Fichamento Do Texto de Maria Carmelita Yazbek

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Fichamento do Texto de Maria Carmelita Yazbek

Referência:

YAZBEK, Maria Carmelita. (2001). POBREZA e EXCLUSÃO SOCIAL,


Expressões da questão social no brasil. ABEPSS. Brasília.

O tema central desse texto aborda a pobreza e a exclusão social


como expressões da questão social no Brasil, especialmente entre as
classes subalternas, e analisa o precário sistema de proteção social público no
contexto da crise global das políticas públicas. Tem o objetivo de analisar as
transformações das relações de trabalho e a perda dos padrões de proteção
social, destacando o impacto sobre os trabalhadores e os setores mais
vulneráveis da sociedade.

No Contexto Histórico e Social aponta as desigualdades no Brasil


destacando o como um dos países com maior concentração de renda e riqueza.
Dados de 1999 mostram que 1% da população detém 13,8% da renda total,
enquanto os 50% mais pobres ficam com 13,5%. O que leva a um Impacto da
Crise Econômica global, pois as redefinições do capitalismo têm causado um
processo de "mudança social regressiva", agravando a desigualdade e a
precarização do trabalho.

Em relação aos conceitos centrais, a pobreza é uma categoria


multidimensional que envolve carências materiais e espirituais, bem como a falta
de direitos e possibilidades. O que promove a Exclusão Social que é
caracterizada como uma forma de Inclusão Paradoxal, onde os indivíduos estão
presentes na sociedade, mas não participam efetivamente dela, sendo
marginalizados. E uma condição de Subalternidade onde a autora se refere à
ausência de poder e protagonismo, expressando a dominação e exploração das
classes subalternas.

Quanto as transformações das relações de trabalho como já


estudado anteriormente e por meio da leitura da obra “O privilegio da
Servidão” (Ricardo Antunes), é possível compreender uma abordagem
apontada pela autora, que a precarização do trabalho, diante da expansão
capitalista cria uma população não empregável, aumentando o desemprego, o
trabalho precário e a marginalização dos trabalhadores. A informalidade e a falta
de garantias de proteção social estão crescendo, com mais da metade da
população economicamente ativa fora do mercado formal de trabalho. Que tem
como causa a desregulação do Mercado de Trabalho. O sistema de proteção
social é insuficiente para atender as demandas crescentes. A informalidade
e o desemprego são características marcantes do mercado de trabalho
brasileiro, ampliando a exclusão social.

A reestruturação do capitalismo globalizado e a política neoliberal


têm erodido as bases dos sistemas de proteção social, resultando em cortes
de gastos sociais e privatização dos serviços públicos. Levando a Crise do
Welfare State (Estado do bem estar social).

A abordagem da questão social tem se tornado despolitizada, sendo tratada


como um problema técnico a ser gerido pela filantropia, em vez de um direito a
ser reivindicado politicamente.

As políticas públicas na área social têm se tornado mais


improvisadas e inoperantes, com um perfil assistencialista e clientelista que
transforma direitos em favores. Suscitando a regressão de direitos. O Estado
brasileiro tem reduzido suas intervenções no campo social, optando por
programas focalistas1 e seletivos que não alteram a desigualdade estrutural.

A autora destaca a importância de construir um projeto (Ético-


Político) que promova a criação e generalização de direitos, articulando a
vida social das classes subalternas com o mundo público dos direitos e da
cidadania. Este é um grande desafio para o Serviço Social. A intervenção
profissional do assistente social deve ser um terreno de disputa, buscando
reinventar mediações capazes de promover a emancipação e o protagonismo
das classes subalternas.

A autora conclui que a reprodução ampliada da questão social exige


resistência e enfrentamentos constantes. É necessário construir mediações que
conectem as classes subalternas ao mundo público dos direitos e da cidadania,
superando a lentidão e promovendo mudanças significativas. Pois, o processo

1
focalista: Vem de focar determinada ação. Não permite uma visão ampla.
de "mudança social regressiva" implica retrocessos nas conquistas sociais e
econômicas, caracterizado por desregulamentação e aumento da desigualdade.

Análise Crítica:

A vida das classes subalternas tem sido permeada por expressões da questão
social, que se refletem nas práticas profissionais diárias e enfrentam diretamente
as consequências e complexidades na interação entre a pobreza, da exclusão e
subalternidade. A expansão do trabalho precário é uma consequência das
mudanças econômicas globais. A informalidade e mal remuneração propagam a
vulnerabilidade social. As desigualdades sociais se manifestam em diversos
âmbitos, incluindo acesso a serviços, renda e direitos.

As transformações do capitalismo globalizado impactam diretamente as relações


de trabalho e a proteção social, enfatizando a necessidade de uma abordagem
mais politizada e orientada para os direitos no âmbito do Serviço Social, vale
ainda aqui ressaltar que as políticas sociais focalizadas são de suma importância
frente aos serviços realizados pelos assistentes sociais, que desempenham um
papel fundamental ao funcionar como uma “rede de segurança” e garantir
benefícios concebidos tendo em vista a realidade urgente e específica da
pobreza, porém para que possamos refletir , não existe uma “vacina social”
especifica que previna a pobreza, insegurança alimentar, desemprego... ou
“injeção social” que possa curar ou tratar as expressões da questão social, desse
modo, acredito que no atual contexto além de políticas sociais focalizadas faz se
necessário também pensar em políticas sociais universais. Quando essas
políticas se estendem a mais pessoas e asseguram transferências de valor maior
e serviços de qualidade mais elevada, elas podem contribuir de forma decisiva
para prevenir a pobreza e, como tal, para tornar a assistência social aquilo que
ela efetivamente deve ser, ou seja, um último recurso ou, ainda, a exceção, ao
invés da regra para buscar o preventivo ao invés do paliativo.

Os desafios enfrentados na prática cotidiana são inúmeros, a proposta de


reinventar mediações e construir um projeto ético-político que articule os direitos
e a cidadania das classes subalternas é um chamado à ação para assistentes
sociais comprometidos com a transformação social. Pois a luta pela equidade e
inclusão social continua sendo um desafio central.

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