04 Manutenção de Fluidez e Segurança Do Trânsito
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Sempre que olhamos para o caos do sistema viário urbano, imaginamos que somente ações
estruturais e onerosas serão capazes reverter o quadro. Isso não é toda a verdade. Claro que a
solução para a fluidez do trânsito não é simples; Todavia, os órgãos de trânsito, antes de buscarem
soluções mais complexas, devem lançar mão de alternativas mais rápidas e menos onerosas. Ou
seja, devem fazer o tema de casa primeiro.
A organização da sinalização viária é um bom começo. Sinalizar a via pública é uma tarefa de
responsabilidade do órgão que possui a jurisdição sobre ela. No caso dos Municípios, todas as vias
municipais dos respectivos territórios lhes pertencem; portanto, são eles os responsáveis pela
implantação e manutenção da sinalização, respondendo por sua inexistência ou incorreta colocação.
Nesse aspecto, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) (Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997)
estabelece que “compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de
sua circunscrição, implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os
equipamentos de controle viário”.
Outro princípio a ser observado pelo gestor é o da suficiência. Ele indica que a sinalização deve
permitir fácil percepção do que realmente é importante, com a quantidade compatível com a
necessidade.
O princípio da clareza preconiza que devem ser transmitidas mensagens objetivas de fácil
compreensão. E o da precisão e confiabilidade, que a sinalização deve ser precisa e confiável,
correspondendo à situação efetivamente existente e gerando credibilidade. Também é de se
observar, pelo princípio da visibilidade e legibilidade, que a sinalização seja vista na distância
necessária, podendo ser lida em tempo hábil para a tomada de decisão. Finalmente, o gestor deve
manter a sinalização permanentemente limpa, conservada e fixada, quando for o caso, conforme
indica o princípio da conservação e manutenção.
Para corroborar a relevância dos princípios aplicáveis à sinalização, importa verificar o tratamento
dispensado pelo CTB à questão em dispositivos específicos, in verbis:
[...]
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publicidade, inscrições, vegetação
e mobiliário que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da sinalização e comprometer a
segurança do trânsito. Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos
suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não
se relacionem com a mensagem da sinalização. Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer
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legendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via.
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá retirar ou determinar a
imediata retirada de qualquer elemento que prejudique a visibilidade da sinalização viária e a
segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
TIPOS DE SINALIZAÇÃO
Assimilados os princípios básicos a serem observados pelo gestor, releva considerar os principais
tipos de sinalização possíveis de serem implementados nas vias públicas.
As de regulamentação têm por finalidade informar aos usuários as condições, proibições, obrigações
ou restrições no uso das vias. Suas mensagens são imperativas e o desrespeito a elas constitui
infração. A forma padrão do sinal de regulamentação é a circular, e as cores são vermelha, preta e
branca.
Já a sinalização de advertência tem por finalidade alertar os usuários da via para condições
potencialmente perigosas, indicando sua natureza. A forma padrão dos sinais de advertência é
quadrada, devendo uma das diagonais ficar na posição vertical. As cores são amarela e preta.
Com relação à sinalização semafórica, o órgão de trânsito deve observar as regras dos manuais que
envolvem tanto a sinalização vertical como a horizontal. Sempre que a visibilidade do semáforo for
comprometida pela presença anterior de curva ou outro obstáculo, é recomendada a instalação de
placa vertical de advertência (A-14) a uma distância razoável capaz de alertar o condutor com
antecedência, indicando o controle na interseção.
O gestor também deve ter presente que, quando for implantar faixa de segurança junto ao semáforo
terá, obrigatoriamente, de incluir linha de retenção antes do local de travessia de pedestres. Ela
indicará o local onde o condutor deve imobilizar o veículo. A linha não é obrigatória em faixas de
pedestres implantadas fora de áreas semaforizadas.
De outro lado, cabe alertar que a luz amarela do semáforo serve apenas como transição para os
sinais verde e vermelho, não cabendo a utilização do “amarelo piscante”. Essa providência,
equivocadamente utilizada por alguns órgãos, na verdade retira o caráter de regulação da
interseção, oferecendo risco aos condutores. A luz amarela “piscante” deve ser utilizada somente
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Oportuno frisar, também, que a instalação do semáforo em interseções deve ocorrer antes da área
onde os fluxos se cruzam. Verifica-se que, quando existem obstáculos, como árvores, por exemplo,
alguns órgãos acabam instalando o equipamento após a interseção, o que constitui um equívoco.
Melhor retirar o obstáculo ou deixar de instalá-lo.
Por fim, cabe registrar que a instalação de semáforos deve ser feita como medida posterior ao
esgotamento de outras alternativas de controle de fluxo. Com efeito, a operação desse tipo de
sinalização é complexa. Ele deve ser adotado onde efetivamente o fluxo de veículos e pedestres é
intenso, restando inviáveis alternativas como a colocação de placas de parada obrigatória ou de
preferencial.
A partir da familiarização com todos os tipos de sinalização possíveis, o gestor deve fazer o
planejamento sobre as reais necessidades, antes de implantá-la.
Nenhum sinal de trânsito deve ficar fora do inventário. Tal controle é decisivo para validar a pretensão
punitiva em caso de autuação por infração de trânsito em que resulte defesa administrativa ou
recurso a ser examinado pela Jari.
Uma questão emblemática para muitos gestores se refere à jurisdição dos órgãos municipais de
trânsito para sinalização de áreas especiais de circulação, como condomínios, shoppings, mercados,
aeroportos, estações rodoviárias e praias abertas à circulação. Nesse sentido, é bom compreender o
real conceito de via pública e o alcance da lei para indicar a extensão da competência do gestor.
O CTB define em seu art. 2o que “são vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os
logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso
regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as
peculiaridades locais e as circunstâncias especiais”.
Já o parágrafo único do art. 2o prevê que “[...] são consideradas vias terrestres as praias abertas à
circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades
autônomas”.
Importante o acréscimo do art. 5o “nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por
unidades autônomas, a sinalização de regulamentação da via será implan- tada e mantida às
expensas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com circunscrição
sobre a via”.
De outro lado, no Anexo II, em conceitos e definições, o CTB define “via” como: “superfície por onde
transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e
canteiro central”. E trata “via urbana” como: “ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos
à circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis
edificados ao longo de sua extensão” (Grifo nosso).
A partir dessas definições, é possível inferir que a competência do órgão municipal se estende além
das tradicionais vias públicas, alcançando todos os locais, públicos ou privados, que possuam áreas
abertas para circulação de veículos e pessoas.
Com relação aos condomínios, a lei foi específica, mas por analogia não há como deixar de aplicar o
mesmo entendimento para os demais casos, como áreas de estacionamento de shoppings e
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supermercados.
Cabe observar que a lei foi sutil com relação às praias. Embora tenha definido que se trata de via
pública não fez menção à competência para sinalização e fiscalização. Nesse caso, e por
interpretação analógica, tal competência é também do Município em cuja circunscrição se encontra
a praia. De notar que as praias são jurisdicionadas pela Marinha, que não integra o Sistema
Nacional de Trânsito e não pode atuar em tais questões. Pela mesma razão, a exemplo do que
ocorre nos condomínios, o Município é quem regula a sinalização nas áreas abertas à circulação em
aeroportos e estações rodoviárias.
Desta forma, com relação aos idosos e às pessoas com deficiência, incluindo todas as que tenham
dificuldade de locomoção, há também tratamento especial para sinalização na legislação paralela ao
Código de Trânsito.
Assim, o Município deve garantir a elas espaço para estacionamento. A regulamentação com relação
ao idoso se deu através da Resolução do Contran 303/2008, em atenção à determinação da Lei
Federal 10.741, de 1o de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso.
Importa esclarecer, entretanto, que os porcentuais estabelecidos não devem ser cumpridos por
simples equação matemática, e sim atender à efetiva necessidade. Tampouco devem se prender só
às áreas de estacionamento regulamentado, como mencionado na legislação, mas contemplar todos
os locais onde tais vagas sejam úteis. São exemplos as áreas próximas de hospitais, escolas, teatros,
bancos e comércio. Assim, uma boa prática seria destinar algumas vagas nesses locais e monitorar a
ocupação para ampliar gradativamente, caso necessário.
A Lei 10.098/2000 definiu como pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida aquela
que temporária ou permanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de
utilizá-lo.
Nesse caso, embora não seja fruto de regulamentação específica, estão contempladas as pessoas
grávidas e as que apresentem algum tipo de enfermidade, de modo que os movimentos resultem
dificultados. Na lacuna da legislação federal, alguns órgãos de trânsito têm adotado como boa
prática a edição de regulamentos específicos para o caso de pessoas grávidas.
Ora, uma resolução não pode estabelecer um novo documento de porte obrigatório além daqueles
previstos em lei. Assim, a falta de porte da credencial não pode resultar em autuação por infração de
trânsito, no caso de ficar caracterizado pelo agente de trânsito que o veículo efetivamente transporta
pessoa com deficiência. Da mesma forma, não seria justo autuar pessoa idosa que ocupar vaga de
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estacionamento sem a credencial, uma vez que ela pode ser facilmente identificada através de
documento de identidade.
O que o órgão de trânsito pode fazer é efetuar o cadastramento das pessoas do Município que
potencialmente utilizariam vagas de estacionamento especial. Tal providência auxiliará na reserva de
vagas compatíveis.
Por fim, cabe observar o equívoco na exclusão de veículos de idosos nas áreas de estacionamentos
internos das edificações (art. 4o da Resolução 302/2008).
O tema da sinalização viária, deve-se tratar com relevo, também, a travessia de pedestres através de
faixas exclusivas de segurança. Trata-se de sinalização horizontal de regulamentação, que indica a
preferência para pedestres. E ela se dá em duas situações distintas. Uma é quando a faixa se localiza
junto aos semáforos, em que se torna obrigatório o acréscimo de linha de retenção, conforme já
mencionado. A outra situação envolve a faixa em local não semaforizado. As regras e as formas de
uso estão nas páginas de 46 a 49 do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – Volume IV,
aprovado pela Resolução 236, de 11 de maio de 2007, do Conselho Nacional de Trânsito.
O cuidado que o gestor deve ter no caso da faixa de pedestres é o de evitar sua banalização.
Implantar indiscriminadamente, sem o mínimo de critérios, pode causar efeito contrário ao pretendido.
No caso de faixas junto a semáforos, é imperioso que seja fixado também um foco de pedestres a fim
de facilitar a visibilidade. Outra situação é no caso de faixa instalada após o semáforo, na via
transversal para onde convertem os veículos. Nesse caso, a sugestão é recuá-la, evitando que após
abrir o sinal os veículos tenham de permanecer na área de cruzamento enquanto aguardam a
passagem de pedestres.
Nos demais casos, as faixas devem ser implantadas em locais onde sua inexistência pode
comprometer e dificultar a travessia. São exemplos os locais de grande fluxo de veículos aliados à
necessidade de travessia de pedestres. E quando o fluxo de pedestres e veículos for igualmente
intenso, então uma nova alternativa deve ser buscada, como a criação de passarela ou a instalação
de foco luminoso que regule a passagem. Em todos os casos, é imperioso que o órgão de trânsito
faça instalar placas de advertência indicando a presença de faixa destinada à travessia de
pedestres.
No caso de escolas, uma recomendação importante é que a faixa não se localize exatamente em
frente ao portão de saída, haja vista que a troca brusca do ambiente interno para o externo pode
“ofuscar” a atenção do estudante, que, inadvertidamente, correrá risco na travessia. A solução é a
colocação de grades em frente às saídas, canalizando o estudante para a travessia na faixa, à
direita ou à esquerda, quando já estará ambientado à área externa da escola.
Como foi visto no princípio da precisão e confiabilidade, cada sinal deve corresponder a uma
situação e uma necessidade real. Se não for assim, o usuário da via deixará de confiar na
sinalização e comprometerá a segurança e fluidez.
Parada e estacionamentos
Um exemplo clássico é o das placas de parada obrigatória (R-1) e de preferência (R-2). Embora as
duas indiquem o direito de preferência para quem se conduz pela via transversal, elas têm objetos
diferentes. A de indicação de preferência permite o avanço caso não haja veículos na transversal. Já
a de parada obrigatória determina a imobilização do veículo independentemente de outro estar
exercendo a preferência na interseção. Nesse caso, a parada se faz necessária devido à falta de
visão do contrafluxo.
A não observância poderá acarretar acidentes. Verifica-se que o condutor tende a desrespeitar a
obrigação de parada obrigatória quando tiver ampla visão do contrafluxo, pois não vê sentido em sua
função. Assim, acaba condicionado a desrespeitar a regra, correndo risco quando houver uma
situação real de perigo. Cada placa deve ser implantada, portanto, de forma a cumprir sua real
finalidade. É recomendável que antes da interseção a placa R-1 seja antecedida da placa de
advertência A-15, indicando parada obrigatória à frente.
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Outro exemplo clássico que pode contribuir para boa fluidez e segurança do trânsito se refere ao
controle de parada e estacionamento. Para regular essas situações, o órgão de trânsito pode utilizar
três tipos de placas: a placa R-6a, que indica a proibição de estacionar; a R-6b, que indica a
permissão (estacionamento regulamentado); e a R-6c, que indica proibição de parar e estacionar.
Cada uma foi concebida para situação específica e diferenciada. A implantação deve ocorrer
conforme a exigência da via e o desejo do gestor.
Nas vias onde a fluidez não seja comprometida com o estacionamento de veículos, a permissão pode
ser concedida simplesmente pela não fixação da placa R-6b. Ela apenas será necessária caso em
algum ponto da via a regra for da proibição. A placa R-6b deve ser fixada em locais onde o
estacionamento pode comprometer a fluidez, ficando liberado apenas o embarque e o desembarque
de passageiros.
Já a placa R-6c é necessária quando, tanto a parada, como o estacionamento puderem comprometer
a fluidez de forma acentuada ou, ainda, colocar em risco a incolumidade das pessoas. Nesse caso,
cada situação requer um tipo de sinalização, sendo necessária a avaliação criteriosa do órgão de
trânsito, sob pena de banalizar a sinalização.
Outro aspecto que merece destaque quanto a essas placas é que em locais de atração de tráfego,
como escolas, hospitais e centros comerciais, a proibição de estacionar pode ser estratégica para a
fluidez do trânsito.
Ocorre que onde for proibido o estacionamento será permitida a operação de embarque e
desembarque de passageiros. A destinação de um trecho específico de proibição, equivalente ao
espaço de cinco veículos, por exemplo, já atenderá à demanda para embarque e desembarque. Mas
se for permitido o estacionamento em frente a esses locais, não haverá espaço para desembarque e
outros veículos acabarão parando em fila dupla, comprometendo o tráfego.
Outra providência positiva para o órgão de trânsito se relaciona com a localização dos
estacionamentos de veículos de serviços. Via de regra, os pontos de táxis se localizam na faixa da
direita próximos das esquinas. Ocorre que, em muitas interseções semaforizadas, a faixa da direita
pode ser utilizada exclusivamente para conversão à direita, com tempo diferenciado. Desta forma, a
ocupação dessa faixa pelos táxis impedirá essa possibilidade, ocasionando retenção desnecessária
de veículos. Nesse caso, a boa prática recomenda a liberação da faixa, transferindo o ponto de táxi
para outro local.
Data venia, a Resolução comete algumas impropriedades que merecem reparos. Ao estabelecer
relação taxativa de alguns veículos e proibir a destinação de vagas para outros, acaba invadindo a
autonomia dos Municípios. Entre as exclusões, estão os veículos de transporte de valores e os
oficiais. Nesse caso, o Município deve atender a tais demandas, usando das prerrogativas que a
legislação federal lhe concede. Assim, as vagas para veículos de transporte de valores devem estar
localizadas próximas às instituições bancárias. E as vagas para veículos oficiais serão reservadas
junto a repartições públicas onde a providência é necessária. Nas duas situações, a sinalização
vertical de regulamentação de estacionamento permitido fará constar informação adicional de
exclusividade para cada um dos casos.
De outro lado, o uso do pisca-alerta pressupõe algum tipo de emergência e não pode ser
erroneamente utilizado a pretexto de indicar o estacionamento por curto período. Em função desse
equívoco, muitos órgãos de trânsito têm determinado o uso desse sinal de luzes na regulamentação
de estacionamento em frente a farmácias. É um erro que facilmente pode ser corrigido através da
correta fiscalização de controle de tempo, sem a necessidade do uso das luzes de emergência.
Ainda com relação às placas de estacionamento e parada, cabe um importante registro: o início e o
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fim dos comandos da sinalização. O Manual de Sinalização Vertical de Regulamentação definiu que o
perímetro de comando das placas vale para antes e após onde estiverem localizadas, em cerca de 40
metros para cada um dos lados. Deve-se convir que tal prática é um tanto surrealista, dificultando ao
condutor a identificação do sinal antes da placa. A única explicação plausível é de que se buscou com
isso a economia de placas, já que elas podem ser fixadas no meio das quadras em vez de no início.
Para equacionar esse óbice e favorecer os usuários da via, os órgãos de trânsito podem utilizar nas
placas as inscrições “início” e “fim”, determinando onde se inicia e termina cada comando. Essa
providência é autorizada pela norma do Contran e pode ser uma boa alternativa.
Carga e descarga
Com relação à carga e descarga, é bom que o órgão de trânsito tenha presente que ela é
considerada estacionamento (art. 47, parágrafo único do CTB). Assim, ela não deve ser permitida
onde a regra é de proibição de estacionar.
Constituiu equívoco, portanto, permitir a carga e a descarga através de informações adicionais nas
placas de proibição (R-6a). O correto é permiti-la somente nos locais onde o estacionamento é
liberado. O órgão de trânsito poderá fazer constar informações adicionais nas placas de permissão
(R-6b), estabelecendo áreas determinadas para carga e descarga.
O mesmo princípio deve ser aplicado com relação às áreas especiais de estacionamento para
veículos de serviço, como os de frete e de aluguel (táxi), por exemplo. Em tais casos, a placa
regulamentação deve ser a R-6b (estacionamento permitido), acrescen- do-se a informação sobre o
tipo de exclusividade.
Laços de quadra
Uma medida que tem sido muito positiva para a fluidez do trânsito é o uso de “laços de quadra”,
auxiliados por sinalização indicativa correspondente ao percurso que o veículo deve fazer para
transpor a via. Assim, em vez de reservar área para a conversão à esquerda, o condutor sairá pela
direita fazendo o contorno na quadra e liberando a faixa que seria utilizada para a conversão. Nesse
caso, a sinalização indicativa de percurso pode conter ainda informações sobre locais de demanda,
como saídas da cidade, bairros, hospitais, pontos turísticos etc. Tais providências facilitam a fluidez
e prestam serviço relevante principalmente às pessoas que desconhecem o trânsito local. Os “laços
de quadra” dispensam a abertura dos canteiros centrais para conversão à esquerda, liberando o
trânsito e melhorando a fluidez.
Postos de gasolina
De outro lado, um cuidado especial que a gestão deve ter é com relação à sinalização em postos de
gasolina.
Nesses locais, há critérios específicos por se constituir em área de risco. O CTB determina que os
locais destinados a postos de gasolina, oficinas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo
deverão ter suas entradas e saídas devidamente identificadas, na forma estabelecida pelo Contran
(art. 86).
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