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RESUMO
O trauma craniencefálico (TCE) continua sendo um dos principais responsáveis pelas elevadas taxas de morte e
sequelas em suas vítimas. No Brasil, apesar do número crescente de crianças e adolescentes vítimas de TCE,
existem poucos estudos sobre o tema. As agressões físicas, as quedas e os acidentes com meios de transporte se
destacam como as principais causas de TCE. O atendimento e manejo pré-hospitalar e hospitalar devem ser
baseados em protocolos estandardizados, e rigorosamente seguidos. A tomografia do crânio (TC) é o exame de
escolha para definição e diagnóstico de lesões agudas decorrentes do TCE, sendo que a escolha quanto ao
tratamento (conduta expectante ou cirúrgica), vai depender do quadro clínico e achados na TC. Concernente à
letalidade, pode atingir valores altíssimos em vitimas de TCE grave, sendo superior nas vitimas de trauma
craniano por abuso.
ABSTRACT
Traumatic brain injury (TBI) remains a major contributor to the high rates of death and disabilities. In Brazil,
despite the growing number of children and adolescents victims of TBI, few studies exist on the subject. Physical
violence (including non abusive head trauma), home acidentes (as falls) and accidents of public roads stand out
as the main causes of TBI. The pre-hospital and hospital management should be based on established and
standardized protocols that must be followed strictly. The CT-scan is the imaging method of choice for the
definition and diagnosis of acute injuries resulting from head trauma. The treatment (surgical or non surgical
management), will depend on the clinical exam and CT-scan findings. Concerning mortality, can reach very high
values in victims of severe TBI, being higher in victims of abusive head trauma.
Keywords: Craniocerebral trauma; Child mortality; Accident prevention; Neurosurgery; Emergency treatment.
CONCEITOS/DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
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TRAUMATISMO CRANIANO NA INFÂNCIA
AS QUEDAS
decorrentes deste afundamento, afundamentos ósseos fora dos seios venosos durais, presença
de sinais tomográficos que sugiram laceração da duramáter e naqueles que comprometam a
estética da criança.(14,15,16) Nos HED deve-se considerar o estado neurológico da criança
(ECGl) e sinais de localização (como por exemplo, anisocorias e déficits neurológicos), e o
volume do hematoma (Figura 3).
Considerar a possibilidade de cirurgia nos casos de rebaixamento do sensório e déficits
neurológicos focais associados ao hematoma, e quando a espessura deste na TC de crânio for
>15mm ou com desvio da linha média >5mm. Classicamente os hematomas epidurais são
drenados por craniotomias. (17)
Figura 3 - Volumoso hematoma epidural, em lactente vitima de queda da cama dos pais.
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da ECGl, algumas escalas foram criadas no escopo de mensurar o risco de morte ou avaliar o
prognóstico em crianças vitimas de TCE, a saber: PRISMA, Pediatric Trauma Score (PTS),
Necker Cranial Injury Scale (NCIS), entre outras.(2,9) Algumas delas destacam os fatores
modificáveis de prognostico, ou seja, onde o profissional que cuida desta criança pode agir e
consequentemente reduzir o risco de morte ou melhorar o prognóstico destas vitimas.(2,9,18) As
sequelas neurológicas em crianças vitimas de TCE variam desde déficits mínimos até a
completa dependência, variando de acordo com a biomecânica e gravidade do trauma, rapidez
e eficiência do atendimento e tratamento (pré hospitalar e hospitalar). Concernente à
letalidade, pode atingir valores altíssimos em vitimas de TCE grave (30%), sendo ainda maior
nas vitimas de trauma craniano por abuso (síndrome do bebê sacudido).(4,6,9)
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