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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

COMPACTAÇÃO DE SOLOS

BELÉM – 2010
Antonio Gaia
Cesar Brito
Elias
Bruno Assis

COMPACTAÇÃO DE SOLOS

Trabalho apresentado ao Prof.


Benedito Coutinho, como parte
integrante do 2º NI da disciplina
de Projeto Geométrico e Obras
em Terra para Rodovias e Vias
Urbanas.

BELÉM – 2010
SUMÁRIO
ITEM ASSUNTO PÁG.
1 INTRODUÇÃO

A compactação de um solo é a sua densificação por meio de equipamento


mecânico, geralmente um rolo compactador, embora em alguns casos, como em
pequenas valetas, até soquetes manuais podem ser empregados.
O solo, quando transportado e depositado para a construção de um aterro,
fica num estado relativamente fofo e heterogêneo e, portanto, além de pouco
resistente e muito deformável, apresenta comportamento diferente de acordo com o
local de coleta. A compactação de solos tem alguns aspectos importantes, entre
eles, diminuir a quantidade de vazios entre os grãos e tornar o aterro mais
homogêneo. O aumento da densidade ou uma maior intimidade de contato entre os
grãos é desejável não por si, mas porque diversas propriedades do solo melhoram
com isto.

Figura 1: a) Estado do solo natural; b) Estrutura do solo compactado

1.1 RAZÕES E HISTÓRICO DA COMPACTAÇÃO

A compactação é empregada em diversas obras de engenharia, como os


aterros para diversas utilidades, as camadas que constituem os pavimentos, a
construção de barragens de terra, preenchimento com terra de áreas atrás de muros
de arrimo e reenchimento das inúmeras valetas que são abertas em vias urbanas. O
tipo de obra e de solo disponível, vão direcionar qual o processo de compactação
deve ser empregado, a umidade em que o solo deve se encontrar na ocasião e a
densidade a ser atingida, tendo como objetivo reduzir recalques que possam ocorrer
no futuro, aumentar a rigidez e a resistência do solo, reduzir a permeabilidade e etc.
O início da técnica de compactação é creditada ao engenheiro norte-
americano Proctor que, em 1933, publicou suas observações sobre a compactação
de aterros, mostrando que, aplicando-se uma certa energia de compactação (um
certo número de passadas de um determinado equipamento no campo ou um certo
número de golpes de um soquete sobre o solo contido num molde), a massa
específica resultante é função da umidade em que o solo se encontra. Quando se
compacta com umidade baixa, o atrito entre as partículas é muito alta e não se
consegue uma significativa redução de vazios entre os grãos. Para umidades mais
elevadas, a água provoca um certo efeito de lubrificação entre as partículas, que
deslizam entre si, formando assim uma massa mais compacta.
Na compactação, as quantidades de partículas e de água permanecem
constantes; o aumento da massa específica corresponde à eliminação de ar dos
vazios. A saída do ar é facilitada porque, quando a umidade não é muito elevada, o
ar encontra-se em forma de micro-canais intercomunicados. A redução do atrito pela
água e os micro-canais de ar permitem uma massa específica maior quando o teor
de umidade é maior. A partir de um certo teor de umidade, a compactação não
consegue mais expulsar o ar dos vazios, pois o grau de saturação já é elevado e o
ar está ocluso (envolto por água). Há, portanto, para a energia aplicada, um certo
teor de umidade, denominado de umidade ótima, que conduz a uma massa
específica seca máxima, ou uma densidade seca máxima.

1.2 DIFERENÇA ENTRE COMPACTAÇÃO E ADENSAMENTO

Vale ressaltar que, embora a compactação seja um fenômeno similar ao


adensamento, pois ambos se manifestam na compressibilidade dos solos, no
adensamento a redução de vazios é obtida pela expulsão da água intersticial,
natural ou artificialmente. Pode levar muitos anos para que ocorra por completo, a
depender do tipo de solo e as cargas são normalmente estáticas. Na compactação,
esta redução ocorre, em geral, pela expulsão do ar dos poros, num processo
artificial de curta duração e as cargas geralmente são de natureza dinâmica.
Figura 2: Fases do adensamento

Teoria do adensamento de solos de Terzaghi em analogia com um sistema


mecânico.

O modelo mecânico de Terzaghi, representado na figura acima, tem seu


funcionamento conforme descrito a seguir.

1. O cilindro cheio d'água, e com a mola dentro, estão em equilíbrio e


representam o solo saturado;
2. É aplicado um carregamento sobre o pistão. Nesse momento a água é que
sustenta toda a carga, pois ela pode ser considerada incompressível;
3. À medida que a água é drenada pelo orifício, parte do carregamento passa a
ser suportado pela mola que vai encolhendo e aumentando sua resistência. O
solo está adensando;

4. O sistema volta ao equilíbrio pois a pressão da água foi toda dissipada e a


mola, que representa a estrutura sólida do solo, suporta a carga sozinha. É o
fim do adensamento.
A torre de Pisa é um exemplo clássico de obra que
promoveu um

grande adensamento do solo sob suas fundações, gerando um

elevado nível de recalque diferencial. Outro exemplo bastante

citado no Brasil são os prédios da orla de Santos.


Figura 3: Torre de Pisa

Compactação

Saída de ar Cargas
Dinâmicas

Adensamento

Saída de Cargas
água Estáticas

2 ESPECIFICAÇÕES PARA COMPACTAÇÃO

Com relação ao projeto, normalmente fixam-se o peso específico aparente


seco e a umidade da camada a ser compactada no campo em função de parâmetros
ótimos determinados em ensaios de compactação realizados em laboratório.
Consideram-se, assim, o grau de compactação (GC) específico no projeto e o desvio
de umidade (W) máximo admissível. Cabe à fiscalização determinar que os critérios
de projeto sejam obedecidos nos trabalhos de compactação de campo. O grau de
compactação e o desvio de umidade são definidos, respectivamente pelas equações
abaixo:

 , onde:

GC= grau de compactação do solo compactado em campo, em (%);


= peso específico aparente seco de campo, em (kN/m³);
= peso específico aparente seco máximo obtido em laboratório, no ensaio
de compactação, para energia especificada em projeto, em (kN/m³).

 , onde:
= desvio de umidade do solo compactado no campo, em (%);
= umidade determinada no campo, em (%);
= umidade obtida em laboratório, no ensaio de compactação, para a
energia especificada no projeto, em (%).

2.1 COMPACTAÇÃO DE ATERROS

Os critérios para compactação de aterros são os seguintes:


 É proibido o uso de solos com baixa capacidade de suporte e expansão
superior a 4%, determinada no ensaio de CBR;
 A camada final deve ser constituída por solos selecionados com expansão
igual ou inferior a 2%, determinada no ensaio de CBR;
 A espessura da camada acabada de solo não deve exceder 30 cm;
 Com relação ao grau de compactação, o corpo do aterro deve apresentar
grau de compactação maior ou igual a 95% da energia do ensaio de Proctor normal,
recomendando-se que as camadas finais sejam compactadas com, pelo menos,
100% da energia desse ensaio, admitindo-se uma faixa de variação para a umidade
de campo de + 3% em relação à umidade ótima;
 Com relação ao corpo do aterro, no campo deve-se fazer uma determinação
de peso específico aparente seco a cada 1000m³ de camada compactada; na
camada final, deve-se fazer uma determinação de peso específico aparente seco a
cada 2000m³ de camada compactada.

2.2 COMPACTAÇÃO DA CAMADA DE REFORÇO DO PAVIMENTO


RODOVIÁRIO

No que se diz respeito à compactação de camadas de reforço do subleito,


devem-se adotar as seguintes especificações:
 A espessura de camada acabada deve ser maior ou igual a 10 cm e menor ou
igual a 20 cm. Quando houver necessidade de executar camada de reforço com
espessura final superior a 20 cm, esta será subdividida em camadas parciais;
 O CBR do material a ser utilizado deverá ser superior ao CBR do subleito, de
acordo com indicações do projeto, e a expansão determinada no ensaio CBR deverá
ser inferior a 1%;
 Deve-se trabalhar com pelo menos 100% da energia de compactação do ensaio
de Proctor intermediário;
 As tolerâncias admitidas para a umidade de campo serão de + 2% em torno da
umidade ótima;
 Devem-se determinar, pelo menos, a umidade ótima antes da compactação e
peso específico aparente seco a cada 100 m de camada compactada.

2.3 COMPACTAÇÃO DA CAMADA DE SUB-BASE E BASE


GRANULARES

No caso de compactação de camadas de sub-base e base granulares,


devem-se adotar as especificações listadas a seguir:
 A espessura de camada acabada deve ser maior ou igual a 10 cm e menor ou
igual a 20 cm. Quando houver necessidade de executar camada de reforço com
espessura final superior a 20 cm, estas serão subdivididas em camadas parciais;
 O CBR do material a ser utilizado em camadas de sub-base deverá ser igual ou
superior a 20% e do material a ser utilizado em camadas de base, superior a 60%.
Para rodovias e que o tráfego previsto para o período de projeto ultrapassar o valor
de N=5x106, o CBR do material da camada de base deverá ser superior a 80%;
neste caso, a energia de compactação será a do ensaio Proctor modificado;
 A expansão determinada no ensaio CBR deverá ser inferior a 0,5%;
 Deve-se trabalhar com, pelo menos, 100% da energia de compactação do ensaio
Proctor intermediário e/ou modificado;
 As tolerâncias admitidas para a umidade de campo serão de + 2% em torno da
umidade ótima;
 Deve-se fazer pelo menos uma determinação de umidade ótima antes da
compactação e de peso específico aparente seco a cada 100m de camada
compactada.

3 COMPACTAÇÃO NO CAMPO

A compactação de campo consiste nas seguintes operações:


a) Escolha da área de empréstimo, o que é um problema técnico-econômico.
Nesta escolha devem ser consideradas distâncias de transporte, mas também as
características geotécnicas do material. Especial atenção deve ser dada à umidade
natural do solo da área de empréstimo em relação à umidade ótima de
compactação, para evitar gastos elevados no acerto da umidade.

Figura 4: Área de empréstimo


b) Transporte e espalhamento do solo. A espessura da camada solta a
espalhar deve ser compatível com a espessura final, que geralmente é estabelecida
em 15 a 20 cm, pois os efeitos dos equipamentos não atinge profundidades maiores
do que estas. A espessura de espalhamento depende do tipo de solo, mas
geralmente 22 a 23 cm de solo solto resultam numa camada de 15 cm de solo
compactado.

Figura 5: Transporte do material Figura 6: Espalhamento do solo

c) Acerto da umidade, o que é conseguido por irrigação ou aeração, seguidas de


revolvimento mecânico do solo de maneira a homogeneizá-lo.

Figura 7: Irrigação do solo Figura 8: Aeração do solo

d) Compactação propriamente dita. Os equipamentos devem ser escolhidos


de acordo com o tipo de solo. Rolos pé-de-carneiro são adequados para solos
argilosos, por penetrar na camada nas primeiras passadas, atingindo a parte inferior
da camada e evitando que uma placa superficial se forme e reduza a ação do
equipamento em profundidade. Rolos pneumáticos são eficientes para uma grande
variedade de solos, devendo ter o seu peso e a pressão dos pneus adaptada em
cada caso. Rolos vibratórios são especialmente aplicados para solos granulares. O
próprio equipamento de transporte dos solos provoca sua compactação. Em aterros
pequenos de pouca responsabilidade, um caminhão de transporte carregado pode
substituir um equipamento específico de compactação.

Figura 9: Compactação de uma Rodovia

3.1 ENERGIA DE COMPACTAÇÃO NO CAMPO

A densidade seca máxima e a umidade ótima determinada no ensaio descrito


como Ensaio Normal de Compactação ou Ensaio Proctor Normal não são índices
físicos do solo. Estes valores dependem da energia aplicada na compactação.
Chama-se energia de compactação ou esforço de compactação ao trabalho
executado, referido a unidade de volume de solo após compactação. A energia de
compactação é dada pela seguinte fórmula:

Sendo:
M – massa do soquete;
H – altura de queda do soquete;
Ng – o número de golpes por camada;
Nc – número de camadas;
V – volume de solo compactado.

Na compactação de campo, diz-se que houve um passe ou uma passada do


equipamento, quando este executou uma viagem de ida e volta, em qualquer
extensão, na área correspondente à sua largura de compactação; ou uma cobertura
quando foi executado um número suficiente de passadas para que toda a área entre
em contato com o equipamento (BAPTISTA, 1976). Na tabela 1, associam-se os
requisitos para obtenção de compactação no campo de 95% a 100%, com base no
peso específico seco máximo do ensaio de Proctor normal.

Requisitos para compactação de 95% a 100% do peso específicoseco máximo do ensaio Proctor normal

Espessura da
Passagens ou
Tipo de equipamento Aplicabilidade camada Possíveis variações do equipamento
coberturas
compactada

Para solos finos ou solos grossos com de 20% 4 a 6 passagens Em geral, para barragens de terra, rodovias e campos de pouso,
passando através da peneira nº 200. para solos finos um tambor de 1,5 m de diâmetro, carregando para 45 a 90 kN
Inadequados para solos grossos sem finos. por metro linear (1,5 a 3 toneladas metro linear) do tambor, é
Rolos compactadores pé-de-carneiro Especificamente adequados para 150 mm utilizado. Para projetos menores, um tambor de 1 m de
compactação da zona impermeável em diâmetro, carregado para 22 a 50 kN por metro linear (0,75 a
barragens de terra ou em coberturas nas 1,75 tonelada por metro linear) do tambor, é utilizado. A pressão
quais a adesão das camadas é importante. 6 a 8 passagens de contato deveser regulada para evitar o cisalhamento do solo
para solo grosso. na terceira ou quarta passagem.

Para solos grossos com 4% a 8% passando Uma grande variedade de equipamentos de compactação de
250 mm 3 a 5 coberturas
através da peneira nº 200. pneus de borracha está disponível. Para solos coesivos cargas de
rodas leves, tais como as dos equipamentos de rodas oscilantes,
Rolos compactadores de pneus de borracha podem ser aplicadas em vez das cargas de roda pesadas, caso a
espessura da camada apresente uma redução. No caso de solos
Para solos finos ou solos grossos bem-
sem coesão, pneus grandes são úteis para evitar o cisalhamento
graduados com mais de 8% passando através 150 a 200 mm 4 a 6 coberturas
e a formação de sulcos.
de peneira nº 200.

Adequados para compactação de subleitos


ou bases de misturas de areia e pedregulho 200 a 300 mm 4 coberturas Existem rolos compactadores de três rodas de muitos tamanhos.
bem graduadas. Rolos do tipo tandem de duas rodas estão disponíveis na faixa de
peso de 9 a 180 kN (1 a 20 t). Em geral, rolos do tipo tandem de
Rolos compactadores lisos
três eixos são utilizados na faixa de peso 90 a 180 kN (10 a 20 t).
Podem ser utilizados para solos finos que não
Rolos compactadores pesados são utilizados para tratar subleitos
sejam as barragens de terra. Inadequado para
150 a 200 mm 6 coberturas ou dases.
areia pura, bem graduada ou areia siltosa
uniforme.

Para solos grossos com memos de cerca de


Placas vibratórias manuais ou motorizadas, únicas ou em
12% passando através de peneira nº 200.
conjunto, estão disponíveis com larguras de cobertura de 0,45 a
Compactadores de placa vibratória Ótimos para materiais com 4% a 8% 200 a 250 mm 3 coberturas
4,5 m. Vários tipos de equipamento de tambor vibratório devem
passando através da peneira nº 200,
ser considerados para compactação em áreas grandes.
depositados totalmente molhado.

Fonte: Marinha dos Estados Unidos (1971). Publicado pelo U.S. Government Printing Office.

Tabela 1: Requisitos para compactação

5 – ENSAIOS DE LABORATÓRIO:
5.1 ENSAIO DE PROCTOR NORMAL
O ensaio de Proctor foi padronizado no Brasil pela ABNT (NBR 7.182/86). Em
sua última revisão, esta norma apresenta diversas alternativas para a realização do
ensaio. Descreveremos inicialmente, nos seus aspectos principais, aquela que
corresponde ao ensaio original e que ainda é a mais empregada nas obras de terra:
A amostra de solo deve ser previamente seca ao ar livre e destorroada;

Figura 10: Secagem das amostras Figura 11: Destorroamento do solo

Utiliza-se a peneira Nº 4 (4,75 mm) para separar o material de maior


granulometria (penera-se uma quantidade suficiente para 5 ensaios,
aproximadamente 13 kg);

Figura 12: Peneiramento do material

Figura 13: Amostra já peneirada


Acrescenta-se água em pequena quantidade e mistura-se até formar torrões,
um solo bem homogêneo. Repetir o processo até que o solo fique com cerca de 5%
de umidade abaixo da umidade ótima. Não é tão difícil perceber isto, ao se
manusear um solo, percebe-se uma umidade relativa que depende dos limites de
liquidez e de plasticidade. Da mesma forma, com um pouco de experiência, qualquer
operador manuseando o solo percebe se ele está acima ou abaixo da umidade
ótima, que geralmente é muito próxima e um pouco abaixo do limite de plasticidade;

Figura 14: Adicionando água na primeira Figura 15: Misturando o solo à água
amostra

Uniformizando-se bem a umidade, uma porção de solo é colocada num


cilindro padrão (10 cm de diâmetro, 12,73 cm de altura e volume de 1000 cm³) e
submetida a 26 golpes de um soquete com massa de 2,5 kg com uma altura de
queda de 30,5 cm. Anteriormente, o número de golpes era de 25; a alteração da
norma para 26 foi feita para ajustar a energia de compactação ao valor de outras
normas internacionais, levando em conta que as dimensões do cilindro padronizado
no Brasil são um pouco diferente das demais.
Figura 16: Soquete e cilindro Figura 17: Apiloamento da 1ª camada

A porção do solo compactado deve ocupar cerca de 1/3 do cilindro. O


processo é repetido mais duas vezes, totalizando 3 camadas com 26 golpes cada,
atingindo-se uma altura um pouco superior à do cilindro, o que é possibilitado por um
anel complementar. Acerta-se o volume, raspando o excesso, de uma forma bem
regular.

Figura 18: Finalizando a compactação no Figura 19: Remoção do anel complementar


cilindro do cilindro

Figura 20: Raspando o excesso de material Figura 21: Finalizando a raspagem


Pesa-se o corpo de prova para obtenção da massa específica (diminui-se o
peso do molde). Com uma amostra do seu interior, determina-se a umidade através

da fórmula: , com esses dois valores calcula-se o peso específico

aparente seco do solo, através da equação: , onde:

= peso específico aparente seco, em kN/m³;


= peso úmido do solo compactado, em kN;
= volume do solo compactado (volume do molde), em m³;
= umidade do solo compactado, em %.

Figura 22: Pesagem do molde com solo Figura 23: Retirada de amostra para
determinar a umidade

Repete-se o mesmo procedimento com as outras amostras de solo restantes,


aumentando a umidade em aproximadamente 2% de ensaio para ensaio, com isso
obtém-se novos pares de valores densidade-umidade seca, a operação é repetida
até que se perceba que a densidade seca, depois de ter subido, já tenha caído em
duas ou três operações sucessivas. Percebendo que, quando a densidade úmida se
mantém constante em duas tentativas sucessivas, a densidade seca já caiu. Se o
ensaio começou, realmente, com umidade 5% abaixo da ótima, e os acréscimos
forem de 2% a cada ensaio, com 5 determinações o ensaio estará concluído
(geralmente não são necessários mais que 6 determinações).
Com os resultados obtidos nos ensaios, desenha-se a curva de compactação,
que consiste na representação da densidade seca em função da umidade.
Geralmente, associa-se uma reta aos pontos da esquerda como ramo seco e uma
reta aos pontos da direita como ramo úmido, une-se as duas por uma curva
parabólica, onde se define uma densidade seca máxima, à qual corresponde uma
umidade ótima.

Figura 24: Curva de compactação

5.2 ENSAIO DE PROCTOR MODIFICADO

O desenvolvimento de rolos compactadores pesados e sua utilização para


compactação no campo exigiram a modificação do ensaio Proctor normal, para que
as condições de campo fossem bem mais representadas. A versão modificada é, às
vezes, chamada de ensaio Proctor modificado. Na execução do ensaio Proctor
modificado, o mesmo tipo de molde utilizado no ensaio Proctor normal, com um
volume de 1000 cm³, é empregado. Entretanto, o solo é compactado em 5 camadas
por um soquete de massa 4,54 Kg. O curso do soquete é de 45,7 cm, e o número
de golpes do soquete em cada camada é o mesmo do ensaio Proctor normal, ou
seja, 26 golpes.

O ensaio Proctor modificado aumenta o esforço de compactação e, portanto,


resulta no aumento do peso específico seco máximo do solo, o qual é acompanhado
por uma redução do teor de umidade ótima.

5.3 MÉTODO DO DNER (DNIT) (Norma ME 129/94)


Em função da energia de compactação especificada, o DNIT adota os
seguintes tipos de ensaios:

 Proctor Normal: normalmente é utilizado em camadas para reforço do sub-leito


com fins rodoviários. Com um soquete de 4,5 Kg, aplica-se 12 golpes por
camada, num total de 5 camadas, com altura de queda de 45,7 cm num cilindro
de 12,7 cm de altura.
 Proctor Intermediário: geralmente utilizado em camadas a sub-base para fins
rodoviários. Utiliza-se o mesmo soquete, com mesma altura de queda, mesmo
número de camadas, no mesmo cilindro do Proctor Normal, só que com número
maior de golpes, neste caso são 26 golpes por camada.
 Proctor Modificado: é mais utilizado em camadas destinadas a base para fins
rodoviários. Também com as mesmas características do Proctor Normal, só que
com a aplicação de 55 golpes por camada.

5.4 ENSAIO DE CBR (California Bearing Ratio)

Este ensaio, de grande valor na técnica rodoviária, é a base do conhecido


método de dimensionamento de pavimentos flexíveis, idealizado pelo engenheiro
O.J. Porter em 1939, no estado da Califórnia – EUA, e que até hoje é muito
ultilizado.

No ensaio de CBR, é medida a resistência à penetração de uma amostra


saturada compactada segundo o método Proctor. Para essa finalidade, um pistão
com seção transversal de 3 pol² penetra na amostra à uma velocidade de 0,05
pol/min. O valor da resistência à penetração é computado em %, sendo que 100% é
o valor correspondente à penetração em uma amostra de brita graduada de elevada
qualidade que foi adotada como padrão de referência.

Através do ensaio de CBR, é possível conhecer qual será a expansão de um


solo sob um pavimento quando este estiver saturado, e fornece indicações da perda
de resistência do solo com a saturação.
Considera-se que os sub-leitos bons tenham expansões menores que 3% e
que os materiais para sub-bases tenham menos que 2% e, para bases, menores
que 1%.

Determinação do I.S.C. (Índice de Suporte Califórnia) – o processo que


normalmente se emprega é o seguinte:

Após a secagem do solo, destorroa-se a amostra e faz-se o peneiramento na


peneira de 3/4 (19 mm) numa quantidade suficiente para três corpos de prova;

Figura 25: Peneirando a amostra a ser


ensaiada

Determina-se a umidade higroscópica. Adiciona-se água até atingir a umidade


prevista para o ensaio (normalmente a umidade ótima). Determina-se a quantidade
de água a ser adicionada através das fórmulas abaixo descritas:
amostra total úmida x fator de correção, onde:
Amostra total úmida = + 5500 g;

Fator de correção = , onde, após a determinação do peso do

solo seco, calcula-se a quantidade de água a ser adicionada na amostra, através da


fórmula:

, onde o resultado será apresentado em cm³, e que cada

cm³ equivale a 1 ml de água.


Figura 26: Adicionando água à fração Figura 27: Misturando o solo à água
de solo

A norma da ABNT 9895 que padroniza o ensaio de suporte Califórnia – CBR,


preconiza que sejam feitos cinco corpos de prova para o ensaio, golpeados com um
soquete de 4,5 kg à uma altura de queda de 45 cm, num cilindro com dimensões de
15 cm de diâmetro e 17,5 de altura mais um anel prolongador de 5,08 cm, sendo
que o número de golpes depende da energia de compactação (normal – 12 golpes,
intermediário – 26 e modificado com 55 golpes, por camada). É importante que se
escarifique a camada compactada para que a superior tenha aderência com a outra.
Figura 28: Conjunto de moldes e soquete Figura 29: Preenchendo o corpo de prova
para CBR com solo

Após a conclusão de compactação das 5 camadas no corpo de prova, tira-se


o anel prolongador, raspa-se o excesso de material, tomando o cuidado para que
fique bem nivelado.
Figura 30: Remoção do anel prolongador Figura 31: Nivelamento do corpo de prova

Pesa-se o molde com a amostra, após a pesagem, inverte-se o molde de


posição para substituição do anel espaçador pelos anéis bi-partidos. Esses anéis bi-
partidos, funcionarão como um peso ou sobrecarga, simulando uma sobrecarga do
pavimento e que não deverá ser inferior a 4,5 kg. Se finaliza esta etapa, instalando o
extensômetro sobre um tripé, onde há um pino apoiado numa chapa que está em
contato com o solo e a outra extremidade apoiada na agulha do extensômetros, para
que qualquer deformação (expansão ou recalque) da amostra seja registrada no
relógio, e na sequência imerge-se o cilindro com o corpo de prova e sobrecarga num
tanque com água por um período de 96 horas (4 dias) de tal forma que a água
banhe o material tanto pelo topo quanto pela base.
Figura 32: Pesagem do corpo de prova com
amostra

Figura 33: Imersão dos corpos de prova

Realiza-se leituras de deformação (expansão ou recalque) com aproximação


de 0,01 mm, a cada 24 h.

Figura 34: Leitura dos extensômetros a cada


24 horas
Após o período de imersão, calcula-se a expansão que a amostra sofreu
através da fórmula abaixo, e seu resultado será em %:

, onde:

leitura final do extensômetro após 4 dias de imersão;


leitura inicial do extensômetro antes da imersão;
altura efetiva do corpo de prova.
As especificações estabelecem que materiais de empréstimo para sub-base
devem ter expansões menores que 2%. Recomenda-se que materiais de base
tenham expansões menores que 1%. Solos orgânicos e alguns solos coesivos, tem
expansão maior que 10%.

Após o período de imersão e o cálculo da expansão, retira-se a amostra da


água, deixa escorrer por aproximadamente 15 minutos, em seguida pesa-se o
conjunto e calcula a quantidade de água absorvida pelo solo.
Coloca-se sobre a amostra proveniente do ensaio de expansão uma
sobrecarga igual a usada durante a imersão (4,5 kg).
Coloca-se o corpo de prova na prensa de CBR e faz-se o assentamento do
pistão no solo, pistão este, que tem acoplado um extensõmetro tocando o bordo do
cilindro, para medir a penetração (pol.) do pistão no solo a uma velocidade de 1,27
mm/min.
Na parte superior do pistão, há um anel dinamométrico com um extensõmetro
que fará a medição da pressão (kg/cm²). Esta pressão servirá de cálculo juntamente
com um coeficiente constante do anel dinamométrico (coeficiente específico para
cada aparelho).
O índice de suporte Califórnia final será o maior dos valores obtidos na
penetração de 0,1 e 0,2 polegadas e terá a sua formulação principal conforme
descrito abaixo:
CBR= Pressão corrigida ou acumulada/pressão padrão x 100
Como dado informativo, acrescenta-se que solos que tem inchamento de 3%
ou mais, geralmente tem CBR maior que 9% e que solos que tem inchamento de 1%
tem CBR maior que 30%.
6 ENSAIOS DE CAMPO
6.1 MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA PELO MÉTODO
FRASCO DE AREIA
O equipamento de cone de areia consiste em um frasco de vidro ou plástico,
com um cone de metal instalado no topo. O frasco é preenchido com areia seca.
No campo um pequeno furo é escavado na área em que o solo foi
compactado. Conhecendo-se o peso do solo úmido retirado do furo e o teor de
umidade do solo, o peso seco do solo poderá ser calculado a partir da seguinte
equação:

, onde é o teor de umidade.

Após a escavação do furo, o frasco cheio de areia com o cone instalado é


posicionado de cabeça para baixo sobre o furo. A areia é solta do frasco e enche o
furo e o frasco. Depois o peso combinado do frasco, do cone e da areia restante no
frasco é obtido ( ), com base na seguinte equação:
, onde é o peso da areia contida no furo e no cone.
O volume do furo escavado pode ser determinado como;

, onde é o peso da areia contida apenas no cone e é o peso

específico seco da areia utilizada.


Os valores de e são determinados pela calibração efetuada em
laboratório. O peso específico seco da comopactação executada no campo pode ser

definido por meio da equação a seguir: , onde é o peso seco do solo

retirado do furo e é o volume do furo.


6.2 TEOR DE UMIDADE PELO MÉTODO DO SPEEDY

Este método fixa o modo pelo qual se determina a umidade de solos e de


agregados miúdos pelo emprego do aparelho “speedy”.
O método do speedy é muito simples e fácil de ser executado, composto
apenas de um aparelho (speedy), ampolas de aproximadamente 6,5 g de carbureto
de cálcio e a amostra do solo a ser ensaiada.
Pesa-se a amostra (aprox. 6 g) e a coloca na cãmara do speedy, juntamente
com a amostra coloca-se uma ampola de carbureto e duas esferas de aço. Fecha-se
o aparelho, agita-se até que as esferas quebrem a ampola, o que se verifica ter
ocorrido pelo surgimento da pressão assinalada no manômetro do speedy. No
momento em que a pressão se mostrar estável, toda a água existente na amostra
reagiu com o carbureto.
Deve-se atentar para a umidade aparente da amostra, pois se o solo se
mostrar muito úmido diminui-se a quantidade a ser ensaiada, caso contrário,
amostra muito seca, aumenta-se a quantidade de material no interior do speedy.
Para determinar a umidade , em relação ao peso do solo seco, utiliza-se a
fórmula:

, onde:

teor de umidade em relação ao peso do solo seco, em percentagem;


umidade dada pelo aparelho speedy em relação à amostra total úmida, em
percentagem.
7 CONCLUSÃO

Muitas vezes na prática da engenharia geotécnica, o solo de um determinado


local não apresenta as condições requeridas pela obra. Ele pode ser pouco
resistente, muito compressível ou apresentar características que deixam a desejar
do ponto de vista econômico. Uma das possibilidades é tentar melhorar as
propriedades de engenharia do solo local.
Conforme mostrado a compactação é um método de estabilização e melhoria
do solo através de processo manual ou mecânico, visando reduzir o volume de
vazios do solo. A compactação tem em vista estes dois aspectos: aumentar a
intimidade de contato entre os grãos e tornar o aterro mais homogêneo melhorando
as suas características de resistência, deformabilidade e permeabilidade.
Portanto, a compactação é empregada em diversas obras de engenharia,
como: aterros para diversas utilidades, camadas constitutivas dos pavimentos,
construção de barragens de terra, preenchimento com terra do espaço atrás de
muros de arrimo e preenchimento das inúmeras valetas que se abrem diariamente
nas ruas das cidades. Os tipos de obra e de solo disponíveis vão ditar o processo de
compactação a ser empregado, a umidade em que o solo deve se encontrar na
ocasião e a densidade a ser atingida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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