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HERNANDES DIAS LOPES

O PREGADOR COMO

PASTOR
MÓDULO 8
O PREGADOR COMO

PASTOR
HERNANDES DIAS LOPES
Palavra do Preletor
Rev. Hernandes Dias Lopes

Bem-vindo a mais um módulo do curso “Pregação


Transformadora”. A partir de agora falaremos da
vida do pregador como pastor.

A maioria de nós que tem o privilégio de pregar


a palavra de Deus e exercemos também o
pastorado. Não há como separar a pregação do
ministério pastoral. Já vimos que a pregação não
é apenas um desempenho, uma performance
do pregador; ele não é apenas um orador, ele
é um pastor de ovelhas, ele cuida de pessoas.
Uma coisa é amar a pregação, outra coisa bem
diferente é amar as pessoas para quem você
prega.
AULA 1

Vamos ler 1 Tessalonicenses 2, mas antes, no


capítulo 1, Paulo se apresenta como evangelista,
e no capítulo 2, ele se apresenta como pastor.
Paulo era aquele homem que tinha preocupação
com todas as igrejas. Ele era um apóstolo, mas
ele não apenas plantava igrejas; ele também
tinha cuidado por essas igrejas que ele plantava.
Sendo assim, ele não apenas trazia a pessoas a
Cristo, mas ele também procurava apascentar
essas pessoas que ele trazia para Cristo.

Em outras palavras, Paulo não era apenas um


evangelista, era também um mestre e um pastor
de ovelhas. A igreja de Tessalônica nasceu
através da fiel pregação do apóstolo Paulo. No
capítulo 1:5 ele diz: “Porque o nosso Evangelho
não chegou até vós tão somente em palavra,

-3-
mas, sobretudo em poder no Espírito Santo, e em
plena convicção”.

Tessalônica era a capital da Macedônia e Paulo


foi para lá depois de ter passado por uma terrível
perseguição em Filipos. Ali ele pregou não com
palavras de sabedoria, não com apenas os
recursos da retórica humana, mas pregou no
poder do Espírito Santo e os resultados foram
verdadeiramente magníficos, a ponto daquela
igreja se tornar uma igreja forte no meio das
perseguições. Nesta carta, Paulo vai usar três
figuras para falar de seu próprio ministério.
Vamos ver cada uma delas.

1ª) Um mordomo fiel (4:1-6)

“Pelo contrário, visto que fomos aprovados por


Deus a ponto de nos confiar ele o Evangelho.”

O Evangelho é esse conteúdo, esse acervo, esse


legado que ele recebeu do próprio Deus; ele
foi separado por Deus para esse ministério; ele
informa que a ele foi confiado o Evangelho; ele
não tinha inventado essa mensagem, ele não
tinha criado essa mensagem. O evangelho não
é resultado da elocubração humana, mas da
revelação divina.

-4-
Ele enfatiza que não recebeu esse evangelho
de homem nenhum, diferente de como ele
aprendeu as doutrinas do judaísmo, aos pés de
Gamaliel (Gl. 1), mas o Evangelho ele aprendeu
diretamente do Senhor Jesus Cristo; e Paulo
sentia-se como um mordomo desta mensagem
de Deus.

Mas quem é e o que faz um mordomo?

Mordomo é aquele que administra os bens do


seu senhor. Uma boa ilustração disso é a história
de José do Egito, que foi o mordomo da casa de
Potifar. Ele cuidava de todos os bens de Potifar,
inclusive da casa. José era responsável por cuidar
da alimentação que ia para a mesa de Potifar.
Então, mordomo é aquele que cuida das coisas
do seu Senhor e presta contas de sua mordomia
(Lc. 16.1,2), um mordomo precisa ser encontrado
fiel na administração desses bens que lhe são
confiados.

A partir dessa figura do mordomo, podemos


entender que o Evangelho, a mensagem do
Evangelho, é como um tesouro que foi confiado
a você, pastor, que foi confiada a mim. Nós não
podemos pegar esse tesouro e enterrá-lo, nós
temos que multiplicar este tesouro.

-5-
O Evangelho é para ser preservado intacto
de contaminações, de heresias, de falsas
doutrinas; precisamos sofrer por esse Evangelho,
precisamos permanecer nesse Evangelho e
precisamos pregar esse Evangelho. É este o
nosso papel como pregadores: é levar essa
mensagem, espalhá-la pelos corações, é
semear a boa semente para que ela produza 30,
60 e a 100 por um.

A marca de um mordomo não é ser popular, não


é ter sucesso, não é ser uma pessoa famosa,
a evidência de um mordomo é que ele é fiel
àquilo que foi confiado às suas mãos, ele vai
exercer com integridade e com fidelidade. Assim
também é nossa função como pastores, é cuidar
do rebanho. A melhor maneira de cuidarmos do
rebanho de Deus é pregando fielmente a palavra
no poder do Espírito Santo.

Então, nosso papel, volto a dizer, não é sermos


populares, arrancar os aplausos do povo, não
é angariarmos a admiração das pessoas, nem
mesmos sermos aprovados pelo mundo, mas
sermos fiéis a Deus.

Paulo sofreu várias acusações dos seus opositores


em Tessalônica exatamente por ser um mordomo

-6-
fiel na pregação da palavra de Deus.

A primeira acusação que ele recebe dizia que


a doutrina que ele pregava tinha uma origem
impura: “Pois a nossa exortação não procede
de engano, nem de impureza nem se baseia em
dolo” (v.3).

Paulo estava recebendo essa acusação de que a


mensagem que ele estava pregando tinha uma
motivação errada. Então ele vai afirmar isso: “A
nossa exortação, que emana das Escrituras, que
procede da pregação das escrituras, não procede
de engano.” Ele está dizendo que não está
usando iscas, não está usando truques e nem
subterfúgios; ele quer dizer que não tem motivos
impuros, não está usando de dolo, de engano, de
falsidade ideológica para pregar o Evangelho.

Essa foi a primeira acusação que lhe fizeram:


que essa doutrina é de origem impura, que a sua
pregação obedecia a motivos impuros, e que a
sua pregação era dolosa, ou seja, visava enganar
as pessoas.

No versículo 4, ele diz o seguinte: “Pelo contrário,


visto que fomos aprovados por Deus a ponto de
nos confiar Ele o evangelho, assim não para que

-7-
agrademos a homens e sim a Deus que prova o
nosso coração.”

Em outras palavras, Paulo não quer ser um


pregador popular. Temos de admitir que essa é
uma grande tentação que passamos, de sermos
um pregador que alcança a aprovação e os
aplausos dos homens, um dia você é comentado
na mídia e, de repente, você se torna uma pessoa
conhecida, famosa e você quer agradar cada vez
mais aos homens, você prega uma mensagem
mais palatável, uma mensagem mais ao gosto
da freguesia, uma mensagem que serve mais
aos interesses dos bodes e não como alimento
para as ovelhas. Quando o pregador vira um pop
star, um astro da mídia, ele quer cada vez mais
agradar aos homens.

Mas, não é esse o papel do pregador. Paulo deixa


claro que ele não tem como propósito agradar
a homens em sua pregação, mas ele quer ser
aprovado por Deus.

Nos versículos 5-9 Paulo recebe outra acusação.


Agora o povo de Tessalônica acusa-o de estar
pregando com uma motivação financeira, ele
quer aferir lucros.

-8-
“A verdade é que nunca usamos linguagem
de bajulação, como sabeis, nem de intuitos
dos gananciosos, Deus disso é testemunha.”

Por que Paulo está sendo acusado? Porque


havia naquele tempo falsos mestres, falsos
apóstolos rodando pelas igrejas, cuja finalidade
era lucro, era dinheiro, era auferir vantagens, era
locupletar-se.

Ainda hoje há muitos pregadores assim, que


cobram cachês, que só pregam, aqui, ali, acolá
depois de uma investigação e depois de saberem
quanto vão receber.

Paulo diz:

“Eu não entro por esse caminho, a minha


motivação não é o lucro, não é me abastecer,
não é angariar favores dos homens e nem o
dinheiro das pessoas, eu prego o Evangelho
com pureza de propósito, não com dolo, não
com ganância.”

No verso 6, ele vai dizer que não anda buscan-


do glória de homens, nem mesmo dos Tessalo-
nicenses, ele não quer aprovação ou glória dos
homens.
O verso 7 diz que ele se tornou carinhoso entre
eles, como uma ama que acaricia os seus filhos.
Então, Paulo é um pregador que não está atrás
de lucro para pregar e ele estava sendo acusado
disso, de buscar prestígio pessoal.

“Porque vós, irmãos, sabeis pessoalmente


que a nossa estada entre vós não se tornou
infrutífera, mas apesar de maltratados e
ultrajados em Filipos, como é que o vosso
conhecimento, tivemos ousadia e confiança
em nosso Deus para vos anunciar o evangelho
de Deus com muita luta.” (vs. 1 e 2)

Paulo não vai para Tessalônica, que era capital


da província da Macedônia, para encontrar
prestígio, sucesso, riqueza ou benefícios pessoais.
Ele tinha acabado de ser preso e açoitado em
Filipos, suas costas estavam ensanguentadas.
Alguém poderia dizer assim: “Bom, diante
de uma experiência tão difícil dessas, eu vou
recuar, eu vou guardar as armas, eu não vou
mais pregar, eu vou tirar umas férias, eu vou me
refazer emocionalmente. Primeiro vou recompor
as minhas emoções e só depois eu vou pregar.”

Mas, não foi assim que Paulo pensou. Ele deixa


Filipos em meio a essa turbulência toda e vai para
Tessalônica. O trabalho dele em Tessalônica,
embora curto, foi extremamente frutífero. Essa
foi a maneira como ele chegou lá para pregar
o Evangelho, no meio de luta, de prova, de
perseguição, de angústia, de dor no corpo e na
alma.

Ele está pregando o evangelho em Tessalônica


da mesma forma como os apóstolos pregaram
ousadamente em Jerusalém. Quando lemos
o livro de Atos dos Apóstolos 4:13;29 e 31
vemos que eles pregaram debaixo de muita
perseguição. Os apóstolos foram presos,
açoitados, foram proibidos de pregar. Mas, eles
não recuaram, eles não se acovardaram, eles
não se intimidaram, eles tornaram-se ainda
mais ousados e audaciosos.

Um crente verdadeiro pode ser preso, pode ser


colocado atrás das grades, pode ser afligido,
castigado, torturado, pode até ser morto, mas
ele não vai parar de pregar.

A palavra de Deus não está algemada e nem


presa. Paulo chegou em Tessalônica para pregar
o Evangelho de Deus com audácia e motivação,
apesar da tribulação que vinha enfrentando. Isso
é uma grande lição para nós.
Qual a mensagem que Paulo pregava ali?

“Pois a nossa exortação não procede de en-


gano, nem de impureza, nem se baseia em
dolo.” (v.3)

O que ele está pregando em Tessalônica é o


evangelho, ele cita isso 6 vezes nessa carta - ele
menciona o Evangelho. Paulo recebeu o Evan-
gelho de Deus - não de homens - e esta é a úni-
ca boa nova capaz de transformar o coração do
homem.

Tenho repetido e quero fazer isso à exaustão


nesse curso “Pregação Transformadora”: não é
pregar sobre as últimas novidades do mercado
da fé, não é pregar sobre uma nova descoberta
de alguma pessoa ‘iluminada’ que pensa ter
descoberto a verdade.

Cuidado! Fique com os dois pés atrás quando


alguém chega dizendo que encontrou uma ver-
dade que os apóstolos não tinham descoberto,
uma novidade que os pais da igreja não enxer-
garam, algo que os nossos irmãos do passado
- os puritanos, os avivalistas, os missionários –
não sabiam.
Não! Não! Não! Pregue o Evangelho! Não ten-
te inventar a roda, não busque as novidades do
mercado da fé, não pregue a mensagem para
agradar, não pregue a mensagem popular, pre-
gue o Evangelho!

Você não precisa ficar buscando novidades para


atrair as pessoas, prega o Evangelho. Paulo
chegou em Tessalônica debaixo de terrível per-
seguição e não pregou outra coisa a não ser o
Evangelho.

Pregue a Palavra!

Abra bem a Bíblia, exponha a Bíblia, explique


a Bíblia, aplique a Bíblia; e você vai perceber
que a Palavra de Deus é poderosa. Ela é viva.
O Evangelho é o poder de Deus para salvação
de todo aquele que crê. Esse é o seu, o meu, o
nosso papel, enquanto pregadores-pastores,
pastores- pregadores!
AULA 2

Por que você está no ministério?

Por que você é pastor?

Por que você é pregador?

Quais são as suas motivações?

Qual é o vetor que governa a sua vida?

O que te move?

Qual é o combustível da sua alma?

Qual é o oxigênio do seu ministério?

Há muitas pessoas que podem exercer o minis-


tério com motivações pessoais, corporativas,

-9-
denominacionais, ambiciosas e até mundanas!

A motivação é muito importante.

Sabe por quê?

Ainda que os homens possam não enxergar as


motivações que estão alojadas no mais secre-
to, nas gavetas mais fechadas do coração, Deus
enxerga a motivação, ele sonda a motivação.

Paulo nos mostra que as motivações dele não


eram motivações erradas, seus motivos estavam
claros diante de Deus, que sonda os corações.

Em Filipenses 1, Paulo diz que algumas pessoas


pregavam a Cristo sem sinceridade, uns por fi-
losofias, outros por inveja. É muito triste quando
alguém está fazendo a obra de Deus com outra
motivação que não seja a glória de Deus, pois
assim, não há salvação dos perdidos, não há
edificação dos eleitos de Deus.

Por que Paulo está pensando e tratando disso na


carta aos Tessalonicenses?

Porque, em seu tempo, era muito comum as pes-


soas saírem mundo afora como itinerantes para

- 10 -
pregar com intenção de auferir lucros, eram os
falsos obreiros, eram os falsos apóstolos. Paulo
os enfrenta em Tessalônica e em Corinto, que é
de onde ele escreve a carta aos Tessalonicenses.

Paulo dá o seu testemunho de integridade na


área financeira (2 Tes. 3:8-10). Paulo é um ho-
mem absolutamente transparente no que diz
respeito ao dinheiro.

Ele trabalhava com suas próprias mãos quando


não recebia salário. Quando recebia o sustento
das igrejas, ele largava o seu trabalho de fazer
tendas e se dedicava exclusivamente ao Evan-
gelho. Ele levanta uma oferta para os pobres da
Judeia - e foi muito dinheiro – que até o rei Agripa
fica interessado nesse dinheiro.

Para levar esse dinheiro aos irmãos, ele nomeia


uma comissão. Isso nos ensina, pastores, que não
devermos mexer com dinheiro de igreja. O pastor
não deve ser o tesoureiro e nem deve administrar
o dinheiro da igreja. Mesmo que o pastor seja ab-
solutamente honesto e íntegro em cada centa-
vo, ele deve evitar até a aparência do mal.

É necessário ter uma comissão que cuida da área


de finanças na igreja para que não recaia sobre o

- 11 -
pastor quaisquer suspeitas de integridade e das
motivações dele no exercício de seu ministério.

Na aula passada nós falamos da característica do


mordomo, mencionada por Paulo. A ênfase que
ele deu ao mordomo é a fidelidade. Na sequência
do texto, ele mostra que vai exercer, além do
papel do mordomo, um segundo papel.

2ª) A figura do papel de uma mãe

Vejamos o que ele escreve nos versículos 7 e 8.

“Embora pudéssemos, como enviados de


Cristo, exigir de vós a nossa manutenção,
todavia, nos tornamos carinhosos entre vós,
qual ama que acaricia os próprios filhos; as-
sim, querendo-vos muito, estávamos prontos
a oferecer-vos não somente o Evangelho de
Deus, mas, igualmente, a própria vida; por
isso que vos tornastes muito amados de nós.”

Ele se transporta da ênfase da fidelidade do mor-


domo para a ênfase da gentileza de uma mãe.
E essa é uma figura interessante, pois sendo ele
um apóstolo, ele tinha autoridade, mas ele sem-
pre exerceu essa autoridade com amor.

- 12 -
Com essas palavras de Paulo, entendemos que
o pastor também precisa desenvolver essa ca-
racterística, não apenas de autoridade espiritual
e de fidelidade da mordomia daquilo que recebe
do Evangelho para pregar, mas no modo de re-
lacionar-se com as ovelhas: como uma mãe que
acaricia os seus filhos.

Ele está dizendo isso em um contexto em que


falava que tinha o direito de receber seu salário,
veja: “Embora pudéssemos, como enviados de
Cristo, exigir de vós a nossa manutenção.” Não é
pedir, é exigir, é um direito dele! E ele fez isso em
sua segunda carta aos Coríntios 12, quando ele
diz o seguinte:

“Vocês foram inferiores a todas as demais


igrejas nesse quesito. Eu não fui pesado a vo-
cês, eu não cobrei o meu salário, perdoe-me,
essa injustiça, deveria ter cobrado! É direito!”

Mas Paulo não quis fazer isso, ao contrário, ele


agiu como uma mãe! “Todavia nos tornamos ca-
rinhosos entre vós qual ama que acaricia os pró-
prios filhos.” Essa palavra só aparece duas vezes
no Novo Testamento: aqui em 1 Tessalonicenses
2. 7 e em Efésios 5.29, que diz: “Antes, ninguém
jamais odiou a sua própria carne, antes a alimen-

- 13 -
ta e dela cuida”.

Então, Paulo cuidava das ovelhas como a mãe


acaricia o seu neném. Assim como um marido
acaricia sua esposa, assim como uma mãe aca-
ricia os seus filhos.

O pastor-pregador - pregador-pastor deve ter


esse mesmo sentimento e atitude em relação às
suas ovelhas. O púlpito não é uma trincheira de
onde o pastor governa a igreja com rigor desme-
surado, com truculência, com força descomu-
nal; ao contrário, ele é como uma mãe que pega
os filhos no colo, que os acaricia, que cuida dos
filhos e os acalenta. É esta imagem que Paulo
está usando aqui!

Quais são as características de uma mãe afetuosa?

Primeiramente é o amor intenso. É proverbial o


amor de mãe. O pastor tem que agir como mãe
que ama intensamente as suas ovelhas.

Segundo: cuidado constante.

Essa é a figura de uma mãe que passa as vigílias


da noite cuidando do filho que está enfermo; ela
não o deixa aos cuidados de outros, ela mesma

- 14 -
quer cuidar. Se o filho está faminto, a mãe é a
primeira a preparar algo para alimentá-lo. Se o
filho sofre uma queda e machuca-se, é para os
braços da mãe que ele corre.

Quando um filho tem um problema, ele recorre


primeiro à mãe porque sente segurança nela, ele
conhece e confia em seu afeto, em seu carinho.
A mãe primeiro acolhe, cuida e cura para depois
exortar.

Terceiro: dedicação sem reservas.

Esta é a atitude de uma mãe e deve ser a postura


de um pastor-pregador. Uma postura em que a
paciência triunfa. A mãe também é responsável
pela provisão diária de seus filhos, ela amamen-
ta e alimenta. Isso também faz parte do papel do
pastor-pregador e do pregador-pastor.

Mas, mais do que isso, eu quero chamar sua


atenção para esta abnegação sacrificial mos-
trada no versículo 8:

“Assim, querendo-vos muito, estamos pron-


tos a oferecer-vos não somente o evangelho,
mas igualmente a própria vida.”

- 15 -
Há pastores que são fiéis mordomos. Eles pre-
gam o Evangelho de forma íntegra e fiel, mas
eles não se envolvem com as suas ovelhas, não
cuidam de perto e individualmente, não visitam
e não dão carinho às suas ovelhas. Eles não são
como a mãe que acaricia seus filhos.

Paulo está dizendo que ele estava pronto não


só a dar para aqueles crentes o Evangelho, mas
para dar a vida. Este é o pastor, o pastor dá a
vida pelas suas ovelhas, o pastor vai atrás das
suas ovelhas quando uma delas se desvia. Ele
não a abandona com a desculpa de que aquela
era uma ovelha rebelde, que se desviou porque
não queria obedecer, se desviou porque não quis
atender a voz do pastor, se desviou porque não
quis ficar debaixo do cajado. O pastor carinhoso
vai atrás e sofre junto! Ele dá atenção, ele cuida,
ele dá a própria vida.

Algo importante a ser salientado é que o pastor,


não pode apenas amar a pregação, ele precisa
amar as pessoas para quem ele prega. As ove-
lhas precisam sentir que o pastor gosta delas,
que ele se importa com elas e que está disposto
a dar a vida por elas.

A disciplina precisar ser sempre amorosa. Isso

- 16 -
é importante porque a mãe também disciplina,
não com ira, não com raiva, mas, às vezes, so-
frendo. Ela disciplina para que assim o filho cres-
ça e alcance a maturidade espiritual.

Portanto, as características de uma mãe que


ajudam o pastor a exercer seu ministério são:

• Afeto explícito como a mãe que acaricia;

• Proteção vigilante;

• Sacrifício cabal.

O pastor é um mordomo.

O pastor é uma mãe.

Essas são as características que Paulo estabele-


ce aqui no texto de Tessalonicenses.

- 17 -
AULA 3

Agora vamos falar sobre a terceira figura que


Paulo vai usar para falar sobre o pastor.

3º) O pastor é um pai preocupado

Vemos isso nos versos 9 a 12:

“Porque, vos recordais irmãos, do nosso labor


e fadiga; e de como, noite e dia labutando para
não vivermos à custa de nenhum de vós, vos
proclamamos o evangelho de Deus. Vós e Deus
sois testemunhas do modo porque piedosa
justa e irrepreensivelmente procedemos em
relação a vós outros, que credes. E sabeis,
ainda que, da mesma maneira como um pai
a seus filhos, a cada um de vós, exortamos,
consolamos e admoestamos, para viverdes

- 18 -
por modo digno de Deus, que vos chama para
o seu reino e glória.”

Paulo apresenta aqui uma terceira figura.

Ele transita entre o mordomo fiel, a mãe amável


e agora o pai provedor. Ele vai da mãe que acari-
cia ao pai preocupado que trabalha para susten-
tar os seus filhos.

Paulo tinha essa visão de ser um pai espiritual,


ou seja, o pastor-pregador, o pregador-pastor
não apenas é mestre, mas é também evangelis-
ta, ele é um ganhador de almas.

O pastor-pregador pode ter em seu rebanho


pessoas que vieram de outras igrejas por trans-
ferência, mas quando ele olhar para o rebanho,
precisa reconhecer aquelas dezenas, centenas
de filhos e filhas espirituais que ele mesmo ge-
rou, que ele levou a Cristo. Ele pode olhar e dizer:
“Esses são meus filhos; eu sou pai espiritual des-
sas pessoas.”

Era assim que Paulo se considerava: pai daque-


las ovelhas.

Veja o versículo 11:

- 19 -
“E sabeis, ainda que, da mesma maneira
como um pai a seus filhos, a cada um de vós,
exortamos.”

Paulo trabalha nessa ideia de pai espiritual tam-


bém em 1 Coríntios 4: 15, onde ele diz que pai não
é aquele que gera, mas aquele que cuida.

Atualmente temos visto uma explosão popula-


cional. Há um número grande de pais que não
são responsáveis, que não têm paternidade res-
ponsável. Há muitos pais gerando filhos, aumen-
tando a população do mundo, mas não cuidan-
do deles, deixando-os à própria sorte.

Não é assim que o pastor-pregador, pregado-


-pastor deve agir. Ele não só gera, ele cuida, ele
discipula, ele contribui para a maturidade espi-
ritual desses crentes que são seus filhos espiri-
tuais.

Em sua defesa contra os acusadores, Paulo des-


taca 3 deveres como um pai.

a) O dever do pai é o seu trabalho.

Veja o versículo 9: “Porque vos recordais os ir-


mãos do nosso labor e fadiga.”

- 20 -
Esse é o papel do pai que sai para trabalhar na
lavoura, no comércio, na indústria, no campo.
Paulo pega esta figura do pai trabalhador que se
afadiga em seu labor e o aplica ao pastor.

Embora a igreja de Filipos tivesse enviado para


Paulo alguns recursos financeiros enquanto ele
estava em Tessalônica, ele precisou trabalhar
com fadiga, labutou de dia e de noite para não
viver às custas daqueles irmãos de Tessalônica.

Então, Paulo está trabalhando para se sustentar;


ninguém podia acusá-lo de que estava no mi-
nistério por ganância financeira, ele trabalha por
amor a Deus, a Cristo e às suas ovelhas.

Em Atos 20 ele disse: “De ninguém cobicei nem


ouro, nem prata, nem vestes; com essas mãos
eu trabalhei para me sustentar e para sustentar
outras pessoas, por ter entendido o princípio de
Deus; mais bem aventurado é dar que receber”.

b) Versículo 10: “Vós e Deus sois testemunhas


de como, do modo por que piedosa justa e ir-
repreensivelmente procedemos em relação a
vós outros, que credes.”

Então, veja: Qual é o procedimento de Paulo? Ele

- 21 -
diz que é apenas um trabalhador, mas como é
que ele trabalhou?

Ele diz ter trabalhado de forma piedosa, justa e


irrepreensível.

A palavra piedosa tem a ver com a sua relação


com Deus.

De forma justa tem a ver com a sua relação con-


sigo mesmo, ele fala da sua integridade, assume
que não tinha vida dupla.

De forma irrepreensível tem a ver com a sua re-


lação para com os outros.

Paulo está mostrando que o trabalho dele é uma


forma de relação correta com Deus, consigo e
com o próximo.

Nós temos tratado nesse curso de “Pregação


Transformadora”, quase à exaustão, esse prin-
cípio: “Não é performance.” Nós podemos dar
para você um curso de oratória, um curso apenas
de hermenêutica, de interpretação bíblica, um
curso das línguas originais, de como fazer uma
exegese do texto; nós poderíamos apresentar
todas técnicas de comunicação para você ser

- 22 -
mais efetivo e eficaz na forma de apresentar o
seu conteúdo; e tudo isso é muito bom, é muito
importante, tem muito valor.

Mas, nós estamos convencidos de uma coisa:


pregação não é apenas técnica ou homilética;
não é apenas hermenêutica ou exegese, não é
apenas sobre as técnicas de comunicação.

Você poderia ser um orador tão brilhante como


Demóstenes, o maior orador grego; você poderia
ser tão brilhante como Cícero, o maior orador ro-
mano; você poderia ser tão brilhante como João
Crisóstomo, o boca de ouro; você poderia ter a
oratória do Pe. António Vieira; você poderia ter
o poder de comunicação de George Whitefield;
você poderia ser um orador tão brilhante como o
Charles Haddon Spurgeon; você poderia ter uma
mente tão brilhante como a mente de Rui Barbo-
sa. Porém, nada disso vai transformar corações,
a não ser que você, o pastor-pregador, tenha
uma vida piedosa em relação a Deus, justa em
relação a si mesmo e irrepreensível aos olhos das
pessoas.

c) Paulo também trata da questão das próprias


palavras.

- 23 -
Versículos 11 e 12: “Bem sabeis ainda, de que
maneira o pai a seus filhos a cada um de vós (ele
não está falando para um grupo seleto da igreja,
mas “a cada um de vós”) exortamos, consola-
mos e admoestamos”.

Perceba, portanto, que Paulo ensinava não ape-


nas coletivamente, mas ensinava individual-
mente. Paulo encorajava os crentes como filhos,
mas ele usa a palavra exortar, consolar, admo-
estar. A palavra consolar está ligada à ação.

Paulo não apenas os faz sentirem-se melhor,


mas os encoraja a fazerem coisas melhores. Esse
é o conceito que tem a ver com “consolador”, é
quando você se aproxima de alguém, está ao
lado de alguém para encorajá-lo.

Paulo usa também a expressão admoestar - e


essa palavra tem a ver com “montecia”, que é
um confronto com palavras, também traz a ideia
de estar ao lado da pessoa para encorajá-la,
para fortalecê-la, para dar a ela diretriz, para
mostrar a ela como viver de modo digno de Deus.

A palavra “digno”, traz a ideia da balança. En-


tão, viver de modo digno, é colocar a vida de
Cristo num dos pratos da balança e colocar a

- 24 -
própria vida no outro prato da balança. É preciso
ter equilíbrio.

Viver de modo digno de Deus vai além do exortar,


consolar e admoestar para viver, pois Deus nos
chama para o seu reino e glória. E esse é o pro-
pósito pregador: consolar, exortar e admoestar
com o propósito de que a pessoa viva uma vida
digna de Deus. Deste Deus que nos chamou para
o seu reino e para a sua glória.

- 25 -
AULA 4

Nesta aula, vamos ver a última figura que Paulo


usa no trecho de 1 Tessalonicenses 2, para falar
do trabalho do pastor. Ele já mostrou a figura do
mordomo, da mãe e do pai.

4º) O pastor abnegado

Versículo 13:

“Outra razão ainda temos nós para, inces-


santemente, dar graças a Deus: é que, tendo
vós recebido a palavra que de nós ouvistes,
que é de Deus, acolhestes não como palavra
de homens, e sim como, em verdade é, a pa-
lavra de Deus, a qual, com efeito, está ope-
rando eficazmente em vós, os que credes.”

- 26 -
A primeira coisa para observarmos é a Palavra de
Deus dentro de nós.

O pastor precisa ter um senso profundo da subli-


midade da Palavra de Deus, da supremacia da
Palavra de Deus. A Palavra de Deus é inerrante, é
infalível, é inspirada, é suficiente.

Quando o pastor prega a Bíblia com esse enten-


dimento, as pessoas compreendem que estão
ouvindo a exposição da Bíblia com fidelidade, no
poder do Espírito; elas precisam saber que não
estão ouvindo um homem, elas estão ouvindo a
própria Palavra de Deus.

Se nós, pastores, perdermos isso, perderemos a


essência do ministério da pregação. Quando você
estiver preparando o seu sermão, quando você
se levantar no púlpito para pregar, não pegue as
suas palavras, pregue a Palavra de Deus, leve o
seu povo a compreender que eles estão ouvindo a
própria voz de Deus, eles estão recebendo a pró-
pria mensagem de Deus.

Neste trecho, Paulo está dando esse testemunho,


ele diz que quando eles o ouviram pregar o Evan-
gelho, eles acolheram esse Evangelho não como
palavra de homem, não como palavra humana,

- 27 -
mas como a própria palavra de Deus. E essa Pa-
lavra de Deus começou a produzir neles uma mu-
dança, uma transformação profunda e radical.
Então, a Palavra de Deus deve estar dentro de nós!

A segunda coisa que observamos, tem a ver com


esse aspecto de que eles receberam a Palavra
não como palavra de homens, mas como palavra
de Deus;

Isso porque a Bíblia é a Palavra de Deus escrita,


inerrante, infalível e suficiente, mais preciosa do
que o ouro, mais doce do que o mel. Eles se apro-
priaram dessa Palavra, eles acolheram essa Pa-
lavra.

Nós não estamos apenas transmitindo um conte-


údo de cabeça para outra cabeça; nós não somos
apenas comunicadores.

Nós queremos que essa Palavra penetre na mente


e no coração das pessoas que estão nos ouvin-
do, para que elas acolham a Palavra de Deus, que
analisem essa Palavra, que recebam essa Pala-
vra, que ruminem essa palavra, que se alimentem
dessa palavra. A Palavra precisa ter aplicabilida-
de para a vida.

- 28 -
Vou antecipar rapidamente aqui um assunto que
quero aprofundar em um módulo futuro. Eu cos-
tumo dizer que a pregação, mormente a prega-
ção expositiva, está fincada em um tripé: Leitura
da Palavra, explicação da Palavra e aplicação da
Palavra.

Ou seja, o sermão é uma espécie de ponte entre


dois mundos: O texto antigo e o ouvinte contem-
porâneo.

Essa palavra precisa ser transmitida com a ca-


racterística de aplicação pessoal: “É com você
que eu estou falando.” Essa Palavra precisa ser
colocada em áreas específicas da vida daqueles
que estão nos ouvindo. É isso que Paulo está mos-
trando aqui.

O terceiro aspecto diz respeito não só da Palavra


dentro de nós, mas o povo de Deus ao redor de
nós.

Vamos dar uma olhadinha nos versos 14 a 16:

“Tanto é assim, irmãos, que vos tornastes


imitadores das igrejas de Deus existentes na
Judeia em Cristo Jesus; porque também pa-
decestes, da parte dos vossos patrícios, as

- 29 -
mesmas coisas que eles que, por sua vez, so-
freram dos judeus”.

Com isso, Paulo está mostrando que aqueles


crentes de Tessalônica, lá na Macedônia, se tor-
naram imitadores das igrejas de Deus na Judeia.

Na Judeia os crentes estavam sofrendo persegui-


ções por causa da fé e, na Macedônia, eles estão
sofrendo perseguições por parte dos seus patrí-
cios.

Eles estão se associando aos irmãos ao redor, ao


povo de Deus espalhado pelos arredores. Veja o
versículo 15:

“Os quais não somente mataram o Senhor e


os profetas, como também nos perseguiram,
e não agradam a Deus, e são adversários de
todos os homens”.

Paulo está contando o testemunho de como os


judeus mataram a Cristo, perseguiram os após-
tolos, mataram os profetas e apontando que os
crentes de Tessalônica também estão enfrentan-
do todas as resistências, oposição e perseguição
por terem abraçado a fé cristã, por terem recebido
o Evangelho, crido no Senhor Jesus Cristo e esta-

- 30 -
rem dando frutos da sua vida convertida e trans-
formada.

Olha o versículo 16: “A ponto de nos impedirem


de falar aos gentios para que estes sejam salvos,
a fim de irem enchendo sempre a medida de seus
pecados. A ira, porém, sobreveio contra eles, defi-
nitivamente.”

O que Paulo está mostrando?

É que aqueles crentes de Tessalônica não agiram


de maneira diferente daqueles crentes judeus, lá
em Jerusalém, lá na Judeia. Por abraçarem a fé
cristã, estavam recebendo hostilidade, perse-
guição, prisão, açoite dos judeus, que mataram
o Autor da Vida, que mataram os profetas, que
perseguiram os apóstolos, que estavam proibindo
Paulo de pregar para os gentios.

E esses crentes de Tessalônica, associados aos


crentes ao redor do mundo, inclusive lá da Judeia,
estão dispostos a enfrentar todo tipo de oposição,
de perseguição, de hostilidade, por crerem no Se-
nhor Jesus Cristo.

Meu amado irmão, pregador que talvez esteja


fora do Brasil, em algum país em que ser cristão é

- 31 -
proibido por lei, ter uma Bíblia é proibido, frequen-
tar uma igreja é proibido, cultuar a Deus livremen-
te é proibido; mesmo que você enfrente hostilida-
de, continue abraçando a fé cristã e anunciando o
evangelho da Graça de Deus.

Mas, finalmente, Paulo trata da glória de Deus


diante de nós. Vamos ver os versículos 17 a 20:

“Ora, nós, irmãos, orfanados, por breve tem-


po, de vossa presença, (Paulo estava em
Corinto, quando escreveu a carta, portanto
não estava lá na capital da Macedônia, em
Tessalônica) não, porém, do coração, com
tanto mais empenho diligenciamos, com
grande desejo, ir ver-vos pessoalmente”.

Você pode não estar presente na igreja que você


pastoreou, mas você está presente no coração,
você ama aquele povo. Não é porque você não
é mais pastor em determinada cidade, que você
não ama mais aquelas ovelhas. Paulo é uma pes-
soa que ama as pessoas, não só quando está com
elas, mas mesmo quando se despede delas e está
distante delas.

Versículo 18: “Por isso quisemos ir até vós, pelo


menos eu, Paulo, não somente uma vez, mais

- 32 -
duas, contudo Satanás, nos barrou o caminho”.

É possível que você e eu façamos planos de via-


gens, de visitas pastorais, de conferências nesta
ou naquela igreja, de retorno onde nós exercemos
o pastorado, mas nós estamos enfrentando aqui
uma oposição: Satanás barrou o caminho.

Paulo não pensa que Satanás é um mito ou uma


lenda; Paulo não subestima o poder deste inimigo
terrível, ele diz que na obra missionária, Satanás se
põe como obstáculo, como opositor, para barrar o
caminho. Olha o que ele vai dizer no versículo 19:

“Pois quem é a nossa esperança, alegria ou


coroa em que nos gloriamos perante o Senhor
Jesus na sua vinda? Não são vocês?”

Paulo ama aqueles crentes que não pagaram o


salário dele enquanto ele esteve com eles e en-
frentou terríveis perseguições. Mas, ele gerou
aqueles crentes em meio às lutas, lágrimas, vi-
vendo uma vida piedosa, vivendo uma vida ho-
nesta, vivendo uma vida irrepreensível, cuidando
deles com a fidelidade de um mordomo, com a
amabilidade de uma mãe, com o trabalho abne-
gado de um pai, com o empenho de um pastor.

- 33 -
Foi ele quem gerou aqueles crentes, eram seus
filhos espirituais, eram a sua esperança, alegria
e coroa no dia da volta do Senhor Jesus Cristo!

Paulo está olhando para frente, para a volta


de Jesus, dizendo que os crentes que ele gerou,
aqueles que ele trouxe à fé por meio da pregação
do Evangelho, eram sua esperança, alegria e
coroa na volta gloriosa do Senhor Jesus Cristo!

Desejo que você se apresente a Jesus naquele


glorioso dia, não de mãos vazias, mas com mui-
tos frutos, frutos que você semeou com lágri-
mas, mas você vai voltar com júbilo, trazendo os
seus feixes e vai apresentar a Deus os frutos do
seu ministério, o resultado da sua mordomia.

Você será como aquele mordomo que diz: “O


Senhor me confiou tantos talentos, eu estou tra-
zendo aqueles que eu consegui alcançar com o
resultado do meu trabalho”, e então vai ouvir do
Senhor: “Bom está, servo bom e fiel, foste fiel no
pouco, agora sobre muito eu te colocarei”.

Olha o versículo 20: “Sim, vós sois realmente a


nossa glória e a nossa alegria”.

Paulo não diz que a glória e a alegria dele foram

- 34 -
as vantagens do ministério ou o dinheiro que ele
procurou auferir. Não, ele não auferiu vantagens,
ele não ajuntou riquezas, ele não acumulou tro-
féus, ele não juntou medalha de honra ao mérito,
ele não buscou fama, sucesso, glórias, aplausos,
condecorações.

A alegria dele, a coroa dele, a recompensa dele,


eram aqueles crentes alcançados pela graça de
Deus através da pregação fiel do Evangelho. Ele
apresentou esse Evangelho como um mordomo
fiel, como uma mãe cuidadosa e amorosa, como
um pai que é trabalhador abnegado, como um
pastor que se esforça em seu trabalho.

Que exemplo de pastor-pregador, de pregador-


-pastor!

Eu espero, meu amado irmão, que essa verdade


que salta aos olhos com beleza, com pertinên-
cia, com eloquência, emanada aqui do capítulo 2
de 1 Tessalonicenses, reavive o seu ministério de
pregação, aqueça a sua alma, inflame o seu co-
ração, e que você, como pastor, como pregador,
seja fiel, como bom mordomo de Deus.

Que você seja tão amoroso como uma mãe que


pega os filhos no colo para acariciá-los.

- 35 -
Que você seja tão zeloso em suprir as necessida-
des das ovelhas como um pai que trabalha de dia
e de noite para não faltar o alimento na casa - a
pregação fiel das Escrituras.

Que você, como pastor, possa ver essas ovelhas


como a sua maior alegria, como a sua maior co-
roa, como sua maior glória, como a sua maior re-
compensa.

Deus abençoe profundamente a sua vida nes-


te glorioso ministério de pregação – A Pregação
Transformadora.

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Este eBook é parte integrante
do curso Pregação Transformadora
do Ministério Luz Para o Caminho.

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