Psicologo Escolar e Etica Profissional

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 39

PSICÓLOGO ESCOLAR E ÉTICA PROFISSIONAL

1
Sumário
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 1

DEFINIÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E DO FAZER DO PSICÓLOGO


ESCOLAR .......................................................................................................... 5

FOCO 1 - AS IMPLICAÇÕES DO FAZER PEDAGÓGICO: ............... 12


FOCO 2 - O ENVOLVIMENTO DE PAIS E EDUCADORES NO
PROCESSO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES: ........................................................................................ 14
FOCO 3 - O ESCLARECIMENTO DAS DIMENSÕES PSICOLÓGICAS
IMPLICADAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM. .............. 15
FOCO 4 - OS SISTEMAS DE INTERAÇÕES EXISTENTES NO
INTERIOR DA ESCOLA ............................................................................... 16
ÉTICA NA VISÃO FILOSÓFICA ............................................................ 17

APRESENTAÇÃO .............................................................................. 24
DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO ............................ 26

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 35

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
INTRODUÇÃO

Em termos gerais, a Educação pode ser compreendida como prática


social humanizadora, cujo propósito principal é a transmissão da cultura
produzida ao longo da história pela humanidade, tendo a responsabilidade de
auxiliar o homem na sua humanização, ou seja, na incorporação do mundo
histórico-social no qual está inserido (ANTUNES, 2008). O processo educacional
no contexto escolar, especificamente, possui as funções de auxiliar o sujeito na
construção de sua cidadania, criar condições para que ele possa desenvolver as
suas potencialidades, e prepará-lo para o trabalho (DEL PRETTE, 2002).

A Psicologia, ciência cujo objeto de interesse e estudo é a subjetividade


humana, produzida a partir de aspectos individuais, experienciais e culturais
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999), em muito tem a contribuir para a
educação, sobretudo a que ocorre na escola. Isso porque pode auxiliar em
questões relacionadas à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças e
adolescentes, bem como em aspectos referentes ao bem-estar subjetivo de
todos os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

3
O termo Psicologia Escolar e Educacional se refere à articulação entre
uma subárea do conhecimento psicológico, a Psicologia Educacional, a um
campo de prática social específico de atuação – a escola – do profissional dessa
subárea, a Psicologia Escolar (ANTUNES, 2008). A PEE se desenvolveu da
convicção de que a adequada utilização e aplicação dos saberes e princípios
psicológicos no âmbito educacional poderia favorecer o ensino pedagógico
(COLL, 2004).

A atuação do psicólogo em contextos educativos escolares no Brasil pode


ser observada e contextualizada historicamente a partir de três modelos: o
psicométrico, o clínico, e o crítico. O primeiro foi marcado pelo forte uso de
instrumentos psicológicos para selecionar e classificar as crianças em normais
ou anormais (LIMA, 2005), visando separar os aptos dos não aptos para a
aprendizagem (GUZZO et al., 2010). Por sua vez, o segundo se propôs a realizar
psicodiagnósticos e tratar as denominadas crianças-problema, que possuíam
dificuldades de aprendizagem (LIMA, 2005), baseando-se em uma perspectiva
clínica e terapêutica, centrando-se em sua dimensão individual (ANTUNES,
2008).

Quanto ao modelo crítico, trata-se de um movimento de análise crítica da


prática desse profissional que surgiu a partir da década de 1980, despertando a
atenção dos profissionais para a necessidade de considerar o contexto envolvido
no processo da educação escolar. Assim, as dificuldades dos alunos em relação
à aprendizagem passaram a ser vistas como socialmente constituídas e
analisadas conforme os fatores envolvidos em sua produção, tais como os
históricos, econômicos, políticos, sociais, pedagógicos e familiares (LIMA, 2005).

Logo, o psicólogo escolar e educacional deve basear seu trabalho em


concepções integradoras e relacionais (OLIVEIRA; MARINHO-ARAUJO, 2009),
levando em conta as influências externas na aprendizagem escolar, das quais
se destacam os fatores inter-relacionais presentes na sala de aula e também na
família, visto que esta é um elemento primordial no desenvolvimento da
personalidade da criança (VALLE, 2003).

Ademais, esse profissional também deve fundamentar sua prática em


uma perspectiva preventiva no sentido de proporcionar a reflexão e a

4
conscientização de responsabilidades dos envolvidos no processo de
escolarização, tais como os familiares dos alunos, buscando remover bloqueios
que se interpõem à apropriação do saber por parte deles (MARINHOARAUJO;
ALMEIDA, 2010). Assim, por exemplo, deve elaborar e conduzir, dentre outras
medidas, “programas junto a pais (...) na promoção de condições de
aprendizagem e de desenvolvimento integral do aluno” (DEL PRETTE, 2002, p.
29).

DEFINIÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E DO


FAZER DO PSICÓLOGO ESCOLAR

O psicólogo escolar desenvolve, apoia e promove a utilização de


instrumental adequado para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno a fim
de que este se torne um cidadão que contribua produtivamente para a
sociedade.

A Psicologia Escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre


desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender
os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na
busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem. Sua
participação na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá-la com
conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de
base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo
com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo
de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na
sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com
dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de
desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia-a-
dia da sala de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel
preponderante.

Para isto o psicólogo escolar desenvolve atividades direcionadas com


alunos, professores e funcionários e atua em parceria com a coordenação da

5
escola, familiares e profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente
escolar. A partir de uma visão sistêmica, age em duas frentes: a preventiva e a
que requer ajustes ou mudanças. Desta forma, contribui para o desenvolvimento
cognitivo, humano e social de toda a comunidade escolar.

O conceito de Psicologia Escolar/Educacional abrange a intersecção


entre a Psicologia na Escola e a Psicologia da Educação. Embora haja variações
sobre as definições e as reais atribuições entre Psicologia Escolar e Educacional,
atribui-se à primeira o status de aplicada (visando a atuação prática) e à
segunda, o de acadêmica (visando a pesquisa). Como ambas se complementam
e se apoiam esta dicotomia parece ser apenas acadêmica. S

Hoje, o objetivo da Psicologia Escolar/Educacional é ser um esteio para o


desenvolvimento global do estudante. Através de ações com diretores,
professores, orientadores, pais e os próprios alunos, o trabalho se dirige à
prevenção.

Avaliação, diagnóstico, acompanhamento e orientação psicológica são


aplicados dentro de um contexto institucional e não mais exclusivamente
voltados ao aluno individualmente. Para casos que requeiram, realizam-se
encaminhamentos clínicos.

Ao psicólogo escolar/educacional cabe integrar a teia de relações e fazer


parte da equipe multiprofissional, que envolve o processo ensino/aprendizagem
levando em conta o desenvolvimento global do estudante e da comunidade
educativa.

6
Os espaços e práticas da Psicologia Escolar/Educacional incluem, além
das escolas, outras instituições com propostas educacionais, tais como: clínicas
especializadas, consultorias a órgãos que necessitam de compreensão sobre os
processos de aprendizagem (Sebrae, Sesi, etc.); equipes de assessorias com
projetos para escolas; serviços públicos de saúde e educação; trabalhos de
extensão universitária e projetos de pesquisa em empresas e ONGs,
promovendo a educação permanente e a educação no (e pelo) trabalho. O mais
importante não é o local de trabalho e sim os pressupostos e finalidades do
profissional da educação.

FOCOS DE INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA


ESCOLAR

O papel do psicólogo no âmbito escolar se norteia pela perspectiva de


procurar relacionar os conhecimentos específicos da Psicologia com os
conhecimentos educativos. Trata-se, pois, de um trabalho de reflexão sobre a
prática, a partir da teoria. Os profissionais precisam dispor de conhecimentos
dos temas tratados pela educação, da problemática do contexto escolar e das

7
teorias pertinentes ao assunto a fim de explicitarem e fundamentarem
adequadamente suas práticas.

Uma grande tarefa que o psicólogo pode desenvolver nas instituições


educacionais é participar da formação dos educadores, contribuindo para que
eles estejam cada vez mais fortalecidos e instrumentalizados para uma atuação
de qualidade junto aos alunos, entre si e com o corpo de funcionários das
escolas.

Listamos, a seguir, algumas das atuações que o psicólogo pode


desenvolver junto aos educadores segundo Souza (2002);

 Ajudar o educador a refletir sobre sua infância, para assim


compreender melhor a infância de seus alunos;
 Ajudar o educador a refletir sobre sua família para compreender
melhor a dinâmica familiar dos alunos;
 Auxiliar o educador no convívio das relações grupais, nas relações
de equipe e no trabalho de constituição de grupos;
 Auxiliar o educador a conhecer e refletir sobre o processo de
desenvolvimento humano e os processos de ensino-aprendizagem e as teorias
a respeito;
 Refletir sobre as questões éticas e políticas relacionadas à
educação e ao cenário escolar;
 Conduzir intervenções no cenário escolar, com respeito à figura do
educador, dialogando com ele, colaborando em suas necessidades de reflexão
e de construção do conhecimento, sem imposições, direcionamentos ou
controle.

Outras tarefas concernentes ao psicólogo no âmbito escolar são ainda


apontadas por Sousa (2002) como complementando a rede de atuação do
psicólogo, como apresentamos a seguir:

 Desenvolver trabalhos de Orientação Profissional e Vocacional


com os alunos;
 Desenvolver ações preventivas ao uso de drogas;

8
 Desenvolver ações sobre temas como sexualidade, ética,
agressividade junto com o corpo docente;
 Desenvolver ações sobre desenvolvimento humano, prevenção ao
uso de drogas, sexualidade, agressividade, ética junto com o corpo docente
direcionadas ao esclarecimento da comunidade;
 Dialogar junto com o corpo docente, com os pais sobre o
desenvolvimento acadêmico dos alunos, metodologia e objetivos da escola bem
como sobre dificuldades dos alunos;
 Participar, junto com toda a equipe da escola, da construção do seu
projeto político-pedagógico;
 Desenvolver trabalho de relações grupais para que a equipe da
escola possa melhorar cada vez mais suas relações interpessoais;

Entretanto, é bem conhecido o fato de que a maioria das escolas, sejam


públicas ou privadas, não inclui ainda o psicólogo em suas equipes e que possui
professores despreparados para acolher um trabalho desta natureza e sem
direcionamento para desenvolver seus trabalhos em sala de aula.

A presença do psicólogo na Escola pode contribuir bastante para o melhor


desempenho dos aprendentes, pois suas dificuldades de aprendizado ou de
comportamento poderão ser detectadas, acompanhadas e, caso necessário,
poderão ser encaminhados para atendimento terapêutico fora da Escola, em
Instituições especializadas.

Os psicólogos educacionais desenvolvem seu trabalho em conjunto com


os educadores de forma a tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e
significativo para o educando, principalmente no que diz respeito à motivação e
as dificuldades de aprendizagem, focam sua atenção nas necessidades da
criança na escola, no desenvolvimento das capacidades e nas dificuldades de
aprendizagem, como no caso da desordem por déficit de atenção,
hiperatividade, problemas emocionais, problemas comportamentais etc.

Os psicólogos educacionais apoiam-se em diversas teorias de ensino e


da aprendizagem como: Cognitivismo, Construtivismo, Cognitivismo Social,
Teorias Motivacionais, Teorias do Desenvolvimento, Behaviorismo, Teoria sócio

9
histórica. Entre os teóricos mais referidos na área pode-se citar Piaget, Vygotsky,
Rogers, Maslow, Skinner, Bruner e Bandura.

O Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar


como a inteligência humana se desenvolve como resultado das ações mútuas
que transcorrem entre o indivíduo e o meio. Jean Piaget (1896-1980) defendeu
uma abordagem interdisciplinar e fundou a Epistemologia Genética que seria
uma teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do
pensamento humano. Através de minuciosa observação de seus filhos e de
outras crianças, Piaget criou a teoria cognitiva onde propõe a existência de
quatro estágios de desenvolvimento cognitivo do ser humano: o sensório-motor,
o pré-operacional (ou pré-operatório), o operatório-concreto e o operatório-
formal.

Para Piaget, as crianças só poderiam aprender quando atingiam o estado


de maturação necessário a cada fase de aprendizagem, quando estivessem
prontas para assimilar. Aos professores, caberia aperfeiçoar o processo de
descoberta dos alunos. Seus estudos o levaram a afirmar que a capacidade
cognitiva humana nasce e se desenvolve, não vem pronta, opondo-se assim ao
behaviorismo e a Gestalt, defendendo o ponto de vista de que o conhecimento
origina-se da interação sujeito-objeto e assim inspirou toda uma corrente
educacional hoje denominada de construtivismo que se opõe ao ensino
autoritário, tradicional, herdado do século XIX. No Brasil, essas ideias
influenciaram o movimento chamado de Escola Nova, ativa, que se contrapôs ao
ensino tradicional onde o professor discorre, dita e o aluno copia e repete.

Outra grande corrente que vem influenciando a Educação e a Psicologia


contemporâneas, é o sócio-interacionismo ou abordagem sócio histórica
desenvolvida a partir dos estudos sobre a linguagem, a mente, a aprendizagem
de Lev Vygotsky (1896-1934).

O seu interesse pela Psicologia nascente, levou-o a estudar, entre muitos


outros assuntos, as teorias da Gestalt, da Psicanálise e do Behaviorismo, além
das ideias de Jean Piaget. Influenciado pelas ideias socialistas e pela conjuntura
da Revolução Russa de 1917, inspirado nos teóricos do marxismo e do
leninismo, Vygotsky propôs a reorganização da Psicologia, a partir das

10
proposições teóricas do materialismo histórico e dialético, concebendo o que ele
denominou de psicologia cultural e histórica. Sua ideia central é a de que o
desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações
sociais e das condições de vida. Para ele, os signos, a linguagem simbólica, os
instrumentos de trabalho estabelecem uma relação de mediação entre o homem
e a realidade. Para este autor quando aprendemos a linguagem do nosso meio
sociocultural, transformamos radicalmente os rumos do nosso próprio
desenvolvimento. Vygotsky enfatizava a dimensão social, interpessoal na
construção do sujeito psicológico.

Um dos seus conceitos mais divulgados é o de zona de desenvolvimento


proximal que muito tem influenciado os estudos do processo de ensino-
aprendizagem contemporâneos. Este conceito se refere à diferença entre o que
a criança consegue realizar sozinha e aquilo que, embora não consiga realizar
ainda sozinha, é capaz de aprender e fazer com a ajuda de uma pessoa mais
experiente (adulto, criança mais velha ou com maior facilidade de
aprendizagem).

A zona de desenvolvimento proximal seria, pois, tudo o que a criança pode


adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido.
A aprendizagem relaciona-se ao desenvolvimento, desde o nascimento, sendo
a chave para o desenvolvimento do ser. Haveria estreita relação entre quem
aprende e quem ensina, como participantes de um mesmo processo, mediado
pela cultura, pela interação com signos, símbolos culturais e objetos.

A prática profissional do psicólogo, dialogando com a abordagem sócio


histórica, seria fundada na intervenção no processo psicológico, atuando-se com
vistas a transformação do processo de leitura do mundo que as pessoas fazem,
recriando sentidos e refazendo projetos de vida, transformando igualmente as
possibilidades de intervenção no mundo.

Atualmente o Psicólogo Escolar é um profissional muito requisitado por


educadores, equipe escolar e famílias, porém, é ainda compreendido, na maioria
das vezes, como “aquele que pode tratar os alunos problemas e devolvê-los à
sala de aula bem ajustados”. Essa visão caracteriza e fundamenta a intervenção
clínica, uma prática que precisa ser abolida das Escolas, e revela a necessidade

11
do estabelecimento de matrizes teóricas que fundamentem a prática deste
profissional tão requisitado e tão pouco compreendido. Entre as tarefas descritas
pelo CFP na resolução nº 014/00 destaco as seguintes possibilidades de atuação
do psicólogo escolar:

a) aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao


processo ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicas;
referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração
família/comunidade- escola, para promover o desenvolvimento integral do ser;

b) analisar as relações entre os diversos segmentos do sistema de ensino


e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração de
procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais.

A partir das possibilidades acima descritas, alguns focos de intervenção


na escola revelam-se como fundamentais e precisam estar embasados em
conhecimentos da psicologia científica, tal qual propagada no curso de
Psicologia.

FOCO 1 - AS IMPLICAÇÕES DO FAZER PEDAGÓGICO:

Todo fazer pedagógico precisa estar embasado em teorias do


desenvolvimento e da aprendizagem, sendo que a prática do educador precisa
estar coerente com tais teorias. Isso implica em material e atividades adequadas,
clima de sala de aula, papel do professor e do aluno e concepção de ensino.
Assim, o psicólogo escolar precisa estar atualizado quanto às teorias do
desenvolvimento e da aprendizagem, especialmente com aquelas que embasam
o corpo teórico da escola em que trabalha, focalizando os processos cognitivos.

Conhecimento necessário: Teorias do desenvolvimento e aprendizagem -


inatismo, ambientalismo, construtivismo e psicologia histórico-cultural (Santos,
1997; Zanella, 2001; Davis & Oliveira, 1994).

12
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO

• Uma reunião inicial com a equipe pedagógica (orientadores e


supervisores e direção, assim como professores) é mais que necessária. Faz-se
importante deixar claro qual visão de sujeito o psicólogo tem (Andrada, 2005), o
que pensa acerca da aprendizagem e quais estratégias diferenciadas tem a
oferecer além do esperado atendimento individual na sala do psicólogo.

• Faz-se necessário conhecer o Projeto Político Pedagógico da Escola e


participar da sua atualização.

• Trabalhar junto à equipe pedagógica em espaços semanais ou


quinzenais de diálogo com os professores (intervenção mediada) a fim de juntos
criar novos significados as situações cotidianas de sala de aula, eliminando a
possibilidade de estigmatizar os alunos com dificuldade de aprendizagem
(Curonici & MacCulloch, 1999).

• Criar espaços de discussão acerca das teorias de aprendizagem em


Paradas Pedagógicas, sempre vislumbrando o Projeto Político Pedagógico
(PPP) da escola e a prática pedagógica.

13
FOCO 2 - O ENVOLVIMENTO DE PAIS E EDUCADORES NO
PROCESSO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES:

Quando pensamos em processo de formação dos alunos não podemos


excluir a participação ativa das famílias e, certamente, dos educadores. Envolver
a família, corresponsável no processo de educação de seus filhos e filhas, a fim
de que se possa colher dados acerca do outro sistema direto em que participa o
aluno é mais que necessário (Andrada, 2003).

Conhecimento necessário: história das famílias no Brasil (Costa, 1983);


teorias sobre a dinâmica familiar e teorias sobre o desenvolvimento das famílias
(Carter & Mcgoldrick, 1995).

POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO

• Em entrevista com a família levantar dados acerca das seguintes


questões: autonomia X dependência; limites; autoritarismo X autoridade;
relacionamento cognitivo e emocional na família, com o objetivo de resignificar
os relacionamentos intrafamiliar (Papp, 1992; Minuchin, 1982).

• Junto com a família, em encontros sistematizados, refletir sobre a função


da dificuldade de aprendizagem neste momento do ciclo de vida familiar (Carter
& Mcgoldrick, 1995), criando estratégias com pais e cuidadores que possibilitem
o sucesso escolar da criança.

• Confrontar família e professor quando necessário, criando um espaço


de dialogo franco acerca das dificuldades de todos, não só do aluno, diluindo no
s sistemas a “culpa” pelo fracasso escolar. Assim, outra armadilha é
enfraquecida: “a culpa sempre é da família”.

• Unir pais e professores no processo educacional das crianças em


estratégias cognitivas que contem com a participação de ambas as partes.

14
• O Psicólogo Escolar, questionador, curioso e acima de tudo assumindo
uma posição investigativa, pode criar junto à equipe uma estratégia de
intervenção colaborativa, na qual todos têm influência sobre o aluno, assim como
sofrem influência mutuamente (Andrada, 2005; Curonici & McCulloch, 1999).

FOCO 3 - O ESCLARECIMENTO DAS DIMENSÕES


PSICOLÓGICAS IMPLICADAS NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM.

O processo de ensino e aprendizagem implica em várias áreas do


conhecimento humano, sendo que nenhuma área se sobrepõe a outra. A
educação é um fenômeno muito complexo para ser vislumbrada somente pela
pedagogia, ou pela psicologia, ou medicina. Dessa forma, é preciso reconhecer
que a dificuldade de aprendizagem tem origem, causas e desenvolvimento
múltiplos o que exige do profissional pesquisa em áreas distintas do
conhecimento (Polity, 2001; Fernandez, 1990). Faz-se necessário um trabalho

15
que considere todas as dimensões implicadas, dentre as quais a psicologia se
faz presente.

Conhecimento necessário: Processos cognitivos; teorias sobre memória,


atenção, concentração, apropriação do conhecimento e linguagem (Antunes,
1998; Rezende, Tronca & Tronca, 2004; Antunes, 2002).

Problemas de aprendizagem: hiperatividade, déficit de atenção, dislexia,


dislalia, disgrafia, entre outros (Ciasca, 2003; Neves & Almeida, 2003).

POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO

• Diagnóstico e encaminhamento das crianças com suspeita de


dificuldades de aprendizagem para especialistas da área.

• Acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos com


dificuldades de aprendizagem.

• Criação de estratégias psicopedagógicas junto à equipe escolar e


professores envolvidos.

• Ouvir os professores, suas demandas e fazê-los participar em alguns


dos atendimentos com as crianças, repensando novas práticas e novos olhares
sobre o aluno que chama de “problema”.

• Participar das reuniões e conselhos de classe, nas quais o psicólogo


poderá estabelecer novas maneiras de perceber o processo educacional dos
alunos, evitando rótulos, diagnósticos imprecisos e hipóteses únicas e fechadas.

FOCO 4 - OS SISTEMAS DE INTERAÇÕES EXISTENTES NO


INTERIOR DA ESCOLA

Os problemas de aprendizagem podem ser fruto de falhas nas inter-


relações do sistema direto do qual a criança participa. A criança precisa ser
compreendida dentro de seu sistema social de interação, como parte inseparável

16
do seu sistema social, o qual inclui família, escola, entre outros. Dentro da
escola, faz-se necessário procurar entender os problemas que a criança está
apresentando relacionando-os aos diferentes sujeitos envolvidos, com o objetivo
de planejar as intervenções necessárias (Del Prette, 2001; Souza, 1997).

Conhecimento necessário: Teoria sistêmica (Vasconcellos, 2002; Moraes,


1997); teoria de grupos, papéis e atitudes sociais (Gayotto, 1992; Osório, 2003;
Yozo, 2001).

POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO

Criar espaços para escutar as demandas dos sujeitos da escola e pensar


maneiras de lidar com situações que são cotidianas. Faz-se necessário circular
pelos corredores, estar atento aos movimentos dos sujeitos.

• Criar formas de reflexão em conjunto com todos os sujeitos (alunos,


professores e especialistas) para que se possa trabalhar com suas relações e
paradigmas (Andrada, 2003).

• Faz-se necessário ouvir os alunos, o que pensam sobre sua escola e


sua turma. Isso pode ser feito através de desenhos, entrevistas, ou mesmo que
escrevam o que pensam, sentem, como percebem sua turma e sua escola.

ÉTICA NA VISÃO FILOSÓFICA

A ética vem sendo discutida em vários conceitos que, por sinal, acabam
sendo muito complexos, pois cada indivíduo traz consigo construções que irão
definir sua moral. Os filósofos gregos aprofundaram seus estudos sobre o
assunto e cada pensador definiu de maneira diferente o que seria ética (VAZ,
2014).

Platão propõe uma ética transcendente, dado que o fundamento de sua


proposta ética não é a realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas

17
humanas ou as relações humanas, mas sim o mundo inteligível. O filósofo centra
suas indagações na ideia perfeita, boa e justa que organiza a sociedade e dirige
a conduta humana. As ideias formam a realidade platônica e são os modelos
segundo os quais os homens têm seus valores, leis, moral. Conforme o
conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos
que governam o mundo social (VAZ, 2014).

O uso reto da razão é entendido como o meio de alcançar os valores


verdadeiros que devem ser seguidos pelos homens. No mito da caverna, o
filósofo expõe a condição de ignorância na qual se encontra o homem ao lidar
com o conhecimento das aparências. Somente pelo conhecimento racional o
homem pode elevar-se até as Ideias, até o Ser e conhecer a verdade das coisas.
Isto se dá através do método dialético, o qual elimina as aparências e encontra
as essências, a verdade, no conhecimento das coisas. Este método filosófico
tem por finalidade libertar os homens da ignorância e levá-los ao conhecimento
de ideia em ideia, até alcançar o conhecimento da Ideia Suprema: o Bem. As
outras ideias participam desta e deve sua existência a esta (VAZ, 2014).

A alma humana – de suma relevância para a ética platônica - é tripartite,


isto é, forma- se pela inteligência, pela irascibilidade e pela concupiscência. Tal
como as partes da cidade ideal, cada uma das partes da alma possui suas
funções específicas que não podem ser exercidas por nenhuma das outras
partes. Cada uma das partes da cidade e, por analogia, cada uma das partes da
alma, possui uma função própria a qual pode ser executada com excelência ou
não, e, ao executá-la com excelência, sua virtude própria é exercida.

A ética aristotélica, em oposição à ética de seu mestre, é imanente, tendo


suas bases na realidade empírica do mundo, no questionamento acerca das
condutas humanas e na organização social. As exigências com relação à vida
na polis e a realidade do homem, formam o conteúdo das ideias e são ambas as
responsáveis pela escolha dos valores, pela moralidade e pelas leis, pela
definição das condutas dos homens. Sua teoria ética era realista, empirista em
contrapartida à visão idealista e racionalista de Platão (VAZ, 2014).

De acordo com essa ética, ela inicia-se com o estabelecimento da noção


de felicidade. Neste sentido, pode ser considerada eudemonista por buscar o

18
que é o bem agir em escala humana, o agir segundo a virtude – diferentemente
de Platão, que buscava a essência das ideias de felicidade e da ideia do Bem
sem relacioná-las diretamente à prática. A felicidade é definida como uma certa
atividade da alma que vai de acordo com uma perfeita virtude. Partindo dessa
definição, faz-se necessário um estudo sobre o que é uma virtude perfeita e,
assim, faz-se necessário, também, o estudo da natureza da virtude moral (VAZ,
2014).

Aristóteles acreditava que o governo tem várias formas nas quais foram
permitidas que os homens na sociedade tivessem uma vida melhor. Para ele, “o
homem é um animal político”, ou seja, o homem só realiza sua natureza quando
envolvido na vida da polis. A política constitui, ao lado da ética, dentro do sistema
aristotélico, o “saber prático”, pois o objetivo de ambas não é o conhecimento de
uma realidade – como no caso da física, astronomia, ciências biológicas e
psicologia, que constituem o “saber teórico”. Segundo esse filósofo, ética e
política não poderiam ser pensadas separadamente, pois enquanto a ética busca
o bem-estar individual, a política busca o bem comum (SANTOS, 2018).

De acordo com o filósofo, a felicidade não é prazer físico, mas harmonizar


a mente com a virtude. O melhor para a maioria é a virtude. As partes intelectuais
e emocionais da mente criam tipos intelectuais e morais da virtude. Esta virtude
é expressa a partir da mente através da ação voluntária (AZEVEDO, 2017).

Contudo, ele propõe escolher a “áurea” entre muita emoção e muita ação.
Coragem é virtuosa quando se equilibra entre a covardia e temeridade,
extravagância e indiferença. Justiça ocorre quando cada pessoa recebe o que
merece. Qualquer desvio da média é injustiça (AZEVEDO, 2017).

Com isso ele afirma que uma vida de felicidade última e realização é uma
vida de contemplação solitária. No entanto, ele sugere que este estado de ser,

19
não pode ser realizado por meros mortais. Argumenta que a maior felicidade
pode ser alcançada seguindo os valores morais para viver uma vida agitada na
política e esplendor público (AZEVEDO, 2017).

Contrapondo a esses dois filósofos, Kant traz uma ética mais voltada para
moral, salientando que a visão de que ações corretas são aquelas ações que
não são instigadas por impulsos ou desejos, mas pela razão prática. A ação é
considerada correta se for empreendida por uma questão de cumprir o seu
dever, e cumprir o dever significa agir de acordo com certas leis morais ou
“imperativos” (AZEVEDO, 2017).

Para nos ajudar a identificar aquelas leis que são moralmente


obrigatórias, Kant forneceu-nos o cálculo final: o imperativo categórico que
afirma: “Aja apenas de acordo com a máxima que você pode querer que se torne
uma lei universal”. Para o imperativo categórico, Kant oferece um aditamento
que se refere especificamente à vontade humana; “Assim, aja para que você use
a humanidade, seja em sua própria pessoa ou na pessoa de outro, sempre como
um fim, não apenas como um meio” (AZEVEDO, 2017).

A busca por explicar o que seria ética nos leva a compreensão que, de
certa forma, todos acreditavam que o sentido final da mesma era buscar uma
situação em que a felicidade fosse o final de toda essa busca. Diante disso, o
fazer ético do profissional de psicologia nos leva a compreender que o
profissional está sempre buscando a melhoria do indivíduo, respeitando-o e
encaminhando para uma melhor condição de vida dentro daquilo que acredita,
juntamente com indivíduo ser o melhor para si. Para tanto se faz necessária uma
postura ética, não só como profissional, mas também como pessoa, afinal não
se pode desvincular uma coisa da outra, e, de acordo com CHAUI (2000) não se
pode ter fins éticos se os meios não forem éticos.

Ética é um assunto que perpassa por gerações, culturas etc., e, cada


passagem é sinônimo de modificações nos seus conceitos. Diante disso
entende-se necessário contextualizar a história da ética, bem como os conceitos
de alguns filósofos gregos até chegar nos dias atuais. Primeiramente, para
entendermos sobre a ética, devemos iniciar pelo conceito filosófico. É necessário
entender que é a área que investiga o comportamento humano em suas relações

20
entre si, considerando conceitos utilizados para avaliá-las como: valor, virtude,
justiça, moral, bem, normas morais, dever, liberdade e responsabilidade.
Promove também reflexões sobre a busca humana pelas melhores formas de
agir, viver e conviver. De forma mais específica, segundo Cotrim (2004, p. 264).

Como teoria filosófica, a ética se caracteriza como estudo das ações


individuais dos homens, cuja finalidade consiste em elaborar uma orientação
normativa para as ações humanas que seja estabelecida como bem. Com o
filósofo grego Aristóteles a ética passou a ser a “ciência do moral”, ou seja, do
caráter e das disposições do espírito. É destacado que a ética é um conjunto de
argumentos que são utilizados pelos indivíduos para justificar suas ações,
solucionando com diferentes problemas em que há o conflito de interesses com
bases em argumentos universais (SANTOS 2013).

A sociedade nos impõe padrões e para podermos conviver


harmonicamente é necessário que sigamos alguns paradigmas atuais.
Dependendo de nossas decisões e ações traremos conosco o questionamento
acerca do que seria ético ou não para nós e para outro, partindo do pressuposto
que não existe ética sem o contato com o outro. Em outras palavras, para sermos
éticos não só temos que estarmos satisfeitos com nossas decisões, mas também
fazermos uma reflexão de que forma essas decisões foram prejudiciais ou não
ao outro, onde através disso chegaremos a uma moral.

O aspecto ético, fundamental no fazer profissional, deve ser considerado


em sua relação com a psicologia em um contexto de atualidade. De acordo com
Silva (2008), a globalização e consequente evolução científica e tecnológica,
associadas à restrição de acesso de alguns grupos a estas possibilidades,
favorece o estabelecimento de um cenário social de desigualdade que fomenta
violência e miséria. Nesta relação:

21
Para Silva (2008), a Psicologia Social estuda como é produzida a
experiência subjetiva e, de acordo com as constantes mudanças neste objeto de
estudo, as áreas de estudo devem se atentar para isto e buscar adequações que
condizem com a função política que também lhes cabe. Estas adequações
podem refletir numa atuação profissional embasada em relações de criação ou
de alienação.

Na busca da Psicologia social por novas estratégias de conhecimento


condizentes à contemporaneidade, traz-se uma nova roupagem para essa
figura, não como um parâmetro de estabelecimento de verdade, mas como
busca de entendimento dos modos de captura da subjetividade e das principais
formas de subjetivação vigentes. Seu enfoque está em desconstruir dicotomias
e reconstruir o entendimento a respeito dos objetos de estudo (SILVA, 2008).

Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social,


existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste
sentido, é possível citar: ética médica, ética profissional, ética empresarial, ética
educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc.

Como toda profissão regulamentada, a psicologia também dispõe de um


código que, de certa forma, regulamenta o fazer ético do profissional. Para trazer
a importância da ética no exercício da psicologia faz-se necessário salientar que
o indivíduo, em todos os seus contextos, é a principal ferramenta de estudo da
psicologia. Sendo assim, o respeito a tal ferramenta, tão importante para
desenvolver um bom trabalho, é de suma importância. Logo nos seus primeiros
três princípios fundamentais, o Código de Ética relata que:

22
Diante desses preceitos, é importante salientar que ser ético vai muito
além do que está escrito num código. O profissional trará consigo construções e
experiências próprias que não podem ser separados do seu fazer profissional,
pois é através de suas decisões e reflexões que ele embasará seu trabalho de
uma forma imparcial, dando prioridade ao indivíduo como todo.

23
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO
APRESENTAÇÃO

Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender


demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de
normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus
pares e com a sociedade como um todo.

Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às


práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade,
procura fomentar a autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua
práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas
consequências no exercício profissional. A missão primordial de um código de
ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a
de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas
desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social
daquela categoria.

Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade


que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em
princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e
seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais,
tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
socioculturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam
uma profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de
normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões
transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio
código de ética que nos orienta.

A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo no


Brasil, responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país
e ao estágio de desenvolvimento da Psicologia enquanto campo científico e
profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade,
sentida pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução
do contexto institucional legal do país, marcadamente a partir da promulgação

24
da denominada Constituição Cidadã, em 1988, e das legislações dela
decorrentes.

Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi


construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão,
suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O
processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação
direta dos psicólogos e aberto à sociedade.

Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de


um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas
pelo psicólogo. Para tanto, na sua construção buscou-se:

a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar


a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais
e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas demandam
uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional.

b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções


relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações
que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou
beneficiários dos seus serviços.

c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente


inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes
multiprofissionais.

d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas


práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se
restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação.

Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa


é de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as
responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua
formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o
fortalecimento e ampliação do significado social da profissão.

25
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da


liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser
humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal
dos Direitos Humanos.

II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de


vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação
de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.

III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e


historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.

IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo


aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da
Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática.

V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso


da população às informações, ao conhecimento da ciência
psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão.

VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado


com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja
sendo aviltada.

VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que


atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades
profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância
com os demais princípios deste Código.

DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO

Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos:


a. Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código;

26
b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para
as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente;

c. Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de


trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando
princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente
fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação
profissional;

d. Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública


ou de emergência, sem visar benefício pessoal;

e. Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os


direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia;

f. Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos,


informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu
objetivo profissional;

g. Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação


de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário
para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário;

h. Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados,


a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre
que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho;

i. Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo,


guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo
sejam feitas conforme os princípios deste Código;

j. Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais,


respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado,
colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante;

k. Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos


justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os

27
assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações
necessárias à continuidade do trabalho;

l. Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal


ou irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes
deste Código ou da legislação profissional.
Art. 2º - Ao psicólogo é vedado:
a. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou
opressão;

b. Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas,


religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito,
quando do exercício de suas funções profissionais;

c. Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de


práticas psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou
qualquer forma de violência;

d. Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou


favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de
qualquer outra atividade profissional;

e. Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou


contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de
serviços profissionais;

f. Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de


atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não
estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão;

g. Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-


científica;

h. Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas


psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas;

28
i. Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços;

j. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha


vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente
nos objetivos do serviço prestado;

k. Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus


vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam
afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos
resultados da avaliação;

l. Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando


benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição
com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional;

m. Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo


que possam resultar em prejuízo para as partes envolvidas,
decorrentes de informações privilegiadas;

n. Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços


profissionais;

o. Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens


outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim
como intermediar transações financeiras;

p. Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento


de serviços;

q. Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar


resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de
forma a expor pessoas, grupos ou organizações.
Art. 3º - O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma
organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as
práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste
Código.

29
Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a
prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente.
Art. 4º - Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo:
a. Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as
condições do usuário ou beneficiário;

b. Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o


comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a
ser realizado;

c. Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente


do valor acordado.
Art. 5º - O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá
que:
a. As atividades de emergência não sejam interrompidas;

b. Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou


beneficiários dos serviços atingidos pela mesma.
Art. 6º - O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:
a. Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados
demandas que extrapolem seu campo de atuação;

b. Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o


serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das
comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber,
de preservar o sigilo.
Art. 7º - O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que
estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações:
a. A pedido do profissional responsável pelo serviço;

b. Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do


serviço, quando dará imediata ciência ao profissional;

c. Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da


interrupção voluntária e definitiva do serviço;

30
d. Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer
parte da metodologia adotada.
Art. 8º - Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou
interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus
responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente;
1. §1° - No caso de não se apresentar um responsável legal, o
atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades
competentes;

2. §2° - O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que


se fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido.
Art. 9º - É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger,
por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou
organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
Art. 10 - Nas situações em que se configure conflito entre as exigências
decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais
deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá
decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor
prejuízo.
Parágrafo Único - Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo,
o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente
necessárias.
Art. 11 - Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar
informações, considerando o previsto neste Código.
Art. 12 - Nos documentos que embasam as atividades em equipe
multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias
para o cumprimento dos objetivos do trabalho.
Art. 13 - No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser
comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem
medidas em seu benefício.
Art. 14 - A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática
psicológica obedecerá às normas deste Código e a legislação profissional
vigente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o início, ser informado.

31
Art. 15 - Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer
motivos, ele deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais.
1. § 1° - Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá
repassar todo o material ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou
lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto.

2. § 2° - Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo


responsável informará ao Conselho Regional de Psicologia, que
providenciará a destinação dos arquivos confidenciais.
Art. 16 - O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas
para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias:
a. Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela
divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas,
grupos, organizações e comunidades envolvidas;

b. Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos,


mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações
previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste
Código;

c. Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo


interesse manifesto destes;

d. Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos


resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento,
sempre que assim o desejarem.
Art. 17 - Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar,
orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas contidas
neste Código.
Art. 18 - O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a
leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o
exercício ilegal da profissão.
Art. 19 - O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação,
zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a
respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão.

32
Art. 20 - O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer
meios, individual ou coletivamente:
a. Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro;

b. Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que


possua;

c. Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a


técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas
pela profissão;

d. Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;

e. Não fará previsão taxativa de resultados;

f. Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais;

g. Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras


categorias profissionais;

h. Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 21 - As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração


disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos
dispositivos legais ou regimentais:
a. Advertência;

b. Multa;

c. Censura pública;

d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad


referendum do Conselho Federal de Psicologia;

33
e. cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho
Federal de Psicologia.
Art. 22 - As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão
resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do
Conselho Federal de Psicologia.
Art. 23 - Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência
quanto aos casos omissos e fazê-la incorporar a este Código.
Art. 24 - O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de
Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos
Regionais de Psicologia.
Art. 25 - Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005.

34
REFERÊNCIAS

Andaló, C.; Arruda S. O Papel Do Psicólogo Escolar. In: Revista


Psicologia: Ciência E Profissão. Versão Impressa Issn 1414-9893.Psic. Cienc.
Prof.V.4,No.1, Brasilia, 1984.
Bock, A. Et Al. Psicologia Sócio-Histórica. São Paulo: Cortez, 2001.
Martinez, A. M. O Que Pode Fazer O Psicólogo Na Escola. Artigo In:
Revista Em Aberto. 2010. Brasília, V.23, No. 83, P. 39-56.
Patto, H. S. Introdução À Psicologia Escolar. São Paulo: Queiroz Editora,
1981, Apud Revista Psicologia: Ciência E Profissão, Op.Cit.
Pereira, F.M. Neto, A.P. O Psicologo No Brasil - Notas Sobre Seu
Processo De Profissionalizacao. In: Psicologia Em Estudo.
Souza, R. Et Al. (Orgs.) O Psicólogo E A Educação – Uma Relação
Possível. In: A Praxis Na Formação De Educadores Infantis. Rio De Janeiro:
Editora Dp8a, 2002.
Antunes, M. A. M. A Psicologia No Brasil: Leitura Histórica De Sua
Constituição. São Paulo, Educ E Ed. Unimarco, 2003.
Massimi, M. As Origens Da Psicologia Brasileira Em Obras Do Período
Colonial, In: História Da Psicologia. São Paulo, Educ, Série Cadernos Puc-Sp,
N. 23, 1987, Pp. 95-117.
Meira, M. E. M.; Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar: Teorias Críticas.
São Paulo, Casa Do Psicólogo, 2003.
Almeida, M. Ideologia E Controle. Dissertação De Mestradoapresentada
À Universidade Federal Desão Carlos (Não Publicada). São Carlos, 1980.
Alves, G. L. Da Histórica À História Da Educação. Dissertaçãoe Mestrado
Apresentada À Universidadefederal De São Carlos (Não Publicada).São Carlos,
1981.
Andaló, C. S.A. O Papel Do Psicólogo Escolar. Psicologia: Ciênciae
Profissão, 4(1): 43-46,1984.4. Barriguelli, José C. Política Educacional Do
Governo. Educação Emquestão. 112 (211): 26-37.
Bastos, A. V. B. Áreas De Atuação: Em Questão O Nosso Modelo De
Profissional, In. Cep (Org.) Quem É Opsicólogo Brasileiro? São Paulo,
Edicon,1988, P.1563-193.
Botomé, S. P. A Quem Nós, Psicólogos, Servimos De Fato?
Psicologia,5(1): 1-15, Mar. 1979.7. Campos, Regina H.F A Função Social Do
Psicólogo. Educação E Sociedade,16: 744-84, Dez. 1983.
Carvalho, Ana M. A. Atuação Psicológica: Uma Análise Das Atividades
Desempenhadas Pelos Psicólogos. In:Cep (Org.) Quem É O Psicólogo
Brasileiro. São Paulo, Edicon, 1988, P. 217-235.
Abib, J. A. D. (2009). Epistemologia Pluralizada E História Da Psicologia.
Scientle & Studia, 7(2), 195-208.
Andrade, Ângela Nobre; Morato, Henriette Tognetti Penha. Para Uma
Dimensão Ética Da Prática Psicológica Em Instituições. Estudos De Psicologia,
Espírito Santo, 9(2), 345-353. 2004.
Aristoteles. Os Pensadores: Ética A Nicomâco. 4ª. Ed. São Paulo: Nova
Cultural, 1991. 5-15 P. V. 02.

35
Azevedo, Tiago. Diferenças Entre A Ética De Aristóteles E A Ética De Kant
. 1. 2017. Disponível Em: <Https://Psicoativo.Com/2017/09/Diferencas-Etica-
Aristoteles-Etica- Kant.Html>.
Benevides, Regina. A Psicologia E O Sistema Único De Saúde: Quais
Interfaces? Psicologia & Sociedade. V. 17, N. 2, P. 21-25, Mai. – Ago. 2005.
Conselho Federal De Paicologia. Código De Ética Profissional Do
Psicólogo, Brasília, 2005.
Cotrim, Gilberto. Fundamentos Da Filosofia: História E Grandes Temas.
São Paulo. Saraiva, 2006.
Chaui, Marilena. Convite A Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, P.429-449.
Dechichi, Raphael. Ética E Moral: Dois Conceitos De Uma Mesma
Realidade. 1. 2015. Disponível Em:
<Https://Www.Linkedin.Com/Pulse/%C3%A9tica-E-Moral-Dois-Conceitos-De-
Uma-Mesma-Realidade-Dechichi/>. Acesso Em: 23 Nov. 2018.
Farr, R. M. (2010). As Raízes Da Psicologia Social Moderna. Petrópolis:
Vozes.
Fortes, Paulo Antônio De Carvalho. Ética, Direito Dos Usuários E Políticas
De Humanização Da Atenção À Saúde. Saúde E Sociedade. V. 13, N. 3, P. 30-
35, Set-Dez 2004.
Jacques, M. G. C., Strey, M. N., Bernardes, N. M. G., Guareschi, P. A.,
Carlos, S. A., & Fonseca, T. M. G. (1998). Psicologia Social Contemporânea (3ª
Ed.) Petrópolis: Vozes.
Lane, S., & Codo, W. (1984). Psicologia Social: O Homem Em Movimento.
São Paulo: Brasiliense
Lane, S. T. M. (1991). A Psicologia Social E Uma Nova Concepção Do
Homem Para A Psicologia. In: S. T. M. Lane & W. Codo (Org.), Psicologia Social:
O Homem Em Movimento (Pp 10 A 19). São Paulo: Brasiliense
Santos, Wigivan Junior Pereira Dos. Ética . 1. 2018. Disponível Em
<Https://Alunosonline.Uol.Com.Br/Filosofia/Etica.Html>.
Silva, Rosane Neves. Ética E Paradigmas: Desafios Da Psicologia Social
Contemporânea. In: Ploner, Katia Simone, Et Al (Org.), Ética E Paradigmas Na
Psicologia Social. Rio De Janeiro: Scielo Books, 2008. 39-45.
Vaz, Michelle. Ética De Platão E Aristóteles: Diferenças E Semelhanças.
2014.
Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar E Educacional: História,
Compromissos E Perspectivas. Revista Semestral Da Associação Brasileira De
Psicologia Escolar E Educacional (Abrapee) [Online], Campinas, V. 12, N. 2, P.
469-475, Dez. 2008.
Bock, A. M. B.; Furtado, O.; Teixeira, M. De L. T. Psicologias: Uma
Introdução Ao Estudo De Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999.
Coll, C. Concepções E Tendências Atuais Em Psicologia Da Educação.
In: Coll, C.; Marchesi, Á.; Palácios, J. (Orgs.). Desenvolvimento Psicológico E
Educação: Psicologia Da Educação Escolar. V. 2. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed,
2004, P. 19-42.
Del Prette, Z. A. P. Psicologia, Educação E Ldb: Novos Desafios Para
Velhas Questões? In: Guzzo, R. S. L. (Org.). Psicologia Escolar, Ldb E Educação
Hoje. 2. Ed. Campinas: Editora Alínea, 2002, P. 11-34.
Guzzo, R. S. L. Et Al. Psicologia E Educação No Brasil: Uma Visão Da
História E Possibilidades Nessa Relação. Psicologia: Teoria E Pesquisa [Online],
Brasília, V. 26, N. Especial, P. 131-141, 2010.

36
Lima, A. O. M. N. De. Breve Histórico Da Psicologia Escolar No Brasil.
Psicologia Argumento [Online], Curitiba, V. 23, N. 42 P. 17-23, Jul./Set. 2005.
Marinho-Araujo, C. M.; Almeida, S. F. C. De. Intervenção Institucional:
Possibilidades De Prevenção Em Psicologia Escolar. In: _____. Psicologia
Escolar: Construção E Consolidação Da Identidade Profissional. 3. Ed.
Campinas: Editora Alínea, 2010, P. 85-98.
Oliveira, C. B. E. De; Marinho-Araujo, C. M. Psicologia Escolar: Cenários
Atuais. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, Uerj [Online], V. 9, N. 3, P. 648-663,
2009.
Tanamachi, E. R.; Meira, M. E. M. A Atuação Do Psicólogo Como
Expressão Do Pensamento Crítico Em Psicologia E Educação. In: Meira, M. E.
M.; Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar: Práticas Críticas. São Paulo: Casa Do
Psicólogo, 2003.
Valle, L. E. L. R. Do. Psicologia Escolar: Um Duplo Desafio. Psicol. Cienc.
Prof. [Online], V. 23, N. 1, P. 22-29, 2003.
Andrada, E.G.C. (2003). Família, Escola E A Dificuldade De
Aprendizagem: Intervindo Sistemicamente. Em: Psicologia Escolar E
Educacional, Associação Brasileira De Psicologia Escolar E Educacional, V.7,
N.2, Jul-Dez,
Antunes, C. (2002). A Memória: Como Os Estudos Sobre O
Funcionamento Da Mente Nos Ajudam A Melhorá-La: Fascículo 9, Petrópolis,
RJ: Vozes.
Antunes, C. (1998). As Inteligências Múltiplas E Seus Estímulos.
Campinas, SP: Papirus.
Carter, B., & Mcgoldrick,M. (1995). As Mudanças Do Ciclo De Vida
Familiar. POA: Artes Médicas.
Ciasca, S.M. (Org.) (2003). Distúrbios De Aprendizagem: Proposta De
Avaliação Interdisciplinar. SP: Casa Do Psicólogo
Costa, J.F. (1983). Ordem Médica E Norma Familiar. 2ed, GraalCuronici,
C., & Mcculloch, P. (1999). Psicólogos E Professores: Uma Visão Sistêmica
Acerca Dos Problemas Escolares. SP: EDUSC.
Davis, C; Oliveira, Z. (1994). Psicologia Na Educação, 2ed.; SP: Cortez.
Del Prette, Z.A.P. (Org.) (2001). Psicologia Escolar E Educacional, Saúde
E Qualidade De Vida. SP: Editora Alínea.
Fernández, A. (1990). A Inteligência Aprisionada. 2.ª Ed, Porto Alegre:
Artes Médicas.
Gayotto, M.L.C.(Org) (1992). Creches: Desafios E Contradições Da
Criação Coletiva Da Criança Pequena. São Paulo: Ícone.
Minuchin, S. (1982). Famílias, Funcionamento E Tratamento. POA: Artes
Médicas.
Moraes, M. C. (1997). O Paradigma Educacional Emergente. Campinas,
SP: Papirus.
Neves, M.M.B.J; Almeida, A.F.C. (2003). A Atuação Da Psicologia Escolar
No Atendimento Aos Alunos Com Queixas Escolares. Em: Almeida, S.F.C. (Org)
Psicologia Escolar: Ética E Competências Na Formação E Atuação Profissional.
SP: Ed. AlíneaOsório, .L.C. (2003). Psicologia Grupal. Porto Alegre: Papp, P.
(1992). O Processo De Mudança. Porto Alegre: Artes Médicas.
Polity, E. (2001). Dificuldade De Aprendizagem E Família: Construindo
Novas Narrativas. São Paulo; Vetor.

37
Rezende, E.S., & Tronca, F.Z.; Tronca, G.A. (2004). A Ciência
Psicopedagógica: Pressupostos Fundamentais Para O Trabalho
Transdisciplinar. Tubarão: Ed. UNISUL.
Santos, M.A. (1997). Psicologia Escolar No Brasil: Fazeres E Saberes.
Dissertação De Mestrado, Programa De Pósgraduação Em Educação.
UFSC/SC.
Souza, M.P.R. (1997). Psicologia Escolar: Em Busca De Novos Rumos
3ed. São Paulo: Casa Do Psicólogo.
Vasconcellos, M. J. E. (2002). Pensamento Sistêmico: O Novo Paradigma
Da Ciência. Campinas, SP: Papirus.
Yozo, R.Y.K. (1996). 100 Jogos Para Grupos: Uma Abordagem
Psicodramático Para Empresas, Escolas E Clínicas. 5ed, SP: Ágora.
Zanella, A.V., & Vygotsky, L. (2001). Contribuições À Psicologia E O
Conceito De Zona De Desenvolvimento Proximal. Itajaí: Univali.

38

Você também pode gostar