TCC Final - Antigo

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1.

RESUMO

Os agrotóxicos que na maioria são tóxicos ao homem, exigem acompanhamento


visando manter a proteção da saúde humana e ambiental. Segundo a Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, o Brasil é um dos maiores
consumidores de agrotóxicos. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi classificar
os agrotóxicos registrados no Brasil no período de 2014 a 2019 a fim de
conscientizar sobre os possíveis impactos toxicológicos aos seres humanos e
ambiente. Foi realizado um levantamento de dados através do endereço eletrônico
do Ministério da Agricultura (Agrofit) sobre os defensores agrícolas do Brasil e uma
revisão bibliográfica sobre os principais e mais perigosos agroquímicos. O
levantamento de registro dos agrotóxicos no Brasil, do ano de 2014 para o ano de
2019, preocupa não só pelo fato dos registros terem crescido de forma ampla, mas
também porque está associado a um aumento significativo do risco ambiental. É
fundamental analisar os produtos utilizados no país, avaliando a composição
química, assim como a toxicidade para humanos, animais e meio ambiente a fim de
divulgar os possíveis problemas associados a exposição. A conscientização da
sociedade sobre os possíveis impactos toxicológicos aos seres humanos e ambiente
é um fator que contribuirá para o emprego mais racional e seguro dessas
substâncias.

2. INTRODUÇÃO

Nos últimos dez anos, o Brasil saltou de 191.480.630 pessoas para


1
213.605.406, diferença de 22.124.776. Isso reflete no aumento da necessidade de
mais alimentos em um menor espaço de tempo. Além disso, atualmente há uma
ascensão do estilo de vida saudável e do movimento vegetariano e vegano no país, 2

fazendo com que a agricultura precise agilizar seu processo de produção, sem
encarecer e nem perder quantidades significantes de suas safras. Para isso, o uso
de equipamentos agrícolas e principalmente agrotóxicos estão cada vez mais
associados. 3,4
Os agrodefensores são frequentemente encontrados nos alimentos, na água
e no meio ambiente. O acúmulo dessas substâncias no corpo humano pode
ocasionar alterações a nível biológico, como câncer e mutação gênica. Observa-se
ainda, problemas causados na reprodução, no sistema imunológico e no
desenvolvimento fetal. Causados principalmente pelo uso inadequado desses
produtos. 5
Estudo publicado no Caderno de saúde coletiva fez estimativa que uma
criança teria de resíduos de agrotóxicos caso consumisse alguns tipos de frutas e
hortaliças. O resultado foi que, pela alimentação do Brasil, apenas um tipo de
pesticida ultrapassaria os limites considerados seguros, porém, se considerasse a
dieta recomendada pela World Health Organization (WHO), seis desses químicos
ultrapassariam a porcentagem de Ingestão Diária Aceitável (%IDA), o que é
considerado preocupante. 6
Segundo a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) a
segurança alimentar consiste no direito de todos ao acesso a alimentos de qualidade
7
que respeitem a diversidade cultural e econômica. Contudo, são produzidos
alimentos sem respeito a esses princípios, fato pelo qual é associado a um impacto
negativo para a segurança alimentar. 8
Há diversas discussões sobre a relação entre novos pesticidas e o aumento
de casos de envenenamento por eles. Não apenas pela ingestão, mas também pelo
contato como trabalho, ainda mais pelo fato de que pode haver reação entre
pesticidas diferentes. Foram apontados cefaleia, dores abdominais, tonturas e até
9
problemas auditivos como reação ao manuseio de agrotóxicos. Nos últimos dez
anos foram 66.202 notificações por intoxicação por agrotóxicos. 10
É nítido que a urgência de produzir alimentos em larga escala e de forma
rápida, somando as inúmeras concorrências, fez com que as empresas
começassem a introduzir novos defensores agrícolas mais baratos e, em apenas
uma década, foram registrados 1.201 novos agrotóxicos. 11
A Lei nº 7.802 de 1989 é responsável pelos processos relacionados à
pesquisa, liberação, fiscalização, rotulagem, armazenamento, importação,
12
exportação e registro de agrotóxicos no Brasil. Foi publicada uma proposta de
atualização através do Projeto de Lei (PL) 6.299/2002 que destaca o papel do
Ministério da Agricultura para a aprovação de novos produtos, excluindo o papel da
ANVISA e do ministério da saúde. Uma discussão sobre essa proposta vem
causando embate entre diversos órgãos que se declaram contra, como a ANVISA e
o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), e os que são a favor, como a
13
bancada ruralista. A justificativa para a instituição é que tais mudanças
incentivarão a concorrência no setor, resultando na redução dos custos dos
14
produtos, podendo ser repassado com menor custo à população. Dentro desse
contexto, acompanhar o registro de novas substâncias agrotóxicas auxilia na
divulgação, a fim de orientar sobre os riscos e assegurar o uso responsável.

3. OBJETIVOS

Classificar os principais agrotóxicos registrados no Brasil no período de 2014


a 2019 quanto as características químicas e toxicológicas dos catalogados como
altamente perigosos e extremamente tóxicos, destacando os riscos aos seres
humanos e ambiente.

4. METODOLOGIA

Foi realizado um levantamento através do banco de informações sobre os


produtos agroquímicos e afins registrados no Ministério da Agricultura (Agrofit)
através do endereço eletrônico:
http://indicadores.agricultura.gov.br/agrofit/index.htm. O levantamento aconteceu
através da busca por produtos formulados, isto é, aqueles que se encontram
disponíveis para serem comercializados como produto acabado.
Informações a respeito das características químicas, indicações de uso,
classificação toxicológica e periculosidade ambiental dos agrotóxicos mais utilizados
e/ou mais perigosos foram obtidas pelo endereço eletrônico:
http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/!ap_produto_form_consulta_cons.
Também se destacou os produtos inéditos registrados e os produtos classificados
como genéricos em relação aos agrodefensores de posição mais tóxica.
Após o levantamento de registros, realizou-se a revisão bibliográfica
sistemática através de uma busca ativa nas bases de dados Google acadêmico,
Scientific Eletrônic Library Online (SciELO) e ScienceDirect correlacionando as
substâncias ativas dos produtos destacados com os riscos toxicológicos e
ambientais.

5. DESENVOLVIMENTO

Realizou-se três etapas para o desenvolvimento da pesquisa.


A primeira parte foi a quantificação dos agrotóxicos registrados no período de
2014 a 2019, classificando-os de acordo com a ANVISA, como: I. Extremamente
Tóxico; II Altamente Tóxico; III. Moderadamente Tóxico; IV. Pouco Tóxico; VI.
Improvável de causar dano agudo. E sobre o risco ambiental, sendo classificados
quanto à sua periculosidade, em classes que variam de I a IV: classificando desde
produtos altamente perigosos ao meio ambiente (Classe I) até produtos pouco
perigosos ao meio ambiente (Classe IV). 15,16
A segunda etapa desenvolveu-se através do número de registro dos
agroquímicos de nível I, a fim de obter o nome do princípio ativo de cada um deles e
identificar se era um produto inédito ou genérico. A terceira parte deu-se pela
revisão bibliográfica sobre os princípios ativos dos agrodefensores de maior
periculosidade, com o objetivo de entender os impactos causados por ele ao meio
ambiente, animais e seres humanos.

6. RESULTADOS

De acordo com os dados registrados no portal do ministério da agricultura


levantou-se um total de 914 agrotóxicos registrados no período de 2014 a 2019.
Nota-se um aumento de agrotóxicos registrados a partir de 2014, sendo a classe dos
herbicidas os mais abundantes entre os registros do período, seguidos pelos
inseticidas e fungicidas. Ao contrário dos demais anos, em 2017 houve mais
inseticidas registrados comparado aos herbicidas. Também houve um aumento no
registro de substâncias classificadas como extremamente tóxicas para seres
humanos e altamente perigosas ao meio ambiente no período de 2014 a 2018,
abaixando o número em 2019.
Analisando os ingredientes ativos de agrotóxicos extremamente tóxicos ou
altamente perigosos ao meio ambiente registrados no período citado, percebeu-se
que de 36 registros, 29 foram produtos novos no mercado em seu ano de
lançamento, conforme mostra a Tabela 1.

Tabela 1 - Ingredientes ativos de agrotóxicos extremamente tóxicos e/ou altamente perigosos ao meio
ambiente registrados no período de 2014-201
Fonte: Agrofit, 2021.

Os compostos com maior número de registros nesses anos foram:


acetamiprido + etofenproxi, lambda-cialotrina tanto sozinho, quanto combinada com
sulfoxaflor. Em relação ao inseticida lambda-cialotrina, em 2019 foi feita uma
pesquisa de resíduos de agrotóxicos na dieta de algumas escolas do município de
Guariba. 17
O resultado apresentado, relatou que essa substância teve uma ingestão
diária maior do que a aceitável. A bula do lambda-cialotrina descreve que esse
agrotóxico pode se acumular no tecido adiposo, apesar de se espalhar amplamente
pelo organismo. A toxicidade é mais intensa em indivíduos portadores de doenças
respiratórias crônicas. Os sinais e sintomas geralmente referem-se a formigamento,
prurido, eritema e parestesia. Podem ocorrer reações anafiláticas associadas a
exposição a substância.
Não foi encontrado artigos atuais sobre a toxicidade ambiental do
acetamiprido + etofenproxi, apesar de ele ser classificado como altamente perigoso.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O levantamento sobre o histórico de registro dos agrotóxicos no Brasil, do ano


de 2014 para o ano de 2019, preocupa não só pelo fato dos registros terem crescido
de forma ampla, mas também porque está associado a um aumento significativo do
risco ambiental. Nota-se, portanto, a necessidade de medidas que garantam o uso
racional e o descarte correto desses agroquímicos a fim de assegurar o
fornecimento de alimentos seguros.

8. FONTES CONSULTADAS

1. IBGE Projeto de População [Internet]. 2021 [acesso em 2021 abr 22]. Disponível
em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html
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Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-
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3. Corcino OC, Teles RBA, Almeida JRG, Lirani LS, Araújo CRB, Gonsalves AA et al.
Avaliação do efeito do uso de agrotóxicos sobre a saúde de trabalhadores rurais da
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10];24(8):3117-3128. Disponível em:
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trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2019
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TANCE_FXrpx9qY7FbU_languageId=en_US>.
11. MAPA indicadores [Internet]. 2020 [acesso em 2021 abr 13]. Disponível em:
<http://indicadores.agricultura.gov.br/agrofit/index.htm>.
12. Brasil. Lei nº 7802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a
experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências. Diário Oficial da União. 11 jul. 1989.
13. Mat0 Grosso. Assembleia Legislativa. Projeto de Lei 6299/2002. Altera os arts 3º
e 9º da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a
experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências. [acesso em 2021 abr 10]. Disponível
em: <https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?
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14. Gomes WRB, Pozzeti VC. O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO E O PACOTE DO
VENENO: O PROJETO DE LEI Nº 6.299/2002 E AS ESTRATÉGIAS PARA
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Direito Agrário e Agroambiental [Internet]. 2019 [acesso em 2021 abr 14];4(2):90-71.
Disponível em:
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CAO_E_O_PACOTE_DO_VENENO_O_PROJETO_DE_LEI_N_62992002_E_AS_E
STRATEGIAS_PARA_ENFRAQUECER_A_FISCALIZACAO_DOS_AGROTOXICOS
_NO_BRASIL>. http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-
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15. Publicada reclassificação toxicológica de agrotóxicos [Internet]. 2019. [citado
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p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=
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16. Portaria Normativa Ibama nº 84, de 15 de outubro de 1996. Estabelece
procedimentos a serem adotados junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, para efeito de registro e avaliação do
potencial de periculosidade ambiental - (ppa) de agrotóxicos, seus componentes e
afins. Brasília; DOU Diário Oficial da União. Publicado no D.O.U de 18 de outubro de
1996.
17. Meira APG, Silva MV. Resíduos de agrotóxicos potencialmente contidos na dieta
habitual de escolares [Internet]. 2019. [citado em 2021 set. 10]. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8654932/20885

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