Geociencias,+13 16082 FINAL FINAL

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ISSN: 1980-900X (online)

ESTUDO EM LABORATÓRIO DE ALTERAÇÃO DE BASALTO: ENSAIOS


DE CICLAGEM ÁGUA - ESTUFA
BASALT ALTERATION LABORATORY STUDY: WETTING–DRYING TEST
Wilson COELHO NETO, Lázaro Valentin ZUQUETTE
Escola de Engenharia de São Carlos – USP. Departamento de Geotecnia. Avenida Trabalhador São Carlense, 400 - Parque Arnold
Schimidt, São Carlos – SP. E-mail: [email protected]; [email protected]

Introdução
Materiais e métodos
Seleção e caracterização das amostras
Ensaios de Ciclagem Água-Estufa
Resistência ao Esmagamento
Critérios para o Ensaio de Resistência
Resultados e discussões
Caracterização das amostras
Basalto maciço compacto
Basalto vesicular
Índices físicos
Resistência ao Esmagamento
Conclusões
Agradecimentos
Referências

RESUMO - Dentre as inúmeras aplicações dos materiais rochosos na engenharia, está seu uso como agregado graúdo e miúdo nos
mais diferentes tipos de obras de infraestrutura. Nesse contexto, o conhecimento das características de alteração dos materiais rochosos
é essencial para prevenção e manutenção para quaisquer que sejam suas aplicações. Este trabalho apresenta os resultados obtidos em
estudo laboratorial com vista à avaliação da alteração de duas amostras de agregados de basalto maciço compacto (BMC) e basalto
vesicular (BVA), na faixa granulométrica de 9,5 a 6,3 mm, por meio de ensaios de ciclagem acelerada do tipo água-estufa com avaliação
do grau de alteração a partir dos ensaios de índices físicos (densidade aparente, porosidade aparente e água de absorção) e do ensaio
de resistência ao esmagamento. Os resultados dos índices físicos apresentaram valores para densidade aparente (BMC: 2,85 g/cm³ -
BVA: 2,61 g/cm³), porosidade aparente (BMC: 7,51 - BVA: 9,59%) e água absorvida (BMC: 2,67- BVA: 3,59%) que indicam baixa
predisposição à alteração. O índice de resistência ao esmagamento para os dois litotipos após o ensaio de ciclagem água-estufa é da
ordem de 0,73. De acordo com os resultados obtidos, os agregados dos dois litotipos apresentam características adequadas para seu uso
como agregados em obras de engenharia.
Palavras-chave: Alteração. Agregados. Basaltos.

ABSTRACT - Among the numerous uses of rocks in civil engineering, is its use as coarse and fine aggregate in many different types
of infrastructure works. In this context, the knowledge of the alterability characteristics of rock materials is essential for prevention and
maintenance for any uses. This paper presents the results obtained in a laboratory study to evaluate the alterability of two aggregate
samples obtained from compact massive basalt (BMC) and vesicular basalt (VBA), in the particle size range of 9.5 to 6.3 mm, through
accelerated cycling tests of the water-drying-oven type with evaluation of the degree of alteration from the physical index tests (bulk
density, bulk porosity and water absorption) and crushing strength test. The results of the physical index showed values for bulk density
(BMC: 2.85 g/cm³ - BVA: 2.61 g/cm³), bulk porosity (BMC: 7.51 - BVA: 9.59%) and absorbed water (BMC: 2.67- BVA: 3.59%) that
indicate low predisposition to alteration. The crush strength index for the two lithotypes after the water-drying-oven cycling test is of
the order of 0.73. According to the results obtained, the aggregates of the two lithotypes present adequate characteristics for their use
as aggregates in engineering works.
Keywords: Alteration. Aggregates. Basalt.
INTRODUÇÃO
Com o avanço do conhecimento e o domínio utilizadas nas condições granulométricas ade-
de tecnologias, o Homem intensificou os processos quadas para atender aos objetivos planejados
de exploração do meio ambiente de modo a para o uso. Ainda, devido à sua ampla utilização
usufruir dos recursos naturais para diversos fins; na construção civil, existe a necessidade de
entre esses recursos estão os materiais geológicos. compreender o seu processo de alteração quando
Quando se trata do âmbito da construção civil, as sujeitas às ações dos componentes climáticos
rochas são utilizadas de várias maneiras, como (temperatura, chuva, vento, componentes químicos
agregados para concreto, obras de pavimentação, nas águas etc.), pois esse comportamento está
revestimentos, ferrovias e aplicações em barragens associado às condições de durabilidade, do material
com diferentes dimensões e finalidades (rip rap, rochoso e manutenção e segurança do uso. Sendo
transições, filtros) observando sempre que sejam assim, um dos desafios é o processo de diagnós-
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tico do grau de alteração que ocorre no material basalto utilizado como agregado, relacionada à
rochoso, em que, muitas vezes, não podem ser presença de argilominerais (esmectitas), gerou
visualmente detectados ou medidos por meio de atrasos no cronograma e, por consequência
uma rotina de ensaios simples. Conforme Bricker prejuízos econômicos. Leyland et al. (2015) e
et al. (1994) e Sangsefidi et al. (2020), intem- Yue et al. (2020) apresentam exemplos de perdas
perismo é o processo natural e irreversível de econômicas em empreendimentos de engenharia
desintegração e decomposição de material rochoso, relacionadas à degradação da qualidade do material
o qual envolve mudanças mineralógicas, físicas e rochoso devido à alterabilidade gerada por
químicas nas características originais, sob uma argilominerais. No sentido de gerar conheci-
complexa influência das condições ambientais. mento e melhor entendimento sobre o processo
Tais processos estão relacionados às suas de alterações de materiais rochosos, foi desen-
características intrínsecas, que incluem sua compo- volvido um estudo em laboratório para avaliar o
sição mineralógica, seu estado microfissural, grau de alteração de basaltos quando usados na
suas características de textura, granulação e dimensão de agregados graúdos, normalmente
cimentação (Andrade & Saraiva, 2010; Goyena utilizados na construção civil, na faixa granu-
& Fallis, 2006). Somado a isso, ainda existem as lométrica de 9,5 a 6,3 mm. O estudo consistiu em
variáveis relacionadas ao meio ambiente, submeter os agregados ao ensaio de ciclagem
denominadas características extrínsecas, em que água-estufa por meio de um processo de
as ações de intemperismo desencadeiam os ciclagem acelerada. Para controle em relação a
processos de alteração em função das carac- avaliação do grau de alteração, foram utilizados
terísticas do meio (físicas, químicas e biológicas) índices físicos (densidade aparente, porosidade
(Gomes, 2001; Morton et al., 2002; Asio & Jahn, aparente, absorção de água) e mecânicos (resis-
2007). Vergara & Triantafyllidis (2015) ressaltam tência ao esmagamento). No sentido de embasar
a importância da composição mineralógica no o estudo e orientar os procedimentos, foi feito um
processo de alteração da rocha. E, Lima (2002) levantamento de estudos existentes relativos a
sugere que rochas multimineralicas tendem a basaltos quanto aos métodos e às condições
sofrer mais influência da temperatura quando ensaiadas, assim como em termos dos graus de
comparadas com rochas formadas por um único alteração observados. Estudos extensivos utili-
mineral, devido às diferenças dos coeficientes de zando as ciclagens para compreender a dura-
dilatação térmica dos minerais e dos diferentes bilidade do agregado para fins de engenharia têm
arranjos volumétricos dos minerais, que impõem sido desenvolvidos por diversos autores, entre
o processo de expansão e retração devido à eles, Bell (1992), Gökceoglu et al. (2000),
diferença de temperatura em diferentes direções Gomes (2001), Hale & Shakoor (2003), Zhou et
e magnitudes, gerando a fissuração e fragmen- al. (2017). Dentre as ciclagens, o método que
tação da rocha. De acordo com Farjallat (1971), utiliza ciclos de umedecimento e secagem em
por consequência do comportamento expansivo, estufa, chamado de ciclagem água-estufa, é o
a rocha sofre os efeitos da fadiga e a diminuição mais difundido, sendo comum o uso de diferentes
da resistência dos minerais, resultando na ruptura procedimentos conforme consta na figura 1.
da rocha ou a abertura de fissuras. Vergara & Normalmente, os estudos estão associados a uma
Triantafyllidis (2015) apresentaram outro contexto combinação de ensaios para obtenção de índices
para expansão e contração, que ocorre devido ao físicos e mecânicos, pois se espera que a
comportamento de absorção de água pelos argi- degradação físico-mecânica dos agregados seja
lominerais, que, em alguns casos, pode ser um detectada e, assim, estimado o grau de alteração
processo reversível, pois, se a rocha não se desin- (Moon & Jayawardane, 2004, Pudlo et al., 2012,
tegrar após o umedecimento, seu volume diminuirá Xiang et al., 2015; Zhang et al., 2015 Gratchev;
quando a água for removida e se expandirá et al., 2019 e Dursun & Topal, 2020). Os estudos
novamente quando do retorno da umidade. como os de Gupta & Rao (2001), Moon &
Esse processo de expansão e contração devido Jayawardane (2004), Gurocak & Kilic (2005),
à presença de argilominerais pode causar danos Loubser (2013), Corrêa dos Santos et al.
em estruturas com uso de agregados em obras de (2016), Dursun & Topal (2019), Gratchev et
engenharia, como é o caso do estudo de Suárez et al. (2019) e Dursun & Topal (2020) apresentam
al. (2021), com basaltos nas obras do canal do resultados obtidos para basaltos, conforme as
Panamá, que, devido à rápida degradação do figuras 2, 3 e 4.
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Tempo de Tempo de N° de
Material Dimensões Ensaios Autor
Saturação Secagem ciclos
A cada Ciclo:
Basalto 6x4,5x2,5 cm 3h 24h (Amb*) 105 Loubser (2013)
IF*
Corrêa dos
Basalto - - 24 PLT* Santos et al.
(2016)
Basalto e A cada 10
Dursun & Topal
Basalto 54 mm – Corpo de 18h 20h (65°C) 80 ciclos: IF* e
(2019)
vesicular prova ISRM (1981) UCS*
A cada 2 ciclos: Gratchev et al.
Basalto 24h 24h (100°C) 25
IF, e PLT* (2019)
Basalto e
14h Dursun & Topal
Basalto 8h (110°C) 80 IF* e UCS*
(2020)
vesicular
Notas*: Amb: Temperatura ambiente; IF: Índices físicos; UCS: Resistência a compressão uniaxial; PLT: Índice de
resistência a carga pontual.
Figura 1 - Procedimentos de ciclagem água-estufa constantes da literatura técnica.

Grau de alteração - Massa especifica seca (kg/m³)


Material
Minerais Intacta Leve Moderado Muito Completo Autor - País
Basalto Denso 1, 2e 3 2960 2740 - 2470 1820 Gupta & Rao (2001) - Índia
Moon & Jayawardane (2004) –
Basalto 1,3,4 e 5 2811 2116 1908 1758 1538
Nova Zelândia
Basalto - 2800 2750 2600 2450 2300 Gurocak & Kilic (2005) - Turquia
Basalto - - 2717 - - - Loubser (2013) – África do Sul
Corrêa dos Santos et al. (2016) -
Basalto Denso - 2820 - - - -
Brasil
Basalto Denso 1, 2 e 5 2728 - 2554 -
Basalto 1, 2, 5, 6 e Dursun & Topal (2019) - Turquia
2473 - 2059 - -
Vesicular 8
Basalto Denso 1, 2, 5 e 7 2950 2740 2510 2160 Gratchev et al. (2019) - Austrália
Basalto Denso 1, 2 e 5 2750 2680 - - -
Basalto 1, 2, 5, 6 e Dursun & Topal (2020) - Turquia
2450 2370 - - -
Vesicular 8
Principais minerais: Plagioclásios (1), Piroxênios (2), Vidro vulcânico (3), Fenocristais de Titaunagita (4), Olivina (5),
Iddingsita (6), Analcima (7), Calcita (8).
Figura 2 - Valores do grau de alteração relacionado com massa específica seca.

Grau de alteração - Absorção de água (%)


Material Amostra
Minerais Leve Moderado Muito Completo Referência
Intacta
Basalto Denso 1, 2 e 3 0,22 1,82 - 3,86 16,19 Gupta & Rao (2001) - Índia
Gurocak & Kilic (2005) -
Basalto - 1,00 1,25 2,00 5,00 8,00
Turquia
Loubser (2013) – África do
Basalto - - 2,91 - - -
Sul
Corrêa dos Santos et al. (2016)
Basalto Denso - 3,00 - - -
- Brasil
Basalto Denso 1, 2 e 5 0,89 - 1,22 - -
Dursun & Topal (2019) -
Basalto 1, 2, 5, 6 e
2,30 - 3,33 - - Turquia
Vesicular 8
Basalto Denso 1, 2 e 5 1,0 1,4 - - -
Dursun & Topal (2020) -
Basalto 1, 2, 5, 6 e
2,1 3,1 - - - Turquia
Vesicular 8
Principais minerais: Plagioclásios (1), Piroxênios (2), Vidro vulcânico (3), Fenocristais de Titanaugita (4), Olivina (5),
Iddingsita (6), Analcima (7), Calcita (8).
Figura 3 - Valores do grau de alteração relacionado com a absorção de água.

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Grau de alteração – Porosidade (%)
Material Amostra
Leve Moderado Muito Completo Autor - País
Minerais Intacta
Basalto Gupta & Rao (2001) -
1, 2 e 3 0,64 4,97 - 9,50 29,52
Denso Índia
Moon & Jayawardane
Basalto 1,3,4 e 5 0,32 7,96 14,28 20,61 25,39
(2004) – Nova Zelândia
Gurocak & Kilic (2005) -
Basalto - 1,00 2,00 4,15 9,00 11,00
Turquia
Loubser (2013) – África do
Basalto - - 4,79 - - -
Sul
Basalto Corrêa dos Santos et al.
- 1,00 - - -
Denso (2016) - Brasil
Basalto
1, 2 e 5 6,39 - 8,33 - -
Denso Dursun & Topal (2019) -
Basalto 1, 2, 5, 6 e Turquia
10,96 - 15,09 -
Vesicular 8
Basalto Gratchev et al. (2019) -
1, 2, 5 e 7 1,4 2,4 14,5 27,2
Denso Austrália
Basalto
1, 2 e 5 4,1 5,3 - - -
Denso Dursun & Topal (2020) -
Basalto 1, 2, 5, 6 e Turquia
9,9 13,6 - - -
Vesicular 8
Principais minerais: Plagioclásios (1), Piroxênios (2), Vidro vulcânico (3), Fenocristais de Titanaugita (4), Olivina (5),
Iddingsita(6), Analcima(7), Calcita (8).
Figura 4 - Valores do grau de alteração relacionado com a porosidade.

Os parâmetros físicos e mecânicos são Departamento Nacional de Estradas e Rodagem


importantes como indicadores do grau de (DNER), sendo a DNER 197/97 (DNER, 1997).
alteração e predisposição à alterabilidade das No âmbito internacional, pode-se encontrar as
rochas. recomendações do ensaio por meio da normativa
Diante disso, alguns ensaios laboratoriais são - Determination of Aggregate Crushing Value –
bastante difundidos na literatura técnica, tais ACV, proposta pela British Standard – BS
como: densidade aparente seca e saturada, 812:1990 (BS, 1990). As características dos
absorção de água e porosidade, todos com ensaios, de forma resumida, estão dispostas na
parâmetros de natureza física. Somado a esses figura 5. Nos estudos Korkanç & Tuǧrul (2004),
ensaios de índices físicos, o ensaio de resistência Engidasew & Barbieri (2014), Piasta et al.
ao esmagamento é muito usado e, no Brasil, os (2016), Kamani & Ajalloeian (2019),
ensaios para obtenção dos parâmetros mecânicos KhaleghiEsfahani et al., (2019), Koohmishi &
são realizados de acordo com as normativas NBR Palassi (2020), são encontrados aspectos dos
9938/2013 (ABNT, 2013), e por normativas do procedimentos desses ensaios.
Descrição NBR 9938/2013 - DNER 197/97 ACV - BS 812:1990
Dimensão dos agregados (mm) 12,5<#<9,5 12,5<#<10,0
Quantidade de amostra para
3 kg 3 kg
realização de 1 (um) ensaio
Abertura da peneira para
determinação de Massa retida 2,36mm 2,36mm
após esmagamento
Lavagem e secagem das Em água corrente e secagem em estufa Em água corrente e secagem em estufa
amostras antes do ensaio 100°C 110°C
Cilindro vazado com 154mm de Cilindro vazado com 154mm de diâmetro
diâmetro interno e 140mm de altura, interno e 125mm de altura, base quadrada
Aparelho
diâmetro de base 254 mm e altura 26 de 230mm e altura 6,3mm, embolo com
mm, embolo com 151mm de diâmetro. 125mm de diâmetro.
Carga/Taxa/Tempo 400 kN – Taxa: 40kN/min – 10 Min
Expressão para obtenção do 𝑀𝑀𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 − 𝑀𝑀𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
𝑅𝑅𝐸𝐸 (%) =
índice 𝑀𝑀𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖

Figura 5 - Procedimentos para realização do ensaio de resistência ao esmagamento.

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MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido com dois tipos de análises qualitativas e quantitativas. As análises
materiais geológicos: basalto maciço compacto qualitativas foram realizadas de acordo com
(BMC) e basalto vesicular (BVA), ambos na faixa critérios de cor, coerência, estrutura, textura,
granulométrica entre 6,3 e 9,5mm. granulação e grau de alteração de acordo com os
O estudo foi realizado nas dependências dos procedimentos da ISRM (1981). As análises
laboratórios da Universidade Tecnológica Federal quantitativas baseadas nos ensaios de índices
do Paraná, campus Toledo. A pesquisa foi físicos (densidade aparente, porosidade aparente e
desenvolvida de acordo com o fluxograma da a absorção aparente) seguiram como base os
figura 6. procedimentos da NBR NM 53/2009 (ABNT,
Seleção e Caracterização das Amostras 2009) (Agregado graúdo - Determinação de massa
As amostras de basaltos utilizadas no presente específica, massa específica aparente e absorção de
estudo, na faixa de agregados graúdos, são água), com adaptação da quantidade de amostra
procedentes do município de Foz do Iguaçu-PR. (aproximadamente 400g). Cabe ressaltar que os
Inicialmente coletou-se aproximadamente 110 kg a ensaios foram realizados nas amostras em
partir da britagem dos dois materiais geológicos, condições naturais a partir do 40º ciclo e
que foram lavados e secos ao ar, depois peneirados posteriormente a cada 20 ciclos até o fim do ensaio
para seleção da faixa granulométrica entre 6,3 e 9,5 de ciclagem água-estufa, sempre seguido do ensaio
mm. A caracterização das amostras deu-se por de resistência ao esmagamento.

Figura 6 - Fluxograma das etapas do estudo.


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Ensaios de Ciclagem Água-Estufa resistência ao esmagamento.
O ensaio de ciclagem Água-Estufa foi Resistência ao Esmagamento
conduzido a partir da NBR 12696/92 (ABNT, Como parte do estudo, visto a necessidade de
1992) com adaptações quanto ao tempo de realizar um número grande, foi desenvolvida uma
submersão dos agregados e secagem, com o mudança no procedimento do ensaio, o que
objetivo de otimização do ensaio. Os seguintes demandaria um volume grande de amostras e
passos foram desenvolvidos para adaptação e espaço físico, o que inviabilizaria a aplicação do
execução do ensaio: ensaio ciclagem água-estufa. Dessa forma, foram
1. Foram desenvolvidos ensaios de tempo de diminuídas as dimensões do cilindro alterando as
saturação e tempo de secagem para o período de medidas propostas pelas NBR 9938/2013 (ABNT,
saturação das amostras. O valor encontrado para 2013) e DNER 197/97 (DNER, 1997). Na figura 7
verificar o tempo necessário de saturação e de observa-se as dimensões do equipamento
secagem em estufa foi de 3h, portanto, adotou-se construído em aço SAE 4140 (densidade de 7,85
que cada ciclo seria composto por 3 horas de g/cm³ e tensão de escoamento de 415 MPa), com
saturação e 21horas de secagem. tratamento térmico para aumentar sua dureza e,
2. A água (destilada) utilizada para saturação com as partes livres e a fixação móvel, para
estava com pH7 e a temperatura da estufa para permitir a limpeza e remoção da amostra após cada
secagem foi de 110ºC. ensaio. A massa utilizada é de 400g, previamente
3. Para possibilitar a realização de resistência seca em estufa. As etapas realizadas durante o
ao esmagamento, em fases ao longo dos ciclos de procedimento foram: (A) acomodação da amostra
água-estufa e a triplicata, foram utilizados 10 kg de dentro do aparato de ensaio com ajuste na prensa
amostra, desconsiderando a caracterização de hidráulica; (B) aplicação da carga com a taxa
amostra inalterada (ciclo zero). constante; (C) auxílio do extrator para remoção da
4. Após os ciclos, foram executados os ensaios amostra e; (D) após a extração, manejo da amostra
de índices físicos e, em sequência, o ensaio de (Figura 8).

Figura 7 - Conjunto do cilindro e a prensa e, detalhes dos componentes do equipamento. 1 – Cilindro maciço de aplicação de
carga; 2- Cilindro porta-amostra; 3- Base circular; 4- Anel de fixação; 5- Pinos de fixação.
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Figura 8 - Etapas do ensaio de perda ao esmagamento. (A) Aparato na prensa hidráulica. (B) vista superior após a amostra
sofrer o carregamento de 50 kN. (C) Vista frontal do extrator. (D) amostra completamente extraída.

Como resultado desse ensaio, obtém-se um de retenção com abertura de 6,30mm.


índice que indica a resistência ao esmagamento, 2. Pesagem do material retido na peneira.
sendo que quanto maior o valor menor é a 3. Cálculo do índice
resistência. 4. 𝐼𝐼 = (𝑀𝑀𝑡𝑡 − 𝑀𝑀𝑟𝑟 )/(𝑀𝑀𝑡𝑡 )
Os ensaios de resistência ao esmagamento Onde: 𝑀𝑀𝑟𝑟 = massa retida na peneira #6,30mm
foram realizados com as seguintes condições: 𝑀𝑀𝑡𝑡 = massa total das amostras.
• Carregamento total: 100kN; • A análise de regressão entre os índices físicos
• Velocidade da aplicação da carga: 10kN/min; e os índices de resistência ao esmagamento, com
• Cálculo do índice de resistência ao esmagamento: auxílio do software livre Sisvar Versão 5.6,
1. Passagem do material ensaiando na peneira conforme procedimentos de Ferreira (2011).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir, encontram-se os resultados obtidos acordo com Costa (2015), a mineralogia é
para os dois tipos de basaltos e as análises composta de 45-50% de cristais de plagioclásio,
comparativas. 40-50% de piroxênio, olivinas e minerais
Caracterização das Amostras opacos, enquadrando-se na classe de alteração
Basalto Maciço Compacto (BMC) rocha intacta de acordo com a ISRM (1981). Na
As amostras BMC apresentam coloração figura 9 encontra-se imagem da amostra natural
cinza, de caráter maciço e textura afanítica. De de mão e dos fragmentos após a britagem.
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Basalto vesicular (BVA) Índices Físicos
As amostras BVA – basaltos vesiculares têm Os resultados referentes aos ensaios de índices
a coloração rosada e textura granular fina, com físicos para os dois litotipos BMC e BVA encon-
pontuações de cor cinza claro (plagioclásios), tram-se na Figura 11. Os valores de densidade
tons de verde escuro a preto (minerais máficos) aparente, porosidade aparente e água absorvida
e verde claro (celadonita) (Figura 10). Costa indicam uma resistência à ciclagem devido à
(2015) estimou que a matriz é composta de 45- baixa variação entre os valores finais com os
60% de plagioclásio, 40-50% de piroxênio e 5- aferidos no material antes de ser submetido ao
10% de minerais opacos e vesículas esféricas ensaio. Ainda conforme os números de ciclos
com até 1,5 mm com preenchimento possível de avançam, os valores de densidade aparente
porzolita, celadonita e argilominerais e, se apresentam um decréscimo; por outro lado,
enquadram na classe pouco alterada de acordo ocorre o acréscimo nos percentuais de poro-
com a ISRM (1981). sidade aparente e água de absorção.

Figura 9 - Basalto maciço compacto. (A) Amostra de mão. (B) Fragmentos após beneficiamento na fração granulométrica
do estudo.

Figura 10 - Basalto vesicular. (A) Amostra de mão. (B) Após beneficiamento na fração granulométrica do estudo.
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Amostra Ciclo ρa (g/cm³) ηa (%) αa (%)
0 2,968 4,334 1,5475
40 2,965 5,791 1,9313
60 2,884 6,257 2,1596
BMC
80 2,816 5,664 1,9983
100 2,804 7,277 2,5964
120 2,810 7,519 2,6758
0 2,773 9,183 3,3803
40 2,724 9,258 3,4426
60 2,722 9,176 3,4423
BVA
80 2,720 9,364 3,5675
100 2,680 9,422 3,5221
120 2,655 9,596 3,5947
Notas: ρ a : Densidade Aparente; ηa : Porosidade Aparente; αa : Água absorvida.
Figura 11 - Valores médios para os índices físicos de BMC e BVA ao longo de 120 ciclos de ciclagem água-estufa.
Para a verificação do grau de alteração do com os basaltos vesiculares de Dursun & Topal
material, os valores finais encontrados foram (2019) surgem algumas diferenças. Dursun &
confrontados com os valores apresentados nas Topal (2019) afirmam, embora não quantificadas,
figuras 1, 2 e 3, evidenciando que, ao fim do que a composição de plagioclásio é muito maior
120º ciclo, as amostras de BMC permanecem do que piroxênios, algo que não ocorre com
com o grau de alteração de rocha sem alteração BVA, e ainda citam a presença de calcita, que
e as amostras de BVA com o grau de alteração também não foi observada em BVA. Gomes
leve. (2001) já havia observado o comportamento de
A partir dos resultados encontrados nos resistência à alteração em ciclagem natural de
ensaios de caracterização física, das amostras basaltos, em que atribuiu esse comportamento às
após a ciclagem água-estufa, os basaltos BMC e características físicas do material, pois suas
BVA apresentaram baixo grau de alteração amostras eram muito densas e pouco porosas,
quando comparados a valores encontrados em corroborando com o resultado do presente estudo.
outros basaltos com mineralogia semelhantes. Diante disso, evidencia-se a resistência dos
A hipótese para esse comportamento seria basaltos à ciclagem água-estufa, e conforme
devido às diferenças dos percentuais minera- citado por Gomes (2001), resultados mais
lógicos entre os basaltos, por exemplo, quando expressivos, poderiam ser obtidos a partir de um
comparado BMC com o basalto denso de Gupta número consideravelmente maior de ciclos.
& Rao (2001), seus percentuais de piroxênio Resistência ao Esmagamento
(29%) são menores, além da presença de vidro O aumento do índice de resistência ao
vulcânico em suas amostras. Ainda, os autores esmagamento (Figuras 12, 13 e 14) indica uma
destacam que amostras sãs apresentavam poros degradação do material, sendo o ciclo 120 o que
vazios e microfraturas em sua matriz, algo que apresentou os maiores valores para índice
não foi observado nas amostras de BMC. mecânico. A diferença de valores entre os ciclos
Quando se compara a mineralogia do BVA é pequena (à exceção das amostras intactas).

Figura 12 - Gráfico da variação do índice de resistência ao esmagamento.


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ÍNDICE DE RESISTÊNCIA AO ESMAGAMENTO – BMC
Ciclos µ σ
0 0,62915 0,00449 0,00714
40 0,70020 0,00174 0,00249
60 0,70063 0,00542 0,00774
80 0,66792 0,00208 0,00311
100 0,71016 0,0033 0,00465
120 0,73081 0,00218 0,00299
Notas: µ :média. σ : Desvio padrão. 𝒄𝒄𝒄𝒄: Coeficiente de variação.
Figura 13 – Valores para o Índice mecânico relativo à resistência ao esmagamento – BMC.

ÍNDICE DE RESISTÊNCIA AO ESMAGAMENTO – BVA


Ciclos µ σ
0 0,54792 0,01791 0,03269
40 0,66775 0,00724 0,01085
60 0,67080 0,00427 0,00637
80 0,66668 0,01293 0,01939
100 0,69718 0,00504 0,00722
120 0,7260 0,00557 0,00768
Notas: µ :média. σ : Desvio padrão. 𝒄𝒄𝒄𝒄: Coeficiente de variação.
Figura 14 - Valores para o Índice mecânico relativo à resistência ao esmagamento – BVA.
Desta forma, a resistência dos dois litotipos à e, não foi possível verificar por meio dos índices
ciclagem água-estufa é evidenciada, pois os a influência do litotipo na resistência ao esma-
resultados corroboram com os resultados gamento. Ainda, com o objetivo de validar os
apresentados nos índices físicos, em que as dados dos ensaios, na figura 15 encontram-se os
alterações dos valores de densidade e porosidade resultados do presente estudo com os resultados
aparente podem ser associados às perdas de encontrados por Engidasew & Barbieri (2014),
resistência mecânica. que utilizaram a metodologia tradicional do
Quando da comparação entre os resultados de ensaio de resistência ao esmagamento para um
BMC e BVA, observa-se que os valores do índice basalto com valores de densidade aparente
de resistência ao esmagamento são muito próximos semelhantes aos pertinentes a este estudo.
Engidasew & Barbieri (2014)
ρa
LITOTIPO i(%) (120 ciclos) ρa
(g/cm³) (120 ciclos) i(%)
(g/cm³)
BMC 2,81 26,919
2,93~3,08 20~22
BVA 2,65 27,400
Legenda: ρa: Densidade aparente. i: Índice de resistência ao esmagamento.
Figura 15 - Comparativo entre os índices de resistência ao esmagamento com os valores de Engidasew & Barbieri (2014).

Observa-se que, apesar da faixa granulo- estão dispostos nas figuras 16 e 17.
métrica, os resultados encontrados são de mesma Pereira et al. (2021) sugerem que para fins
grandeza, indicando que o ensaio com as geotécnicos, o R² deve ser maior que 0,81 uma
dimensões reduzidas satisfaz a proposta de correlação significante. Este valor não foi atin-
quantificar potencial alteração do material gido nos ensaios de densidade aparente em BMC
geológico. Por fim, a correlação (R²) dos índices e de porosidade aparente em BVA, justificados
de resistência mecânica com os outros ensaios de devido à baixa variação dos índices de resistência
ciclagem realizados nesse estudo e seus valores ao esmagamento entre os valores dos ciclos.
CONCLUSÕES
Os ensaios físicos e mecânicos desenvolvidos estabelecido (0, 40, 60, 80, 100 e 120 ciclos).
no presente estudo, em conjunto com o ensaio de Somando a isso, os resultados do estudo sugerem
ciclagem água-estufa tinham como finalidade a uma mudança no procedimento do ensaio de
identificação de alteração nos agregados BMC e resistência ao esmagamento, onde as dimensões
BVA, por meio da aferição dos seus valores em do aparato de ensaio e o volume de amostra foram
cada ciclo de ciclagem água-estufa previamente adaptados com o objetivo de propiciar o controle
178 São Paulo, UNESP, Geociências, v. 41, n. 1, p. 169 - 181, 2022
Figura 16 - Correlações entre os ensaios de ciclagem água-estufa e o índice de resistência ao esmagamento. (A)
Densidade Aparente-BMC. (B) Porosidade Aparente-BMC. (C) Água de Absorção-BMC. (D) Densidade Aparente-BVA.
(E) Porosidade Aparente-BVA. (F) Água de Absorção-BVA.
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 41, n. 1, p. 169 - 181, 2022 179
LITOTIPO ENSAIO R² EQUAÇÃO
Densidade aparente 0,2889 y = -0,2509x + 1,411
BMC Porosidade aparente 0,8812 y = 0,0289x + 0,5121
Água de absorção 0,7925 y = 0,0751x + 0,5282
Densidade aparente 0,8665 y = -1,3935x +4,4433
BVA Porosidade aparente 0,5178 y = 0,2702x - 1,8595
Água de absorção 0,6273 y = 0,5793x - 1,3600
Notas: X: índice para resistência ao esmagamento.
Figura 17 - Correlação (R²) entre os ensaios de ciclagem água-estufa e o índice relativo a resistência ao esmagamento.
dos ensaios com uma massa menor submetida valores do estudo de Engidasew & Barbieri
aos ensaios. As principais conclusões do estudo (2014), realizado da maneira tradicional, a
são: modificação demonstrou ser bastante promis-
1. Os basaltos BMC e BVA de uma forma sora.
geral apresentaram baixo grau de alteração 4. Os resultados encontrados para o índice
quando comparados a valores encontrados em de resistência ao esmagamento geraram boas
outros basaltos com mineralogia semelhantes. correlações com índices físicos.
2. O ensaio de resistência ao esmagamento Por fim, os valores obtidos relativos aos
cumpre o objetivo de avaliar e quantificar o índices físicos e ao índice de resistência ao
processo de alteração, perante o aumento dos esmagamento para a faixa granulométrica entre
valores do índice mecânico conforme o 9,5 e 6,35mm dos dois litotipos basálticos, após
andamento das ciclagens, sendo possível os diferentes números de ciclos no ensaio água-
observar a perda da resistência do material. estufa, enquadram-se em níveis em que podem
3. Quando comparados os resultados do ser utilizados como agregados para concretos na
ensaio de resistência ao esmagamento com construção civil.
AGRADECIMENTOS
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao Programa de Pós-
Graduação em Geotecnia (EESC-USP) e à Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
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