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http://dx.doi.org/10.1590/1413-2311.393.135273
RESUMO
Este estudo busca identificar elementos de análise de empreendedorismo digital em
organizações sob a ótica das capacidades dinâmicas. A pesquisa é de natureza qualitativa e foi
realizada por meio de revisão integrativa de literatura com documentos oriundos das bases Web
of Science e Scopus. A amostra de artigos do estudo permitiu identificar 56 elementos de análise
do empreendedorismo digital que, com base nas capacidades dinâmicas, foram organizados em
12 categorias, que formam quatro macrocategorias. As capacidades dinâmicas foram
observadas em: tecnologia; comportamentos, habilidades e capacidades organizacionais;
processos e rotinas que as organizações devem usar para se adaptar; e integração e articulação
dos comportamentos e habilidades e das rotinas. Como resultado, é apresentado um framework
de análise de empreendedorismo digital que destaca elementos que podem ser priorizados para
o desenvolvimento do empreendedorismo digital nas organizações: clientes/usuários em meios
digitais, plataformas digitais, Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), modelos de
negócios digitais, produtos e serviços digitais, tecnologias digitais, inovação em negócios
digitais, digitalização de negócios, oportunidades de digitalização, startups digitais e
ecossistema digital. O estudo apresenta contribuições teóricas para a conexão dos temas
empreendedorismo digital e capacidades dinâmicas, além de contribuições práticas ao propor o
framework que pode ser utilizado nas organizações.
Palavras-chave: Empreendedorismo Digital. Elementos de Análise do Empreendedorismo
Digital. Capacidades Dinâmicas.
1
Recebido em 01/09/2023; aceito em 01/11/2023.
2
Os autores agradecem o apoio o apoio recebido do CNPq, da CAPES e da FAP/UNINOV.
3
Universidade Nove de Julho; São Paulo - SP (Brasil), https://orcid.org/0000-0001-9846-1064,
[email protected].
4
Programa de Pós-Graduação em Gestão de Projetos – Universidade Nove de Julho; São Paulo - SP (Brasil);
https://orcid.org/0000-0003-0955-9786; [email protected].
5
Universidade de Évora; Évora (Portugal); https://orcid.org/0000-0002-7577-1163; [email protected].
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DIGITAL ENTREPRENEURSHIP IN ORGANIZATIONS: INTEGRATIVE
LITERATURE REVIEW AND PROPOSITION OF ANALYSIS ELEMENTS FROM
THE PERSPECTIVE OF DYNAMIC CAPABILITIES
628
This study seeks to identify elements of digital entrepreneurship analysis in organizations from
the perspective of dynamic capabilities. The research is qualitative in nature and was conducted
through an integrative literature review with documents sourced from the Web of Science and
Scopus databases. The article sample from the study allowed for the identification of 56
elements of digital entrepreneurship analysis which, based on dynamic capabilities, were
organized into 12 categories, forming four macro-categories. The dynamic capabilities were
observed in: technology; behaviors, skills, and organizational capabilities; processes and
routines that organizations should use to adapt; integration and articulation of behaviors and
skills, and routines. As a result, a digital entrepreneurship analysis framework is presented that
highlights elements that can be prioritized for the development of digital entrepreneurship in
organizations: clients/users in digital media, digital platforms, Information and Communication
Technologies (ICTs), digital business models, digital products and services, digital
technologies, innovation in digital businesses, digitalization of businesses, digitalization
opportunities, digital startups, and the digital ecosystem. The study offers theoretical
contributions by connecting the themes of digital entrepreneurship and dynamic capabilities,
and practical contributions by proposing a framework that can be utilized within organizations.
Keywords: Digital Entrepreneurship. Elements of Analysis of Digital Entrepreneurship.
Dynamic Capabilities.
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dinámicas, y contribuciones prácticas al proponer el marco que puede ser utilizado en las
organizaciones.
Palabras clave: Emprendimiento Digital. Elementos de Análisis del Emprendimiento Digital.
Capacidades Dinámicas.
INTRODUÇÃO
629
O uso da digitalização e das redes para os negócios se torna cada vez mais amplo
(PEREIRA; BERNARDO, 2016), permitindo o crescimento de possibilidades de
relacionamento por meios das redes digitais, reduzindo barreiras físicas. O desenvolvimento de
negócios digitais cresceu nos últimos anos, se intensificando, principalmente, a partir da
pandemia de Covid-19 (PINTO; SANTOS; MARTENS, 2021). O empreendedorismo digital
está presente nas organizações e na sociedade, sendo facilitado pela implementação de grandes
plataformas sistêmicas (FANG; COLLIER, 2017; KRAUS; ROING-TIERNO; BOUNCKEN,
2019) e pelo dinamismo que o envolve. Para acompanhar o mercado, as organizações precisam
desenvolver o empreendedorismo digital, que pode ser compreendido como a capacidade de
uma organização usar ferramentas digitais para criar e manter os negócios (HUDEK; ŠIREC;
TOMINC, 2019).
O desenvolvimento do empreendedorismo digital está relacionado às capacidades
dinâmicas das organizações, visto que quanto mais elevado for o nível de desenvolvimento do
empreendedorismo digital, maior a capacidade da empresa de se adaptar à mudança e aproveitar
oportunidades (KRETSCHMER, 2020). Nesse contexto, o empreendedorismo digital
relaciona-se com as capacidades dinâmicas, que permitem às organizações se adaptar às
mudanças no ambiente de negócios, como novas tecnologias, tendências de mercado e
mudanças na legislação. Assim, as capacidades dinâmicas são consideradas os fundamentos
teóricos promissores para entender o empreendedorismo digital das organizações no mundo dos
negócios, que é volátil, incerto, complexo e ambíguo (VIAL, 2019).
A busca por literatura que relacione empreendedorismo digital e capacidades dinâmicas
não identificou estudos anteriores sobre elementos que devem ser observados para a análise do
empreendedorismo digital nas organizações. Considerando que uma quantidade considerável
de organizações digitais surgiu no mercado nos últimos tempos (AMMIRATO et al., 2019), a
necessidade de identificação desses elementos ganha cada vez mais importância.
Diante desse contexto, o propósito de realizar esta revisão integrativa de literatura está
concentrado em identificar elementos para analisar o empreendedorismo digital nas
organizações. De acordo com o exposto, surge a questão de pesquisa deste estudo: Quais
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elementos devem ser considerados para a análise do empreendedorismo digital nas
organizações sob a ótica das capacidades dinâmicas? Buscando responder a esse
questionamento, o objetivo deste estudo é identificar elementos que permitam a análise do
empreendedorismo digital nas organizações a partir da ótica das capacidades dinâmicas.
Os resultados do estudo indicam que, a partir dos 90 documentos encontrados nas bases 630
de dados Web of Science e Scopus, emergiram 56 elementos que destacam o que deve ser
observado para analisar o empreendedorismo digital nas organizações. Esses elementos,
observados, sob a ótica das capacidades dinâmicas, foram divididos em 12 categorias, que, por
sua vez, são organizadas em macrocategorias.
Este estudo está estruturado em cinco seções, além desta introdução. Na primeira seção
está descrito o referencial teórico; na segunda, é apresentado o método de pesquisa, destacando
os procedimentos para a reunião dos dados e sua análise; na terceira, são apresentados os
resultados do estudo; na quarta, é feita uma discussão a partir dos achados da pesquisa,
finalizando com a proposição de um framework; e, por fim, a quinta seção apresenta as
considerações finais, com contribuições teóricas e práticas do estudo.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
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Identificação de oportunidades nos meios digitais, utilizando as mídias
2014 Caetano
disponíveis para a geração de novos negócios.
Formato de empreendedorismo que teve início a partir da share economy
2015 Richter, Kraus e Syrjä
(economia de compartilhamento de bens).
2016 Nambisan Transformação de processos e da forma de gestão das organizações.
Empreendedorismo tecnológico, com produtos e serviços baseados na
2017 Giones e Brem
internet.
2017 Sussan e Acs Desenvolvimento dos negócios que utilizem tecnologias digitais. 631
2018 Le Dinh, Vu e Ayayi União entre o empreendedorismo e novas formas de negócios digitais.
2019 Ammirato et al. É uma ruptura com o mercado, focando em novas tecnologias.
Kraus, Roig-Tierno e Mudança no modelo de negócios em organizações, tornando processos on-
2019
Bouncken line.
Concepção, uso e comercialização de tecnologias digitais para a criação de
2019 Recker, Jan e Briel
atividades.
Explora tecnologias digitais utilizando a internet e mídias sociais, que
2020 Hansen
abrangem a aplicação de tecnologia móvel e informática.
É um motor de transformação das relações sociais (com tecnologias
2020 Satalkina e Steiner
digitais).
Fenômeno que surgiu como resultado de ativos técnicos, como a internet e
2021 Zhao
as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).
Transformação de negócios que geram valor econômico e/ou social por
2021 Sahut, Iandoli e Teulon
meio da criação e uso de novas tecnologias digitais.
Novas oportunidades de investimento apresentadas pelas mídias e
2021 Dobrilovic et al. tecnologias da internet, promovendo o uso de IOT, blockchain e inteligência
artificial.
Fonte: elaborado pelos autores (2022).
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Hull et al. (2007) afirmaram que o grau de digitalização das organizações deve ser
observado a partir de: grau de marketing; vendas digitais; natureza digital de seus bens e
serviços; potencial de distribuição digital; interações digitais dentro da cadeia de valor; e
potencial digital de suas atividades internas virtuais. Sussan e Acs (2017) destacaram que é
necessário observar o contexto em que as organizações estão inseridas. Fang e Collier (2017) 632
As capacidades dinâmicas têm sua origem no artigo seminal de Teece, Pisano e Shuen
(1997), que as definiram como a habilidade das organizações em integrar, construir e
reconfigurar competências externas e internas em ambientes de mudança rápida. A Tabela 2
apresenta as definições mais referenciadas que serão utilizadas para nortear este estudo.
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2007 Capacidade de sentir o contexto do ambiente; aproveitar oportunidades; gerenciar
Teece
2009 ameaças e transformações.
Fonte: elaborado pelos autores (2022).
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo foi realizado por meio da revisão integrativa da literatura, que busca fornecer
informações mais abrangentes sobre um tema e é apropriada para temas emergentes (SNYDER,
2019). Este tipo de pesquisa permite a utilização de documentos científicos que fazem uso de
metodologias diversas, não limitando a busca apenas às revisões sistemáticas da literatura
(CRONIN; GEORGE, 2023). A revisão integrativa emprega técnicas de síntese de
conhecimento: reúne e avalia estudos; revisões sistemáticas; descreve o panorama da pesquisa
sobre um tópico, realiza revisão narrativa; avalia as conclusões do estudo em relação a
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construtos específicos, metanálise; e determina implicações para como e por que um tópico
deve ser estudado (CRONIN; GEORGE, 2023).
Este método de pesquisa não apenas aponta novas paisagens para os pesquisadores, mas
permite que eles vejam as existentes de uma perspectiva diferente (WHITTEMORE; KNAFL,
2005). O método contribui para identificar lacunas, deficiências e tendências nas evidências 634
atuais e pode ajudar a sustentar e informar pesquisas futuras na área, se caracterizando por
serem abrangentes e replicáveis (TORONTO; REMINGTON, 2020). Neste estudo, foi adotado
o protocolo proposto por Hopia, Latvala e Liimatainen (2016), que consiste em: identificação
de um problema; pesquisa bibliográfica abrangente; avaliação dos dados, com foco na
qualidade e valor informativo; e análise de dados e resultado.
De acordo com Griva et al. (2023), as métricas de análise de empreendedorismo digital
não estão facilmente disponíveis na literatura. Os pesquisadores se concentraram em estudar
outros resultados relacionados com esse contexto, como recursos e capacidades como medidas
de crescimento de novos empreendimentos. Diante disso, esta pesquisa busca contribuir para o
entendimento dos elementos de análise do empreendedorismo digital.
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al., 2005). A Tabela 3 apresenta os resultados da busca nas bases de dados e a exclusão dos
artigos até a composição da amostra final.
Tabela 3 - Resultado das buscas realizadas nas bases científicas para composição da amostra
Resultados
Etapa WoS Scopus 635
Total de documentos com os termos “digital entrepren*” e “framework” 45 75
Seleção de artigos e documentos de conferências 44 68
Excluindo os duplicados entre as duas bases (32 documentos) 80
Total de documentos com os termos “digital entrepren*” e “measur*” 14 20
Seleção de artigos e documentos de conferências 13 18
Excluindo os duplicados entre as duas bases (11 documentos) 20
Total de documentos com os termos “digital entrepren*” e “scale” 12 20
Seleção de artigos e documentos de conferências 10 19
Excluindo os duplicados entre as duas bases (8 documentos) 21
Soma dos resultados das três buscas 121
Documentos que se repetiram entre os termos de busca -9
Amostra final antes da leitura dos resumos 112
Documentos excluídos por não apresentarem relação com o objetivo da -17
pesquisa
Documentos cujos textos na íntegra não foi possível acessar -8
Documento escrito em árabe (que não foi possível a tradução) -1
Documento relacionado ao estudo localizado nos repositórios científicos 4
Amostra final para realização do estudo 90
Fonte: elaborado pelos autores (2022).
Ao chegar ao final dos 90 documentos, foi realizada uma primeira rodada de leitura e
os documentos foram separados de acordo com o contexto, ou temas, que apresentaram. Nessa
rodada, em nenhum dos documentos analisados foi identificado quais elementos devem ser
observados para a análise do empreendedorismo digital, nem a inexistência de um instrumento
para essa análise. Após a primeira leitura, realizou-se também uma caracterização geral dos
documentos, em que se identificou que os 90 documentos que compuseram a amostra foram
publicados entre os anos de 2007 e 2021. O número de publicações entre 2019 e 2021 demonstra
o crescente interesse no campo. Do total de documentos, 71 foram artigos oriundos de
publicações em periódicos científicos (78,89%) e 19 foram publicados em conferências
(21,11%). Optou-se por incluir os documentos oriundos de conferências, visto se tratar de um
tema emergente, em que é comum que antes de serem publicados em periódicos, os trabalhos
sejam discutidos em conferências e publicados em anais de eventos. O número de artigos por
ano e os journals com pelo menos duas publicações na amostra são apresentados na Tabela 4.
Tabela 4 - Distribuição das publicações da amostra ao longo dos anos e principais journals
Ano Quantidade de Journals que se destacaram na amostra Quantidade de
publicações publicações
2007 1 Technological Forecasting and Social Change 6
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2010 1 Small Business Economics e Sustainability 4
2011 1 International Journal of Entrepreneurial Behavior & 3
Research
2016 1 Creativity and Innovation Management 2
2017 5 International Entrepreneurship and Management Journal 2
2018 9 International Journal of Entrepreneurship 2
2019 22 International Journal of Information and Education 2
Technology 636
2020 22 Journal of Business Research 2
2021 28
Total 90
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Tabela 5 - Resultado das buscas realizadas nas bases científicas para conexão entre
empreendedorismo digital e capacidades dinâmicas
Resultados
Etapa WoS Scopus
Total de documentos com os termos “digital entrepren*” e “framework” 13 12
Excluindo os duplicados entre as duas bases (32 documentos) 25 637
Excluindo os duplicados entre as duas bases -7
Amostra final antes da leitura dos resumos 18
Documentos excluídos por não apresentarem relação com o objetivo da -2
pesquisa
Amostra final para realização do estudo 16
Fonte: elaborado pelos autores (2022).
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e Martin (2000), que dividiu as capacidades dinâmicas em “rotinas e processos”,
“comportamentos e habilidades” e “mecanismos de aprendizagem e governança do
conhecimento”, que constituíram três macrocategorias deste estudo. Observou-se que apenas
quatro das 12 categorias não se enquadravam nessas três macrocategorias, estando as quatro
relacionadas com a tecnologia. Para contemplá-las foi criada uma quarta macrocategoria, com 638
base no estudo seminal de Teece e Pisano (2003), corroborado pelos estudos de Sher e Lee
(2004) e Shafia et al. (2016), denominada “influências da tecnologia”. O estudo de Parida,
Oghazi e Cedergren (2016) confirma a importância da tecnologia no contexto das capacidades
dinâmicas e também para a evolução das organizações.
A codificação dos documentos linha a linha foi realizada a partir da observação dos
termos relacionados com o empreendedorismo digital que mais se destacaram nos documentos,
totalizando a geração de 56 elementos de forma não excludente, sendo mantidos aqueles que
ocorreram em pelo menos dois documentos da amostra. Conforme descrito na seção de
procedimentos metodológicos, os elementos foram agrupados em categorias e macrocategorias.
A Tabela 7, a seguir, apresenta um quadro de referência para análise do empreendedorismo
digital, contendo: os elementos gerados a partir da codificação, e suas respectivas quantidades
de ocorrências nos documentos, com alguns estudos que os abordam no contexto do
empreendedorismo digital, a título de exemplo; as categorias, embasadas na literatura,
identificadas em itálico; e as macrocategorias, identificadas em negrito na linha de cor cinza
escuro.
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Tecnologias digitais (NOSOVA et al., 2021; BICAN; BREM, 2020) 896
Ecossistema empreendedor (ELIA; MARGHERITA; PASSIANTE, 2020; MCADAM; CROWLEY;
92
HARRISON, 2019)
Armazenamento em nuvem (ALGHATAM, 2019; HE, 2019; GUSTAVSSON; LJUNGBERG, 2018) 75
Governança digital (GORELOVA et al., 2021; MAFIMISEBI; OGUNSADE, 2021) 73
Leis e regulamentos (influências)(SONG, 2019; K. KRAUS; KRAUS; SHTEPA, 2021) 64
Escassez de recursos (NOSOVA et al., 2021; PROKSCH et al., 2021) 21
Organizações mais ágeis (SAMBAMURTHY et al., 2003) 501 639
Uso da internet (importância) (SAMBAMURTHY; BHARADWAJ; GROVER, 2003) 248
Aspectos geográficos (MULLIGAN; KELLY, 2021; PASSARO et al.,2020) 106
Sistemas operacionais (RECKER; VON BRIEL, 2019; GUSTAVSSON; LJUNGBERG, 2018) 105
Aspectos relacionados a tempo (PAVLOU; SAWY, 2010; ARVIDSSON; MØNSTED, 2018) 42
Rotinas e processos 4015
Inovação organizacional (WHEELER, 2002) 1708
Inovação (NGOASONG, 2018; BICAN; BREM, 2020) 837
Novos negócios (BALOCCO et al., 2019; GRIVA et al., 2023) 373
Estratégias digitais (STANDING; MATTSSON, 2018; FANG; COLLIER, 2017) 351
Novas tecnologias (SRINIVASAN; VENKATRAMAN, 2018; MUAFI et al., 2021) 147
Negócios possibilitados pelas redes (ZAHRA; GEORGE, 2002) 1583
Digitalização de negócios (BICAN; BREM, 2020; ZHAO, 2021; LADEIRA et al., 2019) 486
Redes virtuais (K. KRAUS; KRAUS; SHTEPA, 2021; HANSEN, 2020) 345
Mídias digitais (VADANA et el., 2020) 239
Infraestrutura digital (SUSSAN; ACS, 2017; GUPTA; BOSE, 2019; LEONG; TAN; FAISAL, 2022) 216
Economia digital (HANNA, 2020; LEBEDEVA, 2019; LE DINH; VU; AYAYI, 2018; FANG;
179
COLLIER, 2017)
Inteligência artificial (FOSSEN; SORGNER, 2021; ŠVARC, 2022; LI; YAO, 2021) 59
Realidade virtual (K. KRAUS; KRAUS; SHTEPA, 2021; POPKOVA; INSHAKOVA; SERGI, 2021) 34
IOT (BERTOLA; MORTATI; TAVERNA, 2019) 25
Impactos positivos/melhorias dos sistemas de desempenho das organizações propiciados pela
724
digitalização (GILBERT, 2006; YEOW et al., 2018; WANG, 2020)
Oportunidades de digitalização (ZHAO, 2021; STANDING; MATTSSON, 2018) 643
Redução de custos (CUBUKCU; GULSECEN, 2019; SONG, 2019; ELIA; MARGUERITA;
69
PASSIANTE, 2020)
Desempenho (ZHAO, 2021; UTOMO; BUDIASTUTI, 2019; NGOASONG, 2018) 12
Comportamentos e habilidades 2215
Mudanças de comportamento na sociedade geradas pelas tecnologias digitais (Vial, 2019) 1143
Startups digitais (GHEZZI, 2019; GRIVA et al., 2023; ZAHEER et al., 2019) 620
Crowdfunding (RICHTER et al., 2017) 145
Compartilhamento (JHA et al., 2022; KRAUS et al., 2018) 112
Formação de clusters de negócios digitais (SUSSAN; ACS, 2017; NGOASONG, 2018) 105
Comportamento empreendedor (WILK et al., 2021; GHEZZI, 2019) 92
Incubadoras de negócios digitais (DEVLIN; COAFFEE, 2021; MAFIMISEBI; OGUNSADE, 2021) 44
Cidadania do usuário digital (SONG, 2019; ELIA; MARGHERITA; PASSIANTE., 2020; SUSSAN;
25
ACS, 2017)
Comportamento dos negócios digitais em ambientes turbulentos (EL SAWY et al., 2010) 825
Ecossistema digital (SAHUT; IANDOLI; TEULON., 2021; ALGHATAM, 2019; GHEZZI &
351
CAVALLO, 2020)
Habilidades digitais (DOBRILOVIC et al., 2021; NGOASONG, 2018; ZHAO, 2021) 276
Incidência de riscos (LUO; CHAN, 2021; LEBEDEVA, 2019; LIU; BELL, 2019) 178
Competitividade (UTOMO; BUDIASTUTI, 2019; BELIAEVA et al., 2020) 20
Mudanças de comportamento nos negócios geradas pelas tecnologias digitais (WARNER &
247
WÄGER, 2019; MALIK et al., 2022)
Venture capital (CAVALLO et al., 2019) 82
Estrutura otimizada para negócios digitais (GHEZZI, 2019; BALOCCO et al., 2019; LIU; BELL,
65
2019)
Atividades empreendedoras digitais (ZHAO, 2021; KRAUS et al., 2018) 60
Coworking (LUO; CHAN, 2021; ZAHEER et al., 2019; PASSARO et al., 2020) 27
Exclusão digital (HAEFNER; STERNBERG, 2020; DEVLIN; COAFFEE, 2021; HE, 2019) 7
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Engajamento digital (ANTONOPOULOU; BEGKOS, 2020) 6
Mecanismos de aprendizagem e governança do conhecimento 915
Transição da economia baseada em produto para a economia baseada em conhecimento
391
(CUTHBERTSON; FURSETH, 2022)
Transformação digital (HANNA, 2020; NOSOVA et al., 2021; SATALKINA; STEINER, 2020) 337
Indústria 4.0 (K. KRAUS; KRAUS; MANZHURA, 2021; MUAFI et al., 2021; POPKOVA;
54
INSHAKOVA; SERGI, 2021)
Criação de valor nas organizações (JAFARI-SADEGHI, et al., 2021) 524 640
Capital Humano (FOSSEN; SORGNER, 2021; MUAFI et al., 2021; HANNA, 2020) 272
Competências digitais (THANACHAWENGSAKUL, 2020; OLSSON; BERNHARD, 2021) 137
Vantagens competitivas (BERTOLA; MORTATI; TAVERNA., 2019; K. KRAUS; KRAUS;
62
SHTEPA, 2021)
Efetuação/Bricolagem (GHEZZI, 2019; KHANAL et al., 2021) 34
Capacidades Dinâmicas (EISENHARDT; MARTIN, 2000; HELFAT; PETERAF, 2009) 19
Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados extraídos do software Atlas.Ti (2022).
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o desenvolvimento dos negócios. Estão nesta categoria os elementos: modelos de negócios
digitais; produtos e serviços digitais; mudanças digitais; e negócios digitais.
Na sequência, identificou-se a categoria de mudanças no ambiente organizacional,
composta pelos elementos que estão relacionados às alterações ocorridas nas organizações sob
a ótica das capacidades dinâmicas: tecnologias digitais; ecossistema empreendedor; 641
economia digital; inteligência artificial; realidade virtual; e Internet of the Things (IOT).
Na categoria de impactos positivos/melhorias dos sistemas de desempenho das
organizações propiciados pela digitalização, é analisado como as organizações reagem à
digitalização dos negócios, que pode ocorrer de forma contínua ou descontínua (GILBERT,
2006). À medida que uma organização muda sua estratégia para digital, podem ocorrer
desalinhamentos entre estratégias e recursos, sendo o realinhamento ainda mais desafiador
diante das grandes mudanças pelas quais as organizações passam (YEOW; SOH; HANSEN,
2018). Nessa categoria emergiram os elementos: oportunidades de digitalização de processos;
rotinas e produtos; redução de custos; e desempenho.
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clusters de negócios digitais; comportamento empreendedor; incubadoras de negócios digitais;
e cidadania do usuário digital.
Na categoria de comportamento dos negócios digitais em ambientes turbulentos, estuda-
se principalmente o desenvolvimento de capacidades dinâmicas para planejar e configurar
capacidades operacionais, o que nem sempre é possível em ambientes turbulentos (PAVLOU; 643
digitais
digitalização
digitais
digitais
sociedade geradas pelas tecnologias
Mudanças no ambiente
sistemas de desempenho das
em conhecimento
Comportamento dos negócios
digitais em ambientes turbulentos
Desenvolvimento de organizações
Inovação empresarial
Mudanças de comportamento na
TOTAL
Principais
temas de
documentos
Abordagens de
empreendedorismo 71 42 87 53 78 74 52 30 111 115 53 17 783
Compartilhamento 11 15 115 52 148 66 168 3 36 55 32 30 731
Competências
digitais 112 134 129 89 150 121 87 4 139 146 64 83 1258
Digitalização 3 9 43 5 37 53 1 0 20 80 15 3 269
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Economia digital 26 9 37 25 33 62 0 1 31 59 10 32 325
Ecossistema digital 296 73 214 142 338 267 239 34 285 272 111 44 2315
Estratégias Digitais 2 6 15 26 21 54 1 1 12 5 2 0 145
Indústria 4.0 14 5 8 1 6 50 52 0 16 42 9 22 225
Inovação do modelo
de negócios 33 13 191 61 137 198 50 29 109 49 44 22 936
Mídias sociais 7 7 10 14 21 16 4 0 28 41 9 1 158 645
Perspectivas de
mensuração 27 17 61 29 48 54 20 10 32 52 19 21 390
Plataformas digitais 39 10 65 29 175 66 47 10 54 122 20 5 642
Startups 39 59 113 49 95 105 215 32 37 26 9 7 786
Tecnologias digitais 13 10 33 47 40 40 26 12 51 37 8 12 329
Transformação
digital 60 71 108 73 101 129 38 12 131 146 47 79 995
Venture Capital 18 4 16 9 36 37 38 63 24 23 11 2 281
TOTAL 771 484 1245 704 1464 1392 1038 241 1116 1270 463 380
Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados extraídos do software Atlas.Ti (2022).
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por mais vezes, foi elaborada a Tabela 9, que os relaciona com os temas principais de
documentos resultantes desta pesquisa.
TOTAL
Clientes Usuários
Digitalização dos
serviços digitais
de digitalização
Oportunidades
Plataformas
Ecossistema
Tecnologias
Produtos e
Inovação
negócios
digitais
digitais
digital
TICs
Pricipais temas abordados na
literatura
Abordagens de empreendedorismo 29 46 10 26 53 34 20 31 98 347
Compartilhamento 58 20 3 29 49 118 17 13 33 340
Competências Digitais 47 86 6 67 84 62 18 70 120 560
Digitalização 16 74 0 9 5 9 28 22 17 180
Economia Digital 10 15 11 49 19 18 12 9 26 169
Ecossistema Digital 170 66 239 196 127 147 93 109 173 1320
Estratégias Digitais 20 2 1 47 25 3 12 1 12 123
Indústria 4.0 1 9 0 45 1 5 1 0 12 74
Inovação do modelo de negócios 76 19 1 117 55 29 36 53 90 476
Mídias sociais 10 5 2 6 12 10 4 6 28 83
Perspectivas de mensuração 29 29 18 28 27 22 26 12 28 219
Plataformas Digitais 86 6 18 30 28 136 13 7 43 367
Startups 82 6 12 69 40 14 32 6 31 292
Tecnologias Digitais 9 13 6 19 47 32 10 1 45 182
Transformação Digital 22 81 19 91 65 44 13 51 118 504
Venture Capital 8 9 5 9 6 11 4 25 22 99
TOTAL 673 486 351 837 643 694 339 416 896
Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados extraídos do software Atlas.Ti (2022).
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Tomando como base as tabelas apresentadas e o embasamento teórico dos elementos
identificados na literatura, construiu-se um framework, Figura 1, com os elementos de análise
do empreendedorismo digital, sinalizando em vermelho os elementos que apresentaram maior
coocorrência com o empreendedorismo digital e em azul os que se destacaram quando
relacionados com os temas principais. Como o empreendedorismo digital é um contexto novo, 647
buscou-se desenvolver uma forma para analisar seus elementos com o intuito de contribuir para
a teoria e para a prática das organizações. As categorias apresentadas estão relacionadas às
capacidades dinâmicas das organizações em incorporar conhecimento, processos e rotinas, que
permitirão seu contínuo desenvolvimento (ANIM-YEBOAH et al., 2020).
Assim, para que as organizações possam avançar no contexto do empreendedorismo
digital, propõe-se que considerem os elementos, categorias e macrocategorias apresentados no
framework, Figura 1, como direcionadores de suas ações de desenvolvimento. Atenção especial
deve ser dada aos elementos destacados em vermelho e em azul, visto que, por terem se
destacado na literatura analisada, têm potencial de facilitar ou acelerar o desenvolvimento do
empreendedorismo digital nas organizações. São eles: clientes/usuários que operam em meios
digitais; plataformas digitais; TICs; modelos de negócios digitais; produtos e serviços digitais;
tecnologias digitais; inovação em negócios digitais; digitalização de negócios; oportunidades
de digitalização de processos, rotinas e produtos; startups digitais; e ecossistema digital.
É importante a compreensão de que o empreendedorismo digital se mostra dinâmico e
que não é um negócio de curto prazo, o que requer que se desenvolva um plano de observação
dos elementos que compõem o framework para o planejamento de longo prazo. Portanto, as
organizações precisam preparar um plano de negócios no longo prazo para que sobrevivam e
sejam capazes de alcançar os resultados esperados (MUAFI et al., 2021).
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Figura 1 - Framework de elementos de análise do empreendedorismo digital
648
Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados extraídos do software Atlas.Ti (2022).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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organizações. Assim, os resultados do estudo podem ser utilizados por pesquisadores da área
que desejem avançar nas pesquisas a partir da relação entre empreendedorismo digital e
capacidades dinâmicas, bem como por gestores de organizações que tenham interesse no
desenvolvimento do empreendedorismo digital. Futuros estudos podem ser desenvolvidos para
aplicação do framework em contexto empírico. 650
Por fim, destaca-se os elementos do framework que podem ser priorizados para o
desenvolvimento do empreendedorismo digital nas organizações em função de seu maior
potencial de apoio nesse processo: clientes/usuários em meios digitais; plataformas digitais;
TICs; modelos de negócios digitais; produtos e serviços digitais; tecnologias digitais; inovação
em negócios digitais; digitalização de negócios; oportunidades de digitalização; startups
digitais; e ecossistema digital. O estudo apresenta limitações visto que propõe um framework
de elementos de análise do empreendedorismo digital sob a ótica das capacidades dinâmicas,
desconsiderando outros embasamentos que possam ser utilizados para a análise do fenômeno.
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