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Psicanálise

&
Neurociência.

Mestrado/Doutorado em Psicanálise.
Prof. Dr. Willian Borges 1

Aula 01
Willian Antônio Borges
Doutor em Teologia.
Doutor em Psicanálise Clínica com ênfase em saúde mental.
Licenciado em Filosofia.
Graduado em Pedagogia.
Licenciado em Letras Português/Espanhol
Jornalista, especialista em Marketing Digital.
Pós-graduado em Neuropsicopedagogia.
Pós-graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional.
Pós-graduado em Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico.
Pós-graduado em Educação Especial Inclusiva com Ênfase em Deficiência
Intelectual e Múltipla.
Escritor, autor de 20 livros, 16 cursos, 13 palestras e 4 periódicos.
Palestrante. Autor do Método I D.

@willianantonioborges

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Psicanálise e Neurociência

Olá, sejam todos (as) bem vindos à nossa aula 01 sobre


psicanálise e neurociência!

Hoje estudaremos sobre a possibilidade de diálogo entre


as duas disciplinas e verificaremos até que ponto uma ratifica
e/ou retifica a outra.

Estaria a psicanálise superada pela a neurociência? Ou


seria a neurociência mais uma validadora dos pressupostos
da teoria psicanalítica?

Na aula de hoje refletiremos sobre essas questões e muitas


outras, passando primeiro pela biografia do pai da psicanálise
bem como pela história da neurociência chegando até os
seus mais recentes achados!
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Ótima aula a todos (as)!
Biografia de Sigmund Freud

Por Dilva Frazão


Biblioteconomista e professora
Fonte: https://www.ebiografia.com/sigmund_freud/

“Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico neurologista e


importante psicanalista austríaco. Foi considerado o pai da
psicanálise, cujos fundamento teóricos e aplicação prática
tornaram-se fonte para a compreensão do psiquismo humano e
influenciaram a arte, a literatura e outros campos do conhecimento.”

“Sigmund Schlomo Freud nasceu em Freiberg, na Morávia, então


pertencente ao Império Austríaco, no dia 6 de maio de 1856. Filho
de Jacob Freud, pequeno comerciante, e de Amalie Nathanson, de
origem judaica, foi o primogênito de sete irmãos.”

“Aos quatro anos de idade, sua família mudou-se para Viena, onde
os judeus tinham melhor aceitação social e melhores perspectivas
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econômicas.”
Formação

“Desde pequeno, Freud mostrou-se brilhante aluno. Aos 17


anos ingressou na Universidade de Viena no curso de Medicina.
Durante os anos de faculdade deixou-se fascinar pelas pesquisas
realizadas no laboratório de fisiologia dirigido pelo Dr. E. W. von
Brucke.”

“De 1876 a 1882, Freud trabalhou com esse especialista e


concentrou-se em pesquisas sobre a histologia do sistema nervoso.
Já revelava grande interesse pelo estudo das enfermidades
mentais, bem como pelos métodos utilizados em seu tratamento.
Trabalhou também no Instituto de Anatomia sob a orientação de H.
Maynert. Concluiu o curso em 1881, e resolveu tornar-se um clínico
especializado em neurologia.”

“Durante alguns anos, Freud trabalhou em uma clínica neurológica


para crianças, onde se destacou por ter descoberto um tipo de
paralisia cerebral que mais tarde passou a ser conhecida pelo
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seu
nome.”
“Em 1884, entrou em contato com o médico Josef Breuer que havia
curado sintomas graves de histeria através do sono hipnótico,
quando o paciente conseguia se recordar das circunstâncias que
deram origem à sua moléstia. Chamado de “método catártico”
constituiu o ponto de partida da psicanálise.”

“Em 1885, Freud obteve o mestrado em neuropatologia. Nesse


mesmo ano, ganhou uma bolsa para um período de especialização
em Paris com o neurologista francês J. M. Charcot.”

“De volta a Viena, continuou suas experiências com Breuer.


Publicou, junto com Breuer, Estudos sobre a Histeria (1895), que
marcou o início de suas investigações psicanalíticas.”
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Complexo de Édipo

“Em 1897, Freud passou a estudar a natureza sexual dos


traumas infantis causadores das neuroses e começou a
delinear a teoria do “Complexo de Édipo”, segundo o qual
seria parte da estrutura mental dos homens o amor físico pela
mãe e o ímpeto de assassinar o pai.”

“Nesse mesmo ano, já observava a importância dos sonhos


na psicanálise.”

“Em 1900, publicou A Interpretação dos Sonhos, a primeira


obra psicanalítica propriamente dita.”
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Freud, o Pai da Psicanálise


“Em pouco tempo, Freud conseguiu dar um passo decisivo
e original que abriu perspectivas para o desenvolvimento da
psicanálise ao abandonar a hipnose, substituindo-a pelo
método das livres associações, passando então a penetrar
nas regiões mais obscuras do inconsciente, sendo o
primeiro a descobrir o instrumento capaz de atingi-lo e
explorá-lo em sua essência.”

“Durante dez anos, Freud trabalhou sozinho no


desenvolvimento da psicanálise. Em 1906, a ele
juntou-se Adler, Jung, Jones e Stekel, que em 1908
se reuniram no primeiro Congresso Internacional de 8
Psicanálise, em Salzburg.”
“O primeiro sinal de aceitação da Psicanálise, no meio
acadêmico, surgiu em 1909, quando foi convidado a dar
conferências nos EUA, na Clark University, em Worcester.”

“Em 1910, por ocasião do segundo congresso internacional de


psicanálise realizado em Nuremberg, o grupo fundou a Associação
Psicanalítica Internacional que consagrou os psicanalistas em
vários países.”

“Entre 1911 e 1913, Freud foi vítima de hostilidades,


principalmente dos próprios cientistas, que indignados com as
novas ideias tudo fizeram para desmoralizá-lo.”

“Adler, Carl Gustav Jung e toda a chamada escola de Zurique


separaram-se de Freud.”

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Casamento e filhos

“Em abril de 1882, Freud conheceu Martha Bernays durante


uma visita que fez à casa de sua irmã. Em 17 de junho do mesmo
ano, eles ficaram noivos.”

“Após quatro anos de noivado, no dia 14 de setembro de 1886


eles se casaram. Freud e Martha tiveram seis filhos: Mathilde, Jean-
Martins, Oliver, Ernest, Sophfie e Anna.”

“Em 1838, quando a Áustria foi anexada à Alemanha nazista,


Freud se refugiou na Inglaterra, onde já se encontrava parte de sua
família.”
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Doença e Morte

“Em 1923, já doente, Freud passou pela primeira cirurgia para


retirar um tumor no palato. Passou a ter dificuldades para falar,
sentia dores e desconforto.

Seus últimos anos de vida coincidiram com a expansão do nazismo


na Europa.

Inicialmente, porém, ele rejeitou o convite para instalar-se no Reino


Unido e continuou em Viena. Em 1938, quando os nazistas
tomaram Viena, Freud, de origem judia, teve seus bens confiscados
e sua biblioteca queimada.

Com o agravamento da pressão nazista, porém, e graças à ajuda


financeira de Maria Bonaparte, Freud mudou-se para Londres, onde
foi obrigado a se refugiar.

Nessa época, Freud trabalhava, em colaboração com sua filha


Anna, em uma obra dedicada à análise da personalidade de Hitler.
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Sigmund Freud morreu em Londres, Inglaterra, no dia 23 de
setembro de 1939.”
Obras de Sigmund Freud

1)- A Interpretação dos Sonhos (1900)

2)- Psicopatologia da Vida Cotidiana (1904)

3)- Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade (1905)

4)- Totem e Tabu (1913)

5)- O Mal Estar da Civilização (1930)

6)- Moisés e o Monoteísmo (1939)

Fonte: https://www.ebiografia.com/sigmund_freud/

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Neurociência

Imagem da Internet

“A neurociência é, de longe, o ramo mais excitante da


ciência, porque o cérebro é o objeto mais fascinante do
universo. Cada cérebro humano é diferente, o cérebro torna
cada ser humano único e define quem ele é”.

–Stanley B. Prusiner (Prêmio Nobel de Medicina, 1997)–


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História da Neurociência.

Vejamos uma breve história da neurociência de acordo


com o site https://amenteemaravilhosa.com.br/breve-historia-da-
neurociencia:

“Quais acontecimentos marcaram a história da


neurociência?

Como chegamos ao conhecimento atual?

Vamos fazer uma breve viagem pelos momentos


mais importantes dessa área do conhecimento.”
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“Podemos dizer que a história da neurociência começa no
século V a.C., quando Alcmeão de Crotona, após descobrir
os nervos ópticos em suas dissecações, começou a pensar
que o cérebro era o lugar no qual residiam
pensamentos e sensações.

Frente a esse pensamento avançado, por exemplo,


Aristóteles defendia que os processos intelectuais ocorriam
no coração. Assim, para ele, o cérebro era o responsável
por esfriar o sangue que esse órgão superaquecia.

Posteriormente, foi desenvolvida a teoria hipocrática


ou humoral. Segundo essa teoria, o corpo funcionava
de acordo com o equilíbrio de quatro líquidos.

Nessa linha de pensamento, um desequilíbrio nas


proporções desses líquidos levaria ao
desenvolvimento de uma doença ou a uma 15

alteração da personalidade.”
• “Nessa linha de pensamento, um
desequilíbrio nas proporções desses
líquidos levaria ao desenvolvimento de uma
doença ou a uma alteração da
personalidade.

• Assim, analisando as durezas do cerebelo e


do cérebro, defendeu que o último seria o
órgão que processava as sensações e se
ocupava da memória.

• “Dentro desse debate, René Descartes,


entre os anos 1630 e 1650, difundiu a teoria
mecanicista. Além disso, estabeleceu a
dualidade corpo-alma, na qual o cérebro
seria o responsável pela conduta.”
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“Também destacou a glândula pineal como a via de
comunicação entre as duas dimensões.

Foi assim que Descartes se consagrou como o pai desse


debate mente-cérebro que ainda hoje continua sendo objeto
de discussão para muitos neurocientistas.”

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História da neurociência no século XIX

Localizacionismo.

“Em 1808, Gall fez uma publicação sobre frenologia. Ou


seja, todos os processos mentais ocorrem no cérebro, e
há uma área específica para cada um.

Esse localizacionismo levou a pesquisa sobre o mental a


se focar ainda mais nesse órgão.

Entre seus resultados, Brodmann descreveu cinquenta e


duas áreas cerebrais, com seus conseguintes processos
mentais associados.”

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História da neurociência no século XIX

Localizacionismo.

“Além disso, acreditava-se que o desenvolvimento de


determinadas capacidades correspondia a um aumento do
volume da região cerebral associada.

Assim, teve início uma visão dinâmica do cérebro, entendendo que


o órgão adaptava sua configuração física às demandas do
ambiente, reservando um maior espaço para aquelas habilidades
mais necessárias.

Dessa maneira, acreditou-se que era possível reconhecer


habilidades intelectuais e morais por meio da forma e do
tamanho das cabeças (à época não havia as técnicas de
neuroimagem que temos agora).”
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Conectivismo

“Mais tarde, em 1861, Broca apresenta à Sociedade


Antropológica de Paris o caso de um paciente que perdeu a fala,
mas não a capacidade de compreensão, após uma lesão em uma
área que veio a receber seu nome.

Isso provocou um grande entusiasmo em relação ao cérebro,


pois era a primeira prova da relação entre cérebro e linguagem.

De maneira complementar, em 1874, Wernicke descreveu


pacientes que conseguiam falar, mas não compreender.

Isso representou uma nova perspectiva no estudo do cérebro,


o conectivismo.

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Conectivismo

“Essa corrente propõe que apenas as funções mais básicas


se limitam a determinadas regiões cerebrais, enquanto funções
complexas são o resultado da interação de várias regiões
localizadas.

Curiosamente, em 1885, foram realizadas as primeiras


publicações sobre memória por Ebbinghaus, nas quais foram
descritos métodos de avaliação usados ainda hoje.

Pouco depois, em 1891, é cunhado o termo neurônio, graças


à sua descoberta realizada por Cajal.”

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História da neurociência no século XX

“No início do século XX, as duas Guerras Mundiais


marcaram o desenvolvimento da história da
neurociência. A Primeira Guerra Mundial deixou muitos
mortos, mas também muitos feridos.

Milhares de pessoas ficaram com sequelas fisiológicas.


Portanto, aumentou de maneira exponencial a
necessidade de realizar reabilitações neurológicas. Isso
representou um novo impulso para a pesquisa nessa área.

Na Segunda Guerra, essa disciplina se consolidou e foram


estabelecidas importantes intervenções neuropsicológicas
por referências como Luria.

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História da neurociência no século XX

“Aproximadamente 20 anos depois do final da Segunda


Guerra Mundial, em 1962, foi lançado o Neuroscience
Research Program, uma organização que coloca em
contato universidades do mundo todo.

Seu objetivo era conectar acadêmicos de ciências


comportamentais e neurológicas: biologia, sistema nervoso e
psicologia.

Foi impulsionada pelo Massachusetts Institute of


Technology (MIT). Nesse instituto, eram realizadas reuniões
semanais, conferências e debates que inspiraram
programas educativos específicos e adaptados.”

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História da neurociência no século XX

“Na sequência desse acontecimento, surgiu em Washington


(1969) a Sociedade de Neurociência, a maior sociedade de
neurociência do mundo. Atualmente, continua sendo uma
referência mundial, assim como seu encontro anual.

Graças ao impulso desses anos anteriores e à união de disciplinas


que estava em curso, em 1990 o Conselho Consultivo do Instituto
Nacional de Transtornos Neurológicos e Acidentes
Cardiovasculares publicou um documento chamado Década do
Cérebro: respostas através da pesquisa científica.

Nele foram incluídas catorze categorias de transtornos neurológicos


pouco investigados até então, garantindo um grande avanço
na pesquisa neurocientífica.”

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História da neurociência no século XXI

“Entre todos os avanços técnicos e de conhecimento, o boom da


neurociência já é um fato. Em 2002, foi lançado o projeto Blue
Brain com a ideia de criar uma simulação do cérebro mamífero a
nível molecular para estudar sua estrutura.”

“Aos poucos, vários países do mundo todo estão se unindo a esse


projeto tão interessante.

Em 2013, Barack Obama anunciou o lançamento de um grande


projeto científico: BRAIN. Esse projeto compreende o nível do
GENOMA e tem como objetivo desenvolver um mapa detalhado
e dinâmico do cérebro humano. Inicialmente, foram investidos
100 bilhões de dólares. Naturalmente, é o novo grande desafio
norte-americano, sendo, além disso, a ferramenta com a qual esse
país pretende liderar a pesquisa sobre o cérebro.”

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História da neurociência no século XXI

“No entanto, a Europa leva uma ligeira vantagem nesse


sentido, implementando de forma paralela o projeto HUMAN
BRAIN. O investimento é de mais de 1 bilhão de euros.

O objetivo é que em aproximadamente 10 anos


tenhamos dado um salto qualitativo em relação ao que
conhecemos hoje sobre o cérebro.

Assim, parece que ainda há aspectos interessantíssimos


para descobrir sobre a neurociência.”

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Conclusão

Na aula de hoje vimos um pouco da história da


psicanálise bem como da neurociência.

Disciplinas distintas em suas origens e seu escopo


teórico bem como em seus pressupostos e dinâmica de
abordagem.

Na próxima aula veremos a possibilidade de diálogo e


de complementação que uma pode proporcionar à outra
bem como em que pontos elas podem conflitar.

Até a próxima aula!

27
The End.

Até a próxima aula!


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Bibliografia
https://www.ebiografia.com/sigmund_freud/
http://bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-rio.br/a-hist%C3%B3ria-da-neuroci%C3%AAncia.html
https://amenteemaravilhosa.com.br/breve-historia-da-neurociencia/

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