Ebook 200 Duvidas Praticas Da Musculacao Por Bruno Leitao
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Ebook 200 Duvidas Praticas Da Musculacao Por Bruno Leitao
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Bruno Leitão
@BRUNOFMLEITAO
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49. Abdução de quadril com caneleira no solo, qual deve ser o ângulo de
flexão do quadril? ........................................................................................................................ 64
50. Como posso reduzir a participação do quadríceps na elevação pélvica,
aluna quase não sente glúteo? .......................................................................................... 64
51. Comente sobre trabalho de adutores e posteriores no afundo ............65
52. Vale a pena pré exaustão de adutores para enfatizar o glúteo inibido
de aluna? .......................................................................................................................................... 66
53. Se no stiff o músculo primário são os isquiossurais, porque tem
pessoas que sentem maior trabalho no glúteo? .................................................... 66
54. Tem diferença do trabalho do glúteo no stiff com maior ou menor
flexão do joelho? .......................................................................................................................... 67
55. Qual a utilidade do calço na ponta do pé no stiff?........................................ 68
56. O glúteo no cross é com ou sem extensão de joelho? ............................... 68
Isolados (joelho) .........................................................................................................70
57. Tem diferença na ativação proximal e distal dos posteriores com
exercícios de joelho ou quadril? ......................................................................................... 70
58. Quais são os ângulos de maior compressão patelofemoral na cadeira
extensora? .........................................................................................................................................72
59. Por que realizar a cadeira extensora com o encosto recuado? ............ 74
60. Porque o quadril levanta na mesa flexora? ....................................................... 76
61. Como potencializar a hipertrofia do vasto lateral? ....................................... 78
62. Porque a flexão nórdica ficou tão famosa?........................................................ 79
63. Porque é mais fácil fazer a cadeira extensora com o tornozelo em
dorsiflexão? ..................................................................................................................................... 80
64. Comente sobre os exercícios para o quadríceps, qual o melhor?........ 81
65. Quais as medidas tomar com alunos com patela-alta / instabilidade
patelar, o que fazer nesse caso?......................................................................................... 82
66. Há diferença pro reto femoral entre o sissy squat livre vs
equipamento? ............................................................................................................................... 83
67. Porque a cadeira extensora é mais fácil no início da fase concêntrica
que no final? ................................................................................................................................... 83
68. Como prescrever o afundo com ênfase na perna de trás?...................... 84
69. Qual a diferença entre a flexora em pé e a deitada (mesa)? .................. 85
70. Desgaste total da patela, como trabalhar o quadríceps de forma
eficiente e segura?...................................................................................................................... 86
71. Quando a coxa "descola" do suporte na flexora em pé é encurtamento
dos posteriores? ........................................................................................................................... 86
72. Os músculos do quadríceps podem ser desenvolvidos mais por região
alterando a cadência? .............................................................................................................. 87
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100. Qual a ideia de fazer supino com pegada supinada, vejo muitos
fazendo no banco reto ou declinado?............................................................................ 112
101. Diferença da remada baixa com pegada pronada e supinada? .......... 113
102. Qual a diferença de fazer o serrote unilateral com o banco inclinado
ou reto? ..............................................................................................................................................114
103. Porque na barra fixa (ou puxada) quando está muito pesado a pessoa
realiza uma rotação interna de ombro? .......................................................................114
104. Qual seria o motivo de não fazer supino com ombros em "T" e sim
levemente aduzidos? ................................................................................................................ 115
105. Qual melhor pegada pra fazer barra? ................................................................... 116
106. Desenvolvimento Arnold, o que muda a rotação feita no halter desde
o início comparado a apenas no fim? ............................................................................ 116
107. Realizar flexão de quadril na remada baixa na polia, sim ou não? ..... 117
108. Nas paralelas a articulação do ombro não sofreria demais com a
hiperextensão?.............................................................................................................................. 118
109. O supino isométrico com mais de 100% de 1RM como estratégia pra
ganho de força é válido? ......................................................................................................... 118
110. Qual o trabalho do core na remada serrote no banco? ............................. 119
Isolados (ombro)........................................................................................................ 121
111. Como enfatizar a região superior ou inferior do grande dorsal? ......... 121
112. Pullover é para peitoral ou dorsal?......................................................................... 122
113. Fale sobre a função do manguito rotador......................................................... 123
114. Elevação lateral com polegar pra cima ou pra baixo influencia nas
porções do deltoide? ................................................................................................................124
115. Crucifixo em pé no cross, qual a posição certa? O maior torque será no
final da fase concêntrica?......................................................................................................124
116. Dorsal não é um músculo antagônico de peitoral? Pensando que os
dois realizam extensão de ombro. ................................................................................... 125
117. Qual a diferença entre voador (peck deck) e crucifixo (peck fly)?...... 126
118. Quais os principais exercícios pras fibras do trapézio inferior, médio e
superior? .......................................................................................................................................... 127
119. Elevação frontal com pegada pronada oferece mais risco de impacto
subacromial? ................................................................................................................................. 127
120. Elevação lateral na polia, por trás e pela frente, qual a diferença? .... 128
121. Flexão de ombro em rotação externa tem vantagem pro peitoral
maior por estar mais alongado? ....................................................................................... 129
122. Encolhimento com rotação do ombro ou com barra atrás do corpo,
são "invenções"? .......................................................................................................................... 129
123. No pull over e pull down o movimento é o mesmo, quais são as
diferenças? ..................................................................................................................................... 130
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175. Porque é mais fácil fazer alternado ou unilateral do que bilateral? .187
176. Da para saber onde será predominante a hipertrofia de um músculo
a partir do exercício? ................................................................................................................187
177. Cabo e peso, qual a diferença na ativação e hipertrofia? ....................... 188
178. Vejo o uso de repetições parciais no agachamento, supino e remada,
tem fundamento?......................................................................................................................189
179. Existe alguma forma de trabalhar oblíquos internos e externos de
forma mais "isolada"?...............................................................................................................189
180. Quais são os efeitos do alongamento entre séries na hipertrofia? .. 190
181. Orientar o agachamento no smith com a guia inclinada de frente pra
que lado? ......................................................................................................................................... 192
182. Todo desvio postural deve ser corrigido, qual sua opinião? .................. 192
183. Quando prescrever exercícios sentado ou em pé? ..................................... 193
184. Existem máquinas que não tem torque constante em todo o
movimento? ................................................................................................................................. 194
185. Porque normalmente o treino começa com exercícios
multiarticulares e termina com isolados? .................................................................. 195
186. Torque e braço de momento da resistência são praticamente a
mesma coisa? ............................................................................................................................... 195
187. Como aplicar a biomecânica na seleção de exercícios?........................... 196
188. Quais são os efeitos do uso da pré exaustão? ................................................. 197
189. Como corrigir a depressão trocantérica?........................................................... 199
190. Faz uma análise do banco romano para treinar lombar? ..................... 200
191. O que acha da prancha lateral? ...............................................................................201
192. Manobra de bracing, qual é a forma mais simples do aluno aprender
a fazer? ............................................................................................................................................. 202
193. Qual a diferença da flexão de punho com o antebraço na vertical ou
na horizontal? E o hand grip? ........................................................................................... 202
194. O que causa o atrito e como calculá-lo? ........................................................... 203
195. Exercícios como crucifixo e stiff são bons para quem tem o músculo
encurtado? ................................................................................................................................... 204
196. Treinar pode deixar o músculo encurtado ou é papo velho?............... 205
197. Existe estratégia para tratar a tendinopatia? ................................................ 206
198. O que acha do método ponto zero (dead stop)? ........................................ 206
199. Como progredir volume? ............................................................................................207
200.Dê exemplos de exercícios que podem trabalhar o core de maneira
indireta ........................................................................................................................................... 209
Referências..................................................................................................................212
MEMBROS INFERIORES
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Multiarticulares
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Além disso, há outro ponto negativo. Com os pés mais altos, o quadril passa a
estar mais flexionado para realizar o exercício. O que normalmente acontece
a partir disso é uma redução da amplitude de movimento tendo em vista que
o quadril estará mais próximo da sua máxima flexão. Então por mais que a
gente possa reduzir o ponto negativo pros posteriores no joelho, nós
aumentamos um ponto negativo no quadril para todos os extensores. Além
disso, esse ponto pode levar a compensações para ganhar amplitude como a
retroversão pélvica e flexão da lombar.
Portanto, não vejo argumento para a prescrição do leg press, inclusive o 45º,
com a finalidade de estimular e hipertrofiar os posteriores de coxa. Além de
tudo, em exercício similar (agachamento) esse músculo também não
hipertrofiou (Bloomquist 2013; Kubo 2019), fortalecendo esse raciocínio, no leg
press com pé alto sua ativação ainda é menor que no agachamento (Escamilla
2001). E, por fim, pela maior amplitude de joelho que de quadril, esse músculo
não variaria tanto de comprimento nesse exercício (Visser 1990).
Provavelmente o que “sentimos pegar” com os pés mais altos é apenas o
alongamento de algumas estruturas, diferente do trabalho muscular dos
posteriores. A única aplicação que eu enxergo para os pés altos no quadril
seria com a finalidade de reduzir o trabalho do quadríceps e aumentar o de
glúteo máximo e adutor magno.
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Como no terra sumô o tronco fica mais na vertical, o torque, assim como a
força de cisalhamento, gerados na lombar é menor nele do que no terra
tradicional (Cholewicki 1991), o que pode tornar o sumô como uma opção mais
cautelosa a depender do aluno e o tradicional como opção para fortalecer os
paravertebrais.
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competições de powerlifting. Sendo assim, pode fazer mais sentido optar pelo
mais confortável e fácil para o seu aluno, isso pode ser dependente da
anatomia do quadril inclusive, tendo em vista que um acetábulo mais
profundo ou não e um colo do fêmur em retro/anteversão vão influenciar na
mobilidade – alguém com excesso de mobilidade de rotação externa e falta
de interna se sairia melhor no sumô por exemplo.
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Mas antes vamos analisar primeiro o afundo, para que ele possa servir de
comparativo para as demais variações, já que ele é um exercício sem
deslocamento horizontal. Por conta do posicionamento do praticante, esse é
um exercício que promove torque de flexão do quadril e do joelho da perna
da frente, bem como de extensão do quadril e flexão do joelho da perna de
trás. Diferente do búlgaro que possui 85% da distribuição do peso na perna da
frente (Helme 2020), o afundo varia entre os 50% e 70% do peso na perna da
frente de acordo com a distância dos pés e avanço da tíbia da frente (Schütz
2014), o que possibilita um trabalho relevante da perna de trás, mas que não
há tanto no avanço e no recuo.
Ao realizar o avanço, a perna da frente tem que fazer uma força extra no solo
para, primeiro, frear o avanço do corpo e, depois, deslocar o centro de massa
para a posição inicial do exercício (em pé) novamente. E a força que impede o
avanço e permite o retorno é o atrito, que é aplicado no pé da frente de
maneira horizontal com sentido para trás, gerando um torque de flexão de
joelho e extensão de quadril. Portanto, a diferença do avanço pro afundo está,
principalmente, em necessitar de uma maior produção de força do
quadríceps para estender o joelho e retornar à posição inicial na fase
concêntrica. Além de uma menor produção de torque de extensão do quadril.
Em poucas palavras, esse exercício apresenta maior trabalho de quadríceps e
menor de glúteo com relação ao afundo.
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Por conta dessa maior inclinação do tronco à frente e projeção do quadril para
trás, o back squat apresentaria maior braço de momento, e portanto torque,
pro quadril - sendo essa a ênfase do exercício. Outro ponto relevante é que,
por essa inclinação, ele também apresenta maior amplitude de movimento
do quadril (Yavuz 2015) - o que é um fator bastante importante pra hipertrofia
do glúteo e adutores no agachamento (Kubo 2019). Baseado nesses pontos
espera-se que o glúteo máximo hipertrofie mais no back que no front squat -
mesmo que não haja diferença em sua ativação entre eles (Contreras 2016;
Yavuz 2015).
Fique atento no seu aluno ao executar o front squat, pois algumas pessoas,
por falta de mobilidade no tornozelo principalmente, acabam fazendo o
mesmo movimento do back squat mas com a barra pela frente. Um front
squat “adequado” (sem limitações) deve ter uma maior projeção do joelho a
frente, o que levaria uma maior amplitude de movimento e talvez torque
nessa articulação – provavelmente o que levou a maior ativação do vasto
medial nessa variação (Yavuz 2015). Digo talvez pois o front squat tolera menos
carga, o que levou a um menor torque e compressão no joelho comparado ao
back squat (Gullet 2009).
Sendo assim, o back squat pode ser utilizado quando a prioridade de ênfase é
o quadril. Já o front squat pode ser escolhido para enfatizar o joelho e,
limitando a amplitude da descida, a hipertrofia do quadríceps pode ser
potencializada (Kubo 2019). Além disso, o front squat pode ser uma melhor
opção para pessoas com problemas nos meniscos, por sua menor
compressão, e para minimizar a sobrecarga nos paravertebrais e coluna,
tendo em vista que a sua menor inclinação a frente também promove menor
torque.
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Além disso, outra coisa que dita esses braços de momento é a plataforma.
Quanto mais alta estiver essa plataforma com relação ao banco, mais alto os
pés terão que ficar, aumentando o braço de momento pro quadril e reduzindo
pro joelho, e quanto mais baixa o contrário. A inclinação da plataforma
também pode mudar um pouco a posição do tornozelo e adicionar ou não
uma força de atrito.
Então, perceba como no final a diferença entre essas máquinas não será tão
grande, isso se houver alguma. Elas parecem a mesma máquina com
diferentes inclinações apenas. Algumas diferenças encontradas entre elas não
podem ser atribuídas a inclinação do leg press em si, mas sim por conta do
fabricante. Algumas máquinas vão ter uma plataforma menor em que o pé
fica mais baixo com maior torque pro joelho, outras têm a plataforma mais
alta, algumas têm o eixo um pouco mais inclinado que as outras e a inclinação
do banco também. Por isso você deve avaliar cada máquina de maneira
singular e não atribuir as diferenças ao tipo de inclinação.
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Se o objetivo for adicionar carga ao exercício, isso pode ser feito segurando
um kettlebell ou anilha no peito ou até com uma barra como em um front
squat. A carga deve ficar na frente pra permitir que o tronco fique na vertical,
assim mais força será aplicada na ponta do pé gerando torque pro joelho, caso
o tronco se incline a frente começa a haver relevante torque pra coluna e
quadril. De qualquer modo, pode-se também progredir pro nórdico reverso
que já seria naturalmente mais pesado.
Vamos para a polêmica, começando por uma análise desse exercício. O glúteo
no gráviton consiste em uma extensão do quadril com amplitude articular do
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Pontos positivos:
• Glúteo máximo trabalhando alongado, com seu comprimento podendo ser
manipulado flexionando mais ou menos o quadril
• Maior tempo sob tensão (não há posição de descanso)
• Exercício direcionado a articulação do quadril, pouco torque para o joelho
• Direcionado pro glúteo máximo e adutor magno, baixa participação dos
posteriores
Pontos negativos:
• Impossibilidade de adicionar muita sobrecarga
• Possíveis compensações como o drop pélvico e flexão da lombar
Sabendo de tudo isso, por mais que existam opções melhores e eu confesse
que nunca fiz ou prescrevi, considero que glúteo no graviton possa ser útil em
algumas situações.
Exemplo: Realizar uma elevação pélvica ou glúteo três apoios conjugado com
o glúteo no graviton pode ser uma estratégia para estimular o glúteo máximo
em diferentes comprimentos, em diferentes posições de maior torque, com
baixa participação dos isquiossurais, de maneira "isolada " (baixa participação
do joelho) e usando a estabilidade de uma máquina (diferente de um búlgaro,
por exemplo). É uma forma de usar os pontos positivos do exercício e fugir dos
negativos. Ao prescreve-lo como o segundo exercício de um bi-set, a
sobrecarga necessária naturalmente será menor e, ao darmos o estímulo
correto não permitindo exagerar na flexão do quadril a fim de manter a
estabilidade da pelve, as compensações são limitadas e o exercício deixa de
ser lesivo como falam.
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Como o aluno está apoiado na barra e, portanto, não irá cair, pode ser que ele
altere a mecânica do movimento. Por exemplo, não é muito raro ver alunos
que projetem o quadril para trás como se fosse sentar em uma cadeira. Dessa
forma a tíbia ficaria perpendicular ao solo, com menor torque pra articulação
do joelho e maior pro quadril, sendo necessário ficar atento a técnica e
objetivo do exercício. Pode não haver problemas nisso, seria semelhante a um
bom dia com flexão de joelho, mas certamente deve estar alinhado ao aluno
e seu objetivo, tendo em vista que a demanda da coluna vai ser muito maior
e a do joelho bem menor.
Para impedir que os pés deslizem a frente, existirá uma grande força de atrito
empurrando-os para trás. Por mais que ela gere torque flexor do joelho,
aumentando a demanda do quadríceps, também promove uma força de
cisalhamento, com o fêmur tendendo a deslizar à frente da tíbia fixa. Isso pode
ser um alerta pro ligamento cruzado posterior e esse exercício deve ser
evitado para quem tem lesão nessa estrutura.
As ressalvas não acabam aqui. Nessa variação o centro de massa do corpo não
estará alinhado com a base de apoio, o que pode ser um problema para
distribuição de forças na própria coluna e dela pros membros inferiores. Além
disso, com os pés a frente a coluna não se inclina como em um agachamento
tradicional, ficando mais alinhada com a força peso. O problema disso é que,
por não gerar torque na coluna, não haveria tanta necessidade externa para
contração dos paravertebrais e estabilizadores da coluna, o que é mais um
alerta. Então, no final da excêntrica a pelve ficaria livre (quase que pendurada)
para se movimentar no plano transverso, já que o aluno estará com as
extremidades fixas no chão e na máquina e com baixa contração dos
estabilizadores da coluna.
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@brunofmleitao
Esse rearranjo pode seria a explicação pro agachamento barra baixa permitir
mais sobrecarga e por isso ser muito adotado no powerlifting. De modo que
essa variação resulta em uma maior projeção do quadril para trás,
maximizando a produção de força total, pois recruta músculos mais fortes (os
da cadeia posterior), enquanto o barra alta é feito mais às custas do
quadríceps.
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@brunofmleitao
Fazendo a análise do afundo pela força do solo, vemos que a principal força
que vai agir no pé do praticante é a de reação do solo, praticamente vertical
para cima mas inclinada na direção do aluno por conta do atrito. Sabendo
disso, o afastamento entre os pés irá influenciar nos ângulos articulares e nas
distâncias perpendiculares (braços de momento) da força aplicada no pé pro
joelho e quadril. De modo que, quanto mais próximos estiverem os pés, maior
vai ser a projeção do joelho a frente e consequentemente o torque nessa
articulação. Já, quanto mais afastados eles estiverem, maior vai ser o torque
pro quadril e menor pro joelho. Dessa forma, o afastamento dos pés pode ser
selecionado de acordo com o objetivo.
É válido lembrar que quanto mais os pés estiverem afastados, maior vai ser a
força de atrito empurrando esse pé na direção contrária, para impedir que ele
deslize. Isso gera um torque flexor do joelho, o que garante que o quadríceps
seguirá trabalhando, e não os posteriores, mesmo com os pés mais afastados.
Existem outras manipulações que podem ser feitas no afundo, como utilizar
um step na perna da frente, ou em ambas, para aumentar a amplitude de
movimento. Também podemos alterar a inclinação do tronco, se ele tiver mais
inclinado a frente, maior será a demanda do glúteo máximo da perna da
frente (Farrokhi 2008). Além disso, podemos direcionar diretamente o
comando do exercício para perna da frente ou de trás, aproximando a
respectiva perna do centro de massa e afastando a outra. Por exemplo, a
distribuição de peso pra perna da frente é maior quanto mais o joelho da
frente puder avançar e a distância entre os pés estiver menor (Schütz 2014). Já
ao posicionar o pé de trás bem afastado ele fica em uma posição desvantajosa
para empurrar o chão. Isso pode ser bom se quiser que ela sirva apenas de
apoio, direcionando o estímulo para a perna da frente – aqui podemos inclinar
mais o tronco e posicionar um step na perna de trás para transferir o peso para
a da frente (perceba como começa a ficar semelhante ao búlgaro). Mas se
quisermos que a perna de trás também trabalhe no exercício, pode fazer
sentido aproxima-la do centro de massa e afastar a da frente, oferecendo uma
condição de quadril estendido e grande torque pro joelho, quem sabe virando
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@brunofmleitao
até um educativo pra uma flexão nórdica reversa ou um sissy (comento sobre
essa estratégia em outra pergunta nesse tópico).
Para posicionar os pés juntos, o quadril estará mais aduzido e talvez mais
rodado internamente quando o movimento chegar no final da fase excêntrica,
comparado a condição normal. E isso pode ser perigoso.
Faça esse teste para entender isso: Deita na cama e flexiona o quadril em
adução e depois em abdução, basicamente use as mãos para puxar o joelho
na direção do peito contralateral e depois pra fora do corpo. Você vai ver que
a amplitude de movimento é muito menor ao flexionar o quadril aduzido. Um
dos motivos para isso é a própria estrutura do acetábulo que impede esses
grandes graus de flexão em adução.
Para finalizar, essa variação não mudaria em nada pro quadríceps e nada ou
muito pouco pra relação adutor magno e glúteo máximo no exercício, só que
ainda oferece maiores riscos pro quadril e joelho. Além do valgo do joelho e
impacto femoroacetabular, no agachamento com pés juntos ainda haverá
maior instabilidade, menos amplitude de movimento e maior chance de
retroversão pélvica. Desse modo, eu não vejo por qual motivo aplica-la.
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@brunofmleitao
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@brunofmleitao
O agachamento deve permitir esse avanço do joelho para que ele seja mais
natural e eficiente, já foi a época em que se era defendido que o joelho não
podia passar da ponta do pé. A dúvida que pode surgir é se isso deve ser
adotado também para alunos que tenham condropatia patelar e/ou dor
patelo-femoral. Obviamente sempre podemos fazer manipulações e vai
depender da estratégia, mas, ao meu ver, devemos pensar em uma
abordagem para reduzir essa dor antes de prescrever o agachamento
convencional com carga e visando hipertrofia, afinal o aluno precisará agachar
no dia a dia avançando o joelho da ponta do pé. Após isso, pode ser que não
haja mais esse problema.
Por favor, não interprete errado o que falarei aqui, pois é bem difícil ir contra o
consenso de "afundo cruzando as pernas é ridículo". Mas essa variação pode
ser bem útil. O exercício seria basicamente uma variação do recuo. O
praticante inicia em pé com os pés lado a lado, mas ao invés de recuar uma
perna para fazer o recuo da forma tradicional, ele vai recuar essa perna para a
diagonal, cruzando a da frente.
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E pro aluno retornar à posição inicial após fazer esse recuo, ele terá que
deslocar o centro de massa dele em 3D – pra cima, pra frente e pro lado -,
tendo que aplicar uma força contrária a essa no solo para realizar esse
movimento. Dessa forma, verificamos que o aluno deverá produzir torque em
todos os planos com o quadril, sendo esse de abdução horizontal e rotação,
além do torque de extensão semelhante ao afundo tradicional. Aqui já temos
uma situação de maior trabalho dos abdutores, isto é, dos glúteos.
Mas fique atento com a técnica do aluno, pois não é nada raro ver situações
esdrúxulas nesse movimento. Talvez por isso que ele seja tão mal visto.
Nunca entendi porque esse exercício é tão pouco aplicado, na minha opinião
ele oferece condições únicas. Se você não conhece, é um exercício feito com
uma base de pés bem afastados, mais que no sumô, com o agachamento
sendo feito na direção de um pé (o outro serve mais de apoio).
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Além disso, por ser apoiado praticamente apenas na perna da frente, estando
com a perna de trás suspensa, o búlgaro vai ser mais instável - precisando de
maior ativação dos glúteos para estabilizar a pelve no movimento. Ainda, com
essa perna suspensa, o búlgaro permite maior profundidade, pois o joelho de
trás não limita a amplitude de movimento da perna da frente ao encostar no
chão.
O atrito também vai ser diferente, isso pode ser observado pois no afundo
haverá maior tendência das pernas escorregarem, já no búlgaro a força vai ser
aplicada de maneira mais vertical pelo centro de massa estar mais acima do
pé da frente. Além disso, o joelho normalmente avança mais no afundo que
no búlgaro. Esses dois pontos vão aumentar o torque pro joelho e diminuir pro
quadril no afundo e o contrário pro búlgaro, por isso ele tem mais foco no
quadril.
Dessa forma, o búlgaro pode ser selecionado para enfatizar o trabalho dos
glúteos, trabalhando os extensores do quadril em maior amplitude e
comprimento. Enquanto o afundo tem uma demanda mais distribuída entre
as articulações, trabalhando também os vastos e o reto femoral da perna de
trás.
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Isso vai permitir que ainda haja torque e tensão muscular no final da
concêntrica e também vai aumentar o trabalho dos extensores do quadril
(glúteo máximo e adutor magno) já que o aluno terá que fazer uma força no
chão pra baixo e também pra trás para empurra-la pra cima.
Mas não é por mobilizar o corpo inteiro que ele vai trabalhar todas as
musculaturas de maneira efetiva ou hipertrofia-las. Enquanto os músculos
dos membros inferiores trabalham de maneira dinâmica, os da parte superior
trabalham de maneira mais isométrica, principalmente o core.
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Já pro back squat, principalmente com a barra baixa, é necessário uma grande
flexão do quadril e inclinação do tronco a frente (Glassbrook 2017). Se o aluno
não tiver mobilidade no quadril, ele pode compensar com uma retroversão
pélvica. Como esse problema pode ser anatômico no próprio acetábulo, um
maior afastamento dos pés pode ser usado para permitir maior amplitude.
A partir disso inicie com o Goblet Squat (agachamento taça), já que bebês e
crianças fazem esse movimento, é algo mais natural para nós. Treine-o com
velocidade mais lenta e prescreva pausas se preciso na transição da excêntrica
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pra concêntrica, isso tem o intuito de fazer o seu aluno se atentar à técnica e
ter maior controle do movimento. A partir dessa evolução você pode ir
progredindo em carga e implementando outras variações de agachamento,
como o front ou o back squat. Não esqueça de certificar que seu aluno está
ativando o bracing pois ele tem um papel fundamental na estabilização da
coluna.
A partir dos 50-70° de flexão do quadril, vários de seus adutores passam a ter
função também de extensão do quadril (Kapandji 2000), desse modo, esses
músculos participarão das variações de terra, leg press e agachamento. É
possível observar, inclusive, que eles hipertrofiam bastante com
agachamento, ainda mais em flexão acentuada do quadril (Kubo 2019). Eu
considero que esses tipos de exercícios dificilmente vão inibir o glúteo,
mesmo que o aluno já tenha o glúteo inibido, é mais provável que esses
exercícios ajudem a reverter isso do que o contrário.
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Mas vale destacar que o objetivo pode ser fazer um agachamento na barra
hexagonal, o que é totalmente válido. Isso vai ser mais natural pro aluno, até
para aprender o movimento, afinal ele levanta coisas do chão do dia a dia, mas
não agacha com carga nas costas, e servirá também para fortalece-lo para
essas tarefas. Além disso, agachar na barra hexagonal é uma forma de
aumentar a estabilidade permitindo mais carga, incluir o trabalho dos
membros superiores e aumentar a transferência pro dia a dia por ser mais
parecido com a realidade – aqui o avanço do joelho deve ser permitido.
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Mas quem analisar a força de resistência desse exercício como o cabo vai estar
errado, pois vai acreditar que ele gera torque flexor do quadril (aumentando
sua demanda) e extensor do joelho (diminuindo). Como o corpo todo vai estar
sendo puxado pra frente pelo cabo, haverá maior força de atrito empurrando
o pé pra trás impedindo seu avanço. Essa condição gera um torque flexor do
joelho, aumentando a ênfase nessa articulação e diminuindo do quadril.
Resumindo, com o uso do cabo, o torque vai ser menor pro quadril e maior
pro joelho e coluna comparado ao agachamento normal. E essas diferenças
vão ser maiores quanto mais afastado o aluno estiver da polia - já que o vetor
de força puxará mais ele à frente. Só que existe um fator limite para isso, tendo
em vista que não é possível usar muita carga nesse agachamento. Então, por
mais que tenha mais ênfase no joelho com relação ao quadril, provavelmente
o torque oferecido no agachamento tradicional é maior.
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A posição dos membros inferiores e a força da plataforma nos pés vão ser
bastante similares e consequentemente os torques também serão,
praticamente não há diferença entre essas condições.
Por exemplo, se a escoliose for muito grande, a técnica não for muito boa ou
a própria postura no agachamento não for adequada, eu evitaria grandes
sobrecargas até a correção da escoliose. Nesse caso, talvez o leg press possa
ser usado nesse meio tempo ou aquela máquina de agachamento em que a
carga é presa na cintura. Mas no geral não há contraindicação, podendo ser
usado os agachamentos bilaterais e unilaterais.
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Por mais que instável, ele permite maior sobrecarga que o graviton. Esse é um
ponto negativo do último, já que não dá para colocar muito peso nele, pois se
não o aluno subiria na plataforma invés de empurra-la para baixo.
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No hack, a força de resistência pra coluna está alinhada com ela, mais
direcionada para compressão. Só que como não há torque flexor e a máquina
é bem estável, o estímulo externo de contrair os paravertebrais e músculo do
core é menor. Soma-se a isso, os pés também estarem posicionados a frente.
Esse cenário torna mais fácil a perda de técnica com retificação da coluna,
retroversão pélvica e flexão da lombar.
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Sendo assim, o hack pode oferecer uma compressão pra coluna, sem que ela
esteja na posição anatômica para sustenta-la e sem a contração dos músculos
do core. Por isso, preste atenção na técnica do seu aluno, no espaço entre a
lombar e o encosto e peça que ele faça o bracing ativamente.
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Isolados (quadril)
- Alguns usam uma band no joelho, o que estimula mais o glúteo por também
ser abdutor, inibindo o adutor magno
- Não tem o grande torque flexor da coluna que nem a elevação pélvica
(Otsuka 2021), o que isola mais o exercício para o quadril
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Vou começar pelo porque ela ficou tão famosa, que talvez seja por modismo
mesmo. Não que a sua proposta não faça sentido. Mas ela não é que nem a
elevação pélvica, frog ou flexão nórdica que ficaram famosos por oferecerem
condições únicas (comentei sobre isso em outras perguntas). A cadeira
abdutora em pé a 45º do quadril possui outros exercícios similares e pode ser
substituída, mas não vemos a aplicação deles – e parece até que esse é o jeito
certo de fazer a cadeira abdutora a partir de agora, fazem mais assim do que
sentado.
Mas vamos entender como funciona esse exercício e porque seria uma forma
de trabalhar o glúteo médio.
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Acredito que isso foi primeiramente registrado no livro do Kapandji, onde ele
trata sobre a “entrada em jogo sucessiva dos abdutores”, em que a medida
que o quadril vai sendo flexionado, a participação dos abdutores vai
alternando. Com o quadril em extensão teríamos grande participação do
tensor da fáscia lata, depois entra o glúteo mínimo e então o glúteo médio.
Quando o quadril atinge os 45º de flexão, o glúteo máximo passa a ter
participação aumentada e assim continua conforme vai sendo mais
flexionado, se juntando sucessivamente o piramidal, obturador interno e
quadrado crural.
Só que na cadeira abdutora 45º temos uma componente que não existe nas
abduções tradicionais. Se você replicar esse movimento, verá que irá começar
a fase concêntrica com o pé apontado para frente e terminará com ele
apontado para fora. Isso acontece pois existe uma componente de rotação
externa nesse exercício, na qual o glúteo médio (fibras posteriores) também é
agonista, bem como o glúteo máximo, mas não o tensor da fáscia lata. Tal
condição de abdução do quadril com rotação externa já se mostrou a mais
eficiente, dentre vários outros exercícios, para aumentar a ativação do glúteo
médio com relação ao tensor da fáscia lata (Bishop 2018; Selkowitz 2013).
Sendo assim, mesmo que o movimento não seja diretamente alinhado com a
sua linha de ação, a cadeira abdutora em pé pode ser usada para direcionar o
estímulo pro glúteo médio, tendo em vista que não é uma abdução no plano
frontal, em que o tensor da fáscia lata possui boa participação, não é uma
abdução horizontal, em que o glúteo máximo possui boa participação, e
possui um torque rotador externo, que trabalhará o glúteo médio em
conjunto com outros rotadores externos. Mas isso não faz dela o melhor
exercício para isso, muito menos o único e sequer necessária para todo
mundo. Hoje em dia parece que esse passou a ser o jeito certo de fazer a
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abdutora, o tradicional, que a máquina foi feita para tal, está ficando cada vez
mais raro e até condenado.
Sobre o glúteo ostra com elástico, que é bastante usado com esse sentido, ele
não oferece uma curva de torque adequada à capacidade muscular, ficando
muito fácil no inicio e muito difícil no final da concêntrica (Kindel & Challis
2017) - os autores comentam sobre isso e sugerem que a abdução com
caneleira seria melhor por não oferecer variação na intensidade da resistência.
Nesse caso eu só gostaria de salientar que o uso de um elástico que a tensão
não varia tanto com a variação do seu comprimento pode ser mais válido. Mas
ele pode ser substituído também pela abdução no cross e, principalmente,
essa cadeira abdutora em pé, que tem praticamente o mesmo movimento
mas com a resistência constante que essas máquinas normalmente
oferecem. O glúteo ostra, com essa band que varia muito a tensão, pode ser
usado principalmente (e talvez sendo o mais eficiente) como exercício de
ativação do complexo glúteo (Bishop 2018; Selkowitz 2013), seja para preparar
ou retomar a função desse músculo.
Mas todos os exercícios citados acima podem ser mais usados com o intuito
principal de hipertrofia por conta da contração dinâmica com variação no
comprimento muscular, podendo ser útil para o ganho de volume na região
lateral do quadril. Não existe uma opção que deve ser prescrita sempre e outra
não. Sobre exercícios que trabalhem o glúteo médio dentro da sua principal
função, que é muito mais isométrica de estabilização do quadril e pelve do
que dinâmica de abdução, eu abordei na pergunta sobre drop pélvico.
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Então, fica claro que a cadeira abdutora pode ser manipulada para ser
realizada com o quadril menos flexionado, afim de atingir mais o glúteo
médio. Mas ela também pode ser feita com o quadril em 90º e até mais
flexionado, inclinando o tronco a frente, para enfatizar mais o glúteo máximo
(Fujisawa 2014), pois o movimento será primariamente de abdução horizontal.
Assim, ou os demais abdutores vão estar em menor comprimento pela flexão
do quadril, como o tensor da fáscia lata, ou perderão sua linha de ação de força
para essa abdução se tornando mais rotadores internos do que abdutores,
como os glúteos médio e mínimo, e até o tensor da fáscia lata.
Por fim, usar sem saber o real porquê e todos esses fatores é apenas se render
a manada, é fazer o que os outros estão fazendo, o que está na moda. E é difícil
ter um faturamento acima da média, fazendo o que a média faz. Além de que
seu aluno não merece isso, ele merece um treino pensado e estruturado para
ele, e se ele precisa de uma ênfase nos abdutores do quadril que o faça, com
a cadeira abdutora 45º ou não.
Uma forma de verificar se o seu aluno precisa de uma atenção maior no glúteo
médio frente ao tensor da fáscia lata é fazendo um simples teste na prancha
lateral. Solicite que ele fique na posição tradicional da prancha lateral,
apoiando o antebraço e lateral do pé no chão e com o quadril estendido. Após,
peça para ele flexionar o quadril e joelho próximo a 45º e apoie a lateral da
perna de baixo no chão, de modo que o pé continue na mesma linha do corpo
e só o joelho fique a frente (similar a posição do glúteo ostra). Verifique com
ele o grau de dificuldade para ele se sustentar a pelve elevada em ambas as
condições (não deixe que ele compense mudando a aplicação de força com a
perna de cima entre as variações). A prancha lateral tradicional contará com
boa participação do tensor da fáscia lata enquanto a “prancha lateral ostra”
terá a participação desse músculo diminuída e do glúteo médio e fibras
superiores do glúteo máximo aumentada pela flexão do quadril e adição de
produção de torque de rotação externa. O esperado é que a prancha lateral
tradicional seja mais difícil pois o ponto de apoio (pé) vai estar mais distante,
gerando um maior braço de resistência pro quadril e havendo mais torque
nessa condição. Obviamente a capacidade muscular vai variar de posição pra
posição, mas se o seu aluno sentir mais dificuldade na “prancha lateral ostra”,
ou até igual, comparada a prancha tradicional que tem maior torque, isso é
um indicativo que ele possui fraqueza no glúteo médio e pode se beneficiar
de um trabalho mais direcionado para ele.
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Mas não quer dizer que essa variação não tenha aplicações. A principal delas
seria em uma condição em que não haja grande quantidade de material
disponível ou que o aluno não tolere muita carga (como por exemplo por
fraqueza da lombar), dessa forma, o quadril abduzido pode ser implementado
para exigir mais dos posteriores sem demandar do uso de maiores cargas.
Além disso, caso o objetivo seja aumentar o comprimento do fascículo e
ganhar flexibilidade, essa variação também pode ser usada adicionando esse
estiramento com a abdução do quadril, mas fico na dúvida da eficiência visto
que da outra forma também temos o estiramento máximo desses músculos.
Ela também pode ser usada com o objetivo de reduzir a participação do
glúteo máximo, que é um abdutor do quadril e possui inserção na lateral do
fêmur, possivelmente sendo mais afetado por essa abdução, ainda mais se
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O principal resultado desse estudo, ao meu ver, não está relacionado com a
abdução do quadril, mas sim com a sua rotação. Foi observado que o stiff
realizado com o quadril em rotação interna aumentou a ativação do
semimembranoso e o realizado em rotação externa aumentou a ativação da
cabeça longa do bíceps femoral (Kawama 2021). Só que, dessa vez, o resultado
reflete uma melhor capacidade desses músculos contribuírem com o
exercício. Como eles possuem inserção mais na região medial e lateral,
respectivamente, do fêmur, com a rotação do quadril eles ficam mais ou
menos alinhados com o movimento. Por exemplo, em rotação externa a
inserção do bíceps femoral fica virada para a parte de trás do corpo e a do
semimembranoso para dentro, isso aumenta o braço de força do primeiro
para gerar torque e não do segundo, sendo assim ele é priorizado pelo corpo
humano nessa condição – e o contrário pro semimembranoso com a rotação
interna do quadril. Esses dados podem ser usados em uma prevenção ou
reabilitação de lesão desses músculos, tendo em vista a sua grande incidência,
além do próprio direcionamento visando hipertrofia.
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A execução deve ser feita como o stiff tradicional, com a diferença de que uma
perna irá se manter reta acompanhando o tronco ao longo do movimento e
não deve haver rotação do corpo no eixo crânio-caudal. Invés de ditar o
movimento por aqui, que você pode acessar na internet, vou dar algumas
dicas para melhorar esses pontos chaves caso seu aluno ainda não tenha
técnica.
Pro tronco e perna se moverem como um só: Pode ser utilizado um elástico
de baixa tensão preso no pé que se movimenta e no ombro do aluno, isso dará
consciência de como está o movimento dele. Ele terá um feedback do elástico
se a perna não estiver subindo paralela ao tronco (elástico vai gerar um leve
torque flexor no quadril) e se ele estiver dobrando o joelho (o elástico vai
diminuir a tensão).
Para não haver rotação do corpo: Nesse exercício, é mais comum que o corpo
rode pro lado da perna apoiada, com o quadril e ombro contralaterais
levantando. Para coibir isso você pode comandar que seu aluno suba a perna
apoiando a ponto do pé de trás pro chão sempre e a sobrecarga pode ser
segurada por esse braço contralateral, gerando um torque rotador do tronco
para mantê-lo na posição adequada.
Se ainda assim ficar difícil pro aluno, o exercício pode ser regredido e prescrito
com a perna de trás levemente apoiada no solo ou em um step, invés de se
movimentando, ou com um local para ele poder apoiar a mão e ter mais
equilíbrio enquanto aprende o movimento.
Obs: A rotação não deve ser evitada sempre. Por exemplo, esse exercício pode
ser utilizado sem carga como mobilidade de quadril, realizando a rotação do
tronco, pelve e quadril no final da excêntrica para um lado ou pro outro. Isso
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Só que nesse caso temos que, primeiramente, verificar se realmente vai haver
uma diferença no ângulo do quadril ao passar o cabo pela frente ou por trás.
Isso porque é muito comum vermos o aluno inclinar o tronco pra frente
(flexionar o quadril) para poder passar o cabo por trás, o que deixaria o ângulo
do quadril similar ao com a perna pela frente (que o quadril também estará
um pouco flexionado), por exemplo.
Dessa forma, podemos usar o mesmo raciocínio para perceber que com o
quadril mais flexionado, mais o movimento do fêmur vai estar alinhado com
o das fibras posteriores do complexo abdutor (glúteo médio e máximo) e na
hiperextensão mais direcionado pras fibras anteriores (glúteo mínimo e
tensor da fáscia lata). Com um ponto que devemos prestar atenção, ao passar
o cabo por trás haverá maior tendência do aluno adicionar uma componente
de extensão ao movimento, para facilita-lo com a maior participação do
glúteo máximo. Outras compensações, roubadas e balanços também serão
mais comuns no cabo pela liberdade do movimento.
Mas talvez a principal aplicação da abdução do quadril com o cabo por trás
esteja na combinação desse movimento com a extensão do quadril. Se, ao
invés de realizar a abdução pura no plano frontal, o praticante fizer o
movimento na diagonal para trás (entre a abdução e extensão do quadril), o
exercício pode ser mais direcionado pro glúteo máximo, pois nenhum dos
abdutores possui grande capacidade de estender o quadril. Além disso, essa
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seria uma estratégia para trabalhar o glúteo como um todo, tendo em vista
que suas fibras inferiores são mais extensoras e as superiores mais abdutoras
do quadril.
A força que vai nos importar para analisar esse exercício é a resultante que age
no pé do praticante. Diferente do stiff tradicional que a força no pé é vertical
para cima, no stiff no cabo ela terá uma componente horizontal referente ao
atrito, que impede que o pé deslize pela tração do cabo.
O stiff com o cabo puxando o praticante para frente é uma variação que não
é muito aplicável e não funciona muito bem, a mecânica do exercício não é
favorável. Isso ocorre pois com o cabo puxando para frente, o atrito empurra
o pé para trás e o vetor de força fica mais paralelo à perna, com menor torque
de resistência. Isso levaria a uma maior necessidade de carga no exercício,
mas que é impossibilitada pois o praticante perderia o equilíbrio se a força da
corda fosse muito grande. Além disso, pro pé não escorregar, a perna deve
ficar mais inclinada para trás, levando à uma maior flexão do quadril no
exercício, o que pode ser um problema pra quem tem falta de flexibilidade –
em alguns casos o praticante ainda flexiona o joelho para se fixar no chão,
usando mais o quadríceps.
Com o cabo puxando para trás entre as pernas, as mesmas forças atuam, só
que dessa vez a força resultante fica mais inclinada para frente da perna. Essa
variação adiciona uma necessidade de fazer força no chão para trás a todo
momento, produzindo torque extensor do quadril. Dessa forma, a principal
diferença pro stiff tradicional é que ele possui grande torque com o quadril
flexionado e quase nenhum com ele estendido, enquanto o na polia teria um
torque mais bem distribuído ao longo do movimento. A vantagem nisso é que
o músculo trabalha em uma maior amplitude, o glúteo aumenta sua
participação no final da extensão e, a principal que eu vejo, é a transferência
que há para corrida e saltos horizontais, pela similaridade com o movimento.
Mas possui a desvantagem de não possibilitar tanta carga.
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Mas existem outras diferenças. Concorda que no bom dia, com a carga
posicionada mais longe do centro de massa, seria mais fácil da pessoa
desequilibrar a frente? Para que isso não ocorra, ela vai projetar mais o quadril
pra trás mantendo o centro de massa em cima da base de apoio. Isso leva a
uma maior amplitude de movimento no bom dia, se o aluno não tiver
restrições, pois ele basicamente terá que flexionar mais o quadril para atingir
a mesma posição de tronco paralelo ao solo no final da excêntrica.
Além disso, o bom dia possui boa aplicação pro tronco e extensores da coluna,
mas não só por promover um trabalho isométrico como o stiff, só que em
maior intensidade. Pela posição e modo de segurar a barra, o bom dia é menos
suscetível à flexão do tronco (lombar e torácica), podendo ser usado com o
intuito de conscientizar o aluno a focar e estabilizar essa região. Dessa forma,
ele pode ser utilizado até como progressão pro próprio stiff. Mas vale ressaltar
que o cunho educativo do bom dia, podendo servir para iniciantes, é mais
válido quando utilizado um baixo percentual de sobrecarga. Se o objetivo for
força e hipertrofia utilizando sobrecarga e volume alto, pelas características
citadas do exercício, o bom dia seria mais adequado para avançados.
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de produzir força e seu braço de força. O ângulo articular vai influenciar nessas
duas variáveis, mas de maneira distinta entre músculos, já que eles possuem
inserções e curvas comprimento-tensão diferentes. Mas dentre os principais
músculos vão estar sempre os mais volumosos (com maior área), pois serão
de fato os mais capazes de gerar força (Lieber 2000).
Por isso que cada músculo e tarefa devem ser analisados de maneira singular,
assim entenderemos mais sobre a contribuição, ativação e hipertrofia de um
músculo em um exercício. Todo profissional deve saber disso para selecionar
exercícios mais assertivos para sua prescrição, no curso (Dominando a
Biomecânica) eu ensino todo esse raciocínio para qualquer músculo e
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É por conta disso que não vemos tantas aplicações de exercícios isolados pros
adutores do quadril, como há pros abdutores, e vemos mais abdutores fracos
com relação aos adutores que o contrário. Os adutores já são bem
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Existem alguns exercícios que considero válido para pré ativar o glúteo
pensando nessas características, além dos já mencionados. Com o objetivo de
pré-ativar o glúteo máximo em sua função de extensor de quadril pode ser
utilizado um frog, podendo adicionar um elástico nos joelhos. Para ativar o
complexo glúteo como abdutores e rotadores extemos, a passada lateral se
mostrou eficiente com o elástico na ponta dos pés (Lewis et al., 2018). Além
disso, o glúteo ostra também pode ser cumprir essa função, manipulando os
graus de flexão do quadril pra direcionar a ênfase do exercício – mais
flexionado direciona pro glúteo máximo e tira do tensor da fáscia lata
(Fujisawa et al., 2014). Por questão de praticidade, restrição do praticante
(comum para o sexo masculino) ou caso não haja equipamentos necessários,
a cadeira abdutora poderia ser usada com o quadril flexionado para pré
ativação do glúteo máximo como abdutor do quadril, enfatizando a fase
concêntrica e a isometria..
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Analisar apenas a área e o braço de força muscular para inferir sua capacidade
de produzir torque e contribuir com um exercício é insuficiente, somente o
volume é mais ainda - são infinitos fatores que vão influenciar nisso. Existem
programas feitos para modelar a curva de torque muscular e são vários os
parâmetros computados para fazer essa análise. Um programa que faz isso é
o OpenSim, usado até para sustentar os artigos de Maeo e colaboradores com
músculos biarticulares (2021; 2022). E quando nós usamos um dos modelos
para estimar o torque dos três principais extensores do quadril em uma tarefa
que replica o stiff, os isquiossurais apresentam grande vantagem.
Logo, essa maior capacidade dos posteriores é traduzida na sua ênfase nesse
exercício e não no glúteo. De fato, uma revisão buscando entender as
características dos isquiossurais no que diz respeito a curva comprimento-
tensão e torque-ângulo afirma que exercícios que necessitem de flexão do
quadril de 45º à 120º (que é a região de grande torque do stiff) e joelho de 45
à 0º (que é a posição do stiff até pra quem flexiona um pouco o joelho)
provocariam maiores forças musculares e um melhor estímulo adaptativo à
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O que temos visto com cada vez mais publicações é a baixa participação de
músculos biarticulares em tarefas multiarticulares e alta em uniarticulares, até
dos próprios posteriores (Bloomquist 2013; Bourne 2017; Kubo 2019; Maeo 2021;
Mendiguchia 2013; Ploutz-Snyder 1995), são diversos artigos que sustentam
isso, até mais clínicos e controlados, usando a ativação. Então, a existência do
adutor magno como extensor do quadril é necessária principalmente para
contrapor a baixa capacidade do glúteo de gerar torque com o quadril
flexionado em situações multiarticulares de extensão de quadril e joelho, nas
quais os isquiossurais têm sua participação inibida. O que também é
sustentado por artigos que analisaram esses dois músculos (Kubo 2019;
Mendiguchia 2013; Ploutz-Snyder 1995).
Mas esse é um exercício isolado feito com o joelho estendido, o que aumenta
consideravelmente a capacidade dos isquiossurais de produzirem torque. Ele
é praticamente um stiff com uma ligeira mudança na posição de maior torque
e com adição de um torque isométrico pro joelho pela força que o encosto
aplica no tornozelo (mas sem movimento dessa articulação). Tal fato, ou seja,
a associação do torque extensor do quadril com flexor do joelho, ainda
potencializa a ativação do bíceps femoral cabeça longa (Hegyi 2021).
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A princípio não haveria grande diferença levantar a ponta do pé, mas parece
notório pra algumas pessoas que apoiar só o calcanhar aumenta a percepção
de trabalho do glúteo. Então, usando um raciocínio inverso para tentarmos
entender o motivo, provavelmente isso ocorre por aumentar sua necessidade
de produção de torque extensor do quadril – e a única forma seria reduzindo
o torque pro joelho.
Na elevação pélvica fazemos uma força empurrando o solo para frente com
os pés e consequentemente recebemos uma grande força de atrito que
empurra o pé pra trás (Brazil 2021; Otsuka 2021). Essa força aumenta o torque
flexor pro joelho, mas diminui pro quadril. Então, a única explicação que eu
consigo enxergar é que levantar a ponta do pé diminui essa aplicação de força
horizontal no solo e o atrito, deixando o vetor de força no pé mais vertical,
aumentando o braço de momento pro quadril.
Só que eu quero deixar algo claro aqui, que normalmente passa despercebido
em várias análises feitas por aí. Aumentar o braço de momento só vai
aumentar o torque se a carga não for máxima. O corpo tem uma capacidade
limite de produzir torque, então se o braço aumenta, a carga ou o número de
repetições teriam que diminuir. Então as estratégias de aumentar o braço
de momento seriam mais úteis para alunos que não aceitam muito bem
aumentar a carga.
- Fazer dessa forma não é natural, então dificilmente o aluno pegaria grandes
cargas usando essa técnica. Logo, para aquelas pessoas que hesitam em botar
carga, faz sentido usa-la. Mas como o motivo dessa manipulação é aumentar
o torque pro quadril, podemos apenas aumentar a carga, já que raramente vai
falhar pelo quadríceps mesmo.
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- Se orientarmos o aluno pra fazer força no chão só pra baixo e não pra frente,
podemos reduzir esse atrito também (sem precisar tirar a ponta do pé).
Vamos pensar que o aluno estará realizando ambos os exercícios com o tronco
paralelo ao solo:
Como a caneleira tem a força peso vertical para baixo oferecendo resistência,
o pico de torque ocorre com o quadril em neutro, uma posição em que o
glúteo máximo é o principal extensor do quadril. Já no cross, a força de
resistência acompanha a orientação do cabo, sendo assim, o maior torque
ocorre com o quadril mais flexionado, uma posição em que há maior
capacidade de gerar torque articular. Além disso, com a caneleira o exercício
pode ficar muito fácil (com pouco torque) com o quadril flexionado, algo que
pode não ocorrer no cross que ainda pode apresentar torque com o quadril
estendido.
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Mas não é normal o aluno sentir tanto o quadríceps e não o glúteo. Para que
isso aconteça ele pode estar distribuindo mal as forças entre as articulações,
ter o quadríceps fraco ou uma inibição do glúteo dificultando seu
recrutamento. As duas últimas opções vão precisar de uma abordagem mais
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específica para que esses aspectos melhores, mas existe algumas estratégias
que podemos usar para reduzir a participação do quadríceps, diminuindo a
força que o aluno empurra o chão pra frente. Por exemplo:
- Pedir pro aluno não empurrar tanto o pé pra frente. Aqui pode até testar
apoiar apenas o calcanhar no chão.
- Ou aplicar uma força puxando o calcanhar do aluno de leve pra frente. Assim
ele vai ter que equilibrar as forças no pé para que ele não deslize-o a frente,
então reduzirá o recrutamento do quadríceps.
Mais do que isso, vou te dar uma dica para analisar qualquer exercício de
extensão de quadril: olhe a produção de torque no joelho. Não é o movimento,
mas sim a produção de torque. Ao ter que produzir torque antagônico no
joelho (torque extensor) a ativação dos posteriores será inibida (Suzuki 2014;
Ema 2016).
Já para os adutores não temos nada contra seu envolvimento, pelo contrário,
o maior torque com o quadril flexionado é vantajoso para esse músculo. Bem
como leva-lo ao comprimento longo, assim como para o glúteo, também é
(Kubo 2019).
Dessa forma, conte uma série pra adutor magno nesse exercício, mas zero
pros posteriores, provavelmente eles não hipertrofiarão - que nem no
agachamento (Bloomquist 2013; Kubo 2019). Já vi muitos ignorarem isso,
rebateram e continuaram achando que trabalha posteriores. Eu usei 6
referências nessa resposta, você escolhe o que seguir: ciência ou crença.
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Só que ao meu ver, por mais que esse resultado seja interessante no exercício
subsequente da pré exaustão, ao meu ver o resultado a longo prazo
provevelmente será pior. Digo isso pois, para pré exaurir os adutores, iremos
aumentar o volume de treino para ele em um exercício que pode gerar mais
adaptação, por ser feito primeiro. Além disso, ainda há a possibilidade da
própria técnica de pré exaustão potencializar a hipertrofia do músculo pré
exaurido (não há estudos suficientes). Dessa forma, tais fatores podem acabar
por piorar essa inibição do glúteo.
O que pode ser feito nesse sentido é reduzir a intensidade da pré exaustão e
não leva-la a falha (sendo uma pré ativação), mas realiza-la pro glúteo máximo
em si e não pros adutores. Isso aumentaria sua ativação no exercício
subsequente sem estímulos a mais pros adutores (Pirauá 2017; Júnior 2010;
Cannon 2022). Existem outras técnicas que também podem ser usadas para
reduzir a ativação de um músculo agonista, que poderiam ser usadas nos
demais extensores do quadril (adutor magno e isquiossurais) a fim de
aumentar a ativação do glúteo, mas esse conteúdo mais avançado sobre
biomecânica muscular eu entro em detalhes no curso (Dominando a
Biomecânica).
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Vale ressaltar que sentir pegar o músculo pode não estar relacionado
proporcionalmente com sua hipertrofia (ou até trabalho de fato). Por exemplo,
pouquíssimas pessoas sentem o adutor magno trabalhar no agachamento,
sentem muito mais o glúteo máximo, mas a hipertrofia do adutor magno é
igual ou até maior (Kubo 2019). Digo isso pois os adutores foram avaliados
como um complexo de vários músculos no estudo de Kubo et al. (2019) e
apresentaram valores similares ao glúteo.
Dessa forma, meu pensamento sobre adotar ou não a flexão do joelho no stiff
está mais relacionado à capacidade do praticante. Se ele tiver flexibilidade
suficiente, faz com o joelho estendido, se não, flexiona. E se o objetivo não for
enfatizar os posteriores, outro exercício deve ser escolhido.
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Sendo assim, não enxergo como o calço ofereceria benefício pro exercício em
si. Talvez haja uma influência pela tração da fáscia gerar uma maior força
passiva, mas não sei até que ponto isso contribuiria significativamente e se
alteraria as demandas musculares ou não. Agora, se a prescrição do stiff for
realizada pensando mais no alongamento que ele promove para a cadeia
posterior, com o aumento da flexibilidade e do comprimento do fascículo
visando flexibilidade como principal objetivo, o uso desse calço na ponta do
pé pode ser válido por alongar mais algumas estruturas que não seriam tanto
no stiff tradicional.
Uma extensão de quadril que seja feita com o joelho estendido vai permitir
uma participação maior dos isquiossurais, tendo em vista que eles estarão
com maior capacidade de gerar força, sobretudo com o quadril flexionado,
que é como começa o exercício. Além disso, com o joelho estendido vai ter
uma curva de torque mais discrepante, com um torque muito grande no
inicio da concêntrica e bem menor no final.
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Isolados (joelho)
Estudei sobre isso novamente por mais três horas para ter certeza ao
responder essa pergunta, pois já que vi vários posts e profissionais falando o
contrário que até eu fico na dúvida.
Repare que o contrário do que se é falado foi encontrado em Hegyi et al. (2018):
- Região distal do semitendinoso sendo menos ativada no exercício de joelho
- Região distal do bíceps femoral cabeça longa sendo mais ativada no
exercício de quadril
Mas na realidade não é que "o contrário foi encontrado”, mas sim que o que
temos é que esse seria o padrão de recrutamento dos posteriores. Pelo menos
até então é assim que a sua ativação é distribuída ao longo de seus músculos.
Isso é diferente do reto femoral, por exemplo, que tem duas ramificações
nervosas, sendo a região proximal inervada por uma e a distal por outra
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(Watanabe 2021). Isso sustenta sua ativação seletiva encontrada para flexão do
quadril (região proximal mais ativada) e extensão do joelho (região distal mais
ativada) tanto de maneira isolada (Watanabe 2012) quanto na marcha
(Watanabe 2014). E inclusive sendo vista essa não uniformidade de maneira
crônica também na cadeira extensora (Ema 2013; Matta 2015; Narici 1996;
Wakahara 2017).
Pode ser alegado que ativação não é excursão muscular, que haveria
diferença na variação do comprimento, com a parte proximal dos posteriores
sendo mais encurtada e alongada com exercícios de quadril e a parte distal
com de joelho. Mas nesse quesito também não foi visto diferença regional
seletiva pro semitendinoso com relação a articulação movimentada,
novamente, sem padrão (Watanabe 2016). O mesmo raciocínio também não
pode ser estabelecido pro bíceps braquial, outro músculo biarticular, tendo
em vista que a sua região distal não é a que apresenta maior excursão na
flexão do cotovelo, pelo contrário, é a que menos apresenta (Pappas 2002).
Ainda assim, poderia ser afirmado que isso não está relacionado diretamente
com hipertrofia. Mas, quando analisamos os resultados do único estudo, se
não me falha a memória, que tenha analisado a hipertrofia em diferentes
regiões do semitendinoso e bíceps femoral cabeça longa, aparentemente
vemos o contrário. Apesar de não ter sido feito comparação entre regiões,
parece que, em exercícios de flexão do joelho (cadeira e mesa flexora), a região
proximal desses músculos, principalmente do último, foi mais hipertrofiada
que a distal (Maeo 2021) – o que seria o contrário do que é defendido.
Logo, não existe nenhum fundamento sólido para afirmar que a articulação
trabalhada (quadril ou joelho) vai influenciar no comprimento (proximal ou
distal) dos posteriores que haverá maior excursão dos sarcômeros, hipertrofia
e/ou ativação, pelo contrário. Mas o Albarello (meu colega de mestrado)
pretende investigar isso de maneira mais minuciosa no doutorado dele, a nível
de unidade motora, e eu pretendo contribuir ativamente com esse estudo
para ver se trazemos novas evidências.
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No entanto, o que vai nos importar não é a força, mas sim a pressão
patelofemoral, ela que seria o fator mais importante nas disfunções
patelofemoral (Escamilla 1998), estando associada aos desgastes na patela e
possíveis lesões. E aqui entra o ponto mais importante do nosso corpo, a área
de contato da “patela” varia com os diferentes graus da articulação para
suportar isso. De modo que com o joelho estendido essa área é menor e
flexionado maior (Andrish 2015), justamente para dissipar a maior força
resultante. Algo que ajuda a aumentar a área de contato e diminuir a pressão
patelar é o contato do tendão do quadríceps no fêmur, que passa a distribuir
grande parte dessa força de compressão quando o joelho está flexionado
(Schindler & Scott 2011). Com o joelho em grande flexão (120º), o tendão
suporta cerca de um terço da força de compressão (Huberti & Hayes 1984),
além disso, a cartilagem patelar, que ameniza esse contato, é mais grossa aos
90º do que aos 40º (Bellemans 2003).
Sendo assim, podemos fazer algumas aplicações com esses dados. Por
exemplo, para exercícios que possuam torque máximo próximo aos 90º de
flexão do joelho (como o agachamento e variações), a maior pressão
patelofemoral ocorrerá também por volta desses 90º, de acordo com o estudo
de Huberti & Hayes (1984). Isso pode ser confirmado em estudos que
analisaram alguns desses exercícios propriamente ditos, sendo encontrado
maior pressão patelofemoral nos 90º de flexão do joelho no leg press
(Escamilla 1998; Steinkamp 1993), afundo (Escamilla 2009); agachamento livre
(Escamilla 1998) e recostado na parede (Escamilla 2009). Nenhum desses
estudos analisou o joelho flexionado além dos 90º, onde seria o pico de torque,
impossibilitando de sabermos se a força de compressão aumenta ou não. Mas
pensando no agachamento propriamente dito, uma revisão também
confirmou que a maior força e pressão patelo-femoral seria vista nesses 90º,
já que a maior distribuição de carga com o tendão com a flexão do joelho para
além dos 90º contribui para redução dessa força (Hartmann 2013),
provavelmente o mesmo acontece pros outros exercícios.
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Mas fique atento ao relato do seu aluno caso ele sinta dor patelofemoral, pois
a posição de maior pressão patelofemoral pode não importar muito se ele
sentir dor em outra. Isso pode ocorrer pois o local de contato da patela com o
fêmur (e vice e versa) muda de acordo com o ângulo articular (Schindler &
Scott 2011). Dessa forma, pode fazer muito mais sentido você evitar a
amplitude de movimento com dor, não só na cadeira extensora mas em
qualquer exercício do treinamento, até que o quadro melhore.
Obs: Os artigos citados nessa resposta não analisaram com o joelho flexionado
além dos 120º.
Mas isso não seria verdade, os estudos mostram que o corpo possui maior
capacidade de gerar torque extensor do joelho com o quadril flexionado do
que em neutro (Ema 2017; Maffiuletti & Lepers 2003; Rochette 2003; Vieira
2020). Como apenas o comprimento do reto femoral é influenciado pela
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Apesar desse argumento de insuficiência ativa não ser válido para justificar a
maior hipertrofia com o quadril estendido, existe outro que é. Diversos
estudos já mostraram vantagem hipertrófica quando um músculo é
trabalhado em maior comprimento (Oranchuk 2019), então, é provável que a
hipertrofia do reto femoral seja maior com o quadril mais estendido do que
flexionado, sobretudo por provavelmente estar no segmento descendente da
curva comprimento-tensão (Ottinger 2022). O dano muscular, por exemplo,
foi maior com o quadril estendido pro reto femoral, mas sem diferença pros
vastos (Ema 2021).
Por outro lado, o argumento de que o reto femoral possui maior capacidade
de gerar torque com o quadril flexionado poderia fazê-lo receber a ênfase
durante essa tarefa e refletir em uma maior hipertrofia. De fato, o reto femoral
já apresentou maior hipertrofia, pelo menos ao comparar com os vastos, com
o quadril flexionado (Ema 2013; Matta 2017; Wakahara 2017), mas não daria
para saber se ela seria maior que com o quadril estendido.
Mas nesse estudo não foi comparado hipertrofia entre porções do tríceps e, ao
contrário do tríceps, a ativação dos vastos não aumenta com o quadril
estendido (Ema 2017). Logo, fica complicado de saber como será a proporção
da hipertrofia entre cabeças do quadríceps. De qualquer modo, a cadeira
extensora com o quadril mais flexionado ainda pode ser usada para destacar
a hipertrofia do reto femoral com relação aos vastos (Wakahara 2017) e a mesa
extensora, ou cadeira extensora com o encosto recuado, pode ser usada para
maximizar a hipertrofia do reto femoral com relação a condição de quadril
flexionado, sem sabermos o desfecho pros vastos ainda.
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Isso é bastante comum. É muito fácil vermos a elevação dessa pelve na mesa
flexora, de modo que o aluno acaba empinando mais o quadril, associando
um movimento de extensão da lombar, anteversão pélvica e flexão do quadril.
E muitas pessoas atribuem esse fenômeno a três causas que eu gostaria de
discutir aqui.
A primeira delas seria a uma falta de técnica, em que o aluno não consegue
se manter na posição adequada sem movimentar a pelve durante o exercício.
Mas perceba como ela é muito mais comum ao adicionar muita carga e não
tanto com pouca, além disso, veja como até pessoas treinadas e já
familiarizadas com a mesa flexora continuam fazendo essa compensação.
Dessa forma a falta de técnica não poderia ser um motivo.
Outra potencial causa mencionada seria uma falta de contração dos músculos
abdominais. De fato, se o reto abdominal e até os oblíquos forem contraídos,
eles produzirão um torque de retroversão pélvica que poderia impedir a
anteversão vista no fenômeno citado. Mas o que causaria esse fenômeno, o
motivo para ele acontecer, ainda não seria esse, esse seria só uma forma de
limitar.
Um último motivo bem comum para esse fenômeno ocorrer, segundo o que
falam, seria um encurtamento de reto femoral. Mas novamente eu ponho em
pauta aqui a frequência em que esse fenômeno acontece, será que todas
essas pessoas possuem esse encurtamento? Provavelmente não, já que se a
maioria das pessoas conseguem ficar em pé e encostar o calcanhar no glúteo,
porque não conseguiriam fazer a mesa flexora em que o quadril ainda está
um pouco flexionado? Além disso, se o motivo realmente fosse o reto femoral
encurtado, seria muito mais fácil o aluno não completar a flexão do joelho
(pois a carga e o reto femoral fazem força de extensão) invés do reto femoral
tracionar a pelve em anteversão, até porque a contração dos posteriores
traciona ela no sentido contrário. Mas, se quiser avaliar se o reto femoral do
seu aluno está encurtado, realize o teste de Thomas deitando ele em um
banco/maca e levando um joelho dele ao peito.
Sendo assim, esses não seriam os motivos para a anteversão pélvica na mesa
flexora, na realidade ele estaria muito mais relacionado com a biomecânica
muscular. Conhecendo a capacidade dos posteriores em produzir torque
flexor do joelho, podemos perceber que ela diminui bem conforme os graus
de flexão do joelho aumentam (Brockett 2004; Kellis & Blazevich 2022). Logo,
a hiperlordose é uma compensação estratégica que ocorre propositalmente,
de maneira ativa por mais que subconscientemente, para aumentar o
comprimento dos posteriores na posição em que ele está menos capaz de
responder ao exercício (com o joelho flexionado) para ajustar a capacidade
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Agora que entendemos o porquê, fica muito mais fácil propor uma
intervenção – o curso todo é assim, criando uma linha de raciocínio pautada
na biomecânica e na literatura para aprimorar nossas intervenções. Nesse
caso, como a hiperlordose na mesa flexora ocorre para compensar a falta de
força no final do movimento e acaba levando a uma menor variação do
comprimento dos posteriores nessa fase, nossa abordagem vai se basear
nisso. O primeiro ponto, já subentendido, é solicitar que o aluno não force a
hiperlordose e tente completar o movimento com os posteriores, mantendo
a coxa pressionada contra o banco. Mas as primeiras estratégias que podem
ser tomadas com relação a esse fenômeno é permitir que ele ocorra ou que o
aluno não complete o final da fase concêntrica quando estiver nas últimas
repetições com maior fadiga e menos capacidade, afinal pode não ter grandes
diferenças em limitar um pouco a variação de comprimento com o músculo
encurtado e pode ser mais útil do que reduzir a sobrecarga. Além disso, essa
extensão da lombar realizando a hiperlordose e anteversão pélvica não seria
lesiva, é o mesmo que ocorre em exercícios como o superman.
Mas temos outras intervenções que considero mais apropriadas para usar
nesse exercício sem precisar reduzir a carga para que a amplitude seja
completada, todas estão relacionadas com amenizar o trabalho dos
posteriores nessa amplitude menos capaz. Dessa forma, podemos ajudar o
aluno empurrando de leve a máquina quando ele for começar a fazer essa
hiperlordose ou, caso a mesa flexora seja prescrita em flexão plantar, permitir
que ele faça a dorsiflexão no final da concêntrica para aumentar a
contribuição dos gastrocnêmios.
O ideal seria usar uma mesa flexora com polia de raio variado que oferecesse
maior torque no inicio da concêntrica e menor no final, mais adequado com a
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capacidade dos posteriores, mas, caso não haja, essas intervenções podem ser
utilizadas. Agora imagine o que seria modificar o treino do aluno baseado em
uma leitura errada dessa hiperlordose, fazendo ele perder tempo ao
prescrever alongamentos ou exercícios de fortalecimento para reto femoral e
core sem serem necessários, por exemplo. Independente disso, em nenhum
caso opte por pressionar a lombar do aluno contra o banco, isso é um atestado
de não domínio da biomecânica.
Eu confesso que a única forma que eu enxergo que poderia resultar em uma
hipertrofia heterogênea entre eles é manipulando os graus de amplitude de
extensão do joelho, tendo em vista que é o que acontece para outros
músculos. Mas alguns estudos viram que os ângulos de extensão de joelho
que o vasto medial é mais ativado são similares aos do vasto lateral (Gryzlo,
1994; Signorile, 1995) e a diferença que existiria entre a ativação deles pode ser
apenas uma forma do corpo regular as forças para centralização da patela, já
que o vasto lateral puxa ela pra fora e o vasto medial oblíquo pra dentro.
Antigamente se estudava mais sobre essa relação pois acreditava-se que uma
causa da dor anterior do joelho era esse desequilíbrio na ativação de ambos,
mas acho que já caiu por terra.
Provavelmente vão surgir estudos que vão evidenciar uma maior hipertrofia
de um vasto com relação ao outro, principalmente usando a espessura
muscular, que é uma medida mais inconstante e em apenas uma dimensão.
Mas eu acho complicado encontrarmos uma regularidade em um exercício
que hipertrofie mais o vasto lateral que o medial, até porque eles possuiriam
papel relevante na centralização da patela e não seria apropriado haver um
desequilíbrio entre eles (Chester 2008).
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agachamento (Earp 2015; Fonseca 2014; Kubo 2019) e até o leg press (Ema
2016), pros vastos.
Sabendo disso tudo, posso dar algumas dicas para potencializar a hipertrofia
dos vastos como um todo:
- Opte por exercícios com torque extensor do quadril e joelho, para ter
vantagem sobre o reto femoral
Se você parar pra pensar, há alguns anos atrás praticamente ninguém fazia a
flexão nórdica, nem conhecíamos esse exercício. Do nada ele explodiu e
vemos em qualquer lugar, principalmente no treino de atletas – e existe um
motivo para isso.
É aqui que entra a flexão nórdica. Pois uma estratégia para gerar resultados
contrários para essas variáveis (aumentar o comprimento do fascículo e força
excêntrica), prevenindo a (re)incidência dessas lesões, é prescrever exercícios
excêntricos (Medeiros 2020). Essa é a proposta da flexão nórdica, sendo capaz
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Logo, se você trabalha com atleta, pessoa com lesão prévia nos posteriores e,
dependendo, até em um ligamento do joelho (Sherman 2021) e/ou aluno com
os posteriores encurtados, faz sentido considerar a implementação desse
exercício, ou de outro com a mesma proposta, dentro do treinamento.
Um dos motivos que eu enxergo, portanto, seria que a dorsiflexão acaba sendo
uma consequência do comando máximo para produzir força de extensão do
joelho. Ou seja, ao descarregarmos o máximo de estímulo pros membros
inferiores acabamos provocando uma dorsiflexão. Os próprios autores citam
essa coativação do quadríceps e dorsiflexores ao para gerar força máxima
como a possível causa.
Além disso, ao meu ver, pode ser que haja uma inibição recíproca, de modo
que a dorsiflexão ativa pode enviar um comando inibitório para o
gastrocnêmio (flexor do joelho) ou a flexão plantar ativa iniba um pouco a
ativação do quadríceps, mas acredito que esse motivo seja menos provável.
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Por fim, perceba como alguém que vá fazer a cadeira extensora naturalmente
já posiciona o tornozelo em dorsiflexão. O ponto é que, por algum motivo
(esses ou não), é mais fácil estender o joelho em dorsiflexão - e seu aluno
provavelmente já vai fazer isso. Então seu papel será coibir a flexão plantar e
instruí-lo a “estender o joelho puxando o dedão pra cima”, para potencializar
a carga e ativação muscular no exercício.
Pode-se pensar que pro quadríceps também usam-se vários exercícios, como
agachamento, leg press, búlgaro, afundo e todas as suas variações. Mas todos
esses são “iguais”, biomecanicamente falando. Eles trabalham o quadríceps
em conjunto da extensão do quadril, na mesma amplitude de movimento do
joelho e com a "mesma” curva de torque de resistência (torque mínimo com
o joelho estendido e máximo próximo aos 100º de flexão), as variações são bem
pequenas.
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Mas isso não quer dizer que não tenhamos o que fazer nesse caso, nossa
abordagem vai ser importante principalmente para:
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Eu considero ambos os exercícios tão diferentes que, ao meu ver, não deveria
nem ser usado o mesmo nome para os dois. Na máquina há uma extensão de
joelho associada à extensão de quadril. Por mais que o torque seja
extremamente direcionado pra articulação do joelho, tal movimento resistido
não apresentou hipertrofia para o reto femoral (Kubo 2019; Ema 2015; Earp
2015), de modo que esse exercício priorizaria os vastos. Já a extensão de joelho
isolada, que é oferecida pelo sissy livre, sim (Matta et al 2015 e 2017; Ema et al.,
2013).
No livre, o corpo ainda tem que produzir torque flexor do quadril de maneira
isométrica para impedir que ele estenda. Isso aumenta a demanda do reto
femoral tendo em vista que ele é extensor do joelho e do quadril. Pro corpo é
muito mais fácil recrutar um músculo com essas duas funções, invés de
recrutar dois músculos com funções distintas. Além disso, o sissy livre trabalha
o reto femoral em um maior comprimento, o que pode potencializar sua
hipertrofia. E analisando os resultados hipertróficos, provavelmente o reto
femoral é mais hipertrofiado (Alonso-Fernandez 2018; 2021)
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Sendo assim, uma máquina que ofereça mais torque com o joelho estendido
estaria mais condizente com a resposta muscular, de modo que o exercício
seria mais próximo de máximo em toda amplitude. Já a que oferece mais
torque com o joelho flexionado (podendo ser visto mais nas flexoras em pé
que deitado) seria muito fácil em uma região e muito difícil em outra. Tem
alunos que sentem até câimbra nos posteriores ao realizar a flexão do joelho
em máquinas com pico de torque no final da flexão, por forçarem essa
produção de força exacerbada com os isquiossurais em menor capacidade e
comprimento. Sendo assim, eu optaria por não utilizar esse último tipo de
máquina, ficando com a primeira ou com as que oferecem torque constante
(mais comum nas mesas flexoras).
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Isso vai depender de algumas coisas, ao meu ver a primeira delas é se há dor
ou não. Se há dor, precisamos restringir os exercícios dolorosos e pensar em
tratar as causas dessa dor antes, se isso for da nossa competência.
Primeiramente, qual é a causa da dor? Pode ser o desgaste da patela, mas o
que levou a isso? Aqui deve entrar algumas análises de movimento,
mobilidade, força e postura para identificar porque esse joelho foi acometido.
Por exemplo: o aluno foi acometido com esse desgaste total da patela há
cinco anos, hoje ele não sente mais nada de dor e já treina há um ano
regularmente. A abordagem vai ser mais tranquila aqui, não vamos chegar
prescrevendo um sissy livre, mas podemos seguir com a progressão. Já se a
pessoa sente dor, possui baita instabilidade de quadril e pelve em apoio
unipodal e sente os posteriores na elevação pélvica, a abordagem é outra.
Devemos selecionar exercícios que retomem a função e capacitem o
complexo glúteo e eliminem a dor primeiro nesse caso, por exemplo.
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Por outro lado, também na cadeira extensora, Diniz et al. (2022) encontraram
maior aumento da região central do reto femoral ao realizar a excêntrica lenta
(5s) com concêntrica rápida (1) e ao realizar a excêntrica rápida (1s) com a
concêntrica lenta (5s) comparado a ambas as fases com 3s. E a região distal
do vasto lateral aumentou mais que dos demais vastos aplicando esses 5s em
uma das fases.
Perceba como não dá para extrair nenhum conceito a partir desses achados,
nem para estabelecer uma linha de raciocínio para guiar futuras aplicações.
Talvez até o acaso explique esses achados diferentes. Por conta desses pontos
eu não considero essas estratégias tão replicáveis dada essa diferença de
achado, mas, a princípio, se esses protocolos forem replicados, esses seriam os
resultados.
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Por fim, não é muito certo comparar as forças máximas de um estudo com o
outro como foi feito acima, porque ela depende da força do quadríceps, que
provavelmente variou entre os voluntários dos estudos. Mas vale a pena ver
como os valores de cada estudo flutuam em torno do mesmo valor absoluto
independente do exercício (Escamilla 1998 e 2009). E ao analisar a força de
compressão patelofemoral ao longo da extensão do joelho usando a força
voluntária máxima do quadríceps em um isocinético, o resultado foi de que as
curvas de força de compressão tiveram forma e magnitude semelhantes à
curva de força máxima do quadríceps, com forças maiores quando o joelho
estava flexionado (Kaufman 1991). Tais fatos mostram a relação direta entre
força do quadríceps e de compressão patelo-femoral e, mesmo com os
estudos tendo exercícios diferentes, a última foi maior com o joelho flexionado
em todos eles.
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Isolados (tornozelo)
Aqui eu vou falar de um ponto que eu ia deixar exclusivo pros alunos do curso,
pois nunca vi ser falado em nenhum outro lugar (não estou excluindo a
possibilidade de outra pessoa já ter chegado nessa conclusão e/ou
compartilhado).
Mas o principal ponto a respeito dessa velocidade mais lenta seria outro.
Conhecendo as características do tendão e o ciclo alongamento-
encurtamento, não é errado pensar que o principal tendão do corpo (o tendão
de Aquiles – da panturrilha) seria capaz de armazenar energia e transferi-la da
fase excêntrica para a concêntrica de maneira elástica com bastante
eficiência, devido a sua grossura.
A fase excêntrica mais lenta e uma breve pausa na transição entre a excêntrica
e a concêntrica vão reduzir, e muito, essa grande participação do tendão.
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Uma vez que esses primeiros pontos negativos estejam corrigidos, existem
diversas ferramentas que podemos utilizar pra aplicar um estímulo variado
(completo) pra panturrilha:
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Analisando o único estudo que conheço que tenha avaliado o dano muscular
nos gastrocnêmios, apesar de deixar a desejar na metodologia, ele relata que
o dano muscular aumenta até 48 horas e volta a diminuir a partir de 72 (Yu
2015). Já em um estudo do laboratório, que sou coautor, vemos que o dano
dos flexores do cotovelo aumenta até 72 horas, não medimos além disso
(Matta 2019). E, como os membros inferiores parecem ser menos suscetíveis
ao dano muscular (Hyldahl & Hubal 2014), pode ser que a panturrilha não sofra
tanto com esse fenômeno, que afetaria negativamente o desempenho em
treinos subsequentes (Schoenfeld 2012).
Um outro fator importante que sustenta essa aplicação é que, se o volume for
equalizado, a frequência semanal de treino não vai influenciar nos resultados
hipertróficos (Schoenfeld 2019). Além disso, já foi visto que o parcelamento do
treino ao longo da semana (como em um full-body) também não prejudica os
resultados. Logo, faz sentido dividir o treino de panturrilha entre todos os dias
sim, é até uma forma de aplicar um grande volume sem dedicar uma parte
exclusiva de uma sessão à esse grupo muscular apenas.
Algumas dicas podem ser interessantes para essa estratégia. A primeira delas
é usar exercícios mais direcionados pro gastrocnêmio em um dia, como a
flexão plantar com o joelho estendido (Lauber 2014) e flexões de joelho em
dorsiflexão (Hegyi 2019), e pro sóleo em outro, como a flexão plantar com o
joelho flexionado (Kawakami 1998) e exercícios de flexão plantar associada a
extensão de joelho (Suzuki 2014). Só com isso já podemos pensar em
selecionar a panturrilha em pé no dia de posteriores e a cadeira solear no dia
de agachamentos e variações. Além disso, exercícios de panturrilha podem
ser conjugados com os exercícios finais de membros superiores para
economizar tempo - ou até dos membros inferiores dependendo de quais
sejam, com o número de repetições de ambos podendo ser potencializado se
for feito série pareada de agonista e antagonista (Paz 2017), um exemplo para
isso seria conjugar a cadeira extensora ou nórdica reversa com a panturrilha
em pé ou no leg.
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Só que existem outros fatores para ser analisados. Por exemplo, flexionando o
joelho, a linha de ação da resistência passa a não estar mais alinhada com a
tíbia e o fêmur, aumentando a dissipação da força em uma componente de
cisalhamento. Isso não é ruim, a coluna possui várias curvas justamente por
isso, para que a força peso também seja dissipada em cisalhamento,
comprimindo menos os discos.
Mas o principal fator é que com o joelho flexionado ainda há torque articular,
se estender ele por completo a força de resistência e se alinha com a
articulação, diminuindo a necessidade de contração muscular. Dessa forma,
com o joelho flexionado, a articulação vai estar mais estável e a força também
é absorvida pelo músculo. Faça o teste de pular e cair com o joelho
semiflexionado e estendido, verá que a absorção de cargas é melhor com o
trabalho muscular. Além disso, com o joelho estendido a força de resistência
pode acabar forçando o joelho em hiperextensão.
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Mas isso não quer dizer que não haja aplicação. Se o seu aluno possui a cadeia
posterior mais encurtada, pode fazer mais sentido prescrever a panturrilha no
leg press do que em pé, tendo em vista que ela será feita com esses músculos
e componentes passivos em maior comprimento, podendo ajudar nesse
sentido também.
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- Ao treinar atletas para a corrida faz sentido optar por exercícios com torque
extensor de joelho e flexor plantar e não com os exercícios isolados de flexão
plantar.
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Alguns vão ter mais influência do que outros, até uma falta de técnica mesmo
e consciência corporal, ou uma falta de mobilidade de avanço e rotação da
tíbia, podem contribuir. Cada fator teria uma solução diferente, não tem como
ter receita. Mas algo que pode ser testado, além de fazer o exercício descalço
pra ensinar o aluno a ter consciência sobre isso, é colocar um elástico um
pouco acima do tornozelo. Ele irá forçar esse tornozelo pra dentro (eversão)
pro aluno aprender a aplicar força contrária e resistir a ela. Não use o elástico
no joelho pois ele pode estimular o valgo e essa eversão como consequência.
Como nessa eversão pouca força estará sendo aplicada na lateral do pé, outra
dica que pode ser usada para conscientizar o aluno disso é posicionar uma
band esticada embaixo do pé dele e puxando pra fora, ela deve ficar embaixo
do metatarso do dedo mínimo dele. Caso o aluno não aplique força com essa
parte do pé no chão a band irá escapar, então assim ele irá criar consciência e
lembrar de fazer isso. Serve também para quem joga muito os joelhos pra fora
e aplica pouca força com a parte interna do pé, nesse caso a mesma band
pode ficar esticada e presa embaixo da parte anterior interna dos dois pés.
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MEMBROS SUPERIORES
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Multiarticulares
Desse modo, a sobrecarga excessiva pode ser o principal fator de risco pra esse
fenômeno, até porque o uso de esteróides estava relacionado com apenas 10%
dos casos (Elmaraghy & Deveraux, 2012). Mas, apesar disso, o músculo mais
forte do que o tendão, aceitando maiores sobrecargas, pode ser um ponto
favorável ao rompimento do último – e isso é algo que pode ocorrer mais em
quem usa esse tipo de recurso, então se atente nisso com seu aluno.
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- Dar suporte ao seu aluno e/ou usar a trava do Smith nessas condições, para
limitar a amplitude e como forma de segurança.
Ademais, acredito que a amplitude completa pode ser adotada nas demais
ocasiões, obviamente com o cuidado e aquecimento necessário, sem grandes
sobrecargas e sem levar até a falha, já que ela está associada à perda da
técnica. Digo isso até porque levar o músculo a comprimentos mais longos
está diretamente relacionado ao seu resultado hipertrófico.
Pensando na variação mais pro tríceps (2), à medida que o aluno vai descendo,
o cotovelo vai se flexionando e se projetando pra trás. Desse modo, o maior
torque de resistência ocorre perto do final da excêntrica, sendo um exercício
que o pico de torque não é nos 90º de flexão de cotovelo que nem os exercícios
tradicionais, e sim com ele mais flexionado (tríceps em maior comprimento).
Além disso, é preciso ficar atento ao aluno que realizará a outra variação (1), já
que ela promove uma baita extensão de ombro, com maior torque pra essa
articulação. Isso pode gerar um estresse anterior na cápsula articular,
principalmente se o manguito não estiver forte para impedir o deslizamento
a frente da cabeça do úmero.
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Sendo assim, a força que a barra aplica na mão do aluno é contrária a essa: pra
baixo e pra dentro (Mausehund 2021) - aqui mora a grande diferença entre as
resistências. Como há essa força horizontal na barra (aproximadamente 25%
da força vertical), o supino com barra tem um menor braço de momento pro
ombro e maior pro cotovelo, oferecendo um torque flexor do cotovelo
relevante. Tal fato promove um maior estímulo para o tríceps que não é tão
grande com o halter - evidenciado até ao comparar sua ativação entre esses
exercícios (Saeterbakken 2011).
Você pode estar pensando que o menor braço de momento pro ombro na
barra levaria a um menor torque pra essa articulação e portanto menor
trabalho pro peitoral. Mas na realidade esse menor braço é compensado com
uma maior carga, de modo que os torques entre os exercícios se equipariam.
Corroborando isso, a ativação do peitoral maior não teve diferença pro supino
na barra e no halter (Saeterbakken 2011).
Então o supino no halter pode ser usado para isolar mais a articulação do
ombro (peitoral e deltoide) e na barra para incluir o trabalho do tríceps em
conjunto e mobilizar mais carga. No Dominando a Biomecânica tem uma aula
bônus de 50 minutos sobre esse tema, com mais algumas diferenças, suas
aplicações e como, quando e pra quem prescrever um ou outro.
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Já movimentar cada uma de uma vez seria uma forma de isolar ambos os
movimentos. Primeiro faz a depressão da escápula sem auxílio do ombro e
termina a repetição fazendo o movimento de adução/extensão do ombro. E o
inverso na excêntrica.
Mas pelo menos deve-se ter atenção para complementar o treino com
exercícios que atendam à necessidade do ritmo escapulo-umeral e trabalhem
os músculos escapulares. Dessa forma, eu considero que essas duas
estratégias, se forem implementadas, podem ser limitadas a uma fase
específica do treinamento do aluno. E nas outras fases (ou em todas) mantem-
se o movimento natural do complexo do ombro.
E sobre qual posição deixar a escápula durante a puxada, se escolher por não
movimenta-la?
Eu não considero uma boa deixa-las aduzidas, mas sim em neutro, pelo
menos. Pois outro lado negativo de não se movimentar as escapulas é que sua
função de preservar o espaço subacromial com a rotação pra cima não é
realizada. E mantê-la aduzida o preservaria menos ainda.
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travadas, o que pode causar muito mais risco de impacto subacromial se elas
não rotacionarem. Dessa forma, não impeça que seu aluno realize a rotação
da escápula na excêntrica pedindo para ele manter as escápulas aduzidas, por
exemplo. Se for usar essa estratégia, peça no mínimo que as mantenha
deprimidas, apenas.
Sendo assim, achados similares já foram observados pro tríceps entre esses
exercícios. Foi visto maior hipertrofia da cabeça lateral no supino aberto
(Brandao 2020) e maior envolvimento e hipertrofia da região central do
tríceps, correspondente a cabeça lateral, no supino fechado (Wakahara 2013).
Podemos hipotetizar também que o supino fechado apresenta maior braço
de torque pro cotovelo, o que é difícil de analisar devido a força inclinada que
há no supino aberto, mas se o seu aluno relata maior envolvimento do tríceps
nesse exercício, essa pode ser uma forma de enfatizar o trabalho dele e
potencializar esses resultados hipertróficos.
Já pro peitoral maior não temos estudos comparando os dois exercícios. Mas
como o supino aberto consiste em uma adução horizontal, teríamos uma
ativação bem distribuída entre suas fibras, baseado na orientação delas e em
outros estudos (Lulic-Kuryllo 2021). Já na flexão de ombro do supino fechado
a ativação seria mais concentrada na região superior do peitoral, porção
clavicular, tendo em vista que a inferior se torna antagonista, extensora do
ombro (Paton & Brown 1994). Assim como a porção clavicular, a porção
anterior do deltoide também seria mais recrutada na flexão de ombro do
supino fechado, algo observado para esses dois músculos ao comparar
exercícios isolados de flexão de ombro e abdução em rotação externa
(Coratella 2020).
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O racional por trás disso está em que se não houver uma grande flexão do
cotovelo (deixando o antebraço perpendicular ao solo) e remando o halter pra
trás haverá uma maior demanda dos extensores do ombro e menor dos
flexores do cotovelo, pelo maior e menor braço de momento,
respectivamente.
Só que uma estratégia que parece boa, ao meu ver, é ruim. Realmente há esse
maior braço de momento pro ombro nessa variação, mas já é o ombro que
dita a capacidade máxima do exercício, ele que dita a quantidade de carga, o
torque já é máximo pra ele. "Ninguém" falha pelo cotovelo na remada. Então,
o que terá que ser feito com essa variação é reduzir o peso pra gerar o mesmo
torque máximo no final da concêntrica, afinal, a capacidade muscular de
responder a ele não muda. O problema é que agora, no início da concêntrica
com esse menor peso, o exercício vai ficar mais fácil ainda do que já era,
reduzindo o trabalho desses músculos. E isso pode levar a algumas
compensações que já falamos aqui.
Caso o aluno não treine os flexores do cotovelo nesse dia e queira diminuir o
trabalho deles pode até fazer sentido, por mais que a hipertrofia deles
(Mannarino 2021) e o pump (visto no meu mestrado – Leitão 2021) já sejam
menores na remada. Se não, permita a flexão do cotovelo, ela ajuda a distribuir
melhor o torque durante a amplitude, deixando mais condizente com a
capacidade dos extensores (Holzbaur 2005), e ainda é mais funcional e natural.
Existem duas formas de fazer o face pull, que normalmente são utilizando a
corda, uma é puxando na direção do pescoço e a outra na lateral da orelha. A
primeira forma funciona como uma remada e poderia ser replicada com uma
barra, por exemplo.
Analisando esse face pull como remada, pelo exercício ser feito com os
ombros mais abduzidos, o movimento vai ser mais direcionado pros músculos
escapulares (trapézios e romboides) e o deltoide posterior, com menos ação
do latíssimo, similar ao crucifixo invertido. Além disso, ao substituir a barra pela
corda, o torque fica mais direcionado pro ombro, já que o antebraço fica mais
paralelo com a força de resistência e não há uma componente com torque
flexor do cotovelo – acho mais válido o uso da corda tendo em vista o objetivo
do exercício.
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Portanto, essa última variação pode ser mais interessante dentro da estratégia
de treinamento, podendo ser usada para correção de desequilíbrios
musculares, fortalecimento, educativo de movimento, conscientização
corporal e até correção postural de hipercifose, além da hipertrofia, mas
priorize a primeira variação para tal.
Acredito que o meio terra seja bastante usado por bodybuilders com o
objetivo de deixar o movimento mais isolado para o trabalho da parte inferior
das costas. A ideia por trás do exercício é tirar a fase inicial do terra em que a
barra tem que sair do chão, para tira-la de cima de um suporte, fazendo a
“metade” de cima do movimento.
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Nesse ponto a prática pode ser soberana, até porque os powerlifters realizam
o supino arqueado por algum motivo, nem que seja conforto ou equilíbrio
articular por manter o braço mais próximo do corpo e recrutar mais o latíssimo
(Cudlip 2022). No mesmo estudo, analisando os dados individualmente,
alguns atletas tiveram vantagem no 1RM para a lombar arqueada, outros para
postura natural e alguns sem diferença. Dessa forma, pode ser coerente testar
o seu aluno em ambas as técnicas para var qual ele prefere e desempenha
melhor.
Mas se o seu aluno não visa a competição e almeja apenas a hipertrofia, não
há necessidade de realizar o supino arqueado. Até porque isso altera o
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Se nós formos pensar apenas na força do cabo que puxa a barra pra cima em
uma puxada ou na nossa força peso que puxa o corpo pra baixo em uma barra
fixa, iremos considerar que a força aplicada na mão do aluno nesse praticante
é estritamente para cima. E se formos fazer uma análise a partir disso
veríamos que essa forma teria um grande braço de momento pro ombro, mas
praticamente nulo pro cotovelo – e se a pegada fosse muito afastada ainda
acharíamos que ela gera torque flexor do cotovelo (trabalhando o tríceps).
(Fiquei alguns bons minutos conversando sobre isso com o engenheiro que
foi meu professor de biomecânica na época).
Só que na verdade não é isso que ocorre, nós sabemos que há um trabalho
dos flexores de cotovelo nesse exercício, justamente por conta dessa força de
atrito. Assim como ocorre no supino com barra que exercemos uma força na
barra pra cima e pra fora (Duffey & Challis, 2011) resultando em uma força
diagonal (Mausehund 2021), a força que exercemos na puxada é para baixo e
para dentro resultando em uma força de resistência na diagonal pra cima e
para fora.
Dessa forma, existe um atrito que impede que a mão deslize para dentro. Ele
que corresponde ao torque flexor do cotovelo que há nesse exercício. Você
pode conduzir o seu aluno para forçar mais as mãos pra dentro para aumenta-
lo ou pedir para que ele foque em empurrar o cotovelo pra baixo para reduzi-
lo. Lembrando que isso só irá influenciar na participação dos flexores do
cotovelo, pois por mais que a variação que reduz a sua participação aumente
o braço de momento pro ombro, ela iria resultar em menor carga para gerar
o mesmo torque.
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Essa é uma pergunta que parece fácil, mas ao meu ver é complicada. A
principal diferença se dá nos movimentos de adução da puxada aberta e
extensão da puxada fechada, mas no que isso implica?
Analisando o braço de força dos motores primários dos exercícios (Hik &
Ackland, 2019), percebemos que os do latíssimo do dorso e do peitoral maior
são menores no planto sagital (puxada fechado) enquanto os do redondo
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Isso pode ser um ponto válido, mas apenas para esses tipos de aluno. No mais,
para que isso ocorra também dependeria da altura do banco e do aluno,
podendo haver exceções até pra esse público. Além disso, como já falamos,
sabendo que a coluna está apoiada no banco e não há sobrecarga axial, a sua
posição pode não fazer tanta diferença para quem tem uma coluna saudável.
É mais fácil entender o fenômeno do que coibir o uso dos pés apoiados no
chão. Até porque se o seu aluno possuir um encurtamento do iliopsoas, ele
relataria o desconforto ao adotar uma posição em que ele seja estirado –
posição essa que é semelhante até ao próprio teste de encurtamento desse
músculo (teste de Thomas).
A dica que eu daria é que use a posição em que seu aluno se sente mais
confortável. O ponto principal é que os pés estejam apoiados para oferecer
mais estabilidade, já a altura do apoio dificilmente vai mudar algo relevante
no exercício em si. Em uma coleta de ativação do peitoral maior no laboratório
deixamos os próprios voluntários escolherem se gostariam de apoiar o pé no
apoio ou no chão (e usamos um step caso ele fosse menor de altura).
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Eu conheço esse exercício por mergulho, além de ter uma menor amplitude
de cotovelo pra paralela, haverá outras diferenças.
Como nele o tronco tem que estar à frente do banco, o ombro irá trabalhar
em maiores graus de hiperextensão. O que pode agravar o estresse nessa
articulação como falamos para a paralela, apesar do torque pro ombro poder
ser menor nesse exercício do que na paralela, já que ele seria máximo pro
cotovelo e não pro ombro.
Com o tronco mais reto mais o movimento vai ser feito no plano frontal. Logo
haverá maior movimento de rotação pra baixo da escápula e adução do
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Por outro lado, quanto mais inclinado para trás mais o movimento terá uma
componente de abdução horizontal do ombro, se assemelhando a uma
remada e assim trabalhando mais os músculos da parte superior das costas,
tanto os músculos que fazem a retração da escápula (trapézios e romboides)
quanto as fibras superiores do latíssimo.
Uma leve inclinação para trás permite uma puxada mais natural, parecida
com a da barra fixa, mais cômodo pro ombro, além de reduzir um pouco do
trabalho do peitoral maior e aumentar mais o dos dorsais.
Não existe jeito certo de fazer. Eu, por exemplo, já prescrevi puxada neutra
começando a concêntrica com o tronco reto e terminando o máximo
inclinado. Isso permitiu aumentar a amplitude, o estímulo e os músculos
trabalhados no mesmo exercício. Essa pode ser uma estratégia para alunos
que realizem poucos exercícios no treino, uma forma de aumentar o trabalho
muscular sem aumentar o número de exercícios, volume ou o tempo na
academia. Mas vale lembrar que não poderia ser usada com iniciantes, tendo
em vista que requer mais técnica e consciência corporal.
Mas existem diversos outros fatores que vão ditar o risco por trás de um
exercício. Correr é mais arriscado que andar, o levantamento terra é mais
arriscado que o agachamento que é mais arriscado que a cadeira extensora.
Precisamos avaliar para quem o exercício seria prescrito.
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Outra forma de analisar é pelo grau de flexão do cotovelo. Atingir uma posição
um pouco mais flexionada que 90º com o braço paralelo ao solo pode permitir
uma boa distribuição de torques entre as articulações e maximizar a carga
usada.
Algo legal pode ser fazer um teste: posicione a barra baixa no smith com uma
carga relevante e peça pro seu aluno empurrar com o máximo de força (deixe
isso o mais natural possível). Normalmente ele vai procurar adotar uma
posição mais capaz e confortável de modo subconsciente.
Biomecanicamente:
Provável que com a pegada supinada o papel do tríceps vai ser reduzido pois
o antebraço vai ter que descer mais na vertical pra evitar que a barra caia da
mão. Mas acho difícil que o motivo de sua aplicação seja esse, afinal é possível
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descer da mesma forma com a pegada pronada. Além disso, se o objetivo for
tirar a ênfase do cotovelo, porque não usar um exercício isolado? Ao meu ver
a aplicação desse exercício é pautada direto da prática.
Direto da prática:
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Com certeza você já reparou naquele aluno que quando vai fazer a rosca
direta ele movimenta mais a coluna e o ombro do que os próprios cotovelos.
Isso é comum em dois casos: em iniciantes ou com muita carga. Mas, em
ambos, o motivo é o mesmo, eles tentam fazer o movimento da maneira
menos difícil, ou seja, usando os músculos mais capazes de produzir torque
ou posicionando-os na melhor condição para tal.
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Se pararmos pra analisar, sabemos que é mais fácil fazer uma extensão de
ombro do que uma adução. O corpo aguenta mais carga na puxada neutra
que na aberta. Então, essa compensação (que ao meu ver seria mais uma
"adução horizontal de ombro”) ocorre para tirar o movimento do plano frontal.
Adicionando uma maior componente de extensão e tornando-o menos difícil.
Essa resposta não está relacionada a pergunta em si, mas sim a esses
fenômenos que podem ocorrer e você deve ser capaz de identificar o que que
ele quer dizer para não fazer uma intervenção errada. Como o que já foi muito
propagado da anteversão pélvica na mesa flexora, é só o corpo facilitando o
exercício – e não um encurtamento do reto femoral ou fraqueza do core.
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A puxada fechada também pode ser realizada com a pegada pronada, só que
com essa variação a sobrecarga mobilizada pode ser menor devido a menor
capacidade do cotovelo. Como o exercício é primariamente pro ombro, faz
mais sentido optar pela pegada neutra com o triângulo ou pela supinada com
a barra.
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@brunofmleitao
Se vai haver diferença significativa pro próprio deltoide não saberia dizer, já
que não há resistência pra essa abdução horizontal do ombro que é feita
durante a concêntrica e o deltoide anterior é motor primário tanto da flexão,
quanto da abdução de ombro em rotação externa. Mas, por ser mais isolado,
pode ser que realizar o movimento sem a rotação seja mais vantajoso pra
hipertrofia.
A menor distância entre dois pontos é uma reta. Como o latíssimo do dorso
possui inserção no úmero e coluna, flexionar a coluna pode ser realizado para
aumentar seu comprimento (Gerling & Brown 2013). Portanto, alguns adotam
essa estratégia na fase excêntrica da remada para aumentar o estiramento do
músculo. Já o movimento do quadril aqui é independente, não vai alterar nada
se a coluna se mantiver rígida.
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Todos estão aptos a fazer esse exercício? Certamente não. Mas perceba que a
paralela é parecida com o movimento de subir em algo. Por mais que hoje
não façamos mais isso, esse era um movimento natural para qual o corpo foi
feito, salvo os excessivos graus de hiperextensão.
Desse modo, quem precisa estar forte para manter o úmero dentro da
cavidade glenoidal é o manguito rotador, contando com o auxílio do próprio
latíssimo que possui uma componente de força para trás. E ao meu ver a
amplitude de hiperextensão não precisa ser exagerada, já que o risco não
compensaria.
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@brunofmleitao
Uma outra forma que pode ser útil para progredir em carga no supino, mas
que não há suporte científico por trás, é a usada pela atleta Jen Thompson
(chamada de Heavy Holds), em que essa isometria é treinada com uma maior
carga na posição final do supino (cotovelos estendidos). Ela consiste em uma
isometria com uma carga além da máxima concêntrica, quando for possível
sustentar por 15 segundos a carga deve ser aumentada. Além dos ganhos de
força, haveria ganho de estabilidade na posição mais crucial do movimento,
além de uma menor percepção de carga ao realizar o supino convencional em
sequência.
Existe um trabalho do core que vai ser feito em qualquer variação dessa
remada unilateral. Como, independente delas, a carga vai puxar o braço do
praticante para baixo apenas de um lado, isso vai gerar um torque rotacional
do tronco em direção a ele. Logo, todas as formas de prescrição terão o
trabalho dos rotadores laterais do tronco para impedir essa rotação. Mas é
possível intensifica-lo prescrevendo a remada apoiada no banco com o tronco
mais afastado dele. Como existe uma força de reação do banco empurrando
a mão apoiada para cima, afastar esse apoio irá aumentar o seu braço de
momento e, portanto, o torque rotacional pro lado do braço do halter.
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pernas atrás e no braço a frente, a tendência do tronco vai ser de arquear para
baixo (estender) com o halter puxando ele pelo braço - aqui os flexores do
tronco que resistirão a isso.
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Isolados (ombro)
Pra responder isso nós temos que recorrer a anatomia desse músculo, então
vou usar muito do que estudei sobre o peitoral maior no laboratório, já que
são bastante semelhantes - classificados como músculos convergentes,
capazes de produzir torque em vários planos e eixos (Hamill 2006).
O latíssimo do dorso possui uma origem proximal muito ampla que permite
que ele seja dividido em duas regiões de acordo com ela: Região torácica e
lombo-pélvica. Elas se diferenciariam um pouco em função, a torácica
participaria mais na rotação do tronco e a outra na flexão lateral, devido a
variação de comprimento nessas tarefas. (Gerling & Brown 2013).
Mas ainda assim acredito que podemos enfatizar mais uma região que a outra
de acordo com a sua capacidade de produzir torque e de excursão no
movimento contra resistência, da mesma forma que fizemos isso pro peitoral
maior (Albarello 2022). Dessa forma:
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Além disso, com a flexão do ombro, a inserção do peitoral é movida para cima
e, portanto, as suas fibras ficam mais alinhadas para realizar sua extensão,
tracionando o úmero pra baixo. Então, o peitoral participaria mais do
movimento de extensão de ombro de um pull over do que o de uma remada
ou pull down, por exemplo.
Eu não gosto de tomar isso como base para prescrição apenas, por mais que
o peitoral possa ser o músculo enfatizado, não dá pra desconsiderar o
envolvimento do latíssimo. Além disso, esse é um dos únicos exercícios que
promove grande torque com o latíssimo alongado, o que pode potencializar
a sua hipertrofia. Dessa forma, exitem algumas estratégias que podem ser
tomadas para aumentar sua ênfase no pullover:
- Usar um banco declinado. Dessa forma o pico de torque não ficaria com o
ombro tão flexionado, na posição que seria mais favorável para o peitoral
maior.
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- Use uma barra. Ao usar uma barra, a pegada pode ser mais afastada. Com o
ombro totalmente flexionado, a inserção do peitoral fica acima das suas
origens de modo que todas as suas fibras contribuiriam pra extensão. Mas ao
afastar as mãos essa inserção é mais deslocada lateralmente e suas fibras
perdem componente de extensão para ganhar de adução horizontal. Como o
latíssimo ainda manterá sua linha de ação para extensão, afastar as mãos
usando uma barra pode direcionar o estímulo a ele.
Então, pode fazer mais sentido treinar o manguito em situações que precisem
estabilizar o ombro para melhorar sua capacidade e função, e até para
aquecer pré-treino - invés de usar a tradicional rotação de ombro no cross.
Algumas formas de recrutar o manguito como estabilizador é adicionar
torque de rotação em algum movimento do ombro, depositar o peso sobre os
ombros e/ou adicionar instabilidades aos movimentos do ombro.
Sendo assim, existem alguns tipos de exercícios que podem ser úteis para tal.
Por exemplo o perdigueiro e as variações de prancha: lateral, frontal, frontal
com “braços esticados” alternando o braço apoiado (podendo variar a altura
do apoio sendo no chão ou no espaldar), prancha na bola suíça ou a própria
prancha segurando um elástico com ambas as mãos para aumentar o
recrutamento dos rotadores externos.
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@brunofmleitao
Não digo que as rotações isoladas são ruins. Podem ser usadas com um maior
intuito de ganhar força nesses músculos, podendo ser feitas em diferentes
posições do ombro. Mas possivelmente esses outros exercícios podem
promover maiores adaptações funcionais nesses músculos.
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Nesse exercício, pro maior torque ser nessa posição, vai depender de algumas
coisas, como a altura da polia e a distância do aluno pro cross. Com a polia não
tão alta e/ou o aluno ficando mais recuado, o maior torque é mais direcionado
pro final da concêntrica, mas isso é raro de acontecer pois limita a amplitude
de movimento do exercício.
Sobre a posição certa, ela não existe. Podemos fazer diversas manipulações,
são elas: altura da polia, inclinação do tronco, movimento da glenoumeral,
distância do aluno pra polia, flexão ou não do cotovelo. E aí devemos saber o
que cada uma impacta no exercício para decidir o que escolher.
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Essa pergunta da diferença é legal pois podemos pensar que o que muda é
apenas o braço de momento. De modo que o maior braço do crucifixo seria
compensado com uma menor carga e só, mas ao meu ver não.
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E o mesmo pode ser aplicado pro trapézio. De modo que sua porção média
possui linha de ação de força para retração escapular - participando em
exercícios como remadas (principalmente abertas) e crucifixo invertido. Já as
porções superior e inferior realizam a rotação pra cima da escápula,
participando em exercícios de abdução e flexão do ombro, como o
desenvolvimento ou os isolados. Mas a superior também tem uma
componente de elevação, participando nos encolhimentos, e a inferior de
depressão, participando das puxadas (principalmente quando há o
movimento isolado de depressão).
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O corpo funciona sabendo dessas limitações todas e ele foi feito pra
funcionar assim. Então, desde que não haja disfunção no movimento, os
músculos estabilizadores estejam coordenados e fortes, não haja sobrecarga
e frequência elevada no impacto... sem problemas. Apenas um dos exemplos
está na escápula, se você trava-la em adução, verá que não conseguirá
completar a amplitude de movimento de abdução do ombro.
Lembrando que maior risco não quer dizer que será lesivo ou danoso.
Nadadores profissionais passam anos nadando borboleta, que consiste de
uma abdução de ombro em rotação interna. Obviamente eles estão mais
suscetíveis e possivelmente se lesionam mais que pessoas comuns, mas
existem diversos outros pontos que devem ser considerados acerca do
impacto subacromial, alguns bem piores que o plano de movimento, mas que
ninguém fala sobre eles. No curso (Dominando a Biomecânica) tem uma aula
bônus que eu falo exclusivamente sobre isso.
O que dita isso não é só a posição do cabo, mas também a posição do ombro
e o movimento realizado. Por exemplo, com o cabo passando rente ao
praticante, com movimento de abdução no plano frontal com ombro em
neutro e torque de adução, faria pouca diferença entre o cabo estar na frente
ou atrás.
Mas se, com o cabo pela frente ou por trás, houver uma combinação de torque
e movimento de abdução com flexão ou abdução horizontal, respectivamente
aí o efeito poderá mudar. Com as fibras mais anteriores participando mais
com o cabo por trás e menos pela frente e as fibras posteriores o contrário.
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Vale lembrar que, é mais natural e cômodo pro ombro a abdução feita
combinada com uma pequena flexão, próxima ao plano escapular e com o
cotovelo levemente flexionado, algo que o cabo a frente pode oferecer com
mais facilidade.
Já o peitoral não tem sua linha muito alterada pela rotação do ombro, muda
muito pouca coisa na orientação das suas fibras e no seu comprimento. Tem
até um trabalho que viu semelhança na sua ativação regional para adução do
ombro em diferentes graus de rotação (Lulic-Kuryllo 2020).
Eu costumo pensar pelo outro lado também. Porque pela frente ou lado não
seria? Porque o ângulo de 90 graus de quadril das cadeiras na academia é o
certo? Normalmente essas questões são por conforto.
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Ao meu ver, as condições do pullover e pull down são mais propícias pro
trabalho do peitoral maior e do latíssimo, respectivamente, pelas suas
capacidades de produzirem torque extensor do ombro em tais exercícios
(citadas em outra pergunta desse capítulo).
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Então, por mais que o levantador da escapula possua uma boa linha de ação
de força para elevar a escápula nesse exercício, outros músculos precisam
participar pra mobilizar muita carga e ajudar no movimento. Dentre eles o
trapézio superior e até o romboide. Ou seja, pode ser que seja um exercício
bastante eficiente pra trabalhar o levantador da escápula, mas o trapézio não
deixa de ser o motor primário.
E o encolhimento overhead?
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Isso leva as pessoas a aumentarem a carga para dificultar mais o começo, mas
isso impossibilitaria que elas completassem o final. Dessa forma, eles passam
a precisar acelerar o movimento para que a inércia do peso permita o final da
concêntrica.
É uma estratégia, não dá para afirmar que é certo ou errado, quando feita com
técnica e de maneira consciente. Mas perceba como ela é adotada em
exercícios com características parecidas com essa abdução, como a própria
remada.
Mas o fato é, pode haver outras formas mais eficientes para distribuir o torque
ao longo dessa amplitude de movimento, sem depender desses balanços e
não tendo uma posição muito difícil com o ombro abduzido. Basta optar por
prescrever a abdução em uma polia baixa ou encostado de lado em um banco
inclinado, essas estratégias podem ser mais úteis ainda para alunos de
consultoria em que você não está presencialmente auxiliando na técnica.
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Essa pode ser uma ferramenta para introduzir o pull over pro aluno. A
diferença será pequena, mas ela seria mais segura pra articulação do ombro
já que a maior exigência não será na posição mais instável e também pode
reduzir um pouco a exigência e o dano muscular pós exercício, por não ter o
maior torque no final da excêntrica. Mais talvez a principal aplicação seja para
equilibrar a curva de torque, passando a haver torque até com o ombro a 90º
de flexão, e também pro pico de torque ser em uma posição em que o peitoral
maior teria menos capacidade de contribuir e, logo, aumentar o
direcionamento pro latíssimo (comento sobre isso em outra pergunta desse
tópico).
O pullover quebrado vai ser mais eficiente ainda para equilibrar essa curva de
torque, sem que o exercício tenha uma grande variação de torque ao longo
de sua amplitude. Isso ocorre pois com o ombro a 90º ainda haverá torque, já
que o cotovelo está flexionado, e com o ombro na flexão total e braço paralelo
ao solo o torque não será tão grande como com o cotovelo estendido seria. A
principal função dessa variação é essa, torque relevante ao longo de toda a
amplitude.
Perceba como pro corpo não tem essa de "pullover é pra peito ou costas",
dependendo da manipulação correta e da forma de inclusão, pode ser até pra
cabeça longa do tríceps.
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Isolados (cotovelo)
Essa pergunta parece simples mas é muito complicada. Vamos começar com
uma análise biomecânica pautada em conceitos e então partir para os dados
científicos.
Por mais que eu considere o artigo de Kholinne et al. (2018) como de baixa
qualidade metodológica, escrita e sobretudo para os dados de ativação
muscular, não posso deixar de citar seus dados. Eles viram através de um
modelo que a cabeça longa geraria mais força na extensão de cotovelo com o
ombro estendido e conforme ele vai sendo flexionado essa tarefa passa a ser
da cabeça medial – e a cabeça lateral teria o mesmo padrão de
comportamento da medial, mas com uma produção de força menor.
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No entanto, ainda considero que podemos ter cuidado, até porque essa maior
hipertrofia das cabeças monoarticulares no tríceps francês pode ter ocorrido
por conta de outros fatores. O primeiro deles, discutido também pelos autores
(Maeo 2022), seria a redução do aporte sanguíneo com o braço acima da
cabeça, que levaria a um maior estresse metabólico (acho mais difícil). Mas
outro ponto, que considero relevante, que não vi ninguém mencionar, é que
as cabeças monoarticulares também podem variar de comprimento com a
flexão do ombro. Isso não é possível ver nos modelos matemáticos, mas como
um músculo está colado no outro, a variação de um (cabeça longa) poderia
levar a uma mudança de comprimento dos outros (cabeça lateral e medial). A
influência de um músculo na arquitetura de outro já foi sugerida entre o vasto
lateral e o reto femoral por dividirem uma mesma aponeurose, por exemplo
(Garnier 2022).
Mas o forte indício de que a cabeça longa tenha menos capacidade de gerar
torque com o ombro flexionado é que a carga máxima mobilizada nessa
condição é menor do que com o ombro em neutro (Maeo 2022), pois ela é a
única que apresenta grande variação de comprimento. Sendo assim, por mais
que ache que seria mais interessante nós termos dados mais confiáveis,
provavelmente os de Kholinne et al. (2018) realmente estejam corretos, apesar
da maioria dos músculos produzirem mais torque em maior comprimento
(Holzbaur 2005).
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Mas como o bíceps possui vantagem mecânica sobre o braquial, com maior
braço de força que resulta em maior capacidade de gerar torque (Murray
2000), pode ser que os aproximados 45º de flexão de ombro não sejam
insuficientes para alcançar o objetivo de direcionar a ênfase pro braquial.
Sendo assim, eu indicaria uma maior flexão de ombro, além de não usar a
pegada supinada, se o objetivo for tirar a ênfase do bíceps.
Observação: pelo que eu entendi, a rosca scott realizada no estudo citado foi
na polia (Drummond 2016). Utilizando o halter pode ser que a hipertrofia seja
mais distal, tendo em vista que se assemelharia as condições implementadas
em outro estudo que obteve esse resultado (Sato et al., 2021).
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ulna ao realizar a pronação, sua inserção distal gira junto e seu braço de força
diminui.
A amplitude de movimento pode ser limitada pela perna ao usar a barra para
quem prefere usar uma base com um pé a frente e outro atrás. Para ganhar
alguns graus finais da extensão, pode ser mais adequado realizar esse
exercício em uma base com um pé ao lado do outro ou optar pela corda.
Mas pro tríceps não mudaria nada. Antigamente falavam que com a corda dá
para fazer a extensão e "rodar a mão para fora" (rotação interna do ombro),
mas isso também não vai ter influência no trabalho do tríceps.
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2- repetições completas
Dessa forma, deixaríamos a condição mais fácil pro final e a mais díficil pro
começo, onde ainda não há ação da fadiga. Podendo ser uma forma de
conseguirmos mobilizar mais carga nesse exercício. Outra estratégia que
pode ser adotada é excluir o bloco de repetições parciais com o músculo mais
flexionado e adicionar mais repetições aos demais, tendo em vista que eles
são mais eficientes para hipertrofia (Pedrosa 2021; Kassiano 2022).
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Sendo assim, que opções podemos adotar para direcionar a ênfase dos
exercícios de flexão de cotovelo?
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No entanto, existe um ponto que é preciso se atentar aqui, pois tem um erro
que parece bobo mas é bastante comum. Prescrever na polia média sem
assegurar que o aluno está realizando a hiperextensão do ombro é o mesmo
do que fazer o tríceps cross tradicional em pé com o ombro em neutro,
mesma posição e mesma curva de torque. O que vai mudar a conformação
do tríceps é a hiperextensão do ombro, podendo ser feito até em pé,
manipulando a curva de torque como preferir.
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Já tem estudos que evidenciaram isso sim, acredito que o primeiro foi o do
nosso grupo (Matta 2011). Com a aplicação de um protocolo de treino
contendo puxada aberta e rosca direta, além de supino reto e tríceps na polia,
foi visto que a região proximal hipertrofiou mais que a distal.
Nesse sentido, de diferenças regionais, é muito difícil que haja. Temos que
analisar como se comporta a força de resistência e não o tipo de resistência. E
nesse caso ambos os exercícios são muito parecidos em movimento, torque e
posições articulares.
A única diferença entre eles é o vetor de força, enquanto que no peso livre ele
aponta pra baixo, no cabo ele aponta pra polia. Logo, quanto maior a distância
do aluno pra polia, maior vai ser o torque no final da concêntrica e menor no
inicio, se mantiver o braço paralelo ao corpo. No que diz respeito ao aumento
da espessura do bíceps, a mudança de aproximadamente 45º na posição do
pico de torque não resultou em diferença significativa entre as condições (os
autores não avaliaram ela em diferentes comprimentos do músculo). Mas
houve diferença pro ganho de força, o maior torque com o músculo alongado
promoveu maior ganho de força com o cotovelo mais estendido – pras outras
posições os resultados foram semelhantes (Nunes 2020).
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A pegada pronada pode ser outra estratégia que aumenta o trabalho dos
músculos do antebraço na flexão do cotovelo. Não porque eles ajudam no
movimento. Mas como a carga pro cotovelo é grande, ela vai estar pesada pros
extensores do punho (relativamente mais “fracos”), que terão que trabalhar
bastante em isometria impedindo sua flexão.
Logo, as possíveis explicações que vejo pro contrário ocorrer são que (1) o
comprimento do bíceps aumenta pela pegada neutra, e ele é mais capaz de
gerar força em maior comprimento (Murray 2000), e (2) o braço de força do
braquiorradial aumenta na pegada neutra.
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Mas talvez haja um motivo mais da prática que faça com que essa variação
seja adotada. Provavelmente seja o fato dele começar a flexão em pegada
neutra e ser realizado de modo alternado, com um braço descansando
enquanto o outro faz o movimento e permitindo um balanço do corpo
direcionado pra um dos lados pra ajudar na subida. Esses pontos podem
possibilitar mais sobrecarga no exercício e por isso ele pode ser tão adotado.
Pelo menos por volta de 2010-2012, quando comecei a malhar pela primeira
vez, era bastante comum limitarem a amplitude do exercício de extensão de
cotovelo na polia alta até os 90º de flexão de cotovelo, realizando apenas a
amplitude mais próxima da extensão completa. Nunca entendi o motivo por
trás disso, provavelmente alegariam ser por segurança, mas acredito que era
muito mais disseminado por replicações sem embasamento.
Além disso, não vejo motivo para limitar a amplitude de movimento para o
trecho em que o músculo está em menor comprimento (próximo a extensão).
Alguns estudos já comentaram a vantagem para amplitude completa na
hipertrofia (Pallares 2021) e a desvantagem para a amplitude parcial em
comprimento reduzido (Kassiano 2022).
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Então, a amplitude parcial pode ser adotada como uma estratégia pro tríceps
visando uma maior hipertrofia, mas para isso o trecho próximo a extensão
completa do cotovelo também deveria ser desconsiderado (Goto 2019). Com
essa menor variação angular do cotovelo, o braço de momento da resistência
também vai variar menos, promovendo um torque mais constante pro tríceps.
Quando analisamos a curva de torque do tríceps, vemos que eles possuem
uma capacidade também constante (Holzbaur 2005), dessa forma, esse
torque externo mais linear pode ser uma forma de se adequar a capacidade
muscular gerando maiores adaptações. No curso tem um vídeo em que
mostro uma variação de exercício pro tríceps em que o torque varia menos e
é mais condizente com essa capacidade muscular, mas existe máquina de
extensão de cotovelo que também possuem essa característica, só são mais
raras.
Enquanto pro tríceps francês temos uma resposta certa para a hipertrofia,
apesar de não ter sido comparada entre músculos (Maeo 2022), pro tríceps
coice ainda há dúvidas. Na realidade não havia até pouco tempo, era fácil de
dizer que no coice a cabeça longa do tríceps entrava em insuficiência ativa e
as demais passavam a ser mais enfatizadas (Schoenfeld 2002).
Mas os estudos recentes mostram que (1) a cabeça longa do tríceps seria
menos capaz de gerar força com o ombro flexionado (Kholinne 2018), pelo
menos força ativa (Maeo 2022), e (2) a ponto das outras cabeças serem mais
ativadas e hipertrofiadas nessa condição que com o ombro em neutro por
estarem compensando essa menor força (Kholinne 2018; Maeo 2022).
Então, passo a acreditar que a cabeça longa ainda poderia ter boa capacidade
de gerar força com o ombro em hiperextensão, e assim não aumentaria a
ênfase das demais. Ela teoricamente não entraria em insuficiência ativa, assim
como o reto femoral (Ema 2017). E assim a cabeça longa seria priorizada em
exercícios isolados e as demais em multiarticulares (Brandão 2020).
Só que, enquanto ainda não temos uma confirmação disso, podemos seguir
dizendo que o coice é mais pras uniarticulares sim. Até porque temos dados
contraditórios entre os modelos dos artigos (Kholinne 2018; Maeo 2022; Murray
2000) e porque a cabeça longa trabalha em comprimento muito reduzido, o
que prejudica a hipertrofia. Mas se atente a hipótese abordada acima ao
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@brunofmleitao
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PERGUNTAS GERAIS
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Existe um ponto que deve ser mais valorizado: a real quantificação do volume
de treino, pautada na biomecânica. Não é dúvida que o volume é a principal,
e talvez a única, variável que possui uma relação direta de dose-resposta com
a hipertrofia (Schoenfeld 2017; Schoenfeld & Grgic 2018). Se você começar o
cálculo desse volume errado, os resultados obtidos no treino também não
estarão dentro do planejado. Só que para contar o volume não basta ver o
movimento e somar o número de séries pros músculos que teoricamente
geram esse movimento, os “agonistas”, é preciso saber a participação de cada
músculo no exercício. Porque é fato que os exercícios enfatizam músculos e
porções de maneiras diferentes e, portanto, seu volume deve ser quantificado
proporcionalmente. Se não o stiff será contabilizado como uma série para
glúteos e uma para posteriores, por exemplo, o que estaria errado.
Analisando apenas o próprio supino reto, o estímulo para essa porção vai ser
inferior ao das outras (Brandão 2020) e o do tríceps, como um todo, inferior ao
do peitoral maior (Ogasawara 2012; 2013). Além disso, pro supino fechado
também teremos uma menor participação da cabeça longa (Wakahara 2013),
assim como no tríceps coice também devido à sua insuficiência (Schoenfeld
2002). Logo, a resposta seria não. É preciso ter uma contagem de volume
específica para os músculos trabalhados, que represente, de fato, a hipertrofia
que eles apresentam com esses exercícios.
E isso não vale apenas para cabeça longa do tríceps, já temos dados
suficientes mostrando o mesmo fenômeno para vários outros músculos, o que
implica na necessidade de uma contagem de volume mais precisa
(Schoenfeld 2019). Para isso, é necessário usar da biomecânica para analisar o
exercício, entender a contribuição de cada músculo e saber como a hipertrofia
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Vamos ver qual região muscular hipertrofiou mais dos músculos agonistas
dos membros:
Rosca direta - maior distal (Leitão 2021 - meu mestrado, ainda não publicado)
Cadeira extensora - maior distal pro reto femoral (Ema 2013; Matta 2015; Narici
1996; Wakahara 2017)
• Esses aqui não sei nem classificar seguindo essa linha de aproximar origem
e inserção, mas também seriam cadeia cinética aberta:
Remada supinada - maior proximal (Leitão 2021 - meu mestrado, ainda não
publicado)
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Leg press - maior distal pra um grupo e central pra outro (Franchi 2014)
Leg Press + cadeira extensora - vasto lateral maior proximal e vasto medial
distal (Häkkinen 2001)
Um outro ponto que é bastante comentado dentro dessa temática é que, para
músculos biarticulares, a articulação que se movimenta iria influenciar nesse
“sentido de contração”, de modo que as fibras distais do músculo iriam
apresentar maior excursão e serem mais trabalhadas se a articulação distal se
movimenta e o contrário para a articulação proximal. Só que isso também não
tem respaldo científico.
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@brunofmleitao
Mas eu queria fazer uma reflexão aqui que eu faço sempre que esse tema é
abordado tendo em vista que ficamos com o olhar muito limitado ao exercício
em si. Não seria a remada uma amplitude parcial da extensão do ombro, assim
como a puxada, o pullover e o pull down? Não seria o desenvolvimento uma
amplitude parcial da abdução do ombro? Não seria a elevação pélvica e a
subida na caixa amplitudes parciais da extensão do quadril?
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Então, parece não haver uma relação de causalidade entre o dano muscular
(identificado na prática pela dor) e a hipertrofia, no sentido de que a hipertrofia
não ocorreria por conta desse dano muscular. O que, ao meu ver, faz total
sentido e eu acredito que haja é apenas uma associação entre esses fatores,
que é o que acaba levando a esses questionamentos. De modo que a
musculatura exercitada será a mesma que apresentará um possível dano
muscular e dor nos dias subsequentes e apresentará uma hipertrofia de
maneira crônica. Os estudos mostram que não há uma relação de causalidade
entre dano muscular e hipertrofia, um não leva ao outro, por mais que haja
uma relação de causalidade entre músculo treinado e dano muscular e
músculo treinado e hipertrofia. Dessa forma, a única relação forte que haveria
entre dano e hipertrofia é de associação: o mesmo músculo que foi treinado
irá sofrer um dano e hipertrofiar.
No mais, ainda vale ressaltar que haveria um fator limitante ao dano muscular.
Se este for elevado irá reduzir a capacidade de produção de força muscular e
prejudicar a capacidade do aluno treinar, seja pela dor ou pelo menor
desempenho, o que geraria um efeito negativo na hipertrofia, por mais que
indireto (Schoenfeld 2012). Fora que isso ainda pode prejudicar a adesão do
aluno ao treinamento proposto.
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O torque (ou momento) é o efeito rotatório que uma força gera em um eixo e
assim será determinado por duas variáveis: a magnitude da força e a distância
perpendicular dessa força ao eixo (alguns se referem como a menor distância
da força ao eixo, mas dá no mesmo). De modo que Torque = Força x Distância.
Braço de força, ou suas variações, são apenas um dos nomes que dão a essa
distância. Por exemplo, apenas para diferenciar uma da outra, no curso eu
chamo de braço de força quando me refiro a força muscular e de braço de
resistência quando me refiro a força de resistência, foi assim que aprendi. Aqui
no ebook eu usei mais braço de momento mesmo. Mas uma vez, sabendo o
conceito por trás, não precisamos nos prender a essa nomenclatura.
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fazer sentido evitar em outros com carga menor como rosca direta, tríceps
francês, elevação lateral e demais. Vale a pena até atentar o seu aluno não só
durante o exercício, mas também na hora de pegar e largar o peso, pois é
muito comum flexionarem a coluna pra isso.
Por fim, pode ser bom evitar a flexão da lombar quando puder, afinal
normalmente será o mais seguro e pode ser uma forma de treinar a
consciência do aluno a não fazer essa retroversão em outras condições. Mas
terá condições em que não há necessidade e que até é preciso realizá-la
durante o exercício, como em uma rosca scott ou um pistol. Eu já vi
recomendarem evitar a cadeira flexora para quem tem os posteriores mais
encurtados por conta dessa retroversão, mas ao meu ver ela faria mais sentido
do que uma mesa pelo alongamento oferecido, mesmo em retroversão. No
final, a retroversão é normal, até para sentar no vaso sanitário, o problema é
sobrecarrega-la - não compensa fazê-la para ganhar uma pequena
profundidade no agachamento por exemplo.
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No entanto existe um ponto que não pode deixar de ser mencionado: a visão
é o principal fator de equilíbrio do ser humano. Desde de novos estamos
acostumados a nos equilibrar e guiar a partir do “olhar no horizonte”. Sendo
assim, podemos ter algumas aplicações no que diz respeito a posição da
cervical nesses exercícios:
Obs: É comum que pessoas mais velhas tenham mais problemas com
equilíbrio, sendo assim priorize deixá-los olhar para frente e fazer a extensão
da cervical. Já para pessoas com problemas no pescoço ou hipercifóticos (que
apresentam uma hiperlordose cervical por compensação), pode fazer mais
sentido evitar a extensão cervical nesses exercícios.
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Esse exemplo pode ser facilmente verificado na sua mão. Faça esse teste,
flexione os seus dedos com o máximo de força, fechando a pegada, e verá a
sua capacidade de produzir força para tal. Agora flexione o seu punho na
amplitude máxima e tente flexionar os seus dedos ao máximo, você verá que
não conseguirá fechar os dedos com a mesma capacidade. Pois os flexores
dos dedos estarão encurtados pelo punho - em insuficiência ativa para a
flexão dos dedos.
Outro exemplo fácil também pode ser observado na mão. Dessa vez, se você
estender o seu punho ao máximo, perceberá que não conseguirá estender
completamente os dedos. E o contrário também pode ser observado, se você
estender os seus dedos ao máximo conseguirá atingir uma determinada
amplitude de extensão do punho, que será menor que com os dedos
flexionados. Isso ocorre por uma insuficiência passiva dos flexores dos dedos,
que limitam a extensão em uma articulação por já estarem alongados em
outra.
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Quando comecei a malhar pela primeira vez, em 2010, acredito que não havia
essa nomenclatura, aprendi essas estratégias como conjugado apenas. Séries
pareadas, supersets, método agonista-antagonista seriam apenas diferentes
nomes para a mesma coisa: a implementação de dois exercícios para
músculos antagonistas feitos conjugados. Agrupa-se as séries de diferentes
exercícios, invés de treiná-los separados, de modo que é feito uma série para
um antagonista e em sequência uma para o agonista.
Dessa forma, é consenso para a maioria esmagadora dos estudos que há uma
maior eficiência de tempo ao adotar o uso das séries pareadas, tendo em vista
que elas promovem um volume igual ou maior em um tempo menor ou igual
(Andersen 2021; Robbins 2010). Essa seria a principal qualidade e motivo de
implementação para as séries pareadas, podendo ser uma estratégia
totalmente útil para reduzir o tempo gasto na academia, que normalmente é
um ponto limitante para alguns alunos.
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auto selecionado) após a realização dessas duas séries até iniciar as outras. Isso
permitiria a manutenção da percepção de esforço e fadiga, e foi o contrário
do usado no estudo que viu grande prejuízo no volume pra esses exercícios
(Paz 2020). Em todas as ocasiões citadas, eu evitaria a sua prescrição, pelo
menos em grandes quantidades, para alunos iniciantes e até intermediários,
devido a fadiga, esforço e risco a técnica.
São diversos fatores que devem ser levados em conta para a seleção de
exercícios, dentre eles temos vários conceitos biomecânicos – e nesse meio
está a ativação muscular. Como queremos que um exercício recrute um
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músculo, com sucessivos ciclos de contração sob tensão, ele precisa ser
ativado. Mas isso não é tudo, inclusive já é bem batido na literatura que a
ativação não pode ser utilizada para predizer a hipertrofia (Vigotsky 2017;
2022).
- Uma sobrecarga mais leve vai ativar menos um músculo com capacidade
hipertrófica semelhante, desde que o volume seja equalizado (Schoenfeld
2021);
- Se o músculo estiver em condições desfavoráveis ele vai ter que ser mais
ativado para gerar o mesmo torque (Kawama 2021), mas com resposta
hipertrófica provavelmente pior;
É claro que isso é uma brincadeira exagerada, mas o objetivo é mostrar como
não podemos apenas nos respaldar no sinal de EMG. A ativação pode dizer
muita coisa ou nada, é muito mais complexo que "qual exercício está
ativando mais o músculo ou qual músculo". Pode ter certeza disso, eu já
trabalhei com coleta de eletromiografia no laboratório, já trabalhei com quem
realmente entende profundamente de EMG e hoje trabalha com isso fora do
Brasil (Hélio Cabral), já tive aulas de eletromiografia na especialização com um
grande pesquisador internacional que participou em algumas das grandes
revisões da literatura sobre o tema (Taian Vieira). Eu não sei nada perto deles,
mas sei que é muito mais complicado do que é interpretado e disseminado
em muitos casos.
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Vai muito além do que alguns artigos inclusive tratam, essa é uma das
grandes críticas dentro da literatura. Um dos artigos mais citados (acima de
4000 vezes) sobre o tema trata do uso da eletromiografia na biomecânica e
ficou famoso com a frase “a eletromiografia é muito fácil de ser usada e
consequentemente muito fácil de ser abusada” (De Luca 1997).
Por fim, normalmente as hipóteses dos estudos com ativação e a maioria dos
seus resultados são explicados por conceitos biomecânicos e cinesiológicos.
Obviamente eles podem nos ensinar novos conceitos, principalmente quando
são mais controlados e menos práticos com o objetivo de verificar um
fenômeno (particularmente prefiro esses), mas dominar a biomecânica é o
essencial para uma prescrição mais eficiente. No curso eu ensino todos esses
conceitos, mas também falo sobre a ativação muscular, tem 2h40 de aula
sobre isso lá
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A hipótese atual, que é até bastante aplicada na prática, mas que ainda requer
estudos precisos a respeito, é que a estratégia mais eficiente para hipertrofia
seria iniciar o treino com exercícios multiarticulares complexos, usando
maiores cargas e maiores intervalos visando maior tensão mecânica, e então
finalizar com os exercícios mais específicos, isolados, que ofereçam maior
estresse metabólico, usando intervalos mais curtos (Grgic 2017; Nunes 2021).
Vale lembrar que o intervalo deve ser dependente também da carga utilizada.
E, como o ganho de força é dependente de maiores sobrecargas e a
hipertrofia pode ser obtida desde cargas leves à pesadas (Schoenfeld 2021), faz
sentido com que o intervalo pro ganho de força deva ser maior e para
hipertrofia pode ser utilizado do curto ao longo. Além disso, o intervalo auto-
selecionado poderia ser uma opção a ser considerada, tendo em vista que o
praticante irá considerar seus fatores fisiológicos e psicológicos para decidir
se está pronto para uma nova série ou não. No entanto, ainda faltam estudos
crônicos nesse sentido, por mais que já tenha sido visto que, de maneira
aguda, ele pode levar a um maior volume que o intervalo fixo (Nóbrega 2018)
e, de maneira crônica, também, mas sendo menos eficiente no tempo e
promovendo o mesmo ganho de força (Simão 2020). Sendo assim, no mínimo
considere as condições do seu o aluno, ou as suas, antes de iniciar uma nova
série.
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flexão. Se ele tiver que produzir um torque bem submáximo nessa posição, ele
será menos ativado do que se fosse gerar o mesmo torque nos 30º, em que
ele estaria em desvantagem, com a capacidade máxima equivalente a
metade dos 70º (Blazevich 2007; Noorkoiv 2014). Em outras palavras, o
quadríceps seria totalmente ativado pra produzir um torque máximo em 30º,
mas não precisaria ser o máximo ativado se fosse fazer o mesmo valor de
torque em 70º, pois a resposta dele naturalmente já vai ser maior.
Mas isso só valeria no caso do quadríceps pois ele é o único extensor do joelho
e também para produzir o mesmo torque absoluto. Já que se ele precisasse
produzir um torque relativo à sua capacidade máxima, independente da
posição do joelho, ele receberia um estímulo similar.
Algumas observações:
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exercício de menor vantagem se a carga for a mesma, pois o torque será maior
nele. Se equalizarmos o torque, a demanda será similar.
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Eu concordo que nós devemos nos atentar a cada execução do aluno, nos
preocupar com a sua postura e saúde, mitigar os riscos de possíveis condições
– essa é uma forma até do aluno perceber valor no nosso serviço. Mas tenha
cuidado para não usa-los como jargão apenas. É preciso avaliar o exercício, ver
o que ele imprime no corpo e qual a sua demanda, além das condições do
aluno para fazer essas correções.
É difícil de dar essa resposta tendo em vista que não existe nenhum estudo a
respeito, pelo menos até o meu conhecimento. Contudo, normalmente temos
como padrão para correção de assimetrias a realização de exercícios
unilaterais, justamente para poder enfatizar mais um membro do que outro e
assim poder corrigir a diferença hipertrófica pro membro em menor volume.
Por outro lado, não encontramos ninguém subindo um supino ou rosca direta
torto, por exemplo. Então, se um membro tem menos capacidade que outro,
ele estaria treinando próximo do máximo enquanto o outro estaria no
submáximo nesses exercícios bilaterais. Isso, por si só, já ajudaria na correção
da assimetria também. O que eu evitaria nesses casos seria a prescrição de
exercícios em máquinas, como rosca scott e as cadeiras, tendo em vista que
elas permitem que um membro aplique mais força do que o outro, o que
perpetuaria o desequilíbrio. Logo, não dá pra saber o que seria o mais eficiente
para hipertrofia, para tarefas funcionais o treinamento uni e bilateral se
mostram efetivos (Bettariga 2022).
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- Tempo de destreinamento
Para cada parâmetro desses será dado uma nota de classificação (de 1 a 4), a
partir disso será feita uma média com essas notas e o aluno será classificado
como iniciante (média de 1 a 1.9), intermediário (2 a 2.9), avançado (3 a 3.9) e
extremamente avançado (4) - perceba como para ser extremamente
avançado o aluno deverá receber nota máxima (4) em todos os critérios.
A partir de agora você pode incluir perguntas para descobrir esses parâmetros
dentro da anamnese feita com seu aluno presencial ou de consultoria. Caso
não consiga avaliar todos esses parâmetros, basta fazer a média com os que
conseguir - os autores recomendam que pelo menos os três primeiros
parâmetros sejam utilizados.
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Tempo de destreinamento: Visa classificar o aluno com relação a quanto tempo ele
está ou estava sem treinar. Pelo menos oito meses = Iniciante (nota 1); entre quatro a
oito meses = intermediário (2); entre um e quatro meses = avançado (3); atualmente
treinando ou destreinado há no máximo um mês = extremamente avançado.
Supino - até 60%, 100%, 120% e acima de 120% para homens (40%, 60% e 80% para
mulheres),
Agachamento - até 80%, 120%, 150% e acima de 150% para homens (usar 20% a menos
para mulheres),
Terra - até 100%, 150%, 180% e acima de 180% (80%, 120% e 160% para mulheres),
Barra fixa – nenhuma repetição com o próprio peso, somente uma repetição, pelo
menos 15% e acima de 30% a mais de sobrecarga para homens (nem metade de uma
repetição, pelo menos metade, uma repetição completa e acima de 10% de
sobrecarga para mulheres).
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Outro ponto que pode ser interessante nesse sentido seria variar a posição do
pico de torque de resistência entre exercícios com relação ao ângulo articular
ou comprimento muscular. Por mais que o único estudo que tenha avaliado
isso não tenha observado diferença na espessura muscular (Nunes 2020), há
vários indícios que eu discuto no módulo de biomecânica da hipertrofia do
curso que sustentam essa estratégia. As variações propostas na pergunta
(tríceps coice e testa) são exemplos de variações do pico de torque com
relação ao comprimento da cabeça longa, mas não das cabeças uniarticulares
ou ao ângulo articular. O pull over e pull down, elevação lateral em pé e no
banco inclinado, e outros, são exemplos disso.
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esse nome). Você simplesmente pede pro seu aluno tirar um pé do chão e
ficar em pé no outro, podendo manipular esse grau de flexão do quadril. Se a
pelve tombar pro lado da perna suspensa é porque ele apresenta esse drop
pélvico. Se o tronco flexionar lateralmente pro lado da perna apoiada para
manter a pelve nivelada, é considerado uma compensação que denota
fraqueza muscular para manter a posição padrão do mesmo jeito. Lembrando
que é normal inclinar o corpo pro lado da perna apoiada, pois o centro de
massa precisa estar acima da base de apoio (pé) para manter o equilíbrio. Esse
é um teste básico, você pode verificar isso em outras condições, como no
próprio búlgaro e afundo.
E para isso vamos precisar proporcionar condições que gerariam esse drop
pélvico, só que dando estímulo para que o aluno contraia essas musculaturas.
Faremos isso induzindo a necessidade dele contrair os abdutores do quadril e
os flexores laterais do tronco. Supondo que o afundo e o búlgaro já se
mostrem além da capacidade do aluno, caso ele apresente o drop pélvico
nesses exercícios, devemos regredir um pouco mais. Abaixo eu vou dar alguns
exemplos de exercícios, mas tudo vai depender da capacidade do aluno para
selecionar qual(is) se encaixa(m) melhor.
O primeiro e talvez mais básico é ensinar o aluno a agachar em uma perna só.
Para isso ele pode ser posicionado em cima de um step e agachar até encostar
(não apoiar) o pé de baixo e voltar. Com essa simples tarefa ele já irá mostrar
desequilíbrios que não apresenta em situações bilaterais e aprenderá a ter o
controle motor, ativar as musculaturas certas, aprender a usar o quadril e
joelho e etc. E podemos adicionar estímulos, como segurar um halter com a
mão da perna apoiada, que irá adicionar um torque flexor lateral do tronco,
ativando os flexores laterais do lado da perna suspensa, ou com a mão da
perna suspensa, que irá potencializar a condição de drop, aumentando a
ativação do glúteo médio da perna apoiada (Stastny 2015). Um outro estímulo
pode ser botar um elástico na crista ilíaca da perna suspensa puxando ela para
baixo e para dentro, forçando o drop pélvico (adução do quadril da perna
apoiada) para assim ativar os seus abdutores. Ele funcionaria como o elástico
que puxa o joelho pra ajudar a corrigir o valgo dinâmico, mas induzindo o drop
pélvico para conscientizar o aluno da ativação dos estabilizadores.
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Outro exercício pode ser o farmer walk unilateral, em que o aluno irá caminhar
segurando um halter pesado com uma das mãos apenas. Aqui o aluno poderá
andar elevando bem o joelho de uma perna para aumentar o estímulo e o
desequilíbrio para os abdutores do quadril da perna apoiada. Nesse caso, e em
todos os outros que usem o halter, ele pode ser segurado do lado da perna
que deseja aplicar o estímulo (apoiada) ou até do outro para potencializar a
condição que gera o drop pélvico, caso o aluno já tenha consciência para
impedi-lo.
Além desses, outros exercícios podem ser prescritos com o mesmo intuito.
Um exemplo é a passada lateral com a band nos pés para aumentar a ativação
dos glúteos médio e máximo (Lewis 2018). Apesar de ambos os quadris serem
estimulados, o foco principal será para perna apoiada por replicar a condição
de drop pélvico - como a diferença na ativação dos glúteos foi maior na perna
suspensa, que não seria tanto o foco, pode optar por usar o elástico em outra
posição. Outro exemplo é simplesmente ficar em pé em uma perna e apoiar
o lado contralateral na parede, forçando o aluno a sustentar a força de reação
da parede com os abdutores do quadril da perna apoiada no chão (conhecido
como “Captain Morgan” em inglês). Aqui pode ser adicionada uma bola suíça
entre a parede e o aluno e ele pode realizar alguns movimentos, como mover
a perna suspensa e inclinar o tronco, para adicionar instabilidade e
complexidade ao exercício. Por fim, o uso dos halteres de modo unilateral e
do elástico forçando o drop pélvico podem ser usados até no afundo, passada
ou búlgaro, de modo mais avançado, se o aluno tiver capacidade para
sustenta-lo.
Existem outros exercícios que podem ser usados dentro de uma progressão
para treinar a estabilidade da pelve, como por exemplo o levantamento
terra/stiff unilateral e a elevação pélvica unilateral. Eles promovem uma
instabilidade da pelve mais no plano horizontal, a fim de sustentar
movimentos de rotação, com a instabilidade do terra ocorrendo com o quadril
em flexão e da elevação pélvica em extensão. Por mais que essa instabilidade
não seja similar ao drop pélvico que ocorre no plano frontal, pelo grau de
dificuldade, não deixam de ser exercícios que trabalhem estabilização como
um todo, podendo ser úteis até pra prevenir esse drop, que não deixa de ser
uma falta no controle da pelve.
Essa pergunta é sobre algo que devia ser bem mais considerado dentro de
uma prescrição, mas que requer o básico de biomecânica muscular e do
exercício. O que normalmente vemos são prescrições que oferecem a mesma
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O comprimento muscular - Esse ponto será o mais importante pois dita qual
é a capacidade máxima de produção de força desse músculo. Basicamente os
diferentes comprimentos musculares vão variar a posição da actina e miosina
dentro do sarcômeros e onde houver maior disponibilidade das cabeças de
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Não conheço nenhum artigo que tenha analisado a hipertrofia com essa
metodologia. Mas em um estudo com alongamento com carga, os
participantes alongaram 20 segundos após cada série de cadeira solear e
panturrilha no leg para só uma das pernas, usando a mesma carga dos
exercícios (Van Every 2022). Foi visto uma vantagem hipertrófica pro sóleo da
perna que alongou com relação a outra, enquanto pro gastrocnêmio foi igual.
Os autores atribuíram isso ao fato de que o sóleo foi mais alongado, tendo em
vista que os gastrocnêmios estavam em menor comprimento pelo joelho na
cadeira solear e ele não. Um outro estudo incluiu alongamento com carga pro
peitoral maior usando 15% da carga realizada na série anterior e duração de 30
segundos, mas não observou diferença hipertrófica comparado ao grupo que
treinou tradicional, sem o alongamento (Wadhi 2022).
Então, tratando sobre o alongamento com carga pós exercício, pode ser que
ele seja eficiente em promover hipertrofia, principalmente em alunos menos
treinados. No entanto, eu considero que não valha a pena a prescrição do
alongamento com esse objetivo, pois ele pode afetar a fadiga, percepção de
esforço e desempenho caso haja exercícios subsequentes a ele e, caso seja
feito no final do treino, muito provavelmente realizar uma(s) série(s) a mais do
exercício promoveriam resultado similar ou maior.
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Sendo assim, pode-se optar por utilizar tanto o split quanto o full-body de
acordo com as características e objetivos. Por exemplo, o método split, que
concentra o treino de um grupamento em uma sessão, pode ser utilizado para
praticantes treinados quando o objetivo é aumentar o volume de treino, isso
apresentaria vantagem na hipertrofia, mas não foi analisado nesse sentido nos
estudos. Ele pode apresentar vantagem também por permitir melhor
descanso entre sessões de treino pro mesmo grupamento, o que permitiria o
uso de maiores cargas, e permite prolongar o estímulo muscular dentro de
uma mesma sessão, o que aumentaria o estresse metabólico mas diminuiria
a carga mobilizada nos últimos exercícios (Schoenfeld 2010). Além disso, o
grupamento selecionado pode ser treinado de maneira mais extenuante já
que não será afetado pela fadiga central acumulada de exercícios para outros
músculos como no método full-body. De fato, quando analisado a montagem
de treino de bodybuilders, todos eles optam por essa estratégia de divisão de
treino invés do full-body (Alves 2020).
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Sobre hipertrofia, diria que esse comprimento reduzido poderia ser um fator
limitante pros antagonistas, que podem ser inibidos por isso. Um músculo
encurtado levar a inibição de seu antagonista é mais relatada em livros, mas
existe um estudo que verificou isso pro quadril (Mills 2015). Além disso, outro
ponto que pode influenciar é que esse músculo encurtado não poderá atingir
o mesmo comprimento absoluto que um músculo normal atingiria. Como
trabalhar em maior comprimento pode potencializar a hipertrofia, isso pode
ser um ponto negativo nesse sentido. Mas pode também não ser, pois ao meu
ver ainda não está claro se é o comprimento absoluto ou o relativo que irá
influenciar nessa hipertrofia.
Vários estudos mostram que treinar apenas um membro do corpo leva a uma
educação cruzada que promove ganhos de força máxima também no
membro não treinado (Manca 2017), independente das características do
praticante (Green & Gabriel 2018). Como o destreinamento (por imobilização
ou não) leva a uma redução na força e no tamanho muscular (Blazevich 2006),
esse método pode ser utilizado para realizar a manutenção dessa força, e é até
sugerido nos estudos.
Algo válido de se saber e aplicar nesses casos diz respeito ao treino excêntrico.
Quando comparado com o apenas concêntrico, 10 sessões de treino
excêntrico resultaram no mesmo ganho de força pro braço treinado. E ao
avaliar os efeitos de cinco semanas de destreinamento desse membro (que
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Seu outro trabalho (Schoenfeld 2019) viu relação de dose-resposta pro volume
e hipertrofia, com o grupo que realizou 30 séries semanais por músculo para
os membros superiores e 45 séries por músculo para os membros inferiores
hipertrofiando mais que os demais. Além desse, Brigatto e colaboradores
(2022) também viram vantagem para realização de 32 séries semanais por
grupo muscular, dos membros superiores e inferiores, sobre os demais
volumes. A princípio o limite seria esses valores ou mais.
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porções e/ou regiões serão mais hipertrofiadas. Aqui ainda podemos pensar
em manipulações das principais variáveis biomecânicas desses exercícios
para direcionar mais ainda essa hipertrofia de acordo com o objetivo do aluno.
Uma outra revisão verificou que os intervalos mais longos, acima de dois
minutos, são mais eficientes pro ganho de força (Grgic et al., 2018). Algo que
faz total sentido, já que, quanto maior o intervalo, maior a recuperação de
fosfocreatina que é o principal substrato energético desse tipo de exercício.
Dessa forma, priorize intervalos mais longos quanto mais pesado estiver o
exercício. Um método de força que pode ser utilizado em treinos com esse
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Também para evitar uma sessão muito longa e por outros motivos, procure
selecionar exercícios multiarticulares básicos com o intuito de ganho de força,
invés de vários exercícios mais isolados. Os multiarticulares também
permitem mais carga, trabalham mais músculos e articulações e possuem
maior transferência para o dia a dia. Além disso, priorize prescrever os
exercícios com o objetivo de ganho de força no inicio da sessão, já que esses
resultados são mais expressivos para os exercícios realizados primeiro (Nunes
2021). Além disso, o ganho de força é mais transferível pro exercício treinado
(Brandão 2020; Mannarino 2021), ou seja, realize o exercício mais semelhante
com a tarefa que o ganho de força é desejado para obter melhores resultados.
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tratam de inibição recíproca são de antes dos anos 2000. Mas como meu
papel aqui é encurtar a distância da prática para a ciência, para que vocês se
destaquem da maioria, vou trazer algo mais novo:
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Além disso, umas das variáveis mais relacionadas com o risco de lesão por
estiramento é o comprimento do fascículo e a capacidade de produzir força
excêntrica (Bourne 2018) - e a lesão acomete tudo isso. Então o músculo pode
ficar mais suscetível a romper novamente sim.
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@brunofmleitao
Além disso, no que diz respeito a hipertrofia, podemos observar que a maioria
dos estudos agudos mostram que o cluster set permite um maior volume do
que o método tradicional (Tufano 2017) e, como já sabemos, o volume é a
principal variável relacionada com a hipertrofia (Schoenfeld 2017; 2021;
Schoenfeld & Grgic 2018).
Além disso, há outros estudos que utilizam métodos de cluster set que
distribuem o intervalo total de um método tradicional entre cada repetição.
Mas fazem isso de modo que, se o protocolo tradicional até a falha resultasse
em 3 séries de 5 repetições com 140 segundos de intervalo entre séries, a
variação do cluster set adotaria 20 segundos de intervalo entre cada repetição
e seria levado também até a falha. Essa estratégia normalmente resulta em
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Por fim, segundo uma revisão com diversos resultados, o cluster set possui
grande utilidade e deve ser prescrito com o objetivo de manter a velocidade
e potência ao longo do treino, aumentar o volume load e o trabalho dentro da
sessão, aumentar a performance do salto vertical, diminuir a percepção
relativa de esforço e preservar a técnica (Tufano 2017).
Trazendo para a prática dentro das academias, sua implementação será mais
bem-vinda nos exercícios básicos de força, como o agachamento, supino,
terra, remada, desenvolvimento, puxada e afins. A sua estrutura que talvez
faça mais sentido para essa aplicação é a divisão da série em blocos de 1 a 4
ou 5 repetições. Separar em repetições únicas espaçadas pode ser mais útil
para exercícios exclusivamente de força que usam 4-6RM ou menos,
repetições duplas também são interessantes. Intervalos de 10 a 30 segundos
são os mais comuns nos estudos (Tufano 2017), acredito que na maioria dos
casos faça mais sentido sua aplicação proporcional ao número de repetições
dentro do bloco, ou seja, maior intervalo quanto mais repetições para mitigar
a fadiga. E assim o intervalo entre séries pode ser mantido ou reajustado.
Como é um método de força, intervalos maiores (por volta, ou mais, de 2
minutos) são mais recomendados para prescrição (Grgic 2018).
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pois há uma força de atrito que impede isso. Então, ao analisarmos esse
deslocamento do corpo no plano inclinado, devemos considerar sempre uma
força de atrito empurrando o pé em direção a subida, impedindo que ele
deslize para baixo.
Com uma pessoa andando em uma descida, perceberemos que esse atrito vai
empurrar o pé para trás. Essa força que empurra o pé pra trás gera um torque
flexor do joelho, o que aumenta a necessidade de contração do quadríceps.
Na corrida em declive, esse ponto é potencializado, visto que o corpo ainda
está “caindo”, com um deslocamento de massa para baixo, em uma
velocidade maior. Então, a força do quadríceps vai ser bem maior, com o
objetivo de frear a descida a cada passo ou simplesmente para sustentar o
maior atrito gerado pela alta velocidade. Esse é um dos pontos que
sobrecarregam o joelho, aumentando a pressão patelo-femoral pela maior
força do quadríceps e o cisalhamento no joelho pela maior força de atrito que
o chão faz na perna para trás e o fêmur está fazendo para frente pra se manter
em movimento. E se analisarmos a corrida ou marcha nessas superfícies,
vemos que a demanda do quadril aumenta no aclive e a do joelho no declive
(Nuckols 2020; Park 2019).
Além disso, tem outro ponto importante. Como falado, no declive o corpo está
“caindo” e, dessa forma, a força de impacto do pé no solo será muito maior
que correr no plano e mais ainda que na subida. Essa maior força de impacto
(que possui um vetor mais vertical), vai gerar uma maior compressão nas
articulações, incluindo o joelho.
Sendo assim, faz sentido ficar atento a esses pontos na corrida em declive e
talvez evita-la se o aluno tiver algum problema ou lesão na patela, no menisco
e/ou no ligamento cruzado posterior (que impede o avanço do fêmur sobre a
tíbia). Caso tenha tido alguma dificuldade em entender as forças e cargas
mecânicas tratadas aqui, recomendo assistir a aula bônus desse ebook que eu
falo sobre isso, com certeza vai ajudar.
Mas isso não é um ponto negativo, pois permite que ele possa ser usado para
reduzir o tempo de sessão de quem não possui muita disponibilidade para
treinar ou para aumentar o volume de treino do aluno, sem ter que aumentar
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o tempo que ele passa na academia. Essa última opção é bastante útil para
avançados que já estão com volume alto e pode até promover maiores
ganhos, tendo em vista a relação de dose-resposta entre volume e hipertrofia
(Schoenfeld 2017).
Mas isso também pode ser observado com a ordem das anilhas. Dando um
exemplo esdrúxulo, se colocarmos várias anilhas de 2 kg e uma anilha de 20
na ponta de um lado e uma anilha de 20 com várias de 2 até a ponta do outro,
teremos o mesmo peso de cada lado, mas a barra irá desequilibrar pro lado
que a anilha de 20 está mais longe. Esse desequilíbrio só vai ocorrer se a ordem
das anilhas não estiver espelhada, então procure espelhar a ordem das anilhas
na barra, obviamente não será usando esses exemplos de anilhas aqui, mas
poderá gerar um certo desequilíbrio também.
Pode fazer sim, pois a instabilidade dessa barra, e de qualquer corpo, está
relacionada com a distância dos pesos até o centro de massa. Dessa forma,
quão mais afastado estiver as anilhas mais pesadas, mais instável será o
exercício com essa barra. Obviamente a diferença não será muito grande pois
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a distância também não será, mas por isso que eu quero passar outro ponto
aqui.
Por fim, variar o comprimento do músculo nada mais é que variar sua
capacidade de produzir força. E já sabemos que isso vai influenciar
diretamente na sua contribuição pro exercício, podendo receber mais ou
menos ênfase que os demais músculos e porções. Sobre a hipertrofia regional
entre diferentes comprimentos musculares, temos outros pontos que
devemos considerar, mas este também pode ser um. Independente do tipo
de hipertrofia regional, no meu curso você aprende como ela funciona e a
interpretar qual exercício vai ser mais eficiente para cada objetivo.
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A partir de uma revisão sobre o tema (Škarabot 2016), vemos que ele é mais
comum de ocorrer e apresenta maior discrepância conforme mais rápido for
a velocidade de contração, sendo mais raro de ser evidenciado em contrações
isométricas comparadas as dinâmicas. O que explica isso ainda não está claro,
mas existem hipóteses. A familiaridade com a tarefa, uso de balanços
(“roubos”) em unilaterais, a estabilização postural e o padrão de ativação
muscular são alguns principais exemplos, com o último sendo pouco
entendido ainda.
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Nós temos pontos de análises que a maioria já sabe, que até uma pessoa que
treina musculação há bastante tempo vai saber identificar quais são os
músculos alvos e até fazer algumas manipulações para aumentar sua ênfase
e destacar sua hipertrofia. Mas, o bom profissional, que será bem remunerado,
deve saber enfatizar esse músculo com as técnicas básicas, bem como
direcionar a hipertrofia para uma porção ou região específica – além de outros
fatores que não são o foco da pergunta.
Hoje em dia já temos estudos suficientes que, através dos conceitos expostos,
nos guiam para saber como será a hipertrofia a partir de cada exercício. E é
aqui que eu te ajudo a ganhar mais com o principal objetivo dos seus alunos.
Não dá para listar um checklist nessa resposta, mas da para ensinar todo o
passo a passo, como analisar todos os pontos necessários, em uma progressão
pedagógica desde o básico até o mais avançado. É por isso que muitos
seguidores me pediram e eu fiz o curso, está tudo lá, muitos alunos já
relataram mudar sua visão sobre o exercício nesse sentido.
A grande diferença entre o peso livre e o cabo é que a força peso será sempre
vertical e apontada para baixo. Enquanto isso, a força do cabo pode ser
manipulada para qualquer direção, é só modificar a direção do cabo, e isso
oferece uma vasta possibilidade de exercícios e variações. Perceba como o
cross é muito mais usado nesse sentido de realizar exercícios que seriam mais
difíceis de replicar com o peso livre por conta do vetor de força.
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O primeiro deles seria por negligência, temos vários casos de profissionais que
não têm ideia do que estão promovendo e/ou querem mostrar que o aluno
está pegando peso. Isso fica evidente e é muito comum quando permitem
execuções com perda de técnica no levantamento terra por exemplo, mas
sobre a amplitude de movimento é fácil de ser vista no leg 45, o aluno mal faz
o movimento do exercício mas está lá, cheio de carga. E aí o mesmo pode ser
transferido para remada, supino e agachamento.
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outro, baseado nos conceitos que apresentei na aula bônus desse ebook. Se
você for observar a anatomia desses músculos, perceberá como o obliquo
externo, apesar de possuir uma componente de rotação, possui grande
capacidade flexora do tronco. Já o obliquo interno é bem mais direcionado
para rotação. Teoricamente o oblíquo externo seria mais enfatizado com uma
abdominal supra e o interno com uma rotação, podendo combinar
movimentos e variações.
Nós fizemos um estudo, que sou coautor, que analisou a rigidez do peitoral
maior após supino reto em homens treinados, a rigidez foi comparada entre
lados, sendo que em um deles foi adicionado um alongamento passivo de um
minuto pós exercício (Oliveira 2020). Como resultado, o alongamento pós
exercício não teve nenhum impacto na rigidez do peitoral maior, todas as
medidas foram iguais ao lado não alongado. A rigidez diminuiu cinco minutos
após o exercício, mas igualmente para ambos os lados.
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geral, não foi observado diferença entre o grupo que realizou o exercício
tradicional e o que implementou o alongamento entre séries para as variáveis
da arquitetura muscular e de torque (Halmenschlager 2020 – trabalho ainda
não publicado).
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Muitos dos exercícios que podem ser realizados no Smith não possuem
trajetória totalmente vertical da barra quando feito com peso livre. Tanto no
supino reto aberto e fechado e suas variações, na remada supinada e no
desenvolvimento, a barra se desloca para baixo e para frente do aluno durante
a fase excêntrica. Dessa forma, é mais recomendado que o aluno seja
posicionado de modo que a guia permita que esse movimento natural da
barra ocorra e não o contrário.
Ao meu ver um desvio postural deve ser corrigido se: É algo muito gritante,
está provocando dor no aluno ou comprometendo algum movimento,
gerando insatisfação com a estética ou até caso você julgue que possa vir a
gerar problemas no futuro.
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É assim que tudo gira no marketing. Mas veja como o fenômeno de avaliação
postural é relativamente recente, ninguém falava disso antes de 2010, em
2010, em 2015, mas com o IG em 2020 é só o que falam. Como os resultados
eram obtidos antes dela ser de fato amplamente divulgada?
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coluna, como protusão ou hérnia de disco, tendo em vista que nessa variação
sentado haverá maior compressão e não há a ativação dos músculos
estabilizadores para manter esse segmento firme no lugar (faz sentido
comandar a ativação do bracing aqui).
Existe sim, várias. Para uma máquina ter torque constante, ou seja, oferecer o
mesmo torque articular ao longo de toda amplitude, além dela ter que ser
uniarticular, ela terá que ter uma polia com o formato de círculo perfeito, sem
que o raio varie. Assim o torque na máquina e no eixo articular do aluno não
variam.
Só que tudo isso são analises complexas, que não são ensinadas na faculdade
ou em muitos cursos, normalmente eles ficam presos a alavancas e aplicam
pouco isso na prática. Mas reflete comigo porque isso pode melhorar a sua
prescrição:
Imagina você prescrever um supino articulado pro seu aluno que oferece
maior força de resistência no final da excêntrica, com o peitoral mais alongado
– onde o risco de lesão por estiramento ou rompimento do mesmo é maior
(Wolfe 1992). Ou imagine você prescrever uma remada articulada que oferece
uma curva de torque totalmente discordante da capacidade muscular pro seu
aluno de consultoria, levando-o à compensações inadequadas ou baixa
amplitude no exercício que você não pode corrigir pois não o acompanha
presencialmente.
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Não tem como montar um bom treino, que entregue melhores resultados
pros seus alunos e você seja mais valorizado, sem usar a biomecânica. Não
tem como ensinar a aplica-la por aqui, mas é o que eu faço no curso, desde o
básico da análise de exercício, passando ao entendimento da contribuição e
ativação de um músculo, até o avançado para sabermos como será a
hipertrofia muscular de cada porção específica e o cálculo correto de volume
baseado nisso. Use a biomecânica a seu favor.
Por incrível que pareça, os estudos crônicos com pré exaustão ainda são
poucos. Por exemplo, analisando a hipertrofia, um não viu diferença, mas usou
um volume baixo e uma metodologia fraca para avaliação dessa variável
(Fisher 2014). Outro viu vantagem em todas porções do quadríceps pro grupo
que incluiu a “pré exaustão”, mas na realidade não usou um método
condizente com ela, tendo em vista que ele consistiu mais de um
“aquecimento até a falha”, pois foi realizado uma série exaustiva do mesmo
exercício com 20% de 1RM 30 segundos antes de realizar o protocolo padrão
com carga alta (75% de 1RM) no mesmo exercício (Aguiar 2015). Logo, ambos
são suscetíveis à desconsideração de seus resultados para essa análise (Fisher
2014; Aguiar 2015). O único que se mostrou mais apropriado também não
observou diferença na hipertrofia entre o grupo tradicional e da pré exaustão
que realizou em média 56 repetições a 20% de 1RM do primeiro exercício, mas
relatou uma pequena vantagem pro último (Trindade 2019).
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Ainda não temos dados suficientes para saber se o músculo alvo é mais
beneficiado pelo uso da pré exaustão ou pela realização dos mesmos
exercícios no tradicional mesmo, independente da ordem. Esse desfecho teria
mais importância ainda para praticantes que falhem em um exercício
multiarticular pela fadiga de um músculo que não seja o alvo, como a falha no
supino pelo deltoide anterior para quem deseja priorizar o peitoral maior. Por
outro lado, é de se esperar que a hipertrofia dos demais músculos que
participem do exercício multiarticular seja impactada negativamente com o
uso da pré exaustão, tendo em vista que o volume desse exercício é
prejudicado por ela (Trindade 2019).
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Eu entendo todos os tipos de nome (miolo do peito, glúteo gota e etc), acho
que pode chamar do que quiser pois o importante da comunicação é a
compreensão. Mas se criou o termo “depressão trocantérica” pra esse caso de
menor volume na lateral do quadril que remete a um problema ósseo, quando
não é. Seria o mesmo que chamar de depressão do esterno a falta de volume
que há entre os peitorais.
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Mas esse não seria o mais indicado para treinar esses músculos por conta da
sua função mais voltada a estabilização da coluna. Outra forma mais funcional
e segura de treinar os extensores da coluna seria através da isometria, e o
banco romano pode ser usado nesse sentido também. Esse é um exemplo de
progressão:
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Outro ponto da prancha é a versatilidade que ela permite que esses estímulos
sejam implementados. Por exemplo, podemos fazer isso do jeito tradicional
para trabalhar também os abdutores do quadril em isometria (principalmente
ao fazer a prancha apoiado em uma perna só), mas também adicionando um
torque abdutor do quadril para trabalhar seus adutores, que é o exemplo da
copenhagen plank, que, invés de apoiar a lateral do pé de baixo no chão, apoia
a parte interna da perna de cima em um step ou banco.
Para finalizar, a prancha lateral está inclusa nos três principais exercícios
recomendados pelo McGill para o trabalho do core e saúde da coluna (“McGill
Big Three”). Os outros dois seriam o perdigueiro e uma abdominal adaptada,
ele aborda, em parte, isso em um artigo (McGill 2010). Dessa forma, pode ser
bastante válido incluir a prancha lateral, ou exercício similar, dentro do
programa de treinamento do seu aluno.
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- Pedir pro aluno tossir. Assim, ele terá que contrair os músculos do core e você
mostra para ele isso, pedindo que ele faça a força pra tossir novamente, mas
mantenha os músculos contraídos.
- Pedir para fazer força como se tivesse indo ao banheiro, se você tiver mais
intimidade com o aluno. Ele vai contrair os músculos necessários e você pede
para ele parar de fazer a força, mas manter essa contração muscular.
- Peça pare ele fingir que vai receber um soco na barriga (você pode até
simular). Isso irá fazer com que ele contraia os músculos da parede abdominal
pra se proteger e você pede pra ele replicar essa contração, mas dessa vez se
atentando aos paravertebrais.
Em todos esses casos, peça pro aluno pressionar dois dedos na lateral do
abdómen, entre os oblíquos e o reto abdominal (você também faz isso na
dele). O objetivo é que ele contraia todos os músculos para impedir que esse
dedo afunde.
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Mas por qual optar? O exercício de flexão de punho com o antebraço apoiado
na horizontal é mais condizente com a capacidade muscular, afinal, não
conseguimos produzir muito torque com o punho flexionado como a flexão
de punho com o antebraço na vertical exige. Logo o primeiro seria um
exercício intenso em toda amplitude, sem ponto de descanso, com maior
amplitude e atingindo maior comprimento muscular.
Só que não tem como quantificar esse atrito sem uma plataforma de força.
Dessa forma, não podemos calcular ele, ou sequer desenhar um vetor de força
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- Esses tipos de exercícios irão gerar maior dano muscular, o que poderá levar
o praticante a adotar uma postura com o músculo mais encurtado durante o
dia a dia para não sentir dor.
- A hipertrofia provocada por ele pode aumentar o tônus muscular, o que pode
ser contraproducente, tendo em vista que queremos relaxar os músculos mais
encurtados.
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Já o método ponto zero (ou dead stop) consiste na adição de uma sustentação
isométrica na transição da fase excêntrica pra concêntrica de um exercício.
Invés de permitir o funcionamento do ciclo alongamento-encurtamento com
a rápida transição de fases, ele adiciona uma isometria que vai perder a
energia elástica acumulada, sem ajudar na força resultante da fase
concêntrica. Então, um ponto positivo dessa estratégia é que ela diminui a
contribuição do tendão, aumentando a dos componentes contráteis do
músculo. Um outro seria a isometria em comprimento longo, que já se
mostrou mais eficiente para hipertrofia frente ao curto (Oranchuck 2019).
Mas não quer dizer que não haja aplicações. Eu enxergo espaço para sua
implementação principalmente em músculos que possuem um tendão mais
espesso e contribuiriam muito com sua energia elástica, como é o caso da
panturrilha. Também pode ser usada para ensinar a técnica ou reduzir as
compensações que há em exercícios menos isolados, como alguns
multiarticulares. E, além disso, pode ser usado com o objetivo de explorar a
fase concêntrica, principalmente em atletas, mas, nesse caso, a pausa não
precisaria ser feita com a isometria e sim com o músculo relaxado. No mais,
eu reduziria o tempo de isometria nessa transição, considero os 5 segundos
propostos do ponto zero muito, acredito que o mesmo resultado pode ser
atingido em menor tempo, sem provocar tanto prejuízo. Lembrando que não
podemos desconsiderar a opção de transição com o músculo relaxado, como
ao apoiar a barra do terra no chão, nem de realizar a excêntrica mais lenta, já
que eles podem possuir o mesmo desfecho.
Existem algumas estratégias interessantes para tal, uma vez que o cálculo do
volume já esteja sendo feito de maneira correta (comento sobre isso em outra
pergunta desse tópico). A primeira delas é não se prender a um volume de
séries semanais pré-determinado, tendo em vista que a progressão
individualizada do volume semanal baseado no histórico de treino promove
uma maior hipertrofia (Scarpelli 2022). O que torna os resultados desse estudo
ainda mais forte é que não houve diferença no volume de carga e no volume
semanal entre os grupos, reforçando essa progressão relativa. No caso desse
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estudo, feito com pessoas bem treinadas, foi adotado uma progressão de 20%
a mais no volume de séries semanais com relação ao treino passado dos
participantes (Scarpelli 2022), mas ele foi o único que comparou essa
estratégia, então pode ser que diferentes percentuais de aumento também
possam ser usados, até porque chegará uma hora que será complicado
aumentar o volume.
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E temos várias opções para isso, podendo até citar o agachamento, terra e
afins, que já são famosos por isso. Mas o simples fato de substituir uma remada
neutra bilateral na máquina por uma remada serrote com halter no banco já
adiciona o trabalho de vários músculos do core ao exercício, trabalhando a
musculatura alvo de maneira similar. Troca-se a remada com o peito apoiado
por uma que pode conter necessidade de produzir torque extensor, rotador
e/ou flexor do tronco (comento mais sobre isso em uma pergunta específica
no capítulo de membros superiores). Mas está certo que o desempenho pode
ser menor pelo exercício não ser tão isolado, só que não quer dizer que não
podemos aplica-lo dependendo do aluno ou mesociclo.
Muitos podem pensar que a flexão é um estímulo muito baixo, que não levaria
a adaptações significativas. E isso pode ser verdade, só que principalmente
para avançados, já que ainda podemos usar manipulações e intensificações
dependendo dos intermediários. Mas para iniciantes, na maioria das vezes
que vamos prescrever a flexão para esse público, percebemos que eles
chegam a falha em relativamente poucas repetições, não precisa de um
número elevado. Desse modo, se fossemos prescrever um supino para eles,
teríamos que usar uma força de resistência que seria facilmente similar a
presente na flexão.
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É certo que, dependendo do tipo de aluno, a flexão no solo pode ficar difícil,
mas nesses casos podemos fazer algumas regressões. Caso ele tenha grande
dificuldade por falta de coordenação, iniciar esse movimento no cabo ou
elástico pode ser interessante por permitirem erros e desequilíbrios, algo
normal durante a aprendizagem motora, ou iniciar até em uma máquina que
possui mais estabilidade nesse primeiro momento. Já se for por falta de força,
pode iniciar com a flexão empurrando um step, caixote ou espaldar, ou faze-
la apoiando os joelhos no chão, para diminuir a força recebida pelas mãos.
Remada no TRX: Esse é outro exercício que trabalha os músculos do core, além
do movimento de puxar dos membros superiores. Nele o TRX puxa a mão do
aluno pra cima e a força peso do tronco dele empurra seu corpo pra baixo, de
modo que a coluna arquearia em flexão, já que as pernas estão fixas. Para
impedir isso, os extensores do tronco agem de maneira isométrica, não só eles,
mas como toda a cadeia posterior.
Esse exercício ainda pode ser usado com o pico de contração no final da
concêntrica, pro praticante aumentar a consciência corporal da posição que
ele deve adotar no dia a dia. Uma forma para aumentar a intensidade pro core
é elevar os pés do aluno e estender os joelhos (o que aumentaria também pro
ombro).
Esse é um exercício que pode até ficar leve para treinados. Mas para contornar
isso podemos prescrevê-lo no final do treino ou em um bi-set. Por exemplo,
um conjugado com uma puxada neutra, para trabalhar os extensores do
ombro na amplitude total de extensão da articulação é viável.
Abdominal Rolinho: Por sua dificuldade, podemos dizer que o intuito primário
desse exercício é a estabilidade do core em si. Mas também não podemos
ignorar o trabalho dos extensores do ombro nesse exercício. Para que ele fique
mais direcionado pro ombro e trabalhe o core como secundário ou com
menos ênfase, podemos limitar a amplitude de movimento até o final da
extensão do ombro do exercício, antes do praticante começar a mover só o
quadril, bem como incluir ele mais pro final do treino de costas, já que o corpo
ainda terá boa capacidade de produzir força excêntrica e outros músculos
compartilham a função de extensão do ombro.
Além disso, nesse exercício o aluno também sustenta o peso do tronco nos
membros superiores. Tal fato também vai exigir bastante dos estabilizadores
do ombro, ainda mais por estar sobre uma base instável e em movimento.
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