998, a SME (Secretaria Municipal de Educação de Viçosa)
vem investindo em formação inicial e continuada dos professores/as, visando à
melhoria na qualidade de vida, bem como, na qualidade social da Educação Básica.

A partir de 2002, a formação inicial dos profissionais do magistério público


municipal vem avançando consideravelmente devido a parceria entre Governo
Municipal e UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas) na implantação do PGP
(Programa de Graduação para Professores) e a extensão do Curso de Pedagogia da
UFAL que impulsionam os trabalhadores da educação do município a buscarem a
qualificação profissional.

A mencionada formação está prevista no Art. 62 da LDB nº 9.394/96 que


trata dos Profissionais da Educação - “a formação de docentes para atuar na
educação básica far-se-á em nível superior em curso de licenciatura plena, em
universidades e instituições superiores de educação” e no Art. 67, que trata

84
especificamente da “valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes,
inclusive nos termos dos estatutos e planos de carreira do magistério público”. Este
procedimento está inserido também no Plano de Cargo e Carreira do Magistério
Público Municipal de Viçosa – Lei nº 772/09, Capítulo IV.

Ainda nos incisos I, II e III do Art. 67 da LDB estão explicitados que o


aperfeiçoamento profissional continuado deve se dá, inclusive com licenciamento
periódico remunerado para este fim; que o ingresso para o serviço público seja
exclusivamente por concurso de provas e títulos; que seja implantado um piso
salarial profissional; a progressão funcional seja baseada na titulação ou habilitação
e na avaliação do desempenho; que seja reservado período para estudos,
planejamento e avaliação, incluída na carga horária de trabalho. O Plano de Cargos
e Carreira do Magistério Público Municipal insere esta determinação no Artigo 3º.

Os cursos de formação inicial são cursos de licenciatura de graduação


plena, nível superior, previstos na LDB, oferecidos por universidades e instituições
de ensino superior de educação, reconhecidas pelo MEC, como aqueles que
preparam profissionais para o exercício do magistério, na educação básica,
licenciatura plena, requisito legal desejável para o ingresso no cargo de professor.

Embora ainda seja admitida formação em nível médio, a rede municipal


de ensino avançou em relação à formação inicial dos docentes, pois atualmente
80% dos professores têm nível superior e 35% desses tem especialização, conforme
a tabela 23 em termos de formação.
Tabela 23 – docentes da rede municipal – formação
FORMAÇÃO/ATUAÇÃO
ANO CURSANDO CONTRATAD
MAGIST. SUPERIOR ESPEC. EFETIVO TOTAL
SUP. O

2005 76 49 112 25 222 36 257


2006 61 33 121 25 221 19 240
2007 470 13 148 40 241 35 276
2008 84 13 163 35 274 23 295
2009 131 15 116 70 246 86 332
2010 77 25 84 110 296 53 349

85
FONTE: Setor Pessoal da SME

Tabela 24 – Formação dos técnicos administrativo da rede municipal de ensino


FORMAÇÃO
SERVIDORES QUANT. SUPERIOR SUPERIOR ESPECIALIZAÇÃ
EF EM
INCOMPLETO COMPLETO O
ASSISTENTE
ADM. 12 - 08 - 04 -
EDUCACIONAL
ESCRITURARIO 03 - 02 - 01 -

DIGITADOR 04 - 01 - 03 -

MERENDEIRA 11 11 - - - -

COZINHEIRA 22 14 08 - - -
AUX. DE SERV.
93 62 27 02 01 01
EDUCACIONAL
LAVADEIRA 03 03 - - - -

ZELADORA 03 03 - - - -

VIGILANTE 67 11 53 03 - -

MOTORISTA 11 05 05 - 01 -

TOTAL 229 109 104 05 10 01


FONTE: Setor Pessoal da SME 2010

A Tabela 24 retrata a formação dos servidores técnicos de administração.


Mediante apoio de oferta de Educação à Distância pela Secretaria de Educação,
esta categoria tem ido em busca de formação superior nos mais variados cursos
como: Pedagogia, Administração, Letras, Educação Física e outros.

O Plano Nacional de Educação em seu diagnóstico define que a


qualidade do ensino só poderá acontecer se houver a valorização do magistério que
considere a formação inicial, as condições de trabalho, salário, carreira e a formação
continuada.

O § 1º, alíneas a, b, c e d, Art. 56 da Resolução CEB/CNE nº 04/2010


afirmam que a fundamentação da ação docente e os programas de formação inicial
e continuada dos profissionais da educação refletem-se na eleição de um método de

86
aprendizagem, a partir do qual é determinado o perfil de docentes para a educação
básica, em atendimento às dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas.

E para tanto, na formação inicial e continuada, as instituições de formação


de profissionais da educação deverão incluir em seus currículos e programas: o
conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover
a educação para e na cidadania; a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados
de investigações de interesses da área educacional; a participação na gestão de
processo educativo e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de
ensino; a temática da gestão democrática, dando ênfase à construção do projeto
político-pedagógico, mediante trabalho coletivo com a comunidade escolar onde
todos são responsáveis.

Para Dias-da-Silva (2007) as políticas públicas para a educação no Brasil,


não levam em consideração as pesquisas e reflexões realizadas e produzidas por
pesquisadores e educadores brasileiros. Como exemplos existem algumas medidas
que foram tomadas no bojo da reforma educacional, tais como: a supervalorização
da oferta de cursos de formação para professores em serviço em detrimento da
ampliação dos investimentos em salários e carreira e a melhoria das condições do
trabalho docente.

É importante ressaltar que a maioria dos cursos de formação para


professores e as medidas com vistas à qualidade do ensino, não são realizados e
produzidos nas universidades onde se estuda e se reflete sobre os graves
problemas educacionais do Brasil. Tais políticas são planejadas e executadas por
empresas privadas que, na maioria das vezes, para elaborar seus projetos levam em
consideração, somente, as análises de economistas e as recomendações de órgãos
internacionais como Banco Mundial e FMI. Segundo a ANFOPE (1998), formação
continuada trata-se:

da continuidade da formação profissional, proporcionando novas


reflexões sobre a ação profissional e novos meios para desenvolver e
aprimorar o trabalho pedagógico; um processo de construção
permanente do conhecimento e desenvolvimento profissional, a partir

87
da formação inicial, e vista como uma proposta mais ampla, na qual,
o homem integral, produzindo-se a si mesmo, também se produz em
interação com o coletivo.

A formação continuada dos professores é responsabilidade do poder


público, constituindo-se em um elemento indissociável da dinâmica de um plano de
carreira, já que a valorização do magistério passa, necessariamente, pelas
oportunidades de uma formação permanente. O inciso II artigo 67 da LDB – Lei nº
9.394/96 fortalece e garante esta valorização quando preconiza a necessidade do
aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico
remunerado para este fim.

O Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei nº 10.172, de 9 de


janeiro de 2001, ressalta que a valorização do magistério só terá êxito por meio de
uma política educacional, que garanta a concretização da formação profissional
inicial, das condições de trabalho e da formação continuada (PEE, apud PRASEM
III/MEC/2001).

Nesse sentido o Plano de Cargos e Carreira do Magistério Público do


Município de Viçosa, inciso III, VIII e X, artigo 3º, Capítulo VI - Lei nº 772/09 trata da
qualificação profissional, visando o aperfeiçoamento continuado, proporcionando a
complementação de valores, habilidades e conhecimentos para o exercício do
cargo. O Estatuto do Magistério Público Municipal, Lei nº 797/09, em seu Capítulo
IV, Seção I, Art. 56, contempla os afastamentos para a qualificação profissional.

Inserem-se, também, nas preocupações atuais para a melhoria da


qualidade da educação básica, a valorização dos servidores da educação que
exercem função não docente tais como: vigias, merendeiras, secretárias escolares e
demais servidores que apóiam as atividades de natureza pedagógica nas unidades
escolares, que muitas vezes não possuem sequer a formação mínima exigida para o
exercício de suas funções.

Assim, a formação continuada dos profissionais da educação é objeto de


investimento e de análise, pois grande parte dos problemas relativos à

88
aprendizagem dos estudantes não está vinculada apenas aos aspectos teóricos e
metodológicos, mas dependem de implantação de políticas para o acompanhamento
pedagógico dessas práticas e consequentemente com a implantação desse
acompanhamento melhores resultados surgirão no processo ensino-aprendizagem.

Outra questão para a melhoria do processo ensino e aprendizagem é o


investimento na Qualidade de Vida do Servidor Público Municipal com ações de
sensibilização, apoio, orientação e encaminhamento dos casos de saúde dos
servidores que podem ser resolvidos no seu âmbito e com outras instituições
governamentais ou não governamentais.

A correlação entre as palavras “docente” e “doente” não é aleatória, mas


é preciso aproximar-se do contexto do trabalho dos professores para compreender
os dilemas que tencionam e enfraquecem a profissão provocando mal-estar e
adoecimento. O sofrimento do professor perpassa a sua dimensão humana que
exige de sua profissão uma interrelação constante com o outro e, portanto, estão
entrelaçados de emoções, valores, afetos. Assim, o professor não se relaciona
apenas com o conteúdo para a formação do outro, mas se relaciona com o outro
com todo o seu ser.

A expressão “mal-estar docente” (Esteves, 1987) conceitua na literatura


pedagógica o conjunto de reações dos professores como grupo de que afetam a
personalidade do professor como resultado das precárias condições sociais e
psicológicas em que exerce a docência. Asmudanças sociais e culturais que afetam
as novas gerações e que são projetadas dentro de um quadro de desigualdade
sócio econômica tem colocado os profissionais da educação em uma situação
caótica. (PEE 2001, p.79)

Para compreender o que acontece com as condições de saúde dos


docentes, é necessário fazer outra análise e utilizar um enfoque multidisciplinar, na
medida em que existem muitos fatores que afetam tais condições.

89
Outra problemática que vem desafiando a educação na esfera estadual e
municipal é o quadro de carência de profissionais docentes nas diversas áreas de
conhecimento.

Tabela 25 – Porcentagem de professores por quantidade de estabelecimentos


em que trabalham

Ano 1 estabelecimento 2 estabelecimentos 3 ou mais estabelecimentos

2007 74,2% 190 21,9% 56 3,9% 10

2008 69,1% 195 24,8% 70 6% 17

2009 78% 227 17,9% 52 4,1% 12

2010 65,4% 168 29,2% 75 5,4% 14

2011 67,4% 178 25,4% 67 7,2% 19

2012 69,5% 162 26,2% 61 4,3% 10

2013 56,9% 136 36,4% 87 6,7% 16

Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

A tabela 25 aponta o percentual de professores de acordo com os


estabelecimentos de toda rede de ensino.

8 – GESTÃO

A gestão democrática da educação brasileira é norteada pelos princípios


da descentralização, participação e autonomia; princípios estes garantidos no Art.
206 da Constituição Federal de 1988.

A implantação do processo de gestão tem como finalidade o compromisso


com o exercício pedagógico da cidadania e da participação popular com foco na
reversão dos indicadores negativos do analfabetismo, evasão, reprovação e
exclusão social.

90
Pensar a gestão democrática na Rede Municipal de Ensino de Viçosa
pressupõe a instituição de uma política pública na perspectiva de uma educação
humanística e libertadora que implica numa nova maneira de administrar,
envolvendo a comunidade escolar, estudantes, professores, pais, funcionários e a
sociedade na efetivação de prioridades. É importante salientar que essa construção
aponta para a valorização profissional, o planejamento colegiado no processo
educativo, na responsabilidade da aplicação dos recursos financeiros e na
autonomia da escola.

Uma escola gerenciada de forma democrática não possui uma estrutura


verticalizada. As decisões passam a ser de forma compartilhada e o controle coletivo
possibilita parcerias e enfatiza a administração da unidade escolar nos eixos:
administrativo, pedagógico e financeiro.

A implantação do processo de gestão democrática na rede municipal de


ensino teve início no ano de 2009, com a criação da Lei nº 785, de 21 de abril de
2009 que dispõe sobre os conselhos escolares, sob a forma de sociedade civil, nas
unidades escolares da educação básica da Rede Municipal de Ensino. Essa lei
resultou de estudos e discussões com representantes da comunidade escolar no
sentido de instituir os citados conselhos. No dia 02 de abril de 2010 sob o decreto nº
702/2010, foi realizada regulamentação para eleições dos conselhos escolares das
escolas da Educação Básica. O município viveu um momento histórico neste dia,
pois todas comunidades foram envolvidas nesse puramente democrático.

Após a criação e homologação desta lei realizou-se um trabalho voltado


para a sensibilização e mobilização da comunidade escolar objetivando a efetivação
do processo com a I eleição para conselheiros escolares que se concretizou em 10
de setembro de 2010.

Para fortalecer esse processo foi homologada a Lei nº 825, de 15 de abril


de 2011 que determina regras quanto às eleições diretas para diretor e diretor
adjunto das escolas da rede municipal de ensino.

91
Nesse sentido, a educação na Rede Municipal de Ensino de Viçosa deu
mais um passo significativo que foi concretizado no dia 25 de novembro de 2011
com a I Eleição para Diretores Gerais e Diretores Adjuntos das unidades escolas
visando à descentralização das ações na perspectiva de obter melhores resultados
na educação municipal. Pensar uma escola a partir dos princípios democráticos é
acreditar que é possível mudar a prática profissional e reverter os índices
educacionais.

A implantação do processo de gestão democrática promoveu uma efetiva


participação da comunidade escolar para a gestão pedagógica, administrativa e
financeira das unidades de ensino, proporcionando assim um amplo debate entre os
membros dos conselhos escolares.

Tabela 26 – Existência de instrumentos de Gestão Democrática no município


de Viçosa.
Conselho do Conselho Conselho Alimentar Conselho de Transporte
Ano
FUNDEB Escolar Escolar Escolar

201 Sim Sim Sim Não


1

Fonte: IBGE/Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic)


Preparação:Todos Pela Educação

A tabela 26 registra a existência dos instrumentos de Gestão Democrática


no município.

9 – FINANCIAMENTO

O financiamento da educação pública é condição fundamental para o


desenvolvimento das ações estratégicas que visam à melhoria da qualidade
educacional. Portanto, tão importante quanto o financiamento é a gestão escolar e a
gestão dos recursos financeiros, humanos e patrimoniais das etapas e modalidades
de ensino.

92
Ao longo de muitas décadas, os assuntos relacionados ao financiamento
e à gestão educacional, sofreram diversas alterações sob o ponto de vista legal.
Foram realizadas mudanças nos percentuais de financiamento e na organização,
estrutura e funcionamento dos organismos responsáveis pelo desenvolvimento da
educação.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, definiu em 25%, o valor


mínimo de investimentos em educação para Estados e Municípios, e em 18% para
os investimentos da União. Os recursos educacionais brasileiros devem ser
alocados conforme as diferenças político-administrativas vigentes, cabendo aos
municípios à responsabilidade de oferecer as etapas de educação infantil e ensino
fundamental, prioritariamente, para somente se satisfeitas às demandas, investir em
outras etapas de ensino.

O município de Viçosa definiu em sua Lei Orgânica o investimento na


educação, anualmente, nunca menos de 25 % da receita resultante de impostos e
das transferências recebidas do Estado e da União na manutenção do
desenvolvimento do ensino na rede municipal.

O financiamento e a gestão devem propiciar ao estudante condições


necessárias, em todas as etapas de ensino, para o pleno desenvolvimento,
preparando-o para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho,
conforme LDB nº 9.394/96. O ensino, portanto, deverá ser ministrado visando,
dentre outros objetivos, a gestão democrática do ensino público, a garantia de
padrão de qualidade e a valorização do profissional da educação escolar.

As mais importantes instituições de controle social e democratização do


ensino público são: o Conselho Municipal de Educação, a Câmara de
Acompanhamento e Controle Social do FUNBEB, o Conselho Municipal de
Alimentação Escolar, e os diversos Conselhos representativos de cada unidade
escolar.

Para iniciarmos a discussão sobre Financiamento da Educação no


município de Viçosa, faz-se necessário a análise sobre a realidade estadual e

93
brasileira. Desta forma, considera-se o desenvolvimento socioeconômico do Estado
de Alagoas e do Brasil, através do Produto Interno Bruto (PIB), do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) e da distribuição de renda, composição e incidência
dos impostos sobre a população, pelo acesso aos bens públicos e privados, pelo
índice de alfabetização e de bem estar social, dentre outros indicadores sociais.

O Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


INEP aponta que o investimento público na Educação em relação ao PIB cresceu
0,5% de 2005 para 2006, chegando a 4,4%. Em valores brutos, isso significa que em
2006 foram aplicados na Educação pública R$ 102 bilhões.

No ano 2014 o Brasil investe 5,55% do PIB no setor, quando o


recomendado é 6,23%. O PNE prevê o investimento de 10% do PIB em educação.

Segundo a OCDE, 4,23% do PIB brasileiro é investido em ensino primário


e secundário – acima da média de 4% definida pelo órgão. No ensino superior,
entretanto, o Brasil investe apenas 0,8%, sendo o 4º país que menos gasta nesse
nível de ensino. Já com pesquisa e desenvolvimento o Brasil apresenta o menor
gasto entre 36 países avaliados: somente 0,04% dos investimentos em educação
são para o setor.
O relatório destaca a evolução da porcentagem do PIB brasileiro investido
em educação: "Em 1995, o Brasil investiu 3,7% do seu PIB em educação, em
comparação com a média da OCDE de 5,6%. Enquanto o nível de investimento caiu
um pouco em 2000, no Brasil (para 3,5%) e nos países da OCDE como um todo
(5,4%), até 2005 o Brasil conseguiu aumentar seu investimento em educação para
4,4% do PIB (a média da OCDE, que ano foi de 5,7%), e em 2009 o nível subiu para
5,5% do PIB no Brasil, enquanto a média da OCDE chegou a 6% e, entre os países
do G20, 5,7%".

94
Tabela 27 – Investimento em Educação no Brasil

Fonte: Education at a glance 2013, OCDE

Conforme Tabela 27, verifica-se que entre os países analisados, o Brasil


está entre os que menos investem em educação, o que se agrava ainda mais
quando identificamos a imensa dívida social do país. De acordo com a Constituição
Federal, a União coordena e regula o Sistema Nacional de Educação, visando a um
padrão mínimo de qualidade, que tem seu papel concentrado no ensino superior. Os
estados têm como prioridade o ensino médio e fundamental e os municípios, o
ensino fundamental e infantil

Tabela 28 – Renda domiciliar per capta


Viçosa (2000) R$ 90,91
Alagoas (2009) R$ 339,00
Região Nordeste ( 2009) R$ 396,00
Brasil (2009) R$ 632,00
FONTE: IBGE

O Estado de Alagoas está entre os Estados brasileiros com os piores


índices de desenvolvimento econômico e social do País. São 3.037.103 habitantes,

95
segundo o IBGE de 2007. A composição do Produto Interno Bruto PIB do estado de
Alagoas, conforme a Tabela 28, em 1999 era de 10,4% de agropecuária, 44,7%
indústria e 47,7% serviços. Nesse mesmo ano Alagoas participava com 0,66% na
constituição do PIB nacional, ficando entre as oito menores proporções.

Os recursos financeiros para a manutenção da Rede Municipal de ensino


de Viçosa são supridos por meio dos recursos oriundos do PDDE - Programa
Dinheiro Direto na Escola e do PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola. O
material didático-pedagógico, de limpeza e equipamentos necessários ao trabalho
pedagógico é suprido pelos citados recursos. Mas, vale ressaltar que esses recursos
não cobrem todas as despesas das unidades escolares. A SME então, se
responsabiliza pela manutenção geral e compra de bens duráveis, bem como
prestações de serviços em geral e manutenção, garantindo a funcionabilidade
regular das unidades escolares como um todo.

O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste na destinação


anual, pelo FNDE, de recursos financeiros, em caráter suplementar destinado às
escolas públicas e privadas de educação especial, que possuam estudantes
matriculados na educação básica. O propósito dessa contribuição é prover as
necessidades prioritárias das escolas beneficiárias para a garantia de seu
funcionamento e promoção de melhorias em sua infraestrutura física e pedagógica,
bem como, incentivar a autogestão escolar e o exercício da cidadania com a
participação da comunidade no controle social.

Os recursos financeiros do PDDE na Rede Municipal destinam-se a


beneficiar as escolas públicas da rede municipal que possuam estudantes
matriculados na educação básica, de acordo com dados extraídos do censo escolar,
realizado pelo Ministério da Educação (MEC), no ano anterior ao do atendimento.

Esses recursos do programa destinam-se à cobertura de despesas de


capital, direcionadas à aquisição de material permanente e custeio, que são
utilizados na aquisição de material de consumo, na implementação de projetos
pedagógicos, na manutenção, conservação e pequenos reparos das unidades
escolares, que concorram para a garantia do funcionamento e melhoria da

96
infraestrutura física e pedagógica dos estabelecimentos de ensino beneficiários, bem
como na avaliação de aprendizagem e no desenvolvimento de atividades
educacionais. A efetiva manutenção e conservação geral dos prédios escolares são
atribuições assumidas pela SME.

É vedada a aplicação dos recursos do PDDE em:

implementação de outras ações que estejam sendo objeto de


financiamento pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), à exceção das agregadas ao programa; gastos com pessoal;
pagamento, a qualquer título, a militar ou a servidor público, da ativa,
ou a empregado de empresa pública ou de sociedade de economia
mista por serviços prestados, inclusive consultoria, assistência
técnica ou assemelhados; cobertura de despesas com tarifas
bancárias, à exceção das que porventura incidam na efetivação de
transferências eletrônicas de disponibilidade para pagamento de
dispêndios relacionados com as finalidades do programa, em
conformidade com o § 5º do art. 12; e dispêndios com tributos
federais, distritais, estaduais e municipais quando não incidentes
sobre os bens adquiridos ou produzidos e os serviços contratados
para a consecução dos objetivos do programa.

Os recursos do PDDE, liberados na categoria de custeio, são utilizados,


também, para cobrir despesas cartoriais decorrentes de alterações nos estatutos
das Unidades Executoras Próprias (UEx) definidas na forma do inciso II, parágrafo
único, do art. 4°, bem como as relativas a recomposições de seus membros,
devendo tais desembolsos ser registrados nas correspondentes prestações de
contas.

E em relação à Entidade Executora (EEx), a Prefeitura Municipal e a SME


são os órgãos responsáveis pela formalização dos procedimentos de adesão ao
programa e pelo recebimento, execução e prestação de contas dos recursos
destinados às escolas de suas redes de ensino que não possuem UEx.

A transferência de recursos financeiros do PDDE é realizada sem a


necessidade de celebração de convênio, acordo, contrato, ajuste ou instrumento

97
congênere, nos termos facultados pela Lei n.º 11.947, de 16 de junho de 2009. Fica
facultado ao FNDE efetuar repasses do PDDE em exercício subsequente àquele em
que a liberação deveria ter ocorrido, desde que comprovadas à tempestividade e a
regularidade dos procedimentos de adesão, habilitação e prestação de contas, na
forma prevista pelo normativo do programa vigente à época.

Os valores devidos, anualmente, a cada escola pública beneficiária do


PDDE, são calculados de acordo com: o número de estudantes matriculados na
educação básica, considerados, isoladamente, os totais de cada etapa de ensino,
obtidos do censo escolar do ano anterior ao do repasse e a tabela “Referencial de
Cálculo dos Valores Destinados às Escolas Públicas situadas nas Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, exceto o Distrito Federal”, são calculados conforme a
seguir:

Tabela 29 – Referenciais de cálculos


Intervalo de Classe Região

de Número de N/NE/CO (*)

Alunos por Nível de (1) Valor Base (2) Fator de (3) Valor Total
Ensino (R$) Correção (R$)

21 a 50 600,00 (X – 21) x K 600,00 + (X – 21) x K


51 a 99 1.300,00 (X – 51) x K 1.300,00 + (X – 51) x K
100 a 250 2.700,00 (X – 100) x K 2.700,00 + (X – 100) x K
251 a 500 3.900,00 (X – 251) x K 3.900,00 + (X – 251) x K
501 a 750 6.300,00 (X – 501) x K 6.300,00 + (X – 501) x K
751 a 1.000 8.900,00 (X – 751) x K 8.900,00 + (X – 751) x K
1.001 a 1.500 10.300,00 (X – 1.001) x 10.300,00 + (X – 1.001) x K
K
1.501 a 2.000 14.400,00 (X – 1.501) x 14.400,00 + (X – 1.501) x K
K
Acima de 2.000 19.000,00 (X – 2.001) x 19.000,00 + (X – 2.001) x K
K
FONTE: MEC/FNDE

(1) Valor Base: parcela mínima a ser destinada à instituição de ensino que
apresentar quantidade de alunos matriculados, segundo o censo escolar do ano

98
anterior, igual ao limite inferior de cada Intervalo de Classe de Número de Alunos no
qual o estabelecimento de ensino esteja situado.

(2) Fator de Correção (X – Limite Inferior) x K: resultado da multiplicação


da constante K pela diferença entre o número de alunos matriculados na escola e o
limite inferior de cada Intervalo de Classe de Número de Alunos, no qual o
estabelecimento de ensino esteja situado, representando X o número de alunos da
escola, segundo o censo escolar, e K o valor adicional por aluno acima do limite
inferior de cada Intervalo de Classe de Número de Alunos.

(3) Valor Total: resultado, em cada intervalo de classe, da soma horizontal


do Valor Base mais o Fator de Correção.

A tabela a seguir contém recursos gerenciados por 19 unidades


executoras próprias denominadas: caixas escolares com liberação de recursos
exercício de 2010.

Tabela 30 – Recursos do PDDE e PDE


PROGRAMA RECURSOS ANO ELEMENTO DE DESPESA ORIGEM
83.521,46 2010 Custeio MEC/FNDE
PDDE
24.673,74 2010 Capital MEC/FNDE
Total Geral 108.195,20 2010 - -
PDE 59.839,73 2010 Custeio MEC/FNDE
PDE 23.195,53 2010 Capital MEC/FNDE
Total Geral 83.035,26 - - -
FONTE: MEC/FNDE/FUNDESCOLA
Desses recursos apresentados na Tabela 30 houve saldo para 2011-PDE
R$ 10.028,22.

Tabela 31 – Recursos do PDDE executados pela prefeitura


PROGRAMA RECURSOS ANO ELEMENTO DE DESPESA ORIGEM
PDDE 6.442,40 2010 Custeio MEC/FNDE
Total Geral 6.442,40 2010 Custeio MEC/FNDE
FONTE: MEC/FNDE

99
De acordo com os dados da Tabela 31, os recursos do PDDE
gerenciados pela Prefeitura foram destinados ao atendimento de quatro creches e
duas escolas. Este ano de 2011 serão atendidas 20 unidades executoras, cuja
liberação de recursos se efetiva de acordo com o montante de alunos, conforme
tabela a seguir.

Outra verba repassada para o município é a do Programa Nacional de


Alimentação Escolar - PNAE, atendendo aos subprogramas: PNAEF-(Programa
Nacional de Alimentação Escolar do Ensino Fundamental), PNAEC-(Programa
Nacional de Alimentação Escolar para Creches), PNAEP (Programa Nacional de
Alimentação Escolar para Pré-escola) e PNAE EJA (Programa Nacional de
Alimentação Escolar para Educação de Jovens e Adultos.

No município de Viçosa, a verba é destinada ao atendimento dos


estudantes da Rede Municipal de Ensino, durante 10 meses por ano e os recursos
são transferidos diretamente ao município. A per capita correspondente a um lanche
e/ou refeição é de R$ 0,30 (trinta centavos), por aluno do ensino fundamental e de
R$ 0,60 (sessenta centavos) para os estudantes em tempo integral, que abrange ao
atendimento de criança em creche. Esse valor é calculado com base no cadastro do
censo do ano anterior, porém o atendimento se efetiva com o número de estudantes
matriculados no ano vigente, e os recursos são por modalidade de ensino e são
depositados pelo FNDE/ PNAE- Programa de Alimentação Escolar em 10 parcelas
mensais para o município.

A aquisição de gêneros alimentícios é realizada pela própria Prefeitura


através de processos licitatórios e/ou chamadas públicas, uma vez que a
alimentação escolar é centralizada. A Prefeitura é a unidade executora própria,
todavia ao realizar a compra, repassa de imediato os produtos adquiridos às
unidades escolares, através de um formulário de entrega denominado Guia de
Remessa (em duas vias), que é devidamente assinado após conferência de
recebimento, onde uma via fica na escola e outra volta para a coordenação do
programa.

100
Há um Conselho de Alimentação Escolar, denominado CAE, composto de
14 membros, sendo 07 titulares e 07 suplentes e o CAQ - Conselho de
Acompanhamento e Controle Social da Qualidade da Merenda, que é formado por
uma nutricionista e dois técnicos; uma da saúde outra da Agricultura. Os membros
desses dois órgãos são os maiores responsáveis pela fiscalização, controle e
acompanhamento da execução do programa em questão.

Os recursos financeiros de que trata o Art. 5º, inciso, I e II da Lei nº


11.947 /2009 são incluídos no orçamento do município e utilizados exclusivamente
com a aquisição de gêneros alimentícios.

Os saldos dos recursos financeiros destinados à conta do PNAE


existentes até 31.12 de cada ano são reprogramados para o ano seguinte.

No Artigo 14 da citada lei há uma determinação especifica de que o


município deve aplicar no mínimo, 30% do montante geral de recursos para a
aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar ou do
empreendedor rural e suas organizações com dispensa de licitação. Para atender
estes dispositivos legais, realizou-se a chamada pública.

O objetivo do Programa Nacional de Alimentação Escolar é contribuir para


o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento
escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos estudantes por meio de
ações de educação alimentar e nutricionais e da oferta de refeições durante o
período letivo. A Tabela 32 apresenta valores recebidos mensalmente pelo
Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Tabela 32 – Programa Nacional de Alimentação Escolar


Mais
PNAEF PNAEC PNAEP PNA-EJA ANO TOTAL ANUAL
Educação

256.980,00 21.120,00 41.520,00 50.700,00 2010 370.320,00

252.554,00 16.680,00 40.740,00 51.000,00 7.200,00 2011 368.160,00

FONTE: MEC/FNDE/PNAE

101
As atividades desenvolvidas na Alimentação Escolar em 2010 tiveram
início com a 1ª Chamada Pública para aquisição de produtos da Agricultura Familiar,
em atendimento ao que preconiza a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009. No
mesmo ano realizou-se a 1ª Capacitação para Merendeiras, com os temas
abordados: “Noções sobre alimentação saudável, nutrição, higiene, organização e
controle”. No final dessa capacitação foram entregues fardamentos e certificados a
todos os participantes.

Ocorreu também a Capacitação sobre Alimentação Saudável e o Valor


Nutricional do Inhame com a participação das Merendeiras das Creches Públicas
Municipais. A utilização do Inhame na Alimentação Escolar chamou a atenção no
âmbito e rede nacional, chegando o município a receber o Programa, Pequenas
Empresa Grande Negócios para conhecer essa iniciativa.

Em 2010 aconteceu a 2ª Chamada Pública para aquisição de produtos da


Agricultura Familiar, com vigência de 05 meses. Realizou-se o curso de Alternativa
Alimentar com Inhame para Merendeiras da Rede Municipal de Ensino, ministrado
por uma Culinarista. Além desse curso ocorreu a Semana do Curso Sobre
Aproveitamento Integral de Alimentos (Cozinha Brasil – SESI).

As Secretarias de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário


(SEAGRI), do Planejamento e do Orçamento (SEPLAN), Serviços de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas em Alagoas (SEBRAE/AL) promoveram o Seminário
Regional da Cultura do Inhame e o município de Viçosa marcou presença. Na
oportunidade foi apresentada como exemplo de sucesso a implantação de produtos
oriundos da Agricultura Familiar na Alimentação Escolar à experiência do município
de Viçosa.

Para validação do cardápio realizaram-se reuniões de forma conjunta com


o CAE e equipe do setor de Alimentação Escolar da SME para o incentivo na área
pedagógica com atividades voltadas à alimentação saudável. Para aceitabilidade
dos produtos foi realizado um teste que foi aplicado por uma nutricionista com a
presença do Conselho de Alimentação Escolar.

102
O município também participou do V Encontro do Programa Nacional de
Alimentação Escolar promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE/MEC) em Salvador-BA.

Outro recurso que é repassado ao município é oPNATE- Programa


Nacional de Apoio ao Transporte Escolar, destinado ao pagamento das despesas de
manutenção dos transportes escolares, combustível, vale transporte (o qual não
temos), alguns encargos sociais e compra de peças em geral etc.

O direito a esse transporte escolar é para todos os estudantes que


residem na zona rural e estudam nas unidades escolares da zona urbana ou
estudantes de zonas periféricas da cidade, que estudam em escolas distantes.

Em 2010 foi repassado ao município o valor de R$ 137,23 (cento e trinta e


sete reais e vinte e três centavos) por estudante, totalizando uma receita anual de
R$ 117.195,40 (cento e dezessete mil cento e noventa e cinco reais e quarenta
centavos). E em 2011 o valor repassado foi de R$ 127.762,20 (cento e vinte e sete
mil setecentos e sessenta e dois reais e vinte centavos).

No ano letivo de 2011 foram atendidos, pelo mencionado programa, 854


estudantes da Rede Municipal; como também aos estudantes das escolas da Rede
Estadual. Vale ressaltar que as despesas na contratação de transporte para o
atendimento de toda a demanda escolar são muito elevadas.

Observa-se que o total geral do valor do aluno nos dez meses de


atendimento é realmente insuficiente para o atendimento de toda a demanda. Por
isso a SME na qualidade de órgão proponente entrou com uma contrapartida
altíssima de R$ 198.908,72 (cento e noventa e oito mil, novecentos e oito reais e
setenta e dois centavos no ano de 2010, com contratação de transporte
considerando que a frota existente não atende a toda a demanda.

103
Ressalta-se ainda que, no somatório final das dez parcelas liberadas pelo
MEC para o PNATE há uma adequação da verba consignada e liberada de R$ 0,98
(noventa e oito centavos) no montante geral/ano.

O município também adquiriu através do mencionado programa, 02


ônibus escolares, sendo um em 2009 e o outro em 2010. A entrega desse último
ônibus ocorreu em janeiro de 2011. O processo de compra dos mencionados
transportes foi efetivado através de convênios firmados entre o
FNDE/PNATE/PREFEITURA, cuja licitação não foi realizada, porque foi feita a
adesão à ATA realizada pelo MEC.

Os valores para a aquisição desses dois veículos totalizaram R$


321.000,00 (trezentos e vinte e um mil reais) e mais uma contrapartida de 1%. Tudo
isso em prol de uma educação de melhor qualidade para nossos estudantes. A meta
para aquisição desses bens está inserida no PAR e no Plano de Metas.

9.1 – Programa Brasil Alfabetizado – PBA

O Programa Brasil Alfabetizado, foi instituído pelo Governo Federal tendo


como objetivo reduzir o analfabetismo e promover a continuidade nos estudos de
jovens, adultos e idosos no Brasil.

O referido Programa atende a pessoas com 15 anos ou mais de idade


que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e a escrever. Este Programa é
coordenado pelo Ministério da Educação (MEC) e atua em parceria com as
Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, Instituições de Ensino Superior e
outras instituições, alfabetizadoras, de jovens, adultos e idosos. O tempo estipulado
para a alfabetização nesse programa varia de seis a oito meses de acordo com a
proposta pedagógica implementada e contida no Plano Plurianual do PBA de cada
município.

104
Atualmente, o município de Viçosa está concluindo o último Ciclo previsto
no Plano plurianual, com 30 salas de aulas e 373 alfabetizandos/as cadastrados/as.
O Programa teve início no município de Viçosa no ano de 2007, momento em que foi
assinado o Termo de Adesão pelo Prefeito da época. As turmas começaram a
funcionar em 2008. E o recurso anual para este programa conforme plano de
trabalho, exercício de 2011 é R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Esse valor destina-se à
formação de alfabetizadores, aquisição de material escolar, compra de gêneros
alimentícios e produção de material pedagógico/literário.

A Secretaria Municipal de Educação tem também investido recursos para


o desenvolvimento de Informatização e Inclusão Digital da Rede Municipal de
Ensino. Além das ações de recuperação da rede física, vem investindo
consideravelmente na parte logística com toda a instalação da parte elétrica das
escolas beneficiadas com o PROINFO. Com recursos próprios instalou 01 (um)
Laboratório de Aprendizagem Central e informatizou-o com computadores,
objetivando uma educação de qualidade e a melhoria da inclusão digital de livre
acesso aos estudantes em momentos de estudo, recuperação e pesquisas
escolares.

No ano de 2009 para 2010, 14 escolas foram inseridas no PROINFO. Das


14 unidades escolares, 07 já estão com salas devidamente instaladas e 07
aguardando melhorias na parte logística e elétrica. Houve ainda a implantação de 01
Telecentro na Escola Municipal de São José e outro na Escola Municipal Manoel
Firmino.

Em 1997 foi instituído o FUNDEF que vigorou até o ano de 2006. Nesta
época a educação deu passos significativos em direção à sua autonomia com a
melhoria salarial dos professores e uma melhor operacionalização e gerenciamento
dos recursos, atendendo melhor às necessidades prioritárias da educação. A partir
de 2007, foi destituído o FUNDEF e instituído o FUNDEB. Assim, os recursos
passaram a incorporar a educação básica, que na rede municipal de ensino
compreende desde a creche ao 9º ano. Nesta época a educação de jovens e adultos
deixou de ser um programa para ser uma modalidade, com isso automaticamente a

105
liberação de recursos para essa modalidade foi incorporada aos recursos do
FUNDEB.

De acordo com a sua Lei Orgânica, o município obriga-se a investir na


educação, no mínimo, 25% de toda a sua arrecadação.

Com já foi afirmado anteriormente, o principal recurso da Educação de


1997 a 2006 foi o FUNDEF. Em 2007 houve uma nova determinação para as
deliberações correlacionadas aos recursos da educação com a implantação do
FUNDEB. Assim, os recursos passaram a incorporar as matrículas da educação
infantil, do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos. Para melhor
compreensão, vejamos o quadro abaixo com especificação de valores destinados à
manutenção da educação básica da Rede Municipal de Ensino com suas
respectivas fontes de arrecadação para a Educação Básica:

Tabela 33 – Financiamento da Educação – FUNDEB - exercício: 2010

FONTE: MEC

A tabela 33 descreve os valores repassados ao município no exercício de


2010.

106
Tabela 34 - Financiamento da educação – Fundeb - exercício: 2011

De acordo coma Tabela 34, percebe-se uma um acréscimo de


financiamento na educação do município se comparado com o ano de 2010.

Tabela 35 – Financiamento da educação – Fundeb - exercício: 2014

A Tabela 35 dispõe do financiamento da educação em Viçosa no


exercício de 2014. De acordo com dados da referida tabela, percebe-se que tem
havido um crescimento financeiro de forma gradativa.

Tabela 36 – Valor anual por aluno estimado

FONTE: MEC
A Tabela 36 destaca os valores por aluno nas etapas e modalidades de
ensino da rede de Ensino do município de Viçosa.

A transparência da gestão e do financiamento dos recursos públicos


destinados à educação e o exercício do controle social são considerados

107
instrumentos capazes de efetivar políticas para a superação dos indicadores
educacionais. Portanto, faz-se necessário traçar políticas de gestão e financiamento
que busquem nos próximos dez anos a mencionada superação traçando metas.

10 – METAS E ESTRATÉGIAS

Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as


crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação
infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
das crianças de até 2 (dois) anos até o final da vigência deste PME.

Estratégias:

1.1) definir, em regime de colaboração entre a União e o Estado, metas de expansão


da rede pública de educação infantil segundo padrão nacional de qualidade,
considerando as peculiaridades locais;

1.2) garantir, através da qualificação profissional, assistência às famílias, estrutura


física adequada que, ao final da vigência deste PME, seja inferior a 10% (dez por
cento) a diferença entre as taxas de frequência à educação infantil das crianças de
até 3 (três) anos oriundas do quinto de renda familiar per capita mais elevado e as
do quinto de renda familiar per capita mais baixo;

1.3) realizar, periodicamente, em regime de colaboração, levantamento da demanda


por creche para a população de até 3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e
verificar o atendimento da demanda manifesta;

1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência do PME, normas, procedimentos e


prazos para definição de mecanismos de consulta pública da demanda das famílias
por creches;

108
1.5) contribuir com a manutenção e a ampliação, em regime de colaboração e
respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional de construção e
reestruturação de escolas, bem como de aquisição de equipamentos, visando à
expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas de educação infantil;

1.6) implantar, até o segundo ano de vigência deste PME, avaliação da educação
infantil, a ser realizada a cada 2 (dois) anos, com base em parâmetros nacionais de
qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições
de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros
indicadores relevantes;

1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em creches certificadas como entidades


beneficentes de assistência social na área de educação com a expansão da oferta
na rede escolar pública;

1.8) promover, em regime de colaboração, a formação inicial e continuada dos (as)


profissionais da educação infantil, garantindo, progressivamente, o atendimento por
profissionais com formação superior;

1.9) articular entre pós-graduação, núcleos de pesquisa e cursos de formação para


profissionais da educação, de modo a garantir a elaboração de currículos e
propostas pedagógicas que incorporem os avanços de pesquisas ligadas ao
processo de ensino-aprendizagem e às teorias educacionais no atendimento da
população de 0 (zero) a 5 (cinco) anos;

1.10) fomentar o atendimento das populações do campo na educação infantil nas


respectivas comunidades, por meio do redimensionamento da distribuição territorial
da oferta, limitando a nucleação de escolas e o deslocamento de crianças, de forma
a atender às especificidades dessas comunidades, garantido consulta prévia e
informada;

1.11) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a oferta do atendimento


educacional especializado complementar e suplementar aos (às) estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

109
superdotação, assegurando a educação bilíngue para crianças surdas e a
transversalidade da educação especial nessa etapa da educação básica;

1.12) implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às


famílias, por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social,
com foco no desenvolvimento integral das crianças de até 3 (três) anos de idade;

1.13) preservar as especificidades da educação infantil na organização da rede


escolar, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em
estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação
com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a) estudante de 6 (seis) anos
de idade no ensino fundamental;

1.14) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência


das crianças na educação infantil, em especial dos beneficiários de programas de
transferência de renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos
de assistência social, saúde e proteção à infância;

1.15) promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à educação


infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à
infância, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de até 3
(três) anos;

1.16) o Município, com a colaboração da União e do Estado, realizará e publicará, a


cada ano, levantamento da demanda manifesta por educação infantil em creches e
pré-escolas, como forma de planejar e verificar o atendimento;

1.17) estimular o acesso à educação infantil em tempo integral, para todas as


crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, conforme estabelecido nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil;

Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a


população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95%

110
(noventa e cinco por cento) dos estudantes concluam essa etapa na idade
recomendada, até o 9º (nono) ano de vigência deste PME.

Estratégias:

2.1) pactuar entre União, Estados, no âmbito da instância permanente de que trata o
§ 5º do art. 7º da Lei nº 13.005/2014, a implantação dos direitos e objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum
curricular do ensino fundamental;

2.2) criar mecanismos para o acompanhamento individualizado dos (as) estudantes


do ensino fundamental com déficit de aprendizagem

2.3) Assegurar de forma sistematizada, a busca de crianças e adolescentes que


estão fora da escola por meio de parcerias com a família, entidades e órgãos
públicos;

2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e


do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de
renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências na
escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso
escolar dos (as) estudantes, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos
de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude;

2.5) Favorecer o fluxo escolar, a partir do primeiro ano de vigência deste PME,
criando mecanismos para assegurar não só a permanência e a aprendizagem, mas
também a inclusão dos estudantes em situações de discriminação, preconceitos e
violências na escola, visando ao estabelecimento de condições adequadas para o
sucesso escolar dos alunos, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos
de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude.

2.6) promover a busca ativa de crianças e adolescentes fora da escola, em parceria


com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância,
adolescência e juventude;

111
2.7) Reativar o projeto FICAI, e buscar parcerias com órgãos públicos de
assistência social, saúde e de proteção à infância, adolescência e juventude.

2.8) desenvolver, em regime de colaboração, tecnologias pedagógicas que


combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades
didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, considerando as especificidades
da educação especial, das escolas do campo;

2.9) Promover formação continuada e garantir condições técnicas e pedagógicas


aos(às) profissionais do ensino fundamental para utilização das novas tecnologias
educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras, a partir da vigência do PME;

2.10) disciplinar, no âmbito dos sistemas de ensino, a organização flexível do


trabalho pedagógico, incluindo adequação do calendário escolar de acordo com a
realidade local, a identidade cultural e as condições climáticas da região;

2.11) promover a intersetorialidade entre as demais secretarias municipais


assegurando parcerias que garantam movimentos culturais e atividades
extracurriculares de incentivo aos(às) estudantes e de estímulo ao desenvolvimento
de habilidades, mediante programas e projetos, levando em consideração as
especificidades locais;

2.12) promover, em regime de colaboração, a relação das escolas com instituições e


movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de atividades culturais para a
livre fruição dos (as) estudantes dentro e fora dos espaços escolares, assegurando
ainda que as escolas se tornem polos de criação e difusão cultural;
2.13) Implementar atividades que promovam o desenvolvimento de habilidades
esportivas nas escolas, interligadas ao plano de disseminação do desporto
educacional e de desenvolvimento esportivo, mantendo elo entre a SEMED e a
Secretaria de Esporte;

112
2.14) incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das
atividades escolares dos filhos por meio do estreitamento das relações entre as
escolas e as famílias;

2.15) estimular a oferta do ensino fundamental, em especial dos anos iniciais, para
as populações do campo, nas próprias comunidades;

2.16) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino fundamental, garantida a


qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a
atividades de caráter itinerante;

2.17) oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos (às) estudantes e de


estímulo a habilidades, inclusive mediante certames e concursos nacionais;

2.18) promover atividades de desenvolvimento e estímulo a habilidades esportivas


nas escolas, interligadas a um plano de disseminação do desporto educacional e de
desenvolvimento esportivo nacional;

Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população


de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o 9º (nono) ano do período de
vigência deste PME, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%
(oitenta e cinco por cento).

Estratégias:

3.1) colaborar com institucionalização de programa nacional de renovação do ensino


médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares
estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de currículos escolares que
organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos
articulados em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e
esporte, garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a produção de
material didático específico, a formação continuada de professores e a articulação
com instituições acadêmicas, esportivas e culturais;

113
3.2 Efetivar propostas que fazem parte do programa nacional de renovação do
ensino médio, a fim de que sejam aplicadas práticas pedagógicas com abordagens
interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por meio de
currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos
obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como meio ambiente, ética,
ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a
aquisição de equipamentos e laboratórios, a produção de material didático
específico, a formação continuada de professores e a articulação com instituições
acadêmicas, esportivas e culturais;

3.3) Firmar pacto entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito da
instância permanente de que trata o § 5o do art. 7o desta Lei, com vistas à
implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que
configurarão a base nacional comum curricular do ensino médio;

3.4) garantir, em regime de colaboração, a fruição de bens e espaços culturais, de


forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, integrada ao currículo
escolar;

3.5) manter e ampliar, em regime de colaboração, programas e ações de correção


de fluxo do ensino fundamental, por meio do acompanhamento individualizado do (a)
estudante com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas
de reforço no turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial, de
forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade;

3.6) colaborar com a universalização do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM,


fundamentado em matriz de referência do conteúdo curricular do ensino médio e em
técnicas estatísticas e psicométricas que permitam comparabilidade de resultados,
articulando-o com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB, e
promover sua utilização como instrumento de avaliação sistêmica, para subsidiar
políticas públicas para a educação básica, de avaliação certificadora, possibilitando
aferição de conhecimentos e habilidades adquiridos dentro e fora da escola, e de
avaliação classificatória, como critério de acesso à educação superior;

114
3.7) colaborar com a fomentação da expansão das matrículas gratuitas de ensino
médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das
populações do campo, e das pessoas com deficiência;

3.8) colaborar com a estruturação e fortalecimento do acompanhamento e do


monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens beneficiários (as) de
programas de transferência de renda, no ensino médio, quanto à frequência, ao
aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como das situações de
discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração do
trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com as famílias e
com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e
juventude;

3.9) promover, em colaboração com o Estado, a busca ativa da população de 15


(quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com os serviços de
assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude;

3.10) colaborar com a fomentação de programas de educação e de cultura para a


população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17
(dezessete) anos, e de adultos, com qualificação social e profissional para aqueles
que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;

3.11) colaborar com o redimensionamento da oferta de ensino médio nos turnos


diurno e noturno, bem como a distribuição territorial das escolas de ensino médio, de
forma a atender a toda a demanda, de acordo com as necessidades específicas dos
(as) estudantes;
3.12) colaborar com o desenvolvimento de formas alternativas de oferta do ensino
médio, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se
dedicam a atividades de caráter itinerante;

3.13) implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito ou


quaisquer formas de discriminação, criando rede de proteção contra formas
associadas de exclusão;

115
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de
sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes,
escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

Estratégias:

4.1) informar, para fins do repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da


Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as
matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede pública municipal que
recebam atendimento educacional especializado complementar e suplementar, sem
prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular, nos termos da
Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007;

4.2) promover, no prazo de vigência deste PME, a universalização do atendimento


escolar à demanda manifesta pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, observando o que dispõe a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional;

4.3) implantar, ao longo deste PME, salas de recursos multifuncionais e fomentar a


formação continuada de professores e professoras para o atendimento educacional
especializado nas escolas urbanas e do campo;

4.4) ofertar atendimento educacional especializado em salas de recursos


multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos, nas formas
complementar e suplementar, a todos (as) estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na
rede pública de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de
avaliação, ouvidos a família e o estudante;

116
4.5) garantir a criação de centros multidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria,
articulados com instituições acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de
saúde, assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o trabalho dos (as)
professores da educação básica com os (as) estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.6) participar de programas suplementares que promovam a acessibilidade nas


instituições públicas, para a garantia do acesso e da permanência dos (as)
estudantes com deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de
transporte acessível e da disponibilização de material didático próprio e de recursos
de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no contexto escolar, na educação
infantil e no ensino fundamental, e suas modalidades de ensino, a identificação dos
(as) estudantes com altas habilidades ou superdotação;

4.7) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS


como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda
língua, aos (às) estudantes surdos e com deficiência auditiva de 0 (zero) a 17
(dezessete) anos, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas, nos
termos do art. 22 do Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e dos arts. 24 e
30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como a
adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdos-cegos;

4.8) garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular


sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino
regular e o atendimento educacional especializado;

4.9) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao


atendimento educacional especializado, bem como da permanência e do
desenvolvimento escolar dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação beneficiários (as) de
programas de transferência de renda, juntamente com o combate às situações de
discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições
adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os

117
órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e
à juventude;

4.10) contribuir para a fomentação de pesquisas voltadas para o desenvolvimento de


metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistiva,
com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de
acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

4.11) contribuir para a promoção do desenvolvimento de pesquisas interdisciplinares


para subsidiar a formulação de políticas públicas intersetoriais que atendam às
especificidades educacionais de estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação que requeiram medidas de
atendimento especializado;

4.12) promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas de saúde,


assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, com o fim de
desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento
escolar, na educação de jovens e adultos, das pessoas com deficiência e
transtornos globais do desenvolvimento com idade superior à faixa etária de
escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida;

4.13) apoiar a ampliação das equipes de profissionais da educação para atender à


demanda do processo de escolarização dos (das) estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
garantindo a oferta de professores (as) do atendimento educacional especializado,
profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores (as) e intérpretes de Libras, guias-
intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras, prioritariamente surdos, e
professores bilíngues;

4.14) definir, no segundo ano de vigência deste PME, indicadores de qualidade e


política de avaliação e supervisão para o funcionamento de instituições públicas e
privadas que prestam atendimento a estudantes com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

118
4.15) contribuir com a promoção, por iniciativa do Ministério da Educação, nos
órgãos de pesquisa, demografia e estatística competentes, para a obtenção de
informação detalhada sobre o perfil das pessoas com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação de 0 (zero) a 17
(dezessete) anos;

4.16) incentivar a inclusão nos cursos de formação continuada para profissionais da


educação dos referenciais teóricos, das teorias de aprendizagem e dos processos
de ensino-aprendizagem relacionados ao atendimento educacional de estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação;

4.17) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou


filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar
as condições de apoio ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
matriculadas nas redes públicas de ensino;

4.18) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou


filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar
a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim
como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e
aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública
de ensino;

4.19) promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou


filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de
favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema
educacional inclusivo.

Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano


do ensino fundamental.

119
Estratégias:

5.1) estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do


ensino fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola,
com qualificação e valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com
apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as
crianças;

5.2) participar das avaliações nacionais para aferir a alfabetização das crianças,
aplicadas a cada ano, bem como estimular as escolas a criarem seus respectivos
instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas
para alfabetizar todos os (as) estudantes até o final do terceiro ano do ensino
fundamental;

5.3) Efetivar a aplicação do Sistema de Avaliação dos Anos Iniciais (SANAI)


periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada
ano, e sugerir as escolas a criarem seus próprios instrumentos de avaliação e
monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos(as)
os(as) estudantes até o final do terceiro ano do ensino fundamental;

5.4) criar, após um ano de vigência deste PME, ambiente educacional virtual que
funcione como banco de experiências exitosas que sirva para o intercâmbio de
métodos e propostas pedagógicas de alfabetização, utilizando as tecnologias
educacionais;

5.5) utilizar tecnologias educacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a


diversidade de métodos e propostas pedagógicas, e promover o acompanhamento
dos resultados nas escolas municipais em que forem aplicadas, devendo ser
disponibilizadas, preferencialmente, como recursos educacionais abertos;

5.6) promover a utilização de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas


inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar

120
e a aprendizagem dos (as) estudantes, consideradas as diversas abordagens
metodológicas e sua efetividade;

5.7) apoiar a alfabetização de crianças do campo, quilombolas e de populações


itinerantes, com a produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver
instrumentos de acompanhamento que considerem a identidade cultural das
comunidades quilombola;

5.8) estimular a formação inicial e continuada de professores (as) para a


alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e
práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre programas de pós-
graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores (as) para a
alfabetização;

5.9) assegurar na vigência do PME a funcionalidade dos laboratórios de informática


nas unidades de ensino de modo a garantir a utilização, de tecnologias educacionais
inovadoras nas práticas pedagógicas na alfabetização e no letramento e favoreçam
a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem das crianças, segundo as diversas
abordagens metodológicas;

5.10) apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas


especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem
estabelecimento de terminalidade temporal.

Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta


por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) dos (as) estudantes da educação básica, até o final da
vigência do PME.

Estratégias:

6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em


tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e
multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de

121
permanência dos (as) estudantes na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a
ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo, com a
ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola;

6.2) participar, em regime de colaboração, de programa de construção de escolas


com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em tempo
integral, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em situação de
vulnerabilidade social;

6.3) participar, em regime de colaboração, de programa nacional de ampliação e


reestruturação das escolas públicas, por meio da instalação de quadras
poliesportivas, laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades
culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e outros
equipamentos, bem como da produção de material didático e da formação de
recursos humanos para a educação em tempo integral;

6.4) fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos,


culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários,
bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários;

6.5) estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da jornada escolar de


estudantes matriculados nas escolas da rede pública de educação básica por parte
das entidades privadas de serviço social vinculadas ao sistema sindical, de forma
concomitante e em articulação com a rede pública de ensino;

6.6) orientar a aplicação da gratuidade de que trata o art. 13 da Lei no 12.101, de 27


de novembro de 2009, em atividades de ampliação da jornada escolar de estudantes
das escolas da rede pública de educação básica, de forma concomitante e em
articulação com a rede pública de ensino;

6.7) atender aos estudantes do campo quilombolas na oferta de educação em


tempo integral, com base em consulta prévia e informada, considerando-se as
peculiaridades locais;

122
6.8) garantir a educação em tempo integral para pessoas com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa
etária de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional
especializado complementar e suplementar ofertado em salas de recursos
multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas;

6.9) adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos estudantes na


escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar,
combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais.

Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e


modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a
atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb:

Estratégias:

7.1) implantar, mediante pactuação interfederativa, diretrizes pedagógicas para a


educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) estudantes para cada ano do ensino
fundamental e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e local;

7.2) assegurar que:


a) no quarto ano de vigência deste PME, pelo menos 70% (setenta por cento) dos
(as) estudantes do ensino fundamental e do ensino médio tenham alcançado nível
suficiente de aprendizado em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50% (cinquenta por cento), pelo menos, o
nível desejável;

b) no nono ano de vigência deste PME, todos os (as) estudantes do ensino


fundamental e do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de aprendizado
em relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano
de estudo, e 80% (oitenta por cento), pelo menos, o nível desejável;

123
7.3) participar da construção, em colaboração entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, de um conjunto nacional de indicadores de avaliação
institucional com base no perfil dos estudantes e do corpo de profissionais da
educação, nas condições de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógicos
disponíveis, nas características da gestão e em outras dimensões relevantes,
considerando as especificidades das modalidades de ensino;

7.4) estimular processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica,


por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a
serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a
melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos (as)
profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática;

7.5) formalizar e executar os planos de ações articuladas dando cumprimento às


metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias
de apoio técnico e financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação
de professores e professoras e profissionais de serviços e apoio escolares, à
ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão
da infraestrutura física da rede escolar;

7.6) associar a prestação de assistência técnica financeira à fixação de metas


intermediárias, nos termos estabelecidos conforme pactuação voluntária entre os
entes, priorizando as escolas com Ideb abaixo da média nacional;

7.7) participar do aprimoramento contínuo dos instrumentos de avaliação da


qualidade do ensino fundamental e médio, de forma a englobar o ensino de ciências
nos exames aplicados nos anos finais do ensino fundamental, e incorporação do
Exame Nacional do Ensino Médio, assegurada a sua universalização, ao sistema de
avaliação da educação básica, bem como apoiar o uso dos resultados das
avaliações nacionais pelas escolas para a melhoria de seus processos e práticas
pedagógicas;

7.8) utilizar indicadores desenvolvidos especificamente para avaliação da qualidade


da educação especial, bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos;

124
7.9) orientar a implantação e implementação das políticas nas escolas, de forma a
buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a diferença entre as escolas com os
menores índices e a média nacional, garantindo equidade da aprendizagem e
reduzindo pela metade, até o último ano de vigência deste PME, as diferenças entre
as médias dos índices dos Estados, inclusive do Distrito Federal, e dos Municípios;

7.10) acompanhar e divulgar bienalmente os resultados pedagógicos dos


indicadores do sistema nacional de avaliação da educação básica e do Ideb,
relativos às escolas do Município, assegurando a contextualização desses
resultados, com relação a indicadores sociais relevantes, como os de nível
socioeconômico das famílias dos (as) estudantes, e a transparência e o acesso
público às informações técnicas de concepção e operação do sistema de avaliação;

7.11) melhorar o desempenho dos estudantes da educação básica nas avaliações


da aprendizagem no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA,
tomado como instrumento externo de referência, internacionalmente reconhecido, de
acordo com as projeções;

7.12) utilizar tecnologias educacionais para a educação infantil e o ensino


fundamental e incentivar práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a
melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem, assegurada a diversidade de métodos e
propostas pedagógicas, com preferência para softwares livres e recursos
educacionais abertos, bem como o acompanhamento dos resultados nas escolas
em que forem aplicadas;

7.13) garantir transporte gratuito para todos (as) os (as) estudantes da educação do
campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante renovação e
padronização integral da frota de veículos, de acordo com especificações definidas
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, e
financiamento compartilhado, com participação da União proporcional às
necessidades do município, visando a reduzir a evasão escolar e o tempo médio de
deslocamento a partir de cada situação local;

125
7.14) participar do desenvolvimento de pesquisas de modelos alternativos de
atendimento escolar para a população do campo que considerem as especificidades
locais e as boas práticas nacionais e internacionais;

7.15) universalizar, em regime de colaboração com a União, até o quarto ano de


vigência deste PME, o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de
alta velocidade e triplicar, até o final da década, a relação computador/estudante nas
escolas da rede pública de educação básica, promovendo a utilização pedagógica
das tecnologias da informação e da comunicação;

7.16) orientar tecnicamente a gestão escolar para o uso dos recursos financeiros à
escola, garantindo a participação da comunidade escolar no planejamento e na
aplicação dos recursos, visando à ampliação da transparência e ao efetivo
desenvolvimento da gestão democrática;

7.17) aderir a programas e aprofundar ações de atendimento ao (à) estudante, em


todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;

7.18) assegurar, em regime de colaboração, a todas as escolas públicas de


educação básica o acesso à energia elétrica, abastecimento de água tratada,
esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos
estudantes a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a
equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar, garantir a
acessibilidade às pessoas com deficiência;

7.19) institucionalizar e manter, em regime de colaboração, programa nacional de


reestruturação e aquisição de equipamentos para escolas públicas, visando à
equalização regional das oportunidades educacionais;

7.20) prover, em regime de colaboração, equipamentos e recursos tecnológicos


digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as escolas
públicas da educação básica, criando, inclusive, mecanismos para implementação

126
das condições necessárias para a universalização das bibliotecas nas instituições
educacionais, com acesso a redes digitais de computadores, inclusive a internet;

7.21) participar, em regime de colaboração com a União, no prazo de 2 (dois) anos


contados da publicação da Lei nº 13.005/2014, do estabelecimento de parâmetros
mínimos de qualidade dos serviços da educação básica, a serem utilizados como
referência para infraestrutura das escolas, recursos pedagógicos, entre outros
insumos relevantes, bem como instrumento para adoção de medidas para a
melhoria da qualidade do ensino;

7.22) participar, em regime de colaboração, da informatização integral da gestão das


escolas públicas e da secretaria municipal de educação, bem como da manutenção
de programa nacional de formação inicial e continuada para o pessoal técnico da
secretaria municipal de educação;

7.23) garantir a implantação e implementação de políticas de combate à violência na


escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de
educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e
sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a
construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a
comunidade;

7.24) implementar políticas de inclusão e permanência na escola para adolescentes


e jovens que se encontram em regime de liberdade assistida e em situação de rua,
assegurando os princípios da Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
Criança e do Adolescente;

7.25) garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a história e as culturas afro-
brasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos das Leis nos
10.639, de 9 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, assegurando-se
a implementação das respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio de
ações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial,
conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil;

127
7.26) consolidar a educação escolar no campo de populações tradicionais, de
populações itinerantes quilombolas, respeitando a articulação entre os ambientes
escolares e comunitários e garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação
da identidade cultural; a participação da comunidade na definição do modelo de
organização pedagógica e de gestão das instituições, consideradas as práticas
socioculturais e as formas particulares de organização do tempo; a oferta bilíngue na
educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental; a reestruturação e a
aquisição de equipamentos; a oferta de programa para a formação inicial e
continuada de profissionais da educação; e o atendimento em educação especial;

Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e


nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no 9º
(nono) ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região
de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais
pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Estratégias:

8.1) participar do desenvolvimento de programas e tecnologias para correção de


fluxo, para acompanhamento pedagógico e para recuperação e progressão parcial,
bem como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as
especificidades dos segmentos populacionais considerados;

8.2) implementar programas de educação de jovens e adultos para os segmentos


populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idade-
série, associados a outras estratégias que garantam a continuidade da
escolarização, após a alfabetização inicial;

8.3) mobilizar a população para participar de exames gratuitos de certificação da


conclusão dos ensinos fundamental e médio;

8.4) divulgar a oferta gratuita de educação profissional técnica por parte das
entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao

128
sistema sindical, de forma concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública,
para os segmentos populacionais considerados;

8.5) promover, em parceria com as áreas de saúde e assistência social, o


acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola específica para os
segmentos populacionais considerados, identificar motivos de absenteísmo, para a
garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação
do atendimento desses (as) estudantes na rede pública municipal de ensino;

8.6) promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos
populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde
e proteção à juventude

Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou


mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e,
até o 9º (nono) ano da vigência deste PME, erradicar o analfabetismo absoluto
e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional.

Estratégias:

9.1) assegurar, em colaboração com o Estado, a oferta gratuita da educação de


jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade
própria;

9.2) realizar, em colaboração com o Estado, diagnóstico dos jovens e adultos com
ensino fundamental e médio incompletos, para identificar a demanda ativa por vagas
na educação de jovens e adultos;

9.3) implementar ações de alfabetização de jovens e adultos com garantia de


continuidade da escolarização básica;

9.4) monitorar e repassar informações referentes à frequência para programas


nacionais de transferência de renda para jovens e adultos que frequentarem cursos
de alfabetização;

129
9.5) realizar chamadas públicas regulares para educação de jovens e adultos,
promovendo-se busca ativa em regime de colaboração entre entes federados e em
parceria com organizações da sociedade civil;

9.6) realizar avaliação, por meio de exames específicos, que permita aferir o grau de
alfabetização de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade;

9.7) executar ações de atendimento ao (à) estudante da educação de jovens e


adultos por meio de programas suplementares de transporte, alimentação e saúde,
inclusive atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em
articulação com a área da saúde;

9.8) cobrar do Estado a oferta de educação de jovens e adultos, nas etapas de


ensino fundamental e médio, às pessoas do município privadas de liberdade nos
estabelecimentos penais alagoanos;

9.9) aderir a projetos inovadores na educação de jovens e adultos que visem ao


desenvolvimento de modelos adequados às necessidades específicas desses (as)
estudantes;

9.10) estabelecer mecanismos e incentivos que integrem os segmentos


empregadores, públicos e privados, e os sistemas de ensino, para promover a
compatibilização da jornada de trabalho dos empregados e das empregadas com a
oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e adultos;

9.11) participar da implementação programas de capacitação tecnológica da


população jovem e adulta, direcionados para os segmentos com baixos níveis de
escolarização formal e para os (as) estudantes com deficiência, articulando os
sistemas de ensino, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, as universidades, as cooperativas e as associações, por meio de ações
de extensão desenvolvidas em centros vocacionais tecnológicos, com tecnologias
assistivas que favoreçam a efetiva inclusão social e produtiva dessa população;

130
9.12) considerar, nas políticas públicas de jovens e adultos, as necessidades dos
idosos, com vistas à promoção de políticas de erradicação do analfabetismo, ao
acesso a tecnologias educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à
implementação de programas de valorização e compartilhamento dos
conhecimentos e experiência dos idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento
e da velhice nas escolas.

Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de
educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma
integrada à educação profissional.

Estratégias:

10.1) participar de programa nacional de educação de jovens e adultos voltado à


conclusão do ensino fundamental e à formação profissional inicial, de forma a
estimular a conclusão da educação básica;

10.2) expandir as matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a articular a


formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional,
objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora;

10.3) fomentar a integração da educação de jovens e adultos com a educação


profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do público da
educação de jovens e adultos e considerando as especificidades das populações
itinerantes e do campo e inclusive na modalidade de educação a distância;

10.4) participar da ampliação as oportunidades profissionais dos jovens e adultos


com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à educação de
jovens e adultos articulada à educação profissional;
10.5) participar da implantação de programa nacional de reestruturação e aquisição
de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas
públicas que atuam na educação de jovens e adultos integrada à educação
profissional, garantindo acessibilidade à pessoa com deficiência;

131
10.6) estimular a diversificação curricular da educação de jovens e adultos,
articulando a formação básica e a preparação para o mundo do trabalho e
estabelecendo inter-relações entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho,
da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço
pedagógicos adequados às características desses estudantes;

10.7) participar, em regime de colaboração, da utilização de material didático, do


desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os instrumentos de
avaliação, o acesso a equipamentos e laboratórios e a formação continuada de
docentes das redes públicas que atuam na educação de jovens e adultos articulada
à educação profissional;

10.8) fomentar a oferta pública de formação inicial e continuada para trabalhadores e


trabalhadoras articulada à educação de jovens e adultos, em regime de colaboração
e com apoio de entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema
sindical e de entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência,
com atuação exclusiva na modalidade;

10.9) institucionalizar programa nacional de assistência ao estudante,


compreendendo ações de assistência social, financeira e de apoio psicopedagógico
que contribuam para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a
conclusão com êxito da educação de jovens e adultos articulada à educação
profissional;

10.10) solicitar da rede estadual de ensino a expansão da oferta de educação de


jovens e adultos articulada à educação profissional, de modo a atender às pessoas
privadas de liberdade nos estabelecimentos penais, assegurando-se formação
específica dos professores e das professoras e implementação de diretrizes
nacionais em regime de colaboração;

10.11) implementar, em regime de colaboração, mecanismos de reconhecimento de


saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação
curricular dos cursos de formação inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível
médio.

132
Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível
médio da região, assegurando, pela União e Estado, a qualidade da oferta e
pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.

Estratégias:

11.1) expandir as matrículas de educação profissional técnica de nível médio na


Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, levando em
consideração a responsabilidade dos Institutos na ordenação territorial, sua
vinculação com arranjos produtivos, sociais e culturais locais e regionais, bem como
a interiorização da educação profissional;

11.2) fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio


na modalidade de educação a distância, na rede estadual e federal, com a finalidade
de ampliar a oferta e democratizar o acesso à educação profissional pública e
gratuita, assegurado padrão de qualidade;

11.3) estimular a expansão do estágio na educação profissional técnica de nível


médio e do ensino médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado
ao itinerário formativo do estudante, visando à formação de qualificações próprias da
atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento da
juventude;

11.4) solicitar a ampliação da oferta de programas de reconhecimento de saberes


para fins de certificação profissional em nível técnico;

11.5) articular a ampliação da oferta de matrículas gratuitas de educação profissional


técnica de nível médio pelas entidades privadas de formação profissional vinculadas
ao sistema sindical e entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com
deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;

11.6) expandir a oferta de financiamento estudantil à educação profissional técnica


de nível médio, pela União, oferecida em instituições privadas de educação superior;

133
11.7) institucionalizar, pela União, sistema de avaliação da qualidade da educação
profissional técnica de nível médio das redes escolares públicas e privadas;

11.8) expandir, na rede estadual e federal, o atendimento do ensino médio gratuito


integrado à formação profissional para as populações do campo e para as
comunidades, de acordo com os seus interesses e necessidades;

11.9) expandir, na rede estadual e federal, a oferta de educação profissional técnica


de nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;

11.10) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos técnicos de nível
médio na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica para
90% (noventa por cento) e elevar, nos cursos presenciais, a relação de estudantes
por professor para 20 (vinte);

11.11) elevar gradualmente, pela União, o investimento em programas de


assistência estudantil e mecanismos de mobilidade acadêmica, visando a garantir as
condições necessárias à permanência dos (as) estudantes e à conclusão dos cursos
técnicos de nível médio;

11.12) estruturar, pela União, sistema nacional de informação profissional,


articulando a oferta de formação das instituições especializadas em educação
profissional aos dados do mercado de trabalho e a consultas promovidas em
entidades empresariais e de trabalhadores.
Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior, da região, para
50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da
população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade
da oferta e expansão, pela União e Estado, para, pelo menos, 40% (quarenta
por cento) das novas matrículas, no segmento público.

Estratégias:

134
12.1) otimizar a capacidade instalada da estrutura física e de recursos humanos das
instituições públicas de educação superior, da região mediante ações planejadas e
coordenadas, de forma a ampliar e interiorizar o acesso à graduação;

12.2) ampliar a oferta de vagas, por meio da expansão e interiorização da rede


federal de educação superior, da Rede Federal de Educação Profissional, Científica
e Tecnológica e do sistema Universidade Aberta do Brasil, considerando a
densidade populacional, a oferta de vagas públicas em relação à população na
idade de referência e observadas as características regionais das micro e
mesorregiões definidas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- IBGE, uniformizando a expansão no território nacional;

12.3) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos de graduação


presenciais nas universidades públicas para 90% (noventa por cento), ofertar, no
mínimo, um terço das vagas em cursos noturnos e elevar a relação de estudantes
por professor (a) para 18 (dezoito), mediante estratégias de aproveitamento de
créditos e inovações acadêmicas que valorizem a aquisição de competências de
nível superior;

12.4) fomentar a oferta de educação superior pública e gratuita prioritariamente para


a formação de professores e professoras para a educação básica, sobretudo nas
áreas de ciências e matemática, bem como para atender ao défice de profissionais
em áreas específicas;

12.5) ampliar as políticas de inclusão e de assistência estudantil dirigidas aos (às)


estudantes de instituições públicas, bolsistas de instituições privadas de educação
superior e beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a
Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001, na educação superior, de modo a reduzir as
desigualdades étnico-raciais e ampliar as taxas de acesso e permanência na
educação superior de estudantes egressos da escola pública, afrodescendentes e
de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, de forma a apoiar seu sucesso acadêmico;

135
12.7) Contribuir na ampliação a oferta de estágio como parte da formação na
educação superior;

12.8) ampliar a participação proporcional de grupos historicamente desfavorecidos


na educação superior, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma
da lei;

12.9) assegurar condições de acessibilidade nas instituições de educação superior,


na forma da legislação;

12.11) fomentar estudos e pesquisas que analisem a necessidade de articulação


entre formação, currículo, pesquisa e mundo do trabalho, considerando as
necessidades econômicas, sociais e culturais do País;

12.12) participar do atendimento específico a populações do campo e comunidades,


em relação a acesso, permanência, conclusão e formação de profissionais para
atuação nessas populações;

12.13) mapear a demanda e fomentar a oferta de formação de pessoal de nível


superior, destacadamente a que se refere à formação nas áreas de ciências e
matemática, considerando as necessidades do desenvolvimento do País, a inovação
tecnológica e a melhoria da qualidade da educação básica;

12.14) Contribuir para institucionalizar programa de composição de acervo digital de


referências bibliográficas e audiovisuais para os cursos de graduação, assegurada a
acessibilidade às pessoas com deficiência;

12.15) consolidar processos seletivos nacionais e regionais para acesso à educação


superior como forma de superar exames vestibulares isolados;

12.16) estimular mecanismos para ocupar as vagas ociosas em cada período letivo
na educação superior pública;

136
12.17) estimular a expansão e reestruturação das instituições de educação superior
estaduais e municipais cujo ensino seja gratuito, por meio de apoio técnico e
financeiro do Governo Federal, mediante termo de adesão ao programa de
reestruturação, na forma de regulamento, que considere a sua contribuição para a
ampliação de vagas, a capacidade fiscal e as necessidades dos sistemas de ensino
dos entes mantenedores na oferta e qualidade da educação básica;

12.18) reestruturar com ênfase na melhoria de prazos e qualidade da decisão, no


prazo de 2 (dois) anos, os procedimentos adotados na área de avaliação, regulação
e supervisão, em relação aos processos de autorização de cursos e instituições, de
reconhecimento ou renovação de reconhecimento de cursos superiores e de
credenciamento ou recredenciamento de instituições, no âmbito do sistema federal
de ensino;

12.19) fortalecer as redes físicas de laboratórios multifuncionais das IES e ICTs nas
áreas estratégicas definidas pela política e estratégias nacionais de ciência,
tecnologia e inovação.

Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de


mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do
sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do
total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.

Estratégias:

13.1) Fomentar a cobertura do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes -


ENADE, de modo a ampliar o quantitativo de estudantes e de áreas avaliadas no
que diz respeito à aprendizagem resultante da graduação;

13.3) induzir processo contínuo de autoavaliação das instituições de educação


superior, fortalecendo a participação das comissões próprias de avaliação, bem
como a aplicação de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem
fortalecidas, destacando-se a qualificação e a dedicação do corpo docente;

137
13.4) Incentivar a melhoria da qualidade dos cursos de pedagogia e licenciaturas,
por meio da aplicação de instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão
Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES, integrando-os às
demandas e necessidades das redes de educação básica, de modo a permitir aos
graduandos a aquisição das qualificações necessárias a conduzir o processo
pedagógico de seus futuros estudantes, combinando formação geral e específica
com a prática didática, além da educação para as relações étnico-raciais, a
diversidade e as necessidades das pessoas com deficiência;

13.5) fomentar a formação de consórcios entre instituições públicas de educação


superior, com vistas a potencializar a atuação regional, inclusive por meio de plano
de desenvolvimento institucional integrado, assegurando maior visibilidade nacional
e internacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão;

13.6) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos de graduação


presenciais nas universidades públicas, de modo a atingir 90% (noventa por cento)
e, nas instituições privadas, 75% (setenta e cinco por cento), em 2020, e fomentar a
melhoria dos resultados de aprendizagem, de modo que, em 5 (cinco) anos, pelo
menos 60% (sessenta por cento) dos estudantes apresentem desempenho positivo
igual ou superior a 60% (sessenta por cento) no Exame Nacional de Desempenho
de Estudantes - ENADE e, no último ano de vigência, pelo menos 75% (setenta e
cinco por cento) dos estudantes obtenham desempenho positivo igual ou superior a
75% (setenta e cinco por cento) nesse exame, em cada área de formação
profissional;

13.9) promover a formação inicial e continuada dos (as) profissionais técnico-


administrativos da educação superior em parceria com instituições pública e
particulares que sejam credenciadas pelo MEC.

Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto


sensu, na rede federal, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta
mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.

Estratégias:

138
14.1) estimular a integração e a atuação articulada entre a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES e as agências estaduais de
fomento à pesquisa;

14.2) expandir a oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu, utilizando


inclusive metodologias, recursos e tecnologias de educação a distância através de
instituições credenciadas pelo MEC;

14.3) implementar ações para reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais e


para favorecer o acesso das populações do campo e das comunidades indígenas e
quilombolas a programas de mestrado e doutorado;

14.3) ampliar a oferta de programas de pós-graduação stricto sensu, especialmente


os de doutorado, nos campi novos abertos em decorrência dos programas de
expansão e interiorização das instituições superiores públicas;

14.4) manter e expandir programa de acervo digital de referências bibliográficas para


os cursos de pós-graduação, assegurada a acessibilidade às pessoas com
deficiência;

14.5) estimular a participação das mulheres nos cursos de pós-graduação stricto


sensu, em particular aqueles ligados às áreas de Engenharia, Matemática, Física,
Química, Informática e outros no campo das ciências;

14.6) consolidar programas, projetos e ações que objetivem a internacionalização da


pesquisa e da pós-graduação brasileiras, incentivando a atuação em rede e o
fortalecimento de grupos de pesquisa;

14.7) promover o intercâmbio científico e tecnológico, nacional e internacional, entre


as instituições de ensino, pesquisa e extensão;

14.8) Contribuir na ampliação e para o investimento na formação de doutores de


modo a atingir a proporção de 4 (quatro) doutores por 1.000 (mil) habitantes;

139
14.9) aumentar qualitativa e quantitativamente o desempenho científico e
tecnológico do País e a competitividade internacional da pesquisa brasileira,
ampliando a cooperação científica com empresas, Instituições de Educação Superior
– IES e demais Instituições Científicas e Tecnológicas - ICTs;

14.10) estimular a pesquisa científica e de inovação e promover a formação de


recursos humanos que valorize a diversidade regional e a biodiversidade da região
amazônica e do cerrado, bem como a gestão de recursos hídricos no semiárido para
mitigação dos efeitos da seca e geração de emprego e renda na região;

14.11) estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das IES e das ICTs, de modo a
incrementar a inovação e a produção e registro de patentes.

Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência do PNE –
Lei nº 13.005/2014, política nacional de formação dos profissionais da
educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei no 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as
professoras da educação básica possuam formação específica de nível
superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que
atuam.

Estratégias:

15.1) atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico que apresente


diagnóstico das necessidades de formação de profissionais da educação e da
capacidade de atendimento, por parte de instituições públicas e comunitárias de
educação superior existentes nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e defina
obrigações recíprocas entre os partícipes;

15.2) Estimular programa permanente de iniciação à docência a estudantes


matriculados em cursos de licenciatura, a fim de aprimorar a formação de
profissionais para atuar no magistério da educação básica;

140
15.3) implementar programas específicos para formação de profissionais da
educação para as escolas do campo, comunidades quilombolas e para a educação
especial em parceria com as universidades e/ou outras instituições especializadas e
credenciadas para o funcionamento;

15.4) valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível


médio e superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de
articulação entre a formação acadêmica e as demandas da educação básica;
15.9) Fomentar cursos e programas especiais para assegurar formação específica
na educação superior, nas respectivas áreas de atuação, aos docentes com
formação de nível médio na modalidade normal, não licenciados ou licenciados em
área diversa da sua atuação docente, em efetivo exercício;

15.10) fomentar a oferta de cursos técnicos de nível médio e tecnológicos de nível


superior destinados à formação, nas respectivas áreas de atuação, dos (as)
profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério;

15.11) implantar, no prazo de 1 (um) ano de vigência desta Lei, política nacional de
formação continuada para os (as) profissionais da educação de outros segmentos
que não os do magistério, construída em regime de colaboração entre o Estado e o
Governo Federal;

15.12) instituir programa de concessão de bolsas de estudos para que os


professores de idiomas das escolas públicas de educação básica realizem estudos
de imersão e aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo as
línguas que lecionem em parceria com o governo Federal;

15.13) desenvolver programas de formação docente para a educação profissional


que valorizem a experiência prática, por meio da oferta, nas redes federal e estadual
de educação profissional, de cursos voltados à complementação e certificação
didático-pedagógica de profissionais experientes.

141
Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos
professores da educação básica, até o último ano de vigência do PNE, e
garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação
continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas
e contextualizações dos sistemas de ensino.

Estratégias:

16.1) realizar, em regime de colaboração, o planejamento estratégico para


dimensionamento da demanda por formação continuada e fomentar a respectiva
oferta por parte das instituições públicas de educação superior, de forma orgânica e
articulada às políticas de formação dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;

16.2) consolidar política nacional de formação de professores e professoras da


educação básica, definindo diretrizes nacionais, áreas prioritárias, instituições
formadoras e processos de certificação das atividades formativas;

16.3) expandir programa de composição de acervo de obras didáticas,


paradidáticas, literatura e dicionários, e programa específico de acesso a bens
culturais, incluindo obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, , a serem
disponibilizados para os professores e as professoras da rede pública de educação
básica, favorecendo a construção do conhecimento e a valorização da cultura da
investigação;

16.4) ampliar e consolidar portal eletrônico para subsidiar a atuação dos professores
e das professoras da educação básica, disponibilizando gratuitamente materiais
didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aqueles com formato acessível;

16.5) ampliar a oferta de bolsas de estudo para pós-graduação dos professores e


das professoras e demais profissionais da educação básica;

16.6) fortalecer a formação dos professores e das professoras das escolas públicas
de educação básica, por meio da implementação das ações do Plano Nacional do

142
Livro e Leitura e da instituição de programa nacional de disponibilização de recursos
para acesso a bens culturais pelo magistério público.

Meta 17: valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de


educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as)
demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de
vigência do PNE.

Estratégias:

17.1) participar da constituição, por iniciativa do Ministério da Educação, até o final


do primeiro ano de vigência deste PNE, de fórum permanente, com representação
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos trabalhadores da
educação, para acompanhamento da atualização progressiva do valor do piso
salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica;

17.2) apoiar, como tarefa do fórum municipal permanente, o acompanhamento da


evolução salarial por meio de indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios - PNAD, periodicamente divulgados pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE;

17.3) implementar, no município o plano de Carreira para os (as) profissionais do


magistério da rede pública de educação básica, observados os critérios
estabelecidos na Lei no 11.738, de 16 de julho de 2008, com implantação gradual do
cumprimento da jornada de trabalho em um único estabelecimento escolar;

17.4) buscar a ampliação financeira específica da União aos entes federados para
implementação de políticas de valorização dos (as) profissionais do magistério, em
particular o piso salarial nacional profissional.

Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, do PNE, a existência de planos


de Carreira para os (as) profissionais da educação básica e superior pública de
todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos (as) profissionais
da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional

143
profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da
Constituição Federal.

Estratégias:

18.1) estruturar a rede pública municipal de educação básica de modo que, até o
início do terceiro ano de vigência deste PME, 90% (noventa por cento), no mínimo,
dos respectivos profissionais do magistério e 50% (cinquenta por cento), no mínimo,
dos respectivos profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos
de provimento efetivo e estejam em exercício nas redes escolares a que se
encontrem vinculados;

18.2) implantar, na rede pública de educação básica e superior, acompanhamento


dos profissionais iniciantes, supervisionados por equipe de profissionais experientes,
a fim de fundamentar, com base em avaliação documentada, a decisão pela
efetivação após o estágio probatório e oferecer, durante esse período, curso de
aprofundamento de estudos na área de atuação do (a) professor (a), com destaque
para os conteúdos a serem ensinados e as metodologias de ensino de cada
disciplina;

18.3) participar através de adesão, por iniciativa do Ministério da Educação, a cada 2


(dois) anos a partir do segundo ano de vigência deste PME, prova nacional para
subsidiar o Município, mediante adesão, na realização de concursos públicos de
admissão de profissionais do magistério da educação básica pública;

18.4) garantir, no plano de Carreira dos profissionais da educação Município,


licenças remuneradas e incentivos para qualificação profissional, inclusive em nível
de pós-graduação stricto sensu;

18.5) participar anualmente, a partir do segundo ano de vigência deste PME, por
iniciativa do Ministério da Educação, em regime de colaboração, o censo dos (as)
profissionais da educação básica de outros segmentos que não os do magistério;

144
18.6) considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e das
comunidades quilombolas no provimento de cargos efetivos para essas escolas;

18.7) estruturar uma comissão permanente de profissionais da educação da rede


pública municipal de ensino, para subsidiar os órgãos competentes na
implementação do plano de carreira dos profissionais da educação;

18.8) estimular a existência de comissões permanentes de profissionais da


educação para implementação do plano de Carreira.

Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, do PNE, para a


efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos
de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito
das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

Estratégias:

19.1) priorizar o repasse de transferências voluntárias da União na área da


educação para o município que tem aprovado legislação específica que regulamente
a matéria na área de sua abrangência, respeitando-se a legislação nacional, e que
considere, conjuntamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de escola,
critérios técnicos de mérito e desempenho, bem como a participação da comunidade
escolar;

19.2) ampliar e garantir os programas de apoio e formação aos (às) conselheiros


(as) dos conselhos de acompanhamento e controle social do Fundeb, dos conselhos
de alimentação escolar, dos conselhos regionais e de outros e aos (às)
representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas
públicas, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico
adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar, com
vistas ao bom desempenho de suas funções;

145
19.3) incentivar e fortalecer o Fórum Permanente de Educação, com o intuito de
coordenar as conferências municipais, bem como efetuar o acompanhamento da
execução deste PME e dos seus planos de educação;

19.4) estimular, na rede municipal de ensino, a constituição e o fortalecimento de


grêmios estudantis e associações de pais, assegurando-lhes inclusive, espaços
adequados e condições de funcionamento nas escolas e fomentando a sua
articulação orgânica com os conselhos escolares, por meio das respectivas
representações;

19.5) implementar o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos municipais


de educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e
educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros,
assegurando-se condições de funcionamento autônomo;

19.6) garantir a participação e a consulta de profissionais da educação, alunos (as) e


seus familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos
escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a
participação dos pais na avaliação de docentes e gestores escolares;

19.7) garantir processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão


financeira nos estabelecimentos de ensino;

19.8) aderir programas de formação de diretores e gestores escolares, bem como


aplicar prova nacional específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos
para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser utilizados por adesão.

Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a


atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto -
PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência da Lei nº 13.005/2014 e, no mínimo,
o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.

Estratégias:

146
20.1) garantir a aplicação de financiamento permanentes e sustentáveis para todos
os níveis, etapas e modalidades da educação básica, observando-se as políticas de
colaboração entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias e do § 1o do art. 75 da Lei no 9.394, de
20 de dezembro de 1996, que retrata a educação de qualidade;

20.2) monitorar e ampliar os mecanismos de acompanhamento da arrecadação da


contribuição social do salário-educação;

20.3) garantir, no Plano Plurianual no decênio do Plano Municipal de Educação, o


suporte financeiro indispensável à concretização das Metas e Estratégias
estabelecidas neste PME;

20.4) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, nos termos do


parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, a
transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em
educação, especialmente a realização de audiências públicas, a implementação de
portais eletrônicos de transparência e a capacitação dos membros de conselhos de
acompanhamento e controle social do Fundeb, com a colaboração entre o Ministério
da Educação, a Secretarias de Educação do Estado o Tribunal de Contas da União
e do Estado;

20.5) participar do pacto entre os entes federados e fazer cumprir as determinações


a fim de atingir aplicação dos 10% do PIB, até 9º ano vigência deste PME;

20.6) no prazo de 2 (dois) anos da vigência deste PME, será implantado o Custo
Aluno-Qualidade inicial – CAQi, referenciado no conjunto de padrões mínimos
estabelecidos na legislação educacional e cujo financiamento será calculado com
base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem
e será progressivamente reajustado até a implementação plena do Custo Aluno
Qualidade – CAQ;

20.7) assegurar recursos financeiros em regime de colaboração com os entes


federados para o financiamento da educação de todas as etapas e modalidades da

147
educação básica, buscando assim a qualificação e remuneração do pessoal docente
e dos demais profissionais da educação pública, a aquisição, manutenção,
construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino e
aquisição de material didático-escolar, alimentação e transporte escolar;

20.8) assegurar financiamento, em regime de colaboração com a União e o Estado


para políticas e estratégias de solução de problemas do transporte escolar, em
relação ao gerenciamento e pagamento de despesas, na vigência do PME;

20.9) assegurar que haja o cumprimento da Lei nº 11.738/2008 que institui o piso
salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação
básica;

20.10) cobrar da União, na forma da lei, a complementação de recursos financeiros


ao Município a fim de atingir o valor do CAQi e, posteriormente, do CAQ;

20.11) aprovar, no prazo de 2 anos ano, Lei de Responsabilidade Educacional,


assegurando padrão de qualidade na educação básica, na rede de ensino, aferida
pelo processo de metas de qualidade por institutos oficiais de avaliação
educacional;

20.12) definir critérios para distribuição dos recursos adicionais dirigidos à educação
ao longo do decênio, que considerem a equalização das oportunidades
educacionais, a vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de
gestão a serem pactuados na instância prevista no § 5o do art. 7o desta Lei.

11 – ACOMPANHAMENTO/ MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE PME

O Plano Municipal de Educação propõe formas de monitoramento e


avaliação que assegurem a continuidade das ações ao longo do período de

148
execução das mesmas, frente às circunstâncias em que se desenvolverão. Dessa
forma, em consonância com o PNE, PEE, o PME será capaz de aplicar mudanças e
medidas corretivas conforme forem surgindo novas exigências mediante a realidade
do município. Porém, para que isso se concretize é imprescindível à implantação de
um bom monitoramento e uma avaliação contínua na perspectiva de articular as
ações educacionais no âmbito municipal para os próximos dez anos, conforme
determina a legislação em vigor.

Para esse acompanhamento foi instituído o Fórum Municipal de Educação


pelo Decreto nº 722/2013 para o acompanhamento, monitoramento e avaliação do
PME constituído de segmentos da sociedade civil pertencentes aos órgãos públicos
responsáveis pelas políticas públicas de educação, juntamente com representantes
de entidades que representam os profissionais da educação, ONGs e outros. Vale
ressaltar que nesse processo avaliativo outras instâncias serão envolvidas, a
Secretaria Municipal de Educação, o Conselho Municipal de Educação e a Câmara
de Educação de Vereadores do município, obedecendo o artigo 5º da Lei nº
13.005/2014 Para que a avaliação se dê de forma mais consistente, tanto
qualitativamente quanto quantitativamente, baseadas em dados fornecidos pelo
Sistema de Avaliação já operado pelo Ministério da Educação, nas diferentes etapas
de ensino, como SAEB, IDEB e SAVEAL, dentre outros, o PME deverá valer-se de
alguns instrumentos, como avaliações periódicas, onde serão verificadas as ações
executadas, não executadas e em execução, sendo que a primeira deverá ser
empreendida no primeiro ano de vigência desse plano, após sua implantação.

Com a finalidade de uma transformação na Educação no panorama do


desenvolvimento da inclusão social de produção científica e tecnológica e da
cidadania, os objetivos e metas deste plano somente poderão ser obtidos se forem
entendidos como Plano do Município e não Plano de Governo.

Assim sendo, é importante estabelecer um compromisso entre instituições


governamentais e a sociedade civil, para que o acompanhamento do PME se dê de
forma sistematizada com a participação e o comprometimento de ambos inseridos
neste contexto educacional.

149
12 – REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição do Brasil. Assembléia Nacional Constituinte 1998. Brasília, DF.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Parecer CEB


nº 04/98. Brasília – DF, 29 de janeiro de 1998.

BRASIL. Lei nº 8.069/1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e


dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 14 out. 2010.

BRASIL. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Brasília Disponível
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 14 out. 2010

BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


Brasileiro. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9503.htm>. Acesso
em: 14 out. 2010.

BRASIL. Parecer CNE/CEB nº 15, de 1 de junho de 1998. Diretrizes Curriculares


Nacionais para o Ensino Médio. Diário Oficial da União, Brasília, 2010.Disponível
em:<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/PCB15_1998.pdf>. Acesso em: 14out.
2010.

BRASIL. Plano Nacional de Educação. Brasília: Câmara dos Deputados.


Coordenação de Publicação, 2002.

BRASIL. Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.


Resolução CNE/CEB nº 1 de 3 de abril de 2002.

BRASIL. Lei nº 10.793 de 1º de dezembro de 2003. Altera a redação do art. 26, § 3º,
e do art. 92 da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que “estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional”, e dá outras providências. Disponível em:

150
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10. 793 htm>. Acesso em: 29
nov.2010.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações


Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Brasília – DF, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Documento


norteador para elaboração do Plano Municipal de Educação PME. Brasília:
Secretaria de Educação Básica, 2005. 98 p.

BRASIL. Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29,
30,32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos
para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de
idade.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11274.htm>. Acesso em: 25 out. 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes


Operacionais para Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica,
modalidade Educação Especial. Diário Oficial da União, Brasília, 2009, Seção 1,
p.17.

BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 5, de 9 de dezembro de 2009. Fixa Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília,
2009, Seção 1, p. 18.

BRASIL. Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano Nacional


de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação. CONAE 2010. Brasília, 1º de abril de
2010.

BRASIL. Parecer CNE/CEB nº 11, de 9 de dezembro de 2010. Diretrizes


Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial
da União, Brasília, 2010, Seção 1, p. 28.

151
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 4, de 14 de julho de 2010. Define Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diário Oficial da União,
Brasília, 2010, Seção 1, p. 824.

BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 3, de 16 de junho de 2010. Institui as Diretrizes


Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à
duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima
de certificação nos exames de EJA e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida
por meio de Educação a Distância. Diário Oficial da União, Brasília, 2010, Seção 1,p.
66.

BRASIL. Parecer CNE/CEB nº 8, de 5 de maio de 2010. Estabelece normas para


ampliação do inciso IX do art. 4ª da Lei n°9.394/96 (LDB), que trata dos padrões
mínimos de qualidade de ensino para a Educação Básica. Brasília, 2010.

BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 6, de 21 de outubro de 2010. Define Diretrizes


Operacionais para a matrícula no Ensino Fundamental e na Educação Infantil. Diário
Oficial da União, Brasília, 2010, Seção 1, p. 17.

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NAVARRO, Ignez Pinto. ET. AL. Conselho Escolar e a valorização dos


trabalhadores em educação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
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