Algebra Linear Td6

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Universidade Federal do Paraná 2◦ semestre 2015.

Algebra Linear, CM 005 Olivier Brahic

Lista de exercícios 6
Espaços Vetoriais

Exercícios da Seção 3.2

Exercício 1: Determine se os seguintes conjuntos formam subespaços do R2 .

a) {(x1 , x2 )| | x1 + x2 = 0} c) {(x1 , x2 )| | x1 = 3x2 } e) {(x1 , x2 )| | x21 = x22 }


b) {(x1 , x2 )| | x1 x2 = 0} d) {(x1 , x2 )| | |x1 | = |x2 |}

Exercício 2: Determine se os seguintes conjuntos formam subespaços do R3 .

a) {(x1 , x2 , x3 )| | x1 + x3 = 1} c) {(x1 , x2 , x3 )| | x3 = x1 + x2 }

b) {(x1 , x2 , x3 )| | x1 = x2 = x3 } d) {(x1 , x2 , x3 )| | x3 = x1 ou x3 = x2 }

Exercício 3: Determine se os seguintes conjuntos formam subespaços do R2×2 .

a) O conjunto de todas as matrizes diagonais 2 × 2

b) O conjunto de todas as matrizes trianglares superiores 2 × 2

c) O conjunto de todas as matrizes triangulares inferiores 2 × 2

d) O conjunto de todas as matrizes A, 2 × 2, tais que a1,2 = 1

e) O conjunto de todas as matrizes B, 2 × 2, tais que b1,1 = 0

f) O conjunto de todas as matrizes simétricas 2 × 2

g) O conjunto de todas as matrizes singulares 2 × 2

Exercício 4: Determine o subespaço nulo de cada uma das seguintes matrizes:


     
2 1 1 3 −4 1 1 −1 2
a)
3 2 c)  2 −1 −1  d)  2 2 −3 1 
  −1 −3 4 −1 −1 0 −5
1 2 −3 −1
b)
−2 −4 6 3

Exercício 5: Determine se os seguintes conjuntos formam subespaços de P4 (seja cuidoso):

1
a) O conjunto dos polinômios de grau par em P4 .

b) O conjunto de todos os polinômios de grau 3.

c) O conjunto de todos os polinômios p(x) em P4 tais que p(0) = 0.

d) O conjunto de todos os polonômios tendo pelo menos uma raiz real.

Exercício 6: Determine se os seguintes conjuntos formam subespaços de C([−1, 1])):

a) O conjunto de funções f em C([−1, 1])) tais que f (−1) = f (1).

b) O conjunto de funções ímpares em C([−1, 1])).

c) O conjunto de funções contínuas não descrescentes em [−1, 1].

d) O conjunto de funções em [−1, 1] tais que f (−1) = 0 e f (1) = 0.

e) O conjunto de funções em [−1, 1] tais que f (−1) = 0 ou f (1) = 0.

Exercício 7: Seja A um vetor não nulo em Rn×n e seja S o conjunto de todas as matrizes que comutam
com A, isso é S = {B ∈ Rn×n |AB = BA}. Mostre que S é um subespaço vetorial de Rn×n .

Exercício 8: Seja A um vetor não nulo em R2×2 . Determine se os seguintes são subespaços de R2×2 :

a) {B ∈ Rn×n |BA = 0}. b) {B ∈ Rn×n |AB 6= BA}. c) {B ∈ Rn×n |AB + B = 0}.

       
−1 3 2 −9
Exercício 9: Dados: x1 =  2  , x2 =  4  , x =  6 , y =  −2  .
3 2 6 5

a) Será que x ∈ Cob(x1 , x2 ) ? b) Será que y ∈ Cob(x1 , x2 ) ?

Exercício 10: Determine se os seguintes conjuntos são coberturas de R3 . Justifique suas respostas.

a) {(1, 0, 0)| , (0, 1, 1)| , (1, 0, 1)| }

b) {(1, 0, 0)| , (0, 1, 1)| , (1, 0, 1)| , (1, 2, 3)| }

c) {(2, 1, −2)| , (3, 2, −2)| , (2, 2, 0)| }

d) {(2, 1, −2)| , (−2, −1, 2)| , (4, 2, −4)| }

e) {(1, 1, 3)| , (0, 2, 1)| }

2
Exercício 11: Seja {x1 , . . . , xk } um conjunto de cobertura para um espaço V .

a) Se adicionarmos um vetor xk+1 ao conjunto, b) Se eliminarmos um dos vetores, por exemplo


aínda teremos um conjunto de cobertura ? xk , do conjunto, aínda teremos um conjunto
de cobertura ? Explique.

Exercício 12: Quais dos conjuntos que se seguem são coberturas de P3 ? Justifique sua resposta.

a) {1, x2 , x2 − 2},

b) {2, x2 , 2x + 3},

c) {x + 2, x + 1, x2 − 1},

d) {x + 2, x2 − 1}.

Exercício 13: Sejam U e V subespaços de um espaço vetorial W . Demostre que sua interseção U ∩ V
tambem é um subespaço de W .

Exercício 14: Seja S o subespaço de R2 coberto por e1 e seja T o subespaço coberto por e2 . S ∪ T
tambem é um subespaço de R2 ? Explique sua resposta.

Exercício 15: Sejam U e V subespaços de um espaço vetorial W . Defina se U + V := {z ∈ W | z =


u + v, sendo u ∈ v e v ∈ V }. Mostre que U + V tambem é um subespaço de W .

3
Correções

Correção do Exercício 1: Basta verificar cada vez se o subconjunto proposto é estável por adição e
multiplicação por escalar.

a) Sejam x = (x1 , x2 ) e x0 = (x01 , x02 ) vetores em R2 , e λ ∈ R.


Suponha que x, x0 ∈ S := {(x1 , x2 )| | x1 + x2 = 0}, então temos:

x1 + x2 = 0,
x01 + x02 = 0.

Segue facilmente destas duas condições que:

(x1 + x01 )+(x2 + x02 ) = 0, isso é : x + x0 ∈ S


(λx1 )+(λx2 ) = 0, isso é : λx ∈ S.

Concluímos que S = {(x1 , x2 )| | x1 + x2 = 0} é um subespaço vetorial.

b) O subconjunto S := {(x1 , x2 )| | x1 x2 = 0} não é um subespaço vetorial. Ele é estável por multipli-


cação por escalar, mais não o é por adição. Por exemplo: (1, 0), (0, 1) ∈ S porem (1, 0) + (0, 1) =
(1, 1) ∈
/ S.

c) Suponha que x, x0 ∈ S := {(x1 , x2 )| | x1 = 3x2 }, então temos:

x1 = 3x2 ,
x01 = 3x02 .

Segue facilmente destas duas condições que:

(x1 + x01 ) =3(x2 + x02 ), isso é : x + x0 ∈ S


(λx1 ) =3(λx2 ), isso é : λx ∈ S.

Concluemos que S = {(x1 , x2 )| | x1 = 3x2 } é um subespaço vetorial.

d) O conjunto S := {(x1 , x2 )| | |x1 | = |x2 |} não é um subespaço vetorial. De novo, ele é estável
por multiplicação por escalar, mais não o é por adição. Por exemplo: (1, −1), (1, 1) ∈ S porem
(1, 1) + (1, −1) = (1, 0) ∈
/ S.

e) O conjunto S := {(x1 , x2 )| | x21 = x22 } não é um subespaço vetorial. De novo, ele é estável por
multiplicação por escalar, mais não o é por adição. Por exemplo: (1, −1), (1, 1) ∈ S porem (1, 1) +
(1, −1) = (1, 0) ∈
/ S.

4
Correção do Exercício 2: De novo, basta verificar cada vez se o subconjunto proposto é estável por
adição e multiplicação por escalar.
a) O subconjunto S := {(x1 , x2 , x3 )| | x1 + x3 = 1} não é um subespaço vetorial, pois ele não é estável
nem por multiplicação por escalar (diferente de 1) nem por adição. De fato, se x = (x1 , x2 , x3 ), x0 =
(x01 , x02 , x03 ) ∈ {(x1 , x2 , x3 )| | x1 + x3 = 1}, então:

(x1 + x01 ) + (x3 + x03 ) = 2 6= 1, logo : x + x0 ∈


/ S,
(λx1 ) + (λx3 ) = λ 6= 1, em géral, logo : λx ∈
/ S.

b) Sejam x = (x1 , x2 , x3 ) e x0 = (x01 , x02 , x03 ) vetores em S := {(x1 , x2 , x3 )| | x1 = x2 = x3 }, então


temos:

x1 = x2 = x3 ,
x01 = x02 = x03 .

Segue facilmente destas duas condições que:

(x1 + x01 ) = (x2 + x02 ) = (x2 + x02 ), logo x + x0 ∈ S,


(λx1 ) = (λx2 ) = (λx2 ), logo λx ∈ S.

Concluímos que S = {(x1 , x2 , x3 )| | x1 = x2 = x3 } é um subespaço vetorial.

c) Sejam x = (x1 , x2 , x3 ) e x0 = (x01 , x02 , x03 ) vetores em S := {(x1 , x2 , x3 )| | x3 = x1 +x2 }, então temos:

x3 = x1 + x3 ,
x03 = x01 + x02 .

Segue facilmente destas duas condições que:

(x3 + x03 ) = (x1 + x01 ) + (x2 + x02 ), logo x + x0 ∈ S,


(λx3 ) = (λx1 ) + (λx2 ), logo λx ∈ S.

Concluímos que S = {(x1 , x2 , x3 )| | x3 = x1 + x2 } é um subespaço vetorial.

d) O subconjunto S := {(x1 , x2 , x3 )| | x3 = x1 ou x3 = x2 } não é um subespaço vetorial pois não é


estável por adição. Por exemplo (1, 0, 1), (0, 1, 1) ∈ S porem (1, 0, 1 + (0, 1, 1) = (1, 1, 2) ∈
/ S.

Correção do Exercício 3:
a) A soma de duas matrizes diagonais sendo uma matriz diagonal, e um múltiplo escalar de uma
matriz diagonal sendo uma matriz diagonal, o conjunto de todas as matrizes diagonais 2 × 2 é um
subespaço vetorial.

b) A soma de duas matrizes triangulares superiores sendo uma matriz triangular superior, e um múl-
tiplo escalar de uma matriz triangular superior sendo uma matriz triangular superior, o conjunto
de todas as matrizes triangulares superiores é um subespaço vetorial.

5
c) A soma de duas matrizes triangulares inferiores sendo uma matriz triangular inferior, e um múltiplo
escalar de uma matriz triangular inferior sendo uma matriz triangular superior, o conjunto de todas
as matrizes triangulares inferiores é um subespaço vetorial.
d) Sejam A, B duas matrizes 2 × 2, tais que a1,2 = 1 e b1,2 = 1, então a matriz A + B tem coeficiente
1, 2 igual a 2, logo este conjunto não é um subespaço vetorial.
e) O conjunto de todas as matrizes B, 2 × 2, tais que b1,1 = 0 é um subespaço vetorial.
f) O conjunto de todas as matrizes simétricas 2 × 2 é um subespaço vetorial.
g) O conjunto de todas as matrizes singulares 2 × 2 não é um subespaço vetorial. Por exemplo, as
seguintes matrizes são singulares:
   
1 0 0 0
A := , B := ,
0 0 0 1
porem a soma delas A + B = I2 não é uma matriz singular.

Correção do Exercício 4: Determine o subespaço nulo de cada uma das seguintes matrizes:
 
2 1
a) O subconjunto nulo da matriz A = é definido como sendo:
3 2
ker A = {x ∈ R2 | A · x = 0R2 }.
Logo:
x ∈ ker A ⇐⇒ A · x = 0R2
(
2x1 + x2 = 0
     
2 1 x1 0
⇐⇒ · = ⇐⇒
3 2 x2 0 3x1 + 2x2 = 0.
Basta resolver o sistema. Concluimos que:
ker A = {(0, 0)}.
 
1 2 −3 −1
b) O subconjunto nulo da matriz B = é definido como sendo:
−2 −4 6 3
ker B = {x ∈ R4 | B · x = 0R2 }.
Logo:
x ∈ ker B ⇐⇒ B·x = 0R2
 
  x1  
1 2 −3 −1  x2  0
⇐⇒ · =
 
−2 −4 6 3 x3 0
x4
(
x1 + 2x2 − 3x3 − x4 = 0
⇐⇒
−2x1 − 4x2 + 6x3 + 3x4 = 0.

6
Basta resolver o sistema. Concluimos que:

ker B = {(x1 , x2 , x3 , x4 ) ∈ R4 | (x1 , x2 , x3 , x4 ) = α(−2, 1, 0, 0) + β(3, 0, 1, 0) onde α, β ∈ R}.

 
1 3 −4
c) O subconjunto nulo da matriz C =  2 −1 −1 é definido como sendo:
−1 −3 4

ker C = {x ∈ R3 | C · x = 0R3 }.

Logo:
x ∈ ker C ⇐⇒ C ·x = 0R3
     
1 3 −4 x1 0
⇐⇒ 2 −1 −1 · x2  = 0
−1 −3 4 x3 0


 x1 + 3x2 − 4x3 = 0
⇐⇒ 2x1 − x2 − x3 = 0

−x1 − 3x2 + 4x3 = 0.

Basta resolver o sistema. Concluimos que:

ker C = {(x1 , x2 , x3 ) ∈ R4 | (x1 , x2 , x3 ) = α(1, 1, 1) onde α ∈ R}.

 
1 1 −1 2
d) O subconjunto nulo da matriz D =  2 2 −3 1  é definido como sendo:
−1 −1 0 −5

ker D = {x ∈ R4 | D · x = 0R3 }.

Logo:
x ∈ ker D ⇐⇒ D·x = 0R3
 
  x1  
1 1 −1 2 x2  0
⇐⇒ 2 2 −3 1 ·   = 0
   
x3
−1 −1 0 −5 0
x4


 x1 + x2 − x3 + 2x4 = 0
⇐⇒ 2x1 + 2x2 − 3x3 + x4 = 0

−x1 − x2 − 5x4 = 0.

Basta resolver o sistema, concluimos que:

ker D = {(x1 , x2 , x3 , x4 ) ∈ R4 | (x1 , x2 , x3 , x4 ) = α(−1, 1, 0, 0) onde α ∈ R}.

7
Correção do Exercício 5: Lembremos que por definição, P4 denote o espaço de polinômios de grau
inferior ou igual a 3 : P4 := {ax3 + bx2 + cX + d | a, b, c, d ∈ R}.

a) O conjunto dos polinômios de grau par em não é um subespaço vetorial pois não é estável por
adição: por exemplo 1 + x2 e x − x2 têm grau par, porem a soma deles (1 + x) + (x − x2 ) = 1 + x
tem grau impar.

b) O conjunto de todos os polinômios de grau 3 também não é um subespaço vetorial de P4 pois não é
estável por adição: por exemplo 1 + x3 e x − x3 têm grau 3, porem a soma deles (1 + x3 ) + (x − x3 ) =
1 + x tem grau 1.

c) O conjunto de todos os polinômios p(x) em P4 tais que p(0) = 0 é um subespaço vetorial. De fato,
sejam p, q ∈ P4 satisfazem p(0) = 0 e q(0) = 0, então a soma p+q satisfaz (p+q)(0) = p(0)+q(0) = 0.
Alem disso, se λ ∈ R é um escalar qualquer, então λ · p satisfaz (λ · p)(0) = λ · p(0) = 0.

d) O conjunto de todos os polinômios tendo pelo menos uma raiz real não é um subespaço vetorial de
P4 pois não é estável por soma. Por exemplo x2 e x + 1 ambos têm uma raiz real, porem a soma
x2 + x + 1 não tem raiz real.

Correção do Exercício 6:

a) Mostremos que o conjunto de funções f em C([−1, 1])) tais que f (−1) = f (1) é um subespaço
vetorial.
Sejam f, g funções em C([−1, 1])) tais que f (−1) = f (1) e g(−1) = g(1), e seja λ ∈ R um escalara
qualquer. Então temos:

(f + g)(−1) = f (−1) + g(−1) (λ · f )(−1) = λ · f (−1)


= f (1) + g(1) = λ · f (1)
= (f + g)(1), = (λ · f )(1),

logo ambos f + g e λ · f são tais que (f + g)(−1) = (f + g)(1) e (λ · f )(−1) = (λ · f )(1).

b) Mostremos que o conjunto de funções ímpares em C([−1, 1])) é um subespaço vetorial.


Sejam f, g funções ímpares em C([−1, 1])), ou seja tais que f (−x) = −f (x) e g(−x) = −g(x) para
qualquer x ∈ [−1, 1], e seja λ ∈ R um escalara qualquer. Então temos:

(f + g)(−x) = f (−x) + g(−x) (λ · f )(−x) = λ · f (−x)


= −f (x) − g(x) = −λ · f (x)
= −(f + g)(x), = −(λ · f )(x),

logo ambos f + g e λ · f são ímpares.

8
c) O conjunto de funções contínuas não decrescentes em [−1, 1] não é um subespaço vetorial por não
ser estável por multiplicação por escalar. Por exemplo, a função f (x) = x não é decrescente, porem
a função −f é dada por f (x) = −x é decrescente.

d) Mostremos que o conjunto de funções em [−1, 1] tais que f (−1) = 0 e f (1) = 0 é um subespaço
vetorial.
Sejam f, g funções em C([−1, 1])) tais que f (−1) = 0, f (1) = 0 e g(−1) = 0, g(1) = 0, e seja λ ∈ R
um escalara qualquer. Então temos:

(f + g)(1) = f (1) + g(1) (λ · f )(1) = λ · f (1)


=0 = −λ · f (1)
= 0,

(f + g)(−1) = f (−1) + g(−1) (λ · f )(−1) = λ · f (−1)


=0 = −λ · f (−1)
= 0,

logo ambos f + g e λ · f satisfazem (f + g)(−1) = 0, (f + g)(1) = 0 e (λ · f )(−1) = 0 e (λ · f )(1) = 0.

e) O conjunto de funções em [−1, 1] tais que f (−1) = 0 ou f (1) = 0 não é um subespaço vetorial pois
não é estavel por adição. Podemos considerar por exemplo as funções x 7→ x + 1 e x 7→ x − 1, cuja
soma é x 7→ 2x.

Correção do Exercício 7: Sejam B, B 0 matrizes em S := {B ∈ Mn (R) | AB = BA} , e seja λ ∈ R


um escalara qualquer. Então temos:

A · (B + B 0 ) = A · B + A · B 0 A · (λ · B) = λ · (A · B)
0
=B·A+B ·A = λ · (B · A)
0
= (B + B ) · A = (λ · B) · A

logo ambos B + B 0 e λ · B pertemcem em S. Concluimos que S = {B ∈ Mn (R) | AB = BA} é um


subespaço vetorial de Mn (R).

Correção do Exercício 8:

a) Notemos S o conjunto S := {B ∈ Mn (R) | BA = 0Mn (R) }. Sejam B, B 0 matrizes em S, e seja


λ ∈ R um escalara qualquer. Então temos:

9
(B + B 0 ) · A = B · A + B 0 · A (λ · B) · A = λ · (B · A)
= 0Mn (R) + 0Mn (R) = λ · 0Mn (R)
= 0Mn (R) = 0Mn (R)

logo ambos B + B 0 e λ · B pertemcem em S. Concluimos que S é um subespaço vetorial de Mn (R).


b) O subconjunto S := {B ∈ Rn×n |AB 6= BA} não é, em geral, um subespaço vetorial.
       
1 2 1 0 0 0 1 0
Por exemplo, se A = , então e pertencem em S, porem a soma +
3 4 0 0 0 1 0 0
   
0 0 1 0
= não pertence em S.
0 1 0 1
c) Notemos S o conjunto {B ∈ Mn (R) | AB + B = 0}. Sejam B, B 0 matrizes em S, e seja λ ∈ R um
escalara qualquer. Então temos:

A · (B + B 0 ) + (B + B 0 ) = A · B + B + A · B 0 + B 0 A · (λ · B) + λ · B = λ · (A · B + B)
= 0Mn (R) + 0Mn (R) = λ · 0Mn (R)
= 0Mn (R) = 0Mn (R)

logo ambos B + B 0 e λ · B pertemcem em S. Concluimos que S é um subespaço vetorial de Mn (R).

Correção do Exercício 9:
a) Por definição, x ∈ Cob(x1 , x2 ) se e somente se existem escalares a, b ∈ R tais que ax1 + bx2 = x.
Calculemos que:

−a + 3b = 2
     
−1 3 2 
ax1 + bx2 = x ⇐⇒ a ·  2  + b · 4 = 6 ⇐⇒ 2a + 4b = 6
3 2 6

3a + 2b = 6.

Logo x ∈ Cob(x1 , x2 ) se e somente se este sistema tem uma solução. Tentando resolver, vemos que
este sistema é inconsistente, logo x ∈
/ Cob(x1 , x2 ).
b) Semelhantemente, y ∈ Cob(x1 , x2 ) se e somente se existem escalares a, b ∈ R tais que ax1 +bx2 = y.
Calculemos que:

−a + 3b = −9
     
−1 3 −9 
ax1 + bx2 = y ⇐⇒ a · 2 + b · 4 = −2
      ⇐⇒ 2a + 4b = −2
3 2 5

3a + 2b = 5.

Logo y ∈ Cob(x1 , x2 ) se e somente se este sistema tem uma solução. Tentando resolver, obtemos
que (a, b) = (3, −2) é solução (é única tambem, mais so a existência nos interessa agora). Assim,
temos y = 3x1 − 2x2 , segue que y ∈ Cob(x1 , x2 ).

10
Correção do Exercício 10: Lembremos que um conjunto de vetores {u1 , . . . , un } é cobertura de R3
se e somente se R3 = Cob{u1 , . . . , un } ou seja, se e somente se qualquer vetor v = (a, b, c) ∈ R3 é
combinação linear de u1 , . . . un isto é: existem escalares x1 , . . . xn ∈ R tais que:

x1 u1 + · · · + xn un = v

a) Seja v = (a, b, c) ∈ R3 , então v é combinação linear de {(1, 0, 0)| , (0, 1, 1)| , (1, 0, 1)| } se existem
x1 , x2 , x3 ∈ R tais que:

x1 + x3 = a
       
1 0 1 a 
x1 · 0 + x2 · 1 + x3 · 0 =  b  ⇐⇒ x2 =b
0 1 1 c

x2 + x3 = c.

 
1 0 1
A matriz 0 1 0 tendo determinante diferente de 0, ela é invertível e este sistema sempre uma
0 1 1
solução. Concluamos que o conjunto {(1, 0, 0)| , (0, 1, 1)| , (1, 0, 1)| } é cobertura de R3 .

b) Seja v = (a, b, c) ∈ R3 , então v é combinação linear de {(1, 0, 0)| , (0, 1, 1)| , (1, 0, 1)| , (1, 2, 3)| } se
existem x1 , x2 , x3 , x4 ∈ R tais que:

x1 + x3 + x4 = a
         
1 0 1 1 a 
x1 · 0 + x2 · 1 + x3 · 0 + x4 · 2 = b ⇐⇒
          x2 + 2x4 = b
0 1 1 3 c

x2 + x3 + 3x4 = c.

Segue facilmente do item a) que este sistema sempre tem soluções com x4 = 0. Concluamos que o
conjunto {(1, 0, 0)| , (0, 1, 1)| , (1, 0, 1)| , (1, 2, 3)| } é cobertura de R3 .

c) Seja v = (a, b, c) ∈ R3 , então v é combinação linear de {(2, 1, −2)| , (3, 2, −2)| , (2, 2, 0)| } se existem
x1 , x2 , x3 ∈ R tais que:

 2x1 + 3x2 + 2x3 = a
       
2 3 2 a 
x1 ·  1  + x2 ·  2  + x3 · 2 =  b  ⇐⇒ x1 + 2x2 + 2x3 = b
−2 −2 0 c

−2x1 − 2x2 = c.

Caso v = (1, 0, 0), é facil ver que este sistema é inconsistente, logo o conjunto {(2, 1, −2)| , (3, 2, −2)| , (2, 2, 0)| }
não é cobertura de R3 .
 
2 3 2
Observação. Note que a matriz  1 2 2 tem determinante igual a 0. Veremos que nesse
−2 −2 0
caso, é suficiente para concluir que o conjunto {(2, 1, −2)| , (3, 2, −2)| , (2, 2, 0)| } não é cobertura.

11
d) Seja v = (a, b, c) ∈ R3 , então v é combinação linear de {(2, 1, −2)| , (−2, −1, 2)| , (4, 2, −4)| } se
existem x1 , x2 , x3 ∈ R tais que:

2x1 − 2x2 + 4x3 = a
       
2 −2 4 a 
x1 · 1 + x2 · −1 + x3 ·  2  =  b  ⇐⇒ x1 − x2 + 2x3 = b
2 2 −4 c

2x1 + 2x2 − 4x3 = c.

Caso v = (1, 0, 0), é facil ver que este sistema é inconsistente, logo o conjunto {(2, 1, −2)| , (−2, −1, 2)| , (4, 2, −4)|
não é cobertura de R3 .

e) Seja v = (a, b, c) ∈ R3 , então v é combinação linear de {(1, 1, 3)| , (0, 2, 1)| } se existem x1 , x2 ∈ R
tais que:

 x1 + 3x2 = a
     
1 0 a 
x1 · 1 + x3 · 2 =  b  ⇐⇒ 2x2 = b
3 1 c

2x1 + x2 = c.

Em particular, caso v = (0, 0, 2), é facil ver que e este sistema é inconsistente. Concluamos que o
conjunto {(1, 1, 3)| , (0, 2, 1)| } não é cobertura de R3 .

Correção do Exercício 11: Seja {x1 , . . . , xk } um conjunto de cobertura para um espaço V .

a) Se adicionarmos um vetor xk+1 ao conjunto, aínda temos um conjunto de cobertura {x1 , . . . , xk , xk+1 }.
De fato, se para qualquer v ∈ V , existem µ1 , . . . , µk ∈ R tais que:

v = µ1 x1 + · · · + µk xk ,

em particular, existem µ1 , . . . , µk , µk+1 = 0 ∈ R tais que:

v = µ1 x1 + · · · + µk xk + µk+1 xk+1 ,

b) Se eliminarmos um dos vetores, depende. Por exemplo, {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1), (0, 1, 1)} é cober-
tura de R3 , agora:

• se eliminarmos (0, 1, 1), então {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} fica cobertura,
• porem se eliminarmos (1, 0, 0), então {(0, 1, 0), (0, 0, 1), (0, 1, 1)} não é cobertura mais ainda
pois (1, 0, 0) não é combinação linear destes vetores.

Correção do Exercício 12:

a) {1, x2 , x2 − 2} não é cobertura de P3 , pois é fácil que o polinômio x não é combinação linear de
1, x2 , e x2 − 2.

12
b) O conjunto {2, x2 , 2x + 3} é cobertura de P3 . De fato, seja ax2 + bx + c ∈ P3 um polinômio qualquer
em P3 . Então ax2 + bx + c é combinação linear de {2, x2 , 2x + 3} se e somante se existem escalares
m1 , m2 , m3 ∈ R tais que:

m1 · 2 + m2 · x2 + m3 · (2x + 3) = ax2 + bx + c

⇐⇒ m2 · x2 + 2m3 · x + (2m1 + 3m3 ) = ax2 + bx + c



 m2 =a
⇐⇒ 2m3 = b

2m1 + 3m3 = c.

 
0 1 0
A matriz 0 0 2 tendo determinante diferente de 0, este sistema sempre tem uma solução.
2 0 3
Conclua-se que {2, x2 , 2x + 3} cobertura de P3 .

c) O conjunto {x + 2, x + 1, x2 − 1} é cobertura de P3 . De fato, seja ax2 + bx + c ∈ P3 um polinômio


qualquer em P3 . Então ax2 + bx + c é combinação linear de {x + 2, x + 1, x2 − 1} se e somante se
existem escalares m1 , m2 , m3 ∈ R tais que:

m1 · (x + 2) + m2 · (x + 1) + m3 · (x2 − 1) = ax2 + bx + c

⇐⇒ m3 · x2 + (m1 + m2 ) · x + (m2 − m3 ) = ax2 + bx + c



 m3 = a
⇐⇒ m1 + m2 =b

2m2 − m3 = c.

 
0 0 1
A matriz 1 1 0  tendo determinante diferente de 0, este sistema sempre tem uma solução.
0 2 −1
Conclua-se que {x + 2, x + 1, x2 − 1} cobertura de P3 .

d) O conjunto {x + 2, x2 − 1} não é cobertura de P3 . Para ver isto, temos que encontrar um polinomio
que não seja combinação linear de {x + 2, x2 − 1}. Por isso, calculemos que um vetor qualquer
ax2 + bx + c em P3 é combinação linear de {x + 2, x2 − 1} se e somante se existem escalares

13
m1 , m2 , m3 ∈ R tais que:

m1 · (x + 2) + m2 · (x2 − 1) = ax2 + bx + c

⇐⇒ m2 · x2 + m1 · x − m2 = ax2 + bx + c



 m2 = a
⇐⇒ m1 =b

− m2 = c.

Este sistema não é consistente caso a = 0, b = 0, c = 1 por exemplo.

Correção do Exercício 13: Sejam U e V subespaços de um espaço vetorial W . Para mostrar que
sua interseção U ∩ V tambem é um subespaço de W , basta mostrar que ele é estavel por adição e por
multiplicação por escalar.
Por isso, consideremos x, y ∈ U ∩ V na interseção e λ ∈ R um escalar qualquer. Então, U sendo um
subespaço vetorial, temos que x + y ∈ U e λx ∈ U . Semelhantemente, V sendo um subespaço vetorial,
temos que x + y ∈ V e λx ∈ V . Segue que ambos x + y e λx pertencem na interseção U ∩ V .

Correção do Exercício 14: Em geral, uma união de dois subespaços vetoriais não é um subespaço
vetorial.
Por examplo, o subespaço de R2 coberto por e1 é o subespaço:

S = {(x1 , x2 ) ∈ R | (x1 , x2 ) = (α, 0), onde α ∈ R},

enquanto o subespaço de R2 coberto por e2 é o subespaço:

T = {(x1 , x2 ) ∈ R | (x1 , x2 ) = (, β), onde β ∈ R},

A união destes dois subespaços é dada por:

S ∪ T = {(x1 , x2 ) ∈ R | (x1 , x2 ) = (α, 0) ou (0, β) onde α, β ∈ R}.

Em particular (1, 0) ∈ S ∪ T e (0, 1) ∈ S ∪ T , porem a soma (1, 1) ∈


/ S ∪ T ( o que é facil viualisar num
desenho tambem).

Correção do Exercício 15: Sejam U e V subespaços de um espaço vetorial W . Defina se U + V :=


{z ∈ W | z = u + v, sendo u ∈ v e v ∈ V }. Mostre que U + V tambem é um subespaço de W .
Sejam z, z0 dois vetores em U + V , e λ ∈ R um escalar qualquer. Pela definição de U + V , existem
pares u ∈ U, v ∈ V e u0 ∈ U, v0 ∈ V tais que:

z = u + v,
z0 = u0 + v0 .

14
Segue que:

z + z0 = (u + v) + (u0 + v0 )
= (u + u0 ) + (v + v0 ).
λz = λ(u + v)
= λu + λv

Nestes igualdades, temos que u + u0 ∈ U , v + v0 ∈ V , = λu ∈ U , e λv ∈ V pois U e V são subespaços


vetoriais. Segue que z + z0 e λz pertencem em U + V .

Referências
[1] Steven J. Leon, Álgebra Linear com aplicações, 8a edição, LTC 2011.

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