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Critica Ao g12

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G12 Fui ao Encontro, Tremendo Engano!

O que é o G12
É preciso que, antes que entremos nos meandros desta “nova visão”, venhamos a nos
deter a tarefa de refletir sobre este questionamento: o que é o G12?
Seus defensores se apressam em esclarecer que o G12 é, além de um método, uma
tentativa de retorno ao cristianismo primitivo. Rejeitam a idéia de que a visão seja
uma “nova doutrina” e fogem de questionamentos mais aprofundados que coloquem em
dúvida os seus conceitos.
Passei a conhecer o G12 a cerca de dois anos quando fui um dos primeiros membros da
minha igreja a ser convidado para o Encontro. De início, me senti muito feliz, pois notava
naqueles que já haviam participado deste retiro uma mudança de comportamento visível a
olho nu, mudança esta que infelizmente não se confirmou e que mais tarde ficou
evidenciada como apenas um momento de empolgação, aonde as emoções vieram à tona.

O Encontro
O Encontro começou para nós com o chamado “pré-encontro”, uma série de longas
palestras onde se repassavam os princípios básicos da fé cristã: O Plano de Salvação,
Justificação, Santificação, etc. Até aí tudo bem, afinal nada melhor do que estudar
novamente estes princípios, uma vez que muitos cristãos dos nossos dias não são íntimos
de nenhum deles.
Partimos então para o retiro que aconteceu em Pojuca-BA, próximo a Salvador. É
importante frisar que todo o trabalho de preparação psicológica começou com um
misterioso segredo sobre onde se daria o Encontro e o que lá iria acontecer, na minha
mente e creio nas dos demais participantes esperávamos mais um retiro com momentos de
estudo da Palavra e também de lazer. Qual não foi a nossa surpresa, fomos recebidos com
as ordens de silêncio absoluto e total obediência aos “encontristas” (irmãos que
trabalharam no retiro).
Fomos levados à primeira palestra que tinha como tema “Peniel”, palavra hebraica
que significa face a face com Deus. Depois de ouvirmos da importância do encontro com o
Senhor, nos foi ordenado ir nos espalhar pela área do local do encontro. Fomos orientados
a, individualmente, orarmos e confessarmos a Deus as nossas falhas conversando em voz
audível somente a nós mesmos.
Este momento me lembrou um congresso que fiz quando ainda era católico carismático e
nos dias posteriores notei que as semelhanças eram muitas.
Durante as palestras ouvíamos ao fundo a música “Tu Mirada” de Marcos Witt,
música esta que seria tocada repetidamente durante todo o retiro. A música criava um
ambiente propício para o que aconteceria mais tarde.
Fomos dormir muito tarde com a obrigação de acordarmos muito cedo, o silêncio
continuava a imperar. É bom lembrar que esta cobrança começou a provocar em todos nós
sentimentos de repulsa e revolta, sendo que algumas pessoas até chegaram a desejar voltar
para casa.
No dia seguinte recomeçaram as palestras, algumas até muito boas! Porém, a partir de
então surgiram as ministrações de conteúdo duvidoso: maldição hereditária, cura interior,
etc.
Logo mais falarei sobre maldição hereditária, uma das maiores ênfases da visão, algo
para eles imprescindível. Agora quero me referir ao momento de cura interior (muito
semelhante à Renovação Carismática Católica). Depois de uma ministração, fomos
orientados a nos acomodar ou sentados ou deitados e a fazermos um mergulho no nosso
passado numa espécie de processo regressivo.
Nos foi dito que deveríamos pensar no encontro do espermatozóide do nosso pai com o
óvulo da nossa mãe e depois lembrarmos da nossa infância e adolescência e os momentos
em que ofendemos ou pecamos contra alguma pessoa e a pedirmos perdão a Deus por isto.
Só uma observação: ora, se devemos lembrar do nosso espermatozóide teremos que
recorrer a uma doutrina espírita, a da pré-existência do espírito, algo que afronta a Bíblia
que nos ensina que somos gerados no ventre materno em corpo, alma e espírito.
Onde está a afronta? No fato de que se lembrarmo-nos do espermatozóide, estaremos
nos vendo antes mesmo de sermos formados quando o nosso espírito ainda não existia.
Depois disto deveríamos colocar num papel os nosso pecados contra Deus e seguirmos
juntos para um espaço ermo e escuro onde nos reunimos em um grande círculo com uma
fogueira no centro. Após este momento de “ministração” e oração, desce por um fio
amarrado a uma árvore uma chama que ascende a fogueira onde jogaríamos o papel com os
nossos pecados e finalmente o “diabo não teria mais do que nos acusar”. Para quem
não sabe, esta é uma prática da filosofia oriental Sei-Cho-Noe em suas reuniões.
Ao voltarmos para ao local das palestras, sentido-nos “livres”, encontramos um
ambiente totalmente diferente. Em vez de uma música suave e introspectiva, tocava-se “Eu
Quero é Deus”. A euforia era total entre todos, nossas emoções estavam à flor da pele e
comemorávamos como numa conquista de copa do mundo: pulos, abraços, risos e lágrimas
de alegria. Afinal, estávamos “limpos e livres”.
No último dia as exigências já não eram tantas e assistimos a uma palestra onde nos foi
passado o modelo de células do G12. Depois fomos orientados a deitarmos e a fecharmos os
nossos olhos, sob pena de que, se fizéssemos o contrário, seríamos considerados
desobedientes. Colocavam algo ao nosso lado e falavam até o momento em que nos foi
liberado abrir os lhos. Do nosso lado se encontravam um pacote com fotos e
correspondências de nossas esposas e familiares. Poucos conseguiram conter a emoção.
Pronto! o encontro teria sido tremendo!!! e nada mais que isso poderia ser dito após o
nosso retorno.
Confesso que não me lembro de todos os detalhes e preferi não expor outras coisas que
considero de menos importância.
Nota-se claramente o forte apelo emocional do encontro, desde a sua preparação, o seu
segredo, a sua chegada com o forte sentimento de opressão que viria mais tarde a contrastar
com a sensação de liberdade.
Tudo preparado nos mínimos detalhes para uma manipulação emocional e psicológica
que viria a parecer algo espiritual, impressão que muitos têm e por isso eles fazem
declarações emocionadas, tipo: “finalmente conheci a Jesus”, “agora eu realmente
me converti”.
A música, o ambiente cheio de recomendações de silêncio, as palestras emotivas, o
momento da cruz (ficávamos de braços abertos, olhos fechados, e visualizando a
crucificação de Cristo), o correio e no meio disto tudo, o ensino de um método que parece a
única solução para a igreja, o único viável, bíblico e cristão.

Maldição Hereditária
Os defensores desta “doutrina” que não é nova, pois surgiu e foi abominada nos
Estados Unidos há muito tempo, se baseiam em alguns textos isolados do Antigo
Testamento.
Aprendi muito cedo em minha vida cristã que “texto fora do contexto é pretexto
para heresia” e por isso me detive a estudar sobre a viabilidade da hereditariedade da
maldição.
Em primeiro lugar devemos nos deter a conceituar corretamente maldição. Nos povos
do A.T. a maldição era vista como um agouro, uma praga geralmente usada por pessoas de
menor posição social como defesa ou revide contra pessoas mais poderosas econômica ou
politicamente.
Muitos hoje vêm maldição como uma entidade de vida própria capaz de se retransmitir
de uma para outra geração como um ser poderoso que aprisiona e determina a vida de
quem a recebe.
Dentro do contexto bíblico a definição que me parece mais viável é a que li num
dicionário teológico: “A maldição é a sansão da Lei Divina”. Portanto, a maldição
surge como a sentença ou punição para quem infringe algum aspecto da Lei.
O texto de Êxodo 20:5 diz o seguinte

“Não te encurvarás a elas nem as servirás; pois eu, o Senhor sou Deus zeloso, que visito a
maldição dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam”.
Êxodo 20.5

Fiz questão de sublinhar a frase acima, pois dá ênfase à sobre quem recai a maldição. O
texto se refere ao pecado da idolatria e aqueles que deixam de adorar o Deus verdadeiro
para se curvarem diante de imagens. Não vejo como enquadrar esta punição a um cristão,
pois não consigo compreender a existência de um cristão que odeie ao Senhor e que, sendo
cristão verdadeiro, se curve diante de ídolos.
Quero deixar bem claro que não questiono a existência de maldição sobre os ímpios (PV
3:33), a própria condição de ímpio é por si só maldita. Porém, para se conceber a existência
da maldição sobre os crentes é preciso má fé e um espírito que deve ser provado como
manda a Bíblia.
A Palavra de Deus enfatiza a responsabilidade individual. O texto completo de Ezequiel
18 mostra esta realidade com clareza. A história de um pai justo que gera um filho injusto
com práticas equivalentes a feitiçaria, idolatria e adultério, mas que gera um filho justo que
por sua decisão própria pelo caminho correto não sofre as conseqüências dos pecados do
pai.
Frise-se o versículo 20 de Ezequiel 18:

“A alma que pecar, essa morrerá. O filho não levará a maldade do pai, nem o pai a
maldade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre
ele”. Ezequiel 18.20

Sabendo que a maldição resulta de uma infração a Lei de Deus e que somos falíveis,
como nos livramos dela? O texto de Gálatas 3:13 responde

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, pois está escrito:
Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. Gálatas 3.13

Entregando-me a Jesus sou absolvido das sanções da Lei, nenhuma condenação há para
mim (Rm 8:1).
O próprio Senhor Jesus tratou de desfazer este pensamento no meio dos seus discípulos,
basta ler com atenção ao relato de João 9: 1-3 e se chegará a este entendimento.

A Realidade Atual
A prática de “quebra de maldição” é apenas mais uma das práticas místicas do G12,
aliás o misticismo é algo muito presente nas igrejas da “Visão” e surge como fórmula para
os líderes manterem a submissão dos seus rebanhos. Pude comprovar isto na igreja da qual
fiz parte quando algumas irmãs foram orientadas a colocarem fitas adesivas na boca
como “ato profético” contra a maledicência. Em outra igreja da nossa região, irmãos e
irmãs rasparam a cabeça como forma de“batalha espiritual” contra aqueles que fazem o
mesmo em centros do baixo espiritismo.
Há um visível sectarismo nestas denominações onde aqueles que não aceitam o G12 são
quase que enxotados para fora, como foi o meu caso. Meu antigo pastor disse-me que seria
mais sincero que eu saísse da igreja do que continuar nela sem aceitar a visão.
Afora isto tudo, há o ensino do perdão a Deus. Mesmo que em muitos livros, os líderes
da visão tenham se apressado em cobrir esta orientação com líquido corretivo, este ensino
continua a ser proferido. Tive um dos momentos de maior tristeza quando depois de um
dos últimos encontros, uma irmã subiu ao púlpito para testemunhar
as “bênçãos” recebidas e disse que a principal delas foi o fato de ter “aprendido a
perdoar a Deus”.
Como um Deus soberano e infalível pode precisar do perdão de pecadores? A
justificativa dada por eles para este ensino é a de que muitas pessoas não aceitam a perda
de entes queridos e ficam magoadas com o Senhor.
Ora, não seria o mais certo ensinar a estas pessoas sobre a necessidade de se reconhecer
a soberania de Deus em vez de se criar um doutrina baseada em experiência particulares?
Afinal,

“Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa” Nm
23:19

As igrejas têm se divido, irmãos e até famílias têm sido separadas. Difícil imaginar algo
que venha do Pai e promova separação, se o ensino de Jesus sempre foi o da unidade.
Os que defendem o G12 apregoam que este método faz a igreja crescer, mas é necessário
lembrar que uma igreja não deve crescer apenas numericamente pois o verdadeiro
crescimento requer compromisso com a Palavra, vida de santidade, tudo baseado no
Evangelho.
O crescimento numérico de uma igreja não deve ser o referencial para dizermos se ela é
genuinamente evangélica, pois se assim o fosse teríamos que reconhecer os mórmons, as
testemunhas de Jeová, o catolicismo, a renovação carismática católica e outras seitas como
movimentos evangélicos.

Para Pensar
Por que muitos homens experientes caíram? Não sei exatamente a resposta, porém o
que salta aos olhos é que aqueles que tinham a presunção, a má ambição e o desejo de
serem conhecidos como“grandes líderes” foram presas fáceis para esta armadilha.
Soa muito bem aos ouvidos de certos líderes o reconhecimento humano expressado em
títulos como “pastor de multidões”, “apóstolo de grandes igrejas”, etc.
Pode-se dizer que estes líderes são até bem intencionados na falsa tese de que “os fins
justificam os meios”. Porém, como dizem por aí: “de bem intencionados, o inferno
está cheio”.
Para um cristão verdadeiro um objetivo só é justo se os meios para atingi-lo forem
justos e transparentes. Não me parece correto prometer um avivamento e promover
manipulação emocional e psicológica, prometer um “Encontro com Deus” e entregar um
encontro com Freud.
Em nenhum momento me contraponho ao método bíblico (Atos dos Apóstolos 20:20)
de igreja em células, algo que surgiu na Coréia e que se comprova na prática um excelente
método de crescimento sadio da igreja. Mas é bom frisar que este modelo surgido
primeiramente na Ásia nada pouco tem haver com o G12, um conjunto de falsas doutrinas
adicionadas a uma série de artimanhas manipuladoras, numa perigosíssima mistura
escondida por trás de um belo método
O grande perigo das heresias não são as suas mentiras, mas as suas verdades. Primeiro
se conta uma verdade, outra verdade e, depois que você é envolvido por estas “verdades”,
surgem sorrateiramente as mentiras.
Façamos como os crentes de Beréia, que foram chamados de mais nobres porque
tinham o zelo de consultar nas Escrituras se aquilo que lhes era passado era verdadeiro
(Atos 17:10-11).

Gostaria de encerrar provocando algumas reflexões:


 Que evangelho é este que prioriza os programas em detrimento das vidas?
 Que evangelho é este que incentiva a competitividade entre os membros que almejam ser
um dos “doze” do líder?
 Que evangelho é este que se baseia em textos isolados e incentiva a crença na teologia da
prosperidade?
 Que evangelho é este que nega a cruz e lança maldição sobre os salvos?
 Que evangelho é este que manipula emocional e mentalmente as pessoas?
 Que evangelho é este que confunde avivamento com gritaria?
 Que evangelho é este onde mulher de pastor é pastora?
 Que evangelho é este que faz um retorno claro às bases legalistas do judaísmo?
 Que evangelho é este que faz uso de práticas ocultistas e de ritualismos?
 Que evangelho é este que fala em santidade e oculta as suas verdadeiras intenções,
prometendo o espiritual e dando o meramente emocional?
 Que evangelho é este que em vez de unidade promove separação?
A resposta para estes questionamentos se encontra em Gálatas 1:8

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que
já vos anunciamos, seja anátema”. Gálatas 1.8

Autor: Clériston andrade


Programa Mensagem da Cruz - Juazeiro-Bahia

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