67196-Texto Do Artigo-292937-2-10-20210406

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 21

Geosul, Florianópolis, v. 36, n. 78, p. 659-679, jan./abr. 2021.

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2021.e67196

ETNOBOTÂNICA DAS PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE PARARI,


PARAÍBA, BRASIL
Amanda Miguel de Araújo 1
Erimágna de Morais Rodrigues2
Debora Coelho Moura 3

Resumo: Os grupos tradicionais que habitam a região Nordeste, principalmente os


da zona rural, da região Semiárida da Caatinga, detêm um conhecimento empírico, o
qual é repassado entre gerações, mantendo um vínculo com a flora medicinal. O
estudo objetivou realizar um levantamento florístico das plantas medicinais nativas e
exóticas utilizadas pelos munícipes de Parari-PB, além de um estudo da condição
socioeconômica da população. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas,
investigando quais os vegetais cultivados pelas famílias e a situação
socioeconômica. A população do município é composta, principalmente, por
agricultores, aposentados e funcionários públicos municipais. No que diz respeito às
plantas medicinais, foram registradas 13 famílias botânicas utilizadas para o controle
de afecções respiratórias, gastrointestinais e urinárias. Além disso, as indicações
terapêuticas das plantas, realizadas pelos raizeiros, têm comprovação científica.
Palavras-chave: Fitoterapia. Caatinga. Medicamentos.

ETHNOBOTANICS OF MEDICAL PLANTS IN PARARI, PARAIBA, BRAZIL

Abstract: The traditional groups that inhabit the Northeastern region, especially the
rural ones, of the Caatinga Semi-Arid region, have an empirical knowledge, which is
passed on between generations, maintaining a link with the medicinal flora. The
study aimed to carry out a floristic survey of medicinal plants, native and exotic
species used by residents of Parari-PB, as well as a study of the socio-economic
condition of the population. Semi-structured interviews were conducted, investigating
which vegetables are grown by families and the socioeconomic situation. The
population of the municipality consists mainly of farmers, retirees, and municipal civil
servants. Regarding medicinal plants, 13 botanical families were used to control
respiratory, gastrointestinal, and urinary disorders. Also, the therapeutic indications of
the plants made by the raizeiros are scientifically proven.
Keywords: Phytotherapy. Caatinga. Medicines.

ETNOBOTÁNICA DE PLANTAS MÉDICAS EN PARARI, PARAÍBA, BRASIL

Resumen: Los grupos tradicionales que habitan la región Noreste, especialmente


los rurales, de la región semiárida de Caatinga, tienen un conocimiento empírico,
que se transmite de generación en generación, manteniendo un vínculo con la flora
medicinal. El estudio tuvo como objetivo realizar un estudio florístico de plantas
medicinales. Especies nativas y exóticas utilizadas por los residentes de Parari-PB,
1
Universidade Federal de Campina Grande- UFCG, Departamento de geografia, Campina Grande
Grande, Brasil, [email protected], https:// https://orcid.org/0000-0001-8698-4423
2
Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, Departamento de Biologia, Rio de Janeiro, Brasil,
[email protected], https://orcid.org/0000-0003-4281-3555
3
Universidade Federal de Campina Grande, Departamento de Geografia, Campina Grande, Brasil,
[email protected], https://orcid.org/0000-0003-2663-2308
660
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

así como un estudio de la condición socioeconómica de la población. Se realizaron


entrevistas semiestructuradas para investigar qué vegetales cultivan las familias y la
situación socioeconómica. La población del municipio se compone principalmente de
agricultores, jubilados y funcionarios municipales. Con respecto a las plantas
medicinales, se utilizaron 13 familias botánicas para controlar los trastornos
respiratorios, gastrointestinales y urinarios. Además, las indicaciones terapéuticas de
las plantas hechas por los raizeiros tienen pruebas científicas.
Palabras clave: Medicina herbaria. Caatinga. Medicinas.

Introdução
A população tradicional, principalmente os moradores da zona rural, possui
uma interação forte com o meio à sua volta, desde a antiguidade. Estas populações
são detentoras de conhecimentos milenares, que são repassados de geração para
geração. A partir deste conhecimento empírico, os indivíduos que detém o
conhecimento, contribuem na descoberta de novas drogas com princípios ativos
para o tratamento e cura de enfermidades, através do uso de plantas (VÁSQUEZ;
MENDONÇA; NODA, 2014; COSTA; MARINHO, 2016; ARAÚJO; LIMA, 2019).
Os grupos tradicionais que habitam a região Nordeste, principalmente os da
zona rural, da região Semiárida da Caatinga, como quilombos, população indígena e
camponeses, ou seja, pequenos produtores que vivem de agricultura familiar, detêm
um conhecimento empírico, o qual é repassado entre gerações, mantendo um
vínculo com a flora medicinal inserida no bioma Caatinga. Essa forma de usar as
plantas como medicamento é algo característico, principalmente das comunidades
de baixa renda (TEIXEIRA; MELO, 2006; NETO, 2014; SANTOS et al., 2016; SILVA
et al., 2019).
O resgate do conhecimento relacionado à medicina tradicional é de grande
relevância para manter e valorizar a cultura de comunidades tradicionais, além de
servir como ferramenta para uso como recurso terapêutico. A necessidade de
resgatar o conhecimento popular acerca do uso de plantas medicinais é indiscutível,
uma vez que o uso desta prática se caracteriza como um dos principais recursos
terapêuticos para o tratamento de diversas doenças, de muitas comunidades e
etnias (ARNOUS et al., 2013; ARAÚJO, 2017; BRAVO FILHO et al., 2018).
A partir da constatação científica sobre a eficácia das plantas no tratamento de
doenças, o interesse acerca da sua utilização, como forma medicamentosa, tem se
mostrado crescente; este fato pode ser estendido para a sociedade, com potencial
interesse industrial e lucrativo (FARNSWORTH, 1988; AMOROZO, 2002; SABÓIA et
al., 2018).
661
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

A região Nordeste do Brasil, principalmente em decorrência do estado da


Paraíba estar inserido em 70% do seu território no Complexo do Polígono das
Secas, apresenta um Clima Tropical Quente e Seco do tipo Semiárido. Neste
ambiente encontram-se comunidades tradicionais que vivem da agricultura de
subsistência, onde as plantas medicinais nativas da Caatinga são, rotineiramente,
utilizadas por possuírem um alto valor histórico e econômico (SILVA et al., 2015;
MEDEIROS, BRITO, 2017).
Deste modo, justifica-se um estudo como este, pioneiro no município, tratando
do uso de plantas com fins medicinais. O estudo consiste em um levantamento das
plantas medicinais utilizadas como medicamentos pela população do município de
Parari, na Paraíba, além de informar sobre a condição socioeconômica dos seus
moradores.

Área de estudo

O estudo foi realizado no município de Parari, Paraíba, Brasil, localizado na


Região Intermediária de Campina Grande (BRASIL, 2017). A área limita-se, ao
norte, com os municípios de Santo André, à leste com Gurjão e São João do Cariri,
ao sul com Serra Branca e à oeste com o município de São José dos Cordeiros.
Parari apresenta clima Tropical Quente Seco (BSh), do tipo Semiárido (FRANCISCO
et al., 2015), localizado nas coordenadas geográficas 07º19'14" S e 36º39'20" W,
com 480 m de altitude (Figura 1) (BRASIL, 2017).
662
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Figura 1- Localização da área de estudo, município de Parari-PB, Brasil. Fonte: Rodrigues,


E. M. (2019)

O município possui cerca de 1.769 habitantes e uma densidade demográfica de


9,78 hab/km², distribuída entre a Zona Rural e Urbana, com IDH de 0,584, em
comparação ao do Estado da Paraíba, que apresenta 0,650 (BRASIL, 2017). O
município encontra-se inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Paraíba,
sub bacia do Rio Taperoá. Conforme Campos e Queiroz (2006), os solos da região
em estudo são Neossolos Flúvicos e Litólicos, os quais são solos jovens, com pouco
desenvolvimento dos perfis, o que dificulta a prática da agricultura e inibe a
permanência de umidade, por um período prolongado (TEIXEIRA, 2016).
O município de Parari está incluso na área geográfica de abrangência do
Semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2017
(BRASIL, 2017). Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice
de aridez e o risco de seca. Apesar disso, por estar acima de 300 metros de altitude,
no Planalto da Borborema é modelado por relevo suave ondulado (AB’SABER,
2003, MARQUES et al., 2017).
A área estudada apresenta temperaturas elevadas durante todo o ano. As
temperaturas máximas podem ultrapassar os 30ºC, nos dias mais quentes de verão,
e 18ºC, em dias de inverno. A umidade relativa do ar está entre 20 a 82%. O período
663
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

chuvoso é de verão/outono, iniciando em fevereiro, se estendendo até maio


(FRANCISCO et al, 2015).

Materiais e métodos

Caracterização Socioeconômica dos entrevistados

Nesta etapa foram coletados dados relacionados ao nível de escolaridade dos


entrevistados, a profissão, tipo de residência: alvenaria ou outro, e se havia
saneamento básico nas residências, além do modo de armazenamento de água.

Coleta Etnobotânica
Para a coleta de dados referentes à etnobotânica foram aplicados 20
questionários semiestruturados, visando identificar o uso e o conhecimento das
espécies de plantas indicadas de uso popular, por moradores na faixa etária entre
40 e 80 anos, classificados de acordo com a ocupação de trabalho. Foi utilizada a
técnica de amostragem seguindo metodologia de Bailey (1994), chamada “bola de
neve” (snowball), onde o primeiro especialista entrevistado indica o próximo, e assim
por diante, até chegar ao final do estudo, no qual todos os especialistas da
comunidade sejam entrevistados. Nesta etapa buscou-se obter informações sobre o
potencial medicinal e as características botânicas das plantas utilizadas.
O questionário padronizado foi utilizado para identificar as espécies vegetais:
o nome vulgar da planta, a enfermidade a ser tratada, a origem da planta, a parte
utilizada, a forma de utilização e a posologia (quantas vezes ao dia e tempo de uso).
Foi utilizada a técnica da turnê-guiada, na qual o mantenedor é convidado a
fazer uma caminhada pelo quintal durante a entrevista, fornecendo informações
específicas sobre as plantas ali estabelecidas, informando a finalidade de uso da
espécie (ALBUQUERQUE; LUCENA, 2004). No processo de identificação, um
taxonomista foi consultado e a identificação ocorreu através de fotografias.
Ao final, foram elaboradas duas listas florísticas, uma com espécies nativas e
outra com espécies exóticas; cada tabela contém dados da família botânica, com
nomes científicos, nomes vernáculos, o hábito da planta e a indicação
medicamentosa. Dados como: nome científico, hábito e família foram conseguidos
na base de dados online do Missouri Botanical Garden - W3 Tropicos e Herbário
Virtual da Flora e dos Fungos - REFLORA. A lista florística foi elaborada com base
no Angiosperm Phylogeny Group (APG) IV (2016), além dos nomes populares, das
664
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

finalidades terapêuticas, das formas de uso, da(s) parte(s) utilizada(s) e da indicação


das espécies mencionadas, informados pelos entrevistados.
Neste estudo foram registradas apenas as espécies medicinais nativas e
exóticas, sendo consideradas, para discussão, as espécies com maior frequência de
citação. Aquelas que foram citadas mais de uma vez pelos entrevistados foram
selecionadas para a comprovação da indicação medicamentosa, em consulta à
literatura especializada.

Resultados e Discussão

Levantamento sociocultural

A diversidade sociocultural da área é proveniente da estrutura fundiária, onde a


agricultura de subsistência, atrelada à pecuária leiteira, proporciona o fortalecimento
da economia local. As comunidades tradicionais representadas no município
(pescadores) foram estabelecidas pelo inter-relacionamento com seus respectivos
ambientes geográficos, como proximidade do rio Taperoá. A economia do município
é formada pela produção de algodão, sisal, feijão e milho como fonte de renda,
desenvolvendo núcleos importantes com os demais municípios do entorno.
O município conta com a ajuda de subsídios sociais de origem federal, que
mantém o homem no campo, proporcionando um suporte alimentar e financeiro,
como Bolsa Família, Bolsa Pesca e Garantia Safra, que atenuam as necessidades
básicas do agricultor (SILVA, 2017).
Diante de uma população que apresenta um menor poder aquisitivo, na qual,
segundo os dados do Brasil-IBGE (2017), possui um rendimento nominal mensal per
capita de até ½ salário mínimo corresponder a 48,2%, e ter como salário médio
mensal para os trabalhadores formais 1,4 salários mínimos, e contendo apenas 228
pessoas empregadas no serviço público municipal, é notório que tal condição leva
esta região a necessidade de priorizar políticas públicas voltadas ao
desenvolvimento econômico e social.
Em decorrência do município apresentar uma expressiva população rural que
detém o conhecimento do uso de plantas medicinais, e a condição socioeconômica
dos moradores é inferior a um salário mínimo, as plantas podem ser um método de
cura eficaz, com valor bastante inferior ao do uso dos medicamentos alopáticos. Isso
foi constatado por Macedo et al. (2015) e Nobrega et al. (2017), em áreas rurais de
Pernambuco e do Ceará.
665
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

A partir dos dados obtidos nas entrevistas verificou-se que, das 20 entrevistas,
80% (14) corresponderam ao gênero feminino e 20% (06) ao gênero masculino.
Devido ao homem “chefe de casa” estar no trabalho, como agricultor, as mulheres
detêm do conhecimento popular, que foi passado por suas mães, tias e avós, como
foi registrado nas entrevistas. É possível observar que na agricultura familiar, a
mulher possui uma significativa contribuição, pois, além de participar de atividades
agrícolas, também assume uma postura de auxiliadora e mantenedora da saúde
familiar, envolvendo-se nos conhecimentos de sintomas e curas.
Em um estudo semelhante ao de Nascimento e Gonçalves (2013) e Cruz
(2017), avaliando o cultivo e o consumo de plantas medicinais cultivadas em quintais
urbanos no município de Campina do Monte Alegre, em São Paulo e em Breu
Branco no Pará, também prevaleceu o maior conhecimento entre as mulheres, que
está mais voltado ao cultivo e a utilização de plantas medicinais.
Com base nos questionários foi registrado que o grau de escolaridade dos
entrevistados variou entre analfabetismo (15%), ensino fundamental incompleto
(60%), fundamental completo (12,5%), médio incompleto (5%), médio completo
(5%), e nenhum com ensino superior. Percebe-se uma maioria de pessoas com
ensino fundamental incompleto, o que denota uma baixa escolaridade dos
envolvidos no estudo. Todavia, ter baixa escolaridade não significa que o indivíduo
não conhece sobre o cultivo e a utilização de determinadas plantas, pois tal saber
pode ter sido a ele repassado de forma oral pelos familiares e por pessoas da
comunidade.
Por ser o município mais rural que urbano, estes indivíduos vivem na cidade e
desenvolvem atividades de agricultura familiar na zona rural. Os entrevistados que
não são aposentados são agricultores e donas de casa. A renda mensal dos
entrevistados é de um salário mínimo (82,5%), sendo relevante informar a
porcentagem de pessoas com renda de até dois salários mínimos (17,5%), (BRASIL,
2017). Nestes domicílios residem mais de três pessoas. Contudo, o conhecimento
sobre as plantas medicinais se sobressai junto àqueles que têm maior escolaridade
(Tabela 1).
666
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Tabela 1- Informações socioculturais dos entrevistados em Parari – PB, atualizados por


dados do Brasil-IBGE (2017)
Entrevistados (n = 20) Percentagem
- 50 anos 22,5
Faixa etária 51 – 60 anos 20
61 – 80 anos 22,5

Feminino 80
Gênero
Masculino 5

Até 1 salário mínimo 82,5


Renda familiar
1 a 2 salários mínimos 17,5

Analfabeto 15
Ensino fundamental incompleto 60
Ensino fundamental completo 12,5
Escolaridade
Ensino médio incompleto 5
Ensino médio completo 5
Ensino superior 0

Segundo os dados do Censo 2010, com atualização no ano de 2017, o


município não possui esgotamento sanitário (Figura 2 A-F). Contudo, nas
residências onde foram feitas as entrevistas não existem banheiros para uso
domiciliar, além de também não possuírem saneamento básico.
Além disso, a água para consumo doméstico é recolhida de caixas d’água
espalhadas pela cidade; os moradores recolhem o líquido e levam até suas casas
em recipientes de plástico ou potes de barro, onde permanece armazenada. A água
para consumo humano é armazenada em potes de barro, filtros ou outros
recipientes.
667
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Figura 2- A – D. Reservatórios de água no interior das casas na zona urbana; E. Caixa


d’água no centro da cidade; F. Banheiro público com privadas e boxes para banho. Fonte:
Moura (2018).

Os entrevistados foram questionados quanto à razão de utilização das plantas


como terapia e quanto à preferência destas, em relação aos medicamentos
industrializados (Tabela 2). Porquanto ficou registrado que 35%, ou sete indivíduos,
afirmaram que o tratamento das doenças era feito através da utilização das plantas,
o qual, embora sendo mais lento, causa menos efeitos colaterais. Portanto, os
resultados de cura com as plantas causam menos problemas de saúde ou
dependência de quaisquer substâncias químicas presentes na medicação alopática.
Assim, 28%, correspondendo a cinco dos entrevistados, usam as plantas como
medicação para manter a tradição, ou pela comodidade de tê-las no quintal. Do
mesmo modo, 37% utilizam as plantas por serem uma alternativa barata, e 90%
acham que as plantas têm mais poder e eficiência que os medicamentos
industrializados.
Nesse contexto, as plantas surgem como alternativa de cura, por serem de fácil
acesso e economicamente viáveis. Assim, os medicamentos alopáticos, por terem
maior valor econômico e serem distribuídos de forma controlada pela rede pública
de saúde, apresentam menor uso pelas comunidades tradicionais (SILVA et al.,
2014; ZENI et al., 2017; SABÓIA et al., 2018).
668
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Tabela 2 - Amostragem sócio cultural dos entrevistados, quanto a preferência sobre o uso
de Plantas Medicinais do Povoado de Parari-PB.
Informações mais relevantes Entrevistados: (N=20) Porcentagem
Uso de medicamentos por falta
Preferência dos entrevistados de opção terapêutica
pelo uso de plantas como Uso associado entre plantas e
35
terapia, em relação aos medicamentos industrializados.
medicamentos industrializados Uso exclusivo de plantas
medicinais

Razão de uso das plantas Pela tradição


como terapia pelos Pela eficiência 28
entrevistados Por ser natural/ não faz mal

Origem do conhecimento do
uso de plantas medicinais dos Avó, mãe e idosos 37
entrevistados

Os moradores coletam as plantas medicinais direto do campo, ou seja, da


vegetação de Caatinga, ou trocam com vizinhos e parentes, além de cultivarem em
jardins e quintais (Figura 3), como ocorre com as espécies Chenopodium
ambrosioides L. (Mastruz), Mentha crispa L. (Hortelã) e Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex
P. Wilson (Erva cidreira).
Além do consumo de chás, 15 entrevistados compram garrafadas, uma espécie
de mistura da planta com cachaça, usando raízes, cascas, cebola branca e açúcar,
confeccionadas pelo raizeiro e rezador da cidade, que é usada tanto para cura de
animais domésticos, como humanos.
Figura 3- A-E. Espécies vegetais utilizadas como plantas medicinais cultivadas no quintal
das casas dos entrevistados em Parari-PB

.
669
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Os resultados apontam, mesmo com suas limitações, que o Sistema Único de


Saúde (SUS) funciona, no que compete ao município, com médicos clínicos, do
Programa Saúde da Família (PSF), duas vezes na semana. Porém, a população de
Parari só procura o posto médico, e suas formas de cura, se não obtiverem eficácia
com as plantas medicinais. Assim, o serviço de saúde não apresenta superlotação
de pacientes, que precisam apenas de um chá, lambedor ou mesmo de uma
conversa. Desta forma, Oliveira (2008) e Moura et al. (2019) apontam que o
conhecimento popular e científico sobre a eficiência terapêutica é destacado pela
relação entre o uso das plantas medicinais e os benefícios econômicos.
A população local conta com um posto de saúde municipal, que atende as
necessidades médicas mais urgentes. De acordo com informações coletadas nesta
unidade, não há programas relacionados ao uso de plantas medicinais, normalmente
os médicos prescrevem medicamentos alopáticos para os usuários dos serviços de
saúde.
Diante disto, o uso de medicamentos alopáticos apresentam um poder de
cura maior, contudo, os entrevistados afirmaram que fazem uso das duas formas.
Contudo, fazer uso de plantas medicinais reduz, ou poderá apresentar menores
efeitos colaterais, mesmo quando associado com medicamentos alopáticos
(AGUIAR; BARROS, 2012; BRAGA et al., 2019). Sobremaneira, em uma visão
dialética considerando que, mesmo havendo uma transformação e evolução das
cidades, o conhecimento popular está incorporado nas experiências e
conhecimentos da população (CAETANO; SOUZA; FEITOZÃO, 2014; LUCENA et
al., 2018).

Levantamento Etnobotânico
Neste estudo foi dada ênfase tanto às plantas nativas, quanto às exóticas.
Foi realizado o levantamento florístico no município de Parari, que resultou no
conhecimento de 31 espécies, pertencentes a 11 famílias, sendo 17 espécies da
Caatinga (Tabela 3) e 12 exóticas (Tabela 4). Dentre as espécies da Caatinga, as
famílias com maior representatividade foram: Fabaceae (Leguminosae), com quatro
espécies, seguida por Anacardiaceae com três espécies e Malvaceae com duas
espécies. As famílias Olacaceae, Meliaceae, Sapotoceae, Cactaceae, Apocynaceae,
Burseraceae e Rhamnaceae aparecem com apenas uma espécie em cada.
Em estudo desenvolvido por Agra et al. (2007) na região do Cariri Paraibano,
70 espécies vegetais foram indicadas como medicinais. Destas, 13 foram
670
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

destacadas no levantamento florístico, como conhecidas pela população do


município de Parari.

Tabela 3- Listagem da flora medicinal nativa da Caatinga, citada pelos entrevistados em


Parari – PB. Legenda: Arb.: arbustivo; Arv.:arbóreo F.Estacional: Floresta Estacional.
Forma de
Família Nome Popular Nome científico Origem
vida
Myracrodruon urundeuva
Aroeira Caatinga Arv.
Allemão L.
Anacardiaceae Schinopsis brasiliensis Engl L. Caatinga Arv.
Baraúna
Cajueiro roxo Anacardium occidentale L. Caatinga Arv.
Aspidosperma pyrifolium Mart
Apocynaceae Pereiro Caatinga Arv.
L.

Burseraceae Umburana Commiphora leptophloeos L. Caatinga Arv.


Cacataceae Mandacaru Rhipsalis russellii L. Caatinga Arb.

Avelós Euphorbia tirucalli L. Caatinga Arv.


Euforbiaceae
Urtiga Cnidoscolus urens (L.) Arthur Caatinga Arb.
Pithecelobium verrucosa Benth Caatinga
Jurema Branca Arb.
L.
Mulungu Erythrina velutina Willd Caatinga Arv.
Fabaceae
Cenostigma pyramidalis (Tul.) Caatinga
Catingueira Arv.
Gagnon & G.P. Lewis
Angico Anadenanthera columbrina L. Caatinga Arv.
Barriguda de Caatinga
Ceiba glaziovii. L Arv.
Malvaceae espinho
Malva rosa Melochia tomentosa L. Caatinga Arv.
Meliaceae Cedro Cedrela fissilis Vell. F.Estacional Arv.
Olacaceae Ameixa Ximenia americana L Caatinga Arv.

Ramnaceae Juazeiro Zizyphus joazeiro Mart L. Caatinga Arv.

Sapotaceae Quixabeira Sideroxylon L. Caatinga Arv.

Todavia, entre as espécies exóticas, as famílias Chenopodiaceae, Lamiaceae,


Verbenaceae, Myrtaceae, Rutaceae, Asphodelaceae, Musaceae, Monimiaceae,
Canellaceae, Poaceae, Crassulaceae e Apiaceae, aparecem com apenas uma
espécie de cada, totalizando 12 famílias citadas pelos entrevistados (Tabela 4).

Tabela 4- Listagem da flora medicinal exótica da Caatinga, citada pelos entrevistados em


Parari-PB.
Família Nome popular Nome científico Hábito
Amaranthaceae Mastruz Chenopodium ambrosioides L. Subarbusto
Apiaceae Coentro Coriandrum sativum L. Erva
Asphodelaceae Babosa Aloe vera (L.) Burm. f. Arbusto
Canellaceae Canela Cinnamodendron venezuelense Steyerm. Árvore
Crassulaceae Saião Bryophyllum calycinum Salisb. Arbusto
671
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Lamiaceae Hortelã Mentha crispa Tem. Erva


Monimiaceae Boldo do Chile Boldu boldus (Molina) Lyons Arbusto
Musaceae Bananeira Musa paradisiaca L. Arbusto
Myrtaceae Eucalipto Eucalyptus globulus Labill Árvore
Poaceae Capim Santo Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. Erva
Rutaceae Arruda Ruta graveolens L. Arbusto
Verbenaceae Erva Cidreira Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P. Wilson Arbusto

Dentre as espécies citadas, verifica-se que a família Leguminosae apresentou


maior representatividade, sendo nativas do bioma Caatinga. Estas foram citadas
pelos entrevistados como bastante conhecidas e com relevante importância
socioeconômica para a região Nordeste, como Angico (Anadenanthera colubrina
(Vell.) Brenan), Catingueira (Cenostigma nordestum Tul.), Jurema branca (Mimosa
ophthalmocentra Mart. ex Benth) e Mulungu (Erythrina velutina Willd.).
A importância ecológica da família Fabaceae é explicitada ao observar-se que
as espécies constituem as dominantes em alguns ecossistemas secos, como a
Caatinga (RODRIGUES et al., 2019, dados ainda não publicados).
Economicamente, as Leguminosas (Fabaceae) se sobressaem como a principal
fonte vegetal de proteína para a pecuária de caprinos no Semiárido (MOREIRA et
al., 1992; QUEIROZ, 2006; FERREIRA et al., 2015). Estas espécies também são
utilizadas como plantas aromatizantes, forrageiras, na adubação verde como rotação
de culturas, na produção de óleos, de madeira, gomas, corantes e inseticidas
(SIMPSON, 2006).
Outra família citada foi Anacardiaceae, que apresenta diversas espécies
frutíferas de importância econômica, dando destaque ao cajueiro (Anacardium
occidentale L.), além da aroeira (Myracrodruon urundeuva Alemão) e Baraúna
(Schinopsis brasiliensis Engl.). Assim, foi possível destacar a diversidade de
espécies nativas na biodiversidade brasileira.
Em relação às categorias fitoecológicas, o hábito das plantas que apresentou
maior representatividade foi o arbóreo, por ser de grande porte, no qual são usadas
várias partes destas, como casca, entrecasca, flores e folhas. Enquanto para as
ervas e subarbustos, foram mais usadas as raízes e folhas. Porquanto, neste
estudo, a folha foi a parte do vegetal mais utilizada (48%), seguida da casca (26%),
da qual prepara-se o chá (52%), seguido de banho (32%). Levando em conta que
estes vegetais são espécies arbustivas e herbáceas, e são nativas do Brasil.
Conforme o que foi registrado pelos entrevistados, a planta com maior
quantidade de citações foi a aroeira, com 38% de acessos quanto ao seu uso para
tratar inflamação, seguida da baraúna (22%) e cajueiro roxo (18%), como anti-
672
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

inflamatório. Destas espécies se faz uso da casca ou entrecasca, como chá e


banho. As demais espécies apresentam um valor de citação bem abaixo de 20%,
pois seus usos principais são para o tratamento de gastrite e como anti-inflamatório
das vias respiratórias. Estas podem ser usadas de diferentes formas terapêuticas,
como xaropes, soluções tópicas cicatrizantes, garrafadas das folhas e chás.

Princípios Ativos das Plantas Medicinais da Caatinga


Os modos de uso das plantas endêmicas da Caatinga mais citados foram a
inflamação geral e a tosse, seguidos de úlcera, gripe e gastrite, entre outros. As
partes que os entrevistados utilizam das plantas são as cascas, folhas e flores, com
maior frequência. O látex é utilizado em menor frequência, sendo indicado para o
combate do câncer. Várias doenças foram citadas pelos moradores, sendo elas
simples, de baixo risco, e sendo as plantas eficazes para o tratamento e cura.
A flora medicinal citada pelos moradores do município de Parari–PB é
popularmente conhecida. Além da utilização desses vegetais em forma de chás,
infusão, banhos e macerados, também são empregados como medicamentos
fitoterápicos à base destas espécies, como pomadas, xaropes, soluções tópicas
cicatrizantes e garrafadas.
De acordo com Oliveira (2014), Linhares et al. (2014) e Ferreira; Rodrigues;
Costa (2017), os princípios ativos são os componentes químicos produzidos pelas
plantas que lhes conferem atividade terapêutica. As substâncias ativas das plantas
medicinais são produtos do metabolismo secundário (próprios da individualidade das
plantas). Assim, as substâncias medicinais são resultantes do metabolismo
secundário, relacionado à interação da planta com o meio onde ela está
estabelecida.
Diante dos princípios ativos mais importantes presentes nas espécies, pode-
se citar ácidos orgânicos, alcaloides, antraquinonas, compostos inorgânicos,
cumarinas, flavonóides, glicosídeos cardiotônicos, mucilagens, óleos essenciais,
saponinas, substâncias amargas e taninos (SILVA et al., 2015). Estudos como os de
Souza et al. (2015), Bressa et al. (2013) e Silva et al. (2019) apontam que as
espécies possuem em seus compostos fitoquímicos a saponina, o tanino e os
flavonoides, que podem estar diretamente ligados à atividade antioxidante e
antimicrobiana. As plantas medicinais apresentam estudos químicos e são usadas
em todas as regiões do Brasil, principalmente as exóticas.
673
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

O princípio ativo saponina está diretamente ligado às atividades moluscicida


e hemolítica. Plantas com esse princípio ativo são utilizadas no tratamento de
processos inflamatórios. Este fato comprova a utilização, pela população, de plantas
que possuem esse princípio ativo como, o cajueiro (Anacardium occidentale L.), a
ameixeira (Xímenia americana L.), a aroeira (Myracrodruon urundeuva Alemão) e a
baraúna (Schinopsis brasiliensis Engl.). Estas espécies são usadas no tratamento de
processos inflamatórios, como tosse e úlceras. Além disso, a saponina age
diretamente como antifúngica, antibacteriana, antiparasitária, antimicrobiana,
citotóxica, antitumoral e antiviral (BRESSA, 2013; TOSTES; SILVA; KUSTER, 2019).
Os alcaloides, por sua vez, possuem princípios que atuam como anestésico
natural, devido à presença de morfina e a tubocuranina (SILVA et al., 2009:
BRESSA, 2013; SATO et al., 2018). Em relação às espécies citadas pelos
entrevistados, a substância com maior expressão quanto aos princípios ativos foi o
alcaloide, com quatro citações, seguida pelas saponinas, com duas e os taninos,
com duas; os óleos essenciais e as resinas apareceram com apenas uma espécie
(Tabela 5).
Tabela 5- Listagem dos princípios ativos das Plantas endêmicas da Caatinga, parte
utilizada e indicação citada pelos moradores de Parari – PB.
Parte
Substância Planta Indicação do morador
utilizada
Ximenia americana Inflamação em geral, tosse, úlcera,
Saponinas Casca
L. / Ameixa ferimentos e diabetes
Óleo Myracrodruon Inflamação em geral, queimadura,
essencial/alcaloide/ urundeuva Allemão Casca reumatismo, gastrite, úlcera e
fenóis e tanino L. / Aroeira Colesterol
Anadenanthera
Alcaloide columbrina L. / Casca Tosse, gripe e problema na coluna
Angico
Euphorbia tirucalli L/
Resina Látex Combate ao Câncer
Avelós
Cenostigma pyra
Inflamação, cansaço, diarreia,
Tanino midalis Tul L / Casca
impotência sexual
Catingueira
Prisão de ventre crônica, afecções
respiratórias, inflamações,
Melochia tomentosa
Tanino Folhas/Flores principalmente no combate as
L. / Malva rosa
afecções do aparelho genital
feminino.
Erythrina Velutina Tosse, bronquite, calmante dos
Alcaloide Casca
Willd / Mulungu nervos
Zizyphus joazeiro Casca, frutos Escovar os dentes, queda de
Saponinas
Mart L. / Juazeiro e folhas cabelo, tosse e inflamação
Aspidosperma
Alcaloide pyrifolium Mart. L. / Casca Inflamação, gastrite, coluna
Pereiro
674
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Cada entrevistado citava as plantas e a relacionava com o combate de uma


enfermidade. Analisando as espécies citadas verificou-se que todas são de origem
endêmica e pertencente ao bioma Caatinga. Os resultados foram semelhantes aos
obtidos por Souza et al. (2015) e Barretos; Freitas (2017), ao avaliarem o
conhecimento etnobotânico sobre plantas medicinais com estudantes do ensino
médio e nas áreas rurais de Enfarrusca, Bragança e Pará, quando verificaram que
os entrevistados realizavam o cultivo de plantas medicinais em suas casas. Os
entrevistados afirmaram que, ao realizar o cultivo, usavam, diariamente, as plantas
exóticas para o tratamento de enfermidades, tais como hortelã, capim santo, babosa
e mastruz, comumente são utilizadas na medicina tradicional local.

Considerações finais

O conhecimento etnobotânico dos moradores de Parari – PB é embasado em


procedimentos tradicionais e a prática e o uso de plantas no tratamento de
enfermidades são constantes. Apesar do curto intervalo de tempo na investigação,
constatou-se que os conhecimentos da população sobre as plantas medicinais estão
sendo repassados para as novas gerações. Desta forma, os moradores preferem as
plantas medicinais ao invés dos remédios alopáticos, ou usam ambos, em
associação.
Diante de uma população com menor poder aquisitivo, é notória a importância
do uso de plantas medicinais, visto que a condição financeira dos moradores é
inferior a um salário mínimo. Assim, as plantas podem ser, nesse sentido, um
método de cura eficaz, com custo bastante inferior ao dos medicamentos alopáticos.
Devido à diversidade de espécies nativas registradas, pode-se concluir que a
preservação dessa área é de grande importância para a conservação da
biodiversidade local e os informantes envolvidos possuem um vasto conhecimento
da vegetação, contribuindo para o conhecimento de plantas potencialmente úteis da
Caatinga. As indicações terapêuticas das plantas, realizadas pelos raizeiros, são
cientificamente pertinentes, considerando-se a presença de princípios ativos
farmacologicamente ativos que efetivamente combatem as doenças sugeridas pelo
uso popular.
675
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

Referências

AB’SABER, A. N. Os Domínios de Natureza no Brasil: Potencialidades Paisagísticas.


São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

AGRA, M. F. Medicinal and poisonous diversity of the flora of “Cariri paraibano”. Brazilian
Journal of Ethnopharmacology, v. 111, p. 383–395, 2017.

AGUIAR, L. C. G. G.; BARROS, R. F. M. Plantas medicinais cultivadas em quintais de


comunidades rurais no domínio do cerrado piauiense (Município de Demerval Lobão, Piauí,
Brasil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 14, p. 419-434, 2012.

ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P. Métodos e técnicas de pesquisa


etnobotânica. Recife: Livro Rápido/ NUPEEA, 2004.

AMOROZO, M. M C. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antônio do


Leverger, MT, Brasil. Acta bot. bras, v. 16, p. 189-203, 2002.

ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP. - An update of the Angiosperm Phylogeny Group


classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of
the Linnean Society, v. 181, p. 1-20, 2016.

ARAÚJO, J. S. Medicina tradicional: as plantas medicinais no contexto de vida e


trabalho dos agentes comunitários de saúde do município de Juiz de Fora.
2017.Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Juiz de Fora,
Faculdade de Medicina, 2017.

ARAÚJO, M. S.; LIMA, M. M. O. O uso de plantas medicinais para fins terapêuticos: os


conhecimentos etnobotânicos de alunos de escolas pública e privada em Floriano, Piauí,
Brasil. Revista de Educação em Ciências e Matemática, v. 15, p. 235-250, 2019.

ARNOUS, A. H. Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e interesse por


cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde, v. 6, p. 1-6, 2013.

BAILEY, K. Methods of social research. 4.ed.: The Free Press, 1994.


BRAGA, P. M. S. et al. Análise fitoquímica, toxicidade, potencial antioxidante e atividade
antibacteriana da Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna. Revista Fitos, v. 13, p. 9-21, 2019.

BESSA, N. G. F. et al. Prospecção fitoquímica preliminar de plantas nativas do cerrado de


uso popular medicinal pela comunidade rural do assentamento vale verde–Tocantins.
Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 15, p. 692-707, 2013.

BRAVO FILHO, E. S. et al. Levantamento etnobotânico da família Cactaceae no estado de


Sergipe. Revista Fitos, v. 12, p. 41-53, 2018.

BRASIL-IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativa da população de


Parari-PB. Brasil - IBGE, 2017. Disponível
em:<https://www.google.com.br/search?rlz=1C1AVFA_enBR804BR804&ei=djJRW4ymMcGc
5wKl_qbIDg&q=ibge+2017+popul> . Acesso em: 12 de jun. 2018.

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Nova delimitação do |Semiárido brasileiro,


Brasília, p. 32, 2017.

CAETANO, R. S., SOUZA, A. C. R. DE; FEITOZÃO, L. F. O Uso de Plantas Medicinais


Utilizadas por Frequentadores dos Ambulatórios Santa Marcelina, Porto Velho – RO.
Revista Saúde e Pesquisa, v. 7, p. 55-63, 2014.
676
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

CAMPOS, M. C. C.; QUEIROZ, S. B. Reclassificação dos perfis descritos no Levantamento


Exploratório - Reconhecimento de solos do estado da Paraíba. Revista de Biologia e
Ciências da Terra, v. 6, p. 45-50, 2006.

COSTA, J. C.; MARINHO, M. G. V. Etnobotânica de plantas medicinais em duas


comunidades do município de Picuí, Paraíba, Brasil. Revista Brasileira Plantas
Medicinais. Campinas, v. 18, p. 125-134, 2016.

CRUZ, V. M. Aspectos socioeconômicos e o cultivo de plantas medicinais em quintais


agroflorestais urbanos (QAF) no município de Breu Branco, Pará, Brasil. Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer, v. 14, p. 158-170, 2017.

FARNSWORTH, N. R. Screening plants for new medicines. In: WILSON, E. O. Biodiversity.


Washington DC: Nac. Acad. Press, 1988.

FERREIRA, L. B. et al. Etnobotânica das plantas medicinais cultivadas nos quintais do bairro
de Algodoal em Abaetetuba/PA. Revista Fitos, v. 10, p. 220-372, 2017.

FERREIRA, P. S. M. et al. Leguminosae na APA do Cariri, Estado da Paraíba, Brasil.


Hoehnea, v. 42, p. 531-547, 2015.

FERREIRA, L. B.; RODRIGUES, M. O.; COSTA, J. M. Etnobotânica das plantas medicinais


cultivadas nos quintais do bairro de Algodoal em Abaetetuba/PA. Revista Fitos, v. 10 p.
220-372, 2017.

FRANCISCO, P. R. M.; et al. Classificação Climática de Köppen e Thornthwaite para o


Estado da Paraíba. Revista Brasileira de Geografia Física. v. 08, p. 1006-1016. 2015.

BARRETO, I. F.; FREITAS, A. D. D. Etnobotânica em quintais agroflorestais na comunidade


Barreiras em Almeirim, Pará. Revista de Administração e Negócios da Amazônia, v. 9, p.
45-62, 2017.

LINHARES, J. F. P. et al. Etnobotânica das principais plantas medicinais comercializadas


em feiras e mercados de São Luís, Estado do Maranhão, Brasil. Revista Pan-Amazônica
de Saúde, v. 5, p. 39-46, 2014.

LUCENA, R. F. P. et al. Plantas e animais medicinais: Uma abordagem Etnobiológica e


Etnoecologica. In: Plantas e animais medicinais da Paraíba: um olhar da etnobiologia e
etnoecologia, - Cabedelo, PB: IESP, 2018.

MACÊDO, D. G; et al. Práticas terapêuticas tradicionais: uso e conhecimento de plantas do


cerrado no estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil). Boletim Latino-americano do
Caribe de Plantas Medicinais e Aromáticas, v. 14, p. 491-508, 2015.

MARQUES, A. L. et al. Caracterização morfoestrutural e morfoescultural do Cariri paraibano.


Acta Geográfica, v. 11, p. 231-242, 2017.

MEDEIROS, A. M. T.; BRITO, A. C. A seca no Estado da Paraíba – Impactos e ações de


resiliência. Parc. Estrat., v. 22 p. 139-154, 2017.

MOREIRA, F. M. S. et al. Occurrence of nodulation in Legume species in the Amazon


Region of Brazil. New Phytologist, v.121, p. 563–570. 1992.

MOURA, D. C.; PEREIRA, T. M. S.; RODRIGUES, E. M.; MARQUES, A. L. Fitogeografia


das plantas medicinais comercializadas em Campina Grande- PB. In: Editora
Poisson(Org.). Semiárido brasileiro. 1 ed. Belo Horizonte: Editora Poisson, 2019.
677
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

NASCIMENTO, A. P. L. F.; GONÇALVES, K. Uso de plantas cultivadas em quintais urbanos


no município de campina do Monte Alegre, SP. XI Congresso de Ecologia do Brasil, Porto
Seguro – BA, 2013.

NETO, F. R. G. Estudo Etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pela Comunidade do


Sisal no município de Catu, Bahia, Brasil. Rev. bras. plantas med., v. 16. p. 856- 865. 2014.

NÓBREGA, J. S. et al. Avaliação do conhecimento etnobotânico e popular sobre o uso de


plantas medicinais junto a alunos de graduação. Revista Brasileira de Gestão Ambiental.,
v. 11, p.07-13, 2017.

OLIVEIRA, A. Princípios ativos das plantas medicinais: ações terapêuticas, 2014.


Disponivel em: <https://www.cpt.com.br/cursosplantasmedicinais/artigos/principios-ativos-
das-plantas-medicinais-acoes-terapeutico>. Acesso em: 18 de jul de 2018.

OLIVEIRA, F. C. S. DE. Conhecimento botânico tradicional em comunidades rurais do


semi-árido piauiense. 2008 Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente)
– Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade
Federal do Piauí, Teresina. 2008.

QUEIROZ, L. P. The Brazilian Caatinga: phytogeographical patterns inferred from


distribution data of the Leguminosae. In: Neotropical Savannas and Seasonally Dry
Forests. CRC Press. pp. 135-171, 2006.

REFLORA. Lista de Flora do Brasil <Disponível em:


https://www.google.com.br/search?hl=ptBR&rlz=1C1AVFA_enBR804BR804&ei=KldRW4zH
E8K7sQG4i7jgAg&q=reflora&> Acesso em 07 de Jul de 2018.

RODRIGUES, E. M. et al. Fabaceae Lindl. em um afloramento rochoso no Semiárido


brasileiro. Rodriguésia, 2019. (Dados não Publicados).

SABÓIA, C. M. et al. Efeito alelopático de extratos de folhas frescas de Bamburral (Hyptis


suaveolens L.) sobre a germinação e o desenvolvimento de plântulas de pepino (Cucumis
sativus L. Revista Fitos, v. 12, p. 18-26, 2018.

SANTOS, A. B. N. et al. Plantas medicinais conhecidas na zona urbana de Cajueiro da


Praia, Piauí, Nordeste do Brasil. Rev Bras Plantas Med., v. 18, p. 442-50, 2016.

SATO, T. S. et al. Proposta de formulação contendo extrato de folhas de Eugenia


involucrata e análise da atividade antimicrobiana. Revista Fitos, v. 12, p. 68-82, 2018.

SILVA, M. T. N. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais de plantas frente a


linhagens de Staphylococcus aureus e Escherichia coli isoladas de casos clínicos humanos.
Revista brasileira de plantas medicinais, v. 11, p. 257-262, 2009.

SILVA, A. B. et al. Extrato etanólico das folhas de Raphanus sativus L. var. oleifera Metzg
(nabo forrageiro): efeitos anti-hiperglicêmico, antidislipidêmico e antioxidante em ratos com
Diabetes Mellitus tipo 1. Revista Fitos, v.13, p. 38-48, 2019.

SILVA, C. G.; et al. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais em área de Caatinga


na comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará, Brasil. Revista Brasileira de
Plantas Medicinais, v.17, p.133-142, 2015.

SILVA, M. F. P. et al. Plantas medicinais: cultivo em quintais pela população de um


município do semiárido Piauiense, Nordeste do Brasil. Revista Intertox de Toxicologia,
Risco Ambiental e Sociedade, v. 7, p. 101-113, 2014.
678
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

SILVA, M. S. Plantas da Caatinga: Estudo Etnobotânico Crença ou Crise? Campina


Grande: CONIDIS, 2017.

SIMPSON, M. G. Plant Systematics. Canada:Elsevier academic press, , 2006.

SOUZA, V. A.; et al. Avaliação do conhecimento etnobotânico de plantas medicinais pelos


alunos do ensino médio da cidade de Inhumas, Goiás. Revista Eletrônica de Educação da
Faculdade Araguaia, v. 8, p. 13–30, 2015.

TEIXEIRA, M. N. O sertão semiárido. Uma relação de sociedade e natureza numa dinâmica


de organização social do espaço. Soc. Estado, v.31, p. 769-797, 2016.

TEIXEIRA, S. A.; MELO, J. I. M. Plantas medicinais utilizadas no município de Jupi,


Pernambuco, Brasil. Iheringia, Série Botânica, v. 61, p.5-11, 2006.

TOSTES, J. B; FREITAS, A. J. R.; KUSTER, R. M. Isolation and characterization of


polyphenols from Euphorbia heterophylla L.(Euphorbiaceae) leaves. Revista Fitos, v. 13, p.
49-60, 2019.

TROPICOS. Disponível em: <http://www.tropicos.org/ >. Acesso em: 07 de Jul de 2018.

VÁSQUEZ, S. P. F; MENDONÇA, M. S. NODA, S. N. Etnobotânica de plantas medicinais


em comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru, Amazonas, Brasil. Acta
Amazônica, v. 44, p.457–472, 2014.

ZENI, A. L. B. et al. Utilização de plantas medicinais como remédio caseiro na Atenção


Primária m Blumenau, Santa Catarina, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. [online], v. 22, p.
2703-2712, 2017.

NOTAS DE AUTOR
CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA

Amanda Miguel de Araújo - Concepção. Coleta de dados em campo, Elaboração do manuscrito, revisão e
aprovação da versão final do trabalho
Erimágna de Morais Rodrigues –Tratamento de dados, Participação ativa da discussão dos resultados;
Revisão e aprovação da versão final do trabalho.
Débora Coelho Moura- Coleta de dados em campo, Tratamento de dados, Participação ativa da discussão dos
resultados; Revisão e aprovação da versão final do trabalho

FINANCIAMENTO
Erimágna de Morais Rodrigues agradece a CAPES pela concessão de bolsa de doutorado sob nº
88887.497186/2020-00.

CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM


Não se aplica.

APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA


Não se aplica.

CONFLITO DE INTERESSES
Não se aplica.

LICENÇA DE USO
Este artigo está licenciado sob a Licença Creative Commons CC-BY. Com essa licença você pode compartilhar,
adaptar, criar para qualquer fim, desde que atribua a autoria da obra.
679
ARAÚJO, RODRIGUES, MOURA

HISTÓRICO
Recebido em: 23-08-2019
Aprovado em: 03-10-2020

Você também pode gostar