Tratamentos Térmicos
Tratamentos Térmicos
Tratamentos Térmicos
Apresentação
1. OBJETIVO
Neste experimento, você irá adquirir conhecimento sobre alguns tipos de tratamentos térmicos
aplicados aos metais e ligas e a influência deles nas propriedades desses materiais.
Para suprir essas diferentes necessidades, alguns metais precisam de tratamentos térmicos, pois
suas propriedades precisam ser bem definidas. Por exemplo, a dureza, a resiliência e a
resistência a impacto de um aço utilizado em um martelo devem ser muito elevadas para que ele
não falhe ao colidir com outros materiais. Já a chaparia de um carro precisa de alta tenacidade
para que seja capaz de absorver a energia proveniente de uma colisão e, assim, proteger de
forma mais eficaz o condutor e os passageiros do veículo.
3. O EXPERIMENTO
4. SEGURANÇA
O experimento foi concebido para não trazer riscos físicos. Porém, como esta prática envolve
corpos de prova quentes e uso de forno, deve-se utilizar avental de raspa, luvas de raspa (cano
longo), óculos escuro de proteção e estar calçado com botas.
5. CENÁRIO
Você irá encontrar sobre a bancada corpos de prova de aço 1045, um forno elétrico, placas de
cerâmica para apoiar os corpos de prova que saem do forno, um tenaz, que é um tipo alicate
apropriado para manipular o corpo de prova quente à distância, além de um recipiente metálico
com água e um com salmoura.
Bons estudos.
Sumário teórico
TRATAMENTOS TÉRMICOS
1. INTRODUÇÃO
Dentre os materiais usados para tratamentos térmicos, o aço é muito utilizado graças às
propriedades alcançadas com ele. O aço é uma liga de ferro com carbono que possui um
percentual de massa de carbono, definido, entre 0,008% e 2,11%, além de impurezas. Onde
0,008% é a quantidade de carbono máxima solubilizada no ferro a temperatura ambiente, por sua
vez, 2,11% é a quantidade máxima de carbono solubilizada no ferro a 1148 °C, o que pode ser
constatado no diagrama de fases do aço.
Nessa faixa de teor de carbono, existem três classificações: os aços hipoeutetóides (percentual
de carbono abaixo de 0,77%), os aços eutetóides (0,77% de carbono), aços hipereutetóides
(percentual de carbono entre 0,77% e 2,11%).
O carbono dissolvido no ferro altera as transformações alotrópicas, mantendo a matriz, do ferro
puro (alfa, delta, gama), que variam de acordo com a temperatura do ferro puro. O ferro aquecido
até aproximadamente 910 °C, é constituído de uma matriz chamada de Ferrita ou Ferro Alfa, cuja
estrutura é mole e dúctil, com célula unitária cúbica de corpo centrado (CCC). Essa matriz
dissolve o carbono nos contornos de grãos. Com a temperatura entre 910 °C e 1400 °C,
aproximadamente, obtém-se o Ferro Gama ou Austenita, com célula unitária cúbica de face
centrada (CFC). Essa matriz dissolve o carbono nos interstícios, com capacidade de dissolver
mais carbono que a Ferrita. Por fim, entre 1400 °C e 1500 °C, aproximadamente, tem-se o Ferro
Delta, de célula cúbica de corpo centrado (CCC). Acima dessa temperatura, há apenas ferro
líquido.
Os contornos de grãos são imperfeições interfaciais entre os arranjos dos grãos que provocam
distorções dentro do arranjo cristalino. Assim, os contornos de grãos possuem maior energia
interna que os próprios grãos. A quantidade de contornos de grãos aumenta quanto menores
forem os grãos. Em uma compressão ou tração de um material metálico, os contornos de grãos
dificultam a propagação das discordâncias. Portanto, diminuir os tamanhos dos grãos, possível
por tratamento térmico, aumenta a resistência à tração e à compressão.
2. UM POUCO DE HISTÓRIA
A metalurgia tem origem na Idade dos Metais, iniciada pela Era do Bronze. Nesse período, as
civilizações começaram a notar que, através do aquecimento e resfriamento adequado, era
possível moldar os metais, garantindo maiores propriedades mecânicas em alguns casos. A
princípio, o bronze foi usado semelhantemente à argila, para artefatos decorativos e utensílios de
cozinhas e templos. Ao passo que avançaram as habilidades de fabricação, surgiram artefatos de
uso bélico, usados para caça e guerras. Com o avanço dos conhecimentos de materiais e da
metalurgia, iniciou-se a
3. TIPOS DE TRATAMENTO
3.1 Recozimento
Dos quatro, é o tratamento com o resfriamento mais lento, com uma taxa de resfriamento
controlada, como a que obtemos dentro do próprio forno. Esse processo lento permite a difusão
do carbono e, assim, a estrutura resultante é estável. Para este processo, quanto maior o teor de
carbono, menor deve ser a taxa de resfriamento, de forma a evitar trincas ou empenamentos do
material. Ao final deste procedimento o produto é um aço mais dúctil e mole, alívio de tensões
residuais, decorrentes, por exemplo, de trabalho a frio, melhor usinabilidade e gases internos
liberados.
I) Recozimento subcrítico
Nesse tipo de recozimento, o aço é aquecido a uma temperatura que ultrapassa a crítica e
resfriado logo em seguida sem tempo de encharque. Há alívio de tensões residuais e eliminação
da maioria das discordâncias, o que resulta em um material mais dúctil, ou seja, com menor
resistência a tração. Durante esse tratamento há formação de austenita.
Nesse tratamento, o aço é aquecido a uma temperatura superior à crítica, na qual permanece por
tempo suficiente para que toda a microestrutura do aço se torne austenita. Em seguida, o
resfriamento ocorre de forma controlada. O tempo dentro do forno permite o crescimento dos
grãos, tornando, ao final, o aço ainda mais dúctil. Este será o tipo de recozimento executado na
prática desse laboratório.
Como mencionado anteriormente, no caso dos aços eutetóides, o recozimento irá produzir uma
microestrutura composta apenas de perlita, que é uma estrutura intermediária a ferrita e
cementita. Para aços hipo e hipereutetóides, haverá a formação de uma matriz, respectivamente,
de ferrita e de cementita, ambas com perlita grossa. A perlita é grossa devido ao resfriamento
lento permitir o crescimento dos grãos.
Aplicação
Para aços de baixo e médio teor de carbono, o recozimento é útil para preparar o material a
processos de usinagem. O recozimento pleno deixa o aço com uma estrutura mole, facilitando a
usinagem.
3.2 Normalização
A normalização visa refinar os grãos grosseiros da estrutura, presentes, por exemplo, em aços
laminados ou forjados e, assim, uniformizar a granulação. Por conta disso, a normalização é
usual como pré-têmpera, uma vez que um material com uma microestrutura uniforme é menos
propenso a sofrer trincas ou empenamentos.
Aplicação
3.3 Têmpera
Aplicação
A têmpera é aplicada para peças que precisam de elevada dureza e prolongada vida útil, já que
seu desgaste é minimizado. É muito executado em conjunto ao revenimento, em dentes de
engrenagem, amortecedor de carro, engates do trem, brocas e outras peças.
3.4 Revenimento
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIAVERINI, A. Aços e ferros fundidos. 4. ed. São Paulo: Editora ABM, 2004.
CALLISTER, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma Introdução. 5. ed. São Paulo: LTC,
2002.
ÇALIK, Adnan. Effect of cooling rate on hardness and microstructure of AISI 1020, AISI 1040 and
AISI 1060 Steels. Süleyman Demirel University. Accepted 29 July, 2009.
MESQUITA, R. A. et al. Taylor & Francis Online: Effect of hardening conditions on mechanical
properties of high speed steels.
NUNES. Marlon M. Analysis of Quenching Parameters in AISI 4340 Steel by Using Design of
Experiments. UNIFEI and UFSJ.
STEIN. Cristiano R. Metalurgia & Materiais: Efeito da rápida austenitização sobre as propriedades
mecânicas de um aço SAE 1045.
PRASAD. Ch. T.; UMESH. Gandi; SURYA. N. International Journal of Engineering Sciences &
Research Technology.
INSTRUÇÕES GERAIS
1. Neste experimento, você irá aprimorar seus conhecimentos sobre tipos de tratamentos
térmicos e as propriedades resultantes nos corpos de prova.
3. Caso não saiba como manipular o Laboratório Virtual, utilize o “Tutorial” presente neste
Roteiro.
4. Caso já possua familiaridade com o Laboratório Virtual, você encontrará as instruções para
realização desta prática na subseção “Procedimentos”.
RECOMENDAÇÕES DE ACESSO
DICAS DE DESEMPENHO
Para otimizar a sua experiência no acesso aos laboratórios virtuais, siga as seguintes dicas de
desempenho:
PRECISA DE AJUDA?
Em caso de dúvidas ou dificuldades técnicas, visite nossa Central de Suporte para encontrar
artigos de ajuda e informações para usuários. Acesse a Central de Suporte através do link:
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DESCRIÇÃO DO LABORATÓRIO
MATERIAIS NECESSÁRIOS
· Alicate tenaz;
· Avental de raspa;
· Bases de cerâmica;
· Forno;
· Luvas de raspa;
· Óculos;
PROCEDIMENTOS
1. SEGURANÇA DO EXPERIMENTO
Desligue o forno, abra a porta para mover o corpo de prova e faça o resfriamento dele a conforme
o tratamento térmico escolhido.
6. AVALIANDO OS RESULTADOS
Siga para a seção “Avaliação dos Resultados” e responda de acordo com o que foi observado
nos experimentos, associando também com os conhecimentos aprendidos sobre o tema.
5. A aplicação do revenimento produziu qual efeito nos experimentos? Por que ele é um
tratamento térmico importante?
TUTORIAL
1. SEGURANÇA DO EXPERIMENTO
Visualize o armário de EPIs clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Armário de
EPIs” localizada dentro do painel de visualização no canto superior esquerdo da tela. Se preferir,
também pode ser utilizado o atalho do teclado “Alt+5”.
Abra o armário clicando com o botão esquerdo do mouse sobre suas portas.
Selecione os EPIs necessários para a realização do experimento clicando com o botão esquerdo
do mouse sobre eles. Nesse experimento, é obrigatório o uso de avental, óculos e luvas.
Feche as portas clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o local indicado.
Visualize os corpos de prova clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Corpos de
prova”.
2. INSPECIONANDO O CORPO DE PROVA
Selecione um dos corpos de prova clicando com o botão esquerdo do mouse sobre a bandeja.
Mova o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção
"Mover para inspeção".
Visualize a área de inspeção clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Área de
inspeção”.
Inspecione o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção
“Inspecionar”.
Registre as informações e avance clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o botão "OK".
Retorne o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção
"Retornar a mesa".
3. AQUECENDO O CORPO DE PROVA
Visualize a parte lateral do forno clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Forno -
Lateral”.
Abra a porta do forno clicando com o botão esquerdo do mouse sobre ela.
Visualize os corpos de prova clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Corpos de
prova”.
Mova o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção
"Mover para o forno".
Visualize a parte lateral do forno clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Forno -
Lateral”.
Feche a porta do forno clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o local indicado.
Visualize o popup de temperatura clicando com o botão direito do mouse sobre o forno e
selecione a opção "Selecionar temperatura".
Acesse as opções de temperatura clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o local
indicado.
Selecione a temperatura desejada clicando com o botão esquerdo do mouse sobre uma das
opções.
Aplique a temperatura escolhida clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o botão
"Aplicar".
Ligue o forno clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o local indicado.
Aguarde o aquecimento ou avance o tempo clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o
botão "Pular etapa de espera".
Aguarde por 1 hora ou avance o tempo novamente clicando com o botão esquerdo do mouse
sobre o botão "Pular etapa de espera".
Desligue o forno clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o botão indicado.
Abra a porta do forno clicando com o botão esquerdo do mouse sobre ela.
Resfrie o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre o corpo de prova e
selecione a opção desejada.
Aguarde por 1 minuto ou avance o tempo novamente clicando com o botão esquerdo do mouse
sobre o botão "Pular etapa de espera".
Visualize os corpos de prova clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Corpos de
prova”.
Mova o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção
"Mover para inspeção".
Visualize a área de inspeção clicando com o botão esquerdo do mouse na câmera “Área de
inspeção”.
Inspecione o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção
“Inspecionar”.
Registre as informações e avance clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o botão "OK".
Descarte o corpo de prova clicando com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção
"Descartar corpo de prova".
Confirme o descarte clicando com o botão esquerdo do mouse sobre o botão "Descartar".
Repita os procedimentos anteriores, do tópico 2 ao 5, realizando outro tipo de tratamento térmico.
6. AVALIANDO OS RESULTADOS
Siga para a seção “Avaliação dos Resultados” e responda de acordo com o que foi observado
nos experimentos, associando também com os conhecimentos aprendidos sobre o tema.
Pré Teste
A) Fundir o aço, pois só assim as tensões internas e discordâncias são eliminadas, para em
seguida fazer o resfriamento segundo o tratamento desejado;
B) Formar diferentes fases ao realizar o resfriamento, como a perlita, bainita e a martensita,
estas que dão características únicas para o material;
C) Para alcançar o nível crítico de tensões internas, o que resulta numa dureza e resistência
mecânica muito superior.
Complete a sentença com as palavras corretas: Quando deseja-se obter um aço com boa
3) usinabilidade, pode-se realizar um tratamento térmico de ________. Por outro lado, para
obter um aço que irá realizar algum tipo de usinagem, isto é, servir de ferramenta, uma
opção é fazer o/a _________.
A) Recozimento; Normalização;
B) Recozimento; Têmpera;
C) Têmpera; Normalização.
Interprete o gráfico Temperatura por Tempo a seguir, sabendo que foram realizados três
4) tratamentos térmicos: Normalização, Têmpera e Recozimento completo. Assinale a
alternativa correta:
A) A etapa A corresponde ao aquecimento até acima da temperatura crítica, enquanto a etapa B
corresponde à permanência no forno. O número 1 corresponde ao tratamento térmico de
Recozimento, pois este necessita de uma menor taxa de resfriamento / resfriamento
controlado;
B) A etapa A corresponde ao aquecimento até abaixo da temperatura crítica, enquanto a etapa B
corresponde à permanência no forno. O número 2 corresponde ao tratamento térmico de
Normalização, pois este necessita de uma taxa de resfriamento relativamente alta (mais alta
que o Recozimento e menor que a Têmpera);
C) A etapa A corresponde ao aquecimento até acima da temperatura crítica, enquanto a etapa B
corresponde à permanência no forno. O número 1 corresponde ao tratamento térmico de
Têmpera, pois este necessita de uma taxa de resfriamento alta / um resfriamento brusco.
Assinale a alternativa correta que explica o motivo da têmpera elevar a dureza e a
5) resistência a tração do aço.
Acesse o laboratório:
B) alívio de tensões e aumento na dureza devido à formação de uma estrutura cristalina instável,
tetragonal de corpo centrado;
3) Após ter aplicado revenimento a um corpo de prova com têmpera, observou-se uma queda
na dureza. Assinale a alternativa correta sobre a aplicação do revenimento.
C) O revenimento não é interessante para a maioria das aplicações, pois reduz a dureza e
resistência a tração.
4)
Assinale a alternativa correta sobre as têmperas executadas no experimento.
B) Os corpos de prova passaram a ser apenas de martensita, não havendo nenhuma outra
microestrutura;
C) Como o resfriamento da salmoura é mais rápido, a dureza do corpo de prova por esse
resfriamento é superior ao do corpo de prova resfriado em água.
C) O recozimento deve ser feito ao ar livre para obter uma taxa de resfriamento lenta. O ar
consegue resfriar lentamente o aço, permitindo uma formação de ferro gama (predominant+
cementita ao alcançar a temperatura ambiente.
Atividade
Responda as questões da seção “Avaliação dos Resultados” do “Roteiro” e anexe aqui o seu
relatório.