Trabalho de Psicologia - Felipe

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BEHAVIORISMO

INTRODUÇÃO

O behaviorismo surgiu como oposição ao funcionalismo e estruturalismo, e é


uma das três principais correntes da psicologia, juntamente com a psicologia da forma
(Gestalt) e psicologia analítica (psicanálise). A palavra Behaviorismo tem origem no
termo Behavior, que em inglês significa comportamento ou conduta. O behaviorismo
é uma linha da psicologia que estuda o comportamento humano de forma mais
objetiva. Os estudos behavioristas buscam explicar aspectos da personalidade
humana de acordo com a educação, a criação e os exemplos. Os estudos
behavioristas focam na parte animal do homem, sem nenhuma intenção de se apegar
aos aspectos mais subjetivos e racionais. ABORDAGEM CIENTÍFICA. Algumas
características comuns do Behaviorismo são: Objetividade: A objetividade serve para
enfatizar a observação direta e a mensuração do comportamento do objeto de estudo.
Experimentalismo: É formado por experimentos completamente controlados e
monitorados para estudar as relações entre estímulos e respostas. CONCEITOS
CHAVE. Condicionamento Clássico: Foi iniciado por Ivan Pavlov, este conceito
envolve a associação de um estímulo neutro com outro estímulo incondicionado para
obter um resposta condicionada. Condicionamento Operante: Introduzido ao
Behaviorismo por B.F Skinner, onde envolve a modificação do comportamento através
de reforços, sendo eles positivos ou negativos, e até mesmo punições. APLICAÇÕES
PRÁTICAS. O Behaviorismo teve uma influência significativa em áreas como:
Educação: Métodos de ensino baseado em reforço positivo. Psicoterapia: Terapias
comportamentais, como a terapia comportamental cognitiva (CBT), que combina
princíopios comportametais e cognitivos. Análise do Comportamento Aplicada:
Utilizada em intervenções para autismo e outros tipos de transtorno de
desenvolvimento. Os estudos psicológicos behavioristas começaram no final do
século XIX, mas foram escritas e sistematizadas apenas em 1913, através da obra
Psicologia: como os behavioristas a vêem, de John B. Watson. Naquele tempo,
considera-se que John Watson tinha uma proposta inédita: em vez de estudar a
mente, a psicologia deveria estudar o comportamento observável. Segundo John, a
psicologia deveria se limitar ao comportamento, pois somente o comportamento que
poderia ser observado e registrado continha valor para estudos em humanos e
1
animais. Ele foi influênciado diretamente pelos experimentos de condicionamento
clássicos, feito pelo psicologo russo Ivan Pavlov. SOBRE JOHN B. WATSON. Na
época em que Watson começou a lecionar na Johns Hopkins, a disciplina oficial de
psicologia mal tinha 30 anos, tendo começado na Europa em 1879. Watson foi um dos
primeiros psicólogos americanos a quebrar as noções freudianas de que nossa mente
inconsciente estava por trás da maioria de nossos comportamento. Essas ideias
estavam rapidamente ganhando aceitação entre psicólogos na Europa e, mais tarde,
nos Estados Unidos. John Watson era famoso por ter seus métodos e estudos, e
aplica-los no desenvolvimento infantil, pois acreditava firmemente em que o ambiente
que uma criança vive, é capaz de moldar seus comportamentos e pensamentos. Uma
de suas citações mais famosas seria uma em que Watson fala que se o dessem meia
dúzia de bebês, ele os treinaria para se formarem médicos, advogados, artistas,
chefes mercante e, sim, até mesmo mendigo e ladrão. Como era de se esperar, esse
era um pensamento radical e um tipo de controle comportamental com o qual muitas
pessoas não se sentiam confortáveis naquela época. THE LITTLE ALBERT
EXPERIMENT. Apesar de ser um tanto quanto controvérsio na época, John seguiu
com um experimento e decidiu por seu condicionamento a prova. O experimento ficou
conhecido como o experimento ‘Little Albert’. Envolveu um menino de 11 meses que
teve permissão para brincar com vários animais, como ratos e coelhos, dos quais não
tinha medo inicialmente. Mas com a exposição repetida, Watson e sua assistente e
esposa, Rosalie Rayner, começaram a emparelhar o contato do animal com um
barulho estridente alto. Quando ele tocou um animal, o barulho assustador soou. Com
o tempo, eles condicionaram ‘Little Albert’ a ter medo dos animais. Infelizmente,
Watson não removeu o condicionamento que instilou em ‘Little Albert’ e muitos se
perguntaram como o experimento afetou o menino enquanto ele crescia. Muitos anos
depois, foi descoberto que ‘Little Albert’ morreu aos seis anos de idade de hidrocefalia.
Até hoje, esse experimento é alvo de críticas dos psicologos atuais, pois consideram
o experimento completamente antiético por conta do medo instalado no bebê e por
não retirar o condicionamento que o mesmo colocou. SOBRE B.F SKINNER. Burrhus
Frederic Skinner foi um psicólogo estadunidense criador do behaviorismo radical.
Skinner fez seu nome ao ampliar a teoria do behaviorismo de John B. Watson,
adicionando elementos filosóficos na teoria psicológica comportamental. Skinner
ingressou na faculdade de psicologia em Havard, aos vinte e quatro anos de idade,
2
após o fracasso em sua carreira de escritor. A principal teoria de Skinner foi o
behaviorismo radical. Como o nome se diz, Skinner levou ao limite a teoria
behaviorista. Para o behaviorismo radical de Skinner, o homem é totalmente moldado
pela natureza. Seus comportamentos psicológicos são uma resposta aos estímulos
que recebe desde o nascimento. Em sua teoria, Skinner relata que o comportamento
se divide em processos, sendo esses: 1. Presença de estímulo. 2. Resposta do
indivíduo ao estímulo. 3. Consequência. Segundo ele, são justamente as respostas
que causam o condicionamento. BEHAVIORISMO RADICAL DE SKINNER. A
diferença do behaviorismo de Watson para o behaviorismo radical de Skinner seria
que para John Watson, apenas o comportamento era a ligação do modelo ''estímulo
e resposta'', portanto, Watson não se prendia ao assunto de explicar os eventos
internos, como o pensamento. Por outro lado, Skinner argumentava que todo tipo de
comportamento, incluindo a fala e o pensamento e até mesmo sonhos e ideias, devem
ser analisados em termos de interações com o ambiente. Ele introduziu alguns
conceitos como: Reforço Positivo e Negativo: São processos que aumentam a
probabilidade de um comportamento ocorrer. Punição: É um processo que diminui a
probabilidade de um comportamento ocorrer. Extinção: Processo no qual uma
resposta se torna fraca e não é mais reforçada. A CAIXA DE B.F SKINNER. O inédito
experimento de Skinner o consagrou no mundo da psicologia. Hoje sendo considerado
como uma de suas principais contribuições para a psicologia e seus estudos. Neste
experimento, um rato era colocado em uma caixa totalmente fechada com alavancas.
Era feito o seguinte, se o rato fizesse um movimento X, receberia recompensas. Se
fizesse o movimento Y, receberia punições. E assim foi feito, o rato foi perfeitamente
moldado de acordo com as consequências de seus movimentos. O ponto que Skinner
buscava provar era que, os homens vivem conforme o que lhes dá mais benefícios na
sociedade, desde o início de sua vida. Por exemplo, quando escolher um trabalho, o
homem certamente irá na opção que tenha o melhor salário ou condições de férias,
mas quem realmente proporciona essas opções é o meio externo. Sendo assim, isso
significa que os homens tem o poder de escolha, mas são limitadas apenas ao que a
natureza ou até mesmo o próprio homem pode lhe oferecer. Outra diferença entre o
behaviorismo radical e o behaviorismo clássico é o elemento da frequência,
introduzido por Skinner. A frequência é a possibilidade de escolher ser moldado
conforme o quanto deseja receber as recompensas. Enquanto estavam nas caixas,
3
os animais utilizavam as alavancas de acordo com a quantidade de recompensa que
buscavam. Criando um conceito: Uma pessoa que trabalha mais e gera mais valor,
recebe mais recompensas. BEHAVIORISMO ATUALMENTE. O Behaviorismo foi algo
inovador, e nos acompanha nos dias atuais em estudos e principalmente no dia a dia.
Por exemplo, áreas como à de vendas, a comissão é algo clássico. Quanto mais
vende, mais o funcionário recebe pelo seu trabalho. Um outro exemplo pode ser os
grandes mercados financeiros. Em um dia de queda de ações, o investidor pode ser
tomado por um impulso ligado ao medo e vender o restante que sobrou. Embora o
behaviorismo não seja uma abordagem dominante, todos esses estudos e
observações dentro da psicologia comportamental influenciam até hoje o modo como
olhamos para essas questões. Uma dessas linhas é a Terapia Comportamental
Cognitiva. Ela está diretamente relacionada às análises e tratamentos para casos de
ansiedade, síndrome do pânico e depressão, por exemplo.

GESTALT

INTRODUÇÃO

O que se entende pela palavra "Gestalt?" O substantivo alemão "Gestalt",


desde a época de Goethe, apresenta dois significados diferentes: (1) a forma; (2) uma
entidade concreta que possui entre seus vários atributos a forma. É o segundo
significado que os gestaltistas do grupo, que posteriormente vai se chamar de Berlim,
utilizam. É por isso que a tradução da palavra "Gestalt" não se acha nas outras línguas
e a melhor maneira encontrada pelos próprios gestaltistas ao escrever em idiomas
diferentes é simplesmente mantê-la (Engelmann, 1978c; Köhler, 1929/1947.) Nos
anos posteriores a 1912, Wertheimer disse que a Gestalt era muito diferente das ideias
que se chamavam naquela época. A Gestalt, à primeira vista, pode ser dividida em
várias partes. Mas os fragmentos fazem parte da nova gestalten. A afirmação atribuída
aos Gestaltistas de que “o todo é maior que a soma das partes” está completamente
errada. A psicologia da Gestalt é diferente daquela que fala sobre um conjunto de
elementos. Em vez disso, a gestalten é dividida em partes. A Gestalt está diante dos
grupos. Aqui e agora Nada nos é mais familiar que o tempo que passa, nos consome
e nos conduz para a frente. Nada é mais natural que a personificação do tempo pelo
monstro Cronos (em grego, tempo se diz khronos) que devorava seus filhos à medida
que sua esposa, Rhéa, os colocava no mundo. Entretanto, conforme enfatiza Augras
4
(1993), na verdade, o tempo nos devora, não porque nele vivemos, mas porque
acreditamos na sua realidade. Todavia, como questiona Piettre (1997), o tempo pode
ser considerado uma entidade, a ponto de poder ser personificado? Segundo esse
autor, a experiência do tempo antecede a de um não ser: o passado não é mais, o
futuro ainda não é e o instante presente já passou. Faz sentido, portanto, conceber
um tempo do mundo, conferir alguma realidade objetiva ao tempo? Essa questão
permeia as interrogações decisivas de Aristóteles e 2 de Santo Agostinho e
posteriormente as de Bergson e de Husserl, autor, apontado neste capítulo em sua
articulação com a Gestalt-terapia, não isentando a importância das obras de
Heidegger, Van den Berg, Minkowiski e Luipen. Esse percurso, inicialmente histórico,
guiará nossas reflexões visando contextualizar as questões relativas à compreensão
do que se entende por consciência do tempo. Segundo Augras (1993), desde a
Antiguidade o ser humano teve em vista analisar racionalmente o fluir do tempo,
objetivando sua marcha, seu conteúdo curso, verificando suas repetições e
relacionando-as ao espaço. Husserl (1994) também se preocupou com os modos de
viver o tempo. A ideia de vincular ao presente a modificação do passado e o conceito
de tal modificação como algo contínuo, expostos por Brentano, são conservados por
Husserl em sua própria descrição da temporalidade, quando afirma que a consciência
de uma temporalidade que aparece, a exemplo da que surge ao se ouvir uma melodia,
não seria possível apenas com a consciência de um presente. Esse mesmo filósofo
tentou distinguir um tempo percebido de outro sentido: [.] se denominarmos sentido
um dado fenomenológico que, através da apreensão, nos torna conscientes de algo
objetivo como dado de carne e osso (Leibhaft), a que chamamos então objetivamente
percebido, assim temos nós que distinguir também entre um tempo “sentido” e um
“tempo percebido”. O último é o tempo objetivo. Contudo, o primeiro não é ele próprio
tempo objetivo (ou posição no tempo objetivo), mas antes o dado fenomenológico
através de cuja percepção empírica se constitui a referência ao tempo objetivo.
(Husser!, 1994, p. 40) Portanto, para Husserl (1994), o tempo sentido não é aquele
percebido objetivamente, mas um dado fenomenológico que a ele se refere. O tempo
objetivo pertence à conexão da objetividade da experiência, na qual coisas e
acontecimentos, 3 corpos e propriedades pelo cronômetro; os dados temporais
sentidos não são apenas percebidos, mas investidos de caracteres de apreensões a
eles relacionados. É pelas vivências temporais (Zeitauffassungen) que o temporal, no
5
sentido objetivo, aparece. Ao ouvirmos uma melodia, temos a consciência de um
processo sonoro que, sem dúvida, nos mostra uma sucessão, apreensões do tempo
que se fundem. Assim, captar um conteúdo tal como ele é vivido não significa fazê-lo
em um sentido objetivo. Esse filósofo alerta, então, para a duração e a sucessão de
sensações que sofrem modificações. Durante todo o fluxo de consciência, o mesmo
som está consciente como duradouro, como agora duradouro, fruto da retenção. O
“depois” diz respeito há um tempo ainda na retenção. Husserl (1994, p. 62) prossegue:
“O som agora se muda em som que foi e a consciência impressional converte-se em
corrente permanente, numa consciência retencional sempre nova”. Para Husserl, a
consciência primária do tempo constitui-se na apreensão do momento com suas fases
de retensão e protensão. O fragmento decorrido de uma melodia, por exemplo, é fruto
da recordação (retenção), mas decorre também da expectativa antividente
(vorblickenden Erwartung). Por conseguinte, ouço, de cada vez, apenas a fase atual
do som, cuja objetividade total duradoura constitui-se num ato contínuo que é, em
parte, recordação, em outra, pequeníssima, pontual, percepção e, em outra parte, é
ainda expectativa. (Husserl, 1994, p. 56-7) Portanto, Husserl (1994) retoma a
psicologia descritiva de seu mestre, Brentano, e avança no sentido de uma psicologia
fenomenológica mais originária, dirigida a uma análise fenomenológica da consciência
primária do tempo, tal como é percebida nas suas fases de retensão e protensão. Um
tempo do mundo da experiência, ou seja, um tempo imanente do curso da
consciência. Assim, na perspectiva da Gestalt-terapia, o interesse do terapeuta se
direciona para o acontecer da presença do paciente, que, em sua essência, contém a
dimensão da temporalidade na busca de compreender sua historicidade. Como
enfatiza Costa (2004), à prática clínica interessa como essas retenções e protensões
se manifestam na experiência do paciente aqui e agora, pois o passado significativo
é o que aparece retido no agora. Afinal, o passado que tem significância é aquele
retido presente. 4 Nesta seção, serão apresentadas as ideias que abarcam os
principais aspectos relacionados à temporalidade, segundo os seguintes autores:
Costa (2004), Perls (1977a, b e c, 2002); Perls, Hefferline e Goodman (1997); Yontef
(1998) e Polster e Polster (1979). Perls (2002), corroborando com os filósofos
supramencionados, enfatiza que tudo tem extensão e duração, uma vez que medimos
extensão em comprimento, altura e largura, e duração em tempo. Ressalta também
que, embora não saibamos muito a respeito do tempo, a não ser que ele é uma das
6
quatro dimensões de nossa existência, podemos considerar o tempo presente um
ponto zero, em constante movimento dos opostos passado e futuro. Para expressar
essa ideia de movimento temporal, Petrelli (1999) utiliza a metáfora do pêndulo de um
relógio que, ao transitar livremente para a esquerda, pelo centro e para a direita, pode
representar a fluidez temporal necessária ao que considera saúde existencial na
perspectiva fenomênico-existencial. Apesar do fluxo temporal, Perls (2002) afirma que
o centro temporal de nós mesmos, como eventos espaço-tempo humanos
conscientes, é o presente, não havendo outra realidade senão ele. A falta de contato
com o presente, a não sensação de quem somos, leva à fuga para o passado
(pensamento histórico) ou para o futuro (pensamento antecipatório). Mas como definir
esse ponto, denominado aqui e agora? Perls (1977a) o compara a um termo do
budismo Rinzai Zen denominado Koan. Nesse sentido, o autor apresenta o Koan
como uma questão insolúvel, pois se refere a ele considerando que não seja possível
viver no aqui e agora, uma vez que ao se estar no presente ele passa a ser passado.
Entretanto, nada existe exceto o aqui e agora, ou seja, só existe o aqui e agora e por
estarmos no aqui e agora ele já não é, pois, é passado e passado não é presente.
Assim, o aqui e agora é a única possibilidade e, ao mesmo tempo, não existe. O agora
é o presente, o ponto zero; é o momento percebido, carregado pelas memórias e pelas
antecipações. 5 Perls (1977a, p. 69) salienta que a Gestalt-terapia exige uma
disciplina rígida, como no zen, para compreender o significado do agora e do como,
deixando de lado tudo que não esteja contido nestas palavras: “Agora engloba tudo
que existe. O passado já foi e o futuro ainda não é. Agora inclui o equilíbrio de estar
aqui, é o experienciar, o envolvimento, o fenômeno, a consciência”. Essa disciplina
rígida se deve ao fato de esse conceito de “agora” ser um dos menos compreendidos
na Gestalt-terapia, segundo Yontef (1998). Considerado um conceito funcional, que
se refere ao que o organismo está fazendo, mudando a cada momento, atribuindo
novo significado ou ainda reconfigurando o que foi feito há cinco minutos, não é visto
como estático ou absoluto, mas a coincidência de muitas causas que levam ao quadro
de situações semelhantes ao caleidoscópio, sempre mudando, mas nunca idênticas
(Perls, 2002; Yontef, 1998). Afinal, a existência é considerada atualidade (actuality), é
um tornar-se presente, uma experiência da especificidade na qual nos
redimensionamos e produzimos outras possibilidades (Perls, Hefferline e Goodman,
1997; Perls 1977b). Porém, é preciso pensar o presente como uma movimentação
7
entre o passado e o futuro. Nesse sentido, são considerados distúrbios de awareness
do tempo a falta de referência ao passado e/ou ao futuro e a vivência estagnada em
um desses momentos temporais, o que acaba por ofuscar as possibilidades
existenciais (Yontef, 1998; Polster e Polster, 1979). Uma vivência equilibrada, ao não
abandonar o ponto zero, considera o passado e o futuro, uma vez que relembrar e
antecipar são movimentos esperados no existir humano que se apresentam como
precipitações de funções anteriores como memória, arrependimento e tensão corporal
ou como processos de planejar, almejar, temer e/ou fantasiar. Passado e futuro são,
portanto, presenças ausentes, embora, do ponto de vista da experiência, não exista
presente sem referência intrínseca ao passado e ao futuro (Costa, 2004; Perls, 2002;
Yontef, 1998). No entanto, muitas escolas de pensamento concebem o presente como
resultado do passado, buscando a “causa primordial”, seja no criador, na constituição
6 herdada, na influência ambiental, na economia e na infância reprimida, entre outras,
desconsiderando alterações do comportamento a não ser quando trabalhada a causa
oculta, negligenciando o comportamento que ocorre no “aqui e agora”, ressaltando a
cognição “lá e então” do paciente (Perls, 2002; Yontef, 1998). Conciência A área de
estudo da consciência é uma das mais importantes. É por meio dela que as mudanças
necessárias para o desenvolvimento de cada indivíduo são possíveis; para isso, é
necessária uma consciência do que está acontecendo tanto no ambiente quanto no
interior. A atenção é necessária para isso. A aceitação total é necessária para que a
mudança e o desenvolvimento ocorram, pois apenas o que é reconhecido como
verdade pode ser alterado. O que não é aceito não pode ser trabalhado porque não
existe. Quando um indivíduo descobre e aceita os elementos que causam sua
infelicidade, ele adquire uma maior consciência do que está ocorrendo em sua vida.
Sensação é percepção do desenvolvimento Estímulos externos afetam nosso corpo e
se transformam em mensagens que nosso cérebro entende e representam o mundo
exterior dentro de nós. Uma parcela de grande energia que nos cerca é sentida com
intensidade. As duas principais formas de conhecimento empírico são a sensação e a
percepção. Os estímulos: o limiar absoluto é a estimulação mínima necessária para
detectar um estímulo. Os limites absolutos variam com base nas emoções.
Subliminares são estímulos fracos que não são percebidos e estão abaixo do limite.
Um estímulo que é visto abaixo dos limites da percepção consciente é reconhecido
como afetando nossos pensamentos, sentimentos ou ações. Isso é chamado de
8
percepção subliminar. Sentir e perceber 7 São capacidades distintas (fenômenos),
que dependem da capacidade do sujeito de decompor o objeto em suas qualidades
simples (a sensação) e de recompor, dando-lhes uma organização e interpretação (a
percepção). Sensação A sensibilidade pode ser desenvolvida, mas se basearmos em
outra pessoa, cada um tem sua própria individualidade, por isso sentimos de formas
diferentes. A genética também pode desempenhar um papel no desenvolvimento
deste estímulo. Um fator que pode impactar uma pessoa é seu ambiente. Nossa
sensibilidade muda com o envelhecimento. Por exemplo, é fácil identificar a digital de
um jovem, mas é mais difícil identificar a digital de um idoso porque ela se desgasta.
Os empiristas pensam que a sensação conduz a percepção como uma síntese
passiva, dependendo de um veículo externo. Os intelectualistas acreditam que a
sensação leva à percepção, que depende da atividade de entendimento. Percepção
A percepção é subjetiva e pode ser entendida como o processo de decodificação dos
estímulos recebidos, o que é feito segundo as crenças do sujeito, a forma que o
indivíduo vê o mundo a sua volta. O estímulo do meio e a resposta da pessoa formam
a percepção. Os problemas de percepção podem causar a distorção da realidade e
faz parte dos surtos e distúrbios. 8 A percepção é uma experiência totalmente dotada
de significado, onde os objetos percebidos têm significado em relação à realidade do
observador. Em síntese, a percepção depende de todo um cenário complexo, de
relação entre o observador e o observado. Toda e qualquer entrada sensorial inicia o
processo perceptivo, considerando todo o processo de figura, fundo e integração.
Fatores que influenciam na percepção O processo de percepção tem início com a
atenção que não é mais que um processo de observação seletiva, ou seja, das
observações por nós efetuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns
elementos em desfavor de outros. Deste modo, são vários os fatores que influenciam
a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos fatores externos
(meio ambiente) e a dos fatores internos (próprios do nosso organismo). Fatores
externos Os fatores externos mais importantes da atenção são a intensidade, pois a
nossa atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com
grande intensidade, é por 9 isso que as sirenes de ambulâncias possuem um som
insistente e alto; o contraste, o movimento e a incongruência, ou seja, prestamos muito
mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal. Fatores internos
Prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos da prazer do que às coisas
9
que não nos interessam e a experiência, ou seja, a força do hábito faz com que
fiquemos mais atentos. Fatores internos Prestamos muito mais atenção a tudo que
nos motiva e nos da prazer do que às coisas que não nos interessam e a experiência,
ou seja, a força do hábito faz com que fiquemos mais atentos. Tipos de percepção
Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas são a percepção visual e auditiva,
pois durante muito tempo foram fundamentais à sobrevivência da espécie. Também é
por essa razão que as artes plásticas e a música foram as primeiras formas de arte a
serem 10 desenvolvidas por todas as civilizações, antes mesmo da escrita. As demais
formais de percepção, como a olfativa, gustativa e tátil, embora não associadas às
necessidades básicas, têm importante papel na afetividade e na reprodução. Além da
percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos também possuem capacidade de
percepção temporal e espacial. Responsabilidade A gestalt é uma das linhas teóricas
da psicologia, e funciona num contexto terapêutico, como qualquer outra abordagem.
A Gestalt-terapia tem seu enfoque clínico no conceito do aqui e agora, com ênfase na
responsabilidade de si mesmo, na experiência individual do momento atual,
autorregulação e ajustamento criativos do indivíduo, levando em conta sempre o meio
ambiente e o contexto social.

PRINCIPAIS CONCEITOS DA GESTALT

1. AQUI E AGORA

Uma característica principal da Gestalt é o foco no presente. Na sessão, o


relacionamento

com o cliente e o terapeuta é fundamental para construir confiança e


segurança. À medida que o

cliente compartilha um relato, o psicólogo ajudará a trazer o cliente de volta ao


presente se houver

uma sensação de que ele está passando muito tempo no passado ou se a


ansiedade estiver

acelerando-o para o futuro.

10
Um exemplo de técnica para manter um cliente no presente pode incluir algo
como

perguntar sobre a expressão facial. Ou ainda, solicitar a observação da


linguagem corporal

enquanto o indivíduo processa um evento ou uma experiência específica.

Permanecer no presente pode soar enganosamente simples. Quão difícil pode


ser ficar

presente, certo? Você já se viu preocupada com o trabalho enquanto faz uma
lista de compras?

Relembrando sobre um evento passado enquanto está sentado com sua família
na mesa de jantar?

Se a resposta foi sim, você pode entender a rapidez com que nos afastamos
do presente em uma

sessão de terapia.

Trabalhamos muito duro para sobreviver a experiências dolorosas. Parte dessa


técnica de

sobrevivência é tentar acabar com nossa mágoa emocional ou lembrança


dolorosa do evento.

Em Gestalt terapia é oferecido um espaço onde não temos que ficar em


sofrimento o tempo

todo. Isso não sugere que as coisas vão acontecer rapidamente, mas elas não
precisam ser tão

dolorosas. Um terapeuta da Gestalt entende que coisas como memórias ou


eventos dolorosos

chegarão à consciência quando o cliente estiver pronto para a cura nessa área.

2. CONSCIÊNCIA

11
Durante a sessão de terapia o sujeito pode ser submetido a alguns exercícios
experienciais.

Você pode ter se perguntado: que tipo de exercício? Estamos falando de


atividades terapêuticas

realizadas durante o processo de terapia. Elas podem ajudar a aumentar a


conscientização e ajudar

no processamento da demanda. O coração da terapia Gestalt é a consciência.


Como diria Frederick

Salomon Perls, “a consciência em si é a cura”.

Em vez de ficar quieto e falar, você pode ser solicitado a participar ativamente
de atividades

como dramatização, imagens guiadas ou uso de acessórios para ajudar na


comunicação e

compreensão. Engajar-se em exercícios lúdicos pode ser uma maneira


maravilhosa de se abrir e

compartilhar, especialmente quando é difícil encontrar palavras ou quando você


tende a processar

pensamentos de uma forma mais visual. Os terapeutas gestaltistas entendem


que esses exercícios

ajudam a aumentar a conscientização.

3. RESPONSABILIDADE

Um objetivo fundamental na Gestalt-terapia é permitir que os clientes tenham a

oportunidade de possuir e aceitar suas experiências. Ao culpar os outros,


perdemos nosso senso de

controle e nos tornamos vítimas do evento ou da outra pessoa envolvida no


evento. A terapia

12
gestalt incentiva os clientes a desafiarem as velhas formas de como podemos
ter criado significado

sobre uma experiência.

Aprender como aceitar e abraçar a responsabilidade pessoal é um objetivo da


Gestalt-

terapia, permitindo que os clientes obtenham um maior senso de controle em


suas experiências e

aprendam a regular melhor suas emoções e interações com o mundo.

DIVERSOS CONCEITOS DA GESTALT

1. Agressividade: A função da agressão para a GT: origina-se no que ele


chamou de

“agressão dental”: morder, tirar pedaços e mastigar a própria experiência


absorvendo o que lhe é

necessário e livrar-se do que não precisa. A agressão é colocada de forma


positiva, serve tanto para

a preservação de si mesmo como para contatar o ambiente. A agressão nos


habilita arriscar a ter

um impacto no nosso mundo, e nos liberta para sermos criativos ou produtivos.

Freud vinculava a agressão ao sadismo e ao instinto de morte, e Perls não


podia concordar

com isso. Para ele, a personalidade sadia é formada na idiossincrasia de sins


e nãos “, no sim e no

não consistem todas as coisas” quando as pessoas não podem dizer sim tão
livremente quanto

podem dizer não, tendem a aceitar acriticamente uma visão da realidade ou um


modo de vida

13
ditado por outros. A ausência do não era causada pela repressão da agressão
dental, devido ao

medo do conflito, que para Perls era a gênese da patologia neurótica. Não a
agressão mas a sua

inibição que produz a impotência, explosões de violência, dessensibilização e


embotamento. (Ref.:

livro Ego, Fome e agressão. F. Perls).

2. Aqui-Agora – segundo a G.T. tudo está contido no agora, apresenta uma


concepção de

tempo, que não é a do tempo linear, trabalha com a idéia de presente e passado
presentificados.

Todas as “gestalten inacabadas” estão de certa forma “prontas” para emergir


no aqui-agora do

momento vivido. Logo, não perguntamos “- Porque é que você está se


comportando desta maneira?

“Mas sim: “- O que é que está fazendo? “, “- Como é que faz?” , “-O que é que
está fazendo

comportar-se desta maneira? “. Ref.: livro 11, pág. 65. O contato com o mundo
é baseado na

consciência sensorial ( ver, ouvir, tocar). Logo, só podemos ver, ouvir e tocar
no presente. Daí,

aqui-agora é onde a consciência sensorial acontece: no presente. Ref.: livro 14,


pág. 3 “No agora,

você usa o que está disponível, e é obrigado a ser criativo. Observe crianças
brincando, o que

estiver disponível será usado, e então alguma coisa acontece, alguma coisa
surge do seu contato

14
com o aqui e agora.” Ref.: livro 2, pág. 77

A intervenção do psicólogo nesta abordagem também é centrada na atualidade,


no que

emerge, no que está acontecendo – podemos perguntar “o que se passa aqui-


agora?” e não porquê.

Por isso se trabalha a partir de uma atitude descritiva, por exemplo: solicitar
que o paciente

descreva o que sente, como pensa, como vê e assim por diante, assim
estaremos ajudando-o a

tornar-se mais consciente de si.

3.Ansiedade: “…é a excitação, o élan vital que carregamos conosco, e que se


torna

estagnado se estamos incertos quanto ao papel que devemos desempenhar.”


Ref.: livro 2, pág. 15

“A ansiedade é o vácuo entre o agora e o depois” Ref.: livro 2, pág. 15-52. Ref.:
livro 13,

pág 134. Também é o produto do impedimento de viver plenamente a excitação.


Ref.: livro 2, pág.

95. “Se a excitação não puder fluir para a atividade por intermédio do sistema
motor, então

procuramos dessensibilizar o sistema sensorial para reduzir a excitação”.


“Pensar é ensaiar em

fantasia para o papel que tem de ser desempenhado na sociedade. E quando


chega o momento do

desempenho e não está seguro sobre se a atuação será bem recebida, então
sobrevém o pânico do

15
palco. A esse pânico do palco, foi dado pela psiquiatria o nome de ansiedade.”
Ref.: livro 11, pág.

30/31.

4. Auto-apoio/ autonomia: é passar do apoio ambiental para o auto-apoio, seria


uma não

dependência com relação a aprovação dos outros para tomar suas decisões e
ser quem é. Ocorre

quando “o comportamento é o desejo próprio”. “É a livre escolha, e tem sempre


um sentido

primário de desprendimento, seguido por um de compromisso. A liberdade é


dada pelo fato de que

o campo de novas escolhas foi alcançado: a pessoa se compromete de acordo


com o que ela é. O

comportamento é o de sua própria escolha, uma vez que em princípio, tal


comportamento já foi

amadurecido, assimilado…” Ref.: livro 10, pág. 446.

“A teoria básica da gestalt-terapia diz que a maturação é um processo de


crescimento

contínuo, onde o apoio ambiental é transformado em auto-apoio. No


desenvolvimento sadio, a

criança mobiliza e aprende a usar seus próprios recursos. Um equilíbrio variável


entre apoio e

frustração, a leva a tornar-se independente, livre para usar seu potencial


inato.”Ref.: livro 14, pág.

33.

5. Auto-realização /Auto-regulação – tanto em termos de sistema nervoso como


no que

16
diz respeito ao organismo como um todo – não fazendo dicotomia
subjetividade/corpo; enfim,

observou-se que o sistema vivo tem uma capacidade de auto-organização e


para que essa auto-

organização se efetive, ele exerce uma auto-regulação. Dizendo de outro


modo: todo o sistema vai

se empenhar nessa organização de si a partir de uma auto-regulação. Esta


auto-regulação vai estar

a serviço de uma outra condição inata que o sistema vivo tem, que é de se
auto-realizar, ou seja,

ser tudo aquilo que ele pode ser em potência, desenvolver-se da melhor forma
que puder dentro

do contexto que vive.

6. Awareness – refere-se a capacidade de aperceber-se do que passa dentro e


fora de si no

momento presente nos três níveis simultaneamente: corporal, mental e


emocional (embora uma ou

outra zona possa se tornar figuro em dado momento).

É estado manter-se consciente de; estado de consciência a respeito do que se


passa,

capacidade de estar no aqui-agora, cônscio das suas necessidades e das


possíveis escolhas que

podem ser tomadas, tanto em termos individuais como coletivo. “O objetivo (


da awareness) é o

paciente descobrir o mecanismo pelo qual ele aliena parte dos processos do
seu self e, assim, evita

17
estar consciente de si e de seu ambiente… Um experimento típico ( da
awareness) é pedir que os

participantes formem uma série de sentenças começando com as palavras


“aqui-agora eu estou

consciente de…” Ref.: livro 34, pág. 78/79. “Este continuum de tomada de
consciência parece ser

muito simples; apenas tomar consciência do que se passa segundo após


segundo… Entretanto,

assim que a tomada de consciência se torna desagradável, ela é interrompida


pela maioria das

pessoas. Então, estas, repentinamente, começam a intelectualizar, usar


palavreado do tipo

blablablá, voar em direção ao passado…” Ref.: livro 2, pág. 78

7.Caráter (no sentido da couraça caracterológica de Reich): “é o conjunto de

comportamentos motores e verbais expressos – os que são facilmente


observáveis e verificáveis.”

Ref. Livro 14, pág. 31. “O nós não existe por si só, mas se constitui a partir do
eu e você e é um

limite do intercâmbio onde duas pessoas se encontram. E quando nos


encontramos lá, então eu

mudo e você muda, através do processo de um encontro mútuo, a não ser que
… as duas pessoas

tenham um caráter . Uma vez que você tenha um caráter, você terá
desenvolvido um sistema rígido.

Seu comportamento se torna petrificado, previsível, e você perde a capacidade


de lidar livremente

18
com o mundo com todos os seus recursos. Você fica predeterminado a lidar
com os fatos de uma

única forma, ou seja, de acordo com o que seu caráter prescreve. Desta forma,
parece ser paradoxal

o fato de eu dizer que a pessoa mais rica, mais produtiva e criativa é a pessoa
que não tem caráter.

Na nossa sociedade exigimos que a pessoa tenha caráter, e especialmente um


bom caráter, porque

desta forma ela é previsível, pode ser classificada, e assim por diante…” Ref.:
livro 2, pág. 21/22.

8. Ciclo de contato – contato/retraimento: é a teorização pela qual Perls se


utilizou para

pensar a forma como nos relacionamos. A priori nem todo contato é bom, nem
toda fuga é negativa.

Nenhum é bom ou mau em princípio, ambos são formas de enfrentamento.


Quando se tornam

patológicos? Temos que avaliar a situação em que ocorrem. Uma característica


do neurótico é não

poder fazer um bom contato, nem organizar sua fuga. O ideal seria conquistar
um padrão rítmico

conforme nossas necessidades, para isso é necessário a capacidade de


discriminação. Os teóricos

da gestalt, a título de estudo, dividem o contato em algumas etapas.


Utilizaremos o referencial de

J. Ponciano Ribeiro. Este autor descreve nove etapas do contato e para cada
uma delas associa um

mecanismo de defesa subjacente quando há interrupção. São elas nesta ordem


de acontecimento:
19
fluidez, sensação (desensibilização), consciência, mobilização de energia,
integração, contato

pleno, satisfação, retirada ou fechamento.

9. Consciência : “a consciência é sempre consciência de alguma coisa, ou seja,


a

consciência é intencionalidade “. Ref.: livro 12, pág. 11/21/34

10. Contato: “é esta conjunção articulada de motivação, percepção, afeto,


cognição e

ação.”. É um dos conceito central na Gestalt Terapia. A qualidade dos contatos


vai determinar em

grande parte o processo saúde/adoecimento. A formação de gestalten


completas e abrangentes é a

condição da saúde mental e do crescimento.

11. Continuum de consciência – seria uma filosofia de vida baseada na


constante atenção

(awareness) ao que se passa tanto consigo próprio quanto com o que se passa
ao seu redor.

12. Culpa : “Na GT,… nós vemos a culpa… como um ressentimento projetado:
sempre

que você sentir culpa, descubra do que você se ressente, a culpa desaparecerá
… “. Ref.: livro 2,

pág. 73. “Quando nos sentimos culpados, encontraremos um núcleo de rancor,


de ressentimento.”

Ref.: livro 11, pág.44.

13. Excitamento: parece ser um bom termo pois abrange a excitação fisiológica
assim

20
como emoções indiferenciadas. Inclui a noção freudiana de catexis e o élan
vital bergsoniano, e

nos dá a base para uma teoria simples da ansiedade.

14. Experimento :“episódio no qual se procura primeiramente, passo a passo e


com a ajuda

de pequenas intervenções e propostas por parte do facilitador, evidenciar mais


claramente o

conflito e os sentimentos envolvidos, para depois, buscar formas possíveis de


sair do impasse por

ele criado. Ref.: livro 15, pág. 103. O experimento é “… um ensaio ou


observação especial feitos

para provar ou descartar algo duvidoso, especialmente sob condições


determinadas pelo

observador, um ato ou operação realizados a fim de descobrir algum princípio


ou efeito

desconhecidos, ou, para testar, estabelecer ou ilustrar alguma verdade


conhecida ou sugerida; teste

prático; prova. ” Ref.: livro 34, pág. 78/79.

15. Figura e Fundo – Conceito central da teoria.

Ppercebemos as coisas de forma integrada, organizada, não percebemos os


elementos de

uma situação desordenados entre si. Esta lei é válida para qualquer percepção,
mesmo as

conceituais, pois o pensamento é um prolongamento da percepção, um não


está subordinado ao

outro. São apenas atributos diferentes do mesmo psiquismo. Na GT


relacionamos a figura com a

21
experiência do primeiro plano e o fundo. Ref.: livro 2, pág 90, com a perspectiva,
com a situação

que a compõe, o contexto.

O significado é a relação da figura em primeiro plano com o seu fundo. Os


psicólogos

gestaltistas propuseram a teoria de que a pessoa que percebe não era um


simples alvo passivo para

o bombardeamento sensorial originário do meio ambiente; mais propriamente,


ela estruturava e

impunha uma ordem às suas próprias percepções. Basicamente, ela


organizava as percepções do

fluxo sensorial recebido na experiência primária de uma figura sendo vista ou


percebida contra

um background, ou fundo. A figura poderia ser uma melodia, diferenciada de


um fundo harmônico,

ou poderia ser um padrão visual emergindo como uma entidade coerente contra
um agrupamento

de linhas estranhas. Uma figura, seja ela simplesmente perceptual ou


consistindo de uma ordem

de complexidade superior, emerge do fundo à maneira de um baixo relevo,


avançando para uma

posição que força uma atenção e que acentua as suas qualidades de limites e
clareza.” Ref.: livro

36, pág. 44.

16. Fronteiras de contato : Tem a função básica de discriminar eu/mundo. Ref.:


livro 14,

22
pág.53. “Não é tanto uma demarcação física, mas sim um conceito funcional
que se refere à

diferenciação e à interdependência dos elementos” Ref.: livro 15, pág. 49. “A


fronteira-do-eu

( fronteira do ego) de uma pessoa é a fronteira daquilo que é para ela contato
permissível… Dentro

da fronteira-do-eu o contato pode ser feito com facilidade e encanto, e resulta


num confortável

senso de gratificação e crescimento…. Na fronteira-do-eu, o contato se torna


mais arriscado e a

probabilidade de gratificação é menos certa… Fora da fronteira-do-eu, o


contato é quase

impossível… O modo pelo qual uma pessoa bloqueia ou permite a consciência


e a ação na

fronteira-do-contato é o seu modo de manter o senso dos seus limites. ” Ref.:


livro 36, pág. 109.

17. Gestalt – Palavra de origem alemã que não tem tradução literal para a
língua portuguesa.

Tem o sentido de “forma”, de “figura”, de um sentido que emerge de um todo.


O termo se

generalizou no seu sentido mais amplo dando nome ao movimento. Tem sido
usado na Gestalt

terapia com o significado de “configuração dinâmica e integrada”. Este conceito


remete ao modo

como percebemos as coisas. A percepção de algo ou de uma situação se dá


na sua totalidade e não

dos elementos individualizados que a compõe. O sentido de algo é dado pela


sua integração, ou
23
seja, a relação entre as partes que compõe um todo é que vão dizer deste todo,
e não por suas partes

aleatórias.

Ex: consultório, hospital, sala de aula, etc. Quando visualizamos alguns desses
locais

sabemos de qual se trata tendo uma percepção global do lugar, que vai se dar
pela relação existente

entre as partes. A organização hospital, organização escola, cada uma tem uma
configuração

particular, assim como a vivencia que temos das coisas. A maneira como
percebemos a realidade

se dá a partir de “configurações de sentido”, cada situação vivenciada é uma


gestalt.

18. Gestalt incompleta (ou situação inacabada): está ligada a idéia de uma
situação que

ficou em aberto, isso quer dizer, uma situação onde o contato foi interrompido
em algum momento

do processo. “Toda experiência fica suspensa até que a pessoa a conclui. A


maioria dos indivíduos

tem uma grande capacidade para situações inacabadas… Não obstante,


embora se possa tolerar

uma quantidade considerável de experiências inacabadas, estes movimentos


não completados

buscam um complemento e, quando se tornam suficientemente poderosos, o


indivíduo é envolvido

por preocupações, comportamentos compulsivos, cuidados, energia opressiva


e muitas atividades

24
autofrustrantes. Se você não xinga seu chefe no trabalho, mas gostaria
realmente de fazê-lo, e então

vai para casa e o faz com seus filhos, as probabilidades são de que isto não
funcione porque é

somente uma tentativa fraca ou parcial de terminar alguma coisa que de


qualquer maneira ainda

está suspensa, inacabada… Uma vez que a finalização foi alcançada e que
pode ser experenciada

plenamente no presente, a preocupação com o antigo não-completamento é


resolvido e a pessoa

pode caminhar para as possibilidades atuais.” Ref.: livro 36, pág. 49/50.
Gestalten : plural de

gestalt, na língua original (alemão).

19. Impasse : ” é o ponto onde o apoio ambiental ou o obsoleto apoio interno


não é mais

suficiente, e o auto-apoio autêntico ainda não foi obtido”. Ref.: livro 2, pág. 50.
“No núcleo de

cada neurose está o que os russos chamam de ponto doente… Na GT


chamamos este ponto de

impasse”. Ref.: livro 14, pág.34. “O impasse existencial é a situação em que


nenhum suporte

ambiental promove avanço e o paciente é, ou acredita ser, incapaz de lidar com


a vida por conta

própria.” Ref.: livro 34, pág.78.

20. Insight : “… é uma formação de padrão do campo perceptivo, de uma


maneira tal que

25
as realidades significativas ficam aparentes; é a formação de uma gestalt na
qual os fatores

relevantes se encaixam com respeito ao todo.” Ref. Livro 34, pág.16. “O insight,
uma forma de

awareness, é uma percepção óbvia imediata de uma unidade entre elementos,


que no campo

aparentam ser díspares.

21. Indiferença Criativa: termo cunhado por Sigmund Friedlaender ( Perls tinha-
o como

um de seus três gurus, (“com ele aprendi o significado de equilíbrio, do centro


zero dos opostos.

O segundo é Selig escultor e arquiteto do instituto Esalen, e meu último guru


foi Mitzie “uma linda

gata branca que me ensinou a sabedoria do animal” Ref.: livro 37, pág71.
Friedlaender era o

filósofo do nada, seu trabalho filosofico “Creative Indifference” teve tremendo


impacto sobre fritz,

postula que qualquer coisa se diferencia em opostos, se somos capturados por


uma dessas forças

opostas, estamos numa cilada, ou pelo menos desequilbrados, se ficarmos no


nada do centro-zero

estamos equilibrados e temos perspectiva.

22. Intuição: É a inteligência do organismo. Ref.: livro 2, pág.42.

23. O todo e as partes – isso significa uma integração de partes em oposição à


soma do

“todo”. O todo é mais que a soma das partes, ou seja, o todo não é mera soma
das partes. Estas

26
partes formam um todo dinâmico, integrado e interdependente. Ex: as notas
que formam a melodia,

isto é, a melodia é um todo organizado e não a soma das notas que a compõe.

24. Neurose : “pode ser definido como a incapacidade de assumir total


identidade e

responsabilidade pelo comportamento maduro. ( O Neurótico) faz tudo para se


manter no estado

de imaturidade, mesmo quando faz papel de adulto – isto é, seu conceito infantil
de como o adulto

é. O neurótico não se concebe como uma pessoa que se mantém sozinha,


capaz de mobilizar seu

potencial para lidar com o mundo. Procura apoio do meio através de ordens,
ajuda, explicações e

respostas. Não mobiliza seus próprios recursos e sim maneiras de manipular o


meio – impotência,

adulação, estupidez e outros controles mais ou menos sutis – de forma a


receber apoio. ” Ref.:

livro 14, pág. 32. Perls diz: ”… considero a neurose um sintoma de maturação
incompleto”… “um

neurótico é incapaz de enxergar o óbvio. Ele perdeu os sentidos.” Ref.: livro 9,


pág. 38. Neurose

“é a fixação em um passado imutável”. Ref.: livro 10, pág. 438. Perda da função
Ego ou da

personalidade: a escolha da atitude adequada é difícil ou desadaptada. Ref.:


livro 16, pág. 128. É

uma psicopatologia consistindo em camadas. As camadas da neurose,


segundo Perls, são: 1ª

27
camada: Desempenho de papéis, 2ª camada: implosiva que leva ao impasse.
Medo de ser. 3ª

camada: Explosiva ( explosão de amor sensual, raiva, alegria ou tristeza) 4ª


camada: Viver

autêntico. Ref.: livro 14, pág. 40/41. Comportamento Neurótico implica na


“manipulação dos

outros em vez de crescer sozinho”. Ref.: livro 9, pág. 33.

25. Polaridade : Segundo a GT, todo o evento tem dois pólos que permitem que
o

diferenciemos. “… se quisermos ficar no centro do nosso mundo,… seremos


ambidestros – então

veremos os dois pólos de todo evento. Veremos que a luz não pode existir sem
a não-luz. A partir

do momento em que existe igualdade, não se pode mais perceber. Se sempre


existisse luz, vocês

não experienciariam mais a luz. Deve haver um ritmo de luz e escuridão.” Ref.:
livro 2, pág. 35.

26. Ponto cego (ou escotoma)destruição mágica do que queremos evitar, éum
substituto

de uma catexia negativa. Ref. livro 13, pág.35. Há pessoas que literalmente não
vêem o que não

‘querem’ ver, não ouvem e não “sentem” determinados sentimentos. A imagem


que podemos fazer

é a de que tem “buracos” em determinadas partes do corpo, ou seja, partes


cuja sensibilidade

encontra-se perturbada.

28
27. Processo : “é uma mudança ou uma transformação em um objeto ou
organismo, na

qual uma qualidade consistente ou uma direção podem ser discernidas. Um


processo é sempre, em

algum sentido, ativo; algo está acontecendo. Ele contrasta com a estrutura ou
a forma de

organização daquilo que muda, cuja estrutura é concebida para ser


relativamente estática, a

despeito da mudança processual.” Ref.: livro 34, pág. 203

28. Psicose : “A psicose seria, sobretudo, segundo Goodman, uma pertubação


da função

“id” : a sensibilidade e a disponibilidade do sujeito às excitações externas (


perceptivas) ou internas

( proprioceptivas) são perturbadas: ele não responde claramente ao mundo


exterior nem às suas

próprias necessidades. Ele está cortado da realidade: nele não há mais


ajustamento criador do

organismo ao meio.” Ref.: livro 16, pág. 128.

29. Resistência: Em “Ego, fome e agressão” Perls já apontava que a origem


delas é oral, o

que representa uma pequena mudança na ênfase psicanalítica – esse artigo


encontrou reprovação

quando apresentado no congresso da Tchecoslováquia.

A psicanálise clássica considerava que a origem das resistências era anal, por
volta dos

dois/três anos as crianças dizem não a tudo. Segundo Melanie Klein e seus
seguidores isso era a

29
evidencia da natureza bárbara da criança, “que precisa ser domada para se
moldar e se transformar

em comportamento civilizado. Já Erick Ericson colocava esse período sob um


prisma positivo

dizendo que o controle do esfíncter anal era indicio de possibilidade de


conquista de maior

autonomia.

A mudança da recusa anal para a oral, opera uma nova concepção, de que a
criança tanto

pode dizer não como sim! Tanto pode se rebelar como se acomodar livremente.
A boca surge como

o lugar em que a criança se relaciona com o mundo: o lugar de comer, mastigar,


degustar, mais

tarde possibilita a linguagem e é as vezes o lugar de amar também (Perls ainda


não tinha formulado

o conceito de fronteira de contato, só mais tarde com ajuda de Goodman, mas


a idéia já estava

plantada aqui).

A aquisição de dentes põe a criança num outro patamar de relacionamento,


agora não

recebe o alimento passivamente, ela o tritura, rasga, sente o paladar se


multiplicar pela diversidade

de alimento e consistências. Começa a discriminar o que gosta e o que não


gosta, “ao tornar-se

critica da experiência a criança forma uma personalidade individual” (pág. 22)

Perls entendia que a introjeção responsável pela pelo aprendizado da criança


pode ser a

30
partir do nascimento dos dentes, acrescida da autodeterminação. Para Perls
apoiar a “criança para

que vá além da introjeção nessa fase não é consigná-la ao barbarismo, é


respeitar o processo natural,

autoregulador de crescimento sadio”. (22)

30. Saúde doença: Segundo Delhlefsen e Dahlke (1998), toda doença é como
uma tentativa

do organismo de ser ouvido, decifrado e compreendido, trazendo um novo


aprendizado sobre si

mesmo. A sabedoria do organismo elege uma parte do seu todo para revelar
algo de si.

31. Self – na GT é ele quem exerce a função do contato, o complexo sistema


de contatos

necessários para o ajustamento nas dificuldades do meio. É composto pelas


seguintes estruturas:

Id, Ego e Personalidade.

Id: fundo (de ordem molecular, corporal, pulsional, as gestalten abertas,


necessidades).

Ego: quem se identifica com as figuras e se aliena de outras, quem age.

Personalidade: a imagem que vai sendo criada pelas escolhas que vou fazendo
para meu

crescimento. auto imagem. Não é uma entidade, mas um processo, é através


dele que nos retraímos

ou estabelecemos contato. Ele seria o administrador, o que vai “resolver” o


funcionamento da

hierarquia de necessidades, com suas catexias negativas e positivas


(investimentos).

31
32. Self suport – Devido a imagem positiva do ser humano, a GT parte do
princípio de que

cada ser humano possui o equipamento necessário para poder enfrentar a vida.
Para tanto só precisa

se conscientizar de suas forças. Geralmente quando a pessoa busca ajuda, ela


não conta com esse

suporte, muitas vezes não tem a mínima noção das suas possibilidades e nem
uma visão clara do

que já construiu na vida. Deve ser um dos objetivos da terapia possibilitar self
suport ao paciente,

ou seja, oferecer meios para que ele possa desenvolver e utilizar seus recursos
para resolver seus

problemas de forma satisfatória. Cada situação difícil “resolvida” torna a


próxima solução mais

fácil. Há um fortalecimento a cada obstáculo vencido – a força emocional vem


daí (resumindo:

seria reconhecer as necessidades e descobrir os meios de supri-las).

33. Simbolismo dos sonhos recurso, segundo Miller (1997), poderá também ser

compreendido como uma forma que o self encontrou para representar.

34. Suporte : “O suporte refere-se a qualquer coisa que possibilite o contato ou


o

afastamento: energia, suporte corporal, respiração, informação, preocupação


com os outros,

linguagem e assim por diante. O suporte mobiliza recursos para o contato ou


para o afastamento.

Por exemplo, para dar suporte à excitação que acompanha o contato, a pessoa
precisa ingerir

32
oxigênio suficiente.” Ref.: livro 34, pág. 18.

35. Teoria de Campo : “Características do campo: 1. um campo é uma teia


sistemática de

relacionamentos, 2. um campo é contínuo no espaço e no tempo, 3. tudo é de


um campo, 4. os

fenômenos são determinados pelo campo todo, 5. o campo é uma fatalidade


unitária: tudo no

campo afeta todo o resto.” Ref.: livro 34, pág. 184.

O campo é definido como:”Uma totalidade de forças mutuamente influenciáveis


que, em

conjunto, formam uma fatalidade interativa unificada”. Ref.: idem, pág. 185. O
espaço entre o self

e o outro não é um vácuo, como na maioria das abordagens psicológicas. A


experiência se desdobra

em um campo, parecido com um campo elétrico, carregado de premências, a


vontade, necessidades,

preferências, anseios desejos, julgamentos e outras expressões e


manifestações do ser. O contato

entre duas pessoas não é, por exemplo, uma colisão entre duas estruturas
neurobiológicas internas

ou hábitos e crenças condicionados ou um ego, id e superego…

36. Teoria Paradoxal da Mudança : “… consiste nisto: a mudança ocorre quando


uma

pessoa se torna o que é, não quando tenta converter-se no que não é”. Ref.
livro 11, pág. 110. “…

a mudança pode ocorrer quando o paciente abandona, pelo menos de


momento, aquilo em que

33
gostaria de se tornar e tenta ser aquilo que é. A premissa é que a pessoa deve
permanecer em seu

lugar, a fim de ter um terreno firme para se deslocar, e que é difícil ou impossível
qualquer

movimento sem essa base sólida.”Ref.:idem, pág.111.

37. Top dog/Under dog : conflito interno entre dominador (top dog) e dominado
(under

dog). “O dominador (Top dog) pode ser descrito como exigente, punitivo,
autoritário e primitivo.

Ele manda continuamente com afirmações do tipo: ” Você deveria”,”Você


precisa”, ” Por que

você não”… O dominado (Under dog) desenvolve uma grande habilidade em


fugir das ordens do

dominador. Normalmente, com a intenção de concordar apenas parcialmente


com o dominador,

ele responde: ” Sim, mas…”, “estou tentando muito, mas da próxima vez farei
melhor” e

“amanhã…”. Ref.: livro 14, pág. 24. “O dominador geralmente se julga com a
razão e é autoritário;

ele sabe mais… o dominado manipula sendo defensivo, desculpando-se,


seduzindo, representando

o bebê-chorão ou coisa parecida. ” Ref.: livro 2, pág. 35/36.

38. Tomada de consciência – é o sentido que se dá ao trabalho terapêutico, de


uma

constante tomada de consciência, realizado no sentido de desenvolver uma


capacidade

34
discriminatória cada vez mais clara a medida em que as gestalten vão sendo
fechadas – seria o

conscientizar-se.

39. Zona de contato – O contato “é a conjunção articulada de motivação,


percepção, afeto,

cognição e ação.”

zona interna: diz respeito a relação conosco mesmos, com as percepções que
temos com

relação ao “si” que compreendem percepções subjetivas (estados de espírito)


e objetivas como

sede, fome, dor em alguma parte do corpo, etc.

zona intermediária: envolve a imaginação, o pensamento, a cognição.

zona externa: é o entorno, tudo o que envolve aquilo que percebemos como o
que está fora

de nós. Todas aquelas condições do ambiente que nos afetam de alguma


forma. Vai desde as

condições atmosféricas até o mais sutil signo: um olhar, gestos, o significado


que damos as coisas.

Esta zona compreende então o ambiente e os outros.

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33: Gillierón, E. – AS PSICOTERAPIAS BREVES ,Rio de Janeiro: Zahar

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38. VIRTUDE. Gestalt: conceito, princípios e exercícios usados na terapia.

Disponível em: https://www.vittude.com/blog/gestalt/. Acesso em 30 mai.2024.

PRINCÍPIOS DA GESTALT

Totalidade: O Princípio da Totalidade na Gestalt refere-se à ideia de que a

mente percebe objetos de forma organizada e integrada, em vez de partes


isoladas.

Na percepção visual, tendemos a agrupar elementos para formar um todo


significativo,

observando relações entre partes e o todo ao invés de apenas as partes


individuais.

Figura e fundo: destaca a distinção entre o objeto principal em foco (figura) e o


restante

do campo visual (fundo). A percepção da figura é influenciada pelo contraste


com o

fundo, e a mente tende a organizar a informação de forma a destacar a figura


em

detrimento do fundo.

Equilíbrio: refere-se à busca de harmonia e estabilidade na percepção visual. A

mente tende a organizar elementos visuais de forma simétrica ou assimétrica


para

39
atingir um equilíbrio perceptual agradável. O equilíbrio é crucial para a
organização

visual e a compreensão das formas.

Organismo e ambiente: a interação entre um indivíduo (organismo) e seu

ambiente. A percepção é influenciada pela relação entre o sujeito que percebe


eo

contexto em que a percepção ocorre. A Gestalt considera a importância da


interação

entre organismo e l ambiente na formação das experiências perceptuais.

Ciclos e experiencias

A experiência na Gestalt é vista como o processo de vivenciar totalmente o

momento presente e as sensações internas. Envolve a consciência do que está

acontecendo em termos de pensamentos, emoções e sensações físicas.


Enfatiza a

importância de explorar e integrar plenamente as experiências para promover


o

crescimento pessoal.

Awareness(Consciência): O conceito de awareness na h

Gestalt refere-se à consciência plena e não julgadora do que está acontecendo

no momento presente. Envolve estar atento aos pensamentos, emoções e


sensações

corporais sem tentar modificá-los. A awareness é fundamental para o processo

terapêutico na abordagem Gestalt, permitindo uma compreensão mais


profunda de si

mesmo e dos padrões comportamentais.

2
40
Energia: considerada como a força vital que impulsiona as interações e

experiências humanas. Refere-se à intensidade emocional e motivação por trás


das

ações e reações de uma pessoa. Na terapia Gestalt, a energia é explorada e

direcionada para promover a autorregulação e o desenvolvimento pessoal.

Contato: interação dinâmica entre o indivíduo e o ambiente.

Envolve a qualidade das relações interpessoais e a capacidade de estabelecer

conexões significativas com os outros. O contato saudável na Gestalt é


caracterizado

pela autenticidade, presença e comunicação genuína.

Teoria do Self

O self é considerado um sistema complexo e integrado, composto por

diferentes aspectos como pensamentos, sentimentos, sensações e

comportamentos. A noção de self na Gestalt enfatiza a importância da

consciência plena e da atenção ao momento presente, relação entre o self e o

ambiente é essencial para a compreensão do desenvolvimento pessoal e da

autorregulação, destaca a importância da autenticidade e da congruência entre


o eu

percebido e o eu real. A abordagem gestáltica valoriza a integração das


polaridades

internas, buscando a harmonia e a totalidade do self.

Desenvolvimento do Self na Gestalt

O desenvolvimento do self na Gestalt é influenciado pelas experiências

passadas, pelas interações presentes e pelas expectativas futuras. Promove a

41
conscientização e a exploração das diferentes partes do self, visando a
integração e

o equilíbrio interno. A ênfase na experiência direta e na expressão autêntica


dos

sentimentos contribui para o enriquecimento do self e para o crescimento


pessoal. A

teoria do self na Gestalt reconhece a importância da relação terapêutica como


um

contexto facilitador para a transformação e a mudança.

Aplicações Práticas da Teoria do Self na Gestalt

Utiliza técnicas como o esvaziamento de cadeiras, o diálogo vazio e a

experimentação vivencial para explorar e integrar as diferentes partes do self.O

trabalho terapêutico na Gestalt visa aumentar a consciência e a


responsabilidade

pessoal, promovendo a autorregulação e a expressão autêntica do self.A


abordagem

gestáltica pode ser aplicada em diversas áreas, como a psicoterapia individual,


de

casal, de grupo e até mesmo em contextos organizacionais.

Conceito da Abordagem Holística

A abordagem holística é uma filosofia que considera os seres humanos como

um todo integrado, incluindo

aspectos físicos, mentais, emocionais e

espirituais, enfatiza a interconexão de todas as partes do indivíduo e a

influência mútua entre elas.


42
1. Visão Integrada: Considera a pessoa como um todo, em vez de focar apenas

em partes isoladas.

2. Equilíbrio: Busca equilibrar os diferentes aspectos da vida para promover a

saúde e o bem-estar.

3. Prevenção: Prioriza a prevenção de doenças e o fortalecimento da saúde a

longo prazo.

4. Autocura: Acredita no poder do próprio indivíduo para se curar e se

desenvolver.

5. Individualidade: Reconhece que cada pessoa é única e requer abordagens

personalizadas.

Aplicações

1. Medicina Holística: Combina métodos tradicionais e alternativos de

tratamento para cuidar do paciente de forma abrangente.

2. Terapias Complementares: Incluem práticas como acupuntura, meditação e

aromaterapia para promover o equilíbrio físico e emocional.

3. Nutrição Holística: Considera a qualidade dos alimentos, os hábitos

alimentares e a conexão mente-corpo na promoção da saúde.

4. Educação Holística: Visa o desenvolvimento integral dos alunos,

considerando não apenas o intelecto, mas também as emoções e habilidades

práticas.

5. Gestão Holística: Aborda questões organizacionais considerando o impacto

nas pessoas, no ambiente e na sustentabilidade.

Benefícios
43
1. Promoção da Saúde Integral: Considera todos os aspectos da saúde para

promover o bem-estar global.

2. Empoderamento Individual: Capacita as pessoas a assumirem

responsabilidade por sua própria saúde e bem-estar.

3. Redução do Estresse: Ao promover equilíbrio e autocuidado, ajuda a reduzir

o estresse e melhorar a qualidade de vida.

Limitações e Críticas

1. Falta de Evidências Científicas: Alguns aspectos da abordagem holística

carecem de comprovação cientifica.

2. Possível Substituição de Tratamentos Convencionais: Em casos graves, a

abordagem holística não deve substituir tratamentos médicos tradicionais.

Bibliografia:

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view/950/802

A PSICANÁLISE

Fundada por Sigmund Freud no final do século XIX, é uma teoria da mente e
um método terapêutico centrado na investigação do inconsciente. Freud definiu a
psicanálise como: Método de Investigação: Técnica para explorar pensamentos
inconscientes através da análise dos sonhos, associação livre e interpretação de
lapsos e sintomas neuróticos. Método Terapêutico: Prática clínica para tratamento de
distúrbios neuróticos, aliviando sintomas ao tornar conscientes os conteúdos
reprimidos. Teoria Psicológica: Corpo teórico sobre o funcionamento da mente
humana, incluindo conceitos como o inconsciente, mecanismos de defesa, conflitos
intrapsíquicos e a importância das experiências infantis. Freud também descreveu a
psique em três sistemas: inconsciente (conteúdos reprimidos), pré-consciente
(conteúdos acessíveis à consciência) e consciente (percepção e pensamento). Em
sua Segunda Teoria do Aparelho Psíquico, ele dinamizou os conceitos de id, ego e
superego: Id: Reservatório de energia psíquica regido pelo princípio do prazer,
buscando satisfação da libido. Ego: Equilibra os critérios do id e superego, regido pelo
princípio da realidade. Superego: Aspecto moral da personalidade, influenciado por
ideias morais e culturais. Freud também desenvolveu a teoria dos mecanismos de
defesa, processos inconscientes usados pelo ego para evitar desprazer como a
Negação (Recusa de aceitar uma ameaça ou evento traumático.), Recalque
(Supressão de conteúdo indesejável.), Deslocamento (Transferência de impulsos para
alvos mais acessíveis.), Formação Reativa (Adoção de atitudes opostas aos

45
impulsos.), Regressão (Retorno a um período mais confortável da vida.), Repressão
(Negação de fatores causadores de ansiedade.), Sublimação (Deslocamento de
pulsões para comportamentos socialmente aceitáveis.), Projeção (Atribuição de
sentimentos perturbadores a outras pessoas.), e a Racionalização (Construção de
justificativas para pensamentos deformados.) Portanto a psicanálise compreende uma
teoria sobre o funcionamento psíquico, um método investigativo e uma prática
terapêutica, buscando autoconhecimento e cura. Freud propôs que a psicanálise é
uma ciência dinâmica, refletindo sobre uma interação complexa entre desejos
inconscientes e a estrutura da personalidade. Os psicanalistas atuais utilizam técnicas
variadas, diferenciadas das abordagens psicológicas tradicionais: Psicodrama:
Encenação de cenários para retratar lembranças e conflitos. Teste de Rorschach :
Interpretação de imagens abstratas para analisar a psique. Associação Livre: Estímulo
ao fluxo de pensamentos para acesso ao inconsciente. Psicodinâmica: Interpretação
de sonhos e transferência em um formato menos intenso. Arteterapia: Uso de arte
para expressar conteúdos inconscientes. Referência Bibliográfica: BOCK, Ana Mercês
Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma
introdução ao estudo de psicologia. 13ª ed. reforma. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1999.
3ª tiragem, 2001. SCHULTZ, D. P.; SYDNEY ELLEN SCHULTZ. História da psicologia
moderna. [s.l.] Cengage Learning, 2019

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