ENEM 2021 Solo - Futebol

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3º Questão de Educação Física no ENEM 2021

O solo A morte do cisne, criado em 1905 pelo russo Mikhail Fokine a partir da
música do compositor francês Camille Saint-Saens, retrata o último voo de um
cisne antes de morrer. Na versão original, uma bailarina com figurino
impecavelmente branco e na ponta dos pés inter preta toda a agonia da ave se
debatendo até desfalecer.
Em 2012, John Lennon da Silva, de 20 anos, morador do bairro de São Mateus,
na Zona Leste de São Paulo, elaborou um novo jeito de dançara coreografia
imortalizada pela bailarina Anna Pavlova. No lugar de um colã e das sapatilhas,
vestiu calça jeans, camiseta e tênis. Em vez de balé, trouxe o estilo popping da
street dance. Sua apresentação inovadora de A morte do cisne, que foi ao ar no
programa Se ela dança, eu danço, virou hit no YouTube.

Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 18 jun. 2019


(adaptado).

A forma original de John Lennon da Silva reinterpretar a coreografia de A morte


do cisne demonstra que

a) a composição da coreografia foi influenciada pela escolha do figurino.


b) a criação artística é beneficiada pelo encontro de modelos oriundos de
diferentes realidades socioculturais.
c) a variação entre os modos de dançar uma mesma música evidencia a
hierarquia que marca manifestações artísticas.
d) a formação erudita, à qual o dançarino não teve acesso, resulta em artistas
que só conhecem a estética da arte popular.
e) a interpretação, por homens, de coreografias originalmente concebidas para
mulheres exige uma adaptação complexa.

4º Questão de Educação Física no ENEM 2021

A história do futebol brasileiro contém, ao longo de um século, registros de


episódios racistas. Eis o paradoxo:
se, de um lado, a atividade futebolística era depreciada aos olhos da “boa
sociedade” como profissão destinada aos pobres, negros e marginais, de outro,
achava-se investida do poder de representar e projetara nação em escala
mundial. A Copa do Mundo no Brasil, em 1950, viria a se constituir, nesse
sentido, em uma rara oportunidade. Contudo, na decisão contra o Uruguai
sobreveio o inesperado revés. As crônicas esportivas elegiam o goleiro Barbosa
e o defensor Bigode como bodes expiatórios, “descarregando nas costas” dos
jogadores os “prejuízos’ da derrota. Uma chibata moral, eis a sentença proferida
no tribunal dos brancos. Nos anos 1970, por não atender às expectativas
normativas suscitadas pelo estereótipo do “bom negro”, Paulo César Lima foi
classificado como “jogador-problema”. Ele esboçava a revolta da chibata no
futebol brasileiro.
Enquanto Barbosa e Bigode, sem alternativa, suportaram o linchamento moral
na derrota de 1950, Paulo César contra-atacava os que pretendiam condená-lo
pelo insucesso de 1974. O jogador assumia as cores e as causas defendidas pela
esquadra dos pretos em todas as esferas da vida social. “Sinto na pele esse
racismo subjacente”, revelou à imprensa francesa: Isto é, ninguém ousa
pronunciar a palavra ‘racismo’. Mas posso garantir que ele existe, mesmo na
Seleção Brasileira”.

Sua ousadia consistiu em pronunciar a palavra interdita no espaço simbólico do


discurso oficial para reafirmar o mito da democracia racial.

Disponível em: https://observatorioracialfutebol.com.br. Acesso em: 22 jun.


2019 (adaptado).

O texto atribui o enfraquecimento do mito da democracia racial no futebol à

a) responsabilização de jogadores negros pela derrota na final da Copa de 1950.


b) projeção mundial da nação por um esporte antes destinado aos pobres.
c) depreciação de um esporte associado à marginalidade.
d) interdição da palavra “racismo” no contexto esportivo.
e) atitude contestadora de um “jogador-problema”.

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