Historia Moderna
Historia Moderna
Historia Moderna
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Bem vindo(a)!
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo aos seus estudos sobre a História Moderna.
Nesta apostila você irá estudar assuntos e acontecimentos referentes a este período
da História. Só para constar, e lembrá-lo(a), a separação cronológica da ciência
histórica consiste em: Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade
Contemporânea, a qual estamos presenciando. Portanto, a Idade Moderna sucede a
Idade Média e precede a Idade Contemporânea. Até os dias atuais há um debate
sobre quando se inicia o período Moderno e quando ele termina, no entanto, há o
consenso em algumas datas: a Queda de Constantinopla, em 1453, e a Revolução
Francesa, em 1789.
Mas, você pode se perguntar, por que estudar História Moderna? Neste período os
indivíduos produziram diversos avanços em várias áreas. Presenciamos o
nascimento da modernidade. Diversas instituições que até hoje existem foram
desenvolvidas e aperfeiçoadas na Idade Moderna: por exemplo, na política temos os
Estados Modernos, início dos estados nacionais, dos países e da burocracia política
que existe hoje. O Renascimento, o Iluminismo e a Reforma Protestante são o
conjunto de ideias e re exões que irão colocar à prova muitos dos dogmas e ideias
hegemônicas da Idade Média, permitindo uma expansão do saber, da
racionalização, da espiritualidade e do intelecto humano, constituindo o nosso
modelo de pensamento até os dias atuais.
Sumário
Essa disciplina é composta por 4 unidades, antes de prosseguir é necessário que
você leia a apresentação e assista ao vídeo de boas vindas. Ao termino da quarta da
unidade, assista ao vídeo de considerações nais.
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Introdução
Olá, caro(a) aluno(a). Nesta unidade você verá sobre Humanismo, Renascimento e
Estado Moderno. Eles são caracterizados por mudanças sociais e os primeiros
acontecimentos que traçam um hiato entre a Idade Média e a Idade Moderna. Antes
de mais nada, devemos lembrar que o período posterior à Antiguidade, conhecido
como a Idade Média (V – XV), teve uma longa duração, em quase mil anos de sua
dinâmica e queda apresentou diversos aspectos comuns em quase todos os séculos,
assim como, concomitantemente, ocorreram mudanças em sua estrutura. Na Baixa
Idade Média (XI – XV), o período medieval se viu em meio a mudanças rápidas, as
quais o poder político da Igreja não podia conter as alterações sociais, culturais, mas
principalmente as econômicas que passaram a se con gurar, aos poucos, nas
condições que dariam forma ao Humanismo, Renascimento e o Estado Moderno.
Esses acontecimentos vão marcar a história e dar uma con guração a novos modos
de vida e organização social. Tais acontecimentos e novas formas de vida irão
inaugurar um novo período, que denominamos de Idade Moderna. Alguns
historiadores atribuem o início desse período à queda da cidade de Constantinopla,
em 1453, até a Tomada da Bastilha durante a Revolução Francesa, em 1789.
Fato é que foi um período de intensa produção social, econômica e cultural, onde
sentimos a in uência desses eventos até hoje: o Humanismo permitiu ao ser
humano se interrogar sobre o seu lugar na terra e os dogmas da Igreja; o
Renascimento foi um retorno aos clássicos, à loso a, a uma nova maneira de vida,
que permitiu um renascer social, comercial e cotidiano na Europa; e, por m, o
Estado Moderno foi a instituição que promoveu a criação das nações, identidades
nacionais, o aperfeiçoamento da máquina burocrática estatal e organização social.
Portanto, sem eles, a concepção de vida que temos hoje provavelmente seria
diferente.
Plano de Estudo
Humanismo
Renascimento
Estado Moderno
Objetivos de Aprendizagem
Conceituar e contextualizar o
Humanismo, Renascimento e Estado
Moderno
Estabelecer a importância
econômica, social, política e cultural
de ambos
Humanismo
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Podemos caracterizar o Humanismo em três principais aspectos:
antropocentrismo, racionalidade e o cienti cismo. Esses aspectos só foram
possíveis graças a um retorno às obras clássicas de loso a e de literatura presentes
na antiguidade, na Grécia e em Roma. A partir da leitura dessas obras o ser humano
pode se distanciar cada vez mais dos dogmas da Igreja que tinham mais a função
de organizar a sociedade, pautada nas leis de tradição da Idade Média, do que uma
função espiritual.
Essas leituras não foram feitas de uma vez ou em um único período. Aos poucos, os
sábios do período medieval, principalmente monges da Igreja, foram tendo acesso a
esses manuscritos e confeccionando traduções deles. Podemos classi car em dois
momentos: “O primeiro foi na época de Carlos Magno (747 - 814), quando autores
latinos foram muito lidos e copiados, inspirando fortemente a produção literária da
época carolíngia” (FUNARI, 2019, p. 10), principalmente para função educacional,
pedagógica (CHARLE; VERGER, 1996). O segundo, “no século XII, auge do medievo
houve novo retorno aos antigos, dessa vez com os aportes da literatura grega, seja
de forma direta (vinda de Bizâncio), seja por meio da leitura das traduções árabes de
autores antigos” (FUNARI, 2019, p. 10).
E no mesmo século (XII), “esses
textos passaram a ser cada vez mais
procurados e difundiu-se, a partir da
Itália, a ideia de que eles
representavam algo diferente da
cultura contemporânea (do período):
eram a herança escrita dos antigos”
(GUARINELLO, 2018, p. 18). As
cruzadas aguçaram essa ebulição
europeia pelo saber, pois possibilitou
aos europeus o contato com os
árabes e o seu aparato intelectual.
Os árabes produziam traduções dos
antigos autores e sábios do mundo
grego. Por exemplo, Averrois (1126 -
1198), lósofo árabe que teceu
comentários à obra de Aristóteles e
Platão, comentários que, em
seguida, foram usados na Europa e
por cristãos (LEVENE, 2013).
@wikimedia
@wikimedia
REFLITA
“Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”
- Sêneca
Renascimento
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
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Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
In uenciados pela cultura humanista, os sábios do período interagem cada vez mais
com as obras clássicas. A Europa presencia um renascer da cultura e revalorização
da antiguidade entre os séculos XIV e XVI. Daí vem a origem do nome
Renascimento. Esse movimento artístico e cientí co foi in uenciado pelo
humanismo e eclodiu na Itália, em suas agitadas cidades comerciais: Milão, Gênova,
Pisa e Veneza. A obra A Criação de Adão (desenho apresentado), de Michelangelo, é
um exemplo do pensamento humanista: agora no centro do universo, o homem
passa a (quase) tocar as mãos de Deus, do criador.
A Perspectiva na Arte
De acordo com o historiador alemão Hans Belting (2012), os árabes, sem estarem
submetidos aos dogmas da Igreja, encontram um terreno fértil para o
aperfeiçoamento da matemática, geometria e astronomia. Ainda segundo Belting
(2012), outra justi cativa para o avanço nos estudos árabes, que também tem a ver
com a religião, é o fato de que eles encaravam esses estudos como uma forma de
glori car a Alá. Dessa forma, adoravam a Alá por meio da matemática, geometria,
física, isso possibilitou os enormes avanços nesses campos.
De acordo com o historiador alemão Hans Belting (2012), os árabes, sem estarem
submetidos aos dogmas da Igreja, encontram um terreno fértil para o
aperfeiçoamento da matemática, geometria e astronomia. Ainda segundo Belting
(2012), outra justi cativa para o avanço nos estudos árabes, que também tem a ver
com a religião, é o fato de que eles encaravam esses estudos como uma forma de
glori car a Alá. Dessa forma, adoravam a Alá por meio da matemática, geometria,
física, isso possibilitou os enormes avanços nesses campos.
Pode parecer que não, mas quando essa perspectiva veio para o ocidente, para
Florença, isso revolucionou a arte e a maneira de pensar dos renascentistas. Com a
perspectiva era possível produzir desenhos antes impensáveis. Era capaz de
produzir construções antes impensáveis. E da imagem, da arte, para sua dimensão
cultural, a perspectiva muda o pensamento. Um salto quântico que moveu seu
olhar para a imagem, como para o sujeito que a olha (BELTING, 2012). Ela, a
perspectiva, permite um dos aspectos centrais do antropocentrismo, a visão de si
como a visão do outro. Para Hans Belting (2012), tanto o humanismo quanto o
renascimento só foram possíveis com o advento da perspectiva.
Daí, nas cidades italianas, surgia a gura dos mecenas, “burgueses ricos que
buscavam projeção social ao nalizar e viabilizar a produção artística na região”
(ALVES; OLIVEIRA, 2016, p. 192). Isso possibilitou o desenvolvimento da arte
renascentista, pois esses ricos comerciantes encomendavam obras e esculturas dos
artistas, como também construção de grandes obras, como palácios e
monumentos. Até hoje, a representação do ser humano, referencial de estética, do
realismo, tem sua referência na arte renascentista, como, por exemplo, as obras de
Caravaggio (1571 - 1610).
Revolução Cientí ca
A racionalidade característica do humanismo provocará uma revolução cientí ca
durante o renascimento. “Entre os séculos XVI e XVII, uma série de descobertas,
experiências cientí cas e re exões losó cas mudou radicalmente a maneira como
as pessoas viam a natureza e o conhecimento” (ALVES; OLIVEIRA, 2016). O diferencial
dessas descobertas era que elas eram produzidas de maneira empírica: através da
observação e de uma possível experimentação. Ao contrário dos dogmas da Igreja.
Com o italiano Galileu Galilei, no século XVII, esses cálculos de Copérnico puderam
ser provados de forma empírica. Isso porque Galileu aperfeiçoou o telescópio. “Com
o uso do telescópio, o alemão Johannes Kepler, na mesma época, descobriu que os
planetas se moviam em torno do Sol, em órbitas elípticas, e não circulares, e que sua
velocidade era proporcional a sua distância em relação ao Sol” (ALVES; OLIVEIRA,
2016, p. 193).
As Grandes Navegações
Um dos maiores re exos dessas inovações tecnológicas foi a possibilidade de
navegar em alto mar. Os portugueses foram os primeiros a conseguir essa proeza.
Em 1415, conquistam a cidade de Ceuta, no norte da África. Ainda era uma pequena
rota, mas inaugura o período das Grandes Navegações.
Mais tarde, e por alguns motivos – como domínio do comércio mediterrâneo pelos
sagazes venezianos e genoveses (DE LEMPS, 2015) e o monopólio de produção dos
árabes em relação a esses produtos (como açúcar, canela e cravo) –, tanto os
portugueses quanto os espanhóis “desejavam encontrar um caminho alternativo
para as Índias, visando, principalmente, ao comércio de especiarias, até então
dominado pelos venezianos, afetando diretamente seus concorrentes italianos”
(MAGALHÃES, 1997, p. 193), que desde o século XIV, também passaram a apoiar e
nanciar pesquisas e viagens ibéricas.
@artista em freepik
Em suma, temos que ter em mente, que foi um momento de ebulição e inovação
cientí ca, diretamente ligado ao humanismo e ao antropocentrismo, do homem no
centro do mundo. Possibilitando um renascimento da cultura clássica na Europa,
provocando mudanças na organização social. Possibilitando uma civilização do
Renascimento (DELUMEAU, 1983).
REFLITA
“O objetivo mais alto do artista consiste em exprimir na sionomia e nos
movimentos do corpo as paixões da alma”
- Leonardo da Vinci
Estado Moderno
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Podemos a rmar que o Humanismo e o Renascimento foram processos que
classi camos como sendo parte das mudanças na sociedade obtidas no campo da
cultura, do social, da mentalidade e do conhecimento. Já o Estado Moderno seria o
impacto dessas mudanças, mas voltado para o campo político e econômico do
período: podemos de ni-lo como sendo a junção do rei com os comerciantes, a
burguesia nascente.
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A Figura do Mercador e o
Consumo
Esses mercadores e comerciantes se instalam nesses extraburgos e por ali se
mantêm. As cidades começam a se tornar palco das vendas e das trocas, onde “se
concentra também os prazeres, os da festa, o dos diálogos na rua” (LE GOFF, 1998, p.
25). Fora dos burgos, a vida se torna mais uida e dinâmica. A política do
arrendamento de terras, imposta pelos senhores feudais e pelo rei, da qual o
imposto pago pelos camponeses a esses senhores por meio das banalidades
(impostos medievais do senhor feudal sob os servos) e de uma taxa de sua produção
tem uma perda de efeito. Às margens da cidade, o dinheiro, por meio das moedas,
começa a deliberar um valor de troca.
Os senhores feudais, inicialmente, não viam nas feiras algo prejudicial ao seu poder,
pelo contrário elas rendiam muito para estes. Dessa maneira, eles ofereciam aos
comerciantes alguns privilégios para comercializar no feudo/cidade sob seu
domínio. Eram ofertados aos comerciantes proteção em caso de saque, baixas ou
nenhuma taxa de transporte pelas vias comerciais, e pequenos impostos populares
entre comerciantes, os quais eram julgados justos. Mas, apesar da garantia de
passagem livre para comercializar, ocorriam furtos, tanto por senhores feudais,
quanto por ladrões comuns.
A Corte
Essa busca pelo novo, pelo requinte, pelo belo, que leva a individualidade teve seu
protótipo nos primórdios das cortes e nos mosteiros, no século XII (DUBY, 2009) . Lá,
nas cortes, também se inicia o jogo da sedução, o amor cortês, que leva a
competição e dessa forma um tenta produzir um efeito melhor que o outro, para
ganhar tal concurso de amor. Esse luxo, “obreiro infatigável do primeiro capitalismo
moderno, começaria exatamente com as cortes principescas do Ocidente de que a
corte pontifícia de Avignon foi o protótipo” (BRAUDEL , 1970, p. 147).
De acordo com Norbert Elias (2011 a) houve uma mudança nos hábitos e nos
comportamentos desde o século XII: do protótipo das Cortes cavalheirescas que vão
civilizar as pessoas do feudo. No século XII já havia manuais que indicavam decoro
social, principalmente à mesa. Esse decoro sugeria o jeito de se sentar, pegar nos
talheres e de se portar. Comer e beber passa a designar distinção social, que envolve
requinte e luxo.
Esse processo civilizador modi ca os gestos corporais, decoro social e o luxo, que
passam a ser as marcas da distinção entre a Corte, que era constituída por membros
da aristocracia, e a plebe, constituída pela população trabalhadora e a baixa
burguesia, que eram os burgueses mais pobres. Essa Corte passa a ser o mecanismo
de diálogo do rei com a aristocracia e a alta burguesia. Através dela, o rei fazia
acordos políticos: e em troca ofertava títulos e posições de prestígio social na
sociedade cortesã. De certa forma, a Corte funciona como uma ferramenta, um
aparato que auxiliava o rei nas decisões e tomadas políticas de acordo com o
interesse das partes envolvidas (ELIAS, 2001). Daí o tripé das instituições que dará a
estrutura política. Portanto, o ideal do rei, é o rei SOL
Nascimento do Estado
De acordo com Norbert Elias (2001), o Estado Moderno surge do interesse e da
negociação entre: rei, nobreza e burguesia. O rei representa a centralização do
poder político, tomada das decisões em conjunto com os interesses da aristocracia e
alta burguesia; a nobreza, composta por antigos senhores feudais, representa os
exércitos, a força militar, a princípio, ela cedia seus homens para o rei em tempos de
guerra; e a burguesia representava o estado, ela nanciava as guerras, expedições e
empreitadas econômicas do Estado.
Dessa junção de interesses nasce o Estado Moderno absolutista. O maior exemplo
de estado absolutista é Luís XIV (imagem no início da seção), que reinou entre 1643 a
171. Ficou conhecido como o Rei Sol, com sua famosa frase: “O Estado sou Eu”, que
indicava que acima dele não havia ninguém, apenas o Sol.
Mas o processo de uni cação francês começa com Luís VI, no século XII, que,
lutando contra uns senhores feudais e negociando com outros, conseguiu
concentrar o poder em suas mãos e submetê-los ao seu mando. A partir daí seus
descendentes irão cada vez mais monopolizar a força e as decisões nas mãos do rei
(ELIAS, 2001).
O Mercantilismo
O mercantilismo é o modelo econômico do Estado Moderno. As decisões comerciais
eram tomadas pelo rei, isso signi cava que a economia se mantinha atrelada a suas
vontades, assim como a as decisões políticas.
Metalismo é a crença na qual quanto mais ouro e prata uma nação possuísse, mais
rica ela seria. Com base nessa crença, procurava-se acumular metais preciosos no
país, também conhecido como bulionismo. Balança comercial favorável é o
princípio que vinha do metalismo. Veja por que: na época, o dinheiro era feito de
ouro e prata; assim, a forma de reter ouro e prata em um país era exportar o máximo
e importar o mínimo, mantendo-se, assim, a balança comercial favorável, em suma,
precisava exportar mais do que importar manufaturados
SAIBA MAIS
Hoje em dia quando pensamos em ter uma pro ssão, seguir um
trabalho para a vida, na maioria dos casos, pensamos em estudar e nos
especializar em uma área especí ca. Não era assim no século XVI. Por
exemplo, você conseguiria enquadrar Leonardo da Vinci em uma única
pro ssão? Naquele momento, o ideal era o homem completo, que
entendesse das diversas áreas, diversas artes: física, química, artes,
matemática, biologia e assim por diante. Quem dominasse mais áreas
do saber estava o mais perto de se tornar o homem completo
Não é à toa que a Idade Moderna leva esse nome: moderna. A modernidade surge
neste período. A individualidade, o pensamento cientí co e a forma de organização e
política em que as sociedades ocidentais repousam hoje em dia, são in uenciados
por essas instituições, esses acontecimentos desse período.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o Estado Moderno:
Filme
Unidade 2
Transformações Religiosas
na Modernidade
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Introdução
Olá, aluno(a). Seja bem-vindo(a) a mais uma unidade da apostila de História
Moderna. Neste capítulo intitulado Transformações religiosas na modernidade,
estudaremos questões de extrema importância para se compreender as nuances do
período da História denominado Idade Moderna.
Bons estudos!
Plano de Estudo
Economia
As transformações religiosas na
Europa e a Reforma Protestante
A reforma luterana
A “reforma inglesa”
A reforma calvinista
A contrarreforma ou reforma
católica
Objetivos de Aprendizagem
Compreender as questões econômicas
em nais da Idade Média e início da
Idade Moderna.
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Os séculos que sucederam o XI foram, historicamente, conhecidos como Baixa Idade
Média, este momento em grande medida, é marcado pelos renascimentos urbano e
comercial e pelo surgimento de um novo segmento social, a burguesia.
De fato, o apogeu dessa nova realidade que se descortinava diante dos europeus,
encontrou seu auge no século XIV. As estruturas sociais que engatinhavam no início
da Baixa Idade Média encontraram maturidade no XIV, que já contava com uma
burguesia que se aliava a nobreza em suas pretensões mercantis, possibilitado pelo
comércio de longa distância que desenvolveu rotas de navegação entre o
mediterrâneo e o mar negro, chegando a Constantinopla, principal acesso as
especiarias do Oriente.
Fonte: wikipedia
Como atestado por Scott (2009), a população europeia voltou a crescer durante os
períodos de calmaria da Peste, chamados de calmaria porque ainda era possível ver
alguns surtos da moléstia até meados do século XVI.
Os anos nais do século XV foram marcados pela escassez das terras produtivas e,
consequentemente, pelo abastecimento de alimentos que não acompanharam,
com a mesma agilidade, as transformações demográ cas do continente, com isso,
houve um desequilíbrio entre população e recursos.
O que se podia observar era um crescente número de indigentes nas cidades que se
viam apegados à religiosidade como única forma de salvação, esperando dos céus a
ajuda que os tiraria daquele sofrimento.
As Transformações
Religiosas na Europa e a
Reforma Protestante
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Todos os fatos e acontecimentos, econômicos, políticos e territoriais, zeram com
que o início da Idade Moderna fosse um período marcado também por agitações no
campo religioso. Enquanto a Idade Média foi marcada, em grande medida, pelo
poder centralizador da Igreja, detentora o cial da religiosidade cristã, a
modernidade trouxe uma crise desses valores. Se no início do século XVI todos, ou
grande parte, dos europeus se sentiam participantes de uma única igreja que era
universal (CAMERON, 2009), na segunda metade deste mesmo século, pelo menos
três ramos a mais de pretensos cristianismos se estabeleceram no cenário europeu.
Bórgia, apesar de homem da Igreja, teve ao menos quatro lhos e usava os recursos
da Igreja para sustentá-los. Os mais famosos foram César e Lucrécia, o primeiro, tem
papel importante na história da loso a-política moderna, pois a famosa obra “O
Príncipe” escrita Nicolau Maquiavel foi baseada em sua postura “violenta e
inescrupulosa” (BOWN, 2013, p. 136).
Figura 3: Palazzo Bórgia - Roma, Itália
Fonte. wikipedia
No famoso Palazzo Bórgia, como cou conhecida sua mansão, eram realizadas
festas suntuosas, com banquetes, bailes e jantares marcados por talheres de ouro,
iguarias e dançarinas exóticas (BOWN, 2013). Apesar de uma amante o cial, digo
amante porque já era vedado o direito de um clérigo se casar, Rodrigo mantinha
tantas outras, com os mesmos luxos que rodeavam seu palácio em Roma.
Em 1492, após a morte de Inocêncio VIII, Rodrigo por meio de muito ouro, que
possibilitou in ndáveis compras de votos, se elegeu Papa, com o nome, como já
citado, de Alexandre VI. Uma das primeiras ações de Alexandre foi a nomeação de
César, seu lho, apesar das características já destacadas, a Cardeal Arcebispo de
Valência, posto que cara vago após sua eleição ao papado.
Ser Papa não fez mudar a postura de Rodrigo, levando para o Vaticano suas famosas
festas e orgias. Um mestre de cerimônia escreveu em seu diário, em 30 de outubro
de 1501, que:
[...] cinquenta prostitutas divertiram Alexandre, César, Lucrécia e seu
séquito. “As mulheres depois do banquete, dançaram nuas. Em uma
dança, elas tinham de correr nuas entre as velas acesas e apanhar
nozes no chão”. Alexandre e Lucrécia, depois de assistir à dança das
participantes nuas, distribuíram prêmios de roupas de seda aos
servidores do Vaticano que tivessem mantido o maior número de
relações carnais com as cortesãs (BOWN, 2013, p. 136).
Rodrigo tinha muitos inimigos dentro e fora da Igreja, o mais famoso foi Giuliano
della Rovere, cardeal arcebispo de Avinhão. No entanto, é importante esclarecer que
sua oposição à Bórgia não se fazia pelos métodos empregados pelo Papa, mas pela
ambição que tinha de assumir o cargo.
O ponti cado de Pio III foi
brevíssimo, tendo durado apenas 27
dias, neste mesmo ano foi eleito pelo
colégio dos cardeais Giuliano della
Rovere como Papa Júlio II. Assim
como Alexandre VI, seu cargo foi
comprado com muito ouro.
A Igreja, sob liderança de Júlio II, assumiu características bélicas, para ele “a salvação
da Igreja estava na política e na guerra” (DREHER, 2017, p. 187). Ficou marcado nos
anais da História como o Terrível, pois agia mais como um chefe político e militar do
que um líder religioso. Sob seu comando a Igreja aumentou os territórios dos
estados pontifícios, ou seja, estados que estavam sob controle da Igreja, destruiu a
Basílica de São Pedro e iniciou a construção da atual.
Com Vênus fazia-se referência a Alexandre VI, com Marte a Júlio II, com
Palas Atenas saudava-se Leão X como mecenas e benfeitor de
humanistas e artistas. A frase também descreve o caráter mundano e a
frivolidade do ponti cado de Leão X, durante o qual Lutero iniciou seu
movimento (p. 187).
O mais famoso coletor de dinheiro em prol da indulgência foi João Tetzel, “um frade
dominicano que chegava às cidades alemãs saudado pelo som dos sinos das igrejas
e fazia sermões convincentes” (BLAINEY, 2012, p. 174). Como forma de coerção, Tetzel
usava peças teatrais, em que os personagens eram consumidos pelo fogo do
inferno, ou mesmo agonizando no purgatório. Sabe-se hoje que homens, como o
dominicano em questão, trabalhavam para ricas famílias alemãs, que cavam com
parte dos ganhos e mandava outra para Roma (BLAINEY, 2012).
Foi a teologia do medo pregada por Tetzel que desencadeou em um jovem padre e
professor de Teologia da Universidade Wittenberg, na Saxônia, um sentimento de
revolta sem precedentes. Esse padre, chamado Martinho Lutero, escreveu em
fevereiro de 1517: “Ah, os perigos do nosso tempo! Ah, os padres sonolentos!” e em
outubro do mesmo ano apontou ser um “absurdo que o tilintar de uma moeda na
caixa de coleta liberasse uma alma do doloroso purgatório” (BLAINEY, 2012, p. 174).
No último dia deste mês, dia de Todos os Santos, Lutero pregou 95 Teses, um
documento de argumentação geral com parágrafos numerados, na Igreja do castelo
de Wittenberg. O documento era objeções contra a cobrança de indulgência,
simonia e preceitos seguidos pela Igreja o cial.
A Reforma Luterana
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Martinho Lutero nasceu em 1483, descendia de uma família modesta de Eisleben na
região da Saxônia na atual Alemanha, seu pai um administrador de minas, alcançou
certa prosperidade em seus negócios, fato que o fez, em um momento em que a
vida acadêmica era reservada à nobreza ou à alta burguesia, enviar seu lho para a
Universidade Erfurt. Iniciou seus estudos aos 17 anos e aos 21 já era Mestre em
Teologia, em 1505 iniciou o curso de Direito na mesma Universidade, mas não
concluiu, optando, neste mesmo ano, pela vida monástica na Ordem dos
Agostinianos.
Conta-se na história, que deve ser analisada com cuidado pelos leitores, visto que a
maioria das biogra as são organizadas com certa passionalidade, que em 1510
Lutero foi pela primeira vez a Roma, a sede da cristandade. Diz-se que cou
maravilhado com a formosura da cidade, seguindo todos os scripts de uma romaria
a cidade papal, visitou os lugares sagrados, pagou penitência e rezou pelas almas de
seus ancestrais no purgatório.
Para além de uma vida religiosa pura e simples com seus afazeres diários enquanto
monge, Lutero cou famoso por estudos bíblicos relativos às questões vinculadas ao
pecado e ao perdão. Como profundo estudante da Bíblia, o monge chegou à
conclusão de que o perdão dos pecados e a salvação da alma estava no
relacionamento sincero entre o crente e Deus, baseado na verdadeira fé,
independente das obras. Essa teologia luterana cou conhecida como Justi cação
pela Fé. Essa foi uma das primeiras bandeiras levantadas pelo então vigário
agostiniano e que desencadeou uma série de críticas à instituição milenar católica.
Se, para Lutero, a salvação vinha pela fé em Deus, não havia sentido algum o
pagamento pela indulgência. Diante desse contexto de extrema consonância com
os preceitos bíblicos, chegou a Saxônia Tetzel, sua oratória, seu teatro e
principalmente seu poder de persuasão. Neste contexto, para conter os ânimos da
pobre multidão que se viu obrigada a dar o que não tinha, Lutero xou as famosas
95 teses na Igreja de Wittenburg.
As pregações de Martinho Lutero, cada vez mais in amadas contra a Igreja e o clero,
trouxeram algumas consequências, como prisões e disciplinas eclesiásticas, mas ao
mesmo tempo angariavam uma imensa quantidade de seguidores, que ia das
classes baixas à nobreza, que via no discurso do monge, uma possibilidade de se
libertar dos pagamentos de dízimo a Roma, ou mesmo de se apoderar dos grandes
latifúndios que estavam sob jurisdição da Santa Sé.
23. [...] Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém,
ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
81. [...] Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja
fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra
calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.
82. Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do
santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a
mais justa de todas as causas -, se redime um número in nito de almas
por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é
uma causa tão insigni cante?
86 [...] por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos
Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma
basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres
éis?
Fonte. wikipedia
Em Wörms, Lutero rea rmou seus posicionamentos, fez sua autodefesa em latim e
terminou com as seguintes palavras, ditas em alemão: “Que Deus me ajude. Amém”
(BLAINEY, 2012, p. 176). O reformador, orientado por Frederico III, não esperou a
reunião acabar e se retirou para o palácio de Wartburg, onde passou algum tempo,
ao que parece até a poeira baixar, a questão é que não baixou, e a cada dia
aumentavam os seguidores da causa luterana.
Lutero casou-se com a ex-freira Catarina Von Bora, teve uma vida marcada por uma
produção literária de grandes proporções. Entre seus escritos importantes, atacou os
judeus europeus, em sua obra Sobre os judeus e suas mentiras, de 1543, defendeu a
autoridade política dos reis e príncipes, em sua obra Sobre a autoridade secular, de
1523, e traduziu a Bíblia Sagrada para o Alemão em 1534, um fato inédito, visto que
existiam algumas traduções do novo testamento em língua vernácula, mas a Bíblia
inteira era escrita em latim, fato que impedia os leigos desconhecedores dessa
língua, já considerada morta, de terem acesso às escrituras sagradas.
Até o m de sua vida defendeu a justi cação pela fé (salvação pela fé), o sacerdócio
universal de todos os crentes (livre interpretação das escrituras) e a famoso slogan:
solus Christus, sola Gratia, sola Fides, sola Scriptura (só o Cristo, só a Graça, só a Fé e
só a Escritura).
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Para compreender as transformações religiosas na Inglaterra no século XVI é de
extrema importância compreender a política real britânica na passagem do século
XV para o século XVI.
Ao longo e após um con ito encarniçado entre França e Inglaterra, conhecido como
Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453, apesar do nome a Guerra durou 116 anos), as
sucessões dinásticas ao trono inglês estavam restritas a duas famílias reais,
Lancaster e York, que se alternavam no trono. Enquanto uma reclamava o direito ao
trono a outra exercia o poder de maneira a tentar eliminar seus adversários, isso se
dava de forma inversamente proporcional. Esse período da História Inglesa cou
conhecido como Guerra das Rosas (1455 – 1485).
Enquanto os con itos internos ocorriam, uma terceira via foi apresentada no seio da
família Lancaster, essa via foi representada por Henrique, que em 1485 derrotou o rei
Ricardo III, da dinastia de York, na batalha de Market Bosworth e, no mesmo ano,
casou-se com Elisabeth de York, sobrinha de Ricardo, se consolidou rei da Inglaterra,
inaugurando uma vertente dinástica conhecida como Família Tudor.
O casamento de Arthur e Catarina, no nal de 1501, foi recebido com grandes honras
e expectativas, tanto que o “dote espanhol atingiu a soma enorme de 200 mil
coroas” (MAINKA, 2007a, p. 131).
Fonte: wikipedia
O parlamento, que cou reunido em Westminster até 1534, ainda conseguiu abolir
as canatas, uma taxa de um terço pago a Roma pela receita anual. Em janeiro de
1533 Thomas Cranmer foi nomeado arcebispo de Canterbury, o principal da
Inglaterra. Neste mesmo mês, fez o casamento de Henrique VIII e a jovem dama de
honra Ana Bolena, que já se encontrava grávida.
Com essa lei, chamada Act of Restraint of Appeals, em tradução livre “ato de
restrição de apelações”, os direitos da Igreja Romana foram totalmente abolidos do
território inglês. Em 23 de maio de 1533, o casamento de Henrique VIII de Catarina de
Aragão foi declarado ilegítimo e perdeu a validade. Em contrapartida, o casamento
com Ana Bolena fora considerado legítimo e o futuro herdeiro, como detentor do
direito de privilégio na sucessão do trono.
Em setembro de 1534, Henrique VIII
foi excomungado da Igreja Católica
pelo papa Clemente VII e, em 30 de
agosto de 1535, o papa Paulo III
reforçou a excomunhão anterior, que
foi de nitivamente publicada em
1538.
Em setembro de 1534, Henrique VIII foi excomungado da Igreja Católica pelo papa
Clemente VII e, em 30 de agosto de 1535, o papa Paulo III reforçou a excomunhão
anterior, que foi de nitivamente publicada em 1538.
Ana Bolena deu à luz outra menina, batizada de Elizabeth, que posteriormente
reinou por 45 anos. Agora Henrique tinha duas lhas, Maria, do casamento com
Catarina, e Elizabeth; não alcançando seu objetivo primeiro. Henrique viria a casar
mais quatro vezes, sendo que da terceira esposa, Jane Seymour, teve um herdeiro
varão, Eduardo.
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A Igreja que nascia era na prática, “um catolicismo sem papa” (MAINKA, 2007a, p.
140), Henrique e seus seguidores mantiveram, em primeiro momento, os mesmos
princípios católicos, no entanto a historiogra a tradicional trata o movimento inglês
como reformista, pois aconteceu como consequência da reforma iniciada nos
principados alemães.
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A reforma iniciada por João Calvino, em Genebra, foi tão importante quanto a de
Lutero, mas o protestantismo calvinista imprimiu algo que o sociólogo Max Weber
(2006) chamou de “Ética Protestante”, que contribuiu para o desenvolvimento do
que o autor chamou de “Espírito do Capitalismo”, também essa modalidade
teológica protestante foi majoritária entre os colonizadores dos Estados Unidos da
América.
De forma geral, não existe uma Igreja com o nome calvinista tal como a luterana, o
próprio João Calvino não era simpático a este termo. Nos diversos países onde se
estabeleceram recebem nomes distintos, como huguenotes na França,
Presbiterianos na Escócia e Puritanos na Inglaterra.
João Calvino nasceu em Noyon,
cidade do norte da França, em 1509,
lho de um importante promotor da
igreja local e uma burguesia
enriquecida, em 1521, passou a
receber uma pensão da diocese
local, que lhe bene ciou pelos 13
anos seguintes.
Entre 1536 e 1537 foi convidado por um amigo, Guillaume Farel, a assumir a reforma
na cidade-estado de Genebra, na atual Suíça. Atuaram como pregadores durante
dois anos na cidade, no entanto, entre 1538 e 1541, pregara apenas para alguns,
porque foi expulso da cidade (BLAINEY, 2012; ENCICLOPÉDIA BARSA, 1995), para
outros, porém, pregou porque foi convidado por outro amigo. Se mudou para
Estrasburgo, onde foi pastor de uma pequena igreja de refugiados franceses.
Retornou a Genebra em 1541 e, ao longo dos anos seguintes, tornou-se o homem
mais importante da cidade.
É interessante perceber que, apesar da Reforma do século XVI ter se iniciado com
Lutero, Calvino se diferencia em questões como a extrema reverência nas
celebrações e a total não devoção a imagens e santos, além da total abdicação das
bebidas, de jogos, a assistência aos pobres, a proibição das danças e trocas públicas
de carícias e o não uso de instrumentos musicais nas celebrações. Sobre este último
ponto, Blainey (2012, p. 198) explica que “A ideia parece severa demais, mas os
visitantes estrangeiros que entravam na ampla igreja de Genebra e ouviam
centenas de pessoas cantando juntas cavam pasmos, ao perceber tanta força e
sinceridade”.
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O contexto europeu nos anos que marcaram a expansão da Reforma foi
de nitivamente notado pelas lutas políticas, entre as poderosas famílias de
Habsburgo e Valois, pela real ameaça Otomana no oriente, pela volta do
crescimento populacional após o decréscimo do século XIV e pelos medos
escatológicos que pairavam sobre as classes menos favorecidas da Europa.
Explicado isso, é importante esclarecer que o imperador era católico, mas muitos
príncipes tinham aderido à causa luterana. Em 1526 foi realizada a Primeira Dieta de
Espira, no qual decidiu-se que cada monarca local poderia escolher a religião que
seria praticada em seus territórios. Essa decisão revogou a Dieta de Worms de 1521,
que obrigava a expulsão de Lutero e dos luteranos dos territórios do Império, fato
que nunca foi totalmente concluído, mas, em 1529, uma nova Dieta foi convocada
em Espira, esta, no entanto, revogou o acordo de 1526 e recolocava em vigor o
acordo de 1521.
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A m de garantir o domínio católico e impedir a proliferação de correntes religiosas
dissonantes, três instituições tiveram importante papel. A Inquisição, a Companhia
de Jesus e o Concílio de Trento foram as respostas encontradas pelo papado para
reconquistar a hegemonia perdida.
Mesmo sem deixar de existir, a in uência da Inquisição medieval durou até início do
século XV, quando diminuíram os incidentes das heresias cristãs, mas ainda neste
século teremos o início da chamada inquisição moderna. Nos reinos de Castela e
Aragão, os reis católicos, Isabel e Fernando, pedem ao Papa uma nova permissão
para perseguir outros hereges, os Conversos. Conversos era o nome dado a Judeus e
Muçulmanos que haviam se convertido ao catolicismo para fugir da intolerância
praticada principalmente pelo Estado.
SAIBA MAIS
Além de Espanha e Portugal, tribunais inquisitoriais foram instaurados
nos Países Baixos, em 1523, e reforçado na Península Itálica, em 1542.
Esses dois tribunais foram estruturados com função de combater os
hereges protestantes. Muitos foram os Luteranos e Calvinistas que
foram atirados ao fogo por causa de suas convicções religiosas.
Na esteira da Inquisição, em 1559, o Papa Paulo IV estabelece a lista de livros
proibidos, o Index Librorum Prohibitorum. Neste contexto, centenas de livros foram
considerados literatura herege e queimados.
Outra arma da Igreja contra o que chamaram de heresia luterana, termo genérico
para todos os protestantes, foi a Companhia de Jesus. Fundada em 1534, em Paris,
pelo nobre basco Inácio de Loyola, a Ordem Jesuíta, como cou conhecida, tinha por
objetivo levar ao mundo à fé católica. Muito inteligentes, os jesuítas eram versados
em diversos idiomas, conheciam os preceitos básicos das ciências da época e
aprendiam não temer o desconhecido por amor a Cristo e à Santa Igreja.
Os jesuítas foram enviados para diversas regiões do globo, desde as Américas, até o
extremo oriente. São nomes importantes da Ordem os jesuítas José de Anchieta,
que fundou o Colégio de São Paulo, António Vieira, exímio orador e conselheiro real,
e o espanhol Francisco Xavier, que levou a fé católica para a Índia, China e Japão.
Os jesuítas são lembrados como grandes educadores, construindo escolas por todos
os lugares por onde passavam. Nas Américas, essas escolas tinham por objetivo a
catequização dos gentios, como chamavam os indígenas. Também caram
conhecidos como grandes empreendedores, comprando e construindo engenhos
de açúcar, de onde tiravam grande parte do sustento.
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Entre 1545 e 1563 foi organizado o 19° Concílio Ecumênico da Igreja Católica, que
entrou para a história como Concílio de Trento, apesar da cidade italiana de Trento
não ter sido a única sede das atividades. A ideia do Concílio, que foi iniciada durante
o papado de Paulo III, mas que foi presidido por Paulo IV e Pio IV, era a reforma da
Igreja e a rea rmação da doutrina.
Em termos de rea rmação da doutrina católica cou de nido, a justi cação pela fé,
a supremacia das escrituras e da tradição, a rea rmação dos sacramentos, a
doutrina do purgatório, o culto aos santos e a liberação de indulgências. Já em
relação à reforma da Igreja, o Concílio determinou a condenação dos abusos do
clero e passou a recomendar que os sacerdotes passassem a explicar a missa aos
éis, visto que até aquele momento as cerimônias eram em latim, com os padres de
costas para o público. Algumas sugestões foram rejeitadas no Concílio, dentre elas o
casamento dos sacerdotes.
REFLITA
Ao rea rmar com autoridade o dogma, o concílio (de Trento) pôs termo
às indecisões que tinham nascido das teses novas, circulando já antes
do aparecimento de Lutero, e das divergências entre os reformadores.
Além disso, a necessidade de unidade, a busca de segurança num
mundo onde as referências tinham sido abaladas levaram os indecisos
a ligar-se mais fortemente à Igreja tradicional (Católica) e aos seus
costumes.
Também vimos nesta unidade como a Igreja Católica se reestruturou e rea rmou sua
soberania ao longo da História. Como um organismo vivo, a instituição compreendeu
com seus erros a necessidade de se reinventar.
É necessária a compreensão de que este tema não se esgota aqui, as dicas de leituras
e vídeos apresentados ao longo do capítulo são de extrema importância para obter
outras visões sobre o assunto. É importante compreender que quando nos detemos
ao estudo da História, estaremos sempre em movimento e novas leituras sempre
serão necessárias, a m de reciclar nosso saber.
Leitura Complementar
Leitura fundamental sobre a maneira como se estrutura o pensamento protestante
calvinista e como essa forma in uenciou o capitalismo moderno:
Livro
Filme
Unidade 3
O Iluminismo e a
Emancipação das Treze
Colônias Inglesas
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Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Introdução
Nesta unidade visamos apresentar para você, estudante, um contexto geral em
relação ao Iluminismo na Europa e ao processo de emancipação dos Estados Unidos
em relação à Inglaterra no século XVIII. Provavelmente você já deve ter ouvido falar
desses temas referentes à História Moderna que possuem interligação. É possível
compreender a revolução estadunidense sem ter um entendimento pleno em
relação ao que foi o Iluminismo, mas será muito mais interessante para você,
estudante, alcançar a relação entre essas duas temáticas.
No que se refere à emancipação dos Estados Unidos, possivelmente você já deve ter
visto em alguma obra cultural estadunidense (seja um romance histórico, lme ou
série) que faz referência ao Quatro de Julho, data importantíssima para os
estadunidenses, sendo equivalente, de alguma forma, ao Sete de Setembro no
Brasil. Ambas as datas evocam a liberdade alcançada pelos países americanos em
relação a metrópoles europeias. No tópico nal desta unidade visamos enfatizar, de
forma clara, como se decorreu o con ito da emancipação das Trezes Colônias
Inglesas, evento histórico que culminaria na constituição de um governo
democrático, o primeiro do continente americano.
Plano de Estudo
As origens do Iluminismo
Pensadores Iluministas
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Fortes (1985, p. 8) de ne o Iluminismo como um “movimento cultural prodigioso
que domina a Europa Ocidental – especialmente a França, a Inglaterra e a Alemanha
– dos dois últimos decênios do século XVII até mais ou menos 1780 [...]”. Na
concepção iluminista decorria-se uma “convicção no progresso do conhecimento
humano, na racionalidade, na riqueza e no controle sobre a natureza” (HOBSBAWM,
1977, p. 36 - 37). Tal concepção
“[...] não visa mais a Deus, mas aos homens. Nesse sentido, o
pensamento das Luzes é um humanismo ou, se preferirmos, um
antropocentrismo. Não é mais necessário, como pediam os teólogos,
estar sempre pronto a sacri car o amor das criaturas ao do Criador; é
possível contentar-se com amar outros seres humanos. Seja o que for a
vida no além, o homem deve dar um sentido à sua existência terrena. A
busca da felicidade substitui a da salvação (TODOROV, 2008, p. 20).
Fonte: wikipedia
Fortes (1985, p. 24) faz menção a três eruditos que foram muito importantes na
gênese do Iluminismo, o primeiro deles é o pensador inglês “Francis Bacon (1561-
1627), autor de obras fundamentais tais como o Novum Organum, verdadeiro
manifesto inaugural do método experimental que acabará por dominar o curso dos
novos conhecimentos”.
Os conceitos originados por estes três autores europeus foram essenciais no período
de difusão das concepções iluministas (FORTES, 1985).
Fortes (1985) refere-se a uma ocorrência de grande impacto, próxima do nal do
século XVII, em que a interpretação dos cosmos, que era preponderante, é
subvertida. Então, se origina
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Fortes (1985, p. 30) menciona dois pensadores iluministas de grande relevância:
Estes dois autores tiveram uma signi cativa atuação na época em que viveram, as
gerações futuras também foram inspiradas por estes iluministas (FORTES, 1985).
Figura 2: Montesquieu
Fonte: wikipedia
Estes dois autores tiveram uma signi cativa atuação na época em que viveram, as
gerações futuras também foram inspiradas por estes iluministas (FORTES, 1985).
Com esta produção, o intelectual francês iniciou “uma análise de ciência política”
(FORTES, 1985, p. 36). Um dos cernes da obra de Montesquieu consiste na recusa que
as normas que regem distintas populações sejam consideradas legítimas ou
ilegítimas, porém, tais normas são relativamente apropriadas às particularidades das
diferentes populações e das condições dos períodos e locais onde foram
constituídas (FORTES, 1985).
“[...] inaugural, como Marx ou Freud, fruto do novo espírito cientí co,
que o barão surpreenderá a realidade social. Até então o complexo
universo das coisas humanas, a variada dimensão dos fatos sociais não
era senão um fator subalterno do real desprovido de autonomia. A
realidade política era um território subordinado ao da Moral e a ela se
chegava ao término de uma cadeia de deduções. Descobre-se agora
um novo objeto autônomo de estudos. Abre-se caminho para
observação metódica dos fatos sociais, sem ideias preconcebidas
(FORTES, 1985, p. 38).
Fortes (1985, p. 41) menciona que após esplêndida pro ssão escrita, com idade
avançada, Voltaire passa a ter “uma atuação política intensa, tornando-se um
verdadeiro apóstolo da tolerância e celebrizando-se pelas polêmicas em que se
envolve”.
Fortes (1985, p. 69) menciona que o erudito suíço acreditava que, para os seres
humanos adquirirem um bem-estar, deveriam instituir “um contrato de tal forma
que as diferentes soberanias e liberdades que se juntam permaneçam
inde nidamente livres e soberanas”. Tzvetan Todorov (2008, p. 19) discorre
brevemente sobre o conceito de soberania no período de difusão do Iluminismo,
sendo um “princípio já antigo que recebe aqui um novo conteúdo: a fonte de todo
poder está no povo, e nada é superior à vontade geral”.
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O iluminismo teve como seu âmago “a França e sua capital, Paris. Paris, aliás, é a
grande metrópole do século XVIII, não apenas do ponto de vista cultural” (FORTES,
1985, p. 46). Mas isto não quer dizer que o movimento Iluminista compreendia
apenas o território francês, manifestou-se também nas principais cidades de
diferentes nações europeias (FORTES, 1985).
Figura 5 - Frederico II
Fonte: wikipedia
O iluminismo teve como seu âmago “a França e sua capital, Paris. Paris, aliás, é a
grande metrópole do século XVIII, não apenas do ponto de vista cultural” (FORTES,
1985, p. 46). Mas isto não quer dizer que o movimento Iluminista compreendia
apenas o território francês, manifestou-se também nas principais cidades de
diferentes nações europeias (FORTES, 1985).
Fortes (1985) menciona que com a nalidade de se efetuar este grandioso trabalho
no século XVIII,
CONCEITUANDO
[1] Denis Diderot (1713-1784) erudito de maior importância na
Enciclopédia. Ele tinha maior audácia que Voltaire manifestando uma
determinada descrença no soberano divino. Ele defendia que os ser
humano não era distinto de outras criaturas dos cosmos, tudo seria
composto por corpos formados de átomos e concebidos de acordo com
as normas absolutas o qual mandavam no mundo natural. Mas ele era
mais contido no que se refere à inovação na administração
governamental (FORTES, 1985).
Junto aos múltiplos autores que compõem este trabalho incluem-se: Montesquieu
que teve uma participação mais singela no compilado de escritos e Voltaire que
escreveu vários textos opinativos sobre diferentes temáticas. Enciclopédia é um
trabalho muito relevante, pois é uma manifestação dos conceitos fundamentais no
que diz respeito a classe burguesa na época de difusão do Iluminismo, em tal
compilados de escritos é possível encontrar conhecimentos essenciais relativos à
administração governamental e loso a que eram discutidos entre eruditos
europeus no período (FORTES, 1985).
[...] não é uma nação uni cada e a Prússia é uma das suas regiões
principais e autônomas. Seu atraso, mesmo em termos do século VIII, e
comparativamente à situação da França e da Grã-Bretanha, os dois
grandes países europeus que se encontram à frente de todo o
processo, é dos maiores. O mesmo acontece com a Europa Central e
Oriental. Ou seja, o mesmo acontece com a Áustria, nação pertencente
ao então inteiramente decadente Sacro Império Romano-Germânico,
que também se encontra em grande atraso. O mesmo acontece com a
Rússia de então, o imenso império dos czares perdido na longínqua
periferia oriental do centro parisiense (FORTE, 1985, p. 78).
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A ocupação britânica na
No século XVIII, tal conjuntura se alteraria, o poder do rei passaria a ser restringido
pelo parlamento na Grã-Bretanha, o cenário governamental inglês passaria a ser
mais constante em tal contexto. A classe burguesa passaria a ter mais
preponderância e fomentaria o amplo crescimento nanceiro. Nesse período, as
possessões britânicas na parte do norte do continente americano passaram a ser
consideradas relevantes, pois elas nutriam o sistema econômico industrializado da
Grã-Bretanha que passava a ser vigente nesta época (KARNAL, 2007).
No nal do século XVII e durante o século seguinte se decorreram vários con itos
belicosos no continente europeu e no novo mundo (KARNAL, 2007). Tais con itos
ocasionaram:
[...] maior presença de tropas britânicas na América, causando
inúmeros atritos. Os acordos ao nal dessas guerras nem sempre foram
favoráveis aos colonos. Por m, guerras como a dos Sete Anos, mesmo
terminando com a vitória da Inglaterra, implicaram altos gastos. Eram
inúmeras as vozes no Parlamento da Inglaterra que desejavam ver as
colônias da América colaborando para o pagamento desses gastos
(KARNAL, 2007, p. 71).
Em tal contexto, os habitantes das trezes colônias tiveram acréscimos nos tributos
que pagavam, desta forma as autoridades britânicas supriram nanceiramente a
adição de tropas que mandavam. Os residentes das possessões inglesas na américa,
estavam em uma conjuntura problemática, tendo que custear soldados que tinham
sido mandados com a intenção de refreá-los (KARNAL, 2007).
Depois de frear duramente uma revolta indígena, ocasionada por con itos dos
residentes das colônias (que visavam estender seus territórios em locais habitados
por nativos norte-americanos) com os nativos, a autoridade britânica representada
pelo monarca Jorge III, garantiu pôr edito em 1763 o predomínio dos nativos em
determinados territórios (KARNAL, 2007).
Karnal (2007, p. 72-73) menciona que no ano seguinte a medida restritiva sobre os
territórios indígenas foi instituída uma norma que diminuía os tributos em relação
ao melaço produzido em outros países, porém determinava tributos extras “sobre o
açúcar, artigos de luxo, vinhos, café, seda, roupas brancas. Desde 1733 havia lei
semelhante, no entanto os impostos sobre os produtos perdiam-se na ine ciência
das alfândegas inglesas nas colônias”.
Os habitantes da colônia tiveram uma resposta rápida, foi feito um escrito por um
indivíduo denominado James Otis, que procurava demonstrar porque a norma
tributária negava um preceito que era habitual na Grã-Bretanha na qual “para
alguém pagar um imposto (taxação) esta pessoa deve ter votado num
representante que julgou e aprovou este imposto (representação)” (KARNAL, 2007, p.
73). Karnal (2007) menciona que os residentes das colônias também promoveram
bloqueios de mercadorias provenientes da Grã-Bretanha.
Ainda em
[...] 1764 o governo
inglês baixa a Lei da
Moeda, proibindo a
emissão de papéis de
crédito na colônia,
que, até então, eram
usados como moeda.
O comandante do
exército britânico na
América, general
Thomas Gage,
sugeria e fazia
aprovar no mesmo
ano a Lei de
Hospedagem. Esta lei
determinava as
formas como os
colonos deveriam
abrigar os soldados
da Inglaterra na
América e fornecer-
lhes alimentoMais
uma vez, a Lei de
Hospedagem e da
Moeda revelam
mudanças na política
inglesa. O objetivo
claro da Lei da Moeda
era restringir a
autonomia das
colônias. A lei da
Hospedagem
desejava, em última
análise, tornar as
colônias mais baratas
para o tesouro inglês
(KARNAL, 2007, p. 73-
74).
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[...] Lei do Selo, a Coroa havia incomodado a elite das colônias. A reação
foi grande, assustando os agentes do tesouro da Inglaterra. Houve um
movimento de boicote ao comércio inglês; no verão de 1765 decaiu o
comércio com a Inglaterra em 600 mil libras. Em quase todas as
colônias os agentes do tesouro inglês eram impossibilitados de colocar
os selos nos documentos. A reação era generalizada. Em 1766, o
Parlamento inglês viu-se obrigado a abolir a odiada lei. Os colonos
haviam demonstrado sua força. A Inglaterra retrocedia para avançar
mais, logo em seguida (KARNAL, 2007, p. 74-75).
No ano de 1767 foram ordenadas, por uma autoridade política britânica, normas que
tributavam diferentes mercadorias, se visou também indicar pessoas que teriam
como função conter o trá co ilegal de produtos nos domínios ingleses na América
do Norte. Tais normas (Atos Townshend) ocasionaram mais queixas, recusa em
relação a produtos provenientes da Inglaterra e a rmações que contestavam as
ações instituídas pelos governantes britânicos. As normas de 1767 também foram
anuladas, mas ocasionaram uma grave ocorrência (KARNAL, 2007).
Na localidade estadunidense de
[...] Boston, quase ao mesmo tempo em que se deu a anulação dos Atos
Twnshend, um choque entre americanos e soldados ingleses tornaria
as relações entre as duas partes muito difíceis. Protestando contra os
soldados, um grupo de colonos havia atirado bolas de neve contra o
quartel. O comandante, assustado, mandara os soldados defenderem o
prédio. Os soldados acabaram disparando sobre os manifestantes.
Cinco colonos morreram. Seis outros colonos foram feridos, mas
conseguiram sobreviver. Era 5 de março de 1770. O “massacre de
Boston”, como cou conhecido, foi usado largamente como
propaganda dos que eram adeptos da separação. Um desenho com a
cena do massacre percorreu a colônia. O cheiro da guerra começava a
car mais forte (KARNAL, 2007, p. 76).
Leandro Karnal (2007, p. 76) menciona também sobre um protesto dos habitantes
das treze colônias diante de uma imposição inglesa sobre o consumo de chá “na
noite de 16 de dezembro de 1773, 150 colonos disfarçados de Índios atacaram três
navios no porto de Boston e atiraram o chá ao mar. Era a Boston Tea Party (Festa do
Chá de Boston). Cerca de 340 caixas de chá foram arremessadas ao mar”.
Diante das demandas dos habitantes das trezes colônias, a Grã-Bretanha teve uma
postura ambivalente, buscou favorecer os habitantes da colônia, mas também
houve um acréscimo de tropas britânicas no continente americano. Essa adição
bélica teve como consequência con itos iniciais em localidades da colônia (KARNAL,
2007).
[...] que não havia na América do Norte, de forma alguma, uma nação
uni cada contra a Inglaterra. Na verdade, as 13 colônias não se uniram
por um sentimento nacional, mas por um sentimento antibritânico. Era
o crescente ódio à Inglaterra, não o amor aos Estados Unidos (que nem
existiam ainda) que tornava forte o movimento pela independência.
Mesmo assim, esse sentimento a favor da independência não foi
unânime desde o princípio. [...] o sul era mais resistente à ideia da
separação. E tanto entre as elites do norte como as do sul, outro medo
era forte: o de que um movimento pela independência acabasse
virando um con ito interno incontrolável, em que os negros ou pobres
acabassem interpretando os ideias de liberdade como aplicáveis
também a eles.
O escrito relativo à independência teve um impacto positivo sobre grande parte dos
habitantes das colônias, contudo, batalhar com os ingleses pela emancipação não
seria algo simples. Foi necessário que as trezes colônias se envolvessem em um
con ito belicoso contra a Grã-Bretanha para assegurar sua emancipação, as tropas
insurgentes foram lideradas por George Washington (KARNAL, 2007).
Conciliação sobre “um governo central forte ou liberdade para as colônias agirem de
forma mais autônoma? Esse problema fora levantado ainda antes da independência
e permaneceu mal resolvido até o século XIX, acabando por gerar a Guerra Civil
Americana” (KARNAL, 2007, p. 91-92).
Levou-se três anos (entre 1787 e 1790) para o escrito constitucional estadunidense
ser aprovado politicamente (KARNAL, 2007). Tal texto originou
Por seu caráter bastante amplo, a carta magna dos Estados Unidos assegurou a sua
durabilidade. Ao contrário da primeira constituição brasileira, de 1824, a constituição
norte-americana estabelece princípios gerais e su cientemente vagos para
garantirem sua estabilidade e permanência. À Suprema Corte dos Estados Unidos
caberá, no futuro, o papel de interpretar a constituição e decidir sobre a
constitucionalidade ou não das leis estaduais e das decisões presidenciais (KARNAL,
2007, p. 92).
Os Estados Unidos visaram fundamentar seu suporte legal “na ideia de
representatividade popular, ainda que o conceito de povo fosse, nesse momento,
extremamente limitado” (KARNAL, 2007, p. 92). Grande parcela das pessoas que
habitavam o território estadunidense achava-se omitida da atuação governamental.
Tomemos por exemplo os nativos norte-americanos que não foram bene ciados
com a emancipação das treze colônias perante a Grã-Bretanha, porque cresceu a
ameaça de invasão em relação a áreas onde eles habitavam (KARNAL, 2007).
O historiador brasileiro menciona que uma nação afetada pela emancipação das
trezes colônias inglesas foi a França que era governada pelo monarca Luís XVI.
Tropas francesas que batalharam no con ito emancipatório estadunidense
retornaram para o seu país de origem “com ideias de liberdade e república. Haviam
lutado contra uma tirania na América e, de volta à pátria, reencontravam um
soberano absoluto. No entanto, só 13 anos depois de independência norte-
americana, esse germe de liberdade fruti cará na França” (KARNAL, 2007, p. 94).
Caro estudante, você sabia que tais avanços que nos parecem
normativos atualmente, fazem parte de um processo histórico gradual?
O período em que os eruditos iluministas (como Francis Bacon)
desenvolveram suas ideias faz parte também de tal processo, na qual a
gênese da experimentação cientí ca teve seu princípio.
- Thomas Jefferson
Conclusão - Unidade 3
- Jean-Jacques Rousseau
Leitura Complementar
Material interessante para o estudante que queira ter contato com uma obra de um
pensador Iluminista:
Estudo relevante para o estudante que tem por interesse ter uma melhor
compreensão sobre a elaboração do texto constitucional dos Estados Unidos:
Filme
Unidade 4
A Revolução Francesa
AUTORIA
Prof. Dr. Saulo Henrique Justiniano Silva
Prof. Me. Herculanum Ghirello Pires
Prof. Me. Willian Carlos Fassuci Larini
Introdução
Caro(a) aluno(a), todos os anos é celebrado pelos franceses o processo revolucionário
que se sucedeu em sua nação no século XVIII. Tal acontecimento histórico já foi
analisado por muitos historiadores, sendo abordado em romances históricos e
retratado em múltiplas longas-metragens que enfocaram seus diversos aspectos,
aparecendo até mesmo em um jogo de vídeo game em 2014. Figuras históricas
como Luís XVI, Maria Antonieta e Robespierre se tornaram eternizadas na história,
provocando nas pessoas sentimentos diversos. Locais que foram palco de tal evento
do passado, como o Palácio de Versalhes em Paris, continuam recebendo até hoje
franceses e pessoas de outros países que buscam captar resquícios daquele período
histórico.
Nas próximas páginas temos como objetivo explanar para você os fatores que
condicionaram o processo revolucionário francês e suas diferentes etapas. É curioso
que uma época da França que tenha durado aproximadamente uma década seja
muito mais lembrada e debatida do que outros momentos da história do país
europeu. Tal momento histórico se torna mais complexo, na medida em que se
constatam as múltiplas minúcias que ele possui e os diversos indivíduos ligados a
ele.
Nesta unidade temos por intenção que você, aluno(a), compreenda a Revolução
Francesa de acordo com o contexto histórico em que ela ocorreu. Nada seria mais
errôneo do que abordar um período histórico distante do passado de acordo com
nossos parâmetros atuais, por mais estranhos e brutais que eles possam parecer.
Provavelmente muitas pessoas até hoje se impactam com o que se decorreu na
última década do século XVIII na França. Contudo, mesmo que a Revolução
Francesa seja um acontecimento histórico notável, ela talvez não seja tão anormal,
se pensarmos na conjuntura do mundo no século XVIII.
Plano de Estudo
Reino Francês em Con ito No
Século XVIII
A Desestruturação do Reinado
Francês
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No que se refere à Revolução Francesa, no princípio os insurgentes franceses
denominaram de Antigo Regime o que romperam com seu levante. Tal regime
referia-se ao governo monárquico francês, que tinha como comandante o soberano
Luís XVI que era casado com Maria Antonieta (VOVELLE, 2007).
@artista em freepik
Pelo que relata Vovelle (2007, p. 13), os trabalhadores rurais franceses na época que
antecede a insurreição, tinham mais liberdade se comparado ao passado, contudo
ainda permaneciam com deveres, e tributos “eram os direitos feudais e de senhorio,
pagos em dinheiro ou em espécie, os quais às vezes eram muitos pesados, como a
“jugada” – após a colheita, os enviados do senhor recolhiam dos campos um feixe
em cada dez, ou em cada doze ou catorze”. Mesmo que a época medieval tivesse
terminado, o sistema feudal (mesmo que transformado) perdurava na França
(FLORENZANO, 1981).
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A sucessão de di culdades que ocasionaram a insurreição na França teve como
ponto de partida o ano de 1787, época em que o reinado francês enfrentava uma
grave crise monetária, em tal contexto era necessária uma renovação na
organização tributária do governo monárquico (FLORENZANO, 1981).
Fonte: wikipedia
Vovelle (2012, p. 18) menciona sobre a inadequação do monarca Luís XVI perante o
contexto caótico da França no nal do século XVIII:
No trono desde 1774, bonachão, mas, sem dúvida, pouco talentoso, Luís XVI não é o
homem adequado para a situação, e a personalidade da rainha Maria Antonieta, por
intermédio da qual o perigoso grupo de pressão da aristocracia exerce sua
in uência, não facilita as coisas. Mas é evidente que, numa situação em que tantos
fatores essenciais estão em jogo, a personalidade de um só – ainda que seja o rei –
não poderia mudar o rumo das coisas.
@artista em freepik
Coggiola (2013, p. 292) relata que nos estratos mais altos a adversidade no governo
monárquico se sucederá grandemente, e nos estratos mais inferiores da sociedade
francesa a insatisfação estava presente, “só faltava que estes últimos tomassem a
iniciativa política para que uma revolução acontecesse. E assim foi feito: em resposta
ao rei, a população de Paris, em 12 de julho, se mobilizou e tomou as ruas da cidade”.
Os aristocratas visavam, por meio da realização dos Estados Gerais, enfraquecer
integralmente a soberania política do rei (FLORENZANO, 1981). Contudo,
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Nos dias 13 e 14 de julho de 1789, o centro urbano parisiense foi dominado por
múltiplas pessoas que protestavam, as forças militares se ausentaram, as tropas
foram in uenciadas por conceitos inovadores tendo vários dos seus integrantes,
consentido perante as demandas do povo que protestava (FLORENZANO, 1981).
Fonte: wikipedia
Nos dias 13 e 14 de julho de 1789, o centro urbano parisiense foi dominado por
múltiplas pessoas que protestavam, as forças militares se ausentaram, as tropas
foram in uenciadas por conceitos inovadores tendo vários dos seus integrantes,
consentido perante as demandas do povo que protestava (FLORENZANO, 1981).
De acordo com Coggiola (2013, p. 294), se sucederam aos motins na capital francesa,
agitações no meio rural que ocorrem “com maior violência ainda: os camponeses
endividados ou empobrecidos saquearam as propriedades feudais remanescentes,
invadiram e queimaram os castelos e cartórios, para destruir os títulos de
propriedade das terras”.
Grespan (2008, p. 87) aponta que se opondo aos revoltosos, a facção ponderada da
Assembleia Constituinte manda “que a Guarda Nacional comandada por La Fayette
reprimisse a reunião popular convocada em 17 de julho para discutir no Campo de
Marte a renúncia de Luís XVI. As tropas abriram fogo contra a multidão e cerca de 50
pessoas foram mortas”.
A Assembleia precisava de nir se a França se envolveria num con ito belicoso, pois
soberanos de nações europeias entenderam que o modelo de insurreição que se
sucedia no território francês poderia ser arriscado, e após a frustrada fuga do rei da
França os governantes monárquicos aumentaram suas intimidações (VOVELLE,
2007).
Em tal contexto, a nação francesa cou fragmentada, Luís XVI e seus apoiadores
eram a favor do con ito, porque acreditavam que o reino francês seria dominado
sem di culdades na disputa belicosa. Os representantes políticos franceses mais
ponderados eram contra a guerra, porque eles julgavam ser um embuste (VOVELLE,
2007).
Brissot era a favor do con ito com as nações europeias, pois por meio da disputa
belicosa ele esperava que se revelasse as verdadeiras intenções de Luís XVI e que a
França se ampliasse no continente europeu, Robespierre relutava pois acreditava
que o con ito seria perigoso (VOVELLE, 2007).
Brissot acaba vencendo e “no dia 20 de abril de 1792, Luís XVI encaminha, por
intermédio de seus ministros, a declaração de guerra ao imperador, que receberá o
apoio do rei da Prússia (e da Rússia)” (VOVELLE, 2007, p. 61).
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Depois de instituída a república, aboliu-se o método de votação anterior que
diferenciava as pessoas (ativos/passivos) pela sua renda. Se formou uma associação
política para decretar leis no lugar da Assembleia do antecedente (GRESPAN, 2008).
Fonte: wikipedia
No nal do ano de 1792, a audiência que decidiria o destino do monarca francês Luís
XVI, separa as distintas facções que formavam a associação política (GRESPAN,
2008).
Vovelle (2007, p. 74) menciona sobre esta época do processo revolucionário na qual o
Terror teria grande predominância:
De acordo com Grespan (2008, p. 95), no quinto mês do ano de 1792 Robespierre
“conseguira realizar seu programa político, concentrando o poder no Comitê de
Salvação Pública, em detrimento inclusive da Convenção e das organizações
populares”.
Prezado(a) aluno(a), é necessário entender que mesmo uma das épocas mais
brutais do processo revolucionário francês não foi desprovida de nenhum mérito a
ser considerado. Como menciona o historiador francês Michel Vovelle (2007, p. 76),
os insurgentes franceses jacobinos que compunham a Montanha possuíam:
[...] um grande ideal: fundar a República regenerando seus cidadãos.
Eles tentam implantar uma pedagogia republicana por meio de textos
e do discurso. Não perdem de vista a construção do ideal democrático:
e é durante esse período que a Convenção decreta o m da escravidão
nas colônias francesas, dando continuidade à mensagem de
emancipação da Declaração dos Direitos do Homem.
Grespan (2008, p. 96) menciona que na conjuntura brutal do “‘Terror’ foi por m
aniquilado o antigo regime, com sua aristocracia feudal, seus monopólios
econômicos, seus entraves ao desenvolvimento do capitalismo”. O próprio
Robespierre almejava uma forma de coletividade como maior liberdade nanceira
(GRESPAN, 2008). Caro(a) aluno(a), no prosseguimento discorreremos sobre o
desfecho do processo revolucionário francês.
De fato, não foi todo o Comitê da Salvação Pública que caiu neste dia.
Ao contrário, alguns dos seus próprios membros se voltaram contra
Robespierre e Saint-Just, acusando-os de pretenderam impor um
despotismo bem pouco esclarecido. A esses dissidentes se juntaram
deputados de várias facções da Convenção, também com a mesma
acusação. E quando, já no dia seguinte ao golpe, Robespierre e seus
companheiros foram guilhotinados, a temida reação dos sans-cullottes
mostrou-se nula. Houve até populares que manifestaram sua
aprovação ao que estava acontecendo (GRESPAN, 2008, p. 98).
Posteriormente, a forma de governo mais à direita (tendo por base a posição dos
girondinos) passa novamente a ter predominância na França, encabeçada por
representantes políticos mais ponderados. Assim é escrito mais um texto
constitucional, que garante os direitos de posse de senhores sobre amplos domínios
e mais uma vez a maior parte da camada populacional francesa não é considerada
no processo eleitoral (GRESPAN, 2008). “A Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão que segue a Constituição é bem menos ousada que a de 1789 além de
acompanhada por uma declaração dos deveres, e não só dos direitos” (GRESPAN,
2008, p. 101).
Esse governo com ações políticas mais comedidas incentivaria grupos que eram
ligados à monarquia e que buscavam ascender novamente politicamente
(GRESPAN, 2008). Neste contexto o governo republicano “se mantém um tanto
precariamente sob o governo de um órgão executivo colegiado de cinco membros,
chamado de “Diretório”, instituído em outubro de 1795” (GRESPAN, 2008, p. 102).
[1] Representante político jacobino que foi morto por uma monarquista.
REFLITA
Não é por um povo que combatemos, mas pelo universo. Não pelos que
vivem hoje, mas por todos aqueles que existirão
- Maximilien de Robespierre
Conclusão - Unidade 4
Prezado(a) aluno(a), esperamos que ao nal desta unidade você tenha compreendido
as diferentes etapas do processo revolucionário da França no nal do século XVIII,
acontecimento que completou 230 anos desde o seu início. A Revolução Francesa é
uma temática histórica muito instigante, tanto para estudiosos de história quanto
para pessoas que não pertencem ao meio acadêmico. Caso este assunto tenha lhe
causado interesse, existem muitas obras publicadas no Brasil que podem lhe trazer
diferentes visões sobre tal ocorrência. Independentemente de qual sejam as
temáticas históricas, elas podem se tornar mais fascinantes, quanto maior
aprofundamento se efetuar sobre elas.
Ainda no que se refere à revolução francesa, acreditamos que seja relevante apontar
que ela impactaria diretamente a história brasileira se pensarmos que o processo de
insurreição na França ocasionaria a escalada de Napoleão que, posteriormente com
suas ações belicosas na Europa, faria com que os monarcas portugueses fugissem
para o Brasil, o que levaria a modi cações internas no território brasileiro.
REFLITA
Todo o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos
seus direitos
- Napoleão Bonaparte
Leitura Complementar
Artigo interessante para o estudante que tiver interesse em ter contato com uma
análise diferenciada sobre a Revolução Francesa:
Obra relevante para o estudante que busca ter contato com uma análise
aprofundada sobre A Revolução Francesa:
Livro
Filme
Considerações Finais
Tratamos da uni cação dos Estados Nacionais depois de séculos marcados pela
desagregação política e apresentamos a importância do renascimento cultural na
vida intelectual europeia, possibilitando o surgimento de um pensamento crítico
que propiciou a crítica de Lutero à Igreja Católica, o surgimento das ideias
iluministas e as revoluções na América e na Europa.
Esperamos que o material seja claro e que instigue ainda mais o conhecimento
histórico.
Atenciosamente,
Os autores.