Aula 4 - Sistema Neuromuscular e Exercício Físico 2

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UNIVERSIDADE DE BELAS

CURSO DE FISIOTERAPIA
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

AULA 4: SISTEMA NEUROMUSCULAR E


EXERCÍCIO FÍSICO
Docente: Joanes Jorge Cabaz

Luanda, 2024
SISTEMA MUSCULAR
Tecido Muscular

• É único em sua capacidade de se contrair, e assim


tornar o movimento possível.
• As células musculares ou fibras são alongadas na
direção da contração e o movimento é realizado
pela redução das fibras em resposta a um
estímulo.
Tecido
muscular:

Musculo Musculo
Musculo Liso Estriado Estriado
Cardíaco Esquelético
Músculo esquelético

•O músculo esquelético é o responsável por


gerar movimentos corporais com
diferentes exigências de complexidade
motora, seja os mais simples como
caminhar, comer e os movimentos mais
complexos como uma série de exercícios
executados por um dançarino de ballet.
Músculo esquelético
• O músculo esquelético, que é formado por várias miofibrilas,
apresenta uma estrutura com diferentes tecidos conjuntivo:
• Epimísio: É uma membrana de tecido conjuntivo que envolve o
músculo;
• Perimísio: Membrana de tecido conjuntivo que envolve um feixe
de fibras;
• Endomísio: Membrana de tecido conjuntivo que envolve uma
fibra (célula) muscular.
• O músculo esquelético apresenta ou camada de tecido conjuntivo,
chamada de fáscia, que liga os tecidos da pele com o muscular e
recobre o músculo, além do tendão que faz a inserção óssea nas
extremidades.
Músculo esquelético

• A fibra muscular também apresenta uma microestrutura de organização


que forma o sarcômero, permitindo que o músculo realize as contrações
musculares mediante a ligação de proteínas contráteis que formam os
filamentos fino (actina) e grosso (miosina)
• O sarcômero é formado por um conjunto de proteínas, sendo classificadas
de acordo com sua função, sendo elas:
• Proteínas contráteis: formadas pelos filamentos de actina e miosina;
• Proteínas regulatórias formadas pelos filamentos de tropomiosina e
troponina, importantes para os processos de contração e relaxamento
muscular;
• Proteínas não contráteis ou acessórias, que são: nebulina, titina e
desmina que dão estrutura ao sarcômero e aos filamentos contráteis.
Musculo Esquelético (Alinhamento ou o arranjo das fibras
musculares):

• Podem ser em:


• Músculos fusiformes: são formados por fibras paralelas ao
eixo longitudinal e se afunilam no tendão.
• Músculos peniformes: apresentam ângulo de penação, de
forma oblíqua ao eixo longitudinal do músculo.
Musculo Esquelético (Alinhamento ou o arranjo das fibras
musculares):

• As características de alinhamento dos músculos fusiformes e


peniformes podem apresentar maior relação com as taxas de
velocidade angular de movimento por contração muscular,
impactando diretamente nas capacidades em produzir força e
potência muscular.
• Os músculos fusiformes apresentam maior característica de
velocidade de contração.
• Os músculos peniformes ou penados apresentam maior
capacidade de força de contração.
Tipos de fibras musculares
• Existem no corpo humano cerca de 660 músculos esqueléticos formados
por várias fibras musculares, que podem se diferenciar quanto a suas
propriedades metabólicas e contráteis.
• As fibras musculares podem ser classificadas em:
• Fibras musculares do tipo I: são de característica aeróbia e de
contração lenta, classificadas como fibra lenta-oxidativa (LO).
• Fibras musculares do tipo II são de característica anaeróbia e de
contração rápida, que são subdividas em fibras:
• Fibras musculares do tipo IIa: apresentam características
intermediárias entre as fibras do tipo I e tipo IIb, e, por isso são
chamadas de fibra intermediária rápida-glicolítica-oxidativa (ROG).
• Fibras do tipo IIb: apresentam uma maior especificidade quanto ao
metabolismo anaeróbio, sendo classificada como fibra rápida-
glicolítica (RG).
Tipos de fibras musculares e o Exercício Físico

• O treino de força muscular, que requer alta demanda anaeróbia


lática, parece promover a interconversão de fibras musculares do
tipo IIb para o tipo IIa, além do aumento da área de secção
transversa da fibra muscular.
• A percentagem de fibras musculares do tipo I e II é diferente em
atletas de diferentes desportes.
• Por exemplo, atletas de desportes de características aeróbias, como
maratonistas, apresentam maior percentual de fibras do tipo I em
comparação às fibras do tipo II. Já atletas de corridas de
velocidade, como corredores de 100 metros rasos, apresentam
maior percentual de fibras do tipo II do que fibras do tipo I.
SISTEMA NERVOSO
Sistema Nervoso (SN)

• O SN é formada por dois tipos de células, que são:


• Neurônios: conduzem os estímulos elétricos
• Células da glia, chamadas de neuróglia: dão suporte e nutrição
aos neurônios).
• Os neurônios apresentam 3 componentes básicos em sua
estrutura:
• Dendritos
• Corpo celular
• Axônios.
• A comunicação entre neurônios e outras células/tecidos se dá
pelas sinapses mediante a liberação de neurotransmissores.
Sistema Nervoso (SN)

• O SN é responsável para as regiões do corpo (ex: cérebro, órgãos,


tecidos e glândulas) para causar respostas fisiológicas voluntárias e
involuntárias na tentativa de buscar a homeostasia através da
interação dos Sistemas Nervoso Central (SNC) e Periférico (SNP).
• O SN apresenta uma via efetora que é responsável por conduzir os
impulsos nervosos que foram gerados no SNC por ramos neurais dos
sistemas nervosos autônomo (SNA), ou neurovegetativo e somático.
• O SNC também receber informações de impulsos gerados nos
tecidos periféricos por fibras sensoriais aferentes, importantes nos
mecanismos de retroalimentação (feedback), para que mudanças
imediatas ou mais prolongadas possam ser executadas para atender
à necessidade de homeostasia, principalmente durante a realização
de atividades físicas e de exercícios físicos.
Sistema Nervoso (SN)

• A divisão neural autonômica, que responde a estímulos


involuntários, é subdivida em sistema nervoso autônomo
simpático e parassimpático.
• O controle neural dos movimentos, que será mediante a
estímulos voluntários, a divisão somática do SNP será a
responsável para levar os estímulos do SNC até o tecido
muscular.
• O principal neurônio que está relacionado à contração
muscular, constituindo a unidade motora, pela divisão
somática é o Motoneurônio Alfa, pois apresenta maior
capacidade de propagação de estímulos elétricos
Aspectos neurais de controle do movimento humano
• Para que ocorra contrações musculares para realização de um padrão
motor, os neurônios terão de direcionar a condução de impulsos elétricos
até a placa motora.
• Os impulsos elétricos serão propagados por trocas ou inversão de íons de
sódio (Na), que estão concentrados no meio extracelular em maior
quantidade e potássio (K), que estão concentrados no interior das células
nervosas.
• Na situação de repouso (potencial de repouso da membrana) o interior da
célula apresenta uma carga negativa.
• O impulso nervoso, quando gerado, irá provocar a despolarização da
membrana celular (mudanças das cargas elétricas da célula), gerando uma
resposta de “tudo ou nada”.
• Esse efeito é em resposta aos íons de “Na” que irão penetrar na célula
pela abertura dos canais de sódio, juntamente com os íons de “K” que
irão sair do meio intracelular pelos canais de potássio.
Aspectos neurais de controle do movimento humano
• Para que ocorra isso o estímulo elétrico deverá ser superior ao
limiar de despolarização, para que ocorra os disparos elétricos até
a junção neuromuscular.
• Assim, o impulso nervoso irá percorrer as estruturas dos
neurônios motores, para direcionar a condução de impulsos
elétricos até a placa motora, causando a liberação de acetilcolina
(neurotransmissor) na junção neuromuscular.
• Após a liberação de acetilcolina na porção final do axônio, esse
neurotransmissor irá se ligar com os receptores pós-sinápticos
(receptores de acetilcolina) da célula muscular, permitindo que
impulsos elétricos se dissipem ao longo das fibras musculares,
para que ocorram os eventos fisiológicos para geração de tensão
muscular.
INTEGRAÇÃO SENSORIAL E
MOTORA DURANTE EXERCÍCIO
FÍSICO
Integração sensorial e motora durante exercício físico

• Durante o exercício físico, o grau de tensão muscular e


de outras respostas fisiológicas, poderão ser
influenciados por mensagens emitidas de receptores
periféricos que mapeiam os ambientes internos e
externos.
• Essas informações emitidas por receptores periféricos
são enviadas até o SNC através das fibras sensoriais
aferentes.
Integração sensorial e motora durante exercício físico
• Existem inúmeros receptores periféricos:
• Quimiorreceptores: mapeiam alterações no sangue de
oxigênio, dióxido de carbono, etc.;
• Nociceptores: mapeiam a percepção de dor ao dano
celular;
• Fotorreceptores: receptores sensíveis à luz, presentes
principalmente nos olhos),
• Barorreceptores: mapeiam alterações pressóricas,
presentes no sistema cardivascular
• Receptores cinestésico ou proprioceptores: presente
internamente na musculatura).
Integração sensorial e motora durante exercício físico

• Os receptores cinestésicos, ou proprioceptores que


apresentam um papel importante no controle do padrão
motor são:
• Fusos musculares;
• Órgão tendinoso de golgi;
• Receptores articulares.
FUSOS MUSCULARES
• Os fusos musculares mapeiam no músculo o grau de estiramento
(alongamento), e se localizam de forma paralela às fibras musculares.
• Os fusos musculares identificam a mudança de comprimento por
fibras sensoriais aferentes e enviar essa informação à medula
espinhal.
• Esse estímulo irá acionar o Motoneurônio alfa, gerando um estímulo
de contração no músculo (positiva) que está sendo estirado,
reduzindo assim o alongamento da fibra muscular.
• Na prática, é muito comum observar a resposta do fuso muscular em:
• Ao realizar um alongamento de forma passiva até a amplitude de
movimento ser limitado por contrações musculares agonistas;
• No reflexo miotático (resposta reflexa por mudanças rápidas de
estiramento).
Órgão tendinoso de golgi

• O órgão tendinoso de golgi (OTG), localizado nos tendões,


mapeiam a tensão quando há contração excessiva, atuando como
mecanismo de segurança ao exercício físico.
• Ao ser acionado quando há uma tensão grande a ser produzida por
contração muscular, o OTG envia a informação para a medula
espinhal e ao SNC que aciona os neurônios inibitórios, causando
inibição nos disparos dos Motoneurônios-α, resultando em
relaxamento muscular.
• Esse reflexo, por sua vez, é reduzido conforme o indivíduo progride
no treino de força, aumentando assim sua resposta neuromuscular
ao treino, o que induz em maior capacidade de força muscular.
Receptores articulares
• Os receptores articulares estão nas cápsulas e ligamentos das articulações
(corpúsculos de Ruffini e Pacin), podendo ser do tipo I, II, III ou IV.
• Tipo I: situado dentro da cápsula articular e detectam alterações na posição,
movimentos e pressão intra-articular de forma estática ou dinâmica, com
uma adaptação lenta.
• Tipo II: têm adaptação rápida, estão na cápsula articular e informam a
velocidade do movimento, porém sem atividade quando em repouso. E
estimulado por estímulos mecânicos rápidos e repetitivos.
• Tipo III: estão nos ligamentos a fim de detectar a posição articular. Possui
uma adaptação mais vagarosa, e por se tratar de um mecanoreceptor
dinâmico, pode ser estimulado por movimentos externos ativos ou passivos.
• Tipo IV: estão nas cápsulas das articulações e têm adaptação lenta. São
responsáveis pelas informações de dor nas regiões articulares quando
ativados por deformações mecânicas.
ADAPTAÇÕES NEUROMUSCULARES E
EXERCÍCIO
Adaptações neuromusculares e exercício
• A reação do processo de contração das fibras musculares
ocorre pela combinação de impulsos neurais inibitórios e
excitatórios, que transmitem estímulos continuamente aos
neurônios e determinam seu potencial de ação para a
excitação.
• Os impulsos excitatórios excedem os impulsos inibitórios
das fibras musculares, dando início à contração e
estimulando o recrutamento de unidades motoras.
• O aumento da solicitação muscular durante os exercícios está
relacionado à melhora da sincronização das unidades
motoras, pelos fatos de se obter maior velocidade de
contração e de se aumentar a capacidade dos músculos
durante a contração.
Adaptações neuromusculares e exercício

• O recrutamento das unidades motoras depende do


exercício que está sendo executado, pois nem todas as
unidades motoras são solicitadas ao mesmo tempo.
• O recrutamento das unidades motoras é determinado
pelo tamanho do seu motoneurônio, que se destaca por
agrupar e estimular as fibras musculares de acordo com
suas características (fibras do tipo I, IIa e IIb) para a
realização da contração.
Ações musculares

• A resistência externa oferecida aos músculos durante o


exercício impõe que eles demandem informações ao
cérebro e recrutem as unidades motoras para produzir
tensão muscular de acordo com a atividade.
• A consequência diante de tais resistências externas é a
produção de um torque (força muscular) sobre as
articulações, que leva à realização ou não de um
movimento para suportar a sobrecarga.
• Assim, as ações musculares dependem do grau de
estimulação e da força desenvolvida pelo músculo diante
da resistência externa a ele imposta.
Ações musculares

• As ações musculares podem ser divididas em três tipos:


• Concêntricas
• Excêntricas
• isométricas.
Ações musculares concêntricas
• Ocorrem quando o músculo
produz uma força muscular maior
do que o da resistência externa,
levando, consequentemente, ao
seu encurtamento.
• Observando-se com isso a
formação de pontes cruzadas e o
deslizamento das moléculas de
actina sobre as de miosina, que
ocorrem em direção à linha M,
podendo haver o estreitamento ou
até o desaparecimento da zona H,
variando de acordo com a
magnitude do encurtamento dos
sarcómeros
Ações musculares excêntricas
• As ações musculares excêntricas,
denominadas também como
alongamento ativo, ocorrem quando a
força muscular produzido pelo
músculo é menor do que o da
resistência externa, levando ao seu
alongamento.
• Observa-se a formação de pontes
cruzadas e o deslizamento das
moléculas de actina sobre as de
miosina que ocorre no sentido do
alongamento do sarcômero, ou seja,
ocorre o alargamento da zona H,
variando com a magnitude do
alongamento dos sarcômeros.
Ações musculares isométricas

• As ações musculares isométricas ou


estáticas ocorrem quando o torque
produzido pelo músculo é igual ao da
resistência externa, produzindo com isso
uma tensão sem que ocorra o
deslocamento angular das articulações.
• Observa-se a formação de pontes cruzadas,
mas não o deslizamento das moléculas de
actina sobre as de miosina, ou seja, ocorre
a tensão, mas não o movimento.
• O mecanismo completo de produção de
tensão que causa o movimento pode ser
dividido em duas fases: contraindo o
músculo, em primeiro momento e,
posteriormente, sendo alongado.
Adaptações neuromusculares e exercício

• A contração e o relaxamento muscular dependem do somatório dos


impulsos nervosos recebidos pelas unidades motoras, com origem
no estímulo externo.
• Quanto maior for o impulso nervoso produzido por esses estímulos,
maior será a quantidade de unidades motoras solicitadas para a
contração muscular, de acordo com o tipo de fibras.
• Se todas as unidades motoras de um músculo são ativadas, a força
máxima produzida por esse músculo corresponde à soma de
unidades motoras múltiplas, podendo apresentar ganhos de força
sem a presença de modificações na área de secção transversa da
musculatura. Exemplo a hipertrofia do músculo e o aumento do seu
tamanho.
Adaptações neuromusculares e exercício

•O sistema neuromuscular, quando estimulado


corretamente, pode ser utilizado e desenvolvido para
alcançar melhores adaptações aos exercícios físicos e ao
treino,
• Objetivando, consequentemente, um melhor
desempenho motor para a tarefa a ser realizada, de forma
que as demandas metabólicas e neuromotora atuem da
melhor forma não apenas para se obter o aumento da
força, mas também para a hipertrofia e para a hiperplasia.
Hipertrofia e hiperplasia

• Hipertrofia: é a principal adaptação que ocorre em


resposta ao efeito permanente do treino de força e que
proporciona o aumento da área de secção transversal
dos músculos, observado visualmente pelo aumento
do volume muscular.
• Hiperplasia: é o aumento da capacidade máxima de
produzir força, em função do aumento das dimensões
das fibras musculares existentes, ou do aumento do
número de células musculares.
Hipertrofia

• A hipertrofia das fibras é causada provavelmente pelo aumento


do número de miofibrilas e de filamentos de actina e miosina, os
quais forneceriam mais pontes cruzadas para a produção de força
durante a contração máxima do músculo.
• Pode ainda ser resultante de um aumento da síntese de proteínas
musculares, quando o conteúdo proteico no músculo encontra-se
em um estado de fluxo contínuo e as proteínas estão sendo
continuamente sintetizadas e degradadas, o que varia de acordo
com as demandas impostas ao corpo para a realização do
exercício ou do desporte.
• As alterações morfológicas ocorridas no músculo que sofreu
hipertrofia traduz-se essencialmente em uma maior capacidade
de gerar força e potência.
Hipertrofia

• Combinado a esse fator, pode-se notar que, em fases iniciais de


treino, é comum observar rápidos ganhos de força,
principalmente em indivíduos não treinados, nos quais esses
aumentos podem ser atribuídos à melhora nos padrões de
recrutamento das unidades motoras musculares causada pelo
aumento das atividades neurológicas.
• O hormônio testosterona pode ser parcialmente responsável por
essas alterações no processo de hipertrofia resultado do treino de
força, por induzir o desenvolvimento das características sexuais
masculinas e atuar no aumento da massa muscular.
Adaptações neuromusculares e efeitos do treino
• Por meio do treino, o desportista adquire a capacidade de acionar,
simultaneamente e em maior número, as unidades motoras de um
músculo, assim como de contraí-las, melhoria da coordenação muscular.
• As pessoa não treinada só pode colocar em ação ao mesmo tempo uma
certa percentagem de suas fibras musculares ativáveis, a cota de fibras
musculares contraídas sincronicamente pelas pessoas treinadas – e
portanto, a força total do músculo – é nitidamente mais alta e pode
atingir até 100% das possibilidades prefixadas.
• O treino desportivo consiste em um conjunto de processos adaptativos
relacionados aos mecanismos de produção de energia e síntese proteica
que provocam a síntese de substratos para a liberação de ATP, por meio
das vias aeróbias e anaeróbias, até a consequente realização da
contração muscular.
Adaptações neuromusculares e efeitos do treino

• Assim, a melhora das capacidades físicas (força e potência) depende


de alterações na quantidade das atividades de determinadas proteínas
com funções estruturais específicas (regulatórias ou de transporte),
cujo incremento é resultante das repetidas sessões de treino.
• Não existe um conjunto de adaptações funcionais e morfológicas, que
fazem parte da periodização, que se destaca de forma isolada, ou seja,
não há treinos que promovam apenas adaptações neurais sem as
musculares, nem morfológicas sem as funcionais.
• Essas características são ativadas por meio do SNC, que pode se
adequar para a melhora em sua função, para o recrutamento de
grandes quantidades de unidades motoras, o que afeta diretamente o
número de fibras, o conteúdo de ATPase, a miosina e a densidade
capilar.
Adaptações neuromusculares e efeitos do treino

• Em exercícios musculares que visam à melhora da força pura


ou da potência muscular ocorrem alterações na expressão
gênica da ATPase, em componentes estruturais das moléculas
de miosina e na função contrátil da miosina em fibras
musculares específicas (tipos IIa e IIb).
• Essas alterações resultam na alteração da função contrátil
(velocidade da contração), o que favorece a demanda
específica para cada modalidade ou estímulo externo, não se
alterando, contudo, a proporção básica de requerimento de
fibras musculares rápidas dos tipos IIa e IIb.
Adaptações neuromusculares e efeitos do treino

• No exercícios de resistência muscular, ocorre o aumento do


número de vasos capilares por área de secção transversa do
músculo, o que aumenta a densidade capilar ao redor das fibras
oxidativas.
• No treino de resistência aeróbia, a densidade capilar também é
aumentada, o que promove maior potencial no fluxo sanguíneo
das fibras musculares em atividade e, como esses novos capilares
não podem estar associados somente às fibras musculares do
tipo I, em função da sistemática das vias metabólicas estarem em
plena integração, essa adaptação também fornece mais oxigênio
para as fibras do tipo IIa, que serve como substrato para
aumentar a capacidade da respiração mitocondrial desse tipo de
fibra
Bibliografia

• Caldeira, L. F. S. Fisiologia do exercício. Londrina:


Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
• Cadernos de referência de exporte. Fisiologia do
exercício. – Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013.
• McArdle, W. D.; Katch, F. I. & Katch, V. L. Fisiologia
do exercício: Nutrição, energia e desempenho
humano. 8. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016.

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