2º Freq Mariana Simões

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Contabilidade Pública – TEÓRICA – 2ªFreq

(Normas 3, 5, 8, 13, 14 e 15)

1) Defina e distinga os seguintes conceitos:


a) Modelo do custo e modelo da revalorização (NCP 5 – Ativos Fixos Tangíveis)
O objetivo da NCP 5 é prescrever o tratamento contabilístico dos ativos fixos
tangíveis quer de domínio público quer de domínio privado.
Assim, de acordo com esta norma, podemos ter dois modelos: o modelo do custo e o
modelo da revalorização.
Segundo o modelo do custo, após o reconhecimento como ativo, um bem do ativo fixo
tangível deve ser registado pelo seu custo, menos qualquer depreciação acumulada e
quaisquer perdas por imparidade acumuladas, devendo aplicar-se essa política a uma
classe inteira de ativos fixos tangíveis.
No entanto, de acordo com o modelo de revalorização, em algumas circunstâncias os
ativos fixos tangíveis podem ser objeto de revalorização de acordo com critérios e
parâmetros a definir em dispositivo legal adequado. Esta revalorização pressupõe que se
determine, à data, a vida útil remanescente do ativo.

b) Provisão e Passivo contingente (NCP 15 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos


Contingentes)
O objetivo da NCP 15 é definir provisões, passivos contingentes e ativos contingentes,
e identificar as circunstâncias em que as provisões devem ser reconhecidas e como devem
ser mensuradas.
Assim, um passivo contingente é uma obrigação possível que decorre de
acontecimentos passados e cuja existência apenas será confirmada pela ocorrência ou não
de um ou mais acontecimentos futuros incertos, que não estão totalmente sob controlo da
entidade ou uma obrigação presente que decorre de acontecimentos passados, mas não é
reconhecida porque: (1) não é provável que seja exigido um exfluxo de recursos
incorporando benefícios económicos ou potencial de serviço para liquidar essa obrigação
ou (2) a quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente fiabilidade.
Já, provisão é um passivo de momento ou quantia incertos.

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(Ativo contingente é um ativo possível que decorre de acontecimentos passados e cuja
existência apenas será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais acontecimentos
futuros incertos que não está totalmente sob controlo da entidade).

c) Reconhecimento e Desreconhecimento
O reconhecimento de um item nas demonstrações financeiras implica a atribuição, ao
mesmo, de uma quantia monetária e implica a seleção de uma base de mensuração apropriada.
O desreconhecimento consiste no processo de avaliação sobre a ocorrência de
alterações que no momento atual justifiquem a remoção de um item das demonstrações
financeiras.

d) Impostos e Transferências

A NCP 14- rendimentos de transações sem contraprestação, trata do rendimento


proveniente de transações sem contraprestação, como é o exemplo de transferências (sejam
de caixa ou não), incluindo transferências financeiras (correntes e de capital), impostos,
multas e outras penalidades, subsídios…

Neste contexto as transferências apresentam-se como influxos de benefícios económicos


futuros, provenientes de transações sem contraprestação que não sejam impostos. No caso de
uma transação sem contraprestação, uma entidade ou recebe valor de uma outra entidade sem
dar diretamente em troca um valor aproximadamente igual, ou dá valor a uma outra entidade
sem receber diretamente em troca valor aproximadamente igual.

Por sua vez, os impostos são a fonte mais importante de rendimentos para a maior parte
do Governo, nos seus diferentes níveis e entidades públicas, representam benefícios
económicos pagos ou a pagar compulsivamente a entidades publicas, de acordo com
disposições legais adequadas estabelecidas para proporcionar receitas, excluindo multas e
outras penalidades impostas por violações de disposições legais. Assim, o Governo lança (no
âmbito dos seus poderes de soberania) impostos sobre os indivíduos e outras entidades, os
que denominamos por contribuintes. Em última análise, temos de referir que as transferências
não compulsivas para o Governo ou entidades publicas, tais como doações e o pagamento de
taxas, não são impostos, embora sejam provenientes de transações sem contraprestação.

2) Atendendo ao conteúdo da NCP 13, refira quais são as condições para o reconhecimento
do rendimento de uma venda de bens.

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O objetivo da NCP 13 é prescrever o tratamento contabilístico do rendimento
proveniente de transações e acontecimentos que tenham uma contraprestação.
Quando os bens são vendidos ou os serviços prestados por troca de bens ou serviços
de natureza ou valor dissemelhante, a troca é considerada como uma transação que gera
rendimento.
O rendimento é mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços recebidos, ajustado
pela quantia transferida de caixa ou seus equivalentes.
O rendimento da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido satisfeitas
todas as condições seguintes:
- a entidade tiver transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos da
propriedade dos bens;
- e entidade não mantiver envolvimento continuado na gestão a um nível usualmente
associado à propriedade, nem o controlo efetivo sobre os bens vendidos;
- for provável que os benefícios económicos ou potencial de serviço associados à transação
fluirão para a entidade;
- os gastos suportados ou a suportar relativos à transação possam ser mensurados com
fiabilidade.
O rendimento e os gastos que se relacionem com a mesma transação ou outro
acontecimento são reconhecidos simultaneamente. Porém, quando os gastos não puderem ser
mensurados com fiabilidade, o rendimento não pode ser reconhecido. Em tais circunstâncias,
qualquer retribuição já recebida pela venda dos bens é reconhecida como um passivo.

3) Distinga entre condições e restrições sobre ativos transferidos conforme previsto na


NCP 14 – Rendimento de transações sem contraprestação.
O objetivo da NCP 14 é prescrever os requisitos para o relato financeiro de transações
sem contraprestação.
Nesta norma, as especificações sobre ativos transferidos são os termos impostos por
lei, regulamento ou acordo vinculativo, sobre o uso de um ativo transferido por entidades
externas à entidade que relata. Estas podem ser condições ou restrições.
As condições sobre ativos transferidos exigem que a entidade ou consuma os
benefícios económicos futuros ou potencial de serviço do ativo conforme especificado, ou
restitua esses benefícios económicos futuros ou potencial de serviço ao cedente, no caso de as
condições serem violadas.

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As restrições obre ativos transferidos não incluem um requisito de que o ativo
transferido, ou outros benefícios económicos futuros ou potencial de serviço, deva ser
devolvido ao cedente caso o ativo não seja utilizado conforme especificado.
4) Refira-se aos princípios definidos na Lei do Enquadramento Orçamental (LEO)
aprovada pela Lei n.º 151/2015, de 11 de Setembro.
A Lei do Enquadramento Orçamental desenvolve os princípios orçamentais
consagrados na CRP. Fixa as orientações que devem ser seguidas na elaboração do
Orçamento de Estado e na sua execução.
Os princípios constantes da LEO são:
- Princípio da estabilidade orçamental e princípio da sustentabilidade: o art 10º determina
como princípio de estabilidade orçamental o cumprimento das regras orçamentais numéricas
estabelecidas no cap. III da nova LEO, sem prejuízo das regras previstas nas leis de
financiamento regional e local. Este artigo é complementado pelo art. 11º que define o
conceito de sustentabilidade das finanças públicas. Define-se por sustentabilidade, a
capacidade de financiar todos os compromissos assumidos ou a assumir, com respeito pela
regra de saldo orçamental estrutural e da dívida pública, conforme estabelecido pela presente
lei;
- Princípio da equidade geracional: De acordo com o art.13º, a atividade financeira do setor
da administração pública está subordinada ao princípio da equidade na distribuição de
benefícios e custos entre gerações, de modo a não onerar excessivamente as gerações futuras,
salvaguardando as suas legítimas expectativas através de uma distribuição equilibrada dos
custos pelos vários orçamentos nem quadro plurianual.
- Princípio da anualidade e da plurianualidade: O art. 14º estabelece o princípio da anualidade
e da plurianualidade. O princípio da anualidade estabelece que o exercício orçamental é anual
(sendo que esse ano económico coincide com o anos civil, mesmo nos casos em que o
orçamento do Estado é entregue já com o ano a decorrer). (?)
- Princípio da não compensação: O art. 15º estabelece o princípio da não compensação, ou
seja, que todas as receitas são previstas pela importância integral em que foram avaliadas,
sem dedução alguma para encargos de cobrança ou de qualquer outra natureza. A importância
integral das receitas tributárias corresponde à previsão dos montantes que, depois de abatidas
as estimativas das receitas cessantes em virtude de benefícios tributários e os montantes
estimados para reembolsos e restituições, são efetivamente cobrados.

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- Princípio da não consignação: O art.16º da presente lei estabelece o princípio da não
consignação. Este princípio refere que não pode afetar-se o produto de quaisquer receitas à
cobertura de determinadas despesas.
- Princípio da especificação: O art.17º estabelece o princípio da especificação, ou seja, que as
despesas estão estruturadas por programas, por fonte de financiamento e por classificadores
orgânico, funcional e económico. Já, as receitas são especificadas por classificador
económico e por fonte de financiamento.
- Princípio da transparência orçamental: O art.19º implica a disponibilização sde informação
sobre a implementação e a execução dos programas, objetivos da política orçamental,
orçamentos e contas do setor das administrações públicas, por subsetor. A informação
disponibilizada deve ser fiável, completa, compreensível e comparável internacionalmente,
de modo a permitir avaliar com precisão a posição financeira do setor das administração
pública e os custos e benefícios das suas atividades, incluindo as suas consequências
económicas e sociais, presentes e futuras.

5) Diga quais as condições exigidas pela NCP 13 – Rendimento de transações com


contraprestação, para o reconhecimento de uma venda.

A NCP 13 tem por objetivo o tratamento contabilístico dos rendimentos, provenientes de


transações e acontecimentos que tenham uma contraprestação- é uma transação em que a
entidade recebe ativos ou serviços, ou extingue passivos e dá em troca à outra parte um valor
aproximadamente igual. É uma norma aplicada na contabilização dos rendimentos provenientes
de transações e acontecimentos com contraprestação, como: - venda de bens, prestação de
serviços, uso por terceiros de ativos da entidade que produzam juros.

Quando nos referimos ao reconhecimento nesta norma, estamos a incluir apenas os influxos
brutos de benefícios económicos recebidos, ou a receber pela entidade de sua própria conta. As
quantias cobradas por conta de terceiros, não são rendimentos, pelo contrário, o rendimento é
apenas a quantia da comissão recebida ou a receber relativa à cobrança ou detenção de fluxos
brutos.

O rendimento da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as
seguintes condições:

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- a entidade tiver transferido para o comprador os riscos e as vantagens significativas da
propriedade dos bens;

- a entidade não mantiver envolvimento continuado na gestão a nível usualmente associado à


propriedade;

- a quantia do rendimento possa ser mensurada com fiabilidade;

- quando for provável que os benefícios económicos, associados à transação fluirão para a
entidade, e os gastos suportados ou a suportar relativos a transação puderem ser mensurados com
fiabilidade.

6) Tendo em consideração a NCP 14 – Rendimento de Transações sem contraprestação,


diga como se podem classificar as “especificações”. Fundamente.

A NCP 14, apresenta como objetivo prescrever os requisitos para o relato financeiro de
transações sem contraprestação. Aborda matérias relacionadas com o reconhecimento e
mensuração do rendimento referente a essas transações. Os ativos podem ser transferidos com a
expectativa e/ou entendimento que serão utilizados de uma determinada forma e
consequentemente que a entidade recetora atuará de determinada maneira. Quando as leis
regulamentos, ou acordos vinculativos com terceiros impuserem clausulas acerca do uso por
parte da entidade recetora dos ativos, essas cláusulas são consideradas especificações. Se uma
cláusula estabelecida por lei ou regulamento, ou outro acordo vinculativo, não for suscetível de
ser obrigatória, não é uma especificação, de acordo com o estabelecido por esta norma. Uma
característica fundamental das especificações é a que uma entidade não pode impor uma
especificação sobre si mesma, quer diretamente ou através de uma entidade por si controlada.

Para determinar se uma especificação é uma condição ou uma restrição é necessário


considerar a substância dos termos das especificações e não apenas a sua forma, assim a entidade
considera se existe um requisito obrigatório para devolver o ativo ou outros benefícios
económicos futuros ou potencial de serviço e se a obrigação é imposta pelo cedente.

(Deste modo podemos dizer que as condições sobre ativos transferidos, exigem que a entidade ou
consuma os benefícios económicos futuros do ativo conforme especificado, ou restitua esses benefícios ao
cedente, no caso de as condições serem violadas. Por isso, o recetor assume uma obrigação presente de
transmitir os benefícios económicos futuros a terceiros quando detiver inicialmente o controlo de um ativo
sujeito a uma condição. Quando um recetor reconhece inicialmente um ativo que está sujeito a uma
condição, ele também assume um passivo.

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Por sua vez, as restrições sobre ativos transferidos, não incluem um requisito de que o ativo
transferido, ou outros benefícios económicos deva ser devolvido ao cedente caso o ativo não seja utilizado
conforme especificado. Assim, o recetor não assume uma obrigação presente de transferir benefícios
económicos futuros para terceiros quando detiver inicialmente o controlo do ativo sujeito a uma restrição.
Estas ações podem resultar na obrigação da entidade recetora cumprir a restrição ou ter de fazer face a
uma penalidade (civil, ou criminal), tal penalidade não decorre da aquisição do ativo, mas sim da violação
da restrição.)

7) Um ativo que se qualifica é:


a) Um ativo que resulta de um projeto de desenvolvimento tendo em vista a posterior
comercialização;
b) Um ativo que leva um período mínimo de tempo para ficar pronto para o seu uso
pretendido ou para venda;
c) Um ativo que a entidade submeteu a uma campanha de marketing intensa para ficar
disponível para venda;
d) Um ativo que leva necessariamente um período substancial de tempo para ficar
pronto para o seu uso pretendido ou para venda.

8) Na mensuração subsequente dos inventários a NCP 10 preconiza que:


a) Sejam mensurados ao justo valor, pois este transmite melhor a realidade;
b) Sejam valorizados pelo método do valor realizável líquido dado que apenas este
favorece a empresa;
c) Sejam mensurados pelo custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o mais baixo;
d) Seja adotada uma política de preço fixo, a ajustar no fim do ano.

9) De acordo com a NCP 3 – Ativos Intangíveis, explique como se efetua o reconhecimento


de um item como ativo intangível.
O objetivo da NCP 3 é prescrever o tratamento contabilístico de ativos intangíveis que
não sejam tratados especificamente numa outra norma. Esta Norma exige que uma entidade
reconheça um ativo intangível se, e apenas se, forem satisfeitos determinados critérios.
Importa saber que, um ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância
física.
O reconhecimento de um item como ativo intangível exige que uma entidade
demonstre que o item satisfaz a definição de ativo intangível e os critérios de
reconhecimento.

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No que diz respeito aos critérios de reconhecimento de um ativo intangível dizemos
que um item deve ser reconhecido como tal, apenas se for provável que os benefícios
económicos futuros esperados para o mesmo sejam gerados em favor da entidade e quando o
custo do ativo possa ser mensurado com segurança.
A entidade deve avaliar a probabilidade de geração dos benefícios económicos futuros
utilizando-se de premissas razoáveis e comprováveis que representem a melhor estimativa da
administração em relação ao conjunto de condições económicas que existirão durante a vida
útil do ativo.

10) A NCP 8 – Propriedades de Investimento preconiza na mensuração subsequente dois


modelos. Diga quais são esses modelos e caraterize cada um deles.
O objetivo da NCP 8 é prescrever o tratamento contabilístico de propriedades de
investimento e respetivos requisitos de divulgação.
Uma entidade deve escolher como sua política contabilística entre o modelo do justo
valor ou o modelo do custo, devendo aplicar essa política a todas as suas propriedades de
investimento.
O modelo do justo valor diz-nos que após o reconhecimento inicial, uma entidade
deve mensurar todas as suas propriedades de investimento ao justo valor, exceto se for
incapaz de o mensurar com fiabilidade. O justo valor das propriedades de investimento é o
preço pelo qual tais propriedades podem ser trocadas numa transação entre partes
conhecedoras, e deve refletir as condições de mercado à data do relato.
O modelo do custo, após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha este
modelo deve mensurar todas as suas propriedades de investimento de acordo com os
requisitos da NCP 5, isto é, aos custo menos a depreciação acumulada e perdas por
imparidade acumuladas.

11) De acordo com a nova LEO refira os princípios que devem ser tidos em consideração na
execução orçamental das receitas e das despesas públicas.
Os princípios orçamentais que devem ser tidos em conta de acordo com a LEO são:
Princípio da Unidade e da Universalidade; Princípio da estabilidade orçamental e Princípio da
sustentabilidade orçamental; Princípio da solidariedade recíproca; Princípio da equidade
geracional; Princípio da anualidade e plurianualidade; Princípio da não compensação;
Princípio da não consignação; Principio da especificação; Princípio da economia, eficiência e
eficácia; e, por fim, Princípio da transparência orçamental.
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12) Tendo em consideração a Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em atraso diga o
que são fundos disponíveis e o modo como se determinam.
Compromissos são as obrigações de efetuar pagamentos a terceiros em contrapartida
do fornecimento de bens e serviços ou da satisfação de outras condições.
Os pagamentos em atraso são representados pelas contas a pagar que permanecem
nessa situação mais de 90 dias posteriormente à data de vencimento acordada ou especificada
na fatura, contrato ou documentos equivalentes.
Até ao 5º dia de cada mês, devem as entidades determinar os fundos disponíveis de
acordo com o disposto no art. 5º do DL 127/2012, 21 de junho.
O fundo disponível é calculado mensalmente, consistindo no limite máximo que uma
entidade pode assumir compromissos nesse mês.
Determina-se da seguinte forma:
Saldo de tesouraria no início do ano + receitas cobradas no ano + receitas que prevê cobrar
nos próxs 3 meses + outras receitas – compromissos assumidos = valor total dos
compromissos -> FUNDO DISPONÍVEL

13) Distinga fase de pesquisa de fase de desenvolvimento e explicite o seu modo de


reconhecimento de acordo com a NCP 3 – Ativos Intangíveis. Fundamente.

A NCP 3, tem por objetivo prescrever o tratamento contabilístico de ativos intangíveis que
não sejam tratados especificamente numa outra norma. Esta norma exige que a entidade
reconheça ativos relativos ao património histórico intangível desde que satisfaçam a definição e
os critérios de reconhecimento de ativos intangíveis. Para avaliar se um ativo intangível gerado
internamente atende aos critérios de reconhecimento, a entidade deve classificar a geração
(gerados internamente) do ativo na fase de pesquisa e na fase de desenvolvimento:

Fase de Pesquisa: Nenhum ativo intangível resultante de pesquisa deve ser reconhecido. Os
gastos com pesquisa devem ser reconhecidos como despesa quando incorridos, pois, durante esta
fase a entidade não está apta a demonstrar a existência de ativo intangível que gerará prováveis
benefícios econômicos futuros.

Fase de desenvolvimento: um ativo intangível resultante de desenvolvimento deve ser


reconhecido somente se a entidade puder demonstrar todos os aspetos a seguir enumerados:

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- Viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja disponibilizado para
uso ou venda;

-Intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;

- Capacidade para usar ou vender o ativo intangível;

- Forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros;

- Disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados para concluir seu
desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível;

- Capacidade de mensurar com confiabilidade os gastos atribuíveis ao ativo intangível durante


seu desenvolvimento. Os Ativos Intangíveis, além de serem gerados internamente, podem ser
adquiridos em uma combinação de negócios. Os gastos subsequentes em projeto de pesquisa e
desenvolvimento adquiridos serão contabilizados de forma semelhante àqueles gerados
internamente.

14) Refira-se ao reconhecimento e mensuração das provisões no contexto da NCP 15 –


Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes.

A NCP 15, tem por objetivo definir provisões, passivos contingentes e ativos contingentes, e
identificar as circunstâncias em que as provisões devem ser reconhecidas e como devem ser
mensuradas.

Deste modo podemos considerar que uma provisão é reconhecida quando, cumulativamente:
uma entidade tem uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado de um
acontecimento passado; é provável que seja exigido um exfluxo de recursos incorporando
benefícios económicos para pagar essa obrigação; pode ser feita uma estimativa fiável da quantia
dessa obrigação. No caso extremamente raro em que nenhuma estimativa fiável possa ser feita,
existe um passivo que não pode ser reconhecido e, nesse caso, esse passivo é divulgado como um
passivo contingente.

(Quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa do dispêndio exigido para
liquidar a obrigação presente à data de relato e a melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a
obrigação presente é a quantia em que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação à
data de relato ou para a transferir para um terceiro nessa data. Os acontecimentos futuros que possam
afetar a quantia exigida para liquidar uma obrigação devem ser refletidos na quantia de uma provisão
quando haja evidência objetiva suficiente de que ocorrerão. Os ganhos da alienação esperada de ativos
não devem ser tomados em consideração ao mensurar uma provisão, mesmo que a alienação esperada
esteja associada ao acontecimento que deu origem à provisão. Quando se espera que uma parte ou a

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totalidade dos dispêndios exigidos para liquidar uma provisão sejam reembolsados por uma outra parte, o
reembolso deve ser reconhecido quando, e somente quando, for praticamente certo que o mesmo será
recebido se a entidade liquidar a obrigação. Tal reembolso deve ser tratado como um ativo separado)

15) De acordo com a LEO refira os princípios que devem ser tidos em consideração na
execução orçamental das receitas e das despesas públicas.
Os princípios orçamentais que devem ser tidos em conta de acordo com a LEO são:
Princípio da Unidade e da Universalidade; Princípio da estabilidade orçamental e Princípio da
sustentabilidade orçamental; Princípio da solidariedade recíproca; Princípio da equidade
geracional; Princípio da anualidade e plurianualidade; Princípio da não compensação;
Princípio da não consignação; Principio da especificação; Princípio da economia, eficiência e
eficácia; e, por fim, Princípio da transparência orçamental.

16) Refira-se à importância dos princípios da Economia, eficiência e eficácia e da


transparência contidos na LEO.
O princípio da economia, eficiência e eficácia, segundo o art.18º, estabelece que a
assunção de compromissos e a realização de despesa pelos serviços e pelas entidades
pertencentes aos subsetores que constituem o setor das administrações públicas estão sujeitas
a este princípio.
A economia, eficiência e eficácia consistem:
- na utilização do mínimo de recursos que assegurem os adequados padrões do serviço
público;
- promoção do acréscimo de produtividade;
- na utilização dos recursos mais adequados para atingir o resultado que se pretende alcançar.
No entanto, o n.º3 deste artigo estabelece que a avaliação da economia, eficiência e da
eficácia de investimentos públicos que envolvam montantes totais superiores a 5 milhões de
euros, devem incluir, sempre que possível, a estimativa das suas incidências orçamental e
financeira líquidas ano a ano e em termos globais.

17) Tendo em consideração as Normas do Rendimento (NCP 13 e NCP 14) diga quais são os
principais aspetos que as diferenciam.

A NCP 13, tem como âmbito transações com contraprestação, ou seja, são aquelas em que a
entidade recebe ativos ou serviços ou extingue passivos e dá em troca à outra parte um valor
aproximadamente igual, podemos considerar como exemplo a compra e venda de bens ou serviços e

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a locação de ativos fixos tangíveis a preços de mercado. Tradicionalmente, a prestação de serviços
envolve o desempenho pela entidade de uma tarefa contratualmente acordada, durante um
determinado período de tempo.

Por sua vez a NCP 14, tem como objetivo prescrever os requisitos para o relato financeiro de
transações sem contraprestação, ou seja, são transações que não sejam transações com
contraprestação, neste caso uma entidade ou recebe valor de uma outra entidade sem dar diretamente
em troca valor aproximadamente igual, ou dá valor a uma outra entidade, sem receber diretamente
em troca valor aproximadamente igual. Neste caso de transações podemos por exemplo, referir: os
impostos (maior fonte de receita do Governo)¸ multas e outras penalidades; as transferências quer
sejam de caixa ou não e ainda as transferências financeiras, correntes e de capital; subsídios, perdão
de dívidas; legados; ofertas; doações.

18) Diga se a cobrança de impostos por parte do Estado é um rendimento de transações


com contraprestação ou sem contraprestação. E refira-se à norma de contabilidade que
regulam o seu reconhecimento.

Segundo a NCP 14 – Rendimentos de transações sem contraprestação, os impostos


cobrados por parte do Estado, representam um rendimento de transação sem contraprestação.
Tal como a norma indica, embora os rendimentos recebidos pelas entidades públicas
provenham tanto de transações com contraprestação como de transações sem contraprestação,
a maior parte do rendimento do Governo nos seus diferentes níveis e de outras entidades
públicas é tipicamente proveniente de transações sem contraprestação, como é o exemplo dos
impostos; multas e outras penalidades; transferências (sejam de caixa ou não), incluindo
transferências financeiras (correntes e de capital); subsídios… Em algumas transações sem
contraprestação, uma entidade recebe recursos, mas não dá como retorno qualquer retribuição
ou dá apenas uma retribuição simbólica.

Vejamos, os contribuintes pagam impostos porque a lei os obriga ao seu pagamento.


Embora o Governo proporcione um conjunto de serviços públicos aos contribuintes, isso não
é feito com contrapartida pelo pagamento de impostos, casos pode haver em que a entidade
pode proporcionar alguma retribuição diretamente, como contrapartida dos serviços
recebidos, mas essa retribuição não se aproxima do justo valor dos recursos recebidos, nestes
casos a entidade determina se existe uma combinação de transações com contraprestação e
sem contraprestação, e cada componente da transação deve ser reconhecida separadamente.

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Deste modo uma entidade deverá reconhecer um ativo proveniente de uma transação
sem contraprestação, quando obtiver o controlo de recursos que satisfaçam a definição de um
ativo, bem como os critérios de reconhecimento. Um influxo de recursos de uma transação se
contraprestação, que satisfaça a definição de ativo, deve ser reconhecido como tal, quando e
somente, quando: for provável que os benefícios económicos futuros associados ao ativo
fluam para a entidade e o justo valor possa ser mensurado com fiabilidade. Assim, um influxo
de recursos provenientes de uma transação sem contraprestação reconhecido como um ativo
deve ser reconhecido como um rendimento, exceto até ao ponto em que for também
reconhecido um passivo relativo ao mesmo influxo. O rendimento destas transações deve ser
mensurado pela quantia do aumento no ativo reconhecido pela entidade (a menos que seja
também exigido reconhecer um passivo). A quantia reconhecida A quantia reconhecida como
um passivo deve ser a melhor estimativa da quantia necessária para liquidar a obrigação
presente à data de relato.

Por sua vez, uma entidade deve reconhecer um ativo relativo a impostos quando o
acontecimento tributável ocorrer e os critérios de reconhecimento do ativo forem satisfeitos.
Os recursos provenientes de impostos satisfazem a definição de ativo quando a entidade
controla os recursos em consequência de um acontecimento passado e espera que desses
recursos resultem benefícios económicos futuros. Os impostos não satisfazem a definição de
contribuições dos proprietários para o património líquido porque o pagamento de impostos
não dá aos contribuintes o direito de receber distribuições de benefícios económicos futuros
da entidade durante a sua vida, nem o pagamento de impostos proporciona aos contribuintes
um direito de propriedade sobre o Estado que possa ser vendido, trocado ou transferido.

Os recursos relativos a impostos recebidos antes da ocorrência do acontecimento


tributável são reconhecidos como um ativo e um passivo (adiantamentos de recebimentos)
porque o acontecimento que dá origem ao direito do sujeito ativo sobre os impostos ainda não
ocorreu e os critérios para o reconhecimento do rendimento por imposto não estão ainda
satisfeitos, não obstante a entidade já ter recebido um influxo de recursos. Quando o
acontecimento tributável ocorre o passivo é eliminado e o rendimento reconhecido

19) A NCP 9 – Imparidade de ativos estabelece os procedimentos que uma entidade deve
aplicar para se assegurar que os seus ativos estão registados na contabilidade por
valores que não excedem a sua quantia recuperável. Diga o que entende por imparidade
de um ativo e distinga este conceito do de depreciação.

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