Avaliação de Novas Condições Operacionais para Um Sistema de Tubulações Existentes
Avaliação de Novas Condições Operacionais para Um Sistema de Tubulações Existentes
Avaliação de Novas Condições Operacionais para Um Sistema de Tubulações Existentes
1. Introdução
No caso projeto mecânico de vasos de pressão, na realização do projeto mecânico é
obrigatório o cálculo da PMTA (Pressão Máxima de Trabalho Admissível) ou MAWP (Maximum
Allowable Working Pressure) e a indicação da parte do vaso que limita essa pressão.
Essa PMTA é a pressão máxima admissível de trabalho, calculada para condição corroída e
quente, isto é, espessuras dos componentes corroídas com o vaso na temperatura de projeto.
Também deve ser calculada a PMA, que é a Pressão Máxima Admissível, para a condição de
novo e frio, que é base para o cálculo da pressão do teste de pressão do equipamento na
fábrica.
Já nos sistemas de tubulações, o projeto mecânico para cada tubulação consiste na seleção do
seu “espec”, previamente elaborado, que identifica o fluido, as condições de pressão e
temperatura de projeto, a classe de pressão, a sobrespessura de corrosão, a padronização dos
componentes, e nos casos especiais, a necessidade de tratamento térmico e de teste de
tenacidade. Dessa forma, a PMTA-Pressão Máxima de Trabalho Admissível da tubulação é
determinada através dos limites de pressão e temperatura, que correspondem à Classe de
Pressão do “espec”.
2. Definições
“Espec” de tubulação
É um documento do projeto mecânico da tubulação, chamado de Folhas de Padronização de
Material de Tubulação, que padroniza os componentes de fabricação da tubulação (válvulas;
tubos; conexões; niples; parafusos, estojos e porcas; flanges; juntas e gaxetas de vedação) em
função das características do fluido, requisitos de operação e condições de projeto e
construção.
Projeto mecânico
É o conjunto de atividades de engenharia destinados a apresentar informações necessárias e
suficientes para especificar, adquirir, projetar, fabricar, montar, operar e manter os
equipamentos e sistemas de tubulações de instalações industriais.
Classes de pressão pressure ratings
A classe de pressão (também conhecida como classificação de pressão) estabelece a pressão
máxima que um tubo, conexão ou válvula é capaz de suportar em determinada temperatura.
A classe de pressão é definida para cada material de construção e também é afetada pela
temperatura do serviço; quanto mais alta a temperatura do processo, menor pressão pode ser
resistida pelo tubo, conexão e corpo da válvula.
A Norma ASME B16.34 Valves - Flanged, Threaded and Welding End define as tabelas, para
cada classe de pressão, usadas para determinar a relação entre pressão e temperatura, bem
como a espessura de parede aplicável e as conexões finais de componentes de tubulações.
As classes de pressão normalizadas pela Norma ASME B16.34 são: Classe 150, Classe 300,
Classe 600, Classe 900, Classe 1500 e Classe 2500.
3. Referências
Normas Petrobras
N-57 Projeto Mecânico de Tubulações Industriais
N-76 Materiais de Tubulação para Instalações de Refino e Transporte, para tubulação de Gás
Natural
N-115 Fabricação e Montagem de Tubulações Metálicas
N-1693 Diretrizes para Elaboração de Padronização de Material de Tubulação para Instalações
de Refino e Transporte
N-2555 Inspeção em Serviço de Tubulações
Portal das Normas Públicas da Petrobras
https://canalfornecedor.petrobras.com.br/pt/regras-de-contratacao/catalogo-de-
padronizacao/#especificacoes-tecnicas
Normas ASME
ASME Code for Pressure Piping, B31.3 Process Piping
Tubulações Industriais – Cálculo - Prof. Pedro Carlos da Silva Telles
https://paulocrgomes.com.br/wp-content/uploads/2017/09/Tubula%C3%A7%C3%B5es-
Industrias-C%C3%A1lculos-Silva-Teles.pdf
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4. Padronização dos componentes da tubulação
Os componentes de uma tubulação são padronizados em normas, nacionais e internacionais, e
selecionados a partir dessas normas, desde os próprios tubos, até válvulas, conexões, niples,
parafusos, estojos, porcas, flanges, juntas e gaxetas de vedação, para compor o projeto
mecânico da tubulação.
Em trechos enterrados da tubulação, abrir toda a vala, expondo inteiramente a linha para a
inspeção, e verificar também a integridade do revestimento externo, conforme indicação do
projeto. Durante o teste de pressão a tubulação deve permanecer desenterrada.
Após a aprovação do teste de pressão, a vala por onde passa a tubulação deve ser novamente
aterrada com material adequado, isento de pedras soltas, raízes, restos de eletrodos ou outras
impurezas que possam danificar o revestimento da tubulação.
A vala da tubulação deve ser perfeitamente compactada, a fim de evitar deformações futuras e
quando for executada a compactação, o tubo deve estar apoiado, no fundo da vala, em todo
seu comprimento, para evitar deformações ou esforços excessivos devidos à própria
compactação.
b. Por exemplo, segue uma folha do “espec” da Norma Petrobras N-76 Materiais de
Tubulação para Instalações de Refino e Transporte, de tubulação para o fluido: Gás Natural,
Classe de pressão 150, Temperatura: de 0ºC a 150ºC e Corrosão: 1,6 mm.
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6.4. Se a modificação pretendida é de alteração para um fluido que não se enquadra no
“espec” original da tubulação, ela não pode ser feita.
c. Essa PMTA, junto com a temperatura desejada, só podem ser utilizadas como nova
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condição operacional, se ainda se enquadrarem na curva Limites de Pressão e Temperatura do
“espec” da tubulação.
Dessa forma cada componente padronizado (curvas, joelhos, flanges, tampões, válvulas, etc.),
contido no “espec”, está apto a operar nas condições novas de pressão e temperatura.
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6.9. Após a realização de todas as verificações, dos componentes padronizados e não
padronizados, deve ser executado um teste de pressão, considerando a nova pressão PMTA
calculada.
Anexos
1. Temperatura limite do material aço Carbono
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Nota 1
O limite de resistência mecânica ocorrem na temperatura máxima, em que o material ainda apresenta
resistência aceitável para a aplicação.
Nota 2
O limite de oxidação superficial ocorre na temperatura, acima da qual o material começa a sofrer uma
oxidação superficial muito intensa; esse limite não deve ser ultrapassado para serviço contínuo em
nenhum caso.
Nota 3
A exposição prolongada acima de 427ºC pode gerar grafitização no aço Carbono.
Porém, essa PMTA, junto com a temperatura de projeto, só podem ser utilizadas como
condição operacional da tubulação, se ainda se enquadrarem na curva “Limites de Pressão e
Temperatura” do “espec” da tubulação.
Dessa forma cada componente padronizado (curvas, joelhos, flanges, tampões, válvulas, etc.),
contido no “espec”, está apto a operar nessa PMTA.
Em seguida, todos os componentes não padronizados (como juntas de expansão, válvulas de
alívio e segurança, suportes de mola, etc.), que compõem a tubulação, devem ser
devidamente verificados para esta pressão PMTA, na temperatura de projeto.
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