Sabor Do Ceda Uva

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O SABOR DOCE DA UVA: Teoria das Restrições aplicada no processo produtivo de

uva de mesa em agricultura familiar


THE SWEET TASTE OF GRAPES: Theory of Constraints applied to the productive
process of table grapes in family agriculture
Rayslla Sasha de Oliveira Fernandes
Graduanda Em Ciências Contábeis, Universidade Estadual de Maringá
[email protected]
Neuza Corte de Oliveira
Professora, Departamento de Ciências Contábeis, Universidade Estadual de Maringá (DCC/UEM)
[email protected]
Joyce Menezes da Fonseca Tonin
Professora, Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Universidade Estadual de Maringá
[email protected]
Julyerme Matheus Tonin
Professor, Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas, Universidade Estadual de
Maringá
[email protected]
GT05. Agricultura familiar e ruralidades
Resumo
O objetivo do estudo foi aplicar a Teoria das Restrições na produção de uvas de mesa, para identificar os gargalos
de produção e comercialização do produto in natura, selecionando como objeto empírico uma propriedade rural.
Para mensurar os custos da cultura permanente e do produto agrícola, adotou os métodos do custeio por absorção
e custeio variável. Tal decisão se pautou no controle e gerencial apurando a margem de contribuição do produto,
é destaque a importância do agronegócio para a econômica brasileira em grande escala, porém, destaca-se também
a agricultura familiar como geradora de emprego e produtos alimentícios. Como estudo acadêmico, o mesmo deve
seguir normas de trabalho cientifico, deve demonstrar a metodologia, quanto aos objetivos é exploratória de
natureza aplicada, qualitativa, quanto aos procedimentos técnicos se trata de estudo de caso e, ambiente o campo,
adotando entrevista semiestrutura para coletar os dados. Para analisar os dados e elaborar as considerações finais,
pautou-se na aplicação da Teoria das Restrições, identificou como restrições: clima; doenças; agrotóxicos; baixa
demanda e vendas. Apesar das restrições apontadas na produção, o resultado apresentou favorável nos dois
métodos de mensuração dos custos e apuração do resultado do período 01/12/2019 a 31/05/2020. Com relação as
restrições podem ser sanadas se o produtor adotar algumas estratégias de controle de pragas e novos canais de
distribuição do produto in natura.
Palavras-chave: Agricultura, Teoria das Restrições, Métodos de Custeamento, Gerenciamento

Abstract
The aim of the study was to apply the Theory of Constraints to the production of table grapes, to identify the gaps
in production and marketing of the fresh product, selecting as empirical object a rural property. To measure the
costs of the permanent crop and the agricultural product, the absorption costing and variable costing methods
were adopted. This decision was based on the control and managerial determining the contribution margin of the
product, it is highlighted the importance of agribusiness for the Brazilian economy in large scale, however, it also
highlights the family farming as a generator of employment and food products. As an academic study, it must
follow the rules of scientific work, must demonstrate the methodology, as to the objectives is exploratory of an
applied, qualitative nature, as to the technical procedures is a case study and the field environment, adopting
semi-structured interviews to collect data. To analyze the data and elaborate the final considerations, it was based
on the application of the Theory of Constraints, identifying as restrictions: climate; diseases; pesticides; low
demand and sales. Despite the restrictions pointed out in the production, the result was favorable in both methods
of measuring costs and calculating the result for the period December 2019 to May 2020. Regarding the
restrictions, they can be solved if the producer adopts some pest control strategies and new distribution channels
for the fresh product.
Key words: Agriculture, Theory of Constraints, Cost Methods, Management

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1. Introdução

O gerenciamento dos custos gerados na produção e comercialização de produtos e


serviços pode ser um desafio para as empresas, especialmente para as propriedades rurais. Saber
fazer um bom gerenciamento de custos pode ser a chave entre o aumento no faturamento e o
prejuízo. Diante disso, ter controles que permite identificar e classificar os gastos é importante
no processo de gerenciamento. (VIEIRA, 2007; BRIZOLLA, 2007).
Desse modo, a contabilidade copila os dados internos e externos gera informações
financeiras, como, custos de produção, produtos e serviços, como também informações não
financeiras, exemplo, depreciação de maquinário, em razão de não haver desembolso. Percebe-
se então que a informação gerada pelos controles é relevante, para a formação do custo e
controle dos estoques influenciando no resultado da organização, e também, para a tomada de
decisão (MARTINS, 2010).
Para o controle dos custos dos estoques a contabilidade utiliza métodos para custear os
produtos como absorção, RKW, custo meta e custo padrão. No Brasil, o método mais utilizado,
por considerar todos os custos diretos e indiretos, despesas fixas e variáveis é o custeio por
absorção. Com relação à tomada de decisão, cuja finalidade é identificar os custos e as despesas
diretamente ao produto, é o método do custeio variável, neste método os custos fixos e as
despesas fixas vão para o resultado do período.
Destaca-se que o custeio variável, permite apurar a margem de contribuição dos
produtos ou serviços, além da margem de segurança e ponto de equilíbrio econômico, contábil
e financeiro. Permitindo uma visualização dos itens que consomem mais custos, a rentabilidade
por cultura, hectare e safra de um período agrícola para o outro, ou seja, gerenciar a atividade.
Diante da importância do controle e processo decisório para as empresas em geral sejam elas
indústrias, comércios e prestadoras de serviços incluindo também as propriedades rurais
(MARTINS, 2010).
No Paraná, a viticultura se desenvolveu, em razão de diversos fatores, dentre os quais
cabe destacar: relevo geográfico; qualidade do solo; clima e, apoio técnico do Instituto
Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER). Esse instituto foi responsável
pelo desenvolvimento de variedades das cepas adaptadas ao solo, clima e qualidade apreciada
pelos consumidores de uvas de mesa. Dados obtidos do Sebrae-PR (2018) demonstram que a
produção foi de 959.395 toneladas de uva no Brasil e de 42.750 toneladas no Paraná, ou seja,
4,6% da produção nacional.
Cabe destacar que viticultura é importante, por ser cultivada em pequenas áreas,
geralmente cultivadas com outras culturas ou ainda, produzindo vinhos, sucos, geleias
artesanalmente por meio das agroindústrias familiares. Ou seja, a viticultura configura-se como
uma importante alternativa de renda para propriedades denominadas familiares, as quais tem
algumas restrições econômicas, seja na compra de insumos, armazenamento e comercialização.
Com base no exposto, o presente estudo tem o objetivo de identficiar os gargalos na
produção e comercialização de uva de mesa produzida em uma propriedade classificada como
agricultura familiar. Nesse contexto, com base na teoria das restrições, aplicou-se questionários
para efetuar a apuração de custos em uma propriedade rural do Município de Marialva-PR, com
área produtiva de 0,6 hectares, com 0,48 hectares com parreirais de uva da variedade benitaka,
na safra 2019/2020.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A Teoria das Restrições


A Teoria das Restrições, também conhecida como Theory of Constraints (TOC), foi
criada por Eliyahu M. Goldratt, que expõe que o objetivo de qualquer organização é a
maximização do ganho, que por sua vez possui restrições (GONZÁLES, 1999). Guerreiro
(1996, p. 14) descreveu as restrições como “qualquer coisa que limita um melhor desempenho
de um sistema, como um elo mais fraco de uma corrente, ou ainda, alguma coisa que a empresa
não tem o suficiente”, sendo assim, o princípio é identificar as restrições e gerenciá-las de modo
eficiente.
Nesse sentido, a TOC é um paradigma de gestão que considera qualquer sistema
gerenciável como sendo limitado em alcançar mais do que suas metas por um número muito
pequeno de restrições. Proposta pelo físico Eliyahu Goldratt no livro A Meta (1984), a Teoria
das Restrições é uma filosofia de negócios baseada na existência de restrições ou gargalos. Por
sua vez, restrições ou gargalos são recursos dentro do sistema de produção cuja capacidade é
menor que a demanda alocada para esse recurso. Em outras palavras, um gargalo pode ser uma
máquina ou um processo de produção incapaz de atender a demanda que lhe é requisitada. Uma
máquina parada em razão de algum defeito é temporariamente um gargalo, incapaz de produzir
qualquer coisa, ou seja, sua capacidade produtiva é nula (GUERREIRO, 1995).
Na visão de Guerreiro (1995), o conceito de restrições exige uma visão sistêmica da
organização, isto é, distinguir o processo de produção como um fluxo contínuo sem segmentá-
lo em diversas unidades independentes, como montagem, fabricação e distribuição, as quais são
etapas de um mesmo processo e não unidades produtivas diferentes. Isso garante que todo o
sistema esteja alinhado com uma única meta da organização, o ganho financeiro.
(GUERREIRO, 1995).
Todo sistema tangível, tal como um empreendimento com fins lucrativos, deve ter pelo
menos uma restrição. Tal ideia, segundo Corbett (1997), “é explicada pelo fato de que se não
houvesse algo que limitasse o desempenho do sistema, este seria infinito, uma vez que nada
impediria o sistema de manter evoluindo constantemente a sua performance em relação à meta”.
Para Corbett (1997), o processo de otimização contínua da TOC, que tem como orientação a
meta global da organização, é composto por cincos etapas: i) identificar as restrições do sistema;
ii) explorar ao máximo a restrição; iii) subordinados à restrição; iv) melhorar a restrição, e v)
se a restrição foi resolvida.
Diante da argumentação de Cobertt (1997), a TOC propõe uma meta para a empresa, a
qual está intrínseca em uma visão de integração, baseada em uma meta comum a ser atingida,
com cinco passos. Porém, o ponto forte da TOC é otimizar os processos, e como resultado
esperado tem-se a melhoraria do sistema, com foco na restrição sem se prender nos demais
processos. Segundo Reid (2007), ao se concentrar em melhorar o desempenho da restrição do
sistema, em vez de maximizar a eficiência de componentes individuais, a equipe de gestão tem
que perceber que o desempenho organizacional global depende da gestão adequada e
coordenada de todo o sistema.
Nesse sentido, o foco principal da TOC é gerenciar as restrições (gargalos) que reduzem
ou impedem o desempenho da empresa. Na definição de Corbett (1997, p.40) uma restrição
pode ser “qualquer coisa que impeça um sistema de atingir um desempenho maior em relação
à sua meta”, onde o desempenho do sistema como um todo é definido a partir da capacidade do
gargalo. (MORCH et al.,2009).

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Por outro lado, Castro et al., (2008) indicaram que as restrições (ou gargalos) que fazem
parte do sistema organizacional podem ser físicas ou políticas. Uma restrição física engloba
mercado, máquinas, materiais, fornecedores, projeto, pedido ou pessoas, e ocorre quando a
capacidade do recurso é menor que sua demanda, enquanto uma restrição política envolve
procedimentos e normas que restringem a empresa de aumentar seus lucros.
Por sua vez, Cogan (2007) mencionou que a restrição pode ser uma limitação interna da
organização ou externa, quando estiver ligada ao mercado, como falta de pedidos de clientes,
limitações logísticas ou disponibilidade de materiais. Portanto, a TOC preconiza o
melhoramento contínuo nas organizações a partir do gerenciamento das restrições. Para Reid
(2007), a teoria é constituída por cinco etapas estruturadas com a finalidade de promover uma
gestão eficaz e coordenada do todo, para aliviar os recursos restritivos, pois são esses fatores
que inibem o lucro. Goldratt (1991) descreve as etapas a seguir: i) identificar a (s) restrição
(ões) do sistema; ii) decidir como explorar a (s) restrição (ões) do sistema; iii) subordinar tudo
o mais à decisão anterior; iv) elevar a (s) restrição (ões) do sistema; e, v) se na etapa anterior
uma restrição for quebrada, volta à etapa 1, para evitar que a inércia cause uma restrição no
sistema.

Figura: 1 – Etapas do processo de otimização contínua da TOC

Fonte: Bornia (2010)

Bornia (2010) descreveu que a primeira etapa da TOC é identificar as restrições internas
e externas do sistema de produção. Em outras palavras, localizar o recurso que impede o
aumento no desempenho do sistema para atingir a meta. A segunda, consiste em explorar ao
máximo a restrição, de tal forma que o recurso considerado como gargalo seja usado a plena
capacidade, a partir da análise do ganho gerado por cada produto em relação à utilização do
gargalo. Na terceira etapa, a situação atual é gerenciada para que todos os recursos sejam
subordinados à restrição, sendo essa que determina a capacidade de produção da organização.
A próxima etapa consiste em melhorar a restrição no sistema, aumentando a capacidade do
gargalo. Na quinta etapa devem reavaliar o sistema, quebrando restrição, caso isso ocorra
retorna à primeira etapa, sempre haverá restrição num ponto do sistema (GOLDRATT, 1991;
COGAN, 2007; BORNIA, 2010). Enfim, ao identificar as restrições (interna ou externa), o
gerenciamento torna-se um processo contínuo de melhoria das restrições.

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2.2 Custos de Produção: para controle e decisão

Para Guerreiro (1995), o processo de produção é um fluxo contínuo nas diversas


unidades independentes, que são etapas de um mesmo processo e, não unidades diferentes. Tal
visão permite que todo o sistema esteja alinhado com uma única meta da organização, o ganho
financeiro. Portanto, identificar e corrigir as restrições que impedem que o sistema atinja seus
objetivos deve ser o propósito da gestão da organização.
Ademais, Souza (1990) mencionou que antes do surgimento das fábricas
o artesanato era o principal meio de organização do processo produtivo. Nesse âmbito, os
artesãos detinham o conhecimento de todas as etapas de fabricação, compravam a matéria-
prima, confeccionavam o produto e comercializavam. Com o surgimento da Revolução
Industrial na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, houve a necessidade de identificar
e mensurar os custos de produção. Para Martins (2003, p.19), “a Contabilidade de Custo surgiu
pela necessidade de avaliar estoques nas indústrias [...], e teve como base a Contabilidade
Financeira ou Contabilidade Geral, que foi sendo desenvolvida na Era Mercantilista para servir
de grande base estrutural para as empresas comerciais”.
Nesse período, segundo Carvalho (2003) apud Silva et al. (2014) foi necessário buscar
técnicas adequadas para apurar e controlar os custos, devido a importância da informação para
os usuários internos e externos principalmente investidores interessados em aplicar recursos em
determinada empresa. Desse modo, foi atribuída importância a contabilidade de custo,
principalmente no sentido de acumular, organizar e interpretar os dados operacionais e físicos,
além de elaborar indicadores para os diversos níveis de administração e produção por meio dos
relatórios de custos (CARVALHO, 2003 apud SILVA, et al.,2014).
Para Leone (2010), a contabilidade de custos produz informações diferentes para
atender as necessidades gerenciais, estabelece vários sistemas de custos e adota critérios
diferentes de mensuração, cálculo e alocação para os produtos fornecendo informações
específicas, tanto os ambientes da produção e administração em constante mudanças em razão
do cenário econômico, influenciado pela evolução tecnológica dos processos de produção,
modelos gerenciais e necessidades informativas atuais. E ainda, trabalha dados operacionais de
vários tipos: históricos, estimados (futuro), padronizados para que os gestores analisemos
melhores desenhos de alocar os custos a fim auxiliar na gestão da entidade (LEONE, 2010).
Por outro lado, Callado (2002) afirmou que gerenciar custos está relacionado atividades
de planejamento, controle, processo decisório e análise dos resultados. Em outras palavras, os
problemas enfrentados na administração são as limitações organizacionais e estruturais que
impedem a tomada de decisão com informações simples, confiáveis, coerentes e tempestivas,
com base nos elementos financeiros e não financeiros, utilizando uma ferramenta para auxiliar
na gestão da organização o sistema de custos.
No entendimento de Martins (2001, p. 28), o sistema de custo “representa um conduto
que recolhe dados em diversos pontos, processa-os e emite, com base neles, relatórios na outra
extremidade”., ou seja, é por meio do sistema de custo que os dados são coletados e
transformados em informações. O autor destaca que os principais métodos utilizados no Brasil,
são o Custeio por Absorção, Direto ou Variável. Para Crepaldi (2004, p. 223), “o custeio por
absorção é o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é,
no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal”. Esse sistema cumpre aos
Princípios Fundamentais de Contabilidade, publicados na resolução do Conselho Federal de
Contabilidade - CFC nº 750/93, especialmente no Princípio da Competência.

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Martins (2000, p.41-42) destacou que o “custeio por absorção consiste na apropriação
de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos
relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos ”. Ou seja, todos
os custos são destinados aos produtos e serviços, sendo os custos diretos alocados diretamente
ao produto e os indiretos rateados por meio de critérios.
Por outro lado, diferentemente do custeio por absorção, no custeio variável apenas os
custos variáveis formarão o custo do produto, sejam diretos ou indiretos (ABBAS, 2012;
GONÇALVES, 2012; LEONCINE, 2012). Com isso, o custeio e despesa variável, só é alocado
aos produtos que movimentam os custeios variáveis. Por outro lado, os custos fixos e as
despesas fixas são lançadas no resultado do período. (MARTINS, 2003).
Desse modo, a relevância do custeio variável é demonstrar aquele produto com a maior
margem de contribuição para cobrir os custos e as despesas fixas, aumentando o lucro da
empresa. Embora, o custeio variável não é aceito pela legislação fiscal, é útil para decisão,
identificando os produtos com a melhor margem que maximiza o resultado operacional
aumentando o lucro da empresa. (CARARETO, 2006; JAYME, 2006; VALE, 2006).
Em razão da importância dos métodos de custeio por absorção e variável, e agronegócio
e agricultura familiar, utiliza o termo de Graziano (1998, p.67) que define o agronegócio como
“um agregado de subsistemas inter-relacionados por fluxos de troca”. O “fazer agrícola”
depende de um setor econômico que fornece bens de produção (indústria de máquinas,
implementos agrícolas e insumos) e um setor que processa industrialmente o produto agrícola
(agroindústria). Desse modo, no agronegócio há uma articulação entre atividades, dando
condições para integração dos setores financeiro, comercial e de serviços (GRAZIANO, 1998).
Nesse sentido, o termo agronegócio é referente ao processo econômico, historicamente
evolutivo, de vinculação subordinada das tradicionais atividades agropecuárias a outros setores
da economia, segundo Graziano (1998, p. 68), não apenas aos agentes particulares econômicos,
mas a uma variedade de atores que participam desse processo integrador, como: agricultores,
fabricantes de máquinas, implementos e insumos agrícolas, transformadores da produção
agropecuária, bancos, Estado, comerciantes, distribuidores, transportadores, armazenadores
dentre outros. Ainda para Graziano (1998, p. 68) o “agronegócio não é uma forma de produzir
na agricultura, mas um sistema integrador de diferentes atividades econômicas com eixo
articulador na agropecuária”.
Por sua vez, no contexto apresentado sobre agronegócio, Graziano (1998) apud Neves
(1995, p.21), aponta os riscos na classificação das unidades produtivas agrícolas em patronal e
familiar. O uso generalizado e sem rigor metodológico das categorias “agricultura familiar” e
“agricultura patronal” pode bloquear a criatividade e o senso crítico, sendo necessário estudos
científicos para definir os conceitos os quais foram sistematizados no Quadro 1, na busca para
apontar diferenças entre os dois modelos, agricultura patronal e familiar, filiado à tradição da
teoria econômica neoclássica de enfoque sistêmico.

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Quadro 1. Diferenças entre agricultura patronal e familiar
MODELO PATRONAL MODELO FAMILIAR
Completa separação entre gestão e trabalho Trabalho e gestão intimamente relacionados
Organização centralizada Direção do Processo produtivo assegurado
diretamente pelo chefe da unidade familiar
ou um integrante da família
Ênfase na especialização Ênfase na diversificação
Ênfase em práticas agrícolas padronizáveis Ênfase na durabilidade dos recursos e na
qualidade de vida
Trabalho assalariado predominante Trabalho assalariado complementar
Tecnologias dirigidas à eliminação de Decisões imediatas, adequadas ao alto grau
decisões "de terreno" e de "momento" de imprevisibilidade do processo produtivo.
Fonte: Diretrizes de Política Agrária e Desenvolvimento Sustentável - FAO/INCRA, 1995.

A relativa indistinção entre o discurso estatal e o discurso acadêmico redunda na


naturalização e retificação das categorias de análise, tomando, por exemplo, como definição
científica aquilo que o Estado e as agências de representação política definem como “agricultura
familiar”. Nessa perspectiva, acredito ser preciso tratar o termo “agricultura familiar” em três
planos, que são interligados, mas que tem dinâmicas, racionalidades e objetivos específicos.
Caume (2009, p.35);
Separa o discurso estatal e o discurso acadêmico em três planos interligados, porém,
com dinâmicas, racionalidades e objetivos específicos. Segundo o autor como
categoria social, a agricultura familiar remete aos processos de auto identificação dos
sujeitos sociais, de sua capacidade de se perceberem como ocupantes de uma mesma
posição no mundo social e portadores de demandas comuns. Como categoria
sociológica, a agricultura familiar é resultado de uma dada forma de apreensão e
construção do social legitimada pelo campo do conhecimento, pela ciência. Como
objeto de política pública (público alvo das políticas estatais), a agricultura familiar é
uma definição operacional e sua qualificação é dada pela necessidade de o Estado
proceder a um recorte seletivo dos potenciais beneficiários da política pública.
(CAUME, 2009, p.35).

Do ponto de vista do aparato estatal, a definição operacional de quem é agricultor


familiar obedece às contingências do jogo político, da negociação entre as forças envolvidas:
os movimentos sociais, os sindicatos, os políticos, os representantes do poder público. Para o
Estado, portanto, a definição do “público-alvo” da política pública é marcada pela
provisoriedade, pela contingência, pois “essa definição pode se alterar, numa ou noutra direção,
em função da correlação de forças sociais presentes na negociação.” (WANDERLEY,
2007apud CAUME, 2009, p.35).
Portanto, segundo Caume (2009) a eficiência econômica e produtiva não é um atributo
exclusivo das formas capitalistas de produção baseadas em economias de escala. Se apoiada
por políticas públicas, a agricultura familiar se mostra capaz de cumprir, com eficiência social
(geração de emprego e distribuição de renda) e econômica (produção de alimentos e fibras em
larga escala e a baixo custo), as atribuições que as sociedades impuseram ao setor agropecuário.
No próximo tópico é apresentado alguns trabalhos científicos do agronegócio com aplicação da
Teoria das Restrições.

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2.3 Estudos Correlatos ao tema (TOC)

Neste tópico a finalidade é demonstrar alguns estudos na atividade agropecuária onde


foi aplicado a Teoria das Restrições, utilizando a ferramenta do google.com e palavras chave:
TOC, agropecuária, agrícola e agroindústria. Depois dessa etapa, foi selecionada aleatória
alguns estudos para leitura, elaborando uma síntese destacando o objetivo geral e resultados
obtidos com a aplicação da Teoria das Restrições.
No estudo elaborado por Neves et al. (2020), com objetivo de aplicar a TOC em uma
indústria de laticínios para analisar os gargalos não físicos na produção. Com a aplicação da
TOC foi constado que a produção era respaldada na estimativa de vendas, portanto, não havia
sintonia produção e demanda (gargalo), provocando alterações no estoque de produtos, sobra
de alguns e falta em outros. Para resolver o gargalo, foi criado quatro fases para implantar à
Teoria das Restrições: Fase I TOC; II Prova Conceito; III Workshop; IV Modelagem do Sistema
e Implementação da teoria. Foi percebido a aplicação melhora considerável na produtividade e
qualidade dos produtos, além da eficiência no atendimento ao mercado. Concluíram, que
aplicação da TOC é eficiente na solução de gargalos no caso apresentado, portanto, atendeu o
objetivo proposto do estudo.
Em artigo apresentado por Quesado e Branco (2017), com objetivo de aplicar a Teoria
das Restrições para auxiliar os gestores na tomada de decisão numa empresa de laticínios, para
identificar e analisar os gargalos existentes na organização. No estudo foram aplicadas as etapas
de otimização contínua da TOC, identificando a principal restrição (mercado). A capacidade
produtiva instalada era maior que a quantidade comercializada, inviabilizando a maximização
do resultado proveniente dos altos custos da capacidade ociosa e pouca demanda do produto
pelo mercado.
Carmo et al., aplicaram a Teoria das Restrições na cadeia produtiva do biodiesel
(principais matérias-primas: óleos vegetais; gordura animal; óleos e gorduras residuais), e
constataram os seguintes gargalos: falta da matéria prima mamona; equipamentos para
produção; capacitação da mão-de-obra e, desarticulação com a agricultura familiar. Detectaram
o gargalo falta da matéria-prima ‘mamona’, aumentando o custo do produto. Depois de
constatar o gargalo, foi elaborado a ‘Árvore de Realidade Futura’, traçando os seguintes
objetivos e medidas: organizar os agricultores em cooperativas; realizar cursos para melhorar a
produtividade; disponibilizar crédito; realizar workshop com empresas fabricantes com práticas
de gestão; desenvolver aumento da demanda por subprodutos. Comprovando a eficiência da
teoria na identificação dos gargalos e melhoria no processo de gestão.
Gouveia (2018) aplicou a TOC em duas propriedades pecuária com o objetivo de testar
a teoria, que qualquer sistema produtivo tem limitações, nesse caso, a área de pastagem era o
gargalo era a restrição para o produtor maximizar o resultado operacional. Para apurar os custos
utilizou os métodos de custeio por absorção e variável, comprovando que área de pastagem
influenciou a rentabilidade da propriedade.
Neto, Ferrari e Oenning (2007) com aplicação da TOC identificou os gargalos numa
agroindústria de presuntos produzindo quatro produtos cuja demanda era superior a quantidade
produzida. Identificando os seguintes gargalos físicos: máquinas, mão-de-obra, energia, mistura
de produtos, não físicos: Legislação do Ministério da Agricultura, auditorias internas e externas
além das normas internas. Após aplicarem os cinco passos de focalização da TOC o resultado
foi o aumento da produção e consequentemente o aumento da lucratividade.
Fogaça (2011) delineou seu estudo com o objetivo de estudar a aplicação do processo
contínuo da TOC em um sistema de beneficiamento de arroz para melhorar o lucro da
organização, aplicando os passos de otimização onde constatou que o principal gargalo era o

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processo de brunição e polimento. Para sanar a restrição, foi proposto substituir os
equipamentos para aumentar a capacidade produtiva. Com as medidas tomadas houve aumento
na produção; prazo de entrega atendido; redução de estoque e consequentemente aumento da
lucratividade.
Silveira, Pinzan e Cia (2008) aplicaram a Teoria das Restrições para auxiliar na tomada
de decisões em uma indústria cafeeira. Com base na demonstração do ganho, investimento e
despesas operacionais, detectaram que o setor de torra de grãos consumia o maior tempo de
processamento, tornando-se o gargalo para produção. Utilizando os cinco passos de otimização
contínua da TOC, a resolução desse gargalo foi à substituição da máquina de torrar café,
aumentando a capacidade produtiva, atender novas demandas, consequentemente atingindo o
aumento da lucratividade.
Pimenta, Damião, Cruz e Cunha (2011) aplicaram a Teoria das Restrições em uma
empresa de pequeno porte do setor de laticínios, com a finalidade de testar os benefícios da
teoria, para identificar os gargalos e auxiliar os gestores na solução dos mesmos. Por meio da
aplicação dos cinco passos da TOC, observaram que a produção poderia ser maior com aumento
do tempo para produzir. Identificaram que o gargalo da empresa estava na mão de obra, solução,
contratar mais funcionários, porém, houve aumento da folha de pagamentos e encargos sociais,
surgindo novo gargalo, porém, esses custos são acrescidos no custo do produto. Resolvidos os
dois gargalos, surge o terceiro, concorrência do produto no mercado, que pode ocasionar
diminuição nas vendas, consequentemente, menor lucro, caso a empresa faça a opção adotando
tais medidas e aumento na produção e nas vendas, superando a despesa operacional, ocorre
aumento no lucro da empresa.
Portanto, os autores referendados a aplicação da Teoria das Restrições, apresentam
resultados eficientes para averiguar as prováveis restrições (gargalos) nos mais diversos setores
da economia e nos diferentes tipos de atividades produtivas. Diante disso, pode ser utilizada
para detectar os gargalos e propor ações para os gestores tomarem decisões assertivas.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Galliano (1979, p. 6) define método como “um conjunto de etapas ordenadamente


dispostas a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para
alcançar determinado fim”. Na finalidade de projetar planos e estruturas na busca de solução
de determinado problema, os delineamentos dos procedimentos metodológicos, são de extrema
importância quando se trata de pesquisa científica (RAUPP, 2004; BEUREN, 2004).
Nesse sentido, para atender esse quesito a pesquisa é classificada metodologicamente
quanto ao (s): objetivos; à natureza do problema; procedimentos técnicos; à abordagem do
problema; métodos de abordagem; ambiente de pesquisa. A classificação, quanto aos objetivos,
a pesquisa enquadrou-se como exploratória, porque buscou maior conhecimento e
esclarecimentos sobre o tema (GIL, 1999; RAUPP, 2004; BEUREN,2004). Tendo em vista que
o objetivo geral foi aplicar a Teoria das Restrições em uma propriedade com produtora de uvas
para venda do produto in natura, identificando as restrições de custos de produção; área de
plantio; preço e mercado.
No que diz respeito a natureza, foi enquadrada em aplicada para responder o problema
de pesquisa, atender o objetivo e auxiliar nas ações de soluções práticas (APPOLINÁRIO,
2011; BEUREN, 2014). Enquanto os procedimentos técnicos, foi utilizado o estudo de caso,
que segundo (RAUPP, 2004; BEUREN, 2004), que pode ser concentrado em um único objeto

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empírico ou vários. Para o estudo a opção foi apenas um, porém, com dois métodos de custeio,
absorção e variável.
Para abordar o problema, foi classifica em qualitativa mencionada por RAUPP (2004)
e BEUREN (2004), procura a coleta de dados sem ferramenta estatística, elaborando analises
com respostas dos entrevistados sobre o tema da pesquisa. Enquanto o método de abordagem
utilizou o dedutivo, o qual parte da teoria preexistente para testar a aplicabilidade num caso
real, confirmando ou não sua aplicação. No estudo a Teoria se tornou viável, identificou os
gargalos da produção à comercialização, para adoção de estratégias que melhore o resultado
operacional.
Para finalizar, quanto ao ambiente de pesquisa foi o campo. O termo ‘campo’ é utilizado
para definir o local que ocorre os fenômenos e, onde os dados para analise serão coletados.
Segundo Lakatos (2003, p. 186), campo “[...] é aquela utilizada com o objetivo de conseguir
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta”.
Para coletar tais informações utilizou a entrevista semiestruturada, observação não participante
e, pesquisa do assunto na internet, artigos entre outros.

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 PROCESSO PRODUTIVO: Cultura Permanente


Para desenvolver a pesquisa e aplicar a Teoria das Restrições foi selecionada uma
propriedade localizada no município de Marialva, Estado do Paraná, com área total de 0,6
hectares, desses 0,48 hectares com parreiras da variedade benitaka, plantada em 2007. É cultura
formada quando ocorre a primeira colheita dos frutos, a partir da primeira colheita inicia a
contagem da vida útil produtiva.
Para calcular a depreciação dos parreirais, utiliza o valor registrado pela contabilidade
no Ativo Não Circulante - Imobilizada – Cultura Formada – Videira, esse valor é dividido pela
vida útil da cultura. Tendo a videira vida produtiva longa, podendo chegar a cem anos ou mais,
considerou para esse parreiral 20 anos de vida útil. Com relação hectares plantados, mão de
obra família, a família depende economicamente financeiramente da cultura, a mesma se
enquadra segundo a Lei nº 11.326/2006, na agricultura familiar.
Para descrever o processo produtivo, entrevistou o produtor e membros familiares,
anotando os gastos de produção que segundo os técnicos da Embrapa (2005, p.1) depende do
“sistema de condução, a densidade de plantio, o solo, o valor da mão de obra, os preços dos
insumos, a tecnologia empregada, entre outros”. Dessa forma, para aplicar a Teoria das
Restrições na produção de uvas de mesa, identificando os gargalos de produção e
comercialização do produto in natura, portanto, fez recorte, considerando a cultura formada e
os gastos de produção safra 2019/2020.
Inicialmente foi averiguado os bens imobilizados da propriedade, valor de aquisição,
vida útil e uso na atividade, independente da manutenção da cultura permanente, colheita, uso
no transporte de insumos, transporte do produto para entrega quando comercializado. Com os
dados do produtor foi elaborado o Quadro 2.

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Quadro 2–Apuração dos imobilizados
Depreciação Valor de Aquisição Vida útil
Trator 10.000,00 10
Pulverizador 3.500,00 10
Ferramentas 5.000,00 10
Barracão 20.000,00 25
Depósito de defensivos 2.000,00 25
Parreiras 25.000,00 20
Caminhonete 30.000,00 5
Carreta reboque 1.000,00 10
Motor estacionário 800,00 10
Pulverizador estacionário 700,00 10
Roçadeira trator 4.500,00 10
Roçadeira 1.000,00 10
Casa residência do produtor 47.000,00 25
Depreciação Total 150.500,00 -
Fonte: Dados do produtor.

Durante o processo de manutenção da cultura, que engloba os cuidados necessários para


a produção da próxima safra, o produtor estimou os gastos, na ausência de controle interno
como, aquisição e valor dos insumos e horas trabalhada pela família. Referente a mão de obra
com a manutenção da cultura o produtor fez média em torno de R$300,00 a diária, contratada
de acordo com a necessidade da produção, geralmente na colheita dos frutos.
Enquanto os combustíveis e lubrificantes no uso de máquinas e equipamentos, o valor
de R$400,00 por quilo de uva, podendo ocorrer perda na produção, com a colheita, no transporte
e outros como pássaros e insetos, avaliando perda em torno de 3% do total da produção em
quilos colhidos. Para comercializar o produto recebe uma embalagem, o gasto está diretamente
relacionado a quantidade bruta, deduzida das perdas e comercializada.
Para classificar as depreciações em custo ou despesa utilizou informações apresentadas
pelo produtor e demonstrada no quadro 2. Salienta que em função do uso da caminhoneta ser
utilizada em várias etapas da produção (compra de insumos; entrega do produto no ponto de
vendas), considerou a depreciação como custo como também os demais bens. Para calcular o
valor da depreciação utilizou o valor de aquisição dividida pela vida útil do bem em anos.
Houve ainda, gastos om água e energia elétrica no valor R$2.849,96 os quais foram
considerados gastos familiares, demonstrados no Quadro 3.

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Quadro 3 – Apuração dos Custos
Itens Custo Variável Despesa Fixa
Diárias + MOD 22.380,00
Combustíveis e Lubrificantes 450,00
Embalagens 120,00
Depreciação dos Bens Imobilizado 2.476,67
Manutenção dos Parreiras 23.080,00
Manutenção do Galpão de Estocagem 1.000,00
Adubação, defensivos agrícolas 13.000,00
Total 59.030,00 3.476,67
Custo p/quilo 5,79 0,33
Fonte: Dados da pesquisa
Tais informações possibilitaram apurar o gasto da safra 2019/2020. Considerando o
parreiral com capacidade de 10.500 quilos bruto de uva in natura, aplicando a perda estimada
de 3% sobre 10.500 quilos, a produção líquida em quilos foi 10.185 e o custo total de produção
R$ 59.030,00, portanto, custo por quilo foi R$ 5,79. Em sequência calculou o preço de venda
por quilo vendido a R$7,36, obtendo uma receita bruta com vendas R$74.961,60, deduzindo
dos custos variáveis R$59.030,00 a margem de contribuição foi R$15.931,60.
Com esses valores foi calculado e mensurado a margem de contribuição e o ponto de
equilíbrio, contábil, financeiro e econômico na demonstração gerencial. Assim, será possível
de identificar nos gargalos o impacto no caso de existência das restrições e no caso simulado
de uma operação normal, como demonstrado no quadro 4 e 5.
Quadro 04. Demonstração da Operação com e sem Restrições (Gerencial), para o período de
01/12/2019 a 31/05/2020
Período Com Restrições Sem restrições
Receita Bruta R$ 74.961,60 R$77.258,28
Custos Variáveis -R$ 59.030,00 -R$ 60.800,90
Margem de Contribuição R$ 15.931,60 R$ 16.457,38
Margem de Contribuição % 21,30% 21,30%
Custos e Despesas Fixos -R$ 3.476,67 -R$3.476,67
Resultado Operacional R$ 12.501,37 R$16.457,38
Ponto de Equilíbrio Contábil R$ 16.322,39 R$ 16.322,39
Ponto de Equilíbrio
Econômico R$ 19.586,87 R$ 19.586,87
Ponto de Equilíbrio
Financeiro R$ 11.627,55 R$ 11.627,55
Margem de Segurança R$ 58.685,65 R$ 60.935,89
Fonte: Elaborado pelo autor
De uma análise geral do período e dos quadros 4 e 5, a margem de contribuição
calculada com base na divisão pelo preço de venda representou 21,30%, ou seja, destinado a
cobrir os custos e despesas fixos. A análise do ponto de equilibro tanto as despesas fixas e
variáveis estão equilibradas a receita, nos dois cenários, o valor do ponto de equilibro
permanecem inalterados, por serem calculados com base nos custos e despesas fixas.
Porém, considerando um cenário sem restrições ou sanar os gargalos da produção e
aumentar a rentabilidade, ocorre um aumento na margem de segurança em 3,69%, ou seja,

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quanto melhor a margem e segurança, e sendo ela positiva, teremos uma melhor rentabilidade
e consequente em seu lucro, um aumento em R$ 3.956,01.
Nesse sentido, os cálculos desses indicadores quais? representa a garantia da atividade,
auxiliando no processo de produção, capacidade produtiva, melhoria dos recursos financeiros
melhorando a rentabilidade. Identificar as restrições corroborando com as características da
TOC viabilizando minimizar os esforços de produção e maximizar o lucro, portanto, saber as
limitações que compromete o desempenho do sistema produtivo, propicia o planejamento por
melhoria continua que podem dificultar a atividade.

4.2 Identificação e Aplicação da TOC no objeto empírico


No objeto empírico vinhedo para aplicar a TOC, observou haver várias operações, desde
a escolha da área do plantio, cultura formada, produção e colheita, cada fase, recebe cuidados
do produtor e membros da família, principalmente, clima, pragas, agrotóxicos, manuseio pode
comprometer as videiras, reduzindo a vida útil, comprometendo a produção consequentemente
a lucratividade. Para identificar as possíveis restrições e aplicar a TOC, foi elaborada a Figura
2.
Figura 02 – Restrições do processo

Fonte: Elaborada pelo autor


Embora a área produtiva diferencia das vinícolas de grande porte, não impede de aplicar
a TOC, ao contrário, possibilitar, identificar os gargalos para a produção em áreas menores.
Tais restrições devem ser gerenciadas, para isso são necessários controles internos que subsidia
com informações para identificar onde está o problema, principalmente como encontrar a
solução. Diante disso menciona a seguir algumas dessas restrições que estão sujeitas as
atividades agrícolas, independentemente da área de plantio, optaram em apontar as
consideradas mais relevantes para a propriedade, não significa ausência de outras, como falta
ou informação apenas na experiência técnica no modo operandi do produtor, na estimativa de
valores.
1) Restrição de clima – ligado diretamente a fertilidade da terra e pode afetar facilmente
o processo de produção, qualidade, sabor da uva, além de doenças do parreiral.

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2) Restrição na produção – relacionada com doenças do parreiral, exigindo quantidade
de dedetizastes e produtos químicos.
3) Restrição no acúmulo de pesticidas – maior aplicação de agrotóxicos, maior acúmulo
no solo, parreiral podendo influência na produção, qualidade e comercialização.
4) Restrição da demanda – maior produção nos estados vizinhos, diminui a demanda,
preço influenciando na perda dos produtos, principalmente se a propriedade não investir
em armazenagem com refrigeração.
5) Restrição das vendas – parte da produção, aproximadamente 90% é comercializada
para pessoa física em determinado período do ano, com concorrência acirrada e produto
perecível.
Portanto, tais restrições implicam diretamente em gastos com insumos, mão de obra,
aumento dos custos de produção e valor final do produto. As restrições descritas no processo
de produção são gargalos, que merecem atenção especial em ações para diminuir ou sanar.
Para demonstrar as possibilidades de algumas ações para sanar tais restrições, elaborou
a Figura 3, no caso da baixa demanda, afeta as despesas, quantidade de caixas colhidas e índice
de perdas. Essa restrição foi percebida no fim do processo produtivo, a ação corretiva do gargalo
poderia ser a elaboração de controles das safras de períodos diferentes, com dados de custo,
despesa, quantidade produzida, produto orgânico, estratégia para aproveitamento dos produtos
não comercializados e identificar outras formas de comercialização.
Figura 03 – Tratamento das Restrições

Fonte: Elaborada pelo autor

O foco do tratamento das restrições é a melhoria do fluxo de produção, tendo em vista,


a redução de custos operacionais, desgastes e aumento da qualidade do produto. Com isso é
possível diminuir as possibilidades de erros em colheitas futuras. Nestes tipos de processos, é
necessário realizar alterações ao longo do tempo, ou, ao termino de determinado processo, onde
torna mais fácil determinar a configuração ideal para o parreiral.

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A partir da análise das restrições TOC e confrontando com apuração da propriedade,
analisando as restrições mencionadas ajuda o produtor entender o processo de produção além
de rever alguns procedimentos e traçar ações que possibilita maior ganho financeiro.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para elaborar o estudo buscou inicialmente o conceito ou teoria na literatura que fosse
viável sua aplicação. Dentre elas a Teoria das Restrições foi considerada oportuna para aplicar
na agricultura familiar, averiguar quais seriam essas restrições e, ações do produtor para sanar
as mesmas. Diante da importância da agricultura familiar na geração de emprego e renda, local
ou regional é a justificativa e motivação para desenvolver o estudo, desse modo, elaborou a
questão de pesquisa e objetivo geral que norteou a busca por respostas.
Dessa feita, iniciou a revisão da literatura para embasar as considerações finais da Teoria
das Restrições, seguindo para estudos correlatos e coleta dos dados, da propriedade, produção
e comercialização. Nesse momento identificou a ausência de controles de custos e despesas,
portanto, os dados foram estimativas do produtor experiência adquirida por meio de
observações, erros e acertos. Tais estimativas, não impede de aplicar a Teoria das Restrições, o
contrário, confirma que existe restrições principalmente para pequenos produtores, iniciando
com os custos de insumos, produção e comercialização dos produtos.
Na aplicação da TOC o estudo identificou algumas restrições que interfere na melhoria
financeira consequentemente na rentabilidade do patrimônio, como o clima, cuja ação pode ser
irrigação do parreiral, período das secas na formação do fruto ou em outra fase; destinação das
sobras de comercialização; controle de pesticidas, planejando a migração para produto
orgânico, diferenciando e agregando qualidade e valor; busca por novos clientes e mercados.
Ademais, é perfeitamente normal a cultura do saber do produtor, porém, deve criar e
estimular para fazer controles, são por meio destes que é possível identificar as restrições da
produção e planejar ações que possibilita aumento da rentabilidade e ganho financeiro. Assim,
as restrições apontadas, reflete a realidade observada desse caso, porém, pode ocorrer em tantas
outras, como relatam alguns estudos correlatos utilizados como referência de outras situações
embora diferentes, porém, com pontos comuns, a ausência de controles e recursos financeiros
insuficientes do governo federal para pequenas áreas produtivas. Não basta existir Lei para
atender a agricultura familiar e empreendimento rural, são necessário acesso pelos produtores
a esses antes do plantio, ou seja, demora na disponibilização dos recursos pelos agentes
públicos.
Portanto, acredita que a questão da pesquisa foi atendida, logo, o objetivo proposto
também, identificando as restrições no processo de produção e comercialização, apontando
ações que podem ser implementadas pelo produtor. E ainda, a TOC é aplicável em vários
setores independente do porte ou área agrícola. Sugestão para trabalhos futuros, diagnóstico
criando cenários da produção convencional, migrando para orgânica e impacto no ganho
econômico.

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