Tese António Graciano Janeiro 2016 Versão FINAL 2016
Tese António Graciano Janeiro 2016 Versão FINAL 2016
Tese António Graciano Janeiro 2016 Versão FINAL 2016
Henrique
MESTRADO EM GESTÃO PORTUÁRIA
Abril de 2016
Aos meus Pais, irmãos (as), sobrinhos (as), sogros, tios (as), cunhados (as), amigos
(as), colegas da ENIDH, e a toda minha família, pelo brilhante apoio que sempre deram
nesta etapa crucial e que sempre estiveram presentes nos momentos difíceis, o meu
muito obrigado pelo apoio e auxilio nesta luta e conquista.
Escola Superior Náutica Infante D. Henrique i
Um especial abraço ao Sr. Sílvio Barros Vinhas, Sr. Francisco Venâncio, Sr. Amadeu
Rocha, e Sra. Ângela Lafayte, Sra. Benvinda Gamboa, Sr. Manuel Zangue, Sra.
Patrícia Braz pelo apoio prestado e aos responsáveis do terminal de contentor da
SOGESTER e a todos aqueles que directa ou indirectamente ajudaram a concretizar
este Projecto.
Uma das medidas que tem vindo a ser adoptada em diferentes modelos e sistemas de
organização do sector portuário refere-se à opção pelo modelo de concessão de
actividades portuárias, em particular pela concessão de terminais especializados de
movimentação de cargas.
Sobre essa opção existe uma vasta literatura internacional que identifica as principais
linhas de acção e desenvolvimento do processo de concessões portuárias, a partir do
qual será possível efectuar o estado da arte da temática.
This syllabus analyses the real backbones faced by the Luanda Port Authority, right
after the structural reforms that has been put in place for the Angolan Ports, in line with
the international developments.
The reforms have provided significant changes in terms of port management, including
several organizational solutions, as well as important changes in regard to the public
and private partnership.
One of the models that have been put in place in several port related business
organizations nowadays is the concession of the port activities to specialized terminal
operators.
In regard to this option, there is a huge international literature which states the main
development guidelines towards port concession models, from which it will be possible
to proceed with the proposed topic.
The idea is to developing a future action plan for the concessions process in Angola, so
that competitiveness and improvement of the Angolan ports is met.
Key Word: Port Authority, Concessions, Port Management and public and private
partnership
1. Introdução .............................................................................................. 9
1.1. Objectivos de Investigação ................................................................... 10
1.2. Metodologia ..................................................................................... 10
1.3. Estrutura da Dissertação ...................................................................... 12
2. Enquadramento: Reformas Portuárias e Concessões nos Portos .......................... 13
2.1. As reformas no sector portuário ............................................................. 13
2.2. Conceito de Parcerias Público – Privadas ................................................. 15
2.2.1. Objectivo das PPP ........................................................................... 15
2.2.2. Modelos de Parcerias PPP ................................................................. 18
2.3. Contrato de Concessão ....................................................................... 18
2.3.1. Noção de Concessão ....................................................................... 19
2.3.2. Prazo da Concessão ........................................................................ 20
2.3.3. Extinção do contrato de Concessão ...................................................... 20
3. Análise do Sector Portuário Angolano ........................................................... 21
3.1. Sistema Portuário de Angola ................................................................. 21
3.2. Enquadramento Institucional ................................................................. 24
3.3. Modelo de Governação........................................................................ 27
3.4. Concessões ..................................................................................... 30
3.5. Tarifas ............................................................................................ 32
4. Benchmarking Portuário ............................................................................ 34
4.1. Avaliação do Desempenho Portuário ....................................................... 35
4.2. Benchmarking Portuário....................................................................... 37
5. Análise sobre a Evolução Económica do Porto de Luanda .................................. 39
5.1. Evolução das Actividades no Porto de Luanda............................................ 39
5.2. Características técnicas dos Terminais Especializados ................................. 42
5.3. Evolução da carga movimentada no porto de Luanda ................................... 43
5.4. Reformas e Estruturais no Porto de Luanda ............................................... 44
5.5. Modelo de Concessão do Porto de Luanda................................................ 45
5.6. Objectivo da Reestruturação da Gestão Pós-Concessões .............................. 46
6. Terminal da Sogester no contexto da Actividade Portuária do Porto de Luanda ......... 50
6.1. Constituição da Sogester ..................................................................... 50
AP – Autoridade/Administração Portuária
Esta alteração de paradigma, veio conduzir a uma concorrência por linhas e cargas
previamente inexistente, motivando uma competição a nível dos portos mundiais e
especial aos portos África, à qual os portos Angolanos não ficaram a margem destas
alterações.
O objectivo final da competição portuária não é apenas lutar por mais tráfego ou mais
tonelagem, mas fundamentalmente alcançar uma capacidade sustentável de geração
de valor acrescentado em relação ao trabalho realizado. Como tal, torna-se necessário
entender que, quanto mais efectiva for a competição portuária, mais eficiente terá de
ser a gestão portuária, tornando-se ela própria também mais eficiente. Estas alterações
a nível das reformas do sector portuário tiveram um grande impacto no que toca os
modelos de gestão em que o porto de Luanda evoluiu do modelo “tool port” para o
Escola Superior Náutica Infante D. Henrique 9
modelo “landlord port”, o que significa que as actividades operacionais e comerciais
inerentes à prestação do serviço portuário passaram a ser realizadas pelo sector
privado.
1.2. Metodologia
Traduz-se na descrição dos factos mais relevantes, a nível da gestão de uma empresa,
dos objetivos a atingir e dos desafios de negócio com que a gestão é confrontada. A
lógica subjacente é assimilar “best pratices” (melhores práticas de gestão), bem como
evitar situações, que se traduziram negativamente em termos empresariais.
Esta análise será complementada com uma análise de carácter qualitativo, envolvendo
entrevistas com “stakeholders” académicos e sectoriais, servirá para aferir/controlar os
resultados obtidos. O objectivo era aferir e validar os resultados obtidos ao longo do
trabalho, através do confronto com a opinião expressa por relevantes “opinion/decision
makers” a nível nacional/internacional.
Com base na lei nº 02/11 de 14 de Janeiro, foi aprovada a lei das Parceria público-
privada na qual podemos entende-se por parceria público-privada, o contrato ou a
união de contratos, por via dos quais entidades privadas, designadas por parceiros
privados, se obrigam, de forma duradoura, perante um parceiro público, a assegurar o
desenvolvimento de uma actividade tendente à satisfação de uma necessidade
colectiva, e em que o financiamento e a responsabilidade pelo investimento e a pela
exploração incubem, no todo ou em parte, ao parceiro privado.
A maior parte dos modelos de PPPs dentro do sector portuário, tem-se se encaixado
com êxito em modelos de gestão portuária do tipo “Land Lord”, onde autoridade
portuária geralmente autónoma, estabelece contratos de PPP para diversos terminais
sobre sua jurisdição.
Ainda sobre a Lei das PPPs destacamos três tipos de parcerias públicas a saber:
No âmbito do direito administrativo, concessão é o acto pelo qual uma pessoa colectiva
de direito público encarrega outra entidade, que costuma ser particular, de explorar
certo serviço público de carácter empresarial, serviço do qual tinha exclusividade. A
pessoa que concede assume o risco, e transfere temporariamente para ela o exercício
dos direitos correspondentes.
Nos últimos anos tem-se generalizado o recurso a esta técnica como forma de
promoção e gestão de obras e serviços públicos, sendo conhecidos exemplos as
concessões rodoviárias (MACON), transportes marítimos etc., no caso particular do
sector portuário, podemos citar os espaços dos bancos, agentes, despachantes, assim
como alguns serviços ligados ao serviço de carga e descarga.
Um outro objectivo passa por melhorar a integração logística entre os diversos modais
de transporte de forma a trazer ganhos de competitividade a nível do porto de Luanda.
Com base no Decreto nº 52/96, sobre as Bases Gerais das Concessões Portuárias, no
seu, artigo 31 diz “Salvo resolução do Conselho de Ministros que doutro modo
estabeleça a concessão portuária não poderá ser outorgada por um prazo superior a
30 anos”.
Ainda sobre o prazo da concessão no seu artigo 33º do referido decreto, descreve que
“sem prejuízo doutros critérios estabelecidos no contrato, a duração do contrato da
concessão deve ter em conta a amortização dos investimentos do concessionário, os
princípios da sã concorrência e o racional desenvolvimento do porto”.
Podemos verificar que o Porto de Luanda não fugiu a estas regras de gestão tendo se
verificar nas ultimas duas décadas uma transformação no seu padrão da Gestão
portuária em que passou de Porto Operador para “Tool Port” e por ultimo a “Landlord
Port”, esta ultima por via de concessões.
Angola está dotada de três importantes portos marítimos e comerciais, bem como de
outros existentes, de pequena dimensão vocacionados, essencialmente, para a pesca
e para o petróleo. O porto de Luanda, o porto do Lobito e o porto do Namibe.
Verificou-se pelo estudo feito que, nos últimos anos, a actividade económica tem vindo
a ser objecto de profundas transformações de natureza económica no nosso País, de
entre as quais se releva uma natural opção pela sua internacionalização, mas também
pela adopção de medidas de liberalização na economia, no transporte marítimo e nas
actividades portuárias, acompanhando as tendências observadas a nível internacional.
Escola Superior Náutica Infante D. Henrique 21
Depois de vários anos sem qualquer investimento, seria oportuno conceber e aplicar
um plano de intervenção nos portos nacionais aos níveis das infraestruturas,
operacional, processual e das acessibilidades.
Sem eliminar estas fortes condicionantes, apesar do seu grande movimento de cargas,
em especial de graneis na exportação e contentores na importação, os portos
angolanos não conseguem passar de portos “feeder” para portos “hub”.
Em termos mais objectivos, foram relevados os aspectos relacionados com o papel das
Autoridades Portuárias no período pós-concessões, mas também as questões
relacionadas com a governação das empresas portuárias e da governação integrada
para o sector portuário como um todo e, paralelamente, o processo de regulação
económica emergente.
Ainda que não tenha sido possível efectuar uma reflexão global e definitiva das
medidas que têm vindo a ser anunciadas pelo Governo (por manifesta falta de
informação formal ao tempo da preparação final do trabalho), procurou-se ainda
esboçar algumas perspectivas de evolução, tomando por referência as indicações
tornadas (mais) públicas até ao momento, sempre salvaguardando a necessidade de
ajustar essa reflexão em função das medidas concretas que venham a ser tomadas.
No caso de um País periférico e com uma extensa faixa territorial aberta ao mar, os
transportes marítimos e os portos constituem um elemento fulcral para as perspectivas
do seu desenvolvimento económico.
A existência de um sector portuário nacional cada vez mais competitivo e que incorpore
os mais elevados padrões de eficiência, de fiabilidade, de segurança e de qualidade,
constitui um valor da maior importância estratégica e económica para o apoio e
desenvolvimento das trocas comerciais internas e externas, de que a economia
nacional depende e um factor essencial para a sua própria dinamização.
De uma forma geral, poderá relevar-se que se registou uma atitude muito consensual,
no sentido de que as reformas seguidas implicaram grandes benefícios para o reforço
da capacidade económica dos portos Angolanos e para a sua afirmação competitiva,
ultrapassando décadas de muito baixa eficiência de actuação, não só ao nível das
responsabilidades que competiam às autoridades portuárias, mas também pela inépcia
de actuação que estava reservada aos agentes económicos privados, em particular os
responsáveis pela operação de movimentação de cargas em terminais.
As APs deverão ainda ser agentes em matérias relacionadas com a articulação das
actividades portuárias com as redes integradas de transportes, logísticas e de
informação, incentivando e participando em acções de investimento que promovam,
essa integração, quer no plano técnico da sua concretização, quer ao nível do
investimento inicial de instalação.
Ainda sobre o tema, releva-se da literatura produzida que as soluções encontradas nos
diferentes países dependem em primeira linha dos modelos de organização portuária
vigentes no período anterior ao processo de privatização.
De entre os autores que mais intensamente reflectiram sobre a temática, não se pode
deixar de destacar o contributo do Banco Mundial e de diversos autores a ele ligados,
que desenvolveram extensa reflexão sobre as reformas seguidas em diferentes países
e sobre os modelos que foram adoptados na sequência do processo de reformas.
Citando Rocha (2012), de entre os vários autores que estudaram a situação, destaca-
se Baird (1999) que desenvolveu uma apreciação com base em estudo abrangendo os
100 maiores portos de contentores a nível mundial tendo identificado as várias opções
seguidas para o processo de privatização dos portos, a partir da estrutura de funções
que poderão ser assumidas no modelo de gestão adoptado e tomando por base as
possibilidades de repartição de responsabilidades entre o sector público e o sector
privado, conforme se apresenta, de forma sistematizada, no Quadro 1.
Ainda de acordo com o mesmo autor (Rocha, 2005), esta observação é igualmente
confirmada por Cholomoudis e Pallis (2002) que constatou uma grande diversidade na
forma e organização dos portos europeus, em termos da sua gestão e
responsabilidades pelas diferentes funções, incluindo a gestão local municipal dos
portos da região hanseática, a gestão pública centralizada dos portos do sul da Europa,
afirmando-se a gestão privada apenas nos portos no Reino Unido.
3.4. Concessões
Quanto aos principais tipos de Concessões mas usadas nos portos são três, a saber:
- Regulador (IMPA): entidade pública que tem por incumbência garantir que o
processo de concessão cumpriu com todas normas e regras legislativas, gerais e
específicas, e que os princípios da transparência e equidade foram assegurados.
3.5. Tarifas
Fazendo agora uma abordagem sobre a evolução do tarifário Angolano, podemos ver
que alongo de vários anos ela foi sofrendo varias alterações desde o Decreto Executivo
Sendo assim é aprovado o novo Decreto Executivo Conjunto n.º 17/02, de 03 de Maio,
que aprova com carácter provisório o Regulamento de Tarifas Portuárias de Angola. A
partir desta data os Portos de Angola passa a trabalhar com dois tarifários em que o
primeiro tratava dos encargos sobre as embarcações e o segundo os encargos sobre
as mercadorias.
Nesse sentido, importa definir claramente quais os benchmarks que uma organização
pretende alcançar (embora por vezes a similaridade da expressão induza alguma
confusão, os benchmarks são as medições utilizadas para determinar o desempenho e
para identificar uma diferença de desempenho).
Benefícios do Benchmarking
Ainda de acordo com o mesmo autor, nesta óptica de logística integrada, torna-se
necessário:
FLUXO DE INFORMAÇÃO
NAVIO INFRAESTRUTURA
(FLUXO)
CARGA (FLUXO)
Indicadores de EFICIÊNCIA
DIRECTA
Indicadores de
EFICIÊNCIA INTEGRADA
Perfil de
Indicadores Analisados Desempenho
1 2 3 4 5
Preços (rácios) • •
Custos (rácios) • •
Tempo de Acostagem (h/navio) ••
Tempo de Estadia (h/navio) • •
• Porto X
“Hinterland” Económico
“Foreland”
Com o fim da construção desta fase em 1945 e com o início da sua exploração, o porto
foi-se desenvolvendo ao longo dos anos não só de uma forma estrutural como também
ao nível do seu modelo organizativo.
Assim sendo o porto cresceu na sua configuração estrutural com o aumento dos cais
de atracação dos navios, bem como na alteração progressiva dos seus modelos de
gestão, sendo este um dos factos mais importante da organização do porto, passando
de um modelo de porto “ Operador”, depois para um porto do tipo “Ferramenteiro”
(“Tool Port”) e por último como porto “Landlord Port”.
Em todo este modelo de organização, o porto para além dos concessionários tem
outros parceiros e clientes privilegiados que se relaciona de uma forma estreita, sem os
quais não era possível atingir os objectivos da sua missão; qualidade e eficiência dos
serviços que tem prestado. O porto congrega ainda no quadro da sua organização
componentes relacionadas com a sua responsabilidade social, quer com os seus
trabalhadores, como nalguns casos com a sociedade que se encontra na sua área de
Jurisdição.
Um total de 4.060 (quatro mil e sessenta) metros de cais acostáveis e quinze (15)
gruas para carga e descarga de contentores, descriminados da seguinte forma, sete (7)
para o terminal dos contentores (Sogester) e outras oito (8) para o terminal de GRN (5
M ou Soportos).
- Dez armazéns;
A profundidade ao longo do cais varia entre -10,5 e -12,5 metros, com excepção do
cais do terminal de Cabotagem, onde a profundidade varia entre -3,5 a -5,5 metros
(Plano Estratégico E.P.L 2011-2015).
Tons TEUs
Evolução do Movimento de Carga Contentorizada
9 237 288,00
8 396 247,00
6 852 525,00
- Promover o Porto;
Escola Superior Náutica Infante D. Henrique 44
- Promover recursos financeiros para o seu desenvolvimento;
A meta é tornar o Porto de Luanda como porto de referência entre os melhores portos
de Africanos, pela sua eficiência e modernização, e dar suporte ao desenvolvimento
económico de Angola. Foi nesta conformidade e em função dos novos modelos de
concessão o Porto de Luanda optou pelo modelo “Landlord Port”.
USD 3/Ton
Petrolífero Sonils 01-01-2001 01-01-2019 1.323.653,00
USD 48 / Contentor
Não obstante a tese com que aborda a questão, aquele autor aprofunda a sua reflexão
O tema foi sendo abordado por vários autores ao longo das últimas duas décadas,
sempre posicionando a reflexão com base nas diferentes modalidades de organização
existentes, verificando-se que a generalidade deles aponta para o reconhecimento da
necessidade das Autoridades Portuárias, com funções de coordenação, fiscalização,
integração de actividades e promoção do porto.
- De “marketing” e de promoção;
Mais recentemente, alguns autores têm advogado uma perspectiva de defesa e reforço
da intervenção das AP, de entre os quais se destaca Verhoeven (2010), através de
uma reflexão extremamente interessante face à apreciação que tem vindo a
desenvolver em relação ao papel das autoridades portuárias no espaço europeu,
apontando para um “renascimento” (“renaissance”) das funções e responsabilidades
das Autoridades Portuárias, como resposta à situação de grande pressão a que ficaram
sujeitas no período pós-concessões, com renovadas exigências ao nível da
governação da AP e do porto em geral.
Também Chlomoudis e Pallis (2004) se referem aos novos desafios para a AP,
perspectivando um modelo de governação que promova um reforço da prestação de
serviços portuários de qualidade, assumindo a necessidade de uma AP “inteligente”
(Smart Port Authority), que se direccione para “…serviços portuários de qualidade,
orientando a coordenação económica sistemática e as várias formas de networking…”.
Assim, é possível verificar que a evolução registada nos portos Angolanos, não deixou
de acompanhar as tendências internacionalmente observadas, dentro do modelo de
funcionamento que foi adoptado, ou seja, na opção pelo modelo de landlordport,
cabendo à AP um papel essencial no seu processo de gestão e desenvolvimento, que
se materializa nos seguintes aspectos dominantes:
LUANDA
A Sogester é uma empresa Angolana, fruto de uma parceria entre uma empresa
Dinamarquesa (AP Moeller Terminals) e uma empresa de capitais Angolanos.
O Terminal da Sogester tem os seus objectivos bem definidos que passam por:
Na maior parte das vezes tinha que contar com o apoio dos guindastes dos navios
(navios auto-portantes) e esta falta de equipamento influenciava negativamente no
tempo de permanência do navio em cais.
160 000
140 000
120 000
60 000
40 000
20 000
0
2005 2006 2007 2008
Terminal de Contentores
Ano Unidades Teus Toneladas Total
Total Teus
Descarga Carga Descarga Carga Toneladas
2009 116.614 113.189 2.131.114 385.424 218.693 2.516.538
2010 110.453 109.232 2.274.571 390.350 229.903 2.664.921
2011 136.940 121.673 2.723.191 487.108 258.613 3.210.299
2012 165.513 159.326 3.868.700 472.832 324.839 4.341.532
2013 178.753 176.599 3.114.141 1.048.705 355.352 4.162.846
2014 180.755 166.011 3.098.310 770.003 346.766 3.868.313
300000
258613
250000 229803
210060 219685
200000
150000
100000
50000
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
34,3
30,5
24,6
19,6
13,5
10,5
9,2
A ocorrência daquela evolução muito positiva terá uma principal justificação no facto de
o concessionário ter introduzido melhorias significativas nos equipamentos usados no
terminal, através da concretização de investimentos especialmente dirigidos à
renovação tecnológica do parque de equipamentos, em paralelo com a adopção de
processos mais eficazes do ponto de vista da organização do trabalho operacional no
terminal, medidas que permitiram aumentar os ritmos de trabalho e aumentar a
produtividade do terminal no período seguinte â concessão.
13,59
10,97 11,02
9,70
8,42
311
300
256
250
200
150
100
55
35 44
27 26
50
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Finalmente foi possível constatar através das entrevistas realizadas aos trabalhadores
portuários afectos à SOGESTER que o processo de concessão se traduziu numa
significativa melhoria das suas condições remuneratórias, o que se traduz naturalmente
num factor motivacional acrescido.
Devido ao carácter pioneiro do referido estudo, não era tradicional a avaliação dos
referidos indicadores de desempenho nem a troca desta informação entre o
Concessionário e a Administração Portuária do porto de Luanda. Aliás, a ausência de
informação disponível para a correcta avaliação da performance logística portuária,
tem-se assumido como a principal limitação à implementação de um sistema de
monitorização e controlo do desempenho portuário. Importa pois fomentar uma nova
cultura portuária, assente num espírito de cooperação e confiança entre todos os
intervenientes na “passagem portuária”.
Embora a mesma tenha sido realizada como é perceptível ao longo do estudo, a não
elaboração de uma entrevista estruturada limitou os resultados da análise, não
permitindo o tratamento estatístico da informação recolhida.
Como se referiu, o trabalho teve um objectivo bem delimitado, no âmbito do qual não
foi possível aprofundar a reflexão em determinadas matérias, nomeadamente no
âmbito de medidas que carecem de alguma atenção e investigação na perspectiva da
melhoria da competitividade dos portos (refira-se, a título de exemplo, as questões do
cumprimento das cláusulas contratuais e do trabalho portuário), mas também em
relação a determinados domínios de avaliação, como é o caso da quantificação dos
seus efeitos económicos das medidas adoptadas.
Esta será, certamente, uma das áreas de estudo que poderão justificar novas etapas
de investigação a prosseguir no âmbito da temática geral tratada no presente estudo.