POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA: IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE E NA

SAÚDE HUMANA

Thiago dos Santos Oliveira 1

Cynthia Arielly Alves de Sousa 2
José Lucas dos Santos Oliveira 3

RESUMO

A poluição atmosférica tem se destacado como um problema socioambiental contemporâneo, que tem
impactado na qualidade ambiental e na qualidade de vida humana, tornando-se também uma
problemática de saúde pública. Uma pesquisa bibliográfica sobre as principais ações humanas que tem
causado o aumento da concentração de poluentes na atmosfera urbana e os seus danos associados ao
meio ambiente e saúde humana foi realizada. A coleta de dados foi feita por meio de uma pesquisa
bibliográfica de artigos científicos publicados na literatura que abordassem sobre a poluição atmosférica
e os problemas relacionados ao meio ambiente e saúde humana. A análise dos artigos reportou que
existem diversas ações antrópicas que contribuem para a poluição atmosférica, especialmente em áreas
urbanas, como por exemplo as atividades industriais, queima de combustíveis fósseis e biomassa
lenhosa, agrotóxicos, usinas termelétricas e atividades de mineração. A poluição atmosférica está
associada ao surgimento de diferentes doenças na população, sendo mais frequentes as doenças
respiratórias, assim como problemas ambientais que afetam a sustentabilidade ambiental. A redução da
poluição atmosférica por meio de atividades humanas mais sustentáveis e o controle efetivo da qualidade
do ar é essencial para reduzir os problemas ambientais e de saúde pública gerados da poluição
atmosférica.

Palavras-chave:

INTRODUÇÃO

As ações antrópicas e o padrão de vida humano exercido atualmente dentro das cidades
tem se mostrado como insustentáveis e degradantes ao meio ambiente (MAIA; NETTO;
COSTA, 2019). Esse modo de vida que visa o consumismo e a expansão das áreas urbanas tem
ocasionado o surgimento de problemas socioambientais, provenientes, em grande parte, da
exploração excessiva dos recursos naturais.
Dentre os problemas que tem afetado a qualidade de vida nos centros urbanos, destaca-
se a poluição atmosférica (OLIVEIRA et al., 2019), que tem sido elevada,

1
Graduando do Curso de Licenciatura em História da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR,
[email protected];
2
Bióloga, Mestra em Horticultura Tropical pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG,
[email protected];
3
Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal
da Paraíba – UFPB, [email protected];
principalmente, pela crescente concentração de indústrias e circulação de automóveis dentro e
nas imediações das cidades (SANTOS et al., 2019). Os automóveis, por exemplo, tem sido
responsáveis pela emissão de grande quantidade de CO2 na atmosfera, elevando drasticamente
a concentração desse gás dentro das cidades (MAIA; NETTO; COSTA, 2019).
Nesse contexto, pode-se destacar que a poluição atmosférica tem sido, de forma geral,
resultado das modificações provenientes da urbanização ocorrida nas cidades, que elevou a
concentração e emissão desses poluentes e causou diversos outros problemas socioambientais
(MORAES et al., 2019).
Maia; Netto e Costa (2019) destacam que a qualidade do ar e a poluição atmosférica se
relaciona, especificamente, aos materiais particulados em suspensão na atmosfera, que
determinam o nível de poluição de acordo com a intensidade, concentração e disponibilidade
dessas substâncias.
Os materiais particulados são considerados, de forma geral, como poluentes que
apresentam algum tipo de periculosidade para a saúde humana, e são constituídos de qualquer
material seja ele líquido ou sólido, mas que tenha capacidade de permanecer em suspensão e
poluir a atmosfera (FARIAS, 2017).
Embora a origem do material particulado na atmosfera esteja mais comumente
relacionada ao desenvolvimento de ações antrópicas, como a queima de combustíveis fósseis,
essas partículas também podem ter origem natural, devido a suspensão de partículas contidas
no solo com a ação do vento (SANTOS et al., 2019).
Dentre as fontes antropogênicas de liberação de material particulado na atmosfera,
destaca-se o grande fluxo de veículos, o setor industrial e a construção civil, principalmente em
áreas densamente povoadas (DANTAS; AZEVEDO; FELICIANO, 2017), que poluem e
contaminam a atmosfera e o meio ambiente.
De acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), nº
003 de 28 de junho de 1990, no Art. 1°, os poluentes atmosféricos podem ser entendidos como:
Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia
com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em
desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: I
- impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; II - inconveniente ao bem-estar
público; III - danoso aos materiais, à fauna e flora; IV - prejudicial à segurança.
ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade
(BRASIL, 1990, p. 1).
 A poluição atmosférica causa impactos diretos à saúde humana, comprometendo a
qualidade de vida das pessoas, especialmente pela entrada desses poluentes no corpo humano
por meio das vias respiratórias, por isso, seus efeitos tem sido amplamente estudados pela
medicina (GOUVEIA et al., 2019).
As partículas em suspensão na atmosfera que podem causar danos à saúde humana são
chamadas de partículas inaláveis (PI), e se caracterizam por possuir tamanho extremamente
reduzido, que possibilitam que essa inalação ocorra (MAIA; NETTO; COSTA, 2019), afetando
diretamente a qualidade de vida da população.
Moraes et al., (2019) destacam que as doenças respiratórias tem sido atualmente um
grave problema que tem afetado a qualidade de vida da população, podendo causar, em casos
mais extremos, a morte de pacientes acometidos por essas doenças.
A poluição atmosférica tem se caracterizado como um problema de saúde pública e
ambiental, considerando os impactos que causa a saúde humana e ao meio ambiente,
respectivamente.
O objetivo dessa pesquisa (complete) ____________.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica de artigos
científicos publicados na literatura brasileira sobre a temática geral da poluição atmosférica.
Dentro dessa temática mais geral, foram destacados os problemas associados ao meio ambiente
e a saúde humana.
Os dados foram coletados em bases de dados especializadas e foram utilizados
diferentes termos de busca, a saber: poluição, poluição atmosférica, meio ambiente, saúde
humana.
Par a escrita do trabalho foram utilizados 14 artigos científicos publicados entre os anos
de 2002 a 2020. Deste total, 11 artigos foram publicados entre os anos de 2017 e 2020. Para a
conceituação de poluente atmosférico, foi utilizado a resolução nº 003 de 28 de junho de 1990
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
RESULTADOS E DISCUSSÃO

A urbanização tem comprometido a qualidade do ar dentro das cidades, como

consequência do aumento progressivo da poluição do ar dentro dessas áreas (GOMES;
SPYRIDES; LUCIO, 2018) em decorrência da crescente intensificação de ações antrópicas e
atividades industriais (BAUMBACH; BRUSCHE, 2018).
De acordo com Oliveira et al., (2019), um dos fatores determinantes para a poluição do
ar está relacionado a quantidade de poluentes disponíveis na atmosfera, que acabam tornando
o ar impróprio e consequentemente ofensivo para a saúde humana e para o meio ambiente,
considerando seu elevado potencial de dispersão.
A poluição atmosférica é desencadeada pela presença de poluentes no ar que são
provenientes, geralmente, de atividades humanas degradantes, que contaminam e poluem o
meio ambiente, ocasionam desequilíbrios nos ecossistemas naturais, afetam a biodiversidade e
consequentemente comprometem a qualidade do ar.
As fontes de poluição atmosférica são diversas e provenientes de ações antrópicas
desenvolvidas pela sociedade moderna (Tabela 1). A disponibilidade desses poluentes na
atmosfera podem impactar negativamente na redução da qualidade do ar e na qualidade de vida
humana, em virtude da liberação e, consequentemente, inalação desses poluentes pela
população.

Tabela 1. Principais fontes de poluição atmosférica descritas na literatura (2006 - 2020).

Fontes de Poluição Atmosférica Referência
Indústrias siderúrgicas Cançado et al., (2006)
Queima de combustíveis fósseis Cançado et al., (2006)
Veículos Cançado et al., (2006)
Queima de biomassa lenhosa Dantas; Azevedo e Feliciano (2017)
Indústria Dantas; Azevedo e Feliciano (2017)
Agrotóxicos Souza et al., (2017)
Usinas termelétricas Baumbach e Brusche (2018)
Mineração Cebada (2020)

As ações antrópicas tem causado a poluição atmosférica de forma intensa, afetando

principalmente a população que reside em áreas urbanas e estão mais susceptíveis a esse tipo
de poluição. As pesquisas acima descritas reportam a diversidade de fontes poluidoras que
resultam em problemáticas ambientais na atualidade, causando desequilíbrios nos
ecossistemas e contaminação ambiental.
É importante destacar que a poluição atmosférica, desde a sua intensificação após a
Revolução Industrial, tem ocasionado diferentes problemas de saúde pública, mesmo quando
esses poluentes encontram-se disponíveis na atmosfera em pequenas quantidades (BAKONYI
et al., 2004).
A utilização da biomassa lenhosa como fonte energética para o desenvolvimento de
atividades domésticas é frequente, e de acordo com a pesquisa de Dantas; Azevedo e Feliciano
(2017) pode contribuir para o aumento de material particulado na atmosfera, comprometendo a
qualidade do ar e desencadeando problemas de saúde pública por afetar a saúde das pessoas.
O material particulado pode ser sólido ou líquido e geralmente possui pouca densidade,
por isso consegue se manter em suspensão na atmosfera (FARIAS, 2017), podendo ainda ser
transportado para diferentes áreas dentro da cidade que estejam longe da fonte primária de
poluição.
Souza et al., (2017) citam os agrotóxicos, frequentemente usados na atualidade, como
uma das causas de poluição atmosférica que podem afetar a saúde humana por meio da
exposição, e consequentemente inalação, dessas substâncias contaminantes presentes na
atmosfera e que são absorvidas pelas vias aéreas.
As termelétricas, associadas a outras atividades humanas industriais, são consideradas
importantes fontes de poluição atmosférica, pois são responsáveis pela geração de grandes
quantidades de materiais poluentes que afetam de forma danosa os seres vivos em geral
(BAUMBACH; BRUSCHE, 2018).
Outra importante fonte de poluição atmosférica é proveniente das atividades de
mineração, que podem desencadear problemas socioambientais diversos, colocando em risco a
qualidade do meio ambiente e a qualidade de vida dos profissionais que estão expostos no
desenvolvimento da atividade (CEBADA, 2020).
Farias (2017) destaca que os poluentes atmosféricos são dispersados na atmosfera e tem
potencial de atingir todas as áreas dentro de um determinado espaço, ou seja, independente de
condição ou classe social, todos serão afetados em algum nível, contudo, as classes com maior
vulnerabilidade socioeconômica podem ser mais expostas aos impactos e desenvolver mais
problemas de saúde.
 Dentre os principais problemas causados a saúde humana provenientes da poluição
atmosférica, destaca-se os problemas respiratórios, que são responsáveis por acometer,
principalmente, idosos e crianças que estão mais vulneráveis aos impactos negativos da
poluição do ar (MARTINS et al., 2002). Outro fator importante descrito pelos autores é que
mesmo que os níveis de poluição atmosféricas estejam dentro dos limites estabelecidos pela
legislação vigente, ainda sim serão desencadeados problemas na saúde dos idosos, necessitando
que esses níveis sejam reavaliados.
Cançado et al., (2006) associam a queima de combustíveis fósseis ao surgimento de
problemas respiratórios na população, além disso, as exposições prolongadas a poluição
atmosférica tem contribuído para que essas doenças venham a se tornar crônicas na vida da
população. Os autores destacam também que a poluição atmosférica está associada a morbidade
e comorbidade de doenças cardiovasculares.
O pequeno tamanho das partículas, cerca de menos de 10 µm (micrómetros) de diâmetro,
facilitam a inalação dos poluentes atmosféricos (MAIA; NETTO; COSTA, 2019),
possibilitando que os problemas a saúde possam vir a se desenvolver no ser humano, como por
exemplo, as doenças respiratórias crônicas (MORAES et al., 2019). Contudo, as pesquisas que
tem investigado sobre essas respectivas problemáticas relacionadas a poluição atmosférica tem
sido amplamente discutidas na literatura científica (MAIA; NETTO; COSTA, 2019).
Nesse contexto, ressalta-se a importância de ações efetivas no combate e/ou minimização
da poluição atmosférica, a fim de reduzir e compreender melhor os problemas causados a saúde
humana derivados desse tipo de poluição que tem crescido gradativamente (CANÇADO et al.,
2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A industrialização das cidades e as ações antrópicas insustentáveis estão entre as

principais causas que tem causado e intensificado a poluição do ar. As pesquisas publicadas
na literatura brasileira retratam distintas fontes de poluição atmosférica, como a atividade
industrial, queima de combustíveis fósseis, o uso de agrotóxicos e as atividades de mineração.
A poluição do ar tem comprometido a qualidade de vida humana dentro das cidades,
que consistem nas áreas mais afetadas por esse tipo de poluição, desenvolvendo e aumentando
a incidência de doenças respiratórias no perímetro urbano.
 A poluição atmosférica dentro das áreas urbanas deve ser reduzida, visando garantir o
bem estar, a saúde e a qualidade de vida humana. As atividades industriais e antrópicas em geral
devem ser desenvolvidas de forma mais sustentável, visando mitigar os impactos
desencadeados ao ambiente e a saúde humana.

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